Edição 245 - Abril 2015

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Sumário Ano. 21 - abril / 2015 - Nº 245

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Encontro de Amigos

Com uma longa história de afinidades, 14 Bis, Flávio Venturini e Sá & Guarabyra juntam sucessos em quatro shows, em apresentações em Belo Horizonte.

NESTA EDIÇÃO

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Para reduzir os efeitos causados pelo ruído, muitas técnicas são aplicadas e produtos utilizados para a adequação dos ambientes e edificações. No entanto, ao pensar em tratamento acústico nem todos sabem se é a melhor solução é isolar ou tratar o ambiente. Dessa forma, não é difícil encontrar erros de na compra de produtos que não ajudam em nada na hora de controlar o tal ruído. Dicas preciosas de alguns profissionais podem evitar que o seu investimento seja desperdiçado.

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Vitrine A B&C Speakers lança o DE52, desenhado para ter alta performance. Já a Samson apresenta a caixa acústica ativa de duas vias AURO XD15.

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Rápidas e Rasteiras Digitech traz de volta os pedais DOD, Avid vai ao Oscar e Zeca Baleiro participa de CD de Rap.

24 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

26 Play Rec Yamandu Costa lança novo trabalho que presta homenagem aos músicos que ele admira. O CD traz temas habituais nas tocatas informais. E a cantora Pitty lança o DVD Pela Fresta, documentário produzido durante as gravações do álbum Setevidas.

28 Expo Musical A nona edição da Expo Musical Plus, em SC, reuniu mais de 350 convidados de todo o Brasil.

32 Gigplace Em mais uma entrevista da série sobre as profissões do backstage, um bate-papo com um dos mais conhecidos produtores do mercado, MacGyver Zitto, que falou sobre as funções do Manager.

60 Equalize no middle-side Confira como aumentar seu ganho de estéreo na mixagem usando um equalizador middleside ao invés de comprimir no master bus.

67 Line Array Firenze Depois da Asia, a K-Array apresentou o seu novo sistema ultra compacto para a América Latina em evento para profissionais do áudio, em São Paulo.

80 Vida de Artista O show que reuniu os sete amigos, Sá & Guarabyra, 14 Bis e Flávio Venturini, no dia 7 de março, em BH, reafirmou a amizade dos músicos em cima dos palcos, como há 40 anos.


Expediente

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Grandezas e Luminotécnica

A apresentação da Banda Mr. Big no Brasil trouxe um conceito de iluminação contemplando três partes - backlight, uplight e frontlight.

CADERNO TECNOLOGIA 54 Cubase

62 Ableton Na segunda parte desse artigo sobre os plug-is nativos, é hora de ir mais a fundo e conhecer as ferramentas Electric, Impulse e Individual Outputs.

Nesta edição, começa uma série de artigos sobre as funções específicas do Cubase PRO8 com os VCAs e sua grande utilidade dentro da mixagem.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Tradução Fernando Castro Reportagem: Luiz de Urjjais e Miguel Sá Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85

CADERNO ILUMINAÇÃO 72

Vitrine A Christie lança o 4K45, com alto nível de brilho e 45.000 lúmens, ideal para concertos, eventos esportivos entre outras aplicações. Outra novidade é o PAR LED PC-1019, da Hot Machine, com consumo de energia de 190W.

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Rápidas e Rasteiras Martin promove workshop de iluminação, em Canoas (RS), e a escola São Luiz, na capital paulista, ganhou um projeto de iluminação e automação.

Distribuída pela DINAP Ltda. Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 Cep. 06045-390 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3789-1628 CNPJ. 03.555.225/0001-00 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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Mão e contra-mão

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izem que Deus dá o dom, e outras habilidades são aprendidas. No caso do Brasil, talvez por Deus ser brasileiro, foram muitas as vocações concedidas, entre elas a grande capacidade de produzir energia das mais diversas formas. Produzimos energia hídrica, térmica, solar e eólica - essa teve aporte de mais de R$ 2 bilhões, por meio do Programa de Aceleração de Crescimento, do Governo Federal, para a conclusão de um dos parques que formam o maior complexo eólico da América Latina, localizado no Rio Grande do Sul. No entanto, diante da crise hídrica, que vem impulsionando para cima o preço da energia elétrica, chegando a um aumento previsto para 38% em 2015, segundo o Banco Central, investimentos que dependam de eletricidade parecem ser um mau negócio nos dias de hoje. Mas o fato é que a roda econômica do Brasil não pode parar e precisamos continuar gerando insumos, bens e satisfazendo consumidores, independente de alta de juros ou inflação. É aí que entram os planos emergenciais e as alternativas e que chega a hora de aprender. Se por um lado, o país foi beneficiado com algumas benesses, por outro ainda não desenvolveu habilidades de cuidar bem do próprio futuro. Planejamento ainda é uma palavra e conceito apreendido por poucos, principalmente quando envolve aspectos financeiros. Gestão ainda é um tema pouco ensinado nas escolas e nas famílias, e na maior parte das instituições. Quando as decisões não envolvem grandes proporções, talvez essa má educação não seja tão percebida. No entanto, com o natural crescimento do país perante o mercado mundial, saber estabelecer e fixar um caminho com bases sólidas é quase obrigação se o objetivo é um futuro próspero. Deixar de andar na contra-mão e de agir como se o país ainda estivesse marchando no mesmo ritmo de quarenta anos atrás é imprescindível para assumirmos nosso papel natural no mercado global. Mas para isso é preciso estar aberto e disponível para ousar, ouvir, aprender e apostar em mudanças e reformas. Boa leitura. Danielli Marinho

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DE52 www.bcspeakers.com A B&C Speakers acaba de lançar o novo DE52, o mais novo produto da família, desenhado para alto desempenho. O diâmetro do diafragma de 2" oferece uma performance excelente para a saída de 1.4" e um driver de alta resposta. O imã de ferrite DE52 apresenta um alumínio revestido de fio de cobre e bobina, montado sobre diafragma de polímero resistente a altas temperaturas. O plug de fase é otimizado especificamente para o diafragma DE52.

www.yamaha.com.br O novo TRBX174 EW é perfeito para o iniciante que quer algo a mais do que tocar isolado em casa. Seu tampo é feito de mango wood (mangueira oriental), uma madeira exótica que garante uma sonoridade mais equilibrada, com graves, médios e agudos mais evidentes, além de ter um acabamento com muito mais estilo. O TRBX174 EW vem equipado com um captador no estilo Jazz Bass e outro no estilo Precision Bass, uma combinação que dá ao instrumento qualidade suficiente para usá-lo em gravações ou mesmo pequenas apresentações. De baixo custo, em torno de R$ 1.200,00, o TRBX174 EW é uma opção para quem quer um produto com ótimo custo x benefício.

SAMSON – CONSPIRACY

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TRBX174 EW

www.equipo.com.br Com superfície de controle MIDI Ultra-portátil, o Conspiracy vem com 25 Pads com sensibilidade à velocidade, Pads com 3 cores, retroiluminado com função aftertouch, 14 Knobs de ajuste com detentor, 10 botões de função retroiluminados, 6 Faders, 2 Seções de DJ com crossfader, Touchpad X/Y endereçável e ainda display de LCD retroiluminado controlado por Knob Master e botões de quatro direções. Outras características são: controles de transporte dedicados, Save e Recall para mais de 15 presets, função Plug-andplay, porta Mini USB, com a alimentação via USB, e ainda um cabo mini USB para USB incluso.

AE3000 www.proshows.com.br O microfone Audio-Technica AE3000 foi projetado para uso diário em performances de instrumentos. Seu excelente desempenho em altos níveis de pressão sonora, associado à resposta de frequência ajustada, fez do AE3000 um excelente microfone cardióide, perfeito para aplicações de alto SPL, como amplificadores de guitarra, tons de caixas, tímpanos e overs. O padrão polar cardióide do AE3000 isola a fonte principal de áudio frontal e minimiza a capacitação de sons laterais e traseiros. A cápsula de diafragma grande, combinada com arquitetura circular, permite um som aberto e preciso. Possui atenuação de 10db, com filtro passa-alta chaveável de 80Hz. O AE3000 apresenta performance irretocável, confiabilidade e versatilidade para suportar uso constante em aplicações de músicos, produtores e engenheiros de áudio.


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SAMSON - AURO XD15 www.equipo.com.br Essa caixa acústica ativa de duas vias, tem um amplificador Classe D de 1,000 watts de potência, alto-falante de 15" com faixa estendida nos graves, Driver de Titanium 1.34" (34mm), tecnologia DSP Samson’s R.A.M.P (Reactive Alignment/Maximum Protection), duas entradas para conectores combo XLR-1/ 4" com controle independente de volume, chave seletora Mic/Line (Canal 1), volume Master com indicador de pico, EQ de 3 posições e presets de HFP (Filtro Passa-Alta), saída XLR para link com outras caixas. O equipamento é feito em material de alta resistência, possui grade de metal para proteção do falante e driver, duas alças grandes ergonômicas, encaixe para suporte integrado 1 3/8”, ângulo de monitor de chão com duas posições, além de ser leve e compacto.

CABO MOGAMI 2549 www.mogami.com.br O Cabo MOGAMI 2549 foi projetado usando o famoso Neglex OFC (Livre de Oxigênio) para proporcionar a melhor qualidade de reprodução de áudio em qualquer aplicativo de gravação. Apresenta diâmetro 22AWG, condutores extremamente de baixa capacitância. A cobertura é 100% de borracha extra-flexível e a construção de pares trançados são excelentes para evitar o ruído causado por interferência eletromagnética. Este cabo é recomendado quando usado em altas frequências ou longas distâncias.

SUBWOOFER SW 800 www.oversound.com.br Recém-lançado no mercado, o SW 800 é o mais novo Subwoofer 18” da OVERSOUND. Desenvolvido para grandes sistemas de PA’s e salas de cinema, sua mecânica permite trabalhar com frequência inicial de 35Hz, proporcionando um sub muito mais agradável. Possui bobina de 4” com corpo em Kapton, enrolamento in side out side com fio de cobre, cone projetado para atender frequências mais baixas, fibras longas e resinas especiais, conjunto móvel todo remodelado. O novo projeto de refrigeração na bobina garante maior fluxo de ar no sistema, que não poderia faltar num poderoso conjunto magnético. Todas essas características do novo SW 800 de 18” Oversound, irão fazer do seu grave a sensação mais agradável do seu som. Disponível nas versões 4 e 8 ohms.

CAIXA ATIVA FLASH12HDA www.amercobrasil.com.br Durante anos a linha Flash Series, da Proel, proporcionou a milhares de usuários em todo o mundo o melhor som da sua classe, juntamente com versatilidade, portabilidade e design elegante. Agora toda a série foi renovada para introduzir grandes atualizações em seu desempenho, características e design. Com a introdução de novos módulos de amplificadores de classe D SMPS, que possuem uma relação tamanho-potência estrondosa, e a utilização do poderoso NÚCLEO DSP de 40 bits 96KHz, o modelo FLASH HDA torna-se incomparável. Graças ao sofisticado processamento de sinal fornecido pelo DSP CORE, que inclui também um versátil EQ dinâmico, e os excelentes transdutores Celestion, a Série Flash HDA proporciona uma definição de som excepcional e um desempenho dinâmico típico dos melhores sistemas profissionais. Os quatro EQ PRESETS selecionáveis a partir do painel amplificador (FLAT, DJ, SPEECH, MONITOR) torna esse sistema perfeitamente adaptável a qualquer tipo de aplicação.


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AVID NO CARNAVAL DE SALVADOR

V-SERIES EM TURNÊ Com uma reputação a ser mantida, o engenheiro de áudio da cantora Sara Bareilles, teve um especial cuidado ao escolher o sistema de áudio que o seguiria turnê a fora. Trey Smith, que durante alguns anos já vem trabalhando com a Spectrum, empresa de Nashville, foi apresentado ao sistema VSeries por Bobby George (da Spectrum) para a turnê de 2014. “Depois de fazer algumas ligações para amigos em busca de uma opinião sobre o novo sistema, cheguei à conclusão de que era perfeito para o tipo de shows que fazíamos, indoor e outdoor”, afirma o engenheiro de áudio de Sara.

David Kadooka, Especialista Quanta Live, faz manutenção preventiva Venue (MixRack)

Os trios-elétricos que animaram o carnaval de Salvador utilizaram sistemas Venue para mixagem de som ao vivo. Foram mais de trinta sistemas utilizados para levar aos milhares de foliões o melhor do som durante o carnaval baiano. Em uma semana intensa de shows pela cidade, os técnicos de sonorização puderam contar com a confiabilidade e qualidade de áudio da marca. Para que tudo saísse perfeito, na semana anterior ao carnaval, a Quanta Live, distribuidora da Avid no Brasil, realizou, no Par-

que de Exposições de Salvador, a manutenção preventiva dos sistemas. A ação foi durante a verificação técnica dos trios-elétricos, feita pela prefeitura. Os agentes de serviços da Quanta auxiliaram os técnicos na limpeza de placas, atualização de plugins, verificação de faders, botões, encoders e canais. Segundo Emerson Jordão, gerente de vendas para produtos de Áudio da Avid no Brasil, o carnaval de Salvador é o único evento do mundo que utiliza essa quantidade de mesas simultaneamente.

DIGITECH TRAZ DE VOLTA OS LENDÁRIOS PEDAIS DOD A icônica DOD, aclamada por muitos como uma verdadeira marca de pedais de boutique, retorna ao mercado dentro do portfólio da Digitech. Ambas as marcas pertencem ao grupo Harman e a novidade fica por conta dos quatro relançamentos mundiais de modelos de sucesso nos anos 70 e 80. Os modelos são os seguintes: DOD Overdrive Preamp 250, DOD Phasor 201, DOD Bifet Boost 410 e DOD Envelope Filter 440. Todos eles apresentam as mesmas características e timbres analógicos além de True bypass, LED on/off, entrada para adaptador 9V e chassi em alumínio.

CURSO TÉCNICO PARA PROFISSIONAIS DO ÁUDIO Buscando incentivar o desenvolvimento e qualificação dos profissionais do segmento de áudio no país, a Harman do Brasil é apoiadora do Curso Técnico de Eletrônica com Ênfase em Áudio, promovido pelo IATEC (Instituto de Artes e Técnicas em Comunicação). O projeto teve início no dia 9 de fevereiro e abordará ao longo de suas 1.200 horas/aula, equivalentes a três semestres, temas como acústica, sistemas digitais, música e percepção auditiva, sistemas e técnicas de gravação/sonorização e desenvolvimento de projetos. Os cursos ocorrem nas cidades do Rio de Janeiro e Fortaleza e contam com registro no Ministério da Educação.

LED ZEPPELIN DIGITAL O Napster, um dos principais serviços de assinatura de música digital do mundo e pertencente à empresa americana Rhapsody, disponibilizou a discografia completa da banda inglesa Led Zeppelin. Formada na década de 60, a banda gravou ao longo de sua carreira quinze álbuns, entre eles Led Zeppelin (1969), Led Zeppelin II (1969), Led Zeppelin III (1970), o seu quarto álbum sem título (1971), Houses of the Holy (1973), e Physical Graffiti (1975). Clássicos como Black Dog e Stairway to Heaven (Led Zeppelin IV), All My Love (In Through the Out Door), e Whole Lotta Love, estão disponíveis na plataforma.


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Martin apresenta música com participação de Pitty e Lira Após anunciar o lançamento de seu primeiro álbum solo, Quando um Não Quer, em formato digital pela Deck, Martin dá outra amostra do que está por vir. Depois de disponibilizar a faixa Coisas Boas, agora ele revela duas das muitas participações do álbum. Na música Mesmo ele contou com as vozes de Lira e de Pitty, cantora que ele acompanha na guitarra há mais de 10 anos. A música é uma parceria de Martin com o cantor pernambucano, para quem ele mandou a base e o refrão e pediu uma letra que falasse “de

saudade, de nostalgia, de pequenas coisas, pequenos fragmentos de lembranças que constroem os laços de afeto numa relação de amor e intimidade e de como isso fica na gente durante muito tempo”. Apaixonado pela letra enviada por Lira, ele decidiu que não iria cantar o refrão, precisando de uma “voz doce, linda e que tivesse um poder de interpretação monstruoso”. Assim, foi feito o convite à Pitty. O resultado pode ser conferido no YouTube: http://youtu.be/6FJUDkKkqOc

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ZECA BALEIRO PARTICIPA DE CD DE RAP

O rapper Gaspar, vocalista e fundador do grupo Z’África Brasil, reúne convidados em seu primeiro CD solo Rapsicordélico - Ritmo e Poesia Psicodélica em Cordel, disco que conta com as participações de Zeca Baleiro, Emicida, Dexter, KL Jay, entre outros. A produção de Rapsicordélico traz em sua essência uma nova construção sonora para o universo da música popular bra-

sileira, apresenta um estilo musical fundamentado na cultura hip-hop e tem fortes influências dos ritmos do país. O disco é uma obra híbrida que passeia entre a poesia falada do rap e a métrica dos cordelistas. Apresenta também ritmos sincopados regionais em uma roupagem moderna que se apropria dos timbres eletrônicos em diálogo com os instrumentos acústicos.

AVID NO OSCAR A Avid parabenizou seus clientes por seus incríveis reconhecimentos na 87ª Cerimônia do Oscar, a premiação mais importante da indústria cinematográfica. Cada um dos vencedores e indicados nas categorias de Melhor Filme, Edição de Vídeo, Edição de Áudio e Mixagem de Som foram usuários Avid usando as ferramentas criativas de áudio e vídeo da Avid Artist Suite potencializadas pela The Avid MediaCentral Platform. Birdman, vencedor de melhor filme e os nomeados Sniper Americano, Boyhood, Grande Hotel Budapeste, Jogos de Imitação, Selma, Teoria de Tudo e Whiplash foram editados usando a mais proeminente solução da indústria, Avid Media Composer | Software. Já o software de edição de áudio Avid Pro Tools foi usado para edição de som e mixagem de Birdman, Sniper Americano, Jogos de Imitação, Selma e Whiplash. Todos os cinco nomeados na categoria de Edição de Vídeo – o vencedor Tom Cross, com Whiplash, Joel Cox e Gray D Roach, com Sniper Americano, Sandra Adair, por Boyhood, Barney Pilling, por Grande Hotel Budapeste, e William Goldenberg, por Jogos de Imitação –, confiaram no Media Composer | Software para fazer o corte de seus filmes. O Pro Tools também foi usado por todos os cinco indicados à categoria de Mixagem de Som.

K-DAY NA EUROPA A Gobos do Brasil e a K-Array promovem no dia 20 de abril o primeiro K-Day, uma visita à fábrica da KArrary, em Florença, na Itália. Durante um dia inteiro os convidados poderão conhecer os lançamentos, a fábrica e ainda participar de um programa gastronômico, saboreando comidas típicas e um bom vinho. O evento tem como público-alvo amigos e parceiros da Gobos do Brasil que estarão visitando a ProLight+Sound, em Frankfurt, que acontece de 15 a 18 de abril. Para participar, basta enviar um e-mail para: audio@gobos.com.br


MAIS CONTRATOS FECHADOS Prestigiando por mais um ano, a Oneal Áudio esteve com toda a sua equipe na 9º Expo Musical Plus, realizado no Plaza Itapema Resort & Spa, em Itapema, SC, entre os dias 12 e 14 de março. A edição deste ano superou o número de contratos fechados, comparado à edição do ano passado. Os 40 metros quadrados de estande foram distribuídos por produtos da Linha 2015, como as novas caixas multiuso OCM e as multifuncionais OMF, além de demais equipamentos já campeões de vendas, entre eles a linha Evo Line e as caixas para som ambiente. O evento ainda contou com duas atrações para os seus convidados. Na duas noites do evento, durante o jantar, foi apresentado shows com bandas regionais. Toda a estrutura necessária para a realização dos shows – equipamentos, instalação e testes - esteve por conta da Oneal Áudio, gerenciado por Fernando Gabriel, gestor de projetos, que contou com o suporte de demais técnicos de áudio. A Expo Musical Plus reúne empresas consagradas no ramo de áudio profissional para uma rodada de negócios com empresários de grandes magazines de todos os Estados do país.

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de Salvador Pelo segundo ano consecutivo, os equipamentos Yamaha ajudaram a animar a festa de milhares de foliões no carnaval de Salvador. Ao todo, 12 mesas de som, modelo QL, equiparam alguns dos principais trios elétricos da cidade, entre eles Ivete Sangalo, Chiclete com Banana, Banda Eva e Durval Lelys. Compacta, mas com ampla capacidade de recursos, a QL se revela perfeita para o pequeno espaço disponível nos trios, conforme explica

Aldo Linares, da área de marketing da Yamaha. Ainda de acordo com Aldo, que esteve de plantão durante todos os dias no carnaval em Salvador, durante todo o evento nenhuma ocorrência que pudesse comprometer o andamento do evento foi reportada. Os técnicos ainda contaram com o apoio do técnico em manutenção Ailton Carvalho dos Santos. Outra ação de suporte no carnaval de Salvador foi a parceria com a loja Tocmix.

D&B AUDIOTECHNIK NA SOUNDCHECK EXPO

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Yamaha no Carnaval

A d&b se faz presente em uma das maiores feiras de áudio e afins realizada no México através da Hi Tech Audio, que acontece entre 26 e 28 de abril, na Cidade do México. Os visitantes poderão encontrar no estande da companhia, localizado no Salon Tarasco, soluções para sistemas de áudio voltados para instalações permanentes, teatros e empresas de locação, reforçando a d&b como líder de mercado.

GUIA BÁSICO PARA MICROFONAÇÃO DE IGREJAS Com base em perguntas levantadas por clientes sobre áudio em igrejas e casas de culto em geral, a Shure decidiu lançar um guia onde reúne uma série de postagens em resposta às principais dúvidas dos internautas na internet. Os questionamentos envolvem temas como microfonação de instrumentos ou da congregação, tipos de microfone ideal para o pastor, bispo ou palestrante, como utilizar sistemas sem fio, entre outros. As dicas não valem apenas para igrejas, mas para templos religiosos e casas de culto em geral.


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CANÇÃO DOS BEATLES VIRA LIVRO PARA CRIANÇAS

LEGO NO ÁUDIO

MATANZA DE ÁLBUM NOVO

Com mais de 15 anos de estrada, o Matanza mantém-se como uma das maiores representantes do hardcore nacional. O grupo carioca, que lançou seu último álbum em 2012, Thunder Dope (Deck), esse ano se prepara para lançar um novo trabalho, ainda nesse semestre. Batizado de Pior Cenário Possível, o álbum foi gravado no estúdio Tambor (Rio de Janeiro) e produzido por Rafael Ramos. O grupo, no entanto, dá uma deixa do que está por vir. A faixa inédita, A Sua Assinatura, vídeo gravado no Tambor, já está no ar no link. http://youtu.be/4p7jTSgM8oc

O modelo MLA, da Martin Audio, ganhou uma versão na maquete da LEGO para ser exibida durante a ProLight+Sound 2015. A miniatura, chamada de Glastonbury Festival LEGO, ocupará o estande F60, no Hall 8.0 da feira que acontece em Frankfurt, de 15 a 18 de abril. O módulo foi cons-

truído pela Bright Bricks, companhia que constrói protótipos usando LEGO, e mede 1,2 metros por 1,2 metros. O palco imita uma Pirâmide e tem uma réplica completa das caixas MLA, penduradas em duas colunas, uma de cada lado do palco, mais os subwoofers MLX.

Bio de Elis O jornalista Julio Maria e a editora Master Books lançam a biografia da nossa eterna “pimentinha”, Elis Regina – Nada Será Como Antes. A data escolhida foi o dia 17 de março, em São Paulo, data em que Elis faria 70 anos. O autor passou os últimos quatro anos pesquisando sobre a cantora, reunindo cerca de 125 entrevistados, que contaram fatos nunca re-

velados sobre Elis. Caetano Veloso, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Ronnie Von, Jair Rodrigues, Dona Ercy (mãe de Elis), Toquinho, Rita Lee e Nelson Motta são alguns nomes entrevistado por Julio. Além disso, o jornalista também teve acesso à documentos restritos, como o inquérito policial da morte da cantora.

Foto: Internet / Divulgação

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A letra da música Octopus Garden virou uma história e ganhou ilustrações do consagrado artista Ben Cort. A canção, escrita em 1968 pelo baterista Ringo Starr, conta a amizade entre um polvo e seus amigos e integrou o álbum Abbey Road. Na publicação, lançada pela editora Salamandra, Jardim de Polvo traz a história de cinco crianças que embarcam em uma aventura submarina. É no fundo do mar que eles encontram o amigável polvo laranja que os leva para passear com tartarugas, peixes e baleias, além de explorar o mundo marinho. O livro vem com um CD para as crianças ouvirem e com uma faixa de karaokê para cantarem a letra da música, impressa no livro em inglês com versão para o português. Uma opção para colocar os pequenos em contato com outro idioma e também para os pais beatlemaníacos poderem escutar a nova versão da música.


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GUSTAVO VICTORINO | www.backstage.com.br 24

Roberto Carlos e Ana Carolina querem a retirada das letras e cifras de suas músicas da internet. Estão enviando avisos aos sites com esse tipo de conteúdo alegando se tratar de direito exclusivamente negociado com o artista e não com as associações ou editoras que os representam. Ana Carolina alega má qualidade (das cifras ou das letras?!?) e Roberto Carlos quer apenas mais grana. Bola fora dos dois.

ções subjetivas. Condenado a pagar indenização milionária aos sucessores de Gaye por teoricamente plagiar uma música, o artista levanta a questão da inspiração como fonte de criação. Baseado num surpreendente fundamento de “sentimento análogo” e na subjetiva “sensação” de semelhança, o magistrado decidiu que a música Got to Give It Up, hit de Marvin Gaye, foi plagiada em Blurred Lines, sucesso de Pharrell. Quem houve percebe que não existe nenhuma coincidência de letra, métrica, melodia ou harmônia entre as músicas e o máximo em que se assemelham é o simples groove, ou a levada, com dizem os bateristas. A perigosa e subjetiva decisão foi ratificada em instância superior e cria uma jurisprudência em território americano que pode influenciar todo o mundo musical. Por aqui, a coerência da justiça é elogiável e os magistrados exigem laudos técnicos para reconhecer um plágio. Algo me diz que esse juiz gringo tomou uma a mais...

RIO DAS OSTRAS 2015

INTEGRAÇÃO

O maior festival de jazz e blues da América Latina começa a anunciar os primeiros nomes da edição 2015. A banda inglesa de acid-jazz Incognito foi confirmada no evento e vai mostrar um show com o melhor dos seus 23 CDs lançados ao longo da cultuada carreira. O mega trompetista Roy Hargrove, ganhador de dois Grammys é outro nome confirmado para o festival que acontece em agosto na iconoclasta cidade de Rio das Ostras, no norte fluminense.

Um dos melhores guitarristas de blues do Brasil, o incansável Big Joe Manfra, conseguiu uma proeza que por sua curiosidade é digna de registro. O bluesman recebe todas as quintas-feiras no Little Club, do Rio de Janeiro, alguns dos grandes nomes do blues nacional. Até aí nenhuma novidade. O inédito é que o Little Club fica no coração do reduto histórico da música brasileira: o Beco das Garrafas, em Copacabana. Por ali passaram os maiores nomes da Bossa Nova e de resto de toda a MPB. Agora, o mais americano dos estilos musicais fica associado ao mais simbólico ponto de encontro da música de nosso país. Impossível não aplaudir essa união cultural.

BOBAGEM O estrago feito pelo governo petista/ peemedebista na economia brasileira se mostra tão danoso que a retração do mercado provocada pelas lambanças de Brasília fica em segundo plano diante do desastre representado pela disparada do dólar. Mercado retraído exige política de preços arrojada em tempos de crise, mas como superar isso com o brutal aumento de custos primários? E gostem ou não, o dólar é a verdadeira moeda de referência do mercado de áudio e instrumentos.

PLÁGIO A encrenca em que se meteu o atual queridinho da música negra americana, Pharrell Williams com a família de Marvin Gaye é apenas mais um desdobramento das incertezas que cercam o conceito de plágio em tempos de samplers e inspira-

PARCERIA Os executivos Jun Hosokawa e Ace


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR

Okamoto, do Grupo Hoshino, leiase Tama/Ibanez, estiveram no Brasil em março para avaliar junto à Equipo o momento da nossa economia. Parceiras históricas, as duas empresas fazem do planejamento e da gestão profissionalizada o melhor instrumento para enfrentar o momento difícil do mercado brasileiro. Mais do que nunca mostram mãos dadas na adversidade passageira.

PERFIL RADIOFÔNICO Gostem ou não (eu não gosto...), a música sertaneja atropelou o axé e até o samba na preferência do brasileiro. Por todo o país, as emissoras de rádio com perfil musical que dominam os índices de audiência são em quase sua totalidade, sertanejas. O gospel que entusiasmou muita gente no início da década também perde força e as rádios religiosas aos poucos perdem também a audiência. Já o divertido brega nordestino, a exemplo do forró, não consegue vencer os limites do regionalismo.

QUALIDADE 1 Lançado em 2011, o disco Got To Be Real da genial Ithamara Koorax é daqueles trabalhos obrigatórios para quem gosta de música de qualidade. Presença constante em todas as relações de melhores cantoras de jazz do mundo, a artista mostra um trabalho que associa a sua inacreditável capacidade vocal a uma sensibilidade que comove. Ao ouvir o disco, esqueça áreas tonais ou regiões de conforto vocal. Ela parece não ter limites na garganta. Cantando clássicos

da música americana e brasileira, Ithamara remete sua interpretação a um patamar que transcende o próprio jazz e atinge a supremacia do canto ao unir emoção e técnica de forma impecável. Nas bases, destaque para o mega baixista Jorge Pescara e os teclados do craque José Roberto Bertrami. Disco emocionante e imperdível...

QUALIDADE 2 A animação Frozen 2 – Febre Congelante chegou e com ela a maravilhosa voz de Tharyn Spilzman está de volta. A franquia Disney marcou um golaço ao escolher a brasileira para interpretar a voz e o canto da princesa Elsa no filme de animação com a maior arrecadação da história do cinema. Ponto para a competência e o talento.

PERSONA NON GRATA Um grupo de rappers de São Paulo me incluiu entre as personas non gratas ao hip hop nacional tendo por base algumas notas dessa coluna. Desancaram o pau nesse colunista em seus blogs e até nos palcos andaram me citando. Vindo de quem veio, me senti lisonjeado. Se ficaram bravos comigo pelo que escrevo, imagino quando souberem o que penso...

NOVIDADES Dois produtos distribuídos pela Sonotec no mercado brasileiro mostram extrema capacidade de manter e até ampliar vendas em tempos bicudos. Os pratos Zeus, à base de liga B10 e B20, custam quase a metade do preço de marcas tradicionais e surpreendem pela qualidade muito acima da

média dos produtos similares. Bons, baratos e vendem muito. O outro produto é uma sacada interessante e que vai mudar o perfil dos microfones sem fio. O Vokal VLR502 tem tudo o que os outros têm com a vantagem da bateria de lithium, que proporciona uma significativa economia em uso pesado. Já imaginou usar seus microfones sem gastar um centavo com as dispendiosas pilhas alcalinas? No entanto, se quiser gastar, basta girar uma chave e usar as pilhas convencionais AA. Sacada de ouro da Sonotec.

DESESPERO De R$ 2,65 para R$ 3,40 foi um salto que está levando produtores brasileiros ao desespero para cumprir contratos firmados no ano passado em dólar. Artistas internacionais fecham agendas em média um ano antes da data prevista para as apresentações. Quem contratou com pagamento antecipado respirou aliviado, mas quem fechou apenas parcialmente prevendo a quitação para 2015 está subindo nas paredes com o inevitável prejuízo. O Rock in Rio é um exemplo. Alguns artistas estão contratados desde 2014, mas pela credibilidade e grandiosidade do evento só receberiam às vésperas da apresentação.

CONSELHO Entreouvido de um experiente executivo do mercado e atento aos acontecimentos... “O mundo não vai se acabar e crises nunca assustaram. Nós brasileiros nascemos, crescemos e morremos com elas...”

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PLAY REC | www.backstage.com.br

DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

TOCATA À AMIZADE Yamandu Costa O novo CD de Yamandu Costa presta homenagem aos músicos que ele admira bem como também à própria arte de tocar um instrumento. A ideia de gravar veio a partir de um convite que o músico e compositor gaúcho recebeu do Auditório do Museu do Louvre, em Paris: uma encomenda de uma peça mostrando um pouco da música popular brasileira. A partir daí Yamandu compôs a suíte Impressões brasileiras que abre o repertório deste trabalho e foi escrita para a formação de quarteto - violões, acordeom e bandolim. Além da suíte, o álbum traz temas habituais nas tocatas informais, com o acréscimo de duas inéditas de Yamandu: o choro Boa Viagem e Negra Bailarina. Dos compositores homenageados, o músico escolheu Graúna, de João Pernambucano, e Pedra do Leme, de Raphael Rabello e Toquinho. O CD fecha com a Suíte Retratos, do compositor, músico e maestro Radamés Gnattali, que presta homenagem a compositores como Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga.

INSANO Jamz Após participar de um programa de TV, o grupo decide lançar seu primeiro CD mesclando músicas autorais com releituras de clássicos como Beatles e Tim Maia. A banda, que nasceu a partir do encontro de jovens músicos que se reuniam para tocar jams, foi parar em programa de calouros e entrou em turnê pelo país. Formada por Gustavo Tibi, nos teclados; Will Gordon, no baixo; Paulinho Moreira, na guitarra; e Pepê Santos, na bateria, os rapazes trazem no repertório estilos como soul, R&B e pop jazz. As faixas incluem as autorais Insano, Pra Quê Parar e Natural, e as clássicas Something (Beatles), Rational Culture (Tim Maia) e Everything I Own (Bread).

PELA FRESTA Pitty Durante as gravações do álbum Setevidas (Deck), feitas com todos os instrumentos tocados simultaneamente, foi produzido um documentário, com grande parte filmada pela própria cantora, dirigido e editado por Otavio Sousa. O DVD leva o sugestivo nome Pela Fresta (Deck) e no filme estão nove das 10 faixas do álbum, executadas no estúdio Madeira em São Paulo, onde foi gravado o disco, entre elas Pouco, Serpente e Boca Aberta. As projeções que foram criadas para o novo show de Pitty são usadas no estúdio durante a execução das músicas, criando uma estética diferente daquela usualmente usada nesse tipo de registro. O DVD ainda traz entrevistas com a cantora, banda e o produtor, Rafael Ramos. Fechando com chave de ouro, o clipe inédito de Um Leão, no qual ela aparece de forma nunca vista antes.

QUEREMOS MAIS QUINZE ANOS AO VIVO Maskavo Quando saíram de Brasília rumo a São Paulo, rumo a um circuito de shows, o desejo de tocar era o sentimento que prevalecia nos integrantes do Maskavo. Quinze anos se passaram, e a combinação de influências e estilos sempre foi um ponto marcante na carreira da banda, aliada à eterna admiração pelo ritmo criado na Jamaica, o reggae, ponto de referência a toda obra da banda. Marceleza (voz), Prata (guitarra) e Bruno Prieto (baixo) se juntam a Márcio Pêxi (bateria), Felipe Passos (teclado), Sid Poffo (teclado), Maurício Coringa (guitarra e backing vocal) e Henrique Branka (percurssão) para deixar mais um legado na história do grupo. São 18 faixas que retratam toda a trajetória, resgatando músicas de várias fases da discografia, desde quando a banda chamava-se Maskavo Roots nos anos 90.


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Nos dias 13 e 14 de março, ocorreu a nona edição da Expo Musical Plus, ou a feira do Afonso, como chamam alguns lojistas. E, como nos anos anteriores, o evento foi no Plaza Itapema Resort e SPA no litoral norte de Santa Catarina. redacao@backstage.com.br Fotos:Divulgação

EVENTO EM SANTA CATARINA

SUPERA

EXPECTATIVAS

M

esmo com o dólar em ascensão, cerca de 360 convidados de diversos estados, representando 107 lojas, estiveram presentes e foram os responsáveis pelo aumento, segundo os organizadores, de cerca de 15% em relação às vendas do ano passado. Os números demonstram que, embora a moeda americana estivesse batendo a casa dos R$ 3,29, os lojistas não se amedrontaram e mostraram otimismo e crença na recuperação das vendas no nosso segmento de mercado. Este sentimento de coragem foi muito bem definido durante o diálogo, ou desabafo, entre três convidados. “Nós somos a linha de frente, somos os primeiros a perder faturamento; estamos sendo sangrados pelas nossas margens corroídas

pela crise, pela concorrência predatória e pela política burra (ST) de impostos. Somos o que mais sofremos com variação do dólar e com “a dor de barriga” dos fornecedores. Mas somos os primeiros a sentir como o mercado vai se comportar. Chegou a hora de mostramos com garra, trabalho e competência que o comércio é o principal pilar de toda a atividade. Cabe a nós, lojistas, o papel de reverter esta situação”, comentou. Seguindo a tradição dos anos anteriores, no jantar houve vários sorteios, entre eles uma moto e um carro zero km. Na fila do evento, Afonso Tonelli discursou sobre os excelentes resultados da feira, agradeceu a presença de todos, o apoio dos patrocinadores e prometeu uma feira maior no ano que vem, que será a 10ª edição.


Aniversário

Lojas Convidadas Paraná Acústica Musical (Lapa) - Angel Som - Aquários Áudio - Áudio Driver Áudio -K Eletrônica – Audiofex - Casa Mattos - Casa Sartori - Center Music - Center Som (on Line) - Dalgallo Music Center - DM Music -Drum Shop - Eletrônica Eletronaldo Eletrônica Servilar - Estrela 10 - Garagem Instrumentos - Groove Instrumentos Guarani Musical - Guedes Instrumentos - Hamud Shopping - Loja Filadélfia – Lumix - Máster Music - Musica Center - Musical Maestro - Musical Monte Alegre Safira Som - Som Sete Falantes - Station Music - Tenda Musical – Titanis Inst. Musicais - World Music - Zero DB - TV Universal Santa Catarina A Musical - Accord Musical – Angeloni - Arte Maior - Batuka Groove - Bohrer Sound - Caio Instrumentos - Calliari Musical - Center Som - Dat Som - Digittal Instrumentos - Graves & Agudos – Jovil - Lojas Mohr - Lojas Schumann - Look Musik - Mensageiro Musical - Multi Som (SC) – Musikolor - New Áudio Reference - Ótica Presidente – Radarsom - Regimar Musical - Sonho Meu Instrumentos Musicais - Studio Som - Território da Música - Toke Musical - V Kings - Viola de Ouro - Zanco Informática - Foto Marzall

No sábado, foi festejado o aniversário de Esio Guerra, da Tele Eletrônica (Fortaleza),

Sorteios

Sorteio da moto - ganhador: Musical Monte Alegre

Rio Grande do Sul Akustica Musical - Contato Musical - Dat Som – Dalgallo - Hot Music – Locomotiva - Mathias Vogt - MVB Music - Mil Sons (POA) – Musisom – Open Stage - Palácio da Musica - Prisma Musical - Roll Over - Severo Roth - Shopping da Musica – Tímpanos - Toda Musica Demais Estados Ponto do Musico - Alberto Teclados – Brilha som – Chedas Som - China Som – Eletel - Eletrônica Globo - Eletrônico Halley - Eletrônica Kayano - Eletrônica Paraná - Eletrônica Santa Ifigênia - Fama Som – Fujisom - Harmonia Musical - LB Audio - Mega Disconildo - Mega Som – Pleidiscos - Tele Eletrônica - Planeta Rock - RM Comercial (Acre – Bahia – Ceara - Distrito Federal - Espírito Santo – Goiás – Maranhão - Mato Grosso - Mato Grosso do Sul - Minas Gerais - Para - Rio de Janeiro - São Paulo).

Sorteio do carro - ganhador: Mensageiro Musical – Florianópolis

Patrocinadores CASIO – NAGANO – TAGIMA – ONEAL – ORION – SANTO ANGELO – SOUNDIX - DIMUSICA – EDON – FIRE – FSA CAJONS – GOPE – HERING – RONSANI – SOLEZ – VOXY PRO

Sorteio de uma estadia no Hard Rock Hotel & Cassino Punta Cana

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‘backstage’ MACGYVER ZITT O M A N A G E R

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Profissões do

Em mais uma entrevista da série sobre as profissões do backstage, tivemos o privilégio de conversar com um dos mais conhecidos produtores do setor de entretenimento, MacGyver Zitto. Ele vai contar um pouco sobre a função de Manager dentro do mercado de entretenimento e show business. redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

Q

ual o verdadeiro nome do Macgyver, qual sua formação acadêmica e como você, além de produtor executivo, se tornou manager? Macgyver Zitto vem das junções do meu sobrenome Zitto com a recorrente missão que me era atribuída de solucionar aquilo que ninguém conseguia resolver. As tarefas mais difíceis ficavam a meu cargo e até hoje nenhuma ficou sem resposta… “Missão dada, é missão cumprida”. Aqui é trabalho, meu filho! Minha formação é militar, venho de Colégio Militar, EPCAR (Escola Preparatória Para Cadetes do Ar)- Barbacena/MG, AFA (Academia da Força Aérea)-Pirassununga/SP. Sou gra-

duado como engenheiro e tenho patente de capitão. Na minha família todos são médicos ou advogados. Então, anos depois me formei em Direito e também me tornei mais um advogado na família. Após dar baixa na FAB, passei ao universo dos civis realizando uma pós-graduação na Europa (onde eu já vivia há quase cinco anos) e fui contratado por uma empresa de shows da Alemanha, responsável pelas tours de Madonna, Guns n’ Roses, Metallica, U2 e Michael Jackson


O que faz um manager, quais as diferenças dessa função para o empresário, como costumamos chamar, e quais as atribuições relativas à função de manager de um artista/banda? O Manager “É” o empresário, é o indivíduo que gerencia e direciona a carreira do artista, encontrando os melhores acordos, soluções e parcerias disponíveis no mercado com o intuito de minimizar custos e consequentemente maximizar os rendimentos com o melhor custo-benefício, valendo-se do seu network com fornecedores, parceiros co-

(trabalhei com todos, mas com este último viajei o mundo durante um ano e meio na Dangerous Tour). Após voltar ao Brasil e ter trabalhado com uma gama enorme de artistas nacionais e dirigindo festivais, em 2013 resolvi que poderia contribuir com tudo o que havia aprendido até então, porém do outro lado da mesa e com o desafio de ser empresário artístico (Manager) com o mesmo desempenho que tinha como produtor executivo ou diretor técnico.

O Manager “É” o empresário, é o indivíduo que gerencia e direciona a carreira do artista, encontrando os melhores acordos, soluções e parcerias merciais em cada uma das praças de shows e sempre de olho no viés legal (jurídico) para atuar como o fiel da balança nas negociações nas quais estejam envolvidos. Digo estejam, pois o Manager moderno é sócio do artista e não deve expô-lo em ex-

cesso e nem promover atos ou ações impensadas que possam de qualquer forma diminuir o tempo de duração da carreira de seu artista. Para você, que já entendia tudo de produção de eventos e shows, como é estar do “outro lado da força”?

É justamente implementar tudo aquilo que aprendi com os anos de estrada e colocar pra funcionar de forma a garantir o conforto e melhores condições de trabalho pra quem de verdade rala. Quem trabalha comigo sabe o quanto eu utilizo a política da reciprocidade: antes de estabelecer alguma condição àquele que irá prestar um determinado serviço ou parceria co-

mercial, eu me coloco em seu lugar e reflito se eu aceitaria a minha própria proposta. Se a minha conclusão for SIM, farei a proposta. Simples assim.

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Com o advento da internet e a possibilidade infinita de maximizar a exposição de seu anúncio em caráter global em questão de segundos, a migração era natural. Hoje a prioridade é o emprego de esforços nas mídias sociais e empregar recursos nestes veículos ao mesmo tempo e aliados à TV, rádio e o mínimo de mídia impressa

Descreva um pouco do processo de divulgação de um novo produto ou banda no mercado, e qual a importância das mídias sociais para os novos artistas? O processo evoluiu muito. Antigamente, TV, rádio, jornais e revistas eram as únicas possibilidades de massificar um novo produto (nome dado pela indústria fonográfica). Aliadas a estes veículos surgiram cartazes de rua e propaganda em outdoors, mas esse último modal era e é muito poluidor visual. Cartazes de rua e os outdoors foram banidos de alguns grandes centros e houve a necessidade de se partir para o busdoor (publicidade estática em veículos em movimento pela cidade) e painéis de LED espalhados pela cidade com capacidade de promover, em um único local, várias publicidades e de forma dinâmica (imagem em movimento). Com o advento da internet e a possibilidade infinita de maximizar a exposição de seu anúncio em caráter global em questão de segundos, a migração era natural. Hoje a prioridade é o emprego de esforços nas mídias sociais e empregar recursos nestes veículos ao mesmo tempo e aliados à TV, rádio e o mínimo de mídia impressa. A mídia digital invade todos os lugares vinte e quatro horas por dia e durante sete dias por semana.

Hoje em dia o que é mais importante para os artistas: venderem discos ou fazerem shows? Ambos são importantes, são ações que devem ser concomitantes e não concorrentes. Porém não adianta fazer show se sua obra não puder ser encontrada nas prateleiras, ou ainda em lojas virtuais especializadas neste ramo de negócio. Falando de Mercado, como está a atual situação do mercado de entretenimento com os revezes econômicos e como isso irá refletir nos shows internacionais já agendados ? O impacto negativo nas relações de mercado são influenciadas diretamente pela saúde econômica pela qual atravessa uma localidade, um estado e um país… especialmente um com dimensões continentais como o nosso Brasil. Imagine ir fazer um show numa localidade onde tenha ocorrido uma calamidade pública (um deslizamento de terras)... Ninguém irá comparecer ao show, pois não há clima nem ambiente para uma celebração. Imagine um Estado que sofra com enchentes constantes; ir fazer um show lá seria um contra senso pelos mesmos motivos elencados anteriormente. Imagina ir fazer um show em um país que esteja atravessando um proces-


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talidade em 01 de fevereiro de 2015, quando o câmbio era R$3,00 (U$1,00). Isso quer dizer que você precisaria de mais mil lugares para comprar a mesma quantidade de moeda para saldar a sua dívida. A solução é o promotor vender em lotes e os lotes de ingressos adquiridos próximo da realização do show serem mais caros, já que neste exemplo não há como elevar a capacidade do local do evento. Como manager, faz parte das suas funções montar as equipes técnicas para os produtores com os quais você trabalha. Qual seria o perfil da equipe ideal? Sim, esta é mais uma das atribuições que competem a esta função. Um dos predicados, além da competência, expertise, sociabilidade, é a capacidade de superar as adversidades sem ter ataques de perereca e nem estrelismo. Todos são pessoas iguais e com as suas responsabilidades, mas saber trabalhar em equipe é a maior virtude. Onde cada um faz o seu trabalho sem pisar no

so de insatisfação social em escala nacional contra o governo nacional. A possibilidade de insucesso é maior do que a de êxito, portanto estas situações adversas devem ser evitadas. Com relação especificamente à situação econômica (poderia me alongar por dias falando, mas tentarei ser sucinto), imagine o seguinte quadro: você contrata determinado artista internacional para fazer um show num lugar capaz de comportar 2 mil pessoas. Você faz os estudos de viabilidade financeira e conclui que receita versus despesa lhe deixará um resultado “X”. Imagine ainda que sua receita não pode mudar, pois vendendo ingressos e alocando recursos de patrocínio sua arrecadação máxima é aquela e ponto final. Você utiliza os recursos de patrocínio para custear as despesas locais de som, luz, vídeo, locação do espaço, geradores, staff, licenças e autorizações, catering e etc… (há muitos outros itens) e com os recursos oriundos da bilheteria (venda de ingressos), você vai amortizando os pagamentos com o

Todos são pessoas iguais e com as suas responsabilidades, mas saber trabalhar em equipe é a maior virtude.

artista internacional… se a economia vai mal, o cambio é o primeiro indicativo, e ao elevar (diminuição do valor do real frente à moeda estrangeira) acaba por reduzir seu poder de liquidação das obrigações pecuniárias. Por exemplo, em 01 de janeiro de 2015, todos os 2 mil ingressos foram colocados à venda e a moeda norte americana valia R$2,00 (U$1,00), mas estes ingressos não foram todos vendidos e só venderam em sua to-

de ninguém e, uma vez concluída sua tarefa, buscar a informação do que pode fazer ou contribuir para ajudar o colega de trabalho, pois num futuro pode ser você quem precise de auxilio. Uma equipe técnica experiente e afinada faz grande diferença na estrada para um artista que está começando? Sem sombra de dúvidas. Quanto mais baile, melhor será a dança. Expertise e talento para desempenhar uma ativi-


Salvas as exceções de artistas que nascem em berço de ouro ou dispõem de um fundo investidor; fatos esses que são mais raros.

dade recorrente em elevado grau de pressão emocional e em situações adversas são de fato predicados mais que bem-vindos, mas no início de

carreira os recursos são angustos e profissionais desse calibre valem mais do que a verba que está disponível no início de carreira na maioria da vezes.

O que ainda falta a você para que se torne um profissional ainda melhor ? Certamente aprender ainda mais. Apesar de transitar neste meio há mais de 3 décadas, sou novo neste lado da mesa (como você mesmo postulou aci-

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quanto pessoal? A ideia é expandir esse modelo de negócios e neste mesmo formato com um número ainda maior de artistas. Dentro de uma década, a expectativa é de que meus negócios já tenham iniciado o processo de transição e sucessão aos meus filhos e que eu esteja desacelerando o ritmo de trabalho.

ma) e tenho corrido atrás para absorver tudo o que meus generosos amigos têm a disposição de me ensinar. Costumo dizer que eu sou um Zé Ruélas, mas meus amigos são os bam bam bans do pedaço. Venho de uma escola com pessoas com muita dignidade e que estão no mercado há muito tempo, tento me espelhar nestas estrelas do cenário do show business: Zé Fortes, Ricardo Chantilly, Simon Fuller, Christiane (Titi) Mascarenhas, Helber Oliveira e Fernando Furtado, entre outros, e em figuras icônicas na minha trajetória e que tenho como o Mestre dos Mestres Dody Sirena e Cicão Chies, com quem tenho a honra de trabalhar há mais de duas décadas. Quais os seus planos para o futuro, onde pretende estar daqui a 10 anos, tanto no plano profissional

Para finalizar, quais as dicas que você daria para aqueles que se interessam em se tornar um Manager? A evolução no meio é constante e o aprendizado deve ser igual. Neste ramo, o dinamismo e a proatividade devem andar de mãos dadas e nunca devemos concluir que já sabemos tudo do mercado, pois ao imaginar que conhecemos todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas. Olhos abertos e ligados no seu entorno, pois a sorte grande pode bater à sua porta, enquanto você está buscando um possível trevo de quatro folhas no quintal.

Para saber online www.facebook.com/Macgyver.Zitto

Este espaço é de responsabilidade da Comunidade Gigplace. Envie críticas ou sugestões para contato@gigplace.com.br ou redacao@backstage.com.br. E visite o site: http://gigplace.com.br.


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Projeto acústico do arquiteto Fábio Marins utiliza materiais reciclados, dando sensação de conforto e casualidade

O efeito incômodo e nocivo que o ruído exerce sobre o ser humano já é amplamente estudado e conhecido. Além da perda de audição, uma série de outras doenças, tais como o aumento de pressão arterial e a contração dos vasos sanguíneos podem ser advindas da exposição contínua e prolongada a altos níveis sonoros. Para reduzir os efeitos causados pelo ruído, muitas técnicas e produtos são utilizados na adequação de ambientes e edificações, conforme as exigências de qualidade e conforto acústico requeridos pelas pessoas.

PERFEITAMENTE

ACÚSTICO ISOLAR OU TRATAR O SEU ESTÚDIO? Luiz de Urjaiss redacao@backstage.com.br Fotos: Duda Fernandez / Divulgação

E

ntretanto, um dos grandes problemas da maioria dos interessados em montar um estúdio musical é não saber a diferença básica entre ‘tratamento’ e ‘isolamento’ acústicos. Por conta disso, há o erro frequente na compra de produtos por conta própria que, na grande maioria das vezes, não ajudam em quase nada na concretização do objetivo: controlar o tal ‘ruído’. (Verificar boxes da matéria).

De acordo com o produtor musical e consultor de acústica Tom Saboia, existe um grande equívoco quando as pessoas acham que a tecnologia pode suprir os aspectos naturais de um ambiente trabalhado acusticamente. “Quando alguém pensa em estúdio profissional, um dos primeiros aspectos a se cogitar é o projeto acústico. Ambos andam juntos, não existe um sem o outro.


Tom Saboia, ao centro, entre os músicos d’O Rappa

O que ocorre é que, normalmente, os profissionais acreditam poder economizar em acústica, microfones, monitores e equipamentos em geral, através da utilização de plugins disso e daquilo. No final, se consegue apenas uma simulação do que poderia ser uma produção de verdade”, explica. Segundo Saboia, o projeto acústico deve estar casado com a atividade a ser realizada no espaço, uma vez que esta ditará o tipo de estrutura física necessária para sua atuação. Ele diz que a acústica de uma técnica, por exemplo, se diferenciará de uma sala de gravação e, desta forma, o estúdio de um produtor de música eletrônica não precisa ter os mesmos padrões acústicos encontrados em um estúdio que se propõe a captar cordas, orquestras e etc. “O projeto acústico não é uma coisa absoluta. Ele deve estar adaptado e otimizado às atividades que serão executadas no estúdio. O produtor experiente tem para si aquilo que mais necessita na realização de seu trabalho e conta com

teria, piano e guitarras amplificadas. A acústica de minha sala de produção é ideal para obter o resultado que considero favorável, mas o processo final contará, também, com a boa acústica e estrutura técnica dos outros espaços. Para isso, não existe receita de bolo. O profissional precisa de formação técnica, preparo e experiência, para discernimento. Estudar, co-

Celso Junto

outros estúdios para processos menos frequentes, mas de forma precisa. Exemplificando, eu tenho em minha residência uma sala de produção acusticamente otimizada para edições, arranjos, programação e mixagem. Nela, gravo vozes ou instrumentos acústicos complementares com apenas um microfone. Todavia, sempre contei com outros espaços para captar ba-

Fábio Marins

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Na captação há fatores que independem do estúdio, como a qualidade do instrumento usado e a habilidade do músico em ‘tirar’ o som, mas o que é comum a todas as gravações e repercutem no processo inteiro é onde esse som será gerado e como ele será reproduzido. (Celso Junto)

Projeto acústico faz a diferença no resultado musical final

Paineis acústicos: porta, janelas e paredes duplas

Salas grandes dão frequência de corte sonoro baixa

nhecer estúdios e, se possível, trabalhar em muitos, entendendo seu funcionamento e necessidades”, completa o produtor que, em 2014, foi indicado ao Grammy Latino com o disco Nunca Tem Fim, de O Rappa, na categoria Melhor Álbum de Rock Brasileiro. Na opinião do engenheiro de áudio e acústica Celso Junto, diretor do Drum Akustic, hoje em dia a tecnologia está de tal forma alinhada que não há equipamento ruim. Todos possuem standard mínimo de qualidade, com divergências óbvias entre o som gravado com um

equipamento entry level e um sistema top, mas sem interferência direta no resultado musical final. “Na captação há fatores que independem do estúdio, como a qualidade do instrumento usado e a habilidade do músico em ‘tirar’ o som, mas o que é comum a todas as gravações e repercutem no processo inteiro é onde esse som será gerado e como ele será reproduzido. A sala de gravação entra como coadjuvante da sonoridade e pode tanto abrilhantá-la como prejudicá-la. Para dramatizar, imagine um Noturno de Chopin com aquelas notas


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CAPA|ACÚSTICA DE ESTÚDIOS| www.backstage.com.br

silêncio. Assim, acrescentar mais volume aos 180 Hz que saem do monitor não fará ele aparecer pois, independente de quanto se amplifique, estará sempre anulado pela fase invertida da onda refletida. Já em outros pontos da sala onde não esteja ocorrendo o cancelamento, a ressonância pode soar perturbadora.

DESAFIOS

Sala do estúdio DSN projetada por Fábio: flexibilidade de espaço

longuíssimas sendo tocado num quarto forrado de Sonex ou uma bateria sendo tocada num banheiro!”, enumera. Para Junto, quando se trata de decisões estéticas musicais, ouvindo através de caixas acústicas que não sejam fiéis, o assunto é outro e, claro, a monitoração tem um papel mais crítico ainda, para a avaliação da qualidade da gravação. “O monitor nunca é responsável sozinho pela reprodução do áudio. Ele sempre estará acoplado ao ambiente onde está instalado”, fala. Segundo ele, há uma propensão em se achar que com equalização dá para ‘consertar’ o som em uma técnica com acústica deficiente. Existem monitores de áudio que proclamam se adaptarem à sala usando uma equalização interna, o que é uma hipótese controversa. “Quando na audição observamos picos de frequências que são provocados por resso-

nâncias da sala, é até compreensível tentar uma equalização corretiva cortando o excesso”, argumenta. Mas imaginemos a seguinte situação: uma técnica onde, no ponto de mixagem, haja um cancelamento de

Tom Saboia aponta dois agravantes frequentes na realização de um projeto acústico de excelência: as limitações físicas e financeiras do interessado. “Muitas vezes o cliente está disposto a investir a quantia que for, mas limita o espaço físico disponível ao projeto. Isso mostra o grau de seriedade e como ele prioriza o assunto em sua vida. É mais fácil encontrar uma solução junto

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Conforto e casualidade: itens essenciais

Existem monitores de áudio que proclamam se adaptarem à sala usando uma equalização interna, o que é uma hipótese controversa. (Celso) fase em 180 Hz. Nesta, a onda que sai do monitor e a que é refletida provavelmente pela parede do fundo - ao se encontrarem com a fase inteiramente invertida, se anularão e o resultado será de 0 dB, ou seja,

àquele que não tenha tanto dinheiro, ou mesmo espaço físico, mas que esteja disposto à soluções viáveis e otimizadas à situação apresentada”. Para o engenheiro de som e arquiteto especializado em estúdios mu-


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e músicos, levando-os a tomar decisões erradas, principalmente nas mixagens. Um ambiente acusticamente afinado é fundamental para a boa distribuição sonora nesse espaço e interferirá radicalmente, seja na captação de um instrumento ou mesmo de uma boa monitoração”, ressalta. Semelhante a alguns pontos feitos por Saboia, Marins também enumera aspectos desafiadores na condução de um

Isolamento e tratamento acústico

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

sicais Fábio Marins, o que se vê muito por aí não são salas com tratamento acústico, personalidade e bom acondicionamento das frequências, mas espaços com paredes entupidas de lã e tecido que, segundo ele, ao invés de resolverem a questão, acabam por abafar os problemas. “Como engenheiro de som já trabalhei em muitos estúdios feitos dessa forma e eles comprometem e muito a referência dos técnicos, produtores

Projeto acústico é essencial para o controle do tempo de reverberação, distribuição e equilíbrio das frequências

Isolamento Acústico – Fazer com que o ruído interno não vá para o exterior. Neste caso, é preciso construir barreiras que impeçam a onda sonora de se propagar de dentro para fora. Na maior parte das vezes, se faz necessário construir uma sala dentro da própria sala, com um vão de ar entre as paredes.

Tratamento Acústico – É “tratar” o som ambiente, ou seja, a reverberação ou o eco. Num estúdio musical, deve reduzir a reflexão e o eco das ondas sonoras dentro do ambiente. Ao contrário do isolamento, os materiais para este feito têm boa capacidade de absorção de sons, são leves e porosos, como papel reciclado, espuma, tecido, carpete etc.

Ambientes Cada recinto designado para cada tipo de situação possui uma característica sonora diferente, e cada ambiente com as mesmas funções possui uma resposta acústica única. A resposta do espectro de frequência em um determinado ambiente, assim como o tempo de reverberação em cada faixa desse espectro e, as propriedades na qual o som assume, dependem da relação da dimensão, forma geométrica do local e a maneira com que os materiais encontrados nesse ambiente estão dispostos, e como interagem com o som em seus diversos níveis de pressão. Tempo de reverberação em cada banda de frequência, distribuição e equilíbrio delas no ambiente – são alguns dos fatores que podem gerar uma resposta sonora diferente de um estúdio para uma técnica, por exemplo – assim como deve ser distinta de uma sala de concerto ou de um teatro.


PROJETOS Dentre os projetos de Fábio Marins, o arquiteto destaca a experiência com o estúdio musical DSN, em

Técnica do estúdio DSN: projeto levou cerca de um ano e meio para ser concluído

São Paulo, que caminhava para o empirismo total, mas que, segundo ele, tornou-se referência, tanto no aspecto técnico, como arquitetônico de seu trabalho. “O proprietário não tinha um plano acústico e contava apenas com as tais ‘dicas’ dos colegas. Dessa forma, ergueu

opto pelos naturais, pois, além de tirar partido das qualidades acústicas e personalidade desses materiais, acredito que o maior benefício para essa escolha está no acolhimento que os mesmos proporcionam, como conforto e casualidade aos locais”, completa Fábio.

projeto acústico: fazer o cliente perceber a importância de um plano completo, flexibilidade de espaço, uso de materiais de qualidade, conhecer o modus operandi de um estúdio e, claro, trabalhar com profissionais comprometidos com as especificidades do intento são alguns deles. “A flexibilidade de espaço, no sentido de amplitude e livre de dimensões ‘travadas’, como paredes estruturais, lajes, pilares, vigas etc., contribui para um bom layout, que favorece o tratamento acústico já no formato ideal de sala. Aquele famoso ‘construir do zero’, nem sempre é possível e, na maioria das vezes, trabalho em condições de espaços já estabelecidos – o que implica em grandes desafios que exigem cuidados extras no tratamento, muita criatividade e cálculos a mais”, pondera. É nessa hora que o know-how de já ter trabalhado como engenheiro de som fornece aquele ‘algo mais’ fundamental para garantir a qualidade do resultado final. Quanto ao convencimento da importância de um projeto bem detalhado e que deve ser seguido à risca, um fator que esbarra na conclusão do mesmo, por incrível que pareça, é quando, durante a execução da obra, o cliente vem com ‘soluções criativas’ para improvisar em cima do que já foi acordado, abrindo grande margem de erro. “Muita coisa tem sido feita de forma empírica, sem planejamento e na base dos tais ‘toques’ de colegas de profissão. Não desmerecendo as dicas, pois existem pessoas muito experientes quando se trata de estúdio, mas na maioria das vezes essas informações não estão contextualizadas no âmbito total”, observa Marins.

Sugeri que interrompesse todo o processo, paralisasse a obra, e fizesse um projeto de verdade, completo e bem detalhado, e ele seguiu à risca. (Fábio) um galpão grande, nos limites do terreno e com o pé direito bem alto. Após este trabalho, veio me procurar, pois as interrogações não paravam de ocorrer em sua cabeça. Sugeri que interrompesse todo o processo, paralisasse a obra, e fizesse um projeto de verdade, completo e bem detalhado, e ele seguiu à risca”, explica. “Utilizei materiais naturais e de reaproveitamento, traços intrínsecos aos meus projetos. Sempre

O estúdio DSN demorou cerca de um ano e meio para ser concluído e a paciência e determinação do cliente, seguindo rigorosamente o projeto, foram fundamentais para garantir a qualidade final. “Não houve um enfoque de prioridades. Todos os espaços foram criteriosamente estudados, desde as salas de gravação, até a recepção”, revela o arquiteto. Outro projeto citado por Fábio foi uma reforma em salas de música do

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CAPA|ACÚSTICA DE ESTÚDIOS| www.backstage.com.br 48

Ambiente trabalhado acusticamente dispensa uso de plug-ins e toda sorte de hardwares

Quão menor for o lugar, mais difícil ter um som flat. As ressonâncias de uma sala ampla conferem uma frequência de corte baixa que não interferem tanto no resultado. Quando o espaço diminui de volume, a frequência de corte sobe e passa a comprometer a resposta da sala

Colégio Santo Américo, em São Paulo. Marins conta que a escola já possuía espaços destinados para a educação musical, mas sua construção fora feita de forma empírica, com “toques” dos professores de música. “As salas eram mofadas e insalubres, com som abafado e sem isolamento adequado. A bateria, por exemplo, se escutava do terceiro andar do prédio e, para piorar, o ambulatório do colégio ficava no andar abaixo das salas de música”, conta. “Diante disso, refiz todo o espaço, com isolamento acústico adequado, pisos e forros flutuantes, paredes duplas, portas e janelas acústicas e painéis acústicos afinados. Ou seja, mais trabalhoso que pegando do início”, ressalta. Sob uma bagagem de mais de 100 projetos executados, Celso Junto destaca em linhas gerais a diferença entre preparar um projeto acústico para um estúdio de grande porte e um pequeno. “Um estúdio de grande porte, em geral, tem um objetivo comercial e como atividade principal, a locação. Há que se considerar, então, a circulação de pessoas, espaço para clientes e agregados, segurança e sonoridade a uma ampla gama de estilos. Os de pequeno porte, normalmente, são estúdios de produção e atendem a um cliente principal - o dono. Nesse

caso, o projeto reflete seu gosto pessoal e personalidade”, destaca. Todavia, engana-se quem pensa que quanto menor for o local, mas fácil será o trabalho do profissional de acústica para obter um resultado satisfatório. Junto complementa que empecilhos como as “frequências de corte” da sala, tão presentes em espaços onde o som não tem para onde esvair, comprometem a audição e resposta da sala. “Quão menor for o lugar, mais difícil ter um som flat. As ressonâncias de uma sala ampla conferem uma frequência de corte baixa que não interferem tanto no resultado. Quando o espaço diminui de volume, a frequência de corte sobe e passa a comprometer a resposta da sala. Por exemplo, num espaço de 3 x 3 x 3 m as ressonâncias de 114 Hz a 180 Hz serão muito evidentes”, alerta. Com mais de vinte anos de carreira, Tom Saboia já realizou, inclusive, projetos de isolamento hidráulico em casas de alto padrão, e salienta o processo de construção da Escola de Música Belas Artes, em Joinville-SC, como um de seus principais projetos de acústica. “Participei de todo o processo de construção da sua sede como consultor. Um prédio de cinco andares, com muitas salas de aula, auditório e estúdio de gravação”, enumera.


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ENCONTRO Com uma longa história de afinidades, 14 Bis, Flávio Venturini e Sá & Guarabyra juntam sucessos em quatro shows. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

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á muito tempo que os caminhos de Sá, Guarabyra, Sérgio Magrão, Vermelho, Hely Rodrigues e dos irmãos Flávio e Cláudio Venturini se cruzam no showbizz musical. No início dos anos 1970, Magrão tocava nos jingles produzidos por Rogério Duprat no estúdio e produtora Vice-Versa, que o maestro tinha em sociedade com o engenheiro Luiz Botelho e a dupla Sá & Guarabyra. Antes disso, Flávio Venturini já havia tocado com Vermelho nas melhores rodas musicais de BH. Por sua vez, Vermelho conheceu o baterista Hely no grupo Bendegó, banda de sucesso no início dos anos 1970 que chegou também a acompanhar Caetano Veloso em shows. Mais para meados da década, após tocarem juntos na banda da dupla Sá &

DA Guarabyra, Magrão e Flávio entraram no grupo de rock progressivo O Terço, se juntando ao baterista Luis Moreno e ao guitarrista Sérgio Hinds. O 14 Bis surge quando Flávio e Magrão saem do Terço e se juntam a Hely e Vermelho. Flávio traz para o novo grupo o irmão mais novo Cláudio Venturini, com quem já havia gravado A Página do Relâmpago Elétrico, de Beto Guedes. Anos depois, em fins da década de 1980, Flávio Venturini começa uma bem-sucedida carreiro solo. Enquanto isso, Sá & Guarabyra seguiam compondo e tocando seus hits em shows pelo Brasil. Desde então, nessa mistura de Clube da Esquina, Tropicália e Rock


nião foi prontamente aceita. O show aconteceu no Chevrolet Hall, em Belo Horizonte, já com o nome de Encontro Marcado. Ele aconteceu pouco antes da morte de Zé Rodrix, quando o trio Sá, Rodrix & Guarabyra havia se reunido. Vermelho, tecladista do 14 Bis, conta que o nome do show é inspirado no livro homônimo de Fernando Sabino. “Ele narrava encontros e desencontros numa época préBeatles e pré-64 aqui no Brasil. Então tem tudo a

cos, vimos que um trabalho musical reunindo estes três artistas juntos era algo inédito, e seria muito bem recebido pelo público, carente de boa música e bons espetáculos. Cada artista tem suas marcas de estilo, imagem, repertório etc. Mas Sá & Guarabyra, 14 Bis e Flávio Venturini têm temáticas muito próximas, um histórico de terem tocados juntos várias vezes e uma amizade que torna esse Encontro muito especial”, comemora o tecladista do 14 Bis.

MISTURA E MANDA Uma união deste porte não acontece sem algumas dificuldades. São três bandas com equipes de produção, logística, repertórios e profissionais da área técnica próprios. Além disso, há mudanças em relação ao Encontro... de 2009. Desta vez não se trata de uma banda após a outra em shows separados, no qual apenas sucessos

MARCADO MÚSICA Rural surgiram alguns clássicos da música brasileira. Tanto nas parcerias entre os membros dos grupos – em Caçador de Mim, Espanhola e Criaturas da Noite – como nas respectivas bandas e trabalhos solo, com Linda Juventude, Nascente e Sobradinho, entre outras.

OVO DE COLOMBO Talvez por conta da proximidade artística e pessoal, eles nunca tiveram a ideia de se juntar, efetivamente, em um show. Mas em 2009, a sugestão dos empresários Gegê Lara e Carlos Alberto Xaulim para a reu-

ver conosco que, de certa forma, vivenciamos muito destas coisas e outras que se seguiram, e participamos ativamente delas”, conta. Seis anos depois, ressurge a oportunidade de tocarem juntos. “O fato é que fomos trocando ideias entre produção e nós músicos e, aos pou-

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Resolvemos encarar nossas igualdades e diferenças e juntarmos todos no palco com intervenções de uns nas músicas alheias. (Sá)

em comum são tocados com todos juntos no palco no fim do espetáculo. “Resolvemos encarar nossas igualdades e diferenças e juntarmos todos no palco com intervenções de uns nas músicas alheias. Agora sim, é um encontro de todos e não shows independentes que se encontram em duas ou três músicas”, desafia Sá. Inicialmente são apenas quatro shows no Estado de Minas Gerais. Mas foi preciso muita negociação. Sá compara o processo de montagem do show com a montagem de um governo. “Há membros da equipe - roadies e produtores, por exemplo - que são considerados ‘cota pessoal’ e tem que viajar com os artistas. Já a parte técnica, tem que ser resumida. O iluminador, por exemplo, é fora da equipe dos três e tem que refazer todo o rider”, detalha. O repertório do show também passa por uma reforma completa, como explica Vermelho. “Além dos muitos sucessos do 14 Bis, tocaremos músicas mais instrumentais, progressivas etc. Por outro lado, como o Flávio Venturini é um dos funda-

dores e integrou a banda do início até 1987, além de ser co-autor de inúmeros sucessos do 14 Bis, já existe um repertório comum. Sá & Guarabyra também são parceiros em sucessos marcantes como Espanhola (Flávio Venturini/Guarabyra) ou Caçador de Mim (Sergio Magrão/Sá) e Criaturas da Noite (Flávio Venturini/Sá)”. Sá endossa a importância destas músicas em comum no repertório e ressalta as mudanças musicais necessárias em um show feito com três atrações musicais diferentes tocando juntas. “Os arranjos são outros, porque precisam atender aos tons diferentes dos cantores. Temos também aquelas músicas que, mesmo sendo ‘patrimônio’ de uns, são cantadas por outros. Mas aí já entramos no rol das surpresas que estamos guardando pro show”, diz, fazendo suspense.

EQUIPAMENTOS Vermelho e Sá apontam que o setup de equipamentos não muda com os shows juntos. “Bateria, violões, guitarra e baixo são a variedade básica de sempre. Eu farei o mesmo, usando o PX-5s Casio e QS-5 Alesis como masters e diversos módulos, como Kurzweil, Vintage Key e Korg M1R – tudo via midi-patchbay.


TOCAR COM PRAZER No final, o que importa para os músicos é a amizade que os une e o prazer de tocarem juntos. “Será um espetáculo muito bom, principalmente por se tratar de artistas que são realmente músicos respeitados e com estilos que têm muito em comum. Este é um espetáculo onde a música e a poesia se encontram de maneira harmoniosa. Um congraçamento entre público e artistas que fazem o que todo bom músico faz: aprender sempre uns com os outros através do simplesmente tocar e cantar juntos e em harmonia, no ritmo que é a cadência da música e da vida”, declara Vermelho. Sá concorda e acrescenta. “Esta experiência de tocarmos

Para monitorar o som, usamos fones de ouvido e caixas de som individuais, além dos amplificadores de cada um. Quanto aos teclados, acredito que o Flávio (Venturini) vai usar o mesmo de seus shows: um teclado-master (Korg Kronos) ligado a vários módulos”, especifica Vermelho. Já Sá também vai fazer o show com o mesmo set dos da dupla, com violões Takamine e Gibson de seis cordas de aço e um Takamine de 12 cordas. Todos ligados em amplificadores Roland AC60. Guarabyra usa violões Takamine com cordas de náilon e aço, Eagle e Fender, também ligados em amplificador Roland.

No final, o que importa para os músicos é a amizade que os une e o prazer de tocarem juntos todos juntos é ótima, por várias razões: proporciona a oportunidade de novas parcerias; tira-nos daquela ‘zona de conforto musical’, porque temos que satisfazer as exigências uns dos outros; por consequência abre uma outra porta para a criatividade; e finalmente faz com que renovemos amizades que estavam adormecidas pela distância, provocada por nossas respectivas agendas. Tem coisa melhor que sair por aí tocando e viajando com os amigos?”, indaga. A estreia vai acontecer em Belo Horizonte, no Palácio das Artes, dias sete e oito de março. Os outros shows já marcados acontecem em Juiz de Fora (14 de março), Uberaba (20 de março), Patos de Minas (21 de março) e Divinópolis (9 de maio). Enquanto isso, o imenso fã-clube dos três agradece e torce para que os quatro shows em Minas se multipliquem pelo país.

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MIXAGEM NO Olá, amigos. Atendendo a pedidos, vou iniciar a série de artigos sobre funções específicas do novo Cubase PRO 8 para que possamos explorar, em detalhes, recursos muito interessantes e úteis ao nosso dia a dia de produção musical.

CUBASE PRO 8 USO DOS VCAs Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor

C

omo mencionei no artigo de lançamento, o Cubase PRO 8 trouxe muitas ferramentas, tanto para criação quanto para produção musical e finalização. Hoje vamos falar dos VCAs. Implementação de

Figura 01 - Sessão de trabalho, Canais de guitarra

grande utilidade em mixagem. Alguns dinossauros como eu vieram da produção analógica. Era comum em mesas a presença dos VCAs que faziam o papel de comandos de grupos de faders


dos canais. É exatamente esta a função dos VCAs no Cubase e vamos entrar em detalhes, conhecer a operação e o leque de recursos de mixagem que se abre. Os VCAs são a representação visual em forma de fader dos links entre canais e suas funções. Já tivemos um de nossos tutoriais dedicado aos links com a implementação mais completa a partir do Cubase 7. Os VCAs podem ser criados de duas formas: dentro do mixer, ou a partir da janela principal de projeto, criando uma nova pista. Neste artigo, vamos mostrar passo a passo a implementação e o uso dos VCAs no mixer e janela de projeto. No artigo da próxima edição veremos as funções dos VCAs relacionadas a automações. A figura 01 mostra parte de uma sessão de projeto de gravação como exemplo, mostrando os canais das guitarras, sendo Guitar 1 e 2 base e Guitar 5 e 5 mic o solo. Vamos implementar os VCAs para termos a liberdade de equilibrar as guitarras na mixagem com independência e praticidade. Utilizaremos a criação dos VCAs no mixer como primeira técnica. A figura 02 mostra o mixer aberto com os canais de guitarra base sendo cada um deles um take diferente da mesma base executada em amplificadores diferentes. Selecionamos os 2 canais e então clicamos no botão “link” na parte superior do mixer. Abre-se o painel de opções de link mostrado no centro da figura 02, que é nosFigura 02 - Criando o link entre canais com a so velho conheciopção VCA marcada e o nome do link do, porém com duas diferenças: a caixa de opção “Use VCA fader” e o campo para o nome do link. Como mostra a mesma figura 02, marquei a caixa “Use VCA Fader” e chamei o link de “G BASE”. Reparem que nas opções de link entre os canais, eu não marquei as caixas de “volume”, “inserts”, “mute solo listen” e vou dizer porquê mais à frente. Confirmo minhas opções no botão “ok” e em seguida podemos ver na figura 03 o VCA Fader criado logo à direita dos canais selecionados, com o knob em cor verde. No campo superior dos canais de guitarra base vemos o nome do link, que é o mesmo nome sobre o canal VCA “G BASE”. Experimente agora mover o fader do VCA e repare que os faders dos 2 ca-

Figura 03 - Fader VCA criado

nais de guitarra movem-se também mantendo a relação entre eles, ou seja, o fader do VCA comanda os faders dos canais como sendo um fader mestre do link. Com isso podemos ajustar o volume dos 2 canais de guitarra base simultaneamente utilizando o VCA fader. Verifique agora que se movermos o fader de um dos canais (Guitar 1 BASE, por exemplo), ele irá se mover independentemente do fader do canal Guitar 2 BASE e do fader do VCA, permitindo um ajuste de cada canal dentro do link. Foi por este motivo que não marquei a caixa “Volume” lá no início na figura 02, pois

Fig. 04 - Criando o VCA para os canais de guitarra solo (Guitar 5 e Guitar 5 mic)

movendo o VCA ajustamos o volume do link e continuamos com independência nos faders de cada canal. Bom, já que conseguimos criar um VCA simples, agora já podemos ampliar esta técnica para criarmos links entre VCAs e tornar as possibilidades de manipular a mixagem ainda mais completas. No caso da nossa sessão de

Fig. 05 - VCA fader para canais de guita solo

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Ao movermos o fader do VCA Guitar B+S, todos os faders se movem mantendo suas posições relativas, pois o Fader VCA Guitar B+S está linkado aos faders VCA Guitar B e VCA Guitar S que, por sua vez, estão linkados aos canais de áudio de guitarra respectivos.

Fig.6 - linkando os VCAs de guitarra Base e Solo em novo VCA

Figura 08 - Linkando canais com o uso do menu auxiliar (botäo direito do mouse) do mixer

Figura 07 - Fader VCA Guitar B +S que controla os faders VCA Base e VCA Solo

trabalho: vamos dizer que queremos agora um VCA para controlar os canais de guitarra solo e posteriormente um VCA geral para controlar simultaneamente ambos os VCAs (guitarra base e guitarra solo). Vamos implementar isto então. A figura 04 mostra o mesmo processo para criar o VCA para os 2 canais de guitarra solo linkando canais 4 e 5 (Guitar 5 e Guitar 5 mic). Repassando: selecionamos os 2 canais, clicamos no botão “link” no painel superior do mixer, marcamos a caixa “Use VCA Fader”, damos um nome ao VCA e marcamos as opções de link desejadas nas caixas do menu. Clicamos em “ok” e então criamos o VCA com o knob verde “linkando” os canais de guitarra solo selecionados, como mostra a figura 05. Passo seguinte: como mostra a figura 06, selecionamos somente os dois VCA

Figura 09 - VCA fader criado com menu auxiliar

faders: VCA G BASE e VCA G SOLO (canais 3 e 6), clicamos no botão link na parte superior do mixer, checamos a caixa “Use VCA Fader” e atribuímos o nome Guitar B+S. À direita do fader


Figura 10 - Todos os VCAs faders criados no mixer

Figura 11 - Drop que dá acesso ao menu do fader VCA

VCA G SOLO (canal 6) é criado o fader VCA Guitar B+S (canal 7) como é mostrado na figura 07. Ao movermos o fader do VCA Guitar B+S, todos os faders se movem mantendo suas posições relativas, pois o Fader VCA Guitar B+S está linkado aos faders VCA Guitar B e VCA Guitar S que, por sua vez, estão

linkados aos canais de áudio de guitarra respectivos. Mais uma vez observem que pelo fato de não termos assinalado a caixa da opção “volume” ao estabelecer o link entre canais na figura 06, temos a liberdade de ajustar todos os faders de VCA independentes e também os faders de canais de áudio. Esta é a principal característica dos VCA faders. Ganhamos muita agilidade em volumes relativos entre grupos de canais. Esta mesma filosofia pode ser seguida na mixagem de bateria. Por exemplo: podemos ter um VCA fader controlando os tons, um VCA fader controlando os overheads, um VCA fader para microfones de bumbo, um VCA fader para microfones de caixa e esteira e, por fim, um VCA fader controlando todos os VCA faders das peças para controle do volume geral da batera na mixagem. Controle total. Uma outra forma de criar o VCA fader no mixer é selecionando os canais desejados para o link e clicando em uma área vazia do mixer com o botão direito do mouse. A figura 08 mostra o menu de opções que aparece clicando com o botão auxiliar ao linkarmos os canais de Violao 1 XY L e Violao 1 XY R. Selecionamos a opção “Add VCA Fader to Selected Channels”. A figura 09 mostra o VCA fader criado com o nome de “link 6” que

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Figura 14 - VCA Fader Controls Link Group

Figura 12 - Menu do fader VCA

podemos renomear posteriormente como desejarmos (Violao). A figura 10 mostra todo o conjunto de VCAs criados no mixer da nossa sessão até agora. É importante também observar o menu que está disponível em cada canal VCA. A figura 11 mostra o drop que se torna aparente quando passamos o mouse na parte superior do VCA Fader. A figura 12 mostra as funções disponíveis neste menu, relacionadas a seguir: Edit Link Group Settings - Permite voltar ao menu “Link Group Settings” e editar as opções de link entre canais como mostra a figura 13. VCA Fader Controls Link Group - Relação de cada fader VCA controlando cada Link Group. Podemos editar aqui e alterar a função do VCA fader. Figura 14. Combine Automation of VCA and Linked Channels - Figura 15. Veremos todas as funções de automação no próximo artigo. Linked Channels - Figura 16. Relação de todos os canais vinculados ao fader VCA. A Figura 17 mostra o menu vinculado ao drop acima de cada canal de áudio através do qual temos a possibilidade de incluir, remover ou trocar canais de

Figura 15 - Combine Automation of VCA and Linked Channels

Figura 16 - Linked Channels Relação de todos os canais vinculados ao VCA fader

Figura 13 - Menu Edit Group Link Settings

Figura 17 - Indicador a qual link VCA que o canal de áudio pertence


Figura 18 - Canais MIDI e canais de Instrument Track vinculados a seus respectivos VCAs

Figura 19 - Adicionando VCA na janela de projeto pelo comando Add Track

áudio vinculados aos VCAs. Isso permite extrema flexibilidade e praticidade no gerenciamentos dos links e consequentemente velocidade em mixagens. Muito importante: toda a operação e os menus que vimos aqui para os VCAs com os canais de áudio servem também para canais MIDI e Instrument Tracks! Avaliem então tamanha utilidade dos VCAs. A figura 18 mostra 4 canais MIDI e 4 canais de Instrument Track com seus respectivos VCAs criados em nossa sessão de trabalho. Os VCAs também podem ser criados na janela de projeto como mostra a figura 19, através do comando Add Track como se fosse um canal. Porém, o gerenciamento completo e acesso aos menus específicos é feito no mixer como vimos passo a passo neste tutorial. Como sempre, fica agora a recomendação de que pratiquem tudo isso. Usem desde já em seus projetos as funções dos VCAs. O controle sobre os parâmetros da mixagem é mais completo e mais su-

til e inevitavelmente resulta em melhor qualidade e mais velocidade no processo. No próximo artigo falaremos sobre todas as questões envolvendo os VCAs e as automações. Muito importante também. Não percam. Mixagens com detalhes e sutilezas são extremamente artísticas e indispensáveis a qualquer música. Abraço!

Para saber online

dalla@ateliedosom.com.br www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom Twitter:@ateliedosom

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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br 60

EQUALIZAÇÃO MIDDLE-SIDE NA MIXAGEM A compressão no master bus nos dá inúmeras vantagens, em especial um ganho na região das frequências baixas e média-baixas. Isso faz parecer a música soar maior por ela ficar com mais corpo. No entanto, há um outro procedimento que podemos fazer para deixar a mixagem “maior” no sentido do estéreo. Para isso você irá precisar de um equalizador middle-side.

Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’

U

tilizar um equalizador comum no master bus, geralmente, não funciona muito por que normalmente a informação que colocamos no pan totalmente virado para a esquerda ou para a direita é diferente da que colocamos no centro. Um equalizador simples irá afetar da mesma forma tanto o centro como os lados e isso pode não ser bom. Um exemplo prático: um cenário muito típico, em

Figura 01

uma mixagem de música pop ( bateria, baixo, guitarra, violão, teclado e voz ), seria o caso de dois violões serem colocados um totalmente para a direita e outro totalmente para a esquerda. E talvez ainda o hi-hat da bateria para um lado e o prato de condução para o outro. Ou seja, o material mais agudo que temos, neste cenário típico, normalmente é colocado nas extremidades do panorama estéreo.


Provavelmente se adicionarmos um pouco de agudo nesses instrumentos, os lados da mixagem irão saltar mais do que o centro, chamando a atenção do ouvinte para essa abertura do estéreo. Isso dará uma percepção de um estéreo mais amplo. No entanto, pode ser um pouco complicado ter que re-equalizar todos estes canais. Adicionar um equalizador no master bus seria bem mais fácil. O problema é que com um equalizador comum isso causará um efeito colateral: a voz, por exemplo, que tipicamente está no centro, iria também ficar mais aguda e, possivelmente, apresentar alguma sibilância. É neste ponto que entra o equalizador middle- side. Ele permite equalizar independentemente o centro e os lados, de modo que seja possível não causar efeitos colaterais no material do centro por causa dos ajustes feitos nas pontas e vice-e-versa. (Figura 1) Como pode-se observar, no plugin a sessão esquerda é referente ao centro (middle) e a sessão direita é referente aos lados (side). Com este plug-in é possível equalizar diferentemente estas partes. Repare que na sessão middle foi adicionado um pouco de média-altas na região de aproximadamente 3.500 Hz, onde está a maior parte da informação da “presença” da voz. Também foi adicionado um pouco de baixas na região de aproximadamente 100 Hz. Nesta região normalmente predomina a informação de bumbo e baixo, onde está o “peso” da música. Já a sessão da direita é referente aos lados (side). Repare que foi adicionado um pouco de frequências altas em um hishelv a partir de 6.000 Hz. Uma vez equalizado o lado (side) independentemente do centro (middle), é possível se ajustar também a proporção entre os dois. Na sessão central do plug-in há um

Figura 02

controle que permite ajustar a quantidade de side em proporção a de middle. Figura 2 Quanto mais aumentarmos a proporção de side em relação ao middle, mais a mixagem irá soar “maior”, porém ao preço de criar alguma discrepância de fase, o que prejudicaria a mesma mixagem quando ela for escutada em mono. Por isso deve-se tomar cuidado com a quantidade de side adicionada na proporção da mixagem. No canto inferior direito do plug-in há uma sessão onde pode-se monitorar a correlação de fase (correlation). A luz indicadora deve estar verde, entre o centro e a direita. Se ela for para a esquerda, ficará vermelha indicando que está havendo cancela-

Figura 03

mento de fase. Figura 3 Existe ainda uma sessão central na parte inferior do plug-in que permite aplicar de-esser separadamente no middle e no side. Comumente, o maior problema de “esse” acontece

na voz. O ideal é aplicar o de-esser no canal da voz e resolver este problema lá. Mas pode-se também utilizar o recurso de aplicar o de-esser na mixagem. A frequência para o de-esser varia de cantor para cantor, em uma faixa entre 5.000 Hz até 12.000 Hz. Em relação ao side, normalmente os backing vocals são posicionados nos lados para não entrar em conflito com a voz principal. Pode ser que haja algum problema de “esse” neles. E muito provavelmente o “esse” dos backing vocals não estará exatamente na mesma região que o “esse” da voz principal. Nesse caso, podemos ajustar separadamente tanto a frequência, quanto a quantidade de de-esser para o centro (middle) e

Figura 04

para o lado (side) O equalizador middle-side conjugado com o compressor no master bus são as duas armas secretas para a sua mixagem soar ampla, pesada e coesa, mas muito cuidado com as quantidades aplicadas. Lembre-se que isso não é o processo de masterização. Isso é feito apenas para dar um ajuste fino na sonoridade geral da sua mixagem. Ajustes radicais, caso necessários, devem ser feitos nos canais individuais. E de maneira nenhuma coloque um limiter no master bus para ganhar volume. Isso irá arruinar o headroom da sua mixagem, dificultando ou até mesmo inviabilizando a masterização. E compressão e equalização middle-side no master bus de uma mixagem são apenas para dar aquele “toque final” na mixagem, e não antecipar o processo de masterização.

Para saber mais redacao@backstage.com.br

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ABLETON LIVE PLUG-INS NATIVOS II INSTRUMENTS Continuando nossa incursão, vamos adentrar profundamente nos plug-ins nativos (Instruments) do Ableton Live. Um alerta: àqueles que estão pegando esse tutorial agora: essa é a segunda parte de um artigo anterior, publicado na edição 244. Recomendo que vejam esse artigo.

Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music em Boston.

C

om o programa aberto em Session View, vá ao Browser > Categories > Instruments > (diretório de plug-ins – Instruments).

Electric plugin

Então, depois de ir ao Browser > Categories > Instruments > (diretório de plug-ins – Instruments) vá ao Electric (como selecionado em azul, no caso), ar-


raste para um MIDI Track ou clique 2 vezes e o plug-in estará aberto, como mostra a imagem a seguir (seta verde). Os Racks, “conjunto de instrumentos”, marcados em vermelho, já foram explanados em outro tutorial. Agora com o Electric aberto podemos falar sobre esse plug-in. É um plug-in de Pianos Elétricos , Clarinets e afins... Muito competente, aliás, surpreendente... eu diria. Ele também foi desenvolvido pela AAS , a renomada empresa canadence Applied Acoustics Systems e é praticamente o mesmo plug-in Louge Lizard, muito popular da mesma empresa. Com uma interface bem leve, usa pouquissimo processamento da sua CPU.

ELECTRIC Entendendo seus comandos: Na seção Mallet (em verde), você

Impulse

A seção Damper (em amarelo) tem um botão de Tone que controla a rigidez dos amortecedores (dos martelos), para um som mais brilhante ou fechado. O botão de Ataque/

de tonalidade (Semi) e Detune, Stretch (alongador), Pitch Bend... Muitos parâmetros podem ser modulados via MIDI. Excelente plugin e vem acompanhado por uma bem selecionada gama de presets de fábrica.

IMPULSE

Electric Commandos

pode controlar a força dos martelos através do parâmetro de rigidez (Stiffness) resultando em um som mais brilhante ou fechado. O botão de força (Force), controla a força de impacto dos martelos, e um controle de ruído (Noise) ajusta o ruído de impacto da cabeça do martelo e o garfo (o braço). A seção Fork (em azul) possui um componente Tone com parâmetros de Decay (Declíneo) e Level (nível) e um controle de Color (tonalidade do timbre) que determina a quantidade de parciais de frequências altas e baixas. O componente Tone permite o ajuste de parâmetros de Decay e Level. A seção Fork também tem um parâmetro de Release (soltura).

Release determina a quantidade que o abafador de ruído terá quando os amortecedores são aplicados ou liberados. O parâmetro de nível (Level) ajusta a quantidade global de ruído abafado. A seção Pickup (em laranja) tem dois modelos de captação: eletromagnética (Rhodes) e eletrostática (Wurlitzer). A localização física dos pickups em relação aos elementos (Tines), podem ser ajustados usando os controles Symmetry e Distance. O botão de entrada controla a sensibilidade de entrada do pickup e o botão de saída ajusta a saída da seção de pickup. Na seção Global, você tem controle de polifonia (Voices), transpositor

Arraste para uma MIDI Track, ou dê um duplo clique. Não subestime, por impulso, essa ferramenta de aparência frágil e franzina. Esse plug-in é extremamente versátil. Impulse é uma ferramenta primária, concebida para ser um Drum Sampler Player, com uma complexa capacidade de modulação (mas você pode usar qualquer Sample). Tem oito Slot Pads (em vermelho na imagem a seguir). Para carregar os Samples nos slots (que serão automaticamente mapeados para o seu teclado ou device MIDI controlador), basta arrastar os samples ou usar o botão hot-swap (círculo verde), facilitando muito troca de

Impulse Pads

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Impulse Parâmetros

O controle Start (Iniciar) define de onde o Impulse começa a tocar um Sample e pode ser configurado para começar a tocar a partir, por exemplo, de 100 ms depois do início da amostra real.

” Outputs

Samples em tempo real. Agora basta alterar a seu gosto seus Samples que serão filtrados e processados por componentes de envelope, saturação, pan e volume quase todos estão sujeitos à modulação (para criar insperados efeitos!). Seguindo as marcas coloridas, da esqueda para direita, vamos explanar os controles do Impulse. Start (vermelho) O controle Start (Iniciar) define de onde o Impulse começa a tocar um Sample e pode ser configurado para começar a tocar a partir, por exemplo, de 100 ms depois do início da amostra real. Transpose (Rosa) O Transp controle (Transposição) ajusta a transposição da amostra por +/- 48 semitons, e pode ser modulada por Velocity da nota (valor MIDI de entrada),

Global Parâmetros

ou por um valor aleatório, conforme definido nos campos apropriados. Stretch (azul) O controle do Stretch (alongamento) tem valores de -100 a 100 %. Os valores negativos vão encurtar o Sample e os valores positivos vão esticá-lo. Dois algoritimos de alongamento diferentes estão disponíveis: Modo A, é ideal para sons de baixa frequência (graves), como tantans ou bumbos, enquanto o Modo B é melhor para sons de alta frequência, agudos, como pratos. O valor do estiramento também pode ser modulado por velocidade da nota MIDI (velocity). Drive (verde) O Drive (Saturator) promove uma amostragem mais robusta, gorda, um som típico analógico e pode ser ligado e desligado como desejar, via MIDI. Esse controle aumenta o sinal e adiciona distorção (overload). Coincidentemente, isso faz com que a maioria dos sinais fiquem mais altos, e precisam ser compensados pela diminuição do controle de volume do Slot (individual). Ocorre conforme a configuração (Extreme Drive) vá produzir os típicos overdrived sons analógicos de bateria synth. Filter (azul claro) O Filter (filtro) oferece uma ampla gama de tipos de filtro, cada um dos quais proporcionam diferentes características sonoras ao Sample pela remoção de certas frequências. O controle de frequência define em qual espectro harmônico o filtro é aplicado; o controle de ressonância aumenta frequências próximas a um dado ponto. O filtro pode ser modulado por qualquer valor aleatório ou por velocidade das notas MIDI (Velocity).


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mentam a cadeia (Chain) de áudio da pista. Muitas vezes, faz mais sentido isolar o instrumento, ou um de seus samples individualmente, e enviar este sinal para nova trilha de audio separadamente (como mostra a imagem a seguir), bem no estilo “Live Fashion”. Com isso, você pode montar submixes assumindo o controle individual com muita flexibilidade sobre todas as fontes sonoras do instrumento. Só completando e, principamente, lembrando: você pode usar samples de loops, efxs, drones, vozes etc. e, assim, usar esse intrumento plug-in muito além da sua sugestível capacidade de Drum Machine.

Decay (lilás) O Decay envelope pode ser ajustado usando o controle Decay, que pode ser definido com um máximo de 10,0 segundos de declíneo. O Impulse tem dois modos de Decay: Trigger Mode (permite que a amostra decaia “com a nota”) e Gate Mode, que força o envelope a esperar por uma mensagem de Note Off/MIDI antes de começar o decaimento. Este modo é útil em situações onde você precisa de comprimentos variáveis do Decay, como é o caso com sons de Prato e Hi-Hat. Pan e Stereo (roxo e verde escuro) Cada Slot tem controles de volume e pan que ajustam amplitude e posicionamento do estéreo. Ambos os controles podem

Cada Slot tem controles de volume e pan que ajustam amplitude e posicionamento do estéreo. Ambos os controles podem ser modulados: Pan pela velocity (...) e Volume por apenas velocity. ser modulados: Pan pela velocity ou valor aleatório, e Volume por apenas velocity. Global Controls (Imagem anteriorvermelho) Os parâmetros localizados à direita dos Slot Pads (em vermelho na imagem acima) são controles globais que se aplicam a todos os Samples dentro do domínio do Impulse. O Volume ajusta o nível geral do instrumento (plug-in) e o Transp ajusta a transposição de todos os Samples. O Controle Time controla o comprimento de tempo e Decay de todas as amostras, o que lhe permite transformar os sons de bateria ou Samples em curtos ou alongados.

Na próxima matéria estarei explanando sobre os outros Instrument Plug-ins Nativos do Ableton Live. Devido à natureza complexa da matéria e à quantidade de plug-ins, esse assunto se entendeu um pouco mais. Peço a compreensão dos leitores, mas entendam que são fundamentos importantes. Boa sorte a todos!

Para saber online

INDIVIDUAL OUTPUTS Quando uma nova instância do Impulse é arrastada para uma nova Track, esse sinal será misturado com os dos outros instrumentos e efeitos que ali-

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg


PREVIEW| www.backstage.com.br 67 Equipe da Gobos e da K-Array

Depois do sucesso na Asia, São Paulo foi escolhido para o lançamento do sistema Firenze no Brasil e na América do Sul. Cerca de 200 convidados estiveram presentes no Jardim Botânico de São Paulo, no dia 3 de março, em uma terçafeira ensolarada, para assistir a demonstração sonora do sistema. redacao@backstage.com.br Fotos:Divulgação

FIRENZE TEMA O N O V O S IS

DE LINE ARRAY DA K-ARRAY O local do evento foi escolhido para simular um show com uma grande área aberta, permitindo a audição do Firenze a distâncias calibradas entre 20 e 120 metros, porém, até 250 metros o timbre cristalino e a pressão das caixas KH8 e dos Subwoofers KS8 ainda eram perfeitamente audíveis. A demonstração técnica do sistema ficou a cargo do engenheiro Marcelo Claret (IAV) no comando da mesa de som e microfonação de instrumentos. Francesco Maffei, engenheiro da K-array, foi responsável pelo alinhamento e Edinei Lima, diretor de engenharia da Gobos, ficou na coordenação técnica. Esteban Risso, diretor comercial da empresa, apresentou

todas as etapas do show ao vivo e fez comentários sobre o Firenze. Na demonstração, além da música mecânica (CD), houve o show da Maestrina Gretchen

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Diferenciais do Sistema Firenze

Cada caixa é projetada para ser inclinada sobre seu próprio eixo horizontal, facilitando o alinhamento e proporcionando uma pressão sonora exatamente onde você deseja.

Performance superior KH8 & KS8 estão em conformidade com os mais altos padrões internacionais do segmento profissional de áudio ao vivo, tanto em qualidade de som quanto em desempenho, com excepcionais 145dB e 148dB SPL. Tecnologia Slim-Array Não é montado em forma de ”banana”; o cluster sobe reto, otimizando o espaço. Cada caixa é projetada para ser inclinada sobre seu próprio eixo horizontal, facilitando o alinhamento e proporcionando uma pressão sonora exatamente onde você deseja. Facilidade para montar e alinhar Projete sua configuração antes do evento, alinhe com antecedência e sincronize quando estiver montado. O estado da arte em sistemas de rigging permite que uma única pessoa monte 12 unidades em minutos! É muito fácil! Direcionamento acústico digital Cada caixa incorpora 8 processadores DSP

e tecnologia hiper precisa para direcionar o feixe sonoro, atendendo a qualquer exigência técnica. Resistente à intempérie KH8 & KS8 são sistemas amplificados com grau de proteção IP45. O módulo eletrônico integrado tem grau de proteção IP65, para resistir a chuvas pesadas. FIRmaker Um sistema inteligente como o Firenze, requer um software dedicado para realizar com facilidade o projeto, a configuração e o alinhamento e, igualmente, oferecer ao usuário opções para trabalhar. Em parceria com AFMG®, os desenvolvedores do software de maior sucesso no mercado de áudio profissional, o fabricante desenvolveu e implementou o primeiro FIRmaker real, onde os usuários têm o poder de criar seus próprios filter-sets FIR, otimizados para cada configuração onde utilizarem seu sistema. Baixo custo operacional A magia alcança o sistema de rigging. O pré-cabeamento das três caixas de um módulo e a fácil interligação entre os módulos, permitem a montagem muito rápida de 24 unidades. Tudo racionalizado para montar, configurar e alinhar em tempo recorde, facilitando o transporte e otimizando a logística, reduzindo custos, espaço, mão de obra e tempo. Main Power Montados em flight cases, sistemas de main power, distribuidores de AC, sinais digitais, analógicos e de dados acompanham o Firenze.

Depoimentos de especialistas “Quando começamos a projetar o Firenze queríamos criar um sistema que representasse o “estado da arte” em termos de qualidade e desempenho, mas que ao mesmo tempo, fosse o mais prático possível em portabilidade, instalação e gestão. Alex Tatini - Presidente da K-array “Depois de mixar nesse sistema e experimentar todo o seu poder e transparência, estou convencido de que o Firenze estará no topo do mercado mundial”. Michael Apodaca - FOH Engineer Prince / Kool and the Gang’s / Larry Grahan “Os vocais são incríveis. Você nunca precisará sacrificar a música por causa dos vocais ou viceversa. A inteligibilidade é cristalina em todas as faixas de frequências, sem problemas de fase. Essas caixas tem um headroom para dias! Você pode chegar em 120dB e nem perceber!” Rick Camp - FOH Enginner Beyonce / Jennifer Lopez / Chris Brown “O Sistema Firenze é uma nova abordagem, fabricado com o que há de melhor na indústria. Aliado à inovação e ao design italiano, o Firenze é um divisor de águas. É totalmente controlável e incrivelmente musical!” Lou Mannarino - FOH Engineer The New York Philarmonic / Diretor da L&M Sound and Light


Convidados ouvindo sistema durante demonstração no Jardim Botânico (SP) Marcelo Claret e Esteban Risso

Miller, interpretando Bach ao violoncelo e com produção musical de Juliano Teruki. Os músicos Maguinho Alcântara (bateria), Anderson Toledo (teclados), Claudio Rocha (baixo), Roger Regelmeier Dias (guitarra) e Marcos Paulo Nóbrega (voz) fizeram uma completa passagem de som para que o público avaliasse o timbre e a sonoridade individual de cada instrumento com um pequeno show da banda. Para conhecer melhor o sistema Firenze, veja a matéria na página 26 da Revista Backstage edição 243 (fevereiro/2015).

Esteban (filho) e a maestrina Gretchen Miller

Apresentação do sistema

Para saber online

Para ver o vídeo da demonstração acesse: http://goo.gl/Kl1aBL

Banda demonstrando o sistema para o público avaliar timbre e sonoridade individual

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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

ROADIE 4K45 www.christiedigital.com O Christie Roadie 4K45, introduzido em novembro do ano passado, é o projetor mais radiante do mercado iluminado com lâmpada. Sólido, de confiança e já testado, o projetor Christie 4K45 de 45.000 lúmens possui um nível mais alto de brilho de imagem e as empresas de palcos de aluguel poderão usar em concertos, eventos esportivos, espetáculos temáticos, convenções, eventos ao vivo, assembleias anuais e muito mais. Semelhante ao Boxer 4K30, o projetor engloba o sistema Christie TruLife para uma qualidade de imagem mais nítida e real.

LED BLIZZ www.proshows.com.br Mais uma novidade da Proshows para 2015 chamase LED BLIZZ da PLS. Design compacto com movimentos dinâmicos, o mini Moving Head impressiona pela amplitude dos efeitos. São 7 LEDs de 10W 4in-1 (RGBW) e 9/14 canais DMX (selecionáveis). O LED BLIZZ proporciona alta performance, baixa manutenção e ótimo impacto visual. Algumas características do equipamento são: canal DMX: 9/14 canais; Modo de funcionamento: Auto / ativação sonora / DMX / Master-Slave; Potência: 7 LEDS de 10W, 4- in-1 (RGBW); e Frequência: 50/60Hz.

PAR LED PC-1019 www.hotmachine.ind.br Esse equipamento de 8,5 quilos, tem consumo de energia de 190 W, fonte de alimentação: AC100 ~ 240V, 50/60Hz, LED 19 PCS LED 10W RGBW 4in-1, com vida útil de 50 mil horas. Outras características são: ângulo beam de 25°, canal 7 / 8 / 10 / 3 / 4, protocolo DMX-512, e modo de controle DMX512, Modo Master/Slave e ainda proteção de IP-65.

CT CLAMP www.trusst.com Agora, mais do que nunca, ficou fácil, seguro e prático pendurar equipamentos de iluminação, áudio e elementos decorativos dentro de tendas em eventos ao ar livre. O novo Trusst CT-Tent Clamp anexa firmemente os elementos, que podem ser suspensos sem que seja necessário um trussing extra. Com capacidade para suportar até 150 quilos, o CT-Tent Clamp foi projetado ainda com um parafuso soldado para anexar cargas fáceis que tenham corpo padronizado para rigging. Durável, o grampo apresenta aço zincado que resiste à ferrugem e corrosão. Compacto e fácil de transportar, o equipamento pesa apenas 1,5 quilos e mede 150 x 158 x 107 mm.


XRLED 700 SPOT www.pr-lighting.com A PR Lighting fez uma impressionante adição à família XRLED series. O equipamento compila uma série de atributos, reunindo todas as características que são esperadas de um moving head spot, além de uma luz branca particularmente impressionante. O 700 Spot também teve adicionado à sua engenharia um facho de beam mais poderoso, com saídas que vão de 320W a mais de 700 W de potência. Outras características são leveza (apenas 24 quilos), formato compacto e operação silenciosa. Baixo consumo de energia elétrica e boa dissipação de calor também fazem parte das características desse produto. Especialistas também vão encontrar uma roda de cores incorporada (seis cores mais o branco), roda de gobos (com sete intercambiávies mais o branco); filtro frost, iris com ajuste linear de 5% a 100%, zoom linear de 12° a 36°, entre outros atributos.

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RÁPIDAS & RASTEIRAS| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

MARTIN PROMOVE WORKSHOP DE ILUMINAÇÃO NO RS

A Martin, empresa líder mundial em iluminação e que faz parte do portfólio da Harman, promoveu no dia 03 de fevereiro, em Canoas (RS), workshop voltado aos profissionais de iluminação. O evento foi o primeiro do gênero realizado no Estado por fornecedores de equipamentos de iluminação e foi ministrado por Amândio Costa, natural de Portugal e especialista de produto da Martin Professional Lighting. “Para o profissional da área de iluminação é muito importante estar em constante evolução e sempre em contato com as principais tecnologias do mercado. A oportunidade dada pela Harman agra-

dou todos os envolvidos que puderam aprender um pouco mais sobre esse segmento tão rico”, afirma Costa. Durante as atividade, os participantes conheceram o M6, console de iluminação state-of-the-art e que funciona como uma superfície altamente avançada de controle visual. Além disso, puderam aprender como é fácil criar e operar um programa dessa natureza através de explicações sobre o equipamento e de exercícios práticos monitorados pelo técnico da Harman. Entre os temas abordados, Layout Console, aplicação de patches, Grupos, Cue List, Calendário, Playbacks, entre outros.

INVESTIMENTO A Hexogon Solution investiu na família de produtos Caixa de Pandora, da coolux, a qual foi adquirida pela Christie em janeiro de 2015. Com a aquisição, o objetivo é oferecer soluções de composição e visualização 3D de grande impacto, através dos projetores Christie Boxer 4K30. A compra do sistema de mídia da Caixa de Pandora pela Hexogon é a maior de todas para produtos coolux na região do sudeste asiático. A combinação Boxer 4K30-Caixa de Pandora permite que companhias de locação de palcos criem telas digitais contínuas e não contínuas e que também possam gerenciar o conteúdo que é transferido para essas telas.

VERSATILIDADE NA SIBÉRIA Em novembro do ano passado, o Lighting Designer Alexey Zhivanov, que trabalha para a empresa russa de locação de equipamentos Grand Show, foi convidado para fazer os projetos de dois eventos distintos: um concerto de rock em uma boate e um ballet em uma tradicional casa de ópera. Para suprir as necessidades de cada produção, Alexey levou com ele o console de controle de iluminação M2GO. Para o local onde se apresentou a banda de rock havia equipamentos para projeção, LED Wash Zoom, LED Spots, Strobos e máquina de fumaça. Nesse ambiente, o LD simplesmente conectou a M2GO ao seu laptop para que tudo funcionasse. Para o concerto de ballet, além da M2GO, Alexey usou um Martin M-PC para backup dos arquivos.

MAIS SERVIDORES

A XL Video fez um grande investimento em equipamentos d3 adquirindo 12 novas unidades de servidores de mídia, tornando a empresa uma das maiores companhias de locação com equipamentos em estoque. O investimento vem ao encontro do aumento da demanda por d3 de todos os setores do mercado de locação, incluindo turnês e eventos corporativos. Para ter certeza que a XL Video seria capaz de entregar suporte de alto nível às novas máquinas d3, o gerente de sistemas e controle, Christian Dickens, se tornou um especialista certificado de d3. Além de capacitar Dickens, a XL Video tem um time de técnicos com alta expertise em d3 que podem dar suporte em pré-montagens e pré-visualizações em 3D para shows, permitindo que os clientes tenham uma ideia prévia de como será a apresentação.


ESCOLA GANHA SISTEMA DE ILUMINAÇÃO

A Escola São Luiz, em São Paulo, ganhou recentemente sistemas de iluminação, talhas e automação de varas, juntamente com inovações que permitem que o espaço receba atrações, além das atividades esportivas. A empresa realizou obras nas quadras, um espaço que, hoje, pode receber qualquer tipo de apresentação escolar, além de palestras e shows, entre outros. As intervenções foram realizada em três frentes: sistema de automação do con-

trole de varas, sistema de iluminação e sistema de talhas. Para a realização da obra, a TELEM trabalhou em parceria com o escritório de arquitetura URDI e o projeto tomou forma durante o Iluminashow: especial ETC, no ano passado. “Eles nos procuraram atrás de soluções para deixar as quadras do Colégio São Luis mais versáteis e nós apresentamos, além das luminárias de LED, a alternativa das redes e dos tecidos”, explica o engenheiro Ronald Delaqua, do setor de áudio e vídeo da TELEM. No fim de fevereiro, foi realizado um treinamento para a equipe técnica usufruir ao máximo das novas tecnologias instaladas no local. A TELEM também renovou a vestimenta cênica do teatro do Colégio São Luis.

Foto: Louise Stickland / Divulgação

ROBE NA ARGENTINA A empresa argentina BALS (Buenos Aires Live Show), especializada em som e iluminação para grandes shows, concertos e festivais, adquiriu recentemente seus primeiros

Pointes, da Robe. Fundada em 1992 e ocupando um grande espaço no armazém na área do Caseros, na cidade de Buenos Aires, a BALS também trabalha em outras partes da América Latina, principalmente no Pa-

raguai e Uruguai, realizando cerca de 200 shows / turnês / projetos por ano, além de estar à frente de algumas instalações de alto padrão, incluindo o Teatro Coliseo. De acordo com o gerente técnico da empresa, Daniel Bordino, a decisão de investir nos produtos Robe foi devido às recomendações dos profissionais de iluminação com quem a companhia trabalha regularmente. Os equipamentos recém-comprados têm sido parte integrante do rider de iluminação da banda punk da Espanha Ska-P, ganhadora do Grammy, e do cantor pop espanhol David Bisbal, entre outros artistas.

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CADERNO ILUMINAÇÃO

ILUMINAÇÃO Nos estudos da Física e da Luminotécnica, grandezas são propriedades pertencentes a determinados elementos e que são passíveis de mensuração (quantificação) a partir de unidades de referência. Em um sentido geral, grandezas são distinções de nobreza e qualidade (incomensuráveis). Existe alguma possibilidade desse termo – grandeza – ser associado a algo com esses dois significados?

CÊNICA Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Gra-

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duação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

GRANDEZAS

L U M I N O T É C N I CA

F

oi com isso em mente que esta conversa foi elaborada, para tratar de uma das mais importantes bandas que surgiu no fim da década de 1980 e que mantém sua relevância desde então, com magnificência nos atributos e simplicidade nas atitudes e comportamentos. Nada menos que o Mr. Big, que realizou quatro shows em cidades distintas no início de fevereiro deste ano no Brasil, e transmitiu energia e intensidade, apresentando características próprias de artistas brilhantes – e de alguns dos mais emblemáticos instrumentos de iluminação cênica. Já passava das nove horas da noite de um sábado, seis de fevereiro de 2015, quando o palco do HSBC Brasil (em São

Paulo, capital) se iluminou. Naturalmente, isso ocorreria para o início de mais uma apresentação musical. Mas toda a estrutura de iluminação cênica ainda estava em blecaute pleno. De fato, a radiante presença dos músicos do Mr. Big no palco proporcionaria uma emanação de energia que fez com que os quase cinco mil expectadores se manifestassem com a entrada triunfal dos músicos dessa magnífica banda surgida nos anos 1980 e que se mantém tão relevante hoje quanto naquele período de tempo. Já com a iluminação devidamente acionada, revelavam-se definitivamente algumas das grandezas a serem consideradas nesta conversa: a intensidade lumi-


Figura 2: Simulação de facho luminoso e representação/percepção da intensidade luminosa - Maquete eletrônica com construção realizada no Google SketchUp 8.

Naturalmente, outras características e parâmetros devem ser considerados para que, em um projeto de iluminação cênica e com os cálcu-

Figura 1: Mr. Big no palco, para uma apresentação da “The Stories We Could Tell Tour 2015” – HSBC Brasil, São Paulo (06/02/2015).

Neste contexto é que se insere a intensidade luminosa (medida em candelas, pelo sistema internacional de unidades – SI). Definida

nado espaço, uma determinada funcionalidade, e as intenções propostas pelo desempenho lumínico. Considerada a oferta atual de instrumentos de iluminação com o uso de LEDs como principal fonte de emissão de luz, parâmetros de eficiência luminosa e perdas são também considerados – para uma elevada eficiência são minimizadas consideravelmente as perdas por aquecimento, o que de fato é a conversão de energia luminosa em energia mecânica. Para os instru-

Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

como o fluxo luminoso irradiado na direção de um determinado ponto (ou ainda, de uma maneira mais simplificada, a quantidade de luz emitida e direcionada para um determinado elemento de uma cena), é a partir dessa grandeza luminotécnica – esta que compreende os estudos das técnicas relacionadas às fontes de iluminação artificial - que um lighting designer consegue definir – ou mesmo, ter uma estimativa – da sensação de claridade da superfície iluminada.

Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

nosa e a intensidade musical. E, para uma coluna sobre iluminação cênica, esses dois elementos se integram de maneira tão incontestável quanto a associação de um instrumento de iluminação com sua respectiva lâmpada – ou dispositivo, no caso dos LEDs. Praticamente dividida em três partes, a estrutura de iluminação cênica do show em questão compreendia quatro linhas de instrumentos, sendo duas em backlighting, uma em uplighting e outra de frontlighting. Nesta configuração, formada basicamente por refletores PAR 64 com lâmpadas incandescentes halógenas e filtros coloridos, moving heads (nas estruturas de backlighting e uplighting) e refletores elipsoidais, além de canhões seguidores. Enquanto os equipamentos de contraluz emolduravam as imponentes presenças dos músicos, a iluminação frontal revelava os traços de músicos experientes, mas emanando energias próprias de quem realmente manifesta apreço e satisfação, empolgação e entretenimento, técnica e muita diversão. Mas toda essa entrega – evidente no show da banda – amplifica ainda mais a elevação da temperatura do show, tanto pelos músicos como pelo público, decorrente da empolgação de ambos, como também pelas estruturas e características do espaço e da iluminação cênica.

los luminotécnicos, todas as ponderações e avaliações técnicas permitam o atendimento das necessidades e requisitos para um determi-

mentos de iluminação clássicos e convencionais, o aquecimento torna-se evidente e perceptível – pois as lâmpadas utilizadas, que são incandescentes halógenas, fornecem uma grande quantidade de energia visível e infravermelha, sendo esta a responsável pelo aquecimento mas com resultados únicos, que não podem ser desconsiderados em um resultado final. E nisso, essas lâmpadas halógenas proporcionam duas sensações e percepções inconfundíveis: luzes brilhantes e fidedignas aos componentes de cor pretendidos com os respectivos filtros e muito calor. E, se consideradas as percepções

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Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

Para o repertório do Mr. Big, muitos foram os cuidados. De maneira minimalista, a iluminação, como um todo, reservouse a destacar os principais elementos do palco, pontualmente e continuamente, alternando cenas esparsas nas transições das canções e principalmente nas mudanças e partes mais acentuadas

Figura 3: Destaque para a luz branca – show do Mr. Big “The Stories We Could Tell Tour 2015” – HSBC Brasil, São Paulo (06/02/2015).

visuais e sensoriais, essa emanação de calor tende a ser ainda mais presente para as luzes integrantes do grupo de cores chamadas quentes. Se essas proporcionam êxtase e alegria, proporcionam também elevadas temperaturas – tão intensas quanto as sensações propiciadas. À luz branca, a revelação das formas e intenções dramáticas, além de atenção e advertência (em destaque, na figura 3). Às cores do grupo de cores frias, serenidade e reflexão – valorizadas nas baladas

e canções mais introspectivas. A mesma intenção havia sido utilizada para a banda convidada para a abertura: ninguém menos que a excelente Winger (mais detalhes, na matéria intitulada “Better Days Remained: sonorização e técnica no show do Winger (São Paulo, 06/02/ 2015)”, no Blog da Backstage). Para o repertório do Mr. Big, muitos foram os cuidados. De maneira minimalista, a iluminação, como um todo, reservou-se a destacar os principais elementos do palco, pontualmente e continuamente, alternando cenas esparsas nas transições das canções e principalmente nas mudanças e partes mais acentuadas – e intensas, como nos “duelos” entre guitarra e baixo. Mas, se isso poderia causar sensação de inércia, é justamente neste ponto que o trabalho de iluminação conseguiu sua melhor interação com a performance da banda. As atmosferas foram as mais adequadas para a profusão de licks e riffs, empolgantes e fascinantes. Seria impraticável um controle ajustado aos tempos e sincronizado com os intervalos das notas – muitas delas, semifusas. Mesmo que Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Figura 4: Billy Sheehan (no destaque) em mais um solo, na “The Stories We Could Tell Tour 2015” – HSBC Brasil, São Paulo (06/02/2015).


Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

Figura 5: Pat Torpey (esquerda) e Eric Martin (direita) - “The Stories We Could Tell Tour 2015” – HSBC Brasil, São Paulo (06/02/2015)

Gilbert, na guitarra e backing vocals; Billy Sheehan, no baixo e backing vocals; Pat Torpey, na percussão, backing vocals e bateria (no show, em três canções: Just Take My Heart, Fragile e em Mr. Big); e Matt Star, baterista, que ocupa a função na atual turnê, substituindo Torpey na maioria das canções (com limitações físicas, em detrimento de complicações

fosse possível a comutação de instrumentos nesses tempos, a própria percepção visual não acompanharia as mudanças no acionamento das luzes. Com esses elementos é que a segunda grandeza será analisada: a intensidade musical (medida em decibéis, pelo SI). Mas essa não seria percebida pelo volume – agradável e compatível com o espaço do evento. Desde a primeira

Seria impraticável um controle ajustado aos tempos e sincronizado com os intervalos das notas – muitas delas, semifusas

canção – a faixa que abre o segundo disco da banda (Lean Into It, de 1991), intitulada Daddy, Lover, Brother, Little Boy (The Electric Drill Song), intensos e memoráveis solos e duelos seriam conduzidos de maneira impressionante pelos excelentes músicos que formam essa super banda. Não é necessário ser fã incondicional para reconhecer a qualidade, as virtudes e talentos de uma banda formada com tantas estrelas: Eric Martin, nos vocais e violão; Paul

decorrentes do Mal de Parkinson, diagnosticado em 2011). Para um total de vinte e seis excelentes canções (incluindo três covers de Cat Stevens, Judas Priest e Free), um show memorável, repleto de virtuosismo, carisma, diversão, elevados patamares de musicalidade e técnica, significativas e intensas grandezas. Um abraço e até a próxima conversa!!!

Para saber mais redacao@backstage.com.br

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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br 80

podem se gabar no nosso país. Somos assombrados por ginásios de acústica obviamente ruim, por gigantescos buracos mal-ajambrados que desacomodam público e artistas e fazem a 5ª. de Beethoven parecer um barulho incômodo... fala sério! Tocar no das Artes é sempre uma bênção para os ouvidos. O movimento entre nossos três camarins é intenso. Trocamos os últimos ajustes de cifras, arrumamos nossas pastas – ainda não tivemos tempo de decorar tudo!

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Sete Amigos no dia sete

alácio das Artes, 7 de março de 2015. Depois de mais uma semana de ensaios, estamos nós, Sá & Guarabyra, o 14Bis e Flávio Venturini, saindo da última passagem de som antes da estréia do nosso “Encontro Marcado”, um projeto que faz de nós sete uma só banda: dois teclados (Vermelho e Flávio Venturini), um violão de aço (Guarabyra), outro de doze cordas (eu), baixo (Sérgio Magrão), guitarra (Claudio Venturini) e bateria (Hely Rodrigues). Interessante, principalmente se pensarmos que há quarenta anos atrás estávamos quase todos juntos e recém radicados em São Paulo, formando uma colônia mineiro-carioca no Brooklyn Paulista. Nossas carreiras acabaram por nos dividir em rumos diferentes, mas agora estávamos ali olho no olho de novo, uns tocando e cantando as músicas dos outros, como fazíamos em nossas parcerias nas longas noites paulistanas de inverno. De todos nós, só o Guarabyra ainda sabe o que são aquelas frias madrugadas: nosotros passamos agora ou pelo calor carioca ou pela tímida friagem ainda com cheiro de mato de Beagá. Aproveitando os cinco minutos que ainda restam para a abertura do teatro, eu me demoro um pouco mais no palco, admirando a justeza do projeto deste magnífico e mineiríssimo Palácio das Artes, sem dúvida um dos cinco melhores lugares pra se fazer um show musical no Brasil. Sou um veterano do pedaço, perdi a conta de quantas vezes toquei aqui, mas nunca me canso de sentir o clima dessa casa, ainda mais sabendo que temos dois dias de lotação esgotada pela frente. São mil e setecentos lugares que em nenhum momento fazem você perder a noção de intimidade com o público. Esse é o tipo de coisa da qual poucos espaços deste tamanho

– matamos a fome nervosa que sempre ameaça as gargantas de qualquer cantante no agito da estreia, mas o que mais me surpreende nesse dèjá-vu de muito tempo atrás é a ausência da fumaceira que inundava os antigos camarins. Não fumamos mais... Encho a primeira das duas taças de espumante que costumo tomar antes dos shows, contra as recomendações da minha fonoaudióloga xiita. Elas podem até abalar um pouco as cordas vocais, mas colocam a cabeça no lugar certo. “C’est la vie”, penso em clichês, vendo as borbulhas subirem taça acima e revisando mais uma vez aquela letra que sei que sabe Deus porquê, tendo já decorado verdadeiros testamentos, não vou decorar jamais. Ainda bem que o Flávio canta a segunda parte: tendo a meu cargo apenas a primeira as chances de não errar sobem noventa por cento! Entediado e ansioso – conhece essa combinação?! – vou dar uma espiada no camarim dos outros. O do 14 está estranhamente calmo, pra um camarim que reúne quatro homens... Aproveito e roubo uma maçã, não sei onde estão as frutas do meu camarim, mas roubado é mais gostoso, afirmam os transgressores de plantão. Saio de lá mordendo a tal maçã (minha fono xiita ficaria orgulhosa de mim nessa hora, maçã é primordial pra voz) e vou no rumo do Flávio, que conversa relaxadamente com algumas pessoas. Eu, particularmente, gosto de ficar zen total nos quinze minutos que antecedem a entrada. Se rolar um


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM sofá daqueles a jeito, perigo cochilar. É bom não esqueátimo que paradoxalmente arrasta-se para sempre. cer o alongamento de dedos e braços, porque minha viTenho ainda uns quinze segundos para “mutar” a viola de 12, apesar de macia, exige uma pega firme. Depois ola e dar uma última conferida na afinação que deve de quarenta e poucos anos tendo que ter uma pega firme, ter sido ligeiramente alterada pelo ar condicionado. você passa a dar valor a esses pequenos detalhes. Ajusto o in-ear, reajusto o microfone – percebendo no A produtora passa anunciando que vai soar o primeiro mesmo instante ser isso apenas um ato reflexo, visto sinal. Dou uma última olhada no espelho. Essa camisa que ele volta ao mesmo lugar - e deixo as paletas na não está me deixando a vontade... dá tempo de trocar? beira da estante que sustenta aquela famosa letra que Tem que dar. Hely chega rápido e confere comigo os não conseguirei decorar jamais, só vou usá-las lá pela “cachorros” – chamamos assim as convenções de divimetade do espetáculo. Olho o set list com a ordem das são – das canções da estrada. Segundo, terceiro sinal, músicas no chão à minha frente e curiosamente, como todos na coxia. Magrão pergunta o quê e, quando vou um quadro pintado diante de meus olhos, enxergo a falar, minha cabeça passa correndo um filme de possiformação do primeiro acorde que devo tocar. bilidades. Depois da primeira música, claro, temos tantas histórias pra contar que se as contássemos todas o show duraria horas, dias, semanas, meses... Jaziel, que junto com o Cenoura – os mineiros são imbatíveis nos apelidos! – e o Peluso, que forma nosso trio de Roadies Perfeitos, mostra o caminho pela escura entrada pro palco e eu entro para me aninhar naquele espaço que me parece um lar: à minha esquerda meu ro) chiquitito pero cumnturini (ao cent s com Flávio Ve e o grupo 14 Bi Sá s plidor Roland AC60, a Finalmente, rlo Ca iz Guarabyra, Lu meus pés o pedal A-B e as luzes nos iluminam com força. Soam mil e seteo chorus Boss que somo a um pingo do chorus do centas palmas, a cabeça limpa como que por encanRoland, em meus braços a Takamine de 12 e próximo to e eu me sinto seguro como nunca. Lembro Gil: a mim, um pouco mais atrás, o violão Takamine de “subo nesse palco, minha alma cheira a talco...” Mas aço que toco a partir da sexta música. Estou na extreo que o Flávio introduz ao violão é a “Canção da ma esquerda do palco, Magrão mais atrás, um pouco à América” de Milton e Fernando Brant, que escominha direita, Flávio no meio do campo com Vermelhemos para abrir o show muito a propósito de sua lho ao lado. Eu e Guarabyra somos agora uma dupla primeira e magnífica frase: amigo é coisa pra guardar separada por bons sete metros de palco, logo nós, no lado esquerdo do peito. O público reconhece a acostumados tão próximos que quase esbarramos analogia e aplaude aos primeiros compassos. Partinossos instrumentos, agora fora de nossa zona de mos. E a porta que se fecha para os pequenos receios conforto, ele lá na ponta direita, um pouco à frente é a mesma que se abre para as grandes emoções da do Cláudio. E acima de todos, no centro, reinam Hely estreia. Que bom saber que nem esses tantos anos de e sua batera, os pratos refletindo a fraca iluminação palco conseguiram me esfriar, que ainda guardo inicial, suficiente apenas para colocar-nos nos lugadentro de mim o irresistível poder da emoção que só res certos. E toda essa observação, acredite, me toma as ousadias conseguem despertar em nós. menos de três segundos, porque ali, na hora da verdaSomos, afinal, sete amigos no dia sete. Nossa, isso de, tudo passa depressa, um flash, um lampejo, um deve dar sorte!

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