Edição 246 - Maio 2015

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Sumário Ano. 21 - maio / 2015 - Nº 246

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Produzindo a música para a TV

O crescimento dos reality shows e o avanço das tecnologias de informação trouxeram à evidência a importância de um bom trabalho sonoro e do produtor musical. Conversamos com três profissionais que estão à frente dessas experiências na televisão sobre como é produzir para a telinha.

NESTA EDIÇÃO

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Passadas quase três décadas que a Yamaha lançou o seu primeiro mixer para áudio digital (o DMP7), presenciamos que muitas inovações tecnológicas criadas pela empresa debutaram nos integrantes da sua consagrada linha de consoles PM. Para não fugir à regra, a Yamaha apresenta o RIVAGE PM10, o primeiro console digital modular integrante da sua nova geração de equipamentos voltados para sonorização “ao vivo”

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Vitrine A Taigar lança uma caixa pequena para subgrave com 2400 WRMS em 8 ohms e a Yamaha apresenta uma mesa compacta indicada para streaming e webcasting.

20 Rápidas e Rasteiras A JBL lança uma ferramenta que dá a possibilidade de o usuário construir as suas próprias caixas e os técnicos do RJ contam agora com encontros semanais nas terças-feiras.

30 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

34 Gigplace Em entrevista, Fabiano Rezende fala sobre as atribuições do técnico de manutenção e sua importância no backstage.

40 Console S6L Composto de três módulos, uma superfície de controle S6, um mecanismo de processamento E6 e um módulo de Entradas e Saídas Stage 64, a S6L tem como principal funcionalidade servir ao som ao vivo.

42 Serie Y Projetados com uma perspectiva para oferecer soluções flexíveis e configuráveis, os gabinetes da série Y são indicados para teatro, transmissão, shows ao vivo e eventos corporativos, entre outras aplicações.

96 Vida de Artista A paixão por estradas, carros, poeira, asfalto e tudo o que diz respeito a viagens por terra levou Sá e cia. a diversos palcos Brasil afora.


Expediente

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O refletor na Era do LED

Um dos refletores mais solicitados pelos iluminadores, o Source4, da ETC, pode ganhar lâmpadas LED. Uma adaptação criada pela PRG, chamada RH+A ReNEW LED, substitui as costas de um refletor Elipsoidal Source4 da ETC onde a luz incandescente é colocada.

CADERNO TECNOLOGIA 62 Ableton Continuando a saga pelos plug-ins do Ableton Live, desta vez é hora de apresentar o conceito de Frequency Modulation (FM) e suas funcionalidades.

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Logic Pro As novas funcionalidades da versão Pro X 10.1.1 trazem ainda mais agilidade para o fluxo de trabalho do produtor.

66 Pro Tools Enquanto o Pro Tools, versão 12, não vem, conheça um pouco mais a fundo as opções e funções do Pro Tools First, uma versão gratuita que entrega uma gama de possibilidades ao profissional.

CADERNO ILUMINAÇÃO 78

Vitrine A Star apresenta o DMX Host, uma talha elétrica gerenciada via DMX e que proporciona mais dinâmica e movimentos aos cenários e palcos. Conheça também o VL3500 Wash, da Hotmachine, com tripla potência e lâmpada de duas extremidades.

84 Rápidas e Rasteiras A MALighting agora apresenta uma nova variação de soluções compactas de controle de iluminação, o dots2.

90 Lollapalooza Nesta edição, um panorama sobre os aspectos da iluminação, produção, operação e realização de um dos maiores festivais da música alternativa.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Tradução Fernando Castro Reportagem: Luiz de Urjaiis e Miguel Sá Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuída pela DINAP Ltda. Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 Cep. 06045-390 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3789-1628 CNPJ. 03.555.225/0001-00 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

Tratemos igual os desiguais

A

polêmica envolvendo empregados e empregadores em torno do Projeto de Lei 4.330/2004, aprovado pela Câmara dos Deputados em primeira votação no dia 8 de abril, ganhou mais eco nas últimas semanas por conta dos diversos protestos que surgiram em todo o Brasil. Na pauta das discussões, quem ganha e quem perde com a flexibilização da terceirização da mão de obra. Empresários e sindicatos e movimentos que se dizem em prol dos trabalhadores estão em lados opostos, por questões óbvias. No mercado de áudio e de iluminação, e na verdade de entretenimento em geral, a luta pelo reconhecimento profissional de técnicos de certa forma é bem anterior à essa questão. Muitas vezes trabalhando no dia a dia sem o reconhecimento dos próprios sindicatos ligados à categoria, como é o caso dos profissionais de áudio, que em alguns casos ficam submetidos ao SATED; esses trabalhadores ressaltam que nunca tiveram a devida atenção dos organismos que lutam a favor dos profissionais. Na tentativa de tentar regularizar a própria situação, há cerca de quatro anos, um grupo resolveu pôr a mão na massa e reivindicar junto ao SEBRAE o reconhecimento dos profissionais técnicos de áudio e de iluminação para que tivessem direito de se formalizarem como pequenos empreendedores. O esforço valeu a pena para muitos que labutavam sem qualquer tipo de vínculo empregatício com as empresas, ou por opção ou por falta de oportunidade, e “perdiam” anos e anos de direitos trabalhistas. A conta desse tempo perdido, que só chegava aos 65 anos, geralmente a idade de se aposentar, vinha de forma cruel para aqueles que tinham deixado toda uma vida de trabalho na estrada ou nos palcos. Agora, ao terem uma opção de se tornar seu próprio patrão, talvez as futuras gerações trilhem seus caminhos profissionais com mais consciência e cheguem ao fim da carreira profissional com mais dignidade. O que se espera, talvez, com a flexibilização da mão de obra é uma alternativa a mais, no caso dos profissionais de entretenimento, na formalização do seu trabalho. Terceirização de mão de obra técnica, nesse mercado, sempre existiu, mas sem a chancela do Estado. Os órgãos federais de fiscalização estão aí para inspecionar, seja a mão de obra contratada via CLT ou por contrato temporário de trabalho. Eximir a responsabilidade de empresas e desses órgãos em virtude da forma como a mão de obra foi contratada é o mesmo que tratar os iguais de forma desigual. Boa leitura. Danielli Marinho

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www.amercobrasil.com.br A Amerco lança o alto-falante de Neodímio 6", da Faital Pro. Entre seus parâmetros técnicos, podemos destacar: impedância Nominal - 8 Ohm; impedância mínima de 6,6 Ohm; Potência Nominal AES - 150W; Potência máxima de 300 W; Sensibilidade (1W / 1m) de 97 dB; Faixa de Frequência 100-5000 Hz e Diâmetro da bobina - 52mm (2 in).

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676 TUBE MIC PRE CHANNEL STRIP www.harman.com O dbx 676 é um pré-amplificador de mics que oferece diversas opções de sonoridade entregando uma qualidade extraordinária de áudio, tanto em gravações quanto em som ao vivo. O equipamento emprega um alto ganho, seções de tubo preamp Classe A baseado em torno de um tubo de vácuo 12AU7 que pode ser ajustado para soar claro e puro ou sujo e cheio de harmônicos. O 676 incorpora um Compressor/ Limiter com design do dbx 162SL e 3 bandas paramétricas de EQ, permitindo controle exato dos dinâmicos e balanço total. O produto oferece ainda entrada e saída XLR e uma entrada frontal para instrumento.

CAIXA S2 18 2400 www.taigar.com.br Caixa para sub grave pequena em tamanho mas imponente em sonoridade. O modelo S2 18 2400 tem 2400 W RMS em 8 ohms e é composto por 2 transdutores de 18" de 1200 W RMS, sensibilidade SPL 1W 1m 106dB e tem dimensões de A995xL610xP660mm. É perfeita para aplicação para grandes sistemas de sonorização.

CABO MOGAMI 3103 STUDIO SPEAKER www.mogami.com.br O Cabo 3103 oferece um verdadeiro desempenho audiófilo, com nível de qualidade da música o mais próximo possível da gravação original, para a transmissão de som preciso, com resposta clara e transparente. O produto ainda possui cabos superflexíveis robustos para as aplicações profissionais mais exigentes. Cada condutor disponibiliza multifilamento negflex livre de oxigênio com isolamento em PVC no diâmetro de 4 mm² (# 12AWG).


VERSÃO 3 DA CL E QL www.yamaha.com.br A Yamaha vai demonstrar durante a AES 2015 a Versão 3 da CL e QL, o RMio64D, conversor Madi/Dante, além dos produtos de instalação, as novas interfaces Steinberg e muito mais. Visite o estande e esclareça as suas dúvidas com os especialistas da empresa.

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SAMSON AURO D1500

SUBWOOFER SW 800

www.equipo.com.br O subwoofer ativo Auro D1500 da Samson fornece graves poderosos que permitem o público não só ouvir, mas “sentir” o grave. O Auro D1500 oferece inacreditáveis 1.000 watts de potência em um elegante gabinete que pesa pouco mais de 25 quilos, tornando-o ideal para músicos de estrada, DJs e outras aplicações de reforço de som em geral. O D1500 Auro Ativo Subwoofer vai onde o low-end é uma obrigação. Completam as características do equipamento um alto-falante de 15", bobina de 2.5", entradas RCA não balanceadas, saídas XLR Stereo com filtro Passa Alta, controle de DSP com três posições (Normal, Deep e Boost), entre outros.

www.oversound.com.br Recém-lançado no mercado, o SW 800 é o mais novo Subwoofer 18” da OVERSOUND. Desenvolvido para grandes sistemas de PA’s e salas de cinema, sua mecânica permite trabalhar com frequência inicial de 35Hz, proporcionando um sub muito mais agradável. Possui bobina de 4” com corpo em Kapton, enrolamento in side out side com fio de cobre, cone projetado para atender frequências mais baixas, fibras longas e resinas especiais, conjunto móvel todo remodelado. O novo projeto de refrigeração na bobina garante maior fluxo de ar no sistema, que não poderia faltar num poderoso conjunto magnético. Todas essas características do novo SW 800 de 18” Oversound, irão fazer do seu grave a sensação mais agradável do seu som. Disponível nas versões 4 e 8 ohms.

SÉRIE AG www.yamaha.com.br O AG é uma mesa compacta desenvolvida para melhorar a experiência criativa de áudio em diferentes aplicações, tais como: Streaming, Webcasting, Produção Musical, Gravação com dispositivo móvel usando iPad, escuta e reprodução de áudio em alta qualidade, gamers, apresentações ao vivo, ambiente educacional e muito mais. Apresenta interface de áudio com ligação USB preparada para mixagem de som em alta resolução. A linha AG chega ao Brasil nos modelos AG03 e AG06.

NEO 210244 www.taigar.com.br Este novo modelo vem sendo aprovado por profissionais renomados no segmento de áudio. Composto por 2 transdutores de 10" TGR e dois Drivers de Polyiamide B&C, potência total de cada célula 1320W (AES), sensibilidade máxima (Peak) 145dB, cobertura H1, o sistema é recomendado para quem deseja fidelidade sonora com grande cobertura, tanto em ambientes indoor quanto outdoor. Podem ainda ser acopladas até 16 unidades para cada linha.


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Todas as terças feiras de cada semana acontece no Rio de Janeiro um encontro dos profissionais de áudio para debater assuntos ligados à profissão. O evento, denominado Terças Técnicas, é gratuito e ocorre no Jacarepaguá Tênis Club, na capital fluminense. A Terça Técnica RJ foi criada no início deste ano com o objetivo de suceder a Liga dos Profissionais do Backstage do Rio de Janeiro, movimento que foi responsável por incluir a profissão de técnico de áudio e de iluminação na relação de profissionais contemplados pelo MEI (Micro Empreendedor Individual). O encontro tem como púlico-alvo técnicos de iluminação, produtores, roadies, técnicos de som, sonoplastas, técnicos de vídeo (LED), auxiliares técnicos em geral. Mais informações pelo email: tercatecnicarj@gmail.com

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TERÇAS TÉCNICAS NO RIO DE JANEIRO

FRAUDE EM BOLETOS A Equipo esclarece que alguns emails que circulam em nome da Equipo/Waldman com boleto anexado são fraude. A empresa informa que os boletos válidos são enviados junto com as Notas Fiscais no ato da entrega dos produtos e, caso o cliente não os receba, deve entrar em contato com o departamento financeiro a fim de obter segunda via. Os boletos que seguem anexados aos e-mails falsos indicam para pagamento no banco Santander, com o qual a Equipo não possui vínculo. Qualquer dúvida, entrar em contato pelos telefones (11) 2199-2956 / 2199-2935 / 2199-2903 / 2199-2913.

Novo aplicativo conta história de equipamentos Em comemoração aos 40 anos de seus primeiros sintetizadores, a Yamaha lançou o Synth Book, um aplicativo para a plataforma iOS que traz a história dos equipamentos, um sintetizador virtual e ainda dá acesso a comunidades online para troca de informações sobre os equipamentos. O aplicativo

permite disparar loops de bateria, criar timbres e fazer o controle analógico de botões virtuais. Além de ser gratuito, conta também com um teclado virtual, que simplesmente dispensa o uso do instrumento “de verdade”. Para saber mais acesse: http://br.yamaha.com

GRAMMY VIA FIBRA ÓTICA Para entregar um áudio perfeito durante a cerimônia do Oscar 2015, a ATK Audiotek usou o sistema Optocore para transporte de dados sobre fibra ótica. O evento, transmitido ao vivo e que, este ano, contou com a performance de artistas e bandas como AC/DC, Beyoncé, Madonna, Katy Perry, Tony Bennett e Lady Gaga, pôde contar com uma arquitetura redundante de 3 vias que permitiu ao engenheiro de som operar da house mix sem uso de cabos. Esta é a quinta edição que a ATK usa o sistema no Grammy.

Phil X é endorser da Framus O guitarrista passa a fazer parte do time de endorser da Framus e, como resultado, a empresa resolveu lançar dois modelos em homenagem ao artista: o Framus Custom Shop Artist Signature Phil XG e o Framus German Pro Series Phil XG Artist Model. Em 2013, Phil X substituiu Richie Sambora no Bon Jovi e participa do próximo álbum do cantor, que será lançado em 2016.

Phil X também já participou dos álbuns de Tommy Lee, Methods of Mayhem, Avril Lavigne, Kelly Clarkson, Orianthi, Rob Zombie, Chris Daughtry, Alice Cooper e Thousand Foot Krutch. Além de Phil X, a Framus conta com guitarristas tops em seu cast de endorser como Devin Townsend, Wolf Hoffmann, Stevie Salas, William Duvall e Larry Coryell.

NOVO VICE-PRESIDENTE MARTIN AUDIO A Martin Audio nos Estados Unidos apontou um novo vice-presidente para comandar a empresa no mercado norte-americano. Lee Stein possui 18 anos de experiência em gerenciamento na área industrial, vendas e marketing, incluindo passagens pela Sennheiser e Avid Technology, trazendo um profundo conhecimento e expertise para dirigir a Martin Audio nos EUA, especialmente na área de som ao vivo.


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CONSTRUA SUAS PRÓPRIAS CAIXAS ACÚSTICAS Permitir que o usuário construa suas próprias caixas acústicas de acordo com o objetivo de seus projetos. Essa é a proposta do JBL Tools, aplicativo lançado pela Harman que reúne ferramentas para a criação de caixas, além de precisas opções de medição. Com o auxílio do JBL Tools é possível a construção de diferentes modelos de caixas, apenas escolhendo o formato, inserindo informações sobre medidas (altura, largura e profundidade) para o aplicativo fazer o cálculo de projeto. O menu principal apresenta ainda a opção Cálculos, com as classes Duto, Frequência de Sintonia, Sensibilidade, Amplificador e Comprimento de Onda, para que seja realizada a calibragem do equipamento. Além disso, estão disponíveis medidores de SPL, de Polaridade, Formato de Onda e Analisador de Áudio - que avalia o resultado de todo o processo de construção. O aplicativo JBL Tools está disponível para Android e IOS, em português.

CURSO DE MIXAGEM Nos dias 16 e 17 de maio acontece o Curso de Mixagem Be Happy, no Rio de Janeiro. Com carga horária total de 12 horas (6 horas em cada dia), este curso já foi dado três vezes em parceria com a Vitória Áudio e Música de Vitória-ES. Serão discutidas técnicas, conceitos, teorias e estratégias de mixagem, além de mixagem de projetos com todos os passos explicados aos alunos. O estúdio Be Happy fica em Botafogo e o investimento é de R$ 250 para os dois dias de curso.

NOVO ENDEREÇO A filial da Proshows em São Paulo passa a atender em um novo endereço e novo telefone: Avenida Fagundes Filho, 191 – Sala 152 São Paulo – SP CEPP: 04305-010. Tel: (11) 4083-2720

Workshop de áudio no SESC Belenzinho

O SESC Belenzinho, em São Paulo, realizou em março o seu I Workshop de Áudio, abordando temas como Técnicas de Captação, Microfonação e Sistema Operacional. O workshop teve a finalidade de promover a capacitação e a atualização das equipes de audiovisual do SESC por meio de palestras com demonstrações de novas técnicas de microfonação e uso de sistemas operacionais de mesas digi-

tais para shows. Nesse primeiro encontro, o SESC Belenzinho recebeu no teatro da unidade os palestrantes Renato Carneiro, brasileiro e engenheiro de som especialista em consoles digitais da DIGICO, e do dinamarquês Bo Brinck, especialista em microfones europeus da marca DPA. O evento contou com a participação de 52 técnicos audiovisuais de 12 unidades do SESC de São Paulo.

INFOCOMM A TOA, juntamente com a distribuidora Discabos, estará presente pelo segundo ano na Expo Infocomm Tecnomultimedia no Brasil, um dos eventos mais importantes da indústria audiovisual. A expo

ocorre nos dias 12-13-14 de maio2015 e na ocasião, a empresa vai realizar palestra sobre Sonorização de Ambientes em Linha de Alta Impedância, como parte do ciclo de palestras oficiais do evento.


NELSON CARDOSO RECEBE O CONJUNTO DE MEDALHAS PEDRO ERNESTO

Nelson Cardoso (à esquerda) recebe homenagem na Câmara Municipal do Rio de Janeiro

O publicitário, jornalista e diretor da Revista Backstage, Nelson Cardoso, recebeu no dia 10 de abril, o Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto das mãos do vereador Célio Lupparelli, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A ho-

menagem foi prestada em reconhecimento ao trabalho jornalístico desempenhado no Jornal Nosso Bairro Jacarepaguá desde 2008, periódico que circula em Jacarepaguá, na capital fluminense. Na solenidade estiveram presentes várias persona-

lidades do bairro, amigos e familiares do homenageado, além da equipe e dos colaboradores do jornal e da Revista Backstage. A Medalha de Mérito Pedro Ernesto foi criada através da Resolução nº 40, em 20 de outubro de 1980. Ela é a principal homenagem que o Rio de Janeiro presta a quem mais se destaca na sociedade brasileira ou internacional. Recebeu esse nome em reconhecimento ao trabalho do prefeito Pedro Ernesto e, por isso, sua figura é estampada nas duas medalhas que fazem parte do Conjunto de Medalhas. Uma medalha é presa ao colar e a outra é para ser colocada na lapela do lado direito do homenageado. Ambas são presas em uma fita de cores azul, vermelha e branca, que são as cores da bandeira da cidade. Acesse: http://goo.gl/NicdXq

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WORKSHOP MTX AUDIO PRÓ

Partcipantes do Terças Técnicas (no RJ) assistem a workshop e demonstração do sistema MTX

No dia 31 de março, a MTX promoveu um workshop para um público de cerca de 50 técnicos, durante a Terça Técnica, no Rio de Janeiro. Durante o evento, os participantes puderam assistir a uma demonstração do sistema e esclarecer dúvidas com os engenheiros presentes. Para Marcelo Oliveira, técnico de áudio e consultor, que já conhecia o sub do sistema “da estrada”, foi a oportunidade de conhecer as caixas.

“O sub eu já conhecia, mas as caixas me parecem que têm componentes importados e foi pensada e testada para o componente que foi colocado nela”, avaliou. Na opinião de Flavio Sena Neto, operador de monitor do Roupa Nova, que ainda não conhecia o sistema MTX, o workshop trouxe algo mais pessoal e informal, onde as informações fluem de técnico para técnico. “Eu gostei bastante do sistema e achei uma opção bas-

tante interessante para o nosso mercado, mas eu gostaria de testar e ouvir mais, em outros ambientes. Mas eu achei que, se tiver no rider, eu posso aprovar”, afirmou. “Eu gostei muito do sub, fiquei bastante surpreso com a qualidade dele e como ele soma com o PA. Achei bacana”, completou. Para Marcos Gil, mais conhecido como Baiano, técnico de som da Preta Gil, o workshop serviu para mostrar que o mercado tem mais um sistema nacional. “Gostei muito da qualidade do equipamento apresentado. O que eu mais gostei foi o cancelamento na parte de trás das caixas. A falta da volta dos subs é muito importante, principalmente, para quem está fazendo monitor e mixando o palco”.

CDC SIX: SOM DIGITAL AO VIVO

A CADAC está lançando seu novo CDC six, console de produção de som digital ao vivo, na Prolight

+ Sound 2015. Uma das principais características é o produto ter uma interface de usuário mais intuitiva e mais rápida, conferindo um maior desempenho de áudio em qualquer console de mixagem de áudio disponível. Com o Card integrado é possível usar o servidor MultiRack SoundGrid como padrão.


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PALCO IPANEMA

Em abril, Ipanema, na Zona Sul carioca, foi palco de um grande show em comemoração à Hora do Planeta. O evento, realizado pela Piaf Eventos, contou, para sonorização das apresentações, com equipamentos d&b audiotecnik, totalizando:

• 20 Caixas d&b V8 • 4 Caixas d&b V12 • 08 Caixas d&b Vsub • 08 Caixas d&b Jsub • 04 Monitores d&b M2 • 4 amplificadores d&b D80 • 4 Amplificadores d&b D12


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FRAUDE O mercado parece lentamente se adaptar à nova realidade do câmbio e encontra interessantes alternativas para organizar a esculhambação que Brasília reiteradamente provoca na nossa economia. O sutil recuo do dólar associado à pouca flutuação e valorização do euro tem feito com que algumas operações sejam realizadas com base na moeda da comunidade europeia. Chinês gosta é de moeda forte e não está nem aí para a sua origem.

A Equipo vem alertando seus clientes sobre possíveis fraudes em boletos enviados pela internet sem o seu conhecimento e direcionando pagamentos a bancos com que a empresa não tem qualquer vínculo. O golpe é antigo e exige redobrado cuidado de todos na hora de verificar a autenticidade de um documento para pagamento. A empresa orienta que seja validado apenas o Boleto anexado à Nota Fiscal que acompanha a entrega do pedido. Caso esse documento não se faça presente na entrega dos produtos, entrar em contato imediatamente com a Equipo pelo fone (11) 2199.2999 para a devida correção.

do que festival de música, mas daí a chamá-lo de decadente vai uma longa distância. A proposta do evento é um grande encontro de jovens apreciadores de música “muderninha”, invariavelmente garotada que ainda está secando as espinhas do rosto. Algumas atrações fogem a essa proposta e tentam dar um ar de mais qualidade musical ao evento, mas notadamente ficam deslocadas do perfil original da festa. Já ignorar a dimensão do espetáculo ou tentar supervalorizá-lo como alguns fizeram é coisa da nossa mídia pouco especializada. Aliás, as transmissões pela TV, por exemplo, foram constrangedoras e me deixaram uma pergunta recorrente... Será que para falar com os jovens as pessoas precisam se tornar bobocas?

BBB MUSICAL Já imaginaram um BBB curto onde ficariam reclusos por apenas duas semanas, entre outros, Caetano Veloso, Lobão, Ed Motta, Nana Caymmi e o Tico Santa Cruz? Seria o maior show de sinceridades da música brasileira em todos os tempos. E gostando ou não das opiniões oriundas dessas personalidades, o conteúdo seria impagável e de estrondosa repercussão. E certamente seria a única forma de me fazer assistir aquela bobagem.

KIKO

REVOLUCIONÁRIO?

Enquanto todos vibram, inclusive eu, com a entrada do guitarrista brasileiro Kiko Loureiro no Megadeth, uma das maiores bandas de metal do mundo, alguns idiotas criticam a decisão ou tentam desmerecer a conquista da guitarra brasileira por um dos seus músicos mais conhecidos no segmento. Enquanto isso, o vocalista e líder do Megadeth, Dave Mustaine, se rasga em elogios ao seu novo parceiro que, a partir de agora, tem a nossa torcida para trazer um olhar mais atento para os instrumentistas do nosso país. Parabéns Kiko, parabéns guitarristas do Brasil.

A ideia de sintetizar o som da guitarra sempre foi um desejo complexo e difícil de ser realizado pelos laboratórios de pesquisa. A Roland e a Casio foram as pioneiras no desenvolvimento dessas tecnologias. Enquanto a primeira sempre investiu no segmento, a segunda abandonou esse mercado antes da virada do século. A parafernália de cabos especiais, conexões frágeis e a inevitável utilização de captação hexafônica sempre trouxeram um certo desalento e má vontade por parte da maioria dos guitarristas. Agora isso pode mudar. A Roland acaba de lançar o novo SY300, um pedal que promete sintetizar com polifonia o som da guitarra sem que nenhum outro acessório seja necessário. Qualquer guitarra pode ser ligada no novo produto que promete atropelar o passado

LOLLAPALOOZA 2015 Sempre achei o festival Lollapalooza meio chinfrim e com cara muito mais de rave


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR de monofonia e permitir o reconhecimento de acordes com um retardo absolutamente desprezível, segundo os dados do fabricante. Se funcionar como prometem, será mais uma revolução provocada pela Roland no mercado de tecnologia avançada para instrumentos musicais. Tô esfregando as mãos.

SEM GRANA Noel e Liam Gallagher, os irmãos encrenqueiros, já sentem no bolso o fim da banda que os conduziu ao estrelato. Diante do fracasso de seus projetos paralelos, eles pensam em reforçar o caixa que notadamente anda em baixa. Com o fim do Oasis e sem que nenhum dos dois pudesse usar o nome da banda, Noel e Liam tentaram projetos novos, discos solos e o escambau, mas nada deu certo. Sem alternativas, os irmãos estão selando a paz e anunciando a volta da banda para 2016. A turnê será apenas europeia e vendida a peso de ouro. Parece que as contas chegaram...

NAMES RIGHTS A exemplo do Oasis, muitas outras bandas ao longo da história provocaram ferrenhas disputas judiciais por nomes e seus respectivos legados. Legião Urbana, Credence Clearwater Revival, Kool and The Gang, e mais recentemente Camisa de Vênus são apenas algumas das marcas musicais que valem dinheiro e espaço, mas que são motivo para brigas nos tribunais por parte de seus integrantes originais. A encrenca que dá início a tudo isso está no registro, geralmente feito de forma amistosa entre amigos e que mais tarde brigam por dinheiro. A legislação brasileira é clara, mas as decisões dos tribunais nem sempre. Alguns magistrados levam em consideração a circunstância e a participação dos litigantes na consolidação do trabalho artístico e suas vinculações econômicas.

WIRELESS Por justificada falta de espaço não consigo responder aos muitos emails endereçados a essa coluna, mas alguns merecem destaque por seu conteúdo e repercussão geral. O leitor Lúcio Soares (SP) levanta uma interessante polêmica sobre os sistemas wireless para guitarras e afins. “A falta de qualidade que provoca uma mudança no som da guitarra é o principal motivo que inibe os músicos a usarem os sistemas sem fio”. Liguei para alguns amigos guitarristas e ouvi de quase todos a mesma justificativa. A alegação é de que a maioria dos pré-amplificadores dos receptores deixam os instrumentos com som de lata, ou seja, ficam radiofônicos e sem brilho. E o problema parece não estar no preço e sim na qualidade dos projetos.

de um crítico (?!?) que chamou a Valeska Popozuda de Lady Gaga brasileira. Passada a irritação com a bobagem que li, fiquei imaginando o tipo de gente que recebe espaços nobres para escrever sobre música no Brasil. Será que o rapaz sabe que a Lady Gaga é pianista com formação erudita, formada em Berkeley (uma das maiores, senão a maior escola de música do mundo), autora de mais de uma centena de músicas (está no Hall da Fama dos Compositores), dentre as quais sucessos que venderam mais de um milhão de cópias nos EUA, tem formação vocal na UCLA University (Califórnia) e uma dúzia de discos premiados ao redor do mundo? Não sou fã da gringa e nem das suas músicas, mas acho que respeito é bom e cabe em qualquer lugar.

VALORAÇÃO

ARROCHO

A discussão sobre a forma de valorar o arranjo original de uma música na arrecadação dos direitos autorais não encontra muito campo para discussão na lei, afinal ela entende como autor apenas aquele que fez a letra e a melodia. Produtores e arranjadores, no entanto, têm um entendimento de que os arranjos deveriam fazer parte desse contexto. Músicas como Fullgás (na voz da Marina), New York, New York (cantada por Frank Sinatra), Será (na versão original do Legião Urbana), Óculos (dos Paralamas do Sucesso), Wonderful World (com Louis Armstrong), são apenas algumas das canções que mesmo exaustivamente regravadas, jamais serão desvinculadas de seus arranjos originais exatamente porque são definitivos e inarredáveis do seu contexto e resgate artístico. Mas a pergunta que fica no ar é de difícil resposta. Como valorar isso?

Os cachês de quase todos os artistas brasileiros passam por uma revisão em tempos de crise. Enquanto o perdulário poder público insiste em contratar por preços irreais, afinal a nebulosidade desses contratos vem demonstrando que nem todo o dinheiro que sai do caixa vai para o bolso do artista, os promotores de eventos e contratantes em geral vivem cada vez mais apertados em orçamentos reduzidos e logística dispendiosa. Uma conhecida dupla sertaneja que já cobrou 200 mil por show, recentemente fez um tour por Minas Gerais e Bahia recebendo 60 mil por cada uma das quatro apresentações.

LI E NÃO ACREDITEI Um dos maiores jornais do país com sede em SP publicou o artigo

VERDADE DURA Vou ser direto. Não existe guitarra popular de madeira natural. Para ter um preço final competitivo elas são confeccionadas em compensados de madeirite de baixo custo e processados a partir das sobras de recortes de madeiras naturais. Parece madeira natural, mas não é...

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GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR

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Profissões do

‘backstage’ FABIANO REZENDE TÉCNICO DE MANUTENÇÃO redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

Nesta série de entrevistas sobre os bastidores dos shows das produções musicais falaremos sobre a profissão de Técnico de Manutenção e o entrevistado é o Fabiano Rezende.

G

igplace - Fabiano, qual a sua formação acadêmica e como você parou no mercado de entretenimento? Fabiano - Minha formação acadêmica não é muito extensa. Tenho apenas o segundo grau e um curso de eletrônica feito à distância, uma vez que esta era a única opção de se aprender eletrônica na cidade em que eu morava na época em que realmente decidi continuar com a profissão. Digo “continuar” pelo

seguinte: meu real início foi aos 6 anos, quando meus pais se separaram e eu fui morar com o meu pai em uma de suas oficinas; uma vez que ele também é técnico em eletrônica. Era curioso, porque antes mesmo de aprender a ler e escrever, eu reconhecia todos os componentes no esquema elétrico, não era difícil, uma vez que estes são símbolos e eu era uma criança. Também costumava ajudálo na bancada desmontando sucatas e


trocando componentes, o que me fez adquirir uma boa prática com circuitos eletrônicos e ferramentas, como ferro de solda etc. Nesta mesma época, início da década de 80, também tive oportunidades de assistir com meu pai a muitos cursos de especialização de marcas como Philips, Mitsubishi, Toshiba. Aos 12 anos, já fazendo reparos com o uso de esquema elétrico, decidi centralizar as energias apenas ao pró áudio. Aos 15, eu ocupava um cargo de gerente em uma oficina desta área já com meu primeiro registro em carteira como técnico em eletrônica. Aos 25 decidi deixar a bancada para ganhar um pouco de experiência na “estrada” e fui contratado por uma das maiores locadoras de som do Brasil. Meu intuito era adquirir experiência de uso, logística e problemas de condições adversas que os equipamentos sofrem no dia a dia. Foram quase nove anos nesta incrível experiência. Em 2007 resolvi voltar para a bancada, porém com minha própria assistência técnica, e através dela tive a oportunidade de fazer alguns cursos de manutenção eletrônica na Europa e EUA. Gigplace - Pode parecer óbvio, mas o que faz um técnico de manutenção eletrônica, quais as suas atribuições e qual o perfil dos seus clientes? Fabiano - A principal função do técnico em eletrônica sem dúvida é fazer reparos corretivos em equipamentos eletrônicos. Em menores casos, as manutenções preventivas; também existem situações em que ele é solicitado apenas como um consultor. Existem vários perfis, porém os principais são locadoras de todos os portes, bandas, estúdios de gravação, instituições corporativas governamentais e “hobistas”. Gigplace - Com os crescentes avanços tecnológicos , como as

bandas e empresas cuidam dos seus equipamentos? Elas fazem manutenção preventiva programada ou só recorrem aos serviços quando algo quebra? Fabiano - Isso varia de acordo com o tipo de cliente. Por exemplo, locadoras de pequeno porte normalmente enviam seus equipamentos apenas quando os mesmos apresentam um problema explícito. As de médio porte normalmente são as que mais nos enviam aparelhos para manutenção preventiva, principalmente consoles e sistemas wireless em geral. Já as locadoras de grande porte, dificilmente nos enviam equipamentos para manutenção preventiva. Eles normalmente possuem um departamento técnico preparado para estes trabalhos diários. O que recebemos normalmente deste tipo de cliente são equipamentos que costumamos chamar de “causas impossíveis”, ou seja, aqueles já bastante mexidos e, pior que isso, eles normalmente precisam para o dia seguinte. Entretanto, este tipo de trabalho nos traz muita gratificação em termos profissionais. Os estúdios dificilmente têm tempo para manutenções preventivas, normalmente só enviam seus equipamentos para a oficina quando não tem mais jeito. Ou pior, solicitam uma visita técnica para que a manutenção seja feita no local, pois o estúdio não pode parar. Gigplace - Em linhas gerais, os equipamentos que chegam à sua oficina são por causas, digamos NATURAIS (desgaste, tempo de uso), ou por falha humana? Fabiano - Sem sombra de dúvidas as falhas humanas lideram este ranking. Chamo de falha humana coisas do tipo: cases mal desenha-

dos, transporte inadequado, falta de preocupação em se antecipar condições adversas como chuva nas “asas” do PA, na house e monitor mix, problemas diversos relacionados à ddp’s existentes entre a house e o palco e em situações em que é necessário enviar sinal de um console do sistema para uma unidade móvel, uma câmera etc.

Gigplace - Na atualidade, os equipamentos na sua grande maioria são computadores dedicados para executar determinadas funções. O usuário mediano tem consciência dos cuidados ao utilizar estes equipamentos ou ainda tratam como se fossem analógicos? Fabiano - Esta pergunta também está relacionada ao perfil do cliente. Para os clientes de estúdios esta

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diferenciação de tato com o tipo de equipamento é bem mais fácil por diversos fatores. Eles normalmente são mais detalhistas e também têm mais tempo para conhecer seus equipamentos de forma mais completa, também porque normalmente menos pessoas os utilizam. Já os “PAzeiros” não conseguem ter o mesmo controle, uma vez que várias pessoas com diferentes níveis de conhecimento utilizam seus equipamentos. De um modo geral, a mudança do analógico para o digital teve seus lados positivos e negativos no ponto de vista da fragilidade e defeitos. Gigplace - Ainda na linha da pergunta anterior. As consoles digitais vão muito para conserto? Quais os principais problemas e os mais esquisitos que você já viu? Fabiano - Sim, recebemos mais consoles digitais atualmente do que a analógica no passado. Atribuo isso a dois fatores principais: a logística dos digitais é bem mais fácil do que a analógica, isto faz com que o cliente não precise esperar a mesa ter dezenas de problemas para recorrer à assistência, também porque os tipos de defeitos são mais imprevisíveis e comprometedores. Os defeitos mais comuns em consoles digitais que utilizam mix rack ainda são os causados por decorrência de ddp nas entradas analógicas ou nas digitais; entretanto, outros defeitos variam de marca para marca, como por exemplo, desgaste precoce em potenciômetros, problemas relacionados a mau contato excessivo em interconexões frágeis, dentre outros. Já vi muita coisa estranha, mas um mais recente foi quando eu recebi uma PM5DRH com o seguinte sintoma alegado pelo cliente: em alguns shows a mesa reiniciava sem nenhum motivo relacionado a variação de energia elétrica. Depois de quase dois dias procurando o problema sem que a mesa apresentasse o sintoma, resolvi fazer algumas medições em uma de

suas main boards, foi então que encontrei pequeno ser que não se parecia com nada que eu já tenha visto residindo entre o cartão de memória interno e a placa de CPU. Não pensei duas vezes, dei-lhe ordem de despejo, lavei a placa e tudo voltou ao normal. Gigplace - Quais dicas você daria para prolongar a vida útil dos equipamentos utilizados na estrada, seja em shows e ou eventos? Fabiano – Vamos a algumas dicas por tipo de equipamento: Microfones e sistemas pessoais em geral: adicionar sílica-gel ao local de armazenagem diária. Em caso de artistas que transpiram muito é IMPRESCINDÍVEL a revisão periódica, isso poderá reduzir o risco de perda total do equipamento devido à corrosão de trilhas e pontos metalizados. Mesas de som: redobrar os cuidados em relação à chuva e líquidos próximos à mesa. SEMPRE utilizar isolador quando for preciso enviar ou receber sinal de outro ponto, independente de ser um dispositivo com bateria. Amplificadores de áudio: utilizar um sistema de ligação em que seja IMPOSSÍVEL se conectar a saída de um canal na saída de outro canal. Se possuírem processamento integrado, utilizar um isolador passivo na entrada de cada via. Redobrar os cuidados em relação à chuva, mesmo não havendo previsão de chuva. Gigplace - Uma dúvida, que é quase um mito: é verdade que os sistemas de RF precisam ser calibrados de tempos em tempos? E, se verdade, quais os sintomas que eles passam a apresentar quando estão descalibrados? Fabiano – Sim. Para os sistemas mais antigos e não para os mais novos. O que acontece é o seguinte: devido à cultura que se adquiriu por precisar calibrar os sistemas antigos, qualquer sintoma anormal as pessoas imaginam que o sistema precisa ser calibrado, ao passo em que na maioria das vezes se trata de um ou mais defeitos


eletrônicos. O problema é este, os sintomas de quando precisam ser calibrados são os mesmos dos relacionados a falhas eletrônicas. Normalmente são perda de sensibilidade de recepção, baixa potência de transmissão, valores altos de THD e nos atuais até mesmo marcações erradas nos níveis de bateria, RF, áudio etc. Gigplace - E falando em manutenção preventiva, o que deve ser observado e planejado para estender a vida útil de equipamento de áudio, vídeo e iluminação? Fabiano - Nos equipamentos atuais, não existem muitas coisas a serem feitas neste sentido sem que se abram os mesmos. Entretanto, eu daria algumas dicas simples. Limpar os potenciômetros “fader” dos consoles com ar comprimido, nunca aplicar nenhum tipo de produto (a menos que este seja especificado pelo fabricante), lubrificar os contatos dos suportes de pilhas dos transmissores, receptores e outros equipamentos que o utilizem, guardar os microfones com e sem fio e “body packs” em local seco, de preferência utilizar um desumidificador, e verificar periodicamente o funcionamento das antenas e demais cabos de forma separada. A manutenção preventiva feita de forma correta, sem dúvida, é a forma mais barata e eficaz; ela aumenta a vida útil do equipamento, proporciona uma segurança maior por parte do usuário, diminuindo as chances de surpresas constrangedoras que comprometam a reputação da empresa, e também garante que o equipamento desempenhe suas funções da melhor forma possível. Gigplace - Um dos problemas mais estranhos do Brasil é que algumas marcas ficam “órfãs”. Ou seja, ficam períodos sem representante e suporte no Brasil. Como você faz para atender esses clientes, já que muitas vezes eles não têm a mínima ideia de onde conseguir peças de reposição?

Fabiano - Ótima pergunta. Porém, antes de respondê-la será necessário ressaltar alguns pontos. O formato que o técnico deve utilizar para reparar os equipamentos atuais é bem diferente de como se fazia no passado. Onde você simplesmente analisava o sintoma, abria o aparelho e começava uma busca usando um acúmulo de experiência teórica, prática e um pouquinho de intuição. Hoje em dia, em uma simples caixinha amplificada você encontra CIs programáveis na fonte de alimentação e em seus DSPs, componentes com códigos não comerciais etc. De modo que, sem o respaldo do fabricante, às vezes se torna impossível efetuar o reparo. Ou seja, além do constante autodidatismo, que é prérequisito na vida de um bom técnico, ele precisará contar muito com o apoio do importador e este, consequentemente, do fabricante. Geralmente no Brasil, quando o cliente inicia o processo de escolha do equipamento, ele se preocupa muito mais em saber qual está sendo usado pela empresa A, B ou C, esquecendo de levar em consideração uma série de outros fatores. O histórico da marca no sentido de pós-venda é algo muito sério e que na maioria das vezes é desconsiderado. A dimensão deste problema é tão grande que chega a atingir não só o consumidor final, mas às vezes até o importador. Também não é uma boa ideia comprar um equipamento importado levando-se em consideração apenas a qualidade do produto. Afinal, o único equipamento que não dá defeito é aquele que não foi ainda inventado. O que muda é a quantidade de problemas e capacidade de solucioná-los. Todos os equipamentos, sem exceção, possuem seus pontos fracos. Muitas vezes, visando fazer um bom negócio, alguns importadores se encantam com a oportunidade de importar uma determinada marca devido a esta ser boa, barata etc. Porém não dá a devida atenção aos aspectos técnicos desta. Aí é que começa o pro-

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blema, pois se ele erra nas contas, certamente não conseguirá sustentar a marca e, no final, o maior prejudicado será o consumidor. Neste momento é que entra o trabalho da assistência técnica que deverá criar meios alternativos para conseguir peças e suporte de um modo geral. Gigplace - Para descontrair um pouco. No seu dia a dia deve ser muito comum ouvir: “Tava bonzinho ontem...”, “ Começou a fazer um barulho estranho e PUFFF...”, “Eu nem mexi, e ele parou”. Quais as histórias mais hilárias você já viu, ou ouviu na sua oficina, resguardando é claro a identidade de seus autores? Fabiano - Sim (risos). Estas histórias são tão frequentes que algumas respostas são até espontâneas. “Estava bonzinho ontem”. Costumo dizer que é assim mesmo, tem muita gente que viveu uns 90 anos até ontem e hoje não está mais aqui. Tem uma frase que eu escuto desde a época das TVs preto e branco valvuladas. “Parou e eu acho que é o fuzil”. Ta maluco? Sai com isso daqui! (risos). Um dia destes um cliente me trouxe um processador com o seguinte sintoma: às vezes funciona e às vezes para. Abri o aparelho e notei que o mesmo estava sem transformador. O que dizer? Uma coisa que é bem comum: você conserta o canal 10 da mesa de som do cara. Ele leva e usa a mesa por um ano e meio. Depois disso, ele te liga dizendo: sabe aquela mesa que você consertou? Pois é, está com o mesmo defeito. Daí você recebe o equipamento e percebe que o problema é um ruído no auxiliar quatro. E, pior que isso, tratase de outra mesa. A lista de defeitos escritos sobre os aparelhos normalmente é bem variada, mas a gente entende bem esta linguagem: FU ou FUD***, bizzzz, “fazendo trunnnnn”, “mauco”, “bichado”,”pt”, “racha”, “jaz”, “explode”, “trocou o fusível e saiu fumaça”, bum, “cerveja” e por aí vai. Gigplace - Com as atuais mudanças econômicas o que você acha que será

a tendência: investimento em novos equipamentos ou políticas de manutenção preventiva para manter funcional o material já adquirido, estendendo assim a sua vida útil? Fabiano - O investimento em novos equipamentos será necessário sempre, uma vez que lidamos com tecnologias; entretanto, tomando como referência a atual conjuntura, acredito que a manutenção preventiva será o fator determinante para muitos empresários da indústria do áudio se manterem no mercado durante este período. Gigplace - Você lida com tecnologia diariamente, o que você acha que será o futuro da tecnologia em áudio e iluminação num futuro próximo? Fabiano - Poderia citar aqui duas tecnologias que não são novas, porém acredito que terão suas aplicações ampliadas. Os CIs FPGA e o protocolo DANTE. Gigplace - O que falta ainda ao Fabiano para que ele se torne um profissional ainda melhor? Fabiano - Continuar criando métodos para diminuir o tempo gasto nas manutenções eletrônicas e conseguir tempo para fazer um curso de rede de computadores. Gigplace - Quais os seus planos para o futuro, onde você pretende estar daqui a 10 anos, nos planos profissional e pessoal? Fabiano - Continuar evoluindo em termos de conhecimento em busca do “estado de arte” em nossos reparos eletrônicos. No aspecto pessoal? Sei lá (risos), talvez tomando uma água de coco em alguma ilha na Austrália.

Para saber online www.flyaudiosolutions.com.br www.facebook.com/fabiano.rezende

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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 40 Composto de três módulos, uma superfície de controle S6, um mecanismo de processamento E6 e um módulo de Entradas e Saídas Stage 64, a S6L tem como principal funcionalidade servir ao som ao vivo. No entanto, o sistema pode ser perfeitamente utilizado para outras performances, tendo em vista que possui funcionalidades embutidas para broadcast e para gravação de multipistas ao vivo. O que esperar? Mais poder, mais processamento, mais capacidades, novos fluxos de trabalho, tudo isso em um sistema compacto, amigável e intuitivo.

S6L DEDICAÇÃO AO SOM AO VIVO redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A

S6 é a superfície de mixagem com módulos tácteis e touchscreens, e o E6 é o motor de processamento de áudio com placas HDX e processamento 64 bits. A Stage 64 tem pré de microfone Premium (THAT coorperation), e opções para diversos protocolos como AVB, Fibra Ótica e MADI Split com SRC (Sample Rate Converter). Com um sistema “plug and play” extremamente

intuitivo e amigável, o sistema tem opções avançadas, caso o usuário opte por explorar tais opções. “Usamos processamento da Intel i7, com opções para upgrade de processadores mais poderosos quando estiverem disponíveis, e placas HDX para processamento de plugins AAX DSP”, ressalta Ricardo Mantini, especialista de soluções para som ao vivo da Avid.


Outra característica é quanto aos plug-ins, uma vez que qualquer plug-in AAX DSP pode ser instalado no sistema e utilizado, incluindo o de terceiros. O sistema também vem com um pacote de plug-ins da Avid extensivo, como a nova série PRO. “O uso de plug-ins ao vivo faz parte do legado herdado da Venue, que sempre deu ao técnico de mixagem a possibilidade de usar a mesma configuração em todo show”, completa Mantini. Além disso, também é possível ter compartilhamento das entradas do Stage 64 com ganho independente para cada E6 e S6, o que

elimina a necessidade de multicabos grandes e caros, simplificando a logística.

SISTEMA MODULAR Criado para encarar com facilidade as turnês e eventos mais exigentes, o sistema modular da S6L foi criado em cima da experiência de mais de 10 anos na fabricação de produtos para o mercado Live, com feedback de profissionais do ramo. “Alguns estão na equipe que criou a S6L. O sistema dá ao engenheiro acesso a qualquer parâmetro que deseja com, no máximo, dois toques. Imagina como isso simplifica e potencializa o seu trabalho e

Paulo (Quanta), Karla (Quanta), Robert Scovill (Avid), Lazzaro (Técnico Monitor), Mauricio Pinto (Técnico PA), Kalunga (Técnico PA), Milton (Quanta)

criatividade!”, avalia o especialista da Avid. São mais de 300 canais e um poder de processamento enorme, além de extensa gama de ofertas de I/O e redes, permitindo que o técnico facilmente configure o sistema e atenda às exigências de cada trabalho. Isso prova que a Avid continua evoluindo e reinventando suas consoles digitais para som ao vivo. De acordo com Mantini, a ideia é atender a toda gama de clientes, e as necessidades das produções modernas, inclusive as que requerem as configurações mais exigentes. “Uma parte do mercado exige esse alto poder, e queremos cobrir com conforto as necessidades de todo o mercado”, explica. O S6L se destaca em relação aos demais sistemas por ser um sistema completamente novo que inclui nova tecnologia, novos processadores de áudio com mais capacidade, pré-amplificadores de áudio de nível “Premium”, tudo isso em um ambiente amigável para qualquer usuário. “O sistemas Venue tem um legado no mercado do som ao vivo. Já é conhecido e provado por todos. Nesta nova geração, o objetivo é levar o usuário ao próximo nível. Nós estamos confiantes que a recepção do mercado será das melhores”, resume Mantini.

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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 42

Projetados com uma perspectiva para oferecer soluções flexíveis e configuráveis, os gabinetes da série Y são indicados para teatro, transmissão, shows ao vivo, eventos corporativos e religiosos, e demais aplicações que exigem qualidades rígidas no desempenho.

SÉRIE Y POTÊNCIA E VERSATILIDADE redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

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e um lado, a série Y oferece escala média adequada e soluções de point sources distribuídas ou autônomas, enquanto que, por outro lado, o amplo espectro do potencial de um line array de médio porte é herdado de suas irmãs, as séries V e J. As características de disper-

são horizontal flexível e difusor giratórios com inovadoras guias de onda personalizadas garantem diretividade constante em uma largura de banda ampla. Outro destaque dos modelos desses equipamentos são as disposições polares do driver, que fornecem controle de


GABINETE Y7P Já os compactos gabinetes Y7P de duas vias passivas apresentam dois falantes de 8" em uma disposição bipolar com um driver de compressão de 1,4" montado em um difusor CD giratório. A sofisticada geometria do difusor, combinada com o projeto avançado bass-reflex, oferece recursos de largura de banda total com uma saída LF estendida. Esses gabinetes de point source de alto desem-

pode ser girado em 90° para permitir orientação horizontal.

AMPLIFICADORES O Y7P oferece uma ampla variedade de possibilidades de instalação, especialmente quando utilizada

são de 1,4" montado em um difusor CD giratório. A sofisticada geometria do difusor, combinado com o avançado projeto bass-reflex, oferece recursos de largura de banda total com uma saída LF estendida. Esses gabinetes de point source

dispersão preciso, e um potente desempenho de grave, derivado do projeto bass-reflex. Sistemas de três pontos de suspensão, integrados nos gabinetes, permitem que sejam montados em arrays, até o subgrave cardioide, e estes, juntamente com as opções de sobreposição no solo, apresentam uma gama de possibilidades para instalação. Os gabinetes Yi, por exemplo, diferem apenas um pouco na construção do gabinete e no hardware de montagem. Eles se destinam a espaços de espetáculos com instalações fixas. O hardware de montagem e os gabinetes desse modelo podem ter as cores distintas para combinar com o design interior e têm proteção contra intempéries.

A sofisticada geometria do difusor, combinado com o avançado projeto bassreflex, oferece recursos de largura de banda total com uma saída LF estendida em modo stand alone, ou combinado com outros elementos da série Y, em sobreposição no solo ou suspensa. Além disso, dois outros soquetes M10 aceitam o pino de carga de 8 milímetros para ampliar as opções de montagem. E ainda podem ser acionados pelos amplificadores D6, D12 ou D80 d&b com a configuração apropriada.

GABINETE Y10P

de alto desempenho oferecem diretividade horizontal de 110° controlada até 500 Hz, combinada com uma dispersão vertical de 40°. O difusor pode ser girado em 90° para permitir orientação horizontal. O Y10P também pode ser utilizado como um sistema stand-alone, ou combinado com outros elementos da série Y, em sobreposição no solo ou suspensa. Da mesma forma que o Y7P, dois outros soquetes M10 aceitam o pino de carga de 8 milimetros para ampliar as opções de montagem e ainda podem ser acionados pelos amplificadores D6, D12 ou D80 d&b.

GABINETE Y8

penho oferecem diretividade horizontal de 75°, controlada até 500 Hz, combinada com uma dispersão vertical de 40°. O difusor

Os compactos gabinetes Y10P de duas vias passivas apresentam dois falantes de 8" em uma disposição bipolar com um driver de compres-

O compacto gabinete de conjunto linear Y8 foi projetado para uso em colunas verticais. O sistema de 2 vias passivo conta com dois falan-

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 44

tes de 8" em uma disposição bipolar com um driver de compressão de 1,4" instalado centralmente com um transformador de onda. A sofisticada geometria da corneta, combinada com o projeto avançado de porta com reflexão de baixos, oferece recursos de largura de banda total com uma saída LF estendida. Esses módulos de conjunto linear de alto desempenho oferecem diretividade horizontal de 80° controlada até 500 Hz. O projeto mecânico e acústico permite conjuntos verticais de até vinte e quatro gabinetes com ângulos com chanfrado vertical de 0° a 14° com uma resolução de 1°. Pode ser usado em colunas apenas com gabinetes Y8 ou combinado com gabinetes Y12 ou Y-SUB. O gabinete é construído em compensado naval e possui o mesmo acabamento do Y7 e do Y10, resistente a impactos e intempéries com proteção por PCP. Cada painel lateral incorpora uma pega, e outras duas pegas embutidas são fornecidas na parte traseira. O hardware de suspensão de três pontos é integrado ao compartimento do gabinete.

GABINETE Y12 O Y12 foi projetado para uso em colunas verticais. O sistema de 2 vias passivo conta com dois drivers de 8" em uma disposição bipolar com um driver de compressão de 1,4" instalado centralmente com um transformador de onda. Esses módulos de conjunto linear de alto desempenho oferecem diretividade horizontal de 120° controlada até 500 Hz. O projeto mecânico e acústico permite conjuntos ver-

ticais de até vinte e quatro gabinetes com ângulos com chanfrado vertical de 0° a 14° com uma resolução de 1°. Pode ser usado em colunas apenas com gabinetes Y12 ou combinado com gabinetes Y8 ou Y-SUB.

Como características em comum nos modelos Y7P, Y8, Y10P e Y12 é que todos eles são construídos em compensado naval e possuem acabamento resistente a impactos e intempéries com proteção por PCP (proteção de gabinete em poliureia). A parte frontal é protegida por uma grade metálica rígida apoiada por uma espuma acusticamente transparente.

Para saber online

www.dbaudio.com


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 46

A produção musical integra todo e qualquer formato de conteúdo multimídia. Dos games aos reality shows, passando pelo jornalismo e todo tipo de dramaturgia, a música sempre terá o papel de enlevar as emoções e sublinhar as ações contidas no conteúdo. Luiz de Urjaiss redacao@backstage.com.br Fotos: Internet / Divulgação

PRODUÇÃO NA TV: ESTÉTICA ALIADA AO

BOM SOM A

profissão de Produtor Musical em televisão, especificamente, é um segmento que vive numa crescente demanda em todo o mundo. Impulsionada por plataformas como Youtube e Vimeo, entre outros modelos alternativos de mercado – além dos já convencionais canais de TV aberta e a cabo –, a área requer uma constante reformulação técnica, ao passo que a ‘polivalência’ no assunto torna-se fator indispensável para a obtenção de um bom resultado final.

Com o crescimento dos reality shows e o avanço das tecnologias de informação, fica evidente a importância de um bom trabalho sonoro. Para tanto, de acordo com o produtor musical Alexandre de Faria, profissional que exerce a função há cerca de 10 anos à frente de importantes produções da TV Globo, o técnico deve e precisa atualizar-se com o momento estético atual. “Somos os responsáveis em traduzir as demandas de nossa área num contexto contemporâneo e criativo. Esse


e por aí vai. O produtor não fica mais em uma zona de conforto cercada só por músicos, como na gravação de disco em estúdio. Temos que lidar com profissionais de diferentes backgrounds, e isso gera uma ótima troca. Cooperação é o mais importante no audiovisual”, observa.

MÚSICA PARA TV Ao abordar os desafios e peculiaridades no trabalho com música para TV, Alexandre cita três pontos como fundamentais: velocidade, flexibilidade e versatilidade. “VeJoão Jacque s à frente de locidade, pois tem que ser produções na Record rápido e produzir algo bom para o dia seguinte (ou antes) com fresatilidade, já que eventualmente quência; flexibilidade, já que é paro produtor se envolverá em trabate de um processo delicado da prolhos que exigirão um conhecimen-

‘mindset’ refletirá em todo o escopo de atuação. Desde a assessoria e relação com o diretor até na forma como serão criados os arranjos das músicas”, comenta. Ainda de acordo com Alexandre, os softwares estão evoluindo muito rapidamente, fomentando livrarias de samplers cada vez mais interessantes. Neste sentido, o produtor precisa estar “antenado” constantemente com a tecnologia envolvida em todo o processo. “Seja usando instrumentos virtuais, acústicos ou um híbrido dos dois, o padrão de qualidade do resultado final está cada vez maior. Eu escuto muitas mixagens minhas (e de outros amigos) de anos atrás e a diferença é gritante. Acredito que, em parte, isso tenha a ver com a mudança do conceito de mixagem atual. Estamos vivendo o que é conhecido como ‘the Loudness war’ (a guerra de Loudness). Concordando ou não, acabamos nos modificando também”, avalia. Segundo o produtor musical João Jacques, à frente de produções da TV Record desde 2007, quando se trabalha produzindo um artista para um disco, o foco, na maioria das vezes, é a música propriamente dita. No entanto, no audiovisual, o trabalho acaba se estendendo a outros departamentos, exigindo do profissional um olhar de 360 graus da produção em questão. “Essa troca é ótima, mas exige muita atenção com os outros setores. Não consigo colocar uma ‘big band’ em uma cena de novela se o cenógrafo não projetar um palco que comporte todos os músicos, se o departamento de arte não fizer o dressing do palco, se a produção executiva não pagar os cachês,

Estamos vivendo o que é conhecido como ‘the Loudness war’ (a guerra de Loudness). Concordando ou não, acabamos nos modificando também (Alexandre) dução e seguir por um caminho artístico que já foi definido por outro; e ver-

to abrangente de estilos musicais”. Alexandre explica que no trabalho com música para TV existe uma “camada a mais” entre o produto final e o telespectador. Ou seja, o material foi escrito por alguém, e será dirigido por outrem. Assim, a necessidade de saber traduzir a visão do diretor é o diferencial. “O diretor é o ‘regente’ da obra. Ao sentir sua intenção com o trabalho, você incor-

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pora a versão dessa realidade artística e a imprime musicalmente. Acredito que seja o maior desafio dessa área da produção musical”, fala.

DESAFIOS Para citar alguns momentos marcantes da carreira, João Jacques comenta sobre o trabalho que desenvolveu na minissérie Plano Alto, de Marcílio Moraes, dirigida por Ivan Zettel. A obra tratava de política, com enfoque nos protestos ocorridos no Brasil, em 2013. “A música de protesto faz parte da história do nosso País. Por isso, não queríamos deixar as mais emblemáticas de fora, mas precisávamos dar uma cara atual à trilha”, ressalta. “Compor a música original da série foi muito desafiador, principalmente para as cenas dos Black blocks e manifestações. Nelas, mesclamos

takes gravados com imagens de arquivo dos protestos reais. Ficou tudo muito crível e o cuidado com a música original foi redobrado para que ela fosse apenas um complemento. Saber ‘tirar a mão’ é essencial. Nem sempre sua música é a estrela do show”, completa. Com a maior parte dos trabalhos para TV realizados em dramaturgia, Alexandre confessa que fazer novela de horário nobre é a coisa mais “desafiadora que existe”. “Apesar de ser gratificante ver o seu trabalho no ar, trata-se de uma grande demanda, responsabilidade e tensão. Afinal, são 24 horas, 7 dias na semana, por muitos meses de atenção voltados a isso”, pondera. “O caminho da especialização em ‘música para imagem’ é o grande ‘filão’ atual aos interessados na área de produção musical para TV”, indica Alexandre, que logo ratifica: “É necessário muito estudo. Sugiro muita leitura, conhecimento de repertório erudito e popular a fundo e estudo da teoria da música e afins, para reciclagem e aprofundamento”.

A TV em última instância

Produtor do quadro Os Iluminados defende profissional multidisciplinar nas produções para televisão. Com mais de 25 anos atuando como produtor musical da TV Globo, Paulo Henrique Castanheira, ou PH Castanheira, responsável pelo quadro Os Iluminados, do ‘Domingão do Faustão’, conta o desafio que é desenvolver este projeto atualmente. O quadro é importado de um formato alemão que se chama Keep your light shining. De acordo com Castanheira, normalmente, esses formatos comprados vêm com instruções do caminho para a realização do jogo. Todavia, com o quadro em questão, a realidade foi diferente. “Eu só tinha os vídeos da temporada alemã e das Filipinas para me basear. Não tive outro caminho senão criar o meu método de trabalho. Minha experiência de ter produzido todas as edições do Fama me ajudou bastante. Primeiro analisei as regras do jogo, percebi o desafio da tonalidade. Depois as divisões das músicas em partes iguais, que não são divisões em estrofes, mas, sim, em tempo. Percebi que tinha que fazer um estudo do repertório, analisando as canções que se prestavam para serem divididas pela quantidade de participantes, até a final com o grande dueto. Decidi estudar tonalidades centrais para cada música que atendessem à maioria dos cantores – mesmo sabendo que só isso não adiantaria, e que eles em vários momentos teriam que improvisar”.

Para realizar o quadro, Castanheira formou uma equipe que conta com doze músicos, dois produtores assistentes, um arranjador de apoio, um técnico de gravação, um técnico de mixagem, um técnico de monitor, três assistentes e três preparadores vocais. Polivalente Paulo Henrique Castanheira explana que o trabalho de produção musical em TV se beneficia da experiência que o profissional tem em produções fonográficas, com artistas em shows, teatro ou cinema. Segundo ele, o trabalho em TV tem a capacidade de abranger a maior parte das especialidades que o músico possa ter. Assim, além de tocar, precisa arranjar e compor. Daí a necessidade de desenvolver a ‘polivalência’ na área. “Os clientes dos produtores musicais são os diretores. É importante ter a empatia, a admiração mútua e, principalmente, a confiança do diretor com quem você está trabalhando, e procurar entender suas necessidades, sendo o mais colaborativo e direto possível na execução do trabalho”, diz. “Toda produção sempre exige sua total atenção e cuidado, mas se tivesse que destacar algum tipo de atenção extra, seria em formatos novos. No meu caso, já vivi muitas experiências variadas e isso me concede um arsenal grande de know how para criar a minha logística de trabalho. Sem contar que, hoje em dia, temos acesso a ferramentas de pesquisa muito eficientes na internet. Com um roteiro, sinopse ou às vezes somente um bom papo com o roteirista ou o diretor, pode-se estruturar o método de trabalho para melhor atender ao produto”, sintetiza.


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YAMAHA RIVAGE PM10|CAPA| www.backstage.com.br 50

Passadas quase três décadas que a Yamaha lançou o seu primeiro mixer para áudio digital (o DMP7), iniciando assim uma trajetória evolutiva que a mantém até hoje como referência do mercado nesta categoria de produto, presenciamos que muitas inovações tecnológicas criadas pela empresa debutaram nos integrantes da sua consagrada linha de consoles PM. Luciano Freitas luciuspro@ig.com.br Fotos: Divulgação

RIVAGE PM10 O NOVO CONSOLE MODULAR D A YA M A H A

P

ara não fugir à regra, a Yamaha apresenta o RIVAGE PM10, o primeiro console digital modular integrante da sua nova geração de equipamentos voltados para sonorização “ao vivo”, redefinindo novamente em termos de qualidade de som, funcionalidade e capacidade de expansão, tudo isso aliado à confiabilidade e segurança que o pedigree da marca transmite aos profissionais da área. Um sistema RIVAGE PM10 é composto por três componentes básicos: pela superfície de controle CS-R10, pela central de processamento DSP-R10 e pela unidade de conexões (digital snake) RPio622, todas equipadas com duas fontes de alimentação redundantes para garantir um funcionamento contí-

nuo e seguro. Conforme a complexidade da demanda, o sistema poderá ser configurado com duas unidades de processamento e com até 8 unidades de conexões simultâneas. Cada unidade RPio622 possui 6 aberturas (slots) para a instalação de placas da linha RY (disponíveis nos modelos RY16-ML-Silk, com 16 canais de entradas analógicas para microfones ou sinais de linha; RY16-DA, com 16 canais de saídas analógicas; e RY16-AE, com 16 canais de entradas e saídas digitais no formato AES/EBU) e 2 aberturas para a instalação de placas HY (disponíveis nos modelos HY144-D, proporcionando a comunicação simultânea de 144 canais de entradas e saídas no protocolo Dante,


de modo a adaptá-los às especificidades de cada fonte sonora. Além das referidas inovações presentes na sua seção de entradas

se, Aggresive, Smooth e Legacy), e dois processadores de dinâmica, os quais podem ser escolhidos a partir de uma vasta coleção de gates, com-

da empresa Audionate; e HY256TL, com 256 canais de entradas e saídas no novo formato proprietário TWINLANe, ambas operando em amostragens de até 96kHz/ 32Bits), sendo estas que o interligam com a central de processamento. Como ponto de partida, a Yamaha desenvolveu a seção de entradas do RIVAGE PM10 com um projeto híbrido, sendo a parte analógica responsável por capturar o sinal com o máximo de integridade possível e a digital responsável por colori-lo artisticamente utilizando a tecnologia Virtual Circuitry Modeling – VMC (disponível em todos os canais de entradas do console). Segundo o fabricante, esta tecnologia é capaz de recriar precisamente no ambiente digital as características sônicas presentes nos pré-amplificadores desenvolvidos pela lenda viva Rupert Neve, proporcionando um som extraordinariamente musical, encorpado, com aquela “saturação natural” que marcou a sonoridade das décadas de 1970 e 1980. De posse dos projetos originais da Neve, os engenheiros da Yamaha estudaram o comportamento de cada um dos seus componentes (resistores, capacitores, transformadores), bem como da interação do circuito em si, recriando o algoritmo “SILK” presente nos atuais préamplificadores da Rupert Neve Design - RND. Essa ferramenta, capaz de reduzir a realimentação negativa sobre o transformador de saída, tornou possível modelar as características dos famosos préamplificadores vintages 1073 (na variação RED) e Air Montserrat (na variação BLUE), permitindo também o ajuste progressivo da presença e da textura do conteúdo harmônico

Como ponto de partida, a Yamaha desenvolveu a seção de entradas do RIVAGE PM10 com um projeto híbrido sendo a parte analógica responsável por capturar o sinal (com 144 canais), o usuário encontrará em cada canal do RIVAGE PM10 novos equalizadores paramétricos (4 ban-

das nos canais de entrada e 8 nos de saída, somados aos filtros de passagem de altas e baixas frequências) com 4 diferentes algoritmos (Preci-

pressores, limitadores, de-esseres entre outros, todos adaptados às ca-

racterísticas sonoras produzidas pelo estágio de entrada do equipamento. Para completar as seções de equalização e dinâmicos, cada canal ainda fornece dois pontos de inserção de plug-ins (no formato proprietário da Yamaha), podendo chegar a incríveis 384 instâncias atuando simultaneamente. Esses processadores virtuais foram de-

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Passando para o quesito operacionalidade, a Yamaha não poupou esforços para desenvolver no RIVAGE PM10 uma interface amplamente intuitiva, capaz de proporcionar aos engenheiros de áudio o acesso direto a todos os seus parâmetros (conceito “Selected Channel”), como nos bons consoles analógicos.

senvolvidos em parceria com outros consagrados fabricantes do mercado, entre eles a Rupert Neve Design – RND (modelos Rupert EQ 773, Rupert Comp 754, Rupert EQ 810, Rupert Comp 830, Portico 5033 e Portico 5043), a TC Electronics (VSS4HD e NonLin2) - que agrega sonoridade com seus exuberantes reverberadores digitais -, e a Eventide (H3000-LIVE, cópia fiel do Ultra Harmonizer H3000), totalizando 45 diferentes processadores meticulosamente recriados pela tecnologia VCM. Passando para o quesito operacionalidade, a Yamaha não poupou esforços para desenvolver no RIVAGE PM10 uma interface amplamente intuitiva, capaz de proporcionar aos engenheiros de áudio o acesso direto a todos os seus parâmetros (conceito “Selected Channel”), como nos bons consoles analó-

gicos, aliado aos benefícios e recursos que só a tecnologia digital pode oferecer. Sua superfície de controle apresenta três grupos com doze controladores deslizantes (faders) cada, além de dois dedicados para a monitoração, os quais podem ser configurados conforme as necessidades de cada projeto. Os dois grupos mais à esquerda estendem suas funções para dois monitores de cristal líquido (com 15”, sensíveis ao toque) posicionados logo acima deles, oferecendo uma visão privilegiada dos parâmetros desses canais. O conceito ergonômico também foi bem explorado, contemplado desde o contorno dos botões dos faders (tornando-os mais confortáveis) ao posicionamento (inclinação) dos monitores de vídeo, que permitem ao operador ótimo contato visual com o palco e com o console ao mesmo tempo.


Outra ferramenta atualmente primordial nos consoles digitais são as memórias de cenas. No RIVAGE PM10 são 1.000 as alocações disponíveis, com diferentes filtros que permitem especificar os dados que serão recuperados. Além dos tradicionais modos “Focus Recall” e “Recall Safe”, já familiares aos usuários dos consoles da Yamaha, o equipamento traz dois novos métodos de operação: “Isolate”, que permite isolar e proteger módulos de processamento completos (seção dos equalizadores, seção dos dinâmicos, entre outras), e “Overlay”, que estipula valores de compensação aos ajustes pré-programados e salvos nas memórias. A RIVAGE PM10 também é capaz de gravar e reproduzir arquivos de áudio

estéreo (WAV e MP3) armazenados em uma unidade flash externa (pendrive). Seu conversor de taxa de amostragem torna possível gravar e reproduzir arquivos em configurações diferentes das ativas no console, permitindo um roteamento flexível para qualquer canal de entrada. Já para quem pretende trabalhar com a gravação de áudio multicanal, o equi-

pamento possibilita capturar e reproduzir simultaneamente até 128 canais em alta resolução (necessária a placa HY144-D instalada no RIVAGE PM10 e a placa Dante Accelerator PCIe instalada no computador que rodará a DAW). Tal recurso permite ao operador gerar arquivos para passagens de som virtuais, muito úteis quando os músicos não se encontram disponíveis para essa tarefa. O equipamento estará disponível no mercado brasileiro já no primeiro semestre de 2015. Mais informações sobre o produto podem ser conseguidas com seu importador oficial no Brasil.

Para saber online br.yamaha.com/pt/products/proaudio

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Na Era dos plugins, os outboards ainda têm vez? Flávio Senna diz como levou todo o clima do show ao novo DVD ao vivo da dupla Zezé di Camargo e Luciano.

ZEZÉ DI CAMARGO E LUCIANO

O V I I V V O A COM

FLÁVIO SENNA A Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

no novo, trabalho novo. Zezé di Camargo e Luciano não deixaram passar janeiro sem gravar um novo DVD ao vivo. No dia 16 do primeiro mês do ano a dupla entrou no palco do Credicard Hall, em São Paulo, acompanhados da banda com sete

músicos, mais um coro com três cantores e naipe de cordas com dois violinos, duas violas e dois violoncelos. A produção musical foi da dupla e do diretor musical e baixista Helio Bernal, que chamaram Flávio Senna para gravar o áudio do DVD.


Flavio Senna

PRÉ-PRODUÇÃO Com cerca de 40 anos de carreira, boa parte deles nos estúdios da antiga RCA – junto com a EMI, celeiro dos técnicos de som que fizeram história com a MPB –, Flávio já trabalhou em vários discos de Zezé e Luciano. “A primeira coisa que falamos é o que vai acontecer. Tem, por exemplo, que ver o input list, para saber o tamanho do trabalho a ser feito”, define o técnico. “Abri apenas 56 canais de gravação, apesar de ter bastante gente no palco. Bateria, dois violões, duas guitarras, três pessoas no coro, baixo, um sanfoneiro e um sax. Basicamente foi isso. Uma banda extremamente ensaiada, todo mundo com equipamento bom, só músicos bons. A passada de som dos caras é inacreditável”, elogia o técnico de som.

A microfonação é sempre algo a ser discutido. Flávio costuma conversar com os técnicos residentes dos artistas, para chegar a um setup que atenda às necessidades de uma gravação com o melhor som possível. Ainda que isto signifique a substituição de microfones com cápsulas velhas, com os quais o artista esteja acostumado, ou a troca de um transdutor da marca que patrocina um músico por outro mais adequado à gravação. Tirando o baixo e as guitarras, gravados em linha a partir dos amplificadores, todo o resto foi microfonado. “Coro, sopros, cordas... Gravamos tudo junto.

Flávio Senna e Arthur Luna

çar direito na captação, na posição do microfone. O baterista pode puxar a caixa um pouquinho mais para perto, ou o guitarrista vai lá acertar o volume do amplificador”, comenta alguns aspectos que podem influenciar a captação de forma negativa e que deve ser corrigida imediatamente. Esse é o papel do assistente, que na gravação foi Marcos Possato. Durante o show, Flávio Senna ficou em um camarim com uma Amek Recal RN com os pré-amplificadores 9098 mais alguns préamplificadores externos. Um dos 56 canais que Flávio Senna usou era uma redundância de voz . “Tinha uma voz que entrava direto no pré da mesa e outra que passava por um outro pré externo com um compressorzinho, um limiter, porque o artista às vezes grita um ‘boa noite’ e pode distorcer. Mas ali (na redundância com compressor e limiter) tem essa voz sem distorcer”, explica Senna. A ideia é que, caso haja alguma distorção, se possa, na mixagem, trocar ape-

Tem que começar direito na captação, na posição do microfone. O baterista pode puxar a caixa um pouquinho mais para perto, ou o guitarrista vai lá acertar o volume do amplificador Eles (os músicos das cordas) não podiam nem sair de cena quando não tinham que tocar para não deixar buraco no palco”, relembra o técnico. A responsabilidade por posicionamento de microfone e pelas condições de gravação são de Flávio. Por isto, ele sempre tem um assistente que o ajuda a manter as coisas em ordem. “Tem que come-

nas o trecho distorcido da voz principal pelo comprimido na hora da mixagem. Flávio Senna também se preocupou em saber se havia algo pré-gravado no show. A dupla usa uma percussão acústica gravada em estúdio. Neste caso, ele pediu que o Pro Tools com a gravação do instrumento a ser reproduzido e o que

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Vou lá para o meio da sala vazia. Vou também ao final da sala. Tenho uma boa memória pra isso. Usamos cinco pares de microfones de ambiente: os Sennheiser Shot Guns e também Neumman

ele usa para registrar o show fossem sincados para não dar chance ao azar. Falando em Pro Tools, o técnico trabalhou com dois independentes. “Quando tinha aquela parada pra retocar a maquiagem, eu parava um deles para salvar a seção enquanto o outro rodava. Fazia isso alternando os Pro Tools”, define.

AMBIENTE E GRAVAÇÃO AO VIVO O ambiente é uma das partes mais importantes da gravação ao vivo. É ele quem vai dar a sensação de que aquele disco não foi gravado em um estúdio. Durante a passagem de som, Flávio Senna sempre vai para a plateia do teatro conferir as reflexões do local. “Vou lá para o meio da sala vazia. Vou também ao final da sala. Tenho uma boa memória pra isso. Usamos cinco pares de microfones de ambiente: os Sennheiser Shot Guns e também Neumman”, conta. Os critérios para a localização dos microfones de ambiente vão além da ideia óbvia de colocá-los na fila do gargarejo. “Tem

música que aquele (microfone) lá da frente vai funcionar muito bem, porque aquela turma sabe aquela música. Mas tem uma turminha do lado que sabe outra música, isso vai mudando. Aprendi muito bem em qual ambiente você tem que colocar a maior quantidade de microfones que estiver disponível para depois escolher o que vai usar. Para dar um exemplo, Flávio Senna contou sobre a microfonação de ambiente do show de Ivete Sangalo no Maracanã. “Na frente só tinham os convidados VIP. O pessoal que cantou mesmo estava na arquibancada. Já pensou se só deixo microfone na frente do palco?”.

MIXAGEM COM OUTBOARDS Quando chega no estúdio de mixagem – que no caso foi a sala 2 da Cia dos Técnicos, do qual Flávio Senna é sócio –, é a hora de ouvir o resultado final e começar a trabalhar timbres e equilíbrio. “De uma forma geral, se a banda é boa, se você põe um equipamento bom no pal-


co, numa sala legal, a gravação está boa. Não pode ser de outra forma. Até porque as gravações ao vivo você equaliza pouco. Então a chance de errar é muito menor, o som tem outro tamanho, você não mexe nas fases, a matéria-prima é boa”. Arthur Luna foi o assistente de Flávio Senna no estúdio. Os anos de trabalho permitem que Flávio Senna já tenha um ponto de partida bem consistente para a mixagem. Na primeira música levantada, ele já começa pelos ambientes, sem muito processamento. Apenas filtrando alguns excessos de graves e poucos harmônicos que possam estar se sobressaindo demais. Depois abre a Lexicon 480 para voz, a 300 para bateria, a 224 para as cordas, Eventide H3000 para reverbs graves curtos, como o bumbo e o baixo, e a TC Electronics M5000 com a máquina A

para acordeom e a B para violões. “Isso é um kit que você vai montando durante a vida. Hoje estou usando na voz do Zezé o mesmo reverb que eu usei no primeiro disco deles que eu fiz. Mudaram alguns parâmetros, mudaram algumas coisas, mas a densidade do reverb é a mesma. Gosto muito da 480 para a voz. Realmente eu aprendi que o H3000, para ambientes curtos e graves, eu não consegui nenhum até hoje – não estou dizendo que não exista - mas eu não consegui nada que seja tão real”, reforça. Ainda que goste de trabalhar com os outboards, Flávio Senna gosta e não dispensa os plug-ins. Ele usa, por exemplo, os da FabFilter, o Q10, da Waves, ou o Transient Design, da SPL. “O que o plug-in dá é a automação, que é rápida. Uso para um som que muda um pouco no meio e volta, coisas bem especí-

ficas. Não preciso de plug-in para reverb. Mas tem uns compressores e uns limiters bem bacanas para coisas específicas. Mas eu vivo bem sem eles”, se diverte o técnico. Os analógicos também têm vez na mixagem de Flávio Senna. Além dos equalizadores da mesa analógica com controles digitais Euphonix CS3000, ele usa os compressores e limitadores Neve 2254 para vozes, o Neve 32264 para o baixo e o LA3A para violão solo. As únicas gravações adicionais feitas em estúdios foram as dobras das cordas. A gravação durou cerca de três horas. Os fãs e convidados puderam acompanhar mais de trinta músicas. Entre elas sucessos como Dou a vida por um beijo e Faz mais uma vez comigo. A dupla entrou no palco sob a direção de Joana Mazzuchelli. Em abril o público já deve poder comprar o DVD nas lojas.

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TECNOLOGIA| LOGIC | www.backstage.com.br

X

LOGIC PRO

AGILIDADE NA SUA PRODUÇÃO Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio

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G Vamos explorar mais inovações do update do Logic Pro X 10.1.1. As novas funcionalidades trazem mais agilidade para o fluxo de trabalho do produtor. Os novos recursos não se aplicam somente à produção de música eletrônica, mas ao processo de produção em geral. Então, mãos a obra!

erenciador de Plug-ins (Plug-in Manager) Esta é uma atualização muito esperada, principalmente para aqueles que usam Pro Tools paralelamente, já que traz muita agilidade e maior organização. O Plug-in Manager possibilita organizar os plug-ins por categorias de acordo com sua necessidade em vez de ter que percorrer a lista de um fabricante para achar um determinado plug-in. Você pode colocar os principais plug-ins utilizados em seus trabalhos em pastas de fácil acesso.

Figura 2

neste sinal e você poderá criar uma pasta com o nome da categoria desejada. No meu caso, criei Reverb VM. No final da lista das pastas inclusas em Category é possível visualizar os plug-ins classificados pelo fabricante (Manufacturer). Para meu exemplo, escolhi um plug-in de Reverb do Ozone 5, arrastei este plug-in para a pasta Reverb VM que tinha criado anteriormente e cliquei em Done (Figura 3). Em seguida, abri uma trilha de áudio e entrei no menu Audio

Figura 1

Abra o menu Logic Pro X > Preferences > Plug-in Manager (Figura 1). Você terá acesso a uma tela semelhante à Figura 1. Verifique que, do lado esquerdo da janela, existe uma lista com o cabeçalho Category. Ao lado direito de Category tem um sinal de + (Figura 2). Clique

Figura 3


Figura 5

Figura 4

FX (Figura 4). Lá está minha pasta Reverb VM com o plug-in escolhido dentro dela. Simples assim! Como disse anteriormente, crie pastas que façam sentido para seus projetos. Eu preferi não utilizar as pastas já existentes, deixando estas com os plug-ins nativos do Logic Pro X. Mas fica ao gosto do freguês.

Melhorias na edição Piano Roll (Piano Roll editor) 1 - Brush Tool As outras DAWs (Digital Audio Workstation) do mercado já passaram por algumas atualizações na forma do tratamento MIDI. Agora chegou a vez do Logic Pro X. Temos uma versão mais amigável do editor Piano Roll, sendo possível visualizar mais notas em um espaço vertical menor e identificar os nomes das peças de bateria. Vamos fazer algo prático. Insira uma nova trilha de instrumento virtual (Track > New Software

Instrument Track). Escolha em Instruments o ES2, e na categoria Synth Keyboards, Classic House Organ. Abra o editor Piano Roll através do ícone na barra de ferramentas superior ou View > Show Editor. Na janela do Piano Roll escolha a ferramenta Brush Tool (Figura 5). Em Scale Quantize, escolha uma escala (C Major - Dó Maior). Agora com seu pincel Brush, passe pela área do editor, como se estivesse pintando nela. Pronto, uma série

Figura 6

de notas com o Time Quantize que você definiu será desenhada no editor, considerando já a escala defini-

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Figura 7

Ainda temos mais novidades no Piano Roll. Uma nova função chamada Time Handles permite expandir ou comprimir partes de um pattern MIDI de bateria ou de um instrumento de forma bastante rápida, criando um efeito de aceleração ou desaceleração

da (Figura 6). Esse recurso permite que você adicione alguma melodia ou notas em partes de uma música. Pode ajudar naqueles momentos de falta de criatividade! Divirta-se. Melhorias na edição Piano Roll (Piano Roll editor) 2 - Time Handles Ainda temos mais novidades no Piano Roll. Uma nova função chamada Time Handles permite expandir ou comprimir partes de um pattern MIDI de bateria ou de um instrumento de forma bastante rápida, criando um efeito de aceleração ou desaceleração. Vamos lá! Crie uma nova trilha em Track > New Software Instrument Track e, em Instruments, escolha o Ultrabeat. Em seguida selecione Drum Kits > Classic UK Hip Hop. Abra a janela do Ultrabeat e no canto inferior esquerdo clique sobre o quadradinho ao lado da palavra Pattern. Ali você consegue arrastar o pattern para sua área de arranjo. Com um pattern no editor, vá no menu Functions > Time Handles. Ao arrastar o mouse sobre a área que contém as notas no editor, você verá dois marcadores de início e fim (Figura 7). Marque a parte que você pretende expandir ou comprimir, considerando todas as notas que deverão ser inclusas. Vamos comprimir esta parte para a metade do

Figura 8

tempo (Figura 8). Essa função utilizada criativamente pode criar dinâmica no seu projeto de forma muito rápida.

Figura 9

Melhorias na edição Piano Roll (Piano Roll editor) 3 - Drum Names Conforme citei acima, é possível também identificar os nomes das peças de bateria nesta versão. Faça um teste: crie uma trilha de Software Instrument, abra o instrumento virtual Ultrabeat, escolha um kit, crie um loop e no menu do editor Piano Roll, escolha View > Drum Names. Todos os nomes das peças de bateria aparecem ao lado da nota no piano (Figura 9). Isto, sem dúvida, facilita muito na hora de criar patterns de bateria utilizando um controlador. Melhorias na edição Piano Roll (Piano Roll editor) 4 - Collapse Mode O Collapse Mode permite que você só veja as notas no editor que tem dados gravados. Vamos supor que você crie um beat baseado em algum kit do Logic Pro X com bumbo, caixa e chimbal. Se você clicar sobre a opção Collapse Mode (Figura 10), só será visualizado no editor as peças que têm algo registrado. Assim, não


Figura 10

Drummer Track mais versátil Sim, a figura 12 é verdadeira! Agora você pode utilizar mais de uma trilha Drummer Track num mesmo projeto. E utilizar kits variados paralelamente. Dê asas à sua imaginação.

será necessário ficar andando de cima para baixo e vice-versa na janela do editor para procurar onde há notas gravadas. Muito útil para quem utiliza muitas trilhas de MIDI. Automação mais flexível, escolha Track ou Region Esta pode não ser uma função tão utilizada pela maioria dos produtores, mas para aqueles que utilizam efeitos intensamente pode evitar aquele trabalho repetitivo e tedioso que muitas vezes é necessário. Agora é possível escrever automação diretamente em uma região em vez de ter que tratar a automação em termos da trilha como um todo. Isso traz mais facilidade para mover regiões e sua automação sem ter que copiar todas as vezes a automação relacionada. Também promove o uso mais criativo dos efeitos. Clique no símbolo Show/Hide Automation. Observe que aparece um campo em marrom, da mesma cor do símbolo, possibilitando três opções: Ativar ou Desativar a automação através de um botão liga/desliga, escolher Track ou Region. Na Figura 11, segue um exemplo onde há duas regiões gravadas em MIDI. Escolhi a primeira região e em seguida escolhi Region para auto-

Figura 13

Figura 12

VCA Fader Primeiramente, é importante diferenciar o VCA Fader do Bus. O VCA Fader permite que você agrupe uma série de trilhas para controlar o volume de forma conjunta. Você não terá a parte de efeitos para escolha; é só um agrupamento para facilitar o manejo de grandes mixes, onde há ainda possibilidade de se agrupar os grupos bus no final, permitindo uma automação final de volume. Ao meu ver, na prática vale a pena escolher só o grupo Master para ajustes finais da mix e aí os VCA Faders aparecem neste agrupamento e isso pode realmente facilitar a conclusão do trabalho (Figuras 13 e 14). Track Stacks O Track Stacks já era um recurso muito útil, mas agora o grupo gerado aparece automaticamente no mixer. Veja que o agrupamento

Figura 14

específica, pois vale a pena conceituar o Track Stacks e relembrar todas as formas de seu uso. Mas para quem já conhece bem a função, fica esta dica. Acredito que tenhamos abordado grande parte das modificações e, a partir desta matéria, vamos nos dedicar ao detalhamento e complementação de todos os itens, e continuaremos a falar sobre dicas advindas desta atualização. São inclusões que fizeram do Logic Pro X uma DAW mais “custo mizável” aos vários estilos de produção e musicais.

Para saber online

Figura 11

mação. Como o parâmetro Volume estava escolhido para automação, surgiu uma linha somente na região selecionada. Simples, não?

das duas trilhas gerou o Track Stack intitulado Sub 3. Vamos abordar este assunto em maior nível de detalhamento em matéria

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br

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TECNOLOGIA|ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 62

ABLETON LIVE PLUG-INS NATIVOS III INSTRUMENTS Continuando nossa saga pelos plug-ins nativos do Ableton Live, desta vez mostrarei um plugin baseado no conceito de “Frequency Modulation” (FM). Essa tecnologia foi usada primeiramente pela Yamaha nos anos 80 nos lendários sintetizadores da linha DX/TX (Dx7,Dx5.Dx100, Tx816... etc).

Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music em Boston.

O

PERATOR

Operator é um instrumento poderoso que traz um eclético espectro de possibilidades sonoras e inspiração musical para o usuário Ableton Live. Abra seu programa como de costume: Browser (triângulo cinza em

01 - Operator

cima, à esquerda se por acaso estiver fechado – círculo vermelho) / Instruments / Operator > arraste (seta verde) para cima de um track MIDI (ou duplo clique) e o plug-in se revela como mostra a imagem abaixo (selecionado em azul).


A interface do Operator é composta de duas partes: o visor central rodeado em ambos os lados pelos parâmetros. Nessa tela esse visor oferece os parâmetros mais importantes em uma única exibição e está dividido em oito seções.

02 - Osciladores

No lado esquerdo (em vermelho), você vai encontrar quatro seções de osciladores (A,B,C,D). Cada oscilador, quando selecionado, tem seus parâmetros mostrados individualmente nesse visor, que permitem facimente serem editados.

03 - OsciladoresCV

Se você alterar um dos parâmetros nos botões ou comandos, o visor no centro mostrará automaticamente os detalhes da respectiva seção. Ao criar seus próprios sons, por exemplo, você pode facilmente acessar o nível e a frequência de todos os osciladores de uma só vez, através do shell de parâmetros (marca verde) e, em seguida, ajustar cada envelope (círculo amarelo) do oscilador individualmente, e a forma de onda e outros parâmetros no display (visor).

05 - FiltersCV

com o Visor central e percebe-se facilmente como funciona a “coisa”: a capacidade de programabilidade do plug-in de forma rápida. Quem é do tempo do Yamaha DX7 (como eu sou, ainda tenho o meu) vai se sentir em casa.

06 - Global e MIDIX

Muito configurável, o Operator pode ser controlado por praticamente qualquer controlador MIDI (mesmo os mais antigos - Octapads) e é uma verdadeira usina sonora com uma vasta biblioteca de muitas anos de tecnologia FM e é tão óbvio e lógico como usual que a ABLETON ofereça no pacote “toneladas” de presets. Outro Plug-in...

07 - Abrir Tension

TENSION

04 - Filters

No lado direito de cima para baixo, o LFO (vibratos), a seção de filtro, a seção de campo e os parâmetros globais. Dando um zoom na interface dá para entender a correlação dos parâmetros

Dando segmento, eis mais um plugin desenvolvido pela AAS (a renomada empresa canadense Applied Acoustics Systems), derivado do Strings Studio e adaptado para o ABLETON LIVE . Abra seu plug-in como mencionado no início da matéria. Aí está: Tension é um plug-in dedicado a Strings (ins-

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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 64

08 - Tension String

trumentos de cordas), guitarra, violão, violino, cravo, clavinet, piano e afins. Está dividido em duas janelas principais (siga seta vermelha) String e Filter/Global Na janela String, nós cuidamos das propriedades físicas do instrumento que estaremos “modelando” (Physical Modeling). Essa tecnologia não usa Samples ou Formas de Onda (Wavetable) para produzir o som. Em vez disso, ela produz som através da resolução de equações matemáticas que modelam os diferentes componentes dos ins-

mentos com suas características e técnicas aplicáveis. Vocâ aciona o Excitator e seleciona (marca verde) as opções disponíveis: Arco, Martelo, Matelo (com repique) e Palheta. O botão Protrusion ajusta a quantidade de área de superfície da palheta atuando sobre a corda (string). Os valores mais baixos resultam em um “som menos incorpado”, já que há menos massa atingindo a corda. A rigidez (Stiffness), velocidade (Velocity) e botões de amortecimento

09 - Tension String - Descr

trumentos de corda e como eles interagem. Este mecanismo de síntese elaborada responde dinamicamente com os sinais de controle que recebe enquanto você toca (“brinca”) reproduzindo a riqueza e a capacidade de resposta dos instrumentos de cordas reais. Tem uma resposta muito tocável (playable). O EXCITATOR usa difentes algoritimos que permitem modelar os intru-

10 - Tension Res Box

(Damping) se comportam de forma semelhante ao modo Martelo (Hammer). Protrusão (Protrusion), rigidez (Stiffness), Velocidade (Velocity) e Posição (Position) e podem ser modulados por Velocity ou MIDI Note e Pitch via Velocity ou Slider. Termination – modela a interação entre o traste, dedos e cordas. Pickup – é o seletor de Pickup eletromagnético (modelo físico). Um único controle de deslizamento para posicionamento do Pickup. Body – tem o papel do corpo, ou placa de ressonância de som de um instrumento de cordas que é para irradiar a energia da vibração das cordas. O corpo também filtra essas vibrações, com base no seu tamanho e forma. Em alguns instrumentos, como guitarras, o corpo também inclui uma cavidade de ar que aumenta as baixas frequências.


Aqui você pode escolher o tipo e o tamanhodo “corpo” com que vai modelar as frequências.

FILTER/GLOBAL A seção Filtro (Filter) possui um filtro multi-modo altamente configurável que fica entre as seções de cordas (Strings) e do corpo (Body). Além disso, o filtro pode ser modulado por um gerador de envelope e um oscilador dedicado de baixa frequência (LFO). Aqui você pode selecionar vários tipo de filtros necessários para compor e manipular a sonoridade desejada. Do mesmo modo, você pode escolher várias das formas de onda para modular seus sons.

13 - Tension LFO

mento e volume geral. Finalizamos aqui essa explanação dos Instruments Plug-ins vindos no pacote de fábrica com o “Ableton Live Suite 9”. Sim, claro, não estava esquecendo. Na verdade quase, mas deixei os

11 - Tension Filter - global

Global e Keyboard Parâmetros – esta última seção contém todos os parâmetros de ajuste do Keyboard (Teclado) e MIDI, assim como controles de parâmetros de desempenho, tais como ajuste de porta-

plug-ins Sampler e Simpler (que são os sampler players da ABLETON) para serem detalhados e explanados em matéria dedicada a eles, haja visto a complexidades do assunto: Samplear e Samples. Espero ter ajudado em seu entendimento sobre o Ableton Live! Boa sorte a todos!

Para saber online

12 - Tension Filter Desc

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg

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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br 66

ENQUANTO Um dos destaques do lançamento do Pro Tools 12, curiosamente, não é o Pro Tools 12 e sim o Pro Tools|First, que é uma versão gratuita da ferramenta e vai abrir uma nova gama de possibilidades para produtores, sejam eles iniciantes ou profissionais. Mais que isso, vai levar gratuitamente a ferramenta para outros profissionais como músicos, compositores, arranjadores, professores e qualquer pessoa interessada em gravar e produzir áudio utilizando algo de renome. Neste artigo, vamos ver tudo que podemos esperar do Pro Tools|First, e em que momento ele será insuficiente.

O PRO TOOLS 12 NÃO VEM CONHECENDO O PRO TOOLS | FIRST MAIS A FUNDO PARTE 2 Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

O

QUE ESPERAR?

Diferente de outras versões reduzidas lançadas anteriormente como o Pro Tools Free, Pro Tools Express e outros, desta vez a Avid soube dosar melhor o que tirar e o que deixar. O que quero dizer com isso é que nesta versão optaram por manter as funcionalidades, limitando apenas a quantidade. Um exemplo: no Pro Tools podemos ter até 10 inserts por canal, mas no Pro Tools|First, no máximo, 4 o que, sinceramente, é bem razoável. Com isso, o usuário fica menos frustrado e pode de

Fig.1 - Opções do Xpand 2

fato usufruir de todos os recursos que a ferramenta dispõe. Esta versão gratuita do Pro Tools tem as principais funções do Pro Tools 12, incluindo as opções mais avançadas como o Elastic Audio, plug-ins como o Channel Strip, instrumentos virtuais como o Xpand|2 que possui diversos sons (figura 1) e o novo sistema Cloud Collaboration que vai permitir que usuários salvem, compartilhem e trabalhem em projetos de forma interativa via internet com outros profissionais.


Fig. 2 - Setup simples para gravar guitarra

No total, o usuário pode desfrutar de 16 canais de cada tipo de track: áudio, MIDI, Auxiliar e Instrument Track. É suficiente para dezenas de trabalhos e estilos musicais.

QUEM PODE SE BENEFICIAR O público alvo é o mercado musical e o motivo é claro. No mercado de Broadcast, o Pro Tools já está mais do que estabilizado; po-

Fig. 3 - Microfonação de violão

rém, no mercado de música, apesar de ser líder, ele ainda tem concorrentes como o Logic Pro X, Ableton Live, Cubase, Sonar que dividem a preferência dos usuários deste segmento. A maioria dos estúdios e produtores profissionais já utilizam Pro Tools, mas os músicos, na minha opinião, são os principais a se beneficiar. São pessoas que muitas vezes precisam de uma ferramenta

de multipista para fazer gravações, mas não necessariamente têm intenção de se tornar produtores fonográficos. O principal uso que vejo é o estudo. É ótimo para o músico carregar músicas e tocar por cima, gravando o resultado para ouvir sua performance de forma crítica. Ficar improvisando 20 minutos por dia em cima de 2 acordes e gravando takes todos os dias durante

Fig. 4 - Microfonação de Bateria

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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br 68

fazer trabalhos em casa e toda a dinâmica e metodologia poderá ser mais elaborada.

Fig. 5 iLok - Chave necessária mesmo para testar o Pro Tools completo

QUAIS SITUAÇÕES SERÃO

Temos três principais limites impostos nesta versão. O primeiro é a quantidade de canais de entrada e saída simultâneas, que é limitada a 4, mesmo que a interface tenha mais à disposição. Esta limitação atrapalha àqueles que têm intenção de fazer gravações de grupos ao vivo, ou mesmo em estúdio.

uma semana é muito útil para ouvir a evolução da semana. Da mesma forma, professores podem usar o mesmo recurso para dar aula. Mostrar ao aluno os pontos fortes e fracos de um solo, sugerir alterações. Ou seja, fazer pequenas edições para dar um exemplo é extremamente didático. E com este simples exemplo temos outras variantes: é incrivelmente fácil aumentar ou diminuir a velocidade do áudio, tanto quanto fazer uma transposição, o que ajuda a estudar uma parte complexa, mesmo para tirar uma música de ouvido. Outro caso comum é o músico ser convidado para participar de uma faixa num trabalho de alguém. Com um computador, uma interface de áudio simples e o Pro Tools|First, tecladistas, guitarristas, baixistas e até cantores poderão gravar com qualidade em sua casa (fig. 2). Saindo um pouco da música, temos um mercado de locutores, dubladores, narradores que poderão gravar de casa. Também temos um enorme grupo de pessoas que precisam simplesmente editar áudio. Videomakers, DJs ou mesmo um dentista que vai num congresso, grava uma palestra e quer editar os melhores momentos para guardar. O Pro Tools|First serve muito bem para estes casos. Por último, uma atenção especial às escolas e universidades. Como professor universitário, vivo a frustração diária de ter que explicar aos meus alunos por que não estudamos usando o Pro Tools, já que é o líder no mercado. A resposta é sempre ruim, pois envolve falar de preço, burocracia e tudo mais. Com o Pro Tools|First, tudo vai melhorar para os alunos e professores. Vamos poder não apenas usar as mesmas ferramentas, mas alunos poderão

limitadas no Pro Tools|First? Temos três principais limites impostos nesta versão. O primeiro é a quantidade de canais de entrada e saída simultâneas, que é limitada a 4, mesmo que a interface tenha mais à disposição. Esta limitação atrapalha àqueles que têm intenção de fazer gravações de grupos ao vivo, ou mesmo em estúdio. Mesmo para uma formação de trio pode vir a ser um problema, pois se for violão, voz e pandeiro já limita, pois muitas pessoas gostam de microfonar o violão em mais de um lugar (fig. 3), outros ainda querem capturar um terceiro canal com o sinal da linha para o pandeiro, também é comum usar um microfone por cima e outro por baixo do instrumento. Outro cenário inviável é uma gravação de bateria acústica com peças individuais (fig. 4). Certamente vamos precisar de mais de 10 entradas para isso. A segunda grande limitação é o suporte para vídeo e suas funções. Como dito anteriormente, esta versão foi claramente direcionada para o mercado musical e funções essenciais para se trabalhar com vídeo não foram incluídas. O Pro Tools|First não permite importar vídeos, não tem uma régua de timecode, não trabalha com AAF/OMF/MXF e muito menos permite a criação de pistas e mixagem em Surround. A terceira e talvez mais curiosa de todas: o Pro Tools|First salva todos os seus projetos na nuvem, e temos um limite para armazenamento de três projetos por usuário. Ou seja, se você pretende gravar um CD com 9 faixas, vai ter que criar, produzir e finalizar as três primeiras. Depois, deletar o projeto para “abrir espaço” para produzir as próximas três. Pelo menos há alguma flexibilidade nisso. Pelo sistema Avid MarketPlace (algo similar ao iTunes Store ou Google Play) usuários poderão “comprar o direito” de armazenar mais projetos na


Na maioria dos estúdios e produtores profissionais já utilizam Pro Tools, mas os músicos, na minha opinião, são os principais a se beneficiar.

nuvem. Não se sabe dos preços ainda, mas provavelmente ainda deve ser bem mais barato do que fazer um upgrade para o Pro Tools 12.

UFA, SEM ILOK! Se vamos falar de frustração, um dos primeiros itens da minha lista é o fato de que para simplesmente testar o Pro Tools, a pessoa tem que ter um iLok (que custa cerca de R$250 no Brasil). Lecionando os cursos ofici-

ais de Pro Tools por todo o Brasil, sempre foi muito frustrante explicar para os alunos que não tinham o Pro Tools, mas queriam praticar em casa, que eles teriam que comprar um iLok (figura 5) para usar a versão de testes. Não preciso nem dizer que não conheço nenhum aluno que de fato comprou o iLok, certo? Infelizmente, sem iLok muitos se viram obrigados a procurar versões piratas que não valem a pena até

conseguirem comprar uma licença oficialmente. Então finalizando, vejo o Pro Tools|First com essa missão. De oferecer uma maneira digna de os alunos estudarem. Se quiserem ver mais claramente as diferenças entre as versões, acesse http:/ /www.avid.com/BR/products/protools-software-comparison-table Abraços e até a próxima!

Para saber online

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com

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PREVIEW| www.backstage.com.br 70

Nenhum artista gosta que digam o que ele tem que fazer, quais ferramentas usar e quais não usar. E foi pensando nisso que a Lexicon projetou o I·O Desktop Recording Series, compatível com qualquer DAW, incluindo o Pro Tools 9. A partir de agora, esse hardware de design inovador encontra a alta capacidade do software para dar asas a qualquer criação apaixonada. redacao@backstage.com.br Fotos:Divulgação

LEXICON - I ONIX 82 C

om as novas características dbx 60V de alta voltagem, mic preamps ultra silenciosos em todos os 8 canais, o IO|82 é muito mais do que um produto equipado para proporcionar gravações profissionais mantendo a máxima qualidade musical. Os preamps rodam em alta-voltagem a fim de garantir estabilidade e proporcionar uma gravação por meio de um amplo range dinâmico. Os drivers conversores A/D - D/A garantem um som original de 24bit/ 96kHz para capturar cada detalhe de qualquer performance.

O I-O|82 pode gravar até oito trilhas de uma vez e inclui 8 saídas combo-jack mic/line mais fonte de +48V, 2 saídas de linha balanceadas, 2 saídas para instrumentos hi-Z, duas saídas para fones 1/ 4", S/PDIF e MIDI I/O. Knobs dedicados e conexões métricas proporcionam fácil acesso para níveis de saída e entrada, e o mecanismo de travamento no combijack garante que a conexão não seja perdida no meio de uma performance. O usuário ainda conta com todas as ferramentas para transformar o computador em um estúdio de gravação profissio-


nal 24-bit/96kHz. Com o software Cubase LE Mult-track Recording, por exemplo, é possível gravar, editar e mixar sua obra-prima. Já com o Lexixon Pantheon II VST/AU Reverb Plug-In, é fácil completar sua mix e fazer sua música soar melhor e mais rica. Esse plug-in permite que você adicione ao seu trabalho o lendário som Lexicon, suporta tanto VST quanto o formato Audio Unit e opera acima de 96kHz. Outras duas ferramentas são o Toontrack EZdrummer Lite Multi-Mic Virtual Instrument Software, que é uma versão dos multimicrofones drum-sampler EZdrummer, e o XILS 3 SE Software Modular Synthesizer. O EZdrummer foi projetado para músicos e produtores que necessitam de um plug-in compacto, acessível e fácil de usar, sem comprometer a qualidade sonora ou de controle. As ba-

terias visualizadas na interface combinam audição de sons e construção de drumkit. A extensa midilibrary “arrasta e solta” permite aos usuários criarem trilhas em menos de cinco cliques. Para um manuseio mais avançado, é possível controlar os vazamentos do microfone e níveis entre as baterias usando o mixer interno. Com o XILS 3, um instrumento virtual baseado na arquitetura EMS

VCS3 matrix-based modular synthesizer, é possível trazer modularidade e desenho sonoro para uma nova dimensão. Mais de 450 conexões (sinal de áudio, controle de sinal, sinal de trig) estão disponíveis nessa ferramenta, muito mais do que em qualquer outro tipo de sintetizador modular. Fácil de conectar, fácil de modificar e de visualizar, a matriz é o caminho mais fácil para conectar módulos uns aos outros.

Características do produto •USB 2.0 Desktop Recording Studio •44.1kHz a 96kHz sample rates, 24-bit de resolução •Pantheon™ II VST/AU reverb plug-in com 6 lendários Lexicon reverbs •dbx® alta-voltagem, microfone preamps ultra silenciosos •8 combi-jacks análogos para mic/line inputs •Monitoração com zero de latência •Controle de fonte de ganho separada por canal

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PHONIC ACAPELA 16 E

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m uma breve definição, o Acapela 16 poderia ser descrito como um novo padrão em mixagem digital. O produto combina as características dos demais mixers da Phonic com um novo nível de controle sem fio nunca visto antes

A Phonic anuncia o lançamento do seu mais novo mixer digital Acapela 16 para as lojas, depois de alguns meses sendo enviado por encomenda a diversas partes do mundo, e de alguns sortudos terem testado o equipamento na Namm e na ProLight+Sound 2014. redacao@backstage.com.br Fotos:Divulgação

em consoles desta marca. Por meio de tablets, os usuários podem mixar, equalizar e trabalhar o áudio, da mesma

forma que, ao acessar a interface gráfica, podem ter acesso a outros controles. O Acapela 16 é um console de 16 canais mic/line, com 4 buses digitais e é ideal para todo tipo de aplicação de som ao vivo. Ele oferece um processador digital interno em cada entrada e saída, incluindo as 4 bandas paramétricas EQs, além de processadores dinâmicos com expansores, gates, limitadores e

Especificações técnicas •Saídas analógicas: 12 x XLR Balanced (Ch 1-12) •4 x Combo (XLR/TRS) Balanced (Ch 13-16) •Saída principal: 2 x XLR Balanced •Saída Control Room: 2 x TRS Balanced •Saídas Multi: 4 x TRS Balanced •Fones: 1 x Stereo Phone Jack (TRS Unbalanced) •Frequência de amostragem: 44.1 kHz, 48 kHz (40-Bit Floating Point Mixing) •Sinal de Delay (CH INPUT to STEREO OUT): Fs=48 kHz <1.2ms •Distorção (THD + N): •THD+N less than 0.007%, +4 dBu, 20-20 kHz, unity gain, 20 kHz BW •Resposta de frequência (CH INPUT to STEREO OUT): Fs=48kHz, 0/-1.5dBu, 20 Hz - 20 kHz @ +4dBu into 600Ω •Saída monitor VGA: D-Sub 15 pin: 1024x768p@60Hz (XGA) •Ethernet 10/100: RJ45 •USB 2.0 (Mouse/Flash Drives): Type A •USB 2.0 (Audio): Type B (2 x 2 Interface, selecionável do CH1-16, CTRL RM, MAIN) •Power Supply Unit: 100V - 240V, 50/60Hz, 90W •Dimensões (H x W x D): 82 x 324 x 393 mm (3.2" x 12.8" x 15.5") •Peso: 2.8 kg


O Acapela 16 é um console de 16 canais mic/line, com 4 buses digitais e é ideal para todo tipo de aplicação de som ao vivo

compressores, sem contar com os diversos delays de controle de tempo e distância. Esses podem ser ajustados onboard ou por meio da rede sem fio usando um iPad. O equipamento oferece também dois modos de controle: onboard e remo-

to. E a saída VGA e a conexão USB permitem que o mixer seja usado como um console completo de mixagem apenas conectando um monitor e um mouse. Baixando o aplicativo Acapela16 Remote também é possível controlar tudo pelo iPad, desde níveis até os efeitos digitais e processamento dinâmico. De acordo com a Phonic, o mixer combina a tecnologia lançada nos já conhecidos mixers da marca, como o IS16, e a fabricante aproveita essa plataforma já desenvolvida para aplicá-la em um corpo mais portátil.

Para saber online www.phonic.com

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 74

Não é de hoje que as formas de relacionamento trabalhista vêm mudando. O antigo formato “trabalho e carteira assinada” vem dando lugar a profissionais liberais especializados que trabalham como freelancers e muitas vezes até mesmo como pessoa jurídica, desde a implantação do sistema Microempreendedor Individual (MEI). No entanto, até que ponto esse novo passo exige cuidado e quais as vantagens e desvantagens? Com o projeto de lei PL 4330/ 2004, que dispõe sobre o contrato de prestação de serviço a terceiros e as relações de trabalho dele decorrentes, abriu-se uma polêmica sobre os benefícios e malefícios de trabalhar sem vínculo empregatício. Conversamos com dois profissionais que optaram por “abandonar” o formato tradicional empregado-patrão e mostramos os prós e os contras dessa escolha.

TÉCNICO

R E C N A L E E FR Você está pronto para ser seu patrão? redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

M

elhor qualidade de vida, melhor remuneração, possibilidade de crescimento na profissão. Esses são alguns dos motivos que levam alguns profissionais do mercado a buscarem outras formas de relações de trabalho no setor de áudio e iluminação. O chamado freelancer, por definição, é aquele especialista que presta serviços sem vínculo empregatício, o que possibilita muitas vezes realizar trabalhos para diversas empresas. Para Deiverson Oliveira, que trabalha como técnico de PA, diretor de palco e produção, a vantagem de ser freelancer é ter um leque maior de possibilidades de trabalho. “Não precisa ficar ‘preso’ a determinado artista ou empresa. Normalmente há possibilidade de ter ganhos maiores do que estando em alguma empresa ou com algum artista”, avalia. Para o também técnico de PA Marcelo da Silva, além de não estar vinculado a uma empresa ou artista, o profissional pode comandar a sua agenda de trabalhos e o valor dos cachês. No entanto, ele alerta que existem altos e baixos. “Você realmente está por si próprio, se

furar agenda etc., não tem para onde recorrer. Ainda mais se for em cima da hora, como acontece muitas vezes”, ressalta. Além de ter que contar com os imprevistos, quem decide não ter patrão deve estar consciente de que a partir de agora é responsável por seu próprio encargo trabalhista, como o pagamento do INSS, para ter direito à aposentadoria. Além do mais, as principais “vantagens” também deixam de existir. “Algumas das desvantagens é não ter carteira assinada e demais vantagens que isso gera, como 13º salário, férias, assistência médica e INSS. Outra desvantagem é ter que estar sempre fazendo contatos com clientes e se colocando à disposição, mesmo quando já se tem clientes que conhecem teu trabalho e te chamam”, enumera Deiverson. Um alternativa que vem sendo adotada por quem é freelancer é a inscrição no programa de Microempreendedor Individual, do Governo Federal e do Sebrae. O MEI é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário desde que não tenha uma renda superior a 60 mil reais anuais. “O freelancer que tem MEI se torna um


meu tempo. Fui me desmotivando ate que me desliguei da empresa e, ao sair, comecei a trabalhar para um bar em Porto Alegre fazendo Produção Executiva dos shows internacionais que eles traziam ao bar. Paralelamente comecei a atender um artista/produtora na função de Produtor Técnico e a uma empresa de Chapecó também fazendo Produção Executiva de shows de artistas sertaDeivers on opto u por se nejos como Michel Teló, Luan r freelan cer bus cando m Santana, Paula Fernandes e dielhor re munera ção profissional com versos outros, como Zeca Papoder de emissão de nota fiscal, o godinho, Sorriso Maroto, Charque em muitos casos é solicitado. lie Brown Jr. Com esses trabalhos recebia Quem tem MEI pode se aposentar pelo até 3 vezes mais do que ganhava no antiINSS, pois pagamos mensalmente um go trabalho. Nesses novos trabalhos eu valor para termos um amparo previtinha tempo e dias livres para ficar com a denciário”, completa Deiverson. Para minha família, o que raramente eu tinha Marcelo, outra vantagem de ser um na outra empresa”, justifica Deiverson. MEI é a facilidade para conseguir fiJá Marcelo Silva conta que não foi a insananciamentos, tendo em vista que o tisfação com a empresa para a qual trabaprofissional passa a ter um CNPJ. “O lhava que o levou a ser freelancer, mas a MEI apareceu há pouco tempo e para o possibilidade de ter mais liberdade e freelancer ele deu uma boa ajuda, mas controle do seu trabalho, além de poder vai depender dos ganhos da pessoa se ganhar mais. “Passei anos com locadoras ela se enquadra ou não no MEI”, avalia. e grandes bandas e artistas do Sul que rodam o Brasil. Entre eles Ultramen, O CACHÊ COMPENSA? Chimarruts e por último Tchê Garotos. Mas o que leva alguns profissionais a Chegou um dia que resolvi optar em ter uma vida financeira mais “instápoder trabalhar com todos e poder abrir vel”, enquanto a maioria dos trabao leque de clientes, além de também lhadores valoriza um emprego formixar vários estilos diferentes. Ou seja, mal, com carteira assinada? Entre as ser livre”, comenta. “Quando você fica respostas, qualidade de vida, liberdamuito tempo preso a uma empresa ou de para controlar a agenda de trababanda você perde muita coisa que rola lho e, em alguns casos, falta de valoriao seu redor. Marcello Caminha, um zação do profissional pelas empresas. grande instrumentista aqui do Sul, me “Estava há cinco anos trabalhando na disse uma vez: ‘...mesmo que às vezes seja mesma empresa e aos poucos fui vendo difícil ser freelancer continue assim, pois que, além de o meu salário estar aquém você é livre...’”, completa. do que eu achava justo, a minha qualiEXPERIÊNCIA OU NETWORK? dade de vida estava muito ruim. Tinha A liberdade, no entanto, tem preço e um filho pequeno na época e meus nome: comprometimento e experihorários na empresa tomavam todo o

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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 76

ência. Sem entender do riscado, os dois técnicos concordam que fica difícil começar e render bons trabalhos. “A meu ver, quanto mais experiência você tiver e melhor executar seu trabalho na área que você atua, vai se tornando mais fácil preencher sua agenda”, comenta Marcelo. De acordo com Deiverson, normalmente os convites para trabalhos acontecem por indicação ou algum contato feito agenda em algum trabalho anterior. trolar a própria ntagens: cons ca uma das va sta de lo “Conheço muita gente que rce Ma consegue os trabalhos mais por profissionais qualificados causa dos contatos do que propriapara desempenhar a função, falta o mente pelo bom trabalho prestado”, cliente pagar um preço justo pelo observa Deiverson. nosso trabalho, falta a união da nosEmbora o mercado tenha melhorado sa classe, faltam cursos específicos na tecnologia, na mão de obra e ter para a qualificação em Produção ganho grandes empresas, tanto para Técnica, Direção de Palco, Produquem é profissional contratado ou ção Executiva, falta uma faculdade freelancer ainda falta regular salárique, juntamente com o trabalho de

O que falta ainda no Brasil é ter uma tabela fixa para cada área profissional. Pois assim teremos condições de conseguir investir mais em conhecimento

os e condições de trabalho. “O que falta ainda no Brasil é ter uma tabela fixa para cada área profissional. Pois assim teremos condições de conseguir investir mais em conhecimento e também melhorar as ferramentas profissionais. Em cada estado, tem o SATED, mas ele não abrange classe salarial ou cachês”, comenta Marcelo. Deiverson concorda que ainda falta muito para o mercado melhorar. “Acredito que faltam muitas coisas, o cliente compreender que somos

campo, forme profissionais, falta uma lei que obrigue o cliente (que está investindo num evento), a contratar um profissional com DRT e não uma pessoa que simplesmente diz que sabe fazer o trabalho. O cliente pode e deve pedir o currículo do profissional para saber o que ele já fez”, determina.

Para saber online sobre a PL 4330/2004, acesse: http://www.camara.gov.br


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CADERNO ILUMINAÇÃO

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NEXT NXT-1

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www.chauvetlighting.com Esse novo aparelho moving head que a Chauvet apresenta ao mercado, possui um pixel-mapping com 25 Quad-Color RGBW LEDs e combina movimentos de pan/tilt com um ângulo beam de 6°, criando um efeito brilhante perfeito para impactar o público nos shows e eventos de todos os tipos. Com seu movimento ultra rápido de 540° pan e 270° tilt, o Next NXT-1 não tem problemas para trabalhar com outros equipamentos no rig. Outro ponto positivo é sua leveza, que acaba ajudando na rapidez dos movimentos. O painel ainda é equipado com uma roda de gobo virtual, o que permite aos designers a criação de textos e efeitos eye-popping. O equipamento possui uma lâmpada LED de alta performance 4 in 1 Osram configurada em cinco fileiras de cinco, o que produz cerca de 15.500 lux a uma distância de cinco metros.

VERSA HINGE

VL3500 WASH FX LUMINAIRE

www.trusst.com Independente do tipo de estrutura de truss que você estiver usando, o Versa Hinge, da Trusst, será capaz de fazer o trabalho. Isso porque um único Versa Hinge pode ser colocado como um conector de canto tanto para ambientes no formato quadrado ou triangular, bem como os padrões de 12", fazendo deste equipamento um dos mais versáteis do mercado. Essa flexibilidade dá aos técnicos de instalação de iluminação ou palco uma rapidez nunca vista antes, além da conveniência na montagem. O equipamento também oferece facilidade para conectar seções de trusses em uma diversidade incrível de ângulos - de 0° a 180°. Feito de alumínio de 10mm 6061 T-6, possui certificado SLV, o que garante anos de uso na estrada. Ao mesmo tempo, o Versa Hinge é leve, fazendo com que o transporte e montagem sejam fáceis. Suas medidas são 290 x 290 mm e o produto é compatível com outras marcas de truss de conectores cônicos.

www.hotmachine.ind.br Esse equipamento possui fonte com tripla potência, lâmpada de duas extremidades, sendo que a lâmpada é capaz de operar em 900W, 1200W ou 1650W – modo selecionável do dispositivo elétrico ou console. A temperatura de cor vai de 6000K para 1650 Watts e 6300K para 900 Watts e 1200 Watts. Com potência luminosa >70,000 lúmens no modo 1650 Watts, o padrão de distribuição de energia é AC de 200 – 264 VAC, 50/60 HZ. A unidade precisa de 7 a 12A, dependendo da tensão de alimentação AC. Opera na temperatura de -20° a 104°F (-29° a 40°C), por sistema de refrigeração de ar forçado. O Controle VL3500 é completamente compatível com uma ampla variedade de consoles DMX512, além de ter 22 canais DMX, Pan de 540° e Tilt de 270°.


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CADERNO ILUMINAÇÃO

ÉPIX TILE 2.0 www.chauvet.com A Chauvet expandiu a família ÉPIX com a introdução do modelo Tile 2.0. Desenhado para trabalhar de acordo com outros membros da popular série ÉPIX 2.0, esse novo produto é um painel em formato quadrado medindo 300 x 300 mm que contém 160 LEDs SMD Tri-Color (red, green, blue). São 25mm de pixels, permitindo uma saída de 3.290 nits, excelente renderização de cores e um ângulo de 120°, fazendo do ÉPIX Tile o equipamento ideal para criar displays gráficos. Ele pode ser facilmente conectado com equipamentos lineares da série ÉPIX 2.0 (ÉPIX Strip 2.0 e ÉPIX Bar 2.0) para garantir um display de pixel mapping com tamanhos e configurações variáveis. O equipamento é operado via um controle dedicado, o ÉPIX Drive 642 – que é vendido separadamente – e utiliza o padrão de protocolo Art-Net™ ou Arkaos Kling-Net. Além disso, para dar mais versatilidade ao painel, duas lentes diferentes de cobertura estão incluídas. Uma é a lente frost que produz um efeito bem suave na transição entre os pixels e a outra é uma lente clara para alto contraste, causando grande impacto visual.


DMX HOIST www.star.ind.br A Star Lighting Division apresenta a nova DMX Hoist, uma talha elétrica gerenciada via DMX. O equipamento foi desenvolvido para gerar mais dinâmica e movimentos nos cenários dos palcos e eventos. A DMX Hoist opera em 7 Canais DMX, 1 canal específico como “chave de segurança”, controle de velocidade e posição e ajuste fino de posição. Conta com a capacidade de carga de até 500 quilos e uma corrente de 16 metros. Todos esses recursos inovadores com total qualidade e segurança, desenvolvidos especialmente pela Star Lighting Division para o mercado de Iluminação do Brasil.

SNIPER www.elationlighting.com O Sniper é um beam híbrido, scanner e simulador de laser em um único aparelho, o que dá ao Lighting Designer uma gama de alternativas para criar seus projetos de iluminação dos shows. Emitindo um poderoso beam de 3°, o sistema super rápido de espelhos permite ao Sniper espalhar o scanner e o efeito de laser em uma velocidade excepcional e sem a necessidade de religar o alcance do laser. Equipado com uma poderosa Philips MSD Platinum de 132W além de 14 cores dicróicas e 17 gobos estáticos, é perfeita para ambientes pequenos como nightclubs ou para figurar no palco de turnês.

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USA LIQUIDS – LINHA PROFISSIONAL

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www.usaprofissional.com Fiel ao seu nome, os fluidos da linha Profissional USA LIQUIDS tornam qualquer produção mais próxima do êxtase visual. É a solução que vai fazer sua produção se destacar. Projetados para todos os tipos e configurações de máquinas, os fluídos são capazes de projetar os mais incríveis e dinâmicos efeitos, proporcionando o mais alto impacto visual na produção dos feixes de luz e com o mais alto e brilhante contraste de cores. São indicados para uso em iluminação profissional, shows, eventos de grande porte, instalações permanentes em teatros, hotéis, cruzeiros, clubes, boates, danceterias, produções artísticas de cinema e TV. O produto é importado e distribuído por USA PROFISSIONAL DO BRASIL Tecnologias para Shows.

CHAUVET TRI SHOT LED www.equipo.com.br O TriShot™ LED é um modificador de cor de três cores em LED. Este compacto spot de luz se encaixa em praticamente qualquer lugar e possui sete cores pré-programadas, sendo capaz também de mistura completa de RGB. Seu ajuste de foco manual cria facilmente extremidades precisas ou uma suave varredura rápida. O TriShot™ LED opera silenciosamente e oferece programas automatizados para chases de cor cativantes e sete canais de controle DMX. Dentre as características, destacam- se o tri- color static spot light, múltiplo, cores acessíveis via DMX, ativação sonora automática ou modos de operação, botões de foco manual que criam um hard ou soft edge para se adaptar a qualquer aplicação, programas de disparo automatizados via master/slave ou DMX, e 7 canais DMX.

RUSH CLUB SMOKE DUAL™ www.martin.com A HARMAN’s Martin Professional anuncia seu mais novo produto integrante da linha de efeitos Rush, lançado durante a Messe Frankfurt, na Alemanha. Essa moderna máquina híbrida de névoa e neblina tem como características seis cabeças em três zonas, via DMX, ou um display digital onboard. Este sistema de cabeças múltiplas versáteis permite ao usuário conseguir névoa, neblina ou uma combinação de ambas, graças a um fluido especialmente formulado para o equipamento. A base separada do aparelho pode ser instalada em um local remoto que seja mais conveniente e tem capacidade para até 10 litros de fluído para garantir o uso ininterrupto durante horas. Com base no sistema de fumaça Magnum Club, instalados em locais de prestígio em todo o mundo, a Rush Club Smoke Dual™ é uma nova companheira, fiel para a iluminação de designers e ideal em clubes de todo o tamanho.


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PAINEIS DA FÉ

HOMENAGEM AOS TÉCNICOS DE ILUMINAÇÃO

Os novos painéis Cuepix da Elation e as luzes de multiefeitos Sniper 2R foram as escolhidas para a apresentação da banda Family Force 5 em um dos maiores eventos móveis de música cristã dos Estados Unidos, o Winter Jam. A empresa 44 Designs trabalhou junto da Family Force 5, providenciando todos os detalhes do show da banda durante o festival. O Winter Jam excursiona pelas cidades do sul e do meio-oeste americano com apresentações de bandas cristãs de rock, rap e música contemporânea durante todo o mês de março.

MAC QUANTUM NO DVD DE BANDA INGLESA A banda britânica de rock progressivo Lifesigns ganhou iluminação de 12 equipamentos da Martin MAC Quantum Wash Light e o controlador M6 para a gravação de seu DVD ao vivo, que teve projeto do Lighting Designer Chris Curran. A banda se apresentou em duas noites no Under The Bridge, em janeiro. Considerado da old school de iluminação, o LD prefere focar na banda em vez do público, motivo pelo qual escolheu os equipamentos.

Um grupo de cinco campeões regionais se reuniu no clube Oceana, em Southampton, Reino Unido, para disputar o título de melhor iluminador no grand finale de uma competição que foi organizada pela Luminar. Os cinco talentosos vencedores participaram de uma série de eliminatórias regionais realizadas em mais de 62 casas noturnas de propriedade da Luminar. As finais foram divididas em duas seções. Na primeira seção, os finalistas tiveram de programar e operar um equipa-

mento de iluminação para uma sequência musical de três minutos de duração pré-gravado. Em seguida, eles foram chamados a operar o mesmo equipamento na sala principal da casa noturna durante um intervalo de 15 minutos em uma noite movimentada de sábado. A plataforma de concurso, especialmente projetada, foi construída a partir de treliça por Trusst, incorporou uma combinação de dispositivos elétricos de série de moving heads Intimidator da CHAUVET DJ.

XL VIDEO NO X FACTOR LIVE 2015 MA LIGHTING MAIS COMPACTA Conhecida e com grande reputação entre os designers por seu ótimo controle de iluminação, a MA Lighting agora apresenta uma nova variação de soluções compactas de controle de iluminação o dots2. Essa novidade consiste em três consoles de iluminação dot2 core, dot2 XL-F, dot2 XL-B, duas expansões Playback Wing Solutions, uma rede de saída Node4(1k), além dos softwares dot2PC e os dot2 3D. Projetado para locais de pequeno ou de médio porte, o dot2 oferece funcionalidades avançadas com parâmetros fáceis de usar. Mais detalhes pelo site www.ma-dot2.com

Mais uma vez, a XL Video contribuiu para a turnê X Factor 2015, percorrendo uma série de locais no Reino Unido para mostrar talentos que competiram durante a série de programas na TV em 2014. A XL forneceu as telas híbridas de LED ROE MC-7T e MC-18T para customizar o cenário das turnês. O show ao vivo foi produzido por Beth Honan para a Syco Entertainment sob a direção técnica da Production North.


CHRISTIE ABRE ESCRITÓRIO NO MÉXICO A Christie, companhia mundial dedicada a tecnologias visuais, anuncia a abertura de seu novo escritório no México. O novo local, que também atende a América Central, representa um passo para que a empresa seja líder no mercado mexicano. A ideia é oferecer serviços e suportes a clientes e parceiros em um nível de excelência de atendimento. Com mais de 302 m2, o escritório abriga ainda uma grande área para concentrar vendas, serviços e treinamento. O local tem ainda diversos espaços dedicados, incluindo showroom, salas para seminários, cursos de capacitação, reuniões comerciais e demonstrações. Entre os produtos expostos no escritório encontram-se o Christie® MicroTiles®, Christie Brio™, Christie Solaria® One, Christie CP2220 e distintos paineis LCD da Série FHD.

SGM CONQUISTA O PIPA

eg Johansen Herw

Jornalistas de mais de 10 revistas especializadas de todo o mundo elegeram o Q-7 como o melhor equipamento de iluminação. A premiação foi durante a Prolight+Sound, em Frankfurt, na Alemanha. O Pipa, ou Prolight+Sound International Press Award, é como um Grammy na indústria do áudio e iluminação e é concedido todos os anos durante a Messefrankfurt.

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O refletor que é estatisticamente mais solicitado por designers de iluminação é o elipsoidal Source4 da ETC, instrumento padrão e de referência internacional há 20 anos na indústria do entretenimento. Isso faz com que os principais fabricantes de refletores elipsoidais no mundo comparem suas “últimas” versões ao Source4. O fato é que, os mais baratos não conseguem equiparar a qualidade das lentes e processo de fabricação ETC.

David H. Bosboom david@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A R E A NOV S E R O T E L F E R PAR A OS

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alo por experiência própria quando digo que todo designer de iluminação quer a maior eficiência possível de um instrumento de luz, pois afeta o resultado num projeto de iluminação. E, muitas vezes, estamos interessados em experimentar tecnologias emergentes e econômicas como os LEDs. Porém, uma das reclamações mais comuns sobre LEDs é que simplesmente não são ainda brilhantes o bastante quanto seus equivalentes, as lâmpadas incandescentes. E, em muitos casos, a saída da luz de LEDs são abruptas, nada suaves. Estas reclamações estão prestes

a desaparecer com a introdução do RH+A ReNEW LED que substitui as costas de um refletor Elipsoidal Source4 da ETC onde a luz incandescente é colocada. Essa adaptação foi criada por uma empresa chamada Production Resources Group (PRG). Para quem não está familiarizado com a PRG, esta é uma empresa internacional de grande porte que é conhecida por criar inovações em controles de iluminação cênicas e de projeção no mercado. Mas sua finalidade primeira é de alugar equipamentos de iluminação para grandes produções em todo o mundo.


O que isso significa para a indústria? Em geral, isso quer dizer que, se você possui uma empresa de aluguel de iluminação e tem um grande número de Source4 em seu estoque, você não terá mais que trocar essa tecnologia por LED. Todas as caixas de lentes e tubos de luz podem ser utilizadas com o ReNEW LED retrofit. Se você é um eletri-

Usando o retrofit ReNEW a 190W isso produz 648 BTU, uma redução de 67% de calor ambiente.

cista, terá uma nova tecnologia para aprender. E se você é um designer que deseja incluir a tecnologia LED em seu projeto, você agora pode fazê-lo sem a perda de intensidade que você está acostumado a ter a partir de um refletor elipsoidal Source4. Como funciona a tecnologia? O ReNEW Retrofit LED é um motor de luz LED projetado para funcionar com o tubo de lente e facas do refletor elipsoidal Source4 da ETC. Você pode facilmente trocar a luz de tungstênio pela de LED, reduzindo o consumo de energia e também os custos de ar-condicionado de seu espaço, enquanto a saída de luz se equipara com uma lâmpada HPL de 575W. O motor ReNEW usa apenas 190 watts com a intensidade máxima e 3,1 watts em posição de stand by. O refletor elipsoidal Source4 com uma lâmpada de 575W tungstênio produz 1.962 BTU. Usando o retrofit ReNEW a 190W isso produz 648 BTU, uma redução de 67% de calor ambiente. Isso significa 67% menos refrigeração que você precisaria gastar para refrescar um ambiente de teatro ou estúdio. Além de reduzir os custos de eletricidade e ar-condicionado, o ReNEW acaba com a necessidade de substituição de lâmpadas queimadas, ampliando os benefícios de redução de custos, cortando despesas de materiais e manutenção. Dados importantes para um designer. •A lâmpada de tungstênio de longa duração HPL de 575W da ETC Source4 produz 7489 Lumens na cor branca a 3,050K. •O retrofit ReNEW LED produz 6.069 lumens na cor branca a 3,000K, com tubo padrão de lente.

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•O retrofit ReNEW LED produz 8.255 lúmens na cor branca a 3,000K com tubo de lentes de alta definição.

O ReNEW LED foi projetado para substituir as costas e bocal da lâmpada do refletor elipsoidal Source4 de ETC, que utiliza lâmpada de tungstênio tanto de 575-watt ou 750-watt com uma classificação de vida de 300 ou 2.000 horas

Características importantes para a empresa de iluminação. • O ReNEW LED foi projetado para substituir as costas e bocal da lâmpada do refletor elipsoidal Source4 de

ETC, que utiliza lâmpada de tungstênio tanto de 575-watt ou 750-watt com uma classificação de vida de 300 ou 2.000 horas. • O ReNEW LED é montado de forma simples com uma pequena torção nas costas do refletor Source4 com uma simples chave de fenda Phillips e a alça de pendurar o instrumento pode ser recolocada apenas torcendo uma borboleta original do fabricante sem o uso de ferramentas. • Uma vez unidas as costas com a frente do refletor Source4, a nova lâmpada LED pode ser instalada operando com a eficiência energética de 190 watts.


• Vem disponível no instrumento uma bateria de 9VDC para a programação do endereço DMX no painel de controle da luz sem a necessidade de se ligar na eletricidade. • O ReNEW LED tem uma classificação de duração de 50.000 horas Características importantes para um iluminador • O ReNEW LED vem padronizado com uma lâmpada de LED (emitter) bastante brilhante na temperatura branca de 3000K. O controle responde com ou sem DMX 512-A. Para o uso de DMX existe uma tomada de entrada e saída de 5 pinos embutida. O DMX tem uma conexão “optically isolated”. • O ReNEW LED tem um sistema de multi-voltagem de 90-240 VAC 50/60HZ. •A força chega ao equipamento pela unidade de conexão 2Xneutrik PowerCON. Do interesse de todos • A fonte de luz utiliza uma tecnologia única LED Chip-on-Board, fazendo com que fique mais durável. • A Dimerização é de 0-100% usando o controle de 8-bit ou 16-bit

• Utiliza 1, 2 ou 3 canais DMX (5 pinos DMX-in e DMX-Thru) • O ReNEW LED pode ser alimentado por 90-240VAC 50/60Hz • O Peso total do ReNEW LED para montagem é de 5,66 kg • A Temperatura da cor é 3.000K ou 5.700K Considerações Finais O ReNEW LED é uma tecnologia de ponta, recém-lançada no mercado internacional na Feira Lighting Dimensions International, e não é ainda de uso comum na indústria do entretenimento. Mas, certamente, grandes produções de teatro e shows ao redor do mundo, inclusive no Brasil, vão querer usá-lo pela qualidade da luz, economia em energia e pela adaptação simples de retrofit. Ao ritmo de tantas mudanças inovadoras e melhorias tecnológicas, só podemos imaginar como será a aplicação da iluminação nos próximos cinco anos. Uma coisa é certa. Os eletricistas vão continuar verificando cabos e se os plugues estão bem conectados aos dimmers. Porém, aquela época de um eletricista trocar uma lâmpada queimada pouco antes de um show está chegando ao fim.

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Pelo terceiro ano consecutivo, São Paulo sediou mais uma edição do mais importante festival de música “independente” do mundo – o Lollapalooza. Na programação do evento, 52 atrações nacionais e internacionais se revezaram em cinco palcos – todos eles cuidadosamente iluminados por uma das mais importantes empresas do Brasil: a Aurolights. Nesta conversa, aspectos da produção, operação e realização do evento serão analisados, a partir das múltiplas alternativas que os projetos de cada artista exigiam, e com uma considerável independência na operação da estrutura de cada palco.

ILUMINAÇÃO

CÊNICA Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

LOLLAPALOOZA BRASIL 2015: ILUMINAÇÃO CÊNICA COM ALTERNATIVAS E INDEPENDÊNCIA

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estivais são tipos de eventos com frequência de realização variável, e compreendem um conjunto de atividades, espetáculos, apresentações e outras formas de manifestações artísticas e culturais, previamente selecionadas, com o objetivo de competição, divulgação ou promoção comercial. No que tange à música (e também ao teatro), esses eventos contemplam simultaneidade e sequência, a partir de uma programação amplamente divulgada (por meio de diversas mídias, digitais e/ou impressas) e que captam públicos diversos, alinhados aos interesses e propostas inerentes à temática principal.

Mais complexo do que buscar uma definição sucinta de um festival é dimensionar as necessidades e requisitos de artistas e bandas tão variados (em estilos musicais) e diferentes (em propostas de iluminação). Nesse contexto, no Lollapalooza, todos esses elementos devem ainda ser multiplicados pelo número de palcos (cinco, considerados todos os locais dimensionados na programação do evento). Mais especificamente para a edição de 2015, o Lollapalooza Brasil concentrou as principais atrações (aqui entendidas como as bandas e artistas mais ampla-


diferencial? “A singularidade dos palcos do Lollapalooza 2015, em comparação a outros produtos existentes no mercado nacional, é a capacidade de carga: enquanto alguns modelos no Brasil feitos de alumínio e/ou tubular têm uma resistência total aproximada de 15 toneladas,

estendidos aos outros espaços – as tendas LollaLounge, Tenda Perry, Tenda KidZ, cada qual com suas particularidades. Com mais de cinquenta atrações nacionais e internacionais, o Lollapalooza também é uma combinação de esforços – todos direcionados ao atendimento

A singularidade dos palcos do Lollapalooza 2015, em comparação a outros produtos existentes no mercado nacional, é a capacidade de carga... (Aurinho)

aqueles que montamos para o festival com a configuração atual suportam desde 45 toneladas chegando até 80 toneladas (dependendo da configuração das peças), permitindo uma maior segurança para o público, para o artista e para o promotor do evento”, disse Aurinho. Cuidados com o cálculo estrutural e de carga dos palcos também foram

Fonte: Aurolights / Divulgação

mente conhecidos) em três palcos: Axe, Ônix e Skol. Esses dois últimos ficaram sob total responsabilidade da competente empresa brasileira Aurolights, responsável também pelos projetos de iluminação cênica e pelo rigging de palco do evento (todas as estruturas de box truss, para todos os palcos, além da iluminação das apresentações da companhia teatral argentina Fuerza Bruta) e da comunicação visual do evento. Para descrever as contribuições dessa empresa, Auro Soderi Filho, o Aurinho, gerente do departamento comercial, e também responsável pela análise de projetos, orçamentos e implementação técnica de eventos indoor e outdoor, gentilmente e atenciosamente respondeu algumas perguntas, e esclareceu algumas dúvidas sobre os procedimentos operacionais do festival. Em um festival de tamanha magnitude, evidencia-se o dimensionamento de recursos estruturais para a viabilidade, a comodidade e a segurança. A primeira pergunta esteve justamente relacionada à estrutura geral dos palcos. Houve algum

Figura 1: Aspectos da estrutura e montagem do Palco Ônix.

das necessidades e requisitos dos públicos participantes, das bandas e artistas – e de todos os profissionais envolvidos. Naturalmente, também aos recursos contemplados nos projetos dos Lighting Designers. E, obrigatoriamente, algumas adaptações se fizeram necessárias. “A solução que tivemos foi analisar rider por rider e então elaborar uma planta geral por palco, seguindo como base a ideia do Frente/ Meio/Contra/Chão/Sides, porém trabalhando com isso de outra forma, como posicionamento das estruturas no palco de montagem”, afirmou ele. Todas as estruturas de palco foram fornecidas pela empresa brasileira Trusst/Penn Elcom Brasil, além do desenvolvimento realizado com a empresa americana ESG – Entertainment Structures Group (responsável pelo Lollapalooza Chicago). Ainda, motores Chain Hoists da Columbus McKinnon Corporation. Particularmente para a produção do evento, a diversificação de instrumentos de iluminação e equipamentos utilizados na configuração dos projetos demonstra a complexidade

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Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

O Lollapalooza definitivamente se configura como um festival para ser apreciado e aproveitado “ao vivo”, no qual todas as interações só podem ser percebidas “in loco”. Como exemplo disso, mesmo nas primeiras bandas programadas para o Palco Axe (particularmente Zimbra e Boogarins)

de um evento tão singular como o Lollalites Ltd. Toda essa gama de opções só palooza. Para os moving lights, equipamenpoderia realmente proporcionar múltitos Vari*Lite da indústria estadunidense plas alternativas, direcionadas ao atenPhilips Vari-Lite; instrumentos da dividimento dos projetos de iluminação, são dinamarquesa Martin Professional (da Harman); produtos da indústria tcheca Robe Lighting; além desses, outros da indústria chinesa Fine Art - Guangzhou ChaiYi Light Co.,Ltd. Mas essa amplitude de recursos não se restringiu apenas aos equipamentos citados no parágrafo anterior. Para os instrumentos com iluminação LED, produtos da empresa dinamarquesa SGM A/S e da empresa chinesa Longman Electronics Co., Ltd. Também para os canhões seguidores (Follow Spots), instrumentos ‘Supertrouper’ e ‘Gladiator’ da empresa americana Ballantyne Strong, Inc. Para as máquinas de neblina Figua 2: Aspectos da montagem do Lollapalooza 2015. (fog/haze), equipamentos da série percebidos pelo público pelos resultaAtmosphereAPS da empresa canadense MDG Fog Generators Ltd. e também da dos diversificados e diferenciados. E nesse contexto, nada se compara a empresa taiuanesa Antari Fog Machine. Aos consoles, sistemas GrandMA2 (da uma análise presencial de um show – e empresa alemã MA Lighting) e mesas quando se trata de um festival, os elementos a serem percebidos se multiplicontroladoras da empresa inglesa Avo-

Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

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” Figura 3: Apresentação da banda inglesa Kasabian no Palco Ônix (28/04/2015).


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cam. O Lollapalooza definitivamente se configura como um festival para ser apreciado e aproveitado “ao vivo”, no qual todas as interações só podem ser percebidas “in loco”. Como exemplo disso, mesmo nas primeiras bandas programadas para o Palco Axe (particularmente Zimbra e Boogarins) a partir do meio dia de sábado (28 de março), os instrumentos de iluminação cênica se revelavam, como elementos de surpresa, na composição das cenas, e sutilmente enalteciam detalhes e elementos cênicos – além de criar atmosferas e ambientações interessantes. Mais especificamente nas apresentações daquele dia, especiais destaques para os shows da banda inglesa Kasabian (projeto do Lighting Designer Nick Gray da Renegade Design) e do cantor inglês Robert Plant (projeto de iluminação conduzido pelo Lighting Designer Carl Burnett): gerações de músicos e linguagens diferentes – acompanhadas de propostas e transições compatíveis com os repertórios e com cada momento de cada apresentação. Para a banda Kasabian, em show realizado no Palco Ônix, houve rápidas e intensas comutações das cenas, que valorizavam elementos simétricos e variações de intensidade, com os padrões de cores análogas e complementares ao magenta – predominante, em contextualização ao último disco, “48:13”, cuja capa minimalista apresenta uma coluna com o tempo de duração de cada canção com um fundo nessa cor. Mesmo com a apresentação tendo se iniciado no horário de 17h00min (com iluminação natural frontal), os efeitos foram preservados, e naturalmente se intensificaram com a sequência das canções, e pelos horários e intervenções da luz solar minimizados.

Para a apresentação de Robert Plant - and The Sensational Space Shifters (no Palco Skol) -, técnicas daquela que é conhecida como “old school”: elementos cênicos se revelavam com intensidades variadas e em composições geométricas – originadas de estruturas superiores transversais -, resultando em dinâ-

finalidade de agradar à crítica e especialmente ao público que todo ano quer presenciar uma novidade em relação ao festival anterior. O público quer o diferente”, avalia, finalmente. E o público teve o que quis, com êxito. Diferente e diversificado, o Lollapalooza Brasil 2015 trouxe

Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

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Fig.4: Apresentação de Robert Plant and The Sensational Space Shifters no Palco Skol (28/04/2015).

micas suaves, mas estimulantes. As cores primárias se projetavam nas laterais e no meio, enquanto o frontlighting procurava valorizar as expressões e as interações de um dos mais importantes vocalistas de todos os tempos. Mas em um festival que exige tantas alternativas para a operação dos projetos de iluminação, como proporcionar a independência que rege o conceito principal do evento? Segundo Auro Filho, “as exigências envolvem questões artísticas dos Lighting Designers, desde a concepção do projeto, equipamentos específicos para efeitos em certos momentos do espetáculo até questões contratuais, mas tudo que é feito e elaborado tem a

novidades, atrações surpreendentes e diversidade de estilos, propostas, múltiplas alternativas – para todas as expectativas e afinidades. E para um festival focado na música ‘independente’, muita independência para que os artistas da música e da iluminação demonstrassem seus talentos. OBS.: Aproveito o espaço para agradecer ao Aurinho pela especial atenção dedicada ao atendimento e respostas às perguntas e dúvidas e parabenizar toda a equipe da Aurolights pelo excelente trabalho realizado. Abraços e até a próxima conversa!

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br

gurança, enquanto a cavalaria dos oito cilindros beberrões se esforçava para ultrapassar o mar de barro que em geral nos esperava nessas aventuras. Nada nos desanimava ou nos fazia desistir. Atolou? Chama o carro de boi da fazenda mais próxima. Ferveu? Ele calçava as botas, tirava o velho garrafão vazio da mala, arregaçava as calças e ia buscar água onde quer que houvesse, em geral de um ribeirão sempre próximo. Não havia o menor perigo em deixar-nos os dois, eu e minha mãe, sozinhos: a roça era ingênua, não escondia ladrões nem maldades. O nosso destino variava, mas quando não era

Máquinas

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e músicas

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inha paixão por estradas, carros, poeira, asfalto e tudo o que diz respeito a viagens por terra foi certamente herdada do meu pai. Mal saído das fraldas eu já estava sentado ao seu lado naqueles imensos bancos das banheironas americanas da década de 50, encarando a lamaceira inviável que reinava nas estradas interioranas de Rio, Minas e São Paulo. Íamos os três na frente, eu, ele e minha mãe, ela fazendo o papel do então inexistente cinto de se-

o sítio dos meus tios em Palmares, costumava ser algum hotel fazenda onde roletas e carteados clandestinos faziam a alegria daquela turma de Vila Isabel que costumava se encontrar ou na Fazenda da Grama, ou no Quitandinha, ou em Salvaterra, ou onde quer que os cassinos clandestinos sobreviventes ao puritanismo do Marechal Dutra se escondessem. Os


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

época, e eu entrando com uma letra semi-adolescente, mas muito pertinente ao caso... Não me pergunte nunca o que é que vem pela frente Quem anda com a gente não tem medo de chão A máquina quente é corpo e coração No asfalto ou na poeira, não me faz diferença E pouco me incomoda se é inverno ou verão A máquina quente está na minha mão Não me lembro o que deixei pra trás Não sei o que é que vem por aí Você me diz que chega mas eu quero mais Essa é a vida que eu escolhi... (“Máquina Quente” - Celso Blues Boy - Luiz Carlos Sá)

homens jogavam – não raro as mulheres mais ainda – e nós pequenos ficávamos em grupo aos cuidados das que não gostavam do pano verde, andando de charrete, passeando pelas cercanias, bebendo leite da vaca ou o que quer que nos distraísse pelos curtos fins de semana que duravam essas incursões. Por isso não estranhei a mínima quando minha carreira musical começou a exigir-me uma disponibilidade permanente para viajar. Pelo contrário, agora que eu já dirigia e tinha meu próprio carro, juntei a fome com a vontade de comer. Numa época em que conseguir transporte aéreo para bandas e equipamento era no mais das vezes financeiramente inviável, eu enchia minha valente Belina de músicos e instrumentos e saía por aí pra tocar. Fora isso, eu e Guarabyra ainda partíamos por ousadas excursões pelos cafundós do Brasil, à beira do São Francisco, rasgando nossos caminhos por Minas e Bahia, chegando até onde nenhum cabeludo chegara antes, surpreendendo o povo de veredas, cerrados, gerais e tabuleiros com nosso visual hippie e nossos instrumentos. Perdi a conta de quantas músicas fizemos nessas viagens. Mas no cassete das Belinas, dos jipinhos Gurgel, dos Corcel, das Parati que nos levavam por essas quebradas em façanhas que os mecânicos que encontrávamos pelo caminho mal acreditavam, rolavam fitas do Pink Floyd, de Crosby, Stills & Nash, dos Beatles e dos Stones, dos reisados e marujadas que Guarabyra – filho do São Francisco – gravara tempos antes, numa mistura louca que aliada às paisagens que pareciam a mim, carioca perdido e achado por ali, saídas de outro planeta, faziam com que nossa música se misturasse definitivamente à máquina que nos conduzia, porque dela dependíamos para chegar a nossos insólitos destinos: Carinhanha, Correntina, Bom Jesus da Lapa, Oliveira dos Brejinhos, Santa Maria da Vitória, Espinosa, Caetité, Brumado, Porteirinha, Mato Verde, Caio Martins -, passamos por todas essas e muitas mais, errantes e livres, indo onde o bonito da paisagem ou a pureza do rio nos chamassem. Logo no início das viagens, naquelas ainda mais próximas ao Rio, fizemos a cabeça do nosso então muito jovem guitarrista Celsinho Blues Boy, que desacostumado a aventuras rodoviárias, tremia com a minha tendência a – digamos assim – pilotar... Com o tempo ele começou a curtir também a estrada e acabamos por fazer uma música juntos, ele “pilotando” um rock’n’roll simples mas muito vibrante, como era de seu jeito à

Fora isso, eu e Guarabyra ainda partíamos por ousadas excursões pelos cafundós do Brasil, à beira do São Francisco, rasgando nossos caminhos por Minas e Bahia... Adolescente ou não – visto que então eu já rondava os trinta – essa música é a cara do que eu sentia sobre a relação entre carros e música. E hoje, vendo a preocupação dos fabricantes artesanais tipo Lamborghini, McLaren, Bugatti etc em “afinar” o ronco de seus motores de maneira que eles soem, digamos assim, musicais, sei que aquelas minhas primeiras intuições sobre o que acontecia entre meus ouvidos e o som do motor dos meus carros, por básicos que eles, carros, fossem, estavam certas. Aqueles cassetes, auxiliados pelos amplificadores disponíveis no mercado que eu sempre adaptava ao sistema, soavam nota a nota com o derrapar das rodas no areião do tabuleiro, com o canto dos pneus numa curva mais fechada, junto ao vento que entrava com força pelas janelas abertas e às toadas das lavadeiras quando atravessávamos lentamente os riachos do caminho. Hoje, meu carro moderno passa por cima desses obstáculos, a tração integral superando com facilidade qualquer lama ocasional. As janelas fechadas e o ar condicionado ligado deixam que eu ouça os menores detalhes das músicas que chegam do meu pen drive conectado ao impecável sistema de som, os graves, médios e agudos devidamente equalizados permitindo que, mesmo a baixo volume, eu consiga perceber todas as nuances da gravação. Isso é muito bom. Mas aquilo lá de antes tinha também seu encanto...

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Gobos do Brasil ............................. (11) 4368-8291 .............. www.gobos.com.br .............................................. 3ª capa, 57, 71, 81 e 87 Guitar Player ................................. (11) 3721-9554 .............. www.guitarplayer.com.br ........................................................................... 75 Harman .................................................................................. www.harmandobrasil.com.br .................................................................... 22 Hot Machine ................................. (11) 2909-7844 .............. www.hotmachine.ind.br ............................................................................ 93 HP Sonorização ............................. (21) 3474-1709 .............. hpsonorizacao@bol.com.br ...................................................................... 14 João Américo Sonorização ............ (71) 3394-1510 .............. www.joao-americo.com.br ........................................................................ 64 Imaginasom ................................... (12) 7813-5478 .............. imaginasomaudio@uol.com.br ................................................................... 53 Libor ............................................. (11) 3104-8339 .............. ivone@libor.com.br ................................................................................... 32 Modern Drummer ......................... (11) 3721-9554 .............. www.moderndrummer.com.br .................................................................. 76 Mogami Brasil ................................ (11) 3095-9699 .............. www.mogami.com.br ................................................................................ 69 Ninja Som ..................................... (11) 3550-9999 .............. www.ninjasom.com.br ...................................................................... 10 e 11 Novalite ........................................ (21) 2201-4804 .............. www.novalite.com.br ................................................................................. 85 Oversound ............................................................................. www.oversound.com.br ............................................................................ 33 Penn-Elcom ................................... (11) 5678-2000 .............. www.penn-elcom.com.br .......................................................................... 05 Powerclick ..................................... (21) 2722-7908 .............. www.powerclick.com.br ............................................................................ 56 Prisma ........................................... (51) 3711-2408 .............. www.prismaaudio.com.br .......................................................................... 77 Pro Shows ..................................... (51) 3589 -1303 ............ www.proshows.com.br ............................................................................. 49 Santo Angelo ................................ (11) 2423-2400 .............. www.santoangelo.com.br ............................................................................ 23 Sonex / OWA ................................ (11) 4072-8200 .............. www.owa.com.br ...................................................................................... 17 Star Lighting .................................. (19) 3864-1007 .............. www.star.ind.br .......................................................................................... 83 SPL Alto-Falantes ......................... (47) 3562-0209 .............. www.splaltofalantes.com.br ....................................................................... 29 Taigar ............................................ (49) 3536-0209 .............. www.taigar.com.br .................................................................................... 80 TSI ......................................................................................... www.tsi.ind.br ............................................................................................ 21 USA Liquids .................................. (11) 4012-4597 .............. www.usaprofissional.com ............................................................................ 79 Veritas / Impacto Vento Norte ..... (11) 3595-8600 .............. www.veritas.com.br .................................................................................. 39 Yamaha ......................................... (11) 3704-1377 .............. www.yamahamusical.com.br ........................................................... 27 e 45


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