Edição 259 - Junho 2016

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Sumário Ano. 23 - junho / 2016 - Nº 259

Prolight+Sound 2016

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A maior feira de iluminação e sonorização em Frankfurt mostrou sinais de que ganhou sobrefôlego e vem crescendo, não apenas em tamanho, mas em inovações. A inclusão de mais dias de visita para o público em geral nesta edição demonstra uma inclinação do mercado em atender uma demanda crescente, tanto de público quanto de profissionais.

NESTA EDIÇÃO 12 Gustavo Victorino

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Os processos de criação e produção de uma trilha sonora demandam um tratamento especial além de muita energia e tempo. A força que move uma trilha é fundamentalmente a história, a intensidade do roteiro e a densidade dos personagens. Nesta edição, trazemos uma reportagem sobre o passo a passo da construção de uma trilha para um seriado, que foi ao ar em março na TV brasileira.

Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

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Vitrine O HD 50 possui a tecnologia HyDrive da Hartke. Com 50 watts de potência e driver de 12" com cone de alumínio e papelão, o equipamento é a solução completa para performance de sua banda ou estudo.

22 Rápidas e Rasteiras A NBC Olympics, uma divisão do NBC Sports Group, escolheu a Avid para dar suporte à Criação de Conteúdo e Gerenciamento de fluxo de trabalho de mídia para a produção dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O Avid Media Central Plataform é a base do Avid Everywhere.

26 Microflex Wireless A Shure Incorporated anunciou na InfoComm Brasil, em São Paulo, o lançamento no mercado brasileiro de seu sistema de microfone sem fio Microflex Wireless. São soluções digitais em rede versáteis e escaláveis com precisão de reprodução de áudio para ambientes de conferência de áudio e vídeo.

64 Vida de Artista Eu tinha dezoito anos quando meu amigo Mariozinho Pires agendou-me um encontro com o produtor Milton Miranda, diretor musical daquela que era então, ao lado da Philips, a maior gravadora do país: a Odeon. Confirmando a profecia do Mariozinho, larguei o Banco de Crédito Real e fui viver de música.


Expediente

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ProTools - (de) efeito Bug?

Entenda algumas configurações que confundem iniciantes. Antes de ligar para o suporte ou formatar o seu computador, há algumas coisas que podem ser feitas para tentar solucionar um problema no Pro Tools.

CADERNO TECNOLOGIA 36 Logic Pro

40 Ableton

Continuando a série prática do Logic Pro X, vamos apresentar um projeto de Dubstep: a música Being Myself de um dos produtores de grande repercussão no cenário da música pop e eletrônica nacional.

Nesta edição, conheça o Locator, a capacidade que os Digital Workstation softwares têm de registrar na timeline pontos no segmento gravado que possam ser recobrados em um instant touch.

CADERNO ILUMINAÇÃO

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Danielli Marinho Reportagem: Danielli Marinho Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.

58 Vitrine iluminação O novo Pro Stage 150 RGBW da PR Lighting possui ângulos de 5°, 10°, 19°, 26° e foi desenvolvido para teatros e estúdios, e outras aplicações onde é necessário iluminação de alta definição.

60 Iluminação Cênica Alguns aspectos do maior evento de iluminação do mundo – a LIGHTFAIR International, realizada anualmente nos Estados Unidos, e algumas novidades, após a visita a esta feira que é uma referência significativa para todo lighting designer.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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Lembrar de suas

origens é um jeito de se manter vivo

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s incertos caminhos causados pela descompensação do dólar vêm fazendo muitos acreditarem que um fim está longe. Há um ano, falávamos aqui nestas páginas sobre a gangorra da moeda americana e os efeitos no mercado de show business no Brasil. Somados a isso, a ameaça de corte da internet pelas telefonias ao final da franquia do usuário, medidas mais duras contra a importação, ajuste fiscal (comprovado com o aumento do IOF), entre outros desmandos que atingem em cheio os setores da economia e da tecnologia vem se concretizando. A promessa de uma definição na política e economia brasileiras não espantou o fantasma da crise nas produções de shows, percebida na diminuição dos cachês dos artistas. No entanto, o que se nota é que o mercado vem se adaptando à economia e abrindo novos nichos no segmento de áudio e iluminação. Ao contrário do que previam os especialistas, a retomada da economia só deve acontecer no final de 2017. Enquanto isso, ainda sobram espaços para completar com criatividade as lacunas do nosso mercado. Procurar diversificar no mercado tem sido uma das saídas para algumas empresas, que também vêm buscando investir em mão de obra e qualificação de seus colaboradores. A iniciativa de atuar em outras searas vem dando a essas companhias um sobrefôlego e até mesmo uma redescoberta nos negócios.

Muitas vêm se utilizando de novas tecnologias e expertise aprendidos nos tempos de bonança do mercado para aplicar nesses novos investimentos. Como resultado, o que se vê é uma profissionalização de outras áreas que antes não tinham a devida atenção por uma série de motivos, como a falta de interesse das próprias companhias em atuar em certos mercados, como o corporativo. Como em toda crise, há espaço para crescimento e outros investimentos se tornam até mais atrativos. Portanto, é necessário ter em mente que o que sempre girará a roda do nosso mercado é sua origem, aqui representada pelo setor do entretenimento. Boa leitura. Danielli Marinho

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mais obtém cartas de isenção e por valores cada vez mais altos. Envolvida também em nebulosidade nos critérios de concessão, a Lei Rouanet é mais uma boa ideia que pode se perder nos bastidores da política e do clientelismo ideológico que dominou o Brasil na última década.

SENSIBILIDADE

A dança das cadeiras na economia está trazendo uma lenta recuperação em alguns segmentos do mercado que, aos poucos, se abrem do casulo gerado pela crise. Com grifes famosas lentamente recuperando vendas, as marcas próprias pegam carona e consolidam seu domínio absoluto nos produtos de entrada, ou seja, com preços mais acessíveis. É o mundo voltando a girar.

ROBERTO CARLOS O rei parece estar incomodado com o uso do seu nome por parte de alguns brasileiros que deram o azar de serem registrados como Roberto Carlos. Como investidor no mercado imobiliário, o artista anda processando corretores de imóveis e donos de imobiliárias que eventualmente tenham o mesmo nome que ele. O artista registrou o nome como marca e exclusivo para seu uso comercial no segmento.

SEM MUDANÇAS Em palestra que fiz no mês passado no Grupo Leman/Alma Records a pergunta que mais ouvi foi sobre possíveis mudanças do governo Temer com o Ministério da Cultura transformado em Secretaria e voltando a ser Ministério. A resposta só poderia ser óbvia e recorrente: nada!

LEI ROUANET A discussão sobre a Lei Rouanet é oportuna e merece reflexão, afinal ela foi bem pensada, mas mal regulamentada. Ou seja, beneficia exatamente a quem não precisa. Se a ideia era ajudar a desenvolver novos projetos gerando recursos para artistas iniciantes ou menos favorecidos, o efeito foi exatamente o inverso. Famosos e consagrados são os que

Entra crise, sai crise e poucos executivos mantêm a visão lúcida e crítica do Rogério Raso, da Santo Ângelo. A iconoclasta indústria brasileira de cabos profissionais parece encontrar aí a explicação para uma longevidade e solidez de dar inveja. Equilíbrio na bonança e sangue frio na adversidade fazem desse executivo uma referência no mercado e motivo de minha confessa admiração e respeito.

RABUGENTO E GENIAL Frase de Bob Dylan quando perguntado sobre o seu ânimo para continuar tocando e criando aos 75 anos, completados no mês passado: “Aposentadoria é para os velhos...”

BEIÇO O trambique na quitação de cachês voltou com força nesses tempos bicudos. Com o escasso volume de shows e os recursos minguados, muita gente está fechando contrato de qualquer jeito e com qualquer um. E o trambique voltou.

REPOSIÇÃO O drama das peças de reposição e componentes para manutenção de equipamentos parece não ter fim por aqui. Diferentemente do que acontece em outros países, a vida útil de um equipamento aqui é esticada ao limite de sua durabilidade. Economia e moeda fraca sempre fizeram do consumidor brasileiro um refém da assistência técnica autorizada que teoricamente deveria dispor de peças originais de reposição para grande parte dos produtos vendidos no Brasil. Na prática isso nunca aconteceu


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e, finda a garantia, raras são as empresas que oferecem suporte de peças para os consumidores. E as que oferecem, o preço dessas peças são os olhos da cara.

O FIM DE UMA ERA A venda de mídias físicas no Brasil começa a agonizar e redes varejistas focadas no produto há muito já buscam alternativas de perfil adequado a uma realidade inevitável. O fim da música formal adquirida em CDs e DVDs é uma questão de tempo. A tecnologia atropelou o mercado e a música virtual hoje domina os grandes mercados. Na Europa ela é responsável por 67% das vendas, nos EUA 74% e no Japão 58%. Aqui ainda não existe um dado estatístico confiável, mas certamente ainda estamos longe desses índices.

REGRA Não existe show bom com som ruim. A falta de recursos está colocando artistas consagrados a fazer shows em equipamentos operados por empresas que oferecem qualidade duvidosa nos resultados. Basta conversar com alguns deles para ver que as queixas se multiplicam por todo o país. Cabe um alerta aos produtores para uma maior filtragem na contratação de serviços e sua execução. Um show no interior de SP parou pela indignação do artista com a ruindade do som. E apesar do inusitado da atitude, o fato não é isolado.

Curso) e gerou muita polêmica entre sociólogos, músicos, intelectuais e amantes da música. Sem fazer juízo de valor, o tema é espinhoso e abordá-lo exige reflexão e coragem para discutir também o tópico do preconceito e a sua real dimensão.

tema previsto para o encontro é pesado e certamente vai atrair a atenção do mundo. Elton John vai pedir respeito da Rússia com os direitos dos gays e o fim da perseguição estatal a essas minorias. Cá entre nós, acho que o súdito da rainha vai meter a mão em vespeiro.

A CASA CAIU O posicionamento político de alguns artistas começa a custar caro para seus empresários que ouvem poucas e boas na hora de fechar ou cancelar contratos. Artista abrindo a boca para falar de política gera esses cancelamentos inevitáveis por conta da polarização no cenário brasileiro. Tem artista com cachê cortado pela metade para tentar manter as vendas depois do que falou o que não devia.

MÚSICA E REALIDADE O brutal estupro sofrido por uma jovem no Rio de Janeiro provocou uma verdadeira comoção nacional e o líder da banda Nenhum de Nós, Thedy Corrêa, lembrou que o maior sucesso da banda que completa 30 anos foi uma balada que fala exatamente dessa dura realidade que o Brasil se recusa a enxergar. A música Camila fez e ainda faz um sucesso estrondoso, mas poucos atentam para a crueza da letra que retrata um estupro e suas consequências. Quem ouve atentamente a bela música fica chocado com o seu realismo e contemporaneidade. O artista alerta que essa é uma ferida que nunca fecha em nosso país.

PRECONCEITO OU OPORTUNISMO

ATIVISTA

O gosto musical é filtro da capacidade intelectual ou nível cultural de alguém? Essa pergunta foi feita por um aluno de uma das maiores universidades do sul do país em seu TCC (Trabalho de Conclusão de

O cantor Elton John tinha agendado um encontro com o presidente Vladimir Putin para esse mês, mas o russo cancelou a reunião e disse que oportunamente reabrirá a agenda para o astro inglês. O

VIOLÊNCIA As autoridades americanas estão preocupadas com o aumento da violência nos shows dos rappers gringos. Somente nesse ano já foram registradas 11 mortes em shows desse gênero naquele país. Populares além da periferia, os rappers usam a ostentação e as letras agressivas para falar com o seu público. A polêmica não é nova e o assunto já foi muito debatido quando do surgimento da contracultura americana e mais tarde com o nascimento do heavy metal. Enquanto sociólogos e psicólogos divergem, a polícia de lá já começou a impor regras mais duras para autorizar shows do gênero.

LANÇAMENTO Alguns produtos nascem com a marca do sucesso por conta dos seus recursos, preço e qualidade. Volta e meia me surpreendo com novidades que inevitavelmente serão bem recebidas pelo mercado e fadadas à admiração. A Casio (www.casio.com.br) lançou o teclado Prívia PX-560 que me deixou boquiaberto pelo “conjunto da obra”. Preço competitivo e uma infinidade de recursos que raramente são encontrados em um único equipamento, um verdadeiro estúdio de produção portátil. Tecladistas e pianistas vão babar.

CONSTATAÇÃO O ensino musical voltou às salas de aulas, os professores não...

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http://proshows.com.br/produto/Audio_technica/ATW-1102 O sistema sem fio digital ATW-1102 com transmissor de mão dinâmico cardióide da Audio-Technica reproduz áudio de altíssima qualidade com 24-bits em 48 kHz. Sua faixa de operação em 2,4 GHz é livre das interferências advindas das TVs digital e analógica. Um sistema inovador de diversidade tripla de transmissão e recepção utiliza duas antenas e transmite o áudio em duas frequências e em dois intervalos de tempo diferentes, minimizando a ocorrência de cortes no sinal, estendendo o raio de operação e permitindo o uso de até 8 sistemas simultâneos com uma latência incrivelmente baixa de 3 milissegundos.

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ATW-1102

HD 50 www.equipo.com.br O HD 50 possui a tecnologia HyDrive da Hartke. Com 50 watts de potência e driver de 12" com cone de alumínio e papelão, o equipamento é a solução completa para performance de sua banda ou estudo. Além de sua Entrada P10 (1/4) para baixo passivo ou ativo, o HD 50 possui uma entrada P2 (1/8) onde você pode ligar um MP3 para tocar seus playbacks preferidos e uma saída de fone P10 (1/4) para poder estudar em silêncio. Entre as características se destacam alto-falante Hydrive de 10”, volume bass, mid e treble, limitador embutido, dimensões de 428mm x 406mm x 304mm e peso de 15,4 quilos. Conheça mais sobre a linha Hartke HD em: https://www.youtube.com/ watch?v=-Vb8FlIFUFk

HEADSET SMOOTH www.newex.com.br Com o objetivo de agradar consumidores que valorizam conforto, design e som de alta qualidade, a OEX está lançando no mercado o Headset Smooth. Ideal para smartphones, music players, computadores, tablets, games, entre outros dispositivos, a novidade possui conexão P2 e cabo extensor para conectar em desktops. Projetado para oferecer o máximo de conforto e isolamento acústico, o Headset Smooth possui haste ajustável revestida em tecido com acolchoamento interno e revestimento supermacio para os fones de ouvido. Destaca-se também por contar com microfone e função Hands Free.


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MICROFLEX ADVANCE www.shurebrasil.com O Microflex Advance é único porque combina o profundo conhecimento e know-how amplamente demonstrados pela Shure nos campos de processamento de sinal acústico e digital. Cada recurso deste produto foi projetado para proporcionar o melhor desempenho de sua categoria, desde o processamento de sinal acústico e digital até sua usabilidade e design estético. A linha de teto do Microflex Advance é um microfone de matriz em rede da mais alta qualidade que capta todos os detalhes do áudio a partir do alto com a tecnologia Steerable Coverage, exclusiva da Shure, permitindo até oito lóbulos configuráveis em três dimensões. Projetado para ambientes de conferência em AV – de salas de conselhos e reuniões a espaços multiuso –, o microfone de matriz para teto Microflex Advance pode ser instalado no interior de qualquer grade de forro convencional. E a instalação pode ser realizada também abaixo do teto com VESA-D e suportes de fio convencionais. Todas as opções de hardware do Microflex Advance possuem software de controle embutido, proporcionando uma interface intuitiva para simplificar o processo de ajuste dos atributos do microfone, tais como configuração de predefinições, modelos e padrões polares, além de se integrarem facilmente a controladores de terceiros como Crestron e AMX.

MICROFONE CS www.equipo.com.br A série de Microfone CS (Capsule Select) oferece a opção de dois microfones dinâmicos com nível profissional em um pacote versátil. Com cápsulas para vocal e instrumental perfeitamente intercambiáveis, proporcionando assim uma ótima performance, esse instrumento tem ainda cápsula de neodímio para vocal, padrão de captação supercardióide com excelente rejeição a microfonias, ruído de manuseio mínimo, alto nível de pressão sonora, resposta de freqüência 60Hz-18kHz. O modelo CS2 Microfone Instrumento, por exemplo, possui cápsula de neodímio para tambores, caixas de guitarra, e outros instrumentos, padrão polar reduzido para maior isolamento, alta pressão sonora (SPL), globo de aço carbono durável e resposta de freqüência 50Hz-8kHz. Conheça mais sobre o CS MIC em: https://www.youtube.com/watch?v=tJmWGUUSigg


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HX-7 http://discabos.com.br/produtos/toa/alto-falantes/line-arrays/hx-5wb-compact-line-array/ O equipamento é um line array de dispersão variável, que utiliza a tecnologia de guia de ondas SYNC-Drive. Seu design inovador, que utiliza 4 módulos por unidade, permite um ajuste preciso do ângulo de dispersão sonora (0 - 15 - 30 e 45 graus). O HX-7 pode ser usado para várias aplicações, desde ambientes esportivos, auditórios, salas de concerto e igrejas. A tecnologia de controle de ondas frontal é perfeita para reprodução sonora clara em espaços com alto nível de reverberação e nível alto de ruído.

VERTUS CLA 406A E CLA 118SA www.hpl.com.br O VERTUS foi criado com o objetivo de aumentar a tecnologia de line arrays, um sucesso nunca antes visto no campo do audio profissional. Com novas aplicações para atender tanto instalações fixas quanto para concertos ao vivo, o sistema é compacto e elegante, com um design funcional e refinado. O mais importante é que oferece qualidade e ainda é capaz de resolver problemas onde sistemas convenionais não o fazem. Comparado com um speaker tradicional de duas vias, o som é distribuído de maneira mais uniforme nas áreas sonorizadas, independente se for um local interno, externo ou com problemas acústicos de reverberação.


LIVE 16XL http://audiolab-web.com/product.php?p=461 O LIVE 16XL é um poderoso e intuitivo mixer digital de 20 canais. O controle vem de uma tela LCD com um visual de interface único, a fim de facilitar o controle da mixagem. O equipamento tem ainda, por meio de canal, 31 bandas de equalização, compressores, gate, delay, inversor de fase e efeito DSP. Esse mixer invovador possui também 16 mic preamps com controle dedicado trim, 4 saídas auxiliares, 4 subgrupos e fader de 100 mm motorizado. O LIVE 16XL também pode ser controlado por wireless através de seu prórpio app, quando o usuário pode controlar todos os aspectos da mixagem com a ponta de seus dedos.

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Novo portal Shure A Shure anuncia novo portal que promete facilitar e atuar de forma mais dinâmica e comprometida no contato direto com o consumidor. Os conteúdos do site passam a ser organizados a partir dos três mercados verticais da empresa: Música, Pro Áudio e Som Instalado. Dessa forma, os clientes conseguem localizar com facilidade cada produto, especificações, lista de revendas, distribuidores e as assistências técnicas adequadas a cada região. A Shure vem investindo e crescendo no Brasil, e a aba de carreiras é uma importante fonte de informações sobre as novas oportunidades de atuação na companhia. A empresa está interessada em adquirir novos colaboradores talentosos para seu quadro de funcionários. A outra grande novidade é o fácil acesso à plataforma de Webinários da Shure. As aulas acontecem ao vivo todas às sextas-feiras às 10h. A ferramenta vem ganhando cada vez mais adeptos no mundo todo, com aulas ministradas por Adinaldo Neves, Especialista de Desenvolvimento de Mercado e abordarão temas como: A evolução dos microfones dinâmicos, Áudio para vídeo, Como escolher um microfone sem fio, entre outros assuntos do setor. Para mais informações acesse www.shurebrasil.com.br

Música para as crianças em São Paulo No dia 18 de junho, sábado, às 15h, o Teatro Bradesco recebe o Kids Music Festival, um evento itinerante realizado pela MC3 e que já está percorrendo todo o Brasil, levando o que há de melhor em termos de show para o público infantojuvenil. Com uma plataforma musical que contempla apresentações em grupo, duetos e individuais, o festival traz momentos de interatividade entre os artistas e o público. Feito por crianças e para crianças, o Kids Music Festival apresenta artistas já conhecidos pela garotada, como o grupo 4JOY (formado por Esther Marcos, Stefany Vaz, Gustavo Daneluz e Leo

Belmonte), e os artistas mirins Jean Paulo (Cirilo, da novela Carrossel), Gabriella Saraivah e Pedro Henrique (Tati e Thiago da novela Chiquititas, respectivamente). Todos eles cantam, dançam e atuam. E para garantir a diversificação e alegria do repertório, os pequenos poderão ouvir sucessos da música popular brasileira e de grandes astros internacionais como Michael Jackson e Bruno Mar. Com direção geral da MC3, o espetáculo conta com direção musical do renomado Arnaldo Saccomani e direção artística do ator e coreógrafo Alex Morenno.

MPB4 COMEMORA 50 ANOS COM CD Para comemorar 50 anos de trajetória, o grupo MPB4 lança pelo Selo Sesc um álbum de músicas inéditas, encomendadas para a ocasião. O encarte do disco MPB4 50 anos – o sonho, a vida, a roda viva! traz texto de Aquiles Reis em homenagem ao amigo e parceiro Magro Waghabi, morto em 2012, para o qual o grupo dedica o disco. Composto por 13 faixas, o CD conta com a assinatura de conhecidos parceiros como João Bosco, Paulo César Pinheiro, a dupla Kleiton e Kledir, Vitor Ramil, Guinga e Mario Adnet além de novos compositores como Breno Ruiz e Thiago Amud.

TRIO CURITIBANO LANÇA PRIMEIRO DVD

Desconstruir arranjos e harmonias de canções populares para recriá-los em versões inovadoras, esta é a essência do trabalho do Rap Acústico. O trio de curitibanos formado por Luccas Soares (vocalista), J. Valiente (multiinstrumentista e vocalista) e DJ Fefo ganhou destaque nacional com releituras de sucessos da música sertaneja e no final do ano passado, a banda gravou seu primeiro DVD, que acaba de ser lançado oficialmente. Dois lados de um mesmo processo é um projeto intimista que conta com 13 faixas, entre autorais, releituras e covers: Evidências, Deixa se envolver, Chora me liga, Escolha essa que eu fiz, Se acabasse hoje, Domingo de manhã, Brad, Tudo que ela quer, Erótica, I’m Diferent, Gás Pedal, Psicose e Pra que tudo isso nega?


Avid nas Olimpíadas

CACHORRO GRANDE EM VINIL

A NBC Olympics, uma divisão do NBC Sports Group, escolheu a Avid para dar suporte à Criação de Conteúdo e Gerenciamento de fluxo de trabalho de midia para a produção dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O Avid Media Central Plataform é a base do Avid Everywhere e é composto por quatro poderosos produtos que vai permitir a NBC Olympics enviar por stream todo o fluxo de trabalho, desde a criação midiática até a entrega de todo o trabalho durante os 17 dias consecutivos de cobertura da Rio 2016. Esta será a 9a vez consecutiva que a parceria entre NBC Olympics e a Avid acontece, desde os Jogos de Sidney, em 2000.

João Rock terá mais um palco O palco “Fortalecendo a Cena” nasce no Festival João Rock (18 de junho) deste ano com a missão de ser a vitrine das bandas brasileiras que estão se destacando no rock dentro e fora do país. Este ano, se apresentam no Fortalecendo a Cena Marrero, Scalene, Dona Cislene, Far From Alaska e Supercombo. A iniciativa de abrir esse espaço já vinha se desenhando há tempos no Festival, que chega à sua 15ª edição em 2016. “A partir deste ano teremos o palco Fortalecendo a Cena como uma atração fixa do evento para os próximos anos, trazendo nomes em ascenção do novo rock e seus ritmos parceiros”, conta Luit Marques, um dos organizadores do João Rock.

Em comemoração aos 10 anos do terceiro álbum do grupo Cachorro Grande, Pista Livre, a Polysom licencia o título e lança a versão em vinil deste trabalho. O disco apresenta grandes sucessos da banda gaúcha, como Sinceramente, Você Não Sabe o Que Perdeu, Bom Brasileiro, Desentoa e Velha Amiga, entre outros. Pista Livre, produzido por Rafael Ramos, é considerado por muitos críticos e pelo público como um dos melhores discos da banda.

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Obra completa do Pink Floyd em vinil A partir do dia 3 de junho de 2016, os discos do Pink Floyd começarão a ser reintegrados em vinil ao catálogo da banda pela primeira vez em mais de duas décadas. Os primeiros quatro discos confirmados, The Piper at the Gates of Dawn, A Saucerful of Secrets, a trilha sonora do filme More e o LP duplo Ummagumma, serão lançados ao longo deste ano. Um cuidado especial foi to-

mado para replicar os pacotes originais. A primeira leva de lançamentos, remasterizada por James Guthrie, Joel Plante e Bernie Grundman, será apresentada em vinil de 180 gramas para otimização da qualidade sonora. Enquanto isso, todos os álbuns do Pink Floyd estão disponíveis agora em CD, formatos digitais e na maioria das plataformas de streaming.

Resposta à música de Michael Vinte anos após o icônico video clipe de Michael Jackson They Don’t Care about Us, gravado nas favelas do Rio, Tito Jackson, integrante do Jackson 5, grava resposta em novo clipe Winning By Giving, com Mart’nalia e o produtor de Hollywood Ulli Lommel. A ideia é transformar Winning by Giving em um evento fenomenal ao vivo, no dia 30 de julho, no complexo de lazer Axé Moi, em Porto Seguro, na Bahia. Os empreendedores alemães Dr. Christian e Christiane Hirmer, junto com Lommel, estão se preparando para o lançamento da International News e Charity Network (http://www.MyGoodPlanet.com) no Rio de Janeiro.

Música brasileira em escola pública na Alemanha Cavaquinho, pandeiro, guitarra, baixo, piano e canto. A partir de maio, as salas de aula da escola City West, no bairro berlinense de Charlottenburg-Wilmersdorf, terão repertório brasileiro. Empregando desde Ary Barroso, Vinícius e Villa-Lobos até compositores contemporâneos, a equipe de docentes brasileiros e alemães do novo Programa de Música

Brasileira personifica o interesse declarado da instituição alemã: “Com a ampliação da proposta pedagógica em nossa escola de música, queremos fortalecer as relações interculturais entre Berlim e o Brasil”, afirmou a prefeita distrital Dagmar König. O programa foi lançado com um concerto gratuito no salão da Embaixada do Brasil, em Berlim.

Novo álbum de Bob Dylan A Sony Music lançou em maio o novo álbum do cantor e compositor Bob Dylan. Fallen Angels traz 12 gravações inéditas de grandes clássicos da música norte-americana que ganham versões novas com vocais e arranjos de Dylan. Produzido por Jack Frost, o 37º disco de estúdio de Bob Dylan traz as primeiras canções inéditas do artista desde Shadows In The Night, lançado no começo de 2015. Para o novo CD, Bob Dylan escolheu músicas escritas por compositores consagrados, como Johnny Mercer, Harold Arlen, Sammy Cahn e Carolyn Leigh. Fallen Angels foi gravado no Capitol Studios.


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MICROFLEX A Shure Incorporated anunciou na InfoComm Brasil, evento que aconteceu em São Paulo, o lançamento no mercado brasileiro de seu sistema de microfone sem fio Microflex Wireless.

WIRELESS sistema de microfone sem fio

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s equipamentos são soluções digitais em rede versáteis e escaláveis com precisão de reprodução de áudio para ambientes de conferência de áudio e vídeo. Discreto e com um design moderno, o Microflex Wireless se funde facilmente com diferentes formatos de sala em uma grande variedade de segmentos de mercado, como ambientes corporativos, acadêmicos, governamentais e financeiros. Além de oferecer alta qualidade de áudio, a plataforma empresarial Microflex Wireless combina as opções de microfone de superfície (mesa), gooseneck e portátil, que pode ser utilizado no bolso da camisa ou com um microfone de lapela/earset, todas elas equipadas com criptografia e recursos intuitivos. Uns desses recursos são a tecnologia inteligente de bateria recarregável de íon de

lítio da Shure, as estações de recarga conectadas em rede e a criptografia AES-256 na transmissão sem fio. A rede Dante também se integra ao ponto de acesso sem fio, permitindo que os usuários transmitam em múltiplos canais através de um único cabo Ethernet. De acordo com Erik Vaveris, diretor da categoria sem fio da Shure, “o Microflex Wireless é uma alternativa perfeita de reforço de som para salas de reunião flexíveis que precisam ser reconfiguradas rapidamente”. Ele destaca ainda que os componentes dos sistemas, inclusive os próprios microfones sem fio, permitem monitoramento e controle via Ethernet. “Os técnicos de AV podem ficar tranquilos, acompanhando, diretamente de suas salas, o nível de carga da bateria de cada microfone em uso ou em um carregador”, completa Vaveris.


CARACTERÍSTICAS GERAIS: - As formas dos transmissores incluem de mão, bodypackk, gooseneck e boundary; - Os componentes são acessíveis sobre Ethernet com o software Microflex Wireless Control ou a terça parte do sistema de controle. - Protocolo Dante transporta o audio digital dos microfones sem fio sobre Ethernet para outro dispositivo equipado com Dante.

CONHEÇA CADA UM DELES: MXW1 Bodypack Transmitter O MXW1 é um transmissor híbrido compatível com os sistemas Microflex Wireless. É composto de um microfone omnidirecional e uma entrada jack para conectar um ear-worn ou microfone estilo lavalier. O microfone integrado é perfeito para ser usado em palestras de forma que o bodypack fica bem escondido no bolso de uma camisa por exemplo, por meio de uma correia-clipe que se fixa à roupa. MXW2 Handheld Transmitter O MXW2 é um transmissor de mão compatível também com o Sistema Microflex Wireless. Construído com material leve e durável e diversas antenas integradas, o MXW2 entrega um som vivo, performance sem fio inteligente, transmissão encriptografada e um avançado sistema de recarga para apresentações e conferências. MXW6 Boundary Transmitter O Shure MXW6 é um microfone boundary compatível também com o Sistema Microflex Wireless. Com um design de perfil baixo e opções de padrão ominidirecional ou cardioide, o equipamento permite colocação flexível com excelente captura de áudio em qualquer superfície, em frente de uma ou de várias colunas. Todos os transmissores sem fio Microflex entregam um áudio de excelente qualidade, além de ter também, a exemplo do MXW2, desempenho sem fio inteligente, transmissão criptografada, e recarga avançada. MXW8 Gooseneck Base Transmitter (Overview) Esse equipamento é uma base para microfone gooseneck compatível com o sistema Microflex Wireless. Com uma elegante concepção e contornos com pegada mínima, complementa qualquer configuração em conferências. O MXW8 aceita microfones goosenecks disponíveis em vários comprimentos com padrão polar e opções de LED. Todos os transmissores sem fio Microflex entregam qualidade original de áudio, desempenho sem fio inteligente, transmissão criptografada, e recarga avançada para aplicações em conferência e apresentação. Para saber online: www.shure.com

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A TRILHA SONORA DO SERIADO Os processos de criação e produção de uma trilha sonora, demandam um tratamento especial além de muita energia e tempo. A força que move uma trilha é fundamentalmente a história, a intensidade do roteiro e a densidade dos personagens. A trilha tem a razão primária de ser “música funcional” totalmente a serviço da imagem e das sequências na montagem, conduzindo e sublinhando sem interferir. Mas bom mesmo é quando o processo criativo e de produção acontece com um envolvimento muito além desta análise. Bom mesmo é quando o filme “manda” no trilheiro e cada som tem que ser precisamente colocado no contexto de cada cena, de cada situação para que o público seja envolvido pela unidade plena entre imagem e som. Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Marcello Dalla atelie2@hotmail.com Fotos: Divulgação

P

ara quem faz a trilha, é muito boa a sensação de que além da música que sublinha emoções e ações, cria-se uma “marca sonora” para um filme, seriado ou novela. Essa é a finalidade artística da trilha. O seriado Conselho Tutelar tem essa característica. A segunda temporada estreou em 4 janeiro com exibição na Rede Record. A trama traz excelentes roteiros, atores com performances muito intensas, produção de altíssimo nível, direção primorosa e uma trilha trabalhada e amadurecida desde a primeira temporada em 2014, de uma forma muito integrada com estes elementos; unindo construção musical e identidade sonora. Vamos conhecer detalhes da concepção da trilha deste seriado, nesta matéria. Iniciado em 2014, o seriado “Conselho Tutelar” foi criado por Carlos de Andrade e Marco Borges que também assina os roteiros. A produção é da Visom Digital RJ, a direção é de Rudi Lagemann


e a trilha sonora é assinada pelo compositor e produtor musical Marcello Dalla. São histórias de ficção inspiradas em fatos reais vivenciados por pessoas que lidam com o difícil e dramático universo que cerca o trabalho do Conselho Tutelar. No elenco os atores Roberto Bomtempo, Paulo Gorgulho, Cássia Linhares, Paulo Vilela, Gaby Haviaras, Petrônio Gontijo, Andréa Neves e um time primoroso de atores e atrizes mirins, despejam intensidade e autenticidade em suas interpretações e isso também foi para a trilha. O envolvimento dos diretores Rudi Lagemann e Carlos de Andrade com o processo musical criativo de Marcello Dalla foi fundamental desde os roteiros. O envolvimento de todos eles seguiu na edição de Roberto Mariano, montagem de PH Farias até a finalização de áudio de cada episódio pela equipe da Visom Digital com mixagem de Ricardo Dias, sob a coordenação de produção de Alessando Pires. A seguir o produtor Marcello Dalla nos fala sobre tudo o que envolveu seu trabalho na trilha sonora de “Conselho Tutelar”.

Marcello Dalla no estúdio Ateliê do Som

Marcello Dalla e Carlos de Andrade na sala de finalização do áudio de Conselho Tutelar, na Visom Digital RJ

1 - Como surgiu o convite para fazer a trilha do seriado Conselho Tutelar? Ao longo dos últimos 15 anos, tenho produzido diversos trabalhos com o Carlos de Andrade. Não só como autor de trilhas sonoras, mas também na parceria entre o Ateliê do Som (minha produtora) e a Visom Digital em desenho de som e mixagem para cinema e vídeo. Desde o primeiro momento em que Carlão me mostrou a concepção do projeto “Conselho Tutelar”, já saimos falando de música e de elementos que poderiam fazer parte da “identidade sonora” do seriado. O argumento, os primeiros roteiros, tudo já estimulava uma série de ideias musicais. Em outras palavras, o “convite” para a trilha já nasceu com o projeto e fiquei muito feliz

por tudo isso: pela confiança e pela convicção do Carlão em me escalar para o que eu considero uma das melhores produções da televisão brasileira nos últimos anos. 2 - Quais são as etapas que está envolvido? Pré, produção, pós? De maneira geral a função do trilheiro está posicionada na etapa de pós-produção. Mas eu gosto muito de me envolver o mais cedo possível com qualquer trabalho de trilha. De publicidade a cinema, eu gosto muito de trabalhar desde o início. Gosto de ler os roteiros e de ir tomando nota e gravando ideias iniciais. Mesmo que algumas vezes sofram mudanças ou que a edição final seja diferente, me ajuda muito ler e reler os roteiros, imaginar, entrar na história, fazer anotações e rascunhar ideias musicais. Muitas dessas ideias podem até não ser utilizadas adiante, não importa. Eu preciso me abastecer de elementos para compor, preciso criar coisas “de sobra” para escolher o que é mais coerente com o filme, com os personagens, com cada cena. Isso não vem da noite para o dia. Você precisa amadurecer as ideias, jogar coisas fora, criar novas, tocar em cima de cada cena e experimentar até o filme começar a “mandar” em você. Aí a coisa começar a funcionar bem. Quanto antes eu começo, mais material eu produzo para depurar ou escolher ao longo do processo. No início do processo com Conselho Tutelar, trabalhei desen-

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Além da questão musical de composição existem as inúmeras questões de arranjo, timbres, escolha de instrumentação. Por estes motivos, li e reli os roteiros, participei das reuniões com a equipe de produção, acompanhei as edições desde as primeiras cenas, conversamos muito sobre a “atmosfera” que queríamos para o seriado

volvendo as células de melodia utilizadas no rap de abertura, Coração do Shawlin e transformando em temas. A partir daí estes temas sofrem transformações para se adaptar a diferentes situações dentro das histórias de cada episódio. Além da questão musical de composição existem as inúmeras questões de arranjo, timbres, escolha de instrumentação. Por estes motivos, li e reli os roteiros, participei das reuniões com a equipe de produção, acompanhei as edições desde as primeiras cenas, conversamos muito sobre a “atmosfera” que queríamos para o seriado. Como diz o provérbio de quem é do interior: quem quer saltar riacho começa a correr de longe! Desde o primeiro momento, as ideias musicais foram surgindo. Muitas ficaram pelo caminho, mas foram fundamentais para a construção de tudo o que ouvimos hoje nos episódios finalizados. 3 - Quais recursos que está utilizando para a realização dessa trilha? Eu uso na trilha instrumentos acústicos, eletrônicos e orquestrações virtuais. O trabalho foi todo gravado e mixado no Ateliê do Som RJ e eu mesmo fui o produtor. Tarefa difícil é compor, produzir e mixar, mas neste caso foi muito benéfico para chegar nas texturas finais que queríamos. Como falei no início, não é só a questão de criar a música, mas também de encontrar a “identidade sonora” do projeto, e os timbres têm uma grande importância nisso. Quando se trata de uma mistura de coisas acústicas e virtuais, chegar nesse equilíbrio é mais difícil. Como nossos leitores já sabem, minha estação de trabalho principal é o Cubase Pro e essa característica dele de integrar criação, produção e mixagem é fundamental num projeto como esse. Gravo violões acústicos, uso meus sintetizadores “dinossauros” e trabalho as orquestrações virtuais pesadíssimas, de uma maneira muito livre e com acesso a todas as etapas simultaneamente. Precisa ser assim, pois ao mesmo tempo que ainda estou criando um determinado trecho posso fechar a mixagem de

um outro. Meus computadores são montados e configurados pelo meu Guru tecnológico Amaury Machado (Guru de muitos produtores no RJ). Amaury não só montou as máquinas como configurou todos os instrumentos virtuais que demandei no processo. Máquinas confiáveis (com componentes de qualidade escolhidos corretamente para produção musical e áudio) e com capacidade de processamento adequados, são mais do que necessárias. Cada episódio chega a mais de 200 canais entre instrumentos virtuais abertos em MIDI, canais de áudio gravados com plug-ins pesados e canais de submix (grupos e efeitos). Com ferramentas robustas e confiáveis você tem liberdade e tempo para criar e produzir, você pensa em arte, em música. Se você se envolve com “emperros” de informática e perde tempo com isso, adeus criatividade. O Ateliê do Som RJ está configurado justamente para este tipo de trabalho híbrido. A disposição dos equipamentos, a ergonomia para trabalhar com coisas acústicas e eletrônicas simultaneamente e para mixar em stereo ou surround 5.1. Esta configuração foi amadurecendo ao longo de anos de trabalho e posso dizer que o conforto do ambiente ajuda muito no processo criativo. Num processo como esse tudo tem que ser prático e estar à mão. Quero gravar o violão acústico? Estico a mão e trago meus microfones já conectados aos prés adequados que estão à minha esquerda bem “na cara” para que eu faça a modulação dos níveis de gravação imediatamente. Posiciono-me e eu mesmo opero, pois a posição de bancada me permite e a acústica do estúdio é pronta pra isso também. Os computadores que o Amaury monta são super silenciosos e permitem que eu opere a minha própria gravação acústica por mais sutil que seja meu violão, sem precisar ter uma sala específica. Se depois da gravação acústica vou para uma orquestração virtual MIDI, simplesmente afasto os microfones e meus teclados controladores estão todos à minha direita e sobre eles tenho duplicidade dos


monitores de vídeo tanto para a sessão de trabalho quanto para o filme. Saio de uma coisa para a outra muito rapidamente e o trabalho vai fluindo, vou pensando em música, gravando e regravando o que for necessário a cada momento sem parar para trocar de sala, puxar cabos, trazer teclados, mudar de computador ou trazer microfones de outro lugar. Quando as trilhas estão em sessões abertas e ainda precisam de refinamentos como crossfades de transição entre cenas e ajustes de tempo adicionais, a sessão segue via internet para a edição final que é feita no Ateliê do Som Brasília pelo Vagner de Oliveira. Ele faz as edições e ajustes finais e devolve o projeto em sessão aberta para que eu possa finalmente mixar a música e encaminhar à equipe de som para finalização.

As Fotos seguintes dão uma idéia de como trabalho dentro do estúdio. 4 - Quais os desafios para a execução desse trabalho?

Muitos. O maior desafio é a questão criativa como mencionei sobre a música e a identidade sonora. Conselho Tutelar é um seriado com “cara” de filme e não de novela.

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Vista oposta, computador central com a mixagem principal da trilha, MAC à direita com a orquestração MIDi aberta, controladores ao centro

Conselho Tutelar tem situações dramáticas diferentes a cada episódio e muitas vezes totalmente narradas pela edição de imagens e pela interpretação dos atores, com poucos diálogos. É aí que o “bicho pega” para o meu lado, porque quem ganha o espaço dos diálogos é a trilha.

Gravação de violões no mesmo ambiente, coisas acústicas e virtuais em sessões abertas a todo tempo

Orquestrações virtuais, score aberto e as máquinas sincronizadas, no computador à minha esquerda o video guia

Mas entendam, sem qualquer demérito ao trabalho musical para novela que também é muito difícil. O que quero dizer é que a novela tem uma característica que permite usar os temas criados com mais frequência. Claro que a trilha para a novela é muito importante e a gente tem hoje grandes produtores trabalhando nas produções musicais da

TV brasileira, mas a narrativa da novela está centrada essencialmente nos diálogos e a trilha “abraça” este foco. Conselho Tutelar tem situações dramáticas diferentes a cada episódio e muitas vezes totalmente narradas pela edição de imagens e pela interpretação dos atores, com poucos diálogos. É aí que o “bicho pega” para o meu lado, porque quem ga-

” O Diretor Rudi Lagemann ( Foguinho)


Na ilha de video, recebendo os filmes referência para trilhar

Com André Tavares (esquerda) e Alessandro Pires na ilha de vídeo

Equipe de som, Esq. para dir. Ricardo Dias (Mixagem), Guido Pera (Ed. de Som) e Victor Portes (Ed. de Som)

nha o espaço dos diálogos é a trilha. Isso transforma cada episódio em um longametragem. E é aí que surge um outro grande desafio: cumprir os prazos. Por estas características, não existe uma linearidade. Eu posso, por exemplo, trilhar metade de um episódio de 47 minutos em 2 dias de trabalho e na sequência gastar mais 2 dias em uma única cena de 2 minutos. Cada situação, cada história contada demanda atmosferas musicais específicas. Mesmo que eu use o mesmo tema, e muda o arranjo, muda o andamento, muda a interpretação em função da maior ou menor dramaticidade de cada cena. Eu gosto muito de trilhar “artesanalmente” em cima da edição de imagens e dos diálogos, “surfando” neles. Gosto de evoluir com a emoção das cenas e fazer as transições entre elas com a música estruturada nos pontos certos e não simplesmente usar “fade in” e “fade out”. Isso dá muita unidade e conduz o filme. É a linguagem de trilha para cinema, mas dá um trabalho monstro! É aí que moram os maiores desafios.

5 - Quem são os profissionais envolvidos nesse trabalho com você? Um time sensacional. Já mencionei alguns deles nas respostas anteriores, já falei sobre a origem do trabalho, então vamos continuar a história, porque são valiosos e dedicados parceiros de trabalho não só no Conselho Tutelar. Começando pelo trabalho com o Diretor Rudi Lagemann que tem, dentre inúmeras qualidades, a objetividade e a tranquilidade. É impressionante como ele conduz todas as etapas de produção de um projeto tão complexo, com tanta eficiência. Nas reuniões dedicadas à trilha, ele me passou referências e conceitos objetivos e ouviu atentamente às ideias que apresentei. Trocamos ideias de uma forma muito eficiente e clara, o que é fundamental para o processo de criação e produção musical. Nas fotos acima estou com Alessandro Pires (Coordenador de Produção) e com André Tavares (Colorização e Finalização). A integração da produção musical com os processos de ima-

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CONSELHO TUTELAR|CAPA| www.backstage.com.br

gem é fundamental para que os prazos sejam cumpridos em cada episódio. Qualquer alteração na edição do filme pode acarretar mudanças na trilha, inserção de novos trechos ou remixagens e é aí que o bom entendimento da equipe faz muita diferença.

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Parte da Equipe da Visom no projeto Conselho Tutelar

Qualquer alteração na edição do filme pode acarretar mudanças na trilha, inserção de novos trechos ou remixagens... Ao final da produção da música de cada episódio, minha missão é enviar o arquivo de trilha finalizado de ponta a ponta para a competente equipe de som para que possam sincronizar na sessão de mixagem que a essa altura já tem os canais de diálogos editados,

foleys gravados, efeitos e ambiências. Guido Pera, Victor Portes e Herbert Faria são os responsáveis pelas etapas de gravação dos foleys e edição de som e Ricardo Dias é o engenheiro de mixagem de todos os episódios da série. A troca de informações com eles é constante e fundamental durante todo o processo de produção. Na foto 10 estou com Ricardo, Guido e Victor no estúdio de edição de som da Visom. Na foto acima vemos parte da equipe de “Conselho Tutelar” reunida na área aberta da Visom Digital sob o sol ameno de 50 graus do RJ. Da esquerda para a direita: Hebert Faria, Guido Pera, Gerald Kohler (Efeitos e Computação Gráfica), André Tavares, Marcello Dalla, Ricardo Dias, Alessandro Pires, Victor Portes e Carlos de Andrade. Seguiremos na próxima edição com mais informações e fotos sobre as questões técnicas, os equipamentos utilizados na produção, setup do estúdio, orquestração virtual, processos MIDI, mixagem e muito mais sobre a trilha do seriado Conselho Tutelar. Não percam.


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Dubstep no

X

LOGIC PRO

UM PROJET O

do produtor Howard Waddington Continuando a série prática do Logic Pro X, vamos apresentar um projeto de Dubstep: a música Being Myself de um dos produtores de grande repercussão no cenário da música pop e eletrônica nacional.

Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio

H

oward Waddington (também conhecido como Cavalaska), além de produtor musical, trabalha como sound designer, compositor e é artista parceiro da Roland Aira. Iniciou sua trajetória na música eletrônica na segunda metade dos anos 90 quando chegaram na

Howard Waddington

cena brasileira o contexto das batidas muito rápidas e linhas de baixo pesadas – gêneros originais do Reino Unido. A limitação de recursos técnicos fez com que Howard buscasse alternativas de trabalho, utilizando fontes e maneiras menos convencionais para gerar seus


Ultrapassando todas as limitações como bpms, tendências, timbragens da moda, Howard continua fazendo sua arte voltada para aqueles pequenos ambientes dotados de grandes sistemas de som “…quanto mais

sons. Até hoje, utiliza sons gerados por curto-circuito, sucata, eletrodomésticos, uso não convencional de captadores, toca-discos, decks de fita K7, sampleamento e resampleamento de sons, processamentos mais pesados,

Ultrapassando todas as limitações como bpms, tendências, timbragens da moda, Howard continua fazendo sua arte voltada para aqueles pequenos ambientes

uso de camadas “infinitas” etc. Uma certa “escuridão” permeia suas produções de maior destaque e se tornou parte de sua identidade como artista. Apesar de já ter transitado por vários gêneros músicais, o que com frequência irrita os fãs mais inflexíveis de uma fase específica de seu trabalho, Howard, que deu seus primeiros passos produzindo Drum’n’Bass, só teve destaque quando se posicionou como um dos pioneiros na produção de Dubstep no Brasil, sob o pseudonimo de Cavalaska.

Jamaicano melhor…”. Atualmente, é artista parceiro da Roland Brasil trabalhando com o setup Aira. Confira em : www.facebook.com/cavalaska.music www.soundcloud.com/cavalaska Vamos agora ao trabalho! Howard nos concedeu um projeto inteiro para poder explicar sua técnica. Um ponto importante a se notar é que ele é bastante consciente quanto às suas necessidades e está trabalhando com a versão Logic 9 que ainda lhe é sufi-

Figura 1

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ciente. Isto ressalta a questão que nem sempre temos que atualizar nossos sistemas pensando que com isto faremos melhor música. A não ser que haja algo de utilidade prática ou vá existir alguma limitação de tecnologia, a mudança para versões mais novas sempre deve vir acompanhada da pergunta: “Preciso deste recurso?”. Como já vimos, Howard é bastante consciente a este respeito. Abri o projeto em Logic X a fim de pesquisar como ele usa em suas produções, principalmente plugins nativos do Logic; não houve nenhum problema de compatibilidade. O Compressor que agora apresenta uma versão atualizada se ajustou perfeitamente e todo o projeto está funcionando. Para facilitar a vida de todos, será disponibilizado o projeto na versão 9 e X (Figura 1 – Estrutura do Projeto). Um dos pontos da produção de Howard é que ele gosta de produzir seu próprio banco de sons. Ele inicia definindo o timbre do baixo para depois pensar na linha do baixo. Isso vale para sons produzidos com sintetizadores físicos ou virtuais. Para elaborar o timbre, ele zera os parâmetros do sintetizador e constrói um timbre manualmente. Uma vez definido o timbre de baixo, ele elabora um loop básico na bateria, utilizando sintetizadores externos ou virtuais como o Ultrabeat, EXS24, entre outros, e começa a tocar a linha de baixo no sintetizador via MIDI. Após gravada a linha de baixo em MIDI, ele usa a quantização e passa a gravar o áudio do sintetizador fazendo as automações externamente, gravando já com efeitos e tal. Vide a trilha 27 para o áudio original do baixo, antes de sua edição. Foram uns 4 ou 5 minutos de gravação que deram toda a base para a construção do projeto (Figura 2 – Trilhas 27 e 28).

Figura 2

Figura 3

A gravação da bateria foi feita diretamente no Logic, peça por peça, e já foram utilizados efeitos do sintetizador externo. As únicas alterações que fiz no projeto foi desligar ou substituir alguns efeitos plugins que não eram nativos, mas nada que tenha impacto direto sobre a estrutura do projeto. Voltando à trilha 27. Utilizando o atalho tecla A, você poderá ver todos efeitos e a automação realizada por Howard (Figura 3) para cada efeito utilizado com objetivo de chegar nas timbragens necessárias do baixo, cujo resultado está consolidado (Bounce) na trilha seguinte.

Figura 4

Foi utilizado o LinearEQ para mais agudos e cortar graves, H-Com para dinâmica do volume, Limiter para não passar do desejado e dois reverbs Space Designer para manter o caráter do Dubstep. Para o preset do Space Designer, ele utilizou um preset construído para outro projeto baseado na análise de áudio, mais um delay HDelay e um Equalizador Linear final. Na versão final do arquivo, ele utilizou o Izotope Ozone Imager para dar uma abrangência maior na sonoridade final. É possível perceber que Howard usa muitos efeitos relacionados ao Dubstep, tais como Reverbs e Delays, e outros que são tradicionais para criar sonoridades dentro de um padrão de mercado, tais como Compressores, equalizadores, entre outros. Veja as configurações de dois plugins: Figura 4 – Space Designer, e Figura 5 – Linear Phase EQ. Outra técnica demonstrada que é muito boa nas pré mix ou pré masters é o uso do Match EQ. Já falamos sobre esta técnica, mas basicamente escolhe-se um arquivo de referência e é tirada uma foto de sua configuração de equalização. Como se fosse um preset, pode ser usado para chegar na mesma equalização no seu projeto. Howard utiliza técnicas tais como Side Chain, como pode ser visto tanto no projeto quanto no video,


Figura 5

Figura 6

onde ele explica claramente como utiliza de forma diferenciada a técnica. As sonoridades que ele consegue obter através do Side Chain, neste caso, são gratificantes para o estilo Dubstep. Na verdade, ele faz o side chain funcionar para aumentar o efeito dos graves no bumbo que toca em conjunto com o Sub. Howard também utiliza melhores práticas na divisão e consolidação de canais, preparando para uma mixagem mais efetiva. Veja na Figura 6 que ele agrupa os instrumentos em 9 canais de Bus. Algo que poderia facilitar a navegação no projeto seria definir cores para cada grupo de instrumentos. Obs: Sobre os arquivos do projeto. Mantive a escolha de plugins no projeto, houve pequenas mudanças para possibilitar que os leitores possam acessar o projeto sem problemas. Alguns plugins que não são nativos po-

dem não rodar, mas não têm impacto final no projeto para seu estudo. Como podem ver, grande parte do trabalho é feita em tempo de préprodução e depois já dentro da interface do Logic de forma criativa. Howard tem um fluxo próprio e pelo resultado sonoro é possível notar que, mesmo em tempo de mixagem, a música é clara e os ajustes necessários são mínimos para finalização. Este é um dos pontos que nós, produtores, temos que ter em mente. Muitos acham que os ajustes devem acontecer durante a masterização, e na verdade, nesta fase os ajustes deveriam ser mínimos. Acho que é isso, pessoal! Para quem quiser ouvir a música mixada, acesse o link do soundcloud. Até a próxima edição!!!

Para saber online

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br

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TECNOLOGIA|ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

ABLETON LIVE L O C AT O R Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music, em Boston.

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T Locator é a capacidade que os Digital Workstation softwares têm de registrar na timeline (régua de tempo) pontos no segmento gravado que possam ser recobrados em um instant touch (em um toque!).

enho visto nesses anos vários níveis de locators em softwares, alguns muitos sofisticados que emulam muito bem os melhores “Transport Locators” (hardware devises). No Ableton Live, o Locator resguarda as funções básicas: Record Point, Selection, Loop Seletion e song start point. Parece tímido à primeira vista, mas como a interface do Ableton Live é plenamente customizável, outras funções acabam sendo complementadas por outras partes do software. Abri o Ableton Live em Session View (aperte tecla TAB para alternar) e esse pe-

01 - session

queno projeto para exemplificar melhor! Nessa faixa demostrada por essa seta amarela fica a timeline no Session View. Com o cursor do mouse naquela região (apertando o botão direito), você pode adicionar pontos de localização (Add Locator). A seta verde agora mostra que, ao apertar o botão direito do mouse, um sub-menu aparece habilitando a colocação do “ponto de localização” (Locators) na timeline. A fixação do ponto (Locator) na timeline obedece a configuração do “Quantization Menu” (clique no retângulo cor de rosa com botão esquerdo). Nesse me-


05 - Locator Mark On fly 02 - Add Locator

03 - rename

06 - Locator Mapping

nu você pode determinar previamente como seus pontos de localização estarão fixados: no começo de cada compasso a cada colcheia, sem quantização, livre, depende do que você configurar aqui. Basta arrastar esse pequeno triângulo quando selecionado (negrito) para movimentar o “Ponto de Localização” na timeline (apontando o cursor e apertando o botão esquerdo do mouse). Como alternativa, dá para usar setas direita/esquerda do teclado do computador para deslocar seus “Pontos de localização” pelo timeline. Nesse caso foi configurado para ser fixado no começo de cada compasso (1 Bar). Depois de determinar seus pontos, você pode renomeá-los, mas já dou um alerta:

Os pontos são sempre indexados em ordinais numéricos e se você renomear seus Pontos de localização e depois tiver que adiciona mais pontos entre esses já esta-

A fixação do ponto (Locator) na timeline obedece a configuração do “Quantization Menu” (clique no retângulo cor de rosa com botão esquerdo).

04 - Locaotors

belecidos, o programa vai começara a adicionar de novo em ordinal ...,1,2,3...etc. Nosso projeto com os pontos (locators) já determinados! Você pode também (e deve) usar esse botão Set, indicado por essa seta vermelha à direita, para adicionar “Pontos de Localização” On fly. Sim. Basta dar o Play e clicar nesse botão “Set” para o Ableton Live começar a adicionar seus pontos pela timeline. Esses pequenos botões com setas com destaque rosa em cima servem para você navegar pelos seus “Location Points”, para frente e para trás. O grande diferencial do Ableton Live “Locator” é a sua incrível capacidade de mapeamento. Isso significa que você pode mapear os comandos e “Location points”(pontos de localização) com quaisquer (ou quase todas) teclas do teclado do seu compu-

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07 - Deleting Locator

Ao selecionar um dos seus Location Points repare que o botão Set se transforma em Del (como mostra esse cursor verde). Isso habilita o botão a deletar o ponto selecionado (em negrito).

tador ou via Midi pelo controlador ou surface control de sua preferência. Isso deixa o Locator do Ableton Live com uma flexibiliadade incrível. Repare na imagem abaixo (em imagem sobreposta Midi&Keyboard mapping). Em Verde os comandos mapeados para responder ao teclado do computador e, em Rosa, programação de Midi Notes para responder a Controladores Midi.

de). Então vá até a barra de tarefas em Create / Insert Silence ou (Ctrl+I) e toda obra se deslocará, incluindo os Location Points.

09 - Incert Silence

08 - Timeline Locator

Ao selecionar um dos seus Location Points repare que o botão Set se transforma em Del (como mostra esse cursor verde). Isso habilita o botão a deletar o ponto selecionado (em negrito). Ponto selecionado também pode ser deletado com a tecla DEL do teclado do computador. Uma curiosidade na anatomia dos Location Points do Ableton Live fixados na timeline (régua de tempo) é que você não pode arrastar todos pontos ao mesmo tempo, pois não há um meio de selecionar todos os pontos. E mesmo arrastando seu projeto (como mostra a imagem abaixo), os Location Points não acompanham(!?). Isso é meio chato e eu mesmo já fiz um request à Ableton para tentar corrigir essa inconveniência em edições futuras. Enquanto a solução de fábrica não chega eis aqui um way around: Você deve selecionar uma região que gostaria de avançar. Por exemplo, 2 compassos,(como mostra a marca ver-

Para atrasar você pode usar Cut Time (Ctrl + Shift +X) desde que você tenha espaço no começo da sua peça ou você terá que arrumar espaço, deslocando todo mundo para frente primeiro e então cortar o tempo que você realmente precisa. É tranquilo!! Dá para se ter uma ideia real dos recursos do Locator no Ableton Live e você ainda pode explorar esse segmento para criar loops em setores inteiros entre um Location Point e outro. Tente você e veja como isso pode ser útil em pré-arranjo, ensaio ou até em performance, criando loops e usando com Mapping / Control da mesma forma que se usa com Session view. Boa sorte a todos!

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg


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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br 44

BUG, DEFEITO OU MÁ UTILIZAÇÃO ? Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

A Entenda algumas configurações que confundem iniciantes Antes de ligar para o suporte ou formatar o seu computador, há algumas coisas que podem ser feitas para tentar solucionar um problema no Pro Tools.

liás, muitas vezes nem há um problema de fato… É comum o usuário ativar uma função sem querer com combinações de teclas ou cliques no mouse. E isto pode dar a impressão de que o Pro Tools não está respondendo corretamente. Neste artigo, vamos apontar algumas das principais situações e configurações que confundem usuários quanto à operação do Pro Tools.

COMPORTAMENTO ...do cursor de posição Quando interrompemos o playback, pode acontecer do cursor ficar estacionado no local, ou também pode acontecer dele voltar a posição de origem, onde foi iniciado o playback. O nome desta opção chama-se “insertion follows play-

Fig. 1 - Insertion Follows Playback

back” e acessível pelo menu options ou pelo seu botão correspondente na barra de ferramentas (Fig. 1). Agora algo muito comum de acontecer, é de usuários terem a impressão de que esta configuração está mudando sozinha… E isto inicia toda uma especulação sobre a “procedência” do Pro Tools, “bugs”, e configuração inadequada. Na verdade, na maioria das vezes isso acontece por acidente, pois o atalho para esta configuração é a letra “N”, que o usuário esbarra ao iniciar e interromper o playback com a barra de espaço. A segunda situação que gera estranheza é do usuário posicionar o cursor em algum lugar para fazer o playback, e o Pro Tools começar a tocar a sessão de outro lugar diferente. E por que isso acontece?


É uma mistura de fatores; erro na operação do software e uma configuração. Primeiramente, é importante entender que local mais “correto”, ou seja, “a prova de erros”, para clicar e posicionar o playback é na régua de tempo, e não nas réguas de andamen-

fig. 2 - Régua de tempo

to, compasso, markers ou nas pistas (fig. 2). Primeiro porque independe da ferramenta que você tem habilitado, e sem segundo porque nunca

vai depender de configuração para funcionar corretamente. Isso é conceito geral, válido para qualquer outro software que envolva timeline, seja Pro Tools, Logic, Cubase ou mesmo softwares de vídeo como Avid Media Composer, Final Cut ou Premiere. Aplicando apenas este conceito, o usuário dificilmente iria ter problemas do playback iniciando em um local diferente de onde foi o click. Mas no Pro Tools também é possível clicar nas pistas para posicionar o cursor e, a bem da verdade, a maioria das pessoas usar este recurso. Mas neste caso, o usuário precisa usar obrigatoriamente o Selector Tool e precisa conhecer a função Link Timeline and Edit Selection (fig. 3). Se ela estiver desativada, o usuário tem que obrigatoriamente clicar nas réguas de tempo para posicionar o cursor para playback. Posicionar o cursor clicando nas pistas simplesmente não funciona. Por último, o Pro Tools também tem um recurso chamado de “pre roll” que pode interferir no playback. Com ele

fig. 3 - Link Timeline and Edit Selection

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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br 46

Fig. 4 - Pre Roll Habilitado

acionado, faz com que o Pro Tools inicie um pouco antes de onde está o cursor. Ele é acionado e configurado através da janela transport localizada no menu window. (Fig. 4).

O MISTERIOSO SUMIÇO

A parte superior da janela de AudioSuite é muito poderosa, porém subutilizada. Em particular, temos o botão “playlist” (fig. 6), que se tiver desabilitado, a versão processada vai para a clip list mas não substitui a versão original que está na timeline.

...da ferramenta de fade

existe um fade no clip, mas o usuário não está vendo. Isso acontece quando o fade é muito pequeno. Se você abrir bastante o zoom, vai conseguir reparar que ele está lá. Neste caso, basta selecionar o clip e através do menu edit > fades > delete para retirar os fades já existentes. Este é um comando pouco conhecido, que inclusive pode ser útil para apagar fades de diversos clips de uma única vez.

AUDIOSUITE

Fig. 5 - Fade Tool que não aparece

Com o Smart Tool acionado, podemos fazer um fade in ou out ao posicionar o mouse no canto superior esquerdo, ou direito, respectivamente. Porém, algumas vezes a ferramenta não aparece (Fig. 5). Por quê? Na verdade, o que acontece é que já

” Fig. 6 - Função Playlist do AudioSuite

...que não aplica o resultado Pelo menu Audiosuite, podemos aplicar um processamento de áudio em um ou mais clips específicos. Porém, o usuário seleciona o clip, faz a regulagem do plug-in e ao pressionar o botão Render, nada muda. Onde está o erro? A parte superior da janela de Audiosuite é muito poderosa, porém subutilizada. Em particular, temos o botão “playlist” (fig. 6), que se estiver desabilitado a versão processada vai para a clip list mas não substitui a versão original que está na timeline.

LOOP PLAYBACK ...que não funciona Podemos confirmar que o Loop Play-


fig. 7 - Loop Playback Habilitado

back está acionado pelo menu Options ou pelo ícone na janela de transport (fig. 7). Ainda assim, pode acontecer dele não funcionar. Muitas vezes no processo de sound design, ou avaliando apenas o ataque inicial de uma peça de bateria, o usuário faz uma seleção muito curta, e é aí que mora o perigo. O Loop Playback do Pro Tools é limitado a 0,5 segundos. Se sua seleção for menos que isso, nada feito!

ARQUIVOS TOCAM ...no projeto, mas não estão na pasta Audio Files A pasta Audio Files dá a entender que concentra todos os arquivos de áudio da sessão, mas na prática não é bem assim. Quando importamos um arquivo pelo menu file > Import > Audio, podemos percebemos que na verdade o Pro Tools pode se comportar de duas maneiras (fig. 8). Ao clicar na função “Copy”, os ar-

quivos serão de fato copiados para a pasta Audio Files (como esperado), mas a função “Add”, não. Com a função Add, o Pro Tools continua lendo os arquivos a partir do seu local de origem, o que gera uma discrepância entre os arquivos contidos na sessão e os arquivos contidos na pasta Audio Files. A pergunta é: o Pro Tools efetua a função Add ou a função Copy quando arrastamos um arquivo diretamente do finder (mac) / window explorer (win)? Por padrão, o Pro Tools executa a função add sempre que possível. Ou seja, os arquivos não são copiados para a pasta Audio Files. Se o formato do arquivo não for nativo do Pro Tools (MP3 por exemplo), ou estiver em um Sample Rate diferente, ai o Pro Tools vai executar uma conversão e, aí sim, este arquivo vai para a Pasta Audio Files. Também é possível mudar este comportamento através do menu Setup > Preferências. Na aba “processing”, encontramos a opção “copy all files during import”, que na prática significa que agora a função padrão do Pro Tools vai ser efetuar a função Copy ao invés da função Add. E com isso ficamos por aqui. Lembrou de mais alguma configuração que pregou uma peça em você algum dia na vida? Compartilhe conosco! Abraços.

Para saber online

Fig. 8 - Opções de Importação

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 48

Shows de hora em hora no hall principal da Musikmesse

Embora a crise ainda sobrevoe os mercados da Europa, a maior feira de iluminação e sonorização em Frankfurt mostrou sinais de que ganhou sobrefôlego e vem crescendo, não apenas em tamanho, mas em inovações. A inclusão de mais dias de visita para o público em geral nesta edição demonstra uma inclinação do mercado em atender uma demanda crescente, tanto de público quanto de profissionais. Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Fotos: Pietro Sutera e Danielli Marinho/ Divulgação

PROLIGHT+ SOUND FRANKFURT

P

or outro lado, as novas tecnologias apresentadas pelas empresas significam uma disposição para surpreender quem já está na longa estrada do mercado de entretenimento. O crescimento de público, que bateu recorde nesta edição de 2016, comprova a Prolight + Sound 2016, que acontece nos mesmos dias e local da Musikmesse, como uma das maiores movi-

mentações nas áreas de música e entretenimento. Novidades e inovações no formato de apresentação da feira sinalizam que, mesmo vivendo na era digital, a troca de experiências e o contato com o público ainda é importante. “Ambos eventos não deixaram dúvidas de que Frankfurt é onde a música acontece. Estamos no caminho certo com essas novas orientações da feira. No


contexto de mudança de vendas e estruturas de distribuição por conta da digitalização, a ideia é continuar nesta direção junto com o setor e afinar os objetivos das feiras em cooperação com as associações e expositores”, disse Detlef Braun, membro do Board of Management da Messe Frankfurt. Nesta edição, em que Frankfurt se tornou a capital da música e eventos do setor por seis dias, 110 mil visitantes passaram pelo Centro de Exibições (em 2015 foram 108 mil), de cerca de 130 países em busca de inovações e para testar novos produtos. Além disso, mais de 20 mil fãs de música estiveram presentes aos mais de 50 shows do Musikmesse Festival, que aconteceu pela primeira vez em mais de 30 locais no mesmo período em que acontecia a Feira. Para o diretor do festival, Wolfgang Weyand, é ótimo saber que a Feira inspira tantas pessoas, e o conceito de levar música para a cidade foi um sucesso. Um total de 2.043 expositores de 60 países se fizeram presentes em ambas as feiras o que levou a associação comercial desenhar um cenário positivo com as mudanças deste ano. “Do ponto de vista da VPLT, a Prolight+Sound foi um sucesso. O novo conceito da Messe Frankfurt está focado no alvo e na linha de desenvolvimento do setor”, disse Helge Leinemann, Chairman do Professional Lighting & Sound Association of Germany (Verband für Licht-, Ton- und Veranstaltungstechnik – VPLT). Depois de anos de crescimento, o volume de negócios do setor de eventos e tecnologia está se aproximando da marca de • 4 bilhões de euros. Ainda de acordo com a VPLT, o foco da indústria de eventos permanece na realização de eventos criativos, profissionais, seguros e inovadores. Daniel Knöll, gerente geral da Associação de Comerciantes da Música (SOMM) explica que os conceitos de inovação, emoção, networking e edutainment (entretenimento reali-

zado especialmente por meio de jogos com fins educativos) na Prolight+Sound e na Musikmesse foram o resultado em muitos aspectos graças aos novos serviços e facilidades, demonstrando que o ranking desses dois shows estão entre as plataformas de B2B mais importantes da Alemanha e companhias europeias. Para os próximos anos, a Musikmesse deverá continuar orientada em atender aos requisitos da indústria de instrumentos musicais. Um grande número de participantes chaves fizeram comentários positivos em relação às mudanças desta edição. Como o CEO da Roland da Alemanha GmbH, Markus Sailer. Para ele, desde o ano passado a empresa vem vendo com positividade esse novo conceito da feira, e destaca o Drum Camp como um exemplo dessas boas inovações. A CEO da König & Meyer GmbH & Co. KG, Gabriela Meyer, também comentou que esse ano a Feira foi um sucesso para a empresa. “Foi possível ter contato com clientes internacionais e nacionais em nossos estandes e a resposta do público foi excelente. O novo conceito trouxe uma série de novas ideias, como a Business Academy, o Musikmesse Festival e a Street Food Session. Além do mais, estamos entusiasmados com os novos ajustes que a Feira terá no próximo ano, principalmente nos dias e horários de abertura. Quanto mais tempo a Musikmesse acontecer junto com a Prolight+Sound melhor”, falou. A Musikmesse e a Prolight+Sound 2017 já têm data para acontecer. A Musikmesse será de 5 a 8 de abril e, levando em conta as experiências obtidas com o evento passado e os desejos da indústria de instrumentos musicais e associações, será realizada durante três dias em paralelo com a Prolight + Sound, que continuará a ter a mesma sequência de dias (de terça a sexta-feira, 4-7 abril 2017). Os organizadores também estão ajustando os tempos de abertura para se en-

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 50

Durante a Prolight+Sound, os visitantes descobrem o que faz um evento se tornar espetacular e de sucesso. Nos campos de tecnologia laser os produtos demonstraram não apenas fazer projeções sofisticadas e com cores mais brilhantes, mas também a variedade de espectros de cores impressionou

Estande da FTB na Prolight + Sound atraiu muitos visitantes

caixar com o feedback do setor. No próximo ano, ambas as feiras funcionarão das 10h às 18h em todos os quatro dias.

SHOWROOM E PLATAFORMA DE INFORMAÇÃO Durante a Prolight+Sound, os visitantes descobrem o que faz um evento se tornar espetacular e de sucesso. Nos campos de tecnologia laser os produtos demonstraram não apenas fazer projeções sofisticadas e com cores mais brilhantes, mas também a variedade de espectros de cores impressionou. O que se pode notar é que os equipamentos estão se tornando mais sofisticados e de uso mais amigável. Um exemplo é a aplicação em outros tipos de locais que não seja em concertos, como museus, planetários e parques. Com as telas de video portáteis, muitos fabricantes estão alcançando a preferência nos eventos de esportes em 2016. A tecnologia LED está se tornando extremante flexível, podendo ser usada até mesmo em objetos de decoração, como lâmpadas multimedia, mesas de bar com video e telas internas. Outro destaque na Prolight + Sound deste ano foram as câmeras drones que oferecem fotos aéreas em formato full

HD com alta qualidade de transmissão ao vivo. As companhias chaves dos setores de áudio e DJ também apresentaram inovações, como a nova cartela de produtos da Pioneer. “Isso significa que atraímos bastante atenção, pois nosso estande estava sempre cheio, especialmente à tarde. Pra mim, a Prolight+Sound melhora a cada ano”, disse Tania Lee, Channel Marketing Manager da Pioneer DJ Europe Limited. Um programa extenso de seminários com mais de 70 apresentações de palestrantes experts nas áreas de tecnologia, gerenciamento de eventos e segurança e questões de segurança na indústria de eventos foram apresentados. Sob o tema Future Talent Day, foi realizado o primeiro programa para estudantes e trainees que atuam no setor. Os novatos nessa área puderam aprender um pouco mais sobre o cenário atual da profissão na indústria de entretenimento, participar de eventos, workshops e conferências. As companhias também tiveram a chance de fazer contato com os jovens interessados. Nesse dia, o desenvolvimento profissional básico e avançado foram os temas-chaves na programação do seminário. “O programa exten-


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ESPAÇO EXCLUSIVO PARA NEGÓCIOS Dentro do novo conceito da Feira, a Musikmesse abriu uma sala especial, exclusivamente para os comerciantes, distribuidores e outros participantes do mercado profissional. Além disso, havia um programa de informação de alta qualidade e novas instalações para os encontros, incluindo serviço de catering voltado especificamente para as necessidades dos visitantes e profissionais. “Nós demonstramos que a Musikmesse e a Prolight + Sound estão entre as mais importantes plataformas de businessto-business para empresas alemãs, europeias e internacionais. Tendo em vista as salas de exposições lotadas todos os dias, nós também foram capazes de mostrar que a música continua a ser um assunto relevante na sociedade”, disse Daniel Knöll, Gerente Geral da Sociedade de Comerciantes da Música (SOMM).

REPORTAGEM| www.backstage.com.br 52

PRINCIPAIS DESTAQUES DA PROLIGHT+SOUND OPUS O Opus – German Stage Award, uma das mais importantes premiações na área de produção teatral, foi entregue este ano a Björn Hermann, pela produção do Fraunhofer Annual Meeting em 2015 e o uso criativo de moving lights durante as apre-

Para a conferência anual de 2015, em Wiesbaden, a Associação Fraunhofer elaborou um projeto que visava encenar uma apresentação tendo como mote “luzes criativas”, pegando carona no tema da UNESCO “Year of Light”. O conceito da produção girou em torno de uma ideia primária incomum. Em vez da parte principal ser encenada por atores ou músicos, 61

sivo de conferências na Prolight+Sound incluiram eventos tanto para iniciantes quanto para profissionais já com experiência, o que já é um bom motivo para vir fazer uma visita à Frankfurt”, disse Joachim König, presidente da Associação Europeia de Evento (Europäischer Verband der Veranstaltungs-Centren – EVVC). Já a programação para os profissionais da área foi dividida em Prolight + Sound Conference, para profissionais, e Eventplaza Conference, para gerentes e organizadores de eventos, congressos e conferências. A novidade neste ano foi o Manufactures’ Forum, em que as companhias apresentam as últimas tendências do mundo dos eventos e tecnologia AV-media por projetos específicos. Todos os encontros foram sem custo para o visitante.

O programa extensivo de conferências na Prolight+Sound incluiram eventos tanto para iniciantes quanto para profissionais sentações desse evento. A cerimônia de entrega do prêmio foi no dia 7 de abril durante a Prolight + Sound 2016, e foi a primeira vez que profissionais dessa área tiveram a chance de submeter seus projetos.

moving lights programados tomaram o centro do palco, uma parte deles conduzindo orquestra e outra parte fazendo performances individuais. O conceito demandou uma nova compreensão e aproxi-

Tecnologia laser foi um dos destaques na edição 2016 no setor de iluminação


Microfones da DPA para instrumentos fizeram sucesso

Novos modelos de consoles atraiu a atenção dos visitantes

mação em termos de comunicação, design de iluminação e tecnologia. Cada movimento das lâmpadas, cada beam foi de acordo com o som, que foi acompanhado de uma projeção de video na parede original do Wiesbaden Kurhaus. Esse video foi desenvolvido especialmente para dar uma ilusão de interação com os feixes de luzes. Trabalhando em conjunto com o escritório de criação Onlivelin GmbH, Björn Hermann desenvolveu um storyboard complexo que uniu elementos separados por meio de conceitos extremamente precisos e conceituais e um trabalho de programa-

ção. O projeto levou mais de um ano para ser preparado e foi apresentado no dia 9 de junho de 2015, dando vida à história da Associação Fraunhofer, que tem suas origens na análise da luz.

DRUM CAMP Uma nova área especial com artistas como Karl Brasil, Mike Terrana e Jost Nickel aconteceu durante a Musikmesse Frankfurt. Durante os quatro dias de feira, os visitantes puderam assistir palestras, master classes e dicas com esses e outros músicos, que subiram ao palco diariamente para apresentação segui-

Uma nova área especial com artistas como Karl Brasil, Mike Terrana e Jost Nickel aconteceu durante a Musikmesse Frankfurt. Durante os quatro dias de feira, os visitantes puderam assistir palestras, master classes e dicas com esses e outros músicos

” Guillermo e o novo modelo de caixas da d&b

Koy apresenta o novo Art2020 da Avolites

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GERMAN MUSICAL INSTRUMENT AWARDS O German Musical Instrument Awards (Deutscher Musikinstrumenten Preis – DMIP), patrocinado pelo Ministério da Economia e Tecnologia da Alemanha (Bundesministerium für Wirtschaft und Energie – BMWi), tem sido concedido desde 1990 na Musikmesse Frankfurt. Essa competição de alto padrão premia os produtos de destaque na indústria da música em categorias que mudam de ano para ano. Além disso, oferece incentivos para que fabricantes alemães de instrumentos aumentem sua produtividade ainda mais, e assim melhorem também a sua capacida-

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de de competir. Os instrumentos vencedores são escolhidos em um processo de avaliação em três fases no Institute for Musical Instrument Making, em Zwota, Saxony. Os três critérios em que são julgados são: especificações técnicas, nível de especialização artesanal e desempenho quando tocada por músicos bem conhecidos. Este ano, as participações foram julgadas de maneira que todas tivessem igual

persion, fazendo do CDD-Live um sistema completo mesmo quando usado de frente para trás no caso de uma cobertura horizontal, conferindo fidelidade e impacto sonoro em todos os cantos do público ou da plateia. A bordo do equipamento, um amplificador Classe, DSP e protocolo Dante em uma rede de áudio digital, assegurando simplicidade e eficiência na instala-

do de sessão de autógrafos e de perguntas e respostas às técnicas empregadas por cada baterista. Além disso, os participantes ficaram por dentro dos diferentes tipos de kits de bateria e materiais, tambores de teste com consultoria especializada, e a missão de encontrar um instrumento mais adequado ao seu estilo. Em 50 metros quadrados de cabine à prova de som no meio do Salão 11.0 os visitantes experimentaram performances carregadas de energia por mestres da bateria de forma intensa. Mike Terrana, um dos bateristas mais conhecidos do mundo - já tocou com muitos artistas, incluindo Yngwie Malmsteen, Tarja Turunen e Axel Rudi Pell -; Jost Nickel, conhecido principalmente por seu trabalho com Jan Delay e também pode ser ouvido em álbuns por Jan Josef Liefers, Marla Glen, Johannes Oerding e Ostkreutz. Karl Brasil pode ser ligado a artistas como Robbie Williams, Elton John e Olly Murs. Outros artistas que se apresentaram no Drum Camp incluem o baterista do Andreas Gabalier, Marko Duvnjak e Dirk Brand, um membro da banda de rock Axxis, da Alemanha.

Em 50 metros quadrados de cabine à prova de som no meio do Salão 11.0 os visitantes experimentaram performances carregadas de energia qualidade, em termos dos dois primeiros critérios objetivos. O fator humano surgiu como diferencial: no caso de todos os três instrumentos empatarem era a opinião dos músicos que decidia o vencedor.

ção, enquanto uma quantidade generosa de opções, incluindo polo de montagem, wall brackets e rigging interno, garantem o máximo de flexibilidade no desenvolvimento sonoro.

MARTIN AUDIO

DIGICO MOSTRA NOVIDADES PARA OS CONSOLES DA SÉRIE SD

A Martin Audio lançou na Prolight+Sound uma das séries mais esperadas no Mercado: a CDDLive. O equipamento é uma combinação de três modelos full range e dois subwoofers que atende praticamente a todas as aplicações de áudio, desde a necessidade de reforço sonoro até performances ao vivo, DJ´s e eventos corporativos e perfeito para ser instalado em clubes noturnos, teatros e centros de entretenimento. No coração desse sistema, encontra-se a tecnologia Coaxial Differential Dispersion patentiada pela Martin Audio, que combina um design coaxial com a consistência de cobertura da Differential Dis-

Em coletiva de imprensa no primeiro dia da Prolight + Sound, a DiGiCo apresentou algumas novidades das consoles SD5, SD7, SD9 e SD10. Uma das características apresentadas na SD7 é a possibilidade do usuário se conectar com outros consoles, tendo em vista a porta Madi, e a possibilidade de fazer um upgrade para uma nova geração de mesas.

DPA APRESENTA SET DE MICS PARA GRAVAÇÃO A DPA Microfones apresentou uma gama de modelos destinados à gravação. Os modelos d:fine, d:screet e


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Os modelos d:fine, d:screet e d:vote foram uns dos destaques da Prolight + Sound 2016

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DPA apresentou uma série de modelos de microfones que podem ser usados em espetáculos teatrais e produções de TV

d:vote foram uns dos destaques da Prolight + Sound 2016. Voltado para instrumentos, a linha d:vote é destinado tanto para cordas, quanto sopro ou percussão. O objetivo é que, com os modelos dessa série, os músicos possam tirar o som mais puro do instrumento a partir de sua polaridade supercadioide. Conhecido por sua discrição e elegância, os modelos d:vote também podem ser usados como gooseneck. Já os d:fine são modelos headset de cápsulas omnidirecio nais e direcionais.

ROBE AUMENTA A FAMÍLIA BMF A Prolight + Sound serviu como base para o lançamento dos produtos da Robe no mercado. Os visitantes puderam ver de perto o funcionamento do Square e do mais novos integrante da família BMF, que tem como característica grandes espectros de cores, grande combinação de

de 130 d recebeu mais Prolight+Soun

mil visitantes

gobos, frames modulares, atenuador de bordas e angulação que vai de 5 a 45 graus. Já o Square traz como novidade a facilidade de criar um protocolo de base de mapas, além do usuário poder fazer controle individual dos pixels, combinar prismas e dar zoom em cada linha individualmente. Outra característica do equipamento é a variedade de temperatura na cor branca, o que o torna ideal para uso em TV, além de ser extremamente silencioso. Outra novidade que a empresa levou para essa edição da PLS foi o Show de Iluminação, apresentado de hora em hora no estande da empresa.

AVOLITES NA PLS De acordo com o diretor de vendas Koy Neminathan, a Avolites trouxe para a Prolight+Sound 2016 o Art 2020, uma das novidades da empresa. O equipamento segue o sucesso do anterior Art 2000, especialmente na área de cinema tendo filmes como James Bond e Harry Porter, Senhor do Anéis no currículo. Como características, possui mais 48 canais de 16A Dimming, cada circuito e um RCBO protegido (30mA), 320A de Sistema suprido por breaker com função RCB (corrente e ajuste de delay), 3 fases: neutro e terra, Sistema de medida digital que indica todas as 3 fases.


DiGiCo apresentou o modelo de console SD10 entre outros mais conhecidos do público durante a PLS

tes. Para Koy, essas pessoas é que dizem o que é bom e o que ainda precisa ser desenvolvido nos produtos. “Queremos ser capazes de criar produtos que os outros desenvolvedores não tenham, mas sempre ouvindo o mercado”, comenta. Quanto ao mercado brasileiro, Koy afirma que a empresa mantém um relacionamento bem próximo com os profissionais há anos. “Estamos

“Nós sabemos que é importante ouvir os nossos usuários, as empresas de locação sobre suas necessidades no mercado. Então não desenvolvemos produtos até sabermos isso. Mas fizemos fantásticas modificações no Art 2020 e já temos encomendas de grandes empresas de locação do Reino Unido”, fala. De acordo com Koy, a Avolites lança produtos uma vez por ano,

A PLS é um excelente local para apresentar esses produtos tendo em vista a grande quantidade de clientes e distribuidores de diversos lugares

softwares ou hardware, tanto de iluminação quanto de dimming ou media servers. A PLS é um excelente local para apresentar esses produtos tendo em vista a grande quantidade de clientes e distribuidores de diversos lugares. Um dos pontos levados em consideração no desenvolvimento de produtos Avolites é o estreito relacionamento e feedback dos usuários e possíveis clien-

muito próximos da LPL, assim como da Aurolights, o que é uma ótima forma de contato direto, principalmente por causa da TV Globo. O mercado brasileiro é muito importante e tenho certeza que temos o melhor suporte lá”, completa, acrescentando que a principal estratégia é dar suporte à área de educação, com treinamentos.

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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

FLICKER FREE PRO STAGE 150 www.pr-lighting.com O novo Pro Stage 150 RGBW da PR Lighting possui ângulos de 5°, 10°, 19°, 26° e foi desenvolvido para teatros e estudios, bem como outras aplicações onde é necessário iluminação de alta definição. A característica principal que faz com que ele seja perfeito para aplicação em estúdio e TV é sua operação flicker-free. A fonte é um LED RGBW (4-in-1) de 150W, com uma linearidade de ajuste de temperatura de cor de 2,700K-10,000K. O equipamento possui um enorme set, incluindo dimming linear ajustável que vai de 0-100%. Pesando apenas 12 quilos, o Pro Stage oferece ainda outras vantagens para aplicações.

SPIKIE www.robe.cz O Spikie é um pequeno e super-rápido LED WashBeam que utiliza uma única fonte de iluminação de 60W RGBW com um design especial de lentes wide frost de110mm produzindo um beam sólido. O equipamento rapidamente dá um zoom de 28° a 4°. O inovador Flower Effects cria um efeito multicolorido de luzes, que rotacionam em duas direções em velocidades variáveis. Além disso, um único Beam Effect transforma a saída em um raio de três linhas de beams, criando outro efeito visual para o show. Uma roda contínua de pan e tilt dá novos elementos dinâmicos através do palco. O Spikie é bastante compacto pesando apenas 5,5 quilos, e pode ser pendurado em qualquer posição. Ele é complementado com um braço Omega e está disponível em cardboard, ou em cases de seis, oito ou doze.

ARC LED 1027 www.pr-lighting.com A PR Lighting lançou o ARC LED 1027 (PR-8806), um equipamento de iluminação para ambiente externo, que completa a versão “two head”, o ARC LED 1054 (PR8808). O ARC LED 1027 contém 27 LEDs de 10W 4-in1 RGBW. Entre as características do equipamento se destacam controle DMX wireless, lente padrão de 45° e opcionais de 11°, 15° e 25°, além de dimming de 0-100% e ajuste de temperatura de cor linear e strobe de 1-33 fps. Com uma arquitetura de iluminação portátil, o IP65 é perfeito para uso externo com seu avançado mix de cores RGBW. É menor ARC LED 1027: pesa apenas 18 quilos.


PROTRON 3K COLOR™ LED STROBE www.elationlighting.com A Elation Professional adicionou mais um produto a sua família de LED strobes com o Proton 3K Color, um potente strobe de LED com 240 x CREE™ XLamp™ 3W RGBW LEDs e 40 mil lúmens de potência para uma explosão de cores. O Proton 3K Color não apenas entrega um punch poderoso de luzes coloridas, mas proporciona um ROI muito melhor se comparado com a convencionalidade dos strobes 3K Xenon do mercado. Utilizando uma nova tecnologia de LED e ótica especial, o Proton 3K também inclui um efeito strobe interno macro similar a burst, pulse e luz para um único efeito e pode ser operado totalmente em modo full sem causar problemas com aquecimento (saída máxima em full de 10 segundos) graças ao cooling silencioso regulador que deixa o equipamento longe de superaquecimento. O Proton 3K Color usa muito menos potência que o strobe Xenon (potência de pico de saída é 800W) e é eficiente tanto nas opções de alta ou baixa potência.

MH6 WASH http://www.martin.com/Files/Images/Products/RUSHMH6Wash.jpg O Wash MH 6 é uma adaptação do PAR 2 RGBW Zoom imensamente popular, usando o mesmo sistema de motor e zoom LED, mas também com capacidade de Pan/Tilt. O MH 6 Wash oferece um sistema de cores totalmente pré-misturado a partir de 12 x 10 LEDs RGBW com um espetacular zoom 10°-60°. Ele também oferece escurecimento eletrônico completo, efeitos estroboscópicos e ventilador de temperatura controlada de arrefecimento para uma operação silenciosa, além de moving head LED WASH 12 x 10 LEDs W RGBW e efeito wash de lente única com cores totalmente pré-misturadas.

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ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

ILUMINAÇÃO Os estudos e pesquisas sobre iluminação, independente da área ou aplicação de interesse, mais abrangentes ou mais singulares, requerem constantes atualizações e aprimoramentos, possíveis por meio do contato com as novidades do mercado, publicações disponíveis e, muito mais intensamente, pelo contato com os lançamentos de produtos e novas tecnologias com a participação em eventos.

CÊNICA LIGHT FAIR 2016 Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisador em Iluminação Cênica.

N

esta conversa, alguns aspectos do maior evento de iluminação do mundo – a LIGHTFAIR International, realizada anualmente em San Diego (California), nos Estados Unidos - serão abordados, especificamente para a edição de 2016, e algumas novidades serão discutidas, após uma visita a esta feira que é uma referência significativa para todo lighting designer. Na iluminação, técnicas e métodos empregados para o destaque e valorização de elementos e recursos cênicos podem ser aplicados em outras áreas, como, de fato, são utilizadas na iluminação dos interiores – residenciais, comerciais e corporativos -, na iluminação de espaços de exposições (galerias, museus e outros espaços) e na iluminação arquitetural. Com essa diversidade de recursos, muitas indústrias e empresas fabricantes desenvolvem novos produtos, orientados a múltiplas ou específicas aplicações, lan-

çados em eventos únicos ou em feiras direcionadas aos mercados locais, nacionais ou internacionais. Realizada anualmente desde o fim da década de 1980, a LIGHTFAIR International é de fato a maior feira para produtos, sistemas de controle e soluções para a iluminação comercial, residencial e arquitetural do mundo. Em 2016, foi realizada a 27ª edição do evento, de 26 a 28 de abril na cidade de San Diego (California), e reuniu mais de 550 expositores, em seis pavilhões localizados no San Diego Convention Center, e recebeu milhares de visitantes, de centenas de países, com os mais variados interesses e áreas de atuação profissional. A conferência que ocorre em paralelo, com mais de duzentas horas de duração, propõe discussões, por meio de cursos, seminários, mesas-redondas e outras atividades, sobre o futuro do lighting design e das tecnologias, aplicadas a


ção dos produtos e soluções. Nesse contexto, esta conversa será direcionada à abordagem de duas das empresas premiadas e que se destacaram pela oferta de produtos versáteis para a iluminação cênica e também para outros espaços, e na proposta de atualização para siste-

todos os ambientes e espaços, interiores e exteriores. Para 2016, cinco principais temas foram explorados e discutidos nos quatro dias de evento: inspiração – relacionada a todos os meios e agentes influenciadores e estimuladores da criatividade; pesquisas aplicadas – melhores práticas, recomendadas pelas análises e produções científicas; metodologia – adoção de processos que utilizam abordagens e colaborações interdisciplinares de colaboração na busca de soluções eficazes nos projetos; tecnologias e ferramentas – novidades em equipamentos, software, técnicas e métricas relacionados à iluminação, anualmente introduzidos no mercado; e iluminação e saúde - o impacto da iluminação sobre o desempenho visual, bem como a saúde fisiológica, psicológica e o bem-estar. Também é tradicional a premiação dos produtos mais inovadores (com a cerimônia do LFI Innovation Awards®) e dos melhores estandes (Best Booth Award Winners), pela produção visual e pela apresenta-

no desenvolvimento da iluminação cênica, utilizou o espaço de exposição para a demonstração de alguns produtos, principalmente relacionados a uma nova série lançada na feira: a Altman Gallery. Anunciada como uma linha versátil de luminárias, a série Altman Gallery é uma família de instrumentos de iluminação desenvolvida para servir necessidades diferentes em uma ampla gama de possibilidades e soluções, disponível para instalações em espaços dedicados - museus e galerias de arte -, ou em espaços comerciais tais como hotéis, lojas de varejo e restaurantes, onde as expectativas estéticas e de desempenho são extremamente elevadas. Neste ínterim, produtos com índices de reprodução de cores acima de 92 (quando o máximo seria 100) tornam estas luminárias diferenciadas, com fluxo luminoso total de 4.000 lumens, e com uma variedade de temperaturas de cor. Além disso, proporcionam resultados uniformes e com fachos bem definidos para aberturas entre 15 a 60 graus, além da opção de lumi-

Anunciada como uma linha versátil de luminárias, a série Altman Gallery é uma família de instrumentos de iluminação desenvolvida para servir necessidades

mas e softwares dedicados aos projetos luminotécnicos. Assim, a visita na feira aqui descrita priorizará duas empresas que foram premiadas como melhores estandes nas suas áreas de atuação: Altman Lighting e DIAL Gmbh. A empresa americana Altman Lighting, referência ímpar na história e

nária de piso com abertura de até 85 graus. Complementar a tudo isso, podem ser instaladas em diversas superfícies (paredes, forros e piso), atendendo padrões de alimentação entre 120V e 240V, além de tensão nominal demandada de 277V. Podem ser controladas isoladamente ou por meio

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ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

Cabe também ressaltar que a visitação em um evento como a LIGHTFAIR International confere diferentes experiências aos visitantes, pelas expectativas criadas em torno dos temas e áreas de interesse

de protocolos DMX/RDM. Essas informações puderam ser obtidas e demonstradas no estande da empresa. A também premiada empresa alemã DIAL Gmbh, expositora no Building Integration Pavilion com o estande 7036

trouxe como principal produto a nova versão do software de cálculo luminotécnico, agora DIALux evo 6. Nesta atualização, sistemas de iluminação de interiores poderão ser calculados com a avaliação da iluminação natural, pela entrada e direcionamento da iluminação natural pelas janelas ou outras áreas de aberturas e passagem de luz. Os sistemas de controle e cálculos para iluminação de fachadas de edificações também estão disponíveis, com a inclusão de novos produtos/fabricantes nas bibliotecas de itens para essa forma de iluminação, consideradas as projeções de sombras e análise dos resultados pelos diversos ângulos identificados pelos resultados finais. Outras empresas poderiam ser destacadas, pelas ofertas de soluções integradas (Philips), projetores e sistemas de controle para a iluminação arquitetural (ETC - Electronic Theatre Controls, Inc.) e design de luminárias (Tech Lighting). Cabe também ressaltar que a visitação em um evento como a LIGHTFAIR International confere diferentes experiências aos visitantes, pelas expecta-


Na exibição das principais empresas do setor de iluminação, a predominância de telas de LEDs e OLEDs, com a projeção de vídeos e animações

tivas criadas em torno dos temas e áreas de interesse, e também em relação à disponibilidade de tempo para a visitação no evento. De maneira a traduzir as mais abrangentes soluções para a iluminação aos ambientes interiores e espaços exteriores, estandes com dimensões consideráveis e os investimentos na disseminação e promoção de novos produtos também impressionam, na mesma proporção da diversidade das propostas e ideias divulgadas no evento. Na exibição das principais empresas do setor de iluminação, a predominância de telas de LEDs e OLEDs, com a projeção de vídeos e animações controladas por diferentes softwares, dedicados ou programados/desenvolvidos para as necessidades das empresas, mostravam diferente abordagens ou posicionamentos em relação à integração de soluções, com enfoques na sustentabilidade e otimização, tanto para as edificações como para os espaços urbanos. No processo de evolução

da iluminação, fica cada vez mais evidenciada a participação dos profissionais, projetistas e designers de iluminação, ou lighting designers, como agentes transformadores nas decisões da indústria, promovendo a discussão das necessidades de mais efetivo desenvolvimento dos projetos, em busca de resultados esteticamente atrativos e com principal foco nos benefícios para os usuários. A indústria enfim se dinamiza, na busca de melhores produtos e soluções, sempre com alinhamento aos novos desafios, relacionados à conectividade, compatibilidade de sistemas, mais proteção e segurança, além de mais fácil usabilidade para interfaces e protocolos nos atuais modelos de negócios e práticas relacionadas à iluminação, residencial, comercial, arquitetural e cênica. Abraços e até a próxima conversa!

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- Já pensou você largar esse empreguinho merreca aí e viver de música? Na ocasião eu começara a trabalhar no Banco de Crédito Real de Minas Gerais, ganhando salário mínimo. Enfrentava - de terno - o fervente verão carioca. Apesar de ser a primeira vez na vida que ganhava minha própria grana, a parada era dura: seis horas num inacreditável telefone de magneto falando com o Brasil e arcando com uma responsabilidade desproporcional aos ganhos. Um erro na conferência dos cheques e lá se iam meses de salário.

Memória

MUSICAL Nº3

DE FRENTE PRA VIDA REAL

E

u tinha dezoito anos quando meu amigo Mariozinho Pires agendou-me um encontro com o produtor Milton Miranda, diretor musical daquela que era então, ao lado da Philips, a maior gravadora do país: a Odeon. Era como levar um seminarista para visitar o Papa. Quando o Mário me contou isso, fiquei absolutamente aturdido. Minhas atividades musicais resumiam-se a três dezenas de composições e algumas canjas cantando em inglês nos bailes tijucanos pilotados pelo grupo de Chiquinho do Acordeon. Ser autor ou cantor profissional era uma coisa que só passava pela minha cabeça nos delírios adolescentes de grandeza que ocasionalmente se seguiam às cervejas nas festinhas de sábado. - Mário, tá louco! Não vou não! - Ahhh, qual é? Você vai lá e faz um teste, gravando suas músicas. Se der alguma coisa deu, se não der... O pai de Mariozinho, doutor Mário Cardoso Pires, era chefe do departamento médico da Odeon e presidente do Tijuca Tênis Clube, um pistolão de responsa. Isso fazia com que eu tremesse mais ainda nas bases... e se eu pagasse um mico monumental? Fazer um teste na Odeon requeria um nível profissional que eu sabia não ter. Mas Mariozinho acabou por me convencer com fina psicologia:

- Bom, eu vou, mas você vai comigo. Esse dia ficou na minha memória com uma contraditória nitidez nebulosa. Cheguei lá com o velho Giannini herdado do meu pai e sentei num banquinho no meio daquela imensa sala de gravação, enquanto o Nivaldo – que anos mais tarde pilotaria a mesa nos discos do trio Sá, Rodrix & Guarabyra – ajeitava dois Neumann na minha frente, um para a voz, outro para o violão. Eu tremia. Nivaldo percebeu e me acalmou: - Finge que tu tá no teu quarto, tocando pra namoradinha... Tremi mais ainda. Da técnica, Milton comandou: - Toca aí uma sua que você goste. Não me lembro nem de quantas nem de quais toquei. Umas cinco ou seis talvez. Para me estimular, Milton aplaudia e apertava o talkback: - Muito bom! Vai mais uma! De tanto que ele me deu força, saí dali me acreditando a nova estrela da música popular brasileira. Desci com Máriozinho e fomos almoçar no restaurante que ficava no térreo do São Borja, na Cinelândia, prédio da gravadora. Claro que depois fomos direto pra casa, nem pensei em ir trabalhar. Os meses passaram e nada de resposta da Odeon. A custo consegui saber, através do dr. Mário, que eles ha-


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM viam gostado de mim, achando, porém, que eu ainda estava “verde” demais para ter meu disco. Desbaratinei e fiquei conformado em ralar no Banco, distante dos holofotes da glória. Justamente quando eu me dedicava à Faculdade de Direito, pensando em abrir um escritório com meu pai, minha amiga e parceira Luhli me ligou: - Vou gravar na Philips! Em tempo: na garagem da casa de Luhli, cozinhava-se uma boa receita de música. Grande parte daquela safra de novatos que se profissionalizariam na década seguinte, como eu mesmo,

Luhli

ela, Sidney Miller, Ney Matogrosso, Gonzaguinha e Pery Rib eiro muitos outros, passaram por aquele aconchegante caos que ela mantinha em casa. Produzida por João Mello e tendo João Araújo na direção musical, ela gravou seu LP, expondo ao mercado o trabalho de sua “geração da garagem”, com músicas minhas, de Sidney Miller, Paulo Thiago, Dalton & Silveira, Vandré e outros. Foi uma sensação indescritível ouvir pela primeira vez uma canção minha no rádio! Mas aquele 1965 ainda me guardava outras surpresas:

- Luiz, tá sentado? – era Mariozinho no telefone. -? - Milton Miranda quer falar contigo amanhã, na Odeon. E lá fui eu, ainda com aquele ressentimento juvenil, falar com quem – na minha cabeça boba – teria me “preterido”. Com o “Baleiro” cantado por Luhli tocando direto nas rádios cariocas, eu agora me achava o dono da cocada preta, engano fatal para estreantes, repetido ad nauseam et aeternam Humanidade afora. Fui salvo da minha arrogância pela sinceridade e firmeza de Milton Miranda, que – não exatamente com essas palavras – me fez entender que eu ainda não era o intérprete das minhas músicas, que isso poderia acontecer mais adiante e que - mesmo sendo difícil conter minha impaciência juvenil - eu deveria esperar a hora certa. Grande Milton, muitos de nós daquela geração Odeon devemos nossa carreira a ele! Continuando a conversa, Milton falou que estava nos seus planos fazer um double single (compact disc com quatro faixas) com o recém-lançado Pery Ribeiro, que vinha de uma boa execução nas rádios com Garota de Ipanema e Bossa na Praia. Acabou que Pery e Milton escolheram duas músicas minhas para o disco: Giramundo e Escadas do Bonfim. Não fiz fé na primeira, um dos meus sambas adolescentes mais simples. Já a segunda trazia a influência do folclorismo que virara moda e tomava conta da MPB pós-bossa nova. Mas – contra minhas previsões – Giramundo tornou-se um sucesso nacional de execução, alavancando a carreira de Pery e a minha própria. Confirmando a profecia do Mariozinho, larguei o Banco de Crédito Real e fui viver de música. Solteiro e morando com os pais, isso não era problema. Numa situação dessas, cheios de planos e juventude, achamos que o vento sopra sempre a favor. Mas a vida real é diferente, e eu logo aprenderia mais uma lição.

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