Edição 264 - Novembro 2016

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Sumário Ano. 23 - novembro / 2016 - Nº 264

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O usuário decide onde quer mixar

Com estrutura similar a stageboxes, os dois modelos da série Ui, da Soundcraft, foram desenvolvidos para aqueles usuários que desejam mixar em diferentes dispositivos e lugares. O equipamento visa oferecer praticidade na hora da mixagem, graças a uma série de características que vão ao encontro das necessidades do operador.

NESTA EDIÇÃO

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As cores são alguns dos mais marcantes e fascinantes atributos das luzes empregados na iluminação cênica para proporcionar percepções, sensações e sentimentos únicos. Durante a apresentação da banda inglesa Whitesnake, que passou em setembro pelo Brasil, fizemos uma análise de como esses componentes são explorados pelo Lighting Designer do grupo.

10 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

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Vitrine A PreSonus está distribuindo sua mais nova StudioLive AR-USB hybrid mixer. Leve, versátil e de características incrementadas, o equipamento é construído com conexões analógicas e ferramentas digitais para performances ao vivo e em estúdio.

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Rápidas e Rasteiras A Christie, empresa que entrega soluções visuais e de áudio, confirmou uma nova parceria no Brasil com a Microsens, que servirá como uma parceira de distribuição para seus produtos empresariais Christie.

24 Play Rec O Coletivo Chama lança o CD Todo Mundo é Bom. Nas faixas, o ouvinte poderá identificar sentimentos como sarcasmo, auto-indulgência e inocência.

30 Mic de alta performance O TSI 8099 é um microfone profissional sem fio UHF - 99 CANAIS - indicado para templos religiosos, P.A, musicais, karaokê, rádio e TV.

64 Vida de Artista No primeiro de uma série de artigos, Luiz Carlos Sá mergulha, junto com a música, rio adentro desse Brasil. Guarda uma memória especial de cada lugar, que reservavam até mesmo algumas surpresas.


Expediente

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Captando som no cinema

Festas populares, música na rua, equipe pequena, necessidade de agilidade. Como fazer o projeto de som de um documentário musical? Como ser fiel ao frescor das festas populares sem perder a qualidade sonora? Um mergulho no set de filmagens de Cariri, Caruaru, Carioca revela como foi esse trabalho minucioso da equipe técnica.

CADERNO TECNOLOGIA 32 Logic Pro

42 Ableton

Sim. É possível ter um controle mais efetivo das mixagens utilizando os faders VCA, o recurso de automação de regiões e os modos Relative e Trim!

38 Pro Tools Se por um lado o Pro Tools é referência quando o assunto é produção de áudio, por outro, ainda sofre de muito preconceito quando o assunto é MIDI. Veja como construir métodos de gravação com instrumentos virtuais.

CADERNO ILUMINAÇÃO 56 Vitrine iluminação O Spiider é um superpotente WashBeam da próxima geração de LEDs que usa uma combinação de 18 LEDs de 30 watt mais 1 de 60 watt, resultando em um sistema de zoom óptico 12,5:1, variando de um estreito ângulo Beam de 4° a um Wash mais amplo de 50°.

O Live tem a fama de ser uma plataforma incrivelmente amigável com praticamente todos os tipos de hardwares. Basta acoplar um teclado, controlador MIDI, pad, mesa de iluminação ou outros computadores em linha e tudo sai funcionando sincronizado às mil maravilhas!

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Danielli Marinho Reportagem: Danielli Marinho e Miguel Sá Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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Entre o real

e o desejado E

stamos a um mês do ano de 2017, mas se perguntarmos à maioria dos empresários brasileiros o que esperar do próximo ano talvez a resposta seja “se não ficar pior, está bom”. O otimismo que começou com as mudanças políticas, agora mostra um certo arrefecimento por conta dos ajustes adotados pelos governantes, medidas que se mostram paliativos e sem muito efeito positivo a longo prazo. Desde o ano passado, a adoção de medidas para aumentar a receita e, há pouco tempo, a implantação da meta fiscal, contribuem para um desgaste ainda maior da economia. Sem a revisão dessas medidas, como aumento do CIDE sobre importações e exportações de manufaturados, gasolina, empréstimos, receitas financeiras das empresas e aumento do IOF para compra de dólares, os próximos anos ainda ficam nebulosos. Além do desafio de fazer a economia voltar a índices aceitáveis, o país ainda passa por um processo de perda de credibilidade junto aos estrangeiros. Seria essa uma oportunidade para nos reinventarmos? Embora a economia esteja com o pé no freio, há empresas que não conheceram a palavra crise. Teriam elas tido a capacidade de se reinventar antes de tal crise chegar, e a capacidade de se reinventar é necessária à qualquer época ou local? Em administração, a matriz BCG auxilia os profissionais de marketing e vendas a analisar os produtos que são comercializados pela empresa. Nessa análise, serão identificados aspectos importantes para a manutenção de produtos, indicando a possibilidade de crescimento, a sua condição perante o fluxo de caixa, a aceitação do público etc. Obter o controle dos processos e do panorama do mercado em que se está inserido pode nortear e até mesmo desmistificar alguns dogmas prescritos na empresa, explicitando a diferença entre o real e o desejado. Pode também evitar a tomada de um caminho errôneo, que, a princípio, até pode se mostrar mais interessante, mas a longo prazo se torna nebuloso e demasiado convexo. Boa leitura! Danielli Marinho

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GUSTAVO VICTORINO | www.backstage.com.br

na paradisíaca cidade do litoral norte do Rio de Janeiro. Astros e estrelas nacionais e internacionais voltam a se apresentar de forma totalmente gratuita pelos palcos espalhados pela cidade. A mudança no calendário foi um pedido dos empresários da região que não abrem mão do evento que movimenta milhões de reais na economia da região. No cast nacional a presença de Wagner Tiso e Gilson Peranzetta já garantem a qualidade de sempre ao Rio das Ostras Jazz & Blues 2016. No cast internacional destaque para a americana Deanna Bourgart, saxofonista e pianista de blues e soul, além do veterano baixista Bob Stroger.

ROCK IN RIO 2017

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LIBERDADE?

Em mais uma edição da Expomusic, fica evidente a importância do evento como centralizador de ações de marketing num mercado que mesmo diante da crise econômica do país, mostra uma resilição digna de aplausos pela sua capacidade de se reinventar.

Por mais que tentem me explicar, não consigo entender como um tal de Kanye West consegue notoriedade e fama nos EUA. O cara não sabe cantar, não sabe compor, ataca a tudo e a todos a ponto de chamar a Taylor Swift de vadia na letra de uma música e ainda se intitula rapper. E fica tudo por isso mesmo. Chamam isso de liberdade? Pobre música americana...

DESERT TRIP O Desert Trip Festival que aconteceu no mês passado na cidade de Índio, na Califórnia (200 km de Los Angeles) foi uma das maiores reuniões de astros do rock dos últimos tempos. Os números que envolveram o evento foram assustadores a começar pelo orçamento principal de US$ 180 milhões. Tendo como atração principal super astros como Rolling Stones, Bob Dylan, Paul McCartney, Neil Young, Roger Waters e The Who, o evento foi marcado por farpas entre as estrelas e uma disputa de “beleza” sempre prevista quando se reúne um grupo de megastars. Mas como também previsto, os shows foram sensacionais.

RIO DAS OSTRAS JAZZ & BLUES 2016 Nesse mês o maior festival do gênero na América Latina abre os seus microfones

Começou a venda antecipada de ingressos para o evento que acontece na cidade do rock, na capital carioca, em setembro do próximo ano. Aerosmith, Red Hot Chili Peppers e Maroon 5 são algumas das atrações confirmadas.

EXPOMUSIC Mesmo desconsiderando os números em queda, uma avaliação conceitual da feira precisa rigorosamente passar pelo componente do custo. A começar pelo estacionamento (40 reais por dia) e chegando aos serviços secundários, passando por taxas e outras despesas, tudo tornou a Expomusic um evento caro mesmo para grandes empresas. E olha que a maioria já está no estado de SP. Criticar quem abandona o evento é fechar os olhos para uma realidade que precisa mudança urgente. O novo local (Parque do Anhembi) não despertou paixões e mereceu algumas críticas pontuais. A Francal e a Abemúsica estão avaliando o feedback recebido e devem mudar algumas coisas para 2017.

SONOTEC A crise assusta e a Sonotec passa. Ao consolidar um aumento de vendas em grande parte do seu catálogo a empresa de Presidente Prudente se mostra sinônimo de seriedade e competência. Marcas mundiais como Takamine e Grestch


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR puxam as vendas para as cada vez mais surpreendentes guitarras, baixos e violões da Strinberg, a marca própria da empresa. Parece que reclamar de crise não é parte da filosofia do Grupo Renaer, leia-se Sonotec, Musimax, Staner e Eros.

BURRICE Falar mal ou torcer pela decadência da Expomusic é uma burrice inimaginável. O maior encontro do segmento na América Latina é o catalisador de uma dúzia de eventos paralelos que acontecem no mesmo período em SP e se sustentam exatamente na feira mãe. Me desculpem os pessimistas e azarentos, mas agourar a Expomusic é como torcer contra o piloto estando dentro do avião...

destaque na Expomusic. A criatividade aliada a qualidade e durabilidade do produto tornam os amplificadores da Next Pro um dos melhores produtos brasileiros da atualidade. A tecnologia embarcada nos aparelhos é de dar inveja às maiores empresas do planeta no segmento de amplificação de áudio. Quem usa se desmancha em elogios e isso estará nas páginas da Backstage em breve. Em matéria especial você vai conhecer a mágica de um produto espetacular desde a sua concepção até a construção. E também 100% brasileiro...

MISTÉRIO O Rogério Raso, da Santo Ângelo, não apareceu na feira. Tava viajando... Vem coisa aí !

SGT Anote essa marca... É a nova grife do mestre Seizi Tagima, agora em parceria com outro craque, Lendro Walczak. As guitarras são de sonho e os preços ficam abaixo das guitarras intermediárias das grandes marcas. A babação na Expomusic foi um indicativo de que a parceria veio para ficar. Em breve a Backstage mostra uma matéria especial com imagens inéditas e a história da nova fábrica da dupla de estrelas da luthelaria brasileira.

ORGULHO BRASILEIRO A Alba cresce a olhos visto e já exporta para vários países. As baquetas brasileiras fazem sucesso pela qualidade e durabilidade muito cima da média. Lentamente essa empresa 100% nacional liderada pelo Roberto Ferreira conquista mercados lá fora e já está entre as melhores do mundo no segmento. Ponto para a competência e talento...

NEXT PRO A linha de amplificadores de áudio da empresa de Valinhos é sempre

VATICÍNIO Converso com o Aldo Storino, da Izzo, e ele dá na lata... “A hora não é de chorar, é de trabalhar”. Assino embaixo.

OLHAR PARA DENTRO Do Juliano Waldman, da Equipo: “Nesse momento as empresas precisam olhar também para dentro, cortar custos, racionalizar operações e usar prudência”. Para o executivo, esperar que o mercado resolva por si só todos as dificuldades econômicas é apostar na acomodação. Joey Brown, o novo gerente comercial da Equipo, e Mike Maeda, agora o homem do marketing, discretamente confirmam novidades no horizonte.

NOVIDADE A Oneal lançou sua nova linha de amplificadores de instrumentos e ampliou ainda mais o seu já rico catálogo de produtos. O Anderson, dono da Oneal, é um inquieto e isso o fez construir uma das maiores indústrias de áudio da América Latina. Jeferson Costa, gerente de vendas da Oneal se mostra feliz com a boa receptividade do mercado à nova linha de produtos e espera uma natural conquista de espaço num segmento tão competitivo.

SUCESSO O Encontro de Negócios do Mercado da Música mais uma vez confirmou o sucesso e o crescimento constante. O evento que acontece paralelamente à Abemúsica contou com dezenas de empresas de todos os portes e mostrou uma força comercial que já desperta a atenção pelo baixo custo e objetividade no trato das relações comerciais. Algumas empresas participaram dos dois eventos simultaneamente e tiraram suas próprias conclusões. Em 2017 saberemos quais.

BORNE No encontro de negócios, a fábrica de Guarulhos outra vez foi destaque. A Borne cresceu e abriu espaço pela criatividade, beleza e qualidade dos seus produtos. A nova fábrica nos arredores de SP está quase pronta e totalmente operacional, ampliando ainda mais a capacidade produtiva da marca que conquistou alguns dos melhores músicos do Brasil na Festa Nacional da Música, no sul do país.

AVALIAÇÃO Do presidente da Abemúsica, Synésio Batista: “Mais do que nunca a Abemúsica está ouvindo o mercado, ele sempre encontra os seus caminhos e soluções, mas precisamos trabalhar para isso também com ações efetivas”.

FESTA NACIONAL DA MÚSICA 2016 Agora em Porto Alegre, o maior encontro da música brasileira mais uma vez foi um sucesso. Mês que vem conto tudo o que aconteceu nos bastidores.

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VITRINE ÁUDIO| www.backstage.com.br 12

STUDIOLIVE AR USB HYBRID www.presonus.com A PreSonus está distribuindo sua mais nova StudioLive AR-USB hybrid mixer. Leve, versátil e características incrementadas, o equipamento é perfeito para mixers de músicos, é construído com conexões analógicas e ferramentas digitais para performances ao vivo e em estúdio. A série inclui três modelos: o 18channel USB StudioLive AR16, 14channel StudioLive AR12 USB e 8 canais StudioLive AR8 USB. Compatível com Windows, 24 bits, 96 kHz, interface de áudio 2,0 que pode capturar todos os canais de entrada e uma mix principal USB. O usuário também pode criar gravações multitrack com um clique no Capture™, software de gravação ao vivo PreSonus, e em seguida, misturar, editar e distribuir a partir do estúdio One®.

TX 4X1000 www.taigar.com.br A TAIGAR lança o TX 4X1000, Amplificador classe AB de muita versatilidade, é perfeito para instalações fixas ou monitoramento de palco, enviando quatro vias de amplificação com potência de 1000 Watts RMS cada uma, trabalha em até 4 ohms e, por ser fullrange, conta com muita definição na faixa dos 20Hz a 20000Hz. Encontra-se nas melhores lojas do Brasil.

ATW-1102 http://proshows.com.br/produto/Audio_technica/ATW-1102 O sistema sem fio digital ATW-1102 com transmissor de mão dinâmico cardióide da Audio-Technica reproduz áudio de altíssima qualidade com 24-bits em 48 kHz. Sua faixa de operação em 2,4 GHz é livre das interferências advindas das TVs digital e analógica. Um sistema inovador de diversidade tripla de transmissão e recepção utiliza duas antenas e transmite o áudio em duas frequências e em dois intervalos de tempo diferentes, minimizando a ocorrência de cortes no sinal, estendendo o raio de operação e permitindo o uso de até 8 sistemas simultâneos com uma latência incrivelmente baixa de 3 milissegundos. Compre agora em: http://proshows.com.br/produto/ Audio_technica/ATW-1102


S7000 DLIVE www.allen-heath.com Quando muitos consoles digitais tentar recriar a experiência de usar mixers analógicos, a proposta da dLive é ser um verdadeiro console digital, herdado da familiaridade da marca com essa tecnologia. As telas de 12" touchscreens capacitivas individuais ou duplas nos consoles dLive fazem com que o usuário se sinta instantaneamente familiar ao equipamento. O modelo S7000 é a maior superfície de controle na família dLive, com 216 fader strips. Ele apresenta 36 faders mais de 6 camadas, 12" dual telas sensíveis ao toque capacitivo e o inovador UI Harmony dando um dos fluxos de trabalho mais rápidos. O console ainda possui 8 XLR mic/line in, 8 XLR line out, 1 link redundante DX para expansão I/O, entre outras características.

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ATM510 www.proshows.com.br O microfone dinâmico cardioide ATM510 da Audio-Technica possui um novo sistema de amortecimento para redução dos ruídos de manipulação e de palco. Sua reprodução de sons vocais é macia e natural com baixo nível de ruído. Uma construção robusta com sistema magnético com imã de terras-raras e um globo com estágios múltiplos para proteção contra sons plosivos fazem do ATM510 a escolha perfeita para aplicações profissionais de palco. Possui 1 (um) ano de garantia. Compre agora em: http://proshows.com.br/produto/Audio_technica/ATM510

X-LITE SERIES SPEAKER 14

www.fbt.it Construído a partir de caixas de polipropileno, a série X-LITE apresenta um design elegante, incluindo 3 pegas de transporte e 4 pontos M10. Além disso, a grelha frontal completa oferece proteção completa, oferecendo elegância e robustez. As características incluem built-in módulos amplificadores Classe D proporcionando uma 1000W incrível de energia para satisfazer as aplicações mais exigentes, enquanto o DSP user-friendly permite a seleção de 4 EQ predefinidos para adaptar perfeitamente o desempenho do seu XLITE com suas necessidades de som. Além disso, a série X-LITE é verdadeiramente versátil, oferecendo um painel de controle profissional que lhe permite definir configurações com ou sem subs. Você ainda pode estender a resposta de baixa frequência XLITE, com X-SUB 18 “subwoofer alimentado.

SÉRIE GX www.qsc.com A série de amplificadores GX, da QSC, é ideal para profissionais da área de entretenimento que precisam ter o máximo de performance e portabilidade dentro de um orçamento limitado. As características da marca, qualidade profissional de áudio, engenharia meticulosa, fabricação precisão e confiabilidade a longo prazo, são todas intrínsecas à série GX. Além dos modelos dos equipamentos dessa série terem estilo contemporâneo, possuem ainda entrada múltipla / saída opções, peso leve, e circuitos de proteção avançada. Um das características dos amplificadores GX é a proteção guard-rail, que proporciona potência de pico total, evitando sobrecargas prejudiciais. Durante um recorte excessivo, ou superaquecimento extremo, o guard-rail reduz o ganho apenas o suficiente para preservar a integridade da música e proteger os alto-falantes, sem níveis de distorção excessivos ou desligamentos.


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Selo SESC lança documentário Oboé, fagote, clarinete, flauta e saxofone. Esses instrumentos, presentes nas orquestras sinfônicas e também nas músicas instrumentais e populares, são os atores principais do mais recente documentário que o Selo Sesc lançou em outubro. A Democracia das Madeiras, apresenta uma visão panorâmica desses instrumentos, tão distintos entre si, mas que juntos formam a democrática “família das madeiras”: instrumentos que convivem harmoniosamente nas orquestras. O documentário foi gravado durante cinco dias em 2014, no Sesc Consolação. O livreto de 110 páginas que acompanha o DVD ainda revela informações como variações de cada família de instrumentos de madeira e sua história. E mostra os passos necessários para estudar cada um dos instrumentos apresentados. São 56 minutos de duração, apresentando performances de músicos

como a flautista Cássia Carrascoza, o fagotista Fábio Cury, o Quinteto Villa-Lobos, o grupo de clarinetes Sujeito a Guincho e o Quarteto Saxofonia. Apresentado pelo crítico de música João Marcos Coelho, “A Democracia das Madeiras” apresenta o conceito musical que reúne instrumentos de sopro que funcionam por meio da vibração de palhetas de madeira. Este é o terceiro documentário da série O Som da Orquestra, projeto do Selo Sesc criado com o intuito de apresentar os instrumentos que compõem uma orquestra. Outros dois DVDs integram a série: Piano – Uma história de 300 anos (2011) e A Família das Cordas (2013), ambos com direção de Marcelo Machado e roteiro e concepção do jornalista e crítico musical João Marcos Coelho. O DVD custa está à venda nas unidades do Sesc e pelo site http:/ /www.sescsp.org.br/livraria

Prêmio Global Excellence Award A Shure foi reconhecida como uma das vencedoras do Global Excellence Award 2016, prêmio que celebra a excelência global concedido pela Global Presence Alliance (GPA). Como um reconhecimento a fabricantes e fornecedores líderes nos setores de audiovisual (AV) e comunicações unificadas (UC), a premiação anual Global Excellence Awards homenageia as empresas que apresentam o mais elevado nível de compromisso para oferecer experiências superiores a associados da GPA e clientes de todo o mundo. A Shure passou a integrar o Programa de Fornecedores Credenciados da GPA em janeiro de 2016. A Shure recebeu o Global Excellence Award na InfoComm 2016, realizada em Las Vegas. Para obter mais informações sobre a Shure e a Global Presence Alliance, viste www.shurebrasil.com ou www.global-presence.org

AES BRASIL MUDA DE DATA Tradicionalmente realizada no mês de maio, em 2017 a AES Brasil Expo acontecerá em agosto, em conjunto com a SET Expo. O evento será entre os dias 21 a 24 no Centro de Convenções Center Norte – Pavilhão Vermelho, tornando-se o principal encontro de mídia e entretenimento audiovisual com mais de 200 expositores representando mais de 500 marcas nacionais e internacionais e um público esperado de 18 mil participantes. A parceria entre a SET e a AES propiciará sessões conjuntas de conteúdo programático de interesse de ambos públicos, inclusive em outros eventos realizados por ambas entidades ao longo do ano.

MICROSENS É A MAIS NOVA PARCEIRA DA CHRISTIE A Christie, empresa que entrega soluções visuais e de áudio, confirmou uma nova parceria no Brasil com a Microsens, que servirá como uma parceira de distribuição para seus produtos empresariais Christie, LED e Soluções de Video Wall. A Microsens é uma das maiores distribuidoras de video wall e tela plana no Brasil e é bem reconhecida por seu serviço de alta qualidade e suporte. Por sua vez, como uma das parceiras da Christie, a Microsens vai oferecer diversas soluções Christie, incluindo video walls LED; projetores LCD, 3DLP e 1DLP; processadores de vídeo; soluções de colaboração Christie Brio; displays premiados incluindo Christie MicroTiles; a nova geração de telas planas de LCD e muito mais.


Energia Sustentável No dia 28 de setembro, a Shell apresentou à imprensa seis novos projetos mundiais que priorizam o uso de energia sustentável. O encontro com os jornalistas aconteceu na Comunidade Santa Marta, em Botafogo, na capital fluminense, e teve no encerramento o lançamento do videoclipe da campanha #makethefuture, com show da cantora britânica Kish e de Luan Santana. Entre os projetos, destaca-se a inciativa brasileira Insolar, placas solares que já vêm sendo implementadas na própria comunidade do Dona Marta, e das placas Pavegen, que gera energia com o movimento e foram instaladas em um campinho de futebol da Comunidade da Mineira, também no Rio de Janeiro, para abastecer os holofotes de LED em torno da quadra esportiva.

Prolight+Sound Russia bate recorde Mais de 16 mil visitantes. O número foi um aumento de 11% em relação ao ano de 2015. O evento durou quatro dias e incluiu demonstração de produtos, encontros, oportunidades para desenvolvimento profissional, além de diversos estandes de expositores. A quinta edição da feira aconteceu no SokoIniki Exhibition and Conference Center, no coração de Moscou e atraiu 144 empresas, entre distribuidores e fabricantes que apresentaram as novidades em instrumentos musicais, produtos e tecnologia de iluminação e sonorização. Durante o período da feira também foi possível participar de cerca de 200 eventos distintos organizados por e para profissionais do setor, bem como encontrar marcas top nas áreas de música, som e iluminação. Mais informações nos websites www.nammmusikmesse.ru e www.prolight-namm.ru

DJ Francês tem música com 7 milhões de visualizações. É provável que até ler essa notícia, o jovem DJ e produtor francês Kungs já tenha ultrapassado essa marca com seu novo single, Don’t You Know. O artista, que vai lançar o primeiro álbum dia 4 de novembro, está se destacando na cena eletrônica internacional e é dono da música mais buscada no Shazam Brasil por 10 semanas consecutivas. Kungs é um DJ e produtor francês de apenas 19 anos e seu trabalho mais conhecido This Girl (colaboração com o trio australiano Cookin’ on 3 Burners) tem mais de 117 milhões de views no Youtube. Já o novo single Don’t You Know passava dos 7 milhões até o final de setembro.

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LPL Investe em 90 BMFLs A LPL investiu recentemente em 90 WashBeams BMFL da Robe. Os equipamentos vieram somar às 400 luminárias da Robe já existentes no estoque da companhia. A LPL oferece serviços para aproximadamente 800 shows e eventos por ano de diferentes tipos e tamanhos, fornecendo cobertura para múltiplos setores, incluindo shows musicais e grandes turnês, festivais, eventos corporativos, bem como produções teatrais e de TV. Caio Bertti, um dos cinco diretores da empresa e também lighting designer comentou que a companhia acredita que ter os WashBeams BMFL em estoque vai ajudar na criação de nova demanda por estas luminárias de alta potência no Brasil todo.

ECAD faz levantamento da obra de Renato Russo Autor de clássicos inesquecíveis, que inspirou e continua inspirando gerações, o vocalista da Legião Urbana tem 147 obras e 304 fonogramas cadastrados na base de dados do Ecad. O levantamento das obras aponta as 20 músicas mais tocadas nos segmentos de Show e de Casas de Festas, Casas de Diversão, Música ao Vivo, Sonorização Ambiental e Rádio, em todo o país, além das 20 canções de sua autoria mais gravadas. Um exemplo é um dos sucessos mais emblemáticos, Faroeste caboclo, com 12 fonogramas registrados.

MA Lighting tem novo distribuidor na Malásia A companhia acaba de escolher um novo parceiro para representar a marca no país asiático. A Total Solution será o distribuidor exclusivo dos equipamentos MA Lighting também em Singapura, onde a empesa é líder em distribuição de equipamentos premium de iluminação profissional, video e produtos para rigging na Ásia. A Total Solution também começou um serviço regional em 2005 para dar suporte pós venda aos seus clientes.

PIANISTA BRASILEIRO É INDICADO AO GRAMMY LATINO O músico, pianista e engenheiro de som Bruno Miranda é um dos indicados à 17ª edição do Grammy Latino. O músico concorre com o álbum Mosaico na categoria Melhor Álbum Instrumental. Esta é a segunda vez que seu nome recebe indicação para o maior prêmio da música. Em 2015, Bruno disputou na categoria Engenheiro de Áudio pelo disco I Make You Want To Move, do norte-americano José Valentino e da banda The Latin Jazz Ensemble. Esta é a segunda vez que artista concorre ao mais importante prêmio da produção fonográfica.


14º Rio das Ostras Jazz & Blues Festival

De 18 a 20 de novembro, Rio das Ostras, balneário a 170 quilômetros do Rio de Janeiro, realizará a décima quarta edição do Rio das Ostras Jazz & Blues. Serão 13 shows totalmente gratuitos por três palcos da cidade - Praça São Pedro, Lagoa de Iriry e Costazul. A programação de 2016 promoverá o encontro de grandes nomes do jazz e do blues, além de apresentar novos expoentes do gênero no palco da Praça São Pedro. A abertura do festival será na sexta-feira, dia 18, em Costazul, com a Orquestra de Sopros de Rio das Ostras. Participam do 14º Rio das Ostras Jazz & Blues o guitarrista Bob Stroger - premiado duas vezes com o Blues Music Award de melhor baixista de blues - acompanhado pela The Headcutters Blues Band, banda de Itajaí (SC), que se destaca na nova geração do blues nacional; Danny Vicent, guitarrista argentino, que se apresentará ao lado do gaitista Flávio Guimarães, criador do Blues Etílicos; Deanna Bogart, multi-instrumentista e cantora americana de blues - vencedora de três Blues Music Awards na categoria melhor músico de sopro, que sobe ao palco com a Big Joe Manfra Blues Band, formada por Big Joe Manfra, Claudio Infante e César Lago. A programação do festival traz ainda Dudu Lima Trio e Wagner Tiso, em um tributo a Milton Nascimento; o maestro e multiinstrumentista Gilson Peranzzetta, considerado um dos maiores arranjadores do mundo, acompanhado da Brass de Pina, banda formada por grandes nomes da música instrumental brasileira. Ainda nesta edição do Rio das Ostras Jazz & Blues a música eletrônica se mistura ao jazz na performance da Bocato Jazz Acid; e a fusão da música africana e brasileira vem com o grupo Afro Jazz, com participação especial de Jesuton.

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AES Brasil realiza encontro regional no Rio A Sociedade de Engenharia de Áudio (AES), por meio de sua seção Brasil, realizará entre nos dias 17 e 18 de novembro um encontro regional no Rio de Janeiro trazendo diversas palestras e atividades voltadas para o aprimoramento de profissionais e estudantes do áudio profissional. O evento será realizado em parceria com a UFRJ, UFF, IATEC, UNESA e MAC na Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A ação faz parte da estratégia da AES para retomar suas atividades regionais e fomentar as comunidades locais de profissionais e estudantes de áudio profissional. Para este encontro estão programadas mais de 15 sessões com especialistas em diferentes áreas do áudio dando a oportunidade à audiência de aprender e interagir com profissionais do mercado. Entre os temas abordados estão composição sonora, criação de projetos em estúdios, restauração de gravação, processamento de linguagem, pesquisa, produção de trilhas musicais, áudio para televisão, áudio forense e saúde auditiva. Confira a programação completa no site do evento.

Shure é uma das empresas mais inovadoras A Crain’s Chicago Business reconheceu a Shure como uma das dez empresas mais inovadoras da região de Chicago. Todos os anos, a lista “Eureka! Chicago’s Most Innovative Companies”da publicação utiliza dados do Ocean Tomo – um banco de investimento local especializado em propriedade intelectual – para avaliar o diferencial de patentes de titularidade de empresas de Illinois, além de outros fatores como a probabilidade de uma empresa realizar mais investimentos para manter, defender ou aplicar esse diferencial a um produto. Cada organização analisada recebe uma pontuação, que é uma média de todas as patentes que lhe foram concedidas durante o ano. A lista completa relaciona 25 empresas com ideias inovadoras e portfólios de patente de alta qualidade, e é classificada não pela quantidade total de patentes, mas segundo o nível de qualidade e singularidade da inovação.

X AIR X18 18 canais, 12 Bus Mixer digital para iPad / Tablets Android com 16 programas MIDAS, Módulo Integrado Wi-Fi e Multi-Canal USB Audio Interface. Essas são apenas algumas das características desse equipamento que a Behringer apresenta ao mercado. Incorporando a mesma tecnologia do X32, o equipamento também serve como plataforma nos tablets, incluindo iPad e Android. É ideal tanto para aplicações de estúdio ou ao vivo, graças ao seu módulo preamp WiFi 16 preamps MIDAS – desenvolvido para um controlado controle sem fio - e uma interface de áudio ultra-rápida, USB bidirecional. Para saber mais, acesse: www.music-group.com


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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

TODO MUNDO É BOM Coletivo Chama Composto pelos compositores Cezar Altai, Fernando Vilela, Ivo Senra, Pedro Sá Moraes, Renato Frazão, Sergio Krakowski, Thiago Amud e Thiago de Mello, o Coletivo Chama lança seu primeiro CD: um trabalho com composições de todos os integrantes e arranjos de Thiago Amud e Ivo Senra. Nas faixas, o ouvinte poderá identificar sentimentos como sarcasmo, auto-indulgência, inocência. Todo mundo é bom também pode ser a glosa de certa inocência praticada por um poeta como William Blake em suas Canções da Inocência, e, em seu disco, o Coletivo Chama pode estar decididamente dando as costas às pequenas e grandes maldades que parece que o obcecam na maior parte de suas canções. E aí fica a pergunta: será que os homens, a despeito de seus erros, são todos bons? O CD já está disponível para download no site do Coletivo (www.coletivochama.com) e nas principais plataformas de streaming.

PRESENTE Ronald Valle Depois de uma participação com o grupo Céu na Boca, na década de 80, o cantor e compositor Ronald Valle retoma agora sua carreira artística de mais de três décadas com o lançamento de Presente. O disco traz canções autorais e coautorais, com parceiros como Alfredo Karam, Mu Chebabi e Alexandre Lemos, que revelam o ritmo alegre, as letras inteligentes, a variedade de estilos e o extremo cuidado nos arranjos e na produção fonográfica do próprio músico com o parceiro Fernando Morello, do Estúdio Órbita, no Rio de Janeiro. O CD foi finalizado por meio de um projeto de crownfunding (financiamento colaborativo) no site Embolacha. Como cantor, Ronald já gravou com Milton Nascimento, Edu Lobo, Chico Buarque, Nara Leão, Joyce e Cesar Camargo Mariano. Como compositor, trabalha com criação e produção de trilhas sonoras para publicidade, TV e cinema, tendo composições e arranjos gravados por Milton Nascimento, Paula Morelembaum, Fernanda Takai e Coral Maluquinho.

FARRA DOS BRINQUEDOS Farra dos Brinquedos Criado por cantores e instrumentistas consagrados no cenário carioca, o primeiro CD autoral do grupo realça o lado encantador, poético e brincante da música popular brasileira. O trabalho é um convite às crianças conhecerem de perto essa riqueza e diversidade. O grupo procura fazer um passeio lúdico por canções que retratam o dia a dia da relação entre pais e filhos, seus dramas, dificuldades e alegrias, e são inspiradas pela convivência dos jovens artistas com os pequenos. Estão presentes gêneros como samba, choro, tango, polca, salsa, marcha, baião, xote, maxixe, guarânia, além de jazz e rock and roll. O colorido dos instrumentos e a variedade de intérpretes visam estimular a interação dos pequenos. Farra dos Brinquedos é formado por Pedro Miranda (voz e percussão), Elisa Addor (voz), Marcelo Caldi (acordeom e voz), Daniela Spielmann (saxofones e flautas), Nando Duarte (violão de 7 cordas e contrabaixo acústico), Carlos Cesar Motta (bateria e percussão) e Bebel Nicioli (flauta e clarinete).

O HOMEM BRUXA André Abujamra O disco, o quarto álbum solo do artista, é composto por 10 faixas, oito delas autorais, onde o multiinstrumentista André Abujamra executa diversos instrumentos, além de contar com a participação de instrumentistas em seis músicas do álbum, que tem salsa, sons árabes, arranjos eletrônicos e influências artísticas de Spike Jones, Jerry Lewis, Peter Sellers, Hermeto Pascoal, Frank Zappa, Tadeus Kantor, Denise Stoklos, causando um mergulho delicioso num ambiente cheio de imagens e excitantes experiências sonoras. O CD foi produzido entre fevereiro e março de 2015 e foi gravado no Submarino Fantástico com realização da Omim Produções, produção, direção musical e arranjos de André Abujamra, mixado por Otávio Carvalho e masterizado no estúdio Red Traxx Mastering, em Miami (EUA).


DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

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Com estrutura similar a stageboxes, os dois modelos da séria Ui, da Soundcraft, foram desenvolvidos para aqueles usuários que desejam mixar em diferentes dispositivos e lugares. O equipamento visa oferecer praticidade na hora da mixagem, graças a uma série de características que vão ao encontro das necessidades do operador. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

SOUND A

série de mixers Ui é composta por dois modelos de mixers digitais wireless, o Ui12 e o Ui16. Ambos possuem estrutura bem parecidas com stageboxes, conexão Wi Fi e Ethernet e são equipados com um sofisticado DSP interno e mecanismos de mixagem, o que garante controle por qualquer dispositivo com compatibilidade ao HTML5. Essa compatibilidade com múltiplas

plataformas permite o controle através de dispositivos IOs, Android, Windows, Mac OS e Linux, comportando até 10 dispositivos de controle simultaneamente. Além disso, os modelos Ui12 e Ui16 apresentam processamento digital integrado da DBX, DigiTech e Lexicon, incluindo o DBX AFS, o amplificador modelador DigiTech Amp. Ambos dão a possiblidade de controlar remotamen-


CRAFT UI te o ganho do microfone e phantom power, juntamente ao EQ paramétrico de 4 bandas, filtro passa-altas, compressor, de-esser e porta antirruído nos canais de entrada.

POSSIBILIDADES E ATUALIZAÇÃO Entre os recursos do mixer, é interessante destacar que ambos mo-

Mixers digitais wireless Soundcraft Ui12 e Ui16

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Um novo ID Sync também foi adicionado, permitindo que outros usuários mantenham canais Sync por meio de múltiplas janelas do browser, em diferentes displays ou mesmo dispositivos.

delos são Mixer Digital controlado via tablet/PC/smartphone, o roteador Wi Fi vem integrado e é possível trabalhar com até 10 dispositivos de controle simultaneamente (tablet / PC / smartphone). O usuário também encontra um analisador de frequência em tempo real de 120 bandas (RTA) nas entradas e saídas, além de 3 buses dedicados de efeitos Lexicon FX: Reverb, Delay e Chorus. Ao adquirir um dos modelos, o usuário poderá fazer um upgrade que adiciona diversas novas características e amplia a compatibilidade do browser e do dispositivo. Para desenvolver as atualizações, os engenheiros da Soundcraft levaram em consideração as necessidades dos clientes que deram um feedback através de uma comunidade na internet. Eles incluíram muitos dos requisitos mais pedidos pelos usuários dentro dessa atualização de firmware. O mais notável é que o software agora suporta o browser Edge da Microsoft, além de

agora o modelo Ui12 incluir características de gravação, o que antes só podia ser encontrado no Ui16. A introdução de uma senha mais segura a fim de proteger o Access Limitation System (sistema de acesso limitado) agora dá aos engenheiros de mixagem um certo conforto e mais segurança também. É possível fazer uma grande variedade de limitações, dando uma total flexibilidade nas áreas da mix para controle individual. Um novo ID Sync também foi adicionado, permitindo que outros usuários mantenham canais Sync por meio de múltiplas janelas do browser, em diferentes displays ou mesmo dispositivos. Em largas ou múltiplas telas, os usuários podem abrir diversas janelas GUI de edição (EQ, DYN e FX) e mantê-las syncadas no canal. Outra opção é a possibilidade de selecionar um canal ou qualquer página e instantaneamente poder visualizar e controlar todos os


Na atualização estão incluídos também o modo MoreMe Portrait ON/OFF, Enable/ Disable SSID broadcast

valores de EQ, DYN e FX por meio de dispositivos e displays. Na atualização estão incluídos também o modo MoreMe Portrait ON/OFF, Enable/Disable SSID broadcast, a possibilidade do Channel MUTE agora funcionar no modo PFL, disponibilidade de uso do pre-fade Aux Send Point Selection e o gerenciador de preset AFS2. A atualização do firmware inclui ainda o MAC Address no Network Settings, um gerenciador de preset local e Reset Local User Settings como característica padrão.

Especificações técnicas Ui12: - Mixer digital wireless compacto – 12 entradas - 4 entradas mic/line (2HIi-Z com amplificador DigiTech) - 4 entradas mic em XLR e 2 linhas de entrada em RCA - 2 saídas bus master e 2 buses aux com DBX AFS2 - Conecta até 10 dispositivos - Entrada USB para playback Ui16: - Mixer digital wireless compacto – 16 entradas - 8 entradas mic/line (2 Hi-Z com amplificador DigiTech) - 4 entradas mic em XLR e 2 entradas de linha em RCA - 2 saídas bus master e 4 buses aux. com DBX AFS2 - Conecta até 10 dispositivos - Entrada USB para playback e gravação

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O TSI 8099 é um microfone profissional sem fio UHF - 99 CANAIS - indicado para templos religiosos, P.A, musicais, karaokê, rádio e TV. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

TSI 8099 UHF

C

om alta performance em recepção e transmissão, o 8099-UHF é um microfone que trabalha com frequência em UHF com oscilador sintetizado de última geração, dispondo de 99 canais pré-ajustado entre as frequências de 768 a 797 MHz. Utilizando a tecnologia DIVERSITY com um range dinâmico acima de 120db, o resultado é um microfone de resposta alta e clara com padrão profissional. Entre as especificações técnicas do receptor, podemos destacar: • Alimentação requerida: 12 a 16 vdc, 300 ma (mínima). • Estabilidade: 10PPM • Frequência de trabalho: UHF 768 a 797 MHz • Impedância de saída: 600 O • Máximo desvio de frequência: 50 Hz • Oscilador sintetizado a cristal • Receptor: diversity 2 antenas

• Rejeição de espúrios: 75dB típico • Rejeição de imagem: 85dB típico • Relação sinal/ruído: >105dB T.H.D.:<0.5%@1kHz • Resposta de frequência: 40 Hz a 16 kHz • Saídas independentes balanceadas (XLR) e desbalanceada (P10). • Sensibilidade: 1.6uV @ sinad =12dB As especificações técnicas do microfone: • Alimentação: 2 pilhas AA1.5V • Cápsula: Dinâmica • Display LCD • Emissão de espúrios: <40dB (with carrier) • Estabilidade de frequência: 0,0005% • Frequência de trabalho: UHF 768 a 797 MHz • Padrão polar supercardióide • Potência de saída: 10mv • Resposta frequência: 40 Hz a 16 kHz


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mixagens no É possível ter um controle mais efetivo das mixagens utilizando os faders VCA, o recurso de automação de regiões e os modos Relative e Trim.

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TECNOLOGIA| LOGIC | www.backstage.com.br

X

Controle suas

Figura 1

LOGIC PRO

Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio

E

ntre as várias inovações do Logic, os faders VCA ajudam a controlar os níveis de mandadas pós-fader. Vamos, como sempre, abordar os conceitos primeiramente. VCA é a sigla para “Voltage Controlled Amplifier” cuja tradu-

ção pode ser “Amplificador controlado por tensão/voltagem”. É um termo muito comum, principalmente para quem trabalha com mesas de som analógicas. Para mesas digitais, o termo é DCA, ou seja, “Digital Controlled Amplifier” – amplificador controlado digitalmente. Há duas maneiras básicas de agrupar canais individuais: você atribui canais individuais para um subgrupo ou grupo VCA, assim é possível utilizar um único fader para controlá-los ao mesmo tempo. A diferença ao usar subgrupos é que, neste caso, você somará sinais e depois poderá aplicar ganho, o que nem sempre é vantajoso pelas distorções que podem ser geradas. Em termos de efeitos, a utilização de subgrupos gera melhor organização. A partir da versão 10.1 do Logic Pro X é possível utilizar faders VCA para controlar o nível relativo de outros faders. Da mesma forma que um subgrupo possibilita atribuir qualquer quantidade de canais e bus para um único agrupamento, porém sem fluxo de áudio normal. Para exemplificar seu uso, imagine que você possui várias trilhas de cordas e para cada uma você utiliza um Bus para adicionar efeitos de reverberação. Ao enviar as saídas das trilhas para esse bus, ao incrementar ou diminuir o fader alterase a razão entre o som original (dry) e o


Figura 2

com efeito (wet). As trilhas terão seu volume alterado, porém o nível de reverberação será mantido. Essa seria uma situação em que a utilização de um grupo VCA possibilitaria que o nível de cada canal fosse alterado individualmente, e desta forma, o sinal que vai

para cada mandada também seria reduzido. Ou seja, o equilíbrio original da mixagem (pós-fader) é mantido. Para entender melhor como utilizar os VCAs num projeto, vou demonstrar com uma música que estou produzindo. Para que os VCAs fiquem

Figura 3

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Figura 4

visíveis no mixer, siga os seguintes passos: abra o Mixer e depois clique no menu View e depois Channel Strip Components e clique na opção VCA (Figura 1). No meu projeto eu criei um VCA para alguns canais que continham alguns

Figura 5

sons ambientes da minha música. Para isso, selecionei com o mouse os canais desejados, cliquei em Ctrl +, cliquei em cima do campo vazio nomeado como VCA. Um menu popup apareceu com a opção “Create New VCA for Selected Channel Strips” - Criar um Novo VCA para os Canais Selecionados (Figura 2). Nos campos que estavam vazios, agora aparece o título VCA 1 (Figura 3) e um novo fader VCA foi adicionado (Figura 3) à direita do Mixer. Com esse fader, é possível controlar o nível do grupo inteiro associado a este VCA. A vantagem é que se algum efeito estiver associado a canais individuais num fluxo pósfader, o nível de sinal enviado será alterado ao utilizar o VCA do grupo. Também não há necessidade de se alterar os canais de saída dos canais individuais, um único VCA pode controlar uma série de canais que são direcionados a diferentes saídas. É possível também criar automação de VCAs. Para isso, utilize Ctrl +, clique sobre a faixa do VCA. Um menu pop-up aparecerá e você deverá clicar sobre Create Track. Uma trilha nova é adicionada à página de arranjos (arrange area) e ali será possível definir as automações desejadas, como numa trilha convencional.


Se você tiver incluído automação numa trilha e deseja alterar algumas partes para ajustes finos, preservando a automação inicial, vale a pena entender os modos Trim e Relative. Para isso, abra uma trilha que já tenha automação e escolha a opção Touch no menu de automação, certificando-se que também esteja selecionado Trim. Acione o Play e mova o Fader, depois aperte Stop. Neste caso, a automação que você fez substituiu toda a automação inicial. Volte alguns passos com a função Undo. Mantenha a opção Touch selecionada e agora mude a conduta de Trim para Relative. Siga os mesmos passos novamente, acionando a reprodução (Play),

movendo o fader e depois parando a reprodução (Stop). Desta vez, você notará que a primeira automação não foi afetada e é possí-

Automation”. Desta forma, fica fácil lapidar a automação e ir aos poucos consolidando até ter os volumes adequados na mixagem.

AUTOMAÇÃO NOS MODOS TRIM E RELATIVE

Se você tiver incluído automação numa trilha e deseja alterar algumas partes para ajustes finos, preservando a automação inicial, vale a pena entender os modos Trim e Relative.

vel ver a nova, sendo que as duas funcionam em conjunto. É possível consolidar as duas utilizando Ctrl +, clicando sobre a automação e escolhendo a opção “Consolidate Relative and Absolute Volume

MUSIC MEMOS No início de 2016, a Apple lançou uma aplicação gratuita para iOS chamada Music Memos. Descrita como a maneira mais fácil para capturar e organizar ideias musi-

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cais, possibilita tornar a gravação de algum instrumento ou voz numa nova música, adicionando acompanhamento rítmico e baixo. Com esse material, é possível abrir o arquivo gerado no Logic ou Garage Band. Na tela inicial você tem uma bolinha central que, ao ser pressionada, dá início

ou bateria), abre-se um pad XY onde é possível definir a complexidade do acompanhamento. Extremamente útil e no mesmo estilo que você tem na Drummer Track do Logic. Para exportar a música, basta pressionar o botão Send e escolher Garage Band, que permitirá que você adicione a música a ele. Escolha enviar para o

O que é muito interessante no Music Memos é que seu uso é quase intuitivo. Após pressionar a bolinha central ou Auto, a gravação se inicia. Aperte a bolinha novamente e a gravação se encerra.

Figura 6

à gravação. Outra forma é apertar Auto do lado esquerdo superior e a gravação se inicia ao reconhecer o áudio. No ícone da gaveta ao centro ficam armazenados os arquivos gravados. E do lado superior direito há um afinador. O que é muito interessante no Music Memos é que seu uso é quase intuitivo. Após pressionar a bolinha central ou Auto, a gravação se inicia. Aperte a bolinha novamente e a gravação se encerra. Clique sobre o símbolo do baixo e da bateria no espaço inferior e estes acompanhamentos são adicionados. Clique sobre o arquivo gravado e entre no modo em que é possível definir a fórmula de compasso, cortar alguns trechos (Trim), ajustar o feeling da gravação. É possível dobrar ou reduzir pela metade o BPM da música, assim como definir as regiões de instrumentos. Algo muito interessante é que ao clicar e manter pressionado qualquer um dos símbolos de acompanhamento (baixo

iCloud Drive, projeto Garage Band e depois o local desejado. Entre no seu iCloud Drive, abra o projeto com o Logic Pro X. Utilizando ferramentas tais como Flex Time e a trilha de Tempo é possível ajustar seu rascunho para um tempo definido. Ajuste também a trilha do Drummer. Ou seja, você tem um material inicial para trabalhar. Teste até encontrar a melhor maneira de utilizá-lo.

Para saber online

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br


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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br 38

TÉCNICAS

AVA NÇ A DA S D E M IDI Cristiano Moura é produtor, en-

PARTE 1

genheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

Se por um lado o Pro Tools é referência quando o assunto é produção de áudio, por outro, ainda sofre de muito preconceito quando o assunto é MIDI.

Métodos de gravação com instrumentos virtuais

L

ogic Pro e Cubase costumam ser vistos como uma melhor solução para produção MIDI, mas independente da opinião de cada um, a verdade é que o Pro Tools já evoluiu muito, e tem a maioria das funções dos concorrentes. Neste artigo, vamos ver alguns destes recursos e técnicas avançadas de gravação e produção MIDI dentro do Pro Tools.

GRAVANDO SEM PRESSA Uma situação corriqueira é do usuário precisar gravar um trecho que exija muita habilidade, como um solo, por exemplo. Para gravar de forma mais confortável, é possível diminuir o andamento da

Fig. 1 - MIDI Controls da Janela Transport

sessão temporariamente para fazer a gravação. Quando concluir, basta voltar ao andamento “oficial”. Para isso, existem várias opções. Talvez a mais prática e que vai funcionar na maioria dos casos é pelo menu Window > Transport. Caso não esteja vendo os controles MIDI (Fig. 1), basta acessar o menu View > Transport > MIDI controls. Por último, basta desligar o botão chamado “Conductor” e digitar o BPM que quiser gravar. Depois de terminar a gravação, é só voltar ao andamento original. Porém, se o usuário precisar gravar algo


Fig. 2 - Step Input

ACRESCENTANDO PERFORMANCE AOS POUCOS Por último, vamos conhecer um recurso que permite o usuário ir gravando sua performance em etapas/camadas, porém registrando no mesmo clip. Novamente, é algo que não seria possível em áudio, pois o usuário teria que obrigatoriamente gravar cada execução em uma nova pista. Isto pode ser útil em diversos casos. Por exemplo, para montar uma leva-

extremamente rápido (como um arpegio numa harpa), em semifusa por exemplo, naqueles casos em que nem abaixando o BPM você se sente confortável, podemos utilizar o recurso Step Input, encontrado no menu Event > Event Operations > Step Input (Fig. 2). Desta vez, a bem da verdade, não há gravação envolvida. “Step” significa “passo” em inglês, e se refere a fazer um registro passo a passo. Ou seja, é um registro nota a nota que será feito com o Pro Tools em stop. Podemos fazer uma analogia com uma partitura, onde o músico vai escrevendo as notas conforme quiser. Não há andamento nem execução envolvida. O funcionamento é bem simples. Primeiro, marque a opção “Enable” para habilitar a função. Em seguida, na opção “destination track”, escolha qual pista você quer fazer registrar as notas. O próximo passo é escolher a duração das notas na opção “step incremation” e comece a pressionar as notas do arpegio em um controlador MIDI.

Por último, vamos conhecer um recurso que permite o usuário ir gravando sua performance em etapas/camadas, porém registrando no mesmo clip.

Isso te dá todo o tempo do mundo para pensar, passo a passo, qual a próxima nota a ser escrita. Mais abaixo, repare que existem configurações relativas ao velocity. “Use Step input velocity” permite que o Pro Tools registre a força de cada nota pressionada pelo usuário. Isso vai garantir um resultado mais natural. Já a opção “Set velocity to” deve ser usada quando o usuário prefere algo preciso, sem oscilações de dinâmica.

da de bateria, o usuário pode primeiro gravar o Hi-Hat e numa segunda passada, gravar o bumbo e caixa. Outra situação: se o usuário tem um controlador MIDI de poucas oitavas, e quer gravar cordas em oitavas distantes, dificilmente será possível gravar a mão esquerda e a mão direita ao mesmo tempo. Então, ele pode primeiro gravar as partes mais graves e numa segunda passada, gravar as partes mais agudas.

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Fig. 3 - MIDI Merge

O controle “Exclude Within” é extremamente útil neste caso, pois serve como uma “área de escape”, fazendo com que o Pro Tools não corrija nada que já esteja próximo do grid.

Por padrão, o MIDI funciona exatamente como o áudio neste sentido. Ou seja, se existe um material gravado e aperta o REC de novo, o material gravado é substituído pelo novo. Temos que mudar este comportamento. Para isso, vamos de novo acessar a janela de transport com a visualização de MIDI Controls habilitado. Por lá, você vai encontrar o botão da função “MIDI Merge” (Fig. 3) que deve ser habilitada. Pronto! Basta realizar uma nova gravação, que você vai reparar que as novas performances são acrescentadas ao que já existe.

AJUDANDO A PERFORMANCE ACONTECER Pelo menu Event > Event Operations temos a opção “Input Quantize”, que nada mais é do que corrigir erros de performance (relacionados à rítmica) logo após que o usuário para de gravar. Para ativar esta função, basta habilitar a função “Enable Input Quantize” (Fig. 4).

Há de se ter um cuidado especial neste caso, pois, por padrão, o Pro Tools vai cravar sua execução 100% no grid, o que pode deixar a performance “perfeita demais”. Vale a pena gastar um tempo nos controles adicionais. O controle “Exclude Within” é extremamente útil neste caso, pois serve como uma “área de escape”, fazendo com que o Pro Tools não corrija nada que já esteja próximo do grid. Em outras palavras, se o músico já tocou perto o suficiente do grid, o Pro Tools “faz uma vista grossa” e deixa quieto. Recomendo começar trabalhar com valores de 10–20%. Agora se o músico tocou muito mal, o Quantize vai atuar. Mas isso não quer dizer que precisa ser uma atuação 100% radical e cravada no grid. Vale a pena deixar um certo nível de flexibilidade também nestes casos. Para isso, usamos a opção “Strength”. Em 100%, o material é colocado no grid matematicamente. O que eu recomendo é trabalhar com valores de 80–90%, que vão apenas aproximar a execução do grid, mas sem a obrigação de ficar perfeitamente alinhado. No próximo mês, vamos mais longe falar sobre técnicas de edição MIDI, incluindo o MIDI Editor e mais funções do Event Operations. Abraços e até a próxima!

Para saber online

Fig. 4 - Input Quantize

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com


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ABLETON LIVE E PUSH Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design

relo e selecione o Driver apropriado para o Push 2!

na Berklee College of Music, em Boston.

O Live, da Ableton, tem a fama de ser uma plataforma incrivelmente amigável com praticamente todos os tipos de hardwares.Você acopla um teclado, controlador MIDI, pad, mesa de iluminação ou outros computadores em linha e tudo sai funcionando sincronizado às mil maravilhas! Mesmo assim, a Ableton criou há algum tempo o Push, que viria a se tornar em uma verdadeira extensão “física” do Ableton Live. Aqui falaremos do Push2 para o Ableton Live.

O

Push 2 vem perfeitamente configurado de fábrica para se comunicar com o Ableton Live. Ou seja, ele é um hardware plug and play! Basta conectá-lo e o Live responde aos seus comados como em um passe de mágica. É sair tocando ou produzindo; incrível!!

Win setup

Faça as configurações básicas para o Push conversar com o Ableton Live e voilá! (já fiz um tutorial explanando detalhadamente o assunto, faça um review em suas matérias caso encontre alguma dificuldade).

Ableton Prefs

Uma geração de novos artistas (músicos) tem se aventurado como Djs e tem se dado muito bem graças ao Push e suas facilidades. É lógico que os tradicionalistas continuam usando os seus Turntables ou turntable midi controller, mas mesmo esses têm cada vez mais se rendido aos encantos do Push.

CONECTANDO O PUSH 2 Abra o Preferences no Ableton Live: (Ctrl +, no PC, ou Cmd +, no Mac). Selecione a aba MIDI Sync, como mostra o retângulo realçado em ama-

Saída USB to comp

Claro que você deve fazer uma ligação “física” via USB com o seu computador! O Push ainda não se comunica via wifi talvez em uma versão futura. O Push 2 vem com essa cara simpática. Atenção: isto não é especificamente um


Push 2

review sobre o Ableton Push 2, mas uma demonstração de como conectá-lo ao Ableton Live, ou ainda uma sugestão para quem quer fazer música como DJ e pensa em usar esse controlador.

rar samples ou loops por cada Pad. Lembrando que são 64 pads mais os seus presets e configurações (64 x N).

AGORA, VAMOS ÀS POSSIBILIDADES Para ter uma ideia básica, usando como exemplo o plugin Drums, que vem no pacote de fábrica, você pode alocar perfeitamente 4 instâncias do Drums, uma para cada quadrante de 16 pads do Push (ele tem 64 pads). No mesmo vibes, você pode tocar notas literalmente alocando escalas exóticas, acordes e, evidentemente, dispa-

Qualquer botão que você toque ou mexa no Push, o Ableton Live responde prontamente. Ele vem com-

Drums

Botton

Playing

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Mesmo assim, e é até óbvio, você pode remapear os comandos do Push ao seu gosto ou nescessidades. Basta apertar o comando de tecla Ctrl + M no PC ou Cmd + M no Mac para entrar em Midi Mapping Mode para fazer suas programações.

Ableton Mapping

pletamente pré-configurado para os pacotes da Ableton, assim que você abre no Ableton Live qualquer instância de plugin, por exemplo, a comunicação se estabelece e aparece nos displays do Push 2. Mesmo assim, e é até óbvio, você pode remapear os comandos do Push ao seu gosto ou nescessidades. Basta apertar o comando de tecla Ctrl + M no PC ou Cmd + M no Mac para entrar em Midi Mapping Mode para fazer suas programações. Assim que você mover qualquer comando no Push, o Live já fica de standby para qualquer alteração ou remapping. E você pode redefinir esses mappings também! Tudo é muito simples e direto com o Push.

Push user mapping

Já me perguntaram várias vezes se podemos usar o Push com outros programas, ou como um controlador Standalone! Sim, claro que é possível. Mas só completando a ideia, digo sempre: Ableton Live e Push foram feitos um para o ou-

Simpler

tro, assim como goiabada com queijo, e ponto. Acho que todos entenderam o recado! Ableton Push é ótimo. Se puder ter um, use isso! Boa sorte a todos!

Para saber online

Mapping

Aproveitando o gancho e sem querer ser prolixo, digamos que você queira editar um Sample em uma instância já aberta do Simpler (Sampler player plugin nativo do Ableton Live), Viyil Drums set, por exemplo. Basta manejar o cursor e lá está o Simpler no display do Push 2. Você pode editar aqui mesmo direto no Controller.

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 46

Carlos Malta e Seu Raimundo Aniceto no Cariri Cearense

Festas populares, música na rua, equipe pequena, necessidade de agilidade. Como fazer o projeto de som de um documentário musical? Como ser fiel ao frescor das festas populares sem perder a qualidade sonora?

Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Mariza Formaggini / Divulgação

OÉ BRASILEIRO, PÍFANO É POP É CINEMA, É SOM X

ingu, Cariri, Caruaru, Carioca é um documentário musical de sucesso, que em 2016 percorreu o Brasil e o mundo mostrando a arte do Pife a partir da experiência do flautista e saxofonista Carlos Malta, criador do Pife Muderno, grupo musical composto por músicos de flauta e percussão que ex-

plora as sonoridades e possibilidades musicais indicadas no pife tradicional. Por isso, a música ocupa um espaço tão importante quanto os depoimentos neste documentário diferente. Só este ano já ganhou o prêmio do Festival INEDIT Brasil 2016 de melhor documentário e participou do Festival de Cine-


de Janeiro, o filme termina com mais um cortejo da praça São Salvador, no Flamengo, até a praia do Flamengo. O megacortejo teve muitas participações especiais, como a flautista Odette Ernst Dias e o percussionista Robertinho Silva.

ROTEIRO

Captando Carlos Malta e Zabé da Loca

Captando crianças no Xingu

ma Latino Americano de Biarritz, na França, e do Festival Internacional de Cine Documental Musical em Barcelona. Também já entrou em circuito em diversas cidades, como Fortaleza e Recife. A qualidade sonora tem que ser máxima, mas realizar documentários tem especificidades que podem dificultar isto: a equipe tem que ser pequena para ter agilidade e não intimidar os entrevistados. Para não perder o calor das cenas, não é possível fazer maiores preparações

A filmagem seguiu algumas premissas. Malta era o personagem principal. Ele seria sempre filmado em dupla com algum dos tocadores de pífano. Durante as entrevistas, o “pifeiro muderno” faria perguntas que demonstrassem as peculiaridades de cada instrumentista e as características de seus instrumentos. “Em vários momentos ele, que é um grande músico, faz a segunda flauta para jogar o protagonismo para os seus mestres. É um filme de relação, de encontros com um músico contemporâneo, que trabalha com uma música mais jazzística, ressignificando os sons tradicionais. O filme é

técnicas. É preciso estar sempre pronto, sempre filmando, sem segundo take, geralmente em condições desfavoráveis para captar o melhor som. Acompanhado do pandeirista Bernardo Aguiar, Carlos Malta foi até a aldeia Ipatse Kuikuro, no Alto Xingu, Estado do Mato Grosso, onde tocaram com flautistas indígenas. Também há conversas e jams com pifeiros do Ceará, Paraíba e Pernambuco, como Isabel Marques da Silva - a Zabé da Loca -, João do Pife, Marcos do Pife e a banda Dois Irmãos, de Caruaru. Esta última se juntou em um cortejo apoteótico com a Banda do Zé do Estado mais Edmilson do Pife na famosa Feira de Caruaru. No Crato (CE), Carlos Malta conversou e tocou com os Altyr captando o ambiente no Xingu irmãos Aniceto. Já no Rio

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 48

Não conheço nenhum amigo que tenha gravado bandas de pífano. É uma experiência muito particular, um instrumento muito agudo, cheio de overtones, tocado, em geral, em lugares abertos. No Xingu, o som estava pronto. (Altyr Pereira)

Damião Lopes

um pouco a síntese desse encontro entre esses dois mundos que são complementares, que tem uma interdependência”, explica a diretora Beth Formaggini. Durante as entrevistas, Carlos Malta se preocupou em mostrar os diferentes sotaques e sonoridades obtidos a partir daquele instrumento de bambu. Sotaques diferentes gerados pelos índios do Xingu e pelos pifeiros de diversas regiões do nordeste. “Uma das raízes é indígena, com as flautas gigantescas que eles tocam; tem o sotaque do Cariri, com os irmãos Aniceto. No filme procuramos mostrar também a hereditariedade e a continuidade e o prolongamento disso quando chegamos no Rio de Janeiro e encaramos um cortejo com 20 tocadores de pífano. O pife ficou pop”, brinca o músico.

PROJETO DO SOM Beth Formaggini considera o som parte importante de seus filmes. “Antes, chamava sempre o Aurélio Dias (falecido em 2012, também baixista de artistas como Fernanda Abreu e Ed Motta). Comecei agora a trabalhar com o Damião Lopes, na parte de design de som”, expõe Beth. O som direto ficou por conta de Altyr Pereira, que também é músico. Para definir o projeto sonoro, foram feitas reuniões entre Damião Lopes, Altyr Pe-

reira, Beth e Carlos Malta. Várias questões foram debatidas: haveria captação de som com índios em uma aldeia tanto andando como parados, entrevistas intercaladas por diálogos e música e apresentações públicas em movimento na Feira de Caruaru entre outras situações mais ou menos complexas. Além das questões técnicas, foi discutido também a adequação da captação de som à proposta do filme, com centralidade na música, verossimilhança do som captado com o ambiente onde era produzido e qualidade técnica na captação do som sem, no entanto, ficar com cara de som de estúdio de gravação.

CAPTAÇÃO DE SOM DIRETO A partir das conversas com a equipe do filme e de sua experiência, Altyr Pereira fez a escolha dos equipamentos pensando em versatilidade. Ele queria poder captar os diálogos e as músicas e também ter segurança nas captações. Para isto, optou pelo uso simultâneo de sistemas lapela e de captação mais aberta do ambiente com os booms. “Não conheço nenhum amigo que tenha gravado bandas de pífano. É uma experiência muito particular, um instrumento muito agudo, cheio de overtones, tocado, em geral, em lugares abertos. No Xingu, o som es-


Com os irmãos Aniceto e em todas as entrevistas, sempre um lapela

tava pronto. No nordeste, experimentei mais com colocação de lapela e com o microfone estéreo”, expõe o técnico de som direto. Altyr ressalta a importância de contextualizar o som do instrumento dentro do ambiente de forma que esta sonoridade possa ser reconstruída na mixagem. “O instrumento e o jeito de tocar se de-

senvolveu nesse lugar, então a sonoridade do instrumento também é a do instrumento no ambiente. O desafio era tentar transformar esse som numa captação tecnicamente perfeita e audível. Será que, depois, este som vai contar a história direitinho para alguém ouvir em outro lugar? Vai explicar bem o que é o pife? Então você tem que

Beth Formaggini e Carlos Malta: O encontro, a idéia, o filme... O documentário surgiu do encontro de Carlos Malta com a cineasta e produtora Beth Formaggini. “Queria fazer um filme que contasse a história de como vim a aprender a tocar pífano. Sobre como isso chegou pra mim no Rio de Janeiro em 1972”, comenta Malta. Foi neste ano que ele ouviu a música Pipoca Moderna no disco Expresso 2222, de Gilberto Gil, e se fascinou com a sonoridade das bandas de pífano tradicionais do nordeste. Um pouco mais tarde, já como músico profissional, o flautista teve uma longa história musical com Hermeto Pascoal, do fim dos anos 1970 até meados da década de 1990. “Depois de passar por essa vida toda com a música de base nordestina, resolvi montar uma banda de pífano. Isso já vai fazer 20 anos, e fiquei com essa vontade de jun-

tar esses caquinhos para fazer um quadro de uma música que tem raízes europeias, africanas e indígenas. A banda de pífanos sintetiza o que realmente é a música brasileira”. Em meados dos anos 2000, Carlos Malta participou do evento Selo Instrumental, coordenado por Roberval Duarte e Mariza Formaggini, irmã de Beth Formaggini. Mariza foi quem apresentou Carlos para Beth, que é diretora de documentários como os premiados Angeli 24 Horas e Memória para uso diário. “O Malta apresentou o projeto, me apaixonei pela idéia e comecei a formatar, roteirizar, e a tentar captar recurso. A cada ano ia pesquisando mais e melhorando formatação, encorpando o projeto e mandando para os editais até que fosse escolhido”, rememora a cineasta.

trazer o pife, porque se você tiver muito ambiente, os instrumentos somem. A seleção é radical, a escolha é artificial. É tirar do ambiente uma coisa que parece com ele, mas não é ele”, demonstra. Os microfones usados pelo técnico foram, principalmente, os Sennheiser MKH 418 Stereo MS e MKH 416. Altyr tinha em mente que o 418 seria o microfone que daria o tom do som direto, mas houve situações onde o MKH416 acabou funcionando melhor. “Usei o 418 porque dá a possibilidade de usar só o centro se precisar. Como intercalava depoimentos com música - o que é outro desafio, porque o cara estava falando e, do nada, pegava o pife e já vinha aquela pressão no microfone -, então tinha que achar esse equilíbrio. O 418 é um microfone versátil, mas funciona com muita pressão sonora, não é para gravar um ambiente silencioso porque começa a ter ruído do sistema dele. No Xingu, onde já havia estado antes, você vê um índio a 200 metros de distância do outro falando entre sí sem gritar. O ambiente é realmente silencioso. Aí me dei conta que o 416, que é um microfone mono, hipercardioide, funcionaria melhor. Fiz uma textura diferente do ambiente do Nordeste”, detalha. Para garantir a captação dos pifes e diálogos, Altyr não abriu mão de sistemas de microfonação lapela, que foram os da Lectrosonic . Ele levou três sistemas de lapela mais quatro cápsulas, sendo uma Sanken e três Countryman B6. “Descobri que as cápsulas Countryman funcionavam muito bem em todos os pifeiros, menos no Malta. Para ele, a que soava bem era a Sanken. O Malta vem de um outro mundo. Ele bebe naquela fonte dos pifeiros, também tem aquela sonoridade áspera se quiser, mas toca em vários

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Tem automações acontecendo o tempo inteiro. Na tribo, tem sons montados para trazer a textura daquele ambiente sonoro, tem surround, tem toda a parte de montagem de ambiente. Não é um filme de som direto bruto, tem muita coisa montada também. (Damião Lopes)

Gravando o cortejo na Feira de Caruaru

registros, e a Sanken teve uma melhor resposta”, define Altyr. Há regras que são consagradas no som direto. Por exemplo: o técnico deve respeitar o eixo de captação do microfone. Mas quando se faz captações em situações pouco comuns, às vezes é necessário soluções diferentes. Altyr se diverte quando lembra dos “absurdos” que teve de fazer. “Tanto no Xingu como no nordeste, em alguns momentos, me vi com o microfone totalmente fora de eixo. Se passasse um colega lá ia dizer que estou louco. ‘Olha só, o microfone está apontado para a parede, para o teto, para o chão’. Mas a ferramenta que eu mais respeito é o meu ouvido. O manual, nessas horas, eu jogo fora. Eu procurava achar o meio termo entre o que estava gravando e o que queria ouvir. Mostrar aquela experiência viva no ambiente, mas com aquela atenção especial no pife”, relembra.

MIXAGEM Damião Lopes foi o responsável pelo projeto de som e também a mixagem do filme. Após a edição de imagem, o trabalho começou no Pro Tools do estúdio de Damião, com uma pré mixagem dos diálogos para dar a referência do volume. No estúdio dele, Damião contou com o Pro Tools X, com 5.1 plug-ins de

restauração da iZotope e Waves, com redutores de ruído e filtros, além de equalizadores e compressores da Avid e reverb TL Space. “Em qualquer filme você tem a mixagem do diálogo como uma referência. Trabalhei com equalização, entradas e saídas (das falas), cortes, dinâmica, compressão e uma série de ferramentas para trazer o nível do diálogo. Com o nível do diálogo estabelecido no filme, você tem um ponto de referência para trazer música e outros elementos, sempre em relação aos diálogos. Depois eu fiz uma edição e uma mixagem dos outros efeitos”, detalha. A partir daí, o trabalho de mixagem envolveu mesclar o som dos microfones lapela, boom e, em alguns momentos, até mesmo da câmera, de forma a criar o ambiente sonoro do filme. “Tem automações acontecendo o tempo inteiro. Na tribo, tem sons montados para trazer a textura daquele ambiente sonoro, tem surround, tem toda a parte de montagem de ambiente. Não é um filme de som direto bruto, tem muita coisa montada também. Por exemplo, nas sequências mais abertas tem um som com mais ambiente e, de repente corta para um plano fechado no Malta. Aí eu uso o lapela para dar a textura naquele plano. Não é igual a mixagem de música, que aquilo tem um equilíbrio geral que permanece.


Cortejo na Feira de Caruaru

Som direto no Rio Xingu

Feira de Caruaru

Mas o que deu mais trabalho foram as situações de cortejo, que tinha som mais alto, mais baixo... Tinha que tentar dar uma unidade nessas frequências.”, explica o técnico de mixagem. Há também situações nas quais um técnico de som pode trabalhar criativamente. Durante a introdução do filme, foi usada uma cartela de apresentação. A trilha era uma música tocada pelos índios do Xingu. No entanto, o tratamento sonoro dado àquela trilha foi diferente no momento em que ela tocava sobre a cartela e quando houve o corte para os próprios índios tocando a mesma música. “Ali eu brinquei com a ideia de que na cartela a música é não diegética, como acontece nos videoclipes,

onde você tem imagens editadas que, não necessariamente, tem a ver com as imagens. Dei um tratamento um pouco diferente, um pouco mais de reverb e mais surround”, exemplifica Damião. Já quando a imagem cortava para os índios tocando a mesma música, o técnico deixou apenas o ambiente gravado na hora da captação do som. Naquele momento, o som era diegético - ou seja, pertencia à imagem - e o técnico deu ênfase ao ambiente natural da música. Depois, Damião e Beth Formaggini se reuniram no estúdio dele para fazer uma revisão antes de ir ao estúdio do Centro Técnico Audiovisual (CTAV), na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro. “A idéia aqui não é revisar conceito, mas basicamente ouvir em uma sala grande o que já se revisou. Esse é o meu processo. Fazer a pré-mix no meu estúdio e vir aqui revisar”, explica o soundesigner. O estúdio do CTAV é público. Para utilizá-lo, é preciso fazer um projeto. Damião ressaltou a qualidade do material de som direto que Altyr entregou. “Poderia ter tido problemas sérios de perder uma cena, porque neste filme há situações em que

o técnico não tem muito como preparar e refazer uma cena. É um negócio que é ali, naquele momento que tem de resolver. Neste filme, um som distorcido ou um microfone sem tanta qualidade teria um impacto terrível porque ele depende muito da qualidade sonora. São várias entradas de música. O som direto foi fundamental”, destaca.

TRABALHO METICULOSO No resultado final, fica evidente o resultado do respeito tanto pelo que os músicos tocaram como pela paisagem sonora dos locais onde aconteceram as filmagens. Um bom exemplo do cuidado do trabalho é a edição do cortejo da Feira de Caruaru, feito em conjunto por Beth, Carlos Malta e a editora Joana Collier, onde não há nenhuma passagem brusca que desconcentre o espectador da música.

Para saber online

http://www.eufonia.com.br/ http://www.ctav.gov.br/ http://www.carlosmalta.com.br/

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 52 Fundada após apelação de grandes Músicos da década de 1960, a Ordem dos Músicos (OM), um órgão do Governo Federal, braço do Ministério do Trabalho, e também ligado ao Ministério da Cultura, tem uma nova diretoria desde março de 2016. Nesta entrevista, o diretor Mauro Almeida revela que a OM do Rio de Janeiro está disposta a mudar a imagem de apatia que se estabeleceu nos últimos 40 anos e batalhar pelo reconhecimento dessa classe de profissionais. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

MÚSICOS GANHAM

VOZ NOVAMENTE B

acktage – Mauro, qual é a importância da Ordem dos Músicos? Mauro Almeida - Depois da construção civil e do futebol, quem gera mais empregos diretos e indiretos é a música. Por exemplo, no Rock in Rio tinham 13.600 pessoas trabalhando lá dentro.

A importância da música é muito grande e a importância social (e econômica) do músico também é muito grande. É um exército de 7 milhões de músicos nesse país, mas não são todos registrados. Então imagina a quantidade de empregos que se gera no país com a mú-


Backstage – Quais os projetos da Ordem dos Músicos a partir de agora? Mauro Almeida – A OM passou por um período muito grande (40 anos) de abandono, depois de 8 anos de luta, conseguimos devolver a OM aos seus donos, que são os músicos. Quanto aos nossos projetos, primeiro é preciso recuperar a imagem da Ordem dos músicos, perante aos próprios músicos, as autoridades públicas, o poder público. Por isso, já começamos a colocar em prática, hoje já temos aulas de música aqui na OM, temos um estúdio muito bom, e em breve teremos uma rádio no ar, e após isso, até uma TV da OM. Nossos projetos são esses,

divulgar quanto mais possível, o que essa nova OM está fazendo depois de 40 anos de abandono.

das prejudicando muito o músico. E não se criam leis em um estalar de dedos, leis passam por um pro-

sica. E sem músico, não tem música. Então o músico precisa reaver essa autoestima.

A ordem passou por um período muito grande (40 anos) de abandono, depois de 8 anos de luta, conseguimos devolver a OM aos seus donos, que são os músicos. Backstage – E como essa nova diretoria quer fazer isso? Mauro - Tem um lado político dessa história: sem leis, você não tem proteção. E os músicos ficaram 40 anos sem que fosse criada uma lei que o protegesse. Pelo contrário, muitas leis foram cria-

cesso. Mas têm leis municipais em andamento, estaduais e federais em andamento. Então esse é o objetivo. Queremos dignidade, valorização e respeito. Backstage – Tem um ponto mais crítico que merece mais foco?

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O ponto mais crítico é justamente com relação à criação de leis que protejam o músico. Não tem cabimento o profissional sair de casa e tocar 2 ou 3 horas, para ganhar 50 ou 100 reais. Estamos conversando com o Ministério do Trabalho, Ministério da Cultura, com senadores, com deputados, para que se criem tetos mínimos

Mauro - O ponto mais crítico é justamente com relação à criação de leis que protejam o músico. Não tem cabimento o profissional sair de casa e tocar 2 ou 3 horas, para ganhar 50 ou 100 reais. Estamos conversando com o Ministério do Trabalho, Ministério da Cultura, com senadores, com deputados, para que sejam criados tetos mínimos. Não estamos querendo quebrar a lei do silêncio, mas há certas proibições que não se justificam, por exemplo, você não pode tocar nas barracas da orla de Copacabana. Em outros estados deve acontecer a mesma coisa, porque criaram leis municipais absurdamente loucas. Backstage – E haveria outra reivindicação de igual urgência? Mauro - Tem outro pedido dos músicos, que já é antigo, desde o tempo que eu fazia baile, e que é a isenção de imposto em cima de instrumentos importados, mas temos que explicar para o músico que há uma constituição que protege o fabricante brasileiro. Então são necessidades que o músico tem hoje e que são muito urgentes, pois passaram-se muito tempo sem se criar leis que protegessem esses músicos. Backstage – Quantos projetos de lei existem atualmente em trâmite? Mauro – Hoje, em Brasília, temos 6 projetos em andamento. Aqui no Rio, como lei estadual são 4, e como lei municipal, são duas. Isso é o que consegui-

mos nesse curto período de tempo. Eu abri um canal do Facebook justamente para isso, temos 47 mil músicos e pessoas que gostam de música no país todo, justamente para isso, para ouvir as necessidades de cada um. É importante que as autoridades entendam que música é arte e músico é profissão. A Ordem é um desafio e sabíamos que seria um desafio muito pesado, mas vamos lutar até conseguir, e vamos conseguir. Backstage - A diretoria atual está há quanto tempo à frente da OM? Mauro - Temos oito meses. A OM ficou um ano como intervenção federal, eram três pessoas, e em dezembro do ano passado foi feita a eleição e a posse em março deste ano (2016). E isso está acontecendo em outros estados também. Novas diretorias, com pessoas que comungam do mesmo pensamento. Assim como na OAB os advogados estão em primeiro lugar, para a Ordem dos Músicos, os músicos também estão em primeiro lugar. E Ordem só existem duas, a dos músicos e dos advogados, e somente, por lei não pode haver nenhuma outra. Então, queremos recuperar a autoestima do músico, porque hoje em dia ele só sente prazer na hora em que está tocando, porque aí ele esquece do mundo e esquece os problemas. Backstage - Como atrair esses músicos mais jovens que não conhecem a Ordem, seria por meio desse trabalho, de valorização do músico?


Mauro – Os músicos mais antigos sabem o que é a OM e a importância que ela teve na vida deles, os mais jovens não têm a menor ideia. Então é um trabalho de formiguinha, temos que explicar, conversar, mostrar o trabalho, por meio das redes sociais, blog, etc. Mas nesses oito

meses que estamos à frente da diretoria, 90% dos músicos que vieram fazer prova na Ordem eram jovens. Alguns têm essa consciência. E mais, a carteira da Ordem dos Músicos impõe respeito, e o jovem que estar legalizado, documentado. E queremos os jovens aqui dentro, porque as ideias são

novas, as concepções são novas, e que eles entendam que aqui é o local para eles “falarem”, que deem ideias, colaborem, porque foram 40 anos “sem voz”. E queremos mostrar que agora tem alguém lutando por ele, essa é a maneira que teremos para atrair o músico de volta para a casa dele.

Da marginalização à legalização A Ordem dos Músicos do Brasil foi fundada pela apelação de grandes Músicos da década de 1960, nos quais antes de sua fundação, esses músicos precisavam andar pelas ruas com um documento expedido por um Delegado de Polícia, isso para não serem presos por vadiagem, algo que aconteceu com grandes mestres como Cartola, Pixinguinha, e outros nomes da Música Popular e Erudita, e acreditem, esse documento era o mesmo emitido às prostitutas na época, sem desmerecer a ninguém, mas convenhamos que era um fato envergonhável por parte dos músicos. Até que um dia, um músico Paraibano reconhecido no mundo inteiro chamado José Siqueira, que regeu orquestras nos mais importantes países, elaborou um projeto que desse dignidade ao músico, no qual criaria um documento que provasse que o músico era um trabalhador. E assim, apresentou este projeto a outro gênio, Dilermando Reis, um dos maiores violonistas da historia da Música do Brasil, e que por um acaso, dava aulas de violão no Palácio do Catete para o então Presidente na época, Juscelino Kubitschek. Dilermando explicou ao Presidente o estado de degradação que o Músico brasileiro vivia, e Juscelino, que sempre foi apaixonado por música, atendendo ao pedido de Dilermando marcou uma reunião para que José Siqueira apresentaste o projeto. Então José Siqueira, com toda sua inteligência, teve uma ideia o tanto inusitada, ele reuniu a Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do qual ele foi fundador, as 8 horas da manhã em frente ao Palácio do Catete, e quando o Presidente Juscelino estava

acordando, a Orquestra tocou a Música que é até hoje a Música símbolo do então Presidente, “Peixe Vivo”. •A OMB é uma autarquia federal, brasileira, dotada de personalidade jurídica de direito público, criada pela lei 3.857 em 22 de dezembro de 1960, com o intuito de preservar, fiscalizar, e regulamentar a profissão de músico no Brasil. •Adota-se o termo músico, quando nos referimos a qualquer pessoa ligada diretamente a música, em caráter profissional ou amador, exercendo função como a de tocar um instrumento, escrever arranjos, compor, reger, ou ainda lecionar no campo da terapia musical. •Quando um músico não tem formação acadêmica, é chamado de músico popular, o famoso músico autodidata. •A carteira da OMB é um documento que tem fé pública em todo o território nacional. •A Ordem dos Músicos é composta pelo Conselho Federal e seus Conselhos Regionais, dotados de personalidade jurídica de direito público e autonomia administrativa e patrimonial, exercendo a sua jurisdição em todo o País através do Conselho Federal estabelecido em Brasília. •A OMB, como qualquer outro órgão do Governo, é obrigada anualmente a prestar contas ao Tribunal de Contas da União. Visite: http://ombrj.org.br/

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COMPACT RAYZOR 360Z www.elationlighting.com A Elation Professional anunciou o lançamento do novo moving head beam/wash da série Rayzor, cujos equipamentos são compactos e de LED de alta velocidade. O Rayzor 360Z possui 60W RGBW LED que dá um pulso de luz muito potente e inclui zoom motorizado com ângulo variando de 5° a 50° que confere versatilidade e limitação angular do feixe de luz. O modelo oferece ainda uma surpreendente luminosidade para seu tamanho (20,550 Lux @ 3m com 5° de zoom) e com rotação contínua de 360° (16-bit) rápida e precisa que pode adicionar um visual enérgico a qualquer show. Também pode ser usado como um wash light, com temperatura de cor variando de 2700K – 8000K e mix de cores uniformes variando do vibrante saturado até as autênticas variações de branco, passando por tons pastéis.

G-4 WASH 56

http://sgmlight.com O G-4 Wash é um moving head Wash leve e compacto de alta potência Fresnel com mix de cores excelente e muito baixo consumo de energia. Ao contrário da maioria dos washes convencionais, o G-4 Wash compreende vermelho, verde, azul, âmbar e LEDs cor mint que se misturam diretamente na fonte de luz. Além disso, tem um potenciador dicróico para criar um azul profundo (azul Congo) que proporciona um efeito de luz negra bastante saturado. Com um CRI de mais de 90, o G4 Wash proporciona a reprodução de cor muito surpreendente, além de ter um impressionante branco e uma faixa de zoom de 9 ° -76 °. Equipado com uma lente Fresnel, o sistema óptico é projetado para oferecer não só uma ótima saída para um dispositivo elétrico com uma pegada pequena, mas também perfeito mix de cores com um campo completo, mesmo sem hotspot. O G-4 Wash é ideal para aplicações ao ar livre e praticamente livre de manutenção.

Z-350 http://www.decomacbrasil.com O Z-350 é a mais recente criação da Antari, fruto de anos de experiência em desenvolvimento de máquinas de fumaça. A adoção da tecnologia da bomba de ar não só permite que o Z-350 gere névoa seca, mas também dê ao seu aquecedor uma função de auto-limpeza. O Z-350 é fornecido com um tubo de maior diâmetro, o que reduz substancialmente o risco de entupimento do aquecedor. Uma taxa de consumo de líquidos extremamente baixo confere um tanque cheio (1,3 litros) do Z-350 para produzir mais de 7 horas non-stop na saída máxima. A nova interface DMX onboard permite aos usuários uma forma mais inteligente de controle do Z-350: quando um sinal DMX é recebido, a máquina começa a aquecer automaticamente. Quando o sinal DMX estiver desligado, ele começa automaticamente o processo de autolimpeza e, em seguida, entra em modo “Sleep”. O equipamento tem peso de apenas 8,7 kg, pode ser transportado e configurado em qualquer lugar, sempre que necessário. Está disponível na voltagem de 120V (USA version) ou 230V (Europe version).


SPIIDER www.robe.cz O Spiider é um superpotente WashBeam da próxima geração de LEDs que usa uma combinação de 18 LEDs de 30 watt mais 1 de 60 watt, resultando em um sistema de zoom óptico 12,5:1, variando de um estreito ângulo Beam de 4° a um Wash mais amplo de 50°, fazendo do produto um dos equipamentos mais potentes do mercado. O Spiider é capaz de proporcionar uma bonita convergência de efeitos mais duros nas bordas, beam mais impactante e wash mais suave e homogêneo. Os 19 RBGW LEDs podem criar uma luz wash encantadora com efeito de transição suave e aveludado graças ao sistema de dimming interno de LED de 18bit. O usuário pode conseguir efeitos de vídeo dinâmicos por meio do mapeamento individual de pixels controlado por servidores de mesa ou DMX via CSN com fusão HTP interna, DMX ou por peça central do protocolo Kling-Net. O efeito flor exclusivo Robe é gerenciado por um multichip de 60W RGBW LED, proporcionando picos coloridos afiados de luz, girando em ambas as direções com velocidade variável, adicionando um novo efeito visual para o show.

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As cores são alguns dos mais marcantes e fascinantes atributos das luzes empregados na iluminação cênica para proporcionar percepções, sensações e sentimentos únicos. Originadas e percebidas a partir de estímulos visuais, e estabelecidas com base nos fundamentos e princípios da óptica (Física), e mais especificamente da Luminotécnica, as análises das cores vinculadas às luzes resultam também da compreensão de parâmetros e características, tais como os matizes, brilho e saturação, entre outros. Nesta conversa, focada na apresentação da banda inglesa Whitesnake na cidade de Curitiba, integrante da The Greatest Hits Tour 2016, todos esses e outros elementos foram percebidos intensamente e profundamente.

ILUMINAÇÃO

CÊNICA

THE DEEPER THE LIGHT

WHITESNAKE NO BRASIL Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisador em Iluminação Cênica.

A

cor é um atributo fascinante utilizado na iluminação do palco para ajudar a mostrar a emoção estabelecida entre os elementos dinâmicos que compõem uma cena e que são valorizados e destacados pela iluminação. Sem cores, um espetáculo pode se transformar em uma apresentação monótona e cansativa. Mas também as escolhas das cores devem prezar pelas interações visuais de maneira adequada, com atratividade e alinhamento aos conceitos – e também aos princípios da Física, relacionados à luz. Em uma primeira análise, cabe à produção de um show musical um conjunto de elementos – sonoros, estéticos e visuais – que possibilitem aos fãs o atendimen-

to de expectativas, como sempre tem sido abordado em diversas conversas nessa coluna. E na dinâmica de um espetáculo, a convicção da satisfação pode ser avaliada quase automaticamente aos estímulos proporcionados e identificados pelas reações do público, que se interrelaciona com os artistas e bandas com respostas das mais diversificadas. E se a iluminação tem uma participação significativa nesse contexto, isso ficou evidenciado no show descrito a seguir. Em sua última turnê mundial, a banda inglesa Whitesnake incluiu sete shows da The Greatest Hits Tour 2016 em seis cidades brasileiras (Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba


Figura 1: Apresentação da banda inglesa Whitesnake em Curitiba – no destaque, cena de “Bad Boys” - “The Greatest Hits Tour 2016”, 30/ 09/2016. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

e Rio de Janeiro). Na capital paranaense, a banda realizou sua terceira apresentação na cidade, no dia 30 de setembro, com um repertório formado por algumas das mais marcantes canções, de uma trajetória de trinta e oito anos de carreira musical. Na atual formação, a banda conduzida pelo carismático e imponente vocalista David Coverdale se completa com músicos experientes e tecnicamente excelentes: Reb Beach, na guitarra e backing vocals; Joel Hoekstra, guitarra, violão e backing vocals; Michael Devin, baixo e backing vocals; Michele Luppi, teclados e backing vocals; e o lendário baterista Tommy Aldridge, revezavam-se entre solos e demonstrações competentes de acuracidade e virtuosismo na execução das quatorze canções que fizeram parte do setlist, formado basica-

mente por faixas dos álbuns Snakebite (1978), Slide It In (1984), Whitesnake (1987) e Slip of the Tongue (1989). Para o bis, uma versão de Burn, canção da banda Deep Purple (1974), regravada em 2015 no álbum The Purple Album.

Figura 2: Apresentação da banda inglesa Whitesnake em Curitiba – no destaque, cena de “The Deeper The Love” - “The Greatest Hits Tour 2016”,30/09/2016. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

Em se tratando de iluminação, foi uma apresentação marcada pela profusão de cores, centradas basicamente nas paletas dos azuis, verme-

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Com base no padrão RGB – que utiliza as cores primárias aditivas, ou seja, os matizes vermelho, verde e azul – também utilizada nas luminárias convencionais, com filtros nessas cores, a mistura de cores ocorrerá no direcionamento dos instrumentos em uma mesma direção, com facho de luz também focado em uma mesma posição.

lhos, violetas e análogas, ou seja, nas resultantes da adição da luz branca, ou mesmo com a resultante da mescla das cores, a partir de padrões preestabelecidos. Como também mencionado em diversos momentos nas conversas anteriores, as escolhas das cores estão relacionadas aos métodos de iluminação, muitas vezes determinados pelos tipos de luminárias, definidas ou limitadas pela estrutura disponível. Para a iluminação configurada com instrumentos convencionais, compostos por lâmpadas halógenas e filtros fixados para a projeção de luz colorida, os métodos e técnicas são restritivos, embora muito interessantes e com resultados espetaculares. Entretanto, com o advento do LED como dispositivo tecnológico integrado cada vez mais no dia a dia da iluminação cênica, os métodos e técnicas de utilização de uma mais diversificada e ampla configuração dos instrumentos com esses elementos possibilita uma variedade de soluções e efeitos diferenciados. Não se pode omitir, entretanto, as limitações do próprio LED, ainda incomparável às halógenas na qualificação do brilho produzido por estas lâmpadas. Assim, como um conjunto, os atributos as-

sociados à luz resultante compreenderão a intensidade (brilho), a quantidade de luz branca determinante para a saturação e o matiz, sendo esse decorrente da cor predominante. Com base no padrão RGB – que utiliza as cores primárias aditivas, ou seja, os matizes vermelho, verde e azul – também utilizada nas luminárias convencionais, com filtros nessas cores, a mistura de cores ocorrerá no direcionamento dos instrumentos em uma mesma direção, com facho de luz também focado em uma mesma posição. Em decorrência disso, a adição das cores primárias na mistura de cores torna-se uma maneira eficaz na obtenção de cores profundas, ou mesmo para a redução da saturação dos matizes originais. Isso não ocorre com mais efeito com o método pelo qual são realizadas composições pelo método com o qual, ao invés da adição das luzes coloridas, ocorre a subtração das cores na mistura produzida, com perdas pela redução da intensidade total na resposta final. Para esse segundo método, e que valoriza as cores do padrão CMYK – que são o ciano, magenta, amarelo (e preto, quando representado como cor pigmento) – ou

Figura 3: Apresentação da banda inglesa Whitesnake em Curitiba – no destaque, cena de “Ain’t No Love in the Heart of the City” - “The Greatest Hits Tour 2016”, 30/09/2016. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação


Figura 4: Apresentação da banda inglesa Whitesnake em Curitiba – no destaque, cena de “Is This Love” - “The Greatest Hits Tour 2016”, 30/09/2016. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

problema no acionamento da pedaleira de Hoekstra – a banda surgiu no palco para a execução de Bad Boys, com frenética alternância de cores – azul, vermelho, magenta e violeta – e impressionante abertura para um show que se manteve em níveis elevados de energia e empolgação.

cores primárias subtrativas, os efeitos e propostas serão outros. De maneira bem simplificada, a mistura de cores aditivas (RGB) ainda é a melhor maneira de obter cores mais profundas, em relação ao outro método, com a mistura de cores subtrativas, pois ocorrem perdas de intensi-

Com zelo, a iluminação do show do Whitesnake prezou pela técnica e densidade. E isso ficou evidente desde a primeira canção.

dade/brilho para a obtenção de cores mais profundas – principalmente com instrumentos constituídos de dispositivos LED. Com zelo, a iluminação do show do Whitesnake prezou pela técnica e densidade. E isso ficou evidente desde a primeira canção. Com um mínimo atraso no início – decorrente de um

Com Slide It In e Love Ain’t No Stranger (ambas do álbum Slide It In, de 1984), sutis mudanças nas sequências de cores, para essas que são duas das mais marcantes canções do repertório, e do show. Sempre acompanhado por um canhão seguidor, Coverdale se destacava não somente por ser o bandleader, mas pela presença de palco, repleta de

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Figura 5: Apresentação da banda inglesa Whitesnake em Curitiba – no destaque, cena de “Burn” - “The Greatest Hits Tour 2016”, 30/09/2016. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

Em The Deeper the Love, azuis profundos emolduraram o palco, sendo apenas os refrões tingidos com vermelhos, magentas e violetas, também profundos.

carisma e enfatizada por luzes brancas, somadas às cores que valorizavam os músicos e os elementos cênicos. Em The Deeper the Love, azuis profundos emolduraram o palco, sendo apenas os refrões tingidos com vermelhos, magentas e violetas, também profundos. Moving lights encarregavam-se em proporcionar texturas mais brandas, em contraposição à maior massa luminosa gerada pelos refletores LEDs. Na sequência Fool for Your Loving, Ain’t No Love in the Heart of the City e Judgement Day, variações do Hard Blues para o Hard Rock, e nos matizes – azuis e vermelhos – com transições suaves para o magenta, violeta e até amarelo, induzindo também a percepção para as repetições – princípios do design também aplicados à iluminação. Enquanto Slow an’ Easy e Crying in the Rain se destacaram pelos solos individuais de todos os músicos (exceção ao tecladista), e enalteciam as influências do blues nos processos de composição, essencialmente desenvolvidos a partir desse estilo, canções como a balada Is This Love e novamente a energia do hard rock com Give Me All Your Love mostravam a versatilidade em um re-

pertório formado por quase quarenta anos de uma banda que soube se reinventar, mantendo a essência e respeito às raízes – sonoras e também relacionadas à iluminação, com oscilações da old school às sofisticações dos moving heads. Here I Go Again, verdadeiro hino rock’n’roll da década de 1980, entoado pelo público a plenos pulmões, além de encerrar a primeira parte com vigor e emoção, enfatizou o vocal de Coverdale, único e inconfundível. Ainda com as referências da iluminação, matizes vermelhos foram complementados por outros, azuis e violetas, resgatando outro princípio do design – unidade. Para o bis, Still Of The Night e Burn proporcionaram uma apoteose luminosa e sonora, unindo referências da trajetória de uma banda que mais uma vez privilegiou gerações de admiradores que estiveram presentes naquela sexta-feira, e foram presentados com um espetáculo vibrante, emocionante e divertido, marcado pela excelência técnica e muitas cores, intensas e profundas. Abraços e até a próxima conversa!

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EU E

que permanece imutável até hoje. Vê-lo é comover-me, não raro até às lágrimas, como se eu fosse um legítimo barranqueiro nascido ali mesmo na Lapa, em Pirapora, em Ibotirama, em Barra do Rio Grande, Paratinga, São Romão... em qualquer daquelas cidades ribeirinhas me serviria crescer. Rôo-me de inveja – da boa – quando Guarabyra me conta suas façanhas de garoto mergulhado nas águas desse rio que hoje considero tão meu quanto dos seus barranqueiros. Mexam com ele e estarão mexendo comigo. Subo com ele na enchente, desidrato-me junto na vazante. Sofro com suas dores, alegro-me com sua força incrível de superação diante das desastrosas intervenções do Homem, que insiste em maltratá-lo. Foi assim desde o primeiro dia, fazer o quê? Ele me escolheu antes que eu o escolhesse. 2. Assunção, Paraguai, algum ano da década de 80. Hospedados e com show programado para a noite do dia se-

MEUS RIOS PRIMEIRO MERGULHO

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. Bom Jesus da Lapa, Bahia, 1972 – levado por meu parceiro Guarabyra para conhecer a cidade onde ele havia crescido, eu não quis nem descansar da longa e extenuante viagem de carro: corri até a balaustrada da praça que fica à beira da fantástica gruta do Bom Jesus e tive minha primeira visão do rio São Francisco. Era a época da vazante, mas as chuvas haviam sido generosamente extemporâneas e o rio corria mesmo à beira da muralha de pedra, raiz do morro da Lapa, negra e vulcânica nave alienígena esquecida ali na margem do Velho Chico por alguma civilização interestelar. Descortinar aquele rio e aquela gruta, escavada por entre os milenares monumentos petrificados que formam os cem imponentes metros do morro, foi uma revelação quase mística para mim, cético convicto. Não sei por quanto tempo fiquei assim, como que decorando cada detalhe daquela paisagem, sem querer sair de perto daquele outro Brasil que fazia sua primeira aparição diante dos meus olhos perplexos. Minha ligação com o São Francisco começou assim, um amor à primeira vista

guinte, curtíamos o dia de folga na piscina do hotel Casino Yacht y Golf Club Paraguayo quando alguém da banda me chamou para andar de jet ski no rio Paraguai. O hotel ficava à beira-rio, com um visual espetacular e poentes dignos de um National Geographic. E ali, num desses poentes, fiz minha estreia como piloto de jet ski. Mas a bem-dizer a barulheira da máquina – que aliás achei muito divertida – atrapalhou a poesia do momento... só recentemente pude curtir esse rio de maneira mais de acordo com o que ele pode proporcionar, num delicioso mergulho durante um passeio pós-show em Corumbá. O Paraguay – vamos grafá-lo com “y”! – é um rio maiúsculo, majestoso, imponente, forte... depois subi ao barco que nos levava e fiquei apreciando sua corrente, pensando nos que lutaram e deixaram o sangue em suas águas naquela sangrenta e genocida luta que levou seu nome, contraste infeliz entre a beleza do rio e a desgraça da guerra. 3. Oriximiná, Pará, 2007 – O apagão aéreo reinava e minha conexão direta Belém – Porto Trombetas des-


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Enchente 1979 - invadindo Bairro Nova Brasília

manchou-se literalmente no ar... Eu já havia estado em Porto Trombetas na década de 80, cidade planejada, construída para abrigar funcionários da Vale, que explora bauxita na região. Então, a princípio, não queríamos ir: acreditávamos que o que estava acontecendo lá era a pura e simples destruição da floresta. Os engenheiros ambientais da Vale, ao saber da nossa hesitação, entraram em contato conosco e juraram que ficaríamos surpreendidos com o trabalho de recuperação. E realmente ficamos. A cada quatro quilômetros qua-

drados de floresta arrasada pela exploração mineral, eles reconstruíam cirurgicamente a cobertura vegetal, armazenando o próprio húmus natural do solo, fazendo a reposição dessa delicada e fina cobertura e replantando depois a floresta com proporções milimétricamente equivalentes à constituição original: se 10% era castanheira, replantava-se 10% de castanheiras, de 5% era de sumaúma, tal seria o replantio e assim por diante. Vimos áreas de florestas com 5, 10 e

Morro Bom Jesus da Lapa com o Rio São Francisco ao fundo

Departamento Ambiental. Claro que isso era um exagero, mas foi animador perceber que a inevitável exploração mineral da Amazônia poderia ser uma atividade de consequências muito menos danosas do que acreditávamos possível. Enfim – voltemos a 2007 – lá estava eu de novo rumando a Porto Trombetas. A equipe, saída de São Paulo, já chegara lá, mas eu, vindo de BH e sujeito a muitas escalas, perdera o bonde da História... sorte minha! Explico porque: fui obrigado a pegar um vôo madrugador de Belém para Oriximiná. De lá, eu iria de voadeira para Porto Trombetas, uma viagem de três a quatro horas pelo rio Trombetas. Um mergulho no que restava da Amazônia profunda. O vôo, num pequeno Brasília decrépito, foi esquecível. Já a viagem de voadeira pelo rio, com sua corrente cor de mate, com suas águas ácidas que impedem a proliferação de mosquitos... araras passavam sobre nós, peixes pulavam, pássaros exóticos apareciam nas margens como que conscientes de fazerem parte daquele espetáculo orgiástico que a natureza me proporcionava. Cheguei na cidade completamente renovado, sem nenhum cansaço. Meu pessoal morreu de inveja ouvindo a descrição do

O vôo, num pequeno Brasília decrépito, foi esquecível. Já a viagem de voadeira pelo rio, com sua corrente cor de mate, com suas águas ácidas que impedem a proliferação de mosquitos... 15 anos de crescimento, uma espantosa ressureição. “Quando sairmos daqui, esgotada a bauxita, a floresta estará de volta como antes em menos de 10 anos” – falou o chefe do

que tinham sido aquelas três horas e pouco de lancha pelo rio. Viva o Apagão, pensei... Tive mais rios na vida, e vou dividi-los com vocês. Sigam-me por essas águas doces.

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