Edição 270 - Maio 2017 - Revista Backstage

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Sumário Ano. 23 - maio / 2017 - Nº 270

Trilha sonora ganha mais vida

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Há algum tempo acontecem mudanças que fazem a trilha incidental – com música instrumental - ganhar importância nas novelas da emissora Rede Globo. Entre os palcos e as novelas, o produtor Ricardo Leão percorre as trilhas que a música alcança e fala sobre a evolução desse trabalho na dramaturgia.

NESTA EDIÇÃO

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O conceito de palco inovador para um som transparente, um monitoramento eficaz e proteção auditiva, foi apresentado por empresas que atuam no setor de tecnologia de eventos e foi um dos destaques na feira de Frankfurt. Uma área especial chamada Silent Stage” (Palco Silencioso) era apresentada como uma solução para ouvidos mais sensíveis e até mesmo uma forma de melhorar o resultado de uma mix.

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Vitrine O OVI 12 é o único sistema de alto-falantes versátil que pode ser usado em multidões com aplicações especiais. O modelo pode ser montado em paredes, ou ainda em estruturas montadas no teto, ou suspenso de tetos altos, como caixas pendentes.

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Rápidas e Rasteiras A Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) divulgou no final de abril o relatório anual da indústria da música digital, indicando um aumento da receita de música em 12% na América Latina, em 2016.

26 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

28 Gigplace Onde alguns enxergam crise, outros enxergam oportunidades. A profissão do dia é a de Empreendedor e o entrevistado é o empresário Glauco Cruz, que decidiu abrir seu próprio negócio fora do Brasil.

64 Vida de Artista Na década de 70 o ramal ferroviário que ligava o Rio de Janeiro a Mangaratiba era bastante movimentado pelo turismo. A pequena Filgueiras, hoje irreconhecível pelo colunista, foi um dos lugares que também o inspirou a compor algumas músicas, mantendo o local vivo e intocado, à prova da sujeira e da poluição do Homem.


Expediente

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Prolight + Sound

Com 54% dos visitantes vindos de fora da Alemanha, a Prolight + Sound foi considerado mais uma vez o ponto de encontro global do setor de audio, iluminação, entretenimento e tecnologia. Os 950 expositores apresentaram produtos para os setores de iluminação, som e engenharia de palco, tecnologia de transmissão e produção, integração de sistemas e tecnologia de mídia AV.

EQUIPAMENTOS 38 Espectro mais amplo

56 Axient Digital

A Audio-Technica apresenta o novo sistema sem fio de alta densidade e com eficiência de espectro da Série 6000. A empresa continua desenvolvendo soluções sem fio para os problemas apontados pela FCC.

A Shure lança esse sistema sem fio que se torna a mais recente inovação da empresa em tecnologia wireless, e cria um novo padrão de mercado com desempenho de RF e áudio, se tornando uma plataforma para todas as produções.

CADERNO ILUMINAÇÃO 56 Vitrine iluminação A Robe apresenta o Halo, iluminação de pixel LED para palco e set que consiste em um círculo de LED de micro-pixel brilhante encapsulado, montado em um quadro de cor de tamanho padrão Parcan.

58 Iluminação cênica Alguns dos recursos de amplificação de imagens (IMAG ou Image Magnification), aproximam os artistas dos fãs posicionados nos lugares mais distantes. Saiba como foi utilizado nos shows de Elton John e James Taylor.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Danielli Marinho Reportagem: Danielli Marinho, Miguel Sá Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Messe Frankfurt Exhibition GmbH / Jochen Günther / Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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Aqui e lá -

dois pesos e uma medida

A

estimativa divulgada no mês de abril pelo FMI de que o Brasil poderá ter um PIB perto de 2% a partir de 2018 parece ter entusiasmado alguns setores da economia e investidores. No entanto, para a maior parte dos setores de indústria e serviços, que já viu essas mesmas histórias, que mais parecem enredos de novela, essa previsão ainda suscita desconfiança. Todos sabemos que o mercado no Brasil sofre de uma grande demanda reprimida e, desde que a crise chegou por aqui, o setor vem enfrentando uma diminuição ainda maior nas suas receitas, por conta dos encerramentos ou ausências de contratos, ou até mesmo cancelamentos de shows e eventos. Paradoxalmente, existe no mesmo setor um nicho de shows e eventos que cresce a cada ano, deixando confusas até mesmo companhias estrangeiras que vendem seus equipamentos por aqui. Um exemplo foi a reformatação do Lollapalooza e do mais novo festival que acontece em São Paulo, paralelamente ao Rock in Rio, em setembro. Outros grandes shows e festivais de música, concentrados nas mãos de poucas empresas, também vêm fazendo parte deste movimento, com produção, cenografia, iluminação e sonorização que nada deixam a desejar aos grandes festivais no exterior. Aliás é de lá que vem a maior desconfiança no que diz respeito a investimentos por aqui. As incertezas política e econômica do país parecem ainda ser as maiores preocupações das companhias que produzem equipamentos para o setor de entretenimento. Diferentemente do que vem acontecendo no mercado lá fora, que a cada ano mostra recuperação econômica, a paralisação que atinge o Brasil engessa por tempo indeterminado o desenvolvimento do setor e coloca em xeque a sobrevivência do pequeno e médio mercado e das empresas, responsáveis por maior parte da receita e dos empregos gerados no país. Enquanto não houver uma definição política e econômica do país parece que ficaremos na esteira da indefinição, e caso não haja um movimento contrário ao atual, que beneficie os negócios que estão fora do clube das grandes companhias, o mercado tende a presenciar o crescimento de um abismo, que precariza tanto mão de obra quanto qualidade de equipamentos e favorece o mercado paralelo de produtos. Boa leitura! Danielli Marinho

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DBOX www.next-proaudio.com A NEXT-proaudio apresenta o novo conversor Dbox – de Dante para analógico. Este pequeno módulo suporta uma entrada RJ45 Dante, e duas saídas analógicas XLR. O Dbox permite uma simples conexão de equipamentos analógicos para uma rede Dante proporcionando qualidade de estúdio e baixa latência de audio. Nele estão incorporados dois acessórios para NEXT DPA2000, módulo amplificador de alto-falante ativo, fornecendo uma solução PnP para aqueles que já possuem alto-falantes ativos e quer comunicação com a rede Dante.

LINHA VERTLINE www.harman.com.br A JBL, marca líder em áudio, apresenta um complemento para sua linha de line arrays produzida no Brasil: a VertLine. O lançamento é ideal para instalações em igrejas, casas de shows, teatros ou em qualquer lugar que seja necessário a entrega de áudio com qualidade e clareza. A linha VertLine oferece solução em áudio que combina anos de experiência em construção de caixas e design sofisticado da marca, com duas vias que podem ser combinados com os subwoofers VL3200SUB. Estão disponíveis nesta linha os modelos VL6 e VL8, ambos com indicadores LED para alimentação, sinal, limite e erro, além de potência pico de 700W. O modelo VL6 possui SPL máximo de graves e agudos de 120Db e resposta de frequência de 94Hz a 18KHz. Já o VL8, mais robusto, possui 122 Db e 80Hz a 20KHz, respectivamente.

XE SERIES www.martin-audio.com A XE Series traz uma inovação para o monitoramento de palco de alta performance. Desenvolvido em consulta com os principais engenheiros de monitoração e combinando gabinetes de baixo perfil com tecnologia exclusiva de dispersão diferencial coaxial e uma terceira guia estática pendente de patente, os modelos XE300 (1 x 12 “LF) e XE500 (1 x 15” LF) são projetados para entregarem um som de monitor perfeito com um padrão de cobertura definido, permitindo ao artista liberdade de movimento, reduzindo ao mesmo tempo a sobreposição com monitores adjacentes. A série XE foi concebida como um sistema completo e está em parceria com o novo amplificador iKON de 4 canais, maximizando a capacidade do monitor, assegurando simultaneamente que tanto o engenheiro como o artista podem confiar que experimentarão o mesmo nível elevado de desempenho consistente a partir de um monitor XE em qualquer lugar no mundo.


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CSD500

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http://www.studiomaster.com A Carlsbro lançou sua nova gama de três novos modelos de expansão, incluindo o modelo StingrayD40. Os kits foram mostrados na Europa pela primeira vez durante a PSL 2017. O CSD500 é um kit de cinco tambores, três címbalos, com peles de tecido de quatro camadas para uma experiência de jogo mais realista e prática significativamente mais silenciosa. O novo módulo de som possui 458 percussões, Vozes e 29 kits préconfigurados, entrada Aux, saída Line, HeAdphon e Interface USB (USB para dispositivo), MIDI IN / OUT, gravação, e facilidade de reprodução, Sensibilidade ajustável e Crosstalk, 3 band EQ, 3 ambientes e 2 reverberação settings e metrônomo. O CSD500 também terá preço competitivo no mercado. Os modelos representam uma expansão da marca para o mercado de instrumentos eletrônicos, ao lado de seu negócio de amplificador de guitarra tradicional.

MV51 https://br.shure.com / www.lojashure.com O microfone condensador digital com diafragma grande MV51 oferece aos músicos, podcasters e YouTubers áudio de qualidade profissional com a versatilidade e controle de cinco modos DSP pré-definidos para possibilitar o melhor resultado da gravação: voz, canto, flat, instrumento ou som alto. O MV51 vem acompanhado de cabos USB e Lightning, o que permite conectá-lo facilmente a qualquer dispositivo iOS, Android, Mac ou PC. Além disso, ele permite ajustar o nível do ganho, volume dos fones de ouvido e botão de mudo pelo painel frontal. A cápsula de 1 polegada proporciona resultados de áudio incomparáveis, facilmente monitorados em tempo real por meio da saída integrada para fones de ouvido. O irresistível design retrô inclui um suporte para mesa que também se adapta a qualquer pedestal padrão para microfones.


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OVI 12 www.dasaudio.com O OVI 12 é o único sistema de alto-falantes versátil que pode ser usado em multidões com aplicações especiais. O modelo pode ser montado em paredes, ou ainda em estruturas montadas no teto, ou suspenso de tetos altos, como caixas pendentes. Todas essas possibilidades sem perder clareza e potência de um veradeiro sistema de alto-falantes full range de duas vias. Uma das características do OVI 12 é o falante de 12” de 300 Wrms alojado em uma estrutura reforçada e leve de polipropileno. Perfeito para aplicações como night clubes, restaurantes ou espaços comerciais e instalações para convenções que precisam de um visual discreto sem abrir mão de uma sonorização de qualidade. O range de frequência vai de 63Hz a 20kHz (-10dB), impedância nominal de 8 ohms, pico máximo de SPL a 1m de 130dB e peso de 10,8kg.

G3 SERIES www.adamhall.com/shop A nova série STINGER® G3 inclui gabinetes de alto-falantes ativos e passivos em formatos de 8 polegadas, 10 polegadas, 12 polegadas e 15 polegadas, bem como dois subwoofers de 15 e 18 polegadas, disponíveis em versões ativas ou passivas. Todos os gabinetes são feitos de alta qualidade de 15 ou 18 mm birch ply, que, em conjunto com o bass bass reflex, garante a resposta de graves precisos. Todos os altifalantes activos estão equipados com potentes amplificadores de classe D. A característica de dispersão dos alto-falantes de gama completa foi ainda mais otimizada na faixa de alta freqüência. Durante o desenvolvimento e otimização das cornetas, utilizou-se o Método dos Elementos de Limite (BEM), e a distância entre os drivers de tweeter e woofers foi minimizada para evitar cancelamentos parciais causados por efeitos de comb filters. A tecnologia DynX® DSP, um desenvolvimento próprio da LD Systems®, garante um som cristalino. Além de três filtros de corta altas diferentes, os DSP predefinidos do subwoofer STINGER® G3 ativo também possuem uma predefinição cardióide. Ao combinar três subwoofers STINGER® G3 do mesmo design, uma característica de dispersão cardióide é conseguida com este circuito, que oferece uma série de vantagens qualitativas em relação às configurações de subwoofer convencionais.

4-WAY CLIP www.dpamicrophones.com O novo clipe 4 Way da DPA Microphones oferece uma montagem rápida e segura - para cima, para baixo, para a esquerda e para a direita - e tem várias opções de montagem para gerenciamento de cabos. O clipe oferece três pontos para a conexão do cabo, proporcionando ao usuário a flexibilidade de que precisam para se movimentar. Disponível na cor preto é compatível com as séries d: screet ™ 4060, Slim e microfones omnidirecionais 4071.


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Projeto Sopro Novo da Yamaha expande atividade Com 12 anos de atuação, o projeto Sopro Novo da Yamaha Musical do Brasil já levou música a mais de quatro milhões de crianças em todo país e contabiliza cinco mil professores formados. O projeto é dividido em três programas distintos (Sopro Novo Bandas, Sopro Novo Flauta Doce e Recitais) e tem como objetivo promover e difundir a educação musical através da Flauta Doce e por meio de atividades pedagógicas, desenvolvendo a educação infantil e a formação de docentes. Em 2017, a iniciativa expande seus horizontes e passa a atuar agora como

Fundação, sem fins lucrativos. A Fundação Sopro Novo será formada por três conselhos (Curador, Diretivo e Fiscal), presididos por Osamu Naito, presidente da Yamaha Musical do Brasil, e compostos por profissionais experientes do mercado. Esta também é uma movimentação inédita em toda operação mundial da Yamaha Musical. Além dos programas, a Fundação cria também a Academia Sopro Novo por meio da qual serão ministrados seminários e trabalhada a formação de professores que atuam no ensino dos alunos da Fundação.

Milkshake versão brazuca

THE CHAINSMOKERS LANÇA O PRIMEIRO ÁLBUM DA CARREIRA O premiado duo americano “The Chainsmokers” lançou em abril seu álbum de estreia Memories... Do Not Open. O trabalho inclui o single “Something Just Like This”, parceria com Coldplay que já teve mais de 175 milhões de streams no Spotify, e “Paris”, certifcado platina que soma mais de 265 milhões de visualizações em videoclipes. Com 12 faixas, o álbum conta ainda com as participações de Jhene Aiko, Florida Georgia Line, Emily Warren e Louane.

MÚSICA CATÓLICA PARA REFLETIR A Plusnetwork, uma das maiores empresas de música eletrônica do país, em parceria com a agência B.Fun, traz ao Brasil a primeira edição do festival holandês Milkshake. Criado com o intuito de celebrar a diversidade, seja ela de qualquer âmbito, orientação ou estilo, é um dos que mais cresce na Europa ao ofere-

cer uma programação com palcos dedicados a diferentes gêneros musicais e opções de entretenimento que excedem a música, como performances, dança, além de brinquedos de parque de diversão. O Milkshake acontece no dia 16 de junho, sextafeira, das 18h às 05h, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Padre Fabio de Melo anunciou o lançamento de um novo álbum de estúdio no dia 28 de abril. Com 14 faixas, Clareou incluirá canções que façam o público refletir sobre a vida, com três faixas autorais. Esse é o primeiro projeto do artista desde o registro do show “Deus No Esconderijo do Verso”, que incluiu clássicos da MPB e grandes participações em uma emocionante apresentação no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.


Tour pela fábrica A PMC Speakers promoveu seu popular toru Hear More na Alemanha e na Austria durante os meses de abril e maio, dando oportunidade para produtores e músicos explorarem a produção do seu complexo sistema de monitoramento profissional de alta qualidade. O evento foi realizado em conjunto com o renomado estúdio de gravação Dorian Grey. A SSL também participou do tour na Alemanha promovendo sessões demo nos seus conceituadíssimos XL Desk e Matrix. O novo sistema de monitoramento MB3 XBD-A, da PMC, foi o centro das atenções dos seminários.

Game XP no Rock in Rio

Mais novidades na nova Cidade do Rock. Além de mais espaço e conforto, e da maior facilidade de acesso com a integração do Metrô com o BRT, o evento traz novas atrações, como o caso da Rock District, do Gourmet Square, do Digital Stage e do mais novo espaço, o Game XP. Uma parceria inédita dos organizadores do Rock in Rio com a CCXP - Comic Con Experience, que vai trazer a experiência dos games ao vivo dentro do festival. No espaço, que ocupará duas das arenas olímpicas, que passam a estar integradas na nova Cidade do Rock, os visitantes encontrarão atrações como uma arena de eSports, auditórios para talk shows com produtores, criadores e outros profissionais do segmento, disputas entre celebridades, estandes de grandes marcas para venda e demonstração de novidades e lançamentos, entre outras coisas.

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Vanguart lança novo álbum em abril Reconhecidos nacionalmente por sucessos como “Meu Sol”, “Mi Vida Eres Tu”, “Demorou pra Ser” e “Pra Onde Eu Devo Ir”, entre outras, o grupo Vanguart apresenta seu novo trabalho esse mês. “Beijo Estranho” traz maturidade e uma voz plural dentro do próprio cancioneiro da banda, abrindo um leque poético e musical impressionante. O álbum, gravado no estúdio Tambor (Rio de Janeiro) com produção de Rafael Ramos, estará disponível pela Deck em formato digital no dia 28 de abril, e chega às lojas em maio. O novo trabalho é composto por 11 canções inéditas e autorais.

Robe Lighting tem subsidiaria na Alemanha

A Robe anunciou sua nova subsidiarias na Alemanha, a Robe Deutschland GmbH, que tera uma base em Munique, e vendedores regionais para cobrir todo o país. A nova companhia vem fortalecer um mercado-chave europeu com uma equipe forte e experiente. A equipe será capitaneada por Dieter Gross, na área de vendas e marketing, e Martin Lonner, que comandara o setor de Operacao e Financas. A dupla tem uma larga experiencia nas subsidiarias da Franca e Estados Unidos. A principal missao e dar um suporte de excelencia aos consumidores, criando uma aproximacao maior entre cliente e marca.

ROGER WATERS ANUNCIA PRIMEIRO ÁLBUM EM 25 ANOS

Roger Waters, a força criativa por trás do Pink Floyd, anunciou hoje o seu primeiro álbum de rock depois de 25 anos, Is This The Life We Really Want?. O lançamento mundial está marcado para 2 de junho. Além de novo projeto de estúdio, Waters ainda apresenta a turnê Us + Them, que começa no dia 26 de março nos Estados Unidos. Além de Waters, que canta, toca baixo e violão no trabalho, o álbum inclui músicos como Godrich (arranjos, teclado, guitarra), Gus Seyffert (baixo, guitarra, teclado), Jonathan Wilson (guitarra, teclado), Joey Waronker (bateria), Roger Manning (teclado), Lee Pardini (teclado) e Lucius (vocais) com Jessica Wolfe e Holly Proctor. A faixa Wait For Her é uma composição de Waters baseada em uma tradução para o inglês do poema Lesson From the Kama Sutra (Wait for Her), do escritor palestino Mahmoud Darwish.


NA TRILHA

SAMBA E ERUDITO O grupo The SAMBach traz a música instrumental clássica e erudita com ingredientes da música brasileira, com maior ênfase ao samba. Foi daí que surgiu a ideia do nome SAMBach, uma fusão entre SAMBA e o nome compositor Johann Sebastian Bach. O mais recento trabalho do grupo foi gravado no interior da Estação Julio Prestes, em São Paulo, O clipe: DIVERTISSIMENT (St. Preux) pode ser assistindo em: https://youtu.be/e8S0jNjnLAA e pode ser baixado em: http://bit.ly/2iWQRe7

ARNALDO ANTUNES E O NOVO DVD AO VIVO

São Luiz, o DVD tem repertório formado por faixas do último projeto do cantor, como Põe Fé Que Já É e Naturalmente Naturalmente, além de sucessos da carreira, contando com a participação dos portugueses Helder Gonçalves e Manuela Azevedo, da banda Clã, e Carminho. A previsão de lançamento de Arnaldo Antunes – Ao Vivo em Lisboa é ainda neste mês de maio, nos formatos CD, DVD e kit, incluindo CD duplo e DVD. Com registros dos bastidores da gravação, realizada em novembro, o DVD traz 24 faixas, incluindo A Casa É Sua e Velha Infância, sucesso do grupo Tribalistas. O projeto é o primeiro registro ao vivo de Arnaldo desde Ao Vivo Lá Em Casa, lançado em 2010.

NOVO ÁLBUM JOHN MAYER

O artista, poeta, compositor e músico Arnaldo Antunes apresenta os fãs a primeira faixa do seu novo DVD, Ao Vivo em Lisboa. Se Você Nadar é uma composição de Arnaldo com sua mulher, Márcia Xavier, e foi originalmente lançada no álbum de estúdio Já É, lançado em 2015. Gravado no Teatro

O cantor lançou na última sexta-feira, 14, o álbum “The Search For Everything”, seu sétimo trabalho de estúdio. O disco inclui as oito faixas que o artista havia disponibilizado em formato de EPs, chamados Wave One e Wave Two, além das quatro músicas inéditas In The Blood, Theme from ‘The Search for Everything’, Never On The Day You Leave e Rosie. Trabalhando no álbum desde 2014, o artista descreve o projeto como a crônica da descoberta e reconciliação de sua dor.

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SHURE DO BRASIL

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Áudio invisível e porque investir nele

Você já viu áudio? Os sons que ouvimos são resultados de vibrações do ar, e naturalmente não podem ser vistos. Pensando nesse conceito, muitas empresas, engenheiros e arquitetos vêm investindo em soluções de áudio que se integram totalmente aos ambientes, de forma que não são facilmente percebidos. Isso é o áudio invisível. Atualmente grande tendência no mercado audiovisual mundial, principalmente nos Estados Unidos, o áudio invisível surgiu da combinação de duas necessidades corporativas: a crescente preocupação com design e a otimização de tempo dos profissionais que atuam nas áreas de TI e integração. Dessa forma, os mais diversos espaços podem receber microfones e equipamentos de áudio que são acoplados ao teto e utilizam apenas um cabo de rede para transporte de áudio e energia. Uma vez que as funcionalidades sejam programadas pelo instalador através de modelos pré-definidos de um software interno, é possível criar vários cenários de configuração de sala sem que haja necessidade de mudanças e reconfigurações dos dispositivos toda vez que a utilização dos equipamentos seja necessária, como normalmente acontece hoje em dia, principalmente em escritórios. Além de salas de reunião e conferência, o áudio invisível vem sendo amplamente demandado por hospitais, institutos educacionais, teatros, e até mesmo pelo mercado de Broadcast.

PREVIEW

DEMANDA ATENDIDA A necessidade por esse tipo de solução existe há muito tempo, mas até alguns anos não havia tecnologia eficiente para que o conceito fosse colocado em prática. No entanto, recentemente o mercado passou a se movimentar e apresentar produtos de qualidade inovadora de Áudio Invisível, que se torna agora uma realidade cada vez mais efetiva e acessível, principalmente após o lançamento do sistema Microflex Advance, lançado pela Shure no início de 2016 e vencedor da categoria de Melhor Produto para Salas de Reunião da ISE (maior feira de sistemas de integração do mundo realizada anualmente em Amsterdam), no mesmo ano e nomeado o vencedor geral da NSCA em Excelência em Inovação de Produto em 2017. Com estética elegante, opções de mesa e de teto, entrega surpreendente e menos elementos ou necessidades de suporte e manutenção, é questão de tempo para que o conceito e as soluções de Áudio Invisível se popularizem e passem a ser amplamente conhecidos também no Brasil.


Robe Lighting anuncia novo distribuidor mexicano

Da esquerda para a direita: Josef Valchar (CEO Robe lighting s.r.o.); Enrique Patiño (Commercial Director na Showco), Guillermo Traverso (Robe Regional Sales Manager para a América Latina), Enrique Lask (CEO da GTM Holdings) e Harry von den Stemmen (Sales Director para a Robe lighting s.r.o.)

A Robe anunciou que passa a ter um novo distribuidor mexicano. A Showco, uma companhia bem estabelecida e conectada, sediada na Cidade do México, com escritórios de vendas em Monterrey, Guadalajara e Cancun, será a nova empresa de distribuição dos produtos Robe. Guillermo Traverso, gerente regional de vendas da Robe na América Latina comentou sobre a impor-

tância na construção da marca da empresa no mercado mexicano, levando à frente este vital e altamente estratégico mercado. Para Harry von den Stemmen, diretor de vendas da Robe s.r.o., o México é um mercado chave tanto como porta de acesso para os Estados Unidos e para a América Latina quanto para vibrante música ao vivo e cena de entretenimento.

Arrecadação com música tem aumento na AL A Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) divulgou no final de abril o IFPI Digital Music Report, relatório anual da indústria da música digital. De acordo com o documento, a receita de música cresceu 12% na América Latina em 2016, o maior aumento para todas as regiões globalmente. Pelo sétimo ano consecutivo, o crescimento na Amé-

rica Latina superou outras regiões do mundo. A música digital representa hoje metade do mercado total na América Latina, onde houve também um aumento de 57% na receita de streaming. Um exemplo foi o canal de música por assinatura, Spotify, que expandiu sua participação no Brasil graças, principalmente, ao crescimento do streaming.

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Novo console digital Audiolab: LIVE16 XL

O LIVE16XL da Audiolab é um console digital compacto que oferece todas as funções de um console de áudio digital de grande porte, em um reduzido. Com tela sensível ao toque de 7”, software intuitivo e rápido, fader motorizado, aplicativo para iPad, medidores VU controle físico e total, com 66 botões construídos, a LIVE 16XL oferece a possibilidade de expansão através do USB ou protocolo DANTE. Os 22 canais possuem uma funcionalidade excepcional e uma gestão intuitiva e poderosa. O controlador tem uma interface visual, através de um ecrã táctil LCD de 7”, que permite gerir todos os aspectos da mixagem. Outra característica é a equalização de 31 bandas, compressor, comporta, delay, seletor de polaridade e efeitos DSP, além dos 16 préamplificadores com potenciômetros dedicados, 4 saídas auxiliares, 4 subgrupos e um fader motorizado de 100

mm. A própria aplicação para tablet permite ao usuário controlar todos os parâmetros sem fio.

CARACTERÍSTICAS: Canais mono: 16 entradas de microfone com potenciômetros dedicados, 2 canais estéreo duplo; Tela táctil de 7”; Taxa de amostragem: 24-bit / 48kHz; 2 FX interno; 4 saídas auxiliares e 4 subgrupos, ou 4 saídas auxiliares; Gravação estéreo via USB; Fader motorizado de 100mm.


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GOLAÇO A Yamaha acaba de marcar um gol de placa na terra do futebol ao incorporar aos seus executivos o competente Takao Shirahata, ex-CEO da Roland do Brasil. Com uma trajetória de sucesso e conhecimento de mercado, Takao assume as áreas ligadas ao Terceiro Setor e Educação Musical da empresa japonesa. Ponto para a Yamaha...

BOLA FORA

As mudanças na legislação trabalhista trazem um novo horizonte para artistas que sofrem com as decisões da justiça do trabalho. Despreparados para entender as particularidades da profissão, os tribunais têm penalizado duramente contratantes que volta e meia gastam um bom dinheiro para simplesmente trocar um músico da sua banda. As novas regras tornam mais claras e definidas as contratações temporárias ou de cunho meramente incidental.

DURA REALIDADE Depois de ver as duras imagens do inesquecível BB King fazendo shows e se deslocando numa cadeira rodas, confesso que ver a mesma cena gravada no aeroporto de Los Angeles e tendo como personagem o guitarrista Eric Clapton, me deixou atordoado com a tonelada de realidade que me foi jogada sobre a cabeça. Gente assim não deveria envelhecer...

PERDA Morreu no início de abril, aos 87 anos, uma lenda da evolução e desenvolvimento da tecnologia voltada à música. Ikutaro Kakehashi foi o criador da Roland Corporation e tudo o que ela representou e representa em termos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico voltado a essa arte. O que Leo Fender fez pela guitarra, Kakehashi fez pelos sintetizadores e processadores de sinal de áudio e instrumentos. Aqui no Brasil era amigo pessoal dos irmãos Lucas e Takao Shirahata que criaram e conduziram a Roland do Brasil por décadas de sucesso.

Os critérios de censura estabelecidos pelo Facebook precisam respeitar o bom senso. A cantora e atriz Simone Mazzer teve a capa do seu disco censurada pela rede social por mostrar a imagem de uma jovem gordinha nua em foto estilizada e de visível bom gosto e humor. Em contrapartida, é possível encontrar na mesma rede, fotos de cunho pornográfico e imagens violentas sem nenhuma restrição. A artista lança nesse mês o CD Férias em videotape, em São Paulo.

RECONHECIMENTO Mesmo aplaudido no segmento de áudio profissional, bem que o Gabi, da Gabisom, merecia ser ouvido pelo empresariado brasileiro. O recluso e discreto empresário criou uma empresa genuinamente brasileira, reconhecida mundialmente como uma das melhores do mundo a ponto de ser exigida por alguns artistas internacionais que excursionam pelo cone sul. Embora avesso a badalações, o conhecimento desse profissional certamente seria de enorme valia para quem quer conhecer, investir ou transacionar no segmento. Já homenagens ou títulos de qualquer espécie, esqueçam... o Gabi odeia isso. Nem de fotos ele gosta.

MIXAGEM Gravar, mixar ou editar trabalhos nos EUA, Europa ou Japão é puro marketing


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR

e turismo. Temos tecnologia de ponta e profissionais de primeira linha no Brasil que fazem o mesmo trabalho com altíssimo nível de qualidade e eficiência. Mas que fica bacana a expressão “Gravado e mixado nos EUA”, fica. E Los Angeles parece ser o destino predileto dessa turma.

pelas autoridades em nossos aeroportos como verdadeiras canecas de água num oceano criminoso que o Ibama não consegue fiscalizar. Mais fiscais e rigor nas penas aplicadas aos infratores certamente seria um bom começo para enfrentar isso.

CORDAS PERGUNTINHA Por que os sistemas de earphones são tão mais caros que os sistemas wireless de microfones? Embora diferentes no princípio operacional, seguem uma lógica quase igual de construção e desenvolvimento. O surpreendente é que em alguns casos chegam a custar o triplo do preço de microfone com um sistema de transmissão similar da mesma marca.

SUCESSO GARANTIDO Um dos maiores criadores de hits das últimas décadas foi convidado pelo presidente da Warner, Sérgio Affonso, para produzir novos talentos da música gospel para o selo que passou a incorporar esse segmento musical em seu cast. Hitmaker consagrado, Michael Sullivan terá carta branca para desenvolver novos projetos e gerir a nova proposta voltada à música de louvor que, mesmo diante da crise, não para de crescer.

MADEIRAS As apreensões feitas pela polícia federal nos aeroportos são incipientes no contexto dramático da exploração ilegal de madeiras nobres brasileiras, algumas delas inclusive em extinção. Pequenas peças recortadas e escondidas de forma simplória são confiscadas

Denunciei aqui a falsificação de cordas de marcas famosas e minha caixa de e-mails entupiu de mensagens de músicos reclamando que algumas dessas cordas de grife andam perdendo afinação de oitavas em menos de 90 dias. E informam que foram compradas em lojas com a respectiva nota fiscal. E agora?!?

DESINTERESSE No meio desse turbilhão de votações e decisões em Brasília, ninguém lembrou de enfiar o projeto que isenta os instrumentos musicais de impostos e dá a eles equiparação tributária a obras fonográficas e livros, já isentos desses impostos. Classificar instrumento musical como ferramenta de cultura é coisa de primeiro mundo e a nossa juventude merece, e precisa.

PREVISÃO Venho alertando... Loja que não se modernizar racionalizando custos e oferecendo serviços, vai sucumbir pela pressão do comércio on line. Com preços que podem chegar a até 30% mais baratos, as vendas pela internet se popularizaram de forma devastadora, mas ainda encontram o entrave do contato direto com o objeto de desejo do comprador. Se as novas tecnologias amparadas pela logística, leia-se shows

rooms, superarem isso, a loja física vai enfrentar uma guerra desigual. Metade fecha...

INGRESSOS O anúncio feito pela organização do Rock in Rio de que os 700 mil ingressos disponíveis para a edição de 2017 do evento já estavam esgotados não foi levado a sério. Todos sabem que o ingresso mais bem vendido é aquele em cima da hora e comprado por turistas. E entregar isso na mão de cambistas seria burrice...

MANCADA CULTURAL Um conhecido artista brasileiro tentou bancar o engraçadinho durante um show no Japão e numa das suas falas entre as músicas puxou os olhos com as mãos achando que agradaria o público fazendo um semblante oriental. Quebrou a cara feio porque o gesto é considerado ofensivo na cultura oriental e em ato contínuo foi vaiado e terminou o show sem a metade do público que o esperava. Faltou informação ao desafortunado artista.

ALÔ, ECAD! Os clubes, as ricas federações e a milionária CBF pagam pelo uso indiscriminado de músicas em seus jogos e eventos ligados ao futebol?

ZONA FRANCA O Ministério Público Federal acompanha discretamente os acontecimentos na Zona Franca de Manaus. Os indícios de possíveis fraudes vêm sendo monitorados e logo poderemos ter notícias daquela polêmica reserva político tributária que há muito precisa de transparência.

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Profissões do

‘backstage’ G L A U C O

C R U Z

EMPREENDEDOR

Neste ano 2017 teremos nesta coluna, uma série de entrevistas mostrando histórias de empreendedores do Backstage. Mostraremos que o trabalho sério e com comprometimento leva ao sucesso. Onde alguns enxergam crise, outros enxergam oportunidades. A profissão do dia é a de Empreendedor e o entrevistado é o Glauco Cruz.

redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

G

igplace - Vamos conhecer um pouco o nosso entrevistado. Glauco, como foi a sua entrada para o mercado do áudio? Glauco Cruz - É sempre difícil falar de mim. Sou muito sério no meu trabalho e me preocupo muito com o profissionalismo e a qualidade. Não aceito erros, por isso me cobro muito, e sempre acho que posso melhorar. A minha entrada no áudio foi por acidente. Giglace - Notei a dificuldade de falar sobre você, mas o que queremos saber é

sobre sua vida antes de entrar no áudio. Glauco Cruz - Como eu disse anteriormente, entrei no áudio por acidente. Eu vivia com os meus pais, mas meu pai bebia muito, e isso me incomodava, porque não suportava como ele tratava minha mãe e irmãos. Então eu fugi de casa aos 10 anos de idade e acabei indo morar numa empresa de som em Santos. Gigplace - Qual era essa empresa e como um menino de 10 anos começou a trabalhar numa empresa de áudio? Glauco Cruz - A empresa era a Studio 5


Glauco Cruz - Eu tenho até o momento 32 anos trabalhando com áudio. Nesse tempo trabalhei com muita gente e para muita gente. Como já disse, a primeira locadora de áudio que trabalhei foi a Studio 5 de Santos, depois fui para a Studio A Som e Luz, depois com a banda Matéria Prima, depois para a locadora WSom, voltei para a Studio A, e em seguida fui para SP trabalhar na R4 Som, do Roberto Ramos. Fui um tempo para banda Rastapé, voltei para Santos e trabalhei na Jeffesom, voltei para a R4, depois fui trabalhar com o Thiaguinho. Nas locadoras, tive o prazer atender muitas bandas e viajar acompanhando vários artistas. de Santos, na verdade minha história com a Studio 5 começou bem antes, um amigo de infância da escola me convidou para ir ver o show dos palhaços Atchim e Espirro, e quando fui chegando lá vi que o pai dele estava operando o som. Fiquei fascinado pelo equipamento de som, achei aquilo tudo o máximo, nem vi direito os tais de Atchim e Espirro. Naquele momento, decidi que queria trabalhar com aquilo, isso eu ainda era bem moleque. Aí quando eu fugi de casa, o primeiro lugar que me veio a cabeça foi a tal da Studio 5, mas o início lá não foi fácil. No primeiro momento me botaram pra correr, ouvi muito “sai daqui moleque”, mas insisti por dias num só mantra “me dá um trabalho”. Estava lá todos os dias insistindo. Até que um dos donos, vendo a minha insistência, parou para conversar comigo. Depois de ouvir minha história ele me falou: “tá bom moleque, vai arrumando os cabos, varre o chão e tu sabe fazer café?” ele me perguntou. Respondi que não, e mal contendo a minha alegria completei, “Não sei mas eu aprendo”. Gigplace - Dando seguimento a pergunta anterior, como foi a sua carreira no áudio até o presente, quais foram as empresas e bandas você trabalhou até o momento?

Gigplace - Nesse caminho da estrada cruzamos com muitas pessoas, quais foram aquelas que fizeram a diferença na sua história de vida? Glauco Cruz - Foram muitas, e elas foram importantes em momentos especiais da minha vida e que moldaram a pessoa que sou hoje. Vou citar aqui algumas relacionadas a minha vida no áudio: O António Santos (O Toninho da Studio 5) foi culpado por eu ter entrado no áudio, pois foi na empresa dele que eu aprendi os primeiros passos dessa profissão que amo, e aprendi também a fazer um excelente café, risos. Depois dele vem o Djalma Aragão (Studio A) que eu encontrei por acaso num show na praia de Santos e me convidou para trabalhar na empresa dele, ele sempre viu em mim um grande potencial e ajudou a me desenvolver. Ele sempre dizia que eu era muito profissional. Uma pessoa que foi muito importante na minha vida foi o Dalvino Machado, que me viu trabalhando numa quermesse no bairro dele, ele se aproximou de mim, me chamou e disse: “Quer ganhar muito dinheiro?” No momento, meu primeiro pensamento foi “Esse cara tá me passando uma cantada” (risos). Mesmo com receio, respondi que sim,

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O presidente na época que eu entrei para o U.S. Army era o George Bush, e no governo dele tinha uma lei que qualquer pessoa podia entrar no U.S. Army e, se conseguisse se formar, ganhava o Green Card. Este era o meu principal objetivo.

ele então me disse pegue esse número de telefone e liga pra esse cara, o cara era o Roberto Ramos. Tentei ligar para o tal número e nunca consegui falar com a pessoa. Já tinha desistido quando cruzei com o Dalvino na rua que já foi me dizendo: “ Pô !?...Você não ligou pro cara!”. Desculpei-me e expliquei que tinha ligado, mas não consegui falar com a pessoa. Resumindo um pouco a novela, finalmente consegui marcar um encontro com o cara, só ao encontrá-lo juntei o nome a pessoa eu já era fã do Roberto Ramos há tempos e o destino fez com que eu acabasse o encontrando. Dessa forma, foi que eu iniciei na R4, empresa na qual eu aprendi a ser um profissional do áudio. Junto com o Roberto Ramos, viajei com a banda Paralamas do Sucesso por quase 9 anos e tive o prazer de assistir inúmeras vezes o Roberto fazer o monitor para eles. Aprendi quase tudo que eu sei como profissional do áudio com o Roberto Ramos nos meus anos de R4, agradeço sempre a Deus nas minhas preces por tê-lo colocado no meu caminho. Outra pessoa muito importante na minha vida foi o Marcelo Marins, que Deus o tenha. Foi ele que me levou para trabalhar na Banda Rastapé, onde passei três anos da minha vida. Nesse período, realizei um sonho, minha primeira viagem para os Estados Unidos. Com a Banda Rastapé fiz quinze shows nos EUA durante os quais fiz muitos contatos, devido a essa viagem e os contatos feitos, quando sai da banda decidi ir morar nos Estados Unidos e consegui entrar na U.S. Army. Gigplace - Você serviu no exército americano, o que significa que você é cidadão norte- americano. Fale-nos dessa experiência e como isso mudou seu jeito de agir e pensar? Glauco Cruz - Eu nunca contei essa parte da minha vida para ninguém antes, mas vamos lá. O U.S. Army, exército americano, é uma empresa, para en-

trar você faz um contrato de 4, 8 ou 12 anos é você só pode trabalhar para eles somente até os 38 anos, e você é separado pelas suas aptidões ou profissões. O presidente na época que eu entrei para o U.S. Army era o George Bush, e no governo dele tinha uma lei que qualquer pessoa podia entrar no U.S. Army e, se conseguisse se formar, ganhava o Green Card. Este era o meu principal objetivo. Mas como os americanos falam “não existe almoço grátis”. O treinamento lá inicialmente dura seis meses e se você resistir a essa etapa inicial, você tem alguma chance de completar o seu contrato. Mas o treinamento é feito para que você desista. Durante seis meses, você não tem uma folga, praticamente você nem tira o fardamento, nem larga o seu fuzil, nem para dormir. Você aprende a matar, de todas as maneiras, eles lhe transformam numa máquina de matar, você se torna um ser humano frio. Se você não tiver um apoio familiar, você perde o amor pelo ser humano, só quer ficar sozinho. Depois do U.S. Army eu nunca mais fui o mesmo. Esse período da minha vida me mudou profundamente. No meu grupamento estávamos treinando para defender o Kuwait do Iraque. Mas sobrevivi ao treinamento, e consegui o meu objetivo que era conseguir o green card.


rock locais, até fiquei temporário por 15 dias em um estúdio de um canal de TV de Miami.

Gigplace - Recentemente você deixou a banda do Thiaguinho para retornar aos Estados Unidos. Conte um pouco sobre essa decisão. Glauco Cruz - Posso dizer que não foi uma das decisões das mais fáceis de minha vida, e ficou ainda mais difícil depois que o próprio Thiaguinho veio conversar comigo sobre o assunto. Por ele eu não deixaria a minha posição (técnico de PA), mas do meu coração e da mi-

nha cabeça não saia a ideia de voltar aos Estados Unidos por definitivo. Gigplace - O que você está fazendo nos EUA, em que está trabalhando? Glauco Cruz - Eu montei uma empresa que se chama American Brothers Sound Productions & Events, esta empresa oferece um pool de serviços que incluem mão de obra local (produtores técnicos de som, luz, roadies, etc), locação de backline, som, iluminação, equipamentos de DJ, além de todos os serviços de pré e produção de

Gigplace - Como funcionam as locadoras aí, quais as diferenças fundamentais das locadoras brasileiras? Glauco Cruz - A diferença neste caso é enorme, não dá nem para comparar. Aqui ou se tem o equipo ou não tem. Não existe PA, Monitor ou Microfones: cópias, clones,

Gigplace - Mas por que essa fixação pelos Estados Unidos? Como foi a sua primeira visita aos EUA, você já tinha um plano de vida de ir morar lá? Glauco Cruz - Eu tomei a decisão de ir para os EUA desde de criança, pois sempre achei que lá seria um bom lugar para viver e trabalhar. Quando criança não vou negar que fui influenciado por seriados como CHIP‘s, MAGNUM, MacGYVER e os filmes de guerra. Voltando a pergunta, minha primeira vez nos Estados Unidos foi em 2001 com a banda Rastapé, como disse na pergunta anterior. E não posso negar, foi mágico, eu estava realizando um sonho. E um detalhe mais que especial, eu estava realizando um sonho fazendo o que eu mais amo, que é trabalhar com shows e recebendo por isso. Foi maravilhoso, eu lembro de tudo como se fosse ontem.

Gigplace - Como funciona o mercado de show americano para os técnicos de áudio fixos e freelancers? Glauco Cruz - O mercado americano é bastante justo para quem presta serviço de maneira séria, como eles falam aqui “By The Rules”. Agora falando do mercado local, há técnicos que são fixos das bandas, mas diferente do Brasil, nesses casos eles ganham muito bem para ficarem à disposição FULL TIME. Aqui se tem o conceito de tour onde os profissionais fecham contratos com os artistas por períodos determinados que eles denominam LEG, e são pagos semanalmente.

E um detalhe mais que especial, eu estava realizando um sonho fazendo o que eu mais amo, que é trabalhar com shows e recebendo por isso. shows e eventos para bandas brasileiras, além de atuar no mercado local com projetos, manutenções e instalações em casas de shows, bares, igrejas e escolas. Tudo que tiver áudio envolvido nós fazemos. Essa é a filosofia da AMERICAN BROTHERS. Mas paralelo a empresa tenho feito freelas com bandas de

paralelos ou qualquer eufemismo utilizado como desculpa pelas locadoras do Brasil. Que me perdoem as poucas que não trabalham dessa forma, mas essa é a prática da grande maioria. Outro fato que fica bem claro aqui: quem loca som não loca backline, praticáveis e etc. Cada um (empresa) cuida da sua parte.

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A filosofia americana é valorizar a empresa, e ela também valoriza seus funcionários, pois sabe que o equipamento sozinho não faz o show acontecer. Quanto ao formato de pagamento aqui se paga aos funcionários por hora, isso significa que, quanto mais se trabalha mais se ganha, e tudo é otimizado para ser rápido e com o menor esforço.

Outra coisa, as empresas aqui não batalham para ver quem faz por menos, tudo é tabelado e existe um valor mínimo que não pode ser ultrapassado, pois todos têm consciência que operar dessa forma faz mal ao mercado como um todo. A filosofia americana é valorizar a empresa, e ela também valoriza seus funcionários, pois sabe que o equipamento sozinho não faz o show acontecer. Quanto ao formato de pagamento aqui se paga aos funcionários por hora, isso significa que, quanto mais se trabalha mais se ganha, e tudo é otimizado para ser rápido e com o menor esforço. Alguns técnicos freelancers recebem um cachê fechado, mas isso já é um acerto pré estabelecido. Uma coisa que preciso comentar, o equipamento aqui viaja na maior parte das tour e grandes eventos em carretas, com a carga toda no lastro sem empilhar, todos os cases tem rodas. Não importa se terá que viajar 2, 3, 4 ou mais carretas. O importante é preservar o equipamento. Por isso que é muito raro ver algum equipamento ou case sucateado por aqui. Gigplace - Como funciona o sindicato ai nos Estados Unidos, ele realmente funciona ou só funciona para TV e Cinema? Glauco Cruz - Funciona, sim. Eu estava fazendo um freela para uma empresa local, posicionado na house mix fazendo a passagem de som e de repente no meu lado esquerdo se aproximaram duas pes-

soas bem-vestidas e educadamente me pediram atenção. Eu dei uma pausa no que estava fazendo e respondi aos dois: “Pois não, em que posso ser útil?” Um deles muito educadamente se apresentou como fiscal do sindicato e me pediu a minha Sound Engineer ID (o equivalente ao DRT ai no Brasil). Detalhe, eu ainda não tinha a tal da Sound Engineer ID. Neste momento meu DNA de brasileiro bateu mais forte, bati as mãos no bolso da bermuda com a maior cara de “Caramba onde está” e disse: - Me desculpem, mas acho que não trouxe. Eles se dirigiram em direção da sala de produção e ficaram lá conversando com o pessoal da produção por um bom tempo. Depois de um tempo vieram em minha direção os dois caras do sindicato e o produtor do evento. No fundo eu já estava pensando que iam me impedir de fazer o trabalho. Quando o trio chegou a house mix ouvi o produtor falando para os caras “Eu me responsabilizo pelo Glauco”, aí os caras deram alguns documentos para o produtor assinar, creio eu que alguma taxa e foram embora. Por isso que afirmo que por aqui o sindicato funciona a fiscalização é efetiva. Mas vou fazer aqui uma MEA CULPA, até o momento desta entrevista eu ainda não fui ao sindicato tirar minha Sound Engineer ID. Mas tenho consciência que tenho que pagar as taxas e impostos que aqui são anuais.


Gigplace - Como você descreveria o momento atual do mercado de entretenimento brasileiro, e como você vê o futuro desse mercado? Glauco Cruz - Minha visão atual do mercado infelizmente é bem negativa. Vejo muita gente reclamando, desde locadoras a técnicos. Locadoras fazendo serviços quase de graça, praticando preços que inviabilizam o próprio negócio, coisa que reflete diretamente na entrega do seu produto, que é um serviço. Por outro lado, os técnicos que trabalham para essas empresas como freelas recebem baixos cachês, o que acaba influenciando no seu comprometimento com o trabalho, que resulta no mau atendimento que eu descrevi acima, resumindo entrega de um produto ruim ao cliente final. Quanto às bandas, essas estão abaixando os

cachês dos seus técnicos, ou então pagando um salário fixo, que geralmente fica abaixo da média que eles recebiam antes. Sinceramente será esse custo que estava encarecendo os shows? Com esse tipo de pensamento não vejo um futuro promissor para o mercado de entretenimento num futuro próximo. Gigplace - Quais são os seus planos para o futuro? Glauco Cruz - Transformar a American Brothers, a minha empresa, num empreendimento sólido e respeitado aqui nos Estados Unidos, e estar pronto para atender as necessidades das produções americanas e brasileiras com excelência. No âmbito pessoal, comprar uma boa casa em Miami para viver com meus filhos e desfrutar desse país que de um sonho virou meu lar.

Para saber online

American Brothers Sound Productions & Events Acesse: http://ambsound.com

Este espaço é de responsabilidade da Comunidade Gigplace. Envie críticas ou sugestões para contato@gigplace.com.br ou redacao@backstage.com.br. E visite o site: http://gigplace.com.br.

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

MÚSICA Entre os palcos, os discos e as novelas, o produtor Ricardo Leão percorre todas as trilhas que a música alcança e fala sobre a evolução desse trabalho na dramaturgia. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Guarim de Lorena / Divulgação

A TRILHA SONORA GANHA VIDA PRÓPRIA

H

á algum tempo, acontecem mudanças que fazem a trilha incidental – com música instrumental - ganhar importância nas novelas da emissora Rede Globo. “Antes você pegava determinadas músicas de discos. Mas aquelas músicas não tinham a força dramática de quando você faz uma trilha especial para a cena. Fora que a letra cantada pode atrapalhar quando existe um diálogo. Antes o compositor fazia arranjos sobre essas músicas, o que não acontece mais. Quando você faz a música original dá outra elegância para a cena”, aponta o produtor Ricardo Leão.

safera, tinha como tema a música Bom para o moral, originalmente cantada por Rita Cadilac. No entanto, Ricardo Leão não trabalhou em cima dessa canção para a trilha incidental da personagem, como se fazia antes. Fez uma música instrumental só que original. “Agora o nosso crédito é música original. Antes era produtor musical. A música que fazemos, especial para a cena, ganha uma importância muito maior. E como as novelas estão muito mais ágeis, não tem muito mais espaço para a música cantada”, aponta o compositor.

A TRILHA INCIDENTAL

CONSTRUINDO A TRILHA DE NOVELA

Isso não quer dizer que ainda não se usem canções tema para os personagens. A Luciene, interpretada por Grazi Mas-

Toda a trilha sonora é um trabalho de pesquisa musical. O tipo de música que será feito, os instrumentos que serão usa-

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SOM, IMAGEM E

A música que fazemos, especial para a cena, ganha uma importância muito maior. E como as novelas estão muito mais ágeis, não tem muito mais espaço para a música cantada.


dos, os timbres, tudo tem que ser estudado. E no caso da novela, há diferenças em relação a um filme, por exemplo, que são determinantes. “A novela é diferente do cinema, que é uma história fechada. Ela é uma obra aberta. Às vezes um personagem que ia morrer cai nas graças do público e continua vivo, por exemplo. A novela começa só 50% pronta. O resto acontece no decorrer dela”, explica Ricardo. O compositor começa a trabalhar na trilha um ano antes de a novela entrar no ar. O material que ele tem para o trabalho é a sinopse dos personagens, além dos primeiros dez capítulos já prontos. “Aí vou estudando o caminho que o personagem vai ter”, indica. Acontecem, então, várias reuniões com a direção da novela. No caso da Lei do amor, a direção foi de Natalia Grimberg e Denise Saraceni, que foi quem trabalhou mais próxima de Ricardo, construindo a concepção da trilha sonora. “Como a novela se passou em uma cidade no interior de São Paulo, optamos para que a trilha tivesse elementos regionais. Pensamos muito na viola caipira. E o conceito foi esse: misturar a viola tradicional com os instrumentos de orquestra. Usamos viola, corne inglês, que é tipo um oboé mais grave, e outros instrumentos de orquestra. O Jacques Morelembaum participou tocando cello”, detalha Ricardo. Foram ainda usados o piano Yamaha C7 do estúdio Vison e outro do próprio produtor, da mesma marca. A ideia era dar uma unidade à trilha, no entanto, há núcleos diferentes. A família Leitão, dos poderosos, era trabalhada com uma sonoridade mais pesada, por exemplo. “Tinha muita angústia. A filha alcoólatra. A heroína que pega o amor da vida dela na cama com outra... Tem muita viola com orquestra. Já o núcleo da Salete (interpretada por Cláudia Raia) era mais cômico, com instrumentos de

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 36

sorpo, acordeom. A Luciene (interpretada por Grazi Massafera), que era cheia das armações e tinha um rolo com um senador, tinha clarinetes, violão” explica o compositor. Para mostrar a trilha para a direção, são feitas “maquetes” das músicas com instrumentos eletrônicos. Essas maquetes são, inclusive, usadas nas edições de capítulos que ainda não têm as trilhas acústicas gravadas, antes que eles entrem no ar. As sessões de gravação de cordas foram

gravadas com oito violinos, duas violas (não as caipiras, mas as de arco), dois violoncelos e contrabaixo. Como produtor musical, Ricardo Leão conta com um orçamento fixo que, eventualmente, pode ter algum acréscimo por conta de alguma demanda específica não prevista. Alguma coisa eletrônica também foi usada, mas nunca em simulações de instrumentos. “Usei timbres eletrônicos em ambientes ou pads. São elementos bem sutis. Aí vamos conceituando

Estúdio próprio

Para mostrar a trilha para a direção, são feitas “maquetes” das músicas com instrumentos eletrônicos. Essas maquetes são, inclusive, usadas nas edições de capítulos que ainda não têm as trilhas acústicas gravadas, antes que eles entrem no ar.

Desde 1977, quando começou a trabalhar com música em Goiânia, sua cidade natal, Ricardo se divide entre a produção de discos, arranjos e direção musical de peças teatrais ou produção de trilhas. “Cheguei no Rio em 1984 e dei sorte. Com poucos meses, o maestro Eduardo Souto Neto me chamou para trabalhar com a Simone, que era uma das maiores vendedoras de discos”, comenta. A partir daí foram muitas as viagens, trabalhos e músicas. Ao longo dos mais de 40 anos de carreira, Ricardo Leão teve a oportunidade de tocar com Emilio Santiago, Quincy Jones, Take 6, Margareth Menezes, Martinho da Vila, Daniel Boaventura e Zeca Baleiro. Em paralelo, o músico nunca deixou de também trabalhar para teatro ou cinema. Mas a trilha como atividade principal é algo mais recente na vida do músico. “Fiquei no mercado fonográfico convencional até 2005. Foi quando Ingrid Guimarães me convidou para fazer a trilha de seu programa na Globo Sob

nova direção. Eu já tinha feito a trilha da peça Cócegas, com ela e a Heloisa Pérrissé, que foi um sucesso” acrescenta Leão. Depois, o produtor trabalhou sete anos no Som Brasil e em programas do entretenimento e da dramaturgia. Entre novelas e séries, participou do TV Xuxa, da novela Passione, do seriado Mr Brau e da novela A lei do amor, trilha sonora que gerou o mais recente CD do músico, de mesmo nome. Para o trilheiro, o estúdio é uma ferramenta fundamental. No momento, ele está construído a sua nova “Toca do Leão” na Barra da Tijuca. “Durante a novela, usei o estúdio Fibra, que tem um equipamento muito bom. Para o meu estúdio, comprei um Pro Tools HDX, prés da Universal Audio, Neve 1073 e a SSL XL10”, comenta. O compositor também comprou microfones de primeira linha, como os Neumann U47 e U87 e AKG414. “Penso ainda em colocar um piano de cauda inteira além do meu piano que já tenho”, completa.


a trilha. Toda a semana mandava um CD para a Denise. Apesar de ter umas regrinhas para se compor uma música mais romântica, ou mais cômica, no fim, o ato de compor é bem intuitivo. A obra que funciona para uma cena pode não funcionar para outra. Tem que achar o universo da trilha dentro daquela obra”, conta o compositor.

ENTRANDO NO AR... Nas primeiras semanas de sonorização da novela, Ricardo Leão procura ficar sempre junto do sonoplasta. “É quando são definidos onde entram os temas e suas possíveis variações. Troquei ideias o tempo todo com o Alexandre Reis (sonoplasta); ele me pedia para tirar a percussão de uma música, outra tinha uma versão com o barulho da água, ou sem, ou seja, são muitas versões. A partir da quarta semana, deixo de ir ao estúdio de sonorização e fico trabalhando para municiar a novela. São capítulos de uma hora seis dias por semana. Tem que ter muita música, ou então pode ficar chato”, recomenda o arranjador. Segundo Ricardo, a criação não pode ser a única preocupação de quem faz trilha para TV. O centro das atenções deve ser sempre a voz de quem está interpretando o personagem. “Quando componho, também tenho que dei-

xar um espaço para a frequência da voz. Eu mandava para o Fabrício Matos (técnico de som) já com alguma edição e automação. Ele já fez muita coisa para novela. Temos que nos preocupar com o som que sai na TV, em casa. Principalmente com as altas, senão só vai ouvir contratempo, por exemplo. Mas hoje melhorou muito em relação ao que era há 20 anos. Pelo menos já temos um estéreo e uma pós-produção muito mais cuidadosa em todos os aspectos. Isso desde a captação do áudio. Não adianta uma música linda se o diálogo está mal captado, porque quando vai fazer a finalização tem que montar o diálogo, os efeitos sonoros e a música”, detalha o produtor musical.

VIDA PRÓPRIA E, no fim das contas, a música de trilha, em geral associada à imagem, pode ganhar vida própria. Ricardo Leão deu a sugestão de que a trilha incidental da novela fosse lançada em CD físico, ao contrário do que acontece hoje geralmente, com o lançamento apenas virtual. “Tinha uma época em que esses discos saiam. Esse, a Som Livre tinha feito só em digital, mas eu incentivei o lançamento do CD físico porque acho bom que tenha o CD, o encarte com as informações. Acho que ajuda”, finaliza o músico.

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PREVIEW DE EQUIPAMENTOS| www.backstage.com.br 38

Principais componentes do sistema sem fio da Série Audio-Technica 6000. O receptor ATW-R6200 (parte inferior) e dois transmissores body-pack ATW-T6001

A Audio-Technica apresenta o novo sistema sem fio de alta densidade e com eficiência de espectro, da Série 6000. A empresa continua desenvolvendo soluções sem fio que lidam diretamente com os problemas apontados pela FCC (Comissão Federal de Comunicações). redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

AUDIO

TECHNICA AMPLIANDO O ESPECTRO A

redefinição do espectro de transmissão pela FCC acabou por reduzir a quantidade disponível para operações de microfone sem fio, aumentando a necessidade de tecnologia eficiente para operar um grande número de canais simultâneos no mercado atual. Como solução, a Audio-Technica desenvolveu a Série 6000, com canais em

intervalos de 125 kHz que podem ser utilizados simultaneamente. O sistema opera na banda de 944-952 MHz, faixa que não é utilizada para transmissão de TV, e a FCC expandiu as qualificações para obtenção da licença desta banda para além de broadcasters e criadores de conteúdo, incluindo empresas e locais de shows que operam


Especificações técnicas Especificações do receptor ATW-R6200: •Sistema receptor: Diversidade verdadeira •Frequência de operação: 946,125 a 949,875 MHz •Canais simultâneos: Total de 31 canais (intervalos de 125 kHz) •Sensibilidade de RF: 20 dBuV (para relação S/R de 60 dBA) •Distorção harmônica total: <1% (entrada de 63 dBμV, 1 kHz, desvio de frequência de ±10 kHz) •Relação sinal-ruído: 110 dB ou mais •Nível da saída de áudio: XLR balanceado de +6 dBV (DE LINHA) -13 dBV (MIC) (desvio de frequência de ±15 kHz, carga de 600 ohms) •Jack de entrada da antena: Tipo BNC (50 ohm) 12 VCC de SAÍDA (máx. 60 mA x 2) •Terminal da saída de áudio: jack estéreo padrão de 6,3 mm (balanceado) com XLR de 3 pinos machos (balanceado) •Jack da SAÍDA do fone de ouvido: Jack estéreo padrão de 6,3; máxima saída de potência: 100 mW + 100 mW em 32 ohms •Potência: 120 VCA, 60 Hz •Intervalo de temperatura de operação: 5 °C a 45 °C •Consumo de energia: 25 W •Dimensões externas: 482 mm L x 43 mm A x 361 mm P •Peso: 4,7 kg

normalmente com 50 microfones sem fio ou mais.

SISTEMA SEM FIO DE ALTA DENSIDADE O sistema da Série 6000 é formado pelos seguintes componentes: receptor ATW-R6200, transmissor body-pack ATW-T6001, sistema de distribuição de antena ATW-DA410 opcional, e alguns microfones de lapela e cabeça compatíveis da Audio-Technica. Os principais recursos são o filtro de alto desempenho para remover ruídos externos, displays simples, configurações da frequência do transmissor pela sincronização de IR, controle e monitoramento de rede, design durável e compacto do transmissor body-pack e o conector de entrada de alta confiança em miniatura. Para mais informações, acesse: www.audio-technica.com ou entre em contato com a equipe de engenharia de aplicativos pelo email: aeteam@atus.com.

Especificações do transmissor body-pack ATW-T6001: •Frequência de operação: 946,125 MHz a 949,875 MHz (31 canais) •Passo de frequência: 125 kHz •Emissões espúrias: Em conformidade com regulamentações federais e nacionais dos EUA •Saída de potência RF: 50 mW/10 mW/2 mW •Desvio normal: ±5 kHz •Desvio máximo: ±16,25 kHz •Resposta em frequência: 70 a 15 KHz •Baterias: Duas alcalinas AA de 1,5 V (não incluídas) •Duração da bateria: Aproximadamente 6 horas (usando duas baterias alcalinas com 50 mW) •Consumo de corrente: 230 mA ou menos (a 3 VCC) •Dimensões externas: 62 mm L x 70 mm A x 17 mm P (excluindo as saliências) •Peso: Aproximadamente 90 g (excluindo as baterias) O sistema sem fio da Série Audio-Technica 6000 estará disponível nos segundo trimestre com os seguintes componentes: •Receptor ATW-R6200 •Transmissor body-pack ATW-T6001 •Sistema de distribuição de antenas ATW-DA410 •Par de filtros de antena ATW-F948 •Microfone lapela condensador cardioide subminiatura AT898cH •Microfone lapela condensador omnidirecional subminiatura AT899cH •Microfone condensador omnidirecional subminiatura sobre a cabeça Audio-Technica BP892cH MicroSet® •Microfone microssuporte auricular condensador omnidirecional sobre a cabeça Audio-Technica BP893cH •Microfone condensador omnidirecional subminiatura sobre a cabeça Audio-Technica BP894cH MicroSet

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PALCO SILENCIOSO|CAPA|REPORTAGEM| www.backstage.com.br 40

Assistir a um show geralmente é uma experiência cujo sinônimo é volume alto nas caixas de som. Quando o lugar é amplo, o equipamento de sonorização compatível com os padrões de qualidade e a acústica decente, ficar sujeito a uma sonoridade que ultrapasse os 86 decibéis suportados pelo ouvido humano acaba por se passar imperceptível. O conceito de palco inovador para um som transparente, um monitoramento eficaz e proteção auditiva, foi apresentado por empresas que atuam no setor de tecnologia de eventos e foi um dos destaques na feira de Frankfurt.

redacao@backstage.com.br Fotos: Danielli Marinho / Messe Frankfurt Exhibition GmbH / Jochen Günther / Internet / Divulgação

PALCO SILENCIOSO poucos decibéis durante um concerto

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uem passou pelo Hall 4.1. durante a Prolight + Sound 2017 Frankfurt pode ter outro tipo de experiência, no que se refere ao conceito de uma passagem de som. Uma área especial chamada “Silent Stage” (Palco Silencioso) era apresentada como uma solução para ouvidos mais sensíveis e até mesmo uma forma de melhorar o resultado de uma mix. Com quatro demonstrações ao vivo por dia, o palco se transformava

em um laboratório silencioso em meio ao burburinho que se formava pelos corredores do pavilhão. A área especial “Silent Stage” foi um espaço para demonstrar soluções ao redor dos campos de microfones, som portátil, som de concerto, som instalado, produção e rádio, bem como rede e tecnologia de mídia. Profissionais no ramo de tecnologia de eventos, bem como músicos puderam experimentar como esta configuração pode


AS VANTAGENS A idéia por trás do palco silencioso é reduzir os níveis de ruído ao mínimo usando, por exemplo, simulações de amplificadores, caixas de isolamento, gaiolas de tambor e instrumentos musicais eletrônicos. Igualmente, não são utilizados alto-falantes de monitorização e os músicos ouvem a si próprios e aos outros membros da banda através de uma mistura de auscultadores ajustável individualmente. Isto tem várias vantagens para a irradiação acústica. Em primeiro lugar, o som do sistema de PA concorre menos com o que emana do palco. Em segundo lugar, há menos crosstalk entre os sinais individu-

ais que podem ser claramente separados na mistura. Quando implementada corretamente, a qualidade do som que chega aos visitantes do sistema PA pode se aproxi-

concentrar totalmente no som através do sistema de monitorização in-ear, que pode ser mixado de acordo com suas preferências individuais. Isso pode resultar

contribuir para a melhoria do mix, bem como o desempenho da cena musical. Em cada apresentação ao vivo, um moderador explicava as vantagens do palco silencioso a partir da apesentação da banda, e as possibilidades de implementação em diversos ambientes.

A idéia por trás do palco silencioso é reduzir os níveis de ruído ao mínimo usando, por exemplo, simulações de amplificadores...

mar da de uma gravação em estúdio. Além disso, o conceito de estágio silencioso facilita o controle do volume geral de um evento, o que significa que a música ao vivo também é possível em situações em que os níveis de ruído não podem exceder um determinado limite. A vantagem para os músicos no palco são: eles são capazes de se

em um melhor desempenho geral. Por último, mas não menos importante, o nível reduzido de ruído protege a audição dos músicos.

COMO FUNCIONA Os músicos ouvem os outros membros da banda através de um mix ajustado individualmente. Os visitantes, por meio de headphones ou

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O termo “palco silencioso” referese ao isolamento ou contenção de qualquer coisa no palco projetado para projetar o som. Isto é conseguido através de vários meios: eliminar as cunhas do monitor utilizando monitores intraauriculares ou fones nomais

Banda apresentava as tecnologias usadas no palco em detalhes

in-earphones, inicialmente só recebiam a música suavemente via PA, mas também podiam “mergulhar” no mundo do som da banda em terminais de audição no palco. Era ali que era possível ter sua própria impressão do som diferenciado e limpo tornado possível pelo conceito de palco silencioso. Além disso, as várias soluções intra-auriculares podiam ser testadas. Na apresentação da PLS, juntamente com um moderador, a banda apresentava as tecnologias usadas no palco em detalhes, além de responder a dúvidas dos participantes. Os visitantes interessados em fones de ouvido puderam testar os diversos produtos dos expositores que participaram dessa área especial, se configurando também como uma nova plataforma para as empresas que desejam demonstrar soluções para reduzir os níveis de ruído de monitoramento em condições realistas. O termo “palco silencioso” refere-se ao isolamento ou contenção de qualquer coisa no palco para projetar o som. Isto é conseguido através de vários meios: eliminar as cunhas do monitor utili-

zando monitores intra-auriculares ou fones nomais; reduzindo o som dos amplificadores de instrumentos de backline através de caixas de isolamento ou eliminando-os, usando somente entrada direta; isolando o som de bateria e percussão com redomas e aquários, ou usando almofadas para disparar sons eletrônicos de bateria; ou ainda usar protetores parciais para isolar qualquer outro instrumento que projete o som, tal como um trompete ou um saxofone. Além do que já foi listado, outra vantagem ao se adotar o palco silencioso é o pouco espaço destinado às bandas no palco. Por exemplo, cada entrada pode ter a representação mais limpa possível da fonte de som pretendida. Não importa quão suave seu cantor cante, o som do resto da banda não vai vazar no microfone, portanto acaba eliminando também aquelas “guerras” entre os artistas. Como não há monitoramento ao vivo no palco e cada mix é enviada diretamente para os monitores de ouvido de um artista, ninguém mais ouve nenhum outro mix e não há concorrência por espaço sônico. Um palco silencioso também dá ao


engenheiro da housemix o melhor cenário possível para controlar o que o público ouve. Não importa o que está acontecendo com o instrumento individual de cada intérprete ou mix de monitor, o som no PA tende a permanecer consistente.

MONTAGEM BÁSICA De acordo com a experiência demonstrada nas diversas apresentações durante a PLS, o kit básico para adotar esse novo conceito envolve: - Monitores de ouvido (IEM) – no mercado há uma grande variedade de opções, de diversas marcas como Shure e Audio-Technica, marca disponível e usada pela reportagem durante a apresentação na PLS. - Consoles de monitoramento – Dá para fazer de duas maneiras, um console rodando onde cada instru-

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Isolamento ou contenção de qualquer coisa no palco: possibilidade de o engenheiro da housemix escolher o melhor cenário possível para controlar o que o público ouve

mento está ligado e mixes individuais para cada intérprete são enviadas para amplificadores de auscultadores (para IEMs com fios) ou transmissores (no caso de IEMs sem fios). No caso da PLS, usamos a primeira opção. - Estações individuais de mixers de fones ligadas à FOH – pode ser feita via cabo Cat 5 e dar a cada integrante da banda no palco uma mix pessoal. Uma dica, se você tiver um engenheiro de monitoramento em tempo integral e precisar de um estágio mais limpo, um console funciona bem. Mas se você precisa de mixes múltiplas e discretas e não tem um engenheiro de monitor em tempo integral, as estações individuais de mixagem de headphones fariam esse ajuste, como foi o caso da demonstração na PLS. - Simuladores de alto-falantes - Se você adora o som de seu amplificador, mas quer eliminar o volume do seu gabinete, é possível, sim, desconectar completamente o gabinete do altofalante ou tocar em um volume silencioso. Uma combinação de isolados, gabinetes de alto-falante de microfone e um alto-falante simulado DI é a maior parte das opções dos técnicos de FOH e de monitor. - Baterias – Aqui é um capítulos especial. O que você pode fazer para imple-

mentar em um palco silencioso a famigerada bateria? Existem várias opções. Uma delas é usar as eletrônicas, que nunca substituirão a bateria acústica, mas dependendo da música e do cantor, pode ser uma boa solução. Para uma palco silencioso, a bateria eletrônica é de longe a maneira mais fácil de fazer isso acontecer. Alguns modelos têm pads de disparo que se encaixam sobre os seus tambores existentes. - Aquário – é uma opção para manter o set intacto, mantendo o volume fora dos outros microfones no palco. Existem modelos que irão reduzir o volume no palco visivelmente, alguns em 60% 70% de redução de som e até mesmo fazer o isolamento de tambor, fazendo com que se envie um pouco do som de bateria refletido de volta para os microfones de bateria, adicionando profundidade ao som de bateria. Na Prolight + Sound, as marcas participantes da realização dessa área especial que demonstraram seus produtos e tecnologias incluiram Audio-Technica, Box of Doom, Hearsafe, InEar, Kemper, Klang Technologies, Variphone e Vision Ears. Saiba mais como funcionou a apresentação de uma banda dentro do conceito de palco silencioso em : https://youtu.be/18eEbWSJ2-w


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“Em diversos segmentos importantes do mercado internacional, a demanda pelo entretenimento ao vivo tem crescido significativamente, assim como o número de eventos voltados para os setores corporativo e de clientes. Em todo o mundo há investimentos em eventos modernos de tecnologia...”. A declaração de Michael Biwer, diretor do setor de “Entertainment, Media & Creative Industries”, unidade voltada para os negócios da Messe Frankfurt Exhibition GbmH traduz bem o espírito da Prolight+Sound 2017, que nesta edição teve uma série de novidades na área tecnológica, incorporando de maneira mais intensa o setor de AV.

redacao@backstage.com.br Fotos: Danielli Marinho / Divulgação Messe Frankfur t Exhibition GmbH / Jochen Günther / Divulgação

PROLIGHT+

SOUND F R A N K F U R T

APOSTA EM CONCEITO MAIS EXPANDIDO

C

om 54% dos visitantes vindos de fora da Alemanha, a Prolight + Sound foi considerado mais uma vez o ponto de encontro global do setor de audio, iluminação, entretenimento e tecnologia. A observação de Biwer sobre a importância e o crescimento no investimento de eventos desse porte para o setor de entretenimento

se confirma em números. De 4 a 7 de abril de 2017, a feira recebeu 45.100 visitantes de 139 países. Os 950 expositores de 39 países apresentaram seus mais recentes produtos para os campos de iluminação, som e engenharia de palco, tecnologia de transmissão e produção, integração de sistemas e tecnologia de mídia AV.


DiGiCo apresentou novos modelos, além de equipamentos já conhecidos

As principais associações comerciais também ficaram satisfeitos com seus resultados: “Após a reestruturação global em 2016 e várias melhorias subseqüentes, a feira continua em seu curso bem-sucedido. Alguns de nossos membros relataram um aumento no número de visitantes internacionais para seus stands de exposição este ano. A feira se tornou um local de networking estabelecido para muitas associações de todo o mundo e é justamente conhecido como o evento líder para o nosso setor “, disse Randell Greenlee, Chefe da Divisão Política e Internacional da Associação Alemã de Tecnologia de Entretenimento (VPLT).

SINERGIA COM O MERCADO Já o presidente da Associação Europeia de Centros de Eventos (EVVC), Joachim König resumiu a PSL como um encontro extremamente valioso para a assembleia geral anual da EVVC, que se realiza a cada dois anos durante a feira em Frankfurt. “Além das inovações a serem vistas na própria feira, a “International Event Safety Conference”, que acontece no âmbito da feira, desenvolveu-se nos últimos anos numa plataforma de desenvolvimento profissional muito importante para os membros do pessoal técnico de nossas empresas associadas”, afirmou.

AMPLO ESPECTRO DE PRODUTOS A inovação do setor foi demonstrada com inúmeras linhas de novos produtos - incluindo iluminação, com efeitos de

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Área externa: demonstração de sistemas a cada hora

Os protocolos de rede digital também continuam a ganhar importância nos segmentos de áudio e de radiodifusão. Numerosas linhas de produtos compatíveis com Ethernet que suportam padrões da indústria Dante ou formatos semelhantes de áudio sobre IP

água e pirotecnia, projetores laser 4K, displays ultra-HD, servidores de mídia de alto desempenho e a estreia de demonstrações de drones programáveis. Os módulos de LED também constituíram um importante segmento de crescimento na Prolight + Sound 2017. Nessa área, nota-se que os fabricantes estão bancando não só os campos de pixels menores e a reprodução de cores brilhantes, mas também, cada vez mais, a facilidade de uso, a robustez e a eficiência energética. Os protocolos de rede digital também continuam a ganhar importância nos segmentos de áudio e de radiodifusão. Numerosas linhas de produtos compatíveis com Ethernet que suportam padrões da indústria Dante ou formatos semelhantes de áudio sobre IP, desde mesas de mixagem e caixas para monitor, por meio de alto-falantes e sistemas de microfone, até soluções de conferência. Além disso, os visitantes da feira puderam ver um número crescente de inovações para criar experi-

ades no d&b levou novid

vivo monstrações ao seu stand e de

ências imersivas como, por exemplo, se colocar no lugar de visitantes de parques temáticos, exposições e museus, locais em que se desfocam os limites entre realidade e percepção virtual, usando hardware e software para projetos audio - espacial para atrações de fulldome e projeção do holograma.


Time da Robe apresenta produtos na PLS

Stand da D.A.S.: caixas e subs impressionam visitantes

Tecnologia cada vez mais próxima dos microfones

INTERNACIONALIZAÇÃO, INOVAÇÃO E PLATAFORMA DE LANÇAMENTO

do de profissionalismo”, observou. Além disso, Prolight + Sound foi complementada por novas áreas de eventos. Por exemplo, o “Palco Silencioso” deu aos visitantes a oportunidade de aprender sobre este novo conceito. Engenheiros e músicos puderam ver como esta inovadora configuração de palco, projetada para minimizar os níveis de ruído no palco, pode contribuir para melhorias não apenas na mix, mas também no desempenho dos shows

Uma das empresas que destacou a quantidade de visitantes do mundo todo foi a L-Acoustics, que tem cerca de 30% dos clientes oriundos dos países de língua alemã e 70% dos países de todo o mundo. As regiões primárias são a Europa Ocidental, Europa Oriental e Ásia, seguidas pelos EUA, África, Austrália e América do Sul. Já Michael Her-

weg, CEO da SGM Alemanha, enfatizou a importância do Prolight + Sound como uma plataforma de lançamento. “Desenvolvemos nossos produtos com as datas da PLS em mente para começar a produção pouco depois. No nosso caso especificamente e para o segmento de iluminação em geral, as empresas da Prolight + Sound desenvolveramse muito bem. É também muito bom ver como o nível de visitantes atingiu um nível ainda mais eleva-

Premiação MIPA e PIPA

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SSL: parada obrigatória para os aficionados em estúdio

Outra estreia da Prolight + Sound foi a “Face Behind the Voices”, que apresentou os mais conhecidos atores da dublagem da Alemanha...

União de design e tecnologia

Teste drive de equipamentos

musicais. Numerosas marcas, incluindo fabricantes renomados de monitoramento intra-auricular, apresentaram suas soluções nesta área: “Queríamos demonstrar as vantagens do conceito de estágio silencioso para os visitantes e apresentar nossos produtos em condições realistas. Por este motivo, iniciamos a área de “Silent Stage” juntamente com a Messe Frankfurt e outras empresas, que desempenhou um papel fundamental na sua concepção e implementação “, afirmou Johannes Steger, Vision Ears. Outra estreia na Prolight + Sound foi a” Faces behind the Voices ‘, que apresentou os mais conhecidos atores de dublagem da Alemanha e colocou o foco na produção de dublagem profissional como parte do negócio de entretenimento.

vencedor na categoria “Palco e Design de Iluminação” foi o “Get Loud Open Air Tour 2016” de Rea Garvey; Na categoria “Realização Técnica”, o prêmio foi concedido para a produção de Ulrich Rasche de “The Robbers”, de Schiller, no “Residenztheater” de Munique. A instalação dos meios de comunicação na sede da Hilti AG em Liechtenstein foi homenageada com o Sinus - Integração de Sistemas Award. A PLS também foi cenário para a apresentação do Prêmio “Mondo * Dr”. A ideia é que o desenvolvimento conceitual da Prolight + Sound, juntamente com a Musikmesse, continue no futuro. Para isso, a Messe Frankfurt está em estreito e permanente contato com as associações e empresas dos setores representados na feira.

PREMIAÇÃO A Prolight + Sound foi palco para a apresentação de vários Importantes prêmios, como o Opus - German Stage Award concedido a dois projetos: o

Para saber online A próxima Prolight + Sound Fankfurt será realizada de 10 a 13 de abril de 2018. A Prolight + Sound Shanghai acontece de 11 a 14 October 2017, em Shanghai. Mais informações em: www.prolight-sound.com


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A mais recente inovação da empresa em tecnologia sem fio cria um novo padrão de mercado com desempenho de RF e áudio. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

SHURE L ANÇA O SISTEMA SEM FIO AXIENT DIGITAL

A

Shure estreou em Las Vegas (EUA) durante a NAB Show 2017 seu sistema novo Axient® Digital, que promete ser a nova solução sem fio de primeira linha no bem-sucedido portfólio de produtos da companhia. O Axient Digital aproveita os já consagrados benefícios de seus sistemas sem

fio UHF-R, ULX-D e Axient para criar uma plataforma sem fio mais avançada, projetada para atender todas as produções e situações profissionais. O novo sistema oferece radiofrequência (RF) de alto desempenho, qualidade de áudio excepcional, comando e controle, e hardware escalável para atender às ne-


“Com o espectro de RF se tornando cada vez mais complexo, nunca foi tão importante que os usuários tenham acesso a um sistema com as entradas de áudio essenciais para uma produção com total segurança de transmissão. O Axient Digital possui estabilidade de RF e eficiência de espectro sem precedentes, dando aos usuários a flexibilidade de trabalhar no espectro disponível – seja qual for a quantidade de canais necessária”, completou.

DIVERSIDADE DIGITAL

tindo um posicionamento mais discreto e confortável. “Durante anos, a Shure está na vanguarda do permanente debate sobre espectro, trabalhando lado a lado com usuários profissionais de tecnologia sem fio, com o objetivo de oferecer soluções de primeira categoria para produções impecáveis e sem

cessidades em constante evolução de seus clientes, especialmente em um ambiente com espectro de RF sob pressão contínua. Outra característica que chama atenção é que o Axient Digital é dotado de um receptor compatível com suas duas ofertas de transmissor: as séries AD e ADX. Os transmissores da série AD, por exemplo, oferecem muitos dos principais benefícios do produto, como excepcional desempenho de RF, áudio digital e capacidade de conexão em rede. Já os transmissores Axient Digital da série ADX incorporam o recurso ShowLink, que permite controlar em tempo real todos os parâmetros dos transmissores com detecção e prevenção de interferências. A série ADX inclui também o primeiro microtransmissor de corpo com uma antena de sintonização automática embutida, permi-

Ideal para uma grande variedade de usuários e aplicações, o Axient Digital possui diversos recursos e benefícios intuitivos tais como: RF de alto desempenho - Incorporando todos os recursos necessários para produções profissionais, o Axient Digital foi desenvolvido para entregar a máxima estabilidade de sinal. Ele possui verdadeira diversidade digital com o Quadversity™, reduzindo o potencial de enfraquecimento ou interferências de sinal que poderiam levar à sua interrupção. O modo Quadversity permite que o usuário posicione conjuntos de antenas de diversidade em diferentes áreas ou duplique a quantidade de antenas em uma única área para melhorar o nível de sinal-ruído de RF em ambientes

Outra característica que chama atenção é que o Axient Digital é dotado de um receptor compatível com suas duas ofertas de transmissor: as séries AD e ADX. nenhuma interferência”, comentou Nick Wood, diretor da categoria de produtos sem fio da empresa.

mais complexos. Já o modo de alta densidade aumenta a quantidade máxima de canais simultâneos no

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PREVIEW DE EQUIPAMENTOS| www.backstage.com.br 54

O Axient Digital foi desenvolvido desde o início para superar os desafios enfrentados por usuários de uma grande variedade de situações, como turnês, produções teatrais e transmissão de TV. (Michael Johns)

sistema de 17 para 47 por faixa de TV de 6 MHz (de 23 para 63 por faixa de TV de 8 MHz), mantendo sempre uma qualidade de áudio excepcional. Qualidade de áudio - Com áudio digital transparente via Dante e AES3, o Axient Digital apresenta uma faixa de 20 Hz a 20 kHz com uma resposta de frequência plana e resposta transiente precisa. Além disso, ele possui uma ampla faixa dinâmica, criptografia AES de 256 bits e a imbatível latência de 2 milissegundos entre o transdutor do microfone e a saída analógica. Comando e controle - O Axient Digital é compatível com o Wireless Workbench® e também com o aplicativo móvel ShurePlus™ Channels para um excelente gerenciamento de espectro e monitoramento de frequências. Os recursos Dante Cue e Dante Browse do sistema permitem o monitoramento dos fones de ouvido para garantir uma saída de áudio com total fidelidade a partir de qualquer dispositivo conectado e compatível com Dante. Além disso, o Axient Digital possui capacidade de recarga em rede com um conjunto de baterias e carregadores inteligentes e de alto desempenho. Hardware e escalabilidade - A grande banda de sintonia de até 184 MHz para todos os transmissores e receptores cobre uma faixa maior de espectro e simplifica a necessidade de equipamentos. As opções de receptores de dois e quatro canais, combinados com uma plataforma de receptores comuns compatíveis com os transmissores AD e ADX, aumentam a flexibilidade e escalabilidade para o usuário. O Axient Digital é compatível com o Carregador de Rack para Baterias da Shure (Shure Battery Rack Charger, SBRC), que comporta até oito baterias recarregáveis em um espaço de rack único e compacto. O painel frontal de fácil leitura do SBRC exibe os principais parâmetros da bateria, como estado de carga, tempo necessário até a recarga completa e indicadores de vitalidade da bateria. Quando conectado a uma rede,

os softwares Wireless Workbench e o ShurePlus Channels proporcionam monitoramento remoto do SBRC para acompanhar o estado das baterias. “O Axient Digital foi desenvolvido desde o início para superar os desafios enfrentados por usuários de uma grande variedade de situações, como turnês, produções teatrais e transmissão de TV”, garantiu Michael Johns, gerente de produto da Shure. “Com ofertas únicas como um microfone de mão com diversidade de frequência (ADX2FD) e o microtransmissor de corpo com uma antena de sintonização automática embutida (ADX1M), técnicos de som e profissionais do ramo poderão contar com o Axient Digital para terem áudio digital com total clareza até nos ambientes mais complicados”, ressalta. A série AD estará disponível no segundo semestre de 2017, e a série ADX, no início de 2018. Para obter todos os detalhes sobre o Axient Digital, visite o estande da Shure (Saguão Central, n.º C2218) da NAB Show 2017 ou visite : www.shurebrasil.com.

SOBRE A SHURE INCORPORATED Fundada em 1925, a Shure Incorporated (www.shure.com) é amplamente reconhecida como a maior fabricante mundial de microfones e produtos eletrônicos de áudio. Ao longo dos anos, a empresa desenvolveu diversos produtos de áudio profissional e para o público em geral que se tornaram referência de mercado por seu grande desempenho, confiabilidade e eficiência. A linha diversificada de ofertas da Shure inclui produtos de categoria internacional, como microfones com fio, sistemas de microfone sem fio, sistemas de monitoramento pessoal intra-auricular, sistemas de conferência e discussão, sistemas de áudio em rede, premiados earphones e headphones, além de cápsulas para toca-discos da mais alta qualidade. Hoje, os produtos da empresa são a primeira opção quando o desempenho de áudio é a maior prioridade.


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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

BMFL LIGHTMASTER www.robe.cz O BMFL LightMaster possui alças programáveis montadas externamente com um painel de controle e dois faders individuais que permitem criar um follow-up de qualidade a partir de qualquer um dos dispositivos Robin BMFL. Disponível nas opções laterais ou traseiras, as alças possuem dois faders programáveis (por exemplo, dimmer e íris) e um painel de controle com tela sensível ao toque e quatro jog-wheels programáveis personalizados, além de dez botões para uma experiência totalmente personalizável. Os botões programáveis, jog-wheels e faders permitem que o operador controle dimmer, íris, foco, zoom, frost, cores ou outras características da unidade. As configurações internas da luminária permitem ajustar totalmente o comportamento do movimento pan / tilt ajustando a suavidade e a resistência da tensão. A montagem rápida na posição traseira ou lateral é assegurada usando parafusos de bloqueio de um quarto de volta. O painel de controle liga-se à unidade através de USB.

ACL 360I www.elationlighting.com A ACL 360i ™ é uma incrível luminária de efeito de feixe único com um único LED RGBW 4-em-1 de 60W, que produz um feixe colorido homogenizado de 4 ° que muda de cor. Inclui opções de lente frost de 10 e 45 graus (incluídas), rápida e precisa de 16 bits contínuos, 360 ° pan e rotação de inclinação, estrobo e efeitos de curva de escurecimento selecionáveis. Outras características são DMX, RDM (Remote Device Management), KlingNET ™ e suporte ArtNET , 5pin XLR, powerCON, e RJ45 ethernet - conexões de entrada / saída, botão de controle de cores 180 °, menu reversível, 110W consumo máximo de energia, e uma multi-tensão universal auto de alimentação (100-240v).

HALO www.robe.cz O Halo é uma iluminação de pixel LED para palco e set que consiste em um círculo de led de micro-pixel brilhante encapsulado, montado em um quadro de cor de tamanho padrão Parcan. O equipamento pode trazer as luminárias clássicas de volta para os projetos de iluminação mais recentes ou ser usado sozinho para adicionar muitas novas dimensões e efeitos. Controlado via DMX, o operador pode rapidamente e simplesmente programar os efeitos mais sofisticados usando o gerador de conteúdo interno ou switch para exibir conteúdo de vídeo mapeado. O sistema consiste de 6 quadros de LED RGB e um controlador de dados de 6 vias / driver no formato de color-scroller truss-hanging. O sistema é interconectado usando o padrão 4pin XLR scroller.


ZENIT B 60 www.cameolight.com / www.adamhall.com A Cameo®, marca profissional de equipamentos de iluminação, apresenta a luminária modelo B 60 da série ZENIT® com a proposta de dar adeus aos cabos. A série, que foi projetada para atender inúmeras aplicações, inclui produtos de iluminação alimentados por corrente e bateria para uso nos interiores e exteriores, bem como pontos de zoom e difusores de alta qualidade. Suas carcaças compactas são equipadas com componentes de alta qualidade e a série compreende os modelos PAR ZENIT® Z 120 (com zoom e IP65) e as ZENIT® P 130 e ZENIT® P 40 (cada uma com difusor de forma clara e IP65). A nova adição à série ZENIT® é o modelo Zenit B 60, operado por baterias IP 65-rated, lâmpadas PAR. São mais de 50.0000 horas e uma poderosa saída de 1.900 lm de cores vibrantes e uniforme, e feixe de 11. A iluminação PAR altamente profissional suporta quatro LEDs RGBW Cree de 15 W com uma duração de 50.000 horas e uma poderosa saída de 1.900 lm para cores brilhantes e uniformes com uma extensão de feixe de 11°. Para maior versatilidade, ele vem com dois difusores para configuração de luz especialmente projetados oferecendo uma escolha de ângulos de feixe de 25 ° ou 40 °. Para um transporte seguro, o Cameo® inclui um estojo de viagem para seis ZENIT® B 60 na sua gama.

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CADERNO ILUMINAÇÃO

ILUMINAÇÃO Se o espaço intergaláctico fosse um palco imensurável, os princípios conhecidos da iluminação utilizados nos planos terrestres também seriam repetidos e aplicados, principalmente para as referências de instrumentos luminosos e superfícies iluminadas – se analisados como astros, estrelas e planetas, por exemplo.

CÊNICA ASTROS LUMINOSOS E ILUMINADOS Elton John e James Taylor em Curitiba

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisador em Iluminação Cênica.

M

etaforicamente, astros da música emanam talentos e luzes próprias; e nos palcos, também irradiam outras qualidades, em consonância com a iluminação cênica, para revelar e valorizar qualidades e momentos únicos. Nesta conversa, destaques dos shows de Elton John e James Taylor realizados em Curitiba serão analisados com essas premissas poéticas, mas repletas de zelo e técnicas, nos vieses de iluminação e luminosidade. Na última conversa, uma abordagem inicial ao mapeamento de pixels foi apresentada para um recurso cênico, utilizado de maneira quase protagonista em muitas produções, como elemento

central em um contexto cênico, lúdico e repleto de técnicas. Esse âmbito tecnológico também está centrado, em muitos casos, na geração de imagens, por meio de vídeos, animações e outras produções visuais que propõem contextos e entretenimento. Para espetáculos com mais de dez mil espectadores, alguns desses recursos de amplificação de imagens (IMAG ou Image Magnification), aproximam os artistas dos fãs posicionados nos lugares mais distantes, em estádios, arenas ou outros espaços, desenvolvidos ou adaptados para diversos eventos. Mas nenhum equipamento ainda consegue


Apresentação de James Taylor & His All-Star Band em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski), 31/03/2017. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

Pontualmente no horário de vinte horas, o músico, compositor, cantor e intérprete americano James Taylor subia ao palco para uma apresentação de noventa minutos, aproximadamente, com um repertório de vinte canções, formado por clássicos e temas que têm sido referência nas vidas de gerações que acompanham a carreira desse artista espetacular. Gentil, generoso e muito carismático,

substituir ou emular a percepção para algumas qualidades que alguns artistas possuem e que são percebidas pelos públicos, e por mais que esses recursos aprimorados projetem expressões e detalhes, transmitem fragmentos em grandes escalas, sem muitas vezes oferecer como destaque as dinâmicas que a iluminação cênica proporciona, com doses volumétricas de intenções e emoções.

Para espetáculos com mais de dez mil espectadores, alguns desses recursos de amplificação de imagens (..), aproximam os artistas dos fãs...

Essas são apenas algumas premissas percebidas nos shows de dois grandes astros da música e que estiveram juntos para apresentações ímpares e incomparáveis, no fim de março e início de abril de 2017. Com shows marcados em quatro cidades (Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo), a turnê se iniciou no Brasil na capital paranaense, na Pedreira Paulo Leminski, no dia 31 de março.

James Taylor não atrai os follow spots apenas para si. Divide as atenções e olhares com os músicos que o acompanham – naquela que é intitulada James Taylor & His All-Star Band, em uma banda formada por brilhantes instrumentistas, tais como Steve Gadd (bateria), Jimmy Johnson (baixo), Michael Landau (guitarras) e Lou Marini (sopros), que possuem contribuições em discos, filmes e

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Contextualizadas com imagens em IMAG, e outras que resgatam momentos e situações relacionadas à história de cada canção, coube a Tom Wagstaff, diretor de iluminação que trabalha com James Taylor desde 2006, a condução dos temas e produção de texturas que regem a iluminação cênica e enaltecem momentos distintos da apresentação analisada.

Apresentação de James Taylor & His All-Star Band em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski), 31/03/2017. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

turnês icônicas. A banda ainda é formada por Dean Parks (violão), Luis Conte (percussão), Jim Cox (piano), Walt Fowler (sopros) e os backing vocals: Kate Markowitz, Andrea Zonn (também violino) e Arnold McMuller. Se a abertura com Wandering (do álbum Gorilla, de 1975) já prometia uma trajetória musical mergulhada no passado, isso se confirmaria pela sequência que mesclaria temas que marcaram a década de 1970 (Walking Man, Carolina in My Mind, (I’ve Got to) Stop Thinkin’ ‘ bout That, Sweet Baby James, Fire & Rain, Mexico, Your Smiling Face) com covers de Buddy Holly (Everyday), Carole King (Up On The Roof e, claro, You’ve Got A Friend) e também Marvin Gaye (How Sweet It Is (To Be Loved by You)). Entre algumas saudações e explicações lidas em português, em uma das mais aplaudidas canções (Only a Dream in Rio), James Taylor dividiu suas melhores lembranças de uma noite que entraria na história, aquela que traria uma retomada na carreira após sua apresentação na primeira edição do Rock In Rio, em 1985.

Contextualizadas com imagens em IMAG, e outras que resgatam momentos e situações relacionadas à história de cada canção, coube a Tom Wagstaff, diretor de iluminação que trabalha com James Taylor desde 2006, a condução dos temas e produção de texturas que regem a iluminação cênica e enaltecem momentos distintos da apresentação analisada. Mais que apenas iluminar, Tom Wagstaff que também divide a autoria no projeto de a iluminação cênica, resgatar sutilezas presentes no timing e na maneira suave e didática com a qual James Taylor interpreta cada canção. Imagens projetadas com gobos resultavam em múltiplas texturas, organizadas e disponibilizadas de maneira a proporcionar sutis complementos, agradáveis e tênues. No encerramento (segunda canção do bis), Shed a Little Light um título que sugere com propriedade a suavidade com a qual a iluminação foi trabalhada, com estruturas que forneciam iluminação de preenchimento e raras nuances de impacto, derramadas como sutis passagens em um turbilhão de lembranças.


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CADERNO ILUMINAÇÃO

Apresentação de James Taylor & His All-Star Band em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski), 31/03/2017. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

Se o show de James Taylor causou um impacto grandioso de requinte e sofisticação, caberia ainda a apresentação de um dos mais importan-

tes compositores e artistas do século XX: Sir Elton John. Igualmente pontual, Sir Elton John, pianista, cantor, compositor

Apresentação de Elton John & His Band em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski), 31/03/2017. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

e produtor inglês, subiria ao palco no horário de vinte e duas horas para um show memorável, com vinte e duas canções, em uma combinação apenas coincidente, mas que conseguiu contemplar uma trilha sonora de clássicos que eternizam uma trajetória de cinquenta anos de carreira e quase quarenta discos (estúdio e ‘ao vivo’). Com uma sequência arrebatadora (The Bitch Is Back, Bennie and the Jets, I Guess That’s Why They Call It the Blues e Daniel), Sir Elton John mantém sua serenidade mesmo com a extravagância que é peculiar em um espetáculo que preza pela elegância e saturação – nas imagens e luzes. Com sua Elton John & His Band, o Rockt Man atualmente tem em sua turnê uma banda formada por alguns músicos que o acompanham há décadas: Davey Johnstone (guitarra, violão, backing vocals e direção musical), Matt Bissonette (baixo e backing vocals), Kim Bullard (teclados), John Mahon (percussão e backing vocals) e Nigel Olsson (bateria e backing vocals). Após um hipnótico e virtuoso solo de piano, outra sequência extasiante de canções com Rocket Man (I Think It’s Going to Be a Long, Long Time), Tiny Dancer, Levon, Goodbye Yellow Brick Road, Your Song, temas que se revezavam nas telas em cenas projetadas com IMAG, mescladas com animações ou imagens contextualizadas com os conteúdos das canções. Na iluminação cênica, a condução dos trabalhos está sob a regência do Lighting Designer Kevin “Stick” Bye que, desde 1999 tem trabalhado em diversas turnês de Sir Elton John (intercaladas também com os trabalhos dos Lighting Designers Mark Fisher e Patrick Woodhoffe). Seguindo a linha ‘Old School’, que se tornou marca registrada nas produções elaboradas para Sir El-


“ Apresentação de Elton John & His Band em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski), 31/03/2017. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

Apresentação de Elton John & His Band em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski), 31/03/2017. Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

ton John, com projetos de iluminação cênica repletos de elementos gráficos e geométricos, com fachos definidos, cores primárias e matizes saturadas, em padronagens interessantes e marcantes. Outros clássicos como Skyline Pigeon, Don’t Let the Sun Go Down on Me (com

homenagem a George Michael) e Saturday Night’s Alright for Fighting antecederam o bis – Candle in the Wind e Crocodile Rock. Não seria exagero considerar esta como uma turnê conjunta repleta de perfeição e preciosismo. James Taylor e Sir Elton John são, de fato, dois dos mais significativos nomes da história da música nos últimos cinquenta anos, cujos espetáculos proporcionam trilhas sonoras que fazem parte das vidas de gerações que se sucedem nas últimas décadas e que elevam a música popular aos mais elevados patamares de qualificação. E, ao vivo, proporcionam espetáculos únicos, como astros que iluminam e irradiam poesia e musicalidade, e assim como os instrumentos de iluminação cênica, transferem energia e luz, recebidas e percebidas pelos públicos com sinergia, cuja reciprocidade e interação tem como mais marcante resposta um conjunto de expressões de admiração e perplexidade, e volumosos e reverberantes aplausos. Abraços e até a próxima conversa!

Para saber mais

Seguindo a linha ‘Old School’, que se tornou marca registrada nas produções elaboradas para Sir Elton John, com projetos de iluminação cênica repletos de elementos gráficos e geométricos, com fachos definidos, cores primárias e matizes saturadas, em padronagens interessantes e marcantes.

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maior parte do seu trajeto – sobre uma estrada de terra dos tempos imperiais, que muitas vezes fechava no verão sob o desbarrancar imprevisível das encostas cada vez mais desmatadas pelos intermináveis bananais. E lá ia eu, na “varandinha” traseira do último vagão, vendo a vida dos caiçaras passar diante dos meus olhos, tão próximas dos trilhos ficavam suas casas, roupas penduradas no varal, morenas cantando as mágoas enquanto lavavam a roupa dos maridos no sempre presente tanque dos fundos, fumaceira saindo dos fogões a lenha que cozinhavam o então ainda farto pescado, um festival de cores, cheiros, imagens e sensações que permanecem até hoje tão vivas na minha memória que penso que ainda existam. Claro que não existem mais.

EU E MINHAS PRAIAS

FILGUEIRAS N

a década de 70 o ramal ferroviário que ligava o Rio de Janeiro a Mangaratiba era bastante movimentado pelo turismo. A viagem em si já era o próprio turismo: o trem passeava pelas encostas das serras, beirando praias e mais praias, umas humildes, outras chiques, igualadas todas elas hoje pelo traçado da Rio-Santos, que foi pavimentada – na

E passavam as estações: Itaguaí, Coroa Grande, Itacurussá, Muriqui, Praia Grande, Saí, Praia Brava, Ibicuí, Filgueiras e – fim de linha – Mangaratiba. Minhas primeiras lembranças de lá não foram felizes. Numa noite de São João, eu com meus cinco anos de idade correndo com minha mãe para fora da casa de amigos, onde um cigarro aceso caíra em uma caixa de fogos de artifício. Buscapés voavam pelos quartos... Mas essa assustadora impressão se desfez anos mais tarde, a bordo da minha primeira paixão adolescente, cujos pais haviam alugado uma casa em Filgueiras, à beira da linha do trem. O máximo que me era permitido naqueles tempos de rigorosa repressão aos amassos era ficar na varanda tocando violão para a família. Minhas pri-

Perdi a conta de quantas músicas fizemos ali, eu já melhorzinho de composição. Muito dos tempos do casinhoto, demolido mais tarde em prol de uma casa maior...


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM meiras músicas eram muito ruins, mas como eles gostavam e gosto não se discute, dona Ruth – a sogra - ficava com pena e não raro me ajeitava uma caminha no sofá da varanda, para que eu não tivesse que voltar a pé pelos trilhos até Ibicuí, onde eu dizia estar hospedado na casa de amigos. Mentira: quando não dormia naquele bendito sofá eu me estirava ao lado do violão num canto da praia, com a mochila servindo de travesseiro. O amor é lindo e proporciona fantásticas noites estreladas à beira do mar... Vamos então pular mais alguns anos para encontrar-me – já no primeiro casamento – de volta à bucólica Filgueiras, hospedado com minha então mulher no casinhoto (assim o chamava a portuguesíssima dona Helena, proprietária do pequeno bangalô) com meus inseparáveis amigos Luhli e Luiz Fernando Borges da Fonseca. Nele – e na pequena praia uns cem metros barranco abaixo – nos apertávamos, felizes, com a adição de Vera e Affonso Beato, Paulinho Machado e quem mais aportasse naquelas noites bronzeadas de música, lua e estrelas, sempre elas, pintando o céu negramente límpido. Perdi a conta de quantas músicas fizemos ali, eu já melhorzinho de composição. Muito dos tempos do casinhoto, demolido mais tarde em prol de uma casa maior que abrigou a família de Luhli, Lucina e Luiz Fernando, pode ser visto no documentário “Yorimatã”, de Rafael Saar, que conta a história desse trio fotomusical. Se o tempo estivesse favorável, saíamos para passear na pequena lancha do Luiz, a bordo da qual passamos certa vez um formidável aperto... Enquanto nos distraímos pescando corvinas, a corrente nos arrastou para fora da baía de Sepetiba. Lá, enfrentamos mar aberto nesse barquinho de seis metros. Pude pela primeira vez sentir a força do mar de marinheiro, pulando sobre ondas de ressaca que deixavam fora d’água a hélice do mo-

tor e nos faziam recuar em vez de avançar. A certa altura pensamos seriamente em abandonar o barco e tentar nadar até alguma praia, mas – do nada – o mar se acalmou e conseguimos voltar. A grande maioria de nossas excursões marítimas era mesmo pelas muitas praias da baía de Sepetiba, onde vimos coisas insuspeitadas para quem não se aventurava por ali: o escondido quilombo do Saí, com seus habitantes remanescentes de escravos fugidos; a ilha do tcheco com sua população de lindos gatos siameses que se escondiam pelas árvores e – dizia ele – caçavam e comiam cobras; o hotel na ilha de Jaguanum, um pedaço de paraíso conhecido e frequentado por uma maioria de turistas estrangeiros, mas quase ignorado pelos brasileiros; a então isolada Conceição de Jacareí, eleita de Oxum e parada no tempo, só atingível por mar, porto bananeiro em cuja homenagem cantávamos – depois de algumas cervejas – a “Banana Boat” de Harry Belafonte; a ilha de Guaíba, com sua praia ainda intocada, onde tomávamos nossos banhos sem lenço, sem documento e sem roupa também... As aventuras não tinham fim. O único momento problemático era a hora de ir embora, carregando em revezamento o pesado motor Mercury de 30hp, pelos cem íngremes metros que separavam a praia do casinhoto. Procurando Filgueiras no Google Maps, fiquei perplexo: um amontoado de casas sobe pela encosta e a praia me pareceu maior. Não achei a casa redonda do Ripper erguida à beira mar, apoiando suas pilastras sobre as rochas. Não reconheci nada ali. Enfim, o tempo não para, mas as memórias não se apagam assim tão facilmente e aquela Filgueiras de tantos dos meus verões continua a existir dentro de mim. Nossas músicas estão aí para mantêla viva e intocada, à prova da sujeira e da poluição que o Homem insiste em produzir para acabar com nossos últimos paraísos.

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