Edição 276 - Novembro 2017 - Revista Backstage

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Sumário Ano. 24 - novembro / 2017 - Nº 276

Encontro da diversidade musical

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O Palco Sunset, mais uma vez, deu voz à diversidade musical, característica que faz parte desse projeto desde a sua criação. Para a sonorização, foi escolhido dessa vez o sistema D&B Audio.

NESTA EDIÇÃO

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No Palco Mundo, equipe habituada a trabalhar junto e estrutura de primeira linha garantem o som do Festival. Em sua sétima edição no Rio de Janeiro, o Rock in Rio teve a sua quarta mudança de local. Para os sete dias de evento, com atrações como The Who, Guns n’ Roses e Red Hot Chili Peppers, foi montada uma estrutura gigante em uma área de 300 mil metros quadrados.

08 Vitrine A edição limitada do microfone Vocal Super 55BLK Black Edition veio bem a tempo para o período de festas de fins de ano. O modelo é uma versão moderna com o visual e o desempenho do clássico Super 55.

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Rápidas e Rasteiras Quem quiser concorrer à premiação Sinus – System Integration Award, voltada para trabalhos que usem tecnologia AV e sistemas integrados como soluções, tem até novembro para submeter o projeto ou trabalho. Como tradição, o Sinus será apresentado durante a Prolight+Sound.

16 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

18 Leitura dinâmica Chegaram os novos modelos de mesas analógicas da série SX da Soundcraft. As mesas analógicas dessa série têm a qualidade já conhecida da marca e controle total para as gravações. Com entradas e saídas balanceadas, equalização individual por canal e efeitos integrados.

64 Vida de Artista Paul McCartney no Mineirão (...) Fico então imaginando o peso de ser eternamente Beatle, e penso que o preço a ser pago é alto. Vagueando um pouco pelo esotérico – que não é meu território – imagino que se não fosse um Beatle, John provavelmente ainda estaria vivo.


Expediente

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Seminário Oneal

Entre os dias 19 e 22 de setembro, aconteceu a edição de 2017 de um dos mais esperados seminários técnicos sobre áudio. O encontro foi na cidade de Apucarana, no Paraná.

TECNOLOGIA

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de conteúdo Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Danielli Marinho Reportagem Especial Rock in Rio Miguel Sá Colunistas: Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luiz Carlos Sá, Ricardo Mendes, Tiago Borges e Vera Medina Ed. Arte / Diagramação / Redes Sociais Leonardo C. Costa arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário / Leonardo C. Costa Foto: I Hate Flash / Ariel Martini / Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br

50 Ableton

46 Pro Tools

No Ableton Live aquele efeito “similar” a um gravador de Tape parando ou começando (como movendo o disco de vinil também) é muito simples de fazer. Veja as dicas.

Vamos para mais um artigo de Pro Tools, desta vez com foco em trabalhar com eficiência e, por consequência, mais rápido! Confira.

CADERNO ILUMINAÇÃO 56 Vitrine iluminação

58 Iluminação cênica

O novo Artiste DaliTM é um moving head com motor inovador LED / Laser Phosphor que oferece maiores capacidades de pontos e feixes a partir de um acessório. O único mecanismo de luz híbrida combina uma fonte LED de 300 watts e uma fonte de fósforo a laser de 100 watts.

“Grandes realizações sempre acontecem em uma estrutura de grandes expectativas”. Com essa enfática frase, o autor americano Jack Kinder exemplificava conjecturas e probabilidades no mercado de negócios e vendas.

Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

Quanto de ousadia existe na construção

de uma marca N

o final de outubro, foi concedido o prêmio Top of Mind às marcas que foram mais lembradas pelos brasileiros. O prêmio, concedido desde 1993, aponta os nomes mais citados à pergunta: qual é a primeira marca que lhe vem à cabeça? Em 2017, os mais lembrados foram Omo, CocaCola, Nike e Samsumg. Fazendo um paralelo com o mercado de entretenimento, podemos arriscar em dizer que se existe um nome que será escrito e lembrado, se não para sempre, pelo menos por um bom tempo, é o da família Medina. Idealizador do Rock in Rio, o Festival de música e diversão que ficou conhecido no mundo inteiro e se tornou sinônimo de boa gestão e eficiência, Roberto Medina arriscou a colocar o Brasil no rumo dos shows internacionais em um período em que o país, retornando à democracia, mal importava seus instrumentos musicais e equipamentos de áudio profissional. E deu certo! Com uma mistura de ousadia e planejamento, o empresário percebeu naquela metade da década de 1980 que era hora de o Brasil e o Rio de Janeiro aproveitarem a oportunidade e o entusiasmo de uma nova perspectiva que estava surgindo como futuro. Hoje, 32 anos depois daquela primeira “epopéia”, parece que aquele Festival surgiu sem dúvidas de que seria um sucesso. No entanto, todo empresário, principalmente do setor de showbizz, sabe que nada nasce com a garantia de sucesso. Tal como no mercado de investimentos, quanto maior é o risco, mais chances há de um retorno alto. Na conjuntura atual do país, um indivíduo ou uma empresa com perfil menos conservador talvez seja visto com desconfiança, por exemplo. Quando justamente todos decidem seguir o mesmo caminho e a mesma rota, sair da curva, talvez, possa significar o futuro. Existem ações que não devem ser adiadas ou postergadas com a justificativa de que existe uma crise instaurada no país. Empresas que dedicaram anos construindo um nome, uma marca e uma reputação precisam mostrar que continuam vivas e com o mesmo entusiasmo de seu árduo começo. Negligenciar esse cuidado, por sua vez, permite que nomes caiam no esquecimento e ostracismo. Deter um prêmio Top of Mind por cinco anos consecutivos, no caso da marca Omo, com certeza não está relacionado apenas ao produto, mas a todo um trabalho de imagem em torno desse nome e dessa empresa. E aí, qual é o seu perfil investidor, conservador ou mais ousado? Ou como o empresário quer ser lembrado ou esquecido? Boa leitura. Danielli Marinho

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VITRINE ÁUDIO| www.backstage.com.br 8

5-BLK BLACK EDITION www.shure.com A edição limitada do Microfone Vocal Super 55-BLK Black Edition veio bem a tempo para o período de festas de fins de ano. O modelo é uma versão moderna com o visual e o desempenho do clássico Super 55. Esse microfone possui acabamento preto fosco, espuma preta e resposta de frequência suavizada para uma reprodução natural da voz. Ele inclui uma base giratória para instalação em pedestal e uma bolsa para transporte, sendo a opção perfeita para qualquer tipo de apresentação ao vivo ou em frente às câmeras. O modelo 55 Unidyne® define hoje o formato de microfone clássico da mesma forma que há mais de 75 anos, quando fez sua grande estreia no mercado. Para vocalistas, o design atraente de tom sobre tom em preto do Super 55 Black Edition faz uma releitura do modelo clássico e acrescenta um grande toque de estilo. A cápsula de microfone supercardioide rejeita ruídos indesejáveis e evita a ocorrência de feedback. Sua cápsula ultra-resistente reduz o ruído de manuseio e protege o microfone contra danos.

A16.D16, A32, D65 E DANTE PCIER www.solidstatelogic.com A Solid State Logic anunciou a introdução no mercado de quatro novas interfaces de áudio de especificação de transmissão para redes de áudio Dante / AES67; o A16.D16, o A32, o D64 e o Dante PCIeR. A liberação de quatro novos dispositivos simultaneamente demonstra o compromisso do SSL em fornecer uma coleção abrangente de interfaces de áudio e conversores para uso como unidades autônomas ou em conjunto com a crescente gama de servidores de produção e Broadcast e Live Dante / AES67 habilitados para SSL. A nova rede I/O A16.D16, por exemplo, oferece uma combinação do design de pré-ampliação SuperAnalogueTM de SSL, com desempenho de áudio superior e E/S digital AES3 para redes IP baseadas em Dante e AES67. Possui 16 entradas de linha - quatro dos quais também possuem circuitos de microfone comutáveis, 16 saídas de linha, 16 E / S digitais em 8 pares AES3 e quatro GPIOs. A16.D16 ainda inclui conexões de rede redundantes e PSUs. Já a rede I/O D64 oferece 32 pares de entrada / saída de conectividade de E/S de áudio AES3 para conexões de rede redundantes Dante e AES67. Os conversores de taxa de amostragem permitem a integração perfeita de fontes AES desbloqueadas. O D64 também inclui conexões de rede redundantes e PSUs.

WARWICK MASTERBUILT DOLPHIN PRO 5 http://www.warwick.de Delicadas cores pastel e som poderoso: o aspecto e as características dessa Warwick Masterbuilt Dolphin Pro 5, cordas AAA French Flamed Ash da Custom Shop se harmonizam perfeitamente com o extravagante design Dolphin. O pescoço wenge e a madeira do corpo francês de cor cinza flamejante do lado superior é contínua e, assim, a construção do pescoço fica oticamente oculta. Este Dolphin Pro está equipado com cabeçotes combinados, sintonizadores Warwick com botões de bordo de madeira com flâmula, pontos laterais de fretboard iluminados, incrustações de fingerboard Dolphin, porca de bronze Warwick JustA-Nut III, 26 trastes de bronze jumbo extra-rígidos (IFT - Tecnologia de Fretwork Invisible) Pickups MEC J / TJ ativos, eletrônicos Warwick ativos de 2 bandas com via USB, bateria de lítio recarregável (sem remover a tampa do compartimento eletrônico de madeira correspondente), controles para volume (p / p), equilíbrio, agudos e graves (empilhados), mini interruptor para divisão de bobinas, 2 peças sólidas Warwick Bridge, Warwick Serurity Locks, hardware cromado e Warwick EMP Strings 045 "- 135". Uma bolsa de couro artesanal da RockBag® protege esta obra-prima. Assista o MAKING OF Video online: https://www.youtube.com/watch?v=xpoeDkhVyek


DISPLAY SOFTWARE https://martin-audio.com/software A Martin Audio anunciou uma mudança significativa que deve otimizar o seu software de plataforma de controle e monitoramento. O Display 2.3 integra a recente série Wavefront Precision, enquanto o Vu-Net 2.1 integra controle e monitoramento para os novos amplificadores iKON, Serie Wavefront Precision e monitores XE. Pela primeira vez, o Display estará acessível a qualquer um que se registre para o software. O Display 2.3 é capaz de calcular tanto ângulos de inclinação intergabinetes quanto parâmetros DSP para o melhor desempenho do sistema em qualquer tipo de local. Ao contrário dos sistemas concorrentes, que geralmente usam um cálculo geométrico básico para apontar suas matrizes, o Display adota uma abordagem completamente revolucionária e patenteada. Usando um modelo de computador extremamente preciso da matriz para analisar o desempenho do sistema em um desenho do local, é possível calcular com precisão os parâmetros para o sistema, para obter exatamente a cobertura que foi especificada. Como um designer do sistema, você consegue determinar exatamente como você gostaria que o sistema se comporte no espaço. Isso inclui o contorno SPL da frente para a parte de trás da região do seu público-alvo, quanto é derramado, ou vazado, em áreas não auditivas, e especificação de áreas específicas, "difícil de evitar", que o sistema processará ativamente para reduzir o vazamento mínimo; ótimo para produzir um palco silencioso ou para reduzir a poluição sonora em eventos ao ar livre.

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American Idiot AR Foto: Divulgação

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Robe para a

ENDORSER MIDAS

Paulo Farat agora faz parte do Team Midas, endorser dos consoles da marca. O acordo foi firmado durante a última edição da Expomusic.

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PREMIAÇÃO SINUS 2018 Uma equipe criativa top da Argentina, incluindo o diretor, lighting e set designer, Ariel del Mastro e o premiado diretor de iluminação, Ariel “El Gato” Ponce, e o vídeo designer, Maxi Vecco, criaram um imponente design de produção para a ópera rock do Green Day, American Idiot, que atualmente apresenta-se no Teatro Broadway, em Buenos Aires. É a primeira vez que o show é cantado em espanhol;

aliás, é a primeira vez que esta produção é feita em uma língua diferente do inglês. Os moving lights Robe foram peças básicas para criar o astral cru e vanguardista, com a prominência de Spiiders, Spikies e Squares no rig, que ambos os profissionais utilizam na criação de uma estética de iluminação colorida, dramática, com rápidos contrastes que complementam os sons de punk rock e a narrativa durona.

HOMENAGEM A LENNON Landau, da cena musical independente no Brasil, homenageia John Lennon, líder intelectual dos Beatles e um dos mais influentes músicos pop da história do rock, nascido no dia 9 de outubro de 1940, com a interpretação Working Class Hero, que faz parte do primeiro disco solo de Lennon, Plastic Ono Band, de 1970.

COMPANHIA TEM NOVO GERENTE NA CALIFÓRNIA A GLP US Inc. comemora sua nova aquisição. Jim Gregory foi contratado como novo gerente de vendas regional para a região sudoeste do Estados Unidos. Jim traz na bagagem mais de 25 anos de experiência na indústria, tendo trabalhado com turnês, produções locais, casas de espetáculos e eventos corporativos.

Quem quiser concorrer à premiação Sinus – System Integration Award, voltada para trabalhos que usem tecnologia AV e sistemas integrados como soluções, tem até o dia 12 de novembro para submeter o projeto ou trabalho. Como tradição, o Sinus será apresentado durante a Prolight+Sound 2018, em Frankfurt. Como no passado, a premiação será em conjunto com o Opus – German State Award, Prolight + Sound International Press Award (PIPA) e o Musikmesse International Press Award (MIPA), durante evento de gala no dia 12 de abril do próximo ano. Os projetos devem ser encaminhados com uma breve explicação para www.prolight-sound.com/sinus.

PLANETA ATLÂNTIDA A edição 2018 do festival acontece nos dias 2 e 3 de fevereiro, na Saba, em Atlântida, no Rio Grande do Sul. A primeira edição aconteceu em 1996, e, em 2017, o Planeta Atlântida reuniu cerca de 80 mil pessoas em dois dias de evento. Entre as atrações estavam Jason Mraz, Jeremih ft Ludmilla, Anitta e Wesley Safadão.


DEMONSTRAÇÃO DOS SISTEMAS d&b audiotechnik (Alemão) E EVO 88 DA IDEA

TSI no Encontro de Negócios em SP Para mostrar toda a sua linha de lançamentos e conversar com os lojistas que visitaram o evento, a TSI participou com um estande no “Encontro de Negócios do Mercado da Música”.

Paralelamente à Expomusic, a Decomac montou uma demonstração no Hotel Holiday Inn onde os visitantes teiveram a oportunidade de ouvir os sistemas da d&b Audiotechnik, neste ano incorporando os sistemas da marca IDEA Pro Audio. A demonstração ocorreu nos dias 4 e 5 de outubro.

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de volta à feira A CSR, uma das maiores e tradicionais importadoras de produtos de áudio, instrumentos musicais e iluminação, participou do Encontro de Negócios do Mercado da Música, realizado no mês de outubro, em São Paulo. Segundo Rui Machado, gerente de vendas da CSR, foi muito importante a presença da CSR na feira, pois, além dos excelentes negócios, foi possível ter um contato mais próximo com os parceiro comerciais num clima tranquilo e de propensão a geração de pedidos. O volume de vendas justificou plenamente o custo da participação da CSR no evento. “Estamos pensando em novas formas de termos um relacionamento mais próximo com os lojistas de todo o Brasil. Em breve daremos mais informações”, falou. Foto: Rui Machado (CSR), Paulo Benini (Loja Vendas Rápidas) e Arnaldo Almeida (CSR).

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CSR - Centro Sul Representações

Lojistas sortudos

NOVOS PRODUTOS DA C. IBAÑEZ NO ENCONTRO DE NEGÓCIOS

No dia 6 de outubro, no jantar de confraternização, houve um sorteio de vários prêmios para os revendedores dos produtos Oneal. Entre os prêmios estavam uma moto e um carro 0 km. Veja os ganhadores. Claudio da Loja Faro Som - RJ (à direita), ganhou a moto 0 km. Fotos: Oneal / Divulgação

Neide e Jane da loja Fama Soluções - DF, ganharam o carro 0 km.

Neste ano, participando do Encontro de Negócios, em São Paulo, a importadora gaúcha C. Ibañez mostrou os lançamentos dos mixers digitais, e das baterias acústicas, além das tradiconais baquetas de fabricação própria.


Foto: João Mattos / FNM

Colunista da Backstage recebe homenagem Gustavo Victorino, colunista da Revista Backstage, foi homenageado na Festa Nacional da Música, em Porto Alegre (RS), durante cerimônia realizada no dia 23 de outubro. A Festa Nacional da Música acontece anualmente na capital gaúcha e tem como objetivo reunir os principais expoentes da cena musical brasileira para discutir os rumos da profissão no país. Paralelamente aos encontros dos artistas, é realizada uma exposição com empresas representantes das marcas do mercado de áudio, iluminação e entretenimento, além da realização de workshops e palestras técnicas.

BOSSA, JAZZ E BLUES NO INVERSO DA GÁVEA O Rio de Janeiro confirma sua vocação musical e reúne dias 6, 7 e 8 de dezembro, no Inverso Gávea, charmoso espaço no Jockey Club Brasileiro, a nata da música instrumental brazuca. Na programação, o grupo Azimuth, celebrando a recuperação do baterista Mamão, o pianista, compositor e arranjador Wagner Tiso em duo com o guitarrista Victor Biglione, e o encontro de mestres da harmônica - Maurício Einhorn, Jefferson Gonçalves e Gabriel Grossi -, comemorando 80 anos de carreira de Einhorn no show Viva Maurício Einhorn! É se programar para conferir!

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NA TRILHA

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NOVO SINGLE DA WALK THE MOON Walk the Moon, banda aclamada pela crítica, liberou, no último dia 22, seu mais novo single One Foot, junto com o videoclipe da faixa. O vídeo foi metodologicamente planejado para coincidir com o maior eclipse de 2017 e foi filmado na reserva nacional Joshua Tree com lentes especiais, similares aos óculos usados ao redor do país.

NOVO VÍDEO DE DEPECHE MODE Depeche Mode lança video de Cover me, com direção de Anton Corbijin. Confira em: http://smarturl.it/CoverMeVideo.

MATANZA LANÇA CURTA-METRAGEM

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O Matanza fez o lançamento de seu primeiro curta-metragem oficial, intitulado Quando a lua cheia sai. O filme tem duração de 12 minutos e foi dirigido pelo cineasta Alex Medeiros.

Negócios e novos produtos

Aldo Linares (gerente de vendas Pro Audio), Chahoud (Grupo Ninja Som) e Rodrigo Kniest (presidente da Harman do Brasil)

Nos dias 4 e 5 de outubro, a Harman reuniu em um só lugar todas as novidades das linhas AKG, Martin, Soundcraft, DBX, Crown e JBL. O evento exclusivo para profissionais do setor de sonorização e iluminação teve como objetivo dar aos presentes que estiveram na capital paulista, muitos por conta da Feira da Música, mais uma oportunidade de negócios. Entre os lançamentos apresentados, estavam disponíveis as caixas Acústicas JBL Série PRX800, Série MRX600, mesas analógicas Soundcraft Série LX e SX, amplificadores Crown Série T, equalizadores DBX 2231 e 231s e os line arrays JBL série VL.

SEXTO ÁLBUM DO MAROON 5 NO MÊS QUE VEM Maroon 5 anuncia que o tão aguardado sexto álbum de estúdio, “Red Pill Blues”, será lançado no dia 3 de novembro.

CARLA BRUNI LANÇA NOVO ÁLBUM

BACKSTAGE

Carla Bruni está de volta com o novo álbum, French Touch. Ouça agora! https://umusicbrazil.lnk.to/FrenchTouch

VIDEOCLIPE DE DEUS O Vitrola Sintética lançou no início de outubro o clipe de Deus. O vídeo foi dirigido por Pedro Costa em parceria com o Vitrola Sintética, a produtora Coqueiro Filmes, os coletivos Seteset e o NuDEs (Núcleo de Diversões Eletrônicas - integrado por Laura Salerno, iluminadora do Vitrola).

CURSOS ONLINE DE GRAÇA Semanalmente, a Shure oferece cursos online gratuitos sobre diferentes temas para os segmentos de música, Broadcast e soluções de áudio para instalações corporativas. Os conteúdos são apresentados simultaneamente a vídeos e comentários, com direito a entrevistas com convidados externos que são especialistas no assunto. Ministrados todas as sextas-feiras, os cursos online da Shure são voltados a músicos, técnicos de áudio, integradores de áudio e vídeo, estudantes, consultores, engenheiros de áudio, coordenadores de RF e consultores, e abordam temas como Técnicas para Microfonar Instrumentos, Como Melhorar o Áudio em um Home Studio, Fundamentos de Radiofrequência e Áudio Invisível para Salas de Reunião de Última Geração, entre outros. Para participar, é preciso cadastrar seu e-mail no site shurebrasil.com e aguardar o convite para acessar a transmissão.


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GUSTAVO VICTORINO | www.backstage.com.br 16

ram assustadoramente nos últimos anos. Quem foi para a ponta do lápis descobriu porque os expositores passaram a rejeitar a Expomusic.

NAVE MÃE

Por mais que o entusiasmo e o sangue frio ocupem espaços diferentes no mercado, é inegável que o fator medo está sendo decisivo na hora de decidir investimentos. A inadimplência

EXPOMUSIC A decisão da Abemúsica de cancelar antecipadamente a edição 2018 da maior feira de equipamentos e instrumentos da América Latina é a prova concreta do lide dessa coluna. A Expomusic vinha perdendo força e sucumbindo aos custos do seu gigantismo. A decisão de caráter preventivo é preservacionista e busca notadamente salvar a imagem e o conceito de um evento consagrado há muitas décadas e que não pode soçobrar em si mesmo.

voltou a crescer e a prudência novamente passou a orientar os negócios. Nunca o mercado foi tão conservador e a ordem agora é risco zero.

DESATENÇÃO Muitos são os diagnósticos sobre a crise da Expomusic, mas, de todos, uma unanimidade não pode ser ignorada. A Abemúsica e a Francal não perceberam os sinais dados nos últimos anos com a crescente insatisfação dos expositores e o cansaço do formato. Os custos de espaço e logística foram minando a feira e criando eventos paralelos que cresce-

Ao contrário do que possam imaginar alguns mais afoitos, o fim da Expomusic vai colocar a prova os eventos paralelos. Sem a presença da “nave mãe”, eventos simultâneos de grande porte serão avaliados como um fim em si mesmo. Eles podem crescer se forem adaptados a uma nova realidade onde sua importância será testada também por seu tamanho e conteúdo. Eventos como o Tagima Day se limitam na concorrência, enquanto os mais abertos precisam crescer de forma exponencial para se tornarem atrativos aos lojistas distantes do eixo RJ-SP.

PENSAMENTO MÁGICO Uma das ideias para encarar essa nova fase partiu de um executivo do meio que pediu discrição, mas já começa a trabalhar a ideia da “Semana da Música” em SP. O cunho seria meramente institucional e buscaria apoio do poder público para uma campanha de marketing. As empresas teriam liberdade para realizar seus eventos em parceria ou isoladamente nos muitos locais disponíveis na capital paulista. Falta alguém assumir a ideia e gerir a coisa junto à prefeitura e ao governo do estado.

FRASES Pelos corredores da Expomusic, encontro alguns dos principais executivos do segmento e busco frases e definições para o momento. Em todos, encontro a prudência na hora


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR

da avaliação. Rogério Raso, da Santo Angelo: “A hora é de modernizar, aceitar as novas tecnologias e aperfeiçoálas como ferramenta...” Alexandre Seabra, da Sonotec: “Equilíbrio e bom atendimento é a forma de sobrevivência em momentos de indefinição...” Vladimir de Souza, da Pro Shows: “Tão difícil quando crescer é se manter grande... É preciso suor e trabalho”. Renato Silva, da Staner: “Não adianta só reclamar, é preciso nessa hora trabalhar mais...” Juliano Waldman, da Equipo: “Nas crises, todos dizem que estão bem e vendendo normalmente, é discurso preventivo pronto...” Walter Campanudo, da Borne: “Momentos difíceis se enfrenta com criatividade e inovando com novos produtos...” Aldo Storino, da Izzo: “Não adianta só culpar o governo, é preciso trabalhar, e trabalhar...”

APOTEOSE A Pride decidiu acatar o sonho de guitarristas tupiniquins e colocou todo o seu extenso catálogo da iconoclasta marca Fender à venda no final de semana da Expomusic. Com descontos sobre o preço sugerido, os produtos da marca de guitarra mais vendida no mundo ficaram com preços semelhantes aos das lojas, mas com

o adicional da variedade de dezenas de cores e modelos que podiam ser tocados e testados pelos fãs da marca. A bela sacada fez com que a Pride fosse, disparado, o estande mais visitado da edição 2017 da Expomusic.

CHINESES A presença dos chineses nesse ano foi bem mais modesta e notadamente voltada a produtos populares. Os poucos exportadores que vieram fizeram poucos negócios e admitiram que o encanto pelo Brasil foi substituído pelo realismo cambial.

SENSAÇÃO Depois de muita conversa e opiniões díspares, concluí que será muito difícil aprovar a redução da carga tributária sobre instrumentos e acessórios musicais. Os interesses são conflitantes e um consenso hoje é praticamente impossível. Fiquei com a sensação de que, em alguns casos, o custo Brasil serve mais de pretexto do que inimigo.

NOVIDADE 1 A CSR voltou a participar de eventos comerciais e dá show no quesito lançamentos e novidades. A empresa que tem a caixa amplificada mais vendida do Brasil oferece ainda uma linha de acessórios e periféricos de cair o queixo, com destaque para os sistemas wireless de preço competitivo e múltiplas funções.

NOVIDADE 2 A bateria D-Tone distribuída no

Brasil pela Sonotec anda surpreendendo muita gente. Lançada no ano passado, a série é supervisionada criteriosamente por Northon Vanalli, gerente de marketing da Sonotec, que usa toda a sua experiência como baterista para depurar a qualidade do produto. Vai ganhar mercado fácil.

NOVIDADE 3 O novo Celviano Grand Hybrid GP500, da Casio, é daqueles instrumentos de deixar pianista babando. O mecanismo de ação do martelo, associado ao desenvolvimento tecnológico inovador da empresa japonesa, criou um instrumento de sonhos. Quem tocou, se apaixonou. Entre os novos fãs, Eduardo Lages, o maestro e arranjador de Roberto Carlos. Algo me diz que vem parceria por aí.

NOVIDADE 4 A Harman atordoou meio mundo com seus novíssimos e pequenos mixers da Soundcraft com DSP e gravador embutido. Via USB você pode armazenar gravações e ter um estúdio ocupando o espaço de uma caixa de sapatos. O evento da Harman atraiu centenas de lojistas e consumidores que literalmente babaram pelas muitas novidades.

FESTA NACIONAL DA MÚSICA No mês que vem eu conto tudo o que aconteceu no sul do país pelos bastidores do maior encontro da música brasileira.

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Chegaram os novos modelos de mesas analógicas da série SX da Soundcraft. As mesas analógicas dessa série têm a qualidade já conhecida da marca e controle total para as gravações. Com entradas e saídas balanceadas, equalização individual por canal e efeitos integrados. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

SOUNDCRAFT MESAS ANALÓGICAS SX A s mesas analógicas da série SX são perfeitas para aplicações ao vivo. Oferecem entradas e saídas balanceadas, equalização individual por canal, efeitos integrados e saídas de áudio para retorno e sistema principal. Uma opção acessível e ideal para quem procura um som perfeito, planejado em cada detalhe. Os modelos SX602FX USB, SX1602FX USB e o SX2404FX USB possuem 6, 16 e 24 canais, respectivamente. Os modelos SX602FX e o SX1602FX têm em comum saída de linha com controle de volume independente,16 presets de

efeito digital, gravação em RCA e MP3Player. No entanto, o equalizador master gráfico só é encontrado no modelo SX1602FX. Já no modelo SX2404FX, o usuário encontra 24 canais, USB para gravação e reprodução, duas bandas de equalização fixa e duas de varredura nos canais mono, além de quatro bandas de equalização nos canais estéreo. Outras características são os quatro endereçamentos de envio para subgrupos 1-2, 3-4, master LR e mono/centro e máquina de efeito com 99 presets.


Especificações Técnicas SX602FX • 2 canais mono balanceados, 2 canais stereo e 1 auxiliar • Saída de gravação em RCA • Mp3 player • Saída de phone/control room com controle de volume independente • 16 presets de efeito digital • Grava em wav via a porta do tocador MP3

SX1602FX • 12 canais mono balanceados com em cada canal, 2 canais stereo e 2 auxiliares • Saída de phone com controle de volume independente • Saída de gravação em RCA • Equalizador gráfico master • 16 presets de efeito digital • Grava em wav via a porta do tocador MP3

SX2404FX

SX2404FX • 18 Entradas para microfone com conexão XLR e entrada de linha balanceada (12 deles com e saída direct out) • 2 Saídas matrix para os 4 subgrupos, LR e mono/centro. • 6 Mandadas de auxiliar selecionáveis Pre/Post • 4 Bandas de equalização nos canais estéreo • Máquina de efeito com 99 presets. • 4 Canais estéreo com entradas balanceadas TRS (P10) e Faders de alta precisão com 100 mm. • Porta USB para gravação em 2 canais (saída LR) e para reprodução (via computador). E reprodução de áudio (mp3). • 2 Bandas de equalização fixa e 2 de varredura nos canais mono • 4 endereçamentos de envio para subgrupos 1-2, 3-4, máster LR e mono/centro. • Grava Via USB 2 in/2out

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REPORTAGEM|ESPECIAL ROCK IN RIO 2017 www.backstage.com.br 20

Na sétima edição do Rio de Janeiro, um novo sistema de sonorização no P.A .

E No Palco Mundo, equipe habituada a trabalhar junto e estrutura de primeira linha garantem o som do Festival.

Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: I Hate Flash / Ernani Matos / Divulgação

m sua sétima edição no Rio de Janeiro, o Rock in Rio teve a sua quarta mudança de local. Para os sete dias de evento, com atrações como The Who, Guns n’ Roses e Red Hot Chilli Pepers, foi montada uma estrutura gigante em uma área de 300 mil metros quadrados, que vai desde as instalações elétricas até os banheiros, toda feita para que o principal – os shows – pudesse ser curtido ao máximo pelo público. Dentre os vários locais onde aconteceram os shows – Palco Sunset, Rock Street, palco de música eletrônica e as áreas dos patrocinadores – o Palco Mundo, com 86 metros de frente e 25 metros de altura – acolhe as apresentações que são a alma do Festival. De fren-

te para o palco, a house de som ficava mais para o lado direito, a aproximadamente 40 metros de distância. As passagens de som aconteciam pela manhã. Na parte da tarde, o clima tranquilo escondia um pouco o intenso trabalho realizado pelos técnicos da Gabisom – empresa responsável por toda a parte do áudio - e dos artistas para entregar ao público o melhor resultado.

A PRODUÇÃO DO PALCO MUNDO Por ser o local onde ocorrem os maiores shows, não é difícil ver figuras chave da produção circulando pela housemix do palco Mundo, como é o caso de Maurice Hughes, diretor técnico do festival.


Maurice Hughes, diretor técnico do festival

Desde 2001, Maurice esteve em todas as edições do Festival no

Brasil e no exterior, em Lisboa, Madrid e Las Vegas. “Gostaria muito de voltar lá e a Madrid também”, comenta, elogiando a estrutura dos lugares. Hughes cuida de toda a parte técnica e artística do Rock in Rio. “Meu trabalho começa bem no princípio: desde camarim até as necessidades de som e luz passam por mim. Depois tenho equipes ótimas para quem distribuo informações”, detalha. O trabalho para este Rock in Rio começou já em fevereiro deste ano. “O pessoal do booking faz a comunicação comigo antes de assinar o contrato, porque precisam saber o que vai poder ser oferecido ao artista: o mundo ou o básico? Então isso é informado para que o contrato fique de acordo com a realidade. Depois entram os detalhes (nas negociações com

os artistas)”, explica Hughes. O diretor técnico ressalta que é cada vez mais raro o pedido por equipamentos analógicos pelos engenheiros das bandas.

O ÁUDIO O clima na housemix é de tranquilidade. O trabalho é intenso, mas a evolução tecnológica torna o trabalho mais simples e mais seguro. “Temos agora uma forma de receber os sinais das mesas e “matriciar” as diversas saídas de forma totalmente digital. É tudo mais fácil, prático e robusto do que em 2011. Com o nosso sistema de trabalhar e a Digico SD-7 como master fica fácil gerenciar e atender aos pedidos mais diversos”, explica Peter Racy, que trabalhou na gerência do sistema e atendimento às bandas. O profissional exalta também o entro-

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Peter Racy e Eder Moura

samento que há entre os técnicos da Gabisom e os dos artistas, que já se encontraram nos diversos Rock in Rio que aconteceram no mundo. “Já são amigos da estrada, e o trabalho flui melhor quando tem essa confiança mútua. Cada um tem seus métodos para conseguir o que todos querem: um som bom”, exalta. Durante o dia, duas equipes se revezavam. “As duas equipes passam a maior parte do tempo juntas, mas no final do dia uma vai embora e volta no começo do dia seguinte enquanto a outra sai para descansar”, detalha Peter. Eder Moura era quem se revezava com Racy no atendimento às bandas, e elogiou a troca de local do Rock in Rio. “Foi boa. Ficou tudo mais bem distribuído. O outro lugar era meio apertado”, comenta, acrescentando que a grande mudança no som foi o uso do sistema line array da Martin, o MLA.

CONFIGURAÇÃO A mudança de local, no entanto, não alterou a forma como o PA foi configurado, na forma “side-byside”. “Esta configuração consiste em 4 conjuntos de PAs espaçados pela frente do palco. Cada conjunto destes foi composto por três colunas de caixas: uma coluna de Tops chamada ‘banda’, uma coluna

de subs, e outra coluna de tops chamada ‘voz’. Desta forma, a mix podia ser dividida entre as duas colunas de tops, normalmente enviando a mix de instrumentos para a

pamento trabalhando com folga, longe dos limitadores e com uma ótima margem de segurança para o equipamento”, detalha Peter. Eder comenta que não são todos os técnicos que chegam a fazer sua mixagem separando banda e voz. “É o que nós recomendamos, mas alguns chegam na correria e preferem usar o que já tem pronto. Mas o Andy Meyer (Justin Timberlake) usou voz e banda separados, assim como o Rodrigo Lopes (Frejat)”, aponta. O técnico ainda ressalta a vantagem de ter quatro conjuntos de caixas colocados na frente do palco. “Como temos esse PA de fora, cruzamos colocando R&L com o de dentro e R&L com o outro do outro extremo do palco. Assim, mesmo quem não está entre os dois PAs principais tem uma

O PA ficou na já tradicional configuração com três colunas: uma para banda, outra para subs e mais uma para voz

coluna ‘banda’, e a voz, ou qualquer outro elemento ao qual se desejasse dar destaque, enviados para a coluna ‘voz’. Assim, encontramos um enorme headroom em todo o percurso do sinal, desde os amplificadores de soma da própria console, através de todo o processamento de sinal, nos amplificadores e nos componentes transdutores das caixas também. O resultado é um som potente e limpo, com todo o equi-

ideia de estéreo”, detalha. O sistema MLA já havia sido testado no Rock in Rio de Lisboa, em 2016, e confirmou as expectativas sobre o bom rendimento. Tanto que foi colocado também no Rock in Rio 2017, na Cidade Maravilhosa. “Ele vem sendo testado por nós durante alguns anos, e fez sua estréia no Palco Mundo durante o Rock in Rio Lisboa em 2016. Ficamos muito bem impressionados


Torres de delay garantiam cobertura uniforme

Foram usados sistemas da Norton

O sistema do PA foi o MLA

com a facilidade com a qual ele atira o som a 200 metros ou até mais, com clareza e punch total. O som é limpo, bonito, e o sistema muitíssimo potente”, ressalta Peter Racy. “A particularidade desse sis-

tema é a inteligibilidade dele, de distribuir a pressão sonora por igual”, reforça Eder Moura. Peter acrescenta que o sistema MLA é processado e amplificado internamente em cada caixa. “Cada uma

tem seis canais de processamento e amplificação - três para as altas, duas para as médias e uma para as baixas. O processamento é gerenciado por um software muito sofisticado, rodando num computador na house,

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Na Tenda Eletrônica, foram usados sistemas da JBL

É aquela minha fórmula mesmo: meu negócio é som pra fora com algum reverb na voz. Também procuro andar com meus microfones” Wilson Gonçalves

oferecendo monitoramento e controle total do sistema”, detalha Racy. Para atingir o objetivo de uma cobertura o mais uniforme possível em uma área de até 300 metros além do palco, foram utilizadas 10 torres de delay. “Cada uma das torres tinha seis caixas Norton LS-8, escolhidas pela capacidade de gerar pressão sonora e pelo seu tiro longo”, expõe Peter. De acordo com

Wilson Roberto Gonçalves, técnico de som dos Titãs

ele, os sistemas reagiram como o esperado, “mas em uma próxima edição, tentaremos localizar os amplificadores de delay mais próximos às torres, pois devido ao comprimento dos cabos, foi necessário compensar um pouco no processamento das mesmas, para obter uniformidade na resposta”, coloca. Para a sonorização do festival, foram utilizadas 110 caixas MLA (tops), duas MLD (down -fill), 66 MLX (subs) e 12 MLC (front fill). Nos delas, foram 60 LS-8. Já no palco, todo o sistema de monitores do Palco Mundo foi d&b M4, com seis caixas J8 no side e dois Sub B2 por lado. No atendimento às bandas, a Gabisom procurou suprir o que as equipes pediam nos riders. Várias delas trouxeram kits próprios, e uma coisa é certa: por conta da praticidade do digital, apesar da qualidade no som, que não chega a ser maior que das mesas digitais, mesas analógicas têm cada vez menos espaço. “Vimos muitas Digico SD-7, SD-8 e SD-10, assim como as AVID S6L, uma SSL e também Midas Pro-9. Houve apenas um pedido para mesa analógica Midas XL-4 ou Midas Heritage 3000, feito pela equipe da banda Offspring. Mas eles não fecharam a locação por motivos que desconhecemos, e acabaram usando uma


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João Asensio

Ian Staddon, da Digico

Peter Racy

Yamaha PM5D do kit do Festival”, aponta Peter Racy.

vezes trabalho com esta aqui”, comenta. O técnico trabalha com muitos plugins da Waves durante o show e traz microfones da AudioTecnhica. O técnico de Frejat elogiou bastante o sistema da Martin. “Ele soa muito bem e é uma pedrada, mas é bem agressivo nos médios, então tive que trabalhar um pouco isso”, pondera. O show que aconteceu durante o Rock in Rio foi o lançamento da nova turnê do músico. “Ficamos mais de um mês ensaiando, inclusi-

ve para conseguir os melhores timbres de guitarra, já que neste show o Frejat está tocando mais, e com uma pegada bem mais rock n’ roll”, detalha Rodrigo, que ressalta a sintonia com o músico. “Ajuda muito. Ele entende da parte técnica, facilita muito, porque a conversa já é sobre filtros, formato de cápsula de microfone, e sabe delegar as funções, sempre batendo uma bola. É um artista que entende, toca bem e é preocupado com o equipamento”, ressalta. No show do Rock in Rio também teve a participação especial da percussionista Lan Lan em algumas músicas. Andy Meyer, engenheiro de som do PA de Justim Timberlake trouxe sua própria SD-7 para o Festival. “Amo o conceito dessa mesa. Uso todos os recursos dela, faço muito processamento, uso muitos plugins e faço algumas centenas de snapshots. Tudo é sincado passo a passo, via timecode”, reforça. Andy foi um que fez mixagem separando a voz da banda nas colunas triplas do P.A. “Fiz um L&R para a banda e outro para a voz”. O engenheiro ressalta que, apesar de trazer equipamentos e ter o andamento do show na ponta dos dedos, “em um festival não temos o

TÉCNICOS DE SOM Todo o trabalho que a Gabisom faz é para que o público tenha o melhor som. Quem “empurra” esse som para o público são os técnicos de cada banda. Rodrigo Lopes, por exemplo, operou o som de Frejat em uma DigiVenue. “Prefiro essa mesa, mas também gosto muito da VI6 (Allen &Heath) ou das Digico, mas na grande maioria das

Robert Collins, técnico de som do The Who


controle de todo o ambiente e o trabalho é sempre muito rápido”, observa. No monitor de Justin, Paul Klimson tem sempre muito trabalho a fazer. “Uso muitos snapshots, algumas vezes no decorrer da música, às vezes apenas para memorizar”. A banda e Timberlake se ouvem usando efeitos, com o cantor ouvindo os efeitos que cada músico ouve no seu instrumento. “Uso distorções, efeitos como phaser e diferentes misturas de Overdrive, além do reverb normal, com salas médias, plates...”, fala. A banda inteira está em uma mesa, além do Pro Tools a partir do qual algumas coisas também são tocadas. “É bastante coisa em uma mesa, mas a gente se vira. É uma excelente banda. São ótimos inputs a partir dos quais tiramos um excelente resultado que chega ao público. A banda é uma máquina”, ressalta. “Todo o equipamento é testado em ensaios durante três dias antes de ser embarcado em um contêiner para a viagem. Aí paramos um dia e testamos também o equipamento reserva”, aponta Klimson. Wilson Roberto Gonçalves, técnico de som dos Titãs, está acostumado com a Digi Profile. “Sempre foi minha primeiMuitos usaram as mesas da Avid no Festival

AS MARCAS E O SUPORTE

Além dos técnicos dos artistas e da equipe de apoio da Gabisom, também é possível ver os responsáveis por alguns dos equipamentos usados no Palco Mundo. Carlos Kalunga, que tra-

balha com as mesas da AVID e as Digi comenta que, “quem está usando as AVID aqui, por exemplo, é o Guns n’ Roses e o Incubus, que tocou antes do The Who. Também tem o Red Hot Chlli Peppers, que usava uma mesa analógica e aqui vão usar a AVID também. As Digi ainda são bastante usadas. E o melhor é que dá para usar a cena delas em outros modelos que funciona sem problemas”, ressalta. A Digico veio ao Rock in Rio com seu vice-presidente de vendas. “Só nos primeiros dias já vi dois ou três usando nossas consoles. Trabalhamos o máximo possível próximo de nossos clientes. Por este motivo vim do Reino Unido para cá. Se você não está próximo dos clientes, não vai ver como eles trabalham”, fala Ian Staddon, que não abriu nenhum lançamento, mas declarou que a empresa está tra-

balhando na conectividade entre equipamentos. Amandio Costa veio como especialista de produtos representando a Martin, da Harman, que forneceu equipamentos de iluminação para o Palco Mundo. “Viemos aqui pelo nosso relacionamento com a LPL, responsável pela iluminação. É a segunda vez que fazemos essa parceria. Eles precisavam de um suporte em nível de fabricante para fazer um evento internacional”, ressalta. Ele veio ainda acompanhado do vendedor técnico Miguel Polizel e do gerente comercial da Harman responsável pela Martin e pela divisão tour Márcio Magalhães. “Estamos hoje aqui para dar o suporte, com todo esse trabalho que estamos desenvolvendo há algum tempo, fazendo a Martin aparecer”, comenta Márcio

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Tenda Eletrônica

ra mesa. Realmente gosto dela”. No som, Wilson não usa muita coisa. “É aquela minha fórmula mesmo: meu negócio é som pra fora com algum reverb na voz. Também procuro andar com meus microfones”, diz o técnico, que tem um set próprio. Com cerca de trinta anos viajando pelo Brasil nas equipes de Sá & Guarabyra, Fábio Junior, Charlie

Brown Junior e, hoje, com os Titãs, Wilson se sente satisfeito com o nível de equipamento e o trabalho das equipes que encontra pelo Brasil. “Só acho que tem que dar uma atenção à questão do alinhamento. Mas o pessoal já tá sabendo como trabalhar por aí. Tá muito melhor hoje”, comemora. A Digi Profile também é usada por James Wooten, do P.A. da banda WalktheMoon. “Peço esta mesa porque a conheço bem”, afirma o técnico, que costuma viajar com seus próprios microfones, amplificadores e cabos. A mixagem tem as gravações originais das músicas como base, “mas também uso bastante delay no tap tempo, e eles gostam também que as músicas soem um

pouco diferente para dar mais diversão a quem está assistindo”. No show, se ouve bastante phasers, dobras de delay e reverbs, tudo bem evidente. O técnico de som fala sobre como é diferente trabalhar em festivais e shows próprios, elogiando a organização do Rock in Rio. “Em festivais não sabemos se vai ter passagem de som, e hoje tivemos! Mas em geral, temos que usar nossos arquivos e sermos bem rápidos. Nos nossos shows eu gasto bastante tempo para deixar tudo bem. Mas a principal diferença deste para outros shows é o tamanho de tudo”, diz, lembrando que WalktheMoon é uma banda indie, que costuma tocar em lugares menores.

ÁUDIO E VÍDEO Um ponto sensível hoje nessas negociações são as transmissões dos shows. “Isso é muito importante para o evento e os artistas, porque o número de pessoas que assistem é muito grande”, coloca Hughes. “Chega aos bilhões”, completa João Asensio. O português João Asensio, gerente de broadcast do Festival desde o Rock in Rio Lisboa de 2004, é o responsável por essa parte em todas as edições do Festival. Ele explica como é feita a preparação da imagem e do som para transmissão. “Nós fazemos o corte que vai aos telões e a transmissão para TV é feita a partir de uma unidade móvel da Globosat. Para o som, temos uma unidade móvel em cada um dos palcos onde faz a gravação, onde é feita uma mixagem em estéreo e outra em 5.1. Depois de cada show, temos também um estúdio multipista onde é feita uma nova mixagem. Se a banda quiser, pode ser do show inteiro ou apenas de alguma música para internet e redes sociais”, detalha Asensio. Segundo o gerente, há bandas que enviam um diretor de vídeo para acompanhar a transmissão do Multishow. Esses diretores não fazem a edição das imagens, mas dão dicas so-

Maurice Hughes e João Asensio

bre posicionamentos de câmera e momentos do show para que haja um melhor aproveitamento da performance do artista na transmissão. O gerente de broadcast também é responsável por todo o sinc entre os palcos nos links para os momentos do evento onde acontecem pirotecnia e shows de som e luz. Asensio explica como é estruturado o trânsi-

to do sinal de áudio/vídeo na Cidade do Rock. “Temos aí um total de 72 fibras em uma rede estruturada em Midianet para os canais de vídeo, com 12 entradas e 12 saídas em três pontos do palco. Daí vai para uma central técnica que nós temos que nos entrega todos os sinais por IP em um ponto central. Tudo digital por fibras óticas”, detalha.


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Jota Quest

Só dentro do palco Mundo, foram mais de 500 aparelhos, fora as luzes para plateia. Mas o que faz esses equipamentos mostrarem seu valor são os Lighting Designers que usam as luzes, cores e atmosferas produzidas por eles para criar o clima das apresentações das maiores bandas do mundo. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: I Hate Flash (Martini / Marques / Wesley Allen) / Ernani Matos / Vectorworks / Divulgação

A luz também

é o show no Palco Mundo D esde a edição de 2015 que a LPL é responsável por toda a iluminação do Rock in Rio. Por isso se entenda os três palcos, área VIP, roda gigante e tudo o mais que tenha luz envolvida, em um total de 27 locais. Por isso, a LPL também contou com o apoio da Novalite e da Cia da Luz. A primeira no palco Sunset e a Cia na área destinada à música eletrônica. Eram mais de 100 profissionais, sob a responsabilidade da LPL, envolvidos com a parte de iluminação do Rock in Rio. “Tínhamos uma Cidade do rock nas mãos a qual o Rafael Auricchio era o prefeito”, comenta Caio Bertti, sobre a função de seu sócio na LPL. Mas é mesmo no palco Mundo – o principal do evento – que o trabalho com a luz chama mais atenção. Um trabalho

difícil, que tem de ser organizado e planejado de forma que não haja problemas nas trocas de bandas e na execução de projetos de iluminação complexos, algumas vezes com equipamentos e desenhos específicos pedidos pelos profissionais das bandas.

ANTECEDÊNCIA Já em outubro de 2016 começaram as reuniões e preparativos para a edição de 2017 do Rock in Rio. “Este projeto tem a base, em primeiro lugar, no equipamento disponível no Brasil”, explica Caio Bertti, uma espécie de gerente geral da LPL no Festival. “Não adianta pegar todo o equipamento para o Rock in Rio e não poder atender os eventos que acontecem paralelos ao Rock in Rio. Fizemos esse estudo e já tínhamos


A Grand MA foi a mesa do Rock in Rio

uma ótima parceria com a Martin, através da Harman, que foi mantida”, completa. A aquisição dos equipamentos foi feita especialmente para o Rock in Rio a partir das orientações do Lighting Designer do festival, Terry Cook (da Woodroffe Bassett Design). “Ele falou o que queria de forma bem genérica: quantos moving lights, washes, bins, LEDs, strobos, etc. Esse projeto chegou a nós em março, e teve várias atualizações, mas sem mudar a essência dele”, detalha Caio Bertti. Entre os equipamentos adquiridos estavam os Rush MH2 Wash, os Rush MH3 Beam, os Rush MH7 híbridos, os Viper Performance, Mac Quantum Profile os Atomic 3000 e Atomic 3000 LED, Mac Aura XB, Viper AirFX e os Viper Wash Dx. “O MH7 e o Airpacks conseguem fazer tanto spot como

wash. O Performance pode cortar a iluminação. Então ela pode ficar bem focada para realçar apenas um ponto. Todos se complementam para criar esses efeitos que vemos”, comenta Amandio Costa, especialista de produtos da Martin. “Estava tudo zero. Nada do que estava no Palco Mundo havia sido usado antes”, acrescenta Césio Lima. Para as mesas da house o processo foi parecido. Caio Bertti e Bruno Lima – outro sócio da LPL – se reuniram com o staff da MA Lighting durante a Prolight+Sound Frankfurt para fechar a parceria. “Explicamos que o evento a cada dia se supera e este seria o maior de todos em público e quantidade de bandas. Precisaríamos de uma assistência integral de pessoas com domínio do software e do geren-

ciamento do sistema”, define Caio. A LPL trabalhou com cinco mesas Grand MA, sendo duas full size para os shows, uma para gerenciamento, outra para plateia, e uma ligada à área VIP, sendo essas três últimas light. No estúdio 3D havia duas full size e uma light. A mesa de gerenciamento fazia com que houvesse uma independência do equipamento da LPL com relação ao que estava sendo feito pelos Lighting Designers. Eles poderiam chegar com versões diferentes de software, ou mesmo mesas diferentes, se fosse o caso. Mas a conexão direta com os equipamentos de iluminação via NPU era a partir da mesa de gerenciamento, que recebia o sinal do equipamento dos LDs com os comandos deles e distribuía para o sistema.

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Tears for Fears

PREPARATIVOS E PARTICULARIDADES Com o equipamento definido e o projeto concluído, começam a ser mandados os showfiles para os Lighting Designers em tempo hábil para que eles possam preparar a luz de seus artistas para o Rock in Rio. “Quando eles chegam aqui, já chegam com a luz feita. Aí ele entra no estúdio 3D* com tudo

real, com o que está no palco, e confere orientação dos movimentos do aparelho, cor, etc. Isso porque, no show de todo dia, ele não necessariamente está usando aquele equipamento. Então quando você transfere a programação de um Varilite, por exemplo, para um Martin, pode mudar o tempo do movimento, ou a troca de cor. Cada iluminador gastou, em mé-

Da esquerda para a direita: Miguel Polizel, Márcio Magalhães e Amândio Costa

dia, quatro ou cinco no estúdio para deixar o showfile dele pronto”, detalha Caio Bertti. Césio expõe que Terry procura fazer um projeto que atenda a todos. “Ele faz um design que se apoia em, vamos dizer, 240 spots de alta performance, mas todos os Lighting Designers querem botar as suas cerejinhas. Uns com cerejas maiores, outros, menores”, se diverte Césio. “O Capital Inicial, por exemplo, que eu faço a luz, não tem dinheiro pra tanto extra. Skank, J. Quest, todos tem os seus truques. Já o Red Hot Chilli Peppers não usou nada da luz do Festival. Eles montaram a luz que eles usam na estrada, que não é grande, mas é muito pessoal. Eles usam quatro estruturas truss circulares com tela dentro e um meio círculo com o telão atrás. A luz foi montada com uns 170 aparelhos e foi muito bom. Tudo muito coordenado com os vídeos, com oito canhões laterais, quatro de cada lado”, detalha Césio, falando sobre o projeto de Scott Holthaus. Aliás, a administração dos extras


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Def Leppard

foi o grande aprendizado da LPL com relação ao Rock in Rio de 2015. “Foi muito difícil naquele ano. Dessa vez, tivemos uma equipe só para cuidar dos extras, e um dos motivos dessa diferença positiva foi a chegada do Sergio Gran-

dini”, exalta Caio Bertti. Se as particularidades de cada artista não representaram problema, o mesmo não se pode falar do atraso na saída do palco do Guns n’ Roses logo no dia anterior ao Red Hot. “Foi complicado porque o

Axl Se empolgou e cantou durante quase quatro horas. O show acabou às quatro da manhã e a saída do palco foi às 6h, quando começamos a montar o palco do Red Hot”, relembra Caio. Nem o cancelamento do show de Lady Gaga che-

PRESENTE EM CINCO EDIÇÕES De uma forma ou de outra, Cesio Lima participou das edições de 1991, 2001, 2013, 2015 e 2017 do Rock in Rio. “Sempre me emociono quando toca a música de encerramento do Festival. Estamos com uma safra muito boa de empresários nesse segmento de shows internacionais. Todo o pessoal do Rock in Rio é muito bacana. Tenho muita admiração pela Roberta Medina (vice-presidente do Rock in Rio), que é extremamente educada, o que não quer dizer que não seja dura nas ne-

gociações, mas com um senso de justiça muito forte. O Ricardo Acto (vice-presidente de operações do festival) é um gênio. Sabe liderar uma equipe grande. As pessoas trabalham com ele engajadas. Você vê que estão trabalhando duro, mas unidos. E se você vê como as coisas são feitas hoje... Não choveu nenhum dia, mas poderia chover muito, porque estava tudo coberto. Uma organização muito séria, com rampas de acesso, número adequa-

do de carregadores, a forma como são passados os cabos, a distribuição de energia. Tudo feito muito profissionalmente. Lembro quando fazíamos o Hollywood Rock, nos anos 1990, e ficávamos pensando: será que um dia vamos chegar naquele nível (dos festivais internacionais)? Pois chegamos. E isso vem de cima, do Roberto Medina, que se preocupa com tudo do Festival. Nós sabemos que vamos ter o que precisamos”, finaliza.


Albinho

Sergio Antonio

Alvaro Oliveira (Huguinho)

gou a trazer transtorno. Bertti ficou especialmente impressionado com a eficiência de Brian Jenkis, da iluminação do Maroon 5, ao lidar com o show extra inesperado, que ocorreu por conta da desistência de Lady Gaga. Cesio revela que, dentro da filosofia da empresa e do festival, eles procuram atender a todas as de-

der tudo, já criamos um clima de colaboração. Aí podemos chegar e dizer, ‘será que isso não vai atrapalhar muito a banda que vem antes de você?’. Além disso, é claro que os extras são cobrados”, aponta o sócio da LPL.

gem de um show. “O que eu faço é conversar com o Lighting Designer do artista”, coloca Césio Lima, que também atuou no Rock in Rio como diretor de fotografia da transmissão dos shows. “Explico a eles que o Multishow transmite ao vivo, a Globo faz um compacto à noite e que isso representa uma média de 40 a 60 milhões de espectadores assistindo o show”, acrescenta. As demandas para a Globo, que é emissora de TV aberta, e o Multishow são ligeiramente diferentes, como explica o diretor de fotografia. “A Globo tem um padrão, um estilo com bastante plateia. O Multishow também, mas se o cara quer fazer uma coisa mais intimista, saturada, não tem problema. Pode até haver alguma reclamação de que está tudo saturado, mas aí conversamos para acertar. Mesmo para a Globo, não tenho visto nenhuma recomendação do tipo ‘a banda tal está com um padrão muito ruim’. Não acho que essa relação seja mais um problema”, observa.

PARA TV Já houve um tempo em que havia

EQUIPE GRANDE Terry Cook faz um projeto que permite a todos os lighting designers fazerem o melhor trabalho possível

mandas possíveis. “O importante é deixar todo mundo feliz. Hoje em dia nós - quando falo “nós” estou falando também de Roberto Medina, Terry Cook – chegamos à conclusão que, se procuramos aten-

certa discordância entre os iluminadores dos artistas e o pessoal da TV. Mas isso já foi superado por conta da evolução tecnológica e da consciência de todos a respeito da importância do registro de ima-

Este ano, a equipe trabalhou dividida em turnos. “Normalmente nossa profissão não se enquadra à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Quem viaja com uma banda viaja quarta à noite, volta domingo e rala pra caramba. O cara que opera é um artista, ele é quem

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PROJETO DE ILUMINAÇÃO DO ROCK IN RIO

Terry Cook, da Woodroffe Bassett Design(WBD), foi o responsável pelo projeto de iluminação do Rock in Rio, e desenvolveu uma concepção diferente para cada palco. Revista Backstage – Quando começou a planejar o Rock in Rio 2017? Quais eram as demandas desta edição do Festival? Terry Cook - Encontrei o time de gerenciamento do Rock in Rio em Lisboa, em dezembro de 2016. Foi nesta reunião que decidimos as mudanças do palco principal e confirmamos a nova casa da Cidade do Rock, no Parque Olímpico. Esta reunião foi muito emocionante, porque decidimos que a iluminação precisava realmente destacar o lugar e mostrar ao mundo o quão incrível Rock in Rio é! A partir daí, comecei a planejar o Festival palco por palco. Foi um processo de 9 meses. RB – Quais são as diferenças desta edição para as anteriores? O que teve de fazer para esta que não havia feito antes? TC - Cada edição do Festival é diferente para iluminação. Eu tento manter o equipamento novo e de alto padrão.

Tivemos uma nova tenda VIP, o palco Electronica e uma nova parte para a Cidade do Rock que foi nomeada África. A WBD é contratada para projetar 15 áreas, iluminando dois shows de fogos de artifício, um show de drones e um show de luz de quatro minutos. Com nossos fornecedores da LPL do Brasil, levamos 15 dias para instalar e programar todos os shows e áreas.

faço é saber quem está chegando, conversar e fazer chegar a todos os designers a plataforma do festival. Isso lhes dá mais tempo e, por sua vez, nos faz a todos economizar algum dinheiro. Eu gosto de trusses retas com algum tempero para os olhos, sempre assegurando que o artista possa ver o público. Até agora, ficamos bem e apenas bandas com demandas bem específicas mudaram o rig aéreo. Algumas trazem os pacotes de chão e preparamos nossos sistemas para recebê-los. Eu também faço o meu melhor para que as equipes das bandas se sintam tão bem-vindas quanto possível. Certificamos-nos de que nossos sistemas são flexíveis e possuem amplitude. Converso com meus fornecedores (no Brasil, a LPL) para saber o que vem, kit, cabo, controle, etc. E eu realmente deixo o fornecedor com essa parte. Nós destacamos um ou dois da equipe de fornecedores para cuidar dos extras da banda, que já chegam com eles ou são alugados localmente. O patch e a configuração do sistema são atendidos pelo técnico/gerente da FOH. RB – Algo mais que gostaria de comentar?

RB – Quando você projeta a iluminação do Rock in Rio, como faz para permitir aos lighting designers que eles façam um show o mais próximo possível do que eles fazem geralmente? Como é reservado o espaço para configurações e equipamentos próprios?

TC – O Rock in Rio viu a WBD iluminar o festival pela quarta vez e todos ficamos encantados com o resultado. Não conseguiríamos alcançar o que fazemos sem o apoio da equipe RIR e do fornecedor local, a LPL. Por fim, gostaria de agradecer a todos os envolvidos e mal posso esperar pelo próximo RIR.

TC - Boa pergunta. A WBD é uma empresa de design de iluminação e estamos acostumados a trabalhar para festivais. Em 2014, levamos The Rolling Stones para o RIR Lisboa e foi aí que assumimos o papel de designers de iluminação de festivais. Para mim, não se trata de projetar uma plataforma para alguém específico. Trata-se de projetar uma plataforma multiuso flexível. O que eu

Créditos: Chefe de produção: Ricardo Comprido Gerente de produção: Maurice Hughes: Design de Iluminação: Terry Cook (WBD) Profissional de design: John Coman (WBD) Profissional de estúdio: Miriam Bull (WBD)


Cesio Lima e sua esposa Ana Surani

tem que operar em todos os shows. Mas no caso de um evento como o Rock in Rio é diferente. Por incrível que pareça é melhor dividir a equipe. O trabalho é duro e sempre cansativo. Mas estamos sempre com uma equipe descansada, com a cabeça boa pra trabalhar”, explica Césio Lima. Para atender às 27 atrações do Palco Mundo, havia oito profissi-

Titãs aproveitando os recursos de iluminação do festival

onais fazendo atendimento aos Lighting Designers dos artistas. Já o estúdio 3D trabalhava com três sistemas. “Acho que a integração entre a equipe de luz e a equipe de palco, nossos profissionais como o Eric Gaucho, o Edson Azzi, o Dinho Ventura, os stages manager e ajudantes de

palco que sabem muito de som, luz e vídeo, isso foi um ponto alto deste Festival. Acho que é importante também de dar crédito ao espaço maior que tivemos, a localização do hotel. Assim fica mais fácil com relação à organização da infraestrutura para o nosso trabalho. Tudo isso ajudou muito”, diz Caio.

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O LED NO ROCK IN RIO Cesio Lima credita o fato de a LPL ter sido a responsável pela iluminação do

houses mix, totalizando vários quilômetros de cabos de fibra.

Painel circular de resolução 5 mm totalizando 83 m2 Duas Torres de Delay LED com 21 m2 cada com painel de resolução 7mm

Rock in Rio 2015 e 2017 ao crescimento do mercado de LED no Brasil. “Em 2011 nos pediram para orçar LED também, mas não havia ainda condições de oferecer um preço que con-

corresse com a PGR, que também oferecia essa parte. Desde então o mercado aqui cresceu muito e, então, foi possível, a partir de uma parceria com a Ledcom, oferecer um preço que nos viabilizava”, aponta Césio.

Lista de equipamentos: Palco Mundo : Painel principal de fundo de palco comresolução 13 mm com 187 m2 Dois painéis laterais de palco com resolução 6 mm com 83 m2 cada (total 166 m2) Processamento com duas processadoras BARCO E2 + 1 e console EC50 BARCO Palco Sunset: Painel Principal fundo de palco com resolução de 4 mm com 78 m2 Dois painéis de lateral de palco com resolução 9 mm com 22 m2 cada (total 44 m2) Processamento e gerenciamento de imagens com sistema BARCO Palco YouTuber: Sistema de paineis customizados de LED com resolucao 13 mm totalizando 98 m2 Processamento Mediaserver com software Resolumen Arena5

A empresa de LED atendeu a todos os palcos do evento, fez um projeto especial para a tirolesa, além de extras de bandas. Fora os LEDs, também foram fornecidos empilhadeiras, carrinhos de transportes e motores de higging. A equipe que cuidou disto tinha 25 pessoas, incluindo produtores, projetistas e a equipe logística. Além dos equipamentos, foram utilizados sistemas de fibra ótica para interligação de todos os painéis às

Tenda Eletronica: Painel de LED resolucao 3 mm com 31 m2 Processamento Mediaserver com software Resolumen Arena5 Serviços de VJ da tenda eletrônica de todos os dias Palco RockStreet: Painel de LED resolucao 7mm com 11 m2 Processamento Mediaserver com software Resolumen Arena5 Tirolesa Heineken:

Extras para as bandas: - Def Leppard - dois paineis de 14 mm vazado (sistema mash) totalizando 22 m2 com estrutura personalizada de acionamento - Red Hot Chilli Peppers - Quatro painéis de LED com estrutura personalizada suspensos, fabricados sob medida em estrutura metálica de alumínio, formando 4 círculos, no Palco Mundo Varias matrizes de 8 x 8 - 16 x 16 DVI e SDI, bem como várias scallers de video em Image Pro 2 BARCO e Screenpro, também da BARCO


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REPORTAGEM|ESPECIAL ROCK IN RIO 2017 www.backstage.com.br 40

Palco Sunset repercute

diversidade musical

O Palco Sunset, mais uma vez, deu voz à diversidade musical, característica que faz parte desse projeto desde a sua criação. Para a sonorização, foi escolhido dessa vez o sistema D&B Audio. redacao@backstage.com.br Fotos: I Hate Flash (Martini / Derek Mangabeira Wesley Allen / Wilmore Oliveira) / Ernani Matos/ Divulgação

em novo sistema sonoro

palco Sunset teve como principal atração o encontro de grandes músicos, que dividiram o mesmo palco. Nomes nacionais e internacionais como Alice Cooper, Sepultura, Doctor Pheabes & Supla, Cidade Negra canta Gilberto Gil e convida Digital Dubs &

O

Maestro Spok, Fernanda Abreu + Focus Cia de Dança + Dream Team do Passinho, Ney Matogrosso & Nação Zumbi, foram alguns dos encontros que encantaram o público. Fazer essa mistura de sons dar certo, no entanto, exigiu um pouco de experiên-

Marcos Granja

Gustavo Lenza


cia técnica da equipe técnica a fim de acertar na sonoridade forjada a partir de encontros tão inusitados. De acordo com Pedro Cluny, responsável técnico da Gabisom no Palco Sunset, diferentemente da edição passada, em 2015, o sistema usado dessa vez foi o da D&B Audio. “É um sistema europeu mais

propriamente da Alemanha, e incrível, fico impressionado como uma caixa de alta de 2 way (vias) toca tanto e com um timbre perfeito, o sub em modo infra e em arc Delay também mostrou que não fica nada atrás, e um sistema que qualquer técnico internacional e nacional não vai dizer que não”,

ressalta Pedro. Cluny recorda que, na edição anterior, foi usado o sistema Martin Audio MLA. A escolha pelo sistema atual do Palco Sunset desta edição no Rio de Janeiro surgiu também pela confiança na marca. “Como disse, é um sistema que já tem algum

Ronaldo Lima

Lucas e Carlos Firmino

Cristiano Pedot e uso do VectorWorks no RiR

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REPORTAGEM|ESPECIAL ROCK IN RIO 2017 www.backstage.com.br 42

nome no mercado, e nunca tinha sido usado no Rock in Rio, apenas como side do palco principal, com a troca do MLA, tínhamos de ter um sistema a mesma altura”, observa. Este sistema, na minha opinião não precisa de apresentações, como eu disse no final do festival ao meu co-

Josiel Silva e Pedro Cluny, da Gabisom

lega Josiel Silva que estava a tomar conta da House comigo, nenhum técnico se queixou e todos saíram com um sorriso, pela boa mix que tiraram do sistema. O técnico de Alice Cooper disse que já havia muito tempo que não apanhava um sistema D&B tão bem alinhado. O siste-

ma foi alinhado por Eder Moura, eu apenas dei uma pequena equalização final, pois achei que era apropriada a cada dia de festival, sabendo que passaram vários gêneros musicais pelo Sunset”, comenta. O sistema era composto por: Sistema principal L/ R 10x J8 2x J12 / Sistema LL/RR 10x J8 / Sub 28x J-Sub em Arc Delay / Front 4x Q7, 4x J8. Outra característica diferente em relação à edição de 2015, foi a distância da house mix, em relação ao palco. “A distância da house foi definitivamente uma conquista este ano, sabendo que há dois anos estávamos a 90 metros do palco. Mas digo já que o Martin Audio MLA não me deixou mal, até comentei com o técnico dos Korn, que se riu quando chegou a House, e saiu impressionado quando se foi embora e sem uma única crítica Negativa. O D&B veio mostrar que também está a altura de uma boa mixagem com um bom SPL”, afirma. As consoles usadas no Sunset foram 2 Digi Design Profile com 5 DSP, cards de MADI E HDX, com um clock externo da Appoge Big Ben, ambas entravam em AES num Lake Dolby que fazia de matrix para o sistema em modo MesaEq.


ORGANIZAÇÃO E SETUP PRONTOS

Uma das condições para que tudo desse certo e fosse extremamente sincronizado foi o planejamento dos shows por parte dos técnicos das bandas. Carlos Kalunga, por exemplo, procurou antecipar as condições de trabalho para obter o melhor resultado na hora do show com o grupo Quabales – projeto de Marinalvo dos Santos (que se apresentou no dia 23 de setembro), um

dos integrantes do grupo Stomp, e a cantora convidada Margareth Menezes. “O Marinalvo fez uma fusão entre o hip hop e a música baiana com os meninos da comunidade, projeto que já tem uns cinco anos, e trouxe para o Rock in Rio. Quando ele me chamou para fazer o som, falei assim: olha, Marivaldo, lá é muito corrido, e para gente chegar com mais tranquilidade recomendo ensaiar com as mesmas mesas, microfones e in ears que a gente vai usar lá. Aí convidei Roque Fausto, que trabalha com Cláudia Leitte, para operar o monitor. Ensaiamos lá em Salvador com Margareth, fizemos a cena das mesas, testamos os in ears e quando

chegou aqui só precisamos ajustar o ganho de acordo com o ambiente, porque já chegamos com 80% de tudo pronto. Tive muito pouco tempo pra passar o PA e só precisei tirar umas frequências. Já cheguei com tudo presetado, com reverb, subgrupo, VCA. Temos que agradecer ao artista que dá preferencia pra gente e a gente pode dar o conforto pra ele”, comemora Kalunga. Roque Fausto de Almeida explica que, no monitor, precisou usar 44 canais e 23 vias auxiliares. Além dos in-ears, ele usou também os side fill, sub de bateria e caixas de monitor para o pessoal da percussão escutar as bases. “Foram nove auxiliares com mixagens diferentes. Como tem 17 percssionistas, usei três vias. No último minuto precisei colocar mais dois monitores para percussão, no que fui atendido tranquilamente”, expõe o técnico de monitor.

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REPORTAGEM|ESPECIAL ROCK IN RIO 2017 www.backstage.com.br 44

LOGÍSTICA DOS PALCOS

Palco Mundo

Paulo Baptista, técnico de som da Gabisom, foi o responsável pela logística de entrada e saída dos equipamentos de som para todos os palcos e para alguns dos artistas que viajam com equipamentos da empresa. Paulo e mais dois técnicos que trabalham diretamente com ele - Thiago Borges (técnico do Palco Sunset) e Júlio Corrêa (Palco Mundo) contam um pouco das particularidades de cada um dos locais de show do Festival.

ra que não vazasse o som de um palco para o outro. “A transmis-

são do áudio tem como objetivo o transporte preciso do programa original através de diferentes meios, equipamentos e distâncias. Uma das informações importantes para este trabalho é conhecer a dispersão das caixas acústicas, deve-se evitar reflexões em piso, paredes, teto e obter um equilíbrio na resposta em frequência e pressão em todo o ambiente. A cobertura é conhecida como método radial e define o ângulo de cobertura horizontal ou vertical onde a pressão sonora cai 6dB em relação a pressão sonora no eixo da caixa acústica. O formato se parece ao de uma fatia de pizza.

Vazamento do som De acordo com Paulo Baptista, houve um cuidado especial paPalco Sunset

O conceito é fazer com que este ponto de -6dB seja a interação entre caixas acústicas adjacentes para que a soma, estando em fase, com a mesma amplitude e programa, eleve o nível em +6dB transformando o nível da pressão sonora nesta área lateral, semelhante à pressão sonora no eixo de cada uma das caixas. O resultado é uma cobertura maior e a possibilidade de limitar a distância”. Mobilidade Nos palcos Street Africa e DisTenda Eletrônica


les, microfones, etc, serão usados. Algumas usam sistema em EAS (digital) outras usam análogo. E tem que ter muita atenção na virada de banda. Cada banda vai usar seu equipamentos, nada é compartilhado.

Palco Rock District

trict Rock, o desafio é prender a atenção dos passantes. Para isso, é necessário dar mobilidade aos músicos, como explica Paulo Baptista. “Eu acho que a Street é o grande intercambio musical do RIR onde acontece os musicais e dança de rua com grande tecnologia de microfones sem fio para vozes e instrumentos para que os artistas interagir com o publico ali presente”. Show personalizado Thiago Borges expõe as dificuldades de se fazer o som em um palco onde costuma haver uma grande quantidade de músicos em um show feito apenas para o Festival. “Fazer o palco Sunset acontecer é um desafio enorme. A equipe tem que estar no maior sincronismo possível. Nenhuma peça da engrenagem pode falhar, pois o tempo entre bandas é curto para montagens complexas. Em várias situações há duas bandas completas tocando ao mesmo tempo. Essas bandas têm que cortar alguns canais para fazer caber seus respectivos input lists em 24 canais para que as duas bandas caibam em 48 canais. Esses 48 canais são definidos pela quantidade de canais de cada console (FOH - Profile - 48

canais, MON - PM5D - 48 canais). Para que tudo isso ocorra bem, os acordos entre banda e produção são acertados com antecedência. As bandas também en-

Equipe O trabalho no Rock in Rio exigiu uma equipe grande. “No Palco Mundo, tivemos 16 técnicos, no palco Sunset, 12 Técnicos, no Palco Street África e no District Rock, foram três cada um, assim como no Palco Street Dance e no Palco Stage Digital. No Palco Eletrônica foram quatro técnicos, e na Capela um técnico de Áudio. Quero agradecer a todos, foi um super RIR

Palco Stage Digital

saiam o show uma ou duas semana antes para que, na hora da passagem de som, tudo esteja o mais pronto possível, pois o tempo é curto. Depois de algumas edições trabalhando nesse formato, acho que todos já estão preparados para o que vai acontecer”. Desafios no Palco Mundo Para Julio Corrêa, o que esse palco mais exige é atenção! “Todo o dia tem que conferir os riders das bandas para saber qual tipo de conso-

este ano, Peter Racy, Eder Moura, Leandro Manca, Julio Corrêa, Gonçalo Lopes, Paulo Jorge, Tiago Schin, Marcelo Ferraz, Santiago Ferraz, Luis Fernando Tenório, Edilson Meireles, Josiel Ferreira, Pedro Parreira, Thiago Borges, Fabricio Scabora, Rui Barroso, Derick, Rute Brissos, Piero Cardoso, Marcelo Oliveira, Marcos Possato, Roberson Xuxa, Vinny, André, Martin , Pita, Rafael Molina, Gláucio, Juba e muitos outros”, enumera Paulo.

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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br 46

ACELERANDO Eu lido diariamente com pessoas de diversas áreas e que, naturalmente, utilizam softwares diferentes para cada tipo de trabalho. Designers que usam Photoshop, Illustrator, Corel Draw, por exemplo. Pessoal do administrativo que usa o pacote Office, videomakers que usam Premiere, Final Cut Pro, Avid, After Effects e DaVinci Resolve.

FUNÇÕES DO DIA A DIA D I C A S , T R U Q U E S E ATA L H O S D O P R O T O O L S

Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

N

o entanto, de todos estes profissionais, não conheço nenhum mais sedento por atalhos e técnicas que ajudem a ganhar tempo como os editores de som,

ramente, usando atalhos de teclado. Para iniciar o processo e abrir a caixa de diálogo (Fig. 1), usamos a combinação

Fig. 1 - Caixa de diálogo para criação de tracks

produtores musicais e engenheiros de som. Mesmo que sejam milésimos de segundos, qualquer click economizado é valioso. Então vamos lá, para mais um artigo de Pro Tools, desta vez com foco em trabalhar com eficiência e, por consequência, mais rápido!

CRIAÇÃO DE TRACKS Existem dois métodos muito rápidos para criar tracks no Pro Tools. Primei-

Command + Shift + N (Mac) / CTRL + Shift + N (Win). Agora falta configurar. Para escolher o número de tracks, basta digitar o número. Para escolher o formato multicanal de track, usamos a combinação Command + Setas para esquerda e direita no Mac, ou CTRL + Setas para esquerda e direita no Windows. Para configurar o tipo de track, é parecido. Neste caso, usa-se a combinação


Fig. 2 - Caixa de diálogo para múltiplos tracks

Command + Setas para cima e para baixo no Mac, ou CTRL + Setas para cima e para baixo no Windows. Caso queira criar mais de um tipo de track, normalmente clicamos no

botão de soma (Fig.1A), mas também temos atalhos. Usa-se a combinação Command + Shift + Setas para cima e para baixo no Mac, ou CTRL + Shift + Setas para cima e para baixo no Windows.

Fig. 4 - Route to track via Send

Fig. 3 - Área para criação de track com duplo click

Caso você esteja na segunda camada (Fig. 2), mas precise revisar uma das suas configurações anteriores, basta pressionar o botão TAB. Por último, temos a área de base de tempo (Fig. 1B), que, sinceramente, a não ser que você saiba exatamente o que está fazendo, eu não recomendo alterar. Porém, só por uma questão de complemento de informação, o atalho para alterá-la é Command + Option + Setas para cima e para baixo no Mac, ou CTRL + Alt + Setas para cima e para baixo no Windows. Se quiser ver uma demonstração deste método, a ProClass tem uma videoaula gratuita disponível no YouTube. Segue o link: http:// bit.ly/2eSM9x7

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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br 48 Fig. 5 - Route to track via Output

Fig. 6 - Clip List com arquivos não utilizados selecionados

Agora vamos ver outro método, que foi incorporado a partir do Pro Tools 12. O sistema se baseia em um duplo

os atalhos acima mencionados, dependendo da necessidade. Para escolher o tipo de track, usamos

Para configurar o tipo de track, é parecido. Neste caso, usa-se a combinação Command + Setas para cima e para baixo no Mac...

click na área cinza onde não há tracks criados (Fig. 3). Muito prático e às vezes mais rápido do que usar

teclas modificadoras junto com o duplo click. Anote aí: Command (Mac)/CTRL

(Win) criar áudio tracks, Option (Mac)/Alt (Win) para criar Instrument Tracks, Control (Mac)/ Start Key (Win) para criar Aux tracks e, por fim, Shift para criar Master Fader Tracks.

CRIAÇÃO DE MANDADAS Usamos o termo “mandada” sempre que queremos enviar o sinal de um canal para outro numa mesa de som, seja para processar por um efeito, montar subgrupos os stems. Se pararmos para pensar, é um processo chato e longo. Vamos enumerar, por exemplo, a criação de um canal de efeito: 1 - criar um auxiliar, 2 - dar um nome ao canal, 3 - atribuir um Bus na entrada do canal, 4 - adicionar o efeito no


insert, 5 - rotear o send de um canal para o mesmo Bus. Agora vamos simplificar: Supondo que você queira criar um canal de efeito para a voz, por exemplo, vamos começar clicando em um Send do canal da voz, mas desta vez vamos escolher a opção “New Track…” (Fig. 4). Na caixa de diálogo que se abre, basta escolher o tipo e formato do track (com os mesmos atalhos vistos anteriormente) e dar o nome. Ao confirmar, seu canal auxiliar já está criado, com os roteamentos feitos e até renomeados. A única coisa que fica faltando é adicionar o efeito no insert. A mesma coisa pode ser feita na hora de criar subgrupos, só com algumas pequenas alterações. Selecione os canais que serão agrupados e, para atribuir todos para o mesmo subgrupo, pressione

Option + Shift (Mac) / Alt + Shift (Win) e clique no Output do track. Você vai encontrar a mesma opção “New Track…” (Fig. 5).

LIMPEZA DE SESSÃO Durante uma sessão de gravação, é normal você fazer diversos takes. Sem uma limpeza constante, sua sessão vai ocupar muito espaço de disco, com diversos arquivos de áudio que não foram utilizados. Para limpar sua sessão rapidamente, primeiro precisamos selecionar os arquivos que não estão em uso. No Pro Tools, o nome do comando é “Select Unused”. Depois, podemos apagar o que está selecionado com o comando “Clear”. Agora para a prática: para executar a função “Select Unused” usamos o atalho Command + Shift + U (Mac) / CTRL + Shift + U (Win). A clip list vai como na Figura 6,

com alguns clips selecionados e outros não. Para apagar com o comando “Clear”, usamos o atalho Command + Shift + B (Mac) / CTRL + Shift + B (Win). E, com isso, vamos ficando por aqui. Não deixe de escrever enviando suas sugestões de temas. Abraços e até a próxima!

Para saber online

cmoura@proclass.com.br

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TECNOLOGIA|ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

ABLETON LIVE EFEITO TAPE START/STOP DICAS & SUGESTÕES Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music, em Boston.

A

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bra o Ableton Live e importe o áudio que você deseja fazer o efeito. Seguindo os verdes: defina o local

No Warp Audio Pitch

No Ableton Live aquele efeito “similar” a um gravador de Tape parando ou começando (como movendo o disco de vinil também) é muito simples de fazer: dois palitos!!

que você quer inserir o Efeito (seta verde acima) e dê um duplo clique no segmento de Audio para fazer aparecer o “Clip View”. Selecione, então, o ícone “E” (marca verde à esquerda). Acione o

verde) e desenhe com Lápis Tool (pencil), ou adicione pontos para definir o Spline (a linha). Algo assim, como disse antes, “similar” àquele efeito Tape Start/Stop (Fita ou Vinil parando ou começando). Dá para

Bad Way Seguimento

Warp (na outra marca verde à direita) e escolha o Warp mode (Pro é melhor – retêngulo verde). Nos Envelopes Control Chooser, escolha “Transposition modulation” (marca

enganar, mas não é a coisa certa, por alguns fatores: um dos motivos é que esse método usa Time Strech, alterando o Pitch do segmento, mas mantendo o Tempo (BPM). Vai funcionar para aque-


Sampler Sample

le efeito mais rápido! Mas o real efeito exige uma alteraSampler Volume

Delete

ção na Afinação (Pitch) e na velocidade do BPM (tempo) do Audio! Então o método é outro!

Add Mid clip

Para alcançarmos o “Real Effect” (o verdadeiro Efeito), vamos precisar do auxílio de um Sampler Player.

Midi Note

Vamos usar aqui o nativo do Ableton Live: Sampler, mas pode ser qualquer Vst Sampler plugin. Primeira coisa: Não usamos Warp nesse método, delete isso! (X vermelho). Agora com o áudio original, sem alterações, vamos escolher um segmento para aplicar o efeito! Selecione uma área do áudio e, com o botão direito em cima da área selecionada, clique para abrir o submenu e, com o botão esquerdo (Ctrl + J), clique para Consolidate a área selecionada. Será criado outro segmento de áudio. Nesse momento, em um Midi Track qualquer… (Crtl + Shift + T para criar um novo), vamos adicionar o Sampler Player: Browser > Instruments > Sampler (siga as setas verdes) e arraste o “Sampler” para o Midi Track. Com o Sampler player selecionado, arraste o segmento de áudio consolidado no Sampler (Drop Sample Here) seguindo a seta em azul. Uma vez feito isso, você pode “Deletar” (retângulo verde) esse áudio “consolidado”, porque o áudio está agora no Sampler plugin (seta rosa). Agora no Midi Track selecione uma área do mesmo tamanho do áudio deletado e crie um “ Midi clip” nesse espaço selecionado (com o mouse na área seleciona-

da, acionando botão direito para submenu e esquerdo para inserir Midi Clip), ou Ctrl+Shift+M. Dê um duplo clique no “Midi Clip” para acionar o “Note Editor” e adicione um nota Midi (C3) do tamanho exato do Midi Clip! (seta vermelha). Agora se você apertar a “Barra do teclado”, o segmento de áudio vai tocar perfeitamente sem nehum espaço em branco, com o Tempo e Pitch original, exceto pelo volume do Sampler, que deve estar um pouco mais baixo. Ajuste! Clique no Track Name do Track Midi (como mostra a marca amarela) para revelar o plugin Sampler no Device Title bar e selecione a aba “Filter Global” e Set o Volume para 0.00 dB (como indica esse oval em verde). Aperte a barra do teclado (start play) para se certificar que o volume está balanceado agora! Nessa altura do campeonato, com o cursor do mouse, selecione a Aba Midi (seta verde)!! Então, com o cursor do mouse, Set o Pitch Bend Range para o máximo: +24 dB (arraste o cursor direita/esquerda ou pode digitar e dar Enter também). Volte ao Midi Clip dando um duplo clique com o mouse, como mostra a marca azul. Certifique-se que o Pitch Bend

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Envelope está habilitado e com o cursor do mouse e tecla Alt (para fazer curvas), edite o Spline (linha) do En-

detalhe: gerar o áudio para preencher aquele “Gap” (espaço) feito no começo do tutorial quando deletamos o Consolidate!

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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

Mide Set

Splines

velope a gosto. Essa configuração é boa para aquelas paradas básicas. Já temos o nosso efeito pronto, falta só um

Com o cursor do mouse em cima do Midi Clip selecionado, aperte o botão direito para abrir o submenu e então

Freeze Track

Put Audio Back


Consolidate

selecione “Freeze Track” com o botão esquerdo (como mostra a imagem anterior). Agora, com o cursor em cima do Midi Clip (que, na verdade, é um Clip Audio agora), aperte o botão

to vai acontecer muito rápido. Talvez você deva considerar um espaço de 2 compassos (ou mais) para músicas muito rápidas. Também pode ser preciso editar o envelope de Volume (decay), para se ter uma

Arte Final

esquerdo (mantendo apertado) e arraste para o espaço do áudio lógico acima e solte. Voilá! Isso preenche o espaço perfeitamente! Muito bom; é só consolidar o seu segmento editado (se você quiser, claro!!). Selecione todos o files desse Audio Track e digite Ctrl+J, ou siga a Imagem... A arte final, todo segmento de áudio agora editado e reconsolidado! Vocês podem fazer múltiplas edições com esse método, mas lembrem-se que o espaço a ser editado depende do Bpm (do andamento da música) para se alcançar um efeito bem realístico, senão o efei-

transição mais suave!! É isso, amigos, espero que tirem bom proveito! Boa sorte a todos!

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 54

SEMINÁRIO ONEAL 2017 redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

Entre os dias 19 e 22 de setembro, aconteceu a edição de 2017 de um dos mais esperados seminários técnicos sobre áudio.

A

cidade de Apucarana, no Paraná, recebeu mais de 300 pessoas para mais uma edição do seminário Oneal. No primeiro dia de evento, aconteceu a “Terça Técnica”, com o palestrante Joel Brito (AES Brasil), sobre o tema “Inteligibilidade”. No dia seguinte, a arquiteta Jéssica Elissa abordou os conceitos básicos de acústica. Na parte da tarde, Fernando Gabriel falou sobre o design e alinhamento dos sistemas e o novo projeto

de sonorização da Catedral do Rio de Janeiro. O último dia de encontro foi marcado por uma visita técnica, pela manhã, ao Santuário São José, em Apucarana, para conhecer e ver como foi feito todo o sistema de som do templo. Na parte da tarde, Fernando Gabriel terminou o encontro explicando como é feito um projeto de sonorização fixa e o gerenciamento do sistema, e entrega dos certificados de participação.


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CADERNO ILUMINAÇÃO

VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

MAVERICK MK PYXIS www.chauvetprofessional.com O Maverick MK Pyxis deriva seu nome de uma constelação de estrelas da Via Láctea. Dessa forma, o membro mais novo da família Maverick, da CHAUVET Professional, pode produzir uma série infinita de looks deste mundo, graças a um design exclusivo que inclui um anel externo de LEDs RGBW, um poderoso pixel central de zoom, pan contínuo de 360 °, movimento de inclinação e uma série de outras características de desempenho. No centro do Pyxis, um único LED homogêneo de 60W RGBW com ângulo de feixe fixo de 3 °. Ao redor deste pixel há um anel externo composto por nove LEDs RGB de 15W com um ângulo de zoom de 7 °-45 °. Trabalhando em conjunto, o pixel central e o anel externo são capazes de criar uma variedade vertiginosa de feixes cativantes, wash, atmosférica e efeitos de peça. Uma roda gobo virtual embutida com cores de fundo pode ser usada para que o anel externo apareça como se estivesse girando. Este efeito, combinado com o movimento retrátil do pixel central e o movimento contínuo de pan e inclinação de 360 °, podem preencher um estágio de qualquer tamanho com aparência dinâmica de alta energia.

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ARTISTE DALI™ www.elationlighting.com O novo Artiste Dali™ é um moving head com motor inovador LED / Laser Phosphor que oferece maiores capacidades de pontos e feixes a partir de um acessório. O único mecanismo de luz híbrida combina uma fonte LED de 300 watts e uma fonte de fósforo a laser de 100 watts para melhorar a funcionalidade spot / feixe. A fonte de Phosphor Laser produz um feixe mais denso com um nível de brilho impossível com LED sozinho. Ao combinar as duas fontes, os usuários conseguem um ponto com punch extra (15.000 lumens) em uma solução eficiente de energia. Os recursos incluem DMF sem fio DMX, mistura de cores variáveis CMY + CTO, roda de cores, gobos estáticos e rotativos, prismas, animação, zoom e geada. Combinado com o poderoso novo motor LED / Laser Phosphor, o Artiste Dali fornece a mais recente tecnologia e desempenho profissional para uma variedade de aplicações e projetos.

DARTZ 360™ www.elationlighting.eu O novo Dartz 360™ é um acessório de feixe / spot de LED colorido com gobos e efeitos que oferecem todas as novas possibilidades de projeção de uma luminária de feixe estreito. Um motor de diodo emissor de luz RGB de uma fonte de 50 watts produz um feixe de 3 graus, poderoso e estreito, para efeitos de feixe lisos, misturas em cores, semelhante a uma lâmpada de descarga. Extremamente brilhante por sua potência e tamanho, um pacote de fonte / ótica do motor LED combinados oferece um campo melhor e uma saída mais brilhante do que as soluções anteriores de "feixe" de LED multichip. O Dartz 360 também é compacto e fenomenalmente rápido, com movimento contínuo de pan e inclinação de 360° adicionado aos gobos, prismas duplos, geada e foco remoto.


MAC ENCORE www.martin.com O MAC ENCORE PERFORMANCE CLD integra tecnologia LED de ponta com um motor inovador projetado com cuidado para gerar luz de espectro cheia e pura, com rendição de cores ultra alta. O moving head cheio de recursos oferece uma luz de verão neutra e neutra de 6000 K sem paralelo. Seu sistema avançado de mix de cores oferece paleta completa de pastéis suaves e sutis a cores saturadas ricas e vibrantes. Além disso, oferece uma correção de cores totalmente variável para tungstênio / laranja. Tem ainda uma operação super silenciosa de resfriamento e efeitos, além de representar um dos melhores dessa classe em termos de tamanho, peso e efeitos.

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ILUMINAÇÃO | www.backstage.com.br

CÊNICA

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CADERNO ILUMINAÇÃO

THE WHO NO SÃO PAULO TRIP

ILUMINAÇÃO EXPECTATIVAS E REALIZAÇÕES IL UMIN ADA S

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisa-

“Grandes realizações sempre acontecem em uma estrutura de grandes expectativas”. Com essa enfática frase, o autor americano Jack Kinder exemplificava conjecturas e probabilidades no mercado de negócios e vendas.

dor em Iluminação Cênica.

C

ontextualizando com o mercado de shows, determinados espetáculos proporcionam cenários repletos de suposições, hipóteses, sentimentos e proezas. Na primeira (e possivelmente única) passagem pelo Brasil, a banda inglesa The Who realizou os sonhos de milhares de fãs, ao promover uma apresentação irretocável e memorável – sonora e visualmente. Nessa conversa, aspectos desse acontecimento serão abordados, sob enfoque na iluminação cênica, mas também com análise para um feito único, apreciado e magnificamente iluminado. Pela primeira vez na América Latina, e com uma estreia apoteótica em solo brasileiro, a banda inglesa The Who iniciou uma série de três apresentações no Brasil, sendo a primeira como

headliner do singular festival São Paulo Trip, com apresentação realizada no dia 21 de setembro, no estádio Allianz Parque. Além desta, outra como co-headliner no Rock in Rio e uma última apresentação em Porto Alegre, com a banda também inglesa Def Leppard. No festival realizado na capital paulista, Alter Bridge e The Cult foram as bandas que também se apresentaram nesse dia histórico. Para muitos, uma espera de ‘uma vida inteira’. Afinal, a banda surgiu em 1964, ainda com os nomes The Detours, depois The High Numbers e posteriormente The Who, esta já com uma formação que se tornaria uma das mais edificantes da história do rock’n’roll: Roger Daltrey nos vocais, harmônica, percussão e guitarra/ violões; Pete Townshend, nas guitarras,


Apresentação da banda inglesa The Who durante o São Paulo Trip, no Allianz Parque - turnê “The Who tour 2017”, 21/09/2017. Fonte: Cezar Galhart

Gold (teclados, backing vocals e berimbau de boca), Jon Button (baixo), Frank Simes (teclados, backing vocals), Zak Starkey (filho de Ringo Starr e afilhado de Keith Moon, na bateria) e Simon Townshend (irmão de Pete, na guitarra, violões e backing vocals). O projeto e direção de iluminação cênica dessa e das últimas turnês

teclados e vocais; John Entwistle, baixo, vocais, teclados e sopros (falecido em 2002) e Keith Moon, bateria (falecido em 1978). Além de influenciar incontáveis músicos nos últimos cinquenta anos, The Who foi responsável por álbuns e performances arrebatadoras e espetaculares, além de serem precursores da intitulada Rock Opera, com discos

...para a etapa sul-americana da turnê, a iluminação cênica foi conduzida pelo Lighting Designer Jim Mustapha, que trabalha com a banda desde 2012... conceituais como Tommy (1969) e Quadrophenia (1973). Para a atual turnê, The Who Tour 2017, além de Daltrey e Townshend, a banda é formada por John Corey (teclados e backing vocals), Loren

da banda inglesa The Who estiveram sob a condução do aclamado Lithing Designer irlandês Tom Kenny, conhecido como o ‘Lighting Designer das estrelas’, referência à carreira admirável, desde a década

de 1980, marcada pelos trabalhos com artistas como David Byrne, Eric Clapton, George Harrison, David Bowie (com destaque para a Reality Tour), AC/DC, Robert Plant e Jimmy Page, Shakira, Destiny’s Child, Ozzy Osbourne, Jennifer Lopez, James Taylor, Elvis Costello, entre outros artistas, eventos, além de projetos especiais para vídeos e programas de televisão. Entretanto, para a etapa sul-americana da turnê, a iluminação cênica foi conduzida pelo Lighting Designer Jim Mustapha, que trabalha com a banda desde 2012, e com Daltrey desde 2010. Como resultados, uma celebração inesquecível e grandiosa. Desde a canção de abertura, I Can’t Explain (lançada como single, em 1965), momentos únicos, traduzidos em uma sonoridade impecavelmente qualificada e lembranças dos primórdios da banda, projetados em imagens, animações e IMAG. O show poderia ser, musicalmente e visualmente, dividido em quatro partes. Na primeira, uma compilação de hits e destaques de praticamente todos os álbuns da banda. Além da abertura, uma sequência com The Seeker (single, 1970), Who Are You (do álbum Who Are You, 1978), The Kids Are Alright (My Generation, 1965), I Can See for Miles (The Who Sell Out, 1967), My Generation (My Generation, 1965), Bargain e Behind Blue Eyes (Who’s Next, 1970), Join Together (single, 1972), You Better You Bet (Face Dances, 1981), com ênfase na história cronológica da banda – por sinal, esse é um dos conceitos da turnê, demonstrado pelas imagens, animações e pelas escolhas de iluminação, que se expandem com a evolução cronológica das canções. A propósito, a predominância de cores primárias, principalmente o azul (com as análogas e secundárias), e vermelho, reforçam a marca

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Apresentação da banda inglesa The Who durante o São Paulo Trip, no Allianz Parque - turnê “The Who tour 2017”, 21/09/2017. Fonte: Cezar Galhart

da banda (nessas cores) e o caráter dominante desses elementos. Na segunda parte, três canções do álbum conceitual Quadrophenia, de 1973: I’m One, The Rock e Love, Reign O’er Me, direcionadas aos fãs, inten-

nica. Esta, especificamente, restringiu-se de maneira minimalista, com hegemonia de fachos brancos, que se alternavam em dinâmica e velocidade. Na segunda canção dessa sequência, especificamente, o auge do show. Uma

Apresentação da banda inglesa The Who durante o São Paulo Trip, no Allianz Parque - turnê “The Who tour 2017”, 21/09/2017. Fonte: Cezar Galhart

sas e multifacetadas, repletas de referências – inclusive na iluminação cê-

cronologia de imagens projetava fatos e acontecimentos, políticos, culturais


Apresentação da banda inglesa The Who durante o São Paulo Trip, no Allianz Parque - turnê “The Who tour 2017”, 21/09/2017. Fonte: Cezar Galhart

1969. Em uma sucessão de memoráveis faixas daquele emblemático disco, Amazing Journey, Sparks, Pinball Wizard e See Me, Feel Me. Em um crescendo apoteótico, luzes estáticas e esparsas, com um visual retrô e referências evidentes aos espetáculos e festivais da década de 1960 se sucederam em evoluções e intervenções provocativas e instigantes. Na última parte, duas das mais importantes canções da banda, ambas do célebre álbum Who’s Next (1971):

e relacionados com a história da banda, em um intrigante sincronismo, com transições do preto-e-branco para technicolor, nas fotografias e nas luzes. Para finalizar essa segunda parte, Eminence Front (It’s Hard, 1982). Como curiosidade, e regra elementar adotada para os projetos de iluminação cênica, os efeitos e princípios aplicados não utilizam Haze (fumaça) para evidenciar os fachos luminosos produzidos pelos instrumentos de iluminação. Essa escolha se torna evi-

Em uma sucessão de memoráveis faixas daquele emblemático disco, Amazing Journey, Sparks, Pinball Wizard e See Me, Feel Me.

dente para a preservação e zelo com a voz de Roger Daltrey (no início do show, além de uma animação que destaca pontos e curiosidades da trajetória da banda, havia mensagem solicitando interrupção do consumo de cigarros durante o show). Mesmo com isso, em função das partículas em suspensão ainda presentes no palco (pelas condições do espaço/clima e das bandas anteriores), os fachos ficaram bem definidos, em praticamente todo o show. Na terceira parte, quatro canções de outro álbum conceitual: Tommy, de

Baba O’Riley e Won’t Get Fooled Again. Nessas, moving lights simulavam lasers, originalmente utilizados pela banda na segunda metade da década de 1970, com fachos esverdeados na primeira e azuis intensos na segunda, em movimentos hipnóticos e empolgantes. Programado para a execução de vinte canções, houve ainda um inesperado bis – presenteado pela banda com mais duas canções: 5:15 (de Quadrophenia, 1973) e Substitute (single, 1966). No encerramento da apresentação, e do bis, não restavam mais dúvidas de

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Apresentação da banda inglesa The Who durante o São Paulo Trip, no Allianz Parque - turnê “The Who tour 2017”, 21/09/2017. Fonte: Cezar Galhart

show no Brasil, muitas emoções em uma oportunidade singular, aguardada

que aquele havia sido um show incomparável. Se a história do rock’n’roll

Para a plateia que teve o privilégio de presenciar esse ou outro show no Brasil, muitas emoções em uma oportunidade singular, aguardada por décadas...

necessita de referências essenciais para a melhor compreensão da evolução e desenvolvimento musical e cultural, The Who se posiciona entre as mais emblemáticas bandas a oferecer alguns dos mais marcantes modelos de atitude, versatilidade e performance em palco. Para a plateia que teve o privilégio de presenciar esse ou outro

por décadas, consumada em uma apresentação formidável, iluminada com sofisticação, precisão e primor. E na realização desse show único, todas as expectativas foram superadas com maestria e vigor. Abraços e até a próxima conversa!

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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MACCA

P

DOES IT GOOD

aul McCartney no Mineirão. Fico aguçando a vista para melhorar a nitidez daquele palco longínquo (com todo o respeito aos meus caros anfitriões: às vezes esse negócio de área VIP pode ser um tiro no pé...) embora a visão dos telões seja mais precisa, porque lá está um Beatle. Um Beatle que já criou há tempos sua própria persona, mas ainda assim um Beatle. Fico então imaginando o peso de ser eternamente Beatle, e penso que o preço a ser pago é alto. Vagueando um pouco pelo esotérico – que não é meu território – Foto: Marcos Hermes / Divulgação imagino que se não fosse um Beatle, John provavelmente ainda estaria vivo. E George? O câncer de George não viria de uma perple-

xidade diante do terremoto que aconteceu à sua vida de menino de Liverpool? Seriam Paul e Ringo os únicos a ter a aura-mais-leve-que-o-ar necessária para tornar flutuantes as toneladas de vibrações estranhas pesando na pequena mochila que os deuses deram a cada um deles? Paul ataca Hey Jude e milhares de vozes, isqueiros e celulares fazem do Mineirão o cenário surreal da Beatlemania. Existem milhares de explicações escritas sobre porque essa devoção religiosa incondicional, atemporal e multietária - existe há mais de cinquenta anos e não dá sinais de ser vencida por gerações posteriores. Brian Epstein? George Martin? A liberação sexual e consequente revolução de costumes que varreu o


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM Mundo a partir dos anos 60? Tudo isso tem e não tem a ver, porque aí você vai encontrar centenas de situações artísticas paralelas que deram em... nada. No caso dos nossos amados besouros, foi uma questão de talento, sensibilidade, certa dose de insanidade, imaginação, tudo isso junto e misturado numa fórmula pseudo-secreta, como a da Coca-Cola. Deu no que deu. Reproduza, se for capaz. O impacto de um grupo que começou armando sons pós-adolescente em porões da Inglaterra e da Alemanha e transformou-se – em minha opinião, a partir de Revolver – na mainstream do pop mundial não deveria jamais ter sido subestimado. No entanto, o foi, até por mim mesmo, que achava She Loves You um rock animadinho que não levaria a nada. Mas, mesmo antes de Revolver, quando ouvi John cantando You’ve Got to Hide Your Love Away, parei e pensei: “epa, tem coisa aí!”. Porque meu filho de 11 anos, que começa agora a curtir Linkin’ Park, coisa e tal, para e ouve pra escutar também os Beatles, mesmo sem entender ainda direito as letras? Porque ontem, no Mineirão, garotos de todas as idades partiram para conferir se era válida sua curiosidade inicial sobre Paul a partir do que seus pais e avós falavam e canta-

vam? Talvez esse seja o significado de uma inexistente “eternidade”. Agora é a vez de Let it Be. Oh, Paul, não faça isso comigo... Essa música me lembra tempos dolorosos, de rumos perdidos e caminhos desencontrados. Coragem. Vou cantá-la e tudo vai ficar bem, porque agora a vida é outra, os tempos mudaram e sou grato ao que ela me fez suportar. One on One vai chegando ao fim, num bis que concentra várias músicas. Parece que o cara não quer parar de tocar, ele que – claro – já sente um pouco o peso dos bem curtidos 75, embora não o aparente jamais. Percebo que – como eu – Paul também não acredita ter sobrevivido a tudo o que destruiu uma boa parte da nossa geração, tipo, drogas, sexo irresponsável, baladas insanas, mulheres e homens malucos, carros excessivamente velozes, choques de realidade, sucessos, fracassos... Então resta a ele fazer da vida uma comemoração vitalícia, porque nada mais precisa provar ou ambicionar, embora ainda queira certamente sonhar e realizar, para beber com vontade o que resta da água da vida, transformada em um exclusivo espumante vintage! Sigamos seu exemplo, porque Macca still does it good.

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