Edição 277 - Dezembro 2017 - Revista Backstage

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Sumário Ano. 24 - dezembro / 2017 - Nº 277

Um local para quem gosta de música

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Em pouco mais de dois meses de funcionamento, a filial carioca do Blue Note se firma como o lugar dos amantes da música. Investimento em acústica, backline e projeto de sonorização com o sistema Kara, da L´Acoustics, foram fundamentais para o sucesso da casa.

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Para comemorar 20 anos de existência, a rádio carioca FM O Dia promoveu um festival na capital fluminense com os maiores expoentes dos gêneros samba, funk e pagode. Pressão sonora não podia faltar, e não faltou com o sistema de som d&b audiotechnik. Uma das novidades levadas para o Sambódromo foi o palco intercalado, permitindo que os artistas se revezassem entre dois palcos de mesmo tamanho, sem necessidade de interrupção entre as atrações.

NESTA EDIÇÃO 12

Vitrine Antelope Audio anuncia que está disponível o desktop DISCRETE 4 Thunderbolt™ e interface USB com 4 préamplificadores de microfones discretos, perfeito para músicos solistas, bem como produtores de homestudios.

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Rápidas e Rasteiras Pela primeira vez, acontece durante a Prolight+Sound Frankfurt, em 2018, o MerchDays, encontro voltado para merchandising na área do setor de entretenimento.

18 Play Rec Desde 1990 se dedicando ao trabalho autoral, Tomás Improta presenteia seus fãs com mais um trabalho, seu décimo CD solo. Em Olha pro Céu, Improta interpreta músicas de Tom Jobim, Ary Barroso, Edu Lobo e Torquato Neto, Villa-Lobos e Cole Porter, além de composições próprias.

20 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

22 Gravação e mixagem O sistema T-RackS 5 de mastering modular para Mac / PC é uma estação de trabalho principal com nova interface redimensionável, motor audiophilegrade e 38 módulos high-end.

64 Vida de Artista Desde o primeiro ano primário, no ensino público, Luiz Carlos Sá tinha aula de Canto Orfeônico, com D. Carolina, que regia o coral com energia e precisão. Dos hinos, o preferido era o Cisne Branco, da Marinha. “Cantávamos também uma peça de Villa-Lobos. Sem que eu percebesse, a Música ia exercendo um papel cada vez mais importante na minha vida e determinando o caminho acidentado que ia da cabeça ao coração”.


Expediente

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Áudio Fundamental

Inteligibilidade da mensagem é o tema da primeiro artigo desta coluna. A inteligibilidade é o motivo principal da existência de uma Igreja, por exemplo, e o principal propósito de um sistema de sonorização em um templo.

TECNOLOGIA

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de conteúdo Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Danielli Marinho Colaboradores Miguel Sá Colunistas: Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Lika Meinberg, Luiz Carlos Sá, Pedro Duboc, Tiago Borges e Vera Medina Ed. Arte / Diagramação / Redes Sociais Leonardo C. Costa arte@backstage.com.br Capa Arte: Leonardo C. Costa Foto: Ernani Matos Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br

32 Ableton

36 Pro Tools

O Ableton Live sempre procura tocar os loops disparando em sincronia, mas a configuração “Legato” permite disparar seus Loops sempre no Beat.

Na área da música, o Pro Tools é uma das ferramentas mais adotadas pelos estúdios e produtores. Veja como preparar um projeto audiovisual.

CADERNO ILUMINAÇÃO 56 Vitrine iluminação

58 Iluminação cênica

Com uma função de zoom suave entre 8° e 60° para efeitos beam e wash, Dimmer linear entre 0 e 100%, sistema de ventilação inteligente e perfeito ajuste da temperatura de cor, além de design compacto original, o Boreal 450 Zoom chega ao mercado para atender padrões exigentes na iluminação.

Determinados artistas buscaram desenvolver apresentações que aproximassem as suas performances às conexões mais teatrais e circenses, com elementos de dramaturgia, figurinos, cenografia e incorporação de personagens e elementos próprios da interpretação e concepção teatral. Nesta conversa, esses aspectos serão explorados com ênfase na apresentação de Alice Cooper, em Curitiba.

Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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Uma ressaca sem fim C

hegamos ao fim de 2017 e tal como no livro do escritor e jornalista Zuenir Ventura - “1968 - O ano que não terminou” - ficamos com a sensação de que as aspirações de um novo cenário econômico e social que se estabeleceria no país não passaram de ilusões se convertendo em frustrações a cada mês. Com a troca do governo em 2016, esperava-se que o ano vindouro seria mais suave nas questões econômicas, e que no âmbito político os imbróglios que rondam a credibilidade do governo começariam a ser resolvidas, empurrando o Brasil para uma saída menos amarga. No entanto, o que se viu foram mais incertezas e nenhum fio de esperança que pudessem levar ânimo a investimentos. A falta de crédito na praça, principal motivo que vem mantendo a economia e a inflação ainda sob controle, é uma cruel consequência do desastrado governo. A falta de confiança no futuro econômico do país também freia os investimentos estrangeiros no país. A falta de uma figura de liderança que possa vir a comandar o futuro político dos brasileiros é outro grave entrave à qualquer plano de crescimento dos empresários. A pequena melhora que observamos nos índices econômicos dos últimos dois meses é um indicativo do potencial e do tamanho da nossa economia, e não tem nunhuma interferência do governo. Embora os grandes eventos de entretenimento ainda sobrevivam, como os festivais de música grandiosos que tivemos ao longo do ano, devemos lembrar que o criador do Rock in Rio chegou a ameaçar estar fora da próxima edição brasileira caso o país continuasse no rumo que se encontrava. De qualquer forma, grandes eventos, evolvendo contratos internacionais, são pontos fora da curva na conturbada realidade Brasil, em que precisam sobreviver os pequenos e médios empresários. Com o ano eleitoral de 2018, pelo visto a esperança ou qualquer desejo de desenvolvimento ou investimento deverá ser substituído por posturas mais austeras. As indefinições e a falta de clareza no espectro político podem fazer do próximo ano mais um período de inércia, e prolongar a ressaca do mercado por mais um tempo. Analistas sociais, políticos e econômico já admitem melhoras apenas para o ano bissexto de 2020. Portanto, como sobreviver até lá é a pergunta mais ouvida entre o empresariado brasileiro, que anda a espera de uma sinalização do governo para retomar o crescimento. Talvez possamos resgatar uma resposta ao observar outros momentos de instabilidade no país. Talvez esses movimentos cíclicos sirvam também para constatar que sobreviverá aqueles que não subjugam o incoerente ciclo econômico do Brasil. Boa leitura. Danielli Marinho

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www.warwick.de De madeira em bruto para instrumentos acabados: o mercado ganha o Warwick Masterbuilt Dolphin Pro I 4 cordas com Swamp Ash Body e um pescoço Wenge. A Swamp Ash também é usada para o cabeçote correspondente. O acabamento transparente branco tridimensional decora tanto a frente como a parte de trás e também o cabeçote do instrumento. Vinte e seis trastes de bronze jumbo extra-rígidos são ajustados precisamente no fingerboard Wenge com IFT (Invisible Fretwork Technology). Os captadores MEC J / TJ ativos são usados em combinação com a eletrônica Warwick 2-way ativa. A bateria de lítio integrada pode ser recarregada através do cabo USB sem ter que desapertar a tampa de madeira. Outros detalhes do hardware incluem: porca de latão Just-A-Nut III, ponte de latão Warwick sólida de 2 peças e Warwick Security Locks. Um couro artesanal RockBag® está incluído. Confira no vídeo o making of da construção desse equipamento, por Alberto Rigoni e sua música Try to Forget: https://www.youtube.com/watch?v=v4Evg6OeDXg

IRIG MIC HD 2

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DOLPHIN PRO I - SWAMP ASH BODY

http://www.ikmultimedia.com/products/irigmichd2/ O iRig Mic HD 2 é a sequência do bem sucedido iRig Mic HD da IK e é desenhado para colocar todo o poder do som de alta resolução em suas mãos. Apresentando conversores de 24 bits de alta qualidade com taxa de amostragem de até 96kHz, pré-amplificador de baixo ruído, cápsula condensadora de eletreto banhada a ouro de alta qualidade e uma saída de fones de ouvido dedicada embutida com controle de volume para monitoração direta, o iRig Mic HD 2 oferece qualidade e versatilidade inigualável e preço mais acessível. Vem também com todos os cabos, acessórios e softwares que você precisa! Seja em casa, no palco, no estúdio, na sala de estar, nas ruas ou em uma conferência, iRig Mic HD 2 é o único microfone de sua espécie a oferecer o conforto do formato ergônomico de mão com portabilidade, representando a solução ideal para uma série de aplicações, incluindo gravações de discursos, vocais, instrumentos musicais, amplificadores de guitarra e mais.

IRIG® KEYS I/O http://www.ikmultimedia.com A série iRig® Keys I/O evolui o conceito de controladores tradicionais como a única disponível no mercado que integra controladores de 25 e 49 teclas grandes e uma interface de áudio profissional completa com áudio de 24 bits e taxa de amostragem de até 96kHz, saída balanceada estéreo e de fone de ouvido, mais jack de entrada combo para linha, instrumento ou microfone (com Phantom power). Esta poderosa combinação resulta em um dispositivo único, singular, que inclui todo o necessário para fazer produções musicais inteiras, com tamanho compacto imbatível, portabilidade, facilidade e rapidez ao conectar e instalar, mais do que qualquer outro produto no mercado. Ambos iRig Keys I/O 25 e 49 são também os menores teclados com tecla full size no mercado, tornando-os a melhor solução para trabalhar em pequenos espaços e ideal quando se trata de controladores para músicos em constante trânsito, além de serem dispositivos realmente móveis que também podem trabalhar com pilhas AA.


DISCRETE 4 www.antelopeaudio.com

Antelope Audio anuncia que está disponível o desktop DISCRETE 4 Thunderbolt ™ e interface USB com 4 pré-amplificadores de microfones discretos, perfeito para músicos solistas, bem como produtores de homestudios. Com conversão de intervalo dinâmico de 121 dB; e rock-solid, tecnologia de 64 bits AFC (Acoustically Focused Clocking) de quarta geração, o DISCRETE 4 foi desenvolvido depois que o Antelope Audio realizou uma extensa pesquisa em circuitos de pré-amplificador de microfones, aplicando o seu famoso FPGA (Field Programmable Gate Array) para transformar seus pré-amplificadores Accusonic. Embora o DISCRETE 4 tenha sido projetado para funcionar com qualquer microfone, ele re-

almente brilha ao trabalhar com os novos microfones de modelagem EDGE e VERGE da Antelope Audio. O DISCRETE 4 vem completo com tecnologia AFC de 64 bits de última geração que já é familiar de vários clássicos celebrados da própria criação do Antelope Audio, como o ISOCHRONE TRINITY, o melhor relógio de som e versátil disponível em qualquer lugar; e Pure2, um conversor de dois canais AD / DA de 24 bits / 192kHz de masterização e relógio master. De forma criativa, duas conexões WC OUT (Word Clock output) permitem aos usuários do DISCRETE 4 distribuir o sinal do relógio para outros equipamentos digitais. Os recursos de monitoramento e conversação são super flexíveis e fáceis de configurar. Em última análise, os usuários podem criar até quatro mix de monitoramento individuais e enviá-los para fones de ouvido ou saídas MONITOR com (ou sem) qualquer FPGA FX que possam ter empilhado, de modo que qualquer artista gravado pode experimentar os sons convincentes do EQ vintage, compressão e autêntica emulações de amplificador de guitarra que são tão próximas do produto final quanto possível. Assista o vídeo: https://youtu.be/k6E6mJuTEiY

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Foto: Divulgação

na PLS Frankfurt

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MerchDays estreia

Pela primeira vez, acontece durante a Prolight+Sound Frankfurt, em 2018, o MerchDays, encontro voltado para merchandising na área do setor de entretenimento. Em cooperação com Aka Merch & Textil GmbH, organizadores do evento, a Musikmesse e a Prolight + Sound em Frankfurt vai integrar o fórum para o setor de merchandising na feira de instrumentos musicais e de eventos de techonologia. Além do mais, os fornecedores de serviços de merchandising e produtos

se apresentarão nos Halls 5.1 / 6.1, na quinta-feira e na sexta-feira, 12 e 13 de abril. O MerchDays estará aberto a todos os visitantes da Musikmesse e Prolight + Sound. O objetivo do evento é dar ao visitante mais uma opção de negócio além da música, juntando o setor de entretenimento com os setores têxtil, eletrônico e de e-commerce. Mais informações e credenciamento em www.merchdays.com ou acesse os sites da www.musikmesse.com e www.prolight-sound.com

DREAM TEAM DO PASSINHO GRAVA CLIPE Oi Sumido, o novo single e clipe do Dream Team do Passinho, foi dirigido por Rafael Dragaud, e a filmagem levou para o Vidigal, no Rio de Janeiro, mais de 30 pessoas e diversos amigos que retratam o universo do grupo num trabalho de mais de 12 horas de gravação – madrugada adentro – com o quinteto que compõe o grupo. A história foi criada em conjunto com Joana Swan, codiretora da obra, para que o vídeo

tivesse a energia de uma festa de rua cheia de estilo. Para ajudar a compor o clima efervescente, foram usadas roupas assinadas pela MAXHOSA by Laduma, marca da África do Sul que se destaca pelo seu grafismo étnico. De Belo Horizonte foi encomendada à grafiteira Criolauma arte transformada em um mural de 18 metros de extensão feita numa ala histórica do morro para ser deixada como um legado à comunidade.

GRAMMY LATINO A noite mais importante da música Latina juntou vários dos mais respeitados e talentosos artistas do mundo. Os ganhadores da 18ª Entrega Anual do Latin GRAMMY® foram anunciados, durante uma transmissão ao vivo, direto da MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas. O especial de três horas foi ao ar pela Rede Univision e foi apresentado por Jamie Camil e Roselyn Sánchez. A festa brasileira ficou por conta de alguns troféus trazidos para casa. O prêmio de melhor álbum de Música Popular Brasileira foi para Edu Lobo, Romero Lubambo e Mauro Senise, por Dos Navegantes. Mart’nalia levou o prêmio de melhor álbum de samba/ pagode, com +Misturado, Nando Reis, melhor álbum de rock/alternativo em língua portuguesa, com Jardim – Pomar, Tiago Iorc e Anavitória vencedores de melhor canção em língua portuguesa, com Trevo Tu, o sertanejo Daniel, melhor álbum nessa categoria com CD homônimo, e Aline Barros pelo melhor álbum de música cristã portuguesa.

ZECA BALEIRO LANÇA CLIPE COM CHICO SALEM

Gravado ao vivo na Casa de Francisca, em São Paulo, Zeca Baleiro lança o clipe de Obsessão, primeira parceria com o compositor Chico Salem. O clipe é um dos duetos inéditos de Arquivo_Duetos 2, novo álbum do cantor e compositor maranhense. Arquivo_Duetos 2 também revela outras três gravações inéditas: Nossa Lenda, parceria com o uruguaio Dany Lopez; Colher e Faca, gravada com Alessandra Maestrini e composta especialmente para o filme O Amor no Divã, de Alexandre Reinecke; e O Mar me Leva, registrado com Zizi Possi especialmente para o álbum. Essa é a primeira vez que gravam juntos, mas antes Zeca produziu o EP de mornas O Mar me Leva, para o qual compôs a canção de mesmo nome.


NA TRILHA

CANÇÃO E CLIPE ONLINE O lendário cantor e compositor portoriquenho Chayanne® uniu forças com o jovem artista urbano porto-riquenho dominicano Ozuna para dar vida a “Choka, Choka, o segundo single da próxima produção discográfica de Chayanne®. A canção e o clipe já estão disponíveis em todas as plataformas de música digital.

NOVO ÁLBUM A aclamada banda “Walk the Moon” acaba de lançar o aguardado novo álbum What If Nothing, pela RCA Records, com 13 faixas, incluindo o novo single One Foot, recentemente apresentado no programa Late Night sob o comando de Seth Meyers, junto com as recentemente lançadas Kamikaze, Headphones e Surrender. What If Nothing já está disponível em todos as plataformas e provedores digitais.

NOVO SINGLE Sofi Tukker lançou seu mais novo single em português Energia. A faixa remete ao sucesso Drinkee, também cantado em português, com o lirismo da língua e um ritmo eufórico, embalado pelo charango - instrumento de corda andino. A música, como Drinkee e Matadora, é uma colaboração com o poeta brasileiro Chacal.

BACKSTAGE

TU NOVIA, DE LALI A cantora Lali acaba de lançar mundialmente seu mais novo single Tu Novia, disponível em todas as plataformas digitais. Tu Novia promete levar a carreira de Lali a outro nível: musicalmente, é um passo adiante para a batida, para a base e para a melodia. Sob a produção da 3Musica, Tu Novia conta com letra e música de Lali, Peter Akselrad, Luis Burgio e Nano Novello e foi gravada nos estúdios 3Musica na Cidade de Buenos Aires. A mixagem foi feita no Earcandy Studios em Miami, Flórida, e o single foi masterizado por Mike Fuller na mesma cidade.

Documentário expõe dia a dia na turnê Foi lançado no dia 6 de novembro, o documentário sobre a turnê do álbum Vem, de Mallu Magalhães. Iniciada em maio de 2017, a agenda se estenderá por 2018, no Brasil e Europa. O vídeo de pouco menos de 20 minutos combina linguagem artística e tom documental, trazendo tanto o lado autoral de Mallu, com seus poemas narrados e imagens contemplativas, quanto um olhar intimista sob a construção e a rotina da turnê. A idéia nasceu da criação de conteúdo para as redes sociais, primeiramente para documentar uma noite de show em Porto Alegre. Desse primeiro momento, surgiu a ideia de estender as filmagens também por outras localidades que a turnê passou e, depois, do documentário para a internet, que ganhou até letreiros animados, poemas escritos e trilha sonora original feitos por Mallu. Nos trechos de entrevistas com a cantora, ela fala sobre o fundamento entregue e convidativo de seu novo trabalho, o disco Vem, e da necessidade de fazer a experiência do show também um convite a se emocionar, dançar e cantar junto. O curta pode ser visto na página oficial da cantora no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=bQPWbUxDzKw.

NOVIDADE DE GESSINGER Um dos grandes nomes do rock nacional, Humberto Gessinger lançou no final de novembro Pra Caramba, canção de sua autoria que estará no novo trabalho solo do artista, previsto para março de 2018. O vídeo foi gravado em Porto Alegre, em agosto de 2017, com direção de Pietro Grassia. Humberto Gessinger, cantando, tocando piano e harmônica, é acompanhado por Nando Peters no contrabaixo e Filipe Rotta no bandolim e voz. Pra Caramba é a primeira das quatro canções inéditas que Humberto Gessinger apresenta ao público. As canções serão lançadas uma a cada mês e farão parte do DVD, que incluirá também o registro do show Desde aquele dia - 30 anos da Revolta dos Dândis. Além do lançamento digital em todas as plataformas pela Deck, a canção também já tem seu clipe disponível no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=SB8-x3mRP8s Para ouvir, acesse: https://HumbertoGessinger.lnk.to/PraCarambaSinglePR

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O projeto Yamaha PA Academy, que consiste de um treinamento avançado de áudio de 18 horas (3 dias), foi preparado especificamente para 10 profissionais convidados com base em sua larga experiência, ramo de atuação, localização geográfica e aptidão em aprender e aplicar novas tecnologias. Além disso, a oportunidade foi dada para mais duas pessoas, que se juntarem a estes grandes profissionais através de uma prova de pré-seleção online. Os participantes convidados foram, Alexandre Rabaço – RJ, Christian Gehlen Cândido – PR, Martin Buffer – BA, Carlos Rossy – CE, Tiago Borges – DF, Miguel “Sapão” Junior – MG, Cristiano “Ngão”Araujo – SE, Florencia Saravia – SP, Fernando Dacko – PA, Rosemberg Aguiar – RN, Felipe Oliveira – MA e Rodrigo Toledo – PR. A primeira etapa do projeto foi no período de 15 a 17 de Maio de 2017, no auditório da sede da Yamaha Musical do Brasil, em São Paulo. Todos os participantes receberam informações cruciais sobre toda a linha de áudio profissional da Yamaha, bem como aplicações de novas tecnologias, como áudio via rede Dante e equipamentos de integração de áudio e automação, por exemplo. Nesta segunda etapa, o PA Academy aconteceu nos dias 23, 24 e 25 de outubro no intuito de reciclar os multiplicadores de conhecimento e compartilhar conhecimento, além de novidades sobre os equipamentos e tecnologias em constante desenvolvimento pela Yamaha. Esta etapa foi ministrada por Matheus Madeira, com o suporte de Lazzaro Jesus e participação de Renan Silva. Foram dias intensos de aprendizado e simulações reais de situações de suporte e configurações avançadas de sistemas baseados no protocolo Dante, a fim de que os participantes voltassem às suas regiões aptos para repassar o conhecimento recebido.

AMOR, AMOR, AMOR Jennifer Lopez lançou o vídeo de seu mais novo single Amor, Amor, Amor, com Wisin. Desde o lançamento, o vídeo obteve mais de 10 milhões de visualizações e o single se posicionou como a melhor música digital na Espanha e na América Latina. Amor, Amor, Amor se destaca como o segundo sucesso de seu próximo álbum de língua espanhola, com lançamento em breve pela Sony Music Latin. Mantendo uma tradição que inclui sucessos como Follow The Leader e Adrenalina, essa é sua terceira colaboração com o cantor urbano Wisin.

NA TRILHA

Yamaha

LANÇAMENTO O músico e compositor curitibano Emmanuel Bach lança o álbum Emmanuel Bach e Grupo, em plataformas digitais. O álbum foi gravado no estúdio Síncope, em Curitiba, e conta com oito músicas compostas por Emmanuel Bach.

SINGLE E CLIPE

Anitta e J. Balvin, um dos maiores artistas latino-americanos da atualidade, lançam o single e clipe de Downtown, cantado em espanhol. O vídeo, que já está disponível no canal do Youtube da artista, se passa no universo glamouroso dos cassinos parisienses dos anos 40. No clipe, os dois cantores são amigos e parceiros de crime.

BACKSTAGE

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Treinamentos


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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

HARMONITANGO Harmonitango O trio formado por José Staneck (harmônica), Ricardo Santoro (violoncelo) e Sheila Zaugy (piano) regravam, em formação inusitada, raridades e obras consagradas do músico portenho Astor Piazzolla. No repertório, canções como Adiós Nonino, Libertango, La Muerte del Ángel, Deus Xango e Retrato de Milton. Em busca por diferentes sonoridades e novas formas de expressão, o Harmonitango chega ao seu primeiro CD, com músicos de grande experiência camerística. Última produção de Sergio Roberto de Oliveira, morto em julho deste ano de câncer no pâncreas, o CD homônimo faz jus à diversidade cultural que tanto marcou a obra de Pìazzolla, agora com tempero brasileiro. A partir de suas múltiplas influências, a música de Piazzolla também bebeu na fonte brasileira. Neste CD estão presentes duas de suas maiores criações: Adiós Nonino, dedicada ao seu pai que acabara de perder, em 1959; e Libertango, tema consagrado pelas interpretações do compositor e das várias releituras mundo afora. À Libertango se juntam, nesta gravação, Meditango e Violentango, que pertencem a uma série original de sete tangos (além dos três citados, Meditango, Undertango, Amelitango e Tristango), lançados em único disco, de 1974. Em Fuga y Misterio, o compositor resgata suas influências eruditas, onde encontramos uma fuga que integra, originalmente, María de Buenos Aires, uma “ópera-tango” denominada pelo compositor como “operita”. Essa mesma forma reaparece em La Muerte Del Ángel, com momentos líricos magistrais.

OLHA PRO CÉU Tomás Improta Desde 1990 se dedicando ao trabalho autoral, Tomás Improta presenteia seus fãs com mais um trabalho, seu décimo CD solo. Em Olha pro Céu, Improta interpreta músicas de Tom Jobim, Ary Barroso, Edu Lobo e Torquato Neto, Villa-Lobos e Cole Porter, além de apresentar composições próprias. As sete canções deste novo CD são executadas ao piano por Tomás, e apenas duas das músicas trazem participações de outros instrumentos, o contrabaixo acústico e o violão. As gravações, feitas com muita tranquilidade, tiveram início em novembro de 2015 e terminaram em abril de 2016, no Rio de Janeiro. A faixa título Olha pro Céu, de Tom Jobim, abre o CD, em uma emocionante releitura da canção. Em senguida, as consagradas Risque (Ary Barroso) e Pra Dizer Adeus (Edu Lobo e Torquato Neto). Poema Singelo, de Heitor Villa-Lobos, tem um significado especial para Tomás Improta, pois o maestro Villa-Lobos fez parte da história de sua família. Silvestre: Nascente do Rio Carioca foi inspirada na beleza desse rio e traz a participação do contrabaixista Tony Botelho. Concentrate on You, de Cole Porter, é umas preferidas de Tomás e conta com a participação de seu filho, o violonista Gabriel Improta.


DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

“NAT KING COLE & ME” Gregory Porter

“DAY BREAKS” Norah Jones

Esperado pelos amantes do Jazz e da black music, o novo trabalho de Gregory Porter traz releituras de clássicos do mestre Nat King Cole e já teve algumas músicas liberadas previamente por Porter. Quizas, Quizas, Quizas (https://umusicbrazil.lnk.to/Quizas), escrita pelo cubano Osvaldo Farrés - e gravada por Nat King Cole em 1958 - é a única faixa em espanhol no disco. O novo projeto chega apenas um ano após o lançamento de Take Me To The Alley, que rendeu o GRAMMY® de “Melhor Disco Vocal de Jazz”, em 2017. Gregory Porter esteve no Brasil no início do mês para shows em São Paulo e no Rio de Janeiro. O álbum Nat King Cole & Me já está disponível nas plataformas digitas e lojas físicas de todo o país. Ouça e baixe: https:// umusicbrazil.lnk.to/NKCandMe

Já está disponível a versão deluxe do álbum Day Breaks, de Norah Jones, lançado em outubro de 2016. Será um set com dois discos e uma edição limitada com dois LPs que inclui uma capa prateada, disponíveis apenas na loja oficial da cantora (https://shop.norahjones.com). A versão deluxe também está disponível nas plataformas digitais. Ouça e baixe em https://norahjones.lnk.to/DBDeluxeEdition A edição especial inclui nove músicas a mais no repertório oficial do álbum, gravadas durante a apresentação de Norah na festa de lançamento do disco em Nova York, em 2016. O repertório do disco inclui: Disco 1 – Músicas originais de Day Breaks. Disco 2 – Apresentações ao vivo no The Sheen Center das músicas: Peace / I’ve Got To See You Again / Out On The Road / Sunrise / Burn / It’s A Wonderful Time For Love / Flipside / Don’t Know Why / Fleurette Africaine (African Flower).

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ramente referencial para estabelecer parâmetros de valores para o mercado.

BOA SURPRESA

Embora ainda não tenhamos números iniciais conclusivos até o fechamento dessa edição, o final de ano já indica uma forte tendência de recuperação no segmento a partir dos pedidos de lojistas a importadores e fabricantes. Sem grandes arrojos ou entusiasmo intempestivo, o mercado sente uma sutil retomada de vendas e pode mostrar números positivos no final desse ano.

Alguns importadores e fabricantes foram pegos literalmente de “calças na mão”. Apesar do pessimismo, as vendas surpreenderam pelo aprendizado dos lojistas que parecem ter entendido que o mundo não vai acabar e que ficar sem produto em final do ano é burrice. Com a nova legislação trabalhista, teve fabricante contratando de forma emergencial e criando turnos adicionais para atender a demanda inesperada. Nem todos vão conseguir.

REALISMO Na contramão do comércio varejista brasileiro, o segmento de áudio e instrumentos não entrou nessa de Black Friday. Sem parceria com fornecedores, os lojistas trataram a ideia de forma meramente promocional e descompromissada. Preço abaixo dos valores de mercado se faz com custo baixo que começa no fornecedor e termina no ponto de venda com a redução da margem de lucro... E hoje, ninguém consegue fazer isso. Ao contrário de outros segmentos, o nosso mercado preferiu o realismo e a honestidade com seus clientes. Nada de vender tudo pela metade do dobro do preço.

O cantor Ed Motta parece que caiu na realidade e percebeu que o seu público é vinculado prioritariamente ao seu passado como líder do “Conexão Japeri” e mais tarde um raro soul man, já em carreira solo. Por algum motivo, ele meteu na cabeça que era jazzista e travou por um bom tempo a carreira de um dos melhores cantores da música brasileira… ele mesmo. De volta ao estilo que o consagrou e cantando as músicas que o colocaram na nata da MPB, Ed Motta viaja pelo Brasil com um show interessante e recheado com seus hits. Nada contra o Ed Motta jazzista, mas tudo a favor Ed Motta pop.

VENDA DIRETA

AVANÇO

Era inevitável a entrada dos importadores e fabricantes no comércio virtual. Grande parte deles já tem seus sites com vendas diretas. E antes que alguém se mostre indignado, os preços nessas lojas virtuais são acima dos valores praticados pelas lojas físicas. A sensação que passa é que tudo parece meio fake e me-

Um bom sinal dos tempos é o avanço tecnológico de alguns segmentos na produção de linhas de instrumentos que historicamente apresentavam problemas recorrentes e que muito tiraram o sono de importadores, lojistas e consumidores. Braços empenados em guitarras e baixos, tampos e cavaletes descolados em violões

HONESTIDADE


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são coisas do passado e atualmente raríssimas incidências desses problemas atormentam o consumidor. Colas com novas fórmulas muito mais resistentes, tirantes para ajuste de braço com tensões mais altas e desenvolvidos com materiais mais modernos, deram sossego ao medo recorrente de importar instrumentos de corda do oriente. Novas fórmulas também de tintas, vernizes e texturas de base acabaram de vez com as rachaduras nas pinturas e a descoloração que, por muito tempo, atingiram produtos de todos os preços.

APOSENTADO O anúncio da vinda de Phil Collins ao Brasil ainda no primeiro de semestre de 2018 surpreendeu muita gente, inclusive eu. Já li pelo menos duas entrevistas dele anunciando aposentadoria. Deve ter conversando com o Eric Clapton sobre a seguridade social inglesa e resolveu acumular mais alguns trocados para a velhice.

BRINCANDO COM A SORTE Tem músico confiando demais num hardware frágil e instável e arriscando pagar mico em show. Alguns cantores e músicos pegaram o hábito de levar em pequenos celulares as trilhas que conduzem o seu show nos palcos. Apostar nesse tipo de player para um trabalho profissional é no mínimo uma irresponsabilidade. Esses aparelhos eletrônicos não foram feitos para isso e muito menos têm recursos adequados para tal tarefa. Parar uma música no meio de um show porque o celular travou ou recebeu chamada é constrangedor. E isso aconte-

cer é uma questão de tempo.

ENGANAÇÃO Ainda sobre tocar com trilhas prégravadas, fico com a sensação de enganação toda a vez que assisto um show na qual esse recurso é utilizado. O Coldplay e mais uma penca de bandinhas da moda usam e abusam disso. No passado já critiquei o U2 que usava músicos “escondidos” para completar o set sonoro. A alegação de que é necessário reduzir custos não me convence. Utilizar playback ou karaokê é para show gratuito ou de logística complexa. Público quer ver músico tocando, cantando e dançando, o resto é enganação.

SOBREVIVÊNCIA Um fenômeno curioso chegou ao meu conhecimento na Expomusic e mesmo desacreditando resolvi pesquisar. E é verdade...! Dezenas de comerciantes inadimplentes estão procurando seus credores para “ajustar contas” e recuperar sua imagem como pagador. Sem mercadoria e num mercado pequeno e monitorado como o nosso, inadimplir é um péssimo negócio. Gente grande tinha nome sujo porque resolveu ignorar seus credores e arguir a crise como pretexto para atrasos injustificáveis. Além de mal falado, começou a ficar sem produto no ponto de venda.

Transmissores e receptores com banda fixa poderão ter problemas em seus canais e virar lixo. Com o desligamento das TVs analógicas, as bandas mais baixas serão liberadas para as operadoras de telefonia celular, hoje operando prioritariamente em 2600 MHz. Pela nova regulamentação da Anatel, a mudança no espectro libera frequências a partir de 700 MHz para celulares 4G e vai atingir muitos equipamentos de banda fixa a ponto de torná-los arcaicos. Desde já, vá checando o seu.

CURIOSIDADE Você sabia que a cada 10 violões vendidos, é vendida apenas duas guitarras ou contrabaixos? Custei a acreditar no número e fui bisbilhotar com importadores, fabricantes e lojistas. Confesso minha surpresa, embora soubesse da prevalência dos violões sobre os instrumentos sólidos.

BOBAGEM A Globo parece que parou com a bobagem de exigir dos músicos que tocam eventualmente em seus programas, a retirada ou tapadores para os logos com as marcas dos instrumentos musicais que utilizam. Nem os maiores programas musicais do planeta fazem isso. Menos mal que repensem isso, porque essa chinelagem de republiqueta de bananas beira o ridículo.

UHF

REPRESENTANTES

As mudanças nas bandas de frequência das emissoras de rádio e televisão vão provocar significativas alterações na utilização dos equipamentos de UHF no showbusiness.

Quem vai representar a música brasileira na próxima edição do Rock In Rio Lisboa? Pelos rumores, a Anitta já está escalada. Será que o Pabllo Vittar também vai?

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PREVIEW DE EQUIPAMENTOS| www.backstage.com.br 22

T-RackS 5 um mix poderoso O sistema de mastering modular para Mac / PC é uma estação de trabalho principal com nova interface redimensionável, motor audiophilegrade e 38 módulos high-end que permite alcançar um som de classe mundial mais fácil do que nunca. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A

IK Multimedia anunciou o modelo T-RackS 5, um poderoso sistema de mixagem e master modular, oferecendo versatilidade incrível com todos os quatro novos processadores para um total de 38 módulos de alta qualidade, incluindo uma nova interface completamente redesenhada, redimensionável de forma bastante flexível graças aos 16 processadores série / paralelo, em uma cadeia com um motor de áudio, uma seção de medição profissional broadcast pronta e completa, bem como uma seção de montagem de álbum com exportação multi-formato. A empresa tem liderado esse caminho na mixagem e masterização desde que criou a T-RackS, em 1999, uma evolução e expansão da coleção, criando um padrão da indústria para alguns dos melhores plug-ins de som do mundo para aplicações profissionais. Não é coincidência que milhares de registros topgráficos foram feitos usando T-Racks. Agora, o T-5 RackS foi remodelado para

ser mais poderoso do que nunca, oferecendo tudo o que for necessário para tornar mixes brutas em um produto acabado e pronto para entrega digital ou duplicação de CD.

UMA COLEÇÃO DE SONHO Na T-RackS 5 agora existem 38 módulos, incluindo quatro novas adições à coleção, permitindo a construção de um estúdio perfeito. O módulo Master Match é um novo tipo de plug-in que combina automaticamente a impressão digital sonora de até 3 faixas de referência, usando algoritmos altamente sofisticados e, em seguida, aplica-se o som da mix do usuário. Graças a este novo módulo poderoso, é fácil criar grandes masters de som, sem a necessidade de qualquer experiência em engenharia de áudio anterior ou habilidades especializadas. Com base no icônico hardware de gravação americano, o novo Dyna-Muvari-mu compressor / limitador é elogiado por seu


modo autônomo no interior do ambiente de uma DAW, como a faixa de canal mais potente, ou mastering chain disponível como um plug-in. • Todos os processadores T-RackS também podem ser usados como plug-ins individuais em qualquer DAW compatível para a mix de multipistas e funções estéreo.

INTERFACE DE USUÁRIO REDIMENSIONÁVEL

Module metering

som sutil. Graças a seus transformadores e modelagem all-tube, ele pode conferir uma certa ‘magia sonora’ que junta todas as partes de uma mix. O novo equalizador digital EQual é de 10 bandas; um equalizador paramétrico ultra-clear, high-end com um som extremamente transparente, uma interface redimensionável em tela cheia para edição ultra-precisa e uma vasta gama de formas de filtro que replicam as curvas típicas dos EQs analógicos britânico e americano. Este “híbrido” oferece o melhor dos dois mundos: precisão digital com edição ultra-detalhada e caráter analógico on-demand. Desenvolvido como uma solução “all-in-one”, o novo processador foi projetado para uma fácil, ágil e simples finalização de áudio. Ele inclui um EQ, compressor, excitador de harmônica analógico, potenciador low-end e limitador que deixa alcançar resultados de qualidade profissional num piscar de olhos.

dade e flexibilidade para otimizar a mix e masterização em configuração com 3 ambientes de trabalho: • O aplicativo independente para o T-RackS 5 é auto-suficiente, tipo one-stoping mix completa e estação de trabalho de masterização, que permite aos usuários carregarem um conjunto de faixas de áudio e saída de um produto acabado pronto para entrega digital ou replicação de CD. • O conjunto de plug-in fornece quase todas as características em

A nova interface gráfica do usuário é projetada para controlar tudo a partir de uma única janela, deixando a operação mais suave e mais rápida do que nunca. Além disso, é totalmente redimensionável, o que significa que pode utilizar até o tamanho total de um display. A nova cadeia flexível permite que os módulos sejam adicionados à vontade na série de cadeia de sinais de 16processadores / paralelos, diretamente a partir do “carrossel” da barra lateral, que mostra todos os módulos T-racks disponíveis.

DESEMPENHO DE GRAU AUDIÓFILO O T-RackS 5 agora suporta áudio até 192 kHz / 32-bit, com mastering para plataformas de música de alta definição e distribuição sem nunca deixar sua interface

FLEXIBILIDADE ENTREGUE DE 3 FORMAS O modelo T-RackS 5 oferece a liber-

Standalone full

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PREVIEW DE EQUIPAMENTOS| www.backstage.com.br 24

Standalone one chain

única, incluindo 4 opções de composição de cores para escolher. O motor de resampling interno oferece desempenho audiófilo bestin-class incluindo DDM (Entrega Digital Mastering) na saída para o estágio de limitação final, oferecendo uma camada adicional de proteção contra picos de interamostra e ultrapassagens.

MEDIÇÃO DE TRANSMISSÃO A novo medidor de precisão LUFS é compatível com todos os padrões de referência profissionais para a entrega de música ou radiodifusão. Medidas de Pico, RMS e Dynamic Range fornecem informações úteis sobre a resposta dinâmica de mixes. Os medidores de espectrograma, analisador em tempo real de fase e de correlação também ajudam a localizar desequilíbrios de frequência no local e problemas de fase. Medição de M/S incluído reúne informações sobre as relações entre o mono e o conteúdo estéreo. Além disso, a seção de medição do T-RackS 5 pode ser lançada como uma “janela flutuante” separada.

MONTAGEM E DISTRIBUIÇÃO DIGITAL Agora é possível montar uma produção de longa-metragem diretamente no 5 Interface T-racks e criar uma sequência de álbum com metadados incluindo pausas, fades, Track ID, códigos ISRC, CDTexto e muito mais. Em seguida, exportar o único arquivo de áudio master de alta qualidade ou todo o projeto em vários formatos, como WAV, AIF e imagem DDP padrão para a replicação ou WAV Cue.

BIBLIOTECA PREDEFINIDA Profissionais de gravação e engenheiros de mixagem, incluindo Tom Lord-Alge, Nick Davis e muitas outras pessoas que utilizam módulos Tracks em seus projetos, criaram uma biblioteca de presets que oferece aos usuários uma oportunidade única para melhorar imediatamente suas produções com facilidade. Esta biblioteca em expansão de presets está incluído no T-RackS 5 e fornece um excelente ponto de partida para mixar tudo, de bateria a vocais, guitarras, baixo, entre outros, com resultados excepcionais.

VERSÃO GRATUITA E DISPONIBILIDADE O T-RackS 5 está disponível em ambas as versões, gratuitas e pagas. A versão do T-RackS 5 que está disponível gratuitamente vem com o Equalizer Classic, medição simplificada e oferece aos usuários a opção de experimentar e comprar qualquer um dos outros processadores. Com um total de 9 módulos, incluindo todos os 4 novos processadores e medição completa, o T-5 RackS está disponível por US $ / EU $ 149,99*. Os produtores e os artistas podem intensificar o conjunto de 22 módulos essenciais T-RackS 5 Deluxe por US $ / EU$ 299,99, e para os engenheiros que querem todas as 38 mixes e módulos de masterização, o T-RackS 5 MAX está disponível por US $ / EU $ 499,99.

Para saber mais, visite: www.t-racks.com/five

Para videos demos do T-Racks 5, visite: www.t-racks.com/five/video


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 26 House Mix ficou posicionada entre os dois palcos

Para comemorar 20 anos de existência, a rádio carioca FM O Dia promoveu um festival na capital fluminense com os maiores expoentes dos gêneros samba, funk e pagode. Pressão sonora não podia faltar, e não faltou com o sistema de som d&b audiotechnik. redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Divulgação

Pressão sonora e alinhamento impecável A nitta, Bom Gosto & Clareou, Dilsinho, Ferrugem, ImaginaSamba, Ludmilla, Nego do Borel, Sorriso Maroto, Thiaguinho, além de apresentações de Djs. Esse foi o Festival 20 Anos de Alegria, que comemorou as duas décadas da carioca Radio FM O Dia com mais de dez horas de música ininterruptas, no dia 10 de setembro, na Praça da Apoteose. Uma das novidades levadas para o Sambódromo foi o palco intercalado, o que permitiu que os artistas se revezassem entre dois palcos de mesmo tamanho, sem necessidade de interrupção entre as atrações, ou seja, a festa começou às 13 da tarde e só terminou perto da meia noite. No evento, foi utilizado no PA, a console SSL L200, estreada pela empresa AudioCompany, além do lançamento da nova Unidade Móvel de captação e

gravação do estúdio, Century. Apesar de ter sido um festival com diversas atrações, todos os artistas principais tiveram shows completos, com uma hora de duração cada. Além da sonorização, a Audio Company também ficou responsável pela iluminação. A empresa, que acompanha a Maratona FM O Dia desde o primeiro ano, deixou o som a sob responsabilidade de Dennis, enquanto Ygor ficou responsável pela iluminação. O apoio da empresa ENTER, e seus profissionais, que fez a transmissão ininterrupta, ao vivo, de mais de dez horas de música, também foi fundamental para levar o Festival aos fãs que não puderam estar presentes no evento. Para Wallace Albuquerque, técnico de monitor da cantora Anitta, o sistema d&b usado no PA foi importante por ter


Anitta se apresenta em um dos palcos

André Calazans comanda a transmissão ao vivo desde a Unidade Móvel, Century

uma resposta de subwoofer muito boa e com agudos bem definidos. “A cobertura que as caixas proporcionam é uma das características que mais me impressionou. Pois no nosso show é muito importante a cobertura de áudio em todo o palco para que, além de preencher o som para nossa artista e a nossa banda, temos nosso corpo de ballet”, revela, acrescentando que usou um sistema fornecido pela empresa Laredo, que viaja com a turnê da

artista, uma Ilive-T80- Allen & Heath. Quando perguntado sobre alguma dificuldade ou desafio, Wallace afirma não ter havido nenhuma. “Pois o sistema estava muito bem alinhado pela empresa Audio Company (Dennis, Magno e Fernando) e onde poderíamos ter algum problema que normalmente é complicado em festivais - são as frequências, mas não tivemos problema algum, pois a empresa Miag system estava cuidan-

Outra sala da UM usada para fazer a mixagem dos dois palcos do Festival, no Sambódromo

do de toda parte de frequências com excelência”, ressalta. Para Alex Rodriguez, técnico de PA de Ludmilla, os graves e a pressão sonora do sistema foram de suma importância para o show da artista. “Gostei muito do sistema escolhido para o festival, foram utilizados quatro modelos de caixas da d&b audiotechnik, no PA principal L e R tínhamos 12 caixas modelo J8 e 2 modelo J12 por lado, nas laterais (outfill) L e R era composto por 16 caixas modelo Q1 e 8 caixas J sub aéreos por lado como reforço dos graves, e também divididos em 4 colunas havia 32 caixas de subgrave Norton sub-221, isso permitiu uma excelente cobertura, com qualidade, pressão sonora e graves bem definidos, o que no caso de uma artista como Ludmilla é muito importante”, avalia. Alex usou uma console SSL Live L300, disponibilizada pela Audio Company, assim como as demais consoles que estavam na house, uma DiGiCo SD8, Venue Profile e mesa master Soundcraft Vi6. “Na minha opinião, como operador de uma banda ou artista solo, o maior obstáculo em um show está em entregar a mensagem, preciso fazer

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 28

Alex Rodriguez (esquerda), técnico de PA da Ludmilla, e Jeffinho, técnico de PA do Dilsinho

com que o público entenda de forma clara o show como um todo, e, para isso, a mixagem precisa ser limpa e bem definida, com dinâmica constante, porque em alguns momentos precisamos emocionar e em outros apenas fazê-los dançar! A solução está em conhecer bem a banda com quem você trabalha e ouvir muita música, diversos estilos e estudar sempre”, observa. Quinta atração a se apresentar, o cantor Dilsinho contou com o técnico de PA Jeffinho no comando do som. “O

sistema no geral estava ótimo, muito bem distribuído fazendo toda cobertura da área sem nenhum cancelamento”, comentou. Para Jeffinho, “a clareza do sistema foi impressionante, muito fiel, com um timbre maravilhoso de se ouvir”, disse, acrescentando que a Áudio Company disponibilizou a console DiGiCo SD8. “O maior obstáculo foi começar o show sem uma passagem de som, mas, graças a Deus, tivemos um PA muito real, verdadeiro e uma console espetacular, e a soma foi um bom show”, completa.

Console Allen&Heath foi usada também para fazer o monitor de diversos artistas


Wallace Albuquerque comandou o monitor de Anitta

Marcio Meyer, técnico de PA Imagina Samba

Márcio Meyer, técnico de PA do ImaginaSamba também conversou com a Backstage e foi bastante incisivo no elogio ao sistema. “Achei excelente! Muito bem dimensionado e com uma boa cobertura!”, afirmou.

do, é incrível”, fala, acrescentando que para comandar o som deu preferência por uma Digidesign Venue Profile disponibilizada pela Audio Company. “O grande desafio não só no meu caso, mas para a maioria dos técnicos

Soundcraft Vi6 usada como mesa master

Para ele, que já havia usado o sistema em outra ocasião, disse que sempre fica bastante impressionado com a d&b audiotechnik. “Mas o que me fez um fã do sistema foi seu software de simulação de montagem ‘ArrayCalc’, todo os ajustes do sistema são feito com muita precisão, inclusive os delays do sistema. Outra coisa que chama a atenção é a sensação de SPL ser sempre maior do que realmente o sistema está entregan-

que trabalhou no evento, foi sem dúvida a ausência de passagem de som, não por culpa da organização local, mas pela logística das próprias bandas. No caso do ImaginaSamba, estava fazendo show em outro Estado, não conseguindo chegar a tempo para a passagem! A solução nesse caso foi checar tudo pelo fone e contar com um sistema bem alinhado entregue pela Audio Company”, conclui.

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 30

A NOVA MARCA

do Ecad

Ao completar 40 anos de atuação, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) lança nova identidade e se reposiciona como uma instituição que existe para manter a música viva. A ideia da nova identidade é transmitir razão e emoção em perfeita sintonia.

redacao@backstage.com.br Fotos: Ecad / Divulgação

P

or ter uma função estratégica na cadeia produtiva da música e uma atuação que vai muito além da cobrança de direitos autorais, o Ecad viu a necessidade de passar por um profundo processo de evolução de marca, que a aproximasse de seus públicos, refletindo sua competência essencial e seu papel no mundo: ser um articulador dos diferentes agentes da indústria da música; uma instituição que potencializa a cultura e existe para manter a música viva. O trabalho, desenvolvido ao longo de 11 meses em parceria com a Tátil, empresa especialista em design e branding, envolveu colaboradores, artistas, asso-

ciações, jornalistas, espaços e veículos de comunicação e foi visto, em primeira mão, no dia 24 de outubro. O lançamento oficial da nova marca para todo o mercado aconteceu na Festa Nacional da Música, em Porto Alegre. Fruto da combinação harmoniosa entre razão e emoção, a nova identidade do Ecad tira partido das duas dimensões da música, mostrando o trabalho que existe além do talento, a transpiração por trás da inspiração, o negócio por trás da arte, a ciência além do encantamento. Cada letra que compõe a marca representa uma nota musical em uma partitura imaginária. O resultado é uma síntese impactante, lúdica, sensorial, e uma


Nova logomarca do Ecad: inpirada na missão de manter a música viva

Glória Braga, superintendente do Ecad

marca que toca. “Ao longo dos anos, a marca do Ecad passou a representar só uma parte da sua atuação, a arrecadação. No trabalho de estratégia, ouvimos muitos públicos, conhecemos as muitas atividades do Ecad, que são reconhecidas dentro e fora do país. Encontramos pessoas apaixonadas por música, tecnologia, processos sofisticados, um imenso repertório e o cuidado com a música e com quem fez e faz música no Brasil. A marca nova recupera a vocação do Ecad e aponta caminhos pro futuro”, ressalta Tânia Savaget, diretora de Estratégia da Tátil De acordo com Ricardo Bezerra, diretor de Criação da Tátil, no

das em locais públicos. Em 2016 foram distribuídos R$842 milhões para mais de 221 mil artistas. Presente em todo o país, a instituição alia gestão eficiente e tecnologia para unir as diferentes partes de uma complexa cadeia produtiva. “Onde houver música sendo executada e apreciada, o Ecad estará presente, impulsionando toda a cadeia musical, existindo para que a música possa continuar impactando e emocionando as pessoas. O trabalho de branding foi desenvolvido de forma ampla, ouvindo todos os públicos e com o desejo de olhar para o mercado da música nacional e internacional em busca de oportunidades. Nossa marca passa a ser espelho do nosso papel no mundo, um reflexo do nosso objetivo diário: manter a música viva”, afirma Gloria Braga, superintendente executiva do Ecad.

processo de criação, o desafio foi traduzir em cores, formas e elementos de linguagem o novo posicionamento do Ecad. “‘Viver a música. Manter a música viva’, criando uma narrativa e uma atmosfera que misturassem didatismo e envolvimento. A ideia de que, além de emocionar as pessoas, existe uma dimensão mais lógica e pragmática sem a qual a música não existiria foi a nossa inspiração para desenhar a marca nova, trazendo a razão e a emoção em perfeita harmonia”, revela Bezerra. Administrado por sete associações de música, o Ecad é referência mundial na área em que atua, centralizando a arrecadação e a distribuição das retribuições autorais. Atuando em parceria com as associações, o Ecad representa milhares de artistas, realizando a cobrança e a distribuição dos direitos autorais das músicas usa-

Os números (base: 2016) só comprovam a grandeza da música: Banco de dados com mais de 5 milhões de fonogramas

Nova logo na versão fundo branco

• 6,3 milhões de obras musicais catalogadas. • 515,3 mil canais de comunicação e espaços que reproduzem música. • R$ 841 milhões em direitos autorais distribuídos • R$ 5,5 milhões em direitos autorais distribuídos apenas por meio das plataformas de streaming.

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“LEGATO”

COMO DISPARAR SEUS LOOPS SEMPRE NO “BEAT” Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music, em Boston.

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V Quem já trabalha há muito tempo com Ableton Live pode achar isso, a primeira vista, enrolação (com o perdão do trocadilho Looping). De fato, Ableton Live sempre procura tocar os loops disparando em sincronia, mas a configuração “Legato”, no Clip View faz algo mais.

amos carregar um loop em um Clip Slot na janela “Session”: Browser > Categories > Clips > Bongo 130bpm.alc (digite Ctrl + Alt + B, para revelar o Browser caso não esteja a vista,

o “Legato”. No Quantize Menu (barra de tarefas), mude para “None” (sem quantização Global). Isso significa que os clips não vão tocar em sincronia.

Figura 1 - Load Clip

tecla TAB para alternar janela Session/ Arrangement). Seguindo as setas verdes, arraste o clip Bongos-130bpm para o Slote! Selecione esse ícone “L” (Mark verde) para revelar o “Launch Box” e habilite

Mas vamos desabilitar o “Legato por um momento”: ... então, vamos duplicar esse Clip Slot (Bongos 130bpm). Agora, com o cursor do mouse mesmo (ou você pode mapear os Slots, se pre-


Figura 4 -Des Legato

Figura 2 - Set Legato

ferir), toque cada Clip (clicado no pequeno triângulo) e veja que não estão sincronizados. À medida que você dispara cada Clip, um começa em tempo diferente do Beat. Quando você dispara (reclicando ou tocando), repicam e não

lembre-se que estaremos trabalhando com loops de melodias, linhas de baixo, acordes, harmonias, etc, e aí está o “pulo do gato”. Reabilite o “Legato” e toque no mesmo espírito! Nem parece que você mudou de

letar a cópia feita do Loop Bongos 130bpm!!). Importe alguns Loops (não precisam ser os mesmos) e habilite “Legato” para todos Clips. Toque e veja que os Clips, mesmo partindo de lugares diferentes,

Figura 5 - Duplicate

Figura 3 - Quant to None

sincronizam com o tempo do outro loop tocado! Alguns podem perguntar: Qual é o problema com isso, efeito muito musical em uma performance bacana? Em se tratando de ritmo, sim, mas

Clip, o Loop sempre começa tocar no Beat. É essa propriedade que vai tornar o “Legato” musical com melodias, acordes e mesmo ritmos diferentes. Para sentir essa propriedade (que é diferente do Global Quantization) vamos importar outros Clips, Loops aleatoriamente para entender o conceito de Legato! (pode de-

Figura 6 - More loops

Figura 7 - Traseuntes

sempre tocam em sincronia. Isso permite improvisar com acorde, melodias e, claro, polirritmia. A diferença básica entre o “Quantizer” e o “Legato” é que este último faz uma leitura dos Picos dos Transientes de cada forma de onda no Loop, sincronizando esses pontos matematicamente, aliás, o Ableton Live já fez uma leitura desse files quando foi aplicado o “Warp” no ato de importação! Essas âncoras marcadas!!

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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

Figura 9 - Stop Icon

Se você usar uma Quantização Global com o Legato, você delimita os picos de sincronização, ou seja, os Loops começam sincronizados no próximo ponto, podendo misturar os Loops sincronizados. Diferente de ajustar tudo para caber no mesmo espaço, es-

Portanto, é sempre uma boa ideia mapear algumas teclas do seu controlador preferido ou teclado do seu laptop com esses ícones! Digite Crtl + K ou Crtl + M para entrar em Mapping Mode (Key ou Midi) e aperte a tecla ou controle

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Figura 8 - Mix

Figura 10 - Mapping

ticando ou espremendo, ou ainda forçando o Loop começar junto no próximo tempo. Claro que você pode usar ou misturar as duas coisas: um CLIP com Legato e outros sem (só com quantização Local). Essa técnica incrementa as coisas, possibilitando ritmos ou melodias bem intricadas e complexas. Mas é sempre bom você ter uma “porta de escape” (back door) caso as coisas fujam do controle, afinal voce “É” o controladorista! Acaso você não lembre (ou não sabia?!)... ... esses pequenos quadradinhos, esses Ícones nos Tracks são botões de Stop! Os realçados em vermelho são Stops individuais, para cada Track, e o indicado à esqueda (Mark Verde) no Master Track, um Stop Global (para tudo!).

Midi que deseja assinalar como “Controle” desses ícones. Agora você está no comando! É isso amigos, espero que aproveitem esse tutorial. Boa sorte a todos!

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg


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PREPARANDO

UM PROJETO AUDIOVISUAL FUNDAMENTOS PARA TRABALHOS COM VÍDEO

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Cristiano Moura é produtor, en-

Na área da música, o Pro Tools é uma das ferramentas mais adotadas pelos estúdios e produtores, mas também divide uma fatia do mercado com outros softwares de produção musical como o Logic Pro, Cubase, Ableton Live entre outros. Já no mercado de produção sonora para vídeo, o Pro Tools reina soberano.

genheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

S

eja na área de sonoplastia, dublagem, edição de som direto ou mixagem para TV e cinema, as opções de interação e compatibilidade com editores de vídeo, possibilidade expansão,

elementos e necessidades. Se você é uma destas pessoas, que se interessa em buscar espaço neste nicho, este artigo é um bom começo para entender um pouco mais deste universo.

Figura 1 - Session Setup

processamento externo e integração de sistemas transformaram o Pro Tools em uma opção quase única em grandes produções. Como o mercado da música é muito instável, produtores musicais e engenheiros de som estão cada vez mais se aventurando na produção de som para vídeo, porém, é outro terreno, com outros termos,

CARACTERÍSTICAS DE UM VÍDEO Você que já trabalha ou estuda com áudio, deve conhecer termos como taxa de amostragem (sample rate) e quantização (bit depth). Vídeo também tem suas características e você vai precisar saber em diversos momentos. A primeira carac-


Eis alguns comuns no mercado profissional: Avid DNxHD e DNxHR, H.264, XDCAM e Apple ProRes. A quarta característica é o tipo de arquivo. Alguns exemplos bem conhecidos: .MOV, .AVI, .MP4 .MXF. Por favor, não confundam o tipo de arquivo com a codificação. Um arquivo .MXF pode ser codificado como XDCAM, mas também pode ser codificado como Avid DnxHD, por exemplo. Você precisa saber sobre formato de vídeo, compressão e tipo de arquivo para explicar ao editor de vídeo como precisa receber seu vídeo. A compatibilidade destas características com o Pro Tools são variáveis de acordo com a versão. Portanto, consulte o site da Avid para saber mais sobre a compatibilidade da sua versão para trabalhos com vídeo.

INFORMAÇÃO DE TIMECODE Figura 2 - Video import options

terística é a velocidade em quadros por segundo (frame rate, ou simplesmente FPS). Representa quantas amostras de imagem são capturadas ou reproduzidas por segundo. É comum vermos velocidades de 23.976, 24, 25, 29.97, 30, 59.94 entre outros. Esta é uma informação vital, pois a configuração errada resulta em áudio fora de sincronismo com vídeo. Não existe nada no Pro Tools que detecte e ajuste automaticamente sua sessão. É seu dever descobrir o frame rate e configurar a sessão manualmente (veremos isso mais a frente). Segunda característica: formato do vídeo. Estamos falando das dimensões do vídeo. SD, HD, Full HD, Ultra HD e 4K são alguns nomes que usamos, e todos estão relacionados ao tamanho do vídeo em pixels. Por exemplo, o formato mais usado atualmente é o Full HD, que tem dimensões de 1920 x 1080 pixels.

A terceira característica é a compressão (ou codificação). Diferente

Supondo que você já recebeu o vídeo, está quase na hora de importar, mas ainda falta descobrirmos o timecode do vídeo, pois o grid da sessão deve estar alinhado a ele.

Figura 3 - Ajustes de Grid e Nudge

do áudio, onde ninguém pensaria em produzir algo profissional com material comprimido em MP3 ou AAC, o vídeo é quase sempre comprimido com algum CODEC Lossy.

Mas o que é o timecode? É uma informação de tempo contida no vídeo, que informa a posição absoluta durante o tempo. Existem dois cenários: você pode

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Figura 4 - Video com timecode impresso

receber um vídeo comum, e, neste caso, você deve perguntar ao editor em qual timecode o vídeo se inicia. O segundo cenário, é quando recebe um vídeo com timecode já impresso na tela. Neste caso você tem toda a informação que precisa

de música trabalha com sample rates de 44.1kHz e seus múltiplos, o mercado de vídeo trabalha com 48kHz, 96kHz e 192kHz. Isso precisa ser definido logo de início e não tem como mudar depois. Com relação ao Bit Depth, você

FIgura 5 - Sync Point

e fica mais fácil de conferir tudo. Tendo abertura, é sempre melhor pedir o timecode já impresso na tela.

CONFIGURAÇÕES INICIAIS E IMPORTAÇÃO DE VÍDEO Ao criar sua sessão, tenha em mente que enquanto o mercado

pode continuar trabalhando com 24 bits como em música, e mesmo se você configurou errado no início, é possível alterar o bit depth da sessão pelo menu Setup > Session. Antes de importar o vídeo, também é bom já se adiantar e configu-

rar o frame rate da sessão, pois como falado anteriormente, não há nenhuma função no Pro Tools de “autoconfiguração” do frame rate. Fazemos isso através do menu Setup > Session. Lá encontramos o campo de configuração de frame rate (Figura 1). Para importar, você pode usar menu File > Import > Video… e é muito importante evitar afobação na caixa de diálogo que vem em seguida (Figura 2). Se o editor já informou o timecode inicial, você pode acessar o campo “Location” e alterar da opção “Session Start” para “Spot” e já digitar o valor, assim, o vídeo já será posicionado no local correto. Agora, se não souber, simplesmente escolha a opção (session start) e, mais para frente, vamos ver como colocá-lo no local correto com o timecode impresso. Ainda na mesma caixa de diálogo, temos a opção “Import Audio From File” que pode ser útil. Esta opção importa o áudio contido no vídeo, que muitas vezes contém uma versão “rascunho” de sonoplastia e mixagem que o próprio editor de vídeo fez. Isso é bom ter por perto como referência. Antes de seguir em frente, é essencial conferir se o Frame Rate que você configurou está de acordo. Isso é muito simples de verificar: na pista de vídeo, se a informação de Frame Rate estiver em escrita em branco, está tudo certo. Se estiver em vermelho, significa que a configuração está incorreta.

POSICIONANDO VÍDEOS COM TIMECODE IMPRESSO Já vimos que a velocidade do vídeo é medida em frames por segundo. Então faz sentido configurar o Grid e o Nudge também para esta opção neste primeiro momento. Fazemos isso diretamente pela barra de ferramentas (Figura 3).


Figura 6 - Identify Sync Point

Agora vamos aprender a posicionar um vídeo com Timecode impresso. Para isso, basta parar o cursor de seleção em qualquer momento do clip

Figura 7 - Configuração do Spot Mode

cione o modo Spot (Figura 7) e clique com o Grabber no clip de vídeo. Na janela que se abre, primeiro altere o Time Scale para Timecode, digite o

Figura 8 - Conferindo Timecode

de vídeo e anotar o Timecode na tela (Figura 4). Ainda com o cursor no mesmo local, vamos criar um Sync Point, que é uma marca verde (Figura 5) utilizada como ponto de referência em um clip. Para criar um Sync Point, vamos acessar o menu Clip > Identify Sync Point (Figura 6). Agora já temos tudo que precisamos. Então vamos reposicionar o Clip de vídeo corretamente. Sele-

valor de Timecode no campo Sync Point e aperte o OK. Simples assim, seu vídeo será reposicionado. Mais uma vez, não confie. Confirme. Para isso, posicione aleatoriamente o cursor de seleção em locais distintos do clip de vídeo e veja se o valor de Timecode do vídeo bate com o valor de Timecode do Main Counter do Pro Tools (Figura 8). Faça isso principalmente no final do vídeo, pois pequenas diferenças

de sync acabam sendo mais perceptíveis conforme o vídeo se estende. Com isso, terminamos todo o setup necessário e você estará pronto para iniciar sua produção sonora. Vamos ficando por aqui, mas seus estudos não. Procure um curso especializado em Sonoplastia ou Sonorização para Rádio, TV e Cinema e continue pesquisando sobre sonoplastia em geral, foley, bibliotecas de efeitos sonoros, edição de som direto, Lip Syncing, restauração de áudio, mixagem 5.1 e muito mais. Estes são alguns dos muitos assuntos que fazem parte deste universo da produção de som para vídeo. Abraços!

Para saber online

cmoura@proclass.com.br

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 40 Em pouco mais de dois meses de funcionamento, a filial carioca do Blue Note se firma como o lugar dos amantes da música. Investimento em acústica, backline e projeto de sonorização são fundamentais para o sucesso da casa. Luciano, gerente da Gabisom, no Rio de Janeiro, contribuiu no desenvolvimento e na escolha do sistema Kara, da L´Acoustics.

Blue Note Rio: um espaço para quem gosta de música Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

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oi durante uma quarta-feira, 15 de novembro, feriado da Proclamação da República, que Arthur Maia fez um show antecipando o lançamento do seu novo DVD O tempo e a música. Durante a apresentação, o músico relembrou que a Lagoa Rodrigo de Freitas (no Rio) e redondezas já abrigaram grandes casas de jazz do Rio de Janeiro, como o Mistura Fina, JazzMania e People, exaltando o surgimento do mais novo espaço dedicado à música livre. “Este é um projeto audacioso para o momento em que o país está”, ressalta Daniel Stain, um dos sócios do Blue Note Rio. “Queria uma casa que tivesse um som de primeira para a mú-

sica boa no Rio de Janeiro. Não queria um som mais ou menos. E estamos aí, nessa empreitada, nos adaptando e também mostrando novidades ao mercado”, acrescenta. Entre as novidades, a ideia de ter dois sets às quintas, sextas e sábados, por exemplo. “Também estamos criando dias temáticos. Um dia será de tributos, às quartas-feiras. Segunda-feira vai ser o instrumental MPB, com o Zé Paulo Becker, do Semente. Vamos ter às quintas de big band, as sextas de bossa-nova; enfim, uma programação temática para as pessoas virem independente de quem está tocando, sabendo que sempre vai ter um bom show”, aponta Stain.


Arthur Maia lançou o novo DVD no Blue Note

IDEIA Desde jovem, quando estava em Nova York, Daniel Stain gostava de frequentar o Blue Note original. Um pouco mais velho, o empresário chegou a começar a faculdade de música, mas acabou se formando em economia. No entanto, no decorrer de sua vida profissional, sempre ficava, no fundo, aquela vontade de juntar a experiência profissional na sua área de formação com a música, a qual nunca abandonou de verdade. “Então conversei com o Luiz Calainho, que ficou apaixonado com a ideia (de abrir um Blue Note no Rio). Depois de quase um ano, inauguramos a casa”, comemora o músico e economista. Para abrigar o Blue Note, foi escolhido, no Complexo Lagoon, na beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, um local que já havia abrigado outra casa de shows chamada Miranda. Para conseguir atingir a meta do melhor som possível, foram feitas mudanças importantes em relação à concepção do Miranda, começando pela posição do palco, que saiu do fundo do local e foi para o meio. “Desde o início queria

Sérgio Murilo: gerente técnico do Blue Note

tirar o palco do fundo. O teto caia lateralmente sobre o palco e o som tinha que ser mixado em mono porque sobrava grave no lado do teto mais baixo e embolava. E com o palco no meio, todos ficam pró-

ximos, com uma visão boa, e melhora a questão das pilastras que tem na sala. Então chamei o Sérgio Murilo e perguntei as consequências disso para a acústica do local. Ele adorou a mudança e também

Michael Pipoquinha foi uma das participações especiais no show de Arthur

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A distribuição do áudio foi uma prioridade no projeto

achou melhor trabalhar assim”, detalha Stain.

PROJETO Sérgio Murilo é o coordenador técnico da casa e fala que a proposta do Blue Note Rio é ser uma casa com música de qualidade para um público exigente, músicos de excelência, ótimo sistema de som e, lógico, bons engenheiros de som trabalhando no local. Sérgio aponta um “quarteto” de ideias que sustentam o bom rendimento sonoro: “a primeira providência foi retirar o palco do fundo da sala como era na casa anterior. Na posição antiga do palco, o público não tinha uma boa ‘imagem sonora’ e nem uma boa visão do palco, com os artistas muito distantes do público. O som era mono e com sobras nas baixas frequências no canto direto da sala, exigindo correções, atenuações e cortes acentuados em determinadas frequências, alterando e deformando o projeto original do sistema de áudio desenvolvido pelo fabricante do equipamento”, expõe Murilo. Para conseguir dar mais conforto ao público com relação ao áudio, o

projetista precisou levar em conta as limitações do local e os resultados possíveis. “O espaço é pequeno e de arquitetura complicada para um bom resultado de áudio. O teto tem muitos desníveis, pé direito muito baixo e todos os contras para um bom resultado acústico final. Diante desse cenário, resolvi pensar em um conceito com pouco volume e maior distribuição sonora. Instalei alguns painéis no teto

que atuam na faixa de 125 Hz a 4.000 kHz apenas para acalmar as frequências e reverberações indesejáveis, mas não consegui eliminá-las 100%, infelizmente. Como trabalhamos com a estética andando junto com a acústica, foi a melhor solução encontrada naquele momento”, justifica. Com relação à distribuição do áudio, Murilo apostou em muitas caixas para poder obter uma boa cobertura sonora. “O projeto no início assustou pela quantidade de caixas penduradas no teto, mas funcionou como esperávamos. Possíveis cancelamentos de fase foram eliminados com o posicionamento e alinhamento correto dos equipamentos”, explica. “Obviamente que as pessoas sentadas na frente do palco e nas primeiras mesas, perceberão o som que vem direto dos instrumentos. Isso é muito agradável quando o sistema da sala está bem projetado e o engenheiro de som está ouvindo bem a mix da house”, completa o coordenador. A distribuição do sistema ficou da seguinte forma: L/R com um line de cinco L’Acoustic Kara mais R/L

O palco com dimensões maiores com o novo posicionamento: largura de 8m e profundidade de 4,40m


invertido para o PA com um line de três caixas Kara em cada lado. Um line de três Kara no centro e uma Arcs II da L’Acoustic em cada lateral na parte de trás do palco. Os subs, pendurados entre as colunas com cinco e três caixas, são os SB 18, também da L’Acoustic. “O Luciano, gerente da Gabisom no Rio de Janeiro, foi um profissional que contribuiu bastante no desenvolvimento do projeto e me influenciou na escolha do sistema Kara, da L’Acustics”, aponta Murilo. Além da Gabisom, a Cia da Luz fornece o equipamento de iluminação e a SoPalco o backline. Segundo o projetista, o posicionamento lateral da housemix em relação ao sistema não atrapalha a mixagem. “O engenheiro de som consegue rapidamente entender as poucas frequências residentes na sala e corrigi-las de forma adequa-

da sem cortes desnecessários nos equalizadores. Fica áudio praticamente ‘flat’ se não exagerar no volume geral”, diz Murilo, comemorando os elogios ouvidos de músicos e engenheiros de som brasileiros e estrangeiros que já tocaram no Blue Note Rio. As mesas usadas são a Yamaha CL5 para FOH e Yamaha QL5 no monitor. “Existe a possibilidade das duas funções (PA e monitor) na CL5 no caso de a banda trabalhar com apenas um engenheiro de som. A escolha das mesas foi para facilitar a vida dos técnicos que estão acostumados com a versatilidade do equipamento”, coloca Sérgio Murilo.

O SHOW E foi neste ambiente, por meio desse sistema e equipamentos, que cerca de trezentas pessoas (lotação do Blue Note) puderam curtir

Arthur Maia acompanhado de Felipe Martins (bateria), Luiz Otávio (teclados), Ticão Freitas (guitarra), Rafael Maia (trombone), Bruno Santos (trumpete) e Marcelo Martins (Sax), além das participações de Ricardo Silveira da guitarra e Sergio Chiavazzoli no bandolim. Arthur e a superbanda tocaram figurinhas carimbadas do repertório do baixista, como Arthur e o Gigante (William Magalhães), Grooveland (Paulo Braga) e Alívio (Arthur Maia e Djavan), além de homenagens a Pixinguinha e ao tio-avô de Arthur, compositor de alguns clássicos da música brasileira, J.Cascata. Durante mais de duas horas, alguns dos melhores músicos do Brasil (e, consequentemente, do mundo) fizeram a festa para o público que gosta de música do Blue Note do Rio de Janeiro.

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ÁUDIO FUNDAMENTAL| ww.backstage.com.br 44

INTELIGIBILIDADE Se estivermos falando de áudio nas igrejas, devemos falar da inteligibilidade da mensagem, afinal a mensagem é o motivo principal da existência da Igreja, a propagação da mensagem é a missão de qualquer igreja constituída. Pedro Duboc redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

DA MENSAGEM O

principal propósito de um sistema de sonorização em um templo é entregar uma mensagem que seja entendida pelo ouvinte, porém um grande número de sistemas falha no objetivo de entregar uma mensagem clara. Muitos motivos podem levar a essa falha, entre eles, uma má relação sinal/ruído, uma acústica deficiente, uma escolha errada no local de instalação das caixas de som, entre vários outros. Embora a qualidade sonora e a inteligibilidade estejam atreladas, não é a mesma coisa, assim como a audibilidade e a clareza da mesma forma não são a mesma coisa. Não é porque você consegue ouvir um som que ele é inteligível. Audibi-

lidade está relacionada à habilidade do ouvinte de fisicamente estar apto a ouvir o som, enquanto clareza descreve a habilidade de detectar a estrutura de um som. No caso da fala, isso quer dizer conseguir ouvir claramente as consoantes e vogais e conseqüentemente identificar as palavras e frases ditas e ter uma compreensão de um discurso inteiro, ou seja, a mensagem. Vamos entender um pouco melhor isso e olhar de perto a natureza da fala. O sinal da fala humana envolve as dimensões de pressão sonora (SPL), tempo e frequência. A forma de onda de uma palavra é bastante complexa com conteúdo de amplitudes e frequências que variam praticamente de milisse-


gundo a milissegundo. Por exemplo, o som das consoantes normalmente duram mais ou menos 65ms e as vogais 100ms. A duração média de uma sílaba é de 300 400ms enquanto uma palavra completa dura mais ou menos en-

tre 600 - 900ms dependendo da complexidade da palavra e tempo de fala. Quando a fala é transmitida em uma sala reverberante, as reflexões locais e a própria reverberação distorcem a forma de onda da fala, ofuscando a clareza no

decorrer do tempo. A cauda reverberante de uma sílaba ou de uma palavra pode facilmente se juntar ao início da próxima palavra mascarando-a e dando assim à palavra uma compreensão diferente ou até mesmo perdendo

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por completo a sua compreensão, isso resulta na redução do potencial de clareza e inteligibilidade. Da mesma forma, se o ruído de fundo causado, por exemplo, por um ar condicionado, o barulho da rua ou uma conversa paralela for consideravelmente alto, e se a relação sinal/ruído for muito baixa, então novamente teremos problemas de compreensão do discurso, pois partes das palavras e das sílabas se perderão e a inteligibilidade será deteriorada. Existem muitos outros fatores que podem afetar diretamente o potencial da inteligibilidade e a percepção da clareza do discurso, os mais importantes serão vistos aqui em três partes a partir desta edição da coluna Som nas Igrejas. Podemos citar como fatores que afetam a inteligibilidade da mensagem: 1. Capacidade de resposta de frequência de um sistema de sonorização. 2. Relação sinal/ruído e intensidade. 3. Tempo de reverberação dos templos. 4. Dimensões dos templos (volume, forma e tamanho). 5. Distância entre as caixas de som e os ouvintes. 6. Diretividade das caixas de som. 7. O número de caixas de som no espaço. 8. Distorções no sistema (harmônica e intermodulação). 9. Equalização do sistema.

10. Uniformidade de cobertura. 11. Presença de reflexões primárias. 12. Técnica de utilização de microfones. Entre os principais fatores que afetam a inteligibilidade de um sistema de sonorização, veremos em primeiro lugar a capacidade de resposta de frequência de um sistema de som. Vamos levar em consideração alguns dados importantes: A fala cobre um range de frequências entre 100Hz e 8kHz, embora hajam harmônicos mais altos, até 12kHz que afetam a qualidade de som de modo geral. A maior consideração de energia ocorre entre 200Hz e 600Hz, ou seja, na banda de oitava de 250Hz a 500Hz, e perde energia rapidamente, aproximadamente 6dB, por oitavas nas frequências mais altas. As frequências mais baixas correspondem ao som das vogais, enquanto as consoantes correspondem às frequências mais altas e mais fracas. A contribuição para inteligibilidade da fala não segue este padrão, mas o inverso, ou seja, a inteligibilidade se concentra entre as bandas de 2kHz e 4kHz, sua contribuição é de aproximadamente 30% e 25%, respectivamente, enquanto a oitava de 1kHz contribui

cerca de 20% para inteligibilidade. Essas três bandas são responsáveis por mais de 75% de conteúdo do espectro de inteligibilidade. Embora o range de 300Hz a 3kHz seja adequado para a inteligibilidade nos telefones, em ambientes como as igrejas um range muito maior nos sistemas de som é necessário, pois há uma interação acústica e na maior parte dos casos não existe nenhuma correção acústica, fazendo com que a interação do sistema com a sala cause perda de inteligibilidade. Muitos sistemas de som de qualidade são limitados na inteligibilidade por microfones baratos e de pouca qualidade. Mesmo em sistemas de baixa qualidade como nas caixas de som de anúncios em portas de comércio, onde a resposta de frequência e a largura de banda é limitadíssima, pode- se notar claramente a diferença entre um bom microfone e um microfone de baixo custo e pouca qualidade, imagine então em um sistema de sonorização completo e de qualidade. Como sempre dizem o Aldo Linares e o meu amigo Matheus Madeira, “você ouve o que você paga” e, em se tratando de áudio para igrejas, se não houver uma mentalidade de excelência no que diz respeito aos investimentos para melhoria de qualidade dos equipamentos, em correções acústicas dos templos e de treinamento para os responsáveis pelo sistema de som e operação nas reuniões, de certa forma a igreja falha em sua missão, de comunicar a mensagem, pois certamente a inteligibilidade será afetada, e uma mensagem não tem efeito se não é compreendida. Seguiremos na próxima edição com este tema de importância fundamental para comunicação da mensagem nas igrejas, até a próxima!


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Da esquerda para a direita: Nelson Cardoso, Valmir Perez, Nezito Reis, Jamile Tormann e Walter Zucchini Júnior

SALÃO DE

ILUMINAÇÃO E ÁUDIO reúne conhecimento e lançamento de produtos redacao@backstage.com.br Fotos: Claiton Casio / Ernani Matos / Divulgação

O novo espaço foi realizado entre os dias 4 e 6 de outubro no Hall Nobre II do complexo do Anhembi.

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ealizado concomitantemente à Expomusic (que anunciou próxima edição somente em 2019), o Salão de Iluminação e Áudio Pro reuniu dezenas de profissionais gabaritados em palestras especiais sobre Áudio Profissional e Iluminação. Reconhecido como um dos principais eventos adicionais que acontecem na cidade de São Paulo na mesma época da feira da música, o IA – Salão de Iluminação e Áudio PRO da Expomusic 2017 teve uma programação especial de palestras com foco em Iluminação e Áudio Profissional. Ao longo de 2 dias, foram realizadas apresentações tratando de temas atuais e de grande relevância para os setores.

O Salão IA recebeu cerca de 2 mil visitantes, que puderam conferir as novidades de algumas das principais marcas mundiais de iluminação e áudio profissional: Apart, Audix, Auratec, Barco, Cambridge, Chauvet, Clear-Com, CM do Brasil, Connecton, Cotech Filters, DAS, FZ Áudio, Gobos do Brasil, Hot Machine, HPL, iLed, K-Array, Kupo, Magic FX, Music & Light, Osram, Sagitter, SGM, Smoke Factory, Star Lighting, Sunlite, Swisson, Trust e Varilite. A iniciativa nasceu para atender de forma mais direcionada os profissionais que buscam por soluções e novidades em sonorização e iluminação para shows ao vivo, instalações e projetos de grande porte tanto privados e quanto corpora-


Palestra de iluminação com Naldo Bueno

tivos. Um exemplo foi o tema escolhido pelo professor de Iluminação (IATEC), Naldo Bueno sobre soluções para projetos em locais sem estrutura apropriada. Segundo Esteban Risso, diretor Técnico da Gobos do Brasil e presidente da Associação Brasileira de Iluminação Profissional (ABRIP), apoiadora do Salão IA, a iniciativa foi positiva pela importância de unir os dois mundos, o de instrumentos musicais e o de iluminação e áudio, em um único evento. “Com o Salão IA, as empresas tiveram a oportunidade de demonstrar todo o potencial de seus produtos”, avalia.

Nezito Reis e Esteban Risso

Daniel Ridano (iluminação)

CONTEÚDO PROFISSIONAL Dentro da proposta de contribuir para a atualização profissional do setor, o Salão IA abrigou dois ciclos de palestras, um sobre Iluminação (dia 5) e outro de Áudio Profissional (dia 6), ministradas por experientes e renomados profissionais desses segmentos. A programação do primeiro dia de palestras tratou de temas como “Imersão Básica em Sistemas MA” (Daniel Ridano), “A Arte e a Ciência de Iluminar” (Walter Zucchini Júnior) “Dicas e Soluções para projetos em Locais sem Estrutura Apropriada” (Naldo Bueno), e “Como apresentar a empresa ao mercado e

vender mais em parceria com outros profissionais”, (Jamile Tormann). Em seguida, foi realizado um debate com participação da plateia. As palestras de Áudio Profissional contaram com os temas “O processo de design acústico para ambientes críticos de áudio” (Renato Cipriano), “Gerenciamento de energia elétrica em eventos” (Henrique Elisei), “O impacto do desligamento da TV analógica nos sistemas sem fio” (Fernando Fortes), “Mixagem e finalização para plataformas de streaming de música (Beto Neves) e “Como um projeto de sonorização profissional garante a inteligibilidade da palavra em Tem-

Jamile Tormann (iluminação)

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Renato Cipriano (áudio)

Henrique Elisei (áudio)

Fernando Fortes (áudio)

plos e Igrejas” (Esteban Risso). Para a analista de marketing da CM do Brasil, Leticia Silva, a feira ficou um pouco abaixo das expectativas da empresa. “Esperávamos que o Salão IA fosse trazer um número maior de negócios se comparado com os anos anteriores que participamos dentro da Expomusic. De forma geral, infelizmente, o evento não alcançou nossas expectativas. A iniciativa de ter um salão separado na Expomusic para negócios específicos é válida, porém o formato e a divulgação precisam melhorar”, ressaltou. Para o engenheiro Eduardo Orenes, da Star Lighting, “a expectativa estava baixa em função da situação econômica do país, mas foi superada, no entanto, ainda estamos bem abaixo da frequência alcançada alguns anos atrás, e temos que nos esforçar para recuperar isso”, observou. Ainda segundo Orenes, um dos destaques dessa edição foram o formato, que se mostrou bem melhor, sem muito barulho, e só profissionais do ramo. “Acho que temos que continuar nessa linha; só uma observação sobre o local, na minha opinião o pé direito é baixo e tem muita luminosidade devido à co-

bertura ser transparente, para quem trabalha com luz, essa condição não é favorável, esse ponto deveria ser revisto para o próximo IA”, sugere. Outro ponto positivo apontado por Eduardo é a possibilidade da feira IA ser uma referência de compra para os profissionais da área, e assim poderem comparar vários equipamentos num mesmo local. “(Isso) é muito bom, além de proporcionar contato direto com novas tecnologias e com as novidades do setor, é um evento que tem tudo pra crescer, pois a interação proporcionada é fantástica para todos que participam”, analisa.

pecialista em Desenvolvimento de Mercado Pró-Áudio, Fernando Fortes. A palestra “Gravação ao vivo, captação no show, mixagem e pós-produção”, às 17 horas, foi ministrada por Santiago Ferraz. A programação seguiu com as palestras sobre “Mixagem e finalização para plataformas de streaming de música, com Beto Neves, engenheiro de gravação e mixagem com 25 anos de experiência e graduado pela SAE Institut, em Hamburgo/Alemanha. Em seguida, aconteceu a palestra de Fábio Zacharias. Para encerrar a programação, Esteban Risso, responsável pelas áreas de Comércio Exterior e Comercial da Gobos do Brasil, abordou o tema “Como um projeto de sonorização profissional garante a inteligibilidade da palavra em Templos e Igrejas”. Com base na tendência mundial da iluminação profissional, a Star Lighting teve como destaque a movimentação de cenários e a customização e controle de Pixel nos equipamentos com a Tecnologia LED. Neste perfil, a empresa apresentou os produtos Moving Head LED Quad Beam, LED Beam Bar T5, Pixel Line, Esferas,

PRO AUDIO O engenheiro de Áudio, Renato Cipriano, e professor de acústica do IAV - Instituto de Áudio e Vídeo - abriu a grade de palestras na sexta-feira, às 14 horas, com o tema “O processo de design acústico para ambientes críticos de áudio”. Na sequência, às 15 horas, o engenheiro eletricista e fundador da Pentacústica, Henrique Elisei, falou sobre “Gerenciamento de energia elétrica em eventos”. “O impacto do desligamento da TV analógica nos sistemas sem fio” foi tema de discussão do es-


Beto Neves (áudio)

Esteban Júnior

Walter Zucchini Júnior

LED Square RGB, entre outros. Já o tema “Sistemas digitais de programação e controle” esteve entre as novidades da Gobos do Brasil. A empresa participou do Salão de Iluminação e Áudio PRO

levando tecnologia de imagens gravadas em gobos fabricados para cenografia, arquitetura, shows e eventos; a empresa é representante de grandes marcas mundiais dos segmentos de áudio e ilumina-

ção. A Gobos também lançou equipamentos da marca belga Apart, além dos sistemas digitais de programação e controle da francesa Nicolaudie e suas Interfaces Sunlite, Lumidesk e Stick.

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SOM NAS IGREJAS | NÍVEL BÁSICO ww.backstage.com.br 54

Em continuação à série de artigos sobre mesa de som digital, nesta edição abordaremos os tipos e usos das conexões nas consoles analógicas e digitais. XLR e TRS ¼”. Tiago Borges redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A CONEXÃO NA SUA MESA DIGITAL A

s conexões XLR são aquelas conhecidas por Cannon ou entrada de Microfones, e as conexões TRS são aquelas conhecidas como P10, Banana ou entrada de Instrumentos. No enanto, as formas populares de nomear as conexões geram mais mitos do que realidades. Muitas vezes, não é lembrado que instrumentos podem ser microfonados, ou que alguns cabos podem ter uma conexão em uma ponta e outra diferente na outra ponta. O que quero dizer é que os dois tipos de

conectores podem servir para microfones ou instrumentos, pois são outras questões que definem a conexão e não só o tipo de conector usado. Existem vários padrões de conexões colocados pelos fabricantes. Por exemplo, há equipamentos com duas entradas TRS, porém, uma com a legenda MIC IN e outra com a legenda LINE IN. Outros podem ser com XLR como MIC IN e TRS como LINE IN. Existem aqueles com conector combo


que é XLR e TRS no mesmo conector, fazendo o mesmo sentido da ligação anterior ou só com conector XLR no mesmo nível de microfone, ou fazendo os dois níveis, porém, com uma chave para comutar. A diferença não está no conector e, sim, na serventia daquela

O balanceamento do sinal é importante, pois auxilia na rejeição de interferência, tendo em vista que trafega por ele uma malha e um sinal dividido em dois, sendo um com polaridade normal e outro com polaridade invertida. Um cabo desbalanceado, que só pas-

entrada. A conexão em nível de mic seria de uma entrada que espera um sinal de um nível com baixa impedância e normalmente balanceada. Já em uma entrada em nível de linha, seria uma entrada que espera um sinal com alta impedância e, quase sempre, usado em instrumentos, com cabo com conectores desbalanceados, conhecido como P10 mono (TS ¼”). Desta forma, quando temos uma mesa só com XLR em nível de linha, será preciso adaptar o sinal, fazendo com que este sinal tenha o nível menor, com impedância mais baixa e de forma balanceada. O aparelho que normalmente é usado para isto, e que fica entre o instrumento e a mesa de som, chama-se Direct Box. Assim, o sinal vindo de um instrumento é condicionado para entrar em uma conexão XLR em nível de microfones.

sa um sinal, acaba sendo mais propício a interferências. Já um cabo desbalanceado, acaba gerando um cancelamento da mesma. Falando popularmente, é como se tivesse um sinal positivo e uma cópia negativa que, ao chegar na mesa de som, existe uma transformação do sinal negativo em positivo e depois a soma dos dois. O que for diferente é cancelado. Contudo, usei o exemplo do que é conhecido popularmente, já que o certo não é falar positivo ou negativo, seria cópia de sinal de polaridade normal (hot) e cópia de sinal de polaridade invertida (cold). Uma coisa que é muito confundida é “o funcionar e ser funcional” quanto às saídas das mesas de som; independente do tipo de conector, se XLR ou TRS, as saídas de uma mesa não são uma conexão de fone. Uma saída para fone é uma saída estéreo, onde dois sinais diferen-

tes passam por uma única conexão. Já as saídas balanceadas, da mesa de som, são saídas que mono, que não são funcionais para este trabalho de amplificar sinal para um fone de ouvido. Pode-se até comparar a ligação dos falantes aos amplificadores, que não ligamos um falante de 2 ohms em um amplificador que não trabalha em menos de 8 ohms. Sendo assim, a maioria das saídas das mesas de som trabalham 4 ou mais vezes com impedâncias mais altas que os fones, ficando no mesmo risco de danificar, como no exemplo do falante e o amplificador. Para ligar um fone em um mesa de som, procure usar a saída de fone da mesa ou utilize um amplificador para fones para ter uma solução eficiente, segura e menos prejudicial; mesmo funcionando, não é coerente o uso. Uma outra maior dificuldade das pessoas, ao entrarem neste mundo, é entender que as conexões de entrada não são canais de processamento. Neste mundo digital temos os canais de entrada física e os canais de entrada virtual. Por exemplo, a descontinuada Yamaha 01V96 vinha de fábrica, sem expansão com 16 canais de entrada analógica, porém, ela tem 40 canais de virtuais (canais de processamento). Se olharmos para uma Behringer X32, vemos a possibilidade de mais de 144 canais de entrada, por conta das expansões, porém, só é possível usar 40 canais de processamento. Nas próximas edições continuaremos abordando mais sobre canais físicos e canais virtuais.

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CADERNO ILUMINAÇÃO

VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

MEGAPOINTE® www.robe.cz O MegaPointe® revela novos padrões e expectativas para a tecnologia de moving lights, trazendo do conceito original tudo em um só equipamento para um novo nível. Utilizando uma exclusiva fonte de luz de 470W, a ótica do MegaPointe, da Robe, produz brilho paralelo aos beams, projeção de gobos incríveis, junto com um movimento superrápido, mix CMY suave e uma diversidade de efeitos disponíveis para os efeitos Spot, Beam ou Wash. O ângulo do zoom varia de 1,8 a 21 graus no modo Beam, estreito, poderoso e forte. Varia de 2 a 42 graus no modo Spot com saída de alta claridade através de uma lente frontal de 150mm de diâmetro, com uma saída total de lúmen de 20,375 e um CRI impressionante acima de 80. Uma roda de gobo estática com 14 slot com gobos de vidro encaixados para projeção de superfície precisas, se soma a uma segunda roda que contém 9 gobos rotativos, indexáveis e substituíveis. O compromisso de produzir equipamentos potentes e leves se mantém nesse produto, que pesa um pouco mais de 20 quilos.

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BOREAL 450 ZOOM www.gobos.com.br Com uma função de zoom suave entre 8° e 60° para efeitos beam e wash, Dimmer linear entre 0 e 100%, sistema de ventilação inteligente e perfeito ajuste da temperatura de cor, além de design compacto original, o Boreal 450 Zoom chega ao mercado para atender padrões exigentes na iluminação. Com um consumo de 450W, AC 110-240V, 50-60Hz LED: 30 USA Luminus High Power x 15W, Mix de cores: Quad RGBW, possui vida útil de 50.000 horas. Outra característica desse equipamento é o zoom eletrônico: 8° – 60°; Pan/Tilt: 450° / 300° e meio de controle via protocolo DMX 512: 13/16 canais; Modos: DMX 512; Master / Slave; Stand-alone, Som ativo. Outros destaques são controle por display LCD, In / out: 3 e 5 pinos XLR, grau de proteção: IP20. Possui base metálica e corpo em ABS de alta resistência. O Boreal pesa apenas 11kg e vem na cor Preta (branco e prata sob encomenda), e flight case para duas unidades.

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BMFLTM LIGHTMASTER www.robe.cz Este acessório para o BMFLTM Follow spots e BMFLTM Spot é adaptado para funcionar em modo follow spot, quando se usa as alças de manobra programáveis montadas externamente. Ele compreende um painel de controle com dois faders individuais que ajudam na criação de características de pontos de seguimento de qualidade em qualquer dispositivo BMFLTM. O equipamento também está disponível para ser montando tanto nas laterais como na parte traseira. As alças têm dois faders programáveis (por exemplo, dimmer e iris), um display touchscreen com painel de controle com quatro jogos de rodas programáveis e dez botões que permitem que o operador controle o dimmer, iris, foco, zoom, efeito frost, cores e outras características da unidade. Enquanto é usado como seguidor, a mesa remota pode continuar no controle de todas as características internas da unidade BMFLM, como dimmer, cores, etc. Outra característica do BMFLM é que sua configuração interna permite movimentos de pan e tilt adaptáveis com ajustes suaves. Os parafusos de bloqueio de quarto de giro permitem uma montagem rápida para o LightMaster nas posições traseira ou lateral e o painel de controle se conecta ao BMFLTM via USB.

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ILUMINAÇÃO | www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

ILUMINAÇÃO

CÊNICA A iluminação cênica dos shows e concertos musicais teve sua origem e inspiração na iluminação teatral, mas, desde a década de 1960, vários lighting designers criaram novas formas, métodos e técnicas para aqueles espetáculos, além de novas linguagens e identidades que distinguiram a maneira de iluminar dessas duas manifestações artísticas.

TEATRO DE

HORROR & BELEZA Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisador em Iluminação Cênica.

P

or outro lado, determinados artistas buscaram justamente o contrário: apresentações que aproximassem as suas performances às conexões mais teatrais e circenses, com elementos de dramaturgia, figurinos, cenografia e incorporação de personagens e elementos próprios da interpretação e concepção teatral. Nesta conversa, esses aspectos serão explorados com ênfase na apresentação de Alice Cooper, em Curitiba, sendo uma mistura de elementos dos filmes de horror, mas com beleza e muita diversão. O fim da década de 1960 foi marcado por diversas transformações, culturais,

políticas e sociais, associadas à contracultura, com destaque para as artes e o surgimento de movimentos e estilos, nas diversas linguagens, tais como o teatro, o cinema e a música. Particularmente nessas três, novas estéticas e formas de comunicação inseriram recursos e tecnologias incomuns e inovadoras aos processos criativos, e objetivamente, nos espetáculos musicais, formas, métodos e técnicas diferenciadas de iluminação e composição cenográfica. Nessa conjuntura efervescente, um jovem americano chamado Vincent Damon Furnier reuniu-se com alguns amigos para formarem uma banda, com o


Apresentação de Alice Cooper na Live Curitiba - turnê “Spend the Night with Alice Cooper”, 23/09/2017. Fonte: Cezar Galhart

objetivo de participarem de um show anual de calouros em Phoenix (Arizona, EUA), inspirados e influenciados por The Beatles e por todas as mudanças que ocorriam na juventude naquele período. Após ganharem o concurso, mudaram o nome da banda três vezes (The Earwigs, The Spiders, The Nazz), até adotarem um nome mais peculiar e que seria definitivo: Alice Cooper. Após um contato com o empresário Shep Gordon, que conseguiu uma audição com Frank Zappa e um contrato com o selo Straight Records, gravaram três álbuns: Pretties for You (1969), Easy Action (1970) e Love It to Death (1971). Com o sucesso desse último, iniciou-se a Killer Tour, em 1972. Para essa turnê, especificamente, a banda

liderada por Vincent Furnier revolucionaria a produção de shows com a inclusão de elementos circenses e teatrais, já utilizados por outros artistas (Arthur Brown, The Rolling Stones, entre outros), mas contextualizados com as canções e inseridos em performances até então inexploradas e sem similares. De fato, Alice Cooper não criou o intitulado “Teatro do Horror” no contexto do Rock’n’Roll; entretanto, legitimou-o, de maneira mais emblemática e promissora, sendo, inclusive, um dos mais concorridos e iconográficos espetáculos da década de 1970. Shows performáticos e roteirizados, com a inclusão de recursos cenográficos macabros, tais como guilhotinas, cadeiras elétricas e mesmo cobras vivas, além de recur-

sos pirotécnicos e métodos tradicionais de iluminação cênica, alinhados à iluminação teatral. Com uma carreira de mais de cinquenta anos, Alice Cooper (banda) lançou sete discos, desde 1969, com a mesma formação. Em 1975, Vincent Furnier iniciou sua carreira solo e adotou definitivamente o nome Alice Cooper (com mudança do nome, registrado em cartório) e gravou vinte álbuns, com mais de 50 milhões de discos vendidos. Indicado ao Rock’n’Roll Hall of Fame em 2011, eternizouse como um precursor e referência de um estilo musical e performático que seria copiado, ou mesmo inspirador, e percebido em diversos artistas e bandas. Atualmente, considerado uma ‘lenda

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Tommy Henriksen, no destaque, em show de Alice Cooper na Live Curitiba - turnê “Spend the Night with Alice Cooper”, 23/09/2017. Fonte: Cezar Galhart

viva’, Alice Cooper ainda tem se notabilizado por outras atuações, como ator (em mais de dez filmes), jogador de golfe e engajamento filantrópico. Além de também integrar a banda Hollywood Vampires, Alice Cooper lançou o vigésimo álbum da carreira

solo (intitulado Paranormal) em julho deste ano. Mas desde abril de 2016, realizou mais de 140 shows da turnê Spend the Night with Alice Cooper Tour, que passou recentemente no Brasil com três apresentações: no Rock in Rio 2017, São Paulo Trip 2017 e em

Apresentação de Alice Cooper na Live Curitiba - turnê “Spend the Night with Alice Cooper”, 23/09/ 2017. Fonte: Cezar Galhart


Nita Strauss, no destaque, em show de Alice Cooper na Live Curitiba - turnê “Spend the Night with Alice Cooper”, 23/09/2017. Fonte: Cezar Galhart

Curitiba, como show ‘solo’. Pela segunda vez na capital paranaense – a apresentação anterior ocorreu há exatos dez anos – Alice Cooper tem sido acompanhado por uma banda espetacular, que além do próprio nos vocais, harmônica e guitarra, é formada

por Ryan Roxie nas guitarras base e solo, além de backing vocals; Chuck Garric no baixo e backing vocals; Tommy Henriksen nas guitarras base e solo e backing vocals; Glen Sobel na bateria e percussão; e Nita Strauss, nas guitarras base e solo e também backing vocals.

No destaque, Alice Cooper e enfermeira Sheryl - turnê “Spend the Night with Alice Cooper” em Curitiba, 23/09/2017. Fonte: Cezar Galhart

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Apresentação de Alice Cooper na Live Curitiba - turnê “Spend the Night with Alice Cooper”, 23/09/2017. Fonte: Cezar Galhart

Na equipe técnica, David Davidian atua como Tour Manager; Cesare Sabatini, diretor de produção; Sheryl Cooper, esposa de Alice, atuando como “Sheryl, a enfermeira” e “Broken Ballerina”. A iluminação cênica foi projetada, programada e conduzida por Joel Reiff, Lighting Designer responsável pelo projeto e direção em turnês de Avril Lavigne, 50 Cent, Colbie Caillat, Fergie, Audioslave, Beck, B-52s, Bob Dylan, Neil Young, Live, entre outros. Na Spend the Night with Alice Cooper Tour, Reiff optou por variados métodos e princípios diversificados na iluminação cênica, ora prezando pelas formas e elementos geométricos, ora pelas representações gráficas mais convencionais. Como diferencial, amplo uso de cores, em paletas incomuns e composições análogas, complementares ou mesmo contrastantes, proporcionado um espetáculo visual impactante e sofisticado. Nas vinte canções integrantes do setlist do show, realizado em Curitiba no dia 23 de setembro, uma síntese da carreira de Alice Cooper, com clássicos e preciosidades, em uma coletânea de sonoridades (e luzes) que envolveram toda a trajetória musical e cênica do artista. Na abertura, um pano de fundo, com a imagem destacada dos olhos de Alice Cooper, cujas córneas eram representadas por aranhas e cenário enaltecido com luzes coloridas, pulsantes e hipnóticas, sendo o show

introduzido com a faixa título de Brutal Planet (2000), realçada com fachos simétricos âmbares e uma atmosfera magenta e avermelhada, que preparam a plateia para No More Mr. Nice Guy (do antológico Billion Dollar Babies, 1973) e demonstrações dos princípios do Design, com repetições e simetrias. Em Under My Wheels (Killer, 1971) e Lost in America (The Last Temptation, 1994), agrupamentos de luzes em transições rápidas e formas geométricas intrigantes e atrativas. O show continuou com Pain (Flush the Fashion, 1980), Billion Dollar Babies (álbum homônimo, 1973), The World Needs Guts (Constrictor, 1986), Woman of Mass Distraction (Dirty Diamonds, 1995), canções cujas propostas de iluminação ofereceram linguagens e padronagens sortidas e distintas, na mesma proporção que as canções e seus momentos na história de Alice Cooper, em três décadas e contextos muito diferentes. Um solo desacompanhado da marcante e virtuosa guitarrista Nita Strauss, detentora de admirável técnica e beleza, antecederam Poison (Trash, 1989), cujo monocroma geral e em contraluzes diluía-se com fachos frontais saturados e intensos. Na sequência, Halo of Flies (Killer, 1971) e Feed My Frankenstein (Hey Stoopid, 1991), esta, com um ritual de eletrocussão, marcado pela transição de paletas de violetas para verdes e a transformação de

Alice Cooper no próprio monstro, denominado no título da canção. Cold Ethyl e Only Women Bleed (ambas de Welcome to My Nightmare, 1976), sendo esta protagonizada pela “bailarina quebrada”, antecederam a única canção do último álbum incluída no repertório, Paranoiac Personality (Paranormal, 2017). No seguimento, a envolvente Ballad of Dwight Fry (Love It To Death, 1971), com a impressionante presença e interpretação da enfermeira Sheryl. Para finalizar Killer (álbum homônimo, 1971), I Love the Dead (Billion Dollar Babies, 1973), com a decapitação teatralizada de Alice Cooper, e representada em um ritual macabro (conduzido pela enfermeira Sheryl), repleto de diversão e luzes vermelhas com análogas saturadas, seguida por I’m Eighteen (Love It To Death, 1971), com combinações em tríades harmônicas (violeta, verde e alaranjado). No bis School’s Out (álbum homônimo 1972), clássica para um final triunfante; nessa última canção, recursos tais como bolhas de sabão, papel picado, além da exploração de toda a estrutura de iluminação, e a inclusão incidental de Another Brick On The Wall, clássica canção da banda inglesa Pink Floyd. Como resultado, um dos melhores shows realizados em Curitiba nos últimos anos. Alice Cooper, mesmo conceituado de maneira pragmática como ícone do “Rock Horror” é de fato um fantástico e carismático entertainer, capaz de concentrar todas as atenções em si, justamente em um espetáculo musical exuberante em recursos e personagens incríveis, além de um show repleto de recursos cênicos e cenográficos fascinantes conduzidos com profissionalismo, técnica e beleza. Abraços, ótimas festas de fim de ano e até a próxima conversa!!! Para saber mais redacao@backstage.com.br


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EU E A MÚSICA Capítulo 1 - Quem nasce lá na Vila... Vila Isabel de meados dos anos 40 ainda respirava Noel Rosa, que havia menos de uma década partira pro céu dos boêmios incorrigíveis. Naquela zona norte de moços de chapéu e senhoritas de saias rodadas, o bairro se distinguia por ter a maioria de suas ruas já cobertas de asfalto, embora paralelepípedos ainda ralassem os joelhos dos garotos nas peladas pouco interrompidas pelos raros automóveis que circulavam fora da 28 de setembro, esta sim, uma avenida vibrante, coalhada de gente apressada e bondes estrepitosos. Foi lá que eu nasci. Ou melhor, não foi lá que nasci: foi lá que morei desde o meu quinto dia de vida, oriundo da longínqua Laranjeiras,

Foto: Internet /Divulgação

A


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM mais precisamente da Casa de Saúde São Sebastião onde uma cesariana de urgência salvara a mim e minha mãe de uma passagem precoce para o que quer que exista, se existir, do outro lado da parede. Postos bebê e Zuleika em estado de voltar pra casa, lá fomos nós no Chevrolet 42 paterno para a rua Major Barros, 32, apartamento 201. Lar, doce lar, onde morávamos, eu, Sylvio, meu pai, Zuleika e Sylza, meia-irmã do primeiro casamento de Sylvio, dezessete anos mais velha que eu e encantada pela perspectiva de ter um bebê em casa. Não tive uma primeira infância modorrenta: ai-jesus da família, caçula geral da primalhada do lado materno, acabei por ser criado - e mimado! - por cinco mulheres que se revezavam em fazer ou pedir para minha mãe acolher as menores vontades do pimpolho. Porque lá pelo meu terceiro ano de vida moravam também com a gente minha prima-irmã Heydir e duas figuras não menos essenciais da minha infância: Helena - que viera de um orfanato Kardecista onde meu pai trabalhava como voluntário - e Naná, sobrinha da nossa funcionária doméstica de muitos anos, a Geralda, que a puxara para fora da pobreza endêmica de um arrabalde da cidade mineira de Pirapetinga. Minha irmã trabalhava no Ministério da Aeronáutica, mas a azáfama das mulheres restantes na casa enchia o tempo. O rádio gritava o dia inteiro, esforçando-se por ser ouvido em todos os cômodos por aquela mulherada sempre ocupada com alguma coisa. Tudo naquele tempo era artesanal, não existiam máquinas disso ou daquilo para o trabalho doméstico e sob a batuta de Zuleika a casa era mantida impecável: você poderia lamber seu chão, o que eu ocasionalmente fazia, porque não era de parar quieto. Quando eu conseguia cansá-las a todas, elas me colocavam no cercadinho. De lá, eu berrava o que acreditava ser música, que ouvia da boca de Marlene, Emilinha Borba, Sílvio Caldas, Jamelão, Luiz Gonzaga, Dick Farney, Jorge Goulart, Nora Ney, Jackson do Pandeiro, Cauby, Ângela Maria e todo o resto do cast da rádio Nacional, presença diuturna nas minhas orelhas. Boleros lamentosos, sambas sacudidos, rumbas, guarânias, baiões, tangos, emboladas, tudo junto e misturado nos programas de César de Alencar, Manoel Barcelos e outros menos votados. Helena, por exemplo, era apaixonada por Ivon Cury, cantor melífluo de um belo timbre abaritonado (Cesar de Alencar o apelidara de “ator da canção”, pelo excesso gestual que colocava

nas interpretações) chegado a versões de cançonetas francesas e foxes americanos trazidos à moda pelo pósguerra que ainda vibrava no ar. Se Cesar ou Barcelos anunciavam Ivon, Helena pulava em gritinhos e ais, até que a censura de minha mãe pusesse um ponto final no espetáculo. Na área das cantoras, Naná era Marlene; Helena, Emilinha. Uma rivalidade que levava as duas ao extremo de deixarem de falar-se por horas, até que começasse o próximo programa de auditório e a trégua imperasse, para que pudessem ouvir as novidades, como o jovem Cauby Peixoto em começo de carreira. Meu pai era escrevente em cartório e não raro trazia trabalho para casa. Eu ficava fascinado por aquela máquina imponente onde ele datilografava com impressionante rapidez escritura após escritura. Bastava ele sair para que eu me sentasse com minha irmã diante da Underwood estalando de nova e saísse escrevendo qualquer coisa que me viesse à cabeça. Nós nos divertíamos juntos nessas horas, com ela me propondo palavras cada vez mais difíceis. Com isso somado aos tijolinhos de letras que Naná arrumava pacientemente para ensinarme as sílabas, cheguei ao então chamado Jardim de Infância - na escola pública, a República Argentina, lá na Vila mesmo - aos quatro anos já sabendo ler com certa fluência. Minha professora e vizinha da casa em frente, d. Maria Julia, gostava de me levar às salas do primeiro ano para fazer-me ler para os alunos. Isso me deixava profundamente encabulado, mas como eu a adorava, faria tudo que ela me pedisse. Ter uma primeira professora carinhosa como tive não tem preço. Desde o primeiro ano primário, no ensino público, tínhamos aula de Canto Orfeônico. D. Carolina regia nosso coral com energia e precisão. Dos hinos, meu preferido era o Cisne Branco, da Marinha. Cantávamos também uma peça de Villalobos, que dizia “ó manhã de sol, Anhangá fugiu, Anhangá, eê, ah, foi você...”, inspirada, segundo nos foi dito, numa melodia tribal do folclore amazônico. O nacionalismo pós-guerra mostrava sua cara e era contagiante. No Cisne Branco eu me sentia navegando por outras terras; na peça de Villalobos eu me embrenhava nas matas com as tribos isoladas do Xingu que volta e meia as notícias dos semanários sobre os irmãos Villas-Boas traziam a público. Sem que eu percebesse, a Música ia exercendo um papel cada vez mais importante na minha vida e determinando o caminho acidentado que ia da cabeça ao coração.

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