Edição 280 - Março - Revista Backstage

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Sumário Ano. 25 - março / 2018 - Nº 280

Bose S1-PRO

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A Bose acaba de reforçar sua linha de equipamentos profissionais com o lançamento do S1 Pro, um sistema sonoro portátil para uso amplo, em uma série de aplicações, tanto por sua qualidade de áudio como por suas múltiplas opções de localização.

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Em entrevista exclusiva à Backstage, o band leader Thiago Bianchi, que também assina a produção musical do novo trabalho e é proprietário do estúdio Fusão, conta sobre a nova fase da banda, sobre o novo patamar que a produção musical alcançou no Brasil e explica o que é o DLP.

NESTA EDIÇÃO 10

Vitrine A nova linha de microfones sem Fio da DLP consiste em sistemas wireless completos e excelentes para qualquer tipo de aplicação. Perfeito para performances como música ao vivo, gravações, encontros e conferências, transmissões, apresentações, teatro, etc.

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Rápidas e Rasteiras Durante a NAMM Show 2018, em Anaheim, 33 empresas membros da NAMM foram homenageadas com o NAMM Milestone Award, entre eles a Izzo Instrumentos Musicais.

18 Play Rec Zanna, cantora e autora das letras e música mostra toda a sua vivência, criatividade e aprendizado musical adquirido nos trabalhos desenvolvidos na Itália e em Nova York (USA), em álbum homônimo.

22 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

42 Prolight + Sound A Musikmesse e Prolight + Sound, que acontece em abril, em Frankfurt, na Alemanha, vai trazer para o mesmo espaço empresas e varejistas.

54 Som nas Igrejas Será que o som digital é tão bom quanto o analógico? Bem, estamos tão evoluídos que, dificilmente, alguém conseguirá, em um teste cego, dizer se o som está sendo misturado em uma mesa digital ou em uma mesa analógica.

64 Eu e a música Luiz Carlos Sá relembra seu tempo de garoto “rebelde da pesada”, com seus jeans de bainha dobrada, sapatos de tênis e coloridas camisas. Era o início do rock and roll dominando os corpos e mentes do jovens nos anos 60.


Expediente

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Serie 3000 AT

A quarta geração do sistema sem fio Serie 3000, da AudioTechnica, foi lançada durante a Namm Show, em janeiro. Os novos modelos estão disponíveis em duas bandas de frequência: DE2 (470530 MHz) e EE1 (530-590 MHz).

TECNOLOGIA 48 Pro Tools

38 Ableton Nesse tutorial veja como produzir uma interface bem ao estilo “DJ” para o Ableton Live. Partindo da janela básica “Session View”, o passo a passo modificando- a para que ela fique com o feeling dos mais conhecidos programas dedicados para VDj/Dj!

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Se no passado um software era atualizado a cada três anos ou até mais, hoje em dia, as atualizações são quase mensais e as empresas, aos poucos, perceberam que a numeração de versão não era tão mais eficaz. Conheça a mais nova versão do Pro Tools 2018.

Audio Fundamental Não há uma ferramenta mais usada no áudio do que o decibel; mas vez por outra é preciso refrescar a memória e dar informação aos que estão começando agora. Portanto, vamos voltar ao começo de tudo, o decibel!

CADERNO ILUMINAÇÃO 56 Vitrine iluminação

58 Iluminação cênica

A PR Lighting anunciou o lançamento da nova luminária flash, a XLED 6019. Contendo 19 LEDs Osram 60W RGBW (4 em 1) de alta potência, com mudança de temperatura de cor linear de 2700K-10000K.

O festival Solid Rock será analisado principalmente pela presença de bandas edificantes e fundamentais na história do rock’n’roll, com repertórios e luzes sólidas, como também circunstancialmente inéditas.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de conteúdo Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Danielli Marinho Colunistas: Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Lika Meinberg, Luiz Carlos Sá, Pedro Duboc, Tiago Borges e Vera Medina Ed. Arte / Diagramação / Redes Sociais Leonardo C. Costa arte@backstage.com.br Capa Arte: Leonardo C. Costa Foto: Ernani Matos Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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A arte de

reinventar a roda

Q

uando o mercado fonográfico sofreu uma reviravolta na forma de distribuição de música, era difícil imaginar uma saída naquela época que pudesse suplantar as perdas monetárias e know how das empresas já consolidadas no mercado. O avanço da internet, que passou a chegar à casa do cidadão comum, em pouco tempo desfez o mito de que o controle da música estava nas mãos de poucos. Como fogo em rastilho de pólvora, o surgimento e a popularidade dos sites de música ganhou força até que ganhassem regulamentação, no entanto, até esse dia chegar a tendência pelo compartilhamento das músicas de forma gratuita já tinha caído no gosto popular. E como vocação original, a gratuidade inerente à internet passou a ser o maior concorrente das grandes corporações, e desafio à cobrança dos direitos autorais. Passado o susto provocado pela tal tsunami mais conhecida como rede mundial de computadores era hora de sentar e recolocar as peças no tabuleiro. Foram necessárias novas perspectivas e ângulos para reinventar algo que existia até pouco tempo, mas que fora desconstruído desde o seu alicerce. A ordem era reorganizar o jogo, só que desta vez contando com novos jogadores. Esse episódio marcou a indústria fonográfica no final da década de 1990, e com ele a produção musical, a música e sua distribuição, que nunca mais foram os mesmos. Com a mudança instaurada no meio musical e no mercado de entretenimento, empresas do setor do showbiz e toda a cadeia em volta também tiveram que se adaptar aos novos tempos, recriando produtos para oferecer ao público/consumidor. Quem não lembra que o mesmo aconteceu com a indústria do tabaco, que viu o número de consumidores despencar em uma década, levando a novos investimentos como diversificação do próprio cigarro ou melhoramento da matéria-prima. Ou ainda outro setor que se viu obrigado a reformular sua produção, o de refrigerantes. Com o crescimento do setor fitness, foi preciso desenvolver outros sabores e reformular o líquido, como por exemplo, a redução da quantidade de açúcar. Podemos citar ainda a indústria automotiva, que adaptou seus veículos visando menor agressão ao meio ambiente, com o desenvolvimento dos carros elétricos, híbridos ou com baixo consumo de combustível. O que se observa é que não existe solidez que dure aos novos hábitos do consumidor ou tecnologias revolucionárias. Para atravessar períodos conturbados e nebulosos, em que subitamente se perde o foco do negócio, é necessário ter a boa vontade de se reinventar, se for preciso, para permanecer no jogo. Boa leitura!

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VITRINE ÁUDIO| www.backstage.com.br 10

SISTEMA WIRELESS DLP www.izzomusical.com.br A nova linha de microfones sem Fio da DLP consiste em sistemas wireless completos e excelentes para qualquer tipo de aplicação. Perfeito para performances como música ao vivo, gravações, encontros e conferências, transmissões, apresentações, teatro, áudio para vídeo e muito mais, permite que o usuário escolha qual microfone utilizará em qual situação. As frequências são homologadas pela Anatel, com alcance de até 80 metros e funcionamento com pilhas AA, tornando-se referência para quem deseja ter em mãos eficiência em transmissão e recepção sonora. Entre as características, destacam-se: Receptor - resposta de frequência: 50 Hz a 15 kHz); sensibilidade -100dBm); sinal/ruído >95dB), distorção <1,5%), nível de saída de áudio XLR balanceada; Microfone - cápsula do microfone dinâmico; frequências 771,5 a 785,0 MHz; antena: 2 de Encaixe embutido, saída RF <10mW, desvio máximo +/- 75KHz), alimentação 3V (2 pilhas tamanho AA), consumo de corrente 100mA.

SÉRIE IRIG® KEYS I/O http://www.ikmultimedia.com/products/irigkeysio/ A série iRig® Keys I/O evolui o conceito de controladores tradicionais como a única disponível no mercado que integra controladores de 25 e 49 teclas grandes e uma interface de áudio profissional completa com áudio de 24 bits e taxa de amostragem de até 96kHz, saída balanceada estéreo e de fone de ouvido, mais jack de entrada combo para linha, instrumento ou microfone (com Phantom power). Esta poderosa combinação resulta em um dispositivo único, singular, que inclui todo o necessário para fazer produções musicais inteiras, com imbatível tamanho compacto, portabilidade, facilidade e rapidez ao conectar e instalar, mais do que qualquer outro produto no mercado. Junto com uma interface de áudio, o iRig Keys I/O também traz todos os controles que você espera de um controlador premium, incluindo pads multicoloridos sensíveis à velocidade e sliders programáveis, botões e knobs sensíveis ao toque para expressividade sem igual e fluxo de trabalho veloz.

VL8A E VL6A www.pro.harman.br A JBL apresenta a sua nova linha de line arrays produzida no Brasil e ideal para instalações em igrejas, bares, casas de shows, teatros e onde quer que seja necessária a entrega de áudio com qualidade e clareza. A linha VertiLine é perfeita para quem busca uma solução de sonorização que combine anos de experiência em construção de caixas e design sofisticado. É possível adquirir os modelos de 6" e 8" conforme as exigências de cada projeto. Os modelos disponíveis são o VL6 e VL8, de duas vias ativos que podem ser combinados com os subwoofers VL3200SUB. A Caixa Line Array JBL VL6A oferece 250 Watts RMS em 2 vias de 6" mais um drive de titânio. Com a linha VertLine o usuário tem em mãos um sistema de qualidade, confiabilidade, resistência, ótima sonoridade e custo-benefício. Especificações do VL6A: line array duas vias, 6", ativo; Classe Amplificador: Classe D; Indicadores LED: Alimentação, Sinal, Limite, Erro; Resfriamento: Passivo (sem ventoinhas); Entrada de tensão AC: 100-127V AC 50/60Hz; 230-240V AC 50/60Hz; Componentes: D225Ti - 25W e (2x) 8WI6P; resposta de frequência: 94Hz 18Hz; Cobertura Horizontal (-6dB@16Hz): 100 graus; SPL Máx Graves - Agudos: 120Db; Potência Pico: 700W. dimensões: altura: 20cm, largura: 55cm, profundidade: 26cm, peso: 14 kg.


P300 https://br.shure.com/produtos/mixers-e-processadores/p300. A Shure anunciou seu recém-lançado processador de sinal digital, o Processador de Audioconferência IntelliMix® P300, já está disponível para venda. O IntelliMix P300 possui formato reduzido e é simples de instalar, proporcionando tecnologia profissional de conferência com o conjunto certo de recursos para criar uma experiência de reunião com total nitidez e colaboração em salas de pequeno a médio porte. O novo processador conecta até oito canais Dante de microfone a um sistema de videoconferência da sala, soft codec USB ou dispositivo móvel. Cada canal pode ser aprimorado com recursos de DSP IntelliMix como cancelamento de eco acústico (AEC), redução de ruído e controle automático de ganho, além da melhor mixagem automática disponível. Todos esses recursos permitem plena comunicação para a realização de reuniões sem eco nem ruídos. A arquitetura fixa oferece uma configuração simples e intuitiva, gerando menos programação de DSP e tempo de preparação no local. Com conectividade USB, o P300 pode ser utilizado com programas comuns de soft codec como Skype e BlueJeans; e o conector de 3,5mm permite que qualquer pessoa participe facilmente da conversa de forma remota, utilizando um telefone celular ou tablet. Seu formato compacto de meio rack possibilita uma instalação discreta atrás de um monitor, abaixo da mesa ou dentro de um móvel.

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Vencedores do Grammy, a dupla de artistas/produtores The Chainsmokers lançou sua nova música, You Owe Me pela Disruptor Records / Columbia Records. O vídeo foi dirigido pelo colaborador de longa data Rory Kramer.

NA TRILHA

na Musikmesse Foto: Divulgação

LANÇAMENTO Um lançamento ÁudioMix Records e Som Livre, Simples Eu Sou é mais um single do novo projeto dos sertanejos Israel & Rodolffo. A música que tem a letra assinada por Leandro Barreto, Rafael e Pedro Netto, estará disponível nas plataformas digitais. Na nova área "Amp World powered by Musik Produktiv" na Musikmesse 2018, amplificadores e gabinetes de 16 empresas estão interligados através de um sistema de comutação. Simplesmente pressionando um botão, é possível combinar todas as pilhas de forma rápida e fácil. O Amp World está localizado em uma área acústica separada do Hall 9.0. Em um espaço de 150 metros quadrados, os visitantes podem ver e ouvir produtos da Blackstar, Diezel, Engl, EVH, Friedman, Hughes & Kettner, Karl's, Morgan, Orange, Peavey, Pedaltrain,

Randall, Schmidt Array, Suhr, Synergy e Victory. Para criar o Amp World, devem ser colocadas centenas de metros de cabo, para combinar os componentes individuais com interruptores de alta qualidade. Isso garante que seja possível alternar entre todas as diferentes combinações de cabeças / cabos sem perda de som ou atrasos. Os guitarristas também podem experimentar com uma grande seleção de guitarras. Também é possível fazer um teste A / B para comparar diferentes configurações. A Musikmesse será realizada em Frankfurt de 11 a 14 de abril de 2018.

HEY BOY HEY GIRL… THE CHEMICAL BROTHERS CONFIRMADOS PARA O ROCK IN RIO-LISBOA Os The Chemical Brothers vão subir, pela primeira vez, ao Palco Mundo da Cidade do Rock, marcando presença na 8ª edição do Rock in Rio-Lisboa. A banda, que ao longo de mais de 20 anos, tem redefinido a música eletrônica ao vivo, vai se apresentar no mesmo dia que os britânicos The Killers (29 de junho), prometendo um concerto memorável e recheado de músicas bem conhecidas como Hey Boy Hey Girl, Galvanize, Star Guitar e Go. A dupla britânica vai apresentar os mais diversos hits que marcaram a sua carreira, incluindo músicas do seu mais recente álbum Born in the Echoes – o sexto álbum consecutivo da banda a ocupar o lugar nº 1 no top do Reino Unido – e irão ainda surpreender todos os fãs com arranjos inéditos.

DON’T SAY GOODBYE Aaron Carter lançou seu primeiro álbum em 15 anos, LøVë, via Z-Entertainment/ RED MUSIC. A faixa de destaque do álbum Sooner or Later tem quase 76 milhões de streams no Spotify. Don’t Say Goodbye acumulou quase 1 milhão de streams em todas as plataformas desde seu lançamento.

ESCOLA DE ROCK A School of Rock está lançando o Custom Class - um novo programa para os amantes do rock que desejam aprender música de forma aprofundada. As primeiras aulas serão para o estudo de guitarra e contam com uma parceria incrível do guitarrista e professor Mozart Mello.

BACKSTAGE

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‘Amp World’

GRAMMY

RECORDE DE VENDAS DE INGRESSOS Segundo aStubHub, maior plataforma de intercâmbio de ingressos do mundo, o britânco Phil Collins, que começou sua turnê, dia 22/2 no Rio de Janeiro, foi o artista no Brasil que mais vendeu ingressos no primeiro bimestre do ano na plataforma. Globalmente, Collins ocupa a terceira posição. No Brasil, o show mais vendido foi o do Rio de Janeiro, representando 32% do total de ingressos, seguido pelo segundo show de São Paulo, com 30%. As vendas de Porto Alegre representaram 11% do total de ingressos.


Foto: Divulgação

Revelação do rock nacional

Criador e guitarrista da banda Sociedade Boêmia por 4 anos, no ano passado, Adam lançou seu primeiro albúm solo intitulado Sonhos e Desilusões, produzido por Lampadinha, um dos maiores produtores musicais do Brasil, que soma cinco Grammys e centenas de sucessos de artistas nacionais e internacionais, o novo tra-

balho apresenta 10 faixas inéditas de autoria do próprio artista, que traz como tema o incentivo e a coragem para correr atrás dos sonhos e superar os limites. Desde que estreou na cena musical nacional, Adam só viu crescer a vontade de investir na sua carreira de músico, cantor e compositor. Com a banda Sociedade Boêmia gravou 2 EP’s com todas as músicas compostas por ele. Um dos grandes momentos vividos pela banda foi a oportunidade de abrir o show do Creedence Clearwater Revival em 2015, um dos grupos de maior sucesso e popularidade do rock internacional.

Com um espaço exclusivo no Hotel Sol Barra, localizado na concentração dos trios elétricos do Circuito Barra Ondina, a equipe Shure, comandada pelos especialistas em RF Fernando Fortes e David Kadooka, e parceiros da nova assistência técnica autorizada para Salvador, a Playmusic, prestaram suporte e consultoria entre os dias 7 e 13 de fevereiro, sempre das 11h às 18h. O objetivo era auxiliar os profissionais de áudio que trabalharam no Carnaval, como técnicos de PA, engenheiros de áudio, produtores e músicos, além de tirar dúvidas sobre como utilizar e fazer a manutenção adequada dos produtos. A equipe também realizou reparos em equipamentos, trocas em assistência técnica e auxiliou a coordenação de frequências. Para mais informações sobre o suporte técnico, acesse www.shurebrasil.com

CARNAVAL DE SALVADOR II O sistema sem fio Axient Digital da Shure, desenvolvido com a mais inovadora tecnologia de áudio sem fio do mundo, esteve presente nos maiores trios elétricos do Carnaval de Salvador. Este produto ganhou recentemente o NAMM TEC Award na categoria Sistemas sem Fio por sua estabilidade de sinal de RF e clareza de áudio. O prêmio é conhecido como o Oscar do áudio profissional.

CD INSTRUMENTAL PARA BAIXISTAS

Foto: Divulgação

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IZZO MUSICAL RECEBE PREMIAÇÃO NA NAMM

CARNAVAL DE SALVADOR

Durante a NAMM Show 2018, em Anaheim, 33 empresas membros da NAMM foram homenageadas com o NAMM Milestone Award. O prêmio, apresentado pelo presidente e CEO da NAMM, Joe Lamond, reconhece as empresas de música que se desenvolveram através da mudança de ambientes de negócios. Os ganhadores do Milestone incluíram The Clarke Tinwhistle Co. da U.K., com 175 anos de negócios; a Estónia Piano Factory, pelos seus 150 anos; e Vicks Litho, Izzo Instrumentos Musicais e Time Products Company, pelos seus 100 anos. Outros dois prêmios também foram apresentados para homenagear as contribuições dos membros da indústria: o Prêmio Believe in Music, que é um reconhecimento a dedicação de indivíduos e empresas que demonstram um compromisso com a música e a criação de música e o prêmio do Serviço de História Oral, que reconhece anualmente um indivíduo que contribuiu grandemente para ajudar a NAMM com a preservação da história da indústria. O NAMM Show reúne mais de 100 mil profissionais da indústria, de mais de 129 países e regiões.

Quase imediatamente após o Six Feet Under, o baixista Jeff Hughell e o famoso baixista italiano Alberto Rigoni, tiveram a gloriosa ideia de um álbum de colaboração quando se conheceram durante o Warwick BassCamp 2016. A ideia era criar um álbum instrumental que seria quase exclusivamente escrito e realizado por baixistas de renome de todo o mundo. O resultado foi o Bassists Alliance Crush.

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do CREA RJ

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IATEC recebe prêmio

DA SÉRIE “SÓ SE VÊ NA BAHIA”

A aluna do Curso Técnico Stephanye Souza Correa, juntamente com seu orientador Artur Brandão e o Coordenador Pedagógico Luiz Henrique, recebeu o Prêmio CreaRj pelo seu Trabalho Científico de Conclusão do Curso Técnico Eletrônica com Ênfase em Áudio. O Curso Técnico em Eletrônica com Ênfase em Áudio está enquadrado na categoria “pós-médio”, reconhecido pela Secretaria Estadual

de Educação (PARECER – CEE 281/2010 DO) e pelo MEC, com encaminhamento ao DRT Profissional e CREA/RJ. Diversos profissionais se revezam para ministrar o curso, entre eles Carlos Roberto Pedruzzi, que participou da sonorização de eventos como Projetos Aquários, Réveillon em Copacabana, Rock in Rio I e II, Missa Campal com o Papa João Paulo II, apresentações de artistas como Paul McCartney, Tina Turner, Billy Paul e Eric Clapton; Lucas Ramos, que trabalha com trilhas sonoras e pós-produção para TV e cinema, e é certificado pela Apple e pela Ableton, além de Artur Brandão, Ézio Filho, Luis Henrique, Wagner Pedretti, Ricardo Gama, Eduardo La Cava, Paulo Ferreira, entre outros.

JANTAR DE GALA CONSOLIDA PARCEIROS PSL SHANGAI O jantar de gala Prolight + Sound Guangzhou 2018 realizou-se em 18 de janeiro no Hotel Westin Pazhou, em Guangzhou, como um sinal de apreciação pelo apoio inabalável de colegas da indústria para a próxima 16ª edição do programa. Cerca de 500 convidados, incluindo expositores, representantes da associação e mídia, se reuniram para conhecer os novos desenvolvimentos da feira. O evento também proporcionou uma oportunidade para os clientes ficarem a par das categorias de produtos e a lista completa de marcas expositoras no show. Este ano, a feira continua a expandir-se, atingindo 130 mil metros quadrados de espaço de exposição em 13 salas, e o Y-Channel na Área A do Recinto de Feiras de Importação e Exportação de China. A edição de 2018 deverá acomodar mais de 1.250 expositores e 75.000 visitantes para explorar novas dimensões na indústria cultural e de entretenimento.

Idealizado pelo contrabaixista, compositor e arranjador Luciano Calazans, o “Caminhão de Luxo” se apresentou no Carnaval de Salvador, na sexta feira, dia 09 de fevereiro no circuito Osmar – Campo Grande. O mini “trio elétrico” foi montando a partir de uma adaptação de um caminhão de lixo. Luciano convidou vários artistas de peso no cenário musical da Bahia para participações durante a apresentação, como Gerônimo, Margereth Menezes, Carla Visi, Robson, Márcia Short dentre outros. Os músicos de altíssimo nível, iam vestidos com macacões de garis da empresa que cedeu o caminhão para a montagem do mini trio. O carro sofreu uma inteira assepsia e foi transformado literalmente num CAMINHÃO DE LUXO. A Arena Áudio Eventos foi a empresa convidada a montar o sistema de sonorização do caminhão onde foram usados os seguintes equipamentos: 16 Meyer Sound M’elodie; 04 Subs EAW NTS250; 02 Ears Shure PSM1000; 10 Vias Shure P9HW; Console Yamaha QL5; Microfones diversos sendo 4 sem fio ULXD4Q.

PROTEUS HYBRID PASSA NO TESTE À PROVA D’ÁGUA A J & S Audio Visual recebeu 12 novos Elation Professional Proteus Hybrid ™ em dezembro justamente a tempo de experimentá-los em um evento ao ar livre com chuva. “Que melhor ocasião para usá-los pela primeira vez do que em um show ao ar livre”, disse Hudson Barnes, presidente do México e do Caribe, JSAV. “O que nós não contávamos era que uma chuva torrencial

caísse por mais de 16 horas antes, durante e após o show”, completou. O JSAV, que mantém operações nos EUA, no México e no Caribe, comprou os dispositivos elétricos do Proteus Hybrid para as instalações do México para substituir alguns acessórios de alto padrão de 1200W que estavam saindo bastante caros para manter. O Proteus Hybrid é o moving head 3-em-1 da

Elation, com a lâmpada Philips ™ 21R, 470W que oferece um conjunto completo de recursos, incluindo o zoom em todos os modos. O seu design IP65 multi-ambiental está se tornando popular entre as empresas de locação que organizam eventos ao ar livre, pois eliminam a necessidade de coberturas dispendiosas e revestimentos à prova de intempéries.


ROBE PARA A TURNÊ DE DAVID BISBAL Foto: Divulgação

Foto: Ayane Shindo

O lighting designer da Barcelona, Ezequiel Gomez, vem trabalhando duro na última turnê, “Hijos del Mar”, do cantor espanhol David Bisbal, que já viajou dentro da Espanha e pela América Latina. O LD escolheu a Robe para a maioria dos moving heads, como Spiiders, Pointes e LEDWash 300s, como as principais luminárias no rig. Ezequiel trabalha para o artista desde 2009. O design cénico do palco para esta turnê foi uma verdadeira colaboração entre ele, Brian Sellei de Menos que Cero; a Universal Music; os especialistas em LED situados em Barcelona, LEDSCONTROL, e o conjunto de artes cênicas SomosLuz, do qual Ezequiel faz parte. A LEDSCONTROL apresentou as ideias iniciais, de onde evoluiu o look do palco, quando também surgiu a ideia de ter ‘gabinetes’ LED parcialmente fechados para os risers da banda. Ezequiel e a sua equipe da SomosLuz fez a adaptação. Os 24 x Pointes, 24 x Spiiders e 36 x LEDWash 300s posicionaram-se em cinco trusses que envolveram a parte de trás e os lados do palco e também usaram para o rigging da série de telas de vídeo LED de 4 metros de largura por 1 metro de altura.

PIANO TOCADO POR BAILARINO

A Yamaha realizou no Japão um concerto inusitado. No palco, uma orquestra, um piano e, em vez de um pianista, o instrumento era controlado pelos passos e movimentos de um dançarino, graças à tecnologia de IA que está sendo desenvolvida pela marca. https:// youtu.be/hiIVZcgi8IY

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LØVË Aaron Carter

Com este CD, a Bossa Nova retorna à cena musical brasileira com o mesmo espírito da década de 1970; mas com a qualidade que a tecnologia atual permite. Com uma produção do genial Moogie Canazio, o CD foi gravado na Visom Digital (RJ) e no East West Studio (Los Angeles). Zanna, cantora e autora das letras e música (com exceção de Bonecos Reis, que divide com Renato Greco) mostra toda a sua vivência, criatividade e aprendizado musical adquirido nos trabalhos desenvolvidos na Itália e em Nova York (USA). Nas 11 músicas, Zanna passeia com elegância na atmosfera musical numa viagem de ritmos, harmonias e arranjos que povoam a memória coletiva dos cariocas da gema. Uma obra para ser ouvida com o coração e a mente. Ficha Técnica: Produção musical: Moogie Canazio – Arranjos de base: Moogie Canazio e Zanna – Consultor fonográfico: Carlos de Andrade - Engenheiro de gravação e edição digital: Moogie Canazio- Engenheiros Assistentes: Léo Alcantara, Hebert Faria, Chris Kahn e Lexie Galante – Mixagem: Moogie Canazio, no Move Studio – Masterização: Ricardo Dias e Carlos de Andrade (Visom Digital) - Preparadora vocal: Cândida Borges - Produção executiva: Tati Botafogo- Assistente de produção: Flavia Melo. Músicos: Milton Guedes (gaita); Jorjão Barreto (Fender Rhodes e piano acústico), André Vasconcelos, Emerson Mardhine, Viny e Guto Wirtti (baixo), Marcelo Costa e Junior Moraes (percussão) Rildo Horta e Eduardo Souto (arranjo, cordas, metais e regência), Jorge Helder (contrabaixo), Junior Moraes e Thiago da Serrinha (percussão), Bebê Kramer (acordeón), Jaime Além (viola 12 cordas), Rodrigo Shá (flauta) Marlon Sette (trombone), Ramon Flores (trompete), Jamie Muhoberac (teclados e arranjos), Heitor Lima (bateria). Orquestra: Violinos: Daniel Guedes, Antonella Pareschi, Thiago Teixeira, Léo Ortiz, Willian Doyler, Maressa Carneiro, Glauco Fernandes, Fernando Motta, Pedro Amaral, Pedro Mibiele e Carol Panesi. Viola: Jessuina Passaroto, Bernardo Fantini, Daniel Nogueira e Diego Silva. Violoncelos: Iura Ranevsky, Gabriela Sepulvera, Marcos Malard e Hudson Lima. Participações especiais: Zé Canuto e Zé Birgona (flauta) – Philip Doyle (trompa) – Claudio Nucci (vocal). Review: Nelson Cardoso Mais informações: www.zannaoficial.com

Aaron Carter lançou seu primeiro álbum em 15 anos, LøVë, via Z-Entertainment/ RED MUSIC. A faixa de destaque do álbum Sooner or Later tem quase 76 milhões de streams no Spotify. Don’t Say Goodbye acumulou quase 1 milhão de streams em todas as plataformas desde seu lançamento, emplacou na parada viral do Spotify U.S e recebeu uma colocação privilegiada nas playlists New Music Friday e Weekly Buzz do Spotify. As faixas seguintes Hard To Love e Good 2 Bad (apresentadas na playlist New Music Friday do Spotify) estrearam no Apple’s Beats1 Request show e PopCrush, respectivamente. A super estrela Foto: Divulgação

ZANNA Zanna

pop, ganhador de alguns discos de platina, já percorreu o mundo com outros músicos como Britney Spears e Backstreet Boys, e iniciará uma turnê solo no Estados Unidos, para lançamento do álbum, começando em Teaneck, NJ. Como profissional e artista Aaron tem se concentrado em desenvolver as faixas para LøVë por mais de dois anos, ele tem os créditos de escritor e produtor de cada faixa do álbum. Agora, como adulto, uma chama acendeu em Aaron para evoluir e crescer como artista, levando-o a estudar diferentes estilos e gêneros para incorporar nesse trabalho. O resultado da sua expansão musical pode ser ouvido também em seu single recém-lançado, Fools Gold, de LøVë.


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CLAU Clau

Foto: Divulgação

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(youtu.be/oTgDUFS0khU). Algumas de suas composições foram gravadas por outros artistas, como a música Overdose de Amor, pelo grupo de rap Pollo, e Plano B, pelo grupo PrimeiraMente. No final de 2016, assinou contrato com a Universal Music para lançar seu novo trabalho, que teve produção de Pedro Dash e Marcelinho Ferraz, os mesmos produtores do rapper Projota. Hoje com 21 anos, a cantora já acumula mais de 2 milhões de views em seu canal no YouTube. Para saber mais, acesse: www.facebook.com/ clauriffeloficial/ e www.youtube.com/user/clauriffel .

Foto: Daryan Dornelles

A jovem cantora gaúcha Clau, novo nome do hip hop e R&B brasileiro, lança hoje seu primeiro EP homônimo, além do clipe da música #Relaxa, composta pela cantora em parceria com Joey, Pedro Dash, D-Max e Marcelinho Ferraz. O EP traz ao todo quatro faixas: as já lançadas Menina de Ouro e Não, além de Me Sentir e Relaxa, que dá título ao projeto. Em junho deste ano, Clau lançou o clipe e o single de Menina de Ouro, música da cantora em parceria com Pedro Dash, que faz referência ao filme Menina de Ouro (2004), sobre uma lutadora de boxe. Assista aqui: youtu.be/bZXXqYljmMk . No final do mesmo mês, a cantora lançou o single e o lyric video de Não, parceria da cantora com Pedro Dash e Dan Valbusa. Assista aqui ao vídeo: www.vevo.com/watch/clau/ nao/BRUV71700291 . Clau começou a carreira em 2009, gravando vídeos e cantando covers das músicas que gostava. Em 2016, iniciou seu projeto autoral e lançou os clipes de Nosso Lugar (youtu.be/3DBKmEhBgeU) e Então Fala

A COR DO SOM – 40 ANOS A Cor do Som Caso raro de grupo que se mantém unido e criativo em quatro décadas de carreira, A Cor do Som comemora o feito com um disco certeiro e vigoroso. O repertório de 40 anos tanto aponta para o futuro, com cinco canções novas, quanto reafirma o passado original da banda, em sete regravações de clássicos tirados de seus primeiros álbuns. O resultado é vintage, fiel ao estilo criado por Armandinho, Dadi, Mú Carvalho, Gustavo Schroeter e Ary Dias; e contemporâneo, em refinada produção do Roupa Nova Ricardo Feghali (que também participou no piano, ou nas programações, e dividiu os arranjos com A Cor do Som). O novo trabalho terá também uma versão em vinil ainda no primeiro semestre de 2018, e ainda conta com as participações especiais de Gilberto Gil (voz e violão em Abri a porta), Roupa Nova (em Alto astral), Samuel Rosa (voz em Zanzibar), Lulu Santos (voz em Swingue menina), Djavan (voz em Alvo certo), Moska (violão e voz em Magia tropical), Flávio Venturini (órgão e voz em Eternos meninos) e Natiruts (em Semente do amor). Com sua inusitada e orgânica fusão de pop, choro, trio elétrico e progressivo, A Cor do Som foi a grande surpresa da música brasileira em fins dos anos 1970, antecipando o rock que iria imperar na década seguinte. Fazem parte do álbum as seguintes faixas: Somos da cor (Armandinho / Maria Vasco); Abri a porta (Gilberto Gil / Dominguinhos); Alto astral (Mú Carvalho, Dadi e Evandro Mesquita); Sou volúvel (Arnaldo Antunes / Marisa Monte / Dadi Carvalho); Zanzibar (Armandinho / Fausto Nilo); Swingue menina (Mú Carvalho / Moraes Moreira); Alvo certo (André Carvalho / Dadi Carvalho); Magia tropical (Mú Carvalho / Evandro Mesquita); Eternos meninos (Mú Carvalho / Paulinho Tapajós); Sonho de carnaval (Armandinho / Fausto Nilo).


DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

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informação do fabricante ou importador é fundamental para evitar acidentes ou até uma tragédia. E aí começa o problema. Cabe ao consumidor buscar a informação e principalmente ao vendedor disponibilizar de forma clara os perigos oferecidos por equipamentos com essa caraterística quando manuseados ou instalados sem o devido cuidado. Alguns profissionais reconhecidos e renomados alertaram para esse perigo e foram até ameaçados. Vá entender...

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ZANNA

O mau humor da moeda americana continua sendo um entrave para importadores. Com uma instabilidade que parece crônica, a cotação do dólar insiste em criar um clima de eterna prudência e faz com que alguns preços sejam puxados para cima de forma muito mais preventiva do que necessária. Em algumas semanas oscilou mais de 10%, levando pânico a quem acreditou nas bobagens do governo brasileiro que insiste em dizer que o pior já passou.

ATÍPICO Num ano diferenciado pela ausência da Expomusic, até então a catalisadora do segmento, muitas são as dúvidas que assolam o mercado e as relações entre os seus personagens. Novos eventos surgem e nisso reside a expectativa de uma mudança no perfil dos lojistas que cada vez mais são agraciados com cortesias e viagens de cunho quase turístico em eventos realizados isoladamente por empresas. O perigo está no sectarismo que isso provoca. Quem fica de fora reclama e ao lado dos demais “esquecidos” cria uma onda perigosa de reticências em relação a algumas marcas e fornecedores. Não se cuidando com essa prática, vão criar um monstro...

RABO QUENTE Calma, o título dessa nota nada tem de erótico ou libidinoso. A expressão é usada para definir os amplificadores de potência que usam a corrente elétrica até a saída de áudio. Como não existe norma técnica proibindo a prática, a

Anotem o nome dessa novidade. A moça tem talento de sobra e cercada de craques lançou um disco gravado no Brasil e nos EUA que deveria obrigatoriamente tocar em todas as emissoras de bom gosto, sejam de rádio ou televisão. No país dos Todynhos e Pablos Vitares, música de qualidade merece, no mínimo, respeito e Zanna é talento para ficar.

SEM PRECONCEITO Nada contra a opção sexual e estética do Pabllo Vittar e muito menos contra a exuberância da Jojo Toddynho, o problema é a música deles. É muito ruim!

HISTÓRIA A produção e comercialização de instrumentos musicais no Brasil se confunde com a trajetória da Izzo. Ao completar um século de existência, a empresa liderada pela família Storino celebra mais do que um marco temporal, e, sim, uma conquista que transcende o negócio com um fim em si mesmo e passa a fazer parte da história. Ao longo de 100 anos, a Izzo consolidou muito mais do que o seu admirável conceito empresarial, tornando sua marca uma referência na gestão e no empreendedorismo de nosso país. Parabéns, Izzo! O Brasil e a música são privilegiados por ter vocês.


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR

QUEEN Vocês sabem quem é Alírio Netto? Esse catarinense foi escolhido para ser a voz e a performance do Queen num projeto conduzido por nada menos que Brian May e Roger Taylor, da formação original do grupo. O espetáculo Queen Extravaganza contará a história da banda e caberá ao brasileiro dar voz e performance ao inesquecível Freddie Mercury. A estreia será em Londres ainda esse ano.

CARNAVAL Parece que a mesmice musical se repete a cada ano. Nada novo ou significativo nos acordes carnavalescos. Na Marques de Sapucaí ou no sambódromo paulista mudam as letras, mas as harmonias repetitivas tornam enfadonha a audição de sambas enredo das escolas. Na Bahia e em Recife, o apelo às músicas antigas se tornou inevitável para salvar a alegria e a interatividade dos foliões. Em suma, musicalmente, o carnaval está cada vez mais chato.

AVANÇO O sertanejo feminino brasileiro pode conquistar um espaço que os sertanejos mais conhecidos nunca conseguiram, espaço além-fronteiras. Quatro artistas internacionais, entre eles Laura Pausini, já confirmaram sua vinda ao nosso país para gravar músicas em parceria com cantoras sertanejas brasileiras.

riscam seu primeiro disco sempre na vertente dançante com letras curtas e diretas. Do que tentei ouvir, notei que a qualidade é a mesma do original.

Em contrapartida, a Samsung vai anunciar em breve a nova linha de televisores com os falantes da JBL. A boa surpresa é que os preços não devem mudar.

RARIDADE

PHIL COLLINS

Quem tem uma guitarra semiacústica da Waldman não se desfaz facilmente do instrumento. Confeccionadas com uma qualidade muito acima de média e vendidas à época por um preço altamente competitivo, os instrumentos têm um acabamento espetacular e foram descontinuados pela marca exatamente pela dificuldade de manter o preço final ao consumidor. Quem vende, está até ganhando dinheiro e quem compra fica surpreso com o que encontra nas mãos.

A passagem do astro pelo Brasil foi marcada pela usual competência de um dos maiores hitmakers do mundo. Inobstante isso, Phil pilota uma banda que dispensa maiores comentários, com destaque para o iconoclasta baixista Lee Sklar.

Nem todo o grande instrumentista é um bom professor e nem todo o bom professor é necessariamente um bom instrumentista.

SELEÇÃO Os novos lojistas admitem a dificuldade de obter crédito em volume mais significativo para a manutenção dos seus estoques. Até 2006, a lei de execuções no Brasil era extremamente benéfica aos devedores e consequentemente danosa a quem tomava um calote. Apesar da mudança, fornecedores mantêm a prudência e fazem uma espécie de seleção natural também no preço praticado para alguns lojistas. Apesar de surpreendente, tem gente pagando diferenças de até 60% no mesmo produto.

MODA Com o sucesso do Pabllo Vittar, pelo menos meia dúzia de artistas trans começam a buscar seu espaço. Apostando também na moda, alguns transformistas com experiência em espetáculos teatrais ar-

MÁXIMA IRRITANTEMENTE VERDADEIRA

NOVIDADE A compra da Harman pela Samsung vai colocar algumas novidades no mercado já esse ano. Embora ainda em segredo, dois deles trazem a tecnologia Samsung embarcada.

VAI ACABAR O uso indiscriminado de riffs ou trechos de músicas consagradas por parte de DJs e produtores pode estar com os dias contados. A RIAA, a temida associação fonográfica americana, anuncia uma investida pesada na cobrança de direitos autorais e conexos sobre obras que vêm sendo exploradas comercialmente sem nenhuma remuneração ou autorização do seu autor. Como a prescrição dos direitos autorais sobre a obra dos Beatles está prestes a ser atingida, abrem-se as portas para os oportunistas de plantão. A RIAA tenta aprovar no congresso americano uma mudança na lei para preservar um direito mínimo do artista sobre a sua obra, mesmo após os 50 anos previstos na legislação do Tio Sam.

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LANÇAMENTO| www.backstage.com.br 24

SERIE 3000 A quarta geração do sistema sem fio Serie 3000, da Audio-Technica, foi lançada durante a Namm Show, em janeiro, nos EUA e, em breve, deve ficar disponível no mercado. A expectativa é de que ainda no primeiro semestre os usuários já possam contar com os modelos. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

DE SISTEMA SEM FIO DA AUDIO TECHNICA

C

om uma faixa de sintonização de 60 MHz, mais do que duas vezes oferecidas pelas versões anteriores, os sistemas da série 3000 estão disponíveis em duas bandas de frequência: DE2 (470-530 MHz) e EE1 (530-590 MHz). As frequências podem ser digitalizadas e selecionadas no receptor e sincronizadas com o transmissor através da funcionalidade de sincronização IR. A série 3000 também permite aos usuários configurar uma frequência de backup que pode ser trocada pressionando o botão multifunções do transmissor em caso de interferência inesperada. As configurações disponíveis do sistema possuem um receptor ATW-R3210 jun-

tamente com um transmissor portátil ATW-T3201 ou um transmissor portátil ATW-T3202. O ATW-T3201 está equipado com o novo conector de 4 pinos parafusado tipo cH da Audio-Technica para conexão segura aos microfones lavalier e headworn da A-T, ou cabos. O ATW-T3202 vem com uma cápsula cardioide intercambiável ATW-C510 dinâmica ou ATW-C710, e sua linha padrão (da indústria) permite o uso de A-T e outras cápsulas compatíveis. Ambos os transmissores possuem caixas metálicas e são alimentados por duas pilhas AA. Os terminais de carga em cada transmissor funcionam com as estações de carga inteligentes ATW-


CHG3 e ATW-CHG3N em rede (vendidas separadamente) para recarregar baterias NiMH. O poder da antena está disponível para antenas alimentadas e outros dispositivos de RF em linha. Um interruptor de elevação do solo ajuda a eliminar o zumbido audível causado por loops de solo. Os sistemas possuem tomadas de saída de áudio balanceadas e não balanceadas. Os sistemas sem fio da terceira geração da série 3000 da AudioTechnica oferecem energia e flexibilidade para operar dentro do espectro de UHF congestionado. Os sistemas da série 3000 têm uma faixa de operação de 300 ‘(100 m) e estão disponíveis em duas bandas de freqüência - DE2 (470-530 MHz) e EE1 (530-590 MHz) - que fornecem uma faixa de sintonização líder em classe de 60 MHz, que é mais de duas vezes o oferecido pelos modelos da série 3000 anteriores. As frequências podem ser facilmente digitalizadas e selecionadas no re-

ceptor e, em seguida, sincronizadas com o transmissor através da funcionalidade de sincronização IR. A série 3000 permite que você defina uma freqüência de backup que pode ser trocada rapidamente pressionando o botão multifunções do transmissor em caso de interferência inesperada. As configurações disponíveis do sistema possuem um receptor ATWR3210, juntamente com um pacote de corpo ATW-T3201 ou um transmissor de mão ATW-T3202. O ATW-T3201 está equipado com o novo e robusto conector de 4 pinos parafuso do estilo Audio-Technica para conexão segura aos microfones lavalier e headworn da A-T. O ATWT3202 vem com uma cápsula cardioide intercambiável ATW-C510 dinâmica ou ATW-C710, e sua linha padrão do setor permite o uso de quatro cápsulas A-T adicionais, além de outras cápsulas compatíveis. Ambos os transmissores possuem carcaças metálicas robustas e

são alimentados por duas pilhas AA. Os terminais de carga em cada transmissor funcionam com as estações de carregamento inteligentes ATW-CHG3 e ATW-CHG3N (vendidas separadamente) para recarregar baterias NiMH. Antena de banda de sintonização UHF extremamente ampla de 60 MHz para máxima versatilidade em um ambiente de RF cada vez mais congestionado; disponível em duas bandas de frequência: DE2 (470530 MHz) e EE1 (530-590 MHz).

Para saber online

http://www.audio-technica.com http://www.pridemusic.com.br

Características • O botão multifunções exclusivo no transmissor do dispositivo de mão e do corpo pode ser usado para alternar para uma frequência de backup (no transmissor e no receptor) se a interferência for encontrada; • A operação True Diversity reduz os desistentes; • O recurso Auto Squelch ajusta automaticamente a configuração do silenciador para maximizar o alcance, minimizando a interferência potencial; • Varredura de frequência e funcionalidade de sincronização de IR para facilitar a configuração; • O visor do receptor de modo duplo pode alternar entre uma exibição padrão ou uma visão de desempenho que destaca a medição de teclas; • Os transmissores e receptores incluem telas OLED para leitura ótima de configurações e alertas de teclas; • O transmissor de mão oferece um ruído de manipulação extremamente baixo e inclui um suporte de fio padrão para

uso industrial com seis cápsulas de microfone intercambiáveis A-T, bem como outras cápsulas compatíveis; • O novo conector de estilo CH robusto no transmissor do corpo-pacote fornece conexão segura para microfones lavalier, microfones de cabeça e cabos com conector de 4 pinos parafuso de estilo cH; • O transmissor Body-pack possui um alternador tátil silencioso (defeatable) para confirmação física do estado de silêncio quando a exibição do transmissor não está visível; • Os terminais de carga nos transmissores funcionam com os espaços de carga inteligentes ATW-CHG3 e ATWCHG3N opcionais para recarregar baterias NiMH; • Potência de antena disponível para antenas alimentadas e outros dispositivos RF em linha; • O interruptor de elevação do solo ajuda a eliminar o zumbido audível causado por loops de terra; • Tomadas de saída de áudio balanceadas e não balanceadas.

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Com o lançamento do seu mais recente álbum, a Noturnall inaugurou mais uma forma de produção, divulgação e promoção no mercado de produção musical. Em entrevista exclusiva à Backstage, o band leader Thiago Bianchi, que também assina a produção musical do novo trabalho e é proprietário do estúdio Fusão, conta sobre essa nova fase da banda e que a produção musical alcançou no Brasil e o que é o DLP. redacao@backstage.com.br Fotos: Estúdio Fusão / Divulgação

OUTRA FORMA

DE OUVIR MÚSICA a fusão do digital e analógico

B

ackstage – O Noturnall lançou recentemente, em julho, seu mais novo trabalho, o disco intitulado apenas de 9. Como foi desenvolvida e quanto tempo levou cada etapa, desde a escolha das músicas até a gravação em estúdio? Thiago Bianchi - Bom, a produção do disco inteiro, de sua composição até sua “máster”, durou exatos 12 meses. Existem agora dois discos que, literalmente,

salvaram minha vida. O primeiro é o Leave Now, de minha primeira banda, o KARMA, que acabou ficando conhecido, muito por ter sido escrito na época em que tive um câncer, quando tinha apenas 23 anos. Backstage – Mas o que isso tem a ver com o 9? Thiago - Sobrevivi ao câncer e, com isso, claro, a alegria de viver invadiu


meu ser! Só que um pouco de alegria demais (muitos risos). Vinha abusando violentamente do álcool e, em um dia qualquer de trabalho, quando mixava um disco aqui do estúdio, comecei a me sentir mal e fui levado às pressas para o hospital e diagnosticado com uma severa pancreatite em estágio gravís-

mixagem e isso sempre me deixou com uma sensação de “quase lá” no que se referia à timbragem dos discos que fazia. Esse disco não, esse disco tinha que ser o melhor possível, sabia que nesse disco, tudo aquilo que sempre tinha almejado em nível de som, teria que acontecer. Naquele

Sim, não tem como negar, você pode chegar em grandes, excelentes resultados com prés, mixes “in Box”... simo. Fiquei internado na UTI por 45 dias e, dessa vez, muitos realmente acreditavam que não passaria dessa. Meus irmãos e parceiros de banda, Quesada e Carelli, passaram a me visitar quase que diariamente e ali, de fato, começou a ser escrito o 9. Logo essas visitas passaram a se tornarem “sessões” de composição. Bom, finalmente saí do hospital e, com as músicas já escritas, era hora de se concentrar na parte técnica do disco. O Fusão (estúdio) era basicamente constituído apenas por muitos “prés” e “summings” e não havia uma mesa onde eu recebesse o som do Pro Tools, onde concentrar a

momento, mal sabia que aquele seria apenas um dos muitos “problemas” que enfrentaria se quisesse realmente fazer do 9 o melhor disco de minha carreira. Chegávamos no começo das gravações dos instrumentos e apenas um pensamento não me saia da cabeça: era hora de mudar. Backstage - Então existiu um equipamento que tenha sido bastante importante para essa gravação, uma mesa de mixagem ou software, por exemplo? O disco foi inteiramente gravado no Fusão? Thiago - Sim, inteiramente no Fusão, bem como mix e máster. E ahhhh sim! Sobre os equipamen-

tos, exatamente aí que mora a questão da grande diferença do 9 para todos os outros trabalhos de minha carreira. Como disse, apesar de já ter chegado em grandes resultados com os equipamentos que usava anteriormente, nunca havia chegado no resultado em que eu considerasse o nível mais alto da “cadeia alimentar”. Algo faltava, algo ainda não me deixava chegar no som que realmente fosse o definitivo. E a resposta sempre foi clara: mesa e interface. Sim, não tem como negar, você pode chegar em grandes, excelentes resultados com prés, mixes “in Box”, Summings e afins, mas, de fato, o som de uma mixagem aberta em uma mesa sempre será outro nível. E com isso ainda fica o fato de que você pode ter um ótimo som de prés, ou mesmo mesas, mas se isso não tiver uma excelente taxa de conversão dentro da interface, tudo dito anteriormente passa a ser em vão. Sendo assim, após uma exaustiva e demorada negociação com um exdono de estúdio, consegui fazer uma troca de todos meus prés, por uma maravilhosa SSL AXION MT PLUS de 64 canais! Um verdadeiro achado, uma vez que uma mesa desse tipo, quando foi lançada em

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 28 2001, custava algo em torno de 1 milhão de reais, e hoje, por conta da grave queda do mercado musical em todas suas vertentes, seu preço passou a ser totalmente acessível para donos de estúdio de médio (até então) porte, do meu tipo. Era hora de me concentrar no meu segundo objetivo, uma interface de

realmente imperdível. Então sem pensar duas vezes, contatei esse pessoal e arremetei as peças. Backstage – E o que mudou? Thiago - De fato, a diferença entre o antes e o depois é de um acalanto que quase não consigo expressar. A profundidade das Symphony, o ní-

Frisando também um ponto extremamente imprescindível, não “envenenamos” os instrumentos que usamos em nossos discos primeiro nível. Foi então que um amigo, Russell Allen (vocalista estadunidense das bandas Symphony X e Adrenaline Mob), falando sobre todos esses assuntos com ele, me alertou sobre um estúdio o qual ele havia gravado, e estava fechando, e na lista de seus equipamentos a serem vendidos haviam duas APOGEE SYMPHONY de 16 canais cada uma, por um preço

vel de harmônicos, volume, brilho, a clareza dos graves, a definição dos graves é de uma qualidade totalmente impressionante. Isso aliada a “porrada” dos prés SSL, seus agudos “afiados”, a opção de equalizadores de compressores que essa geração AXION oferece, onde você pode escolher entre as lendárias versões “G” ou “E”, sejam elas

“4000” ou a “9000”, tudo isso na “ida”, ou seja, na captação e tudo isso de novo na “volta”, isto é, na mixagem, fez desse disco de fato o som DEFINITIVO de minha carreira enquanto produtor. Vale a pena ressaltar também, a importância de um de nossos grandes patrocinador, a marca EAGLE. Muito daquela “profundidade” e “presença” dos baixos, violões e guitarras vem de seus instrumentos. Frisando também um ponto extremamente imprescindível, não “envenenamos” os instrumentos que usamos em nossos discos. Tudo que sentimos de deficiência, levamos até eles e esse nível de envolvimento entre músico/marca nos possibilita ir cada vez mais além quando se trata de qualidade. E o mais legal de tudo isso, tudo que é desenvolvido durante esse processo, no quesito “evolução” dos instrumentos, eles levam isso para as lojas, realmente levando essas mudanças


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 30 aos instrumentos que são vendidos ao grande público. Nos sentimos muito sortudos por ter uma parceira tão profissional e atenciosa que você pode chamar de sua, já que é uma marca, além de tudo, brasileira! Backstage – Existiu algum processo diferente na gravação? Thiago - Curioso você perguntar isso, pois essa é com certeza uma parte da história desse disco, que novamente me marcaria para sempre. Nesse processo de 45 dias de hospital, por conta de meu problema ser no pâncreas, fiquei impossibilitado de me alimentar e isso acarretou, obviamente numa extrema perda de peso. O otorrino pode constatar uma perda 1/3 de massa das cordas vocais nesse período, o que, obviamente, afetou totalmente o meu “cantar”. Sendo assim, Quesada e eu, já que ele quem me dirigiu nas gravações

de vozes, iniciamos pelas partes mais graves das linhas, depois pelas mais “softs”, até chegarmos nas mais altas, mais “porradas” e por aí vai. Em paralelo, tomava suplemento muscular e exercitava diariamente com “vocalizes” e exercícios de respiração, em busca de um retorno à minha condição “normal” de voz. Essa foi, com certeza,

definitivamente backing vocals mais presentes na banda, uma vez que Quesada e Carelli, nesse período em que fiquei “parado”, puderam investir em seu projeto paralelo, a banda acústica, ENIE, onde ambos, além de tocar, também cantam! E por terem sido muito bem recebidos por público e crítica, se sentiram finalmente seguros

Uma outra coisa legal é que foi a primeira vez em que colocamos definitivamente backing vocals mais presentes na banda uma das experiências mais difíceis de minha vida, pois não sabia de fato se conseguiria gravar o disco, com a “qualidade vocal” com a qual estava acostumado. Uma outra coisa legal é que foi a primeira vez em que colocamos

para encararem os microfones para esse disco. Na minha opinião geral, o resultado não poderia ter ficado melhor e tenho certeza de que esse é um dos melhores, se não o melhor disco de nossas carreiras, principalmente


sob o ponto de vista de voz. Backstage – Quanto aos processos de mixagem e masterização, geralmente é você mesmo quem “põe a mão na massa”. Existiu alguma novidade em algum desses processos? Thiago - Sim. Desde os tempos do Karma, Shaman, e hoje em dia Noturnall, sou eu quem sempre se encarrega da parte da engenharia de Áudio e Produção. No caso da Noturnall, divido-as com meu parceiro, Fe Quesada, que além de um grande compositor, ainda por cima é um grande produtor. O grande diferencial desse disco foi a mixagem na SSL. Captado totalmente em 48 prés SSL, com EQ e DYNAMICS da linha “4000G” que é uma linha mais “agressiva”, ainda passando em alguns “DISTRESSORS” para dar uma coloração mais “violenta”, convertida nas APOGEE SYMPHONY trazendo todos aqueles harmônicos “cristalinos” e finalmente mixada de forma “aberta” na mesa, só que dessa vez usando EQs e DYNAMICs SSL gerações “6000E”, “9000J” que são suaves e trazem aqueles graves “redondos” que separam os meninos dos adultos. A Master foi finalizada em um par de DISTRESSORS e, finalmente, amaciados num Rolo Otari de 2 Polegadas. O resultado

foi realmente um disco que atende os mais altos padrões de áudio perante o mundo da música, estamos realmente muito felizes! Backstage – Ainda sobre esse novo trabalho da banda, o que tem de especial nessa produção e o que os fãs podem esperar? Thiago - Bom, de cara já posso dizer que esse disco é uma sucessão de marcos em nossas carreiras. A começar por como foi lançado. Por mais que a internet tenha facilitado e conectado o mundo sob diversos pontos de vista, infelizmente, no que diz respeito à músi-

Vocês se lembram da viajem que era ficar olhando por horas as capas do “Iron Maiden”, por exemplo? Aqueles LPs maravilhosos e todos aqueles detalhes! Mas infelizmente, não é todo mundo que tem toca discos, então simplesmente lançar LP, por mais legal que seja, inclusive já o fizemos algumas vezes, não é exatamente o que tínhamos em mente, que era inovar, então nos perguntamos: Onde as pessoas carregam músicas hoje em dia, tirando o streaming do celular? Num pendrive! Foi aí que chegamos à nossa mega blaster patrocinadora de caixas EDIFIER, e eles prontamente toparam entrar na parada e lançar o que juntos chamamos de DLP, “DIGITAL LONG PLAY”. Backstage – E o que vem a ser isso? Um novo formato de mídia? Thiago - Um disco que consiste numa capa de LP, que dentro vem um PEN DRIVE estilizado da NOTURNALL, de 8 GIGA, contendo todo o material da banda até aqui, os 3 discos, nosso DVD, todos os clipes e ainda fotos inéditas! A coisa deu tão certo que EDIFIER e NOTURNALL patentearam o formato e a própria EDIFIER, já

O grande diferencial desse disco foi a mixagem na SSL

ca, houve grandes “perdas”. Não falo nem tanto pelos harmônicos que o “MP3” ceifou do áudio, até porque esse foi um pequeno preço a se pagar pelo grande ganho na facilidade e velocidade de se trocar e consumir música, mesmo ainda tendo, mas em minha opinião, um aspecto realmente importante e muitas vezes esquecido pelo público é a arte de capa de um disco.

está conversando com diversos outros artistas para que o DLP ganhe o mundo, lançando catálogos de diversos outros nomes da música mundial! Não poderíamos estar mais felizes! Backstage – Há quanto tempo a Noturnall está na estrada e quais os trabalhos que vocês já têm no mercado?

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Thiago: A NOTURNALL é uma dissidência da banda SHAMAN, onde optamos por fazer um som que tivesse mais a ver com o que sempre gostamos em termos não só musicais, mas também visual e até mesmo de estilo de vida! Criada em 2015, a NOTURNALL é, de fato, quem realmente somos, devo admitir com muita felicidade. Já são 3 discos, 1 DVD e mais um DVD a caminho, já que acabamos de confirmar a gravação de nosso segundo trabalho ao vivo, no TEATRO PORTO SEGURO, em abril de 2018. Além de termos ainda trazido não só para nosso DVD, mas também para nosso disco e um vídeo clipe, a participação da lenda da voz, o vocalista americano RUSSELL ALLEN, das bandas SYMPHONY X e ADRENALINE MOB. Também a participação de um dos guitarristas mais rápidos do mundo, o também norte americano, MIKE ORLANDO, quem inclusive ficou na banda por um período. E tudo isso sempre dirigido, escrito e produzido por Juninho Carelli e por mim. Tenho muito orgulho dessa parte também, pois somos uma banda extremamente autossuficiente, onde de TODAS as áreas em que atuamos, seja na produção de discos ou vídeos, a única pessoa que trazemos de fora para nossas atividades artísticas, é nosso irmão e hoje já considerado quase que um

uma apresentação no palco Sunset. O que mudou de lá pra cá? Thiago - Exatamente tudo. O Rock in Rio é o sonho definitivo de todas as bandas. Não há o que dizer quanto a isso. Lutamos muito pra chegar ali. Então combinamos que quando esse dia chegasse, entregaríamos o show mais diferente e marcante que pudés-

O Rock in Rio é o sonho definitivo de todas as bandas.

membro da banda, o genial CARLOS FIDES, responsável por todas nossas artes. Backstage – A Noturnall participou do Rock in Rio 2015, com

semos e isso, acredito que conseguimos. De lá pra cá, tudo mudou. E temos consciência que isso só aconteceu por conta do Rock in Rio. Em 2019 estaremos lá de novo, pode acreditar!

Backstage – Quais os projetos da banda nos próximos meses com o lançamento do CD, vocês entrarão em turnê para divulgação do álbum? Thiago - Bom, além do próximo DVD, que já contei para vocês, já estamos colocando em prática algo que está em nossa agenda já há algum tempo, que é parte de vídeos. Esse disco terá clipes de todas as músicas! Backstage – Falando sobre divulgação, sabemos que a forma de produzir, com os homestudios, por exemplo, e de divulgar, pós internet, também influenciou a estratégia de divulgação dos trabalhos de músicos e artistas? Como fica essa relação entre artista x produtor e artista x fãs? Acredita que o produtor adquiriu outro papel, por exemplo? Thiago - Uma das coisas que a


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nossas ações só dão certo dessa forma, pois temos uma base de fãs chamada “NOTURNALL STREET TEAM”. Administrada por nossa fiel escudeira, INGUI EVELYN, esse verdadeiro “esquadrão”, nos representa mundo afora e fazem toda a diferença em nossa comunicação. De fato, sem eles, as coisas não funcionariam do jeito que funcionam atualmente!

NOTURNALL também foi pioneira, no lançamento do 9, foi adotar a comunicação banda-público. Bolada inteiramente pelo Quesada, o lançamento do disco, num primeiro momento, foi feito inteiramente voltado para o público mais fiel da banda, onde criamos um grupo de WhatsApp e de FACEBOOK que em apenas algumas semanas de anúncio alcançou a expressiva marca de mais 10 mil inscritos que realmente acompanha o dia a dia da banda, não só para receber todo o conteúdo do disco, mas também para uma série de situações “pré-lançamento”. Uma que gostei muito foi, por exemplo, a de mandar as mixes para esse grupo, antes de finalizar, colhendo as observações de todos sobre os pontos de vista mais variados. E realmente foram muito coe-

rentes em suas observações, ajudaram muito! Foi uma espécie de “triagem”, feita por quem mais importa no processo todo, o público final. Atribuo o sucesso do “tom” alcançado do disco, tanto das músicas, bem como das mixagens, a essa ação em específico. Foi muito legal colocar a galera super fã da banda no meio do caos de se finalizar um disco! Outro aspecto muito produtivo dessa ação, foi na arte do disco. Criamos uma capa e um contexto incrivelmente profundos, onde pudemos “brincar” com os fãs fazendo, por exemplo, um “jogo dos 9 erros”, em que as pessoas tinham que achar 9 “mensagens” escondidas na capa do 9. Todos que participaram das ações puderam concorrer e ganhar prêmios da banda. Tudo isso trouxe o público para perto demais da banda. Muitas de

Backstage – Para finalizar, gostaria que fizesse uma breve análise do mercado musical atual, no Brasil e no mundo e, especificamente, o de rock no Brasil, quanto a espaço para divulgação das músicas, público e remuneração. Thiago - Como dito antes, acredito que vivemos numa espécie de “adolescência tecnológica”. Enquanto existir amor por sua arte, amor pelo seu público, conseguiremos descobrir, cada vez mais, novas maneiras de se reinventar e evoluir para trazer cada vez mais pessoas para perto de você e de seu trabalho. O que você não pode nunca é parar. Perder o fôlego, ok. As vezes diminuir o ritmo, acontece. Mas parar, nunca. Tudo que o ser humano precisa para ser bem-sucedido em qualquer área da vida é amor. O resto vem naturalmente.

Para saber online

www.facebook.com/estudiofusaovmt


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BOSE – S1 PRO A

A Bose acaba de reforçar sua linha de equipamentos profissionais com o lançamento do S1 Pro, um sistema sonoro portátil para uso amplo, em uma série de aplicações, tanto por sua qualidade de áudio como por suas múltiplas opções de localização. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

DAPTAÇÃO AOS NOVOS TEMPOS

Ante uma indústria de mudanças constantes e de grande crescimento tecnológico, a Bose capitaliza sua experiência e oferece este sistema que pode servir tanto como monitor de chão, para músicos solistas, comediantes ou Djs, entre outros usos, entregando um som bastante adequado. Durante uma apresentação exclusiva na fábrica da Bose, em Framinghan, os presentes puderam escutar a profundidade do equipamento, por meio de Craig Jackson, gerente de linha de produto em sistemas portáteis da marca e que já vem trabalhando com a marca há 16 anos, com equipamentos como da série L1, assim como na apresentação de RoomMatch. Por outro lado, para a audição do novo equipamento de maneira prática, não apenas com música gravada, mas também ao vivo, o guitarrista Will Dailey esteve presente com seu instrumento para demonstrar os alcances do equipamento. Will é um dos músicos indepen-

dentes mais aclamados dos Estados Unidos, graças a sua presença no cenário e na parceria com Eddie Vedder, TBone Burnett e Willie Nelson, entre outros, além de ter sido ganhador em três ocasiões do Boston Music Award na categoria de melhor cantor/compositor e artista do ano de 2014. Em uma apresentação muito completa, que incluiu música ao vivo e gravada dos mais distintos gêneros, a nova opção da Bose está pronta para ser usada nesta e em muitas outras aplicações, levando assim seu desempenho sonoro a muitos mais ouvidos. Pesando um pouco mais de 6 quilos, o S1 Pro tem grandes vantagens de portabilidade e de robustez em um mesmo gabinete. Está desenhado para ser levado de um lado a outro sem esforço por meio de sua alça de transporte e sua operação em qualquer lugar se estende por bastante tempo, graças à bateria de lítio-ion recarregável. O sistema é capaz de operar em múltiplas posições pensadas para assegurar


uma ótima sonoridade, de acordo com as necessidades, seja colocado no chão, na mesa ou até mesmo montado em um suporte padrão de alto-falante. Desta forma, a cobertura do sistema se adaptará à aplicação específica e adicionalmente, a autoequalização integrada manterá um som ideal em qualquer orientação. O S1 Pro está equipado com um mix de três canais com reverb, con-

troles de tons e saídas de linha para sua conexão com outros sistemas. É possível reproduzir música facilmente via Bluetooth e chegar a um ótimo som de maneira rápida através do processamento ToneMatch, exclusivo da Bose, para microfones e guitarras, revelando-se como uma opção em uma gama de eventos, pronto para funcionar em qualquer lugar e situação.

Características do S1 Pro • Som de alta saída desde um sistema compacto e conveniente, pronto para operar em uma grande gama de aplicações móveis. • Peso leve e gabinete ultra portátil, desenhado para um fácil transporte. • Mix de 3 canais que oferece o sistema ToneMatch, reverb e controle de equalização em dois canais. • Streaming sem fio via Bluetooth a partir dos dispositivos móveis, com conexão one-touch.

• Sistemas de auto equalização, que assegura sempre um som adequado a todas as posições em que se localizam. • Compatível com suporte de alto falante padrão de 35 milímetros. • Bateria opcional recarregável de lítio-ion que permite sua operação por horas. • Acabamento personalizado de acordo com pedido do comprador.

OUTROS LANÇAMENTOS A Bose também adiciona dois membros à família das mixes para seus sistemas portáteis, T4S e T8S. O objetivo é revolucionar os equipamentos para servir melhor ao mercado, porque os clientes Bose usam a TI (mix precedente), de maneiras muito diferentes, são bandas de músicos e gente que as querem usar em modo estéreo. Com esses dois modelos o DSP está melhorado e há processamento independente em cada canal, entre outras características. São muito compactas, mas também muito resistentes e desenvolver isso foi um acerto. A TI integra uma interface muito fácil de usar o que também está presente nessas novas mixers.

Para saber mais www.proaudio.seegma.com.br

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TECNOLOGIA|ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 38

Figura 01- Original

Nesse tutorial vamos produzir uma interface bem ao estilo “DJ” para o Ableton Live. O Ableton live é venerado pela configurabilidade da sua interface, então, partindo da janela básica “Session View”, iremos passo a passo modificandoa para que ela fique com o feeling dos mais conhecidos programas dedicados para VDj/Dj!

“DJ TEMPLATE” NO LIVE Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music, em Boston.

A

imagem acima é um exemplo da página inicial do Live! Vamos precisar de uma sequência de otimizações para alcançar o nosso objetivo! Primeiramente vamos eliminar, deletar, os Midi Tracks 3 e 4, pois não utilizaremos Midi Tracks nesse projeto. Selecione clicando em cima do nome (3 Midi e 4 Midi), apertando a tecla Shift e então Delete apertando a tecla DEL, ou com o botão direito do mouse(em cima) para revelar o sub-menu e Delete!(veja abaixo).

Agora vamos duplicar os Audio Tracks 1 & 2. Selecione os dois Tracks apertando a tecla Shift e duplique digitando Ctrl + D quatro (04) vezes ou com o botão direito em cima para revelar o sub-menu (como mostra a imagem). O objetivo é criar ao todo 8 tracks de áudio! Exatamente como mostra a Imagem abaixo! Usando agora a tecla Ctrl, vamos selecionar apenas os Tracks 2,3,4..6e8(esses marcados com marca em verde abaixo). Mantendo-as selecionadas, vamos apon-


Figura 02 - Delete Midi Tracks

Figura 03 - Duplicate audio tracks

Figura 07 - Primeira parte

tar o cursor do mouse na borda extrema do Track 8 Audio e o cursor vai mudar para um “Colchete”.

or, vamos alargar esses Tracks arrastando-os para a direita agora!(o máximo possivel). O Track em laran-

reçamentos: “Audio From”. Aproxime o cursor do mouse ali nos Tracks vermelho e laranja,e com o botão esquerdo escolha do sub-menu: “Ext In” (estereo na opção Monitor). Usaremos o track Mic (laranja) para entrada de um microfone(mono na opção Monitor) e os tracks azul e verde para tocar as nossas faixas e ou loops do HD. Vamos criar alguns canais auxiliares agora: Busses Selecione o último Track da direita (8 Audio ao lado do Loop 2 verde) e com a tecla Ctrl + D duplique esse Track por quatro vezes (imagem anterior). Selecione somente os quatro Tracks duplicados (como na imagem abaixo) e digitando Ctrl + G, crie um Grupo (Group) com esses Tracks. Selecione e digite Ctrl + R (pode usar o sub-menu também) e em cada Track do Grupo nomeie Bus 1, Bus 2… Bus 4. Agora vamos configurar os Endereçamentos (as mandadas de cada Track para cada Bus). Faça com cuidado para não se confundir!! Cada track está mandando uma saída de áudio para um Bus diferente (marca verde).

Figura 04 - 8 audio tracks

Clique então com o botão esquerdo do mouse (mantendo apertado) e arraste a borda à esquerda para ajustar o tamanho desses Tracks.

ja (MIC), selecione individualmente e arraste só um pouquinho (como na imagem abaixo). Na parte de inferior da imagem

Figura 05 - Adjust size

Devemos alcançar um resultado semelhante a isso! Vamos então reajustar o tamanho dos tracks vermelho, azul e verde (a propósito, Tracks 1,5 e 7 que já foram renomeadas e receberam cores distintas!!). Estão indicadas por essas marcas em laranja. Aperte a tecla CTRL (mantendo apertada) e selecione. Nesse momento em processo análogo à etapa anteri-

(nesse setor indicado por esse retângulo em verde) está o setor de Ende-

Figura 06 - Result

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Aqui fica mais claro que cada Track está mandando áudio para um canal

muito fácil se confundir aqui!!! Feitas essas configurações você pode

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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

Figura 08 - Busses

Figura 09 - Group Busses

auxiliar (Bus) diferente – Audio To. Subsequentemente, cada Bus recebe na sua entrada um canal de áudio

colapsar ou fechar o Grupo de Busses (canais auxiliares) e talvez ajustar o tamanho do Track Group com aquele

Figura 10 - Naming busses

Figura 11- Audio To

(mono ou stereo) de um Track (loop2 > Bus 3 por exemplo). Cuidado, é

processo de ajuste explicado anteriormente (*opcional). Mas acho que fica


Figura 12 - Audio from

Figura 14 - Fxs

mais limpo!! Clicando nos ícones S e R embaixo à

pende do seu equipamento, mas ainda falta a cereja do bolo!

Figura 13 - Colapse

direita (seta vermelha), você revela os canais de efeitos. Eu criei uns três, Reverber, Delay e o Looper. Você cria quantos quiser, mas lembre-se: Less is better (menos é melhor)!! Habilitei o Cue, o retorno (marca verde), para os meus canais 3\4 stereo, mas pode ser mono se preferir, depende da sua configuração pessoal. Tudo deve estar perfeitamente operacional agora!! Entradas configuradas, mandadas para canais auxiliares (busses), efeitos recebendo sinal, retorno em canal independente, claro que essa configuração é genérica, de-

Digite Ctrl +, (vírgula) para Preferences > Look/Feel > Skin, e escolha Disco! Voilá.. Agora o seu Ableton Live está pronto para bombar All Night Long... É isso amigo, espero que tenha curtido. Boa sorte a todos!

Figura 16 - Template done

Para saber online

Figura 15 - Cereja do bolo

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 42

A Musikmesse e Prolight + Sound, que acontece entre os dias 10 e 13 de abril de 2018, em Frankfurt, na Alemanha, vai trazer para o mesmo espaço empresas e varejistas, bem como músicos do mundo todo. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

MUSIKMESSE E

PROLIGHT + SOUND 2018 estreitam laços entre os profissionais

E

m 2017, os dois eventos atraíram um total de cerca de 100 mil visitantes de 144 países para o Centro de Feiras e Exposições de Frankfurt. Para empresas de todos os tamanhos, existe um amplo espectro de opções para mostrar produtos, desde pacotes de stands com tudo incluído a um preço bem acessível e demonstrações ao vivo ao ar livre para a integração de marcas e endorsers na programação de eventos das duas feiras. Uma das novidades é a concentração do segmento de áudio, DJ e produtos de

gravação no Hall 4.1 e outras melhorias no layout das duas feiras (Musikmesse e PLS). Com medidas para reduzir os níveis de ruído e o foco nos visitantes comerciais na quarta-feira, quinta-feira e sexta-feira de manhã, a Musikmesse elevará seu perfil como plataforma e fonte de inspiração para profissionais dos instrumentos musicais e segmentos educacionais e para músicos. Já para os fãs de música, haverá um ingresso de visitantes privados de preço reduzido na sexta-feira à tarde e no sábado. Recentemente lançado, formatos bem sucedi-


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 44

dos, como o Camp Drum, Guitar Camp, o Festival Musikmesse e a área Silent Stage acontecem também em 2018.

AUDIO, DJ E GRAVAÇÃO EM UM SÓ LUGAR O segmento de produtos de áudio, DJ e gravação terá uma plataforma de apresentação nova e central. Anteriormente, os expositores deste segmento encontravam-se em ambas as seções do Centro de Exposições. Com o novo conceito do Salão 4.1, os expositores poderão alcançar visitantes tanto da Musikmesse quanto da Prolight + Sound com um único stand de exposição. O Hall 4.1 está no coração do Centro de Exposições e estará aberto em toda a Musikmesse. O foco do salão são produtos para usuários profissionais no campo da tecnologia de eventos e mídia, e também de interesse para músicos, produtores de música e varejistas de instrumentos musicais, como microfones, efeitos e processadores de sinal, cabos, mixers, unidades de controle, ferramentas de monitoramento, ferramentas de produção, equipamentos de DJ e hardware e software de gravação. Como no passado, os visitantes encontrarão produtos para sistemas de PA (ao vivo) e instalações permanentes no Hall 3.1. Como parte também do Hall 4.1 está a área ‘Silent Stage’ (Backstage, edição 270/maio 2017), que foi

PROGRAMAS EXCLUSIVOS Ao contrário de qualquer outro evento na Europa, a Musikmesse apresenta o espectro completo de instrumentos e gêneros musicais. Além de uma visão abrangente do produto, oferece conteúdo direcionado para diferentes comunidades musicais. Os destaques do segmento Drums, Percussão, Guitarras + Amp são o Drum Camp e o Guitar Camp, onde os principais bateristas e guitarristas internacionais oferecem performances exclusivas, além de workshops e masterclasses. Os expositores têm a oportunidade de fazer apresentações em atraentes stands de exposições completos nas imediações dos setores. Com a

O Hall 4.1 está no coração do Centro de Exposições e estará aberto em toda a Musikmesse.

lançada em 2017 e apresenta um conceito de estágio inovador para um som limpo e monitoramento efetivo, bem como o Sound & Recording Lounge, que oferece palestras sobre mixagem, miking e produção.

mudança para o Hall 9.0, as guitarras elétricas estão a poucos passos de guitarras acústicas, no Hall 8.0. O segmento Keys + Piano passa para Hall 11.0, perto da entrada do Portalhaus. O ‘Piano Salon Eu-

rope’, que regressa este ano, oferece aos fabricantes de piano da Europa uma plataforma para mostrar pianos verticais e de grande categoria. Parte do salão é uma fase de apresentação e palestra onde, entre outros, será apresentado o prêmio Piano Player of the Year. Os instrumentos acústicos permanecem no Salão 8.0 e, juntamente com instrumentos de cordas e plucked, instrumentos de percussão e harmônica, cobrem um amplo espectro. No ‘Acoustic Stage’ na Galleria adjacente, os visitantes poderão ver artistas excepcionais da cena da música acústica do clássico e do jazz ao pop. Os instrumentos de sopro e de bronze encontram-se em uma parte acústica separada do Hall 8.0. A Musikmesse também planeja continuar a cooperação bem sucedida com o Woodstock of Wind Music, que começou em 2017 e, com bandas e grupos de música de vento moderna na área ao ar livre, provou ser uma ótima fonte de inspiração para os visitantes. Para o comércio especializado de instrumentos musicais, a Musikmesse oferece admissão gratuita e serviços


exclusivos no âmbito dos programas de benefícios “Musikmesse Insider” e “Musikmesse Premium”. A área de negócios no Salão 11.1 oferece espaço para discussões de negócios e um programa dedicado de desenvolvimento adicional para o setor de instrumentos musicais sob a forma de ‘Business Academy inspirado pela SOMM’.

EDUCAÇÃO Sob o título “Educação Musical”, a Musikmesse agrupa produtos e serviços para fazer música que são relevantes para o ensino e a sociedade. Assim, na área “Discover Music”, os visitantes mais jovens têm a chance de experimentar instrumentos musicais, enquanto o “Music Education Lounge” oferece espaço de apresentação para organizações do mundo do ensino, cultura e negócios de música. Além disso, os expositores podem

participar do programa do “Musikbiz & Culture Forum”, que destaca temas como desenvolvimento profissional no setor de música e o significado social da criação de música.

PROLIGHT + SOUND: O ENCONTRO DE TODOS OS PROFISSIONAIS Na seção oriental do Centro de Feiras e Exposições de Frankfurt, as empresas apresentam tecnologias pioneiras para entretenimento, sistemas integrados e criação. Lá, os visitantes de todas as disciplinas de tecnologia de mídia e eventos não só podem descobrir uma série de novos produtos, mas também obter inspiração e experiência em assuntos relevantes para eles a partir do programa complementar de eventos. Profissionais do setor de luz e sonorização poderão ver novos

produtos em ação no PRG / LEA Stage no ‘Festhalle’ e no outdoor Sound Arena ao ar livre. As palestras da Prolight + Sound Conference fornecem respostas para perguntas sobre miking, sistemas de PA, design de iluminação, etc. Os campos de crescimento do Prolight + Sound incluem tecnologia de mídia e integração de sistemas. As tendências tecnológicas, como as redes de áudio digital, o AV sobre IP e as tecnologias imersivas, encontram-se nas salas de exposição e serão discutidas por especialistas no programa do seminário.

SINUS Pela 15ª vez, a Prolight + Sound será o local para a apresentação do ‘Sinus - System Integration Award’. Uma área atraente para usuários interessados no segmento de transmissão é o Pavilhão de Imagem

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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 46

Móvel, no Salão 4.0, com produtos para produção e transmissão de vídeos ao vivo, bem como cadeias de produção prontas para jogar, desde a câmera até a distribuição ao vivo. Produtos, apresentações e seminários estarão resumidos em um guia especial para ajudar técnicos e outros profissionais do segmento de teatro a se orientarem na feira. De acordo com a tradição no Prolight + Sound, o Opus - German Stage Award - será apresentado em homenagem a realizações destacadas no campo do design de palcos e cenários, bem como o uso da tecnologia no palco. Como na edição passada, a Musikmesse e a Prolight + Sound serão realizadas simultaneamente na quarta-feira, quinta-feira e sextafeira e todos os ingressos são válidos para ambas as feiras nestes dias.

MERCHDAYS Outa novidade nesta edição será a realização do MerchDays, um local de encontro para o setor de

merchandising de entretenimento, que será realizado pela primeira vez no âmbito da Musikmesse e Prolight + Sound. Em cooperação com a Aka Merch & Textil GmbH, os organizadores da MerchDays, Messe Frankfurt integrarão o fórum para o setor de merchandising de comércio para instrumentos musicais e tecnologia de eventos. Dessa forma, os fornecedores de merchandising e fan-art apresentarão seus produtos e serviços no saguão Halls 5.1 / 6.1 na quinta e sexta-feira, 12 e 13 de abril de 2018. O MerchDays estará aberto a todos os visitantes da Musikmesse e Prolight + Sound gratuitamente. Mais recentemente, o evento de dois dias foi realizado simultaneamente com a Convenção C / O Pop em Colônia, em agosto de 2017.

Mais informações... ...sobre Musikmesse and Prolight + Sound pode ser encontrada em: www.musikmesse.com e www.prolight-sound.com


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VERSÃO DO PRO TOOLS S

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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br

CONHEÇA A MAIS NOVA

Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

A primeira coisa que talvez você esteja se perguntando é: 2018? Desde quando isso é numeração de versão de software? Para saber online cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com

e no passado um software era atualizado a cada três anos ou até mais, hoje em dia, as atualizações são quase mensais e as empresas, aos poucos, perceberam que a numeração de versão não era tão mais eficaz. A Adobe foi uma das primeiras a perceber isso e já faz algum tempo que seus softwares vêm com a versão referente ao ano, assim como acontece com carros. Do mesmo jeito que temos um Honda Civic 2015, temos o Photoshop CC 2016, o Premiere CC 2017, e agora teremos o Pro Tools 2018. Tecnicamente, o mais correto é chamar de Pro Tools 2018.1, onde o “1”, é referente ao mês. Então se sair, por exemplo, uma atualização em abril, a versão será 2018.4. É uma alternativa bem legal, pois fica muito mais óbvio para o usuário saber quando a versão do software que ele está usando foi lançada, sem precisar recorrer aos manuais ou à internet. A seguir, vamos conhecer suas novidades!

ADEUS ILOK! SEJA BEM VINDO, ILOK CLOUD O sistema de licenciamento do Pro Tools é um pouco diferente dos demais, pois as licenças não são baseadas em números de série, e nem baseado em conta de usuário com login e senha. As licenças do Pro Tools são armazenadas fisicamente em um iLok, que são essas chaves USB (fig. 1). Para o Pro Tools

abrir, o iLok precisa estar conectado em uma porta USB e, obviamente, ter uma licença válida. iLok Cloud é uma maneira nova de licenciar o Pro Tools, onde o usuário poderá efetuar o login em sua conta e habilitar o Pro Tools, mesmo sem um iLok. Porém, algumas considerações a fazer: Primeiramente, os termos de licença do Pro Tools continuam os mesmos. Ou seja, só é permitido usar a licença em um computador por vez. Supondo que o usuário habilitou o iLok Cloud no seu estúdio (fig. 2). Se depois tentar habilitar no seu laptop pessoal, a licença/iLok Cloud do estúdio será automaticamente revogada. Em segundo, pelo mesmo motivo acima, não é possível ter sua licença registrada na chave de iLok física e no iLok Cloud. Ou é um, ou é outro. Por último, mas talvez o mais importante. Para usar o sistema iLok Cloud, é necessário ter uma conexão com a internet ativa. O sistema fica confirmando de tempos em tempos se a internet está ativa e se a licença continua válida, portanto, se você quer trabalhar desconectado da internet, vai precisar continuar utilizando o sistema iLok tradicional.

MELHORIAS NO MIDI Faz muito tempo que não vemos nenhum avanço nesta área. A principal delas foi a inclusão de teclas de atalho para mover notas MIDI para direita/esquerda, para cima e baixo, alterar a duração e


Figura 1 - iLok

velocity (fig. 3). Por outro lado, a função mais interessante chama-se “Extract Chord From Selection”. A função está localizada no Menu Event, e funciona da seguinte forma: ao selecionar um trecho MIDI, o usuário pode pedir para o Pro Tools analisar verticalmente as notas e informar os acordes usados. Os acordes ficam registrados

tor (Fig 4A, 4B e 4C). Por último, temos a função “Retrospective MIDI Record”, que significa simplesmente que mesmo em play, o Pro Tools está sempre gravando MIDI em tracks que estiverem com botão de Rec Enable habilitado. Na prática, significa que, se o usuário estiver em play, apenas ensaiando uma idéia ou estudando um solo, mas acabar gostando do que executou, ele pode acessar o Menu Event > Retrospective Record, que sua última execução será apresentada no track, mesmo sem ele ter colocado o Pro Tools para gravar.

Figura 4A - Acordes no MIDI Editor

do “guitarra base” com um afinador + compressor + simulador de guitarra + EQ final, já super timbrado para carregar em qualquer sessão. Com instrumentos virtuais tam-

TRACK PRESETS

Figura 2 - iLok Cloud Session ativo

na régua (ruler) “Chords”, visível pelo menu View > Rulers > Chords, e também são visíveis no Score Edi-

O usuário também vai poder salvar todas as configurações de um canal: fader, pan, send e insert. Isso traz muita praticidade, uma vez que é comum utilizar um mesmo setup várias vezes, apenas alterando um pouco os parâmetros. Os track presets são encontrados na caixa de diálogo de criação de novos tracks (fig. 5). Por exemplo, para guitarra o usuário poderia salvar um track preset chama-

Figura 4B - Acordes identificados no Chords Ruler

bém é uma maravilha, já que em 99,9% dos casos, é preciso trabalhar o timbre com outros plug-ins para ficar, de fato, convincente.

Figura 4C - Acordes no Score Editor

Figura 3 - atalhos para edicão MIDI

Salvar um track preset com o nome “Harmmond rock” com um DB33 (órgão) + distorção suave + EQ + Phaser vai simplificar bastante as coisas. Agora uma dica para quem não tem o Pro Tools 2018. Esta função já está disponível de forma não-oficial (ou seja, escondida)

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MIXER COM MAIS FEEDBACK VISUAL

Figura 5 - Track Presets

faz muitos anos! Em 2012, eu e o pessoal da ProClass fizemos um vídeo explicativo de como criar

para construir um take único, com os melhores momentos de cada parte.

Figura 6 - Target Playlist

Figura 7 - Atalhos para Playlists

track presets desde o Pro Tools 10. Segue o link: https://youtu.be/F2w_mFw–0IM

No Pro Tools 2018, foi introduzido o conceito de “Target Playlist” (fig. 6). No passado, você tinha “Alternate

Figura 8 - Mini-representação de equalização no mixer

Figura 9 - Colaboraçãoo mais rápida

Na versão 11, a Avid melhorou radicalmente as opções de medição de ganho do mixer, com medidores mais longos, diferentes sistemas de escala e até um medidor de redução de ganho dos compressores inseridos no canal. Agora também foi acrescentado

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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br

Além disso, muitos atalhos novos para navegar entre as playlists, ouvir cada um dos takes alternativos, executar edições e muito mais.

PLAYLISTS AINDA MAIS FLEXÍVEIS Nas últimas versões do Pro Tools, já tivemos significativos avanços nesta funcionalidade, que, para quem não conhece (mas deveria conhecer!), podemos explicar rapidamente: é uma maneira mais completa para manipular múltiplos takes de uma performance

Playlist” que eram todos seus takes, e o “Main Playlist”, que era o playlist usado como principal para receber edições. O “Target Playlist” permite que qualquer playlist seja utilizada para receber edições e construir melhores takes. Ou seja, podemos construir diversas playlists com edições diferentes e experimentar muito mais.

uma mini-representação da equalização inserida no canal (fig. 7). Vale ressaltar que não estamos falando apenas da equalização padrão do Pro Tools. Se o usuário preferir utilizar um equalizador da FabFilter, por exemplo, também vai funcionar. Mais interessante que isso, se o usuário tiver dois equalizadores inseridos, a mini-representação vai mostrar a soma das duas curvas, portanto é uma maneira totalmente nova e única de analisar sua equalização. Finalizando, gostaria de rapidamente mencionar que também houve alguns avanços no sistema remoto colaborativo de projetos (Fig. 8), mas como este é um recurso novo, complexo e ainda muito desconhecido, merece, portanto, uma atenção especial em um artigo único e exclusivo. Abraços e até a próxima!


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ÁUDIO FUNDAMENTAL| ww.backstage.com.br 52

Acredito que na história da Backstage, diversos artigos sobre decibel já devem ter sido escritos, afinal, não há uma ferramenta mais usada no áudio do que o decibel; mas, vez por outra, é preciso refrescar a memória e dar informação aos que estão começando agora. Logo, vamos voltar ao começo de tudo, o decibel! Pedro Duboc redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

O

decibel nos permite expressar “quanto” de uma forma relevante para nossa audição. Muitos de nós tendemos a considerar variáveis físicas de forma linear. Por enquanto, o dobro de uma quantidade produz o dobro de resultado final. Duas vezes mais areia, produz duas vezes mais

Mudanças perceptíveis de intensidade e frequência do som são baseadas na porcentagem da mudança de uma condição inicial, isso quer dizer que no áudio funcionamos com razões (ratios). Uma razão dada sempre produzirá o mesmo resultado. Testes subjetivos mostraram que a potência aplicada a

concreto, duas vezes mais farinha produz duas vezes mais pães. Essa relação linear não funciona para audição humana. Usando essa lógica, duas vezes mais potência de amplificação e teríamos o som duas vezes mais alto, mas infelizmente não é assim que funciona!

um falante deve aumentar 26% para produzir uma mudança perceptível ao ouvido humano. Logo, a razão de 1.26:1 produz a menor mudança perceptível ao ouvido humano. Então se temos uma potência dada de 1W, um aumento para 1,26W será o ne-


cessário para uma mudança perceptível. Se o valor inicial for 100W, com 126W, temos a potência necessária para perceber a mudança. Uma escala numérica pode ser linear 1,2,3,4,5,6,7 ou proporcional, 10, 100, 1000 etc. A escala calibrada proporcionalmente pode ser chamada de logarítmica, de fato, pois logaritmo significa “números proporcionais”. Para simplificar, a base logarítmica 10 é usada para os cálculos em áudio, isso ajuda em dois pontos. 1. Coloca uma razão em uma escala de números proporcionais que melhor se relaciona com o ouvir humano. 2. Permite que extensos números sejam expressos de forma compacta. O último passo na conversão do decibel é escalar a quantidade de bels em um fator de 10, esse passo transforma o bel em decibel e en-

cerra o processo de conversão. A escala em decibel é mais resoluta do que a escala de bel, o decibel é sempre uma razão de potência. Mudanças de potência elétricas e acústicas podem ser convertidas exatamente utilizando a fórmula dada na figura 1. Quantidades que não são potências devem se tornar proporcionais à potência, através de uma relação estabelecida pela equação de potência. Como sempre, gosto de indicar alguma literatura que venha a complementar o que vimos por aqui, o livro Sound Check, do Tony Moscal, com tradução do Joel Brito fala bastante sobre esse “básico” do áudio que na verdade é o fundamento, o alicerce sobre qual todo nosso trabalho se sustenta. O livro pode ser encontrado no site da H.Sheldon. É isso aí galera, na próxima edição

falaremos sobre o segundo dos 8 tópicos que vimos na edição passada, “frequência e comprimento de onda”. Quem perdeu pode comprar as edições passadas direto na H.Sheldon, falaremos sobre os fundamentos do áudio nas próximas sete edições. Forte abraço e até a próxima!

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SOM NAS IGREJAS | NÍVEL BÁSICO ww.backstage.com.br 54

Será que o som digital é tão bom quanto o analógico? Bem, estamos tão evoluídos que, dificilmente, alguém conseguirá, em um teste cego, dizer se o som está sendo misturado em uma mesa digital ou em uma mesa analógica. Tiago Borges redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

CONVERSÃO DE

áudio analógico em digital N o primeiro artigo desta série sobre mesa de som para iniciantes foi falado e demonstrado isto. Já neste texto, vou mostrar como ocorre esta conversão de analógico para digital. Já falamos aqui que o sinal é recebido em um circuito analógico, amplificado, e só depois é entregue para o conversor transformar este sinal elétrico em sinal de dados (sinal de áudio digital). Neste caso, antes do gate, compressor, equalizador ou qualquer outro processamento do sinal, dentro da mesa, ele é

convertido em uma imagem digital. Igual uma fotografia feita no celular. Porém, é importante entender como ocorre esta conversão, e falaremos disso agora. Ocorre que, durante a conversão, duas questões acontecem, uma é a amostragem do sinal e outra é a resolução do sinal.

TAXA DE AMOSTRAGEM Para entendemos o que é esta amostra, vamos “viajar” em um teste. Por exemplo, imagine que você está de passageiro


no trânsito, está de olhos fechados e, rapidamente, no espaço de um segundo, você abre e fecha os olhos uma única vez. O que fica na memória é um momento muito pequeno para poder contar a história de tudo a sua volta. Por exemplo: só com este pequeno relance, não dá para saber se os carros, no trânsito, estão em movimento rápido, lento ou parados. Mas, se abrir e fechar os olhos várias vezes, neste espaço de um segundo, teria mais referências e, assim, poderia comparar uma imagem com outra, sabendo se eles se moveram e em qual velocidade foi. Isto ocorre porque, com as várias amostras, oriundas das várias vezes que abriu os olhos e visualizou o ambiente, criou imagens e, as comparando, conseguiu explicar o que ocorria. No sistema digital, temos equipamentos iniciando 44100 amostras por segundo. Ou seja, são 44.100 fotos, do sinal digital, para serem reescritos de forma digital. A maioria dos equipamentos de áudio digital, hoje, trabalha em velocidades de 44.100 e 48.000 amostras. Sim, existem equipamentos que podem rodar diferentes vezes estes valores, mas na maioria, são estes. O importante é que, ao interligar dois equipamentos via sinal digital, não poderá ter cada equipamento em uma velocidade diferente, pois eles terão dificuldade de

trocar informações. Cada repetição, desta amostra, é chamada de ciclo e a quantidade de ciclos (repetições), dentro do espaço de um segundo, é chamado de frequência e representado como Hz (hertz). Então, quando ler em algum lugar sobre sample rate, ou clock, está sendo falado sobre esta amostragem. Por exemplo: 44.1kHz é o mesmo que 44100Hz de Sample Rate.

RESOLUÇÃO Já que entendemos sobre as amostragens, vamos entender sobre a resolução destas amostras. Sabe quando abrimos os olhos e eles estão um tanto embaçados? Pois é, a resolução seria isto. Seria uma definição do que enxergamos e, quanto mais alta a resolução, mais detalhe vemos. Testa aí novamente, fique com os olhos fechados e os pressione. Depois abra os olhos, piscando rapidamente, e perceba que há um período onde enxerga sem detalhes e depois vai melhorando. Seria como uma conversão com baixo bit rate (não enxerga muitos detalhes) e depois vai aumentando o bit rate (vai enxergando melhor e vendo mais detalhes). Em resumo, quanto maior o sample rate (amostragem) e maior o bit rate (resolução), melhor se consegue ter detalhes do sinal. Porém, é importante dizer que para ter amos-

tras/resoluções altas, é preciso ter um processamento mais potente. Em alguns equipamentos, a definição para taxas elevadas obriga desligar outros processamentos. Por exemplo: na 01v96, o clock começa em 44.1kHz indo 96kHz. Ao usar nesta definição mais alta, duas (das quatro) máquinas de efeito são desligadas.

CANAIS FÍSICOS E CANAIS VIRTUAIS Com a conversão em digital, podemos ter mesas de som sem nenhum preamp (entrada física de áudio analógico), onde esta mesa recebe o sinal já em digital, misturando os canais e devolvendo o sinal ainda em digital. Esta possibilidade ocorre quando temos equipamentos separados, onde em um equipamento somente os preamps e em outro a mesa de som para mistura (processamento). O stage box é um equipamento para conexão dos instrumentos, conversão em sinal digital e entrega, para mesa de som, o sinal de áudio convertido, através de algum protocolo de áudio. Aproveite e confira o artigo Compartilhamento de mesa no áudio digital e o ganho analógico que publiquei no meu blog: backstage.com.br/tiagoborges. Na próxima, abordarei sobre patch, dobras e virtual sound check.

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ACL 360 ROLLER www.decomacbrasil.com www.elationlighting.com O ACL 360 ROLLER™ é um moving head único com um total de (20) LEDs de 15W RGBW 4-em-1 individuais posicionados igualmente em quatro arrays individuais anexados. Os recursos incluem a nova lente avançada de colimador de ótica que produz um feixe de mudança de cor homogeneizada a laser de 4 ° a partir de cada LED, que combinam/produzem um ângulo de feixe de 21° de cada barra, rotação rápida e precisa de 360 bits e rotação de inclinação completa cheia, controle de pixel individual, estroboscópio e efeitos de curva de atenuação selecionáveis, DMX, RDM (Gerenciamento de dispositivo remoto), suporte KlingNET™ e Art-NET, conexões de entrada / saída XLR, PowerCON e RJ45 ethernet, controle de botão completo (6); Exibição de menu reversível de 180° de cores, consumo de energia máxima de 280W e uma fonte de alimentação de comutação universal de tensão múltipla (100-240v).

XLED 6019 www.pr-lighting.com A PR Lighting anunciou o lançamento da nova luminária wash, a XLED 6019, que fará sua estreia mundial em abril durante a Frankfurt Prolight + Sound. Contendo 19 LEDs Osram 60W RGBW (4 em 1) de alta potência, com mudança de temperatura de cor linear de 2700K-10000K, é capaz de produzir feixes paralelos de ar para criar uma lavagem uniforme e efeitos dinâmicos variáveis incorporados. Este moving head totalmente equipado oferece mistura de cores RGBW ilimitada, com macros de 0-100% de regulação, linearmente ajustável. O ângulo do feixe (1/2 pico) é 1 / 2 e Zoom Linear 3.3 °~ 60 °. As características adicionais incluem: estroboscópio eletrônico 0-25fps; Zoom motorizado ajustável linearmente; Rainbow, Wash, Beam, Profile, Effect Modes (Kaleidoscope, Swirl), com múltiplas macros; Movimento da cabeça: Pan 0 - 540 ° e Tilt 0 - 180 °, com correção automática da posição; Operação de 19 canais em modo padrão, 92 canais em modo estendido. Também inclui memória pré-definida, memórias de usuários, controle DMX sem fio. Todos os efeitos estão contidos em um gabinete IP20 moldado por engenharia e plástico de alta temperatura e um peso de 29,5 Kg.


HEPIKOS https://www.youtube.com/watch?v=gTpOzS-bmN0 www.claypaky.it O Hepikos é o produto inovador da ClayPaky; wash beam que inclui toda a tecnologia óptica, mecânica e eletrônica mais avançada, em seu corpo altamente compacto. A luz é construída em torno de uma brilhante lâmpada Osram de 440W e possui um zoom de 5-40 °, o que proporciona um efeito wash brilhante, mesmo no ângulo de feixe máximo. O sistema de produção de cores é banido em uma mistura de cores CMY composta por três rodas totalmente dedicadas à produção de cores individuais, bem como duas rodas de cores, cada uma com 8 filtros cuidadosamente selecionados pelo departamento de P & D da Claypaky. Graças a sua lente dianteira plano-convexa de 185 mm de diâmetro e ao seu ângulo de feixe estreito de 5°, pode produzir um feixe afiado e encorpado, que pode ser usado para atingir efeitos aéreos com cores saturadas. Alguns dispositivos foram especialmente projetados para este produto: uma íris mecânica, que é capaz de alterar o diâmetro do feixe no modo de feixe como desejado para criar colunas de luz de diferentes tamanhos; um prisma giratório intercambiável de quatro faces que modula os efeitos visuais, quebrando a luz em várias projeções dinâmicas; e um filtro frost de borda suave que torna a borda da luz projetada menos acentuada e produz o efeito lavagem típico de uma luz wash com lente de Fresnel.

DARTZ 360™ www.decomacbrasil.com www.elationlighting.com A Elation Professional terá uma programação de inovações de iluminação extraordinárias em exibição na Prolight + Sound Frakfurt deste ano. Uma dica do que pode se esperar inclui o Dartz 360™, um único completo de feixe de LED colorido / spot com raios estreitos, gobos e efeitos. Um motor de diodo emissor de luz RGB de uma fonte de 50W produz um feixe de 3 graus poderoso e apertado para efeitos de feixe lisos, misturados em cores, semelhante a uma lâmpada de descarga. O Dartz 360 é compacto e fenomenalmente rápido com movimento contínuo de pan e tilt de 360°. O equipamento também tem 14 gobos de metal com estampagem estática, prismas rotativos independentes de 6 facetas e 8-facet independentes, filtro frost linear 0-100% para efeitos wash, obturador eletrônico de alta velocidade e strobe, regulação eletrônica e modos de curva de atenuação variável, taxa de atualização de LED ajustável e brilho gama para operação livre de cintilação para TV, DMX, RDM (Gerenciamento de dispositivos remotos), Kling-Net, Art-NET e suporte de protocolo sACN, transceptor DMX interno sem fio E-FLY™ da Elation, XLR XLR 5x e etherCON RJ45, além de conexões de entrada / saída do powerCON TRUE1, exibição de menu reversível a cores de 180° com painel de controle de botão múltiplo, backup de bateria para potência de exibição e uma fonte de alimentação universal de comutação automática de multitensão (100-240V).

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ILUMINAÇÃO O ano de 2017 foi marcado por shows históricos e únicos de bandas e artistas que pela primeira e possivelmente última vez presentearam os fãs brasileiros e sul-americanos com apresentações inéditas, realizando sonhos e superando expectativas. Mas ainda haveria algum ineditismo também em relação à iluminação cênica? Nesta conversa, o festival Solid Rock será analisado principalmente pela presença de bandas edificantes e fundamentais na história do rock’n’roll, com repertórios e luzes sólidas, como também circunstancialmente inéditas.

CÊNICA SOLIDEZ E INEDITISMO ILUMINAÇÃO CÊNICA NO FESTIVAL SOLID ROCK

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisador em Iluminação Cênica.

F

estivais de música são celebrações produzidas para unificar públicos a partir de uma determinada proposta, prezando pela diversificação ou exaltando certo estilo musical. Na maioria das vezes, resultam em oportunidades incomparáveis, pois permitem a presença de bandas estimadas e desejadas pelos fãs, viabilizando a vinda de ícones consagrados, alguns que nunca fizeram turnês isoladas em determinados países/regiões. Esse caráter de ineditismo esteve presente em três festivais realizados no segundo semestre do ano passado. A banda inglesa The Who, em sua primeira passagem no Brasil, realizou três shows no Brasil (sendo dois em festivais – Rock In Rio e SP Trip, sendo este analisado na

edição n.º 276 desta Revista), além das bandas americanas Tesla e Cheap Trick, ambas integrantes do lineup do Solid Rock, festival realizado em três países – Argentina, Chile e Brasil, sendo que neste último, em três capitais: Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. Nesta conversa, o evento será analisado a partir das apresentações que ocorreram em Curitiba, na Pedreira Paulo Leminski, no dia 12 de dezembro de 2017. Inicialmente programado com a participação da banda americana Lynyrd Skynyrd como atração do Solid Rock, problemas pessoais ocasionaram a substituição da banda pela também clássica Cheap Trick, possibilitando ainda mais significativo ineditismo, uma vez que esse quarteto americano (e que será


Festival Solid Rock, na Pedreira Paulo Leiminski, em Curitiba

abordado mais à frente) nunca havia se apresentado no Brasil. Com um formato interessante e extremamente atrativo, o Solid Rock propôs a união de bandas com sonoridades únicas, que fizeram parte de contextos e momentos distintos da história do Rock’n’Roll, para a celebração da música – visualmente valorizada com projetos de iluminação envolventes e consistentes. Com antecipação de meia em relação ao horário oficialmente divulgado, a banda californiana Tesla fez sua estreia em solo brasileiro com um repertório reduzido, formado por somente sete canções. Formada em 1981, essa banda

americana tem em sua atual formação o carismático Jeff Keith nos vocais, Frank Hannon e Dave Rude nas guitarras e backing vocals; Troy Lucketta na bateria; e Brian Wheat, no baixo e backing vocals. A mescla de Hard Rock, com elemen-

Day Cowboy, essenciais em qualquer apresentação da banda. Substancialmente impactada pela presença da iluminação natural, a iluminação cênica presente na apresentação da banda Tesla restringiu-se à simplificação e intensificação das

Com um formato interessante e extremamente atrativo, o Solid Rock propôs a união de bandas com sonoridades únicas tos de Folk Rock e Country Rock puderam ser percebidos em canções como Into The Now, Edison’s Medicine (Man Out of Time) e Modern

contraluzes e dos sidelightings. Desenvolvido pelo Lighting Designer argentino Ignacio “Iggy” Rosenberg, o projeto de iluminação para o show

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dessa banda valorizava fachos bem definidos, no qual se destacavam as cores primárias, sobrepondo-se à imagem da logomarca da banca projetada na tela de vídeo do palco (em preto e branco). Também, as escolhas de Rosenberg se direcionavam para a

suavização das luzes frontais, de maneira a evitar a exaustão visual com a utilização de luzes muito intensas. Em determinados instantes, blinders e estrobos se destacavam de maneira enfática para os momentos mais contundentes das canções.

Festival Solid Rock, na Pedreira Paulo Leiminski, em Curitiba


Festival Solid Rock, na Pedreira Paulo Leiminski, em Curitiba

Nas telas laterais, imagens da banda eram projetadas em IMAG (nas três apresentações). No horário de 19h30min, mais uma estreia em solo brasileiro. Clássica, veterana e conceituada são alguns dos termos utilizados para a identifi-

cação dessa banda americana de Hard Rock: Cheap Trick. Com uma trajetória de quarenta e quatro anos de história, mais de 5 mil apresentações no currículo, complementado pelos impressionantes 20 milhões de discos vendidos em todo o mundo, além

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de induzida ao rock and roll Hall of Fame no ano de 2016, essa banda é frequentemente citada como uma das mais influentes de todos os tempos. Formada em 1974, atualmente é composta por Robin Zander nas guitarras e impressionantes vocais; Rick Nielsen, enérgico nas guitarras e backing vocals; Tom Petersson no baixo (de 12 cordas) e backing vocals; e Daxx Nielsen, na bateria (que substituiu o grande Bun E. Carlos em 2010). A iluminação cênica – assim como programação, operação e produção de palco – tem a assinatura do Lighting Designer americano Larry Morin, que conduz a iluminação para essa banda desde 2011. Na realização da 2017 South American Tour, a predominância dos

elementos da “old school” estiveram presentes e percebidos por alguns dos princípios fundamentais: ritmo, intensidade e saturação das luzes. Com isso, para uma apresentação completa – repertório com vinte canções –, Cheap Trick proporcionou um show memorável, surpreendente e contagiante, com

Me, Dream Police e Surrender. Com a plateia aclamando em plenos pulmões, a banda inglesa Deep Purple foi recebida para o último show da noite, sendo o mais aguardado pela maioria do público que nesse momento ocupava todos os espaços da Pedreira Paulo Leminski, praticamente

Cheap Trick proporcionou um show memorável, surpreendente e contagiante, com covers clássicas e composições que marcaram o fim da década de 1970 e início da seguinte covers clássicas e composições que marcaram o fim da década de 1970 e início da seguinte, tais como Big Eyes, The Flame, I Want You to Want

lotada. Essencial na consolidação do hard rock e do heavy metal, também foi induzida ao rock and roll Hal of Fame no ano de 2016, O


Deep Purple realizou com essa a sua décima segunda turnê no Brasil. Com uma sequência inicial de Highway Star e Pictures of Home, ambas do aclamado álbum Machine Head (1972), a banda, atualmente formada por Ian Gillan (vocal e harmônica), Steve Morse (guitarras), Roger Glover (baixo), Don Airey (teclados) e Ian Paice (bateria) iniciava aquela que seria a primeira apresentação no Brasil daquela que foi intitulada The Long Goodbye Tour, divulgada como sendo a última turnê na trajetória dessa significativa e seminal banda, com cinquenta anos de carreira. Atuando com essa banda desde 1984, quando foi responsável pela iluminação cênica da Perfect Strangers Reunion Tour, o Lighting Designer inglês Louis Ball prezava pelas simetrias e composições análogas, a partir das cores viole-

tas para as azuis-esverdeadas ou mesmo das vermelhas para as amarelas. Isso proporcionava equilíbrio e densidade, provocando dinâmicas e estímulos visuais com energia e consistência. No repertório constituído por doze canções, além de mais duas no bis, o Deep Purple incluiu clássicos integrantes de basicamente três álbuns: In Rock (1971), com Bloodsucker; Machine Head, já citado (além das duas canções mencionadas, Lazy e Smoke On The Water); e Perfect Strangers (1984) (a faixa título e Knocking At Your Back Door). No fim, outra percepção de ineditismo, que até então estava apenas centrada na participação das bandas, sem precedentes nos palcos brasileiros, ocorreu. Também em relação aos aspectos visuais, fomentados pela ilumina-

ção cênica, pois se tornam únicos, quando ocorre a interação entre a sensação presencial do espetáculo, sem referências anteriores, e exposição de linguagens e significados próprios dos artistas, também revelados de maneira heterogênea, mesmo que para um estilo musical único (o rock’n’roll). Resultando em um festival coeso e inédito – sendo também ele realizado pela primeira vez -, o Solid Rock conseguiu oferecer entretenimento, qualidade (sonora e visual), e oportunidades únicas, para a contemplação oportuna e única de bandas extraordinárias. Abraços e até a próxima conversa!

Para saber mais redacao@backstage.com.br

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EU E A MÚSICA

Capítulo 3 – Meneios e Requebros Fotos: Divulgação / Internet / Luiz Barros / Rubens Seixas

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assei boa parte da minha pré-adolescência fabricando instrumentos fajutos de papelão: saxes, guitarras, teclados pintados encima de mesas... o que quer que assistíssemos nos filmes de rock que passavam nos cinemas da tijucana praça Saenz Peña – capital federal do lazer dos jovens de Vila Isabel - servia de modelo para a fabricação dos “instrumentos” e para as coreografias e mímicas que eu e meus amigos criávamos na garagem de casa. Algumas vezes tínhamos ocasião de apresentar nossos “talentos” nas festinhas de aniversário do bairro, para horror e desconsolo dos anfitriões, que tratavam de tirar nossos vinis e bolachões da vitrola logo que possível, evitando assim a maligna e muito provável contaminação de seus pimpolhos e pimpolhas que – já previamente preparados para tal virose – gritavam e batiam palmas para nós. Lembrar dessa fase me faz concluir que o rock’n’roll é marginal de origem, porque trata-se de uma música que não permite controle ou limites. A extrema repressão comportamental oriunda da Segunda Guerra, talvez necessária enquanto durou a confla-

gração, deu lugar à volta do pêndulo, ou seja, o desejo de liberdade oriundo de jovens de 18 a 25 anos que haviam sido literalmente atirados aos campos de batalha como bois de piranha. Aqueles que conseguiram escapar da carnificina exigiram então sua recompensa: a possibilidade de criar uma coisa diferente daquela que havia atirado o Mundo ao caos. Como agravante, a Guerra Fria começava sua caminhada inconsequente, que iria culminar nas revoltas de 68, com a recusa da juventude a ser comandada por regras que provavelmente levariam a Humanidade a uma catástrofe atômica de consequências imprevisíveis. E o rock brilhou de vez em seu papel de trilha musical da contracultura. Mas para nós, meninos de 12, 13 anos, nascidos e crescidos na zona norte da então capital do mais promissor país subdesenvolvido da América Latina, aquela música era apenas uma promessa de liberdade, uma possibilidade de cuspirmos nossa energia reprimida para fora de nossos corpos e mentes disciplinados por rotinas conformistas. Não queríamos nos distanciar de nossas famílias, mas queríamos, sim, que elas respei-


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

tassem nossos desejos de uma existência diversa, não porque fôssemos – nós ali, daquela rua em particular – infelizes, mas porque queríamos algo a mais da vida, algo que nem sabíamos ainda o que era, uma coisa que pressentíamos existir alguns passos adiante. Isso nunca foi novidade, jovens sempre foram assim, responsáveis pelas mudanças, pelos abalos, pelos erros e acertos de gerações, às vezes só tardiamente prestando atenção às benesses da experiência. Faz parte. Enfim, loucos para assistirmos alguns musicais e oprimidos pelo noticiário de quebra-quebra de cinemas que chegavam de São Paulo, onde a galera do rock’n’roll era barra-pesada, resolvemos que improvisar seria a melhor solução. Seríamos do contra, sim, mas por debaixo dos panos. Tendo sido sempre um atento observador da datilografia de meu pai, eu era o mais apto de nós a lidar com máquinas, carbonos, corretores e etc., acabando por me tornar um hábil falsificador de carteirinhas escolares. Em menos de uma semana depois do lançamento de Sementes de Violência com proibição até 14 anos, tínhamos nossos “documentos” em mãos. Então, como bons rebeldes da pesada, vestimos nossos jeans de bainha dobrada com – chamavam-se assim – sapatos de tênis, nossas melhores e mais coloridas camisas (preto nesse tempo era luto, rsrs), pegamos o bonde Aldeia Campista, saltamos na Saenz Peña e saímos estalando os dedos ao ritmo de um rock imaginário rumo ao cine Olinda, onde passava o filme. Mas aí,

decepção! uma multidão na porta protestava contra a mudança da censura: agora, só pra maiores de 18 anos, consequência do quebra-quebra paulistano. Num átimo de esperteza, resolvemos correr pro cine Carioca e assistir Marcelino, Pão e Vinho, um filme caretamente religioso, mas Julinho deu a dica: - Se a gente conta a história, eles vão confiar mais em nós! Foi assim que cheguei em casa contando pra minha mãe: - E aí tem a hora em que ele fala com Jesus! Dali em diante nossas idas aos cinemas da praça Saenz Peña foram liberadas. Viajámos nos estribos dos bondes, escapando da cobrança para guardar dinheiro e comprar cigarros, entrávamos nos cinemas com carteiras de estudante falsificadas, saíamos dançando até a lanchonete Café Palheta, onde comíamos cachorros-quentes com a grana que tinha sobrado dos nossos pequenos trambiques. Nada disso difere muito do que rola hoje em dia com os garotos, tirando o agravante das drogas, etc... Mas nós, adolescentes, sabemos que somos incontroláveis, porque o Mundo não nos satisfaz com suas propostas, porque não sabemos aonde os donos do Mundo querem chegar. E isso periga perpetuar-se per omnia secula seculorum, amém. Para o bem ou para o mal, como todos os grandes erros e acertos da Humanidade.

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AES Brasil Expo ................................................... www.aesbrasilexpo.com.br ................................................. 43 Arena Áudio Eventos ......... (71) 3346 -1717 ...... www.arenaaudio.com.br ..................................................... 37 Audio-Technica/Pride ......... (11) 2975 -2711 ...... www.audio-technica.com .................................................... 19 Augusto Menezes .............. (71) 3371-7368 ....... augusto_menezes@uol.com.br ........................................... 46 B&C Speakers Brasil .......... (51) 3103-1539 ....... www.bcspeakers.com ......................................................... 15 CSR .................................... (11) 2711-3244 ....... www.csr.com.br .......................................................... 16 e 17

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