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Sumário Ano. 25 - maio / 2018 - Nº 282
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Rio 2C - negócios e tecnologia
A música passou a fazer parte da Rio Creative Conference (Rio2C) evento que pretende viabilizar mais negócios na economia criativa. Entre as atividades, palestras de nomes históricos do áudio e da produção musical. Em entrevista exclusiva para a Revista Backstage, Geoff Emerick, o homem que, ao lado do produtor George Martin gravou alguns dos álbuns mais clássicos dos Beatles, fala sobre suas técnicas de gravação, remasterizações e o uso do analógico em tempos de digital.
NESTA EDIÇÃO
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O Lollapalooza aconteceu entre os dias 23 e 25 de março no autódromo de Interlagos e trouxe para o Brasil shows de grupos como Pearl Jam e Red Hot Chili Peppers. Com cerca de 20 anos no mercado de iluminação nacional e internacional, a RP Lighting estreou como principal empresa no fornecimento de luz do festival.
”
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Vitrine Uma nova versão limitada dos ATH-M50xBB foi adicionada à série M de fones de ouvido da Audio-Technica. Os fones de ouvido profissionais para monitoração ATH-M50xBB, uma versão limitada azul e preta do popular ATH-M50x.
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Rápidas e Rasteiras Nova parceria do Grupo Discabos, empresa acaba de adicionar a Work, marca com soluções de áudio, a seu leque de parceiros, para oferecer mais recursos tecnológicos e ótima relação custo-benefício aos integradores.
20 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.
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Play Rec O pianista, compositor, arranjador e produtor musical Hamleto Stamato comemora trinta anos de carreira lançando Ponte Aérea (Fina Flor), seu oitavo CD solo, ao lado dos amigos e parceiros Erivelton Silva, baterista, e Augusto Mattoso, baixista.
42 Bose Showmatch Novo sistema line array da Bose foi apresentado durante o Seegma Day Pro, reunindo diversos profissionais, parceiros e integradores. De tamanho compacto, o sistema foi projetado para atender grandes eventos ao ar livre.
64 Eu e a música “Acho que todos nós, meninos e meninas, criadores ou compositores/ as, devemos muito à primeira ou primeiro namorada/o”. Nesta edição, Luiz Carlos Sá fala sobre os primeiros amores e primeiras inspirações para compor.
Expediente
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Seegma Day Pro
Seegma e Bose apresentaram ao mercado brasileiro as novas caixas line array durante um evento no fim de março, na capital paulista. O encontro durou um dia e reuniu técnicos de som, representantes e parceiros para demonstração ao vivo do novo sistema Showmatch.
TECNOLOGIA
Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de conteúdo Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Danielli Marinho Colunistas: Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Lika Meinberg, Luiz Carlos Sá, Pedro Duboc, Tiago Borges e Vera Medina Colaboraram nesta edição: Luiz de Urjaiis e Miguel Sá Ed. Arte / Diagramação / Redes Sociais Leonardo C. Costa arte@backstage.com.br Capa Arte: Leonardo C. Costa Foto: Rodrigo Sevilio / Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br
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Áudio Fundamental Dando continuidade ao bate papo sobre “as bases do áudio”, nesta edição, o tema é sobre comprimento de onda. Como é calculada, como se propaga, quais as influências no meio físico e como afetam as rádiofrequências.
CADERNO ILUMINAÇÃO 56 Vitrine iluminação
58 Iluminação cênica
O novo acessório é a ventoinha Force 120 da GLP, algo diferente dos tradicionais moving lights da empresa . Medindo 140 x 38 x 140 cm, a caixa contém um ventilador de velocidade variável de grande diâmetro que pode funcionar em velocidades de 30 rpm até 750 rpm.
Quarenta anos após a criação do primeiro protótipo que viria a se transformar no VL-Zero (o primeiro Vari-Lite), a iluminação cênica e de entretenimento daria um salto em sofisticação, possibilidades e criatividade, sem precedentes.
Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.
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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
Adaptar para
N
sobreviver
o século 18, quando Darwin escreveu sua teoria da evolução, levou em conta um fenômeno observado por ele, e por outros filósofos e cientistas pré e pós sua era: o poder da adaptação dos seres vivos ao meio onde vivem a fim de preservar a sua própria espécie. Embora a teoria seja questionada nos dias de hoje, a ideia central, no que tange à seleção natural, é muito bem-vinda ao ser aplicada como explicação a determinados fenômenos que vêm acontecendo no mercado de entretenimento. Nos últimos meses, presenciamos uma dezena de mudanças e adaptações significativas, como a incorporação de algumas marcas a outras e, mais do que isso, uma mudança de direção no rumo de algumas empresas. O momento atual é de uma importante movimentação que define o futuro de algumas companhias, no sentido de permanecerem ou não no mercado. O fato curioso é que essa nova movimentação leva esses novos investidores a uma seara que até então não havia sido explorada por eles.
Nesta nova empreitada, assumem-se riscos moderados, mas, na mesma proporção, abraçam-se novas possibilidades, consolidação e expansão de negócios. Incorporar novas atividades, produtos ou serviços à empresa é uma fórmula cada vez mais adotada por aqueles que pretendem se manter no mercado. Outra curiosidade é que o fato de incorporar mais atividades ao seu escopo, não significa que o volume de trabalho aumente significativamente. As tecnologias vêm há muito ajudando a fundir e redesenhar o modelo de trabalho, forjando outras formas de operação, não raramente para atender novas necessidades do mercado. Dentro dessa nova regra mercadológica, inclui-se a força-motriz de qualquer empresa, sua matéria-prima, exercida por seus colaboradores e trabalhadores, cuja evolução também está intrínseca às novas atividades desenvolvidas. Portanto, esse poder de desdobra, adaptação e mutação leva a crer que assim como há resistência no princípio, também há satisfação inconsciente nessa transição, embora no contexto humano seja mais complexo. Essa satisfação, possivelmente, está intimamente ligada ao entendimento de que para sobreviver, é preciso se adaptar, ou mudar. Boa leitura!
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TRANSACOUSTIC https://br.yamaha.com A Yamaha Musical do Brasil apresenta sua mais nova linha de pianos, com a tecnologia TransAcoustic. O modelo é totalmente acústico, mas produz sons digitais utilizando a tábua harmônica do instrumento. Em duas versões, vertical e de cauda (foto – modelo GC1 TA), o piano TransAcoustic, assim como em um piano tradicional, as vibrações são transmitidas para a tábua harmônica fazendo com que ela ressoe. Nesta tecnologia, a tábua harmônica assume também um papel adicional, atuando como um alto-falante orgânico, que enriquece os sons digitais do instrumento. A vibração da tábua harmônica também é transmitida para as cordas do piano, para o teclado e gabinete, estimulando a reverberação de um som rico, profundo e de grande energia. O resultado é um som distinto e muito particular. Outra característica é que a flexibilidade do TransAcoustic permite que os recursos do piano sejam tocados por adultos e crianças que estudam piano, pianistas que gostam de utilizar novas tecnologias e pessoas que preferem pianos genuinamente acústicos mas precisam de outros recursos digitais, e permite ainda que o piano seja tocado junto com trilhas pré-gravadas.
SYNTRONIK DELUXE www.ikmultimedia.com/syntronikdeluxe A IK Multimedia lança no mercado o Syntronik Deluxe, uma versão expandida do lendário synth para Mac e PC. A marca adiciona cinco novos synths, disponíveis separadamente ou juntos. Os usuários do atual Syntronik podem fazer um upgrade para a versão Deluxe ou comprar cada um dos novos synths individualmente. Essa nova versão oferece a melhor coleção vintage de sintetizadores em um instrumento virtual, cobrindo uma grande seleção dos mais icônicos aos mais raros sintetizadores de todos os tempos. O Deluxe adiciona mais 500 novos presets de instrumentos, 18 GB de novos sons, e mais de 22 mil novos samples para um total de 22 synths, 2.600 presets de instrumentos, 80GB de conteúdo sonoro e mais de 120 mil samples. Os cinco novos Syntronik Deluxe são Memory-V, SH-V, M-Poly, VCF3 e Modulum. O som de sintetizadores vintage é obtido usando a combinação de sampling e modelação para assegurar um resultado verdadeiramente autêntico.
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ATH-M50XBB www.audio-technica.com Uma nova versão limitada dos ATH-M50xBB foi adicionada à série M de fones de ouvido da Audio-Technica. Os fones de ouvido profissionais para monitoração ATH-M50xBB, uma versão limitada azul e preta do popular ATH-M50x, faz parte de sua linha de fones de ouvido da série M. Os fones de ouvido possuem fones extra-auriculares na cor azul metálico e detalhes em preto, incluindo adornos, suportes para orelha e tiara . Desde os drivers de grande abertura de 45 mm até os fones extraauriculares com vedação acústica e estrutura resistente, os ATHM50xBB proporcionam uma experiência inigualável para aplicações de áudio em importantes situações como gravação, som ao vivo, transmissão, DJ ou uso individual. Os fones de ouvido apresentam uma tecnologia que faz parte do importante legado da Audio-Technica no setor de áudio profissional de alto desempenho, e proporcionam uma potência excepcional, capacidade extremamente elevada de SPL, som natural e preciso com graves impactantes e extensão de alta frequência. Com um material da tiara e do suporte de orelha de qualidade profissional e um design flexível com cabo destacável, os fones de ouvido ATH-M50xBB permanecem confortáveis durante longas sessões de monitoração e podem ser transportados com facilidade. A nova versão limitada dos ATH-M50xBB juntase aos modelos dos ATH-M50x em preto (ATH-M50x) e branco (ATH-M50xWH) já disponíveis atualmente.
21DS115 http://www.bcspeakers.com/en/products/lf-driver/21-0/8/21ds115-8 Esta nova geração de subwoofer da B&C Speakers usa um novo, longo e bobina de voz com quadricamada de alumínio. O resultado não poderia ser outro do que mais energia nos intervalos, sensibilidade mais alta, menor distorção e melhor performance no geral. O modelo 21DS115 tem como características extensão de 36mm, diâmetro de 116mm (4,5 inch) bobina Copper Clad Aluminum Wire, além de 1700 watt de potência AES, 99dB de sensibilidade e mais de 16,5mm de Xvar. A alta potência energética deste subwoofer 21DS115 é um passo adiante bastante significante dos modelos similares da B&C, até mesmo se aproximando do desempenho das bobinas de voz alternativas de 6”.
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Foto: Ariel Martini - I Hate Flash
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Rock in Rio-Lisboa 2018
MARIANA CERUTI É A NOVA GERENTE DE MARKETING DA SHURE Foto: Divulgação
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Novidades
tos mais quentes desta edição, ao som de vários DJ’s. Um dos destaques desta edição, uma estreia absoluta no Rock in Rio, é o Time Out Market Rock in Rio. Este mercado de alta cozinha contará com 380 lugares sentados e 14 propostas gastronômicas, entre as quais espaços da autoria de alguns dos melhores chefs portugueses. Outra novidade que o público não vai querer perder é o Pop District, um espaço que celebra a cultura pop e os seus principais ícones, por meio das mais variadas atrações como games, lojas com produtos alusivos aos maiores ícones culturais das últimas décadas, performances e demonstrações artísticas, cosplay e muito mais. Outras atrações são a Worten Game Ring e a EDP Rock Street e o palco Street Dance. A 8.ª edição do Rock in Rio-Lisboa acontece nos dias 23, 24, 29 e 30 de junho.
AQUISIÇÃO A Leyard acaba de anunciar que vai adquirir a Eyevis, fabricante líder do setor no continente europeu. Com essa decisão, o objetivo é ampliar o alcance de vendas, suporte de instalação e atendimento ao cliente em toda a região da Europa, Oriente Médio e África. A Eyevis é uma indústria alemã de sistemas de LCD de grande formato. Trata-se de um
dos principais fornecedores e integradores de sistemas para aplicações profissionais em salas de controle, broadcasting e realidade virtual. As soluções Eyevis incluem monitores, controladores gráficos, software e acessórios. Outra novidade é que a Teracue, que foi adquirida pela Eyevis em 2014, também está incluída na negociação.
A empresa americana Shure apresenta Mariana Ceruti como nova Gerente de Marketing e Comunicação LATAM. Com 9 anos de atuação na América Latina, a gerente possui expertise em B2B, relações-públicas e habilidade de transformar objetivos de negócios em estratégias de comunicação. Mariana chega ao escritório da companhia, em São Paulo, para liderar a execução das ações de marketing e oportunidades de mercado, iniciativas de eventos, treinamento e foco no mercado de Som Instalado.
RICK BONADIO ESTREIA PROGRAMA MUSICAL NA BAND Foto: Divulgação
Além de mais horas de entretenimento diário (com a abertura dos portões às 12h e fechamento às 2h), há diversas atividades e experiências à espera do público nesta edição do Rock in Rio Lisboa. Começando pelo line-up que reúne os maiores nomes, nacionais e internacionais da atualidade – Bruno Mars, Katy Perry, The Killers, The Chemical Brothers, Demi Lovato, as brasileiríssimas Anitta e Ivete Sangalo, Jessie J, Bastille, entre outros que sobem ao Palco Mundo. No Music Valley, nomes como Carolina Deslandes, a dupla brasileira Anavitória e o projeto Língua Franca, dos rappers brasileiros Emicida e Rael e do português Capicua com a sua nova formação prometem colocar o público para dançar. O palco abre todos os dias com as famosas Somers by Pool Parties para refrescar os momen-
O empresário e produtor Rick Bonadio estreou o programa semanal “Música na Band”, no qual mostra shows e artistas de uma maneira diferente. “Nossa ideia é falar de um jeito mais profundo de coisas do universo da música. São entrevistas de música pela música”, conta Rick. O primeiro programa teve como tema o show Cabaré, de Leonardo e Eduardo Costa.
Foto: Divulgação
ITHAMARA KOORAX 30 ANOS DE SUCESSO
No dia 14 de abril, a Sala Municipal Baden Powell, no Rio de Janeiro, ficou lotada para ouvir as canções favoritas da cantora brasileira de maior prestígio internacional, Ithamara Koorax que es-
tava celebrando os seus 30 anos de carreira com uma apresentação única, impecável e primorosa com o show Minhas Canções Favoritas. A musa estava acompanhada por seu trio formado por Paula Faour (piano), Jorge Pescara (baixo) e Cesar Machado (bateria). Eleita uma das melhores cantoras do mundo pela revista DownBeat, Ithamara gravou 10 temas para trilhas sonoras da TV Globo, 4 trilhas para filmes, e trabalhou com os maiores nomes da MPB - Tom Jobim, Luiz Bonfá, Elizeth Cardoso, Tim Maia, Tito Madi, Marcos Valle, João Donato, Edu Lobo, Guinga, Martinho da Vila, Hermeto Pascoal, Paulo Cesar Pinheiro - e do jazz mundial (Ron Carter, Larry Coryell, Dave Brubeck, John McLaughlin, Gonzalo Rubalcaba, Claus Ogerman, Sadao Watanabe, Jay Berliner, Eumir Deodato, Dom Um Romão e muitos outros). Koorax já se apresentou em mais de 20 países: EUA, França, Inglaterra, Suíça,
Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Sérvia, Bulgária, Portugal, Chipre, República Tcheca, Finlândia, etc. Iniciou a carreira fazendo backing vocal para Tim Maia e Bebeto, em 1988, e dividindo o palco em shows com Tito Madi. Logo depois começou a trabalhar com a dupla Guinga e Aldir Blanc, e foi amadrinhada por Elizeth Cardoso, que a assistiu num show com Guinga & Paulo Cesar Pinheiro, em São Paulo.
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Foto: Divulgação
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A empresa acaba de adicionar a Work, marca com soluções de áudio, a seu leque de parceiros, para oferecer mais recursos tecnológicos e ótima relação custo-benefício aos integradores. A WORK PRO é uma marca da empresa EQUIPSON, com sede em Valência, na Espanha. Criada em 1995, a EQUIPSON é uma empresa dedicada ao setor profissional de áudio e iluminação. Através de sua marca líder WORK PRO, oferece uma gama exclusiva de produtos projetados para atender às mais variadas necessidades.
Foto: Fernando Schlaepfer - I Hate Flash
Condecorado como “Comandante do Império Britânico” por sua contribuição ao mundo da música, Roger Daltrey acaba de lançar, em todas as plataformas digitais, o primeiro single de seu novo álbum homônimo, As Long As I Have You, que terá lançamento em junho deste ano. O primeiro álbum solo do cantor desde 1992, As Long As I Have You, inclui uma mistura de músicas inéditas e covers de algumas das canções favoritas de Roger. Os covers incluem faixas de Stevie Wonder, Dusty Springfield, Steve Stills, Parlamento, Nick Cave & Garnet Mimms. O álbum conta ainda com a estrelar parceria de Pete Townshend, à frente do violão em várias faixas. Esta é a primeira vez eles que gravam juntos desde o último álbum de estúdio do The Who, Endless Wire, de 2006. Ouça e baixe o álbum aqui: umusicbrazil.lnk.to/EndlessWire. Ouça e baixe aqui: umusicbrazil.lnk.to/ALAIHY.
IGREJA UNE TRADIÇÃO E MODERNIDADE Foto: Divulgação
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FUNDADOR DO THE WHO LANÇA SEU NOVO SINGLE
A cantora Taylor Swift, ganhadora do prêmio de artista do ano no iHear Radio, acaba de divulgar, no último domingo (11), seu novo vídeo, Delicate, durante a premiação. (Assista aqui: youtube.com/ watch?v=tCXGJQYZ9JA). O clipe foi dirigido por Joseph Kahn.
ON THE LOOSE O cantor e compositor irlandês Niall Horan acaba de lançar o clipe de On the Loose (assista aqui: youtu.be/ wk99OKNE_Ro). A canção integra o repertório de seu álbum de estreia, Flicker, lançado em outubro de 2017.
IMAGINE DRAGONS A banda Imagine Dragons acaba de divulgar, nesta terça-feira (13), o vídeo de Next To Me, filmado em Los Angeles e Las Vegas, nos EUA, e que conta com ares de longa-metragem, e tem a direção de Mark Pellington (U2, Pearl Jam). Assista aqui: youtube.com/ watch?v=Txlk7PiHaGk.
ALONE A cantora e compositora americana Halsey acaba de lançar (ontem, 15) uma nova versão para Alone, em parceria com Big Sean e Stefflon Don. Ouça aqui: umusicbrazil.lnk.to/Alone.
MAD LOVE A lenda das pistas de dança, ganhador do GRAMMY® e criador de alguns dos vídeos mais memoráveis do pop, Sean Paul acaba de divulgar o vídeo de seu novo single, Mad Love (assista aqui: umusicbrazil.lnk.to/MadLove). O clipe, filmado em Miami, nos EUA, foi dirigido por Sarah McColgan (David Guetta, Afrojack e Charli XCX), produzido por Guetta e conta com a participação da mexicana Becky G.
NOVO SINGLE Jack White liberou o último single antes do lançamento de seu aguardado terceiro álbum solo, Boarding House Reach, lançado no dia 23 de março.
NA TRILHA
A Igreja Catedral do Advento (Cathedral Church of the Advent), no Alabama, EUA, recentemente completou a instalação de um sistema Allen & Heath dLive com superfície C3500, Mix rack CDM64, Controle remoto IP8 e oito mixers personais ME-1 para os músicos. O novo sistema inclui também um ME-U Hub. www.allen-heath.com
NOVO CLIPE
BACKSTAGE
NOVA PARCERIA DO GRUPO DISCABOS
Foto: Messe Frankfurt / Prolight + Sound Shanghai/Divulgação
Prolight + Sound Shangai
Em outubro acontece mais uma edição da feira voltada para área de tecnologia em áudio, iluminação e produção visual e musical. A PLS Shangai espera receber em 2018 mais de 650 companhias e marcas numa área de 48 mil metros quadrados para expor seus produtos e soluções. Como nas edições anteriores, haverá
zonas temáticas de produtos, com três novas zonas este ano: Recording and Production, AV Entertainment Solution Zone e Stage Machinery and Theatre Technology Zone, que vão apresentar produtos de marcas internacionais e chinesas. De acordo com um relatório da China Audio Industry Association, em 2017, o valor total de saída do mercado de áudio eletrônico cresceu mais de 7% se comparado com o ano anterior. O Diverse Club Benefits foi outra das estratégias adotadas que ajudou no aumento de visitantes (11,6%). Ao se associarem, os visitantes se tornam membros do Club Pro e podem se conectar diretamente com os compradores e estabelecer networking e negócios com outros gerentes, participando de uma experiência VIP única.
MÚSICA AUTORAL DE ARTISTAS INDEPENDENTES Uma série de nove vídeos traz canções autorais e versões com o talento de artistas do circuito alternativo de São Paulo. O Elefante Sessions é uma websérie que já existe há quatro anos e trouxe a público desde novos artistas, como Nina Oliveira, até alguns já conhecidos pelo Brasil afora, como Planta e Raiz. Agora, o criador Rodolfo Rodrigues se uniu à curadoria da poeta e produtora Cris Rangel (Lôca do Play) para uma edição especial. Eles lançaram o Elefante Sessions + Orgânico Estúdio, que conta com nove vídeos de três novos artistas. Além dos sons autorais, os selecionados também fazem releituras que vão de Itamar Assumpção a Michael Jackson – tudo isso em um cenário bucólico localizado na cidade de Piracaia, no interior de São Paulo.
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Foto: divulgação
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RIO DAS OSTRAS JAZZ & BLUES
Com mais de 500 shows, workshops e jam sessions memoráveis, o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival comemora quinze anos com o status de maior festival gratuito de jazz e blues da América Latina. Serão 29 shows gratuitos com artistas nacionais e internacionais em palcos localizados na Praça São Pedro (11h15), Lagoa de Iriry (14h30) e Costazul (20h). Realizada de 31 de maio a 3 de junho, a edição 2018 do festival promove o encontro dos guitarristas Stanley Jordan e Armandinho, acompanhados por Ivan “Mamão” Conti, na bateria e Dudu Lima, no baixo; apresenta a saxofonista americana Vanessa Collier e Fred Sun Walk & The Dog Brothers; a banda gaucha Delicatessen com recriações de standards do jazz americano; a voz potente de Leon Beal Jr. com a
Igor Prado R&B Soul Band; a Banda Black Rio; a cantora Rosa Marya Colin com o gaitista Jefferson Gonçalves em participação especial; o pianista pernambucano Amaro Freitas, vencedor do prêmio MIMO instrumental de 2016; o compositor, arranjador e trombonista Marlon Sette; o saxofonista italiano Maximo Valentini; o guitarrista e compositor Dino Rangel; o guitarrista Big Gilson, um dos ícones do blues carioca; o acordeonista Chico Chagas; a banda Azymuth em parceria inédita com Dj Nuts e a banda de blues Laranjeletric Blues Band. A abertura do festival será ao som da big band Onda De Sopros de Rio das Ostras, liderada pelo flautista e Saxofonista Luiz Felipe Oliveira. A programação paralela, na Casa do Jazz e do Blues, em Costazul, traz shows de novas bandas que estão se destacando no Estado do Rio de Janeiro, com apresentações nos intervalos dos shows principais. O festival traz ainda o Clube do Vinil, onde será possível trocar ideias, comprar e trocar discos de vinil. O Rio das Ostras Jazz & Blues e´ realizado pela Azul Produc¸o~es e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Rio das Ostras, por meio da Secretaria de Turismo.
SHURE AMPLIA REDE DE ASSISTÊNCIA A Shure anuncia a ampliação de sua rede de assistências técnicas autorizadas, passando a contar com 18 unidades distribuídas em todas as cinco regiões do Brasil. A partir de abril, usuários de equipamentos Shure poderão ser atendidos nas cidades de Manaus (AM), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Vitória (ES), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), São Luís (MA), Belém (PA), Curitiba (PR), Recife (PE), Teresina (PI) e Joinville (SC). Em São Paulo, os pontos de atendimento estão localizados na capital e nas cidades de Campinas e Taubaté. Além de ampla rede de assistência técnica, todos os produtos Shure adquiridos em revendas autorizadas possuem dois anos de garantia a partir da data da compra. Para utilizar o benefício, basta apresentar o produto com sua nota fiscal original de compra em revenda autorizada. Tanto a rede assistências técnicas quando a de revendas autorizadas Shure no Brasil podem ser consultadas no site da empresa, nos links https://br.shure.com/ services https://br.shure.com/where-to-buy. Dúvidas sobre o assunto podem ser solucionadas pelo contato suporte@shure.com.br .
COMPRAS ONLINE DE FONES
Dois profissionais da indústria de eletroeletrônicos fundam novo portal de ecommerce focado em fones de ouvido. Sergio Katsuren, sócio do grupo Ágora Digital e distribuidor da marca Edifier no Brasil, e Alexandre Algranti, especialista no mercado de fones de ouvido com passagem pelos fabricantes Sennheiser, beyerdynamic e Audio-Technica, acabam de lançar o site fonesdeouvido.com.br. O site tem como objetivo oferecer “tudo para seus ouvidos”, dentro do conceito de one stop shopping para todas as necessidades auditivas de quem vive a música. Além das principais categorias de fones, caixas de som amplificadas, toca-discos e acessórios, o site também oferece uma ampla seleção de discos, vídeos e livros seminovos para completar as coleções mais exigentes. Segundo Katsuren, Chief Operations Officer, o endereço eletrônico conta com a infraestrutura física e organizacional de quem atua com sucesso no ecommerce no Brasil desde 2006. Todos os produtos comercializados possuem garantia integral e assistência técnica no Brasil, além de estarem em conformidade com todas as normas e leis brasileiras, garantindo ao cliente satisfação em suas compras. Segundo Alexandre Algranti, Chief Headphone Officer, o objetivo é oferecer qualidade, preço justo, origem legítima e suporte pós-venda. Em parceria com os principais fabricantes, selecionados nos últimos lançamentos e os melhores produtos. E na curadoria de produtos audiovisuais diferenciados, fruto de mais de 25 anos garimpando lojas e sebos ao redor do mundo”, diz. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail sac@fonesdeouvido.com.br ou pelo Whatsapp + 55 11 99942 6446.
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IMORTAL Falem e escrevam o que quiserem, mas a magia do disco de vinil parece imortal. Inobstante algumas teses malucas e sem nenhum conteúdo técnico, senão mero saudosismo, o vinil permanece vivo no subconsciente dos amantes da música. No meio de um turbilhão de tecnologias futuristas, a paixão pelos velhos bolachões se mantém viva a ponto de criar um verdadeiro mundo paralelo no universo das mídias musicais. Os fabricantes de equipamentos desde cedo perceberam isso e alguns mantém modelos que, mesmo recheados, de tecnologia e inovação, usam o sulco no poliuretano (ou poliéster de alta densidade) como caminho da micro agulha geradora de sons e ruídos que ainda encantam.
PERDA
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NOVIDADE ON LINE Com a eleição batendo na porta, as autoridades econômicas andam pisando em ovos nas definições e informações que passam ao mercado. Depois da gestão monetarista do banqueiro e milionário Henrique Meirelles, o planalto tenta minimizar a mediocridade dos números que, mesmo manipulados, não convenceram ninguém ao longo dos últimos dois anos. Com isso, pé atrás e olho no mercado ainda é a receita.
Dois dos melhores e mais experientes profissionais do mercado criaram um portal de e-commerce que tem tudo para fazer sucesso, afinal comprar fones de ouvido é, e sempre foi, um verdadeiro drama para quem precisa acima de tudo de orientação técnica e confiabilidade. O craque Alexandre Algranti, com passagens pela Sennheiser, Beyerdynamic e Audio-Technica, e Sergio Katsuren, da Ágora Digital, distribuidor da Edifier no Brasil, lançaram o site www.fonesdeouvido.com.br que é muito mais do que uma loja virtual. Lá você encontra suporte e dicas técnicas que transcendem a importância do design e fazem da compra de fones de ouvido e acessórios de áudio um momento de prazer e informação.
ELAS Por indicação de um amigo metaleiro, ouvi atentamente as meninas da banda paulista Nervosa e confesso que adorei. Com o espírito do thrash e do dead metal impregnado nas suas entranhas, as três garotas já viajaram o mundo provocando admiração por onde passam. A banda não é para iniciados, senão para aficionados do gênero que elas representam na sua mais pura essência. Mas temo que, a exemplo do Sepultura, só serão conhecidas por aqui depois que o mundo inteiro as aplaudir. Com a cabeça sempre aberta para a competência e o talento, ouvi, gostei e virei fã!
O efeito China atingiu em cheio um dos maiores produtores mundiais de alto-falantes. Até a virada do século, o Brasil chegou a disputar o primeiro lugar na produção desse componente. Com o crescimento dos asiáticos e a explosão industrial chinesa, nosso país perdeu competitividade pela brutal carga tributária e corrupção na máquina pública que inevitavelmente vira custo para fabricantes. O resultado foi uma queda significativa e mesmo desenvolvendo e fabricando alguns dos melhores falantes do mundo, não estamos mais na escala de produção desse produto.
IMBECILIDADE Em pleno século 21, um festival promovido na tríplice fronteira Alemanha, Polônia e República Tcheca, reuniu quase 5 mil pessoas no último dia 20 de abril no coração da Europa. Até aí nada demais se o evento não fosse em homenagem a Adolf Hitler e tivesse o sugestivo nome de “Schild und Schwert” (escudo e espada) e a sigla “SS”. Criado por nazistas, o festival reuniu milhares de jovens simpatizantes europeus que cultuam a memória de um dos maiores assassinos da história e que naquele dia faria aniversário. Medão...
FESTA NACIONAL DA MÚSICA 2018 O maior encontro da música brasileira volta à serra gaúcha, e agora no coração do Vale dos Vinhedos, a região que é refe-
GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR rência mundial na produção de vinhos e espumantes premiados anualmente ao redor do planeta. A bela cidade de Bento Gonçalves vai sediar o evento que reúne centenas de artistas, produtores, técnicos, empresários e jornalistas ligados à produção musical do nosso país. O QG será o complexo hoteleiro Dall’Onder e acontece entre os dias 21 e 23 de outubro na capital latina do espumante. Imperdível.
NA MOSCA Num festival de rappers e MCs em São Paulo, uma artista chamou a atenção pelo nome. A cantora angolana Titica foi uma das atrações ao lado de muitos outros artistas do segmento. Ouvindo a moça achei que o nome combina muito com a música dela.
DRAMA Muitos dos novos artistas independentes ao redor do mundo andam vivendo um drama na hora de decidir o futuro de suas carreiras. O dilema está no assédio das outrora poderosas gravadoras e o milionário e vanguardista mundo digital liderado pelo Spotify. Embora o convívio não seja excludente, fica difícil a relação de domínio quando se entrega qualquer obra e os seus direitos a uma corporação que recebe um produto já pronto para o sucesso. Aqui no Brasil a dicotomia ainda não se materializou, mas em breve muita gente vai passar por isso.
HOMENAGEM As homenagens aos 100 anos da Izzo Musical não param. Os irmãos Ivan e Andria Busic, leia-se Dr. Sin, criaram uma bela balada que fala da trajetória da empresa e da contribuição da família Storino à música brasileira. Com letras e arranjos dos irmãos Busic, a country music é deliciosa e faz um perfil da empresa que é orgulho do segmento pelo seu inacreditável catálogo de acessórios e instrumentos, além da rede de exportação para mais 30 países.
LÁ COMO AQUI As tais agências reguladoras cria-
das para defender os consumidores e fiscalizar os serviços oferecidos ao público sempre foram foco de polêmicas e raramente cumprem seu papel. Com relações nebulosas, com o tempo se transformaram em verdadeiros sindicatos que defendem os interesses de quem exatamente deveriam fiscalizar. O Brasil é um exemplo, basta ver os reajustes de tarifas e serviços, sempre muito acima da inflação, autorizados pela ANS, ANEEL e outras, sem falar no golpe da cobrança de bagagens aplicado pela ANAC. Nos EUA não é diferente e a tal FCC, a ANATEL deles, que controla as comunicações por lá, anda aprontando no governo Trump. Presidida por um descendente de indianos chamado Ajit Pai, a agência decidiu acabar com a neutralidade da internet e liberou as empresas para cobrarem o que quiserem, pelo serviço que quiserem, e o pior, deu liberdade total para quem deveria fiscalizar, de operar com prioridades, ou seja, muda sua velocidade e largura de banda quando bem entender. Fico imaginando o quanto esse cara deve ser amado pelas empresas que deveria fiscalizar. Talvez tanto quanto são os nossos “conselheiros” das agências daqui.
SUPERLATIVOS Tratar artistas de forma superlativa quando morrem precoce mente provoca muitas vezes exageros constrangedores. A morte do DJ sueco Avicii parece ser mais um caso típico de “mudernismo” jornalístico fora da casinha. Tratar o garoto como “revolucionário da música” é uma enorme bobagem de quem quer parecer antenado. Em um ano ninguém mais lembrará quem era o moço. Parafraseando o genial Ariano Suassuna, fico imaginando que expressão essa gente usaria para definir os Beatles.
TOURNÊ Jojô Todynho vai excursionar pela Europa e EUA mostrando um pouco da música brasileira. Dá licença que vou ali me suicidar, rapidinho, e já volto...
MICÃO Um DJ brasileiro chamado de João Brasil fez uma música chamada “Michael Douglas” em referência à droga sintética MD que enlouquece alguns dos fãs desses tocadores de disco. Desavisadamente o ator tomou conhecimento nos EUA e em português, no Facebook, agradeceu a “homenagem” do artista brasileiro. Vergonha alheia...
DICA Amplificador valvulado é coisa para especialista. Mesmo os bons técnicos em equipamentos digitais ou transistorizados andam fazendo lambança mexendo em amplificadores com essa característica. Antes do conserto ou revisão, verifique bem a quem está entregando seu aparelho. Imaginar o Pedrone revisando o seu equipamento é um sonho, mas daí a entregar para qualquer Zé Ruela que cobra baratinho pode sair muito mais caro.
DEFEITO? Não sei se alguém mudou o gabarito ou se é apenas diferença de bitola de fabricante, mas aumentou muito a reclamação de usuários de pontes de guitarra modelo Strato de todas as marcas. Ao arrebentar uma corda, vira um inferno soltar a parte de trás dessa corda por conta de um travamento da bolinha de metal (ou plástico) do terminal que segura o componente no corpo do instrumento. A coisa virou recorrente e as reclamações aumentaram de uns tempos para cá. As bolinhas ficaram maiores ou o buraco da ponte ficou menor. Usuários desses modelos de guitarra vivem um filme de terror se a corda estourar no meio do show. Quem pode, já anda levando dois instrumentos...
VERDADE CRUA Antes que alguém pergunte sobre higienizar microfones, eu informo que é muito mais do que conservação, é uma necessidade. A coisa é nojenta, sim! Médicos e especialistas já entendem que microfone deveria ser algo de uso pessoal, mas poucos tocam no assunto.
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REVAMP Elton John Reunindo uma constelação de astros da música, o álbum é uma celebração das canções mais conhecidas de Elton John e de seu parceiro Bernie Taupin, reinterpretadas por alguns dos talentos mais importantes da música contemporânea. O álbum abrange uma série de estilos de tirar o fôlego, demonstrando toda a influência do cantor sobre a música popular de todos os gêneros, como hiphop, soul, rock e pop. Q-Tip e Demi Lovato, Coldplay, P!nk, Florence + The Machine, Mary J Blige, Miley Cyrus, Queens of the Stone Age, Lady Gaga, Alessia Cara, The Killers, Mumford & Sons, Sam Smith e Ed Sheeran fazem parte do álbum. Para presentear os fãs, hoje o cantor divulga uma amostra do aguardado projeto. Q -Tip, em parceria com Demi Lovato, interpretam “Don’t Go Breaking My Heart”. Ouça aqui: umusicbrazil.lnk.to/ DGBMH. “É sempre um grande elogio quando um artista escolhe usar seu tempo para retrabalhar uma música que gosta. Como compositores, Bernie e eu ficamos emocionados quando cantores queadmiramos e respeitamos optam por adicionar seu próprio toque. Isso significa que nossas músicas ainda são relevantes e, em última instância, elas continuam a atingir novas audiências. Somos humildes e agradecemos a todos por sua generosidade”, diz o cantor.
PONTE AÉREA Hamleto Stamato O pianista, compositor, arranjador e produtor musical Hamleto Stamato comemora trinta anos de carreira lançando Ponte Aérea (Fina Flor), seu oitavo CD solo, ao lado dos amigos e parceiros Erivelton Silva, baterista, e Augusto Mattoso, baixista, que há anos completam seu trio. O disco recria a atmosfera dos trios de samba jazz do final da década de sessenta, com novos arranjos para releituras de standards brasileiros, além de duas músicas autorais inéditas. O repertório, que privilegia a música brasileira, conta com os clássicos O Morro Não Tem Vez e Garota de Ipanema, ambas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; April Child, de Moacir Santos, Jay Livingston e Raymond Evans; Berimbau, de Baden Powell e Vinícius de Moraes; Coisa nº 2, de Moacir Santos e A Rã, de João Donato e Caetano Veloso. As inéditas de Hamleto são Samba para o Pai e a faixa título Ponte Aérea. O cuidado de Hamleto com o projeto é visível, desde a escolha dos temas aos andamentos, da preparação dos arranjos à sua interpretação marcante, com solos articulados repletos de elementos que dão vivacidade e energia às improvisações. Ponte Aérea é um disco cheio de surpresas, com ampla variedade temática das composições.
O Arctic Monkeys retorna com o sexto disco de estúdio, intitulado Tranquility Base Hotel & Casino, no dia 11 de maio de 2018. Produzido por James Ford e Alex Turner, o álbum foi gravado em Los Angeles, Paris e Londres. O primeiro lançamento desde AM (2013) enfatiza a busca da banda por novos terrenos musicais em cada álbum. Tranquility Base Hotel & Casino torna a aposta grande; é um corajoso e brilhante disco que reflete e compreende melhor do que nunca a visão criativa de Turner. O LP vem em uma capa gatefold, com as letras e uma sessão de fotos e um vinil prateado. A venda será feita exclusivamente na AM Store (https://arcticmonkeys.dominomart.com/). O lançamento também estará disponível em CD (no Brasil, o CD será lançado pela Deck), vinil comum e nas plataformas digitais. O disco está disponível para pré-venda e para ser pré-salvo aqui: http://smarturl.it/TBHCOrder
Foto: Divulgação
TRANQUILITY BASE HOTEL & CASINO Arctic Monkeys
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Foto: Coletivo Humano / Divulgação
JUNTOS Reppolho e Ednaldo Lima A cultura bantu-jejenagô e ameríndia pernambucana corre nas veias desses dois pernambucanos, amigos e parceiros musicais desde 1977, quando se conheceram ainda na cidade do Recife. Dessa parceria surgiram algumas composições ao longo dos anos e que só agora estão sendo registradas neste CD “REPPOLHO & EDNALDO LIMA JUNTOS” (Selo GJS – 2018). A ideia de gravar este álbum juntos surgiu após um reencontro entre os dois artistas, que seguiam por caminhos diferentes há quase 20 anos. A produção, direção musical e arranjos são assinados por Reppolho, que canta, toca violão e percussão, trabalho dividido com o parceiro Ednaldo
Lima, que também canta e toca violão. No CD constam seis faixas, das quais se destacam “Eternamente Clara” (Ednaldo Lima e Alcedo Codeceira), em homenagem à Clara Nunes; “Na Sombra do Baobá”, de Ednaldo Lima, um tributo ao próprio parceiro Reppolho, e a faixa “Pra Naná”, de Reppolho e Ednaldo Lima, em reverência a Naná Vasconcelos.
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 26 Esse ano, a música passou a fazer parte da Rio Creative Conference (Rio2C), evento que pretende viabilizar a economia criativa. Entre as atividades, palestras de nomes históricos do áudio e da produção musical e a apresentação de novos artistas. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos Riotur / Alexandre Macieira
RIO 2C:
A MÚSICA ENTRA NA FESTA DA ECONOMIA CRIATIVA
E
ntre os dias 3 e 8 de abril, aconteceu, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, a Rio Creative Conference (Rio2C). O evento é uma evolução da Rio Content Market, que já acontecia há sete anos, relacionada apenas à indústria audiovisual. Este evento já era o mais importante do setor na América Latina, com a participação de executivos de mídias digitais, broadcasting, publicitários e criadores. Durante os três primeiros dias, aconteceram pitchings, rodadas de negócios e palestras. Dias 7 e 8, no sábado e domin-
go, o evento foi aberto ao público em geral. De acordo com o balanço final do evento, participaram cerca de oito mil profissionais da indústria criativa. Mais do que o dobro dos 3,5 mil profissionais participantes em 2017, antes da ampliação para outras áreas. Foram 450 palestrantes e 37 keynotes nacionais e internacionais. No fim de semana aberto ao público, 10 mil pessoas passaram pela Cidade das Artes. Na área musical, aconteceram encontros relacionados à gravação, streaming, relações entre música e marcas e novas formas
de monetização da música. A partir da Rio2C, a ideia é fazer com que as indústrias da música e da inovação também tenham eventos que ajudem no fomento de negócios. O evento teve a curadoria geral de Carla Esmeralda. As áreas específicas tiveram a curadoria de Cristina Barreto para o audiovisual, Liana Brazil para inovação e Zé Ricardo para a música.
RIO2C E A MÚSICA Zé Ricardo explica que a parte de música do evento foi dividida em três: “Primeiro são os painéis e os keynotes, nos quais convidamos músicos, artistas, engenheiros de som, entre outros, para falar sobre live streaming, mixagem, novos formatos de monetização, direito autoral, gravadora, etc. A segunda parte dos projetos são os pitchings. O artista que se inscreve no Rio2C
Zé Ricardo é o curador da parte de música do Rio2C
pode ser selecionado para tocar nos dois palcos do pitching show e no pitching alternativo. A terceira
parte é a Festivalia, no fim de semana, onde o público que não tem credencial vai poder ver não só as
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de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia, Eduardo Leite, o gerente- executivo de cultura do Oi Futuro, Roberto Guimarães, e o presidente da Sony Music Brasil, Paulo Junqueiro.
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MESTRES DO ÁUDIO
Por volta de 8 mil pessoas passaram pela Cidade das Artes durante o evento
experiências de audiovisual, como oito festivais independentes importantes que trazem, cada um, um artista para se representar. O Coquetel Molotov, de Recife, por exemplo, trouxe a Karol Conka. O Mimo, o Emicida. E antes de cada apresentação tem um vídeo com a história do festival. Tentamos trazer uma visibilidade nacional para estes festivais que são regionais”, explica Zé Ricardo. No pitching de música, os artistas que se inscrevem podem ser selecionados e tocar para uma comissão da música, ou tocar em um palco no qual podem ser vistos por boa parte do público do Rio2C: “O artista, quando é selecionado, toca para a comissão da música. A comissão tem pessoas que ocupam cargos que podem influenciar e transformar a vida dele, que tem 30 minutos para todos que precisa”, expõe Zé Ricardo. A comissão que acompanhava os pitchings foi integrada por pesos pesados da indústria musical, como Marcel Klemm, que é responsável pelo departamento de música da TV Globo; o crítico musical de
O Globo Bernardo Araújo; o vicepresidente para América Latina da Live Nation, Rafael Lazarini, a coordenadora de programação da Dial Brasil Conteúdo, Luci Moret, o diretor artístico da Rede Nova Brasil de Rádio e da Alvorada FM BH Alexandre Hovoruski, o diretor artístico da Apha FM
Entre os temas das mesas estiveram direito autoral e obra audiovisual, sincronização, políticas públicas para música e batepapos com produtores, empresários e executivos de gravadoras. Um dos mais concorridos foi o painel sobre áudio e mixagens com nomes históricos do áudio brasileiro e mundial, como Moogie Canazio (João Gilberto, Maria Bethânia), Ed Cherney (Michael Jackson, Ry Cooder) e Geoff Emerick (Beatles), que depois participaram de uma entrevista coletiva, onde desenvolveram mais assuntos abordados na palestra, como “o impacto das novas tecnologias na forma de se gravar e mixar” e “a importância do som em uma época onde a cultura de trabalho envolve cada vez mais o visual”. Para Ed Cherney, há profissio-
Na parte musical, se apresentaram as bandas selecionadas do pitching e artistas de festivais regionais
nais que se preocupam mais em “olhar” o som do que em ouvir o que estão fazendo. “Hoje em dia, com o Pro Tools, você tem uma tela com imagem na sua frente. Eu, quando gravo, gosto de ver os músicos. Prestar atenção ao que
a tela também para equilibrar enquanto está escutando”, explica. Ainda falando sobre a influência da imagem no processo de gravação e mixagem, Moogie complementou dizendo que, mesmo quando trabalha em um DVD, o mais
A nossa vontade é essa. Realmente virar um ponto de referência para um artista novo. O que ele realmente queria fazer?
está acontecendo no estúdio, se tem alguém que não está confortável, se o fone de alguém não está encaixando bem, porque hoje em dia ficam olhando para a tela do Pro Tools e esquecem o que está acontecendo em volta. Mas tem gente que desliga completamente
importante é a música. “Quando estou produzindo, escolho um take da música, eu falo para o diretor qual é o take. Se o do primeiro dia ou o do terceiro, por exemplo. E por que eu faço isso? O centro do DVD é a música. Não a imagem. Não adianta o diretor falar que a
imagem está perfeita em um trecho com música ruim. Tem que ser a música, sempre”, afirma.
PRIMEIRO ANO EM MUITOS Zé Ricardo espera que este seja apenas o início de um processo de consolidação dos novos negócios da música, tanto para quem precisa do conteúdo como para quem o produz. “A nossa vontade é essa. Realmente virar um ponto de referência para um artista novo. O que ele teria que fazer? Mandar um CD para cada pessoa como as que estão na nossa comissão. Aqui eles podem tocar para todas essas pessoas de uma vez. Então eu espero que, ao longo dos anos, seja um porto seguro para novos artistas que podem ter a vida transformada; para artistas consagrados, são milhões de oportunidades”, complementa.
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Em entrevista exclusiva para a Backstage, Geoff Emerick, o homem que, ao lado do produtor George Martin gravou alguns dos álbuns mais clássicos dos Beatles, fala sobre suas técnicas de gravação, remasterizações e o uso do analógico em tempos de digital. Miguel Sá (colaboraram: Leco Possolo e Vinícius Sá) redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos
ENTREVISTA EXCLUSIVA DE
GEOFF EMERICK E merick já havia decidido cedo que, ao terminar a escola, queria trabalhar em um estúdio. Foi aceito no Abbey Road, estúdio da gravadora EMI, quando mal havia saído da adolescência. E logo se tornou conhecido como alguém sem medo de experimentações em uma época onde os profissionais do estúdio trabalhavam com jalecos brancos e funções bastante compartimentadas. Ainda no início de seus vinte anos, substituindo Norman Smith, tornou-se engenheiro funda-
mental da principal banda da EMI na época – nada menos que os Beatles – tendo sido o Revolver o primeiro álbum da banda que gravou. Após o fim da banda, trabalhou com Paul McCartney em vários de seus discos solo (incluindo Band On The Run), Elvis Costello, Art Garfunkel, Jeff Beck e John McLaughlin, entre outros. Entre as conquistas técnicas, está o uso de microfonação peça a peça da bateria ainda na época dos Beatles, em uma época que ainda se microfonava o instrumento sempre
em over. O bate-papo também teve a participação do produtor Vinicius Sá (Armandinho & Época de Ouro, Luiz Carlos Sá solo) e do engenheiro de som Leco Possolo (Gilberto Gil, Jorge Benjor). Revista Backstage – Quando começou no Abbey Road, os técnicos de som usavam jalecos brancos. Você foi um dos profissionais que mudou a visão do que se faz em um estúdio, usando-o quase como um instrumento musical. Hoje temos softwares, home studios... O que é um estúdio para você hoje? Geoff Emerick - Sim, estúdios ainda existem da maneira como os conhecemos, mas você também pode dizer que o estúdio hoje é um quarto. O jeito que você pode gravar por partes
quinas estavam tentando decodificar números em vez de processar música de uma maneira orgânica. Eu não sei direito aonde vamos com essa questão. As coisas vão ficando menores e menores, temos os consoles digitais, a situação com o Pro Tools. Digo, é muito bom para fazer filmes, para fazer trilhas sonoras. Você precisa ter, se você está trabalhando com 120 ou 200 canais, isso é algo que eu estava conversando mais cedo. Quando o John Williams está fazendo um Harry Potter, um Senhor dos Anéis ou qualquer coisa do tipo, eu conheço o engenheiro que estava trabalhando em uma dessas produções e ele tinha uns 110 microfones lá dentro com a orquestra. Você não pode fazer isso com o analógico. Então, sim, Pro
Eu ainda trabalho no analógico se seu puder, se o tempo ou o dinheiro permitem.
e mandar, enquanto o guitarrista está em outra parte do país, o baterista em Nova York, o baixista na Florida... Quer dizer, é um bom jeito de trabalhar. Um jeito barato, mas eu não posso trabalhar dessa maneira, então eu continuo trabalhando num estúdio de verdade com um console analógico. Eu ainda trabalho no analógico se eu puder, se o tempo ou o dinheiro permitirem, sabe? Quando o digital apareceu eu conseguia escutar claramente a diferença, e continuo não gostando, ainda que as pessoas digam que com alta resolução... Bom, acho que ainda estamos chegando lá. O decay do reverb é quase perfeito (no digital). O que costumava acontecer era que o final do efeito se perdia. Ele simplesmente era cortado quando o nível de sinal ficava mais sutil ao invés de continuar no infinito como deveria. Esse tipo de coisa começou a acontecer porque as má-
Tools é fantástico para filmagens e vídeos obviamente. RB – Mas e plugins, simuladores, você gosta de usar? GE - Eu tento não usar, em raras ocasiões eu uso. Outro dia estávamos tentando simular um efeito de fase que eu gostava de fazer usando fita. Para mim só há uma maneira de ter esse efeito, e é com fita. Aí você tem esses plugins que te dão uma sensação desse efeito, mas não é o mesmo som que você consegue com a fita. Mas estava levando muito tempo para fazer, coisa que nós não tínhamos nesse trabalho, e eu acabei usando um plugin. Eu tento não usar. Eu tento não usar o auto-tune. Talvez uma palavra ou outra. Digo, se o artista está cantando fora do tom ele deveria estar cantando no tom. Eu não devo fazer isso para ele. RB – Antes, havia vários profissionais envolvidos na cadeia de produ-
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ção da gravação de um disco ou uma música: o artista, o produtor, arranjador, A&R... Hoje, muitas vezes há muito menos gente envolvida. Você acha que isso interfere muito no produto final? GE - Interfere de maneira imensa porque primeiro você tem o artista, o cantor, aí você tem o compositor e aí como um produtor você pensaria: “Eu vou chamar aquele arranjador para arranjar aquela música”. Isso tudo parou porque as gravadoras se envolveram e pensam - “Bem, nós temos este artista
RB – Explique como foi o trabalho para o Beatles Anthology(1996). O que acha das remasterizações que foram uma febre nos anos 1990? GE - No Anthology, eu trabalhava no andar de cima do estúdio. No andar de baixo, ficavam o George Martin e a outra pessoa que estava fazendo a masterização. Eles ficavam ouvindo as fitas antigas e, quando achavam alguma coisa interessante para colocar no álbum do Anthology, eles mandavam lá pra cima e falavam: “se vira”. Nem eu
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Por causa do advento das escolas de Pro Tools, os estudantes saem de lá achando que são engenheiros de gravação... que é a banda, talvez eles possam escrever e aí a gente fica com os direitos de publicação e talvez eles possam fazer o arranjo”. Então tudo foi pela janela. A criação artística completa envolve muitos aspectos. Antigamente editores costumavam te levar para almoçar e dizer: “Eu tenho essa e essa canção, você quer usar para este ou aquele artista?” Isso não acontece mais, quer dizer, acontece de certo modo, mas não é tão comum como costumava ser. RB - Você acha que ainda existem diferenças entre produtor, arranjador, músico? GE - Por causa do advento das escolas de Pro Tools, os estudantes saem de lá achando que são engenheiros de gravação, produtores e músicos e tudo mais, mas é claro que não são. Digo, é como com artistas: ou você pode pintar um quadro ou não pode e o que acontece agora é que eles estão pintando por números, pois todos têm seus softwares e seus plugins e tudo soa da mesma maneira.
me envolvia nessa seleção e nem eles com o meu trabalho, e eu fazia o que podia com o material que eu recebia. Eu usei um console de mixagem REDD 51, mas nas duas primeiras semanas eu achei muito ruim aquele processo, porque estava diante da Lucy in the Sky With Diamonds, por exemplo, que é uma música icônica há muitos anos, e eu recebi aquela música para dissecar, fazer uma mixagem nova e remasterizar. Isso me incomodou muito, mas, no final das contas eu acabei sendo convencido. Foi um começo difícil, mas que, no final, acabou dando certo. Não fui convidado para muitas dessas outras remasterizações depois de 1996, então não me envolvi. Inclusive acho que foi uma maneira de destruírem muitas dessas canções que já era icônicas há 50 anos. Nesse processo, acho que se perdeu muito do que o artista conseguiu na música. Se eu for explicar de uma forma visual, a mixagem que eu fiz na época da gravação é como se fosse uma fotografia com um plano
de profundidade, onde há algumas coisas em foco. Depois, entra a técnica e coloca tudo em foco, tudo fica perfeito. Com esse tipo de uso da técnica, você perde a questão criativa, do que o artista queria. Quer dizer, isso é uma máquina de fazer dinheiro para uma gravadora. Vinícius Sá – Como foi para você, aos 20 anos, já começar a gravar como engenheiro principal para os Beatles? Como foi administrar o ego diante disso? GE - Não há ego envolvido. Digo: você está trabalhando para uma corporação. Se houvesse algum ego, isso teria adicionado um pouco mais de audácia na equipe dos mais velhos, porque eles não achavam que eu ia conseguir de qualquer maneira. Sabe o que costumava acontecer? Eu mudava o jeito, naquela idade, de como eles estavam trabalhando há vinte anos. Aí era tipo: “Você viu o que o Geoff fez naquela sessão ontem à noite?”, e eles continuavam: “você não pode fazer isso”, e aí ficavam comentando. Mas, enfim, eu fiz. Eles não gostavam muito de mim por causa disso sabe? Eu fazia isso para que o som fosse diferente do resto quando saísse do estúdio. A gerência não me ajudou nada (porque) ao tentar criar estes sons eu estava abusando do equipamento. VS – Como foi o trabalho com o Badfinger (No Dice, 1970), o que usou? GE - Eu amo a banda, aplicava o mesmo método dos discos dos Beatles sabe, os mesmos microfones, os mesmos limiters, os mesmos Fairchild 660 (limiter muito usado por Emerick nas gravações dos Beatles) o mesmo som... um som tipo Beatles, sabe? Tenho uma boa lembrança com o Badfinger. Obviamente porque você sabe o que aconteceu e foi uma pena. O Pete (Pete Ham, que cometeu suicídio) era um grande compositor.
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Após a palestra, Ed Cherney, Geoff Emmerick e Moogie Canazio aprofundaram suas falas em uma entrevista coletiva
Leco Possolo – Quando os Beatles apareceram, houve muitas críticas por parte dos músicos mais tradicionalistas, no entanto, eles provaram que o trabalho deles era bom e hoje são referência. Ouvindo a música feita hoje em dia, sempre criticada por ter um conteúdo empobrecido, pouca
momento em que toda a orquestra sobe, caoticamente, nos momentos de transição da música. Paul queria que os músicos tocassem subindo até a nota mais alta de seus instrumentos) “não podemos fazer isso. Tem que ser escrito na partitura”, e não queríamos isso, porque tinha aquela confusão de sons
O que aconteceu foi o que também aconteceu com os Beatles. Eles estavam quebrando barreiras. poesia ou talento, você acha que o que está sendo produzido é efêmero, ou está acontecendo uma transformação na forma como fazemos, usamos e escutamos música? GE - Quando a música pop começou nos anos 60 os músicos clássicos odiaram. O que aconteceu foi o que também aconteceu com os Beatles. Eles estavam quebrando barreiras. Quando gravamos o trompete de Penny Lane e o solo de trompa do Alan Civil para For No One (do álbum Revolver) eles eram os melhores instrumentistas de metais na filarmônica de Londres. Em A Day in A Life (do album Sgt. Pepper’s (Lonely Hearts Club Band) eles disseram que não poderiam fazer da forma como queríamos em 24 compassos (o
para a orquestra. Houve então 25 minutos de discussão até que McCartney bateu um papo com a orquestra. Alan Civil e David Mason aceitaram fazer. E aí foi o rompimento do ódio dos músicos clássicos ao pessoal do pop. Eu tenho escutado músicas há mais de 50 anos. Quero dizer, se eu estou trabalhando nisso, é fantástico, e está tudo bem, mas eu não vou para casa e escuto mais música. Talvez as pessoas devam estar começando a pensar e criar coisas fantásticas, então você tem que pegar isso e trazer para fora e, você sabe, como você traz isso? Acho que deve haver grandes artistas e grandes arranjadores e compositores, mas você nunca os ouve. Você sabe, as coisas mudaram completamente.
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Figura 1
COMPRIMENTO DE ONDA Olá amigos do áudio! Hoje, dando continuidade ao
S
e uma dada frequência “f” de vibração é conhecida, o período de tempo “T” para um ciclo de vibração pode ser encontrado com a fórmula:
nosso papo sobre “as bases do áudio”, vamos falar sobre comprimento de onda.
Pedro Duboc redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
O período de tempo “T” é o inverso da frequência de vibração. O período de uma onda é a duração de tempo do ciclo completo da onda (figura1). Como toda onda se propaga, sabendo o período de uma onda, o tamanho físico da onda pode ser determinado através da equação abaixo, desde que a velocidade de propagação seja conhecida. Vamos assumir a velocidade do som em 340m/s e uma frequência de 200Hz (figura 2). Como podemos observar nas equações, para uma frequência de 200Hz a uma velocidade de 340m/s, temos um comprimento de onda de 1,7m e um ciclo de
5ms (milissegundos). A velocidade de propagação de uma onda depende da natureza da onda e o meio em que ela se propaga. A velocidade determina o seu tamanho físico chamado de “Comprimento de Onda”. A velocidade da luz no vácuo é de 300.000.000 de metros por segundo. A velocidade de uma onda eletromagnética através de um fio de cobre é de um pouco menos, normalmente 90% a 95% da velocidade da luz. A alta velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas faz com que o seu comprimento de onda seja enorme nas frequências de áudio. Nas frequências de rádio mais altas (VHF e UHF), o comprimento de onda se torna bem menor. As antenas, para receberem estas frequências, têm uma relação de tamanho com elas, normalmente de ¼ a ½ comprimento de onda. Uma onda acústica se propaga através da vibração de um meio, seja ferro, madeira, água ou ar. A velocidade de propagação
Figura 2
nesses meios é relativamente lenta, resultando em ondas grandes se comparadas a uma onda eletromagnética na mesma frequência. O comprimento de onda das frequências de áudio no ar fica entre 17m (20Hz) a 17mm (20KHz). O comprimento de onda de 1KHz no ar é 0,334m. Quando uma onda curta irradia em
uma grande sala, então vamos observar alguns efeitos de reflexões. Reflexões acústicas ocorrem quando uma onda encontra uma mudança de impedância acústica, normalmente por causa de uma superfície rígida, a quina de uma superfície ou qualquer outra obstrução. Em um caso ideal, o ângulo de reflexão é igual ao ângulo de incidência.
A acústica arquitetônica é o estudo do comportamento das ondas de som em espaços fechados. Quando a onda sonora encontra uma superfície em uma sala, uma interação complexa acontece. Se a superfície é maior do que o comprimento da onda, uma reflexão ocorre e uma sombra acústica se forma. Se a obstrução for menor do que a onda, ocorre a difração em volta do obstáculo e a propagação continua seu caminho. Ambos os casos são complexos e completamente dependentes da frequência, tornando difícil o cálculo. Como vemos, tudo em áudio é frequência, e tudo o que diz respeito à frequência é extremamente importante, por isso vamos seguir com nosso estudo das bases do áudio com o assunto “Princípio de superposição” na próxima edição. Até lá... bons sons!
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Seegma e Bose apresentam ao mercado brasileiro as novas caixas de line array. Encontro durou um dia e reuniu técnicos de som, representantes e integradores para demonstração ao vivo do novo sistema Showmatch. Outras marcas representadas pela Seegma também tiveram seus produtos expostos para demonstração, como Allen & Heath, Whirlwind e SKB.
redacao@backstage.com.br Fotos: Danielli Marinho
SEEGMA DAY
PRO AUDIO D
ia 20 de março, capital paulista, bairro Santana, Mega Roller Skate Park. Foi este o endereço que a Seegma escolheu para apresentar o novo sistema Bose de line array, Showmatch, e novidades em equipamento de outras marcas representadas no Brasil pela empresa. Para assistir à demonstração, foram convidados diversos profissionais ligados a variadas áreas do áudio, como parceiros, técnicos e integradores. Um dos convidados foi o técnico de som Pato (Weverton), que atualmente também trabalha com consultoria em áudio. “Eu já trabalhava com Bose antes de ela entrar para a Seegma, com outro importador, e vim convidado tanto da Seegma quanto da Harmonia Digital, onde eu já executava projetos para a Bose, no estado de Goiás e Distrito Federal. Vim para conhecer esse novo sistema da Bose, que é o seg-
mento mais profissional. Quando eu estava na estrada fazendo artista, não tinha contato com Bose, os riders técnicos não tinham Bose. Eu aprendi a respeitar muito a marca depois que a conheci e vi como eles trabalham; são pessoas sérias, é bem diferenciada a maneira como eles tratam o áudio”, compara. Pato ressalta ainda a importância de eventos como esse para que haja uma quebra de barreira e que se crie um vínculo com uma marca nova. “A marca nem é tão nova. E acho que as pessoas têm que ouvir primeiro para depois falarem”, completa. A ideia de apresentar o Showmacth em um evento com público específico vem justamente contribuir para ampliar o conhecimento do mercado sobre os produtos lançados pela Bose. “A importância do Brasil no nosso mercado é muito grande porque é um país grande com
condições demográficas continentais, e isso representa uma oportunidade muito grande. Para nós é como uma semente que se tem que plantar muito bem para que os frutos saiam a médio ou longo prazo”, explica Alexandre Dazevedo, territory manager Bose no Brasil. Segundo ele, o mercado brasileiro é importante, porque é um mercado de turnês e festivais grandes como Lollapalooza, Rock in Rio. “Para nós, o mercado de turnês e concertos é uma oportunidade muito grande. Esse é um sistema muito capaz e de grandes possibilidades. Então isso é muito importante porque também há muitos investidores na América Latina, e no Brasil, e isso só vem crescendo, e a parte de locação corporativa também é muito importante”, pontua. “Você já vê em bandas, até a Rihanna já tocou com nosso sistema, então realmente é um produto que está fazendo sucesso. Estamos trazendo hoje aqui para demonstrar com uma banda e um DJ, o produto está aqui em uma configuração de seis caixas por lado, mais seis subs SMS118, então a ideia hoje é demonstrar um
Exposição de equipamentos de diversas marcas
Para apresentar o Showmatch, foi montada uma estrutura de show ao vivo
pouco da potência e principalmente da cobertura, que é a tecnologia DeltaQ, que a Bose desenvolveu e lançou inicialmente em 2011, com o roomatch e agora em 2017 com o Showmatch, que é a estrela da noite”, destaca Alexandre.
APRESENTAÇÃO DOS PRODUTOS Esse é o primeiro sistema touring da Bose, bastante diferente no mercado, que tem como características possibilidade de regular a saída de áudio; então em lugares consegue-se evitar reverberação e outras possibilidades, e o usuário consegue jogar o som para onde quiser”, afirma. Além da Bose, o técnico de som Juninho destaca que outras marcas como a SKB, a Whirlwind, a Allen & Heath, que são marcar mundialmente conhecidas e top de mercado, trazem público também. “Para isso a gente consegue ter um reconhecimento das marcas junto à Seegma como distribuidora e também conhecer produtos que o mercado achava que não tinha distribuidor, que não tinha acesso. Com esse evento, o que a gente proporciona? O fácil acesso ao conhecimento do cliente e do integrador de serviços a esses produtos”, destaca. Um dos objetivos do Seegma Day Pro é dar mais visibilidade aos produtos, fazendo com que os profissionais possam conhecer melhor, seja
representante ou lojista, e consigam visualizar, tenham um conhecimento maior do que o produto pode oferecer e repassar ao cliente final. Além do Showmatch, os presentes tiveram a oportunidade de conhecer melhor a linha RMU, da Bose. O MB210, um sub compacto para som ambiental, com 2 woofers de 10”, que impressionava a todos que o ouviam. Além disso, os amplificadores Power Malta para reforço sonoro (4 modelos 2:8 canais e 2:4 canais) também impressionava com sua tecnologia com algoritmo interno de correção interno, com a placa de dissipação de calor construída ao revés. Outro produto apresentado foi o S1Pro, sistema compacto multiposição da Bose, que além de ser resistente e leve, pesa apenas 6,8 kg, bluetooth integrado, unindo a tecnologia de array articulado mais mix integrado com 3 canais. Para Dazevedo, o S1Pro é um produto que surpreende porque é um produto extremamente portátil, que vem com uma série de facilidades, entre elas a possibilidade de ter bateria com até 6 horas de duração. “Além disso bluetooth, que é uma coisa que vários clientes pediam e dentro dos 3 canais, 2 deles possuem reverb e todo o processamento tonematch que a gente já vem desenvolvendo em toda a linha profissional há muito tempo”, explica. O S1 une a característica de dois produtos icônicos dentro da famí-
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Line array Showmatch foi a estrela do dia
lia portátil, um é o L1 Compact e o outro F1, que foi lançado em 2015, e é um PA com 4 tipos de coberturas diferentes. Foram utilizadas a tecnologia do L1 no que tange o array, para ter maior cobertura, e utilizados os alto-falantes do F1. “Então hoje você tem um produto com duas tecnologias muito boas dentro do produto super compacto, super fácil de utilizar com várias facilidades de conexão, então é realmente um produto que está fazendo sucesso e acaba de chegar ao Brasil, foi um lançamento mundial dia 27 de fevereiro e já está aqui no Brasil”, informa. Outras demonstrações foram o AD Max, que são alto-falantes de teto para embutir, com uma tecnologia de cobertura totalmente inovadora, envolvendo 12 anos de pesquisa e desenvolvimento para chegar nesse produto. A versão da MA12, MSA12X, que é um produto da MA12 amplificado, com DANTE, processamento digital, capacidade de guardar até 10 memórias dentro dela. Ou seja, um equipamento com toda a tecnologia da MA12, mas aliada à amplificação própria, protocolo Dante
que está familiar agora no mercado. E o diferencial é que dá para fazer o direcionamento de cobertura digitalmente falando. Com a MA12, obrigatoriamente, havia a necessidade de colocá-la na altura do ouvido do ouvinte, e instalar um pouco mais baixo. Com a MSA12 X, é possível instalar mais alto e eletronicamente, direcionando o som para onde quiser na dispersão vertical. “O novo sub MB210, um sub muito compacto, muito pequeno, mas com uma potência muito forte, por um preço bem acessível pelo que ele entrega”, avalia André Espindola, diretor técnico da Seegma Pro Audio.
APOSTANDO NO MERCADO DE ÁUDIO Vencer mais um desafio, dessa vez no mercado de áudio. Esse é o objetivo atual da Seegma, empresa que já existe há 26 anos, tendo sua origem na área de informática, adptando-se depois, com as mudanças tecnológicas, à área de viídeo. “A Seegma percorreu um longo caminho se tornando uma das líderes no mercado de vídeo, no setor no Brasil, representando diversas marcas no mercado americano, principalmente”, explica Edi Carlos Pinheiro, fundador e diretor geral da Seegma. “Após essa fase, enxergamos um outro mercado que estava de certa forma bastante explorado, mas mal explorado, então entramos e começamos a trabalhar com uma filosofia diferente. De maior aproximação aos lojistas, aos representantes, tentando dar mais atenção a eles com margem bem reduzidas, para trabalhar com um volume maior e fazer chegar ao cliente final um produto de alta qualidade como é a marca Bose, que tem um preço bem competitivo. Temos encontrado muitos desafios por conta das crises do
país, mas também tem sido parcerias de muito sucesso com a Bose”, coloca. Com relação aos desafios e dificuldades em atuar em um novo mercado, ele conta que a maior delas foi encontrar conhecimento técnico. “Este é um mercado muito amplo, muita coisa a se aprender, estamos aprendendo ainda, mas o nosso diferencial foram as pessoas que vieram a trabalhar conosco. No caso do Alexandre, do próprio André, que é engenheiro, ou do Ricardo, que está em toda a área de shows ou de vídeo. Dessa forma, as pessoas que vieram trabalhar conosco nos deram esse suporte para que continuássemos seguindo, fazendo com que a Seegma também comece a ser uma referência no mercado de áudio. Então esse é o nosso grande diferencial”, completa o diretor geral. E para quem pensa que o mercado está sem perspectivas, Edi já adianta que tem sido supreendido também por outro mercado, o de instalações fixas, e as igrejas. “Eu consigo medir isso através do ambiente, porque um dos maiores segmentos que hoje trabalhamos: vídeo nas
Produtos Bose em exposição no Seegma Day
senhando como vai ser o sistema de som”, explica.
MERCADO BRASIL
Gardena explica os detalhes técnicos do modelo MA
igrejas. Claro, houve uma queda em termos de nível financeiro muito grande, porque os fiéis ficaram desempregados, daí diminui o dizimo nas igrejas e o nível de investimento acaba sendo menor. Mas a partir do momento que a economia começa a melhorar, tudo vai melho-
rando e entendo que a própria igreja enxerga isso como um marketing. Ela tem que ter um áudio e um vídeo de qualidade para pode trazer mais pessoas para dentro da igreja. E um dos nossos diferenciais é que a gente faz todo um projeto para a igreja, desde a planta, já estamos de-
Segundo Alexandre Dazevedo, a Bose já vem há muitos anos mantendo negócios no Brasil através de seus distribuidores e dealers, e no último ano e meio com a Seegma, fazendo um trabalho de distribuição no país. “Em 2012 deixamos de atender o distribuidor e passamos a ter somente dealers, e final de 2016 passamos a ter distribuidor novamente, que é o caso da Seegma. Então é muito importante ter um evento como esse aqui em São Paulo para mostrar que a Bose está e segue presente no mercado, oferecendo soluções de alta qualidade o portfólio que tem lá fora é o mesmo que tem aqui no Brasil”, conclui.
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Bose SM118
Bose apresenta sistema
Showmatch em São Paulo
Novo line array da Bose foi apresentado durante o Seegma Day Pro Audio, na capital paulista, e reuniu diversos profissionais, parceiros e compradores. De tamanho compacto, o sistema é perfeito para grandes eventos ao ar livre. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
O
sistema Bose Professional Showmatch array foi a estrela do Seegma Day Pro, realizado no dia 20 de março, na capital paulista. Para a apresentação do novo line array, a Seegma convidou parceiros, técnicos de áudio e representantes para uma apresentação/ demonstração ao vivo. O evento contou ainda com a presença do engenheiro da Bose para América Latina Diego Gardena. O sistema faz parte da família Delta Q, que é uma família de produtos de line arrays para aplicações de som ao vivo, sistemas para concerto, sistemas para turnês e também desenvolvidos para instalações fixas como estádios, auditórios, centros de convenções, etc. Tem como características principais tamanho relativamente compacto, mas ideal para turnês e aplicações de concertos ao ar livre com grande público. Até o momento o maior concerto utilizando o
sistema foi para 30 mil pessoas, em uma área aberta, na Colômbia. Uma característica importante do sistema é a consistência, a pressão sonora e a claridade vocal, como aquele momento em que o cantor se aproxima do microfone e saúda as pessoas. Ou seja, é um sistema dinâmico. “Quando a banda está tocando, tem a parte de uma canção que se sobe bastante a intensidade, mas também há partes que baixam bastante e se nivelam, se comportando muito bem. Durante este concerto, na Colômbia, foi registrada cobertura de pressão sonora a uma distância de quase 50 metros, com uma variação muito pequena” explica Diego Gardena. Durante a apresentação em São Paulo, o sistema foi configurado com subwoofers modelo SMS118, trazendo um low end, profundidade e um comportamento dinâmico dos graves bastante linear. Indicado para ser utilizado tanto em aplica-
Bose SM10
ções de rock, onde se necessita de muito punch, ou também para aplicação de playback como num centro de convenções onde haja muitas reproduções de vídeo, ou salas de cinema, para aplicações em turnês, é um sistema que dura muito. “Em dezembro, fizemos um festival de cinco dias em uma cidade próxima a Bogotá, foram cinco dias sem parar, porque começavam grupos de música desde às 13h até quase a 1h da madrugada. Então foram cinco dias funcionando quase sem parar embaixo de condições climáticas e amplitude térmica bastante variadas”, comenta Gardena.
SOM E CALOR Sabemos que, quando varia a temperatura e a umidade, o som viaja a uma velocidade diferente, isso porque o ar é um meio também por onde se propaga o som e, se há alguma variação de pressão, é bastante
importante considerar as equações para se obter estabilidade sonora. Apesar de condições não muito favoráveis de clima e sob altos níveis de pressão, durante o concerto na Colômbia, o sistema se comportou como esperado.
CARACTERÍSTICAS O sucesso da experiência na Colômbia foi possível porque o sistema Showmatch apresenta guias de onda substituíveis que permitem mudança de padrões de cobertura, em caixas compactas otimizadas para aplicações de instalação, e portáteis que requerem melhor qualidade de som possível. A DeltaQ Array Technology melhora a qualidade do som e a clareza vocal, permitindo que a diretividade, ou “Q”, varie de acordo com cada módulo de matriz, direcionando mais som para o público e menos para paredes e pisos. A ideia é que o locador, usuário ou
Bose SM20
engenheiro de som obtenha a cobertura de array que ele precisa com menos caixas. Disponíveis com 5, 10 ou 20 coberturas verticais, os módulos de matriz fornecem versatilidade, formando matrizes convencionais (J-Array e curvatura constante) ou DeltaQ. Note que os arrays de linha convencionais podem exigir até duas vezes a contagem de caixas em comparação com os arrays DeltaQ para obter uma cobertura vertical comparável. Os arrays DeltaQ podem melhorar as linhas de visão, reduzir o peso do aparelhamento e reduzir os custos do sistema. Já as guias de onda substituíveis permitem mudar a cobertura horizontal para melhor atender às necessidades de cobertura de audiência e poder formar padrões assimétricos para melhorar o desempenho acústico em matrizes esquerda / direita.
SAÍDA DE MAIOR ALCANCE TOTAL EM CLASSE DE TAMANHO Os níveis de saída de matriz de pico de 145 dB são gerados a partir de woofers de neodímio de 2 x 8 pol. próprios e 4 drivers de compressão de neodímio EMB2S, com saída de baixa frequência. O compartimento compacto e portátil com “proteções laterais” removíveis otimizam o design para aplicações portáteis e de instalação, desde pequenos clubes e casas de culto até os maiores centros de artes cênicas e anfiteatros para concertos. O Subwoofer SM 118 de largura correspondente a 1x18” e os modelos SM 5, 10 e 20, e acessórios completos de aparelhamento estão disponíveis para garantir o melhor desempenho do sistema. Para saber mais Locação e aplicações em turnês, visite: pro.bose.com/ showmatchsolutions
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A edição de 2018 do Lollapalooza aconteceu entre os dias 23 e 25 de março no autódromo de Interlagos e trouxe para o Brasil shows de grupos como Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers, The Killers, Imagine Dragons; entre outros. Com cerca de 20 anos no mercado de iluminação nacional e internacional, a RP Lighting estreou como principal empresa no fornecimento de luz do festival. Além dos quatro palcos do evento, a locadora atuou também nas ativações e ambientação, responsabilidade esta que, no ano passado, ficou dividida entre seis empresas de iluminação. Luiz de Urjaiss redacao@backstage.com.br Fotos: Rodrigo Sevilio / Vanessa de Natale
Parceria entre RP Lighting e T4F traz inovações na iluminação do festival
O
convite surgiu a partir de uma parceria selada, em 2017, com a T4F (“Time For Fun”) – responsável pela edição nacional do festival – que visava melhorar seus resultados no mercado do entretenimento e tinha iniciado, há cerca de cinco anos, um processo de expansão da marca”, como explica o proprietá-
rio da RP Lighting, Ronaldo Passarelli, que percebeu uma oportunidade no mercado de shows ao vivo. “A RP sempre foi especializada em broadcast e eventos corporativos. Inicialmente não tivemos interesse em estabelecer parceria com a empresa pela inserção numa área que nunca
Projeto de luz do Pearl Jam foi adequado à planta já existente do festival. Banda trouxe material próprio que necessitou ter as luzes içadas
tivemos tanto contato. Todavia, diante do panorama econômico do país, avaliamos que seria propício fazer uma proposta de compra dos equipamentos da AuroLights em troca de exclusividade
mento está baseado na agenda deste ano, que já conta com vinte shows internacionais fechados. “Estamos dobrando os ganhos em um ano. O segmento de shows é muito grande e não teria percebi-
O segmento de shows é muito grande e não teria percebido sua dimensão senão pela parceria
nos serviços em todos os shows e casas de espetáculo da T4F – incluindo o Lollapalooza”, afirma. Para Ronaldo a parceria com a T4F gera uma expectativa de crescimento da RP Lighting. O cresci-
do sua dimensão senão pela parceria. Vejo a T4F como a empresa mais consolidada na área, por possuir casas de espetáculos próprias”, comenta o proprietário, cujo contrato de parceria firmado tem vali-
dade de cinco anos, com renovação prevista para mais cinco.
EQUIPAMENTOS Segundo Ronaldo, a aquisição dos equipamentos da AuroLights foi tal qual a compra de uma empresa cinco vezes maior, apesar de grande parte do material adquirido, atualmente, não ser mais aceito em riders internacionais. “Foram cerca de dois meses de viagens para colocar todo o equipamento em nossa sede”, explana ao pontuar os cerca de oito mil metros de espaço do galpão da organização. “Dentre eles, destaque para 210 motores elétricos, cerca de 1600 cabeças de moving lights/ heads e mais de mil elipsoidais”, explana.
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Investimento em equipamentos é uma das estratégias da RP Lighting pensando no mercado de shows
ESTRANGEIRO X BRASILEIRO Reconhecido internacionalmente através de serviços como os prestados à FIFA no período de Copa do Mundo, em 2014, ao serem responsáveis por toda iluminação e ativação da federação, Ronaldo diz ser inevitável apontar como pontos de melhora a questão tributária e organizacional do mercado no Brasil. “Pagamos 100% a mais no valor de um equipamento em comparação ao americano e europeu. Por mais que importemos, não é possível absorver o custo. Outro ponto é a maneira que o mercado se organiza por aqui. No exterior, as locadoras trabalham com percentual de investidor. Dificilmente haverá uma empresa entregando a mão de obra em paralelo. No mercado brasileiro, o que determina a continuidade do evento é o dinheiro, então fazemos o projeto baseado no valor da contratação, adaptando as demandas com a reali-
dade, por mais que haja necessidade”, complementa. “No estrangeiro, a locadora só é responsável por disponibilizar o material, enquanto as demais mão de obras são contratadas de forma separada, fomentando melhor a cadeia e deixando o mercado
evento. Um grande diferencial foi a contratação de um dia exclusivo para a GM (“General Motors”) na véspera do festival. Na ocasião, houve shows das bandas LCD Soundsystem, Liam Gallagher e de Wiz Khalifa, no Palco Onix.
Nos palcos todo o material foi 100% da RP Lighting... houve um investimento de meio milhão de reais só em cabos. mais organizado, respeitando valores”, compara.
LOLLAPALOOZA E RP LIGHTING Com público estimado em 300 mil pessoas, a edição de 2018 do Lollapalooza contemplou maior espaço físico em Interlagos além de um dia a mais de shows – no ano passado foram dois dias de
“O festival que tinha apenas dois dias de duração, mudou para quatro. O início da montagem foi no dia 15, e fomos até 22 de março. Para desmontagem, necessitamos de três dias”, diz Ronaldo reiterando que todas as ativações tiveram os projetos fechados pela RP Lighting e, mesmo diante da sublocação de alguns equipamentos, não foi necessário terceirizar ou-
RP Lighting decidiu investir no setor de shows e casas de espetáculos. Parceria junto à Harman garante equipamentos novos
tra empresa para dar suporte em quaisquer demanda. “Nos palcos todo o material foi 100% da RP Lighting. Por exemplo, houve um investimento de cerca de meio milhão de reais só em cabos. Claro que se trata de uma compra pontual. Contudo, quando comprei os ativos da AuroLights, a empresa já estava pouco defasada em termos de tecnologia. Fechei um planejamento junto à Harman do
Brasil (Martin) de dois anos na casa dos R$ 20 milhões, dos quais R$ 6 milhões já foram entregues em equipamentos novos, pensando no mercado de shows. Em vez de terceirizar, resolvi comprar. Em outras palavras, o que a AuroLights não fez em dois anos, fiz em um dia. A RP Lighting começou sua história com uma traffic e seis cyberlights. Se colocarmos trinta carretas abarrotadas de equipamentos,
Estúdio com layout view ficou disponível para os lighting designers visualizarem as plantas de luz
ainda sim não conseguiremos mensurar todo o material que temos”, contabiliza.
ILUMINAÇÃO De acordo com o diretor técnico da RP Lighting, Marcelo Sevilio, o sistema de iluminação escolhido para o festival foi o MA Lighting, levando em consideração a sua versatilidade e solicitação comum nos riders em geral. “É o mais robusto e confiável do mercado. Usamos duas MA Fullsize (uma de backup) e uma MA Lighting 2. A divisão do sistema foi feita pela área do espaço do festival. Na parte de programação, os lighting designers receberam todo o showfile do Lollapalooza para programar suas plantas e percebê-las com a réplica exata do que encontrariam no palco, em estúdio disponível com layout view de cada”, fala. A respeito das exigências dos headlines, Marcelo destaca o desafio em adequar a planta de luz do festival com a do Pearl Jam. A banda de Seattle viajou com material
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 48 Montagem foi do dia 15 até dia 22 de março
Exigências dos lighting designers estrangeiros é cada vez maior
próprio e necessitou içar as luzes, posicionando-as com as já existentes do mapa do festival. Segundo o lighting designer responsável pela compatibilização das plantas dos artistas, Michel Pinheiro, foi necessário caber todo o projeto de luz do festival no modern grid do Pearl Jam que, por conta de seu tamanho, teve que ficar livre para não atrapalhar os de-
mais shows do palco principal. “O Red Hot Chili Peppers também precisou de adaptações para caber tudo. Destaque para os círculos grandes que ocasionaram preocupação por parte da produção geral, que não queria afetar a logística de palco de outros artistas; e a utilização exclusiva de seis canhões de frente e oito contra (que foram de lateral), colocados exclusivamen-
te para o show”, elucida. “Essa edição foi atípica, pois quase todas as bandas quiseram toda a planta de luz deles, sem adaptações. O Brasil está num patamar em que os lighting designers estrangeiros percebem condições em atender as demandas grandes e complexas, logo as exigências são, cada vez, maiores. Em outros palcos rolaram shows como do Imagine Dragons e Lanna Del Rey, cuja iluminação contou com seis carrinhos de luz exclusivos, de fabricação nossa”, destaca o lighting designer que há cinco anos atua no Lollapalooza e fez caber três mapas distintos num palco só – Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers e do festival em si. “O processo de criação começou em janeiro. Tínhamos o line up dos gringos e vinha conversando com eles para alinhar exigências”, explica.
MONTAGEM Equipe RP Lighting: da esquerda para a direita, Marcelo Sevilio (diretor técnico de luz), Robson Rasta (coordenador técnico de luz) e Michel Pinheiro (lighting designer)
Como se tratou da primeira vez que a RP Lighting fez a cobertura integral do Lollapalooza, Marcelo
Projeto de luz do Red Hot Chili Peppers (acima) contemplou círculos grandes que desafiaram a produção do evento: objetivo era não atrapalhar a logística de palco dos demais artistas
aponta o planejamento como o maior desafio na não sobrecarga de funções ao longo do processo de montagem. “Todo o material que saiu da empresa foi programado e esperado. Houve um laboratório destinado para qualquer eventualidade. A parte de infraestrutura, cabeamento e motores, além da parceria com a Martin, em que 80% do equipamento mais robusto, como os moving lights e acessórios”, completa. Foram cerca de 1.750 aparelhos instalados, sem contar a ambientação. Complementando o discurso do diretor técnico, Michel explana que o passo a passo iniciou na parte de motores, usando cerca de 70 destes apenas no pal-
co principal, fora os demais. “Este foi mais complexo por conta de todo o aparato que o Pearl Jam trouxe. Foram noites sem dormir para realizar adaptações e fazer funcionar com o solicitado”, recorda.
ATIVAÇÕES Responsável pelo desenvolvimento das ativações dos patrocinadores no festival, o lighting designer Diego Lima desenvolveu o conceito de luz de cada estande presente no evento, fidelizando seu layout e aspecto, apesar de sugerir caminhos de construção. “Cada patrocinador tem uma referência de seu produto e cenografia. Eles compartilham a ideia,
imagem e layout e, como lighting designer, deixo o projeto mais fiel possível ao planejamento. Com a Budweiser, por exemplo, houve uma ação inspirada numa estação ferroviária dos anos 60, o que impeliu trabalharmos com uma luz mais quente, vermelha, valorizando as cores da marca, inclusive. No slackline da Axe, por outro lado, houve um movimento mais arrojado, descontraído. É diferente de trabalhar com a luz para canções em situação de show, pois o feeling do profissional deve respeitar a cor da marca e sua tendência. Não dá para fazer muito ‘a sua cara’, senão entra em concorrência com cliente”, resume.
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 52 Por mais um ano consecutivo a Gabisom foi a responsável pela sonorização do Lollapalooza. De acordo com o técnico de som da empresa, Peter Racy, o sistema utilizado no festival foram o L-acoustics K1, d&b GSL, Martin Audio MLA e JBL VTX, nos palcos Bud, Onix, Axe e Perry, respectivamente. Luiz Urjaiss redacao@backstage.com.br Fotos: Rodrigo Sevilio
SONORIZAÇÃO: EQUILÍBRIO E TIMBRAGEM “
N
o palco principal, foram usados (modelos) 80 K1 e 20 K1-sub no PA; 48 subs KS28 no chão à frente do palco, enquanto que no delay usamos 48 K2 distribuídas em oito torres com seis K2 em cada. As mesas disponibilizadas para o festival foram um par de Profiles no PA e um par de PM
5D no monitor. Houve algumas locações específicas de SD-10 e Pro-9. A maioria dos artistas headliners trouxe suas próprias consoles”, explicou. Peter destaca que a configuração do line e estrutura do palco Bud (principal) se mantiveram praticamente iguais à edição do ano passado, en-
Sistema do palco principal foi semelhante ao da edição passada, nos outros palcos foram diferentes
quanto que nos demais houve sistemas diferentes. “O desafio maior foi a meteorologia. En-
frentamos várias tempestades, que ocasionariam a interrupção do trabalho durante a monta-
gem. No mais, é fundamental compreender a estrutura de ganho dentro de um sistema, e ainda mais importante, dentro da sua console. Vemos inúmeros absurdos operacionais em festivais. O mais frequente é tentar fazer o som ensurdecedor, mas ninguém ganha”, coloca. Segundo Racy, um bom som começa com equilíbrio e timbragem entre canais, entendendose que puxar o ganho em qualquer frequência significa diminuir o headroom do sistema naquele parâmetro, aproximandoo do acionamento dos limitadores. “Volume ensurdecedor não é equacionado com bom som. Use e abuse de equalização subtrativa. Em vez de puxar as altas, veja o que você pode tirar das médias e das baixas para ter o mesmo efeito”, complementa.
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PROTAGONISTA
na gravação D
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VIOLÃO VIRA
Depois de uma longa temporada na Europa, Luis Leite retorna às suas raízes, produzindo seu terceiro trabalho autoral, com músicas feitas a partir de linguagem e elementos sulamericanos. Vento Sul foi concebido para ser um disco onde o violão é o instrumento protagonista, e a sonoridade um dos elementos de destaque. redacao@backstage.com.br Fotos: Estúdio Fusão / Divulgação
epois de uma longa temporada na Europa, Luis Leite decidiu que era hora de produzir um novo trabalho com conceitos voltados à América do Sul. O novo álbum é uma espécie de reencontro do músico com as suas raízes, aqui no Brasil, depois de dez anos vivendo em Viena. “Vento Sul é o meu terceiro disco autoral, e a ideia conceitual do disco veio quando comecei a agrupar algumas músicas; aí eu percebi que tinha um fio condutor comum, que é o violão. São músicas feitas com uma linguagem ou com elementos sulamericanos, seja de melodia, ou de forma. Esse disco representa um retorno musical, por assim dizer, à América do Sul e ao Brasil”, anuncia. Luis explica que, a exemplo dos seus dois trabalhos anteriores, Vento Sul também ganha uma identidade musical, no entanto, cada parte do disco acabou por ter uma formação diferente. “Nesse eu quis fazer uma paleta de cores, de texturas mais amplas, então cada música tem um instrumento diferente, tem uma formação diferente, mas sempre colocando o violão como protagonista”, observa. Embora tenha uma forte relação com o mercado Europeu, o novo trabalho não vem com o objetivo de ser produto musical tipo exportação, ou para determinado mercado. Quando está compondo,
Luís afirma que pensa mais no viés artístico do que de mercado. “Qual a história que quero contar, qual história que acho que vai dizer algo que tenha a ver com o momento que estou passando. O disco é isso também, uma fotografia do momento do artista, do que ele está vivendo, das coisas que ele tem passado, o que acaba sendo um recorte”, afirma. O músico que se define como um artista Third Stream – corrente que produz um estilo e um lugar onde a música erudita encontra a música popular - traz para o novo álbum esse conceito. “Seria a música feita com a preocupação da sonoridade que você encontra na música erudita com a composição autoral, com a liberdade de transformar o texto musical. É uma maneira de pensar a música, como popular mas com o cuidado de sonoridade da música erudita, isso é um estilo, uma maneira de se pensar música que está começando a aparecer cada vez mais com músicos com essa formação, que é o meu caso, tive uma formação híbrida”, coloca.
CUIDADO NA CAPTAÇÃO Para chegar a esse objetivo musical, era necessária uma captação que garantisse a atmosfera ampla que os músicos queriam. De acordo com Luís, o grande parceiro dessa busca foi o engenheiro de som Carlos Fuchs, dono do estúdio Ten-
da da Raposa, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, que “imediatamente entendeu a proposta e mergulhou de cabeça no projeto”. “Na gravação do violão, Carlinhos propôs usarmos 6 microfones: um Manley, um Lucas, um par stereo de Schoeps CMC6/MK21 e um par stereo de Neumann KM 184. Fomos experimentando combinações de posicionamento e distanciamento, assim como a participação prés”, enumera. “No meu trabalho autoral o violão é sempre protagonista, mas no caso desse, como temos vários instrumentos diferentes, o violão assume papéis e texturas diferentes em cada combinação, porque, por exemplo, o que o violão que vai junto com o clarinete é diferente do que vai fazer junto com o piano”, fala. “E embora seja protagonista, existe uma certa orquestração para o instrumento, a fim de se encontrar uma textura que resulte e que funcione dependendo do conceito que está inserido. Por isso, a escolha dos microfones na captação também foram bem diferentes”, comenta. Tanto foi o cuidado com essa parte que a equipe não economizou tempo para essa pesquisa, utilizando quase uma session inteira só para isso. O Manley foi pareado com o Lucas, abertos em stereo. Foram usados frontalmente, em abertura A-B de 60 centímetros. Os Schoeps, também frontais, em abertura x-y montados sobre uma barra estereofônica, entraram para aveludar o som. Os Neumann foram a proposta mais não-usual, posicionados lateralmente, usados em diagonal apontando para os outros microfones, e não para o violão. “A ideia era ter uma entrada de captação lateral, e, incrivelmente, na soma fez uma boa diferença”, expõe. “A microfonação foi constante,
porque achamos importante o disco ter uma certa identidade sonora. Então reservamos um grande tempo, quase uma session inteira, em termos de tempo de estúdio é muita coisa, para ficarmos satisfeitos com o som do violão”, completa. Foram múltiplas variações, de posicionamento, de combinação de microfones, aproveitando que Carlos Fuchs também é um aficionado e pesquisador de microfones. “Ficamos bastante tempo fazendo isso, e aí os posicionamentos foram interessantes, porque usamos os Neumann na lateral. Foi bem interessante, porque ele posicionou os microfones apontando para o meio do violão mas para a lateral, o que é não usual, mas achamos que deu um som que precisávamos no uso dos Neumann, porque o Carman e o Lucas funcionava como centro de gravidade da sonoridade, os Shoeps um pouco mais distantes aveludaram o som, deram profundidade, e os KM pelas laterais foram um elemento de um pouco mais de definição para o som, e os KM pelas laterais foram um elemento de um pouco mais de definição para o som”, detalha Luís.
GRAVAÇÃO E MIXAGEM Pesquisa, experimentação e registro do que vai dando certo. A produção de Vento Sul foi quase um trabalho laboratorial. Para produzir todo o disco, foram mais ou menos três anos. No estúdio, desde a primeira session até o disco pronto, cerca de um ano. “Eu gosto disso também de fazer e, de repente, dar uma semana ou duas de pausa. Ou seja, essa estratégia laboratorial da coisa, para realmente estar satisfeito. Não tínhamos pressão de dealine, então conseguimos trabalhar da maneira que queríamos”, enfatiza. Contando com uma Rupert NE-
VE Designs 5088, 32 channel, shadowmix automation, para a gravação, o que proporcionou uma profundidade muito grande no som, conseguindo um som 3D. “Lembro de quando ele comprou a mesa, a diferença que fez, tenho essa diferença de som do antes e do depois e a sensação foi essa, a profundidade. Para o violão não usamos nenhuma compressão, então isso também é uma abordagem de concepção do som, bastante erudita por assim dizer”, avalia. Não apenas na mixagem, mas na captação também, a gravação foi bem “flat”. Ou seja, o trabalho foi justamente achar o som orgânico dos microfones, um som acústico. A partir dali, foi colocado um reverb só, natural; tudo em função da naturalidade, a fim de obter um som orgânico, um som autoral. Então não teve compressão nem na captação, nem na mixagem. Por ser um disco muito camerístico, muito delicado, ao ouvir as faixas percebe-se que era preciso esta transparência, esta naturalidade para comunicar a delicadeza e as sutilezas da interpretação com personalidade, que estavam presentes no disco. “Temos clarinete, por exemplo, que é super delicado ou violão e voz, a maioria das faixas é de pequenas formações”, anuncia. “A música erudita e os engenheiros de som de música erudita trazem muita coisa para o meio da captação, e nos inspiramos bastante nessa sonoridade, mais natural, ao mesmo tempo em termos de compressão e equipamento. Buscamos realmente essa transparência do som”, finaliza.
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M-SERIES www.elationlighting.com A M-Series é uma variável profissional de solução de controle de iluminação, um programa de plataforma estável e eficiente que é fácil para programar e divertido de operar. Todas as soluções tanto de software quanto de controladores agora fazem parte da linha de produtos da Elation mundo afora. Estão incluídos o M6, M1HD, M2GO HD, M2PC, M-Touch, M-Play, M-DMX, M-Sync e o M-PC. Com todo esse avanço tecnológico, a M-Serie vem ao encontro das necessidades dos usuários da Elation.
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ARTISTE PICASSO www.elationlighting.com A Elation apresenta o premiado modelo da série Artiste. O moving head Artiste Picasso é uma luminária inovadora e inspirada em movimentos teatrais que conecta arte à engenharia. Uma excepcional combinação de potência e harmonia com a mais recente possibilidade de projeção artística, o Picasso é ideal para ser usado no palco em qualquer situação, principalmente por fazer pouco ruído e ter um design discreto. O equipamento possui uma das saídas mais brilhantes em LED disponíveis no mercado hoje em dia. Um motor de 620 watts Cool White LED (6,800K) combinado a um sistema ótico avançado produzem uma potente saída de mais de 20,000 lumens, usando uma fração de potência muito menor a de produtos semelhantes. Outra característica é seu sistema de moving zoom com autofoco para uma cobertura mais precisa. Para um ajuste mais fácil do tamanho e nitidez do beam, o zoom motorizado expande rápido e uniformemente o beam de 7° para uma abertura de 55°.
FORCE 120 www.glp.de O novo acessório é a ventoinha Force 120 da GLP, algo diferente dos tradicionais moving lights da empresa . Medindo 140 x 38 x 140 cm, a caixa contém um ventilador de velocidade variável de grande diâmetro que pode funcionar em velocidades de 30 rpm até 750 rpm e ser capaz de alternar de um extremo ao outro na velocidade da luz. Projetado para criar efeitos cênicos impressionantes, ou ser usado como um grande motor de ar (ou uma combinação de ambos), o Force 120 cai bem em qualquer cenário. Internamente, ele possui bandas de fita LED que iluminam as pás do ventilador e podem ser controladas com diferentes níveis de densidade, permitindo a projeção de várias cores nas pás ou, alternativamente, transformá-las em um único elemento de impacto. O Force 120 tem uma entrada de energia de sensoriamento automático, uma construção robusta, rodas de transporte embutidas e vários pontos de amarração.
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Figura 1: Imagem do filme “Sunset Boulevard” (1950): aspecto do estúdio com sistemas de iluminação e automação em desenvolvimento. Fonte: Pinterest/Catalinalasa/Falshbak.
ILUMINAÇÃO CÊNICA MOVING LIGHTS: DA CRIAÇÃO À REVOLUÇÃO! Quarenta anos após a criação do primeiro protótipo que viria a se transformar no VL-Zero (o primeiro Vari-Lite), a iluminação cênica e de entretenimento daria um salto em sofisticação, possibilidades e criatividade, sem precedentes.
Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisador em Iluminação Cênica.
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inda culminaria na produção dos espetáculos percebidos na atualidade, caracterizada pela pluralidade de recursos e dinâmicas estéticas e visuais, e que incorporam Moving Lights de maneira muito intensa e dinâmica, em proporções grandiosas, revolucionárias e inovadoras. Nessa conversa, abordarei os aspectos fundamentais da história dessas luminárias até o surgimento do exemplar inicial das luminárias móveis, e que representou um novo capítulo na história da Iluminação Cênica. A evolução dos instrumentos de ilumi-
nação cênica pode ser analisada por capítulos históricos, pautados pela inovação, criatividade e avanços tecnológicos que, em cada época, propiciou a inclusão de soluções únicas e contextualizadas com as necessidades e condições de cada momento, que representou também o desenvolvimento das manifestações artísticas e culturais. Desde sempre, houve um significativo interesse na busca de mecanismos e dispositivos de controle que oferecessem recursos autônomos e independentes para funções simples ou complexas,
e sabidamente propícias à formulação e aplicação de padrões de alinhamento, posicionamento e precisão, de modo a serem operados com diversas luminárias ao mesmo tempo. No início do século XX, diversas foram as invenções, que utilizavam motores elétricos e outros
minação com ‘luminárias móveis’: movimentação panorâmica, sendo aquela que se desloca em duas direções sobre um mesmo eixo (ou simplesmente ‘Pan’); e movimento de inclinação com ângulos predefinidos (conhecida como ‘Tilt’). Stanley McCandless, famoso Lighting
No início do século XX, diversas foram as invenções, que utilizavam motores elétricos e outros aparatos, operados com engrenagens e cordas aparatos, operados com engrenagens e cordas, que possibilitavam movimentação e manipulação, obtendo aqueles que seriam os primeiros princípios mecânicos e eletromecânicos daquela que seria a iluminação automatizada ou ilu-
Designer americano, uma das mais significativas e lendárias referências na história da Iluminação Cênica, além de artista e projetista, destacava-se pela criação de metodologias e técnicas – também relativas à operação, construção e
design de luminárias. Como resultados de suas experimentações, desenvolveu luminárias com refletores nos formatos elipsoidais – precursor dos ERS -, e que permitiam a inclusão de persianas laterais para alterar a abertura e a forma da luz, além de discos com filtros para diversas finalidades (cor e foco). A partir da segunda metade da década de 1950, experimentos com sistemas de controle remoto para luminárias foram testados em estúdios da Paramount Pictures, em Los Angeles, California (EUA). Na década seguinte, experimentos com espelhos e ‘stencil’ foram realizados para a obtenção de fachos mais intensos e definidos e projeção de imagens, propiciando outros dois recursos que seriam fundamentais para as inovações posteriores: a possibilidade de abertura e aproximação/afastamento para o
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Figura 2: Banda americana Grand Funk Railroad em turnê (1973). Aspecto dos “Cyclops”. Fonte: Getty Images/ABC Photo Archives.
direcionamento da luz (‘Foco’ e ‘Zoom’) e formas definidas para a luz projetada (‘Gobos’). Diversas foram as contribuições nesse período, com também vários idealizadores. Foi um fértil e próspero período em inovações e novidades para a iluminação cênica. Inspirado nas soluções apresentadas pela empresa americana Century Lighting – e que fornecia um sistema intitulado ‘Centrolite System’, que compreendia a instalação de motores e outros dispositivos para controle de dimerização, posição, altura, Pan e Tilt para refletores elipsoidais e luminárias do tipo Fresnel - Jules Fischer, renomado Lighting Designer, idealizou um sistema analógico com dois motores que pudessem remotamente con-
minação que combinassem elementos, princípios e recursos diversos, integrados com soluções computacionais mais compactas e acessíveis. Na primeira metade dos anos de 1970, Stefan Graf e Jim Fackert, Lighting Designer e Eletricista de Produção, respectivamente, que trabalhavam para a banda americana Grand Funk Railroad (ou Grand Funk), desenvolveram luminárias intituladas “Cyclops”, instaladas em pedestais e operadas com servomotores (remotamente), criadas para substituírem canhões seguidores, e que tiveram um grande impacto na indústria de entretenimento, influenciando outros projetistas a buscarem resultados no mínimo compatíveis. Se na segunda metade dessa mesma
Na década de 1970, intensificaram-se as pesquisas, tentativas e protótipos para sistemas e instrumentos de iluminação que combinassem elementos trolar uma luminária PAR 64, com lâmpadas de 12V e 120W, e produzissem fachos estreitos, utilizados pela primeira vez na produção de ‘Peter Pan’ (1965). Essa luminária operava com passos lentos, mas conseguia oferecer Pan de 360º e Tilt com 270º, indisponíveis até então. Na década de 1970, intensificaram-se as pesquisas, tentativas e protótipos para sistemas e instrumentos de ilu-
década, notabilizava-se a multiplicidade de luminárias nos concertos e shows, resultando em imponentes, grandiosos e intensos espetáculos; nos teatros e estúdios de televisão, a especialidade e especificação marcaram soluções mais contundentes e sofisticadas, relacionadas ao desenvolvimento de sistemas de controle e operação, realizados remotamente. Foi então que há exatos quarenta
anos, iniciava-se o desenvolvimento daquele que seria o mais versátil e dinâmico instrumento de iluminação cênica utilizado na produção de shows e espetáculos na história. Alguns anos antes, os proprietários da empresa de produção de shows
bandas, com especial destaque para a banda inglesa Genesis. Em 1978, depois de algumas tentativas frustradas para a criação de uma luminária que tivesse um sistema de trocas de filtros coloridos (com gel), a equipe de engenheiros
Foi então que há exatos 40 anos, iniciava-se desenvolvimento daquele que seria o mais versátil e dinâmico instrumento de iluminação cênica... Showco Inc., Jack Calmes, Jack Maxson e Rusty Brutsché, fornecedores de sonorização para um show da banda Grand Funk, em Dallas (Texas, EUA), ficaram impressionados com as dinâmicas e resultados das “Cyclops” (de fato, um diferencial na produção dos shows daquela banda). Idealizaram com isso a possibilidade de inserção no mercado de iluminação, com a criação de um departamento de engenharia responsável pelo desenvolvimento de equipamentos de iluminação, e que ocorreria com sucesso, sendo a Showco Inc. a fornecedora de sonorização e iluminação dos concertos e turnês de diversas
da ShowCo mudou o foco na busca de um novo mecanismo, com o uso de filtros de cor dicróicos e lâmpadas de arco de haleto metálico, recém disponibilizadas pela empresa americana General Electric (lâmpadas GE MARC 350). Como resultado, após alguns protótipos e novas tentativas, além das mudanças de cores (com suavidade e transição), essas luminárias foram também desenvolvidas para serem multifuncionais e automatizadas, combinadas com um sistema de controle computadorizado mais abrangente e inédito (que poderia armazenar até dezesseis pistas), e por meio de dados seriais digitais, podiam ainda
Figura 3: Banda inglesa Genesis em turnê (1977). Aspecto da iluminação pré-‘Vari-Lite’. Fonte: Blog Prog Rock Litte Place.
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Figuras 4-5: ‘VL-Zero’ e turnê ‘Abacab’ da banda inglesa Genesis (1981). Fontes: Avantgarde/Genesis Movement.
incorporar os princípios de Pan e Tilt, oferecendo possibilidades sem precedentes para iluminação de entretenimento. Da equipe responsável pelo projeto, os engenheiros Jim Bornhorst e John Co vington desenvolveram o de sign, Brooks Taylor foi responsável pelo software e Tom Walsh concebeu o hardware.
para os músicos da banda. Para surpresa dos músicos, além da mudança de cores, a luminária ainda podia se mover. Fecharam um contrato para a instalação de 55 luminárias móveis na turnê mundial subsequente. Ainda sem um nome, Smith sugeriu o nome “Vari-Lite”. Assim, seria batizada a nova luminária que culminaria na “VL-Zero”, a pre-
Com essa nova era de iluminação dinâmica e automatizada, iniciada há 40 anos, as luminárias diversificam-se, tornando-se menores, mais qualificadas, mais versáteis...
Mas foi somente em dezembro de 1980 que o primeiro protótipo foi demonstrado, para um público bem seleto. A banda inglesa Genesis estava em um estúdio, dedicada às gravações do álbum ‘Abacab’ (que seria lançado no ano seguinte). Tony Smith – manager da banda – sugeriu que a demonstração ocorresse em um celeiro antigo
cursora dos Moving Lights que representaria um novo cenário e iniciaria um novo e totalmente transformador capítulo na História da Iluminação Cênica. Com essa nova era de iluminação dinâmica e automatizada, iniciada há quarenta anos, as luminárias diversificaram-se, tornando-se menores, mais qualificadas, mais ver-
sáteis e mais acessíveis. Novas tecnologias surgiram e evoluem desde então, nos dispositivos de iluminação; consoles, softwares e protocolos; materiais construtivos; equipamentos e aparelhos destinados à estabilização e fornecimento de energia elétrica, entre outras. A indústria evoluiu, expandiu-se e hoje centenas de fabricantes esmeram-se em oferecer produtos cada vez mais impressionantes e multifuncionais. Aos precursores, em cada momento histórico, o enaltecimento pelas iniciativas que alcançaram aperfeiçoamentos e inovações, relacionadas aos conceitos, princípios, técnicas e metodologias, e, principalmente, pelas luminárias, que transformaram os espetáculos em interações múltiplas, visualmente fascinantes e propiciadoras de soluções viáveis para ideias específicas ou mais diversificadas, e caminhos ainda a serem criativamente explorados. Abraços e até a próxima conversa!
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EU E A MÚSICA
OS DEZ MANDAMENTOS DO AMOR
E
u tinha dezesseis anos quando me apaixonei seriamente pela primeira vez. Ela se chamava Eliane, tinha acabado de fazer quatorze e voltara de uma temporada na casa da irmã, que era casada com um americano e morava em Milwaukee. Fora esse indescritível charme de ter passado um ano morando e estudando nos EUA (lembrem-se, estamos falando de 1961...), Eliane trouxera consigo alguns LPs dos quais eu jamais havia ouvido falar, cantores jovens cantando amores mais jovens ainda. E era uma graça. Minha mãe sempre me falara para tomar cuidado com meninas de nariz arrebitado, conceito reforçado pela leitura infantil de Lobato, mas desde que dancei pela primeira vez com Eliane, numa festinha na casa do meu inseparável comelhor-amigo Antônio Gavinho (o outro co-melhoramigo era Mariozinho Pires, que seria mais tarde o gatilho da minha carreira musical), senti que alguma coisa mudaria para sempre na minha maneira de olhar para narizes arrebitados. Não sei o que ela viu de positivo no meu rosto coberto de acne, na minha miopia de grossas lentes, mas por um desses misteriosos desígnios do Cupido – lembram dele, aquele anjinho armado? – Eliane também gostou de mim. Filha temporã numa tríade de mulheres impositivas criadas por pais rigorosamente tijucanos, ela era mimada, informada, moderna e opinativa. Tudo o que eu admirava numa
garota – tirando o quesito “mimada” ... - estava ali, na minha frente, dando-me a mão e – pasmem – me ensinando o que era um beijo de verdade. Ela devia ter aprendido aquilo com os mais avançados adolescentes da Norteamérica! Já eu, era apenas um rapaz latinoamericano que por força das agruras e timidezas de uma adolescência feiosa e desajustada não havia jamais beijado uma menina daquele jeito tão ousado, apaixonante e apaixonado. Ali, caí. Mas minha queda foi uma revelação de outros mundos e poderes, uma epifania. Os beijos de Eliane me entraram pela boca, passaram por dentro de mim e saíram pelos dez dedos da minha mão. Comecei enfim a descobrir como e porque era necessário compor músicas. Minhas primeiras experiências beiravam o ridículo. Hoje, meu filho de onze anos adora forçar-me a tocá-las: caímos os dois às gargalhadas, quando eu canto: “de acordo com a definição/ de amor no coração/ você está errada/ porque tudo o que você tem/ é o receio de um amar...”, ou “cigarro/ promessa perdida/ fumaça esvaída/ subindo pro léu” ... Ele acha isso tudo – e tem a razão do século XXI - de uma ingenuidade risível. O que eu tentava reproduzir, na verdade, era aquele festival de verbos concreto-infinitistas contidos nas letras de Ronaldo Bôscoli, não sem antes passar pelos dramas vivenciais de
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Maysa, Dolores Duran ou Antônio Maria, de uma geração anterior, mas ainda influente. Eliane achava lindo, isso me bastava. Depois de três anos de namoro, canções, violões e abstinências forçadas por rigores burgueses de época, acabamos por nos separar. Poucos anos mais tarde nos reencontramos e tentamos reviver a mágica que sentíramos ao som de Sinatra, Nat “King” Cole, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Stan Kenton, Chet Baker e outros menos votados, que faziam com que colássemos corpos e rostos em inesquecíveis noites dançantes nos clubes ou nas casas de amigos. A vida era assim. Mas a tentativa foi inútil, nada mais significou alguma coisa. Nos despedimos como bons amigos, rumo a novos amores e vidas. Enfim, acho que todos nós, meninos e meninas, criadores ou compositores/as, devemos muito à primeira ou primeiro namorada/o: uma revelação, um caminho, uma noção de que seria necessário um canal externo que conduzisse tal e tamanho sentimento a algum lugar onde mostraríamos ao Mundo o que sentíamos, sob pena de murcharmos nosso espírito como flores sem sol, plantas sem água em corações de pedra. Graças a elas ou
eles, crescemos, criamos e produzimos. Naqueles dias dourados aprendemos - e continuamos sempre a aprender - os mandamentos do amor. E lembrar disso tudo, levou-me algum tempo atrás a compor essa música com meu amigo Pedrão Baldanza: Pra ser feliz é preciso entender Os dez mandamentos do amor, e saber de cor Não é fácil cumprir nem achar onde ler Os dez mandamentos do amor Onde encontrar esse livro de amar Quem sabe ou ensina tão grande lição Será que está tudo escrito no seu coração Pra ser feliz é preciso entender os dez mandamentos do amor E saber de cor Já que estamos aqui, juntos, eu e você Porque não aprender, que é melhor (Os Dez Mandamentos do Amor – Pedrão Baldanza- Luiz Carlos Sá) @Vitale Editora
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