Edição 283 - Junho 2018 - Revista Backstage

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SOM NAS IGREJAS

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Sumário Ano. 25 - junho / 2018 - Nº 283

Rock in Rio agora é também Live Nation

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Após 18 edições, o Rock in Rio passa a contar com a participação de um nome de peso no mercado: a Live Nation Entertainment (NYSE: LYV), maior empresa de entretenimento ao vivo do mundo. Conversamos com o CEO do Rock in Rio, Luiz Justo, sobre essa parceria.

NESTA EDIÇÃO

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Estar em um local onde é possível produzir um trabalho musical e também gerir a carreira parece que não é um sonho tão distante assim. O Dg3, no Rio de Janeiro, surgiu com a proposta de oferecer soluções, por meio de equipamento de ponta e equipe multifuncional, atendendo até os clientes mais exigentes.

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Vitrine Os modelos GSL8 e GSL12, da d&b, são acusticamente equiparados e construídos para serem mecanicamente compatíveis dividindo a mesma diretividade vertical, tamanho, pegada, peso, rigging e driver.

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Rápidas e Rasteiras O empresário e produtor Rick Bonadio lançou o Midas Life, uma série de vídeos para falar sobre a vida na música e tudo o que rola com a equipe por trás do selo Midas Music.

18 Play Rec O espetáculo ópera rock dos Titãs ganha um registro em DVD. Doze Flores Amarelas é o recorte musical que sai agora nas plataformas digitais e a perna sonora da primeira ópera rock realizada por uma banda no Brasil.

20 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

32 Cadac seven-s A Cadac fez o lançamento da CDC seven-s na Prolight + Sound Frankfurt mostrando ao mundo que o novo modelo traz melhora na capacidade I/O, mais recursos adicionais do Version 5 CDC OS com melhora no GUI.

32 Som nas Igrejas Em tempos de tecnologia, dominar os protocolos de áudio digital é um diferencial para o futuro já presente.

64 Eu e a música Anos 60/70: luta armada, músicas “de protesto”, censura exposta e um país dividido, ainda que esta divisão ficasse oculta pelo medo. “Na dividida também ficamos eu e a música brasileira em geral: amar ou lutar? amar era aquiescer? protestar ou calar? optei por protestar.”


Expediente

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Já viveu sua experiência hoje?

Viver a “experiência” vem substituindo o simples ato de ver, comer ou tocar em um produto. O conceito de experimentar um show ou um festival é mais intenso do que apenas assistir uma banda ou cantor fazer a performance. Na Prolight + Sound Frankfurt 2018 também foi assim.

TECNOLOGIA

Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br

34 Ableton Além de outros instrumentos que acompanham o novo “Ableton Live Suite” pacote, o Wavetable é uma independência para os usuários puristas de Ableton Live.

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38 Pro Tools

Áudio Fundamental Nesta edição levantamos uma discussão muito importante dentro do mundo do áudio: o investimento em treinamento e em equipamentos. Como já dito antes, você ouve o que você paga!

Neste artigo vamos abordar alguns princípios de sistema, reconhecer os erros e dicas de configuração. De 2014 para cá, a engenharia do Pro Tools e suas configurações mudaram muito, então vale uma renovação de conceitos.

CADERNO ILUMINAÇÃO 56 Vitrine iluminação

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de conteúdo Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Danielli Marinho Colunistas: Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Lika Meinberg, Luiz Carlos Sá, Pedro Duboc, Tiago Borges e Vera Medina Ed. Arte / Diagramação / Redes Sociais Leonardo C. Costa arte@backstage.com.br Capa Arte: Leonardo C. Costa Foto: Divulgação / Estúdio Dg3

58 Iluminação cênica

O modelo RAYZOR 360Z, da Elation, é um moving head de feixe brilhante e compacto com LEDs Osram RGBW de 60W. Os recursos incluem zoom motorizado, rotação rápida e precisa, controle de pixel e temperatura de cor ajustável.

A formulação de ideias para os projetos de iluminação cênica, desenvolvidos a partir de meios diversos – croquis, maquetes, ou softwares e documentos eletrônicos –, poderá resultar em perspectivas únicas e fascinantes.

Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

A escolha N

da objetiva

o momento atual do país, em que rondam as incertezas e desilusões, é bom saber diferenciar termos que têm significados parecidos, como um acidente de um incidente. Embora alguns pensem que essas duas palavras são sinônimos, as duas circunstâncias são distintas e se distinguem principalmente quanto à dimensão de suas causas e consequências. Um incidente, que por alguns é classificado como “um quase acidente”, é um evento de menor importância, cuja causa tem origem mais diminuta e resultado pouco ou quase irrelevante. Por outro lado, um acidente tem causas em um conjunto de erros ou tomadas de decisões equivocadas, e levam a consequências negativas, perdas e danos tanto físico quanto material. Ao evocar essa analogia, é quase impossível não lembrar das responsabilidades, cuja falta pode levar ao conjunto de falhas e imperfeições que, paralelamente, podem ter o poder de provocar um acidente. Classificar a atual situação econômica e social, por exemplo, poderia ser definido como um acidente? Se levar em conta que o caos gerado por situações extremas são gerados muitas vezes por negligências travestidas de beneficências, talvez encontremos uma resposta. No entanto, quiçá o maior problema não seja unicamente identificar focos de inconsciência no conjunto macro, como a política ou economia do país, até porque o macro é formado de micros. É urgente uma visão e reflexão interna de cada organismo, uma tomada de consciência quanto ao juízo que cabe a cada um, esquivando-se principalmente das análises rasas e mal interpretadas. Ambicionar o mesmo desempenho de outros públicos ou sociedades requer primeiramente um exercício de autorreflexão, auto(re)conhecimento e postura, muitas vezes forçando a quebra de paradigmas próprios. Existe um princípio na fotografia que aborda a relação entre distância focal e o ponto de vista, o qual é determinado pela escolha da objetiva: quanto menor o ângulo escolhido pelo fotógrafo, maior o ângulo de cobertura captado; e o contrário produz efeito inverso. Analisar o tipo de objetiva pela qual se capta a verdade quem sabe pode acarretar em uma revisão dos princípios e análise dos processos a fim de frustrar as causas que condicionam a efetiva conjuntura e estrutura na qual se está inserido. Pense nisso! Boa leitura

facebook.com/backstage.revista


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VITRINE ÁUDIO| www.backstage.com.br 10

MONITOR FHD493-XE A Christie®está expandindo sua linha Extreme Series de monitores LCD de alto desempenho com a introdução do monitor FHD493-XE de 49 polegadas de borda extremamente estreita. Com uma largura de borda combinada de 1,8 mm, compatibilidade de painel avançada e compatibilidade com o Christie Phoenix EP, o FHD493-XE é ideal para aplicações de video wall. Os monitores da Série Christie Extreme apresentam compatibilidade avançada de painéis, garantindo que a cor e o brilho de cada painel sejam calibrados, eliminando, assim, muitos dos ajustes de imagem normalmente necessários ao instalar video walls. O suporte eletrônico de video wall integrado é dimensionado para uma configuração de 10x10 e para o transporte de vários fluxos de 4K em até quatro painéis. Além disso, o Smart Light Control ajusta automaticamente o brilho de cada painel na video wall para uniformidade e desempenho consistente durante a vida útil do produto. O Christie FHD493-XE é compatível com o Christie Phoenix EP.

GSL8 E GSL12 (PLS FRANKFURT) www.dbaudio.com Os modelos GSL8 e o GSL12 são acusticamente equiparados e construídos para serem mecanicamente compatíveis dividindo a mesma diretividade vertical, tamanho, pegada, peso, rigging e driver. As duas vias ativas apresenta dois drivers de 14” LF, dois drivers laterais de 10” combinando uma geometria que cria um headroom de baixa frequência sem precedentes que vão em direção à frente para aumentar a saída LF e cancelamentos na parte de trás. O driver é arrematado com uma corneta de 10” MF e três saídas de 14” HF customizadas com bobinas de 3,4” em um formato compacto para uma forma de onde dedicada. A combinação simétrica dos drivers LF em torno do MF coaxial e dos componentes HF permite uma suave sobreposição das frequências de bandas adjacentes no crossover com os drivers de 14” sendo direcionados desde um canal amplificador, enquanto todos os outros componentes estão passivamente cruzados e direcionados desde um segundo canal amplificador. A diretividade horizontal de 80° do GLS8 é perfeitamente mantida abaixo dos 45Hz e a alta capacidade de saída pode cobrir distâncias média de mais de 100 metros, dependendo das condições climáticas. Já o GSL12 tem uma dispersão horizontal padrão mais larga de 120° que também se mantém abaixo dos 45Hz.


GENESYS www.ams-neve.com A Neve Genesys é um console analógico para gravação que traz total integração com o ambiente de estúdio e workstations de áudio digital escolhida pelo usuário. Incluindo os lendários microfones preamplificados e design analógico do circuito, o extenso controle digital e conectividade coloca a Genesys no coração criativo do estúdio. O modelo oferece preamps mic/line em cada faixa de canal, monitoramento DAW/Tape, controle DAW para Pro Tools, Nuendo e outros. Duas saídas por faixa de canal, estéreo ou LCR panning, 4 buses auxiliares mono e outros 2 estéreos, 8 grupos de buses, 2 saídas principais, 4 retornos de efeitos, monitoramento 5.1, 2 cue mixes, resposta e pegada integrada com fonte de alimentação interna são umas das características. Uma particularidade do modelo é que as vias de canal e monitor, em cada faixa mono, pode ser vinculada junta para gravação/monitoração ou divididas (splitadas) para duplicar o número de canais de saída para mixagem.

ATH-M50X www.eu.audio-technica.com Este é o modelo dentro da linha M-Series mais aclamado pela crítica e elogiado pelos mais renomados engenheiros de áudio e pro-áudio ano após ano. O ATH-M50x apresenta a mesma assinatura sonora cobiçada, agora com a adição de um cabo destacável. Desde as aberturas mais extensas do driver, isolamento acústico do fones de ouvido e construção robusta, o M50x proporciona uma experiência incomparável para a maioria dos críticos de áudio profissional. O modelo possui uma grande abertura de driver própria com ímãs de metais e bobinas de voz de fio de alumínio revestido de cobre. A resposta de frequência é de 15-28.000 Hz e inclui acessórios como 3 metros de cabo reto, adaptador e 1,2 ou 3 metros de cabo enrolado.

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Marcelo Yuka, um dos principais compositores da música brasileira dos anos 90, ex-ba-

terista e letrista da banda O’Rappa, lança o clipe da música Dali (parceria com Black Alien), faixa que faz parte do seu primeiro trabalho solo, Canções para Depois do Ódio, lançado ano passado. A direção do clipe é assinada pelo cineasta Emílio Domingos, que traz cenas dos documentários Casas Marcadas (Adriana Barradas, Alessandra Schimite, Ana Clara Chequetti, Carlos R S Moreira, Éthel Oliveira e Juliette Lizeray), A Batalha do Passinho, A Palavra Que Me Leva Além, Família Tetra, Cante Um Funk Para Um Filme, L.A.P.A., Minha Área e Pretinho Babylon (de Emílio Domingos e mais).

PRODUÇÃO MUSICAL O Estúdio Legato, em parceria com a Steinberg, Yamaha e Jam Instrumentos Musicais, apresentou em Porto Alegre o Curso de Produção Musical: Gravação, Mixagem, Masterização e Direitos Autorais. Ministrado por Andre Andreo, instrutor credenciado pela Steinberg e Yamaha, o curso é credenciado pela Steinberg e oferece certificado com validade internacional, e foi realizado no Estúdio Legato entre os dias 21 e 26 de maio. O plano de aulas teve como foco as técnicas de gravação, mixagem, masterização e os direitos autorais na música.

BABY EU QUERIA Marcella Fogaça (@marcellafogaça) acaba de lançar seu primeiro trabalho de 2018: Baby Eu Queria. O single que chega às principais plataformas digitais (Spotify, Apple Music, Google Play, Deezer) com uma delicada surpresa: uma parceria com Nando Reis, fruto de um sonho antigo da compositora. Produzida por Alexandre Kassin, a canção equilibra o tom aveludado e penetrante de Marcella, com o já familiar timbre de Nando Reis, assista: youtube.com/watch?v=NLEOpX7lIzk

NA TRILHA

Foto: Divulgação

SAMBA O grupo mineiro Lagum lança o novo single Samba, após o sucesso da canção Deixa, que recentemente ganhou participação da cantora Ana Gabriela na faixa. A produção é influenciada por vários outros gêneros, mas a letra não foge da filosofia de Vinicius de Moraes em Samba da Bênção. A canção tem produção de Head Mídia, e Pedro Calais assina a composição. Ouça aqui – https:// SMB.lnk.to/Samba

NOVA MÚSICA ASSOCIAÇÃO A Live Nation Entertainment (NYSE: LYV), maior empresa de entretenimento ao vivo do mundo, está expandindo sua presença na América do Sul, ao adquirir uma participação no Rock in Rio que, em 2017,

foi o segundo maior festival em bilheteria em todo o mundo, bem como o maior festival de música da América do Sul, assistido ao vivo por mais de 700.000 pessoas de 62 países diferentes.

ATUALIZAÇÃO Os apps Syntronik e Syntronik CS da IK Multimedia para iPhone e iPad agora oferecem os novos cinco syths da coleção Syntronik Deluxe Mac/PC, a pedido dos usuários, que agora podem usufruir dos synths adicionais, que estão sendo oferecidos como app para compra individual ou no conjunto.

LSD lançou a canção Genius. O projeto é formado por Sia, Diplo e Labrinth. Junto à faixa também foi disponibilizado um vídeo, uma animação por Bento Box Entertainment, ilustração por Gabriel Alcala e direção de Ben Jones.

NOVO EP A nova aposta do Midas Music e Rick Bonadio, o cantor Victor Cupertino estreiou do seu EP Victor Cupertino assinado pelo Midas, no Solar de Botafogo, no Rio de Janeiro. A música Coisas de Nós já tem clipe e está disponível no canal oficial do Midas. https://www.youtube.com/ watch?v=1yk3kaf1Zg8

BACKSTAGE

RÁPIDAS & RASTEIRAS | www.backstage.com.br 12

Realidade carioca


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d&b audiotechnik

O cantor e compositor Troye Sivan apresenta Bloom, sua nova faixa e vídeo.

TRILHA SONORA Selena Gomez anuncia seu novo single, Back to You, parte da trilha sonora da série 13 Reasons Why.

CLIPE

NA TRILHA

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Miguel Hadelich na

MÚSICA E CLIPE

Videoclipe de Familiar, do cantor Liam Payne, já está disponível.

COPA DO MUNDO No clima da Copa, J Balvin lança Positivo, música e videoclipe em homenagem ao mundial de futebol.

SURPRESA AGRADÁVEL Desiigner lança EP surpresa intitulado L.O.D.

BARBIE E CHUN-LI

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Nicki Minaj lança o videoclipe das faixas Barbie Tingz e Chun-Li.

HIP-HOP Hadelich trabalhará junto a novos e clientes já existentes a fim de introduzir a nova tecnologia Soundscape para consultores, técnicos, arquitetos, artistas e público. Hadelich, que já tem anos de experiência no campo de som imersivo vem se envolvendo como consultor em uma gama de atividades relacionadas ao d&b Soundscape.

QUEEN NAS TELONAS A Fox Film do Brasil divulgou o trailer oficial do filme rock and roll mais aguardado do ano. Bohemian Rhapsody é uma celebração à banda Queen, sua música e seu extraordinário cantor principal Freddie Mercury, que desafiou estereótipos e quebrou convenções para se tornar um dos artistas mais amados do planeta. O filme mostra o sucesso meteórico da banda através de suas canções icônicas e som revolucionário, a quase implosão quando o estilo de vida de Mercury sai do controle e o reencontro triunfal na véspera do Live Aid, onde Mercury, agora enfrentando uma doença fatal, comanda a banda em uma das maiores apresentações da história do rock. Durante esse processo, foi consolidado o legado da banda que sempre foi mais como uma família, e que continua a inspirar amantes de música até os dias de hoje. https://www.youtube.com/watch?v=FB98_gqPNdY

A dupla de hip-hop Rae Sremmurd lança seu novo álbum SR3MM.

NOVO SINGLE COM FEAT A cantora Julia Michaels lança hoje seu novo single, Jump, com a participação de Trippie Redd.

HIGH FLYING BIRDS Noel Gallagher's High Flying Birds lança EP de remixes para a faixa It´s a Beautiful World.

NOVO VÍDEO Queendom, o novo videoclipe da cantora Aurora, já está disponível.

NOVA FAIXA A banda Snow Patrol divulga nova faixa, What If This Is All The Love You Ever Get?.

MÚSICA ELETRÔNICA Trio de música eletrônica Seeb lança versão acústica do hit Drink About.

ACÚSTICO O cantor britânico James TW divulga a versão acústica de Say Love.

BACKSTAGE

A d&b audiotechnik acabou de ter sua lista de colaboradores aumentada com a contratação de Miguel Hadelich na posição de Business Developer Advanced Systems. Baseado em Los Angeles, Hadelich estará na coodernação central para a d&b Soundscape e do d&b DS100 Signal nas Americas do Norte, Central Sul.


Fotos: Ariel Martini / Divulgação

SÓNAR COMPLETA 25 ANOS Night, incluindo shows previamente

apenas tocando vinil. Os irmãos belgas do

anunciados do LCD Soundsystem,

2manydjs também serão as estrelas do sá-

Gorillaz, Thom Yorke, Diplo, Richie

bado, fechando o Sónar by Day.

Hawtin CLOSE, Laurent Garnier,

Uma nova geração de artistas internaci-

Cornelius, Rosalía, Modeselektor,

onais foi adicionada ao programa,

Olafur Árnalds, Kode9, Bonobo, Niño

como Demdike Stare, que fará um

de Elche com o dançarino Israel

show de AV com o artista visual Michael

Galván, Laurel Halo, John Talabot e

England; o promissor DJ, cantor e pro-

Lorenzo Senni. Outra novidade será a

O maior festival de música eletrônica e

dutor Yaeji; a nova estrela do UK Urban

apresentação de Alva Noto e Ryuichi

experimental da Europa, o Sónar Bar-

IAMDDB; a produtora de Los Angeles

Sakamoto com seu novo álbum Two

celona completa 25 edições em 2018

TOKiMONSTA AV Live apresentando

como concerto de encerramento do

e foca na experiência sonora e visual

seu novo show AV ao vivo; a artista no-

festival deste ano, no domingo 17 de

do público. O centro das comemora-

rueguesa Jenny Hval; bem como o enig-

junho no Teatre Grec, na capital catalã.

ções será no DESPACIO, com James

mático Liberato, o artista napolitano anô-

Murphy (do LCD Soundsystem) e os

nimo que se tornou um fenômeno de

irmãos David e Stephen Dewaele

massa na Itália e é justamente conside-

(2manydjs / Soulwax), atrás das carra-

rado um novo ícone do renascimento

petas. Juntos, eles vão trazer um som

cultural que ocorre em Nápoles. Confira

de alta fidelidade - com um sistema de

aqui o line up completo (www.sonar.es).

som formado por 7 torres de alto-falan-

No total, o Sónar 2018 contará com mais

tes e amplificadores dispostos circularmen-

de 140 apresentações espalhadas por

te - ao seu nível máximo, com apresentação

10 palcos, no Sónar by Day e Sónar by

ZECA BALEIRO EM 360

O grupo paulistano Noturnall lançou seu novo videoclipe Mysterious, inspirado no automobilismo e com participações de pilotos da Stock Car como Rubinho Barrichello, Cacá Bueno, Giulio Borlenghi e Vitor Baptist. O clipe foi dirigido por Junior Carelli e Thiago Bianchi, tecladista e vocalista da banda, que também estrelam a história. As imagens foram gravadas no autódromo de Interlagos, em São Paulo, e no kartódromo Granja Viana, em Cotia (SP). O Noturnall faz ainda uma corrida de kart beneficente no dia 16 de junho, na Granja Cotia, com a presença de grandes nomes do rock e heavy metal do país.

Zeca Baleiro lança seu primeiro videoclipe em 360º. Com direção de Bidu Madio, da Dogs Can Fly Content Co., o clipe O Mundo foi registrado no estúdio Saxsofunny, com participação da cantora portuguesa Susana Travassos. O Mundo é o segundo clipe do álbum Arquivo_Duetos 1, que reúne colaborações de Zeca Baleiro com artistas brasileiros e da França, Japão, Portugal e Uruguai. Confira: https://www.youtube.com/ watch?v=e8icUaGkhA&feature=youtu.be https://www.youtube.com/ watch?v=niVsMwBV6pM

ALISON WONDERLAND Easy é o novo videoclipe de Alison Wonderland.

COLABORAÇÃO A colaboração de Jhay Cortez e J Bavin em Están Pá Mi já está disponível em todas as plataformas digitais.

NOVO SINGLE Dicen é o novo single do cantor Matt Hunter.

PATY E PABLO A cantora Paty Cantú se une a Pablo Lopéz para lançar a novíssima Dejame Ir.

BACKSTAGE

ROCK AND ROLL E STOCKCAR

NA TRILHA

de DJs de três e seis horas - um por dia e

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NA TRILHA

Foto: Divulgação

O empresário e produtor Rick Bonadio lançou o Midas Life, uma série de vídeos para falar sobre a vida na música e tudo o que rola com a equipe por trás do selo Midas Music. Divulgados no Canal do Midas no YouTube, os episódios têm de 5 a 10 minutos de duração e abordam temas como produção, gravação, marketing, conceitos, curiosidades, além de muitas histórias com os renomados artistas que passaram pelo Midas, como Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr., Titãs, Ultraje a Rigor, IRA!, Luiza Possi, e hits que marcaram os últimos 20 anos da música no Brasil. https:// www.youtube.com/watch?v=dbPB4F_BM2A

Foto: Divulgação

RUPERT NEVE DESIGNS 5088 Localizado em meio à floresta no norte de Nashville, o estúdio MOXE é dirigido pelo multi-instrumentista e produtor Jordan Brooke Hamlin. No centro do prédio está uma Rupert Neve Designs 5088 de 40 input. Os primeiros 24 canais mono de entrada são acompanhados por 24 mics preamps Shelford 5052/ moduladores EQ, e oito canais de entrada estéreos adicionais completam o pacote. De acordo com Hamlin, encontrar o console perfeito foi uma longa jornada, mais de um ano desenhando um console com corpo customizado e diferente a ponto de o deixarem desanimado com a empreitada. Um telefonema para o amigo Aaron Hedden e Josh Thomas, da Rupert Neve, e depois de testes, confirmaram que a 5088 era a mesa perfeita para eles.

ARCADE FIRE LANÇA CURTA-METRAGEM MONEY + LOVESONORIZAÇÃO

NOVO VIDEOCLIPE Mallu Magalhães lançou o clipe da canção Navegador, faixa de seu álbum mais recente Vem. Com participação da atriz, escritora, diretora e grande amiga Maria Ribeiro, as imagens caminham entre uma rotina simples e momentos únicos de companheirismo e amizade por São Paulo, cidade natal de Mallu, como a cena em que ambas correm à noite na Avenida Paulista. Navegador tem direção de Jean Schwatz e fotografia de Marcelo Nunes.

PRIMEIRO SINGLE SOLO

Money + Love é um curta-metragem com direção de David Wilson baseado em duas canções do Arcade Fire. Em formato de vídeo duplo, a produção é estrelada pela banda e conta com a participação da atriz Toni Collette. Money + Love chega como saldo do acordo 360 graus do Arcade Fire com a plataforma global de mídia e comércio eletrônico Everything Now e apresenta uma narrativa que se desenrola ao longo das performances completas de Put Your Money on Me e We Don’t Deserve Love, do último álbum da banda, Everything Now.

Conhecida por emprestar a voz a faixas de sucesso de produtores brasileiros, Kamatos lançou o primeiro single solo da carreira, intitulado Let Me Go Crazy. Com produção de FTampa, com quem já trabalhou nos hits Our Way e You Gotta Be, a canção já está disponível nas plataformas digitais.

VEM TOCAR BATERIA!!

NO TOPO

Baterista de grupos como New Kids on the Bloco e Folakemi Quinteto, Luiz de Urjaiss - que também é colaborador da Revista Backstage - está ministrando aulas de bateria e percussão em espaço próprio (ou domicílio), na cidade do Rio de Janeiro. Entre outros trabalhos, o músico tocou ao lado de Margareth Menezes no Carnaval de Salvador, em 2013, e integrou a banda do premiado musical "Gota D'Água [a seco]". Mais informações luizdeurjaiss@gmail.com ou no Instagram @luizdeurjaiss

Enrique Iglesias alcançou mais um feito com o novo single El Baño: a faixa alcançou o topo das listas “Latin Airplay” – pela 30° vez na carreira do cantor -, Latin Pop e Latin Rhythm. Enrique também ocupa as primeiras posições dos charts de Porto Rico.

BACKSTAGE

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BASTIDORES DO MIDAS


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PLAY REC | www.backstage.com.br

DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

GOOD THING Leon Bridges

RESTORATION Restoration

O cantor e compositor de R&B Leon Bridges, indicado ao Grammy, lançou a faixa Beyond, que faz parte de seu próximo álbum Good Thing. Escrita por Bridges, Justin Tranter, Ricky Reed, Nate Mercereau e Niles City Sound (Austin Jenkins e Josh Block), Beyond narra Leon encantado com um novo amor e se perguntando se ela é a mulher certa “just be my everything and beyond…”. O álbum, lançado mundialmente no dia 4 de maio, pela Columbia Records, está disponível em versão física e digital. Seguindo Coming Home, seu aclamado álbum de estreia, Good Thing tem produção executiva de Ricky Reed e Niles City Sound. Rick também assina a produção do álbum. Leon e Niles são parceiros de longa data e viajaram para trabalhar com Reed, com o objetivo de trazer uma direção mais moderna do R&B para a música de Leon, mas mantendo-se fiel ao estilo do artista.

Clássicos atemporais de Sir Elton John e Bernie Taupin foram lançados hoje no álbum Restoration” (VA.lnk.to/Restoration). Reunindo uma constelação de astros da música, o disco celebra algumas das canções mais famosas desta inestimável parceria, um casamento de 50 anos de sucesso, reinterpretadas por alguns dos talentos mais importantes da música contemporânea. O álbum abrange uma série de estilos de tirar o fôlego, demonstrando toda a influência do cantor sobre a música popular de todos os gêneros, como hip-hop, soul, rock e pop. Q-Tip e Demi Lovato, Coldplay, P!nk, Florence + The Machine, Mary J Blige, Miley Cyrus, Queens of the Stone Age, Lady Gaga, Alessia Cara, The Killers, Mumford & Sons, Sam Smith e Ed Sheeran fazem parte deste CD. Q-Tip, em parceria com Demi Lovato, interpretam “Don’t Go Breaking My Heart”. Ouça em: umusicbrazil.lnk.to/DGBMH. Lady Gaga interpreta “Your Song” (https://youtube.com/ watch?v=T8lWjQRhQXY), Little Big Town aparece em “Rocket Man” (youtube.com/watch?v=6hE3AFTr8Ms), entre outros.

DOZE FLORES AMARELAS Titãs

O espetáculo ópera rock ganha um registro em DVD, gravado no dia 12 de maio, no Teatro Opus, em São Paulo. O DVD tem previsão de lançamento para o dia 13 de julho, data em que se comemora o Dia Nacional do Rock. Doze Flores Amarelas é o recorte musical que sai agora nas plataformas digitais e a perna sonora da primeira ópera rock realizada por uma banda no Brasil. As duas outras pernas do tripé são o teatro, na encenação em palco, e o cinema (ou algo próximo disso) nas projeções que compõem o espetáculo. A recomendação de Lou Reed na contracapa do disco New York nunca fez tanto sentido: "escute este disco como se estivesse lendo um livro". Essa é a base das 25 músicas e interlúdios (narrados por Rita Lee) de Doze Flores Amarelas. Sonoramente são os Titãs em todo espectro que abriram em quase quatro décadas de serviços. Vai de rocks diretos com pé no punk - Weird Sisters, A Festa, Hoje, Canção da Vingança, Personal Hater, De Janeiro a Dezembro, Não Sei e Me Chamem de Veneno– a balada quase brit pop – Disney Drugs, Mesmo Assim -, jazz, soul, R'n'B, gospel em condução de piano – Fim de Festa, Doze Flores Amarelas, Ele Morreu, Pacto de Sangue, É Você e Sei que Seremos - até rock'n'roll 50s (Facilitador) e um quase stoner rock (Réquiem). O espetáculo Doze Flores Amarelas traz as projeções, a encenação que faz com que os integrantes se apresentem como atores e músicos no palco. Este é o argumento inequívoco para dizer que pode não ser o debute deles, mas é exatamente como se fosse.


DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

Depois de um hiato de quatro anos, o The Voidz lançou o novo álbum Virtue. Considerado “viciante” pela Rolling Stone, o disco está disponível em todas as plataformas digitais. O novo trabalho ganhou ainda boas críticas de publicações como The New York Times, SPIN, Billboard e mais. Sites de música como o ‘Stereogum’ definem o álbum e o som da banda como verdadeiramente desenfreados, outros ainda profetizam de que Virtue parece ser um novo começo para a banda. A apresentação da banda do single “QYURRYUS” no The Late Late Show com James Corden pode ser conferida no link https://bit.ly/ 2GDth0U . A banda se prepara para fincar residência

Foto: Abby Ross / Divulgação

VIRTUE The Voidz

em Nova York, na casa Elsewhere, no Brooklyn, com shows todas as quartas-feiras de junho. O The Voidz irá ainda se apresentar em festivais pelos Estados Unidos, incluindo o Fortress Festival, em Ft. Worth, no Texas, e o Shaky Knees Festival, em Atlanta. Ouça Virtue aqui: http://smarturl.it/VirtueLP

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GUSTAVO VICTORINO | www.backstage.com.br 20

LÍDER Importado pela Sonotec, os pratos Zeus surpreenderam o mercado e até alguns dos melhores bateristas do país. Com uma qualidade muito acima da média e a relação custo-benefício fora do eixo, a novidade assumiu rapidamente a liderança no mercado brasileiro e já provocou até aumento inesperado de importação pela empresa de Presidente Prudente. Desenvolvidos e selecionados a dedo pelo baterista e homem de marketing da Sonotec, Norton Vanalli, sob a supervisão de Alexandre Seabra, os pratos Zeus aos poucos conquistaram o coração dos bateristas brasileiros que querem qualidade com preço justo. Golaço da Sonotec.

A pressão do dólar sobre os importadores e a cada vez mais burocratizada mecânica de importação do país está elevando os preços de alguns produtos a patamares insuportáveis para o consumidor brasileiro. A muamba, quase extinta no passado, está de volta de forma escancarada e usando o brutal poder da internet. Até as lojas virtuais começam a sentir o problema.

EXCITAÇÃO

POLÍTICA

A divulgação do local da Festa Nacional da Música 2018 provocou excitação no meio musical. Com a fase nacional programada para os dias 21, 22 e 23 de outubro no Vale dos Vinhedos, na serra gaúcha, o evento já começa a receber os pedidos de participação de artistas e demais profissionais do meio fonográfico. Os espetaculares espumantes e vinhos gaúchos parecem já estar exercendo o seu poder sobre a música.

O cancelamento dos shows de alguns artistas em Israel ganhou uma conotação política que poderia ser evitada. O tom de afronta ou protesto fica esvaziado pela existência de um contrato firmado entre as partes e para o qual existe um grande número de implicações financeiras que deveriam passar ao largo do estrelismo político-social de alguns nomes da música. Se não querem tocar em Israel é um direito que deve ser respeitado, mas avisem antes e não firmem contratos milionários com adiantamentos de cachês e outras garantias por eles exigidas. Assim como está sendo feito, virou mais um mimimi rasteiro do que protesto. Olhando para alguns nomes que cancelaram seus shows, acho que no fundo o povo israelense está em parte agradecido.

NOVOS TEMPOS Conversando por telefone com o especialista em marketing, Victor Machado, hoje morando nos EUA, fui alertado para uma nova realidade sobre a qualidade de alguns instrumentos fabricados na América. Como guitarrista e conhecedor do mercado, ele me alertou para a surpreendente queda de qualidade de alguns produtos até então tidos como tops. Segundo o brasileiro, nos EUA a fidelidade com algumas marcas ficou abalada por conta da realidade encontrada nas lojas americanas. Alguns instrumentos fabricados no Japão, México e até na China já superam a qualidade de produtos bem mais caros, exclusivamente porque levam uma logo “Made in USA”. Pela credibilidade da opinião não fiquei surpreso com essa nova realidade. Tenho alertado isso aqui há um bom tempo.

INFLUÊNCIA O mineiro Lô Borges foi surpreendido quando soube que o grupo inglês Arctic Monkeys admitiu influência dele no último disco da banda. A música Aos Barões composta por Lô nos anos 70 foi a referência para Tranquility Base Hotel & Casino composta pelo vo calista, compositor e líder da banda Alex Turner. Achei legal saber que fora do país ainda se ouve música brasileira de qualidade. Mesmo porque se-


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR ria impensável imaginar o gringo ouvindo Wesley Safadão.

VÁ ENTENDER Teve um jornalista que inacreditavelmente criticou a cantora Sandy por não embarcar na onda do lixo musical que assola a música brasileira e que parece, o rapaz adora. Desfeita a dupla com o irmão, Sandy optou por fazer música de qualidade e tocar projetos focados no seu perfil e gosto musical. A menina cresceu e se tornou uma cantora com personalidade. Entristecido, noto que por “opiniões” assim é que a música brasileira virou essa coisa desagradável que a mídia nos empurra. Mais triste ainda é imaginar que tem gente que leva esses “críticos” a sério...

REALIDADE DE MERCADO A entrada da Casio do Brasil tirou o sono e a acomodação da Roland e da Yamaha nos últimos 5 anos. Driblando as históricas dificuldades de conquistar mercado de outras grandes marcas mundiais como Korg, Nord e Kurzweil, a Casio apostou na relação custobenefício e vem atropelando o segmento com modelos de teclados interessantes e uma política de preços que caiu no gosto e no bolso do brasileiro. Nessa briga, ganha o consumidor.

DICA Para os canhotos como eu, que sofrem com as agruras de não encontrar bons instrumentos disponíveis nas lojas, vai uma dica para sonhar acordado ou tentar encontrar algum amigo texano que venha para o Brasil. Criada em 1980 por Jim Duncan e Bill Townsend, a Southpaw (www.southpawguitars.com) se tornou a maior loja de guitarras canhotas do mundo. Localizada em

Houston, no Texas, o estabelecimento é referência em instrumentos novos e usados para canhotos que buscam mais qualidade em seis cordas. Navegar no site da loja é quase orgástico.

MAUS HÁBITOS Alguns lojistas viraram turistas de plantão com os eventos promovidos pelas empresas que realizam suas convenções de vendas e encontro de negócios pelo Brasil. Ao mesmo tempo em que esses eventos aproximam o lojista do seu fornecedor, formam o hábito do jabá indireto e quem fica de fora reclama. Não sei se estão criando um monstro, mas acho que isso pode inserir uma rotina perigosa nessa relação. E na frieza dos números, nem sempre os dois lados ganham.

POLÍTICA INTERNACIONAL O recrudescimento das relações comerciais entre USA e China pode beneficiar o Brasil em vários setores. Sutilmente o presidente Trump está aumentando as taxas de importação para manufaturados no país asiático. Até marcas americanas que fabricam lá já acusam o golpe e, diante de contratos longos de manufatura, já começam a reduzir preços e desovar mercadoria na América Latina. Sem citar nomes, pelos menos duas grandes marcas mundiais estão com “promoções” para lojistas que comprarem quantidades mínimas. Em alguns casos, o desconto chega a quase 40% da tabela “oficial”. E a coisa veio de fora para dentro.

AES No congresso da AES que aconteceu em São Paulo no final do mês passado, um retrato da realidade do mercado. Até então o mais profissional encontro de negócios no segmento sentiu na carne a

retração do setor. Seletivo por ser altamente direcionado e técnico, o evento mostrou um pouco da cara dos novos tempos onde as novidades vão precisar muito mais do que botõezinhos coloridos, belos painéis luminosos ou manuais com especificações técnicas pouco confiáveis para conquistar o consumidor e consequentemente o lojista. O furo tá ficando mais abaixo.

MADEIRA As encrencas da Gibson americana com a justiça estão longe de terminar. As denúncias sobre o uso irregular de madeiras prometem muita dor de cabeça para a empresa que já vem enfrentando problemas financeiros há um bom tempo. No entanto, os boatos maldosos sobre falência não se sustentam porque um nome como esse jamais morreria nas mãos dos americanos que sabem como poucos fazer dinheiro com marketing e grifes. E cá entre nós, propostas para comprar a Gibson é que não faltam na mesa dos executivos da empresa.

HORIZONTE A alta do dólar tornou os instrumentos de percussão fabricados no Brasil altamente competitivos no mercado internacional. A qualidade já não se discute há tempos, afinal o Brasil fabrica alguns dos melhores instrumentos percussivos do mundo. Fico imaginando se o governo ajudasse um pouco mais, que belo incentivo teríamos para o segmento. Marcas brasileira que já conseguem exportar tem a faca e o queijo na mão para ampliar ainda mais os seus horizontes. Mãos à obra, brazucas!

ALERTA Avisei no lide dessa coluna que a muamba voltou forte. As falsificações também...

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 22 Após 18 edições, o Rock in Rio passa a contar com a participação de um nome de peso no mercado: a Live Nation Entertainment (NYSE: LYV), maior empresa de entretenimento ao vivo do mundo. Conversamos com o CEO do Rock in Rio Luiz Justo, que fala sobre como surgiu essa parceria e o que o mercado pode esperar de novidade nos próximos anos. redacao@backstage.com.br Fotos: I hate Flash (Wesley Allen / Lucassa) / Divulgação

ROCK IN RIO E LIVE NATION unem expertise no entretenimento

B

ackstage – Luiz, o fundador e presidente do Rock in Rio, Roberto Medina afirmou estarem “muito satisfeitos por reunir o maior festival de música do mundo com a maior empresa de entretenimento do planeta. A parceria irá gerar várias sinergias, que irão possibilitar a concretização de ambições ainda maiores do Rock in Rio. Somos duas empresas com visão global unificada e capacidade de reali-

zar grandes sonhos”. Quais sinergias e ambições são essas; elas já alcançam a edição Lisboa de 2018, de que forma? Luiz Justo - A primeira sinergia óbvia é no relacionamento com os artistas. A Live Nation vem verticalizando o seu negócio de concert promotion e hoje possui um roaster de artistas e turnês internacionais que aliados à enorme atratividade do festival por sua dimensão e impacto nos mercados em que está presente, pos-


sibilitando que os grandes nomes da música continuem presentes ou estejam ainda mais fortes no cartaz do Rock in Rio. Além disso a visão de futuro de ambas empresas e o entendimento do festival como plataforma para marcas, possibilitará ambições ainda maiores a nível global para o festival, assim como o Rock in Rio será uma grande porta de entrada da Live Nation para o mercado da América Latina. Nessa edição de Lisboa já poderão ser vistos conteúdos novos de entretenimento de grande impacto, que ainda não são frutos da parceria, pois são anteriores à associação, mas que fazem parte de uma estratégia de entretenimento mais alargada que ambas empresas acreditam e farão parte da expansão dos horizontes do Rock in Rio nos próximos anos. Backstage - Muito mais que um evento de música, o Rock in Rio pauta-se também por ser um evento responsável e sustentável, tendo recebido a certificação da norma ISO 20121 – Eventos Sustentáveis, criando 182.500 empregos diretos e indiretos no total das 17 edições, e mais de R$ 100 milhões investidos em causas socioambientais e a construção de um legado positivo para as cidades onde é realizado. Com a participação da Live Nation, essas ações serão mantidas, ou ampliadas no setor de sustentabilidade? Luiz Justo - A Live Nation é uma empresa global e que também possui grande responsabilidade em suas ações. A Ticketmaster, por exemplo, possui uma parceria de longo prazo com a Red (instituição

Luiz Justo, CEO do Rock in Rio: associação com Live Nation permitirá mais sinergia nos eventos

liderada pelo Bono Vox do U2) revertendo a possibilidade de doações para endereçar o tema da Aids na Africa. O Rock in Rio continuará com sua visão construída desde 2001 de que o evento será sempre uma plataforma para um mundo melhor e entendemos que para o

O Rock in Rio continuará com sua visão construída desde 2001 de que o evento será sempre uma plataforma para um mndo melhor

futuro a colaboração e construção conjunta dessa visão poderá ser ainda mais alargada com a força das duas empresas. Backstage – Como ficará composta a diretoria do Rock in Rio, Roberto Medina ainda estará a frente da empresa, qual será sua participação nessa sociedade? Luiz Justo - Essa associação não promoveu nenhuma alteração na governança do dia a dia da companhia e Roberto Medina segue como Presidente da empresa, bem como não haverá nenhuma alteração no quadro de executivos da

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 24 empresa, responsáveis pela condução do negócio até então. Backstage - O Rock in Rio é o maior evento de música e entretenimento do mundo. Criado em 1985 e com 32 anos de vida, é parte relevante da história da música mundial. Ao longo destes anos, mais de 9,2 milhões de pessoas passaram pelas Cidades do Rock, entre outros números grandiosos. Frente a todo esse sucesso, por que a decisão de aceitar a participação da Live Nation no festival? Luiz Justo - A Live Nation se associa ao festival de forma a ampliar e dar possibilidade de escala ainda maior ao festival. Embora a gestão do dia a dia do negócio não será alterada, bem como a essência do festival concebida há 32 anos, a Live Nation é um parceiro com musculatura e visão estratégica global que pode ampliar ainda mais as ambições e conquistas até aqui já realizadas. Backstage – Como está atual-

mente o mercado de entretenimento no Brasil, é possível fazer uma agenda de eventos e festivais, ou a instabilidade política ainda trava investimentos no setor, e o que essa participação poderá significar para o mercado de entretenimento brasileiro? Luiz Justo - Como em todos os países e indústrias, os resultados e o panorama de investimentos são cíclicos e condicionados a conjunturas de mercado. Vivemos um ano de eleições presidenciais e atravessamos alguns anos de recessão no Brasil, e mesmo assim afetaram pouco o setor de entretenimento, devido à característica de consumo do brasileiro que valoriza muito este tipo de atividade. Em 2017, por exemplo, foi um ano de resultados históricos para o Rock in Rio do Brasil. Embora esse ano de 2018 não seja um ano de Rock in Rio no Brasil, estamos acompanhando um ano de mercado desafiador pelas razões acima expostas, mas

estamos extremamente confiantes para 2019, pelos negócios que já temos fechados e encaminhados com nossos parceiros comerciais. Backstage – Quais os projetos e planos para o Rock in Rio daqui para frente, expandir para outros países, tendo em vista essa participação da Live Nation; existe um “sonho”/objetivo ainda a ser alcançado? Luiz Justo - Temos ainda muito para crescer e expandir não só geograficamente, como usar todo nosso know how de comunicação e construção de eventos de grande porte para ir para além da música. No Brasil já estamos desenvolvendo mais dois grandes eventos, um na área de games e outro evento para aficcionados pelo mundo dos influenciadores digitais. Sonhar grande faz parte da nossa natureza e enquanto houver Rock in Rio teremos sempre um novo grande sonho a conquistar e temos orgulho de termos novos parceiros que compartilham dessa visão.


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 26

Estar em um local onde é possível produzir um trabalho musical e também gerir a carreira parece que não é um sonho tão impossível assim. O Dg3, no Rio de Janeiro, nasceu com a proposta de oferecer soluções, por meio de equipamento de ponta e equipe multifuncional, aos clientes mais exigentes. redacao@backstage.com.br Foto: divulgação

DO SOM À IMAGEM: estúdio Dg3 aposta na multifuncionalidade “A

tecnologia mudou muito o mercado de modo geral e, com o passar de poucos anos, grandes mudanças aconteceram. A internet, por exemplo, deu voz a muita gente que nunca teve nenhuma oportunidade. Hoje em dia, qualquer pessoa pode expor e ser vista e ouvida, porém na maioria das vezes, sem nenhum critério e sem nenhuma orientação profissional”. A análise é de Denis Goursand, um dos sócios do estúdio Dg3,

na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O estúdio na verdade é mais do que um estúdio tradicional, daqueles dedicados somente à gravação, mixagem ou pós-produção. É ali que os três sócios (David Gomes e Daniel Goulart também são proprietários) oferecem um ambiente multifuncional cujo conceito é atender o cliente nas mais diversas frentes de produção. “Nos estruturamos para atendermos nosso público criando, desenvolvendo,


planejando, orientando e lançando no mercado qualquer pessoa de talento que tenha um sonho artístico, inspiração, ideias, ou empresa que queira desenvolver e lançar um produto. Com esse intuito fundamos a Dg3 Music Experience”, explica Denis. De acordo com ele, a ideia era ter um grande diferencial entre todos os estúdios, e se tornarem uma empresa que atendesse todas as vertentes do som e imagem, como gravação de DVDs, EPs, CDs, clipes, dublagens, trilhas publicitárias, brandings. “Somos editora, selo, fazemos agenciamento de carreira, até cerimônias e festas de casamento, etc”, afirma. Tudo começou quando os sócios Daniel e Denis se conheceram e montaram um pequeno estúdio de Produção Musical, em Itaipu, Niterói (Região Metropolitana do RJ). Logo juntaram o talento ao do Dj David Gomes, que na época tocava na Jovem Pan FM, no programa “Ritmos da Noite”. David foi apresentado ao Daniel Goulart, por causa dos Remixes que fazia. Dez anos depois, em 2017, surgiu a proposta para deslocar o estúdio de Itaipu para a Barra da Tijuca. “Como a Barra da Tijuca é um celeiro de excelentes estúdios, chegamos à conclusão que deveríamos ser mais que um Estúdio, não só em equipamentos de ponta, mas oferecendo toda a infraestrutura para realizarmos qualquer projeto que

origem do nome vem das letras iniciais de nome e sobrenome comuns (Denis Goursand, Daniel Goulart e David Gomes). Outra característica do estúdio é que as especialidades desenvolvidas no

Não vemos como tendência, porque para atender com excelência, precisa haver um investimento muito alto... envolva o áudio/visual”, ressalta Denis. “Com esse intuito fundamos a Dg3 Music Experience”, complementa, explicando que a

Dg3 não seguem um formato, ou seja, são desenvolvidas de acordo com a necessidade do cliente, ou ainda prestando serviço separado,

sempre de acordo com o objetivo do projeto.

TECNOLOGIA DE PONTA Mas será que essa é a tendência dos estúdios, se converterem para o audiovisual ou um espaço onde se pode fazer de tudo um pouco? Segundo Denis, não. “Não vemos como tendência, porque para atender com excelência, precisa haver um investimento muito alto, para atingir todos os nichos que envolvem. É claro que está no sangue do brasileiro se virar como pode (risos), mas acho improvável, porque se não tiver equipamento de ponta e uma boa equipe com

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Master (24-70mm, 70-200mm e 85mm); Drones Phantom 4 Pro, Phantom 3 Pro e Mavic Pro e standard, com piloto credenciado Gruas e travellling. “Sempre quando nos procuram para desenvolver um projeto, é um grande desafio. Quando falamos de criação e inspiração, estamos lidando com gostos e preferências. Isso deixa tudo muito subjetivo, e isso é um grande desafio, conseguir entrar na mente da pessoa e extrair do sonho, ou a forma ideal de concebermos os resultados”, explica.

PRODUÇÃO 28

Salas de gravação, mixagem e editora. O Dg3 aposta na multifuncionalidade para atender o cliente

excelentes profissionais, dificilmente subsistirá”, alerta. Para os aficionados de áudio como eles, o produtor garante que o local está preparado para atender os mais exigentes clientes. Todo o equipamento foi adquirido depois de muita pesquisa e consultoria para atingirmos o melhor resultado e performance. “Sem falsa modéstia, nosso espaço não deve nada a nenhum estúdio do mundo. Claro que o que realmente fará a diferença é o profissional que vai pilotar os equipamentos e extrair o melhor, tecnicamente falando. Por isso tão importante quanto o equipamento, é o profissional que estará envolvido no projeto, e quanto a isso, estamos muito bem servidos, com profissionais renomados na nossa equipe”, ressaltando que o estúdio possui 2 Salas de Gravação, 2 Salas de mixagem, uma Recepção e uma outra sala onde funciona a Produtora Dg3. Entre os equipamentos, destaque para Mesa Analógica Api 1608, Monitores Barefoot, Tannoys, Mackies, Yamahas, Conversor Horus da Merging, Pré amplificadores Neve 1073, Neve 8801, Millenia Stt-1,Gml, shadow hills,

Focusrite, AEA, Reverb Lexicon pcm 96, Clock da Antelope, Compressor Api 2500, Microfones Neumann U47, Neumann Tlm103, Telefunken Ar51, Aea R84, Blue Dragonfly, Sennheiser Md 441,421, Transformador e estabilizador de energia Ac Organizer LC 311Se, Cabos Zaolla, Power Clean, Mogamis. Mais os equipamentos de vídeo, cujos destaques são Câmeras Sony A7s ii, 4K; Estabilizadores Ronin e Zyhium Krane; Lentes Sony G

Apesar do pouco tempo de empresa, embora a experiência profissional seja de longos anos, os sócios contam que, juntos, já realizaram a Produção Musical do último trabalho da Eliana Pittman, das trilhas dos musicais: Um chá para Alice, A princesa Sereia, A cigarra e a formiga, Dona baratinha, a direção Musical da Dama e o Vagabundo, Buchecha, do mais recente trabalho do guitarrista e maestro Ringo Moraes, do Grupo Vocal Kades Singers, e Tritom. O plano é “Crescer, crescer e cres-


Investimento em equipamentos diferenciados para oferecer o máximo de soluções

cer! (risos) Mas tudo depende da recuperação da economia do país. Apesar da crise, fizemos esse investimento acreditando que o momento era oportuno e que, brevemente, o Brasil estará de volta nos trilhos. Pretendemos

criar uma webrádio e partir para o desenvolvimento de trilhas para Games, musicais e cinema. Se

trutura e orientação para um trabalho profissional. O mercado se abriu, e deu chance a qualquer pessoa para mostrar seu talento, isso é bom, porque as pessoas não tinham acesso a toda essa informação dessa forma, e agora podem mostrar seu potencial, mesmo sem condições financeiras para isso. Porém, em minha opinião, a qualidade caiu muito, e o zelo pela excelência se tornou raro”, fala. “Viver da arte no Brasil é algo muito desafiador pela nossa realidade econômica e também porque culturalmente sofremos reflexos por não darem acesso, e nem incentivarem desde a formação do brasileiro dentro das escolas. Por causa disso, e por causa dos problemas econômicos, muitas pessoas não têm condições de se especializarem e se desenvolverem com ori-

Viver de arte no Brasil é muito desafiador pela nossa realidade econômica... tudo correr dentro do nosso planejamento, desejamos participar de projetos socioculturais, com o intuito de levar a arte a todas as camadas da sociedade”, diz. A equipe conta hoje com 10 profissionais, sendo eles músicos, DJs, técnicos e produtores. Voltando ao tema tecnologia e sua relação com o atual momento do mercado de entretenimento e musical, Denis observa que o advento dessas novas possibilidades traz reflexos diretos para o mercado, e para os artistas. “Especificamente falando de mercado fonográfico, aproximaram mais os artistas anônimos do público, mas destruíram economicamente as gravadoras, que davam mais es-

entação profissional, por falta de apoio financeiro ou patrocínio, ficam entre a necessidade de se sustentarem ou se especializarem e buscarem algo não tão valorizado”, analisa. Para Denis, buscar a informação específica do seu ofício, em cursos, ou até mesmo na própria internet, que hoje é amplamente difundido, pode ser um bom começo. “Outra opção é buscar ajuda com Produtoras como a Dg3 Music Experience, que podem fornecer a estrutura para realizar um trabalho profissional, e a devida orientação para a dedicação e trabalho duro necessários para alcançar os objetivos. Assim poderão se profissionalizar e abrir os horizontes profissionais com arte”, finaliza.

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Denis Goursand: Começou a trabalhar profissionalmente com música em 1997, quando gravou guitarra pela primeira vez, no primeiro CD do Grupo Vocal Gospel Kades Singers. Em seguida integrou o grupo cantando também, e começou a pesquisar sobre o universo vocal. Nessa mesma época se formou em Harmonia Funcional e Guitarra pela extinta escola de música Musiarte, e começou a trabalhar como músico com alguns artistas, e como vocalista, fazendo backing vocals em gravações, shows e em dublagens de desenhos animados, filmes e seriados através da empresa Delart Filmes. Trabalhou também com musicais de teatro fazendo direções, produções e arranjos.

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

A Dg3 é formada pelos sócios Daniel, David e Denis

Daniel Goulart: Começou a trabalhar e se divertir, como DJ com 16 anos em festas particulares, e 1 ano depois se especializou na carreira de Dj e se profissionalizou. Aos 18 anos descobriu a Produção Musical como uma nova paixão, e a partir daí, começou a produzir seus próprios remixes e alguns foram tocados pelo Brasil como também alguns artistas que produziu. Atualmente além da Produção Musical, é um dos mais requisitados DJs de casamentos da atualidade.

David Gomes: Começou seu envolvimento profissional em 1990. Foi Dj dos programas “Ritmo da noite” (Rádio Jovem Pan), “Ritmo das Pistas” e “Jovem Rio das Antigas” (Rádio Jovem Rio). Produziu diversos remixes para músicas de sucesso e foi o Dj residente da saudosa Skipper e também trabalhou em casas como Le Maximims, Pirâmide, e Rhapsody. Trabalhou também em eventos particulares como casamentos, formaturas e 15 anos.


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LANÇAMENTO| www.backstage.com.br 32 A Cadac fez o lançamento da CDC seven-s na Prolight + Sound Frankfurt mostrando ao mundo que o novo modelo traz melhora na capacidade I/O, mais recursos adicionais do Version 5 CDC OS com melhora no GUI. O melhor de tudo, esse upgrade de recursos no modelo seven-s não vai custar nada mais no valor final.

redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

MAIS QUALIDADE NA PONTA DOS DEDOS SEVEN-S, DA CADAC,

AMPLIA RECURSOS

A

Cadac levou para a Prolight+Sound deste ano o novo console da linha seven-s. Esse novo modelo de mesa digital ‘substitui’ tanto os modelos originais CDC seven interation e o CDC eight, inaugurando uma nova expressão de tecnologia nesse tipo de plataforma. Assim como o modelo anterior, o CDC seven-s possui expansão de 96 entradas, como no original modelo seven, para 128.

Adicionalmente, o novo modelo atualizou a entrada de buses para 64, das quais 56 são compatíveis com o modo FOH e 62 com o modo monitor. O novo console também incorpora um número adicional de botões de hardware, com o objetivo de acelerar ainda mais a navegação.

VERSION 5 Isso ainda não é tudo no que se refere a novi-


dades. O CDC seven-s traz a bordo a mais recente versão do software próprio, o Version 5, incrementado por um número considerável de novas características – incluindo o Cue Riple e o Cue Preview – além de diversos avanços na performance que vão aparecer como recursos através da gama completa da CDC. Aí estão incluídos o Control Screen totalmente redesenhado com novos gráficos e layout, e melhora geral do GUI. O Delay Groups permite que os canais sejam agrupados e o delay seja

jam o uso das operações por meio de toque ou deslizamento. A principal vantagem das duas telas é a habilidade de mostrar e controlar simultaneamente múltiplas tarefas. Por exemplo, as VCAs podem ser mostradas em uma tela enquanto as entradas das VCAs são mostradas na outra. Os faders e encoders naturalmente seguem o GUI mostrado nas telas individuais, resultando em futuras melhoras na velocidade e flexibilidade do fluxo de trabalho. Os recursos do CDC incluem um Modo Monitor único da

A principal vantagem das duas telas é a habilidade de mostrar e controlar simultaneamente múltiplas tarefas. aplicado ao grupo. O VCA Bus Send permite que 16 VCAs individuais fiquem disponíveis dentro de cada um e todo bus mix no modo monitor para um controle. O modelo CDC seven-s repete o quadro físico e a configuração da superfície de controle do modelo seven (exceto pelo novo botão de hardware adicional) com dupla operação de alta definição de 23.5”16:9 touch screens e seus encoders rotativos associados, um sistema de controle touch screen de 6.5”, e 36 faders motorizados. A “interface humana”, digamos assim, da CDC, e os recursos combinam e adicionam o fluxo de trabalho e permitem certa liberdade criativa aos engenheiros, por meio de uso de tecnologia. O touch screen duplo de 23.5” mostra a interface única e intuitiva do CDC. Os encoders nas telas encora-

Cadac com Mix Focus, bem como a habilidade de criar camadas de faders customizadas. Todos os 36 faders motorizados possuem recursos de métrica estéreo e display OLED colorido.

RECURSOS ADICIONAIS Esse novo modelo veio com a missão de permitir a melhora da qualidade sonora em qualquer sistema de PA. Só para lembrar, o famoso pré-amp de mic proporciona a melhor performance sonora de qualquer pré de mic. O console CDC também emprega a tecnologia de protocolo de áudio digital Cadac MegaCOMMS , dentro do que um gerenciamento exaustivo e extensivo de latência administra todos os roteamentos internos e latência processada associada, sincronizando todas as amostras de áudio antes de se aglutinarem, o que resulta em uma ab-

soluta coerência de fase em todas as saídas. O MegaCOMMS ostenta um sistema total de propagação de delay, desde sua entrada até saída, incluindo todo o processamento da mesa e conversões A-D/D-A, abaixo de 400μs (0.4 microsegundos). O protocolo de menor latência também é unicamente vantajoso quando usado em múltiplos canais do monitoramento in-ear. O console possui ainda 16 efeitos criativos estéreos a bordo e é pré-configurado com uma interface 64 x 64 Wave, permitindo conexão direta com o servidor Waves MultiRack SoundGrid, com acesso a uma variada biblioteca de plugins (cuja licença ainda está pendente), bem como a um gravador multitrack direto para o laptop. Para quem trabalha com sistema OS, a Version 5 ainda traz um recurso adicional, um ponto para inserção do Dugan Post para Waves, com auto assinatura. Isto permite uma configuração mais fácil do Dugan Automixer dentro do Waves junto com uma função de auto-patch (quando se usa o servidor Waves com o plugin Dugan Automixer). Este plugin automaticamente controla o ganho de múltiplos microfones em tempo real, reduzindo dramaticamente o feedback, ruído ambiente e comb filtering de outros microfones adjacentes. Este recurso mantém um sistema de ganho consistente, sem nenhum tipo de compressão de sinal ou noise gate. O plugin é particularmente útil em aplicações comerciais de AV onde são implantados múltiplos microfones, como em salas de conferência ou reunião. Mais informação: www.kgamarketing.com

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“LIVE 10 - CAPTURE” ABLETON LIVE 10 MUITO MELHOR! Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound

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TECNOLOGIA|ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

Figura 01 - Watablesynth

designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music, em Boston.

Olá amigos, o Ableton Live 10 já foi lançado e após esse período de testes vamos começar a comentar e formular tutoriais sobre o dito cujo! De antemão, já adianto que temos muitas novidades: um Wavetable Synth Sensacional...

A

lém de outros instrumentos que acompanham o novo “Ableton Live Suite” pacote, oWavetable é uma independência para os usuários puristas de Ableton Live. Sem maiores comentários falaremos dele em matéria especial! O “Echo” é um novo efeito device que acopla na mesma instância efeitos tradicionais das câmaras de éco vintage, de fita, analógicas e digital filter/delays de última geração. Você pode também redesenhar seus sons acrescentando filtros analógicos e “imperfeições”. Ou ainda, produzir efeitos estonteantes ao adicionar “Modulation noise” para criar aquelas atmosferas “tipo” Soundscape. Incrível!! Arrangement View, que foi bastante aprimorado com o foco dado principalmente aos comandos de teclado para edição local, automação, maior facilidade para criar fades, no manuseio dos

Clips, cortes, grid, nudges. Enfim, tudo para otimizar sua produção no seu Live Digital Audio Workstation! O Max agora vem integrado no Ableton Live, não havendo mais necessidade de baixar à parte! São muitos aprimoramento que estaremos explorando com vocês ao longo das próximas matérias. Por agora, separei um pequeno detalhe que tem tudo para passar despercebido, mas, em minha opinião, é muito útil e produtivo!

CAPTURE! Sabe quando você está relaxado, despreocupado, fazendo um jamming sozinho ou com alguém sem aquela pressão de gravar ou tocar ao vivo e sai um sonzão daqueles e nada foi gravado?! Quanta lamentação hein! Isso agora acabou!! Basta tocar algo em um Track Midi e o Ableton Live interpreta o andamento e


Repare que adicionei uma instância do novo plugin Wavetable. Nada capturado ainda, o botão do Capture ainda está cinza (seta amarela). Depois de tocar algo, o botão fica branco, cinza claro na verdade (ou ativo - seta em verde)! Aperte o botão do Capture e um novo clip e adicione no seu track (botão desativa). E assim por diante, tudo que você for tocando (em outros Tracks ou Overddubing) será gravado e alinhado. Continuou tocando, descarregou o botão (cinza escuro).

Figura 02 - Watablesynth 2

grava automaticamente suas impressões “Midi” que podem ser

pouquinho com o Live! Funciona assim:

Figura 03 - Echo

recapturadas depois, apertando esse novo Botão Capture (em ver-

- Você começa tocar algo e o Ableton Live começa a analisar o

Figura 04 - Multi-Edition

Figura 05 - Arrange View

melho) na Barra de Comando! Claro que temos que colaborar um

que você toca em um Track e já estipula o andamento do Groovy,...

Ou seja, tocou um beat, um baixo, um swing, está lá... - Aperte aquele botão e pronto, vai para outro Track , toca, “chama” o botão e vai em frente. Vai sair tudo certinho, aliás como se você estivesse gravando com um técnico esperto no estúdio! Claro que você pode sair tocando e ver o que deu no final! Seu estudo, ensaio de performance, divagações criativas, tudo pode ser recuperável no seu processo criativo, sem se preocupar em apertar o “R”! Lógico que se você for começar algo do zero e tocar algo completamente fora do tempo indicado no Tempo BPM, em um andamento muito diferente, isso pode confundir a leitura do Ableton Live e as coisas podem não sair exatamente como você esperava! Siga as regras e tudo sairá satisfatoriamente.

ALGUMAS REGRAS BÁSICAS: • Ableton Live Capture trabalha bem em uma faixa de 80 Bpm a 160 Bpm, fora dessa faixa você “pode-

Figura 06 - Capture

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rá” precisar fazer algum ajuste manual no tempo posteriormente. • O ajuste é Global (variações radicais

felizmente!), mas podemos transformar Midi em Audio no Live! Talvez no próximo upgrade será possível usar Capture também para Audio.

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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

Figura 07 - Plugin

Figura 08 - Capturado

de Track para Track, ao gravar vão interferir no tempo Global). • Você pode sempre saber se o “Capture” tem algo memorizado ou não. Basta notar se o botão está cinza (va-

Então é isso pessoal, se estiver pronto para o melhor, eu recomendo o upgrade para Ableton Live 10! Estarei aqui detalhando esses melhoramentos nas edições futuras da Backstage. Boa sorte a todos!

Figura 09 - Push botton

Figura 10 - Grave again

zio). Se ele estiver branco (cinza claro) estará carregado para gerar um novo Clip. • Dá para fazer overdubbing no Clip capturado (do mesmo jeito tradicional). Ah! Um lembrete, hein! Não dá para usar Capture com Audio Tracks (in-

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg


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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br

OTIMIZANDO A PERFORMANCE DO PRO TOOLS Sugestões de configuração para desempenho Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cur-

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sos na ProClass-RJ

É difícil ficar satisfeito com seu computador por mais de um ano. Softwares de produção como o Pro Tools precisam de muito poder de processamento e é comum, mesmo em sistemas mais caros, haver reclamações frequentes relacionados ao desempenho da máquina.

V

amos então neste artigo abordar alguns princípios de sistema, reconhecer os erros e dicas de configuração. Vale ressaltar que na edição da Backstage de junho de 2014 já fiz um artigo também sobre o mesmo tema, e é possível consultar essa edição através do site da revista (figura 1). Porém de 2014 para cá, a engenharia do Pro Tools e suas configurações mudaram muito, então vale uma renovação de conceitos.

PLAYBACK ENGINE - O “MOTOR” DO PRO TOOLS Para contextuar o que foi dito no parágrafo anterior, repare como era o Playback Engine em 2014 (fig. 2) e agora em 2018 (fig. 3). A primeira boa notícia é que a maioria dos recursos hoje em dia são administrados pelo próprio Pro Tools e o usuário não precisa se preocupar. A segunda, é que o Hardware Buffer Size continua funcionando igual. Portanto, vale lembrar o conceito: Quanto maior o valor, mais CPU desti-

Figura 1 - Acesso às edições anteriores

nada ao processamento de plug-ins nativos, porém, mais latência no sistema. Portanto, recomendado para mixagem. Quanto menor o valor, menos latência no sistema. Perfeito para gravação. Porém, menos CPU destinada ao processamento de plug-ins nativos. Agora, o grande vilão do novo Playback Engine é a opção “Video Engine”. O sistema de reprodução de vídeo do Pro Tools foi largamente reformulado e trouxe muitas melhorias, mas como nada na vida é de graça, também come-


silêncio, o Pro Tools não desligará os plug-ins. O Dynamic Plug-in Processing só atua ao detectar ausência de clips. Por último, temos a função Disk Playback que, quando foi lançada, era um recurso exclusivo para usuários do Pro Tools HD. Hoje ela é disponível para todos e faz com que o Pro Tools aloque uma parte da memória RAM para carregar a sessão de Pro Tools. Isso é útil em sessões grandes, onde a velocidade de um HD convencional muitas vezes não é suficiente.

PLUG-IN BYPASS VS. INACTIVE

Figura 2 - Playback Engine até o Pro Tools 10

çou a consumir mais memória RAM. Então este recurso só deve ser habilitado se o usuário realmente for trabalhar com algum vídeo. É importante deixar claro que não basta desabilitar um dia e pronto. Esta configuração é única para todo sistema e deve ser confirmada sempre ao iniciar seu dia de trabalho. Isto porque, supondo que você desabilitou na segundafeira, mas alguém trabalhou com vídeo na terça-feira, quando você chegar na quarta, ela ainda estará ativa. Então, cabe ao usuário confirmar isso toda a vez. Para se ter ideia do consumo de memória RAM, temos duas imagens que mostram sessões completamente vazias, onde a primeira (figura 4) tem o Video Engine desligado e outra (figura 5), ligado. Repare no medidor de consumo de memória RAM. A visão no monitor de atividade do computador também é interessante, pois confirma que o Video Engine é um processo separado, e que consome mais memória que o

próprio Pro Tools (Figura 6). Continuando no Playback Engine, temos a função “Dynamic Plug-in Processing”. É uma configuração também não existente em 2014. Com ela, o Pro Tools é capaz de reconhecer trechos das pistas que não têm clips e desativar os plug-ins para economizar CPU. É bom salientar que mesmo que um clip seja composto apenas de

Seus processadores de efeitos consomem muita CPU. Instrumentos virtuais, consomem memória RAM além da CPU. Então, em ambos os casos, vale sempre a pena analisar se há algum desperdício neste sentido. Conhecemos o comando bypass (figura 7) que faz com o que áudio não seja mais processado pelo plug-in. Porém, isso não significa que o plug-in foi desligado. Então há de se ter cuidado! O comando Bypass não é suficiente para reduzir o consumo de CPU. Para estes casos, usamos o coman-

Figura 3 - Playback Engine a partir do Pro Tools 11

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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br 40

Figura 4 - Video Engine Desligado

Figura 5 -Video Engine Ligado

do “Make Inactive”, facilmente acessível com o botão direito do mouse diretamente no plug-in (figura 8).

da à CPU, pois é o momento em que a maior quantidade de processados são usados.

vantagens é o acesso aos plug-ins AAX DSP, que consomem recursos de chips separados, justamente para não sobrecarregar a sua CPU. Agora vamos falar de memória RAM. Instrumentos virtuais e reprodução de vídeo demanda larga quantidade de RAM. Para estúdios de pré-produção que trabalham quase que exclusivamente com instrumentos virtuais, a recomendação é colocar o máximo de memória que puder, pois certamente será um bom investimento. Por último, vamos falar sobre o HD. Seu disco rígido contém todas suas sessões e seus áudios. Logo, uma sessão grande (figura 9), com muitas pistas e muito áudio, pode ter problemas para ser reproduzida por um único HD. Para estúdios em que as produções ultrapassam, digamos, 50 pistas, é bom confirmar se seu HD tem velocidade suficiente. Laptops e computadores mais baratos costumam vir com HDs que giram a 5400RPM de velocidade. Mas com apenas um pouco mais de investimento é possível adquirir um HD com velocidade de

ONDE INVESTIR PARA MELHORAR MAIS AINDA A PERFORMANCE Supondo que todas as configurações estão corretas e seu computador não corresponde às expectativas, pode estar na hora de pensar em um upgrade. Mas em que área? Vamos entender mais sobre isso agora. Seu computador tem três áreas importantes, no que se refere ao Pro Tools; o processador, ou a CPU como também é chamado, é extremamente importante para o processamento de plugins. Então, podemos dizer que a mixagem está diretamente liga-

Figura 6 - Consumo de RAM do Pro Tools e Video Engine

Quanto melhor a CPU, mais plugins. E aqui abre-se uma exceção para usuários do sistema de grande porte, Pro Tools|HD. Uma das

7200RPM, e aliviar bastante o trabalho de leitura de disco. Existem também os HDs de est ado sólido, ou simplesmente


Figura 7 - Plug-in Bypass

Figura 8 - Plug-in Inactive

“SSD”. Estes HDs têm outra engenharia, e são estupidamente mais

rápidos (e mais caros) que os HDs convencionais. De qualquer forma, comprar um, mesmo que pequeno, é uma boa alternativa se utilizado um pouco de estratégia. Você pode ter suas sessões antigas estocadas em HDs mais lentos, e deixar no seu SSD apenas as sessões que de fato você estiver trabalhando no momento. E com isso vamos ficando por aqui, e fico aguardando suas sugestões para outros temas. Abraços e até a próxima!

Para saber online

Figura 9 - Sessão complexa de Pro

cmoura@proclass.com.br

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ÁUDIO FUNDAMENTAL| www.backstage.com.br 42

QUANTO INVESTIR EM TREINAMENTO E EQUIPAMENTO

Pedro Duboc é Técnico de Áudio e membro da Sobrac (Sociedade Brasileira de Acústica), ABPAudio (Associação Brasileira de Profissionais de Áudio), ASA (Acoustical Society of America) e AES (American Engineering Society).

Olá amigos do áudio, nesta edição quero levantar uma discussão muito importante dentro do mundo do áudio, falaremos sobre o investimento em treinamento e em equipamentos. Como já disse aqui antes, você ouve o que você paga! redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

T

enho estado em diversas igrejas ao longo dos últimos anos e recentemente tive a oportunidade de ministrar um curso na Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul, uma realidade muito diferente da que tenho presenciado por onde tenho andado. Na grande maioria das igrejas, encontro equipamentos de baixíssima qualidade que comprometem a qualidade do áudio amplificado, e o áudio amplificado é exatamente a mensagem que precisa ser entregue, sobretudo com inteligibilidade, como já vimos aqui em edições anteriores. È exatamente disso que quero falar, sobre a excelência, o zelo, cuidado, não só com o próprio sistema, com a equipe operacional, mas, também com aque-

les que se dispõem a estar ali para ouvir a mensagem, seja ela falada ou cantada com todo um programa musical, que foi o que encontrei na CEIZS, uma igreja excelente por natureza! Precisamos partir do princípio de que se estamos dispostos a amplificar algum som, é importante que este som amplificado represente com fidelidade a fonte, ou o som original. Desta forma, algum investimento mínimo deve ser pensado e planejado cuidadosamente antes de ser de fato adquirido o equipamento. Indo mais além, precisamos pensar que na verdade o “som” é parte de um todo, afinal a imagem daquilo com que estamos trabalhando representa uma mensagem, logo esta mensagem é dotada de uma imagem e um som, e esta mensagem muitas


vezes pode ser transmitida para rádios, internet, e até mesmo TV. Logo, estamos falando de um som que acompanha uma imagem, que necessita de uma boa iluminação e uma qualidade de captação em vídeo para assim ser transmitida para diversos

de forma que a mensagem possa chegar ao espectador com clareza auditiva e visual, tudo é fruto de muito trabalho, planejamento e dedicação de profissionais de primeira linha que não abrem mão da qualidade de forma alguma.

Precisamos partir do princípio de que se estamos dispostos a amplificar algum som, é importante que este som amplificado represente com fidelidade a fonte meios de comunicação. Seguindo esta linha de raciocínio, não podemos descuidar dos detalhes no planejamento. Estamos falando então da comunicação de uma mensagem. Trabalhei na TV Globo durante anos e lá pude perceber o cuidado com cada detalhe de uma produção

Mas deixando de lado agora a Globo e a Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul, o que tenho visto por aí? Em primeiro lugar, uma quantidade enorme de equipamentos que não atendem a um padrão mínimo de qualidade sendo vendidos a preço de banana. Como exemplo,

vou usar um simples microfone sem fio. Em minha experiência no mundo do áudio, entendo que um microfone dinâmico como esses que usamos em 90% de nossas aplicações deve atender pelo menos a um requisito, não distorcer o som captado. Até porque a distorção não é uma de suas características, mas sim, dependendo do nível de entrada, pode saturar na cápsula. Lembrando que distorção e saturação são efeitos distintos. Porém, tenho encontrado por aí dúzias e mais dúzias de microfones que simplesmente não suportam um “Boa Noite” bem postado com uma voz um pouco mais grave, trazendo com a informação (-Boa Noite!) uma distorção desagradável aos nossos ouvidos. Não estou falando de microfones velhos, mas de microfones novos, recém-ad-

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ÁUDIO FUNDAMENTAL| www.backstage.com.br 44 quiridos que, quando testados na loja de forma superficial com aquele famoso “Alô! Som, Som!” certamente ali (na loja) não apresentarão nenhuma irregularidade. Temos de entender que em uma situação real de uso, demandaremos muito mais do que um simples “Alô, Alô, Som, Som!”. Não satisfeitos, os fabricantes ainda estão enchendo o mercado ainda hoje com sistemas operando na faixa de frequência de 698MHz a 806MHz, faixa essa que não está mais autorizada e disponível em diversos estados do Brasil, segundo o calendário de desligamento da TV analógica para equipamentos de áudio e RF, de acordo com a ANATEL. Esse é apenas um exemplo do que não devemos colocar em nossos sistemas de áudio, poderia aqui me estender a caixas de som, cabos, interfaces etc, mas o texto seria de fato longo! O problema é que o ser humano tem uma capacidade muito grande de se adaptar, isso se chama “Efeito

de Habituação”, quando nosso cérebro passa a responder menos a estímulos constantes. Ou seja, se nosso som está ruim, em algum tempo isso começará a passar despercebido, e isso é extremamente perigoso, pois nos leva ao hábito do ruim. A questão é: - O que te faz adquirir um equipamento que vai te trazer mais problemas do que soluções? O baixo custo tem um preço alto! Temos hoje e desde sempre no mercado equipamentos com alta fidelidade de áudio como o SM58, por exemplo, um microfone simples que está aí desde 1967 e suporta até 180dbSPL sem trazer nenhuma saturação, muito menos distorção, e isso tudo a um custo acessível. Ou seja, temos à nossa disposição equipamentos bons e confiáveis a preços e condições aceitáveis que podem nos atender de forma satisfatória. Por outro lado, faço a pergunta:

- Quem está comprando o equipamento? Áudio é algo complexo, exige algum conhecimento técnico para ser projetado e operado, e na hora de adquirir equipamentos precisamos pensar em alguém capacitado tecnicamente para que esse investimento não tenha que ser feito duas vezes. Ou seja, superdimensionado ou mesmo subdimensionado. Neste ponto, das duas uma, ou precisamos pensar em uma consultoria, ou em capacitar com treinamento nossas equipes técnicas e operacionais. O fruto de um investimento consciente e bem assessorado pode nos poupar de muitas dores de cabeça ao longo dos anos e, principalmente, nos poupará de investimentos nos mesmos equipamentos, permitindo desta forma que nosso sistema esteja em constante evolução técnica, entregando a cada dia uma sonoridade melhor. Pensem nisso! Invistam com sabedoria. Os ouvintes agradecem!


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PROTOCOLO DE ÁUDIO DIGITAL

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SOM NAS IGREJAS | NÍVEL BÁSICO www.backstage.com.br

Os benefícios de usar

Tiago Borges é instrutor de áudio e trabalha como técnico de som há mais de 25 anos.

Em tempos de tecnologia, dominar os protocolos de áudio digital é um diferencial para o futuro já presente. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

S

e especializar neste mundo será uma possibilidade de ficar à frente, ganhando mais, do que ser o cara que faz tudo. Entender de tudo é bom, porém, quem é especialista em uma função sempre consegue resultados melhores, pois ele tem tempo para focar em qualquer situação.

CHAVE DO ENTENDIMENTO ESTÁ NA LINGUAGEM DE COMUNICAÇÃO Se você está entrando agora no mundo dos equipamentos digitais, já deve ter percebido que existem possibilidades

de comunicação entre os dispositivos sem a necessidade de converter para analógico de volta. Quando vamos comunicar dois equipamentos, em que o áudio já foi convertido em digital, precisamos fazer com que os dois sejam compatíveis na linguagem de comunicação. Imagine você na mesa de som atendendo um músico estrangeiro e ele falando um idioma que você não conhece. Seria bem complicado, né? Com os protocolos também é assim, um equipamento pode ter uma linguagem enquanto outro tem outra linguagem e isso fará com que eles não se comuni-


na porta de entrada, sem precisar reprocessar no equipamento do meio. Tudo tem suas limitações e benefícios, porém, eu tenho preferido sempre a comunicação estrela.

QUAIS OS BENEFÍCIOS DE USAR PROTOCOLO DE ÁUDIO DIGITAL?

quem, mesmo que estejam usando o mesmo padrão de conector (conexão). Seria preciso, neste caso, de um intérprete que converta uma língua para outra, sem perder informações.

PROTOCOLO PARECIDO NÃO É IGUAL Em Portugal, também se fala português, mas com outras palavras. Desta forma, mesmo que alguns protocolos tenham a mesma base, ainda sim, a comunicação poderá se perder em alguns pontos. Protocolos como Dante e AVB são bem parecidos, mas não é simplesmente ligar uma máquina na outra, pois haverá algumas informações que não serão entendidas nos dois lados. Em uma publicação anterior, falei sobre taxa de amostragem, quando ao comunicar dois equipamentos, se eles não estiverem em velocidades iguais, gerava erro de clock. Ou seja, a quantidade de imagens do sinal de áudio em um segundo, sendo diferente entre os equipamentos, vai gerar erro na interpretação do recebimento do sinal. Equipamentos antigos, como a 01v96, forçam uma comunicação

através do cabo óptico, ainda que em tempos diferentes com equipamento a ser sincronizado. O resultado disso seria um som com deficiência, muitas vezes, demonstrando uma voz metalizada, como a de um robô.

PADRÕES DE COMUNICAÇÃO DOS PROTOCOLOS DE ÁUDIO Eu resumo, os protocolos de áudio em dois mundos: os de ligação ponto a ponto e os de ligação em estrela. A maioria dos equipamentos que são ligados em estrela pode ser ligada de forma ponto a ponto, mas nem todos equipamentos ponto a ponto podem ser ligados em estrela. Ponto a ponto seria ligar um equipamento no outro e depois deste outro replicar para o próximo. Muitas vezes, esta forma de replicar para o próximo depende de reprocessar o áudio internamente, então, do primeiro para o terceiro equipamento, é preciso reprocessar o áudio, dentro do segundo equipamento, para chegar ao terceiro. Os que usam tecnologia estrela, não precisam passar por dentro, pois o sinal simplesmente é replicado logo

O primeiro benefício, que eu mais gosto, é não perder a qualidade convertendo para analógico e no outro equipamento convertendo novamente para digital. Se na outra edição falei que a conversão de analógico para digital é uma referência do analógico sendo tirada 48 mil vezes em 1 segundo (48KHz), então, se ficarmos transformando analógico em digital e depois em analógico para novamente digital, teremos uma referência cada vez mais pobre. O melhor mesmo seria tudo estar dentro do digital e só converter uma única vez entrando na mesa e uma única vez saindo para caixa de som. Todos os equipamentos entre a mesa de som e os amplificadores se comunicando de forma digital. O segundo benefício, que eu acho incrível, é a economia com cabos. Quando usamos duas mesas de som, uma no PA (público principal) e outra no monitor (retorno no palco), precisamos chegar com sinal de áudio nas duas. Este sinal, quando analógico, é feito entrando numa caixa de passagem e duplicando o sinal para as duas mesas de som. Se tivermos 32 canais, teremos que ter 32 cabos analógicos chegando em cada mesa. Já no áudio digital, entramos com sinal analógico em uma mesa e depois enviamos para outra por linguagem de comunicação (protocolo digital) em um só cabo. E na próxima matéria falarei sobre o ganho digital e as possibilidades de usá-lo. Até a próxima!

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 48 A edição deste ano da Prolight + Sound Guangzhou teve o maior número de visitantes em toda a sua história, o que corresponde a um aumento de 2,7%. Um total de 1.300 expositores, de 25 países e regiões diferentes tomaram os 130 mil quadrados (equivalente ao tamanho da antiga Cidade do Rock, no Parque dos Atletas, no Rio de Janeiro) para fazer negócios em quatro dias de evento. redacao@backstage.com.br Foto: divulgação

GUANGZHOU recebe mais público em 2018

C

om mais foco e interesse por parte do público na área de sistemas integrados, dentro dos setores de iluminação, áudio, comunicação, conferência institucional e KTV, as empresas levaram para a PLS Gangzhou soluções a fim de satisfazer essa necessidade dos visitantes, mantendo de pé um dos compromissos da organização da feira. “Com a abordagem refinada da série em zoneamento e ofertas de produtos, é muito encorajador ver o crescimento de visitantes e expositores este ano. A

felicidade contínua de nossos participantes é um testemunho do compromisso da feira em responder às necessidades transformadoras do setor”, afirma Judy Cheung, Deputy General Manager da Messe Frankfurt (Shanghai) Co Ltd. O crescente número de visitantes este ano também veio com a grande presença internacional. Os principais países e regiões visitantes registrados foram Índia, Taiwan, Hong Kong, Indonésia, Malásia, Coreia, Tailândia, EUA, Rússia e Singapura. Delegações específicas de


compradores também incluíram dois grupos internacionais - a Associação de Equipamentos de Entretenimento e Tecnologia de Comunicações Digitais (Taiwan) e a Associação da Indústria de Equipamentos de Radiodifusão (Coréia).

Outra parte exclusiva da programação foi o Outdoor Line Array, que reuniu 34 marcas de áudio profissionais nacionais e internacionais para mostrar as qualidades de seus sistemas de áudio em tempo real. Os visitantes puderam experimen-

Outra parte exclusiva da programação foi o Outdoor Line Array, que reuniu 34 marcas de áudio profissional

INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS Os compradores ficaram particularmente impressionados com o forte nível de convergência da indústria entre os expositores, especialmente no que dizia respeito ao tema integração de sistemas, bastante importante e valorizado hoje em dia nos mercados profissionais de áudio e iluminação da China. Muitas das principais marcas internacionais de áudio e iluminação podiam ser encontradas em todos os salões, incluindo Absen, Bosch, Audiotechnik da D & B, Harman International, Kvant, Madrix, Pangolin, SE Audiotechnik, Sennheiser, SGM, Shure, Yamaha e entre outras. Tanto os expositores quanto os visitantes ficaram impressionados com a ampla variedade de empresas, bem como os novos e inovadores produtos em seus estandes. A Prolight + Sound Guangzhou 2018 também ajudou a elevar ainda mais o nível de troca de informações sob a égide da integração sonora e visual. Como exemplo, o público lotou os corredores e auditórios para participar do Curso Anual de Treinamento PLSG. A área de conferências cobriu habilidades técnicas para eventos ao ar livre em grande escala, técnicas para projetistas e engenheiros de sistemas, os mais recentes conceitos para a produção de festivais de música, entre outros.

tar em primeira mão algumas das tecnologias de áudio mais avançadas do mercado, o que ajudou a criar uma plataforma de fornecimento mais completa. O feedback provou que o programa é muito bem-vindo ao unir marcas líderes globais e marcas chinesas sob o mesmo teto, particularmente através de demonstrações ao vivo. A próxima edição da Prolight + Sound Guangzhou será realizada entre os dias 24 e 27 de fevereiro de 2019, na Area A do complexo China Import and ExportFair, em Gangzhou, com expositores nos setores de áudio visual, iluminação profissional e indústria de sonorização. A feira é organizada pela Messe Frankfurt e pela Guangdong International Science and Technology Exhibition Company (STE). Para mais detalhes e informação, visite www.prolightsound-guangzhou.com

Para saber mais

Facebook: Prolight and Sound China LinkedIn: Prolight and Sound China WeChat: @prolight-sound

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 50

Viver a “experiência” vem substituindo o simples ato de ver, comer ou tocar em um produto. Ninguém mais viaja, mas, sim, experimenta um lugar novo, e assim também acontece no mercado de entretenimento. O conceito de experimentar um show ou um festival é mais intenso do que apenas assistir a banda ou o cantor fazer a performance. A Prolight + Sound 2018 também vem se ajustando a essa demanda do público. redacao@backstage.com.br Fotos crédito: MesseFrankfurt Exhibition GmbH – Jean-Luc Valentin MesseFrankfurt Exhibition GmbH – Jochen Günther Backstage Magazine – Danielli Marinho

PROLIGHT + SOUND

aposta na experiência

DO PÚBLICO H

á muito uma apresentação musical, seja ela nacional ou internacional, deixou de ser apenas uma ida ao show para se transformar em uma experiência memorável, onde são envolvidos os sentidos humanos essenciais como visão e audição. Um dos maiores festivais do mundo, o Rock in Rio, é exemplo de implementação desse novo conceito, onde viver a experiência é a concepção do festival. Essa tendência também se fez presente durante a Prolight + Sound Frankfurt, realizada entre os dias 9 e 14 de abril deste ano, na Alemanha. Além de ter contato com os equipamentos e produtos expostos na feira, o público pode vivenciar e experimentar o evento de maneiras diversas entre shows, apresentações de produtos e sessões de demonstrações de equipamentos.

Sem dúvidas que, além de ser uma vitrine para o mundo, um espaço na PLS é uma forma de estar mais próximo ao seu público presente e futuro, tendo em vista que a feira oferece eventos que contemplam desde os encontros de negócios a espaços dedicados totalmente a crianças e adolescentes. Na edição de 2018, algumas experiências se repetiram como foi o caso do Silent Stage, e outras foram apresentadas pela primeira vez durante na PLS Frakfurt, como a área da d&b audiotechnik Soundspace, ampliando ainda mais o leque de áreas com eventos especiais.

ZONA DE TESTES DE PA A Live Sound Arenas mais um ano se consolidou como uma das áreas mais importantes da feira. As demonstrações dos PA line arrays aconteciam de hora


em hora, cada apresentação de 15 min, e os expositores puderam demonstrar sistemas de PA e line array sob condições reais.

SILENT STAGE Pelo segundo ano consecutivo, esta área foi dedicada à simulação de um palco silencioso, onde os níveis sonoros no palco foram reduzidos a um mínimo possível. Por meio de fones de ouvido, o público pode acompanhar as apresentações dos músicos, que por sua vez podiam melhorar sua performance musical e técnica.

GRAVAÇÃO E NOVAS MÍDIAS Ampliando sua área de atuação dentro do setor de produção musical, o Sound & Recording Lounge foi um espaço dedicado aos visitantes para trocas de ideias e opiniões com produtores internacionais, engenheiros de som e artistas. O público também pode participar de workshops e receber orientações práticas, além de expandir sua rede de contatos. Além disso, uma variedade enorme de produtos de expositores foram apresentados durante sessões demo. Outra área de sucesso foi a New Media AV Live Production, um

Stands foram desenvolvidos para que o público tivesse o máximo de percepção dos produtos

local onde os visitantes encontravam soluções de Livestream e Vitec para produções em video e streaming, além da apresentação de uma cadeia de produtos volta-

Pelo segundo ano consecutivo, o Silent Stage foi uma das atrações da feira em Frankfurt

dos para o setor, que ia de câmeras a produtos para transmissão ao vivo.

IMPULSOS PARA O SETOR DE NEGÓCIOS E EDUCAÇÃO O programa complementar de eventos tem sido expandido continuamente nos últimos anos com o objetivo de proporcionar maior valor acrescentado a todos os grupos-alvo. E, este se refletiu no número de programação mais variada e abrangente, mais de mil eventos no Centro de Exposições - a partir de shows e oficinas de instrumentos, programas de desenvolvimento profissional para técnicos, professores, e educação musical para crianças. Daniel Knöll, diretor administrativo da Society Of Music Merchants -

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 52

Guillermo Distéfano (Decomac)

SOMM, tem uma visão positiva das alterações propostas para 2018: “Musikmesse in Frankfurt é o evento europeu mais importante e vital para a União Europeia no setor de instrumentos musicais. Estamos muito satisfeitos que a feira estejacolocando o foco em uma de nossas principais demandas, a promoção da educação musical”, disse. Helge Leinemann, Presidente do Conselho da Iluminação Profissional Associação de Som da Alemanha (VPLT), enfatizou a grande importância da feira para o mercado e expositores: “Para a nossa associação, a Prolight + Sound é o destaque no calendário de eventos. Juntamente com

o amplo espectro de expositores, workshops, palestras e desenvolvimento profissional, o caráter internacional da feira faz

da Prolight + Sound uma plataforma e rede inigualável. Nossos membros estavam particularmente interessados nas ofertas de emprego e modelos de tempo de trabalho”, acrescentou. A demanda por eventos e entretenimento continua inabalável e o humor positivo no setor foi refletido pelos corredores da Prolight + Sound. “Em relação ao ano passado, o número de visitantes permaneceu inalterado, em um nível alto”, disse Rosi Marx, Gerente de Marketing Europeu, ETC GmbH. Além dos players do setor de iluminação, som, palco e mediatechnology, a Prolight + Sound também forneceu espaço de apresentação para empresas jovens e

Elation apresenta novos produtos e faz demonstrações imersivas

Público visita stands e experimenta produtos durante a PLS

criativas. “A Prolight + Sound é uma grande oportunidade para chamar a atenção para nossos produtos. Foi ótimo falar com tantas pessoas de diferentes países e ouvir suas impressões”, disse Christina Sagemüller, Chefe de Vendas e Marketing, Verity Studios AG. Segundo dados da organização MesseFrankfurt, houve um aumento significativo da quota de visitantes profissionais (mais de 10%) e mais visitantes de fora da Alemanha, o que resultou em aumento adicional no nível de


satisfação dos expositores (mais de 7%).

NOVAS TECNOLOGIAS Um dos pontos focais deste ano foi tecnologias imersivas, como 3D áudio espacial, projeção holográfica e filme 360°, virtual e realidade aumentada. Realizado pela primeira vez este ano, o Immersive Forum de Tecnologia recebeu uma recepção calorosa por visitantes e expositores. Além disso, algumas empresas aproveitaram o potencial da Prolight + Sound para dar aos visitantes uma amostra de seus produtos voltados para o futuro em demonstrações fantásticas. “O eco positivo dos expositores das duas feiras e do visitante padrão indicam que estamos no caminho certo. O setor honrou o

Apresentação do sistema Soundscape durante a PLS Frankfurt

para jovens e para o bem-sucedido Musikmesse Festival”, disse Detlef Braun, membro do Conselho Executivo da Messe Frankfurt. Para a próxima edição, que acontece entre 2 e 5 de maio de 2019, a Prolight

Um dos pontos focais deste ano foi tecnologias imersivas, como 3D áudio espacial, projeção holográfica...

foco nos negócios durante os dias úteis. Além disso, enviamos um sinal positivo para a indústria da música e eventos com a nossa musiceducation, programa

Presença brasileira na PLS Frankfurt: Arcos Brasil

+ Sound se concentrará ainda mais em atender os desejos dos clientes, visando um local de encontro internacional para a música e setor de tecnologia de eventos.

d&b SOUNDSCAPE – NOVA FORMA DE MIXAR E se houvesse uma forma de ouvir que aumentasse o entusiasmo, aprofundasse a emoção e elevasse as impressões de estar sendo levado pelo som, ou mesmo sendo envolvido por ele? Esse lugar existiu no Room Panorama, durante a PLS Frankfurt, onde o ambiente acústico se transformava em um local de euforia, fascinação e envolvimento, levando o público mais perto ainda do artista e viceversa. As demonstrações aconteciam de hora em hora, durante os 4 dias de evento, e aberta ao público. O que se constatou é que, a partir de agora, um novo conceito em mixagem com uma nova ferramenta trabalhando em prol dos engenheiros de som e acústica. Por um lado, pode melhorar a conexão com o público ainda mais, por meio de um mecanismo que funciona da seguinte forma: o Soundscape cria um ambiente acústico com menos cálculos, o cérebro fica livre de um lastro acústico desnecessário, assim os sentidos do ouvinte são estimulados, fazendo com que fique mais fácil ficar focado e atento. Por outro lado, o Soundscape – que consiste em dois softwares modulares En-Scene e En-Space – deixa

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 54

Público é mais do que um espectador: empresas focam na experiência dos visitantes

o design do sistema e o desenvolvimento mais criativo uma vez que proporciona a artistas, engenheiros e especialista de áudio um kit de ferramentas. Esse aumento da interação entre público e artista é que dá ao espectador a sensação de que o artista está fazendo uma performance logo ali ao seu lado. Outra novidade é que o Soundscape propõe aos profissionais de áudio uma nova forma de fazer suas mixers. A ideia é que a mixagem seja repensada. Ou seja, não é mais necessário trabalhar em canais, constantemente mascarando e desmascarando para extrair o objeto de som crucial no momento certo, tornando-o audível acima de todos os outros, com todo o esforço concentrado, permanecendo unidimensional, aceitando a interferência e a perda de sinal. Pelo contrário, com uma mixagem baseada em objetos e o posicionamento de até sessenta e quatro objetos, o En-Scene calcula e contabiliza todas as diferenças de tempo e

nível. O mesmo sinal de um objeto sonoro chega a cada alto-falante na hora certa, não importando se é um sinal de áudio discreto ou Stems. Outra particularidade é que, no caso de um segundo objeto sonoro, os sinais são adicionados sem perdas, criando uma segunda dimensão. Claro que há também interferências baseadas em objetos da mixagem, mas eles não cancelam nenhum nem outro. Em resumo, todos os sinais podem ser localizados e diferenciados, assim como na vida real.

Para saber mais

www.musikmesse.com www.prolight-sound.com www.dbsoundscape.com


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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

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RAYZOR 360Z™ www.elationlighting.com O modelo RAYZOR 360Z, da Elation, é um moving head de feixe brilhante e compacto com (3) LEDs Osram ™ RGBW de 60W. Os recursos incluem zoom motorizado de 8° a 77°, rotação rápida e precisa de 16 bits contínua e panorâmica de 360°, controle de pixel, temperatura de cor ajustável (2,700K - 8,000K), estroboscópio eletrônico, dimmer e efeitos de curva de escurecimento, selecionáveis. Outras características incluem DMX, RDM (Gerenciamento Remoto de Dispositivos) e suporte Art-NET, conexões XLR, 5 pinos XLR, RJ45 etherCON e powerCON TRUE1, exibição de menu reversível em cores 180°, acionamento de várias unidades, operação livre de flicker para TV e FILM e uma fonte de alimentação de comutação automática universal multivoltagem (100-240v).

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A formulação de ideias para os projetos de iluminação cênica, desenvolvidos a partir de meios diversos – croquis ou mesmo maquetes, ou ainda, através de softwares e documentos eletrônicos –, poderá resultar em perspectivas únicas e fascinantes, protagonizadas segundo métodos, processos, elementos visuais e meios de comunicação variados, ou cenários simplificados e minimalistas, organizados para suportarem referências diferenciadas, mesmo que estáticas e envolvidas por sensações monótonas e monocromáticas.

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CÊNICA LIGHTING DESIGN LIÇÕES & DESIGN (PARTE 4) Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisador em Iluminação Cênica.

N

esta quarta conversa sobre esse tema, o Design será contextualizado com a Iluminação de acordo com alguns princípios, fundamentais para a compreensão dessas duas atividades que, em conjunto, transformam espetáculos em singulares obras de arte. A Iluminação Cênica e o Design são atividades complexas, detentoras de processos de criação que se consolidam como consequência de referências diversas, históricas, culturais como também repletas de tecnicidade e tecnologias, que poderão se apropriar

de ferramentas, instrumentos e ideias contextualizados em outras épocas (inserindo elementos da ‘Old School’ nas propostas conceituais) ou ultrapassando alguns limites da imaginação, pela exploração da inovação apoiada em descobertas recentes. Em uma primeira análise, o propósito de cada uma dessas áreas se justificaria pela sua própria significância; a Iluminação Cênica poderia ser percebida pelo conjunto de instrumentos que proporcionam a visualização dos elementos no espaço cênico, enquanto o


Apresentação da superbanda canadense Rush – integrante da turnê ‘R30: 30th Anniversary World Tour’ (2004). Simetria, hierarquia, ritmo e unidade. Fonte: Production Design International

Design se consolidaria pelos elementos visuais e comunicacionais que revelam temas e mensagens por meio de expressões gráficas e artísticas múltiplas.

Entretanto, cada área envolve também uma mais complexa gama de parâmetros e modelos, que requerem muitos estudos, sendo que uma definição de maneira resumi-

da não permitirá a compreensão de qualquer uma. A Iluminação Cênica tem sua evolução histórica marcada pelo desenvolvimento do teatro e dos espetáculos artísticos, como também das tecnologias que permitiram a criação de instrumentos, dispositivos, equipamentos e mais recentemente softwares, entre outros elementos que compõem essa forma de projeção e propagação da luz. Ao Design, mesmas considerações, cujas influências também receberam das artes as mais significativas bases de fundamentação e composição. Quando o Design se interrelaciona com a Iluminação Cênica, ocorrem novas formas de análise e interpretação para resultados ainda mais complexos e fascinantes. Se fosse possível uma otimização de termos que traduzissem a integração do Design

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Apresentação da banda americana Phish – integrante da ‘Summer Tour 2011’. Simetria, hierarquia e contrastes (cores, intensidades, formas).Fonte:RatpacDimmers

com a Iluminação Cênica, duas qualidades se destacariam de maneira irrepreensível: padronização e sofisticação. A padronização aqui deve ser entendida como um patamar de referência, na qual a qualidade final (ou resultado) envolverá distintos parâmetros de percepção para os projetos que apresentam múltiplos requisitos de qualificação e até mesmo classificação. De fato, a padronização não significa, em qualquer hipótese, a complexida-

A simetria pode ser definida como uma relação de conformidade, em medida, forma e posição relativa, na qual determinadas partes ficam igualmente posicionadas com base em um eixo (imaginário), uma linha divisória de centro invisível ou um plano (vertical ou horizontal), também invisível. Se um palco for dividido em duas partes, a distribuição igualitária de elementos em cada lado, equidistantes e espelhados proporciona equilíbrio e métrica, permitindo re-

A simetria pode ser definida como uma relação de conformidade, em medida, forma e posição relativa...

de ou profusão de elementos visuais. Neste aspecto, o Design ‘empresta’ seus princípios de maneira a propiciar a melhor identificação de padrões visuais que são percebidos inconscientemente e que se traduzem em resultados estéticos confortáveis e agradáveis. Um dos princípios mais elementares está relacionado à organização dos componentes em um espaço (cênico), de maneira simétrica ou assimétrica.

lativa simplificação pela repetição e duplicação das mesmas atribuições ou requisitos. Se a simetria provoca um determinado conforto, pela persistência ou continuidade pode também provocar monotonia. Em oposição, a assimetria provoca realce e uma determinada atratividade (os olhares dos observadores serão atraídos para os elementos diferenciados). Assim, a inserção de elementos intencional-


Apresentação da cantora americana Beyoncé – integrante da ‘Formation World Tour 2016’. Simetria, repetição/ritmo, aproximação e unidade. Fonte: Tim Routledge (LD)

mente desorganizados – ou desalinhados à proposta simétrica original – pode ser uma estratégia dinâmica ou requisito essencial quando a disposição original dos elementos cênicos (objetos, estruturas, móveis, instrumentos musicais e músicos) não apresenta uma distribuição igualitária no palco. Outros parâmetros também devem ser associados a essas premissas. A intensidade luminosa dos instrumentos de iluminação cênica, quando pa-

iluminação. A relação luz e escuridão, como essência, já se configura em uma justaposição de elementos opostos e por si próprios contrastantes. Mesmo nos primórdios da Iluminação Cênica, esse princípio já tem sido utilizado de diversas maneiras; com ênfase nas cores, pela utilização de cores complementares ou contrastes de matizes, saturação e brilho. Assim, com essa última abordagem, a segunda qualidade de maior destaque se projeta como um indicador e

A relação luz e escuridão, como essência, já se configura em uma justaposição de elementos opostos e por si próprios contrastantes. dronizados, induz às sensações de conforto, relaxamento, euforia e até emotividade. Essa grandeza luminotécnica, quando diferenciada em partes distintas do palco, nas condições de assimetria, pode também estimular a percepção para outro dos mais importantes princípios do Design aplicados à Iluminação Cênica: o contraste. Talvez tenha sido esse o primeiro fundamento utilizado na história da

capacidade de percepção qualitativa na Iluminação Cênica: a sofisticação. Percebida por sutis elementos visuais, pode ainda ser identificada por intrínsecas referências, atribuídas às expressões gráficas projetadas pelas luzes ou mesmo pelas mensagens, explícitas ou induzidas por sensações e imagens. A essa referência de qualificação, dois princípios do Design, unidade e ritmo, compõem estratégias inte-

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Para determinadas apresentações, contrastes e assimetria proporcionam atmosferas e cenas interessantes e adequadas. Fonte:VideoBlocks

ressantes e singulares, que podem determinar discernimentos únicos para as propostas conceituais de um projeto de Iluminação Cênica. A unidade se configura em um dos mais essenciais princípios, uma vez que a ela se configura a distribuição da iluminação no espaço cênico para melhor revelar todas as condicionantes do projeto (iluminação geral), de maneira homogênea e constante. Também a unidade pode se relacionar a uma cor predominante que associa percepções, sensações e sentimentos a uma condição mais presente de reconhecimento e identificação com o roteiro, com as canções, ou com a temática do espetáculo. A repetição pode ser mais um princípio que poderia ser associado à unidade; entretanto, aquele fundamento pode ser associado a outros elementos visuais (tais como formas) e ao ritmo, uma vez que ocorre a multiplicidade de itens em um mesmo contexto. Este, por sua vez, também aparece de maneira repetida, criando uma sequência visual esquematizada e elaborada com base em uma ‘padronagem’ que estimule cenários secundários e casuais.

Finalmente, outro princípio do Design associado à sofisticação está relacionado à hierarquia, que demonstra, no contexto do palco, as prioridades que devem ser destacadas para a melhor compreensão e associação aos elementos mais importantes ou prioritários.

todo, distanciando os demais elementos (como o próprio palco) a uma condição secundária e irrelevante. Na narrativa dos fatos e propósitos, a hierarquia determina uma classificação de recursos visuais significativos na contextualização conceitual e informativa. Um resultado qualificado, padronizado e sofisticado, será aquele perpetuado em lembranças pelo fascínio e satisfação percebidos com os públicos. Melhor resultará aquele que se apropriar dos princípios do Design, associados a outras referências, na criação de projetos singulares e personalizados aos requisitos dos espetáculos e dos participantes. A interação se completa pelas emoções proporcionadas, pelas sensações relativas às realizações de sonhos ou de objetivos atingidos, pelas repercussões positivas e elogiosas aos trabalhos que demandam a contribuição de di-

Assimetrias e contrastes em cores primárias - Batumi Black Sea Jazz Festival. Fonte:JB Lighting

Pela hierarquia se associam o contraste de intensidade e brilho, e mesmo nos contrastes de matizes, identificam-se os componentes mais significativos em uma proposta. Novamente, não se pode confundir com o excesso; nas proposições mais minimalistas a hierarquia se confunde com a proposta como um

versos profissionais e personagens, pelas lições aprendidas e implementadas, com Design, por meio de obras definitivas. Abraços e até a próxima conversa!

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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EU E A MÚSICA

MELODIAS DE CHUMBO

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paixonar-me e fazer música – não necessariamente nesta ordem – viraram uma espécie de vício consentido para mim. Uma dancinha, um rostinho colado e lá se ia embora a imaginação, entre beijos mais imaginários que reais. Cara, as meninas eram difíceis naquela década de 60, que só viria a pirar de verdade depois da instalação da ditadura militar, quando a partir do ato institucional número 5 de 1968 a juventude passou a comportar-se como juventude, ou seja, foi à vera pra rua e obrigou o governo militar a mostrar os dentes e por suas engrenagens pra funcionar de fato. Resultado da repressão: luta armada, músicas “de protesto”, censura exposta e um país dividido, ainda que esta divisão ficasse oculta pelo medo. Na dividida também ficamos eu e a música brasileira em geral: amar ou lutar? amar era aquiescer? protestar ou calar? optei por protestar, embora discordasse do fato então estabelecido pelos mais radicais de que músicas de amor seriam “alienação”. Censurados por todos os lados, cercados por canetas de tinta vermelha (epa! falha dos censores, eh, eh...), nós, compositores na época rotulados

“de protesto”, utilizávamos discursos metafóricos para escapar à famigerada censura ditatorial. À luz das minhas principais influências da época – Sérgio Ricardo, Edu Lobo, Ruy Guerra, Nara, João do Valle, Vandré, Carlos Lyra e outros - a mais popular dessas imagens era sem dúvida a da escravatura, onde o escravo (metáfora dos oprimidos) ansiava por liberdade e jurava vingança contra o Senhor branco (metáfora dos ditadores). Utilizei-me dela no espetáculo “Samba Pede Passagem” do Grupo Opinião: “olha aquele que era o Rei/ que fugiu do Capitão/ foi pras matas do quilombo/ se juntar com seu irmão/ seu canto de liberdade faz o branco estremecer/ pois negro tá no quilombo/ quer matar ou quer morrer”. Escorreguei assim através das garras censoriais e gravei “Canto do Quilombo” num single na RCA Victor, com um belíssimo arranjo do querido e saudoso Oscar Castro Neves. Outra imagem que funcionava bem era a do cangaço, onde o cangaceiro (oprimido) lutava contra o latifundiário opressor, que por sua vez era aliado das “volantes” policiais. Sobre uma letra do teatrólogo e poeta


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM Chico de Assis, musiquei a “Cantiga Cabra do Cão”, que fez enorme sucesso no circuito off-off-tudo, em faculdades, shows e manifestações anti-ditadura: “quando eu era pequenino/ meu pai não tinha dinheiro/ o sertão ficou sequinho/ e a gente comeu facheiro/ mas hoje sou cangaceiro, mesmo que tudo secar/ vou comer o Mundo inteiro/ invadindo a ‘Capitá’”. Mas essa era tão barra pesada para o regime que ninguém quis gravar. Então eu e Chico partimos para uma metáfora mais light e Nara Leão gravou nossa “Menina de Hiroshima”, que atirava contra o clima de Guerra Fria então ainda reinante no Mundo: “Quem quer ouvir a história/ da Menina de Hiroshima/ a menina que ficou/ com os olhos cor sem cor/ com olhar sem olhar/ com falar sem falar/ com amor sem amor”. Essa música,

dos EUA, lançando o que eu enxergava como uma luz de verdade sobre toda aquela história falsamente próspera do capitalismo selvagem. Mas como trazer isso à vivência do Brasil? Parti então para atingir a participação tupiniquim na segunda guerra, onde nós e outras nações menores teríamos ido – segundo meu pensamento da época – servir de bucha pra canhão. Numa noite de terça-feira, por volta de 1967 – no recéminaugurado teatro Casa Grande, onde eu, Guarabyra e Sidney Miller fazíamos a noite dos jovens compositores - estreei minha “Dona Esperança”: “Em busca de glória/ buscando a vitória/ em terras da Itália/ finado se fez o honrado marido de dona Esperança/ Caído por terra/ no meio da guerra/ em negra batalha/ viúva tristonha/ criança sozinha/ foram sua herança/ Dona

A partir dali, comecei a prestar atenção num outro caminho para burlar a censura: o pacifismo. Estávamos - quiséssemos ou não todos a bordo da Guerra do Vietnã. E claro que nós, “do protesto”, torcíamos pelos vietcongs.

de 1969, foi eclipsada em 1973 pelo estrondoso sucesso da “Rosa de Hiroshima”, poema de Vinícius de Moraes musicado por Gerson Conrad e colocado no topo das paradas pelos Secos & Molhados. O viés “Guerra Fria” também era válido, embora extrapolando o âmbito da nossa política. Até hoje não sei quem inspirou-se em quem, mas Chico de Assis passara um tempo insistindo comigo em abordar essa temática, que a princípio eu achara fora do alvo principal, que seria a ditadura. A partir dali, comecei a prestar atenção num outro caminho para burlar a censura: o pacifismo. Estávamos – quiséssemos ou não – todos a bordo da Guerra do Vietnã. E claro que nós, “do protesto”, torcíamos pelos vietcongs. Ao mesmo tempo seria demais para a minha cabeça nacionalista partir para uma temática que cheirava demais a Estados Unidos, embora a ventania contestatária do rock já estivesse tomando o Mundo de assalto. Compreendi então que de um jeito ou de outro eu navegava no mesmo barco do lado esquerdo da América, fosse ela hispânica, lusa ou anglosaxã, ouvindo Crosby, Stills, Nash & Young, Dylan, Joni Mitchell e todos aqueles blueseiros negros que cantavam a miséria e a pobreza do meio-oeste e do sul

Esperança vai ganhar/ uma medalha post-mortem pra se consolar/ tem que viver com o dinheiro da pensão/ mas a medalha post-mortem não compra feijão...” Foi a conta para que o padrinho da minha namorada, o coronel da reserva Berenhauser - ele mesmo um ex-pracinha – se levantasse furioso da mesa onde me assistia e fosse embora pra casa. Com a intervenção da família, ele acabou por voltar às boas comigo, não sem antes fazer-me ouvir todas as suas histórias de Guerra, valores das pensões, etc. Berém, como nós o chamávamos, não concordava com a ditadura, mas mexer com os pracinhas era demais pra ele. Esse era o Brasil das amizades divididas, da guerra civil acobertada pelo “milagre econômico” que acabou por revelar-se nada milagroso. Essas idas e vindas do Mundo em geral, com ditaduras, guerras frias ou quentes e que tais, fazem-me ver Dona História como uma senhora que sai bêbada da festa, despenteada, salto quebrado e meia de seda caída no tornozelo. Quando você pensa que a lição foi aprendida, lá vem ela de volta, ressaca curada, vestido novo, sapato Louboutin e “V” da vitória nos dedos. Sorriso cínico estampado no rosto, ela vira-se pra você e fala: - Tô pronta pra outra.

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