Edição 293 - Abril 2019 - Revista Backstage

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SOM NAS IGREJAS

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Sumário Ano. 26 - Abril / 2019 - Nº 293

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Aldo Linhares na Gobos do Brasil

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Tanto nas torres de caixas de som como nos contêineres, onde o áudio foi recebido, mixado e distribuído para a Avenida, a palavra de ordem foi padronizar o sistema.

O novo gerente de vendas da empresa fala sobre o mercado de áudio e os planos para atender aos lojistas

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NESTA EDIÇÃO 08 Vitrine O Minilogue XD é é um sintetizador analógico com possibilidades de uso para sound design e performance musical. Veja também: o teclado Kronos, o console digital MP8D e o microfone sem fio/transmissor MS-115UHF-Plus

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Rápidas e Rasteiras Entre os destaques, prensagem de vinil nos EUA a preços acessíveis, Rock in Rio e o novo DVD de César Menotti e Fabiano

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Por Aí Gustavo Victorino traz as notícias mais quentes do mercado

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Play Rec Nesta edição conheça os trabalhos de Mateus Starling, Sallaberry, Itamar Assiere e Flávia Dantas

28 Ableton Live “Re-loop”! Lika Meinberg mostra como reciclar aquele goove imbatível sem se repetir


Edição 293 - Abril 2019 Foto: Divulgação

Rafael Fadul e a paixão pelos estúdios O jovem profissional de áudio diz como se preparou para trabalhar em Los Angeles

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Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenador de conteúdo Miguel Sá redacao@backstage.com.br Revisão Miguel Sá Colunistas: Cezar Galhart, Gustavo Victorino, Lika Meinberg, Luiz Carlos Sá e Pedro Duboc Ed. Arte / Diagramação / Redes Sociais Leonardo C. Costa arte@backstage.com.br Capa Arte: Leonardo C. Costa Foto: RioTur (Fernando Grilli) Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br

NESTA EDIÇÃO Foto: George's Estúdio

34 Áudio Fundamental

Expediente

48 Vida de artista Luiz Carlos Sá faz uma homenagem ao arranjador, compsitor, violonista e amigo Tavito

Pedro Duboc escreve sobre a importância do planejamento para uma boa estrutura de som

Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax: (21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.

CADERNO ILUMINAÇÃO

42 Iluminação cênica Cezar Galhart conta um pouco sobre o desenvolvimento da iluminação cênica no seculo XX


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

Farinha pouca, meu pirão primeiro. E quando a farinha acabar?

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o seu primeiro livro “Em busca da empresa quântica” (1999), Clemente Nobrega faz um paralelo entre as empresas e os sistemas biológicos. Em suma, tanto as empresas como todos os tipos de vida biológica no planeta competem por recursos. Sobrevive quem consegue os recursos (lucro ou alimento) suficientes para a manutenção da existência. Não vou entrar em todos os argumentos e exemplos analíticos do autor, mas vejo uma necessidade de transmitir o meu olhar sobre como o nosso mercado está se comportando e os caminhos que estamos traçando. É mais que óbvio que as mudanças estruturais, tecnológicas e econômicas têm e vão continuar mudando a forma de como trabalhamos, vivemos, vendemos e compramos. Porém, é de suma importância nunca esquecer da interdependência dos agentes do mercado. Como em todo sistema biológico, a total dependência é a única forma de manutenção da vida. Todo biólogo sabe que quando os ecossistemas ficam desequilibrados ou fragilizados, agentes predadores e oportunistas se apoderam deles através da simbiose ou da própria extinção deste ecossistema. E nesses tempos "líquidos" que o nosso grande desafio é perceber quem e como será suprida a necessidade dos "buracos" (na sua grande maioria imperceptíveis) que estão sendo criados neste momento de crise econômica e pela procura da sobrevivência, sem se importar com o mercado como um todo. No mês passado os organizadores cancelaram (em caráter pré-definitivo) a Expomusic; que durante 32 anos foi a mais importante feira do setor e um dos principais pilares do desenvolvimento e crescimento do nosso segmento. Vários argumentos tentam justificar o fim da Expomusic e entre eles, eu tenho dúvidas sobre a real influência dos eventos, que surgiram para promover o mercado local e algumas empresas individualmente. Também não sinto um futuro promissor neste formato devido o excesso destes eventos; que já começou a ser questionado pelos lojistas que estão selecionando a sua participação. Lembro que em março ocorreram três feiras regionais e dois encontros de negócios. Cinco eventos em estados diferentes tirando os gestores das lojas por mais de 15 dias úteis no mês. Como em todos os ecossistemas (mercadológicos / biológicos) a grande maioria vai sobreviver, muitos se adaptando, outros mudando seu foco ou até de atividade. A grande incógnita é saber qual será o preço que vamos pagar e a coragem para fazer as escolhas certas. Penso que posso fazer um paralelo entre os dias atuais e a última era glacial. As mudanças serão profundas e imprevisíveis. Boa Leitura! Nelson Cardoso.

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VITRINE ÁUDIO| www.backstage.com.br

MINILOGUE XD

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www.pridemusic.com.br Este é um sintetizador analógico de última geração com possibilidades de uso para sound design e performance musical desenvolvido para músicos aficionados em síntese analógica. O novo Korg Minilogue XD usa mecanismo analógico de quatro vozes e adiciona efeitos digitais multimotor que também fornecem um terceiro oscilador com três diferentes tipos de geração de som: ruído, VPM (Variable Phase Modulation) e um slot de usuário que pode ser carregado com modelos de terceiros (até 16 slots de usuário) semelhantes ao Prologue. O quipamento foi lançado na Namm Show 2019.

KRONOS www.pridemusic.com.br O Kronos Special Edition também foi lançado durante a Namm Show. Ele vem com o novo Italian Grand Piano e acabamento aperfeiçoado. Além do novo modelo de piano acústico italiano, também encontrado no Korg Grandstage, o Kronos SE também vem com a coleção KApro Showcase, que coleta somente sons selecionados da KApro, oferecendo mais de 100 bibliotecas para o Kronos. O teclado está disponível em modelos de 61 teclas, 73 teclas e 88 teclas.


MESA DE SOM AMPLIFICADA MP8D http://www.csr.com.br Este equipamento tem 16 efeitos, equalizador paramétrico por canal para frequências médias e agudas, equalizador gráfico com sete bandas, phantom power, potência de 300 watts, distorção harmônica menor que 0,5% (entre 20 e 20.000Hz) e muitas outras vantagens para quem utilizar.

MS-115-UHF PLUS http://www.tsi.ind.br O MS115-UHF-Plus Diversity é composto de um microfone sem fio em UHF e um receptor com um sistema de recepção dupla de sinais de rádio frequência. Ele utiliza dois amplificadores de rádio frequência interligados entre si gerenciados por meio de um microprocessador, sendo um para cada antena, resultando em uma recepção mais estável. O equipamento trabalha na frequência alta de UHF, sendo assim um receptor de alto desempenho.A alimentação requerida para o receptor é de 12 a 16 vdc, 300 ma (mínima) com estabilidade de 10 PPM. A frequência de trabalho é UHF 614 a 698 MHz (Frequências homologadas pela Anatel). O oscilador é controlado a cristal e o receptor de duas antenas. A rejeição de espúrios é de 75 dB típico com rejeição de imagem de 85 dB típico. A relação sinal/ruído é >105dB T.H.D. e <0.5%@1kHz com resposta de frequência que vai de 100 Hz a 16 kHz a + ou - 3db. Para o microfone, a limentação é com 2 pilhas AA1,5 v , a cápsula é dinâmica e a emissão de espúrios é <40dB. A frequência de trabalho é UHF 614 a 698 MHz (Frequências homologadas pela Anatel) e o padrão polar é super cardioide com resposta de frequência de 100 Hz a 16 kHz a + ou - 3db.

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João Rock em 2019

DUPLA 90 GRAUS LANÇA NOVO EP

A dupla 90 graus, formada por Leandro Jatobá e Anderson Willian, está lançando o seu segundo EP. Repleto de músicas dançantes, como o reggae A número 1, o trabalho está disponível em todas as plataformas digitais e no Youtube, no canal oficial da dupla.

TRANSAMÉRICA COMERCIALIZA PATROCÍNIO PARA O PROGRAMA ESTÚDIO AO VIVO TRANSAMÉRICA A Rede Transamérica, uma das principais emissoras e a maior rede FM do Brasil, busca expandir suas conexões com anunciantes ao apresentar o projeto comercial do Estúdio ao Vivo Transamérica, programa em que os maiores artistas fazem um verdadeiro show para ouvintes de todo o Brasil e plateia de fãs. No total, quatro cotas estão à disposição, com diversos formatos que incluem desde chamadas diárias durante a programação a menções e ações especiais durante a apresentação. A emissora já trabalhou a divulgação de Estúdio ao Vivo Matheus e Kauan, no dia 25 de março. O próximo programa é Estúdio ao Vivo Chitãozinho & Xororó – Especial Dia das Mães, em 8 de maio. As apresentações são transmitidas para a Rede Transamérica HITS, com cobertura em mais de 1.559 cidades do País. Os shows são realizados no estúdio da Rádio Transamérica, localizado na cidade de São Paulo. Premiado duas vezes pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como o melhor programa de música ao vivo, a atração da Rádio Transamérica é apresentada por Gislaine Martins. No ar desde a década de 1990, já recebeu grandes nomes internacionais e nacionais como Rick Martin, Alanis Morissette, Seal, John Secada, Titãs, Capital Inicial, Skank, Wesley Safadão, Claudia Leitte, Anitta, Thiaguinho, Marília Mendonça, Ferrugem, Turma do Pagode, entre muitos outros. Além da transmissão via rádio, o Estúdio ao Vivo é exibido ao vivo via live no YouTube da emissora, bem como conta com cobertura pelas redes sociais.

Desde 12 de março o Festival João Rock, que acontecerá em 15 de junho, deu início à pré-venda de ingressos. A compra antecipada pode ser realizada pelo site oficial www.joaorock.com.br ou nos pontos físicos lojas Ophicina no Shopping Iguatemi Ribeirão Preto e no Novo Shopping. Estão a venda ingressos dos setores Pista, Camarote João Rock, Pista Premium e Camarote Colorado. Durante a pré-venda, clientes do cartão digio Visa tem 15% de desconto no valor da compra de qualquer setor. Seguindo a tendência mundial do uso do sistema da tecnologia cashless em festivais, o João Rock inova mais uma vez e este ano terá sua própria pulseira multifuncional. O acessório eletrônico será o responsável por toda transação financeira antes e durante o evento, além de substituir o ingresso de entrada.

Ao adquirir o ingresso do Festival, seja no ponto de venda físico ou on-line, o usuário receberá sua Pulseira João Rock. Com ela em mãos, é necessário ativá-la através do site www.joaorock.com.br/ pulseira, utilizando o código indicado atrás da pulseira e adicionando o CPF da pessoa que irá ao evento, além de colocar o crédito que desejar utilizando a Pré - Carga Paypal. A ativação está disponível a partir do dia 15 de abril. Em 2018, mais de 60 mil pessoas assistiram as 24 bandas que se apresentaram simultaneamente em quatro espaços e palcos distintos. A maratona, que durou 12 horas, recebeu estrelas como Skank, Criolo, Natiruts, Raimundos, Caetano Veloso, Tom Zé, Gilberto Gil, Francisco El Hombre, Planet Hemp, Rael, Gabriel O Pensador e Mutantes, entre outros. Mais informações: www.joaorock.com.br


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CÉSAR MENOTTI E FABIANO IN ORLANDO

Gravado nos Estados Unidos, o álbum registra a paixão da dupla por motorhome e pela música. O sexto DVD foi Idealizado por Cesar Menotti, amante deste tipo de viagem. Conhecidos por buscarem cenários e situa-

ções diferenciadas os irmãos já gravaram no Morro da Urca e, em seus mais recentes DVD’s, reviveram grandes sucessos da música sertaneja em Memória Dos Anos 80 e 90 e Memórias II. Agora, foram bem mais longe. Durante

quatro dias viajaram por estradas norte americanas. Saíram de Key West, passaram por Fort Lauderdale e terminaram no dia 3 de novembro, com um show no tradicional camping Blue Water Kay, em Orlando. Todo o percurso teve imagens captadas pela equipe do diretor Anselmo Trancoso e deram origem ao DVD Os Menotti In Orlando. A coerência cenográfica é uma lição, lindas paisagens e um palco apropriado para unir duas culturas: por motorhome e por nossa música sertaneja. Brasileiros residentes no pais e americanos puderam acompanhar o “choro” de nossa sanfona e um autêntico churrasco brasileiro. Com a cantora Anny Petti fizeram um reggaeton em Cheiro de Problema. O repertório ainda inclui 25 anos, Bem Aos Olhos da Lua e o medley de forró com Espumas Ao Vento / Lembranças de um Beijo, entre diversas outras músicas disponíveis no link https://somlivre.lnk.to/ Os_Menotti_In_Orlando_Ao_Vivo

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Rock in Rio

Foo Fighters, Weezer e Panic! At The Disco são as novas atrações anunciadas para o Palco Mundo. As duas primeiras bandas encabeçam as apresentações do dia 28 de setembro, primeiro sábado do festival. Já o Panic! abre para o Red Hot Chili Peppers, headliner do dia 03 de outubro. O festival acontece nos dias 27, 28 e 29 de setembro, 3, 4, 5 e 6 de outubro, na Cidade do Rock (Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro). A venda dos ingressos começa no dia 11 de abril, a partir das 19h. Os americanos do Foo Fighters retornam ao Rock in Rio 2019 para fechar a noite no Palco Mundo, no dia 28 de setembro. Donos de grandes hits como All my life, The Pretender e Best of you, o grupo foi eleito pela revista especializada Rolling Stone como a melhor banda de rock dos últimos 20 anos. Da última vez que esteve no Rock in Rio, em 2001, o Foo Fighters fez uma apresentação com direito a

comemoração de aniversário do vocalista e fundador da banda, Dave Grohl, no palco. Agora, o público poderá mais uma vez cantar em uma só voz os hinos que o Foo Fighters acumula em mais de 20 anos de carreira. Após 14 anos do seu único show no Brasil, a banda californiana Weezer subirá ao Palco Mundo com hits como Island in the Sun e Beverly Hills já pode comemorar. A banda, que só fez uma única apresentação no Brasil, na cidade de Curitiba, no distante ano de 2005, será a atração do festival no dia 28 de setembro, logo antes do Foo Fighters fechar a noite do Palco Mundo. O Weezer lançará um novo disco com material inédito, The Black Album, no dia 1º de março. É o 13º disco de inéditas da banda californiana e o público que estiver presente na Cidade do Rock vai poder cantar as músicas deste novo trabalho junto com o grupo. A banda americana Panic! At The Disco vai se apresentar no

maior festival de música e entretenimento do mundo no dia 3 de outubro, abrindo para o Red Hot Chili Peppers, headliner da noite. Será a primeira vez da banda no Rock in Rio. Liderada por Brendon Urie, o Panic! vai trazer os hits mais recentes dos seus álbuns aclamados pela crítica Death of a Bachelor, de 2016, e Pray for the Wicked, de 2018, que estreou em primeiro lugar no iTunes em 22 países e traz ainda a música High Hopes, que explodiu mundialmente, tornando-se seu maior single desde o hit de 2006, Sins. O Rock in Rio acontece nos dias 27, 28, 29 de setembro e 03, 04, 05 e 06 de outubro no Cidade do Rock, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. A venda oficial dos ingressos acontece no dia 11 de abril, a partir das 19h. Para mais informações sobre o maior festival de música e entretenimento do mundo e a compra de ingressos basta acessar www.rockinrio.com. Até o momento, as atrações já anunciadas para o Rock in Rio 2019 no Palco Mundo são: Iron Maiden, Scorpions, Megadeth, Sepultura, P!nk, Black Eyed Peas, Anitta, Muse, Imagine Dragons, Nickelback, Os Paralamas do Sucesso, Bon Jovi, Drake, Red Hot Chili Peppers e Dave Matthews Band. No Palco Sunset: Seal e Xenia França, Lulu Santos e Silva, Jessie J, Slayer, Anthrax, Torture Squad e Claustrofobia, que convidam Chuck Billy, Nervosa + convidado, Charlie Puth e King Crimson. Em breve, novos nomes serão anunciados. Já para o Espaço Favela a banda Canto Cego, Tuany Zanini, o pianista Jonathan Ferr, a dupla de funkeiros Cidinho e Doca, Dughettu, Lucas Hawkin e P-tróleo são atrações confirmadas. Em breve, novos nomes serão anunciados.


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PALCO SUNSET PROMOVE ODE À MÚSICA PARAENSE COM ENCONTRO PARÁ POP

No dia 03 de outubro, uma quinta-feira, o Carimbó receberá o tecnobrega, guitarradas, lambadas e até cúmbia. Considerada a rainha do carimbó chamegado, Dona Onete, que terá recém-completado 80 anos de idade, é a responsável por guiar o público em uma viagem pelos ritmos que pulsam nos rios paraenses no espetáculo Pará Pop. No palco, além dela e de sua banda liderada por Pio Lobato, estarão artistas como as divas Fafá de Belém e Gaby Amarantos, Jaloo e seu pop-eletrônico-amazônico e Lucas Estrela, considerado expoente da renovação da guitarrada. Dona Onete é a cantora e compositora paraense de 79 anos, nascida em Cachoeira do Arararí. Foi professora de História durante 25 anos, secretária de Cultura e fundadora de grupos de dança e música regional como o Canarana, na cidade de IgarapéMiri, reduto tradicional de boa música. Com mais de trezentas composições de boleros e de carimbó chamegado, a artista já trabalha músicas do seu terceiro álbum, denominado Rebujo, com lançamento previsto para maio de 2019. Os trabalhos anteriores, Feitiço Caboclo (2012) e

Banzeiro (2016), tiveram carreira internacional com destacada passagem pela Europa. Em 2017, integrou a lista do World Music Charts Europe Top 20 com a faixa Banzeiro chegando ao primeiro lugar em agosto. Onete, nos palcos, é acompanhada pela banda capitaneada pelo guitarrista e pesquisador musical Pio Lobato, Vovô na bateria, JP Cavalcante na percussão amazônica, Breno Oliveira no contrabaixo e Marcus Sarrazin no teclado e sax. Fafá de Belém, nascida Maria de Fátima Palha de Figueiredo, em Belém, ganhou reconhecimento nacional quando, em 1975, a música Filho da Bahia foi introduzida na trilha sonora da telenovela Gabriela. A cantora completa, em 2019, 44 anos de carreira, com mais de 15 milhões de álbuns vendidos entre o Brasil e Portugal. Já gravou mais de 30 álbuns, entre CDs, DVDs e EPs. Também possui cerca de 50 canções inseridas como temas de novelas e especiais de TV e soma uma série de shows e turnês nacionais e internacionais, com espetáculos em países como Itália, Espanha, Alemanha e, principalmente, Portugal. Fafá de Belém é a única artista do mundo a cantar para três Papas, a convite do Vaticano. Há 8 anos

está à frente da Varanda do Sírio de Nazaré, a maior manifestação de fé do mundo, convidando celebridades, teólogos, filósofos e personalidades públicas. Atualmente, Fafá de Belém está em turnê de lançamento do DVD Do Tamanho Certo para o Meu Sorriso. Paralelamente, viaja o Brasil com o show Guitarradas do Pará, no qual reúne canções de toda sua carreira, acompanhada pelos “reis da guitarrada”, os músicos Manuel e Felipe Cordeiro. Nascida no bairro de Jurunas, na periferia de Belém, Gaby Amarantos é uma das responsáveis pelo surgimento e difusão do tecnobrega, ritmo que virou febre na Região Norte do Brasil. Além de cantora e compositora, a paraense é atualmente integrante do programa de TV Saia Justa, no GNT, e foi protagonista do filme Serial Kelly, que estreia em 2019. Gaby já foi indicada a diversos grandes prêmios da música, como o Grammy Latino, MTV Video Music Brasil, onde venceu as categorias de ‘Artista Feminina’ e Artista do Ano, Prêmio Multishow onde venceu na categoria de Novo Hit, troféu de Cantora da Associação Paulista de Críticos de Arte, quando foi escolhida a Melhor Cantora, Melhores do Ano, entre outros. O cantor, DJ e produtor musical, Jaloo nasceu em Castanhal, no Pará, e desde 2010 se destaca no cenário musical eletrônico e indie. Em 2015, lançou seu primeiro álbum completo intitulado #1, com músicas como Ah! Dor!, A Cidade e Last Dance, que trazem elementos de indietronica, tecnobrega e indie pop. Atualmente, trabalha os singles Say Goodbye’, em parceria com Bad Sista, Céu Azul, com MC Tha e Cira, Regina e Nana com Lucas Santtana, do álbum ft que tem lançamento previsto para 2019. O guitarrista Lucas Estrela tem a importante missão de manter o legado de constante evolução e quebra de paradigmas da música paraense. O artista tem como matéria prima a guitarrada e o tecno, que são influências do ídolo e parceiro de trabalho, o músico Pio Lobato. Lucas tem dois álbuns lançados: Sal ou Moscou (2016) e Farol (2017).

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Marcos e Belutti

GABRIEL ELIAS LANÇA NOVO EP

Após completarem 10 anos de carreira, Marcos & Belutti fazem show de lançamento da turnê e DVD M&B 10 Anos no Credicard Hall, em São Paulo, no dia 24 de maio. Os cantores prometem um repertório repleto de músicas do novo DVD, além de sucessos antigos da carreira. Os ingressos podem ser adquiridos pela internet (www.ticketsforfun.com.br), nos pontos de venda espalhados pelo Brasil e na bilheteria oficial do Credicard Hall. O show é realizado pela Time For Fun. Marcos & Belutti gravaram o DVD M&B 10 Anos em maio do ano passado, no Credicard Hall, em comemoração aos 10 anos de

carreira. O show contou com as participações especiais de amigos e companheiros de estrada como Ferrugem, Xand Avião e Matheus & Kauan. Esse ano a dupla escolhe a casa mais uma vez para o lançamento da turnê e do projeto, que já está disponível nas plataformas e nas lojas. Com direção geral de Ivan Moura, direção de arte de Leonardo Oliveira e direção de fotografia de José Augusto de Blassis, o DVD M&B 10 Anos é mais um projeto da dupla com a gravadora Sony Music. Marcos & Belutti já somam cinco DVDs, oito CDs, uma indicação ao Grammy Latino e fazem em média 15 shows por mês.

O cantor Gabriel Elias lançou seu mais novo EP, Fiz Esse Som Pra Você. O lançamento é da Deck e apresenta também o clipe da canção. Com três versões diferentes do single, a ideia é provar que uma mesma música pode agradar tribos distintas. A versão acústica vem no formato que consagrou o cantor na internet; a gravação com banda mostra o formato de shows que Gabriel vem apresentando pelo Brasil e a eletrônica foi produzida em parceria com DJ Ralk, responsável pelo remix de “O Sol”, sucesso na voz de Vitor Kley. O clipe foi dirigido por Stefano Loscalzo. Com um álbum e quatro EPs lançados, Gabriel Elias ficou conhecido na internet por postar vídeos de covers e versões de grandes sucessos. Com hits como Pequena Flor, Anjo Protetor, Amuleto e Anel de Coco, suas músicas somam mais de 100 milhões de visualizações no YouTube e mais de 1,2 milhão de ouvintes mensais no Spotify. Gabriel já gravou com grandes nomes da música nacional como Thiaguinho, Jota Quest, Maneva e Roberta Campos.

PRENSAGEM DE VINIL NOS EUA COM QUALIDADE E CUSTO ACESSÍVEL Sérgio Katsuren e Alexandre Algranti, do site fonesdeouvido.com.br, firmaram parceria com Dan Yashiv, engenheiro de gravação fundador da SunPress Vinyl que já trabalhou com George Michael, Pet Shop Boys, George Benson e Arto Lindsay, para oferecer serviços de prensagem de discos de vinil para artistas brasileiros nos Estados Unidos. A partir do envio dos arquivos de áudio em alta resolução e do material gráfico da capa, a parceria fornece um serviço one stop shopping que inclui masterização para vinil, corte e teste do disco de acetato, corte do disco de laca, fabricação dos stampers, avaliação das prensagens de teste, impressão da capa e a importação do produto acabado para o Brasil. O primeiro resultado da parceria é o disco do guitarrista Kleber K Shima que estará disponível para venda no Brasil desde Março. Mais informações sobre como prensar o vinil nos Estados Unidos podem ser obtidas pelo email sac@fonesdeouvido.com.br.


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EXPOMUSIC 2019 CANCELADA!

Em comunicado oficial em seu site, a Abemusica e Francal Feiras informaram o cancelamento da Expomusic 2019. Confira abaixo: A Abemusica – Associação Brasileira

da Música e Francal Feiras comunicam o cancelamento da Expomusic 2019 – Feira Internacional da Música, Áudio, Iluminação e Acessórios, agendada para o período de 15 a 19 de maio, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Significativos esforços, estudos, contatos comerciais e reuniões com a indústria de instrumentos musicais, distribuidores, importadores e outros players foram promovidos para a realização da Expomusic, no entanto variáveis em seu conjunto não recomendam sua realização. Com a adesão comercial não suficiente de empresas expositoras do mercado de instrumentos musicais para concretizar sua realização como feira de negócios do varejo e fornecedores, o cancelamento se tornou adequado para evitar novos prejuízos, além dos já sofridos nos últimos 5 anos. Abemusica e Francal agradecem ao mercado de instrumentos musicais pelos 35 anos de parceria.

BARBARA EUGENIA LANÇA ÁLBUM TUDA Após apresentar os singles Bagunça, Perfeitamente Imperfeita e Querência, Bárbara Eugênia lançou Tuda, no dia 08 de março, dia internacional da mulher. Inspirado nas pistas de dança, histórias de amor e na vida na cidade grande no século 21, o quarto disco da cantora nascida em Niterói celebra mais de uma década de carreira. Com 11 faixas, o disco começa com a música Saudação, que traz as vozes e instrumentos de Soledad, Julia Valiengo, Mariana Bastos, Verônica Borges, Bruna Amaro, Thereza Menezes e Isadora Id, integrantes do Bloco Pagu, que exalta a igualdade de gênero e homenageia mulheres icônicas da história do Brasil. Também estão no álbum as músicas Perdi, As Maçãs que Vem, Sol de Verano, Por la Luz e Por Tierra, Bagunça, Querência, Confusão, Apaixonada Feito Gente Não e eu Vim Saudar. Além do bloco, o disco ainda traz aas participações de Zeca Baleiro, Iara Rennó, Felipe Cordeiro, DJ Tide e a banda argentina Onda Vaga.

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botão estava escondido ou emperrado. E agora? De que lado você está?

NOVIDADE

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A Borne pode não ter inventado a roda, mas é cada vez evidente a atenção da empresa de Guarulhos, comandada pelos irmãos Campanudo, na inovação e criatividade como forma de conquistar mercado e corações. Seguindo uma tendência mundial dos pequenos cabeçotes amplificadores de guitarra, a Borne lançou o MoB T30, um brinquedinho poderoso e prático que já avança sobre o mercado. Em formato compacto, com chassi de metal, o equipamento pode ser encontrado abaixo de 150 dólares. Em breve aqui nas páginas da Backstage, faço um review da novidade que já é sucesso de vendas.

INTERMINÁVEL O hábito de usar o estoque do fornecedor está de volta e passou a ser tratado como uma necessidade operacional por lojistas em face da notória descapitalização setorial. A ideia de estocar produtos oferecidos em promoções de grandes quantidades por importadores e fabricantes perdeu força nos últimos anos e só comprar o que vende rápido, ou seja, produto de alto giro, voltou ao segmento como estratégia de prudência e sobrevivência.

LUCRO As maiores gravadoras do mundo faturam em média US$ 19 milhões por dia com as plataformas de streaming Apple Music e Spotify. Mais da metade da renda da líder Universal, da Sony e da Warner, vem dos serviços digitais de música. Juntas, as três empresas somaram US$ 6,93 bilhões de arrecadação em 2018 e mais da metade veio da venda virtual. A liderança da Universal se explica pela presença da colossal vendedora Lady Gaga, hoje vista como o melhor produto musical do planeta.

BATE BOCA Num programa televisivo, a cantora Roberta Miranda perdeu a paciência e disparou: “Trabalho de DJ é apertar botão...”. Na carona da polêmica o DJ Alok respondeu pela internet: “Levei mais de três meses para produzir uma música nova...”. Fiquei pensando se o

Em nova tournée pela Américas, ele canta sozinho por mais de 3 horas em espetáculos que tem sempre mais de 30 músicas, e no bis, pelo menos mais duas bem esticadas. Aos 76 anos, Paul McCartney continua dando show de profissionalismo e competência. Milionário, detentor de vários títulos de nobreza e centenas de prêmios, o ex-Beatle poderia simplesmente se aposentar deixando as suas duas próximas gerações ainda muito ricos. Mas se o amor a música tem nome, esse se chama Paul McCartney.

E AGORA? Se você pensava eu já tinha visto tudo, prepare-se para o futuro assustador que nos aguarda. Criado nos EUA por uma startup chamada Endel Systems, um programa dotado de complexo algoritmo musical consegue compor e executar músicas num simples apertar de botão. Basta você dizer detalhadamente qual o sentimento e velocidade que busca na


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR composição e ele combina as notas, intervalos, sugere introduções e finais que vão da apoteose ao relaxamento. O “algoritmo” já lançou 5 álbuns de forma quase secreta pela Warner e agora tem revelada a sua existência e o que nos espera. Aperfeiçoado para qualquer gênero e estilo musical, o novo algoritmo foi aperfeiçoado no início desse ano e já compõe em pouco mais de 20 minutos, trilhas e canções de relaxamento, excitação, nervosismo, alegria, tensão, romantismo e até raiva. E em todos os estilos mais conhecidos, até bossa nova. Oleg Stavitsky, CEO da Endel, disse que o programa e o novo algoritmo são partes de um futuro inevitável. Sinceramente, espero não estar aqui para ver...

filmes das operadoras de TV a cabo absolutamente obsoletos. Nessa esteira, as pesquisas dessas gigantes das comunicações e produção de conteúdo indicam uma receptividade cada vez maior do público por produções musicais. A transmissão de shows ao vivo é parte desse projeto e pode alterar significativamente a remuneração do artista em face dos direitos de cobertura, bem como aliviar a pressão no bolso do contratante com parte desses direitos. As primeiras negociações entre esses 3 polos desse negócio prometem fortes emoções.

tão ligadas a uma suposta qualidade, nem sempre justificada, de algumas marcas mundiais famosas e representadas no Brasil. Cabos de áudio, estandes, suportes, pedestais, correias, cases, capas e dezenas de outros produtos que lideram o segmento de acessórios, são originários de indústrias brasileiras. Mesmo considerando que algumas utilizam insumos importados, o produto é fabricado ou montado aqui gerando impostos e empregos. Em alguns casos o acessório tem tanta qualidade que é até exportado. Se o governo não atrapalhar, esse segmento ainda vai muito mais longe.

PERDA

NA HORA DE CONTRATAR

Com o cancelamento da Expomusic 2019 perdem todos. Indistintamente!

Se você acha que custa caro um bom profissional é porque não faz ideia do quanto custa um incompetente.

COMEÇOU

FALSIFICAÇÃO OU CÓPIA?

A Justiça do Rio de Janeiro expediu um mandado de prisão para o DJ Renan da Penha, um dos idealizadores do famoso "Baile da Gaiola”, no Rio de Janeiro. Acusado de associação ao tráfico e promover bailes para a venda de drogas na região de domínio do Comando Vermelho, o “artista” criou polêmica patrocinando e liderando eventos com músicas “proibidonas” e recheadas de refrãos impublicáveis.

Em raríssima decisão de um tribunal chinês, uma fábrica de automóveis chinesa foi proibida de produzir uma camionete SUV copiada da Land Rover. Mesmo vendida com outro nome, o carro é cópia fiel do modelo Evoque, que faz sucesso em todo o mundo. O fato surpreendente é uma resposta à pressão americana sobre a China que não tem o hábito de respeitar direitos relativos à propriedade intelectual. A decisão abriu as portas para pedidos judiciais similares de dezenas de empresas de áudio e instrumentos que tem seus produtos copiados e até falsificados abertamente por empresas daquele país. A guerra parece estar só começando...

STREAMING A guerra no segmento de filmes e conteúdo por streaming esquentou com a compra da Fox Filmes pela Disney e a compra da Warner pela AT&T. Na esteira da líder Netflix, as duas empresas compradoras e mais a Apple decidiram entrar nesse mercado milionário que está tornando os pacotes de

AVISEI O mercado de acessórios definitivamente foi dominado pela indústria nacional. As raras exceções es-

MEDO INJUSTIFICADO Os donos de amplificadores valvulados sempre viveram fortes emoções nos processos de aquecimento e resfriamento das válvulas dos seus aparelhos. A maioria das queimas se dá nesse estágio de uso do equipamento. Com a modernização da manufatura das válvulas (você não acredita que elas ainda são feitas como antigamente, né ?!?), a liga do filamento que aquece no limite da incandescência foi reforçada com uma pequena dosagem de titânio, o que garante ao tungstênio uma maior resistência nos processos críticos desses aquecimentos e resfriamentos. Em suma, as válvulas se tornaram mais resistentes em relação as queimas inesperadas. Hoje as válvulas são mais fortes, mas o preço a pagar por isso é uma durabilidade menor.

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PLAY REC | www.backstage.com.br

MIGUEL SÁ | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

MATEUS STARLING PLAYS DANIEL FIGUEIREDO Mateus Starling Daniel Figueiredo é compositor de trilhas sonoras das novelas e séries da TV Record. São essas trilhas, com uma roupagem jazz fusion, que o guitarrista Mateus Starling gravou para o CD lançado na virada de 2018 para 2019. Com arranjos do próprio guitarrista e do tecladista Kleyton Martins, o disco foi feito com todos os músicos tocando juntos na mesma sala do estúdio, o que se reflete na dinâmica justa do grupo. Além de Mateus e Kleyton, Tiago de Souza tocou a bateria e Estevão Lima o baixo. As gravações foram também registradas em vídeos que podem ser vistos no canal que o músico tem no Youtube. A técnica de Mateus é afiada, mas não há demonstrações injustificadas de virtuosismo. Tudo acontece no espírito das músicas. As composições de Daniel Figueiredo são tocadas de forma livre, com bastante improviso e liberdade para os instrumentistas mostrarem o que sabem. O destaque vai para a primeira do álbum, Tigres, tema de abertura da novela Os Dez Mandamentos, e From Sun to Sun, parceria de Daniel Figueiredo com Jane Duboc. Além dos temas de novela, o trabalho traz quatro composições inéditas de Daniel, sendo From Sun to Sun uma delas. A sonoridade do disco, gravado por Raphael Kampel Stolnicki com a assistência de Felipe Mesquita, no Miranda Entertainment, evoca o melhor do fusion. A masterização e a mixagem foram feitas por André Cavalcanti. A produção foi do próprio Mateus Starling, com a co-produção de Kleyton Martins e Daniel Figueiredo e a produção executiva de Luiz Helenio. Para ouvir, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=frfoVlof99s https://mateusstarling.com.br

RHYTHM OF THE SPIRITS Sallaberry O baterista e produtor musical Sallaberry tem, entre os músicos que já participaram de seus sete discos, lendas como Billy Cobham, Dennis Chambers, Airto Moreira, Robertinho Silva, Arismar do Espírito Santo, Derico Sciotti, Ed Côrtes, Marcos Romera e muitos outros. Desde janeiro deste ano o músico já tem um novo trabalho lançado: o Rhythm Of The Spirits, que é o oitavo disco da carreira solo de quinze anos. Entre as músicas deste álbum, estão Friends (Michel Freidenson/ Sallaberry), Olha O Rapa! (Marcos Romera/ Sallaberry), Baião de Dois (Sandro Haick/ Sallaberry), Voices (Fúlvio Oliveira/ Sallaberry), Missing Brazil (Flávio Medeiros/ Sallaberry) e Sun And Sea (Fúlvio Oliveira/ Sallaberry), todas gravadas no período entre janeiro e agosto de 2018. Para a participação de músicos brasileiros, já que o disco foi gravado nos EUA, onde Sallaberry reside, foi utilizado o recurso E-REC, que permite a gravação e o envio das participações via internet. Participam do trabalho os músicos Augusto Mattoso, Claudio Rocha, Chico Martins, Chico Willcox, Derico Sciotti, Ed Côrtes, Fernando Molinari, Fernando Moura, Flávio Franco Araújo, Flávio Lira, Flávio Medeiros, Fúlvio Oliveira, Jorge Pescara, Marcos Romera, Marco Bosco, Maurício Marques, Mayra Mello, Michel Freidenson, Tarcísio Édson César e Sandro Haick. A mixagem ficou por conta de Guilherme Canaes, que tem em seu currículo trabalhos com George Benson e Ivan Lins. Ele também assina a produção. O trabalho foi masterizado por Cassio Centurion. O disco tem uma faixa em áudio 3D: a Rhythm Of The Spirits. Sallaberry utiliza com exclusividade as baterias Pearl, pratos Zildjian, baquetas Vic Firth, peles Evans, calçados Urbann Boards, instrumentos Contemporânea e cajons FSA. Para ouvir, acesse: http://www.tratore.com.br/um_cd.php?id=14948


MIGUEL SÁ | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

AOS VIOLÕES Itamar Assiere Um pianista tocando os violonistas: esta é a proposta do primeiro trabalho solo de Itamar Assiere, músico com uma longa folha de serviços prestados à música brasileira. Itamar já tocou com Dori Caymmi, Arthur Verocai, João Bosco, Rosa Passos e muitos outros. Neste primeiro trabalho solo em 30 anos de carreira, os músicos gravaram todos juntos no estúdio. Aconteceu apenas um overdub no disco, do órgão Hammond na faixa Sucuri. Tocaram no disco Kiko Freitas na bateria, Guto Wirtti e Ney Conceição nos contrabaixos acústico e eletricos. Também houve duas participações especiais ao acordeom: Cristovão Bastos, na música Aperto de Mão (Dino Sete Cordas, Meira e Augusto Mesquita) e Vitor Gonçalves, em Pilar (Toninho Horta) e Cine Baronesa (Guinga e Aldir Blanc). No álbum do pianista dedicado ao violão tem Choros número 1, de Villa-Lobos e Sinal dos Tempos, de Garoto. Entre os violonistas de atuação recente, Marco Pereira tem a sua composição Tempo de Futebol no repertório do álbum. Amigos do pianista, como o grande violonista e compositor do samba Cláudio Jorge, também marcam presença. O músico participa tocando na faixa de sua autoria Samba pro Luizão Maia. Aliás, foi com Luizão que Itamar começou a carreira. O trabalho tem um caráter de homenagem de Itamar aos grandes nomes do violão que acompanhou durante os seus trinta anos de carreira. Aos Violões foi gravado, mixado e masterizado por Carlos Fuchs no estúdio Tenda da Raposa.

BOSSA NOVA Flávia Dantas (Miranda Records) Desde 2012, quando lançou o disco autoral Dois Faróis, Flávia Dantas investe na carreira solo. Se no primeiro álbum investiu nas composições próprias, no atual ela aposta no repertório clássico da Bossa Nova. Repertório este que vem sendo trabalhado nas noites de terça-feira, quando toca no Little Club, no Beco das Garrafas, com o parceiro e violonista do Grupo Semente, Bernardo Dantas. Entre os clássicos da bossa nova presentes no álbum estão A Felicidade, de Jobim e Vinícius; Lobo Bobo, de Carlos Lyra e Ronaldo Boscoli e Samba de Verão, de Marcos Valle e Paulo Sergio Valle. Januaria, de Chico Buarque, também está presente, assim como Aos Pés da Santa Cruz, de José Gonçalves, Zé Da Zilda e Marino Pinto, samba canção devidamente sequestrado por João Gilberto para o repertório da bossa nova.

O time de músicos é de primeira linha. Aém do parceiro Bernardo Dantas nos violões e arranjos, tocam Marcelo Costa na bateria; Guto Wirtti no contra-baixo acústico; David Feldman no piano e Dirceu Leite no sax tenor e clarinete. Bossa Nova foi gravado, mixado e masterizado no estúdio 707 por Daniel Medeiros. Para ouvir, acesse: http://smarturl.it/BossaNova-album

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 20

CARNAVAL 2019: Tanto nas torres de caixas de som como nos contêineres, onde o áudio foi recebido, mixado e distribuído para a avenida, a palavra de ordem foi padronizar o sistema.

Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Divulgação RioTur (Fernando Grilli)

A CADA ANO A GABISOM

APRESENTA UM ÁUDIO MAIS SOFISTICADO

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esde que a Gabisom começou a sonorizar o Carnaval no Rio de Janeiro, o projeto do som do carnaval na Marquês de Sapucaí é aperfeiçoado ano a ano. Durante este período, houve várias alterações nos sistemas e nos equipamentos usados. Em 2018, os bons resultados com o uso de RF no ano anterior permitiram a retirada de todos os cabos da avenida. Tanto as fibras óticas como os cabos analógicos foram usados apenas como backups. Este ano,

mais um aperfeiçoamento aconteceu: a padronização dos equipamentos usados nas torres da avenida, nos contêineres onde ficam os consoles de mixagem e no processamento e distribuição do áudio nas torres e em toda a extensão da Marquês de Sapucaí. Nas torres, foram colocadas caixas L-Acoustic K2, K1 e Kara, incluindo no setor 1, que fica antes do primeiro recuo da Avenida. Lá, até o ano passado, eram usadas as caixas Vertec, que foram trocadas neste ano pelas K2.


Yamaha Rivage PM10

Nos contêineres de mixagem, todas as mesas usadas neste ano foram a Rivage PM10 da Yamaha.

O CAMINHO DO SINAL Quatro semanas antes dos desfiles, a Gabisom já começa a cabear as torres e recuos. O sinal que vem dos microfones da bateria, harmonia e voz são mandados para o contêiner de mixagem a partir das antenas da Sennheiser espalhadas pela Avenida. “Todo o sistema tem backup. Se o RF falhar, tem cabo de fibra, se a fibra falhar, tem o analógico. Para nós, o objetivo é a avenida servir como monitor pra escola e o PA para o público”, explica Peter Racy, res-

ponsável pela coordenação geral da sonorização do carnaval. Ainda que tenha mudado os consoles de mixagem, o processo de trabalho continua o mesmo: em uma primeira console, operada por

falha. É quase um cue. Uma pré-escuta. Nela chegam todos os sinais dos microfones separados cada um em um canal. São 24 canais que chegam de cada caminhão por escola”, detalha Peter. Estes 24

Para nós, o objetivo é a Avenida servir como monitor pra escola e o PA para o público”, explica Peter Racy, responsável pela coordenação geral da sonorização. Marcos Possato, é feita a triagem do sinal. “Ali acontece um preview dos sinais, para ver se tem alguma

canais estão divididos em oito para voz, quatro para harmonia e o restante para a bateria. Este

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 22 São 36 torres por lado colocadas a uma distância de 15 metros uma da outra

número pode variar de acordo com a escola de samba. “Há escolas que tem uma configuração um pouco diferente. Algumas usam até sanfona e triangulo”, acrescenta o coordenador do áudio. Após esse primeiro estágio, o sinal vai, separado, para a mesa de mixagem, onde os timbres são acertados e são montados os três grupos mandados para a mesa de delay, feitos com as vozes, harmonia e bateria. Além dos grupos, também é mandada uma mix geral.

NA AVENIDA, PARA A ESCOLA DE SAMBA O caminhão de som que acompanha as escolas, com os intérpretes e a harmonia em volta, tem a mixagem projetada por meio de três

caixas K- Array Firenze distribuídas nas laterais e na frente e mais duas Meyer Sound CQ2 nos cantos. A

Em relação ao ano passado, poucas modificações: “No recuo 1, adicionamos umas caixas de som que no

No total, são usadas mais de 300 caixas de som entre pista, arquibancadas, frisas, recuos de bateria, concentração e caminhões.

caixa da frente emite o som das vozes e harmonia para a bateria. Na concentração das escolas de samba, ainda na Avenida Presidente Vargas, são usadas torres com duas KF 850. No total, são mais de 300 caixas de som entre pista, arquibancadas, frisas, recuos de bateria, concentração e caminhões.

ano passado era Vertec e agora é a K2. A Apoteose ainda está com Vertec. Mas na avenida é tudo K1 e K2” conta Peter Racy.

O DELAY Este é, sempre, um dos pontos delicados do desfile. Isto porque as fontes sonoras, que são a bateria, a


harmonia e os intérpretes da escola de samba, se tornam um show em um palco móvel que percorre cerca de 700 metros durante o desfile, passando pelas 36 torres em cada lado da Marquês de Sapucaí. As torres estão posicionadas a 15 metros uma da outra. O sistema de telemetria informa a posição do caminhão em relação às torres, permitindo as mais de 120 trocas de cena automáticas que acontecem a cada cinco metros. Quando começou esse sistema na Avenida, o delay funcionava da primeira à última torre. Como o volume do som do caminhão foi abaixando no decorrer dos anos, houve um momento em que isto não foi mais necessário depois que a escola passava. Valtinho é quem recebe, na mesa de delay, os grupos de vozes, harmonia, bateria, e a mixagem geral. Ele vê a avenida como um grande monitor com 36 caixas de cada lado. O delay nas torres é sincronizado com o caminhão, abaixando o volume da bateria nelas na medida em que a escola de samba aproxima. Este ano a novidade no delay foi o uso da console Yamaha Rivage, que já havia sido utilizada há três anos e agora se tornou-se o padrão do carnaval da Sapucaí. “Não muda a operação. Só tenho que pegar o programa e passar de um con-

Valtinho

poucas cenas e tem o trabalho manual da passagem de uma mesa para a outra. Esse trabalho demora no mínimo uns três dias. O erro em uma torre de delay comprometeria todo o trabalho”, explica Valtinho, responsável por essa parte da sonorização desde 2001. O ajuste fino do som é feito a partir dos pedidos dos componentes das escolas e do diretor de bateria. “Temos que pensar no monitor como o de um músico no show, só que lá ele está parado, e aqui eles estão em constante movimento, mas as caixas estão paradas. E como fazer esse balanço para eles poderem se guiar? Como o SPL da bateria é muito alto já me pediram, ‘dá para

Como o volume da bateria é muito grande, tenho que ter mais voz e harmonia (nas caixas). Como tenho voz, harmonia e bateria, dessa forma consigo elevar a voz sem prejudicar a avenida inteira”, expõe Valtinho.

sole para o outro. Então tenho que reprogramar todas as cenas e envios dos 48 canais. Para cada canal tenho que fazer 48 envios, cento e

colocar mais 3 dB de voz aqui na bateria?’”, exemplifica Valtinho. Os ajustes são feitos a partir da mixagem feita por Marcos Saboia e

T. Reis. “Como tenho os grupos separados, consigo aumentar a voz sem prejudicar a mixagem geral, mudando só naquelas torres que estão com a escola de samba em frente”, acrescenta o técnico de som. O mais importante é que a escola nunca ouve o som acústico da bateria misturado ao das caixas de som. “A ideia é como se eles estivessem no palco. Não tem delay do primeiro ao último músico, a não ser o natural. Mas isso já faz parte do dia a dia dos mestres de bateria na escola, então procuramos emular isso na avenida. Nas quadras das escolas, eles estão sempre a frente do palco e os interpretesna parte de trás do palco, e eles escutam um pouco com delay. Então simulamos, praticamente, a situação dos intérpretes na quadra quando estão ensaiando”, comenta Valter. No output, além dos 36 pares das torres, foram disponibilizados mais 12 canais (locutores, trilhas e a mixagem) para TVs e rádios e também para os técnicos dos monitores de vídeo que observam o posicionamento da escola que está desfilando e preparar a entrada da próxima. “Quando o último ele-

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 24 Caminhão de som (detalhe interno)

mento está pelo meio, já tenho que ir abaixando as primeiras

Peter Racy, coordenador do som no carnaval

torres, porque a próxima escola já está iniciando o seu esquenta.

Então já vou tirando o som das primeiras torres ainda com o som da escola que está finalizando o desfile) para não atrapalhar o esquenta. Outra coisa: o final é importante. Quando o último elemento passar no meio, tenho que abaixar o som na avenida, voltar o programa para o inicial e avisar o locutor que está na Avenida. Tenho uma comunicação com ele que, quando anuncia a próxima escola, já abro novamente o som na avenida”, ressalta Valtinho. E assim, escola após escola, ano após ano, a Gabisom aperfeiçoa a construção e a operação do imenso e complexo sistema de sonorização da Marquês de Sapucaí: o som do maior espetáculo da Terra. Uma ópera cujo palco percorre 700 metros em 75 minutos.


A chuva e o desfile

Microfones são protegidos com filme plástico durante a chuva

No primeiro dia de desfile, caiu uma chuva torrencial no Rio de Janeiro. Apesar das providências que são tomadas para prevenir problemas, a quantidade de água foi tão grande que

trouxe alguns contratempos, como explica Peter Racy: "A chuva atrapalha. Não apenas o operacional durante o desfile das escolas, mas também põe em risco os equipamentos, desde os microfones de captação até as caixas de som. Também pode prejudicar os equipamentos eletrônicos que ficam mais expostos, além dos cabos que interligam todos os subsistemas e que passam sob o piso das frisas e da avenida. “Tivemos baixas em três conversores de fibra que atendiam à Praça da Apoteose, que apesar de serem montados a um metro do chão, para não molharem, acabaram submersos no alagamento relâmpago devido às chuvas intensas. “Operamos o primeiro dia com o sistema stand-by e, felizmente, conseguimos recuperar as três unidades durante o segundo dia de desfiles. “A grande maioria de atitudes para prevenção da chuva já fazem parte da nossa instalação, mas algumas medidas são adotadas apenas durante a chuva, como por exemplo, a proteção dos microfones com filme plástico, além de pequenos guarda-chuvas fixados às varas de microfonação".

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SOM NAS IGREJAS

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SOM NAS IGREJAS

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TECNOLOGIA|ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 28

Figura 01 - Louding audio Loop

“RE-LOOP” Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music, em Boston.

Esse é um termo que inventei principalmente quando quero dar uma repaginada em um groovy que gosto mas já foi usado em alguma música e precisa soar diferente!

O

Ableton Live (e outros programas) tem a habilidade muito legal de transformar um Audio Loop em Midi Loop de forma simples e direta. Para ver do que se trata esse tutorial, vamos abrir o Ableton Live no Session View e deixar somente um Track Midi e um Audio Track(dois tracks somente, selecione e delete os outros). Então vamos importar um Audio Loop como mostra a figura 01. Escolhi um loop com uma batida brasi-

leira, mas pode ser qualquer Audio Loop que você deseja transformar em algo diferente. Arraste sobre o Audio Track(como indica a seta). O processo mais simples de se converter um Audio Loop em Midi, como mostra a figura 02, é você clicar com o botão direito do mouse em cima do loop e um Sub-Menu aparece. Selecione a opção “Convert Drums to New Midi Track”(converta Drums para um novo track Midi).


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TECNOLOGIA|ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 30

Figura 02 - Conv audio to Midi

Figura 03 - 909 Core Kit e Direct Convert

Figura 04 - KickSnHihat

É simples e direto. Mas, ao fazermos isso, além do Ableton Live criar um midi track a mais, ele vai usar o Drums Rack sempre com o Default Kit, e não queremos isso agora. Queremos escolher um outro Drums Kit, dando um passo a menos! Vá então ao Browser(Ctrl + Alt + B no PC ou Option + Comm + B no Mac)>Drums>909 Core Kit.Adg, e arraste esse preset como mostra a seta rosa sobre o Audio Track (o verde) (Figura 03) e depois arraste da sua esquerda esse Audio Loop como indica a seta verde, bem em cima desse Slot do Track Midi para que possa haver a converção- Audio Midi. O resultado do loop que escolhi foi simple: Bumbo(kick), Caixa(snare) e Ximbau(Hihat) (Figura 04) Mas você pode agora editar esse Midi Loop gerado e adicionar o que voce precisar!!(Figura 05) E assim que fizer as edições necessárias deve renomear as partes que mexeu ou editou para evitar confusão(figura 06). Se não gostar do som do Sampleno Pad pode troca-lo via Hot-SwapMode (figura 07) Aproxime o cursor do mouse para aparecer esse icone de duas setas inversas... e clique para o diretório se abrir exatamente no local do Sample mapeado à essa nota Midi do Drums Plugin. Escolha outro sample de sua preferência e dê um duplo clique para comfirmar a operação de troca(swap). Selecione com o cursor do mouse qualquer Pad do Drum Rack para deletar(desendereçar)qualquer som que voce não vai usar e aperte a tecla DELETE ou com o botão direito do Mouse(permanecera o Pad somente com o Midi Number, sem nenhum Sample endereçado‘a ele)(Figura 08) Até agora temos um Rack Drums parecido com o que está na figura 09. Clique nesse Icone triangular pe-


Figura 05 - Editing Midi

Figura 06 - Tom Editado

Figura 07 - Hot Swap-Mode

queno (como indica a Seta/Mark vermelha) para “Unfold”(para revelar os controles dos Pads). Aqui você tem autonomia para ajustar os niveis de volume, endereçamentos, outputs, etc. Podemos à essa altura tambem usar o Sample Original e alguns modificadores e usa-lo como fonte sonóra adicional. No Browser, eu puxei um audio efeito chamado Drum Sharpener(Ableton Live Suite 10), mas voce pode usar qualquer um! Arraste o seu efeito para o Audio Track, (como está na figura 10). No meu caso dei um mexida no Boom e Frequency(repare as setas da figura 11). Na próxima etapa (já quase lá) vou agrupar todo mundo. Selecione os dois canais e Ctrl+ G(ou cursor em cima e Botão direito do mouse tambem funciona)(Figura 12) Agora voce deve feixar o grupo clicando nesse pequeno Icone indicado por esse Check Mark vermelho. Então digite : Ctrl + T para criar um Audio Track (nosso Output Track)(Figura 13) E vamos endereçar o audio do Group Track( Laranja) ao canal 4Audio( Azul). Clique com o cursor do mouse em “ Audio From”e abilite 1-Group no Menu. OK!!! Prontos para gravar??!! Então vamos gravar isso em audio (Figura 14) Começando pelo Session Record Button (Em cima na direita seta laranja, abilitado ele fica vermelho),na sequência abaixo na seta vermelha, arme o botão de gravar no 4-Audio Track(Arm Session Recording). E finalmente para gravar no use o”Record Botton”(Mark Verde) clique na bolinha!! Use o cursor do mouse para começar a gravar (Metrônomo soa...) Clique, clique, clique, clique ..... Gravando. Quatro ou oito compassos e Stop!

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Figura 10 - Abilite audio loop and Drop FX

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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

Figura 08 - Delete unused Kits

Figura 09 - Unfold-Mix

Figura 11 - Freq90-Boom100 oscil

Figura 14 - Set up to Record

Figura 12 - Group Tracks

Figura 15 - Mix Groovy

Figura 13 - Feixe group e adreess audio

Yah!! Está ai o nosso Re-loop Mix Groovy!! Voce agora pode fazer quantas versões quiser nos outros Slot Tracks do canal Mix Groovy(marcas verdes),basta fazer pequenas modificações na fonte sonóra, adicionar efeitos ou peças na percussão e salvar os seus (Re-)Loops gravados na sua Library muito prático!!!(Figura 15) É isso por hoje amigos, tirem bom proveito!! Boa sorte a todos!


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ÁUDIO FUNDAMENTAL| www.backstage.com.br

A IMPORTÂNCIA DE UM PROJETO

DE ÁUDIO PASSOS PARA A MONTAGEM DE UMA ESTRUTURA DE SOM

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Pedro Duboc é Técnico de Áudio e membro da Sobrac (Sociedade Brasileira de Acústica), ABPAudio (Associação Brasileira de Profissionais de Áudio), ASA (Acoustical Society of America) e AES (American Engineering Society).

Olá galera do áudio. Nesta edição abordaremos a importância e a necessidade de um projeto em uma instalação de sistema de som, e ninguém melhor do que Jorge Perez, da Igreja Bola de Neve para nos trazer este conhecimento.

redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

J

orge Henrique Perez, 36 anos, tem formação técnica em eletroeletrônica, mecatrônica, produção audiovisual, fundamentos de áudio e acústica no IAV, desenho e alinhamento de sistemas. Há 17 anos atua na área de áudio, sendo os primeiros 6 anos voluntariamente e há 11 anos profissionalmente como responsável técnico e comprador de áudio da Igreja Bola de Neve. É o responsável pelos projetos e instalação de cerca de 50 sistemas de som nas igrejas Bola de Neve e assessoria de compra de áudio nas mais de 400 igrejas espalhadas pelos quatro cantos do país. Também é o responsável por igrejas de fora do território nacional, como Índia, Haiti, Peru, Japão e Suíça, entre outras. Perez também é produtor técnico dos eventos em auditórios, ginásios e estádios como Allianz Parque, sendo o último evento o ASU – Até sermos um - da

cantora gospel Priscilla Alcântara, que aconteceu em setembro de 2018 no ginásio do Ibirapuera para um público de 9 mil pessoas. Atuou em 2012 como técnico de som da banda gospel Livres e hoje ainda trabalha como técnico convidado para alguns eventos e shows pontuais. É ele quem nos mostra, logo abaixo, um pouco de sua experiência com projetos. “Por todo o Brasil, sistemas de som são montados. Porém, na maior parte das vezes, somente a marca dos equipamentos é levada como ponto de importância. “Para a montagem de um sistema de som, existem vários quesitos tão importantes quanto a marca dos equipamentos: o dimensionamento correto de caixas, o dimensionamento correto da elétrica, acomodação dos equipamentos de acordo com a sua utilização e alguns outros quesitos que são importantes de serem detalhados.


Fabio Salustiano, Ricardo Cunha, Jorge Perez e Marcio Ponço

“A escolha da marca desejada vai ditar a ordem de grandeza financeira do seu projeto. Você pode escolher uma marca importada ou uma marca nacional. Costumo sempre levar em conta o pós venda: como será o suporte técnico e com que agilidade serei atendido. Converso com profissionais que já compraram a marca, por exemplo. Gosto de comparar um sistema de som a um carro. Ele pode ser da marca e modelo que for, mais cedo ou mais tarde vai precisar parar em uma oficina, vai precisar de peças. Pensando nesse aspecto, é importante escolher a marca certa, pois é melhor um som não tão perfeito que quando para de funcionar tem um suporte técnico rápido do que um sistema que parece perfeito, mas quando para, não há o que se fazer. “O dimensionamento correto da quantidade e modelos das caixas deve ser feito por alguém que conheça as opções. Há projetos que utilizam a mesma caixa em diversos ambientes, sendo que em alguns pontos poderia se utilizar uma caixa mais barata. Nesse estágio do projeto também se pensa nas posições de todas as caixas e a folga que esse sis-

tema terá para trabalhar. Pode ser uma pequena porcentagem a mais, porém que trará uma vida útil maior ao seu sistema. Ter muitas caixas de som não significa exatamente que o som será muito alto quando estiver ligado, uma vez que o som terá mais “espaço” para se acomodar. “A acomodação dos amplificadores deve ser, de preferência, em um local de fácil acesso, que seja arejado ou tenha ar condicionado. Os processadores às vezes ficam próximos das potências. Em outros casos, junto à mesa de som. Essa escolha é feita de acordo com a forma que o som é usado. “A distribuição e acionamento elétrico também devem ser feitos de acordo com a forma como esse sistema é usado. Em alguns casos é interessante o uso de contatoras, pois possibilita o acionamento à distância. “A elétrica é um ponto importantíssimo, pois é o combustível do som. O valor de investimento em elétrica para um sistema de som costuma ser 5% do que foi investido em equipamentos, porém muitos acham caro e é nessa economia que começam os problemas. Um sistema de som é sensível a ruídos e interferências, por

isso a preocupação em ter uma elétrica adequada, assim como aterramento correto. Ele deve ser dimensionado de acordo com o consumo do sistema, que vai variar de acordo com a tecnologia que o amplificador possui, seja ele analógico ou digital. “As tubulações, eletrocalhas exclusivas e um circuito elétrico também exclusivo para o sistema de som evitam o contato físico com cabos que podem gerar um ruído no sistema. É preciso distância de cabos que estejam alimentando reatores e outras cargas que geram ruído na rede elétrica. Essa infraestrutura independente para o som facilita a manutenção e aumenta a vida útil dos cabos e do sistema. “A escolha do local para se colocar as caixas mais pesadas deve ser feita junto ao engenheiro para ter a certeza da capacidade do suporte, telhado, etc. “A acústica é um ponto importantíssimo para o resultado final. O projeto acústico pode ser feito junto ao projeto de som, ou em paralelo. Um projeto acústico muitas vezes é caro e só é pensado depois do som ser instalado e ser constatada a reverberação. Existem projetos de acústica que buscam a perfeição, tratando exatamente da(s) frequência(s) problemática(s) e ainda deixa o ambiente bem acabado esteticamente, e existem soluções mais acessíveis, que não são tão exatas, mas tornam o local bem menos problemático. “Mesmo que o projeto fique acima do orçamento, é possível realizar a compra e montagem em etapas. Claro que cada caso é um caso, mas é preciso ver a ordem de prioridades na montagem e saber fazer o uso desse sistema incompleto. O mais importante é ter um projeto e realizar cada etapa pensando nele por inteiro, para evitarmos o famoso ‘puxadinho’”.

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 36

ALDO LINHARES É O NOVO GERENTE

DE VENDAS DA GOBOS DO BRASIL D Os anos de experiência juntando as áreas técnica comercial levaram Aldo para a Gobos do Brasil

redacao@backstage.com.br Foto: Divulgação

esde criança, Aldo já convivia com a paixão do pai, engenheiro agrônomo e audiófilo, pela música. Pequeno já se familiarizou com gravadores de rolo e os melhores equipamentos para ouvir música. E foi assim, crescendo nesse ambiente, que criou familiaridade com a música e o áudio a ponto de aceitar, quando já fazia trabalhos como DJ, a sugestão do amigo Kesner Pushmann – que hoje trabalha no áudio da TV Globo – para estudar áudio no IAV, em São Paulo. Após juntar um dinheiro, fez o curso em 1995, logo indo trabalhar no estúdio do guitarrista Elias Almeida, que toca com Roberto Carlos e está em boa parte das gravações dos últimos

anos. Mais para o fim da década de 90, uma conversa com a irmã, que morava na Inglaterra, foi fundamental para outro passo de Aldo: o curso na School of Audio Engineering, a SAE, em Glasgow, na Escócia. Na volta, já caiu em um dos maiores estúdios de masterização da época, a Cia de Áudio, em São Paulo, fundada por Carlos Freitas e Ricardo Franja Carvalheira. Após o trabalho com masterização, começou a fase onde áudio e o comércio se juntaram na trajetória profissional de Aldo. “Quando saí da Cia de Áudio, fui trabalhar na Gang Music”, conta. Foi um momento de virada não só profissional como pessoal. Lá também conheceu a sua esposa Waldirene, a Wal. A ela


Aldo Linhares credita boa parte de seu aprendizado na área comercial, além, é claro, dos outros companheiros de trabalho de todos esses anos. Quando terminou o ciclo na Gang Music, Aldo foi para a Yamaha, onde participou do importante ciclo de introdução das mesas digitais no Brasil. Desde 2005 até meados da década atual, o profissional foi peça fundamental na introdução de mixers como a M7CL ou a PM5D. “Fiquei lá dez anos maravilhosos, com muitas realizações”, ressalta. O passo seguinte foi um trabalho inteiramente na área comercial da Harmann, onde fez o gerenciamento de portfolio da empresa, com line arrays, amplificadores e arandelas. Agora na Gobos do Brasil, a convite de Esteban Risso, diretor comercial da empresa, Aldo pretende trazer sua intensa experiência mesclando área técnica e comercial para a empresa. É sobre isto a entrevista de Aldo para a Revista Backstage Revista Backstage – Como surgiu a oportunidade de trabalhar para a Gobos do Brasil? Aldo Linhares - Já conhecia o Es-

sérias e comprometidas, falei, vamos nessa. Vamos nos engajar para expandir para outros mercados, como o de lojas. Estamos montando um novo portfolio, porque eles sempre atuaram na parte de instalação e live, com grandes locadoras. Agora querem investir nas lojas. RB – Por quê? Aldo Linhares - Vimos que o mercado de lojas não foi tão duramente como o mercado de live. O lojista ainda quer comprar caixas, arandelas, um pequeno amplificador... O lojista também atende às igrejas de pequeno, médio e grande porte. Então, como a Gobos tem uma força de pessoas na parte comercial, no marketing, workshop e pós venda, podemos transferir tudo isso para o mercado de lojistas. RB - Como vocês viram a notícia do cancelamento da Expomusic? o que isso significa? Aldo Linhares – A Gobos vê isso com uma grande tristeza. Estávamos muito esperançosos que esta Expomusic seria muito boa, uma vez que não tivemos ano passado, e aí recebemos essa notí-

Já conhecia o Esteban de longa data. Quando ele soube que eu estava disponível me chamou para conversarmos. Trocamos várias ideias da parte comercial, da parte de marketing, de expandir os negócios, e vimos que tínhamos em comum. teban de longa data. Quando ele soube que eu estava disponível me chamou para conversarmos. Trocamos várias ideias da parte comercial, da parte de marketing, de expandir os negócios, e vimos que tínhamos em comum. Ele falou: ‘vamos crescer juntos’. E como eu já conhecia a Gobos, uma empresa muito respeitada no mercado, com pessoas muito

cia. O mercado precisa se reinventar. Um formato que tem funcionado bastante são as feiras regionais. Os lojistas tem ido e as pessoas estão comprando. RB - Já tem algum lançamento previsto? Aldo Linhares – Estamos trazendo a Adam Hall. Agora estamos trabalhando com força na LD System, que é da Adam Hall.

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RAFAEL FADUL E A PAIXÃO PELOS ESTÚDIOS A música tem vários caminhos: tocar em um palco, produzir, ser engenheiro de som, e muitos outros. Dentro disso, ainda é possível escolher entre ao vivo e estúdio. Esta última foi a escolha de Rafael Fadul, que nos conta como isso aconteceu redacao@backstage.com.br Foto: Divulgação

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afael Fadul é paulistano. Tem 23 anos e mora em Los Angeles. No decorrer da carreira, já teve a oportunidade de trabalhar com artistas como Papa Roach, Dua Lipa, Zara Larsson, Anitta, Mateus e Kauan e Luan Santana. Hoje trabalha com o produtor Jason Evigan, que compõe para Maroon 5, Demi Lovato, David Guetta e Madonna, entre outros. Mas o caminho até aí, apesar de Rafael ser jovem, foi longo. Cedo ele ganhou um violão. Cedo também percebeu que tocar um instrumento ao vivo não era a sua. Isto depois de uma apresentação ao vivo na escola de música onde estudava.

No entanto, a paixão pela música existia. O garoto ficou fascinado com o console de mixagem de P.A. que viu em um show do Aerosmith. Ao chegar em casa, foi pesquisar no Google para saber mais sobre aquilo. Procurou por “mesa de show” ou “mesa de DJ” até achar um artigo sobre mesas de som, onde pode ver as fotos desses equipamentos tão fascinantes. Foi aí que Rafael descobriu a sua vocação na música. “Vi que gostava mesmo era de ficar em um ambiente mais fechado, onde me sentia mais confortável. Foi quando descobri os estúdios de gravação”, relembra. Como bom millenial, o garoto escarafunchou softwares


de produção e tutoriais no Youtube até conhecer o Logic, FL Studio, Garage Band e o Pro Tools. Mas os projetos com a música ficaram em segundo plano até terminar o ensino médio. Quando concluiu a escola, passou um ano estudando na Universidade Federal do ABC, em São Paulo, e trabalhando para juntar dinheiro e ir para Los Angeles estudar áudio na Los Angeles Recording School (LARS). “Eu entrei no curso de Recording Arts, que era para engenharia de áudio. O curso foi incrível e cobriu todas as áreas da engenharia de áudio para música, como gravação, Pro Tools, manutenção de equipamentos, mixagem, introdução a masterização, e também para pós-produção para cinema e televisão, como efeitos sonoros, mixagem de diálogos e trilhas sonoras”,

enumera Rafael. No entanto, ele precisou voltar a São Paulo, onde teve que recomeçar o caminho profissional. Mas recomeçou com o pé direito. Após praticamente perseguir o engenheiro de som Beto Neves – que hoje Rafael considera o seu grande mentor na carreira - durante todos os dias de um das convenções da AES Brasil, o garoto foi logo parar no maior estúdio de gravação da América Latina: o Mosh. Ele nos conta um pouco mais na entrevista a seguir. Revista Backstage: Como foi o primeiro dia no Mosh? Rafael Fadul: Quando cheguei lá, o Beto já me colocou para trabalhar. Comecei a montar sessões e anotar as configurações dos outboards que ele estava usando na mixagem de um DVD

do Jammil e de um disco do Tomate. Na mesma semana, fui com ele ao estúdio do Carlinhos Freitas, a Classic Master. Nisso eu já tinha conhecido dois dos meus ídolos do áudio. Sem falar da figuraça Oswaldo Malagutti Jr., dono do Mosh, uma das pessoas mais cultas e inteligentes que eu já conheci na minha vida. Trabalhei quase dois anos para o Beto, nos quais gravamos dezenas de discos e shows e mixamos centenas de músicas e eventos. Três dos discos tiveram indicações ao Grammy Latino: o Joined do Cesar Camargo Mariano, Adivinha, do Lucas Lucco e Melodias do Sertão, da Bruna Viola. Foi uma experiência a qual eu não tenho palavras para explicar o quanto eu aprendi e cresci não só como profissional, mas como pessoa também.

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lentosos como o Lucas Santos e o Arthur Marques, por exemplo. Felizmente, eu tive a oportunidade de mixar algumas músicas incríveis de artistas como Matheus & Kauan, Luan Santana, Luisa Sonza, entre outros. Eu também trabalho bastante para o mercado italiano, especialmente para o produtor Michele Canova, mercado que tem uma estética completamente diferente da brasileira e da americana. A tonalidade dos instrumentos e vozes são totalmente diferentes, o jeito que os processos acontecem tem suas próprias características, entre outras diferenças.

Gravação Joined no Mosh: B eto Neves, Cesar Camargo Mariano e Rafael Fadul

RB: Como você foi para em Los Angeles de novo? RF: No final de 2016, um amigo meu em Los Angeles me ofereceu um estágio com um dos engenheiros de mixagem mais famosos do mundo. Não posso dizer quem é porque acabou não rolando no final das contas, mas eu senti que era a hora de tentar minha sorte no mercado que eu sempre quis fazer parte. Foi quando eu arrumei as malas e me mudei de volta no começo de 2017. RB: E como você conseguiu entrar nesse mercado? RF: Eu consegui ser assistente de um dos maiores engenheiros de mixagem da história, o Dave Pensado. Com ele eu aprendi mais do que eu consigo explicar. Ele é uma pessoa incrível com uma habilidade extraordinária de “ensinar sem ensinar”. Ele não ensina você a mixar, mas pelo fato dele usar milhares de técnicas de mixagem diferentes em cada música, você acaba absorvendo e decidindo o que você gosta ou não gosta na hora que você faz a sua mix.

RB: É diferente mixar música americana do que mixar música brasileira? RF: Eu acredito que é sim. Não relacionado às técnicas ou equipamentos e plug-ins utilizados, mas sim em relação à tonalidade dos elementos musicais, como as vozes, graves, bateria eletrônica, samples, etc. Como eu mixo mais música pop e urban do que qualquer outro gênero, acabo tendo que dar uma maior importância aos graves, aos transientes da bateria, que geralmente é eletrônica, ao volume e presença da voz e, principalmente, aos efeitos na voz. Na música comercial brasileira, como o sertanejo, por exemplo, jogadas de delay e reverb, o uso de phasers, flangers e harmonizers não fazem parte do estilo. RB: Você ainda trabalha com música brasileira? E trabalha com mais algum mercado além do americano? RF: Claro! E sempre vou querer trabalhar. A música brasileira sempre me dá um prazer e uma sensação incrível. Sou muito grato por trabalhar com produtores tão ta-

RB: Você tem algum conselho para quem quer seguir os mesmos passos e tentar a sorte em outro país, nos EUA por exemplo? RF: A minha geração é tão sortuda de ter tantas plataformas de aprendizado e tanto acesso ao conhecimento que a única coisa impedindo alguém de chegar onde quer é a determinação. Como qualquer outra profissão, falando como engenheiro de mixagem, a prática e vontade de aprender e questionar “por que isso é desse jeito?” ou “será que eu não posso usar isso de um outro jeito para chegar no resultado que eu quero?” são fatores que vão colocar alguém, quem for que seja, na frente de muitos. RB: Alguma dica de onde aprender mais sobre mixagem e engenharia de áudio? RF: Sim, vários lugares. Online existem plataformas como canais no YouTube (Pensado’s Place, Produce Like a Pro, Pro Tools Expert, Audio R eporter, etc); existem escolas no Brasil, como o IAV, IATEC, Anhembi Morumbi, Faculdade Belas Artes; e eventos como os workshops no Sonastério, workshops do Cris Simões, Beto Neves, Semanáudio. Só não aprende quem não quer!


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A Iluminação Cênica tem se desenvolvido a partir de tecnologias, relacionadas aos materiais, às fontes de iluminação, equipamentos e protocolos de comunicação, entre outros elementos associados à evolução e inovação. No entanto, as grandes transformações ocorreram graças aos estudos pesquisas – englobando métodos e técnicas; pesquisas – possibilitando a criação e recriação de soluções; e publicações, fundamentais para a disseminação de conhecimentos. A partir desta conversa, serão abordados vários aspectos, históricos, acadêmicos, tecnológicos e operacionais, entre outros, de maneira a explorar outras temáticas sobre tão fascinante assunto: a Iluminação Cênica.

Figura 1: Aspecto do interior do Albee Theatre no fim da década de 1920 (Cincinnati, Ohio, EUA). Fonte: University of Maryland (Online).

ILUMINAÇÃO CÊNICA: ESTUDOS, PESQUISAS E PUBLICAÇÕES (PARTE 1) Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisador em Iluminação Cênica.

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enário: metade da década de 1920. No auge da “Era do Jazz”, o cinema era dominado por Charles Chaplin; nas rádios, George Gershwin reinava com sua Rhapsody in Blue; na economia global, havia uma euforia proporcionada por

uma prosperidade ainda não percebida em decorrência das consequências da Primeira Guerra Mundial. Nas artes plásticas, as estéticas sarcásticas do Dadaísmo de Marcel Duchamp e Hugo Ball já se configuravam como re-


Figura 2: Método de McCandless – protagonistas e expressões. Fonte: au-di-tions.com (Online)

ferência do ‘passado’ para um novo movimento – o Surrealismo - no mesmo patamar de expressividade, mas agora a partir do inconsciente e identificado nas obras de René Magritte e Salvador Dalí. Na arquitetura e na produção de luminárias residenciais, as linhas de expressão eram marcadas pela simetria, formas geométricas e angulares do estilo Art Déco. Fundamental também nesse período foi a imensurável influência da Bauhaus: escola alemã que combinou o estudo de arte, arquitetura e design em uma abordagem multidisciplinar (e que em 2019 completará 100 anos). No Brasil, ainda se colhiam os frutos da Semana de Arte Moderna (1922) e expandiam-se as transmissões de rádio pelo território nacional.

Se fosse possível elaborar um panorama conclusivo sobre aquele período, ainda assim não possibilitaria a contemplação de todos os elementos que envolveram as artes e cultura; política e economia; pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Na Iluminação Cênica, muitos avanços já eram percebidos nos teatros com a gradativa substituição das luminárias com lâmpadas de arco de carbono pelos holofotes com lâmpadas incandescente de 1000 Watts, mais seguras e eficientes. Nessa conjuntura histórica, artística e tecnológica é que surge um dos mais importantes nomes na História da Iluminação Cênica, sendo um dos precursores no ensino/formação para/de Lighting Designers. Stanley Russel McCandless, arquiteto, designer, autor, consultor de

iluminação e professor na Universidade de Yale (de 1925 a 1964), foi provavelmente o mais influente professor no campo da iluminação teatral e cênica. Nascido em Chicago (Illinois, EUA) no dia 9 de maio de 1897, após se formar na Universidade de Wisconsin no ano de 1920, McCandless recebeu, três anos mais tarde, o grau de Master of Arts em Arquitetura pela Universidade de Harvard. Antes de ingressar na carreira acadêmica, trabalhou como arquiteto desenvolvendo projetos de interiores e, nesses ambientes, projetos de luminárias. Como exemplo do seu fascínio pela integração de soluções para teatros/residências, McCandless utilizou um refletor elipsoidal originalmente projetado

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Figura 3: Método de McCandless – diagrama bidimensional e elementos básicos. Fonte: Humans of Hamburg (Online)

para interiores de casas naquele que seria o Center Theatre, na cidade de Nova York (em 1932). Essas unidades se constituiriam nos protótipos dos refletores elipsoidais que ele criou para Edward “Ed” Kook e Joseph “Chuck” Levy, fundadores da Century Lighting, mais tarde, Lekolite. Com importantes contribuições de George Pierce Baker (1866-1935), colega que conhecera em Harvard,

grama de iluminação de palco. Mas seria decisiva a pesquisa produzida por McCandless nos anos seguintes, que eternizaria o seu nome e revolucionaria o aprendizado e o ensino da Iluminação Cênica. Pela proximidade da Universidade de Yale daquele que era intitulado o ‘centro do teatro americano’ (distância de aproximadamente 3km daquela universidade), ‘Mac’ (como era informalmente chama-

McCandless utilizou um refletor elipsoidal originalmente projetado para interiores de casas naquele que seria o Center Theatre, na cidade de Nova York. implementaram a Escola de Teatro da Universidade de Yale em 1925. No ano seguinte, foi ofertada a primeira turma acadêmica em ‘Iluminação de Palco’. Nesse mesmo ano foi elaborado aquele que seria o primeiro glossário de Iluminação Cênica a ser publicado, e na sequência, em 1927, McCandless também elaborou e publicou o primeiro pro-

do) já havia conhecido diversos produtores de shows da Broadway, muitos deles que encenavam apresentações no Shubert Theatre, teatro com 1600 lugares que que havia sido inaugurado na década anterior (1914) na cidade de New Haven (Connecticut, EUA). Lá ele colocaria em prática alguns dos seus promissores estudos. Um dos principais objetivos das pes-


Figura 4: Método de McCandless – realismo e dramaticidade. Fonte: Theatre Crafts (Online)

quisas de McCandless estava relacionado à interação dos protagonistas no palco com a iluminação. Nessa perspectiva, os atores deveriam ser totalmente iluminados, mas também emoldurados pelas luminárias. A iluminação total seria fornecida por pelo menos duas fontes de iluminação pelos lados opostos, acima do plano dos atores em cerca de 45 graus e aproximadamente 90 graus entre

lucionaria a Iluminação Cênica, uma vez que a percepção desse experimento deveria ser analisada como uma composição tridimensional. Ainda nessa mesma experiência, McCandless determinaria que uma dessas luzes do par primário – ou principal - deveria ser “fria” em relação à outra, “quente”. Na prática, uma luz mais azulada (temperatura de cor mais elevada) e a outra no padrão

A iluminação total seria fornecida por pelo menos duas fontes de iluminação pelos lados opostos, acima do plano dos atores em cerca de 45 graus e aproximadamente 90 graus entre uma e outra fonte de luz. uma e outra fonte de luz. Essas duas luzes deveriam vir, obrigatoriamente e naturalmente, de direções opostas. A iluminação superior também poderia ser utilizada para preenchimento da mesma forma que as luzes periféricas. Mais tarde McCandless descreveria esse posicionamento em ângulos como “diagonais de um cubo no centro da área de atuação”. De fato, isso revo-

âmbar (temperatura de cor mais baixa) alternadas e equilibradas, propiciariam uma sensação de realismo - inventada e já utilizada no início do século XX pelo escritor e diretor de teatro russo Constantin Stanislavski. Mas diferentemente de Stanislavski, McCandless posicionaria uma luz com a capacidade de preencher as sombras deixadas pela luz comple-

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Figura 5: Método de McCandless – enaltecimento e emolduração. Fonte: Oxford Cambridge and RSA Examinations (Online).

mentar de modo a produzir um grau de profundidade, condicionando à luz uma habilidade de ‘maquiar’ os rostos dos atores, ora proporcionando exagero ora claridade nas faces dos protagonistas, enaltecendo a transmissão de emoções e impressionando os expectadores, com ineditismo ímpar. Outros conceitos e contribuições de McCandless estão relacionadas à abordagem projetual do espaço cênico (das dimensões aos trajes), análise e configuração dos instrumentos de iluminação, princípios geométricos dos planos e orientações tridimensionais, qualificação dos resultados (oferecendo visibilidade, foco seletivo, composição e humor) tanto para a imaginação como realismo. Nesta última condição, para tornar o cenário ainda mais realista,

quatro outras luminárias deveriam ser usadas para cobrir uma determinada área do palco, por meio de dois pares em ângulos de 45 graus, de modo que em cada lado da face do ator fosse iluminada com uma luz quente e outra fria. Isso permitiria que o Lighting Designer (ou operador) trocasse a luz quente de um lado dos atores para o outro, simulando a passagem do sol na vida real. A esse método de iluminação foi intitulado o “Método McCandless” direcionado e desenvolvido para Iluminação Cênica, e proposto pela primeira vez em seu livro A Method of Lighting the Stage (Um Método de Iluminação do palco, tradução nossa) sendo uma das mais fundamentais e imprescindíveis referências e uma ObraPrima sobre o assunto, sendo um fundamento moderno da ilumina-

ção de palco. Durante 39 anos na Universidade de Yale, Stanley McCandless foi professor de alguns dos mais importantes Lighting Designers de todos os tempos, incluindo Jean Rosenthal e Tharon Musser, que serão abordados em conversas futuras. McCandless se aposentou do ensino superior em 1964 e morreu três anos depois, com 70 anos de idade (em 1967). Considerado como o ‘pai dos Lighting Designers’, fica uma singela homenagem e gratidão a um dos mais influentes e generosos mestres da História da Iluminação Cênica. Abraços e até a próxima conversa!

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br

TAVITO

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1947 2019

Foto: George's Studio

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essoas como Tavito fazem com que a gente queira que o Céu exista de verdade, porque esse seria o único lugar digno de recebê-lo após sua intempestiva e surpreendente partida. Ainda no Natal de 2018 estávamos nós lá em casa, com nossas famílias, festejando a vida. E de repente, isso. Claro que é ilusão conceber a morte como alguma coisa alheia ao que vivemos, mas há pessoas que não desa-

Nenhum aspecto musical era estranho a ele: produção, arranjos, jingles, voz, violões, guitarras... Quando o conheci fiquei impressionado com o desembaraço com que fazia soar lindamente sua duríssima viola Vox de 12 cordas. Me acreditem, porque tentei tocá-la... seus encadeamentos harmônicos de acordes à primeira vista simples eram sucessivos “ovos de Colombo”. “Como não pensei nisso antes?” – enlouquecia eu, ao

Nenhum aspecto musical era estranho a ele: produção, arranjos, jingles, voz, violões, guitarras... Quando o conheci fiquei impressionado com o desembaraço com que fazia soar lindamente sua duríssima viola Vox de 12 cordas.

parecem de todo: mais dia, menos dia, poderiam talvez entrar de novo por nossa casa adentro, sem nenhuma cerimônia, burlando a realidade do mesmo jeito que viveram, imersas em sonhos. Viver não é para amadores, mas pode ser viável para sonhadores profissionais, e Tavito era um dos integrantes dessa turma.

vê-lo passear por qualquer música com uma facilidade irritante, destrinchando o complicado como quem almoça um delicioso arroz-com-feijão. Sua melodia para “Casa no Campo” é um claro e óbvio exemplo disso, sem falar em “Rua Ramalhete”, onde o inesperado que ele gostava de ver acontecer fez com que melodia e


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM Foto: Marina Malheiros / Estadão / Divulgação

harmonia começassem por onde outros menos avisados e espertos deixariam para o meio. Compor é isso. Onde o conheci? Em 67 ou 68, em Juiz de Fora, naqueles festivais repletos de mineiros onde nós, cariocas, nos entrelaçávamos com eles? ( o que resultou no que hoje chamamos de “Rock Rural” e “Clube da Esquina”). Na reportagem que fiz- como editor de música e fotógrafo do “Correio da Manhã” – sobre o Som Imaginário, no apartamento onde eu morava no Jardim de Allah? no bar Sachinha’s, no Leme, ponto de encontro de jovens músicos emergentes nos anos 70, onde comecei minha parceria com Zé Rodrix? No nosso primeiro trabalho juntos, quando ele foi sugerido pela Odeon como produtor e arranjador do meu single solo antes da formação do Sá, Rodrix & Guarabyra? Nossos caminhos se cruzaram de tal maneira que fica impossível lembrar a primeira vez. Mas sei que nos entendemos desde sempre, que compusemos dezenas de músicas juntos, que ele produziu vários discos de Sá & Guarabyra com e sem Rodrix, que perdi a conta de quantos jingles fizemos enquanto sócios na Miolo Propaganda, que concordamos alegremente e discordamos educadamente em sabe Deus quantas ocasiões em que nossas opiniões foram postas à prova. Amizade é isso. Numa triste madrugada de maio de 2009 recebi seu

telefonema que me informava da morte de Zé Rodrix, nosso irmão em comum. A notícia era de tal maneira inacreditável que a princípio duvidei do que estava escutando. Só acreditei porque era ele, Tavito, quem me contava. Eu, carioca em Minas, e ele, mineiro em São Paulo, nos abraçamos à distância como sobreviventes de um naufrágio. E agora, dez anos depois, Tavito parte também, contrariando o otimismo que - no Natal passado - me fez acreditar que ainda poderíamos conviver por muito tempo. Criar novas músicas. Produzir outros discos. Fazer sei lá mais o quê juntos. Porque morar em cidades diferentes não nos afastava. Sempre acreditei na sua resiliência, porque sabia que ele não era pessoa de deixar alguma coisa pela metade. Mas não podemos sempre confiar nas nossas expectativas. Tombos existem. Ignorá-los é bobagem, esperar por eles é idiotice. A cada momento temos que aprender a prosseguir nessa corda bamba que é existir e resistir. Resistir às perdas é crucial, porque a vida é um fio que a todos nos une. Então vamos em frente sem Tavito. Sem aqueles acordes. Sem aquelas vocalizações tão bem armadas. Sem aquelas músicas de acordes tão bem encadeados. Sem aquele humor inteligente. Sem aquele abraço, amplo, apertado e sincero. Sem o que nos lembra que com Tavito teríamos um amigo sempre a postos. Mas isso é real. Isso é viver. E o mundo é assim.

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SOM NAS IGREJAS

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