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Sumário Ano. 26 - Maio / 2019 - Nº 294
Foto: Divulgação
Preview: TwinPlex, da Shure
No Brasil para uma série de palestras, Demo Casanova – produtor e engenheiro de som que já trabalhou om Madonna, Jay-Z e Timbaland – dá as dicas para entrar e se colocar na indústria da música
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NESTA EDIÇÃO 08 Vitrine áudio O diafragma de médias do falante coaxial DCX464, da B&C, cobre de 300 Hz a 5,5 kHz com sensibilidade de 110 dB. Veja também as caixas da Vantec Series, da D.A.S, o sistema de conferências Atuc - IR , da AudioTechnica e o array compacto Maui, da LD Systems .
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30 Produção musical O produtor musical Ricardo Mendes dá as dicas para o uso do pré-delay do reverb.
34 Pro Tools Cristiano Moura mostra os vários caminhos do software de gravação. Foto: George's Estúdio
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A linha atende às mais diversas necessidades em aplicações de teatro, broadcast, cinema e televisão.
Rápidas e Rasteiras Entre os destaques, o som da TV Globo no carnaval, atrações do palco Sunset, no Rock in Rio e o novo trabalho de Gal Costa.
20 Por aí Gustavo Victorino traz as notícias mais quentes do mercado.
48 Vida de artista Luiz Carlos Sá conta sobre carros antigos, novos e viagens.
Edição 294 - Maio 2019 Foto: Miguel Sá
Musikmsse & Pro Light+Sound Frankfurt, na Alemanha, recebe visitantes para um dos maiores eventos da indústria de áudio e instrumentos musicais do mundo.
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ILUMINAÇÃO 18
Expediente Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenador de conteúdo Miguel Sá redacao@backstage.com.br Revisão Miguel Sá Colunistas: Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Luiz Carlos Sá e Ricardo Mendes Ed. Arte / Diagramação / Redes Sociais Leonardo C. Costa arte@backstage.com.br Capa Arte: Leonardo C. Costa Foto: divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 arte@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br
Vitrine iluminação O Boreal 450 Zoom tem como principais características a função de zoom suave entre 8o e 60o . Veja também, Fox Spot 90W, Megapar 750W e o PCPS-1000.
Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax: (21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.
28 Preview iluminação LightShark é um sistema de controle que possibilita simulações em 3D da cena de iluminação.
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O Futuro éo presente
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Também na Musikmesse & Pro Light + Sound, a procura por novos caminhos foi um tema recorrente. Seja nas exposições ou nos fóruns e demonstrações de produtos, a realidade virtual e o som em 3D são o futuro do trabalho com áudio. Na verdade, um futuro já presente: novos equipamentos já estão sendo lançados a partir destes conceitos. Tudo está na matéria que começa na página 40.
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negócio da música passou por muitas mudanças nos últimos 20 anos. Tantas mudanças e indefinições podem levar ao desânimo quem quer trabalhar na área. O que Demo Casanova procura demonstrar, nas suas palestras e na entrevista, é que sempre há um caminho para se fazer o que gosta, e não é diferente na indústria da música. Persistência e profissionalismo são as palavras chave.
Além das matérias, nesta edição há muitos novos produtos nas seções vitrine e preview. É possível encontrar desde os que foram lançados na Musikmesse até os especialmente apurados pela revista aqui no Brasil mesmo, tanto para áudio como iluminação. Também destacamos as colunas de Ricardo Mendes, com os macetes do pré-delay, e Cristiano Moura, apresentando os atalhos do Pro Tools. Aqui o passo a passo é fácil. E para informar e divertir, Gustavo Victorino e Luiz Carlos Sá trazem ao leitor o melhor do mundo da música. Entre passado, presente e futuro, não poderíamos deixar de homenagear aqui o que é atemporal. Fica o nosso agradecimento à madrinha do samba, Beth Carvalho, que apresentou ao grande público desde Nelson Cavaquinho até Zeca Pagodinho. Graças a ela, em uma época que o samba era marginalizado na indústria fonográfica – concentrada então na MPB e no rock – o Brasil conheceu sambistas que, provavelmente, não teriam ganho a projeção que tiveram sem a voz da Madrinha. Beth Carvalho presente! Esta é a nossa edição de maio. Boa leitura! Miguel Sá
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VITRINE ÁUDIO| www.backstage.com.br
B&C DCX 464
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https://www.bcspeakers.com/en/products/ coaxials-hf/1-4/16/DCX464-12 O diafragma de médias do falante coaxial DCX464 cobre de 300 Hz a 5,5 kHz com sensibilidade de 110 dB. A bobina tem 100 mm. Já o diafragma de alta frequência com bobina de 64 mm cobre de 3 a 18kHz com sensibilidade de 112,5 dB. Um integrador de médio porte permite que os dois diafragmas trabalhem em harmonia em uma ampla largura de banda, para maior flexibilidade de crossover e saída combinada. Materiais novos e milhares de horas de modelagem e testes resultam em menor distorção em SPLs mais altos.
D.A.S VANTEC SERIES https://www.dasaudio.com/en/cp/vantec-ensystems/ A D.A.S. lança a nova série Vantec de sistemas portáteis. Ela é composta por quatro modelos disponíveis em configurações ativas e passivas. A série incorpora sistemas de duas vias de 12 e 15 polegadas, um sistema de três vias duplas de 15 polegadas empregando uma configuração de “banda dupla” e um único sistema de subwoofer de 18 polegadas. O Vantec 12A é um sistema biamplificado de 12 polegadas alimentado por um amplificador de dois canais que fornece 1500 watts de energia. O gabinete oferece uma resposta de freqüência de 60 Hz a 20 kHz e um pico máximo de SPL de 135 dB. Para aqueles que necessitam de resposta de frequência mais ampla, especialmente nas freqüências mais baixas, o Vantec 15A equipado com um woofer série 15 polegadas “F” oferece uma faixa de frequência de 45 Hz a 20 kHz. O Vantec 215A está equipado com woofers duplos de 15F para aplicações que requerem maior SPL em geral e uma resposta de graves mais potente, como sistemas de DJ móveis. O amplificador de três canais oferece 750 canais para uma potência total de 2.250 watts. O Vantec 215A opera em uma configuração de “banda dupla”, em que cada alto-falante opera em uma faixa de frequência específica.
AUDIOTECHNICA ATUC-IR http://www.pridemusic.com.br/audiotechnica/ Baseado no já estabelecido ATUC-50, o ATUC-IR também inclui recursos como controle total via controle remoto da web, funcionalidade de controle de IP para acesso de outros sistemas de controle e um supressor de feedback embutido. Com tecnologia de transmissão de infravermelho sem fio, as unidades de discussão podem ser colocadas em locais fios não podem ser usados, como edifícios históricos, por exemplo. A tecnologia de transmissão por infravermelho promete segurança: o que é falado não sai da sala. O sistema ATUC-IR contém vários recursos que incluem o uso simultâneo de uma unidade de microfone por duas pessoas ao mesmo tempo, o melhor desempenho de transmissão e recepção por infravermelhos e duas baterias intercambiáveis que podem ser substituídas durante o uso.
LD SYSTEMS MAUI SERIES https://www.ld-systems.com/en/series/maui-series/ Os sistemas de coluna ativos Maui, da LD Systems, oferecem uma solução de PA completa e compacta. Eles são muito fáceis de transportar, podem ser configurados rapidamente e misturam-se em qualquer configuração por conta da aparência discreta. A configuração do line array, o processamento do sinal digital e a amplificação individualizada das bandas de frequência por amplificadores de potência separados garantem um ângulo de dispersão especialmente grande e uma distribuição de som homogênea no local a ser coberto. Com bom desempenho de áudio e manuseio simples, os sistemas Maui são adequados para uma variedade ampla de aplicações.
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TITÃS ASSINA A MEMORABÍLIA 001 DO HARD ROCK HOTEL FORTALEZA A inauguração do primeiro Hard Rock Hotel no Brasil será em 2020, em Fortaleza, mas a memorabília do empreendimento já recebeu sua primeira peça. O músico Tony Bellotto assinou a guitarra 001 que fará parte da coleção de peças memoráveis no mundo do rock. Branco Mello e Sérgio Britto também assinaram instrumentos. O baixo com o autógrafo de Branco vai para as paredes do Hard Rock Café Fortaleza, inaugurado há um mês, e a guitarra assinada por Sérgio será doada para a coleção mundial da holding do Hard Rock, na Flórida, podendo ser exposta em qualquer lugar do mundo. Outras guitarras que já compõem a memorabília de outros hotéis da marca Hard Rock são de Eddie Van Halen, Slash, Paul McCartney, Paul Stanley, do Kiss, e Tony Iommi, do Black Sabbath.
Foto: Divulgação
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PITTY LANÇA NOVO ÁLBUM, O MATRIZ, PELA DECK
Composto e gravado durante a primeira parte da turnê Matriz, o disco partiu da ideia de revisitar origens, chegar na matriz sonora e perceber como isso se comporta nos dias de hoje. O álbum foi gravado parte no Rio, no Estúdio Tambor, parte em São Paulo e parte em Salvador, onde Pitty nasceu e viveu até os 23 anos quando foi para o Rio gravar o primeiro disco. Na busca por suas origens acabou trazendo algumas referências da Bahia. Assim, participam do álbum os baianos Lazzo Matumbi (Noite Inteira e Sol Quadrado), Larissa Luz (Sol Quadrado), Nancy Viegas (Noite Inteira) e BaianaSystem (Roda). Entre as 13 faixas há duas releituras, de Motor (Teago Oliveira), da banda Maglore e Para o Grande Amor, de Peu Souza. Todas as faixas foram produzidas por Rafael Ramos, com exceção de Redimir, produzida pelo pernambucano Pupillo, que também tocou percussão, bateria e programação eletrônica. Matriz foi lançado dia 26 de abril nas plataformas digitais. Também será lançado em seguida, em CD, vinil e cassete.
Rede Globo utiliza tecnologia de operação remota no som do carnaval A transmissão do carnaval pela Rede Globo teve uma novidade na área técnica este ano: a operação remota de áudio e vídeo. Entre operadores de áudio, sonoplastas, supervisores e suporte, a emissora teve cerca de 20 profissionais ligados ao áudio trabalhando na transmissão. O assessor técnico da área de áudio Carlos Ronconi falou com exclusividade para a Revista Backstage a respeito do áudio da TV Globo na avenida. Revista Backstage - Como é a estrutura de transmissão? Carlos Ronconi - A transmissão está estruturada entre o Desfile em si e a cobertura jornalística do evento. Cada parte é operada por um sistema independente e redundante de áudio e video. O áudio do Desfile faz a mixagem da bateria, harmonia e puxadores e ambiência e a parte jornalística cuida da narração, comentaristas e repórteres RB - Qual o caminho que o sinal faz desde quando chega pra vocês? CR - Neste ano, com a operação remota, os sinais do desfile, captados pela concessionária da sonorização (GABISOM), chegavam até a emissora via link de fi bra óptica e eram somados a mais alguns microfones exclusivos que também vinham por esse link. Os narradores e comentaristas vinham através de outro link independente. RB - Quantos canais entram na mesa de mixagem de vocês? Com o quê? CR - Aproximadamente 40 ca-
nais com surdos de 1ª, 2ª e 3ª, over de caixas, repiniques, tamborins, cuícas e, dependendo de cada Escola, cavacos, violões e 8 vozes. Microfones de ambiência também. RB - Vocês testaram alguma tecnologia nova este ano? CR - O tráfego dos canais de áudio via um link dedicado e uma transmissão interna experimental em Dolby ATMOS RB - Houve alguma mudança importante em relação ao ano passado? CR - A Transmissão Remota nos possibilitou um operação de áudio totalmente remota sem a necessidade de uma Unidade Móvel de Áudio no Sambódromo. RB - A chuva que aconteceu teve algum impacto no trabalho de vocês? CR - Tivemos alguns problemas com um console de mixagem devido à sobretensão causado por indução de um raio que caiu próximo ao Sambódromo no temporal da sextafeira, mas tínhamos uma unidade stand-by que foi colocada em operação. RB -Quais são os objetivos da mixagem para TV do áudio do carnaval? Já é possível passar toda a “pressão” da bateria? CR - O objetivo da mixagem para a TV é passar a emoção, o calor do evento ao telespectador. A “pressão” vem como resultado dessa emoção. Através da mixagem estéreo ou da mixagem em surround, temos o envolvimento de quem está em casa assistindo à transmissão.
Foto: Vinícius Giffoni
HOMENAGEM A ARTHUR MAIA NO TEATRO MUNICIPAL DE NITERÓI LANÇA DVD PÓSTUMO
Em 2015, ainda em plena atividade como secretário municipal de cultura em Niterói, Arthur Maia gravou, no Teatro da Uff, um DVD com banda e convidados. Os músicos que tocaram são alguns dos melhores do Brasil: na bateria Felipe Martins e Di Stéffano; nos teclados, Luiz Otávio e Claudio Andrade; na guitarra, Ticão Freitas e Fernando Caneca; no saxofone e flau-
ta, Marcelo Martins; no trompete e flugel, Jessé Sadoc; no trombone, Aldivas Ayres; na percussão, Enio Taquari e Gustavo Carvalho; no bandolim, Sérgio Chiavazzoli e no baixo, o convidado e pupilo especialíssimo Michael Pipoquinha. O projeto foi feito de forma independente. Com a direção de Arthur Maia e Vinícius Sá, ele foi produzido pelo pró-
prio Vinícius; Lourival Franco; Cyro Neto; pelos engenheiros de som Léo Garrido, que gravou, e Flávio Senna, que mixou, e ainda por Carlos Freitas, que fez a masterização. A produção executiva é de Meire Oliveira. O DVD demorou um tempo para que fosse concluído: foram dois anos até a finalização, em 2017. O lançamento era para ter sido no dia 09 de abril, no Teatro Municipal de Niterói. Por conta das chuvas que assolaram a região do grande Rio, foi transferido para o dia 15 de abril, com duas sessões: uma às 17, outra às 19. Entre os músicos que participaram da homenagem, além de Michael Pipoquinha, o anfitrião, no baixo, estiveram Ticão Freitas, Felipe Martins, Luiz Otávio, Marcelo Martins, Jessé Sadoc, Aldivas Ayres de Lima e Vanderlei Silva. Entre as participações especiais, Michel Barcellos no baixo, Thais Motta, Mart’nália e Ivan lins na voz, Zé Luiz Maia no baixo e Marcelo Ferreira no violão e voz.
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videoclipe do DVD
DETONAUTAS ROQUE CLUBE FAZ SHOW NO PALCO SUNSET DO ROCK IN RIO 2019
A Pele do Futuro Ao Vivo Foto: Divulgação
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Gal Costa lança
Antecipando o DVD A Pele do Futuro ao Vivo, Gal Costa lança entre maio e junho, pela Biscoito Fino, dois videoclipes com canções que nunca havia gravado. Captados ao vivo, os filmes têm direção de Rafael Gomes, premiado pelas montagens mais recentes de Um Bonde Chamado Desejo e Gota d’Água. No dia 17 de maio, chega às plataformas digitais a faixa O que É que Há, hit de Fábio Jr. em sua primeira fase. Parceria do cantor com Sérgio Sá, a canção foi lançada originalmente no álbum Fábio Jr., de 1982. A versão ao vivo de Gal, um dos momentos mais catárticos do show A Pele do Futuro, tem apenas a voz da cantora e o piano de Chicão. Para o lançamento do dia 17, a faixa ganhou cordas de Felipe Pacheco Ventura, da banda carioca Baleia. Em junho, Gal lança Motor, blues-rockbalada escrito por Teago Oliveira, vocalista da jovem banda baiana Maglore. A música foi lançada originalmente pela Maglore no álbum Vamos pra Rua (inde-
pendente), de 2013. Gal se identificou especialmente com a canção por ver uma relação entre Motor e o clássico Vapor Barato (Jards Macalé/ Waly Salomão), lançado por ela em 1971. A versão de Gal tem Pedro Sá na guitarra, Pupillo na bateria, Chicão no teclado, Lucas Martins no baixo e Hugo Hori no sax. As gravações dos dois singles aconteceram nos dias 22 e 23 de março, na Casa Natura Musical, em São Paulo. O que É que Há foi registrada à tarde, sem a presença da plateia, o que lhe rendeu características de gravação em estúdio. Motor foi registrada durante o show, com o público fervendo. O áudio do show foi gravado e mixado por Duda Mello, o mesmo que cuidou de Estratosférica ao Vivo (2017). Com direção geral de Marcus Preto e direção musical de Pupillo, o show A Pele do Futuro estreou em dezembro de 2018, em São Paulo. E segue em turnê. As edições completas de A Pele do Futuro ao Vivo, em CD e DVD, chegam ao público em setembro pela gravadora Biscoito Fino.
Convidados para tocar no Palco Sunset do Rock in Rio 2019, no dia 28 de setembro (sábado), para o encontro inédito com o grupo Pavilhão 9, o Detonautas Roque Club já inicia os trabalhos para o show inédito, no dia 28 de setembro. Em maio o DRC lança música inédita produzida pela ASIGLA, que ganha clipe rodado em Porto Alegre e na comunidade do Vidigal, no Rio, e marca a parceria da banda Detonautas Roque Clube com o rapper Pelé MilFlows (1kilo). A canção Ilumina o mundo chega em maio às plataformas digitais e fala da valorização da vida, ao retratar que em meio a solidão e aos problemas sempre haverá luz para a solução. O CVV - Centro de Valorização da Vida, entidade com 57 anos de história, que oferece apoio emocional gratuitamente pelo telefone 188, apoia a iniciativa dos artistas. Tico Santa Cruz assina o roteiro do clipe, em parceria com o diretor Vinicius Barros Goncalves e dos roteiristas Cassio Machado Henrique e Antônio Fountoura. Ainda no melhor estilo ótimas notícias, a banda comemora o expressivo número de 100 mil inscritos no canal oficial no YouTube.
SORRISO MAROTO AO CUBO, AO VIVO, EM CORES O Sorriso Maroto inovou ao gravar o projeto Ao Cubo, Ao Vivo, Em Cores, que já tem todas as músicas disponíveis nas plataformas digitais. Em um cenário em formato de cubo com painéis de luzes coloridas, o grupo, posicionado ao centro sob um pequeno palco quadrado, se apresentou para uma plateia de 300 fãs – tudo isso registrado por aparelhos celulares que transitavam pelo cenário. Além das músicas lançadas anteriormente como uma amostra do projeto no EP1, chegam agora cinco faixas. 50 Vezes traz a participação de Dilsinho. O projeto tem um total de 11 músicas. Confira completo no link abaixo: https://smb.lnk.to/AoCuboAoVivoEmCores
JORGE MAUTNER LANÇA NOVO ÁLBUM
Treze anos após o lançamento de seu último disco de estúdio, Revirão(2006), Jorge Mautner volta a publicar um repertório musical inédito. Não Há Abismo Em Que o Brasil Caiba (Deck), cujo título é do filósofo português Agostinho
da Silva, é um álbum produzido em parceria com o Tono, grupo de Bem Gil, Rafael Rocha, Bruno Di Lullo e Ana Lomelino, que vem acompanhando Mautner nos palcos desde 2013. O Brasil é o tema central do disco em que Jorge não se cansa de saudar a Jesus Cristo e aos tambores do candomblé, em uma celebração incansável da amálgama brasileira, que o vem fascinando e servindo de inspiração ao longo de toda sua carreira. De José Bonifácio e Joaquim Nabuco a Dona Catulina e Marielle Franco (as duas com canções dedicadas a elas), os novos versos de Jorge pretendem fazer uma reflexão sobre a sociedade brasileira. Do ponto de vista da produção musical, o álbum traz pela primeira vez na discografia de Mautner uma canção gravada apenas com sua voz e o acompanhamento de seu próprio violão, Destino. O novo disco tem como faixa de abertura a música intitulada Ruth Rainha Cigana, feita por Jorge em homenagem a
sua relação de mais de 50 anos com a companheira Ruth, mãe de sua filha Amora e avó de sua neta Júlia, também celebradas pela canção. E das 14 faixas que compõe o disco, a única não inédita é Yeshua Ben Joseph, ode a Jesus filho de José, gravada por ele nos anos 80 com seu grande parceiro Nelson Jacobina, para quem esse novo álbum é dedicado. Para as apresentações de lançamento do novo trabalho, Jorge se junta mais uma vez ao Tono, com Bem Gil na guitarra, Rafael na bateria e percussão, Bruno no baixo e sintetizador, e Ana Lomelino (Mãeana) nos vocais. Misturando seu repertório mais recente com os clássicos de sua obra. Não Há Abismo Em Que o Brasil Caiba já está disponível em todas as plataformas digitais e também será lançado em CD pela gravadora Deck e em vinil pela Noize Record Club. https://JorgeMautner.lnk.to/ NaoHaAbismoEmQueOBrasilCaibaPR
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Foto: Divulgação
No dia 20 de março, durante a cerimônia de abertura da 146ª Convenção da AES em Dublin, Irlanda, Joel Brito, que já foi presidente e atualmente exerce o cargo de tesoureiro da AES Brasil, recebeu o prêmio Fellowship, concedido pela entidade por conta de realizações notáveis em engenharia de áudio, pesquisas e con-
tribuições para a AES. A cerimônia foi apresentada pelo Presidente do Comitê de Prêmios da AES, Alex Case, e pela Presidente da AES, Nadja Wallaszkovits. Joel Brito foi premiado por conta da sua contribuição, como membro da AES, para o avanço da indústria do áudio no Brasil e na América Latina.
ALBUM ACÚSTICO DE THIAGUINHO CHEGA NO MERCADO Thiaguinho lança o álbum AcúsTHico, que mostra um lado mais intimista e romântico do cantor. O projeto contém 23 músicas, sendo seis novidades: duas inéditas e quatro regravações. O single Eu Ando Mentindo Demais, em parceria com Luan Santana, é acompanhado de clipe, que já está disponível no canal do Youtube de Thiaguinho. A outra faixa exclusiva é Eu Não Sou Os Outros, música que fala sobre as comparações feitas com ex-namorados em um relacionamento. A Estrada, Do Nada, Sem Ar e Versos Simples são os singles que ganharam uma nova roupagem acústica na voz de Thiaguinho. Todas elas ganharão clipes que estarão disponíveis até o dia 18/05. As outras 17 faixas que completam o álbum foram lançadas em três EPs, entre agosto e dezembro de 2018.
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Joel Brito, da AES Brasil, é premiado na convenção da AES em Dublin, na Irlanda
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ANDRE FARIA LANÇA TRABALHO
Bootsy Collins e Mano Brown
O grande anúncio do Palco Sunset ficou por conta da última parceria a ser divulgada, entre o rapper Mano Brown e o lendário baixista americano Bootsy Collins. Famoso no começo da década de 1970 depois de se destacar com a banda The J.B.’s, de James Brown, Collins é considerado um dos principais nomes do funk americano. Este encontro promete elevar as temperaturas da Cidade do Rock com muito soul, rap e funk. O show acontece na quinta-feira, 27 de setembro, às 19h. O Rock in Rio acontece nos dias 27, 28 e 29 de setembro, 3, 4, 5 e 6 de outubro de 2019, na Cidade do Rock (Parque Olímpico, na Barra da Tijuca).
Depois de abrir para o Radiohead no Allianz Park com a banda que divide com seu irmão, a Aldo, The Band, André produziu a trilha global de Nike para Copa do Mundo com a Evil Twin Music, produtora-label-estúdiohub da dupla. Agora André lança seu projeto solo, o Jeremia. As letras do disco são inspiradas pela literatura de Dalton Trevisan e Rubem Fonseca, retratando temas como macumbas, viadutos, acidentes de moto, assassinos e solidão. O primeiro single, No Que Vai Dar, foi a primeira das 67 demos a ser gravada e foi a música escolhida para o videoclipe. Com direção de Cristina Streckwik e styling de George Krakowiak, o clipe faz parte de uma vertente visual que compõe o universo de Jeremaia. No Que Vai Dar acaba de ser lançado pela própria Evil Twin Music, de forma independente. Em breve será anunciado o lançamento do disco e turnê para o primeiro semestre de 2019.
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Prestes a completar 40 anos de carreira, Roupa Nova, uma das mais respeitadas bandas do cenário musical brasileiro, lançou, no dia 12 de abril, Destino o Casualidad, com participação da cantora mexicana Maite Perroni. A canção é uma versão da música cantada pelo espanhol Melendi. A versão de Ricardo Feghali, Kiko, Cleberson Horsth, Serginho, Nando e Paulinho, ganhou a participação mais que especial da cantora Maite Perroni, considerada uma das maiores personalidades mexicanas do mundo. Em sua mais recente passagem pelo Brasil, em 2018, Maite se juntou aos integrantes do Roupa Nova, no Rio de Janeiro, onde gravaram o clipe oficial da canção. Destino o Casualidad faz parte do projeto Novas do Roupa, com canções inéditas que serão lançadas nas plataformas digitais.
ROCK IN RIO: PALCO SUNSET DIAS 27, 28 E 29 Na sexta-feira, 27 de setembro, Karol Conka convida Linn da Quebrada e Gloria Groove. No dia 28, a programação é para os fãs de rock: a banda Ego Kill Talent abre os trabalhos com participação de Paulo Miklos e os cariocas do Detonautas Roque Clube prometem muita atitude em show com os paulistas do Pavilhão 9. Já os lendários Titãs tocam com Ana Cañas, Edi Rock e Érika Martins. No domingo do primeiro fim de semana de apresentações, Plutão Já Foi Planeta e Mahmundi fazem o show de abertura do Palco Sunset. Na sequência, Elza Soares convida As Bahias e a Cozinha Mineira, Kell Smith e Jéssica Ellen. Antes da headliner Jessie J, as cantoras IZA e Alcione farão uma união de estilos e atitude.
Rio Montreux Jazz Festival reunirá, em junho, 40 atrações no Pier Mauá e em vários outros palcos da cidade Foto: Gui Maia
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ROUPA NOVA LANÇA SINGLE COM CANTORA MEXICANA MAITE PERRONI
Gaetano Lops, Marco Mazzola, Ruan Lira e Claudio Romano
Na manhã da terça-feira, dia 16 de abril, no auditório do Museu de Arte do Rio, foi apresentado à imprensa e convidados o projeto do Rio Montreux Jazz Festival, que pela primeira vez será realizado na América Latina, nos mesmos moldes do festival que acontece na Suíça desde 1967. Com produção da Dream Factory, Gael e MZA Music e apresentação do Ministério da Cidadania, Mastercard e Claro, um dos mais importantes eventos de música do mundo acontecerá de 6 a 9 de junho no Pier Mauá, com ingressos pagos, e em vários palcos gratuitos espalhados pela cidade. Entre os artistas confirmados estão Stanley Clarke, Hermeto Pascoal, Al Di Meola, Yamandu Costa, Andreas Kisser, John Scofield, Steve Vai , Ivan Lins, Chucho Valdés e o Quarteto Tom Jobim com Maria Rita.
A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, re presentada na coletiva de imprensa pelo Secretário Ruan Lira, fará o apoio institucional. O produtor musical Marco Mazzola, responsável pela noite brasileira do Montreux Jazz Festival desde 1978, é o diretor artístico desta edição do RMJF, cujos ingressos para os três palcos (Ary Barroso, Tom Jobim e Villa-Lobos) dos Armazéns 2 e 3, no Pier Mauá, já estão à venda a partir desta data (16/04), com valores entre R$187, a inteira mais cara, e R$ 25, a meia entrada mais barata, no site Uhuu! (uhuu.com). Entre os cinco palcos gratuitos que serão montados pela cidade, o Parque Madureira receberá o Palco Pixinguinha, com área para receber um público de até 5 mil pessoas.
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BOREAL 450 ZOOM www.gobosdobrasil.com.br Este equipamento tem como principais características a função de zoom suave entre 8º e 60º para efeitos beam e wash com dimmer linear entre 0 e 100%. O sistema de ventilação é inteligente, com ajuste da temperatura de cor e design compacto e original. O consumo é de 450W. O AC aceita 110 e 240V. O LED é o 30 USA Luminus High Power x 15W com mix de cores Quad RGBW. O zoom eletrônico vai de 8º a -60º e a vida útil do equipamento é de 50.000 horas
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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br
CADERNO ILUMINAÇÃO
FOX SPOT 90W www.gobosdobrasil.com.br Este equipamento usa um LED branco de 90W que garante mais luminosidade que a de uma lâmpada tradicional de 575W. O iLED Fox Spot 90W é um equipamento destinado a uso profissional. Tem dois discos de Gobos intercambiáveis, disco de cores equipado com filtros dicróicos de alta qualidade, foco motorizado, prisma rotativo bi-direcional, íris linear, efeitos e strobo digital de alta velocidade (sem peças móveis). Ele utiliza 15 canais DMX e conta com movimentos de Pan e Tilt de alta resolução, com reposicionamento automático. É bivolt automático, consome 250W e pesa 12 kg.
MEGAPAR 750W http://www.gobos.com.br Esse equipamento foi concebido para ser um refletor prático, com design arrojado e de resultados. As lentes que acompanham o refletor permitem o ajuste rápido do ângulo do foco. Ele é feito para uso com lâmpadas HPL 750V. As lâmpadas podem ser G.9.5 - HPL 575W ou 750W; o corpo é em alumínio de alta resistência e acabamento, com praticidade na troca de lâmpada. A parabólica é altamente reflexiva. O barndoor opcional tem 4 faces e o equipamento tem quatro lentes para ajuste de abertura (15°, 19°, 30° e 50°). A alça é em metal com travas e as dimensões 240 X 290 X 280 cm (LxAxP) com peso de 4.1 kg.
PC - PS-1000 http://www.gobos.com.br Os PCs da KUPO são fabricados a partir de padrões rígidos, com todas as certificações internacionais que garantem produtos qualidade para iluminação profissional. Os refletores pretendem oferecer soluções eficientes tanto para instalações teatrais como para shows. O tamanho e peso reduzidos permitem praticidade no dia-a-dia dos eventos. No plano convexo, a potência é de1000 / 1200W, o soquete da lâmpada é GX9.5 e as lâmpadas são T19 / 1000W ou T29 / 1200W.
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GUSTAVO VICTORINO | www.backstage.com.br
RECADO Executivos e gestores são ótimos para tomar decisões administrativas e comerciais, mas na hora de decidir sobre a qualidade no desenvolvimento de equipamentos e instrumentos nada substitui os músicos.
FILME Dirigido pelo inglês Dexter Fletcher, do premiado Bohemian Rapsody, vem aí mais um filme baseado na música contando agora a história de Reginald Kenneth Dwight. O artista é vencedor de cinco prêmios Grammy e contabiliza mais de 300 milhões de discos vendidos no mundo. Para quem ainda não sabe, ele é mais conhecido como Elton John.
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INCOMPATIBILIDADE
Finalmente o ponto de equilíbrio foi atingido e a muamba em larga escala está em extinção no Brasil. Há mais de duas décadas luto nesse espaço pela conscientização do consumidor na hora de adquirir um produto legalizado, com nota fiscal e garantia. Os preços hoje praticados pelo mercado se mantém acima das lojas americanas, mas o risco de adquirir produto falsificado e sem garantia não justifica mais fugir dessa diferença.
ROCK Coincidência ou não, os dois dias de ingressos esgotados no Rock in Rio são dedicados ao rock. Os metaleiros bateram todos os recordes e esgotaram os ingressos vendidos on line em pouco mais de uma hora para ver Iron Maiden, Scorpions, Megadeth e Sepultura no dia 04 de outubro. Já no dia 06, o rock pop farofa do Muse, Imagine Dragons, Nickelback e Paralamas do Sucesso fazem a festa. E ainda dizem que o rock morreu...
RESPEITO Não entendo porque tanta crítica à volta dos irmãos Sandy & Júnior para alguns shows nostálgicos. Não gostar da música pretérita deles é um direito, mas criticar algo que marcou uma geração de crianças e pré-adolescentes sem ao menos ter ouvido me parece um certo exagero. O que me reconforta é saber que são os mesmos críticos que elogiam Pabllo Vittar e Anitta.
Usuários do Go-Mixer, da Roland, andam reclamando da incompatibilidade do dispositivo com o sistema Android 8 e posteriores. Depois da atualização desse sistema operacional, a pequena interface que funciona como um mixer de áudio para smartphones não sincroniza mais. Consumidores que buscaram suporte técnico se queixam que a empresa responde de forma evasiva e não apresenta solução. Com a palavra, a Roland do Brasil...
FALSIFICAÇÃO No país do vale tudo, a falsificação ficou tão escancarada que até os gráficos com os logos originais dos produtos copiados são vendidos abertamente em sites de compras e trocas na internet. Marcas como Fender, Gibson, Ibanez, Takamine e Yamaha são reproduzidas em apliques que fazem a festa de gente desonesta. Peças de reposição também falsificadas são abundantes no mesmo local e “montar” um produto de marca famosa (e normalmente cara) é apenas uma questão de paciência e má fé.
PAIXÃO Pouca gente sabe, mas o refúgio do cantor americano Lenny Kravitz fica no
GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR
Brasil e mais precisamente na pequena e bucólica cidade de Duas Barras, no noroeste do estado do Rio de Janeiro. Vizinho de Martinho da Vila, também proprietário na região, o artista comprou uma pequena fazenda onde cultiva hortaliças e cria alguns animais. Antes e depois de se apresentar no Lollapalooza Brasil desse ano, Lenny aproveitou para curtir a região e gravar um especial para a TV americana mostrando as belezas do lugar.
RABUGICE Bob Dylan abandonou um show em Viena, na Áustria, no mês passado ao perceber que um fã tirava fotos durante a sua apresentação. O artista odeia câmeras e proíbe fotos nos seus shows. Na era da tecnologia da informação, tal exigência é praticamente impossível de ser cumprida à risca. Tudo leva a crer que Dylan vai precisar mudar seu conceito ou vai tocar só em casa para os seus cachorros.
LIXO CHIQUE Venho alertando aqui sobre o perigo dos aplicativos piratas e “dicas de amigos” para alterar configurações originais de equipamentos digitais de última geração. As empresas que detém os softwares originais só reparam equipamentos na assistência técnica autorizada e com a respectiva garantia do fabricante. Alguns sites de vendas na internet estão cheios de programas milagrosos para esses equipamentos que invariavelmente viram lixo depois de “mudanças” assim. Casio, Roland, Yamaha, Korg e outros, são produtos que não podem ser alterados nas suas configurações do utilitário original. Não se iluda com promessas de versões avançadas e milagrosas. Isso pode transformar
seu equipamento em peso de papel ou lixo.
RARIDADE Lojas completas com estoque variado e alternativas disponíveis para teste na hora são cada vez mais raras. Pequenos estabelecimentos que mantém em suas prateleiras apenas produtos populares e de alto giro parecem ter virado regra no mercado. Em Porto Alegre, descobri no mês passado uma dessas raridades. A loja Open Stage, na zona sul da cidade, me impressionou pela variedade do estoque e proposta inovadora. A loja tem de tudo, inclusive um palco onde disponibiliza apresentações de bandas e artistas solo, além de testes dos equipamentos para todos os bolsos e disponíveis em grande escala. Raridade no mercado de hoje...
VÁLVULAS O amor pelas válvulas lentamente está morrendo. Antes que me critiquem pela afirmação, informo que o volume de vendas dos produtos valvulados caiu significativamente nos últimos tempos. Nos EUA os dados da NAMM mostram que nos últimos 10 anos as vendas de equipamentos com essa característica caíram quase 40% no comparativo com os produtos transistorizados.
POTÊNCIA Ainda sobre amplificadores em geral, uma curiosa pesquisa sobre a real potência desses equipamentos cotejada com a descrita nas especificações técnicas dos fabricantes, tornam a coisa uma verdadeira história da carochinha. Realizado por alunos do MIT (Massachusetts Institute of Technology), o estudo avaliou 27 produtos diferentes das mais variadas marcas fazendo me-
dições precisas do sinal de saída dos equipamentos e sua real potência. O resultado foi assustador... menos da metade dos produtos tinham sua capacidade próxima a descrita nas especificações técnicas dos fabricantes. Em alguns casos o valor aferido mal passava de 60% da potência anunciada.
MEDÃO Uma banda de nome Dead Kennedys, que aliás achei bem ruinzinha, cancelou sua vinda ao Brasil por conta de uma trapalhada do ilustrador brasileiro Cristiano Suarez, que se vestiu de lacrador e resolveu fazer uma peça criticando o país de Bolsonaro. Arrumou sarna para se coçar, foi criticado e até ameaçado pela bobagem, e como resultado, a banda gringa amarelou e decidiu não vir mais ao Brasil com medão da bobagem patrocinada pelo artista.
PREJUÍZO Produtores e empresários ficam de cabelo em pé toda a vez que o Roger, do Ultraje a Rigor, diz não para propostas de shows e turnês. O rapaz não gosta de subir em avião nem a pau...
QUEIMA A diferença de preço entre os pedais de footswitch originais e os similares ainda é grande, mas o cuidado deve ser redobrado na hora de comprar o produto não original. Alguns desses acionadores estão queimando equipamentos por incompatibilidade sistêmica, embora a regra seja apenas não funcionar na hora de acionar o comando. No site Mercado Livre tem até empresas que fabricam em larga escala esses pedais “paralelos”. Mas cuidado, nem todos funcionam...
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DEMO CASANOVA E OS CAMINHOS DO TRABALHO COM MÚSICA D
No Brasil para uma série de palestras, Demo Casanova – produtor e engenheiro de som que já trabalhou om Madonna, Jay-Z e Timbaland – dá as dicas para entrar e se colocar na indústria da música
redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
emo Casanova começou a carreira ainda bem jovem, como DJ. Quando viu que realmente queria trabalhar com música, procurou o curso de Recording Art na Full Sail University,(EUA). Saiu de lá para trabalhar em um dos grandes estúdios da Florida, onde se aprimorou e se estabeleceu como engenheiro de som. Depois partiu para vôos mais altos no estúdio de Timbaland. A partir daí, conheceu e trabalhou com artistas como Jay-Z e Madonna, entre diversos outros, acumulando indicações ao Grammy e uma vitória na versão Latina do prêmio por conta do trabalho como engenheiro de som e co-produtor na música Mi Plan, de Nelly Furtado.
Em março o produtor veio ao Brasil, trazido pelo escritório brasileiro da Full Sail University, fazer uma maratona de palestras no Rio e em São Paulo, em locais como o Instituto de Artes e Técnicas em Comunicação (IATEC) e as Faculdades Integradas Helio Alonso (Facha). Nas palestras, o produtor falou sobre como traçou os caminhos na profissão e, entre um conselho e outro, contou alguns “causos” com as estrelas da música pop. Foi após a palestra na Facha que Demo Casanova deu a entrevista exclusiva para a Revista Backstage. Revista Backstage – Por que começou a trabalhar com musica? Demo Casanova - Quando era mais
Madonna
Timbaland
Jay-Z
novo eu era DJ. Nunca toquei nenhum instrumento além das pickups. Sempre amei música. Minhas melhores memórias tem música. Os momentos mais divertidos que passei na vida tinham música. Tudo o que eu sabia era que eu queria trabalhar com isso, e então ouvi falar de uma escola que ensinava música e me matriculei. Era a Full Sail, em Orlando, Florida, nos Estados Unidos.
qualquer workstation que grave. Penso que o analógico por muito tempo soou melhor, mas agora que o mp3 esta aí há mais de dez anos acho que nos acostumamos com isso. Não acho que faça uma grande diferença. Faz uma grande diferença para o profissional em analógico que gosta de som. Para o pessoal que compra nossas músicas, nossos filmes e tudo o que tenha música, eles não sabem a diferença.
venha para uma entrevista...” e cancelaram. Aí eu fui para o Hit Factory, que era um grande estúdio com um monte de grandes artistas trabalhando lá. Por ser pontual, pelo tipo de roupa que eu estava usando e por conta da minha atitude profissional durante a entrevista eles me deram o emprego, e eu comecei bem, bem de baixo, mas estava em um estúdio profissional com pessoas profissionais, e então aprendi a ser profissional.
RB – E como você entrou para o mercado da música profissional? DC - Depois que eu saí da Full Sail, eu tinha aprendido um pouco e ti-
RB – Vendo as pessoas trabalhando… DC - Aprendi um monte de coisas na escola e se não fosse ela eu não teria pego aquele emprego. Talvez
RB – Você é de Orlando? DC - Eu sou de Miami. Então eu entrei na escola e aprendi sobre engenharia de áudio e me apaixonei. Naquele momento da minha vida aprender um instrumento parecia muito difícil e engenharia de áudio não, e eu tive ótimos professores lá, e também tive ótimos professores depois que saí da Full Sail. Sempre tive a paixão de fazer música, mas foi depois da Full Sail que eu tomei a decisão de me tornar um profissional da música. Aprendi um monte de coisas lá, aprendi analógico... Meu aprendizado foi metade analógico e metade digital. RB – Você gosta de usar equipamentos analógicos? DC - Sabe de uma coisa? Eu gosto de usar, mas é muito caro, e a maioria das pessoas não pode pagar para fazer música no analógico. Por isso não uso mais fita. Uso ProTools ou
Penso que o analógico por muito tempo soou melhor, nas agora que o mp3 esta aí há mais de dez anos acho que nos acostumamos com isso. Não acho que faça uma grande diferença. Faz uma grande diferença para o profissional em analógico que gosta de som. Para o pessoal que compra nossas músicas, nossos filmes e tudo o que tenha música, eles não sabem a diferença. rado boas notas. Eu precisava de um emprego para pagar as contas. Então me perguntei: “qual é o melhor estúdio que tem grandes artistas trabalhando?”, e fiz uma lista. Depois liguei para todos aqueles estúdios para marcar uma avaliação de currículo. Uns não atenderam o telefone, outros não responderam, e alguns disseram: “ok,
até tivesse pego o emprego, mas foi bem mais fácil tendo feito uma escola que o gerente do estúdio conhecia, mas aprendi mais nas minhas primeiras duas semanas de trabalho do que jamais aprendera na escola. É difícil ser um cantor profissional se você está em ambientes com cantores amadores. Se você está com cantores amadores,
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Nelly Furtado
Michael Jackson
Chris Cornell
você será um cantor amador. Pode até ser melhor que eles, mas está se baseando no amadorismo. Toda vez que tinha um bom engenheiro que chegava à cidade eu perguntava: “posso te roubar cinco minutos?”. Algumas vezes eles diziam não, e aí eu aparecia no dia seguinte com uma xícara de café e perguntava: “ei, posso te roubar dez minutos?” e eles diziam “o café, é para mim? Ok, posso te dar dez minutos”.
DC - Um diretor criativo é muito parecido com um produtor. Ele pode até ser um produtor. Um diretor criativo é mais no ao vivo. É, normalmente, a pessoa que ajuda o artista em certos aspectos da turnê, para trabalhar no clipe ou na coreografia. Um diretor criativo pode ter muitos aspectos diferentes. Normalmente diretor criativo é em shows e produtor é no estúdio.
fome. Pelo fato de eu ser o produtor ou o engenheiro eu não fico esperando o assistente voltar. Eu vou e pego comida para o artista. Não tenho que fazer isso. Posso esperar pelo assistente, mas porque eu faço isso eu presto mais serviço, e o artista sente que ele tem valor ao ser tratado daquela maneira. Todos, todo mundo com quem você vai trabalhar, você deve tratar como se estivesse trabalhando com o Michael Jackson ou a Madonna ou o Prince ou a Beyoncé ou seja lá o artista top com o qual você quer trabalhar um dia. Se você tratar todo mundo bem, todo mundo vai querer trabalhar com você.
RB -Como você foi de engenheiro de som para produtor? DC - Eu fui engenheiro de áudio por dez anos com um produtor e estava sempre no estúdio com ele e com vários outros produtores. Então eu observei e aprendi, e depois tentei produzir alguma coisa. Eu mostrava a eles e eles diziam: “isso está bom, isso não está bom.” Eu perguntava: “o que eu posso fazer para que fique melhor?” e eles diziam: “mais guitarras” ou “mais baixo”. E eu fazia e continuei fazendo a mesma coisa como diretor criativo: perguntava às pessoas que estavam fazendo aquilo. Na verdade eu nem mesmo procurei essa posição. Um dia me ligaram e: “ei, você pode vir e ser o diretor criativo do show?”. E eu disse sim e fiz. Foi bom, foi divertido. RB – Qual seria a diferença entre essas duas funções, de produtor e diretor criativo?
RB – E como você trabalha e se relaciona com o artista? DC - Toda vez que eu trabalho com um artista eu pergunto: “oi como vai, como vai a família, como vão os negócios, o que você tem feito?” e “o que você quer? O que nós vamos fazer?”. Porque o meu trabalho é uma prestação de serviço. Você está no negócio do entretenimento, num negócio de pessoas, então você tem que lembrar que as pessoas são a razão de você estar nesse ramo e quando você está trabalhando com alguém você deve se certificar de que essa pessoa está feliz, como um cliente deve ficar feliz com o seu negócio. RB -Mas você também deixa a sua assinatura no trabalho, não? DC - Sim você tem, mas as pessoas que se destacam são aquelas que agregam valor. Então o meu trabalho é como produtor, mas digamos que o assistente saiu para fazer alguma coisa e o artista está com
RB – Que equipamentos você gosta de usar nos seus trabalhos? DC - Vou te dar duas respostas: se for um álbum ou eu estiver trabalhando com alguém que tenha verba para um estúdio eu vou querer trabalhar numa SSL 9000 ou uma Neve VR, estas são minhas duas opções. Se eles não tiverem isso, uso uma SSL Duality. Para as vozes eu gosto da SSL. Para várias coisas eu uso muita coisa direto da mesa. Processadores externos eu gosto do Neve 1073, o 1081, que tem equalizador, e para compressão o Tubetech CL1B nos vocais. RB – E os efeitos de delay e reverb? DC - Os clássicos sempre. Gosto de
Foto: Jeremy Lewis / Divulgação
mesclar equipamentos clássicos com as coisas novas, então eu uso Lexicon 480 e o TC 6000. Se eu tenho o físico eu uso, se não, uso o plug-in. RB – Você faz mais mixagens que gravação? DC - Faço mais mixagem. RB – Voltando aos negócios da música, você acha que o streaming é o lance agora? DC - Sim, todo artista com o qual eu trabalho eu digo: “concentra no Spotify”. Penso que o Spotify é onde o pessoal se dá melhor. ITunes Music é legal, mas nem todo mundo quer comprar música. O streaming te dá a chance de motivá-los a comprar música, então eu acho que se for para fazer alguma coisa você deve direcionar ao streaming. RB – E album ainda faz sentido hoje em dia? DC – Não. É triste dizer isso, porque essa é a minha parte favorita. O começo da minha carreira foi fazendo álbuns, mas eu digo para novos artistas: não faça um álbum. Faça um monte de singles até que um monte de gente vire para você e diga: “ei, nós queremos um álbum!”. E aí coloque todos aqueles singles juntos e faça mais três canções novas. Esqueça álbuns até que você tenha um público grande. Então você pergunta ao público: “se eu fosse fazer um álbum, qual tipo de álbum vocês iam querer?” “ah, baladas românticas”, ou “eu quero dançar, quero música animada” e aí você faz um álbum para essas pessoas com o que elas querem. RB - E o que acha dessa volta do vinil? DC - Eu adoro. Acho que não vai ser algo grande, mas é tão bom! Outro dia entrei numa loja e vi um vinil. É uma ótima mídia. Se você cuidar bem dos discos e estiverem num ambiente com boa tempera-
Demo Casanova em estúdio
tura podem durar um bom tempo. RB – Você acha que faz sentido lançar um trabalho em vinil? DC - Se você estiver começando o único jeito de usar o vinil é como presente. Faça algumas cópias e dê de presente para o produtor que você quer que te represente ou para a gravadora com a qual você quer gravar. Não gaste seu dinheiro fazendo uma tiragem grande, porque você não vai vê-lo de volta. Se você é um artista médio e já vive de música pode fazer uma edição limitada especial. Vá direto ao seu público. É importante ter uma boa comunicação com seu público para isso, mas você pode até ganhar algum dinheiro. Se você é um artista grande eu digo; é claro! Faça concursos com seus fã-clubes e dê de presente para as pessoas que achar importante. RB – Algo mais que queira comentar? DC - Tenho muita sorte de ter uma vida e uma carreira incrí-
vel. Trabalho em músicas e projetos maravilhosos e sinto que ainda estou ficando melhor no que faço, mas sei também que só estou nesta posição agora porque trabalhei muito duro e todo mundo pode fazer o que eu faço, até mesmo se você mora no Brasil. Não importa onde você mora, você pode fazer algo incrível com a sua vida e pode fazê-lo com música. Há um monte de gente fazendo coisas espetaculares dentro da música no Brasil e você pode fazer também, mas se não der o primeiro passo e decidir fazer, nunca vai acontecer. Então eu espero que ler esta entrevista dê o suficiente para saber que tudo é realmente possível. Fique muito bom no que você faz e continue fazendo boa música. Se você fizer música boa, não importa quanto tempo leva, em algum momento as coisas vão decolar porque a música boa fala por si e no Brasil tem muita música boa.
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SOM NAS IGREJAS
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SOM NAS IGREJAS
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LIGHT SHARK:
sistema de controle de iluminação PARA EVENTOS COM SIMULAÇÕES EM 3D LightShark é um sistema de controle que possibilita simulações em 3D da cena de iluminação
redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
A
série LightShark é uma linha de console de iluminação de hardware que oferece uma interface de usuário de controle sem fio baseada na Web. Ela pode ser operada a partir de qualquer dispositivo inteligente, como um smartphone, tablet ou computador. Tudo isso é combinado com faders físicos, codificadores e um mecanismo DMX independente, com suporte para até três dispositivos conectados simultaneamente. LightShark Series é um conceito em sistemas de controle de iluminação que combina a versatilidade das soluções de software com a ergonomia, interface incorporada e usabilidade física de um console de hardware. A gama LightShark inclui dois produtos independentes, o LS-Core e o LS1. O LS-1 reúne os recursos de controle
de iluminação de software unidos a uma superfície de controle de hardware intuitiva e ergonômica. O LS-Core omite a superfície de controle de hardware do LS-1, mas oferece exatamente o mesmo software de controle de iluminação, poder de processamento e interface de controle de software baseada em smartphone / tablet. O sistema pretende ser simples e amigável. Com quatro abas, o usuário pode acessar todas as funções. O equipamento também permite o uso de um ou mais tablets simultâneos, tudo controlado através de uma interface web, sem precisar instalar aplicativos. O Lightshark suporta diversos protocolos, incluindo DMX-512, Art-Net, ACN, MIDI, UDP, OSC e HTTP. O objetivo é que qualquer designer de iluminação
seja capaz de usar 100% da funcionalidade LightShark em tempo muito reduzido. O equipamento oferece funcionalidades que permitem a adaptação rápida mesmo de usuários iniciantes. Com mais de 25 presets, mesmo quem tem pouco conhecimento a respeito do equipamento poderá criar efeitos visuais. A programação é rápida, evitando tarefas repetitivas, com interface de usuário que permite vários
eventos de toque ao mesmo tempo. Os oito universos DMX proporcionam 4096 canais para gerenciar um show completo. Além disso, o LightShark dá suporte para a conexão de uma console MIDI. O lightShark tem dez faders principais de reprodução, mais 20 virtuais, sendo capaz de gerar 30 playbacks no total. O crossfade manual permite que se salte rapidamente, e com
controle do tempo, entre as cenas, e não importa qual o sistem a o p e r a c i o n a l d o d r i v e r, o equipamento é baseado na web, com o aplicativo do servidor já instalado de fábrica. O LightShark é indicado para pequenos eventos, boates, escolas de teatro, eventos corporativos e eventos ao vivo de tamanho médio.
Mais informações:
https://page.discabos.com.br/ lightshark
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USANDO O PRE-DELAY O pre-delay talvez seja um parâmetro mais subestimado quando no reverb. Tenho observado que muitas pessoas simplesmente não o usam, utilizam de forma errada ou fazem ajustes sem muita consciência do que estão fazendo.
EM REVERBS Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’
B
em, primeiro temos que definir o que significa e qual a função deste parâmetro. O efeito da reverberação na natureza é causado pela reflexão do som nas superfícies do ambiente onde foi gerado. Porém o som demora um certo espaço de tempo para viajar até uma superfície refletir nela e viajar de volta até
nossos ouvidos. Este tempo de atraso entre o som original e a sua reflexão é o que se chama de pre-delay. Na natureza este atraso depende de uma distância física entre a fonte sonora e a superfície reflexiva. Já nos processadores e plug-ins este atraso pode ser ajustado pelo parâmetro pre- delay.
Normalmente é um parâmetro subestimado por que quando ouvido em solo, causa alguma estranheza, e a maioria dos iniciantes tende a mixar escutando os canais isoladamente. O efeito de reverb traz uma maior profundidade ao som, mas tem como efeito colateral mascarar o som tirando um pouco da clareza e da definição. Isso acontece quando o parâmetro de pre-delay está ajustado para zero mili-segundos (0ms). Veja esta representação tridimensional abaixo:
é apresentado em suas interfaces:
Altiverb
Rverb
Agora será aplicado um pre-delay de 200 ms:
Repare que há uma separação (espaço vazio) entre o pico do som original com a cauda de reverb. Veja o detalhe na ampliação:
Tverb
Já estes outros não possuem representação gráfica da cauda do reverb, apenas botões ou faders para controlar os parâmetros:
200ms ampliada
É justamente essa separação que irá criar uma melhor definição e clareza, pois o som original chegará puro aos ouvidos antes da sua reverberação. Ao ajustar esse parâmetro, lembre-se de fazê-lo ouvindo no conjunto da música, pois somente assim será possível se ter uma noção exata do tamanho do pre-delay. Seguem alguns exemplos de plug-ins e como o parâmetro de pre-delay
DVerb
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beat = 500 ms Semibreve …............... 2000,00 ms (500 X 4) Mínima …................... 1000,00 ms (500 X 2) Semínima …................ 500,00 ms Colcheia ….................. 250,00 ms (500 ÷ 2) Semicolcheia …............ 125,00 ms (500 ÷ 4) Fusa …........................ 62,50 ms (500 ÷ 8) Semifusa ….................. 32,25 ms (500 ÷ 16) Tercina de colcheia ….. 166,66 ms (500 ÷ 3) Colcheia pontuada ….... 375,00 ms (500 ÷ 4 X 3) Lexicon
Para uma fórmula geral pode ser aplicada esta tabela onde bpm é o andamento da música. Semibreve …........................ 60.000 ÷ bpm = 1 beat em ms X 4 = semibreve Mínima …............................ 60.000 ÷ bpm = 1 beat em ms X 2 = mínima
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para o andamento de 120 bpm:
Semínima …......................... 60.000 ÷ bpm = 1 beat em ms = semínima em ms Colcheia …........................... 60.000 ÷ bpm = 1 beat em ms ÷ 2 = colcheia em ms Semicolcheia ….................. 60.000 ÷ bpm = 1 beat em ms ÷ 4 = semicolcheia em ms Bverb
O parâmetro pre-delay pode ser ajustado pelo ouvido, mas também há um cálculo que pode ser feito para colocar o atraso com a precisão de uma figura rítmica. Este cálculo é relativamente simples: é necessário saber o andamento (bpm) da música. Use o número 60.000 como constante e o divida pelo tempo da música. O resultado, em mili-segundos será equivalente a figura de semínima (1 beat) neste andamento. Exemplo em ima música em andamento de 120 bpm: 60.000 ÷ 120 = 500 No exemplo de um andamento de 120 bpm, um beat (uma semínima) será equivalente a 500 ms. Para achar as outras figuras de tempo, basta efetuar as subdivisões do valor da semínima. Veja a tabela abaixo
Fusa ….................................. 60.000 ÷ bpm = 1 beat em ms ÷ 8 = fusa em ms Semifusa …........................... 60.000 ÷ bpm = 1 beat em ms ÷ 16 = semifusa em ms Tercina de colcheia …........ 60.000 ÷ bpm = 1 beat em ms ÷ 3 = tercina de colcheia em ms Colcheia pontuada …........ 60.000 ÷ bpm = 1 beat em ms ÷ 4 X 3 = colcheia pontuada em ms
Para saber mais redacao@backstage.com.br
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PRO TOOLS: A FLEXIBILIDADE Quando falamos de mixagem, a primeira coisa que vem à cabeça é “inserir plug-ins”. Ledo engano, pois a mixagem é um processo em camadas que envolvem diversas etapas cíclicas, ou seja, que dependendo da sua organização e método, você vai se encontrar num loop infinito de ajustes sem propósito.
ESTÁ NO DETALHE Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ
R
ECURSOS SIMILARES MERECEM OLHAR MAIS ATENTO
Com o tempo, os softwares foram evoluindo e criando funções que tem o mesmo propósito, mas que funcionam de maneiras distintas. Isso era importante para atender diferentes tipos de público e métodos de trabalho. Quando duas funções são parecidas, é
justamente o momento em que você deve desconfiar, estudar e esclarecer quais as diferenças. É o que proponho neste artigo.
ESTÁGIOS DE GANHO Já parou para pensar em todos os lugares que podemos ajustar o ganho de um áudio no Pro Tools? Clip Gain, plug-ins nos inserts e o fader do canal são os principais e atuam em
nhum. No final das contas, vai acabar também conseguindo mais consistência. O terceiro e último estágio acontece no Fader do Canal. Agora sim, chegou momento de decidir os ajustes ao seu “gosto”, baseado na concepção artística. Usando o fader e automação, é onde você deve garantir que o instrumento do canal esteja no volume ideal para seu gosto durante toda a música.
Figura 1 - Clip Gain
série, exatamente na mesma ordem. Por exemplo, caso você tenha um plug-ins de compressão em um insert, um ajuste no Clip Gain pode estragar tudo. Então minha sugestão é dividir seus ajustes de ganho em três estágios. Primeiro, o estágio “macroscópico”, encontrando frases e trechos mais longos que estão muito baixos ou muito altos, e corrigir com Clip Gain. Se você não está vendo o ícone do Clip Gain (Fig. 1) nos seus clips, acesse o menu View > Clips > Clip Gain Line e Clip Gain Info (Fig. 2). Com este recurso, você pode fazer ajustes de forma parecida com automação, abaixando o clip inteiro clicando no ícone do Clip Gain (Fig. 1) ou criando pontos de automação (Fig. 3) com a ferramenta Grabber. Este é um momento mais técnico onde a busca é por consistência. Não deve haver “gosto” envolvido neste momento. Simplesmente procure corrigir as imperfeições da execução relacionados ao ganho. Como no exemplo (Fig. 4). Vale uma observação aqui: muitas pessoas fazem ajustes de Clip Gain usando o Menu AudioSuite > Gain. Não há nada de errado, a não ser o fato deste processo consumir espaço em disco extra, porque a versão original é mantida e uma nova versão com o ganho aplicado é gerada. Mas o processo e a lógica
são os mesmos. O segundo estágio no ajuste de ganho é inserir um compressor, para cuidar de forma mais microscópica as flutuações de trechos curtos, como uma sílaba, uma nota, uma batida no também. A princípio, o objetivo também é garantir maior consistência. Mas, se quiser extrapolar um pouco os limites em busca alguma sonoridade específica, não tem problema ne-
PLUG-INS MULTICHANNEL VS. MULTI-MONO Muitos se confundem ao encontrar estas duas opcões (Fig. 5), e não é para menos. Em canais mono a opção nem aparece, e em canais estereo, aparece mas não há nada diferente de tão perceptível. Então vamos esclarecer: Não apenas em um canal estéreo, mas também em canais Surround de qualquer tipo, quando o usuário
Figura 2 - Clip Gain Info
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link (Fig. 6), e desta forma, você poderá regular o processamento no lado esquerdo (L). Para regular o do lado direito (R), basta clicar no botão com a letra “L”, logo abaixo do botão de link.
TRACK GROUP VS. SUBGRUPO/SUBMASTER DE CANAIS Track Group é uma função do Pro Tools, que fica no menu Track > Group. A idéia é que ajustes feitos em um integrante do grupo, seja feito também nos demais. Um detalhe importante é que, na criação de um grupo, o usuário pode definir quais controles serão afetados de forma uniforme, e Figura 3 - Clip Gain com pontos de automação
escolhe a opção “Multichannel”, o plug-in vai processar o lado esquerdo e direito de um canal estéreo da mesma forma. Já a opção Multi-Mono, nos permite processar (por exemplo com um equalizador) cada lado de forma independente. Muito útil em casos de violão, acordeon, piano, overheads de bateria e muitos outros instrumentos que são gravados com dois microfones em canais estéreo, mas que podem necessitar ajustes de equalização in-
Figura 5 - MultiChannel vs. Multi-mono
Figura 4 - Clip Gain para ajustes iniciais
dividuais para cada microfone. Para fazer esta separação no processamento, basta clicar no botão de
quais controles continuam independentes (Fig. 7). Já um Subgrupo (ou submaster como também é conhecido), é um conceito de mesas de som, que pode ser aplicado no Pro Tools também via canais auxiliares. Este caso envolve endereçamento, onde você pode direcionar via OUTPUT diversos canais para dentro de um canal Aux Input e assim, com um único ajuste no Aux Input (volume, Mute, inserts), afetar a sonoridade de todos os canais direcionados. No final das contas, também é uma forma de agrupar… e é por isso que gera confusão. Então vamos ilustrar alguns casos. 1) Processar um grupo de canais
Figura 6 - Multi-Mono Plug-in
com um único plug-in: para este caso, precisaríamos criar um subgrupo. A função “Track Group” do Pro Tools
Figura 7 - Configuraçõees de Track
não serviria pois não há como inserir um único plug-in para diversos canais. 2) Ajustar o ganho dos faders: aqui há nuances perigosas. Se algum canal de áudio estiver enviando sinal por exemplo, para um reverberador via Aux SEND, o ajuste precisa ser feito nos tracks originais, via Track Group. Isto garante a proporção entre sinal limpo e o sinal reverberado. Ajustar o fader do subgrupo (Aux Input), acabaria com a proporção Dry/Wet estabelecida. Outra situação comum é quando temos
um compressor inserido no subgrupo. Como este compressor atua diretamente no ganho, ajustar os faders dos canais originais via Track Group seria bem ruim, pois você iria atingir a atuação do compressor e teria que rever sua regulagem. Então, para este caso, caso precise aumentar ou diminuir a intensidade sonora destes canais prefira usar o fader do subgrupo, que garante o ajuste sem interferir na regulagem do compressor inserido no Aux Input. Então agora fico por aqui, mas peço para vocês testarem o máximo possível as informações contidas neste artigo. São pequenas diferenças que, sem o critério necessário, podem gerar grandes estragos. Abraços e até a próxima!
Para saber online
cmoura@proclass.com.br
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SHURE LANÇA O TWINPLEX: linha de microfones para teatro, cinema e TV A Shure lançou a linha TwinPlex de microfones omnidirecionais de lapela e headset.
redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
O
TwinPlex foi desenvolvido com a contribuição de profissionais de áudio e atende às mais diversas necessidades em aplicações de teatro, Broadcast, cinema, televisão e apresentações corporativas, situações que exigem áudio de alta qualidade e máxima durabilidade. Ideal para ambientes imprevisíveis e arriscados como teatro e reality shows de TV, o TwinPlex passou por testes durante seu desenvolvimento e provas de campo para assegurar um áudio de qualidade independente das condições de uso. O revestimento cápsulas intercambiáveis e resistentes a suor evitam que a transpiração e a umidade prejudiquem o áudio, e a tecnologia do cabo se fle-
xiona para adequar-se ao figurino e ao uso intenso, tão comum nas aplicações para as quais foi projetado. A linha TwinPlex conta com quatro microfones de lapela: o TL45, TL46, TL47 e TL48. Além destes, tem ainda um microfone headset leve e ajustável, o TH53. Todos os modelos são oferecidos em diversas cores e com vários acessórios e opções. O design de duplo diafragma omnidirecional garante qualidade de áudio com baixo nível de ruído. Disponíveis em opções de 1,1 mm e 1,6 mm, os cabos são imunes a torções, nós e efeitos memória, resultando em flexibilidade graças a uma construção em espiral com blindagem redundante.
TL45
TL46
DETALHES
dos transmissores bodypack. Pode ter cores diferentes para atender a diferentes necessidades, com possibilidades diversas de montagem para as aplicações profissionais. A baixa sensibilidade permite o uso nos ambientes acústicos mais críticos sem que haja distorção. Esta é a linha de referência para flexibilidade. O TL48 oferece uma resposta acentuada para as frequências médias, ideal para fala e diálogo. Projetado com a ajuda de profissio-
Cada um dos modelos tem características específicas para determinados usos. O TL45 é projetado para o uso em teatros. O cabo ultrafino tem um conector LEMO que se adapta bem em roupas ou perucas, por exemplo. A sensibilidade baixa, o SPL alto e a resistência ao suor são as características que fazem o TL45 ser direcionado para o teatro. Já o TL46 tem seu ponto forte na relação sinal/ruído. Ele é indica-
TL47
TL48
headset leve e ajustável. O headset TH53 permite um ajuste rápido no comprimento com um giro de um botão. Além disso, os lados comutáveis e um cabo ultra durável de 1,6 mm complementam o headset profissional. Os equipamentos foram lançados na NAB Show 2019, em Las Vegas, no mês de abril.
Mais informações: Microphone 4k
do para diálogos e situações onde é necessário um nível médio de SPL. o TL46 também possui um cabo de 1,6 mm ultra-durável, cápsulas intercambiáveis resistentes à umidade e qualidade de som natural com opções de conectores LEMO e TA4F (TQG). É a melhor escolha quando há ruído no ambiente que pode atrapalhar a fala. O TL47 está disponível com opções de conectores para a maioria
nais de áudio, o TL48 é facilmente oculto em um traje ou diretamente contra a pele, sob a roupa, com acessórios para uma montagem rápida, fácil e segura. O aterramento redundante é uma das características do TH53 que podem ser ressaltadas. Ele oferece a qualidade de som natural do novo elemento TwinPlex combinado com a facilidade de um
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Musikmesse e Pro Light + Sound 2019: um mundo de áudio e música Frankfurt recebe visitantes de todo o mundo para a Musikmesse e Pro Light + Sound. Um dos maiores eventos da indústria de áudio e instrumentos musicais do mundo
redacao@backstage.com.br Fotos: Miguel Sá / Frankfurt Messe / Divulgação
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os dias 2 a 5 de abril aconteceu, em Frankfurt, Alemanha, a Musikmesse e a Prolight + Sound. A ideia este ano foi acentuar o perfil da Feira como um lugar de troca de ideias entre profissionais. Por conta disso, além das áreas de exposição – apenas para o áudio profissional foram disponibilizados 30 mil metros quadrados no Hall 8.0 – havia também um espaço de Network com diversos estandes de empresas na área 4.1. De acordo com a assessoria de imprensa da Musikmesse, 85 mil visitantes estiveram na Feira entre os dias 2 e 5 de abril. O formato centrado no intercâmbio entre profissionais da indústria da
música fez com que 76% desses visitantes fossem profissionais. As dimensões e opções da Musikmesse + Pro Light and Sound fazem com que cada um desses visitantes possa montar o seu próprio evento. Há aqueles que preferem ir nas exposições. Outros, frequentam os diversos seminários indicando as tendências do mercado de música e áudio. Diversos fóruns, conferências e apresentações de produtos foram realizados em espaços específicos, como o fórum de tecnologias imersivas, na sala 4C, ou o evento The Future of Audio + Music Technlogy (o Futuro do Audio e da Tecnologia da Música), no chamado
Gustavo Bohn, gerente de vendas da B&C para a América do Sul
Daniel, da Daniel Sonorização, e Guillermo, da Decomac
Circle Stage: uma espécie de tenda/auditório montada no Hall 4.0. Era possível ainda fazer uma pausa para almoçar nos diversos restaurantes ou na praça com food trucks e música ao vivo que havia no local da feira.
um bom momento e com uma aplicação bem interessante no mercado. Esta é a primeira aparição dele e a previsão de entrar em linha de produção é agora em maio ou junho. Aqui já começamos a conversar com diversos clientes que temos pelo mundo, várias distribuidoras, e eles já começam a colocar uma pré-ordem. Desta forma, começamos a criar a primeira ordem de produção do novo produto”, explica o gerente. Como visitante, Gustavo sentiu melhorias este ano. “A feira está mais qualificada, com produtos muito bem-acabados e elaborados. Aqui você encontra a “Ferrari” dos produtos de áudio, com o melhor de cada marca. Dá para notar que a feira vem selecionando melhor isso. Até a disposição dos estandes, hoje você nota que o pavilhão onde nós estamos é um setor profissional com um nível mais elevado. Muitas vezes, em outras feiras, se encontra mais mistura de produtos de baixo custo”, observa. Já Guillermo Distefano, CEO da distribuidora Decomac, encontrou-se com alguns fabricantes que fazem parte do catálogo da empresa, como a d&b audiotechnik e
NEGÓCIOS Estiveram presentes visitantes de 130 países. Entre eles, vários eram brasileiros. De fabricantes a compradores, passando pelos distribuidores, todos puderam aproveitar a Musikmesse para fazer negócios. Gustavo Bohn, por exemplo, gerente de vendas da B&C Speakers para a América do Sul, foi ter contato direto com os lançamentos da empresa e os futuros compradores dos mais novos produtos. “A Pro Light and Sound Já é histórica para a B&C. É a maior feira que fazemos. Aqui conseguimos encontrar nossos clientes e apresentar os produtos de maneira fácil e rápida. Este ano trouxemos alguns modelos novos, como o novo driver coaxial da linha DCX: O DCX464. Acreditamos que este modelo vai gerar bons negócios este ano, porque todo mundo que conhece as especificações acha que ele vem em
Antari, além de fechar novas representações. “Chegamos no dia anterior à Feira para o Global Partner Meeting da d&b”, explica. Guillermo também assistiu a várias palestras na sala Forum 1 relacionadas ao Soundscape, um equipamento da d&b que pretende ir além do L&R na configuração do som para as audiências. Este deve ser o carro chefe da Decomac com a d&b no Brasil este ano. Além do áudio, a Decomac também trabalha com iluminação, trazendo os produtos da Elation, que apresentou, como lançamento, o Artiste Monet, equipamento em LED de 950W. Guillermo aponta as facilidades trazidas pela Feira para demonstrar os produtos. “Esta demonstração (do Soundscape), não é em todo lugar que dá para fazer. São mais de 50 caixas. Estamos pensando em fazer uma na AES, mas um pouco diferente”. No entanto, o CEO da Decomac colocou a dificuldade trazida pelas grandes distâncias entre os locais da Musikmesse. “É difícil armar os meetings. O tempo acaba rendendo pouco porque temos de caminhar muito” Ver e comprar novos equipamentos é uma motivação importante para um dono de empresa de sonorização ir a Frankfurt. Este é o caso de Daniel Nascimento, da Daniel Sonorização, que fica em Fortaleza, no Ceará. “Procuro vir sempre para levar as novidades para o Nordeste. Procuramos comprar aqui os equipamentos que ainda demoram um tempo para chegar no Brasil. Consigo negociar e chega em um tempo bacana”, diz o empresário, que foi passar dois dias na Alemanha. Daniel percebe sempre um grande salto de um ano para o outro. “Tudo muda muito. A tendência hoje é a otimização. Hoje em dia se tem caixas menores com bem mais po-
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A tendência era por sistemas compactos
Caixas usadas em sistemas de sonorização dos anos 60
tência. Isso é bastante positivo, porque facilita a parte de carregamento de montagem, de agilidade... Tudo isso é influenciado. Hoje o que sé vê é muito isso: a diminuição da caixa em volume e peso com mais eficiência”. Além de fazer negócios, Daniel também viu alguns fóruns e eventos, como a mostra de equipamentos vintage. “Passei um tempo lá matando saudade, e muita coisa ainda existe e ainda tem. Eu sou relativamente da nova geração. Dá uma saudade, mas tem muita coisa boa acontecendo”, ressalva o profissional do som.
array da L-Acoustics. Também tinha consoles analógicos dos anos 60, 70, 80 e 90 da Soundcraft, Clairbrothers e Midas, além das primeiras digitais da Yamaha, do fim dos anos 90. Quem fazia as palestras, explicando a progressão dos equipamentos e levando a plateia de década em década era Jürgen Desch, vice-presidente da Vintage Audio Concert. “Essa é a primeira vez que mostramos quatro décadas de som e tecnologia do áudio. Nós achamos que neste momento temos que fazer isso, porque a maioria
EVENTOS, PALESTRAS, FÓRUNS... Além de Daniel, muita gente foi ao Vintage Concert Audio Show, evento organizado pela Associação de Serviços Freelance em Eventos de Negócios (ISDV na sigla em inglês) e a fundação Vintage Audio Concert. Foram colocados no Forum 0 equipamentos e sistemas de P.A dos anos 60 aos 90. Havia lá desde os primeiros sistemas portáteis da VOX e Marshall até os Martin Audio Modular, Meyer MSL3, os Clairbrothers S4 e, finalmente, o primeiro sistema line
ressalta o engenheiro de som. Desch se diverte ao lembrar os contratempos que passou para colocar os equipamentos antigos para funcionar: “Tivemos que gastar o ano achando os componentes e os parceiros que nos ajudaram a achar o equipamento. Mas esse não foi o maior problema. Mesmo tendo o equipamento, o grande problema se torna em como fazer ele funcionar. Porque muitas vezes ele esteve sem funcionar por dez, vinte ou ainda mais anos. Então, quando colocávamos para funcionar algumas vezes escutávamos
Acho que temos a necessidade de informar às pessoas onde essa indústria começou e como ela cresceu. das pessoas não sabe de onde a nossa indústria veio. Acho que temos a necessidade de informar às pessoas onde essa indústria começou e como ela cresceu. Nosso mercado anda muito rápido, e essa é a razão porquê devemos informar às pessoas sobre o passado”,
apenas um ‘puf’. Mas consertamos bem rápido para que eles pudessem ser escutados. O grande passo que demos foi mostrar que era possível fazer esses sistemas trabalharem de novo” Andando um pouco, era possível ir do passado ao presente e des-
Jürgen Desch, vice presidente da Vintage Audio
Tania Khan, coordenadora do Forum de Tecnologia Imersiva
Foram 30 mil m2 para a exposição de áudio
frutar de uma versão menor de um importante evento de performance de música eletrônica na Sample Music Festival Area. O festival, que acontece anualmente em Berlim, por volta de agosto, se associou à Musikmesse & Pro Light + Sound e, em cooperação com marcas ligadas à cultura DJ, promoveram concursos de fingerdrumming e scratch, além de demonstrações de equipamentos e workshops. “Aqui é como um mini festival. É a nossa primeira vez na Musikmesse. Fomos colocados aqui para entreter toda essa audiência e creio que ano que vem teremos uma área maior”, espera o fundador do Festival Alex Sonnenfeld.
No decorrer dos dias, aconteceram eventos que desenvolveram e demonstraram os tópicos, como explica Tania Khan: “há diferentes formas de abordar realidade virtual, e um dos exemplos foi dado por Reneé Abe, que demonstrou música e mixagem de áudio de realidade virtual em filmes de 360º. Nesta demonstração, os espectadores tiveram 50 fones de ouvidos dis-
No tópico de entretenimento imersivo, a questão são os cenários que não são possíveis de acontecer na vida normal. “Há, por exemplo, uma demonstração de realidade virtual com uma visão a partir de 50 metros de altura. Alguém com o headset de realidade virtual pode flutuar em 50 metros de altura e ninguém pode experimentar isto de verdade. Então, pelo uso da re-
O FUTURO É O PRESENTE
poníveis e puderam ouvir a mixagem sendo feita ao vivo aqui. Esta é uma maneira de ver por dentro a produção de som e a música em filmes 360, que é uma mídia difícil de trabalhar . Em filmes 360 é um pouco mais complicado porque temos todo um ambiente surround e você precisa mover o som junto com a imagem. Se tem um pássaro voando em volta da sua cabeça você tem o movimento e tem que também ter o som”, detalha Tania
Caminhando um pouco, se chegava ao Forum de Tecnologia Imersiva: um encontro relacionado à realidade aumentada e áudio na sala 4.C. O fórum, coordenado por Tania Khan, teve três tópicos: som imersivo, com Reneé Abe, músico e compositor; entretenimento imersivo, com o artista Torsten Hemke e arte imersiva com Robert Seidel, videoartista e curador.
Pelo uso da realidade virtual você pode ir a lugares que nunca poderia ir de outra forma alidade virtual você pode ir a lugares que nunca poderia ir de outra forma”, exemplifica a gerente de projetos. Já na arte imersiva, Robert Seidel demonstrou um aplicativo que torna possível interagir com arte em realidade aumentada, inclusive com a criação de uma paisagem sonora que provoca uma imersão no ambiente virtual da arte. Mas não é só na área experimental que acontecem as “brincadeiras”
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O projetista Ralf Zuleeg e Serge Gräfe, sound designer da banda alemã Kraftwerk
Demonstração de sistemas de PA
com som e espacialidade. Na verdade, estes conceitos já começam a invadir o mercado. Entre os diversos eventos de demonstração de produtos, era possível ver as d&b Sessions, na qual eles convidavam diversos profissionais de áudio para demonstrar o Soundscape. Quem mediou as demonstrações foi o projetista Ralf Zuleeg. “Este é
mixagem, mas sem usar o estéreo dela. Apenas as direct outs”, explica o projetista. Um dos profissionais convidados a mostrar sua experiência com o equipamento foi Serge Gräfe, sound designer da banda alemã pioneira de música eletrônica Kraftwerk. O engenheiro de som falou sobre as múltiplas configurações de caixas de som em cada teatro da turnê europeia que fez com o grupo (entrevista completa na próxima edição).
um sistema de som ao vivo com uma abordagem diferente. A ideia é se afastar do L&R. Então todos tem a perspectiva correta do som. Queremos focar no espectador. Para rodar o Soundscape precisamos do DS100, que é uma matrix que suporta o software, modelos profissionais de caixas de som e amplificadores, e uma console de
O FUTURO DA MÚSICA GRAVADA
Food trucks e musica ao vivo na praça da Musikmesse
Realidade aumentada ou som 3D também está no contexto da música. Um dos painéis ocorridos no evento O Futuro do Áudio + Tecnologia da Música, que aconteceu no hall 4.0 Circle Stage foi justamente sobre a assimilação da realidade aumentada e virtual no palco. Além deste, houve também palestras sobre monetização da criação musical e as tecnologias para produção musical, performance e vendas de produtos, entre diversas outras. O organizador e
Doug DeAngelis
Visitantes de 130 países foram à Musikmesse
mediador do espaço foi o produtor musical Doug DeAngelis, que faz um evento parecido na Namm Show. “Começamos a fazer esse evento na Namm em 2015. Estamos desde o ano passado aqui na Musikmesse e Pro Light Sound”. Nos EUA, onde trabalha como diretor musical em produtos audiovisuais, Doug chama pessoas
com quem trabalha e conhece os projetos. Na Europa, onde a rede de contato dele é menor, procura pesquisar o que as empresas estão trazendo e as pessoas que promovem a inovação. “Por esses caminhos vou conhecendo gente fascinante, artistas e tecnologias interessantes, então tentamos convidar eles”, explica.
O local da feira era amplo, com muitas opções e espaços diferentes
Para DeAngelis, a música gravada não está acompanhando a velocidade das mudanças, e defende que a indústria dos games deve ser pesquisada para saber como agir nestes tempos. “Se você olhar a indústria do videogame e ver o quanto ela mudou desde 1975, não temos coisas novas (na música gravada) desde a época em que o vi-
A variedade de produtos era grande
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 46 Console analógica dos anos 90 no Vintage Concert Audio Show
deogame começou a evoluir. Eu comecei na música como engenheiro de som e produtor em 1988 e, quando comecei, fazia música estéreo para fones ou caixas de som. Basicamente a mesma coisas que fazemos hoje. O que aconteceu nesses últimos 25 anos foi diminuir a qualidade do som. Tentamos toda a sorte de
graça. Há muitos mal-entendidos a respeito da parte financeira da música, então há um movimento a respeito do streaming porque as gravadoras finalmente voltaram a ganhar dinheiro com música. E as empresas de streaming ganham dinheiro com música, mas está horrível para o artista. Então, bem, eu vejo este negócio
A garotada ouve música em fones e não há nada para as próximas gerações que atenda a demanda por novas experiências. Por isso a música tem perdido o valor, então hoje é de graça.
experimentos com 5.1 ou 7.1 mas nada funcionou. A garotada ouve música em fones e não há nada para as próximas gerações que atenda a demanda por novas experiências. Por isso a música tem perdido o valor, então hoje é de
em três partes: música, entretenimento ao vivo e game, e acho que o game é uma mídia fundamental para estudar se você quer entender como fazer dinheiro com entretenimento ou, particularmente, com música”, afirma.
Stephan Zind, responsavel pela parte para crianças
CRIANÇAS Quando parece que já não há mais nada para ver, aparece, meio escondido, um espaço onde crianças das mais diversas idades podem pegar e experimentar violinos, instrumentos de sopro e eletrônicos livremente: é a parte da Musikmesse dedicada às crianças, aqueles que no futuro vão trabalhar com música e áudio. O responsável pelo espaço era Stephan Zind. “Nos últimos dois anos que começamos pesquisas com isso. Queremos que as crianças toquem os instrumentos diretamente. Esta é a ideia principal. Então colocamos todos esses instrumentos diferentes. Os eletrônicos foi a primeira vez. Fizemos aqui para crianças e adolescentes. Mas, basicamente, para as crianças pequenas. Isto é muito importante para que elas possam tocar no instrumento. Quem sabe se não há um novo talento aqui? Essa é a ideia. Aumentar as chances de mostrar a eles o que é a música”.
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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br
EU, A PÉ...
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Foto: George's Studio
F
azem dois meses que estou sem carro. Isso nunca me havia acontecido antes. Todos os meus amigos sabem que sempre fui um ser de quatro rodas, assim como a maioria dos garotos da minha geração, que nasceram à sombra das heroicas carroças nacionais e passaram a infância assistindo tornar-se real o sonho de JK, que em vez de cortar o Brasil com ferrovias, asfaltou-nos a todos, secundado pela ditadura que rasgou a selva a bordo de tratores e outros monstros. A meu favor, diga-se que sempre fui partidário da poeira, a favor da lama, gostando de chegar onde mandam as dúvidas. Na minha cabeça de recém-motorizado antes até dos dezoito, asfalto era para amadores: logo troquei o cabuloso e frágil Renault Dauphine, meu primeiro carro, por um sólido jipe DKW Candango, tração nas quatro, que se propunha a me levar onde eu queria. Só que eu ainda não sabia onde. Aí vieram as viagens para a casa dos meus amigos Luhli e Luiz Fernando, perto de Mangaratiba. Depois de Itacurussá, a hoje clássica e paisagística Rio-Santos transformava-se numa trilha. E aí o Candango falava alto, mesmo com seu motorzinho de dois tempos, chegando até, algumas vezes, a rebocar os menos dotados. Mas a alegria não durou muito: meu salário não aguentou as exigências mecânicas do motor DKW (“Das Kleine Wunder” – “A pequena maravilha”, num alemão otimista). Acabei, tempos depois, por passar-me de armas e bagagens para um Fusquinha 1300. A princípio, eu não gostava de Fusca. Mas tinha uma lembrança querida: o Fusca – alemão ainda – do amigo Zé Ivan: um cabriolé 1200
que carregava a mim e a meus amigos tijucanos para a esbórnia elegante dos bordéis de Barra do Piraí, Barra Mansa e Volta Redonda, onde subíamos nos palcos encantando as moças de vida bem difícil com os recém chegados acordes da Bossa Nova, que elas achavam mais chiques, acreditem, que as sofrências de Orlando Dias, Altemar Dutra, Nelson Gonçalves e outros que dominavam ambientes semelhantes Brasil afora. Éramos tão admirados pelas garotas que uma vez fomos postos a bala pra fora do palco por um ”coronel” ciumento, irritado pelos olhares dengosos que sua preferida derramava sobre aquele quarteto de jovens cabeludos que olhavam pra ela e cantavam: “olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...”. Felizmente ele teve a bondade de atirar primeiro para o alto e nós tivemos a agilidade de pular pra dentro do cabriolé do Zé, inclusive pelo teto. Anote aí o quanto um teto solar pode te ajudar numa hora de pânico. Não ia contar uma outra passagem pouco digna da minha vida motorizada, mas me sinto numa noite confessional, então lá vai: antes dessa conversão ao Fusca, tive uma recaídadois-tempos com um DKW sedan que eu quis preparar para correr naquelas lenhas meia boca na Barra da Tijuca que os mais afoitos chamavam de “corridas de estreantes”. Lá acabaram por se profissionalizar lendas da época como Emerson Fittipaldi, Luiz Pereira Bueno, Bird Clemente e outros pilotos oficiais das fábricas. Mas meu sonho automobilístico foi bruscamente contido por um poste no acesso Catumbi do túnel Santa Bárbara, que “me achou” a quase 100 por hora. A prima Sonia saiu voando pelo para-brisa quebrado, levou dezenas de pontos na cabeça e guarda até hoje uma cicatriz – felizmente escondida em sua farta cabeleira – dessa minha imprudência. Eu fui salvo pelas longarinas de aço do DKW, que usava chassis e não
LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM monobloco. Se fosse um Fusquinha, você estaria agora lendo uma outra crônica de um outro cara. Com um emprego melhor – o que melhor que um emprego público antes de 68?- nos quadros do Itamaraty, comprei um Fusca 1300 bordô, zerinho, mas eu o achava muito comum. Todos tinham aquele Fusca 1300 bordô. Meu pai mesmo tinha um igual. Tem coisa pior pra um rebelde sem causa que ter um carro igual ao do pai? E nesse entretempo aí, casei pela primeira vez. Com o advento da ditadura, abandonei o Itamaraty e parti para o jornalismo, a princípio no emblemático O Sol e depois no Correio da Manhã. Eu e Leila, minha então mulher, gostávamos de explorar as praias do entorno carioca, algumas – como Grumari – ainda semidesconhecidas. E aí, troquei o Fusca por um buggy Gurgel, achando que ele resolveria melhor nossas investidas arenosas. Acabei por atolar o carro em Grumari, quase o perdendo para a maré alta. Quando levei o Gurgel para a limpeza numa concessionária na rua do Riachuelo, topei com um desses malditos vendosedutores sempre prontos a lançar seu veneno em ouvidos alheios: - Lindo esse seu carro. - Obrigado! – Minha infinita ingenuidade não percebia o que de lindo ele vira naquele monte de areia salgada em que o Gurgel se transformara. - Mas eu tenho um mais lindo ainda pra te mostrar aqui... Segui o cara até os fundos da oficina. Ao canto do pátio, uma capa protetora escondia o que ele achava que seria meu objeto de desejo. Minha prévia ingenuidade já dava lugar a um ceticismo pronto para negar qualquer traço de beleza no que quer que aparecesse. - Acabou de chegar – disse ele, tirando teatralmente a grossa capa, num ato que parecia ter sido ensaiado por um diretor de vendas. E dali de baixo surgiu um Karmann-Ghia 1969 vermelho, zero bala, lindo e reluzente em seu fluido desenho de curvas perfeitas. Feminino na forma, masculino no cromadíssimo emblema “1500”, em menos de quarenta minutos ele já era MEU! Entrei naquele cockpit e desprezei de imediato a dívida que eu acabara de assumir pelos próximos dois anos. Mas o difícil foi chegar em casa sem o buggy... - Qual diabo de praia você acha que vamos achar com essa coisa? – lamentou uma decepcionadíssima Leila. Por sorte minha, o casal Torquato Neto e Ana, nossos companheiros em passeios do falecido Gurgel, esta-
vam lá em casa e vieram em minha defesa: - O carro é bonito! – entendeu Torquato, sempre favorável à estética. - E corre bastante! – reforçou Ana, que ao contrário de Leila curtia uma velocidade. - Carro de burguês! – ideologizou Leila, embora já enfraquecida pelo óbvio fascínio que o Karmann exercera sobre nossos amigos. Ele já era então a obra atemporal de design que admiro até hoje. Não por acaso, dez anos depois, achei meu segundo Karmann 69, desta vez branco. Parado numa garage, baixíssima quilometragem, quase novo, por força de sua dona ser desembargadora e só usar o carro oficial a que tinha direito. Fiquei uns bons anos com ele e só o vendi pro Guarabyra, que passara um bom tempo me convencendo a fazer isso. Já com dois filhos para levar, parti para um Corcel, conformado pelo menos com o fato de que o carro ficara praticamente em família. Ano passado, meu amigo Padreco deixou que eu dirigisse seu super-vintage- vermelhíssimo Karmann Ghia ’69 – em tudo igual ao que eu tive - pelas ruas de Curitiba. Mal acostumado com meu atual carro moderno, achei tudo estranho: o banco baixo, a embreagem dura, o volante enorme... mas adorei cada um dos cerca de quarenta minutos que passei dentro dele, olhado com admiração – e às vezes uma bem perceptível inveja - pelos outros motoristas. E hoje, eu, a pé. Passeando por meu bairro, não sinto mais falta de carro. Desfilam a meu lado aqueles belos Mercedes, os potentes Audi, um ou outro Camaro com seu ronco grave. Eles não me seduzem mais. Combustíveis fósseis me assustam. O Mundo em que vivemos não suporta mais isso. Meu sonho de consumo agora é estar a bordo de uma fantástica bike profissional, passeando sua beleza negra de fibra de carbono pelas ruas da cidade ou mostrando a força de suas inúmeras marchas nas trilhas que varam as matas próximas daqui. Ou fazer o que tenho feito: andar a pé pelas ruas desta ainda tranquila BH, onde muitas pessoas ainda nos cumprimentam mesmo sem saber quem somos. Como é bom descobrir aquelas velhas casas art-nouveau que datam da fundação da cidade, mesmo que espremidas entre prédios atrevidos. Mas sei que mais dia menos dia, de repente, um BMW elétrico vai parar ao meu lado e me atirar ao futuro...
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