Backstage 304 - Junho 2022

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CARNAVAL EM ABRIL Após um ano de hiato por conta da pandemia do coronavírus, volta a acontecer o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. Destaque é o sistema inteiramente sem fio.

Fotos: Ana Cecília Abreu | Marco Antonio Teixeira (RioTur. Foto de abertura e capa)

O

desfile das 12 escolas de samba do grupo especial – seis em cada noite aconteceu, excepcionalmente, nos dias 22 e 23 de abril, feriado de Tiradentes, por conta da pandemia, com um atraso de quase dois meses em relação à data oficial do carnaval. Houve menos tempo para a montagem, que aconteceu algumas semanas

antes do evento, sob a coordenação de Christian Oliveira. Pela experiência da Gabisom, na Marquês de Sapucaí desde o início dos anos 2000, o sistema de trabalho já está bem estabelecido, mesmo sob condições adversas geradas pelo adiamento e demanda reprimida por eventos. “O carnaval em paralelo com outras ações e fes-


apenas duas conversões AD/ DA em todo o caminho percorrido pelo sinal. Elas chegaram a ser mais de dez no início dos trabalhos da Gabisom. A sonorização se manteve com o mesmo perfil: L-Acoustics K1 para arquibancadas, K2 para a pista, Kara para as frisas e Norton LS8 na Praça da Apoteose, Presidente Vargas e recuos.

As caixas foram distribuidas em 36 torres na Avenida

tivais fez tudo se tornar maior do que o normal”, comenta Peter Racy da Gabisom.

pre tem que ter o plano B e o C. A fibra e o multicabo analógico estão passados e testados”,

Sempre tem que ter o plano B e o plano C. A fibra e o multicabo analógico estão passados e testados. Uma parte bem complexa dessa montagem é o cabeamento. “São duas semanas só para isso, passando cabos embaixo das frisas, subindo nas torres em cima das quais ficam as caixas de som. São carretas e carretas de cabos. Depois, no final, são mais de duas ou três semanas só recolhendo-os. É o evento da empresa que mais tem cabos”, afirma Peter. A grande preocupação é sempre com a solidez do sistema. Por isso, ainda que todo o caminho do áudio principal seja no formato digital sem fio, ainda há sistemas de backup em fibra ótica e analógico. “Sem-

aponta Racy. Vale ressalt ar que, hoje em dia, são feitas

Segurança do sistema e caminho do sinal No contêiner da sonorização tem três Consoles Yamaha Rivage PM10 que recebem os sinais divididos. Após serem conferidos, os sinais são enviados para a mesa de mixagem, com Luiz Carlos T. Reis, e para a mesa Master, com Valtinho Silva, que faz a masterização e distribuição. Antes dos sinais chegarem à mixagem, são esplitados para os estúdios da Globo, onde recebem o tratamento específico para TV. Nos grupos de voz, harmonia e bateria estão oito puxadores, quatro canais separados para cavaquinho, violão e mais o que a escola trouxer, e 12 ca-

L-Acoustics K1 para arquibancadas, K2 para a pista e Kara para as frisas

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Mais um ano com as Rivage no contêiner

nais para bateria. São 24 canais por carro. O sinal sai tanto por meio de RF como pelos cabos de backup (fibra e multicabo analógico). Giovane

crofones, temos que trocar frequências”, observa o coordenador. Já Marcos Possato, que opera a mesa de recepção do sinal, tem

Temos que escanear e ainda gerar uma frequência de backup, porque, por exemplo, se chega uma banda em um camarote com oito microfones, temos que trocar a frequência. Celico Paes é o responsável por acompanhar os scanners de frequências e as melhores faixas de backup, “porque, por exemplo, se chega uma banda em um camarote com oito mi-

a preocupação e de mandar o sinal mais limpo e uniforme possível para a mesa de mixagem. “Temos multipontos de captação RF que chegam aos 9000 (sistema sem fio da

Sennheiser)”, explica. Nas duas trocas de fibra e multicabo que acontecem no decorrer da avenida, Possato também verifica se o volume está uniforme para que, caso sejam usados, não aconteça nenhum “salto” no som. Para captar os cerca de 300 ritmistas da bateria são usados 24 microfones, com alguns individuais nos melhores músicos – principalmente os kits específicos para bateria - e mais os de over. Eles são montados em varas e carregados por técnicos que se distribuem em pares por cada naipe de instrumentos, como surdo, caixa, repique ou cuíca, acompanhando o movimento da bateria.


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Peter Racy

O posicionamento deles no naipe acontece de acordo com as orientações que chegam da sala de mixagem para a pessoa da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) responsável pela comunicação com os mestres de bateria. Entre os modelos utilizados para a captação da bateria estão os Sennheiser E904 e MD 421, kits dos Audix D6, D4 e D2 e os Shure VP88 e SM57. Delay Parte da alma da sonorização na Avenida é o delay. Ele é que permite que os desfiles - verdadeiras óperas itinerantes – sejam plenamente ouvidos, sem sobreposições entre som amplificado e acústico e sem que o som amplificado soe fora de sincronia com a bateria. Ainda que o sistema seja complexo, o princípio de funcionamento é relativamente simples: o carro de som tem um

Marcos Possato

Giovane Celico Paes

Valtinho

posicionamento na avenida indicado por um software. Quando se coloca em frente à torre 1, no início do desfile, o posicionamento do carro começa a ser monitorado. O tempo de delay do som, em qualquer ponto da Avenida, sempre vai ser ajustado em relação ao movimento das escolas. São 36 pares de torres com caixas de som até o fim da Avenida e a cada cinco metros acontece a mudança de programa na console para os ajustes de delay. “Onde está o caminhão, o som amplificado diminui para o acústico prevalecer. Isto porque tudo é importante, mas o som da bateria acústica é mui-

to alto. Apenas o som da bateria natural já é impressionante”, ressalta Valtinho. Nos últimos seis anos, as mesas foram alternadas entre SSL e a Yamaha Rivage. Em 2022, esta última foi usada novamente. “Ela atende perfeitamente pela quantidade de saídas e os recursos complementares. Os prés do Rupert Neve dela fizeram com que o médio grave ficasse um pouco encorpado, o que é ótimo”, acrescenta Valtinho. O carnaval de 2022 foi vencido pela Grande Rio. As outras escolas que se classificaram para o desfile das campeãs foram a Beija Flor, Viradouro, Vila Isabel, Portela e Salgueiro.

Microfones preparados para captar a bateria


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ENTREVISTA: Jesus Molina Reportagem: Daniel Figueiredo | Colaboração de Márcio Chagas | Fotos: Divulgação

Jesus Javier Molina Acosta nasceu na cidade de Sincelejo, na Colômbia, em 1 de junho de 1996. Músico versátil, o pianista e tecladista viaja pelos diversos estilos do jazz com desenvoltura.

A

vida musical se iniciou aos 12 anos tocando saxofone soprano e alto. Aos 15 anos Jesus decidiu mudar de instrumento e se dedicar ao piano. Entre 2014 e 2016, Molina concorreu e conquistou o primeiro lugar em festivais da cena colombiana, como o Barranquijazz 2014. Também participou como convidado em Festivais como Teatro Pablo tobónuribe Jazz festival em Medellín, Sevijazz no Cauca Valley, Tolijazz em ibague-tolima, Atlantijazz em

Barranquilla e muitos outros. Em maio de 2016, um evento trouxe grande mudança na vida do jovem músico: Molina recebeu o prêmio Latin Grammy Scholarship Award Juan Luis Guerra. Esta bolsa custeou quatro anos de estudos na BerkleeCollegeof Music, em Boston. Desde então, Jesus Molina ministrou aulas e workshops em países como Equador, Panamá, Nicarágua, México, Colômbia e Estados Unidos em universidades, institutos e igrejas. O músico tam-


bém tem uma legião de seguidores em seus perfis nas redes sociais. Jesus Molina já tocou com diversos de seus ídolos na música, trabalhando em produções com Jordan Rudess, Marco Minnemann, Eric Marienthal, Milton Salcedo, John Patitucci, RandyBrecker e Gabriela Soto, entre muitos outros. O pianista e tecladista contou os detalhes de sua vida musical para Daniel Figueiredo nesta entrevista para a Revista Backstage (com a colaboração de Márcio Chagas). Você começou no sax e depois mudou para o piano. O que motivou tal mudança? Bom, eu comecei no saxofone porque, durante toda a vida dela, minha mãe queria tocar saxofone. A principal razão pela qual eu mudei para o piano foi porque eu achei mais completo! A música tem tudo a ver com o piano. Nessas 88 teclas você encontra todas as escalas, todos os rit-

mos, acordes e variações possíveis. Minha imaginação não tinha limite neste instrumento. Você descobriu o jazz no Youtube. Como foi essa descoberta? Quando eu tocava sax em tempo integral, uma das minhas principais influências era Eric Marienthal e kenny G! Foi quando eu costumava assistir mais de 20 vídeos do YouTube por dia e transcrever som, etc… Vi o Brian Culbertson (Pianista) tocando com Eric Marienthal e eu disse “Quero ser um pianista agora” foi minha primeira descoberta no Jazz , através do smooth jazz. Quais são suas maiores influências no piano? Brian Culbertson, Oscar Peterson, Bill Evans, Errolgarner, Art Tatum, McoyTynner e muitos outros. Você ainda estuda sax? Na verdade sim, mas não tanto

quanto o piano. Seu grupo atual inclui o baixista israelense Guy Bernfeld, o baterista Jorge Pérez e o guitarrista cubano José Irarragorri. Foi intencional criar uma banda globalizada? Eu amo tocar música com os amigos. Esses caras vieram aos poucos na minha vida e nós reunimos grandes músicos, grandes seres humanos. É isso que acontece: grande música, musicalidade e energia. Você recebeu a prestigiosa bolsa do Grammy Latino com a qual financiou seus estudos na Berklee College of Music. Como foi essa experiência? foi literalmente a experiência que dividiu minha vida em Antes/Depois. Abriu um mundo para mim. Experiências que eu não sabia que existiam. Isso aprendendo com os melhores professores do mundo. Só Deus para fazer isso. Sou sempre grato com essa oportunidade que 9


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em entrevistas e até em algumas músicas. Como você consegue aliar música e espiritualidade? Não a religiosidade, Deus é um relacionamento para mim. Ele é a única razão pela qual eu posso tocar música e para sempre e sempre a Glória será para Ele! Tudo que eu toco é para Deus, cada melodia é para expressar a gratidão que minha vida sente sempre que toco música. Os brasileiros são o seu segundo maior público nas redes sociais, imagina por quê? Me sinto tão privilegiado por esta oportunidade e amo muito o Brasil! Não consigo imaginar o porquê, mas me sinto grato e preciso dar ao Brasil o que eles merecem com minha música!!!!

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veio dele! Sem ele eu não sou nada. Em seu último álbum "Departing" você recria "Spain", uma das maiores canções de Chick Corea. Seria uma forma de homenageá-lo? Por que você escolheu essa música? Definitivamente essa música é tão famosa, tantas pessoas estão tocando em todos os lugares... Uma das coisas que eu quero fazer é pegar músicas famosas e tocar como meu estilo. Quando eu toquei essa música eu estava pensando mais em “E se eu fizer a versão ruim dela...haha” Eu não gosto de tocar músicas com a mesma versão original, é por isso que eu pego todas elas e tento tocálas de uma maneira diferente. Claro que foi para homenagear Chick Corea, o melhor dos melhores! Além de "Spain" há outras regravações interessantes no álbum. Como você escolheu cada uma das músicas? N”Night in Tunisia”é um daqueles que está no meu coração. Também Guadalquivir/Tiburon. Energia,

melodia e singularidade me fizeram escolher elas. Você é o primeiro músico de uma família de advogados e empresários. Você sentiu alguma pressão para não seguir uma carreira na música? Bem... eu me senti pressionado se não conseguisse fazer música. já que

Você gostaria de enviar uma mensagem para seus fãs no Brasil? Muito obrigado por estar conectado e estar ao longo dos anos esperando por algo especial, estamos preparando algo especial para o Brasil! Mal posso esperar por isso! Quais são seus planos para o futuro?

Estamos preparando algo especial para o Brasil! Mal posso esperar por isso! a música é tudo na minha vida. Graças a Deus eu tenho esse lindo dom de transmitir isso para o mundo. Como você vê o papel das redes sociais na carreira musical hoje em dia? É a maior ferramenta para apresentar minha música como artista independente. Ter um público sempre esperando o que você vai fazer é um desafio e uma benção completos. Você sempre exalta a religiosidade

Fazer tantas turnês pelo Brasil e tocar muita música para curar a alma e compartilhar com todos vocês o que DEUS me deu! Para todo o sempre glória a Deus!!! PARA SABER MAIS ACESSE: facebook.com/jesusmolinamusic1 instagram.com/jesusmolinamusic/ youtube.com/channel/ UCunKKpBXDHlVb4uqCko_-FA



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SOM NAS IGREJAS

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O planejamento aliado ao estudo e conhecimento dos equipamentos à disposição permite alcançar qualidade melhor, sem precisar despender em equipamentos novos”. Neste capítulo do Som nas Igrejas, David Distler fala sobre a Importância do Planejamento. Fotos: Arquivo Pessoal / Freepik.com

SOM NAS IGREJAS NINGUÉM NOTA O QUE FUNCIONA A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

PARTE 7

David atua no som de igrejas e sonorização de congressos no Brasil e Estados Unidos há 40 anos. Recentemente, servido como diretor de mídia, liderou cerca de 70 voluntários nas equipes de produção de som, vídeo, iluminação, digital signage, transmissão e cenografia.

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ntre os elementos essenciais para uma produção técnica de qualidade, está o planejamento. No mês passado, ao discorrer sobre o tempo, mencionei: “Ser bem-sucedido em bloquear o tempo para uma ativida-

de requer ter o conhecimento suficiente da atividade ou, pelo menos, alguma experiência nela para estimar o tempo necessário.” Este bloquear de tempo é um componente do planejamento. Por definição,


planejar é organizar, programar, elaborar planos. Cristo ilustrou a importância de se planejar: “Quem começa a construir uma torre sem antes calcular o custo e ver se possui dinheiro suficiente para terminá-la? Pois, se completar apenas os alicerces e ficar sem dinheiro, todos rirão dele, dizendo: ‘Esse aí começou a construir, mas não conseguiu terminar!’. Lucas 14.28 a 30 NVT Planejar é associar o nosso conhecimento à criatividade da melhor forma, pois nos permite considerar mentalmente diversas possibilidadesoptando pela melhor entre elas. Isto requer tempo, mas se comparamos com o cenário de fazer as coisas correndo, sem tempo para considerar a melhor opção, este é um tempo tranquilo e até

prazeroso. Como tenho dito, a excelência se revela através dos detalhes, e é quando tomamos o tempo para planejar que se faz possível considerar estes detalhes com carinho, pesando as relações custo / benefício das possibilidades que a nossa criatividade e experiência fazem desfilar pela mente. Um bom planejamento também permite extrair o máximo proveito

tando os recursos do equipamento que possuem. O planejamento aliado ao estudo e conhecimento dos equipamentos à disposição permite alcançar qualidade melhor, sem precisar despender em equipamentos novos. Até certo ponto, o planejamento é sinônimo de projeto, pois ao projetar planejamos prevendo as possíveis aplicações de um espaço e os

O planejamento aliado ao estudo e conhecimento dos equipamentos à disposição permite alcançar qualidade melhor. dos recursos existentes. Existem situações em que técnicos e/ou músicos pedem novos equipamentos quando não estão nem aprovei-

equipamentos que ser virão aos seus ocupantes. A expressiva maioria das vezes em que somos chamados para consultoria ou projeto, a 13


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origem da insatisfação dos clientes pode ser ligada a situações que poderiam ter sido evitadas por um projeto (planejamento) competente. Quem tem acompanhado minhas publicações e workshops deve se recordar da analogia dos 4 Elos essenciais à qualidade no som ao vivo. A ausência de planejamento pode facilmente quebrar o equilíbrio essencial de qualidade entre os 4 elos, gerando problemas persistentes no som até que seja resolvida a questão. Não adianta, por exemplo, ter o elo da Acústica resolvido, comprar uma mesa profissional para o elo de Processamento, e na Projeção ter uma caixa de qualidade que projeta o som com fidelidade e uniformidade sobre os ouvintes, se o elo da Captação foi negligenciado por economizar demais nos microfones, direct box e cabos. O som que chegará para ser

processado virá com a falta de graves de direct box deficientes, timbres irregulares de microfones baratos e interrompido por maus contatos nos cabos para ser fielmente projetado e uniformemente ouvido por todos com essa baixa qualidade! Pode até se tentar consertar alguma coisa no proces-

é transformada em corrente elétrica. Se a captação não for bem-feita, nada que se faça depois recuperará a qualidade do som! Podemos, inclusive, considerar as vozes e instrumentos no elo da Captação. Se estas fontes sonoras não forem de qualidade, há pouco que se pode fazer depois.

Se a captação não for bem-feita, nada que se faça depois recuperará a qualidade do som! samento, mas será paliativo e não solução. Parafraseando Brad Madix, engenheiro de bandas renomadas como Florence & the Machine, Shakira, Van Halen, Rush, e Linkin Park: É na captação que a energia acústica

Também é tristemente comum vermos situações em que o elo da acústica foi negligenciado. Isto compromete tanto a captação quanto, no lado oposto do sistema, prejudica o som projetado pela cai-


xa, possibilitando reflexões indesejáveis que embolam o som e / ou devolvem a energia projetada na captação em níveis que causam a realimentação acústica. E não adianta ter boa qualidade na captação, no processamento, e uma acústica razoável se a caixa não cobrir adequadamente o espa-

quarto com aramezinho de fechar embalagem de pão de forma. Será este elo mais fraco que determinará a qualidade final,nivelando-a por baixo! É na etapa de planejamento de um projeto que é feitoo alinhamento dos investimentos em cada área para proporcionar um equilíbrio

É ainda bastante comum encontrar salões usados como salão de culto, sem que se tenha feito a menor consideração da sua aplicabilidade para esta função. ço, distorcer o som que foi bem captado e processado ou se ela não tiver potência adequada para a função em que está sendo usada. Enfim, de nada adianta ter 3 elos de titânio e tentar adaptar um

na funcionalidade e interação entre os 4 elos para não ocorrer este nivelamento por baixo. Na economia do mundo real pode ser impossível adquirir todos os componentes de um sistema ao mesmo

tempo ou entrar com os sistemas completos e o tratamento acústico já na inauguração do espaço. Neste caso, é preciso conviver com um desequilíbrio planejado entre as áreas por um período, para que não se estenda demais e para que o ditado que rege que “o bom é o inimigo do ótimo” não se estabeleça limitando indefinidamente a qualidade da qual se poderia usufruir. Apesar de os exemplos acima poderem parecer surreais, é ainda bastante comum encontrar salões usados como salão de culto,sem que se tenha feito a menor consideração da sua aplicabilidade para esta função. Vale relembrar o princípio de que a forma determina a função. Há salões que servem para qualquer outra coisa, menos uma comunicação de qualidade por som e imagem. Ignorar os princípios fundamentais para produzir 15


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uma comunicação de qualidade e adotar a atitude de “vamos entrar e depois a gente vê o que faz” não é nada coerente com administrar bem os recursos ofertados a Deus para servir bem a congregação com a comunicação e impõeum fardo aos voluntários que cultuam a Deus também por meio do seu serviço à congregação.O princípio de que o bom é inimigo do ótimo pode ter um forte impacto negativo no serviço que os voluntários oferecem a Deus, em contextos de poucos recursos onde são exigidos grandes esforços deles apenas para chegar no bom; e o ótimo, em que as habilidades que receberam de Deus seriam desenvolvidas, nunca chega. O planejamento aliado ao conhecimento proporciona economias de recursos, maior simplicidade dos sistemas usados na comunicação e menor desgaste dos voluntários que podem dedicar os seus esforços a aprimorar suas habilidades no serviço ao invés de lutarem continuamente contra obstáculos que poderiam ser evitadospelo planejamento prévio.

Garantir a participação de consultoria experiente em sonorização, projeção e iluminação para interagir com as equipes técnicas, arquitetos e engenheiros nas etapas iniciais de reforma ou construção às vezes é visto como aumento de custo, mas ao final se traduz em economia! Por quê? Seguem alguns exemplos de compreensão bastante simples. O que fica mais barato, determinar a altura, angulação ou posição correta de uma parede na planta ou precisar derrubá-la posteriormente após descobrir que é incompatível com o uso que se pretende fazer do espaço? Há maior economia em projetar a distribuição da energia elétrica com folga adequada e redes dedicadas para a técnica e iluminação antes de se forrar e dar acabamento para inaugurar o espaço ou precisar reformar as instalações elétricas depois da queima de equipamentos, e superaquecimento de cabos que geram risco de incêndio? Existe mais economia em instalar dutos e conduítes extras a baixo

custo, planejando com base no potencial de que poderão eventualmente ser usados, ou precisar contratar mão de obra para quebrar paredes e pisos e remendar acabamentos pouco tempo após inaugurar o espaço para prover funcionalidades não previstas por falta de planejamento? E quanto a correr para iniciar uma obra sem ter conseguido contratar prestadores de serviço com comprovada experiência em igrejas (que forneçam o contato de clientes satisfeitos) para depois ter que contratar outros que consertem os erros deixados, resultando tanto desperdiço de tempo quanto de recursos. Um planejamento feito junto a pessoas experientes na área ajuda a dissipar aquele falso conceito impulsivo de que “Ah, mas não temos dinheiro para fazer da forma recomendada!” Porém, ao invés de fazer certo na primeira vez por um custo maior do que desejavam,precisarão fazendo duas ou três vezes aprendendo pelo processo muito mais custoso da tentativa e erro. Planejamento competente, não se


embasa em “achometro”, em “vamo vê se dá” ou em “ouvi dizer que lá fazem assim e funciona.” Às vezes dá até impressão de haver quem ache que, por se tratar de uma igreja que,em tese, serve a Deus, o Criador “dará uma ajudinha”desativando as leis físicas que Ele estabeleceu para governar a elétrica, acústica e luminosidade. Se alguém é tentado a aceitar este raciocínio, é como esperar que seu pastor não caiase caminhar para fora da tábua que serve de plataforma no alto de um andaime.O Deus que criou a lei da gravidade, criou também as leis da física que governam os princípios envolvidos na produção de som e imagem de qualidade, e em 40 anos de serviço técnico ainda não vi um único caso de igreja em que Ele desativou alguma delas para quebrar o galho de quem não foi diligente no planejamento!

Recentemente a Nasa captou sua primeira imagempelo telescópio James Webb que foi lançado a uma distância de 1,5 milhões de km, para um ponto conhecido como Lagrange ou L2,onde orbitará o Sol, acompanhando a Terra.Dali, ele conseguirá captar imagens que tiveram origem a bilhões de anos luz. Ainda mais recentemente, noticiou-se que ele será usado para captar com maior precisão e detalhes a luz da estrela batizada Earendel, captada pelo telescópio Hubble orbitando a terra.Estima-seque esta estrela esteja há 28 bilhões de anos luz de distância. Não são quilômetros, são 28 bilhões de anos de viagem na velocidade da luz! No áudio,lidamos com o som que trafega a 340 metros por segundo ou 1.224 km/h. A velocidade da luz é 880,9 vezes mais veloz 1.078.252.849 km/h. Agora, imagine viajar a esta veloci-

dade por 28 bilhões de anos! Fora a matemática e física acima, não temos nenhum parâmetro para imaginar a imensidão do universo criado por Deus! Pense comigo, Deus criou o universo com estas dimensões inimagináveis proferindo simples palavras como “Haja luz.”Agora, voltemos ao Monte Sinai, há uns 3.250 a 3.500 anos. Nós o vemos envolto em fumaça e relâmpagos,e fortes sons de trombetas anunciavam a glória de Deus, enquanto Ele entregou a Moisés as instruções de como o Seu povo deveria se relacionar com Ele. Entre estas instruções registradas no livro de Êxodo, cinco capítulos (26 a 31.11) contêm instruções detalhadas,totalizando 5.049 palavras na versão NVT,de como deveria ser o tabernáculo e os serviços prestados a Deus nele.


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PAULO FARAT

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Quase ninguém sabe, mas Ian tocava violino, e aos 15 anos de idade, escolheu a bateria como instrumento, graças ao CARA lá de cima!!!”. Paulo Farat fala sobre um dos bateristas mais influentes do rock: Ian Paice, do Deep Purple. Foto: Divulgação

IAN PAICE Paulo Farat é Monitor Engineer de Milton Nascimento, Ivan Lins, MAria Betânia, Rita Lee, Fábio Jr., Ritchie, Capital Inicial, Maurício Manieri, Guilherme Arantes, Chrystian & Ralf, Charlie Brown Jr., RPM, Free Jazz, Projeto SP, A Chorus Line, entre outros... • De 1980 até o momento • São Paulo • Trabalho em estúdio; Vice-Versa, Maurício de Souza Produções, Nossoestúdio, Mosh, KLB Studios & Artmix.

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á atrás, nos anos 70, quando o saudoso Tio Mira, pai do Carlos Ronconi, me apresentou uma bateria de latas de óleo Salada e tampas de panela eu me apaixonei perdidamente por fazer um certo barulho... Os

LPs de Rock já soavam pelos ares do Planeta (de Caçapava & São José dos Campos tb, onde eu passei a maior parte da minha delinquência músico/juvenil) e, com certeza, essa paixão não teria fim!!! Já com uns 16, fui tocar na banda


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do Márcio de Sousa, tive um Trio de Blues com um gringo maluco que tocava e cantava muito, e antes disso, o Sábado Som do Nelsinho Mota já tinha habitado as TVs na casa do Mané!!! Por falar no Sábado Som, depois

exatamente aí que pirei no cara que iria mudar a história da bateria no stage do Rock, com todo o respeito aos monstros do instrumento no gênero: Mr.Ian Anderson Paice (nascido em 29 de junho de 1948, Nottingham), o úl-

Foi exatamente aí que pirei no cara que iria mudar a história da bateria no stage do Rock, com todo o respeito aos monstros do instrumento no gênero: Mr. Ian Anderson Paice. do primeiro programa com o Pink Floyd nas ruinas de Pompéia com “Echoes”, na sequência veio um especial do California Jam, e foi

timo integrante da formação original Mark I (com Rod Evans & Nick Simper no álbum “ The Book Of Taliesyn” ). Quase nin-

guém sabe, mas Ian tocava violino, mas aos 15 anos de idade, escolheu a bateria como instrumento, graças ao CARA lá de cima!!! O que era aquele maluco, que virava o tempo todo em cima do vocal, e que hoje em dia não gravaria com ninguém por essa característica peculiar!!!... Hahahahaha. Aquela primeira apresentação do Purple, Mark III nos USA, com Coverdale e Glenn Hughes foi de arrepiar, logo após a gravação de “Burn”. A sonoridade e musicalidade do Paice vinham de muito antes, com o concerto pra grupo e orquestra, gravado ao vivo no Royal Albert Hall em Londres (e vou só até o espetacular e polêmico “Come Taste The Band” com a Mark III,


já com Tommy Bolin nas guitarras mágicas, substituindo muito competentemente o outro “Mago” Blackmore) e era explícita e muito própria. Por exemplo, ele sempre é responsável pelas mixes do Deep Purple, e nunca reverberou a bateria no produto final... Ouçam

Nascimento lá, mas eles entenderam o que o Deep Purple era pra minha história!!! Quando um mal amado apareceu depois do Royal Albert Hall (uma parceria bárbara entre John Lord e o Maestro Malcom Arnold), insinuando que o Purple não fazia

Ouçam muito Ian Paice, nos álbuns aqui mencionados e em todos os outros aqui não citados... Um monstro sagrado dos tambores!!! “Burn” e “Come Taste” pra entender o que eu falei. Em tempo; foi um pouco complicado explicar aos técnicos ingleses o motivo de eu ter ajoelhado e beijado o chão do Royal, quando mixei Milton

Rock, já gerou o primeiro petardo de Ian Paice e da banda, não por acaso denominado “In Rock”, com a incrível “Speed King” abrindo o álbum!!! Um som de bateria cru e visceral, de arrepiar e

ouvir no volume 11. E o workshop continuou com “Fireball” & “Machine Head”, e com uma das melhores performances da banda e do Ian em“Live In Japan”, só para o Japão, e depois mundialmente “Made In Japan” (gravado em 8 canais por Martin Birch, com exorbitantes U$ 3.000.00 de orçamento)... Em tempo, alguém aí já ouviu “Help” com o Purple, na fase Mark I??? Enfim, ouçam muito Ian Paice, nos álbuns aqui mencionados e em todos os outros aqui não citados... Um monstro sagrado dos tambores!!! Sou um fã incondicional e agradeço todos os dias aos Deuses do Rock, pois jamais gostaria de ouvir “Burn”, a intro de “Fireballl” e de “You Fool no One” do álbum “Made In Europe” entre outras, executada no violino!!! Até a próxima!!!

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O diretor técnico do lollapalooza, Andreas Schmidt, dá os detalhes da produção técnica do Festival – o primeiro grande evento musical do pós-pandemia - em entrevista exclusiva para a Revista Backstage

LOLLAPALOOZA

BRASIL 2022 Reportagem: Tomáz Sá | Fotos: antelopeaudio.com

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urante três dias – 25, 26 e 27 de março – os 600 mil m2 do Autódromo de Interlagos foram ocupados por mais de trezentas mil pessoas para ver bandas e artistas como The Strokes, Doja Cat, Pabllo Vittar, Miley Cyrus, A$AP Rocky em um line up com mais de 60 atrações divididas nos palcos Perry, Adidas, Onix e Budweiser no festival Lollapalooza, realizado pela Time For Fun (T4F).

Entre tempestades climáticas e políticas, além do triste falecimento de Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, e o cancelamento do show da banda - substituída pelas oito atrações Planet Hemp, Emicida, DJ Nyack, DJ KL Jay, Criolo, Bivolt, Drik Barbosa e Rael - a direção técnica de Andreas Schmidt, da Audiobizz, seguiu firme, com o Festival funcionando plenamente.


exemplo a inclusão de projetos de arquitetura e engenharia, para acompanhar as montagens e termos certeza da execução do que estava no projeto. Houve um avanço tecnológico muito grande, onde muitos aplicativos são usados para diferentes fins. Um evento deste porte, hoje em dia, sem técnicos de Rádio Frequência, não seria possível.

Andreas conversou com a Revista Backstage falando sobre os detalhes de produção do primeiro grande evento musical pós-pandemia. -Quais são as funções do seu cargo? Através da Audio Bizz, coordenamos as seguintes equipes: - Roadies - Stage Managers - Engenheiros de RF - Tecnicos de Som - Tecnicos de Patch de sistemas - Diretores de TV - Tecnicos de Video - Light Designers - Tecnicos de TI - Eletrecistas - Tecnicos de Geradores - Tecnicos de Efeitos e Pyro - Coordenadores de Montagem de Estruturas de Palco e Barricadas. - Todas as empresas de perfil tecnico que trabalham no evento Além de todos os itens de técnica, que devo ter esquecido vários na lista acima, temos como função a gestão de tudo o que se relaciona as bandas, desde as negociações dos equipamentos a serem usados, até

questões de logística dos equipamentos e acordos contratuais relacionados aos equipamentos que serão usados nos shows. Levantamento de custos dos equipamentos de toda a área técnica. Gestão de gastos, bem como planejamento de produção da execução dos trabalhos, incluindo credenciamento, distribuição de equipes e cargos. - O que mudou desde que começou a trabalhar nele? Aumentou muito? Houve mudanças tecnológicas importantes? Inicialmente, fazíamos muito somente a direção de palco. A necessidade nos fez mudar, e acabamos

- Quais são as especificidades deste evento em relação a outros nos quais já trabalhou? Sinto que neste evento a preocupação está na música. O que importa é a experiência musical que as pessoas podem ter. Diversidade e oportunidades para bandas menores. Não vejo isto em muitos festivais. Talvez isto esteja voltando lentamente como sendo o principal objetivo de um festival. -Quais são os desafios em um evento deste porte? O maior desafio é executar uma pré-produção com tempo o suficiente para não termos situações adversas. Sempre é melhor trabalhar duro na pré-produção, para não ter tantos problemas para resolver na hora H. - Qual o tamanho da equipe ligada a você? Como são divididas as funções? Só a minha gestão direta, dentro da minha equipe, estamos falando de

Só a minha gestão direta, dentro da minha equipe, estamos falando de algo em torno de 76 pessoas. Indiretamente, temos mais de 800 pessoas sob nossa responsabilidade. absorvendo outras funções. Hoje cuidamos de váriasáreasjustamente para que tenhamos o controle destas operações. Posso mencionar por

algo em torno de 76 pessoas. Indiretamente, temos mais de 800 pessoas sob nossa responsabilidade. As funções se dividem desde as atri23


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buições das equipes nos palcos, até instalações elétricas, TI e telefonia celular. -O local é favorável ao evento? Quais são os desafios de lá? Houve momentos em que o clima atrapalhou, não é? Em primeira instância, quando saímos do Jockey para o Autódromo, nao havia gostado da ideia. Porém, confesso que devo dizer que ficou muito melhor. Hoje, com toda a certeza, o Jockey não comportaria um público deste tamanho, nem a estrutura montada no Autódromo. O maior desafio do Autódromo fica por conta das restrições de uso da pista. Não podemos montar nada sobre a pista, e muitas vezes, isto atrapalha, mas o maior desafio mesmo é o tempo. Com o autódromo sendo usado para corridas nos finais de semana, trava bastante o nosso processo de montagem. Co-

locar este festival em pé em duas semanas, realmente não é fácil. O clima, desde que o Lolla existe, sempre atrapalhou... O importante é termos esta condição de antecipar eventuais problemas para tomarmos decisões acertadas em função da segurança de todos. - Quanto tempo antes do evento ele começa a ser planejado? Ja estamos falando de 2023. Em geral, de um ano para mais. Muitas

acontecer o festival de 2022. - Como é a pré-produção dele? A conversa com as equipes dos artistas e com as empresas de som e luz. Como acontece este meio de campo? Hoje, existe um modelo já adotado, onde conseguimos otimizar o tempo necessário para o planejamento, mas ainda assim, existe muito trabalho de escritório. A criação de listas de necessidades em todas as

Muitas vezes já estamos falando com bandas que tocarão em 2023, no início do ano de 2022, antes mesmo de acontecer o festival de 2022. vezes já estamos falando com bandas que tocarão em 2023, no início do ano de 2022, antes mesmo de

áreas demanda tempo, e estas, mesmo com uma guia, se alteram todos os anos. Primeiramente fazemos o


bandas, mas ainda não os temos no Brasil. O que sempre chama a atenção, sao os equipamentos de automação que, dependendo dos pedidos, não conseguimos atender e tem de vir com as bandas. - Quando começou a ser conversada a volta deste evento? Quando começaram a ver que daria para fazer? A conversa de fazer o Lolla nunca deixou de existir, mesmo após o primeiro cancelamento. Sempre houve um planejamento, que inicialmente era para ser em novembro ou dezembro e passou para março, abril novamente. A limitação da execução sempre foi por conta da legislação e da preocupação com a saúde do público. As equipes sempre estiveram em stand by. Para nós, neste Lolla, o sinal verde veio já tardio, pesando em pré-produção. Somente em outubro estávamos começando a falar de Lolla para Abril.

Miley Cyrus

nosso projeto de Palco, som, led, luz e todos os demais itens. Somente depois disto previamente definido, iniciamos as conversas com todas as bandas. Encaminhamos para as bandas o que temos no festival, e não exatamente o que eles pedem. Para esta criação, muitas vezes usamos as informações que temos dos Head Liners. Em geral, as negociações com estas bandas se iniciam muito antes de termos qualquer contrato assinado, até porque par-

pedidos extras de bandas, onde no final, esta conta fica a ser paga pelas bandas, e não pelo promotor.A parte dos pedidos de equipamentos para as empresas de som, luz e vídeo, fica sendo a parte mais fácil. - Alguma atração fez pedidos específicos? Algum pede algo que te chamou atenção? Sempre existe um ou outro pedido específico, como algum equipamento que não temos disponível.

Sempre existe um ou outro pedido específico, como algum equipamento que não temos disponível. cialmente, as infos do festival jávão anexas ao contrato. Desta forma, se evita bastante os problemas com os

Mutas vezes, os equipamentos acabaram de ser lançados nos EUA e Europa e já constam em riders de

- Houve especificidades na produção deste evento por conta da saída da pandemia? Ou foi só reunir de novo as equipes e repetir processos já consolidados? Tivemos várias baixas em equipes, desde pessoas que nos deixaram devido a doença, até pessoas que abandonaram a área para atuar em outras frentes. De modo geral, ainda conseguimos manter boa parte da equipe, o que ajuda no processo de colocar o evento em pé, mesmo em um período de tempo tão pequeno. -Vocês se depararam com algum imprevisto no decorrer dos shows? Como foi resolvido? Sempre temos imprevistos. Dependemos de máquinas e de seres humanos. Sair ileso de um evento deste porte, é quase que impossível. Tivemos problemas com A$AP na parte de vídeo, onde o computador 21 25


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deles não estava conseguindo se conectar com o sistema do led. Tivemos problemas com fogos, que com as chuvas acabaram molhando e não explodindo de forma apropriada, ou mesmo não detonando. Tivemos problemas com a chuva, que molhou mesas de som. Problemas com o vento, que rasgou o fundo de lona de dois palcos. Enfm, sempre temos problemasmas, como sempre falo, problemas são bons, porque tem solução. Se não tem solução, se torna um fato, e teremos que aprender a viver com ele. -Esse festival é uma franquia. Tem algum tipo de especificação que os donos do Festival mandam que você tenha de seguir? Ou é autonomia total? O trabalho é em conjunto, respeitando opiniões de cada um. Não existe uma imposição. Sempre se resolve as coisas com o diálogo. Muito democrático o processo. Confesso que é o modelo menos engessado que já trabalhamos. Recebemos apenas as demandas de Riders. Existem comentários, sugestões e solicitações em todas as áreas, vindo por parte da C3/LN, mas dificilmente existe uma imposição. Quando surgem momentos assim, estão sempre relacionados àsegurança do público. Nao posicionar uma câmera em determinado local porque estrangula a passagem, apenas como exemplo. -Neste momento pós-pandemia, ainda foi necessário seguir procedimentos sanitários no festival relacionados à covid? Sem dúvida. Existiu uma preocupação muito grande por parte do festival e seguir todos os protocolos, desde o controle de vacinas do público, até o uso de mascaras em locais mais reclusos e que merecem maior cuidado, como unidades moveis de vídeo e áudio e o contato de artistas com as equipes.

-Após a onda de lives, o que ficou disso? Ficou o aprendizado de que, mesmo em situações adversas, temos a condição de achar saídas. A tecnologia está nos ajudando muito a usar estes recursos. Quem nunca usou, aprendeu a usar. Quemjá usava, ficou feliz de poder ter ao menos alguma atividade para atuar. -Alguma coisa mudou na parte de transmissão e de TI em geral no Lolapalooza? Essa parte da transmissão ganhou mais importância, ou voltou tudo a como era antes? Sempre temos acréscimos de tecnologia, seja na área de TI, seja em qualquer outra áreatécnica. Na transmissão, como sempre falei durante a pandemia, fizemos o que sempre fizemos. Este evento vem sendo transmitido pela internet desde o primeiro. Se pensarmos nesta tecnologia, ela vem sendo usada desde os festivais como Planeta Terra. Estamos falando de mais de 15 anos. Acredito que muitas pessoas não tinham acesso a estas tecnologias, e a situação fez com

que todas corressem para o mesmo lado, mas não temos tantas novidades nesta area. Vendo pelo ponto de vista de importância, acredito que as transmissões pela rede se tornaram mais importantes. Com certeza, os números de pessoas trafegando e fazendo uso destas tecnologias, aumentou muito, e deve ainda aumentar mais, além de estar evoluindo e melhorando. -Algum comentário que gostaria de fazer? Não sabemos o dia de amanhã, mas mesmo com todos os problemas que o nosso setor teve, fiquei feliz de poder continuar a atuar na áreatécnica. Espero que as pessoas não desistam de seus sonhos, e do que realmente gostam de fazer. Sou muito grato as pessoas que me ajudaram durante este periodo. Agradecimento ao surgimento do Backstage Invisível, que me fez sentir util. Temos que tentar estender a mão para os que precisam, afinal, a mão tambémj á foi nos estendida em algum momento.



ILUMINAÇÃO |

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CADERNO ILUMINAÇÃO

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Banda americana Kiss na turnê “The End Of The Road World Tour” – Pedreira Paulo Leminski (Curitiba-PR)(28/04/2022). Fonte: Caio Duran / Opus Entretenimento

A evolução da iluminação cênica nos shows de Rock’n’Roll – como também dos efeitos e outros recursos utilizados nos palcos - confunde-se em parte com a trajetória da banda americana Kiss. Desde a primeira metade da década de 1970, seus espetáculos se tornaram épicos e marcantes, para fãs, músicos e profissionais que trabalham na produção de shows. Nesta conversa, a última (?) turnê da banda será analisada pelo espetáculo presenciado em Curitiba (PR) na atual e conclusiva (?) turnê – The End Of The Road World Tour.

A EXPLOSIVA, ILUMINADA E DERRADEIRA (?)

TURNÊ DO KISS Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisador em Iluminação Cênica.

A

pós serem inicialmente adiados e depois reconfirmados, enfim, foram realizadososaguardados shows da última (?) turnê da banda americana Kiss no Brasil, programados inicialmente para maio de 2020, e posteriormente novembro daquele mesmo ano, mas produzidos e presenciados pela

plateia de fato em 2022, sendo em Curitiba na Pedreira Paulo Leminski no dia 28 de abril deste ano. Além da espera por esse espetáculo – o segundo na capital paranaense, sendo o primeiro anteriormente realizado em 2015, e, coincidentemente e novamente, tendo a banda Kiss como reabertura


Banda americana Kiss na turnê “The End Of The Road World Tour” – Pedreira Paulo Leminski (Curitiba-PR) (28/04/2022). Fonte: Cezar Galhart.

daquele espaço para shows internacionais – que foi possibilitado pela flexibilização dos protocolos sanitários e justificada pela melhora no quadro geral da pandemia da COVID-19, as expectativas estavam ainda mais elevadas e, mesmo com um atraso de 45 minutos para o início, foi entregue um show que definitivamente posiciona a banda em um status de espetáculos grandiosos,emblemáticos e vislumbrantes. Afinal, com uma estrutura de quase cinquenta toneladas de equipamentos de áudio, vídeo e luz, a banda entrega à plateia o mesmo imponente espetáculo, em qualquer lugar que seja. Formada na cidade de Nova Iorque (EUA) em 1973, a banda se consagrou para a grande massa a partir do primeiro registro oficial dos shows, eternizado emAlive I (1975), quartoálbum da banda e primeiro disco duplo ao vivo lançado pelo quarteto –formado por Paul Stanley (guitarra e vocais) e

Gene Simmons (baixo e vocais), que continuam na formação atual, além de Ace Frehley (guitarra solo e vocais) e Peter Criss (bateria e vocais), que deixaram a banda em 1982 e 1980, respectivamente.Já na metade da década de 1970, Kiss já era considerada uma das mais visualmente impactantes bandas a se apresentarem nos palcos em todo o mundo. No Brasil, a banda

turnê atual, Eric Singer (bateria e vocais) e Tommy Thayer (guitarra e vocais), completam a banda com Paul e Gene. Para a The End Of The Road World Tour, iniciada em janeiro de 2019 em Vancouver (Canadá), os lighting&production designers americanos SoonerRouthier e Robert Long, que acompanham as turnês da banda desde a “Monster

Mesmo com um atraso de 45 minutos para o início, foi entregue um show que definitivamente posiciona a banda em um status de espetáculos grandiosos, emblemáticos e vislumbrantes. teve sua primeira passagem em junho de 1983 para uma turnê realizada no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, mas com Vinnie Vincent e Eric Carr, respectivamente, na guitarra solo e bateria, em substituição a Criss e Ace. Na

World Tour” (que passou no Brasil em novembro de 2012 em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro), mesclaram sofisticadas tecnologias aos princípios “OldSchool” inerentes ao repertório e à identidade da banda. 29


www.backstage.com.br ILUMINAÇÃO | 30 “The End Of The Road World Tour” – Pedreira Paulo Leminski (Curitiba-PR) (28/04/2022). Fonte: Cezar Galhart

A essência desses espetáculos está fundamentada nas dinâmicas requeridas pela iluminação para atender aos diversos momentos dos shows, e pela multissensorialidade que integra essa experiências singulares– uma vez que não se trata apenas de eventos para serem vistos, mas para serem sentidos e percebidos por outros estímulos. Destaca-se a utilização de seis módulos com telas de vídeo de 12mm, modelo Smartvision SLINE desenvolvidos pela empresa canadense SACO Technologies, operados com o protocolo de comunicação V-Stream, proprietário daquela mesma empresa. A criação dos vídeos e animações ficou sob a responsabilidade da empresa também canadense Solotech Inc. A essas estruturas modulares móveis, surge outro aspecto que caracteriza a concepção das turnês da banda, desde o início. Além da maquiagem que personaliza cada integrante, há componentes de teatralidade que exigem soluções cenográficas para determinados

atos, que enaltecem os aspectos individuais, seja pelas atuações isoladas ou mesmo os solos que potencializam as virtudes técnicas ou performáticas de cada integrante. Assim, God Of Thunder, centrada

em Gene, e Love Gun e I Was Made for Lovin' You, focadas em Paul, literalmente transportam os dois personagens para outros patamares, e lugares, diferentes. O repertório, formado por vinte e três canções, compreendendo um trajetória que abrange desde o primeiro álbum, homônimo (com as canções Deuce, Cold Gin, um trecho de 100,000 Years e Black Diamond, lançadas em 1974) até o penúltimo, lançado em 2009 (Sonic Boom, com a canção Say Yeah), indubitavelmente oferece uma noção da carreira de uma banda com 49 anos de duração, e mesmo para os fãs mais exigentes, consegue agradar e manter a plateia por quase duas horas (aproximadamente, uma hora e quarenta minutos de show em Curitiba). Conforme já mencionado anteriormente, a iluminação cênica, predominantemente “OldSchool” foi idealizada para apresentar fachos coloridos geometricamente alinhados ou angulados aos planos do palco, sem transições fre-

Banda americana Kiss na turnê “The End Of The Road World Tour” – Pedreira Paulo Leminski (Curitiba-PR) (28/04/2022). Fonte: Cezar Galhart.


Banda americana Kiss na turnê “The End Of The Road World Tour” – Pedreira Paulo Leminski (Curitiba-PR)(28/04/2022). Fonte: Cezar Galhart

néticas e ofuscantes, e sem muitas marcações, mas totalmente harmonizadas com os contextos musicais e pela predominância de cores primárias, no padrão RGB. Se por um lado os efeitos de iluminação cênica se apresentaram mais simples e diretos, os vídeos e animações que acompanharam algumas canções, por outro lado, trouxeram algumas das mais sofisticadas tecnologias de representação e qualificação técnica e tecnológica. Somados a esses recursos, a adição de lasers, labaredas de fogo, explosões (que quase causaram um acidente em um dos módulos de vídeo), bolas infláveis e papel picado complementaram as credenciais de um espetáculo exuberante,

cujo formato se restringe a poucas bandas que ainda mantém essa produção “vintage”. Não se trata da única turnê de despedida da banda – a primeira foi realizada em 2000 e 2001 (basica-

al a encerrar a trajetória e situar esta como o fim da estrada dos shows da banda, mas, definitivamente, trata-se de uma celebração visual e estética, contemplativa e interativa, emocionante e diverti-

Por um lado os efeitos de iluminação cênica se apresentaram mais simples e diretos, por outro, os vídeos e animações trouxeram algumas das mais sofisticadas tecnologias de representação e qualificação técnica e tecnológica. mente nos Estados Unidos, Japão e Austrália) -, e não se sabe se The End Of The Road World Tour será realmente a excursão mundi-

da, que, se for a derradeira, encerrará um capítulo e mesmo uma era de espetáculos, como jamais (?) será repetida. 21 31



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