Backstage 307 - Setembro 2022

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aferição do resultado. Um home studio padrão precisa ter, basicamente, microfone, computador, uma boa DAW, interface de áudio, fones de ouvido e monitores. Mesmo com plug-ins e a boa qualidade da gravação e mixagem digital, algumas coisas não mudaram tanto. E isto acontece principalmente “nas pontas”: a captação do som acústico e a monitoração. Na captação, sempre é importante ter um bom microfone. Já a monitoração vai garantir ao produtor que o resultado é fiel às intenções e está de acordo com as referências de qualidade do mercado em geral. Por isso é importante ter monitores e fones de qualidade e um controle de monitoração que, além de não interferir

A partir da revolução digital no áudio, cada vez mais surgiram recursos que levam o estúdio para dentro de um computador. Se antes era necessário ir para um estúdio gravar - e isto era sempre caro, ainda que a qualidade não necessariamente fosse boa – hoje o templo do som pode ser erguido em casa. E dentro de um computador. Plug-ins e simuladores criam, no resultado final do som, um ambiente semelhante à gravação em um grande estúdio de outros tempos. No entanto, é preciso, não só, que o engenheiro de som, músico, produtor, ou tudo isso junto, seja bom, como também que os equipamentos permitam uma boa

SPL AUDIO2 CONTROL

CONTROLADOR DE MONITORES

Já há algum tempo que é possível fazer gravações em nível profissional a partir de um home studio. Mas, ainda que seja economicamente mais acessível fazer bons trabalhos, é necessário ter os equipamentos certos para isso. Um dos aspectos fundamentais do home studio, até porque nem sempre as condições acústicas são as ideias, é a monitoração. E um dos aspectos da monitoração é o conforto e a precisão no controle.

Reportagem: Miguel Sá | Fotos: Divulgação

|EQUIPAMENTOSwww.backstage.com.br 2

O HOME STUDIO

•Ruído

O SPL Audio2 Control é um equipamento compacto, de uso simplificado e com todas as funções necessárias para um bom controle da monitoração. Funciona bem tanto para monitores de estúdio como para fones de ouvido. O potenciômetro de volume de alto-falantes e o circuito ativo do

PARA SABER

do quatro entradas analógicas XLR, cinco saídas analógicas XLR (duas de 1/4” para fones de ouvido). O ganho máximo de entrada e saída é de 21,5 dBu, com impedância de entrada de 20 kΩ e Impedância de saída: 75 Ω. O equipamento atende faixa de frequencia entre 10Hz a 100kHz (-3dB) com faixa dinâmica de 117dB.

(ponderado A, 600 Ω) -85 dBu

SPL Audio2 Control proporcionam precisão para ouvir as nuances da mixagem e o controle Crossfeed permite ajustar o panorama estéreo além dos 180 graus que os fones de ouvido normalmente fornecem. A configuração do equipamento permite conectar tanto equipamentos balanceados como não balanceados, bem como um alto-falante mono ou subwoofer Entreseparado.asespecificações indicadas, estão quatro canais de entrada e cinco de saída oferecen-

MAIS SOBRE O EQUIPAMENTO, ACESSE www.gsbproaudio.com.br/produtos/spl -audio-2control-controlador-de-monitores/ ESPECIFICAÇÕES COMPLETAS •Canais de entrada: 4 •Canais de saída: 5 •Entradas analógicas: 4 x XLR •Saídas analógicas: 5 x XLR, 2 x 1/4” (Fones de ouvido) •Fator Forma: Desktop •Máximo ganho de entrada e saída: 21,5 dBu •Impedância de entrada:20 kΩ •Impedância de saída: 75 Ω •Faixa de freqüência (-3 dB) 10 Hz - 100 kHz •THD +N (0 dBu, 10 Hz - 22 kHz)) 0.005 % •Ruído (ponderado A)-96 dBu •Crosstalk (1 kHz) -70 dB •Rejeição do modo comum (1 kHz) 60 dB •Faixa dinâmica: 117 dB Saída de fones de ouvido padrão, 6,35 mm (1/4”) Jack TRS •Spitze = links, Ring = rechts, Schaft = GND •Impedância da fonte: 22 Ω

no resultado final, proporcione conforto e precisão.

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SPL AUDIO2 CONTROL

DIVINDADES LUMINOSAS SONS OF APOLLO

Nos palcos, a iluminação cênica, dentre agostodoseúltimacontextoassumirabordagens,diversaspodetrêspapéis:protagonista,coadjuvanteoucomplemento,integradaaummaisamplo.ÉjustamentenestaatribuiçãoqueencaixaailuminaçãoshowdasuperbandaSonsOfApollo,realizadonodia09denoTeatroÓperadeArameemCuritiba.Nestaconversa,algunsaspectosdailuminaçãoserãoapresentadosparajustificartalcomplementaridade.

cia na história da música, principalmente no Rock’n’Roll. Bandas como The Yardbirds, Cream, The Traveling Wilburys, TempleOf The Dog, Fantômas, Chickenfoot, Audioslave, The Winery Dogs, entre outras que poderiam ser destacadas, e mais recentemente, Sons Of Apollo.

David atua no som de igrejas e sonorização de congressos no Brasil e Estados Unidos há 40 anos. Recentemente, ser vido como diretor de mídia, liderou cerca de 70 voluntários nas equipes de produção de som, vídeo, iluminação, digital signage, transmissão e cenografia.

uperbandas (ou supergrupos) são, na maioria das vezes, projetos musicais consistentes, alguns paralelos e temporários, desen volvidos por músicos reverenciados por diversos atributos e de diferentes bandas que, quando reunidos, proporcionam álbuns e apresentações memoráveis e que se tornam referên-

NO TEATRO ÓPERA DE ARAME, EM CURITIBA

S

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Com dois álbuns de estúdio, Psychotic Symphony(2017) e MMXX(2020), esta superbanda estadunidense com sonoridade alinhada ao Metal Pro gressivo, e que já esteve no Brasil em 2018 para três shows (em Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte),realizou uma série de quatro shows em agosto de 2022, previamente agendados para abril de 2021 e depois janeiro deste ano (postergados em decorrência da pandemia

Para esta turnê, intitulada MMXXII Tour (referindo-se ao ano de 2022 em algarismos roma nos), e que ainda contempla Santiago (Chile) e Buenos Aires (Argentina), uma mudança na formação da banda nesta série de apresentações na América do Sul. Em decorrência de restrições de viagem, pelos protocolos vigentes para a vaci nação necessária e exigida con -

tra a Covid-19, Billy Sheehan foi substituído pelo excelente baixista brasileiro Felipe Andrioli (Angra, Kiko Loureiro, Karma, Almah, entre outros). Com essa formação, e em uma

Esta última, formada em 2017 pela iniciativa do tecladista Derek Sherinian(Dream Theater, Planet X, Black Country Communion, entre outros) e o baterista e backing vocalsMike Portnoy(Dream Theater, Transatlantic, Liquid Tension Experiment, Neal Morse, OSI, AdrenalineMob, Flying Colors, The Winery Dogs, entre outros), inicialmente tratava-se de um projetoformado para alguns shows com o guitarrista Tony MacAlpine (Planet X, Vinnie Moore), mas que se consolidou em uma banda de tempo integral, finalmente concretizada com o baixista Billy Sheehan (Talas, David Lee Roth band, Mr. Big, Nia cin, The Winery Dogs, entre outros), Jeff Scott Soto(Yngwie Malmsteen, Trans-Siberian Orchestra, W.E.T., S.O.T.O., entre outros) para os vocais e, na guitarra e backing vocals,Ron “Bumblefoot” Thal (Guns N’ Roses, ArtofAnarchy, entre outros).

Em decorrência de restrições de viagem, pelos protocolos vigentes para a vacinação necessária e exigida contra a Covid-19, Billy Sheehan foi substituído pelo excelente baixista brasileiro Felipe Andrioli.

Show da banda Sons of Apollo - MMXXII Tour (Ópera de Arame, Curitiba, 09/08/2022). Fonte: Igor Miranda/João Renato Alves

sagem no território nacional na capital paranaense.

da Covid-19 – ainda vigente), incluindo na atual turnê, além de São Paulo, as cidades de Brasília, Rio de Janeiro e Curitiba, sendo a primeira apresentação e que iniciou esta segunda pas-

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Bumblefoot e Felipe Andrioli com a superbanda Sons Of Apollo - MMXXII Tour (Ópera de Arame, Curitiba, 09/08/2022). Fonte: Partiu Rolê CWB

ridade, coesa e sólida. Isso faz com que a iluminação seja absorvida pelo espetáculo em uma conjunção sonora e visual, sem uma distinção mais destacada. A complementaridade não protagoniza a luz, como também não reduz sua importância. Do contrário, adiciona novos elementos, como cores ou dinâmicas, proporcionando e adicionando sensações, pela iluminação, visuais, e valorizando as condicionantes do Desdeespetáculo.acanção de abertura,

uma hierarquia entre os músicos, pois todos são igualmente solistas e basilares para a sono

noite gelada e chuvosa, a estreia da atual turnê no Brasil ocorreu no Teatro Ópera de Arame, em Curitiba, no dia 9 de agosto de 2022. Coube à ótima banda também estadunidense Lufeh (mas formada também por músicos brasileiros) a abertura do Desdeespetáculo.2018,a direção de iluminação dos shows da banda Sons Of Apollo fica sob a condução do Lighting Designer estadunidense Jerry Sell (The Neal Morse Band, The Contortionist, entre outros), que acompanha a banda nas turnês, festivais e outras realizações. Para um show intenso e dinâmico, Sell configurou a iluminação em basicamente quatro linhas, sendo uma de backlighting, duas do centro para a frente do palco em downlightinge uma emfrontlighting, prezando pela diversificação de luminárias, de maneira a produzir uma iluminação unifor

GoodbyeDivinity, nos momentos de relativa calmaria à mais vibrante e pesada subdivisão

me e difusa acompanhada por follow-spots e mini-brutspara os contrastes de intensidade e as dinâmicas de sincronismo e Nomovimentos.todo,destacou-se uma iluminação cênica que se integrava às canções, de modo funcional e estrategicamente projetada para enaltecer cada um dos protagonistas nos seus momentos dos solos e de destaque individual, mesmo que isso tenha ocorrido por repetidas vezes em praticamente todas as canções. Em outras palavras não havia

Desde 2018, a direção de iluminação dos shows da banda Sons Of Apollo fica sob a condução do Lighting Designer estadunidense Jerry Sell.

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Na sequência formada pelas canções Witherto Black, Alive, Asphyxiation e Lost in Oblivion, fachos mais definidos e acentuados, sincronizados com os elementos rítmicos e sonoros, também valori zaram as texturas selecionadas e definidas por Jerry Sell para

Na sequência formada pelas canções

Witherto Black, Alive, Asphyxiation e Lost in Oblivion, fachos mais definidos e acentuados, sincronizados com os elementos rítmicos e sonoros, também valorizaram as texturas.

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nantes e introspectivos, especificamente nas canções seguintes, Desolate July (dedicada aDavid Z. e Jane Train, respectivamente baixista e manager da comtras,detambémnicoção,KingacidenteambosestadunidenseAdrenalineMob,bandamortosemumtrágicoocorridoem2017)eOdDelusion,ailumina-emumpreenchimentocêuniformeemaissombrio,enalteciaastemáticasperdasabordadaspelasle-trazendopadrõesvisuaiscorescomplementares.

iluminação e música evidenciaram também os cuidados técnicos do espetáculo.

Aspecto do show da banda Sons Of Apollo - MMXXII Tour (Ópera de Arame, Curitiba, 09/08/2022). Fonte: TopLinkMusic/André Tedim

rítmica, a iluminação se integraliza, seja pelas dispersões monocromáticas às interpolações de cores dominantes, com destaques para os fachos azuis e âmbares. Somados a esses aspectos, acontecem distribuições simétricas e concentradas principalmente nos músicos, como recortes mais específicos reveladores. Para as canções “FalltoAscend” e “Signsofthe Time”, composições luminosas com matizes marcantes e cores análogas evidenciavam as sutilezas das canções e o virtuosismo dos músicos, que se revezavam entre linhas uníssonas – guitarra, bateria, baixo - e solos – principalmente guitarra e teclado -, com perfeccionismo e êxtase. Como uma explosão sonora e visual, o sincronismo entre

as narrativas musicais, densas e Paraatormentadas.osmomentos mais emocio-

meia,e com canções dos dois álbuns, a banda Sons Of Apollo (ou “filhos de Apolo”, deus grego cuja mitologia o associa como divindade das artes, poesia, música e cura), proporcionaram um espetáculo com profissionalismo admirável, abrilhantado pelas performances musicais magistrais de músicos reverenciados, ídolos em condições de divindades, e pela iluminação cênica categórica, equilibrada e sensível, valorizando o show pela integralização dos elementos visuais – dinâmicos e notáveis! Abraços e até a próxima conversa!!!

A última seção, com as canções New World Today, Figaro’sWhore (solo de teclado) e Coming Home, princípios de dramaticidade e humor se mesclavam com doses

de energia e serenidade, antecipando o fim do show com o Bis, finalizando o espetáculo com a empolgante God Of The Sun. Em pouco mais de uma hora e

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Aspecto do show da banda Sons Of Apollo - MMXXII Tour (Ópera de Arame, Curitiba, 09/08/2022). Fonte: Partiu Rolê CWB

Show da banda Sons of Apollo - MMXXII Tour (Ópera de Arame, Curitiba, 09/08/2022). Fonte: Reprodução Twitter/@MikePOrtnoy

até o

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o início dos anos 80 eu ainda não havia sentido o gostinho da estrada, pois concentrava todo o meu trabalho no estúdio (Vice-Versa). Éramos em três técnicos para dar conta dos dois estúdios e de todas as produ -

E aí galera... Aqui está um Sr. do Planeta Áudio, de 62 anos, que nunca fez um PA na vida... Minha paixonite se dividiu entre tocar minha batera, gravar e mixar Monitor. Bom, loucura, insanidade??? Mas eu gosto assim. Vou tentar resumir essa paixão, pulando a parte da bateria e dos estúdios de gravação.

Paulo Farat é Monitor Engineer de Milton Nascimento, Ivan Lins, Maria Betânia, Rita Lee, Fábio Jr., Ritchie, Capital Inicial, Maurício Manieri, Guilherme Arantes, Chrystian & Ralf, Charlie Brown Jr., RPM, Free Jazz, Projeto SP, A Chorus Line, entre outros... 1980 momento São Paulo Trabalho em estúdio; Vice-Versa, Maurício de Souza Produções, Mosh, KLB Studios & Artmix.

• De

N

ções do “Vice” : eu, o Hamilton “Mica” Griecco e o Vitor Corrêa. O máximo contato que tinha com o operacional do show business era “grudar” no Vitor quando rolavam eventos em São Paulo. Naquele ano o Milton sairia na

Nossoestúdio,

NO STAGE!

MINHA PAIXÃO

PELOS MONITORES

o conhecimento que eu adicionava a cada Gig que fazia, pois era sempre guiado pelo engenheiro da banda. Ou seja, aprendi sobre muitos detalhes de cada um, de cada show, fora as bandas que tinham seus técnicos de Monitor. Depois disso vieram Guilherme Arantes, Bethânia, Fábio Jr., Rita Lee, Ivan Lins, a “Universidade Livre de Monitor” Milton Nascimento, Maurício Manieri, Capital Inicial, Charlie Brown Jr., todos os Blues Festival que rolaram no País, uma grande quantidade de Free Jazz e por aí vai...

fá e Marisa Fossa. Nunca fiz tanto show na minha vida! A loucura que era o público do Richie naquela tour só foi igualada na “Revoluções” do DepoisRPM. do Farat ser o Engenheiro de Monitor do Ritchie, o que era um luxo na época, ralei muito no Projeto SP, onde não era moda as bandas contarem com técnicos de PA e Monitor... Quem fazia a maioria das mixes de monitor era o “cara da casa”, que por acaso era o Paulinho Farat da Gabisom. Melhor escola impossível!!! Toda a qualidade dos equipamentos do Projeto mais

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A cada gig uma paixão diferen-

Uma passagem de som absolutamente tranquila, apenas pequenos ajustes de filtros e EQ, o monitor falando bonito, na mais perfeita ordem, com o resultado final aprovado por todos, com louvor!!!

sua primeira grande tour mun dial, com o Ivo Barreto e o Vitor na equipe: pronto… es tava feita a festa! O Vitor me jogou na roubada de substitui -lo na banda do Ritchie, no meio daquela confusão (no bom sentido) toda que era o estouro datour e do disco “Voo de Coração”!!! Depois do primeiro final de semana com a banda na estrada nunca mais consegui me afastar do stage! A banda era formada pelo Nico Rezende (teclados), Fred Maciel (bateria), Chico Sá (sax), Nilo Romero (baixo), Torcuato Mariano (guitarra) e pelas vocalistas Soninha Bon -

em uma clássica formação de piano acústico (aberto), baixo acústico (só mic), sax & bateria (kick, snare &overs)… Uma passagem de som absolutamente tranquila, apenas pequenos ajustes de filtros e EQ, o monitor falando bonito, na mais perfeita ordem, com o resultado final aprovado por todos, com louvor!!!Naquele dia eu fiquei surpreso com o pouco tempo de soundcheck e o resultado ao qual chegamos no stage… O clássico “monitor de jazz” perfeito. Os zerados e eficientes monitores Meyer UM1P da Loudness e a incrível Midas XL3, garantiram o sucesso do ensaio.Todos para o hotel e aí veio o susto… Eu, em um descuido absoluto, talvez muito relaxado, pois era o terceiro dia do evento, deixei todos os gráficos em by-pass na console, ou seja, TREVA!!!… Só que não, pois foi o melhor e mais eficiente monitor de UM1P que eu fiz na vida!!! Não contei isso pra ninguém, muito menos pro Pena… O pla no B, “just in case” era deixar uma curva presetada pro showtime… É claro que não precisou!!! Hehehehehe.Um brinde ao “flat mode on” no monitor. O Monitor é um mundo de procedimentos, principalmente na era dos in-ears, onde cada show virou uma sessão de estúdio!!! Como eu sempre digo, e não é uma unanimidade, não existe quem não goste de in-ears e sim quem usou errado!!! Fato… Não adianta pegar os phones, distribuir

te, e o principal; eu jamais tocaria batera com Marcus Miller, Tom Jobim, Gov’t Mule, um BB King e todos os caras que eu trabalhei nesses 43 anos de stage!!!... Hehehehehe. Esse post seria gigante pra descrever cada dia de aprendizado sobre o que fazer e o que não fazer no palco!!! Grande conquistas profissionais, como as Tours do Milton por 1/3 do Planeta e seus Festivais incríveis, grandes parceiros Engenheiros de FOH, e também grandes pisadas. Por exemplo, em um belo dia de stage no Palace, grandes (e detalhistas) músicos no stage

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para quem nunca usou e dizer “olha que legal”!!!… Tragédia anunciada. Não existe “o melhor cara do monitor”, mas sim o melhor procedimento… Costumo comparar nosso trabalho com a aviação. Os caras que são mais considerados no mercado, são os que seguem os melhores procedimentos!!! Pular um deles no stage é fazer um pouso sem ter checado os flaps antes da decolagem. Simples assim, mas esse é assunto pro outros Encerrandoposts.opapo, não pre -

Let’s mix Monitors!!!

Aliás,Hehehehe.bons tempos de aprendizado, estando na hora certa e no lugar certo, em uma época abençoada de bandas e casa incríveis… Tava todo mundo junto na estrada: Lulu, Barão, Metrô, Lobão e os Ronaldos, Brilho da Cidade e muitos outros, pra tocar em casas como Radar Tantã, Raio Laser, etc… Saudades Master dessa “Universidade”!!!…

Até o próximo!!!

Tava todo mundo junto na estrada: Lulu, Barão, Metrô, Lobão e os Ronaldos, Brilho da Cidade e muitos outros, pra tocar em casas como Radar Tantã, Raio Laser, etc… Saudades Master dessa “Universidade”!!

cisamos passear na pracinha com os pets dos artistas, nem ver a novela das 21:00 hs e depois comer uma pizza com eles, mas uma proximidade artística e técnica é extremamente importante. Quando contratam alguém para mix no stage, contratam pela assinatura profissional e estrada de cada um… Vc tem que saber quem está na ponta da mix, seu gosto pessoal, suas preferências, assim como as pessoas no stage tem que saber quem pilota a console!!!

E por aí vai... Sigo por aqui, me divertindo muito com os amigos da Falamansa!!! Esse post vai ficar longo e chato, se eu contar muitas das histórias. Só sei que sou cobrado por não fazer PA, mas se o CARA lá de cima permitir vai tudo continuar assim!!!...

com defeito nas suas mãos pa ra que seja retornado em estado funcional. Nesta manutenção corretiva, os problemas têm início quando não se conhece o profissional, ou quando a pessoa de nossa confiança não consegue peças ou não está habilitada para determinado equipamento. Infe -

David Distler

SOM NAS IGREJAS A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO

A

manutenção dos materiais e equipamentos é outra daquelas coisas que ninguém percebe existir enquanto os as coisas funcionam. À princípio, uma manutenção pode parecer não merecer muita consideração. Basta conhecer um profissional de confiança e entregar o equipa -

|IGREJASNASSOMwww.backstage.com.br SOM NAS IGREJAS 14

David atua no som de igrejas e sonorização de congressos no Brasil e Estados Unidos há 40 anos. Recentemente, servido como diretor de mídia, liderou cerca de 70 voluntários nas equipes de produção de som, vídeo, iluminação, digital signage, transmissão e cenografia.

Fotos: divulgaçãomento

fala sobre a importância dosmanutençãodamateriaiseequipamento.

equipamentos digitais, esta tendência se acentua. Felizmente, a aquisição de equipamentos profissionais produzidos por fabricantes sérios e consagrados no mercado do áudio tende a garantir que os equipamentos tenham longevidade de 15 a

Um problema que antes era corrigido pela troca de um componente agora requer a troca de uma placa inteira. E conforme o valor do equipamento, o valor da placa mais a mão de obra ficam mais caros que o da compra original.

lizmente, na prática, a questão pode se tornar bastante complicada e até impossível em alguns casos. No passado, os equipamentos analógicos eram montados com base em placas de circuitos em que erammontados componentes relativamente fáceis de se encontrar e substituir. Com o passar do tempo, a miniaturização e integração dos circuitos em chips proprietários trouxe as características desejáveis de maior confiabilidade, qualidade e reduçãode tamanho dos equipamentos, algo desejável. Por outro lado, surgiu a dificuldade e até impossibilidade de substituição dos microcomponentes. Já há décadas, uma parte considerável

20 anos, desde que bem cuidados. Já fui chamado por igrejas 15 anos após eu ter implantado o sistema original – que ainda

a mão de obra ficam mais caros que o da compra original, condenando o equipamento à obsolescência. No caso de

das manutenções é realizada por encontrar uma placa defeituosa e substituí-la por in teiro. Um problema que antes era corrigido pela troca de um componente agora requer a troca de uma placa inteira. E conforme o valor do equipamento, o valor da placa mais

Na igreja,um exemplo deste

eventos como congressos e outras atividades especiais em que o projetor pode ser usado por períodos mais extensos que os dos cultos normais. Assim,a data prevista para a manutenção não se estenderá além do prazo em que a limpeza é necessária. Além de simples, esta manutenção preditiva é a mais econômica, pois preserva o equipamento com base em dados concretos que justificam o custo de maPornutenção.definição, manutenção é manter as condições de funcionamento. Assim, podemos estender este conceito aos cuidados necessários para a conservação dos equipamentos sob o nosso cuidado. No contexto da igreja, isto tem a ver com o termo “mordo mia.” O uso popular deste termo se distanciou do uso original.A rigor, nos tempos bíblicos,eram os mordomos cuidavam de todos os interesses dos seus senhores. O exemplo clássico é o de José, que após vendido como es cravo, serviu na casa de Potifar, um capitão da guarda do palácio real.

mendável incluir uma margem de segurança nesta conta para contemplar os usos fora da rotina normal. Ela servirá para contabilizar o uso em

Nem sempre conseguimos sa -

tipo de manutenção são os projetores multimídia. O fabricante recomenda a limpeza dos filtros do projetor apósum de terminado número de horas de uso. Sabendo quantas horas usamos o projetor por semana, é simples predizer quando se tornará necessária a manutenção para limpezados filtros. É sempre reco -

Uma vez que a manutenção corretiva pode se tornar complicada, o mais recomendável para evitar dores de cabeça é se programar para realizar manutenções preditivas e preventivas. Manutenções preditivas são feitas com base no conhecimento do ciclo de funcionamento de um equipamento. Por exemplo, se eu rodo 3.300 km por mês e a troca de óleo é recomendada a cada 10 mil km, fica fácil prever que será necessária uma manutenção a cada 3 meses.

José tudo o que tinha e não se preocupava com nada, a não ser com a comida que comia. (Gn 39.6)

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Potifar entregou nas mãos de

O fabricante recomenda a limpeza dos filtros do projetor após um determinado número de horas de uso. Sabendo quantas horas usamos o projetor por semana, é simples predizer quando se tornará necessária a manutenção para limpeza dos filtros.

Figura

atendia as suas necessidades –para fazer apenas a substituição de conectores, devido ao seu desgaste natural. Afinal, o simples conectar e desconectar de um cabo 2 vezes por semana em 15 anosresulta em 3.120 operações.

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Figura

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Numa manutenção preventiva a experiência do técnico pode constatar que embora o equipamento esteja funcionando, determinada peça precisará ser substituída dali a um certo tempo para evitar que o equipamento pare.

ber o tempo de uso de um equipamento para saber quando realizar uma manutenção pre ditiva. Mesmo que o fabricante indique um número de horas de operação, a nossa falta de acompanhamento das horas impossibilita esta previsão. Também existem outras variáveis, por exemplo, os danos que surgem lentamente causados por variações na energia elétrica. Daí, surge a terceira espécie de manutenção, chamada preventiva. Esta pode acabar gerando despesas certorádeterminadapamentoconstatarperiênciamanutençãopeçaparausoumprincipaisdevaloresparadaservarprogramáveldesnecessárias,aparentementemasporsereajudarapre-oequipamentodeumapordanomaissério,osficamabaixodocustoumasubstituiçãodepeçasenospoupamdeprolongadotemposemcasonãoforencontradaareposição.Numapreventivaaex-dotécnicopodequeemboraoequi-estejafuncionando,peçaprecisa-sersubstituídadaliaumtempoparaevitarque o equipamento pare. Isto é interessante, porque o equipamento volta funcionando e pode-se ir procurando, sem grande urgência, a peça de reposição para a troca futura. Infelizmente, a falta de peças e componentes se tornou co -

sa o movimento das turnês e shows ao ar livre. No caso das igrejas no Brasil, pode se fazê-lasquando a sua igreja tem um período de recesso ou menor movimento nas férias de início de ano, por exemplo.É importante deixar claro para o profissional que fará a revisão que o equipamento precisa estar de volta, instalado e fun cionando na data em que se retomam os cultos! Além destas revisões por profissionais em suas oficinas, existem ações preventivas simples e de efeito significativo que podemos fazer a custo zero. Os cabos e seus conec tores são os elementos menos caros em nossos sistemas.

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mum após o impacto da pandemia na economia mundial. Fazendo novamente uma analogia com o automóvel, seria como uma revisão realizada a cada 6 meses ou antes de uma viagem para minimi -

zar o potencial de surpresas desagradáveis. Nos EUA, as empresas de locação costu mam fazer estas revisões nos meses de inverno em que ces -

O primeiro e mais elementar dos passos para garantir um bom funcionamento dos cabos é ter cuidado ao guardá-los. Não é recomendável jogá-los numa caixa, especialmente se não for usada uma fita do tipo Velcro para que o rolo não se desfaça. Mesmo com Velcro, jogar todos os cabos numa caixa dificultará encontrar os mesmos na correria, resultando

Se a sua igreja costuma fazer banners de lona plástica para comunicação ou cenografia,o material destes pode ser reutilizado num projeto econômico e ecologicamente coe -

Mas, por sofrerem uso mais intenso,estão tipicamente na origem da maioria dos problemas. Por isto, valem a pena os esforços para cuidarmos bem deles preservando sua longevidade e evitando a dor cabeça de precisar rastrear a origem de ruídos ou maus contatos em meio a um ensaio, passagem de som ou, pior, culto.

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simples que ficaráafixado na cabeça de um parafuso suportando o cabo. O madeira mento é mínimo e pode até se reutilizar usar madeira de pallets de baixo custo para a fixação das lonas.

Para montar, fixe dois suportes verticais na parede com buchas e parafuse a primeira tabuinha nelas (figura 1). Como para organizar os cabos por comprimento é uma boa ideia fazer uma tábua (ou mais se necessário) para cada metragem de cabo, divida a altura dos suportes por 3, 4 ou 5 conforme os diferentes comprimentos de cabos utilizados. Fixe as tábuas base nos suportes,escariando-as para que a cabeça dos parafusos não sobressaia. A seguir, fixe as lonas no verso das tabui nhas frontais. Esta fixação não precisa ser robusta pois serve apenas para manter as lonas em posição até que as tábuas sejam fixadas uma na outra pelos parafusos que servirão também para fixar o ilhós de cada lona e suportar o peso do cabo. Não se esqueça de fazer primeiramente o teste para confirmar que está deixando o suficiente de lona para “abraçar” o cabo que ela irá segurar.

Na figura 2 vemos apenas cabos de microfone, mas como estes suportes têm custo bai -

O primeiro e mais elementar dos passos para garantir um bom funcionamento dos cabos é ter cuidado ao guardá-los. Não é recomendável jogá-los numa caixa, especialmente se não for usada uma fita do tipo Velcro para que o rolo não se desfaça.

“ Figura 3

Não é preciso se gastar muito para guardar e conservá-los de forma organizada que preserve sua longevidade.

rente. A ideia é usar fitas da lona dos banners em que os ilhoses atuem como um fecho

IGREJAS|NASSOMwww.backstage.com.br

em puxar vários enroscados um no outro e gerando desgaste desnecessário.

xo, o ideal é montar também para cabos de instrumentos, cabos de conexão, extensões e cabos de energia elétrica, cabos de sinais amplificados, se ainda são usados, e os mais re centes cabos digitais como HDMI, rede e USB (figura da abertura). Cabos mais curtos podem ser fixados em suportes tipo pente.

Figura 5 19

um único sentido circular, o moviment o gerará uma tensão mecânica nos finos condutores que,com o tem -

A maioria dos cabos que usamos para conduzir sinais têm construção coaxial, pois esta construção permite blindar os condutores coaxiaisdeMascaboeixotoresaxialnidadeproporcionandocentralizadosmaiorimu-àsinterferências.Co-significaqueoscondu-compartilhamomesmocentralquandovemosoemcorte(figura3).porcausadestatécnicaconstrução,seoscabosforemenroladosem

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Figura

A fi gura 4 ilustra esta torção (de forma exagerada) para fa cilitar a compreensão datensão mecânica que resulta de enrolar o cabo em sentido único. Para entender este conceito, pense na rigidez de uma mola. Uma barra de ferro é torcida para gerar a rigidez que faz com que a mola volte na mesma posição em que esfriou após ser moldada. Enquanto isto é desejável numa mola (figura 5), o que queremos para os nossos cabos é que eles sempre fiquem flexíveis e sem qualquer rigidez acumulada. Há quase 36 anos (8/1986), eu, já apaixonado por áudio, fui assistir uma banda evangélica que veio dos EUA. Aquela noite foi mar cante por 2 razões. Acabei comprando as caixas de som Electro-Voice (S200), que eles trouxeram – minhas primeiras caixas profissionais.

po, irá enfraquecendo-os.

E ao final da apresentação, quando eu conversava com o operador do som que desmontava os equipamentos, ele me disse: “Eu não sei bem por que, mas sinto que preciso te mostrar isto.” Ele demonstrou como enrolar os cabos no método “over-under” que traduzido significa por cima – por baixo. Adotei esta técnica de enrolar cabos naquela época e posso afirmar que nestes quase 40 anos foimuito raro eu ter problemas de mau conta to com meus cabos de uso profissional. Inclusive, quando comecei a trabalhar numa empresa de locação de equipamentos nos EUA, o então gerente me disse: “Olha, esse cabo está muito velho, vou jogar fora. Se quiser pode levar pra você.” Isto foi em 1989 e tenho até hoje este cabo Comfuncionado!quase quatro décadas de comprovação de como esta técnica “over-under” preserva os cabos, vou aproveitar para apresentá-la aos leitores que porventura ainda não a co nhecem, pois ela ajuda a evitar problemas com os cabos que são os elementos que mais costumam nos dar problemas.

Figura

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Figura

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A primeira volta no cabo é dada normalmente (figura 6). Se você é destro, segure

Figura

A princípio,pode parecer complicado, mas uma vez que você pegar o jeito, fica simples. Para comprovar a eficiência deste método, basta comparar cabos da mesma marca e comprimento enrolando um em sentido único e outro com este método. A diferença é incontestável!O cabo enrolado pelo método “over-under” fica soltinho e muito fácil

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de desenrolar – desde que se tome o cuidado de não atravessar a ponta pelo centro do rolo (!). Vejamos à técnica, e no final eu dou a dica que desenvolvi para evitar esse atravessar da ponta, que produz uma série de nós em toda a extensão do cabo.

cabo enrolado. Isto ajuda a identificar para qual lado do rolo esta ponta deve ser puxada ao desenrolar. A propósito, se os conectores na ilustração parecem antigos é porque este cabo já tem mais

Na segunda volta vamos neutralizar a tensão mecânica acumulada na primeira. Para isto, afaste a mão direita na mesma distância com que pegou o cabo da primeira volta, só que agora,ao aproximá-la da mão esquerda, ao invés de levá-la para longe do corpo, aproxime-a de você e retorne o cabo por baixo da parte superior do círculo feito na primeira volta.

Agora basta repetir esta sequência, avançando as voltas ímpares (segmentos verme -

de 20 anos – sabendo cuidar não vai faltar! Até a próxima, quando veremos mais dicas para a conservação de materiais, equipamentos e evitar perda de trabalho.

lhos na ilustração) por cima do cabo já enrolado e nas pares (segmentos verdes na ilustração) retornando por baixo da última volta dada.

a ponta do cabo com a mão esquerda e com a direita faça um círculo,avançando o cabo para a direita e deixando a parte superior do círculo por cima do pedaço que segura na mão esquerda.

A solução que criei para evitar atravessar a ponta pelo

centro do rolo é fazeras últimas 2 ou 3 voltas com diâmetro de uns 10cm.Fixo este “rolinho final” por cima do rolo maior com o próprio velcro usado para manter o

Na segunda volta vamos neutralizar a tensão mecânica acumulada na primeira. Para isto, afaste a mão direita na mesma distância com que pegou o cabo da primeira volta, só que agora, ao aproximá-la da mão esquerda, ao invés de levá-la para longe do corpo, aproxime-a de você e retorne o cabo por baixo da parte superior do círculo feito na primeira volta.

A indústriamultifacetada,fonográficacadeiaéamplaeporissoacultural,daqualacadeiafonográficapertence,éumadasmaisrentáveisdomundo.

esse sentido, nós que trabalhamos com a produção de fonogramas temos uma vasta capacidade de inserção nesse ecossistema repleto de oportunidades de Portrabalho.queétão difícil viver de áudio? Provavelmente porque é difícil viver em um ambiente hostil ao profissional liberal. Nosso dilema no áudio é o mesmo dos alunos de veterinária, odontologia... Direito então, nem se fala.

MUSICALPRODUÇÃO |www.backstage.com.br22

N

José Carlos Pires Júnior é músico, produtor e coordenador do Curso de Produção Fonográfica da FAETEC-TATUÍ. Responsável pelo Núcleo de Técnicas de Gravação e pela Gravadora Experimental da Faetec Tatuí.

MUSICAL:

PRODUÇÃO

MODELOS COLABORATIVOS NO OFÍCIO FONOGRÁFICO

Quando estamos em um processo de formação profissional temos a impressão superficial de que saber re alizar seu ofício com excelência será suficiente para uma vida profissional de sucesso. Mas a qualidade do seu trabalho é somente a fundação sobre a qual você vai levantar esse edifício. Uma construção com um fundamento ruim vai ruir sobre a cabeça dos seus clientes, acabando com o seu sonho de uma carreira profícua e longeva. Em resumo, paga-se muito

alguém esse que um determinado dia não pode ir trabalhar e o assistente recebe a chance dourada, o “cavalo encilhado”.

Por séculos o ofício sagrado de

“ “

rantia de perenidade do sucesso da família por gerações. Pois um dia, eu bobo que sou, nascido e criado na universidade, defensor ferrenho de quem ensina o ofício é o professor, perguntei a um afinador de piano por que ele

O AFINADOR DE PIANO

e tantos outros que iniciaram em um momento que não havia cursos nem escolas. Na maioria das vezes um dia o assistente está lá de bobeira onde passou anos vendo alguém trabalhar,

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afinar e fazer manutenção de pianos foi passado de pai para filhos e netos, sendo uma profissão familiar onde as minúcias e os segredos de uma boa afinação são guardados e passados como ga-

Uma forma eficiente de entrar no mercado de trabalho é o do “jovem aprendiz”. Nesse modelo você inicia como assistente de um grande mestre e vai galgando passos até um dia assumir uma responsabilidade maior.

caro pelos erros profissionais. E você achando que seu problema é não conseguir trabalho. Já pensou como seria encarar um processo jurídico e ainda ser “queimado’’ na “praça”? Uma forma eficiente de entrar no mercado de trabalho é o do “jovem aprendiz”. Nesse modelo você inicia como assistente de um grande mestre e vai galgando passos até um dia assumir uma responsabilidade maior. Esse modelo é tão eficiente que funciona desde a construção civil até as artes. Porém o que ninguém fala é que nesse modelo a parcela “sorte” para o alcance do sucesso profissional é muito grande. Essa “sorte grande” já foi relatada por mestres como GeoffEmerick, Nick Raskulinecz

Eu não concordo com esse pensamento. Eu não concordo com isso pois estou há vinte anos ensinando alunos e ainda não me vi sendo dispensável das coisas que faço melhor no meu ofício e estou constantemente sendo salvo pelas habilidades dos meus ex-alunos que são melhores que as minhas. Hoje eu tenho uma rede profissional de ex-alunos para atender profissionalmente qualquer segmento fonográfico. Isso não quer dizer que eu faço tudo, mas sim, que eu tenho sempre ao meu alcance alguém excelente para atender qualquer demanda profissional, qualquer problema insolúvel, artista insuportável ou função insubstituível eu posso garantir, tenho alguém na man ga. Me manda um email!!!

Esses dois nomes super comuns na nossa profissão, hoje em dia dizem muito sobre pessoas que atuam no mercado de trabalho e quais os benefícios que cada um pode trazer para seu posicionamento profissional. O Gatekeeper funciona como um porteiro, uma pessoa que seleciona quem passa e quem fica. Nós encontraremos muitos deles na nossa trajetória profissional. A função dele dentro de um segmento é justamente selecionar profissionais para funções ou processos

“ “

não abria um curso sobre isso. Ele ficou muito contrariado. E olha que nem era um curso on -line! Nem existia isso naquela época! Não teve jeito ele virou pra mim e disse assim: “escute menino, por que eu vou ensinar uma coisa que vem mantendo minha família viva há três gerações? Eu não cultivo cobras, eu afino pianos”.

Como é difícil adentrar os ecossistemas da cadeia fonográfica já existentes no áudio profissional! Ser aceito em um grupo remete a algo ancestral, algo da nossa parcela animal que acende um alerta vermelho para a escassez de recursos. Quando um membro novo é aceito os demais se questionam: será que vai faltar para nós em algum momento? A saída descrita no livro “A estratégia do oceano Azul” de W. Chan Kim e Renée Mauborgne é fugir dos “mares” tingidos

GATEKEEPER VS HUB

CRIANDO UM ECOSSISTEMANOVO

importante é não colocar todas as fichas em uma única estratégia de ingresso no mercado.

dentro de uma cadeia, no nosso caso a cadeia fonográfica. Por exemplo, um projeto precisa de um mixador, então é aberta uma consulta de preço e uma pessoa fica encarregada de selecionar quem será o contratado para realizar essa tarefa, por isso ele é chamado de “porteiro”, pois cabe a ele dar encaminhamento para o selecionado e reprovar os demais. O Hub, por outro lado, é profissional ou rede de pessoas, que recebe muitas demandas e conecta profissionais capacitados para essas demandas. Tanto o Gatekeeper quanto o Hub são importantes na sua carreira e é necessário saber lidar com ambas as situações, porém o mais

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do sangue da concorrência e buscar novos ambientes, segmentos e locais inexplorados. Neste sentido, uma estratégia que recomendamos aos nossos alunos é a formação de grupos cooperativos multidisciplinares compostos por profissionais nas áreas de gestão artística, música e áudio de modo a oferecer a um possível cliente não só um serviço específico mas também uma gama de alternativas para aumentar a receita do artista com shows, merchandising, cursos, palestras e toda uma sorte de ações de marketing que irão ajudar a financiar os serviços dos membros desse grupo de profissionais cooperados.

Não é de hoje que “ganhar dinheiro junto” com o artista é muito melhor do que querer ganhar dinheiro do artista. Nesse mundo cada vez menos haverá lugar para aquele profissional que realiza seu trabalho e “tira o seu da reta”, aquele que não se envolve no processo, que não aposta junto nem uma parcela do seu pró-labore. Até porque num ambiente saturado de pessoas excelentes desenvolvendo atividades técnicas e repetitivas, a lei da oferta e procura vai cada vez mais desvalorizar o serviço mecânico e valorizar a solução que movimenta o setor econômico como um todo. Pensem nisso, se organizem e contem comigo.

Uma estratégia que recomendamos aos nossos alunos é a formação de grupos cooperativos multidisciplinares compostos por profissionais nas áreas de gestão artística, música e áudio de modo a oferecer a um possível cliente não só um serviço específico mas também uma gama de alternativas para aumentar a receita do artista.

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