Revista Backstage

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Sumário Ano. 19 - agosto / 2012 - Nº 213

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Trio Alinhado

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O assunto parece banal, mas falar sobre aterramento é “chover no molhado” ou ainda existe muito a se fazer para que tudo funcione de acordo com o que a lei estabelece? Na reportagem de capa desta edição, conversamos com alguns profissionais de áudio e iluminação para saber como empresas e funcionários lidam com essa questão. Confira também uma entrevista com João Ribeiro, da Star no Palco, que fala sobre o desafio de ser empreendedor no mercado de entretenimento e ainda a reportagem sobre os desafios de sonorizar e alinhar um trio elétrico.

Danielli Marinho Coordenadora de redação

NESTA EDIÇÃO 24

Sonorizar e alinhar o som de um trio, que está constantemente em movimento, requer alguns segredos e uma certa dose de experiência.

Vitrine O AudioBox 22 VSL da PreSonus promete integrar ainda mais interface e programam, e o novo line array de 3 vias da DB Tecnologia Acústica vem configurado em duas vias.

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Rápidas e rasteiras A Behringer traz novidades para as gigs e os festivais de jazz continuam a acontecer, dessa vez em SP e RN.

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Play-rec O novo trabalho de Roberta Campos, Diário de um Dia, conta com músicos de primeira, entre eles Marcos Suzano, Dunga, Humberto Barros e Davi Moraes.

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Gustavo Victorino Notícias quentes do front e do backstage.

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Espaço Gigplace A profissão de empreendedor é o tema da entrevista com João Ribeiro, fundador da Star no Palco, no Rio de Janeiro.

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Gramophone O primeiro álbum do Blues Etílicos completa 25 anos. Gravado no Master, no Rio de Janeiro, o disco pode ser considerado um marco no blues brasileiro.

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Baixo elétrico Uma novidade no mercado de instrumentos, o Xotic, de origem asiática, vem fazendo a cabeça de muitos baixistas famosos.

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Rock in Rio Lisboa Edição portuguesa, que foi sonorizada pela Gabisom, teve dobradinha luso-brasileira e sistema Norton no Palco Sunset.

102 Cabe no seu bolso Soluções simples e baratas de editores de áudio que podem atender perfeitamente ao seu trabalho.

106 A era dos LEDs O uso dos LEDs é cada vez mais comum também em espetáculos e produções teatrais. Ainda é possível descartar o bom e velho filtro de cor?

116 Som nas Igrejas Segunda Igreja Batista de Campos, RJ, adota sistema de áudio da FZ e realiza tratamento acústico em seu templo.

128 Vida de artista Alguém já parou para pensar de onde vêm as músicas? Neste artigo, Luís Carlos Sá nos convida a essa reflexão.


Luz para Carmem no deserto Com uma iluminação construída a três mãos, o cenário para a Ópera Carmem, às margens do Mar Morto, usou a temperatura das cores para dar “movimento” ao cenário.

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CADERNO TECNOLOGIA

Pianoteq

66 Cubase Com a infinade de possibilidades advindas das workstations, como o Steinberg, surge uma pergunta: o potencial dessas tecnologias estão sendo bem utilizados?

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Sibelius Vantagens e desvantagens nas diversas maneiras de se entregar uma partitura.

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As diferenças que existiam entre os pianos reais e virtuais são cada vez menores. O equipamento é uma boa opção para quem quer custo e benefício.

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Home Studio Entre inúmeros programas de gravação e mixagem, apenas alguns merecem o título de estação de trabalho digital.

80 O tamanho do estúdio O quarto artigo da série traz os segredos de como microfonar a sua bateria.

Expediente Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro Rafael Pereira adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Revisão Técnica José Anselmo (Paulista) Tradução Fernando Castro Colunistas Cristiano Moura, Elcio Cáfaro, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Jamile Tormann, Julio Hammerschlag, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Nilton Valle, Ricardo Mendes, Sergio Izecksohn e Vera Medina Colaboraram nesta edição Luiz Urjais, Miguel Sá e Victor Bello Estagiária Karina Cardoso Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Internet / Divulgação Publicidade: Hélder Brito da Silva PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Internet webmaster@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Circulação Adilson Santiago, Ernani Matos ernani@backstage.com.br Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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Enquanto o céu fica mais ale icamos mais tristes aleggre, nós fficamos

o último dia 16 de julho, a música brasileira perdeu um dos seus precursores do que chamamos “música de baile”. O instrumentista, compositor, arranjador, contrabaixista e organista Ed Lincoln nos deixou aos 80 anos. Em sua trajetória musical, Ed Lincoln deixou vários legados, entre alguns, o de tocar o órgão Hammond de um jeito que só ele sabia. Não era à toa que suas músicas eram consideradas uma espécie de “bossa nova dançante”, além de ter inventado um novo estilo de samba: o sambalanço. Colocar Ed Lincoln na vitrola era garantia de que a festa iria “bombar”, como se diz no jargão de hoje. Eu, como contemporâneo e testemunha desses áureos tempos, posso falar com propriedade o que significava para a juventude daquela época os encontros pré-planejados nos bailes, regados a cuba-libre e hi-fi. E posso dizer também que foi ali que nós, brasileiros, começamos a tomar conhecimento do que seriam os primórdios da produção musical. Além de ter inventado, ou desenvolvido, como defendem alguns, um estilo inconfundível no Hammond, Ed trabalhou com nomes memoráveis como Dick Farney, Luiz Eça, Márcio Montarroyos, Paulinho Trompete, Alex Malheiros e tantos outros que não vêm à minha mente agora e, portanto, seria preciso recorrer a uma consulta ao “sábio” Google. Foi ele, por exemplo, responsável pela fundação do próprio selo, chamado DeSavoya, ainda nos anos 1960. O “rei dos bailes”, como era conhecido, também gravou vários LPs pela Musidisc, onde chegou a ser diretor musical, e um outro LP pela CID. Ed também revelou grandes cantores, como Emilio Santiago e Toni Tornado, antes de se dedicar à carreira de músico de estúdio, fazendo jingles publicitários e trilhas sonoras, e lançar regravações de sucessos internacionais sob o pseudônimo de Orquestra Los Angeles. Seus mais recentes trabalhos, ja neste novo século, foram com Ed Motta e Marcelinho da Lua. Outra vertente de Ed eram as novas tecnologias, então pode-se dizer que ele foi um dos primeiros no país a misturar computadores e música. Mas o que quero com toda essa recordação e breve histórico da vida do cearense Ed Lincoln é chamar a atenção para a trajetória da produção musical no Brasil, que é o celeiro de ótimos profissionais. Desde os fins dos anos 1950 temos evoluído de tal forma que, acredito, nos tornamos um dos pouquíssimos países a produzir música com tamanha diversidade, criando constantemente novos nichos e mantendo um mercado que, se ainda não está totalmente amadurecido, está definitivamente pronto para ensinar ao mundo o valor da diversidade musical e cultural. Caro leitor, boa leitura e vamos aproveitar todo o legado musical que este país tem. Nelson Cardoso

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YAMAHA

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br.yamaha.com/pt/products/musical-instruments/ guitars-basses/amps O THR10 resume tudo o que se precisa de um amplificador fora do palco. Esse equipamento foi desenvolvido por uma equipe de guitarristas em busca do tom perfeito, por isso oferece o som que você quer e o “feeling” que você precisa. Possui dinâmica e som real de válvulas, excelente som em um volume menor, qualidade genuína de hi-fi estéreo e excelente capacidade de gravação.

NOVATION www.proshows.com.br Para quem é um DJ profissional ou simplesmente gosta de curtir novos sons na música eletrônica, seja em casa ou numa festa para os amigos, chegou o novo DICER. Este controlador de efeitos modera pontos de Cue e Loopings e cabe na palma da mão. Foi desenvolvido para encaixar exatamente no lugar aonde se precisa dele: no toca-discos, CDJ, mixer ou Laptop. Este equipamento é vendido sempre em pares, sendo um para cada lado.

LEACS www.leacs.com.br A Nova VIP 1000 PLUS da Leac’s, indústria de caixas acústicas profissionais, fez o que já era bom ficar ainda melhor. Agora o equipamento está ainda mais aprimorado com 1000 Watts RMS, 6 pontos de FLY, saída para um VIP 1000 passiva e outras excelentes características.

CSR www.csr.com.br A CSR apresentou ao mercado brasileiro a Caixa Acústica 75M. O equipamento possui excelentes características dentre as quais podemos destacar a potência de 40W (RMS), impedância de 8 ohms, medidas 175 x 110 x 110 mm (alt. x larg. x prof.) e peso aproximado de 2,3 kg. Podem ser encontradas nas cores preta e branca.


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LINE 6 www.habro.com.br O Relay G50 da Line 6 é um sistema wireless digital com sinal de alta fidelidade, ideal para os guitarristas obterem os timbres mais brilhantes e os baixistas desfrutarem dos seus mais poderosos graves, mesmo a uma distancia de aproximadamente 60 metros. A clareza e definição do sinal é o da mais alta qualidade sendo comparado aos melhores cabos do mercado.

BENSON PRESONUS www.quanta.com.br/web/quanta-music O AudioBox 22VSL da PreSonus introduz a nova geração USB 2.0 que eleva a integração entre interface e programa a um novo patamar. Usando o poder de processamento do computador e o programa da PreSonus Virtual StudioLive™ (VSL), a série de interfaces AudioBox VSL conta com o mesmo reverb, delay, compressão Fat Channel, limitador, equalizador semiparamétrico, filtro high-pass do mixer digital da PreSonus StudioLive™ 16.0.2 - tudo sem latência audível.

www.proshows.com.br No mês em que é comemorado o Dia Mundial do Rock n’ Roll, 13 de julho, a BENSON apresentou sua inusitada linha de guitarras SG STYLE. Disponível nas cores preta e vermelho vinho, esta guitarra oferece um timbre sensacional para os guitarristas arrasarem em qualquer palco ou performance, com estilo de sobra. Seu design arrojado e pegada confortável transformam um simples ensaio num verdadeiro show.

CM DO BRASIL www.cmdobrasil.com As talhas elétricas LODESTAR são ideais para içamento de estruturas e estão disponíveis com capacidades de carga de 0,5 a 2 t. em 4 versões: Linha Clássica, Linha D8, Linha D8+ e Linha BGV-C1. A novidade é a talha de 2t com 1 ramal de corrente. Acessórios como encoder, inversor de freqüência e freio duplo (DC) podem ser adquiridos. LODESTAR é a talha mais utilizada no mundo. Vendas e Assistência técnica no Brasil.


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www.ncaeletronica.com.br O amplificador compacto AB 100 R4 da NCA apresentado ao mercado brasileiro, possui excelentes características, dentre as quais podemos destacar: potência total (RMS): 100W @ 4 Ohms / 50W @ 8 Ohms; equalização: 3 bandas - LOW, MID e HIGH; entradas: 1 mic P10 / 2 line RCA com Chave Select; saída: 1 rec out RCA; dimensões (mm): (H) 73 x (L) 200 x (P) 260 e peso (Kg): ~2,5.

NORD www.quanta.com.br/web/quanta-music O novo Electro 4D da NORD, marca distribuída pela Quanta aqui no Brasil, traz as características premiadas da série Electro 3, além de um set físico de drawbars, um mecanismo de órgão tone wheel semelhante ao do Nord C2D e conexão USB-MIDI – tudo isto num pacote portátil de 61 teclas semipesadas.

DB TECNOLOGIA ACÚSTICA

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NCA

www.dbtecnologiaacustica.com.br O AL1262, lançamento da DB Tecnologia, consiste em um sistema de Line Array de 3 vias configurados em duas vias – Mid Bass e Mid High. Na via Mid Bass temos o falante de 12’’ e a segunda via consiste em 2 falantes de 6,5’’ e driver processados internamente com correção de delay, fase, peq’s. Os alto-falantes de 6,5’’ estão acoplados em uma exclusiva guia de ondas onde ganharam timbre diferenciado, SPL altíssimo e abertura horizontal de 140º.

DIGITECH www.digitech.com O DigiTech iStomp introduz um conceito inteiramente novo em pedais de efeitos para guitarra e baixo. O acessório foi desenvolvido para trabalhar com iPhone, iPad e iPod Touch e é controlado por um aplicativo também criado pela empresa, no qual é possível comprar uma série de efeitos para guitarra. Depois, basta selecionar o pedal desejado, na tela do dispositivo utilizado, para carregar diversos efeitos que serão ativados pelo iStomp.


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ONEAL www.oneal.com.br O sistema Evo Line, lançado pela Oneal, foi desenvolvido para atender usuários altamente exigentes. Representa avanço tecnológico, qualidade, confiabilidade, resistência, sonoridade e um excelente custo-benefício. Segundo o fabricante, a linha passou por testes práticos sob as condições mais adversas, suportando as aplicações mais distintas do norte a sul do país.

AUDIO PRECISION www.ap.com/br O novo analisador de áudio 2722 da Audio Precision faz parte da série 2700. Sua arquitetura de domínio duplo permite uma medida fiel tanto de sinais digitais como analógicos: o gerador do analógico e o desempenho do analisador ultrapassam qualquer equipamento de conversão digital, enquanto a técnica de análise digital oferece um amplo espectro de precisão, técnicas de medidas ultra-rápidas para cada domínio. O trabalho de cross-domain pode ser realizado com o melhor dos 2 mundos.

ROLAND www.palcoroland.com.br O JUPITER-50 da Roland é uma versão compacta do JP-80. São mais de 2500 sons com tecnologia SuperNATURAL, tanto para timbres acústicos quanto eletrônicos. É versátil para qualquer estilo musical, e devido aos seus 11kg, torna-se um excelente teclado para músicos que tocam tanto ao vivo quanto em estúdios.

GRETSCH www.sonotec.com.br A Gretsch USA Custom é a bateria emblemática da marca que dispensa apresentações e que exemplifica a frase “Aquele grande som Gretsch”, que é o próprio slogan da marca. Esta bateria tem sido produzida artesanalmente há 50 anos e é a top de linha da Gretsch. Possui uma linha extensa de acabamentos e configurações, possibilitando a escolha de um kit personalizado.


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MARTIN www.proshows.com.br A Proshows apresenta a robusta, porém pequena e leve máquina de fumaça Jem Compact Hazer Pro da Martin. Esta versátil Hazer foi desenvolvida para os exigentes profissionais do mercado do entretenimento. Sua extraordinária capacidade de produzir uma atmosfera com efeitos de “neblina” num curto período de tempo enquanto trabalha com baixíssimos níveis de ruído tornam este equipamento ideal para muitas aplicações profissionais, desde eventos e shows até teatros, estúdios de televisão, clubes, cruzeiros marítimos, parques temáticos e muito mais.

ETC www.telem.com.br A TELEM traz para o mercado brasileiro a mesa de controle de iluminação Gio, da ETC, que é a solução ideal para quem busca levar os eficientes e premiados sistemas da empresa para viagens e turnês. A Gio conta com novas tecnologias – como botões retroiluminados e dois displays multitouch integrados -, tem 16 universos com nodes (2 universos físicos), 10.000 canais, 10.000 cenas e 7 portas USB multiuso.

ROBE www.robe.cz O moving light DigitalSpot 3500DT da Robe é uma versão atualizada do DigitalSpot 3000DT mantendo as melhores características do original, além de agregar novidades. Uma nova LCD baseada em 3200 ANSI Lumen e projetor de contraste de 5000:1 confere uma saída potente com possibilidade 3D quando combinadas várias unidades de uma só vez.

NEO www.decomac.com.br O Moving Head híbrido (Spot e Wash), Neo700, distribuído pela Decomac aqui no Brasil, é indicado para pista e palco. Permite a programação de até 48 cenas diretas via Setup, com níveis de ruído próximos a zero. Esse equipamento possui nível de desempenho elevado, grande quantidade de recursos e confiabilidade.


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Workshop PreSonus

Depois de passar por Curitiba e Brasília, dia 25 de junho, aconteceu mais uma edição do workshop Studio Live Day, no IATEC, Centro do Rio de Janeiro. O evento foi ministrado por Samuel Romrich, técnico de PA da Família Lima e de Sandy, que falou sobre as características das mixers StudioLive, da PreSonus. O workshop na capital fluminense

ENQUETE

contou com cerca de 60 inscritos. “O mais importante na realização de eventos como esses pelo Brasil, é o contato direto, o olho-no-olho com o cliente. Só assim, entendendo e compreendendo suas necessidades conseguimos apresentar e trazer produtos com mais qualidade e praticidade para ele”, comenta Nelson Alberti, da Quanta Music.

A fim de aprimorar o nível técnico dos profissionais de áudio em geral e prestar melhor suporte aos seus clientes, o que significa investimento no consumidor, a Studio R / Nashville acaba de investir ainda mais em consultores

Não. Prefiro trabalhar com equipamentos que aliam custo x benefício. (40,00%) Sim. Procuro ter os melhores.(20,00%) Não. Às vezes abro mão de ter alguns equipamentos de ponta.(0,00%)

O Portal Natura Musical oferece, com exclusividade, o download gratuito e legal do primeiro single do novo álbum Tudo Tanto, da cantora Tulipa Ruiz, a canção intitulada É. Com produção de Gustavo Ruiz, arranjos de cordas e sopros de Jacques Mathias, o álbum - patrocinado pelo Programa Natura Musical -, traz onze faixas, incluindo parceria com Criolo, participações de Lulu Santos, Kassin, São Paulo Underground, Daniel Ganjaman e Rafael Castro. Selecionada no Edital Nacional 2011 do Natura Musical, programa de apoio à cultura brasileira da Natura com foco em música, a cantora lança seu segundo álbum e fará uma turnê de shows, com patrocínio da Natura, passando por cinco capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Salvador e Belém.

CARLOS CORREIRA AGORA NA STUDIO R / NASHVILLE

Você costuma comprar os melhores equipamentos para seu estúdio?

Sim. Desde que eu tenha dinheiro para investir. (40,00%)

NATURA MUSICAL DISPONIBILIZA DOWNLOAD DE FAIXA INÉDITA

de renome. Trata-se da contratação do mestre Carlos Correia, que agora, junto de nomes como de Homero Sette, Francisco e Ruy Monteiro, faz parte da equipe de suporte e consultoria da Studio R / Nashville. Carlos Correia estará à disposição para dirimir quaisquer dúvidas técnicas e de projetos através dos canais de atendimento das marcas via email, telefone, comunidades e redes sociais da Internet: Email: studior@studior.com.br / Telefone: (11) 5015-3600 / Facebook: https://www.facebook.com/ StudioRNashville


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Sennheiser traz para o Brasil fones de ouvido da Linha Consumer Novidade faz parte da estratégia de crescimento da empresa na AL Em breve, os consumidores brasileiros poderão também ter acesso à mesma tecnologia, qualidade e design que artistas como Adele, Foo Fighters, Ivete Sangalo e Skank. A Sennheiser lança no Brasil a linha Consumer de fones de ouvido. A novidade faz parte do plano de crescimento da Sennheiser no mercado latino-americano. Com o investimento de R$ 1 milhão no País, a empresa espera crescer 25% em seu faturamento mundial.

A força da linha Consumer no Brasil será garantida por Jean Polassi, Consumer Sales Manager da empresa no Brasil desde o final de 2011. Para também firmar-se no mercado de MI (Music Industry), a companhia trabalhou em duas frentes: a contratação de Renan César, MI Sales Manager, e a parceria com a Quanta Music para distribuição da linha voltada às lojas de instrumentos, firmada em maio. “Estamos investindo 30% na estruturação dos nos-

Fotos: Leonardo C. Costa / Divulgação

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A VOLTA DO IMPERATOR

sos negócios, tendo como objetivo crescer 20% no Brasil, que é nosso foco na América Latina. O mercado brasileiro tem amadurecido nos últimos anos, com o aumento da busca por produtos de alta performance. E nosso portfólio de fones tem opções para públicos diversos, como jovens, adultos, gamers, músicos, profissionais do áudio, esportistas e todos os que buscam qualidade de áudio profissional”, explica Jean Polassi.

BEHRINGER TRAZ NOVIDADE PARA AS GIGS Em breve, a Behringer lançará no mercado o novo console digital para gravação de som ao vivo, o X32. O equipamento é um esforço conjunto entre a Behringer e a Midas e promete reenergizar a era digital com tecnologia aliada à versatilidade para os engenheiros de áudio. A mixer tem como característica 168 inputs com 32 preamps programáveis, além de 16 mix buses configuráveis. A ideia é que a X32 seja a mixer digital mais acessível, pronta para encarar a estrada e qualquer gig.

FESTVALDA VOLTA A DESCOBRIR TALENTOS

O show do Cidade Negra foi um dos que marcou a inauguração do Centro Cultural João Nogueira, antigo Imperator. Com a reabertura do espaço, os cariocas agora contam com mais um local para shows e eventos, além de cinema. Tudo em um só lugar.

O FestValda ressurge em 2012 com o nome de Web FestValda e acontece no palco do Circo Voador, no Rio de Janeiro, nos dias 16, 17 e 18 de agosto. Nesta nova edição, o concurso teve toda a sua dinâmica em ambiente digital, como inscrições e envios de vídeo, portanto, sem perder a essência de quando foi lançado em 1992: dar oportunidades aos novos talentos musicais universitários. De 1992 a 1999, o FestValda marcou uma geração dando oportunidade para mais de 5 mil músicos se apresentarem em palcos do RJ, SP, BH e RS, com divulgação em mídia nacional e promoção dentro das universidades.


BOSSA E JAZZ NO RIO GRANDE DO NORTE De 30 de agosto a 02 de setembro, acontece a terceira edição do Fest Bossa&Jazz, em Pipa, no Rio Grande do Norte. O evento, que já faz parte do Calendário Oficial dos Circuitos Brasileiros da Abrafest (Associação Brasileira

de Festivais de Jazz & Blues), tem como objetivo levar ao público de Pipa e regiões adjacentes espetáculos de jazz, blues e música instrumental. A edição 2012 será realizada inteiramente na praia da Pipa, que fica no município de Tibau do Sul - RN, e terá 12 shows com atrações nacionais e internacionais, além de workshops, exposição de artesanato, oficina de fabricação de instrumentos de percussão e a apresentação da Bossa & Jazz Street Dance percorrendo as ruas de Pipa. Mais informações pelo site : www.festbossajazz.com.br

DEZ ANOS DE BOURBON STREET FEST

As apresentações das bandas Playing for Change e Preservation Hall Jazz Band são os destaques na comemoração do Bourbon Street Fest, um dos maiores festivais de música negra americana no Brasil. A décima edição terá dez dias de shows e dez atrações, que também se apresentam em outras duas capitais: Rio de Janeiro e Brasília, entre 10 e 19 de agosto. Em São Paulo, o palco Bourbon On The Street estará no cruzamento em

frente ao Bourbon Street. No Rio de Janeiro, os shows serão no Parque Garota de Ipanema e no Miranda, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Em Brasília, ocorrerão pela segunda vez no Complexo Cultural da República, na Esplanada dos Ministérios. O grupo de trombones Boneram, o acordeonista Dwayne Dopsie e seus Zydeco Hellraisers, além da Orleans Street Band completam o line-up.

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ROSEMERY SERÁ HOMENAGEADA NA... ...Festa Nacional da Música A cantora Rosemery será uma das artistas homenageadas da Festa Nacional da Música 2012, que ocorrerá entre os dias 22 e 25 de outubro, na cidade de Canela, Rio Grande do Sul. A cantora atualmente trabalha com dois projetos paralelos e faz turnês pelo Brasil com Mulheres da Mangueira. A Festa

Nacional da Música chega à sua sétima edição como o encontro mais esperado e importante da música brasileira. Com o intuito de juntar mais os conceituados artistas da Música Popular Brasileira, o evento terá debates sobre o rumo da indústria fonográfica, rodas de som e apresentações com misturas inusitadas.

CAETANO VELOSO SERÁ O HOMENAGEADO DO GRAMMY LATINO 2012 A Festa de Gala Anual, que acontecerá dia 14 de novembro em Las Vegas, homenageará Caetano Veloso, como Personalidade do ano de 2012. A festa faz parte da celebração da semana do Latin Grammy deste ano. Oito vezes vencedor do Grammy Latino, Caetano terá suas músicas executadas por vários artistas renomados e amigos. A celebração será realizada no Mandalay Bay Events Center e transmitido ao vivo pela rede Univision na quinta-feira, 15 de novembro às 19h. Parte da renda arrecadada na Festa de Gala irá para a Fundação Viva Cazuza, dedicada à prevenção e tratamento de crianças portadoras do vírus HIV. Caetano Veloso será parte de uma extensa lista de homenageados, que inclui Placido Domingo, Gloria Estefan, Julio Iglesias, Carlos Santana e Shakira, entre muitos outros. Para saber as últimas notícias, acompanhe as redes sociais da Academia Latina no Twitter (www.twitter.com/latingrammys) e no Facebook (www.facebook.com/latingrammys).

EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO SÃO ROUBADOS NO RIO No último sábado, um caminhão carregado com equipamentos de iluminação profissional foi roubado em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A empresa Novalite, a quem pertencia o material, acredita que a intenção dos assaltantes é repassar o equipamento a profissionais da área, no Rio de Janeiro ou em São Paulo. De acordo com a nota divulgada, foram roubados os seguintes aparelhos: oito ROBE MMX 800, oito ROBE 600, uma mesa Avolites Tiger Touch, dois racks de buffer, além de cabos de sinal e uma máquina de fumaça Antari. A empresa solicita que qualquer informação seja repassada aos telefones (21) 2201-4804, 2201-6167 ou 2581-3545. Além disso, é importante atentar para preços abaixo do mercado e verificar a procedência antes de realizar uma compra.

HARMAN DÁ VOLUME À VOZ DA RIO+20 A sonorização da Conferência Rio +20, que aconteceu de 13 a 22 de junho no Rio de Janeiro foi realizada pela Technik Brasil e contou com equipamentos Soundcraft, JBL e AKG, usados para dar volume aos debates. A estrutura de sonorização do evento contou com 20 microfones AKG PW45, 50 caixas de som JBL EON 510, 50 tripés JBL Selenium e qualidade de mixagem da mesa Soundcraft Vi1. “Escolhemos os equipamentos pela confiança que temos nos produtos Harman. Em um evento tão grande como a Rio+20, no qual nada pode dar errado, buscamos equipamentos tecnicamente estáveis como as caixas de som multivoltaicas e a mesa de som com fonte redundante”, explicou Cyro Cormack Neto, da Technik Brasil. Considerado o maior even-

to já realizado pela ONU, a Rio+20 contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável mundial para as próximas décadas.


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THE INEER JOURNEY Imagery

CELEBRATION ROCK Japandroids

O grupo de rock metal progressivo da cidade de Londrina, no Paraná, lança seu álbum de estreia The Inner Journey, produzido por Julio Anizelli (Mamaquilla, Terra Celta, Lixo Extraordinário). The Inner Journey é uma viagem sonora que promove a aproximação do rock progressivo ao heavy metal de uma forma nunca antes explorada. O álbum reúne as faixas Fourth Secret, Imagery, Perception, Start the war, The rainI, Show me, Stranger e Last. O Imagery já havia feito o pré-lançamento do álbum no show histórico que realizou em março na Pedreira do Icatu, em Votorantim/SP, ao lado da banda de rock progressivo FOCUS.

SWING MANIA INSTRUMENTAL COMBO Luiz Fernando Grilo, Mazinho Ventura e Carlos Poubel Reencontro, festa, homenagem e resgate são as palavras que conceituam esse CD, um projeto de reencontro desses velhos amigos músicos que nunca se perderam de vista e, quase sempre, estão tocando juntos em alguma banda. O trio resolveu então resgatar a relação com a época vivida e com as composições escolhidas para serem gravadas, pois foram compostas por Carlos Poubel, Mazinho Ventura e Julinho Martins há não menos que 30 anos, o que transforma este projeto em obra autoral importante. Consequência Musical, Boca do Mato e Belle Amie são algumas destas músicas, que dão a este trabalho um sabor musical brasileiríssimo.

Depois do aclamado Post Nothing, o duo canadense Japandroids lança o seu segundo álbum, Celebration Rock. O disco foi gravado no estúdio The Hive em Vancouver (Canadá) e chega ao Brasil, simultaneamente com o resto do mundo pelo selo Vigilante. O álbum é composto por oito faixas com uma forte influência punk e que “chamam” os ouvintes para cantar junto. O primeiro single, The House That Heaven Built, é prova disso com seus whoa whoas. O álbum foi considerado “Best New Album” pela conceituada publicação Pitchfork e já coleciona elogios pelo mundo.

DIÁRIO DE UM DIA Roberta Campos Foto: Ana Otoni / Divulgação

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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

Composições mais maduras, arranjos delicados, produção aprimorada e Roberta Campos cantando ainda melhor. Assim é seu novo álbum, Diário de um Dia, lançado recentemente pela Deck. Com arranjos de Lincoln Olivetti e produção de Rafael Ramos, o CD traz 12 músicas, como as inéditas de sua autoria, Diário de um Dia, E Eu Fico, Sete Dias, Rio Sem Água, A Sua Volta e Vida Prática do Tempo. Gravado no Estúdio Tambor (RJ), o terceiro trabalho de Roberta vem com mais cordas, menos guitarras e com seu violão de aço, sua marca registrada, na maioria das canções. O time de músicos que acompanha Roberta nas gravações é impecável: Marcos Suzano (percussão), Dunga (baixo), Humberto Barros (Fender Rhodes, Hammond e teclados), Christiaan Oyens (slide e bandolim), Davi Moraes (guitarra) e Fabrizio Iori (teclados).


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MUDANÇA

As brigas envolvendo o Mercosul por conta da mudança de presidente no Paraguai podem afetar alguns importadores brasileiros que utilizam aquele país e a Argentina como cabeça de ponte para trazer seus produtos. E se o Mercosul acabar, algumas terão problemas insolúveis.

Até a Expomusic 2012, que acontece no próximo mês em São Paulo, pelo menos duas dentre as maiores marcas mundiais de instrumentos mudarão de mãos no Brasil. Embora os contratos já estejam assinados, os novos titulares dessas marcas preferem um ar de mistério com a novidade.

A COISA FOI FEIA QUE PAÍS É ESSE Falar de custo Brasil virou retórica em praticamente todos os segmentos da sociedade. Pagamos caro por produtos que custam muito mais barato em outros países e por conta disso somos uma nação tirana com nosso povo. No segmento de áudio e instrumentos profissionais isso não é diferente. O acesso a equipamentos de ponta é limitado pela carga tributária medieval que associada à brutal corrupção endêmica que habita a vida pública e, claro, sustentada pelo consumidor, torna a vida de profissionais um inferno. Ter equipamento de ponta por aqui é privilégio de poucos.

EDUCAÇÃO O irrequieto Carlinhos Brown não esconde seu interesse quando o assunto é educação musical. O baiano é um entusiasta do ensino da música e sua criatividade desce dos palcos na hora de abordar o tema. O artista tem algumas sugestões bem interessantes baseadas na sua experiência como educador na Bahia. Bem que a inútil burocracia de Brasília poderia ouvir o rapaz e suas propostas para o segmento.

Os irmãos Gallagher recusaram convite para se apresentarem juntos nas Olimpíadas de Londres. Os fundadores do extinto Oasis se odeiam e nem uma bolada de dinheiro convenceu os dois a subirem juntos outra vez no palco. A proposta era para que cantassem a música Wonderwall gravada pelo Oasis em 1995. A briga que motivou o final do grupo deve ter sido feia mesmo. Liam e Noel se recusam, inclusive, a falar um no outro.

TALENTO “QUASE” SECRETO O presidente da Roland do Brasil é muito mais do que o comandante em nosso país da indústria líder em tecnologia musical no mundo. Takao Shirahata é também um multi instrumentista com formação acadêmica e um talento sublimado por suas obrigações como gestor à frente da poderosa marca. A Festa Nacional da Música 2012, em Canela, terá a Roland como homenageada e a torcida por uma rara apresentação surpresa do executivo é enorme.

INTERMINÁVEIS Completando 50 anos de existência, os Rolling Stones parecem subverter todas


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as previsões e perspectivas sobre a carreira da maior banda de rock de todos os tempos. Inacreditável é saber que os quatro velhinhos andam loucos de vontade de tocar e se mostram ansiosos com a nova turnê do grupo. Se o rock tem um nome, ele é Rolling Stones.

ta gospel sem um Takamine nas mãos. Mesmo admitindo que a qualidade do produto seja decisiva, o trabalho realizado por Alexandre Seabra e Nenrod Adiel repercute no Japão e faz do Brasil um dos maiores consumidores mundiais do instrumento. Ponto para a competência.

Timbra e aposta na qualidade do produto para conquistar espaço. O cast de endorses cresce entre os tops do samba e do axé deixando claro que o caminho para a liderança de mercado é visto como alvo principal pela equipe comandada pelo boa praça Aldo Storino.

CONVIDADO 1

DEMOROU

PERIGO

O guitarrista brasileiro Big Joe Manfra foi convidado pelo bluseiro americano Peter Madcat para acompanha-lo numa turnê em solo gringo durante os meses de setembro e outubro desse ano. As apresentações vão percorrer vários estados americanos e terão no set list, além dos sucessos de Peter, alguns clássicos do blues.

A briga estre as melequentas Madonna e Lady Gaga demorou, mas veio. As moças andam se bicando por conta de um suposto plágio de uma música da primeira utilizado pela segunda. Como o trabalho das duas é puro marketing e musicalmente medíocre, seria muito bom para a música que as duas de destroçassem.

A segurança vai precisar ser reforçada na Expomusic desse ano. A dança de cadeiras e marcas no mercado não foi bem digerida por alguns dos envolvidos. Não bastasse isso, nem todos os lojistas poderão ir ao evento. Tem fornecedor querendo pegar alguns deles pelo pescoço.

CONVIDADO 2

DICA DE VIAGEM

Assim como os Stones, o mal humorado Bob Dylan comemora 50 anos de carreira e terá também um guitarrista convidado em sua turnê que começa até o final do ano. O líder do extinto Dire Straits, Mark Knopfler, será o responsável pelas guitarras dos shows do menestrel rabugento. É a quarta vez que ele faz isso. Parece gostar...

Quem vai a New York e insiste em procurar o Soho ou o Village para ouvir as novidades tá indo no endereço errado. Desde a virada do século o italianíssimo Brooklin passou a ser o point dos descolados e das casas underground na capital do mundo. Os preços exorbitantes de Manhattan e o surgimento de várias bandas experimentais na região fizeram do outrora reduto da máfia na cidade o novo must dos amantes da cultura pop.

TAKAMINE O domínio avassalador da Takamine no segmento de violões profissionais tem tudo a ver com o trabalho impecável da Sonotec na condução da marca. O instrumento virou sonho de consumo e raramente se vê um sertanejo, roqueiro ou artis-

PERCUSSÃO A Izzo começa a colher os frutos do investimento na sua marca de percussão. A empresa quase centenária abre espaço para a sua grife

LOBÃO A sinceridade do velho lobo sempre costuma provocar risadas, mas também reflexão. O dublê de artista e apresentador não economiza “elogios” ao mundo sertanejo e a badaladas cantoras da praça. Bem que eu gostaria, mas não consigo discordar dele.

ALERTA Cresceu em mais de 200% o número de reclamações de clientes que compram pela internet. Os dados divulgados pelos Procons de todo o país assustam e servem de alerta para consumidores desavisados que acreditam em Papai Noel e coelhinho da Páscoa. Milagre e almoço grátis não existem. Preço irreal e absurdamente baixo é sinônimo de trambique. Cai quem quer.

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Profissões do

‘backstage’ JOÃO

RIBEIRO

EMPREENDEDOR redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação

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V

Em mais uma reportagem desta série de entrevistas, em que saímos dos bastidores dos shows para trilhar os bastidores das produções para falar sobre profissionais que geralmente muitos de nós mesmos do ramo sequer sonhamos que existem, o entrevistado é João Ribeiro e a profissão do dia é Empreendedor.

amos primeiro conhecer um pouco nosso entrevistado. Quem é o João e como foi a sua formação? João Ribeiro - Bem, para isso vamos voltar 30 anos, quando comecei a andar, ainda criança, no meio musical, através de minha amizade com Moreno Veloso. Daí, depois de tanto convívio com a musica, músicos e com o palco, foi praticamente inevitável cair nessa vida. Comecei trabalhando de roadie para o Toni Costa, ex-guitarrista do Caetano Veloso. Após um ano trabalhando com ele, fui chamado pra fazer sub (pessoa que substitui o titular da vaga) de roadie no Gil. Desde então, nunca mais sai da gig, comecei como segundo roadie após quatro anos, e foi aí que pintou a oportunidade de substituir o técnico de monitor, fiquei um tempo como auxiliar técnico até estar pronto para assumir a função. O mais legal de tudo é que ainda estou aprendendo até hoje, e já se vão 16 anos à frente do monitor de Gilberto Gil. Você trabalha com o Gil, mas na verdade você é mais do que técnico de monitor. Poderia nos descrever quais as suas atribuições na GG Produções? Bom, com o Gil tenho as funções de técnico de monitor, roadie pessoal, res-

ponsável por seu equipamento, e técnico de gravação do seu estúdio, no Rio de Janeiro. Mas como o foco da entrevista não é o João técnico e sim o João “Empreendedor”, então nos diga: quando você sentiu a necessidade de criar o seu próprio negócio, e o porquê disso? O fato determinante foi que percebi que no Rio de Janeiro não tinha nenhuma empresa de backline que fornecesse todo o equipamento de palco necessário para um show ou evento de grande porte. Sempre vinham empresas de São Paulo para prestar esse tipo de serviço. Vi nisso uma oportunidade de negócio, uma lacuna em aberto na capital carioca, e meu conhecimento e contatos de produtores e músicos me encorajaram a entrar no ramo. Quais foram as dificuldades iniciais para começar o negócio e o que você teve que fazer para vencê-las? A principal dificuldade é a falta de equipamento, pois é uma área que requer investimento alto e o retorno não é imediato. O que tive que ter para vencê-las foi coragem de criar dívidas que, com o tempo, foram pagas.


Eu comecei, em 2006, em um concerto do Ennio Morricone, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sublocando todo o equipamento, usando minha rede de contatos. Logo após

A Star no Palco hoje é uma realidade. Quanto tempo tem o seu empreendimento? Fale um pouco do crescimento da empresa, do início até hoje.

O fato determinante foi que percebi que no Rio de Janeiro não tinha nenhuma empresa de backline que fornecesse todo o equipamento de palco 45


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ideia foi trazer este conceito para o Brasil. Minha intenção realmente é fazer com que as principais empresas de som no Rio de Janeiro não se preocupem em manter um backline, pois terão uma empresa parceira que cuida desse aspecto. (Isso é apenas um sonho, mas quem sabe?). Fazendo um balanço, o que a Star no Palco representa na sua vida profissional? Um passo adiante. esse concerto, vi que dava pé e meti a cara. A empresa é nova e ainda está em fase de crescimento, mas com um nome rodando no mercado, acredito que tenho muito que crescer ainda. A internet tem me ajudado muito nesse desenvolvimento, e as redes sociais como Facebook, GIGPLACE, e mesmo o site da empresa, têm dado um excelente retorno a um investimento em mídia baixíssimo, e não posso esquecer do boca a boca, os meus clientes são meus maiores divulgadores. Uma curiosidade. Por que escolheu como negócio uma empresa de backline? Não seria um contrassenso já que no Brasil todas as empresas de áudio fornecem o Backline (amplificadores de baixo e guitarra e muitas vezes até bateria)? Não acho um contrassenso, pois o leque de serviços de uma empresa de backline não se resume a amplificadores de baixo e guitarras e de instrumentos. É muito mais complexo que isso. Nós cuidamos da produção local no que diz respeito ao backline, recebemos o rider do artista e/ ou evento e fornecemos a solução completa que inclui: transporte, montagem, afinação, apoio logístico, etc. Quanto à escolha, foi pura e simplesmente por gostar de instrumentos, apesar de não tocar nenhum, e também pela experiência de ver como funcionam as empresas de backline fora do Brasil. A minha

Fale um pouco dos planos futuros para a Star no Palco e do João empreendedor? Eu tenho pensado muito nisso. Friamente falando eu queria poder parar de viajar quando o Gil parar definitivamente, mas pelo pique dele isso ainda demora e muito. Mas nesse dia já queria que a Star no Palco estivesse estruturada e andando com suas próprias pernas; aí sim, chegando nesse estágio eu poderia viver somente tocando a minha empresa. O que seria maravilhoso pra mim, mas tudo depende de como as coisas vão estar quando chegar esse dia. Quais os conselhos que você daria para aqueles que pensam em passar de prestadores de serviços para empreendedores? Determinação, coragem e paciência, porque você irá passar para o outro lado, o de fornecedor, e irá receber todas as cobranças que você hoje faz como usuário e ou cliente. Uma pergunta clássica da coluna, o que o João estará fazendo daqui a 10 anos? O João quer estar ainda na estrada viajando com o Gil e com uma empresa bem sólida no mercado carioca. Este espaço é de responsabilidade da Comunidade Gigplace. Envie críticas ou sugestões para contato@gigplace.com.br ou redacao@backstage.com.br. E visite o site: http://gigplace.com.br.


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Primeiro álbum do Blues Etílicos, marco que impulsionou a carreira da banda, completa 25 anos. Victor Bello redacao@backstage.com.br Fotos: Internet / divulgação


ravar um disco naquele tempo era uma dificuldade danada, o mercado independente era minúsculo. Era o primeiro disco de uma banda com foco em blues, nosso primeiro disco. Toda a gravação foi uma aventura para nós” diz o baixista, compositor e fundador do Blues Etílicos, Cláudio Bedran sobre a gravação do disco homônimo da banda. Umas das bandas mais populares de blues do país, o Blues Etílicos comemora, nesse ano, 25 anos de lançamento de seu primeiro álbum, preservando fielmente ao longo de sua trajetória a sonoridade calcada em um passeio pelas di-

versas vertentes do blues, do tradicional ao contemporâneo, além de compor e cantar o estilo também em português. Formada inicialmente pelo baixista Claudio Bedran e o gaitista

Flávio Guimarães (referência no instrumento), a dupla convocou o guitarrista Otávio Rocha, que conheceram em um sebo de discos da época no bairro do Flamengo (RJ). No Natal de 1985, fazem seu pri-

“G

Era o primeiro disco de uma banda com foco em blues, nosso primeiro disco. Toda a gravação foi uma aventura para nós

BLUSEIR em ponOS

to

DE BALA

meiro show, mas semanas depois o guitarrista foi de bicicleta para os Estados Unidos, enquanto Flávio e Cláudio davam segmento à banda. Em dezembro de 1986, Otávio volta, sendo reintegrado ao grupo. Em seguida o vocalista Greg Wilson, que nasceu nos EUA em um dos lugares que é um dos maiores berços do gênero, o Mississipi, agregou-se ao time, surgindo assim a envolvente soma de talentos do conjunto. A maioria das músicas é cantada por Greg, mas Flávio também assumiu o microfone, um diferencial que a banda conseguiu desenvolver. “Quanto à divisão de vocais,

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Sempre curti escrever em português, achamos legal ter músicas no nosso idioma. Isso nos permitiu tocar em rádios e ver/ouvir a plateia cantar conosco

isso se dá de forma natural. Os dois têm registros bem diferentes, Greg é tenor e Flávio, barítono, daí cada um canta o que combina mais com a voz, além de identificação com a letra, claro. Sempre curti escrever em português, achamos legal ter músicas no nosso idioma. Isso nos permitiu tocar em rádios e ver/ouvir a plateia cantar conosco nos shows, o que é muito recompensador” conta Cláudio para a Backstage.

A GRAVAÇÃO Gravado em 16 canais no extinto estúdio Master, em Laranjeiras (RJ), o álbum foi produzido pelo tecladista Maurício Gaetani que também tocou em três faixas. Foi gravado praticamente ao vivo, com poucos overdubs e quase nenhum efeito. As guitarras utilizadas pelo Otávio foram uma Finch Les Paul, que tinha um som ótimo para slide e uma

Telecaster Squire; o amplificador foi um Fender Blackface Twin Reverb de 1967, do próprio guitarrista; e pedais delay e chorus da Boss. Cláudio tocou com um baixo feito pelo luthier Cássio, modelo Fender JP, com um captador precision Seymour Duncan e um JB da Bartolini. O Greg tocou com uma guitarra Fender Stratocaster Vintage e o Flávio usou gaitas Hohner com um amplificador Fender Champ. A capa foi feita a partir de fotos de Paulo Santos e Ricardo Elkind,


remetendo a elementos típicos do blues, garrafa de uísque, gaita marine band, guitarra vintage, cigarro e lugar detonado. A banda sempre se caracterizou pela guitarra slide nervosa e atuante de Otávio Rocha, que desde moleque cresceu impressionado com o som de slide que tiravam os guitarristas Johnny Winter e Rory Galagher. “Sempre quis tocar slide, inclusive aprendi primeiro as afinações abertas, antes de me aventurar na afinação padrão. Para mim, o mais curioso é que eu praticamente só sabia tocar em afinação aberta, então músicas em afinação normal era um verdadeiro desafio. Além disso, o processo de gravação comparado com o de hoje era totalmente diferente. Como nada era digitalizado, era realmente necessário que você chegasse ao estúdio bem preparado e com um domínio pelo menos razoável do instrumento”, observa Otávio Rocha.

CRÔNICAS URBANAS MOVIDAS A ÁLCOOL, SHUFFLES E IRONIA Com o alto grau alcoólico, enérgico e sarcástico na temática que permeia as canções, aliada a uma reflexão nas letras, pode ser até uma boa definição para esse ótimo disco de 1987. A banda carioca demonstrou logo no disco de estreia que no Brasil existem músicos de blues muito competentes, que tocam com feeling ao mesmo tempo trazendo reflexão e ironia nas letras, deixando tudo deliciosamente perigoso. “Foi um marco no blues brasileiro, o primeiro disco de blues mais tradicional (com gaita, guitarra slide, doze compassos, shuffles), pois naquela época, em geral, o que se via (e ainda assim, raramente) eram roqueiros que eventualmente tocavam blues, bandas que se espelhavam mais em Cream, Led Zeppelin ou Rolling Stones do que nos bluesmen negros americanos”, observa o jornalista Helton Ribeiro.

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Safra 63, música que abre o disco vem do fato de todos do Blues Etílico terem nascido em 1963. “A letra é mais uma constatação direta da época em que nascemos. Sou um tanto sarcástico/irônico e isso está presente no modo como falo e escrevo”, conta Cláudio. Estudo em Vermelho é uma homenagem ao Sherlock Holmes, do qual o baixista é fã. A letra, além da questão de um relacionamento falido padrão, está mais O jornalista Helton Ribeiro aponta a banda como um marco para uma crônica exemte fatal, com a qual é bom o sujeito plar de como somos responsáveis tomar certo cuidado”, diz. pelo mal que acontece à nossa volta. Auto-suficiência possui um duelo de Key to the Highway, de Big Bill Broonzy, guitarras dos dois ótimos guitarrisé um dos standards do blues escotas do grupo, cabendo em cheio na lhido para reverenciar os antepasmúsica. A letra é sobre um questiosados do gênero, com versão totalnamento do baixista. “Trata-se de mente acústica. uma realidade que me persegue até O Sol também me levanta foi uma ideia hoje, pois ainda não fiquei suficieninicial de Flávio Guimarães baseada

Foto: Dani Coen / Divulgação

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numa estrutura menos usual de blues de oito compassos e foi feita num dia seguinte a um pileque, relatando o estado miserável em que os músicos se encontravam, e começando tudo novamente com o chegar da noite. Não é por nada não foge ao estilo habitual da banda e está mais para um rock/funk do que para um blues. “Na parte especial do solo usei um flanger no baixo, inspirado em Level 42. A letra refere-se a um tipo de mulher supostamen-


O blues, a grosso modo, se baseia em padrões bem definidos de escalas e compassos, e também na interpretação de clássicos do gênero (Helton)

temente rico. E tocando blues é que ninguém fica mesmo”, confidencia. O time agora se encontra em fase de preparação para um CD de inéditas

Ficha Técnica Blues Etílicos (1987) 01. Safra 63 02. You’ve Got to Love Her With a Feeling 03. Estudo em Vermelho 04. Back Door Man 05. Key to The Highway 06. O Sol Também me Levanta 07. Não é por Nada Não 08. Back Track 09. Auto-Suficiência 10. Dust my Broom Formação: Greg Wilson (Guitarra e vocais) Flávio Guimarães (Gaita e vocais) Otávio Rocha (Guitarras) Cláudio Bedran (Baixo) Gil Eduardo (Bateria)

que, em breve, deverá sair. A banda continua atraindo públicos de várias gerações permanecendo no hall da fama do blues brasileiro, lugar onde já gravou seu nome. “O blues, a grosso modo, se baseia em padrões bem definidos de escalas e compassos, e também na interpretação de clássicos do gênero, o que torna o entrosamento entre bons músicos praticamente imediato e espontâneo. Quando os músicos são bons (e no Blues Etílicos, cada um está entre os melhores do país em seu instrumento) e formam uma banda, mantendo a mesma formação ao longo dos anos, esse entrosamento se torna quase ‘telepático’”, afirma Helton. Em 2012, a banda continua com o pé na estrada divulgando o DVD que foi gravado em 2010, no Bolshoi Pub de Goiânia, e que acaba de ser lançado com o mesmo nome de sua própria marca de cerveja, a Blues Etílicos Hellbier. A bebida foi desenvolvida com o mestre cervejeiro Severino Batista, que, em cima de uma base de Helles, adicionou dois tipos de lúpulos americanos. “Isso é um sonho que virou realidade. Sempre fui muito chegado à cerveja e, em uma degustação no Lapa Café (RJ), conheci o Giovanni Calmon, da Balkonn, distribuidora de cervejas especiais do Rio. Um belo dia ele sugeriu uma Cerveja Blues Etílicos. Apaixonei-me pelo projeto”, conta Cláudio. Mas aí já é outra história.

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Ater


ramento: ainda um problema? Miguel Sá Revisão Técnica: José Anselmo “Paulista” redacao@backstage.com.br Fotos: Internet / Divulgação

A

plateia está em delírio. A banda começa a tocar. O cantor preferido do público está prestes a entrar no palco. Ele sobe, o barulho da plateia aumenta, o cantor se aproxima do microfone, vai começar a cantar e... faz uma cara de dor. Ele acaba de tomar um choque no microfone. Este tipo de problema é causado pela falta de aterramento, ou seja, aquele fio que tem o valor de potencial elétrico igual a zero. Explicando a grosso modo, se todo o local e os equipamentos onde o cantor estiver fazendo o show tiverem um aterramento correto, ao invés daquela energia elétrica dar um choque no cantor, ela irá para o fio terra, que levará esta energia, literalmente, para a terra. O medo das empresas de perderem grandes investimentos em seus equipamentos, a maior padronização deles e, até mesmo, a maior consciência sobre a segurança no trabalho faz com que este tipo de coisa aconteça cada vez menos, por isto, a cena do cantor é cada vez mais rara. Mas ainda assim há problemas a serem resolvidos.

janeiro de 2010 que isto é lei. E segundo o técnico de áudio e engenheiro eletricista Framklim Garrido, a lei deve ser obedecida já que está fortemente apoiada em uma norma que todo mundo sempre conheceu . A lei é a 11.337, de 26 de julho de 2006, que entrou em vigor em janeiro de 2010. Em seu texto ela “determina a obrigatoriedade de as edificações possuírem sistema de aterramento e instalações elétricas compatíveis com a utilização de condutor-terra de proteção...”, como está no texto de apresentação. Já a norma à qual Framklim se refere é a NB 5410, que diz respeito a instalações elétricas de baixa tensão. Entre as situações às quais ela se aplica estão edificações residenciais e comerciais, estabelecimentos de uso público, canteiros de obras e – a situação mais frequente para quem trabalha com áudio e

Aterramento agora é lei. Mas será que isso já tem alguma influência na qualidade das instalações usadas nos eventos? Melhorou a segurança de quem trabalha com eletricidade?

Com o passar dos anos, o Brasil assinou cada vez mais tratados que padronizam as instalações elétricas. Em geral, eles falavam sobre aterramento nas instalações

AGORA É LEI Não é só pela vontade dos donos de empresas de som e luz de proteger funcionários e investimentos que as instalações elétricas devem ter o aterramento. Desde

luz - feiras, exposições e outras instalações temporárias. Com o passar dos anos, o Brasil assinou cada vez mais tratados que padronizam as instalações elétricas. Em geral, eles falavam sobre aterramento nas instalações domiciliares. “Há algumas aplicações que não demandam aterramento. Quando o equipamento é todo de plástico, quando a ten-

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ATERRAMENTO | CAPA | www.backstage.com.br Framklim Garrido faz um alerta: zumbidos e roncos podem significar aterramento mal feito ou inexistente

são é muito baixa, coisas específicas. Mas aquela famosa tomada de 110V do abajur, ela já demanda um aterramento (para ficar segura). Enfim, foi sendo sugerido nas normas, e as normas vem sendo revisadas”, completa o engenheiro.

POR QUE ATERRAR UMA INSTALAÇÃO O aterramento de uma instalação elétrica é importante por conta da qualidade do trabalho e da segurança. No pri-

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lecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto”. Se houver um processo judicial no qual a instalação acabe sendo o tema, o juiz pode pedir ao perito que verifique que problemas havia nesta instalação. O perito, provavelmente, vai verificar que a tal instalação não seguiu aquela norma. Mas apenas não seguir a norma não é o suficiente para uma condenação Em determinado momento, o Brasil começou a desenvolver um plug próprio de três pinos. “Quando ficou pronto o plug, eles (o governo) avisaram: olha, acho bom vocês (empresas, fábricas) irem trocando o plug, porque a partir de tal data vai ser obrigatório. Então o plug tem fio terra. Se o plug tem fio terra, qualquer instalação antes dele tem que ter terra e significa que qualquer instalação dali pra frente vai ter. A questão é que agora a nossa instalação domiciliar tem que ter o fio terra”, esclarece Framklim Garrido. E isto se estende a todas as instalações elétricas de baixa tensão.

Se houver um processo judicial no qual a instalação acabe sendo o tema, o juiz pode pedir ao perito que verifique que problemas havia nesta instalação

A norma não é lei. Ela é, segundo definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) “documento estabe-

meiro caso, o áudio pode servir de exemplo. Como a captação da informação de áudio se faz através de recepção de infor-


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ATERRAMENTO | CAPA | www.backstage.com.br 58

mações elétricas em um nível pequeno, este sinal pode ser agredido por sinais externos que provoquem interferência . “Quando há um aterramento mal feito ou inexistente, você percebe zumbidos ou roncos”, expõe Framklim. Em iluminação, os problemas podem até ser piores. “(As empresas de iluminação) tomam mais cuidado até porque trabalham com DMX, que é uma linguagem sujeita a ruído. Ai você pode ver aqueles moving lights enlouquecidos. Quando está tudo aterradinho, isto não acontece”, aponta Framklim. Júlio Ribeiro, engenheiro eletricista e diretor técnico da Companhia da Luz chama a atenção para a questão da segurança. Ele diz ser fundamental o aterramento em qualquer instalação elétrica, tendo algumas funções primordiais, como a de ser a referência elétrica para as tensões geradas e de proporcionar o escoamento do excesso de energia proveniente de sobrecargas advindas de equipamentos ou descargas elétricas atmosféricas. “(O aterramento) também serve de proteção para pessoas e equipamentos pela neutralização do potencial elétrico (tensão) e, em instalações monofásicas ou monopolares, pro-

João Américo teve problemas com equipamentos por falta de aterramento

mover o retorno da corrente para a geração. Diante destas principais funções podemos verificar que a ausência do aterramento compromete fortemente a segurança e o funcionamento de uma instalação elétrica”, ressalta.

ARTICULAÇÃO Ainda que a situação, até mesmo pela evolução e padronização dos equipamentos, esteja melhorando,

Engenheiro garante instalação segura Mais de 80% dos incêndios no Brasil são causados pela falta de qualidade nas instalações elétricas O engenheiro eletricista e presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Crea-RJ, Luiz Antonio Cosenza, concedeu entrevista à Backstage explicando a importância de ter um profissional habilitado para a segurança de uma instalação. - A lei 11.337 muda alguma coisa na atuação do CREA? Não. O responsável técnico por determinada instalação tem a obrigação de conhecer as legislações vigentes e assim executar as instalações dentro das normas técnicas, pois caso ocorra qualquer problema na mesma o profissional pode ser denunciado à Comissão de Ética do Conselho, que analisará o comportamento do mesmo podendo, constatada a culpabilidade do profissional, aplicar-lhe uma punição que vai desde uma simples advertência reservada até a cassação do registro profissional, dependendo da gravidade da falta cometida. - Por que é importante ter um profissional habilitado para cuidar da instalação elétrica? Não basta ser alguém “acostumado” a lidar com isto? Esse é um dos motivos da grande quantidade de acidentes que ocorrem em obras e, no caso de instalações elétricas, a situação é mais grave ainda, pois a qualidade das instalações elétricas é responsável por mais de 80% dos incêndios no Brasil. Um bom profissional inclusive diminui o valor da obra, pois saberá calcular o melhor material para cada tipo de obra e evitará desperdício de materiais.

- Que profissional está habilitado para cuidar da instalação elétrica de um evento? Uma empresa que se responsabiliza pela montagem de uma estrutura para evento obrigatoriamente deve ter como Responsável Técnico (RT) um engenheiro eletricista que atenda ao que preconiza a Resolução 218 de 29 Junho 1973 nos artigos 8 e 9. Além dele, pode ser necessário o acompanhamento de engenheiro mecânico ou civil dependendo de outras instalações no local do evento. Dependendo do tipo de instalação e a potência da instalação envolvida, é possível que a mesma seja executada por um técnico de nível médio. Como e por que é feita a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)? A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é o instrumento pelo qual o profissional registra as atividades técnicas solicitadas através de contratos (escritos ou verbais). A ART é um documento constituído por formulário padrão a ser preenchido através do sistema Creanet Profissional, cujo preenchimento é de responsabilidade do profissional devidamente habilitado com registro/visto no CREA-RJ. A ART define, para os efeitos legais, o(s) responsável(is) técnico(s) pela execução de obras/serviços e dá oportunidade para os profissionais registrararem nos CREAs suas obras ou serviços, cargos ou funções visando o cadastramento de seu Acervo Técnico e a caracterização da responsabilidade técnica específica. Assim como somente é considerada válida a ART quando esta estiver cadastrada no CREA, quitada, possuir as assinaturas originais do profissional e contratante, além de estar livre de qualquer irregularidade referente às atribuições do profissional que a anotou.


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produtoras deveriam tomar pela segurança de um evento é contratar um engenheiro eletricista. Ainda que haja um responsável habilitado para o gerador, outro para o áudio, para a luz e assim por

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ainda falta consciência sobre a importância de um planejamento da instalação elétrica com aterramento. Continuando no terreno da segurança, se houver algum equipamento com defeito no sis-

Julio Ribeiro: aterramento é fundamental na instalação

diante, é necessário um profissional responsável pelo planejamento e integração desse sistema. “É ele que vai fazer isso tudo trabalhar em harmonia. Tem que ter padronização, processo de aterramento, equipotencialização de estrutura...”, enumera Framklim. tema e não houver aterramento adequado, isto pode gerar o risco até de um choque fatal. Para quem trabalha com energia elétrica, vale a Norma Regulatória 10, a NR10. Uma das providências que as

Os principais erros vêm da pobre qualificação das equipes locais, bem como da falta de recursos do próprio evento, acarretando problemas (Julio Ribeiro)

ONTEM E HOJE João Américo, sócio da João Américo Sonorização, que já trabalha com áudio há mais de 40 anos, lembra da precariedade de outros tempos. “Ninguém ligava para aterramento quando eu estava começando”, relembra. Mas, há cerca de sete anos, ele teve problemas no equipamento justamente pela falta de um aterramento eficiente e pela ausência de comunicação da equipe de um evento. Após ouvirem estalos suspeitos, o módulo de saída de uma das então recém compradas mesas digitais da empresa e o fusível de outra estavam queimados. “Se o palco estivesse aterrado, iria desarmar o disjuntor”, pondera João. O acontecimento mostra a importância


de ter um sistema integrado, já que as instalações do som estavam aterradas. A LPL, do lighting designer Césio Lima, trabalha sempre com sistemas aterrados, “em primeiro lugar, pela segurança; em segundo, pela consciência tranquila de fazer o melhor trabalho; e em terceiro, pelos equipamentos”, detalha Césio. Ele percebe uma melhoria geral na segurança do trabalho e relembra dos tempos em que trabalhava como rigger subindo nas estruturas de calção e tênis, comparando com a forma como se trabalha hoje, com os equipamentos de segurança. “Hoje em dia não dá mais para se trabalhar sem esses equipamentos. Na parte elétrica é a mesma coisa”, avalia. Em grandes eventos, nos grandes centros, já é possível encontrar uma forma de trabalho mais articulada. Valmor Neves, sócio da Zuluz, comenta que, atualmente, há mais acompanhamento dos engenheiros eletricistas, que não se restringem apenas a assinar as Anotações de Responsabilidade Técnica para os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA). O engenheiro Julio Ribeiro pondera que, nos eventos de menor importância, ainda são encontradas muitas dificuldades. “Os principais erros vêm da pobre qualificação das equipes locais, bem como da falta de recursos do próprio evento, acarretando problemas diversos como, por exemplo, na questão da se-

paração do ponto de acesso à energia para iluminação, instalação de som e camarins que, quando estão agrupados no mesmo ponto, geram diversos problemas em função das diferenças das características das cargas elétricas de cada instalação”, detalha. Mas, quem sabe, com a conscientização dos que trabalham com energia elétrica e com a lei as coisas não melhorem ainda mais? “Com o tempo, foi natural todo mundo chegar perto da norma. Só não chega mesmo se o dono da empresa for mau caráter”, conclui Framklim Garrido.

Para saber online

www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/ L11337.htm | www.abnt.org.br/default.asp

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Essência da cultura musical do Ocidente, o piano veio a se tornar um instrumento onipresente na maioria dos estilos musicais contemporâneos. Seja no real ou no virtual, as técnicas empregadas na construção deste instrumento se aprimoram a cada ano, tornando cada vez menor a distância existente entre esses dois mundos distintos.

4 Pianoteq quando a modelagem física reproduz fielmente as características do piano acústico Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’ e piano erudito

P

odemos dividir a evolução dos pianos, da sua concepção até os dias atuais, em quatro gerações. A primeira teve início em 1698, com a invenção do Pianoforte por Bartolomeu Cristofori, e atingiu sua maturidade no final do século XIX com a popularização do piano acústico de cauda. Em seguida, já no século XX (1929-1984), foi a vez dos pia-

nos eletroacústicos (segunda geração), período que imortalizou algumas marcas, entre elas Rhodes e Wurlitzer. A terceira geração trouxe os primeiros pianos eletrônicos, os quais utilizam amostras digitais (samplers) como a base do seu gerador de sons (técnica empregada na maioria dos teclados musicais comercializados na atualidade).


No início do século XXI, a empresa Modartt lança o Pianoteq (primeiro integrante da quarta geração de pianos), seguida pela Roland com o V Piano, os quais utilizam a modelagem física (síntese que utiliza complexos cálculos matemáticos para criar sons em tempo real) na tentativa de superar as principais limitações encontradas nos equipamentos da terceira geração (imagem estática do som, ruídos de quantização, enormes bibliotecas de amostras entre outras). Lançado em 2010, o V Piano da Roland veio a se tornar rapidamente o sonho de consumo da grande maioria dos pianistas-tecladistas. Com seu novo gerador sonoro (“living” piano core), baseado em modelagem física, representa um grande salto na busca da réplica perfeita de um piano acústico no mundo digital. Porém, devido ao seu preço, este maravilhoso equipamento se mostra distante da capacidade de investimento de boa parte dos mortais. Já o Pianoteq 4, atual versão do software precursor na arte de utilizar a

modelagem física para reproduzir sons de pianos acústicos, mostrase como uma valiosa opção para quem busca um produto de preço relativamente acessível e não quer abrir mão da qualidade sonora. Desenvolvido no Instituto Nacional de Ciências Aplicadas de Toulouse (França) pelos matemáticos Philippe Guillaume e Julien Pommier, o Pianoteq 4 é capaz de reproduzir 127 diferentes níveis de dinâmica (layers) em cada tecla, transpondo do mais suave pianíssimo ao mais estrondoso fortíssimo com extrema naturalidade. Seu processamento interno é realizado em 32 bits, livrando o usuário dos típicos problemas associados a erros de quantização e à alteração de fase nas frequências (cancelamento/acoplamento) gerados pelos loops nas amostras de áudio. Graças aos seus novos ajustes - os quais, até o momento, encontravam-se acessíveis apenas aos afinadores de piano profissio-

Pianoteq - Interface Add-On Pianos Eletro-Acústicos

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Este novo instrumento proporciona diferentes perspectivas sonoras (presets) capazes de se adaptarem a qualquer estilo de música, do erudito ao contemporâneo

” Pianoteq - Interface

Pianoteq - Página de efeitos

nais em instrumentos acústicos reais -, este software permite ao usuário modificar, diretamente na sua interface, todos os complexos parâmetros que fazem do piano um instrumento literalmente “vivo”, tais como a interação entre as suas cordas, o posicionamento dos pedais (4 disponíveis), os diversos tipos de ressonâncias e ruídos do seu gabinete e a posição dos martelos. Resultado de três anos de aperfeiçoamento em sua versão predecessora (versão 3), o Pianoteq 4 traz um novo som de piano de cauda: o D4, instrumento (termo utilizado pelo fabricante) meticulosamente modelado a partir da referência de um piano da Steinway & Sons, modelo D. Este novo instrumento proporciona diferentes perspectivas sonoras (presets) capazes de se adaptarem a qualquer estilo de música, do erudito ao contemporâneo. Além do D4, o Pianoteq 4 traz o piano acústico K1 (derivado

do Pianoteq 3), com uma sonoridade agradável na região média e graves encorpados. Outros dois pianos acústicos (C3 e M3) podem ser baixados gratuitamente no site do fabricante. Neste site o usuário ainda encontrará (e terá acesso) à simulação de alguns dos mais famosos instrumentos musicais da história (projeto KIViR), entre eles cravos da Grimaldi, pianofortes Walter (usados por Mozart), cimbalons Kovács etc. Seguindo o caminho traçado pelos exóticos pianos Bösendorfer Imperial Grand (com 97 teclas) e Stuart & Sons Concert Grand (com 102 teclas), a atual versão do Pianoteq proporciona incríveis 105 notas de tessitura, capazes de reproduzir proeminentes obras de grandes mestres da composição, entre eles Debussy, Ravel, Paganini e Bártok (todas as simulações de pianos acústicos encontrados no programa desfrutam dessa nova extensão de notas).

Pianoteq Pro - Seleção de Presets


Pianote q Pro -

Edição nota

a nota

Além dos timbres de pianos acústicos e de instrumentos musicais históricos, o usuário do Pianoteq 4 poderá adquirir pacotes de expansão de timbres (add-nos), desfrutando dos benefícios da modelagem física em timbres de pianos elétricos (Rhodes e Wurlitzer), clavinetes (Hohner modelo D6), vibrafones, xilofones, marimbas, celestas e glokenspiel (disponível ainda a simulação do Piano Yamaha C5, amado pelos artistas da música contemporânea pop e rock devido a sua sonoridade brilhante). Em sua seção de efeitos, o Pianoteq 4 oferece algoritmos de chorus, flanger, delay, trêmolo e wha-wha (ainda se fazem presentes um equalizador gráfico e um compressor). Como não poderia faltar, um processador de reverb dedicado (baseado em convolução) permite simular diversos ambientes acústicos reais, interagindo com o posicionamento dos cinco microfones virtuais que o usuário pode distribuir pelo gabinete do piano (permite uma convincente orientação do instrumento no espaço físico). Já em sua seção de gravação, o usuário poderá armazenar suas execuções em formato MIDI (arquivo SMF) ou em áudio (arquivo WAV), este com arquivos individuais para cada um dos microfones virtuais citados. Ainda merece destaque a função “Recently Played on Keyboard”, a qual possibilita ao usuário restaurar suas últimas

execuções (aquelas que ficaram boas, mas não foram gravadas), exportando-as posteriormente nos formatos SMF ou WAV. Disponível atualmente em três diferentes versões: Pianoteq Stage, com a mesma qualidade sonora das outras versões, porém, com ajustes limitados nos parâmetros de modelagem física; Pianoteq Standard, a qual adiciona ao modelo de entrada a edição aos parâmetros de modelagem física e a capacidade de posicionamento dos microfones virtuais; e Pianoteq Pro, permitindo a edição de todos os parâmetros (exceto os efeitos) com valores individuais para cada uma das notas, além de operar em amostragens de até 192 kHz/32 Bits (Pianoteq Stage e Pianoteq Standard podem, a qualquer momento, ser atualizados para a versão Pianoteq Pro). Operando em modo autônomo (standalone) ou como plug-in (VST, AU ou RTAS) em uma DAW, o Pianoteq 4 é compatível com plataformas Mac, PC e Linux, proporcionando baixíssima latência em qualquer laptop com processador dual ou quad core comercializado atualmente. Em um mundo onde o tamanho das amostras presentes nos instrumentos virtuais costuma ditar a qualidade sonora que estes proporcionam, a modelagem física mostra-se como a melhor relação “processamento necessário x desempenho sonoro” disponível na atualidade. Prova disso é o arquivo executável do Pianoteq 4 possuir ínfimos 20 Mb, proporcionando qualidade sonora de fazer inveja a qualquer concorrente.

Para saber mais luciuspro@ig.com.br

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AS WORKSTATIONS e o caos nem sempre produtivo PRODUÇÃO, GRAVAÇÃO E MIXAGEM Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor

Muito bem, temos em nossas mãos um arsenal de possibilidades com as workstations, como nosso Steinberg Cubase. Mas a “pergunta que não quer calar” é de sentido artístico e filosófico: estamos utilizando criativamente todo o potencial do que nos oferece a tecnologia? Estamos tirando um grande som? Sabemos utilizar as funções de uma workstation e as toneladas de plug-ins que instalamos em nossas máquinas? Teras e teras de HD, gigas e gigas de RAM representam grande música na mesma escala?


C

om a virtualização de tudo no ambiente de áudio digital, as tarefas se acumularam na mão da criatura que fica na frente da tela (você, eu e a galera que lê este artigo). Na maioria das vezes, esta criatura é responsável por criar, produzir, gravar e mixar música. Inicialmente, os resultados mais certos pelo acúmulo de todos estas tarefas são: aumento da gordura abdominal, triglicerídeos e colesterol no sangue. Afora estes, os bons resultados sonoros e musicais podem ou não aparecer. Já repararam que eu gosto de voltar a este assunto de tempos em tempos? Aliás, nos próprios tutoriais que venho escrevendo mensalmente aqui na nossa Backstage, eu sempre faço uma leitura artística aliada à técnica. Na verdade, estou sempre abordando este tema em contraponto a um deslumbramento muito grande com a tecnologia e com as “magiquinhas” possíveis e nem sempre bem utilizadas artisticamente. A questão é que a displicência parece ter ganhado mais espaço. Alguns exemplos: - Captação de batera não anda tão criteriosa em projetos de home studios porque já se considera a futura reposição das peças por MIDI ou por baterias virtuais. Nada contra as técnicas de replacement e os instrumentos virtuais. Mas se estamos captando o som do instrumentista com a expressão artística dele, acredito que vale a pena caprichar na captação do som autêntico. - Cantores e cantoras que já contam na gravação com a atuação mágica do “mixador que vai passar o afinador de voz”. O cuidado frase a frase, expressão, afinação, bom som de sala, a escolha do mic adequado a cada voz... esses pré-requisitos vêm sendo esquecidos. - Tocar bem com metrônomo (que até pouco tempo era o normal) vem caindo de moda. Chega a parecer um sacrifício para alguns músicos. “Depois a gente quantiza tudo”. Já cheguei a ouvir essa máxima.

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“ ” O mais importante é chamar a atenção para a filosofia geral de fazer boa música e gravá-la bem, independente de estilo.

- Pré-produção sumiu do mapa. Ensaiar intensamente e resolver problemas musicais (arranjo, estrutura, solos, dinâmicas) nos ensaios, deixando as

rece a ilusão de que tudo se resolve sem conhecimento porque já vem “quase pronto”, meio que na onda fast food. Lembro amigos, que boa música e bom

músicas “nas pontas dos dedos” e fluir melhor na gravação é coisa do passado. Ando observando o uso frequente do sistema NHGS (Na Hora da Gravação... Sai) e aí os problemas de produção vão bater lá na mixagem com o triplo do tamanho. O resultado final torna-se então compatível com a farofa instaurada. Posso enumerar vários desses itens. O mais importante é chamar a atenção para a filosofia geral de fazer boa música e gravá-la bem, independente de estilo. As ferramentas estão aí a cada dia mais interessantes e a serviço da criatividade, da qualidade musical e da boa sonoridade. Aprofundar conhecimentos, explorar os recursos dos softwares, valorizar cada etapa do trabalhoso processo de produção musical, equilibrar mixagens (mesmo que seja pela tentativa e erro), tudo isto trará experiência e senso crítico necessários à qualidade final de tudo o que se faz dentro de um estúdio. Os home studios e seus ambientes virtuais deixam uma imagem de que tudo é mais “fácil” em produção. Na verdade, a praticidade aparente esconde um volume de tarefas que se concentrou muito. Os procedimentos e conhecimentos básicos necessários permanecem os mesmos de sempre, só que não têm recebido a devida atenção. A infinidade de possibilidades do mundo virtual ofe-

áudio não são fast food, são gastronomia refinada e cuidadosa. Artesanato e técnica. Tecnologia é ferramenta poderosa, mas a mão do artífice é que faz a boa arte. Pensem nisso que escrevi quando tiverem que acumular as funções de produzir, gravar, editar e mixar. Respirem pausadamente durante o trabalho, façam alguma atividade física regularmente, cuidem da alimentação evitando pizzas, cocas e chinas em excesso nas sessões de trabalho. Além de uma melhor utilização da tecnologia na arte também terão melhores resultados com a gordura abdominal, triglicerídeos e colesterol . Grande abraço a todos e até a próxima.

Para saber online

dalla@ateliedosom.com.br www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom Twitter:@ateliedosom


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SIBELIUS| www.backstage.com.br

Sibelius7

Entregando seu trabalho

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Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos de Sibelius na ProClass-RJ

F Nos dias atuais, encontramos diversas opções de distribuição de publicações, e se levarmos em conta que o Sibelius também é capaz de produzir sons, nos encontramos num universo de formatos de arquivos muito grande. Então neste artigo, vamos entender as diversas maneiras de se entregar uma partitura do Sibelius, suas vantagens e desvantagens.

ormato Sibelius: a partitura no formato *.sib é o ideal para se entregar a alguém que também esteja usando Sibelius. Seja para um professor ou para um companheiro de banda, faz todo o sentido enviar arquivos neste formato para que a outra pessoa tenha a oportunidade de alterar elementos e fazer comentários. Fora o formato nativo do Sibelius, todos os outros formatos podem ser encontrados pela aba File > Export. MIDI: este arquivo é uma opção perfeita se o usuário tiver interesse em carregar sua música num teclado que possua função de sequencer ou que simplesmente saiba ler arquivos MIDI. Também é o ideal se o usuário pretende levar seu arranjo para um software de produção musical mais avançado como o Pro Tools, Logic ou Cubase/Nuendo. É

uma prática comum nos dias de hoje gravar uma banda em áudio nestes softwares, e utilizando instrumentos virtuais executados via MIDI, incrementar o arranjo com cordas, sopros,


metais e outros elementos mais complexos de se gravar ao vivo.

que um XML com compressão para ocupar menos espaço.

MusicXML: este protocolo foi criado para o usuário que precisa continuar um trabalho feito no Sibelius em outro software de notação musical como o Finale, Notion e Guitar Pro. Podemos entender como um formato “universal” de partituras. Apesar do formato MIDI também ser universal, muita informação é perdida na conversão, como, por exemplo, articulações, textos, formatação, dinâmicas, cifras, letras de música etc. Já o formato MusicXML consegue manter a maioria das informações quando exportado do Sibelius e importado em outro software. Atualmente, o Sibelius 7 permite a exportação para o formato XML e MXL. Este último nada mais é do

Audio: este formato é idealizado para quando o usuário precisa mostrar o resultado sonoro do material para alguém. Um dos grandes trunfos do Sibelius 7 é sua biblioteca de sons. O Sibelius 6 vinha com 2GB de possibilidades sonoras, e o Sibelius 7 chegou oferecendo 37GB! cisa entregar uma partitura a alguém digitalmente pela internet, mas sem dar a possibilidade da pessoa alterar os elementos. Também é utilizado como formato de finalização para se entregar para uma gráfica para impressão. É possível exportar para PDF nativamente pelo Mac ou com programas simples no Windows, porém a implementação por dentro do Sibelius 7 é muito

mais rica e os resultados gráficos são bem mais precisos. Como vimos acima, existem muitas maneiras de se distribuir uma partitura. Pense até que ponto vale a pena imprimir material, gastar papel e tinta de impressora. O planeta agradece!

Para saber online

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com

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Fotos: Internet / Divulgação

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Existem inúmeros programas para gravação, edição e mixagem de áudio e para a produção de música com instrumentos virtuais. Mesmo assim, só alguns merecem o título de ‘digital audio workstation’ (DAW) ou estação de trabalho de áudio digital. Desse grupo, cinco aplicativos têm as ferramentas, a tradição e o reconhecimento do mercado que os tornam uma elite entre os programas musicais. São os veteranos Logic Pro, da Apple; SONAR, da Cakewalk; Pro Tools, da Avid; Cubase, da Steinberg; e o mais jovem Live, da Ableton.

ESCOLHA A SUA

ESTAÇÃO DE TRABALHO Sergio Izecksohn, músico, é diretor e coordenador pedagógico da escola de produção musical Home Studio. www.homestudio.com.br

E

sses cinco programas dividem a atenção da massa de produtores musicais, técnicos de áudio, músicos, compositores e outros profissionais e amadores ao redor do mundo.

Não nos esquecemos de programas como Acid (Sony), Ardour (The Ardour Community), Audacity (Audacity Team), Audition (Adobe), Fruity Loops (ImageLine), Garage Band (Apple), Nuendo


(Steinberg), Reaper (Cockos), Reason e Record (Proppellerhead), Samplitude (Magix), SAWStudio (RML Labs), Sequoia (Magix), Sound Forge (Sony), Studio One (PreSonus), Vegas (Sony) e WaveLab (Steinberg). É claro que também podemos produzir com qualquer um deles, como, aliás, já se produziram grandes obrasprimas com gravadores de fita de dois ou quatro canais e hoje são feitos trabalhos muito interessantes até em simples celulares. Alguns destes outros programas podem ter função acessória, complementando o trabalho feito na estação de trabalho. Por exemplo, temos o recurso de editar o áudio do SONAR no Sound Forge ou no WaveLab. Mas, seja devido à riqueza de recursos de MIDI ou de áudio, a compatibilidade com os mais avançados plug-ins de efeitos ou instrumentos, a sincronização através do recurso rewire com programas especializados como Reason e Live, seja pela estabilidade ou pela própria tradição, são aqueles cinco que di-

videm os corações e as mentes de cerca de 99% do público ligado em criação, gravação e produção musical. Em comum, eles apresentam gravação multipista, sequenciamento MIDI de instrumentos virtuais e eletrônicos, plug-ins de efeitos e instrumentos, edição destrutiva e não destrutiva do áudio, efeitos em tempo real, compatibilidade com plug-ins de terceiros e com programas escravos de rewire, edição de partituras, pista de vídeo para sonorização sincronizada, mesa de mixagem com automação, janelas de edição de áudio, loops e MIDI. Vejamos as principais características de cada um desses programas e suas principais diferenças. Afinal, a maioria de nós vai produzir usando somente um deles, acompanhado apenas de plug-ins de efeitos sonoros e instrumentos virtuais.

CAKEWALK SONAR X1 PRODUCER O SONAR é uma das mais populares estações de trabalho. Existe desde

2001, herdeiro do antigo Cakewalk Pro Audio. Ele se beneficiou do fato de sua versão ancestral, o Cakewalk, ter nascido no MS-DOS e evoluído junto com o Windows. Com ferramentas de ponta para a criação de música, é o único dos cinco programas deste artigo que só roda em Windows. Tem uma interface mais amigável que a média desses aplicativos, com vários recursos para automatizar suas funções que simplificam toda a operação, liberando a criatividade. O SONAR X1 tem recursos abrangentes de gravação para atender as necessidades de uma execução solo, uma banda ou até mesmo uma orquestra. Ele tem ferramentas de precisão para edição de áudio. Se você está editando áudio ou MIDI, é fácil fazer edições e corrigir problemas. O motor de ponto flutuante com precisão dupla em 64 bits permite que você realize mixagens com grande clareza de som usando um conjunto de efeitos e ferramentas

Sonar X1

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de mixagem com inúmeras possibilidades de endereçamento. O polimento final das faixas pode ser feito com efeitos projetados especificamente para masterização. O SONAR X1 tem várias opções para colaborar com outros estúdios e é capaz de finalizar os arquivos em diversos formatos para CD, vídeo, som surround e para a internet.

ção inteira. É possível transferir a sensação rítmica de uma faixa para outra. O pacote Logic Studio inclui o Logic Pro, o MainStage (para shows), o Wave Burner (programa completo para masterização), o Soundtrack Pro (programa de áudio para edição de vídeo), 40 instrumentos, 80 efeitos, o Compressor 3.5, o Impulse Response Utility, o Apple Loops Utility e o QuickTime Pro.

APPLE LOGIC PRO

Feito para os músicos, o Logic Pro reúne todas as ferramentas de edição e navegadores de conteúdo em uma única janela. E você pode personalizar as áreas da barra de ferramentas e de transporte com as ferramentas e controles que você usa com mais frequência

Após migrar, desde os anos 1980, entre várias plataformas (Atari, Amiga, Mac e Windows), o veterano Logic foi adquirido pela Apple há uma década e, desde então, só roda em Mac. Feito para os músicos, o Logic Pro reúne todas as ferramentas de edição e navegadores de conteúdo em uma única janela. E você pode personalizar as áreas da barra de ferramentas e de transporte com as ferramentas e controles que você usa com mais frequência. A importação seletiva de pistas permite que você rapidamente reutilize suas gravações favoritas e configurações de outros projetos. O navegador Apple Loops tem mais de 15.000 loops em categorias como instrumentos, gêneros e climas. Escolha um e ele automaticamente se ajusta ao ritmo e ao tom do seu projeto. Poderosas ferramentas de ajuste de tempo, como Flex Time, Varispeed e Audio Quantize, permitem que você corrija o tempo de uma apresenta-

” Logic Pro

STEINBERG CUBASE O Cubase é, talvez, o programa mais popular do mundo para compor, gravar e mixar música. Desde 1984, a Steinberg desenvolve ferramentas para criação musical. O VST (Virtual Studio Technology), padrão de gerenciamento de mídia desenvolvido pela Steinberg, compatibiliza e acelera o funcionamento de inúmeros plug-ins de efeitos e instrumentos com as estações de trabalho e logo se tornou líder de mercado, adotado por diversos concorrentes. O controlador ou driver ASIO (Audio Stream Input/Output) é a espinha dorsal do VST, suportando variadas taxas de bits e amostragens, operação multicanal e sincronização. O sistema tem baixa latência, alto desempenho, é fácil de configurar e estável para gravação de áudio com VST. As placas de som com driver ASIO são as mais indicadas para o Windows. HALion, Sonic SE, Amp rack, Prologue, Spector, Mystic, Embracer, Monologue,


Groove Agent ONE, Beat Designer, LoopMash e mais de 60 efeitos de áudio são algumas das poderosas ferramentas acessórias do Cubase. Ele incorpora detecção de tempo, quantização de áudio e funções de substituição de bateria. A edição de partituras é completa e com resultados profissionais. O VST Expression inova ao trabalhar com diferentes articulações instrumentais diretamente na nota no editor de partituras. A edição de trilhas sonoras para vídeo é muito facilitada e o gerenciamento de memória com o apoio nativo de 64 bits facilita a vida de compositores que manuseiam orquestras virtuais complexas. Diferentes ferramentas e modos de gravação permitem que você gerencie múltiplas tomadas e encontre a melhor gravação em um instante. Devido à função integrada de pré-gravação de áudio, você não

Cubase

vai perder um único take, mesmo quando se esquecer de ativar a função de gravação. Com os Track Edit Groups ou grupos de edição de pistas, eventos relacionados em várias pistas são amarrados juntos e podem ser editados de uma só vez,

economizando tempo no estúdio. O Cubase roda em Mac OS X 10.6/ 10.7 com processador Intel ou em Windows 7 com processador Intel ou AMD e interfaces compatíveis com CoreAudio (Mac) ou ASIO (Windows).

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Ableton Live

ABLETON LIVE

A janela Session View é uma grade única para gravação e reprodução de ideias e frases musicais. A exibição da sessão é não linear, assim você pode gravar e reproduzir suas ideias na ordem que quiser

O Live é para fazer música, para a composição e a criação de canções, a gravação e a produção de remixes e apresentações ao vivo. O fluxo intuitivo e não linear do Live, ao lado da poderosa edição em tempo real e opções flexíveis de desempenho, fazem dele uma ferramenta de estúdio exclusiva e um favorito entre os artistas ao vivo. A janela Session View é uma grade única para gravação e reprodução de ideias e frases musicais. A exibição da sessão é não linear, assim você pode gravar e reproduzir suas ideias na ordem que quiser. Quando você está trabalhando em uma nova faixa, esta é uma maneira inteligente e flexível para escrever e gravar. Se estiver executando a música ao vivo, você tem total flexibilidade e liberdade para improvisar. A tela Arrangement View é mais vol-

” Pro Tools

tada para produções de arranjos e mixagem da maneira tradicional. Essas duas visões interagem uma com a outra, cada uma com suas próprias forças e complexidades. No Live, você nunca tem que parar a música. Grave áudio e MIDI em tempo real, acione loops e samples, adicione efeitos e troque os sons sem nunca apertar o botão de parada: tudo acontece em tempo real. O conceito dele é que você é livre para improvisar e o computador torna-se realmente um instrumento musical, uma ferramenta expressiva e criativa, perfeitamente à vontade no palco ou no estúdio. O Live funciona perfeitamente com os controladores em hardware e a atribuição de controles MIDI personalizados é simples. Suporta AIFF, WAV, MP3, Ogg Vorbis, REX e FLAC, efeitos e instrumentos VST e AU. O Live é executado como um mestre ou es-


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até extrair o groove de um toque de tambor e aplicá-lo à parte do baixo.

CONCLUSÕES AVID PRO TOOLS Quebrando uma longa tradição de compatibilidade exclusiva com seu próprio hardware, recentemente o Pro Tools se abriu para a maioria das interfaces do mercado, seguindo a tendência geral de sistemas abertos. Seu desempenho, contudo, é muito favorecido pelo processamento adicional en-

Cada uma das opções tem uma vocação e um estilo. O SONAR é focado na simplicidade de operação para usuários de Windows. O Live, na produção em estúdio voltada para o desempenho ao vivo e no trabalho do DJ. O Cubase tem uma imensa variedade de recursos e ferramentas de edição de áudio e MIDI. O Logic, embora riquíssimo em

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cravo de ReWire e, por isso, funciona muito bem ao lado de outros programas como o Pro Tools, o Logic ou o Cubase.

Com Elastic Time, você pode mudar o tempo ou o andamento de qualquer trecho de áudio. E, com Elastic Pitch, você pode corrigir notas erradas, criar hamonias

contrado no hardware da própria Avid. Ele roda em interfaces Avid como as Mbox de segunda ou terceira geração, as M-Audio e qualquer interface compatível com ASIO e Core Audio. Grava em alta resolução de áudio de até 32-bit/192 kHz com baixa latência, desde que com computadores compatíveis. Os plug-ins aceitos são das tecnologias RTAS e AudioSuite. Crie e produza com 70 efeitos, instrumentos virtuais e performances MIDI com o MIDI Editor. Ou componha uma música usando as ferramentas de notação no Sibelius, o editor de partituras incluído. Com Elastic Time, você pode mudar o tempo ou o andamento de qualquer trecho de áudio. E, com Elastic Pitch, você pode corrigir notas erradas, criar harmonias e clips com transposição em tempo real sem alterar o ritmo. Com a versátil ferramenta Beat Detective você pode corrigir rapidamente problemas de atraso em várias faixas ou alterar a sensação de uma batida para obter um groove diferente. Você pode

recursos, tem se voltado mais e mais para a simplicidade de operação no Mac. Finalmente, o Pro Tools, aproveitando a reputação adquirida por seu homônimo mais poderoso, o Pro Tools HD - que conquistou os estúdios comerciais de gravação com seus rituais de endereçamento old school -, vem tentando recuperar o terreno entre os músicos independentes ao incorporar a edição de partituras e se abrir para as placas de som mais diversas. Procure conhecer em detalhes cada estação de trabalho e faça uma boa escolha!

Para saber online

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O tamanho

do seu

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Estúdio PARTE 4

Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’

D No mês passado iniciamos uma série sobre opções de microfones para o bumbo. Vamos continuar com o resto do kit da bateria.

a mesma maneira que existem literalmente milhões de caixas de bateria espalhadas pelo planeta, cada uma delas tem o seu som particular. Só isso já

mostra que não existirá um único microfone para a caixa. Na verdade não existe um único microfone para nada. No caso da caixa existem alguns clássi-


inevitavelmente irá ficar posicionado na borda da caixa. Se apontarmos o microfone muito para baixo, estaremos captando a região da borda da pele, que é onde está o “rimshot” e a ressonância (a cantada) da pele. Se deitarmos um pouco o microfone, de modo que ele aponte para o centro da pele, minimizaremos estes efeitos e estaremos captando o ataque da ba-

cos, e é sobre isso que essa série se refere. Na caixa, assim como no bumbo, também é conveniente que façamos uma múltipla microfonação. Normalmente um microfone na pele de cima para captar o ataque da baqueta e outro na pele de resposta (a de baixo) para captar o som da vibração da esteira. Um dos mais comuns é o famoso Shure SM-57 na pele de cima. Existem alguns equivalentes a ele. Um dos que eu mais gosto é o Seinnheiser e609. É um dinâmico como o SM-57, mas com um pouco mais de corpo.

Se apontarmos o microfone muito para baixo, estaremos captando a região da borda da pele, que é onde está o “rim-shot” e a ressonância (a cantada) da pele

Também é comum usar condensadores para a pele de cima, como o AKG-414. Na verdade, eu também gosto do resultado da soma de um condensador com um dinâmico na pele de cima. O cuidado a ser tomado é que ambos devem estar com as cápsulas alinhadas exatamente na mesma distância em relação ao centro da pele. Isso irá garantir que a correlação de fase estará correta. De maneira geral, o dinâmico trará mais o “tapa” da caixa e o condensador mais o corpo e as altas. Outro detalhe a ser levado em consideração é o ponto para onde eles estão apontados. Para não atrapalhar o baterista, o microfone não pode ser posicionado no centro da caixa. Ele

queta e também um pouco mais de corpo. A escolha da posição irá depender do quanto uma caixa ressoa ou é morta ou de quanto você quer de ressonância no som ou não. Caso você use dois microfones para a pele de cima, você poderá depois na mixagem escolher o quanto vai usar de cada microfone para chegar ao som de caixa que você quer. Lembre-se que no caso dos condensadores pode ser necessário atenuar no próprio microfone. A maioria dos condensadores tem uma chave de atenuação para -10 dB ou -20 dB. Como a caixa emite muita pressão sonora, é possível que haja distorção na cápsula do microfone condensador, que é muito mais sensível que o dinâmico.

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Uma das maneiras de minimizar isso é justamente escolhendo um condensador de cápsula pequena. Pode também ser interessante fazer algum corte no filtro hi-pass (ou low-cut). Normalmente os cortes nesse tipo de microfone são em 75 Hz e 150 Hz

O microfone para a pele de baixo (esteira) pode ser um condensador de cápsula pequena, como um Neumman KM-184, um Shure SM-81 ou um AKG-451, pois este tipo de cápsula capta menos os graves. O microfone da esteira normalmente fica posicionado muito próximo ao bumbo, o que causa um grande vazamento de bumbo para o microfone da esteira. Uma das maneiras de minimizar isso é justamente escolhendo um condensador de cápsula pequena. Pode também ser interessante fazer algum corte no filtro hi-pass (ou low-cut). Normalmente os cortes nesse tipo de microfone são em 75 Hz e 150 Hz. Experimente começar com 150 Hz. Se achar que está cortando demais o corpo da esteira, desça o corte para 75 Hz. No entanto, também é possível usar um dinâmico como o SM-57 para a esteira, mas, particularmente, prefiro os condensadores. Outro detalhe que tem que ser levado em conta: a posição do microfone da esteira em relação ao microfone da pele de cima. Como não é possível colocar o microfone da esteira dentro da caixa, inevitavelmente ele ficará posicionado

aproximadamente voltado “face a face” para o microfone da pele de cima, o que irá causar alguma discrepância na coerência da fase e irá resultar em perda de graves, gerando uma caixa mais magra e com menos peso. Neste caso, podemos usar a técnica do “quanto pior, melhor”. Se você colocar o microfone da pele de baixo posicionado exatamente apontando para a cápsula do que está na pele de cima (se tirássemos a caixa do meio deles dois, seria possível ver que apontam um para o outro em linha reta), haverá uma discrepância de fase de 180º, que é o ponto onde há a maior perda de grave. Colocado nesta posição, acione o botão de inversão (reversão) de fase do pré-amplificador (ø) e a fase estará corrigida. Caso o seu préamplificador não tenha reversão de fase, grave assim mesmo, e depois inverta a fase usando algum plug-in que faça isso. É claro que convém lembrar que não há microfone ou técnica de microfonação que faça uma pele velha e/ou desafinada soar bem. Não faz sentido comprarmos microfones clássicos, que são um pouco mais caros, queimarmos a pestana com técnicas de captação se a fonte sonora não for boa. No mundo real, se você tem um kit de bateria no seu estúdio, sei que é impossível colocar um jogo de peles novas a cada sessão de gravação de bateria, pois no Brasil dos “dois quintos dos infernos” (40% de carga tributária) para todos e de “cinco quintos dos infernos” (100% de carga tributária para que tem que importar alguma coisa) para nós, o custo delas seria mais alto do que o que você ganharia na sessão. Mas você pode sugerir que o seu cliente traga um jogo de peles novas que ele poderá levar de volta ao final da sessão. Dessa maneira ele grava com a pele zerada e fica com o jogo. Mas é sempre bom ter as peles do seu kit pelo menos em bom estado.

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Nilton Valle é guitarrista, produtor, tem formação tecnológica e é pes-

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SETUP| www.backstage.com.br

quisador de tecnologias musicais

Na edição de fevereiro de 2012 abordei os aspectos técnicos do assunto e citei como um dos exemplos de sustains famosos, muito comentado nos fóruns, o conseguido pelo mestre Buddy Guy interpretando a canção Long Way From Home no Tributo a Stevie Ray Vaughan, realizado em Austin, no Texas (EUA), em maio de 1995. Vale conferir!

Sustain

Equipamentos que aumentam N a edição de abril de 2012 analisei dois equipamentos: o Ebow e o Eric Clapton Mid Boost Pre Amp 25 dB. O primeiro concebido por Greg Heet, em 1969, mantém o som (sustain) através de um campo eletromagnético; e o segundo é um circuito ativo criado pela Fender e utilizado por Eric Clapton em suas guitarras Custom Shop Signature Series. Também vale conferir! Nesta edição iremos continuar analisando equipamentos que possibilitem o aumento da sustentação do som: o sustain. Recentemente, tive a oportunidade de experimentar dois equipamentos e acabei concluindo que, além de aumentarem a sustentação do som, um complementa o outro em uma verdadeira sinergia. Isso mesmo, cooperação. E, porque não dizer que as somas das partes são maiores do que o todo. São eles o BOSS FB-2 e o BOSS BC-2! O BOSS FB-2 é um booster, e como tal, através dos botões CHARACTER e TONE, permite a criação de timbres desde um boost uniforme e limpo até um potente Mid Boost ou um Boost de agudos respondendo perfeitamente à dinâmica das palhetadas. Minha sugestão é que se inicie as experimenta-

ções deixando o botão CHARACTER na posição FLAT. Mas, BOSS FB-2 também é um Feedbacker. Basta pressionar o pedal e não soltá-lo para obter o efeito de feedback suave e natural. O equipamento detecta automaticamente o ponto ideal de realimentação, e em seguida aumenta o sinal, criando uma realimentação suave e natural cortando as frequências que causam ruídos altos e indesejados. Você poderá encontrar mais informações sobre feedback na edição de setembro de 2010. Ok? Existe um vídeo no Youtube onde é realizada uma demonstração muito interessante, com inúmeras variações de pedais (BOSS Power Stack, BOSS Blues Driver, etc.) juntos com o BOSS FB-2 e até uma demonstração utilizando só o BOSS FB-2. Observe que o guitarrista, às vezes, mantém o pedal pressionado para ligar o feedback e, às vezes, modifica o botão


CHARACTER, além de trocar a ordem dos pedais. O vídeo pode ser acessado utilizando como parâmetro de pesquisa o argumento “FB-2 Feedbacker/Booster [BOSS Sound Check]”. Sobre aonde colocar o BOSS FB-2 na sequência dos pedais digo que vai depender muito do que se queira – os boosters limpos podem ser colocados em qualquer ponto da linha de pedais, já os fat boosters exigem posições mais específicas. O BOSS BC-2 simula o timbre dos famosos amplificadores britânicos modelo “AC”. Com um único botão (SOUND) é possível recriar uma grande variedade de timbres, desde um clássico timbre cristalino até um overdrive cheio de

a sustentação do som sustain! Realmente, o botão SOUND ajusta múltiplos parâmetros indo de timbres suaves, ao crunch encorpado, chegando a drives de alto ganho na posição DRIVE – possível apenas se o amplificador original fosse ligado a um pedal de booster. Já na posição CLEAN o som não satura, consegue-se um timbre limpo e cristalino dificilmente obtido até nos amplificadores originais! Confira no YouTube utilizando como parâmetro de pesquisa o argumento “BC-2 Combo Drive: Sound Demo”, uma per-

formance de Alex Hutchings. Muito interessante a forma como equaliza o som, indo do CLEAN ao DRIVE, aumentando bastante o sustain. Se seu amplificador tiver um bom reverb, utilizando o BOSS FB-2 e o BOSS BC-2, pronto! São muitas as possibilidades. É só ir experimentando. Realmente, um completa o outro!

RESISTÊNCIA DOS PEDAIS Sobre a resistência dos pedais, diria: a mesma de sempre, construídos visando durabilidade e confiabilidade. Um grande abraço a todos!

Para saber online

redacao@backstage.com.br | www.myspace.com/niltonvalle

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BAIXO COM

SONORIDADE

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EXÓTICA Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’

Seguindo a missão de dar dicas de novos produtos anunciamos agora a chegada de um novo instrumento ao mercado nacional. Se desejam saber qual é esta marca, acompanhe-nos nesta pequena jornada.

X

otic (pronuncia-se: Eczótic) é um instrumento de origem asiática que anda fazendo a cabeça de muita gente na América. Baixistas de renome indiscutível descobriram o Xotic Bass: Vail Johnson, Chuck Rainey, Carmine Rojas, John Pena, Bryan Beller, Michael Rhodes, Justin Medal-Johnsen, Melvin Davis, e a lista continua… Contendo vários modelos de precisions, jazz bass, humbuckers à la Music Man, etc, a PCI (Prosound Comunicatons Incorporation) desenvolve instrumentos nos USA e no Japão desde 1996. Daremos uma vista de olhos no modelo Xotic XJ-1T 5 strings bass. Herdando a sensação e o tom de Jazz Bass

Vintage, este baixo 5 cordas XJ-1T amplia suas possibilidades sonoras durante as performances através do seu pré-amplificador de alta qualidade, fornecendo uma gama enorme de sons - dos mais modernos ao vintage. Criado pelo aclamado luthier Toshio Horiba dentro de seu atelier em Los Angeles, este instrumento é fornecido em diversas opções de cores, com um preamp de 18 volts altamente configurável, 4 ou 5 cordas, canhoto ou destro, além de vir acompanhado de um belo gig bag. Com algum acréscimo no valor pode-se optar por um Hipshot D tuner (somente nos modelos 4 cordas), outras opções de madeira do corpo/braço (Alder/Rosewood e Ash/Maple), além de um capotrasto (nut) de metal.


A já tradicional combinação de madeiras Alder/Ash do corpo proporciona graves sólidos e muita dinâmica nos médios, mantendo um peso relativamente leve no instrumento. A construção faz-se em 3 partes de Ash (remanescente dos Jazz Bass anos 70) e 2 partes de Alder. O layout é baseado nos famosos Jazz Bass com pintura em poliuretano. O braço possui shape em formato C com acabamento em óleo, com escalas em Maple ou Rosewood construídas com uma leve curvatura de raio de 10”. A escala é adornada com marcações de posição em Luminova fosforescente. Este material permite ter as marcações bem visíveis em palcos ou locais escuros sem necessitar de LEDs para isto. Um maior arredondamento do braço e da junção com o corpo facilita o acesso às regiões agudas da escala. Jescar Fret Wire é um padrão da indústria na bitola dos trastes, que

por conta de sua qualidade, precisão e durabilidade é usado nas guitarras Gibson e violões Martin e Tom Anderson. O Xotic vem equipado com os trastes modelos FW9665 nº 6150 para um correto ajuste de altura e estabilidade do tom. Para ajustar o tensor no XJ-1T basta usar uma chave ‘allen hex’ no final do braços sem necessitar tirar o escudo ou mesmo remover o braço. Os captadores Lindy Fralin custom pickups são confeccionados ao estilo anos 60, sendo indicado para slap e pizzicato. Feitos em Alnico, os captadores magnéticos usam fios AWG-42 e bobinas em fibra de carbono com alto ganho de sinal e forte magnetismo tanto no modo passivo quanto no ativo. Durante a configuração dos pickups, cuidados extras foram tomados para evitar problemas com relação ao forte magnetismo entre as distâncias dos

polos; assim, a corda B (SI nos modelos 5 cordas) acaba por ter uma sonoridade potente e definida. Possuindo formato de cobertura reta, estes pickups servem perfeitamente como rampas de acesso para o pizzicato. A ponte, fabricada pela Hipshot, permite ajustes de altura e oitavas em cada corda. O exclusivo preamp Tri-

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Agora é a vez de trazer estes instrumentos para o Brasil e esta função ficou a cargo do baixista Geisan Varne. Geisan passa a divulgar esta marca no Brasil atuando constantemente em seus projetos solo e como free lancer de estúdios

Logic 2 contém duas mini chaves próximas à ponte para costurar várias frequências médias. O circuito foi redesenhado para reduzir o consumo elétrico, melhorando assim a durabilidade de vida das duas baterias de 9 volts. Acompanha uma gig bag Xotic. Agora é a vez de trazer estes instrumentos para o Brasil e esta função ficou a cargo do baixista Geisan Varne. Geisan passa a divulgar esta marca no Brasil atuando constantemente em seus projetos solo e como free lancer de estúdios. Atualmente em tour com Danny Diaz, diretor do Musicians Institute (Califórnia), vocalista e guitarrista no projeto Urban Jungle Bossa nos EUA, Varne passou a usar os XJ-1T 5 ‘pela versatilidade do pré e sua pegada perfeita’, segundo o próprio baixista. ‘Este pré’, ele continua, ‘permite tirar sons tão distintos como o característico timbre do Jaco Pastorius, até sons encorpados e cheios de graves profundos como do Family Man’ (Bob Marley). Com a tour do novo álbum do projeto BPM Vol III, que é

uma continuidade dos projetos Next Brazilian Vibe Experiente e Urban Bossa Vol II, além de outro álbum na Inglaterra com o DJ e guitarrista Franco, Geisan Varne afirma que em pouco tempo os baixos Xotic serão bem conhecidos no Brasil. Agora nos resta aguardar a chegada destes instrumentos e conferir o trabalho e seu endorsee brasileiro Geisan Varne. A bientôt, Paz Profunda .:.

Para saber online

jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br

Características técnicas Corpo: Ash Cores: Yellow Blond, Walnut Blond, Black Cherry Braço: 21F Maple/Maple Acabamento do braço: acabamento em óleo natural Capotrasto: osso puro Trastes: Jescar Silver Nickel (tipo nº: 6150) Pickups: XOTiC JB 4-st Tarraxas: HipShot Ultra Light Ponte: HipShot4 string A Brass Chrome Controles: Volume, Balanço, Tom, 3-Band EQ Tri-logic Bass Preamp (chave para 4 frequências, controle de ganho de sinal de saída) Chaves: Pull Volume for Passive/Active Hardware: Chrome Pinos da correia: Gotoh Cordas: D’Addario Preço: $3.100 (médio em dólar americano) * chave seletora Mid para escolher entre 4 diferentes frequências médias, desde o lowmid até o high-mid (localizada no painel traseiro para fácil acesso). * controle de ganho do Pré para dar boost gain em 3 versões (localizado no painel traseiro para fácil acesso). * 18 Volts drive para maior headroom, que permite que o sinal de entrada passe direta-

mente mantendo-o limpo, sem clipar o highend ou as frequências low-end.(requer 2 bateras de 9 Volts). Xotic Bass Preamp: Three Band EQ (high, mid, low) boost e cut. Na posição central produz um sinal flat, sonoridade inalterada, sem adição de coloração tonal. HIGH: @10kHz, +14dB, -12dB MID1 (sw1-off, sw2-off): @3kHz, +9dB, -9dB MID2 (sw1-on, sw2-off): @1kHz, +12dB, -10dB MID3 (sw1-off, sw2-on): @800Hz, +4dB, -4dB MID4 (sw1-on, sw2-on): @400Hz, +8dB, -10dB LOW: @20Hz, +10dB, -10dB HIGH: @10kHz, +14dB, -12dB MID1 : @3kHz, +9dB, -9dB MID2 : @1kHz, +12dB, -10dB MID3 : @800Hz, +4dB, -4dB MID4 : @400Hz, +8dB, -10dB LOW: @20Hz, +10dB, -10dB 1)Volume (Push: Ativo; Pull: Passivo) 2)Balanço 3)Tom 4) graves: •EQ5) médios; •EQ6) agudos; •EQ7) seletor de frequências médias; •EQ8) controle de ganho de sinal de saída (localizada no painel traseiro para fácil acesso)


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Dobradinha luso-brazuca Em mais uma edição do Rock in Rio Lisboa os artistas brasileiros marcaram presença. Ivete Sangalo e Sepultura, que se apresentaram no palco principal, confirmaram o sucesso que fazem além-mar. Já no palco Sunset, dedicado a grandes encontros, houve dobradinha Brasil-Portugal. O evento foi sonorizado pela brasileira Gabisom. redacao@backstage.com.br Fotos: Agência Zero / Divulgação

O

último dia de Rock in Rio Lisboa recebeu um público de mais de 80 mil pessoas no Parque Bela Vista, tornando o segundo dia de festival o maior em número de pessoas. O dia, que foi encerrado pelo americano Bruce Springsteen & The E Street Banda, no Palco Mundo, foi de duetos entre brasileiros e portugueses no palco Sunset. A fadista Carminho dividiu o palco com Pedro Luís. Em seguida se apresentaram o guitarrista Rui Veloso e o tremendão Erasmo Carlos e, para fechar os encon-


tros, aconteceu o dueto entre David Fonseca e a instrumentista brasileira Mallu Magalhães. A banda Tan Bionica, da Argentina, encerrou a noite neste palco. Na sexta-feira já havia passado pelo palco Sunset Boss AC&Zé Ricardo, Paula Lima e Shout, e no sábado, Amor Electro e Moska.

SISTEMA DE SOM Assim como na edição carioca, a sonorização ficou sob a responsa-

bilidade da Gabisom, que usou o sistema Norton no palco Sunset. Segundo Fernando Cardoso, responsável de palco, patch de stage box e coordenador da equipe de palco, para a edição em Lisboa o sistema de PA desse palco, assim como o de monitores, foi alterado. Para quem não se lembra, o sistema usado no palco Sunset no Rio de Janeiro na edição 2011 foi o GTO.

“Na diferença para o Sunset no Brasil, o sistema de PA foi alterado de GTO para o Norton LS8 que, como em edições passadas de Lisboa e de Madrid, cumpriu perfeitamente a sua função. Muitos foram os operadores contentes de usar o LS8, que já mostrou várias vezes a sua qualidade e capacidade, tanto em “despressão” sonora como em timbre”, avalia Fernando. Ainda de acordo com ele, os subs usados

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Erasmo Carlos se apresenta ao lado de Rui Veloso

A banda Tan Bionica foi uma das que encerrou a noite no Sunset

também foram Norton. “Usamos os 118, que costumam acompanhar o irmão menor LS4, configuramos o sistema com 9 top LS8 e 12 sub 118”, completa.

A equipe também optou por usar no palco os Norton M2 CX, assim como em edições passadas, e como side fill as KF750 de 3 vias, o que, segundo Fernando, “‘aconchegou’ as bandas no meio do palco”. “Nossa maior dificuldade não foi em termos sonoros, onde já conhecemos o local, mas sim os acessos e os horários rigorosos. em especial os acessos ao palco, que atrasam a montagem. Já é a quinta edição e conhecemos muito bem o local”, expõe Fernando, que trabalhou ao lado do Sunset com Marco Marcelino, chefe de equipe e responsável da house mix e PA; Helder Nelson, responsável pelo sistema de monitores; Miguel Canelo, Tiago Mendes e Ruben Martins, responsáveis por palco, sinal e corrente. O fato de haver dois ou mais artistas, muitas vezes, de gêneros diferentes, se apresentando no Sunset ao mesmo tempo levou a equipe a adotar algum procedimento diferente quanto à sonorização. “Realmente, a junção de várias bandas em uma só requer atenção especial por parte dos técnicos de som. Aí se notam as diferenças na forma de trabalhar, principalmente no palco, onde a equipe optou quase sem-


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Andreas Kisser e Kreator foi um encontro cheio de química e sintonia e um dos momentos inesquecíveis da abertura do Rock in Rio Lisboa 2012.

com os Titãs foi, como já tinha sido no Rio de Janeiro, no Rock in Rio 2011, um concerto onde as duas bandas se tornaram uma só.

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pre por fazer a masterlist das bandas juntando-as todas apenas numa input list. Houve casos em que tivemos de usar mais de uma console

Sepultura e os Tambours du Bronx ensaiam luz e som no Rock in Rio Lisboa 2012

por banda. Uma console para a banda principal e outra para a “guest” dessa banda, onde decidimos, juntamente com os operadores, que a console dos “guest” era ligada à principal por simples auxiliares, tendo o técnico da banda principal o controle da mistura (mixagem)”, informa Cardoso. No Palco Sunset, o balanço foi mais do que positivo. Para Zé Ricardo, diretor artístico deste palco, o dueto entre

No dia 26, os três concertos do Palco Sunset traduziram o propósito deste espaço. A atuação de Rita Redshoes com Moreno Veloso foi um momento delicado e perfeitamente elaborado onde os artistas combinaram samba com rock. A atuação de Mafalada Veiga com Marcelo Jeneci foi, para Zé Ricardo, mais do que um encontro de dois músicos, um encontro de almas. O concerto dos Xutos & Pontapés

Encontro de brasileiros e portugueses no Sunset

ROCK STREET Além dos palcos Mundo e Sunset, o Rock in Rio Lisboa 2012 contou com duas novidades. A primeira foi a Rock Street, que foi sucesso na edição de 2011, no Rio de Janeiro. A rua, inspirada em New Orleans, encantou os portugueses e não esvaziou nenhum minuto sequer. Também foi realizada pela primeira vez na história do festival, a Street Dance, espaço dedicado a apresentações de dança de rua.

DIVERSÕES A exemplo da edição carioca, a Cidade do Rock em Lisboa também contou com diversas atrações como a Montanha Russa da Santa Casa, a Roda Gigante do Millennium e da Embratur com uma vista panorâmica da Cidade do Rock e da cidade de Lisboa, além da tirolesa, com uma descida com vista privilegiada para o Palco Mundo. Em 2013, o festival retorna ao Brasil nos dias 13, 14, 15, 19, 20 e 21 de setembro, no Parque Olímpico Cidade do Rock. Carminho e Pedro Luís fazem dobradinha Portugal-Brasil


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Qual a diferença entre sonorizar um trio elétrico e um palco estático? Uma pergunta, talvez, muito simples de ser respondida, mas que, na prática, pode surpreender muita gente do segmento de áudio. Luiz Urjais Revisão Técnica: José Anselmo “Paulista” redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

O SOM DO TRIO ELÉTRICO N

o dicionário, “trio elétrico” é compreendido como uma “estrutura composta por amplificadores de som, montada sobre veículo automotor, que não seja de passeio”. Porém, mixar o PA de um ‘palco em movimento’ parece desafiador e é o que uma equipe de profissionais faz há anos à frente de grandes carros que agitam não só o Carnaval da Bahia, como outras festividades ao redor do país. Responsável pela montagem do trio de Carlinhos Brown, desde 2004, o técnico de som Humberto Vale (“Curujito”) explica que o surround de um trio, geralmente, é mono, ao contrário do PA de um show, que é estéreo. Segundo ele, a

impossibilidade se deve a uma questão física, já que, por mais que você tente qualquer posição de pans, não conseguirá criar a mesma sensação que num palco. “Pode até ligar LR, mas não abrirá o pan, pois cada caixa está de um lado. Pegando o exemplo de uma bateria, se ligar um ton no L (frente), e o outro no R (fundo), quando abrir a imagem do LR, você ouvirá um ton na frente do outro. Conheço diversos trios que tentam fazer com que funcione o PA stereo, e os resultados não são os melhores”. Ainda de acordo com Curujito, o alinhamento de som do trio é realizado antes dos eventos e, basicamente, man-


Kalunga está há 13 anos trabalhando com Ivete Sangalo

ta de caixas FZ218. “Muitos trios ainda utilizam caixas ‘’canhão’. Adotamos o line array, com subs auxiliares, de modelos e marcas diferentes, na frente e na lateral”, . Para o técnico de som Kalunga, há treze anos com a cantora Ivete

função é fazer a adaptação com o local por onde ele passará. Não significa mexer em tudo. Mixá-lo requer determinar uma mix básica e acrescentar os elementos que forem necessários no trajeto. Com o advento dos ipads e mesas digitais, você pode

tém a mesma configuração para qualquer um. “Saímos para a avenida com tudo basicamente alinhado e mixado. Contudo, num ambiente adverso e itinerante, o que proporcionará uma resposta boa de PA são os ajustes ao longo do percurso”, explica. “Antes de iniciar os trabalhos, temos que levar em consideração a posição de cada caixa e PA. Antes, eram apenas quatro - frente, fundo e dois (um em cada lateral). Hoje, já é possível adquirir, também, um center e um sub mono (na frente/ fundo e lateral). No meu caso, a frente/ fundo é convencional, não preciso corrigir delay de componente algum. Ou seja, vou alinhando por bloco, como a maior parte faz. Vou por partes até, por último, fazer o sub”. Curujito, que atua ao lado de Vavá Furquim, diz que no Carnaval deste ano, em Salvador, o trio ‘Camarote Andante’ utilizou parte do line array FZ J15 e a outra parte da BROWN J08, da mesma fabricante. Os center e sub ficaram por con-

Antes de iniciar os trabalhos, temos que levar em consideração a posição de cada caixa e PA. Antes, eram apenas quatro - frente, fundo e dois (um em cada lateral) Sangalo, a diferença de alinhamento sonoro entre um palco e um trio é simples: no primeiro, você estará de frente para os transmissores, enquanto no segundo, em cima deles. “A maior parte dos trios tem uma estrutura de ganho definida. A nossa

pôr neles o controller da mesa e deslocar o ponto cego do grave, por exemplo, para frente ou para trás”.

MIXAGEM Kalunga revela que o mesmo equipamento utilizado para mix de pal-

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Mesmos equipamentos da mix de palco são usados no trio

Kalunga (à esquerda), Vavá Furquim e Curujito (à direita)

Grande parte dos trios tem estrutura de ganhos definidas. O desafio é fazer a adaptação no local onde o trio passará

co é usado no trio. Fator importante, gerado pela popularização das mesas digitais. “Antes eu descia e subia diversas vezes do trio, para fazer o tal ‘’ajuste fino’. Tenho uma preocupação de não mexer nos componentes já alinhados. Exceto ao passar em áreas onde a frequência sonora proporciona grande reflexão de médio, bate numa parede, ou em um outdoor, causando delays... Tem artista que já está acostumado com isso. As reflexões causam rebatimentos

indesejáveis que, com os monitores in-ear, são percebidos mais claramente”. Apesar do constante crescimento de gêneros musicais que estão adaptando o codinome ‘’elétrico’ e atacando em trios, Kalunga afirma que o Axé ainda é o estilo que mais exige do profissional de áudio, na hora do show. “Este ritmo trabalha muito com instrumentos acústicos. São muitos elementos para serem microfonados. Trabalhei quatro anos com a Timbalada e era um desafio constante. Muita percussão!”.

ESCOLA Com uma média de seis shows por mês, o técnico de som da empresa ‘’Trio


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Elétrico Sol Nascente’, Junior Pereira da Silva, garante que a experiência de comandar um trio elétrico é mais enriquecedora que de um PA estático. “Nunca fiz nenhum curso. Toda minha bagagem profissional vem do aprendizado em trio elétrico, na prática. Dificilmente um técnico de palco conseguirá extrair um bom som de um trio elétrico. A pressurização dos graves no trio confunde muito. Houve uma ocasião em que sonorizamos o show do ‘Terra Samba’ e o técnico contratado para fazer o som não

conseguiu fazê-lo. Demorou quase duas horas até desistir de tentar alinhar. Em cima do trio elétrico, adquire-se uma ‘’malícia’ tal que dá para operar qualquer coisa”, finaliza da Silva, há 25 anos no segmento de áudio. O técnico de som da banda Celebrare, José Anselmo “Paulista”, conta que sua experiência com trios surgiu quando foi convidado para ser técnico de PA do cantor Cid Guerreiro. “E minha estreia foi de cara com um trio elétrico trazido da Bahia para o Rio. O Trio pertencia José Anselmo “Paulista”

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O início

O trio elétrico teve sua origem em Salvador (BH), no ano de 1951 e, ao longo das décadas, evoluiu ao ponto de se tornar um dos maiores fenômenos de massa do país. No início da década de 50, o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas do Recife partira para uma apresentação no Rio de Janeiro e, como a embarcação em que viajariam faria uma escala na capital baiana, a prefeitura local os convidou para realizar uma apresentação. Segundo o historiador pernambucano Leonardo Dantas Silva, no dia 31 de janeiro, cerca de 70 músicos, “com metais em brasa, vinham, naquele momento, revolucionar a história da música popular brasileira”. Prosseguia o desfile até que, em seu ponto alto, na Rua Chile, um incidente com um dos músicos interrompeu a apresentação. Percebendo a animação do público,

que vibrava com os frevos e marchinhas tocados, os estudantes de música e eletrônica Antônio Adolfo Nascimento, “Dodô” e Osmar Álvares Macêdo - que até então pesquisavam uma maneira de amplificar o som dos instrumentos de corda - deram asas à imaginação. Subiram num Ford 1929, ligaram um violão e um protótipo de guitarra à bateria do automóvel, e saíram tocando canções da Academia de Frevo do Recife, com sucesso. Em um ano, aperfeiçoaram a invenção ao lado de mais um membro, Temístocles Aragão - formando assim o “trio elétrico” (antes dupla elétrica, “Dodô & Osmar”), em 1951. No ano seguinte, uma empresa de refrigerantes percebeu o sucesso do empreendimento e colocou um caminhão decorado à disposição dos músicos, inaugurando o formato consagrado por todos, até hoje.

ao extinto Supermercado Paes Mendonça, que na época patrocinava o Cid. A amplificação era toda Advance e os falantes Snake. Para se ter idéia das dimensões do equipamento, naquela época ainda se usavam Tweeters para as altas frequências, e o trio tinha 108 Tweeters da Snake. Foi um projeto do Carlos Correia (da Bahia) e falava absurdamente bem”, relembra. A mesa era uma Soundcraft Série 500 e a mixagem mono, embora as saídas fossem através de 4 Matrix (frente, fundo, direita e esquerda). “Isso facilitava quando, por exemplo, passávamos por um prédio muito próximo à direita, e assim, abaixávamos o volume desse lado inteiro, sem mexer na mix geral. Fizemos uma apresentação no dia 30 de dezembro de 1988 na Avenida Rio Branco (centro do Rio), outra no dia 31 na Avenida Atlântica (Copacabana) e outra no primeiro sábado de janeiro de 1989 no centro de Madureira. Depois disso fiz várias saídas de trio em Salvador, o Carnaval de 1989, e as micaretas do interior da Bahia, entre elas, a de Feira de Santana, que na época era uma das maiores. Foi uma experiência muito boa trabalhar com Trio Elétrico, pelas peculiaridades do palco sobre o PA, e os desafios disso tudo em movimento”, completa.


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Em meio a nova versão do ProTools 10 e outros softwares de editor de áudio existem alternativas que, embora não sejam lançamentos, podem servir muito bem para músicos e técnicos que precisam de uma solução simples e barata, ou de graça, para editar suas músicas. Uma delas é o Audacity, um software livre, gratuito, que permite gravar, editar, reproduzir e processar áudio sem deixar a desejar quando o assunto é executar tarefas simples. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

Do tamanho do seu bolso L

icenciado pela GNU General Public License (GPL), uma entidade sem fins lucrativos cujo interesse é disseminar o uso do software, o Audacity pode ser melhorado a cada nova versão com a ajuda dos próprios usuários. Por isso mesmo, como um software gratuito, o usuário pode estudá-lo, modificá-lo e redistribuílo. Para o engenheiro eletrônico Filipe Diniz, especialista em processamento de áudio e que utiliza o Audacity desde 2005, o software “ainda é uma das formas mais fáceis (e simples) para se visualizar, editar e reproduzir áudio sem, no entanto, abrir mão de uma vasta gama de ferramentas, efeitos e funcionalidades. Sem falar que é gratuito”, diz.

Outra característica é a de ser compatível com outras mídias, além de poder rodar tanto em plataforma Mac como Linux ou Windows. “Na verdade, até onde eu consegui utilizar, o Audacity funciona nessas três plataformas apresentando um desempenho idêntico”, afirma Filipe, enfatizando, porém, que tenha utilizado muito pouco em ambiente Windows. Então, se os trabalhos forem bem simples de edição sobre um sinal único ou sobre um conjunto de sinais, por exemplo, o Audacity pode ser utilizado, inclusive, com outros aplicativos. No Ableton Live, por exemplo, ao se gravar um sinal de áudio, é possível editar o ar-


Audacity rodando em Windows.

Audacity rodando em Mac

Audacity rodando em Linux

quivo AIFF diretamente, como explica Filipe. Para isso, o Live permite que o usuário escolha um programa específico para este fim. “No meu caso, sempre que ativo o modo de edição de um arquivo de áudio no Live, o Audacity abre automaticamente para editá-lo”, comenta Filipe. O engenheiro de som Cristiano Moura também indica o software apenas para aqueles trabalhos

registro, mas sem pretensões de mixar ou produzir”, analisa.

Existem algumas DAWs no mercado que ainda não permitem que o usuário salve o seu trabalho em formato MP3. O Audacity pode fazer uso de encoders MP3, como o Lame, para exportar o trabalho para MP3 sem nem mesmo precisar sair de sua interface. Porém, o fato do aplicativo ser gratuito, no entanto, deve ser sempre levado em consideração. Cristiano explica que geralmente, para aquela tarefa que não precisa de nada complexo, indica-se o Sound Forge, bem conhecido no Brasil, mas “é mais ou menos como indicar o Photoshop para alguém que te pergunta sobre um software para recortar uma foto. É uma tarefa tão básica, que outros softwares gratuitos como Picasa, Paint e Gimp podem fazer tranquilamente”, compara. “Eu prefiro indicar o Audacity, que faz edições em áudio da mesma maneira sem

Filipe Diniz

que não exijam complexidade. “Nunca o usei profissionalmente, mas é comum eu indicá-lo para amigos e parentes que não mexem com áudio profissionalmente e que me perguntam qual software baixar para fazer tarefas básicas de gravação e edição, como um compositor que queira gravar um violão e, em seguida, uma voz de suas canções como

PARA EFEITOS DE COMPARAÇÃO Isso significa que o Audacity poderá ser de grande valia para profissionais, desde pesquisadores em áudio até DJs, que utilizem o Ableton Live para compor e mixar suas músicas. No entanto, deve-se notar que dificilmente o Audacity seria o único software a ser empregado, mas sim um grande colaborador para se chegar a um dado objetivo. Ou seja, na verdade, o Audacity permite o uso de plug-ins de outros fabricantes, do mesmo modo como ocorrem com outras DAWs. Filipe conta que usa bastante, por exemplo, o Amplitube, que, para ele, é um excelente simulador de efeitos e amplificadores de guitarra e baixo, e o T-RackS, que é um módulo para mixagem (ambos produzidos pela IK Multimedia). “Dentro do Audacity eu consigo chamar estes dois módulos de forma que suas interfaces ficam totalmente integradas com a interface do próprio Audacity. Novamente, eu costumo utilizar tais plug-ins em outras DAWs (que permitem processamento em tempo real), mas seria perfeitamente possível utilizar dentro do Audacity, ainda que não seja em tempo real como, por exemplo, um trabalho de pós-processamento”, elucida.

Cristiano Moura

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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 104

É claro que o Audacity tem certas limitações quando comparado a DAWs profissionais como Pro Tools ou Logic. Algumas de suas principais limitações são: a incapacidade de editar e gravar midi, a falta de suporte a efeitos em tempo real e a ausência de alguma forma de se enviar sinal de um “track” para outro

Efeito remoção de ruídos

Efeito alterar timbre

custar nada. Geralmente mostro em cinco minutos e a pessoa já entende o funcionamento”, diz. Segundo Cristiano, um dos prós do Audacity é poder gravar áudio em até 96kHz e 32-bit ponto flutuante. “Por exemplo, o Pro Tools só introduziu a possibilidade de gravar em 32-bit ponto flutuante na versão 10, lançada em novembro de 2011. Trabalhar com múltiplos formatos e taxas também é útil para quem quer pegar tudo quanto é tipo de material pela internet. Ele im-

porta arquivos como Ogg Vorbis e AU também. Ou seja, o que você jogar lá dentro, ele vai ler”, afirma.

APENAS UM ENTRE OUTROS É claro que o Audacity tem certas limitações quando comparado a DAWs profissionais como Pro Tools ou Logic. Algumas de suas principais limitações são: a incapacidade de editar e gravar midi, a falta de suporte a efeitos em tempo real e a ausência de alguma forma de se enviar sinal de um

Prós e contras Com a ajuda de Filipe Diniz, elaboramos uma lista de prós e contras para que você possa avaliar se vale ou não a pena experimentar, antes de decidir fazer uso do software. Prós: •É um software gratuito. •Disponível para Linux, Mac e Windows. •É multi-track. •Permite gravação. •É bastante leve e de instalação trivial. •Já vem com vários “efeitos” e ainda é possível usar plug-ins externos, inclusive plug-ins do tipo VST. Recentemente, por exemplo, venho utilizando com plug-ins da IK Multimedia e da Apple. E todos ficam perfeitamente integrados na interface do Audacity. •O módulo de análise espectral nativo do software é bastante eficiente e poderoso.

É bastante útil para fins de pesquisa em análise de sinais de áudio. •É um ótimo complemento para quem quer fazer um home studio com base em software gratuito, utilizando-o juntamente com aplicativos como o Ardour, que é um DAW gratuito disponível para Mac e Linux. •É possível integrar com codificadores MP3, como o Lame (também gratuito), permitindo salvar em formato MP3. Contras: •Já tive problemas em ter um bom aproveitamento da faixa dinâmica quando gravei usando o Audacity, mas consegui corrigir este problema. Era uma simples questão de configuração do “input level”. •Sem efeitos em tempo real e sem possibilidade de agrupar tracks. •Incapacidade de se editar e gravar MIDI.


“track” para outro (para gerenciar conjuntos de “tracks” e efeitos). “Antes de tudo é preciso entender que o Audacity não tem pretensão de competir com os softwares pagos nem de oferecer funcionalidades inéditas. Ele é justamente uma alternativa para quem não precisa de um software tão robusto e repleto de funções e quer simplesmente resolver tarefas básicas de edição de áudio”, alerta Cristiano. Sem olhar as desvantagens, é bom saber que o software pode ser usado por qualquer pessoa que necessite editar, processar e reproduzir áudio devido a sua grande simplicidade e a sua acessibilidade (por ser gratuito e multiplataforma). “Contudo deve ficar claro que o Audacity não faz tudo que um estúdio precisa, como, por exemplo, mixagem. Sem efeitos em tempo real e a possibilidade de agrupar tracks, este

tipo de trabalho é basicamente impossível”, alerta Filipe. Ou seja, a semelhança ao Sound Forge é mais evidente do que às DAWs como o Pro Tools ou o Logic. “Se o objetivo é usar uma DAW gratuita, eu recomendaria o Ardour (disponível para Linux e Mac)”, aponta Filipe. Também é importante lembrar que o Audacity não é uma solução completa para estúdio de gravação e produção musical. “Se o leitor está procurando por uma suíte completa de gravação de áudio e MIDI, mixagem e masterização, então o que ele está procurando é o Reaper, que é um software completo de produção musical, tal como o Logic, Pro Tools, Nuendo, Cubase e Sonar”, avalia Cristiano. “Ele não é gratuito, mas enquanto os similares custam por volta de 600 dólares, ele custa 60. Acho que é um preço mui-

to justo e acessível para estúdios que estão começando e hobbistas que querem se aventurar pelo mundo do áudio”, completa. Por último, vale lembrar que o GarageBand (roda somente em Mac), custa 15 dólares e também é uma ótima opção para colocar sua música para dentro do computador e dar um acabamento de primeira. “Se pensar bem, é o preço de dois jogos de corda de guitarra baratos”, compara Cristiano. “Em todos os setores, existem hoje diversos tipos de público a serem explorados. Do mesmo jeito que existe um software líder de mercado que custa 600 dólares, precisamos de opções de custem 500, 400, 300, 200, 100 e assim por diante. Mais ainda, precisamos do Audacity custando zero, pois é ele quem vai indicar às outras empresas o que elas precisam oferecer para cobrar alguma coisa”, assinala Cristiano Moura.

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Congresso de Arquitetura e Design CAD

Música, dança, teatro, televisão, fachadas arquitetônicas, pontes, monumentos, hotéis, residências, estabelecimentos comerciais, automóveis... o que esses elementos de nossa realidade social possuem em comum nos dias de hoje? ... pois é, os LEDs estão infiltrados e, pelo visto, receberam o green card...vieram para ficar

O uso dexLeds uso de filtros de cor

em produções e espetáculos Jamile Tormann é Projetista de Iluminação, arquiteta,especialista em iluminação e design de interiores e coordenadora Pedagógica dos Cursos de Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores e Master em Arquitetura do IPOG.

Q

uando você descobre ou ouve falar que os LEDs são o futuro da iluminação você não imagina que essa é uma descoberta do século passado, desenvolvida em 1962 por Nick Holoniack Jr. no

laboratório da G.E em Syracuse - NY. Desde então o LED tem estado entre nós. Mas o que é o LED afinal? - Seria ele uma espécie de lâmpada? NÃO. O LED, em inglês Light Emitting Diode ou


Diodo Emissor de Luz é um objeto luminoso, uma fonte de luz resultante de um processo químico. A qualidade do argumento da indústria que produz e defende essa tecnologia, é seu apelo a questões que estão na pauta do dia, como baixo consumo de energia, sustentabilidade e flexibilidade de design. Isto é, não se trata apenas de economizar energia ou promover uma iluminação com maior rendimento lúmem/watts, mas porque possibilita formatos variados e se oferece ao mercado artístico como uma “ferramenta” para materializar a imaginação, tendo em vista uma de suas virtudes: o seu tamanho em relação ao formato de fontes de luz mais tradicionais como as lâmpadas fluorescentes e incandescentes. Embora o LED ainda se encontre em fase de evolução tecnológica, pois a indústria demonstra seu apetite com pesquisas em andamento, é indubitável seu apelo visual e sua aceitação como uma realidade tecnológica com maior plasticidade de aplicações. Para o texto não ficar concentrado num tom de apologia, vou apresentar alguns pontos sensíveis (nevrálgicos) do LED quando o destino de sua aplicação recai nas produções de espetáculos artísticos. Contudo, acredito que as pesquisas trarão soluções eficazes para atender o segmento particular da iluminação cênica. Assim, vamos considerar seis variáveis que são comuns em projetos de iluminação para espetáculos: IRC (Índice de Reprodução de Cor), Cores, Temperatura de cor e Abertura de facho, Foco e Calor. O IRC do LED ainda é baixo (87), se comparado às lâmpadas fluorescentes (95) e incandescentes (100). Assim, a implicação dessa diferença afeta, por exemplo, a importância do IRC para figurinos e maquiagem,

além das demais cores e pigmentos dos materiais cenográficos. Cores, neste quesito sim os LED’s são os melhores quando se deseja a saturação da cor, pois o controle de RGB separado permite que as cores sejam combinadas de forma que não há subtração da iluminância1 . Já com o filtro (gelatina) posto à frente de um refletor, cada cor possui um índice de transferência de iluminação. Tomando como exemplo o filtro de número 342 do fabricante Rosco, de nome “Rose PinK”, vamos notar no catálogo da empresa que a transferência de iluminação desse filtro é de 16%. O que significa isso? Significa que apenas 16% de iluminância total da luz emitida pela lâmpada incidirá sobre as superfícies. Nesse exemplo, se quisermos uma iluminação com

ferência de um filtro, mais quantidade de equipamentos deverá ser usada para obtenção de maior abundância de luz. Nos LED’s esta perda de transmissão de uma cor para outra não ocorre, visto que as diferenças de cores não geram perdas significativas na Iluminância. Existem filtros destinados a “corrigir” a difusão da luz, deixando-a mais difusa, bem como filtros capazes de corrigir a temperatura de cor, ou ainda filtros que reduzem a passagem de calor. O leque de variação de cores é aproximadamente de 140 tons diferentes, e podem durar até duas semanas sob exposição da fonte de luz acesa por até 12 horas ininterruptamente. Se a necessidade de exposição for maior, recomendam-se os filtros de vidro: transparente, opaco refletor,

Bar do Sesc Cabo Branco, em João Pessoa (PB)

um índice de Iluminância próximo ao da luz transmitida sem filtros (luz branca), devemos usar cinco vezes mais fontes de luz para esse fim, ou seja, quanto mais baixo o valor numérico do índice de trans-

difusor (espalha a luz) e translúcido, e podem ser confeccionados de cristal, vidro plano liso, vidro trabalhado, termoabsorvente (tratado com adição de corantes) e termoreflector (óxido metálico),

1.Iluminância: A luz que uma lâmpada irradia, relacionada à superfície na qual incide, define uma nova grandeza luminotécnica, denominada de Iluminamento ou Iluminância. Expressa em lux (lx), indica o fluxo luminoso de uma fonte de luz que incide sobre uma superfície situada à uma certa distância desta fonte. (Manual Luminotécnico Prático - Osram).

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comportamento eletromagnético. No século XVIII uma candela foi definida como o brilho luminoso oriundo de 7,77 gramas de uma vela de espermacete (fonte de luz oriunda da gordura retirada do crânio do cachalote). Quando a luz elétrica chegou no século XIX, o brilho oriundo do filamento da lâmpada incandescente era um forte candidato ao trono. A temperatura de cor das lâmpadas incandescentes variam segundo o modelo da lâmpada, mas são estáveis em cada uma. A temperatura de cor está diretamente relacionada e dependente da fonte de luz. A temperatura-cor é medida em Kelvin (K) e quanto maior for o número, mais fria é a cor da lâmpada. Ex.: uma lâmpada de temperatura-cor de 2800 K tem tonalidade quente, as neutras entre 4.000 e 4.600 K e entre 5.600 e 7000 K tem tonalidade fria. A temperatura de cor de um único LED ao longo de uma série de mensurações, apresenta variação nos valores numéricos – é instável. Lembremo-nos

que podem ficar expostos às variações climáticas. Existem algumas fábricas de filtros pelo mundo, mas no Brasil encontramos principalmente três excelentes marcas e representantes comerciais: Rosco, LEE e Cotech. Eu recomendo especial cuidado para as produções de espetáculos preocupadas apenas com a economia financeira e que adquirem gelatinas sem certificação, pois não se conhece sua durabilidade e ainda exalam um odor desagradável quando o equipamento de luz é acionado no ambiente do espetáculo. A título de curiosidade, segundo dados da Gobos do Brasil, representante comercial da Cotech, o mercado de vendas de filtros corretivos coloridos teve uma perda significativa de 15% ao ano, que poderia estar diretamente ligada à chegada e uso dos LEDs quando se trata de iluminar espaços ou cenografias que precisem da saturação de cor. Em contrapartida, cresce 10% ao ano a venda de difusores, polarizadores e controladores de temperatura de cor.

Quando a luz elétrica chegou no século XIX, o brilho oriundo do filamento da lâmpada incandescente era um forte candidato ao trono A Temperatura de cor é um ponto de interrogação. Esta variável atende pelo apelido de “estabilidade” da fonte de luz, isto é, a capacidade de não variar a primeira grandeza luminotécnica convencionada pelo homem, no século XVIII: a candela. Em outras palavras, o que está em jogo é a estabilidade do “brilho” da luz, sua intensidade, seu

que o LED é “um composto químico”... e não é necessário nenhum grande esforço da imaginação para se desconfiar o que acontece quando a corrente elétrica excita os componentes químicos do LED, com significativa influência na estabilidade da temperatura de cor dessa fonte de luz. Contudo, o LED possui uma paleta de cor-luz que vai

da temperatura de cor fria à temperatura de cor quente, e o olho humano não está adaptado para identificar sua instabilidade como o faz um colorímetro. Aliás os colorímetros existentes no mercado hoje e os luxímetros são calibrados a partir de lâmpadas halógenas. Portanto, os profissionais que necessitam das mensurações do fluxo luminoso e temperatura de cor dos LEDs para televisão, cinema, pequenos estúdios e gravações de DVD podem obter um parâmetro, mas não uma medição tão precisa daquelas grandezas luminotécnicas como ocorrem nas incandescentes. Não chega a ser um problemão, mas há de se levar em conta porque há um caminho a se percorrer para se equacionar a relação entre técnica e estética da luz. Quanto à abertura de facho e foco, os LEDs, que usualmente são dispostos em conjunto, isto é, são vários pontos de luz no interior de um refletor, resultam num grau de dificuldade para se obter um ajuste focal definido e concentrado na extremidade do facho, isto é, “no limite definido do contorno das bordas”, embora seja possível com o auxilio de lentes escolher a abertura do facho desejada. Contudo há poucas aberturas disponíveis no mercado, geralmente encontramos 5o, 17 o, 30 o , 60 o e até 120 o. Por fim, falemos de Calor. Uma propriedade do LED é o baixo índice de transmissão de calor, diferente das incandescentes que ultrapassam 3.000o C. Assim, o LED pode ter maior proximidade com materiais plásticos ou regiões embutidas no cenário, porque não exige áreas extensas para dissipação de calor, ou sistemas de ventilação. Então, quando você se deparar com uma fonte de luz e não souber de onde ela vem... considere, pode ser um LED.

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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Ópera Carmem ÀS MARGENS DO MAR MORTO A produção de um “palco nu” tomou como vantagem o árido, vasto e infinito ambiente natural, trazendo uma completa e diferente atmosfera, parecendo que o cenário tinha sido escavado naquele deserto. Carmem foi dirigida por Giancarlo del Monaco e conduzido pelo maestro Daniel Oren com iluminação criada por Avi Yone Bueno (Bambi). O time de design foi comandado pelo produtor-diretor Eyal Lavee e pelo gerente de produção Elad Mainz. A produção utilizou os recursos

de duas de três companhias de design, Stage Design e Irgunit, e Lavee & Mainz, e trabalhou com uma equipe de cerca de 150 pessoas durante dois meses. A Irgunit construiu o palco e providenciou tudo, tanto para a performance quanto para as áreas da house mix, incluindo iluminação e som. A HSL e a Britannia Row foram de novo trazidas a bordo da produção pela Design Group com a finalidade de se obter melhor qualidade no palco em som e em iluminação. Com três anos de experiência trabalhando no mais difícil ambiente de deserto, todos sabiam o


Sistema de movings da Robe garantiu um cenário realístico à produção

redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A empresa Design Group retornou ao mesmo local que eles criaram em 2010, exatamente aos pés do Masada Mountain nas margens do Mar Morto, para a produção de Carmem, montada pelo Festival de Ópera Israelense. O desafio era reproduzir em meio ao clima de deserto o cenário que remetesse à obra do compositor francês Georges Bizet.

que esperar, incluindo a imprevisibilidade da mãe natureza.

SETTING THE SCENE Em um rápido olhar, o local parecia nada demais, mas logo se tornou evidente que, para esculpir as rochas e areia para formar o fundo do mar no abafado cenário de Sevilha para Carmen, foi preciso um esforço enorme e um plano meticuloso. Segundo Elad Mainz, trabalhar com um “palco nu” exigiu uma aproximação completamente diferente no visual do espaço. Um grande núme-

ro de tecnologia também teve que ser adotado no local, itens maiores como monitores e luzes, com grandes quantidades de cabos. Para manter a linearidade do palco, foi escavado um local mais baixo para abrigar a orquestra. O pequeno “palco das montanhas”, que ficava atrás, e o labirinto que interligava os caminhos e as calçadas quadriculando o local, junto com um grande número de outras colinas, nuances e morros cuidadosamente construídos para ocultar diversos elementos, foram uma inspiração para o enredo. Am-

plo, despojado e esparso, todo o espaço ficou com uma aparência quase cinematográfica. Em vez de apresentar um set com parâmetros estéticos pré-determinados, a imaginação de todos teve que trabalhar intensivamente para criar suas próprias variações no cenário. Uma gama de peças grandes para o set foram construídas pela Irgunit, incluindo um trem de 15 metros de comprimento formado por uma locomotiva e três vagões, além de 50 metros de trilhos no palco. Uma praça larga com 120

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metros de largura foi construída a partir de 20 segmentos, que tiveram que ser carregados, fixados e removidos em três minutos e meio. Atrás da área de apresentação, a Irgunit completou uma instalação de escala industrial, com torres de alta tensão e postes de telégrafo, justapostos fortemente com o cenário do deserto árido. O time da Design Group primeiro começou a trabalhar no local no início de abril, e no dia primeiro de maio a operação já estava avançada em vários níveis, completando a tempo para a primeira leva de ensaios e noite para a imprensa, que aconteceu na primeira semana de junho.

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ILUMINAÇÃO Este ano, o chefe da equipe da HSL, Ian Stevens, se juntou a Matt Brown e os dois trabalharam com três técnicos de iluminação israelenses da Stage Design, Tsafrir Dagan (Saffi), Itay e Ran Hafner. O director Giancarlo del Monaco tinha uma visão bem clara sobre o que ele queria ver no palco em termos de iluminação, que era ficar o mais natural possível. Comparando com os elementos cênicos, as superfícies de impressão deveriam sugerir um trabalho fácil, mas Bambi teve que “segurar a onda” para trazer exatamente a proporção certa de camadas, texturas e qualidade específica de luz necessária para construir a figura imaginada pela dupla italiana (del Monaco e Orlandi). As cenas de dia eram baseadas em torno de sutis e diferentes cores de temperatura brancas e âmbar, enquanto as cenas noturnas giravam em torno de suntuosas sombras de azul.

SIMPLES, TRADICIONAL E EFETIVO Os desafios do trabalho, com restrições de palhetas de cores, também trouxeram uma real profundidade para o cenário. A Stage Design instalou guindastes de iluminação de aço em cada lado e uma caixa truss foi construída na parte de trás da arquibancada principal para dar espaço para a house mix. Os 150 moving lights foram todos da Robe este ano – especificados por Bambi


por uma série de razões, incluindo o fato de eles serem uma marca séria o bastante para aguentar o calor intenso, poeira e vento. Os 82 Robe ColorSpot 2500E ATs e os 32 ColorSpot 1200E ATs também foram escolhidos por causa de sua intensidade, que foi necessária

Vista panorâmica do cenário mostra os guindastes usados para sustentação dos equipamentos

usando uma console CompuLite Vector Red, com outra disponibilizada para o backup.

SONORIZAÇÃO

Iluminação azul para dar o clima de noite

para cobrir as longas distâncias de mais de 80 metros para o palco. Trinta Robe REDWash 3 192s foram posicionados acima do palco escondidos na montanha cenográfica e usados para correr os moody splatterings de iluminação abaixo do tamanho do palco. Estas fontes de luzes distintas e retangulares são as favoritas de Bambi e fizeram um efeito excelente. Os outros equipamentos de iluminação da HSL incluíram cerca de 200 ETC Source Fours, fresnels Strand 5K Bambino com adaptadores para o Chroma-Q M5 Mk II colour scrollers, uma

Cor âmbar foi usada para dar a impressão de dia

gama de PARs e Raylites e diversas fileiras de ACLs de 250W e 600W mais todos os dimmings, distro e cabos. Alon Cohen programou e operou o show em cinco noites no local

Diversas novas caras apareceram na equipe do Britannia Row, entre elas o chefe da equipe Tristan Farrow, que não estava nem um pouco perturbado com os desafios do deserto e abraçou a atmosfera de camaradagem e bom trabalho. O sistema de som Kudo da L-Acoustics que trabalhou com enorme sucesso ano passado estava de volta, desenhado e realinhado por uma combinação dos trabalhos de Jonathan Dunlop, Bryan Grant e Josh Lloyd, engenheiro de som do ano passado e chefe da equipe. Foram 14 Kudos nas principais colunas e sete nos lados com seis SB218 para os subs que ficaram de cada lado do chão. Os 55 metros de largura da abertura do palco por si só já configurava um desafio, somado ao buraco para a orquestra e o alto volume dos cantores no palco, e os profissionais tiveram que confiar bastante na precisão do posicionamento dos infills para focar o maior peso possível no meio do auditório. Isso consistiu em quatro pilhas de três altas dV-Dosc e três subs dV Subs. As caixas L-Acoustics 108 formaram o anel de delay – uma fileira de oito atrás do primeiro rol de assentos, e outra a meio caminho das arquibancadas para avivar as altas. O

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O sistema de som Kudo da LAcoustics que trabalhou com enorme sucesso ano passado estava de volta, desenhado e realinhado por uma combinação dos trabalhos de Jonathan Dunlop, Bryan Grant e Josh Lloyd, engenheiro de som do ano passado

Cenário foi construído inspirado em Sevilha, um dos locais onde se passa a cena de Carmen

engenheiro de som Barry Bartlett mixou o show usando uma Midas ZL8, usando todas as facilidades a bordo e apenas um periférico, um reverb Lexicon 960. Este comandou cordas, altas e baixas, coral e solistas. Os monitores foram mixados por Dee Miller a partir do confortável e climatizado container que ficava no backstage, onde também ficaram todos os racks da Sennheiser. O Opera geralmente não utiliza monitores quando estão fazendo performance nos locais, mas neste cenário único sem muros em Masada, a função essencial do sistema de monitor foi tentar imitar algo como uma sala de áudio. De um lado ficou pendurado um sub 1 dV-Dosc e quatro dVs no side cobrindo os lados das “paredes” na posição do meio do palco, com fileiras de dois dVDoscs para dar um efeito de fundo de

parede na parte de trás do espaço – no cenário de montanhas. Os microfones foram todos headsets DPA 4061, com 10 como principais e 30 microfonados próximo ao coro, e mais uma seleção de microfones shot-gun providenciados para o ambiente no palco. A orquestra foi microfonada com 54 canais de Schoeps. O sistema de radio Sennheiser 5000 consistiu de 48 receptores 3782 Mk II e 48 receptores 5212, correndo via 8 antenas que ficavam em volta do palco, roteados dentro de um sistema Sennheiser. A Britannia Row também providenciou a retransmissão do show a partir de um sistema da Yamaha DME (digital mixing engine) que correu em conjunto com um sistema de line Dante. Este alimentou 48 falantes Turbo Impact via uma mixer Yamaha LS 9 de 16 canais, cobrindo todo o backstage, camarim e área técnica.


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Em

“E falou o Senhor a Moisés, dizendo: ‘E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles’” (Êxodo 25:8). Baseada nesta passagem bíblica, a Segunda Igreja Batista de Campos dos Goytacazes, no norte do Rio de Janeiro, construiu seu mais novo templo, com capacidade para cerca de três mil pessoas sentadas, e uma área de quase dois mil metros quadrados e altura de 9,5 metros.

Luiz Urjais redacao@backstage.com.br Revisão técnica: José Anselmo “Paulista” Fotos: divulgação

L

ocalizado num antigo ginásio poliesportivo, a edificação necessitou de atenção especial – devido ao tamanho do espaço – no isolamento e condicionamento acústicos, bem como em seu projeto de sonorização.

ACÚSTICA O consultor responsável pelo projeto, José Carlos Giner, explica que o prédio possuía paredes robustas, mas um telhado inadequado para suportar o peso do forro isolante. Segundo ele, durante a ‘fase projeto’, diversos estudos de modelos acústi-

cos foram realizados para que houvesse interação junto à dispersão do sistema de áudio proposto. “Além de ajustar as métricas acústicas necessárias para a sala, tais como: resposta impulsiva, tempo de reverberação, clareza, inteligibilidade StiPa (um descritor acústico que define se os ouvintes em uma sala conseguem compreender bem a “Palavra”) tivemos que ter a aprovação do conselho da igreja quanto ao layout dos dispositivos acústicos”, explica Giner, que demorou seis meses para concluir o trabalho, ao lado de outros cinco profissionais.


primeiro lugar,

a palavra

Igreja de Campos (RJ) ganha sistema de áudio com base em passagem bíblica

Há cerca de 30 anos no mercado, Giner ressalva que um bom projeto acústico deve, primeiramente, isolar o local do meio exterior. Parece óbvio, mas, de acordo com o consultor, ainda há grande repulsa à regra. “Infelizmente, algumas igrejas desconsideram esse fator. O louvor não pode perturbar a vizinhança, muito menos o ruído de fora ‘mascarar’ a pregação. O condicionamento interno deve privilegiar a inteligibilidade. Para tanto, na igreja de Campos, houve estudo para o desenvolvimento de ‘canopies’ e ‘orchestra shell’ (elementos comuns em palcos para controlar e reforçar as reflexões da orquestra), visando consolidar suporte aos ouvintes e músicos. Otimizamos coeficientes de espalhamento dos difusores e descritores acústicos (como a clareza) e desenvolvemos cobertura, auxiliar, para a mitigação dos ruídos e conforto térmico”, diz. Na opinião de Giner, o descaso por parte de algumas igrejas se deve à falta de conhecimento técnico dos

profissionais encarregados pelo áudio nas congregações, ou à ânsia de vender seus produtos por parte de lojistas, fabricantes etc. “Um sistema de reforço sonoro em igrejas é alterado de três a quatro vezes por ano, até que o projeto acústico

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Sistema tem 12 caixas por lado

Para saber qual linha seria ideal, peguei a planta do projeto acústico e, por meio de um software, simulei o resultado do equipamento naquele espaço. Nele, tenho informações de pressão sonora, inteligibilidade, entre outros (Fabio Zacharias)

Nova sonorização dá mais inteligibilidade aos cultos

do templo ionada no fundo s de delay posic Uma das caixa

seja realizado. Infelizmente, isso não acontece apenas no Brasil. Padres, pastores e alguns profissionais de áudio omitem os problemas acústicos para minimizar os custos e ‘fechar’ logo o pedido. Desta forma, transferem o problema para a igreja que, certamente, gastará três vezes mais, até conseguir um resultado satisfatório”, avalia.

ÁUDIO O sistema de som da igreja de Campos é FZ J08A, da FZ Áudio, instalado pelo engenheiro de áudio, Fabio Zacharias. De acordo com ele, a realização do proje-

Lista de equipamentos 01 console Venue SC48 Dual da Digidesign 01 console Venue AO16 da Digidesign 24 caixas FZJ08A 16 subs FZ108A 04 front line FZ205A 01 cabo de rede CAT 5 Flex 01 interface BVNET 01 Truss FZJ PR (sem rodas)

to levou dois meses e o convite para o trabalho surgiu por intermédio do pastor Fernandinho, que já usava monitores da FZ em suas apresentações. “O Fernandinho usa a linha FZ M212 e sabendo do interesse da igreja em construir outro templo, sugeriu aos dirigentes uma avaliação com o sistema. Para saber qual linha seria ideal, peguei a planta do projeto acústico e, por meio de um software, simulei o resultado do equipamento naquele espaço. Nele, tenho informações de pressão sonora, inteligibilidade, entre outros”, informa. Com espaço para receber cerca de duas mil pessoas, a Segunda Igreja Batista de Campos é resultado de mais de um ano em obras. Nos moldes das igrejas americanas, o templo possui vários projetos de desenvolvimento dos jovens nas artes, e uma agenda de programas para a integração destes na fé cristã. Fabio destaca a importância da engenharia sonora na hora da instalação do equipamento, pois, em sua opinião, nos dias de hoje, as pessoas vão à igreja com mais frequência e têm maior interesse e compromisso com a fé evangélica do que há tempos atrás. “Vejo muita instalação à base da intuição. Não construímos prédios baseados nisso, por que fazer o mesmo com o sistema de áudio? Infelizmente, ainda há uma cultura de que mexer com som é como ‘pôr lâmpadas no jardim’; que não precisa de atenção redobrada. O parâmetro é a distribuição do


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áudio em sua totalidade. Sonorizar uma igreja, atualmente, é como sonorizar um teatro. Deve envolver profissionais, assim como exige os melhores equipamentos”, coloca. Para o diretor de sonorização da igreja, Syllas Castello Júnior, com o novo sistema de som a demanda por trabalho

na região é tombado como patrimônio histórico da cidade – fato que confere mais credibilidade à igreja. “Trabalhamos também em função da curiosidade das pessoas. Se todo mundo que chegar lá ouvir um som mal operado, agredindo os ouvidos, a tendência é que o possível fiel não volte mais. Temos que dar

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Simulação de projeção acústica antes da execução das obras

Para saber qual linha seria ideal, peguei a planta do projeto acústico e, por meio de um software, simulei o resultado do equipamento naquele espaço

na congregação aumentou, profissionalizando o setor que, por fim, ganhou um departamento específico. “Agora, a tecnologia é completamente diferente. Nós usávamos um console digital AV1 da Yamaha, e hoje, temos duas mesas Venue da Digidesign. Fui obrigado a contratar um profissional do áudio para me ajudar neste trabalho. Até então, era de forma voluntária”, diz Syllas, há 16 anos na igreja de Campos. Esteticamente bonita por fora, grande parte das pessoas se sente atraída pela fachada do espaço e acaba entrando no lugar. O outro templo da congregação

conforto. No som, toda a estrutura é dividida por torres de delay, portanto a frequência enviada na frente do púlpito é a mesma que chega à última cadeira”, afirma Syllas. Seguindo esta linha de raciocínio, Fabio Zacharias ressalva a importância do sistema de áudio na evangelização. “O sistema de áudio é pontochave para o sucesso do culto. Ultimamente, as igrejas têm investido em boa infraestrutura e o som, felizmente, tem feito parte disto”, completa. A Segunda Igreja Batista de Campos abre as portas sempre aos domingos, de 9h às 21h.


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Alice Melody participa de programa na Rede Vida Dia 26 de junho, Alice Melody participou do programa Hora de Brincar, apresentado por Danny Pink, na emissora Rede Vida. Durante a atração a cantora animou a plateia com alguns dos sucessos do álbum Turminha da Fé, lançado pela Line Records. O

MEU MILAGRE LOTA LIVRARIA NO RIO O pocket show de Jozyanne, no Centro do Rio de Janeiro, no último dia 22 de junho, levou cerca de 150 pessoas à livraria Saraiva. O evento que teve início às 12h30, contou com participação da banda ao vivo, tocando os sucessos do CD Meu milagre.

trabalho, idealizado pela Educação Bíblica Infanto-Juvenil (EBI), reúne 14 músicas dançantes com temas que visam transmitir os valores cristãos de forma divertida e simples para a criançada. Além de Alice Melody, também fazem parte do grupo a cantora Renata Lucy e os personagens Izak, Megui, Dinho, Jú, Luci, Levi, o bebê Biel, o robozinho Tronic e o cachorro Pantufa.

Diante do Trono marca presença em Paranaguá No dia 29 de junho, o Diante do Trono participou do 4º aniversário da Rádio Aliança FM, no Paraná. O evento foi no Ginásio de Esportes Albertina Salmon, em Paranaguá. Além de comemorar o 4° ano de funcionamento da Rádio FM Aliança e celebrar a unidade com a Associação dos Ministros Evangélicos de

Paranaguá (AMEP), o evento teve como objetivo destinar parte dos recursos que foram arrecadados ao Projeto Amigo, que atende crianças especiais em um centro de Equoterapia (método terapêutico e que utiliza o cavalo buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências e/ou necessidades especiais).

Maratona no CE

CAFÉ DOS PASTORES No dia 18 de julho foi realizado o Café do CPESP - Conselho de Pastores e Ministros Evangélicos do Estado de São Paulo. O Conselho é presidido pelo pastor Jabes Alencar e, além de contar com a presença do pastor Silas Malafaia e de Jonas Vilar, o evento foi realizado no novo templo da Assembleia de Deus do Bom Retiro, na Rua Nícolas Boer, 100, Barra Funda.

Os cantores Raphael Coutinho e Aline Sing se preparam para uma maratona de divulgação de seus novos trabalhos, na cidade de Fortaleza (CE), incluindo apresentação em igrejas e entrevistas em rádios e TVs. Durante a turnê, Raphael Coutinho apresenta ao povo cearense seu primeiro trabalho

pela Line Records, Sou Livre, com dez faixas inéditas que retratam temas como fé, salvação, prosperidade, restituição e entrega a Deus. Já Aline Sing apresenta o álbum Te Adorar, que reúne 10 faixas inéditas com o melhor do Louvor e Adoração, incluindo músicas congregacionais, pop e muita celebração.

Vineyard faz 10 anos de Brasil A festa de comemoração aconteceu no Intervinha 2012 - congresso que reuniu pessoas das diversas igrejas Vineyard do país e também do exterior -, e foi realizada em Agudos, interior de São Paulo. Para deixar a ocasião ainda mais especial, a Aliança entregou dois Discos de Ouro, premiando o CD e DVD Vem, Esta é a Hora - Ao Vivo pelos 50 mil e 25 mil álbuns vendidos, respectivamente.

O prêmio foi entregue por Ricardo Carreras, diretor da Aliança, para um dos responsáveis pelo sucesso do selo Vineyard desde sua criação, o ministro Luciano Manga. Durante sua trajetória, o movimento Vineyard tem sido responsável por difundir algumas das canções de louvor e adoração mais tocadas nas igrejas, como Vem, Esta é a Hora, Reina em Mim, Senhor, Te Quero, Quebrantado, entre outras.


MÚSICA DE PRIMEIRA

CRISTINA MEL ENTRA EM ESTÚDIO

A Série Música de Primeira, que acontece todos os meses no santuário da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro (PIBRJ), será na segunda quinta-feira de agosto e de setembro, às 19h30. O encontro, dedicado à música de câmara e a recitais solo, promove apresentações com instrumentistas da PIBRJ e convidados. A PIBRJ, que comemora 128 anos em agosto de 2012, tem forte tradição na formação musical, com membros que fazem parte da OSB e do coro do Theatro Municipal do RJ. O templo fica na Rua Frei Caneca, 525, Estácio. Já passaram pelo projeto a dupla Elias Borges e Regina Lacerda, que se apresentaram em duo de saxofone e piano.

Cristina Mel entrou em estúdio dia 3 de julho para colocar voz em seu segundo CD infantil Clube da Cristina Mel 2, que sairá pela gravadora MK Music. De acordo com a cantora, o CD está rico em conteúdo bíblico, ritmos e alegria. A escolha do repertório foi feita com muita dedicação e carinho e ainda contou com a experiência da amiga Marina de Oliveira; e, mais uma vez, com a produção do premiado Rogério Vieira, que afirma que o novo trabalho está surpreendente, com um repertório bastante dançante e eclético, além de canções que irão emocionar toda a família.

Fogo de Sião

grava videoclipe nos EUA O Ministério Fogo de Sião passou 15 dias nos EUA gravando alguns videoclipes e finalizando o EP Deus é mais. Entre os videoclipes gravados, estão o da canção Uncoditional Love, que é um dos singles do álbum New Way, de Flávio A. Lemos, vocalista da banda. A ideia é que com o material gravado, sejam produzidos outros videoclipes especiais. Alguns takes foram feitos na Times Square, no Top of the Rock e na balsa que liga a Estátua da Liberdade à ilha de Manhattan. “A escolha de fazer os videoclipes em Nova Iorque foi pelo fato de ser um dos centros do mundo, onde muitas pessoas vivem juntas, porém nem sabem da vida umas das outras. Onde por muitas vezes falam somente de números e não de vidas. A música fala de se sentir sozinho em meio à multidão. E lembra que mesmo num distante deserto ou em uma grande metrópole, Deus nunca nos deixará”, comenta Flávio A. Lemos, vocalista da banda e responsável pelo roteiro e a produção. O teaser do videoclipe pode ser conferido no You Tube: http:// migre.me/9Lbyzhttp://migre.me/9Lbyzhttp://migre.me/9Lbyz

Amilcar Sampaio assina contrato... ...com a Canzion Brasil. O músico, do Ministério Castelo Forte, agora faz parte do cast da gravadora e dois projetos já estão previstos para serem lançados: dois CDs ao vivo com imagens e som gravado nas Conferências Adora realizadas no Brasil e também na Europa. O primeiro será o álbum Adora com músicas já conhecidas do Ministério Castelo Forte que foram gravadas durante o Adora São Paulo. Já o segundo projeto ao vivo, gravado na Europa, contará com a participação de Judson de Oliveira.

Também em estúdio Outra que entrou em estúdio no dia 3 de julho foi a dupla Alex & Alex, que esteve na MK Music para mais um dia de trabalho na produção do novo CD. Os cantores prometeram muitas surpresas neste novo CD, cujo nome foi mantido em segredo por eles. O que se sabe é que o álbum tem participações especiais de Wilian Nascimento, Jairo Bonfim, Cristina Mel, Sarando a Terra Ferida, Ariely Bonatti, Bruna Karla, Beatriz, Arianne e Klev Soares (Quatro por Um). O CD terá produção de Alex & Alex e Leandro Simões e passeia por diversos estilos, desde o pentecostal até o pop.

Mariana Valadão em Paris

A cantora Mariana Valadão, que tem viajado por todo o Brasil, acaba de levar a turnê de seu CD/DVD Vai Brilhar para Paris (França). Caravanas de outros países como Alemanha, Bélgica, Itália e Suíça foram prestigiar a cantora, que se apresentou no Theatre Dejazet, da Igreja Pão da Vida. Mais de 700 pessoas estiveram no local para receber Mariana que contou com o acompanhamento da banda da igreja local. “Foi maravilhoso ter o privilégio de compartilhar das verdades de Deus para brasileiros que moram fora do país”, detalha Mariana.

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Lançamentos

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Ao vivo na Igreja Marcus Salles

Quem era eu Irmão Lázaro

Gravado ao vivo na igreja Projeto Vida Nova (PVN), de Campo Grande, no Rio de Janeiro, o novo trabalho do pastor Marcus Salles, exintegrante da Banda Quatro Por Um, é um retonro às canções mais pops que marcaram o início da carreira do cantor. Com repertório composto por músicas autorais e parcerias com Sérgio Cavalieri e Davi Fernandes, o CD possui 16 faixas, com destaque para Eu Navegarei e Rei meu, de autoria de Salles e sucesso na voz de Aline Barros.

Pentecostal com ritmo baiano. Assim pode ser definido o estilo musical do novo trabalho de Irmão Lázaro. O repertório traz o estilo pentecostal misturado com a sonoridade baiana, e Lázaro adianta que algumas letras abordam o problema dos jovens com as drogas. “Este é um CD onde investimos muito na qualidade do repertório, na produção musical e mesmo no próprio conceito do projeto”, fala Lázaro. O contrato foi assinado em Salvador, terra natal desse músico que já vendeu mais de 1,5 milhão de CDs.

Novo conceito, Nova unção Banda Giom

Deus Cura Frei Rinaldo

Este é o terceiro CD da Banda Giom pela MK Music. O título auto-explicativo não deixa dúvidas sobre o que o público pode esperar deste trabalho dos irmãos Adelso, Adilson e Dirceu Freire, que agora contam com o amigo de longa data, Dedy Coutinho (que assume o baixo). A vertente pop continua sendo a base estrutural das 13 canções, e como todos os componentes são músicos e compositores, produzir o CD foi um trabalho literalmente de equipe.

O novo trabalho de Frei Rinaldo Stecanela, primeiro pela gravadora Codimuc, vem em total consonância com o tema da Campanha da Fraternidade de 2012 – Que a saúde se difunda sobre a Terra. O álbum traz 12 faixas, com letras que falam sobre o amor e o cuidado de Deus com os seus filhos. Destaques para as canções Como não se envolver, Vem cuidar de mim, ambas de autoria do próprio Frei, e Deus vai te Curar, de Netinho e Ney Lacerda, que ainda conta com a participação especial da cantora Eliana Ribeiro, da Comunidade Canção Nova.

Em ti é meu lugar Cleiton Saraiva O CD de estreia do cantor Cleiton Saraiva é o novo lançamento da Codimuc. Com arranjos e produção musical de Marcelo Duarte, o álbum traz 13 canções que expressam a verdade mais profunda de dentro do coração do homem. Destaque para Não Vivo Eu, de Junior Maciel e Josias, e a faixa Teu Ruah, da Max Ckley. O CD conta ainda com três participações especiais: a banda Anjos de Resgate, a cantora Dayana Cardoso, e do cantor colombiano Jon Carlo.


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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br 128

De onde elas vêm, N

as músicas?...

aquela sossegada Vila Isabel dos anos 50 o verão carioca era tórrido, mesmo à noite. Na varanda de casa, deitado no colo de minha mãe, eu era embalado por voz e violão paternos. Adivinhando um cochilo do filho insone de calor, meu pai quase sussurrava o “Feitio de Oração”, uma das minhas Noelinas precocemente preferidas aos cinco anos de idade. De olhos já fechados, comecei a encadear a melodia com as palavras, o que me fez estremecer de súbito, uma pergunta na cabeça desperta: - Pai, de onde elas vêm, as músicas? Meu pai parou de tocar e meio que sorriu, surpreso:

-Ué, filho, da cabeça do compositor... Pulei fora do colo aconchegante e fiquei de frente para o violão, admirando a marchetaria de madrepérola que sempre me encantava com seus detalhes, ao mesmo tempo em que já engendrava a próxima pergunta: - Mas como assim? Meu pai agora pensava ao som de acordes dispersos. Esperei pacientemente a resposta que ainda demorou alguns compassos. - Bom, é que... – ele suspirou e parou de tocar – nossa, filho, que pergunta! Minha mãe, que não admitia ausência de respostas, interveio:


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pior - o refrão surrado tornou-se a mais pura verdade, com ligeiras alterações de percentuais, caso a caso... Mãe, e se elas estão no ar? E se qualquer um puder percebê-las como a uma nuvem? E se todas elas estiverem numa espécie de i-cloud, prontas para serem escritas em partituras virtuais, esperando apenas aqueles mais capazes de discernir sua forma abstrata e transformá-las em alguma coisa de concreto e cantável? De onde vêm, mãe, as músicas? Porque fico pasmo pela integridade com que algumas delas me chegam, sem dia ou hora marcados, inteiras e completas com seus pontos, vírgulas, divisões e acordes, como se tivessem sido previamente coordenadas por uma parte do meu cérebro sobre a qual não exerço nenhum mando, um governo paralelo que redige suas próprias leis e se digna a repassá-las para mim por mera gentileza: ”toma essa aí pra você, ô meu!”. E eu fico ali, besta diante daquilo tudo, me perguntando se fui eu mesmo que fiz

- É inspiração, filho. - Que é isso? Papai pareceu retomar o controle: - É uma coisa que acontece com a gente. Vem do coração e da cabeça. Aí a gente vai pensando, pensando e sentindo ao mesmo tempo. - Sentindo o quê? - Olha... O que você estiver sentindo... Alegria, tristeza, amor, raiva... Achando que a areia estava ficando pesada demais para um caminhãozinho tão pequeno, mamãe lançou um daqueles seus olhares “moderadores” no rumo do marido e estendeu-me a mão: - Não te preocupa com isso agora não, filho. Mais tarde você vai entender melhor. Livrei-me da carícia, ainda inconformado e parti pra cobrar explicações sobre a frase inicial da letra do “Feitio” (quem acha/ vive se perdendo/por isso agora eu vou me defendendo) que eu não conseguia compreender: - Mas como é que a cabeça do compositor pensou que quem acha vive se perdendo? Ele achou ou perdeu? Minha mãe é uma mulher extremamente persistente. Se ela acha que não é a hora, a hora não é mesmo, não passa a ser, é uma hora irremediavelmente fora de hora. E assim foi: - Mais tarde, filho, mais tarde. - e aos poucos ela me reconquistou para o seu colo, fazendo-me dormir ao som de Noel por vias de outra música. Não me pergunte qual, eu ainda pensava naquele estranho paradoxo do “Feitio de Oração”. Mas, mãe, de onde é que elas vêm, as músicas? Até hoje não sei. Às vezes acordo no meio da noite com uma melodia soando furiosamente na minha cabeça. Ela continua seu estrépito até que eu corra para o violão e me livre dela, que em troca desse parto – e sem a menor consideração pela sofrida paternidade - me mantém acordado pelo resto da madrugada, pensando agora na letra. Ou de repente é a letra que me pega, forçandome a escrevê-la onde quer que eu esteja, mandandome pedir uma caneta emprestada a estranhos ou tendo que suplicar ao garçom – uau, que chavão! – uma folhinha daquele pequenino bloco engordurado, só pra chegar em casa e ficar boladíssimo com a total ausência da genialidade que eu acreditara ter produzido na dita folhinha, cujo destino no mais das vezes é o lixo, o que nos carrega de volta ao clichê “50% inspiração, 50% transpiração”. No caso, faltou a transpiração e –

Às vezes acordo no meio da noite com uma melodia soando furiosamente na minha cabeça. Ela continua seu estrépito até que eu corra para o violão e me livre dela uma coisa tão de dentro, tão íntima que parece vinda de fora do planeta. Eu não queria contar aquele segredo! Enquanto isso, outras me exigem suor e angústia por ter que revisitá-las anos a fio até que pareçam perfeitas, somente para que no dia seguinte as imperfeições gritem nos meus ouvidos e me façam retomar o trabalho do começo, como se elas jamais houvessem passado pela minha cabeça. Então, mãe, socorro! Elas estão chegando! Vêm de todos os lugares, do coração, da cabeça, da alma, do sexo, um formigueiro de notas e palavras subindo por mim, encontrando-se em mil combinações inusitadas, formando figuras, formas, esculturas e símbolos, invadindo sem-cerimoniosamente cada centímetro da minha imaginação numa verdadeira guerra colonial: mim índio, Música buana! De onde ela vem, afinal, a Mãe Música? Da rua, dos lares, das pessoas, do povo, das igrejas, dos mares, dos cerrados, dos desertos, dos coros de vozes contentes ou descontentes, dos infelizes, dos indecentes, dos filhos, das matrizes, de todos os lugares... Mas olha eu aí compondo de novo! Dá pra parar?!

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