Fornecedores Hospitalares - Ed. 196

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FOTO: RICARDO BENICHIO

A revista de gestão, tecnologias e serviços para o setor da saúde

CAPTAÇÃO MAIS CEDO OU MAIS TARDE SUA EMPRESA DISCUTIRÁ SOBRE FUNDOS, IPO, PROJECT FINANCE. VEJA QUAL É A MELHOR ALTERNATIVA PARA A EXPANSÃO DO SEU NEGÓCIO

ENTREVISTA PARA NISE YAMAGUCHI, ONCOLOGISTA E PROFESSORA DA USP, O TRABALHO COM O PACIENTE DEVE SER DE NÍVEL FÍSICO, EMOCIONAL E SOCIAL

SOB AS LENTES DA

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HOSPITAIS COMO O ICESP, DIRIGIDO POR PAULO HOFF, SE APROFUNDAM NOS ESTUDOS PARA O TRATAMENTO DE CÂNCER E BUSCAM PARCERIAS NA INDÚSTRIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA CLÍNICA

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ÍNDICE

Fevereiro de 2012 • FH 196

W W W . R E V I S T A F H . C O M . B R

09 – CONEXÃO SAÚDE

Confira conteúdos multimídia, destaques do Saúde Web e interação dos leitores

14 – ENTREVISTA

A oncologista Nise Yamaguchi fala sobre pesquisa clínica, futuro do tratamento de câncer no Brasil e a transferência de conhecimento de gestão do setor privado para o público

POLÍTICA E REGULAMENTAÇÃO 28 – A SAGA DA EMENDA 29

EM CONSTANTE EXPANSÃO, EMPRESAS DE SAÚDE BUSCAM A MELHOR FORMA DE INVESTIR SEM CAIR NAS ARMADILHAS DO MERCADO

60 – A RECEITA DO DOUTOR SURFE

Melhor médico nas ondas e melhor surfista na sala de cirurgia, Francisco Diniz conta como o esporte o ajudou em sua carreira

66 – VITRINE

Instituições como Inca, Icesp e IBCC investem em pesquisa clínica e parcerias com a indústria para posicionar o Brasil como referência no cenário mundial de oncologia

ARTIGOS

36 – ECONOMIA LÓGICA

Fazer uma gestão eficiente de logística hospitalar pode ser determinante para as contas do hospital.

SAÚDE CORPORATIVA

64 – LIVROS

20 – ECONOMIA

A EC 29 e suas repercussões econômicas

38 – GESTÃO

Você está pronto para os eventos de 2014 e 2016?

62 – RH

A dura tarefa de integrar

74 – HOT SPOT A sua vida

48 – NEGÓCIO SAUDÁVEL

O que empresas como a Usiminas e TAM Linhas Aéreas têm feito para reduzir a sinistralidade e absenteísmo de seus funcionários?

MEDICINA DIAGNÓSTICA

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PERFIL

HOSPITAL

39 – O PAPEL DO CIO

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Oportunidades levaram a Telefônica a se lançar no setor de saúde. Oi e TIM também estão atentas a este mercado

63 – CARREIRAS

SAÚDE BUSINESS SCHOOL

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56 – TELECOM: DE OLHO NA SAÚDE

Sancionada com vetos pela presidente Dilma Rousseff a jornada por mais recursos para a saúde ainda não acabou

30 – ESPERANÇA NAS LENTES DO MICROSCÓPIO

22 – PANORAMA

TECNOLOGIA

52 – CONTROLE EFETIVO DA QUALIDADE

Resoluções da ANS têm estimulado a qualificação das redes de diagnóstico e aumentado a procura por programas de acreditação

INDÚSTRIA

54 – TERRA DE OPORTUNIDADES

Cardinal Health chega ao Brasil para disputar segmento de radiofármacos

ERRATA

Ao contrário do que foi publicado na seção Entrevista da edição 195, Osvino Souza não conduziu o processo de privatização da Açominas e, sim, o estudo que reorganizou a empresa durante a transição Ainda na edição 195, na seção Tecnologia, o nome correto do hospital é Cristóvão da Gama, ao invés de São Cristóvão Na página 24, da edição anterior, o nome correto da gerente de marketing do Hospital 9 de Julho, que aparece em foto, é Luciana Luz

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ExpEdiEntE

pRESidEntE-ExECUtiVO

Adelson de sousA • adelson@itmidia.com.br

ViCE-pRESidEntE ExECUtiVO

Miguel Petrilli • mpetrilli@itmidia.com.br

diREtOR ExECUtiVO dE MaRkEting E VEndaS Alberto leite • aleite@itmidia.com.br

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João PAulo ColoMbo • jpaulo@itmidia.com.br

diREtORa ExECUtiVa EditORial

stelA lAChterMACher • stela@itmidia.com.br

COnSElhO EditORial Adelson de sousA, Miguel Petrilli, Alberto leite e stelA lAChterMACher

www.revistafh.com.br EDITORIAL

COMERCIAL gEREntE COMERCial Elizandra Paiva • elizandra.paiva@itmidia.com.br • (11) 3823-6625

REPÓRTEREs

ExECUtiVOS dE COntaS Gabriela Marcondes • gmarcondes@itmidia.com.br • (11) 7144-2543 Leandro Premoli – leandro.premoli@itmidia.com.br • (11) 9656-1148 Suellen Marques -suellen.marques@itmidia.com.br • (11) 9639-7527

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log & Print Gráfica e logística s.a. revista fh A revista FH é uma publicação mensal dirigida ao setor médico-hospitalar. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional, além de gratuita e entregue apenas a leitores previamente qualificados.

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Editorial

ApAixonAdos

por saúde Foto: Ricardo Benichio

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maria carolina buriti Repórter IT Mídia S.A

sta edição da FH traz dois personagens que se dedicam em tempo integral à oncologia e pesquisa clínica de câncer no Brasil. São eles: NiseYamaguchi, médica, pesquisadora e ex- assessora de gabinete nas gestões dos ministros Temporão e Padilha, para o Estado de São Paulo; e Paulo Hoff, oncologista e diretor geral do Icesp e também diretor de oncologia do Hospital Sírio-Libanês. Em dias de rotina puxada, os dois receberam a equipe da FH, em seus locais de trabalho, para um conversa sobre muitos assuntos que permeiam os desafios da oncologia dentro do sistema de saúde brasileiro como: dificuldades na área de pesquisa clínica e o fluxo do paciente dentro do sistema. Em comum, eles têm o engajamento para melhorar o segmento e a consonância de argumentos quando se diz que é por meio de parcerias que se chegará ao desenvolvimento sustentável do setor. Nise trabalha mais de 20 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados e diz, ainda, que seu grande desafio é gerir melhor o tempo para fazer mais. Ela acredita na transferência do conhecimento que está nas mãos dos gestores de entidades filantrópicas e privadas para sanar os problemas da saúde pública. Mas para isso, o executivo deve se engajar na causa, o que ainda acontece pouco. Hoff, um dos médicos responsáveis pelo tratamento do ex-presidente Lula, quer parcerias com indústrias e universidades, quer que a Amazônia seja vista como o potencial para novos medicamentos e pede uma “indústria mais criativa”. Os dois circulam diariamente por instituições inseridas em distintos contextos sociais com um único propósito: o tratamento de uma doença que atingirá, nos próximos dois anos, cerca de 520 mil brasileiros. Nas próximas páginas você conhecerá um pouco mais sobre o trabalho e as ideias de Nise e também ficará por dentro das propostas do Icesp em seu novo centro de pesquisa clínica. Formas de captação de recursos para a expansão dos negócios em saúde e dicas de profissionalização da gestão de logística são outras reportagens de destaque desta edição. Boa leitura!

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CONEXÃO SAÚDE WEB

BLOGS

LEIA E DISCUTA COM NOSSOS COLABORADORES OS ASSUNTOS MAIS QUENTES DO MÊS

PEDRO FAZIO Educação na Saúde: o melhor remédio Fazio é economista e diretor da Fazio Consultoria

ALBERTO OGATA As empresas podem ajudar os trabalhadores a planejarem sua carreira? Ogata é presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida. Médico, Mestre em Medicina e em Economia da Saúde (UNIFESP). Diretor de Responsabilidade Social da FIESP

ADRIANOS LOVERDOS ABRAMGE, SINDHOSP e as fraudes na saúde. Quem está certo? Loverdos é gerente executivo de assistência e promoção à saúde da Unimed de São José dos Campos, no Estado de São Paulo

STEPHEN STEFANI Desafios no Câncer Stefani é médico internista e oncologista. Coordenador da ISPOR

WWW.SAUDEWEB.COM.BR/BLOGS

GALERIA

PODCAST

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WEBCAST

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MUTE

VEJA COMO A ESTRUTURA DO HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS FICARÁ APÓS A REFORMA

MULTI MÍDIA

Em dezembro de 2011, a instituição anunciou que pretende dobrar a capacidade de atendimento da unidade Bela Vista, em São Paulo, passando de 358 leitos para 692 até 2020

VEJA NA SAÚDE TV: HTTP://MIGRE.ME/7OQQQ

9 TABLETS FEITOS PARA MÉDICOS: CONFIRA!

Já que profissionais de saúde adotaram os tablets, os fabricantes criaram alguns designs e características para esses dispositivos.

VEJA NA GALERIA DO SAÚDE WEB: HTTP://MIGRE.ME/7OQYZ

VEJA DECORAÇÃO DE SOLANGE MEDINA PARA O HOSPITAL SÃO LUCAS

O Hospital São Lucas, localizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, fechou parceria com a decoradora renomada Solange Medina para ambientação. O São Lucas reformulou seu layout, desde a área externa, com o novo letreiro, até a fachada, espelhada.

VEJA NA GALERIA DO SAÚDE WEB: HTTP://MIGRE.ME/7OQB8

SAMARITANO COMEMORA 118 ANOS. VEJA FOTOS!

O Hospital Samaritano de São Paulo completou 118 anos de atividade em fevereiro de 2012. Para comemorar essa data, a instituição organizou uma exposição com fotos antigas e atuais da instituição e do bairro de Higienópolis

VEJA NA GALERIA DO SAÚDE WEB: HTTP://MIGRE.ME/7OQWW

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TECNOLOGIA

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Expectativa é de que, nos próximos anos, a solução focada em instituições de menor porte represente 20% do faturamento da companhia

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SÍRIO LIBANÊS E SANTA PAULA FECHAM PARCERIA PARA ÁREA ONCOLÓGICA Paulo Hoff, do Sírio Libanês e do Icesp, assume o centro de oncologia do Hospital Santa Paula. Até o fechamento desta edição, as instituições estavam finalizando a negociação.

INVESTIMENTO REDE D’OR ENCERRA EXPANSÃO NA GRANDE SÃO PAULOCOM HOSPITAL EM MAUÁ Estimativa inicial é investir cerca de R$ 60 milhões no empreendimento, de 150 leitos. O Hospital de Mauá será o quarto da Grande São Paulo, concluindo a estratégia de suprir a carência assitencial da região.

GESTÃO HOSPITALAR A.C. CAMARGO CONQUISTA ACREDITAÇÃO CANADENSE Instituição é o primeiro hospital oncológico do País a obter a certificação. A metodologia de avaliação adotada observa controle de medicamentos, organização no processo de transferência do paciente de um departamento para os demais, entre outros processos.

É O QUE O GOVERNO VAI PAGAR PARA HOSPITAL TRATAR DEPENDENTES QUÍMICOS Incentivo financeiro aos hospitais do SUS varia de R$ 18 mil a R$ 99 mil, dependendo do número de leitos especializados.

3,7 MIL VAGAS É O QUE O PROGRAMA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE O (PROVAB) OFERECE Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (Provab) possui oferta 2 mil vagas para médicos, 1 mil para enfermeiros e 700 para cirurgiões dentistas.

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CONEXÃO SAÚDE WEB

RESULTADO DA ENQUETE Chegou o fim da espera ao ser atendido por planos de saúde?

COMPRA HOSPITAL NOSSA SENHORA DE LOURDES NEGA VENDA PARA REDE D´OR Apesar da não confirmarção, fontes próximas à transação garantem que aquisição está praticamente fechada e que o valor é de R$ 300 milhões

13,16 % - SIM Nova norma da ANS, que estabelece prazo máximo de 21 dias para consulta, exames e cirurgias, garantirá o fim da espera, tendo em vista a suspensão dos produtos em caso de descumprimento 59,21 % - NÃO É provável que esta seja mais uma regra sem adesão, devido à ineficiência de fiscalização da ANS

27,63 % - DEPENDE Do porte e eficiência da gestão da instituição de saúde

REGULAMENTAÇÃO NOVO ROL DE PROCEDIMENTO DA ANS ENTRA EM VIGOR EM 2012

NO AR Você acredita que o Projeto de Lei 2573/11, que fixa o piso salarial do enfermeiro em R$ 5.450, sairá do papel? ❍Não. Isso é uma reivindicação histórica que nunca sai do papel, assim como a redução de carga horária para 30 horas

Desde o dia 1º de janeiro, entrou em vigor a Resolução Normativa nº 262, da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que atualiza o rol de procedimentos de cobertura obrigatória pelos planos de saúde. Ao todo, 60 procedimentos novos e revisados terão de ser custeados pelos convênios. Esta nova listagem de cobertura inclui exames, tratamentos e outros procedimentos.

❍ Sim. Nunca os baixos salários e as más condições de trabalho foram tão evidentes. A tendência é de mudança ❍Talvez. A força de trabalho desses profissionais é fundamental para a sustentabilidade do sistema, em contrapartida, as instituições pagadoras lutam pela economia de recursos

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CANAL DO LEITOR TECNOLOGIA FIAP ABRE INSCRIÇÕES PARA O EXECUTIVE PROGRAM 2012 Segunda edição do programa, realizado em parceria com a Singularity University entre os dias 16 e 17 de março, em São Paulo, trará ao Brasil expoentes mundiais nas áreas de segurança, tecnologia robótica, medicina, biotecnologia, inovação e empreendedorismo. O médico pesquisador das universidades Stanford e Harvard Daniel Kraft é um dos nomes de destaque.

T W IT TE R @spsnet_SPS - Soluções OPS Excelente artigo! RT @Saude_Web: 6 dicas para prevenir fraudes contra planos de saúde bit.ly/yOIn74 @sbcderm - SBCD Boa nova. RT @Saude_Web OMS vai destinar US$ 785 mi para erradicar 17 doenças em países pobres bit.ly/y6uF5v @SergimBeltrao - Sergio Beltrão Lima Melhoria constante! RT @Saude_Web Beneficência Portuguesa conquista ONA 2 e inicia processo nível 3 bit.ly/y3CqkL @marcuspassosmd _ Marcus Passos “@Saude_Web: Pfizer anuncia recall de pílulas anticoncepcionais bit.ly/wkh6fg” Agora é tarde! existe recall de anticoncepcional!

RESOLUÇÃO

@robsonmac - Robson Macedo Se preparem para aumento dos seus planos de saúde RT @Saude_Web: Planos de saúde reivindicam reajuste acima do IPCA bit.ly/Ah98B1

SENADO APROVA PROJETO QUE REGULAMENTA PROFISSÃO MÉDICA Texto prevê como ato exclusivo do médico os procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, incluindo acessos vasculares profundos, biópsias e endoscopi.

FORTE UNIÃO MSD FORMA JOINT-VENTURE COM CRISTÁLIA E EUROFARMA Batizada de Supera RX, a empresa nasce com portfólio de 30 produtos e deve ganhar mais 60 medicamentos em um crescimento de cinco anos. MSD pretende ficar entre as dez maiores do mercado brasileiro.

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E-M A IL “Cínthya Dávila, você ouviu com beleza o que eu disse e, aprendi com a vida, só conseguimos ver a beleza quando a temos em nós. Por isso também foi capaz de colocar “um caminho em rosa sob o mar” para ilustrar o texto. Ficou lindo.” Professora Maria Júlia Paes da Silva, diretora de enfermagem do Hospital Universitário da USP, sobre entrevista à seção “Perfil” da FH 195. “Olá Osvino, parabéns por sua entrevista. Muito lúcida, objetiva e tratando de forma competente os complexos problemas da Saúde”. Jaci Tadeu, da SISEN - Soluções Empresariais. Referente à entrevista concedida a repórter Verena Souza, na seção “Entrevista” da FH 195.

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CONEXÃO SAÚDE WEB

TI EM SAÚDE

DIMINUIU

ICESP É O PRIMEIRO HOSPITAL PÚBLICO 100% DIGITAL DO PAÍS

SAÚDE É O SETOR MAIS AFETADO POR CORTE DE ORÇAMENTO

Uso de certificação digital e prontuário eletrônico irão economizar cerca de um milhão de reais ao hospital, além de otimizar a gestão e melhorar o processo assistencial

Ministério da Saúde recebe corte de R$ 5,473 bilhões. O volume de recursos foi reduzido de R$ 77,582 bilhões para R$ 72,110 bilhões. Em pronunciamento, ministro, Alexandre Padilha, disse que mesmo que o segmento precise de mais recursos, precisará fazer mais ações com o que tem

LANÇAMENTO SALOMÃOZOPPI DIAGNÓSTICO INAUGURA 5ª UNIDADE EM SP Com perspectivas positivas para 2012, laboratório deve crescer 30% e faturar cerca de R$ 130 milhões

RN 279 ANS ADIA VIGÊNCIA DA NORMA PARA DEMITIDOS E APOSENTADOS Agência avaliou que o prazo inicial de noventa dias não foi suficiente para a adaptação de rotinas, processos e sistemas necessários à implantação da norma. Decisão passa a vigorar em 1º de junho de 2012

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entrevista

Sinergia da

cura

Maria Carolina Buriti • mburiti@itmidia.com.br

Oncologista e imunologista, pesquisadora e professora da USP, engajada na melhoria do sistema público de saúde, Nise Yamaguchi, em entrevista exclusiva à FH, dá uma aula sobre como a força do indivíduo é capaz de promover mudanças

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ara a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi a premissa da força e capacidade das pessoas é utilizada tanto na busca para solucionar os gargalos do sistema de saúde brasileiro como para melhorar os tratamentos de seus pacientes. Ex-assessora de gabinete nas gestões dos ministros da Saúde Alexandre Padilha e José Gomes Temporão, para o Estado de São Paulo, e membro de diversos institutos para a prevenção e pesquisa clínica na área oncológica, ela acredita que as parcerias entre os setores público e privado sejam uma das saídas para a melhoria do sistema. “Somente com a consciência individual e coletiva é que vamos conseguir mudar”, explica. Para ela, a força do indivíduo e o engajamento de cada um pode transformar o sistema público de saúde. E é esse paralelo que ela faz ao tratar dos seus pacientes. A especialista acredita que da mesma forma que o Sistema Único de Saúde (SUS) depende do papel de cada indivíduo e, sobretudo, do médico e do gestor em seu exercício de cidadania, pode ajudar a desenvolver a rede de saúde. “Essa visão de contatos é a mesma da rede capilar do sistema público de saúde, só que voltada para o indivíduo. Por isso que o microcosmo e o macrocosmo são semelhantes - se tratar da célula e do indivíduo se conseguirá uma resposta melhor”, acredita. E foi com o seu próprio engajamento que Nise chegou ao cargo de assessora de Gabinete do Ministério (SP), onde permaneceu entre 2007 e 2011. Na época do convite, presidia a Associação Paulistana de Pesquisa Clínica Oncológica (SP) e buscou na esfera pública, por meio de manifestações populares, a aprovação, na Câmara e no Senado, da convenção-quadro anti-tabagista da Organização Mundial da Saúde (OMS) . Depois de deixar oficialmente o cargo, passou a exercer esse papel dentro da Academia. Voltou à universidade para atuar em pesquisa clínica e dirigir um trabalho para o combate ao tabagismo médico. Também preside a Escola Médica de Mulheres, representa o Brasil no The International Prevention Research Institute Cancer, em Lion (França), além de ter feito o curso Clinical Research Learning de Harvard, onde auxiliou a formação do Alumni Club, fórum de discussão de ex-alunos. Mesmo com essas atividades, coordena o Instituto Avanços de Medicina, por onde, em mais de 25 anos, passaram mais de oito mil pacientes. (Veja mais no quadro ao lado). Nise tem uma rotina de 20 horas trabalhadas por dia, expediente aos sábados, domingos e feriados, mas encontrou espaço na agenda para esse bate papo com a FH, em uma manhã ensolarada, em seu consultório. A seguir, você confere os principais trechos da entrevista:

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Quem: nise Hitomi Yamaguchi Oncologista e imunologista diretora clínica do instituto avanços em Medicina, onde já cuidou pessoalmente de mais de oito mil pacientes com câncer especialista pela eSMO-european Society of Medical Oncology, e do Board americano eCFMgeS atua como médica da Faculdade de Medicina da USP e há mais de 20 anos como médica do corpo clínico do Sírio Libanês, albert einstein, Oswaldo Cruz e 9 de Julho É diretora científica da associação Brasileira de Mulheres Médicas Participa do board do international Prevention and research institute, em Lyon (França) ex- representante de gabinete nas gestões dos ministros alexandre Padilha e José gomes Temporão (SP), de 2007 a dezembro de 2011

Foto: RicaRdo Benichio

Fez o curso de Clinical research Learning de Harvard, onde auxiliou a formação do alumni Club, fórum de discussão de ex-alunos

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entrevista

FH: Como tornar real o tratamento personalizado com o aumento da incidência de câncer? Como fazer isso em um país com grandes distâncias e dentro do SUS? Nise: O SUS para a área do câncer é um dos mais elaborados do mundo na área pública. Em cada estado temos hospitais de câncer organizados dentro de uma rede, conectadas às normas e protocolos vigentes do Ministério da Saúde (MS) e pagos por meio de processos de alta complexidade. Às vezes, o paciente tem dificuldades, porque mora no interior de determinado estado, entretanto, ele consegue ser atendido dentro de padrões, consideradors bons até internacionalmente. Mas existe uma carência de fluxo do paciente dentro do sistema e isso é o maior desafio neste momento. Como é que o paciente com a suspeita de câncer conseguirá o diagnóstico rápido? Para isso estão sendo feitas algumas iniciativas dentro do MS com as entidades de alta complexidade e os hospitais de excelência. Quando trabalhei por este processo, vi que existia uma preocupação, pois eles eram hospitais filantrópicos exercendo um papel mais ativo junto às necessidades do ministério. E fizemos uma parceria para que isso pudesse ocorrer. Dessa forma, o desafio do câncer conta com apoio da rede privada.

Por outro lado, o paciente precisa ter uma conexão junto à rede municipal e a saúde da família. A grande saída para o País é o Programa Saúde da Família (PSF), nele existe uma capilaridade social onde o apoio chega à pessoa por meio dos agentes comunitários de saúde. O PSF só recentemente se conectou aos programas de alta complexidade e a área do câncer passou a ser mais bem trabalhada. FH: Mas um paciente que mora em Rondônia, por exemplo, chega ao Sírio- Libanês? Nise: Não e ele não tem de sair de lá. Próximo a sua casa deve existir as estruturas. Esse é outro erro, pois temos que ter a regionalização dos sistemas. O Sírio-Libanês não vai atender o paciente, ele ajudará na educação e gestão do sistema. O sistema deve ser dividido em: assistencial, gerencial e educacional. Há entidades e universidades que atuarão na educação de médicos de outros estados, na terapia adequada, padronização do tratamento, criação de regulações e regulamentações, realização de teleconferências, leitura por teleradiologia e etc. FH: E qual o papel do gestor? Nise: Cada gestor de uma entidade filantrópica ou privada deve contribuir. Isto é a gestão do conhecimento. Estamos em um momento em que a gestão do conhecimento tem um valor inestimável para o País. Outra coisa é buscar as oportunidades de ação junto à prefeitura e aos Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde. Se tivermos voluntários que trabalhem nesses lugares, vamos ter a chance de que o sistema melhore como um todo. FH: Você disse que é a era da gestão do conhecimento. Os gestores compartilham essas informações? Nise: É muito raro. Depende de iniciativas pessoais e

acredito que essa interface pode ocorrer de forma mais regular. Acho que as secretarias de saúde e a gestão filantrópica precisam, cada vez mais, de parcerias. Acredito que a sinergia de esforços pode contribuir para a melhoria regional. Como é que um país desse tamanho conseguiria ter uma possibilidade de melhoria? Eu acredito que é um trabalho celular que ocorre dentro da própria entidade que o profissional está gerindo. Isso ocorre ampliando para a região que a entidade está em interface com a gestão municipal com os agentes comunitários do bairro. Também é o trabalho por meio das entidades de classes e a relação nos níveis federal, estadual e municipal. Somente com a consciência individual e coletiva é que vamos conseguir mudar o sistema. De cima para baixo, jamais. FH: Por isso você mencionou em um artigo o quanto as estatísticas não consideram a força do indivíduo? Nise: É muito comum ter determinado tipo de câncer e ali estar escrito seis meses de sobrevida, e não se falar muito com que qualidade de vida o paciente viverá nesse período. Se for para começar um tratamento achando que aquele paciente vai sobreviver seis meses, eu não começo. Quando se fala seis meses de sobrevida média existem aqueles que vivem menos e outros mais. Então, como podemos elencar todos os fatores para ajudar esse paciente a ser aquele que pode viver mais? São múltiplos fatores. O primeiro deles é trazer o melhor de cada um na luta. Ou seja, paciente, família, amigos e o que eles podem contribuir para aquela possibilidade. Fico tocada com a solidariedade das pessoas. A primeira coisa é resgatar a fé do paciente nele mesmo, a capacidade de luta, a vontade de seguir em frente; a segunda, é acreditar na rede social que ele traz junto, no número de pessoas que podem contribuir.

“Somente com a conSciência individual e coletiva é que vamoS conSeguir mudar o SiStema. de cima para baixo, jamaiS”

Foto: RicaRdo Benichio

FH: Você realizou vários fóruns. O último, em 2011, com representantes da América Latina, nos Estados Unidos, foi para discutir o que existe em medicina personalizada. Como caminha o modelo? Nise: Estamos em um novo movimento científico, que é o tratamento individualizado do paciente, isto é, o doente incluso do sistema e dentro das características peculiares do seu tumor e o que se pode oferecer para ele. Acredito que o tratamento personalizado é custo- eficiente por determinar uma linha de conduta mais personalizada, ele pode custar menos porque se internará menos, diminui o acesso a cuidados paliativos de dor ou de cirurgias desnecessárias. A tecnologia parece mais cara por um lado, mas diminui o custo na outra ponta, pois ela fica eficiente quando gerencia a saúde do indivíduo de forma correta.

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Foto: RicaRdo Benichio

FH: E isso tem impactos no tratamento? Nise: Tem, só pelo fato dele não se sentir só. Às vezes os amigos pensam ‘não vou ligar para não incomodar’, ou ‘não vou visitar, pois não quero incomodar’. Dá para fazer coisas muito simples, desde compras no supermercado até cuidar das crianças. Pode-se levar o paciente para fazer exames, quimioterapia, radioterapia. Por isso, eu os organizo dizendo para eles fazerem uma agenda para os amigos. Se a necessidade é radioterapia, cada dia um amigo pode acompanhá-lo na sessão, pois o tratamento dura de 30 a 40 dias. FH: E quanto à religião? Nise: As pessoas têm muitos apoios espirituais. Elas buscam e acabam necessitando desse apoio da religião e isso dá sustentação a quem tem esse tipo de filosofia. O trabalho com paciente deve ser de nível físico, mas deve passar pelo lado emocional. Também tem o lado social, porque, às vezes, a pessoa precisa parar de trabalhar e deixar de receber recursos. Essa visão de rede é a mesma da rede capilar do sistema público de saúde só que para o indivíduo. Por isso que o microcosmo e o macrocosmo são semelhantes - se tratar da célula e do indivíduo se conseguirá uma resposta melhor. Escolho pessoalmente os médicos que vão cuidar dos meus pacientes e isso é feito ao longo de 30 anos de atendimento conhecendo esse médico, muito antes da profissão, se cooperava com os outros ou se era egocêntrico, se era competitivo ou colaborativo. Vejo também o desenvolvimento profissional acadêmico. Temos de ser muito coerentes. Eu diria que meu grande processo é como conquistar a coerência interna entre minhas crenças e minhas atitudes. Não adianta acreditar

em uma série de coisas e em um mundo melhor se agir de forma não coerente. FH: O Ministério gasta uma quantia significativa com medicamentos para doenças raras, mas, ao mesmo tempo, a gente tem esse outro lado precisando de recursos. Com fechar essa equação? Nise: Essa conta não fecha nunca. Primeiro, ainda precisamos de mais recursos para a área de saúde. Segundo, estão sendo feito vários mecanismos de gestão e de controle. Está crescendo a percepção de controles das contas, isto é, saber como é que determinado programa é pago, como é realizado. E isso precisará do controle social também. Ou seja, as pessoas têm de ser informadas naquela cidade sobre determinado programa pago pelo Ministério da Saúde e são elas que vão dizer se isso foi feito ou não. FH: Qual a sua opinião sobre ortotanásia? Nise: É um tema muito complexo. O que é a ortotanásia, a distanásia e a eutanásia. Acho que esse “thanatos” já traz um conceito complicado porque as pessoas misturam esses conceitos. Acredito que passamos por um momento em que a tecnologia permite que nós mantenhamos a vida a qualquer custo e a custos muito elevados. Não só custos econômicos, mas pessoais e com muito sofrimento. Por exemplo, um paciente muito idoso, que tem um câncer grave e precisa fazer diálise e usa outra terapia para o coração e uma terceira para manter o pulmão. Precisa-se discutir qual é o papel de todas essas tecnologias na manutenção da vida. Acho que não temos ainda uma regulação clara dentro do Brasil e fica difícil se alinhar com determinada característica. Posso

“eu diria que meu grande proceSSo é como conquiStar a coerência interna entre minhaS crençaS e minhaS atitudeS. não adianta acreditar em uma Série de coiSaS e em um mundo melhor Se agir de forma não coerente” dizer que sou a favor de buscar menos medidas fúteis e a qualquer custo para manutenção da vida de pacientes que não têm perspectiva terapêutica. FH: O diagnóstico está melhor que antigamente, mas, às vezes, se tem uma doença e começa a tratá-la sem tanta necessidade, porque a pessoa morreria de outra enfermidade. O super diagnóstico atrapalha? Nise: O excesso traz precocemente para o paciente a impotência e incontinência urinária e, eventualmente, aquele câncer não estaria evoluindo. Agora, ainda é um ponto muito delicado saber quem vai evoluir e quem não vai. Estima-se que haja muitas cirurgias desnecessárias para o câncer de próstata e outras que seriam necessárias, mas como o paciente não tem acesso, não faz. No Brasil, de maneira geral, ainda se diagnostica menos, precisamos trazer mais diagnóstico para rede, antes de ter o superdiagnóstico. Na saúde suplementar, talvez, seja o momento de discutir quando operar e não operar. Por exemplo, um paciente de 80 anos que descobriu um câncer de próstata recentemente e ainda é pequeno. É uma discussão deve ir a um fórum científico, não é do gestor nesse momento.

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Sonhar e ter a ousadia de realizar leva a IT Mídia a mudar paradigmas. No nosso setor da Saúde ninguém até hoje conseguiu conectar pessoas de um modo tão agradável e produtivo. Dr. George Schahin Diretor Presidente Hospital Santa Paula

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economia

A EC 29 E suAs rEpErCussõEs

econômicas

A

MAriA CristinA AMoriM economista, professora titular da Puc-sP

EduArdo PErillo médico, mestre em administração, doutor em história econômica

aprovação da regulamentação da Emenda mento progressivo dos gastos públicos com saúde, Constitucional 29 com vetos da Presidência inclusive, com maior participação da União, em da República a diversos dispositivos, ouvidas um projeto de perfil mais alongado, pelas razões as manifestações da Advocacia Geral da União e expostas acima. vários ministérios, ainda suscita os mais variados A outra diferença é que percentuais iguais de moncomentários, muitas vezes desfavoráveis, vindos tantes diferentes são, naturalmente, diferentes. Para de segmentos do setor saúde. carrear mais recursos para a saúde, mantido o atual Em uma avaliação simplista, seria cômodo afir- comprometimento percentual do PIB, é necessário mar que, do ponto de vista político, foi a maneira que esse cresça: mais riqueza nacional, mais recurpossível de acomodar os interesses dos grupos de sos para a saúde. pressão da saúde e aqueles dos partidos que consE como ficam os gastos dos Estados e municípios? tituem a base de sustentação do governo. Visto do Os primeiros deverão comprometer 12% de suas horizonte sanitarista, os vetos na Lei Complementar receitas — ICMS, IPVA e ITCMD são as principais 141/2012 foram “a pá de cal” —, enquanto os segundos parnas esperanças da regulamenticiparão com 15% das receitas Para carrear mais recursos tação da EC 29. próprias de IPTU, ISS e ITBI, e Do ponto de vista das contas daquelas recebidas da União e Para a saúde, mantido o atual nacionais é uma manifestação do Estado no qual se encontram: comPrometimento Percentual do de sabedoria; o momento eco50% do IPVA (estadual) e do ITR PiB, é necessário que esse cresça: nômico nacional e internacional (federal), e 25% do ICMS (estamais riqueza nacional, mais impõe cautela nas decisões de dual) recolhidos em seu terrirecursos Para a saúde desembolsos futuros: melhor tório, além de outras fontes de comprometer-se com montanmenos expressão. tes possíveis do que aventurar-se e depois precisar Nos municípios menores, notadamente naqueles recuar por falta de caixa. Ademais, a lei prevê sua com até 20 mil habitantes — 73% do total, segundo reavaliação periódica, e sempre será possível re- o IBGE — os montantes arrecadados dos tributos ver a forma e montante de comprometimento dos mencionados são pífios, e 15% disso representa recursos da União na rubrica saúde. menos ainda. Ainda segundo o IBGE, o Fundo de O comprometimento de parcela do produto na- Participação dos Municípios, federal, é a maior fonte cional com despesas de saúde ronda atualmente das receitas disponíveis para esses municípios, e os 8,5%, valor semelhante aos gastos de países de esse valor não entra na conta da saúde. economia consolidada, como os da OCDE (ressalMais recursos para a saúde? Crescimento ecovados os EUA). As diferenças estão na participação nômico e penalização para gestores que não os das despesas públicas na composição dessa parce- aplicam na saúde. Se não houver custos — pesla, aqui muito menores do que lá — certamente é soais, econômicos ou políticos — para quem não necessário caminhar nessa direção, invertendo a cumpre a determinação legal, a lei será em breve predominância dos gastos privados a partir do au- letra morta.

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O PONTO DE ENCONTRO DA SAÚDE NA WEB O Saúde Web é o principal portal de gestão, serviços e tecnologias para o setor da saúde. Oferece diariamente informações e serviços para profissionais responsáveis pelos negócios gerados no mercado de saúde, tornando-se referência para os executivos do setor.

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PANORAMA

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FRUTOS Maria Carolina Buriti • mburiti@itmidia.com.br / Verena Souza • vsouza@itmidia.com.br

PARA APROVEITAR O FÉRTIL MOMENTO VIVIDO PELA ECONOMIA, AS EMPRESAS DE SAÚDE PRECISAM INVESTIR EM PROJETOS DE REFORMA E EXPANSÃO.MAS PARA TRANSFORMAR SONHOS EM REALIDADE, É NECESSÁRIO OPTAR PELO MELHOR MODELO DE FINANCIAMENTO. É AÍ QUE ENTRAM EM CAMPO DIVERSAS ALTERNATIVAS E AS DESVANTAGENS DE UM MERCADO IMATURO

U

. Transformações culturais, estruturais, econômicas e, também, de aspectos legais convergem para uma realidade rica em oportunidades, investimentos e desafios. Nesse contexto, o planejamento de qualquer empresa de saúde deve basear-se em evidências como, por exemplo, a de que o Brasil chegará a 2050 com cerca de 15 milhões de idosos, dos quais 13,5 milhões com mais de 80 anos, tornando-se, em 2025, o sexto País do mundo com o maior número de idosos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Outro movimento a ser considerado é o de migração e ascensão das classes sociais no Brasil. De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos últimos dois anos, 10 milhões de pessoas entraram na classe C, um crescimento de 9,12% deste estrato econômico. Assim, hoje, a chamada nova classe média brasileira já representa 55% da população brasileira, e tem como reflexo a entrada de mais pessoas na saúde suplementar. Outra dinâmica que injeta uma dose de novas oportunidades na saúde é a regulamentação da Emenda 29, que garante mais recursos para a área pública. Os movimentos que antecipam o aumento significativo de demanda e a necessidade de reorganizar o modelo de negócio para os próximos anos são os mais variados.No entanto, o passo primordial para qualquer instituição de saúde sobreviver e consolidar sua sustentabilidade diante de tal realidade está na obtenção de recursos. Eles são o combustível que torna viável o crescimento e o desenvolvimento econômico do setor. Muito além do que é oferecido por bancos de varejo, a juros considerados altos e prazos apertados, no momento de expandir suas instalações, as empresas procuram outros parceiros. BNDES, bancos internacionais, Fundo de Investimento Imobiliário, Private Equity, Project Finance e abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) em algum momento entrarão na pauta de discussão da sua empresa. Para mostrar como eles funcionam, suas vantagens e desvantagens, FH buscou consultores, professores e os próprios financiadores, além de cases desse mercado tão peculiar. O resultado você confere a seguir.

SEMPRE QUE VIR ESTE ÍCONE NA MATÉRIA, PROCURE NA TABELA MAIS INFORMAÇÕES

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André Staffa, da Lógika Consultores Associados: a saúde ainda está na pré-adolecência quando se fala em maturidade

BNDES CRIADO EM 1952,O BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES), EMPRESA PÚBLICA FEDERAL, É HOJE O PRINCIPAL INSTRUMENTO DE FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO PARA A REALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS EM TODOS OS SEGMENTOS DA ECONOMIA. PRÓS: • JUROS BAIXOS, EM MÉDIA 14% AO ANO, SE COMPARADO AOS OFERECIDOS PELOS BANCOS DE VAREJO, EM TORNO DE 20%. • FINANCIAMENTO DE ATÉ 10 ANOS, EM GERAL; •ESTÍMULOS PARA EMPRESAS QUE CONTRIBUEM COM O SUS; • REGIÕES E MUNICÍPIOS DE BAIXA RENDA, O BANCO CHEGA A FINANCIAR 90% DA COMPRA DE EQUIPAMENTOS. CONTRAS: • FINANCIA APENAS UMA PARTE QUE, EM GERAL, É DE 50%; • EXIGE CONTRAPARTIDA EM RELAÇÃO AOS “PRODUTOS” FINANCIADOS.

F: G B

PANORAMA CENÁRIO Apesar de construída ao longo da história apenas sob a égide da cura e proteção ao paciente, contrapondo-se ao modelo organizacional de mercado, hoje, vigente, a medicina tem avançado e protocolos de segurança do paciente têm sido disseminados, assim como acreditações, certificações hospitalares e, até, a adoção, ainda que por poucas instituições - quando se restringe a hospitais, de governança corporativa. “Quando se fala em aprovação de crédito, do lado de quem empresta, existem alguns setores mais complicados de lidar como igrejas, mídia e hospitais. Não tem como mandar tirar um leito da UTI, por exemplo. O que se faz é criar produtos mais direcionados, com garantias diferentes dos outros”, explica o professor do laboratório de Finanças da Fundação Instituto deAdministração (FIA), Ricardo Humberto Rocha. A diferença básica é que a saúde, de uma forma geral, ainda está “numa fase de pré- adolescência quando se fala em maturidade”, afirma o fundador da Lógika consultores associados, Andre Staffa. “É mais difícil conseguir investimentos . Outros setores conseguem mais facilmente, pois já têm governança corporativa e auditoria incorporada”, completa. Entretanto, mesmo diante dessasparticularidades, as ofertas para captar recursos no mercado para as empresas de saúde são basicamente as mesmas de outros segmentos econômicos - com exceção de um aspecto legal: a proibição de empresas com capital estrangeiro de participarem, direta e indiretamente, na assistência à saúde do País (Artigo Constitucional 199, parágrafo 3º) – exceto para planos de saúde e serviços de medicina diagnóstica. NACIONAL E SOCIAL Quando não para financiar ou quitar dívidas, captar recursos pressupõe uma intenção de gerar valor a curto ou longo prazo. Atualmente, o meio mais utilizado para a compra de equipamentos médicos, construção, modernização ou ampliação de empreendimentos em saúde é o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). Em 2011, foram contratados pelo BNDES, aproximadamente, R$ 1,3

bilhões em financiamentos à saúde, no âmbito dos seus diversos produtos. Segundo o gerente do departamento de Operações Sociais do BNDES, Sandro Ambrósio, dentro do montante incluem-se cerca de R$ 700 milhões relativos ao BNDES Saúde, programa exclusivo para entidades filantrópicas que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS). “O BNDES é excelente alternativa devido aos juros mais baixos, equivalentes, em média, a 14% ao ano, enquanto bancos comerciais cobram, no mínimo, 20%”, diz Staffa. Porém, o executivo faz a ressalva de que o banco participa apenas de uma parte do financiamento que, em geral, é de 50%. FOCO NO “CORE BUSINESS” Outra forma de captação de recursos para as empresas de saúde, permitido para hospitais, é o Fundo Imobiliário. O modelo é uma alternativa para os hospitais conseguirem captar dinheiro e investir em seu verdadeiro “core business”. Nele, o interessado emite títulos no mercado, os investidores os compram e com o recurso investido se constrói um novo empreendimento, dessa forma, a instituição passa a pagar o aluguel para o fundo e pode utilizar os recursos que seriam aplicados na compra ou construção de um imóvel no dia a dia da instituição, por exemplo. Um caso conhecido no setor de saúde é o do Grupo Nossa Senhora de Lourdes, que aderiu a dois fundos imobiliários estruturados pela Brazilian Mortgages; um com o Hospital da Criança, em 2000, e outro com o Hospital Nossa Senhora de Lourdes (HNSL) que, em 2008, conseguiu captar R$ 107 milhões. O montante foi utilizado para liquidação de endividamento bancário e ampliação do edifício do hospital, que ganhou também em 2008 um prédio com 219 leitos e novos equipamentos médicos. Vale lembrar que a Brazilian Mortgages foi comprada pelo banco BTG Pactual, sócio da Rede D’Or, no final do ano passado. Até o fechamento desta edição circulavam boatos de que a Rede D´Or adquiriria o controle do HNSL. Para Costa, da FIA, o fundo imobiliário é uma boa alternativa para as empresas no geral, pois com a captação de recursos advindos da operação com o fundo é possível usar o dinheiro para capital de giro e investir realmente naquilo que é o objetivo da empresa. “Qualquer negócio que não seja virtual precisa de um espaço físico, ou se constrói um ou se aluga. Ao se optar por um fundo, são emitidas cotas para os investidores. Assim capta-se dinheiro, se faz caixa para empresa e a operação fica direcionada para o negócio,” explica Costa. Para Staffa, da Lógika, apenas em casos excepcionais as empresas, de uma maneira geral, incluindo os hospitais, devem investir na construção de empreendimentos, pois a aplicação de recursos não é barata e a empresa acaba por deixar imobilizado um ativo que poderia ser empregado em outras frentes de negócio. Mas, como em todo investimento, esta pode ser uma manobra arriscada. Os riscos podem estar nos trâmites contratuais se a estrutura jurídica não for elaborada corretamente e, se, com a receita gerada não se conseguir pagar o aluguel. Além disso, os investidores têm de lembrar que despejar ou substituir um inquilino quando se trata de uma instituição de saúde será sempre mais difícil por causa do caráter social da instituição. A relação entre proprietário e inquilino do Grupo Nossa Senhora de Lourdes mostrou no último mês de janeiro que “nem tudo são flores” quando se trata de uma operação com fundo imobiliário. A Brazilian Mortgages entrou com uma ação de despejo contra o Hospital da Criança, em São Paulo, em razão da inadimplência do aluguel de dezembro de 2011. Com o atraso, consequentemente os investidores do fundo ficaram sem receber a sua parte do aluguel. A informação

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foi divulgada por meio de fato relevante em 19 de janeiro deste ano. Alguns dias depois, o Hospital da Criança comunicou que o aluguel já estava quitado. Há informações de que a ação de despejo seria uma retaliação ao Grupo, pelo fato da conquista de uma liminar na Justiça para reajustar o valor do imóvel do Hospital da Criança que passaria ser provisoriamente de R$ 442 mil ou 8% do faturamento mensal do hospital. Em 12 de janeiro, o HNSL conseguiu uma liminar provisória para baixar o aluguel. O valor passou de R$ 2 milhões para R$ 1,6 milhão, o que corresponde a 80% do faturamento do hospital. O HNSL também chegou a ficar inadimplente no fim do ano passado, mas já quitou suas obrigações. A FH entrou em contato com o grupo, que preferiu não se pronunciar sobre o assunto. Em comunicado divulgado ao mercado, a rede afirmou que “vem trabalhando no sentido de rever seus custos operacionais e o pedido de revisão do valor dos alugueis pagos pelos hospitais é uma etapa deste trabalho”. UM PROJETO PARA CHAMAR DE SEU Uma modalidade ainda pouco utilizada é o Project Finance. Trata-se do financiamento de um projeto sem garantia nenhuma. Quem faz são fundos de investimentos que analisam e financiam o projeto, independentemente de garantia. Fazem por sua qualidade, confiabilidade e viabilidade da proposta em si. Quem faz, de uma maneira geral, são bancos e fundos internacionais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial/ International Finance Corporation (IFC). “O projeto tem que estar muito bem feito e, normalmente, eles querem projetos grandes para justificar o tempo, o custo e o risco”, explica Staffa. Segundo o executivo, os chamados grandes projetos giram em torno de US$ 40 milhões. O próprio André Staffa comandou uma operação no modelo de Project Finance quando estava à frente da rede paulistana São Luiz, em 2006. Os recursos, cerca de US$ 30 milhões, foram tomados do Banco Mundial/IFC para equipamentos, capital de giro e despesas pré-operacionais da unidade Anália Franco. A construção do empreendimento foi viabilizada via fundo imobiliário.

FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO: É FORMADO UM FUNDO QUE EMITE TÍTULOS PARA INVESTIDORES. OS INVESTIDORES COMPRAM OS PAPÉIS E COM ESSES RECURSOS COMPRAM OU CONSTROEM O IMÓVEL. COM A CAPTAÇÃO, A INSTITUIÇÃO INVESTE EM EXPANSÃO, INFRAESTRUTURA E FLUXO DE CAIXA. APÓS A CONSTRUÇÃO/ AQUISIÇÃO, A EMPRESA PASSA A PAGAR ALUGUEL PARA O FUNDO, QUE REPASSA PARA OS INVESTIDORES. PRÓS: • INVESTIMENTO INICIAL PODE SER UTILIZADO PARA GIRO DE CAIXA E OUTROS INVESTIMENTOS; • EMPRESA ECONOMIZA O RECURSO QUE IRIA INVESTIR EM UM PATRIMÔNIO FÍSICO; • É DIFÍCIL SE DESPEJAR UM INQUILINO DE UM FUNDO IMOBILIÁRIO QUANDO SE TRATA DE UM HOSPITAL; • DEVE SE POPULARIZAR NOS PRÓXIMOS ANOS E ISSO TAMBÉM SE DEVE AO “BOOM” IMOBILIÁRIO DO BRASIL. CONTRAS: • NÃO HÁ MUITO INTERESSE, UMA VEZ QUE A LEGISLAÇÃO PROTEGE OS HOSPITAIS BRASILEIROS, NO CASO DE DESPEJO E SUBSTITUIÇÃO DE INQUILINO, POR EXEMPLO; • CUIDADO PARA QUE A OPERAÇÃO NÃO FIQUE MAIS CARA DO QUE SE FOSSE EMPREGAR O CAPITAL E CONSTRUIR SUA PRÓPRIA SEDE; • É PRECISO SABER SE A GERAÇÃO DE RECEITA CONSEGUIRÁ PAGAR O ALUGUEL

“Os juros estavam mais baixas que os do BNDES na época e financiamento maior. Conseguimos 13 anos, com três de carência”, relembra. Apesar dos investidores de Project Finance não olharem para a garantia e, sim, para o projeto, isso não quer dizer que conquistá-lo seja fácil.A empresa solicitante tem de estar muito bem estruturada, oferecer números transparentes, ter um book bem feito. “Outra coisa a ser considerada é a dependência do humor do mercado externo. Existe muito dinheiro por aí, mas as empresas ainda preferem comprar títulos do governo americano e esperar”, explica. O prazo para pagar o projeto pode chegar a 15 anos. A OPÇÃO DO FUNDO A maioria ainda escolhe o caminho mais seguro de financiamento pelo BNDES, mas há quem invista em operações mais ousadas como é o caso da Rede D´Or São Luiz, a maior rede hospitalar do Brasil. Com estratégias claras de expansão no País, em 2010, o grupo optou por duas alternativas de captação. Recebeu empréstimo de R$ 55 milhões do International Finance Corporation (IFC), braço direito do Banco Mundial para o setor privado, e selou parceria com o banco BTG Pactual, por meio de sua área de Merchant Banking, mediante acordo para subscrição de debêntures conversíveis em ações da rede carioca. A Rede D´Or não revela o valor do negócio, mas não seria o suficiente para dar ao Pactual o controle do capital.”Pela lei brasileira, não é permitido comprar ações, por isso, a escolha pela emissão de debêntures, que é um título de dívida”, explica Staffa. Entretanto, o fato de serem conversíveis em ações se dá pela possibilidade do Artigo Constitucional 199, parágrafo 3º, mudar, sendo liberada a participação do capital estrangeiro em serviços de saúde e, dessa forma, viabilizando a conversão em ações da Rede D´Or. Em relação a bancos internacionais, não há nenhuma lei que proíba financiamentos por meio deles. Em explanação durante o 1º Congresso Nacional de Hospitais Privados, realizado em São Paulo, em 2011, o presidente do BTG Pactual, André Esteves, cravou a seguinte afirmação: “o Brasil está no melhor momento econômico dos últimos 500 anos.” Segundo Esteves, duas vitórias, conquistadas nos últimos anos foram fundamentais para a posição

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Grupo Vita, rede de quatro hospitais, recebe investimentos de capital de risco

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PANORAMA

PROJECT FINANCE

IPO

FINANCIAMENTO DE UM PROJETO SEM GARANTIA NENHUMA. QUEM FAZ SÃO FUNDOS E BANCOS DE INVESTIMENTOS QUE ANALISAM E FINANCIAM O PROJETO INDEPENDENTEMENTE DE GARANTIA. ELES FAZEM PELA QUALIDADE, CONFIABILIDADE E VIABILIDADE DO PROJETO EM SI.

OFERTA PÚBLICA INICIAL, MAIS CONHECIDA COMO IPO (DO INGLÊS INITIAL PUBLIC OFFERING). A OPERAÇÃO MARCA A PRIMEIRA VENDA DE AÇÕES DE UMA EMPRESA NA BOLSA DE VALORES, COM INTUITO DE LEVANTAR CAPITAL OU POR MOTIVOS DE ALAVANCAGEM.

PRÓS: • NÃO SÃO EXIGIDAS AS MESMAS GARANTIAS QUE EM UM FINANCIAMENTO NORMAL; • OS PRAZOS DE FINANCIAMENTO CHEGAM A 15 ANOS; • SÃO FINANCIADOS VALORES ALTOS, EM TORNO DE US$ 40 MILHÕES; • GOVERNANÇA CORPORATIVA: É PRECISO TRANSPARÊNCIA EM SEUS PROCESSOS.

em que o País ocupa hoje no cenário internacional: a consolidação do equilíbrio macroeconômico e a obtenção do consenso político. Quanto à procura das empresas de saúde por financiamentos para crescer no mercado, para o executivo, as instituições podem se endividar, porém “é preciso trazer capital permanente e escolher os parceiros certos”, alerta. Quem também optou pelo fundo de Private Equity com modelo semelhante ao da Rede D´OR foi o Grupo Vita, rede com dois hospitais em Curitiba (PR) e dois em Volta Redonda (RJ). A rede é a única no Brasil que recebe investimentos de capital de risco. As quatro unidades são sociedades anônimas, com debêntures colocadas no mercado e metas desafiadoras de resultado econômico-financeiro. O grupo faz parte da International Hospital Corporation e também tem parceria com a Rede Cima, empresa que atua no México e na Costa Rica.

Hosp. Nossa Senhora de Lourdes optou pelo fundo imobiliário para quitar dívidas e expandir unidades

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CONTRAS: • PROJETO PRECISA SER BEM ESTRUTURADO; • APROVAÇÃO PODE DEMORAR; • VALORES BAIXOS NÃO SÃO FINANCIADOS; • INVESTIMENTOS DEPENDEM DO “HUMOR” DO MERCADO EXTERNO; • ESPÉCIE DE “SÓCIO” PARA PRESTAR CONTAS.

PRÓS: • ESTÍMULO PARA ESTRUTURAR PROCESSO DE GOVERNANÇA E GESTÃO CORPORATIVA; • RELAÇÃO DE PROXIMIDADE COM A DEMANDA DO MERCADO; • ESTIMULA TRANSPARÊNCIA E COMPETITIVIDADE.

Por meio dessas parcerias internacionais que o Grupo Vita consegue receber recursos via fundo estrangeiro que cataliza investimentos de mais de 97 investidores espalhados por diferentes países. Para se ter uma ideia, hoje o maior acionista do grupo é o presidente Edson Santos, com apenas 12% de participação, o restante está diluído no mercado. De acordo com Santos, a capitalização é feita via conversão de debêntures, que hoje estão em um movimento de tranformação em ações do grupo. “O número de debêntures vem dimuindo e se tranformando em ações. A soma dos capitais registrados hoje passa de R$ 70 milhões e devemos ter ainda cerca de R$ 40 milhões em debêntures sendo convertidas”, conta. Perguntado se o IPO é o próximo passo, Santos diz que para fazê-lo ainda é preciso crescer. BANCOS INTERNACIONAIS X SÍRIO-LIBANÊS Alemanha, França e Estados Unidos foram os países em que o Hospital Sírio Libanês encontrou os parceiros ideais. Para sanar uma demanda crescente, a entidade começou a colocar em prática, desde 2008, um plano de dobrar a capacidade de atendimento da unidade Bela Vista (SP), passando de 358 leitos para 692 até 2020. Tamanha ambição impulsionou a entidade a levantar cerca de R$ 1 bilhão. O montante é proveniente de recursos internos, do BNDES, e de contratos com os bancos DEG, da Alemanha, Proparco, da França e BID, dos Estados Unidos. “Essa experiência de buscar parcerias externas é uma quebra

CONTRAS: • ARTIGO CONSTITUCIONAL 199, PARÁGRAFO 3º, PROÍBE EMPRESAS DE CAPITAL ESTRANGEIRO A PARTICIPAREM, DIRETA E INDIRETAMENTE, NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DO BRASIL – EXCETO PARA PLANOS DE SAÚDE, COM RESPALDO LEGAL NA LEI 9656; • FALTA DE “MATURIDADE” DE GESTÃO CORPORATIVA, O QUE DIFICULTA INVESTIMENTOS. de paradigma para o setor hospitalar”, ressaltou o superintendente de controladoria e finanças do Sírio-Libanês, Carlos Alberto Marsal, em entrevista para o Saúde Web. Esta foi a primeira vez que os bancos DEG e Proparco firmaram contrato de empréstimo com um hospital da América Latina. De acordo com o executivo, havia a necessidade de recursos com condições adequadas à filantropia. “A amortização não poderia ser inferior ao período de inauguração do prédio, previsto para 2013”, conta Marsal. As linhas de crédito com os quatro bancos foram aprovadas entre 2010 e 2011. O contrato com o BID é diferente dos demais, sendo caracterizado como capital reserva. Apesar da negociação com as instituições estrangeiras, o BNDES, é o principal financiador do projeto, com R$ 430 milhões. A linha de crédito faz parte de um

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programa do BNDES Saúde, voltado exclusivamente para os Hospitais Excelência, assim reconhecidos pelo Ministério de Saúde. São eles: Sírio-Libanês (SP), Albert Einstein (SP), Alemão Oswaldo Cruz (SP), HCor (SP), Samaritano (SP) e Moinhos de Vento (RS). As condições, estabelecidas em março de 2011 com o BNDES são de quatro anos de carência, prazo total de 12 anos para pagar, com taxa de correção de 8% ao ano. A contrapartida do Sírio - Libanês junto à entidade será na destinação de 5% do valor da linha de crédito para o SUS. O valor acordado com os bancos DEG e Proparco foi de US$ 40 milhões, o equivalente a R$ 75 milhões na época da negociação. Ambas as instituições compartilham o risco mediante as seguintes condições: quatro anos de carência, taxa de correção de 4,3% ao ano e dez anos para pagar. “Objetivo é garantir um Ebtida médio (lucro antes de juros, impostos, amortização, e depreciação) de 13% nos próximos anos, para que a geração de caixa complemente as necessidades de recursos”, conta Marsal. No primeiro momento, a linha de crédito de US$ 40 milhões, aprovada junto ao BID, não será usada. “Vamos verificar como evoluirá a expansão para, depois, avaliar se haverá necessidade do crédito complementar”, explica Marsal. Entre as áreas críticas a serem expandidas estão os serviços de diagnósticos, incluindo abertura de unidades externas para suprir a demanda; serviços de oncologia e salas cirúrgicas, passando de 19 para 31. De acordo com Marsal, a cada ano – até 2020 – serão abertos 71 leitos. “Este é o escalonamento de ocupação projetado para evitar riscos”, afirmou o superintendente.

NÃO É PARA TODOS Para consultores de mercado, o aumento de renda, principalmente das classes C e D, contribui para que as empresas de saúde tenham um desempenho promissor na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa) - outra alternativa de captação de recursos - exceto para hospitais, que não podem abrir capital. Enquanto o Projeto de Leide nº259/2009, que libera a participação de capital estrangeiro na assistência à saúde, não é aprovado, indústrias farmacêuticas, de bens de consumo, laboratórios, planos de saúde e de seguros aproveitam a oportunidade do IPO. Dez são as empresas do segmento de saúde presentes na bolsa atualmente (veja tabela). Entre elas está a Amil - a maior operadora do País -, com mais de 5,6 milhões de beneficiários que, por meio de sua holding Amilpar, estreou na BM&F Bovespa em 2007, com captação de R$ 1,4 bilhão. Dois anos depois, a operadora compraria a concorrente Medial, também listada em bolsa, por R$ 612 milhões. Em 2010, a Amil anunciaria o fechamento do capital da Medial, passando a ser a única operadora de planos de assistência médica com papéis negociados na bolsa, que hoje valem R$ 6 bilhões. As possibilidades de captação estão aí e vão ao encontro da necessidade de organizar, expandir e modernizar o setor, que aproveita a boa maré de desenvolvimento econômico e político do País. As iniciativas, porém, ainda são tímidas quando comparadas a outros segmentos. Esta talvez seja a hora de sair da adolescência, como é caracterizado pelo consultor André Staffa, e transitar pelas responsabilidades da maturidade.

PRIVATE EQUITY É A VENDA DE UM PEDAÇO DA EMPRESA COMO O IPO, A DIFERENÇA É QUE AO INVÉS DA PULVERIZAÇÃO DAS AÇÕES DA EMPRESA, O FUNDO TEM UMA DETERMINADA COTA DE PARTICIPAÇÃO. PRÓS: • GOVERNANÇA CORPORATIVA ESTRUTURADA CONTRAS: • FILANTRÓPICOS NÃO PODEM CEDER PARTE DO CAPITAL; • NO CASO DOS HOSPITAIS, NÃO É PERMITIDO O EMPREGO DE CAPITAL ESTRANGEIRO, OU SEJA, UM FUNDO INTERNACIONAL.

Para Carlos Marsal, do SírioLibanês: parcerias com bancos internacionais é uma quebra de paradigma para os hospitais

F: D

EMPRESAS DA SAÚDE NA BM&FBOVESPA AÇÃO

TIPO

LUCRATIVIDADE JAN/12 (%)

BIOMM BIOMM CREMER AMIL DASA FLEURY ODONTOPREV QUALICORP TEMPO PART BR PHARMA DIMED DIMED PROFARMA RAIADROGASIL

ON PN ON EJ NM ON NM ON NM ON NM ON EJ NM ON NM ON NM ON EB NM ON EJ PN ON NM ON EJ NM

-53,9 -9,8 +5,4 +6,5 +8,4 +6,8 +9,8 +3,2 +1,2 +2,4 +18,4 +5,7 +10,7 +11,8 F: BM&FB

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política

1993

criação da frente parlaMentar da saúde, presidida pela priMeira vez pelo deputado chafic farhat

1997

2000

criação da cpMf, contribuição sobre MoviMentações financeiras coM o obJetivo de arrecadar Mais recursos para a saúde

votação da pec 169 do deputado eduardo Jorge, transforMada eM eMenda constitucional 29

2007

fiM da cpMf criação do pls 121, do senador tião viana , que Manteve os MesMos percentuais de recursos próprios de estados e Municípios e para a união, 10% da receita corrente bruta escalonado eM quatro anos

2008

para viabilizar a ec29 foi resgatada a cpMf, Mas coM o noMe css (contribuição social para a saúde)

A sAgA dA

EmEnda 29 Guilherme Batimarchi • gbatimarchi@itmidia.com.br

MesMo sancionada pela presidente dilMa rousseff, proJeto ainda causa polêMica entre parlaMentares e entidades Médicas, aléM de não sanar coMpletaMente o probleMa do financiaMento à saúde

A

pós 11 anos, a Emenda Constitucional 29 (EC29), projeto que estabelece a vinculação de recursos à saúde nas três esferas de governo, federal, estadual e municipal, foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 16 de janeiro de 2012. No entanto, a sanção foi acompanhada de 15 vetos presidenciais. De acordo com o texto sancionado, os estados são obrigados a investir 12% da arrecadação com impostos na saúde; os municípios, 15%, mas não há limite definido para o governo federal. Em seu texto original, a proposta previa um repasse fixo da União equivalente ao empenhado em 2011 mais a variação do PIB de 2010 para 2011, somando cerca de R$ 86 bilhões, porém tal proposta não foi adiante.

Depois do longo período de discussão e alterações do projeto original, criado em 2000, as atenções agora se voltam para a forma como essa injeção de recursos, que gira em torno de R$35 bilhões, será aplicada no Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão gerou otimismo e novas reivindicações entre profissionais e entidades do setor de saúde. Em setembro de 2011, após a aprovação do projeto de lei que regulamenta a EC29 pela Câmara dos Deputados (veja linha do tempo acima), o setor de saúde se viu otimista e considerou a decisão do Congresso Nacional uma vitória. Na época, o diretor geral do Hospital M´Boi Mirim, localizado na capital paulista, Silvio Possa, disse que a regulamentação foi um

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2009

2011

2012 vejA trAjetóriA dA emendA 29

aprovação no senado do pls 121, capaz de auMentar os recursos para a saúde eM cerca de r$71 bi eM quatro anos (seM desconto de dru)

regulaMentação da ec29 na câMara dos deputados seM a criação da css aprovação da ec29 pelo senado federal

passo muito importante na tentativa de conseguir recursos para a saúde pública brasileira, mas fez ressalvas sobre a gestão dos recursos: “Acredito que exista a possibilidade de se restringir gastos que sejam absolutamente desnecessários e direcionar recursos de forma a suprir a demanda dos serviços públicos”. Menos de um mês depois da aprovação no Congresso, em janeiro de 2012, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei complementar 141/2012 regulamentando a EC29, mas com 15 vetos, entre eles o que fixa o repasse de 10% da arrecadação bruta do governo federal à saúde pública, mantendo as bases de cálculo da União nos parâmetros atuais. A decisão gerou o descontentamento de entidades de classe como a Associação Médica Brasileira, Ordem dos Advogados do Brasil, Academia Nacional de Medicina, Associação Paulista de Medicina e várias outras, que decidiram apresentar um Projeto de Lei de iniciativa popular para a revisão imediata da regulamentação sancionada pela presidente. Segundo as entidades, o sistema de saúde sofreu duro golpe com a Lei Complementar que, dessa forma, deixará de ter cerca de R$ 35 bilhões a mais para o sistema de saúde. Valor este que seria repassado ao SUS caso fosse sancionado o projeto original do Senado. Para o médico e historiador Eduardo Perillo havia

presidente dilMa rousseff sanciona a lei coMpleMentar 141 que regulaMenta a ec29 coM veto a 15 artigos, entre eles, a criação de uM novo tributo para a saúde, a css

deputado darcísio perondi, presidente da fps, apresenta proJeto de leiM coMpleMentar 123/2012, obrigando a união a investir o equivalente a 10% de suas receitas correntes brutas para financiar as ações e os serviços públicos de saúde

uma pretensão do Governo Federal de elevar os gastos com saúde de acordo com as diretrizes do projeto. No entanto, se analisado do ponto de vista econômico, o País gasta estes recursos com assistência médica, que é mais cara e só tende a crescer caso não seja implementado um programa eficiente de prevenção. “Embora haja alguma preocupação em fazer com que as despesas que possam entrar no rol da saúde tenham um alinhamento, os gastos continuam muito mais direcionados à assistência médica do que à prevenção. Ou seja, ainda falta articulação entre as políticas públicas, para executar estes programas de prevenção.” Segundo Perillo, o investimento em educação – que está fora dos investimentos contemplados pela Emenda 29 – é um exemplo. “Cada vez que se aumenta em um ano o grau de instrução (escolaridade) materna ocorre uma queda considerável nos índices de mortalidade e morbidade infantil. No entanto, este dinheiro não é computado na verba da saúde, apesar de impactar diretamente no sistema. Ou seja, se você não investe em educação materna, a saúde acaba pagando a conta do tratamento da criança”. Perillo destaca também que as ações de promoção e prevenção continuarão sendo subvencionadas em detrimento do dinheiro que será destinado à assistência médica.

entidades apresentaM proJeto de lei de iniciativa popular, que visa ao recolhiMento de uM Milhão de assinaturas para rever a lei que regulaMentou a eMenda 29, recéMsancionada

Outro ponto levantado pelo médico é a questão do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) que será destinado à saúde. “Aumentar os recursos para a saúde relacionados ao PIB está cada vez mais difícil pois os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e União Européia que já gastam cerca de 8% de seu PIB com a saúde estão passando por dificuldades financeiras devido à recessão iniciada em setembro de 2008, o que significa que os gastos com saúde deverão diminuir. Portanto, essa participação enquanto porcentagem no produto interno também deverá cair.” Para esta questão, a solução é simples. “O jeito de fazer com que o gasto com saúde per capta aumente é fazer com que o PIB aumente, pois 8% em participação na saúde já é um comprometimento similar aos de países de primeiro mundo. A grande questão é o quanto é este PIB, pois, se ele crescer, automaticamente a receita destinada para a saúde aumentará. O que precisamos fazer é estimular a economia nacional para que ela cresça”, afirma. Mesmo com a sanção da EC29, após o longo período dos debates sobre recursos destinados à saúde, a discussão sobre o financiamento do setor no País vai continuar, segundo declaração recente do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

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hospital

EspErança nas lEntEs

do microscópio Cínthya Dávila • cinthya.davila@itmidia.com.br

No intuito de aumentar a participação do Brasil em pesquisas ligadas à oncologia e descobrir novas possibilidades de tratamento, o Icesp busca parcerias com indústrias e inaugura centro de pesquisa clínica. Assim como ele, o Inca e o IBCC vem desenvolvendo ações para que o País tenha possibilidade de realizar estudos e aumentar a competitividade no exterior

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E

capacidade de realizar estudos de fase um. Além disso, nossa expectativa é alcançarmos o desenvolvimento de fármacos em fase inicial, junto com as universidades e empresas”, afirma Hoff. Aliada à pesquisa clínica, o empreendimento trabalha também com estudos ligados à pesquisa transnacional. O oncologista conta que estão sendo testados novos tratamentos em pacientes, por meio de amostras de tumor e sangue, que passarão por análises no laboratório e os pesquisadores poderão ver que tipo de impacto essas terapias tiveram no tumor e no paciente. Em seguida, esses resultados serão levados de volta à pesquisa clínica para que o tratamento seja aprimorado. Para Hoff, estes ciclos começam a formar e impactar no desenvolvimento de novas drogas. Em curto prazo, Hoff conta que o novo centro visa permitir que pacientes que não contam com alternativas de tratamentos eficientes tenham a chance de receber uma terapia nova. Em médio e longo prazo, o projeto almeja melhorar o tratamento como um todo aos pacientes. “Mais para frente, esperamos que o aumento da pesquisa leve ao desenvolvimento de novos remédios no

Brasil e estimule a indústria a ser mais criativa, produzindo novos fármacos que possam ser utilizados na nossa população e também sejam exportados”. Com investimento de R$ 2,1 milhões, o laboratório montado no 12º andar do prédio do Icesp tem capacidade para até 80 profissionais, centrífugas, geladeiras e poltronas especiais destinadas à quimioterapia. Esse é o mais novo projeto do hospital. Inaugurada em 2008, a instituição paulista é a primeira a adotar a técnica de radiocirurgia para tratar tumores intracranianos e de pulmão. Além disso, conta com PET-CT e ultrassom para destruir tumores. A entidade também é a primeira a receber certificado para fazer com que o prontuário seja totalmente eletrônico.

O que vem pOr aí Este ano, o hospital vai atender mais de 16 mil casos de câncer. Diante do número, a meta é colocar em pesquisa clínica mais ou menos 500 ou 600 pacientes. “Eventualmente, gostaríamos que esse número chegasse a 10% dos pacientes. O benchmarking internacional de uma instituição de ensino é colocar mais ou menos 5% dos

Paulo Hoff, do Icesp, acredita que o aumento da pesquisa contribui para o desenvolvimento de novos remédios, estimula a criatividade da indústria e possibilita a exportação

Foto: RicaRdo Benichio

stimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que, nos próximos dois anos, o Brasil terá 520 mil novos casos de câncer. No levantamento realizado no ano de 2010, o número de diagnósticos previstos era de 489.270. Entre muitos fatores que levam ao crescimento no número de pacientes que necessitam de cuidados oncológicos, o envelhecimento populacional é um dos motivos que mais chama atenção. Segundo dados do Ministério da Saúde, o governo investiu cerca de R$ 2,2 bilhões na área de atenção oncológica em 2011. Por trás dos investimentos estão instituições públicas como o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Otávio Frias de Oliveira (Icesp) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca). ”O número de pacientes com câncer é muito grande, imaginar que 40% ou 50% destas pessoas vão morrer pela doença explica a urgência em relação a novos tratamentos”, analisa o diretor geral do Icesp, Paulo Hoff. Pensando em se aprofundar nesse objetivo, a instituição aprimorou um trabalho que já era realizado anteriormente e, junto com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, inaugurou, em janeiro deste ano, o Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia. Segundo Hoff, os estudos oncológicos são divididos em fases que vão de um a três e o Brasil possui uma grande participação em análises relacionadas à última etapa. “O que estamos tentando, com o desenvolvimento deste novo centro, é ajudar a melhorar a infraestrutura para possibilitar que estudos de fase dois sejam feitos em maior número e que sejamos reconhecidos como um local com

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Fotos: divulgação

hospital

Área externa do Icesp, na Zona Oeste de São Paulo. Painel do artista Romero Brito (foto baixo) decora entrada do hospital.

raIo x - IcESP Número de leitos: 291 Salas cirúrgicas: 09 Leitos de UTI: 44 Médicos: cerca de 340 Funcionários: 4 mil atendimentos no Pronto-Socorro/mês: em média 2 mil cirurgias/mês: em média 550 Internações/mês: em média 570 internações clínicas e 590 internações cirúrgicas

pacientes em pesquisa clínica. Nós queremos passar esse número”. Entre os trabalhos em andamento, destaca-se uma pesquisa patrocinada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), com verba do governo federal, que consiste no desenvolvimento de um novo anticorpo para tratar câncer de mama. “Esse medicamento está sendo produzido por uma empresa brasileira e os estudos acontecerão em seis centros de pesquisa ao redor do Brasil”. Além dos objetivos citados, em consonância com essa realidade o Icesp já está desenvolvendo 102 projetos de pesquisa para descobrir novas possibilidades de tratamento. Hoff chama atenção para as parcerias com as indústrias, ao citar que mais de 40 desses estudos são realizados em conjunto com empresas. “Desenvolver um remédio para tratar da doença é muito caro e parte desta criação vem do pipeline das indústrias. Estamos abertos para estabelecer novas alianças”. Mais do que implantar um programa para aprimorar a forma de tratar um paciente oncológico, Hoff quer ir além. “Nós temos uma das maiores diversidades do mundo em termos de biologia na Amazônia, oceanos e biomas diferentes. Grande parte desses componentes não foi avaliada por seu potencial de uso na saúde. Se tivermos investigadores capacitados e infraestrutura escalada, isso fará com que esse material seja explorado no termo mais positivo”.

em busca dO dNa da qualidade As iniciativas em torno de descobrir e produzir novos fármacos para o tratamento oncológico não se restringem apenas ao estado de São Paulo e, sim, fazem parte de uma iniciativa de âmbito nacional. No final de 2011, o Ministério da Saúde instituiu a Rede Nacional de Desenvolvimento de Fármacos Anticâncer (Redefac), que tem o objetivo de estimular a produção nacional de tecnologias terapêuticas inovadoras na área, diminuir a dependência do mercado externo em relação a essa produção, elevando também a competitividade da indústria brasileira. A Rede será administrada pelo Inca e vai contar com investimentos iniciais de R$ 7,5 milhões do Banco Nacional de De-

senvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Ministério da Saúde. O projeto será composto por grupos de pesquisa e desenvolvimento ligados às instituições públicas brasileiras, como Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), BNDES, Laboratório Nacional de Biociências e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A gestão da rede também contará com o apoio da Fundação Ary Frauzino para a Pesquisa e Controle do Câncer. De acordo com o vice-diretor e coordenador de educação e pesquisa do Inca, Luiz Augusto Maltoni, o objetivo do projeto é mapear no País centros que já tenham desenvolvimento de moléculas e assim unificar esses estudos com outras instituições. “Atualmente, vivemos uma desarticulação do trabalho. Muitos núcleos têm a capacidade de desenvolver uma molécula, mas não têm estrutura translacional. Sendo assim, é preciso aliá-los a outra estrutura. A ideia da rede é agregar todos esses centros em uma coisa só”. Maltoni diz que, por enquanto, não há possibilidade de mensurar o valor que será investido para a realização deste projeto. “Não é um recurso tátil, vamos publicar editais para desenvolver trabalhos nessa linha de oncologia, mas estimamos que os recursos aplicados sejam na ordem dos milhões”. O Inca também fechou, no ano passado, uma parceria com o laboratório farmacêutico GlaxoSmithKline (GSK) para a realização de cursos pesquisas e, potencialmente, para o desenvolvimento de novos tratamentos e medicamentos na área de oncologia. O acordo prevê que médicos e pesquisadores do Inca e da GSK compartilhem conhecimento. “É um conjunto de atividades que vão desde o desenvolvimento de pesquisa clínica até a fase três do estudo. Vale lembrar que o treinamento de pessoal não se restringe à GSK, temos contato com outras empresas e outras instituições também”, explica Maltoni. E ressalta que, cada vez mais, o instituto está participando dos protocolos clínicos. “Queremos estreitar a relação com a indústria não apenas por ser uma demanda das empresas, mas porque muitas querem aliar seu esforço à premissa de orientar questões políticas relacionadas ao câncer”. Maltoni diz que diante da dificuldade de

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Foto: divulgação

Para Luiz augusto Maltoni, do Inca: “é impossível trabalhar em um assunto sem pesquisa, só conseguiremos avançar em um controle do câncer sob o ponto de vista dos estudos”

raIo x - INca Número de leitos: 420 Salas cirúrgicas: 20 Leitos de UTI: 34 (CTI) Funcionários: 3.778 atendimentos no Pronto-Socorro/ano: 250 mil consultas cirurgias/mês: 718 Internações/mês: 1.303 Investimentos: em 2011, R$ 2,2 bilhões

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encontrar instituições brasileiras que façam estudos de desenvolvimento de pesquisa e a englobem, na fase um da análise é necessário capacitar pessoas e multiplicar esses centros. “É impossível trabalhar em um assunto sem pesquisa. Só conseguiremos avançar em um controle do câncer sob o ponto de vista dos estudos. Essas questões são de interesse público”. Em relação ao tempo estimado para que seja possível obter resultados destes projetos, Maltoni explica que não dá para trabalhar pesquisa em um tempo imediato. “São de dois a cinco anos para obtermos resultados em uma tese de orientação que tem obrigatoriamente um compromisso de reverter aquilo que já conhecemos. O Inca tem por obrigação cumprir essa missão”. Entre os casos que são considerados prioridade pelo Ministério da Saúde, Maltoni destaca colón, mama, pulmão e próstata. E diz estar otimista, pois acredita que é possível ter resultados em um período de 5 a 15 anos. “A tendência é que com o passar do tempo e com o surgimento de novas drogas e mais conhecimento sobre as doenças seja possível controlar os casos, fazendo com que o paciente tenha uma boa qualidade de vida ou não morra de câncer”. O diretor geral do Icesp, Paulo Hoff, completa ao dizer que hoje os casos de câncer se estabilizaram em países como Estados Unidos e Europa Ocidental e a tendência é que o Brasil também passe por esse processo. Melhor do que encontrar respostas para possíveis tratamentos contra o câncer é ver que profissionais do Brasil enxergam esperança pelas lentes de seus microscópios.

EvoLUção Para o câNcEr dE MaMa

Direcionando sua atenção para o tratamento do câncer ginecológico, o Instituto Brasileiro de Controle de Câncer (IBCC) vem desenvolvendo pesquisas clínicas em parcerias com laboratórios. De acordo com o diretor administrativo do IBCC, Valentim Biazotti, os estudos realizados em aliança com a indústria são vinculados a descoberta da ação de drogas utilizadas para tratar um determinado tipo de câncer e ver se esses compostos podem ser utilizadas para tratar outros tumores malignos”. Biazotti conta que a instituição está realizando uma pesquisa em relação ao câncer de mama, que pode representar uma revolução nestas cirurgias oncológicas. “Quando se encontrava um nódulo de mama, a opção do cirurgião era a mastectomia radical. Um médico italiano descobriu que, dependendo do tamanho do tumor, não é necessário tirar a mama toda e sim o setor do nódulo ou apenas um quadrante.”, lembra. O diretor administrativo do IBCC chama atenção para o fato de que o nível de conhecimento dos profissionais de oncologia no Brasil é muito heterogêneo, por isso é necessário investir na qualificação de profissionais do Norte e Nordeste do País. “Não adianta apenas adquirir equipamentos para realização de estudos, é preciso que existam profissionais preparados para realizar essas análises”. Para isso, o IBCC está com um projeto de disseminar conhecimento e, em março deste ano, pretende levar ao Norte e Nordeste treinamento para os profissionais de oncologia em formato de workshop. A instituição que criar a possibilidade de trazer especialistas de outras localidades para um treinamento em mastologia e compartilhar o conhecimento adquirido com outros profissionais.

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hospital

Economia

lógica

Guilherme Batimarchi • gbatimarchi@itmidia.com.br

Profissionalizar a gestão de logística de uma instituição de saúde pode aumentar não só a eficiência operacional das empresas, mas, também, impactar diretamente nas contas do hospital

O

rganizar toda a cadeia de suprimentos de uma instituição de saúde pode auxiliar não só as equipes assistenciais na hora de utilizar insumos e administrar medicações, mas organizar as contas no momento da cobrança pelo departamento administrativo e, principalmente, reduzir o desperdício e o impacto financeiro com a má utilização dos materiais. No entanto, implementar uma gestão logística eficiente pode significar um grande desafio, tendo em vista a mudança cultural que precisa ser efetuada nas equipes assistenciais e profissionais dos almoxarifados. Para a diretora de novos negócios da UniHealth, empresa especializada em gestão de logística hospitalar, Mayuli Fonseca, a prática da gestão profissional nesse segmento ainda é muito insipiente e, só nos últimos três anos, o mercado tem mostrado preocupação sobre o assunto, ainda pouco abordado. “Isso é muito preocupante, pois cerca de 50% do custo efetivo de uma instituição de saúde está em materiais e medicamentos. A má gestão desses produtos atinge diretamente os resultados da instituição. Hoje cerca de 40% da receita do hospital é oriunda desses materiais, o que leva essa gestão ineficiente a impactar também no lucro da instituição. O que vemos muito é a falta de foco, ou a gestão sendo realizada de forma manual.” O primeiro erro cometido pela maioria dos hospitais é a falta de foco nesse tipo de programa . “Normalmente, logística é o último ponto de atenção dos gestores hospita-

lares, o que acarreta na falta de profissionais qualificados, infraestrutura de armazenagem adequada e a falta de tecnologia e informação específica para esta área”, comenta a executiva. “Em hospitais administrados por médicos onde há um foco muito mais voltado para a área clinica, toda a parte de apoio, como a gestão de suprimentos, fica um pouco defasada, com falta de investimentos e até tecnologia inadequada, a gestão acaba com um custo maior do que o necessário”, completa Mayuli. Segundo a executiva, a falta de sistemas de informação que atendam as exigências da gestão de suprimentos também merece destaque, pois os softwares de gestão hospitalar possuem módulos de gerenciamento de suprimentos que, geralmente, são chamados de compras e logística e não atendem integralmente a demandas das unidades de saúde, impossibilitando uma gestão eficiente de logística hospitalar. Para sanar estes gargalos logísticos nos hospitais, uma série desafios precisa ser superada. Para o executivo da LogiMed, empresa brasileira de logística hospitalar, Alexandre Dib, é necessário que ocorra uma quebra de paradigma nessa gestão, onde gestores e administradores de unidades de saúde insistem em colocar profissionais pouco qualificados para gerenciar seus estoques. “Outro fator é a mudança cultural dos profissionais de saúde que precisam entender que não há a necessidade de estocar materiais em postos de enfermagem, escritórios ou centros cirúrgicos uma vez que há controle e abastecimento de acordo com as demandas das equipes.”

Dib explica que a gestão de suprimentos de um hospital vai muito além de agulhas, seringas ou medicamentos. Ela abrange todo tipo de suprimento em uma instituição, desde o papel utilizado para realizar as faturas pelo departamento administrativo até o material que é utilizado nas UTIs ou salas cirúrgicas. “Todas as áreas do hospital são influenciadas pela logística. É óbvio que áreas críticas como as UTIs e centros cirúrgicos possuem um estresse maior em relação ao abastecimento”. Um estudo realizado pelo pesquisador do Centro de Estudo em Logistica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) , Peter Wanke, em 2005, apontou que, entre 35% e 50% dos custos em uma organização privada de saúde estão ligados à gestão de estoque. O diretor geral adjunto da HLL, empresa espanhola especializada em compras e logística hospitalar, Vicente Berzosa, ressalta que uma boa gestão logística impactará diretamente os níveis de estoque, reduzindo o valor do inventário ocioso, eliminando focos

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Na Prática Localizado na capital paulista, o Hospital Geral da Vila Penteado realiza, em média, 17 mil atendimentos em seu pronto socorro e cerca de 1250 internações por mês. Segundo a gerente de operação, Patricia Lazzarini, antes de adotar um sistema de gestão, o hospital não tinha logistica de suprimentos. “O que existia era um sistema que não contemplava todas a cadeia de abastecimento, e se restringia basicamente a verificação de consumo”. A gerente explica que, após a decisão de profissionalizar a gestão logística do hospital, a primeira medida tomada foi a construção do inventário com todo material do almoxarifado usado na unidade de saúde, que gira em torno de R$2,8 milhões e possui cerca de 2,5 mil itens. A principal mudança que percebemos após essa implementação é que o hospital passou a trabalhar com um estoque muito mais enxuto. “Após alguns meses da implementação notamos que anteriormente o hospital trabalhava com mais de 50% do estoque superior há um ano e hoje nós enxugamos isso para evitar desperdício. Atualmente, o giro de nosso estoque ocorre em torno de seis meses devido ao processo de licitação que demora mais ou menos três ou quatro meses.” Outra mudança apontada por Patrícia foi a redução no desperdício de insumos e o aumento da eficiência das equipes assistenciais, que deixaram de se preocupar com a falta de material.

mayuli, da UniHealth: “Normalmente, logística é o último ponto de atenção dos gestores hospitalares”

Foto: Divulgação

Vantagens da ImplantaçãO da gestãO de lOgístIca HOspItalar Redução dos níveis de estoque Eliminação do tempo de enfermeiros dedicados aos processos logísticos, aumentando assim as horas de trabalho da enfermagem dedicadas aos pacientes controle detalhado dos consumos de materiais e medicamentos nos hospitais, podendo chegar ao detalhe de consumo por paciente

Garantia do controle de rastreabilidade sobre todos os aspectos críticos como a validade e lote de medicamentos Garantia da disponibilidade do material médico hospitalar necessário para os procedimentos médicos eliminando rupturas de estoque e consequente falta de material Processos logísticos mais dinâmicos e eficientes e automatizados graças a utilização de novas tecnologias obtendo assim um menor custo operacional

Fonte: HLL

de ineficiência como materiais e medicamentos vencidos e custos extras gerados com abastecimentos emergenciais. “Um modelo logístico bem desenhado proporcionará processos mais dinâmicos e seguros, que farão aumentar a produtividade e reduzir os tempos de trabalho nos hospitais.” Além do impacto operacional causado pela gestão, Mayuli afirma que o bom planejamento dos estoques e sistemas de compras podem não só reduzir o custo do hospital, mas aumentar a rentabilidade da instituição, uma vez que a rastrabilidade dos insumos torna-se eficiente e o desperdício é drasticamente reduzido. “A logística hoje é essencial para o custo de todo o sistema de saúde, quanto melhor a gestão logística melhor o desempenho financeiro desse sistema.”

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GESTÃO

VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA OS EVENTOS DE

2014 E 2016?

N

GENÉSIO KORBES Sócio-diretor da Korbes Consulting Diretor-associado da NP Consulting

a opinião de Joseph V. Quigley, autor de “Visão – lizados no Brasil em 2014 e 2016? Não. Com exceção de Como os líderes a desenvolvem, compartilham e pequenas “ilhas” que destoem do padrão de maneira mantêm”, o planejamento estratégico é um proces- positiva, o País não estará à altura, a não ser que aconteso fundamental de liderança. Dessa forma, a decisão de çam investimentos maciços na área. implantá-lo ou não é corporativa e a responsabilidade, em Dois pontos são cruciais e precisam um ataque imediato: última análise, cabe ao Conselho de Administração ou, em recursos humanos (capacitação, treinamento, atendimento, sua ausência- o que é realidade na maioria dos hospitais- organização, disciplina) e acessibilidade. ao diretor-geral, superintendente, administrador; enfim, Duas abordagens merecem ser referidas em recursos não importa o apelido. Mas adotar ou não a implantação humanos - quantidade e qualidade. Em primeiro lugar, do planejamento estratégico faz toda a diferença. temos falta de pessoas formadas na área; além disso, E o que isso tem a ver com a Copa do Mundo de Futebol muitos dos habilitados, atualmente, mal formados ou em 2014 e com os Jogos Olímpicos em 2016? Tudo, como procedentes de instituições de ensino de qualidade duveremos a seguir. vidosa. Dentro da qualidade técnica, os seja, a habilidade Tenho percebido, nas minhas andanças pelo País, um e competência, há outro ingrediente que é a forma de uso cada vez mais intenso do planejamento nos hospitais. fazê-lo. Certamente este é um assunto que mereceria uma A maioria deles preocupada prinabordagem específica. Como resolcipalmente com a sustentabilidade ver esta equação nos próximos dois da instituição. Outros, ancorando anos e meio? Eis a questão! TEMOS DOIS ANOS E MEIO PARA projetos arrojados de investimentos No tocante à acessibilidade, a siTOMARMOS DECISÕES QUE POSSAM no próprio planejamento estratétuação é idêntica. O Brasil enfrenta MUDAR A SITUAÇÃO E OFERECER, AOS gico, para sustentar seu desenvolsérios problemas, pois para muitas VISITANTES E AO PAÍS, SOLUÇÕES vimento e crescimento. E, ainda, pessoas que não têm acesso a seroutros tentando promover a inteviços particulares ou credenciados E SEGURANÇA PARA SEUS gração dos médicos no processo de por operadoras de saúde, além de PROBLEMAS DE SAÚDE gestão e a criação de uma cultura não conseguir atendimento, quando empresarial e de negócio não só nos médicos, mas em o consegue, não tem leitos ou salas cirúrgicas para dar toda a equipe multiprofissional. continuidade. São condições impróprias, inseguras. Falta Qualquer um dos três motivos acima apresentados é de leitos. Hospitais lotados. É só acompanhar os noticium alento, na medida em que demonstra a disposição ários semanais na imprensa em geral para se ter idéia de parcela de hospitais brasileiros dispostas a encarar do quadro caótico em que se encontra o atendimento à empresarialmente a gestão de suas instituições. Porém, saúde. Pacientes em macas pelos corredores, esperando apesar dessas transformações e das mudanças culturais o atendimento e a internação. que as favoreceram, há, ainda, um vasto caminho a ser AAssociação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) percorrido. Até que seja a regra, e não a exceção, a busca registra, em seu Observatório da ANAHP 2011, uma taxa da instituição de saúde pela qualidade dos serviços é média de ocupação de seus hospitais associados de 78%. sustentada na segurança do paciente e na resolutividade Este número nos projeta uma dimensão exata da situação do atendimento. brasileira atual. Após a exposição deste cenário animador, contudo, algo Temos dois anos e meio para tomarmos decisões que me preocupa sobremaneira: a rede hospitalar brasileira possam mudar a situação e oferecer aos visitantes e ao estará preparada a tempo para oferecer infraestrutura povo de nosso país soluções e segurança para seus problecompleta e segura aos dois megaeventos que serão rea- mas de saúde. O planejamento é o início desse processo!

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Saúde BuSineSS School Os melhOres cOnceitOs e práticas de g e s t ã O , a p l i c a d O s a O s e u h O s p i ta l

módulO 02

O papel dO CIO

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introdução depoiS do SuceSSo doS primeiroS Saúde BuSineSS School, continuamoS com o projeto. eSte ano falaremoS SoBre tecnoloGia da informação em Saúde na busca por auxiliar as instituições hospitalares em sua gestão, trouxemos no terceiro

na organização de seus departamentos de ti e na interação da

ano do projeto saúde Business school

área com os stakeholders.

o tema tecnologia da informação em

em cada edição da revista Fh, traremos um capítulo sobre o

saúde. ainda que exista literatura sobre

tema, escrito em parceria com médicos, professores, consultores

o tema, a nossa função aqui é construir

e instituições de ensino, no intuito de reunir o melhor conteúdo

um manual prático para a geração de um

para você.

ambiente de tecnologia hospitalar mais

Os capítulos, também estarão disponíveis para serem baixados

seguro, que auxilie e oriente às equipes

em nosso site: www.saudeweb.com.br

o projeto envolve oS SeGuinteS temaS: módulo 1 - infraestrutura de ti nos hospitais módulo 2 - O papel do ciO módulo 3 - governança de ti nos hospitais módulo 4 - erps módulo 5 - segurança dos dados módulo 6 - terceirização módulo7 - prontuário eletrônico módulo 8 - a integração entre engenharia clínica e ti módulo 9 - ris/ pacs módulo 10 - gestão dos indicadores módulo 11 - mobilidade nos hospitais módulo 12 - cloud computing

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o papel do executivo de ti naS inStituiçõeS de Saúde analiSando o proceSSo de GeStão de um hoSpital, Seria poSSível ter Bom controle SoBre indicadoreS clínicoS e adminiStrativoS Sem contar com o apoio de SiStemaS inteliGenteS e inteGradoS? Qual Seria o papel do executivo de ti neSSe proceSSo?

Não é de hoje que a área de Tecnologia da Informação vem deixando de lado o papel de coadjuvante em uma organização para assumir o de protagonista. desde 1995, existem pesquisas realizadas nas quais o corpo diretivo exige a participação do CIO (Chief Information Officer) nas reuniões estratégicas. Ou seja, TI é cada vez mais uma área estratégica e um agente de alavancagem para o negócio. ainda nesse contexto, o executivo deve criar um grupo de governança em TI, incluindo líderes de negócio importantes para priorizar iniciativas que exploram a tecnologia. Na área da saúde, projetos corporativos de inovação sustentados por TI são cada vez mais comuns. O mesmo ocorre com oportunidades de redução de custos, proporcionadas por uma plataforma de sistemas integrados e o magnífico processo de transformar “dados” em “informações”, através de soluções de BI (Business Intelligence). Ferramentas como o CRM (Customer Relationship Management) ajudam a monitorar o grau de satisfação dos clientes em relação aos produtos, serviços e à atenção que a central de relacionamento ou ouvidoria investem em seus clientes. O uso de BpMS (Business process Management System) potencializa a versatilidade da operação de qualquer área da empresa, agilizando a implementação de regras de negócio, análise de impacto em aumento ou redução de quadro de colaboradores, documentação de processos, alteração de fluxo de trabalho e simulação de gargalos no processo. Se pararmos para analisar o processo de gestão de um hospital, por exemplo, será que é possível ter um bom controle sobre seus indicadores, como: taxa de ocupação, ociosidade do centro cirúrgico, auditoria médica, entre outros, sem contar com o apoio de sistemas inteligentes e integrados? provavelmente não! e qual é o papel e a importância do executivo de TI de uma empresa de saúde nesse processo? Talvez um dos principais pontos seja dirigir a área de tecnologia da informação de forma integrada ao negócio e alinhada ao planejamento estratégico da organização, ou seja, o gestor de TI deve entender e respirar não somente sua área, mas também o negócio. No caso dos hospitais, uma gestão estratégica de TI tem impacto direto não somente nos resultados financeiros do hospital, mas também na qualidade do serviço oferecido para seus pacientes e na imagem da empresa frente ao mercado. a postura de TI deve ser no sentido de contribuição efetiva ao provimento de saúde e não um posicionamento passivo, de uma área de apoio que apenas responde às demandas das áreas de negócio. “as tecnologias de informação e de negócios estão se tornando inevitavelmente uma coisa só. Não creio que alguém possa falar sobre um sem falar sobre o outro”, Bill Gates as abordagens a seguir trazem um desdobramento das principais atuações da TI nas organizações de saúde – evidentemente não são as únicas. em empresas de grande porte, há gestores responsáveis para cada uma das dimensões.

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o eScritório de Gerenciamento de projetoS – pmo

O pMO (project Management Office) é o responsável pela condução dos projetos. Um dos seus maiores desafios é gerar valor agregado para a organização. ele faz o papel de auditor e maestro simultaneamente. através de conceitos e ferramentas utilizadas mundialmente, garante a iniciação, planejamento, controle, execução e encerramento de todas as atividades de um projeto. Modelos tradicionais não atendem mais às necessidades atuais das organizações. planos de ação bem elaborados conduzem as empresas em sua estratégia de crescimento, seja ele vegetativo, por fusão, aquisição, parcerias, enfim, para se certificar de que a organização tem respondido à estratégia, é preciso monitorar, apontar riscos para mitigação e reposicionar o curso quando necessário. Todo projeto tem suas particularidades e desafios. Mas para TI, nada se compara ao que temos vivenciado nos últimos anos no setor de saúde, mais especificamente no que tange às aquisições de hospitais, clínicas, laboratórios, seguradoras e medicinas de grupo. Certamente não é muito diferente do que ocorre em outras indústrias, mas há uma diferença importante: quando se fala em setor de saúde, fala-se do bem estar das pessoas, das fragilidades e suas necessidades. Isto aumenta o grau de atenção e responsabilidade para que um projeto seja bem sucedido. O processo de aquisição de outras empresas implica na necessidade de integração de sistemas, revisão e/ou unificação do parque tecnológico de hardware, rede, software, bancos de dados, avaliação de possíveis sinergias e remodelagem de processos das empresas que farão parte do grupo, afinal de contas, somar recursos, sejam eles tecnológicos ou humanos, não traz ganhos significativos para a nova composição da empresa. É preciso fazer mais e melhor com menos. as empresas que administram muitos projetos simultaneamente têm benefícios na adoção de um pMO, pois simplificam e otimizam a gestão dos projetos por meio de práticas como suporte, treinamento, padronização e controle de aderência à metodologia. para que as empresas consigam amadurecer e implantar um pMO é necessário quebrar paradigmas, investir na mudança cultural organizacional, criar um ambiente colaborativo, participativo e apresentar ganhos claros para todos – desde a alta direção até a operação. “O trabalho por projetos é o futuro das organizações” – Tom peters (1998)

a SeGurança da informação

esta área é a responsável por proteger os dados da organização. apesar de ter uma definição simples, garantir a proteção não é uma tarefa fácil. de acordo com a ISO 17799, significa dizer que é preciso garantir confidencialidade, integridade, disponibilidade e autenticidade das informações. Na área da saúde, o prontuário eletrônico do paciente é a informação mais importante para todos os envolvidos no processo de atendimento: paciente, médico, hospital e operadora de saúde (se houver). por isso, deve estar protegida com todos os critérios de segurança preconizados pela ISO. além do prontuário, há outras informações utilizadas na empresa, como banco de dados de clientes, fornecedores, parceiros, registros de movimentações financeiras, contábeis, utilização de serviços, venda de produtos, negociações, propostas comerciais, etc, sejam esses dados gravados em bancos de dados, planilhas, e-mail, editor de texto ou qualquer outra forma de armazenamento. portanto, protegê-las é responsabilidade essencial para garantir o sigilo e a propriedade – a informação faz parte da identidade da organização. Cuidar da segurança da informação significa controlar e restringir permissões de acesso a áreas da rede, sistemas, gravação de mídias, recebimento e envio de arquivos, direitos de gravação, extração de dados, acesso remoto, horários de funcionamento de sistemas, políticas de acesso interno, externo, atualização de antivírus, política de senhas, regras de firewall, certificados de segurança para serviços web e uma série de outros pontos que podem fragilizar ou expor dados da empresa para o mundo externo.

oS SiStemaS inteGradoS de GeStão empreSarial

Tem sido cada vez mais frequente a utilização de eRp (enterprise Resource planning) para gestão automatizada da operação de empresas do setor de saúde. atualmente, há alguns potentes softwares para gestão hospitalar, de planos de saúde, consultórios, clínicas e laboratórios. Softwares modernos, com interface web, amigáveis, seguros e ágeis. além desses, mais voltados à assistência médica, há os administrativo-financeiros, como sistemas de gestão financeira, contábil, custos, recursos humanos, jurídico, contratos, entre outros. Softwares como esses já são considerados “commodities”. portanto, há muitos benefícios em adotá-los como sistema de gestão, a menos que se justifique muito bem o custo x benefício de desenvolver sistemas com equipe própria de TI.

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Neste caso, há o desafio de manter equipe e parque atualizados tecnologicamente. É preciso trabalhar com conceitos de engenharia de software, metodologia eficiente de análise, desenvolvimento, qualidade de software e implantação. Não há modelo bom ou ruim, há o mais efetivo para cada situação. Sou partidário do empenho em atividades “core”, ou seja, alocar pessoas em oportunidades que gerarão resultados financeiros. Garantir a usabilidade do sistema, treinamento adequado e com constante reciclagem, monitorar a infraestrutura que suporta a plataforma, aplicar upgrades de versão com os devidos controles, monitorar a satisfação do usuário e suas novas demandas são algumas responsabilidades do gestor de eRp. a “dor de cabeça” frequente neste processo é a integração com outros sistemas e o grau de aderência funcional dos processos de negócio. Inevitavelmente seu eRp se integrará com outro sistema e a estabilidade de funcionamento e sua usabilidade é algo difícil de alcançar. assim, escolher o fornecedor adequado é tarefa que deve ser realizada com prudência e rigor.

a infraeStrutura

Sustentar a plataforma de TI é missão desafiadora para o CIO. dentre suas responsabilidades, antecipar o crescimento da capacidade de hardware que suportará o crescimento do negócio é uma das principais quando falamos em alinhamento com a estratégia da corporação. Como a infraestrutura representa o contato primário do usuário com a tecnologia, absolutamente todas as questões que envolvem computador, celular, datashow, videoconferência, telefonia, web, sistemas passam por esta área. essa é uma das áreas mais crítica do departamento de TI. Responsável pela aquisição e atualização de hardware, software, redes, bancos de dados, contratos de manutenção com fornecedores, execução de rotinas diurnas e noturnas, atualização de antivírus, licenciamento de software, segurança de rede, internet, gestão de service desk, e por aí vai. Uma lista imensa de serviços, que há mais de 30 anos, conta com um direcionador para apoiar na gestão da área. Refiro-me ao ITIl (Information Technology Infrastructure library), um conjunto de boas práticas voltadas à infraestrura, operação e manutenção de serviços de TI. Na área de saúde existem especificidades muito importantes. O armazenamento e tráfego de imagens do RIS e paCS envolvem dimensionamento e aquisição criteriosos para que seja viável e efetiva a utilização desses recursos.

aS novaS tecnoloGiaS

Há sempre duas opções de ação para um gestor: (1) Inovar ou (2) Copiar. Naturalmente, para obter vantagem competitiva, é preciso inovar. É fundamental que o executivo de TI tenha profissionais dedicados à inovação. Vamos à realidade: aplicações web já não são novidades há anos. Sistemas para tablets e celulares são lançados constantemente. atualmente, já é possível efetuar, via celular, pesquisa de médicos que atendem seu plano de saúde, podendo filtrar pelo que esteja mais próximo do local onde você está no momento. Isso é vantagem competitiva. empresas que não estiverem ofertando esta tecnologia a seus clientes já podem se considerar atrasadas. O mundo ideal e o grande desafio neste setor? a integração entre sistemas hospitalares, imagens, laboratoriais e ambulatoriais a um prontuário único do paciente – em nível nacional: governo e empresas privadas. em “tecniquês”, fala-se em integração entre Sistemas HIS (Hospital Information System), RIS (Radiology Information System), paCS (picture archiving and Communication System), lIS (laboratory Information System) e prontuário em Cloud Computing. Não é um futuro distante. Grandes empresas e a aNS (agência Nacional de Saúde) têm trabalhado para fazer este futuro chegar. padronização da estrutura de dados, investimento em aplicações web, qualidade da informação e segurança. Certamente nossos filhos e netos desfrutarão desta evolução. “Se você faz algo de bom e tudo dá certo, acho que é hora de pensar em outra coisa e tentar adivinhar o que vem pela frente”, Steve Jobs.

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a Governança

Com base num estudo realizado junto a 250 empresas de todo o mundo, uma consultoria afirma que o valor de negócios de TI resulta diretamente de uma governança de TI eficaz. Revelam que empresas com governança adequada de TI têm lucros no mínimo 20% maiores do que as com má governança. esta área, que em muitas situações está sob o “guardachuva” da infraestrutura, também conta com um guia de boas práticas dirigido para a gestão de tecnologia de informação, o COBIT (Control Objectives for Information and related Technology). O guia possui uma série de recursos que podem servir como um modelo de referência, incluindo um sumário executivo, um framework, controle de objetivos, mapas de auditoria, ferramentas para a sua implementação e principalmente, um guia com técnicas de gerenciamento. para estabelecer uma estrutura efetiva de governança de TI é necessário definir estrutura organizacional, processos, papéis e responsabilidades com envolvimento da alta direção para garantir que os investimentos de TI estejam alinhados e entregues de acordo com a estratégia e os objetivos da empresa.

o cio

apesar de não ser simples executar, o papel do executivo de TI é garantir que todas as áreas funcionem em harmonia, alinhadas ao planejamento estratégico da organização e focando na qualidade de atendimento ao cliente final. Capacitar e contratar profissionais de TI com experiência na área da saúde traz diferenciais para o melhor desempenho. paralelamente, deve supervisionar o programa de desenvolvimento de liderança, trabalhando junto com o RH para identificar candidatos ao cargo de gestor e planejar sucessão.

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caSo de SuceSSo Suporte eStratéGico para O sucessO dO planejamentO das instituições de saúde, O ciO deVe, além de atender à demanda interna, Fazer da ti um aliadO para cumprimentO de planOs e metas Guilherme Batimarchi – gbatimarchi@itmidia.com.br

não importa a área do hospital, a tecnologia vem ganhando mais espaço no cotidiano das instituições de saúde, desde a mais simples operação administrativa até o centro cirúrgico. para que todas estas operações sejam executadas sem problemas, é necessário que a ti do hospital esteja alinhada com a necessidade do cliente interno. “além disso, o profissional precisa ter todo o conhecimento técnico em ti e, se possível, em saúde também”, afirma o diretor de ti e facilities do hospital infantil sabará, milton alves. há 18 anos atuando no segmento hospitalar na área de ti, com passagens no hospital santa catarina, Beneficência portuguesa e medial, o executivo, que assumiu o posto no sabará há um ano, acredita que uma das competências essenciais de um gestor de ti é entender a demanda do cliente interno do hospital, que varia de acordo com a área de atuação. “ser compreensivo com as equipes é fundamental, pois, muitas vezes, elas recorrem ao ciO para a solução de algum problema após já terem buscado outros serviços de suporte de ti do hospital e não terem tido suas demandas sanadas”, explica alves. Outra competência apontada pelo diretor de ti do sabará é o total conhecimento da instituição e seus processos clínicos e administrativos. “O ciO precisa ter, ao menos, os conhecimentos básicos de como funciona um hospital, caso contrário, ele perderá muito tempo compreendendo os processos e os profissionais neles envolvidos, ao invés de se dedicar à resolução do problema”, destaca. além de todos estes predicados, o ciO precisa entender quais são as estratégias do hospital e auxiliar a instituição a alcançá-las. “a ti deve ser fundamental no suporte à estratégia do hospital e, caso não esteja alinhada com esse processo, o executivo responsável deve fazer o possível para não interferir nessa estratégia e corrigir, o mais rápido possível, o planejamento de ti alinhando com o que o hospital deseja”, completa alves. atualmente, a equipe de ti do hospital infantil sabará conta com três analistas de ti (sistemas de informação), um analista de processos e uma equipe de helpdesk (suporte) composta por cinco profissionais e funcionando 24 horas por dia. “na parte estratégica meus três analistas são especialista em nosso sistema de gestão, que é o mV 2000. O que é importante destacar é que neste momento, toda a equipe está focada no desenvolvimento de um novo projeto, que é a implementação do hospital sem papel aqui no sabará”, explica o executivo. segundo alves todo o departamento de ti está envolvido na implementação desta tecnologia, desde a certificação digital de médicos e enfermeiros até a não utilização de papéis pelo setor administrativo da instituição.

SoBre o autor autoreS

enrico de vettori, sócio da área de life Science & healthcare deloitte – administrador de empresas formado pela puc-sp com mBa em gestão estratégica de negócios – Fundação getulio Vargas (eaesp/FgV) e especialização em gestão organizacional – prOdep. eduardo angelo, gerente da área de life Science & healthcare deloitte – Formado em economia pela puc campinas, fez mBa em gestão empresarial - FgV/management, pós graduado em gestão do desempenho organizacional na FgV-eaesp. pós graduação em microeconomics of competitiveness na FgV-eaesp/harvard Business school, certificado em cobit e certificado em Business essentials (harvard Business school-deloitte). fabio rossetto, diretor da área de life Science & healthcare deloitte – graduado em tecnologia em processamento de dados pela Fatec-sp. mBa em gestão empresarial (FgV/management), lean six sigma, gerenciamento de projetos, itil e administração de banco de dados.

empreSa

deloitte: empresa especializada serviços nas áreas de auditoria, consultoria tributária, corporate finance, consultoria, outsourcing, consultoria em capital humano e consultoria atuarial para clientes dos mais diversos setores. com uma rede global de firmas-membro em 140 países.

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saúde Business school é uma iniciativa da it mídia. todos os direitos reservados.

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saúde corporativa

Em um mErcado cada vEz mais compEtitivo, ondE cortar custos tEm sE tornado EssEncial para o crEscimEnto, invEstir Em programas dE qualidadE dE vida E rEduzir índicEs dE absEntEísmo tEm sE tornado uma ótima opção para a Estratégia das EmprEsas

Negócio

Saudável Guilherme Batimarchi • gbatimarchi@itmidia.com.br

I

nvestir em programas de qualidade de vida e adotar políticas de prevenção a doenças crônicas reduz significativamente o índice de absenteísmo e sinistralidade de uma empresa. No entanto, mesmo com tantos exemplos no mercado, nem todas as companhias conseguem aplicar corretamente estes programas, o que as leva a resultados insatisfatórios ou a uma baixa relação custo benefício. Dados do Ministério da Previdência Social do Brasil mostram que, em 2008, o INSS desembolsou cerca de R$11,6 bilhões para o pagamento de benefícios referentes a acidentes e doenças do trabalho e aposentadorias por invalidez. Além dos custos elevados para o governo, as empresas também pagam a conta, tendo que substituir esses profissionais e onerar mais ainda sua folha de pagamento. Para combater os altos índices de absenteísmo, a Usiminas criou, há cerca de dois anos, um programa de gestão e promoção de saúde e qualidade de vida para seus 80 mil funcionários. A implementação das estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças da Usiminas, promovida pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX), entidade filantrópica de direito privado fundada pela mineradora, é uma das iniciativas para melhorar a qualidade de saúde dos colaboradores da empresa. O programa foi estruturado a partir de um levantamento do perfil epidemiológico dos colaboradores, apontando as doenças mais comuns entre eles, e os hábitos que elevam o risco dos problemas de saúde. A partir desse diagnóstico, a FSFX criou o “Atitude rima com Saúde”. O programa está dividido em 12 projetos que abordam

diversos temas, como o projeto “Gerar”, destinado às gestantes, o “Inspirar”, voltado ao combate ao tabagismo e o “Respirar”, com o objetivo de reduzir os índices de doenças respiratórias infantis entre outros. Esse serviço é prestado por meio da UsiSaúde, uma operadora de planos de saúde, que possui um núcleo de promoção formado por cerca de 20 profissionais responsáveis por todas as iniciativas que abrangem saúde e bem estar dos colaboradores da empresa, desde a elaboração de protocolos clínicos, até a avaliação de resultados. “Para obtermos resultados eficientes, acreditamos que estes programas precisam ser consistentes, com uma base técnica extremamente sólida, integrada por equipes multiprofissionais formadas por médicos, enfermeiros e psicólogos muito bem preparados”, completa o diretor executivo da FSFX, Luís Marcio Araújo Ramos. Segundo Ramos, é vital para uma empresa que tenha a intenção de implantar um programa de qualidade de vida e prevenção traçar um perfil epidemiológico de seus trabalhadores, para que se possa elaborar um programa adequado para cada população identificada na companhia. “Outro ponto importante a ser considerado é que esse programa deve estar alinhado à estratégia da empresa e tenha o reconhecimento da alta liderança e sua participação como forma de incentivo”. Atualmente, a fundação investe cerca de R$60 per capta na Usiminas, o que significa um investimento de aproximadamente R$6 milhões ao ano, abrangendo os 12 projetos que pretendem reduzir o índice de

absenteísmo, melhorar o ambiente corporativo e ter impacto direto na segurança do trabalho. Ramos afirma que um dos maiores desafios dos programas de promoção à saúde é a identificação dos resultados conquistados. “Para os projetos aplicados na Usiminas, temos uma série de indicadores que monitoram a eficiência desses programas. Como implementamos isso há cerca de dois anos, não temos ainda um resultado fechado do Retorno sobre inventimento (ROI). Nos preocupamos nesse primeiro instante em consolidar e estruturar os programas”. No primeiro ano, as iniciativas de prevenção da Usiminas tiveram uma adesão de 4,5 mil funcionários. “Já conseguimos colher os primeiros frutos desse projeto. Tivemos uma redução no índice de tabagistas e cortamos pela metade o índice de internação pediátrica por doenças respiratórias no Hospital Márcio Cunha, pertencente à fundação”.

AusênciA nos Ares Com 30 mil funcionários, sendo 20 mil em terra e cerca de 10 mil embarcados em aeronaves, a TAM Linhas Aéreas estabeleceu uma série de programas para reduzir o absenteísmo entre os aeronautas. “Entendemos que hoje o absenteísmo é um grande problema, não só para nós, mas para qualquer empresa de aviação no mundo inteiro”, afirma o gerente de saúde, segurança do trabalho e meio ambiente da TAM linhas aéreas, Marco Antonio Cantero.

“Para obtermos resultados efIcIentes, os Programas PrecIsam ser consIstentes, com uma base técnIca extremamente sólIda, Integrada Por equIPes multIProfIssIonaIs formadas Por médIcos, enfermeIros e PsIcólogos muIto bem PreParados” luís marcio araújo ramos, da FsFX

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De acordo com ele, o estilo de vida das equipes que trabalham nas aeronaves é diferente de qualquer outro, pois são times de alta performance, em que não são toleráveis erros, assim como em outros setores, como saúde e petroquímico, exemplifica. “Portanto, ter pessoas doentes ou desmotivadas é muito perigoso para o negócio da companhia”. Atualmente, dos 10 mil aeronautas que atuam na TAM, cerca de 550 estão afastados por motivos de saúde. Tendo em vista esse número de afastamentos, que envolve desde a licença maternidade, que atinge cerca de 49 % dos profissionais afastados, até licenças por problemas psiquiátricos, que gira em torno de 19%, a preocupação com a segurança do trabalho e da própria sustentabilidade do negócio motivou a companhia a criar, há alguns anos, um comitê de gestão do absenteísmo dos aeronautas. “Na área de saúde, segurança do trabalho e meio ambiente contamos com 140 profissionais, responsáveis por todos os programas de saúde que envolvem os 30 mil colaboradores da companhia, distribuídos por todo o mundo”, explica Cantero ao falar sobre a estrutura de sua área. A equipe é formada por cerca de 70 profissionais destinados a área de engenharia da segurança do trabalho, 20 profissionais de saúde divididos entre médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e psicólogas que são responsáveis pelos projetos de promoção de saúde, qualidade de vida de todos os colaboradores. Cantero diz que para atingir um resultado eficiente e com impacto direto na saúde dos funcionários, os programas de promoção à saúde são desenvolvidos de acordo com o perfil epidemiológico da população de cada região onde a empresa atua. Na área de qualidade de vida, os projetos podem variar de um clube de corrida, que estimula a prática do exercício físico e abandono do sedentarismo até o incentivo à prática esportiva da preferência de cada funcionário. “O que importa não é a prática em si, e sim o conceito que está por trás do esporte, que envolve disciplina e educação nutricional desse esportista, por exemplo. Se as pessoas estiverem saudáveis, não se machucarem e estiverem com a saúde preservada, elas, automaticamente, faltarão menos ao trabalho, estarão mais motivadas e valorizarão mais a empresa”, ressalta Cantero. Em 2011, a TAM investiu cerca de R$13 milhões em programas de saúde e prevenção, qualidade de vida e equipamentos de proteção individual (EPI). “Na verdade, se comparado aos resultados, este investimento é muito menor do que o retorno que temos com a redução no absenteísmo e Seguro de Acidente do Trabalho (SAT)”. Por meio de projetos de segurança e parcerias, a TAM estima economizar cerca de R$3,5 milhões usiminas apenas com o SAT e outros R$7 milhões com a redução do absenteísmo. “Em absenteísmo, • 80 mil colaboradores salários extras e SAT, vamos economizar cerca • R$6 milhões/ano • Equipe de saúde corporativa - 20 de R$10 milhões, sem contar com gastos intangíveis como turnover e headcount (tamanho das equipes)”, completa Cantero. Os cases da tam TAM e da Usiminas foram apresentados du• 30 mil colaboradores rante o evento “Gestão Estratégica da Saúde Corporativa”, realizado pelo IQPC entre 7 e 9 • R$13 milhões/ano • Equipe de saúde corporativa - 140 de fevereiro em São Paulo (SP)

InvestImentos

marco cantero, da tam: economia de r$10 milhões em absenteísmo, salários extras e sat

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assista a cobertura do evento “gestão estratégica de

saúde corporativa” em: http://bit.ly/ab2jot

Foto: Gladstone Campos / Realphotos

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operadora

novidade na

área

Mariana Costa • editorialsaude@itmidia.com.br

Executivos avaliam possíveis impactos da Resolução Normativa 279 para operadoras de planos de saúde e usuários

N

ovidades para saúde suplementar: aposentados e demitidos têm direito à manutenção do plano de saúde empresarial com cobertura idêntica àquela vigente em seu contrato de trabalho. Publicada em 25 de novembro de 2011, a Resolução Normativa número 279 entra em vigor em 1° de junho deste ano, trazendo mais transparência para esse processo. Criada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a RN assegura o direito ao ex-empregado demitido sem justa causa e que tenha contribuído no pagamento do plano de saúde. Enquanto os empregados demitidos poderão permanecer no plano de saúde por um terço do tempo em que foram beneficiários dentro da empresa - com limite de seis meses a dois anos- os aposentados que contribuíram por mais de dez anos podem manter o plano por quanto tempo quiserem. (conheça as regras no box ao lado). O diretor da empresa de consultoria HQI Gestão em Saúde, Eliseu Rasera, avalia os impactos dessa mudança para os usuários. “A RN 279 transparece em mais segurança ao beneficiário, uma vez que ela evidencia claramente as regras aplicáveis aos usuários dos planos corporativos, demitidos sem justa causa ou aposentados. Traz também segurança quanto à manutenção obrigatória do benefício no momento da aposentadoria ou desligamento da empresa”. Rasera lembra que muito do que está previsto pela RN 279 já existia nas Resoluções do Consu nº 20 e 21, de 7 de abril de 1999. As regras anteriores estabeleciam um prazo de 30 dias para o empregado que contribuiu para planos de saúde (demitido sem justa causa, aposentado ou exonerado) optar pela continuidade no plano, mantendo-se as mesmas condições de cobertura assistencial do contrato.

Como mudanças, o executivo acredita que a RN 279 traz o risco de se criarem novas carteiras de usuários com faixa etária elevada, caracterizadas por um gerenciamento mais crítico e ajustes de preços mais difíceis. Por outro lado, ao estabelecer as regras de forma mais clara, Rasera acredita que a resolução minimiza demandas judiciais e otimiza processos de resolução. O gerente da área de Gestão Comercial e Cadastro da Unimed Curitiba, Marcelo João, tem opinião semelhante à de Rasera. Para ele, a RN 279 não criou o direito ao plano de demitidos e aposentados, mas ampliou habituais exigências direcionadas às operadoras, impondo aos clientes de planos empresariais que informem seus colaboradores sobre seus direitos. Para ele, a maior vantagem da RN 279 é seu potencial para evitar equívocos. “A Resolução esclareceu o direito de permanecer no plano de demitidos e aposentados nas mesmas condições do plano de ativos, não significando, entretanto, que o valor das contraprestações do plano de demitidos deva ser igual ao do plano de ativos”, diz Marcelo João, que também vê nessa mudança alguns desafios para as operadoras. “A RN 279 acarreta adequações nos instrumentos contratuais, processo de portabilidade, procedimento de exclusão dos beneficiários, o que exige a revisão de processos internos.” Entre as principais mudanças processuais e administrativas decorrentes da normativa, Marcelo João aponta a alteração na movimentação de beneficiários bem como a necessidade de orientar empresas contratantes sobre a exigência de se informar formalmente os demitidos e aposentados sobre seus direitos.

“ A RN 279 AcARRetA AdequAções Nos iNstRumeNtos coNtRAtuAis, pRocesso de poRtAbilidAde, pRocedimeNto de exclusão dos beNeficiáRios, o que exige A Revisão de pRocessos iNteRNos” mARcelo João, dA uNimed cuRitibA

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eNteNdA A RN 279 Já Rasera ressalta que, como a RN 279 é uma espécie de ratificação de regras já existentes, as mudanças processuais serão de baixo impacto, pois as operadoras já trabalham próximas da adequação a estas disposições. Também por esse motivo, o consultor não acredita que haverá mudança significativa nos custos dos planos de saúde e, consequentemente, no preço final ao consumidor. “Os preços atuais não sofrerão grande impacto, uma vez que não se modifica circunstancialmente a sua forma de seu cálculo. Modifica-se a forma de pagamento, que deixará de ser coletivo para individualizado integral e por faixa etária.” Rasera, no entanto, prevê um impacto a longo prazo, relacionado a potenciais “carteiras exclusivas” de aposentados. “Se estas se tornarem realidade disseminada e não pontual, muito provavelmente um realinhamento de preços será exercido pelas operadoras”, avalia. Marcelo João também não vê um efeito imediato sobre os custos da Unimed Curitiba, já que esse direito era exercido por grande parte dos beneficiários. “Nossa ação é a de monitorar a evolução dos custos e, caso necessário, atuar para mantê-los em equilíbrio. Para isso, utilizamos programas de medicina preventiva e promoção da saúde, bem como o gerenciamento de casos, quando necessário.” Segundo o executivo, os processos de gestão da carteira de beneficiários da cooperativa, a princípio, não serão transformados, mas o monitoramento será intensificado. Ele diz que os planos de demitidos e aposentados que estiverem incompatíveis com a RN 279 serão regularizados. Marcelo João conta que as principais mudanças feitas pela Unimed Curitiba em função da resolução foram na área comercial. “Após análise detalhada da resolução, a principal modificação, já em implementação, é a possibilidade de movimentação via internet no portal da Unimed Curitiba. As demais alterações compreendem treinamento e orientação dos consultores de venda e relacionamento para a adequada orientação aos clientes empresariais.” Sobre as mudanças contratuais, Eliseu Rasera lembra que cabe à empresa escolher se mantém aposentados e demitidos no mesmo plano dos ativos ou se faz uma contratação exclusiva para eles. Colocando-se todos no mesmo plano, Rasera diz que o reajuste será o mesmo para todos. Mas, no caso de carteira exclusiva, o reajuste poderá ser diferenciado. “Criando um grupo exclusivo, no qual sua população será formada por idosos, cujo perfil é geralmente de maior utilizador, certamente haverá um desequilíbrio, o que aumentará o risco de uma sinistralidade inadequada. Para que tal modalidade de benefício seja criada, não bastará apenas o interesse do empregador, mas também o da operadora, que deverá gerenciar este risco.” Por isso, o consultor sugere macro medidas, para que os impactos futuros nos preços sejam minimizados. “As transformações maiores deverão vir da aplicabilidade de medidas de prevenção às doenças, gerenciamento dos doentes crônicos, monitoramento da alta complexidade e seu estrito controle das doenças, quando estas já estão instaladas.” sua opinião é muito importante // editorialsaude@itmidia.com.br twitter // @saude_web

Quem tem direito a manter o plano de saúde? empregados demitidos sem justa causa e aposentados Que tenham contribuído com o plano empresarial. para Que planos valem as regras? para todos os planos contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à lei 9656 de 1998. há alguma condição para a manutenção do plano? sim, o ex-empregado deverá ter contribuído no pagamento do plano e assumir integralmente a mensalidade após o desligamento. por Quanto tempo o exempregado poderá ficar no plano? os demitidos sem justa causa poderão permanecer no plano de saúde por um período eQuivalente a um terço do tempo em Que contribuíram com o plano, respeitando o limite mínimo de seis meses e máximo de dois anos ou até conseguirem um novo emprego Que tenha o benefício de plano de saúde. -os aposentados Que contribuíram por mais de dez anos podem manter o plano pelo tempo Que desejarem. Quando o período for inferior, cada ano de contribuição dá direito a um ano no plano coletivo depois da aposentadoria.

como será feito o reajuste? a empresa poderá manter os aposentados e demitidos no mesmo plano dos ativos ou fazer uma contratação exclusiva para eles. no segundo caso, o reajuste será calculado de forma unificada com base na variação da sinistralidade de todos os planos de aposentados e demitidos da operadora de saúde. Quem foi demitido ou aposentado antes da vigência da norma também será beneficiado? sim. a norma regulamenta um direito já previsto na lei 9.656 de 1998. a contribuição feita pelo empregado antes da vigência da lei 9656 de 1998 também conta? sim, o período de contribuição é contado independente da data de ingresso do beneficiário no plano de saúde. a manutenção do plano se estende também aos dependentes? a norma garante Que o demitido ou aposentado tem o direito de manter a condição de beneficiário individualmente ou com seu grupo familiar. garante também a inclusão de novo cônjuge e filhos no período de manutenção da condição de beneficiário no plano de demitido ou aposentado. como fica a situação do aposentado Que permanece trabalhando na empresa? neste caso, mantém-se a condição do beneficiário como aposentado.

Fonte: ANS

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medicina diagnóstica

Controle efetivo

dA quAlidAde Analice Fonseca • editorialsaude@itmidia.com.br

Cresce procura por programas de acreditação no segmento laboratorial. Resoluções da Agência Nacional de Saúde Suplementar têm estimulado a qualificação das redes de diagnóstico

A

segurança do paciente é o maior objetivo do laboratório que se lança à acreditação, mecanismo que atesta o programa de controle de qualidade de uma empresa nessa área. Além disso, a conquista do selo aumenta a competitividade entre instituições de saúde. De olho nos benefícios do padrão de excelência, assim como ocorre com alguns hospitais brasileiros, cresce entre os laboratórios a busca por esse tipo de programa. Mas a certificação requer investimento e perseverança, pois o processo, descrito como “um árduo caminho” por alguns laboratórios, exige formação continuada e critérios atualizados com frequência. Exemplo disso é o Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC), da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML), criado em 1998. Nele, além dos laboratórios acreditados passarem por auditorias periódicas, os critérios técnicos pré-estabelecidos são atualizados permanentemente com a evolução da ciência e da tecnologia.O processo para obtenção do selo é voluntário. De acordo com a SBPC/ML, depois de um laboratório se inscrever e apresentar a documentação solicitada é agendada uma auditoria. Os auditores verificam, durante um dia inteiro, se todos os requisitos estão sendo atendidos. Na acreditação é verificado todo o processo laboratorial, dos cuidados com a coleta e transporte do material, até a liberação dos resultados. Segundo o médico patologista clínico e diretor de Acreditação e Qualidade da SBPC/ML, Wilson Shcolnik, a expectativa, para 2012, é aumentar os atuais 94 laboratórios acreditados pelo PALC. Ele destaca que a publicação de resoluções pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) terá impacto positivo sobre os laboratórios. “Aagência está estimulando a qualificação das redes de assistência que compõem o segmento de saúde suplementar. As operadoras de planos de saúde que qualificarem suas redes assistenciais serão beneficiadas e reconhecidas”.

Algumas operadoras, para o gestor de qualidade da RD Consultoria, Ronaldo Damaceno, já mencionaram que não credenciam mais prestadores que não tenham um sistema de gestão de qualidade. Na área pública, porém, Shcolnik avalia que o governo não tem valorizado as iniciativas de qualidade empreendidas pelos laboratórios clínicos e nem considerado este assunto no momento da contratação de exames realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). dia a dia Além de voluntário, o mesmo laboratório pode ter mais de uma certificação. O laboratório Richet, em 2002, conquistou a acreditação do PALC e, em 2007, a acreditação pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro, segundo os requisitos estabelecidos pela ABNT NBR NM ISO 15189. No ano passado, o laboratório obteve o selo do Colégio Americano de Patologistas (CAP), que também leva em conta a excelência no campo da anatomia patológica. “A acreditação é muito importante. Os auditores nos ensinam muito, principalmente na parte de organização de processos e documentação”, avalia o diretor médico do laboratório Richet, e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica no Rio de Janeiro, Margarinos Torres Filho. Ele também destaca que o selo do CAP considera se o laboratório oferece segurança ao paciente tanto no seu atendimento como no resultado correto. Questionado se é possível conseguir melhores negociações com o uso do selo, o diretor diz que tanto paciente quanto médicos e hospitais reconhecem a qualidade, mas a operadora não paga um preço diferenciado por ser um laboratório acreditado. Segundo o gestor de sustentabilidade do Grupo Ghanem, Fernando Berlitz, a operadora é a parte interessada mais difícil de passar a diferenciação. “Trabalhamos para fazer com que as operadoras entendam nosso processo e

“A ANS eStá eStimulANdo A quAlificAção dAS redeS de ASSiStêNciA que compõem o SegmeNto de SAúde SuplemeNtAr. AS operAdorAS de plANoS de SAúde que quAlificArem SuAS redeS ASSiSteNciAiS Serão beNeficiAdAS e recoNhecidAS” WilSoN ShColNik, dA SBPC/Ml

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Laboratório Ghanem: trabalho junto à operadora para o entendimento do processo de acreditação Foto: Divulgação

No segmento, ainda não há entidade acreditadora de exames de imagem nem anatomia patológica. De acordo com a médica patologista e diretora do Departamento de Controle de Qualidade da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Beatriz Hornburg, a entidade quer desenvolver o programa da própria SBP. “Não tem ainda algo específico por causa da peculiaridade da especialidade que é laboratorial e muito artesanal. Conversamos com o Inmetro, mas ainda não chegamos a uma conclusão em relação a isso por uma série de dificuldades, entre elas, pela própria

especificidade da especialidade”, diz a diretora da entidade, que pretende até o final do ano que vem começar a implantar o programa. A executiva ainda ressalta que é fundamental que a SBP faça o programa de acreditação, porque são pessoas que lidam com o dia a dia da profissão, entendem dos processos e sabem onde estão os pontos fracos para que possam ser abordados num programa de acreditação. “Isso funciona para qualquer entidade da especialidade, porque são as pessoas que mais têm conhecimento”.

Significa outorgar a uma organização um certificado de avaliação que expressa à conformidade com um conjunto de padrões previamente estabelecidos, a ser conferido por entidade acreditadora credenciada. Apesar de se confundir com a fiscalização, é focada na gestão do laboratório como um todo, no aprendizado e na melhoria contínua – favorecendo a educação continuada.

PoNTos forTes

PoNTos frAcos

• Padrões pré-estabelecidos • Origem e evolução dentro da saúde • Disseminação da cultura da qualidade: abrangência institucional • Funcionamento sistêmico

• Não fornece metodologia específica • Rigidez • Reconhecimento restrito à área da saúde

Focada em auditorias, ou seja, na obrigatoriedade. É preciso cumprir os requisitos das normas para se garantir o sistema de gestão como um todo. É mais fácil na implantação por ter os requisitos mais tangíveis.

PoNTos forTes

PoNTos frAcos

• Metodologia: como fazer estabelecida • Gerenciamento de processos • Sistemática de monitoramento • Reconhecimento internacional

• Dificuldade de interpretação • Dificuldade de aplicação em áreas de assistência direta • Abrangência pode ser local

certificAção

X

AcreditAção

o quanto elas podem ganhar ao trabalhar com um laboratório acreditado”. O Ghanem Laboratório Clínico é Acreditado pelo PALC, desde 2003, e o Ghanem Ensaios Especializado recebeu no mês passado o selo de acreditação do INMETRO NBR ISO/IEC 17025, que reconhece a competência de laboratórios de ensaios e calibração. “Optamos pela acreditação, porque envolve, ao contrário das certificações da qualidade, validar os produtos e serviços oferecidos, segundo as melhores práticas de mercado”.

os dois modelos JuNTos: • Se bem aplicados, elevam a qualidade dos serviços prestados Melhoria contínua da qualidade • Aprimoramento constante • Nenhum resolve todos os problemas de uma instituição FONTE: RD Consultoria

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INDÚSTRIA

TERRA DE

OPORTUNIDADES Guilherme Batimarchi • gbatimarchi@itmidia.com.br

Com pouca oferta no mercado de radiofármacos brasileiro, a norte americana Cardinal Health vê grande oportunidade e chega ao País formando parcerias com DASA e Hospital A.C.Camargo

A

Cardinal Health, produtora de medicamentos radiofármacos dos EUA, anunciou parceria com a rede de laboratórios DASA, no Rio de Janeiro, e o hospital paulista A.C.Camargo. As assinaturas destes dois contratos de fornecimento marcam a entrada da empresa norte-americana no mercado brasileiro junto com um investimento de aproximadamente R$ 38 milhões em duas fábricas na Região Sudeste do Brasil. A multinacional é responsável por um terço da produção anual de radiofármacos nos EUA, o equivalente a 500 mil doses, e 36 instalações de fabricação (cíclotrons). Com a parceria, o Brasil se tornou o quarto país a contar com a presença da companhia, além do Canadá e China. Segundo a CEO da Cardinal Health Brazil, Valdirene Licht, a empresa estudou o mercado brasileiro por dois anos – 2010 e 2011 – antes de definir sua participação. Em novembro do ano passado as parcerias e a instalação de dois cíclotrons, equipamento utilizado para a

produção dos biomarcadores foram anunciadas. “Além das duas unidades que devem entrar em funcionamento no segundo semestre de 2013, já temos expectativas de expandir o parque fabril para mais unidades.” Inicialmente a capacidade de produção das duas fábricas será de até 40 mil doses ao ano. No entanto, como a vida útil do produto é extremamente curta, a produção será referenciada de acordo com a demanda do mercado para não haver perda, o que pode elevar ou reduzir o número de radiofármacos produzidos. Inicialmente a multinacional americana, que fatura aproximadamente US$ 103 bilhões por ano, trará ao mercado brasileiro o FDG, no entanto, segundo Valdirene a meta é trazer ao País outras dez moléculas que também são produzidas pela empresa. MERCADO Até 2006 a produção dessas substâncias era exclusiva do governo, que fornecia 100% dos insumos. Após a

BRASIL/EUA QUANTIDADE DE PARQUES INDUSTRIAIS – 10 NÚMERO DE PET-CTS – 60 DEMANDA INICIAL PREVISTA PARA A CARDINAL HEALTH – 40 MIL DOSES

QUANTIDADE DE PARQUES INDUSTRIAIS – MAIS DE 140 NÚMERO DE PET-CTS – 2,4 MIL DEMANDA ATUAL DA CARDINAL HEALTH – 500 MIL DOSES

abertura do mercado, outras cinco empresas entraram no segmento, fazendo com que existissem 10 unidades produtoras de radiofármacos em todo o País. Segundo Valdirene, o Brasil possui algumas peculiaridades na hora de dimensionar o tamanho e o potencial de negócios desse setor. “Comparado ao mercado americano, por exemplo, enquanto o Brasil possui dez instalações produtoras, os EUA contam com 140 unidades e uma demanda anual de 1,5 milhão de doses. Ou seja, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para o desenvolvimento do setor”. De acordo com a executiva, para o mercado nacional alcançar essa dimensão é preciso passar por uma série de processos de desenvolvimento, entre eles o aumento no número equipamentos de PET-CT, que gira em torno de 60 aparelhos – enquanto nos EUA esse número chega a 2,4 mil. “Outros dois fatores são o crescimento das solicitações do exame por parte dos médicos e o aumento no número de indústrias que produzam os radiofármacos, que, se não ocorrer, podem inibir a aquisição de equipamentos. São estes fatores que determinarão o futuro deste mercado no Brasil”.

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tecnologia

TELECOM: DE OLHO NA SAÚDE Danilo Sanches • editorialsaude@itmidia.com.br

A Telefônica passou a ver novas cores no mercado de saúde. Apesar de ainda haver áreas cinzentas, como as dificuldades de relacionamento neste novo mercado e as demandas específicas do setor, as oportunidades levaram a empresa a se lançar neste nicho, com iniciativas que vão de sistemas para sincronização de agendas de médicos e operadoras a equipamentos de saúde na casa dos pacientes

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Q

uando resolveu os problemas que geraram processos contra seu principal produto de banda larga, o Speedy, em 2009, a Telefônica dava um passo rumo à possibilidade de vender o valor agregado à disponibilidade de sua rede. Alguns anos depois do mal-estar em relação à imagem da empresa, a companhia espanhola aproveitou a aquisição da Vivo para avançar sobre o mercado de saúde, e mais: sobre a possibilidade de rentabilizar sua infraestrutura de dados em um mercado que somará, no Brasil, R$ 72 bilhões neste ano, segundo o IDC. Alinhado à tendência global de verticalização do negócio, a Telefônica ensaia no País uma potente entrada no mercado de saúde com produtos que visam atender tanto o consumidor direto quanto clientes corporativos. O Brasil é um dos três países onde a companhia deve investir mais fortemente nos negócios em verticais. Além daqui, Inglaterra e Espanha já abrigam parte da equipe de 50 funcionários dedicados ao desenvolvimento de produtos e estratégias para o setor. O piloto desta estreia já está em andamento e atinge serviços, considerados pela empresa, de menor criticidade. Mas o diretor de produtos e serviços financeiros da Telefônica/Vivo, Maurício Romão, diz que não é o único que está satisfeito com os primeiros resultados. Ele e os 20 mil clientes do serviço Vivo Ligue Saúde têm auxiliado a empresa avançar neste sentido. O serviço, que custa R$ 3,50 para os clientes dos estados do Paraná, Santa Catarina e algumas cidades do interior de São Paulo, coloca à disposição um grupo de enfermeiras para sanar dúvidas de primeiros socorros. O número de adesões é considerado pela empresa bastante expressivo, tendo em vista que o investimento foi apenas na divulgação via SMS e o programa está no ar há dois meses. Além desta iniciativa, mais voltada para o público final, o projeto da companhia, que é viabilizado pela mais nova empresa do grupo, a Telefônica Digital, atende também às demandas corporativas. Romão conta que está em teste, com duas empresas parceiras, um produto sincronizador de agendas, que deve atender às exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS) de que os planos de saúde disponibilizem consultas num prazo máximo de sete dias úteis. O sistema é uma ferramenta multicanal que funciona na nuvem (cloud computing), onde os médicos de uma determinada operadora colocam suas agendas para que Call Center e pacientes tenham acesso, a fim de que os planos possam gerir melhor estes recursos. “E o mais importante é que tem todo um sistema de relatórios por trás do produto, que é um alerta para a operadora quando um paciente não encontra uma consulta dentro do prazo estipulado pela regulamentação da ANS”, explica Romão. “Além desta solução, temos mais duas que devem estar disponíveis no mercado ainda neste semestre e que já estão em teste também.” Outro produto em teste no País é uma solução de auto-atendimento para Call Center com reconhecimento de voz. Nela, o paciente pode fazer agendamentos diretamente na URA. inFraESTrUTUra Para estar em toda a cadeia de valor do mercado de saúde, a Telefônica investe em presença e qualidade. O motivo disso é

Maurício Romão, da Telefônica/Vivo: Piloto “Vivo Ligue Saúde” já possui 20 mil clientes Foto: Divulgação

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tecnologia

que a verticalização não é mais uma tendência no mercado de telecom, hoje é necessidade. A demanda por investimento das teles cresceu no ritmo alucinante com que cresceu a demanda por acesso à internet, multiplicado pelo crescimento do poder de processamento dos dispositivos. Agregar valor a uma estrutura que antes era usada apenas para serviços de voz passou a ser mais que um diferencial competitivo, mas uma questão de sobrevivência. “Sabemos que, quanto mais presentes estivermos na vida dos nossos clientes, mais fiéis eles vão ser, porque vamos oferecer mais diferenciais. E nosso diferencial é dominar a infraestrutura para fornecimento destes serviços”, diz Romão. A mobilidade dos equipamentos é um jogador a mais no time. Em parceria com quatro fabricantes nacionais de dispositivos de saúde móveis, a companhia deve entrar também na casa dos doentes crônicos com equipamentos que avisam a uma central sobre os parâmetros anormais de saúde do paciente. O passo em direção à verticalização, por um lado, denota a maturidade do mercado para atender uma demanda por disponibilidade do tamanho da necessidade por assistência. O outro lado é que o Brasil começa a figurar entre os principais países em relação à tecnologia de ponta, mas sem uma infraestrutura proporcional. “Nossa rede ainda é muito fraca em termos de número de pontos e força de sinal, por exemplo, em relação aos EUA”, afirma Fernando Belfort, analista sênior de Mercados da Frost & Sullivan. Segundo o analista, as novidades não devem chegar ao mercado de maneira maciça no curtíssimo prazo. As iniciativas devem começar como pilotos e crescer ao longo dos próximos anos. Uma tendência é que cresça bastante o número de aces-

Fernando Belfort, da Frost & Sullivan: “a tendência é que cresça bastante o número de acessórios para smartphones nos próximos 2 ou 3 anos para suportar a interação de novos serviços com a mobilidade” Foto: Divulgação

sórios para smartphones nos próximos dois ou três anos, para suportar a interação destes novos serviços com a mobilidade. ConCorrênCia Por mais que as iniciativas da Telefônica sejam consideradas pioneiras no sentido de usar a infraestrutura para suportar negócios na vertical de saúde, as concorrentes não estão menos alvoroçadas para atender a estas demandas e abraçar o filão que passa a consumir mais produtos neste setor. Oi e TIM também se mobilizam e trazem ao mercado produtos que, por enquanto, ainda são tímidos para o grande público - assim como o projeto-piloto da Telefônica -, mas que juntos compõem um avanço expressivo neste sentido. A TIM se prontificou a dar suporte para a demanda por mobilidade de médicos e outros colaboradores da saúde. A operadora lançou uma oferta de iPhone 4S e iPad 2 para profissionais da área. “A TIM chega com ofertas e soluções específicas para

esse segmento, vislumbrando hospitais, pequenas clínicas e o próprio profissional liberal”, explica Arnaldo Basile, gerente sênior de Marketing Business da operadora. “Depois de algumas pesquisas, na escolha dos aparelhos e tablets, por exemplo, compramos um lote de iPhone 4s e iPad 2.” Além de hardwares a operadora tem oferecido aos clientes um produto chamado MobileCare Edição TIM, que serve para envio de lembretes de consultas e confirmações via SMS. A tecnologia caminha pela estrutura do mercado de saúde à medida que o governo desburocratiza e abre mão de alguns controles por um lado, e, por outro, ao passo que as companhias conseguem delinear uma demanda compatível com estes investimentos. Uma conclusão bastante evidente é que as teles estão mais próximas dos clientes e consumidores diretos das tecnologias móveis. E que o crescente acesso de profissionais e pessoas físicas a equipamentos de mobilidade tende a ampliar a capacidade e a segurança deste ambiente.

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PERFIL

MELHOR MÉDICO NAS ONDAS E MELHOR SURFISTA NA SALA DE CIRURGIA, FRANCISCO DINIZ CONTA COMO O ESPORTE O AJUDOU A VENCER A OBESIDADE E A ENCARAR OS PACIENTES QUE BUSCAM A CURA PARA O EXCESSO DE PESO

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dia ainda não nasceu em Natal (RN). Poucos se aventuram a deixar a cama às 4h15, ainda mais aqueles que só entrarão no trabalho às 8h. O cirurgião geral Francisco Diniz, de 47 anos, não se assusta com o despertador: meia hora e 33 quilômetros depois, ele começa a pegar ondas no mar da Barra de Tabatinga, de onde só sai às 7h. Uma hora depois, chega ao Hospital do Coração da capital potiguar para trabalhar até à noite. É assim de segunda a segunda, a não ser que uma viagem ou o mar calmo impossibilitem a atividade. A rotina do Doutor Surfe, que ilustra seu hobby favorito até em seu cartão de visitas, já dura 12 anos. Na época, resolveu voltar ao surf para combater sua própria obesidade - pesava mais de 110 kg - e parar de se sentir mal com os pacientes que chegavam para se tratar e operar por causa dessa mesma doença. O surfe, esporte que praticou na adolescência, foi uma escolha natural; um mês depois do retorno, comemorou com a família o fato de conseguir ficar em pé na prancha após tanto tempo. Hoje, pesando pouco mais de 80 quilos, as coisas estão bem diferentes. O surfe já faz parte do dia a dia e é incorporada até na profissão. “Eu entrego meu cartão, com uma foto minha surfando, e mostro para os pacientes a importância do esporte, da saúde. Dou exemplo para eles, principalmente para aqueles que não precisam de cirurgia, mas sofrem para emagrecer”, conta Diniz. “Eu pago um preço, que é acordar cedo, mas minha vida está muito melhor, em todos os sentidos.” DESAFIANDO O PRECONCEITO Não é todo mundo, no entanto, que encara o hobby com naturalidade, pelo menos num primeiro contato. Diniz conta que uma de suas pacientes, figura importante em uma das universidades de Natal, olhou com estranheza quando recebeu o cartão de visitas do médico esportista. Ficou em dúvida, mas resolveu voltar ao consultório do Doutor do Surfe após a insistência dos amigos. Receosa, ela confessou que decidiu não operar com o “médico surfistinha” num primeiro momento, mas voltou atrás por causa das ótimas referências que recebeu. Hoje, já operada, ela é saudada pelo médico com a mesma pergunta: “Veio ver o surfistinha?” Alguns familiares também não aprovaram o cartão de visitas, visto como contrapropaganda, mas

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Marcelo Andrade- editorialsaude@itmidia.com.br

Diniz foi prático: para quê mudar se o consultório continuava lotado? “Existe um grande preconceito contra o surfe, mas eu faço de tudo para demonstrar que ele não é exclusivo para malandros, vagabundos... é bom para qualquer tipo de profissional”, ressalta. A turma em Barra de Tabatinga é grande e formada por todo tipo de gente: professores, advogados, “alguns vagabundos que ficam lá o dia inteiro [risos]”, que conversam de tudo, menos cirurgia. “E todos me conhecem como o Doutor Surfe. No hospital, sou o melhor surfista; dentro do mar, sou o melhor médico”, constata. A amizade com os outros surfistas gerou algumas viagens interessantes ao Peru, Fernando de Noronha e até Ilha da Madeira, em Portugal - onde as ondas são boas, mas o mar gelado atrapalha. O mesmo problema foi encarado em Punta Hermosa, litoral peruano, só que a onda compensou. “É a melhor do mundo, muito longa, tenho cronometrado um minuto na mesma onda. Imagina ficar todo esse tempo em cima da mesma onda e depois voltar e pegar uma igual? Sem contar o fato de que a praia é uma continuação da areia do deserto, é muito interessante”, relata. O próximo destino é a Costa Rica, para onde

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vai em maio. Mas o grande sonho é o mais conhecido paraíso dos surfistas: o Havaí. “Não posso morrer sem ir ao Havaí. Quase fui no ano passado, pois havia um congresso em Los Angeles, mas acabei indo para a Alemanha. Mas acho que esse ano ele não me escapa.” Nas viagens, Diniz se diverte com outro hobby: a fotografia, que já o fez ganhar um lugar no calendário anual da cooperativa de crédito Unicred, da qual é membro.

Francisco Diniz: surfe antes do expediente no Hospital do Coração de Natal(RN)

NA CRISTA Com tanta experiência na área e treinamento nas universidades de Pittsburgh e Duke (Carolina do Norte), nos Estados Unidos, Diniz responde com convicção quando é questionado se a medicina brasileira está “na crista da onda”: “Está sim, porque aqui se faz tudo o que se faz de melhor no mundo. Em Natal, já fazemos esofagectomia, para retirada de esôfago, e fui três vezes aos Estados Unidos para fazer o treinamento desse procedimento. É o que temos de melhor na cirurgia mundial.” Claro que dinheiro e tecnologia fartos ainda são uma vantagem para norte-americanos e europeus, por isso evoluem mais rápido. Porém, a precocidade dos médicos brasileiros nos leitos e nas salas de cirurgia os tornam os melhores do mundo, segundo Diniz. “Lá fora, eles começam a tocar no paciente só depois de terminar o curso. No Brasil, quem gosta de cirurgia vira ‘piolho’ de hospital logo no começo da faculdade e, por isso, tem muito mais prática.” Para ele, outro diferencial do brasileiro é a habilidade: “Passei 20 dias na Duke University e não vi eles darem nenhum ponto, só usam máquina. Obviamente, nós costuramos melhor.” Apaixão pela medicina é, de certa forma, coerente com seu dedicado contato diário com a natureza. E o tal “preço” de respeitar o exigente despertador é mais do que compensado: “Só quem acorda essa hora vê alguns espetáculos como o sol nascendo no mar, um arco-íris completo na beira da praia, golfinhos, tartarugas e peixes nadando... vale a pena.” E não vale? sua opinião é muito importante // editorialsaude@itmidia.com.br twitter // @saude_web

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RECURSOS HUMANOS

A DURA TAREFA DE

INTEGRAR

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RODRIGO ARAÚJO Sócio-Diretor Sênior responsável pela Especialização em Ciências da Vida e Saúde da Korn/Ferry

setor da saúde está aos poucos deixando o con- porém altamente empreendedoras e que permitam rapiservadorismo de lado. Esse movimento evolutivo damente um spin-off. O mercado de OTC (medicamento começou há alguns anos e deve acentuar daqui com venda isenta de prescrição) tende a triplicar seu tamapra frente impactando a indústria e promovendo trans- nho e profissionais desta área juntamente com lideranças formações profundas nas organizações, em sua cultura, em acesso a mercado serão altamente valorizados. Essa estratégia e modelo de negócios. constante transformação vai possibilitar um cenário de Um dos setores onde mais se observa esta realidade é negócios mais ágil e eficiente, focado em inovação (neste a indústria farmacêutica. Para se ter uma ideia de como caso mindset) e parcerias, principalmente entre ONGs e o setor no Brasil ainda pode crescer muito nesta fase, a academia junto à indústria. dados do IMS Market Prognosys apontam que o País A questão que fica é como as organizações estão liestá na oitava posição no ranking do mercado farmacêu- dando com o processo de mudança e seus impactos nas tico mundial e movimenta US$ 22,1 bilhões contra US$ pessoas. Como o setor tradicionalmente se arrisca pouco 312,2 bilhões dos Estados Unidos. Um outro indicador, e tem uma visão mais segmentada, não se permite/vaaqui são investidos US$ 837 bilhões loriza iniciativas e estratégias mais (per capita), quase seis vezes menos arrojadas. Aos poucos, percebe-se que na Noruega, país referência em que existem ações que rompem “O FOCO ESSENCIALMENTE saúde, segundo o Human Developaradigmas ou mesmo apontam ORIENTADO PARA EFICIÊNCIA pment Report. para uma tendência inovadora. TENDERÁ A LIMITAR OS O Brasil atravessa um novo ciclo Entretanto, o foco essencialmente LAMPEJOS DE CRIATIVIDADE” de investimentos, com altas expecorientado para eficiência tenderá a tativas para essa indústria, especialmente para os já consagrados fabricantes de genéricos, companhias focadas no segmento de especialidades, do ramo de Consumer Health e mercado de balcão. Atrelado ao contínuo avanço e amadurecimento das regulamentações e compliance– tradicionais obstáculos para o upgrade do setor – espera-se uma nova onda de transformações importantes, com impactos nunca antes visto no setor. Na América Latina, nos dias atuais, a indústria farmacêutica representa a menor fatia do mercado mundial com 5%. A Europa tem 20%. A indústria farmacêutica está valorizando cada vez mais a medicina especializada, com foco em classes terapêuticas com destaque para dermatologia, oncologia, imunologia e neurociência. Além disso, os principais players estão gradativamente se tornando uma “biofarma” (tendência esta que deverá se reverter pela necessidade de ganho de escala). As grandes empresas farmacêuticas continuarão sua jornada e vão criar unidades de negócios menores,

limitar os lampejos de criatividade. Independentemente do momento em que encontram os players do setor, decisões importantes serão demandadas de suas lideranças. O êxito nesta nova fase passa em considerar um diferencial em suas lideranças que encarem as novas demandas e desafios incorporando um novo mindset. Essas características são inerentes aos emerging leaders, que já têm essa visão mais abrangente e ajustam o modelo de gestão a uma realidade diferente e têm conhecimento de outras áreas adaptados às necessidades do mercado. Soma-se a capacidade de estabelecer uma gestão mais aberta ao novo e que impacte positivamente a cadeia como um todo: dos pacientes, as instituições acadêmicas, ONGs, sociedades médicas, empresas, órgãos públicos e reguladores. A conectividade entre os diferentes agentes seguirá cada vez mais acentuada e haverá maior dependência entre as partes. A integração da cadeia é a chave para integrar a indústria como um todo.

sua opinião é muito importante // editorialsaude@itmidia.com.br twitter // @saude_web

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carreiras

ans empossa diretor para

regiões norte e nordeste

Foto: Divulgação

O cardiologista André Longo Araújo de Melo passa a exercer o cargo de diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ele será o primeiro diretor da ANS representante das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O novo diretor foi nomeado por Decreto Presidencial, após passar por sabatina na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal. Em sua cerimônia de posse, realizada, no dia (02), de fevereiro, no Auditório do Ministério da Saúde, Longo pontuou a importância da qualidade dos sistemas de saúde e frisou a expansão do setor de saúde suplementar nos últimos anos que está atrelada à criação de novas frentes de trabalho formal. A incorporação de novos medicamentos e tecnologias modernas de saúde foi citada como um desafio para o setor, bem como a associação de esforços para o cumprimento da agenda regulatória. O Ministro da Saúde abordou a necessidade de se manter o ritmo de crescimento do setor de maneira sustentável. Também pontuou a conjunção dos diferentes grupos do setor “É preciso aprofundar o exercício do diálogo com todos os segmentos da saúde suplementar no País”.

Helton Freitas é o novo diretor

de operações da seguros unimed Helton Freitas é o novo diretor de Operações da Seguros Unimed, responsável pelas áreas de Operações e Tecnologia da Informação. Acumulando os cargos, Freitas continua presidindo a Unimed BH, onde está desde 2005 e pretende ficar até 2014. No Sistema Unimed, o executivo atuou na reestruturação da Unimed Participações e foi diretor de controle da Federação das Unimeds de Minas Gerais na gestão 2002-2006. Também atuou como assessor de planejamento da Unimed-BH entre 1998 e 2004. Freitas foi conselheiro fiscal, diretor comercial e presidente da Cooperativa de Consumo, Editora e de Cultura Médica Ltda (Coopmed), fundador da Cooperativa de Trabalho dos Médicos do Hospital das Clínicas da UFMG (HCCoop) e da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Médicos e Profissionais da Área de Saúde de Belo Horizonte e Cidades Polo de Minas Gerais Ltda (Credicom), além de diretor da Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom) e da Central das Cooperativas de Economia e Crédito de Minas Gerais (Cecremge). O executivo graduou-se em 1989 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em Medicina do Trabalho, e especializou-se em Saúde Pública. Cursou MBA Executivo em Gestão de Saúde pelo Ibmec e no Programa de Gestão da Performance, da Fundação Dom Cabral.

Hospital vivalle anuncia

novo diretor geral Lucilio Saraiva é o novo diretor geral do Hospital viValle. O executivo, que anteriormente atuava no Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, assume o lugar de Felipe Ciotola Bruno. Saraiva é formado em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especializado em Pneumologia e pós-graduado em gestão de saúde pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). Felipe Ciotola Bruno passa a integrar o conselho consultivo de administração do Hospital viValle. De acordo com o comunicado da entidade, neste primeiro momento, os executivos atuarão em conjunto a fim de dar continuidade ao trabalho já realizado pelo hospital, voltado à excelência na prestação de serviços de saúde e assistência médica humanizada. A Rede D’Or São Luiz assumiu o controle acionário do viValle em dezembro de 2011.

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Ideal para uso clínico e certificado para a utilização em qualquer setor do hospital, o monitor clínico MDRC-2124, desenvolvido pela Barco, oferece uma experiência superior na visualização e distribuição de imagens diagnósticas. Gerenciado de forma centralizada, mas localizado no espaço de atendimento ao paciente, o dispositivo permite o controle de brilho, contraste e escala de cinza em sua tela. Estas opções proporcionam mais segurança na tomada de decisões clínicas, aumentam a eficiência e melhoram o cuidado ao paciente.

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Um dos lançamentos da GE Healthcare durante o RSNA 2011 foi o FlashPad, um detector wireless de raio X. Com design inovador e amigável, o dispositivo pode ser carregado para qualquer lugar de uma instituição de saúde, tornando o serviço de radiologia mais versátil e econômico, por otimizar o uso do raio X digital e reduzir o tempo de ociosidade do equipamento.

A nova geração do arco cirúrgico Veradius com tecnologia flat detector, da Philips, traz mais qualidade e oferece maior nitidez às imagens diagnósticas, além de ter um design que permite sua utilização em espaços pequenos e, por conveniência, em cirurgias cardíacas, vasculares e ortopédicas. O dispositivo é equipado com um grande campo de visão que não é afetado por distorções geométricas ou magnéticas. O produto suporta uma grande gama de aplicações e entregam imagens de alta qualidade e com grande valor.

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O livro reúne a experiência de mais de 50 profissionais de saúde que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em todo o País. A obra aborda desde a história da enfermagem intensiva às técnicas de cuidados mais avançadas encontradas no setor.

Autores: Renata Andrea Pietro Pereira Viana e Iveth Yamaguchi Whitaker Editora: Artmed Número de Páginas: 546 Preço Sugerido: R$114

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Autor: Linda J. Knodel Editora: Artmed Número de Páginas: 210 Preço Sugerido: R$49

Logística Hospitalar - Teoria e Prática

Esta obra traz conceitos de gestão e modelos destinados a racionalizar operações e otimizar resultados nas instituições de saúde. Parte dos temas também podem ser aplicados em outros setores das organizações e permite utilização pelas seguintes disciplinas: administração de materiais e recursos patrimoniais, administração hospitalar e logística como material de apoio.

Autor: José Carlos Barbieri e Claude Machline Editora: Saraiva Número de Páginas: 336 Preço Sugerido: R$83

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O Homem; As Viagens

Carlos Drummond de Andrade O homem, bicho da terra tão pequeno Chateia-se na terra Lugar de muita miséria e pouca diversão, Faz um foguete, uma cápsula, um módulo Toca para a lua Desce cauteloso na lua Pisa na lua Planta bandeirola na lua Experimenta a lua Coloniza a lua Civiliza a lua Humaniza a lua. Lua humanizada: tão igual à terra. O homem chateia-se na lua. Vamos para marte - ordena a suas máquinas. Elas obedecem, o homem desce em marte Pisa em marte Experimenta Coloniza Civiliza Humaniza marte com engenho e arte. Marte humanizado, que lugar quadrado. Vamos a outra parte? Claro - diz o engenho Sofisticado e dócil. Vamos a vênus. O homem põe o pé em vênus, Vê o visto - é isto? Idem Idem Idem. O homem funde a cuca se não for a júpiter Proclamar justiça junto com injustiça Repetir a fossa Repetir o inquieto Repetitório. Outros planetas restam para outras colônias. O espaço todo vira terra-a-terra. O homem chega ao sol ou dá uma volta Só para tever? Não-vê que ele inventa Roupa insiderável de viver no sol. Põe o pé e: Mas que chato é o sol, falso touro Espanhol domado. Restam outros sistemas fora Do solar a colonizar. Ao acabarem todos Só resta ao homem (estará equipado?) A dificílima dangerosíssima viagem De si a si mesmo: Pôr o pé no chão Do seu coração Experimentar Colonizar Civilizar Humanizar O homem Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas A perene, insuspeitada alegria De con-viver.

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Alberto leite diretor executivo da it mídia

ara mim, o cinema está dividido em três: ET, ser pequeno, grande, não importa, mas precisa Pulp Fiction e Matrix. Todos tiveram grande refletir a natureza da história que irei contar impacto em minha vida. de mim mesmo. Já vi grandiosos roteiros em Recordo-me com alegria do momento em que, no apenas um quarteirão, já vi cenas espaciais que cinema, ouvi o “serzinho” de outro planeta abraçar foram pequenas. a garotinha no bosque, e soltar uma palavra sem A trilha sonora tem que ser de primeira, contanto significado: “ouch” e ir embora, subindo ao som com clássicos do soul, blues, pop, rock, músicas daquela linda música. Pulp Fiction veio depois globais, óperas e músicas clássicas. Algumas cane, somente, para me mostrar que o cinema não ções românticas chegam para embalar aquela cena precisava de um roteiro simples e do tipo: início, que não fica bem sem uma “musiquinha”. meio e fim. Matrix, então, mostrou que havia um As câmeras são importantes, portanto nesse filmundo desconhecido nas telas. Existia muito mais me imagino-as por todas as partes, como se me do que aquilo, havia uma discussão antiga, meio vigiassem o tempo todo, meio “Show de Truman”, George Orwell, sobre o bem e o mal, sobre o que mas com a diferença de que sei que elas ali estão. vive acima e o que vive abaixo. E tudo isso me fez O enredo precisa ter o mote, o acontecimento entender muitas coisas. que coloca em cheque a feliciAprendi a analisar filmes dade do final para criar clímax e como ninguém. Vejo as câtodo o desenrolar. O final, assim Com tudo isso, aprendi também a meras subindo, descendo, a como o começo e o meio, precisa Criar meu próprio filme, música entrando, abaixando, ser feliz, daí o conceito de um o filme da minha vida vejo cortes de cena, diálogos filme de total felicidade. cortados por sons estranhos, O vilão pode ser desconhecivejo câmeras rápidas, lentas, vejo até o filme e do, invisível, pode ser até um “eu mesmo” contrame emociono. cenando contra o seu próprio eu. O que importa é Com tudo isso, aprendi também a criar meu pró- que no final, no meio de tantas batalhas, choros, prio filme, o filme da minha vida. risos, amores, corridas, todas as pessoas entendam Com um simples roteiro, que carinhosamente que de nada adiantaria tudo aquilo se não houvesse chamarei de resoluções do ano, faço um mini texto no final um “continua”. da forma como as coisas devem sair. Em seguida, Esse “continua” sempre nos deixa com uma pulga projeto os personagens, aqueles que farão o filme atrás da orelha, com uma vontade de ver a conticomigo. Alguns deles tomam espaço de coadju- nuação, de entender como será feito. vantes importantes, com direito a indicações ao Se George Lucas pode, eu também. E não preciOscar. Outros fazem papel de vento, vestindo-se sarei nem invadir outros planetas para isso. Essa de cinza e correndo de um lado para o outro. Há, Terra já é grande demais. também, aqueles que se vestem de árvore, ficando Grande demais para um só filme, grande demais lá, paradinhos. E os que entram na primeira cena para um só diretor, mas pequena demais para uma e, simplesmente, somem. história tão linda quanto a que quero contracenar Após estudo delicado dos personagens, parto sobre mim mesmo. diretamente para a escolha do cenário, que pode E você, já escreveu o seu?

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