Revista FH - Ed. 199

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ESPECIAL

FOTO: RICARDO BENICHIO

LANÇAMENTOS E TENDÊNCIAS DA JPR 2012

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EXCLUSIVO A JOINT VENTURE ENTRE BENNER E ALERT PROMETE ACIRRAR A DISPUTA PELO MERCADO DE TI EM SAÚDE

OCÊ

ACREDITA? REVISTA FH REÚNE REPRESENTANTES DA CADEIA DE SAÚDE PARA DEBATER OS IMPACTOS DA ACREDITAÇÃO NO SETOR

DA ESQUERDA PARA DIREITA: HELENO COSTA JUNIOR - CONSÓRCIO BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO • RUBENS COVELLO - IQG/ACREDITATION CANADA • MONICA CASTRO - UNIMED-BH FRANCISCO BALESTRIN - ANAHP • VINICIUS ROCHA - HOSPITAIS AMIL- SP | SENTADAS DA ESQUERDA PARA DIREITA: RAQUEL LISBOA - ANS E GIOVANNA ARAÚJO - GRUPO BRASANITAS

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ÍNDICE

Maio de 2012 • FH 199

W W W . s a u d e W e b . C O M . b R 12 – Conexão saúde web

76 – desCobrindo novos TerriTórios

Confira as notícias mais quentes e conteúdos multimídia do portal

Marítima Saúde na disputa pelo mercado mineiro

TeCnologia

82 – experiênCia valiosa

24 – abalando as esTruTuras Alert e Benner anunciam Joint Venture e acirram rivalidade entre os players do mercado

28 – unidos pela inovação na saúde Belo Horizonte ganha polo de excelência em tecnologia para o setor de saúde

enTrevisTa

38 – espeCial aCrediTação

aCrediTe se puder debaTe Com represenTanTes da Cadeia expõe os avanços, desafios e problemas que envolvem os proCessos para adquirir o selo

indúsTria

86 – raio-x de negóCios Especial JPR 2012: redução de doses de radiação, monitores em alta definição e tecnologia 3D são tendências na área de diagnóstico por imagem

92 – viTrine

O neurocientista Sidarta Ribeiro aborda o futuro da medicina, células tronco e os desafios dos cientistas brasileiros

Veja os lançamentos na JPR 2012

perfil

espeCial aCrediTação

48 - aCrediTação aumenTa qualidade, mas não eleva faTuramenTo

Fundador dos Expedicionários da Saúde, o ortopedista Ricardo Afonso Ferreira conta como surgiu a ideia de criar a ONG

A visão das empresas de home care sobre o processo

104 – livros

100 – uma lição de alTruísmo

saúde business sChool hospiTal

54 – renTabilidade para o bem Hospital Infantil Sabará faz parceria com Miguel Nicolelis para lançar centro de ensino e pesquisa voltado à neurociência

políTiCa e regulamenTação 68 – razão e sensibilidade

100

Laboratórios adaptam suas estruturas para ganhar mais espaço entre os consumidores triple A

32 – neuroCiênCia em pauTa

57 – segurança dos dados

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mediCina diagnósTiCa

Os impactos da decisão do STF sobre a interrupção da gravidez no caso de aborto de fetos anencéfalos

arTigos 52 – gesTão Certificação pode melhorar os resultados?

56 – rh Cultivar o ótimo: o desafio da aquisição de talentos

66 – eConomia As proibições à indústria de cigarros

operadora

74 – gesTão feiTa em Casa Entenda como a Economus, autogestão da extinta Nossa Caixa Nosso Banco, administra sua carteira de beneficiários enquanto não é decidido seu futuro pelo Banco do Brasil

erraTa

Na edição 198, pag. 67, na matéria “Ritmo Acelerado”, o executivo na foto é Carlos Mafra, gestor de incorporação da Cirúrgica Mafra, e não de Julian Batista.

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ExpEdiEntE

pRESidEntE-ExECUtiVO

Adelson de sousA • adelson@itmidia.com.br

ViCE-pRESidEntE ExECUtiVO

Miguel Petrilli • mpetrilli@itmidia.com.br

diREtORa ExECUtiVa dE mídia

AdriAnA cAntAMessA • adriana.cantamessa@itmidia.com.br

diREtOR dE RECURSOS E finançaS

João PAulo coloMbo • jpaulo@itmidia.com.br

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stelA lAchterMAcher • stela@itmidia.com.br

COnSElhO EditORial Adelson de sousA, Miguel Petrilli e stelA lAchterMAcher

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COMERCIAL GEREntE COmERCial Elizandra Paiva • elizandra.paiva@itmidia.com.br • (11) 3823-6625

REPÓRTEREs

ExECUtiVOS dE COntaS Gabriela Marcondes • gmarcondes@itmidia.com.br • (11) 7144-2543 Leandro Premoli – leandro.premoli@itmidia.com.br • (11) 9656-1148 Rosana Alves • rosana.alves@itmidia.com.br • (11)7144-2538 Suellen Marques -suellen.marques@itmidia.com.br • (11) 9639-7527

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MARKETING GEREntE dE maRkEtinG emerson Moraes – emoraes@itmidia.com.br

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OPERAÇÕEs GEREntE dE OpERaçõES

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Editorial

basta

acreditar n

esta edição trazemos um tema crucial para a evolução do setor: a acreditação. Presente na rotina de qualidade e segurança dos hospitais, laboratórios e empresas de homecare, mas também com impactos na relação entre os elos: indústria e operadora. Se antes, o selo de qualidade poderia ser visto como diferencial, agora ele caminha para uma questão de sobrevivência da instituição. Mas nesse cenário algumas perguntas emergem: quem paga o custo alto do investimento? É necessário incentivar financeiramente? Como envolver o fornecedor e o corpo-clínico? Como capacitar pessoas? Essas e outras ideias foram debatidas por representantes da cadeia de saúde, e o resultado de um assunto que está longe de se esgotar você confere nas próximas páginas. TI em Saúde Como a acreditação, a TI em saúde também tem sido alvo de grandes discussões e movimentações. A mais recente é a formação da joint venture entre Alert e Benner. A união das empresas promete acirrar a disputa em um mercado em plena consolidação. Nos últimos anos, assistimos as aquisições da Wheb Sistemas pela Philips e da WPD pela Agfa, além do fortalecimento das verticais de saúde nas multinacionais. Que o mercado está aquecido é fato, mas o que não se sabe ainda é se as novas, antigas e combinadas soluções conseguirão atender a complexa demanda das instituições de saúde.

Foto: Ricardo Benichio

Boa leitura!

maria carolina buriti Repórter IT Mídia S.A

Da esq, p/ dir.luiz brescia e Severino benner concedem entrevista à repórter Verena Souza sobre a Joint Venture

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Examinar bem seu segmento também é nossa especialidade. O BIOFAST está sempre pronto para atender da melhor forma o seu negócio. Nosso objetivo maior é prestar serviços de alta qualidade em análises clínicas com agilidade, confiança e atendimento humanizado. Sem esquecer que, quem tem nas mãos a possibilidade de contribuir na evolução do campo da saúde, desempenha um papel social relevante e contribui para o bem-estar geral. E o melhor de tudo isso é que entendemos nossos clientes como relacionamento, de maneira individualizada, o que nos permite oferecer soluções customizadas.

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GRUPO

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CONEXÃO SAÚDE WEB

BLOGS

MULTIMÍDIA

Leia e discuta com nossos colaboradores os assuntos mais quentes do mês

Acompanhe entrevistas, galerias de imagens e todo o conteúdo multimídia: www.saudeweb.com.br

JURISPRUDÊNCIA NA SAÚDE RENATA VILHENA SILVA A exigência do Cheque-Caução A advogada, especializada em Direito à Saúde, evidencia que mesmo com a proibição do cheque-caução como garantia de pagamento da conta final, a prática ainda é comum em situações de emergência ou na realização de cirurgia.

WEBCAST

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MEDICINA DE SEGURO HENRIQUE SHINOMATA Prematuridade e os Planos de Saúde Para o Ex-CIO do Hospital Sírio Libanês e Furukawa, cabe à gestante e a sociedade solicitar à ANS que incentive os planos de saúde a fornecerem uma assistência completa em todas as fases aos bebês prematuros

SAÚDE CORPORATIVA ALBERTO OGATA Aumento de diabete no País. E agora? Neste contexto, não serão suficientes programas preparados pelas operadoras de saúde, consultorias e empresas de qualidade de vida. A mudança de comportamento se faz pela tríade programa-ambiente-política.

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MUTE

CONFIRA OS LANÇAMENTOS DA JPR

Indústria mostra suas inovações no ramo da radiologia

VEJA EM: HTTP://BIT.LY/IJWPQJ

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MUTE

QUAIS SÃO OS IMPACTOS DA ACREDITAÇÃO NA CADEIA DA SAÚDE?

Encontro realizado na IT Mídia abordou o peso que a certificação representa no segmento e os gargalos que dificultam o alcance do selo

VEJA EM: HTTP://BIT.LY/KWQ1LQ

GALERIA FARMACOECONOMIA E ECONOMIA DA SAÚDE STEPHEN STEFANI Caos e Organização na Saúde: cuidados paliativos De acordo com Stefani, a literatura médica assinala sistematicamente que uma das causas de superlotação é o tempo de internação prolongado – o que está diretamente relacionando a baixa efetividade organizacional

VEJA MONITORES ESPECIALIZADOS PARA LEITURA DE MAMOGRAFIA

Desde o final de março está vigorando a portaria nº 531 do Ministério da Saúde que recomenda o uso de monitores especializados para a mamografia.

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CONEXÃO SAÚDE WEB

CANAL DO LEITOR TWITTER CASSANDRA LOPES • @GAIVOTALIVRE @Saude_Web .. interessante A MATERIA sobre governança em TI

FABRICAÇÃO LOCAL

TOSHIBA VAI ABRIR FÁBRICA DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS NO PAÍS Fábrica de aparelhos de diagnóstico por imagem será inaugurada em Campinas (SP) até o fim deste ano. O objetivo da empresa é também desenvolver localmente softwares complementares aos equipamentos.

ALTAIR COSTA JUNIOR • @ALTAIRCOSTAJR Descubriram só agora??? “@Saude_Web: Falta agilidade e estrutura à Anvisa, segundo indústria http://bit.ly/IXvyMN”

CRESCIMENTO

SIEMENS EXPANDE PARQUE FABRIL PARA DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Com R$ 50 milhões de investimentos, a fábrica de Joinville produzirá equipamentos de ressonância magnética, tomografia, raio-x analógico e digital

E-MAIL CIÊNCIA

TECNOLOGIA

DELL LANÇA SOLUÇÃO DE GESTÃO DE SISTEMA PARA HOSPITAIS Ferramenta tem o objetivo de trazer agilidade às instituições de saúde para que fiquem em conformidade com as políticas de gerenciamento e segurança de TI Solução contribui para que as equipes tenham a possibilidade de atuar em tarefas mais estratégicas.

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SOLUNNI • @SOLUNNI RT @saude_web: A acreditação é um ponto de partida para a melhoria na qualidade dos prestadores - @brasil_ANS @Saude_Web @anahpbrasil Não esquecendo que existem hospitais que não são particulares que tb são acreditados né?

DASA ANUNCIA PARCERIA COM LABORATÓRIO PARA MEDICINA GENÔMICA PERSONALIZADA Aliança com laboratório do Baylor College of Medicine, dos EUA, visa o compartilhamento de conhecimento e contempla produção de material educativo para médicos e outras ações. O MGL, localizado em Houston, será responsável pela condução das avaliações de doenças de base genética e compartilhará os resultados com a Dasa. A base de dados clínicos e as conclusões das pesquisas vão ficar disponíveis para uso da empresa e de seu corpo clínico.

Acabo de receber os dois exemplares da edição especial da revista FH. Ficou ótima! Parabéns! As matérias ficaram lindas. Leda Márcia, Coordenação de Comunicação da Fiap, sobre a revista FH 197, especial 20 anos.

@saude_web facebook/saudeweb editorialsaude@itmidia.com.br

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CONEXÃO SAÚDE WEB

BOAS PRÁTICAS

NÚMEROS

ABIMED VAI LANÇAR SELO PARA QUALIFICAR DISTRIBUIDOR Além das regras de compliance para as empresas associadas, a Associação reconhecerá boas práticas também dos distribuidores. Uma vez que o distribuidor seja aprovado por uma das empresas de acordo com os critérios definidos, a aprovação será válida para as demais empresas.

300 CERTIFICAÇÕES É O NÚMERO AS CERTIFICAÇÕES ONA NO BRASIL O volume de instituições com certificação vigente é bem maior nos estados do Sudeste, seguidos pela região Sul. Veja balanço

PESQUISA

R$ 23 MILHÕES ESSE FOI O NÚMERO DO INVESTIMENTO FEITO PELO DR. CRISTÓVÃO DA GAMA EM PRONTO ATENDIMENTO O investimento é parte de um projeto maior, cujo valor é de R$ 40 milhões e que inclui uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outra coronariana e infantil

SAÚDE ESTÁ ENTRE AS PROFISSÕES COM MENOR NÍVEL DE STRESS Cargos como técnico em laboratório médico, fonoaudiólogo e nutricionista são os que menos causam aborrecimento. Para alcançar esse resultado, o site Career Cast, dos EUA, levou em consideração aspectos como viagens, risco de mortes, competitividade, prazos apertados e horas trabalhadas.

VAI E VEM

R$ 15 MILHÕES TOTAL INVESTIDO PELO BARRA DAY HOSPITAL NO RJ Rio de Janeiro ganha hospital voltado para classe A Com investimento total de R$ 15 milhões, o Barra Day Hospital, localizado na Barra da Tijuca, terá capacidade para realizar mensalmente 360 cirurgias de pequeno, médio e grande portes

HOSPITAL MOINHOS DE VENTO ANUNCIA NOVA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

Fernando Torelly é o novo superintendente-executivo e João Polanczyk (foto) assume a Superintendência de Relações Institucionais

MANOEL BORGES DEIXA DIRETORIA DO HOSPITAL SANTA CATARINA

Após 14 anos à frente do Hospital Santa Catarina, Manoel Navarro Borges (foto) deixou a diretoria executiva da instituição. No lugar do executivo quem assume interinamente é Denilson de Santa Clara, diretor administrativo-financeiro.

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CONEXÃO SAÚDE WEB

RESULTADO DA ENQUETE

38,13 %

25,90 %

Você acredita que avançadas tecnologias médicas como robótica, nanotecnologia e engenharia biogenética, etc, vão estar dentro do escopo do SUS em 20 anos? 38,13 % - Sim. A evolução tecnológica é muito rápida e o uso do robô da Vinci pelo Inca é um exemplo de que as instituições públicas já começam a ficar atentas a isso 25,90 % - Não. Certamente tais tecnologias vão ser muito mais corriqueiras no País, mas o acesso será restrito a entidades privadas

PESQUISA

HOSPITAL VIVALLE RECEBE CERTIFICAÇÃO ONA III Para conceder a Acreditação Hospitalar, a Organização leva em consideração quesitos como a qualidade do atendimento, os cuidados oferecidos aos pacientes, a capacitação da equipe, além dos investimentos em tecnologia, gestão administrativa e setores de pesquisa.

35,97 %

35,97 % - Talvez. Se, a partir de agora, o Brasil investir em pesquisa e desenvolvimento, para incentivar inovação, é provável que sim

NO AR

VAI E VEM

Carreira de Estado para médicos solucionaria problema de distribuiçãodesigual? ❍ Não. O problema é muito mais abrangente. Financiamento e problemas de gestão estão no cerne da questão. A solução depende de ações específicas, a serem implantadas a partir do quadro de carências, levando em conta o mercado e a regulação.

ROBERTO SCHAHIN INTEGRA ÁREA DE NOVOS NEGÓCIOS NO DASA

Executivo atuou durante nove anos no Hospital Santa Paula e, agora, passa a compor área estratégica do laboratório

HOME DOCTOR EMPOSSA NOVO SUPERINTENDENTE DE NEGÓCIOS

Com especialidade em saúde pública Geraldo Reple passou a integrar a equipe da empresa em março deste ano

❍ Sim. O fortalecimento dos profissionais atuando nas áreas exclusivas de Estado é um requisito para garantir a qualidade e a continuidade da prestação de serviços e o alcance do interesse público com a descentralização da prestação de atividades de Estado.

ACESSE

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Conexão Saúde web

Resultado

Com maioRes pRêmios, luCRo da sulaméRiCa sobe 10,6% O crescimento foi robusto no segmento de saúde, principalmente nos produtos voltados às pequenas e médias empresas e odontológico.

aquisição

novaRtis CompRa FougeRa poR us$ 1,53 bilHão A aquisição será realizada por meio da Sandoz, unidade de genéricos da Novartis. A farmacêutica espera que o negócio seja concluído no segundo semestre deste ano e se tornar líder mundial de medicamentos dermatológicos genéricos em vendas. A norte-americana Fougera estava sendo vendida por um consórcio de fundos de private equity liderados pela Nordic Capital, DLJ Merchant Banking e Avista Capital Partners, disse a Novartis.

deCisão

usuáRios de planos não pReCisam se ResponsabilizaR pelo CaRtão sus Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) afirma que todo mundo deve ter cartão SUS, mas quem tem convênio médico não precisa. A Agência diz que a responsabilidade deste cadastro é das operadoras, que devem informar os dados de cadastro do paciente para o governo.

mobilidade

sistema de saúde mãe de deus inauguRa pRojeto em telesaúde Implantação realizada com a Microdata tem o objetivo de permitir que todos os exames diagnósticos, de imagens e laudos sejam disponibilizados online as nove unidades da instituição bem como qualquer parte do País ou exterior.

expansão

Home doCtoR inauguRa unidade de negóCios no dF A Home Doctor acaba de inaugurar uma unidade de negócio no Distrito Federal. À frente da operação está Ioneide Coelho da Costa, que possui 18 anos de vivência na área de gestão em Saúde. De acordo com ela, houve um forte investimento na montagem da equipe multidisciplinar, no intuito de integrar profissionais qualificados e que dominam toda a complexidade envolvida no atendimento domiciliar. A empresa já atua em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

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VAMOS PRESCREVER UMA HOMENAGEM AOS GR MÉDICOS HOMENAGEADOS • • • • • • • • • •

• MOISÉS COHEN • NELSON HAMERSCHILAK • RAUL CUTAIT • REYNALDO ANDRÉ BRANDT • ROBERTO KALIL • RUBENS BELFORT JUNIOR • SÉRGIO ALMEIDA DE OLIVEIRA • SERGIO DANIEL SIMON • SILVANO RAIA • THOMAZ RAFAEL GOLLOP

ANTONIO CARLOS LOPES ANTONIO LUIZ MACEDO BEN-HUR FERRAZ NETO DAVID UIP ELIAS KNOBEL ELISALDO CARLINI FERNANDO BACAL GIOVANNI CERRI JOSÉ LUIZ GOMES DO AMARAL MIGUEL SROUGI

HOMENAGEM ESPECIAL: ADIB JATENE. Patrocínio Master:

Patrocínio:

Apoio:

Participação:

Colaboração:

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OS GRANDES NOMES DA MEDICINA BRASILEIRA. O FÓRUM DA SAÚDE E BEM-ESTAR VAI HOMENAGEAR ALGUNS DOS GRANDES MÉDICOS DA ATUALIDADE. SÃO PROFISSIONAIS QUE REVOLUCIONARAM O MODO DE TRATAR A SAÚDE DO BRASILEIRO. UM RECONHECIMENTO DO LIDE AOS HERÓIS DA NOSSA MEDICINA.

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DIAS 25 E 26 DE MAIO, NO HOTEL ROYAL PALM PLAZA, EM CAMPINAS, SÃO PAULO.

Iniciativa:

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Colaboração:

Mídia Partners:

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tecnologia

AbAlAndo As

Verena Souza • vsouza@itmidia.com.br

estruturas Uma portuguesa, outra brasileira, Alert e Benner unem soluções e anunciam Joint Venture, que promete trazer sistemas mais robustos aos prestadores de saúde e acirra rivalidade entre os players do mercado

Foto: Ricardo Benichio

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proposta da tarde era o lazer. O golfe foi o responsável pela sensação de descontração dos executivos Severino Benner e Paulo César Guimarães -, respectivamente presidente e fundador da Benner Sistemas e CEO mundial da portuguesa Alert. Apesar de já terem cumprido a bateria de reuniões dos dias anteriores, proposta por um evento corporativo do setor, realizado na Bahia há um ano e oito meses, a grande tacada dos negócios ainda estava por vir. E o que parecia uma partida despretensiosa de golfe, iniciou uma relação complementar. “Você tem que me visitar lá em Portugal”, disse Guimarães. Benner atendeu ao convite e, pouco tempo depois, em meados de maio, as empresas de sistemas de gestão para saúde anunciavam a Joint Venture Alert-Benner, que nasce com um faturamento de R$ 115 milhões e uma projeção de R$ 300 milhões em três anos. Há 15 anos no mercado, a Benner atua no segmento de sistemas de gestão hospitalar, com grande expertise nas áreas administrativa e financeira – principalmente no campo de operadoras, onde detém aproximadamente 28% de market share. Já a força da Alert está em soluções de prontuário eletrônico e gestão clínica para hospitais. Facilitada por uma plataforma tecnológica semelhante, a integração dessas soluções visa atender por completo os processos de gestão de uma instituição de saúde, seja na esfera pública ou privada. “Na Alert não existia, por exemplo, o complemento do ERP (Enterprise Resource Planning, em inglês). E a cada entrega, exigia-se mais um fornecedor incorporado, dificultando os negócios. A decisão da joint venture foi baseada na oferta de uma solução abrangente através de um único fornecedor”, conta o diretor executivo da nova

empresa, e também diretor geral da Alert no Brasil, Luiz Brescia. Além dos sistemas, a possibilidade de provimento de uma infraestrutura de TI, contemplando data center, servidor, outsourcing e cloud computing, se dá pelo fato de que a Benner pertence a Globalweb Data Services – grupo a ser presidido por Severino. O executivo está em fase de transição para o cargo. “A figura do integrador é eliminada. Os integradores passam a ser nós mesmos”, explica Benner. Impacto no setor Tal fusão configura uma disputa travada por poucas empresas de softwares de gestão hospitalar no País. A saúde é um dos setores mais promissores para fornecedores de tecnologia e as organizações correm para ganhar musculatura a fim de atender a crescente demanda. Paulo Magnus, fundador e presidente da MV Sistemas – a maior concorrente da Benner em saúde -, acredita que dos cerca de sete mil hospitais brasileiros, apenas mil possuem uma informatização razoável; dos quais uns 500 ou 600 têm um sistema de fato robusto. “Na área clínica talvez tenhamos 5% dos hospitais com uma ferramenta clínica atuante”, afirmou o executivo em entrevista concedida à revista CRN Brasil de fevereiro deste ano. Com um faturamento de R$ 100 milhões, a MV Sistemas, hoje, é líder entre as maiores empresas nacionais de software, ofertando também um conceito completo de gestão para hospitais e planos de saúde para os cerca de 500 clientes espalhados pelo Brasil. Entretanto, com o advento da Alert-Benner, a companhia de Magnus perde a primeira colocação no aspecto faturamento. “A Joint Venture começa liderando e com o maior portfólio do Brasil”, enfatiza Brescia. Também protagonistas de recentes fusões, a empresa de diagnóstico por imagem Agfa Healthcare - com a incorporação da brasileira WPD em setembro de 2011 -, e a holandesa Philips - por meio da união com a nacional Wheb Sistemas no final de 2010 -, devem sentir a força da Alert-Benner no mercado. De acordo com o anuário Série Estudos, publicado em dezembro pela revista Tecnologia, a WPD aparece em segundo lugar – atrás da MV Sistemas – e a Benner, em terceiro, seguida da Wheb Sistemas, no ranking das dez maiores empresas do segmento. As operações evidenciam a busca das multinacionais por fornecedores de sistemas clínicos nacionais, com o intuito de atender a demanda por uma solução integrada dos prestadores de saúde, tendo em vista a também consolidação e verticalização de hospitais, laboratórios e operadoras. Além do esforço do governo em promover atendimento estruturado por uma rede de assistência. LUiz BreSciA, diretor De acordo com Severino Benner, o diferencial da Alert-Benner deve-se execUtiVo dA ALert-Benner

“A decisão dA Joint Venture foi bAseAdA nA ofertA de umA solução AbrAngente AtrAVés de um único fornecedor”

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tecnologia

ao fato de que ambas modernizaram suas plataformas tecnológicas antes das demais. “Os fornecedores estão passando, agora, por um processo de troca de tecnologia, fazendo o upgrade dos produtos. E tanto a Alert quanto a Benner já estão em um estágio maduro e atualizado”, explica. Para o consultor em TI, Gustavo De Martini, a consolidação do segmento é positiva enquanto houver competitividade; e a probabilidade é de que, cada vez mais, os pequenos desenvolvedores se estabeleçam em nichos específicos. O ganho de escala por meio das fusões e aquisições também contribui para maiores investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o que é essencial em um setor onde software como serviço (SaaS), uso de dispositivos móveis e computação em nuvem despontam como tendência.

Da esq. para a dir., Luiz Brescia, Severino Benner e Lucrecia Oliveira: joint venture nasce com um faturamento de R$115 mi e espera atingir R$300 mi em três anos Foto: Ricardo Benichio

Nova estrutura Apesar de a Alert estar presente em 12 países, as soluções Alert-Benner serão voltadas para o mercado brasileiro e os esforços iniciais serão concentrados no compartilhamento das estruturas existentes de ambas as organizações, atualmente dispostas por São Paulo, Maringá (PR), Belo Horizonte (MG), entre outros, contemplando 400 colaboradores. Os executivos mapeiam nova região para a construção de mais um centro de desenvolvimento. Reforçar a atuação nas regiões Sul e Sudeste é a prioridade inicial. Outras praças serão trabalhadas via canais de distribuição, segundo Lucrécia Oliveira, que comandará a estrutura financeira e de vendas da Joint Venture, com sede na capital paulista. vaNtageNs Brescia é categórico ao dizer que o custo das instituições de saúde

vai diminuir. “Ao levar uma solução abrangente, que atende todas as áreas dos hospitais, inclusive com infraestrutura para a execução do software e suporte de manutenção, as unidades de saúde conseguirão uma economia em escala de processos. Dessa forma, isso é acessível e estratégico aos pequenos também, pois poderão se preocupar apenas com a medicina, levando em conta que a mão de obra de profissionais qualificados de TI é escassa”, enfatiza. Na opinião de De Martini, o mercado de TI está amadurecendo e a consolidação evidencia isso. “Gradativamente os prestadores vão percebendo que a tecnologia faz parte dos processos de gestão”. Em longo prazo, os impactos da nova Alert-Benner certamente serão mensurados. Resta, agora, aguardar e elucubrar: será que a MV apostará também em uma fusão ou em novas aquisições depois da formação da Wheb Philips, WPD Agfa e Alert-Benner?

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BELO HORIZONTE GANHA POLO DE EXCELÊNCIA EM TECNOLOGIA PARA O SETOR EM MODELO DE COLABORAÇÃO E SINERGIA. PROJETOS PODEM REVOLUCIONAR A SAÚDE NO BRASIL NOS PRÓXIMOS ANOS

INOVAÇÃO NA SAÚDE Gilberto Pavoni Junior • editoriasaude@itmidia.com.br 28

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ETOR GIA. ÚDE

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diretor executivo da ePrimecare, Leonardo Florêncio, tem um objetivo claro para a empresa – conquistar o emergente mercado de saúde que vai além de operadoras e empresas do setor. Ele acredita que há muitos negócios inexplorados em grandes corporações que necessitam estender a gestão da qualidade de vida de seus funcionários. “É preciso ter uma visão mais ampla do que é a tecnologia na saúde e onde ela pode ser usada”, diz. E Florêncio está começando a pavimentar esse novo caminho. A empresa fornece uma plataforma para gerenciamento de pacientes crônicos para operadoras de planos de saúde. A solução foi recentemente modernizada graças a uma injeção de capital de risco. Mas não são somente as novas funcionalidades que deixam o diretor executivo da empresa entusiasmado. “A chegada do investidor nos mostrou que há uma revolução na gestão do cuidado da saúde, e nós vamos participar dela”, diz. Ele é um dos empreendedores que participam do Polo de Excelência em Saúde de Belo Horizonte, uma iniciativa do Sebrae de Minas Gerais em conjunto com órgãos públicos, associações e empresas privadas. O objetivo do polo é reunir as empresas mais inovadoras da Região Metropolitana da capital mineira e torná-las referência no desenvolvimento de soluções de saúde com foco em de gestão de riscos, prevenção de doenças crônicas, qualidade de vida e bem-estar. “Temos conseguido boas ideias nas reuniões e há muita motivação. Mas o melhor é que tudo culmina em novas oportunidades”, destaca o executivo. Diferentemente de outros centros de inovação de base tecnológica que existem no Brasil, o polo da capital mineira não depende de uma base física. Não há obrigação de se estabelecer em um determinado local e se comprometer com investimento imobiliário e infraestrutura. Os empreendedores permanecem em suas próprias empresas e desfrutam apenas dos benefícios da iniciativa. “É um canal para inovação, dividido em vários grupos e o objetivo maior é agregar sinergia com outras empresas”, explica o consultor da Advance, Dagoberto Hajjar, que realiza coaching para o grupo. Segundo ele, essa é a maior dificuldade nesse tipo de projeto que reúne empresários. Há uma histórica dificuldade de trocar ideias e abrir projetos em busca de melhorias. É a desconfiança superando a vontade de colaborar. Hajjar explica que essa situação é superada facilmente durante os encontros. “O empresário brasileiro que trabalha com tecnologia, devido a sua formação e luta individual para sobreviver, não está acostumado a esse modelo. Mas é só perceber o quanto pode ganhar que ele começa a participar e trocar conhecimento”, diz Hajjar. E as chances para efetuar um novo negócio são muito grandes. E a coordenação do projeto tem isso na ponta da língua. “O setor público está investindo e deve crescer nos próximos anos, a população está envelhecendo e exige soluções nessa linha, há empresas que começam a cuidar da saúde dos funcionários com um foco mais inovador, além disso há uma série de campos novos como a biotecnologia para serem explorados”, aponta a gestora do Polo, Marcia Machado. Todas essas áreas se unem na iniciativa mineira. Os grupos de trabalho contam com apoio institucional do Sebrae, de órgãos públicos e associações privadas. Existe contato fácil com as diversas linhas de financiamento, como da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Mas um dos grandes diferenciais da iniciativa é colocar o empreendedor num novo patamar de profissionalização.

Márcia Machado, do Sebrae: foco nas pequenas e médias empresas com soluções que podem transformar a gestão da saúde F: D

ENVELHECIMENTO ATIVO E TECNOLOGIA ESSA ABORDAGEM SOBRE O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO LEVA EM CONTA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E POLÍTICAS VOLTADAS AOS IDOSOS. PARA QUE ISSO SAIA DO PAPEL E SE TORNE REALIDADE, SERÁ PRECISO BOAS IDEIAS EM GESTÃO PÚBLICA E DE SAÚDE, ALÉM DE MUITA TECNOLOGIA. SENSORES, DISPOSITIVOS MÓVEIS E MODERNIZAÇÃO DE POSTOS DE SAÚDE E DEMAIS EMPRESAS ENVOLVIDAS NESSA CADEIA PRODUTIVA SÃO FOCO DA INOVAÇÃO DAS PARTICIPANTES DO POLO DE EXCELÊNCIA DE BH.

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TECNOLOGIA

CIDADES INTELIGENTES E SAÚDE

A LINHAS DE AÇÃO DO POLO DE BH

O SEBRAE-MG IDENTIFICOU DIVERSAS EMPRESAS NA REGIÃO QUE PODEM CONTRIBUIR PARA A INOVAÇÃO EM SAÚDE. O PROJETO DO POLO É DIVIDIDO EM QUATRO ÁREAS. • MOBILIDADE URBANA EM SAÚDE INTEGRADA – COM FOCO EM TI MAIS TRADICIONAL E BUSCANDO SOLUÇÕES PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO DA POPULAÇÃO, SUAS CONSEQUÊNCIAS E PROBLEMAS. POSSUI 40 EMPRESAS TRABALHANDO PARA ISSO. • M-HEALTH – GESTÃO E MONITORAMENTO DA SAÚDE USANDO TI COM NOVOS FOCOS E DIRECIONAMENTO PARA DEMANDAS EMERGENTES. ATUALMENTE, 17 EMPRESAS PARTICIPAM DESSE GRUPO. • POINT OF CARE – ENVOLVE A CRIAÇÃO DE SOLUÇÕES DE DIAGNÓSTICO DESCENTRALIZADO E NOVAS ÁREAS, COMO BIOTECNOLOGIA. É COMPOSTO POR 14 EMPRESAS. • QUALIDADE DE SERVIÇOS – EMPRESAS QUE SE DEDICAM A CRIAR NOVAS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS PARA CONTROLE E QUALIDADE NA SAÚDE. SÃO 800 EMPRESAS.

Os empresários têm contato com técnicas de gestão modernas e que podem ajudar na formatação dos planos de negócios e percepção das demandas. Coisas como o design thinking fazem parte do dia a dia do Polo. Nesta nova forma de pensar o negócio, o empreendedor aprende a métodos e processos de solução de problemas, com muita pesquisa e sempre focados no contexto e na criatividade como diferencial. O Polo é dividido em quatro linhas de ação (veja quadro ao lado). Elas vão das soluções básicas em TI a biotecnologia e projetos para o futuro das cidades inteligentes. “Esses novos conglomerados urbanos irão exigir soluções baseadas em tecnologia que provavelmente serão fornecidas por empresas que são do setor de saúde. Mas para os habitantes isso tudo será visto como qualidade de vida”, diz Márcia.

Dagoberto Hajjar, da Advance: o polo de Minas Gerais é um canal para inovação, onde o objetivo é agregar sinergia com outras empresas

AS CHAMADAS SMART CITIES SÃO AQUELAS QUE UTILIZAM TECNOLOGIAS NOVAS OU JÁ CONHECIDAS PARA ENCONTRAR SOLUÇÕES PARA SEUS PROBLEMAS E PARA DEMANDAS EMERGENTES DA POPULAÇÃO. ELAS ENVOLVEM AS ESTRUTURAS DE GOVERNO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM REDES DE COMUNICAÇÕES, SENSORES, COLETA DE DADOS, SISTEMAS DE CONTROLE, FERRAMENTAS PARA AJUDAR NA DECISÃO ETC. NA SAÚDE, PODEM AJUDAR NA ELIMINAÇÃO DE FILAS EM POSTOS DE SAÚDE, MELHORIA E RAPIDEZ DOS DIAGNÓSTICOS, TROCA DE INFORMAÇÕES PARA PESQUISAS E UMA INFINIDADE DE SOLUÇÕES. O MODELO ADOTADO PELO GOVERNO DE MINAS PREVÊ O USO DE TECNOLOGIAS GLOBAIS E EMPRESAS COM MARCA CONHECIDA OU CASOS DE IMPLEMENTAÇÃO CONSAGRADOS PELO MUNDO. MAS A BASE DA INOVAÇÃO SERÁ CONSTRUÍDA COM A PARTICIPAÇÃO DE PLAYERS REGIONAIS. A INICIATIVA É PARA VALORIZAR QUEM MAIS CONHECE OS PROBLEMAS LOCAIS E PODE FORNECER SOLUÇÕES MAIS ESPECÍFICAS. O POLO DE EXCELÊNCIA EM SAÚDE DE BELO HORIZONTE SERÁ UMA DAS PEÇAS-CHAVE NESSE PLANO AO JUNTAR EMPRESAS E FOMENTAR A INOVAÇÃO.

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NEUROCIÊNCIA

EM PAUTA Maria Carolina Buriti • mburiti@itmidia.com.br

Essencial para a descoberta de novos tratamentos, a neurociência vive um momento de crescimento no Brasil. Um de seus representantes mais conhecidos, Sidarta Ribeiro, acredita que quando se trata de futuro da medicina, as células-tronco ou células programáveis se destacarão em relação a próteses e outros circuitos, mas esse caminho só será trilhado com uma longa caminhada a partir da superação de obstáculos por parte dos cientistas brasileiros

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o Brasil, quando se trata de pesquisa científica há muitos desafios a serem enfrentados. Mas essa perspectiva começa a mudar com os holofotes atraídos por uma economia emergente. É o que conta Sidarta Tollendal Gomes Ribeiro um dos nomes mais conhecidos da neurociência no Brasil. Se por um lado há um horizonte promissor, por outro, há ainda muito a ser conquistado pelo cientista brasileiro que, segundo o pesquisador, enfrenta grandes desafios.” Temos de ter clareza de que estamos muito aquém do nosso potencial e aquém em termos da qualidade da ciência feita aqui”, afirma. Nascido em Brasília, Ribeiro é biólogo e tem doutorado em Neurociências e Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller. É professor de Neurociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde também dirige o Instituto do Cérebro. E foi de lá, que ele conversou, por telefone, com a FH, Veja os principais trechos da entrevista a seguir.

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QUEM É: Sidarta Tollendal Gomes Ribeiro • Professor Titular de Neurociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e diretor do Instituto do Cérebro da UFRN • Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília • Mestre em Biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro • Doutor em Neurociências e Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller (2000) com Pós-Doutorado em Neurofisiologia pela Universidade Duke (2005).

Foto: viCtoR aFFaRo

• Fundador do Instituto do Cérebro com um grupo de neurocientistas brasileiros entre eles, Miguel Nicolelis, cuja parceria foi rompida no ano passado

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entrevista

caminho para as pessoas fazerem uma reposição de certas partes do corpo, sem usar uma prótese mecânica ou eletro-eletrônica. Acredito que as duas coisas caminham em paralelo. Eu gostaria que, no longo prazo, o caminho biológico ganhasse, pois é preferível regenerar o próprio corpo a usar próteses mecânicas.

FH- Como a neurociência pode ajudar a medicina no futuro? O que há de novidades no horizonte e como o Brasil está inserido nesse contexto? Sidarta Ribeiro: A neurociência é uma das áreas de maior expansão na biologia. Ela tem interface com outras áreas do saber onde há muita coisa para contribuir com a medicina do futuro. Mas primeiro é preciso entender como o cérebro funciona e, ainda, sabemos pouco sobre ele, mas estamos em uma fase de, rapidamente, adquirir conhecimento. Em particular, o que acho muito importante e isso não é específico do campo da neurociência, mas se aplica ao cérebro, é o uso de células-tronco para recuperar função. Isto ainda está em desenvolvimento e, no Brasil, tem pessoas importantes fazendo coisas assim. Um exemplo é o (pesquisador) Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que faz neurociência e trabalha com células- tronco. Entendo também, que a descoberta, por exemplo, de que o Mal de Alzheimer é uma doença que se propaga por contato entre as células no cérebro é um aspecto que pode abrir o caminho para uma cura ou para a interrupção do desenvolvimento da doença. Esses são exemplos importantes para todas as pessoas, pois quem viver o suficiente correrá o risco de desenvolver o Alzheimer.

FH- Desfrutando do bônus demográfico, o Brasil viverá em algumas décadas o “peso” do envelhecimento populacional. Analisando a expectativa de vida de maneira geral, as pessoas estão vivendo mais e a tecnologia e os avanços da medicina fazem parte dessa conquista. Como a neurociência se insere no contexto de tratamentos e tecnologias para a população idosa? Caminhamos, de alguma forma, para um homem biônico? Ribeiro: Existem dois caminhos: o da engenharia e o da biologia. O da engenharia é o das pessoas incorporarem peças, circuitos ao seu próprio corpo, isso está acontecendo e tende a crescer. Mas o que também está acontecendo são as células - tronco e células programáveis. É a incorporação de mais células, ou de células e tecidos diferentes, que é biológico. Digamos que é um híbrido não com máquinas, mas com outros tipos de células, que possam ser transformadas para os pacientes. Esta medicina vai crescer muito mais do que a medicina ligada só

FH: O que já está sendo pesquisado na área de neurociência que pode ajudar a descobrir tratamentos e curas para as doenças degenerativas? Ribeiro: Citei o trabalho do professor Rehen, no Rio de Janeiro, onde eles estão trabalhando com células que podem ser programadas para desenvolver determinada característica morfológica, funcional. Isso permite pensar em substituir as células defeituosas no cérebro. Não estou dizendo que ele faça isso agora ou que eles tenham a cura e, sim, que eles estão pesquisando. Quando se tem, por exemplo, uma degeneração de células da família chamada de substância negra, que leva ao Mal de Parkinson, talvez, isso possa ser atenuado com a substituição de células. O Alzheimer, como se sabe, é uma doença que se espalha por contato de neurônios, então é uma possibilidade de atuar e interromper o desenvolvimento dela no cérebro.

“mas se olhar a macrofigura nos últimos nove anos, vivemos uma transformação radical de como o País trata ciência”

Foto: Divulgação

FH- Considerando o contexto mundial e os avanços da tecnologia na área de próteses robóticas, essa tecnologia não tende a ficar apenas nas mãos de quem tem mais recurso? Aqueles doentes que não dispõem de recursos financeiros terão dificuldades de acessar o que existe de mais inovador, uma vez que atualmente os mais pobres já têm essa dificuldade na questão dos medicamentos e tratamentos? Ribeiro: Eu acho complemente verdade e, infelizmente, a medicina faz parte de um grande negócio. Ela está no cerne do sistema capitalista no mundo ocidental, e isso é muito ruim para as pessoas. Nesse sentido, os tratamentos mais biológicos e menos de engenharia podem ter o potencial de ser mais barato também.

a engenharia. Se as pessoas tiverem a opção de regenerar seu próprio corpo com células, e readquirir uma função, provavelmente, vão preferir isso a incorporar máquinas. FH: O que é uma célula reprogramável? Ribeiro: Na verdade, há uma complexidade de terminologia associada a esse ramo do saber. Uma coisa é a célula- tronco, que se tem no corpo e que pode dar origem a outros tipos de célula. Outra coisa é, em laboratório, pegar uma determinada célula do corpo e aplicar uma série de fatores e fazê-la virar outra coisa, ou seja, reprogramá-la. Essa tecnologia está sendo desenvolvida em países do mundo inteiro e no Brasil também. Há muita gente querendo aplicar isso à medicina, ainda que de maneira incipiente, porque não sabemos direito se as células se integram e que função elas vão desempenhar. Mas é óbvio que esse é um caminho e, se a tecnologia dominar isso, será muito importante para a medicina. Vai abrir

FH-Por que ele é mais barato? Ribeiro: Depende um pouco do que será feito. Hipoteticamente, falando de ficção cientifica, podemos imaginar que no futuro uma pomada ou injeção faça regenerar partes do corpo, coisas que estão sendo estudadas experimentalmente agora. Se isso depender de fazer uma célula crescer, por exemplo, fazer meio de cultura para elas, - não é muito caro. Elas crescem, se você coloca “comida” (risos) e viram o que quiser. Agora, inserir computadores dentro das pessoas, claro, é uma tecnologia mais cara. Mas isso é atualmente, pode ser que um dia barateie. Mas acredito que no sistema capitalista, os ricos sempre acessam primeiro as tecnologias mais recentes e, especialmente, as mais caras. Acho que temos de separar aquilo do mundo científico daquilo que é questão política e de como a sociedade lida com esse comércio científico. Seria muito bom se a sociedade, de fato, priorizasse a saúde coletiva e investisse mais para que a saúde fosse boa para todos. Nós estamos nesse caminho, bem ´devagarzinho´, mas estamos indo. FH- No atual cenário econômico mundial, com crise nos países desenvolvidos e a ascensão das economias emergentes, o crescimento econômico desses novos mercados poderá catalisar investimentos e reverter a condição na produção e acesso às tecnologias médicas? Ribeiro: Estamos vivendo um momento muito particular da história em que ocorre uma grande reconfiguração, sobretudo, da economia. A grande configuração que estamos assistindo é o crescimento dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, na sigla em inglês) e isso tem relação com o modo de alimentar uma economia interna pujante e de exportar, isso é uma coisa na qual o

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Brasil se encaixou muito bem. Acho que esse é o momento, o governo brasileiro tem mostrado clareza de que é um momento de dar um salto de qualidade tanto tecnológico quanto científico. Nesse momento, acho que o governo faz um grande esforço nesse sentido, inclusive com a clareza de que se nós somos menos desenvolvidos do que países da Europa e os Estados Unidos, então precisamos incrementar nosso intercâmbio com eles. Acho que isso tende a baratear a tecnologia em longo prazo. FH: Mas você acredita que por conta da crise lá fora, o Brasil e economias emergentes conseguiriam atrair investimentos de fora do país para dentro de suas economias e com esses investimentos dar uma virada no sentido de conhecimento tecnológico na área médica e de neurociência? Ribeiro: Eu não sei se são os investimentos estrangeiros que vão fazer com que o País dê esse salto, e não tendo a acreditar nisso. Acredito que são os investimentos nacionais. Os investidores estrangeiros querem aplicar recursos em commodities e comprar soja e, não acho que eles queiram investir na nossa ciência. As pessoas têm de investir mais na nossa ciência e aumentar a qualidade da ciência feita no Brasil e não a quantidade. O governo tem feito um excelente papel e tem de continuar, mesmo nos Estados Unidos, por exemplo, a maior parte da ciência é

“No fuNdo tem a ver com o quaNto respeito essas empresas tem pelo mercado cieNtífico brasileiro”

financiada pelo governo. Acho ótimo se houver investimento estrangeiro para fazer ciência aqui, mas acredito que não é o que deve ocorrer. FH: O barateamento do genoma no futuro poderá contribuir com a medicina personalizada? A população tendo mais conhecimento sobre suas prováveis doenças não poderá gerar um efeito contrário, ao invés delas procurarem se tratar, elas vão começar a se automedicar e fazer exames desnecessários? Não pode se tornar algo excessivo com a possibilidade do tratamento. Ribeiro: Isso tem acontecido, uma medicina com mais tecnologia como nos Estados Unidos, é uma medicina muito cara, porque se o médico tem uma série de exames para fazer e se algo dá errado, eles repetem todos os exames. Assim, eles têm um sistema de saúde caríssimo, capaz de fazer coisas muito sofisticadas, mas que não atende a maior parte das pessoas, e isto é uma questão central. Conhecimento para medicina deveria ser sempre bom e o que se faz com esse conhecimento é outra questão. Será que é preciso pedir o exame mais caro para todas as pessoas que passam na porta? O médico deveria se perguntar. Mas não vivemos essa realidade no Brasil. Na verdade, aqui, quem tem acesso só à saúde pública até conseguem fazer exames complexos, mas espera muito por isso. Suas perguntas são todas com cunho científico e político e de fato elas estão imbricadas. Mas eu não vejo que a gente tem de ter medo de conhecer mais o cérebro e saber desenvolver novas maneiras de pesquisar novas doenças só porque não vamos ter dinheiro para implantar isso, acho que são coisas separadas. O conhecimento pode ir avançando e nós podemos implementar aquilo, na medida do possível, para cada vez mais pessoas. FH: Os pesquisadores apontam a burocracia como um grande obstáculo para a pesquisa no Brasil. Sabemos que muitos cientistas não conseguem ou demoram a obter material para pesquisas isso faz com que eles mudem até o foco inicial do estudo. Como você analisa o impacto da burocracia na área da neurociência voltada à medicina? Ribeiro: No que diz respeito às instituições, a burocracia existe no Brasil, nos Estados Unidos, França, Alemanha. Havia muita dificuldade de importação de equipamentos até o início do governo Lula, que fez uma série de melhorias. Porém, alguns pontos importantes não podem ser realizados pelo governo e isso está relacionado à maneira das empresas de material científico trabalharem. A maior parte dessas companhias praticam preços duas ou três vezes maior do que nos Estados Unidos ou na Europa,

e fazem entregas com 30 ou 60 dias, sendo que lá fora se recebe em 24 horas. Isso não é culpa do governo e sim das empresas. Elas tratam mal o consumidor de ciência brasileira. Não estou generalizando, porque existem empresas que estão se aprimorando e aprendendo fazer melhor. Mas há um problema, como o cientista brasileiro só recentemente passou a ter dinheiro para fazer pesquisa, eles só começaram a entender agora e nem sei se entenderam, que esse é um mercado que deve ser tratado com muito respeito e que vai crescer. O governo fez muito para melhorar, mas ele só poderia fazer uma parte. Você pode dar um exemplo? Ribeiro: Por exemplo, se a empresa tem escritório no Brasil e um estoque, ela pode entregar rápido. Mas se está só nos Estados Unidos, por exemplo, é preciso pagar duas ou três vezes a mais para ter um reagente, produto ou equipamento, e esperar muito mais, um ou dois meses para receber, às vezes, os produtos chegam com o prazo de validade vencido. O governo tem atuado para facilitar o processo e uma parte desses problemas era a tramitação aduaneira onde, agora, a ciência tem tido um tratamento mais expedito. Mas o governo não pode resolver os problemas da morosidade das empresas. As empresas fazem isso porque o cientista brasileiro precisa comprar o produto e, muitas vezes, não têm no Brasil. O cientista faz o que for necessário: esperar, pagar mais caro. No fundo, tem a ver com o quanto respeito essas empresas tem pelo mercado científico brasileiro. FH: Ainda sobre as pesquisas clínicas, o investimento também é apontado como um dos entraves. Isso melhorou com o crescimento da economia brasileira ou ainda tem sido um dos fatores de exportação dos nossos cientistas para trabalhos no exterior? Ribeiro: O investimento em ciência no Brasil nunca foi tão alto, apesar de que no início do governo houve certo contingenciamento, mas se olhar a macrofigura nos últimos nove anos, vivemos uma transformação radical de como o País trata ciência. Temos de ter clareza de que estamos muito aquém do nosso potencial e aquém em termos da qualidade da ciência feita aqui. Publicamos muitos artigos por ano, mas eles têm, em média, baixo impacto aqui. Isso tem de mudar. A ciência brasileira precisa se oxigenar pelo contato com ciências mais fortes no mundo e, nesse sentido, o governo tem muita clareza em orientar os esforços no intercâmbio, seja na graduação, mestrado e doutorado, e vamos colher os frutos disso nos próximos anos.

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A REVISTA FH PARABENIZA OS HOSPITAIS QUE SÃO DESTAQUE EM ACREDITAÇÃO JOINT COMISSION INTERNATIONAL (JCI) O Amil Resgate Saúde é o primeiro e único serviço de transporte terrestre e aeromédico de pacientes da América Latina a conquistar a acreditação da Joint Commission International (JCI). Foram avaliados a responsabilidade, o comprometimento com a segurança, a ética profissional e os procedimentos realizados, caracterizando as melhores práticas hospitalares com a garantia de um atendimento seguro e humanizado. ONA NÍVEL 3 * CANADENSE * JOINT COMISSION INTERNATIONAL (JCI) A conquista da Tripla Acreditação (ONA nível 3, Canadense e JCI) pelo Hospital 9 de Julho consolida a instituição como referência em segurança e qualidade assistencial para atendimentos de alta complexidade. O processo de certificação foi gratificante porque, durante esta longa jornada, toda a organização (corpo clínico, colaboradores e parceiros) se envolveu de maneira intensa, motivada e comprometida para que o objetivo comum fosse alcançado. ONA NÍVEL 3 O Hospital IGESP conquistou este ano o selo de Acreditação com Excelência, nível III, certificado pela ONA - Organização Nacional de Acreditação e passou a integrar o seleto grupo de pouco mais de 60 instituições brasileiras - cerca de 1% dos hospitais em operação - que possuem esse reconhecimento. Na prática, a busca pelo selo fortaleceu a cultura de segurança promovendo o aprimoramento dos processos em todos os níveis, instituindo a Qualidade como um valor permanente. O resultado tem sido mudanças e melhorias contínuas nos serviços médicos e num atendimento humanizado ao paciente. O desafio agora é alcançar a Acreditação Internacional. ONA NÍVEL 3 * ISSO 31000:2009 Especializado em cirurgias minimamente invasivas, que garantem a rápida recuperação dos pacientes, o Hospital Lifecenter alcançou o mais alto nível de excelência em 2011, obtendo a certificação ONA Nivel 3 e a conformidade com a norma ABNT ISO 31000:2009, graças aos diferenciais tecnológicos e renomado corpo clínico. A instituição oferece serviço de hotelaria diferenciado, pronto-socorro, UTI, hemodinâmica e avançado centro cirúrgico. Atualmente, o Hospital possui um corpo clinico acima de 500 médicos atuantes, focados na realização de procedimentos de alta complexidade e de grande resolutividade. O quadro de pessoal já soma 1000 colaboradores. O Hospital Lifecenter conta com 30 especialidades médicas, com destaque para a Ortopedia, Neurocirurgia, Cirurgia Geral e Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial. O grande desafio agora é alcançar, em médio prazo, a acreditação internacional. ONA NÍVEL 2 O Hospital Metropolitano faz parte das instituições descritas no Nível 2 pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). A modernização dos serviços, os treinamentos focados no aprendizado dos colaboradores, a disseminação dos processos, os protocolos e a mensuração dos dados estratégicos e assistenciais transformaram o hospital, profissionalizando-o ainda mais, o que se reflete no melhor atendimento à população.

JOINT COMISSION INTERNATIONAL (JCI) Há dois anos, o Hospital Paulistano entrou para o seleto grupo de hospitais que possuem o selo de acreditação internacional da Joint Commission International, o mais importante órgão certificador do mundo. A certificação pela JCI vem assegurar a melhoria contínua dos novos processos de cuidado ao paciente. Em países da Europa e nos Estados Unidos, a conquista da certificação pela JCI é considerada um diferencial para o paciente na hora de escolher o seu hospital. ONA NÍVEL 3 Em 2003, após a primeira visita para diagnóstico da Instituição, realizada pelo IQG, a direção do Santa Joana designou um comitê interno para responsabilizar-se pela evolução do processo de Acreditação. Após 6 meses de trabalho, conseguimos adequar nossos processos às exigências de qualidade e segurança da certificação. A partir daí, a cultura incessante pela qualidade e segurança no atendimento aos nossos pacientes se tornou uma constante. Com isso, fomos a primeira maternidade a conseguir esse reconhecimento. Em 2007, o Hospital obteve o seu nível máximo, Nível 3 – Excelência. JOINT COMISSION INTERNATIONAL (JCI) A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, acreditada nacional e internacionalmente, está sempre em busca de padrões que possam aprimorar ainda mais a qualidade dos serviços prestados e, acima de tudo, garantir a segurança do paciente. Mais importante do que a própria Acreditação é a premissa de disseminar as melhores práticas assistenciais e incentivar todas as equipes de enfermagem, médicas e administrativas a adotá-las, monitorando-as constantemente, por meio de indicadores. A certificação é apenas uma consequência, um reconhecimento de toda melhoria implementada. ONA NÍVEL 3 Desde o início, os fundadores Luís Salomão e Paulo Zoppi têm como pilar do negócio a realização do diagnóstico correto, diferencial que vem fazendo com que o Laboratório seja distinguido principalmente junto ao público médico. Com o passar dos anos, fez-se necessário cada vez mais investir em tecnologia, mão de obra especializada e estrutura de atendimento, para garantir que o paciente que procura SalomãoZoppi Diagnósticos tenha um atendimento humanizado, premissa dos fundadores desde sua fundação. Em 2009, o Laboratório foi acreditado em nível 3, alcançando a Excelência. A partir de então, um dos grandes desafios para SalomãoZoppi Diagnósticos é fortalecer cada vez mais sua Qualidade na Gestão, e principalmente definir ciclos de melhorias para seus processos SOCIETY OF THORACIC SURGEONS * JOINT COMISSION INTERNATIONAL (JCI) O TotalCor, referência em cardiologia em São Paulo, tornou-se a primeira instituição hospitalar brasileira a integrar a Society of Thoracic Surgeons. O hospital também é certificado pela JCI, que garante ainda mais qualidade e segurança, graças à adoção de um conjunto de padrões, protocolos, indicadores, rotinas e processos internacionais seguidos em todo e qualquer atendimento, procedimento e intervenção médica ou cirúrgica.

* As empresas citadas acima fazem parte de um pacote comercial da edição especial de Acreditação. Saiba mais em: comercialsaude@itmidia.com.br

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Acredite se puder Milton Leal • editorialsaude@itmidia.com.br

A acreditação das instituições de saúde começa a se transformar em elemento de sobrevivência no mercado. A Revista FH promoveu um debate com especialistas no assunto e traz para você os avanços, desafios e problemas que envolvem este processo ainda incipiente no Brasil

Fotos: Ricardo Benichio

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creditar, eu não. Recomeçar, jamais. A vida foi em frente e você simplesmente não viu que ficou para trás”. O samba de Dona Ivone Lara, resguardado de sua conotação amorosa, é uma boa alusão ao que pode acontecer com as instituições de saúde brasileiras que ignorarem uma tendência irreversível de aprimoramento da gestão de pessoas, processos e tecnologias que se firma cada vez mais no mercado mundial. A acreditação hospitalar e de outros players da cadeia de saúde está perdendo sua característica de representar apenas um diferencial perante todo sistema. Com uma rede que gira em torno de 6,5 mil instituições de saúde, que inclui apenas 200 hospitais acreditados, o Brasil ainda engatinha neste árduo, custoso e complexo processo de melhoria da gestão. Pelo retrovisor, os Estados Unidos e Canadá, por exemplo, veem nosso País com índices globais de acreditação de suas instituições que ultrapassam os 90%. O caminho para chegar a este grau de excelência foi discutido por sete especialistas envolvidos no tema, que foram convidados pela Revista FH para um debate realizado no início de maio, em São Paulo. Durante quase três horas, eles falaram sobre os avanços, entraves e rumos que este mercado vivencia. A conclusão uníssona é de que a acreditação está se tornando mais e mais uma condição sine qua non de sobrevivência dos players que atuam no negócio de saúde. “As instituições que não têm

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“As instituições que não têm AcreditAção vão deixAr de existir. o que eu gostAriA é que A sociedAde e As operAdorAs exigissem A AcreditAção como um filtro de quem ficA e quem sAi do mercAdo” FRAncisco BAlestRin, AnAHp

acreditação vão deixar de existir. O que eu gostaria é que a sociedade e as operadoras exigissem a acreditação como um filtro de quem fica e quem sai do mercado”, opina Francisco Balestrin, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), que congrega 45 hospitais que possuem alguma acreditação. Com foco em segurança do paciente e qualidade da assistência, a acreditação é um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde obtida de forma voluntária e periódica pelas instituições de saúde. No Brasil, a Organização Nacional de Acreditação (ONA) é quem expede os selos de acreditação de acordo com os graus de qualidade de cada unidade de saúde, que podem variar de I, II a III. Representadas por consultorias, também atuam por aqui acreditadoras internacionais, como a Joint Commission International (JCI) e a Accreditation Canadá. A ONA, de acordo com dados disponíveis em seu site na Internet, já chancelou 301 instituições brasileiras, sendo 156 hospitais. A JCI, por sua vez, figura com 33 entidades acreditadas no País, enquanto que a Canadá soma 21 acreditações. O baixo número global de instituições acreditadas, contudo, contrasta com o expressivo crescimento da quantidade de acreditações registradas nos últimos anos. No ano passado, por exemplo, 50 novas instituições receberam certificação pela metodologia ONA. Nos três primeiros meses de 2012, outras 19 organizações de saúde ganharam o selo. Pela JCI, apenas em 2011,

95 instituições de saúde estiveram em preparação para acreditação, entre elas 43 hospitais, 20 ambulatórios, 15 programas de cuidados clínicos e três operadoras de planos de saúde. IncentIvar fInanceIramente? O maior problema para a expansão da acreditação no Brasil é, sem dúvida, o alto custo associado que esse processo carrega, pois ele envolve uma série de mudanças estruturais, organizacionais e de gestão que podem durar de 24 a 36 meses. Como é o próprio hospital que precisa bancar este custo e nem sempre a operadora ou o paciente reconhecem financeiramente essas melhorias, a maioria das instituições ainda trata o tema em segundo plano. A Unimed BH, por exemplo, coloca em prática há oito anos um projeto de incentivo financeiro para seus hospitais credenciados que buscam a acreditação. A superintendente de provimento à saúde da empresa, Monica Castro, conta que R$ 65 milhões já foram investidos nesse programa e que em 2012 outros R$ 20 milhões serão aportados. Dependendo da acreditação obtida, o hospital recebe um bônus na diária global que varia de 7% a 15%. “Há oito anos, tínhamos dois hospitais acreditados. Hoje, temos 23, que correspondem por 50% dos nossos hospitais”, diz a executiva, que assegura que o processo de acreditação gera economia para a operadora no médio e longo prazo.

unimed BH A Unimed BH exerce uma política agressiva de acreditação hospitalar. Metade dos seus 46 hospitais já está acreditado. neste ano, o investimento previsto pela empresa nessa área é de R$ 20 milhões, que se somam aos R$65 milhões já aportados nos últimos anos. Ao todo, 90% das internações realizadas são feitas em hospitais que já possuem o selo. o índice de satisfação apurado pela empresa em casos de internação beira os 92%, o que justifica os investimentos realizados. A meta da companhia é acreditar todas as unidades hospitalares até o ano de 2014.

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Apesar de ser concorrente da Unimed, o diretor da rede de hospitais da Amil em São Paulo, Vinicius Rocha, reverencia os resultados da subsidiária mineira e concorda que no estágio atual do mercado os incentivos financeiros são necessários. “Esse modelo de incentivo faz parte, porque o processo inicial de acreditação tem uma demanda de investimento muito grande com treinamento, estrutura física etc”, diz ele, que ressalva sua opinião dizendo que para o futuro, quando o mercado estiver mais consolidado, este modelo de incentivo não será o melhor caminho. Balestrin, da Anahp, é contra incentivos financeiros para hospitais. Ele afirma que a acreditação não deveria ter como objetivo melhorar os indicadores econômicos e financeiros da instituição e, sim, focar no aspecto da segurança do paciente e da melhoria da qualidade assistencial. “Normalmente, o hospital faz acreditação e quer renegociar as diárias e taxas. Acho que ele não fez mais do que a obrigação ao se acreditar e trazer mais qualidade para seu serviço. Precisamos participar de uma forma sincera desse mercado”, pontua o presidente da associação. Ele ainda sustenta que os incentivos iniciais podem comprometer o resultado dos hospitais no futuro. “Quanto que este incentivo custa posteriormente para as instituições? O que ouvimos é que os hospitais de Belo Horizonte têm dificuldade de obter bons resultados econômicos/financeiros”, revela. Na visão do CEO da acreditadora brasileira IQG e que comanda também a Accreditation Canada no Brasil, Rubens Covello, a questão do custo é bastante complexa. “Consigo entender que a questão estrutural dentro do custo é importante. Mas por que a acreditação é cara? O custo está na capacitação e no envolvimento das pessoas”, diz. Garantir a qualidade diante da recorrente migração de profissionais de uma instituição para outra é bastante difícil. “Está errado dentro das universidades. Não temos nada sendo dirigido para a questão da segurança do paciente, para a gestão do negócio”, argumenta. Falta educação A ausência da visão de trabalho em uma instituição acreditada dentro das universidades foi outro problema levantado pelos debatedores. Para Rocha, da Amil, a mudança de cultura dentro da cátedra deve começar a ocorrer agora para dar resultados daqui a 20 ou 30 anos. “Esse trabalho precisa ser feito para que no futuro tenhamos um corpo médico mais aculturado e que possa estar mais confortável com a adesão de práticas exigidas pela acreditação”, afirma.

Vinicius Rocha, da rede de hospitais da Amil em São Paulo: defende incentivos financeiros devido ao estágio atual do mercado

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“Os médicOs dizem que a acreditaçãO burOcratiza a assistência, mas issO pOrque hOje tudO é feitO sem padrões. O fatO de vOcê exigir que ele escreva um prOntuáriO já é sintOma de burOcratizaçãO para eles” Heleno Costa Junior, ConsórCio Brasileiro de aCreditação (CBa)

Balestrin, da Anahp, compartilha da mesma opinião. “Jovens médicos não sabem como funciona o negócio em si. Os médicos e hospitais não conversam entre si. A discussão não é travada com eles”, diz. Ele ainda afirma que a dicotomia entre o corpo clínico e o corpo hospitalar tende a desaparecer com a mudança no modelo de gestão das unidades de saúde. “Há quatro anos, começamos a incentivar a governança corporativa de nossos associados. Hoje, sob esse ponto de vista, eles se modernizaram. Agora, estamos apostando no modelo de governança clínica que, ,quando estiver claro, será entendido melhor pelos médicos. A partir disso, as duas governanças passarão a dialogar e será possível desenvolver projetos juntos. Nós acreditamos que o modelo de remuneração dos médicos mudará com isso. E quem não estiver preparado, vai sofrer”, prevê o executivo. Heleno Costa Junior, diretor de relações institucionais e coordena-

prOgrama de afiliadOs da anahp

rubens covello, da accreditation canada no brasil: “Consigo entender que a questão estrutural dentro do custo é importante. Mas por que a acreditação é cara? o custo está na capacitação e no envolvimento das pessoas”

a associação nacional de Hospitais Privados (anahp) está estudando a hipótese de abrir uma categoria dentro da entidade cujo o objetivo é abarcar hospitais que receberiam a denominação de afiliados. a ideia, em gestação, tem a finalidade de incentivar a acreditação e trazer para próximo os hospitais que não são ona 3 ou que já tenha alguma certificação internacional para que eles possam, assim, no futuro se tornar associados e participar dos programas gerenciados pela associação. ainda não há data para o lançamento deste programa de afiliados.

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mônica castro, da unimed bh: entidade coloca em prática há oito anos um projeto de incentivo financeiro para seus hospitais credenciados que buscam a acreditação

diferenças entre os selos A escolha da certificação adequada para o hospital deve levar em conta as diferenças estruturais entre as metodologias de acreditação que atuam em nosso país. A organização Nacional de Acreditação (oNA), por exemplo, tem foco no gerenciamento de riscos e na gestão integrada e por resultados. A Joint Commission international (JCi) preza mais pela avaliação do corpo clínico, gestão da dimensão clínica assistencial e estrutura hospitalar. A acreditação Canadense (Accreditation Canada) foca na gestão dos fluxos assistenciais, governança clínica e gestão estratégica e por times.

dor de educação do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), que mantém parceria com a JCI, aponta que é preciso haver um convencimento de que aquilo vai melhorar o trabalho dos prestadores. “Os médicos dizem que a acreditação burocratiza a assistência, mas isso porque hoje tudo é feito sem padrões. O fato de você exigir que ele escreva um prontuário já é sintoma de burocratização para eles”, relata. Covello completa dizendo que é necessário ter ferramentas para inserir esse profissional dentro da gestão da qualidade e segurança. Colaboradores envolvidos Além do médico, é extremamente importante envolver os outros profissionais prestadores de serviço terceirizados dentro do hospital. E a missão de fazê-los entender as novas práticas e filosofias inerentes à acreditação não é simples. Costa Junior diz que do ponto de vista do acreditador que está avaliando a instituição, não existe diferença no grau de exigência de análise dos resultados do prestador de serviço. “O avaliador não olha com distinção, ele vai fazer o mesmo pente fino nos processos relacionados à nutrição, limpeza, radiologia e laboratório, por exemplo”, afirma. Giovanna Araújo, diretora-técnica do Grupo Brasanitas, que atua na área de higienização hospitalar, diz que na era da acreditação, o prestador precisa entender para atender o cliente. “A questão do terceiro está deixando de existir. Eu já faço parte da cadeia. Algumas instituições já nos chamam de time. Houve uma mudança de conceito. Já não é aquele serviço isolado, é um serviço integrador”, afirma a executiva, que aposta no treinamento e capacitação dos seus profissionais para que eles atendam às exigências dos hospitais acreditados. Um desafio para as instituições de saúde já acreditadas é se fazer va-

“Quando o paciente for procurar por um profissional, ele vai saber Quem é acreditado. estamos trabalhando para criar uma legenda com a linguagem clara Que mostre ao usuário Qual o beneficio de buscar um prestador acreditado” RAquel lisboA- ANs

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ler dessa vantagem diante dos olhos dos pacientes, que quase sempre não fazem ideia do que significa a acreditação daquele hospital. Balestrin, da Anahp, diz que os hospitais não conseguem passar para os usuários uma percepção de valor em saúde. Rocha, da Amil, afirma que a empresa vem tentando conscientizar os clientes. “Mas acho que ainda tem muito caminho pela frente”, opina. Costa Junior da CBAcontou que a JCI vai começar em 2013 a incluir na equipe de avaliação um usuário do sistema de saúde. “A ideia é que a instituição possa fazer um grupo de pacientes que poderia, através de um treinamento, participar das avaliações”. Raquel Lisboa, coordenadora da área de qualidade da gerência de relações com prestadores de serviço da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), diz que o órgão regulador criou um programa que visa aumentar a quantidade de informações ao paciente. Segundo ela, após a implementação de uma instrução normativa que está sendo regulamentada, as operadoras precisarão apresentar aos usuários um guia médico que faça distinção entre os prestadores acreditados e os não acreditados. “Quando o paciente for procurar por um profissional, ele vai saber quem é acreditado. Estamos trabalhando para criar uma legenda com a linguagem clara que mostre ao usuário qual o benefício de buscar um prestador acreditado. O que a ANS vem incentivando é a questão da divulgação”, resume. O futuro da acreditação das instituições de saúde no Brasil ainda é nublado e vai levar algum tempo para desanuviar. Todos os debatedores creem que serão necessários muitos anos para que a prática acreditadora deslanche no País. Balestrin, da Anahp, sugere que o governo federal institua uma política compulsória para a acreditação dos seus hospitais federais. “Até porque esses hospitais são os que mais precisam de acreditação”.

“a Questão do terceiro está deixando de existir. eu já faço parte da cadeia. algumas instituições já nos chamam de time.” GioVANNA ARAúJo GRuPo bRAsANiTAs

passo a passo da acreditação Veja abaixo o passo a passo para tornar o seu hospital acreditado:

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Ter a certeza que o processo de acreditação agrega valor à instituição entender e procurar qual a melhor metodologia de acreditação Contatar uma instituição acreditadora Receber um diagnóstico organizacional na metodologia definida Preparar a instituição internamente para o processo Contratar processos de capacitação e de educação continuada Receber a visita de auditoria de acreditação se manter em melhoria contínua no processo

sua opinião é muito importante // editorialsaude@itmidia.com.br twitter // @saude_web

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Home care: acreditação

aumenta

qualidade, mas

não eleva

faturamento

AcreditAções devem ser encArAdAs por empresAs de home cAre como umA ferrAmentA pArA AumentAr A quAlidAde AssistenciAl oferecida. aqueLas que Adquirirem um selo pensAndo no crescimento de seu fAturAmento poderão cometer um grAnde erro

Milton Leal • editorialsaude@itmidia.com.br

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o Brasil, o mercado de home care está investindo no aprimoramento da qualidade e da gestão. Empresas desse segmento aderiram ao processo de acreditação visando elevação no patamar qualitativo de seus serviços e processos, além da obtenção de reconhecimento junto aos seus clientes, sejam eles pacientes privados ou operadoras. O primeiro objetivo costuma ser alcançado praticamente por osmose para quem recebe consultoria e precisa passar nas minuciosas auditorias das acre-

Luiza Watanabe Dalben, superintendente da empresa: selo faz com que as pessoas também se sintam reconhecidas. a equipe começa a reconhecer o seu importante papel no processo

ditadoras. Já o reconhecimento, principalmente o financeiro, é mais complicado de se atingir. Home Doctor, empresa especializada no setor que está há 18 anos no mercado e tem matriz em São Paulo, obteve em 2009 a certificação nível III da Organização Nacional de Acreditação (ONA). O processo se deu de forma relativamente simples. Isso porque, a companhia possuía uma área de gestão da qualidade que funcionava antes mesmo do início da etapa de acreditação. "A política de qualidade precedeu a acreditação, pois já tínhamos um comitê de qualidade funcionando dentro da empresa”, conta o superintendente clínico da Home Doctor, Claudio Flauzino. Segundo ele, quando foi feita a primeira visita de diagnóstico, os acreditadores puderam encontrar uma fase avançada de organização dos processos de análise dos resultados. “Alguns meses depois a gente pôde passar pela acreditação e pudemos pular

o nível I e II, partindo diretamente para o último nível”, lembra Flauzino. A acreditação trouxe melhorias para a Home Doctor. Na farmácia clínica, por exemplo, houve aperfeiçoamento da metodologia de notificação medicamentosa. A organização dos prontuários médicos dos pacientes também foi otimizada. Segundo Flauzino, contudo, não houve grandes mudanças estruturais. “Não criamos nada que já não existisse”, relata. Como o processo de acreditação envolve uma série de mudanças organizacionais, Flauzino afirma ser difícil estimar um investimento para todo o processo. Mas ele garante que o retorno desse investimento ainda não chegou. “Retorno financeiro não existe. O processo de reconhecimento da qualidade depende de uma maturidade que não chega no mesmo momento para todos. Mas por meio de pesquisas de satisfação conseguimos enxergar algum tipo de reconhecimento por parte dos clientes”, explica o executivo da empresa,

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Home Doctor, obteve em 2009 a certificação nível III da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e percebeu melhorias consideráveis em seu processo de qualidade

que tem nas operadoras seus principais clientes. O envolvimento do colaborador, principalmente o terceirizado, dentro do processo de acreditação, segundo Flauzino, não é complicado. “É uma obrigatoriedade, você precisa tratar o fornecedor como parte da empresa, ele é acreditado da mesma maneira”, diz. Durante a auditoria, ele conta que quem foi colocado à prova não foram os gerentes e, sim, aqueles profissionais que estavam na ponta da cadeia. “A acreditadora foi avaliar o plantonista e não o chefe. E a pessoa que está na ponta se sentiu valorizada”, opina. O próximo passo da Home Doctor dentro do universo da acreditação é a busca da certificação internacional concedida pela Accreditation Canada. A empresa deu início ao processo em maio deste ano e espera obter o selo em até um ano e meio. “A gente acredita que vá se repetir o que vivemos na ONA”, projeta Flauzino. A Dalben, outra empresa que atua com o modelo home care de assistência, atravessa o período final de obtenção de um dos certificados mais difíceis, que é o da Joint Commission International (JCI). Desde 2008, a empresa se articulava para a busca da acreditação. Em meados de 2010, a diretoria optou pela JCI e deu início ao processo. “Escolhemos a JCI pensando nos nossos parceiros que já possuem essa acreditação”, explica a superintendente da empresa, Luiza Watanabe Dalben. No dia em que concedeu esta entrevista para a Revista FH, no início de maio, a Dalben passava pelo primeiro dos três dias de auditoria levados a cabo pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação, responsável no Brasil pelo selo JCI. Para a executiva, o que mudou na empresa durante essa fase de adaptação às exigências da certificação foi basicamente a cultura da qualidade. “Trabalhamos isso em quatro pilares: gestão de pessoas, gestão do meio ambiente, sustentabilidade social e a viabilidade econômica”, conta. A gestão estratégica da companhia, segundo Dalben, também é incrementada com o exercício das práticas sugeridas. “Procuramos trabalhar nos indicadores estratégicos visando a melhoria dos indicadores gerenciais, sempre valorizando a segurança do paciente, da família e também dos nossos colaboradores”, resume. Aliás, os funcionários diretos da Dalben e os terceirizados foram peças-chave durante o trâmite. “Houve um envolvimento de todos. O selo faz com que essa pessoa também se sinta reconhecida. A equipe começa a reconhecer o seu importante papel no processo”, diz a médica, que tem plena consciência de que o objetivo da acreditação é melhorar a qualidade dos serviços e não aumentar resultados econômicos/financeiros. “Em saúde, eu acredito que quanto mais investimentos na qualidade, maior será o retorno financeiro em longo prazo”, conclui.

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GESTÃO

CERTIFICAÇÃO PODE MELHORAR

OS RESULTADOS?

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GENÉSIO KORBES Sócio-diretor da Korbes Consulting Diretor-associado da NP Consulting

e não for este o objetivo da governança da ins- está na aplicação correta de todos os processos detituição – melhorar resultados – não faz senti- senvolvidos na organização. do requerer ou perseguir uma certificação de Com o foco na melhoria contínua se descobre mais qualidade. O processo de auditoria e a entrega do facilmente os desvios e os gargalos de ações mal certificado são o meio, e não o fim (como ainda são desenvolvidas internamente. Por isso é vital que encarados em um grande número de serviços hos- sejam feitos os devidos registros dessas ações, que pitalares). Melhor que isso: são o começo de uma passarão a ser denominadas “não-conformidades”. nova etapa, na qual não se deve admitir a execução O GNC, ou Gerenciamento de Não-Conformidades, de um processo – seja ele assistencial, produtivo, constitui-se hoje num dos dogmas da gestão voltada operacional, técnico, administrativo ou de comuni- para resultados. É somente a partir do registro do cação e informação – sem o foco na qualidade total! erro e da projeção de suas consequências, bem como Garantir a qualidade na entrega do serviço. da análise de suas causas e efeitos, que se conseguiA certificação – ou acreditação, como é chamada rá desenvolver ações para combatê-lo, eliminá-lo e, no setor hospitalar – deve ser decidida pelo Con- quem sabe, até mudar radicalmente processos. selho de Administração; que, por sua vez, avaliará Vejo o registro e as intervenções sobre os erros as opções disponíveis e optará como a principal matéria-prima pela mais adequada ao cenário para aprimorar as pessoas, atrainstitucional. De fazer parte da vés de programas de capacitaDEFENDO A CERTIFICAÇÃO COMO UM estratégia do serviço de saúde ção e educação continuada. Não DIFERENCIAL COMPETITIVO A SER e servir como o farol da instiexiste melhor ferramenta para tuição na busca por maior com- PROPAGADO AOS QUATRO VENTOS PARA correção de deficiências do que petitividade, minimização dos IMPULSIONAR A IMAGEM INSTITUCIONAL. atuar diretamente sobre elas e riscos relacionados a todos os sobre as não-conformidades PORÉM, ISSO DEVE SER CONSEQUÊNCIA stakeholders e construção da diagnosticadas, ou seja, atuaE NÃO MOTIVAÇÃO sustentabilidade. ção implacável sobre a raiz, as Feito de maneira superficial, o processo de busca e obtenção por um “selo” de qualidade terá seus alicerces colocados em bases falsas e movediças, frágeis o bastante para sucumbir rapidamente. O mesmo acontecerá caso se almeje a certificação pura e simplesmente como estratégia de Marketing, para mostrar “valor agregado”. Defendo a certificação como um diferencial competitivo a ser propagado aos quatro ventos para impulsionar a imagem institucional. Porém, isso deve ser consequência e não motivação. Decidir-se pela certificação tendo em mente a mudança positiva e o crescimento da organização é um caminho extraordinário para melhorar a gestão visando aprimorar o desempenho. Através da busca ininterrupta pela melhoria contínua, o ponto chave

causas e não sobre os efeitos. Outro impacto positivo e vital dessa prática é o gerenciamento dos riscos, aumentando consideravelmente o nível de segurança para os clientes e todos os envolvidos nas atividades do dia-a-dia do hospital. Aliás, o que vale é o quanto consigo evitá-los e preveni-los e não somente atuar sobre os já acontecidos. Para concluir, dirijo-me agora aos responsáveis “número 1” das corporações: a decisão de conduzir a instituição para a acreditação deverá ser unicamente sua, como propósito de perenizar o negócio e oferecer sustentabilidade à companhia, jamais para saciar seu apetite meramente mercadológico ou de imagem. Uma vez tomada a decisão, você será o responsável pela condução do processo. O leme estará em suas mãos e somente você será o comandante!

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Rede São Camilo em constante evolução. Uma nova marca, um novo certificado de qualidade. A JCI – Joint Commission International é uma organização não governamental que desde 1953 dedica-se à acreditação de qualidade em serviços de saúde. E o Hospital São Camilo Pompeia conquistou sua terceira acreditação, sendo a segunda internacional. Uma mostra de que, com 90 anos no Brasil, a Rede São Camilo continua a busca constante pela qualidade dos seus serviços e pela segurança dos seus pacientes. Acesse www.saocamilo.com e saiba mais.

Nossa missão é cuidar da vida.

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Dr. Jair Rodrigues Cremonin Jr. Diretor Técnico Médico CRM-SP 110.269

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hospital

Rentabilidade

para o bem Guilherme Batimarchi • gbatimarchi@itmidia.com.br

Hospital Infantil Sabará firma parceria com Miguel Nicolelis para o desenvolvimento de ensino e pesquisa na área médica com foco em neurociência e doenças respiratórias

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os últimos dez anos uma série hospitais têm inaugurado ou expandido centros de ensino e pesquisa por todo o Brasil. E, tal tendência, não se resume apenas aos hospitais de excelência ou com aqueles com grande faturamento. Um desses exemplos é o Hospital Infantil Sabará, localizado na capital paulista, que decidiu expandir sua atuação para além das portas do hospital e anunciou, no último mês de abril, um centro de ensino e pesquisa. Seu parceiro na iniciativa é a Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa (AASDAP), conduzida pelo neurocientista, Miguel Nicolelis. A aliança engloba o apoio financeiro, no valor de R$1,5 milhão até o final de 2012, que será destinado ao Centro de Saúde Anita Garibaldi, em Macaíba (RN), além do compartilhamento de conhecimento científico entre as instituições. O apoio do Sabará a entidades do terceiro setor e atividades sociais começou bem antes dessa iniciativa, em meados de 2010, após o pediatra José Luiz Setúbal adquirir 100% do hospital e transformá-lo em uma fundação, cujos dividendos gerados ajudariam a financiar projetos sociais na área de saúde. "Nosso objetivo social é realizar pesquisas e educação na área infantil. Como não somos um hospital escola, a ideia é firmar parcerias com outras instituições, como uma que temos com a Santa Casa de São Paulo, universidades, agências de fomento e até com o governo para atuar em pesquisa e educação”, explica o presidente do Sabará, José Luiz Setúbal. Um dos poucos hospitais focados em pediatria no Brasil, o Sabará possui alta demanda de pacientes com os mais diversos casos. Segundo o executivo, com todos os seus 104 leitos em operação, a instituição já possui um plano de negócios consolidado e

“Nosso objetivo social é realizar pesquisas e educação Na área iNfaNtil. como Não somos um hospital escola, a ideia é firmar parcerias com outras iNstituições” JoSé LuIz SetuBaL, do HoSpItaL INfaNtIL SaBará voltado à sustentabilidade dos negócios. “Estamos pagando nossas contas provenientes dos investimentos feitos nas novas instalações, e em pouco tempo aumentaremos o caixa do fundo patrimonial para destinar mais recursos para projetos de ensino e pesquisa.”

Parceria De acordo com Setúbal, a parceria com o Nicolelis aconteceu por acaso. “Não nos conhecíamos pessoalmente. Mas eu já conhecia os projetos científicos e de educação. No final de 2011, ele procurou o Sabará para propor uma parceria com um de seus projetos, o materno infantil, que até então era realizado junto ao Hospital Sírio-Libanês”. O cientista apresentou todos os seus projetos e foi acordada a realização de uma parceria gradual entre a entidade e todos os projetos executados por Nicoleis. “Foi firmada a primeira parceria, e a ideia é que o hospital auxilie na captação de recursos para o projeto Walk Again e assuma a parte clínica desse projeto, mesmo sendo pequena em relação ao que ainda precisa ser feito”. Ainda segundo Setúbal, em longo prazo, o Sabará, em parceria com Nicolelis, criará um grande centro de pesquisa clínica, e o local escolhido foi a capital paulista em razão de concentrar fontes de recursos e os grandes hospitais do País. Para o executivo, este é um projeto de quatro ou cinco anos, que precisa ser muito bem estruturado e o carro-chefe desse centro seria a neurociência e o desenvolvimento de estudos sobre doenças respiratórias, uma vez que grande parte da demanda do hospital provém desse tipo de patologia. “Cerca de 65% das crianças que são internadas aqui tem algum problema respiratório. Este é um problema de saúde pública não só em São Paulo, mas em todo o País. Achamos essa vertente muito interessante. No Sabará trabalhamos saúde de acordo com o conceito estabelecido pela OMS, onde saúde não é o oposto da doença, ela é o bem-estar do ser humano nas dimensões psíquica, social e biológica.” Um diferencial do Sabará em relação a outros hospitais considerados referência é a criação desse centro de pesquisa clínica com foco em neurociência. “Acho que sou um sonhador, e quero um hospital que seja de excelência e rentável. Mas não rentável com o intuito de investir em expansão e obter mais lucro e, sim, para manter os projetos sociais da instituição.”

localizado no município de Macaíba, a 20 km de natal-Rn, o Centro de Saúde anita Garibaldi atua como um núcleo assistencial perinatal, de caráter multidisciplinar, destinado à gravidez de alto risco. a entidade está inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), e é considerada serviço de referência regional e estadual na prestação de assistência de média e alta complexidade à saúde perinatal. O anita Garibaldi também tem atuado no processo de formação de profissionais de saúde e multiplicação do conhecimento técnico-científico.

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RECURSOS HUMANOS

CULTIVAR O ÓTIMO: O DESAFIO DA AQUISIÇÃO DE TALENTOS

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RODRIGO ARAÚJO Sócio-Diretor Sênior responsável pela Especialização em Ciências da Vida e Saúde da Korn/Ferry

crescimento acelerado das empresas brasileiras tem do indivíduo para garantir que será capaz de aprender e de provocado efeito cascata na corrida por talentos qua- crescer na mesma velocidade da empresa. lificados. O Brasil é a bola da vez para executivos do Ao trazer para a realidade brasileira, observamos que há mundo todo, atraídos pela economia crescente, característica muitos processos formais para medir o desempenho, o que faz acolhedora, salários e experiências desafiadoras em ambientes mensurar de forma superficial o resultado efetivo da contracomplexos e diversificados. Alguns segmentos da indústria tação. A análise muitas vezes aponta falhas do processo como se destacam entre os que estão em evidência, como é o caso um todo já que há inconsistências, avaliações empíricas, e até da indústria farmacêutica, que tem atraído novos profissio- mesmo o fenômeno do espelho de si próprio, que sabidamente nais e despertado cada vez mais o interesse de investidores. é um forte indicador de bloqueio à diversidade. Outro aspecto Prova disso são os dados divulgados pela revista cana- a ser considerado é que muitas vezes o gestor de aquisição dense New Pharma Magazine. Segundo a publicação, este de talentos está muito distante das áreas de negócio, o que é o momento certo para fazer negócios no Brasil, porque o dificulta compreender necessidades e identificar melhor as País é atualmente um dos maiores mercados farmacêuticos competências para o sucesso do novo contratado. O foco no do mundo, com vendas estimadas em US$ 19,5 bilhões, o processo sobrepõe-se ao efetivo impacto ao negócio. maior volume de receita na América Latina e o terceiro de Outro ponto avaliado foi qual competência tem o maior toda a América, atrás apenas dos Estados Unidos e Canadá. impacto imediato nos primeiros meses. Neste quesito, os Só no segmento de genéricos, o mercaexecutivos identificaram que agilidado aumenta 17% ao ano e movimenta de estratégica, auto-desenvolvimento, UM DOS GRANDES DESAFIOS PARA OS aproximadamente US$ 80 bilhões, de capacidade de resolver problemas/ GESTORES DE AQUISIÇÃO DE TALENTOS conflitos e o potencial intelectual são acordo com a Pró Genéricos. No entanto, quando se pensa na caas características principais. Para eles, É IR ALÉM DA DESCRIÇÃO DO PERFIL deia de Saúde, os indicadores são ainda estes atributos permitem que o novo E DO CONHECIMENTO, AVALIANDO mais pulsantes e, como consequência, a perfil de liderança tenha uma visão TAMBÉM O POTENCIAL DO INDIVÍDUO corrida pela aquisição de talentos cresce mais abrangente permitindo levar a PARA GARANTIR QUE SERÁ CAPAZ DE exponencialmente. Cobrança por resulorganização para outro patamar. No APRENDER E DE CRESCER NA MESMA tados pontuais, no timing certo, é um novo contexto da área da Saúde que VELOCIDADE DA EMPRESA dos pontos críticos. Para exercer um pase renova e se abre a um futuro sem pel de liderança neste contexto, é preciso que um conjunto de precedentes é preciso, literalmente, incutir este novo perfil habilidades em diversas frentes, associadas a conhecimentos no contexto de negócios. Para assegurar o sucesso desta nova técnicos do setor e características de liderança diferenciadoras jornada do segmento, as características valorizadas até aqui, se somem às competências gerenciais. É fato a dificuldade não mais serão preponderantes no futuro. em recrutar e reter pessoas qualificadas. Por fim, uma recomendação: uma best practice nos proUma pesquisa recente realizada com líderes da área de cessos de aquisição de talentos e que traz uma efetiva contrirecrutamento de empresas internacionais, inclusive na in- buição para o negócio e impacto na gestão dos talentos, está dústria da Saúde em todo o mundo, identificou diferenças diretamente associada ao recrutamento por valores. Atrair no processo de seleção e perfil de liderança entre países, em os indivíduos com qualificações únicas; engajar o mais cedo especial o Brasil. Um dos itens questionados foi como a em- possível e maximizar performance; desenvolver aqueles que presa mensura o sucesso do processo de aquisição de talentos. demonstram o maior potencial: e reter os que são mais valoA resposta mais apontada foi o desempenho individual e o rizados devem pautar a visão dos lideres nesta árdua tarefa. impacto do resultado no curto-médio prazo. Analisando este Agora, nada disto tem sentido se o tema de valores pessoais aspecto, é possível concluir que um dos grandes desafios para alinhados aos valores da organização não estejam incutidos os gestores de aquisição de talentos é ir além da descrição neste processo. E aí reside toda a diferença entre cultivar o do perfil e do conhecimento, avaliando também o potencial ótimo e preservar o status quo.

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Saúde BuSineSS School Os melhOres cOnceitOs e práticas de g e s t ã O , a p l i c a d O s a O s e u h O s p i ta l

módulO 05

segurança de dados patrocínio:

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saúde business school

introdução depoiS do SuceSSo doS primeiroS Saúde BuSineSS School, continuamoS com o projeto. eSte ano, falaremoS SoBre tecnoloGia da informação em Saúde na busca por auxiliar as instituições hospitalares em sua gestão, trouxemos no terceiro

na organização de seus departamentos de ti e na interação da

ano do projeto saúde Business school

área com os stakeholders.

o tema tecnologia da informação em

em cada edição da revista Fh, traremos um capítulo sobre o

saúde. ainda que exista literatura sobre

tema, escrito em parceria com médicos, professores, consultores

o tema, a nossa função aqui é construir

e instituições de ensino, no intuito de reunir o melhor conteúdo

um manual prático para a geração de um

para você.

ambiente de tecnologia hospitalar mais

Os capítulos, também estarão disponíveis para serem baixados

seguro, que auxilie e oriente às equipes

em nosso site: www.saudeweb.com.br

o projeto envolve oS SeGuinteS temaS: módulo 1 - infraestrutura de ti nos hospitais módulo 2 - O papel do ciO módulo 3 - governança de ti nos hospitais módulo 4 - erps módulo 5 - segurança dos dados módulo 6 - terceirização módulo7 - prontuário eletrônico módulo 8 - a integração entre engenharia clínica e ti módulo 9 - ris/ pacs módulo 10 - gestão dos indicadores módulo 11 - mobilidade nos hospitais módulo 12 - cloud computing

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SeGurança doS dadoS luiz GuStavo kiatake e rafael Shoji

introdução a segurança da informação representa a base de confiança dentro da sociedade da informação, especialmente na migração de processos baseados em papel e informais para processos baseados em documentos digitais e estruturados. no que diz respeito a dados na saúde, essa questão se torna ainda mais crítica devido, por exemplo, a possibilidade de responsabilização pelo uso indevido de dados (quebra da privacidade do paciente), pelos procedimentos em si (responsabilização do erro médico) e pelas trocas de dados (informações trocadas entre pacientes, prestadoras, operadoras e governo). uma abordagem completa para implementação da segurança envolve o planejamento e ações estratégicas e táticas, tanto de perfil tecnológico como processual. dentre as ações, podemos listar: a identificação dos ativos que necessitam de proteção, o levantamento dos riscos de comprometimento dos dados, a classificação da informação em níveis de sigilo, a formação de um time e processo de resposta a incidentes, a identificação dos controles mais adequados de proteção, a implantação dos processos mais adequados de disseminação e gestão. o assunto está bastante maduro em alguns setores, como o financeiro, fato que não se observa na área de saúde. e, como agravante, as organizações de saúde apresentam características bastante peculiares, já que toda a operação orbita em torno de seres humanos, os pacientes, que circulam e com frequência estão acompanhados de parentes e visitas, e não raramente em estados emocionais bastante alterados. Identificar com precisão essas pessoas em situações de emergência, e proteger os sistemas de acessos indevidos são exemplos de grandes desafios. além disso, especial atenção deve ser dada para o uso de dispositivos pessoais e móveis no ambiente de saúde, assim como para o uso de ambientes em cloud. de qualquer forma, o momento é bastante apropriado para discutir o assunto, já que o setor tem apresentado uma crescente adoção da informática, tem buscado acreditações e certificações de qualidade, e tambem passa por uma profissionalização da gestão. a conscientização de que falhas de segurança podem implicar em problemas de imagem, erros de diagnósticos e até mortes tem feito com que a segurança da informação e o tratamento de riscos sejam devidamente priorizados.

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conceitoS

o conceito mais clássico da segurança da informação é prover confidencialidade, integridade e disponibilidade dos serviços e informações eletrônicas. Contudo, outros aspectos também são envolvidos, como privacidade, autenticação, não-repúdio, identificação, autoria, autenticidade, auditabilidade, rastreabilidade, responsabilização, entre outros.

autenticação e aSSinatura diGital

a autenticação de usuários provê privacidade por meio do controle de acesso à informação, permitindo somente acesso a pessoas autorizadas. a forma mais utilizada é a usuário e senha, mas que apresenta fragilidades tais como: uso de senhas de fácil adivinhação; uso de senhas com tamanho inadequado; uso de uma mesma senha em sistemas distintos; tráfego de mensagens contendo senhas em forma legível; subsistemas que armazenam as senhas para posterior preenchimento automático, dentre outros. assim, o serviço pode ser melhorado definindo-se aspectos de identificação adicionais, que podem ser utilizados de maneira independente ou conjugados. Tais aspectos se resumem a: • Algo que o usuário é: neste caso, se encaixam sistemas biométricos, como por exemplo, identificação por impressão digital, íris, retina e reconhecimento de voz, entre outros; • Algo que o usuário possui: cartões inteligentes, crachás, certificados digitais, cartões com código de barras, dispositivos de memória, smartphones ou computadores etc; • Algo que usuário sabe: senhas, frases ou perguntas de segurança. o primeiro aspecto (o que o usuário é) exige a aquisição de dispositivos especializados, mas que tem tido uma adoção crescente, como a impressão digital. os dispositivos biométricos, entretanto, não garantem a legalidade de uma assinatura digital. Principalmente devido ao custo mais acessível, os aspectos do que o usuário possui e sabe estão sendo empregados de forma conjunta em áreas envolvendo transações financeiras, como, por exemplo, para o acesso dos clientes aos serviços de internet banking através de tokens ou até a utilização de certificados digitais. diversos dispositivos complementam o uso de senhas, como cartões inteligentes, tokens e equipamentos biométricos. em geral, os dispositivos mais seguros são os de custo mais elevado. apesar de todos os esforços de proteção, o nível de segurança ne-

cessita evoluir concomitantemente com a sofisticação dos ataques, que incluem novos vírus, phishing scams e trojans ou “cavalos de Tróia”. desta forma, torna-se fundamental fomentar o uso de tecnologias mais robustas como forma de melhorar seus padrões de autenticação e segurança. a assinatura digital garante a integridade e o não-repúdio por meio de mecanismos de assinatura auditáveis e reconhecidos legalmente, e assim é utilizada para a eliminação de documentos em papel. apesar da conveniência do uso de senhas, os sistemas de certificação digital estão obtendo uma maior difusão com o intuito de prover maior segurança em sistemas eletrônicos. a ICP-BrasIL representa a entidade que regulamenta a questão, e que resulta na validação jurídica de documentos eletrônicos.

iSo 27799 – controleS e GeStão de SeGurança em Saúde

a fonte mais consolidada sobre segurança da informação e seus controles é a aBnT nBr Iso/IeC 27002 “Tecnologia da informação - Técnicas de segurança Código de prática para a gestão da segurança da informação”. o setor de saúde conta com a Iso 27799 “Informática em saúde – gestão da segurança da informação em saúde utilizando a Iso/IeC 27002”, se tornando a melhor referência na área. essa norma, disponível na Iso, está em fase de tradução pela aBnT para publicação como uma norma brasileira. a 27799 se divide em duas partes principais: a primeira, que trata do plano de ação de implementação do sistema de gestão da segurança da Informação (sgsI); e a segunda, que descreve o conjunto de controles a serem implementados. uma visão geral de cada parte é sumarizado a seguir.

SGSi

a proposta de implementação do sgsI adota o modelo Planejar, Fazer, Checar e agir (PdCa, do inglês Plan, do, Check, act). a fase “planejar” inclui a definição do escopo de abrangência, a realização de um

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gap analysis, a criação de um fórum ou comitê de gestão, o levantamento e avaliação dos riscos, o gerenciamento dos riscos, o plano de aperfeiçoamento e os documentos envolvidos. a fase “Fazer” inclui a criação do plano de tratamento dos riscos, a alocação de recursos humanos, a seleção dos controles de segurança, o treinamento e divulgação, e o gerenciamento das operações, dos recursos e dos incidentes. a fase “checar” inclui as contínuas avaliações de conformidade, realizada internamente, pelos pares e por auditorias independentes. a fase “agir” inclui o papel do fórum ou comitê de segurança na avaliação, correção e aperfeiçoamento de todo o sistema.

controleS

o conjunto de controles de segurança da Iso 27799 segue a 27002, e assim apresenta as 39 categorias de controles, divididas em 11 domínios, que são: Política de segurança da informação; organizando a segurança da informação; gestão de ativos; segurança em recursos humanos; segurança física e de ambiente; gestão de comunicações e operações; Controle de acessos; aquisição, desenvolvimento e manutenção de sistemas de informação; gerenciamento de incidentes de segurança da informação; aspectos de segurança da informação do gerenciamento da continuidade do negócio; e Conformidade. Contudo, diferentemente da Iso/IeC 27002, que apresenta uma lista de controles recomentados, a Iso 27799 indica quais controles são mandatórios para instituições de saúde, e agrega considerações específicas do setor, quando existentes. segurança do software em saúde a sociedade Brasileira de Informática em saúde (sBIs) estabeleceu, em convênio com o Conselho Federal de Medicina (CFM), um processo formal de Certificação de sistemas de registro eletrônico em saúde (s-res). o processo estabeleceu um conjunto de requisitos de segurança, estrutura, conteúdo, funcionalidade e TIss, cuja devida implementação é avaliada por auditores especializados contratados pela sBIs. a certificação deve ser entendida como um nível de qualidade mínimo, que se equivaleria a um alvará de uso do sistema, e não como o estado da arte. a certificação tem auxiliado as instituições na escolha dos sistemas a serem adquiridos, e proporcionado mais

segurança aos profissionais de saúde no uso dessas ferramentas, sendo condição inclusive para o reconhecimento do prontuário eletrônico pelo CFM. os requisitos de segurança são divididos em duas categorias de níveis de garantia de segurança, sendo ngs-1 a que descreve os requisitos básicos de segurança, e ngs-2, voltados para o uso da assinatura eletrônica, e consequente não necessidade de impressão. o Brasil tambem tem um papel fundamental na elaboração da norma internacional Iso 14441 “Informática em saúde – requisitos de segurança e privacidade de sistemas de registro eletrônico de saúde para uso em avaliação de conformidade”, a qual deve ser publicada pela Iso nos próximos meses e será utilizada pela sBIs. a norma apresenta duas partes principais, sendo que uma descreve os requisitos mínimos de segurança e privacidade, e a outra as melhores práticas para o estabelecimento e manutenção de um programa de avaliação de conformidade, tambem conhecido como certificação.

infraeStrutura

os componentes de infraestrutura possuem um papel importante no contexto da segurança. eles são os principais agentes promotores da disponibilidade, mas também controle de acesso e confidencialidade. equipamentos de comunicação, rede, servidores, storage, backup, e links de comunicação precisam ser dimensionados para suportar à demanda provendo à qualidade esperada aos usuários, e também precisam possuir redundância e contingência adequada. equipamentos específicos dedicados para a segurança devem ser considerados, como firewalls, Intrusion detection systems (Ids), Intrusion Prevention systems (IPs), unified Threat Management (uTM), Virtual Private networks (VPn), anti-vírus. o Caso da saúde: Privacidade Informações de saúde são definitivamente confidenciais. dentre os pacientes, há costumeiramente pessoas com destaque público, como políticos, celebridades, jornalistas, e funcionários da própria instituição, que ressalta a importância da

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proteção dessas informações. alguns aspectos são interessantes para consideração: a) o paciente é quem melhor pode determinar apropriadamente a confidencialidade de parte ou todo seu prontuário. Por exemplo, uma pessoa fugindo de um relacionamento abusivo pode considerar que seu novo endereço e seu número de telefone são informações muito mais confidenciais do que seus dados clínicos sobre o atendimento ao seu braço quebrado. b) a confidencialidade dependente do contexto. Por exemplo, o nome e o endereço de um paciente na lista de admissões da emergência hospitalar podem não ser considerados confidenciais por uma pessoa. Contudo, o mesmo nome e endereço em uma lista de admissões de uma clínica de tratamento de impotência sexual podem ser considerados altamente confidenciais por este indivíduo.

referênciaS BiBlioGráficaS: isO 27799 “health informatics - information security management in health using isO/iec 27002” isO 14441 “health informatics – security and privacy requirements of ehr systems for use in conformity assessment” (baseado no trabalho em andamento, ainda não publicado) aBnt nBr isO/iec 27002 “tecnologia da informação - técnicas de segurança código de prática para a gestão da segurança da informação” processo de certificação de sistemas de registro eletrônico em saúde sBis www.sbis.org.br aBnt/cee-78 - comissão de estudo especial de informática em saúde www.abnt.org.br resolução cFm 1821/2007 - http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/ cfm/2007/1821_2007.htm icp-Brasil - www.iti.org.br mp 2200-2 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/antigas_2001/2200-2.htm

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caSo de SuceSSo aceSSo Blindado hOspital mOinhOs de VentO desenVOlVeu prOtOcOlOs e pOlíticas de acessO às inFOrmações geradas nO interiOr da instituiçãO para garantir integridade e sigilO aO paciente Guilherme Batimarchi – gbatimarchi@itmidia.com.br nos últimos anos, tem se presenciado uma série de revoluções e ativismos cujo ator principal é a tecnologia. em um mundo globalizado com a internet quase sem fronteiras, a informação tem se tornado um bem muito precioso, o que tem atraído também os piratas. diferente do que se pode imaginar, não são apenas segredos industriais ou dados financeiros que estão sob a mira de pessoas mal intencionadas. informações clínicas guardadas em bancos de dados de hospitais ou laboratórios também são alvos destes piratas da informação. para garantir a integridade e segurança dos dados gerados dentro de uma instituição de saúde, gestores e ciOs têm voltado cada vez mais as atenções para programas de segurança da informação, que englobam o desenho, implementação, controle e monitoração de métodos e processos cujo objetivo é assegurar a integridade desses dados. O hospital moinhos de Vento, localizado na capital gaúcha, estabeleceu uma política de segurança da informação, que segue quatro padrões considerados básicos em sua composição. O primeiro é garantir a integridade da informação gerada, de forma que não possam ser alteradas sem prévia autorização. O segundo ponto é a confidencialidade. segundo o gerente de ti do hospital, mario torcato, todas as informações clínicas contidas no prontuário são de propriedade do paciente e não podem ser divulgadas sem autorização. Outros dois pontos destacados pelo executivo são: legalidade e disponibilidade, que estão relacionados diretamente à possibilidade de acesso por profissionais que dependem dela para realizar suas atividades. “Os acessos são disponibilizados por meio de comunicação formal, conforme o perfil e área de atuação de cada usuário.” segundo o gerente de ti da instituição, os principais pontos de atenção da entidade em relação à segurança da informação são: garantir a integridade dos dados gerados e o controle de acesso a eles. Os protocolos de segurança utilizados pelo hospital são baseados na isO/iec 17799 e isO 27001. “estes protocolos foram desenvolvidos pela ti do próprio moinhos de Vento, seguindo as melhores práticas das baseadas nas normas da isO.” Outra medida de segurança adotada pela entidade para lidar com a consumerização – utilização de dispositivos móveis pessoais em redes corporativas – foi a segmentação das redes de dados, para que pacientes, acompanhantes e médicos possam utilizar seus dispositivos móveis sem colocar em risco a rede onde trafegam os dados corporativos do hospital. “este é um processo definitivo, e as empresas precisarão se adequar o mais rápido possível”, completa torcato

SoBre o autor autoreS

luis Gustavo Gasparini kiatake engenheiro e mestre pela poli-usp, diretor de relações institucionais da sBis e representante no cOpiss/ans, coordenador do grupo de segurança da comissão de informática em saúde da aBnt, diretor da e-Val tecnologia. kiatake@evaltec.com.br rafael Shoji Bacharel em computação pelo ime-usp, mestre pela puc-sp, phd pela universidade de hannover – alemanha, diretor de pesquisa e desenvolvimento da e-Val tecnologia.

aSSociação

a SBiS tem como objetivo contribuir para transformar a saúde para melhor por meio do uso adequado e inovador da informática em saúde.

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Saúde BuSineSS School

saúde Business school é uma iniciativa da it mídia. todos os direitos reservados.

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A CADA GERAÇÃO, O MUNDO SE SURPREENDE COM UM GRANDE AVANÇO NA MEDICINA 1925-1950

Descoberta da Penicilina

1º clonagem de um mamífero

1950-1975

1975-2000

1º Transplante de Órgãos

A saúde no Brasil vira referência mundial, sendo sinônimo de tecnologia, inovação e respeito a população.

2025

Bem-vindo a

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economia

As proibições à indústriA

de cigarros A

MAriA CristinA AMoriM economista, professora titular da puc-sp

EduArdo PErillo médico, mestre em administração, doutor em história econômica

indústria do tabaco é decididamente um exemplo Segundo o SindiTabaco, o Brasil é o maior exportador de persistência na defesa de causas indefensáveis. mundial de tabaco e o segundo maior produtor, safra Em 2011, a Philip Morris International (PMI) mo- que movimenta cerca de R$ 4,4 bilhões anuais e garante a veu processo na França contra as campanhas anti-tabaco renda de 185 mil produtores agrícolas nos estados do RS, do Uruguai, via International Centre for Settlement of In- PR e SC. Sempre que a Anvisa aperta o controle sobre a vestment Disputes (Icsid), do Banco Mundial. Agora, a PMI propaganda, distribuição e venda de cigarros, a indústria e a British American Tobacco (BAT, controladora da Souza ameaça o governo com o fogo do inferno da redução da Cruz brasileira) — dois pesos-pesados do mercado mundial arrecadação, dos empregos, das divisas, do aumento do — vão à carga contra a Austrália na Organização Mundial contrabando, etc. Em 2011, o SindiTabaco e cinco organido Comércio (OMC). zações com interesses ligados à produção e/ou comerciaA Austrália deverá implementar, a partir de dezembro, lização de tabaco contrataram a Fundação Getúlio Vargas legislação obrigando os fabricantes de cigarros a ven- para reforçar os argumentos desse tipo, publicando um der seus produtos em embalagens idênticas, sem cores trabalho sem a identificação de seus autores e a vinculação ou logotipos chamativos, trazendo apenas a marca em das fontes bibliográficas citadas às hipóteses formuladas. tipos padronizados, imagens e mensagens obrigatórias Os parlamentares Doutor Rosinha, Ivan Valente e Carlos alusivas aos danos provocados pelo consumo de tabaco. Zarattini, mais o Ministério da Saúde, contra-atacaram com Em março, a Ucrânia, agora apoiada estudo — de autoria identificada — por Honduras, acusou a Austrália da Organização Panamericana da na OMC de violar leis de livre co- AindA que A proibição à propAgAndA Saúde e da Johns Hopkins Bloomberg mércio e de propriedade intelectual. School of Public Health, desancando e à distribuição de cigArros tenhA Tanto a PMI como a BAT anunciaas teses da FGV. Aspectos econômicos (impActos ram-se dispostas a oferecer suporte Para usar um artifício do gosto dos nA gerAção de rendA, impostos e legal a países que se opuserem à economistas, suponha o leitor que os empregos do setor), o problemA de dados da associação dos produtores legislação australiana. O Brasil, que apoiou o Uruguai em de tabaco e da FGV sejam verdadeisAúde provocAdo pelo tAbAgismo é 2011, não pode titubear em se opor, ros. E daí? Alguém de conhecimento fundAmentAlmente ético mais uma vez, ao business do cigarro mediano tem alguma dúvida que o junto à OMC, mas, no momento, o País pediu para ser terceira tabagismo é uma das principais causas de sofrimento e parte na disputa, acompanhado de Canadá, União Européia, morte no mundo? Desconhece o fato do governo brasileiro Guatemala, Nova Zelândia, Nicarágua, Noruega e Uruguai. investir, há mais de uma década, milhões dos contribuintes O empenho da turma do business é compreensível, trata-se para prevenir o vício e cuidar dos fumantes? Segundo a de lutar pelo lucro — no ano passado, o Financial Times Organização Mundial da Saúde, 80% das adesões ao tabaapontou apenas dois setores com índices de crescimento gismo são de jovens de até 20 anos — alguém se alegrará positivo, o de tabaco e o de equipamentos e serviços de quando o filho tornar-se fumante? saúde, sugerindo uma possível sinergia entre ambos. Mas As proibições governamentais à indústria tabaqueira reo uso da argumentação de base econômica na tentativa de presentam um avanço dos interesses coletivos sobre os legitimar o negócio é desalentadora para quem vive do ofí- de grupos econômicos, ainda que produzam — se é que cio de estudar e ensinar economia. Ainda que a proibição produzem — perdas financeiras de curto prazo aos cofres à propaganda e à distribuição de cigarros tenha aspectos públicos e reduzam empregos. A única política compensaeconômicos (impactos na geração de renda, impostos e tória legítima é propiciar renda alternativa aos produtores empregos do setor), o problema de saúde provocado pelo agrícolas e aos trabalhadores. O problema do controle do tabagismo é fundamentalmente ético. tabaco é de ordem ética, não econômica.

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política e regulamentação

Decisão do Superior Tribunal Federal (STF) garante à mulher grávida de feto com anencefalia menos burocracia ao decidir pela interrupção da gravidez; Ministério da saúde vê impacto pequeno na rede, após resolução, mas aponta para a necessidade de qualificá-la e sensibilizála para esta questão

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ualquer hospital, a princípio, tem condição de antecipar um parto de feto anencéfalo para proteger a vida de uma mulher já que é uma gravidez de maior risco para ela. A afirmação da coordenadora da área técnica de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela, dá a dimensão da decisão do STF na saúde da mulher. Agora de posse deste diagnóstico, as mulheres, que antes recorriam a uma decisão judicial, podem procurar um hospital para realizar a interdição terapêutica da gravidez. Se optarem por prosseguir com a gravidez, também continuam tendo todo o suporte. Para isso, além de novos centros habilitados para realizar abortos previstos em lei, outras medidas estão sendo adotadas pelo ministério, como a norma técnica - que envolve a equipe multiprofissional, o fluxograma, o passo a passo. Após a decisão, o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou uma comissão para estabelecer as regras de diagnóstico. As diretrizes de orientação aos médicos foram divulgadas no último 14 de maio e abordam a conduta ética do médico ante o diagnóstico de anencefalia, do exame adequado para o diagnóstico seguro, das informações que deverão constar

Razão e

sensibilidade Analice Fonseca Bonatto • editorialsaude@itmidia.com.br

no prontuário da paciente e do apoio necessário à gestante, independente de sua decisão de manutenção ou não da gravidez. O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo Almeida, explicou que planos de saúde também farão o procedimento, para isto a mãe deve autorizar o procedimento - caso queira continuar também deve estar ciente dos riscos -, e mais de um médico deve opinar. Para ele, é provável que não ocorra mais nascimento de anencéfalo. “A não ser que a mãe insista, mas é incompatível com a vida”. No caso do profissional com objeção de consciência, Esther ressalta que ao tratar desta paciente, que tem direito a interrupção da gravidez pelas causas previstas em lei, a equipe tem de colocar no centro cirúrgico profissionais capazes de superar questões pessoais. “Acredito que vamos ter de lidar com esta situação esclarecendo algumas questões, levando para o debate e construindo equipes sensíveis e capacitadas”. Segundo ela, o hospital privado é remunerado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Estamos pensando, inclusive, de diferenciar esta remuneração visto a qualidade destes serviços, ao contrário do que alguns movimentos radicais colocam, nós consideramos nobre”, diz Esther, que avalia um impacto pequeno nos custos, sendo que a previsão é de 3.000 casos ano de aborto e antecipação do parto nos casos previsto em lei. Ela assegura que os serviços de saúde como um todo devem estar preparados para acolher estas mulheres. “Hoje com o misoprostol, medicamento que estamos distribuindo para as maiores maternidades de referência, o procedimento é relativamente simples: é induzir, antecipar o parto. Este procedimento é possível em qualquer tempo. A mulher que decidir interromper a gravidez inviável chega à maternidade - a norma técnica vai detalhar tudo isto -, e os profissionais induzem o parto. Em qualquer tempo, pode ser interrompida, antecipada, como tratamento”, explica.

Qualidade no diagnóstico No Hospital Moinhos de Vento (HMV), localizado na capital gaúcha, o índice destes casos é baixo. Nos últimos 12 meses, houve um caso anterior à decisão do STF, e a paciente teve autorização de um juiz local. A gestação foi interrompida de acordo com a vontade dela, com o consentimento da justiça e também com o aval do departamento jurídico do hospital. Com a decisão, agora, a mulher pode procurar o seu médico e, se ele estiver disposto, é feito o procedimento. “Porque há médicos, e não são poucos, que têm crenças pessoais a respeito dessa situação. E ele só é obrigado a atender numa situação de emergência em que esteja envolvido”, explica o coordenador médico do serviço de obstetrícia do HMV, Marcos Rosa. Com o diagnóstico, que pode ser feito entre o 1º e 2º trimestre, o médico explica que todo caso de interrupção no HMV é levado à coordenação médica em que avaliam a procedência do paciente e a qualidade do diagnóstico. O departamento jurídico também é consultado. “Temos um processo interno para assegurar que não seja feita uma interrupção ilícita”. acolhimento Com relação ao acolhimento oferecido no sistema de saúde, a psicologia tem sempre respondido por esta atividade. “No entanto, o que vejo nas práticas corriqueiras de psicólogos hospitalares, por conta de como o sistema de saúde está organizado, é o psicólogo atuando como ‘bombeiro’, dando conta de uma emergência, de uma crise aguda”, diz o psicólogo clínico Vitor Sampaio. Segundo ele, uma atuação constante e de longo prazo da psicologia junto aos pacientes no ambiente hospitalar é importante para qualquer situação, porém, quando se trata de um caso delicado como este, torna-se imprescindível. Para minimizar ou ajudar a lidar com estes problemas, ele cita duas mudanças práticas que podem ser realizadas. Primeiro, oferecer um espaço

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diretrizes CFM As regras do órgão não são obrigatórias e, sim, orientações que passaram a vigorar a partir de 14 de maio. • Diagnóstico – As diretrizes do CFM definem que o diagnóstico de anencefalia deverá ser feito por exame ultrassonográfico realizado a partir da 12ª semana de gestação. Esse exame deverá conter duas fotografias, identificadas e datadas: uma com a face do feto em posição sagital; a outra, com a visualização do polo cefálico no corte transversal, demonstrando a ausência da calota craniana e de parênquima cerebral identificável. Será obrigatório ainda um laudo assinado por dois médicos capacitados para tal diagnóstico. • Apoio à gestante – Para o CFM, diante do diagnóstico de anencefalia, a gestante tem o direito de buscar outra opinião ou solicitar a realização de junta médica. Ainda de acordo com o texto do CFM, o médico deverá prestar à gestante todos os esclarecimentos que lhe forem solicitados, garantindo a ela o direito de decidir livremente sobre a conduta a ser adotada, sem impor sua autoridade para induzi-la a tomar qualquer decisão ou para limitá-la naquilo que decidir. Se a gestante optar pela manutenção da gravidez, será assegurada assistência médica pré-natal compatível com o diagnóstico (a gravidez de anencéfalo é considerada de alto risco). • Decisão autônoma – O CFM reforçou no texto da resolução que, ante o diagnóstico de anencefalia, a gestante tem o direito de, livremente, decidir manter a gravidez ou interrompê-la imediatamente, independente do tempo de gestação. Pode, ainda, adiar a decisão para outro momento. Se a gestante optar pela antecipação terapêutica do parto, deverá ser feita ata do procedimento, na qual deve constar seu consentimento por escrito. A ata, as fotografias e o laudo do exame integrarão o seu prontuário.

Marcos Rosa, do Moinhos de Vento: há médicos, e não são poucos, que têm crenças pessoais a respeito dessa situação. E ele só é obrigado a atender numa situação de emergência em que esteja envolvido”

• Suporte à saúde – A antecipação terapêutica do parto pode ser realizada apenas em hospital que disponha de estrutura adequada ao tratamento de complicações eventuais, inerentes aos respectivos procedimentos. • Planejamento familiar – De acordo com o documento do CFM, as pacientes deverão ser informadas pelo médico sobre os riscos de recorrência da anencefalia em gestações futuras. Se desejarem, poderão ser referenciadas para programas de planejamento familiar com assistência à contracepção, enquanto essa for necessária, e à pré-concepção. A pré-concepção é bem-vinda para que a mulher possa providenciar os cuidados necessários que deverão anteceder uma nova gestação (estudos indicam, por exemplo, que o uso diário de cinco miligramas de ácido fólico, por pelo menos dois meses antes da gestação, reduz pela metade o risco de anencefalia).

Foto: Flávia de Quadros/indiceFoto.com

de exclusividade e pouca exposição para a mulher. “Em uma sala de espera hospitalar, principalmente na rede pública, a exposição é enorme. Assim, oferecer um espaço reservado, é essencial”. A segunda tem relação com a equipe profissional. “É importante que tenha treinamento específico e esteja disponível para o acolhimento e para lidar da melhor maneira possível com este sofrimento específico, que

envolve não apenas o sofrimento pessoal de frustração, de interrupção de futuro e de luto, mas também o sofrimento social, com direito a julgamentos, preconceitos e acusações”. Quanto à equipe, o Ministério da Saúde não está exigindo psicólogo e assistente social em regiões que não tem. “Nos locais, onde há estes profissionais é importante que atuem em equipe”, diz Esther, que acrescenta o cuidado com privacidade da mulher.

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entenda a ação

política e regulamentação

núMeros vezes maior é o risco de deslocamento prematuro da placenta é numa mulher grávida de feto com anencefalia, de acordo com dados do CFM dos fetos com anencefalia morrem nos últimos meses de gestação de

vezes maior é o risco de um casal, que já teve bebês anencéfalos, vir a ter outras gestações semelhantes

Mais de Mais de

síndromes genéticas podem estar associadas à anencefalia e os bebês que nascem sem cérebro não podem e não devem ser doadores de órgãos alvarás concedidos de 1989 a 2008; número é muito maior tendo em vista que muitos tribunais não eram informatizados

a Cada

partos no mundo, há 8,6 fetos com malformação cerebral, segundo Dados da Organização Mundial da Saúde a Cada

nascimentos, 1 situa-se a incidência da anencefalia na população mundial Fonte conFederação nacional dos trabalhadores na saúde (cnts)

Foto: divulgação

“O que VejO nAS PRáticAS cORRiqueiRAS De PSicólOgOS hOSPitAlAReS, POR cOntA De cOMO O SiSteMA De SAúDe eStá ORgAnizADO, é O PSicólOgO AtuAnDO cOMO ‘bOMbeiRO’” VitOR SAMPAiO, PSicólOgO clínicO

A pedido da reportagem, o advogado Cassiano R. Rampazzo, pós-graduando em Direito Penal e Processual Penal, explica o que o STF julgou: É importante esclarecer o que o STF fez foi julgar uma ação, chamada de ADPF (ação de descumprimento de preceito fundamental) nº 54, ajuizada em 2004 pela CNTS (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde), de forma procedente, entendendo por 8 votos a 2 a possibilidade de se interromper a gravidez de feto anencéfalo. Isso quer dizer, pois, que não podemos chamar esse acontecimento de “norma”, pois não tem natureza de lei, mas de jurisprudência que, por ter sido proferida pela mais alta corte do País, acaba vinculando (não de maneira obrigatória, mas diretiva) todos os demais tribunais e os próprios jurisdicionados, ou seja, a sociedade. No caso da polêmica e recente decisão do Supremo, o fundamento jurídico para se interromper a gravidez de feto anencéfalo é que, segundo conceitos emprestados da própria medicina, o feto sem cérebro não tem vida (assim como se atesta a morte de alguém que tem paralisação irreversível das funções cerebrais) e, portanto, não seria crime, pois se não há vida, não se está matando alguém. Justamente por isso é que a expressão correta usada pela Suprema Corte não foi aborto e sim, interrupção de gravidez, a qual vinha se protelando a fim de gerar um natimorto. A mesma ciência médica entende, na sua maioria, que um feto sem cérebro, em regra, não chega a atingir nem um minuto de vida após seu nascimento e, raras vezes, vive apenas alguns minutos após nascer. No que diz respeito à autorização judicial para interromper esse tipo “anormal” de gravidez, embora em alguns locais ela vem sendo requerida e, consequentemente, deferida, entendo que isso se deve mais a dúvida gerada pela falta de experiência sobre o tema do que uma medida juridicamente necessária. Isso porque, segundo o próprio princípio da legalidade, para o que é permitido não é necessário obter autorização judicial para fazê-lo. No nosso cotidiano, vivenciamos essa situação praticamente a cada segundo. Sendo assim, uma vez que foi considerado lícito – ou melhor, que existe uma excludente de tipicidade, visto que aborto é crime contra a vida e feto anencéfalo não tem vida – não é necessária a autorização judicial, bastando que o médico ateste a anomalia no feto, assim como já fazia no caso do aborto onde a gravidez gera risco à saúde da gestante. Tal providência se mostra óbvia: Se a mulher grávida tivesse que esperar um procedimento judicial para interromper uma gravidez, do jeito que o processo no Brasil é moroso, o bebê já estaria “adulto” quando a decisão final fosse proferida.

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operadora

gestão feita

em

casa

Cínthya Dávila – cinthya.davila@itmidia.com.br

Entenda como a Economus, operadora do extinto Nossa Caixa Nosso Banco, administra seus 54 mil beneficiários, enquanto não é decidido se os funcionários migrarão para a assistência da Cassi, plano de saúde administrado pelo Banco do Brasil

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o mundo das fusões e aquisições bancárias, as consequências costumam refletir, em sua maioria, no mercado financeiro, marca e na gestão como um todo. Porém, a esfera da saúde também passa por mudanças com as incorporações deste mercado. Como é o caso do Economus Instituto de Seguridade Social, de São Paulo, responsável pelos planos de previdência e saúde dos ex-empregados do Banco Nossa Caixa S.A. Isto porque no ano de 2009, a Nossa Caixa Nosso Banco foi incorporado pelo Banco do Brasil, instituição financeira que também oferece aos seus funcionários o plano de saúde no formato de Autogestão, no caso, o Cassi – Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil Com uma carteira de 54 mil vidas, o Economus se mantém administrando a população oriunda do extinto Banco Nossa Caixa, enquanto não é decidido se os beneficiários migrarão para a assistência da Cassi, plano de saúde administrado pelo Banco do Brasil. De acordo com o diretor de seguridade da Economus, Carlos Frederico Tadeu Gomes, o modelo de autogestão atende o público da antiga instituição bancária. “Até o momento está em estudo quando será feita essa adesão e não temos previsão de quando essa mudança ocorrerá”. Já para os usuários ativos, que passaram a trabalhar no Banco do Brasil, Gomes conta que o processo de pagamento do plano de saúde é um pouco diferente. “Existe uma participação do Banco do Brasil e o funcionário contribui com o percentual restante”.

Contrato de reciprocidade

Como parte do processo de integração da Nossa Caixa ao Banco do Brasil, as operadoras firmaram, em 2009, um contrato de reciprocidade entre os seus planos. “Assinamos esse convênio de reciprocidade com 25 Estados e Distrito Federal, exceto São Paulo”, afirma o presidente da Cassi, David Salviano de Albuquerque Neto. De acordo com Albuquerque Neto, o contrato foi firmado para que os associados de ambos os planos não fiquem sem prestadores. “Esta é uma maneira acessível para nós, pois não é necessário mudar a estrutura”. O motivo pelo qual o contrato de reciprocidade não abrange São Paulo, segundo o executivo da Cassi, se dá pelo fato de que esse processo requer que sejam resguardados todos os direitos dos envolvidos.

Desafios

“Até o momeNto está em estudo quANdo será feitA essA Adesão e Não temos previsão de quANdo essA mudANçA ocorrerá” Carlos FrEDEriCo GomEs, DirEtor DE sEGuriDaDE Da ECoNomus

Gomes conta que uma dos maiores desafios é que existe uma parcela de pessoas aposentadas que dependem dos serviços disponibilizados pelo plano de saúde do Economus, o que necessita de uma atenção especial na gestão da operadora. “Para custear esse beneficiário, contamos com um fundo do Economus reservado para esses usuários e também com a mensalidade dos aposentados”. No entanto, o executivo enaltece que esse é um gasto direcionado e é compatível com a arrecadação da Economus. O presidente da Cassi afirma que gerir sinistros faz parte das atribuições de gestão de uma operadora de plano de saúde. Quanto aos índices da Economus, ele diz que o gerenciamento da Cassi não tem instrumentos para verificar a sinistralidade da empresa.

Além disso, a Cassi está expandindo sua assistência farmacêutica, juntamente com suas ações de auditoria. Em relação a processos administrativos, a operadora está trabalhando ações de comunicação e iniciativas estratégicas, que devem ser implantadas ao longo do ano.

Iniciativas

O representante do Banco do Brasil conta que a principal atribuição de uma operadora de autogestão é gerir sinistros. Para ele, quanto maior cuidado com saúde, maior será a diminuição da sinistralidade. Para isso, a operadora direciona seu foco para a identificação de risco. Com uma rede de serviços com 65 unidades espalhadas pelo Brasil, a operadora se empenha em identificar, a partir da localização da população, os principais riscos. “Trabalhamos com a lógica da atenção primária, quando precisamos avançar no diagnóstico, usamos uma rede construída em parceira com profissionais externos, remunerados de forma específica”. Segundo Albuquerque Neto, no ano de 2011, houve uma elevação dos sinistros além das projeções atuariais. “Não foi um problema só nosso e afetou também as cinco maiores operadoras de planos de saúde”. Diante deste cenário, a operadora tem procurado atuar com mais precisão no cuidado de seus beneficiários. Mas o executivo ressalta que o objetivo é possibilitar que os indivíduos tenham uma qualidade de vida melhor e que esse resultado se reflita em um melhor controle da curva de crescimento de custos. Pensando em disponibilizar uma melhor qualidade assistencial aos seus beneficiários, a Economus está criando uma nova reestruturação da empresa. “Estamos desenvolvendo processos de relacionamento com os prestadores de serviço, como hospitais e clínicas. Além disso, temos o objetivo de revisar alguns processos e trabalhar para melhorar o que for preciso”. Dentro do cronograma da operadora também está incluso um projeto de prevenção e promoção de saúde, com estimativas de ser inaugurado até o final deste ano. “O intuito é desenvolvermos um monitoramento dos usuários do plano e, assim, realizar iniciativas para que tenham mais saúde e consequentemente diminua a sinistralidade”.

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OPERADORA

DESCOBRINDO

NOVOS TERRITÓRIOS O ESTADO DE MINAS GERAIS PASSA A SER FOCO PARA A MARÍTIMA SAÚDE. MAIS DO QUE APENAS UMA EXPANSÃO, A SEGURADORA QUER QUE O LOCAL REPRESENTE, EM TRÊS ANOS, 20% DA SUA CARTEIRA NO SEGMENTO DE SAÚDE. A QUESTÃO É COMO FAZER ISSO EM UM CENÁRIO OCUPADO PELA JÁ CONSOLIDADA UNIMED-BH?

Cínthya Dávila • cinthya.davila@itmidia.com.br

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hino do Estado de Minas Gerais tem o popular refrão de exaltação: “Quem te conhece não esquece jamais. Oh! Minas Gerais”. Se alguns não conseguem apagá-la da memória, outros desenvolvem estratégias para conquistá-la. É o caso da Marítima Saúde, vertical de saúde do Grupo Marítima, que inaugurou em abril deste ano, uma unidade em território mineiro. O objetivo da operação é consolidar sua marca na região e fazer com que o Estado represente em três anos, 20% da carteira estimada no segmento saúde, que segundo projeção da empresa, deve chegar a 40 mil vidas seguradas e R$ 100 milhões em prêmios.

Helton Freitas, Unimed-BH: meta da Marítima é ousada para Minas Gerais

De acordo com o diretor da Marítima Saúde, Eduardo Ribeiro do Valle Vidigal, a empresa já tem uma filial no Estado há mais de 30 anos, atuante no ramos de automóveis, alimentares e vida. “Nos últimos cinco anos, essas divisões cresceram quase 400%. Aproveitando o bom momento da região e o crescimento econômico, vimos que saúde deveria fazer parte deste mercado também”. Dentro do processo de expansão da carteira, a empresa investiu aproximadamente R$ 7,5 milhões em seu novo sistema de Seguro de Saúde. “Acreditamos que o Estado de Minas Gerais apresenta uma demanda crescente para serviços de saúde. Queremos investir para melhorar nossa rede de atendimentos e viabilizar meios, para que a população tenha acesso a um atendimento de qualidade”. Vidigal explica que a atuação da Marítima em Minas Gerais não é uma pretensão arriscada. Isso porque, de acordo com ele, algumas empresas já tem utilizado os serviços da seguradora por meio de subcontratos. Para alcançar o objetivo, a companhia pretende aumentar a agilidade na prestação de serviços, aliando isso à rapidez na remuneração e reembolso. “Temos uma preocupação muito grande com relação à agilidade. Atualmente a burocracia é um dos principais entraves no sistema e é justamente isso que não queremos na Marítima”. Em seu planejamento de remuneração, a companhia costuma reembolsar os segurados em até cinco dias úteis nas consultas e dez dias úteis nas cirurgias eletivas. Médicos são pagos três vezes no mês. Já os laboratórios são pagos em datas específicas, conforme contrato acertado entre as partes. Além disso, para Vidigal, os empresários não querem depender de um único player no mercado de saúde suplementar. “Hoje vários executivos estão refém de poucos fornecedores de saúde, por isso acreditamos que vamos nos consolidar no mercado mineiro”. Disputa territorial Mesmo com pretensões de trazer inovação para o local, a médica consultora da AON de Belo Horizonte, Aline Campos Magalhães, acredita que a seguradora vai precisar de um diferencial para conseguir se destacar no mercado em Minas Gerais. “O povo mineiro é muito desconfiado e tem dificuldade em acreditar que vão ter algum tipo de benefício nas mudanças. Preferem ser tradicionalistas”. O fato de as pessoas em Minas Gerais optarem pelo convencional não é a única razão pela qual Aline acredita que a Marítima vai precisar se destacar paulatinamente no mercado. A Unimed-BH possui grande representatividade no Estado e já possui uma clientela consolidada. “Eles têm produtos diversificados e uma população muito grande na carteira de pessoa física, que normalmente não é o foco das seguradoras”. Vidigal ressalta que a atuação da seguradora em Minas Gerais prevê o atendimento desde pequenas empresas, com o mínimo cinco vidas, até as grandes corporações com mais de dois mil funcionários. “Eu acho a meta da Marítima ousada para Minas Gerais. Isso porque é um Estado grande e acredito que vai ser difícil eles atingirem um objetivo como esse em relação à carteira que possuem atualmente”, afirma o presidente da Unimed-BH, Helton Freitas. O diretor da Marítima Saúde diz não estar preocupado com o fato de a Unimed estar consolidada no mercado mineiro. “A cooperativa é uma concorrente no Brasil inteiro. Temos um reembolso melhor do que a Unimed. A Marítima possui um processo de liberação mais ágil do que o deles”.

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operadora

Eduardo Ribeiro do Valle Vidigal, da Marítima Saúde: Hoje vários executivos estão refém de poucos fornecedores de saúde, por isso acreditamos que vamos nos consolidar no mercado mineiro

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ConCorrênCia persistente Mesmo com a representatividade da Unimed-BH no mercado mineiro, a cooperativa está longe de ser isenta de concorrência. No ano de 2010, a operadora Amil passou a fazer parte do setor de saúde suplementar de Minas Gerais. Seis meses após sua inauguração no mercado, a representatividade da operadora no Estado ainda era incipiente. No entanto, a operadora vem conseguindo conquistar seu espaço no local. “A Amil teve um lançamento precipitado, mas vem conquistando grandes empresas”, diz Aline. Freitas diz que a Amil é uma concorrente de peso e tem se tornado cada vez mais relevante do ponto de

vista mercadológico. “A operadora conseguiu ampliar sua carteira em 30% no ano passado. À medida que crescem se tornam mais competitivos, o que faz com que a Unimed-BH tenha mais atenção no monitoramento”. Por mais que Freitas veja a Amil como uma concorrente direta, Aline acredita que a operadora não concorre diretamente com a Unimed. “O foco da Amil está voltado para as faixas de renda A e B. Já as ações da Unimed-BH são direcionadas para as classes C, D e E ”. Para ela, a Amil veio para fazer concorrência com a Bradesco Seguros e Sul América. GarGalos mineiros Para a médica consultora, se a Marítima quiser ganhar espaço em Minas Gerais vai precisar direcionar sua atuação para um nicho de mercado pouco explorado que é o de pessoa física. “Para fazer um plano, as opções são mínimas ou as operadoras muito pequenas”. Além disso, Aline conta que a saúde pública no mercado mineiro deixa muito a desejar. “O setor público

aqui não atende de maneira adequada. As pessoas adquirem os planos de saúde para terem acesso a um tratamento um pouco melhor”. A falta de leitos nos hospitais também é um fator apontado por Aline. Ela diz que a Unimed está com uma rede bastante esgotada. “A cooperativa está construindo novos hospitais. Estamos com déficit de leitos em Belo Horizonte”. Freitas concorda com Aline e diz que quem, de fato, quiser entrar em Belo Horizonte tem que investir na reestruturação de serviços, por mais que isso torne os investimentos mais custosos. O diretor da Marítima finaliza ao dizer que a empresa vai ficar atenta às necessidades do mercado para supri-las. Por hora, a seguradora está investindo na parte tecnológica, com um centro compartilhado de serviços. “Investimos mais de R$350milhões, além da parte financeira e tecnológica. Estamos trabalhando na implantação de processos integrados e liquidação de sinistros para sermos mais competitivos nos próximos quatro anos”.

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Pesquisas apontam para o crescimento de consumidores de luxo e laboratórios de medicina diagnóstica correm para garantir o atendimento a esta fatia promissora do mercado brasileiro

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mbutido à qualidade do serviço estão o glamour e a tradição da marca, exclusividade, atendimento personalizado, variedade, localização e, por último, preço. As características listadas são os motivos de atração de clientes dos diversos segmentos que compõe o mercado de luxo no Brasil. De acordo com a pesquisa “O Mercado do Luxo no Brasil 2010-2011” – feita pela MCF Consultoria & Conhecimento e a GfK Custom Research Brasil –, o cenário do País para produtos de luxo está entre os mais promissores do mundo. De 2006 a 2010, o segmento registrou um aumento de 129% em dólares e 87% em reais, montante que tem sido revertido em constantes investimentos. A penetração de produtos e serviços premium é estimada em apenas 2,5% da população, o equivalente a 4,8 milhões de pessoas, restringindo-se, assim, às camadas mais altas – predominantemente classe A1 e parte da A2. Entretanto, segundo especialistas, essas classes mais abastadas da sociedade continuarão em expansão pelos próximos seis anos, decorrente de uma série de fatores como a grave crise que se abateu sobre países desenvolvidos, seguida pela rápida recuperação da economia brasileira, o que favoreceu a expansão de marcas de luxo internacionais para além do eixo Estados Unidos, Europa e Japão. Assim como os segmentos de automóveis, alimentos, bebidas alcoólicas, perfumes, computadores, entre outros, estão de olho nesta fatia de consumidores, as empresas de saúde de modo geral também traçam estratégias para atender os pacientes considerados premium. “O público que busca assistência top em saúde é o mesmo que compra outros bens de serviços”, ressalta o professor da Fundação Getulio Vargas e pesquisador do núcleo GVSaúde, Wilson Rezende. A projeção de crescimento deste mercado, segundo a MCF Consultoria e GfK Custom Research Brasil, foi de 33% para 2011 em

relação ao faturamento de US$ 8,94 bilhões (R$ 15,73 bilhões) em 2010. No entanto, as consultorias ainda estão em fase de consolidação dos dados para medir se o crescimento realmente foi atingido. EXAMES COM CLASSE Para não ficarem de fora, os principais laboratórios de medicina diagnóstica estão atentos ao aumento desse tipo de demanda. São Paulo e Rio de Janeiro são as cidades foco dessas instituições, pois estão entre as regiões com maior número de bilionários no mundo. “Temos experiências de sucesso na área de medicina diagnóstica, principalmente no eixo Rio-São Paulo como é o caso do Hospital Albert Einstein, Dasa e Fleury”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial (SBPC/ ML), Paulo Azevedo. Brasília, Belo Horizonte e Curitiba são, depois de São Paulo e Rio, as cidades que têm despertado maior interesse das empresas voltadas para o setor de luxo. O laboratório Dasa, por exemplo, investiu cerca de R$ 35 milhões no desenvolvimento da marca Alta Excelência Diagnóstica, voltada exclusivamente para o público AAA. O grupo inaugurou, em março deste ano, a primeira unidade da marca nos Jardins, bairro nobre da capital paulista. E ainda em 2012, pretende abrir mais duas na cidade, sendo na região do Parque Ibirapuera e a outra em Alphaville. O intuito é ter oito unidades em funcionamento até 2015. “Delboni Auriemo, em São Paulo, e Lâmina Diagnóstica, no Rio de Janeiro, já tinham um atendimento diferenciado, mas não exclusivo como o que foi estruturado agora”, explica a diretora do Alta Excelência Diagnóstica, Claudia Cohn. Depois de muita pesquisa de mercado, a marca de luxo da Dasa foi criada sob três pilares. Referencia Médica, corpo clínico composto por diversas especialidades, com médicos que atendem apenas planos de saúde de excelência e consultas particulares; Tecnologia, infraestrutura com o que há de mais moderno no mercado, tanto em

Claudia Cohn do Alta Excelência Diagnóstica - Dasa: laboratório incorpora novo modelo de atendimento, diferenciado e exclusivo FOTO: DIVULGAÇÃO

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MEDICINA DIAGNÓSTICA

De acordo com a diretora, o target inicial de faturamento proveniente do mercado de luxo é de R$ 150 milhões, o equivalente a 10% dos gastos médios com medicina diagnóstica do público triple A. Diferente da estratégia da Dasa, o laboratório Fleury não possui uma marca específica para atender o público triple A. De acordo com o presidente do Grupo Fleury, Omar Hauache, a marca Fleury – voltada para as classes A e B - já possui estrutura e atendimento diferenciado compatível com o que buscam os consumidores de luxo. “Este público é fiel à nossa marca, não só pela sofisticação, mas principalmente pela qualidade”, afirma Hauache. Qualificação dos profissionais é o principal ativo do Fleury, segundo o executivo. “Os profissionais recebem cursos com frequência, os médicos estão sempre em congressos e, em geral, possuem uma vida acadêmica forte. Hoje, disparado, o maior

“O RICHET É UM EXEMPLO DE EMPRESA QUE ATENDE O PÚBLICO TRIPLE A, SEM SER DO PORTE DE UM FLEURY OU DASA” PAULO AZEVEDO DA SBPC/ML análises clínicas quanto em imagens; e Serviço, onde houve uma reorganização do modelo de atendimento para proporcionar ao paciente uma experiência única. “O cliente tem um cuidado especial como, por exemplo, acesso exclusivo para ele agendar os exames, pantufas e lençóis da melhor qualidade, ambientes aromatizados, pessoas extremamente treinadas e dedicadas”, conta Claudia. Para Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria & Conhecimento, o atendimento é um dos principais valores reconhecido pelo consumidor do mercado do luxo. ADasa destinou às primeiras três unidades R$ 23 milhões em novos equipamentos como PET-CT, Ultrassom e Ressonância Magnética 3 Tesla e 1.5 Tesla.

custo da instituição está nas pessoas, mas isso é visto como investimento”. Uma atividade de praxe do laboratório que, para o presidente do Fleury, demonstra claramente a exclusividade no atendimento são os relatórios integrados. Se existe a detecção de um linfoma, por exemplo, os especialistas se reúnem com todos os exames em mãos e elaboram um relatório para o médico que solicitou o exame. Na opinião de Azevedo, da SBPC/ML, apesar da restrição desse mercado, os laboratórios de menor porte também podem aproveitar a oportunidade. “O Richet é um exemplo de empresa que atende o público triple A, sem ser do porte de um Fleury ou Dasa”. Já para Rezende, da FGV, os pequenos ficam em desvantagem competitiva diante de grandes marcas sedimentadas no setor. Entretanto profissionais engajados e bem treinados parecem ser a característica mais valiosa entre os componentes de uma estrutura sustentável no mercado de luxo.

Principal motivo de atração de clientes (%) Comparativo

2009

2010

40%

39%

EXCLUSIVIDADE PRODUTOS / SERVIÇOS

35%

33%

ATENDIMENTO PERSONALIZADO

15%

15%

VARIEDADE

5%

7%

LOCALIZAÇÃO

4%

7%

PREÇO

3%

3%

GLAMOUR / TRADIÇÃO DA MARCA

Estrangeira 54%

Brasileira 23%

Omar Hauache, Grupo Fleury: tradição da marca e profissionais gabaritados atendem os desejos do público triple A

FONTE: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI196461-18055,00-CONHECA+AS+TENDENCIAS+DE+LUXO+PARA.html FOTO: RICARDO BENICHIO

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indústria

Raio-x

de negócios Verena Souza • vsouza@itmidia.com.br

Maior encontro da área de diagnóstico por imagem para a América Latina apresenta novidades e dita tendências como foco no conforto e segurança do paciente, redução da dose de radiação, integração das soluções, produtividade x custos, crescimento da fabricação local, entre outros

M

ais de 12 mil pessoas, dentre estas, mais de quatro mil radiologistas de 27 países, todos circulavam por estandes dos mais variados tamanhos e cores. Os cerca de 110 expositores não pouparam investimentos para propagandear seus lançamentos e novidades durante o maior encontro da área de diagnóstico por imagem para a América Latina e 4º maior do mundo. Com direito à apresentação de escola de samba e acrobacias circenses, a 42° Jornada Paulista de Radiologia (JPR), realizada entre os dias 3 e 6 de maio, em São Paulo, chamou a atenção para o que há de mais moderno em soluções e equipamentos médicos para o segmento de radiologia. Um setor que, em 2011, movimentou US$ 1 bilhão no Brasil, segundo a Abimed (Associação Brasileira de Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares) e que deve crescer, em média, 9,5% ao ano, de acordo com estimativa da Abimo (Associação Brasileira de Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios). Mesmo sob a lógica de mercado, onde o lucro e a competição são fatores cruciais para os negócios, o foco no paciente parece ser a estratégia prioritária dos fabricantes. “Listaria como

tendência aspectos como conforto, segurança do paciente e melhoria da definição de imagem dos equipamentos”, ressalta o vice-presidente da GE Healthcare para a América Latina, Daurio Speranzini. Lançada há apenas seis meses, mas com importantes contratos de venda, a ressonância magnética Discovery MR750w + GEM, de 3 Tesla, é exemplo de conforto ao proporcionar, segundo Speranzini, alívio ao paciente por ser maior do que os aparelhos tradicionais. O executivo conta que 14 máquinas já foram negociadas sendo oito com laboratório Dasa, cinco com o Fleury e uma com o Hospital do Coração (HCor). Para a geração de imagens com mais detalhes e brilho, o que possibilita maior precisão ao diagnóstico, as fabricantes de monitores apostam em tecnologias LED, OLED (superior ao LCD), Full HD e 3D. Um exemplo é a japonesa Eizo que agitou seu estande com o monitor multitouch capaz de aumentar ou diminuir as imagens com toque dos dedos, o MS231WT. Trabalhar com menores doses de radiação é outro fator perseguido pelas empresas no intuito de proteger o paciente. As últimas tecnologias, apresentadas durante a JPR, aumentam a precisão do tratamento e diminuem os efeitos colaterais. São exemplos disso a radioterapia de intensidade modulada (IMRT), uma técnica que libera doses variadas de radiação; e a radioterapia guiada por imagens (IMRT), em que imagens tridimensionais de um tumor, por exemplo, são geradas por máquinas capazes de direcionar os feixes de radiação para o ponto exato. A alemã Siemens levou à Jornada Paulista de Radiologia um sistema de imagem intervencionista, batizado de Syngo DynaCT 360, que utiliza tecnologia robótica e permite um procedimento de angiografia (visualização por radiografia da anatomia do coração) gire 360 graus em seis segundos, fornecendo imagens de tecidos moles com grande campo de visão (35x25 cm, 13,8 x 9,9 polegadas), durante o tratamento minimamente invasivo, bem como para acompanhamento de tumores. As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que em 2012 vão ocorrer cerca de 520 mil novos casos de câncer no País e 312 mil brasileiros receberão indicação para radioterapia. A previsão, que já não é motivadora, acarreta em outra conta: 90 mil pacientes vão deixar de receber o tratamento devido à defasagem no número de serviços de radioterapia.

Foto: Divulgação

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“Há dez ANos, 80% dAs MuLtiNAcioNAis tiNHAM sedes No exteRioR. AgoRA, quAse 90% deLAs PossueM uMA sede NA AMéRicA LAtiNA, oNde o PRiNciPAL ALvo é o BRAsiL” RicARdo BAAkLini, pResidente dA sociedAde pAuListA de RAdioLogiA

Fotos: Divulgação

Na foto abaixo, abertura da Jornada Paulista de Radiologia 2012, evento é o maior da América Latina

O Inca aponta que o Brasil possui uma carência de aproximadamente 140 aparelhos de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, o País conta com aproximadamente 230 aceleradores lineares, atendendo apenas 66% da demanda. Integração das soluções A oferta de infraestrutura para exames de imagem é um gargalo que o Brasil precisa enfrentar, tendo em vista a demanda crescente, impulsionada pelo aquecimento econômico e o consequente aumento no número de empregos e poder aquisitivo das classes C e D. Paralelo a este cenário, as empresas sofrem, ainda, com as pressões sobre os custos dos sistemas de saúde. Plataforma de soluções integradas e a busca pela fabricação local tem sido a estratégia comum de alguns fabricantes do segmento de diagnóstico diante dessa constatação. “O brasileiro, hoje, busca por uma saúde melhor e de menor custo. O hospital e a clínica têm que ter uma solução mais integrada. O médico precisa de uma infraestrutura não apenas de TI, mas hospitalar”, garante o vice-presidente sênior de Healthcare da Philips, Vitor Rocha. Conseguir fazer mais com menor custo. Esta é uma das premissas da Carestream - líder global em imagens de raios x. Entre as novidades presentes na JPR estão os detectores wireless de raios x, conhecidos como DRX-1. “O detector possibilita transformar um raio-x tradicional em digital, assim o hospital não precisa trocar o equipamento e consegue, no mínimo, dobrar a capacidade de exames”, explica o diretor geral da Carestream Health Brasil, Robert Eisenbraun. Integração também é tendência para a tecnologia PACs (Picture Ar-

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indústria

da, como é o caso do Canadá. Mas, de acordo com a realidade brasileira, o papel ainda é o meio mais adequado, na opinião de Marquese. Estimativas do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) apontam que menos de 20% dos equipamentos médicos de diagnósticos são digitais, incluindo raios-x. Fabricação LocaL Tornar o Brasil polo de fabricação e posteriormente de exportação é o desejo de Speranzini, da GE. O vice-presidente da companhia acredita que esta é a forma do Brasil se destacar entre emergentes como a China, que é o “quintal de fabricação do mundo” e a Índia, referência em serviços devido a sua mão de obra barata. A fábrica da companhia, em Contagem (MG), inaugurada há dois anos, recentemente obteve o aval de órgãos reguladores para a fabricação de tomógrafos. Atualmente, ela está em plena operação produzindo raios-x analógicos e digitais. A GE aguarda a liberação de outros tipos de equipamentos. Entre as fabricantes, a Philips é a que possui o maior portfólio nacional, cerca de 70% dos aparelhos vendidos são produzidos localmente, entre eles estão: a linha completa de raio-x, ressonância magnética de 1,5 e 3 Tesla, tomógrafos de 16 e 64 cortes, linha de monitores Dixtal e de anestesia. Já a Siemens, em plena JPR, anunciou a expansão do parque fabril, de

Armando Lopes, da siemens: consolidação da produção local é importante para atender essa demanda crescente do setor

Fotos: Divulgação

Foto: Divulgação

chieving Communication System, na sigla em inglês). A catarinense Pixeon lançou em março deste ano, a terceira versão do software Aurora 3.0, que, segundo o CEO da empresa, Fernando Peixoto, é o único PACS do mercado que não precisa fazer transferência de imagens multi-slices para o servidor e depois para as estações diagnósticas. O processamento das imagens já é realizado diretamente no servidor, o que elimina tempo e custo. “Hoje a reconstrução da imagem dos concorrentes normalmente está na estação diagnóstica. O custo do hardware na ponta é muito maior. Essa tecnologia não tem mais o segundo passo. Esse tempo de processamento que oscilava entre 30 segundos a um minuto e meio, agora, se transforma 5 segundos por exame”, disse Peixoto ao Saúde Web, às vésperas do lançamento do Aurora 3.0. Apesar dessa tendência global de integração das tecnologias e serviços, a realidade do Brasil ainda está distante do que se almeja. A impressão dos exames, por exemplo, ainda é largamente feita nos tradicionais filmes. “O material é nocivo ao meio ambiente e o custo é oneroso. A forma mais simples e econômica é o papel”, conta o coordenador de marketing da japonesa OKI, Márcio Marquese. Entretanto, a impressão em papel torna-se cada vez mais irrisória nos países em que o sistema de saúde possui uma rede de informações digitaliza-

Philips: empresa aposta em saúde melhor e com menor custo, com uma infraestrutura completa

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indústria

“O brasileirO, hOje, busca pOr uma saúde melhOr e de menOr custO. O hOspital e a clínica têm que ter uma sOluçãO mais integrada” Vitor rocha, Vicepresidente sênior de healthcare da philips

Joinville (SC), para a produção de equipamentos de ressonância magnética, tomografia, raio-x analógico e digital. A fábrica, que contou com investimentos de R$ 50 milhões, deve começar a operar a partir do segundo semestre deste ano. “A consolidação da produção local é importante para atender essa demanda crescente do setor”, ressalta o presidente da divisão de Saúde no Brasil, Armando Lopes. Seguindo a tendência dos concorrentes globais, a Toshiba Medical também decidiu pela fabricação local. A fábrica de aparelhos de diagnóstico por imagem será inaugurada até o fim deste ano, em Campinas (SP). O objetivo da empresa é também desenvolver localmente softwares complementares aos equipamentos. “Há dez anos, 80% das multinacionais tinham sedes no exterior. Agora, quase 90% delas possuem uma sede na América Latina, onde o principal alvo é o Brasil”, enfatiza o presidente da Sociedade Paulista de Radiologia, Ricardo Baaklini. A JPR evidenciou que inovação e pesquisa e desenvolvimento já estão a caminho do Brasil. Foco no paciente, integração das soluções, redução de custos e aumento de produtividade pavimentam essa estrada, que ainda será longa.

Foto: Guilherme Bessa

em plena jpr, siemens anunciou a expansão de seu parque fabril em joinville (sc), para produção de ressonâncias, tomografias, raios-x

Foto: Divulgação

sua opinião é muito importante // editorialsaude@itmidia.com.br twitter // @saude_web

daurio speranzini, da ge: para o Brasil se destacar entre os emergentes precisará se tornar pólo de fabricação e exportação

robert eisenbraun, da carestream: conseguir fazer mais com menor custo, essa é uma das premissas da carestream health Brasil

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VITRINE

ESPECIAL JPR 2012

TECNOLOGIA OLED

O monitor PVM-2551MD, lançado pela Philips, é primeiro monitor médico com tecnologia OLED, painel superior ao LCD que reproduz imagens detalhadas, trazendo mais contraste e precisão na reprodução de cores, vídeos em movimento sem arrasto que permitem à tela de 25 polegadas reproduzir detalhes muito pequenos, contribuindo para a precisão do diagnóstico em casos críticos.

MEDICINA 3D

A Sony apresenta o monitor médico LMD-2451MT, com tecnologia de alta definição (WUXGA – 1920 x 1200 pixels), maior que Full HD (1920 x 1080 pixels), desenvolvida para processos microscópicos cirúrgicos e endoscópicos, com filtro micropolarizador e tecnologia de óculos 3D passiva. A combinação da tecnologia 3D com uma tela de LCD 24’’ de alta definição.

IMPRESSÃO EM ALTA VELOCIDADE

A OKI traz ao mercado a C711N, impressora colorida A4 para ambientes que exigem boa qualidade gráfica Com tecnologia High Definition Color embarcada, o dispositivo garante detalhes nítidos e cores vibrantes. A impressora possui linguagem PS3 e PCL padrão, resolução de impressão de 1200 x 600 dpi e velocidades de Impressão de até 34 ppm em cores e 36 ppm na configuração preto e branco.

INGENUITY TF PET/MR

A Philips alinhou a sensibilidade funcional do PET com a a tecnologia MR. O PET presente no Ingenuity TF PET/ MR é equipado com a tecnologia ToF capaz de realizar um exame com a metade do tempo e metade da dose de radiação. Com essa tecnologia é possível captar com clareza uma lesão menor que 2mm. A ressonância 3T deste equipamento possui a tecnologia Philips Multi Transmit, que permite captar uma imagem com campo totalmente homogêneo mesmo em aquisições com grande campo de visão.

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VITRINE

ESPECIAL JPR 2012

RESULTADOS PRECISOS

O monitor Mammo Tomosynthesis 5MP, fabricado pela Barco, mostra imagens multimodalidades em alta definição. A tecnologia RapidFrame, desenvolvida pela multinacional, aumenta a velocidade de atualização dos pixels quando renova a sequencia de quadros como o tomossintese ou MRI da mama, eliminando imagens embaçadas e fantasmas. Equipado com um backlight DuraLight Nova™, o monitor oferece duas vezes mais brilho calibrado (1,000 cd/m²) e duplica a vida útil das lâmpadas (50,000hours).

VISÃO AMPLA

Equipado com ‘SmoothGray’, tecnologia criada pela Barco, para curvas renderizadas meticulosamente em escala de cinza, o Coronis Fusion 10MP torna detalhes e lesões mais visíveis. Suatela em LCD, com 30 polegadas e sem emenda, possibilita a comparação de imagens demamografia anteriores e atuais. Além disso, ele permite visualizar imagens de raios-X de tórax ou 40 imagens alta-resolução CT ou MR, com excelente precisão diagnóstica em uma única tela.

SEGURANÇA NO LAUDO

O RX840, da EIZO, é um monitor de 8MP capaz de exibir vários aplicativos ou janelas de uma vez. Com uma tela de 36,4 polegadas e 8MP de resolução (4096 x 2160), ele é o primeiro equipamento da empresa que conta com um backlight em LED. O dispositivo também amplia a possibilidade de utilização do PACs na medida em que permite a exibição de imagens coloridas ou monocromáticas dentro de uma mesma aplicação, com ajustes de iluminação, cores e tons de cinza distintos.

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Higienização Hospitalar: soluções integradas que permitem um ambiente cirúrgico livre de infecções. Em outras palavras, você trabalhando em condições adequadas. Os serviços de Higienização Hospitalar do Grupo Tejofran são soluções integradas com atuação em todas as áreas: limpeza concorrente, terminal, cirúrgica e imediata. Além de todo composto de governança hospitalar. Ou seja: seu hospital operando em condições adequadas. Para saber mais, ligue e agende uma visita:

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SOLUÇÃO INTEGRADA

O CR Vita, da Carestream, suporta oito tamanhos de cassetes, incluindo 35 x 84 cm para exames de coluna total e oferece transmissão DICOM para PACS e impressão DICOM e Windows para uma variedade de dispositivos de saída sem custo adicional. Com saída de 44 placas por hora (35 x 43 cm), o sistema também oferece opções adicionais, como a capacidade de pesquisa de modalidades de listas de trabalho e a criação de CDs de pacientes.

PARA TOMOGRAFIAS

A Bayer apresenta o Ultravist 370 por 500 ml, conceito de meio de contraste de grande volume com a maior concentração do mercado.

DO FILME AO DIGITAL

O CR 30-Xm, da Agfa, é um digitalizador de imagens diagnósticas que permite a aquisição de imagens de alta qualidade em mamografia e radiologia geral. O CR30-Xm pode ser usado por clinicas de pequeno porte que desejam migrar para a radiologia digital. Ligado a uma estação NX aliado ao software Musica 2 o CR 30-Xm oferece uma resolução de 50 µm para as imagens de mamografia e 100µm para imagens de radiologia.

IMPRENSSÃO PARA DENTRO DO HOSPITAL

A Image Runner Advance C5051, da Canon, possui tela colorida, inclinável e sensível ao toque com 8.4 polegadas. Os usuários podem ajustar o número de botões na tela e até mesmo, alterar o papel de parede para se adequar a qualquer ambiente dentro da organização. O equipamento oferece impressões nítidas e brilhantes, nas opções colorida e preto & branco, além de suportarem uma variedade de mídias como papel revestido, pesado e envelopes.

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FÁCIL DE USAR

A Guerbet traz ao Brasil a nova embalagem de Henetix, meio de contraste para exames de Raio-X. Agora, além da versão em frascos de vidro, o contraste estará disponível em Scanbag, de polipropileno, que é mais leve, resistente, simples de usar e economiza tempo de preparo. O contraste é indicado para exames de imagem em adultos e crianças e as novas embalagens estarão disponíveis em versões de 100 ml e 500 ml, nas concentrações de 300mg e 350mg.

NOVA PLATAFORMA

Desenvolvida pela Pixeon, a nova estação de diagnóstico multi-modalidade do Aurora, Arya, oferece um acesso mais eficiente ao histórico do paciente para comparação e realização de diagnósticos mais precisos. Ele traz alto desempenho em download, reconstrução e processamento de imagens. Também oferece mais agilidade com protocolos de visualização.

NOVIDADE EM ULTRASSOM

O ultrassom Voluson HDlive, da GE Healthcare, chega ao mercado para estabelecer novos padrões em imagem 3D e 4D, possibilitando uma visualização detalhada do feto, o que permite aos médicos realizar uma análise clínica mais confiável, com melhor qualidade de imagem. O HDlive permite visualizar com clareza inédita má formações e alterações anatômicas durante o pré-natal.

TECNOLOGIA DE PONTA

O XMatrix, da Philips, é uma plataforma de processamento de imagem que permite a realização de cortes em 2D ultra-fina. Ela utiliza imagens em tempo real Xplane para criar dois planos ortogonais em alta resolução simultaneamente. Desta forma é possível capturar o dobro de informação clínica ao mesmo tempo, e enviar dados de volume MPR (X,Y,Z) para qualquer sistema de PACS com Dicom export MPR.

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Foto: RicaRdo MoRaes

perfil

Uma lição de

altruísmo Guilherme Batimarchi • gbatimarchi@itmidia.com.br

Da amazônia ao Haiti, RicaRDo afonso feRReiRa, funDaDoR Dos expeDicionáRios Da saúDe, conta as expeRiências e Desafios Das missões Do gRupo que leva aos lugaRes mais Remotos a possibiliDaDe Do tRatamento

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até julho de 2010 foram enviadas ao Haiti seis equipes, realizando um total de 330 cirurgias

olidariedade não é uma questão de altruísmo e sim de sobrevivência. Fazer o bem é melhorar o mundo ao nosso redor para deixá-lo aos nossos filhos,” diz Ricardo Afonso Ferreira, fundador dos Expedicionários da Saúde. Vindo de uma família onde a medicina é uma tradição passada de pai para filho, Ferreira, 55 anos, é médico ortopedista, especializado em prótese de quadril e joelho. Fundador da organização não governamental cuja missão é levar medicina especializada para regiões isoladas do Brasil, favorecendo, principalmente, populações indígenas, Ferreira estudou medicina na PUC-SP, e se formou pela universidade de Memphis, no Tennessee (EUA), por meio de um convênio entre as duas instituições. Depois de formado, o médico viajou pelo mundo durante quatro anos, colecionando histórias e adquirindo conhecimento sobre culturas totalmente diferentes. “Durante esses anos trabalhei em uma companhia de reflorestamento no Deserto do Saara, fui de carona de Paris (França) à Dakar (Senegal), e estava no Afeganistão, em 1978, durante o primeiro golpe de Estado promovido por militares pró-soviéticos, antes da invasão em 1979.” A ideia de fundar os Expedicionários da Saúde surgiu em novembro de 2002, quando Ferreira e um grupo de médicos que sempre faziam caminhadas por todo o Brasil e pelo mundo, visitaram o Pico da Neblina, na Região Norte do Amazonas. “Lá deparamos com a realidade da saúde indígena e vimos que com pouco poderíamos fazer muito por essa população que vive geograficamente isolada”, explica o ortopedista. Apartir dessa viagem, o grupo começou a discutir a situação da saúde indígena e a criação de uma organização para prover atendimento de maneira objetiva para evitar que eles tivessem que sair de suas aldeias. “Vimos muitos

Fotos: André FrAnçois

casos de catarata e hérnia. A catarata por causa da intensidade da luz equatorial, que é muito mais forte, e as hérnias pelo excesso de peso que esses índios carregam”, completa ferreira. Durante o ano de 2003, Ferreira reuniu alguns amigos de infância, empresários, executivos e advogados e começaram a estruturar uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Em abril de 2004 foi realizada a primeira expedição, que continha quatro médicos, um profissional de logística e 150 quilos de equipamento. “Fomos à região da Cabeça do Cachorro, próximo à fronteira com a Colômbia. Chegamos a São Gabriel da Cachoeira e lá subimos o Rio Negro de voadeira (lancha usada na região). Esta viagem demorou cerca de dois dias.” No começo dos trabalhos eram realizadas expedições pontuais, duas vezes por ano, com um número restrito de especialidades. Atualmente, são feitas quatro viagens por ano, todas com foco cirúrgico em dez especialidades, envolvendo 25 profissionais e dez toneladas de equipamento. “Operamos nessas regiões como nos grandes hospitais de São Paulo, com centro cirúrgico moderno e equipado, no mesmo nível ou até melhor que em algumas unidades de saúde.” Se hoje a organização atua com seu próprio centro cirúrgico, hospitais de campanha bem estruturados com leitos para pré e pós-operatório, consultórios para realização de exames e três salas cirúrgicas, no começo a história era

“Quando visitamos o Pico da neblina, na Região noRte do amazonas, nos dePaRamos com a Realidade da saúde indígena, e vimos Que com Pouco, PodeRíamos fazeR muito PoR essas Pessoas Que vive geogRaficamente isolada” RicaRdo afonso feRReiRa

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oito anos após a primeira expedição a organização já realizou mais de 2,9 mil cirurgias e 16 mil consultas ambulatoriais

http://bit.ly/lsfii9 diferente. Ferreira lembra que as cirurgias eram feitas nos pequenos hospitais da região, que não possuíam infraestrutura adequada ou estavam totalmente sucateados. “Outra dificuldade era a falta de recursos. Hoje contamos com o apoio de diversas empresas como Siemens, Kimberly-Clark, e países como Austrália e Nova Zelândia. São mais de 50 parceiros. Não temos muito dinheiro, mas somos ricos em parcerias.” Haiti Em 2010, os Expedicionários da Saúde foram além de suas atividades e partiram para o Haiti para oferecer assistência à população assolada pelo terremoto que matou cerca de 200 mil pessoas. “Antes de levar toda infraestrutura para lá, eu e um amigo enfermeiro fizemos uma expedição exploratória para estudarmos as condições de saúde e encontrar um local para situar o hospital de campanha”, relembra Ferreira.

Ele contou que essa primeira viagem exploratória ao país caribenho durou algumas semanas. “Na ocasião do terremoto havia muita gente precisando de nosso trabalho e pensamos que, se conseguíamos fazer cirurgias na Amazônia, no Haiti não seria tão difícil”. Em 2006, o ortopedista foi convidado para participar de algumas palestras em Oslo, na Noruega, em um congresso mundial de catástrofes, onde ele aprendeu muito sobre o que fazer e como se comportar nesse tipo de ocasião. Este conhecimento foi muito útil para a equipe no Haiti, não só na primeira, mas em todas as expedições realizadas. “A fome e miséria no Haiti são inimagináveis. Já morei na África e conhecendo as duas realidades digo que nunca imaginei que houvesse um lugar com tanta pobreza quanto no Haiti. Depois que você conhece o país adquiri uma dívida eterna com ele, pois sempre haverá o que fazer por lá”. O ortopedista conta que a equipe atuante no Haiti

era formada por cem profissionais. Ao todo, nas sete missões realizadas até agora, foram realizadas 1.326 atendimentos ambulatoriais e 330 cirurgias. Oito anos após a primeira expedição, Ferreira conta que uma das coisas mais prazerosas durante as expedições são os curativos matinais feitos após as cirurgias de catarata.“ Eu vejo os velhinhos chegando para realizar a cirurgia, muitas vezes, carregados pelos parentes, e no dia seguinte, pela manhã, é muito emocionante ver essas pessoas enxergando novamente”. O ortopedista conta que, além de ajudar a população indígena, uma de suas missões também é criar uma escola que mostre para as pessoas como cuidar desses indígenas com muito carinho, como se fossem um parente nosso. Estas experiências, ensina Ferreira, são determinantes na vida de várias pessoas por proporcionar a ajuda ao próximo.

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