Revista do Interior - 1ª edição

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Índice 06 - Carta ao Leitor

Por que viver aqui é tão bom?

08 - Alexandre R. Fonseca

Relacionamento Familiar VS Televisão

09 - George Luis O. Nicolosi

A “Alquimia Vegetal” e a disponibilidade de alimentos no planeta

10 - Curiosidades

Um drive thru diferente

12 - Campo

Camponeses do Século XXI

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Capa Êxodo Urbano Culinária

Bruschetta 32

14 - Animais

O método terapêutico da Equoterapia Hora de construir! Êxodo Urbano: o processo está se invertendo

24 - Esporte

Entrevista Hortência Torta de Mandioca com Coco 36

26 - Cidades

Política simplificada

27 - Cidades

Alimente-se bem na nossa região

Colunistas Relacionamento Familiar VS Televisão 8

28 - Carros

Álcool ou gasolina?

31 - Cidadão A “Alquimia Vegetal” e a disponibilidade de alimentos no planeta 9

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Carros Álcool ou gasolina?

16 - Casa

18 - Capa Polpettone 34

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Profissão professor

32 - Culinária

Bruschetta, Polpetone e Torta de Mandioca com Coco

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Cidadão Profissão professor


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Carta ao Leitor

Por que viver aqui é tão bom?

O

interior oferece muito mais do que um escape para o aperto da capital. Geralmente descrito como um lugar bucólico, acolhedor e com jeitinho simples, o interior tem muitos mais do que tranquilidade a oferecer. Em quesitos como segurança, educação e longevidade somos líderes no estado de São Paulo, obtendo os melhores índices de qualidade de vida. Contudo a sensação de que o tempo não está passando, de que a cidade está sempre do mesmo jeito e o ar está sempre leve vem se modificando, tais qualidades estão atraindo cada vez mais famílias em busca do sonho de se viver

Expediente

Arte e diagramação Danilo H. Assis Martins danilo@revistadointerior.com.br Comercial e financeiro Lucas C. Rossitti lucas@revistadointerior.com.br Redação Bruna Pires e Mariana Spezzoto Correção ortográfica Rosângela Morelli Colaboradores Alexandre Rezende Fonseca, Ari Honório Jr., George Luis O. Nicolosi, Marcela Canatelli Sanson e Ricardo Cancian Butignoli

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pacificamente. Ao passear nas ruas durante a tarde é possível entender o porquê de todos procurarem a vida interiorana: os vizinhos se reúnem debaixo das árvores para trocar uma conversa agradável, as crianças brincam tranquilas e os pássaros adivinham o fim do dia numa bela cantoria. Morar no interior tem suas desvantagens, mas nada supera suas qualidades. É com essa proposta que a Revista do Interior se apresenta a você, leitor. Sempre preocupada em trazer assuntos relevantes para nossa rotina - nem tão agitada, mas nunca monótona - como saúde, agronegócios, arquitetura, curiosidades, responsabilidade social e muito mais. Nosso compromisso é mantê-lo em dia com as novidades, sempre respeitando e trabalhando para que você tenha o melhor conteúdo. Seja bem vindo à Revista do Interior, a revista que é para todos, todo mês.

Editora DANCAS Gráfica: Gráfica Mundo Tiragem: 6.000 Distribuição: Boituva, Capivari, Cerquilho, Jumirim, Laranjal Paulista, Porto Feliz e Tietê. A Revista do Interior não se responsabiliza pelos produtos e promoções divulgados em seu conteúdo. Não é permitida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da revista. Os artigos não refletem necessariamente a opinião da revista. Rua do Comércio, 364, Sala 02, Centro, Tietê-SP. 15 3285.2628 - 9118.1542 - 9655.7033 contato@revistadointerior.com.br www.revistadointerior.com.br


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Alexandre

Rezende Fonseca

Estudante de jornalismo

RELACIONAMENTO Familiar VS Televisão

L

ançada na década de 20, a televisão (do grego tele – distância, ou seja, visão à distância), também chamada de TV, é um sistema eletrônico capaz de transmitir imagens e sons de uma forma instantânea para os telespectadores. Anos depois, a partir do ano de 1951, começa-se a transmitirem programas de entretenimento, com a finalidade de alcançar pes-

soas de diferentes idades e gostos, tais como: esporte, notícias, música, filmes, culinária, desenhos infantis, documentários e etc. Tempos mais tarde, exatamente nos anos 70, a Copa do Mundo já estava sendo transmitida. Quem possuía o aparelho era alguém de sorte, pois poderia assistir aos jogos, sem falar que era muito caro comprar um exemplar na época. Mas isso não importava para quem tivesse algum parente com tal benefício, pois quem tinha o televisor chamava toda a família para sua casa, com o intuito de assistirem juntos, mesmo que numa sala bem

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apertada, à transmissão do tão amado esporte. Atualmente, segundo o IBGE, 89% da população brasileira possui TV em suas casas, sendo 83% em cores e 6% em preto e branco. Pode-se observar que a televisão tornou-se um aparelho comum na casa dos brasileiros. Em contrapartida, a TV começou a tomar um tempo precioso em muitos lares, no qual os membros da família passavam momentos juntos, conversando, rindo, ensinando e se relacionando. Fato hoje que, ao invés de estarem todos juntos (reunidos) ao redor da mesa de jantar, “papeando” e contando como foi o dia de cada um, estão sentados no sofá assistindo a algum programa na televisão ou separados em diferentes cômodos da casa. E o mais preocupante em lares onde isso acontece, é que ocorrem brigas pela escolha de canais. Percebe-se, portanto, que a televisão acabou exercendo um papel contrário ao qual ela inicialmente teria. Ela ainda continua reunindo os integrantes da família, mas em compensação, pouco se conversa enquanto o aparelho está ligado. E quando há um diálogo, apenas se comenta algo sobre o programa e nada mais. Quanto tempo vai continuar desse modo não se sabe, mas o que o brasileiro pode fazer para ter uma família mais estruturada e com um ótimo relacionamento é a principal discussão. Basta discernir, até que ponto a televisão tem influenciado negativamente o relacionamento familiar.


George Luis

Orsolini Nicolosi

Zootecnista, profissional de mídia e gerente comercial

A “ALQUIMIA VEGETAL” e a disponibilidade de alimentos no planeta

O

Brasil desponta como a 6ª maior economia no planeta e referência mundial como potência agrícola, sendo que constantemente batemos recordes na produção de grãos, carnes e frutas. Parte desses alimentos são direcionados ao abastecimento da população local e a outra destinada à exportação. O cenário parece animador, mas a realidade não condiz com as notícias, senão vejamos. Segundo a Organização das Nações Unidas - ONU - mais de 60 milhões de pessoas passam fome, sendo 60% mulheres e 24 mil morrem diariamente por fatores ligados à fome e desnutrição crônica. De acordo com o Fundo para Agricultura e Alimentação - FAO - são produzidos alimentos para 12 bilhões de habitantes, ou seja, o dobro da população mundial, mas a outra metade não tem acesso a eles. Devemos relembrar as notícias constantes sobre a fome na África. Plantas como milho, soja, cana de açúcar se tornaram “coringas” no contexto químico, uma verdadeira “Alquimia Vegetal”, pois com o uso de tecnologias, são desenvolvidos inúmeros produtos, como, plásticos, combustíveis, resinas, aditivos, aminoácidos, enzimas, aromas, ceras, entre outros, que mudaram sua atribuição de um alimento comum, fornecido à pessoas e aos animais e se transformaram em substâncias diferenciadas, para atuarem em diversos segmentos da química moderna, ou ligados à alimentação. Da cana, do milho e da soja são produzidos bio-combustíveis e numa sociedade mundial

globalizada, onde a necessidade de combustíveis para movimentar as frotas de veículos é cada vez maior, seguramente a demanda por esses vegetais irá aumentar. Então, estaremos convivendo com uma disputa de interesses, onde o governo tem a obrigação primordial de estabelecer planos e metas para administrar e direcionar esses recursos para não faltar alimentos à população. Curiosamente, no mesmo momento que falamos sobre a falta de alimentos no mundo, dados que indicam que 2,6 milhões de pessoas morrem ao ano devido a problemas de obesidade ou excesso de peso, o que vem a confirmar que a distribuição de alimentos ocorre de maneira irregular e está relacionada com renda e salários da população. Em países desenvolvidos o plano de safra agrícola é um assunto tão importante, que está relacionado à segurança nacional, pois trata-se de alimentar a população de um país. O conceito de bio-combustíveis e proteção do meio ambiente é extremamente válido, importante e atual, entretanto os governos devem dispender esforços, pesquisas e criar leis para equilibrar a balança da produção de alimentos para a população e para uso nas indústrias químicas, sob pena de aumentar a demanda em patamares de quantidades e preços que afetarão negativamente a disponibilidade alimentar. Novas tecnologias, como carros movidos a motores elétricos e a hidrogênio, energias eólicas são alternativas que devem ser utilizadas para diminuir as pressões sobre a disponibilidade de alimentos à população mundial e garantir a sobrevivência da humanidade.

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Curiosidades

Um drive thru diferente Fé e dúvidas caminham juntas desde o princípio, e agora, mais um assunto que vai dar o que falar.

N

o congestionamento das roubos, e unge com óleo, que repre18hr da rua Domingos senta o Espírito Santo. À vista dos de Morais, na Vila gravadores e das câmeras, aos fiéis Mariana, zona sul de não pede dinheiro, mas quem pasSão Paulo, os pastores da Igreja sou por ali diz que eram cobrados Universal do Reino de Deus pro- R$ 50 de oferta. “Já ofereceram, metem dar jeito em tudo na vida mas não é o propósito”, diz o pastor dos motoristas. Menos no trânsito. Casuo. Na porta do templo foi montado Hoje em dia, as pessoas não um drive-thru de oração e oferta. O ouvem mais falar em religião sem sistema de atendimento rápido tem associar ao pagamento pressuposto um recuo e, sem descer dos carros, por ela. Antigamente lucros comerquem passa por ali ouve passagens ciais não eram tão escancarados, bíblicas e promessas de melhorar mas até onde um suporta o outro na de vida. A ideia, dizem eles, é atrair questão de dependência? Roberto quem esteja paraGrecci (paulis“Não concordo do no trânsito e ta, mecânico, 31 necessite de um com essa aborda- anos), diz que apoio espiritual não concorda gem da igreja, é de emergência. com essa aborum absurdo pagar dagem da igreja, Para convencer por uma oração, os motoristas, acha um absurdo 14 voluntários pagar por uma mesmo que seja da igreja pulam, mesmo em um drive thru, oração agitam as mãos, que seja em um pois não será de empunham faidrive-thru, pois xas e cartazes e a oração não será coração” Roberto Grecci - Paulista, 31 anos distribuem pande coração. Ele fletos nos sinais. ainda complementa: as pessoas que A oração e um pedido de oferta freqüentam não acreditam em si duram aproximadamente três minu- próprias e precisam de alguém que tos, e a pergunta é: “Em que área faça alguma coisa por elas. Crecci gostaria de receber essa oração? argumenta ainda que essa relação Financeira, familiar, sentimental, de troca envolvendo dinheiro não saúde?”. Qual precisar de mais funciona com a fé, sendo mais certo apoio, o pastor rezará, de acordo fazer jantares beneficentes e coisas com a necessidade mais instantâ- do gênero. nea, àquela carente de mais apoio e, Enquanto que Wagner (paulispara complementar, ora pelo carro a ta, voluntário, 30 anos) frequentafim de evitar acidentes, sequestros e dor três vezes por semana da Igreja 10

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Universal, diz que é uma maneira de as pessoas receberem a oração na correria e principalmente no trânsito das grandes cidades. Tudo fica mais prático, atraindo religiosos a conhecer mais sobre esse trabalho, e afirma também que grande parte da sua família frequenta, principalmente às quartas e sextas, dias de maior movimento. A ideia do drive-thru da oração surgiu em Nova York , segundo o pastor Rodrigo, em um trabalho evangelístico para salvar vidas e ganhar almas. “Grupos de 10 a 12 componentes chamam as pessoas no trânsito e oram por elas, pois principalmente no tráfego intenso, as pessoas perdem a cabeça e podem até cometer suicídio”, relata ele. O reconhecimento vem a partir de pessoas que se juntaram ao grupo e novamente segundo ele, dez pessoas entraram para ajudar na propagação. Sem fins lucrativos e nenhuma reclamação, inclusive da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o funcionamento não exige pagamento, mas as portas estão sempre abertas para aqele que deseja pagar.● Drive Thrus Inusitados: Em casa de Strip-Tease: Pensilvânia Para exames de emergência: Califórinia Para casamentos: Las Vegas Para galeria de arte: Canadá Para passeio na natureza: Califórinia


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Campo

Camponeses do Século XXI Eles plantam e você consome: conheça agora um pouco sobre o MCP, movimento nascido em Goiás que defende os camponeses brasileiros.

H

oje a maioria dos alimentos que consumimos vem de grandes indústrias alimentícias carregados de agrotóxicos, adubos e anti pragas altamente perigosos para a saúde. Uma alternativa a esses alimentos prejudiciais são os orgânicos, produzidos pelos camponeses. Mas, quem são eles? Por que defendem a prática de uma colheita reduzida, investindo mais na saúde de suas plantas do que no lucro final? Camponeses são pequenos agri-

sivo de soja e laranja por parte de grandes conglomerados industriais exportadores quase determinou na extinção de famílias produtoras. Os pequenos cultivadores concentram suas vendas para a população brasileira, sendo eles responsáveis pela maior parte do abastecimento de nossos mercados no quesito “hortifruti”, produção de sementes saudáveis, flores e plantas ornamentais. Apesar do bem que as grandes empresas exportadoras fazem para o Brasil, os pequenos produtores

plantios e alternância de subprodutos, a natureza pode se recuperar sozinha, nunca deixando o solo infértil ou assoreado. Porém, nem tudo são flores na vida dos camponeses brasileiros, eles têm organizado passeatas até o Planalto Central reivindicando reformas agrárias e incentivos governamentais. Segundo o MCP, 40% dos pequenos produtores brasileiros vivem na extrema pobreza, pois não possuem terreno fértil nem capital para investir em boas sementes e instrumentos de arado.

cultores preocupados com a qualidade de sua produção. Geralmente não utilizam nenhum aditivo de origem industrial, cultivando sua plantas com técnicas milenares, obtendo um produto final de extrema qualidade e 100% orgânico. Esses produtores, na maioria das vezes, plantam para sobreviver e alimentar sua família, vendendo o excedente a mercados e mercearias locais e trocando o dinheiro por ferramentas, produtos de uso essencial e até para manter os filhos estudando. O MCP, sigla para Movimento Camponês Popular, nasceu em Goiás, região onde o cultivo exten-

refutam-nas afirmando que a riqueza se concentra na mão de poucos e que os grandes conglomerados não abastecem o mercado interno, elevando o preço de produtos antes baratos como muitas leguminosas e verduras. Quando invadem o caminho do camponês, as grandes produtoras são implacáveis, não há como competir pois o produto industrial é muito mais barato, devido a maior produção à custa do uso de agrotóxicos. O MCP ainda defende a biodiversidade e a convivência pacífica entre homem e natureza. O movimento diz ainda que com pequenos

Mesmo desconhecidos e até renegados pela população urbana, os camponeses construíram uma rica cultura, mantendo tradições, tanto no modo de trabalhar quanto em suas comemorações. Seus cantos, festas e poemas enaltecem a vida no campo, o prazer de ver brotar as primeiras folhinhas verdes de uma semente que foi germinada, da tristeza dos períodos de estiagem bem como as encantadoras camponesas e suas roupas características. Os camponeses possuem uma cultura rica, exuberante e tradicional em sua história que mostra o tamanho e a diversidade brasileira.●

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Animais

O método terapêutico da

EQUOTERAPIA Buscando o desenvolvimento de pessoas com deficiência e/ou necessidades especiais.

A

equoterapia é um método terapêutico e educacional o qual utiliza o cavalo na reabilitação, em uma abordagem interdisciplinar, buscando um desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com necessidades especiais. Segundo relatos, as primeiras praticas terapêuticas com a utilização de cavalos foi em 1901, no Hospital Ortopédico da Inglaterra, durante a Guerra de Boers na África, para onde uma dama inglesa resolveu levar seus cavalos a fim de quebrar a monotonia

Para frente e para trás

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dos tratamentos dos mutilados e feridos em combate. No Brasil começou a ser divulgada a partir dos anos 60, e em 1989 foi criada a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-Brasil). A equoterapia é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e Fisioterapia, como um método terapêutico (Parecer 06/97, aprovado em sessão plenária de 09/04/97 e Resolução “COFFITO” nº 348 de 27/03/2008). No decorrer dos anos, o número de adeptos só vem aumentando de-

vido aos bons resultados que seus praticantes têm conseguido. A terapia é sempre acompanhada por profissionais qualificados, sendo eles, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e instrutores de equitação. O praticante cria um vínculo com o cavalo e os exercícios a serem realizados acabam sendo feitos de maneira divertida. A interação com o cavalo é muito importante, pois possibilita que o praticante estabeleça novas formas de socialização, autoconfiança e eleva sua autoesti-

Para cima e para baixo


Cérebro Impulsos

Medula Espinhal

O BALANÇO Os movimentos que o cavalo faz a cada passo são semelhantes aos que o ser humano faz ao caminhar. OS IMPULSOS As correções corporais automáticas que o praticante faz para se adaptar a cada movimento do cavalo geram impulsos nervosos que percorrem a coluna.

SINAPSES As informações sensoriais recebidas caminham pela medula espinhal até o sistema nervoso central, gerando estímulos no cérebro para a realização de novas sinapses.

Para um lado e para o outro

ma. Além dos exercícios propostos, o próprio movimento do cavalo estimula o praticante: a primeira manifestação quando um ser humano está em cima do cavalo é o ajuste tônico, porque, na verdade, o cavalo nunca esta parado. A troca de patas, a flexão da coluna, o abaixar e alongar do pescoço impõem ao praticante um ajuste no seu comportamento muscular. O cavalo proporciona um movimento tridimensional, para cima e para baixo, para frente e para trás e para um lado e para o outro, movimento esse parecido com o de andar do ser humano. Toda essa movimentação estimula o sistema nervoso, que é responsável pelo equilíbrio, lateralidade e distância. Os sistemas respiratório e cardiovascular também são estimulados, contribuindo para a melhor oxigenação do organismo. O andar do cavalo ajuda o corpo do praticante a trabalhar músculos e articulações. Com a equoterapia crianças e adultos com algum tipo de deficiência melhoram muito o controle da cabeça e do tronco, consequentemente melhorando o equilíbrio. O trotar do cavalo melhora a postura, fortalece o tônus muscular e a atenção. A equoterapia vem sendo também indicada em tratamentos como a depressão, ansiedade, estresse pós traumático, nervosismo e fobias, para pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem escolar, para pessoas com necessidades especiais (paralisia cerebral, hemiplegia ou hemiparisia, paraplegia, síndrome de down, autismo, etc). Lembrando que sempre é recomendado consultar primeiramente um especialista que irá avaliar as condições de cada paciente e recomendar o melhor tratamento a ser realizado. ● revista do interior | outubro 2012 |

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Casa

Hora de construir!

Ter um lugar aconchegante e com sua cara pode ser mais fácil do que você imagina.

C

onstrução: sinônimo de dor de cabeça para qualquer pessoa, seja por causa da mão-de-obra ou o preço exorbitante dos materiais. Porém, nada é mais recompensador do que morar numa casa que foi construída segundo suas próprias necessidades. Para isso, é necessário criar um plano antes do início da obra: procurar um bom engenheiro ou arquiteto (para que sua obra esteja dentro dos parâmetros de segurança e qualidade); fazer uma pesquisa longa e atenta dos preços dos materiais (a diferença de preços de uma loja para outra é enorme e esse pequeno esforço pode resultar numa grande economia) e contratar mão-de-obra especializada. Munido do projeto aprovado, 16

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de bons construtores e certa quantia de dinheiro, o início da construção será tranquilo. É importante acompanhar todos os passos da empreitada, caso não seja possível, é interessante contratar o serviço de “acompanhamento de obras” que muitos engenheiros e arquitetos oferecem durante a fase do projeto. Segundo o mestre de obras, Celso Aparecido Borges da Silva, que atua há 18 anos no ramo, é importante ter um mestre de obras para dar segmento à execução de um projeto desenvolvido por um profissional competente (engenheiro), afinal, é ele que oferecerá a mão de obra. Ainda sobre construções, Celso afirma que é muito importante investir na fundação: “É toda estrutura da construção em questão. Evita danos futuros como

trincas e recalques.” Pagando um pouco a mais, você se livra de alguns problemas como: ser encarregado por comprar materiais que faltem e visitar a obra todos os dias para verificar o andamento do trabalho e assim, não perderá noites de sono com problemas pequenos. Algumas questões não podem ser deixadas para o mestre de obras, como, por exemplo, a escolha do material usado para a construção do telhado. Madeiramento? Estrutura metálica? Telhas cimentícias ou cerâmicas? Nada melhor que consultar seu engenheiro; apenas ele terá condições de lhe dizer qual é a melhor opção. É claro que as estruturas metálicas têm ganhado grande atenção por serem mais baratas, contribuírem para a diminuição da


devastação florestal, serem mais leves e duráveis, contudo o madeiramento é a técnica mais tradicional. É necessário pensar muito no resultado final, pois nem sempre o que custa menos é a melhor ideia. Após sobreviver à fase inicial, chega a parte mais assustadora: Acabamento. Sim, essa é a fase mais cara, que requer o dobro de atenção e paciência. Pisos, azulejos, janelas, portas e reboque custam quase 50% da obra, todavia é importante ressaltar que economizar demais nesses quesitos pode trazer problemas futuros. Porém, também é o período que permite economias. “O acabamento é onde você necessita mais das suas economias. E você pode encontrar produtos bons e mais baratos “ diz Celso. Por exemplo: durante a fase de assentamento contrate pessoal especializado, por mais que saia mais caro, a garantia de um serviço bem feito garante menos probabilidade de problemas futuros. As casas de materiais para construção sempre ofertam pisos e azulejos mais em

conta e mesmo assim, muito bonitos, vale a pena pesquisar. Portas e janelas devem ser pensadas junto ao orçamento, materiais como alumínio e aço têm vida útil longa, e ao contrário da madeira, não necessitam de fungicidas e aplicação de verniz, pois algumas vêm com proteção de fábrica. Algumas empresas ainda oferecem serviço de janelas e portas personalizadas, mas todo luxo tem seu preço. A verdade é que é difícil construir barato e rápido se não houver uma quantidade de dinheiro guardado. O preço do m² não pára de subir devido à escassez de profissionais. Por exemplo, o padrão simples (sobrado com tijolos de cerâmica e estrutura de concreto) na região sudeste sai por R$1.208,15. O padrão médio (mais comumente usado, seguindo a linha simples, mas com materiais de melhor qualidade), custa R$1.442,23 o m². O padrão luxo, que engloba o uso de tijolos maciços e acabamentos de alto nível, sai por R$1.951, 55 segundo o Índice A&C Agosto de 2012.● revista do interior | outubro 2012 |

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Capa

ÊXODO U

O processo está

Por que tantas pessoas estão se mudando para o interior paulista?

A

migração de pessoas que ocorria da zona rural (interior) para a capital (São Paulo) desde a década de 30 está se invertendo lentamente desde 1987, quando se extinguiu o êxodo rural e as cidades começaram a ser abandonadas. Atraídos pela hospitalidade, segurança e uma vida mais pacata, paulistanos e outros habitantes de grandes metrópoles paulistas têm buscado no interior um sossego inexistente em grandes centros urbanos. “Aqui no interior é sem dúvida mais tranquilo. Você pode sair e ter um pouco mais de certeza que irá voltar para casa” afirma Jéssica Fernandes, estudante e moradora de Tietê a cinco anos. Vinda de São Paulo. E não é apenas pelo sossego e calmaria que muitas pessoas se voltam ao interior como uma possibilidade para se mudar e construir um lar. As grandes empresas, sufocadas pelo pouco espaço em volta da capital resolveram se mudar para o interior. No ano de 2011, o cresci18

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mento da ‘‘Aqui no interior indústria é sem dúvida no inte- mais tranquilo. rior foi Você pode sair de 7,7% e ter um pouco enquanmais de certeza to houve um decai- que irá voltar para casa” mento na Jéssica Fernandes - Estudante capital de 1,4%, segundo o SEBRAE. O “boom” industrial e imobiliário pode ser notado com facilidade em cidades às margens da rodovia Castelo Branco, como Sorocaba e Boituva. Nesses centros urbanos é possível observar uma mudança significativa na população. Devido ao aumento do preço do m² em São Paulo, muitos paulistanos têm migrado para esses municípios, mesclando-se à população natal. É perceptível essa mudança quando observado o censo das cidades interioranas próximas à capital. A população de Sorocaba por exemplo, cresceu 1,21% no ano de 2010, cerca de 596 novos moradores por mês, para uma cidade que

nos dias de hoje, abriga cerca de 593 mil pessoas. “São cidades que estão às margens da capital paulista”, afirma o sociólogo e professor Jair Motta. “Não foram só as indústrias que ficaram sufocadas e fugiram para essa região, a população também, em busca de empregos e bem-estar”. Segurança A região tem um diferencial, que conta muito: estar seguro dentro e fora de casa. Quem já foi pra capital sabe como o burburinho de pessoas e a confusão de carros são atrativos para assaltantes. Aqui não é bem assim. A maioria das cidades interioranas contam com o serviço da Guarda Municipal, que atende o público e a ocorrências. Em Cerquilho, desde 2009 até os dias de hoje, houve 18.847 ocorrências, uma média de 12 ocorrências por dia, sendo a maioria dessas ocorrências apoio à população. Segundo o diretor da GCM cerquilhense, Roseval Batista dos


URBANO

á se invertendo Santos, esse número “Não foram só se dá pela patrulha osdescresceu em comtensiva e a colaboraas indústrias paração aos anos pasção da população, que que ficaram sados. É essa combivigia e denúncia qualsufocadas e nação de proteção que quer irregularidade. fugiram para faz o interior ser uma essa região, opção para a maioria Saúde a população das pessoas que vem Em quesito de quatambém.” de cidades grandes. lidade de vida e saúde, Jair Motta - Sociólogo Apesar do númeo interior não passa ro de pessoas aumentar em nos- tão longe para as grandes cidades. sas cidades, as unidades de pa- A maioria dos municípios conta trulha crescem juntos. Tomando com suas próprias instituições de por base a cidade de Cerquilho, saúde como a Santa Casa ou hospiexistem 70 guardas municipais tais convêniados particulares, além divididos em várias modalidades de oferecer o serviço de Unidades de ação, como o GOC (Grupo de Básicas de Saúde em diversos bairOperações com Cães, que reali- ros, facilitando o atendimento da zam patrulhas e apreensões de en- população, vacinação de crianças, torpecentes), a ROMAR (Ronda consultas agendadas, recolhimento Ostensiva Municipal Ambiental de material para análises clínicas, Rural), a ROMO (Ronda ostensiva etc. com Motocicletas), a Base Móvel, a O diferencial é o acompanhaRonda Escolar, Policiamente a pé e mento de perto que as instituições localizado, ALFA (Socorristas com de saúde fazem, seja com pesquisas Ambulâncias), entre outras opera- em seus centros ou com agentes de ções, levando sensação de seguran- saúde, que saem as ruas cadastrança a toda população. Batista ainda do as famílias e vistoriando suas neafirma que a proteção do município cessidades, como receitas médicas,

deficientes e a situação de higiene e convivência da residência. Pessoas que sofrem de doenças respiratórias crônicas como asma e rinite também são privilegiadas aqui no interior pela qualidade elevada do ar, diferente das grandes cidades, onde a camadas atmosférica concentram monóxido, dióxido de carbono, chumbo, fluoretos, amônia, enxofre, entre outras substâncias altamente perigosas para o ser humano, deixando a população dessas cidades mais sensíveis ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e ao câncer. Segundo a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), na região da cidade de Sorocaba houve uma queda da poluição por fumaça desde 1997. O órgão também aponta que a região está bem abaixo das concentrações diárias de poluição do ar (150 MP10 μg/m³ é a média diária estabelecida pela CETESB e 90 MP10 μg/m³ é a média da cidade mais próxima, Tatuí, onde a aferição é feita) e, apesar das queimadas esporádicas, revista do interior | outubro 2012 |

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Capa

Índice FIRJAN de Desen

Tabela FIRJAN 2011 com base em 2009 Alto desenvolvimento (superiores a 0,8 pontos)

Boituva

Desenvolvimento moderado (entre 0,6 e 0,8 pontos)

Capivari

1

0,9102

0,9

0,8354

0,9155 0,8996

0,8

Jumi

Cerquilho

0,9649

0,9548 0,9054

0,8838

0,904 0,7925

0,7756

0,8112

0,6964

0,7 0,6

0,5058

0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0

IFDM Educação Saúde Emprego e Renda

IFDM Educação Saúde Emprego e Renda

Máximo, Mínimo e Mediana Situação relativa do municípo Boituva - 0.8354 Capivari - 0.7756

Resultado Máximo Barueri - SP 0.9303

1

IFDM Educação Saúde Emprego e Renda

Barueri

0,9

São Paulo

0,8

Boituva

0,7

Tietê Porto Feliz

0,6

IFDM Educação

Cerquilho Jumirim Capivari Laranjal Paulista

0,5

Cerquilho - 0.8838 Jumirim - 0.8112

Resultado Mínimo São Félix de Balsas - MA 0.3413

0,4

São Félix de Balsas 0,3

Laranjal Paulista - 0.7279 Porto Feliz - 0.7679

São Paulo 0.8797

0,2 0,1

Tietê - 0.8045 0

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é um estudo anual do Sistema FIRJAN que acompanha o desenvolvimento de todos os 5.5 disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde. 20 | outubro 2012 | revista do interior Dados FIRJAN.


volvimento Municipal Desenvolvimento regular (entre 0,4 e 0,6 pontos)

irim

Laranjal Pta.

0,8803

0,8393

Baixo desenvolvimento (inferiores a 0,4 pontos)

Porto Feliz 0,8761

0,8663

0,9046

0,8819

0,8983

0,8045

0,7679

0,7279

Tietê

0,6106

0,5883

0,5457 0,478

Saúde Emprego e Renda

IFDM Educação Saúde Emprego e Renda

IFDM Educação Saúde Emprego e Renda

IFDM Educação Saúde Emprego e Renda

Crescimento da População Boituva:

Capivari:

Cerquilho:

Jumirim:

Laranjal Pta:

Porto Feliz:

Tietê:

1991 - 23.140

1991 - 34.220

1991 - 20.048

1991 - 000**

1991 - 19.144

1991 - 36.936

1991 - 26.446

1996 - 28.184

1996 - 37.943

1996 - 24.900

1996 - 000**

1996 - 20.634

1996 - 42.456

1996 - 29.435

2000 - 34.368

2000 - 41.468

2000 - 29.508

2000 - 2.196

2000 - 22.145

2000 - 45.514

2000 - 31.710

2007 - 40.783

2007 - 43.779

2007 - 34.769

2007 - 2.205

2007 - 24.454

2007 - 46.054

2007 - 34.018

2010 - 47.346

2010 - 48.373

2010 - 39.649

2010 - 2.755

2010 - 25.119

2010 - 48.675

2010 - 35.796

2015 - 54.138 *

2015 - 50.333*

2015 - 45.105*

2015 - 2.888*

2015 - 27.091*

2015 - 55.059*

2015 - 41.725*

*Projeção para o ano de 2015. Dados do IBGE ** Não consta no CENSO

564 municípios brasileiros em três áreas: Emprego e Renda, Educação e Saúde. Ele é feito, exclusivamente, com base em estatísticas públicas oficiais, revista do interior | outubro 2012 |

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Capa ainda é um dos melhores lugares para se viver em qualidade de ar. Custo de vida e emprego A indústria está ganhando cada vez mais força em nossa região, o que a acarreta maior oferta de emprego, elevando a competitividade regional, a qualidade dos produtos e a vida dos operários a um patamar nunca antes visto. Entre os setores que mais empregam aqui na região estão o secundário (indústria) e o terciário (comércio) em geral. Como sabemos, o setor mais

Composição Setorial do PIB estadual 6,3%

1985

42,4% 51,3%

4,2%

1998

Primário

58,9%

37%

Secundário

Terciário

forte da economia brasileira, o comércio, é o maior empregador de pessoas no Brasil e também é responsável por grande parcela do PIB nacional. É natural que o salários não atinjam o nível da capital, porém, é necessário ressaltar que aqui é muito mais barato de viver. Em São Paulo, o m² chega a custar uma média de R$ 3.600 (fonte: Lopes Inteligência de Mercado), enquanto aqui na região, a média entre três cidade (Tietê, Boituva e Capivari) gira em torno de R$ 1.190, uma diferença 22

| outubro 2012 | revista do interior

Preço do M² com base em (Tietê, Boituva e Capivari) em

São Paulo R$ 3.600,00

no

Interior R$ 1.190,00

de aproximadamente 33%, que conta, e muito, na hora de decidir onde vale a pena morar. Educação e tecnologia É também aqui no interior de São Paulo que se concentram muitas universidades e centro de formações técnicos com reconhecimento nacional pela qualidade, além de ter um ensino básico consolidade e reconhecido dentro do estado como um dos melhores. Na cidade de Capivari, por exemplo, o índice de alfabetização chega a ser de 98,96%, acima da taxa estadual e da cidade de São Paulo, que chega a 96,1% e 95,4% respectivamente, segundo o IBGE. Para se ter uma ideia, um dos maiores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) educacionais do estado pertencem a cidades como Cerquilho e Jumirim, onde os números chegam a 0,9548 e 0,9649 respectivamente, numa contagem que vai de 0,1 à 1,0. As escolas de formação básica como as de ensino fundamental tem uma atenção especial das prefeituras, pois elas são a base de qualquer

aprendizagem de qualidade e preparam a criança para o ensino médio. Tanto que, as cidades interioranas sempre contaram com o apoio de docentes formados e foram uma das primeiras regiões paulistas que adotaram o um ano a mais de ensino fundamental. Porém, não é apenas a educação infantil que recebe atenção, os adolescentes que estão entrando no ensino médio tem a oportunidade de estudar em escolas técnicas estaduais e federais, aumentando suas chances de contratação logo após o término dos cursos e facilitando a escolha de uma futura profissão. Escolas como os Centros Paula Souza e ETECs oferecem diversos cursos em todas as áreas de conhecimento (humanas, exatas e biológicas). Alguns deles são: agricultura, produção e automação industrial, comunicação visual, agente de saúde, contabilidade, dança, construção civil, elétrica, farmácia, informática e muitas outras opções, sujeitas a disponibilidade das escolas. E há quem se engane quando pensam que é necessário abandonar o interior e ir até a capital para se aprofundar nos estudos universitários. Nos dias de hoje, a região metropolitana de Campinas e cidades adjacentes são conhecidas como o Vale do Silício brasileiro, fazendo alusão a região estaduniense localizada na Califórnia que agrega riquezas fundamentadas na tecnologia informática. Lá, pólos educacionais como a UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) e as FATECs (Faculdade de Tecnologia), possibilitam aos estudantes a oportunidade de atuar em conjunto a indústria regional, criando novas tecnologias e vivenciando o futuro mercado de trabalho.●


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Esporte

Seleções de

desenvolvimento Os preparatórios das meninas já começaram com muita responsabilidade. Confira o andamento e as entrevistas do mundo do basquete.

O

basquete feminino brasileiro tem um histórico limitado de medalhas douradas, uma delas veio em 1994 na Copa do Mundo de Basquete Feminino da Austrália. Hoje uma das responsáveis por essa conquista é a diretora do projeto que acrescenta uma nova estrutura para a modalidade no Brasil, a ex-jogadora de basquete Hortência. Nesse ano, com a preparação para o campeonato mundial sub19, o time ficou junto por 6 meses treinando e viajando pelo Brasil e pelo mundo, como comenta o técnico Luiz Cláudio Tarallo dizendo ser uma experiência nova, porque pela primeira vez ficaram por um tempo maior nessa fase de treiHortência, ex-jogadora e agora diretora de Seleções de Desenvolvimento

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namento, iniciado em Jundiaí no começo de fevereiro. O campeonato foi no mês de Julho, apenas fazendo jogos preparatórios e jogos amistosos contra equipes adultas no Brasil. Complementa ainda dizendo que tiveram a oportunidade de jogar contra outras equipes em torneios internacionais, fato muito positivo para o time, pois, a experiência deu certo e os resultados foram excelentes e considerados históricos. Nessa competição uma brasileira foi eleita a melhor jogadora, a jovem Damires. “Isso foi trabalho praticamente integral das jogadoras na quadra”, diz ela. As jogadoras procuraram exercer uma porcentagem física bastante rígida, mesmo porque conheciam o nível do campeonato e trabalharam dois períodos em Cotia. Um dos objetivos principais da seleção de desenvolvimento é fazer com que as jogadoras tenham experiência internacional e estejam preparadas para as Olimpíadas de 2016. Hortência, que foi um dos principais nomes do Mundial de 1994, é quem direciona esse projeto. Ela diz

Luiz Cláudio Tarallo

ter jogadoras de 20, 21 e 22 anos sem experiência profissional. “Nós temos jogadoras no adulto que não têm experiência fora do Brasil. Então se você pegar uma jogadora de vôlei hoje dentro dessa faixa etária, ela tem mais de 100 jogos internacionais, mas uma jogadora de basquete não tem nem 10. Qual é a minha defesa para o Ministério? Que algumas jogadoras de 17, 18, e essa de 21 anos vão estar em 2016 e eu preciso de um número maior de opções, se eu pegar essas meninas e prepará-las até a próxima olimpíadas em 2016, elas podem ser uma escolha pra mim”, diz Hortência.


Zé Boquinha, um dos nomes mais respeitados do basquete brasileiro e comentarista esportivo, acredita que as seleções de desenvolvimento são um trampolim para a evolução desse esporte no Brasil. Ele elogia principalmente a escolha de Hortência como diretora: “Foi um tiro certeiro da nova confederação da Liga. Ela sabe todas as dificuldades existentes desde lá em baixo até lá em cima, desde o início até o topo. Ela passou essa fase de transição do basquete”. Não há dúvida de que o projeto tem tudo para ser um sucesso, mas para que ele favoreça tanto os clubes quanto a seleção, Ricardo Molina, o presidente da ACDF Unimed, clube gestor da equipe de Americana, diz que precisa haver um ajuste de calendário entre todas as partes: “A gente tem a oportunidade agora e eu entendo que deu certo, nós precisamos fazer de forma planejada. Se a gente não conseguir apertar o calendário, nós vamos ser muito

prejudicados. A minha melhor jogadora até hoje nunca conseguiu fazer nenhuma partida pela equipe dela”. Hortência comentou sobre o combinado: as jogadoras isentas da participação da Liga de Basquete Feminino ficam com a seleção entre os meses de dezembro e julho: “A gente combinou com o Instituto que de dezembro a julho até a competição elas são minhas, depois eu devolvo pra eles. Nas categorias sub-20 e sub-21 tem algumas atletas que jogam na Liga, não são todas, mas as que jogam estão li-

beradas”. Com o bom resultado desse programa em 2011, já existem três seleções de desenvolvimento sendo negociadas com o Ministério dos Esportes em 2012: as sub-17, sub18 e sub-20. As Seleções de desenvolvimento é projeto do Ministério dos Esportes dirigido por Hortência Marcari, visando preparar atletas para o cenário mundial, principalmente para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.●

Chuca, pronta para marcar sua cesta em Londres

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Cidades

Política simplificada

E

ste mês tem eleição e a maioria das pessoas nem gosta de falar. Só de pensar em pegar o título, ficar numa fila e ouvir propaganda eleitoral, alguns chegam a chorar. Esquecemo-nos, porém, que o voto é um direito, antes de ser uma obrigação e muitas classes brasileiras, antes impedidas – mulheres, negros, homens da lavoura, analfabetos – lutaram para obter o poder da escolha. Por que o voto é obrigatório? Instituído no Código Eleitoral de 1932, o voto obrigatório foi a saída vista pelos políticos como meio para que não retornássemos a um estado monárquico. Naquela época, apenas 10% dos brasileiros votavam e só alguns anos mais tarde - com a luta pela liberdade de voto - é que a situação se inverteu. Ainda hoje a lei resiste, pois o povo precisa saber quem são seus candidatos. Caso a obrigatoriedade não existisse, apenas um pequeno grupo votaria e decidiria sozinho o futuro do país. O que é Impeachment? Qualquer político pode sofrê-lo? O Impeachment é a interrupção do mandato Executivo e pode ser pedido por diversos motivos. O único caso de Impeachment conhecido no Brasil foi o de Fernando 26

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Collor de Melo. Apenas políticos nos cargos executivos podem sofrer Impeachment, todavia, na prática, o que acontece com outros que descumprem suas funções é a “cassação” do mandato, que envolve outra legislação. O que é a corrupção? Quais modalidades existem? A pergunta pode parecer boba, mas a maioria dos brasileiros não entende que ela acontece em qualquer estado ou cidade. A corrupção política, por definição, é o uso das competências governamentais para fins pessoais e ilegítimos. As formas de corrupção variam, mas incluem suborno, extorsão, desvio de verba, fisiologismo, nepotismo, clientelismo e peculato. Embora ela possa facilitar negócios criminosos como o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e tráfico de seres humanos, não se restringe apenas a essas atividades. O que fazem o prefeito e os vereadores? Para que

Um rápido tiradúvidas que pode ajudar na hora de votar. serve a Câmara Municipal? O prefeito é o representante do poder executivo da cidade, seu dever é garantir o funcionamento correto dos serviços públicos, realizar obras de interesse da população e administrar o capital do município. Porém, não faz isso sozinho, contando com a ajuda dos vereadores que representam a legislação, trabalhando como fiscalizadores dos atos do prefeito, para que tudo esteja de acordo com a lei, apresentando projetos de leis que melhorem a qualidade de vida dos cidadãos e atendendo às reinvindicações das comunidades que os elegeram. Na Câmara Municipal, os vereadores discutem, sugerem, aprovam ou reprovam leis de acordo com o interesse populacional. As leis que lá tramitam podem ser feitas tanto pelos moradores da cidade quanto pelo prefeito, porém, carecem de aprovação de todo corpo legislativo da câmara para vigorar.●


Cidades

Alimente-se bem na nossa região

Há vários restaurantes que oferecem uma boa refeição, ambientes despojados e bom atendimento a um preço convidativo.

A

preciado pela grande maioria da população brasileira, os conhecidos “arroz e feijão” ganham uma repaginada nas churrascarias da região, onde você pode fazer uma refeição balanceada curtindo ambientes despojados e tranquilos com sua família. Geralmente, esses lugares têm estrutura que comporta crianças e são excelente opção para aquele almoço ou jantar familiar. Para pessoas que não gostam de carne, saladas e legumes cozidos são ótimos acompanhamentos e saciam - o que ajuda numa possível dieta. Lembrando: para ter uma alimentação saudável, esta deve ser equilibrada com nutrientes como: carboidratos (pão, arroz, bolacha), proteínas (leite e derivados, carnes em geral, ovos e feijões), gorduras (óleos , margarina), fibras, vitaminas e minerais (vegetais e frutas), segundo a nutricionista Daniela Ferrari. Já que o assunto é saúde, porque não aproveitar um sábado à noite e curtir uma deliciosa comida asiática? Em especial, a culinária japonesa com seus sushis e sashimis ricos em ômega 3 (por serem crus e não receberem nenhum preparo anterior, têm uma quantidade muito maior do óleo benéfico à saúde) são

excelentes para quem procura equilibrar sabor e qualidade de vida, além de criarem uma sensação de satisfação muito maior. Nessa mesma linha, a gastronomia chinesa é interessante para quem busca desintoxicar seu organismo. Para vegetarianos: a culinária chinesa tem por base verduras, frutas, tofu, azeite vegetal, ervilhas, milho, espigas de bambu, feijões, cogumelos e outros tipos de fungos. Porém, o preço de um jantar num restaurante desses pode sair muito mais caro, devido aos ingredientes inusitados. Para os mais jovens e com um orçamento curto, os barzinhos são a escolha certa. O Happy Hour fica mais animado com o insubstituível chopp e para acompanhar, nada melhor que uma porção. E as opções são variadas, como picanha acebolada, mandioca, a famosa batata frita com suas derivações (com bacon e cheddar, batata bolinha, etc), isca de peixe e provolone à milanesa. Para quem não gosta de chopp, há ainda os coquetéis, batidas e sucos naturais. Mas se a fome apertar, a melhor opção são as lanchonetes. Aqui no interior, muitos barzinhos têm sua capacidade aumentada virando lanchonetes onde você encontrar pizzas de diversos sabores, lanches em

geral e saladas para os vegetarianos, sem perder, porém, a característica confortável de boteco. Alguns estabelecimentos ainda oferecem o serviço de “delivery”, bom para quem não gosta de movimento mas, contudo, não abre mão de comer algo diferente. Comer bem e barato é possível, mas como sempre desde que se tenha bom senso. Uma alimentação saudável pode até sair mais caro, mas futuramente será muito mais benéfica à sua saúde. Esteja sempre atualizado sobre as promoções oferecidas pelos sites “Save Me” ou “Peixe Urbano”. Nestes endereços encontram-se ótimos restaurantes por um preço bem amigo. Vale a pena investir um tempo nessa pesquisa de dar água na boca!●

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Carros

A Reportagem de Ari Honório Jr.

ÁLCOOL OU GASOLINA?

Após 9 anos, você ainda faz essa pergunta? Veja o que mudou e descubra alguns segredos.

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tecnologia flex já completou nove anos no Brasil. Desde sua estréia com o Gol Total Flex, lançado em 24 de março de 2003, o sistema decolou e já faz parte da maioria dos veículos vendidos no país, representando mais de 80 % do mercado. O famoso “carro flex” surgiu por aqui como uma espécie de cartada para salvar o Proálcool - programa governamental criado em 1975 que instituía a oferta de álcool combustível em substituição a gasolina - mas que acabou fracassando com variações constantes no preço e sua decorrente falta nas bombas, o que fez do carro movido a álcool um verdadeiro pesadelo para seus donos. Nesse contexto, a aposta nessa tecnologia inovadora foi bem sucedida, ganhando a rápida preferência do consumidor que via com grande vantagem a liberdade plena na escolha entre os dois tipos de combustível de acordo com o preço e sua necessidade na hora de abastecer. O sucesso desses veículos conjuntamente com a obrigatoriedade ao nível nacional de usar de 20 a 25% do álcool misturado com gasolina convencional permitiu ao etanol combustível superar o consumo de gasolina em abril de 2008. Mas, embora tenha se tornado quase uma unanimidade entre os brasileiros, tecnicamente ainda restam muitas dúvidas e polêmicas quanto a sua eficiência. Com a ajuda de PhDs em Automobilística da EESC-USP (Escola de Engenharia de São Carlos - USP), esclarecemos aqui alguns pontos importantes e dúvidas frequentes desse sistema, a fim de ajudá-lo a descobrir o melhor funcionamento e ajuste de seu veículo.


Rodagem mínima ao se misturar combustível Após o abastecimento, a injeção é ajustada segundo a mistura detectada por sensores eletrônicos, feito com software automotivo desenvolvido no país, por conta disto, os carros destinados ao mercado brasileiro necessitam rodar pelo menos 5 km ou 10 min para que seja identificado corretamente qual combustível (ou mistura deles) está sendo queimado. Caso este procedimento não seja cumprido, podem acontecer falhas no motor e dificuldade de partida a frio. Diferença para os motores mono combustível Além do software do módulo de controle eletrônico para maior capacidade de processamento e de parâmetros diferenciados para atender a cada combustível, o motor recebe alterações nos materiais das válvulas e de suas sedes, uma vez que o álcool não tem as mesmas propriedades lubrificantes da gasolina. Não há necessidade de se alternar os combustíveis regularmente Os motores são desenvolvidos para funcionar com qualquer um dos combustíveis ou suas misturas, independentemente da proporção ou freqüência no abastecimento. O flex é a evolução do carro a álcool e, por isso, é dotado de todas as proteções necessárias para suportar a agressividade deste ou da gasolina. Todos os componentes que tenham contato com o álcool são projetados para resistir por toda sua vida útil, sem precisar de uma maior manutenção. Partida a frio Devido à menor evaporação do

álcool em relação à gasolina, a partida do motor frio, com álcool no tanque, em temperatura ambiente inferior a 14° C, é difícil ou mesmo impossível. Por esse motivo, a exemplo dos carros só a álcool que existiam antes, há um sistema para tornar possível ligar o motor nessas condições. Ele consiste num pequeno reservatório de gasolina no compartimento do motor e uma bomba elétrica. Quando a temperatura baixa de 14° C e o motor está frio, uma pequena quantidade de gasolina é introduzida automaticamente no coletor de admissão, e o motor pode ser posto em funcionamento normalmente. Importância da gasolina do reservatório de partida a frio para a bateria Às vezes pode acontecer de o reservatório estar vazio e o motor ter dificuldade de partida, pois nem todo automóvel tem um sistema de aviso. No entanto, se essa gasolina acabar, não significa que o carro possa sofrer algum tipo de quebra, como muitos acham. No máximo a bateria vai sofrer. A utilização constante dessa prática pode ocasionar uma grande demanda de carga, principalmente nos dias frios, acarretando diminuição da vida útil da bateria. Melhor adaptação a combustíveis adulterados Se alguém lhe disser que o carro flex sofre menos com o combustível adulterado, pode acreditar. A razão é a maior capacidade de processamento da centralina (sistema de controle) e a proteção extra que as peças internas recebem. Se precisar parar num posto desconhecido, prefira sempre o álcool, que se revista do interior | outubro 2012 |

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Carros for batizado causará menos danos ao motor. Isso acontece porque a fraude mais comum no álcool é a adição de água, que é menos prejudicial que a adulteração da gasolina, que é batizada com solventes.

em regiões de clima frio, a gasolina responde melhor, gastando menos. Por outro lado, em viagens longas, retas ou em regiões com clima quente sem constantes alterações na rotação do motor, o álcool se mostra como a melhor opção.

Consumo: Cidade, Estrada, Clima e Geografia Em situações limitantes como relevo montanhoso, clima frio, ou mudanças constantes na rotação do motor(cidade), o menor poder calorífico do álcool tende a se potencializar, ou seja, o consumo aumenta significativamente. Desse modo, na cidade, onde geralmente rodamos com trânsito pesado, lombadas, cruzamentos, semáforos, subidas, ou

Consumo Econômico O proprietário de carro flex, dependendo da época do ano (o preço do álcool costuma variar bastante entre a safra e a entressafra de cana-de-açúcar), pode abastecer com álcool e obter economia para rodar, mesmo que o consumo seja maior. Já que o preço por litro na bomba é sempre bem menor do que o da gasolina e isso muitas vezes mais do que compensa o maior volume gasto. Por exemplo, em São Paulo gasolina e o álcool custam, na maior diferença entre postos, R$ 2,80 e R$ 1,68 respectivamente. A quilometragem percorrida usando álcool é em média 30% menor do que com gasolina por conta do seu menor poder calorífico em relação à gasolina (26,8 megajoules/kg contra 42,7 MJ por kg). Se o consumo médio com gasolina é de 10 km/l, com álcool será de 7 km/l, em geral (desconsiderando alterações de clima e geografia). Com base nesses números, o custo por quilômetro rodado com gaso-

lina será de 2,80 / 10 = R$ 0,28/km. Com álcool, 1,68 / 7 = R$ 0,24/km. Portanto, a economia por rodar com álcool será de R$ 0,04/km. Quem roda 15.000 km/ano (média brasileira), terá economizado R$ 600,00 ao fim de um ano, mantidos inalteráveis os preços da gasolina e do álcool. Por isso, quem quiser economizar, pode fazer um pequeno cálculo antes de escolher o combustível no posto. Multiplica-se o preço do litro da gasolina por 0,7. Esse seria o preço equivalente da gasolina em comparação com o álcool, qual for menor, maior economia. No exemplo acima, com a gasolina custando R$ 2,80, a multiplicação 2,80 x 0,7 daria R$ 1,96 por litro e a escolha mais econômica seria o álcool. Por outro lado, se a gasolina custasse R$ 2,40, o preço equivalente seria R$ 1,68 por litro e os preços seriam equivalentes. Desse modo, outros fatores como citados anteriormente (autonomia, rodagem em estrada ou cidade, clima e geografia), se tornariam determinantes na escolha de quem procura o melhor para o seu carro e para o seu bolso.●

Comparativo de consumo

Quando vale a pena

Exemplo

Álcool ou Gasolina ? Potência x Autonomia Em situações de exigência do motor como ultrapassagem, arranque e ladeira, o álcool é um pouco mais eficiente que a gasolina por conferir mais força ao motor e dar mais agilidade ao carro. Testes mostram que o álcool é a melhor escolha para enfrentar as situações mais comuns do tráfego urbano, pois oferece melhor desempenho e potência. Já a vantagem da gasolina, é a autonomia de rodagem, poupando o motorista de ir frequentemente ao posto e permitindo-o percorrer longas distâncias sem abastecer.

Distancia percorrida: diferença de 30%. Exemplo: Gasolina: 10km/l

Álcool: 7km/l Em média, um carro percorre 30% a menos usando álcool

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Para os donos de carros bicombustíveis, abastecer com álcool é mais vantajoso economicamente quando o preço não ultrapassar 70% do preço da gasolina.

Gasolina: 2,89 x 0,7 = 2,02 Com esse resultado, o álcool é mais vantajoso R$ 2,02

Como fazer a conta

Deve-se multiplicar o valor da gasolina por 0,7, o resultado seria o preço equivalente da gasolina em comparação com o álcool, qual for menor, maior economia.

R$ 1,94

G

A


Cidadão

Profissão Professor

S

er professor no Brasil não é moleza, ainda mais carregando o título de profissional mais desvalorizado, com a pior faixa salarial dentre as profissões que necessitam de graduação e comandando até 60 pessoas dentro de uma sala de aula apenas com um livro e um giz em mão. Durante décadas a categoria se revoltou e originou greves, porém, sem nunca ter recebido uma resposta satisfatória a suas reivindicações. O censo do IBGE revelou que em

nos. Alguns deles são especiais, ficam para sempre na memória de seus tutores, porém, há outros que fazem seus professores reféns, tornando-os vítimas de sua má educação e falta de vontade de aprender, desestimulando o profissional e outros alunos dentro da sala de aula. Por isso, muitos procuram a rede particular de ensino para trabalhar, onde os salários são melhores e supõe-se que os alunos sejam mais educados, atentos e dedicados. Contudo, mesmo nas escolas particulares, apesar de salários um pouco melhores, também imperam o desrespeito, a indisciplina, o desinteresse. Sobre alguns aspectos da profissão, a estudante de pedagogia Bianca Cunha afirma com muita convicção “Eu escolhi Pedagogia pela paixão antiga de estar numa sala de aula, nunca me imaginei em outro ambiente de trabalho[...]Ser professor é ser “Ser professor é ser condutor de caminhos, formador condutor de caminhos, de opiniões”. Quanto à desvaloformador de opiniões” rização, Bianca é enfática “Essa 2000, um professor recebia cerca de 49% do desvalorização ao professor no Brasil só me valor dos outros profissionais, dez anos de- instiga a estudar mais, buscar mais conhecipois, a variação foi de mais 10%, totalizando mentos e querer ser a melhor para contribuir 59% do salário de outras categorias. Os que para uma mudança”. lecionam no Ensino Médio mantém uma méAssim como em qualquer carreira, você dia de 60 a 72%. precisa amar o que faz para ser o melhor naO fator dinheiro parece prevalecer na es- quilo que escolheu. A infelicidade profissiocolha dos jovens, que vem deixando carreiras nal independe do quanto você ganha por mês da ciência da educação para trás devido ao ou se seus alunos o levam à loucura: a maiopouco caso da sociedade. Índices sugerem ria deles na verdade ama seus professores e que os que optam por cursos de licenciatu- se lembra dos mestres anos depois de terem ra são os alunos de desempenho médio/baixo deixado a escola, reafirmando que tais profissionais são construtores de ideias, personalidurante a vida escolar. Ainda no caminho do mestre estão os alu- dades e vontades.● revista do interior | outubro 2012 |

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Receita de Ricardo Cancian

O

termo Bruschetta (pronuncia-se brusqueta) é originário das regiões do Lazio e de Abruzzo, derivada da palavra “bruscato” que significa tostado ou torrado, quer seja no forno ou na grelha. Há também outros nomes para bruschetta, como “Fetunta”, na região da Toscana, aí derivado das palavras “fetta unta”, isto é, fatia untada, no caso, com

azeite de oliva. Esta saborosa iguaria italiana, pouco conhecida no Brasil, saboreada em todo território italiano, nas mais diversas formas, tem sua origem na antigüidade entre os trabalhadores rurais, quando o pão era seu principal alimento e se constitui numa forma gostosa de se aproveitar o “pão velho”, que sobra de um dia para outro.

Ingredientes • 4 fatias de pão italiano amanhecido; • 3 tomates picados sem semente; • 2 dentes de alho descascados; • 200g de parmesão ralado; • 75g de azeitonas pretas (sem caroço); • 75g de azeitonas verdes (sem caroço); • 100g Cogumelo (Champignon); • Sal e pimenta do reino a gosto.

Modo de preparo

Em uma frigideira unte com azeite de boa qualidade, de uma leve fritada no cogumelo para liberar o seu aroma natural, em seguida adicione as azeitonas picadas em pequenos pedaços e o tomate picado sem semente, tempere com sal e a pimenta a seu gosto, reserve. Fatie o Pão Italiano amanhecido com a espessura de

Dica do alho: Para remover o cheiro de alho da sua mão você pode coloca-la em água corrente, mas sem esfregálas. Quando você as esfrega, o aroma do alho penetra nos poros das mãos. 32

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Dica: utilize uma frigideira com antiaderente para não grudar os ingredientes

Dica: cortar o pão amanhecido com a espessura de dois dedos e passe alho sobre as fatias

dois dedos, passe o alho sobre as fatias. Em uma forma coloque as fatias, adicione o queijo parmesão e em seguida o restante dos ingredientes que você reservou. Leve ao forno a 180°c só até derreter o queijo. Sirva em seguida. Bon appétit!● Dica: Para comer a bruschetta use o azeite Virgem, pois o Extra Virgem é usado para temperar alimentos frios e é mais refinado ao contrário do Virgem, que é o puro Azeite de Oliva.


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O

Polpettone surgiu na Itália por volta do século XIV como um prato bem popular. Mas com o tempo ele foi conquistando espaço nas mesas mais sofisticadas. Em 1557, ele foi citado e prescrito pelo italiano Cristoforo Messinburgo,

considerado o maior entendedor da culinária italiana. Use o Polpettone para ter um prato principal de elegância e sabor. Sirva o Polpettone junto com arroz branco e uma simples salada de verduras verdes frescas.

Ingredientes Massa: • 1 kg de coxão mole moído; • 1 cebola média ralada; • 1 gema • ½ xícara de leite; • ½ xícara de salsinha picada; • 1 pão amanhecido; • 50g de parmesão ralado; • Sal e pimenta a gosto.

Recheio: • 1 colher de (sopa) de Requeijão cremoso para cada Polpettone. • 4 ovos batidos; • 1 xícara de farinha de mandioca; • 1 xícara de farinha de rosca; • ½ xícara de farinha de trigo; • Óleo para fritar.

Molho: • 4 colheres (sopa) de azeite; • 1 tomate picado sem semente; • Alho, cebola picada a gosto; • 1 sachê de molho de tomate pronto; • Queijo parmesão ralado a gosto; • ½ colher de sopa de açúcar; • Sal a gosto.

Modo de preparo Em uma tigela coloque a carne, adicione o pão umedecido no leite, a cebola ralada, a gema, a salsinha e o parmesão ralado. Misture bem. Abra a massa na sua mão em forma de concha, coloque o requeijão cremoso, e com mais massa faça a tampa do seu Polpettone. Reserve. Em uma tigela, bata ligeiramente os ovos; Em outra tigela, misture todas as farinhas; Em seguida, passe no ovo e empane-os na mistura das farinhas; frite em óleo numa quantidade que cubra metade do Polpettone em fogo moderado para não quei34

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mar por fora e ficar cru por dentro.

Para fazer o molho, em uma panela coloque o azeite, o alho, a cebola e o tomate picado. Deixe o tomate derreter, em seguida adicione o sache de molho de tomate pronto. Coloque o açúcar para quebrar a acidez do tomate. No final, salgue e adicione o queijo parmesão. Sirva o Polpettone com o molho e salpique queijo parmesão. Bon appétit!●


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A

torta de mandioca com coco é uma receita muito conhecida no norte do Brasil, inventada pelos escravos da época, que reutilizavam as mandiocas cultivadas como fruto de alimento e de energia.

A sobremesa sobrecai perfeitamente combinando com sua entrada e o prato principal, existindo a combinação com o Pão Italiano, uma saborosa carne, e uma sobremesa típica Brasileira / Italiana.

Ingredientes Massa: • 1kg de mandioca crua ralada; • 2 1/2 xícaras (chá) de açúcar; • 2 colheres (sopa) de margarina; • 300 ml de leite;

• 2 ovos inteiros; • 100g de coco ralado em flocos; • 50g de queijo parmesão ralado; • 1 colher de (sopa) cheia de fermento em pó.

Calda: • 1 xícara (chá) de açúcar; • 1 xícara (chá) de água.

Modo de preparo Torta

Numa tigela misture a mandioca, o açúcar, a margarina, o leite, os ovos, o coco ralado, o queijo e o fermento em pó. Em uma forma média retangular de 20cmx30cm, ou em uma forma pequena de sua preferência, untada com margarina, adicione a mistura. Leve ao forno preaquecido a 180°c por cerca de 45 minutos ou até dourar. Depois de assada, faça furinhos com um garfo e espa-

lhe a calda ainda quente para servir. É importante você preparar a calda depois da torta pronta, para que você não corra o risco de sua calda esfriar e endurecer sem seu bolo estar pronto. Calda:

Numa panela em fogo médio,coloque o açúcar e a água juntos, e deixe ferver até ficar uma calda caramelada. Bon appétit!● Você deseja participar da seção Culinária da Revista do Interior? Envie sua receita para o e-mail: contato@revistadointerior.com.br

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