Revista do Interior - 2ª edição

Page 1

revista do interior | novembro 2012 |

1


2

| novembro 2012 | revista do interior


ZAC EFRON PARA

SHOWROOM PRONTA ENTREGA

11 3049 4444

São Paulo - Flagship Rua Oscar Freire, 789 - JK Iguatemi - Pátio Higenópolis - Villa Lobos - Vila Nova Conceição Rio de Janeiro - Salvador - Florianópolis - Recife - Uberlândia - Campo Grande - Ribeirão Preto - Campinas - Santos

revista do interior | novembro 2012 |

3


4

| novembro 2012 | revista do interior


revista do interior | novembro 2012 |

5


Índice 08 - Carta ao Leitor Seu sucesso profissional só depende de você 10 - Alexandre R. Fonseca Esqueça a preguiça, comece a fazer agora 11 - George Luis O. Nicolosi

Estamos vivendo numa Colônia?

12 - Cláudio J. Silvestre Domínio Pessoal 14 - Campo Febre aftosa: seu rebanho mais seguro

20

Capa John John, o cara do jeans Culinária

16 - Animais

Hipismo: a arte de montar a cavalo

18 - Casa Arquitetura e a questão ambiental nas cidades 20 - Capa John John, o cara do jeans

Três receitas deliciosas e fáceis de fazer 32

Colunistas

Esqueça a preguiça, comece a fazer agora 10

Estamos vivendo numa Colônia? 11

26 - Esporte Ódio eterno ao futebol moderno 28 - Cidades

Consumo de drogas aumenta no interior

29 - Cidadão Bullying, não é brincadeira 30 - Carros

Qual comprar? Novo ou usado? Domínio Pessoal 12

6

| novembro 2012 | revista do interior

32 - Culinária

Crespinho de queijo, espaguete à carbonara e doce de abóbora caseiro

26

Esporte Ódio eterno ao futebol moderno

29

Cidadão Bullying, não é brincadeira


revista do interior | novembro 2012 |

7


Carta ao Leitor

Seu sucesso profissional só depende de você

E

stamos no século das oportunidades, onde todos podem ser grandes e influentes, independentemente de classe social. O sucesso profissional hoje em dia pode vir muito mais cedo do que outrora. Como já é perceptível no mercado brasileiro, grande parte dos pequenos e médios empresários tem menos de 40 anos. Estes jovens conseguiram se estabilizar em suas carreiras muitos anos antes, e agora usufruem de suas conquistas, investindo em novas ideias, atualizando-se nas tendências e no que os consumidores querem. Para eles, o importante é ter uma boa ideia e saber pôr em prática. Com muito esforço e garra é possível transgredir as margens do “bom” e se tornar o melhor naquilo que fazem. Há quem diga que existem quatro fatores importantes para o sucesso de sua carreira: desejo, habilidade, temperamento e bens. Se você deseja fortemente se estabelecer, provavelmente conseguirá, pois não desistirá facilmente de conquistar seus objetivos. Se possuir a habilidade de produzir e criar, tem grandes chances de obter êxito, aliás, o seu temperamento pode influenciar no seu processo criativo e na lida com os clientes. É necessário ser paciente e calmo, pois nem tudo dá certo de primeira. Nem sempre os bens que você tem são financeiros, os que você precisará em grande quantidade são aqueles de proprieda-

Expediente Arte e diagramação Danilo H. A. Martins - danilo@revistadointerior.com.br Comercial e financeiro Lucas C. Rossitti - lucas@revistadointerior.com.br Redação Bruna Pires e Mariana Spezzoto Correção ortográfica Rosângela Morelli Colaboradores Alex Zamuner, Alexandre Rezende Fonseca, Ari Honório Jr., Beatriz R. Vital, Bruna Manzano, Cláudio J. Silvestre, George Luis O. Nicolosi, Marcela Canatelli Sanson, Murilo Battistuzzi Martins e Ricardo C. Butignoli Foto Capa J. Gitti

8

| novembro 2012 | revista do interior

de intelectual, como sua criatividade, sua paixão e força de vontade. É necessário entender o que falta no mundo para criar algo de sucesso. E o fracasso pode ser uma oportunidade do universo para que você coloque mais esforço naquilo que tanto almeja. Atente-se às pessoas ao seu redor, analise e observe cuidadosamente seu cliente e ao idealizar um produto, sempre pense em seu público alvo e na satisfação dele, afinal, a sua freguesia é que elevará seu nome. Assim fez João Foltran, nascido em família humilde e apaixonado por moda, criou a marca John John. Ele acreditou em sua criatividade e transformou sua marca num “must” entre os meios artísticos. Hoje a John Jonh Denim é umas das “brands” favoritas de muitas celebridades e fashionistas, que procuram em suas roupas a exclusividade e as diversas lavagens e tratamentos. João investiu mais que apenas dinheiro: ele pesquisou, gastou tempo e paciência, mas chegou lá, mostrando que não é fácil atingir o triunfo profissional sem esforço. Aqueles que almejam chegar aonde ele chegou têm um longo caminho, mas com garra e perseverança, o maior passo já está dado.●

Editora DANCAS Gráfica: Gráfica Silvamarts Tiragem: 6.000 Distribuição: Boituva, Cerquilho, Jumirim, Laranjal Paulista, Tatui e Tietê. A Revista do Interior não se responsabiliza pelos produtos e promoções divulgados em seu conteúdo. Não é permitida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da revista. Os artigos não refletem necessariamente a opinião da revista. Rua do Comércio, 364, Sala 02, Centro, Tietê-SP. 15 3285.2628 - 9118.1542 - 9655.7033 contato@revistadointerior.com.br www.revistadointerior.com.br


revista do interior | novembro 2012 |

9


Alexandre

Rezende Fonseca

Estudante de jornalismo - alexfon4@gmail.com

Esqueça a preguiça, comece a fazer agora!

É

muito fácil viver relaxadamente, sem se preocupar com as responsabilidades pessoais e comunitárias (como cuidar do meio ambiente, por exemplo). A nova geração, que está crescendo e deixando a fase da infância, está também perdendo o período mais precioso da vida. Por falta de instrução, de orientação ou até de motivação, deixam de fazer várias coisas e acabam ficando na frente do computador a maior parte do tempo, ou se ocupando com outros assuntos, que não trarão edificação

pessoal. Deixar de fazer algo é um pouco constrangedor, pois podemos fazer promessas que não cumprimos; mas é mais constrangedor ainda, quando garantimos para nós mesmos determinada atitude e falhamos no meio do caminho. Desculpas como: “é muito difícil”, “vai levar muito tempo” e “eu não estou com vontade agora”, são frequentes em nosso dia-a-dia. Entretanto, elas não deveriam estar presentes

10

| novembro 2012 | revista do interior

em nossas vidas, pois abrimos caminho para a preguiça tomar conta de nós com a famosa frase: “Agora não, depois eu faço isso”. A preguiça é a maior inimiga do ser humano, pois ela frustra, literalmente, nossos planos e projetos de vida. Pode ser até que os alcancemos, mas não tão rápido como deveria ser. Ela – a preguiça – brinca conosco, e, pensando bem, faz de nós marionetes, pois podemos até acreditar que não somos capazes de executar “isso” e “aquilo”. Reflita um pouco. O cérebro tem uma capacidade gigantesca de nos proporcionar inteligência e sabedoria, então tudo é possível para aquele que acredita ser! Eis o centro da questão: todos conseguem fazer o que quiserem, e desde que seja algo bom, interessante e desafiador; mesmo com dificuldades, ainda será possível para quem tiver foco nos objetivos a conquistar. Pois bem: tudo é questão de fazer escolhas certas e ter foco. Então o que se pode fazer? Algumas sugestões: aprender novas línguas, seguir uma carreira direcionada ao que se gosta, cumprir as tarefas estipuladas, obedecer aos pais e não deixar nada para depois – pois tudo poderá cair no esquecimento ou na negligência. O tempo não volta – a não ser que se tenha uma máquina do tempo – e chegar lá na frente com peso na consciência e arrependimento por não ter feito algo, realmente é muito triste e arrasador. A vida não é uma brincadeira, embora muitas pessoas a encarem como se fosse, então seja diferente, faça agora o que deve ser feito e sem deixar para depois, quando já estiver velho demais.●


George Luis

Orsolini Nicolosi

Zootecnista, profissional de mídia e gerente comercial - george.nicolosi@hotmail.com

Estamos vivendo numa Colônia?

N

as aulas de história aprendemos que, entre 1530 e 1815, o país era considerado uma colônia de Portugal, fato esse determinando à população local a obediência e envio de riquezas naturais e monetárias ao Governo Central em Portugal. Nessa época, a economia baseava-se na exploração de recursos naturais, no latifúndio, na mão de obra escrava e na monocultura, que administradas pela minoria da corte, estruturavam as atividades, centralizando riquezas e rendas em detrimento da população. Passados os séculos e chegando aos dias atuais, percebemos que os conceitos históricos ainda permanecem, senão vejamos. Atualmente a economia está mais aberta e, por conta disso, inúmeras empresas internacionais se instalaram aqui com o objetivo de lucrarem o máximo possível com seus negócios, vendendo seus produtos e serviços a preços muito elevados e remetendo os lucros para seus países de origem. O Brasil figurou recentemente entre os países com a maior taxa de juros do planeta; tem uma das maiores taxas de serviços de telefonia; o preço da gasolina, também, está entre os maiores do mundo; a tarifa de energia elétrica segue o mesmo patamar... Preços de medicamentos para a saúde pública seguem valores altíssimos. Veículos são duas ou até três vezes mais caros que nos países de origem. Até lanches, como o famoso Big Mac, se posicionam no topo do ranking mundial! A nação está entre os recordistas na cobrança de impostos e tributos; o custo dos políticos que governam o país é também um

dos maiores do mundo; os desvios e furtos de riquezas naturais como madeiras nobres, ouro, nióbio, entre outros, seguem dilapidando o patrimônio do país, contrabandeados para o exterior. Serviços fundamentais como rede de água e esgotos, energia elétrica, saneamento, educação básica, técnica e superior, atendimento médico-hospitalar, segurança pública são precaríssimos, quando comparados com países que cobram menos impostos do povo. Empresas estrangeiras realizam “joint ventures” com empresas públicas nacionais tendo o governo como sócio, elevando os “custos” de produtos e serviços, com a aprovação dos governantes, sem se importar com o ônus social. Empresários e políticos envolvidos em desvios, fraudes milionárias e outros crimes se beneficiam de artimanhas, burlando as leis e seguindo suas vidas sob proteção da impunidade, exatamente como ocorria na época da Colônia. O governo manda dinheiro para fora, para socorrer países endividados atualmente, os mesmos que, tempos atrás, exploraram sem piedade nossa economia. Somadas a essa secular exploração, nossas escolas - templos do saber - com ensinamentos de grafia, leitura, interpretação de textos, aritimética, entre tantos outros, posiciona-se quase nos últimos lugares do “ranking” de educação mundial, jogando e mantendo o povo na vala da ignorância. Guardando as devidas proporções e circunstâncias de nosso tempo, o país continua sendo a mesma Colônia que sempre foi, só que agora em proporções muito maiores. Será?●

revista do interior | novembro 2012 |

11


Cláudio

Jesus Silvestre

Consultor de recrutamento executivo e professor de MBA/Pós Graduação em Comunicação Empresarial silvestre@silvestreconsultoria.com.br

Domínio Pessoal

F

requentemente observo alguns profissionais, principalmente quando estão em busca de uma nova posição no trabalho. Lançam-se nessa procura sem ter certeza do que precisam para consegui-la. Entendo sobre a ansiedade que as pessoas sentem quando querem algo, mas fico imaginando se elas estão preparadas para “esse algo”. Por exemplo, um contador quer subir para um cargo de liderança, esmera-se por desenvolver um trabalho de alta qualidade, procura aprimorar seu relacionamento, procura estudar novas técnicas contábeis e gerenciais, matricula-se em uma pós-graduação ou MBA da área, mas ainda assim nada parece acontecer, continua fazendo o que sempre fez. E a pessoa começa a dar sinais de que está se cansando da busca, perdendo o foco do seu objetivo. Então vêm aqueles pensamentos: “Ninguém me dá uma chance, não sou valorizado...” Em alguns casos, quando me procuram com as palavras acima, pergunto: A organização onde você está tem espaço para mais um líder? Será que o líder que está com você irá para outra área ou outra empresa? Muitas vezes a resposta é que não tem certeza, não sabe. E fico pensando se não seria o caso de a pessoa estar realmente se auto-enganando, baseando-se em suposições de difícil concretização. Em geral, o que aconselho é “Persista!”. Não raro observo colegas de empresas por onde já passei. Durante muito tempo eles fizeram a mesma coisa, de forma que se tornaram “Ponto de referência” em sua área. Ao longo dos anos, a maioria, se não todos, dos que perseveraram no autocontrole, no desenvolvimento técnico, na busca por seus objetivos, na alta qualidade de trabalho e de relacionamento conseguiram se firmar, chegar a novos cargos e com mais responsabilidades. Tive o prazer de trabalhar com muitas pes-

12

| novembro 2012 | revista do interior

soas assim, e o que percebi nelas foi o seguinte: Domínio pessoal e firmeza de propósito. Peter Senge em seu livro “A quinta disciplina” cita que “Domínio Pessoal: é a disciplina que possibilita continuamente esclarecer e aprofundar nossa visão pessoal, concentrar nossas energias, desenvolver a paciência e ver a realidade objetivamente... A disciplina do domínio pessoal começa esclarecendo aquilo que nos é realmente importante, levando-nos a viver a serviço das nossas mais altas aspirações” Em minhas atividades na área de recrutamento, noto que os candidatos que mais me causam admiração são aqueles que apresentam firmeza de propósito e uma carreira alinhada com experiências, fator que os leva a conseguir resultados. Explico: Não atiram para todo lado. Escolhem um objetivo e caminham para este objetivo, com segurança e paciência. Em uma rápida análise de curriculum, já começamos a notar como as pessoas mudam de lugar por qualquer motivo ou desculpa. Não definem aonde querem chegar. Aquelas realmente não conseguem bons resultados, simplesmente porque não sabem qual resultado querem. Buscam em geral apenas um ponto: “ganhar um pouco mais”. E não conseguem satisfação nunca. Já os profissionais que avançam e obtêm posições de destaque possuem, na minha visão, as seguintes características: determinação, domínio técnico de sua profissão, alta facilidade de criar e manter suas redes de relacionamento, integridade, firmeza de propósito, disposição a ajudar, paciência e flexibilidade. Tais competências os levam a tornarem-se ponto de referência para os menos experientes e estes confiarão nele. Além de conquistar-lhes também o respeito! Em suma, o Domínio Pessoal é o grande diferenciador numa carreira promissora e ascendente. Pense nisso e sucesso!●


revista do interior | novembro 2012 |

13


Campo

Febre Aftosa:

seu rebanho A doença é altamente infecciosa e causa prejuízos incalculáveis para os pecuaristas.

A

Reportagem de Murilo B. Martins

pecuária é uma atividade de grande importância para a economia brasileira, ocupando a maior área dentre todas as práticas agropecuárias desenvolvidas no país. Correspondendo a 199 mil hectares, o Brasil possui o segundo maior rebanho do mundo, perdendo apenas para a Índia e é o segundo produtor mundial de carne, ficando apenas atrás dos EUA, gerando uma média anual de 9 mil toneladas. De toda a produção gerada em nosso país, 28% é destinado à exportação. Frente a esses aspectos importantes da contribuição pecuária para a economia, muitas são as preocupações para manter um bom manejo dos animais e, consequentemente, uma obtenção de produtos de qualidade para exportação, como a carne bovina por exemplo.

14

| novembro 2012 | revista do interior

Uma das preocupações é a febre aftosa - doença viral altamente contagiosa provocada por um vírus da família Picornaviridae, gênero Aphthovirus. Os primeiros registros de ocorrência da doença foram feitos na Itália, no século XVI. Já no século XIX, a doença foi observada em vários países da Europa, Ásia, África e América, tendo se espalhado pelo mundo através do transporte de gado de origem européia. No Brasil, os primeiros registros da doença foram feitos em 1870 na região sul do país. A febre aftosa causa grande prejuízo aos produtores, pois é uma das enfermidades animais mais contagiosas, causando importantes perdas econômicas para os criadores de gado. A mortalidade é baixa em animais adultos, mas nos jovens, provoca miocardites, isto é, infla-

mação do miocárdio e levam os à morte. Entretanto, a doença atinge animais de diversas espécies como bovinos, ovinos, caprinos, porcos e ruminantes selvagens. Camelos, dromedários, lhamas e vicunhas têm baixa suscetibilidade; cavalos não são afetados. O contágio ocorre de diversas maneiras, sendo que a transmissão, por contato direto com animais infectados, suas secreções, vetores móveis como os homens, cães e gatos que tenham estado em convívio com animais contaminados e veículos e equipamentos nas mesmas condições. Em casos raros, o vírus pode ser transportado pelo ar. Os bichos contaminados podem transmitir a doença durante o período de incubação e manifestação da aftosa através do ar expirado, saliva, fezes, urina, leite e sêmen de animais do-


mais seguro entes, provocando contaminação até quatro dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. Pode-se observar que o gado está com febre aftosa nos primeiros dias, antes da manifestação das feridas. O animal infectado apresenta falta de apetite, calafrios, febre e redução da produtividade de leite. Após a manifestação das aftas, o animal não consegue se alimentar ou caminhar, ficando prostrado e fraco. Em casos mais graves, o animal sofre com a superinfecção das lesões, deformação de cascos, mastites e redução permanente da produção de leite, além da perda de peso, doenças do músculo cardíaco, aborto e morte de animais jovens. Já nos ovinos e caprinos, as lesões são menos pronunciadas, podendo passar despercebidas. Os suínos podem desenvolver graves lesões nos pés.

O diagnóstico é feito clinicamente após a observação das feridas e a confirmação se dá após análise laboratorial de tecido coletado na mucosa de animais afetados. A prevenção é feita através de desinfecção dos locais e de todo o material utilizado: artefatos para a realização de trabalhos com os animais, veículos, roupas dos funcionários que manejam o rebanho. Previna-se, ainda com o sacrifício de animais infectados e de outros suscetíveis (que entraram em contato com indivíduos doentes), proteção de zonas livres mediante controle e vigilância dos deslocamentos de animais nas fronteiras, medidas de quarentena e a vacinação com vírus inativo. Em relação à saúde humana, a aftosa não representa risco, pois não é transmitida pelo consumo de carne, leite e derivados de animais infecta-

dos. A vacinação do rebanho para o estado de São Paulo ocorre em duas etapas, uma para cada semestre do ano. No mês de maio vacinam-se animais com idade abaixo de 24 meses e no mês de novembro, vacina-se todo o rebanho bovino e bubalino. Essas datas correspondem ao calendário de vacinação dos bovinos e bubalinos contra a febre aftosa para o ano de 2012, segundo o ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Visto que o período de vacinação pode mudar de um estado para o outro em relação ao planejamento de combate e erradicação. Portanto, deve-se vacinar os animais via de regra segundo a legislação de referência: Instrução Normativa MAPA n°44, de 02 de outubro de 2007.●

revista do interior | novembro 2012 |

15


Animais

Hipismo:

A arte de montar a cavalo Um esporte antigo, mas que conquista cada vez mais admiradores. Reportagem de Marcela Canatelli Sanson

H

ipismo é uma modalidade que existe desde os antigos jogos olímpicos como forma de competição. A equitação no início era dirigida por militares, com a finalidade de adestrar os cavalos para os combates; o que hoje deu lugar à equitação como um esporte praticado por inúmeras pessoas. As regras das competições atuais surgiram em 1883, nos Estados Unidos. Nos jogos olímpicos, o hipismo é disputado em três

16

| novembro 2012 | revista do interior

etapas: adestramento, salto e CCE. No adestramento, ambos, cavalo e cavaleiro, devem executar algumas amostras em um determinado tempo com o objetivo de desenvolver a capacidade de fazer alguns movimentos naturais do cavalo, tornando-o um animal calmo, flexível e atento ao cavaleiro, pro-

pício para a montaria. A competição de salto é a mais popular no hipismo, foi a primeira disciplina a ser incluída nos jogos olímpicos modernos. A prova consiste na transposição de um obstáculo e, dependendo dos níveis entre os competidores, a prova pode ser composta por saltos duplos, triplos, rios entre outros obstáculos. O vencedor da prova é aquele competidor com menos penalizações e o qual se aproximar mais do tempo ideal, de acordo com cada tipo de prova. Por fim o CCE, conhecida também por “triátlon” equestre: esta competição requer muita experiência por parte dos atletas. É dividida em três provas: adestramento, cross-country e salto, e é muito importante, pois mostra a capacidade do cavaleiro e do cavalo em competir nesse formato por exigir preparo físico e técnico de ambos. O objetivo maior é mostrar algumas habilidades do cavalo como força, obediência, velocidade, respeito ao obstáculo e potência. O cavalo e o esporte trazem para a vida das pessoas vários benefícios, buscando sempre um desenvolvimento social e familiar.●


revista do interior | novembro 2012 |

17


Casa

Arquitetura e a qu ambiental nas cid O Reportagem de Alex Zamuner

tema da ecologia geralmente aparece na grande mídia relacionado à preservação e à recuperação da natureza selvagem. No entanto, as reais possibilidades de preservação e recuperação dessa natureza selvagem estão intimamente relacionadas à questão ambiental nas cidades. A degradação e o comprometimento da natureza selvagem foram intensificados pelo crescimento descontrolado das cidades e de suas atividades industriais de alto impacto ambiental, especialmente a partir de meados do Século 19. A reversão da alarmante crise ambiental contemporânea depende de iniciativas que reavaliem o papel da cidade e a participação de cada cidadão como pólo decisivo na educação ambiental e na transformação de comportamentos. Todos os dias vivenciamos nas cidades alguns dos mais graves problemas ambientais contemporâneos: as questões da água, do lixo, da poluição e do alto consumo de energia. É certo que a solução desses problemas depende de vontade política, práticas públicas e planejamento urbano, mas depende também, e essencialmente, da 18

| novembro 2012 | revista do interior

colaboração ativa de cada um dos cidadãos. Alguns exemplos de “casas ecológicas” são divulgados com freqüência na grande mídia. Essas casas, quase sem exceção, estão localizadas em ambientes não-urbanizados: pequenas comunidades, fazendas, praias e montanhas, e são vistas com curiosidade e interesse pelo público como experiências excêntricas com um certo tom futurista. Um dos desafios da arquitetura contemporânea é o de conseguir desmistificar esse assunto e desenvolver projetos residenciais no interior das cidades, em lotes comuns, valendo-se dos conceitos de arquitetura sustentável e de “casa ecológica” adaptados ao ambiente urbano e às condições locais de disponibilidade de materiais e mão-de-obra. Hoje já é possível construir no Brasil casas e edifícios “ecológicos” com projetos personalizados, valendo-se de sistemas e materiais alternativos disponíveis no mercado da construção civil. Não se trata de alta tecnologia, sofisticada e cara, mas sim de soluções técnicas simples e acessíveis articuladas em projetos de arquitetura que têm

como premissa conceitos de ecologia urbana e de planejamento ambiental. A arquitetura residencial projetada com princípios ecológicos também significa economia para a municipalidade, afinal é possível reduzir em até 60% o volume de entulho retirado da obra, reduzir o volume de águas pluviais destinado ao sistema público em pelo menos 80%; reduzir o volume de esgoto despejado no sistema coletivo em pelo menos 50%, além de contribuir com até 80% da área do terreno em área verde para a cidade, considerando soluções paisagísticas como tetos-jardim. Não há dúvidas de que uma arquitetura responsável e sintonizada com as questões urbanas contemporâneas pode contribuir de forma efetiva para a melhoria das condições de vida nas cidades e a solução de sérios problemas ambientais como a impermeabilização crescente do solo; a redução progressiva da vegetação urbana, especialmente nos lotes privados; o alto consumo energético necessário para minimizar o desconforto de soluções arquitetônicas inadequadas às condições climáticas reais (como, por exemplo, os “indispensáveis”


uestão dades

A cada dia que passa mais se fala em sustentabilidade e novos projetos aparecem para melhorar nossa qualidade de vida, acompanhando a “onda ecológica”.

aparelhos de ar condicionado); o alto custo do tratamento público da água e dos esgotos; o desperdício e o lançamento de entulhos e sobras de canteiros de obras na periferia das cidades. As arquiteturas sustentáveis oferecem grandes vantagens para a sociedade, e em escala ampliada, para todo o meio ambiente. Se as vantagens ambientais são nítidas, as vantagens econômicas são capazes de convencer os mais céticos. Com projetos arquitetônicos alternativos é possível construir residências que proporcionem uma economia de energia elétrica de, pelo menos, 40% e uma economia de água que pode chegar a 50%. E o que é melhor, com um custo médio de cerca de 10% menor do que o de uma residência convencional. Isso significa economia imediata na obra e economia ao longo de anos. A inserção de casas e edifícios sustentáveis ou “ecológicos” nas cidades brasileiras nos próximos anos pode ter um efeito multiplicador de grande importância, sugerindo novos comportamentos, e sinalizando para a sociedade outros caminhos possíveis na ocupação do solo urbano com grandes vantagens econômicas e ambientais.● revista do interior | novembro 2012 |

19


Capa

JOHN JOHN João Foltran

Reportagem Bruna Manzano, Bruna Pires e Mariana Spezzoto

Ele revolucionou o mercado de jeans no Brasil com suas lavagens diferenciadas e roupas de última tendência, conquistando celebridades e fashionistas. Conheça a história de João Foltran, tieteense, fundador da marca John John Denim.

20

| novembro 2012 | revista do interior


“Sou o mesmo cara simples de Tietê, mas sempre gostei de coisas sofisticadas”

João Foltran

revista do interior | novembro 2012 |

21


Capa

E

ngana-se quem pensa que moda é apenas um capricho. Sociólogos afirmam sua importância para o ser humano, sendo ela um aspecto marcante da personalidade das pessoas. Alvo de críticas, atenção e adoração, este fenômeno sociocultural está cada vez mais presente em nossas vidas. Além de se moldar ao nosso “lifestyle” e ditar costumes, é um dos mercados mais rentáveis mundialmente. E foi neste mercado que João Foltran, tieteense, ainda na sua adolescência, resolveu ingressar. Aos 13 anos, devido a dificuldades financeiras, começou trabalhar numa confecção em sua cidade natal cujo nome era Modinha Moda Infantil (já com registro em carteira) e foi lá que se apaixonou pelo mundo “dos cortes, tecidos e cores” e, onde surgiu o sonho de ter uma confecção própria. Aos 17 anos perdeu seu pai, já aos 18 no dia do seu aniversário, 21 de Outubro, resolveu mudar-se para São Paulo. Começou a fabricar e vender roupas para lojas populares como Mapim, Mesbla, Besni, entre

outras lojas do Brás e 25 de Março. Com o tempo adquiriu experiência sempre em confecção de roupas, e começou fabricar jeans, fazendo PL (Private Label) para marcas consagradas, como Carmin, Animale, Daslu, Espezzato, entre outras. Depois de muitas tentativas e alguns anos entre altos e baixos, “sempre mais baixos, rs!” afirma João, começou a perceber que existia um “buraco” de premium denim no Brasil, afinal, os endinherados do país sempre compravam seus jeans no exterior. Dessa brecha, nasceu a ideia de criar sua marca - John John. O começo, contudo, não foi nada glamouroso. No início, João fabricava suas calças jeans e enviava em consignição para algumas lojas multimarcas como Picida na cidade de Tatuí, Lefiacler em Sorocaba, e até a Daslu em São Paulo, para serem vendidas. O passo definitivo em direção ao êxito foi procurar as pessoas certas e formadoras de opinião para vestir seus produtos. E todos amaram as calças de primeira. Sendo assim, tops como Fernanda Motta e Carol Francischini, a jornalista Joyce Pascowitch, os stylists

Luciano Bortolotti e Matheus Massafera, só para citar alguns nomes, adotaram os jeans como uniforme. Como não havia verba para fazer campanhas, nem material publicitário, o jeito foi vestir as celebridades. Daí em diante, a marca começou a ficar desejada, pois era vista em pessoas bacanas e veículos importantes como Glamurama e Cool Magazine. Ou seja, a marca estava nas pessoas certas, nos eventos certos, criando uma áurea de “must have” no produto. João acredita que o segmento de moda está muito além da fabricação de roupas, que gera e movimenta milhões de reais, ofertando empregos à população. O empresário comenta ainda que um dos diferenciais de suas roupas está em pesquisas feitas mundo afora e cursos de lavagens exclusivos que faz na Itália, onde tem bons parceiros e colaboradores como Maurício Cappellini, presidente da Garmon Chemicals, com sede em San Marino e amigos importantes como o Sr. Luigi Martelli, conhecido como o “Rei das Lavagens”. Martelli desenvolveu lavagens para “brands”

Stewart Shining (fotógrafo), Lorenzo Martone (diretor e produtor) e João Foltran 22

| novembro 2012 | revista do interior

Lorenzo Martone, Irina Shayk (modelo) e João Foltran

Irina Shayk e João Foltran

Fotos cortesia J. Gitti

Making of da Campanha de Inverno 2011 da John John, fotografado e produzido em Nova York


Monange Dreams Fashion Tour 2011

Alessandra Ambrósio e João Foltran

Provocateur Club SP

Izabel Goulart, João Foltran e Isabeli Fontana

Bologna - Itália

João Foltran e o Sr. Luigi Martelli

Inauguração da loja John John na Vila Nova Conceição

Thaila Ayala, João Foltran e Thiago Martins

Débora Nascimento e João Folrtan

José Loreto, Débora Nascimento, Fiuk e João Foltran

mundialmente conhecidas como Diesel, Fiorucci e Giorgio Armani. A parceria entre eles dura até os dias de hoje, tendo o “businessman” aprendido diversas técnicas com Sr. Martelli. Mesmo assim a jornada foi longa. Foltran comenta as dificuldades iniciais que a John John enfrentou no mercado, pois a aceitação e o crédito eram menores, além de competir com outras “brands” de sucesso que estavam no mercado há décadas. Se pudéssemos definir João com uma palavra, esta seria perseverança. Ao conhecer bem seu público alvo, ele entendeu que precisava transformar

suas calças jeans em objetos de desejo. Foi então que surgiu a idéia de mostrar celebridades nacionais e internacionais usando suas peças em campanhas direcionadas para mídias como Vogue, Elle, Marie Claire, Caras, etc. O plano era dar visibilidade nacional às roupas e, deu certo! Fora isso, já patrocinou eventos como Monange Dreams Fashion Tour, cujo casting estrelado conta com nomes como Isabeli Fontana, Ana Beatriz Barros, Izabel Goulart, etc. Além disso, a marca, em parceria com a Rede Globo e a Mega Model Brasil participou do “Menina Fantástica” em 2010 e re-

pete o feito agora em 2012. O sucesso da marca fez com que boutiques de todo o Brasil começassem a ter interesse em comercializar seus jeans, fazendo com que a grife fechasse 2010 com R$ 13 milhões em vendas. Poucos sabem, mas João junto com Ana Paula Junqueira, Rico Mansur e Fernanda Motta, criaram camisetas que foram leiloadas e tiveram renda destinada aos desabrigados da enchente em Santa Catarina em 2011. “Não sei o motivo real, mas, minha vida começou a deslanchar no momento em que me uni com minha família”, afirma o estilista. revista do interior | novembro 2012 |

23


Capa

“Não sei o motivo real, mas, minha vida começou a deslanchar no momento em que me uni com minha família”

Uma nova etapa “Sempre sonhei em ter uma loja própria da John John” e o sonho tornou-se realidade quando em 2011 decidiu ficar parceiro do grupo Restoque, gigante do setor têxtil e proprietário de outras “brands” chiques do universo fashion como a Le Lis Blanc e a Bo.Bô.. Sendo assim, optou por vender a marca. Segundo o jornal Valor Econômico, um dos principais veículos de economia e finanças do Brasil, a marca John John foi vendida pelo 24

| novembro 2012 | revista do interior

valor de 29,1 milhões de reais para a empresa Restoque, que atualmente também adquiriu a marca de beachwear Rosa Chá. A empresa planeja dobrar a rede de lojas para 207 unidades espalhadas pelo Brasil. Tratase do maior investimento já feito pela companhia. No ano passado, investiu-se 100 milhões, e este ano, seu planejamento foi de investir 200 milhões. Uma das estratégias de crescimento da companhia é diversificar seus negócios com a entrada nas áreas de moda masculina, jeans e cosméticos. Atualmente, a grife

Le Lis Blanc representa 90% do faturamento, já que a marca é voltada para consumidoras de alta renda, que gastam, em média, a cada compra R$ 458,00. Agora a Restoque tem apostado suas fichas no público masculino, algo fora de cogitação há quatro anos. E não é à toa, segundo dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), o varejo de moda masculina movimentou R$ 47,3 bilhões e nos últimos anos cresceu 44,4%, a explicação provém de que os homens compram com menos frequência, mas gastam mais pela compra. Ainda sobre a diversificação, a companhia começou a oferecer uma linha de cosméticos com as marcas Le Lis e Bo.Bô.. A ideia é ter balcões dentro das lojas e quiosques espalhados em shoppings. Atualmente a John John possui mais de 25 lojas. Todas estrategicamente localizadas em bairros e shopping cujo público é AA, ou seja, Oscar Freire, Shopping Iguatemi SP, Shopping JK, Shopping Cidade Jardim, etc. As lojas possuem o DNA que a marca sempre carregou – um despojado chic. Mas, por trás de cada criação em jeans, ainda se nota a mão criativa de João. Mesmo com a marca vendida, ele ainda é o responsável por cada peça produzida em jeans e, o cuidado vai desde o corte, lavagem até acabamentos. Afinal, vencendo os percalços que surgiram, Foltran construiu algo seu e são poucos os que alcançam isso no mercado têxtil brasileiro. E não só isso, mesmo com pouca verba, sua intuição falou mais alto e ele chamou a atenção de pessoas chave. Tomemos isso como inspiração e, se o que ainda nos falta é atitude, que esta estória de sucesso sirva como um empurrão inicial.●


revista do interior | novembro 2012 |

25


Esporte

Ódio eterno ao

futebol moderno Torcidas criam movimento para resgatar o “verdadeiro sentido de ser torcedor”

26

| novembro 2012 | revista do interior

“As empresas investem nos clubesempresas esperando retorno financeiro, mesmo que o clube não tenha torcida e não venda a camisa” Alessandro Abate

fusão dos tradicionais clubes da Mooca: Extra São Paulo F.C e do Cavalheiro Crespi F.C. , estes que eram formados por empregados da fábrica de tecidos da Família Crespi. Já em 1925, o ‘Moleque Travesso’ ganhou seu campo, na famosa Rua Javari, tornando-se o um local histórico e patrimônio simbólico do clube do coração dos moradores da Mooca. Esse campo viria a receber o que é considerado por Pelé, o seu gol mais bonito, além de uma torcida fiel e apaixonada, que trouxe consigo o lema “Ódio Eterno ao Futebol Moderno”, uma vez que sentiam que futebol mercantilizado estava prejudicando os clubes. Exemplos como esse podem ser encontrados também em outros clubes, como no Santo André,

Foto: Fernanda Luz

N

ada nem ninguém está imune à globalização. Nenhum setor escapou, nem mesmo o futebolístico. Com isso, o que se vê no atual cenário esportivo é o chamado futebol moderno. Amado por uns, odiados por outros, esse novo modelo de se encarar o tradicional esporte trazido por Charles Miller para o Brasil, vem gerando desconfortos em diversas torcidas , inclusive as interioranas. A instituição da modernidade no futebol transformou os clubes em verdadeiras empresas e coloca-se como nociva ao futebol do interior, geralmente desprovido de boa estrutura. “As empresas investem nos clubes-empresas esperando retorno financeiro, mesmo que o clube não tenha torcida, mesmo que não venda bem a camisa” comenta Alessandro Abate, editor do LANCE! Descontentes com tal comercialização do futebol, um pequeno grupo de jovens torcedores criou, em 2001, o Setor 2 , a torcida organizada do Juventus, da Mooca. O Clube Atlético Juventus foi fundado em 20 de abril de 1924, ainda com o nome de Cotonifício Rodolfo Crespi F.C, graças a uma

Reportagem de Beatriz R. Vital

com o Esquadrão Andreense, que mesmo sendo proibidos de entrar no estádio Bruno José Daniel para assistir a jogos da série – C devido à falta de alvará, concentram – se do lado de fora carregando bandeiras que protestam contra o futebol moderno. Segundo José Carlos Marques, docente da UNESP e líder do GECEF (Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol) essa mercantilização traz recursos ao futebol, mas provoca ainda mais desigualdades entre os clubes. Ele


Torcidas contra o futebol mercantil

cita também que os clubes do interior - que quase sempre atuam como formadores de mão de obra e muitas vezes dependem da venda de jogadores a times grandes - foram ainda mais prejudicados com a Lei Pelé, que acabou priorizando a ação dos empresários, ou seja, a lei que deveria agir a favor do jogador, na verdade, deixa-o sobre a tutela, não mais de um clube, mas de um empresário ou de fundos de investimento. Com isso, tornar-se-á cada dia mais difícil ver equipes com pouca estrutura alcançarem o sucesso em campeonatos longos como o campeonato brasileiro, uma vez que esse tipo de competição privilegia as equipes que tem uma regularidade e um investimento maior. Sendo assim, no atual futebol moderno, as maiores chances para os

times do interior encontram-se em competições no estilo mata-mata como a Copa do Brasil e alguns estaduais. Esse futebol do interior coloca-se como um contraponto ao midiático futebol moderno. Enquanto a tecnologia vem invadindo os estádios e os grandes clubes, os interioranos mantêm-se com poucos recursos, estes muitas vezes advindos de família tradicionais das cidades, que são como donas dos clubes e bancam suas despesas. Por ter tal clube como propriedade, essas famílias impedem a entrada de empresários, para que o clube não perca sua identidade. Abate, que começou sua carreira cobrindo futebol do interior, conclui: “Os clubes do interior de São Paulo não querem profissionalizar o futebol, porque o futebol para

o dirigente, para o presidente que está lá há 20 anos, é a vida dele e ele não vai querer dar o clube na mão de um gestor profissional e capacitado para ações de marketing, para fazer boas negociações ou para tentar elevar o número da torcida”. Tal fato é preocupante, uma vez que com essas atitudes conservadoras, os charmosos clubes do interior tornam-se ultrapassados. Independente do capital que circula no estado mais rico da federação, nada ocorre sem o principio básico: a paixão pelo futebol. O futebol moderno já está difundido e a tendência é que ele, juntamente com seus valores astronômicos continuem crescendo enquanto o futebol do interior aguarda ansiosamente pelos próximos capítulos desse seu futuro tão incerto.●

Anuncie aqui!

revista do interior | novembro 2012 |

27


Cidades

Consumo de drogas aumenta no interior

O aumento foi significativo e vem assustando toda a população. Entenda um pouco mais sobre o crack.

E

ntre as diversas doenças que destroem o ser humano, o vício é, sem dúvida, o mais destrutivo. Além de contribuir para o definhamento físico e mental do viciado, ele consegue penetrar nos dos lares e desfazer famílias. E são muitos os vícios: drogas ilícitas, fumar, beber, jogar, apostar, entre outros. Mas o que mais tem se alastrado em nossa sociedade é vício em crack.

Estados Unidos, como uma alternativa mais barata para os viciados em cocaína. Há relatos de que tenha desembarcado no Brasil na década de 1980 e se disseminou inicialmente em São Paulo. Apesar de ser usualmente fumado em cachimbos, usuários costumam também dissolver a droga e injetá-la, para um efeito mais rápido, contraindo assim inúmeras doenças transmissíveis pelo compartilha-

O crack é uma droga sintética produzida a partir de uma mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio e, apesar de não haver certeza sobre sua criação, acredita-se que surgiu em meados dos anos 80 nos

mento de agulhas. Seu uso afeta a química natural do cérebro liberando dopamina, uma substância que dá a sensação de euforia, alegria e leva à perda de apetite, insônia crônica e, em casos mais graves, paranóia.

28

| novembro 2012 | revista do interior

O efeito geralmente dura de 5 a 10 minutos, e após isso, o usuário entra num estado de depressão. Alguns dos efeitos fisiológicos perceptíveis nos usuários da droga são a constrição de vasos sanguíneos, pupilas dilatadas, temperatura corporal elevada e aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. Os danos ao cérebro começam com a destruição de neurônios, podendo causar acidente vascular cerebral; eleva ao máximo quadros de violência, depressão e ansiedade. No corpo, os efeitos também são devastadores, como a degeneração muscular - causada pela falta de alimentação - anemia entre outras doenças causadas por má alimentação. Infelizmente, a maioria das pessoas continua pensando que experimentar a droga algumas vezes apenas não irá acarretar em vício. E aí é que há o engano, pois o crack leva 15 segundos para chegar ao cérebro e custa menos que um maço de cigarros comum! A própria CNM (Confederação Nacional de Municípios) anunciou, numa pesquisa feita em 2010, que 98% dos munícipios federais tinham algum problema relacionado a usuários de crack, seja sobre o tráfico dos entorpecentes no tratamento de doentes.●


Cidadão

Bullying, não é brincadeira!

Temos acompanhado diversos casos na mídia de jovens que foram vítimas de “bullying” durante o período escolar e se rebelaram mais tarde. Mas o que significa e como é praticado? O que esse preconceito pode causar a jovens e crianças no período de crescimento?

B

ullying é um termo em inglês para descrever atos de violência psicológica e física, repetidos e mal intencionados dentro de uma hierarquia social, como por exemplo, alunos mais antigos de uma escola para com outros alunos. Mais comumente vista dentro do âmbito escolar, essa prática está em todos outros lugares como local de trabalho, vizinhança e até mesmo dentro de casa entre irmãos, primos, etc. Além do sofrimento, a vítima apresenta sintomas como: angústia e ansiedade, implicando em casos mais graves de depressão crônica, agressividade, queda na produtividade, transtornos alimentares e, em casos mais específicos, até suicídio. Segundo pesquisa do IBGE, em 2009 quase um terço dos estudantes brasileiros afirmaram já ter sofrido bullying, sendo a maioria do sexo masculino. Devido às várias maneiras de se intimidar alguém, é difícil controlar e punir os praticantes dessa violência. A internet e as redes sociais contribuíram, e muito, para que a intimidação fosse elevada a outro grau – o da humilhação. Porém, se há um meio de diminuir essa pratica, este é através

da educação. Ensinar aos jovens e crianças a preservar e respeitar a individualidade e as diferenças do outro é essencial para a construção de uma infância e vida adulta mais saudáveis. “Existem crianças mais sensíveis a essa exposição, e em longo prazo, é complexo medir os traumas que os abusos psicológico e físico podem causar”, afirma a diretora de uma escola de ensino fundamental que não quis se identificar. Como na maioria dos crimes, a punição para o bullying

no país ainda é branda. Por não se tratar de um delito previsto na Constituição, acaba -se diluído em outras categorias como assédio moral, calúnia e difamação e abuso. Porém, não deixe de relatar a ocorrência, que pode ser feita em qualquer delegacia ou, quando a agressão acontece “on-line”, denuncie na própria web através do e-mail (prevencao@safernet.org. br). Vamos colaborar para que a individualidade de cada pessoa seja respeitada.●

revista do interior | novembro 2012 |

29


Carros

Qual comprar? Novo ou usado?

Reportagem de Ari Honório Jr.

Descubra qual a melhor opção para seus desejos e necessidades em um carro.

V

ivemos em uma época onde quase todos os condutores habilitados possuem um veículo na garagem, seja por comodidade, lazer, ou simples locomoção. Essas pessoas, pelo menos uma vez, já se fizeram a seguinte pergunta: É melhor comprar um zero quilômetro ou um usado? Por um lado, alguns são mais racionais e avaliam todas as vantagens técnicas e mercadológicas do produto. Por outro, alguns são mais emocionais, e uma paixão à primeira vista em frente à concessionária pode contar mais pontos. Mas, nem sempre se leva em conta as características e precauções realmente importantes para cada situação. Nessa matéria vamos discutir a necessidade de se ter um automóvel, qual a melhor opção econômica e segura, de modo a tornar seu prazer de dirigir muito mais tranquilo. Fatores Físicos 30

| novembro 2012 | revista do interior

Especialistas indicam características técnicas como motor, acessórios, tamanho do porta-malas e espaço interno para ajudar na escolha. Também é preciso lembrar que o “design” segundo pesquisas realizadas pelas próprias montadoras, está entre os primeiros colocados na avaliação dos consumidores. Além de transportar pessoas, o carro virou sinônimo de status e poder, o que pode levar o consumidor a optar por um modelo usado, porém com mais recursos. É como ter um celular simples e útil ou um mais sofisticado, com nanotecnologia e diversos acessórios (mesmo que você nunca os utilize). Trabalho Carro mais novo, popular e compacto será, na grande maioria das vezes, uma alternativa mais econômica para quem procura sua locomoção para o trabalho. Até porque, carros assim teriam (teoricamente) menos problemas com manutenção e maior

economia de combustível, já que quase todos os atuais modelos oferecem sistema bicombustível. Seguro Lembre-se: carros mais novos são mais visados por ladrões e nem sempre pode ser uma boa opção no que diz respeito a seguro, já que o mesmo pode chegar às alturas. Nesse ponto, carros usados podem ser mais vantajosos por serem mais discretos. Desvalorização Outro problema é quando se trata de desvalorização. Um zero tem maiores chances de revenda, mas a desvalorização chega a ser alarmante, já um usado contendo alguns opcionais a mais é bom pra quem se importa em andar com algo que dê mais conforto. Família Pra quem procura um carro de maior porte, tipo sedans, chega a ser mais vantajoso um usado do que


um zero, até pelo motivo de que um compacto barato pode ser comprado pelo mesmo preço de um sedan usado com tudo o que tem direito. Em contrapartida, deve-se tomar cuidado ao adquirir um carro desses, que pode ter sido mal cuidado, não ter feito as revisões em dia ou ter se envolvido em acidentes. Por isso, cautela é importante na hora da compra! Primeiro carro Embora a sensação de pegar um carro com cheirinho de novo, bancos ainda com plástico e desfilar com o último modelo do mercado seja muito atraente, para quem quer o primeiro carro, fica a dica de um usado, pois na maioria das vezes pode não haver prática na direção ou dinheiro disponível e o financiamento só é indicado em caso de urgência de uso. Garantia Vale ressaltar também que um carro zero-quilômetro, com no mínimo um ano de garantia, também deixa o motorista mais tranquilo na hora de assinar o cheque e usá-lo sem maiores preocupações. Enfim, depois de discutirmos esses segmentos que talvez se encaixem em sua decisão, listamos abaixo um resumo dos principais prós e contras citados entre os negociadores. Por que comprar um 0 Km? - a novidade: versão mais atual e muitas vezes re-estilizada com tecnologia apurada; - status e cheiro do carro zero; - garantia de pelo menos 1 ano; - tranqüilidade temporária com problemas ou custos de manutenção; - liberdade de escolha da cor preferida e do final de placa mais adequado.

Por que não comprar um 0 Km? - mercado aquecido não favorece negociações; - há fila de espera e ágio para alguns modelos; - alto preço que conseqüentemente pesa no IPVA e seguro; - equipar seu zero com opcionais custa caro e dificilmente se recupera isso na revenda; - é tirar da concessionária e ele já vale de 15% a 20% menos. Por que comprar um usado? - mercado de novos aquecido gera grande oferta de semi-novos. Isso permite barganhar descontos e benefícios; - com o dinheiro que se compraria um zero, dá para levar um mais potente, mais equipado e com melhor acabamento; - dependendo da época do ano, o IPVA já está quitado; - se você tem um carro mais antigo, com mais de 4, 5 anos de uso, o ideal é dar um passo de cada vez e trocá-lo por um semi-novo, para não onerar as despesas; - em algumas concessionárias, a taxa de juros é equivalente à dos novos. Por que não comprar um usado? - possível adulteração de quilometragem; - o carro já pode ter sido batido; - dependendo da idade, vai precisar de manutenção; - dificuldade para escolher cor e final de placa; - geralmente, as pessoas vendem um carro por insatisfação do veículo. Todo cuidado é pouco na hora de comprar um veículo, seja ele novo ou usado.● revista do interior | novembro 2012 |

31


Receita de Ricardo Cancian Butignoli

E

ssa receita também tem um gostinho italiano, pois entre seus ingredientes está o delicado e bonito macarrão “cabelinho de anjo”, assim conhecido mundialmente, por imitar um cabelo encaracolado. Acompanha o famoso queijo parmesão de paladar característico, encantando e dando sabor a qualquer tipo de receita.

Ingredientes • 1 xícara de chá de queijo mussarela ralado; • 200g de queijo parmesão ralado; • 4 colheres de sopa de farinha de trigo; 01

02

Modo de preparo

03

04

Em uma tigela, misture o queijo mussarela com o queijo parmesão; em seguida acrescente a farinha de trigo e misture bem. Bata as claras em neve e incorpore-as delicadamente com a mistura do queijo e o trigo, mexa devagar até se tornar uma massa homogênea.

Com duas colheres de sopa, faça um canelone igual ao da foto, ou faça o formato que desejar. Em seguida empane cada porção no macarrão quebradinho. Frite em óleo quente (180 graus) até ficar douradinho. Sirva a seguir para sentir uma crocância por fora e aquele queijo derretendo por dentro.●

• 3 claras batidas em neve; • 1 ½ xícara de chá de macarrão cabelo de anjo quebradinho com as mãos (aproximadamente 250g de macarrão); • Óleo para fritar.

32

| novembro 2012 | revista do interior


revista do interior | novembro 2012 |

33


Receita de Ricardo Cancian Butignoli

D

essa vez fui procurar essa receita comum em restaurantes, porém não necessariamente nos de culinária italiana. O prato encontra-se hoje em qualquer casa do ramo, até mesmo em bairro. Trata-se do renomado macarrão espaguete, incorporado à manteiga, bacon, queijo e ovo.

Ingredientes • 200g de bacon; • 1 colher de sopa de manteiga de boa qualidade (não use margarina); • 1 cebola ralada; • 1 lata de creme de leite com soro; • 3 gemas;

01

02

03

04

• 500g de espaguete; • Queijo parmesão ralado a gosto.

E

Modo de preparo

m uma panela, coloque 1 litro de água para cozer o macarrão. À água, acrescente um pouco de óleo e sal, para que o macarrão não grude um no outro. Reserve. Numa frigideira em fogo alto, coloque o bacon e frite bem, se necessário escorra o excesso de gordura usando papel-toalha. Na mesma frigideira, coloque a manteiga e a cebola, refogando até murchar. Adicione o creme de leite, misture bem e em seguida apague o fogo e acrescente as gemas. Bata rapidamente para não empelotar, use um 34

| novembro 2012 | revista do interior

boleador (batedor de claras). Acenda o fogo novamente, coloque o espaguete já cozido, adicione o bacon e misture bem. Ao servir, finalize com o queijo parmesão e sirva quente.●


revista do interior | novembro 2012 |

35


Receita de Ricardo Cancian Butignoli

U

m clássico que nunca sai de moda, o doce de abóbora é uma das sobremesas preferidas entre as da culinária nacional. Originária do Rio Grande do Sul e muito apreciada aqui no Centro Oeste, a receita “tradicional” leva a cal virgem (especial para culinária e pode ser substituído pelo bicarbonato de sódio) mas hoje vou fazer diferente e mais prático.

Ingredientes • 1kg de abóbora em pedaços médios; • 700g de açúcar; • 5 cravos; • 2 canelas em paus; • 1 colher (sopa) de água. 01

02

Modo de preparo

E

m uma panela de pressão fora do fogo, coloque a abóbora, o açúcar, os cravos e a canela em pau. Feche a panela de pressão e deixe fora do fogo por aproximadamente 1 hora descansando. Após esse tempo, leve a panela ao fogo, e quando pegar pressão, abaixe a chama, conte 15 minutos e desligue. Espere toda a pressão sair normalmente: não coloque embaixo da água para adiantar o processo, pois a espera para a liberação total da pressão é que vai dar a finalização correta do doce. Retire o doce e coloque em um pote de vidro. Sirva em seguida. O doce dura aproximadamente 7 dias na geladeira.● 36

| novembro 2012 | revista do interior

03

Você deseja participar da seção Culinária da Revista do Interior? Envie sua receita para o e-mail: contato@revistadointerior.com.br


revista do interior | novembro 2012 |

37


38

| novembro 2012 | revista do interior


revista do interior | novembro 2012 |

39


40

| novembro 2012 | revista do interior


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.