Novembro 2013
PUBLICAÇÃO DIRIGIDA AOS MÉDICOS, FARMACÊUTICOS, 1 11/09/13 16:51 ODONTÓLOGOS, PRESCRITORES E DISPENSADORES DE MEDICAMENTOS PARA ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL
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Editorial
MICROEMPRESA: QUESTÃO SOCIAL
T
emos uma grande resistência ao empresário em nosso país. As autoridades julgam que os empresários apenas buscam o lucro sem nenhuma responsabilidade e o prejudicado é sempre o interesse público, a saúde, o consumidor, o cidadão. O empresário é quase tratado como um mal necessário, ou seja, sua presença é tolerada por todos os que detêm o poder estatal, diante da circunstância de garantir ao país emprego e renda. Alem de ultrapassada, essa visão radical é um equívoco de grandeza considerável, pois não se pode desassociar, como questão de ordem social, a proteção e o tratamento diferenciado para as microempresas e empresas de pequeno porte. Ou seja, o microempresário está no mesmo barco do consumidor, do idoso e de outros atores sociais que necessitam da intervenção do estado para o efetivo exercício de seus direitos. Dados do SEBRAE de 2006 apontavam que, no Brasil, das 5,1 milhões de empresas formais, 98% eram de micro e pequeno porte, responsáveis por 67% do pessoal empregado no setor privado. Um avanço do Estado brasileiro para a concretização da proteção e do tratamento diferenciado a essas empresas está no Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Lei Complementar 123/2006. Não há como negar que o Estatuto prevê uma série de benefícios para as microempresas e empresas de pequeno porte -- aquelas que tiveram faturamento bruto, nos últimos 12 meses, de até R$3.600.000,00). Entretanto, muitos dos benefícios da lei dependem da vontade política dos governantes e autoridades para, na prática, atender a esses direitos garantidos pela Constituição Federal. Recentemente, por exemplo, a ANVISA fez publicar a Consulta Pública nº 13, que trata das boas práticas na regulação no âmbito da agência. Um dos pontos levantado pela ABCFARMA nessa consulta é a necessidade de ser regulamentado o cumprimento do disposto no art. 55 do Estatuto da Microempresa, que dispõe sobre o fato de a fiscalização sanitária ter natureza prioritariamente orientadora.
Tal regulamentação é necessária e se coaduna com o que precisamos para reduzir a fragilidade das fiscalizações locais, que exigem uma rigorosa organização das microempresas e empresas de pequeno porte, as quais não possuem estrutura e recursos suficientes para cumprir as complexas e inúmeras normas que recaem sobre o setor. A dificuldade das microempresas deve ser reconhecida pelas autoridades, não apenas por se tratar de uma causa social, mas também por constar na legislação a obrigatoriedade do tratamento diferenciado. O SEBRAE divulgou estudo sobre a tributação da microempresa e os números refletem a falta de sensibilidade da maioria dos Estados da Federação em relação a esse tratamento diferenciado. O estudo revela que, para o setor de farmácia, a alíquota nacional efetiva recolhida pelas MPEs é, em média, de 10,65%, o que se aproxima muito do teto previsto para o comércio no Estatuto, que é de 11,61%. Para se ter uma ideia, essa alíquota nacional efetiva induz a uma conclusão de que as microempresas que atuam como drogaria no país deveriam apresentar um faturamento bruto médio mensal de mais de R$225.000,00, utilizando-se uma comparação com a tabela do Anexo I do SIMPLES nacional, o que sabemos não ser a realidade das empresas de pequeno porte. Segundo a pesquisa do SEBRAE, os números no Estado de São Paulo para as pequenas drogarias são perversos, segundo a pesquisa a alíquota efetiva no estado chega a 21,58%, quase o dobro do teto da lei da microempresa. Num estado onde a competitividade com as grandes empresas é cada vez maior e mais desigual, a tributação é fator determinante para aumentar ou diminuir a discrepância entre as microempresas e as empresas de grande porte do setor. Nesse contexto, a ABCFARMA entende e defende que o tratamento diferenciado para microempresa é uma questão social de interesse público que também deve ser garantida e protegida pelo Estado, assim como a questão social da saúde, dos consumidores, etc.
Dr. Renato Romolo Tamarozzi Diretor executivo da ABCFARMA E-mail: renato@abcfarma.org.br
REVISTA ABCFARMA
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ÍNDICE
Expediente Diretor Presidente Pedro Zidoi Diretor Financeiro Sétimo Gonnelli Diretor Secretário José Raimundo dos Santos
Editorial – O Dr. Renato Tamarozzi, diretor executivo da ABCFARMA, fala das microempresas.................................................................03 Páginas Azuis – Um toque de precaução O Dr. Carlos Bezerra e a detecção precoce dos males da próstata..............................................................................................06 Qualidade de Vida – Posição correta A Ergonomia ensina a evitar os distúrbios ocupacionais............14
Analista e Programador Eduardo Novelli
Vida saudável – Domando os triglicérides Um tipo de gordura que merece atenção.................................18
Ed. Eletrônica e Produção Gráfica Vanusa Assis Sergio Bichara
Saúde – Reconhecendo os sintomas Angina, infarto e AVCs: os primeiros sinais................................24
Jornalista responsável Celso Arnaldo Araujo Mtb 13.064
Vida moderna–As varizes e os mitos O Dr. Ari Elwing desmente noções errôneas sobre a doença.......30 Verão – Como aproveitar o melhor Especialistas dão dicas de como domar o sol no verão............36
Colaboradores Américo José da Silva Filho Gilson Coelho
Mulher – Se esquecer a pílula Há métodos anticoncepcionais mais práticos............................42
Distribuição ABCFARMA
Odontologia –Regras de escovação As melhores técnicas para limpar os dentes.............................52
Publicidade: Editora Lison
Gestão – O papel do gerente O economista Geraldo Monteiro fala dessa função fundamental......................................................................................82
Impressão: Gráfica Prol Periodicidade: Mensal Rua Santa Isabel, 160, 5º andar, conjunto 51, Vila Buarque, São Paulo, SP, CEP 01221-010 Fone: (11) 3223-8677 Fax: (11) 3331-2088 www.abcfarma.org.br
Leia também
Administração – Drogaria é comércio O consultor Gilson Coelho redefine a função das farmácias....86 Economia – Cadê o lucro? O consultor Cadri Awad ensina a reavaliar os números da operação comercial........................................................................................92 Mercado – Qualidade é o que importa O consultor Mauro Pacanowski e a importância dos programas de controle..............................................................96 Gestão de negócios – A raposa e a cegonha Em mais uma de suas fábulas, Américo José fala de brincadeiras e vinganças..........................................100
Medicamentos (Antiinflamatórios) ......... 44 Prevenção (Vacina nasal) ...................... 46 Cultura digital (Vida sem celular).......... 50 Comunicado importante ...................... 51 Meio ambiente (Água) ............................ 58 Criança (Dor de ouvido)......................... 64
NOTA:
Premiação (Redes Associadas)............. 66 Evento (SENAC) .................................... 70 Evento (Academia de Farmácia)...............74
Encontros (Frente Parlamentar) ..................76 Artigo (Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes) ..........78 Opinião (Walter Ihoshi) ................................80
Notas (Dermatite atópica) ............................91 Fique por dentro (FECOMÉRCIO) ...........102 Varejo Farmacêutico (Entidades) .............106 Atualidades (Lançamentos) ...................... 114 Edital de convocação ............................... 117
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DIRETORIA ABCFARMA: TRIÊNIO - 2010/2013 Diretor Presidente: Pedro Zidoi Sdoia SP Diretores Vice-Presidentes: 1º: Adelmir Araujo Santana 2º: Paulo Sérgio Navarro De Souza 3º: Lázaro Luiz Gonzaga 4º: Natanael Aguiar Costa 5º: Edenir Zandoná Júnior 6º: Paulo Roberto Kopschina 7º: Pedro de Araújo Braz 8º: Diocesmar Felipe De Faria 9º: Modesto Carvalho De Araujo Neto 10º: Edimar Pereira Lima 11º: Álvaro José da Silveira 12º: Felipe Antonio Terrezo 13º: Romildo Marcos Letzner (Joinville) 14º: João Aguiar Neto 15º: Edson Daniel Marchiori 16º: Carlos Baptista Dias 17º: Armando Gomes Dos Reis Filho 18º: José de Castro Pereira
Diretores Secretários 1º: José Raimundo dos Santos 2º: Luís Carlos Caspary Marins 3º: Rogério Tokarski 4º: Ricardo Ramão Cristaldo 5º: Jorge Fernando de Azevedo Trindade 6º: Antonio Menezes de Araújo
DF PB MG SP PR RS RJ DF MG RR DF RJ SC GO ES SE AM CE SE RJ DF MT RJ SP
Diretores Tesoureiros 1º: Sétimo Gonnelli 2º: Philadelpho Lopes 3º: Nery Wanderley de Oliveira 4º: Dejalma Lemos da Silva 5º: Juan Carlos Becerra Ligos 6º: Marcos Antonio Carneiro Lameira
Diretores Do Conselho Fiscal 1º: Jaime Nunes Moreira 2º: Everton Luiz Ilha Mahfuz 3º: João Gilberto Serrat 4º: Jefferson Proença Testa 5º: Álvaro Silveira Júnior 6º: Maurício Cavalcante Filizola
Suplentes Do Conselho Fiscal 1º: Carlos de Souza Andrade 2º: Marcelo Fernandes de Queiróz 3º: Roberto Brasileiro Lima 4º: Vollrad Laemmel (Blumenau) 5º: Henrique Ângelo Denícolli 6º: Benilton Golçalves Diniz
Diretores Conselheiros Ada Palhano Malheiros (Cachoeira Paulista) Ademar Ferreira Pinto Ademir Tomazoni (Itajaí) Afonso Cesar Oliveira Silva Alarico Rodrigues (Manaus) Alex Cavalcante Garcez (Aracaju) Álvaro Lima (Bauru) Ângelo Trento Antonio Aparecido Moretti (Andradina) Antonio Carlos da Silva Bueno (Piracicaba) Antonio José Beltrame Antonio Proença (Presidente Prudente) Antonio Walmir Nola (Sind. Cricíuma) Aparecido Donizetti da S. Mendonça Benones Vieira de Araujo Carlos Augusto Batistella (Limeira)
SP SP RS RN SP AC RS RS RS PR DF CE BA RN BA SC ES MA SP RS SC SE AM SE SP PR SP SP SC SP SC SP MA SP
Carlos Fogaça (Cia Norte) Carlos Gonçalves Pereira Cassio Sobrinho Celso Flavio da Silva Claudemir Donizete Caetano (Rio Claro) Claudisnei Machado Constante Cristyne M. Albuquerque Dall’agnos (Foz Do Iguaçú) Domingos Tavares De Souza (Gurupi) Eden Araujo Borges (Uberaba) Edivaldo Francisco da Cunha Ednaldo Mercuri Rodrigues (Franca) Edson Silveira (Uberaba) Elias Gomes de Souza (Maranhão Do Sul) Elpídio Nereu Zanchet Elza De Godoy Farias (Lajes) Evandro Tokarski Fábio Timbo (Fortaleza) Fernando José Lucas (Uberaba) Francisco Deusmar de Queiróz Geniezer Pereira Ventura Filho Gilberto Carillo Garcia (S.J. Dos Campos) Gilson Geraldo Figueiredo Terra Gladstone Nogueira Frota Herbert Almeida da Cunha Heverton Breno Ferreira Iolanda Navarro Irene Prieve do Nascimento Isméria Maria Monte Claudino Aleixo João Alberto Galic João Antonio dos Anjos João Arthur Rêgo (Salvador) João Felix de Majela Filho João Garcia Galvão (Guarulhos) João Levy Navarro Junior (Adamantina) João Luciano (Florianopólis) João Luiz dos Santos João Martins da Silva Joaquim Tadeu Pereira (Belém) Joarez da Silva Macedo (Osasco) José Alves do Nascimento José Antonio Vieira (Maceió) José Castor Freire José Cláudio Almeida José Cláudio Fernandes José da Costa da Silva José Eustáquio de Freitas José Ricardo Nogared Cardoso (Tubarão) José Valdimir de Oliveira Júlio César Pedroni (Jundiaí) Kleber Sampaio Santiago (Campina Grande) Levi Gonçalves Campanha Lino Soncini Júnior (Florianopólis) Lucia Marins Cancini (Araras) Lúcio Antunes Silveira (Uberaba) Luís Gustavo Trierweiler Luíz Antonio Paiva (Frutal) Luiz Carlos Henrique (S.B.Campo) Luiz Fernando Buinaim Luiz Marcos Caramanti Luiz Trindade Pinto (Salvador) Luzia Diva Cunha Dutra Luzivaldo Navarro de Souza Manoel Brito Santos Manoel Viguini Marcelo da Silveira Souto (Araçatuba) Marcelo de Mattos Frigo (Araraquara) Marcia da Rocha Medeiros (Sorocaba) Marco Antonio Perino (Jundiaí) Maria de Lourdes Pereira Mauro Lima Rodrigues Nara Luiza de Oliveira Nelcir Antonio Ferro (Cascavel)
PR GO AP GO SP SC PR TO MG SE SP MG MA SP SC GO CE MG CE PB SP MG RO PB PB SP MT CE RS PR BA CE SP SP SC SP BA PA SP PI Al PB AL SP ES SC AP SP PB SP SC SP MG RS MG SP MT SP BA RO PB PB ES SP SP SP SP PA ES GO PR
Nivaldo Jordão de Souza Filho Noésio Emidio da Cunha (Feira De Santana) Olivio Mazuco (Bebedouro) Osvaldo Praxedes da Silva (Santo André) Paulo Luiz Zidoi Paulo Roberto Ramos da Silva Paulo Sérgio Bondança Paulo Sérgio Navarro de Souza Filho Regina Elias Barros (Juiz De Fora) Regina Maria Leitão Reni Antonio Rubin Roberto Carlos da Silva (Catanduva) Romualdo Constantino Magro (Santo André) Rosana Lima Zanini Rosélis Aparecida Lopes Salim Haber Samuel Brasil Bueno (Araraquara) Sebastião Paulino Borges Sergio Amaral Correa (Tubarão) Sergio de Giacometti (Oeste Catarinense) Stephenson Seleber (Nova Odessa) Videlina Eloy Geraldo Wagner Boer (Botucatú) Wagner Ferreira Giffoni Waldir Borges Waldivino Machado dos Prazeres (Ipatinga) Walter Luiz Machado Wanderley Margaria Wilson Galli Wilson Rossi (Tupã) Wismar Gomes de Freitas (Uberaba) Zuleide Ferraz Oliveira Castro (Imperatriz)
Conselheiros Natos e Diretores Vitalícios Alfredo Roberto (Bastos De Souza) Algacir Portes (Cascavel) Armando Zonta Arthur Henrique da Fonseca Lisboa Francisco Miguel da Silva Fridolino de Moraes Rêgo Gilberto David Cunha Da Silva Gonçalo Aguiar Ferreira Hermes Martins da Cunha Horst Schoenfelder Isaac Elias Israel Ivanildo Marinho Guedes Jair Borges Taquary Janilson Azevedo Dantas Jarbas de Souza Cunha João Azevedo Dantas José Abelardo Torres Veras José Aparecido Junqueira Guimarães José Cláudio Soares José de Assis Lima Paulo Sérgio Ferreira Lopes Ruy de Campos Marins Waldemar Pupo Ferreira Conselheiros Adjuntos Ademilson de Menezes Cordeiro (“Brejo”) Anderson Naves Resende (Uberlândia) Antônio Barros Leite Júnior (Jundiaí) Antônio Felix da Silva Antônio Thomaz Mondini (Rio Claro) Guilherme Leipnitz (Rio Grande Do Sul) Ivan Pedro Martins Veronezi (Fernandópolis) Jorge Froes de Aguilar José Pedro Fernandes (Araras) José Ademar Lopes (RS) Luís Carlos Gardini (Lins) Marcio Barbosa Marco Públio Martini (Cachoeira Paulista) Roberto Massatoshi Baba (Birigüi) Ronaldo de Oliveira Carvalho (Lins) Ronaldo Fernandes Pereira (Uberlândia) Sergio Mena Barreto Vítor Fernandes (Americana) REVISTA ABCFARMA
PB BA SP SP SP RJ SP PB MG PB RS SP SP SP SP AP SP MS SC SC SP SP SP DF GO MG MG SP RS SP MG MA PE PR SC AL RN BA RS SP MT SC PA AL GO PE AL PB CE DF PE PB MS RJ SP PE MG SP CE SP RS SP SP SP SP SP SP SP SP SP MG SP SP
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Páginas Azuis TEXTO: CELSO ARNALDO ARAUJO
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Dr. Carlos Alberto Bezerra
Novembro azul
Um mês para lembrar
da próstata Se as mulheres têm o Outubro Rosa para reforçar estratégias de prevenção contra o câncer de mama, agora eles têm o Novembro Azul – para serem lembrados de que o câncer de próstata é o mais frequente entre os homens no Brasil, com cerca de 60 mil casos novos por ano. Na verdade, essa pequena glândula de cerca de 25 gramas com o formato de uma castanha, cuja única função é produzir o líquido que transporta os espermatozoides numa ejaculação, passa a dar problemas à medida que o homem envelhece. Independentemente da malignidade, ela tende a crescer muito – ao ponto de dificultar o fluxo urinário 06 | REVISTA ABCFARMA •NOVEMBRO/2013
e afetar muito a qualidade de vida, na chamada Hiperplasia Benigna da Próstata, que afeta 80% dos homens. O Novembro Azul, campanha resultante da parceria do Instituto Lado a Lado pela Vida com a Sociedade Brasileira de Urologia, nasceu para divulgar ações de conscientização sobre a importância de ter a próstata examinada regularmente – tanto através do ainda indispensável toque como pelo teste sanguíneo do PSA. Nesta entrevista, o Dr. Carlos Alberto Bezerra, diretor da Sociedade Brasileira de Urologia e professor da Faculdade de Medicina do ABC, tira todas as dúvidas sobre essa problemática glândula
A próstata começa a crescer e causar problemas justamente numa idade em que sua função perde importância. Os médicos já sabem por que isso ocorre? Tanto a hiperplasia benigna quanto o câncer da próstata têm causas ainda desconhecidas. Algumas teorias tentam relacioná-los à alimentação ou ao número de ejaculações, mas nada �icou provado. Em alguns casos de câncer de próstata, existe uma ligação hereditária bastante forte, com vários membros de uma mesma família afetados pela doença. Mas a causa exata ainda é desconhecida.
Ambas as doenças só começam a se manifestar depois de que idade?
Normalmente, depois dos 40 – e mais intensamente depois dos 60. Com a melhoria do diagnóstico, a grande maioria dos casos é detectada entre os 50 e os 60 anos, de forma cada vez mais precoce.
Não se pode falar em prevenção, no sentido de evitar a doença, mas apenas em detecção precoce. É isso?
Sempre digo isso a meus pacientes – a prevenção, no caso da próstata, é uma estratégia de detecção precoce. O que se pode fazer é prevenir complicações e a disseminação da doença. A pessoa tratada mais cedo ou se cura ou, se não obtém a cura, ao menos consegue controlar as complicações.
Quem tem crescimento benigno da próstata não terá câncer?
São doenças diferentes, uma não se torna a outra – mas um homem pode ter as duas, ou seja, hiperplasia benigna e câncer, este eventualmente descoberto quando se trata a primeira. Da mesma forma, quando se opera um câncer, pode-se descobrir áreas de hiperplasia benigna.
De cada 10 homens, oito terão crescimento da próstata Em que momento a hiperplasia benigna começa a trazer problemas para a qualidade de vida?
A uretra passa dentro da próstata. Dependendo da área da glândula que está crescendo, a uretra pode ser comprimida pela próstata, causando di�iculdade de urinar e afetando a qualidade de vida do homem. Mesmo uma próstata relativamente pequena pode dar problemas se sua área de crescimen-
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Em alguns casos de câncer de próstata, existe uma ligação hereditária bastante forte, com vários membros de uma mesma família afetados pela doença. Mas a causa exata ainda é desconhecida to for central, envolvendo a uretra. Mas há homens com próstatas volumosas e micção normal, porque o crescimento se deu na periferia da glândula.
Homens com próstata aumentada se queixam de ter dificuldades de urinar pela manhã ou quando a bexiga está cheia. Por que isso acontece?
Isso tem a ver com a bexiga. Quando se inicia o processo de obstrução da uretra pela próstata, a bexiga, que é um órgão muscular, reage também com uma hipertro�ia – mas esse processo é limitado. Chega um ponto em que a bexiga não tem força para expulsar a urina e vencer os obstáculos. Se o paciente se queixa de urinar mal pela manhã, é um sinal de descompensação desse mecanismo. O próximo passo é o esvaziamento incompleto da bexiga, que causa outros problemas – como infecções, hemorragias e formação de cálculos na bexiga.
Há um momento certo para operar a hiperplasia benigna? Depende da velocidade de crescimento da próstata. Quando o processo é detectado, entramos com medicação e, se o crescimento for interrompido e os sintomas não piorarem, a cirurgia pode ser descartada ou bastante adiada.
Que medicamentos se utilizam hoje?
A �inastirida e a dutasterida. Elas têm o mesmo mecanismo de ação, reduzindo o volume prostático.
Quando a cirurgia de hiperplasia se torna inadiável, é sempre possível realizá-la pela uretra, por via endoscópica, sem cortes?
Depende do tamanho da próstata. Se ela estiver muito grande, a cirurgia por via uretral demandaria muito tempo e poderia causar danos à uretra e perdas sanguíneas. Nesse caso, o mais seguro seria a cirurgia por via aberta. Mas estão surgindo novas tecnologias. O laser, ainda um procedimento de ex-
ceção, permite o tratamento endoscópico mais seguro – só que em duas etapas, se a próstata for muito volumosa. Como regra geral, se a próstata tem até 80 gramas, um cirurgião experiente consegue tratá-la pela uretra, sem complicações.
Câncer de próstata: a partir de que idade recomenda-se o exame preventivo?
Um estudo divulgado há pouco num congresso nos Estados Unidos de�iniu a idade de 54 anos como aquela em que, a partir da qual, vale a pena, em termos de custo-bene�ício, adotar-se o rastreamento como uma estratégia de saúde pública. Isto quer dizer que o governo não precisa fazer campanhas para atingir homens abaixo dessa idade. Mas quem tem acesso a serviços de saúde, deve começar com 45 anos. Se houver antecedentes na família, 40.
Quando surgiu o exame do PSA, muitos homens acharam que estavam livres do incômodo toque. Isso é verdade?
O PSA detecta o câncer – mas erra em cerca de 20% dos casos. O toque retal erra em 10%. Se eu tivesse de escolher um único exame, eu faria o toque. Fazendo os dois, reduz-se a margem de erro.
Qual é o peso do PSA no diagnóstico?
Relativo. Analisa-se, por exemplo, a proporção entre o PSA e o tamanho da próstata – a chamada densidade de PSA. Para uma próstata de 40 gramas num homem de 50 anos, eu aceito um PSA de até 3. Outro dado a ser analisado é a velocidade do PSA. Subidas rápidas e exageradas não são típicas de câncer. Aumentos pequenos e constantes, ao longo de um ano, são sugestivos. Também leva-se em conta a proporção entre a fração livre do PSA e o PSA total. Se for menos de 10%, pode ser câncer.
Onde entra a biópsia no diagnóstico?
Toque da próstata: ainda indispensável, uma vez por ano, a partir dos 45
Quando o PSA fugir do padrão. Exemplo: com um PSA acima de 2,5 e fração livre menor que 15%, faz-se a biópsia mesmo com toque normal. Uma em cada seis biópsias, nesse caso, revelará um câncer. Mas fazemos muito menos biópsias hoje que no passado – mesmo porque, não é um exame inócuo.
O PSA detecta o câncer – mas erra em cerca de 20% dos casos. O toque retal erra em 10%. 10 | REVISTA ABCFARMA •NOVEMBRO/2013
O câncer de baixo risco pode eventualmente não ser tratado. Nesse caso, ou acompanhamos a doença ou fazemos vigilância ativa, através de uma biópsia anual. Feito o diagnóstico do câncer de próstata, há correntes médicas que defendem uma conduta apenas de expectativa, não de intervenção agressiva, em certos tipos de tumores mais indolentes, em pacientes mais velhos. Qual é sua posição sobre isso? É preciso dividir o câncer de próstata em três níveis, em termos de risco de progressão da doença: baixo, intermediário e alto. O de baixo risco pode eventualmente não ser tratado. Nesse caso, ou acompanhamos a doença ou fazemos vigilância ativa, através de uma biópsia anual.
E como se define o baixo risco?
Pelo PSA no dia do diagnóstico, pelo aspecto biológico das células ao microscópio, após biópsia, e pela idade do paciente – quanto mais jovem, mais agressivo é o tumor.
Mas todos os pacientes enquadrados nesse nível de risco, sabendo que têm um câncer, aceitam ser apenas acompanhados?
Não. E dos que aceitam inicialmente entrar em processo de vigilância ativa, muitos desistem, por causa da ansiedade e da necessidade de biópsias regulares. Por isso, pedem para ser tratados. Os brasileiros raramente aceitam apenas o acompanhamento.
Outra dúvida: se o paciente decide tratar, indica-se cirurgia ou radioterapia?
Em termos de resultado, ambos os tratamento têm resultados iguais, pelo menos nos primeiros
dez anos. Aos pacientes que se mostram tranquilos com relação à doença oferece-se a opção de escolher o tratamento. De modo geral, os que têm pavor de internação e do pós-operatório acabam optando pela radioterapia. Já os que têm pavor da doença preferem a cirurgia, para ficar livre do problema. Como os resultados terapêuticos são semelhantes, o que ainda se discute são as consequências do tratamento. Os radioterapeutas advogam que essa terapia provoca menos impotência e menos incontinência urinária – os efeitos colaterais mais frequentemente associados à cirurgia do câncer. O advento do robô, na cirurgia, talvez venha a minimizar esses efeitos.
Qual é a porcentagem de cura do câncer de próstata hoje?
Se o diagnóstico e o tratamento forem feitos na fase inicial da doença e o paciente tiver fatores de bom prognóstico, a chance de cura é muito alta, próxima de 95%.
No melhor dos mundos, como o homem deveria tratar sua próstata?
Primeiro, uma boa notícia: embora não haja comprovação cientí�ica disso, deve ter uma vida sexual ativa – presume-se que um fator irritativo da próstata desencadeie a mutação que leva ao câncer. Segundo, tudo o que se promove como qualidade de vida reduz o risco de câncer: exercícios �ísicos, alimentação saudável, etc. Fora isso, iniciar a prevenção na idade correta. REVISTA ABCFARMA
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Qualidade de vida TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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ERGONOMIA Trabalho saudável
O
dia inteiro sentado atrás de um computador. Ou de pé, atrás de um balcão. As condições de trabalho no mundo moderno são e muito melhores do que no começo da Revolução Industrial, mas, ainda assim, as características de certas atividades – como as de digitadores ou pro�issionais do comércio – ainda podem desencadear ou agravar algumas doenças ocupacionais. As chamadas lesões por esforço repetitivo, como as LER (Lesões de Esforço Repetido) e as DORT (Doenças Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), são uma espécie de símbolo de nossa era. E é nesse universo que cada vez mais se destacam as recomendações da Ergonomia – um conjunto de conhecimentos de�inido como “a adaptação do trabalho às características do homem”. Empresas que aplicam os princípios ergonômicos a seu ambiente de trabalho têm inúmeros bene�ícios em termos de produtividade e assiduidade dos colaboradores – sem falar em seu bem-estar �ísico e mental. Nesta reportagem, o Dr. Rui Bocchino Macedo, especialista em Medicina do Trabalho, fala sobre a nova era do trabalho mais saudável
No século 17, quase cem anos antes da Revolução Industrial, o médico italiano Bernardino Ramazzini já descrevia as doenças ocupacionais das 54 pro�issões conhecidas na época. “Aqueles que levam vida sedentária e são chamados de artesãos de cadeira, como sapateiros, alfaiates e notários, sofrem doenças especiais, decorrentes de posições viciosas e da falta de exercícios". Segundo o Dr. Rui Macedo, a Ergonomia teve origem em estudos dos anos 70 sobre a Fisiologia do Trabalho, mais especi�icamente sobre o consumo energético provocado pelo trabalho. As primeiras pesquisas tiveram como objetivo diagnosticar os problemas
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que causavam a fadiga no trabalho e, consequentemente, procurar soluções que pudessem eliminar ou minimizar esse cansaço. Foi apenas o começo. Hoje, a Ergonomia é uma ciência complexa, que envolve princípios de �isiologia, anatomia, psicologia e direito. Na de�inição da Ergonomics Research Society, Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e aplicação dos conhecimentos de anatomia, �isiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento. Ou seja, a Ergonomia é a adaptação do trabalho às características humanas.
MOVIMENTOS REPETITIVOS
“Na esfera corporativa, é comum a discussão sobre gastos com afastamentos, absenteísmo e perda da produtividade, incluindo indenização jurídica por danos �ísicos”, diz o Dr. Rui. “Com a Ergonomia, tudo isso pode ser minimizado”. Não há dúvida de que, desde que a vida passou a ser informatizada, surgiram patologias digitais típicas do trabalho em computador: a “epidemia” de LER/DORT é hoje o maior desa�io da Ergonomia. Os efeitos mais comuns são dor, fadiga, queda de produtividade no trabalho e incapacidade temporária. Conforme o caso, evoluem para dor crônica, nessa fase agravada por fatores psíquicos que reduzem o limiar de sensibilidade. “Os principais causadores do LER/DORT são posturas estáticas, compressão mecânica, repouso insu�iciente para recuperação dos tecidos e força excessiva. As empresas também podem agravar a situação caso imponham mudan-
ças de tecnologia que gerem o aumento do número de movimentos, horas extras excessivas e repetitividade de movimentos”, resume o Dr. Rui. De qualquer forma, a ajuda de um consultor de Ergonomia, para checar os hábitos de cada funcionário, pode ser essencial para que se descubram as posturas mais saudáveis. “Nem sempre a posição mais cômoda é a melhor. O corpo humano se adapta a virtualmente qualquer coisa – mas uma postura errada repetida pode causar danos, começando pela dor”.
As principais soluções para os problemas de Ergonomia são a eliminação ou a diminuição de frequência de movimentos e posturas de risco, o desenvolvimento de projetos ergonômicos para cada tipo de atividade, o rodízio ou revezamento nas tarefas entre os funcionários, melhoria de método e organização do trabalho e exercícios de preparação para o trabalho
No caso do trabalho ao computador, que hoje envolve dezenas de atividades diferentes, não apenas a do digitador, a postura da coluna em 90 graus, o monitor à altura dos olhos e o teclado à altura adequada dos ombros são medidas que devem ser incentivadas pelos consultores de Ergonomia.
A coragem de mudar
As principais soluções para os problemas de Ergonomia são a eliminação ou a diminuição de frequência de movimentos e posturas de risco, o desenvolvimento de projetos ergonômicos para cada tipo de atividade, o rodízio ou revezamento nas tarefas entre os funcionários, melhoria de método e organização do trabalho e exercícios de preparação para o trabalho. “No caso da repetitividade de digitação, por exemplo, o ideal é que o trabalho não ultrapasse cinco horas por dia, e que, a cada 50 minutos trabalhados, haja dez minutos de pausa”. E o próprio funcionário deve ser o primeiro fiscal de seu corpo. “Às primeiras manifestações de dor e desconforto, o trabalhador não deve ter receio de procurar o RH de sua empresa, que, se for o caso, o encaminhará a um médico. Muitas pessoas, com medo de perder o emprego, só buscam ajuda depois de meses de dor – quando já pode estar instalada uma bursite nos ombros, uma tendinite ou uma síndrome do túnel do carpo, que torna muito dolorosos os movimentos dos punhos”. As empresas conscientes, diz o médico, são as principais interessadas no bem-estar do funcionário. No passado, lembra ele, qualquer mudança nas condições de trabalho que visasse o bem-estar dos colaboradores era vista por muitas empresas como um gasto – hoje, sabe-se que é investimento, pois o retorno em eficiência e produtividade compensa qualquer postura ergonômica.
Atividades saudáveis
Mas o Dr. Rui lembra que o bem-estar do funcionário não resulta apenas das condições favoráveis no ambiente de trabalho. “O conceito de Ergonomia é mais amplo – envolve também a qualidade de vida fora do trabalho”. Ele admite que o período de folgas pertence ao âmbito da vida privada de cada trabalhador – mas empresas conscientes podem, no mínimo, dar orientações de atividades saudáveis ou mesmo planejar programas que possam envolver as famílias dos funcionários. “A boa utilização de tempo para a família, para o lazer e para si mesmo são armas extremamente eficazes na resolução de conflitos e no manejo do estresse”. No caso dos
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trabalhadores do segmento farmacêutico, que normalmente trabalham em pé, um programa de hidratação permanente, com o estímulo ao consumo de líquidos, minimiza o risco de problemas circulatórios – que, no caso de funcionários com queixas e propensão a varizes, também podem ser prevenidos com o uso de meias elásticas confortáveis durante todo o expediente. Conclui o Dr. Rui: “Empresas que têm como meta obter destaque no mercado globalizado devem usar a Ergonomia como estratégia para otimizar as condições de trabalho e diminuir as influências nocivas à saúde física e mental dos colaboradores”
Vida saudável TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Triglicérides
o lado B da gordura E
m matéria de gorduras prejudiciais à saúde, o colesterol é o grande vilão. Só se fala nele, quando se mencionam as gorduras capazes de entupir artérias e agravar doenças metabólicas. Nesse contexto, os triglicérides são negligenciados – embora possam ser tão vilões quanto algumas frações de seu primo, o colesterol. Nesta matéria, a endocrinologista Ellen Paiva diz por que também é importante prestar atenção aos níveis de triglicérides no sangue – e ensina a reduzi-los
As gorduras são compostos muito diferentes entre si, o que di�iculta a compreensão do papel de cada uma no metabolismo humano – em comum, elas têm a característica de serem insolúveis em meio líquido, como o sangue, precisando por isso se ligar a proteínas para serem transportadas nos vasos sanguíneos. Esses transportadores de gorduras são as frações HDL, LDL e VLDL que aparecem nos exames de sangue solicitados pelos médicos. A fração HDL transporta uma parte do colesterol que é bené�ica ao organismo, pois capta o colesterol das artérias e o leva de volta ao �ígado, onde ele é processado e eliminado através da bile. Daí o
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HDL ser chamado de “bom colesterol”. A segunda fração carreadora de gorduras é o LDL, que transporta uma forma de colesterol muito perigoso, pois se acumula nas paredes das artérias, formando placas que podem causar a obstrução das mesmas. Por isso, é o “mau colesterol”.
Falta o terceiro tipo de proteína transportadora de gordura: as VLDL. São elas que carregam os triglicérides, um grupo heterogêneo de gorduras que corresponde a 98% da gordura total de nossa dieta, sendo compostos pelas gorduras saturadas, insaturadas, além das gorduras hidrogenadas. Quando em excesso, os triglicérides se depositam em células chamadas adipócitos, sendo esse depósito proporcional à ingestão dessas gorduras. Resumindo: os triglicérides representam a forma pela qual as gorduras são armazenadas em nosso organismo e constituem nossa maior reserva de energia. Um homem de 70kg de constituição média, por exemplo, possui cerca de 15kg de triglicérides depositados em seus adipócitos, o su�iciente para suprir suas necessidades energéticas por até 12 semanas.
Carboidratos, como a glicose, também podem ser armazenados e utilizados como fonte de energia imediata, tendo ainda algumas vantagens sobre os triglicérides para suprir as necessidades do corpo humano – mas essa fonte se esgota em pouco mais que 12 horas de jejum.
De onde vêm os triglicérides
Uma característica marcante dos triglicérides é que eles podem se originar não somente da ingestão de gorduras, mas de qualquer fonte nutricional em excesso, ou seja, quando ingerimos carboidratos em excesso, eles se transformam em triglicérides para serem armazenados. Dessa forma, podemos entender que, em todo quadro de obesidade, há aumento dos triglicérides armazenados, mesmo quando as dosagens sanguíneas são normais. Entre os alimentos gordurosos, as fontes de triglicérides vão desde os óleos vegetais, incluindo o azeite, laticínios integrais, como manteiga, iogurtes, queijos e requeijões, às carnes bovinas e todo tipo de gordura animal. Todos esses alimentos são compostos por variados tipos de triglicérides. Como mencionado, outra fonte importante de triglicérides são os carboidratos em geral, e a glicose, em especial. Nesse sentido, podemos compreender a forte ligação dos triglicérides ao metabolismo dos diabéticos. O excesso de glicose no sangue acaba por acelerar a produção de triglicérides, sendo eles a principal alteração lipídica encontrada nos diabéticos, principalmente quando estão descompensados. Finalmente, um fator importante para a elevação dos triglicérides em nosso organismo é o consumo de bebidas alcoólicas. O etanol é fonte precursora da síntese de triglicérides principalmente em ingestões frequentes, tornando-se um estímulo poderoso e persistente que pode levar a quadros de excesso de triglicérides.
O que o médico quis dizer
Quando dosamos o colesterol total, está se avaliando vários tipos de gorduras no sangue, pois ele representa a somatória de todas elas, incluindo os triglicérides. Estaremos avaliando o bom colesterol ou HDL, o mau colesterol ou LDL e os triglicérides que dão origem ao VLDL colesterol (VLDL = triglicérides ÷ 5). Logo, quando temos colesterol total elevado, isso nem sempre signi�ica que o nosso mau colesterol está elevado, pois, todas as vezes que os triglicérides sobem no sangue, eles in�luenciam a
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dosagem do colesterol total através da elevação do VLDL colesterol.
A dosagem sanguínea do triglicéride é um meio prático para avaliar o metabolismo das gorduras. O peso corporal dá a medida exata do excesso de nutrientes ingeridos e depositados sob a forma de triglicérides. Por isso, consultas médicas periódicas são muito importantes. Para se obter dosagens laboratoriais con�iáveis dos níveis basais de triglicéride, é preciso estar pelo menos 12 horas em jejum e não ter ingerido bebidas alcoólicas há pelo menos 72 horas quando o sangue for coletado.
Orientações nutricionais para redução dos triglicérides:
1)Em comparação com as outras gorduras, os
triglicérides são as de mais fácil controle. A reeducação alimentar individualizada, com a orientação de um nutricionista ou de um médico habilitado em Nutrição, corrige a maior parte dos casos, sem sofrimento. As modi�icações na dieta são bastante e�icazes, especialmente porque elas afetam os níveis de triglicéride de forma muito mais evidente do que os do colesterol.
2)Diferentemente dos quadros de elevação do
LDL colesterol, onde a ordem é reduzir a gordura de origem animal, presente nas carnes, ovos e laticínios integrais, como leite e iogurtes, queijos e manteiga, a redução do triglicérides requer a perda de peso dos pacientes obesos e o controle da ingestão de álcool e de carboidratos nos pacientes em geral. Na maioria das vezes, a perda de peso através de dietas balanceadas, aquelas que contêm em média
Doces gordurosos ou uma fruta? Não parece haver opção para quem precisa reduzir seu nível de triglicérides – a forma de gordura mais diretamente ligada a excessos alimentares 50% do valor calórico total na forma de carboidratos, já é su�iciente para a normalização dos triglicérides nos pacientes com sobrepeso ou obesidade, e o controle do diabetes nos pacientes portadores da doença.
3)
Menos manteiga, margarina e óleo nos refogados. Mais molho de ervas ou vinho para o preparo dos alimentos. Opção por grelhados, assados, cozidos ou preparações feitas no micro-ondas, na churrasqueira ou no vapor.
4)
Entre os produtos industrializados, vale a pena conferir os rótulos das embalagens para evitar o consumo excessivo de gordura saturada, gorduras hidrogenadas, manteiga de cacau, banhas, óleo de coco ou de dendê;
5) As �ibras têm papel muito importante na
dieta, pois diminuem o tempo que o alimento permanece no intestino, reduzindo, portanto, a quantidade de gordura absorvida. Alimentos ricos em
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�ibras, como cereais integrais, frutas, hortaliças cruas e leguminosas, feijão, ervilha, grão-de-bico, lentilha, reduzem o triglicérides.
6)
Os ácidos graxos ômega 3, presentes no óleo de peixes como o salmão, truta, cavala, arenque, atum e bacalhau frescos são importantes para quem precisa reduzir os triglicérides. Para atender às necessidades basais, entretanto, basta o consumo dos óleos vegetais – soja, milho, girassol ou canola – no preparo dos alimentos.
7)
O consumo exagerado de carboidratos simples, como doces e açúcar, também é prejudicial. O excesso é transformado em gorduras, desequilibrando os níveis dos triglicérides no sangue.
8)
O consumo excessivo e regular de bebidas alcoólicas intensi�ica a síntese dos triglicérides e pode agravar qualquer caso de elevação prévia dos triglicérides, podendo inclusive ser o fator causal da alteração.
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Saúde TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Infarto, angina e Dá para reconhecer E que atitudes se deve tomar diante de cada caso, antes da chegada de socorro médico?
Boa parte das pessoas que estão prestes a sofrer um ataque de angina, um infarto ou um acidente vascular cerebral não reconhece os sintomas iniciais desses quadros – e, com isso, atrasam um pedido de socorro que poderia ser vital. “À beira de um infarto, as pessoas sentem mais do que as clássicas dores no peito. Muitas delas pensam, por exemplo, estar com problemas digestivos, mas na verdade estão sofrendo um ataque cardíaco. Por isso, acabam correndo um sério risco de vida”, diz o Dr. Abrão Cury, cardiologista do Hospital do Coração (HCor). E quais seriam os sintomas precoces dessas três doenças?
Infarto do miocárdio
Infartos ocorrem quando parte do músculo cardíaco deixa de receber sangue de uma artéria coronária recém-obstruída. Esse processo, se não for interrompido, pode levar à morte a área do músculo afetado e geralmente causa intensa dor no do peito, como um aperto ou uma pontada que pode se alastrar para o pescoço, axila, costas ou braço esquerdo. “Em casos mais raros, essa sensação também pode ser sentida no braço direito”, acrescenta Cury. Antes desses sintomas, porém, diversas outras sensações podem ser notadas de maneira antecipada, como mal-estar, enjoo, tontura, palidez, falta de ar, di�iculdade de respirar, sensação forte de indigestão, suor frio, tosse seca, respiração rápida ou barulhenta. Em casos mais especí�icos, também pode ocorrer dor no queixo, no colo, nas costas, peso no corpo e indigestão ainda mais forte acompanhada de uma sensação de obstrução na garganta. “Quando se conhecem todos esses sintomas, é possível descon�iar do problema precocemente e buscar socorro mais rápido”, a�irma o cardiologista.
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a e AVCs AVC
Já um AVC (Acidente Vascular Cerebral), ou derrame cerebral, como é popularmente conhecido, ocorre quando os vasos que levam sangue ao cérebro se rompem (AVC hemorrágico) ou sofrem entupimento (isquêmico), afetando a região cerebral irrigada por aquele vaso. Esse processo pode levar à morte instantaneamente, no caso de AVCH, ou produzir graves sequelas. “Um AVC pode ocorrer a qualquer momento, inclusive durante o sono. Por isso, �icar atento a seus sintomas é muito importante”, a�irma o Dr. Cury.
Sintomas – Entre os principais sintomas de AVC estão a diminuição ou a perda súbita da força no braço ou perna de um lado do corpo; alteração súbita da sensibilidade com sensação de formigamento na face, braço ou perna de um lado do corpo; perda súbita de visão em um ou nos dois olhos; alteração aguda da fala, o que inclui dificuldade para articular palavras ou compreendê-las; dores de cabeça intensas e sem causa aparente; instabilidade, vertigem repentina e intensa; além de desequilíbrio, náusea e vômito.
Angina
A angina, ou angina pectoris, é produto de um estreitamento nas artérias que irrigam o coração. Isso limita a passagem de sangue até o órgão e gera uma de�iciência no suprimento de nutrientes e oxigênio que deveriam ser destinados a ele. As dores sentidas com esse problema são, justamente, um sinal de que o coração está recebendo menos sangue do que deveria”, explica o cardiologista. “Embora uma angina não tenha um efeito tão destrutivo quanto infartos e AVCs, ela deve ser diagnosticada precocemente”.
Sintomas
– Os sintomas de angina são basicamente dores intermitentes ou pressão e grande desconforto no peito. Mas sua particularidade é que, quando a pessoa se movimenta ou pratica atividade �ísica, a dor se torna ainda mais intensa. Já em situações de repouso, a dor diminui. Em alguns casos, porém, o desconforto pode ser grande, mesmo quando a pessoa descansa ou está se preparando para dormir. A dor de angina também pode se irradiar pela mandíbula, pelos ombros ou pelos braços – normalmente pelo lado esquerdo do corpo. O problema pode ser agravado por situações como estresse emocional, estômago cheio e exposição a baixas temperaturas”, acrescenta o Dr. Abrão Cury. REVISTA ABCFARMA
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Cuidados de Emergência
Embora seja fundamental conhecer os sintomas de infartos, AVCs e anginas para poder evitá-los, Cury ressalta que também é importante saber como lidar com estes problemas no momento em que eles ocorrem. Por isso, o cardiologista do HCor tem algumas dicas sobre quais atitudes tomar em cada caso:
O que fazer em casos de infartos & anginas:
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Chamar imediatamente uma ambulância (SAMU: 192/ Bombeiros: 193) ou levar o paciente para o hospital o mais rápido possível Afrouxar as roupas do indivíduo. Em seguida abrir o cinto e desapertar os botões da camisa e da calça Não deixar a vítima sozinha. Procure acalmála ao máximo Não dar nada de comer ou beber, além da medicação cardíaca prescrita pelo médico
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O que fazer em casos de AVC:
• •
Procurar transportar a vítima para o hospital, sem demora No momento da crise, reduza a tensão emocional da vítima: afaste os familiares e mantenha um ambiente tranquilo Afastar tudo o que possa obstruir a respiração Desapertar peças de roupa no nível do pescoço, tórax e abdômen Manter a pessoa aquecida
• • •
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Nas mulheres, o quadro é diferente
Segundo o cardiologista Rafael Munerato, diretor médico do Lavoisier Medicina Diagnóstica, o infarto costuma se manifestar de formas diferentes em homens e mulheres. “Enquanto neles a dor no peito é comum e vem acompanhada de vômito e sudorese, nas mulheres os sinais são menos evidentes”, explica o especialista. Segundo Dr. Munerato, elas se queixam de dor nas costas, cansaço, queimação no estômago e náusea. “Tais sintomas nem sempre são reconhecidos e relacionados ao coração. Muitas mulheres os associam a problemas gastrointestinais ou ortopédicos, o que faz com que demorem a procurar socorro médico. Isso é preocupante, uma vez que infartados sem atendimento morrem mais”, a�irma ele. Estudo com mais de 1 milhão de pacientes nos Estados Unidos mostra que a dor no peito não é relatada em mais de 40% dos casos nas mulheres.
Vida moderna TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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mitos 7 sobre varizes
S
egundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), mais de 20 milhões de brasileiros sofrem com essas veias dilatadas e tortuosas, que se desenvolvem nas pernas, pés e coxas, podendo causar inchaço e dor – especialmente nas mulheres, para quem essa patologia pode ser não apenas um incômodo como um problema estético. Mas também os homens – que o digam muitos profissionais de farmácia, que têm suas varizes induzidas ou agravadas por longos períodos em pé – podem ser vítimas dessa doença. Apesar de tão frequente, varizes ainda são alvo de muitas dúvidas. O angiologista Ary Elwing, especialista em cirurgia vascular periférica, esclarece alguns dos mitos relacionados às varizes.
De início, o Dr. Elwing explica que as varizes são hereditárias, ou seja, a carga genética é sua causa determinante. “O excesso de peso, o sedentarismo, a gravidez e o hábito de se manter em pé ou sentado durante
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Dr. Ary Elwing longos períodos de tempo podem acelerar ou agravar as varizes”, diz. Eis os principais mitos sobre a doença:
Cruzar as pernas dá varizes
O que acontece é que, se a pessoa permanece muito tempo sentada ou em pé, o ato de cruzar as pernas ajuda a obstruir o �luxo sanguíneo. “Por isso, é importante não �icar na mesma posição por longos períodos”, esclarece ele.
A musculação provoca varizes
Uma das principais causas das varizes é o sedentarismo e os exercícios ajudam a preveni-las, pois estimulam a circulação sanguínea e evitam o aparecimento de veias doentes. No entanto, segundo Elwing, se a paciente já apresenta sintomas de varizes, é importante consultar um especialista antes de iniciar a prática de atividade �ísica.
Depilação provoca varizes
Não há nenhum estudo que comprove a relação da depilação com cera e o aparecimento de varizes. As varizes surgem por predisposição genética, sedentarismo ou hábitos não saudáveis.
As varizes voltam após a operação
Já existem cosméticos que eliminam as varizes
O Dr. Elwing garante que não há comprovação cientí�ica de que cosméticos eliminem varizes ou possam refazer as paredes de uma veia dani�icada. Mas certos cremes que podem aliviar sintomas.
A cirurgia é perigosa
“Com o avanço da tecnologia, o procedimento é cada vez mais seguro e e�iciente. A retirada de cada veia doente é feita por meio de um pequeno corte”
Ao retirar as veias, a circulação sanguínea �ica prejudicada.
Com a retirada de veias doentes, a circulação tende a melhorar gradativamente, pois o sangue passará a �luir por meio de veias mais saudáveis.
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As varizes tratadas nunca voltam, mas isso não impede o surgimento de veias dilatadas em outras regiões da perna. “Para diminuir o número de novas varizes, recomenda-se um tratamento preventivo, que pode ser iniciado logo após a cirurgia”.
E os homens? De acordo com a Dra. Camila Oba, da Clínica Miyake, especializada no tratamento de varizes, nas mulheres a presença de varizes é cerca de duas vezes maior. Mas, nos homens, a doença tem algumas particularidades. A primeira é que a presença de pelos nas pernas e a pouca preocupação estética podem levar a um diagnóstico tardio, quando comparado com a população feminina. Isto é, os homens, geralmente, demoram mais para perceber as varizes nas pernas ou se incomodam menos.
Como surgem as varizes
Para entender, é preciso saber como funciona a circulação nas pernas: o sangue chega até elas pelas artérias, bombeado pelo coração. Para completar o circuito, o sangue retorna para o coração pelas veias. Entretanto, não existe um “coração” bombeando o sangue na volta. O retorno sanguíneo depende, em grande parte, da contração dos músculos da panturrilha. Quando �icamos muito tempo parados com as pernas para baixo, o sangue chega às pernas e tem di�iculdade para voltar: é preciso mexer os pés para contrair a panturrilha e ajudar a bombear o sangue contra a força da gravidade. Se não fazemos isso, o sangue acumula nas pernas e causa inchaço e dores. Isso pode acontecer mesmo em pacientes sem varizes, durante viagens longas, por exemplo. É por isso também que, em geral, levantar as pernas pode aliviar os sintomas. O uso de meias elásticas de compressão também pode melhorar.
Quando operar?
Quando as varizes são muito calibrosas ou comprometem veias maiores, como as safenas, em geral indica-se a cirurgia como tratamento. As técnicas cirúrgicas evoluíram muito e o procedimento tornou-se mais simples e com um período de recuperação bem menor. As safenas, por exemplo, que eram sempre retiradas quando varicosas, hoje podem ser tratadas com laser ou radiofrequência, diminuindo o trauma cirúrgico.
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Adolescentes também podem sofrer com varizes
Varizes são mais comuns em pessoas mais velhas, pois a tendência é o quadro evoluir com o passar do tempo, por conta da dilatação progressiva das veias. Porém, o problema tem surgido cada vez mais cedo na vida de garotas adolescentes que se encontram em transição para fase adulta. Segundo o Dr. José Luiz Cataldo, cirurgião vascular da Unicamp, em mulheres mais jovens as varizes surgem geralmente como herança genética do pai ou da mãe, mas outros fatores podem contribuir, como o uso precoce de anticoncepcionais que contenham estrógeno e progesterona, hormônios femininos prejudiciais ao sistema venoso. O sedentarismo e a obesidade também favorecem a antecipação do problema. A gestação antes dos 20 anos igualmente pode in�luir no aparecimento das varizes. Como notar o problema precocemente? “Se a jovem constatar algumas saliências nas pernas, como um pequeno calombo macio, e sintomas como dor, sensação de peso ou cansaço nas pernas, queimação, inchaço e manchas escuras nos tornozelos, é importante consultar um médico, pois pode ser o inicio de um problema vascular”, explica o especialista.
Verão TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Sol
Modo de usar
C
om as prateleiras das farmácias já começando a ser planejadas para o verão, é hora de tirar todas as dúvidas dos clientes sobre proteção solar. Aqui, especialistas esclarecem por que o protetor é tão importante para produzir um bronzeamento saudável e para proteger a pele do mais frequente dos tumores malignos. Ensinam também o jeito certo de usá-lo
pele e ser formulado com substâncias fotoestáveis, como oxbenzona, octocrileno e etilexiltriazona, que mantêm a e�icácia dos �iltros por várias horas. Devese observar também se o produto é resistente à água, ao suor e ao atrito, e se espalha com facilidade.
3
Por que o filtro solar deve ser usado diariamente?
Todo cosmético formulado com substâncias capazes de re�letir, dissipar e/ou absorver a radiação ultravioleta e transformá-la em uma forma de energia não danosa à pele.
“Ao atingir a pele, a radiação UV desencadeia reações imediatas, como queimaduras, fotoalergias e bronzeamento, e tardias, como envelhecimento cutâneo e mutações genéticas que predispõem ao câncer de pele”, diz o dermatologista Roberto Barbosa Lima, do Rio de Janeiro. Segundo dados da Academia Americana de Dermatologia (AAD), a radiação solar é responsável por 80% do envelhecimento cutâneo e por ter triplicado, nos últimos anos, o número de casos de melanoma (a forma mais maligna de câncer de pele).
As três principais são: bloquear os raios UVB (que provocam vermelhidão, ardor, descamação, queimadura e câncer de pele) e UVA (responsáveis pelo envelhecimento precoce e alguns tipos de câncer); apresentar FPS adequado ao tipo de
Sim, exceto à noite. O sol emite três tipos de raios ultravioleta: UVC (tóxico, mas que é barrado pela camada de ozônio), UVB (cuja maior incidência se dá entre 10 e 15 horas) e UVA (que representa 95% de toda a radiação UV).
1
O que é um protetor solar?
2
Quais características o produto solar deve ter?
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A radiação ultravioleta (UV) está presente o tempo todo?
5
Nos dias nublados, há necessidade de usar o filtro?
Sim. As medidas de fotoproteção (evitar a exposição ao sol entre 10 e 15 h, usar protetor solar e �icar o máximo de tempo possível na sombra) devem ser seguidas sempre, independentemente de o dia estar ensolarado ou nublado. ‘As nuvens não conseguem �iltrar os raios UV e a chance de queimar a pele no mormaço é igual ou maior do que em um dia de sol. Isso porque, como não sentimos calor, �icamos mais tempo expostos à radiação’, diz o dermatologista Luiz Roberto Terzian, consultor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento dos laboratórios Stiefel.
6
Como o protetor deve ser aplicado no dia a dia?
Se o tempo de exposição ao sol for curto, basta espalhar o creme nas áreas que �icam descobertas (geralmente rosto, pescoço, colo, ombros, braços, mãos e pernas) uma vez ao dia. Para
períodos longos (mais de uma hora), o protetor deve ser aplicado no corpo todo, em doses generosas, 30 minutos antes de sair de casa. O produto deve ser reaplicado a cada duas horas ou imediatamente, se a pessoa �icar muito tempo na água, transpirar demais ou usar a toalha para secar a pele.
7
Qual a quantidade de cosmético que deve ser usada?
Os dermatologistas sugerem fazer uma concha com uma das mãos e preenchê-la com o produto. Depois, é só espalhar quatro bolinhas (do tamanho de um grão de feijão cada) no rosto e no pescoço, duas nas mãos e duas nos pés. E passar o que sobrou nas pernas, nos braços e no tronco (cerca de uma colher de chá para cada área).
8
O que significa o número que acompanha o FPS?
Ele sinaliza quantas vezes mais a pele vai ficar protegida dos raios UVB, após a aplicação do creme: quem fica com a pele vermelha após 10 minutos de exposição ao sol vai demorar cerca de seis vezes mais (60 minutos) se usar um protetor com FPS 6.
9
Como o FPS deve ser escolhido?
De acordo com os especialistas, são indicados FPS de 6 a 15 para pessoas de pele negra ou morena que raramente se queimam, ou que se bronzeiam facilmente; de 15 a 20 para as morenas claras com olhos e cabelos escuros, cuja pele se bronzeia e se queima moderadamente; e 30 ou acima para as de pele clara, com olhos claros ou castanho-claros, cabelos loiros
“
As nuvens não conseguem filtrar os raios UV e a chance de queimar a pele no mormaço é igual ou maior do que em um dia de sol
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”
Os seis tipos de pele • • • • • •
?
I - branca – sempre queima, nunca bronzeia II - branca – bronzeia com dificuldade, sempre se queima III - branca – bronzeia e queima moderadamente IV - castanho-clara – bronzeia moderadamente e queima pouco V - castanho-escura – bronzeia muito facilmente e raramente se queima VI - negra – nunca queima, só bronzeia, grande pigmentação
O que é mesmo FPS?
• FPS é o fator de proteção contra a radiação UVB. • É de�inido como sendo: • “O tempo durante o qual se pode desfrutar da exposi-
ção ao Sol antes de surgir o vermelhidão, em comparação a uma situação em que se estivesse sem o fotoprotetor”
• Assim, por exemplo, em uma exposição ao Sol sem fotoprotetor, o vermelhidão irá aparecer em 20 minutos.
• Por outro lado, com um fotoprotetor FPS 25, levar-se-ia 500 minutos antes que o vermelhidão viesse a aparecer.
•
Alguns estudos comprovam que não há necessidade de FPS superior a 30, sendo que a proteção oferecida pelo FPS 30 é bastante similar aos oferecidos por FPS maiores que 30.
•
Protetores solares FPS 15 absorvem 93% da radiação UVB. Quando se utiliza FPS 30, obtém-se 97% de absorção da radiação. Utilizando-se FPS superior a 30, a quantidade de absorção de radiação não aumenta signi�icativamente.
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Como identificar o Câncer de Pele Além da proteção solar, é importante fazer uma avaliação clínica da pele para prevenir o desenvolvimento da doença. É preciso estar atento a alguns sinais: • Um crescimento na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida • Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho
• Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Mulher TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Esqueci a pílula. E agora? N
ão é uma falha desprezível: basta deixar de tomar um anticoncepcional oral um único dia para que o risco de falha aumente 9%. Para reduzir o risco, é importante conhecer as opções e o perfil da mulher antes de decidir por um método contraceptivo, ensina a Dra. Cristina Laguna, professora do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP Muitas clientes de sua farmácia se esquecem de tomar a pílula pelo menos uma vez por mês. Até 80% das mulheres deixam de tomar pelo menos uma pílula por ciclo – mostram diversos estudos clínicos. Não é fácil mesmo lembrar todos os dias do ano. A correria do dia a dia pode propiciar situações de esquecimento, afetando a e�icácia do método e, consequentemente, aumentando muito o risco de uma gravidez indesejada: de 0,3% para 9%. Mas o que fazer se isso acontecer? “O risco de gravidez é ainda maior quando a mulher começa uma nova cartela com três ou mais dias de atraso ou quando deixa de tomar três ou mais pílulas perto do início ou do �im de uma cartela”, explica a Dra. Cristina Laguna. A possibilidade de esquecimento com outros métodos é menor. Em um levantamento realizado com mais de 27 mil mulheres, 61,9% das entrevistadas responderam que esqueceram ou atrasaram a pílula; 32,2%, de colocar o adesivo; e 12,6%, de usar o anel. É por isso que a adoção de um método anticoncepcional deve ser individualizada, defende a ginecologista, levando-se em conta as particularidades de cada mulher. Outros fatores também in�luenciam a falha de um anticoncepcional, além do comportamento da usuária. A utilização de alguns tipos de remédios pode causar interação medicamentosa e problemas gastrointestinais – às vezes provocando vômitos e diarreias, que eliminam o contraceptivo antes de sua absorção total. 42 | REVISTA ABCFARMA •NOVEMBRO/2013
“O pro�issional de saúde, ao prescrever um método, deve estar atento para esses detalhes. Além de orientar a correta utilização, deve mostrar para as mulheres as opções disponíveis, como o anel contraceptivo, o adesivo, o injetável ou o DIU, para que a escolha reduza o risco de erros e a chance de uma gravidez não planejada”, explica a médica.
Outras consequências
Esquecer a pílula durante o ciclo pode gerar efeitos importantes sobre o bem-estar emocional. Além disso, outra consequência dos esquecimentos é a utilização de pílulas anticoncepcionais de emergência, mais conhecidas como pílulas do dia seguinte.
“Embora sejam uma opção, não são as mais e�icazes para prevenir uma gestação. Se a mulher utilizar apenas a pílula do dia seguinte após uma relação sexual como método contraceptivo, ela tem mais chance de engravidar do que se utilizar corretamente outro anticoncepcional. A pílula do dia seguinte é para situações de emergência e não pode virar uma rotina, ou seja, ser o único método para situações regulares e muitas vezes previsíveis”, alerta a Dra. Cristina. Observação importante: nenhum dos métodos anticoncepcionais protege contra doenças sexualmente transmissíveis, incluindo a Aids.
Medicamentos TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Anti-inflamatórios
Clássicos da farmácia
A
inflamação é uma resposta do sistema imunológico a uma infecção ou lesão dos tecidos. Quando isso acontece, aumenta o fluxo sanguíneo para a região-alvo, a fim de levar a ela células do sistema imunológico para combater o agente agressor. Os anti-inflamatórios são medicamentos que impedem ou amenizam essa reação e minimizam os sintomas da inflamação - como calor, rubor e dor. Vamos conhecê-los? Os anti-in�lamatórios são divididos em dois grupos: esteroides, derivados de corticoides que inibem as prostaglandinas e proteínas ligadas ao processo in�lamatório; e não-esteroides, os AINES, que diminuem o processo in�lamatório e a dor. Os primeiros costumam ser indicados para doenças como asma e doenças in�lamatórias autoimunes; o segundo grupo é mais usado para tratar estados dolorosos e contusões e se constituem numa das classes de medicamentos mais usadas no mundo, com mais de 20 princípios ativos diferentes, entre os quais:
- AAS (ácido acetilsalicílico) - Diclofenaco - Ibuprofeno - Naproxeno - Indometacina - Cetoprofeno - Acido mefenâmico - Piroxican - Colecoxib
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As diferenças costumam ser na potência de cada uma das três ações e nos efeitos colaterais, alguns indesejáveis, outros úteis em algumas patologias não inflamatórias São drogas que apresentam mecanismos de ação semelhantes, mas com particularidades entre elas. Todos os anti-in�lamatórios apresentam três efeitos básicos: Antipirético (abaixa a febre), analgésico (reduz a dor) e anti-in�lamatório. As diferenças costumam ser na potência de cada uma das três ações e nos efeitos colaterais, alguns indesejáveis, outros úteis em algumas patologias não in�lamatórias.
Os AINES são drogas seguras se administradas com indicação médica. O problema é que esta talvez seja a classe de drogas mais autoprescrita pela população. Existem inúmeros efeitos colaterais e interações com outros medicamentos que devem ser levados em conta antes de tomá-los.
Prevenção TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Vacina nasal A nova era da imunização
O
medo da agulha ainda afasta muita gente das vacinas. Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP comprovou a viabilidade do uso do polímero de quitosana na produção de vacinas que dispensam agulhas para sua aplicação. O polímero reveste o antígeno da vacina, garantindo sua absorção pelo organismo ao ser aplicada por via nasal. O método foi testado com êxito em camundongos e precisará de novos estudos para ser adotado em seres humanos – mas é um grande passo dado por nossos cientistas para melhorar a adesão das pessoas a vacinas que salvam vidas
A pesquisa da FCF desenvolveu uma nova forma de imunização a partir da vacina contra a hepatite B, disponível no Instituto Butantan. “A ideia era criar um modelo que pudesse ser adaptado para outras vacinas”, diz o biólogo Jony Takao Yohsida, que realizou a pesquisa, descrita em detalhes em dissertação de mestrado apresentada por ele em dezembro de 2012. O trabalho foi orientado pelo professor Marco Antônio Stephano. Na produção da vacina foi empregada a quitosana, polímero produzido a partir da quitina. “Essa substância é encontrada em artrópodes, como o camarão e o caranguejo”, informa o biólogo.
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A quitosana envolve o antígeno da vacina, que pode ser uma proteína ou um vírus. “Quando é feita a vacinação, o polímero gruda nas vias nasais, o que permite a absorção do antígeno pelo organismo e o desenvolvimento de anticorpos”. A quitosana é fundamental no processo, porque impede que a vacina seja expelida pelo organismo por meio de espirros após a aplicação. “A vacina também não é engolida com a renovação do muco nasal, evitando que seja destruída pelos ácidos do estômago”, a�irma Yoshida.
Vacinação por via nasal não utiliza agulhas e parece ser uma nova tendência da imunoterapia “Testes realizados com camundongos mostraram que é possível imunizar por via nasal com o uso da quitosana”. Ressalta o professor Marco Antonio: “Mas devemos realizar mais testes e comparar o produto na sua forma líquida com a lio�ilizada. A previsão para esse novo teste é início de 2014”.
Aplicação Os experimentos em animais também demonstraram que o polímero pode se unir a qualquer outro tipo de proteína. “Desse modo, podem ser usados antígenos de outras doenças”, diz o biólogo. “A vacina poderá ser aplicada por meio de spray ou nebulização”. Segundo Yoshida, a principal vantagem da imunização por via nasal é dispensar o uso de agulhas para realizar a imunização. “Muitas pessoas têm medo de tomar injeção. O novo método aumentaria a adesão e a e�icácia da vacinação junto à população”, ressalta. “A eliminação das agulhas também reduziria os riscos de contaminação entre
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os pro�issionais de saúde”. Para que a vacina possa ser usada em seres humanos, serão necessários novos estudos. “A pesquisa comprovou que o método é viável. No entanto, é preciso realizar testes imunológicos e clínicos, primeiro em animais e depois em seres humanos, para veri�icar se não há efeitos colaterais”, observa o biólogo. “Apesar do baixo custo da matéria-prima do polímero, há necessidade de padronização e controle de qualidade para veri�icar a viabilidade da produção industrial”. As novas pesquisas também de�inirão a dosagem e a quantidade de imunizações necessárias por via nasal. “Nos Estados Unidos foi aprovada uma vacina contra a in�luenza que se utiliza do spray nasal como via de imunização e há muitas pesquisas sobre esse tipo de imunização”, diz o biólogo. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados 120.343 casos de hepatite B por ano entre 1999 e 2011, com uma média de 14.000 novos casos e 500 mortes por ano.
Vacinação por via nasal não utiliza agulhas e parece ser uma novas tendência da imunoterapia “Testes realizados com camundongos mostraram que é possível imunizar por via nasal com o uso da quitosana”. Ressalta o professor Marco Antonio: “Mas devemos realizar mais testes e comparar o produto na sua forma líquida com a lio�ilizada. A previsão para esse novo teste é início de 2014”.
Aplicação Os experimentos em animais também demonstraram que o polímero pode se unir a qualquer outro tipo de proteína. “Desse modo, podem ser usados antígenos de outras doenças”, diz o biólogo. “A vacina poderá ser aplicada por meio de spray ou nebulização”. Segundo Yoshida, a principal vantagem da imunização por via nasal é dispensar o uso de agulhas para realizar a imunização. “Muitas pessoas têm medo de tomar injeção. O novo método aumentaria a adesão e a e�icácia da vacinação junto à população”, ressalta. “A eliminação das agulhas também reduziria os riscos de contaminação entre
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os pro�issionais de saúde”. Para que a vacina possa ser usada em seres humanos, serão necessários novos estudos. “A pesquisa comprovou que o método é viável. No entanto, é preciso realizar testes imunológicos e clínicos, primeiro em animais e depois em seres humanos, para veri�icar se não há efeitos colaterais”, observa o biólogo. “Apesar do baixo custo da matéria-prima do polímero, há necessidade de padronização e controle de qualidade para veri�icar a viabilidade da produção industrial”. As novas pesquisas também de�inirão a dosagem e a quantidade de imunizações necessárias por via nasal. “Nos Estados Unidos foi aprovada uma vacina contra a in�luenza que se utiliza do spray nasal como via de imunização e há muitas pesquisas sobre esse tipo de imunização”, diz o biólogo. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados 120.343 casos de hepatite B por ano entre 1999 e 2011, com uma média de 14.000 novos casos e 500 mortes por ano.
Cultura digital TEXTO: TOM COELHO
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Vida sem celular Tom Coelho*
“Quando você perder, não perca a lição.”
N
o dia 28 de outubro de 2012 meu celular foi furtado. Eu terminara de ministrar uma palestra num evento aberto e atendia a alguns participantes, como de hábito, quando alguém sorrateiramente foi ao palco e subtraiu o aparelho que estava dentro do bolsão frontal de minha mala executiva. Mais ainda, o meliante, provavelmente com apoio de outra pessoa, também acessou minha carteira, retirou todo o dinheiro e recolocou-a intacta em relação a documentos e cartões. Fui dar por conta do ocorrido cerca de uma hora depois. E, honestamente, gostaria de encontrar o protagonista para prestar-lhe toda a minha... gratidão!
Lição 1 – Simplicidade Após comunicar a operadora de telefonia celular e bloquear o aparelho, aproveitei que era um domingo e fui a um shopping para adquirir uma nova carteira. A minha não fora furtada, mas poderia tê-lo sido. E ao analisar seu conteúdo, desprovido de dinheiro, topei com diversos cartões bancários e de empresas, além de documentos de porte não obrigatório. Questionei-me: para que carregar tudo isso? Cheques não são mais utilizados, título de eleitor só tem serventia a cada dois anos, cartões de �idelidade podem ser acessados pelo CPF.
(Dalai Lama)
Assim, era preciso esvaziar aquela carteira que, de tão magra, precisou ser substituída. Hoje carrego a habilitação, o cartão do convênio médico, um cartão de crédito e um de débito. Fim! E isso nos conduz a uma importante re�lexão: precisamos resgatar a simplicidade. No novo celular adquirido, habilitei um chip pré-pago. Hoje, mantenho o aparelho desligado em meu carro, para utilização exclusiva em caso de eventual emergência.
Lição 2 – Liberdade
Vamos deixar claro que adoro tecnologia. Quando jovem, era pioneiro em adquirir gadgets. Também aprecio demais a praticidade, a ponto de instalar uma fechadura digital só para não ter que portar chave para entrar em casa. Mas estamos nos tornando escravos cibernéticos, com uma dependência patológica da tecnologia. Há anos o computador é meu instrumento de trabalho, de modo que já passo tempo acima do aceitável diante dele. Por isso, acho um despropósito ver como os smartphones tomaram conta do cotidiano, isolando as pessoas do mundo real, virtualizando as relações, minando o diálogo. E você sabe disso, pois está cansando de ver – e talvez protagonizar –corriqueiras cenas de pessoas em volta de uma mesa de bar sem conversar, apenas dedilhando em suas minúsculas telas.
Viver sem celular fortaleceu meu instinto de planejamento, pois agendo compromissos, organizo-me para comparecer, saio com antecedência ou comunico previamente um eventual atraso. Trouxe-me segurança e serenidade, pois não sou interrompido em reuniões ou quando estou no trânsito. Permitiume a liberdade de ser dono do meu próprio tempo.
* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor. É autor de Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional (Saraiva, 2008)
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Comunicado importante
LEI 5991/73
Presidente Dilma veta alterações A
atende às farmácias e drogarias. O Decreto 20377/31, que foi incorporado na Lei 5991/73, artigo 58, determina que a atividade seja privativa de farmacêuticos.
O projeto apresentado propunha diversas alterações – entre elas a que dava nova redação ao artigo 15. Esse artigo não legisla sobre a profissão de farmacêutico, mas determina que o responsável técnico obrigatoriamente deve estar inscrito no Conselho Regional de Farmácia, na forma da lei. Essa determinação
A presidente Dilma deu um basta nas medidas provisórias específicas, com as quais a parte interessada usava de alguns senadores e deputados para apresentar emendas, favorecendo categorias, em desrespeito aos interesses da população. Parabéns à presidente Dilma e à sua equipe de assessores, que souberam separar o interesse de alguns dos legítimos interesses da população. Se a mudança tivesse sido aceita, em curto espaço de tempo precisaríamos importar farmacêuticos para suprir as deficiências regionais desses profissionais.
presidente Dilma Rousseff, ao sancionar a conversão do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional no lugar da Medida Provisória 615/2013, vetou as mudanças propostas por parlamentares nos artigos 15 e 36 da Lei 5991/73 – a legislação específica que rege o comércio farmacêutico brasileiro – com o fim de proteger sobretudo os micro e pequenos estabelecimentos de prejuízos que teriam com essas alterações
O entendimento do STJ A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça já possui o entendimento pacificado no sentido de que o técnico de farmácia, devidamente registrado no Conselho Regional de Farmácia, pode assumir a responsabilidade técnica de drogaria, através do voto do Relator Luiz Fux no julgamento da EResp 543.889/MG.
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Odontologia TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Seis erros que devem ser
evitados ao escovar os dentes
N
Especialista explica por que uma escovação malfeita pode comprometer a saúde bucal
os Estados Unidos, já existem escovas de dentes produzidas por impressoras 3D de alta precisão, com 600 cerdas, capazes de limpar todos os dentes em seis segundos – ao custo de 300 reais. Novas tecnologias têm melhorado, a cada dia, o poder de higienização das escovas. Mas nada disso adianta se a escovação não seguir determinadas regras. Por mais que os cirurgiões-dentistas reforcem sempre a importância de uma boa escovação dental para a saúde geral da população, são poucos os adultos e crianças que fazem uma perfeita higiene dos dentes e da boca. De acordo com o Dr. Artur Cerri, coordenador da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, a correta higiene dos dentes e da gengiva é um ponto crítico para toda a saúde bucal. “Mesmo quem escova os dentes no mínimo duas vezes por dia não está livre de doenças se essa tarefa não é realizada de maneira adequada. A cárie é a principal delas, mas a situação pode piorar com o tempo caso não haja uma mudança no padrão adotado. É o caso das in�lamações e infecções, que podem, inclusive, migrar para outras partes do corpo.”
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A seguir, o Dr. Artur Cerri aponta os seis principais erros cometidos ao escovar os dentes e ensina o modo certo de fazer isso:
Escovar os dentes imediatamente depois de comer “Logo depois das principais refeições, ou mesmo após comer uma fruta ou um doce, algumas pessoas seguem direto ao toalete para escovar os dentes. Apesar de ser uma atitude aparentemente louvável – sinalizando que a pessoa se importa com a saúde bucal – vale ressaltar que o ideal é, primeiramente, fazer um bochecho com água para reduzir a acidez e só depois realizar a escovação. Dessa forma, a acidez bucal diminui, permitindo a correta higienização e protegendo o esmalte dos dentes.”
Ser rápido demais ao escovar os dentes “Infelizmente, ainda tem muita gente que escova os dentes ‘por obrigação’. Ou seja, a pessoa compreende a importância desse hábito diário saudável, mas é vencida pela preguiça – e acaba escovando os dentes rapidamente, sem fazer uma boa limpeza. É importante saber que uma boa escovação dental não acontece em menos de dois minutos. As pessoas �icariam surpresas ao saber quanto um minuto a mais de escovação pode fazer pela saúde bucal.”
Não dar a mesma atenção a todos os dentes
“É comum pessoas começarem a escovar os dentes com vontade e ir perdendo interesse aos poucos, limpando muito mal algumas partes. Tem gente, inclusive, que só usa �io dental nos dentes da frente. Dividindo a boca em quatro partes – lados direito e esquerdo, em cima e embaixo –, devemos escovar cada parte por pelo menos 30 segundos – sem esquecer de escovar também a língua. Só assim garantimos uma boca saudável, livre de cáries.”
Colocar muita força na escovação
“Está certo que um dos propósitos da escovação é remover manchas e restos de comida. Mas não é necessário limpar os dentes como se estivesse polindo prata. Ao aplicar muita pressão na escovação, quem acaba saindo no prejuízo é o esmalte dental, que tem justamente a função de proteger os dentes das bactérias. Além disso, o esmalte é a parte mais clara do dente. O ideal é fazer movimentos circulares, tendo em vista que escovar não signi�ica esfregar com força. Para os que têm di�iculdade em controlar a força, uma solução é adotar escovas elétricas com sensores de pressão”.
Não enxaguar o suficiente “Depois de uma correta escovação, enxaguar a boca é um passo muito importante a que muitas pessoas, por pressa, não dão a devida atenção. Ao lavar bem a boca, o indivíduo se livra de várias partículas, como restos de comida, que poderiam contribuir para a formação das temíveis placas bacterianas. Por isso, vale a dica: enxágue bem a boca antes e depois da escovação, com bastante água limpa e fria.”
Alguns dos erros cometidos na higiene dos dentes:
escovar logo depois das refeições, escovar rápido demais, colocar muita força, não enxaguar o suficiente, descuidar da limpeza e da substituição da própria escova 54 | REVISTA ABCFARMA • NOVEMBRO/2013
Descuidar da limpeza e da substituição da escova. “A escova de dente é uma ferramenta funda2) Depois de escovar os dentes, lave a escova mental para fazer a perfeita higiene oral algumas vezes ao dia. Por ser bastante requisitada, ela também deve ser devidamente limpa logo após cada escovação para não acumular restos de alimento e se transformar numa colônia de bactérias. Além disso, esse instrumento tão importante para a saúde deve ser substituído por um novo ao menos três vezes ao ano. Existem modelos de escovas que indicam quando sua vida útil está chegando ao �im”.
Para manter a escova sempre limpa e saudável:
1) Nunca compartilhe escovas de dentes. Não importa se a escova é do �ilho, marido ou mãe. Cada pessoa deve ter sua própria escova de dentes, sob pena de ser contaminada com doenças infecciosas.
com bastante água, tanto as cerdas, como o cabeçote. Guarde a escova na posição vertical. Se outras escovas dividirem o mesmo recipiente, garanta que elas não entrem em contato uma com as outras.
3)
Não é necessário deixar as escovas de molho em soluções desinfetantes ou enxaguantes bucais. Isso acabaria levando a uma contaminação cruzada entre as escovas de toda a família.
4)
Nada de soluções caseiras, como colocar a escova de dentes na lava-louça, no microondas ou seja lá onde for.
5)
Não guarde as escovas em ambiente fechado nem com tampas. O ambiente úmido só contribuirá para a proliferação das bactérias.
6) Mantenha o recipiente com as escovas de den-
tes pelo menos a um metro e meio de distância do vaso sanitário. Outra medida preventiva é baixar a tampa antes de dar descarga e mantê-lo nessa posição sempre que não estiver sendo usado.
7)
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Não se preocupe em comprar uma escova com mil e uma utilidades. O importante não é a cor nem o modelo, mas que a escova permita alcançar todos os dentes e promova uma boa higiene bucal.
Meio ambiente TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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A água está p Não era o petróleo que estava acabando? As descobertas do présal provam que não. É a água, um recurso aparentemente inesgotável, que enfrenta uma crise de escassez – e a antevisão de um mundo sem água é aterradora. Esse risco ainda não ameaça o Brasil. Mas, afinal, em termos globais, a falta de água é um perigo líquido e certo? A resposta dos especialistas vem a seguir. Embora a água seja um recurso renovável, sua quantidade é limitada: menos de 200 mil quilômetros cúbicos estão disponíveis em rios e lagos. Esta quantidade era su�iciente em 1900, quando a Terra tinha cerca de 2 bilhões de habitantes. Agora, somos 6 bilhões, e como a água não está distribuída de forma proporcional à população existente, a quantidade de disponível já chega perto do limite: 40% da população mundial sofre hoje de escassez de água. Imagine-se como será o ano 2025, quando a mesma quantidade de água deverá atender três bilhões de pessoas a mais. A ameaçadora crise da água é uma questão de oferta e procura. Informa Haroldo Mattos de Lemos, presidente do Instituto Brasil PNUMA, Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: “O crescimento populacional, particularmente nos países em desenvolvimento, e a maior demanda de água para usos agrícola e industrial provocaram o aumento do consumo global de água de 1.060 km3/ano para 4.130 km3/ano nos últimos 50
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anos. Entre 1900 e 1995, o consumo total de água para as atividades humanas – agrícola, industrial, doméstica e outras – cresceu seis vezes, que é mais do que o dobro do crescimento da população mundial neste período. O aumento do consumo é maior nos países em desenvolvimento do que nos desenvolvidos, em virtude do crescimento da população. As Nações Unidas preveem a estabilização do crescimento populacional somente entre o final do século 21 e o ano 2.110, porém mais de 90% desse crescimento ocorrerá nos países em desenvolvimento. “Sem dúvida, a água será um recurso limitante no século 21 e vai atingir mais severamente os países que estão se desenvolvendo”, diz Haroldo. Para ele, outros fatores preocupantes, além do crescimento demográfico, são a melhoria do nível de vida de parte da população (que terá acesso mais fácil à água) e o aumento da área irrigada e das atividades industriais.
á perto do fim? O DESPERDÍCIO Entre os diversos usos da água, a irrigação é a que apresenta o maior desperdício, pois cerca de metade da água utilizada para este �im não atinge as plantações, perdida pela in�iltração no solo. Para se produzir uma tonelada de grãos são necessárias mil toneladas de água. Para uma tonelada de arroz, duas mil toneladas de água. Além disso, sistemas de irrigação mal planejados e ou mal operados podem provocar a salinização e degradação dos solos. “A melhoria da e�iciência dos sistemas de irrigação é, portanto, uma das condições prioritárias para se atingir o desenvolvimento sustentável”, defende Haroldo Mattos de Lemos.
AS INFLUÊNCIAS DO CLIMA
E há o capitulo das mudanças climáticas –maior temperatura global gerando maior quantidade de vapor d’água. “Temos que considerar também a degradação ambiental provocada pelos desmatamentos, principalmente nas nascentes, e pela poluição dos recursos hídricos, provocada pelas atividades humanas”. E as in�luências desses fatores também são diferentes em cada região. Em cerca de metade da área do mundo, as chuvas são maiores hoje, particularmente no norte da Índia, da Rússia e América do Norte, mas reduções signi�icativas vão acontecer nas regiões em desenvolvimento. Como o regime de chuvas e a população não se distribuem
homogeneamente, a disponibilidade de água per capita pode variar de 300 m3/ano, na Jordânia, a 120.000 m3/ano, no Canadá. A América do Sul e a América do Norte têm abundância, em contraste com a África Sub-Saariana e o Leste da Ásia, que sofrem de acentuada escassez de água. Países com disponibilidade de água entre 1.000 e 1.600 m3/ano per capita sofrem do que se chama stress hídrico e enfrentam sérios problemas em anos de seca. Hoje, 28 países, com uma população total de 338 milhões de pessoas, enfrentam stress hídrico, a maior parte do Leste da Ásia e da África. Por volta de 2025, entre 46 e 52 países, com população total em torno de 3 bilhões de pessoas, poderão sofrer de stress hídrico e cerca de 23 estarão enfrentando escassez absoluta de água.
ÁGUA X PETRÓLEO
A principal diferença entre a crise do petróleo e a crise da água é que a crise da água deverá afetar mais seriamente os países em desenvolvimento, onde centenas de milhares de pessoas já estão morrendo e continuarão a morrer devido à falta de água limpa e às secas. Nos países mais pobres, a água poluída é a principal causa de muitas doenças, como a diarreia, que mata mais de três milhões de pessoas (principalmente crianças) por ano no mundo. Aliás, 80% de todas as doenças e mais de 33% das mortes nos países em desenvolvimento estão associadas à falta de água em quantidades adequadas. O PNUMA estima que cerca de 25 mil pessoas morrem por dia nos países em desenvolvimento, ou pela falta de água ou pela ingestão de água de má qualidade. Para atendimento pleno da demanda futura de água para �ins urbanos, com o aproveitamento de novas fontes, estima-se que seriam necessários investimentos da ordem de 11 a 14 bilhões de dólares por ano, durante os próximos 30 anos, o que signi�ica o dobro da quantidade de recursos �inanceiros disponíveis para investimento em abastecimento doméstico durante os anos 80. Por tudo isso, recursos �inanceiros setoriais dessa magnitude di�icilmente estarão disponíveis. REVISTA ABCFARMA
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O QUE O HOMEM PODE FAZER? Para o PNUMA, os recursos hídricos internacionais (rios, lagos e aquíferos subterrâneos compartilhados por dois ou mais países) estão entre as poucas possibilidades futuras de desenvolvimento, através do seu gerenciamento integrado, fato que reforça a necessidade de cooperação crescente entre esses países, na medida em que a água for se tornando mais escassa. As grandes cidades, particularmente as megalópoles, e as que estão crescendo rapidamente nos países em desenvolvimento, vão exigir, cada vez mais, enormes esforços para reduzir o dé�icit crônico de abastecimento de água esgotamento sanitário adequados. A escassez de água, que já foi motivo para muitas guerras no passado, pode voltar a sê-lo. “A comunidade internacional deve reconhecer a escassez de água como poderosa e crescente força de instabilidade social e política e atribuir à crise da água a prioridade devida na agenda política internacional”, reforça o presidente da PNUMA.
10 CURIOSIDADES SOBRE A ÁGUA
1)
A água não é só uma mera substância química formada por átomos de hidrogênio e oxigênio. Nela surgiu a primeira forma de vida do planeta há milhões de anos; dela o processo evolutivo caminhou até formar nossa espécie e continua a manter toda a diversidade que conhecemos.
2)
3/4 da superfície do nosso mundo são cobertos por água, sendo 97% salgada e apenas 3% doce. Contudo, do percentual total da água doce existente, a maior parte encontra-se sob a forma de gelo nas calotas polares e geleiras, parte é gasosa e parte é líquida – representada pelas fontes subterrâneas e superficiais. Já os rios e lagos, que são nossas principais formas de abastecimento, correspondem a apenas 0,01% desse percentual, aproximadamente.
3) 4)
Há 2.000 anos, a população mundial correspondia a 3% da população atual, enquanto o volume de água permanece o mesmo.
Desde 1950 o consumo de água, em todo o mundo, triplicou. O consumo médio de água, por habitante, foi ampliado em cerca de 50%. De cada 1.000 litros de água utilizados pelo homem, resultam 10.000 litros de água poluída (ONU, 1993).
5) 6) 7) 8) 9) 10)
No Brasil, mais de 90% dos esgotos domésticos e cerca de 70% dos efluentes industriais não tratados são lançados nos corpos d’água. O homem pode passar até 28 dias sem comer, mas apenas três dias sem água.
O gotejamento de uma torneira chega a um desperdício de 46 litros por dia. Isto é, 1.380 litros por mês. Ou seja, mais de um metro cúbico por mês. Um filete de mais ou menos dois milímetros totaliza 4.140 litros num mês. E um filete de 4 milímetros, 13.260 litros por mês de desperdício.
Um buraco de dois milímetros no encanamento pode causar um desperdício de 3.200 litros por dia, isto é, mais de três caixas d’água. Na Terra, tudo é mantido graças à presença desse líquido vital: nossas cidades, nossas indústrias, nossas plantações e mesmo o oxigênio que respiramos – cerca de 70% dele vem das microscópicas algas que habitam nessa enorme massa formada por rios, lagos e oceanos.
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Criança TEXTO: CELSO ARNALDO ARAUJO
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Dor de ouvido em criança
Ouça isto: Sete em cada dez crianças tem, pelo menos uma vez na vida, infecção no ouvido. Saiba como impedir sua evolução.
A
s otites são uma das causas mais frequentes de visita ao pediatra na infância. Quando um processo infeccioso atinge a orelha da criança, ele logo provoca uma intensa dor – que para o desespero dos pais, vem acompanhada de irritação e choradeira dos pequenos. Esse quadro, chamado de otite, nem sempre é identificado rapidamente e, se não tomados os cuidados corretos, pode se tornar recorrente, o que representa uma dose extra de angústia para a família e para a criança.
A Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães, otorrinolaringologista e otoneurologista em Curitiba, Paraná, explica que as otites podem ser causadas por vírus ou bactérias, e atingem a parte externa ou média da orelha (para dentro do tímpano). “A otite externa aparece mais frequentemente depois dos quatro anos de idade, quando a criança �ica muito tempo em contato com a água, por exemplo. A umidade excessiva pode retirar a proteção do canal auditivo – o cerume. Por isso, quem faz natação e tem irritações frequentes nos ouvidos deve consultar um especialista e, se necessário, usar protetores nos ouvidos”, explica.
Já a otite média aguda é a mais comum nos primeiros três anos de vida, e, na maioria das vezes, aparece como consequência de uma infecção respiratória. “Isso porque os vírus causadores de gripes e resfriados prejudicam o sistema imunológico, deixando livre o caminho para que as bactérias entrem no corpo”, comenta a Dra. Rita. Quando as bactérias entram em cena, elas vão para a orelha média e causam a dolorosa infecção.
Audição comprometida
As otites costumam causar grande desconforto para as crianças, sendo a dor seu principal sintoma - independentemente da idade do pequeno, da causa do problema e a sua gravidade. É por causa desse incômodo que as mães conseguem perceber algumas mudanças no comportamento do �ilho, como irritação e di�iculdade para dormir e se alimentar – nos bebês, o ato de sugar o peito ou a mamadeira pode levar ao choro. Em alguns casos, a otite também pode provocar febre e comprometer a audição. Para proteger a criança da otite, o ideal é manter suas vias respiratórias sempre limpas, já que são as infecções e in�lamações nessa área que muitas vezes causam a doença. “A relação de cuidados inclui evitar mudanças bruscas de temperatura, ambientes muito frios e a fumaça de cigarro. Também é importante investir no aleitamento materno e seguir as orientações do pediatra em relação às vacinas indicadas para cada faixa etária, em especial a vacina contra as otites”, observa a médica.
Cutucar, não
É sempre bom lembrar que a otite média não é causada por sujeira ou cera. Ou seja, cutucar o local com haste flexível quando há dor só agrava o problema. “O objeto pode lesionar as paredes do canal auditivo e o tímpano ou até mesmo direcionar a cera para o interior do ouvido, prejudicando sua eliminação natural”, alerta a especialista. Segundo ela, a limpeza da parte externa da orelha deve ser feita no banho ou logo depois da saída do banho“. Basta enxugar com a toalha ou uma fralda de tecido até onde o dedo alcançar”, conclui.
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Premiação TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO E RENATHA MORÉS /
FOTOS: REDE ASSOCIADAS
8ª Convenção e Feira de Negócios da
Rede Farmácias Associadas De 17 a 19 de outubro último, a Rede de Farmácias Associadas, hoje composta por 664 unidades, realizou sua convenção anual nas cidades de Canela e Gramado. O slogan da Rede, “Aqui você tem amigos”, foi plenamente justificado
Prêmio Pedro Zidoi Dr. Ricardo Duarte da Silveira, presidente da Rede Farmácias Associadas abre o evento e dá boas vindas aos participantes
N
a abertura do evento, destacavamse inúmeras autoridades – entre elas, o prefeito municipal de Canela, Cleomar Port, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Pedro Westphalen, o secretário municipal de Turismo, Esporte e Lazer, Leandro de Oliveira, o deputado estadual Pedro Pereira e a vicepresidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul, Dra. Silvana de Vargas Furquim
Ao saudar os presentes, o prefeito de Canela disse que, pela importância da Convenção, ela fará parte da programação anual dos eventos da cidade, com apoio da prefeitura. Além da oportunidade de atualização de conhecimentos e realização de bons negócios, a amizade que une as famílias da Rede Associadas é contagiante: todos se conhecem e se querem bem. A ABCFARMA, como faz todos os anos, esteve presente durante os três dias da Convenção. Pudemos constatar que, a cada ano, os organizadores inovam na contratação dos palestrantes e na produção da parte social do evento.
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Criado pela Farmacêutica Dra. Silvana Furquim, vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul e participante da Rede de Farmácias Associadas. A Rede Associadas promoveu a segunda edição do Prêmio Pedro Zidoi, que reconhece as melhores práticas farmacêuticas implantadas nas lojas da rede e confere ao vencedor troféu e prêmio em dinheiro. O Prêmio Pedro Zidoi reconhece o trabalho das farmácias associadas à Rede no âmbito de suas comunidades. Das 12 empresas concorrentes ao prêmio, a comissão julgadora selecionou três �inalistas. Representantes das três empresas ansiosamente aguardaram o veredito, até que o presidente da Rede Farmácias Associados, Dr. Ricardo Duarte da Silveira, deu conhecimento do vencedor – a Farmácia Hamamelis, que tem unidades nas cidades gaúchas de Feliz, Bom Princípio e Vale Real, e apresentou um trabalho sobre descarte de medicamentos vencidos, que você conhecerá a seguir.
2º lugar
3º lugar
Cidade: Cidreira
Cidade: Porto Alegre
Letícia Raupp Farmácia: Nova Mistura Farmácia de Manipulação (Farmácia Nova Mistura) Projeto: Sabor e Arte com Menos Sal
Ana Paula Santos da Silva Farmácia: Adriano Schollis da Fonseca e Cia (Farmácia Central) Projeto: Ação Pró Saúde
O grande número de casos de hipertensão despertou o interesse na equipe da Nova Mistura. “Percebemos que faltava muita orientação”, explica Letícia. Para mudar essa realidade, a farmácia buscou uma parceria com os postos de saúde e iniciou um projeto com um grupo de senhoras chamado Vida e Arte. Hoje elas são as multiplicadoras do conhecimento acerca das causas da hipertensão e incentivam a redução do consumo de sal na comida. O trabalho Sabor e Arte com Menos Sal iniciou com palestras e um curso de artesanato em que elas aprenderam a fazer vasos com garrafas PET. Nesses vasos, elas plantaram diversos temperos que hoje substituem o sal nas suas receitas. Ao mesmo tempo, os pro�issionais da farmácia �izeram um levantamento de dados sobre a situação antes e depois da execução do projeto e perceberam uma redução signi�icativa na incidência de casos. Além da reeducação alimentar, também foram passadas orientações sobre o uso correto do medicamento.
A descaracterização das farmácias como um estabelecimento ligado à saúde foi o que inspirou a criação do projeto da Farmácia Central. “As pessoas cada vez mais veem um medicamento como um bem de consumo e não como algo para a saúde. Além disso, está cada vez mais di�ícil para os pequenos estabelecimentos concorrer com as grandes redes”, observa Ana. Assim, ela e sua equipe pensaram em um modo de se aproximar da comunidade, não só através do comércio, mas, principalmente, de serviços. Depois de fazer parcerias com laboratórios que ofereceram estrutura, materiais de trabalho e brindes, a Central foi para a rua e criou um evento de atendimento à população com diversos testes gratuitos, como glicose, pressão arterial, frequência cardíaca, etc. Desde a primeira edição do Ação Pró Saúde o público vem aumentando e demonstra cada vez mais con�iança nos pro�issionais que os atendem. Clientes de outros bairros passaram a procurar a farmácia, que hoje registra um aumento de 50% nas vendas.
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distribuição voltada apenas para os associados. “A nova operação vai iniciar com marca própria a partir de novembro e vamos comprar e armazenar os produtos num centro de distribuição, em Porto Alegre”, explica. Além disso, a rede alcançou a marca de 664 unidades no Estado, com novas farmácias em Capivari do Sul, Entre-Ijuís, São José do Ouro e São Paulo das Missões. E inicia a padronização das fachadas, também a partir de novembro.
Farmácias Associadas lança cooperativa
a oitava edição da Convenção e Feira de Negócios, que reuniu 51 laboratórios e distribuidores do mercado interno e multinacionais, seus 330 associados e um público de 2 mil pessoas, em Canela, o tema do evento foi voltado para a Copa de Mundo. Na ocasião, a Associadas apresentou sua nova operação, que compreende uma cooperativa. De acordo com o presidente Ricardo Duarte da Silveira, a Cooperativa das Farmácias Associadas no Rio Grande do Sul (Coopefars) vai centralizar a compra e
No último dia, num grande Centro de Convenção na cidade de Gramado, o evento foi concluído com um jantar, seguido de show e baile, além do sorteio de três carros. À Rede de Farmácias Associadas, os parabéns da ABCFARMA pelo maravilhoso encontro, exemplo de organização e sucesso associativo, e a Américo José da Silva Filho, pelo excelente trabalho como Mestre de Cerimônias
Não perca na próxima edição reportagem completa da 8ª Convenção. 68 | REVISTA ABCFARMA • NOVEMBRO/2013
Evento TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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FOTOS: SENAC
Homenagem ao professor
Luiz Salgado
A partir da esquerda, o vice-presidente da Câmara Municipal de Limeira e propositor do título, vereador José Farid Zaine, professor Luiz Francisco de Assis Salgado, diretor regional do Senac no Estado de São Paulo, e o presidente da Câmara, vereador Ronei Costa Martins
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o dia 27 de setembro, na cidade de Limeira – SP, foi prestada justa homenagem ao professor Luiz Francisco de Assis Salgado, diretor regional do Senac no Estado de São Paulo.
Os vereadores da Câmara Municipal da cidade aprovaram a outorga do título de Cidadão Limeirense, proposto pelo vice-presidente da câmara, vereador José Farid Zaine. Vários vereadores fizeram uso da palavra. Também o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Limeira, Rogério Delmondi, enalteceu o trabalho que o professor Salgado desenvolve, principalmente na área de ensino, preparando os jovens para atuar no desenvolvimento do nosso país.
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O discurso de agradecimento do professor Salgado comoveu a todos os presentes. Após receber o diploma que lhe confere a honra de ser Cidadão Limeirense, mais uma belíssima surpresa: a sociedade de Limeira presenteia-o com um quadro pintado por um famoso pintor local, Marciel Oehlmeyer, já falecido, que retrata o Grande Hotel de Águas de São Pedro. Para encerrar a noite, foi servido um coquetel que encantou a todos os presentes. A ABCFARMA, na pessoa de seu presidente, Pedro Zidoi Sdoia, também conselheiro do Senac, parabeniza o professor Luiz Francisco de Assis Salgado, que fez por merecer essa justa homenagem.
Senac Piracicaba celebra 20 anos
com nova infraestrutura
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m funcionamento desde agosto deste ano, a construção do novo Senac Piracicaba recebeu investimentos de aproximadamente R$ 30 milhões. O novo prédio tem 5.210 metros quadrados de área construída e mescla modernidade e tradição – ao incluir no moderno complexo também o antigo casarão da família Guerrini, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba (Codepac) – e reúne 37 ambientes educacionais distribuídos entre 18 salas de aulas, 16 modernos laboratórios, como o dos cursos de Farmácia e Enfermagem,
Á partir da esquerda: José Maria Saes Rosa, presidente do Sincomércio de Piracicaba, Gabriel Ferrato dos Santos, prefeito de Piracicaba, e Abram Szajman, presidente da Fecomercio-SP e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac no Estado de São Paulo, descerram a placa de inauguração
estúdio de rádio, TV e fotografia, espaço cultural para exposições e atividades culturais, biblioteca e auditório com capacidade para 150 pessoas. A unidade amplia sua capacidade de atendimento para 15 mil pessoas por ano. “Queremos ver essa casa cheia, com jovens de todas as idades buscando formação, atualização e novas competências. Gente sintonizando a agilidade dos novos tempos, a velocidade das novas tecnologias e a urgência do nosso país em crescer”, reforça Abram Szajman, Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Centro do Comércio e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac no Estado de São Paulo. A instituição oferece ainda acesso à profissionalização para a população economicamente desfavorecida com a Política Senac de Concessão de Bolsas de Estudo, que, em cinco anos, já beneficiou mais de 290 mil pessoas. Com tradição de 67 anos e programação distribuída em 55 unidades educacionais em todo o Estado de São Paulo, o Senac conta também com três campi do Centro Universitário Senac e os hotéis-escola GRANDE HOTEL SÃO PEDRO e GRANDE HOTEL CAMPOS DO JORDÃO, além da Editora Senac São Paulo, que publica livros didáticos e de mercado.
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Nome da Matéria TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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A importância do
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Controle Glicêmico
uando uma pessoa tem diabetes do tipo 1, isso significa que ela precisa ajudar o organismo a controlar, permanentemente, para o resto da vida, o nível de açúcar no sangue. Antes de desenvolver o diabetes, o pâncreas desempenhava esse papel, isto é, mantinha o nível normal de açúcar no sangue, produzindo a quantidade certa de insulina para metabolizá-lo. Um diabético tipo 1 aprende a conhecer seu corpo e seu organismo nos mínimos detalhes, para, em parceria com seu médico, gerenciar o controle da glicemia – controle esse vital não só para a qualidade de vida como para a própria expectativa de vida. É uma questão de estabelecer uma rotina – que, com o tempo, passa a ser automática, mas não deve nunca ser negligenciada.
Como montar o diário:
anotar a data, o horário e o valor de cada teste de glicemia; anotar a dose e o tipo de insulina utilizada; fazer anotações pessoais sobre o que pode ter afetado o nível de açúcar no sangue. Por exemplo: exercícios, alimentos ingeridos, dias de doença, situações de estresse etc.
Diário do diabetes Manter um diário com todas as informações sobre o diabetes é uma excelente maneira de se fazer um registro dos níveis de açúcar no sangue e de perceber os padrões de comportamento da glicemia, em momentos diferentes do dia.
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Evento TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Academia de Farmácia
As novas fronteiras
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Academia Nacional de Farmácia realizou, de 5 a 8 de outubro, em São Paulo, o 5º Congresso da Associação Ibero-Americana das Academias de Farmácia, sob o tema: As novas Fronteiras das Ciências Farmacêuticas. Na noite do dia 5, ocorreu a solenidade de abertura do XVII Congresso Paulista de Farmacêuticos, evento simultâneo ao 5º Congresso da Associação Ibero-Americana. No dia seguinte, pela manhã, o presidente da Academia Nacional de Farmácia, Dr. Lauro Domingos Moretto, presidiu os trabalhos, dando início ao Congresso temático, que se iniciou com a abordagem de um tema fundamental, a Educação, coordenado pelo Dr. Gerson Antonio Pianetti. O tema seguinte, Ciências, foi coordenado pelo Dr. Marco Antonio Stephano. No dia 7, os trabalhos começaram com o tema Tecnologia, coordenado pelo Dr. Anselmo Gomes de Oliveira, em seguida foi a vez de Regulamentação, coordenado pelo próprio presidente da Academia Nacional de Farmácia, Dr. Lauro Domingos Moretto. Na terça-feira, dia 8, o tema foi Acesso aos Medicamentos, coordenado pela Dra. Nilce Cardoso Barbosa. Para encerrar os trabalhos, realizou-se a solenidade de posse da Academia Nacional de Farmácia aos novos Acadêmicos Honorários, bem como a Assembleia Geral da Associação Ibero-Americana das Academias de Farmácia. À noite, foi realizado o jantar de confraternização.
Dr. Lauro Domingos Moretto, presidente da Academia Nacional de Farmácia, e Pedro Zidoi, presidente da ABCFARMA
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A Academia Nacional de Farmácia sai engrandecida pela impecável organização de tão importante Congresso. Muitas foram as pessoas que trabalharam para o sucesso total do congresso. Os Acadêmicos representantes das academias estrangeiras colaboraram com seus conhecimentos e experiências. Durante os almoços e jantares, muitas propostas e ideias foram trocadas entre os participantes, sempre voltadas para o engrandecimento do pro�issional farmacêutico.
À frente dos trabalhos, o presidente Dr. Lauro Domingos Moretto, Dr. Caio Romero Cavalcante, Dr. Jaldo de Souza Santos, Dr. Acácio Alves de Lima Filho, Dr. Rogério Ribeiro Dias, Dr. Mateus Mandu de Souza, Dr. Dagoberto de Castro Brandão, Dr. Gustavo Éboli, Dr. João Paulo S. Vieira, Dr. Márcio Antonio da Fonseca e Silva, Dr. Jurandir Auad Beltrão, Dr. Leon Rabinovich, Dr. Júlio Lopez Queiroz Filho, Dra. Nilce Cardoso Barbosa, Dra. Terezinha de Jesus Andreoli Pinto e todos que colaboraram para que o Congresso atingisse seus objetivos.
Academia de Farmácia: a origem
Em decorrência dos incentivos promovidos por Dom João VI, no século 19, os farmacêuticos brasileiros criaram em 1916 a Associação Brasileira de Farmacêuticos. Em 1924, surge o Conselho Científico da Associação Brasileira de Farmacêuticos e, a partir de 13 de agosto de 1937, a entidade passa a ser Academia Nacional de Farmácia, com sede no Rio de Janeiro, onde permaneceu por décadas. A Academia Nacional de Farmácia reúne em seu quadro associativo farmacêuticos, médicos, odontologistas e cientistas de várias áreas do conhecimento, muitos dos quais consagrados em livros, prêmios, nomes de institutos, placas de ruas e outras distinções. Desde 18 de agosto de 2011, a Academia é presidida pelo Dr. Lauro Domingos Moretto, sucedendo ao Dr. Caio Romero Cavalcanti, que então assumiu a vice-presidência da entidade. Em sua primeira ação como presidente da ANF, Moretto assinou uma carta de acordo entre a Academia Nacional de Farmácia e a Farmacopeia Americana, para troca de informações e conhecimento em tecnologia científica na busca de novos medicamentos
Encontros TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Remédios mais baratos
Câmara de Assis lança comissão pela desoneração dos medicamentos
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prefeito de Assis, Ricardo Pinheiro Santana, participou de sessão realizada na Cãmara Municipal, no mês de outubro, que aprovou a formação de uma Comissão de Assuntos Relevantes para a Desoneração dos Medicamentos. A solenidade, realizada durante a Sessão Ordinária, contou com a presença do prefeito de Tarumã e presidente do CIVAP (Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema), Jairo da Costa, prefeitos Eduardo Correa Sotana, o Tatu, de Maracaí; prefeita de Palmital, Ismenia Mendes Moraes; prefeita de Quatá, Luciana Guimarães Casaca; prefeito de Candido Mota, Zacarias Jabur, além de vice-prefeitos, presidentes de partidos, lideranças regionais, ex-vereadores e vereadores de toda a região.
O plenário da Câmara �icou completamente lotado durante a Sessão Ordinária. O presidente da comissão é o vereador Alexandre Cobra Cyrino Nicoliello Vêncio, o Alexandre Cachorrão, que é do PSD (Partido Social Democrático). Durante o lançamento da Comissão, foram entregues 600 assinaturas coletadas em Quatá e Ibirarema.
A partir da esquerda: Serafim Branco Neto, da ABRAFARMA, Luiz Eduardo Nardi, presidente da Câmara Municipal de Marília, deputado federal Walter Ihoshi e Geraldo Monteiro, da ABCFARMA e ABRADILAN
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O deputado federal Walter Ihoshi com parlamentares e lideranças da cidade de Assis
Maior carga fiscal do mundo Na abertura, o vereador Alexandre fez uma explanação de como serão os trabalhos da Comissão e os principais pontos abordados. A Comissão é composta por cinco vereadores, Alexandre Cachorrão, presidente, Arlindo Alves de Souza, o Arlindo do Raio X (ambos do PSD), Claudecir Rodrigues Martins, o Gordinho da Farmácia (PHS), Edson de Souza, o Pastor Edinho e Valmir Dionísio (ambos do PSC). Eles terão um prazo de 180 dias para apresentar o relatório �inal dos trabalhos. No uso da palavra, o deputado Walter Ihoshi ressaltou o quanto é importante a desoneração dos medicamentos no Brasil, país com a maior carga tributaria sobre os remédios do mundo. “A carga tributária média incidente sobre os medicamentos no Brasil é de 33,87%, a mais alta do mundo. Em países como Estados Unidos e o Canadá, a tributação é zero para os medicamentos. Em outros, como Portugal e França, a tributação é no máximo de até 10%”. Jairo da Costa e Ricardo Pinheiro parabenizaram o trabalho do deputado e a�irmaram que estarão apoiando a Frente Parlamentar Nacional como também a Comissão Municipal na coleta de assinaturas que serão entregues para as autoridades, a �im de reduzir os impostos dos medicamentos. O município de Marília, que é administrado pelo prefeito Vinícius Camarinha e Mogi das Cruzes, Sorocaba, terra natal da deputada Estadual Maria Lúcia Amary, e muitas outras câmaras municipais, já aprovaram idêntica proposta.
Artigo TEXTO: PROF. DR. ANTONIO CARLOS LOPES /
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Farmacêutico
trata sintoma, médico trata doente
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Resolução 585, publicada pelo Conselho Federal de Farmácia em 25 de setembro é, ao contrário do que vem se falando, muito mais do que um problema médico, é uma questão social. Ela inclui, entre as atribuições dos farmacêuticos, a prescrição de medicamentos que não necessitam de receita médica. Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que não negamos a importância desse pro�issional no âmbito da sua atividade. Porém, dois aspectos fundamentais devem ser abordados. Se a prescrição é autorizada quando não há necessidade de receita, o paciente mesmo tem autonomia para ir à farmácia e comprar o medicamento que deseja, não precisa do farmacêutico para isso. Em segundo lugar, podemos a�irmar que se trata de uma situação equiparada à automedicação, considerando que a droga será ministrada com base apenas em sintomas e sinais. E isso não é fundamento su�iciente para prescrição de medicamentos.
O farmacêutico não tem formação para diagnosticar doença, atribuição exclusiva do médico. Não se pode tratar uma enfermidade simplesmente por semelhança, e sim com profundos conhecimentos baseados nas suas características epidemiológicas, etiopatogênicas e �isiopatológicas. Dor de cabeça não é doença, cólica também não, muito menos coriza. Mas atrás dessas manifestações, o indivíduo pode ter hemorragia, pneumonia e outras complicações graves. Dor abdominal, que pode caracterizar simples gastroenterite, por vezes é indício de uma enfermidade muito mais séria, como a apendicite. Sendo assim, a prescrição baseada apenas em sinto-
Paulo Araújo
Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes mas e sinais pode retardar e mascarar o diagnóstico, colocando em perigo a vida do doente. Além disso, não se pode menosprezar efeitos colaterais importantes das drogas e sua interação com demais medicamentos em uso, além de poder complicar doenças pré-existentes.
Nesses casos, um tratamento que seria domiciliar pode acabar gerando internações prolongadas, com mais riscos à saúde. Aquela pneumonia que estava no início, e poderia ser facilmente tratada em casa, poderá exigir hospitalização. E aí entramos naqueles outros problemas já bem conhecidos da população brasileira, como a falta de leitos em hospitais, prontos-socorros lotados, en�im, uma situação que atravessa a barreira da delimitação de atividades de uma ou outra classe pro�issional, agravando o já crítico problema social. Aguardar pelo diagnóstico médico, no �inal, é muito menos grave do que a ansiedade de buscar a cura com quem não tem competência para prescrever um tratamento adequado. É preciso que se resgate o SUS.
O farmacêutico é um pro�issional da área da saúde extremamente importante na função que vinha exercendo até o momento. Mas o direito e o dever de prescrever medicamentos são do médico. E isso ele faz a partir do diagnóstico da doença, e não de sintomas e sinais. Este é um dos princípios básicos, aprendido e repetido ao longo de todo o curso médico: diagnóstico adequado é fundamental para o sucesso do tratamento e deve ser levado a sério. A partir desse princípio vem outro, o de que as doenças, mesmo quando simples, devem ser tratadas com a devida seriedade, para seguirem sendo simples.
Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes
presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
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Opinião TEXTO: WALTER IHOSHI
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O amadurecimento da democracia
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este mês de outubro, a Constituição Federal completou 25 anos com motivos para comemorar. Construída para trazer democracia ao país após quase duas décadas de regime de exceção, a Carta Maior de 1988 não só possibilitou aos brasileiros sonhar com um Estado respeitador de direitos e garantias individuais, como, de fato, iniciou uma transformação social.
Entre tantas conquistas, algumas valem ser relembradas. A Constituição criou o SUS, o Sistema Único de Saúde, o salário-mínimo para idosos e de�icientes, acabou com a censura, reconheceu a união estável entre casais. Fixou regras claras para os concursos públicos, determinou igualdade entre os homens e as mulheres, e entre irmãos – dentro e fora do casamento. A Constituição foi tão avançada na garantia dos direitos individuais que até hoje é considerada uma das mais modernas do mundo. Justamente por isso, ganhou o titulo de Constituição-Cidadã.
Os bene�ícios trazidos por esse documento são indiscutíveis. Mas, na tentativa de atender a todos os segmentos da sociedade, a Constituição �icou grande demais e contemplou muitas ideias. Por conta disso, 112 dispositivos não foram regulamentados até hoje. Alguns artigos estão ultrapassados. E, para atualizá-los, o Congresso já aprovou 80 emendas, das mais de 500 em tramitação. Acredito que a Constituição deva ser um processo aberto, que permita ser adaptada de acordo com as necessidades reais do país. Mas, diante de tantos “remendos”, e tantas leis que jamais saíram do papel, talvez seja o momento de o Brasil re�letir, seriamente, a respeito de uma revisão constitucional. Há muitos projetos polêmicos em trâmite no Congresso Nacional, como o voto facultativo a todos
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Walter Ihoshi – Deputado Federal (PSD/SP), criador e coordenador da Frente Parlamentar pela Desoneração Fiscal dos Medicamentos
os cidadãos nas eleições. Também há textos que tratam de segurança, saúde, tributação e educação, e podem ser vitais para o amadurecimento democrático do Brasil. Mexer na Carta Magna signi�ica tomar uma decisão política fundamental sobre o futuro da nação. Não é uma tarefa fácil de ser executada, até porque deve ser feita com imensa cautela e responsabilidade. Mas deve ser considerada. Somos uma democracia jovem, com apenas quatro presidentes diretamente eleitos para o cargo desde então. Se nos compararmos a países como Estados Unidos e França, por exemplo, em que o sistema democrático é centenário, o Brasil ainda engatinha e tem tudo para atingir a democracia plena. Temos muito a aprender e a aperfeiçoar ainda. Uma democracia não é uma ditadura da maioria. Também não é um sistema no qual se garante simplesmente o direito de votar nos chefes do Poder Executivo e nos membros do Poder Legislativo e de se candidatar a esses cargos. É muito mais complexo que isso. Por isso, as leis são tão importantes e a Constituição, que rege todas elas, merece toda a nossa atenção. Ainda há muitas violações dos direitos fundamentais em nosso país. No entanto, basta olharmos para o passado para saber que o Brasil está muito melhor do que três décadas atrás. Nunca tivemos um período com tanta estabilidade democrática, com tanta liberdade de imprensa e com tantos corruptos sendo processados e julgados. A Constituição de 1988 mudou a história para sempre. E hoje podemos dizer com orgulho: nunca fomos tão democráticos.
Gestão TEXTO: GERALDO MONTEIRO
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O PAPEL DO GERENTE
NA FARMÁCIA N
o atual estágio do comércio, o gerente independente, não importa a empresa ou ramo de atividade, existe para alcançar resultados -- pois gerenciar é decidir o que fazer e conseguir que isso seja executado por sua equipe.
Mas os gerentes não podem delegar tudo e, muitas vezes, devem se envolver pessoalmente e contar com seus próprios recursos para que as coisas aconteçam. Esses recursos podem ser: experiência, habilidades, competências e o timing pelo qual estes devem ser empregados para comandar e estimular as pessoas, compreendendo as mais diversas situações geradas no dia a dia.
Os papéis gerenciais no dia a dia da farmácia estão ligados basicamente a:
Fazer que as coisas sejam executadas (planejar, manter o impulso e cumprir tarefas pré-determinadas) Reagir a situações cotidianas e a novos problemas Responder às demandas e solicitações. Esses papéis envolvem comunicação, relações interpessoais, análise de informações e tomada de decisões.
Geraldo Monteiro
é mestre em Administração pela Fecap, assessor econômico da ABCFARMA,do Sincofarma/SP e Diretor Executivo da ABRADILAN
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Estudos indicam que os gerentes gastam seu tempo em atividades caracterizadas pela fragmentação, brevidade e variedade. Isto acontece por algumas razões:
Gerentes lidam com pessoas. Sabemos que o comportamento das pessoas é imprevisível; suas exigências e respostas são condicionadas pelas circunstâncias e pressões às quais têm que reagir, por seus desejos e necessidades individuais. Surgem então con�litos que devem ser solucionados.
Os gerentes muitas vezes não controlam os fatos que afetam seu trabalho. Demandas súbitas são impostas de dentro e de fora da empresa e podem ocorrer situações que eles são incapazes de resolver. Espera-se que os gerentes sejam decisivos e lidem com as situações à medida que surjam. Portanto, as prioridades constantemente são abandonadas ou modi�icadas.
Com frequência, trabalham em condições de turbulência e ambiguidade. Portanto, muitas vezes tendem a ser reativos em vez de proativos, pois não sabem claramente o que se espera deles quando surgem novas situações. Diante da realidade, percebemos que os gerentes estão sujeitos a constantes interrupções e frequentemente trabalham sob pressão. Têm pouco tempo para pensar a respeito de planos e prioridades e precisam gerenciar em condições de turbulência, ambiguidade e incertezas, ou seja, têm muito pouco tempo para pensar e muito para executar, o que delimita sobremaneira sua possibilidade de visualizar oportunidades e ameaças para a farmácia. O gerenciamento é um processo que existe para obter resultados, fazer com que as tarefas sejam executadas, obtendo o melhor uso possível dos recursos humanos, �inanceiros e tecnológicos.
Os gerentes, em geral, não são tomadores de decisão lentos e metódicos, mas executores que precisam reagir rapidamente aos problemas, à medida que surgem no dia a dia no balcão da farmácia.
Destacamos algumas qualidades e características comuns aos gerentes de sucesso: • Conhecimentos profissionais relevantes. • Sensibilidade continuada aos eventos.
• Disposição para trabalhar num ambiente dinâmico.
• Habilidades analíticas, para a resolução de problemas e a tomada de decisões. • Tomada de decisões em condições de ambiguidade. • Habilidades sociais.
• Resiliência emocional (para lidar bem com a pressão). • Proatividade. • Criatividade.
• Resolução de conflitos. • Autoconhecimento.
• Perseverança e determinação. • Hábitos de aprendizado.
• Disposição para assumir riscos.
• Capacidade de inspirar entusiasmo.
Vale destacar ainda que o gerente é avaliado não só pelos resultados, mas também pelo nível de conhecimentos e competências que atingiu durante sua vida pessoal e profissional.
• Além disso, o gerente também poderá ser julgado pelo modo como executa seu trabalho – ou seja, como se comporta usando seus conhecimentos e habilidades. Muitas farmácias definem estruturas de competências exigidas para medir o sucesso dos seus profissionais. Os gerentes que desejam progredir precisam desenvolver essas competências e conhecer os tipos de comportamentos que são esperados deles. Exemplo de estrutura de competências: • Orientação para resultados
• Identificar e explorar oportunidades de negócio • Comunicação
• Foco no cliente
• Desenvolvimento do pessoal • Liderança
• Planejamento
• Resolução de problemas • Trabalho em equipe.
Lembre-se: gerenciar em condições de turbulência, ambiguidade e incertezas e saber tomar as melhores decisões são habilidades-chave para o sucesso gerencial. 84 | REVISTA ABCFARMA • NOVEMBROO/2013
Administração TEXTO: GILSON COELHO
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DROGARIA
como comércio A o ler o editorial da Revista ABCFARMA de outubro de 2013, com o título acima, o consultor Gilson Coelho diz ter vivenciado um misto de euforia e apreensão sobre a cultura a que estão submetidas as drogarias no Brasil – e o posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto. Aqui, ele explica seu ponto de vista sobre os benefícios de as drogarias serem, sim, consideradas comércio
Infelizmente, os paradigmas ideológicos e corporativistas impedem uma boa parte do segmento de perceber os reais desdobramentos desse posicionamento e o quanto ele amplia as possibilidades, permitindo vida longa tanto aos pro�issionais quanto para a própria farmácia. O posicionamento da farmácia como comércio convida o estabelecimento a se preocupar, sim, com a sua continuidade e sustentabilidade. Aliás, a ideologia e o corporativismo acabam sucumbindo toda vez que se veri�ica
Pior ainda é tentar transformar a farmácia em uma extensão do sistema público de saúde, que não é exemplo de nada, pois vive de pires na mão mendigando recursos do governo
Gilson Coelho
é consultor, especialista em Gestão do Conhecimento com foco no Canal Farma. Mais informações consulte www.gilsoncoelho.com.br.
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Nessa mesma época, tive acesso a uma pesquisa norte-americana que mostrava o ranking dos pro�issionais que mais se destacavam no quesito credibilidade junto à população. A pesquisa revelava que o farmacêutico vinha em primeiro lugar, à frente dos sacerdotes, dos médicos e dos professores (Fonte CNN/USA today/ Gallup). Por mais paradoxal que possa parecer, os farmacêucos eram os pro�issionais mais con�iáveis da nação e isso não tinha nada a ver com o que eles faziam dentro do ambiente das indústrias ou dos laboratorios de análises clínicas -- mas pelo que faziam dentro do ambiente das farmacias.
É conhecido de todos o quanto é forte a veia comercial das farmacias nos Estados Unidos, mas isso não impede a presença de um trabalho quali�icado, de alta relevância e reconhecimento por parte da população. Isso é tudo o que uma determinada categoría poderia esperar em termos de relacionamento com a própria comunidade. Eu não consigo entender o comportamento das entidades representativas quando, através das suas ações e ideologias, procuram se fortalecer mesmo que isso venha em detrimento do interesse mais legítimos dos seus representados. Não vejo os conselhos regionais de farmácias preparando os seus farmacêuticos para o mercado, oferecendo oportunidades e capacitando-os – tanto para que sejam ótimos empregados quanto para que também possam ser proprietários e empreendedores de sucesso. Se você souber o percentual de proprietários de farmácias que são farmacêuticos, compreenderá muito bem o que estou falando.
a ausência de recursos. Há cerca de oito anos, eu tive a oportunidade de ver algumas imagens que mostravam a realidade das farmácias em Cuba, onde sabidamente o lucro é demonizado e o cunho comercial é absolutamente inexistente. Não vale a pena olhar essas fotos, porque elas são o retrato do atraso, da falta total de recursos e da presença absoluta do estado, determinando o que deve e o que não deve ser feito. Portanto, um caos generalizado.
Pior ainda é tentar transformar a farmácia numa extensão do sistema público de saúde, que não é exemplo de nada, pois vive de pires na mão mendigando recursos do governo, que, por sua vez, não consegue corresponder, pois tem outras prioridades, como megaobras para a Copa do Mundo e sustentar uma estrutura inchada, cara e de�iciente. Como você pode perceber, as de�iciências do sistema acabam se transformando em prato cheio para as entidades representativas. Elas precisam de temas que signi�iquem bandeiras de luta para dar signi�icado à própria existência, mas não colocam o desenvolvimento dos seus representados como o pano de fundo das suas atuações. Me preocupa a perspectiva futura desses representados. REVISTA ABCFARMA
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Nessa mesma época, tive acesso a uma pesquisa norte-americana que mostrava o ranking dos pro�issionais que mais se destacavam no quesito credibilidade junto à população. A pesquisa revelava que o farmacêutico vinha em primeiro lugar, à frente dos sacerdotes, dos médicos e dos professores (Fonte CNN/USA today/ Gallup). Por mais paradoxal que possa parecer, os farmacêucos eram os pro�issionais mais con�iáveis da nação e isso não tinha nada a ver com o que eles faziam dentro do ambiente das indústrias ou dos laboratorios de análises clínicas -- mas pelo que faziam dentro do ambiente das farmacias.
É conhecido de todos o quanto é forte a veia comercial das farmacias nos Estados Unidos, mas isso não impede a presença de um trabalho quali�icado, de alta relevância e reconhecimento por parte da população. Isso é tudo o que uma determinada categoría poderia esperar em termos de relacionamento com a própria comunidade. Eu não consigo entender o comportamento das entidades representativas quando, através das suas ações e ideologias, procuram se fortalecer mesmo que isso venha em detrimento do interesse mais legítimo dos seus representados. Não vejo os conselhos regionais de farmácias preparando os seus farmacêuticos para o mercado, oferecendo oportunidades e capacitando-os – tanto para que sejam ótimos empregados quanto para que também possam ser proprietários e empreendedores de sucesso. Se você souber o percentual de proprietários de farmácias que são farmacêuticos, compreenderá muito bem o que estou falando.
a ausência de recursos. Há cerca de oito anos, eu tive a oportunidade de ver algumas imagens que mostravam a realidade das farmácias em Cuba, onde sabidamente o lucro é demonizado e o cunho comercial é absolutamente inexistente. Não vale a pena olhar essas fotos, porque elas são o retrato do atraso, da falta total de recursos e da presença absoluta do estado, determinando o que deve e o que não deve ser feito. Portanto, um caos generalizado.
Pior ainda é tentar transformar a farmácia numa extensão do sistema público de saúde, que não é exemplo de nada, pois vive de pires na mão mendigando recursos do governo, que, por sua vez, não consegue corresponder, pois tem outras prioridades, como megaobras para a Copa do Mundo e sustentar uma estrutura inchada, cara e de�iciente. Como você pode perceber, as de�iciências do sistema acabam se transformando em prato cheio para as entidades representativas. Elas precisam de temas que signi�iquem bandeiras de luta para dar signi�icado à própria existência, mas não colocam o desenvolvimento dos seus representados como o pano de fundo das suas atuações. Me preocupa a perspectiva futura desses representados. REVISTA ABCFARMA
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É muito provável, que no futuro, eu faça uma matéria especial só abordando o universo das oportunidades para a farmácia só pelo fato de ela ser classi�icada como comércio. Isso representa oportunidades signi�icativas no que se refere ao Marketing Mix, à disputa pelo melhor posicionamento e o quanto a população pode se bene�iciar quando os estabelecimentos precisam fazer o melhor para entender e atender às suas necessidades.
Esse cenário estimula a competição e convida a todos a que se desenvolvam, dando o melhor de si e buscando a inovação. É anacrônico o raciocínio da blindagem tentando resguardar as farmácias dos efeitos da competição. O exemplo de Cuba esclarece qual é o destino dessa maneira de pensar. Por diversas vezes, aqui mesmo na revista, provamos e comprovamos que o que salva a farmácia é a qualidade da sua gestão, independentemente de seu tamanho. Por diversas vezes, comprovamos que as farmácias grandes, se mal administradas, também quebram. Isso não é novidade pra ninguém. Há mais de dez anos tento propagar essas verdades e fortalecer a unidade de negócio, dando-lhe conhecimento e maior capacidade para que ela consiga ser mais competitiva. De uma maneira ingênua, cheguei a convocar as entidades representativas para que levassem adiante essa boa nova, mas hoje percebo por que me sinto pregando no deserto. Por mais verdadeiro que possa ser, esse discurso não dá aderência junto à grande maioria das entidades.
Recentemente, um empresário de Santa Catarina me alertou para o fato de que a maior competitividade de cada loja poderia signi�icar perda de poder por parte das instituições que as representam. Me lembrei dos políticos que não priorizam a educação porque ela signi�ica maior poder de questionamento. O conhecimento traz a luz, que a tudo ilumina, nos aproxima da verdade, planta em cada um a semente do discernimento e do livre arbítrio.
Por muitos anos, a humanidade se privou do conhecimento da verdade e acabou subjugada aos caprichos de governos nada representativos que se julgavam acima do bem e do mal. A controvérsia era reprimida de várias formas, mesmo que se precisas-
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se utilizar a força para reprimir os mais legítimos anseios de liberdade. A Primavera Árabe revelou ao mundo uma nova forma de questionar a centralização do poder, ao mesmo tempo em que revelou o poder do indivíduo, quando articulado, informado e conectado, suportado pelas novas tecnologias.
A versão brasileira da Primavera Árabe surgiu em junho deste ano com as manifestações de rua que deixaram o governo perplexo, demorando muito tempo para compreender o que realmente estava acontecendo. Eu recomendo a você ler ou reler a matéria que escrevi na edição de outubro de 2013, com o título A Inteligência dos Cardumes. A matéria tem forte correlação com o que estamos abordando aqui. Ao voltar ao início desta matéria, você perceberá que me referi ao posicionamento do STF utilizando os termos euforia e apreensão. Sobre a euforia, como disse, pretendo escrever um artigo especial esclarecendo melhor o quanto isso pode ser signi�icativo para as farmácias. Quanto ao uso da palavra apreensão, deve-se ao fato de que a ideologia e o corporativismo não costumam se sensibilizar por qualquer argumento, principalmente se ele é contrário aos costumes do regime vigente. Os governantes acabam prisioneiros dos próprios modelos mentais, às estruturas de referências que lhes conferem poder e sustentação. Isso signi�ica que qualquer mudança signi�icativa para as farmácias não necessariamente ocorrerá de forma voluntária, em uma espécie de “despertar das instituições”. Absolutamente! A mudança começa na mente de você que lê este artigo.
Notas
D
Dermatite atópica
ermatite atópica (ou eczema atópico) é um processo in�lamatório crônico da pele caracterizado por lesões avermelhadas, que coçam muito e, às vezes, descamam. Geralmente, elas se localizam na face das crianças pequenas e nas dobras do joelho e cotovelo das crianças maiores e dos adultos. A dermatite atópica pode estar associada a outras atopias, como bronquite, asma e rinite, por exemplo. Ainda não se conhecem as possíveis causas da dermatite atópica, mas há evidências de que predisposição genética e histórico familiar de atopias in�luenciam o aparecimento da enfermidade. Sabe-se, também, que alguns fatores de risco funcionam como gatilho das crises. Entre eles destacam-se: substâncias
irritantes (poeira domiciliar, conservantes, produtos de limpeza e usados na lavagem das roupas), tecidos de lã e sintéticos, frio intenso, ambientes secos, calor e transpiração, estresse emocional.
Recomendações
• Identi�ique os fatores de risco que ajudam a desencadear as crises para evitá-los. Essa é a melhor forma de prevenir
• Tome banhos rápidos, não muito quentes, use pouco sabonete e aplique hidratantes para impedir o ressecamento da pele •Mantenha abertas as janelas e portas para que o ar circule pelos ambientes.
Chegou Tarfic. A segurança e todas as vantagens do melhor imunomodulador por um preço até 44% menor por grama quando comparado com o concorrente. PREÇO COMPARATIVO POR GRAMA:2
Tarfic - tacrolimo monoidratado - 0,03% ou 0,1 % em bisnaga com 10 g e 30 g. - USO ADULTO E PEDIÁTRICO (ACIMA DE 2 ANOS DE IDADE) - Tarfic 0,03%. USO ADULTO (ACIMA DE 16 ANOS DE IDADE) - Tarfic 0,1%. SOMENTE PARA USO DERMATOLÓGICO. NÃO DEVE SER UTILIZADA PARA USO OFTALMOLÓGICO. Indicações: tratamento de dermatite atópica em pacientes (≥ 2 anos de idade) que não possuem uma boa resposta ou são intolerantes aos tratamentos convencionais; aliviando os sintomas e controlando os surtos. Também pode ser utilizado na manutenção do tratamento de dermatite atópica na prevenção de surtos dos sintomas e na prolongação de intervalos livres de surtos em pacientes que possuem alta frequência de exacerbação da doença (≥ 4 vezes/ano) que tiveram uma resposta inicial a um tratamento máximo de 6 semanas, 2 vezes ao dia, com tacrolimo pomada (lesões que desapareceram ou quase desapareceram ou áreas levemente afetadas). Contraindicações: em pacientes com hipersensibilidade ao tacrolimo, aos macrolídeos em geral ou a qualquer um dos excipientes da formulação. Este medicamento é contraindicado para crianças menores de 2 anos de idade. Precauções e Advertências: não deve ser usado em pacientes com imunodeficiência congênita ou adquirida, ou sob utilização de tratamento imunossupressor. Evitar fotoexposição (UVA/UVB) e usar protetor solar. Não deve ser aplicado em lesões potencialmente malignas ou pré-malignas. Não aplicar emoliente na mesma área antes de 2 horas da aplicação de Tarfic. Atenção com relação a possíveis contaminações clínicas nos locais de aplicação; ou dermatites atópicas; desenvolvimento de linfomas. Na ocorrência de linfodenopatia persistente, deve ser investigada sua etiologia, o tratamento deve ser descontinuado na presença de mononucleose infecciosa aguda ou se a etiologia desconhecida da sua etiologia. Tarfic não deve ser usado sob oclusão. É recomendada cautela na presença de insuficiência hepática; e na aplicação em áreas extensas da pele e uso prolongado, especialmente em crianças. Não deve ser usado na presença de síndrome de Netherton. A segurança de Tarfic não foi estabelecida em pacientes com eritroderma generalizado. Gravidez e lactação: Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres que estão amamentando sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Dados com humanos demonstraram que, após administração sistêmica, tacrolimo é excretado no leite materno. Embora os dados clínicos tenham demonstrado que a exposição sistêmica a partir da aplicação de tacrolimo é baixa, amamentação durante o tratamento com Tarfic não é recomendada. Interações com medicamentos, alimentos e álcool: a exposição sistêmica, a partir da aplicação tópica de tacrolimo pomada é baixa (<1,0 ng/mL) e não se espera que seja afetada pelo uso concomitante de substâncias desconhecidas que sejam inibidoras de CYP3A4. Entretanto, a possibilidade de interações não pode ser determinada e a administração sistêmica concomitante de inibidores da CYP3A4 conhecidos (tais como, eritromicina, itraconazol, cetoconazol e diltiazem) em pacientes com surtos e/ou doença eritrodérmica, deve ser feita com cautela. Uma interação potencial entre vacinação e aplicação de Tarfic não foi investigada. Devido ao risco potencial de falha na vacinação, a vacina deve ser administrada antes do início do tratamento ou durante um intervalo sem tratamento, com um período de 14 dias entre a última aplicação de Tarfic e a vacina. Em caso de vacina atenuada, este período deve ser de 28 dias, ou o uso de uma terapia alternativa deve ser considerado. Reações Adversas e alterações de exames laboratoriais: muito comum: queimação e prurido no local de aplicação, de leve a moderada, tendem a melhorar dentro de 1 semana após o início do tratamento. Comum: aquecimento, eritema, dor, irritação, parestesia, erupção no local de aplicação; infecção local na pele independentemente da etiologia específica, incluindo, mas não limitado a eczema herpético, foliculite, herpes simples, infecção com o vírus do herpes, erupção variceliforme de Kaposi; prurido; parestesia e disestesia (hiperestesia, sensação de queimação); intolerância ao álcool (rubor facial e irritação na pele após o consumo de bebida alcoólica). Incomum: Acne. Em estudo do tratamento de manutenção, 2 vezes/semana, em adultos e crianças com dermatite atópica moderada a severa, ocorreram com maior frequência no grupo controle: impetigo no local de aplicação (7,7% em crianças) e infecção no local de aplicação (6,4% em crianças e 6,3% em adultos). Experiência pós-comercialização: rosácea. Causa de malignância, incluindo a cutânea e outros tipos de linfomas, e câncer de pele, foram relatadas. Posologia: aplicar uma fina camada nas áreas da pele afetadas ou comumente afetadas. Tarfic pode ser utilizado em qualquer parte do corpo, incluindo face, pescoço e áreas curvas, com exceção das membranas mucosas. Tratamento: iniciar na primeira aparição de sinais e sintomas. Cada região afetada da pele deve ser tratada até que as lesões tenham desaparecido quase desaparecido; ou as áreas estejam levemente afetadas. Reiniciar o tratamento nos primeiros sinais de recorrência da doença. Uso em criança (≥ 2 anos de idade): iniciar Tarfic 0,03%, 2 vezes/dia, até 3 semanas. Posteriormente, a frequência de aplicação deve ser reduzida para 1 vez/dia até o desaparecimento da lesão. Uso em adultos (≥ 16 anos de idade): iniciar tratamento com Tarfic 0,1%, 2 vezes/dia, até o desaparecimento da lesão. Se os sintomas reaparecerem, reiniciar o tratamento com Tarfic 0,1%, 2 vezes/dia; ou utilizar a concentração menor (Tarfic 0,03%), se possível. É verificada melhora dentro de 1 semana após o início do tratamento. Se nenhum sinal de melhora for verificado após 2 semanas de tratamento, outras opções de tratamento devem ser consideradas. Manutenção: recomendado aos pacientes que respondem a um tratamento de até 6 semanas, 2 vezes/dia (lesões que desapareceram, quase desapareceram ou áreas levemente afetadas). Aplicar 1 vez ao dia, 2 vezes/semana nas áreas comumente afetadas. Entre as aplicações deve haver um período de 2-3 dias sem tratamento com Tarfic. Após 12 meses de manutenção do tratamento, avaliar a necessidade de continuidade do tratamento. Em crianças, esta revisão deve incluir suspensão do tratamento para avaliação da necessidade de continuar o regime e avaliação do curso da patologia. Reg. MS 1.0033.0160/Farm. Resp.: Cintia Delphino de Andrade CRF-SP nº 25.125. LIBBS FARMACÊUTICA LTDA. CNPJ 61.230.314/0001-75 Rua Alberto Correia Francfort, 88. Embu-SP. Indústria brasileira. TARFIC-MB01-13 Serviço de Atendimento LIBBS: 08000-135044. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A persistirem os sintomas, o médico deve ser consultado. Documentação Científica e informações adicionais estão à disposição da classe médica, mediante solicitação.
Contraindicação: pacientes com hipersensibilidade ao tacrolimo, aos macrolídeos em geral ou a qualquer um dos excipientes da formulação. Interações medicamentosas: administração sistêmica concomitante de inibidores da CYP 3A4. Referências: 1.PALLER, A.S. et al. Tacrolimus Ointment Study Group. Tacrolimus ointment is more effective than pimecrolimus cream with a similar safety profile in the treatment of atopic dermatitis: results from 3 randomized, comparative studies. J Am Acad Dermatol, v.52, n.5, p.810-22, 2005. 2.GUIA DA FARMÁCIA. São Paulo: Contento, v.20, n.251, 2013. Suplemento Lista de Preços. In press.
VENDE-SE: Farmácia com manipulação alopática e homeopática Ponto nobre de Bonsucesso. A mais tradicional, fundada em 1938. AFE e AE em dia e sem passivo. Montagem ímpar. Informações com Sr. Ruy Marins, pelos tels.: (21) 2560-3634 e 2270-0015 REVISTA ABCFARMA
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Economia TEXTO: CELSO ARNALDO ARAÚJO
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Vendo, vendo, vendo e não “vejo o dinheiro”.
Onde está o erro? N a edição anterior da Revista ABCFARMA chamamos a atenção dos leitores para as três variáveis que influenciam o lucro da farmácia: as despesas, os descontos e o custo da mercadoria vendida (CMV). Na oportunidade, expusemos um Demonstrativo de Lucros e Perdas (DLP) que permite mensurar tais dados financeiros, para que possamos projetar o potencial máximo de lucro da farmácia.
O Demonstrativo de Lucros e Perdas (DLP) permite projetar as receitas e despesas do negócio para mensurar o seu LUCRO, mas tudo isto será em vão se o LUCRO PROJETADO não se re�letir em dinheiro no caixa. Para visualizar este DINHEIRO, utilizamos o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), que mostra se o gestor da farmácia está conseguindo reproduzir no Fluxo de Caixa o Lucro Operacional projetado no DLP. Aí é que começa grande parte dos problemas que muitas farmácias enfrentam. Há vários anos ministrando cursos e prestando consultorias para milhares de empresários de
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Cadri Saleh Ahmad Awad
farmácias em todo o Brasil, identi�icamos que boa parte deles não consegue controlar com precisão o seu Fluxo de Caixa. Tal de�iciência decorre em função dos seguintes fatores:
De�iciência na alimentação dos dados de entradas e saídas no sistema de vendas.
Ausência de controle �inanceiro, principalmente de um método padrão para sua aplicação.
Inexistência de um gerenciador �inanceiro automatizado, requisito fundamental nos dias atuais para quem precisa de agilidade e precisão na execução das tarefas de conciliar a movimentação bancária com o �luxo de caixa. Interessante observar que, ainda que alguns softwares desenvolvidos para varejo farmacêutico prometam a função GERENCIADOR FINANCEIRO em seus sistemas, a maioria das farmácias e drogarias do varejo independente não utiliza essa função na sua plenitude. Tais problemas decorrem de falhas na concepção do software para tais funções e por falta de método de controle por parte das farmácias usuárias do sistema.
ATRIBUIÇÕES DO SETOR FINANCEIRO O Setor Financeiro é encarregado de acompanhar os saldos das Contas Bancárias da farmácia, e realizar todos os pagamentos de despesas e fornecedores.
Para realizar o acompanhamento das contas correntes bancárias da farmácia, o administrador deverá utilizar um “Gerenciador Financeiro” informatizado, que oferece mais precisão e agilidade na tarefa.
Através desse programa, será possível determinar:
Dinâmica Financeira (ou Projeção de Fluxo
de Caixa)
Agendar contas a pagar em gerenciador
�inanceiro.
Previsão das despesas.
Previsão das compras de fornecedores.
Segue abaixo um modelo Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC):
Descrição das Operações:
Valor (R$)
Receita Líquida Financeira Operacional (R$) (-) Fornecedores pagos efetivamente no mês (R$) Lucro Bruto (R$) (-) Despesas Variáveis pagas no mês (R$) Margem de Contribuição (R$) (-) Despesas Fixas pagas no mês (R$)
Resultado do Fluxo de Caixa Operacional (R$) (+) Receita NÃO Operacional (-) Despesa NÃO Operacional Resultado do Fluxo de Caixa Ajustado (R$)
Quando olhamos para o Demonstrativo de Fluxo de Caixa – DFC e o comparamos com o DLP mostrado na edição de outubro desta revista, veri�icamos que uma coisa é a venda líquida gerada pela farmácia, outra é receita líquida �inanceira obtida.
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Diferentemente da venda líquida, a receita líquida �inanceira é a soma de todas as vendas à vista mais os recebimentos oriundos das vendas a prazo. O Fluxo de Caixa indica os recebimentos e os pagamentos a serem realizados e apura o saldo disponível de caixa na data efetiva do recebimento ou pagamento. Uma farmácia organizada não pode prescindir jamais de um controle �inanceiro e�iciente.
Dicas para controlar melhorar seu �luxo de caixa: Seja disciplinado e organizado
Seja implacável na alimentação dos dados �inanceiros. Não se conforme com lançamentos feitos pela metade. Não admita erros e discordâncias de valores e exija de seus colaboradores cumprimento aos procedimentos. Estabeleça procedimentos diários, semanais e mensais para os controles de caixa, conta corrente, contas a receber e a pagar. Para �inalizar, lembramos que nem sempre um excelente volume de vendas mensais justi�ica comemoração se eles não se re�letirem em resultados econômicos.
Cadri Saleh Ahmad Awad, farmacêutico, consultor de empresas e sócio proprietário do Instituto Bulla-adtec de Goiânia, empresa especializada em Gestão de Varejo Farmacêutico. Tel.: (62) 8484-8777
e-mail: cadri@institutobulla.com.br
site: www.institutobulla.com.br
Mercado TEXTO: MAURO PACANOWSKI
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Programas de Qualidade Nesta matéria, Mauro Pacanowski, professor da FGV e da UFRJ das matérias de Marketing Farmacêutico e Comunicação com Mercado, além de mestre em Direito Empresarial, fala sobre a importância de a farmácia medir seus processos
O
s recursos humanos nas farmácias são apontados como um obstáculo aos programas de qualidade. Os Programas de Qualidade têm como característica básica a melhoria contínua, ou seja, nunca terminam. Em recente estudo de qualidade farmacêutica, constatou-se que a melhoria da qualidade não é considerada um fator de sobrevivência, mas como uma questão interna de aprimoramento de procedimentos, em detrimento de uma visão que associa a melhoria da qualidade e inovação com a sobrevivência da farmácia.
No caso de nosso varejo farmacêutico, boa parte dos setores técnicos especializados, inclusive em níveis gerenciais, não incorporou a visão de que a farmácia é uma empresa que está num setor de maciça concorrência, no qual a competitividade (qualidade + produtividade) é um fator de sobrevivência. A partir de 1990, o conceito de competitividade foi sendo cada vez mais incorporado ao setor. A pro�issionalização é fundamental e, para tanto, é necessária a implantação da qualidade – para isso, é preciso reduzir as resistências e ter o suporte de pessoaschave. Algumas organizações apostam na presença
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de um pro�issional que seja imparcial ao processo como, por exemplo, um consultor interno que não tenha vínculo com o avaliado e o avaliador.
Mais chances de ascensão na carreira
Vale lembrar que, antes de adotar qualquer Programa de Qualidade, cada empresa deve considerar sua cultura, seus valores e sua missão. Isso requer o planejamento de ações. Um programa como esse não é um processo punitivo, mas um canal de informações valiosas para a melhoria da performance de cada um. É importante deixar claro que, através do Programa de Qualidade, os pro�issionais aperfeiçoam as chances de ascensão na carreira e de
empregabilidade no mercado. Programas de Qualidade exigem a participação efetiva das lideranças. Os gestores devem ser preparados para compreender a importância deles para o êxito do processo. Um treinamento especí�ico para os líderes é uma ótima alternativa, para que todos assimilem os objetivos e, uma vez capacitados, se tornarem agentes multiplicadores.
Quando o processo for iniciado, o feedback entre organização e funcionário deve ser uma prioridade, para que o avaliado atenda às expectativas da organização e o funcionário saiba o que se espera de seu trabalho. Através do Programa de Qualidade, a empresa identi�ica competências dos colaboradores que passem despercebidas aos gestores. Isso permite otimização dos recursos humanos existentes. Programas de Qualidade permitem que a empresa ajuste rumos, priorize ações, acompanhe os resultados e o desenvolvimento de cada colaborador. Muitas organizações aprendem a reter talentos. Isso ocorre porque a empresa identi�ica os fatores que desmotivam os pro�issionais e conseguem neutralizá-los. Vale lembrar que os resultados podem ainda servir de base para programas de incentivos, como Participação nos Lucros e Bônus por Desempenho. Não há dúvida de que o estímulo e motivação vêm, com frequência, do ato de dar e receber feedback. A capacidade da organização de realizar de maneira justa, equitativa e decente, a dispensa de alguém de seu corpo funcional, afeta menos a moral dos funcionários.
“Para o sucesso de uma empresa, não é suficiente traçar um caminho a seguir, é preciso medir se a empresa está realmente seguindo esse caminho”
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Ameaças e oportunidades A satisfação dos clientes é um dos elementos fundamentais da qualidade total. Para saber como o Programa de Qualidade deve ser usado corretamente, a empresa dever de�inir a missão, a visão e seus valores organizacionais. O casamento da Educação com a Qualidade, embasada em seus princípios e valores, criam circunstâncias favoráveis para o desenvolvimento de empresas con�iáveis. Os resultados são a melhoria de produtos e serviços, a redução de custos otimizando processos e, consequentemente, aumentando os níveis de rentabilidade e satisfação. Para o sucesso de uma empresa, não é su�iciente que se trace um caminho a seguir, é preciso medir se a empresa realmente está seguindo esse caminho, e esse é o principal objetivo do Programa de Qualidade – que ajuda o administrador a se preparar para um ambiente competitivo, tornando-se capaz de gerenciar ameaças e oportunidades, pontos fortes e fracos de sua empresa. Os principais motivos que as empresas têm para implantar indicadores de Qualidade são: controlar as atividades, alimentar o sistema de incentivo a funcionários, controlar o que foi planejado, criar, implantar e conduzir estratégias competitivas, identi�icar desvios e veri�icar se a missão da empresa está sendo cumprida. Mas não é possível fazer controle de algo que não se pode medir. Assim, medir o desempenho é um meio de tomar decisões de forma mais con�iável, assegurando que os indicadores de desempenho melhorem a comunicação na empresa. O mundo empresarial tem a angustiante necessidade de tornar mais con�iáveis as suas empresas.
Pode-se constatar, portanto, que, sem um sistema de indicadores de desempenho, a empresa não tem certeza se seu desempenho está adequado ou não. E o processo de gerenciamento passa a ser feito com base em opiniões subjetivas ou em intuições.
Gestão de negócios TEXTO: AMÉRICO JOSÉ
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A raposa Comecemos pelas brincadeiras ESOPO - Fabulista grego do século VI. a.C A raposa e a cegonha mantinham boas relações e pareciam ser amigas sinceras. Certo dia, a raposa convidou a cegonha para jantar e, por brincadeira, botou na mesa apenas um prato raso contendo um pouco de sopa. Para ela foi tudo muito fácil, mas a cegonha pôde apenas molhar a ponta do bico e saiu dali com muita fome. -- Sinto muito, disse a raposa, parece que você não gostou da sopa. -- Não pense nisso, respondeu a cegonha. Espero que, em retribuição a esta visita, você venha em breve jantar comigo. No dia seguinte, a raposa foi pagar a visita. Quando sentaram à mesa, o que havia para jantar estava contido num jarro alto, de pescoço comprido e boca estreita, no qual a raposa não podia introduzir o focinho. Tudo o que ela conseguiu foi lamber a parte externa do jarro. -- Não pedirei desculpas pelo jantar, disse a cegonha, assim você sente no próprio estômago o que senti ontem. Essa fábula nos permite re�letir sobre quatro questões muito importantes para o meio empresarial:
• As brincadeiras • As vinganças • O relacionamento entre as pessoas • O que estamos oferecendo aos nossos
clientes
Américo José da Silva Filho
Cherto Atco Educação Corporativa americo.silva@cherto.com.br
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Como a cegonha e a raposa tinham boas relações, esta resolveu fazer uma brincadeira com sua amiga, servindo sopa num prato raso. Obviamente que a cegonha não conseguiu tomá-la. Sabemos o quanto as brincadeiras são comuns num ambiente de trabalho, principalmente entre funcionários, mas também entre estes e clientes. Não há mal algum em se procurar tornar o ambiente de trabalho um pouco mais descontraído. A�inal, mau humor não é sinal de competência, assim como descontração geralmente não signi�ica desatenção e incompetência. Os problemas ocorrem quando elas ultrapassam o bom senso e expõem as pessoas a situações constrangedoras, como aconteceu com a cegonha, O mais grave é quando as brincadeiras são dirigidas aos clientes. Geralmente, elas acontecem quando achamos que o cliente já é tão familiar à farmácia que tudo é permitido. Mas o bom atendimento é resultado da eterna atenção, tanto para com os novos clientes quanto para com os antigos.
As vinganças
No dia seguinte, a cegonha se vingou servindo o jantar num jarro alto, de pescoço alto e boca estreita. Quantas vinganças não acontecem também no ambiente da farmácia. Vamos listar alguns exemplos:
• Entre os funcionários: “Como você não me ajudou ontem, hoje também não farei nada para auxiliá-lo”.
• Entre funcionários e gestores (gerente ou proprietários). “Não quis me dar um aumento? Pois agora não farei nada além da minha obrigação” ou “Não pode �icar um pouco após o horário? Espere só quando vier pedir para sair mais cedo”.
• Com os clientes: “Ah, reclamou porque demorou a ser atendido? Da próxima vez, irá esperar ainda mais”.
e a cegonha Naturalmente precisamos ser justos e recompensar o bem que recebemos dos outros. No entanto, uma boa ação, mesmo quando �icamos decepcionados com os outros, tem um poder muito maior do que a vingança. Imaginem a cara da raposa se a cegonha a tivesse servido corretamente.
O relacionamento entre pessoas
Este terceiro aspecto está muito relacionado aos dois anteriores. Vinganças e brincadeiras impensadas provocam um clima de desavenças e baixa produtividade. Respeito e consideração para com nossos colegas, funcionários e clientes demonstram pro�issionalismo e amadurecimento. Ao contrário da raposa e da cegonha, que só pensaram em si mesmas. Uma com brincadeira e a outra com vingança. Faltou uma pensar na outra, assim como nós devemos pensar nas outras pessoas, não fazendo a elas aquilo que não gostaríamos que �izessem a nós.
A fábula fala da cegonha e da raposa, cada uma com suas características próprias, precisando de um tipo apropriado de vasilha para se alimentarem. E nós, temos pensado su�icientemente nas características dos nossos consumidores?
• • •
Como eles são?
O que eles precisam?
O que os agrada e o que os desagrada?
O que estamos oferecendo aos nossos clientes Pensando nas características dos consumidores, podemos explorar esta quarta questão. As mudanças no mercado e no comportamento do consumidor obrigam as farmácias a se preparar para serem mais atrativas em relação a atendimento, variedade de produtos e ambiente de compra.
A todo esse conjunto hoje chamamos de “Experiência de compra”, que, conforme de�inição de Philip Kotler, é “a conexão com o coração do consumidor”. Ela é conseguida através da preocupação com a percepção que o cliente tem da loja, tornando mais agradável o tempo que ele passa na farmácia.
1. Loja com ambiente agradável:
• Cores • Iluminação • Temperatura • Organização • Limpeza • Sinalização
2. Ter os produtos que ele procura 3. Relacionamento agradável em todos os momentos (por telefone ou pessoalmente) • Ágil • Simpático • Receber informações sobre produtos 4. Ter seus problemas resolvidos com a maior rapidez e da maneira satisfatória. Qual é a experiência que sua farmácia oferece aos consumidores? Agradável, fazendo com que ele sinta prazer em voltar outras vezes; ou semelhante ao modo como a cegonha e a raposa se sentiram?
Com a aproximação das festas de �im de ano, preparar a farmácia para receber bem os consumidores é uma maneira de aumentar as vendas, não somente nesse período, mas criar essa “conexão com o coração do consumidor”, como diz Philip Kotler.
Nos consulte sobre a palestra “Prepare sua loja para as festas de �im de ano” que desenvolvemos especialmente para esse período.
“O consumidor já não está mais interessado em comprar um produto ou
serviço. Este não passa de um artefato em volta do qual acontecem as relações e as experiências”. C. K. Prahalad REVISTA ABCFARMA
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Fique por dentro
FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA: QUEM PODE INSPECIONAR AS EMPRESAS?
A
competência para realizar �iscalização tributária é privativa dos agentes �iscais federais, estaduais e municipais.
serão presididas e executas pela autoridade administrativa competente. A autoridade administrativa é o Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil".
A competência dos policiais está prevista no art. 144 da Constituição Federal e não consta em seu rol de atribuições pro�issionais a possibilidade de atuar na �iscalização de tributos. Excepcionalmente, a Polícia Federal poderá "�iscalizar" as empresas para prevenir e reprimir o contrabando e o descaminho, como demonstram os termos do art. 144, § 1º, II, da CF.
Regulamento do ICMS do Estado de São Paulo (Decreto n.º 45.490/00), art.490: "A �iscalização do imposto compete privativamente ao Agente Fiscal de Rendas".
Agentes policiais (federais e estaduais) não possuem competência para realizar �iscalização tributária. Somente os agentes �iscais têm capacidade técnica para desempenhar essa função.
A competência para efetuar �iscalização tributária está presente nos regulamentos dos entes tributantes. Alguns exemplos:
Regulamento do Imposto de Renda (Decreto n.º 3.000/99), art. 904: "A �iscalização do imposto compete às repartições encarregadas do lançamento e, especialmente, aos Auditores-Fiscais do Tesouro Nacional".
Regulamento do IPI (Decreto n.º7.212/2010), art. 507, § ú: "As atividades de �iscalização do imposto
ABCFARMA • NOVEMBRO/2013 102 REVISTA ABCFARMA • OUTUBRO/2013 10 || REVISTA
Regulamento da Previdência Social (Decreto n.º 3.048/99), art. 229, IV, §1º: "Os Auditores-Fiscais da Previdência Social terão livre acesso a todas as dependências ou estabelecimentos da empresa".
A Lei n.º 10.593/02 dispõe em seu art. 6º, que é atribuição privativa do Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil executar procedimentos de �iscalização, relativamente aos tributos por ela administrados. Os entes tributantes possuem o poder-dever de �iscalização, porém, devem respeitar os direitos e garantias individuais (art. 145, § 1º, CF).
INVIOLABILIDADE DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL
O art. 5º, XI da Constituição Federal trata da inviolabilidade de domicílio. Porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que o conceito de "casa", contido no referido dispositivo, não se restringe ao local de moradia e aos escritórios de advocacia. Estendese também ao escritório da empresa onde a pessoa exerça atividade pro�issional.
De acordo com o STF, agentes �iscais só podem entrar no estabelecimento comercial quando autorizados pelo contribuinte ou por determinação judicial, salvo "em caso de �lagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro" (RE 331303 Agr PR, STF, DJ 12/03/2004). Caso ocorra a apreensão de documentos
da empresa sem a devida autorização para a entrada no estabelecimento, as provas obtidas poderão ser consideras ilícitas. Porém, para que se reconheça a ilicitude da prova, é necessária a demonstração concreta de que os �iscais não estavam autorizados a entrar ou permanecer no escritório da empresa. Portanto, é fundamental que nessa hora haja resistência por parte do contribuinte, pois caso ele autorize a entrada dos agentes, mesmo não havendo autorização judicial, a prova obtida poderá ser considerada lícita.
Contudo, é importante esclarecer que o procedimento �iscalizatório que visa conferir os livros e documentos da empresa é lícito, desde que obedecidos os devidos procedimentos �iscais. O que se considera ilícito é a entrada e a adoção de procedimentos abusivos e em desrespeito aos preceitos legais, como quando os agentes �iscais buscam e apreendem documentos na sede da empresa sem autorização judicial ou sem a permissão do contribuinte.
PROCEDIMENTOS FISCAIS
Ao visitar a empresa, o agente �iscal é obrigado a exibir sua identi�icação funcional e, somente quando se �izer necessário, poderá solicitar o auxílio policial.
Além da identi�icação funcional, o �iscal deverá exibir o mandado expedido pelo ente tributante (que poderá ser conferido nos respectivos sites), no qual devem constar os documentos a serem entregues e o prazo a ser obedecido. Se necessitar de prazo maior para obter a documentação, cabe ao contribuinte pedir uma prorrogação. Vale ressaltar que todas as comunicações e os requerimentos dirigidos ao Fisco devem ser realizados por escrito.
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Fiscalização de tributos federais: Mandado de Procedimento Fiscal – MPF Quando se tratar de �iscalização federal, o mandado pode ser conferido no site www.receita.fazenda. gov.br, clicando em: "Serviços", "Empresas", "Cobrança e Fiscalização" e "Consulta Mandado de Procedimento Fiscal".
Fiscalização de tributos estaduais: Ordem de Verificação Fiscal – OVF
Quando se tratar de �iscalização estadual, o mandado pode ser conferido no site www.fazenda.sp.gov. br, clicando em: "Produtos e Serviços" e "Consulta Ordem de Veri�icação Fiscal".
Conclui-se, portanto que:
•
A Constituição Federal autoriza seus agentes �iscais a ingressar nos estabelecimentos comerciais, desde que instaurado o respectivo processo administrativo;
•
A polícia somente pode entrar no estabelecimento se estiver munida de ordem judicial ou, sem o documento, nos casos de �lagrante delito ou desastre ou para prestar socorro, bem como quando convocada pela �iscalização para prestar auxílio;
•
Se o contribuinte se opuser ou resistir ao ingresso da �iscalização, dada a inexistência de processo administrativo �iscal (ou mesmo por qualquer constrangimento ilegal), a �iscalização somente poderá acontecer mediante ordem judicial;
•
Qualquer ação penal só pode ser instaurada contra o contribuinte após a conclusão do processo administrativo.
Fonte: FECOMERCIO-SP TOME NOTA SET/2013 Nº 120.
Nosso varejo farmacêutico
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Assinado termo de cooperação entre agências reguladoras
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m janeiro de 2014 começa a ser testado um projeto piloto de auditorias para a área de produtos para a saúde de quatro países: Brasil, Estados Unidos, Canadá e Austrália. O diretor presidente da Anvisa, Dr. Dirceu Barbano, divulgou a informação em reunião pública da Diretoria Colegiada da Agência, dia 15 de outubro. As agências reguladoras dos quatro países assinaram termos de cooperação e se comprometeram a desenvolver um documento que tenha um eixo comum aos países envolvidos para que os aspectos mais importantes da legislação de todos eles sejam observados nas auditorias. “Essa iniciativa representa a con�iança dos governos dos países envolvidos na seriedade do trabalho realizado por suas agências reguladoras. Além disso, signi�ica uma economia importante de custo �inanceiro e humano”, disse Barbano. Os últimos entendimentos entre as partes ocorreu durante viagem do Dr. Dirceu Barbano à Washington DC, nos Estados Unidos, em setembro. O Diretor presidente da Anvisa informou também que está em fase �inal de redação um documento de coalizão discutido com cerca de 30 agências internacionais de regulação de medicamentos. O documento será apresentado em novembro, na Holanda, durante encontro anual dos líderes de agências de medicamentos.
Aberto edital sobre descarte de medicamentos
Foi aberto o prazo para que os setores relacionados à fabricação e comercialização de medicamentos apresentem sugestões para a implantação do sistema de logística reversa de resíduos deste tipo de produto. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) publicou, dia 10 de outubro, o chamamento e o edital para a elaboração do acordo setorial que
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vai de�inir o funcionamento do sistema de descarte de medicamentos no Brasil. O edital chama os setores interessados a apresentarem em 120 dias sugestões que contemplem todas as etapas do ciclo de vida de medicamentos. A iniciativa faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e é resultado da coordenação da Anvisa que avaliou o impacto e a viabilidade econômica e operacional da proposta junto aos representantes do setor farmacêutico, órgãos de vigilância sanitária, órgãos do meio ambiente, entidades pro�issionais e representantes da sociedade civil organizada. O documento �inal foi discutido ainda com os ministérios do Meio Ambiente, Saúde, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Agricultura e Abastecimento e Fazenda.
Segundo o diretor da Anvisa, Jaime Oliveira, a proposta de acordo setorial é uma inovação na área da regulação e o resultado do edital será um sinalizador importante da viabilidade do uso de acordos como instrumento de regulação. “A iniciativa do poder público em adotar o Acordo Setorial ao invés da edição de normas tem que ser visto como uma oportunidade para que este tipo de iniciativa seja cada vez mais utilizada no âmbito regulatório”, explica o diretor. Além de estabelecer o prazo de 120 dias para a proposta do acordo, o edital estabelece metas de implantação progressiva de recolhimento destes resíduos.
O que é Logística Reversa
A Logística Reversa reúne as ações e meios para viabilizar a coleta e a devolução dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento ou outra destinação �inal ambientalmente adequada. A proposta vai permitir que os medicamentos que hoje são descartados por falta de uso ou vencimento da validade tenham uma destinação �inal correta. Fonte: portal.anvisa.gov.br
N
Conselho Federal de Farmácia
ota de esclarecimento do presidente do CFF, Dr. Walter Jorge João: Veto presidencial mantém inalterado o texto da lei federal 5.991/73 “Ao contrário do que equivocadamente está sendo divulgado em determinados sítios eletrônicos e meios de comunicação em relação ao veto da presidente Dilma Rousseff ao artigo 19 do Projeto de Lei de Conversão nº 21 de 2013 (MP nº 615/13), sugerindo interpretação errônea dos fatos, a Diretoria do Conselho Federal de Farmácia (CFF) esclarece que o referido ato presidencial apenas manteve a redação anterior do artigo 15 da Lei Federal nº 5.991/73 e, assim, a manutenção da obrigatoriedade do farmacêutico responsável técnico em
drogarias, farmácias e distribuidoras de medicamentos. Portanto, não há qualquer motivo de preocupação para a categoria farmacêutica, uma vez que não houve nenhuma mudança na legislação sanitária e farmacêutica em vigor em razão do referido veto, mas apenas a sua manutenção. A pretensão em se modi�icar o artigo 15 da Lei Federal nº 5.991/73 era a de sedimentar a necessidade da presença do farmacêutico, pro�issional de saúde, em todas as hipóteses de dispensação de medicamentos, ainda que em localidades remotas”. Walter da Silva Jorge João
Presidente – CFF Fonte: www.cff.org.br
Conselho Regional de Farmácia de São Paulo Projeto de lei que obriga presença de farmacêutico em transportadora de medicamentos é aprovado na Assembleia Legislativa
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Projeto de Lei 542/2013 do deputado estadual José Zico Prado (PT) foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esse projeto obriga a presença do farmacêutico nas transportadoras do estado de São Paulo. O PL segue para ser sancionado ou vetado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tem um prazo de até 30 dias. O projeto foi elaborado pela Comissão Assessora de Distribuição e Transporte do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP). A presença do farmacêutico já é determinada em portaria da Anvisa, mas nem todas as transportadoras têm o único pro�issional indicado para assegurar que o medicamento continuará com as mesmas propriedades de quando saiu da indústria, ou seja, será acondicionado corretamente, livre de umidade e condições que podem interferir na e�icácia do medicamento.
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“Esperamos agora que o governador sancione o Projeto de Lei e torne obrigatório este acompanhamento que pode garantir a qualidade do medicamento que chega até o cidadão que dele necessita”, a�irma o deputado estadual. “É uma conquista para o CRF-SP. Quando se trabalha com medicamento, todo o cuidado é necessário, a�inal, envolve vida e a presença do farmacêutico é indispensável”, a�irma o presidente do CRF-SP, Dr. Pedro Menegasso. No Estado de São Paulo há 495 transportadoras, das quais, 438 estão regulares perante o CRF-SP, com farmacêutico presente.
Fonte: www.crfsp.org.br
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Federação Brasileira das Redes Associativas de Farmácias
Esclarecimento aos associados sobre Resoluções do CFF Abaixo, confira o parecer do Departamento Jurídico da FEBRAFAR acerca da legalidade das Resoluções publicadas pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), relacionadas à prescrição de OTC (Medicamentos Isentos de Prescrição) pelo profissional farmacêutico e suas competências.
Parecer Febrafar
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e acordo com o nosso Jurídico, no que se refere às Resoluções CFF nº585 e nº 586 (PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA), como a clínica farmacêutica compreende a atuação do farmacêutico em conjunto com outros pro�issionais da área da saúde, este não pode clinicar isoladamente. Mesmo porque, a clínica farmacêutica não possui regulamentação no Brasil e o farmacêutico, por sua vez, é responsável apenas pelas análises solicitadas pelo pro�issional médico. Tanto na Resolução CFF nº 585 como na nº 586, evidenciase que o CFF desrespeitou o Decreto 20.377/31 (que regulamenta a pro�issão do farmacêutico), ao englobar a clínica farmacêutica, ampliando desta forma o exercício da pro�issão do farmacêutico e lhe dando poderes para solicitar exames laboratoriais, analisá-los e ainda prescrever medicamentos – ou seja, substituindo o médico. Ora, se o farmacêutico não possui condições de analisar a doença, suas razões e melhor tratamento, e sim analisar a medicação e a sua interação com o organismo, não é função sua solicitar exames, analisar e prescrever medicamentos (sejam OTC´s ou não). Essas são atribuições dos pro�issionais da área médica.
Ao estabelecer que o farmacêutico poderá prescrever medicamentos OTC, o CFF afronta também a ANVISA, que em suas RDC 44/2009 e
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RDC 41/2012 permite a venda livre de medicamentos OTC. Ou seja, podem permanecer ao alcance dos usuários para aquisição pelo sistema de autosserviço, não precisando de orientação farmacêutica. Cabe esclarecer, inclusive, que o CFF não pode estabelecer normas relativas ao consumo de medicamentos, pois segundo a Lei 3.820/60 cabe ao Conselho observar os princípios da ética e da disciplina da classe dos que exercem atividades farmacêuticas no país. Ou seja, não se pode confundir atribuição de �iscalizar o exercício da pro�issão com todo o complexo normativo e negocial relacionado aos produtos farmacêuticos. Há de se mencionar também que quem �iscaliza as condições de funcionamento das farmácias e drogarias e controla o comércio de produtos farmacêuticos e correlatos é a ANVISA e os órgãos estaduais e municipais (subordinados ao Sistema Nacional da Sáude), segundo rege a Lei 9.782/99.
Por �im, convém destacar que o farmacêutico não é obrigado a realizar a clínica farmacêutica, ou seja, não é obrigado a prescrever medicamentos. No entanto, se o �izer, deve atender às condições estabelecidas na Resolução CFF nº 586/2013 (consultório, formulários, controle, etc), sob pena de aplicação de multas. Fonte: Febrafar
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Apresentação: Tubo com 40g e 100 compressas.1
Sem enxágue
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Adequado para usuários de lentes de contato1 Respeita o pH da pele1 Cuida suavemente da limpeza da área dos olhos1
Referência Bibliográfica: 1) Bula do produto: Blephagel®. Registro MS nº2.5203.0006.001-4. BLEPHAGEL® Gel hipoalergênico. Higiene diária das pálpebras e dos cílios. Tubo de 40 g. Conteúdo: Gel para a higiene das pálpebras e dos cílios. Tubo de 40 g e 100 compressas. Composição: Aqua, poloxamer 188, PEG-90, sodium borate, carbomer, methylparaben. Indicações: BLEPHAGEL®, gel hipoalergênico, demaquilante, cuida suavemente da limpeza da área dos olhos. Pode ser recomendado aos utilizadores de lentes de contato. Propriedades: BLEPHAGEL®, hipoalergênico (formulado para minimizar os riscos de reação alérgica), sem perfume, não é gorduroso, limpa de forma adequada as pálpebras. A sua fórmula: • Facilita a aderência do produto; • Produz uma agradável sensação de frescor, descongestionando as pálpebras e respeitando o pH da pele; • Não deixa resíduos. Precauções de utilização: • Produto destinado a aplicação sobre as pálpebras e cílios, não aplicar no olho; • Não utilizar em crianças. NÃO USAR EM PELE LESIONADA OU IRRITADA. Modo de usar: Em média duas vezes por dia, de manhã e à noite, ou quantas vezes seja necessária a limpeza das pálpebras. 1) Aplicar uma pequena quantidade de BLEPHAGEL® sobre uma gaze limpa e macia. 2) Frente ao espelho, aplicar com delicadeza a gaze sobre as pálpebras e a base dos cílios com o olho fechado. 3) Passar suavemente, várias vezes a gaze com o BLEPHAGEL® sobre as pálpebras e a base dos cílios, friccionar com pequenos movimentos circulares a fim de retirar todos os resíduos. 4) Eliminar o BLEPHAGEL® restante com a ajuda de uma gaze limpa. 5) Repetir cada etapa para o outro olho utilizando sempre gazes limpas. Reg. M.S. nº 2.5203.0006. Importado por: UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA NACIONAL S/A. Rua Cel. Luiz Tenório de Brito, 90 – Embu-Guaçu – SP – CEP 06900-000 – SAC 0800 11 1559 – CNPJ 60.665.981/0001-18 – Farm. Resp.: Daniela Batista Paiva – CRF-MG nº 20617. Fabricado por: LABORATOIRES THÉA – 12, rue Louis Blériot – 63017 CLERMONT-FERRAND Cedex 2 – FRANCE / FRANÇA. Material dirigido exclusivamente a profissionais habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos.
UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA NACIONAL S/A Divisão GENOM Unidade Brasília: Trecho 01 Conjunto 11 Lote 6 a 12 Pólo de Desenvolvimento JK Santa Maria - Brasília - DF - CEP: 72549-555
Produzido em: Setembro/2013
Demaquilante1
Associação da indústria Farmacêutica de Pesquisa
INPI ajuiza ações para reduzir prazo de patentes de remédios
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Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) questiona na Justiça, por meio de 37 ações, o prazo de patentes de 247 medicamentos e agroquímicos. Para o órgão, as fórmulas desses produtos devem cair em domínio público entre 2015 e 2017, o que reduziria em até seis anos a vigência dessas patentes. As ações buscam corrigir atos do próprio INPI, que concederam proteção de dez anos para esses produtos, contados a partir da data de concessão. O prazo, usado para patentes de invenção, não valeriam, porém, para os pedidos que ingressaram por meio de um sistema de espera conhecido como "mailbox", criado após o Brasil adotar o Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio), em vigor desde janeiro de 1995. Pelo acordo, haveria proteção de patentes depositadas até a aprovação de uma Lei de Propriedade Industrial, o que ocorreu com a edição da Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996. Somente após a publicação da norma, os pedidos seriam analisados, o que gerou uma longa �ila de espera. Os pedidos ajuizados entre janeiro de 1995 e maio de 1997, com a entrada em vigor da lei, deveriam,
no entanto, ser decididos até 31 de dezembro de 2004, conforme determinava uma medida provisória editada em 1999. Caso o prazo fosse cumprido, as últimas patentes cairiam em domínio público em 2014, de acordo com Antonio Britto, presidente executivo da Interfarma. A correção desses prazos permitirá o ingresso de genéricos e a redução de gastos pelo governo federal e pelos consumidores, de acordo com o procurador-chefe do INPI, Mauro Maia. Só com um medicamento para artrite reumatóide, o país gasta mais de R$ 500 milhões por ano. "O INPI não tinha detectado esse problema. Estamos buscando na Justiça a aplicação do prazo correto, que a lei determina", a�irma Maia, acrescentando que outras ações serão apresentadas à Justiça.
Campanha "Sem Imposto Tem Remédio"
A ABAFARMA, a ABCFARMA, a ABRAFARMA, a ABRADILAN, a FEBRAFAR e a INTERFARMA, que iniciaram o movimento “Sem Imposto tem Remédio”, estão em franca atividade na captação de assinaturas para essa meritória campanha. Fonte: www.interfarma.org.br
CBFARMA (Câmara do Comércio Farmacêutico), da CNC
Reunião da CBFARMA em Basília Lázaro Luiz Gonzaga, coordenador e Marcelo Fernandes de Queiróz, vice-coordenador da Câmara Brasileira de Produtos Farmacêuticos (CBFARMA), da CNC, dirigiram em Brasília, dia 16 de outubro, reunião cuja pauta tratou de diversos assuntos do setor. Um dos temas foi a aprovação da viabilidade técnica e econômica para implementação do sistema de logística reversa de resíduos de medicamentos por um comitê do Ministério do Meio Ambiente.
A deliberação já foi, inclusive, publicada no Diário Oficial da União. A ABCFARMA marcou presença, na pessoa de seu diretor executivo, Dr. Renato Tamarozzi, do assessor econômico Geraldo Monteiro, que representaram o presidente da entidade Pedro Zidoi e participaram ativamente das discussões. Outros assuntos foram passados para o Dr. Cácito Augusto Esteves, para as providências necessárias.
Na foto, parte dos membros que fizeram parte da reunião CBFARMA
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Atualidades Rosustatin, contra o colesterol A Nova Química acaba de lançar o Rosustatin de 5 mg com 60 comprimidos, indicado para o tratamento de redução do colesterol. Estudos mostram que a rosuvastatina de 5 mg, uma vez ao dia, reduz em 39% o LDL-C em 12 semanas e em 42% o LDL-C em 52 semanas de tratamento, sendo sua e�icácia muito superior à pravastatina e sinvastatina na dose de 20 mg ao dia. Além disso, a apresentação de 60 comprimidos tende a aumentar a adesão ao tratamento. Registro M.S.: 1.2675.0140.014-0 Contraindicações: é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade à rosuvastatina cálcica ou outros componentes da fórmula. SAC: 0800.026 22 74 SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MEDICO DEVERÃO SER CONSULTADO.
Hydracell, hidratação bioepidérmica A Germed Pharma acaba de lançar o Hydracell, um produto que oferece hidratação intensa e prolongada por 24h. Inovador, graças ao conjunto de ativos funcionais disponíveis na sua formulação, é o único no mercado que de fato oferece uma hidratação completa tanto para o rosto como para o corpo. Hipoalergênico e não comedogênico, Hydracell não contém fragrância, corantes, parabenos, emulsi�icantes arti�iciais e óleos minerais. Sua composição combina sete ativos extremamente e�icazes: Olivem 1000; Acquaporine Active AQP3; Glicerina; Ácido Hialurônico de baixo peso molecular; Óleo de Canola; Manteiga de Karitê e um Complexo de Aminoácidos. Res. ANVISA: 343/05 AFE MS: 2.04655-6 SAC: 0800 191914 SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MEDICO DEVERÃO SER CONSULTADO.
Tarfic, na dermatite atópica A Libbs Farmacêutica acaba de lançar Tar�ic pomada (Tracolimo monoidratado), medicamento para dermatite atópica, doença in�lamatória da pele que afeta principalmente crianças entre 2 e 14 anos de idade. Disponível em embalagens de 10 e 30 gramas, Tar�ic chega às farmácias com custo até 44% menor que as pomadas da mesma classe, garantindo maior acesso aos pacientes. A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, afeta muito a qualidade de vida do paciente e de seus familiares. Tar�ic é uma pomada com ação imunomoduladora, que atua no sistema de defesa da pele e na in�lamação, promovendo alívio da coceira e das lesões. Registro MS: 1.0033.0160 Contraindicações: em pacientes com hipersensibilidade ao tacrolimo, aos macrolídeos em geral ou a qualquer um dos excipientes da formulação. Este medicamento é contraindicado para crianças menores de 2 anos de idade. SAC: 08000 135044 SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MEDICO DEVERÃO SER CONSULTADO.
Vodol, agora aerossol Marca líder no mercado de micoses e frieiras, Vodol acaba de lançar a exclusiva apresentação aerossol. É o primeiro nitrato de miconazol do mercado nesta apresentação prática e moderna. Fácil de aplicar e com fragrância suave. Registro MS: Talco Sem Perfume 2.5203.0005.001-9 MS Talco Sport 2.5203.0011.001-1 MS Talco Relaxante 2.5203.0010-001-6 MS Creme Hidratante 2.5203.0009.001-1 MS Aerossol 205717-7 conforme RDC 343/05. SAC: 0800 11 15 59 – www.uniaoquimica.com.br SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MEDICO DEVERÃO SER CONSULTADO.
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ISO Whey, proteína pura Suplemento à base da proteína isolada do soro do leite (WPI) trazido pela Midway Labs, resultante da remoção dos componentes não proteicos do soro do leite, como as gorduras e a lactose, tem altíssimo valor nutricional, conferido pela presença de proteínas com elevado teor de aminoácidos essenciais e contém considerável concentração de glutamina, cálcio e vitaminas e minerais importantes para o desempenho e para o bom funcionamento do organismo. Não contém açúcares e glúten. Sabores: Baunilha, Morango e Limonada Suíça. Registro M.S.: - Produto dispensado da obrigatoriedade de registro conforme RDC n° 27/2010. Advertências Anvisa: • ESTE PRODUTO NÃO SUBSTITUI UMA ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA E SEU CONSUMO DEVE SER ORIENTADO POR NUTRICIONISTA OU MÉDICO • INGREDIENTES DO PRODUTO PREPARADO SEGUNDO AS INDICAÇÕES DO RÓTULO • ESTE NÃO É UM ALIMENTO COM VALOR ENERGÉTICO REDUZIDO • NÃO CONTÉM AÇÚCARES SAC: sac@midwaylabs.com.br Site: www.midwaylabs.com.br
Genérico para o tratamento do diabetes A Torrent do Brasil lança o primeiro genérico resultado da associação de dois agentes antidiabéticos: cloridrato de metformina + glibenclamida, destinado ao tratamento do diabetes melito tipo 2. Com o medicamento, pode-se obter níveis satisfatórios de glicemia, proporcionando melhor controle do paciente diabético. A associação Metformina + glibenclamida será comercializada em duas apresentações: em comprimidos de 500mg+2,5 mg, em caixa com 30 unidades e em comprimidos de 500mg + 5mg, em caixa com 30 unidades.
Registro M.S.: 1.0525.0042.005-8 (500mg+2,5mg); M.S. 1.05250034004-6 (500mg+5mg). Contraindicações: em pacientes hipersensíveis à metformina, à glibenclamida ou a outra sulfonilureia e sulfonamidas, ou a qualquer outro componente de sua formula; em pacientes com diabetes mellitus tipo 1, ou se ocorrer perda grave do controle do diabetes chegando ao pré-coma ou cetose; em pacientes com insufi ciência renal (clearance de creatinina < 60 mL/min) ou hepática; em pacientes com condições agudas com potencial para alterar a função renal, tais como: desidratação, febre, infecção grave, choque; em pacientes com doenças agudas ou crônicas susceptíveis de causar hipóxia tissular, como insufi ciência cardíaca ou respiratória, infarto do miocárdio recente e choque; na porfi ria; em cirurgia eletiva de grande porte; exames radiológicos envolvendo o uso de contrastes iodados intravasculares; em caso de uso de miconazol (inclusive por via tópica); caso haja ingestão excessiva de álcool (diária ou eventual) e durante a lactação. SAC: 0800-7708818 SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MEDICO DEVERÃO SER CONSULTADO.
Lycopene, antioxidante em cápsulas A fórmula natural de Lycopene, da Sundown Naturals, proveniente do tomate, tem uma forte ação antioxidante protegendo o corpo dos radicais livres. Além disso, o licopeno age de dentro para fora na camada dérmica para nutrir e auxiliar os fornecimentos vitais de colágeno, elastina e elementos capazes de reter umidade, para a nutrição da pele que proporciona hidratação prolongada e atenuação de linhas �inas. É indicado para todos os tipos de pele. Registro M.S.: 6.2097.0019 Contraindicações: Consumir somente a quantidade indicada na embalagem. Gestantes, nutrizes e crianças somente devem consumir este produto sob orientação de um nutricionista ou médico. Dosagem recomendada: Uma cápsula ao dia com as refeições. SAC: 0800 031 0345
VitaSênior volta ao mercado O suplemento de vitaminas e minerais com ginseng VitaSênior ajuda a repor a energia no dia a dia e melhorar o desempenho �ísico e mental. A formulação diferenciada foi elaborada para restabelecer o equilíbrio do organismo, nos casos de diminuição do rendimento �ísico e mental, estados de fadiga e esgotamento, distúrbios da memória, diminuição da capacidade de concentração, envelhecimento precoce. Não contém açúcar. Sugestão de consumo: 1 vez ao dia. Registro MS: Suplemento de vitaminas e minerais . MS Isento da obrigatoriedade de registro conforme RDC Nº 27/2010. SAC: 0800 11 15 59 – www.uniaoquimica.com.br SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MEDICO DEVERÃO SER CONSULTADO.
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Leiba, relançamento A União Química relança a tradicional marca Leiba, à base de 200 milhões de microrganismos vivos, que volta ao mercado trazendo novidades, em três apresentações. O probiótico lactobacillus acidophilus lio�ilizado que compõe Leiba contribui para a restauração da �lora intestinal, evitando a diarreia e a desidratação. Leiba pode ser administrado ainda durante o tratamento prolongado com antibióticos. Três apresentações: 12 cápsulas, 6 sachês (1g), 20 comprimidos mastigáveis Registro MS: Sachê 6.6325.0004.001-9 MS Cáps 6.6325.0001.001-2 MS Comp OD 6.6325.0003.001-3 SAC: 0800 11 15 59 – www.uniaoquimica.com.br SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MEDICO DEVERÃO SER CONSULTADO.
Ferisept, antisséptico Ferisept é um medicamento antisséptico tópico para limpeza de ferimentos e outras lesões super�iciais da pele. Trata-se de um produto à base de digliconato de clorexidina 10mg/mL, que se destaca por sua ação antifúngica e bactericida de amplo espectro. Duas apresentações: Frasco Spray com 45ml e Frasco com 30ml com aplicador. MS medicamento de notificação simplificada conforme RDC nº 199/2006 – AFE nº 1.00.497-7. SAC: 0800 11 15 59 SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.
Massageol, novo frasco O frasco do Massageol aerosol mudou. A nova embalagem do produto indicado no tratamento local de manifestações reumáticas, além de dores musculares, nevralgias, torcicolos e contusões, apresenta um layout mais moderno e compacto. A fórmula e conteúdo permanecem os mesmos: 120mL. Apresentações disponíveis: Aerosol 120mL, pomada com 15g e 30g Registro MS.: 1.5584.0307 Contraindicações: é contraindicado para crianças menores de 2 anos, pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula ou com história anterior de convulsões. também é contraindicada a aplicação nas mucosas, dermatoses, varizes e ferimentos. SAC: 0800 9799900 SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.
Prudence Íntima lenços umedecidos Chega ao mercado o mais novo produto da DKT do Brasil voltado à higiene íntima feminina. O Prudence Íntima Lenços Umedecidos é o lançamento da empresa desenvolvido para tornar mais práticos os cuidados pessoais. Eles são hipoalergênicos, não contêm álcool, nem perfume. Contém ácido lático, substância naturalmente presente na região íntima, que mantém o ph balanceado respeitando o equilíbrio �isiológico. Outro componente de destaque em sua fórmula é a camomila, responsável por hidratar delicadamente a região. Registro MS: 2.2465.0031.001-9 SAC: 0800 11 12 13
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Edital
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO MINISTÉRIO DA SAÚDE AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA EDITAL DE CHAMAMENTO N.º 04, DE 18 DE OUTUBRO DE 2013 Publicado no D.O.U. do dia 21/OUT/2013 • [Seção 3 - página 135]
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Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe conferem o Decreto de recondução de 11 de outubro de 2011, da Presidenta da República, publicado no DOU de 13 de outubro de 2011, e o inciso X do art. 13 do Regulamento da ANVISA, aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, tendo em vista o disposto no inciso VIII do art. 16 do Regimento Interno da ANVISA, aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, resolve tornar público o presente Edital de Chamamento para coletar opinião, dados e informações que subsidiem a Análise de Impacto Regulatório sobre os critérios para prescrição e dispensação de medicamentos genéricos e similares.
DIRCEU BRÁS APARECIDO BARBANO
ANEXO 1. Contextualização A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA incluiu na Agenda Regulatória do biênio 2013/2014 o item nº 46 “Critérios para Prescrição e Dispensação de Medicamentos Genéricos e Similares”, com o objetivo de promover debate e eventual avaliação dos marcos regulatórios que regem o assunto. A Política Nacional de Medicamentos, instituída por meio da Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998, tem como propósito garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade destes produtos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais. Com a edição da Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, que estabeleceu o medicamento genérico, foi conferida à Anvisa a atribuição de regulamentar os critérios para registro e dispensação desses medicamentos, acrescentando à Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, as seguintes definições:
XXI - Medicamento Genérico - medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI;
XII - Medicamento de Referência - produto inovador registrado no órgão fede-
ral responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro;
XXIII - Produto Farmacêutico Intercambiável – equivalente terapêutico de um medicamento de referência, comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de eficácia e segurança; A referida Lei também estabeleceu definição para medicamentos similares, já presentes no mercado nacional àquela época.
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- Medicamento Similar - aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001). Os critérios para comprovação de sua comparabilidade ao medicamento eleito como referência passaram a ser exigidos em 2003, por meio da edição da Resolução
RDC nº 133 e da Resolução RDC nº 134, daquele ano, constituídos, principalmente, de estudos de equivalência farmacêutica e biodisponibilidade relativa. Os medicamentos similares que já estavam registrados até a data da publicação da Resolução RDC nº 134, de 2003, foram submetidos a um cronograma de adequação para comprovar a equivalência farmacêutica e a biodisponibilidade relativa. O cronograma prevê adequações com base na data de vencimento dos registros e nos princípios ativos que compõem os produtos, correspondendo a um prazo limite de adequação de todos os medicamentos até 2 de dezembro de 2014. Apesar de tanto os medicamentos genéricos quanto os similares serem considerados “cópias” dos medicamentos de referência, a intercambialidade está prevista apenas para os genéricos, considerando as disposições vigentes nas resoluções RDC nº 16 e nº 17, alteradas pelas resoluções RDC nº 51 e nº 53, todas de 2007. Ante o exposto, e tendo em vista que as atuais exigências para o registro de medicamentos genéricos e similares convergem, a ANVISA decidiu iniciar a discussão e avaliação sobre a necessidade, ou não, de revisão das regras de prescrição e dispensação desses produtos. A fim de subsidiar e qualificar essa discussão, será realizada uma Análise de Impacto Regulatório (AIR) que contará com as opiniões, dados e informações colhidas nesta etapa preparatória, a partir deste chamamento. A AIR é uma ferramenta utilizada para auxiliar a definição de problemas e contribuir para que a ação regulatória seja mais eficiente, oferecendo aos tomadores de decisão elementos para que possam avaliar as opções e alcançar os objetivos pretendidos. A função regulatória da ANVISA tem se pautado cada vez mais pela transparência de suas ações e pela participação da sociedade como diretrizes da atuação institucional de modo a ampliar as discussões sobre diversos temas na área de vigilância sanitária. O Programa de Melhoria do Processo de Regulamentação da Anvisa (PMR), também conhecido como Programa de Boas Práticas Regulatórias, foi instituído em abril de 2008 por meio da Portaria n.º 422, com o propósito de aprimorar e modernizar a atuação regulatória da Agência, na perspectiva de promover maior previsibilidade, transparência e estabilidade ao processo regulatório.
2. Objetivos Receber opinião, dados e informações que subsidiem a AIR sobre as atuais regras de prescrição e dispensação dos medicamentos genéricos e similares.
3. Público Alvo Este chamamento público destina-se a todas as pessoas, profissionais e instituições, públicas e privadas, com interesse direto ou indireto na prescrição e dispensação de medicamentos.
4. Forma e prazo para participação. Para participar deste chamamento público, os interessados devem preencher o formulário eletrônico disponível no endereço: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=13277. O prazo para preenchimento do formulário será de 30 (trinta) dias, cujo início se dará 7 (sete) dias após a data de publicação deste Edital no Diário Oficial da União.
5. Resultados As manifestações coletadas a partir deste chamamento serão utilizadas como subsídio à Análise de Impacto Regulatório e apresentadas à Diretoria Colegiada da Anvisa, a qual avaliará a melhor opção para a atuação regulatória.
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8ª Convenção e Feira de Negócios da
Rede Farmácias Associadas De 17 a 19 de outubro último, a Rede de Farmácias Associadas, hoje composta por 664 unidades, realizou sua convenção anual nas cidades de Canela e Gramado. O slogan da Rede, “Aqui você tem amigos”, foi plenamente justificado
Prêmio Pedro Zidoi Dr. Ricardo Duarte da Silveira, presidente da Rede Farmácias Associadas abre o evento e dá boas vindas aos participantes
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a abertura do evento, destacavamse inúmeras autoridades – entre elas, o prefeito municipal de Canela, Cleomar Port, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Pedro Westphalen, o secretário municipal de Turismo, Esporte e Lazer, Leandro de Oliveira, o deputado estadual Pedro Pereira e a vicepresidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul, Dra. Silvana de Vargas Furquim
Ao saudar os presentes, o prefeito de Canela disse que, pela importância da Convenção, ela fará parte da programação anual dos eventos da cidade, com apoio da prefeitura. Além da oportunidade de atualização de conhecimentos e realização de bons negócios, a amizade que une as famílias da Rede Associadas é contagiante: todos se conhecem e se querem bem. A ABCFARMA, como faz todos os anos, esteve presente durante os três dias da Convenção. Pudemos constatar que, a cada ano, os organizadores inovam na contratação dos palestrantes e na produção da parte social do evento.
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Criado pela Farmacêutica Dra. Silvana Furquim, vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul e participante da Rede de Farmácias Associadas. A Rede Associadas promoveu a segunda edição do Prêmio Pedro Zidoi, que reconhece as melhores práticas farmacêuticas implantadas nas lojas da rede e confere ao vencedor troféu e prêmio em dinheiro. O Prêmio Pedro Zidoi reconhece o trabalho das farmácias associadas à Rede no âmbito de suas comunidades. Das 12 empresas concorrentes ao prêmio, a comissão julgadora selecionou três �inalistas. Representantes das três empresas ansiosamente aguardaram o veredito, até que o presidente da Rede Farmácias Associados, Dr. Ricardo Duarte da Silveira, deu conhecimento do vencedor – a Farmácia Hamamelis, que tem unidades nas cidades gaúchas de Feliz, Bom Princípio e Vale Real, e apresentou um trabalho sobre descarte de medicamentos vencidos, que você conhecerá a seguir.
Projeto de descarte correto de medicamentos As boas iniciativas lançadas pelas farmácias que integram o time de craques da Rede Associadas receberam o devido reconhecimento na manhã de sábado, quando representantes dos três �inalistas apresentaram os projetos que concorreram na segunda edição do Prêmio Pedro Zidoi. Nesse momento, o enorme telão de led instalado no Hotel Continental re�letiu os desa�ios vencidos por aqueles que alcançaram o objetivo de fazer alguma diferença para as suas comunidades. Além do retorno econômico, são projetos que proporcionam um relacionamento mais próximo da farmácia com os clientes e resgatam valores humanos embutidos nos trabalhos desses pro�issionais que, antes de tudo, cuidam da saúde das pessoas. Foram 12 os inscritos este ano. Os R$ 3 mil destinados ao primeiro colocado foram para Antônio Veiga Junior, da Farmácia Hamamelis que, em três cidades do interior gaúcho, desenvolveu um projeto de coleta seletiva de medicamentos vencidos. Os outros dois �inalistas foram premiados com um tablet.
Conheça os projetos finalistas 1º lugar
Antônio Veiga Júnior e Mirele Freiberger Farmácia: Hamamelis Manipulação Projeto: Descarte Cidadão Cidades: Bom Princípio, Feliz e Vale Real O objetivo é conscientizar a população das três cidades, que somam cerca de 30 mil pessoas, a fazer o descarte correto dos medicamentos vencidos. Depois de sensibilizar a própria equipe, a Hamamelis buscou apoio junto ao poder público, ao Conselho Regional de Farmácia e aos parceiros comerciais. Problemas de comunicação impediram o resultado almejado inicialmente e uma nova estratégia foi adotada. O público-alvo passou a ser as crianças e a Hamamelis foi até a escola. Cartilhas, histórias em quadrinhos e até uma mascote, a Flora, foram criados para informar as pessoas sobre os male�ícios do descarte errado de medicamentos. Hoje, além das atividades nas escolas, o Descarte Cidadão capacita pro�issionais da rede de saúde das três cidades e é constantemente tema de reportagens na imprensa regional. “Tudo isso mudou a imagem da farmácia junto à comunidade”, a�irma Veiga Júnior, que já contabilizou pelo menos 110 quilos de medicamentos recolhidos pelo projeto. Meus agradecimentos à Dra. Silvana Furquim, idealizadora do prêmio, e à Teuto e à P�izer, que colaboraram para o sucesso do Prêmio, e às Redes Associadas, que incluíram a premiação na programação de sua convenção.
O presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi, faz a entrega do prêmio que leva seu nome, na Convenção da Rede Farmácias Associadas REVISTA ABCFARMA
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2º lugar
3º lugar
Cidade: Cidreira
Cidade: Porto Alegre
Letícia Raupp Farmácia: Nova Mistura Farmácia de Manipulação (Farmácia Nova Mistura) Projeto: Sabor e Arte com Menos Sal
Ana Paula Santos da Silva Farmácia: Adriano Schollis da Fonseca e Cia (Farmácia Central) Projeto: Ação Pró Saúde
O grande número de casos de hipertensão despertou o interesse na equipe da Nova Mistura. “Percebemos que faltava muita orientação”, explica Letícia. Para mudar essa realidade, a farmácia buscou uma parceria com os postos de saúde e iniciou um projeto com um grupo de senhoras chamado Vida e Arte. Hoje elas são as multiplicadoras do conhecimento acerca das causas da hipertensão e incentivam a redução do consumo de sal na comida. O trabalho Sabor e Arte com Menos Sal iniciou com palestras e um curso de artesanato em que elas aprenderam a fazer vasos com garrafas PET. Nesses vasos, elas plantaram diversos temperos que hoje substituem o sal nas suas receitas. Ao mesmo tempo, os pro�issionais da farmácia �izeram um levantamento de dados sobre a situação antes e depois da execução do projeto e perceberam uma redução signi�icativa na incidência de casos. Além da reeducação alimentar, também foram passadas orientações sobre o uso correto do medicamento.
A descaracterização das farmácias como um estabelecimento ligado à saúde foi o que inspirou a criação do projeto da Farmácia Central. “As pessoas cada vez mais veem um medicamento como um bem de consumo e não como algo para a saúde. Além disso, está cada vez mais di�ícil para os pequenos estabelecimentos concorrer com as grandes redes”, observa Ana. Assim, ela e sua equipe pensaram em um modo de se aproximar da comunidade, não só através do comércio, mas, principalmente, de serviços. Depois de fazer parcerias com laboratórios que ofereceram estrutura, materiais de trabalho e brindes, a Central foi para a rua e criou um evento de atendimento à população com diversos testes gratuitos, como glicose, pressão arterial, frequência cardíaca, etc. Desde a primeira edição do Ação Pró Saúde o público vem aumentando e demonstra cada vez mais con�iança nos pro�issionais que os atendem. Clientes de outros bairros passaram a procurar a farmácia, que hoje registra um aumento de 50% nas vendas.
N
distribuição voltada apenas para os associados. “A nova operação vai iniciar com marca própria a partir de novembro e vamos comprar e armazenar os produtos num centro de distribuição, em Porto Alegre”, explica. Além disso, a rede alcançou a marca de 664 unidades no Estado, com novas farmácias em Capivari do Sul, Entre-Ijuís, São José do Ouro e São Paulo das Missões. E inicia a padronização das fachadas, também a partir de novembro.
Farmácias Associadas lança cooperativa
a oitava edição da Convenção e Feira de Negócios, que reuniu 51 laboratórios e distribuidores do mercado interno e multinacionais, seus 330 associados e um público de 2 mil pessoas, em Canela, o tema do evento foi voltado para a Copa de Mundo. Na ocasião, a Associadas apresentou sua nova operação, que compreende uma cooperativa. De acordo com o presidente Ricardo Duarte da Silveira, a Cooperativa das Farmácias Associadas no Rio Grande do Sul (Coopefars) vai centralizar a compra e
No último dia, num grande Centro de Convenção na cidade de Gramado, o evento foi concluído com um jantar, seguido de show e baile, além do sorteio de três carros. À Rede de Farmácias Associadas, os parabéns da ABCFARMA pelo maravilhoso encontro, exemplo de organização e sucesso associativo, e a Américo José da Silva Filho, pelo excelente trabalho como Mestre de Cerimônias
Não perca na próxima edição reportagem completa da 8ª Convenção. 68 | REVISTA ABCFARMA • NOVEMBRO/2013