REVISTA #09
DESAFIOS DA LOGÍSTICA
COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO OS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA SUPERAR OS GARGALOS DE FOZ DO IGUAÇU E DO OESTE DO PARANÁ 10 MEDIDAS
ACIFI recolhe assinaturas em Foz do Iguaçu
PREMIAÇÃO
Associada ACIFI vence Prêmio Caciopar Mulher Empreendedora
PORTO MEIRA
Comércio do bairro mostra força e união Revista ACIFI | Página 1
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DIRETORIA DA ACIFI - GESTÃO 2014/2016 João Batista de Oliveira Presidente
Revista ACIFI é uma publicação bimestral da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da associação ou pelo e-mail imprensa@acifi.org.br Ano II
Número 09
Novembro/2015
Célia Rosa Vice-Presidente
Andréa David Jornalista responsável MTB 3059
Danilo Vendruscolo Segundo Vice-Presidente
Lucas Marcoviz Florão Publicidade e design
Marcio Marcon Diretor Financeiro
Kiko Sierich Fotografia
Rogério Soares Böhm Diretor Administrativo
Alexandre Palmar Reportagem
Phelipe Mansur Diretor de Prestação de Serviços
Douglas Furiatti Revisão
Luciano Tita Diretor de Comunicação e Marketing
Dimas Bragagnolo Diretor-Executivo
Rudney Lopes Vargas Diretor de Associativismo
Natalia Fuentes Coordenação operacional
Faisal Mahmoud Ismail Diretor de Desenvolvimento Econômico e Social
César Ferreira dos Santos Departamento Comercial
Mario Alberto Chaise de Camargo Diretor de Comércio Exterior Beatriz Rodrigues Diretora de Comércio e Serviços
Colaboradores Abilene Rodrigues, Claudia Daiane Reinke, Claudio Dalla Benetta, Janaine Merchiori, Jean Paterno, Camila Catafesta, Roberto Marin e Rodrigo Lopes
Leandro Costa Diretor de Indústria, Infraestrutura e Logística
Impressão Gráfica Tuicial
CONSELHO DELIBERATIVO Presidente Walter Venson
Tiragem 5 mil exemplares
Conselheiros Fábio Hauagge do Prado, Paulo Pulcinelli Filho, Carlos Silva, Valdirlei Baranoski, Joel de Lima, Kamal Osman, Manuele Fritzen, Djalma Fonseca, Altino Voltolini, Ana Cristina Nóbrega CONSELHO FISCAL Antonio Luiz Breda, Oscar Elmiro Canesso, Elias João Dandolini, Elizabeth Arrais Soares, Luiz Antônio de Lima, Amauri Nascimento
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www.acifi.org.br ACIFI – Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu Rua Padre Montoya, 451 – Centro CEP: 85851-080 Central de Atendimento (45) 3521-3300 atendimento@acifi.org.br
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ÍNDICE 10 14 22 24
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Como uma logística eficiente pode contribuir para o crescimento de Foz do Iguaçu e do Oeste do Paraná Página 4 | Revista ACIFI
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ASSoCIAdo ACIfI Gaúcha, uma das lojas mais tradicionais do comércio iguaçuense, é associada desde 1988
3 PErguntAS Com fama de palestrante irreverente, Leila Navarro estreia nova seção da Revista ACIFI
turISMo Os desafios do Comtur para 2016
CEntro CoMErCIAL Na série de reportagens sobre os centros comerciais de Foz do Iguaçu, a Revista ACIFI mostra que o Porto Meira agora se esforça para reerguer-se após o temporal que atingiu a região
CodEfoz Com balanço positivo, Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social planeja novas ações para 2016
10 MEdIdAS ACIFI mobiliza Foz do Iguaçu para apoiar campanha de combate à corrupção
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Palavra do presidente
A favor da logística e contra a corrupção
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osso país não poderá alcançar o desenvolvimento pleno se não tiver um amplo planejamento logístico, com a interligação de modais e a integração de todo o território da maneira mais eficiente possível. As deficiências na infraestrutura de transportes e logística do Brasil são mais do que conhecidas e estão estampadas no noticiário quase que diariamente. É evidente que a evolução não acompanhou o crescimento da demanda e hoje ela já se encontra saturada. Em um momento de baixa atividade econômica e de crise de credibilidade como o que atravessamos atualmente no país, a indústria, comércio, serviços e agronegócio veem suas dificuldades aumentarem e sua competitividade diminuir, principalmente diante de nossos concorrentes, que estão em todas as partes do mundo. No caso do Paraná, temos vários gargalos que precisam ser solucionados e é necessário que a Região Oeste receba investimentos estratégicos. Recentemente a sociedade e, em especial, o setor produtivo, numa
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iniciativa liderada pela Caciopar e Programa Oeste em Desenvolvimento, decidiram que é hora de debater o tema com mais profundidade. A reivindicação é para que tenhamos canais eficientes e seguros para a circulação de pessoas e escoamento da produção. A falta de planejamento e a não realização de obras essenciais criaram gargalos logísticos, que reduzem a competitividade de nossos produtos, principalmente os classificados como commodities, por isso está claro que a nossa região merece mais investimentos. O Oeste paranaense, como um todo, deve ser contemplado com projetos que atendam às suas necessidades e possibilitem seu crescimento. Apesar disso, o fim de 2015 não deve ser de lamentos. Pelo contrário, o cenário que se apresenta hoje deve servir de estímulo para que todos os empreendedores busquem ânimo para seguir em frente. E, principalmente, tomem consciência de que precisamos de uma grande união para que o país volte a crescer e encontre, de uma vez por todas, os rumos de seu desenvolvimento econômico e social.
João Batista de Oliveira, presidente da ACIFI
É por meio da mobilização de toda a sociedade, principalmente pela ação das entidades representativas, as quais devem remar juntas e numa só direção, que teremos força e uma visão de planejamento de longo prazo. A ACIFI, como todo o sistema associativista do Paraná, está liderando em Foz do Iguaçu a coleta de assinaturas para o abaixo-assinado “10 medidas contra a corrupção”. A ação é proposta pelo Ministério Público Federal, que atua contra diversos tipos de corrupção em todo o país. A diretoria entende que é papel da entidade assumir causas como essa e que nossas lideranças precisam estar engajadas a favor de medidas que tragam ao nosso país transparência, respeito e ética com a coisa pública. A nossa expectativa é que em 2016 a crise institucional se resolva e amenize as desconfianças do mercado, sendo possível seguir em frente acreditando em um país mais bem planejado e mais justo com os que nele acreditam. Boa leitura a todos!
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Envie sugestões, críticas ou comentários para o imprensa@acifi.org.br.
Moro atualmente em Curitiba e acesso o site para ler a versão digital. A revista sempre traz temas atuais e mostra o lado empreendedor de muitos iguaçuenses que, assim como eu, buscam inovação e criatividade para seus negócios. Adriana Moura, empresária
Desde que foi lançada, a Revista ACIFI tem sido fiel companheira em minha jornada como produtora. Reúne conteúdo que vai muito além de uma publicação institucional. Fala da nossa gente e mostra nossas conquistas e desafios sob uma ótica importante, a do empresário. Impossível não a ter como fonte! Magda Carvalho, produtora e apresentadora
Cumprimento a toda a equipe da Revista ACIFI. Pessoalmente gosto das reportagens sobre os bairros e avenidas comerciais, pois o comércio de Foz do Iguaçu está espalhado em toda a cidade.
Confesso que sou fã da Revista ACIFI! Seu enredo é construído de maneira inteligente ao abordar assuntos emergentes para o desenvolvimento do empresariado de maneira tão clara e objetiva.
Wagner Dantas, administrador
Osmar Marrafon, empresário
Atualmente, diante do grande desafio que é manter-se “antenado”, numa sociedade totalmente globalizada, informações com credibilidade, de interesse empresarial e de qualidade, como são as notícias veiculadas pela Revista ACIFI, são algo louvável. Parabéns a toda equipe! Jorge Pegoraro, analista ambiental Página 8 | Revista ACIFI
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O segredo da Gaúcha Loja é associada ACIFI desde 2 de maio de 1988, e as consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) estão entre os serviços mais utilizados
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ona de uma experiência e tanto na área de vendas e de um admirável senso prático, Lourdes Zarate acumula mais de 46 anos na Gaúcha. Iniciou sua carreira na matriz em Cascavel. O forte, na época, era o comércio de tecidos, mas com o passar dos anos se transformou no que é hoje: uma grande loja de departamentos, com seções de roupas masculinas, femininas e infantis e de cama, mesa e banho. Lourdes conquistou a confiança dos proprietários da empresa e, quando a família decidiu abrir filial em Foz do Iguaçu, foi convidada a cuidar dos negócios na cidade. Lá se vão 26 anos
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de existência da Gaúcha na Av. JK e de Lourdes na gerência. Sua rotina é cumprida à risca: chega pela manhã e só vai embora à noite, não sem antes dar uma geral em toda a loja. “Esta é como a minha segunda casa e me sinto completamente feliz aqui dentro”, revela.
Dia Gaúcha’, cantamos e fazemos oração. Somos como uma família e aqui um cuida do outro”, finaliza.
Dos 50 colaboradores, vários permanecem na equipe desde a inauguração. Paulina, Ivone, Sonia e Léia fazem parte desse seleto grupo. Com seu jeitão de mãe e tia, Lourdes consegue manter a equipe unida e pronta para deixar a loja bonita e arrumada para agradar ao cliente. “Diariamente, antes de abrir nossas portas, fazemos o ‘Bom
“
O segredo para ser um bom vendedor? A veterana diz que a pessoa precisa ser simpática e não deve ter preguiça, pois o cliente exige e merece o melhor.
Ver o cliente sair feliz daqui de dentro é uma realização para a gente”
Lourdes Zarate, gerente da Gaúcha em Foz do Iguaçu Revista ACIFI | Página 11
Educação
Aula de projeto de vida prepara jovem para desafios
Milena Mascarenhas é mestre em História, consultora acadêmica e desenvolve treinamentos e capacitação sobre novas metodologias de aprendizagem em instituições de ensino superior.
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sociedade está mudando de maneira muito acelerada, deixando muitas vezes pais e educadores com dúvidas sobre o que priorizar na educação dos jovens. Em quais competências deve-se investir para ajudá-los a enfrentar novos desafios? O conhecimento humano se multiplica cada vez mais rápido, logo a competência mais importante é saber viver nesse contexto de rápidas mudanças e ser capaz de ver sentido naquilo que se está fazendo. Pensar no futuro e fazer planos são aspectos naturais para muitas pessoas, porém organizar-se para sua realização é um desafio. A escolha da carreira profissional é o primeiro passo em direção à materialização de aspirações, sendo a graduação em curso superior uma das formas de se ampliar os conhecimentos e as bases para tornar sonhos realidade. As instituições educacionais podem ajudar os jovens implantando a cultura do projeto de vida, ou seja, auxiliar no planejamento pessoal, incluindo metas e objetivos a ser alcançados ao longo da vida, contemplando diferentes áreas: profissional, financeira, saúde integral, autoconhecimento e relações interpessoais. Cada vez mais o jovem urge por um propósito de vida, ou seja, uma razão, um objetivo maior a ser alcançado na vida. No ano passado, a fundação Prince’s Trust, instituição no Reino Unido que se dedica a vários projetos para jovens desempregados com idades entre os 16 e 25 anos, realizou um estudo com cerca de 750 mil jovens britânicos e constatou que 9% não tinham um objetivo na vida, aumentando nesse grupo as chances de desenvolverem depressão, entre outros transtornos psicológicos. Em outra pesquisa realizada no Brasil, pelo painel on-line Conecta-i, 49% dos jovens participantes expressaram que o seu maior medo é não realizar os objetivos pessoais; e, na sequência, o medo de não ser feliz na vida (47%). Por isso, ao implantar no ambiente escolar a cultura da aprendizagem
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integrada com o projeto de vida, o jovem passa a ser o protagonista do processo, tornando-se ativo e responsável pela busca de informações para atender às necessidades reais de resolver problemas, enfrentar dilemas e tomar decisões. Com esse objetivo, a Uniamérica implementou uma disciplina transversal chamada Projeto de Vida, integrando a matriz curricular dos cursos. O resultado do trabalho foi materializado no livro Projeto de Vida para Jovens, organizado por mim em conjunto com a professora Vânia Hernandes. O objetivo da disciplina e do livro é auxiliar os estudantes na elaboração do projeto de vida pessoal, ampliando a assertividade na tomada das decisões e dando mais sentido ao propósito de vida pessoal, com metas e objetivos a ser alcançados ao longo da vida, contemplando as diferentes áreas da vida. E, por meio da sistematização de um projeto, os jovens se orientam nas condutas e na direção da vida, contribuindo para a melhoria pessoal e da humanidade. Projetos como esse mostram que as escolas e faculdades podem auxiliar no desenvolvimento integral do estudante, não só transformá-lo em um ótimo profissional, mas também para transformá-lo em uma pessoa mais segura e preparada para aproveitar as oportunidades e enfrentar desafios.
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Palestra
Perguntas
Leila Navarro
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e você ainda não assistiu a uma palestra de Leila Navarro ou a um dos seus vídeos em seu canal no YouTube, prepare-se porque ela não tem absolutamente nada a ver com os palestrantes profissionais espalhados por aí. Dona de um estilo próprio, enquadra-se na categoria irreverente e se destaca. Não se espante se estiver na plateia e ela sentar no seu colo enquanto conta uma de suas muitas histórias de vida e piadas que nos ensinam e provocam o cérebro fazendo-nos pensar. Leila já passou dos 60 e tem fôlego de menina. Acumula 16 anos como palestrante e tem 15 livros publicados. Convidada para programas de televisão, cruzou de norte a sul e já pisou em todos os estados do Brasil. Também foi requisitada para falar na Espanha, México, Peru e outros países da América Latina. São em média 120 palestras por ano e, se a conta não a trai, de 1999 até os dias de hoje foram alguns milhões de espectadores. Nessa trajetória, já viveu experiências fantásticas, desde falar para 37 pessoas até para seis mil vendedores numa convenção. Em entrevista à Revista ACIFI, antes de sua apresentação como convidada no Ciclo de Palestras 2015, ela contou sobre sua carreira e, como fã de Madre Tereza de Calcutá, disse que em suas palestras está a serviço do outro.
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o público é misto. Talvez a explicação esteja no fato de que me tornei uma profissional bem-sucedida e sou irreverente ao mesmo tempo. O modelo de sucesso empresarial é um modelo masculino. Sou de uma época em que as mulheres foram criadas para serem esposas, para ficarem atrás, e de repente a mulher hoje é executiva, está à frente de várias situações e ela pode ser tudo isso sem perder a doçura e a generosidade. Esse é o grande exercício, exercer a liderança e se conservar feminina, ter a liberdade de fazer escolhas e ter autoridade sem ser autoritária. Então, creio que as mulheres ficam sabendo de mim pela internet ou pela televisão e têm a curiosidade de saber mais sobre mim. Entro no auditório descalço, sento no colo dos homens, e as mulheres querem saber como é que é isso, que mulher é essa.
Qual sua inspiração? Como você começou sua carreira? Comecei de uma virada que deu na minha vida. Fui para os Estados Unidos fazer um curso e quando voltei para o Brasil tinha que dar pequenas palestras para explicar sobre esse aprendizado na área de coaching, que estava ligado à qualidade de vida. Aí comecei a ver que eu era boa nisso, e as pessoas começaram a me contratar para dar palestras. Sem querer, acabei virando o jogo. Não sabia que poderia ser uma palestrante profissional, mas percebi desde o início que poderia fazer isso de um jeito mais leve e com irreverência. Descobri que posso ser mais ousada e extravagante. O mundo mudou, e nós temos que sair da caixa, e nesse momento de crise que estamos vivendo é que a gente precisa se renovar e se
reinventar. Na vida tem que ter jogo de cintura, então haja bambolê.
Quantas palestras você tem no seu currículo? Meu trabalho é enriquecedor e fantástico. Faço uma média de 120 palestras por ano e, em 16 anos de carreira, já vivi experiências fantásticas, desde falar para 37 pessoas até para uma convenção com seis mil vendedores. O público é diversificado. Fiz palestras para agentes penitenciários, em igreja, em circo e até palestra no meio do pasto para uma cooperativa de leite. O que chama a atenção é o grande número de mulheres presente nas minhas apresentações, o que é interessante porque eu falo para homens e para mulheres. Aliás, gosto muito quando
Tenho grande admiração por Madre Teresa de Calcutá, pois essa mulher serviu como ninguém, e ao dar palestra estou a serviço do outro com o meu conhecimento, usando toda minha experiência para poder ajudar as pessoas a encontrar o melhor delas; até porque eu acredito que felicidade se aprende e se escolhe. Ajudo as pessoas a perceberem que são únicas. Quando você entende isso, automaticamente passa a respeitar o outro, que também é único. Procuro mostrar que as pessoas escolhem ser felizes, escolhem ser ricas e ser poderosas. Você pode ter tudo isso desde que tenha autoconfiança, autodisciplina, autoestima, autoconhecimento e autoconsciência. Você tem que estar muito bem com você porque a gente só dá o que tem.
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Reconhecimento
A dona de salão que entra para a história Texto: Jean Paterno
Associada ACIFI desde 2004, Darcilda Mulinari é vencedora do Prêmio Caciopar Mulher Empreendedora
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trajetória de trabalho, de estudos e de perseverança de Darcilda Maria Mulinari – associada ACIFI desde abril de 2004 – abriu as portas para que ela alcançasse a condição de vencedora de um prêmio inédito e que passa a consagrar o exemplo de mulheres que fazem a diferença na vida de suas famílias, do seu setor profissional e da sua comunidade. Darcilda venceu a primeira edição do Prêmio Caciopar Mulher Empreendedora. O concurso apresentou duas possibilidades de inscrição. A própria empresária poderia participar, por vontade própria, ou ser indicada. Oito currículos e relatos foram oficializados na edição inaugural do prêmio. Uma comissão teve por responsabilidade analisar todo o
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material e chegar a um consenso com base nos critérios estabelecidos no regulamento. “Não foi fácil. Todos trazem belas histórias de superação, de empreendedorismo, e alguns deles fundem essas suas condições tão especiais”, diz a coordenadora da Caciopar Mulher, Justina Metzner. Além de inspiradora, a trajetória de Darcilda Maria Mulinari, anunciada em 23 de outubro como a campeã, é recheada de inúmeros outros ingredientes particulares. Do pequeno salão instalado em 70 m², onde apenas três pessoas trabalhavam, a empresa cresceu e hoje está cuidadosamente distribuída em um ambiente de mais de 500 m². Não é tão simples um centro de estética gerar emprego e renda a 38 pessoas. O percurso de dificuldades
associadas à confiança, à gestão sempre em aprimoramento e aos cursos também foi agregado a um rol de especificidades comuns a Darcilda, pessoa pautada pelo otimismo, por sonhos e pela peculiar qualidade de confiar e de encorajar os que estão à sua volta. A patroa também é amiga, conselheira, e incentivou vários dos seus colaboradores a realizar o sonho de montar o seu próprio negócio. “Um grande líder se faz da soma de inúmeras habilidades. Muitas delas são técnicas e outras passam pelo talento, que é inerente a cada um, mas nem todos têm a grandeza de ajudar a abrir as portas para um eventual concorrente. Essa é uma particularidade que poucos compartilham”, afirma o presidente da Caciopar, Sergio Marcucci.
Uma trajetória de sucesso Era uma criança de apenas 8 anos e já ficava esperando o sábado chegar para ver o pai, que era agricultor no interior do Espírito Santo, cortar o cabelo dos vizinhos. Desde a infância, ela sempre teve certeza de que poderia deixar as mulheres mais bonitas e aprimorar o ofício que inicialmente aprendeu com o pai. Aos 15 anos, Darcilda mudou-se para Cascavel, onde passou por um período de dois anos de profissionalização e aos 18 anos seguiu para Foz do Iguaçu e teve a oportunidade de trabalhar em um salão que na época era o melhor da cidade. Tudo o que ganhava investia em aprendizado. Cortava cabelo, fazia unhas, depilação, maquiagem e limpeza de pele; dominava todas as funções comuns a um centro de estética.
Ela sonhava em ter o próprio negócio. Nessa época estava casada, tinha um filho e contava com o auxílio da mãe. Foi então que decidiu abrir seu primeiro salão. Em 1983, alugou uma sala onde trabalhava com mais três pessoas. Algumas vezes buscavam baldes de água em sua vizinha, pois o saneamento não era adequado. A clientela foi aumentando e foi necessária a locação de um espaço maior, que virou uma microempresa. O salão conta até hoje com os serviços de Rosana Ferreira, sua primeira manicure. Os filhos da empreendedora, Ronie e Jéssica, cresceram e ajudam a mãe na administração do negócio. Darcilda e equipe trabalham atualmente em uma estrutura de 530 m². A
profissionalização e a qualidade têm suporte de um ambiente de trabalho agradável e amistoso. O salão também participa do projeto do Rotary Madeixa Feliz, pelo qual recebe doações de cabelo para a produção de perucas doadas a pacientes em tratamento de câncer. Já na condição de primeira vencedora do Prêmio Caciopar Mulher Empreendedora, Darcilda reconhece que trabalhou muito, dedicou-se e se esforçou para merecer o título. “Para mim foi realmente uma surpresa, mas analisando a minha história confesso que mereci o prêmio, foi muito esforço, muita luta e foi uma conquista que me deixou muito feliz e elevou minha autoestima”, destaca.
As finalistas do Prêmio Caciopar Mulher Empreendedora Mafalda Ficher
La Bambinela D’ Lanona
Marechal Cândido Rondon
Rosemery Hepp
Prédio Roxo
Marechal Cândido Rondon
Priscila Motter
Matrioska
Cafelândia
Maria Goreti de Azevedo
MGA Imobiliárias
Foz do Iguaçu
Darcilda Maria Mulinari
Mulinari Cabeleireiros
Foz do Iguaçu
Edite Larssen
Escola Aquarela
Foz do Iguaçu
Regiane Gomes Ferreira
Borracharia da Regi
Assis Chateaubriand
Rita Cristina Marchi
Foto do Zinho
Assis Chateaubriand
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Faciap
Guido Bresolin Junior é empresário e presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná)
Um período de superações
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que era previsto no início de 2015 se confirmou. Não há dúvidas de que enfrentamos um dos anos mais controversos política e economicamente. No setor produtivo, temos inúmeros assuntos sendo tratados em caráter de urgência relacionados a ajustes fiscais e à infraestrutura. Muito se fala sobre os motivos que levaram o estado e o país a alcançar tal estagnação, mas um dos principais causadores está na liderança. É preciso entender, como líder, os melhores caminhos para uma comunidade e não se levar unicamente pelas pretensões político-partidárias, como vimos ocorrer claramente neste ano. Para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, o mercado financeiro prevê uma retração de 3,10%, o que já se trata da 17ª revisão para baixo consecutiva do indicador. Para completar, as previsões para 2016 vêm atestar um período de continuidade à situação de estagnação que vivemos atualmente. Já houve um aumento de 1,51% para 1,90% na expectativa de contração na economia do país no próximo ano. Mais inflação e retração maior da economia resultam em uma estagnação que, infelizmente, já faz parte do nosso cotidiano, mesmo que contra a vontade. Qual o nosso papel na tentativa de mudar esse jogo? O Paraná é reconhecido pela sua agricultura e pecuária pujante internacionalmente e também pela força trabalhadora de sua população. A regra é a união para a conquista do bem comum. Mesmo que aos poucos, as conquistas ainda devem ser muitas. Precisamos cobrar de nossos eleitos projetos que realmente tragam a diferença para nosso Estado, para assim construirmos uma retomada do crescimento.
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Por dentro da lei
Marcelo de Brito Almeida, advogado,especialista em Direito Civil e Direito Processual Civil
O poder diretivo do empregador perante o empregado
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ecebemos em nosso escritório várias consultas sobre como proceder com inúmeros procedimentos corriqueiros do dia a dia, principalmente ligados à área trabalhista. Os questionamentos, na maioria das vezes, são ligados a procedimentos de falta ou desídia do funcionário, ou seja, quando ele desempenha as atividades profissionais com preguiça, atrasa com frequência, tem muitas faltas injustificadas e desinteresse pela função. Agir com negligência, desleixo, desatenção, relaxamento e má vontade pode provocar demissão por justa causa. Não são as raras as vezes em que o empregador nos questiona sobre se poderia fazer determinado procedimento que acabaria, em tese, dando conhecimento a terceiros (colegas de trabalho) a respeito do erro cometido por aquele empregado. O conselho é que o empregador não deve tratar o assunto de falha de um funcionário de maneira “aberta”, ou seja, as resoluções, advertências ou até dispensa por justa causa devem ser realizadas de maneira direta com o colaborador que cometeu o ato falho, sem conhecimento de colegas de trabalho. No Brasil, o número de ações judiciais trabalhistas em andamento passa de quatro milhões. Desde a Constituição Federal de 1988, com a consolidação do amplo acesso à Justiça, as demandas somente aumentam. Temos mais advogados no Brasil do que no restante do mundo. A tendência das ações judiciais por um ato impensado do empregador só aumenta em função disso. Recentemente a Justiça do Trabalho de Brasília condenou uma empresa em danos morais no valor de R$ 5 mil pelo fato de ter feito anotação de vínculo de emprego na carteira de trabalho do trabalhador, inserindo, além do período, que o vínculo teria sido determinado em função de uma ação judicial. Na interpretação do juiz, o trabalhador não poderia ter informação “desabonadora” – o fato de se indicar o número da ação judicial. O juízo entendeu que a empresa “queimou” a carteira do trabalhador. Particularmente considero uma decisão exagerada (por que não dizer injusta?), mas notamos um agravamento desses questionamentos via judicial.
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Em outra decisão recente, o Tribunal Superior do Trabalho confirmou uma condenação vinda do estado de Minas Gerais, no valor de R$ 16 mil em danos morais, pelo fato de quando cometia uma falha, o empregado era obrigado a cantar o Hino Nacional na frente dos colegas do trabalho. A sentença, nos dias atuais, não se mostra exagerada, já que a penalização do trabalhador deve ser tratada de modo privado. Entendemos então que o empregador deve ter o cuidado necessário ao chamar a atenção do funcionário, mas não deixar de aplicar a penalidade quando for necessário. Entre os cuidados mais importantes estão: reprimir de forma adequada (a penalização deve ser proporcional ao ato, não podendo aplicar uma justa causa, por exemplo, para um ato “infracional” leve); a advertência deve ser reservada, sendo que qualquer que seja o erro, tratar somente com o empregado e sem a presença de outros colegas de trabalho; a reprimenda deve ser sempre em tom respeitoso, evitando exaltações que possam culminar com discussões ásperas, o que pode prejudicar o empregador. Não estamos de maneira alguma sugerindo que não se puna quando existir o erro, a punição deve sempre existir, mas estamos, sim, deixando claro que o empregador deve agir aplicando a lei, e não, além disso, praticar ato que possa ser considerado abusivo, ainda que exista erro por parte do empregado.
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Turismo
Comtur tem grandes desafios para 2016 Revitalização do Marco das Três Fronteiras é uma das vitórias de 2015
Conselho Municipal de Turismo articula incentivos para eventos, criação de linha executiva e captação de parque temático
A
tividade econômica fundamental em Foz do Iguaçu, o turismo tem uma realidade pra lá de dinâmica. Num dia, milhares de visitantes invadem os atrativos; no outro, a fronteira amanhece fechada. Entre uma “novidade” e outra está o Comtur (Conselho Municipal de Turismo), órgão responsável por debater, regular e apontar os caminhos para o desenvolvimento do setor na cidade.
Segundo o presidente do Comtur, “é preciso desburocratizar questões da Fazenda, ambientais e a Vigilância Sanitária. Obter alvará é um tormento, além disso existe tributação do mesmo imposto cobrado de hotéis e organizadores de eventos”. Ele conta que a minuta elaborada pelo trade turístico já está com o prefeito Reni Pereira, que deve assiná-la “em breve”.
Formado por 35 órgãos públicos e da iniciativa privada, o colegiado já começa a programar os desafios para 2016, enquanto conclui o balanço das realizações deste ano. “O Comtur é o guarda-chuva nas discussões sobre legislação, orçamento, projetos, promoção do destino e relacionamentos na região trinacional. O seu papel é muito forte na organização do turismo”, afirma o presidente do conselho, Licério Santos.
de ser concretizado é a criação da linha executiva do Aeroporto Internacional Cataratas ao centro de Foz, oferecendo mais uma alternativa de transporte aos visitantes. O circuito já está predefinido, contemplando acesso a várias regiões do município. A tarifa prevista será de R$ 12. O serviço deve iniciar no primeiro trimestre – seguindo o padrão do existente em outros grandes aeroportos do Brasil.
Um dos desafios é atualizar a regulação de eventos no município. As regras em vigor são consideradas pelo setor como coibitivas, impeditivas e burocráticas. O objetivo é propor um decreto municipal de incentivo à promoção de congressos, feiras, seminários, etc., que trazem receita, renda e movimento.
Cota de compras – Uma bandeira de toda a comunidade na qual o Comtur deve concentrar seu foco é a manutenção da cota de compras em US$ 300; quiçá aumentá-la para US$ 500. Em julho de 2014, a região foi surpreendida com a notícia da redução da cota para US$ 150, instituída pela Portaria 307
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Linha executiva – Um desafio perto
do Ministério da Fazenda. Entretanto a mobilização constante da sociedade conseguiu adiar o efeito da normativa até o mês de julho de 2016.
Convenções – Em 2016, o Comtur também dedicará atenção para efetivar um novo modelo gestão do Centro de Convenções de Foz do Iguaçu, com terceirização do equipamento para a iniciativa privada. O edital lançado neste ano chegou a interessar a quatro grupos empresariais, mas na hora certa não oficializaram suas propostas. Uma nova concorrência deve ser lançada nos próximos meses. Temático – Um desafio do setor é a captação de um grande parque temático para o destino. Um novo complexo seria mais um chamariz para os visitantes, que já lotam as Cataratas do Iguaçu, o Complexo Turístico Itaipu, o Parque das Aves, o Dreamland, o Paraguai e a Argentina. Estaria, assim, garantido mais um dia de permanência do turista na cidade. “Seríamos alçados para ícone do turismo mundial, com qualidade e diversidade de atrativos e empreendimentos.”
“Foz defende uso corredor turístico na Ponte Tancredo Neves”
Ações de 2015 têm balanço positivo
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icério Santos faz um balanço positivo sobre 2015. Em sua opinião, o grande gol do ano foi a licitação vitoriosa do Marco das Três Fronteiras. Abandonado havia décadas, o atrativo turístico hoje está sendo revitalizado pela Cataratas S/A, vencedora da concorrência. “Todos os órgãos presentes no Comtur, com destaque para prefeitura, se esforçaram para fazer a licitação”, comemora.
Licério Santos, presidente do Comtur
Outra conquista envolve diplomacia com Puerto Iguazú. Ônibus, vans, taxistas e carros executivos (brasileiros, argentinos e paraguaios) sempre usaram o corredor turístico para atravessar
mais rápido a fronteira. Mas a aduana argentina resolveu cobrar uma taxa anual para o uso da guarita especial. “Fomos procurados pelos motoristas e conseguimos mediar uma solução junto às autoridades do país vizinho.” Santos destaca ainda a aproximação do turismo aos demais segmentos da economia iguaçuense, com articulação constante junto à ACIFI e Codefoz, entre outras instituições, como foi no caso da lei de incentivos. “A própria ACIFI cedeu sua cadeira no Conselho Estadual de Turismo para ser ocupada por um representante do Comtur. A integração existe e só tende a aumentar”, conclui.
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Centro Comercial
A grandeza do Porto Meira Região mostra toda a sua força após temporal de granizo
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oucas vezes em sua história, Foz do Iguaçu viu tanta força de seu povo como na mobilização para ajudar os atingidos pela tempestade de granizo no Porto Meira. A cidade inteira apoiou, mas a garra maior surgiu da própria comunidade vitimada pelas enormes pedras de gelo. Logo após o “mundo desabar”, os moradores estavam ajudando uns aos outros a cobrir com lonas as casas, escolas, estabelecimentos comerciais, entre outros imóveis. Até hoje muita gente está dando duro dobrado para reverter os prejuízos com a destruição de telhas, móveis, eletrodomésticos, mercadoria, etc. Entretanto dor maior sente quem perdeu parente ou amigo que morreu em acidente consertando os telhados. Nessa hora, nada como a arte. Como diz a música do grupo Revelação, o bairro ergueu a cabeça, mandou a tristeza embora, acreditou no raiar de um novo dia para fazer a sua hora chegar logo.
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Motivos para acreditar no desenvolvimento do Porto Meira não faltam. A começar pela sua história. O bairro guarda em sua memória uma saudade gostosa da época de ouro de travessia de balsa para a Argentina. Era um formigueiro só para descer a barranca do Rio Iguaçu rumo a Puerto Iguazú. Veio a Ponte Tancredo Neves (que completa 30 anos em 2015), e o comércio permaneceu anos aquecido enquanto era vantajoso para os argentinos comprarem no Brasil. De uns tempos para cá, o Porto Meira vive um novo ciclo de expansão do seu comércio, com a abertura de novos estabelecimentos, sobretudo nas principais vias econômicas. E depois de anos de descaso do poder público, a região passou a receber grandes investimentos públicos. Está aí a duplicação das Avenidas Morenitas e Safira, a revitalização do Parque Remador, os conjuntos habitacionais e o
Centro de Convivência. O fortalecimento maior virá a partir dos novos empreendimentos privados no bairro e em seu entorno. O principal deles é o Marco das Três Fronteiras, que está sendo revitalizado. Muitos empresários já estão mexendo-se para absorver parte do movimento de turistas que obrigatoriamente passarão pelo corredor turístico, em especial pelas Avenidas General Meira e Morenitas. Isso sem falar do Shopping Catuaí Palladium, que está coladinho com o Porto Meira e cuja previsão de inauguração é no primeiro semestre de 2016. Por fim, é grande a expectativa em torno da segunda ponte entre Brasil e Paraguai. A obra está na fase de obtenção do licenciamento ambiental. Diante de um cenário como esse, resta dúvida da bravura e futuro pujante do Porto Meira? Com a palavra, os comerciantes.
De mercearia para supermercado
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ocalizado na Rua Água-Marinha, o Supermercado Gisele tem cerca de 140 funcionários, 2,8 mil metros quadrados de área construída e mil metros quadrados de estacionamento. Quem vê o tamanho da loja pela primeira vez não imagina a trajetória do empresário Miguel Ademar Ferreira da Silva. Ele começou com um pequeno negócio e “ralou” muito até constituir um dos maiores empreendimentos do Porto Meira, sobretudo no açougue, considerado uma referência na cidade. “Eu tinha uma mercearia. Aí em fevereiro de 2008 abrimos o supermercado, que começou pequeno. Fomos ampliando aos poucos. Já fizemos cinco ampliações, a mais recente inclui a construção de um restaurante que começará a funcionar em 2016”, conta o empresário, que possui uma fiel clientela, conquistada graças ao bom atendimento aliado à qualidade e diversidade de produtos e bons preços. “Muitas vezes fico na porta para recepcionar os clientes”, revela.
Miguel Ademar Ferreira da Silva: Supermercado Gisele
Seu Miguel afirma que o temporal de granizo causou prejuízo estimado em R$ 135 mil, com a perda de mercadorias, computadores, caixas e cerca de 800 telhas. “Ficamos fechados por dois dias para organizar tudo”, informa. Hoje, passado o pior momento, a expectativa
é fortalecer o bairro. “Estou aqui há mais de 20 anos. É o meu bairro. Nesse tempo já melhorou muito, porém poderia estar melhor se tivesse mais investimento público. Graças a Deus o povo daqui é muito trabalhador e se supera sempre”, diz o empresário.
Povo unido, com sangue na veia trabalhando dia e noite”, afirma a comerciante de forma taxativa. A empresária toca a Lucilene Confecções ao lado do marido, José Cabalero. O casal começou em 1995 numa loja pequena na Rua das Rosas. Em 2006 inaugurou a nova sede na Avenida Morenitas, mais ampla e moderna, com mix de produtos que inclui moda masculina, feminina, infantil, esportiva, social, verão, evangélica, plus size, entre outras.
Lucilene Leite Vasconcelos e José Cabalero: Lucilene Confecções
A
empresária Lucilene Leite Vasconcelos é uma daquelas pessoas com energia surpreendente. Com esse perfil, tem como sua loja de confecções dar errado?
Tem jeito não! “A crise está aí, e o bairro foi por água abaixo com o temporal, mas eu só vejo se reerguendo desde o granizo. O povo é unido, com sangue na veia. Vamos alavancar o bairro,
“Aqui tem tudo de boa qualidade. Tem cliente que vem do centro para comprar nossos produtos”, conta a mulher, num alto-astral contagiante. Na opinião dela, o crescimento das empresas locais tem ajudado a garantir mais emprego para os moradores do bairro, que trabalham e gastam na região onde moram. “O dinheiro está sempre circulando. Quando vierem os turistas, então... Só vai depender de nós e do apoio de entidades como ACIFI”, conclui.
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Centro Comercial
De óculos de grau a Ray-Ban
M
orador do Porto Meira desde criança, Samir Recalde Bogado trabalhava numa ótica no centro de Foz do Iguaçu lá pelos anos 2000. Com o passar do tempo, viu a oportunidade de abrir um negócio próprio no ramo em seu bairro. “Na época todo mundo do segmento me chamou de louco por abrir uma loja num lugar sem expectativa de prosperidade”, lembra o proprietário da Ótica Sol. A história provou que a confiança do empresário no potencial da região valeu a pena. Ele abriu a ótica na Avenida Safira, numa sala de 96 metros quadrados. Quatro anos depois, alugou a sala ao lado e dobrou o tamanho do seu estabelecimento. “A comunidade tem um sentimento forte de valorizar quem é daqui. É a cultura do comprar no bairro é legal. Nossos clientes buscam desde óculos de grau a modelos de marca, como Ray-Ban”, afirma.
Samir Recalde Bogado: Ótica Sol
Por outro lado, Bogado destaca que a região está carente de uma agência bancária e dos Correios. Na opinião dele, os dois serviços impulsionarão ainda mais o desenvolvimento local. “Já temos Puerto Iguazú como um bairro geminado ao nosso. Em cinco minutos os
argentinos estão aqui. Tenho esperança na segunda ponte. Aí também teremos muitos paraguaios por aqui”, diz o comerciante, que é um entusiasta do associativismo. “Sou associado porque precisamos nos unir para o crescimento comum”, conclui.
“Não vimos crise” Márcia Alves da Costa e Aparecido Antônio Bercho de Lucena: MC Móveis
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MC Móveis é outra empresa com história de crescimento passo a passo. A loja abriu as portas na Rua Golfinho, num espaço de 130 metros quadrados, em setembro de 2009. Três
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anos depois, em 2012, transferiu-se para outro imóvel na mesma rua. É um espaço maior, com 420 metros quadrados, com toda linha de produtos modulados e planejados para quarto, sala, cozinha,
banheiro, copa e lavanderia. Tudo graças ao trabalho dia e noite do casal de sócios Márcia Alves da Costa e Aparecido Antônio Bercho de Lucena, que possui fortes raízes na comunidade. “A gente procura agradar o cliente de todas as formas: no atendimento, preço, qualidade e prazo de entrega”, afirma a empresária, que conta com a ajuda de um filho e três funcionários para tocar o negócio. Dona Márcia acredita no potencial de desenvolvimento do Porto Meira. Mesmo neste ano, enquanto muitos falavam “de crise e mais crise”, o estabelecimento pouco foi afetado pela instabilidade econômica. Segundo ela, as vendas deste ano foram muito boas e devem continuar aquecidas pelos próximos meses. “A gente quer continuar em alta, sempre tomando a precaução necessária, consultando o SPC e Serasa da ACIFI”, diz a comerciante.
“No começo era vontade e raça” começou sem grana mesmo”, lembra o sócio-proprietário, José Isac. O empresário ressalta que um dos diferenciais do seu negócio é o atendimento personalizado, o bom preço e a entrega rápida de material para o cliente. “Esse conjunto de fatores forma o nosso ponto forte e acompanha a gente desde o início. Buscamos sempre ficar atentos às exigências dos clientes”, ressalta.
José Isac: Grajaú Materiais para Construção
A
Grajaú Materiais para Construção é outra empresa com história ligada ao bairro. O estabelecimento nasceu em 2011 e cresceu na Avenida Morenitas. Em 2015
ampliou sua capacidade, passando de um espaço de 300 para 600 metros quadrados, no qual oferece diversidade de itens e dispõe de amplo depósito. “No começo era vontade e raça. A gente
O comerciante fez questão de salientar a importância de estar dentro da ACIFI para ter acesso aos serviços que ajudam no crescimento da empresa, como o pacote que inclui NFC-e (Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica), SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e Serasa por um valor muito acessível. “São ferramentas que auxiliam na melhoria da gestão”, resume.
A clínica do sorriso
A
Ortoplan Especialidades Odontológicas chegou ao Porto Meira em abril de 2014 para levar os seus serviços mais perto dos seus pacientes. Antes o morador do bairro precisava ir até outra unidade da franquia para ser atendido (centro, Morumbi, Vila A e Jardim Panorama). Agora a comunidade pode ser atendida numa moderna e bem equipada clínica na Avenida Morenitas. O cirurgião-dentista Jardel Vinicius Saucedo Diniz conta que outro motivo para levar a clínica ao bairro é a grande população da região. O diálogo com a comunidade é constante, por meio de boca a boca e promoções em datas especiais. “A economia daqui é muito boa. Muitas lojas estão abrindo. Os supermercados estão sempre cheios. A tendência é melhorar com a vinda da segunda ponte entre Brasil e Paraguai”, acredita.
Jardel Vinicius Saucedo Diniz: Ortoplan Especialidades Odontológicas
O profissional revela que viveu uma grande experiência com o temporal de granizo. Segundo ele, houve maior aproximação entre as pessoas, aflorando uma solidariedade natural entre elas. “A gente acabou conhecendo um pouco mais das pessoas e participando de
campanhas. A gente ajudou onde foi possível e continua de prontidão. Aos poucos a vida está voltando ao normal”, pondera.
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Prêmio
Prêmio Cabeza de Vaca valoriza boas iniciativas da fronteira
U
m reconhecimento às pessoas físicas, jurídicas e do terceiro setor que desenvolvem iniciativas de destaque na área turística na região trinacional. Assim pode ser definido o 1º Prêmio Alvar Núñez Cabeza de Vaca de Turismo, criado para valorizar as ações impactantes para o turismo em Foz do Iguaçu, Ciudad del Este (Paraguai) e Puerto Iguazú (Argentina). O prêmio abrange cinco categorias: Compromisso Ambiental; Compromisso Social; Inovação em Gestão; e Projeto Integrador Trinacional, destinadas a pessoas jurídicas. A quinta categoria é Personalidade do Turismo. Nela, a proposta dos organizadores é homenagear pessoas físicas que se destacam no segmento turístico, sendo os dez cidadãos mais votados no Brasil, cinco no Paraguai e cinco na Argentina. A iniciativa é do POLOIGUASSU, em parceria com o Conselho Municipal de
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Turismo (Comtur), a Paraná Turismo, o Ente Municipal de Turismo de Puerto Iguazú (Iturem) e a Senatur, de Ciudad del Este. A Itaipu Binacional, o Iguassu Convention & Visitors Bureau e o Fundo Iguaçu são os apoiadores. O julgamento das iniciativas empresariais coube a um júri formado por representantes de organizações nacionais e internacionais do setor turístico e da sociedade civil referências no tema. A relação dos premiados será anunciada em solenidade no dia 27 de novembro, no Wish Resort Golf Convention. Os nomes das empresas concorrentes e das pessoas indicadas para receber a homenagem também podem ser vistos no site www.premioalvar.com. Conforme a diretora-executiva do POLOIGUASSU, Fernanda Fedrigo, a característica trinacional da premiação representa a união dos três países em
torno do mesmo objetivo: reconhecer e prestigiar quem realiza atividades capazes de promover o crescimento de um setor crucial para a região. “Somos um único destino, por isso acreditamos na integração. Nossa ideia com esse prêmio é valorizar os pratas da casa e o que é feito pelo turismo na região”, afirmou.
Referência – O capitão espanhol Alvar Núñez Cabeza de Vaca foi o primeiro homem branco a contemplar as Cataratas do Iguaçu de que se tem registro, em 1542, durante expedição colonizadora guiada por índios guaranis. A expedição partiu da costa de Santa Catarina em direção a Assunção, atravessando o Paraná de leste a oeste até o Rio Paraná, tendo então descoberto as Cataratas, que batizou com o nome de “Cachoeiras de Santa Maria”.
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Palestra
A conta que não fecha Economista Luiz Gustavo Medina diz que, mais do que acertar receita e despesa, a recuperação da economia nacional depende de eliminar distorções e desperdícios e de reorientar o uso de recursos públicos
P
elo descontrole da máquina pública e por conta de uma série de decisões equivocadas, o governo federal fracassou e levou o Brasil a uma cadeia negativa. Juros nas alturas e câmbio instável inibem o investimento e fazem cair a produção. Menos oferta, mais inflação e menos consumo. Com essa combinação perigosa, o desemprego aumenta. Há mais gente sem emprego e menos gente para comprar. Os brasileiros se encontram nesse círculo e dentro de um caldeirão de corrupção. Quem traçou esse quadro foi Luiz Gustavo Medina. A última edição do Ciclo de Palestras de 2015 trouxe para Foz do Iguaçu o economista para falar sobre o cenário econômico e perspectivas para 2016. Ao tratar sobre o tema, desenrolouse a discussão sobre as causas mais profundas do mau funcionamento do Estado brasileiro. O debate sobre o modelo político-econômico e seus problemas chamou a atenção do público presente no Hotel Golden Park Internacional. De acordo com Medina, a política de incentivo ao consumo implementada nos últimos anos foi um dos motivos que levaram a economia ao estado atual de deterioração. “De 1994 a 2010, o país pegou uma estrada e foi numa direção de crescimento que parecia que ia dar certo, mas de 2011 para cá o Brasil se desviou e agora está num caminho rumo ao desconhecido”, afirmou. Em sua explanação, o economista apontou para um setor público voltado para si mesmo e um governo que já não
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cabe dentro do próprio orçamento, pois gasta mais do que arrecada. “A verdade é que Brasília não produz nem um alfinete, não tem dinheiro, e ninguém consegue viver assim por muito tempo. O brasileiro precisa entender que toda receita do governo vem de impostos que são pagos por nós e precisam voltar em forma de infraestrutura e serviços”, enfatizou Medina. Na opinião dele, a discussão é muito amadora e cabe à sociedade associar que se o governo está dando um benefício para alguém, ou ele está tirando de outra pessoa ou está custando mais caro para todos. “Do jeito que é falado parece que o dinheiro utilizado pelo país brota em árvore. Parece que você pode dar uma coisa sem tirar outra, como se as causas não tivessem consequências; e a população
não consegue entender o desenho geral do problema”, avaliou. Com poucos recursos, o governo aposta suas últimas fichas na recriação da CPMF, sob a justificativa de cobrir o déficit da Previdência Social. E esse é um tema que a sociedade precisa discutir melhor. Medina sugere uma linha de raciocínio para a reforma previdenciária: “Ou nós pagamos mais para que as pessoas que estão se aposentando tenham dinheiro ou nós pedimos que essas pessoas não se aposentem tão cedo”. Para ele, quando não há o debate profundo, fica a sensação de que as mudanças na aposentadoria representam uma maldade com quem já se aposentou ou está prestes a se aposentar, e essa é uma falha
lamentável. “É obrigatório considerar nas análises os impactos nas receitas e despesas em políticas e programas sociais. Apresentar ou ver apenas um lado da moeda pode levar a erros e distorcer realidades e perspectivas”, ponderou.
“
O PIB deste ano deve recuar 3%, e essa condição aumenta a probabilidade de que em 2016 também haja forte recessão e não ocorra a retomada necessária. Os resultados dessa desordem generalizada e os equívocos na gestão da economia, segundo ele, produzem desemprego e desaquecem o consumo. Os investidores internacionais, por sua vez, estão com um pé atrás porque não veem um futuro muito promissor.
“Para nosso azar, a gente tem um problema econômico que se misturou a um problema político. Isso me leva a crer que o primeiro semestre de 2016 pode ser tão ruim quanto foi o segundo semestre de 2015. Quando se trata de economia, se nada for feito a situação só piora, e infelizmente a gente não conseguiu sensibilizar Brasília para o tamanho do problema que nós temos hoje”, lamentou.
O brasileiro precisa de Soluções para começar a arrumar a casa informação ontudo, de acordo com Medina, Medina defende também que os essa situação não é duradoura recursos investidos na educação gerem e que a classe e se resolverá assim que for resultados efetivos. O economista disse solucionada a crise política. Segundo ainda que, para restituir a confiança, política leve o economista, a solução passa por outra tarefa seria baixar o custo da investimentos em infraestrutura para máquina pública e aprovar as reformas as coisas que o país possa ter produtividade. pendentes, como a política e fiscal. Ele assinala que, nos últimos anos, “Brasília precisa assumir que o Brasil mais a sério” o incremento da renda não foi passa por um momento delicado e parar
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acompanhado pela evolução da produtividade, o que afetou os incentivos ao investimento empresarial e resultou na retração da economia.
de gastar.”
Em novo endereço
Rua Padre Montoya 254, Centro
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Economia
José Borges Bomfim Filho é economista sênior e diretor de Desenvolvimento do Turismo da Secretaria Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu
Fim de ano: a lógica consumista e as lições aos filhos
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ão se pode negar que as festas de fim de ano representam, para o mundo ocidental, um momento mágico, que pode ser aproveitado para se tirar grandes lições. Por isso não se deve perder a oportunidade de ensinar, principalmente aos filhos, como lidar com suas realidades financeiras. No Brasil se disseminou uma lógica equivocada, diga-se de passagem, de que a primeira coisa que se deve aprender é gastar – em vez de guardar. Nesse caso a ordem dos fatores altera a soma, tendo como consequência, quase sempre, o desequilíbrio financeiro das famílias. A maioria dos brasileiros, salvo os mais abastados, teve de aprender a viver, desde cedo, com muito pouco. Quase sempre o orçamento familiar encontrava-se deficitário. Mesmo assim foi disseminada a crença de que: quando eu era criança, não tive acesso a certas coisas; agora quero oportunizar que meus filhos tenham, como uma espécie de redenção. Esse apelo sentimental distorce um fato relevante: o maior presente que se pode dar a uma criança é o conhecimento sobre a vida e, principalmente, sobre a vida financeira, para que no futuro ela não repita os erros de seus pais. As lições de vida valem mais do que todos os presentes do mundo. As crianças, na medida do possível, devem conhecer a realidade na qual vivem e aprender que essa realidade pode ser temporária, desde que haja vontade, disciplina e trabalho para mudar. Pode ser que os pais de hoje não tenham diálogo com seus filhos, que não disponham de tempo para ensiná-los, que
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tenham traumas de infância que os impeçam de dar o exemplo, devendo lembrá-los de que nenhum presente do mundo substitui o amor e o ensinamento dos pais. Não se deve subestimar a inteligência dos filhos. Se com amor lhes apresentarmos a realidade, eles compreenderão e aprenderão a importância das coisas fundamentais da vida, como: estudo, trabalho e disciplina. Além disso, aprenderão que a primeira lição de economia que se deve saber é como ganhar a vida. Quando isso se torna claro na mente de uma criança, tudo fica mais fácil para os pais, pois ela aprende a dar a devida importância aos presentes que ganha e aprende que a vida deve ser levada a sério e que ela deve valorizar o esforço de seus pais em querer proporcionar-lhe o melhor. Não devemos, portanto, perder a chance de ensinar aos nossos filhos o quanto custa um tênis novo, a viagem de férias, o celular ou o videogame de última geração – não apenas financeiramente, mas, sobretudo, qual o esforço para conquistá-los. Essa lição é uma das mais importantes na vida de um ser humano. Temos de interromper a crença disseminada no Brasil de que as coisas são fáceis, de graça, e que não é preciso esforço algum para consegui-las, substituindo-a pela lição realista da meritocracia. Nossos filhos merecem o presente do aprendizado, e esse não nos custa nada financeiramente, porém precisa apenas da dedicação de tempo, o qual pode fazer a diferença para uma vida inteira. O que vale mais é a ilusão de que não existem limites para o consumo ou a realidade das limitações? A resposta para essa questão pode significar uma vida de insegurança ou uma vida equilibrada. É simples, tudo não passa de saber escolher. Lembrando que os limites para as necessidades humanas são definidos por uma mente consciente e disciplinada, que acumulou conhecimentos ao longo do tempo.
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Especial
O desenvolvimento
e a logística
Textos: Andréa David e Alexandre Palmar
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oz do Iguaçu tem trabalhado firme para desenvolver a sua economia. Prova disso são os investimentos da iniciativa privada e do poder público, em especial no turismo e na prestação de serviços, que têm gerado bons resultados a comunidade. Entre os indicadores positivos, destaque para os recordes de visitação aos atrativos turísticos e para a expansão da saúde e educação. Agora chegou a hora de também dar atenção à outra vocação econômica: a logística. Mas que “trem” é esse? Apesar de presente de alguma forma na vida de boa parte da população, a logística parece estar longe do vocabulário da maioria dos iguaçuenses. É uma palavra quase restrita às rodas de conversa de quem trabalha em atividades como exportação, importação, transporte e armazenagem. É quase uma contradição, afinal o turismo e a logística são as duas principais cadeias propulsivas da cidade. Juntos, são responsáveis por 54% dos postos de trabalho. Há um potencial econômico adormecido na região. Foz do Iguaçu tem localização
privilegiada na fronteira com Paraguai e Argentina, sendo uma das alternativas de muitos centros econômicos nacionais e internacionais para o Pacífico (leia-se para o crescente mercado asiático). Além da posição geográfica, conta com rodovias, pontes, alfândega e rios estratégicos, bem como com empresas do segmento. Não é de hoje que determinados círculos da sociedade debatem esse conjunto de fatores como um dos caminhos para o nosso desenvolvimento. A própria ACIFI tem defendido, de longa data, avanços na logística, como ocorreu na Agenda 19, lançada em 2004. A articulação da entidade chegou a colocar o tema na plataforma de candidatos a vereador, prefeito, deputado estadual e deputado federal, mas a complexidade da pauta impediu maiores avanços. De uns tempos para cá, entretanto, o assunto ganhou peso, principalmente após a elaboração do Plano de Desenvolvimento Econômico (PDE), um estudo encomendado pelo Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu) à
Latus Consultoria. O documento aponta o turismo e a logística como as principais molas propulsoras da economia iguaçuense. Agora o debate ganhará novos horizontes a partir dos encaminhamentos do 3º Congresso da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar). Durante o evento, o Programa Oeste em Desenvolvimento criou a Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística, cujo objetivo é apresentar alternativas que eliminem os gargalos estruturais e logísticos para melhorar o crescimento sustentável da região. Para ampliar o debate sobre o assunto, a Revista ACIFI mostra quais serão os primeiros passos da câmara técnica. A reportagem especial também traz análises de lideranças empresariais, industriais e políticas do Paraná; apresenta estudos que revelam desde já alguns dos entraves do segmento; e veicula a opinião de quem está no dia a dia na labuta. Boa leitura!
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Especial
Câmara técnica vai elaborar diagnóstico sobre logística A
Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento tem como objetivo apresentar alternativas que eliminem os gargalos estruturais e logísticos, para melhorar o escoamento de produtos e garantir o crescimento sustentável da região. Seus primeiros passos foram definidos logo após sua criação durante o 3º Congresso da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar). Promovido em Santa Helena, no fim de setembro, o evento contou com a participação de 300 pessoas, entre elas o presidente da Caciopar, Sérgio Marcucci; o presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, Mário Costenaro; o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge
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Samek; e representantes das 48 associações comerciais que integram a Coordenadoria das Associações Comerciais. O coordenador da câmara técnica, Danilo Vendruscolo, revela que as etapas seguintes foram definidas em conjunto com a Secretaria Executiva do Programa Oeste em Desenvolvimento. O trabalho inicial prevê ações já para o fim de 2015 e início de 2016. O ponto de partida é consultar os trabalhos existentes e especialistas externos, aproveitando assim o conhecimento já acumulado sobre o assunto. “Será feito um trabalho intenso de visitas in loco para reunir os estudos”, afirma. Segundo ele, entre as instituições a ser visitadas estão a Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade
Federal da Integração Latino-Americana (Unila), cooperativas, Empresa de Planejamento e Logística S.A. (EPL), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Governo do Estado, Confederação Nacional do Transporte (CNT), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Essa ação inicial dará base para a etapa seguinte, quando serão identificadas e convidadas instituições e organizações para integrar a Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística. Um dos nomes com know-how sobre o setor que devem fazer parte do grupo é o de Edson José de Vasconcelos, diretor da FIEP.
O terceiro passo será a realização do primeiro encontro da câmara, com painéis de especialistas sobre propostas para a infraestrutura e logística do Oeste e apresentação dos membros do grupo técnico. “Vamos conversar com todos os atores envolvidos, principalmente as cooperativas, num evento internacional para saber as necessidades de cada município, porque hoje não temos um
diagnóstico preciso de como está a situação”, completa Vendruscolo.
Desafios – O objetivo é, lá na frente, diminuir o chamado “Custo Brasil”. Segundo o coordenador da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento, um motorista de caminhão poderia rodar 12 mil quilômetros, mas percorre “apenas” sete mil quilômetros por mês devido aos gargalos do país. O pão na mesa do brasileiro seria mais barato se o custo de transporte fosse menor, exemplifica o empresário. É preciso olhar a realidade e as oportunidades de uma forma diferente, reunindo todas as forças (das 12
maiores cooperativas brasileiras cinco estão localizadas na região) e levando as reivindicações coletivas para as três esferas de governo. “O objetivo é ousado. É preciso pensar grande, começar pequeno e agir rápido. Chegou a hora dos novos desafios rumo ao desenvolvimento”, pondera Vendruscolo. O sonho maior passa pelos esforços conjuntos de nove países para a viabilização do Corredor Bioceânico de Integração Sul-Americano. Caso supere os gargalos e faça as interligações necessárias de modais, Foz do Iguaçu faria parte de uma rota viável ao Porto de Iquique (Chile) e dele para os mercados asiáticos. “A nossa vocação logística é extraordinária. A distância, via Foz, do Atlântico para o Pacífico é algo excepcional no mapa mundial”, conclui.
Coordenador da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística, Danilo Vendruscolo
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Especial
Congresso expõe necessidade de estudos para eliminar gargalos
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Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento priorizará as pautas levantadas no 3º Congresso da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar), no fim de setembro, em Santa Helena. O evento reuniu estudos sobre quatro das principais cadeias produtivas da região: avicultura, suinocultura, produção de leite e produção de pescado. A preocupação das entidades e empresas que participam do Programa Oeste em Desenvolvimento é que os problemas de infraestrutura tornem-se empecilhos para a ampliação daquelas quatro cadeias produtivas, que hoje crescem em média 10% ao ano. Isso porque a infraestrutura e logística são transversais às principais forças produtivas da região. O Oeste do Paraná apresenta possibilidade de implementação e melhoria nos quatro modais de transporte: rodoviário, ferroviário,
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aeroviário e hidroviário, tendo infraestrutura como portos, alfândegas, terminais de cargas, etc. Seria um baita diferencial em relação a outras regiões, no entanto essa rede contém, em diferentes graus, uma infraestrutura precária, sustenta o presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, Mário Costenaro. Em sua análise, precisa-se de soluções para ir além do atual crescimento – impulsionado até agora pela força do associativismo, cooperativismo, as principais cadeias produtivas da região. “Os nossos problemas logísticos podem comprometer o desenvolvimento da região. Até quando continuaremos competitivos? Até que ponto conseguiremos constituir um desenvolvimento sustentável?”, indaga Costenaro. As melhorias, entretanto, só virão com muito suor. Citando uma matéria da Gazeta do Povo, ele conta que o próprio governo do Paraná anunciou investimentos de R$ 1 bilhão em obras
rodoviárias em 2016. Quase metade disso, R$ 480 milhões, para aplicar em duplicações e outras melhorias em estradas que pretende pedagiar. “O Oeste do Paraná por várias questões circunstanciais que envolvem tanto os contratos atuais como novas possibilidades para execução destas obras, não aparece contemplado. Precisamos agir para modificar este contexto.” O Programa Oeste em Desenvolvimento reúne mais de 30 instituições, entre elas Itaipu Binacional, Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR), Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar), Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Federação da Agricultura do Paraná (FAEP) e Emater.
Foto: Ferroeste
Fortalecer a parceria com a universidade é uma das saídas Professor da Unioeste diz que obras exigem mobilização política e empresarial
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rente à inexistência de investimentos significativos na duplicação de rodovias por parte do Governo do Estado, o professor da Unioeste e economista Jandir Ferrera de Lima afirma que cabe ampliar a mobilização das lideranças empresariais, políticas e sociais. “Há um movimento na região, mas ele precisa ser ampliado e ter mais adesões”, reforça. Ele lembra que o governo estadual anunciou sobra de recursos de mais de R$ 2 bilhões para investimentos em infraestrutura, ou seja, “faltou mais mobilização política”. Ao fazer um comparativo com outras regiões, o professor percebe que Londrina, Maringá e Apucarana estão consolidando sua infraestrutura com duplicações significativas nas suas estradas estaduais. Ele faz o alerta de que não há nenhuma política estadual para parcerias público-privadas em infraestrutura rodoviária ou aeroviária para o Oeste do Paraná. “Então, se isso não for revertido, corremos o risco de 2016 ser um ano perdido para grandes obras logísticas na Região Oeste”, lamenta. Jandir é coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) do campus da universidade em Toledo e afirma que o Oeste paranaense passa por uma transição em decorrência da crise nacional. Segundo ele, isso vai reposicionar sua economia, tanto entre
as regiões paranaenses quanto ao seu perfil produtivo. Lima defende a revisão de um estudo feito há quase uma década pela Unioeste sobre o aeroporto regional, a pedido das associações comerciais de Cascavel e Toledo e demais lideranças regionais. Na época, a pesquisa apontou a possibilidade de uma parceria público-privada em prol de um aeroporto regional de cargas, desde que o Governo do Estado assumisse a concessão da área e um investimento inicial de R$ 60 milhões. “Ele poderia ser retomado e usado para o fortalecimento do modal aeroviário regional, seja por meio do aeroporto regional seja por meio dos aeroportos municipais”, justifica. Outro estudo importante feito na Região Oeste foi o uso do modal hidroviário a partir de Guaíra. A professora Sandra Pinela Dalmas, da UTFPR-Toledo, fez uma pesquisa sobre a relação custo-benefício desse trecho, e as vantagens apontadas são significativas. Porém, com a crise hídrica que diminuiu a navegabilidade da Hidrovia TietêParaná e a necessidade de investimentos no Porto de Guaíra e na navegabilidade ao longo do Rio Paraná em território paranaense, também seria necessária a atualização dos números. Outros estudos da Unioeste já lembravam que pouco adiantaria investir
na capacidade de carga da Ferroeste se o trecho Guarapuava-Paranaguá não recebesse investimentos para ampliar seu volume de escoamento. A capacidade de tráfego e carga desse trecho compromete a utilização de vagões maiores e de mais vagões numa composição. Ou seja, certos gargalos que atingem a possibilidade de ampliação logística no Oeste estão em outras regiões. Por isso o diálogo com outras lideranças só fortalece a solução de problemas que atingem o Oeste paranaense. “Além do Núcleo de Desenvolvimento Regional, a Unioeste em Toledo possui o Grupo de Pesquisa em Transporte e Logística, ou seja, há a expertise para esse tipo de estudo em Toledo, basta acionar esse grupo e fortalecer a parceria universidade, empresas, organizações, como foi feito no passado”, acrescenta Sandra.
Professor da Unioeste e economista Jandir Ferrera de Lima
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Especial
Foz do Iguaçu pode ser considerada “Portal do Mercosul”
“
Foz vai perder o bonde da história se demorar para agir”
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esde 1992 no setor de transportes, Edmilson Souza dos Santos, 48, é sócio-proprietário da Transli – Transportadora Liberdade, uma das principais do segmento na cidade. Ao longo destes 23 anos na atividade, tem clareza sobre a vocação turística da fronteira e seus entraves estruturais. “O problema é político. Foz do Iguaçu vai perder o bonde da história se demorar para agir”, afirma o empresário. Sua análise está fundamentada no pouco aproveitamento das oportunidades existentes na região. Na opinião dele, o município pode ser considerado “Portal do Mercosul” por conta da sua posição geográfica, da fronteira com a Argentina e o Paraguai, e da mobilidade única para escoamento e importação de mercadorias. “Ferrovia e hidrovia são praticamente inexploradas. O próprio modal rodoviário precisa melhorar.”
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em torno de R$ 780, enquanto o valor do pedágio fica em R$ 478. “Isso é um absurdo, não existe em lugar nenhum do mundo. O interior do Paraná hoje está fora do Mercosul por conta do pedágio”, critica. Edmilson Souza dos Santos: Transli – Transportadora Liberdade
Por outro lado, as adversidades também são grandes, a começar pelo pedágio, um serviço com um valor “nocivo” à sociedade e ao próprio estado, que é responsável por boa parte do custo da cadeia produtiva. O setor de transportes não é contra o pedágio, e sim contra a tarifa abusiva atual. Santos dá o exemplo do transporte de cimento de Curitiba para Ciudad del Este, cujo custo de óleo diesel gira
Quais são os benefícios do pedágio para a sociedade além da manutenção da estrada? Estamos longe do ideal, argumenta. “A duplicação da BR-277 precisa ser concluída imediatamente. Precisamos definir a responsabilidade do estado e das concessionárias quanto à segurança, para evitar saques de cargas tombadas, e quanto às áreas de descanso de motoristas. Tudo isso sem contar que as concessionárias estão cobrando pelo eixo erguido no Sem Parar”, denuncia. Segundo Santos, o preço da tarifa já tem prejudicado a competitividade da cadeia
produtiva, como é possível verificar pelas medidas adotadas pelo Paraguai para driblar a cobrança (ao menos parte dela). Uma delas é a criação de portos para o escoamento hidroviário de cargas de commodities, que outrora circulavam pela BR-277 com destino a Paranaguá e portos de Santa Catarina, gerando emprego e renda ao longo da rodovia. “O Paraguai está fazendo sua parte na questão política em relação aos incentivos às indústrias se instalarem no país vizinho, e Foz do Iguaçu não tem feito a contento sua parte na estruturação para o recebimento deste fluxo de cargas, que ano a ano vem crescendo na região”, afirma. Ainda conforme o empresário, “ao contrário do que as autoridades parecem pensar, o Paraguai tem sim alternativas para o abastecimento destas indústrias, entre elas as aduanas de Santa Helena, via Puerto Indio (PY), Guaíra e Mundo Novo, via Salto del Guairá (PY), além ainda de Ponta Porã, via Pedro Juan Caballero”.
Dentro da vocação logística, Foz do Iguaçu precisa especializar-se na indústria de transformação em detrimento da indústria da produção. Eis um exemplo: hoje a azeitona in natura e a granel da Argentina é levada até Goiás e São Paulo para ser embalada e rotulada. Depois parte do produto volta para o mercado do Sul, mas a rotulagem e embalagem poderiam ser feitas aqui, barateando o alimento. Santos conclui dizendo que o departamento paraguaio de Alto Paraná hoje registra expansão do parque industrial graças ao imposto único de apenas 1% sobre a indústria de transformação. Para ele, a tendência é as mercadorias serem escoadas por Foz, porém se a cidade não se preparar para recebê-las, pode ocorrer fuga de capital a outras fronteiras do Brasil com o Paraguai. “Hoje o país vizinho já tem alternativas de rota. Precisamos acelerar o nosso passo”, completa.
“No final das contas, estoura no bolso do agricultor”, diz presidente da Lar
C
onsiderando que o alto valor das tarifas de pedágio no Paraná penaliza o setor produtivo paranaense e compromete a competitividade do agronegócio, o presidente da Cooperativa Agroindustrial Lar, Irineo Rodrigues, diz que o maior prejudicado é o produtor rural, “que receberá menos pela produção”, uma vez que o custo não poderá ser repassado ao mercado. “No final das contas, estoura no bolso do agricultor”, analisa. Sediada em Medianeira, no extremo-oeste paranaense, a Lar fica cerca de 700 quilômetros distante do Porto de Paranaguá. Por isso é uma das cooperativas que mais sofrem o efeito do pedágio no transporte da produção. Rodrigues lembra que estudo
da Ocepar demonstra que, por exemplo, o impacto dessa tarifa no custo de produção do milho é de 7,4%, no trajeto entre Cascavel e Paranaguá. O total desembolsado nas praças de pedágio pelo transporte nesse trecho equivale a 28 sacas do cereal. “O pedágio é um sócio indesejado, pois, apesar de o maior trecho das estradas não ser duplicado, tem um custo absurdamente alto em relação a outros do país. Cobram alto e não entregam os serviços, que seriam a contrapartida”, afirma. Ele ilustra a situação ao citar o caso do calcário, que, da região de Curitiba até Medianeira, tem elevação de 30% no custo por causa do pedágio. “Isso onera muito a produção primária, que tem lucratividade em torno de 5% ao ano”, acentua.
Renovação – Em hipótese alguma, os atuais contratos do pedágio devem ser prorrogados, na avaliação do presidente da Lar. “Temos de suportar até o final dos atuais contratos, exigindo o cumprimento das contrapartidas das empresas, e fazer novas concessões a partir daí, com custos menores e serviços melhores para os usuários”, diz Rodrigues.
Cooperativa Agroindustrial Lar, Irineo Rodrigues
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Especial
Principais gargalos em Foz e região A Revista ACIFI pediu para empresários e lideranças do setor apontarem os principais entraves de logística e infraestrutura ao desenvolvimento de Foz do Iguaçu e Oeste do Paraná
Pedágio A BR-277 tem, sem sombra de dúvidas, um dos preços mais caros do país. É preciso criar um ambiente favorável para que a próxima licitação, daqui a cinco anos, seja feita dentro de uma realidade de mercado. É fundamental reduzir o valor da tarifa pela metade, além de garantir a duplicação da rodovia em sua totalidade. Em São Miguel do Iguaçu, por exemplo, o pedágio custa R$ 12,90 para automóveis e R$ 34,20 para caminhões com três eixos. Página 42 | Revista ACIFI
Porto seco O atual terminal tem operado em capacidade máxima há anos. É preciso construir um novo porto seco, moderno, maior, trinacional e integrado, com funcionamento 24 horas por dia. Foto: Christian Rizzi
Segunda ponte O contrato e a ordem de serviço para a nova ponte entre Brasil e Paraguai foram assinados em julho de 2014. O processo atual está centrado na obtenção da licença ambiental para início dos trabalhos. O custo é de R$ 233,4 milhões.
Perimetral leste O tráfego de caminhões pela Rodovia das Cataratas e Avenida Paraná tem colocado em risco a vida de motoristas e pedestres, além de causar congestionamentos e diminuir a vida útil do asfalto. O Contorno Leste é necessário para desafogar a passagem de veículos de carga do centro da cidade.
Rodovias Além do valor dos pedágios, há o problema de ligações entre os municípios. As estradas rurais são malconservadas e estreitas, impedindo a passagem de caminhões de grande porte. Esses fatores contribuem para o aumento no valor dos fretes, o que por sua vez afeta o custo final dos produtos, prejudicando a concorrência com a produção de outras regiões do Brasil e até de outros países.
Hidrovias O transporte hidroviário ainda é pouco utilizado para a movimentação de insumos e máquinas e para a exportação de grãos porque são necessárias adequações para que possa ser utilizado também nos períodos do ano em que o nível dos rios está mais baixo.
Ferrovias
Foto: Jorge Woll
O uso das ferrovias tem crescido nos últimos anos graças a investimentos feitos em parcerias público-privadas, mas esse modal apresenta problemas como trechos críticos em que a velocidade é muito baixa. Revista ACIFI | Página 43
Especial
As virtudes da região são imensas
Jorge Samek
U
ma das maiores iniciativas tomadas pelas instituições e principais atores das cadeias produtivas do Oeste do Paraná é o “Oeste em Desenvolvimento”. Essa é uma oportunidade real de, conjuntamente e em cooperação, identificar-se problemas e, de forma pactuada, adotar prioridades comuns e um rumo coletivo em busca de soluções para nossos problemas. Os gargalos são muitos; mas as virtudes, imensas. Do que precisamos é ter sabedoria em identificar as ações corretas – táticas e estratégicas – para superar os gargalos e potencializar as virtudes. Entre as virtudes, o forte e organizado cooperativismo e a existência de empresas locais de expressão estão entre as principais. Quanto à infraestrutura e à logística, são partes importantes, mas não únicas. Há outros
temas que também temos de melhorar. Nessa temática da logística, sendo abrangente na análise, estamos distantes tanto dos centros consumidores como dos principais pontos de exportação (portos) ou de atração de turistas (aeroportos e rodovias). E isso tem de ser pensado buscando-se explorar as nossas múltiplas possibilidades – ferrovias, rodovias, hidrovias e aeroportos. E associando oportunidades para as nossas cadeias fornecedoras do imenso mercado nacional com a exportação, o turismo e o lazer. E temos de integrarnos com Paraguai, Argentina e Chile e ter forte conexão com o Pacífico. Isso tudo é complexo e exige muitos investimentos e só se realiza com unidade, capacidade técnica dos projetos e articulação política.
Nessa busca do aumento da competitividade regional, nosso território tem no biometano uma oportunidade ímpar que não pode desperdiçar, pois aqui temos os principais projetos de desenvolvimento dessa área no país, que são da Itaipu e do CIBiogás. É uma enormidade de dejetos animais e resíduos agrícolas e agroindustriais que, com os resíduos orgânicos urbanos, conformam milhões de metros cúbicos que podem, com certeza, reduzir o custo da logística interna no território, aumentando sobremaneira nossa competitividade. E temos tudo para sair na frente com esse uso em nossa região e reter conhecimento e capacidade para fornecer à América Latina toda. A Itaipu Binacional, o Sebrae e o Parque Tecnológico, em parcerias importantes com a Caciopar, AMOP,
Região tem no biometano uma oportunidade ímpar que não pode ser desperdiçada Foto: Alexandre Marchetti
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Temos os principais projetos de desenvolvimento dessa área no país, que são da Itaipu e do CIBiogás
Unioeste e outros, tem investido em formação para o desenvolvimento local, criando possibilidades de formatar uma visão compartilhada do que é desenvolvimento e quais são os fatores que efetivamente implicam facilitar ou acelerar o desenvolvimento de um território. Não há desenvolvimento pleno sem pessoas com conhecimento, educação, capacidades desenvolvidas, visão comum de futuro e protagonismo empreendedor. Mais que isso, Itaipu investe no PTI e num conjunto de instituições de educação, pesquisa, incubação, desenvolvimento tecnológico, entre outras, que precisam ser melhor apropriadas e aproveitadas pelo território e ampliar sua integração às problemáticas regionais. Também foi por meio da Itaipu que se conseguiu adequar toda legislação brasileira, no período do Governo Lula, para uso da geração distribuída de energias, o que precisa ser melhor utilizado e desenvolvido, tanto na região como no país. Também temos em Itaipu
os principais projetos brasileiros em baterias de acumulação de energia, veículos elétricos e um estudo para se realizar uma revolução na produção e uso de painéis fotovoltaicos – energia solar – no país e na América Latina. Da mesma forma, no campo ambiental, com o Cultivando Água Boa. E isso tudo agora pode sintetizar-se e consolidar-se no “Oeste em Desenvolvimento”. Não há desenvolvimento efetivo sem ação pública e privada integrada. Portanto temos de ter capacidade de diálogo e analisar gargalos, estabelecer ações e prioridades e buscar soluções conjuntas, num jogo ganha-ganha. A viabilização de recursos e a convergência de ações e obras, sejam municipais, estaduais ou federais, entram nesse escopo. Ou se tem visão comum, prioridades e vontade política claras, ou cada um fará o seu pedaço, mas o quebra-cabeças nunca fechará. Sempre sobrarão peças de recursos mal aplicados – porque foram mal discutidos
ou mal priorizados – e faltarão peças – obras adequadas e políticas públicas oportunas e eficientes – nesse puzzle. Assim, temos de ter bons projetos, capacidade de diálogo e construção política adequada. A aceleração desses processos só tem um caminho: diálogo franco, engajamento institucional e pessoal de todos, além de muita vontade política, para construirmos uma unidade sólida pró-território Oeste. Foto: Alexandre Marchetti
Jorge Samek: Itaipu Binacional
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Entrevista
Desafio é a logística de transportes Para FIEP, o déficit logístico está na estrutura portuária, ferroviária e rodoviária
A
Federação das Indústrias do Estado do Paraná está certa de que a crise econômica e política atravessada pelo Brasil tem comprometido o desempenho do setor industrial. Essa é uma das razões pelas quais o presidente da FIEP, Edson Campagnolo, percorreu várias regiões do estado nos dois últimos meses. A caravana colheu junto a suas bases subsídios para definir as principais linhas de ação do Sistema FIEP para os próximos anos. Para ele, a união de todo o setor industrial na busca por soluções para o aumento da competitividade é fundamental para superar esse momento que o Brasil atravessa. Esse esforço coletivo, segundo Campagnolo, deve servir também para se cobrar da classe política uma melhor condução do país. “Se continuarmos com o ritmo de gastos e despesas correntes nos municípios, estados e União, o Brasil vai quebrar. Precisamos ser mais críticos e cobrar efetividade nas ações dos governos”, declarou. Em entrevista à Revista ACIFI, o presidente da FIEP aponta o que é preciso melhorar para que o Paraná possa ter uma logística de transportes condizente com a demanda do setor produtivo.
Quais são os gargalos na logística e infraestrutura do estado do Paraná? A infraestrutura do Paraná, no geral, ainda é melhor do que a de diversas outras regiões do Brasil. Porém é evidente que precisamos de melhorias para que possamos ter uma logística de transportes condizente com a demanda do setor produtivo. Hoje um dos principais gargalos continua sendo nossa estrutura portuária. Nos últimos anos, graças a uma gestão competente, o Porto de Paranaguá teve avanços em sua operação e conseguiu ampliar significativamente sua eficiência. Mas muitos exportadores ainda pagam multas por atrasos em carregamentos de navios por falta de mais berços de atracação.
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Presidente da FIEP, Edson Campagnolo
Quais seriam as soluções para o Porto de Paranaguá? A primeira é a construção de novos píeres no próprio porto, implantando projetos que já existem. A segunda é a ampliação de nossa base portuária, com a alteração da chamada poligonal – uma linha imaginária que delimita a área do porto público e que hoje acaba restringindo a instalação de terminais privados. Atualmente já existem quatro grandes projetos portuários privados preparados para o nosso litoral, com previsão de investimentos de R$ 8 bilhões e geração de quatro mil empregos diretos. Esses empreendimentos são fundamentais para atender ao crescimento do setor produtivo e trarão maior concorrência na área portuária, resultando em redução de custos logísticos dos produtos paranaenses. Caso a poligonal não seja alterada, o que depende de decisão do governo federal, esses empreendimentos devem migrar para estados vizinhos. Além disso, também é necessário ampliar a capacidade de armazenagem no Porto de Paranaguá. Hoje faltam espaços, por exemplo, para a estocagem de grãos, como soja, milho e farelo destinados à exportação, e de fertilizantes que chegam por importação. O problema também atinge outras mercadorias, como celulose e papel, veículos e cargas em contêineres em geral. Uma solução para isso também depende do governo federal, com o destravamento do programa já anunciado de arrendamentos em áreas públicas do porto. Esses novos arrendamentos também possibilitariam investimentos em novos terminais e armazéns.
Quais são os principais problemas da nossa atual malha ferroviária? Melhorar a eficiência desse modal é fundamental para que a produção paranaense seja escoada com mais eficiência e menores custos, principalmente aquela que vai até o porto para exportação. A nossa malha ferroviária é muito antiga. Algumas ferrovias, como a que percorre a Serra do Mar, são de 1880. Elas não têm a capacidade de transporte necessária para atender à demanda atual, pois apresentam gargalos de velocidade e de
número de vagões por composição. Isso deixa o modal ferroviário – geralmente o mais competitivo para o transporte de cargas – pouco atrativo em relação às rodovias. A solução, que já vem sendo analisada pelo governo federal, seria a construção de uma nova ferrovia, que ligaria Maracaju, no Mato Grosso do Sul, a Paranaguá, passando pelo Oeste do Paraná. Essa ferrovia teria maior capacidade, o que reduziria os custos de transportes.
E quanto à estrutura rodoviária? Já no caso das rodovias, nosso principal gargalo são as concessões do chamado Anel de Integração. Por inúmeros problemas desde o início dos contratos, em 1997, que geraram uma série de aditivos, hoje temos tarifas de pedágio extremamente altas sem que tenha sido realizada a maioria das obras previstas originalmente. Esse é um problema que afeta principalmente a Região Oeste. Para a FIEP, a solução é esperar vencer, em 2021, os contratos atuais – que seguem um modelo nocivo ao usuário das rodovias – e então realizar novas licitações, seguindo modelos mais modernos já utilizados no país. Esses novos modelos contemplam tarifas mais baixas e um volume mais expressivo de obras, que geralmente precisam ser realizadas já nos primeiros anos de concessão. Esse processo de análise das novas licitações precisa ser iniciado em breve para que haja uma ampla discussão, com transparência, para a atração do maior número possível de consórcios para participarem das concorrências.
Dentro desse cenário, como é possível reduzir o custo da produção e aumentar a competitividade? Dentro das indústrias, os industriais precisam buscar melhorias na gestão das empresas, com otimização de recursos e aumento da produtividade, entre outros pontos, mas a competitividade geral da indústria paranaense e brasileira depende de melhorias no ambiente externo às empresas, o que só pode ser conseguido com políticas ou investimentos que dependem do poder público. No caso específico da infraestrutura, como os governos não têm condições de aplicar os recursos
necessários nessa área, é preciso que eles permitam investimentos privados, seja por meio de concessões ou de parcerias público-privadas (PPPs).
O que é preciso para acelerar a parceria público-privada na logística e infraestrutura paranaense? Essencialmente agilizar os processos burocráticos e definir marcos regulatórios que deem segurança ao poder público, aos investidores e aos usuários dos serviços. No porto, como comentei, temos diversos investidores prontos para ampliar nossa capacidade de atracação de navios e armazenagem de produtos, mas falta a liberação de órgãos do governo federal, como a Secretaria Especial de Portos (SEP) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Cito um exemplo de como essa demora prejudica o setor produtivo. Em 2016, entrará em operação a nova fábrica que a Klabin está construindo no município de Ortigueira e que será uma das maiores produtoras de celulose do planeta. A implantação de um terminal que a empresa pretende utilizar em Paranaguá para exportar essa celulose está há mais de dois anos emperrada por conta da burocracia, o que pode comprometer o processo de escoamento da produção. Além da segurança jurídica e da agilidade na liberação dos investimentos, é preciso, acima de tudo, que se tenha bom senso. Devem ser definidos previamente quais são os bons projetos disponíveis, valores-teto de tarifas que sejam condizentes com a realidade econômica e o tempo suficiente para formação de vários consórcios, nacionais e internacionais, para que participem das licitações, gerando ampla concorrência.
As concessões e PPPs podem trazer bons resultados? Acima de tudo, é preciso lembrar que investimentos em infraestrutura, além dos benefícios que trazem para a competitividade do setor produtivo, são importantes instrumentos para geração de empregos e renda. Isso acaba criando um círculo virtuoso na economia, fundamental para que o país avance em seu desenvolvimento.
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Especial
Ineficiência da infraestrutura e da logística é gargalo para o agronegócio paranaense
A
s agroindústrias e as cooperativas do Oeste do Paraná têm excelentes condições de produção, graças às facilidades de uso de tecnologias para aumentar a produtividade, mas estão perdendo competitividade por falta de uma melhor logística de transporte. Assim a expansão do agronegócio do Oeste paranaense está na berlinda. A opinião é do presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Segundo ele, 90% do escoamento da produção regional é feito pelas rodovias e, quando isso ocorre, os custos são de 30% a 40% maiores. “O transporte é o maior entrave para o crescimento do Oeste do Paraná”, declara. Sem uma infraestrutura adequada de portos, estradas, ferrovias e hidrovias, o custo de exportação tem aumentado
e tira competitividade da região. Diante desse cenário, de acordo com dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), o custo lavoura-porto é quatro vezes maior em relação ao praticado nos Estados Unidos. Enquanto aqui são gastos US$ 92 por tonelada para exportar, no principal player agrícola do mundo o valor é de US$ 23 por tonelada. O custo do transporte rodoviário no Oeste do Paraná é maior 200% que em outras regiões brasileiras, e a malha ferroviária não tem condições de atender às necessidades de transporte da região. Na avaliação de Grolli, o Oeste paranaense poderia economizar R$ 150 milhões ao ano se tivesse uma ferrovia em condições de atender à demanda do agronegócio. “A falta de infraestrutura está comprometendo o futuro da região, pois outros estados estão melhorando suas condições e, com isso, estamos perdendo competitividade.” Questionado sobre o que seria necessário para acelerar a parceria público-privada na logística e infraestrutura no Oeste paranaense, ele diz que a iniciativa privada precisa de garantias e oportunidades, pois “ninguém vai investir se o governo federal não for claro e preciso”.
Presidente da Coopavel, Dilvo Grolli
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Foto: Jorge Woll
Grolli aponta que a primeira garantia que o investidor precisa é a estabilidade do regime político. Para o presidente da Coopavel, a parceria público-privada depende de mais dois fatores: o respeito por parte do governo ao direito da propriedade e o retorno do capital investido. “Nesse caminho da parceria público-privada, as garantias precisam de transparências e estar atreladas ao direito das pessoas em um estado democrático e que os governos sejam legítimos e tenham autoridade”, pondera. Ainda segundo Grolli, uma medida efetiva para reduzir custos com logística está na melhoria da gestão de ferrovias, como integração multimodal. Desde que ocorra ampliação da malha e modernização das frotas, com novos equipamentos, ele aposta na viabilidade competitiva das estradas de ferro para integração de novas fronteiras agrícolas a importantes pontos de escoamento. “O melhor caminho para a logística do Oeste está nas ferrovias. As hidrovias têm complicações com as hidrelétricas instaladas e necessitam de acordo com outros países, portanto este é o melhor momento de investir no sistema ferroviário”, completa.
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Espaço Acifi
ISO 9001 renovada
O auditor-líder do ITAC, Gilberto Mirabelli, com parte da equipe de colaboradores da ACIFI
A ACIFI teve renovada a certificação da norma ISO 9001, conquistada há quase cinco anos. No dia 10 de novembro, a entidade passou pela auditoria de supervisão do Instituto Tecnológico de Avaliação e Certificação da Conformidade (ITAC), que observa o grau de comprometimento e de dedicação da instituição para com o estabelecido na norma. Diversos setores administrativos e operacionais da associação passaram pela supervisão do auditor-líder Gilberto Mirabelli. Ele verificou a documentação e entrevistou colaboradores para atestar se os requisitos da norma ISO 9001 estavam sendo cumpridos. A notícia foi comemorada pelos colaboradores e destacada pela coordenadora operacional da ACIFI, Natalia Fuentes. “A norma ISO já faz parte de nosso dia a dia, e todos os colaboradores são mobilizados pela melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade”, ressalta.
ACIFI é destaque no ranking de emissões de certificação digital FACIAP Em recente ranking divulgado pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (FACIAP), a ACIFI esteve entre as dez primeiras colocadas em emissões de certificados digitais no Paraná. A procura cada vez maior consolida a Certificação Digital como um dos serviços mais procurados na ACIFI. No segundo semestre de 2015, a associação teve um aumento de mais de 300% em emissões presenciais de certificados digitais em relação ao mesmo período do ano passado. Para o gerente comercial da ACIFI, César Ferreira, o resultado é fruto de um trabalho de desburocratização, facilitando a coleta de documentos na validação presencial. “Essa estratégia vem aproximando a ACIFI dos contadores, que são nossos interlocutores com os clientes”, destaca.
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Luis Antônio Reis é o agente de registro de certificados digitais na ACIFI
Conhecimento de Transporte Eletrônico A ACIFI disponibiliza o programa para emissão do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CTe) a um custo bem acessível para os seus associados. Desenvolvido de acordo com o modelo em vigor no Paraná, o serviço foi criado para simplificar as operações comerciais e logísticas e atender às exigências fiscais de empresas que realizam transporte rodoviário de cargas. O objetivo é proporcionar mais agilidade e produtividade. A emissão é descomplicada e torna a rotina fiscal dessas empresas mais prática e interativa. Outras informações pelo telefone (45) 35213304 ou e-mail vendas@acifi.org.br.
NFC-e é na ACIFI A legislação estadual determina a adesão gradativa ao sistema de todas as empresas paranaenses até janeiro de 2016. ACIFI dispõe do serviço aos seus associados Pelo calendário gradativo estabelecido pela Secretaria de Estado da Fazenda, nos próximos dois meses, lojas de departamentos e vestuário, mercearias, supermercados e açougues, entre outros estabelecimentos, devem emitir a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica. Estão liberados da exigência apenas os microempreendedores individuais (MEIs). A NFC-e é obrigatória desde o mês de agosto, e a ACIFI oferece essa ferramenta para empresas de pequeno, médio e grande porte. A NFC-e é um serviço exclusivo para associados, e a entidade tem vários pacotes disponíveis com valores diferenciados e que incluem suporte e treinamento. Mais informações pelo telefone (45) 3521-3304 ou e-mail vendas@acifi.org.br. 1º/12/2015 – Lojas de departamentos, vestuário, decoração, lojas de conveniência, duty free de aeroportos, brinquedos, caça, pesca, papelaria, cama, mesa e banho, perfumaria, animais vivos,
1º/1/2016 – Hipermercados, supermercados, minimercados, mercearias, armazéns, laticínios e frios, açougues e peixarias, hortifrutigranjeiros, alimentícios em geral, farmácias comerciais e de manipulação, homeopáticas, veterinárias, artigos médicos e ortopédicos e comércio varejista em geral.
Revista ACIFI | Página 51
Bruna Repelewicz: além de totem fotográfico, a Iguassu Magic tem agora totem carregador de celular
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Sou mais acifi
Iguassu Magic tem produtos para festas e eventos
O
mercado de eventos está fervendo e foi nele que a psicóloga Bruna descobriu a oportunidade para mudar de profissão e abrir seu próprio negócio. Das pesquisas na internet veio a ideia do totem fotográfico. Desde que a Iguassu Magic Soluções Criativas entrou em atividade, no mês de abril, não parou mais. A empresa está presente em festas e eventos corporativos, e a fotolembrança instantânea é sucesso absoluto que registra os convidados em momentos bem descontraídos.
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Para profissionalizar-se e garantir o êxito da iniciativa, Bruna associou sua empresa à ACIFI e descobriu as vantagens e condições diferenciadas do Sicoob, abrindo sua conta empresarial na cooperativa de crédito. Na Associação Comercial e Empresarial, ela conheceu também o Conselho dos Jovens Empreendedores, o Cojefi. No grupo, conversa com outras pessoas que querem ver suas empresas crescerem, assim como ela. “Essa troca de experiências me motivou a ir atrás de novos produtos voltados à tecnologia e à criatividade e empreender ainda mais”, conta. A próxima novidade da Iguassu Magic são totens carregadores de celular.
ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES LTDA.
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Turismo
Como área de interesse turístico, Foz do Iguaçu poderá “deslanchar” Decisão do Mercosul para a Tríplice Fronteira foi “passo político importante” para incentivar leis especiais nos três países
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A
decisão que declara a região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina como Zona de Interesse Turístico do Mercosul é um passo político importante para que os governos desses três países criem “mecanismos estratégicos para desenvolver a indústria do turismo em Foz do Iguaçu, Puerto Iguazú e Ciudad del Este”, afirma o superintendente de Comunicação da Itaipu e presidente do Fundo Iguaçu, Gilmar Piolla. O documento, assinado por representantes dos países do bloco econômico, durante a 16ª Reunião dos Ministros de Turismo do Mercosul, no dia 15 de outubro, em Assunção, “será balizador de ações futuras que ainda precisam ser definidas e implementadas”, diz Piolla. A pedido do próprio ministro do Turismo, Henrique Alves, Piolla é um dos principais responsáveis pelos estudos de reformulação da Lei 6.513, de 1977, e do Decreto 86.176, de 1981, que criam áreas especiais de interesse turístico, mas que na prática nunca saíram do papel. O ministro defende que Foz do Iguaçu seja a primeira cidade brasileira beneficiada pela nova legislação, que tornará a cidade mais atraente para investimentos privados ao estabelecer vantagens fiscais, tributárias, trabalhistas e previdenciárias, entre outras.
Passo a passo “Estamos colaborando ativamente na reformulação dessa lei. Os trabalhos envolvem a Secretaria Municipal de
Turismo, o Codefoz, o Fundo Iguaçu, o IDESF (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras), o ICVB (Iguassu Convention & Visitors Bureau), a ACIFI (Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu) e outras entidades”, informa Piolla. Ele conta que o “pontapé inicial” foi uma minuta elaborada pelo professor Borges e por Leandro Vandré Heineck, da Secretaria Municipal de Turismo. Agora, completa, “para enriquecermos ainda mais o escopo do novo projeto
de lei, envolvemos uma consultoria internacional da Arup (empresa global de engenharia e consultoria)”. Mas ele é realista: “No setor público, sabemos que existe uma longa distância entre a intenção e a ação propriamente dita. Por isso vamos fazer a nossa parte da melhor maneira possível para que possamos ver a nossa cidade obter mais essa importante conquista”.
Sem “panaceia” Piolla lembra que, quando participou da última edição do Festival de Turismo das Cataratas, em junho deste ano, o ministro Henrique Alves disse que pretendia apresentar o projeto de lei ao Congresso no prazo mais breve possível. A intenção é que a legislação torne as cidades de interesse turístico atraentes para investimentos e, no caso de Foz do Iguaçu, que amplie a cota de compras de US$ 300 para US$ 500, no comércio fronteiriço do Paraguai e da Argentina, e, ainda, possibilite a instalação no município de lojas francas exclusivas para produtos fabricados no Brasil. “Bem diferente dessa panaceia de abrir duty free shops para vender produtos importados”, diz. “Como primeira cidade brasileira a ser beneficiada como área especial de interesse turístico, o que será um grande chamariz para atrair investidores, Foz do Iguaçu terá plenas condições de desenvolver o seu imenso potencial turístico”, afirma Piolla. “Com esse impulso, seremos a cidade das parcerias público-privadas e das operações urbanas consorciadas.” Otimista, o superintendente de Comunicação Social da Itaipu e presidente do Fundo Iguaçu conclui: “Vamos transformar a nossa infraestrutura, com a duplicação da BR469 e a nova pista de pouso e decolagem do aeroporto, e fazer o projeto Beira Foz deslanchar. Evoluiremos na cultura, na gastronomia e no entretenimento. E geraremos mais oportunidades de emprego e negócios para a nossa gente”.
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Visitas técnicas aproximam empresários do Núcleo do Distrito Industrial
F
oz do Iguaçu tem inúmeras indústrias que geram emprego e renda, mas ainda são pouco conhecidas na comunidade local. Para mudar essa realidade, os integrantes do Núcleo do Distrito Industrial deram uma pausa nas tradicionais reuniões na sede da ACIFI para fazer visitas técnicas às empresas nucleadas. A ação visa a integrar os empresários locais e a gerar negócios e parcerias em prol do desenvolvimento industrial de Foz do Iguaçu e de novas oportunidades de divulgação e indicação dos produtos. Desde setembro, o Núcleo do Distrito Industrial já esteve na TemperFoz, Ecofuturo Ambiental e Rio Sul Alumínios
É hora de planejar O consultor Osvaldo Brotto foi o moderador da oficina de planejamento estratégico
O
Núcleo de Tecnologia de Informação foi o primeiro núcleo do Programa Empreender da ACIFI a realizar a Oficina de Planejamento Estratégico para o período 2016/2017. Realizado no dia 11 de novembro, no escritório do Sebrae/ PR em Foz do Iguaçu, o encontro contou
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com a participação do consultor Osvaldo Brotto como moderador. Na ocasião, os empresários do núcleo definiram as atividades estratégicas com base em um único foco e objetivo: elaborar e desenvolver uma ação inédita na região. Chamado inicialmente de Condomínio Digital, o projeto pretende promover
grandes mudanças e fortalecer o setor de TI e Comunicação de Foz e região de fronteira, com alcance no Oeste do Paraná. “Empresas fortes atraem empresas fortes”, comenta o coordenador do núcleo, James Bortolini.
Conselho da Mulher promove Jantar do Empresário Associados, diretores e integrantes dos núcleos do Programa Empreender marcaram presença, na noite de 31 de outubro, no Jantar do Empresário. O evento, coordenado pelo Conselho da Mulher Empresária e Executiva, promoveu networking entre os convidados e teve como patrocinadores o Sicoob, Iguassu Engenharia e Construções, Autopeças Carlão, Empório da Beleza e Saúde, Calçados Rosa e Tassiane Ortega. A descontração ficou por conta da participação dos apresentadores do programa de humor “Boa da Pan”, produzido pela Rádio Jovem Pan, empresa do grupo RIC Paraná.
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E
mpreendedores inovadores, que buscam emplacar suas ideias, tiveram a oportunidade de conhecer e compreender o mercado de franquias no evento promovido pelo Conselho do Jovem Empreendedor. O dentista Faisal Ismail, da Rede Ortoplan, e o empresário Fernando Rodrigues Dias, franqueado do restaurante Jin Jin, no Cataratas JL Shopping, deram depoimento sobre seus negócios para um auditório lotado no Hotel Bella Italia.
Fotos: Jackson Dias Christ
Cojefi debate franquias como oportunidades de negócios Faisal Ismail, Lilian Céspedes, Fernando Rodrigues Dias e Thiago Barudi
No encontro ficou claro que investir em franquia exige cautela e pesquisa de mercado. Escolher o segmento, investigar o franqueador e dedicar-se ao negócio foram alguns conselhos dados por Fernando. “O empresário precisa estar na linha de frente, senão a franquia corre o risco de não ir para a frente”, recomendou.
Núcleo de Livrarias e Sebos presente no InnovaCities
O
Núcleo de Livrarias e Sebos aceitou o convite da ABIPIR (Associação Brasil Internacional de Inventores, Cientistas e Empreendedores Inovadores) e participará do InnovaCities LatinoAmérica, evento internacional de inovação que será realizado entre os dias 10 e 12 de dezembro na Uniamérica. Os livreiros farão a exposição de livros relacionados ao tema do evento, que é inovação, criatividade, empreendedorismo, relações pessoais, motivação, tecnologias e meio ambiente.
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Desenvolvimento
Potencial do Oeste do Paraná é mostrado na Expo Milão
Texto: Abilene Rodrigues
T
odo o potencial do Oeste do Paraná, especialmente na produção de alimentos, e a forma como a região vem organizando-se para dar um salto na economia regional, por meio de parcerias, foram mostrados no Pavilhão Brasil, na Expo Milão, em outubro. O tema foi apresentado pelo presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, Mário César Costenaro, e pelo presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Foz do Iguaçu (Codefoz), Roni Temp. A região é uma das que mais crescem no Paraná e concentra uma das maiores produções de grãos do país. O Oeste é formado por 50 municípios que, juntos, somam 1.291.492 habitantes (estimativa do Censo de 2015). O PIB deverá chegar a R$ 32 bilhões. O Oeste
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em Desenvolvimento reúne mais de 30 instituições, entre elas a Itaipu Binacional, o Sebrae, a Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná, a Associação dos Municípios do Oeste do Paraná, o Parque Tecnológico Itaipu e a Federação das Indústrias do Paraná, além de cooperativas e instituições de ensino superior. Criado em agosto de 2014, o Programa Oeste em Desenvolvimento tem por desafio, de acordo com Costenaro, alçar uma das regiões que mais crescem no Brasil a um novo estágio no seu processo de desenvolvimento e de estruturação. “O programa é uma das mais recentes comprovações de que o Oeste está suficientemente preparado para empregar com eficiência ferramentas modernas, como o planejamento, o conceito de foco nas cadeias produtivas
propulsivas, para dar um passo além e, gradualmente, multiplicar prosperidade.”
Densidade O Oeste do Paraná tem entre as principais cidades Cascavel, com 312.778 habitantes; Foz do Iguaçu, com 263.782; e Toledo, com 132.077. A região possui uma das maiores frotas automobilísticas do país, com 750 mil veículos, uma média de um carro para cada grupo de 1,7 morador. A renda per capita do Oeste do Paraná chega a R$ 24 mil (US$ 6.315, considerando o dólar a R$ 3,80), cerca de R$ 1 mil superior à média nacional. O Oeste é referência no agronegócio e no turismo. Foz do Iguaçu abriga as Cataratas do Iguaçu, a Usina de Itaipu, entre outros atrativos. Na área de
educação especializada, a região tem mais de 30 instituições superiores de ensino e perto de 40 mil acadêmicos matriculados em mais de 50 opções de cursos de graduação. Mas é na produção de grãos – e sua transformação em proteína – que a região é destaque no mundo. O Brasil produziu, na safra 2013/2014, 196,7 milhões de toneladas de grãos (soja, milho, trigo, feijão, entre outros). O Paraná sozinho respondeu por 19,4% desse total, ou seja, 38 milhões de toneladas. O Oeste, por sua vez, teve uma participação de 27% da produção agrícola do estado. Atualmente, mais de 85% da soja e mais de 90% do milho que a região produz são transformados em proteína animal, principalmente frango, o que faz do Oeste o campeão brasileiro em produção e em exportação desse tipo de carne.
Cooperativas Constituídas a partir da década de 1970, as cooperativas agropecuárias deram e ainda dão forte impulso à economia regional. As cinco maiores são: C. Vale (sede em Palotina), Lar (Medianeira), Copacol (Cafelândia), Coopavel (Cascavel) e Copagril (Marechal Cândido Rondon). Anualmente, as cinco figuram entre as maiores e melhores empresas do agronegócio brasileiro, segundo publicações especializadas. Juntas, elas faturaram R$ 13 bilhões em 2014 e deverão alcançar cifra próxima dos R$ 15 bilhões no atual exercício. No ano passado, as cinco cooperativas somavam 39.360 cooperados e davam emprego e renda a 29.873 funcionários.
Gargalos
Energia
Apesar do grande potencial, a região apresenta desafios no campo estrutural. Os quatro modais de transporte – rodoviário, ferroviário, aeroviário e hidroviário – apresentam, em diferentes graus, uma infraestrutura precária. No rodoviário, por exemplo, os problemas vão desde a falta de ligações entre os municípios até o valor abusivo dos pedágios nas rodovias.
Outro desafio do Programa Oeste em Desenvolvimento é evitar o desperdício de energia nas empresas, reduzir o valor da conta de luz e incentivar a utilização de fontes alternativas. Atualmente, a energia é o segundo maior custo das dez cooperativas agroindustriais do Oeste, que, juntas, têm uma receita anual de R$ 50 bilhões, ou metade do faturamento de todas as cooperativas do Paraná. A meta delas é reduzir em pelo menos 10% o consumo ou desperdício de energia no próximo ano.
Além disso, as estradas rurais são malconservadas e estreitas, impedindo a passagem de caminhões de grande porte. Esses fatores contribuem para o aumento no valor dos fretes, o que, por sua vez, afeta o custo final dos produtos, prejudicando a concorrência com a produção de outras regiões do Brasil e até de outros países. Em relação ao transporte hidroviário, ele ainda é pouco utilizado para a movimentação de insumos e máquinas e para a exportação de grãos, porque são necessárias adequações para que possa ser utilizado também nos períodos do ano em que o nível dos rios está mais baixo, por exemplo.
Para isso, as cooperativas estão atuando no treinamento dos funcionários, troca de equipamentos antigos por mais eficientes, instalação de plantas de biogás, entre outras ações. “A maior fonte de riqueza do Oeste vem das quatro cadeias produtivas: ave, suíno, leite e pescado. Precisamos encontrar formas de deixar nossos produtos mais competitivos. Uma das alternativas é usar a energia de forma mais consciente e, se possível, gerando riquezas”, explicou o secretário do Oeste em Desenvolvimento, Jaime Nascimento.
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Dicas
Como empreender em tempos de crise Ser empreendedor num período de crise prolongada e sem data para terminar tem sido um desafio árduo, que exige muito preparo, criatividade e jogo de cintura para manter o negócio saudável
C
om alguns cuidados e mudanças de estratégia é possível superar as dificuldades e atravessar este momento sem grandes percalços. “É nessas ocasiões que os bons empresários realmente se destacam no mercado, por saber planejar o seu negócio e ter uma gestão que será fundamental para auxiliá-los a tomar decisões importantes, que podem definir o rumo da empresa”, aponta Marcela Ponce Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
1 - Capriche no planejamento Seja para abrir o seu negócio ou reorganizar as suas estratégias de atuação, fazer um planejamento detalhado – e com os pés no chão – poderá ser o diferencial entre se dar bem no mercado ou assistir de camarote à derrocada da sua empresa.
2 - Reorganize o seu portfólio de produtos e serviços O empresário deve ter em mente que as pessoas continuarão comprando durante a crise, mas em volume e valores menores. É preciso compreender o novo perfil desse consumidor e fazer mudanças nos tipos de produtos e serviços, de forma que realmente sejam capazes de sanar as suas necessidades. Uma lanchonete que crie opções de lanches mais simples e baratos, por exemplo, ampliará consideravelmente as suas possibilidades de vendas.
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3 - Diversifique Diversificar o portfólio de produtos e serviços é outra estratégia fundamental para dar mais fôlego ao empreendimento e proteger-se das variações do mercado.
4 - Saiba usar a criatividade Usar a criatividade também é essencial para diferenciar-se dos concorrentes sem precisar de vultosos investimentos. Você pode agregar serviços aos produtos, como a ótica que permite experimentar os óculos pela internet, a partir da foto do seu rosto e dos modelos disponíveis na loja. Já existem também os restaurantes que dão descontos especiais para as famílias que deixam os celulares guardados na recepção. Assim elas são incentivadas a apreciar a comida e consumir mais.
5 - Não deixe de investir em comunicação Uma das providências mais comuns quando a situação financeira aperta é eliminar os gastos com marketing e comunicação, ou seja, para-se de pensar em qualquer tipo de ação para atrair seu público-alvo. O mais correto a se fazer, porém, é analisar a fundo os resultados obtidos e traçar novas estratégias que se adaptem à realidade do mercado e às condições financeiras da empresa, em vez de simplesmente passar a ignorar essa área. “Se, por exemplo, no Natal você gastava bastante para divulgar a loja, agora terá de ser mais seletivo quanto à propaganda prioritária. Mas, de qualquer forma, precisa atrair a atenção deste consumidor para a sua loja, porque ele também estará mais seletivo”, explica Marcela.
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Codefoz
Codefoz consolida união pelo desenvolvimento
C
riado em novembro de 2012, o Codefoz já nasceu com os cinco grandes projetos prioritários de médio e longo prazo bem definidos pela comunidade iguaçuense. Desde o início, o desafio tem sido dar um passo à frente ano a ano. Mas quantos foram dados nestes três primeiros de caminhada? E quantos mais precisaremos dar em 2016 para mantermos a produtividade do trabalho? Sem dúvida, sua grande conquista é a união de representantes de organizações públicas e privadas em torno de projetos e ideias que promovam o desenvolvimento sustentável da cidade e seu entorno. Os projetos estão saindo do papel. “Estamos passando por um momento de consolidação e reconhecimento ainda maior. Queremos
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consolidar ainda mais o conselho”, avalia o presidente do Codefoz, Roni Temp. Os cinco pilares do conselho são: Plano de Desenvolvimento Econômico (PDE), projeto Beira Foz, revisão do Plano Diretor Municipal, discussão sobre o Plano Plurianual do Município (PPA), além do Fórum Foz 2040, que será composto pelos desdobramentos dos quatro primeiros projetos, somando-se ainda as ações e projetos desenvolvidos pelas câmaras técnicas.
Plano Diretor – Roni Temp frisa que o documento é um instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados. A revisão do documento é um exercício
Foto: Marcos Labanca
pleno de cidadania. Como a versão em vigor é de 2006, a sociedade iguaçuense precisa iniciar o debate agora para evitar atropelos em 2016. Em novembro, iniciou a programação elaborada pela Secretaria de Planejamento para a realização de audiências públicas envolvendo a sociedade. A primeira rodada de encontros deve continuar pelo menos até o fim de dezembro. Na sequência será promovida nova audiência pública com direcionamento das diretrizes. Encerrada a participação popular, o corpo técnico reunirá as propostas e as encaminhará, em forma de projeto de lei, para aprovação da Câmara de Vereadores.
Eleições – Além de trabalhar para o avanço de cada ação, o Codefoz apresentará suas propostas durante a campanha eleitoral que vai definir o prefeito e vereadores para o período de 2017 a 2020. A ideia é repetir a fórmula da última eleição, quando candidatos a governador, senador e deputado assinaram uma carta-compromisso assumindo as bandeiras da sociedade.
Cota de compras – Outro objetivo imediato diz respeito ao valor permitido para bagagem acompanhada. A cota quase caiu pela metade, mas permaneceu em US$ 300. Os setores turístico e empresarial e as autoridades da região defendem a ampliação para US$ 500.
A reivindicação foi apresentada em audiência em Brasília, reunindo os representantes locais e regionais com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy; o secretário da Fazenda, Jorge Rachid; o assessor da Presidência, Marco Aurélio Garcia; e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Em outra reunião, a comitiva reuniu-se com o presidente do Paraguai, Horácio Cartes, em Assunção.
Balanço positivo A mesa diretora faz um balanço positivo dos primeiros meses de mandato, visto que o presidente Roni Temp; o vice-presidente, Leandro Costa; e o secretário, Gilmar Piolla, foram empossados em abril deste ano. Os três sucederam a Danilo Vendrusculo,
Uma das conquistas deste ano foi a revitalização da Ponte da Amizade. A obra, que está 70% concluída e deve ser finalizada até fevereiro, prevê mais segurança e conforto para a travessia de pedestres e motoristas. O asfalto foi recapeado, e o pavimento rígido e as juntas de dilatação, substituídos. A passarela de pedestres está quase toda coberta e terá gradil metálico interno e externo. A ponte também ganhará pintura e iluminação novas.
Projetos de lei elaborados pelas câmaras técnicas
Projetos prioritários
1
Jorge Samek e Jaime Nascimento, que permaneceram à frente do conselho por dois mandatos (um ano cada gestão). O prefeito Reni Pereira continua como presidente de honra do colegiado.
Corredor logístico: a) Segunda ponte entre Brasil e Paraguai; b) Perimetral Leste; c) Porto Seco Trinacional.
• Lei municipal para o incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica. • Reestruturação da Secretaria Municipal do Trabalho, Desenvolvimento Socioeconômico,
2
Duplicação da Av. das Cataratas (BR 469)
Indústria e Comércio.
Trevo da Argentina ao Parque Nacional (aguardando estudo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN);
• Lei de ordenamento da publicidade no
3
Nova pista do Aeroporto Internacional Cataratas
• Projeto de lei para reformulação do Prodifi
(projetos finais – aguardando recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil – FNAC).
Foz do Iguaçu).
município. (Programa de Desenvolvimento Industrial de
Foz do Iguaçu participa de fórum mundial na Itália
O
Codefoz participou do Fórum Mundial de Desenvolvimento Local, realizado em Turim, na Itália, de 13 a 16 de outubro de 2015. O evento, que reuniu representantes de 130 países, contou com a presença do secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki Moon. O conselho foi representado pelo presidente Roni Temp e pelo diretorexecutivo, Dimas Bragagnolo. Temp afirma que a maioria dos países da Europa e América Latina em dificuldades políticas e econômicas busca desenvolver-se de “dentro pra fora” por meio de seus territórios. Segundo
ele, muitas regiões e cidades buscam mudar suas estruturas de organização social por modelos alternativos de governança como forma de obter um desenvolvimento sustentável e participativo, dividindo o protagonismo das ações entre a sociedade civil e a área pública.
“Nada do que foi apresentado chega perto do movimento organizado e dos resultados que estamos conquistando na nossa região através das entidades e projetos como o Codefoz, Programa Oeste em Desenvolvimento e Projeto Fronteiras Cooperativas (envolvendo três cidades de três países diferentes), todos acontecendo simultaneamente e integrados. A nossa grande missão é fazer com que cada vez mais as pessoas da nossa sociedade conheçam e se envolvam neste movimento”, conclui.
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Cidadania
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O combate à corrupção começa com a sua assinatura ACIFI busca apoio para campanha “10 Medidas Contra a Corrupção”
A
população de Foz do Iguaçu pode assinar a ficha de apoio à campanha “10 Medidas Contra a Corrupção” na sede da Associação Comercial e Empresarial. A iniciativa é do Ministério Público Federal e não tem qualquer vinculação partidária. O conjunto de medidas contempla metas como a criminalização do enriquecimento ilícito, celeridade nas ações de improbidade administrativa e responsabilização dos partidos políticos. Elas também propõem mudança na legislação como aumentar penas, tornar crime hediondo a corrupção de altos valores, criminalizar o enriquecimento
ilícito de agentes públicos e criminalizar o caixa 2, entre outros ajustes.
Mobilização – O objetivo do MPF é coletar 1,5 milhão de assinaturas em todo o Brasil para apresentar, no Congresso, um projeto de lei de iniciativa popular com medidas contra a corrupção. Contagem recente feita pela Câmara de Combate à Corrupção também apontou a adesão de mais de 650 instituições de diversos segmentos da sociedade civil às dez medidas. Entre elas está a ACIFI, que vem mobilizando seus associados e a população para abraçar a causa. “Um esforço dessa natureza é legítimo
e tenho certeza que fará a diferença no combate à corrupção”, reforça o presidente da ACIFI, João Batista de Oliveira. Qualquer cidadão interessado em apoiar a causa pode comparecer à sede da ACIFI para assinar ou retirar listas para coletar assinaturas. A lista de apoiamento também está disponível no site www.acifi.org.br. Para participar é preciso ter mais de 16 anos e título de eleitor. Se estiver sem o documento, esse campo pode ser deixado em branco.
Conheça as dez medidas:
“
A campanha pretende reunir 1,5 milhão de assinaturas em todo o Brasil para que as propostas de alteração legislativa sejam levadas ao Congresso Nacional por meio de projeto de lei de iniciativa popular.”
A íntegra das medidas e a ficha de assinatura estão disponíveis no site www.10medidas.mpf.mp.br.
1
Investimento na prevenção à corrupção;
2
Criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos;
3
Punição adequada da corrupção, transformando aquela de altos valores em crime hediondo;
4
Aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal;
5
Aumento da eficiência das ações de improbidade administrativa;
6
Ajustes na prescrição penal contra a impunidade e a corrupção;
7
Ajustes nas nulidades penais contra a impunidade e a corrupção;
8
Responsabilização objetiva de partidos e criminalização do “caixa 2” e lavagem eleitorais;
9
Prisão preventiva para evitar a dissipação do dinheiro desviado;
10
Medidas para recuperar o lucro do crime.
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Novos Associados
Boas-vindas A ACIFI soma um quadro de associados com 1.100 empresas. Desse total, 50% são de micro e pequeno porte. Há também uma grande procura por parte dos microempreendedores individuais (MEIs), que faturam até R$ 60 mil por ano. Ao associar-se, a empresa tem acesso a uma série de produtos e benefícios, como o Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC) e a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e). Se você é da indústria, comércio ou prestação de serviços e ainda não se associou à ACIFI, está perdendo representatividade e um leque de produtos e serviços que podem alavancar seu negócio.
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Estamos falando de fazer parte de um conceito muito atual: o associativismo,
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