REVISTA #12 Agosto de 2016
A ECONOMIA DE FOZ SOFRE COM O ATRASO DOS ALVARÁS
ICMS
Entidades paranaenses fazem abaixo-assinado contra o Decreto 442
FISCALIZAÇÃO
Receita Federal monitora carros com placas do Paraguai de pessoas que residem no Brasil
SERVIÇO
SPC Cartórios “busca” documentos em qualquer lugar do país Revista ACIFI | Página 1
Faça uma visita e plante uma semente de árvore nativa.
Refúgio Biológico Bela Vista
Venha sentir a energia da natureza.
TURISMO Página 2 | Revista ACIFI
DIRETORIA DA ACIFI - GESTÃO 2016/2018 Leandro Teixeira Costa Presidente Paulo Pulcinelli Filho Vice-Presidente
Revista ACIFI é uma publicação bimestral da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da associação ou pelo e-mail revista@acifi.org.br Ano III
Número 12
Agosto/2016
Elizangela de Paula Kuhn Segunda Vice-Presidente
Andréa David Jornalista responsável MTB 3059
Luiz Antônio de Lima Diretoria Financeira
Lucas Marcoviz Florão Publicidade e design
Rogério Soares Böhm Diretoria Administrativa
Kiko Sierich Fotografia
James Bortolini Diretoria de Prestação de Serviços
Alexandre Palmar Reportagem
Neve Góis Diretoria de Comunicação e Marketing
Douglas Furiatti Revisão
Rudney Lopes Vargas Diretoria de Associativismo
Dimas Bragagnolo Diretor-Executivo
Renan Breda Diretoria de Desenvolvimento Econômico e Social
Natalia Fuentes Coordenação operacional
Mario Alberto Chaise de Camargo Diretoria de Comércio Exterior
César Ferreira dos Santos Departamento Comercial
José Elias Castro Gomes Diretoria de Comércio e Serviços
Colaboradores Abilene Rodrigues, Claudio Dalla Benetta, Gabriela Brandalise, Juliana Dotto, Lilian Céspedes e Paula David
Edmilson Souza dos Santos Diretoria de Indústria, Infraestrutura e Logística CONSELHO DELIBERATIVO Presidente Faisal Mahmoud Ismail Secretário João Batista de Oliveira Conselheiros Altino Voltolini, Anna Sophie Helene Croukamp, Carlos Silva, Célia Neto Pereira da Rosa, Danilo Vendruscolo, Fábio Hauagge do Prado, Joel de Lima, Laudelino Pacagnan e Paulo Quintela CONSELHO FISCAL Elias João Dandolini, André Baraldi, Elizabeth Arrais Soares, Pedro Tenerello, Manuele Fritzen e Djalma Fonseca
Impressão Gráfica Tuicial Tiragem 5 mil exemplares Curta nossa fanpage
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www.acifi.org.br ACIFI – Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu Rua Padre Montoya, 451 – Centro CEP: 85851-080 Central de Atendimento (45) 3521-3300 atendimento@acifi.org.br
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ÍNDICE 10 14 16
ProgrAMA EMPrEEndEr Cojefi Talks apresenta histórias de quem viu oportunidades na crise
ASSoCIAdo ACIFI Profissionalismo e trabalho em equipe são marcas da Organização Contábil Tekla, associada ACIFI desde janeiro de 1990
FISCALIzAção Pessoas residentes no Brasil correm o risco de perder o veículo que tenha sido comprado e emplacado no Paraguai, isso porque a Receita Federal está de olho na situação desses bens que circulam em Foz do Iguaçu
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ESPECIAL A Revista ACIFI traz um diagnóstico sobre o alvará em Foz do Iguaçu e apresenta soluções para diminuir o tempo na liberação da licença
EMPrEEndEdorISMo Uma das principais empresas de reciclagem de isopor está em Foz do Iguaçu. A Taymar processa, por mês, 15 toneladas do material, que é transformado em matéria-prima para a fabricação de rodapés, mas poderia fazer o dobro se houvesse menos desperdício e mais conscientização
PArCErIA Empresas integrantes dos núcleos do Programa Empreender da ACIFI terão acesso gratuito à programação de capacitações do Sebrae/PR
ICMS Entidades paranaenses se mobilizam contra Decreto 442 do governo estadual
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Leandro Teixeira Costa Presidente da ACIFI
Palavra do Presidente
O
enfrentamento dos problemas que hoje mais dificultam a vida dos empresários será uma marca desta nova gestão da ACIFI. Iniciamos nossos trabalhos com a melhoria da comunicação com os empresários e já estamos buscando soluções e alternativas para que as informações sejam facilitadas e possam chegar o mais rapidamente possível a você, empresário. Da mesma forma, também queremos estimular o diálogo, portanto é imprescindível que suas opiniões, pensamentos e necessidades também possam chegar até a nossa diretoria da mesma forma. Com esse propósito, iniciamos uma ação chamada “Você faz a ACIFI”, que tem por objetivo promover reuniões de dirigentes da entidade com os empresários dos bairros. São bairros que foram estrategicamente selecionados para que consigamos ouvir o maior número possível de empreendedores. Queremos saber quais são as suas demandas, problemas e dificuldades e assim, em conjunto, planejar e promover ações que permitam o crescimento de todos. Nessa linha, identificamos o problema da emissão dos alvarás. Os empresários iguaçuenses sofrem com a dificuldade na emissão ou renovação dos seus alvarás. Sabendo disso, assumimos o compromisso de apurar os fatos e buscar soluções nos órgãos que hoje dificultam o nosso crescimento. A Revista ACIFI ouviu a Prefeitura de Foz, Corpo de Bombeiros, Associação de Arquitetos e Engenheiros de Foz do Iguaçu (AEFI), CREA-PR, SESCAP e Sindicato dos Contabilistas. Agora será formatada uma ação conjunta para a solução definitiva desse problema. Precisamos do apoio dos empresários iguaçuenses! Batalhamos pela cultura associativista, na qual todos se doam um pouco para que juntos possamos colher frutos de desenvolvimento e crescimento coletivo. Empresário, acredite na ACIFI! Boa leitura!
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Faciap
Ordem e progresso O
desejo dos brasileiros de mudanças para o nosso país foi demonstrado nas manifestações nas ruas e materializado em forma de pressão pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff do governo. A voz do povo ecoou nos protestos e nos votos favoráveis ao impeachment no Congresso Nacional. A sociedade brasileira está cansada de ser vítima da desordem. O caos se acomodou quando a atuação do Executivo e Legislativo foi subordinada aos interesses particulares de maus políticos. O enorme esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato não foi apenas um crime, mas uma tentativa de distorcer a função do sistema estatal. Além de mal administrar o país e não cumprir seus papéis constitucionais, os governantes utilizaram a ferramenta pública para atender à agenda de alguns grupos e seus aliados. Por isso o governo é conhecido hoje mais por suas falhas e deficiências do que por acertos e inovações que protagonizou. Um país desorganizado, de contas públicas desarrumadas, impunidade e investimento baixo, anda para trás ao invés de prosperar. O Brasil precisa de ordem. Evocando-a, nosso povo
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terá fé no país, em seus governantes e em si próprio. A autoestima e os valores estarão recuperados. A ordem se dá por meio da transparência; responsabilidade fiscal e econômica do poder público; justiça, cujas ações não devem servir a interesses específicos; ética nas relações sociais; e respeito aos cidadãos brasileiros. Só em posse desses princípios poderemos lutar contra a corrupção. Com a ordem estabelecida, veremos mais confiança para investimentos em obras de infraestrutura; a valorização da moeda; a queda da inflação; o aquecimento do setor produtivo, com a criação de novos empregos; e o aumento da renda. Avançar é também possibilitar que toda a população vivencie igualdade, bem-estar e qualidade de vida. É o progresso. Essa demanda por ordem e progresso possui tamanha força e urgência que foi eternizada em um dos nossos principais símbolos, a bandeira nacional. O lema, criado sob a influência do movimento positivista, é cercado de otimismo. E, por isso, o presidente interino Michel Temer acertou ao eleger a frase como norte de sua gestão. O lema sintetiza os desejos populares de que o país seja conduzido a um patamar de desenvolvimento social
e econômico e reacende um patriotismo que nunca se fez tão necessário. A história comprova que os países desenvolvidos já passaram por crises políticas, econômicas e morais, e foram esses momentos de instabilidade que garantiram sua evolução. Assim o futuro pode reservar um Brasil com sólidos valores, mais fraterno e desenvolvido para todos. Mas dias assim, apenas brasileiros unidos em sua variedade de origens, gêneros e classes, liderados por um governo estruturado e ético, em prol de uma razão maior, poderão construir. Brasil, ordem e progresso!
Guido Bresolin Junior é empresário e presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná)
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Evento
Cojefi Talks debate oportunidades em tempo de crise Texto: Lilian Céspedes
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ssim como em todo o país, Foz do Iguaçu também passa por dias de desafios. Porém, vista de outro ângulo, a crise também é uma oportunidade. Reconhecendo isso, o Conselho do Jovem Empreendedor de Foz do Iguaçu (Cojefi) promoveu o 5º #Cojefitalks e levou cerca de 150 pessoas ao auditório da Uniamérica para ouvir as experiências e se inspirar em quem soube ver na crise uma oportunidade.
“Procuramos sempre oferecer mais do que o cliente espera” O primeiro convidado a dividir sua experiência foi o presidente da ACIFI, arquiteto, sócio-proprietário do Costa, Fizinus & Schmitt Arquitetos, Leandro Costa. Ele explanou toda a história do escritório, que hoje é referência em projetos arquitetônicos no município. A palestra motivou os jovens que participaram do evento a abrir o próprio negócio. Segundo Leandro, em todos os anos a preocupação do escritório é valorizar os colaboradores, fornecedores e parceiros e zelar pelo bem-estar dos clientes. “Estamos sempre antenados com o que está acontecendo no segmento. Perceber que o que a gente faz é uma coisa boa é um trabalho que reflete positivamente bem para nós”, comentou.
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O arquiteto explicou que o escritório surgiu da paixão pela arquitetura e do encontro com outros dois profissionais que também amam a profissão. “Foi na faculdade que quis me desenvolver mais. No final do curso, eu e o Cleverson Fizinus decidimos montar o escritório e começar a parceria, e mais tarde o arquiteto André Schmitt veio para completar a sociedade com seu conhecimento. No começo são experiências que nos mostram se estamos no caminho certo ou no caminho errado”, contou. Costa disse que as oportunidades surgiram na diferença com que a equipe trata os clientes e na fidelização deles. “Nós procuramos sempre oferecer mais do que o cliente espera. Fazemos nosso melhor para deixá-los satisfeitos.”
“Cada um tem uma forma diferente de empreender” Em seguida foi a vez de o empresário e presidente da Uniamérica, Ryon Braga, pontuar as oportunidades em tempos de crise. Ele destacou que quando se trabalha com vontade de fazer cada vez melhor, o dinheiro vem como consequência. “É importante ter um propósito, e propósito é algo individual, mas quem não tem dificilmente estará realizado.”
Durante a palestra, Ryon ainda afirmou que “são as escolhas que revelam o que somos, não as nossas qualidades. É no ato da escolha que demonstramos nossos valores e nossas vontades”. Por isso é importante sempre escolher o que já faz parte do perfil empreendedor, pois cada um tem uma forma diferente de empreender. Com relação ao mercado de trabalho, para fortalecer a marca e as empresas já existentes, ele citou a fidelização dos clientes. “Estamos na era do vínculo de confiança. Para alguém contratar um serviço, mais importante que a formação daquela pessoa é a confiabilidade que ela der. Isso tem a ver com a credibilidade e criação de vínculos”, sugeriu. Com o encerramento das duas palestras, os participantes puderam interagir enviando perguntas direcionadas aos empresários. Além disso, mais de dez prêmios foram sorteados ao público. “Nós agradecemos a parceria das empresas que apostam no #Cojefitalks e estão sempre presentes, além do público que aguarda cada edição com ansiedade”, agradeceu o presidente do Cojefi, Thiago Barudi. O próximo Cojefi Talks será em agosto, com o tema Neuromarketing. Mais informações serão divulgadas na página do Cojefi: facebook.com/Cojefi.
Thiago Barudi
Ryon Braga, AndrĂŠa David e Leandro Costa Ryon Braga
Leandro Costa
Integrantes do Cojefi
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Serviço
SPC Cartórios “busca” documentos em qualquer lugar do Brasil Serviço também entrega pedidos em sua casa, com comodidade e agilidade
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ocê está precisando da segunda via de documentos como certidão de nascimento, batismo ou casamento? O SPC Cartórios o ajuda a localizar e buscar registros legais em cartórios e outras instituições em todo o Brasil. E o melhor: entrega tudo em sua casa ou onde você preferir, em qualquer lugar do planeta, com a comodidade que você merece. O serviço acaba de ser lançado pela Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu em parceria com SPC Brasil. “A ferramenta é ágil e tem excelente custo-benefício, além de muita comodidade, afinal buscamos os documentos que estão mais distantes de você”, afirma o presidente da ACIFI, Leandro Teixeira Costa. Pela internet, você pode solicitar mais de 60 tipos de documentos com entrega nacional e internacional, como certidão de nascimento, certidão de batismo, certidão de crisma, histórico escolar, certidão de casamento, certidão negativa de débitos da União, certidão de protesto, autenticação de documentos, segunda via de contrato social, entre outros. O diretor de Prestação de Serviços, James Bortolini, frisa a importância do serviço e o desconto para associados. “Foz do Iguaçu é uma cidade com particularidades únicas, muitos dos seus moradores vieram de outras cidades e estabeleceram residência aqui. O serviço visa facilitar a vida de quem precisa destes documentos. Advogados, contadores e qualquer outro profissional que precise deste serviço para os seus clientes podem contar com a ACIFI para facilitar os seus processos”, pondera. Prático – Veja como é fácil utilizar o SPC Brasil Cartórios. Primeiro você acessa o site www.spcbrasilcartorios.com.br. Depois faz o seu cadastro, seleciona o documento desejado e solicita o orçamento. Em seguida você receberá o orçamento no e-mail cadastrado, com as instruções para pagamento. Desconto – São diversas as opções de pagamento, entre elas boleto bancário, transferência bancária para os principais bancos do país, cartão de crédito com opção de parcelamento em até 12 vezes. “Os associados da ACIFI que utilizam SPC ainda contam com 5% de desconto em todas as solicitações”, informa Cesar Ferreira dos Santos, gerente de Produtos e Serviços da ACIFI.
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Acesse www.spcbrasilcartorios.com.br
A vida que você tem é a vida que você deseja? Qual seu maior obstáculo? O que fazer, hoje, para ir em direção ao seu objetivo?
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Organização Contábil Tekla Profissionalismo e trabalho em equipe são marcas da empresa, associada ACIFI desde 1º de janeiro de 1990
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edro Tenerello é veterano na contabilidade. O primeiro contato dele com a profissão foi como office boy num escritório em Astorga, Norte do Paraná. Lá também aprendeu a fazer escrita fiscal. Em seguida trabalhou como bancário até que em 1978 foi transferido para Foz do Iguaçu e daqui não saiu mais. Em janeiro de 1983, teve a oportunidade de abrir seu próprio escritório de contabilidade: a Organização Contábil Tekla. São 33 anos de atividades e de crescimento contínuo. À frente do negócio está ele e o filho, André Tenerello, responsável pela gestão administrativa da empresa. “Nos últimos anos nos dedicamos em otimizar o fluxo de informações de forma a aperfeiçoar a entrega dos serviços aos clientes dentro do prazo estipulado”, explica André. Pedro Tenerello atribui a trajetória bem-sucedida ao profissionalismo e ao trabalho em equipe. “As relações são baseadas em honestidade e transparência, respeito aos clientes e colaboradores. Graças a tudo isso é que conseguimos evoluir e sermos reconhecidos no mercado”, analisa. Por ser um associado atuante e participativo, o contador sempre recomenda a seus clientes para que façam parte da ACIFI. “Você se engaja em causas maiores e passa a compreender que seu papel na sociedade é muito mais importante, por outro lado a associação comercial tem uma série de benefícios que pode ajudar no crescimento da sua empresa”, conclui Pedro.
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No dia a dia, a equipe trabalha nos serviços de contabilidade em geral, abertura e encerramento de firmas, Imposto de Renda Pessoa Física e Jurídica, contratos, arrendamentos, contabilidade de condomínios, entre outros.
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Fiscalização
Carros com placas do Paraguai de pessoas que residem no Brasil estão na mira da Receita Federal Prática comum em Foz do Iguaçu constitui crime de contrabando. Ao manter o veículo com placas de outro país, proprietários estariam desobedecendo à lei e burlando o fisco nacional
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P
essoas residentes no Brasil correm o risco de perder o veículo que tenha sido comprado e emplacado no Paraguai, isso porque a Receita Federal está de olho na situação desses bens que circulam em Foz do Iguaçu. A constatação é que há um grande número de carros que efetivamente circulam e pernoitam no Brasil em posse de pessoas que aqui residem. De acordo com a legislação atual, essas pessoas estão cometendo o crime de contrabando. Por meio de monitoramentos realizados há algum tempo, os fiscais levantam provas de veículos com placas do país
vizinho pertencentes a pessoas que moram no lado brasileiro da fronteira. Antes de efetuar as apreensões, os agentes fazem um acompanhamento de aproximadamente seis meses, para identificar e coletar dados que comprovem a irregularidade. Segundo o delegado da Receita Federal em Foz, Rafael Dolzan, a legislação brasileira é bem clara em relação à circulação desses veículos. A lei proíbe a importação de veículos usados, só sendo possível importar veículos novos. “Se foi emplacado no Paraguai, obviamente ele é usado, e por isso não é possível trazêlo ao país”, explica Dolzan.
Esse foi um dos temas discutidos durante o 1º Fórum Fisco, Empresários e Contadores de Foz do Iguaçu e Região, realizado em março pela Receita Federal em parceria com entidades representativas da classe empresarial e de contadores (ACIFI, ACOP, SESCAP-PR, CRC-PR e Sincofoz). “O fórum surgiu exatamente dessa necessidade de aumentar o diálogo entre o fisco, os empresários e os contadores, visando uniformizar entendimentos e buscar soluções que estimulem a regularização, a legalidade e o crescimento social e econômico na região”, destaca o delegado.
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Fiscalização
Delegado da Receita Federal, Rafael Dolzan
E se a pessoa morar no Brasil e trabalhar no Paraguai?
E
ssa foi uma das dúvidas apresentadas durante o evento. Nesse caso, segundo a Receita Federal, o que vale é o domicílio tributário. Isso significa que se o cidadão declarar o Imposto de Renda aqui, o domicílio dele é o Brasil e não há como ter um veículo com placa paraguaia. Para a Receita Federal, o que define domicílio é o local em que a pessoa permanece a maior parte do seu tempo. “Há casos em que a pessoa mora no Brasil e transferiu seu domicílio tributário para o Paraguai, e isso é fraude, pois se ele reside e vive a maior parte do tempo aqui, deveria ter o domicílio tributário aqui também”, observa Dolzan. Ao manter um veículo com placas paraguaias no Brasil, o proprietário está desobedecendo à lei. Sem um registro nacional, o dono do carro deixa de pagar impostos que incidiriam na importação regular de um bem novo, como Imposto
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de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Também deixa de pagar Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), além de eventuais multas que venham a ser aplicadas, já que a fiscalização de infrações cometidas por veículos de placas estrangeiras precisa ser realizada de forma manual, pois a multa é registrada pelo sistema, mas
não há como notificar o infrator por correspondência como ocorre com os veículos de placas brasileiras. A Receita Federal tem monitorado os brasileiros que circulam constantemente com carros de placas paraguaias. Conforme a lei em vigor, mesmo que o dono do veículo trabalhe ou tenha empresas no país vizinho, ele não pode ter um carro emplacado lá. O que define é o domicílio tributário.
No 1º Fórum Fisco, Empresários e Contadores, a ACIFI foi representada por seu diretor de Comércio Exterior, Mario Camargo. Ao comentar sobre circulação de veículos com placas paraguaias, ele observou que a entidade, em conjunto com advogados ligados à OAB, irá desenvolver – pela importância do assunto – um trabalho para propor à Receita Federal do Brasil sugestões que sirvam para uma adequação da legislação que versa sobre a matéria, considerando para tanto aspectos peculiares à região fronteiriça. Mario Camargo destaca que a ACIFI é contrária à prática de quem adquire veículos no Paraguai e os emplaca no país vizinho pensando nos benefícios tributários, pois isso traz uma série de prejuízos para a economia local. No
entanto o diretor de Comércio Exterior levanta outras questões que precisariam ser contempladas pela legislação brasileira. Uma delas diz respeito aos veículos de empresas paraguaias conduzidos por brasileiros que estão a negócios aqui, ou mesmo pertencentes a brasileiros vinculados profissionalmente a empresas paraguaias que circulem por Foz do Iguaçu e cidades da região, independentemente de o fato de permanecer de um dia para outro no país. “Essas são circunstâncias que merecem um tratamento diferenciado, até mesmo porque, se esses veículos fazem parte do patrimônio de empresas paraguaias, não há a caracterização de qualquer dolo ou contravenção em seu uso”, observa Mario.
Recentemente a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região da Justiça Federal, em Porto Alegre, por meio de acórdão, decidiu favoravelmente à liberação de um veículo apreendido em Foz do Iguaçu, em 2013, com placas paraguaias. A Justiça reconheceu, em síntese, o aspecto do domicílio duplo do condutor do veículo. Na opinião do diretor de Comércio Exterior da ACIFI, esse é um fato que pode abrir espaço para a criação de jurisprudência sobre o tema. “Essa decisão valoriza o trabalho da ACIFI, em conjunto com juristas ligados à OAB, em Foz do Iguaçu”, complementa Mario.
Fórum realizado em Foz do Iguaçu é decisivo para implantação do SML entre Brasil e Paraguai
O
fluxo financeiro internacional foi outro assunto discutido no fórum que reuniu fisco, empresários e contadores em Foz do Iguaçu. Na segunda quinzena de abril foi realizada a assinatura de um convênio para a implantação de um Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML) entre o Banco Central do Brasil e o Banco Central do Paraguai. O SML é uma reivindicação antiga dos empresários que atuam no comércio exterior da Tríplice Fronteira. A ausência do convênio com o Paraguai fazia com que os empresários acabassem internalizando dinheiro em espécie pela Ponte Internacional da Amizade, sem
amparo legal, devido às altas taxas para realização de operações cambiais e posterior remessa ao Brasil via sistema financeiro. O documento detalha as normas gerais de funcionamento desse SML e constitui o primeiro passo para a sua implantação. Quando em funcionamento, o sistema permitirá aos usuários brasileiros e paraguaios a realização de pagamentos e de recebimentos entre os dois países em suas respectivas moedas, dispensando o contrato de câmbio.
sistemas locais de pagamento, tornando as transferências internacionais mais eficientes e com custos reduzidos. Essas vantagens deverão aumentar o nível de acesso dos pequenos e médios agentes ao comércio de bens e serviços entre os dois países e aprofundar a utilização das respectivas moedas nacionais (real e guarani). O Banco Central do Brasil já possui dois SMLs em operação, um com o Banco Central da República Argentina, desde 2008, e outro com o Banco Central do Uruguai, desde 2014.
O SML é uma alternativa de liquidação para as transações entre ambos os países e caracteriza-se por interligar os
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Empreendedorismo
O poliestireno pode ser 100% reaproveitado. No processo de reciclagem, ele é triturado e volta a ser matéria-prima para a fabricação de produtos.
Isopor não é lixo Taymar, empresa associada ACIFI, faz o processo de reciclagem do poliestireno recolhido em cidades paranaenses e no Paraguai e o transforma em matéria-prima para fabricação de rodapés e molduras
O
isopor ou poliestireno (EPS) faz parte do dia a dia das pessoas há um bom tempo. Às vezes, vem de bandeja; outras, serve para conservar bebidas ou proteger embalagens. O problema é quando ele vai parar no lixo, isso porque o EPS leva cerca de 150 anos para ser totalmente degradado – e a maioria dos brasileiros não sabe onde ou como descartar o material, um plástico que pode ser 100% reaproveitado. Em Foz do Iguaçu, há dez anos os empresários Marcello Siste e Valdir Peres se dedicam a reciclar isopor. O material
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passa pela máquina de reciclagem, o gás de sua composição é retirado, e o isopor é transformado em tarugos (com formato de um pão). Num segundo processo, o poliestireno compactado é triturado e volta a ser matéria-prima para a fabricação de produtos. Tudo o que é processado na usina da Taymar viaja 1,2 mil quilômetros até a cidade de Braço do Norte, em Santa Catarina, sede da fábrica Santa Luzia. “O material substitui a madeira e é usado para fazer rodapés, sancas, molduras para quadros e espelhos”, explica Valdir. A Taymar recicla cerca de 15 toneladas por mês, quantidade que também ajuda a gerar renda aos catadores de Matelândia, Londrina, Arapongas, Cascavel, Toledo, Pato Branco, Pérola, Ciudad del Este e Assunção, no
Paraguai. “Estabelecemos parcerias com trabalhadores da reciclagem fornecendo a máquina e comprando de volta o tarugo”, conta Marcello. Ele destaca que o volume reciclado também evita que o isopor seja jogado nos aterros sanitários. Segundo Marcello, a empresa tem capacidade para processar até o dobro de EPS por mês. “Ainda existe muito desperdício e resta agora conscientizar a população e os empresários para o descarte adequado, porque do isopor não se perde nada”, garante.
Serviço: Se você tiver interesse em fazer o descarte correto do isopor em sua empresa ou residência, pode entrar em contato com a Taymar pelo telefone (45) 3575-6467.
Valdir Peres e Marcello Siste, sรณcios-proprietรกrios da Taymar
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Colaboração
ACIFI e Sebrae/PR firmam parceria para desenvolver empresas integrantes dos núcleos do Empreender Cursos, oficinas tecnológicas e encontros empresariais do Sebrae/PR estarão disponíveis sem custo aos nucleados; primeira agenda acontecerá em agosto Texto: Juliana Dotto
Julio Cesar Andrade, consultor do Sebrae/PR: parceria tem como foco melhorar a competitividade das empresas locais
A
partir de agosto, empresários integrantes dos núcleos setoriais da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI) terão acesso gratuito à programação específica de capacitações do Sebrae/ PR. A agenda é fruto do fortalecimento da parceria entre o Sebrae/PR com a nova gestão da ACIFI, que tomou posse no fim de maio.
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De acordo com o consultor do Sebrae/PR Julio Cesar Andrade, oferecer condições de desenvolvimento para as empresas é um objetivo comum entre as entidades. “Essa proposta junto à nova diretoria vem dar continuidade à parceria já existente entre as duas instituições, que têm como foco melhorar a competitividade das empresas locais”, destaca.
Para ele, o importante é atender às demandas dos empresários em relação à gama de soluções em treinamentos que o Sebrae/PR apresenta. “Além do ganho direto no empresariado, a parceria também reflete no fortalecimento da própria associação, que detecta os gargalos de crescimento dos núcleos e transforma em ações para o desenvolvimento”, assinala Andrade.
Leandro Costa, presidente da ACIFI, enfatiza a importância de fornecer embasamento técnico e de gestão aos associados. “É importante poder contar com a parceria do Sebrae, uma instituição que tem muito a agregar à ACIFI. Estamos formatando uma agenda em conjunto com os núcleos para que haja um maior aproveitamento por parte dos empresários”, comenta. Ao todo são 12 núcleos setoriais ligados ao Programa Empreender na associação, e todas as empresas integrantes poderão ser beneficiadas com a parceria. “Já acertamos uma primeira capacitação, que acontece em agosto e tem como foco a organização de eventos. Ela está sendo fomentada pelos núcleos de Comunicação e da Mulher de Negócios”, frisa o consultor do Empreender da ACIFI, Francisco Namiuchi. Para setembro, a previsão é uma oficina tecnológica na área ambiental, que deve versar sobre como utilizar-se da destinação adequada dos resíduos sólidos para obter vantagem competitiva às empresas. “Essa é uma demanda vinda no Núcleo de Sustentabilidade, que está à frente de replicar o convite às empresas nucleadas”, complementa Namiuchi.
sobre as possibilidades de capacitações”, afirma Francisco Namiuchi.
Sebraetec Para reforçar a parceria, o Sebrae/PR também vai disponibilizar recursos do Sebraetec para subsidiar e fomentar ações de inovação e tecnologia das empresas. “Temos previsto cerca de R$ 60 mil a ser destinado a soluções de inovação e tecnologia. Contudo o empresário interessado precisa entrar com o pedido o quanto antes, pois as ações de inovação precisam ser colocadas em prática até novembro”, sinaliza Julio Andrade. Caso haja o interesse de obter o subsídio, o empresário deve entrar em contato com a coordenação do núcleo setorial ou do Empreender e retirar o formulário de pedido.
Eventos O curso de Gestão de Eventos – Como Organizar Eventos será realizado nos dias 18 e 19 de agosto, das 8h às 18h, no escritório do Sebrae/PR de Foz do Iguaçu, que fica na Rua das Guianas, nº 151, no Jardim América. Entre os tópicos a serem debatidos, estão a contextualização de eventos, como eles se classificam, quais são os tipos de eventos até as fases do planejamento à avaliação. A capacitação será ministrada pela instrutora Giselle Bruno Grando e também deve trazer como foco as relações de investimento e captação de recursos para eventos, bem como o aprendizado sobre cerimonial, protocolo e etiqueta, além da gestão de eventos para o terceiro setor.
Francisco Namiuchi, consultor do Empreender da ACIFI: parceria vai beneficiar todas as empresas integrantes dos 12 núcleos ligados ao Programa Empreender
A agenda ainda está em fase de construção, e os calendários serão divulgados conforme o fechamento de datas e locais. “Também temos um encontro de negócios planejado para setembro. Será uma oportunidade de integração para que empresários de núcleos diferentes possam conhecer novas oportunidades”, explica Julio Andrade, do Sebrae/PR. Outra temática que deve ser explorada no formato de oficina tecnológica é sobre e-commerce. “Esta também foi uma demanda levantada com os núcleos, porém o calendário não está ‘engessado’ e contamos com a contribuição dos nucleados e coordenadores de núcleos
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ACIFI amplia integração com empresários
A
Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu está ampliando seus canais de interação para intensificar com os empresários iguaçuenses. A ACIFI implantou novas ferramentas de integração visando ao desenvolvimento local, à prestação de serviço e à promoção da cultura associativista. O presidente da ACIFI, Leandro Teixeira Costa, ressalta que um dos principais objetivos da diretoria é ouvir os associados e conhecer suas necessidades. “Com essa perspectiva, queremos potencializar as ações para intensificar a presença da associação na vida dos empresários, bem como a participação dos associados no dia a dia da entidade”, afirma.
Você faz a ACIFI Uma das primeiras atividades de campo é percorrer a cidade para ouvir os empresários dos bairros e do centro em encontros in loco. São reuniões em espaços públicos estratégicos da própria região comercial para garantir maior participação de associados e não associados de todos os setores da economia. Nelas, diretores, conselheiros e colaboradores da ACIFI ouvem as demandas empresariais de comerciantes, profissionais liberais, autônomos e microempreendedores que pretendem melhorar seus resultados e gerar emprego e renda no município. Com as reivindicações em mãos, a entidade busca mediar soluções com os órgãos competentes. Vale salientar que o convite para cada encontro é feito por meio de ampla divulgação prévia, com panfletagem e carro de som em ruas e avenidas estratégicas, imprensa, redes sociais, além dos próprios canais de comunicação da entidade, como o site, fan page e e-mails direcionados.
ACIFI Integração Coordenada pela Diretoria de Comércio e Serviços, a ação visa a levar informações importantes aos associados. A proposta é manter empresários informados sobre assuntos relevantes, como questões que envolvem a relação com empregados, documentos de prevenção de acidentes e doenças do trabalho; Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. O evento consiste em um café da manhã seguido de palestras com experts no assunto, que compartilham conhecimento e tiram dúvidas. “Vamos usar todos os nossos canais institucionais para promover a integração, afinal quem está bem informado sempre ganha”, diz o diretor José Elias Castro Gomes.
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EMPRESÁRIO BEM INFORMADO
SEMPRE GANHA!
Núcleos e diretoria Em julho, iniciou o ciclo de encontros para maior integração dos associados que compõem os núcleos do Programa Empreender e diretores da ACIFI. A cada reunião da diretoria, um núcleo apresenta as atividades em andamento e o planejamento estratégico. Além de alinhar objetivos, o intercâmbio propõe interligar as ações em diferentes áreas de atuação da entidade.
Fale com o presidente Essa é mais uma plataforma criada para facilitar o diálogo entre a entidade e os empresários. A ferramenta estabelece um canal direto com o presidente da ACIFI por meio de um formulário em nosso site, no endereço www.acifi.org.br/falecomopresidente, e do e-mail presidente@acifi.org.br, cujas mensagens são respondidas pessoalmente por Leandro Costa.
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A ACIFI também aperfeiçoou informações compartilhadas por meio de boletins informativos enviados por e-mail para os associados. Agora, toda segunda-feira é enviado o “Agenda ACIFI”, que inclui as datas de reuniões de diretoria, reuniões de trabalho de diretores e conselheiros em defesa dos interesses dos associados, calendário dos núcleos do Programa Empreender, além de eventos de interesse dos empresários. Já as sextas-feiras, os associados recebem o “Express ACIFI”, um resumo de tudo o que aconteceu na semana envolvendo a entidade.
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Palestra
Amyr Klink
Reflexões do navegador sobre a falta de estrutura e profissionalismo do turismo no Brasil
A
travessia a remo do Oceano Atlântico realizada pelo brasileiro Amyr Klink completará 32 anos em setembro. A ligação dele com o mar começou como uma curiosidade, tornou--se uma paixão e hoje é um misto de prazer com trabalho. Sua experiência no assunto envolve uma marina que ele administra em Paraty com capacidade para 300 embarcações. Uma das grandes bandeiras do navegador atualmente é mostrar como o Brasil está perdendo tempo, dinheiro
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e turistas ao não explorar a navegação em geral e seu sistema hidroviário. Uma atividade que pode ser altamente lucrativa é o aluguel de barcos (chamado de charter). Seria um negócio capaz de gerar outros, movimentar cidades, pontos turísticos e até hotéis, que ganhariam com parcerias e promoções. Amyr quer que o país navegue para bem longe da mesmice e descubra novos caminhos para transformar o turismo numa indústria tão competitiva quanto a automobilística. Para isso ele defende o
desenvolvimento do turismo que valorize as diferenças locais e de experiências. “O turista quer ter uma história para contar quando voltar e, principalmente, quer ter vivido uma experiência aonde ele tenha sido protagonista”, ressalta. Com muita determinação e coragem, a história do Amyr Klink é inspiradora para homens e mulheres, por isso ele é hoje um dos mais requisitados palestrantes brasileiros. A seguir, a entrevista exclusiva para a Revista ACIFI.
Revista ACIFI: Como você avalia a exploração da atividade turística no Brasil? Amyr Klink: Somos puramente extrativistas. A gente faz um turismo de coleta, sem programação, sem estratégia, sem desenvolver ativos e destinos; simplesmente capturando o turista que passa. A atividade turística de navegação no Brasil, que é a minha atividade, é totalmente incipiente ainda. Felizmente, Foz do Iguaçu é um caso especial. Na marina que tenho no Rio de Janeiro, com 300 embarcações, tem um número grande de barcos do exterior que vêm para o Brasil e a primeira atividade deles é visitar Foz do Iguaçu. Quer dizer, eles chegam em Paraty, fazem o trâmite de imigração, a primeira coisa que eles fazem, vão pra Foz do Iguaçu. Mas a gente percebe que não há nenhuma estratégia por parte do Brasil de desenvolver ativos diferenciados de turismo.
Revista ACIFI: A Marina do Engenho, onde você aluga espaço para 300 embarcações, é o seu negócio mais rentável hoje? Amyr Klink: De uns anos para cá, essa atividade de trabalhar com embarcações começou a crescer. Descobri uma atividade que é virtuosa e que emprega muita gente. A minha empresa de embarcações não tem 20 funcionários, só que dentro do meu negócio, na minha marina, trabalham 600 pessoas que ganham mais que gerente de banco. A gente dá muita oportunidade qualificando as pessoas. Essa atividade náutica de receber as embarcações é uma atividade que depende de profissionais de várias áreas. Principalmente de profissionais que estejam disponíveis no local onde estão os barcos. Ou seja: é uma atividade que tem um impacto social e econômico extremamente importante, porque é um impacto sobre a economia local. Esse é um negócio que demanda profissionais na área de gastronomia, eletrônica, mecânica, decoração, hidráulica, materiais, profissionais na área de turismo e que saibam servir. Porque esses profissionais, a gente forma no lugar onde a gente está, não tem sentido trazer de fora. E essa atividade no mundo inteiro é vista como uma atividade que fomenta outras atividades do setor turístico e econômico, e no Brasil ela simplesmente não é conhecida. Comecei com dificuldade e ainda tenho dificuldade em expandir negócio porque o Brasil é muito burocrático. O país aproveita mal o potencial que tem para o turismo náutico. O Brasil não possui nenhum projeto de readequação e reestruturação portuária voltado para o uso das embarcações. Também tenho muita dificuldade em convencer outros empresários a investir nesse mercado. Mesmo assim sou confiante e um entusiasta.
Revista ACIFI: Como alavancar o turismo pelo mar e rios no Brasil? Amyr Klink: O país ainda tem muito a crescer na atividade náutica. Só no Rio de Janeiro era para termos um faturamento de mais de R$ 20 bilhões por ano. Você não tem como alugar um barco no Brasil e fazer um programa customizado. Você vai em qualquer represa brasileira, não tem uma base de locação de embarcações. Os hotéis da região não criam essa possibilidade para agregar valor no serviço que eles oferecem. Você vai ao litoral do Rio de Janeiro ou na própria cidade do Rio de Janeiro num fim de semana, não tem charter [aluguel de barcos], não tem uma única embarcação saindo, não tem
uma pranchinha para alugar, um caiaque... E aí os operadores de turismo esquecem que a atividade charter no mundo é tão importante quanto a atividade hoteleira.
Revista ACIFI: Você já disse que o Brasil virou as costas para o mar. Como resolver isso? Amyr Klink: É preciso investir em infraestrutura e acabar com essa visão de que a atividade náutica é coisa de rico, elitista. Na Europa, não é “feio” ter um barco de luxo. Mas por quê? Porque é um ativo econômico, que gera muito turismo e emprego para um número grande de pessoas.
Revista ACIFI: Há muito trabalho ainda pela frente, não? Amyr Klink: O Brasil não tem padronização de acessos e sinalização nas cidades e nem nas estradas, não tem moto e nem barquinho para alugar, não tem programas específicos para clientes específicos, não tem hotelaria de charme, não tem orientação gastronômica, não tem atendimento que fala inglês, francês, alemão; cada um faz do seu jeito. O que a gente consegue fazer em termos turísticos hoje ainda é muito malfeito. O atendente do hotel não conhece a história do lugar, o garçom não conhece as tradições gastronômicas e as atrações do destino. Existe uma dificuldade muito grande de customizar um programa porque as agências vendem no atacado os produtos turísticos. É uma análise triste por um lado, mas otimista de outro. O que eu quero dizer é que tudo isso é um dado muito positivo se houver maior interesse da gente transformar de fato o turismo numa indústria. O que eu posso dizer com os números que eu tenho é que na minha atividade de gestão de frotas de embarcações, nós estamos para baixo do zero. E essa é uma atividade que em números pode representar muito mais do que toda a mineração no Brasil. É um absurdo uma cidade como Mariana, que é um sítio histórico, depender 90% da arrecadação de uma empresa criminosa. É puro extrativismo. Paraty é uma cidade histórica, e nós não temos minas nem nada, e a gente vive melhor que o pessoal de Mariana. Então por que a gente precisa da Samarco? Por que a gente precisa de uma mineradora? Não precisa. Para que vender minério barato? Então, no instante que a gente olhar o turismo como uma indústria de ponta, uma indústria de suporte da economia do país, aí sim vamos fazer coisas interessantes.
Revista ACIFI: Como reverter isso? Amyr Klink: Primeiro, o brasileiro tem que aprender a falar mais duas línguas. O espanhol e o inglês, para começar. Segundo, temos que identificar não o potencial turístico que a gente tem, mas os diferenciais turísticos, porque não adianta querer vender só praia no Nordeste. Aliás, o litoral brasileiro não é o mais bonito do mundo, desculpa, mas as praias da África do Sul são muito mais. Nós temos um conjunto valioso que envolve cultura local, natureza, praia, ativos históricos. A gente tem um potencial muito grande que ainda não foi descoberto.
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Palestra
Revista ACIFI: O turista hoje quer menos contemplação e mais experiência. Como trabalhar isso? Amyr Klink: A tendência do turismo de contemplação, ou o turismo de massa, é de desaparecer. O futuro do turismo é o turismo de experiências. Por exemplo, um turismo de experiência é você poder fazer uma expedição ao Monte Roraima, que é maravilhoso, ou fazer uma expedição no centro de São Paulo ou do Rio de Janeiro, que pode ser uma experiência mais maravilhosa ainda.
Revista ACIFI: Mas como é que se transforma uma expedição urbana num atrativo turístico inesquecível? Amyr Klink: Precisa inteligência para isso. Precisa sensibilidade. Precisa reconhecer os diferenciais e identificar os pontos importantes. O nosso erro é que a gente sempre tenta copiar o modelo americano ou o modelo europeu, num resort de beira de praia. E não é esse o turismo que a gente precisa. A gente precisa de um turismo que valorize as diferenças locais. Alguns lugares do Brasil dão exemplos interessantes. Bonito, no Mato Grosso do Sul, é um deles, assim como Foz do Iguaçu. Gosto muito de vir para cá. Paraty está fazendo errado, está transformando uma região delicada em destino de turismo de massa. A cidade de Cunha, no interior do estado de São Paulo, por exemplo, é uma cidade onde os pequenos produtores estão tendo estímulo para valorizar queijos diferentes, plantações de lavanda, esculturas japonesas, que hoje só em Cunha tem; no Japão não tem mais. Então quer dizer, identificaram diferenciais muito especiais, e vem gente do mundo inteiro para ver isso. A gente tem que fazer isso em escala continental.
Revista ACIFI: O grande desafio para o Brasil é fazer produtos de turismo? Amyr Klink: Você proporcionar experiências em termos de turismo é muito mais interessante do que você simplesmente levar o cara para dormir num bom hotel e comer num bom restaurante. Não é só isso que ele quer. Ele quer ter uma história para contar quando voltar. Ele quer ter passado
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por uma experiência aonde ele tenha sido protagonista, não simplesmente passageiro. E eu acho que é essa visão que o empresário de turismo no Brasil ainda não tem. A gente tem potencial para fazer produtos muito mais do que simplesmente hospedar e alimentar. Onde você de fato proporciona experiências onde o turista vai sair extasiado e ele vai contaminar os seus pares, os seus próximos, para que venham pra cá passar por experiências semelhantes. Acho que essa é a visão que está faltando hoje, mas eu só falo essas coisas para que as pessoas compreendam que o turismo pode sim ser uma área de atividade econômica tão importante para o país quanto o petróleo. Está na hora de mudarmos essa visão em relação aos diferenciais que a gente tem de uma maneira integrada. Outra coisa interessante do Brasil é a diversidade. Tem vários biomas e vários ecossistemas aqui.
Revista ACIFI: Você já disse que é contrário à Rio 2016. Por quê? Amyr Klink: Sou totalmente contra as Olimpíadas no Brasil. Vamos ter condição de sediar eventos internacionais de grande porte quando a gente tiver uma estrutura que não precise ser implementada num esforço bélico por parte do governo, quando a gente simplesmente estiver pronto para receber, e nós não estamos prontos para receber. Sem contar que as obras das Olimpíadas são absolutamente recheadas de corrupção e de acabamento de segunda. Provavelmente a gente vai dar um jeito e vai receber muito bem. Agora, depender de eventos pontuais de grande porte também é uma pobreza de espírito, é uma forma de oportunismo que não me agrada nem um pouco. O que a minha cidade vai ganhar com a Olimpíada no Rio de Janeiro? Absolutamente nada. Eu sei que os caras que vão para o Rio de Janeiro vão querer um pouco de paz e segurança em Paraty. Vamos recebê-los muito bem e vamos inclusive ganhar bastante dinheiro com eles, mas a gente ganha bastante dinheiro também com turistas que vêm ao longo do ano inteiro. Da Escócia, do Japão, da França, da Alemanha, da Áustria, da Noruega, da Finlândia... Então é uma visão oportunista de país de terceiro mundo dizer que um grande evento é a salvação e que vai melhorar socialmente o país, porque não vai.
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Fronteira
Cenário econômico da Tríplice Fronteira é debatido em Foz do Iguaçu Brasileiros, argentinos e paraguaios expuseram suas realidades e promoveram discussão sobre os cenários nacionais e as influências da macroeconomia de cada país na Região Trinacional Texto: Juliana Dotto
C
erca de 80 pessoas, representantes de conselhos de desenvolvimento econômico e social das cidades de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazú (Codefoz, Codeleste e Codespi, respectivamente), participaram do 1º Seminário Econômico de Fronteira. A ação, integrante do Projeto Fronteiras Cooperativas, foi realizada em Foz do Iguaçu no dia 21 de junho e contou ainda com a presença de especialistas, empresários e membros dos três conselhos. Conforme explica o consultor do Sebrae/ PR Augusto César Stein, o encontro teve por objetivo provocar a discussão sobre a economia de forma integrada entre os países. “Agora, que já contamos com os conselhos formados nas três cidades de fronteira, precisamos falar sobre temas pontuais e estratégicos. A realidade e o momento econômico de um país afetam
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os demais, positiva ou negativamente. Desta forma, nosso intuito é abrir um debate sobre a questão, fazendo com que um conheça melhor o outro e possam encontrar soluções conjuntas”, frisou Stein. No centro dos debates, cada conselho indicou um especialista para abordar o panorama da economia em seu país e, após, interagir entre si e o público presente. Doutora em economia, a brasileira Mirian Beatriz Schneider abriu as explanações sobre a situação econômica no Brasil. “Somos um país integrado ao mundo, e o que acontece aqui é um processo de crise internacional. Retraímos as demandas, e isso afetou o preço das commodities, que, em consequência, afetou o valor exportado, atingindo a arrecadação nos estados”, observou.
De acordo com a economista, paralelamente à crise econômica, o Brasil vive a instabilidade política. “Esse não é um cenário simples, mas é resultante de um processo, e o erro foi, ao longo de 2013/2014, não dimensionar o quão grande era esse processo. O ano passado foi um período de paralisação completa, e eu acho que não é um cenário só brasileiro, mas a América Latina inteira entrou em uma espécie de letargia. Assim, considero que essa discussão não pode ficar restrita ao cenário interno”, provocou Mirian. Mestre em economia e atual vice-ministro no Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai, Óscar Stark concordou com os impactos diretos que os três países têm em relação às macroeconomias nacionais, principalmente nas cidades que ligam a fronteira. “Nossa projeção de
crescimento neste ano é de 3%, uma taxa menor do que vínhamos crescendo. Isso tem relação com a economia do Brasil principalmente e também da Argentina. Um impacto muito forte em um país que tem grande parte da população concentrada na fronteira”, alertou Stark. Ciudad del Este, na avaliação do especialista paraguaio, é a primeira a sentir os impactos econômicos dos países vizinhos. “O consumo brasileiro tem um impacto muito grande no comércio de Ciudad del Este. A fronteira tem essa ligação muito forte, por isso é muito importante que tenhamos essa abertura para o diálogo. Precisamos nos conhecer cada vez mais e buscar complementação entre nossas economias, sobretudo na fronteira onde se encontram nossos países unidos por três cidades. Há, sim, muitas possibilidades de crescimento e desenvolvimento conjunto”, assinalou.
a união aduaneira que temos hoje, mas reforçando o critério do objetivo conjunto (vamos fazer um produto juntos?). Se conseguirmos fazer alguma coisa neste sentido aqui, mostraremos aos pessimistas que é possível. Então a responsabilidade desta região, em particular, é decisiva”, enfatizou Segré.
União
Além de contextualizar um pouco do cenário na Argentina, o economista e especialista em Mercosul (Mercado Comum do Sul) Gustavo Segré abordou sobre a responsabilidade da Tríplice Fronteira. “Se você analisar, a região que concentra o Mercosul é aqui, não tem outro lugar onde se tem três cidades, três estados e três países. Em função disso, é muito importante que um projeto de incorporação unificada, por exemplo de produção, aconteça aqui, para mostrar que o Mercosul, de fato, tem futuro”, explanou. Em sua avaliação, a proposta de união produtiva de bens em um produto “made in Mercosul” até agora não aconteceu. “Ou o Mercosul retrocede a zona de livre comércio, em que cada um faz o que acha melhor, ou o Mercosul mantém
Segundo Augusto Stein, do Sebrae/ PR, foi com o objetivo de unir atores atuantes nas três cidades de fronteira que o Projeto Fronteiras Cooperativas começou em 2014. “Quando começamos o projeto, o Codefoz já estava consolidado, desde 2012. Em seguida, as instituições do Paraguai e Argentina, com o apoio do Fronteiras Cooperativas e tendo como base o modelo de Foz do Iguaçu, também instituíram seus conselhos: o Codespi (Puerto Iguazú) e Codeleste (Ciudad del Este), criados no final de 2015. Essas governanças concretizam o desafio de desenvolvimento da fronteira como um todo”, apontou. “Trabalho muitos anos com comércio internacional, e minha posição é de que nós não conhecemos, não comerciamos e não fazemos planos juntos, por isso somos tão frágeis”, complementou Mirian Beatriz Schneider. Para ela, o mercado comum aumentaria a competitividade internacional. “Se a gente reunisse a América Latina, seríamos uma força geopolítica com uma estratégia absolutamente diferente de inserção internacional. O quadro de fronteira, especificamente, não deveria ser discutido separado, e existe um cenário de retomada da expectativa positiva”, assegurou a economista brasileira.
O argentino Segré alertou ainda para o momento crucial que pode fazer com que a engrenagem do mercado integrado comece a funcionar. “Este é o momento decisivo, porque você tem um governo novo na Argentina, um governo interino no Brasil que já está fazendo mudanças e que, mesmo em qualquer uma das opções, seja que o interino continue, seja que retorne o presidente afastado, nada será igual como era. Então, essa realidade pode trazer a incorporação do Paraguai dizendo que ambos estão sob novas perspectivas e que é preciso seguir junto, sair da zona de conforto”, salientou.
Voz no Mercosul Outra conquista esperada pelos conselhos da Tríplice Fronteira é a possibilidade de ingresso no SGT 18, um subgrupo de trabalho do Mercosul que foi recém-criado para tratar somente de assuntos relativos às fronteiras entre os países integrantes. A “cadeira” é pleiteada para a governança trinacional desde maio deste ano, em reunião para formatação do SGT 18 em Montevidéu, no Uruguai. O presidente do Codefoz, Roni Temp, acredita que as chances de sucesso do pedido de integração ao subgrupo do Mercosul são muito positivas. “Somos a maior fronteira do Brasil em população e importância. Queremos um representante para poder levar os anseios da região do Iguaçu para esse grupo. Reforçando, inclusive, que a nossa representatividade vai ser alternada, formada ora pelos conselhos no Brasil, Paraguai e Argentina”, garantiu.
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Especial
UM RETRATO DOS
ALVARร S EM FOZ
Texto: Alexandre Palmar
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O
s empresários têm sofrido com a demora na emissão de alvarás em Foz do Iguaçu. Por motivos alheios à sua vontade, empreendedores e investidores têm levado meses para obter a licença de estabelecimentos comerciais, de indústrias, de prestadores de serviços, de autônomos e de MEIs (microempreendedores individuais). Esse tempo excessivo para obter a concessão de construção e abertura de negócios prejudica a geração de empregos e até mesmo a arrecadação do município. A ACIFI tem intensificado esse debate procurando mediar uma solução entre os vários setores do poder público e da iniciativa privada. A entidade tem ouvido diferentes atores da cidade envolvidos na questão com o objetivo de colher diferentes visões para a origem dos entraves processuais administrativos e soluções para acelerar a concessão de licenças. São inúmeras as reuniões mediadas pela associação.
Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, Leandro Teixeira Costa, não é concebível demorar meses e mais meses para que o empresário consiga abrir um novo negócio e ter a liberação do seu alvará. “Não podemos mais ser coniventes com isso. Precisamos de efetividade coletiva para solucionar o problema”, afirma. Para discutir o tema, a Revista ACIFI traz um diagnóstico a partir de informações levantadas na Prefeitura de Foz do Iguaçu (Secretaria Municipal da Fazenda) e no Corpo de Bombeiros. Os órgãos públicos reconhecem o problema, mas o atribuem, entre outros motivos, à qualidade dos projetos assinados por profissionais técnicos, à falta de documentos nos processos e à falta de efetivo para atender à demanda.
Por outro lado, ouvimos dirigentes de entidades-chave como a AEFI (Associação de Arquitetos, Agrônomos e Engenheiros de Foz), o CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná), o SESCAP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Paraná) e o Sincofoz (Sindicato dos Contadores e Técnicos em Contabilidade de Foz). O debate está lançado. “Devemos assumir efetivamente o protagonismo na sociedade para colaborar onde for possível, com ideias e ações, mas também cobrar e garantir melhoria da gestão pública, afinal só na prefeitura temos mais de 6 mil servidores”, pondera o presidente da ACIFI. Confira a radiografia da emissão de alvarás em Foz do Iguaçu e as opiniões sobre isso nesta reportagem especial. Boa leitura!
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Especial
LEGISLAÇÃO É OMISSA NOS PRAZOS
A
inscrição no Cadastro Municipal Econômico (CME) e a concessão de licenças em Foz do Iguaçu são regulamentadas pelo Decreto nº 24.594/2016. Atualmente existem cinco tipos de alvarás: para localização e funcionamento; para comércio ambulante; para comércio eventual; para propaganda e publicidade; e para execução de obras. Levantamento feito pela Secretaria Municipal da Fazenda revela a existência de 14.958 inscrições ativas no fim de 2015. O relatório indica ainda grande movimento no setor ano a ano. Conforme o demonstrativo, só em 2015, por exemplo, foram 2.844 inscrições novas e 1.148 inscrições baixadas. O interessado em obter alvará deve ficar atento ao conjunto de documentos e normas municipais que regulam a sua atividade econômica. Sobretudo é preciso observar quando é necessário ter o Certificado do Corpo de Bombeiros ou
mesmo a licença da Vigilância Sanitária. A licença para localização e funcionamento, por exemplo, só é outorgada após a vistoria inicial das instalações, considerando o tipo de atividade da solicitação e o local onde o interessado pretende exercer a atividade. A exceção fica para a licença provisória, caso em que a vistoria é realizada após o processamento dos documentos, conforme regulamento próprio. O que diz a lei? – São obrigadas a obter as licenças todas as pessoas físicas ou jurídicas que exercerem qualquer atividade econômica, financeira, social, desportiva, religiosa e demais atividades afins, urbanas ou rurais. A regra vale para aqueles que se utilizam habitual ou temporariamente de estabelecimentos fixos ou não, tendo ou não finalidade lucrativa. A legislação visa a garantir condições concernentes à segurança, à higiene, à saúde, à ordem, aos costumes, ao
exercício de atividades dependentes de autorização do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos, assim como ao cumprimento da legislação urbanística. E os prazos? – Apesar de avanços em alguns aspectos, a nova legislação tem uma lacuna em relação à antiga normatização. O Decreto nº 22.831, de 2014, determinava que “protocolizado o processo de solicitação da licença, o mesmo será instruído e concluído no prazo de cinco dias úteis, desde que não apresente pendências documentais”. Já decreto vigente, o de nº 24.594/2016, não faz referência a prazos legais. Afirma que o processo de solicitação de licença protocolizado sem a documentação necessária à instrução dele, ou ainda que apresentar pendências por parte do interessado, será indeferido. Nesse caso, o requerente pagará novas taxas para abrir o pedido outra vez.
FOZ DO IGUAÇU POSSUI:
TOTAL: 15.451 2.706 microempresas
8.723 empresas Simples Nacional
4.022 MEIs (Microempreendedores Individuais)
INSCRIÇÕES ATIVAS POR SETOR:
Total: 14.958 Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda
Comércio: 5.597
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Indústria: 110
Serviços: 6.856
Autônomos: 2.395
Você sabia? Já a inscrição no Cadastro Municipal de Contribuintes compreende apenas a identificação e o registro do contribuinte perante o fisco municipal como meio para que o contribuinte possa, a partir de então, obter licenças, certidões e efetuar pagamentos de tributos devidos, independentemente de pessoa física, jurídica, forma de constituição ou atividade. Ao fim de 2015, das 14.958 inscrições ativas no CMC, 5.597 eram comerciais; 110, industriais; 6.856, de serviços; e 2.395, de autônomos, conforme a Secretaria Municipal da Fazenda. O controle revela ainda movimento de empresas canceladas e reativadas anualmente. Em 2015, por exemplo, 3.038 inscrições foram canceladas e 4.691 inscrições foram reativadas.
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Especial
REENTRADAS CAUSAM DEMORA, DIZ JAHNKE Jahnke: a causa principal para a demora de parte dos processos são as reentradas por problemas técnicos
O
comandante do 9º Grupamento de Bombeiros, em Foz do Iguaçu, tenente-coronel Marcos Antonio Jahnke, explica que o órgão recebe regularmente novos pedidos para emissão de certificado. Quando o projeto está 100%, é agendada a vistoria. Havendo sincronia entre o escrito no plano de segurança e as condições reais do imóvel, é concedida a licença. Mas quando há contradição, é solicitado o seu ajuste. Segundo Jahnke, a causa principal para a demora de parte dos processos são as reentradas por problemas técnicos. “Existem profissionais com e sem familiaridade com projetos. Temos profissionais excelentes, cujo projeto é aprovado na primeira análise, mas temos alguns projetos na oitava reentrada. Isso ocorre não por nossa vontade, mas sim porque o escrito no papel não atende aos dispositivos legais”, diz. Jahnke comenta a relação da demanda de serviço com o efetivo da corporação – cinco analistas e cinco vistoriadores, que realizaram mais de 700 análises de projetos e 1,7 mil vistorias neste ano. “Assumimos que temos uma pequena defasagem de efetivo, mas não é isso que afeta o trabalho. O que mais toma tempo do efetivo são as reentradas. Elas causam atraso porque ocupam espaço na fila”, reitera.
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O prazo para análise de projeto é de até 30 dias úteis. Entretanto hoje o tempo médio para analisar um “simples” é de 40 dias; e um “complexo”, é de 60 dias. Existem mais de 500 projetos em trâmite no órgão (sendo mais de 200 na fila para análise e 190 para retirada), os demais encontram-se com os responsáveis técnicos para as correções. “Estamos qualificando o corpo de analistas para acelerar os prazos. Não temos interesse em barrar o progresso da cidade”, completa o comandante. Alternativas – Para o tenente-coronel, o empresário deve ficar atento na hora de contratar o profissional técnico, pesquisando sua qualificação e histórico de aprovação de projetos. Também precisa ficar alerta no momento de construir, comprar ou alugar um imóvel. Ele argumenta que muitos empresários, antes de estabelecer seu negócio, não verificam se o imóvel está dentro das normas do Corpo de Bombeiros. Uma dica é acompanhar o trabalho do responsável técnico. Um exemplo de situação corriqueira relaciona-se a um projeto que deu entrada em agosto de 2014, foi retirado do órgão em novembro de 2014, mas só foi dar reentrada em março de 2016. Essa demora é nossa culpa?”, questiona.
Nesse sentido, a corporação está implantando uma medida que deve facilitar o acompanhamento por parte do empresariado. Na hora do protocolo é cadastrado o e-mail do responsável técnico e também do empresário. Assim o principal interessado pela liberação é comunicado da cada movimentação do processo ou mesmo se ele está parado e por que está parado. Por fim, Jahnke argumenta que o 9º Grupamento de Bombeiros é parceiro das entidades de classe, como a AEFI (Associação de Arquitetos, Agrônomos e Engenheiros de Foz do Iguaçu). O órgão dispõe de militares para realizar palestras a fim de tirar dúvidas sobre os principais itens das normas. Os servidores também prestam esclarecimentos sobre as normas em dias fixos, mediante agendamento. “O Corpo de Bombeiros é o maior interessado na agilização do sistema. A nossa demanda de trabalho é prejudicada se ficarmos adiando o processo. O trabalho é o mesmo, mas nós só podemos permitir que a coisa funcione se todas as normas forem atendidas. Somos cumpridores da lei a fim de que todos fiquem seguros. Estamos falando de patrimônio, da segurança e da vida de pessoas”, conclui. Requistos legais – A normatização do sistema de prevenção de incêndio varia conforme o imóvel, podendo exigir itens como extintor, iluminação de emergência, sinalização de emergência, saída de emergência, rotas de fuga, sinalizações, hidrantes e brigadas de incêndio. Existem dois tipos de Plano de Segurança Simplificado. Num tipo o projeto segue direto para vistoria, sem precisar passar por aprovação do analista. No outro o processo mantém os requisitos básicos, porém precisa passar pelo avalista. Saiba mais: www.bombeiros.pr.gov.br.
PREFEITURA APONTA EFETIVO INSUFICIENTE E PROCESSOS INCOMPLETOS E ANUNCIA MELHORIAS
Prefeitura argumenta que o processo de solicitação de concurso está em andamento
A
Secretaria Municipal da Fazenda comunicou que o atual quadro funcional da prefeitura locado na Divisão de Emissão de Licenças não é o suficiente para atender à demanda. Questionada se a prefeitura necessita de mais efetivo (analistas e fiscais) para o setor de alvará, respondeu que “sim”, especificamente para o cargo de assistente administrativo (analista). “O processo de solicitação de concurso está em andamento”, comunicou. Ao ser indagada sobre os prazos legais previstos em lei para emissão de alvará, afirmou que não existem prazos legais. Já sobre o tempo médio para emissão de alvará quando o processo está 100%, assegurou que leva 40 minutos,
considerando a análise documental, a instrução processual, o cadastro das informações e o lançamento dos tributos. Contudo a Diretoria de Receita alerta que o outro entrave para emissão de alvará é a documentação incorreta ou faltante nos processos. Entre os principais erros por parte dos requerentes que acabam causando idas e vindas dos processos, cita os documentos em desacordo com os exigidos na Consulta de Atividade Econômica e informações inconsistentes. A diretoria também informou que tem tomado medidas para acelerar a emissão dos alvarás. Entre elas a modernização
do sistema de processamento de dados, remanejamento de pessoal e contratação de estagiários. Por meio da modernização do sistema de processamento de dados (programa de emissão de licenças), será possível, por exemplo, reduzir o tempo entre o primeiro pedido de cessão de alvará e a conclusão de processo. A Prefeitura de Foz do Iguaçu atendeu a Revista ACIFI por meio de entrevista por e-mail. A reportagem foi orientada a buscar informações inerentes à Secretaria Municipal da Fazenda por mensagem eletrônica. Assim foi feito, com apoio da Diretoria de Receita.
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Especial
SESCAP-PR PROPÕE AGRUPAR PROCESSOS POR DEMANDA E CHECKLIST NO PROTOCOLO
A
diretora do Escritório Regional do SESCAP-PR em Foz do Iguaçu, Regina Lago, reforça que o problema da demora na emissão dos alvarás se estende há muitos anos. A empresária lembra que já foram sugeridas várias alternativas, mas “pouca coisa” mudou ao longo do tempo, “sendo o maior problema a falta de pessoas no departamento de liberação de alvarás”. Ela recorda que, fruto de pedidos da sociedade, implantou-se o Documento Único de Cadastro Eletrônico na atual gestão da prefeitura. O DUC deu vazão aos processos por um período, porém depois o trâmite voltou a atrasar, chegando à atual defasagem “de seis meses”. Como proposta para acelerar os trâmites, Regina sugere aumentar a quantidade de servidores encarregados da emissão de alvará na Secretaria Municipal da Fazenda.
“O departamento de emissão de alvarás está com um efetivo reduzido para atender às demandas da sociedade, como constituição, alterações e baixas. Sabemos que já foram feitos diversos mutirões, mas força-tarefa é uma alternativa paliativa que definitivamente não resolverá o problema. Além disso, gera horas extras; logo, gastos a serem pagos pelo contribuinte. Precisamos que se cumpra a lei e que estes alvarás sejam emitidos no prazo estabelecido”, completa. Segundo a diretora do SESCAP-PR, é preciso que os pedidos sejam separados por demanda. Exemplo: aqueles de fácil resolução não entrem na mesma fila daqueles que dependem de análise detalhada. Conforme ela, hoje a simples alteração de razão social ou de forma de constituição está na mesma pilha que as alterações de atividades e de endereço, as quais dependem de anuência de outros departamentos.
Por fim, sobre a polêmica em relação à qualidade técnica dos projetos levantada pela prefeitura e Corpo de Bombeiros, a dirigente argumenta que a categoria é composta em sua maioria por bons profissionais. Por outro lado, muitos profissionais reclamam que um projeto passa por uma análise diferente a cada protocolo. A entidade sugere a criação de um procedimento padrão de análise, evitando as idas e vindas de projetos. “Isso, entretanto, não justifica o atraso. Se os processos fossem analisados com celeridade e o problema fosse detectado de imediato no protocolo através de checklist, este não seria um problema a ser relatado. O que está errado deve ser relatado diretamente ao empresário e ao profissional responsável, tanto contador como engenheiro ou arquiteto, pois muitas vezes estes responsáveis não ficam sabendo o que está acontecendo, e quando se vê o processo já foi para arquivo”, conclui.
Regina: pedidos de fácil resolução não devem entrar na mesma fila daqueles que dependem de análise detalhada
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AEFI DEFENDE DIÁLOGO PARA ACELERAR PROCESSOS Thais: já faz um bom tempo que nós não conseguimos agendar com os bombeiros reuniões entre profissionais e analistas na AEFI
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ara a presidente da AEFI (Associação de Arquitetos, Agrônomos e Engenheiros de Foz do Iguaçu), Thais Marzurkiewicz, a emissão de alvará de funcionamento e construção é demorada porque em parte os processos são realmente burocráticos. A licença, dependendo da área, envolve não só a prefeitura, mas também o Corpo de Bombeiros e a Vigilância Sanitária numa série de trâmites. Em sua opinião, o tempo decorre por vários fatores, entre eles o contingente do Corpo de Bombeiros subdimensionado para a demanda do município e a falta de informações de parte dos profissionais sobre plano de segurança. Nesse sentido, a AEFI busca promover a qualificação e atualização constante dos profissionais com oficinas e cursos.
Segundo ela, os profissionais relatam que a aprovação tem se tornado demorada sobretudo no Corpo de Bombeiros. “De um lado temos os profissionais reclamando que os bombeiros pedem uma coisa diferente a cada análise; do outro lado temos os analistas dizendo que os projetos são ruins”, pondera. “Temos excelentes profissionais e alguns profissionais que precisam de mais qualificação para atuar na área”, completa. Em relação aos alvarás de construção para obras comerciais de maior porte, os projetos têm levado, em média, seis meses para serem aprovados. “Para o investidor aguardar meio ano é complicado porque ele tem uma programação. Ele tem um aporte de capital pra investir numa obra. Em seis meses há uma variação de preços muito grande do mercado e da situação local. Para quem está investindo é um prazo muito longo”, diz a arquiteta.
Diálogo – Por outro lado, Thais informa que a entidade tem tentado agendar diálogo com o Corpo de Bombeiros, como ocorreu até um ano e meio atrás, para estreitar a relação dos analistas com os profissionais e alinhar as melhorias necessárias. “Mas já faz um bom tempo que nós não conseguimos agendar com os bombeiros reuniões entre profissionais e analistas na AEFI”, lamenta. Ainda na busca por alternativas, a presidente da AEFI cita o trabalho do Comitê de Desburocratização da AMOP para maior agilidade no processo de aprovação de projetos nos municípios do Oeste do Paraná. Ela destaca uma medida efetiva do Comitê Gestor de Desenvolvimento Municipal (CGDM): hoje todos os documentos são digitalizados no protocolo para maior segurança em caso de extravio. “Estamos buscando soluções para que os processos sejam mais rápidos”, reforça.
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Especial
SINCOFOZ PEDE AGILIDADE NA IMPLANTAÇÃO DA REDESIM
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presidente do Sincofoz (Sindicato dos Contadores e Técnicos em Contabilidade em Foz do Iguaçu e Região), Celso Ruschel, sustenta que a demora na emissão de alvarás só será definitivamente resolvida com a realização de concurso público pela prefeitura, aumentando o efetivo da Secretaria da Fazenda. “A cada ano que passa, os processos requerendo alvarás têm aumentado significativamente, e em contrapartida o número de servidores vem diminuindo”, afirma. Ele conta que foram realizadas várias reuniões com a participação de dirigentes de classe, da Secretaria da
Fazenda e do gabinete do prefeito. Segundo ele, os resultados não foram totalmente satisfatórios, simplesmente pela falta de funcionários no setor que libera os alvarás de licença. “Mas destas reuniões alguns avanços aconteceram, como a alteração na legislação municipal, que veio facilitar a obtenção dos alvarás para uma grande parte dos empresários”, relata. Ruschel defende que a prefeitura deve, o quanto antes, concretizar a participação do município na RedeSim (Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios). Nela, os alvarás são emitidos
de maneira automática e simplificada para as atividades do comércio em geral e que não envolvam a questão de saúde pública (Vigilância Sanitária) ou atividade com alto risco (Corpo de Bombeiros). Quanto à qualidade dos processos técnicos, o presidente do Sincofoz reconhece que “isso infelizmente também tem ocorrido”. Em sua opinião, estas questões poderiam ser facilmente resolvidas com a realização, tanto pela prefeitura como pelo Corpo de Bombeiros, de cursos de treinamento e atualização, tendo em vista a complexidade, tanto legal como técnica, que envolve estes procedimentos.
Ruschel: prefeitura deve, o quanto antes, concretizar a participação do município na RedeSim
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Célia: servidores devem ser treinados para demandas específicas
CREA-PR SUGERE PARCERIA COM CORPO DE BOMBEIROS E PREFEITURA
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segunda vice-presidente do CREA-PR, Célia da Rosa, acredita que a demora na emissão de alvarás persiste pela falta de funcionários para análise dos processos. “É um setor com poucas pessoas, e o serviço é muito específico, devendo ser treinados funcionários que atendam a essa demanda”, recomenda a engenheira civil. Uma alternativa é fortalecer a parceria com empresas que trabalham na área e possam desenvolver um trabalho rápido para colocar em dia os alvarás, alinhando, por exemplo, a comunicação entre o poder público e a iniciativa privada. Já sobre a qualidade técnica dos projetos, Célia afirma que os profissionais são habilitados, mas às vezes faltam informações. “Temos que buscar o diálogo entre os profissionais que apresentam seus projetos e os analistas do Corpo de Bombeiros. E ter um atendimento diferenciado para os profissionais para sanar dúvidas e buscar soluções, haja vista que as normas são muitas e com interpretações que geram dúvidas tanto para o profissional quanto para os analistas”, diz. Para completar, lembra que o Corpo de Bombeiros tem um quadro bem reduzido de analistas não só em Foz do Iguaçu como também em todo o Paraná. Por isso, sugere estabelecer uma parceria entre as entidades de classe com a prefeitura e o Corpo de Bombeiros para tentar colocar em dia os processos que estão atrasados.
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Especial
Costa: é inadmissível Foz não ter RedeSim
ACIFI REIVINDICA REDESIM PARA SIMPLIFICAR PROCESSOS Foz precisa integrar Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios
A
ACIFI reivindica a implantação imediata, em Foz do Iguaçu, da RedeSim (Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios). Criado em 2007 pelo governo federal, o sistema já funciona em 39 cidades do Oeste do Paraná, como Céu Azul, Missal, Ramilândia, Santa Helena, São Miguel do Iguaçu e Toledo. A RedeSim integra todos os processos com apenas um envio de documentos para a Junta Comercial, simplificando procedimentos e reduzindo a burocracia ao mínimo necessário. O sistema facilita o registro, inscrição, alteração e baixa das empresas, por meio de uma única entrada de dados e de documentos via internet. A iniciativa é administrada por um comitê gestor composto por órgãos e entidades do governo federal,
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estadual e municipal, responsáveis pelo processo de registro e legalização dos empresários, sociedades empresariais e sociedades simples.
de 30 dias; análise completa do projeto já na primeira entrada para aprovação; e vistoria completa das obras, mesmo detectando alguma incongruência com o projeto aprovado.
Para o presidente da ACIFI, Leandro Teixeira Costa, é inadmissível que a maioria dos municípios do Oeste do Paraná conte com a RedeSim e Foz do Iguaçu continue a ‘ver navios’. “Somos uma cidade polo do desenvolvimento regional e estratégica no contexto nacional, contudo o poder público peca gravemente na implantação desse novo sistema e mesmo na adoção de medidas simples que podem desburocratizar os processos”, dispara.
A ACIFI também defende que a questão precisa ser debatida durante a campanha eleitoral, devendo os candidatos a prefeito assumirem o compromisso de implantar as medidas propostas pelo setor produtivo iguaçuense. “A ACIFI, ao debater entre seus associados e ao ouvir as entidades, reuniu várias reivindicações, que inclusive serão apresentadas no Ministério Público Estadual”, antecipa o presidente da ACIFI.
Costa destaca que a ACIFI reivindica ainda efetivo técnico especializado e exclusivo para análise de projetos, que não tenha outras funções internas e que seja no mínimo de cinco pessoas; cumprimento do prazo legal de análise
“
Reivindicações também serão apresentadas aos candidatos a prefeito e ao Ministério Público Estadual
PROPOSTAS PRÁTICAS NO SISTEMA JÁ UTILIZADO PELA PREFEITURA
E
nquanto a RedeSim não é concretizada no município, a ACIFI, em conjunto com AEFI, CREA-PR, SESCAP e Sincofoz, sugere a implementação de duas ações no sistema já utilizado pela prefeitura para acelerar o processo. Estes processos seriam realizados no Portal do Contador, visto que profissionais contábeis possuem acesso exclusivo e são responsáveis por tais informações. Estas ações diminuíram o trâmite de processos na prefeitura.
1) Emissão de alvará provisório no ato da solicitação (on-line) para as empresas com atividades econômicas de baixo risco, assim como a inscrição de domicílio tributário.
2) Liberação on-line das alterações de nome fantasia, de
contador e de sócios e presidente, e exclusão e inclusão de atividades de baixo risco.
RESUMO DAS PROPOSTAS PARA DINAMIZAR EMISSÃO DAS LICENÇAS
Análise no Corpo de Bombeiros dentro do prazo legal: em até 30 dias úteis
Separação dos pedidos por demanda
Mais servidores no Corpo de Bombeiros, cujo efetivo hoje é de cinco analistas e cinco vistoriadores
Criação de procedimento padrão de análise
Especialização de analistas do Corpo de Bombeiros
Checklist no protocolo para ajustes de fácil solução
Concurso público para a Secretaria Municipal da Fazenda
Reuniões regulares entre Corpo de Bombeiros e responsáveis técnicos, visando a alinhar padrões
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Economia
Doutor em Sociologia Política e mestre em Economia, Wolney Carvalho é professor do curso de Ciências Econômicas da UNILA.
Por que vivemos fora do nosso padrão financeiro de vida?
A
última década foi marcada por mudanças significativas na estrutura social e econômica no Brasil, a exemplo da ascensão social de setores praticamente excluídos do mundo do consumo (as classes C, D e E), do aumento expressivo da oferta de crédito e da diminuição das taxas de juros. A variável macroeconômica correspondente ao consumo das famílias teve grande importância, alavancando o crescimento da economia como um todo. Todavia constata-se que esse aumento do consumo foi efetivado com pouca organização econômica. Assim, a falta de uma racionalidade econômica pode causar problemas no orçamento financeiro pessoal e familiar, ou seja, a baixa educação financeira e o impulso consumista fazem com que muitos brasileiros gastem seu dinheiro sem pensar. Segundo dados da CNC, em fevereiro de 2016, 60,8% das famílias brasileiras tinham algum tipo de dívida. No entanto deve-se distinguir os diferentes perfis de endividamento. Uma família que participa dos programas habitacionais do governo federal, por exemplo, está endividada, mas com juros e parcelas baixas, que podem ser pagas tranquilamente. A mesma situação ocorre com quem usa cartão de crédito e paga a fatura em dia. Possuir uma dívida tendo os meios e planejando pagála não é problemático. Os dados preocupantes são os das contas em atraso. Cerca de 23,5% dos brasileiros possuem pendências financeiras. Em torno de 6,3% das famílias admitem não terem condições de quitar suas dívidas. De acordo com a CNC, o tipo mais comum é a do cartão de crédito, pois 71,4% das pessoas que recebem até dez salários mínimos possuem algum tipo de dívida com cartão de crédito. Em seguida vem o endividamento pessoal com casa, carro e carnês, 9,6%, 8,2% e 6,1% respectivamente. Os juros cobrados no cartão de crédito são os mais altos do mercado, em torno de 450% ao ano, seguidos dos juros do cheque especial, na casa dos 300% ao ano.
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Percebe-se assim a relevância da educação financeira dos trabalhadores, primeiramente como forma de melhorar o orçamento pessoal e familiar buscando otimizar os gastos com moradia, alimentação, transporte, cuidados pessoais, saúde, vestuário, estudos, lazer e outros. Nesse sentido, pelo quarto ano é desenvolvido um projeto de extensão da UNILA chamado “Desmistificando a análise econômico-financeira pessoal: uma assessoria econômicofinanceira à comunidade de Foz do Iguaçu”. Com apoio do estudante Rafael Teixeira também são realizadas palestras em escolas da cidade e distribuídas cartilhas de orientação financeira (em português e espanhol). Este ano, graças a parcerias, o projeto ganhou espaços fixos para o atendimento à comunidade. Nesse período, essa atividade tem ajudado centenas de homens e mulheres a sair do sufoco. O serviço prestado ao público pela universidade visa a auxiliar pessoas que buscam resolver situações financeiras difíceis, como o endividamento; orientar aqueles que desejam planejar o orçamento para a aquisição de bens (como um imóvel ou carro); e oferecer outros tipos de orientações sobre finanças pessoais. Todos os atendimentos têm garantia de sigilo. A proposta desse projeto é ensinar às pessoas a gerir melhor os recursos e mostrar que isso é uma prática possível. Isso exige decisão, mudança e comprometimento. Decido esperar para ter o dinheiro e comprar à vista ou prefiro antecipar, pagar em prestações e assumir dívidas? Quando as pessoas partem para um novo caminho, descobrem que as contas fecham e podem ter uma vida mais tranquila. Serviço: Projeto de Orientação Financeira UNILA Guarda Mirim (Rua Tadeu Trompschinski, 56 – Maracanã), terças e sextas, das 9h às 12h. Livraria Kunda (Rua Almirante Barroso, 1.473 – Centro), sábados, das 9h às 13h. Agendamentos de atendimento: assessoriaunila@gmail.com.
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Por dentro da lei
?
Qual a sua dúvida
Marcelo de Brito Almeida, advogado,especialista em Direito Civil e Direito Processual Civil
Em quais hipóteses o empregado pode deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo ao salário?
T
ecnicamente seriam nas hipóteses de interrupção do contrato de trabalho, que se caracteriza como uma espécie de paralisação do contrato de trabalho por necessidade do empregado naquele momento (impossibilidade de ele prestar o serviço naquele momento), sendo que o colaborador continuaria recebendo salários e haveria a contagem do tempo de serviço normalmente. O artigo 473 da CLT apresenta determinadas situações em que falta ao serviço não prejudicará, por consequência, o salário – e estes seriam os casos em que não pode haver, pelo empregador, desconto no salário do empregado: a) Falecimento do cônjuge, ascendente (pais, avós, bisavós etc.), descendente (filhos, netos, bisnetos etc.), irmão ou pessoa que viva sob dependência econômica do empregado conforme declarado em sua CTPS. Neste caso, até dois dias consecutivos; b) Em virtude de casamento, até três dias consecutivos; c) Licença-paternidade, de cinco até 20 dias (dependendo do enquadramento da empresa no Programa Empresa Cidadã; d) Doação voluntária de sangue devidamente comprovada, a cada 12 meses. Interrompe-se neste caso por um dia o contrato de trabalho; e) Alistamento eleitoral em até dois dias consecutivos ou não, conforme previsão legal específica; f) Serviço militar, durante o tempo em que tiver de cumprir as suas exigências; g) Nos dias em que estiver realizando exame vestibular para ingresso no ensino superior; h) Quando tiver de comparecer em juízo, durante o tempo em que for necessário.
i) Aborto não criminoso, pelo período de duas semanas; j) Afastamento por doença – auxílio-doença ou acidente de trabalho –, pelo tempo em que durar a doença do trabalhador (aqui a empresa arca com o salário nos primeiros 15 dias; posteriormente o INSS “assume” o pagamento); k) Licença-maternidade – A gestante terá o direito à licença de 120 dias, conforme a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 7º, XVIII, sem prejuízo do emprego e do salário, bem como o pagamento feito pelo empregador, compensado junto à Previdência Social. Também há as hipóteses de interrupção “mais comuns” que não deixam de ser uma paralisação do contrato sem prejuízo da remuneração: l) Férias anuais remuneradas – Durante as férias, o empregado recebe remuneração acrescida de um terço, como prevê a Constituição Federal no artigo 7º, XVII, tendo o tempo computado para todos os efeitos legais para o período aquisitivo das próximas férias. m) Repouso semanal remunerado – Trata-se de hipótese típica de interrupção do contrato de trabalho, como dispõem a Constituição Federal, no artigo 7º, XV, e a Lei nº 605/49, em que o empregado não trabalha, mas seu empregador deverá obrigatoriamente pagar o salário correspondente, não tendo como continuar a contar como tempo de serviço. Como se vê, o rol é extenso, mas plenamente aplicável na atual norma trabalhista. Ao empresário, além de ter de obedecer aos ditames legais, cabe ainda o dever de fiscalizar a documentação apresentada pelo empregado e, sendo necessário, providenciar substituto para o funcionário que se afasta do trabalho nas hipóteses acima, assumindo também o ônus do pagamento dos vencimentos desse colaborador substituto.
Esta coluna se propõe a responder a dúvidas relacionadas ao Direito do Trabalho que você, associado, pode eventualmente ter na relação com seus colaboradores. Envie sua pergunta para o e-mail revista@acifi.org.br e confira a resposta do advogado Marcelo de Brito Almeida nas próximas edições.
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Bairros
Vila Yolanda: diversificar a economia
sem perder as raízes A
Vila Yolanda é um dos bairros mais antigos de Foz do Iguaçu e conhecida pelas lindas árvores e ruas em homenagem aos pioneiros. Mas de onde surgiu esse nome? Quando chegou a Foz do Iguaçu, Tarquínio Joslin Santos, pai do ex-prefeito iguaçuense Osires Santos, comprou uma fazenda. No fim dos anos 50, ele loteou a propriedade. “Em homenagem à filha, colocou seu nome. Assim surgiu a Vila Yolanda”, conta o ambientalista e guia turístico-cultural Francisco Amarilla.
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O bairro continua essencialmente residencial, mas tem registrado o fortalecimento e surgimento de novos estabelecimentos comerciais ano a ano. O desafio está na preservação da sua identidade sem fechar as portas para o aproveitamento do seu potencial econômico, sobretudo por causa da localização geográfica privilegiada: entre o centro e o corredor turístico que leva ao parque hoteleiro e aos atrativos que reúnem milhões de pessoas todos os anos.
Além de contar um pouco a história dos seus negócios, empresários associados à ACIFI revelam nesta reportagem quais são as vantagens de trabalhar e morar no bairro (visto que muitos têm moradia pertinho de suas empresas). Também apontam reivindicações em infraestrutura, como melhorias no trânsito, ordenamento urbano e restauração de asfalto de ruas e avenidas.
Estruturas e coberturas metálicas Metalúrgica Yolanda Rocha. Com o tempo, os filhos gêmeos, Carolina e Carlos, começaram a ajudar na gestão do empreendimento. Ao ver as fotos das grandes construções na parede, bate na família aquela nostalgia da época da pequena serra manual e da modesta solda. Um baita contraste perto do recém-adquirido Munck, caminhão-guincho para levantar pesadas tesouras.
Agripino Ayala e Carlos Ayala
A
Metalúrgica Yolanda é especializada em grandes estruturas e coberturas metálicas. Sua “digital” está espalhada praticamente em toda a cidade e no exterior, com a construção da base para armazéns, galpões, supermercados, depósitos, central de distribuição e até mesmo silos no Paraguai. Tudo
isso sem deixar de atender os clientes que solicitam portões, grades e rufos residenciais, entre outros serviços de menor porte. Esse portfólio foi conquistado com muito trabalho do casal Agripino Ayala e Mariestela Ayala, que fundou a empresa em 1986, na Rua Coronel Caetano
Natural do Paraguai, Agripino Ayala chegou a Foz em 1975 para trabalhar na Itaipu Binacional. Fixou moradia na Vila Yolanda e montou a metalúrgica a uma quadra da residência. A empresa faz uso do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), Nota Fiscal ao Consumidor Eletrônica da ACIFI, bem como dos benefícios exclusivos para associados do Sicoob. “É uma mão na roda. A associação e cooperativa de crédito são nosso braço-direito para gestão do negócio. Sempre somos muito bem atendidos”, destaca Ayala.
Credibilidade e confiança Klick Engenharia Elétrica
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Klick Engenharia Elétrica é tradicional no ramo elétrico em Foz do Iguaçu. A empresa iniciou suas atividades em 1992, no bairro Maracanã, mas um tempo depois se mudou para a Rua Romário Vidal, mais precisamente em 1997.
Carlos Batista da Silva
Na Vila Yolanda, abriu as portas num imóvel modesto. Com o passar dos anos, ampliou e diversificou suas atividades, o que a levou a adquirir uma sede maior em 2013, lembra o empresário e engenheiro eletricista Carlos Batista da Silva. “Começamos pequeno e ampliamos o negócio.” Suas principais áreas de atuação são elaboração de projetos, consultoria, execução de mão de obra e plotagem. Entre os serviços realizados, destaque para instalações comerciais, prediais, industriais e residenciais; cabeamento estruturado, telefonia, tubulações para diferentes tipos de fiação; geradores e proteção contra descargas atmosféricas.
Silva ressalta que oferece soluções personalizadas para economia de energia e seu uso racional. “Temos atendido muitos hotéis, inclusive em outras cidades”, comenta. O engenheiro eletricista frisa que o diferencial da empresa, que possui 13 funcionários, é a credibilidade – conquistada com muito trabalho. “Faça
chuva, faça sol, buscamos a máxima qualidade, sempre estudando bastante e buscando conhecimento para levar ao cliente”, afirma. Sobre a região onde trabalha há quase 20 anos, enaltece a beleza das ruas e avenidas, a segurança, a proximidade com o centro e a tranquilidade. “O bairro é muito bom”, resume.
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Bairros
A proteção do investimento
Diretiva Marcas e Patentes
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Diretiva foi fundada em 1994, com localização no Edifício Center Foz, onde permaneceu até 2002, quando se mudou para a Avenida das Cataratas. Em 2001, estruturou um serviço de propriedade intelectual, criando o Departamento de Registro de Marcas, Patentes e Registros Autorais. Alguns anos depois, a especialidade deu origem a outra empresa: a Diretiva Propriedade Intelectual, que este ano ganhou sede própria, também na Avenida das Cataratas, a uma quadra do escritório contábil. O sócio-proprietário da Diretiva Marcas e Patentes, Renan Breda, conta que é grande a demanda por registro de marca, patente, direito autoral, indicação geográfica, enfim, o chamado ativo intangível. Uma curiosidade típica da fronteira é o atendimento de empresários do Paraguai que registram marcas no Brasil (e vice-versa) por causa da forte relação comercial. “Registrar marca de serviços ou produtos é proteger seu investimento. Marca registrada significa aumentar a geração de riqueza, através do franchising, por exemplo”, explica. A respeito da Vila
Renan Breda
Yolanda, Breda elogia a proximidade com o centro e a sinergia entre comércio e moradores pioneiros.
desviar o fluxo dos caminhões, cujo fluxo intenso ocasiona acidentes”, diz o empresário.
Contudo ressalta a necessidade de melhorar a qualidade do asfalto e desafogar as vias de tráfego intenso, sobretudo a Avenida das Cataratas (corredor turístico disputando espaço com transporte de cargas). “É preciso
Associada de longa data, a Diretiva compreende a importância do associativismo para o desenvolvimento da região trinacional. “A ACIFI tem um zelo muito grande pelo empresariado”, finaliza.
Amor à profissão, humildade e profissionalismo Centro Odontológico Adolfo Meine Quatro décadas de história
O
Centro Odontológico Adolfo Meine é um dos estabelecimentos mais antigos da Vila Yolanda. Fundado em 1979, por Adolfo Meine,
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Em 1980 foi criado o centro odontológico, ficando como responsável técnico Victor Churman. Dois anos depois, já na Avenida Iguaçu, Rogério Meine e Adolfo Meine deram continuidade à empresa. Após anos frente ao empreendimento, Adolfo aposentou-se em 1996 e deixou a gestão para o seu filho Marcos Meine, juntamente com Rogério Meine. Os dois formam então a Clínica Odontológica Adolfo Meine.
começou como laboratório de prótese na Rua Romário Vidal, tendo à frente Adolfo e Odílio Hermes.
Nestas quase quatro décadas de história, foram construídos fortes laços não só com a Vila Yolanda, mas com toda a comunidade iguaçuense. Para Marcos Meine, os pilares da empresa são o amor à profissão, humildade e profissionalismo.
Higiene e limpeza com profissionalismo
Global Limp
vendedores e técnicos sai à rua para fazer visitas previamente agendadas. “Nosso objetivo é oferecer produtos registrados e com laudos técnicos para garantir a segurança de quem faz a manipulação. Também treinamos os colaboradores a operar equipamentos e gerar economia de produtos e energia”, informa o comerciante, que usa o SPC da ACIFI.
Devaldi Oliveira
A
Global Limp é especializada em produtos, equipamentos e tecnologia para higiene e limpeza, com depósito e administração na Rua Ignácio Sottomaior e showroom na Avenida das Cataratas – ambos na Vila Yolanda. A empresa possui sistema de limpeza profissional, consultoria e treinamento para todos os ambientes
de estabelecimentos comerciais e residenciais, incluindo cozinhas, lavanderias e tratamento de pisos, além de sistema de comodato Santher. O empresário Devaldi Oliveira conta que o grupo atende a vários segmentos, principalmente hotéis, supermercados e farmácias. Diariamente a equipe de
Há sete anos na Vila Yolanda, Oliveira considera o bairro muito bom para morar e trabalhar. A região tem localização estratégica para o negócio porque está entre o parque hoteleiro e o centro da cidade. “A logística é ideal”, comenta. Contudo critica os acessos transversais ao longo da Avenida das Cataratas – com exceção dos cruzamentos com semáforos. “É uma via rápida, mas muitos motoristas ficam parados no lado esquerdo, travando o tráfego e aumentando o perigo de acidentes”, alerta. Por fim, menciona o abandono da praça central do bairro e as ruas sem saída que dificultam a circulação.
Diálogo com o turismo All Brazil Tours
A
localização da Vila Yolanda é perfeita para a All Brazil Tours – agência de turismo receptivo com clientes de todos os estados e do exterior. O bairro tem acesso fácil e rápido para os hotéis, aeroporto e atrativos turísticos, bem como está a menos de cinco minutos do centro. “A escolha do bairro era um desejo antigo nosso pela logística. Tínhamos base no centro, mas havia problemas de mobilidade. Em 2008 mudamos para cá, na Rua Frederico Engel”, conta o empresário Licério Santos, que salienta ainda o espaço para circulação dos veículos da empresa. O empresário ressalta o crescimento do bairro, que tem mantido as características residenciais ao mesmo tempo em que possui todos os serviços essenciais. Por outro lado, destaca a necessidade de patrulhamento ostensivo das forças de segurança, além de melhorias em infraestrutura, como limpeza urbana e operação tapa-buracos. “Outros dois problemas são
Licério Santos
o corte de árvores sem reposição e o avanço de instalações comerciais sobre as calçadas”, completa. Presidente do Conselho Municipal do Turismo por dois anos, cita o diálogo entre o Comtur e a ACIFI, em conjunto com várias entidades, em prol do desenvolvimento socioeconômico de Foz do Iguaçu. Dentro dessa sinergia,
vale destacar que a ACIFI, a convite da FACIAP, ocupa cadeira estratégica no Conselho Paranaense de Turismo. Licério representa a associação no colegiado estadual. “Não tem como dissociar o turismo do comércio. A visão dos empresários e das lideranças mudou muito nos dois últimos anos”, explica o empresário.
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Fundo Iguaçu
Projeto de duplicação da BR-469 já pode ser doado ao DNIT Com a Licença Ambiental Prévia, concedida em junho pelo IAP, o projeto está completo
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projeto de duplicação de 8,82 km da Rodovia BR-469, mais conhecida como Rodovia das Cataratas, no trecho entre o trevo de acesso à Ponte Tancredo Neves e os portões do Parque Nacional do Iguaçu, já conta com a Licença Ambiental Prévia do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). O documento foi emitido no dia 3 de junho, depois da aprovação do relatório de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). “Agora, finalmente, o projeto de duplicação está completo e apto a ser doado para o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), para que possamos viabilizar os recursos necessários para execução das obras. O custo previsto da duplicação e das obras de arte é de R$ 98 milhões”, afirma Gilmar Piolla, superintendente de Comunicação Social da Itaipu Binacional, que também é vice-presidente do Fundo Iguaçu e secretário-geral do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu (Codefoz). Ele foi responsável pela coordenação dos trabalhos.
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O projeto de duplicação prevê que a rodovia seja alargada nos dois lados, no trecho entre o trevo de acesso à Argentina e a entrada do Parque Nacional do Iguaçu, o que permitirá o aproveitamento da faixa de domínio do DNIT. As obras incluem a construção de avenidas marginais em boa parte do trecho. Prevê ainda ciclovias dos dois lados da pista, duas passarelas de pedestres, dois passa-bichos, cinco retornos em nível com faixas extras de desaceleração e aceleração, um viaduto no acesso ao aeroporto, duas trincheiras, ponte elevada no Rio Tamanduá e uma rotatória nas proximidades da entrada do Parque Nacional do Iguaçu. Doação O projeto de duplicação da BR-469 foi desenvolvido pela Engemin, uma das mais conceituadas empresas de engenharia de obras de infraestrutura do Paraná, contratada pelo Iguassu Convention & Visitors Bureau (ICVB), com apoio da Itaipu Binacional e do Fundo Iguaçu. Gilmar Piolla explica que, para receber projetos em doação, o DNIT, por normativa interna, exige que sejam
acompanhados da devida licença ambiental. Para tanto foi necessário contratar estudos e realizar escavações arqueológicas na área da faixa de domínio a ser utilizada para a duplicação da BR-469. “O DNIT receberá os projetos básicos e de engenharia, assim como os estudos de impacto ambiental e o licenciamento ambiental”, informa. A data da doação será agendada com a direção do DNIT e o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. O presidente do ICVB, Altino Voltolini, acredita que, com toda a documentação em ordem e projetos bem elaborados, será possível conseguir que o governo federal execute as obras, “apesar da situação econômica difícil que o país atravessa”. Ele prevê que a rodovia possa ser duplicada “num prazo de quatro anos”. Com isso, diz, será resolvido um dos grandes problemas de Foz do Iguaçu, que não conta com acessos rodoviários “à altura da qualidade dos seus atrativos turísticos”. A duplicação “é uma necessidade já de muitos anos”, completa.
Centro de Capacitação inicia especialização de profissionais do turismo Aulas de idioma já tiveram início; em julho, começam cursos de gastronomia e de governança
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Centro de Capacitação do Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares de Foz do Iguaçu (Sindhotéis), inaugurado no dia 19 de maio, abre as portas em julho para cozinheiros profissionais ou amadores que querem aperfeiçoar-se na arte da gastronomia. O curso “Cozinhas do Mundo” é o primeiro a ser ministrado por chefs da filial da escola francesa Le Cordon Bleu no Peru, país que hoje se destaca na gastronomia mundial. O curso, de 140 horas, vai ensinar as técnicas das mais importantes culinárias internacionais: francesa, italiana, mediterrânea, asiática e peruana. As aulas serão entre 14 e 17 de julho, 11 e 14 de agosto, 15 e 18 de setembro, 20 e 24 de outubro e 17 e 20 de novembro. Com o curso, o Centro de Capacitação utiliza pela primeira vez sua cozinha-escola de 500 m², equipada com o que há de mais moderno no Brasil, onde 18 chefsaprendizes podem, simultaneamente, aperfeiçoar-se na alta culinária. Idiomas e governança No Centro de Capacitação, que conta com salas de aula, auditório para 150 pessoas, uma suíte de 75 m² para aulas de governança e laboratórios para eventos e turismo, entre outras atividades, já está sendo ministrado um curso de idiomas com duração de dois anos, voltado a profissionais de hotelaria, gastronomia, turismo e serviços, além de estudantes em geral. O curso utiliza a Plataforma Dyned, que simula o modo pelo qual o cérebro humano assimila o idioma materno na infância e, portanto, acelera o tempo que um estudante leva para atingir a fluência no idioma, além de ser mais prazeroso e motivador.
para a hotelaria iguaçuense, que hoje já se destaca pela qualidade e profissionalismo. A gestão pedagógica do Centro de Capacitação está sob responsabilidade da Uniamérica, associação sem fins lucrativos com 20 anos de atuação na área educacional. O presidente da instituição, Ryon Braga, afirma que, a exemplo dos convênios já assinados, a intenção é buscar “o melhor know-how, onde ele estiver”, em parcerias nacionais e internacionais. União A construção do Centro de Capacitação, iniciada em 2013, foi possível graças à união de entidades e empresas, a começar pelos próprios associados do Sindhotéis. Além deles, houve “patrocinadores, apoiadores e fornecedores que acreditaram no projeto”, como lembra o presidente do Sindhotéis, Carlos Silva. Segundo ele, Foz do Iguaçu “tem 176 meios de hospedagem e 206 estabelecimentos gastronômicos de interesse turístico”, que devem constituir-se numa “única força de ação”. A implantação do Centro de Capacitação contou com o aporte de mais de 30 associados do Sindhotéis e patrocínio master da Itaipu Binacional, Fundo Iguaçu, Iguassu Convention & Visitors
Bureau, Confederação Nacional do Comércio, Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, Senac/ Fecomércio, Arte Tintas e UDC, além do apoio de dezenas de empresas da região. Novo ciclo O superintendente de Comunicação Social de Itaipu, Gilmar Piolla, diz que o Centro de Capacitação “é um sonho concretizado com o investimento conjunto da Gestão Integrada do Turismo”. De acordo com ele, a inauguração do Centro de Capacitação Sindhotéis “vai marcar um novo ciclo para nossa cidade, que se traduzirá em mais prosperidade, desenvolvimento e, certamente, muitas alegrias para moradores e visitantes”. Para o presidente do Comtur (Conselho Municipal de Turismo), Licério Santos, a comunidade deu uma nova demonstração de grandeza ao aceitar uma proposta de melhorar ainda mais a qualidade do atendimento por meio da formação de grandes profissionais da hotelaria, gastronomia e serviços em geral. E conclui: “É um marco grande do empreendedorismo e da força do Sindhotéis”. Mais informações sobre os cursos do Centro de Capacitação no endereço: https://www.capacitacaosindhoteisfoz. com.br.
No fim de julho, tem início o curso Governança e Hotelaria de Excelência, para aperfeiçoamento dos profissionais da área de hospedagem. O curso é ministrado pela Associação Brasileira de Governança, que até agora atuava apenas no Rio de Janeiro. A ideia é formar equipes de padrão internacional
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Espaço Acifi
Capacitação SPC Brasil e Certificado Digital A ACIFI participou da Capacitação SPC Brasil e Certificado Digital, realizada nos dias 12 e 13 de julho em Cascavel. Os colaboradores Tatiana Tocolini, Cesar Ferreira dos Santos, Graciela Pereira e Eloisa Pereira representaram a Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu no evento, que foi organizado pela Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná) e Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná). A capacitação teve como objetivo apresentar o sistema, a operacionalização do SPC Brasil e o faturamento para fortalecer a importância do Serviço de Proteção ao Crédito para as associações comerciais e empresariais. No primeiro dia de curso foram apresentadas informações de extrema relevância da Certificação Digital e a parte operacional do sistema SPC, com a duração de oito horas. O segundo dia de programação teve como foco o faturamento, também com a duração de oito horas.
Apoio à campanha Inverno Solidário A ACIFI é parceira na campanha Inverno Solidário, encabeçada pelo Sicoob e Instituto Sicoob. O objetivo é dar vida nova às roupas que você não usa mais e tornar mais acolhedor e quente o rigoroso inverno na fronteira. A associação e a agência do Sicoob na Vila Portes atuaram como pontos de coleta durante o mês de julho, valorizando assim o sétimo princípio cooperativista, o “interesse pela comunidade”. Este ano, as doações arrecadadas foram destinadas ao Nosso Canto – Centro de Adaptação Neurológica Total, mantenedor da Escola de Educação Especial Karin Knebel.
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Novo vídeo
O novo vídeo da ACIFI destaca a importância do associativismo e apresenta os melhores produtos, serviços e convênios para o desenvolvimento de Foz do Iguaçu. O audiovisual mostra as vantagens e soluções para aperfeiçoar a gestão dos negócios e oferecer bem-estar a empresários, profissionais liberais, autônomos e microempreendedores. A ACIFI possui hoje SPC, Nota Fiscal Eletrônica ao Consumidor, Nutricard, SPC Cartórios, Itamed, Certidão Imobiliária, SPC Cartórios, COBonline, AR Eletrônico, além do Programa Empreender e ampla rede de convênio com mais de 20 parceiros que oferecem descontos aos associados. O vídeo é uma produção da Vision Art, com roteiro e produção de Carlos Gruber, imagens de Paulo Rigotti e João Pedro de Mello Porto, áudio e auxílio técnico de Neto Medeiros e edição de Camilo Ortiz. Assista-o em nosso canal www.youtube.com/acifitv ou em nossa fan page www.facebook.com/acififoz. Mostre a força do associativismo e compartilhe o material em suas redes sociais.
Campanha de Elogios O encerramento da Campanha de Elogios arrancou sorrisos e alegria dos colaboradores da ACIFI no dia 14 de julho. Durante um mês, os funcionários registraram elogios aos colegas. A abertura da caixa de revelações aconteceu durante uma confraternização pra lá de animada. O resultado não poderia ser outro: intensificou-se o hábito de valorizar as boas ações entre a equipe.
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Empreendedorismo
Em Foz do Iguaçu, o Sebrae/PR já formou 500 empretecos. O treinamento mais recente foi realizado entre os dias 18 e 23 de julho
Empreendedorismo lapidado Há 23 anos sob supervisão do Sebrae, Empretec é uma das mais importantes ferramentas de capacitação empresarial aplicadas no país
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o Brasil, o Empretec é realizado há 23 anos exclusivamente pelo Sebrae e capacita em torno de dez mil participantes ao ano com uma metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU) voltada para o desenvolvimento de características de comportamento empreendedor e para a identificação de novas oportunidades de negócios. Desde sua criação, aproximadamente 215 mil empreendedores participaram dos seminários. No Paraná são cerca de seis mil empretecos (como são chamados os participantes do programa). Em Foz do Iguaçu, o Sebrae/PR já formou 500. A experiência incentiva o participante a identificar ou melhorar suas oportunidades empresariais, entender seu próprio comportamento ao
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assumir riscos calculados e apreciar a importância da persistência e do cumprimento do contrato de trabalho. “O seminário tem como objetivo principal potencializar a capacidade empreendedora dos participantes”, resume Adilson dos Santos, líder do seminário realizado em Foz do Iguaçu entre os dias 18 e 23 de julho. Ao participar do Empretec, passa-se a compreender a relação existente entre qualidade, eficiência e êxito empresarial, assim como a importância de se buscar informações e avaliar seu planejamento atual e sua capacidade para a solução de problemas. A metodologia foi baseada em grandes estudiosos, como o psicólogo norte-americano David McClelland. A partir de estudos empíricos, ele descobriu que todos os
empreendedores de sucesso, mesmo aqueles sem formação acadêmica ou orientação teórica de gestão, possuem características comportamentais idênticas. E concluiu que para alcançar o sucesso à frente dos negócios é fundamental que o empresário não só domine as técnicas de gestão, como também desenvolva suas características de comportamento empreendedor. Essa metodologia é aplicada com dinâmicas de grupo, vivências e jogos empresariais para lapidar o processo de tomada de decisão do empresário. Os participantes são colocados em situações difíceis do dia a dia de empresas, tendo assim noções de como o empreendedorismo funciona na prática.
Público-alvo O Empretec é destinado a empresários que queiram desenvolver posturas mais agressivas no mercado e a pessoas que desejem iniciar um empreendimento com mais segurança. O perfil dos participantes é bem variado. Homens e mulheres de diferentes faixas etárias dividem o espaço igualmente. A diversidade do público é outro fator que enriquece o seminário, como a exposição de realidades e de experiências diferentes vividas e compartilhadas por cada uma das pessoas. Muitas vezes o problema atual de um empresário já foi superado no passado por outro, e eles acabam “trocando figurinhas” durante o curso. É feita uma avaliação inicial para mapear o perfil empreendedor de cada participante, bem como avaliar se o momento de vida dele é propício para viver a experiência de participar do seminário. Todos podem fazer, mas quem já tem uma empresa pode aproveitar melhor, pois poderá aplicar todas as técnicas logo após a experiência. Além disso, tempo e disposição são requisitos indispensáveis para alcançar sucesso no Empretec. Em contrapartida, não é recomendado que familiares, sócios e chefes com seus respectivos subordinados façam o seminário ao mesmo tempo. “O Empretec é uma experiência única. Se a pessoa faz uma vez, não pode participar novamente, porque o programa é vivencial e não faria sentido uma segunda participação”, afirma Adilson. A intensidade com que o Empretec impacta a vida de cada empreendedor
varia muito de pessoa para pessoa. Mas o resultado pós-seminário é sempre positivo, tanto que 97,6% dos participantes indicam a experiência para amigos e familiares. Os ganhos são altos tanto para o empreteco e sua empresa como para a sociedade em geral.
“Por tratar-se de um seminário com ênfase comportamental, o empreendedor também deve estar em um momento profissional, emocional e físico favorável e saudável em sua vida”, completa Adilson. Dados do Sebrae mostram que após o Empretec, 61% das empresas passam a empregar, em média, 71% funcionários a mais. Em termos gerais, a massa salarial também cresce 36%. Já o custo por emprego gerado cai 35%, uma vez que os empreendedores melhoram sua organização interna e potencializam a distribuição de atividades e definições de responsabilidades, tornando o trabalho mais eficiente.
Comportamento empreendedor Durante o Empretec, o empresário tem a oportunidade de exercitar as características do comportamento empreendedor que foram eleitas pela ONU no pós-guerra. As dez características trabalhadas são: busca de oportunidades e iniciativa; persistência; correr riscos calculados; exigência de qualidade e eficiência; comprometimento; busca de informações; estabelecimento de metas; planejamento e monitoramento sistemáticos; persuasão e rede de contatos; independência e autoconfiança.
75% dos empresários que participaram do Empretec aumentaram seu lucro mensal
67% das empresas aumentaram o faturamento
61% das empresas passaram a empregar 71% a mais
A massa salarial cresceu 36%, e o custo do emprego gerado caiu 35%
Enquanto no Brasil a taxa de mortalidade das empresas é de 46% no primeiro ano de vida, entre aquelas que fizeram o Empretec o índice é de apenas 7%
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Codefoz
Revitalizada, Ponte da Amizade conecta o desenvolvimento de Foz do Iguaçu O ministro dos Transportes entregou as obras e anunciou apoio a projetos para Foz do Iguaçu
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Ponte Internacional da Amizade é a principal ligação rodoviária entre o Brasil e o Paraguai. Nela circula a maior parte dos produtos comercializados entre os dois países, movimentando cerca de R$ 12 bilhões em exportações todos os anos. Ponte de integração, é caminho diário para trabalhadores, empresários, estudantes e turistas e indutora do comércio e dos serviços em Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. A estrutura acaba de receber a primeira grande reforma desde a sua inauguração em 1965. As obras foram entregues pelo ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, durante solenidade com autoridades brasileiras e paraguaias. Mais bonita e segura, a ponte revitalizada também proporciona maior comodidade para os pedestres e melhores condições de tráfego para os veículos. Integrada ao projeto Beira Foz, a revitalização da Ponte da Amizade foi uma das primeiras bandeiras levantadas pelo Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu) e uma reivindicação antiga da comunidade trinacional. “Quando o Codefoz foi criado, elegemos a luta pela reforma da ponte como marco número 1”, lembrou Roni Temp, presidente do Codefoz. Com as benfeitorias, a ponte passou a refletir a realidade de investimentos públicos e privados que fortalecem a região como destino turístico e um dos principais centros comerciais da América Latina. “A revitalização faz parte das mudanças estruturais que estão sendo realizadas em Foz do Iguaçu e na região. Queremos competir com os maiores centros de compras do mundo”, enfatizou Roni Temp.
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Projetos para transformar a região Na cerimônia de inauguração da revitalização da Ponte Internacional da Amizade, o ministro Maurício Quintella afirmou que a segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai é uma prioridade do governo federal e considerou a obra como “emblemática” e relevante para a relação bilateral entre o Brasil e o Paraguai. Quintella explicou que os técnicos do ministério estão trabalhando para a obtenção da licença ambiental.
O ministro ainda afirmou que apoia as outras duas demandas que beneficiam Foz do Iguaçu, a duplicação da Rodovia das Cataratas (BR-469) e a ampliação do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, com a construção de uma nova pista de pouso e decolagem. A concretização das obras resultará em desenvolvimento e expansão das atividades econômicas não apenas de Foz do Iguaçu como de toda a região das Três Fronteiras.
“Vamos trabalhar juntamente com a bancada de deputados federais do Paraná para garantir os recursos necessários para a construção da segunda ponte e os projetos importantes para a região”, disse o ministro. “O projeto da ponte já está contratado, precisamos da autorização ambiental e trabalhar a liberação dos recursos”, relatou.
vice-presidente do Fundo Iguaçu, Gilmar Piolla, responsável pelos projetos; além do diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek.
Rodovia das Cataratas Estimado em R$ 98 milhões, o projeto de duplicação da Rodovia das Cataratas compreende 8,7 km da via, que será alargada para os dois lados entre o trevo
Aeroporto Em análise técnica pela Infraero, o projeto da nova pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu permitirá o recebimento de aeronaves de qualquer porte. A pista será construída paralelamente à já existente, que se converterá em pista de taxiway, e terá três mil metros de extensão por 45 metros de largura. Além de aumentar a capacidade do terminal, permitindo voos diretos para Estados Unidos e Europa, oferecerá mais segurança nas operações, adequando o aeroporto às normas internacionais.
A ponte em números
Volume de exportação: R$ 12 bilhões por ano. Principais produtos exportados: Veículos, itens da linha branca, alimentos, máquinas e insumos agrícolas. Principais produtos importados: Soja, milho, girassol e carne. Movimento diário de pedestres: 15 mil. Movimento diário de veículos: 40 mil. Movimento diário de caminhões: 300. Na solenidade, foi assinado o termo de doação dos projetos de duplicação da Rodovia das Cataratas para o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). O protocolo foi firmado pelo presidente do ICVB (Instituto de Promoção Turística do Iguassu), Altino Voltolini; o presidente do Codefoz, Roni Temp; o presidente do Fundo Iguaçu (Fundo de Desenvolvimento e Promoção Turística do Iguaçu), Carlos Silva; o
de acesso à Argentina e a entrada do Parque Nacional do Iguaçu. As obras incluem a construção de avenidas marginais, ciclovias, passarelas de pedestres, dois passa-bichos, cinco retornos em nível com faixas extras de desaceleração e aceleração, um viaduto de acesso ao aeroporto, duas trincheiras, ponte elevada no Rio Tamanduá e uma rotatória próxima da entrada do parque.
Detalhes da reforma: Recapeamento do asfalto. Pintura. Grades de proteção internas e externas. Cobertura da passarela de pedestres. Manutenção das juntas de dilatação. A obra em números Valor: R$ 10,3 milhões. Duração: 18 meses. Profissionais: 80. Acidentes: nenhum.
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Tributação
Entidades mobilizadas pedem o fim do Decreto 442 Em vigor há um ano e meio, decreto penaliza principalmente as micros e pequenas empresas paranaenses Texto: Gabriela Brandalise
U
m decreto estadual de fevereiro do ano passado, que disciplina o pagamento antecipado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a produtos importados comprados através de outros estados, virou briga judicial. Entidades representativas dos setores empresarial, produtivo e contábil paranaense, afetadas pela medida, estão mobilizadas contra o Governo do Estado, contestando os efeitos do documento. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado do Paraná (SESCAP-PR), Mauro Kalinke, o governo estadual está onerando as MPEs, e isso faz com que elas percam competitividade porque estão tendo um custo muito alto com a carga tributária. “O Paraná está na contramão da lei do Simples Nacional, que oferece tratamento diferenciado benéfico às micro e pequenas empresas”, afirma. As empresas optantes pelo Simples Nacional recolhem ICMS mediante regime diferenciado, sem aproveitamento do crédito do imposto pago na guia de recolhimento. A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap)
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“
Tributação coloca as micro e pequenas empresas em desvantagem no mercado” Advogado da Faciap, Alziro Motta
“ Presidente do Sescap PR, Mauro Kalinke
está coletando assinaturas para dois abaixo-assinados pedindo a revogação do Decreto 442/2015, que determina o recolhimento antecipado da diferença de alíquotas de ICMS dos produtos importados adquiridos em operações interestaduais. Um dos documentos será entregue ao governador Beto Richa. O outro será anexado à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) de autoria do Conselho Federal da OAB. A Faciap assina a ação como assistente, sendo a entidade responsável por fornecer argumentos e provas que fundamentam o processo. De acordo com o presidente da Faciap, Guido Bresolin Junior, é fundamental o envolvimento das entidades na discussão. “Se a sociedade não se manifesta, o gestor público vai gerir em benefício próprio. O empresário perde a competitividade e, muitas vezes, até o próprio negócio”, destaca.
Além disso, a Faciap está incentivando as associações comerciais do estado a impetrarem mandados de segurança coletivos em prol de seus associados para cancelar a vigência do Decreto 442/2015 nos municípios. Em Londrina, Cornélio Procópio e Dois Vizinhos, as entidades conseguiram decisões favoráveis para barrar o decreto, beneficiando pelo menos três mil empresários. Outros quatro processos de associações comerciais de Pato Branco, Campo Largo, Coronel Vivida e Maringá estão tramitando. Segundo o advogado da Faciap, Alziro Motta Santos Filho, o decreto é inconstitucional. “A medida é inconstitucional porque impõe às micro e pequenas empresas uma tributação que as coloca em desvantagem no mercado, sendo que a Constituição Federal determina exatamente o contrário”, diz o advogado.
O governo estadual está onerando as MPEs”
“As inconstitucionalidades claras não param por aí: bitributação, ofensa ao princípio da legalidade e, ainda, ofensa à independência dos poderes, já que o decreto do governador invade atribuição da Assembleia. É totalmente fora dos parâmetros do sistema legislativo nacional”, complementa. Decreto O decreto estadual antecipa o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para produtos importados comprados através de outros estados, que cobram 4% de imposto, enquanto no Paraná o índice é de 12%. Por força do decreto, a diferença de valor deve ser recolhida de forma antecipada. A mudança na cobrança afetou 89 mil empresas paranaenses. Entre elas, 70 mil estão dentro do Simples Nacional.
Em novo endereço
Rua Padre Montoya 254, Centro
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Educação
Com doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Idete Teles é professora de Ética no curso de Filosofia da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Na universidade ela também leciona as disciplinas Ética e Ciência e Introdução ao Pensamento Científico.
A crise política na escola A política tem como fim o bem comum, a busca pela justiça, liberdade e igualdade social. Entretanto a política brasileira hoje é vista em grande medida somente como palco de corrupção, uma “coisa suja”. Rotineiramente escândalos de corrupção contaminam a esperança já frágil do cidadão. Neste sentido, é essencial entender exatamente o que a corrupção política significa. Equivocadamente, por vezes, pensa-se que a corrupção está restrita ao problema financeiro dos desvios de dinheiro público, subornos, propinas, etc. Entretanto a corrupção atinge instâncias mais profundas da sociedade. Implica a degradação ou aniquilamento de valores políticos e morais. A cada nova evidência de corrupção, fortalece-se a descrença do cidadão na própria política e ao mesmo tempo se enfraquecem valores como honestidade, justiça, honra, etc. Em outros termos, a corrupção leva consigo não só o dinheiro do cidadão, mas também a esperança e acaba ou contamina valores morais. O que se pode fazer diante desta realidade? É urgente um olhar da sociedade de forma reflexiva e crítica. Reflexiva no sentido de colocar-se no cenário, entender-se como parte deste contexto e assim assumir uma atitude primeiramente em relação a si mesmo. Em outros termos, olhar para si e forjar seu
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papel. Ademais, ser crítico, o que significa não apenas o lugar-comum de apontar os problemas da política ou dos políticos atuais, mas também e inclusive no sentido de construir alternativas, caminhos, esperanças. Neste sentido, a educação pode oferecer um frutífero caminho. Não só porque as crianças e adolescentes possam ser o futuro do Brasil, mas porque para qualquer futuro é necessário pensar ou repensar o presente e inseri-los neste. A escola oferece um espaço oportuno para o esclarecimento e fortalecimento da original finalidade da política, isto é, o bem comum. Podemos não ser sujeitos políticos por natureza, talvez contrariando assim Aristóteles, mas seguramente necessitamos tornarmo-nos políticos para nosso bem, como diria Hobbes.
A política é sui generis à sociedade, e a educação é responsável de forma expressiva pela formação integral do ser humano. A escola é uma das instituições principais na formação do caráter de uma pessoa, dos valores, da cidadania, logo tem papel importante na política que efetivamente pensa o bem comum. Dessa forma, creio que a crise política no Brasil terá ao menos um lado bastante positivo: a esperança na política renovada por futuros cidadãos mais conscientes.
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acifi s i a m So u
Paraná Caçambas Página 64 | Revista ACIFI
Fernando Yamauchi, sócio-proprietário da Paraná Caçambas
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ernando Yamauchi associou recentemente a sua empresa, Paraná Caçambas, à ACIFI. Entre os serviços e benefícios que a Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu oferece, o que mais chamou a atenção dele, num primeiro momento, foi o Núcleo de Sustentabilidade do Programa Empreender. Nele, empresas unem forças em núcleos setoriais, multissetoriais e territoriais. “A nossa adesão à ACIFI se deve à importância que esta instituição tem para a classe empresarial e à sociedade. Também tem o suporte de informações sobre o nosso mercado e campanhas úteis aos nossos negócios”, observa Fernando.
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Encontro de núcleos da ACIFI promoverá interação e negócios Evento vai unir centenas de empresários em setembro
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onectar empresários e gerar negócios. Estes são os objetivos do Encontro dos Núcleos do Programa Empreender da ACIFI, que será realizado no dia 13 de setembro. Será um evento inovador para aproximar empreendedores e gestores dos 12 núcleos setoriais e territoriais da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu. Com esse mesmo propósito, estarão conectados os empresários dos núcleos de Comunicação, Coaching, Distrito Industrial, Eletricistas, Imobiliárias, Indústrias de Confecções, Jovem Empreendedor, Livrarias e Sebos, Metalúrgicas, Mulher Empresária e Executiva, Sustentabilidade e Tecnologia da Informação. O Encontro dos Núcleos do Programa Empreender acontecerá no Centro de Capacitação do Sindhotéis (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares). Seu amplo auditório principal abrigará todas as atividades, inclusive
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as bancadas de cada núcleo onde serão expostos os materiais de divulgação das empresas. Inicialmente o mediador o apresentará o formato do encontro. Depois será realizada uma breve palestra sobre a importância do networking para geração de negócios. Em seguida, o facilitador, sempre plugado à “rádio feira”, iniciará a dinâmica para estimular a troca de conhecimento, divulgação das empresas e interação entre as pessoas. União – A proposta surgiu no Núcleo de Comunicação, por meio da ação “Integração para Negócios” e com o lema “Nucleado Fortalece Nucleado”, que visa a conhecer e realizar a apresentação entre os núcleos. Após debater a ideia entre si, os comunicadores a expuseram ao Conselho da Mulher Empresária e Executiva, que abraçou a iniciativa. Como as mulheres também tinham pensado algo parecido tempos atrás,
ambos juntaram forças para levar o projeto adiante. Não demorou muito para envolver todos os núcleos em torno da mesma ideia. Para tornar a ação ainda mais profissional, os nucleados, em conjunto com o consultor Francisco Namiuchi, buscaram apoio do Sebrae Paraná. “É uma somatória de força e conhecimento, afinal o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas tem experiência neste tipo de evento e é reconhecido pelo sucesso das suas rodadas de negócios”, conta Namiuchi. Inspirados na metodologia do Sebrae-PR, os empresários criaram esse formato próprio para o encontro, tendo como diferencial a programação voltada para integração e geração de negócios. “A expectativa é grande, pois é uma iniciativa que nasceu dos empresários”, afirma o coordenador do Empreender, Rudney Lopes, frisando a importância entre diferentes instituições em torno da promoção.
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Rede de Convênios da ACIFI A ACIFI possui convênios com diversos associados para concessão de descontos que visam a fomentar negócios entre empresas associadas. Os convênios são para empresários e funcionários. Em alguns casos, incluem parentes de colaboradores das empresas. Consulte em nosso site: www.acifi.org.br/convenios.
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