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N° 11
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Maio 2011
ISSN 2179-6653
ENIO BERGOLI CONTINUA NO COMANDO DA SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA, ABASTECIMENTO, AQUICULTURA E PESCA DO ESPÍRITO SANTO Em entrevista, o secretário fala dos avanços do agronegócio no Estado e dos desafios dessa nova gestão
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ÍNDICE
EDITORIAL
Já no final de Abril e início do mês de Maio, os levantamentos sobre a valorização no preço do leite se fizeram presente nas pautas do setor agropecuário. As festividades da Páscoa e as compras de ovos de chocolate contribuíram para que a média do preço pago aos produtores rurais, em todo país, pudesse subir 3,05%, se comparado a março deste ano, ficando em R$ 0,776/litro, segundo dados da pesquisa da Scot Consultoria. Outro assunto, que permeou o cotidiano nos últimos dias e que merece a nossa atenção, foi às discussões sobre a mudança do Código Florestal Brasileiro, que está em pauta a mais de 12 anos. As idas e vindas da votação do referido Código se deu por causa da polêmica que assunto provocou, sem contar nas difíceis negociações entre defesa e oposição. Para relembrar, na edição de número 4 da Revista Agrominas, uma entrevista com Valdir Colatto esclarece algumas questões sobre o Código Florestal. Até o fechamento desta edição, o Código Florestal ainda não tinha sido votado. Após um breve comentário sobre os dois assuntos que nos chamaram à atenção, confira o conteúdo desta edição: uma entrevista com o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, falando a respeito da continuidade à frente da Secretaria. Em Grandes Criatórios conheça a história da criação de Quarto de Milha, de Camillo Araújo, onde há uma preocupação com o melhoramento genético e com o treinamento desses animais para competições a nível nacional. Confira também, na seção Sustentabilidade, uma ideia simples para despoluição da água, através da casca da banana e da fibra de coco desenvolvida por duas Mestres em Química. Em homenagem ao dia do Zootecnista, o perfil profissional desta edição fala da profissão. Assim, a Revista Agrominas deseja a todos os Zootecnistas os nossos Parabéns. Boa leitura! Denner Esteves Farias
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Giro no Campo Entrevista Entidade de Classe
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Grandes Criatórios
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Dia de Campo
18 Saúde Animal 20 Caderno Técnico 23 Forragicultura 26 Agrovisão 28 Sustentabilidade 30 Perfil Profissional 31 Meteorologia 32 Mercado 34 Cotações 35 Mão na Massa 36 Emater | IMA | Idaf | Adab 40 Aconteceu 42 Culinária
Editor-Chefe
Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.
Editor-Chefe Denner Esteves Farias Zootecnista - CRMV-MG 1010/Z Jornalista Responsável / Redação Lidiane Dias - MG 15.898 (em formação) Jornalistas Colaboradoras Alessandra Alves - MG 14.298 JP Diagramação Finotrato Design Contato Publicitário Thiago Lauar Scofield (33) 3271.9738 comercial@revistaagrominas.com.br
Colaboração - Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo - AgriPoint e MilkPoint - Emater/IMA/Idaf/Adab - Hyberville Neto - SCOT Consultoria - Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista - Marcelo Barreto da Silva e Pesquisadores da Epamig / Embrapa - Marcelo Conde Cabral - Médico Veterinário - Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo - Waldir Francese Filho - Eng. Agrônomo - Coocafé Distribuição Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba.
Tiragem 5.000 exemplares Impressão CGB Artes Gráficas A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo. As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores. Administração/Redação - Revista AgroMinas Rua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro 35.010-230 | Governador Valadares-MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: jornalismo@revistaagrominas.com.br
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Foto: Portal do Agronegócio
GIRO NO CAMPO
Vendas têm retração de 3%, em 2010
Exportações mineiras de couros e peleterias batem recorde A receita das exportações mineiras de couros e peleteria, no acumulado de janeiro a março de 2011, foi de US$ 31,2 milhões, informa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com análise da Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria da Agricultura, a cifra é 116,2% maior que a registrada no primeiro trimestre do ano passado e supera o recorde histórico de US$ 17,9 milhões alcançado nos três primeiros meses de 2001. Segundo a assessora técnica Márcia Aparecida de Paiva Silva, o crescimento das vendas externas de couros e peleteria por Minas Gerais, no primeiro trimestre deste ano, supera o registrado pelas vendas brasileiras no período. A receita do país foi de US$ 725,5 milhões, valor 7,2% maior que o obtido nos três primeiros meses de 2010. Os principais destinos das vendas externas de couros e peletaria foram Itália, Hong Kong, Indonésia e China. (Fonte: ASCOM SEAPA)
A valorização da moeda brasileira levou o setor de defensivos agrícolas a uma redução de 3% em seu resultado de negócios de 2010. A movimentação recuou para R$ 12,436 bilhões, ante R$ 12,878 bilhões verificados em 2009. Já em moeda americana, a indústria obteve crescimento de 9% - o montante saltou de US$ 6,626 bilhões para US$ 7,240 bilhões. De acordo com os dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), a única categoria de produtos que registrou elevação de vendas em reais, em 2010, foi a de fungicidas, com alta de 5% impulsionada pela demanda de produtos para controle da ferrugem asiática ou ferrugem da soja. Essa movimentação cresceu de R$ 3,482 bilhões, em 2009, para R$ 3,667 bilhões. Já as vendas de herbicidas tiveram redução de 10%, enquanto as de inseticidas e acaricidas caíram 3% e 9%, respectivamente. Para o presidente do Sindag, Laercio Valentim Giampani, se mantido o atual cenário de mercado, com bons preços agrícolas, valorização das commodities e a perspectiva de aumento de área plantada em culturas como o algodão, o setor deverá crescer entre 5% e 10% ao final de 2011. (Fonte: Portal Dia de Campo)
As exportações mineiras de milho no primeiro trimestre deste ano ultrapassaram, pela primeira vez, as vendas da soja para o mercado internacional. Os embarques de milho para o exterior alcançaram US$ 40,8 milhões, registrando crescimento de 1.104% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita com as exportações de soja em grão foi de US$ 23,8 milhões, com crescimento de 47,2% em comparação com o ano passado. Os números foram analisados pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com base nas informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). (Fonte: Agência Minas) 4
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Foto: Divulgação Emater
Exportação de milho supera a de soja no primeiro trimestre
Etanol deixa de ser produto agrícola e se torna combustível Conforme a Medida Provisória assinada no dia 29 de abril pela presidente Dilma Rousseff, os biocombustíveis estão inclusos agora na Política Energética Nacional. Dessa forma, o etanol, deixa de ser um produto agrícola e passa a ser considerado efetivamente um combustível. A mudança ocorrida através da Medida Provisória 532 coloca os biocombustíveis: etanol, biodiesel e outras substâncias de origem vegetal, como sendo substitutos integrais dos combustíveis fósseis, podendo ser aplicados diretamente em motores à combustão interna e também serem usados em outros tipos de geração de energia. Através dessa medida a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, será a responsável por definir a regulação e fiscalização adequada para todo o processo de produção e comercialização interna e externa desse produto. (Fonte: Ciclo Vivo)
Foto Divulgação
Foto Divulgação
Ministro defende união dos países sulamericanos
Colheita de café pode ser de 43,5 milhões de sacas em 2011 A segunda estimativa de produção de café arábica e conilon, realizada pela Conab para a safra 2011, indica que o Brasil deve colher 43,54 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado. Isto representa uma redução de 9,5% em comparação às 48,09 milhões de sacas da temporada anterior. O motivo da redução é a bienalidade do produto, que está no ciclo de baixa produtividade. Também, a área total existente com café no País, estimada em 2.282,1 mil hectares, é 0,31% ou 6.138 hectares inferior à cultivada na safra passada, que somou 2.289,2 mil hectares. (Fonte: Canal Rural)
Paralelamente a 18ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Ribeirão Preto (SP), aberta no dia 02 de maio, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, promoveu uma reunião extraordinária a campo do Conselho Agropecuário do Sul (CAS). Estiveram presentes os ministros da Agricultura da Argentina e do Uruguai; a ministra do Desenvolvimento Rural e Terras da Bolívia; o vice-ministro da Agricultura do Paraguai; e o diretor do Ministério da Agricultura do Chile. O ministro, que atualmente preside o CAS, destacou a importância de a reunião ser realizada durante uma das feiras agrícolas mais importantes do Brasil, o que permitiu à comitiva conhecer a tecnologia de ponta da agricultura brasileira. Outro ponto ressaltado por Wagner Rossi foi à possibilidade de estreitar ainda mais a união entre o bloco. “O Mercosul tem papel fundamental no futuro da produção agrícola mundial”, defendeu. (Fonte: MAPA)
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ENTREVISTA
Secretaria de Agricultura do Espírito Santo O SECRETÁRIO ENIO BERGOLI CONTINUA À FRENTE DA SEAG-ES E FAZ UM PANORAMA DAS NOVAS METAS A SEREM ATINGIDAS
Em 2007, Enio Bergoli foi nomeado para a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (SEAG-ES). Em Abril de 2008 assumiu a coordenação da Secretaria de Estado de Gerenciamento de Projetos (Segep). Em 2009 voltou à SEAG-ES e em 2011, Enio Bergoli continua à frente da Secretaria. Engenheiro Agrônomo, formado em 1984 no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo, é natural de Cruz Alta (RS) e chegou ao Espírito Santo em 1980. Concluiu a pós-graduação em Administração Rural pela Universidade Federal de Viçosa em 1995. Servidor de carreira do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) desde 1986, foi presidente do Incaper de 2003 a 2008. Já assumiu diversos cargos e funções desde o início da sua vida profissional. Autor e editor dos livros “Manual técnico para a cultura do café no Estado do Espírito Santo”, “Análise comparativa da competitividade econômica do eucalipto em relação às explorações tradicionais de café e pecuária no Estado do Espírito Santo” e “Parceria agrícola no Espírito Santo”. Enio Bergoli traz um panorama das metas para esse novo mandato. REVISTA AGROMINAS - Quando o senhor assumiu a SEAG-ES pela primeira vez, as mudanças na gestão foram para um perfil totalmente técnico, focado na agricultura familiar. Alguns desafios abordados na época foram: o avanço na certificação de cafés, o aproveitamento do potencial da aquicultura, a consolidação e ampliação dos polos de fruticulturas e outros. Quais as mudanças da primeira gestão para a nova? O foco e os desafios continuam sendo os mesmos? ENIO BERGOLI - Nos últimos anos 6
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obtivemos grandes avanços nas políticas públicas, voltadas ao agronegócio, que representam à agricultura e seus negócios associados. Desenvolvemos programas inovadores em diversas áreas, como o Caminhos do Campo, na área de infraestrutura e o Pronaf Capixaba, que atende especificamente a agricultura familiar, sendo o primeiro no país a investir em infraestrutura rural coletiva, com recursos do caixa do Estado. Outros setores como a fruticultura, cafeicultura e pecuária, também colheram grandes avanços no período, porém, os desafios ainda são muitos a serem superados. Para essa nova gestão vamos evoluir na manutenção das parcerias com as organizações e entidades ligadas aos produtores rurais: associações, cooperativas e federações. Vamos dar continuidade e ampliar os principais programas desenvolvidos, mas também criar outros, mais robustos. Por determinação do nosso Governador Renato Casagrande, investiremos fortemente na agricultura familiar, que é a que predomina no Estado, nas reservas de água, na recuperação da cobertura florestal e conservação ambiental, na consolidação e ampliação dos polos de fruticultura, na renovação da cafeicultura, na tecnificação da pecuária, dentre outros temas relevantes.
ragens, que também serão direcionadas aos municípios que estão em situação mais crítica. Contudo, as obras deverão ser iniciadas a partir de 2012. REVISTA AGROMINAS - A agricultura familiar, predominante no Estado, foi enfatizada pelo senhor como dependente do esforço público. Quais são as propostas para a agricultura familiar? ENIO BERGOLI - A melhoria nos indicadores sociais é um dos focos prioritários do Governo do Espírito Santo. Considerando que nossa estrutura fundiária é composta por cerca de 80% de agricultores familiares, todos os nossos programas precisam estar sintonizados com o tema. Nesse sentido, em junho desse ano, vamos lançar um programa direcionado para a agricultura familiar, uma espécie de Pronaf Capixaba, que contemplará investimentos em infraestrutura, com recursos próprios do governo, crédito rural, capacitação, assistência técnica, regularização e crédito fundiário. As organizações dos produtores rurais apresentam suas propostas nos conselhos municipais de desenvolvimento rural e, após aprovação local, são encaminhadas para análise técnica e aprovação pelo conselho estadual de desenvolvimento rural sustentável. É a forma mais representativa e democrática para subsidiar a decisão dos investimentos. Para este ano a previsão é de investimentos da ordem de cerca de R$ 8 milhões e atendimento a quase 40 projetos, que envolvem aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, construções de galpões, agroindústrias, centros de comercialização, entre outros. Será dado um foco especial ainda aos assentamentos rurais do programa de crédito fundiário, que são áreas de maior vulnerabilidade social.
REVISTA AGROMINAS - Quais as metas da SEAG-ES definidas para driblar a seca com mais reservas de água em 2011? ENIO BERGOLI - Já apresentamos ao ministério da integração nacional, os projetos de oito barragens a serem construídas em municípios que estão com Termos de Ajuste de Conduta, em relação ao uso conflituoso da água para consumo humano e uso agrícola. Nosso REVISTA AGROMINAS - As disgoverno iniciou ainda, a contratação da elaboração de outros 20 projetos de bar- cussões ambientais se fazem constante
REVISTA AGROMINAS - No primeiro trimestre deste ano a unidade Noroeste da Ceasa-ES, em Colatina, fechou a movimentação de mercadorias em 4.141.262 quilos, número superior desde a inauguração em 2009. Qual a importância de órgãos como a Ceasa, o Incaper e o Idaf e quais projetos estão sendo formulados ou já executados para a ampliação dos mesmos no Estado? ENIO BERGOLI - O Estado do Espírito Santo possui uma localização estratégica, pois, num raio de 1.000 km temos quatro capitais e o maior mercado consumidor do Brasil. Nesse contexto, a expansão e descentralização dos mercados atacadistas de hortifrutigranjeiros é estratégica, não só para o abastecimento de nossa demanda interna, mas, para ganharmos competitividade e eficiência na distribuição dos mercados vizinhos. Além da unidade central, em Cariacica, já estão em funcionamento duas regionais, a CEASA SUL, em Cachoeiro de Itapemirim e a CEASA NOROESTE, em Colatina. Ainda em 2011 será inaugurada a terceira unidade regional, trata-se da CEASA NORTE, localizada no município de São Mateus, contemplando as principais regiões do Estado e gerando oportunidades de negócios de forma equilibrada e harmônica. O Idaf e o Incaper, junto com a CEASA, compõem o sistema público agrícola estadual e são instituições reconhecidas em suas áreas de atuação. Mas, devido ao crescimento do agronegócio do Estado, acima da média nacional, será neces-
Foto: Assessoria de Comunicação da SEAG
atualmente. Em relação aos recursos naturais, como serão feitas as ações de preservação e recuperação desses recursos? ENIO BERGOLI - Ninguém melhor que os próprios produtores rurais para saber o quanto é importante à preservação dos recursos naturais, pois, são os responsáveis por retirar da terra o seu sustento e produzir alimentos para toda a população. Está em fase de construção um amplo programa de recuperação ambiental, com foco na ampliação da cobertura florestal nativa do Espírito Santo, com participação conjunta e efetiva das Secretarias de Estado da Agricultura e de Meio Ambiente. Por exemplo, até 2014, uma das metas ambientais consiste em revegetar, com espécies nativas, 29 mil hectares.
sária a ampliação dos quadros. Por esta razão já foi realizado o concurso do Idaf em 2010 e os aprovados serão chamados a partir de julho deste ano. Está prevista também, no segundo semestre, a realização de concurso para ampliação do quadro do Incaper. São sinais claros de que a política do Governo do Espírito Santo está traçada e alinhada com as demandas do setor rural, pois, as ampliações permitirão um melhor atendimento aos nossos produtores. REVISTA AGROMINAS - O programa Caminhos do Campo facilita a produção agrícola, incentiva o turismo e reduz problemas ambientais. Quais são as metas para este ano? ENIO BERGOLI - Até o momento, pelo Programa Caminhos do Campo, pavimentamos 700 km de estradas rurais em mais de 90 trechos, abrangendo 53 municípios. A pavimentação permite melhorar as condições do escoamento da produção, o desenvolvimento do agroturismo e ainda para o uso cotidiano das pessoas que vivem no campo. Trata-se de um programa inovador do governo, que tem por finalidade a pavimentação das estradas rurais com baixo custo, respeitando o traçado original e, fundamentalmente, o meio ambiente. De 2011 a 2014, nossa meta é pavimentar mais de 300 km de novos trechos de forma que todos os municípios do interior sejam beneficiados. REVISTA AGROMINAS - No governo passado se investiu muito em telefonia rural fixa. Em que esse programa melhorou a vida do produtor rural? O que se espera para 2011? ENIO BERGOLI - O dinamismo dos mercados de produtos agropecuários exige que os produtores estejam atualizados diariamente para que possam fazer bons negócios. Nesse sentido, a telefonia é fundamental, por ser uma forma ágil e barata de se buscar informações. A melhoria na comunicação entre os produtores favorece o estabelecimento de parcerias e, consequentemente, a competitividade no mercado. Atividades como o agroturismo e outras não-agrícolas, desenvolvidas no meio rural, são importantes fontes complementares
de renda nas propriedades e o contato com os clientes, fator decisivo para o sucesso, é facilitado pelo investimento na infraestrutura de telecomunicações. No momento estamos concebendo um novo formato para o programa, em que estaremos levando sinal de internet para as comunidades rurais, o que propicia a comunicação por voz, dados e imagem. Ou seja, será um programa mais amplo do que telefonia fixa ou móvel. Ainda neste ano, pretendemos beneficiar 25 comunidades rurais. REVISTA AGROMINAS - A economia do café está vinculada ao Estado desde os primórdios da agricultura. Como a SEAG pretende ampliar a disponibilidade de crédito rural para os cafeicultores? O que será feito para agregar valor a essa produção? ENIO BERGOLI - O crédito é um dos principais instrumentos da política agrícola para o desenvolvimento regional. O capital empregado em investimento no setor rural promove a ampliação de divisas e é o principal responsável pelo crescimento econômico pujante que o setor apresenta. Atualmente, temos uma parceria com os quatro Bancos (Banestes, Bandes, Banco do Brasil e Banco do Nordeste) e com o sistema cooperativo (Sicoob), que ofertam crédito rural aqui no Estado. Essas cinco instituições direcionam as aplicações, segundo o nosso planejamento, para as diversas culturas e criações. No caso do café, o foco da aplicação dos recursos de investimentos é na melhoria da qualidade do produto. Ainda, para que o crédito se torne disponível MAIO 2011
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REVISTA AGROMINAS - Como andam e quais são as expectativas em relação às exportações do agronegócio capixaba? O que se pretende fazer para solucionar a falta de infraestrutura? ENIO BERGOLI - O Espírito Santo tem apenas 0,5% da área geográfica do Brasil, mas responde por mais de 2% das exportações do agronegócio nacional. Como todo Brasil, já estamos em franca recuperação em relação aos efeitos da economia mundial, que ocorreu no final de 2008. Nos quatro primeiros meses deste ano, já exportamos em valor 35% a mais em relação ao mesmo período de 2010, o que nos leva a crer que chegaremos ao final de 2011 com exportações totais ao redor de US$ 2 bilhões de dólares, um recorde histórico. Celulose, café, pimenta do reino, chocolate, carne bovina e açúcar são itens importantes de nossa pauta de exportações do agronegócio. Mas, a partir de 2011, ganha destaque a participação do frango na nossa pauta de exportações. Após a implantação de um abatedouro privado, passamos a figurar nesse mercado e a expectativa é que seja maior que a exportação de carnes e miudezas de bovinos. Com relação à infraestrutura, este é um problema não só do Estado, mas de todo o país. Assim, o Governo do Espírito Santo está conduzindo diversas agendas com a União, com vistas a melhorar e ampliar 8
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Foto: Assessoria de Comunicação da SEAG
aos agricultores de base familiar, treinaremos, neste ano, os técnicos de cooperativas e associações na elaboração dos projetos. Assim, cada vez mais estamos ampliando o volume de crédito rural aplicado no Estado, que neste ano deverá atingir cerca de R$ 2 bilhões de reais. Também contribuímos com ações de pesquisa, assistência técnica e extensão rural. O Espírito Santo já produziu grandes avanços na cafeicultura, como melhorar a qualidade do café Arábica e aumentar a produtividade do café Conilon. Em apenas 17 anos, a produção do Conilon aumentou 238%, com aumento de apenas 7,5% de área plantada. Em maio lançamos mais uma edição da campanha de melhoria da qualidade e produtividade dos cafés do Espírito Santo, Arábica e Conilon. Essas campanhas visam dar maior visibilidade às tecnologias já desenvolvidas para o café para que, ano a ano, mais produtores possam atingir alta produtividade com qualidade apreciada pelo mercado, garantindo melhor rentabilidade.
nossos portos, aeroportos e rodovias, dentre outros temas relevantes. REVISTA AGROMINAS - No Simpósio Integração da Pecuária Bovina, que reuniu o Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, um dos assuntos abordados foi à demanda de alimentos que cresce a cada ano. Qual a preparação para esse cenário? ENIO BERGOLI - Segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), até o ano de 2020 o agronegócio brasileiro deverá crescer 40%, em função do aumento da demanda mundial por alimentos. De acordo com dados da FAO, que é o órgão da Organização das Nações Unidas para a agricultura e alimentação, até o ano de 2025 a produção mundial de carnes, incluindo aves, suínos e bovinos, precisará crescer pelo menos 42%, para atender a demanda projetada. O estímulo aos investimentos em produção agrícola passa pelo conhecimento e entendimento das tendências do mercado mundial. Nesse sentido, temos trabalhado ativamente junto aos produtores em todos os municípios capixabas, especialmente por meio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), para que estejam antenados às demandas do mercado e às exigências que esses mercados apresentam. REVISTA AGROMINAS - Em levantamentos do IDAF, para o Simpósio Integração, foi quantificada uma população bovina de 1.368.637 cabeças no extremo Norte e Norte do Espírito Santo. Quais são os incentivos para a pecuária? ENIO BERGOLI - Desenvolvemos importantes programas para a evolução da pecuária capixaba. Na pecuária de leite, incentivamos a melhoria da qualidade e produtividade do rebanho, com a distribuição de mais de 400 tanques de resfriamento de leite, 154 botijões de sêmen e aproximadamente 27 mil doses de sêmen, nos últimos dois anos. Além disso, construímos e inauguramos o laboratório de análise da qualidade do leite, uma demanda antiga dos pecuaristas capixabas, que demandou investimento de mais de R$ 1,8 milhão de reais. Na pecuária de corte, estamos construindo matadouros regionais, com o intui-
to de regularizar a comercialização. Para a gestão destas unidades, estão sendo desenvolvidas parcerias com a iniciativa privada. REVISTA AGROMINAS - Para encerrar, quais incentivos estão sendo feitos para as agroindústrias no Estado? ENIO BERGOLI - Diversos programas de incentivo à implantação de empresas são desenvolvidos no Estado, incluindo, principalmente, benefícios fiscais como é o caso do Invest e o Compete. Na região Norte do Estado, que está inserida na Sudene, esses benefícios são ainda maiores. Paralelamente aos incentivos à implantação, realizamos o que consideramos de fundamental importância, que é o fomento e apoio à organização dos produtores para que possam se tornar fornecedores das indústrias já instaladas. O exemplo mais recente é o resgate do cultivo do coqueiro anão, no Norte capixaba. Dada a crescente demanda pela água de coco, duas importantes indústrias estão sendo parceiras em um programa de reestruturação da cadeia produtiva. Além de buscar atender à demanda já instalada, há o desafio de ampliarmos o fornecimento no curto prazo, em virtude da expansão das plantas envasadoras. Diante dessa necessidade, o Governo do Espírito Santo, tem alavancado parcerias com órgãos e entidades ligadas ao agronegócio, com vistas a estruturar e profissionalizar a relação de fornecimento da produção ao longo do ano. Merece destaque o fato de estarmos conduzindo todo o processo com base na estruturação de uma agricultura contratada, que reduz os riscos para quem investe na cultura e para as indústrias instaladas. Esse é um dos exemplos, mas a metodologia tem sido adotada também com outras culturas, como a manga, o morango, o maracujá e o leite.
Foto: Fátima Santos
ENTIDADE DE CLASSE
Foto: Assessoria de Comunicação da SEAG
Sindicato dos Produtores Rurais de Nanuque
Expoagro de Nanuque
Promover ações que tragam o desenvolvimento técnico, administrativo e social de seus associados, com agilidade e presteza, visando o crescimento dos funcionários e produtores rurais. Essa é a missão do Sindicato dos Produtores Rurais de Nanuque. A entidade dessa edição visa ser uma organização forte e comprometida com os interesses de seus associados, tendo como seus princípios básicos a transparência e o respeito em suas relações com os seus clientes e com a sociedade. De acordo com a Carta Sindical, o Sindicato dos Produtores Rurais de Nanuque foi criado no
dia 14 de junho de 1966. Treze presidentes já passaram pela entidade e o primeiro a cumprir a função foi Franz Schaper. Hoje a diretoria é formada por 14 pessoas: Tácio Ladeia Melhem (diretor presidente), José Ricardo de Sá Nascimento (diretor vice-presidente), Silvana Mara Borges Simão (diretora secretária), André Carvalho de Souza (diretor tesoureiro), Marcos Carvalho de Oliveira, Edvaldo Siqueira Varejão, Soraia Haueisem Pimenta Ruas e Maria Franco Rodrigues (suplentes da diretoria), Edson Caetano Pereira, Arlino Franco Rodrigues e Arlício Fontes L. Borges Ma-
chado (membros do conselho fiscal), Ivo Pereira Garcia, André Franco Rodrigues e Ulisses Rodrigues Filho (suplentes do conselho fiscal). A sede não é própria, utilizada em contrato de permuta. Quatro funcionários compõem a equipe do sindicato: as secretárias Marisa Marcelli Montezani, Ivone Rodrigues Cardoso, Rosilane Reis dos Santos e Ivone Alves. A fonte de renda da entidade é através do repasse que a CNA faz aos sindicatos, leilões e doações dos associados. Assim, a entidade pode proporcionar aos produtores rurais da cidade, palestras, leiMAIO 2011
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lhador deixa o contato no sindicato, um currículo, e o sindicato ajuda-o a encontrar serviços junto aos associados que estejam precisando de trabalhadores. Com duas destilarias na cidade e o aumento significativo nas plantações de eucalipto, as áreas destinadas à pecuária diminuíram. O presidente informa que a saída encontrada, para se explorar a pecuária, com tecnologia a baixo custo, foi à implantação do programa Balde Cheio, desenvolvido pela Embrapa, em parceira com a FAEMG e o sindicato. Uma unidade demonstrativa foi montada no Parque de Exposições, para estimular e direcionar os produtores no pastejo rotacionado irrigado, para aumentar a produção de leite, através do manejo correto das pastagens.
Com a era digital, o sindicato sentiu a necessidade de implantação do site www.sindicatoruraldenanuque.com.br, para melhor atender aos seus produtores, sem que estes precisem sair de casa. Na página, informações sobre o setor do agronegócio, cotações, notícias sobre o tempo e sobre a entidade. Para que os projetos desenvolvidos pela entidade deem certo é necessário que os produtores se associem e façam parte do sindicato. Assim, a classe fica fortalecida. “No meu ponto de vista a maior dificuldade de todos os sindicatos ainda é trazer o produtor rural para dentro dele. Ainda sinto a desunião da classe como nosso ponto vulnerável. Cada um procura resolver o seu problema individual se esquecendo que a união faz a força”, aponta Melhem.
Foto: Fátima Santos
lões, seminários, cafés rurais, para suprir as demandas especificadas pelos próprios produtores e esclarecer dúvidas pertinentes ao setor. A representação dos produtores rurais junto a Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG), emissão de notas, cursos proporcionados pelo Serviço de Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), dentre outras, são as vantagens do sindicato. A parceria com o SENAR está levando ao produtor rural o conhecimento sobre as técnicas para melhorar a produção, consequentemente, qualificando os trabalhadores rurais para trabalhos técnicos como inseminação artificial, manejo do rebanho, ordenha, dentre outros. A bolsa de empregos é outro benefício proporcionado ao trabalhador rural. Na falta de emprego, o traba-
Parte da diretoria do Sindicato dos Produtores Rurais de Nanuque 10
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Em agosto de 2008, para liderar o Sindicato dos Produtores Rurais de Nanuque de 2008 a 2011, a entidade ganhou o atual presidente. Tácio Ladeia Melhem, 49 anos, preside o sindicato em seu primeiro mandato. Tudo começou depois de uma conversa informal com alguns produtores rurais e empresários do agronegócio, que se uniram para formar uma chapa. O objetivo desse grupo, segundo o presidente, era dar mais vida à entidade, fortalecendo a instituição, proporcionando uma maior representatividade do setor. O primeiro ano do mandato foi voltado para a reforma do Parque de Exposições da cidade, através da realização de leilões e doações dos associados. Em menos de um ano, em junho de 2009, aconteceu a 19ª Expoagro de Nanuque, depois de oito anos sem acontecer. O evento teve resultados
satisfatórios, superando os objetivos esperados pelos organizadores, produtores e a comunidade. Nesse ano, a 21ª Expoagro será realizada entre os dias 08 e 12 de junho, reafirmando a cada ano a presença do sindicato junto aos produtores rurais. Formado em Direito, Melhem exerce a profissão simultaneamente com a chefia do sindicato. Produtor rural, dentro da atividade leiteira, administra sua propriedade em Minas Gerais, com módulos de pastagens rotacionadas e irrigadas. Colaborador também, de uma empresa no extremo sul da Bahia, na produção de café Conilon, cacau e pecuária comercial voltada para cria de gado Nelore. Depois de três anos à frente da instituição, diz que não pretende concorrer a uma nova eleição. “Sempre acreditei na renovação. Acho que nós da atual Diretoria já demos nossa parcela
Foto: Carlos Antônio
PRESIDÊNCIA
Presidente Tácio Melhem
de contribuição à entidade, agora é vez de outro grupo de produtores assumirem e colocarem em prática novas ideias e objetivos. Acho que é assim que a Entidade se fortalece”, explica.
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Fotos: Gabriel Oliveira
GRANDES CRIATÓRIOS
Mescalero Ranch e Centro Hípico na criação do Quarto de Milha
Apollo Chick Only o garanhão do plantel se destacando com produtos de alta qualidade genética
“Eu sempre montei a cavalo, competi desde pequeno e chegou um ponto que a gente queria um pouco mais, queríamos criar. A gente queria emoção, a gente queria competir, a gente queria correr contra o tempo”. Foi assim que a paixão e a criação da raça Quarto de Milha começou. A frase dita acima foi por Camillo Araújo Neto, 34 anos. Formado e pós-graduado em direito, o criador conta que cresceu em meio aos equinos e quando surgiu à oportunidade de começar a criar o Quarto de Milha, a chance não foi desperdiçada. Seu pai era criador de Mangalarga Marchador, mas a raça não despertava 12
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interesse em Camillo e nos irmãos, pois não queriam montar em um cavalo para andar de marcha. Assim, a criação de Mangalarga foi substituída pelo Quarto de Milha. Há 15 anos a fazenda Mescalero Ranch, com 300 hectares, situada em Degredo, Linhares (ES), é uma propriedade de Camillo e dos irmãos. Camillo começou a criar Quarto de Milha há 12 anos aproximadamente. Composto por um plantel de 60 animais, 40 fêmeas e 20 machos, com idades entre seis meses a 20 anos, a criação de Quarto de Milha se divide entre o Mescalero Ranch, onde se encontra o criatório da raça, e o Centro
Hípico UNESC, que fica em Colatina, onde são feitos os treinamentos e o melhoramento genético. Os animais que ficam na fazenda são levados para emprenhar em Colatina, na central de reprodução montada por Camillo. Inseminações e transferência de embriões são feitas na central, depois os animais voltam para Linhares. Em Colatina também é feita à coleta e o envio de semens para outras cidades e Estados. A pretensão agora é começar a congelar os semens coletados. Todos os animais do plantel são resultados de biotecnologias aplicadas para o melhoramento genético da criação.
Fotos: Gabriel Oliveira
Além dos semens produzidos pelos animais da fazenda, Camillo informa que compra sêmen para ter uma base diferente do material genético produzido em sua propriedade. Assim ele pode reciclar a tropa e regenerar o sangue dentro da criação. Com animais melhorados, a criação é reconhecida. Camillo comercializa animais e semens do plantel até para outros Estados brasileiros. Hoje ele vende animais e semens para criadores de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. “Nosso leque de vendas de animais e de sêmen está bem amplo, graças a Deus”, aponta. Todo ano, antes de vender os animais, o criador diz que separa para ele um dos potros daquela geração para ser treinado. “Consequentemente acabo vendendo animais que outras pessoas vão montar, que vão botar para trabalhar. É importante fazer campanha dos animais e isso valoriza o garanhão”. Nas competições, o criador conta que seus cavalos já foram campeões em concursos do núcleo regional e da associação brasileira, em provas de baliza e tambor. “Todo ano que a gente participa nós trazemos bons resultados”. No Centro Hípico também acon-
Camillo e Apollo
tece competições, duas vezes por ano e, de acordo com Camillo, o pessoal da cidade gosta e participa dos eventos. Desde 2005 Camillo Neto é o vice-presidente da Associação Regional do Quarto de Milha (ARQM), com três mandatos consecutivos, encerrando este último em julho desse ano. “Não vou me afastar, porque eu gosto. Mas acho que tem que ter gente nova, com ideias novas para melhorar. Tudo tem que reciclar”. MANEJO E ESTRUTURA
Diferente da rotina no Mescalero Ranch que é basicamente um manejo diário de alimentação e cuidados com os cavalos, no Centro Hípico é bem puxado. As atividades começam por
volta das 5h30 da manhã com o treino dos cavalos. As 7h os cavalos recebem o trato, a limpeza das baias são feitas, depois vem outro trato na hora do almoço. Mais à tarde outra etapa de treinamentos é feita. Há 11 anos o treinador Edmilson Lopes Costa, 43 anos juntamente com o tratador e domador dos animais, Renato Carlos de Oliveira, 35 anos, fazem parte dessa rotina. A alimentação dos animais é a mesma o ano inteiro: feno, ração seca e suplementos. Cada animal recebe um suplemento de acordo com a atividade desempenhada. O garanhão recebe um tipo de suplemento, os animais de prova outro. Em relação ao manejo sanitário, os animais são vacinados, como de praxe, contra enfer-
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Camillo com a esposa, os filhos e Apollo
midades como gripe, tétano e raiva. Já a estação de monta é feita de julho a fevereiro. A partir dos três anos a fêmea está pronta para cruzar, devido à maturidade física para gerar um produto. No Centro Hípico algumas baias são alugadas. Camillo informa que tem pessoas que tem um animal, mas não tem onde colocar e por isso faz o aluguel das baias com o treinamento. “A pessoa vem alugar o espaço para o cavalo aqui e o cavalo vai ser tratado e treinado. Paga por mês só o aluguel e a ração do animal. Ele pode vir, pode vir treinar, aprender um pouco com o Edmilson, que é o treinador, que ele vai ensinar para a pessoa também”, informa. O tipo de pelagem mais comum na criação de Camillo é o Alazão, mas os castanhos também são predominantes. O padrão racial é uma característica que designa o Quarto de Milha. Outras características são a versatilidade e a inteligência da raça, o que chama a atenção do criador. O animal serve tanto para o trabalho quanto para o esporte. “Tenham cavalos. Cavalo é uma
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coisa fantástica. Imagina uma criança de 30 kg dominar um cavalo de 500 kg. Isso para autoconfiança, para segurança, é fantástico para qualquer criança. É um companheiro que você tem ali debaixo da sua sela e você pode confiar. Se for um animal bem treinado é para o seu filho montar, é para sua esposa montar, é para sua filha montar. Cavalos são gratificantes, é gostoso conviver com eles, são animais dóceis. Cavalo é paixão para mim desde pequeno. Competi e corri laço durante muito tempo. Hoje me dedico a ter animais para os meus filhos montarem e, só de vê-los montando, isso já me dá uma satisfação imensa”, incentiva. AS OUTRAS PAIXÕES
Natural de Colatina, Camillo é casado com Bárbara Schetino de Araújo, 34 anos. Os dois filhos do casal, Camillo Schetino de Araújo, 9 anos e Cecília Schetino de Araújo, 5 anos, herdaram do pai a paixão pela raça. Camillinho, assim chamado por Camillo, já compete em concursos esportivos nacionais e ganhou em 4º lugar na categoria criança no Con-
gresso Brasileiro que aconteceu em Avaré (SP). Com um sorriso no rosto, Camillo conta que seu filho, desde os quatro anos, monta sozinho. “Ele é um orgulho para mim. Começou competindo no pasto, depois no trote, no galopinho. Hoje já está fera no tambor e na baliza. Ele está bem animado”, orgulha-se. Cecília, aos cinco anos é curiosa com os animais. Segundo Camillo, ela gosta, pede para montar, mas ainda tem um pouco de medo. “Vai chegar à hora dela ainda. Ela está pedindo, eu já tenho uma eguinha mancinha para ela. Vou começar a botar ela em cima, mas sem pressa, no tempo dela”. Trabalhando como gerente administrativo durante a semana, Camillo enfatiza a importância da ajuda de Bárbara e seus filhos na participação, aos finais de semana, de Congressos e competições esportivas do Quarto de Milha. “O apoio deles é fundamental”, destaca.
NA BUSCA PELO MELHORAMENTO GENÉTICO DO REBANHO
Fotos: Lidiane Dias
DIA DE CAMPO
Fazenda dos Anjos
A Fazenda dos Anjos, situada na estrada para Golconda, zona rural de Governador Valadares, é o resultado do exemplo típico dos valadarenses que vão para os Estados Unidos para conseguir realizar seus projetos no Brasil. Com um plantel de 200 cabeças de gado mestiço, Adair Soares dos Anjos, 45 anos, proprietário da fazenda, busca melhorar o rebanho para o sustento da família dentro da atividade leiteira, comum na região. Adair dos Anjos, formado em Processamento de Dados, abandonou a profissão para ir trabalhar nos Estados Unidos. Adquirida em 2005, a propriedade foi fruto desse tempo que passou no exterior, onde trabalha durante a semana e desfruta com a família nos finais de semana. Natural de Governador Valadares, Adair é casado com Luciene de Castro Martins dos Anjos, com quem tem três filhos: Cleverton, Weyne e Nayelle dos Anjos, de 19, 15 e 9 anos, respectivamente. A propriedade tem uma área de 156 hectares,
divididos em 13 mangas. Quando adquiriu a fazenda, lembra que só tinha o curral e uma casinha velha. De lá para cá, a estrutura da fazenda vem sendo modificada e as plantações recuperadas. Mesmo se dedicando à produção de leite, na área alguns pés de mexerica, laranja, coco, uma pequena lagoa para psicultura, dentre outros, preenchem o espaço. Em um espaço diversificado, algumas galinhas, cabritos e cachorros ficam soltos na propriedade. Para Adair a fazenda é um lugar tranquilo em que ele pode fazer suas criações, se alimentar dos animais que sabe a procedência e ter um espaço de descanso e lazer para a família e amigos. Adair conta que quando comprou a fazenda, adquiriu também os gados mestiços e dois touros: um Guzerá e um Gir. Nesse tempo vinha fazendo só o processo de monta. Apostando no meio sangue, ele justifica que escolheu não trabalhar com um gado puro devido à rusticidade do gado mestiço e a facilidade em se tratar do mesmo. MAIO 2011
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As vacas inseminadas pelo projeto Cre$er Genética e ao fundo Adair dos Anjos
Curioso em relação às técnicas para se melhorar a produção, ele começou a investir, há um ano, no melhoramento genético para melhorar seu rebanho e aumentar a produção. Aproveitou a oportunidade e juntamente com um vaqueiro que trabalha na propriedade, fizeram um curso de inseminação artificial. Na época ele comprou um botijão de sêmen e começou a colocar em prática o que aprendeu no curso. Depois de calcular os gastos que tinha com o tanque comunitário de coleta de leite, Adair resolveu investir no tanque de resfriamento próprio. De acordo com o produtor, o tempo que os vaqueiros gastavam para ir e voltar, ao final de um mês, já eram 60 horas, tempo esse que daria para investir na melhoria da fazenda. Sem contar nos gastos com energia elétrica, que ele precisava pagar para o uso do tanque comunitário, superiores ao que ele tem agora com o próprio tanque. Hoje, ele tem na propriedade um tanque de resfriamento, que atende as suas necessidades e com menores gastos. ESTRUTURA
O produtor rural, um vaqueiro e um ajudante dão conta de todo o trabalho na fazenda e da coleta manual do leite, em duas ordenhas por dia. Adair informa que está em processo de compra da ordenha mecânica para otimizar o trabalho. Com a braquiária como pastagem predominante, a alimentação do gado é feita a pasto, no pastejo rotacionado nas mangas e com ração. No período da seca a alimentação é complementada com cana e ureia. Mesmo não tendo o número preciso, Adair diz que hoje ele consegue produzir a baixo custo, principalmente depois que começou a fazer o melhoramento do rebanho,
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por que se fosse comprar uma fêmea na qualidade que estão buscando na propriedade, os custos seriam maiores. O plantel da Fazenda dos Anjos apresenta uma média de oito anos de idade e entram em produção aos três anos aproximadamente. A estação de monta é feita o ano inteiro. Hoje, cada animal tem uma produção de sete litros de leite por dia. Mas tem vacas que se destacam na lactação com uma produção de 25 litros de leite. “Na época das águas nós chegamos a quase 200 litros/dia. Como as nossas vacas não são ‘top de linha’ nós estamos fazendo o melhoramento genético para melhorar o volume de leite na fazenda”, aponta Adair. Há aproximadamente dois meses e meio, o produtor rural começou a fazer parte de um programa para agregar valor à produção de leite, melhorar e trocar o rebanho: o projeto Crê$er Genética, vinculado a Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce. O programa busca diminuir o intervalo dos partos e dar resultado de produtos melhorados, aumentando assim, a produção de leite. Um dos incentivos é a compra de semens e do Protocolo da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) mais em conta e com mais facilidade. Com 29 vacas inseminadas pelo projeto, mesmo não apresentando resultados concretos, a expectativa é grande, pois muitas vacas antes estavam vazias e hoje estão cheias. Atualmente a inseminação continua sendo feita por ele, mas as condições de aquisição do material genético é que melhoraram. “Sai mais em conta com o projeto. O projeto ele vai alavancar a produção, forçando a fazer mais rápido. Eu preciso trocar meu plantel que já está ficando velho, então minha expectativa é grande de adquirir umas vacas de mais volume de leite”.
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Parque de Exposições Imagens meramente ilustrativas. *Sujeito a aprovação de crédito.
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SAÚDE ANIMAL
Eficiência Reprodutiva = Eficiência Produtiva Marcelo Cabral
Médico Veterinário
tais e lactação, dentre outros, que podem deprimir ou bloquear sua atividade cíclica. O Fator Nutricional é a principal causa do Anestro seguido de patologias dos ovários e útero, como Endometrites (entre 5 e 10%) e menos frequentes, abaixo de 2%, o Feto Macerado e o Feto Mumificado, em que pela presença de restos fetais como ossos, ocasionam a contaminação do útero e a presença de cistos foliculares, que em vacas de corte quase não são diagnosticados. Estas patologias e desordens nutricionais da reprodução, pelo fornecimento de uma dieta alimentar não equilibrada, com deficiência de vitaminas e minerais, interferem diretamente na fisiologia dos hormônios. O prolongamento de uma deficiência alimentar ou uma nutrição inadequada, principalmente durante o terço final da gestação, poderá levar a algum tipo de doença ou patologia, em que na esfera reprodutiva ocasiona um baixo escore corporal, piorando as condições corporais durante o parto ou determinando uma condição patológica em que os ovários ficam pequenos ETIOLOGIA Diversas desordens e causas e afuncionais, aumentando o períopodem interferir na fertilidade de do de Anestro. vacas de corte e leite como fatoSINTOMAS E DIAGNÓSTICO res alimentares, fatores sazonais O principal sintoma de uma (estação do ano), fatores ambienINTRODUÇÃO
Na pecuária brasileira de corte e Leite, o maior problema reprodutivo é a falta ou o atraso de cio fértil pós-parto, o que pode ser comprovado pelo grande número de vacas vazias encontradas nas fazendas, prolongando o intervalo entre partos acima de 18 meses, muito longe do ideal que é de 12 a 14 meses. Quando uma vaca, durante o período pós-parto não é observada com cio até 60 dias pós-parto, diz-se que está em Anestro (ausência ou atraso no cio). É uma condição em que se incluem vacas cíclicas e não cíclicas. Em rebanhos de leite e corte, o Anestro, interfere diretamente na Eficiência Reprodutiva do rebanho brasileiro, cuja baixa de fertilidade pela diminuição da taxa de prenhez e o número de dias que as vacas não estão em reprodução, fazem com que o criador tenha prejuízos, pois uma vaca deve estar prenhe pelo menos até 90 dias pós-parto. Uma vaca cíclica é aquela que entrou no cio.
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vaca em Anestro, é o não aparecimento do cio, normalmente em uma vaca com baixo escore corporal (abaixo de 3), magra e subnutrida ou com presença de ovários pequenos, lisos e duros. O método mais utilizado a campo é o exame ginecológico pela palpação retal, que deve ser realizada como rotina, obedecendo um intervalo de 10 a 14 dias, em que se pode acompanhar se o corpo lúteo está ou não presente. No diagnóstico de Ovários Inativos ou Afuncionais, não existe a presença de um corpo lúteo nos ovários, tanto no primeiro como no segundo exame, onde encontramos um nível muito baixo de progesterona, sendo, portanto este exame baseado na ausência de um corpo lúteo. Podem acontecer casos em que o corpo lúteo esteja presente, sem que possa ser identificado por uma palpação retal, sendo importante, para que não exista um erro de diagnóstico, associar a condição corporal da vaca com os resultados obtidos durante os exames ginecológicos, pois em muitos casos, vacas que não estão prenhes e com boa condição corporal e que deveriam estar ciclando, não apresentam cios, apesar de apresentarem corpo lúteo em um dos ovários. Qualquer dúvida que se tenha
num diagnóstico por palpação retal, podem-se utilizar outros recursos como o ultrassom, que permite tanto o diagnóstico precoce da gestação quanto um exame mais detalhado do ovário e útero. O corpo lúteo persistente é diagnosticado pela presença do corpo lúteo nos dois exames, no mesmo ovário e na mesma posição, e também por um alto nível de progesterona no sangue ou no leite. O corpo lúteo persistente pode estar associado com algumas patologias uterinas durante a gestação. PROFILAXIA
O retorno de uma vaca à reprodução e o reinício de sua atividade cíclica, não só é determinada pela rapidez da involução uterina, como também, pela condição corporal que apresenta ao parir, ao manejo a que é submetida e pela presença de alguma patologia reprodutiva, como problemas nos ovários ou no útero. A melhor profilaxia para que uma vaca retorne a sua atividade cíclica ovariana dentro dos 90 dias após a parição, é submetê-la a um processo de alimentação correta que atenda todas as suas necessidades nutricionais durante o período de gestação, em especial no periparto e no pós-parto, mantendo-a com um bom escore corporal. A vaca com um bom equilíbrio no seu escore corporal, não estando muito magra ou muito gorda, permitirá se necessário for, a mobilização da gordura corporal nos primeiros meses pós-parto, para a produção suficiente de leite tanto para a amamentação, no caso do corte, quanto para o pico de lactação, no caso do leite.
O escore corporal é uma avaliação visual que obedece a uma escala que varia de acordo com a região e é feita pela observação da presença de gordura sobre as costelas, região dorso lombar, ossos da anca e inserção da cauda. A escala normalmente varia de 0 a 5, dependendo da região. Uma vaca num escore corporal entre 3 e 4 dificilmente terá problemas reprodutivos por má condição nutricional. TRATAMENTO
Na pecuária moderna e competitiva, o desenvolvimento de novas substâncias hormonais mais eficazes, se tornou uma necessidade tecnológica indispensável, assim como a criação de esquemas ou programas terapêuticos específicos, com a capacidade de simular com grande precisão os fenônemos endocrinológicos naturais. Com as novas tecnologias, ocorre uma melhora na produtividade, pois cada bezerro que deixa de nascer ou que se perde, representa 40% de lucro a menos para o criador, no caso do corte e menor produção diária, no caso de leite. O primeiro passo é a melhoria na detecção de cio, talvez o principal fator para realização de um programa de inseminação artificial, com observações mais minuciosas e detalhadas dos sinais fisiológicos e comportamentais do cio, tais como sua frequência e duração. O conhecimento do ciclo estral e o uso de fármacos nos tratamentos hormonais para controle do cio e da ovulação, dentro de um número limitado de dias, os chamados protocolos reprodutivos, irão minimizar os problemas de detecção de
cio, possibilitando a otimização de programas de inseminação artificial e transferência de embriões. VANTAGENS DA IATF
(INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL COM TEMPO FIXO)
Em rebanhos, tanto de corte quanto leiteiros, na maioria das vezes a detecção do cio é mais difícil de ser realizada devido ao manejo intensivo a que elas são submetidas. Como o Anestro é o período de completa inatividade sexual da vaca, onde não existe nenhum sinal de manifestação de cio, ele deve ser observado e tratado como um problema fisiológico e não como um problema patológico, utilizando-se hormônios sintéticos e a implantação de programas reprodutivos. Diversos programas têm sido largamente utilizados com o uso de hormônios para otimização dos níveis produtivos e aumento da eficiência reprodutiva, como consequência um maior número de partos, gerando vantagens financeiras para o criador. Existem algumas razões básicas para sincronizar o cio e a ovulação com fármacos, tais como: facilidade no uso da Inseminação Artificial sob condições extensivas; o manejo será facilitado e melhorado; redução do tempo necessário e mão-de-obra para detecção do cio; a formação de lotes uniformes, mesma época de parição, desmame etc.; promove a diminuição do intervalo entre partos; diminuição da idade ao primeiro parto; diminuição do descarte por infertilidade; haverá um maior número de partos; todas as vacas podem ser inseminadas ao mesmo tempo, com hora marcada e sem necessidade de detecção de cio, dentre outros.
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CADERNO TÉCNICO
Marcelo Barreto da Silva
Eng° Agr°, D.Sc., Prof. UFES/CEUNES barretofito@uol.com.br
Trazilbo José de Paula Júnior
Eng° Agr°, Ph.D., Pesq. Epamig Zona da Mata trazilbo@epamig.br
Marcelo Augusto Boechat Morandi
Eng° Agr°, D.Sc., Pesq. Embrapa Meio Ambiente mmorandi@cnpma.embrapa.br
Controle de doenças de plantas com extratos de plantas? Sustentabilidade, segurança alimentar e proteção ao ambiente são as diretrizes para a produção agrícola nos próximos anos. Destacam-se nesse sentido os alimentos portadores de selos que garantem a não utilização de agrotóxicos no processo produtivo. Com isso, sistemas de cultivo mais sustentáveis e menos dependentes do uso de agrotóxicos têm sido desenvolvidos. O sucesso na oferta dos novos produtos naturais, dependerá também da solução de outros problemas menos científicos como a capacidade de desenvolvimento de pesquisa por grupos interdisciplinares, da atração e envolvimento do setor produtivo e da capacidade de atender a legislação pertinente ao registro e comercialização de produtos fitossanitários. Métodos físicos, mecânicos e culturais podem ser utilizados no manejo de doença. Algumas técnicas de controle físico são detalhadas
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por Campanhola e Bettiol (2003), destacando-se: solarização para o controle de fitopatógenos habitantes do solo; uso de coletor solar para desinfestação de substratos para produção de mudas; tratamento térmico e desinfestação de instrumentos de corte, visando diminuir a propagação de doenças como, por exemplo, o raquitismo da soqueira e a escaldadura das folhas em cana-de-açúcar; uso de luz UVC para controle de podridão de maçãs e outras frutas em pós-colheita; eliminação de determinados comprimentos de onda para o controle de fungos fitopatogênicos em casa de vegetação. Bettiol et al. (2005) apresentam uma série de produtos alternativos para o controle de doenças de plantas que vem sendo utilizados no Brasil, incluindo: leite de vaca para o controle de oídio em diversas culturas; casca de camarão e de outros crustáceos para o controle de podridão
de raízes; taninos para o controle da fusariose do abacaxizeiro; biofertilizantes produzidos pela digestão anaeróbia ou aeróbia de diversas matérias orgânicas; fosfitos, que têm a propriedade de estimular as defesas da planta (indução de resistência), além de apresentarem efeito fungicida, atuando diretamente sobre os patógenos, especialmente sobre Oomicetos; extratos, outros resíduos de plantas e algas marinhas. O uso de extratos de algas marinhas na agricultura é um campo que tem despertado o interesse da pesquisa nos últimos anos. Um dos motivos se deve ao fato de as algas marinhas crescerem rápido, produzirem grande volume de biomassa e serem fontes de diversas substâncias com atividade biológica (TALAMINI et al., 2009). As espécies mais estudadas são a macroalga-verde (Uva fasciataI), a alga-marrom (Laminaria digitata) e a alga Ascophyllum no-
dosum. Já existem produtos comerciais à base de extratos destas algas, como por exemplo, o Phyllum®, no Chile, e o Iodus 40®, na Europa.
vírus e bactérias (PASCHOLATI; LEITE, 1995). A indução de resistência, como o próprio nome indica, não trata da criação de mecanismos de resistência e sim da ativação de MECANISMOS DE AÇÃO DE EXTRA- mecanismos já existentes na planTOS VEGETAIS NO CONTROLE DE ta. Ela é caracterizada pela redução da intensidade de doença na planFITOPATÓGENOS Diversos produtos naturais, en- ta após exposição a determinados tre os quais os extratos vegetais, têm agentes ativadores. mostrado a capacidade de controlar fitopatógenos. O controle pode ser deEXEMPLOS BEM SUCEDIDOS corrente da atividade antimicrobiana Existem alguns extratos de planexercida diretamente contra o patóge- tas comercializados para uso agrícola no, retardando seu crescimento, ini- no Brasil. Um dos mais estudados no bindo a esporulação ou a germinação controle de doenças de plantas é o de esporos. Outro mecanismo estuda- Ecolife-40®, que é o extrato de biodo é a ação indireta do produto sobre massa cítrica, composto de bioflavoa planta hospedeira por meio da ativa- nóides cítricos, fitoalexinas cítricas e ção dos mecanismos de resistência da ácido ascórbico que atua por indução própria planta, o que é denominado de de resistência e por ação direta conindução de resistência. tra os fitopatógenos. Obtiveram-se A ação antimicrobiana dos ex- resultados satisfatórios contra bactetratos vegetais sobre fitopatógenos rioses nas culturas de é identificada basicamente a partir pimentão e de ensaio laboratorial. Com esses ensaios são identificadas as plantas, ou partes delas, cujos extratos possuem potencial de controle de doenças. Vários trabalhos têm sido feitos neste sentido para fungos dos gêneros Colletotrichum, Cladosporium, Fusarium, Oidium, Phytophthora, Rhizopus, Mucur, Penicillium etc. As plantas apresentam um mecanismo relativamente complexo de defesa contra o ataque de microrganismos invasores. Esses mecanismos são ativados por substâncias denominadas de eliciadores, que podem ter diferentes origens. Dentre os fatores de ativação é possível destacar diferentes tipos de microrganismos, como fungos,
morango, Botrytis em uva, mal-de-Sigatoka na banana, entre outras. O produto está registrado como fertilizante junto ao Ministério da Agricultura e possui selo de certificação orgânica (IBD, Botucatu, SP). Produtos obtidos a partir do óleo de nim têm tido boa aceitação no mercado por apresentar eficiência semelhante aos inseticidas naturais. Além disso, esses produtos apresentam baixa toxicidade aos mamíferos. Resultados de pesquisa têm demonstrado o potencial acaricida e inseticida de produtos a base de nim disponíveis no mercado brasileiro (VENZON et al., 2008). Já existem vários produtos no mercado como Azamax®, Dalneem emulsionável®, Organic Neem® e Neenseto®. A manipueira (nome indígena para o extrato das raízes da mandioca, Manihot esculenta), um subproduto da fabricação da farinha de mandioca, tem sido utilizada como nematicida, inseticida, acaricida, fungicida e bactericida, superando nos ensaios experimentais, os pesticidas recomendados para cada caso, em diferentes culturas (PONTE, 2002).
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A manipueira contém um composto denominado linamarina de cuja hidrólise provém a acetona-cianohidrina, da qual resultam o ácido cianídrico e os cianetos, além de aldeídos. Esses cianetos são responsáveis pela ação inseticida, acaricida e nematicida do composto, enquanto o enxofre presente em grande quantidade e outros compostos exercem atividade antifúngica. CONCLUSÃO
Com algumas exceções, os poucos produtos existentes no mercado não são registrados como fitossanitários em decorrência do custo necessário para atender a legislação pertinente. Por outro lado, há a necessidade de comprovação da segurança dos produtos para o aplicador, para o consumidor e para o ambiente. Para a indústria química, os vegetais são fontes inesgotáveis de moléculas, muitas desconhecidas, que podem servir de modelo para síntese química, gerando produtos de baixo custo, eficazes, ambientalmente seguros, padronizados, registrados, com controle de qualidade visando à reprodutibilidade e constância de componentes químicos, e, principalmente, que atendam às necessidades dos pro-
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dutores. A pesquisa com plantas medicinais como fonte de defensivos naturais é promissora, com possibilidade de descobertas novas e relevantes, porém, deve estar alicerçada em estudos interdisciplinares, para que se obtenham resultados conclusivos. Há ainda a necessidade de implantação de ensaios nas condições ecológicas de uso do produto, que ainda são em número reduzido quando comparado com a quantidade de ensaios in vitro publicados (MORAIS, 2009). A busca de novos produtos naturais com efeito fungicida constitui-se em um campo de investigação aberto, amplo e contínuo. A grande variedade de substâncias presentes na flora representa um enorme atrativo na área de controle de fitopatógenos e pragas, principalmente levando-se em consideração que apenas uma pequena parcela dessas plantas foi investigada com esse propósito. REFERÊNCIAS BETTIOL, W.; GHINI, R.; MORANDI, M. A. B. Alguns métodos alternativos para o controle de doenças de plantas disponíveis no Brasil. In: Venzon, M.; Paula Jr., T.J.; Pallini, A. (Org.). Controle alternativo de pragas e doenças. Viçosa: Epamig - CTZM, 2005, p. 163-184.
CAMPANHOLA, C.; BETTIOL, W. 2003. Situação e principais entraves ao uso de métodos alternativos aos agrotóxicos no controle de pragas e doenças na agricultura. In: Campanhola, C.; Bettiol, W. Métodos alternativos de controle fitossanitário. Jaguariúna, Embrapa Meio Ambiente, p. 265-279. PONTE J.J. 2002. Cartilha da manipueira: uso do composto como insumo agrícola. 2ª Edição. Secretaria da Ciência e Tecnologia do Ceará, 52 p. TALAMINI, V.; PAULERT, R., STADNIK, M.J. 2009. Bioestimulantes e protetores de plantas derivados de macroalgas marinhas. In: Bettiol, W.; Morandi, M.A.B. (Eds.) Biocontrole de doenças de plantas: uso e perspectivas. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente. p. 129-137. VENZON, M.; OLIVEIRA, H.G; SOTO, A., OLIVEIRA, R.M., FREITAS, R.C.P., LOPES, I.P.C. Potencial de produtos alternativos para o controle de pragas In: POLTRONIERI, L.S.; ISHIDA, A.K.N. Métodos alternativos de controle de insetos-praga, doenças e plantas daninhas. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2008, p. 263-287.
Humberto Luiz Wernersbach Filho
Zootecnista MSc / Supervisor de Pesquisa Fertilizantes Heringer S/A
Foto Divulgação
FORRAGICULTURA
Jogar semente ou plantar o pasto?
Nem sempre menores custos são maiores ganhos. A formação de pastagens é o primeiro passo para sustentabilidade e também um desafio para os pecuaristas, pois é uma das operações mais delicadas em uma fazenda de pecuária, num entorno de várias áreas de pastagens degradadas. Nesse universo, observa-se que o produtor tenta fazer a operação com menor custo possível, o que, de fato, é um objetivo fundamental. Em muitos casos, pastagens mal formadas causam enormes prejuízos, pois tem sua durabilidade comprometida. Esse texto foi elaborado com o objetivo de discutir as boas práticas de formação de pastagens, buscando o melhor custo benefício ao pecuarista. O primeiro passo é fazer um diagnóstico da área, verificando sua real necessidade de reforma. Após essa análise, a escolha da espécie forrageira é fundamental, pois pastagem não adaptada ao sistema de produção é um dos principais caminhos para a degradação e prejuízos. Em termos práticos, para a escolha do capim, o pecuarista deverá “perguntar” para sua fazenda o que ele poderá plantar, e da mesma maneira a fazenda “perguntará” ao pecuarista o que ele estará disposto a dar de retorno. Com essa “conversa” o produtor irá implantar a forrageira que
mais se adaptará as condições locais de manejo. Contudo alguns fatores quando observados poderão facilitar o pecuarista na tomada de decisão, sendo: 1) espécie local: a análise desse fator visa substituir, quando necessário, a espécie atual sem haver reinfestação da mesma na nova pastagem. Práticas, por exemplo, como uso de herbicidas e integração com agricultura auxiliam nesse processo; 2) topografia do terreno e susceptibilidade à erosão: espécies que formam touceiras quando mal manejadas podem apresentar espaços livres no solo, o que em áreas declivosas ou arenosas podem causar sérios danos erosivos; 3) drenagem do solo: em áreas mal drenadas utilizar espécies que toleram o encharcamento, por exemplo Brachiara humidicola e 4) Nível de utilização: apesar de cada espécie ter sua exigência nutricional, o nível de utilização é um dos fatores que podem determinar a exigência das plantas forrageiras. Em outras palavras quanto mais se utiliza uma planta forrageira maior a exigência em manejo e fertilidade do solo da mesma. Entender que a pastagem funciona como qualquer outra cultura econômica é fundamental para o sucesso na sua implantação. Por isso, práticas agronômicas deverão ser respeitadas com rigor no processo de formação.
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Dentre essas práticas destacam-se a análise de solo, calagem (quando necessária), preparo de solo em função do tipo de terreno, adubação de plantio (baseada em fósforo e micronutrientes e em função de análise de solo) e o plantio. Um ponto importante é a época de plantio, pois a mesma deverá coincidir com uma boa disponibilidade de chuvas. Ainda em relação ao plantio, o mesmo poderá ser feito em linha com maquinário apropriado ou a lanço. Nesse último existe a necessidade de se cobrir a semente. Na tabela 01 está ilustrada a distribuição de sementes em função de diversos métodos de plantio. Os solos brasileiros de maneira geral são de baixa fertilidade natural, por isso, a calagem e a adubação de plantio são fundamentais para um bom estabelecimento do pasto. O fósforo é o grande limitante, principalmente no plantio onde o mesmo é responsável pelo crescimento e desenvolvimento do sistema radicular, além do desenvolvimento de novos ramos (perfilhos). Ao imaginarmos que simples sementes deverão formar uma pastagem com um sistema radicular bem distribuído no solo, com folhas verdes e vigorosas e que, sobretudo, deverá nutrir o rebanho em quantidade e qualidade, tem-se a certeza que a nutrição da pastagem é chave para seu sucesso. Em termos de investimentos, na tabela 02 estão ilustrados os custos para formação de pastagens.
TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DAS SEMENTES DE BRACHIARIA DECUMBENS NO PERFIL DO SOLO EM DIFERENTES PROFUNDIDADES DE ENTERRIO EM FUNÇÃO DE MÉTODOS DE PLANTIO, DIAS APÓS A SEMEADURA. PERCENTAGEM DE SEMENTES NAS DIFERENTES PROFUNDIDADES (CM) MÉTODOS DE PLANTIO 0,5 a 1,5 1,6 a 2,5 2,6 a 3,5 3,6 a 4,5 4,6 a 5,5 5,6 a 6,5
Lanço na superfície Lanço na superfície + rolo Lanço + grade Lanço + grade + rolo Plantadeira a 3 cm Plantadeira a 3 cm + rolo Plantadeira a 6 cm Plantadeira a 6 cm + rolo
80 78 20 11 18 19 5 8
14 22 24 15 26 22 17 7
3 23 37 23 34 26 17
3 18 37 17 17 16 23
12 6 2 16 23
5 12 12 8 19 22
Fonte: Zimmer et al. (1986)
TABELA 02 – CUSTOS PARA FORMAÇÃO DE PASTAGENS
ITEM* Calagem Aplicação do calcário Gr. Pesada Gr. Intermediária Adubação de Plantio Adubação de Cobertura Aplicação de fertilizantes Sementes** Plantio Cobrimento sementes
TOTAIS (R$/HA)
FORMAÇÃO
UD T Vb. Vb. Vb. Kg Kg Vb. Kg Vb. Vb.
Quant.
R$/Ud***
R$
2,0 1,0 1,0 1,0 330,0 1,0 12,0 1,0 1,0
70,00 35,00 110,00 90,00 0,91 35,00 18,00 25,00 25,00
160,00 35,00 110,00 90,00 300,00 35,00 216,00 25,00 25,00
996,00
Nota: * - considerando um solo de baixa fertilidade natural e desconsiderando a necessidade de se usar herbicidas em ambos os casos. Os custos poderão variar em função da análise de solo e do sistema de produção ** - Sementes de Brachiaria brizantha cv. Marandu com 50 % de valor cultural.
Ao analisarmos somente o uso de calagem e adubação, insumos estes que normalmente são deixados de lado em função do custo. O investimento gira em torno de R$ 460,00/ha. Esse valor convertido em arrobas de boi gordo gira em torno de 5,11 @ (Boi Gordo a R$ 90,00/@) ou um ganho em peso vivo anual de 153 Kg). Diluindo-se esse valor em dois anos (77 Kg PV ao ano), corresponderia a um aumento de 0,6 cabeças (0,4 UA)/ ha (0,6 cabeça ganhando em média 400 g/dia de ganho ao ano, ou seja: (0,6 x 400 x 365)/1000 = 87,60 Kg Peso Vivo). Em outras palavras, no nosso exemplo, um aumento de 0,6 cabeças 24
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por hectare (0,4 UA/ha), em dois anos, custearia toda calagem e adubação. E a área formada sem as devidas correções, ao invés de aumentarmos a lotação, possivelmente, cairia devido à exaustão da fertilidade do solo. Portanto, de fato, o pecuarista tem que estar atento à sua formação de pastagens. Escolher a espécie adequada, observar o preparo do solo e época de plantio, utilizar uma semente de qualidade e, sobretudo, fortalecer a fertilidade do solo são chaves para pastagens duradouras e produtivas. De fato, nem sempre menores custos são maiores ganhos.
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AGROVISÃO
A RADIAÇÃO SOLAR ULTRAVIOLETA
Alexandre Sylvio Vieira da Costa
Foto Divulgação
Engenheiro Agrônomo; DSc. Em Produção Vegetal; Professor Titular/Solos e Meio Ambiente - Universidade Vale do Rio Doce asylvio@univale.br
Os cientistas alertam: os níveis de radiação ultravioleta que estão atingindo o Brasil são os maiores já verificados. Esta radiação causa sérios danos à nossa pele como queimaduras e, com o passar dos anos, câncer. Mas, o que é a radiação ultravioleta e porque a sua intensidade tem aumentado nos últimos anos? A radiação que chega até o nosso planeta tem origem no sol. Este imenso astro que sustenta a vida no planeta com sua energia, emite diversos tipos de radiação misturados que possuem níveis de energia variados. Quando vemos os raios solares, na realidade estamos vendo as misturas das 26
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radiações. Um dos belos momentos da natureza onde podemos observar as diferentes radiações separadamente ocorre após as chuvas, com a formação do arco-íris. Estas radiações possuem cores e são as principais que atingem o nosso planeta, sendo que cada uma possui um grau de energia. As plantas, por exemplo, para realizarem a fotossíntese, utilizam as radiações de cor vermelha e azul que aparecem no arco-íris e que estão misturadas com as outras cores na luz do sol. As radiações são chamadas de eletromagnéticas e não vêm em linha reta, mas em ondas de diversos tamanhos. As ondas
mais curtas apresentam maior energia e as mais longas, menor energia. As ondas ultravioletas, também chamadas de UV, possuem diversos tipos de radiação de ondas curtas que podem ser muito ou pouco danosas a nossa saúde, e são conhecidas pela população como UVa, UVb e UVc. As células de nossa pele são vivas e ativas formadas por proteínas, lipídeos, vitaminas e outros compostos. Estas células produzem novas células substituindo as células velhas, secreções e outros elementos para a proteção da nossa pele e do nosso organismo. O primeiro tecido do nosso organismo a ser atingido pelas
Foto Divulgação
radiações ultravioleta é a pele. A alta energia desta radiação, principalmente a UVb e UVc, quando entra em contato com a pele, destrói os elementos que compõem as células matando a grande maioria. Este efeito pode ser observado quando vamos à praia e não usamos o protetor solar. Depois de alguns dias a camada externa da pele, que já está morta, se desprende, dando lugar às novas células, renovando o tecido. O grande problema são as células da pele que recebem esta radiação e não morrem. Estas células podem sofrer mudanças nas suas características genéticas. A consequência deste processo são as alterações e mutações podendo gerar as células cancerígenas. Quanto maior a quantidade de radiação ultravioleta atingir a pele, maiores serão as chances de formação de células defeituosas e cancerígenas. Por conta destas alterações, os especialistas citam que o efeito do sol na pele é acumulativo, ou seja, se uma célula sofre alteração genética, ela irá se reproduzir com a alteração genética formando um tecido defeituoso. Mas porque o problema tornou-se mais grave nos últimos anos? O planeta possui um grande filtro das radiações que vem do espaço: a atmosfera. Ela é composta por vários gases em várias camadas. A camada mais próxima da superfície da terra, por exemplo, possui oxigênio, nitrogênio, CO2 e outros gases em menores quantidades. Nas camadas mais altas, outros gases predominam como o O3, também chamado de ozônio. Há algumas décadas, ou há alguns séculos atrás, a quantidade de ozônio da nossa atmosfera era alta e tinha como uma de suas funções o bloqueio dos raios ultravioleta vindos do sol. Desta forma, pouca radiação ultravioleta atingia a superfície do nosso planeta. Mas, com o tempo, o homem foi criando tecnologias, fábricas, indústrias e poluição. Alguns compostos químicos lançados na atmosfera através das chaminés das fábricas, veículos e outros agentes poluidores, começaram a reagir com o O3 alterando o equilíbrio químico e reduzindo a sua quantidade na atmosfera. Esta redução elimina o principal bloqueador de raios ultravioleta de nosso planeta permitindo a maior passagem destas radiações danosas que vem diretamente
para nossa pele. Com a preocupação dos cientistas sobre a redução da camada de ozônio, diversos estudos foram iniciados e descobriu-se que até os gases liberados pelas geladeiras, os CFCs, reduziam a quantidade de O3 da atmosfera. Os pesquisadores também descobriram que com a simples redução da poluição, a camada de ozônio é capaz de se restabelecer. Na atual situação de degradação da camada de ozônio do planeta, a recomendação de exposição ao sol apenas no início da manhã e no final da tarde é de grande importância já que as chances de incidência de câncer de pele aumentaram significativamente. Estes horários são os melhores porque o sol está baixo no horizonte. Neste momento, os raios solares para atingirem a superfície do planeta, precisam atravessar uma camada maior da atmosfera e consequentemente, uma maior camada de ozônio, bloqueando a maioria dos raios ultravioleta. Quando o sol está alto no horizonte à radiação estará atingindo a terra diretamente, passando por uma camada menor da atmosfera e de ozônio, o que permite uma passagem maior de raios ultravioleta. A situação se agravou de tal maneira que há poucos anos o nosso principal protetor de pele eram os protetores solares e hoje são os bloqueadores solares, mais escuros e mais densos. O futuro do planeta está em nossas mãos e na nossa capacidade de opinar e reivindicar. Preservação do meio ambiente não é brincadeira de ecologistas do Greenpeace ou de outras ONGs para simplesmente aparecer na mídia, mas, uma necessidade de conscientizar a todos através de ações que a vida no planeta depende de nós mesmos.
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Foto: Arquivo pessoal Raquel Monteiro
SUSTENTABILIDADE
A despoluição da água por cascas de banana e fibras de coco
Fibras do coco após o processo
Dizem por ai que ideias simples é que mudam o mundo. A Mestre em Química Ambiental e Professora Milena Rodrigues Boniolo que o diga. Acostumada desde cedo a passar perto do Rio Tietê, em São Paulo, ela cresceu vendo a poluição do rio que corta a cidade. Não deu outra: ela concentrou suas pesquisas na descontaminação dos metais pesados das águas e foi através da tese de Mestrado que, em 2007, antes mesmo de concluir o Mestrado, ela ganhou o Prêmio Jovem Cientista do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) da edição de 2006. Mas que estudo foi esse? A proposta foi limpar a água de metais pesados, utilizando a casca de banana como forma de despoluir. Segundos os dados pesquisados por Milena, na cidade de São Paulo, cerca de quatro toneladas de cascas de banana são desperdiçadas. No país, das seis milhões de toneladas da fruta produzida, de 20 a 40% são desperdiçadas por ano. Para resolver esse problema de desperdício e de poluição nas águas, o projeto foi pensado e virou a tese de Milena, que já trabalhava com a despoluição da água. “Eu queria uma solução que fosse barata, que fosse fácil de ser aceita como desenvolvimento sustentável, para ter 28
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chance de ser aplicada. Foi daí que eu resolvi largar a nanotecnologia um pouco e ir atrás de uma coisa mais brasileira”, aponta Milena. Esse foi o gancho para Milena buscar uma solução economicamente viável e sustentável. O processo de fabricação caseiro do produto, mesmo sendo simples, rende resultados impressionantes para um método natural: em laboratório, cerca de 65% do Urânio presente na água foi eliminado. Em casa começa a primeira etapa do processo: as cascas ficam expostas ao sol em uma assadeira. Dentro de quatro dias a casca da banana seca e após a secagem é passada por um processador de alimentos, ficando com uma aparência de café solúvel. O processo termina no laboratório, onde o pó dessas cascas passa por peneiras granulométricas que deixam as partículas exatamente do mesmo tamanho. À proporção utilizada para fazer o teste era de 50 mg de pó para 100 ml de água. Entretanto, cada caso deve ser avaliado, dependendo do metal pesado e de quanto à água está contaminada. O pó da casca da banana e a água contaminada são misturados de 30 minutos à uma hora. O pozinho fica todo no fundo quando a agitação é terminada e aí se mede a quantidade de remoção dos metais. É a lei da química onde
os opostos se atraem: as moléculas da banana possuem cargas elétricas negativas e os metais pesados têm cargas elétricas positivas. As moléculas da banana e a estrutura física com cavidades da casca da banana atraem os metais pesados, que se enroscam na banana, favorecendo a remoção. FIBRA DE COCO
Na mesma linha de descontaminação da água que a da casca da banana está a da fibra de coco. A Despoluição da água com a fibra de coco foi à tese de mestrado desenvolvida pela Mestre em Química, Raquel Almeida Monteiro, apresentada em 2009 para defesa da tese de conclusão do mestrado. Iniciado o projeto em novembro de 2006, o estudo foi simulado em laboratório e testado na despoluição do Urânio e Tório, que são metais radioativos e do Chumbo, Zinco e Níquel, que são metais pesados. Durante os estudos via-se que a fibra de coco tem alguns grupos funcionais que são atraídos pelos metais pesados e por materiais radioativos. Essa atração faz com que ela consiga despoluir um efluente. Na época, Raquel informa que o Brasil estava em quarto lugar como maior produtor de coco, gerando três milhões de toneladas por ano. A ideia
Foto: Marcelo Vitorino
Foto: Arquivo Pessoal Foto: Arquivo pessoal Raquel Monteiro
Raquel e a orientadora Mitiko Yamaura
Milena Boniolo e uma porção do experimento
de se utilizar o coco para essa finalidade surgiu exatamente a partir da dificuldade de descarte do coco. A fibra de coco, utilizada somente para artesanato e para a substituição de algumas fibras como, por exemplo, para forrar o banco de carros, precisava de outra forma de ser reutilizada, no sentido de sustentabilidade e despoluição. Raquel e a orientadora, Dr. Mitiko Yamaura, pesquisaram e chegaram nessa possibilidade de utilizar o coco. O processo é quase imperceptível aos olhos, mas a fabricação é simples e parecida com a da casca de banana: o coco verde é descascado. O Mesocarpo, que fica entre a casca e a parte branca do coco, é separado para o uso. Essa parte é exposta ao sol para secar, no mínimo de 24 horas. Após a
secagem o material é batido no liquidificador. Diferente da casca de banana, ela não precisa ser peneirada porque a fibra de coco é adquirida só com a moagem. Segundo Raquel, em uma solução de 10 ml de água, com uma concentração de três ml de Níquel e 0,05 g de coco, 47% do metal foi descontaminado. Nessa mesma concentração, para três ml de Chumbo, conseguiu-se retirar 90% do metal pesado. “O método do coco é simples e é um complemento do tratamento convencional”, explica Raquel. INCENTIVOS
Para que pesquisas como a de Milena e de Raquel continuem, precisa-se de gente interessada para que elas prossigam. Patrocínios das empresas no setor de pesquisas são necessários para viabilizar a técnica em escala industrial. Milena informa que algumas empresas até a procuraram, que queriam investir, mas achavam que ela
tivesse o produto pronto e pudesse sair vendendo o experimento. “O que eu quero deixar bem claro para a empresa, porque até hoje eu não consegui um parceiro legal para fazer isso, é que esse projeto funcionou dentro do laboratório. Um parceiro que eu procuro agora seria uma empresa que tenha esses metais pesados, e seus efluentes, para que a gente pudesse dar continuidade ao estudo”, define Milena. Raquel aponta outro fator: a falta de divulgação e de interesses dos alunos em continuar essas pesquisas. Quanto à previsão de estar no mercado, Raquel diz que não tem porque o trabalho estagnou. Foi feito em escala de bancada, no laboratório. O que falta para Raquel? “Alguém dar continuidade em escala industrial. Ir lá, na beira do rio, pegar um pouco da água, colocar o coco, vê o que remove, se não remove, fazer esses testes já em um ponto de escala industrial. É um projeto interessante para as indústrias, mas falta incentivo, parcerias e divulgação”.
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PERFIL PROFISSIONAL
Homenagem aos Zootecnistas “Juro, no exercício da profissão de Zootecnista, atuar em favor do aprimoramento das espécies de animais, da conservação dos recursos naturais, da segurança alimentar, da sustentabilidade da produção animal, do bem-estar da humanidade e dos animais. Juro, realizar com ética e responsabilidade as funções profissionais para todos, sem restrições, me dedicando integralmente ao trabalho com competência e visão humanística. Perante Deus e os homens eu juro”. Com esse texto de juramento, aprovado pela Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), que se começa a homenagem ao zootecnista. No mês de maio, mais especificamente no dia 13, comemora-se o dia desse profissional. Profissão que está essencialmente alinhada com as atividades agropecuárias. Atuando na produção animal e na sustentabilidade do meio, o zootecnista tem um perfil de promover o bem-estar dos animais e seus fins, seja na produção de carne, leite, derivados, na preservação de animais silvestres ou na criação de animais domésticos. Esse profissional tem um perfil gerencial, podendo se envolver no planejamento de empreendimentos do setor do agronegócio. O zootecnista atua no melhoramento genético,
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na busca de melhor qualidade dos produtos de origem animal, através de um manejo sanitário e nutritivo. A sustentabilidade e a preservação ambiental é outra preocupação do zootecnista, nas atividades voltadas para a fauna e animais silvestres. Durante a formação do zootecnista alguns dos assuntos tratados são: tecnologia e biosseguridade dos produtos de origem animal; melhoramento genético animal; gestão em agronegócio; biotecnologias aplicadas em zootencia; ciências do solo e forragicultura; atividades agropecuárias com sustentabilidade ambiental; criação de animais de companhia, lazer e esportes, dentre outros. A profissão foi regulamentada no dia 04 de dezembro de 1968, dois anos depois da criação da primeira
faculdade de zootecnia. A ABZ foi criada 20 anos depois da regulamentação da profissão de zootecnista, no dia 24 de setembro de 1988, na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP. O profissional responde ao Conselho Federal de Medicina Veterinária e precisa se registrar ao conselho regional para exercer a profissão. Em favor desse profissional, a ABZ objetiva promover a união e o fortalecimento da profissão; atuar nos assuntos de interesse da classe, promover e estimular que os órgãos públicos e privados tenham interesse por esses assuntos; promover a melhoria de condições de trabalho e a melhoria do ensino nas escolas de zootecnia.
Mais informações acesse o site da ABZ: http://www.abz.org.br/ MAIO 2011
por Prof. Ruibran dos Reis
Coordenador do Minas tempo e prof. da PUC Minas
Foto Divulgação
METEOROLOGIA
Começa o período seco
Historicamente o período seco em Minas Gerais vai de maio a setembro, quando as vazões dos rios entram em recessão. As chuvas são normalmente mais significativas nos meses de novembro, dezembro e janeiro, mas com a ocorrência de veranicos intensos nos últimos anos, pode-se observar que as chuvas de março são sempre bem vindas. O período seco em Minas Gerais coincide com o período em que o Estado recebe os menores índices de radiação solar, portanto, o movimento de translação da Terra em torno do Sol é o principal fator na distribuição das chuvas no Estado. Durante o verão há uma grande evaporação na região Amazônica e nos baixos níveis da atmosfera a umidade se desloca para Minas Gerais. Quando uma frente fria fica estacionária, a umidade da região Amazônica é que organiza as fortes chuvas no Estado. Durante o período seco há pouca evaporação no continente, as chuvas de final de tarde desaparecem e a ausência da nebulosidade faz com que as temperaturas caem durante a madrugada. Nas regiões leste e nordeste de Minas Gerais, a circulação marítima ainda influencia no aumento da nebulosidade em boa parte do dia, porém, os sistemas organizam somente nuvens chamadas cúmulos de bom tempo. Como o fenômeno La Niña não estará atuando durante o período seco, a previsão é de que as frentes frias deverão passar pelo litoral do Espírito Santo, aumentando a nebulosidade em alguns dias e haverá possibilidade também de ocorrência de chuvas isoladas de fraca intensidade.
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Retenção de fêmeas continuou em 2010 por Hyberville Paulo D´Athayde Neto
MERCADO
Médico Veterinário | Scot Consultoria
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram abatidas 29,24 milhões de cabeças de bovinos em 2010. As fêmeas compuseram 34,9% dos abates, valor inferior ao observado em 2009 (36,3%), o que indica que o criador continua acreditando na atividade e retendo suas matrizes, mesmo com o custo de oportunidade imposto pelos altos preços das vacas no gancho. A participação de fêmeas na
produção de carne é influenciada diretamente pelo preço do bezerro. Com os bezerros valorizados, as fêmeas são vistas como matrizes. Com as cotações dos bezerros em baixa elas são vistas como produtoras de carne e como o montante que vai ajudar a fechar o caixa, uma vez que a produção (bezerros) não remunera de acordo com o esperado. A cotação do bezerro acompanha a do boi gordo em boa parte
do tempo. Com isto, os valores do boi gordo também têm influência sobre a opção de vender ou não as fêmeas para o abate. Em 2005 e 2006, na fase de baixa do ciclo pecuário, as participações de vacas nos abates foram altas, 43,8% nos dois anos. A partir de 2007, com as valorizações do boi gordo, os abates de fêmeas se tornaram proporcionalmente menores, em relação aos machos. Figura 1.
zerros, que tendem a frouxar o mercado de reposição. Com isto, a tendência é que elas percam sua atratividade em relação à cria, o que as leva para o gancho. Esta variação de oferta e demanda gerada pelo abate de fê-
meas e oferta de bezerros e bois gordos é à base do ciclo pecuário. Um fator que deve ser levado em consideração é a demanda, que tem aumentado paralelamente às oscilações de oferta.
Figura 1. Participação de fêmeas nos abates totais e preço do bezerro, em reais por cabeça, deflacionados.
Fonte: IBGE / Scot Consultoria www.scotconsultoria.com.br
Em 2007 elas compuseram 40,1% do total. Em 2008 e 2009 as participações foram de 38,7% e 36,3%, respectivamente. Em algum momento estas fêmeas que estão sendo retidas vão sobreofertar o mercado com be-
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UHT vem puxando preços: até quando? Marcelo Pereira de Carvalho - Diretor Executivo da AgriPoint Rodolfo Castro - Analista de Mercado de Lácteos da MilkPoint
Em abril de 2010, o mercado de leite no Brasil se encontrava em situação de definição e incerteza em relação aos meses seguintes, que foram infelizes para produtores e indústria. Passados doze meses, nos encontramos em um cenário de oferta e demanda com particularidades semelhantes e, ao mesmo tempo, algumas características distintas, que não permitem ainda uma análise clara do cenário futuro. O preço ao produtor em março, considerando a média nacional do Cepea-Esalq/USP, valorizou quase 3% e chegou a R$ 0,7585/ litro. Esse valor deflacionado pelo IGP-DI, o que permite a comparação entre períodos, é praticamente igual a março de 2010. O custo de produção de leite, entretanto, teve significativa valorização. Segundo o ICPLeite/Embrapa, a variação no acumulado em 12 meses foi de 14,4%, com as porções produção e compra de volumosos, sal mineral e concentrado, apresentando o maior crescimento. Já o leite longa vida (UHT), que inclusive é o produto com maior correlação com os preços do leite ao produtor, está firme, apresentando
vendas crescentes, ficando entre R$ 1,60 a 1,85/litro, dependendo do Estado e fabricante. Mesmo assim, os agentes de mercado têm reportado dificuldade em emplacar maiores preços. Se esse “entrave” nos preços de vendas, principalmente do longa vida, perdurar, estaremos observando um estreitamento da margem de lucro da indústria. Nesse cenário, um novo reajuste em abril encontraria certa “resistência” nos próximos meses, podendo estagnar ou até ser revertido, como já ocorreu em momentos como esse. Se os estoques se formarem, os supermercados demorarão a atualizar os preços, dificultando ainda mais o escoamento de produto e forçando queda ao longo da cadeia. Porém, esse é apenas um dos cenários. No cenário mais favorável, a indústria conseguirá emplacar maiores preços no atacado e varejo, com os queijos retornando aos patamares do fim do ano anterior e o mercado de longa vida permanecendo firme. Nesse caso, os preços ao produtor se mantém em trajetória ascendente por mais tempo, gerando um estímulo de oferta para o final do ano.
A VOLATILIDADE DA COTAÇÃO DE CAFÉ ESTÁ MAIOR Waldir Francese Filho
Eng. Agr. Gerente Comercial Coocafé
O mercado de café, nos últimos dias dos meses de março e abril, tem sofrido oscilações significativas e extremas nas cotações que deixam os produtores confusos para a comercialização de seus cafés. O cafeicultor deve estar informado a respeito de como funciona o mercado e não ter como objetivo a produção de qualidade visando somente preço, mas como ferramenta para melhorar os processos de produção visando à diminuição de custos e melhoria da qualidade. A melhor comercialização será uma consequência final de um processo de produção eficiente e competitivo. Todo produto derivativo, que são os comercializados na bolsa de valores como o petróleo, açúcar, soja, milho, algodão, carne bovina, dólar e o café, sofrem alterações momentâneas na bolsa pelo mercado. O café é considerado a commodity de maior volatilidade, ou seja, sofre oscilações extremas nos preços. As oscilações podem ser favoráveis ou não, onde o produtor deve saber gerenciar estes momentos. O mercado é influenciado não somente por fundamentos que são volume de estoque, consumo
e produção, mas também por fatores técnicos que são as variações nas cotações dos derivativos que permitem que grupos de investimentos realizem lucros. Esta posição técnica em determinados momentos influenciam significativamente o mercado. Como aplicabilidade para o cafeicultor, o que devemos fazer é rever os processos e saber o custo de produção mesmo que projetado, estar atento às oscilações, visando à produção de cafés de qualidade e operar no mercado. São ferramentas importantes que permitem ir ao mercado financeiro, cooperativa e poder realizar operações como CPR, mercado de opções e outras para garantir parte da receita da propriedade.
Cotação Abril/11
Arábica | Duro tipo 6 | R$ 460,00 Cereja | Descascado Fino | R$ 500,00 Conilon | Tipo 8 | R$ 210,00 MAIO 2011
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COTAÇÕES
BOI GORDO
MERCADO FUTURO (BM&FBOVESPA) 29/04
(R$/@) INDICADORES ESLAQ / BM&F BOVESPA BOI GORDO
VENCIMENTO
AJUSTE (R$/@)
VAR.(R$)
Maio 2011
100,04
0,38
DATA
À VISTA
A PRAZO
Junho 2011
100,60
0,60
10/05
101,75
103,14
Julho 2011
102,35
0,35
09/05
101,79
103,18
06/05
101,11
102,55
Fonte: BeefPoint
Fonte: BeefPoint
PREÇOS DO LEITE
(R$/L)
COTAÇÕES DO LEITE CRU PREÇOS PAGOS AO PRODUTOR
R$/LITRO
MG
RS
SP
PR
GO
BA
SC
Out/10
0,7164
0,6060
0,7506
0,7065
0,7033
0,6745
0,6868
Nov/10
0,7256
0,6323
0,7581
0,7373
0,7284
0,6698
0,7075
Dez/10
0,7235
0,6513
0,7586
0,7469
0,7366
0,6538
0,7373
Jan/11
0,7211
0,6815
0,7676
0,7553
0,7397
0,6373
0,7514
Fev/11
0,7285
0,6954
0,7761
0,7513
0,7518
0,6312
0,7543
Mar/11
0,7604
0,7142
0,7963
0,7495
0,7749
0,6516
0,7599
Fonte: Cepea - Esalq/USP (Milk Point)
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EM APENAS OITO PASSOS, A ARTE-EDUCADORA BETE MAGAGNIN ENSINA A FAZER UMA PEÇA LINDA E AMIGA DO MEIO AMBIENTE. E VOCÊ AINDA PODE FATURAR COM O TRABALHO! Giulia Gazetta / Fonte: Planeta Sustentável
INGREDIENTES 10 filtros de papel de café usados Tesoura 1 escova de dentes velha 4 caixas de leite vazias 1 pedaço de cartolina para o molde Cola branca Fita crepe branca 1 pedaço de papelão duro Régua Caneta 1 pincel chato nº. 815 Papel de revista ou jornal picado Imagem Ilustrativa
MÃO NA MASSA
Vaso de filtro de café
PASSO A PASSO 1) No varal, pendure os filtros de café (ainda sujos) logo após usá-los. Já secos, abra-os pela costura e retire o excesso da borra com a escova. 2) Amasse as caixas de leite pela lateral maior até ficarem planas. Recorte a parte de cima, de baixo e um dos lados de cada caixa. Abra-as. Coloque o molde (canto abaixo) sobre cada embalagem e recorte igualmente, contornando o desenho. 3) Dobre duas caixas ao meio pelas laterais maiores. Cole pedaços de fita crepe horizontalmente – e bem próximas – unindo as embalagens de forma que alternem as caixas dobradas e planas.
4) Após fixar todas as laterais do vaso, abra-o com as mãos. 5) Coloque a base sobre o papelão. Marque as medidas com uma caneta e recorte. Com fita crepe, de baixo para cima, cole o papelão em todos os lados do vaso. 6) Com o pincel, passe cola no papel picado e fixe na peça. Cubra-a por inteiro. Faça isso quatro vezes. 7) Com as mãos, rasgue o filtro em pedaços desiguais e cole-os em todo o vaso até completar duas camadas. 8) Para impermeabilizar, deixe a peça secar por 20 minutos. Depois, aplique cola em todos os lados. Quer decorar com flores naturais? 9) Coloque uma garrafa pet cortada dentro do vaso para receber água.
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EMATER
Assistência Técnica e Extensão Rural para os produtores realocados pela UHE Baguari
Cláudio Emílio Soares Costa
Foto: Arquivo Emater-MG
Extensionista Agropecuário da Emater-MG
Assistência técnica a grupos dos assentados
Com o objetivo de definir e implantar alternativas de produção por meio de utilização dos procedimentos usuais da Assistência Técnica e Extensão Rural, a EMATER-MG vem desenvolvendo vários trabalhos com vistas a proporcionar soluções viáveis que possam assegurar aos produtores rurais realocados pela UHE Baguari, além da produção de subsistência, uma geração de excedentes para comercialização, gerando renda e melhor qualidade de vida. Utilizando práticas metodológicas de extensão rural e efetivamente participativa, as famílias rurais são atendidas nas áreas agronômicas e sociais, em busca da emancipação e o desenvolvimento sustentável das comunidades. Os trabalhos são voltados para projetos produtivos, a promoção da segurança alimentar e nutricional das famílias e educação ambiental. A assistência técnica é assídua para um grupo de 43 agricultores familiares realocados da margem esquerda do Rio Doce para um assentamento denominado Fazenda Coqueria, localizada na região do distrito de Pedra Corrida, município de Periquito (MG). Este grupo vem cultivando lavouras de milho, feijão, mandioca, quiabo, abóbora, amendoim, batata doce, sendo que alguns deles também desenvolvem a pecuária leiteira. Constituiu-se em cada gleba um pomar de frutas variadas 36
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(banana, mamão, coco, maracujá, citrus, manga) e no período de inverno desenvolve-se o cultivo de horta, principalmente folhosas. A produção de hortifruti visa à subsistência, porém há um excedente que é disponibilizado no mercado local. Trabalha-se o associativismo como mecanismo de unir os agricultores para juntos buscarem alternativas para fortalecimento produtivo do grupo bem como solução de problemas comuns. As qualificações vêm sendo realizadas através de diversos cursos que vão desde as noções básicas (higienização, administração, produção) até padronização e comercialização. A assistência Técnica da EMATER-MG também se estende a um grupo de 53 produtores rurais (a partir de 10 ha), que foram atingidos pela implantação da UHE Baguari, sendo a bovinocultura a principal atividade desenvolvida. Durante os atendimentos, foram diagnosticadas diversas necessidades de esclarecimentos e ou expectativas dos produtores em adequar ou introduzir em suas respectivas propriedades rurais, determinadas atividades utilizando novas técnicas que visam a otimização do uso da área agrícola da região do Médio Rio Doce. Em respostas as demandas desse público houve a realização de um seminário abordando os seguintes temas: Integração Lavoura/Pecuária/Silvicultura; Recuperação e Manejo Intensivo de Pastagens; Gerenciamento de Propriedades Leiteiras; Piscicultura; Adequação de Propriedades à Legislação Ambiental com Possibilidades de Uso da Reserva Legal; Capacidade do Uso do Solo Através da Observação da Paisagem. O evento foi realizado em novembro de 2010, contando com a participação de aproximadamente 150 pessoas (produtores rurais, lideranças empresariais, órgãos governamentais, entidades civis, estudantes, etc.) da região. A assistência técnica vem sendo a ponte que possibilita que o conhecimento e inovações gerados nos centros de pesquisa cheguem aos agricultores.
Marcelo de Aquino Brito Lima
Fiscal Estadual Agropecuário - IMA Coordenadoria Regional de Gov. Valadares
Foto Divulgação
IMA
Minas adota nova medida para exportação de carne ao bloco europeu
Nova medida adotada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) visa dar condições para que produtores optem por não exportar carne proveniente do abate de seus animais à União Europeia. A partir de abril, produtores de Minas Gerais que optarem por não exportar carne ao bloco europeu, terão a opção de não inserir no campo 17 da Guia de Trânsito Animal (GTA), informações referentes ao ingresso de animais de áreas não habilitadas. A medida é válida para propriedades pertencentes à lista TRACES - relação de propriedades aptas a exportar para a União Europeia. A nova regra, implantada através de uma circular (DGER nº17, de 18/04/2011), partiu de uma demanda por parte dos produtores do Estado, através da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (FAEMG). Dos nove Estados que estão autorizados a exportar carne para o bloco europeu, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás implantaram a regra desde 2010 e, recentemente, Minas Gerais tomou a iniciativa.
Os demais Estados exportadores, como, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo não adotam essa medida para exportação de carne. O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, informa que a implantação da nova medida é uma oportunidade para que o produtor permita ou não, a exportação de carne proveniente do abate de seus animais. “A partir de agora, caso não seja objetivo exportar para a União Europeia, o produtor terá a opção de não vender ou negociar a arroba do boi, já que o custo para rastrear o rebanho é alto devido às exigências impostas por este mercado. Portanto, quando não há sobre preço na arroba do boi rastreado é justo que o produtor não autorize que seus animais sejam exportados”, informa. Os interessados neste novo serviço devem procurar os escritórios do IMA, bem como, as certificadoras prestadoras de serviço para obter o modelo de declaração a ser preenchido, conhecido como “Declaração do Produtor”.
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IDAF
Ações do Idaf coíbem comercialização de palmitos de origem nativa Analine Izoton e Jória Motta Scolforo
Foto: ASCOM Idaf
Assessoria de Comunicação/Idaf
Fiscal do Idaf durante a fiscalização dos palmitos na Semana Santa
A famosa torta capixaba, consumida em especial na Semana Santa, é um dos símbolos da cultura espírito-santense. Os principais ingredientes que a compõem são os frutos do mar, dentre eles o siri, camarão, ostra e sururu, e o bacalhau. E, para deixá-la ainda melhor, um item não pode faltar: o palmito. Porém, é importante que o consumidor tenha cuidado na compra, para que possa preparar uma bela torta, sem provocar prejuízos ao meio ambiente. Durante a Semana Santa técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) fiscalizaram a comercialização do produto em todos os municípios capixabas. Na ação foi verificada a procedência dos palmitos e se apenas as espé-
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cies permitidas estavam sendo comercializadas. Com isso, buscou-se coibir o comércio de espécies nativas da mata atlântica. No decorrer da operação não foram constatadas irregularidades. Todos os palmitos eram de origem legal e possuíam autorização para a comercialização. De acordo com o engenheiro agrônomo do Idaf, Astor Wülfing, tem ocorrido nos últimos anos uma redução considerável no número de produtos apreendidos. Para ele, isso está acontecendo devido às ações de fiscalização e à sensibilização dos consumidores, que estão dando preferência às espécies ecologicamente corretas. ESPÉCIES
Os palmitos autorizados para
a comercialização são o Pupunha, o Coqueiro e o Palmeira Real, desde que a carga possua nota fiscal e a autorização de exploração florestal. Outras espécies, como o Indaiá e a Juçara, são nativos da Mata Atlântica e, quando são extraídos das florestas e comercializados de forma clandestina, são ilegais e provocam prejuízos à natureza e à biodiversidade. A extração dessas plantas em ambiente natural é crime e o infrator está sujeito a penalidades. Essas espécies só podem ser vendidas se provenientes de plantios. Para o consumidor ter certeza de que está adquirindo palmito de origem legal, basta solicitar ao vendedor a cópia da autorização de exploração florestal.
ADAB
Adab começa Campanha Contra Aftosa na Bahia em 2011 Leonardo Barbosa / Diogo Vasconcelos Ascom Adab
“Pra valer a vacinação tem que ter declaração”. Esse é o slogan da primeira etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa 2011. Até o dia 31 de maio todos os pecuaristas devem vacinar seu rebanho e declarar a vacinação nos escritórios da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) estrategicamente localizados nos municípios baianos. Na última etapa da campanha, em novembro do ano passado, o índice de imunização dos animais alcançou 97,93%, registrando um número recorde de vacinação do rebanho baiano estimado em cerca de 10,5 milhões de cabeças. Com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a Bahia vem, gradativamente, ampliando os índices de vacinação, ressaltando ainda o esforço dos pecuaristas pela defesa agropecuária. “Os números mostram um trabalho sério e em conjunto entre os diversos parceiros dos setores público e privado, no sentido de oferecer as ferramentas necessárias à sustentabilidade da pecuária na Bahia”, salienta o Secretário da Agricultura, Eduardo Salles. A Bahia é detentora do maior rebanho bovino da região Nordeste e tem apresentado, nos últimos anos, uma estabilidade sanitária referenciada nacionalmente, demonstrando o fortalecimento da defesa agropecuária baiana. Diante desse cenário, o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres ressalta que “os resultados de excelência para a erradicação da aftosa atestam não apenas o comprometimento dos pecuaristas, mas também a vontade do setor em inserir os requisitos de defesa sanitária animal no agronegócio, com o objetivo de unificar o comércio e a produção pecuária no Estado”, esclarece Torres, lem-
brando o percentual de 97,12% de vacinação alcançada na atual Zona de Proteção da Bahia, que compreende os municípios de Formosa do Rio Preto, Santa Rita de Cássia, Campo Alegre de Lourdes, Remanso, Casa Nova, Buritirama, Pilão Arcado e Mansidão. Para o Diretor de Defesa Sanitária Animal, Rui Leal, o criador já entende as atividades de defesa como suporte e passaporte para o sucesso da agropecuária. “Por isso, a grande maioria deles assume suas responsabilidades, vacinando seus animais e declarando a vacinação, dentro dos prazos estabelecidos pela Adab”, lembra o diretor. O presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), João Martins, também apóia as atividades da Adab e ressalta que a Secretaria da Agricultura, através da Adab, vem cumprindo com o seu papel em suporte ao Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNFA). “Os resultados refletem a qualidade do agronegócio baiano, a parceria com as entidades ligadas ao setor e a competência das ações que a defesa sanitária na Bahia é capaz de realizar”.
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ACONTECEU
Bellman comemora 20 anos com palestras técnicas No dia 25 de abril, em Nanuque, em comemoração aos 20 anos da Bellman, os clientes e parceiros puderam conferir palestras técnicas sobre o mercado da pecuária. O público assistiu palestras ministradas por Eliane Gil Gatto, supervisora de produtos Bellman, que abordou a questão do “Impacto da suplementação a pasto no rendimento de carcaça e o confinamento expresso como estratégia de terminação” e por Miguel Cavalcanti, engenheiro Agrônomo e coordenador do BeefPoint, palestrando sobre “Tendências e perspectivas do mercado do boi
Circuito de Bovinocultura do Programa Minas Leite
e da carne”. Além de Nanuque, outras oito cidades brasileiras puderam conferir as palestras proporcionadas pela empresa, que aconteceram do dia 14 de abril ao dia 02 de maio. Criada em março de 1991, a Bellman, empresa voltada para a nutrição animal, tem produtos de mais de 50 tipos de suplementos minerais, atuando em 17 Estados Brasileiros. Com uma fábrica localizada em Mirassol (SP), a produção ultrapassa as 35 toneladas por hora, ficando entre as cinco maiores empresas do setor no país.
O I Circuito de Bovinocultura do Programa Minas Leite na Unidade Regional de Guanhães, aconteceu no dia 26 de abril, em São Geraldo da Piedade, promovido pela EMATER-MG. O município, inserido a mais de um ano no programa, contou com a apresentação dos avanços positivos e concretos da Unidade Demonstrativa do município. O circuito faz parte de uma série de eventos previstos pelo Programa Minas Leite na Unidade Regional, se tornando um dos pilares das ações nos municípios que aderiram à bandeira por se tratar de uma oportunidade para o fortalecimento da cadeia produtiva leiteira. (Fonte: Esloc/Emater - São Geraldo da Piedade)
Belo Horizonte:
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Foto: Natália Nogueira
O Workshop Barreiras Não-Tarifárias no Comércio Internacional de Produtos Vegetais reuniu representantes de mais de dez instituições brasileiras. A realização da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com a Federação da Agricultura de Minas Gerais (FAEMG), Instituto Mi- Ângelo Pallini, coordenador do evento neiro de Agropecuária (IMA) e Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA), contou com a adesão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, LANAGRO-MG, CEASA-MG, SEBRAE-MG, UFLA, UFES, FEAD, UNB e INMETRO. Cerca de 50 profissionais discutiram os acordos e normas aos quais o comércio internacional de vegetais está submetido e as implicações dessas medidas no agronegócio brasileiro. A palestra de abertura, proferida pelo Dr. Mário Vilela, da Comissão de Fruticultura da FAEMG, trouxe os pontos que afetam o setor privado. Vilela destacou a importância do estabelecimento de parcerias entre produtores, governo e academia para a manutenção do Brasil numa posição competitiva e de ampliação de mercado. Outro ponto discutido foi o Mestrado Profissional em Barreiras Não-Tarifárias e Defesa Vegetal, iniciativa da UFV e do Projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária. O curso recém-aprovado pela CAPES terá início em agosto, tendo como alunos 25 profissionais do MAPA e IMA. Mais informações sobre o curso podem ser obtidas em www.mpdefesa.ufv.br. (Fonte: Assessoria de Comunicação do Workshop)
Foto: Emater
workshop discute comércio internacional de vegetais
Expozebu 2011 Na Expozebu, ocorrida do dia 28 de abril ao dia 10 de maio em Uberaba (MG), aconteceu o julgamento das raças Brahman, Gir, Guzerá, Indubrasil, Nelore, Sindi e Tabapuã. Os animais participaram de campeonatos, que foram determinados por idade. Cada campeonato teve seu campeão ou sua campeã. Ao final dos julgamentos, foram escolhidos os grandes campeões de cada raça. Os trabalhos de julgamentos terminaram no dia 10. Ao término, também foram entregues premiações para os melhores tratadores. Eles ainda participaram, na sequência, de uma dinâmica sobre manejo. Os nomes dos animais campeões podem ser visualizados no site da ABCZ: www.abcz.com.br. A ExpoZebu 2011 terminou com faturamento parcial de R$53.131.973,00. Esse montante refere-se apenas à movimentação financeira dos 44 leilões da feira, sendo que os valores negociados nos shoppings de animais e pelas empresas ainda não tinham sido finalizados até o fechamento desta edição. (Fonte: ABCZ)
Foto Divulgação
Embrapa participa de encontro sobre soja convencional brapa tem o mais forte programa de melhoramento de soja convencional do mundo. “A Embrapa tem como compromisso continuar as pesquisas com soja convencional para garantir diferentes opções aos produtores brasileiros que poderão rotacionar soja convencional com soja transgênica, como forma de auxiliar na sustentabilidade do sistema produtivo”, avalia. “O que percebemos é que a maioria das companhias privadas estão reduzindo seus programas de melhoramento com soja convencional, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos e Argentina”, avalia. “No entanto, a Embrapa considera estratégico a manutenFoto Divulgação
Perspectivas para pesquisa de soja convencional no Brasil é o tema da palestra que o chefe geral da Embrapa Soja Alexandre Cattelan ministrou no dia 10 de maio, durante o I Encontro Brasileiro do Mercado de Produtos e Sementes Livres de Transgênicos (Semear 2011), realizado nos dias 10 e 11 de maio, no Tivoli São Paulo Mofarrej, em São Paulo. Cattelan afirma que as sementes da Embrapa e seus parceiros possuem 24% do mercado de soja convencional do Brasil. Na safra 2009/2010, a área de soja convencional (não transgênica) representava cerca de 28%, o equivalente a 6,5 milhões de toneladas. Segundo ele, a Em-
ção das pesquisas com soja convencional (não transgênicos)”, declara. O I Encontro Brasileiro do Mercado de Produtos e Sementes Livres de Transgênicos (Semear 2011) foi uma realização da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange). (Fonte: Embrapa Soja)
Polo de Coco ganha força no Norte do Estado Com o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva do coco no Norte do Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) reuniu no município de São Mateus, no dia 09 de maio, representantes de uma empresa privada, técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), agentes financiadores e produtores. Participaram do evento o secretário da Agricultura, Enio Bergoli, o diretor-presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, o vice-prefeito do município, Mauro Peruchi, dentre outras autoridades. Durante a reunião foram apresentados os resultados dos grupos de debates, iniciados em um encontro anterior, que discutiram a criação de um modelo de contrato entre empresa e produtor; capacitação e assistência técnica; sistema e custo de produção; crédito rural por meio das instituições bancárias e a grade agroquímica.
O secretário Enio Bergoli destacou que a Seag está trabalhando para consolidar a cadeia produtiva do coco no Estado que vai beneficiar diretamente os produtores rurais. “Com a ampliação das duas agroindústrias da região, está aberta uma oportunidade de comercialização nos meses em que não há demanda no turismo do litoral. A tendência é que tenhamos uma garantia de mercado o ano todo e uma menor irregularidade de preços, que afeta negativamente a renda dos fruticultores” afirmou. Durante o evento, o secretário deu posse ao Comitê Gestor que vai fomentar a cultura do coqueiro anão para ser um instrumento de promoção do desenvolvimento regional e da sustentabilidade da produção agrícola do Estado do Espírito Santo. (Fonte: Assessoria de Comunicação/Seag)
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Pernil na cachaça
Imagem Ilustrativa
CULINÁRIA
Fonte: Portal Terra
Modo de Preparo
Elimine parte da gordura do pernil, mas não elimine totalmente. Um pouco de gordura é importante para o sabor final da receita. Coloque em um processaIngredientes dor a cebola, cenoura, salsão, alho, pimentão e tomates. Processe rapidamente 2 cebolas médias para não fazer uma pasta, ou então, pique finamente estes ingredientes com Sal grosso uma faca. Coloque o pernil em uma assadeira e com uma faca fina faça alguns 2 cenouras furos na carne. Tempere generosamente com sal grosso e pimenta-do-reino, 2 talos de salsão cubra com os vegetais picados acrescente a folha de louro e regue com toda a 4 tomates sem sementes cachaça. Cubra, coloque na geladeira e deixe marinando por 6 a 8 horas. Vire Pimenta-do-reino o pernil e marine por mais 6 horas. Embrulhe a assadeira com papel-alumínio 1 pimentão verde ou vermelho e asse o pernil em forno médio/baixo por 4 horas. Retire o papel-alumínio, au4 dentes de alho mente a temperatura do forno e asse por mais 2 horas, regando sempre com os 1 pernil pequeno sem osso sucos que se formam na assadeira. Retire o pernil e deixe esfriar. Se quiser pre3 folhas de louro parar um molho, regue a assadeira com uma xícara de água, retire juntamente 1 litro de cachaça com os vegetais e passe por uma peneira grossa. Fatie a carne e faça sanduíches regando o pão com um pouco do molho. Envie a sua receita para a Revista Agrominas jornalismo@revistaagrominas.com.br
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CLASSIFICADOS
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O BRASIL SERÁ O MAIOR PRODUTOR DE LEITE DO MUNDO.
A orientação do Médico Veterinário é fundamental para o correto uso dos medicamentos.
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MAIO 2011 A Intervet/Schering-Plough Animal Health é uma empresa composta pelas sociedades Intervet do Brasil Veterinária Ltda. e Coopers Saúde Animal Indústria e Comércio Ltda.