13ª Edição Julho - 11

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N° 13

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Julho 2011

ISSN 2179-6653

A SUBCOMISSÃO PERMANENTE DO LEITE É A APOSTA PARA MELHORIA DA CADEIA PRODUTIVA

Com objetivo de promover o levantamento dos impactos da cadeia produtiva do leite e propor soluções para o setor, foi criada a Subcomissão no dia 08 de junho na Câmara Federal


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Banco do André JULHO 2011


Boa Leitura!

ÍNDICE

EDITORIAL

O inverno chegou e julho, mês de exposições e festas agropecuárias, entra nesse clima para levar um pouco de calor aos dias frios na região. O agronegócio, diferente do inverno, fica aquecido. Para os estudantes, à sala de aula dá lugar à oportunidade de aprender sobre o meio rural. Já para os pequenos produtores e grandes criadores é a chance de fazer bons negócios. Esse mesmo mês de julho que começou para esses eventos, em seu primeiro dia traz uma mudança na norma de qualidade do leite. A Instrução Normativa nº 51 determinava que todos os estabelecimentos precisariam se adequar aos novos limites microbiológicos e de células somáticas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste até primeiro de julho. Porém, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou a Normativa nº 32 que prorroga esse prazo por mais seis meses. Nesta edição de número 13, esperamos que o número seja de sorte. Confira a entrevista com o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) a respeito da Subcomissão Permanente do Leite, criada no dia 08 de junho. Em Grandes Criatórios, leia sobre a história da Fazenda Flor de Minas e a administração de um plantel com 2200 cabeças de gado, entre Tabapuã e Meio Sangue. Na seção Dia de Campo conheça o Sítio Nova Esperança, situado em Frei Inocêncio, que se dedica à horticultura com o auxílio de uma estufa para aumentar a produção. O Perfil de julho faz uma homenagem aos profissionais de engenharia Florestal, já em comemoração ao dia deles: 12 de julho, dia do Engenheiro Florestal. Os nossos parabéns também a todos os produtores rurais, comemorado no dia 07 de julho o dia do Produtor Rural Mineiro. Denner Esteves Farias

4 Giro no Campo 6 Entrevista 10 Entidade de Classe 12

Grandes Criatórios

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Dia de Campo

18 Saúde Animal 20 Caderno Técnico 23 Forragicultura 26 Agrovisão 28 Sustentabilidade 30 Perfil Profissional 31 Meteorologia 32 Mercado 34 Cotações 35 Mão na Massa 36 Emater | IMA | Idaf | Adab 40 Aconteceu 42 Culinária

Editor-Chefe

Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

Editor-Chefe Denner Esteves Farias Zootecnista - CRMV-MG 1010/Z Jornalista Responsável / Redação Lidiane Dias - MG 15.898 (em formação) Jornalista Colaboradora Alessandra Alves - MG 14.298 JP Diagramação Finotrato Design Contato Publicitário Thiago Lauar Scofield Eng. Agrônomo - CREA / MG 111396 D (33) 3271.9738 comercial@revistaagrominas.com.br

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Tiragem 5.000 exemplares Impressão CGB Artes Gráficas A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo. As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores. Administração/Redação - Revista AgroMinas Rua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro 35.010-230 | Governador Valadares-MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: jornalismo@revistaagrominas.com.br

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GIRO NO CAMPO

Declaração do Imposto Territorial Rural deve ser entregue a partir do dia 22 de agosto A Receita Federal do Brasil publicou, na terça-feira (21/6), no “Diário Oficial da União”, a Instrução Normativa (IN) 1.166, com as regras para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) referente ao exercício de 2011. O prazo de entrega começa no dia 22 de agosto e termina no dia 30 de setembro de 2011. A apresentação da declaração do ITR é obrigatória para pessoa física ou jurídica, inclusive na condição de isento, que seja proprietária, titular do domínio ou possuidora a qualquer título. Também é obrigado a fazer a DITR quem somente usufrui do imóvel. Quem não fizer a declaração está impedido de tirar a Certidão Negativa de Débitos, documento indispensável para registro de uma compra ou venda de propriedade rural e na obtenção de financiamento agrícola. As multas para declarações do ITR entregues com atraso são de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso, calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50, no caso de imóvel rural sujeito à apuração do imposto. Para imóvel rural imune ou isento de ITR, a multa é de R$ 50. Por meio da Instrução Normativa 1.166, o governo informa, ainda, que o valor apurado do imposto para os

não isentos deve ser pago em até quatro parcelas mensais e consecutivas desde que cada parcela não seja inferior a R$ 50. No caso de valor inferior a R$ 100, o imposto deve ser pago em cota única. A primeira parcela ou a cota única deve ser paga até o último dia do prazo para entrega da DITR (30/09). As demais cotas devem ser pagas até o último dia útil de cada mês, acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial da taxa Selic (que hoje é de 12,25% ao ano) para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês de outubro de 2011 até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento. Neste ano, a Receita abriu a possibilidade de ampliação do número de cotas do imposto inicialmente previsto, desde que seja apresentada uma declaração retificadora com a nova opção de pagamento. O produtor que quiser retificar declarações de anos anteriores ou que perder o prazo de entrega da declaração deste ano deverá optar pelo sistema eletrônico, pela internet. Mas há uma ressalva: o produtor rural que entregar a declaração depois do dia 30 de setembro estará sujeito ao pagamento de multa. Essa multa tem como base o valor do imposto devido. A multa mínima é de R$ 50. (Fonte: ASCOM / CNA)

Bahia lança III Conferência Nacional de Defesa Agropecuária Salvador sediará entre os dias 23 a 27 de abril de 2012, no Centro de Convenções, a III Conferência Nacional de Defesa Agropecuária com o tema “Responsabilidade Compartilhada”. O lançamento do evento na capital baiana aconteceu no Auditório da Secretaria da Agricultura (Seagri), às 9h, no dia 05 de Julho. O evento tem o propósito de difundir o conceito de Defesa Agropecuária como política pública, relacionada a diversos segmentos sociais: produção, industrialização, comercialização, saúde pública, sustentabilidade ambiental e o caráter estratégico da defesa agropecuá4

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ria, associada à soberania nacional. Os eixos temáticos da Conferência abordarão: a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e o papel da vigilância agropecuária frente aos riscos de ingresso de pragas associado ao evento esportivo; assegurar a eficiência na fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras, segurança do alimento, rastreabilidade animal e vegetal, saúde pública (Serviço Unificado de Atenção a Saúde Agropecuária - SUASA como SUS) e acesso a mercados. (Fonte: ASCOM/ADAB)

Cultivo consorciado cresceu 80% em Minas O número de propriedades rurais mineiras que aderiram à Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) cresceu 80% desde 2008, quando o sistema foi lançado no Estado. Segundo o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, “nas 442 propriedades já incluídas predominam as práticas recomendadas pela Conferência de Copenhague, realizada em março de 2010, quando o governo brasileiro assumiu o compromisso de implantar, nesta década, a produção consorciada em 4 milhões de hectares, entre outras iniciativas para reduzir os efeitos da emissão de carbono”. O sistema ILPF consiste na concentração, na mesma área, do cultivo de grãos, fibras, madeira, carne, leite e desenvolvimento da agroenergia. Os produtores que aderem às práticas recebem da Secretaria da Agricultura, por meio da vinculada Emater-MG, um pacote tecnológico (calcário, adubos, sementes de milho e braquiária), em volumes de acordo com a demanda definida pelo extensionista local para cada projeto. De posse dos insumos e contando com a orientação do extensionista, os agricultores têm condições de iniciar a produção consorciada. (Fonte: ASCOM SEAPA)


Trabalho aprova projeto que autoriza criação dos conselhos de Zootecnia A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou no dia 15 de junho a proposta que autoriza o governo a criar os conselhos federal e regionais de Zootecnia. Aprovado em agosto de 2007 pela Câmara, o Projeto de Lei 1372/03, do ex-deputado Max Rosenmann, retornou à Casa por ter sido alterado no Senado. Em sua versão original, o texto determinava a criação dos conselhos. Com as mudanças feitas pelos senadores, a proposta agora passa a ser autorizativa, permitindo ao Poder Executivo a instalação desses órgãos. A relatora, deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), recomendou a aprovação.

Atualmente, os zootecnistas têm de registrar-se nos conselhos federal e regionais de Medicina Veterinária. No entanto, salienta a relatora, esses órgãos respondem com limitações aos anseios da Zootecnia como categoria profissional. Andreia Zito ressaltou ainda que, segundo estimativas, o Brasil tem hoje mais de 20 mil zootecnistas, e mais de 3 mil são graduados ao término de cada ano. “É uma força de trabalho que cresce significativamente em resposta à vocação do Brasil como país de imenso potencial agropecuário”, afirmou. Os conselhos serão autarquias federais, com autonomia financeira e admi-

Fundo Estadual do Café

Durante a abertura oficial da Expocafé na noite de 15 de junho, o vice-governador do Estado, Alberto Pinto Coelho, destacou a importância da cafeicultura para Minas Gerais e falou sobre as ações do Governo para o setor, como a criação do Fundo Estadual do Café que passa a vigorar no ano que vem e a implantação dos fóruns do café, do leite e da cachaça artesanal como órgãos de assessoramento do governador. Os fóruns serão implementados até agosto deste ano. O propósito é dinamizar as produções e agregar valor aos produtos. “Uma nova história que se delineia neste momento. Sobretudo com a difusão e a transferência de tecnologias para todos os elos do agronegócio, como comprovamos nesta exposição”, concluiu. (Fonte: ASCOM EPAMIG)

nistrava, conforme o projeto. Caberá a eles orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício profissional dos zootecnistas, assim como das empresas cuja atividade principal relaciona-se à área. Para o exercício da profissão, os zootecnistas terão de registrar-se até 30 dias após a instalação dos conselhos regionais. O projeto, que tramita em caráter conclusivo, agora será examinado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso seja aprovado, irá à sanção presidencial. (Fonte: Agência Câmara de Notícias)

Venda de fertilizantes chega a 8,5 milhões de toneladas O balanço sobre a comercialização de fertilizantes ao consumidor final foi apresentado durante a 54ª reunião ordinária da Câmara Temática de Insumos Agropecuários, realizada no dia 27 de junho, em Brasília. No período de janeiro a maio deste ano foram comercializadas 8,5 milhões de toneladas (t). O número supera em 23,8% o volume negociado no mesmo intervalo de 2010, quando foram entregues 6,9 milhões de t de produtos aos consumidores finais. Segundo o levantamento da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), a produção nacional registrou crescimento de 2,4% nos primeiros cinco meses do ano, o que equivale a 3,5 milhões de t (em 2010, foram comercializadas 3,4 milhões de t). (Fonte: Mapa)

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ENTREVISTA

Subcomissão do Leite em prol da cadeia produtiva Recém criada, a Subcomissão Permanente do Leite foi implantada na 54ª Legislatura da Câmara dos Deputados Federais, no dia 08 de junho. Ela é uma divisão da Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Os parlamentares membros da Subcomissão estão reunidos com o intuito de avaliar e propor soluções relacionadas à produção de leite no Brasil, desde os produtores até as gôndolas dos supermercados. A fixação de um preço justo, o combate aos cartéis na produção dos insumos e redefinição da carga tributária são algumas das propostas. A Subcomissão, composta por 15 membros, é presidida pelo Deputado Federal Domingos Sávio (PSDB-MG), que fez um requerimento para a implantação. O Deputado, natural de São Tiago (MG), é formado em Medicina Veterinária pela UFMG, já foi presidente de Sindicato Rural e de Cooperativas, vereador, prefeito e deputado Estadual. Domingos Sávio Concedeu uma entrevista a Revista Agrominas, para falar das metas e objetivos da Subcomissão do Leite. REVISTA AGROMINAS Quais são os objetivos, metas e importância da Subcomissão do Leite, instalada dia 08 de junho na Câmara Federal? DOMINGOS SÁVIO - A ideia fundamental da criação da Subcomissão é promover na Câmara dos Deputados esse importante deba-

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te sobre a situação atual do setor leiteiro, um dos mais importantes produtos da agropecuária brasileira. Nosso objetivo é promover o levantamento de dados e impactos da cadeia produtiva do leite, na produção, industrialização, comercialização, aspectos sanitários, sociais, ambientais, tributários, de pesquisa e de assistência técnica para o setor. Com tais informações subsidiaremos a Câmara para a produção de uma legislação que beneficie efetivamente essa cadeia produtiva. REVISTA AGROMINAS - Que tipo de especificidades são designadas a tal comissão, sendo que há outras frentes parlamentares, como por exemplo, a da Cadeia Produtiva do Leite e a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), que lutam pelo mesmo objetivo? DOMINGOS SÁVIO - Na verdade, a Subcomissão diferencia-se da Frente Parlamentar da Cadeia Produtiva do Leite. Uma frente parlamentar é um grupo de deputados identificados com determinada causa ou setor que se associam para firmar o compromisso de defendê-la. Eu também sou membro da Frente. Já a Subcomissão é uma divisão oficial da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural destinada a tratar unicamente da questão do leite. Ela é formada por membros da Comissão de Agricultura nomeados pelo seu presidente e

deve relatar a ela os seus progressos. Entendendo que o leite merecia uma atenção especial e permanente em nosso trabalho, propusemos à Comissão a criação dessa Subcomissão Permanente, que foi aprovada. Aproveito para destacar que a subcomissão está trabalhando em total parceria com a direção da Frente Parlamentar da Cadeia Produtiva do Leite. REVISTA AGROMINAS - No dia 14 de junho foi feita à primeira assembleia da subcomissão. Que estratégias foram definidas na oportunidade? DOMINGOS SÁVIO - Nós adotamos uma metodologia que buscará abranger todos os envolvidos na cadeia produtiva do leite no processo. Depois da instalação, o primeiro passo será encaminharmos com maior brevidade um formulário específico para colher sugestões e encaminhamentos das entidades ligadas à produção de produtos lácteos. Realizaremos posteriormente audiências públicas por área temática, trazendo para o debate autoridades públicas e privadas, responsáveis pelos temas em discussão e especialistas envolvidos com o setor. Também realizaremos audiências públicas nos principais Estados consumidores. Estamos nos programando para que, até o fim de setembro, tenhamos concluído essa etapa em Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio grande do Sul e Rio de Janeiro. Encerrando nosso cronograma de trabalho, promove-


Foto: Elton Bonfim - Agência Câmara

Dep. Domingos Sávio

remos uma Assembleia Geral com todos os setores ligados, para avaliação dos dados e informações produzidas. Tudo isso será reunido em um relatório final, que será entregue à Comissão de Agricultura que é, digamos assim, a nossa “comissão mãe”. REVISTA AGROMINAS - Segundo dados do IBGE, no ano passado o volume de leite adquirido pelas indústrias foi de 20.966.730 litros. O Brasil, mesmo com estrutura para produção, importa leite para suprir as demandas da indústria. Como a subcomissão tem pensado em diminuir as importações, aumentando assim a participação do produtor rural, a produção de leite no país e a renda desses produtores? DOMINGOS SÁVIO - Na verdade o Brasil não precisa importar leite. Basta termos uma política pública adequada que incentive a existência de estoques reguladores, pois no período de safra temos excesso e é justamente esse excesso que joga o preço para baixo, prejudicando tanto o produtor. Com uma política de estoques reguladores podemos equilibrar a oferta nos períodos de safra e de entressafra, evitando importações. Além disso, precisamos investir no

aumento da produtividade do nosso rebanho, pois o Brasil tem potencial para ser um dos maiores exportadores de leite e derivados do mundo. REVISTA AGROMINAS - A questão de se ter estoques reguladores para evitar a queda do preço e baixar as importações de leite seria uma alternativa? DOMINGOS SÁVIO - Essa é uma alternativa onde o Governo precisa atuar para ajudar o setor ou comprando leite em pó quando houver excesso de oferta, evitando uma queda violenta dos preços ao produtor, ou financiando os estoques para cooperativas e indústrias de laticínio, condicionando tal financiamento a um preço mínimo que remunere de forma justa ao produtor. REVISTA AGROMINAS - A fixação de um preço justo, pago aos produtores de leite, é uma das metas da subcomissão. O que é preciso ser feito para que isso realmente aconteça, visto que mesmo a produção de leite tendo aumentado, a queda do preço para os produtores é uma desvantagem para o setor? DOMINGOS SÁVIO - Além de uma política de estoques reguladores, vamos buscar a parceria com a Embrapa para definir com clareza qual é o preço de custo da produção de um litro de leite em cada região do país. A partir de dados concretos, somando ao custo à margem de remuneração do produtor, chegaremos a um preço justo pelo qual vamos lutar. Não permitindo que o produtor continue sendo vítima de uma prática de mercado abusiva onde o produtor entrega o leite sem sequer saber por quanto será remunerado.

gundo dados do Índice de Custo de Produção de Leite (ICP Leite/Embrapa), nos últimos 12 meses houve um aumento de 18,36%, sendo os insumos da alimentação os que mais aumentaram. Quais medidas serão tomadas em relação a esse aumento? DOMINGOS SÁVIO - Para chegarmos a um preço justo para o produtor é preciso o monitoramento do custo de produção e com frequência verificamos abusos nos aumentos de preço dos insumos imprescindíveis à produção agropecuária, como adubos, defensivos, medicamentos, suplementos minerais e alimentação em geral. Em alguns casos, há denúncias inclusive de formação de cartel, como no caso de alguns tipos de adubos. Estaremos atentos para investigar e monitorar o custo de produção porque acreditamos que o lucro do produtor está sendo tirado justamente nestes abusos que ocorrem na formação do custo do produto. REVISTA AGROMINAS - Já para a indústria, os altos impostos são um ponto negativo. Quais medidas serão tomadas pela subcomissão para incentivar o setor industrial, na produção de insumos lácteos e em relação à diminuição da política tributária? DOMINGOS SÁVIO - Leite e derivados devem ser tratados como alimentos essenciais e da cesta básica. Além de nutritivos, geram milhares de empregos. É preciso sensibilizar governos estaduais, bem como o Governo Federal, para diminuir a carga tributária em toda a cadeia produtiva.

REVISTA AGROMINAS - Por outro lado, os cartéis relacionados à produção desses insumos lácteos precisam ser combatidos. O que fazer com tal situação? DOMINGOS SÁVIO - Um dos REVISTA AGROMINAS - SeJULHO 2011

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Foto: Guilherme Santos

Assembleia para implantação da Subcomissão do Leite

itens na produção dos derivados do leite que nos preocupa muito é o custo das embalagens, especialmente do longa vida. Com frequência, a embalagem chega a ser mais cara do que o conteúdo. Isso é extremamente injusto com o produtor, que luta tanto para produzir um litro de leite e ver o lucro ir parar no bolso de multinacionais que dominam o mercado de forma cartelizada. Combater esses custos abusivos também será um objetivo da subcomissão.

REVISTA AGROMINAS - Um dos pontos defendidos pelo relator da subcomissão, o deputado Alceu Moreira (PMDB/RS) é a colaboração entre todas as partes do processo, desde o produtor até as vendas dos derivados do leite. Que estratégias foram definidas para garantir uma cooperação entre todos esses elos da cadeia produtiva? DOMINGOS SÁVIO - Acredito que a metodologia que adotamos, de reunir os principais representantes dessa cadeia produtiva e de levar o debate da subcomissão aos Estados produtores, vai nos ajudar a efetivar esse objetivo. No próximo dia 14 de julho, por exemplo, estaremos presentes no Fórum das Américas, pro8

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movido pela Embrapa Gado de Leite em Juiz de Fora. Lá realizaremos um encontro para montar a agenda legislativa do leite, ouvindo expoentes de toda a cadeia. São iniciativas assim que, entendo, vão garantir a participação de todos.

setor para com a subcomissão? DOMINGOS SÁVIO - Já iniciou com nossa participação no Fórum das Américas, em Juiz de Fora, no próximo dia 14. A Embrapa Gado de Leite já manifestou o seu compromisso para com o trabalho que vamos desenvolver e estou certo de que essa parceria será decisiva. Contaremos com ela e com os outros órgãos do setor para nos amparar com informações, bem como nos ajudar a atingir de maneira plena todos os envolvidos na cadeia produtiva. PRESIDENTE:

Deputado Domingos Sávio

REVISTA AGROMINAS - Como VICE-PRESIDENTE: será estabelecida a comunicação entre vago a subcomissão com os produtores rurais e a indústria? RELATOR: DOMINGOS SÁVIO - A meta Deputado Alceu Moreira fundamental é que possamos atingir todos os elos da cadeia produtiva de OS MEMBROS DA COMISSÃO forma igualitária. A subcomissão SÃO OS DEPUTADOS: entrará em contato com as entidades Josias Gomes - PT/BA representativas dos produtores e da Alceu Moreira - PMDB/RS indústria, e dará voz a todos para enDomingos Sávio - PSDB/MG tender melhor os anseios e demanCarlos Magno - PP/RO das, bem como formular propostas Vitor Penido - DEM/MG para saná-las por igual. É necessário Davi Alves Silva Júnior - PR/MA esse entendimento de que toda a caZé Silva - PDT/MG deia produtiva do leite necessita da Bohn Gass - PT/RS nossa atenção. Os problemas na inAntônio Andrade - PMDB/MG dústria afetam os produtores, e vice Raimundo Gomes de Matos - PSDB/CE e versa. Dando voz a todos esses Neri Geller - PP/MT segmentos, acredito que chegaremos Heuler Cruvinel - DEM/GO a resultados mais significativos. Heleno Silva - PRB/SE Moreira Mendes - PPS/RO REVISTA AGROMINAS - Como Célia Rocha - PTB/AL será estabelecida a parceria entre a Embrapa Gado de Leite e outros órgãos do


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Fotos: Arquivo Sindicato

ENTIDADE DE CLASSE

Sindicato dos Produtores Rurais de Carlos Chagas

Entrega de diplomas da 1ª Turma Inclusão Digital

Em 12 de outubro de 1965, o Sindicato dos Produtores Rurais de Carlos Chagas obteve sua Carta Sindical e surgiu da Associação Rural. Criar a entidade foi através do diagnóstico da necessidade de representatividade da classe produtora rural. Djalma de Miranda Batista, Alyrio Gomes Euzébio e Fernando Vieira Coutinho estiveram na primeira diretoria do sindicato, que teve um início de dificuldades. Tempos mais tarde, passaram pela presidência da entidade: Rodiney Quaresma de 10

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Oliveira (1973 a 1976 e 1977 a 1982); Geraldo Leal do Norte (1982 a 1985 e 2001 a 2002); Alvedy Fonseca da Silva (1986 a 1987); Joab da Silva Pimentel (1987 a 1988); José Cláudio Miranda Batista (1989 a 1991); José Cláudio Miranda Batista (1992 a 1994); Flávio Von Glehn Nobre (1996 a 1999); Welson Souto Oliveira (1999 a 2001); César Barrancos Macedo (2002 a 2005); José Geraldo Ferreira Batista (2005 a 2008, 2008 a 2011 e 2011 a 2014). Atualmente o sindicato conta

com seis colaboradores, desde a organização dos eventos, atendimento ao público, parte da saúde e um pedreiro. A sede é própria, que significou um marco para a entidade. “As conquistas começaram a surgir com compra da sede própria e doação da área para formação do Parque de Exposições completando e atingindo todos os objetivos iniciais”, aponta um dos coordenadores de escritório, Cláudio Jardim. Algumas parcerias como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) para a


Uma das maneiras de adquirir renda para os produtores é na realização de eventos como leilões de gado de corte e leite. Esses leilões são realizados seis vezes ao ano. Outro evento que é promovido pelo sindicato é A Feira Agropecuária de Carlos Chagas (FEACC). Além disso, o sindicato foi um dos organizadores do 1º Simpósio Integração de Pecuária Bovina, que discutiu os assuntos pertinentes da área e envolveu Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. “Temos o Parque de Exposições onde tem centro de eventos, centro de treinamentos, pista de vaquejada e baias para exposições de animais. A área foi doada pela extinta Associação Rural”, aponta Jardim. O atual presidente, José Geraldo Ferreira Batista, 38 anos está filiado à entidade desde o dia 08 de abril de 1999. Casado e com um filho, já foi mobilizador do SENAR antes de se tornar presidente. No terceiro mandato, renovado esse ano, está à frente do sindicato desde 2005.

Foto: Lidiane Dias

promoção de cursos aos associados; cooperativas e empresas para projetos voltados para área ambiental e recursos financeiros. Emissão de Notas Fiscais, Guia de Trânsito Animal e atendimento médico são alguns dos serviços prestados diretamente aos produtores. Além da defesa desses produtores nos âmbitos municipal, estadual e federal. Atualmente são 420 associados ao Sindicato de Carlos Chagas. Um dos programas desenvolvidos e que o sindicato apóia é o de Inclusão Digital, também em parceria com o SENAR. Uma sala para o projeto foi inaugurada especificamente para o programa. Por meio da Inclusão Digital os produtores associados aprendem noções básicas de informática.

O presidente José Geraldo

DIRETORIA PRESIDENTE

José Geraldo Ferreira Batista VICE-PRESIDENTE André Gustavo do Norte Quaresma SECRETÁRIO

Valdei Costa Barbosa TESOUREIRO César Barrancos Macedo SUPLENTES DA DIRETORIA

Rogério Martins Soares Oscar Guimarães Júnior Erley Pereira da Silva Cibaldo Pereira Pardim CONSELHO FISCAL

Willer Martins da Silveira Abner David Silva Vanusa Ramos Nogueira Veloso SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL

Tovar Emerick Aloísio Alves Martins Daniel Rodrigues Coelho Quaresma

Sede própria do Sindicato

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Foto: Lidiane Dias

CONHEÇA A FAZENDA SITUADA EM MALACACHETA, QUE SE DESTACA NO CENÁRIO NACIONAL Foto: Jadir Bison

GRANDES CRIATÓRIOS

Pela Flor de Minas vamos desbravando caminhos

Olsen MB da Flor, um dos destaques do plantel da Fazenda Flor de Minas

No dia 15 de junho, às 6h30, a equipe Agrominas saiu de Governador Valadares rumo à Malacacheta para fazer a entrevista para a Seção Grandes Criatórios. A entrevista que estava marcada para as 10h, só foi começar às 11h30. Isso porque passamos por uma estrada de terra em que as condições não estavam muito boas. Ao chegar à fazenda, palco desta edição, fomos recepcionados e desculpados pelo atraso. A mesa do café da manhã tinha sido desfeita e dado lugar à de almoço. Descobrimos que não fomos só nós que fizemos esse trajeto demorado. Em 1961, uma área de 2212 hectares, localizada à aproximadamente 36 km de Malacacheta, foi desbravada por Máximo Bossi, como conta seu filho Antônio Augusto Vieira Bossi, 54 anos. Ele conta que seu pai ia a cavalo no início, até fazer a estrada que dá acesso a fazenda. Máximo Bossi apaixonou pela qualidade da terra e pela topografia. Não deu outra: comprou a área, a qual nomeou de Fazenda Flor de Minas. Em 2002, Máximo Bossi doou as propriedades que tinha para seus filhos. A Fazenda Flor de Minas ficou dividida entre Antônio Augusto Bossi e sua irmã Márcia Bossi. Formado em Medicina Veterinária, Antônio Bossi conversou com a gente e contou um pouco da rotina da fazenda. 12

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AS MUDANÇAS

Na época de aquisição da fazenda, Máximo Bossi mexia com engorda e recria de boi. Morava em Belo Horizonte, tinha uma indústria de laticínio e sempre teve uma visão ampla do mercado. Na época mexia com gado sem raça definida, implantou na propriedade em 1973 o sistema de inseminação e não parou mais. Em 1980, quando seu filho Antônio Bossi terminou a faculdade, assumiu o trabalho na fazenda e continuou com o trabalho do pai. Natural de Teófilo Otoni, Antônio Bossi é casado com Patrícia Souza Neto Bossi, também Médica Veterinária, com quem tem três filhos. Uma das filhas resolveu seguir o caminho dos pais na medicina veterinária. Ela estuda em uma universidade em Betim, região Metropolitana de Belo Horizonte. As principais mudanças na estrutura da fazenda foram: a divisão das pastagens, que passou a ter 95 piquetes; a introdução de braquiária; a construção de quatro currais, um na sede e três distintos; três áreas de pastejo rotacionado com cerca elétrica, totalizando 220 hectares; e o serviço de água para bombear a água da lagoa, devido aos problemas na época da seca. A fazenda tem 2200 cabeças de gado, incluindo de bezerros até animais adultos. Dedicam-se tanto ao leite,


Foto: Lidiane Dias

Antônio Augusto Bossi

quanto ao corte. Destes, há aproximadamente 760 matrizes, sendo que delas 350 são registradas. “De lá para cá nós evoluímos com o trabalho e vamos tocando”, avalia Antônio Bossi. As primeiras matrizes de Tabapuã foram adquiridas em 1990. A Fazenda Flor de Minas dedica-se hoje à criação de Tabapuã e gado de leite, Girolando e outros resultantes do cruzamento de Tabapuã com Holandês. Mesmo antes de adquirirem as primeiras matrizes de Tabapuã, os semens da raça já eram usados para o cruzamento e o resultado estava sendo positivo. A oportunidade

surgiu quando foi acompanhar um amigo que iria comprar umas matrizes de Tabapuã. “Eu fui lá por curiosidade para fazer companhia para ele e acabou que nós compramos o gado com um volume até maior que ele na época. A partir daí começamos a fazer o trabalho e felizmente com muito sucesso. O nosso gado é reconhecido nacionalmente e tem vários touros em central de inseminação. Então o serviço fluiu muito bem”, aponta o médico veterinário. Na Fazenda Flor de Minas estão os machos que estão mamando, recém desmamados e os tourinhos. Também as matrizes ficam nessa propriedade. Os machos de porte vão para a Chácara Flor de Minas em Teófilo Otoni, local usado como ponto de venda, e para a Fazenda do 26 em Carlos Chagas. Segundo Bossi, a recria e engorda de macho era feita em parte na Fazenda Flor de Minas, mas a tendência é acabar e deixar só as fêmeas. As vantagens do Tabapuã, em relação às características da raça, são o que chama a atenção de Bossi. Dentre elas destacou: a docilidade dos animais, a fertilidade das matrizes e dos touros, a precocidade sexual. Outro ponto é o ganho de peso do animal. Bossi informa que tem participado de Provas de Ganho em Peso (PGP) da ABCZ e tem visto que cerca de 60% dos animais com média de 17 meses de idade, totalmente a pasto, já estão com o andrológico

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Fotos: Lidiane Dias

positivo e em condições de emprenhar vacas. O fato de o animal ser mocho também ajuda, o que evita acidentes tanto entre eles quanto com quem trabalha com eles. ROTINA E PRODUÇÃO

Quinze funcionários são destinados para o trabalho na Fazenda Flor de Minas. A rotina depende muito da época que se encontra. No período de parição, concentrado de outubro a janeiro, os funcionários vão à maternidade pelo menos três vezes ao dia para fazer o acompanhamento dos animais, para o nascimento, fazer a cura de umbigo e a tatuagem. A partir de janeiro, os animais começam a ser identificados com a idade, o pai, procedendo à vacinação, que se estende até junho, pelo manejo sanitário de cada época. O período de estação de monta, de dezembro a março, é destinado às matrizes zebuínas. “A inseminação realmente é na totalidade de matrizes, pouca coisa de monta. Quando a gente faz monta é para testar um tourinho novo que está surgindo com a possibilidade de ser um touro melhorador, para depois expor no mercado via central de inseminação”, destaca. Já o gado de leite tem estação de monta contínua, além da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). A alimentação basicamente a pasto, é completada na seca com volumoso de cana e sal proteinado, para as vacas paridas, animais para engorda e em início de produção. Mineral é usado o ano todo e silagem de sorgo também é feita como suplemento. Na propriedade, atualmente, tem cerco de 700 toneladas de sorgo para tratar do gado porque o pasto, de acordo com Bossi, secou muito. Essa suplementação nutricional é dada aos animais com no mínimo 90 dias e no máximo 120 dias antes de algum leilão ou exposição. Em exposições as participações são com os Tabapuãs, voltados para corte. Esses animais não são confinados. Uma ordenha é feita por dia, de forma manual. Há uma pretensão, segundo Bossi, de implantar a ordenha mecânica em 2012 e concentrar em um só curral, pois hoje é feita nos quatro currais da propriedade. “Vou ver se consigo aumentar a produção e dar mais flexibilidade de mão-de-obra. Não adianta eu querer fazer duas ordenhas com a turma que eu tenho porque o pessoal faz a ordenha de manhã e vai fazer o resto dos serviços da fazenda durante o dia. Fica difícil eles fazerem a segunda ordenha na parte da tarde. Com a ordenha mecânica a gente pensa mais em intensificar a produção de leite”, projeta. Em dezembro o pico de produção foi alcançado, com 1100 litros de leite por dia. Porém, a busca não são os concursos leiteiros, mesmo já tendo participado. 14

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Os animais são comercializados em leilões e durante as exposições regionais. De abril a setembro ele conta que não tem final de semana, devido aos leilões e exposições agropecuárias que participa. Além disso, Antônio Bossi também trabalha com venda direta para os produtores que tenham interesse. Bossi informa que já foram vendidos tourinhos para Estados do Brasil como: Rondônia, Acre, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Semens dos touros da propriedade também são comercializados através das centrais de inseminação. Tido como um artifício para garantir uma boa produção, o melhoramento genético foi uma busca constante na propriedade. Foi implantado o sistema de IATF em todas as matrizes. “A gente nunca deixou de trabalhar com inseminação e eu acho que isso é fundamental fazer esse trabalho de melhoramento. É uma tecnologia que veio para ficar”, acredita. Já a Transferência de Embriões (TE) e Fertilização In Vitro (FIV) é feita em menor escala devido ao custo alto. “A gente vai fazendo essas mexidas, participando de congressos e trazendo inovações e tecnologias novas para manter a coisa funcionando”, complementa o médico veterinário.

ALGUMAS PREMIAÇÕES LÍDER MB DA FLOR

Grande Campeão da Raça de Teófilo Otoni - 2003 Grande Campeão da Raça de Governador Valadares - 2003 Grande Campeão da Raça de Itabuna - BA - 2003 MOEDA MB DA FLOR

Campeã Fêmea Jovem - Expozebu - Uberaba - 2005 NOCAUTE MB DA FLOR

Grande Campeão da Raça de Teófilo Otoni - 2006 Campeão Touro Jovem - Expozebu - Uberaba - 2006 Grande Campeão da Raça de Vitória - ES - 2006 Grande Campeão da Raça de Governador Valadares - 2006 OLSEN TE MB DA FLOR

Campeão Touro Jovem - Vitória (ES), Governador Valadares e Teófilo Otoni (MG) - 2005 Reservado Campeão Touro Jovem – Uberaba - 2006 Campeão Senior - Feicote (SP) e Gov. Valadares (MG) - 2006 Grande Campeão - Vitória (ES) e Teófilo Otoni (MG) - 2006 ROCK MB DA FLOR

Grande Campeão da Raça de Teófilo Otoni - 2009 SLOGAN MB DA FLOR

Reservado Touro Sênior - Expozebu - Uberaba - 2010 BACARDI MB DA FLOR

Grande Campeão da Raça de Itabuna - BA - 1994 Reservado Grande Campeão da Raça - Expozebu Uberaba - 1995


UMA APOSTA DIVERSIFICADA NO SÍTIO NOVA ESPERANÇA

Fotos: Lidiane Dias

DIA DE CAMPO

Delícias do Sítio:

A estufa implantada em outubro do ano passado tem capacidade para 5.000 pés de alface

Há dez anos a aposta foi certeira. Trocar a bovinocultura de leite pela horticultura foi à escolha de Elvys Leite Rocha, no Sítio Nova Esperança, situado em Frei Inocêncio, Leste de Minas Gerais. Em um terreno de três alqueires, o pensamento de Rocha foi que não daria para desenvolver a bovinocultura como renda e concorrer com outros produtores da região. Hoje, é o único produtor da cidade que usa uma estufa para desenvolver a horticultura e, consequentemente, aumentar a produção. Delícias do Sítio, assim nomeadas, é a marca da produção. Rocha conta que o sítio era de seu pai, que o chamou para ajudar a cuidar da terra. Seu pai não mexia com nenhum tipo de plantação. Como iria se aposentar, preferiu distribuir o sítio entre seus filhos. Rocha começou a mexer com hortaliças, mas seu pai achava que não daria certo. “Só que eu insisti e agora começou a engrenar”, comenta. O interesse pela horticultura começou quando foi trabalhar no Sindicato Rural em Governador Valadares. Na época ele trabalhava como motorista e tinha que levar as pessoas para fazerem os cursos do SENAR. Como Rocha precisava esperar, ele pediu autorização para participar dos cursos, nos quais aprendeu as técnicas das atividades rurais. Alface, salsa, cebola, coentro, taioba, mandioca e batata são produzidos no sítio. Além das hortaliças, há produção de milho, laranja, limão, coco e banana. A produção anual da alface fica em 32 mil pés, a mandioca 15 mil quilos e do coco em 12 mil, sem contar os outros produtos. Estes são fornecidos em Frei Inocêncio, Mathias Lobato e Governador Valadares. “Eu futuramente pretendo mexer

com cenoura e beterraba também. Quero aumentar a produção”, projeta Rocha. Na estufa são produzidos alface, cebola e coentro. O tamanho da estufa é de 11 x 30 metros, com capacidade para cinco mil pés de alface. Quando implantou o sistema, em outubro do ano passado, o custo foi de sete mil reais. “Quando comecei, plantei um canteiro de dez metros de alface. Hoje a gente planta dois mil pés de alface por semana. Temos muitos fregueses e graças a Deus está dando certo. Mas no início foi difícil, tudo é difícil no começo, porque eu tinha pouco capital de giro”, aponta. O agricultor diz que foi a alternativa para aumentar a produção, mas que não é o ideal. Está dando para manter os clientes, mas pretende fazer mais três estufas. Uma já está em processo de construção. As hortaliças são orgânicas e a forma de combate às pragas é manual. O processo de produção é feito da seguinte maneira: a semente fica na sementeira até brotar. Depois disso, ela fica 15 dias na estufa e depois vai para o canteiro, onde fica por cerca de 30 dias no solo. Esse ciclo de sementeira, estufa e canteiro, dura aproximadamente 60 dias. A adubação é feita com estercos de animais da propriedade, a cada ciclo de 60 ou 75 dias quando a terra é removida, e não são utilizados nutrientes. As sementes são compradas em São Paulo, outro quesito que aumenta o custo da produção. Ele vende o pé de alface, por exemplo, a R$ 0,50. A colheita das hortaliças de estufa é feita todos os dias e a produção é feita o ano inteiro, sem safra específica. “Eu faço uma programação para colher todos os dias. A horta não para, toda semana tem uma quantidade de muJULHO 2011

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das para serem plantadas, para manter a rotação”, informa. A colheita por dia de alface gira em torno de 100 a 200 pés porque não tem uma quantidade específica para entregar aos clientes. A temperatura da estufa é mantida pelo filme agrícola e o sombrite. “Do ano passado para cá melhorou a produção porque eu dependia muito de clima. Se chovia a produção ia lá embaixo. Dezembro e janeiro mesmo a produção zerava. Eu fiz a estufa em outubro ai que eu mantive direto a produção”, avalia. Há oito anos ele conseguiu que dois hectares da propriedade fossem irrigados. De lá para cá, mais dois hectares também passaram a ser irrigados, totalizando quatro hectares de área irrigada. A irrigação é feita o ano inteiro, durante a noite, para o custo da energia ser menor. A água da lagoa, localizada nos fundos da propriedade, é bombeada para irrigar o milho, mandioca e o coco. Já a correção de solo é feita uma vez por ano. Quanto à fruticultura, há produção de laranja, Bahia (o ano inteiro) e Campista (uma vez por ano); caju, com colheita semestral; limão Galego e limãozinho; jabuticaba, de três em três meses; banana Caturra e Prata, o ano inteiro. Elas precisam ser irrigadas o ano inteiro, para conseguir chegar nessa periodicidade. AGRICULTURA FAMILIAR

A mão-de-obra utilizada é a familiar. Aos 39 anos é casado com Maria Márcia Caetano Leite, 31 anos, com quem tem três filhos: Igor Caetano Leite, 12 anos, os gêmeos de 9 anos, Iara Caetano Leite e Hugo Caetano Leite. Márcia reaproveita as cascas e folhagens de coco, por exemplo, para fazer artesanato. Há três meses, aproximadamente, a horticultura passou a ser o carro chefe da renda da família. Isso porque foi descoberto que seu filho mais velho, Igor, estava com Leucemia e Rocha precisou pedir afastamento da penitenciária onde trabalhava como Agente Penitenciário, para acompanhar o tratamento de seu filho em Belo Horizonte. Ele e Maria Márcia se revezam no hospital com o filho. O agricultor fica sete dias lá e ela sete dias em casa, e vice-versa, devido aos outros dois filhos menores. “Ele está bem. Graças a Deus ele respondeu bem ao tratamento. Quando a gente recebe a notícia a gente fica meio assim, tira o chão da gente, mas agora está tudo bem”, conta. Rocha informa que o todo o tratamento será feito em Belo Horizonte porque a equipe médica do hospital está fazendo uma pesquisa. “A equipe médica pediu e nós sedemos para fazerem pesquisa sobre o caso dele. Eles pediram porque o O agricultor Elvys Leite Rocha caso dele é raro, é leucemia linfática tipo B. É curável, mas estão fazendo a pesquisa para ajudar outras pessoas”, aponta. Rocha conta ainda que o filho pretende fazer agronomia e continuar a tocar os negócios da família. Fica a nossa torcida!

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SAÚDE ANIMAL 18

Fatores de risco na saúde das bezerras em rebanhos leiteiros PARTE 2 Na última edição, na primeira parte do texto, os fatores de risco associados ao animal, como o parto e a colostragem, foram abordados. Esta é a parte final, onde será apresentado: a cura do umbigo, fatores de risco associados ao agente e ao ambiente. O umbigo é a comunicação entre o feto e a mãe, transportando nutrientes, oxigênio e eliminando catabólitos. É composto pela veia umbilical que se dirige cranialmente ao fígado, artérias umbilicais que se dirigem em sentido caudal para artéria ilíaca interna e o úraco em direção à bexiga. Durante o parto ocorre a ruptura do cordão umbilical e a perda de sua função (Dirksen et al., 2005). O úraco e vasos sanguíneos são retraídos para a cavidade abdominal, contribuindo para a proteção de possível contaminação ambiental. O coto umbilical permanece exposto e necessita de cuidados, sendo uma porta aberta para vários agentes patogênicos (Mee, 2008). A cura do umbigo deve ser feita imediatamente após o parto para evitar o risco de infecções umbilicais. Estas, quando presentes, retardam a cicatrização e prolongam o tempo que esta porta permanece aberta facilitando a ocorrência de infecções e ascendência de microrganismos. As onfalites são os processos inflamatórios e infecciosos que acometem as estruturas do umbigo. Estas infecções estão associadas com o nível de contaminação do ambiente em que a bezerra nasce e vive nos primeiros dias, com a FTP (Chase et al, 2008) e com o tratamento tardio (Miessa et al., 2003). As infecções umbilicais podem ainda resultar em bacteremia, septicemia, artrites ou poliartrites, oftalmites, meningites, abscessos hepáticos, pneumonia e morte (Hathaway et al., 1993; Rebhun, 2000; Radostits et al., 2002; Rengifo et al., 2006). A falta de higiene, negligência nos primeiros cuidados ao parto, soluções antissépticas contaminadas, produtos inadequados e ou mal aplicados após o nascimento, também são fatores de risco para infecções umbilicais e saúde da bezerra (Radostits et al., 2002). Os fatores de risco associados ao agente também são importantes no processo doença e saúde. Vários agentes estão envolvidos com as enfermidades das bezerras, valendo salientar os vírus, bactérias, fungos, protozoários, rickétsias, parasitas e agentes físicos e químicos. Vale lembrar ainda, que muitos agentes, aos quais as bezerras estão expostas, são ubíquos. Além disso, as características ou fatores associados ao agente são inerentes a cada um, pois são específicos e dependem da infectividade, patogenicidade, virulência, toxicidade, bem como da carga patogênica, do tipo de infecção e dos vetores químicos e biológicos (Thrusfield, 2005). A infectividade é a habilidade do agente de se estabeJULHO 2011

Emerson Alvarenga

Mestrando em Ciência Animal – UFMG Consultor em Pecuária de Leite Intervet Schering-Plough

lecer no hospedeiro. Entende-se como patogenicidade a capacidade do agente de produzir a doença, sendo a virulência a medida de sua intensidade. Assim sendo, alguns agentes, podem ter baixa infectividade, alta patogenicidade e baixa virulência ou, alta infectividade mas com baixa patogenicidade (Thrusfield, 2005). O agente pode ser transmitido por um único vetor ou por diferentes vetores e possuir mais de uma porta de entrada e rota, como por exemplo, a conjuntiva, a mucosa retal e a via oral. Conforme a transmissão, a porta de entrada ou via de infecção, a infectividade do agente pode ser maior ou menor (Rojas, 1978). A carga patogênica é a quantidade de agente ou inóculo ao qual o animal é exposto (Thrusfield, 2005). Os fatores do ambiente associados ao ambiente incluem as condições climáticas, a densidade animal, as condições de higiene, as instalações, o manejo, a nutrição e os vetores. As condições climáticas, como o sol, a chuva, as estações do ano, a temperatura, umidade, as correntes de ar frio, o vento e suas partículas carreadas e a qualidade do ar, todas podem impactar como fatores de risco ou de proteção na tríade epidemiológica. Muitos agentes infecciosos são susceptíveis à irradiação ultravioleta em contato com a luz solar, resultando em dessecação. Ao mesmo tempo, o próprio sol pode ser desfavorável para o animal, levando-o a condições de desconforto e estresse. Outros agentes sobrevivem por longos períodos em ambientes úmidos que podem também ser favoráveis para o conforto do animal, embora proporcionando um ambiente de alto risco de contaminação. Alguns vírus podem desenvolver mais rapidamente diante de temperatura e umidade mais altas do que em ambiente frio e seco. Tais ambientes podem alterar também a apresentação e a qualidade dos alimentos, interferindo na resistência do animal (Sanderson e Dargatz, 2000). A ventilação é importante para a eliminação de substâncias e agentes nocivos à saúde das bezerras (Anderson e Bates, 1979; Wathes et al., 1983). O agente pode aumentar ou não a sua infectividade, diante das conforme as condições do ambiente. O animal, por sua fez, pode ser mais sensível ou resistente quando submetido às mesmas condições. As condições climáticas podem ainda ser favoráveis para determinados agentes e desfavoráveis para outros, assim como, para as bezerras (Thrusfield, 2005). Como por exemplo, cita-se as condições ambientais favoráveis ao agente carrapato, temperatura e umidade alta, podendo ser estressantes ou desfavoráveis para a bezerra (Leite e Lima, 1982). A alta densidade animal, que se intensifica, a cada dia, na propriedade, pode levar a um aumento da carga micro-


biana no ambiente e favorecer a contaminação da bezerra logo após o parto, via oral ou via umbilical. Além disso, pode propiciar maior escore de sujidade na mãe e maior possibilidade de contaminação do colostro (Godden, 2008). Esta densidade também pode aumentar a competição por alimento e aumentar o estresse, diminuindo a resistência do animal. A cobertura vegetal no piquete maternidade é ainda outro fator interessante. Uma maior ou menor cobertura vegetal pode ser condição favorável ou à introdução de microrganismos, ao mesmo tempo em que se relaciona com o conforto e abrigo para a bezerra. A limpeza da área do parto possui relação com a ocorrência de doenças, bem como com a limpeza da vaca no momento do parto (Bendali et al., 1999). No que diz respeito às instalações, é importante considerar a sua qualidade e as suas condições térmicas. Instalações precárias ou inadequadas associados com descuidos higiênicos com os vasilhames de água e de alimento são fatores de risco importantes. As oscilações de temperatura podem proporcionar desconforto para a bezerra, dentro de uma zona térmica desfavorável, prejudicando o seu desenvolvimento e contribuindo para o surgimento de doenças (Olson et al., 1981; Pelton et al., 2000). O estresse térmico é importante fator de risco para a saúde das bezerras e o conforto do animal (Davis e Drackley, 1998). Quanto ao manejo, o estresse físico é um fator importante. Este estresse pode enfraquecer o mecanismo de defesa dos animais, tornando-os sensíveis às infecções. Dentre algumas situações que podem causar estresse, vale salientar a falha de imunidade passiva, deficiências nutricionais, a desmama, mudanças alimentares, cirurgias, fome, desidratação, exaustão no transporte, mistura de animais de diferentes regiões em espaços restritos, promiscuidade entre faixas etárias, ventilação inadequada, umidade elevada, presença de gases de dejetos no ar, quantidade excessiva de lama e carga elevada de parasitos (Lance et al., 1992; Leite e Lima, 1982; Sanderson e Dargatz, 2000). As práticas de alimentação e de manejo, os horários e as rotinas, juntamente com a densidade animal podem interferir no comportamento imunológico e no desempenho das bezerras. Muitas vezes, até o transporte do animal da maternidade para o bezerreiro pode ser um fator de risco de extrema relevância (Daniele et al., 1994). Outros fatores que podem ainda ser destacados são a nutrição e o homem. Uma nutrição inadequada, em quantidade e qualidade, não atende a necessidade de proteínas, energia, vitaminas, macro e micro minerais. Os cuidados com a dieta líquida e a dieta sólida, bem como mudanças iniciais na vida da bezerra são importantes e podem afetar o seu desenvolvimento e saúde (Davis e Drackley, 1998). Quanto à importância do homem, este pode atuar como transportador de agentes entre setores do próprio sistema ou entre propriedades, podendo ainda ser o responsável pela interferência na tríade epidemiológica (Thrusfield, 2005). Por fim, há a presença de outros vetores no ambiente que podem contribuir como fatores de risco. Outras espécies de animais podem funcionar como vetores mecânicos e biológicos de agentes infecciosos, principalmente se estão presentes em grande número ou se não há esforços para o seu controle. Estas espécies incluem animais domésticos, seres humanos, insetos, roedores e

aves (Callan e Garry, 2002; Barrington et al., 2002). Concluindo, há uma profunda inter-relação entre os fatores de risco e de proteção e destes com o complexo de doenças que acometem as bezerras. Na tríade epidemiológica, a todo o momento, os fatores estão em interagindo, favorecendo ou prejudicando seus componentes. Desta forma, o conhecimento dos fatores de maneira específica e de suas relações são fundamentais para definir e executar medidas que minimizem seu impacto. É fundamental a avaliação do sistema de produção. Quanto melhor e mais completo for este levantamento, melhor a compreensão dos fatores de risco. Consequentemente as intervenções e medidas de monitoramento e biossegurança serão mais efetivas.

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TIPOS E CALIBRAÇÃO Prof. Haroldo Carlos Fernandes, Elcio das Graça Lacerda e Daniel Mariano Leite

Universidade Federal de Viçosa

A medida que a agricultura foi se desenvolvendo e as áreas cultivadas foram se tornando cada vez maiores, a quantidade de produtos químicos utilizada no controle de pragas e doenças de plantas cultivadas foi aumentando. A falta de treinamento dos operadores e usuários desses produtos e o desconhecimento da ação dos mesmos sobre o organismo humano e sobre o ambiente tem resultado no aumento dos riscos desnecessários para o controle daquelas pragas e doenças, bem como na agressão ao meio ambiente na forma de poluição. A posição do técnico ou do agricultor, frente à polêmica causada com a utilização de defensivos agrícolas, deve ser sempre uma posição racional, baseada em fatos concretos e cuidadosamente analisados. Entre os principais fatores que afetam a aplicação de defensivos agrícolas pode-se citar o clima, o solo, o hospedeiro, o patógeno, o princípio ativo, o veículo e o operador. A máquina é um dos fatores mais importantes, uma vez que é através dela que se faz a aplicação mecanizada dos defensivos. O sucesso do tratamento realizado, dependerá da manutenção e características operacionais da máquina e principalmente da correta calibração dos aplicadores de defensivos agrícolas. OBJETIVOS DA APLICAÇÃO:

Há controle eficiente de insetos, doenças e plantas daninhas, através da distribuição exata de quantidade de defensivos. Os aplicadores de defensivos 20

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Imagens ilustrativas

CADERNO TÉCNICO

PULVERIZADORES:

agrícolas são máquinas nas quais o líquido é bombeado sob pressão através de orifícios (bicos) e explode ao ser lançado contra o ar por descompressão. 1 - TIPOS DE APLICADORES: Pulverizadores (gotas maiores), Atomizadores (gotas médias), Nebulizadores (gotas menores). 2 - TIPOS DE BICOS MAIS UTILIZADOS: Os bicos utilizados nos equi-

pamentos de aplicação de defensivos são equipamentos que tem a função de subdividir o líquido em gotículas e distribuí-lo de forma uniforme sobre toda a superfície a ser tratada e os mais utilizados são: • Bicos jato plano (tipo leque): As gotas são distribuídas num único plano. Usado em superfícies planas. Mais comumente utilizados para a aplicação de herbicidas em área total. Operam melhor a pressão de pulverização de 2 – 4 bar. • Cone vazio (oco): Alvos tridimensionais, atingindo a lateral e

a parte superior da planta. Operam a pressão de pulverização 2 – 8 bar com ângulo de 70 a 800. Utilizados para aplicação de inseticidas, fungicidas e dessecantes em culturas com grande massa foliar. • Cone cheio: Gotas distribuídas espacialmente. (mais usados em plantas). Operam a pressão de pulverização 1 – 3 bar com ângulo de 800. Utilizados para aplicação de herbicidas sobre o solo e sistêmicos. Produzem gotas grandes. • Espuma (ou borbulhante com injeção de ar): Trabalha com gotas maiores, com bolhas de ar no seu interior, ocasionando menor deriva. É aplicado diretamente na planta (herbicidas sistêmicos). Opera a uma pressão de pulverização 2 – 4 bar. • Defletor (ou de impacto): Produzem jatos na forma de leque com ângulos de abertura de 110 a 1400. Mesmo a pequenas distâncias, consegue–se uma boa cobertura. Pressão de pulverização 0,7 – 3 bar. Produzem gotas grandes. Recomendados para herbicidas sistêmicos.


Figuras ilustrativas dos tipos de bico:

Jato plano

Cone vazio Cone cheio

Imagens ilustrativas

3 - CALIBRAÇÃO DOS APLICADORES TRATORIZADOS:

Antes da calibração de qualquer pulverizador, deverão ser verificados os seguintes itens: - limpeza dos filtros; - presença de furos ou dobraduras nas mangueiras; - presença de vazamentos na bomba; - se os bicos são do mesmo tipo e se em perfeita condição para o uso. Calibração do pulverizador de barras:

1 - Marque um percurso de 30 a 50 metros no terreno a ser tratado; 2 - Escolha a marcha de trabalho, a velocidade deverá ser de 4 a 6 km/h; 3 - Ligue a tomada de força; 4 - Acelere o motor até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de força; 5 - Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes do ponto marcado; 6 - Anote o tempo que o trator gasta para percorrer o percurso; 7 - Em terrenos de topografia irregular, repita a operação várias vezes e tire a média; 8 - Com o trator parado na aceleração utilizada para percorrer o percurso, abra os bicos e regule a pressão de acordo com a recomendada para os diferentes tipos de bicos; 9 - Colete o volume do bico no tempo igual ao gasto para percorrer o percurso; 10 - Repita essa operação em diversos bicos para obter uma média do volume;

Injeção de ar

Defletor

11 - Calcule o volume aplicado, utilizando a fórmula: Q = q x 600 Onde: v x f Q = volume de aplicação (L / ha); q = vazão do bico (L / min); v = velocidade de trabalho (km / h); f = faixa de aplicação do bico (m). Calibração do atomizador tipo cortina de ar:

1 - Marque 100 plantas; 2 - Abasteça completamente o pulverizador; 3 - Escolha a marcha de trabalho, a velocidade deverá ser de 4 a 6 km/h; 4 - Ligue a tomada de força; 5 - Acelere o motor até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de força;

6 - Inicie o movimento do trator no mínimo 5 plantas antes do ponto marcado; 7 - Pulverize as 100 plantas marcadas; 8 - Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. Para medidas precisas, o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois da operação; JULHO 2011

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9 - Calcule o volume de pulverização em litros /100 plantas, através da seguinte fórmula: Q = vol x 10

Onde: Q = volume de pulverização em litros/1.000 plantas; vol = volume gasto em litros.

Calibração do atomizador tipo canhão de ar:

CORREÇÕES NECESSÁRIAS PARA OS APLICADORES TRATORIZADOS:

Para aumentar o volume de aplicação: Aumentar a pressão de saída nos bicos; Diminuir a velocidade de trabalho; Trocar os bicos por outro de maior vazão. Para diminuir o volume de aplicação: Diminuir a pressão de saída nos bicos; Aumentar a velocidade de trabalho; Trocar bicos por outro de menor vazão. Calibração do pulverizador costa manual:

1 - Marque 50 metros de comprimento na área que vai ser pulverizada; 2 - Encha o tanque completamente; 3 - Escolha a marcha de trabalho, a velocidade deverá ser de 4 a 6 km/h 4 - Ligue a tomada de força; 5 - Acelere o motor até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de força; 1 - Marque uma área de 100 m² (quadrado de 10 x 10 m); 6 - Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes 2 - Encha o tanque e pulverize a área; do ponto marcado. 3 - O operador deverá manter um ritmo constante de bom7 - Pulverize os 50 metros marcados; beamento e de cadência; 8 - Meça ao mesmo tempo a faixa de aplicação (f); 4 - Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. 9 - Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. Para medidas precisas o pulverizador deve estar na mesma Para medidas precisas, o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois de operação; posição antes e depois da operação; 5 - Calcule o volume de pulverização em litros/ha; 10 - Em terrenos de topografia irregular, repita essa operação várias vezes e tire a média; Onde: Q = vol x 10.000 11 - Calcule o volume de pulverização em litros/ha, atraQ = volume em litros/ha A vés da fórmula: vol = volume gasto em litros A = área pulverizada (10 x 10m) Q = vol x 10.000 Onde: Q = volume de pulverização em L/ha; A OBS.: Caso o volume encontrado não seja o desejado, vol = volume gasto na área substitua o bico por um de maior ou menor vazão, ou altere pulverizada; o ritmo de bombeamento e a velocidade de deslocamento. A = área pulverizada (50m x faixa pulverizada em metros).

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Humberto Luiz Wernersbach Filho

Zootecnista MSc / Supervisor de Pesquisa Fertilizantes Heringer S/A

A sazonalidade na produção da pastagem durante o ano é uma questão que sempre preocupa os pecuaristas. A escassez de pasto durante a seca limita a taxa de lotação da fazenda e reduz, em consequência, a produtividade do sistema de produção. Como uma das estratégias para disponibilizar forragem durante todo ano, pode-se fazer uma suplementação estratégica com volumosos durante o período mais crítico. Diversas são as alternativas de alimentos, como: milho, sorgo, milheto, girassol e cana-de-açúcar. Dentre estas, a cana-de-açúcar é largamente utilizada por apresentar algumas vantagens, como: • • • • •

Fácil implantação; Menor custo; Adaptação ao clima tropical; Maior Produtividade; O ponto de utilização coincide com o melhor valor nutricional da cultura.

Diferentemente das gramíneas forrageiras, a cana-de-açúcar aumenta seu valor nutritivo com o avançar do seu ciclo, onde através de deposição de açúcares, seu teor de fibra diminui e consequentemente sua digestibilidade é aumentada. A maioria dos sistemas de produção que utiliza cana-de-açúcar faz a colheita diária desse material. Nessa colheita, ainda predomina-se o corte manual. No mercado, existem máquinas eficien-

Imagem ilustrativa

FORRAGICULTURA

Ensilagem de Cana-de-açúcar

tes que colhem a cana de forma mecânica, o que auxilia o dia-a-dia da fazenda. Contudo, a colheita mecânica ou manual tem recebido atenção direta, pois em função da reduzida disponibilidade de mão-de-obra nos sistemas de produção de bovinos, a necessidade em se fazer o corte todo dia e a limitação de algumas variedades para serem colhidas à máquina (exemplo: tombamento excessivo) muitos técnicos e produtores tem buscado a tecnologia da ensilagem da cana-de-açúcar.

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Imagem ilustrativa

A ENSILAGEM DA CANA APRESENTA VANTAGENS INTERESSANTES, COMO: • • •

Colheita total do respectivo talhão, com isso facilita-se os tratos culturais do canavial; Nesse sistema não existe a necessidade de se cortar a cana diariamente; Facilidade no corte à máquina, pois é possível fazer o corte antes do tombamento do canavial.

Contudo, o processo de ensilagem apresenta desvantagens que devem ser observadas. Pedroso et al. (2007) relatam que silagens de cana-de-açúcar apresentam intensa atividade de leveduras que convertem açúcares a etanol, dióxido de carbono e água, causando reduções de até 70% no teor de carboidratos solúveis, aumento nos componentes da parede celular e perdas de MS. A pesquisa tem estudado intensamente como controlar tais processos através do uso de aditivos específicos. Lactobacillus buchneri e ureia de 0,5 a 1,5 % na matéria verde parecem ser boas alternativas. Para a escolha de qual aditivo, é fundamental que o pecuarista procure orientação técnica para tal. Outro ponto que merece atenção é com relação ao

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maquinário utilizado. Como o processo de corte da cana é lento, devido a menor velocidade do trator em função do redutor extra que é colocado na máquina, o custo do processo pode-se tornar elevado em função dos custos com demais máquinas envolvidas no processo. Atualmente, o custo para ensilagem da cana, gira em torno de R$ 50,00 a R$ 60,00/t de matéria verde, lembrando que esse custo poderá variar em função dos custos de todo equipamento envolvido no processo. A ensilagem da cana é uma alternativa importante, pois melhora a logística de trabalho da fazenda, facilita tratos culturais e colhe-se a cana no seu melhor momento nutricional. Contudo, o processo em si deverá ser bem planejado para que não ocorram perdas excessivas do material no silo.

Bibliografia Complementar

SCHMIDT, P.; MARI, L. J.; NUSSIO, L. G.; et al. Aditivos químicos e biológicos na ensilagem de cana-de-açúcar. 1. Composição química das silagens, ingestão, digestibilidade e comportamento ingestivo. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.5, p.1666-1675, 2007 (supl.). PEDROSO, A. de F.; NUSSIO, L. G.; REBOUÇAS, D.; et al. Efeito do tratamento com aditivos químicos e inoculantes bacterianos nas perdas e na qualidade de silagens de cana-de-açúcar. Revista Brasileira de Zootecnia, R. Bras. Zootec., v.36, n.3, p.558-564, 2007.


13 DE JULHO | 20H Parque de Exposições de Governador Valadares Contatos Antônio Leite Patricia Bossi Leite José Eduardo Denner Minas Leilões Agência de Turismo Oficial Leste Turismo

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3279.7573

Reservas de Mesas Minas Leilões

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3271.9738

Hospedagem Hotel Spettus Hotel Ibituruna

Leiloeira

Transmição

8823.8323 33 8823.2590 33 8861.7329 33 8844.9738 33 3271.9738 33

3225.2308 33 3202.9999 33

Financiamento

Patrocínio

Intervet

Schering-Plough Animal Health

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Alexandre Sylvio Vieira da Costa

Engenheiro Agrônomo; DSc. Em Produção Vegetal; Professor Titular/Solos e Meio Ambiente - Universidade Vale do Rio Doce asylvio@univale.br

A história mostra a evolução do homem ao longo dos tempos e das suas atividades, incluindo a agricultura. No início, no tempo do homem das cavernas, a nossa espécie sobrevivia da coleta direta na natureza, migrando para outros locais à medida que o alimento tornava-se escasso. Fisicamente éramos desprivilegiados em vários aspectos: não éramos rápidos como as gazelas que tinham a velocidade como arma para fugir dos predadores; não éramos fortes para vencer batalhas contra grandes animais; não éramos ágeis como os macacos que fugiam rapidamente pelas copas das árvores dos seus predadores. Com todas estas características desfavoráveis estávamos fadados à extinção. Apesar de todos estes pontos negativos tínhamos uma grande vantagem sobre os demais animais além dos dedos articulados: a capacidade de pensar e raciocinar. Percebemos que o trabalho em equipe fortalecia a espécie na proteção do grupo e na caça; descobrimos o poder dos objetos e como eles auxiliavam na defesa e no ataque; do fogo; da pele dos animais no aquecimento e, finalmente, dominamos as plantas. Através de observações aprendemos como as plantas se reproduziam e que não existia a necessidade de migrações infindáveis em busca do alimento, sendo que a planta poderia crescer ali mesmo, bastando apenas saber o “como fazer”. A partir deste momento o homem deixou de ser nômade fixando moradia e cultivando o seu alimento. Verificou que poderia produzir muito mais alimento do que era capaz de consumir e com isso desenvolvendo uma nova tecnologia: a do armazenamento. O alimento também passou a ser moeda de troca. Com o tempo a agricultura foi evoluindo e ampliando seus domínios e áreas ocupadas. Durante a revolução industrial começaram a surgir os primeiros implementos agrícolas voltados para agricultura profissional, assim como os fertilizantes químicos. A evolução da agricultura no Brasil foi muito intensa, desde a época de colô26

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nia de Portugal, já que a maioria dos nossos solos sempre foi naturalmente muito fértil, água doce em abundância dos rios e das chuvas frequentes, muito sol e calor que favorecem o rápido desenvolvimento das plantas. Com o aumento das áreas agrícolas e a implantação de extensas áreas de monocultivo (cultivo de apenas uma espécie vegetal) começaram a surgir os primeiros problemas: insetos e microrganismos que antes existiam em equilíbrio com o meio ambiente passaram a adotar as lavouras como alimento principal devido à eliminação dos seus alimentos que estavam nas matas e florestas. Esta abundância de alimentos disponíveis favoreceu a multiplicação exagerada destes indivíduos que com o tempo tornaram-se pragas. Esta adaptação dos insetos e microrganismos as novas plantas tornavam as lavouras cada vez menos produtivas comprometendo a alimentação e sobrevivência do próprio homem. Um pouco antes, no século XIX, um religioso e admirador dos eventos biológicos naturais, chamado Mendell, percebeu que com o cruzamento de plantas de ervilhas com características diferentes, a geração seguinte era composta por indivíduos proporcionais as características dos pais, ou seja, Mendell estava descobrindo a genética das plantas. A partir deste momento o caminho para o estudo do melhoramento genético estava aberto. O homem percebeu que as plantas, através dos cruzamentos genéticos, poderiam adquirir características que antes elas não expressavam. Os processos de melhoramento genético vegetal avançaram muito no século XX procurando sempre a obtenção de plantas mais produtivas e resistentes às pragas e doenças. Os cruzamentos genéticos são comandados pelos cromossomos. Para que eles ocorram é necessária à compatibilidade destes cromossomos. Esta característica coloca ordem na natureza entre animais e plantas. Graças a esta barreira genética os pólens do milho, por exemplo, não polinizam as flores de feijão. Imagem ilustrativa

AGROVISÃO

Alimentos Geneticamente Modificados: os Transgênicos


Com o passar dos anos foram lançados no mercado variedades de milho, feijão, soja, dentre outras culturas, mais produtivas, resistentes a pragas e doenças, mais nutritivas, etc. Apesar de toda a evolução na genética das plantas, existia o limite de cada uma. A partir deste momento iniciou-se uma nova revolução no estudo da genética. Com o avanço do estudo da biologia molecular e o conhecimento cada vez mais detalhado dos cromossomos e dos genes, o homem passou a status de criador. Verificou que plantas diferentes não poderiam ser cruzadas de forma natural, mas que era possível retirar a sequência do cromossomo de uma célula vegetal e inserir diretamente na célula de outra planta com características totalmente diferentes. Percebeu-se também que estas modificações genéticas poderiam ser realizadas não apenas entre plantas diferentes, mas também entre plantas e microrganismos. O milho, por exemplo. Existe uma lagarta, que ataca as folhas do milho, chamada “lagarta do cartucho” e que causa prejuízos na produção. Descobriu-se que existe uma bactéria chamada Bacillus thuringiensis que produz toxinas que matam as lagartas. Conseguiu-se identificar quais eram os genes da bactéria responsável pela produção da toxina que intoxica e mata a lagarta. Após o isolamento, estes genes foram inseridos nos genes da planta de milho. Hoje encontramos no mercado o milho Bt, ou seja,

variedade de milho que produz a toxina que era produzida apenas pelas bactérias. A lagarta quando inicia a sua alimentação nas folhas desta variedade de milho é intoxicada pela toxina e morre. Os principais aspectos positivos estão associados à redução do uso de agrotóxicos na lavoura com a produção de grãos de milho “menos contaminado” e o menor custo de produção, afinal o agricultor vai economizar em não usar os agrotóxicos. Os estudos científicos realizados até agora demonstram que não existe qualquer problema para a saúde do homem, por isso, já é plantado em várias partes do mundo. Será? E as perturbações nos ecossistemas em função da contaminação genética durante a transferência natural dos genes? O poder econômico sempre fala mais alto do que os prováveis riscos que estas plantas geneticamente modificadas podem causar ao homem. Os prováveis danos à saúde humana não irão surgir no curto prazo, mas a médio ou longo prazo. Os problemas não surgirão nos adultos de hoje, mas nas crianças quando se tornarem adultas e, até mesmo apenas nas futuras gerações. As doenças causadas por acúmulo de substâncias químicas no organismo ou por alterações genéticas provocadas por agentes mutagênicos, não surgem da noite para o dia, mas depois de décadas. Quem viver, verá.

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SUSTENTABILIDADE

O Código Florestal Thiago Alexandre Moraes, Camila Mello e Bárbara Li Sarti

REJUMA – Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade

Nos últimos meses o Brasil pode assistir um debate polêmico e muito importante para os caminhos do Desenvolvimento do país. Porém, diante dos últimos acontecimentos a discussão ainda está longe de se encerrar. Neste contexto, diversos Movimentos Sociais vem somando esforços para impedir esse retrocesso da legislação brasileira e continuam lutando pelas Florestas e pelos povos que vivem dela e que fazem das florestas um universo singular, vivo e cultural. Segundo, o Prof° Carlos Walter da UFF, “ todo o patrimônio do conhecimento desenvolvido pelas populações tradicionais – povos originários, quilombolas e camponeses com diferentes qualificações (seringueiros, extrativistas, ribeirinhos, faxinalenses, camponeses de fundo pasto, vazanteiros, retireiros, mulheres quebradeiras de coco babaçu, caiçaras, pescadores, castanheiros, entra tantos outros) é desperdiçado junto com a diversidade biológica em nome de monocultivos que andam na contramão da diversidade que nos caracteriza natural e culturalmente. Nesse sentido, Chico Mendes foi sábio com sua proposta de Aliança dos Povos da Floresta e ao afirmar que “não há defesa da floresta, sem os povos da floresta”, o mesmo que estão dizendo os Josés, Marias e Adelinos recém assassinados no Pará e em Rondônia. O texto aprovado na Câmara agradou à bancada ruralista, mas desagradou às entidades científicas, aos ambientalistas e ao governo - a presidente Dilma disse que poderá vetar parte da proposta, como a anistia aos produtores rurais que desmataram até 2008 e diminuição das áreas de vegetação nativa em margens de rios, encostas, topos e morros e vegetação litorânea, como mangues e restingas. Segundo o texto de Rebelo, as APPs ocupadas com agricultura ou pecuária não precisam mais ser recuperadas com vegetação nativa. Essas alterações não atendem aos interesses populares, pelo contrário, servem aos interesses das elites econômicas. Na mais rasa das análises, o processo político de proposição dessas alterações e o diálogo com os diversos setores sociais são insuficientes e dissonantes da complexidade política e social brasileira – tão pouco são esperados do governo condutor do projeto político que tanto avançou a democracia participativa no Brasil. Recentemente foi feito um estudo mostrando

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como o Brasil pode se beneficiar economicamente pela conservação, esse estudo do PNUD identifica que vários setores do Brasil têm muito a ganhar com a conservação. Como a produção dos biocombustíveis, por exemplo, pode ser uma alternativa de substituição a combustíveis fósseis e, portanto, uma solução potencial para o setor de transporte, na medida em que reduzem as emissões de CO2. Entretanto, para que esse aspecto positivo prevaleça, não deve ocorrer o aumento do desmatamento. Dias antes da votação do Código, o INPE (Instituto de Pesquisas Especiais) nos alertou com dados alarmantes sobre o aceleramento do desmatamento na Amazônia, particularmente no Estado que se apresenta como modelo agrário com base nos latifúndios empresariais com seus monocultivos de exportação, o Mato Grosso. Confundem-se as noções de qualidade e quantidade, sob a égide do desenvolvimento sustentável, que aponta como rumo o crescimento econômico desenfreado e o uso à exaustão dos recursos naturais.


A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS E A EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR

O modelo político brasileiro, em especial por suas dinâmicas de financiamento das campanhas eleitorais, produz questionáveis resultados, sob a perspectiva da qualidade e da diversidade da representação. Essas dinâmicas, por um lado, marginalizam do processo político ampla maioria dos segmentos e classes sociais e, por outro lado, serve à manutenção do poder das elites econômicas. Setores econômicos ligados ao agronegócio e ao latifúndio, à mineração, à construção civil, à produção de energia, às indústrias, etc., notadamente possuem ampla participação no parlamento brasileiro. ALGUNS EXEMPLOS DE COMO CUIDAR DA FLORESTA E DA VIDA:

O Projeto de Extensão em Agroecologia denominado “Gira-Sol”, conduzido por estudantes de diversos cursos da UNESP do Campus de Rio Claro-SP, desde 2006, tem como propósito a recuperação de áreas degradadas através de práticas agroecológicas. Até hoje, duas áreas foram utilizadas para aplicação de diferentes técnicas, ambas dentro das dependências da Universidade. A primeira visando à recuperação da mata ciliar do córrego Bandeirantes e a segunda a recuperação de uma pastagem abandonada, proporcionando assim condições para o aumento da biodiversidade local. Uma das maiores dificuldades encontradas na área de recuperação da mata ciliar (APP) do Córrego Bandeirantes foi à ocorrência de incêndios criminosos e ocupação ilegal de gado, o que provocou mortalidade na maioria das mudas, degradação e compactação dos solos, geradas pelo pisoteio do gado. A falta de vegetação e a impossibilidade de permanência das mudas também favoreceram o aumento do assoreamento no rio. A segunda área (livre dos problemas enfrentados na área de APP) está em processo de recuperação e caminha muito bem. Em pouco mais de um ano e meio já apresenta grande melhoria

no solo, no presente momento descompactado e fértil, a biodiversidade da fauna e flora cresce a cada dia, e produz grande diversidade de cultivos, tanto para a alimentação (mandioca, milho, abóbora, frutas entre outros) como para outras utilizações comerciais. Sem deixar de preservar espécies nativas que são fundamentais para a biodiversidade, proteção do solo e das águas. (Alunos da Unesp do Campus de Rio Claro-SP). CONCLUSÃO

trabalho, pode contemporaneamente ser caracterizado também pela usurpação da propriedade intelectual, da saúde e, principalmente, de seus recursos naturais e da segurança ambiental. Apenas o papel firme do Estado, na manutenção do equilíbrio entre os diferentes setores sociais pode garantir a justiça social no país. A reforma do sistema político e a regulação cuidadosa das atividades econômicas é rumo certo na consolidação deste protagonismo cidadão universalizado. Fortalecer a agenda financeiro-elitista do projeto desenvolvimentista, em detrimento das agendas populares e do diálogo com a sociedade, é afastar o povo do processo de amadurecimento democrático brasileiro e privá-lo do acesso à justiça e a seus direitos – a luta contra as mudanças no código florestal, para muito além de uma luta ambientalista, deve ser compreendida como uma luta pela soberania popular e dos valores democráticos.

De modo lógico, avançar no processo de democratização brasileira, garantindo aos setores economicamente marginalizados acesso às decisões políticas, à representação e à efetiva participação é não só transformar as relações sociais de poder, como também transformar as noções de direito e cidadania, bem como os vínculos desta nação com os desafios ambientais do milênio e com as futuras gerações – absorvendo a ideia de sociedades sustentáveis à condução do processo Referências bibliográficas político nacional. [1]. JUAREZ GUIMARÃES, A trajetória Como base de sustentação para esta intelectual de Celso Furtado. concepção encontra-se a ressignifica[2]. JUAREZ GUIMARÃES, As culturas ção da exploração do proletário – aque- brasileiras da participação democrática. le que originalmente era caracterizado [3]. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, por ter tolhida de si a produção de seu Lei nº 4.771, 17 de Setembro de 1965.

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PERFIL PROFISSIONAL

12 de Julho - Dia Nacional da Engenharia Florestal Em tempos em que o aquecimento global e as questões ambientais pautam o cotidiano, uma figura está ligada à natureza através da proteção, conservação e recuperação dos recursos renováveis e dos ecossistemas. Além de zelar, esse profissional trabalha em prol da correção do desgaste causado pelo homem e também encontrando maneiras para permitir atividades econômicas sem prejuízo ao meio ambiente. Afinal, de quem estamos falando? No dia 12 de julho comemora-se o dia do Engenheiro Florestal. Para celebrar a data, falaremos da profissão. Para exercer a profissão, reconhecida no Sistema Confea/Creas pela Lei nº 4.643, de 31 de maio de 1965, é preciso que o engenheiro se registre no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA). Em 1960, sob o Decreto n.º 48.247, foi criado em Viçosa, o primeiro curso de Engenharia Florestal, transferido em 1964 para Curitiba. A profissão tem a base nas ciências biológicas, passando pelas ciências exatas e humanas. As matérias estudadas pelo profissional, dentre outras, são: Estatística Descritiva, Termodinâmica, Genética, Bioquímica, Microbiologia, Botânica, Zoologia, Antropologia Rural, Topografia, Climatologia, Ecologia Geral e Florestal, Legislação Florestal, Manejo e Conservação de Solos Florestais, Incêndios Florestais, Implantação de Florestas, Sistemas Agroflorestais, Hidrologia Florestal e Conservação Florestal.

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O curso tem duração média de 5 anos e o profissional poderá trabalhar em órgãos públicos na conservação e na fiscalização das áreas utilizadas pelas empresas privadas; em instituições de ensino superior e de pesquisa; em empresas privadas, nas indústrias de celulose, carvão, papéis e móveis; na elaboração de projetos de plantio e reflorestamento que viabilizem o uso racional dos recursos florestais. As atividades estão voltadas também para a defesa sanitária, o manejo e melhoramento de florestas nativas ou plantadas. O piso salarial do engenheiro florestal é de nove salários mínimos para contratos de 40 horas semanais e seis salários mínimos para 30 horas semanais. A procura por esses profissionais vêm crescendo, já que as empresas começaram a adquirir uma consciência sócio-ambiental. A entidade máxima da Engenharia Florestal no Brasil é a Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais (SBEF). A SBEF foi criada em 1968 e atua na defesa da classe e de seus profissionais.


por Prof. Ruibran dos Reis

Coordenador do Minas tempo e prof. da PUC Minas

Imagem ilustrativa

METEOROLOGIA

Previsão climática para o inverno de 2011

O inverno começou no dia 21 de junho as 14h16 e terminará no dia 23 de setembro as 06h04. No momento não atuam os fenômeno El Niño e La Niña, portanto, as temperaturas da água do oceano Pacífico na costa do Peru e do Equador estão dentro do padrão esperado. Sem a influência dos dois fenômenos é de se esperar que o inverno em Minas Gerais tenha um comportamento normal, isto é, as frentes frias deverão passar pelo litoral da região Sudeste e massas de ar deverão causar queda da temperatura em alguns dias. Nos últimos anos tem-se observado que as temperaturas durante os meses de inverno estão mais altas em relação ao que se observava há 30 anos. Quando se coloca o desvio das temperaturas observadas nos últimos anos, em relação à média, juntamente com o desvio da temperatura global, pode-se verificar que há uma relação direta entre a elevação da temperatura em Minas Gerais com o aquecimento global. As frentes frias deverão passar pelo litoral do Espírito Santo e Sul da Bahia durante os meses de julho e agosto. A mudança na direção dos ventos deverá deixar o tempo nublado nas regiões Leste e Nordeste de Minas Gerais e no Sul da Bahia. Portanto, o inverno será úmido, com possibilidade de ocorrência de chuviscos em alguns dias. As temperaturas médias deverão variar entre 15 e 27 graus.

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MERCADO

PIB do agronegócio em 2010 por Hyberville Paulo D´Athayde Neto

Médico Veterinário | Scot Consultoria

A participação do agronegócio na economia brasileira é evidente. Ainda assim, há quem a discuta. A seguir temos alguns números sobre o PIB da pecuária e agricultura, calculado pelo Cepea, em 2010. O PIB do agronegócio em 2010 foi R$821,1 bilhões. A figura 1 mostra a evolução do PIB do agronegócio, desde 2000. Destes, R$88,8 bilhões foram da cadeia de insumos, R$217,5 bilhões no campo, R$251,4 bilhões na indústria e R$263,4 bilhões na distribuição. Veja na figura 2 a distribuição nos setores.

Figura 2 - Distribuição do PIB da agropecuária em 2010.

Fonte: Cepea / elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Figura 1 - Evolução do PIB do agronegócio, desde 2000, em bilhões de reais deflacionados

Dividindo o PIB agropecuário entre a agricultura e a pecuária, a primeira participou com 70,4% da riqueza gerada pelo agronegócio. Foram R$578,4 bilhões, considerando os insumos, campo, indústria e distribuição. A pecuária, com PIB de R$242,7 bilhões em 2010, participou com 29,6% do total do agronegócio.

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Clima de “chuva e sol” garantem estabilidade do mercado em junho Marcelo Pereira de Carvalho - Diretor Executivo da AgriPoint Rodolfo Castro - Analista de Mercado de Lácteos da MilkPoint

Pouca coisa mudou desde nosso último Panorama. O mercado nacional de leite segue equilibrado à medida que a safra do sul ainda não reagiu como o esperado, as importações continuam em alta, mas sob os mesmos patamares verificados na média do ano, e o comportamento de preços do leite longa vida que, apesar de leve baixa recente, continuam sob bom patamar, cerca de R$ 0,20 por litro acima do ano passado, no varejo e no atacado. A expectativa de que os preços ao produtor sofreriam um reajuste negativo foi amenizada em junho e o clima do mercado em curto prazo é de um cenário de “chuva e sol”, com fatores altistas e baixistas sustentando (não há viés de alta) ou derrubando os preços. O leite longa vida sofreu uma baixa de cerca de 5 centavos de real no atacado desde meados de maio, mas ainda assim continua sob interessante patamar para a indústria. Os

valores variando de R$ 1,65-1,85/litro no atacado, dependendo da região, e em média a R$ 2,13 no varejo. Julho - o mês de julho, de férias, tradicionalmente aponta para uma redução no consumo de leite fluido, sendo um fator a se considerar na análise. Uma potencial elevação da safra no sul, junto a importações em elevação e consumo reduzido podem afetar o equilíbrio do mercado. A contrapartida pode ser a timidez da oferta no Sudeste e no Centro-Oeste. Analisando a Receita Menos Custo da Ração de uma vaca hipótetica de 20 kg, percebe-se que a situação em maio foi pior do que há um ano, e o produtor não está estimulado. Com o fim das pastagens de verão e necessidade de aumento da suplementação - que está cara - produtores menos tecnificados tendem a pisar no freio, equilibrando o cenário de mercado.

De fato, a demanda por leite por parte das indústrias ainda é grande no Centro-oeste e Sudeste, em período de entressafra. Nessas regiões, o leite spot deve permanecer estável - na faixa dos R$ 0,96-1,03/litro - e por consequência, também os preços aos produtores. Em algumas regiões, o assédio ao produtor é maior e algum ajuste positivo, mesmo que pequeno, poderá ser observado. Em resumo, o mercado apresenta “sol” - valores do UHT em bons patamares, assédio ao produtor, pela necessidade de manter captação e oferta no Sudeste e Centro-Oeste em queda, mas também um pouco de “chuva”, ou pelo menos algumas nuvens que, se não são tão espessas, demandam atenção: preço dos derivados, principalmente pó e queijos, oferta no Sul, importações de leite e o mês de julho. É esperar para ver.

Qualidade e rendimento caracteriza a safra 2011/12 Waldir Francese Filho

Eng. Agr. Gerente Comercial Coocafé

A safra em muitas de nossas regiões está adiantada, mesmo o produtor tendo dificuldades de mão-de-obra para a colheita. O que está sendo diferente dos anos anteriores é a qualidade da bebida e o índice de cafés descascados, tanto por rendimento como por maiores quantidades de produtores adotando este processo. A ausência significativa de chuvas neste início de inverno favoreceu o adianto da colheita e a produção de cafés mais finos. A motivação do produtor para a melhoria da qualidade com a expectativa de vendas mais remuneradas está sendo uma realidade nas cooperativas. A produção de cafés inferiores como os rios estão escassos, mesmo com o adianto da colheita não teremos ofertas como nas duas últimas safras. Desta forma, na atual safra a Zona da Mata e Leste de Minas está contribuindo para a melhoria da qualidade brasileira ao mercado mundial. As demais regiões brasileiras importantes produtoras de café também estão em plena colheita. No final de junho e início de julho a grande

preocupação, diferente dos últimos anos, está sendo com a geada que está afetando cafezais de forma moderada no Paraná, São Paulo e Sul de Minas. Nossos produtores devem continuar focados na colheita e processamento de bons cafés. O mercado continua com alta volatilidade e os fundamentos fortes e favoráveis como consumo, estoque e produção. O dólar e posições técnicas estão forçando a cotação no mercado interno para baixo.

Cotação Julho/11

Arábica | Duro tipo 6 | R$ 460,00 Cereja | Descascado Fino | R$ 490,00 Conilon | Tipo 8 | R$ 231,00 JULHO 2011

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COTAÇÕES

BOI GORDO

MERCADO FUTURO (BM&FBOVESPA) 08/06

(R$/@) INDICADORES ESLAQ / BM&F BOVESPA BOI GORDO

VENCIMENTO

FECHAMENTO

DIFERENÇA DO DIA ANTERIOR

Jul/11

99,50

-0,29

DATA

À VISTA

A PRAZO

Ago/11

100,49

0,01

22/06/11

96,15

97,54

Set/11

101,40

-0,07

27/06/11

97,16

98,26

28/06/11

96,50

97,55

Fonte: BeefPoint

Fonte: BeefPoint

PREÇOS DO LEITE

(R$/L)

COTAÇÕES DO LEITE CRU PREÇOS PAGOS AO PRODUTOR

R$/LITRO

MG

RS

SP

PR

GO

BA

SC

Dez/10

0,7235

0,6513

0,7586

0,7469

0,7366

0,6538

0,7373

Jan/11

0,7211

0,6815

0,7676

0,7553

0,7397

0,6373

0,7514

Fev/11

0,7285

0,6954

0,7761

0,7513

0,7518

0,6312

0,7543

Mar/11

0,7604

0,7142

0,7963

0,7495

0,7749

0,6516

0,7599

Abr/11

0,8002

0,7583

0,8253

0,7727

0,8099

0,6973

0,8105

Mai/11

0,8379

0,8113

0,8680

0,8510

0,8458

0,7174

0,8456

Fonte: Cepea - Esalq/USP (Milk Point)

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JULHO| 2011 MAR ABR 2011


Fonte: Ciclo Vivo

A reutilização permite que itens usados sejam aproveitados de outra maneira. Ao invés de gastar mais recursos para criar novas coisas, a técnica conhecida como “Upcycle” incentiva a transformação de objetos que não funcionam mais de maneira eficiente para a sua finalidade original. Ao reutilizar um material o desperdício é reduzido e a quantidade de resíduos que vão para lixões ou aterros sanitários também. Coisas simples como um rolo de papel higiênico podem se tornar úteis. Aprenda a transformá-los em sementeiras.

Imagens: saidosdaconcha.blogspot.com

MÃO NA MASSA

Rolos de papel higiênico podem ser reutilizados como sementeiras

PASSO-A-PASSO Rolos de papel higiênico, tesoura, terra, sementes e água.

Aperte suavemente o contorno de uma das extremidades

Fotografia1.

MÉTODO: Separe os rolos de papel higiênico vazios e corte-os ao meio com o auxílio de uma tesoura. A seguir, pressione com cuidado o contorno de uma das extremidades para fazer o fundo. Quando terminado, o fundo do seu copo deve estar parecido com a figura exposta na fotografia1. Separe as “sementeiras” e organize-as todas juntas, uma ao lado da outra. Preencha-as com terra e deposite a semente de sua escolha no centro de cada “tubo”. Regue-as diariamente. Em alguns dias, suas sementes começarão a brotar. Quando você transplantar os brotos para um jardim, tenha cuidado para apoiar o fundo do copo com a mão, isso irá previnir que a terra caia. Não é preciso retirar o papel para fazer o plantio, basta colocá-lo diretamente sob o solo.

JULHO 2011

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EMATER

Fazendinha da Emater na Expoagro GV 2011 Ronald Hott de Paula

Coordenador Técnico Regional

Foto: Arquivo Emater-MG

Durante a 42ª Expopreparo de caldas naturais para sição Agropecuária de controle de pragas e doenças. Gov. Valadares (EXPOTambém serão apresentadas AGRO-GV), promovida algumas alternativas para propela União Ruralista Rio dução destes alimentos em Doce, a EMATER-MG pequenos espaços de casas e através do seu Escritório apartamentos, além de um moRegional está trazendo delo de estufa de baixo custo e uma novidade para o rápida construção que permite público visitante: é a ima produção na entressafra. plantação da Fazendinha A atividade da fruticultura da EMATER. será representada pelas cultuA olericultura será uma das atrações do stand da Emater-MG A área de aproximaras de abacaxi, maracujá e banadamente 2500 m² está ocupada com alguns projetos que po- na. Espaçamentos e variedades adequadas para a nossa região, dem ser implementados nas propriedades rurais e também condução e manejo das plantas, principalmente a rentabilidade na área urbana. destas culturas com ótimo potencial de diversificação das proNa área de bovinocultura foi priorizado o manejo de pas- priedades rurais, são alguns dos itens a serem abordados. tagens, através do pastejo rotacionado. O produtor terá esclaO meio ambiente não foi esquecido. Será mostrado um morecimentos de como planejar a divisão das pastagens, área de delo de fossa séptica que pode ser construída como opção para descanso com saleiro e bebedouro, construção da cerca elétrica, o saneamento rural evitando a contaminação da água e do solo e manejo correto das principais gramíneas utilizadas na região. contribuindo para melhoria da saúde das famílias rurais. Os pequenos animais serão outra atração. A criação de franMas não adianta só produzir. Umas das principais dificulgos caipiras em sistema semi-intensivo é uma atividade bastante dades do produtor, a comercialização, também está sendo conrentável que será incentivada através de uma mostra na Fazen- templada através da I Mostra da Agroindústria Familiar, onde dinha. Esta é uma atividade que pode tanto ser desenvolvida poderão ser encontrados diversos produtos de artesanato e da no meio rural quanto no urbano. Serão expostos equipamentos agroindústria, como doces, quitandas, mel entre outros. utilizados na criação de abelhas e peixes, como tanque rede, Durante todos os dias estarão sendo ministrados cursos de descamador de peixe (invento premiado de uma produtora rural curta duração, demonstrações técnicas e palestras. A prograde Central de Minas), colmeia, etc. mação poderá ser conhecida no stand da EMATER-MG instaOutra atividade que também pode ser desenvolvida em áreas lado dentro da Fazendinha. Técnicos da Empresa e estudantes urbanas, utilizando quintais e lotes vagos, é a olericultura (pro- de agronomia estarão de plantão para esclarecimentos sobre os dução de hortaliças). Foram plantadas cerca de 20 variedades mais variados assuntos de interesse do público visitante. de verduras e legumes oferecendo ao público a oportunidade Portanto não deixem de visitar a FAZENDINHA DA EMAde conhecer uma produção sem o uso de agrotóxicos, apren- TER entre os dias 8 e 17 de Julho no Parque de Exposições de der sobre o modo adequado de plantio, condução e a fazer o Governador Valadares. O espaço ficará aberto de 8 às 22h.

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Marcelo de Aquino Brito Lima

Fiscal Estadual Agropecuário - IMA Coordenadoria Regional de Gov. Valadares

Imagem ilustrativa

IMA

IMA inicia certificação do algodão produzido em Minas

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) iniciou em maio, a certificação de origem e qualidade do algodão em pluma mineiro. O processo de certificação acontecerá sempre entre os meses de maio e setembro, datas em que acontece a safra do algodão no Estado. O objetivo é atestar a qualidade e garantia de procedência do algodão inserido no Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (PROALMINAS). Além disso, propiciar parcerias com o setor produtivo do algodão, já que, as indústrias têxteis que comprarem o produto certificado terão uma desoneração tributária. O PROALMINAS é coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA) e busca incentivar a modernização da produção agrícola do algodão, além de estimular a indústria têxtil. Minas Gerais possui 29 mil hectares de área plantada de algodão, sendo que a região Noroeste é a maior produtora, com 15,4 mil hectares. Para maiores informações procurar o escritório do IMA mais próximo de seu município.

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IDAF

Idaf adquire novo sistema de informatização para a defesa sanitária Jória Motta Scolforo

Foto: Ascom Idaf

Assessoria de Comunicação/Idaf Texto: Analine Izoton

Durante reunião para implantação do Sistema de Integração Agropecuária online

O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), e a Uniaves, maior indústria do setor da avicultura do Estado e a Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES), assinaram o termo de compromisso para implantar o Sistema de Integração Agropecuária online (Siapec) para aprimorar os trabalhos de defesa sanitária e inspeção animal e vegetal. A empresa SM Soluções e Gestão de Informação Ltda é a responsável pelo software. De acordo com o chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal, Fabiano Fiuza, a tecnologia permitirá executar as atividades de defesa sanitária animal de maneira mais eficaz. “Através do software é possível controlar os registros de trânsito, gerenciar todo o rebanho e controlar os estoques de vacinas. Além disso, os veterinários que trabalham nas granjas terão um login e senha de acesso para a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA)”, informa Fiuza. A diretora presidente do Idaf, Lenise Menezes Loureiro, ressalta a importância do sistema para o Idaf. “A implantação do novo sistema representa uma grande

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conquista não só para a instituição, mas para a sociedade capixaba, tendo em vista que aperfeiçoará as atividades de defesa sanitária animal e vegetal, possibilitando melhoria no nosso status sanitário, expansão de mercado e, sobretudo, garantir produtos mais seguros à população”, explica Lenise. O novo sistema também está sendo implantado pela Uniaves e a AVES parceiras do Idaf. Ambas foram fundamentais para a aquisição do sistema. “Estamos felizes com a parceria com o Idaf. Cooperar com os trabalhos de defesa sanitária melhora a classificação do Estado beneficiando os avicultores capixabas”, diz o diretor da Uniaves Ricardo Bruno. SISTEMA DE INTEGRAÇÃO AGROPECUÁRIA ONLINE

Segundo o diretor presidente da empresa, Sylvio Maggessi, o sistema de informatização SM está presente em três Estados: Sergipe, Bahia e Pará. O software integrará os trabalhos de defesa animal e vegetal, com cadastro dos produtores e das propriedades em um sistema único. Através do sistema é possível gerar relatórios e documentos necessários para o trânsito de animais e produtos de origem vegetal.


Ascom Adab/Seagri Imagem ilustrativa

ADAB

Governo e pecuaristas comemoram reconhecimento internacional do fim da Zona Tampão

O fim da Zona Tampão na Bahia tem agora reconhecimento internacional. O reconhecimento dessa área como Zona de Proteção foi divulgado oficialmente pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), durante a 79ª Assembléia Geral de Delegados da OIE, realizada em Paris, no dia 27 de maio último. A Bahia já havia conquistado o status de livre de aftosa com vacinação da Zona de Proteção desde a publicação da Instrução Normativa nº 45, de 28 de dezembro de 2010, pelo Ministério da Agricultura. “Mas com o aval internacional e a resolução da OIE, os pecuaristas da Zona de Proteção agora passam a ter o mesmo status sanitário em todo o território nacional, sem restrições quanto ao comércio em qualquer parte do mundo”, destaca o secretário da Agricultura, Eduardo Salles. Os oito municípios baianos que compõem a Zona de Proteção são Casa Nova, Remanso, Campo Alegre de Lourdes, Pilão Arcado, Buritirama, Mansidão, Santa Rita de Cássia e Formosa do Rio Preto –, com cerca de 10 mil criadores e um rebanho de aproximadamente 255 mil cabeças. De acordo com o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária, Adab, Paulo Emílio Torres, a atenção com o trânsito de animais e a vigilância entre os Estados com risco médio e os municípios declarados como livres será contínua. Lembrando que essa área preserva todos os Estados do Brasil – consideradas livres da doença com e sem vacinação (Santa Catarina)

pela OIE – de áreas de divisa com estados que têm status sanitário inferior, como Pernambuco, Piauí, Maranhão e Amazonas. Hoje, 15 unidades da federação são reconhecidas pela OIE como livres de febre aftosa com vacinação: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Além disso, detêm esse status a região Centro-Sul do Pará e os municípios de Guajará e Boca do Acre, no Amazonas. O Ministério da Agricultura reconhece como risco médio de febre aftosa os estados de Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e a região Centro-Norte do Pará. Em alto risco encontram-se Roraima, Amapá e as demais áreas do Estado do Amazonas. O Estado de Santa Catarina é considerado pela OIE como livre da doença sem vacinação. A OIE reconheceu também as Zonas de Proteção dos Estados de Tocantins e Rondônia. No Tocantins, os municípios são da Zona de Proteção são Barra do Ouro, Campos Lindos, Goiatins, Lizarda, Mateiros, Recursolândia e São Felix do Tocantins, onde o rebanho está estimado em 133,6 mil cabeças. Já em Rondônia, a zona inclui o norte de Porto Velho e parte dos municípios de Canutama e Lábrea, localizados no estado do Amazonas. JULHO 2011

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Cristina Malm, da UFMG, durante palestra sobre “Mitos e verdades da castração precoce em cães e gatos”

vino, presidente da Anclivepa – Associação Nacional de Clínicas Veterinárias de Pequenos Animais, que promoveu o evento, avaliou a importância do mesmo para os participantes. “Com palestras de veterinários de destaque em Minas, passamos a não depender somente de eventos de outros Estados para a atualização clínica da categoria”, completou. (Fonte: Ana Luisa Moreira – ASCOM Expovet)

Novo presidente da EBDA toma posse e ressalta o papel dos movimentos sociais Atendendo a solicitações dos movimentos sociais, o Governo da Bahia, sócio majoritário da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), indicou e elegeu, no dia 28 de junho, durante assembleia do Conselho Consultivo, como novo diretor-presidente da EBDA, o técnico agrícola Elionaldo de Faro Teles. A solenidade de posse do Presidente e do novo Elionaldo de Faro, diretor de pecuária da Empresa, Marcelo Vieira Matos da Paz, Presidente da EBDA foi realizada no Centro de Treinamento da Empresa, em Salvador, logo após a assembleia, com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence. Durante a solenidade, Faro destacou à sua dedicação à agricultura familiar e aos movimentos sociais, ressaltando a importância de ambos. Ele também falou sobre às ações da EBDA nos municípios baianos. “Nosso compromisso é desenvolver o meio rural, combater à pobreza e levar a EBDA à uma liderança no desenvolvimento de projetos e pesquisas para a agropecuária, além de buscar a excelência na prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater)”, destacou o Presidente. A história de Faro está diretamente ligada à agricultura familiar, aos movimentos sociais e à EBDA, na qual ingressou em 1978, quando ainda era Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-BA), e está até hoje. Mais recentemente, foi diretor de Pecuária da EBDA. (Fonte: EBDA/Assimp) 40

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Foto: Aurelino Xavier

A Expovet Minas, feira do segmento pet e veterinário do Estado, aconteceu entre 03 e 05 de junho. Visando a profissionalização do setor, a feira foi sede do Encontro Mineiro de Atualização em Medicina Interna em Pequenos Animais, direcionado para médicos veterinários. As palestras do Encontro abordaram tratamentos com células tronco, diabete canina, leishmaniose visceral, laserterapia, dentre outros. Bruno Di-

Um dos grandes desafios da política agrícola nacional é dar acesso aos agricultores a novos financiamentos. As operações de crédito rural não tem alcançado a meta proposta pelo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) dos últimos anos. Agora, apesar do PAP 2010/11 colocar R$ 123 bilhões (sendo 107 bilhões para agricultura comercial e 16 bilhões para familiar) como valor orçado para aplicação, nada garante definitivamente a sua execução. Com claros sinais de esgotamento do modelo de crédito rural implantado há mais de quatro décadas, a apreensão dos produtores e de todas as cadeias produtivas é cada vez maior com relação aos títulos de financiamento disponíveis para operações. Com o objetivo de estudar o potencial da utilização e o aprimoramento destes títulos, com vista à maior difusão dos seus benefícios para o produtor rural, a ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio reuniu diversos elos das cadeias produtivas e criou o Comitê de Financiamento do Agronegócio. Temas como Central de risco, Sistema Nacional de Crédito Rural, Sistema Privado e Seguro foram destaques nos primeiros encontros do Comitê, que reúne os mais renomados executivos do mercado financeiro e do agronegócio. (Fonte: ASCOM Abag)

Novos diretores da Conab tomam posse em Brasília A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tem dois novos dirigentes. Tomaram posse, no dia 20 de junho, em Brasília, Marcelo de Araújo Melo, como diretor de Operações e Abastecimento, e Oscar Jucá Neto, como diretor de Finanças. O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, participou do evento representando o ministro Wagner Rossi. A nomeação dos dois novos diretores foi publicada no Diário Oficial da União da sexta-feira (17/06). (Fonte: MAPA)

- Foto Erasmo Pereira Ascom EPAMIG 2

ABAG cria Comitê de Financiamento do Agronegócio crédito Lux Color Fotografia e filmagem

ACONTECEU

Evento de atualização para médicos veterinários acontece durante a segunda Expovet Minas

Fora d


No último dia 27/06 (segunda-feira), o Sindicato Rural de Governador Valadares promoveu a homenagem do Mérito Rural 2011. Os homenageados foram escolhidos pelo destaque na classe rural e na sociedade em geral. Os contemplados com o título foram Paulo Campos Barroso, José Oton Prata de Castro, Saul Vilela, Verenice dos Reis Rezende, Raul Cláudio dos Santos e Hélio Cabral Júnior. A solenidade também foi o início das comemorações do dia do produtor rural, que é dia 7 de julho. O Presidente Afonso Luiz Brêtas, julga importante a realização de eventos como este, que enaltecem o produtor rural e a classe. (Fonte: Sindicato Rural GV)

Foto: Sindicato

Sindicato Rural homenageia com Mérito Rural 2011

Paulo Campos Barroso (no centro), ao lado da esposa Sônia Barroso, recebendo a homenagem do presidente do Sindicato, Afonso Brêtas

Expocafé 2011 atrai mais de 22 mil visitantes

- Foto Erasmo Pereira Ascom EPAMIG 2

O maior evento do agronegócio café no Brasil, Expocafé, realizado pela EPAMIG, entre os dias 14 e 17 de junho, na Fazenda Experimental de Três Pontas recebeu 22.084 participantes (em 2010 o público foi de 12 mil). Os negócios realizados passaram de R$ 93 milhões na edição anterior para 228 milhões em 2011, o que significa 145% a mais que em 2010. A procura por estandes também cresceu. O setor de comercialização estima que na próxima edição deverá ampliar em 20% o número de estandes. De acordo com o coordenador da Expocafé, Mairon Mesquita, os eventos que integraram essa edição tiveram retorno positivo dos visitantes. Mairon explica também que a partir de pesquisa feita com os expositores serão traçadas estratégias para a edição 2012. “Diante do crescimento do agronegócio café, é esperaForam gerados mais de 200 milhões da também a expansão da feira”, disse. Para a de negócios na Expocafé 2011 15ª edição a intenção é disponibilizar um pavilhão de inovação exclusivo para novas tecnologias. De acordo com o coordenador essa demanda surgiu a partir do 1° Encontro de Inovação do Café realizado na sexta-feira (17). De acordo com o coordenador técnico da Expocafé, Gladyston Carvalho o sucesso do evento demonstra o bom momento da cafeicultura e o interesse dos cafeicultores pela tecnificação da atividade cafeeira. “O cafeicultor caminha para a otimização e automação das propriedades que até alguns anos atrás eram consideradas propriedades rurais e agora passam a se tornar empresas rurais”, afirma. (Fonte: ASCOM EPAMIG)

Novo diretor geral da FAO é esalqueano Um esalqueano comandará os esforços internacionais de erradicação da fome e da insegurança alimentar entre janeiro de 2012 e julho de 2015. José Graziano da Silva, engenheiro agrônomo formado na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) em 1972, foi eleito em 26 de junho, o novo Diretor Geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Graziano da Silva, 61 anos, recebeu um total de 92 votos dos 180 votos, derrotando o ex chanceler espanhol, Miguel Angel Moratinos Cuyaubé, que obteve 88 votos. Não houve abstenções. A eleição ocorreu no segundo dia da Conferência bienal da FAO, que também aprovou o orçamento da Organização para 2012-2013. “A partir de agora não sou um candidato brasileiro, mas o Diretor-Geral eleito de todos os países”, afirmou Graziano da Silva, emocionado, num rápido discurso à 37ª Sessão da Conferência da FAO depois da votação. Como Ministro Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome do Brasil, foi responsável pela execução do programa Fome Zero. Desde 2006 atuou como Vice-Diretor Geral da FAO e representante regional para a América Latina e no Caribe. Graziano da Silva nasceu em 17 de novembro de 1949 e será o oitavo Diretor-Geral desde a criação da FAO, em 16 de outubro de 1945. (Fonte: Ascom USP/ESALQ)

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Receita de Beliscão

CULINÁRIA

(Biscoitinho com Recheio de Goiabada) Imagem ilustrativa

Fonte: Cozinha Nestlé

Ingredientes

Massa: • 1 lata de creme de leite • 100 g de manteiga • 3½ xícaras (chá) de farinha de trigo • 1 xícara (chá) de açúcar Recheio: • ½ xícara (chá) de açúcar • 180 g de goiabada Modo de Preparo

Misture o Creme de Leite, o açúcar, a farinha de trigo e a manteiga. Cubra com filme plástico e deixe descansar por 30 minutos. Corte a goiabada em retângulos finos. Abra a massa em uma superfície enfarinhada, cortando-a em círculos com o auxílio de um copo pequeno ou cortador. Coloque um pedacinho de goiabada no centro e dobre a massa, unindo as duas pontas opostas. Pincele com a gema, arrume-os em fôrma untada e leve ao forno pré-aquecido por cerca de 30 minutos ou até ficarem ligeiramente dourados. Retire do forno e polvilhe com o açúcar.

Dificuldade de Preparo da Receita: fácil Temperatura da Receita: frio Rendimento da Receita: 150 unidades Tempo de preparo da Receita: 30 min +

30 min de descanso + 30 min de forno

Envie a sua receita para a Revista Agrominas jornalismo@revistaagrominas.com.br

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CLASSIFICADOS

as

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