14ª Edição Agosto - 11

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N° 14 . Agosto 2011

ISSN 2179-6653

Os custos da degradação e do mau uso da água

Aprovados os mecanismos e valores de cobrança do uso da água em março, a mesma está prevista para começar em setembro. Os usuários que utilizam a água de forma expressiva: produtores rurais, indústrias, mineradoras e empresas de saneamento, deverão pagar pelo uso da água.


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índice

editorial

De acordo com um estudo feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apenas 18,2% dos brasileiros consomem a quantidade de frutas recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 400 gramas/dia, mesmo estando o país em terceiro lugar na produção mundial. Fala-se muito em aumento da demanda por alimentos, mas pelo visto no país os hábitos saudáveis para a alimentação não estão sendo seguidos pela grande maioria. Ainda segundo a pesquisa, realizada entre fevereiro e abril deste ano, relacionada também as hortaliças, 37% dos entrevistados consideram-nas alimentos saudáveis, 26% acreditam que elas previnem doenças, 32% sabem que é preciso mudar os hábitos alimentares e 17% não está contente com a qualidade da própria alimentação. Os dados do Canal do Produtor mostram que entre as hortaliças mais consumidas, apontadas na pesquisa, estão cenoura (81%), alface (79%) e tomate (75%). Em relação às frutas, a banana (90%), maçã (74%) e a laranja (73%) são as mais procuradas. Já nesta edição da revista, vinculamos dois entrevistados para falarem a respeito da cobrança do uso da água, que está prevista para começar em setembro na Bacia do Rio Doce. Em Grandes Criatórios, conheça a Fazenda Lagoa Preta, voltada para a produção de matrizes da raça Girolando. Confira também em Dia de Campo, comemorando o dia da avicultura que é dia 28 de agosto, contamos sobre a criação de frangos na região de Governador Valadares. Também em comemoração, uma receita de Bobó de frango, como sugestão para deliciar o paladar dos nossos leitores. Desejamos os parabéns a todos os avicultores. Boa leitura! Denner Esteves Farias

Editor-Chefe

4 Giro no Campo 6 Entrevista 10 Entidade de Classe 12

Grandes Criatórios

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Dia de Campo

18 Saúde Animal 20 Caderno Técnico 23 Forragicultura 26 Agrovisão 28 Sustentabilidade 30 Perfil Profissional 31 Meteorologia 32 Mercado 34 Cotações 35 Mão na Massa 36 Emater | IMA | Idaf | Adab 40 Aconteceu 42 Culinária

Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

Editor-Chefe Denner Esteves Farias Zootecnista - CRMV-MG 1010/Z Jornalista Responsável / Redação Lidiane Dias - MG 15.898 (em formação) Jornalistas Colaboradoras Alessandra Alves - MG 14.298 JP Diagramação Finotrato Design

Colaboração - Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo - AgriPoint e MilkPoint - Danilo Candia - Engenheiro Agrônomo - Emater/IMA/Idaf/Adab - Hyberville Neto - SCOT Consultoria - Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista - Manoel Eduardo Rozalino S. e Dilermando Miranda da Fonseca - Marcelo Conde Cabral - Médico Veterinário - Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo - Waldir Francese Filho - Eng. Agrônomo - Coocafé

Contato Publicitário Thiago Lauar Scofield Eng. Agrônomo - CREA/MG 111396 D Distribuição Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Vale (33) 3271.9738 do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba. comercial@revistaagrominas.com.br

Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: CGB Artes Gráficas A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo. As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores. Administração/Redação - Revista AgroMinas Rua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro 35.010-230 | Governador Valadares-MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: jornalismo@revistaagrominas.com.br

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As exportações mineiras de produtos apícolas (que englobam mel natural e cera de abelha) aumentaram 50,7% no primeiro semestre de 2011 em comparação com igual período de 2010 e atingiram a cifra de US$ 2,7 milhões. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram analisadas pela Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Nos primeiros seis meses de 2011, as vendas externas mineiras de produ-

tos apícolas foram destinadas a oito países, sendo os principais compradores o Japão, Estados Unidos e Alemanha que juntos compraram o equivalente a 98% das exportações mineiras”, diz Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da Spea. Ela destaca a Alemanha, que registrou aumento das importações de 490,1% e passou de quarto para terceiro maior importador, entre o primeiro semestre de 2010 e 2011, ultrapassando o Reino Unido. (Fonte: Ivani Cunha / ASCOM SEAPA)

Imagem Ilustrativa

Giro no Campo

Exportações mineiras de produtos apícolas crescem 50,7%

Balanço dos resultados finais da primeira etapa contra a febre aftosa na BA, ES e MG Bahia bate novo recorde na vacinação contra febre aftosa Com 98,01% do rebanho vacinado contra a febre aftosa, a Secretaria da Agricultura, através da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) comemora, pela terceira vez consecutiva, mais um recorde de imunização das 10.791.221 cabeças existentes no Estado. O último número registrado pela Agência, em novembro do ano passado, apontou índice de 97,93% do gado vacinado e declarado. Ambos os índices estão bem acima dos 90% exigidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para Estados livres de febre aftosa com vacinação. Os destaques desta primeira etapa da campanha contra a febre aftosa em 2011 são as Coordenadorias Regionais de Irecê (99,75%), Itaberaba (99,49%), Itapetinga (99,41%), Miguel Calmon (99,23%), Salvador (99,22%) e Jequié (99%). As coordenadorias de Paulo Afonso, Itabuna, Barreiras e Teixeira de Freitas alcançaram índices vacinais acima de 98%. Já as regionais de Feira de Santana, Guanambi, Juazeiro, e Vitória da Conquista registraram patamares superiores a 97%, seguidos pelas Coordenadorias Regionais de Santa Maria da Vitória (96,68%) e Ribeira do Pombal (95,34%). (Fonte: ASCOM ADAB) 4

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Campanha de vacinação contra a febre aftosa atinge 96,63% do rebanho capixaba

Na 98ª campanha de vacinação contra febre aftosa, realizada no mês de maio, foram imunizados 899.208 bovinos e bubalinos (búfalos) com até dois anos de idade - alvos da etapa - o que representa 96,63% do rebanho do Espírito Santo. A campanha é coordenada pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) com o objetivo de promover a saúde dos animais, ampliar as possibilidades de mercado e fortalecer a pecuária. O resultado alcançado mostrou que o Estado possui uma cobertura vacinal acima do mínimo exigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que é de 90%. O médico veterinário do Idaf, José Dias Porto Júnior, ressalta que os bons resultados são frutos do comprometimento dos produtores. “A sensibilização dos pecuaristas quanto à importância da vacinação é fundamental para manter o alto índice de imunização no Estado. Com esses valores estamos nos preparando para pleitear, futuramente, o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação” afirma. (Fonte: Ascom IDAF)

Minas Gerais alcança 98,5% de cobertura vacinal contra aftosa em maio

Minas Gerais enviou, na sexta-feira (29/07), ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília, o relatório final da primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Contra Febre Aftosa de 2011, encerrada no dia 31 de maio. O índice de vacinação foi 98,5% de bovinos e 99,5% de bubalinos. A Campanha envolveu 23,4 milhões de bovinos de todas as idades, nos 853 municípios mineiros, contra 22,4 milhões em igual período do ano passado. Nesta etapa, a surpresa foi à constatação no crescimento do rebanho mineiro em um milhão de cabeças. Das 20 Coordenadorias Regionais do IMA espalhadas pelo Estado, algumas apresentaram um índice expressivo de vacinação, chegando a 99,8% do rebanho. (Fonte: ASCOM IMA)


Sorgo de Minas ganha força como matéria-prima para ração

Imagem Ilustrativa

A demanda crescente de sorgo para a produção de ração animal, principalmente suínos e aves, está estimulando a expansão do cultivo em Minas Gerais. De acordo com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra estadual de sorgo, em 2011, pode alcançar 356 mil toneladas, volume 16,8% maior do que o registrado no ano passado. Segundo Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria da Agricultura, a previsão de aumento da safra de sorgo no Estado é sustentada pela expansão da área cultivada em 21,3%. “Dados da Conab mostram que Minas Gerais conta atualmente com 122,9 mil hectares plantados de sorgo”, diz a assessora. Na condição de segundo colocado na produção brasileira de sorgo, atrás de Goiás, Minas tem como destaques as regiões do Noroeste, Triângulo e Alto Paranaíba, com 44,3%, 39,2% e 12,1% de participação, respectivamente. Em Minas, a colheita do sorgo – que foi plantado em fevereiro e março – começa por volta de agosto e segue até outubro/novembro. (Fonte: Ivani Cunha / ASCOM SEAPA)

Leite cresce e fatura R$ 44,5 bilhões no Brasil O mercado brasileiro de leite e produtos lácteos faturou, em 2010, R$ 44,5 bilhões, segundo estudo realizado pela Leite Brasil. Esse número representa um crescimento de 17,1% em relação a 2009, quando foram registrados R$ 38 bilhões. O segmento da cadeia do leite e derivados que mais cresceu em 2010 foi dos produtos informais (+35,1%), em função da ampliação dos preços médios, seguido pelo de queijos e requeijão (+24,1%) e pelo leite em pó (+22,7%). Já o crescimento do leite longa vida (+5,1%) acompanhou a inflação, mas seu faturamento ficou em primeiro lugar entre os produtos sob inspeção. O leite pasteurizado foi o único segmento que apresentou queda de faturamento (-3,3%). O estudo da Leite Brasil indica ainda que, se considerado apenas o volume de leite e produtos lácteos inspecionados, o setor contabilizou em 2010 um faturamento de R$ 33,9 bilhões. Assim, o segmento leiteiro ficou atrás apenas dos setores de carne e açúcares, que faturaram no mesmo ano R$ 66,4 bilhões e R$ 37 bilhões, respectivamente, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA). (Fonte: Elaine Cruz / CDN Comunicação Corporativa)

Minas vai implantar modelo pioneiro de território de agricultura irrigada Minas Gerais vai implantar um modelo pioneiro de território de agricultura irrigada do país, que será criado na bacia do Rio Paranaíba, no Triângulo Mineiro. O modelo vai usar como base as 36 Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos, já estabelecidas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Segundo o secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Paulo Romano, os territórios reúnem condições socioambientais, culturais e econômicas homogêneas, ampliando as possibilidades de soluções para os conflitos relacionados ao uso de recursos hídricos. “Ao estabelecer o conceito de território, pretende-se estimular a gestão participativa nas questões de uso da água. E a integração com os usuários e outros órgãos é condição fundamental para alcançar a sustentabilidade na irrigação”, afirma. Ele explica ainda que a bacia do Paranaíba foi escolhida por ser uma região com tradição na agricultura irrigada, além de apresentar um alto nível de organização dos usuários. “Cerca de 90% da cafeicultura, no município de Araguari (que pertence à bacia do Paranaíba), são conduzidos sob o sistema de irrigação. E o surgimento de conflitos é proporcional ao crescimento da demanda pela água. A função dos territórios é reunir todos os usuários numa mesa de negociação, buscando soluções sustentáveis nas regiões de cada bacia”. (Fonte: Márcia França / ASCOM SEAPA)

Exportações baianas voltam a superar US$ 1 bilhão pelo terceiro mês seguido Mesmo diante do impacto cambial, com o dólar atingindo em julho a menor cotação desde 1999, as exportações baianas alcançaram, no mês passado, US$ 1,032 bilhão, superando em 37,2% a receita de igual período em 2010. Pelo terceiro mês consecutivo, as vendas do Estado no mercado externo superam US$ 1 bilhão, registrando recorde em junho, quando chegaram a US$ 1,050 bilhão. Os principais responsáveis pelo resultado obtido no mês passado foram o grande volume embarcado de soja, algodão, cobre e petróleo – sustentado pelos altos preços das commodities –, o aumento na produção e exportação

de petroquímicos, além do crescimento excepcional das vendas para a Argentina. Nos sete meses de 2011, as exportações baianas resultaram em US$ 5,94 bilhões, 21,3% acima de igual período do ano passado. Já as importações, no acumulado do ano (janeiro/julho), alcançaram US$ 4,34 bilhões, o equivalente ao crescimento de 13,7%. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) exterior da Bahia, este ano, totaliza US$ 10,3 bilhões, com o superávit de US$ 1,6 bilhão, volume 48% acima do mesmo período de 2010. (Fonte: SEAGRI BA)

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entrevista

Cobrança pelo uso da água

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A racionalização agora terá um preço para quem usa a água de forma expressiva Em 2002 foi criado o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce) para cuidar de políticas de gestão das águas ao longo da Bacia, com a união de três pontos de vista: econômico (empresas), social (sociedade civil) e político (governo). Através do pacto político entre esses três seguimentos que compõem o comitê, após um longo processo de discussão, realização de oficinas, rodada de reuniões e assembleias, chegou-se a decisão de se cobrar pelo uso da água. Em março deste ano foi feita uma assembleia que, além de ser escolhida a nova diretoria que compõe o CBH-Doce, aprovou-se os mecanismos de cobrança e os valores estabelecidos em uma discussão anterior via Grupo Técnico de Articulação Institucional (GTAI). O começo de cobrança pelo uso da água está previsto para setembro, mas antes disso precisa ser aprovada a entidade delegatária para funções de Agência de Água da Bacia, que será responsável pela implementação dos programas e ações levantados depois do diagnóstico feito na Bacia. Dos recursos da cobrança, 92,5% vão para a implementação dos programas do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce (PIRH) e dos Planos de Ações de Recursos Hídricos das Bacias Afluentes (PARHs), levantados em diagnósticos feitos ao longo da Bacia. Os 7,5% restantes serão destinados para a implantação e o custeio da Agência de Água. Os produtores rurais que fazem uso expressivo da água também irão pagar, ou seja, em Minas Gerais aqueles que utilizam uma quantidade superior a 1 litro por segundo. Para esclarecer algumas dúvidas a respeito da cobrança, a Revista Agrominas entrevistou Joema Gonçalves de Alvarenga, Secretária Agosto 2011

Executiva do CBH-Doce e Presidente da Câmara Técnica de Integração (CTI), e Giordano Bruno Bomtempo de Carvalho, Gerente de Cobrança de Recursos Hídricos da Agência Nacional das Águas (ANA). Revista Agrominas Qual a importância especificamente da cobrança do uso da água, para a racionalização da mesma, já que a cobrança não é um imposto, pois será aplicada em projetos e estudos? Giordano de Carvalho - A cobrança serve para dar uma indicação de que a água tem um valor real, pois, tornada escassa, não pode mais ser considerada como um bem de acesso livre e gratuito. Além disso, segundo a Lei nº 9.433/97, a Lei das Águas, o objetivo da cobrança é que sirva de incentivo à racionalização do uso da água, a partir do momento em que os usuários passam a pagar pela água que utilizam. A experiência de cobrança no Brasil e em outras Bacias que experimentaram o instrumento tem mostrado que também pode incentivar a redução das vazões que constam das outorgas do direito de uso da água, garantindo maiores disponibilidades de vazões outorgáveis nos rios e, com isso, o direito de acesso à água a novos usuários e às futuras gerações. A cobrança não é um imposto porque ela é produto de um pacto que é feito na própria Bacia, sendo toda construída no âmbito do Comitê da Bacia Hidrográfica, que é um colegiado que inclui representantes dos usuários, do poder público e da sociedade civil. Com isso, tudo o que se refere à cobrança é decidido de forma descentralizada e participativa com os interessados, até mesmo em que ações de recuperação da bacia hidrográfica serão aplicados os recursos arrecadados.

R. Agrominas - Através do PIRH e dos PARHs foi implantada a cobrança pelo uso da água como modo de reverter o uso inadequado e o desperdício da mesma em toda a Bacia do Rio Doce. Como será efeuada essa cobrança? Joema Alvarenga - A cobrança vem de acordo com uma fórmula. Tem uma fórmula que foi aprovada na Deliberação CBH-Doce nº 26 tratando dos mecanismos. Os mecanismos são as fórmulas: a água captada; os efluentes lançados no corpo hídrico, por exemplo, que é o resto de empresas ou de esgoto doméstico (efluentes); e o volume de água transposto. Esses conceitos se transformaram em uma fórmula. Depois de aprovada, essa fórmula foi quantificada e vieram os valores da cobrança. A cobrança vai se sofisticando a partir dos estudos e projetos que serão levantados. A água captada, a carga orgânica e a transposição foram os três pontos que tiveram os preços aprovados. Mesmo que a gente consiga aprovar tudo para iniciar em setembro, o 1º boleto só será enviado em janeiro, com o valor referente a um doze avos dos meses de setembro a dezembro de 2011 somados ao valor previsto para o ano de 2012. Desta forma as empresas terão condições de fazer o seu orçamento para o ano que vem. R. Agrominas - As pessoas que usam a água de forma expressiva é que precisam pagar por esse uso. Quem são elas? Joema Alvarenga - Pela Lei são todos os usuários sujeitos a outorga que nós temos ao longo da Bacia: temos indústrias, mineradoras, produtores rurais que fazem uso significativo da água. As empresas de saneamento, que usam a água para fins de abastecimento sanitário e es-


gotamento sanitário, também vão pagar. Ao final de quatro anos se faz um novo estudo para ver se não está impactando o usuário e se também existe uma capacidade maior de contribuição. Foi uma discussão democrática entre a proposta que foi apresentada e as partes envolvidas. Existia uma expectativa que a arrecadação fosse maior porque nós temos indústrias muito poderosas atuando na Bacia, mas foi um acordo político. R. Agrominas - Entre os estudos feitos para levantamento das necessidades da Bacia do Rio Doce, foram levantados os impactos sobre os setores de saneamento, agropecuária, indústria e mineração. Os produtores rurais que precisam fazer a outorga do uso da água também precisam pagar. Os valores para o setor agropecuário serão inferiores? Por quê? Joema Alvarenga - Teve um redutor que também foi acertado dentro do pacto político entre os interessados. Os produtores rurais conseguiram uma redução do valor captado, em 40 vezes menos, porque provaram que eles têm uma peculiaridade tal que exige um pagamento menor. No Espírito Santo tem a posição diferente de dois comitês, pois cada comitê é autônomo para poder aprovar o seu valor. Eu gostaria de ressaltar o papel dos produtores rurais que no comitê eles participam das câmaras técnicas, atuaram nas assembleias e conseguiram uma redução. Em vista do compromisso que eles assumiram, inclusive pelas boas práticas, pela mudança de uso da água na irrigação e na pecuária, se pactuou essa decisão.

ticipação. Diagnóstico é a realidade da Bacia, o que salta aos olhos. Lógico que entraram dados científicos, secundários, que estavam ai a disposição nos órgãos gestores, universidades e laboratórios que fazem pesquisa de água. Cada um tem um dado a respeito da água na Bacia: de vazão, da qualidade, da quantidade, do que compõe a água, se está piorando ou se não está, do quadro de degradação da Bacia. O diagnóstico foi esse o que nos salta aos olhos: a quantidade da água está decrescendo; mau uso; uso inadequado da terra provocando assoreamento, assoreamento que vem causar problema no leito do córrego, do rio principal e de todos aqueles que compõem a malha da Bacia, causado pelo desmatamento, topo de morro que não é coberto, falta da vegetação ciliar, etc. Assim os serviços de água gastam muito com captação e com a limpeza da água para que ela se torne o mais potável possível. Com o diagnóstico claro, foi criado programas para cada um dos problemas diagnosticados. R. Agrominas - Algum programa específico? Quais projetos já estão estabelecidos para o uso dessa arrecadação, sabendo que para a execução dos mesmos de acordo com o PIRH e PARHs são necessários R$ 1,34 bilhão? Joema Alvarenga - Um programa que interessa muito aos produtores rurais é o programa Produtor de águas. Voltado para a questão das nascentes, matas ciliares, para que o produtor rural consiga recuperar e/ou preservar suas nascentes e matas, propiciando um aumento na quantidade e melhoria da qualidade da água em sua propriedade e consequentemente na bacia. É um programa para a Bacia inteira. Esse valor é para que todos os programas do Plano sejam implementados ao longo dos dez anos. Os recursos da cobrança não cobririam isso, por isso eles serão recursos usados para programas desencadeadores e para a elaboração de projetos de captação de recursos porque nós temos muito dinheiro que não são captados por falta de projetos.

R. Agrominas - O horizonte do Plano de Investimentos contido no PIRH e os PARHs é de dez anos, fornecendo mecanismos para a execução de ações para a recuperação dos recursos hídricos. Diagnóstico da situação dos recursos e balanço das demandas futuras são insumos fornecidos por esses planos. Qual o diagnóstico para a Bacia do Rio Doce encontrado para se estabelecer a cobrança? RA - Tem um tempo determinado Joema Alvarenga - O diag- de duração para efetuar essa cobrannóstico foi uma das fases do Plano. Foi ça? Quanto tempo? à fase mais demorada e com mais parJoema Alvarenga - Instalada

a cobrança ela não tem fim. A Bacia do Doce vai começar a cobrança, mas daqui a quatro anos os valores poderão ser adequados. Começando a cobrança em setembro, em quatro anos se arrecada o valor de aproximadamente R$ 96 milhões. Nesses quatro anos, desse valor, uns serão aplicados diretamente em programas menores e outros em programas para captar recursos do ministério da cidade para saneamento, por exemplo. Ao longo dos quatro anos se tem a ideia se os projetos estão bons, se precisam de revisão, pois é um período que o Plano prevê para a sua revisão. Está previsto no Plano a elaboração de projetos de revisão. R. Agrominas - Como é feita a fiscalização do pagamento e aplicação dos recursos cobrados? Tem um tempo determinado para aplicação desses recursos? Giordano de Carvalho – Existe um controle de arrecadação que é exercido pela Agência Nacional de Águas. Mediante esse controle de arrecadação, é possível verificar quem está pagando e quem não está. Os usuários que forem considerados inadimplentes podem ser inscritos no CADIN (Cadastro Informativo de Créditos não quitados do Setor Público Federal). A aplicação dos recursos é toda feita nas bacias hidrográficas em que forem gerados. Quem aplica é a futura Entidade Delegatária de funções de Agências de Água, que também é aprovada pelos comitês de bacias. A ANA, portanto, transfere 100% dos recursos arrecadados a essas entidades, para aplicação em ações de recuperação da bacia. No caso das bacias hidrográficas com atuação na bacia do rio Doce, essa aplicação tem que ser definida pelos comitês conforme o PIRH/PARHs, que também deve ser aprovado pelos comitês. A partir do momento que inicia a cobrança, o tempo necessário para a execução das ações varia de acordo com a complexidade e o porte de cada ação, por exemplo, programas de educação ambiental, projetos de reflorestamento e controle de erosão, a elaboração de planos municipais e assim por diante. R. Agrominas - A Bacia do Rio Agosto 2011

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Doce possui área de drenagem de 86.715 Km², dessa área, 86% fica em Minas Gerais e 14% no Espírito Santo. O Rio Doce percorre 850 Km até atingir o oceano Atlântico. Os representantes do Comitê são dos dois Estados. Como é feita a escolha dos representantes do Comitê? Quantos membros têm e como fica a divisão entre os dois Estados? Joema Alvarenga – A diretoria é eleita pelos membros em assembleias específicas, de acordo com o nosso regimento o mandato é de dois anos, pelo regimento tem que ter representantes dos três seguimentos que compõem o comitê, sociedade civil, usuários e poder público, sendo por indicação de nomes. Você elege a chapa por nome, porque a pessoa se compromete. Está no regimento essa divisão e vai de acordo com a porção da Bacia. Minas têm 86% da Bacia, então proporcionalmente no comitê ela tem 86% de cadeira. O Espírito Santo proporcionalmente terá 14% de representantes. Esses representantes nos quais teriam direito em um universo de 60 que são os efetivos, mais 60 suplentes, é dividido entre os três seguimentos que devem estar presentes.

R. Agrominas - A Bacia do Rio Doce é composta por dez comitês. Eles se submetem à um comitê único? Como atuam os órgãos gestores: a ANA, Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), e Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (IEMA), na Cobrança da água? Joema Alvarenga – Cada comitê é autônomo e tudo é pactuado. A ANA, o IGAM e o IEMA são os responsáveis técnicos pela implementação das Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos. ANA faz a cobrança dos rios de domínio da União; o IGAM faz dos rios que nascem e morrem em Minas; IEMA faz dos rios que nascem e morrem no Espírito Santo. Uma das metas deles é a implementação, fortalecimento e dar suporte técnico aos comitês. A ANA, por exemplo, logo que o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce se instituiu, instalou uma unidade regional com sede em Governador Valadares, para dar uma assessoria à diretoria e aos trabalhos do comitê. O IGAM se regionalizou para dar também suporte aos seis comitês de Minas. Tudo que precisamos de mobilização é com o órgão gestor. Esse é o papel que eles fazem, vão ser

Estimativa de arrecadação nos quatro primeiros anos da cobrança Valores estabelecidos (R$)

2012 18.056.030

2013 21.612.314

2014

2015

Total

25.264.245 30.768.558

95.701.147

Valores estabelecidos: valor

8

tipo de uso

ppu

unidade

Captação de água superficial

PPU cap

R$/m³

Lançamento de carga orgânica

PPU lanç

Transposição de água

PPU transp

2011/2012

2013

2014

0,018

0,024

0,030

R$/Km

0,100

0,150

0,160

R$/m³

0,022

0,031

0,040

substituídos quase que inteiramente pela Agência de Água. R. Agrominas - Os Comitês solicitam a criação da Agência de Água da Bacia Hidrográfica, pois é por meio da agência que os recursos serão aplicados. O que mais compete à agência? Como se deu o processo de escolha? Joema Alvarenga – A agência vai fazer esse papel que até então os órgãos gestores estavam fazendo. Ela vai se responsabilizar pela implantação dos programas via recursos de cobrança e utilizando, da melhor maneira, esses recursos. Foi aberto um edital para que as entidades interessadas pudessem se candidatar, depois foi feita uma reunião pública para esclarecimentos, essas entidades deveriam ter os requisitos propostos no edital. No final do período de inscrição, tinha apenas uma escrita, pois as outras foram desistindo ao longo do processo. O edital é muito exigente na qualificação. A entidade que ficou passou pelo crivo. Não era porque era a única que seria escolhida. Os três candidatos a diretores da Agência foram sabatinados dia 13 de julho e foram considerados aptos. O processo está em fase de conclusão. Assim que assinar os contratos de gestão com a ANA, outro com o IGAM e outro com o IEMA, a agência começará a funcionar. Mas para que isso se efetive, o comitê do Doce e os demais comitês terão que aprovar porque foi definido que seria escolhida uma agência única para efetuar a cobrança e implementar os programas do Plano. R. Agrominas – Como é feita a aprovação dos Planos Integrados de Recursos Hídricos? Quem faz esse diagnóstico? Giordano de Carvalho – No caso da Bacia do rio Doce, o plano foi aprovado no ano passado pelo comitê da bacia. Na realidade, o próprio Comitê do Doce foi o principal responsável pela elaboração do plano. Teve apoio dos órgãos gestores, mas todo o processo de elaboração envolveu uma intensa participação dos membros do comitê.

Fórmula estabelecida para a cobrança pelo uso de recursos - Valor total = (Valor cap + Valor lanç + Valor transp + Valor PCH) x Kgestão Agosto 2011


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A força dos produtores no Vale do Jequitinhonha Em 1967, através de uma necessidade da criação de um organismo que pudesse representar os produtores rurais, de forma política, econômica e social, junto às instâncias do governo e outras necessárias, criou-se o Sindicato dos Produtores Rurais de Rubim. Assim, os produtores do município, localizado no Vale do Jequitinhonha e de uma pecuária de corte predominante, passaram a ter uma entidade representativa para seus interesses. No início, o sindicato contava com 20 associados, hoje, 120 produtores rurais estão ligados à instituição. O primeiro presidente foi Frederico Heitmann, que permaneceu no cargo de 1968 a 1977, três mandatos de três anos cada. Já passaram pela entidade: Adão soares Antunes (1977 a 1980), José Moreira de Andrade (1980 a 1981), Waldir Ribeiro da Silva (1981 a 1983), Rubens Napoleão Lacerda (1983 a 1986 e 1992 a 1995), Ubirajara Lacerda Coelho (1986 a 1989), Valdivio de Al-

Funcionários e parte da diretoria do sindicato 10

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Fotos: Arquivo do Sindicato

entidade de classe

Sindicato dos Produtores Rurais de Rubim

Presidente Genilson Moreira

meida (1989 a 1992), Ubiratam Caires Ribeiro (1995 a 2001), Ubiraci Caires Ribeiro (2001 a 2005). Atualmente à frente do sindicato está Genilson Moreira, presidente desde 2005. Quatorze pessoas compõem a diretoria, sendo o presidente, o vice-presidente, secretário, tesoureiro, quatro suplentes da diretoria, três membros efetivos e três suplentes do conselho fiscal. A equipe é formada por sete funcionários diretos: cinco na Loja do Produtor, criada pelo sindicato; um no escritório e um médico veterinário. Sem contar nos indiretos. A sede, localizada na praça central de Rubim, é própria. De acordo com o sindicato, a mesma atende as necessidades

da entidade e seus associados. Além da sede e da loja, a instituição tem também um terreno que é destinado ao depósito de madeira tratada e outro que será loteado dentro da cidade. Entre as principais ações desenvolvidas pelo sindicato está a criação e ampliação da Feira e Leilão de gado; a realização periódica de cursos de formação e capacitação rural, em convênio com o SENAR; criação e ampliação do espaço para o produtor, com sala de reuniões, sala de contabilidade e canto de leitura; palestras e eventos informativos; convênios com empresas de elaboração de projetos de cunho econômico e ambiental; participação em conselhos e associações municipais dando auxílio


no desenvolvimento do município. Serviços contábeis como elaboração de guias, declarações, registros de funcionários, aquisição de materiais e insumos ao produtor são outros serviços prestados pela entidade. Parcerias são efetuadas para atender aos produtores e proporcionar oportunidades aos associados. Entre essas parcerias está a com o SENAR, na realização de cursos e promoção social; com uma empresa ambiental para a elaboração de projetos rurais, econômicos e ambientais; com uma empresa de contabilidade, que proporciona auxílio contábil aos associados e a entidade; com uma empresa de plano de saúde. O sindicato se mantém com os recursos da loja e dos eventos que realiza. Mesmo cobrando uma mensalidade de seus associados, eles não dependem da mensalidade para a manutenção da entidade. Além do leilão e da feira que são realizados anualmente, festas do meio rural como corridas de argolinha, rodeios, corridas de cavalo, cavalgadas, dentre outras, são proporcionadas pelo sindicato.

A gestão

O atual presidente, Genilson Moreira, 39 anos, casado e com três filhas, é produtor Curso do SENAR com os associados do sindicato rural. A gestão que começou em 2005, tem previsão de que para o sindicato. No início, clastérmino em 2014. Natural de Ru- sifica o presidente, era pequena e bim é formado em Contabilidade bem tímida. Atualmente as vendas e possui Magistério. Lecionou por de insumos, medicamentos e madeipouco tempo, mas trabalhou na se- ras são uma proposta e os associados cretaria de uma escola estadual por compram os mesmos com descon17 anos. Mesmo sendo concursado, tos, saindo quase a preço de custo. Lembra que uma das dificuldades pediu demissão e passou a se dedicar exclusivamente ao trabalho de que encontrou no começo de seu manprodutor rural, com gado de corte, dato foi a de trazer associados para o sindicato. Porém, acredita que o trabalho fabricação de queijo e outros. Moreira conta que sua família é que o sindicato tem feito junto ao prode produtor rural e ele sempre teve dutor tem levado qualidade. “Quando vontade de ajudar seu município e assumi o sindicato a população bovina os produtores da cidade a se desen- era de 50 mil e hoje está em 70 mil. Nós volverem. Ele já era sócio do sindi- acreditamos que investindo em qualidacato e como a entidade passou por de do gado e de pastagens é a forma de um período crítico e ninguém que- estimular e gerar lucro. Por isso quereria assumir o cargo, quando o últi- mos manter a qualidade e a produtividamo presidente saiu, ele resolveu se de do nosso bezerro Nelore que é o forte candidatar com o objetivo de tentar da cidade”, ressalta o presidente. melhorar as condições do setor. Hoje, conta orgulhoso, que a Loja do Produtor Rural é um desta-

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Foto: Arquivo

grandes criatórios

Foco na produção de matrizes leiteiras

Situada em Fernandes Tourinho, a Fazenda Lagoa Preta é a propriedade da seção Grandes Criatórios Se as coisas mudam em um dia, o que dirá em 15.343 dias, ou mais especificamente, 42 anos. Desde a aquisição da Fazenda Lagoa Preta, localizada em Fernandes Tourinho (MG), em 1969 por José Cantídio Ferreira, que a propriedade passou por mudanças quanto aos métodos para garantir uma boa produção e marcar a pecuária da região. Em 1987 em vida, José Ferreira que teve uma participação expressiva como pecuarista, passou as propriedades que tinha para seus oito filhos. A Fazenda Lagoa Preta hoje é de posse de seu filho Alberto Ferreira, 60 anos. O produtor rural, assim como gosta de se intitular, é 12

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formado em Medicina Veterinária e exerce funções de direção de uma cooperativa de crédito voltada para os produtores rurais. As mudanças mais visíveis, segundo Alberto Ferreira, estão voltadas para a introdução de tecnologias na fazenda. Melhoria e divisão de pastagens em piquetes, genética e seleção de gado formador de matrizes leiteiras. Há cinco anos o produtor vem utilizando sêmen sexado com escolha de 80% de fêmeas, o que especifica mais o foco da propriedade: a produção de matrizes leiteiras. Mais recente, há três anos, aproximadamente, a inseminação artificial passou a ser

utilizada no rebanho. O plantel, composto por 700 animais, é dividido em 300 matrizes e o restante em crias. Os animais são criados predominantemente a pasto nos 700 hectares de área. As vacas recebem de maio a outubro uma suplementação de silagem de sorgo, de capim mombaça e de cana-de-açúcar, que são plantados na propriedade, em oito, dez e dois hectares respectivamente. Essa produção de forragens, segundo Ferreira, é outro artifício para garantir uma boa produção. Por ano são produzidas cerca de 1000 toneladas. A produção leiteira fica por


Foto: Leonardo Moraes

boas produtoras de leite, com produção média de 300 litros por dia e, mesmo produzindo leite, esse não é o objetivo. “O foco não é a produção de leite, mas de matrizes leiteiras. Elas serão produtoras de leite nas mãos daqueles que adquirem Alberto Ferreira e a esposa Mara Esteves as matrizes”, classifica o produtor. As vendas dos conta dos animais Girolando, resultados do cruzamento entre as raças animais são feitas em leilões e “têm Gir (predominante) e a Holandesa, obtido, ao longo do tempo, excelente disponibilizados para o mercado. De aceitação quanto à idade de produção, acordo com Ferreira, as vacas são fruto da qualidade e da produção lei-

teira que efetivamente venha a ter”, complementa. Funcionamento

Quando alcançam os dois anos, as novilhas são inseminadas, para se transformarem em vacas com até três anos, tempo médio do primeiro parto. A estação de monta é feita de acordo com o gado. Os animais girados fazem estação de monta de dezembro a março, para que a produção seja na época das águas. Já o gado leiteiro, ½ sangue e 5/8, faz estação de monta de junho a agosto para que elas estejam em produção leiteira na época de

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comercialização e concursos leiteiros. “Agora nós estamos programando exatamente as matrizes e identificando os animais que serão disponibilizados para venda nos leilões do ano que vem”, informa Ferreira. As vendas feitas vão desde bezerras a partir de 10 meses, passando por novilhas e vacas leiteiras. Como de costume, esse ano participou do concurso leiteiro em Governador Valadares. “Todo ano faço questão e gosto de participar do concurso leiteiro, que é uma oportunidade que tenho de mostrar capacidade de produção das vacas oriundas da minha propriedade e que também geralmente são comercializadas”, enfatiza. Em 2009, a vaca Maravilha, 5/8 holandês, ficou em primeiro lugar na categoria 40 a 50 kg. Ela continua entre o rebanho da propriedade. Outro destaque é a vaca chamada Fazenda, mais para Gir, que no ano passado chegou a produzir mais de 40 kg de leite no dia do concurso. Quando as matrizes estão sendo preparadas para concursos e leilões, a produção leiteira sobe para 400 litros por dia. A propriedade apresenta dois currais, divisões por piquetes com cercas convencionais e é feita rotação de pastagens para melhor aproveitamento da área. É feita a ordenha mecânica, o que agiliza o trabalho, pois permite a ordenha de até quatro vacas de uma só vez. Devido às outras atividades que exerce, o produtor não tem condições de acompanhar tecnicamente. A assistência técnica fica a cargo de um médico veterinário e da área

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técnica da cooperativa a qual é associado. No manejo sanitário diário, seus dez funcionários, mão-de-obra qualificada em cursos proporcionados pelo SENAR e pela cooperativa, seguem diariamente as recomendações, preservando assim, a sanidade do rebanho. Em relação aos custos, mesmo com a produção de silagem na propriedade, as despesas são altas devido à aquisição de outros componentes de ração, especialmente a balanceada com soja e milho. Outro ponto é na parte de minerais e o sêmen sexado, que é importado. “Mas é tudo relevante e necessário para o processo”, afirma. A aposta não foi na raça e sim na prioridade de produzir matrizes de alta qualidade. “A raça Gir, pela própria origem dela, pelo próprio desenvolvimento, caracteriza-se pela sua docilidade, pela própria produção leiteira o que a faz altamente conveniente para esses cruzamentos. Extremamente adaptada a nossa região, ao nosso clima, as nossas condições de manejo, isso faz também que os produtos tenham uma grande aceitação”, ressalta.


Um exemplo de que o trabalho é a alma do negócio

Fotos: Lidiane Dias

dia de campo

Avicultura e o aprendizado na prática

210 mil frangos são criados nas cinco granjas da família

Há quatro décadas uma aposta feita foi empreendedora: a avicultura. Os irmãos Fernando Pimenta Metzker e Durval Oscar Pimenta Metzker resolveram investir nessa atividade. Durval Metzker, hoje já falecido, formou-se em uma Escola Técnica na cidade de Florestal (MG) e propôs ao irmão Fernando Metzker para se unirem. Por volta de 1971 os irmãos, como conta Fernando, escolheram esse ramo porque no Brasil estava surgindo à criação de frangos em granjas e essa seria uma atividade vantajosa. Alguns anos mais tarde, cerca de uns dez anos depois, Fernando Metzker assumiu o empreendimento sozinho. Natural de Governador Valadares, Fernando Metzker é casado com Maria da Conceição Minelli Gomes Metzker, 55 anos, com quem tem dois filhos: Fernando Pimenta Metzker Júnior, 30 anos e Filipe Minelli Metzker, 25 anos. Hoje, aos 60 anos, comanda as cinco granjas que tem na região Vale do Rio Doce, ao lado da família. Sendo duas delas localizadas em Governador Valadares e três em Alpercata. Metzker informa que na época os negócios começaram, em Alpercata, com dois galpões com 2500 frangos em cada um. Voltado para recria e engorda das aves, os frangos ficavam prontos para o abate com 65 dias. Com o passar do tempo e a melhoria na genética das aves, elas estão prontas para o abate entre 40 e 45 dias. Atualmente, nos 220 hectares do empreendimento, 210 mil fran-

gos são criados nas granjas da família Metzker, com a ajuda dos 30 funcionários. A produção e venda de frangos, de acordo com o avicultor, chega a um milhão de aves por ano. O negócio

De lá para cá muita coisa mudou nos negócios. A estrutura, manejo e genética, segundo Metzker, melhoraram. Nos galpões metálicos, os sistemas de água e comida são automáticos. Mesmo assim, o manejo diário dos funcionários é mantido: lavagem dos bebedouros, virar a cama e, quando os pintinhos chegam à granja, a água é colocada manualmente. As aves, que são adquiridas com um dia de vida de uma granja de Uberlândia, são adquiridas conforme a genética para garantir uma boa produção. Os pintinhos, de acordo com o avicultor, já veem vacinados da granja, mas é preciso dar um reforço às aves contra as doenças de Newcastle e Gumboro. Entre as tecnologias utilizadas para melhorar a produção está à forragem dos galpões, vedando com cortinas, usando fornalhas, ventiladores e sistema de nebulização para manter a temperatura ideal para o desenvolvimento das aves. Tudo vai depender da idade, pois quando mais novas, as aves precisam ser aquecidas para crescerem e com o passar do tempo precisarão ser refrescadas. “Hoje a tecnologia evoluiu bem na avicultura Agosto 2011

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A vista da estrutura de uma das granjas

O avicultor Fernando Metzker

como em todos os setores, em todas as atividades. Criar frango é muito simples, não tem segredo. O problema hoje é a comercialização”, aponta Metzker. De acordo com o avicultor, na época em que começou na atividade, na região tinha em torno de 50 granjas e nos Estados vizinhos a produção de aves era deficiente, por isso os frangos eram vendidos para a Bahia também. Porém, agora só tem mais três produtores de frangos num raio de 200 km de Valadares e os Estados se tornaram auto-suficientes. “Os Estados que eram compradores agora vendem. Então cada região tem que consumir a sua produção. A minha produção é vendida para Valadares e região próxima”, pontua. Nas propriedades são produzidas as rações consumidas pelas aves. A base da ração é o milho e a soja, comprados em outros Estados. Farinha de carne, vitaminas e minerais também são ingredientes do alimento produzido. A ração é armazenada em um galpão próprio e depois transferida para silos que conduzirão automaticamente o alimento para os frangos. Quanto aos custos

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da produção, Metzker informa que a criação de frangos não é muito compensadora, mas esses gastos dependerão do preço em que se encontra o milho e a soja. De 70 em 70 dias, os galpões são lavados, desinfetados e preparados para um próximo lote. É nesse período também que as camas são retiradas e substituídas por novas, feitas de casca de arroz moída. As aves são separadas em lotes de 20, 24 e até 26 mil aves, sem um padrão de quantidade. De maio a julho, os frangos vão para o abate com um peso médio de 2400 Kg. No verão, para alcançar esse peso, as aves têm um atraso de três a cinco dias para ir para o abate. Em cada galpão passam cinco lotes por ano. As aves vendidas são entregues aos compradores e o transporte é feito em caminhões próprios, equipados com gaiolas e caixas de plástico para transportá-los vivos. A assistência técnica recebida é do veterinário da granja em que são comprados os pintinhos e da fábrica que são adquiridas as vitaminas e minerais utilizados na ração. Como não tem nenhuma formação específica, Metzker diz que criar frangos não tem nenhum segredo, mas recebe essas assistências especializadas. Sobre o aprendizado o avicultor complementa que “às vezes participo de congressos e também das feiras do nosso ramo. Mas o próprio negócio te ensina e hoje está muito fácil porque os incubatórios e as fábricas têm gente especializada para ajudar, orientar. Então, criar o frango não depende de você ter alguma formação específica. Se tiver, melhor, se não tiver, vai aprendendo com o trabalho”, finaliza.


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saúde animal

Um sócio voraz Marcelo Cabral

Médico Veterinário Fonte: MSD Saúde Animal

Introdução

O principal carrapato que parasita os bovinos no Brasil é o Rhipicephalus microplus (Boophilus microplus). É com certeza o principal parasita externo dos bovinos, causando inúmeros prejuízos à cadeia da pecuária, como: • Na indústria produtora de couros, pela baixa qualidade e aproveitamento de peles, determinadas pelas lesões quando na sua fixação; • Na transmissão dos agentes causais de doenças parasitárias (Anaplasmose e a Babesiose) de natureza hemolítica; • Na inoculação de toxinas ocorre um processo de toxicidade local e sistêmico; • Pela anemia, em que o animal perde a sua atividade produtiva; • Óbito. Etiologia

Um carrapato (Fig. 01) suga até 2,0 ml de sangue por cada ciclo de 21 dias. A variação de volume de sangue depende do tamanho da teleógina.

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utilizam três hospedeiros em um ciclo de vida, sendo, portanto heteroxenos. Está distribuído por todo o Brasil, estando presente em quase todos os municípios brasileiros, sendo mais frequente nas regiões onde o clima seja favorável para o seu desenvolvimento, como nas regiões Sul, Sudeste e Callow, 1978, relatou que o Centro - Oeste. carrapato e as doenças que transmite são um grande entrave para Patogênese e o melhoramento de raças leiteiras manifestações clínicas e de corte importadas de climas Os principais sintomas de uma temperados para países de áreas infestação por Rhipicephalus santropicais, onde altas infestações de guineus são: Rhipicephalus microplus podem • Perda do apetite • Anemia levar esses animais à morte. Portanto o gado mestiço euro- • Apatia peu x zebu, que tem um nível de • Emagrecimento progressivo resistência moderado a alto, con- • Alopécia forme o seu “grau de sangue”, é • Dermatite exudativa ou seca mais resistente quanto menor for • Baixo desenvolvimento o “grau de sangue” europeu. Em • Perda da sua atividade produtiva face disto, deve-se redobrar os • Morte cuidados de sanidade quando foDiagnóstico rem introduzidos em um rebanho É feito pela visualização dos animais com genótipo europeu. parasitos no animal. O Rhipicephalus microplus, originário do continente asiático, é Profilaxia um carrapato monoxeno, ou seja, A profilaxia para controle dos parasita, um só hospedeiro ao contrário do Amblyomma cajennense carrapatos, bernes, mosca-dose Rhipicephalus sanguineus, que -chifres e bicheiras, consiste na Fig. 01


tomada de medidas técnicas, pela utilização de vários sistemas de aplicação para uso de medicamentos e medidas de manejo. Cada parasitose necessita de uma estratégia de controle diferenciada, em que o mais importante é interromper o seu ciclo de desenvolvimento, para que assim o nível de infestações, a frequência dos banhos e os tratamentos sejam diminuídos, possibilitando um maior ganho de tempo e expondo menos os parasitos a uma possibilidade de desenvolvimento de resistência. Tratamento

O primeiro produto químico com propriedade acaricida registrado no mundo foi o Arsênico, em 1895, mantendo um controle satisfatório dos carrapatos até 1935. A partir desse ano, apareceram resistências aos Arsenicais na Austrália e África do Sul e em 1948, vários países da América Latina, inclusive o Brasil, já apresentavam problemas no controle desses parasitos. Muitos outros produtos químicos com atividade acaricida e inseticida foram sendo introduzidos, principalmente os Clorados, sendo chamados de inseticidas de 1ª geração, sendo os principais o DDT e o BHC. Com os anos começaram a aparecer os inseticidas menos tóxicos e de maior eficácia, como os de 3ª geração como as Formamidinas (Amitraz) e

os Inibidores de Crescimento (IGR) no final da década de 60. Durante vários anos esses inseticidas acaricidas vinham sendo utilizados para controle de ectoparasitas artrópodes dos animais domésticos, mesmo apresentando restrições de utilização e até proibições de uso em animais produtores de leite e carne para consumo humano. Até então, um inseticida perfeito ainda não havia sido descoberto, porém nos últimos 50 anos, a pesquisa de produtos para saúde animal evoluiu e preocupados com as limitações e a toxicidade dos inseticidas e acaricidas descobertos, os cientistas continuaram com as pesquisas. Em função do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores, na década de 70 foram descobertos vários compostos químicos de maior eficácia, amplo espectro de ação e de maior segurança, que podiam permanecer nos animais tratados com um baixo potencial de resíduos, sem causarem efeitos colaterais e permitindo o consumo de carne e leite dos animais tratados. Assim apareceram os compostos mais modernos, como os Piretróides (1973) e as Lactonas Macrocíclicas (1975), constituindo-se ambos em um grande passo para o controle das principais pragas que acometem os animais domésticos. Os Piretróides (Permetrina, Cipermetrina, Alfacipermetrina,

Deltametrina) e as Lactonas Macrocíclicas (Milbemycinas e Avermectinas), se posicionaram de uma maneira tal, que se tornaram os antiparasitários de eleição para o controle dos principais ecto e endoparasitos, como carrapatos, moscas, sarnas, piolhos e os vermes redondos gastrintestinais e pulmonares (Avermectinas). Estes compostos químicos estão disponíveis em várias formulações e com custos atraentes, com máxima eficácia e residualidade, proporcionando a redução do espaçamento entre tratamentos e minimizando assim a possibilidade do aparecimento de focos de resistência, pela diminuição da pressão exercida sobre os parasitos de uso de acaricidas e inseticidas. Vários sistemas de combate e controle dos ectoparasitos são utilizados no Brasil. Indiretamente pelo uso de estratégias de controle. Diretamente pelo uso de antiparasitários, com as seguintes características: forte atividade acaricida e inseticida; excelente persistência de ação; baixíssima toxicidade para o homem e animais; degradação satisfatória no meio ambiente. Os produtos podem ser utilizados de várias formas: banheiros de imersão; pulverização; Pour-on. O Veterinário deverá ser sempre consultado para um melhor uso dos produtos.

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caderno técnico

Por que adubar a pastagem? Manoel Eduardo Rozalino Santos

Professor Adjunto da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Uberlândia.

Dilermando Miranda da Fonseca

Professor Associado do Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa.

introdução

No Brasil, a maior parte do rebanho bovino é manejada em pastagens com solos de baixa fertilidade. Nesse cenário, a adubação, junto com outras estratégias de manejo, é fundamental para se buscar uma exploração econômica, social e sustentável, sem causar danos ao meio ambiente. A alta produtividade da pastagem pode ser conseguida com adubação, porque o aumento na produção de forragem é alcançado quando se realizam aplicações de nitrogênio, fósforo, potássio e outros nutrientes minerais nos pastos. A maior produção de forragem permite o emprego de alta taxa de lotação na pastagem adubada, o que, normalmente, resulta em maior produtividade animal por unidade de área. Por outro lado, nos últimos anos, os fertilizantes estão cada vez mais onerosos, o que vem causando preocupação. No entanto, mesmo com os elevados preços dos adubos, a adubação ainda pode ser estratégia para melhorar a rentabilidade dos sistemas de produção, dependendo da dose utilizada e de outras ações de manejo da pastagem. Além disso, o uso de adubos não se restringe apenas às situações em que se objetiva aumentar 20

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a produtividade da pastagem. Outras possibilidades de uso de adubos são possíveis e, muitas vezes, até mais prioritárias do que a sua utilização para elevar a produção animal por unidade de área. Objetivos com a adubação das pastagens

O efeito mais difundido da adubação em pastagens é o aumento da produção de forragem por unidade de área. Isso faz com que seja comum associar adubação de pastagens com sistemas de alto nível tecnológico ou intensivos. Em sistemas intensivos de produção em pastagens, a adubação é ação de manejo presente e fundamental. Contudo, a adubação também pode ser utilizada para alcançar objetivos diferentes da intensificação do sistema produtivo (Figura 2).

Figura 2 – Objetivos possíveis de ser alcançados com a adubação de pastagens.

Em sistemas intensivos, é importante manejar a aplicação de adubos para reduzir os possíveis efeitos negativos do seu excesso e dos corretivos no ambiente. De outra forma, em sistemas de produção extensivos, caracterizados por baixo uso de insumos, a adubação também deve ser estratégia de manejo usada para manter a perenidade do pasto e a sustentabilidade do sistema. A ausência de adubações de manutenção nas pastagens é uma das causas de sua degradação. Cerca de 80 % das pastagens cultivadas nos Cerrados apresenta-se em estádio de degradação (Barcellos et al., 2001), sendo este um dos principais problemas sociais, econômicos e ambientais vividos pela pecuária nacional. Por isso, a recuperação e, ou renovação da pastagem, dependendo da fertilidade natural do solo, em geral, torna-se necessária após quatro a cinco anos da formação da pastagem. A recuperação das áreas de pastagens em estádios iniciais de degradação pode ser feita eficientemente com o uso de adubos e corretivos, além do manejo adequado do pastejo. A escolha da planta forrageira imprópria ao solo e ao clima da região é um erro comum durante o estabelecimento da pastagem e também contribui para sua degradação futura. Nesse


contexto, a adubação pode ser empregada para possibilitar introdução e persistência da planta forrageira na área, pois o uso de adubos e corretivos altera a fertilidade do solo, tornando-o adequado às espécies forrageiras mais exigentes e, ou, de interesse. Isso ocorre, por exemplo, quando o pecuarista planta o capim-elefante em área com solo de baixa fertilidade natural, o que torna necessárias a correção e a adubação de acordo com a exigência da forrageira e com as características do solo. A adubação de pastagens também pode ser empregada para facilitar o manejo no sistema produtivo, tornando-o mais flexível operacionalmente. Como exemplo, tem-se a utilização da adubação nitrogenada em pastagens diferidas (“vedação da pastagem”), que permite reduzir o período em que o pasto fica “vedado”, sem diminuir a produção de forragem para o período de seca. Por exemplo, Santos et al. (2009) verificaram que o pasto diferido de Brachiaria decumbens cv. Basilisk (capim-braquiarinha) por maior período (116 dias) e sem adubação nitrogenada produziu semelhante massa de forragem (4.979 kg/ha) quando comparado àquele diferido por menor período (73 dias) e adubado com 80 kg/ha de N, que produziu 4.901 kg/ha de massa seca. Isso foi possível porque o nitrogênio aumentou a taxa de crescimento da gramínea. A distribuição da produção de forragem ao longo do ano também pode ser modificada com a adubação. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, podem-se identifi-

car duas épocas distintas quanto ao nível de produção de forragem nas pastagens: os períodos “das águas” e o período “de seca”. As adubações, principalmente a nitrogenada, realizadas no período de verão aumentam as diferenças de produção entre os períodos de “águas” e de “seca”, o que pode gerar excesso de forragem no período das “águas”. Por outro lado, a adubação realizada no período de inverno, normalmente, não resulta em efeito positivo sobre a produção de forragem durante este período, porque as condições de clima são limitantes ao crescimento do pasto. Por sua vez, a adubação realizada no fim do verão ou no início do outono contribui para aumentar a disponibilidade de forragem no período de “seca”, diminuindo as diferenças de produção com o período das “águas”. Por isso, recomenda-se aplicar uma dose média (tal como 100 kg/ha de N) ou uma pequena (tal como 50 kg/ha de N) do adubo nitrogenado no final do “período das águas” com o objetivo de proporcionar: aumento de produção de forragem no “período de seca”; melhoria da distribuição da produção de forragem durante o ano, sem diminuir a produção total; redução da utilização de alimentos suplementares; e rebrotação mais precoce no início do “período das águas” (primavera). Quando a dose de adubo nitrogenado a ser utilizada for mais alta (maior que 150 kg/ha por ano), recomenda-se aplicar 1/3 no início e meio do “pe-

ríodo das águas” e 2/3 no final do “período das águas” (outono). Tradicionalmente, recomenda-se a utilização de adubos durante o período de primavera e verão, quando as condições climáticas (temperatura, luminosidade, umidade do solo, entre outras) são favoráveis ao crescimento da forrageira. Essas condições, geralmente, permitem melhor aproveitamento e, ou, eficiência de uso dos adubos e, consequentemente, resultam em maior produção de forragem nesse período. Contudo, na grande maioria dos sistemas de produção do Brasil, mesmo naqueles sistemas produtivos em que não se faz uso de adubos, observa-se que no período das “águas” a oferta de forragem é maior do que a necessidade dos animais. Isso ocorre porque, em muitos sistemas de produção, a taxa de lotação média anual corresponde àquela condizente com a produção de forragem obtida durante o período de “seca”. Dessa maneira, é ilógico recomendar adubação de pastagens para sistemas de produção com excedentes de forragem durante o “período das águas”. É importante deixar claro que em sistemas mais extensivos a adubação de manutenção das pastagens, com doses menores, é fundamental para garantir sua sustentabilidade, que poderia ser assegurada pela realização de adubações no fim do verão ou início do outono, cujo resultado seria maior produção de forragem colhida no período de “seca”, época em que o Agosto 2011

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crescimento do pasto é limitado. Além disso, existem formas diferentes para se conseguir o mesmo objetivo com a adubação da pastagem. Na intensificação do sistema produtivo com uso de fertilizantes, por exemplo, três fatores podem ser modificados: a quantidade de adubo, a porcentagem da área a ser adubada e o tempo para alcançar a intensificação. Desse modo, é possível obter mesmo aumento na produtividade das pastagens em propriedades adotando diferentes combinações de quantidade de adubos e percentagem da área da propriedade adubada. Assim, o uso de fertilizantes em menor quantidade por área e em maior área da propriedade é mais apropriado quando grandes áreas de pastagens se encontram em degradação; os técnicos e pecuaristas são avessos aos riscos; as propriedades são muito grandes; e o preço da terra é barato (Vilela et al., 2004). No entanto, alguns efeitos da adubação de pastagens não são verdadeiros. Um exemplo é a confiança de que a adubação melhora o valor nutritivo e a qualidade do pasto, fato que pode não ser verdade. A melhoria do valor nutritivo da forragem obtido com a adubação é muito dependente de outras ações de manejo. Por exemplo, Santos et al. (2009) verificaram que os pastos de capim-braquiarinha “vedados” ou diferidos por 73 e 95 dias apresentaram maior teor de proteína bruta quando adubado com 120 kg/ha de nitrogênio (N), em re22

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lação ao pasto não adubado (sem N). Por outro lado, quando o pasto foi “vedado” por 116 dias, os teores de proteína bruta não aumentaram com a aplicação de 120 kg/ha de N (Figura 3). Assim, o longo período de descanso, que resulta em plantas mais velhas na pastagem, pode fazer com que o valor nutritivo do pasto não seja melhorado com a adubação.

Figura 3 – Percentagem de proteína bruta em pastos de capim-braquiarinha “vedados” por 73, 95 ou 116 dias, sem adubação ou com adubação (120 kg/ha de nitrogênio). Outros objetivos ainda podem ser alcançados com a adubação de pastagens, como o aproveitamento de resíduos agrícolas e industriais com potencial de utilização para corrigir ou suprir nutrientes limitantes no solo. Normalmente, esses resíduos, quando produzidos em grande quantidade, possuem alto potencial de gerar problemas ambientais. Contudo, seu uso racional em pastagens pode ser adequado e benéfico ao sistema de produção. Como exemplos, têm-se a utilização de dejetos de bovinos e suínos na adubação de pastagens e o uso de escória de siderurgia como corretivo químico do solo.

Considerações finais

A adubação da pastagem é estratégia de manejo que pode ser empregada em diferentes situações e para alcançar variados objetivos no sistema de produção animal em pastagens. Essa versatilidade de funções precisa ser mais bem utilizada para melhorar a utilização de adubos nas pastagens do Brasil. Independentemente dos objetivos que se pretende, a adubação de pastagens deve estar em consonância com o contexto atual no que diz respeito às condições econômicas, políticas, sociais e ambientais vigentes na região e no país. Referências bibliográficas BARCELOS, A.O.; VILELA, L.; LUPINACCI, A.V. Produção animal a pasto: desafios e oportunidades. In: ENCONTRO NACIONAL DO BOI VERDE: A PECUÁRIA SUSTENTÁVEL, 3., 2001, Uberlândia, MG. Anais... Uberlândia: Sindicato Rural de Uberlândia, 2001. p. 29-64. SANTOS, M.E.R.; FONSECA, D.M.; BALBINO, E.M. et al. Capim-braquiária diferido e adubado com nitrogênio: produção e características da forragem. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.4, p.650-656, 2009. VILELA, L.; MARTHA JÚNIOR, G.B.; BARIONI, L.G. et al. Adubação na recuperação e na intensificação da produção animal em pastagens. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 21. Piracicaba, 2004. Anais... Piracicaba: Fealq, 2004. p. 425-472.


forragicultura

Particularidades da Calagem em Pastagens Humberto Luiz Wernersbach Filho

Zootecnista MSc / Supervisor de Pesquisa Fertilizantes Heringer S/A

utilizadas no Brasil caracterizam-se por maior ou menor grau de tolerância à acidez e só respondem à calagem quando há deficiência de cálcio e, ou, magnésio no solo. Entretanto, deve-se estar atento quanto a resposta produtiva à aplicação de calcário. Quando o sistema está muito degradado e o solo bastante exaurido a resposta à calagem pode não ocorrer (Oliveira et al., 2003), todavia, quando existe alguma fertilidade (Oliveira et al., 1999), apenas a calagem pode produzir aumentos na produção de forragem na ordem de 1,5 t/ha de Tabela 01 – Concentração crítica de cálcio (CcCa), saturações matéria seca. por alumínio (m) e por cálcio (SCa) no solo e a necessidade de calagem (NC) requerida para atingir-se 80% da população máxima das Em relação a dose, Luz et al. forrageiras em um latossolo (Carimágua, Colômbia). (2000) e Luz et al. (2002) relam CcCa SCa NC Forrageira tam que, em pastagem de capim Dag/Kg % t/ha tobiatã degradada, trabalhando Panicum maximum - 6041 1,5 72 0,60 24 com saturação por bases desejaPennisetum purpureum - 658 2,6 29 0,40 60 das de 40% e 80 %; 40 % e 60 % Brachiaria decumbens - 659 1,4 74 0,42 20 Brachiaria decumbens - 606 1,1 77 respectivamente, não obtiveram 0,34 17 Hyparrenia rufa - 601 0,0 80 0,34 8 diferenças na produção de matéria Melinis minutiflora - 608 0,4 12 0,32 86 seca entre doses e em relação ao Andropogon gayanus - 621 0,4 85 0,30 13 controle sem calcário. Vale ressalBrachiaria humidicola - 6013 0,0 89 0,20 9 tar que os solos em questão apreFonte: CIAT (1981) sentaram baixa fertilidade natural. 1- Corresponde ao número do acesso no banco de germoplasma do Centro Internacional de Agricultura Tropical. A condição da pastagem não foi mencionada. A ausência de resposta pode se dever ao inCantarutti et al. (2002) citam diversos autores que relatam pouca ou nenhuma resposta a apli- sucesso na obtenção dos níveis de saturação por cação de calcário, sendo, portanto, razoável con- bases pré-estipulados. Entretanto em condições de siderar que as forrageiras tropicais amplamente em que foi possível alcançar os níveis de saturaEm ambientes tropicais há predominância de solos ácidos e pobres em bases. Assim, o uso de calcário é uma prática generalizada para a correção da acidez e fornecimento de cálcio e de magnésio (Cantarella et al. 2002). Forrageiras identificadas como tolerantes à acidez foram caracterizadas pela capacidade de produzir satisfatoriamente sob elevada saturação de alumínio e baixa saturação de cálcio no solo (CIAT, 1981). A tabela 01 ilustra tais espécies e seus respectivos comportamentos.

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ções por bases almejados, a resposta à calagem tem sido positiva (Cruz et al., 1994; Oliveira et al., 1999, 2004). A origem e solo também interfere na resposta á calagem. Para se entender tal afirmação, o conceito de ponto de carga zero do solo, ou PCZ deverá ser discutido. O PCZ pode ser definido como o pH da solução em equilíbrio com o solo, no qual o mínimo de cargas negativas é igual ao número de cargas positivas, resultando em uma carga líqüida da superfície dos óxidos de Fe e Al igual a zero, ou seja, acima do PCZ, os óxidos de Fe e Al (argilas sesquióxidicas) apresentam cargas negativas (CTC = capacidade de troca catiônica) e abaixo do PCZ, aumentam as cargas positivas (CTA = capacidade de troca aniônica). Cargas positivas no solo são responsáveis, principalmente, pela fixação de fósforo (H2PO4=) e lixiviação de bases (K+, NH4+, Ca2+ e Mg2+) em solos tropicais. Todas as cargas positivas que são formadas nos colóides do solo são dependentes de pH. (Vitti, 2009). Portanto, quanto mais próximo ou menor, o pH do solo for do PCZ, maior será a fixação de fósforo e perdas de bases no solo. Nesse cenário a calagem torna-se a principal ferramenta de produção nos solos tropicais que, de certa maneira, independemente da exigência da cultura, mas sim, otimizar respostas a fertilizações futuras. Para o Estado de São Paulo, o “Boletim 100”

(Werner et al. 1997) e a região dos cerrados (Vilela et al. 1999) o cálculo da necessidade de calagem (NC) fundamenta-se na correção da saturação por bases do solo para valores adequados às exigências das forrageiras. Para Minas Gerais, “5ª Aproximação” (Alvarez & Ribeiro, 1999), recomenda-se o cálculo pelo critério da saturação por bases, ou pelo critério da neutralização do alumínio trocável. Na tabela 02 segue ilustrado o resumo das recomendações. Em função da razoável tolerância das espécies tropicais à acidez do solo, fica evidenciado que a calagem para formação de pastagens pode estar superestimada. Todavia, estas recomendações podem estar mais adequadas para sistemas intensivos de produção em função da melhoria na disponibilidade dos nutrientes no solo e do tipo de solo. Em pastos estabelecidos, ou sistemas já intensificados a calagem pode ser uma ferramenta para correção dos níveis de cálcio e magnésio, bem como, corrigir acidez oriunda da utilização de fertilizantes nitrogenados (Cantarutti et al. 2002). Fica evidente que o técnico deverá observar o sistema de produção como um todo, interpretando o solo e os níveis de fertilidade, em função do potencial produtivo da fazenda dentro dos objetivos econômicos da atividade.

Tabela 2 – Valores de saturação por bases desejados para formação de pastagens, em função da exigência da planta, para os diversos modelos de recomendação. Referências

Exigência da Planta Baixa Média Alta

Werner et al. 1997

Alvarez & Ribeiro, 1999

Vilela et al. 1999

40 60 80

40-50 50-60 60-70

30-35 40-45 50-60

Fonte: adaptado de Cantarutti et al.(2002)

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agrovisão

OS AMINOÁCIDOS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Alexandre Sylvio Vieira da Costa

Engenheiro Agrônomo; DSc. Em Produção Vegetal; Professor Titular/Solos e Meio Ambiente - Universidade Vale do Rio Doce asylvio@univale.br

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palmente na Europa, mas que foram eliminados após o surgimento da vaca louca. O uso dos concentrados protéicos atende perfeitamente as necessidades atuais dos animais que apresentam características genéti-

cimento de alimentos naturais protéicos para os animais? Os capins apresentam um reduzido teor de proteínas, valores que diminuem cada vez mais com o desenvolvimento da planta, início do período seco e aumento do seu teor de fibras. Uma das alternativas para o produtor rural, além da compra de concentrados protéicos, é a formação do banco de proteínas. Este banco é composto por leguminosas de diversos portes, desde arbustivo/arbóreo, como a leucena, até o rasteiro (herbáceo), como a centrosema e estilosantes. Um dos principais componentes das proteínas é o nitrogênio. As leguminosas apresentam elevada concentração deste elemento devido a uma associação que ocorre entre as raízes das plantas e algumas bactérias do solo: a fixação biológica de nitrogênio. Estas bactérias retiram o nitrogênio do ar, o grande reservatório do planeta com aproximadamente 73%, mas que não pode ser utilizado diretamente pelas plantas e disponibilizam para a planta enquanto a planta produz compostos orgânicos na fotossíntese e disponibiliza para as bactérias, uma troFoto: Imagem Ilustrativa

Quem cria bovinos para a produção de leite ou carne conhece a importância das proteínas para os animais. As proteínas são compostas por pequenas estruturas chamadas aminoácidos. O organismo animal atua juntando com os aminoácidos que ele ingere durante a alimentação formando novas proteínas. A principal função da proteína é estrutural, ou seja, o corpo do animal é formado por um grande quebra cabeças de proteínas. Outros compostos como os açúcares, também chamados de carboidratos e as gorduras (lipídeos), têm grande importância como fornecedores de energia para o animal. Os capins que compõem os pastos fornecem estes compostos orgânicos essenciais, mas devido a atual qualidade genética dos animais como alta taxa de conversão e acúmulo de peso e produtividade leiteira, a necessidade de consumo de proteína aumentou muito, sendo necessário o fornecimento de uma alimentação suplementar ao capim chamado de concentrado protéico. Estes concentrados eram produzidos utilizando como matéria-prima componentes vegetais e restos animais, estes últimos princi-

cas para o rápido ganho de peso e produção de leite. Devido ao seu custo, o uso deste suplemento alimentar para os animais que não apresentam boas características genéticas pode não ser favorável, pois o consumo maior de proteínas pode não ser revertido em ganho significativo de carne ou leite. Neste caso o produtor deve acompanhar todo o processo custo-benefício na ponta do lápis e saber se realmente é viável o uso da suplementação protéica. Mas, será que existem formas alternativas mais baratas de forne-


ca chamada de simbiose. A elevada concentração de nitrogênio na planta favorece a produção de grande quantidade de proteína. Este banco de leguminosas é estruturado com a separação de uma área para cultivo destas plantas que está entre 10 a 15% da área total de pastagem. Quando as mesmas atingem determinado desenvolvimento, os animais são soltos na área para pastejo. Este pastejo não deve ser de longa duração, pois muitas das leguminosas, principalmente as herbáceas, não toleram pisoteio por longos períodos, processo que compromete a sua rebrota. O ideal do pastejo seria de uma a duas horas por dia durante, no máximo, três dias. Após 40 a 60 dias as plantas estariam

recuperadas e os animais seriam liberados para pastar novamente na área. Outras leguminosas podem ser cultivadas consorciadas com as pastagens como o calopogônio. O animal se alimentaria simultaneamente do capim e da leguminosa. A escolha da espécie deve estar associada às condições de clima e solo da região além, é claro, do grau de investimento tecnológico como irrigação e uso de corretivos e fertilizantes. As leucenas, por exemplo, são plantas exigentes em nutrientes não se desenvolvendo bem em solos pobres e ácidos diferentemente da puerária, que é uma planta mais rústica e adaptada que pode produzir até 8.000 quilos de matéria seca

por hectare com teor de proteína que pode chegar a 22%. Segundo pesquisas realizadas, a utilização do banco de proteínas de leguminosas gera um aumento na produção de leite dos animais entre 20 e 30%. Antes da implantação de qualquer novo sistema na propriedade, faça as contas e verifique se é ou não vantajoso à instalação do banco de proteínas. Para isto torna-se de extrema importância a consulta de um profissional da área de ciências agrárias, Engenheiro Agrônomo ou Zootecnista, orientando de forma correta, visando à máxima rentabilidade da atividade.

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Danilo Candia

As gramíneas são a base da vida no Planeta Terra. Foram projetadas pelo Criador para serem sucessivamente cortadas, multiplicam-se tenazmente pelo simples corte de suas partes vegetativas além das sementes, para servirem de alimento em toda a base da cadeia alimentar. Produzem quatro moléculas de carbono a cada fóton de luz absorvido, enquanto as plantas de folhas largas produzem três. Resistem ao fogo, geadas, longos períodos de seca e adaptam-se as mais diversas condições de clima e solo. O que não toleram mesmo é a falta de luz. As gramíneas são Engº Agrônomo Danilo Candia rainhas do reino vege- em um bosque de bambu Guadua tal. O bambu é o rei das gramíneas: ergueu-se do solo e adquiriu caule para Ilustração do bambu Guadua protegendo recursos hidricos competir com as árvores. gráficas já estão cientiUm bosque desta gramínea ja- ficamente comprovados. exportações principalmente de mais acaba. Quinze dias após Um bambuzal é um gerador pisos e outros produtos manua explosão da bomba atômica sustentável de benefícios so- faturados, seu potencial ecode Hiroshima, o único ser vivo ciais, econômicos e ambientais, nômico não pode ser ignorado. encontrado lá, foi um broto podendo sequestrar 12 tonelano Brasil, este de bambu emergindo do solo. das por ano de carbono, através rei Infelizmente do reino vegetal, é Mesmo cortado anualmen- de cortes seletivos e sem a der- solenemente desprezado.ainda Visto te, continuará rebrotando por rubada total do bosque. Impul- como praga pela maioria dos inúmeras gerações. Plantar um sionando diversas economias produtores, as touceiras são bosque de bambu é mais que ao redor do mundo, só na China ciclicamente queimadas e desum reflorestamento, é uma he- com nove milhões de hectares truídas, por um povo que desrança eterna, que deixamos ao formados e mais de 150 mil ha conhece mais de 1.500 utilizaplaneta. Com um intrincado sis- anualmente implantados, gera ções entre a defesa, proteção, tema de raízes, capaz de conter sete bilhões de dólares/ano em transporte, alimento, abrigo, barrancos, rios e voçorocas decoração, arte, música, os benefícios de regeneraartesanato, jardim, celução e proteção dos recursos lose, madeira, cosmética, hídricos nas bacias hidroquímica, energia (queiFoto: Danilo Candia

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Foto: Arquivo pessoal Raquel Monteiro Foto: Danilo Candia

Engenheiro Agrônomo

Foto: Arquivo Pessoal

sustentabilidade

O agronegócio do bambu


Foto: Marcelo Vitorino

Foto: Arquivo Pessoal

Instalações de almas de bambu

taludes, duchas, cercas, pérgulas, painéis, quiosques e na movelaria pode Carrefour construído com bambu na Colômbia ser utilizado em cadeiras, mesas, sofás, camas, ma e carvão) e têxtil dentre outras. biombos, redes, armários, Somente na construção civil prateleiras, substituindo em quase (responsável por mais de 50% das tudo o uso das madeiras amazônicas. emissões de carbono do planeta) o A implantação de um bosque de bambu pode substituir em 80% das bambu é um investimento sustenutilizações da madeira, somados ao tável de longo prazo. Com custo de seu papel ambiental, tanto no se- implantação de R$ 10.000,00/ questro e imobilização do carbono, ha, retorno entre 7º ao 8º ano, com quanto na preservação do clima e receitas liquidas em torno de R$ 10 a da biodiversidade das florestas que 12.000,00 anuais após a estabilização podem deixar de ser cortadas se fi- da produção, por volta do 10º ano. zermos uso deste recurso consideMuitos produtores comparam errorado divino em muitas civilizações. neamente o bambu para madeira com o Nas obras civis, quando tratado Eucalipto para celulose, que pode coadequadamente, podem ser usados meçar a produzir aos cinco a sete anos. como pisos, decks, colunas, vigas, Se quisermos traçar uma comparação caibros, escoras, drenagem, réguas, com o Eucalipto temos de usar o ciclo formas para lages, substituir ferros dele para a madeira, que tem o primeiro no concreto, forros, revestimentos corte em 15 anos. Um bosque de bame diversos tipos de decorações. Em bu nunca é totalmente cortado e prejardins servem como contenções de cisa de mão de obra constantemente,

enquanto o Eucalipto usa mão de obra somente no primeiro ano e no corte. A maior dificuldade para o agronegócio do bambu decolar ainda é o mercado. Enquanto se vende Eucalipto com algumas ligações na varanda do sítio, vender bambu depende de certo arrojo e pioneirismo do produtor, encontrando formas de transformá-lo em produto para agregar valor e conseguir faturamentos muito superiores ao citado acima. O mercado ainda está muito embrionário, mas a demanda por novos negócios sustentáveis, tanto rurais como em construção civil tem aumentado significativamente, o que privilegia o bambu, que tem sido chamado de madeira do futuro. Em poucos anos assim como o Eucalipto os produtores rurais irão aceitar a ideia desse novo agronegócio, que promete ser tão grandioso como o Eucalipto e a cana-de-açúcar. É só uma questão de tempo. Mais informações sobre plantio e utilização do bambu no site www.bambucarbonozero.com.br.

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perfil profissional

Produtor Rural: um exemplo de trabalho e dedicação Foto Ilustrativa

Comemorado no dia 07 de julho, desejamos os nossos parabéns a todos os produtores rurais.

Durante as pesquisas feitas para poder descrever o produtor rural, em boa parte estava a seguinte descrição: profissão de risco. Tal profissional, mesmo que seja à base do agronegócio, não tem um piso firme para pisar. Dependente do clima e de políticas públicas, o produtor rural não tem uma renda fixa, mesmo trabalhando sem descanso. Seu trabalho é voltado para a terra, tanto de produtos vegetais, criação e produção de animais, além da industrialização de produtos primários de forma artesanal. Segundo definição do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99, Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999), em seu artigo 58, “é considerada atividade rural a agricultura; pecuária; a extração e a exploração vegetal e animal; a exploração da 30

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apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras culturas animais; o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou industrialização”. Completa ainda, em seu inciso V, que “a transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam alteradas a composição e as características do produto in natura, feita pelo próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matéria-prima produzida na área rural explorada, tais como a pasteurização e o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de laranja, acondicionados em embalagem de apresentação”, também é considera-

da uma atividade rural. O produtor rural é uma peça fundamental nesse processo e é a partir de seu trabalho que essas atividades acontecem. Independente se considerado como pessoa física ou jurídica, com a crescente demanda de alimentos, o trabalho do produtor rural vem se adaptando com a introdução de tecnologias para suprir essas demandas. O dia desse profissional começa bem cedo. Seja nas lavouras ou na lida com animais. Para garantir uma boa renda, diversifica a produção como complemento. A partir do trabalho deste, os moradores da cidade, que não têm acesso à produção de alimentos dos mais diversos, mantêm as mesas de suas casas abastecidas para o sustento diário.


Prof. Ruibran dos Reis

Coordenador do Minas tempo e prof. da PUC Minas

Foto Ilustrativa

meteorologia

Previsão de chuva para o mês de agosto

O clima do mês de agosto é normalmente influenciado pela massa de ar Tropical Marítima, que atua entre o Brasil e a África. Nas regiões leste e nordeste de Minas Gerais a massa de ar causa aumento de nebulosidade e também da velocidade do vento. Este sistema meteorológico é organizado pela circulação geral da atmosfera, isto é, atua todos os anos. Neste ano, não atuam os fenômenos El Niño e La Niña, as frentes frias vão continuar passando no mês de agosto pelos litorais do Espírito Santo e Sul da Bahia, que poderão deixar o tempo nublado e com ocorrência de chuvas de fraca intensidade. Os municípios que possuem maior potencial de ocorrência de chuvas são aqueles que estão localizados mais próximos do Espírito Santo. A precipitação média esperada é entre 15 e 20 mm. Nos últimos anos a variabilidade das precipitações está aumentando até mesmo nos meses que são considerados de pouca chuva. Num ano a seca é severa e no outro ocorrem chuva acima da média esperada. Isto é um dos resultados do aquecimento global. Assim os agricultores não precisam mais esperar que o clima do passado volte a se repetir, cada ano a tendência é de se ter uma situação nova. Vamos ficar de olho nas previsões do tempo.

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Abates de fêmeas no primeiro trimestre

por Hyberville Paulo D´Athayde Neto

mercado

Médico Veterinário | Scot Consultoria

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A participação de fêmeas nos abates aumentou nos primeiros três meses deste ano, quando comparados com o mesmo período de 2010. Após quatro anos de participação decrescente de fêmeas nos abates, é possível que estejamos esboçando uma virada de ciclo, com consequente aumento da participação de fêmeas nos abates, em relação ao total. Por outro lado, existem fatores que podem ter influenciado a maior participação de vacas nos abates, tanto no final de 2010, como no início deste ano. No último trimestre de 2010 foram observados preços recordes no mercado dos animais terminados. Apesar da reposição também estar firme, fato que induz a retenção de matrizes, muitos criadores venderam fêmeas, aproveitando as cotações. Ainda no final do último ano, faltou chuva, o que atrasou a recuperação das pastagens e, por consequência, das vacas que entraram em estação de monta. Com as fêmeas entrando em estação de monta em condições aquém das ideais, as taxas de prenhez diminuem, o que pode ser um fator de aumento no descarte, dependendo do critério utilizado na propriedade. Ou seja, no último trimestre vacas a mais foram para o gancho devido aos preços em alta e no início deste ano porque não emprenharam durante a estação. Nesta análise consideramos as quantidades de vacas abatidas em relação aos abates de bois e vacas. No primeiro trimestre as vacas compuseram 42,0% dos abates. Em relação ao primeiro trimestre de 2010 houve aumento de 4,3 pontos percentuais. Na figura 1 estão as participações nos primeiros trimestres e o fechamento do ano. Observe como as curvas são semelhantes, o que pode indicar uma maior participação ao longo do ano.

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Figura 1 - Participação de fêmeas nos abates (vacas/ bois+vacas) nos primeiros trimestres e no total anual.

Fonte: IBGE / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Na figura 2 estão às evoluções totais dos abates formais de bois e vacas. Entre 2010 e 2011 houve aumento na quantidade de fêmeas abatidas, fato que não ocorria desde 2007. Figura 2 - Evolução dos abates formais de bois e vacas nos primeiros trimestres de cada ano (em mil cabeças).

Fonte: IBGE / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Ainda é prematuro dizer que o ciclo de alta de preços chegou ao fim. É evidente a oferta restrita de boiadas terminadas e também não é grande a oferta de animais para reposição.


Características de um novo produtor de leite Marcelo Pereira de Carvalho - Diretor Executivo da AgriPoint

O Simpósio Interleite deste ano, realizado em Uberlândia, MG, entre 6 e 8 de julho, com quase 1.000 participantes, teve uma concepção diferente das anteriores. Ao invés das palestras mais técnicas, optamos por apresentar 19 produtores, sendo 11 do Brasil e 8 do exterior. Acreditamos, ao propor esse formato inédito, que era o momento de apresentar as características de um novo produtor de leite, que vem se consolidando sem muito alarde. Também, entendemos que seria o momento de trazer produtores de outros países, mostrando também as mudanças que ocorrem nestes locais. A cadeia do leite tem sido historicamente considerada marginal no país, sendo muitas vezes mais uma alternativa para quem não tem outra alternativa, do que uma opção econômica de um empresário rural. É bem verdade que, em número de produtores, ainda predominam aqueles que estão à margem do processo, como pode-se atestar pelo sucesso de iniciativas como o Balde Cheio, que visam justamente dar dignidade e uma nova perspectiva a esses milhares de produtores. Porém, é de se supor que boa parte da produção de leite esteja sendo cada vez mais produzida por produtores ditos profissionais: aqueles que têm escolha e que estão na atividade por considerar que esta permite uma rentabilidade compatível com o que se consegue com outras atividades. Essa nova realidade reveste-se de importância para o futuro

do setor, já que a elevação dos custos de oportunidade da mão-de-obra e da terra estimula o aumento da escala e da eficiência dos fatores produtivos. Apesar das diferenças regionais e mesmo de escala de produção entre todos esses 11 produtores brasileiros retratados, algumas características parecem comum a todos – inclusive com semelhanças a produtores de outros países também. A seguir, destaco alguns itens que me parecem constituir o fio condutor entre estes produtores, estejam eles em Coxinha, RS, como o gaúcho Fernando Stédile, ou em Carmo do Rio Claro, MG, como Leo Pereira: Presença do proprietário na fazenda; Preservação do núcleo familiar; Paixão pelo que fazem; Baixa rotatividade da mão-de-obra e preocupação com a qualificação e gestão da equipe; Controle de custos e planejamento; Metas e escala; Agricultura eficiente; Irrigação; Utilização eficiente dos dejetos; Instalações adequadas ao sistema de produção; Diversificação; Entendimento do modelo de negócios visando rentabilidade; Excelência no que fazem. Obviamente, não tivemos a pretensão de retratar a pecuária de leite nesse evento. O objetivo, ao contrário, foi identificar um novo produtor de leite que surge no Brasil, que reúne as características acima e que, talvez, represente uma tendência, podendo vir a ser cada vez mais responsável pelo crescimento da produção de leite no país.

Café: reta final da colheita em todas as regiões Waldir Francese Filho

Eng. Agr. Gerente Comercial Coocafé

A safra 2011/12 caminha para a reta final na maioria das regiões do Leste de Minas e Zona da Mata. O clima foi bastante propício para a produção dos cafés de melhor qualidade e ajudar os produtores a pagarem os custeios do ano anterior. As regiões de Caratinga e Lajinha, consideradas um pouco mais baixas, estão com a colheita bastante adiantada. A vertente mineira do Pico da Bandeira, na região de Alto Caparaó e Manhumirim, produziu muito café este ano. Está mais atrasada devido as lavouras estarem plantadas em altitudes mais eleva-

das e a maturação do café é um pouco mais tardia. De uma forma geral, foi uma safra onde na maioria das propriedades a produção ultrapassou a expectativa inicial e a qualidade média dos cafés melhorou muito. No Armazém Geral da Coocafé, até o dia 28/07/11, entraram 93,6% de padrão bebida, e apenas 6,4% de café inferior, situação histórica para a cooperativa. O momento atual é importante para os produtores acertarem seus compromissos financeiros das safras anteriores e planejar as ações para a próxima safra.

Cotação Agosto/11

Arábica | Duro tipo 6 | R$ 410,00 Cereja | Descascado Fino | R$ 440,00 Conilon | Tipo 8 | R$ 223,00 Agosto 2011

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cotações

Boi Gordo

mercado futuro (BM&FBovespa) 09/08

(R$/@) Indicadores Eslaq / BM&F Bovespa boi Gordo

vencimento

fechamento

Diferença do dia anterior

Ago/11

101,83

1,13

data

à vista

A prazo

Set/11

102,10

0,70

08/08/2011

101,94

102,85

Out/11

103,12

0,84

05/08/2011

102,05

103,05

04/08/2011

102,27

103,22

Fonte: BeefPoint

Fonte: BeefPoint

preços do leite

(R$/L)

cotações do leite cru preços pagos ao produtor

R$/litro

MG

RS

SP

PR

GO

BA

SC

Fev/11

0,7285

0,6954

0,7761

0,7513

0,7518

0,6312

0,7543

Mar/11

0,7604

0,7142

0,7963

0,7495

0,7749

0,6516

0,7599

Abr/11

0,8002

0,7583

0,8253

0,7727

0,8099

0,6973

0,8105

Mai/11

0,8379

0,8113

0,8680

0,8510

0,8458

0,7174

0,8456

Jun/10

0,8646

0,8243

0,8996

0,8710

0,8802

0,7291

0,8483

0,8712

0,7924

0,9247

0,8630

0,8880

0,7337

0,8223

Jul/11

Fonte: Cepea - Esalq/USP (MilkPoint)

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Parte 1 Fonte: http://www.ruralcostarica.com/biodigestor-portugues.html

Por biodigestor entende-se a produção de biogás efetuada a partir da decomposição de resíduos orgânicos provocada por bactérias anaeróbicas. Esse processo acontece em câmaras totalmente fechadas, sem qualquer entrada de ar, para que o material seja degradado e fermentado. Esta é uma fonte de energia sustentável e renovável. Nesta edição separe os materiais para se fazer um biodigestor. Na próxima, aguarde que ensinaremos como o mesmo é feito. Materiais para o biodigestor • 2 m³ de areia para misturar com o cimento para fazer as paredes do biodigester e para preencher o bloco de cimento. • 1 m³ de rocha para misturar com o cimento e a areia • 5.5 metros de plástico (forte, mas flexível) com pelo menos 2,8 metros de largura. Este plástico será utilizado para conter o biogás que é produzido no tanque do biodigestor • 4 medidores de 3 PVC. Tubulação a ser usada para a entrada e saída para os tubos do tanque do biodigestor. • 9 sacos de 50 kg de cimento para fazer as paredes e do piso do tanque, bem como para preencher as três fileiras de blocos de cimento. Você também pode utilizar o cimento para montar a mistura da entrada tubo. • 60 blocos de cimento medindo 12 cm X 20 cm X 40 cm para fazer as três linhas onde se colocam os pinos inferiores e superiores. • ½ PVC tubulação suficiente para fazer uma moldura retangular com uma circunferência de 16,6 metros e levar o biogás a partir do biodigestor à cozinha onde será queimado.

Divulgação site

mão na massa

Como fazer um biodigestor?

• Varilla suficiente para fixar as três fileiras de blocos de cimento ao longo da borda do tanque. • 2 tubos com um cotovelo arredondado para colocar em cada extremidade do biodigestor. A corda deve ser encadeada por dentro desses tubos. • 5 metros de uma corda delgada para misturar à água e esterco dentro do tanque. • 3-5 envases de um galão semipreenchido com areia para ser anexada à corda, parcialmente submerso na mistura de água/estrume para quebrar qualquer filme espesso acumulado na parte superior do tanque. • 20 tubos curvados para ser os pinos superiores. • 12 tubos lisos para os pinos superiores.

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emater

José Anísio Alves Vieira

Extensionista Agropecuário do Escritório Local de Caratinga

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) através da Unidade Regional de Ipatinga, abriu na segunda quinzena de maio, as inscrições para o I Concurso de Qualidade do Café das Matas de Minas, Região de Ipatinga, que se estende até 26 de agosto. Os participantes terão até o dia 26 de agosto para entregar as amostras dos lotes. De acordo com o extensionista agropecuário José Anísio Alves Vieira, o objetivo é identificar, promover e premiar os agricultores pela obtenção de cafés de qualidade superior, incentivar a produção do café de qualidade como meio mais eficaz na conquista de mercado. Além também de agregar o valor ao produto e atender a crescente demanda por produtos diferenciados. Poderão se inscrever no concurso os cafeicultores cuja propriedade esteja localizada nos municípios situados na área definida como Unidade Regional de Ipatinga: Antônio Dias, Belo Oriente, Bom Jesus do Galho, Bugre, Caratinga, Conceição de Ipanema, Ipanema, Ipatinga, João Monlevade, Marliéria, Mesquita, Mutum, Nova Era, Periquito, Pocrane, Santa Bárbara do Leste, Santana do Paraíso, São Domingos das Dores, São João do Oriente, São Sebastião do Anta, Taparuba, Timóteo e Ubaporanga. Também os municípios que possuem propriedades certificadas ou em processo de certificação pelo Programa Certifica Minas Café: Entre Folhas, Piedade de Caratinga e Santa Rita de Minas. “Os participan-

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tes concorrerão com amostras, de café arábica, produzidas por eles no ano safra 2011, que se enquadrarem nas categorias café natural e café cereja descascados, despolpados ou desmucilado”, explica o extensionista, José Anísio. O encerramento do concurso e sua premiação serão realizados no dia 14 de outubro, coincidindo com o I Seminário do Café de Caratinga, no pavilhão da CEASA-MG, Unidade Caratinga, na BR 116. Serão premiados os dez primeiros colocados na região, na categoria café natural e também serão premiados os três primeiros colocados na categoria café cereja descascado. Todos os treze produtores receberão troféus. Inauguração

Os produtores de café de Caratinga estão satisfeitos com a conclusão e inauguração do Centro de Excelência do Café. Com investimentos de R$ 2 milhões, o local será disponibilizado para os agricultores familiares fazer o beneficiamento da safra de café de 2011. O objetivo do projeto é melhorar a qualidade do café produzido na região e agregar valor ao produto. Ressalta-se que a grande conquista foi pela parceria entre a Fundação Banco do Brasil e a Prefeitura Municipal de Caratinga através da sua Administração, pois a unidade irá gerar melhorias no processamento e na comercialização do café, além de aumentar a competitividade de mercado, a valorização do produto e do Agricultor Familiar.


Marcelo de Aquino Brito Lima

Fiscal Estadual Agropecuário - IMA Coordenadoria Regional de Gov. Valadares

Foto Ilustrativa

ima

IMA analisa qualidade das sementes comercializadas em Minas Gerais

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) vai realizar a coleta de 400 amostras de sementes no comércio de Minas Gerais de julho a novembro de 2011. O objetivo é avaliar o potencial de pureza e germinação deste insumo para permitir ao produtor rural o plantio de sementes de qualidade. As análises serão realizadas no Laboratório de Análise de Sementes (LASE) do próprio Instituto. O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, afirma que é fundamental haver o monitoramento constante destes insumos. “As sementes e mudas de boa qualidade são fundamentais para a obtenção de lavouras sadias e produtivas. E para que haja segurança e confiabilidade é necessário fiscalizar todo o sistema de produção, principalmente o de comercialização desses produtos”, completa. As sementes são responsáveis pelo potencial genético das espécies, variedades e do plantio. Por isso, precisam ter qualidade para que as lavouras ou culturas sejam sadias e produtivas.

Por isso, as pessoas físicas e jurídicas que trabalham com produção, beneficiamento, armazenamento, reembalagem, comercialização, certificação ou análise de sementes e mudas devem se inscrever ou credenciar no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem). Desde 2007, o IMA monitora a venda de sementes e mudas. A fiscalização é realizada três vezes ao ano em todo o território mineiro. No caso de municípios que não possuem estabelecimentos registrados, o IMA fiscaliza o potencial comercial desses produtos em cada região. Em 2010, foram realizadas 5.061 fiscalizações do comércio de sementes e mudas em todo o território mineiro e o ano fechou com 2.305 lojas e comerciantes inscritos no Renasem. Até maio de 2011, foram realizadas 1.830 fiscalizações no comércio destes insumos em Minas. Minas Gerais é o único Estado da federação que realiza a fiscalização do comércio de sementes e mudas. Atualmente, 2.427 estabelecimentos no Estado são registrados neste tipo de comércio.

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idaf

Técnicos do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul vão ao ES para conhecer monitoramento de resíduos de agrotóxicos Jória Motta Scolforo

Foto: ASCOM Idaf

Assessoria de Comunicação/Idaf

Representantes das Secretarias de Estado da Agricultura do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul estiveram no Espírito Santo para conhecer o trabalho realizado pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) no monitoramento de resíduos de agrotóxicos. Eles receberam informações sobre as características do programa e visitaram o município de Domingos Martins para observar como é realizada a coleta de amostras para exames na lavoura. O chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Vegetal do Idaf, Ezron Leite Thompson, explica que os visitantes conheceram a atividade em uma apresentação feita por ele no “Encontro Nacional de Fiscalização de Agrotóxicos”, realizado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Na ocasião eles se interessaram em implantar a experiência capixaba em seus Estados. Segundo Ezron o diferencial do programa do Espírito Santo é que a coleta é feita diretamente na pro38

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priedade rural, antes do alimento chegar ao consumidor. Com isso, é possível 100% de rastreabilidade. A partir dos resultados, os responsáveis pelas propriedades com irregularidades recebem informações sobre os procedimentos corretos, e, em alguns casos, a plantação pode ser interditada ou erradicada. A representante da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul (Searg), Rita Graselle, destaca que o órgão pretende seguir o modelo adotado no Espírito Santo. Ressalta ainda que se trata de um importante avanço para o público consumidor, pois o monitoramento evita que alimentos com resíduos excessivos de agrotóxicos ou com substâncias proibidas cheguem ao comércio. O engenheiro agrônomo Leonardo Vicente da Silva, da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária do Rio de Janeiro (Seapec) afirma que o programa é uma forma de promover a segurança alimentar e fortalecer a cadeia produtiva.

Monitoramento de resíduos de agrotóxicos

O Idaf vem realizando trabalhos de monitoramento de resíduos em diversas culturas desde 2003. Dentre elas estão: a alface, o coco, a goiaba, a laranja, o mamão, o maracujá, o tomate e o pimentão. Após coletadas pelos técnicos do Instituto, as amostras são encaminhadas a laboratórios credenciados onde são feitas as análises para identificar e quantificar os resíduos. Os dados obtidos pelos exames possibilitam verificar a qualidade e a segurança dos alimentos, detectar as fontes de contaminação e proporcionar uma avaliação quanto ao uso inadequado e não autorizado de agrotóxicos. A finalidade é a prevenção e controle dos riscos decorrentes do consumo de alimentos com excedente e também a proteção da saúde do produtor rural, que trabalha na aplicação dos agrotóxicos nas propriedades.


Ascom Adab

Foto: Ilustrativa

Adab

Pecuaristas da Bahia vão economizar R$ 10,5 milhões

Na próxima etapa da Campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa na Bahia, em novembro deste ano, apenas os animais com idade até 24 meses serão vacinados. O anúncio, feito na quinta-feira, 21 de julho, pelo secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura e Pecuária da Bahia 2011/2012, no Hotel Stella Maris. Esse é o resultado de um intenso trabalho do governo do Estado através da Seagri/Agência de Defesa Agropecuária da Bahia. O parecer favorável do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), com apoio da Superintendência Federal da Agricultura na Bahia, beneficia aproximadamente 265 mil pecuaristas em 409 municípios baianos. No total, cerca de 6,5 milhões de animais adultos deixarão de ser vacinados, representando uma economia da ordem de R$ 10,5 milhões para os criadores do Estado. Ainda conforme o parecer do Mapa, os oito municípios componentes da Zona de Proteção (Formosa do Rio Preto, Santa Rita de Cássia, Mansidão, Remanso, Buritirama, Casa Nova, Pilão Arcado e Campo Alegre de Lourdes) deverão continuar vacinando todos os animais – jovens e adultos – para manter o rebanho livre da doença, já que fazem divisa com Estados caracterizados com status sanitário de médio risco. “O Estado da Bahia, ao longo dos anos, tem demonstrado uma forte vocação agropecuária, refletida pelos crescentes indicadores de produtividade, diversificação e comercialização de produtos e serviços gerados no agronegócio”, destacou Salles, lembrando que a agropecuária representa 24% do PIB, e gera 30% dos

empregos no Estado e 37% das exportações. “O fortalecimento da Defesa Agropecuária tem sido um dos alicerces do desenvolvimento do setor, principalmente a partir da criação da Adab que tornou-se uma referência exitosa na consecução de metas importantes para assegurar a qualidade do patrimônio pecuário baiano”, apontou o presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia, João Martins. A Bahia é detentora do maior rebanho bovino da região Nordeste, com 10,7 milhões de cabeças, e tem apresentado, nos últimos anos, uma estabilidade sanitária referenciada nacionalmente. Com a alteração da estratégia de vacinação contra a febre aftosa no Estado, o rebanho da Bahia passa a ter as mesmas condições sanitárias dos rebanhos dos estados de RS, PR, SP, MG, ES, MS, GO, TO, MT e RO. “Essa é mais uma conquista decorrente das ações permanentes de vigilância veterinária, dos índices crescentes de vacinação dos animais e da eficiência na fiscalização do trânsito”, apontou o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres, salientando que o planejamento da Defesa Agropecuária baiana está alinhado com as diretrizes do Mapa dentro do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA). Entre as ações que contribuíram para o parecer favorável à Bahia, a SFA citou também a adequação da estrutura de atenção veterinária, atualização e qualificação dos servidores, bem como as taxas de cobertura vacinal acima dos 95% nos últimos cinco anos, alcançadas em etapas semestrais de vacinação. Agosto 2011

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Foto: Ramalho Dias

aconteceu

Expoagro GV 2011

Julgamento dos animais da raça Guzerá

Concursos Leiteiros

As raças Gir, Guzerá e os animais dos cooperados da Cooperativa Vale do Rio Doce, participaram do concurso leiteiro. As esgotas aconteciam às 22h e as ordenhas três vezes ao dia: 6h, 14h e 22h. O concurso leiteiro que tem como objetivo dar visibilidade e fomento à produção leiteira na região, teve uma participação expressiva dos criadores. No 34º Concurso Leiteiro da Cooperativa Agropecuária, na categoria acima de 50 kg, o campeão foi o pecuarista André Merlo, com a vaca Fabiana que teve uma produção média de 57,778 kg de leite e um total 40

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derais, além dos representantes das classes do setor agropecuário. Os participantes da solenidade puderam conferir discussões sobre propostas para a região, que beneficiem os elos da produção agropecuária. Entre os temas discutidos está à manutenção de estradas, georreferenciamento, produção de leite, segurança rural, dentre outros. O secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, que participou da abertura da Expoagro, falou da importância de se trabalhar em redes, de se fazer parcerias para que a pecuária continue crescendo e da criação de programas que auxiliem o produtor para aumentar a produção. Durante a exposição, quem passou pelo parque de exposições, pode conferir leilões, rodeio, concursos leiteiros, exposição e julgamento de animais, Team Penning, ranqueadas, shows, dentre outros. Para 2012, Merlo informa que a data já está marcada e a Expoagro GV ocorrerá do dia 13 ao dia 22 de julho. “Nesse pós-evento nós estamos concluindo as pesquisas que a gente elabora durante a Expoagro. Iremos analisá-las, checar os pontos tanto positivos, quanto negativos, e começar a planejar a exposição do ano que vem”, aponta.

de 173,335 kg. Na categoria até 50 Kg o primeiro lugar foi para o pecuarista Márcio Barreto com a vaca Paola, que apresentou uma produção média de 49,690 kg e produção total de 149,069 kg de leite. No concurso da raça Gir, na categoria Vaca adulta, a vaca Figa Fiv de Bras., da Fazenda Brasília Agropecuária, foi a campeã com produção média de 46,833 kg de leite, produção total de 140,500 kg. A mesma também levou o prêmio de melhor úbere. Já no concurso da raça Guzerá o prêmio foi para o pecuarista Sinval Martins de Melo com a vaca Rebeca TB, com uma produção total de 107,67 kg de leite, uma média de 35,89 kg durante o concurso.

Foto: Lidiane Dias

O Vale do Rio Doce pode conferir a 42ª Exposição Agropecuária de Governador Valadares que aconteceu entre os dias 08 e 17 de julho, no Parque de Exposições José Tavares da Silva. Nesses dias do evento, passaram pelo parque de exposições, 220 mil pessoas. Os produtores rurais puderam conferir e tiveram a oportunidade de realizar bons negócios voltados para o setor. Segundo o presidente da União Ruralista Rio Doce, André Merlo, mesmo sem terem fechado os resultados financeiros dos negócios realizados, a Expoagro GV teve um resultado positivo. “Nós esperávamos um aumento de público e tivemos esse aumento de público pagante. Esse ano a festa cresceu. Não terminamos o fechamento dos leilões ainda, mas cresceu em número. No ano passado eram 12 e esse ano passou para 13. Números de animais também cresceram. A festa cresceu perante o ano passado e esse é o objetivo: um ano maior que o outro. A gente está satisfeito sem analisar ainda os resultados financeiros”. No ano passado o evento contou com a participação de 130 mil pagantes. Na abertura do evento, realizado no dia 09, estiveram presentes autoridades políticas municipais, estaduais e fe-


Foto: Lidiane Dias

Exposição e julgamentos

Cerca de 1400 animais estiveram expostos durante a feira e participaram de julgamentos entre os dias 10 e 16, feitos por juízes credenciados por cada associação dos criadores das raças de equinos, bovinos, caprinos e ovinos. O número foi superior ao de 2010 em que foram expostos 764 animais. Na categoria ½ sangue, 38 animais da raça Girolando concorreram: o título de Grande Campeã ficou com Trégua MB Ariranha (Criador: Patrícia Vieira Bossi Leite / Expositor: Jerry Martins Pinho) e a Reservada Grande Campeã foi Cibernética MB Ariranha (Criador e Expositor: Patrícia Vieira Bossi Leite). Já na categoria ¾ sangue, 14 animais estiveram na disputa. A Grande Campeã foi Bata CJ São Francisco (Criador: Rubens Mendes Canuto Júnior / Expositor: Adriano de Almeida Alvarenga) e a Reservada Grande Campeã foi Juju I da FSF (Criador e Expositor: Paulo César Gallo). O troféu de maior expositor foi para Patrícia Vieira Bossi Leite, da Fazenda Ariranha. Na raça Gir Leiteiro, a Grande Campeã foi Dalilate, do criador Hélio Macedo de Queiroz, e o Grande Campeão foi o touro Espelho TE de Brasília, da Fazenda Brasília Agropecuária LTDA. Do julgamento do Guzerá, a Grande Campeã foi Boata Claramar, do criador Virgilio Vilefort Martins, e o touro Grande Campeão foi Encanador Vilefort, do mesmo criador. Rima FIV Duala 1 (criador Hilton da Cunha Peixoto) foi a Grande Campeã da raça Nelore e Kacife TE Indy GR foi o Grande Campeão da raça (RM Nelore Agropecuária LTDA). Já dos Brahman, a Grande Campeã foi Miss Agata (Olídio Carlos Blanc e outros) e o touro Grande Campeão foi Muzzi Faraó (criador Ricardo Muzzi Guimarães). Da raça Simental o Grande Campeão foi Lampião da Santa Rosa (Vilson Cohen Perciano). Entre os equinos, na raça Mangalarga Marchador, na categoria Campeões da raça, destaque para a égua campeã Nata M.Z.Z. (Edelvo Lara Pires Muzzi) e os Cavalos campeões: Quebec M.Z.Z. (Edelvo Lara Pires Muzzi) e Panchito Três F. (Antônio Gomes Lemos). Na raça Campolina, a Grande Campeã foi Década de Luanda (Haras Luanda) e o Grande Campeão foi Apolo de Pirassirica (José Pereira de Araújo).

Estudantes da cidade em visita pelo projeto Agropecuária na Escola

Agropecuária na Escola

Como forma de fomentar que as crianças da rede pública de ensino tenham o conhecimento acerca do setor agropecuário, 600 crianças puderam visitar os stands, a exposição de animais e as cadeias produtivas da carne e do leite. Dessa formas, os estudantes com idade entre 10 e 12 anos, tiveram a chance de conhecer o funcionamento do trabalho rural e aprender sobre preservação ambiental, produção agrícola e a importância da agropecuária. O projeto Agropecuária na Escola esteve em sua 2ª edição. A diretora da Escola Municipal Reverendo Sillas Crespo, Fernanda Inês da Silva Souza, foi com 60 alunos visitar a exposição. De acordo com a diretora, é a primeira vez que a escola participa do projeto. “É uma interação muito importante para a vida dos nossos alunos, para o crescimento deles. É um resgate que está sendo feito do cuidado com o meio ambiente. Os alunos desenvolveram esse trabalho dentro da escola com muita empolgação, empenho e interesse”, observa. Por sua vez, a aluna do 1º C.A. 2 (Ciclo da Adolescência), Jéssica Beatriz da Silva Loiola, 12 anos, participou do concurso e da visitação à Expoagro. Ela conta que nunca tinha visitado a parte técnica da exposição e através do projeto ela pode ver os animais e conhecer a horta que ela nunca tinha visto. “Eu achei muito bom porque os alunos puderam aprender mais e isso nós vamos levar para a escola, vamos desenvolver mais sobre a cadeia. A gente vai pensar se no futuro a gente pode ter um trabalho bom com todo esse processo”, diz. O projeto chamado de Agropecuária na Escola teve uma novidade esse ano: os alunos participaram de um concurso de redação e o tema era “Agropecuária na Escola – com foco nas profissões”. A aluna vencedora do concurso foi Késsyla Cândida de Lima, do 1º C.A, Doraci Eremita Ferreira ganhou na classificação professora e a Escola Municipal Realina Adelina Costa foi a premiada. A premiação das vencedoras foi um dia de passeio e brincadeiras em uma pousada na cidade. A Academia Valadarense de Letras de Governador Valadares foi quem fez a escolha da redação.

Foto: Lidiane Dias

Leilões

Superior ao ano passado onde foram realizados 12 leilões, em 2011 a Expoagro GV contou com 13 leilões. Entre 500 e 1 mil animais foram comercializados nos leilões. Entre os leilões, os promovidos pela Associação do Mangalarga, Fazendas Taboquinha e Ygarapés, Haras Toledo, Associação do Zebu, Sindicato Rural de GV, Brahman IC e convidados. No dia 13, dentro da Expoagro, aconteceu também o 2º Leilão Girolando dos Vales onde 109 animais, de 14 vendedores, divididos em 54 lotes, foram vendidos. O total de vendas alcançou o montante de R$ 430.000,00, uma média de R$ 3.944,95 por animal. O destaque ficou para Vitória do IAIA, do vendedor Marcos Antônio Helmer, Grande Campeã da Categoria 5/8 e vendida por R$ 22.000,00. Vitória do IAIA foi comprada por José Eduardo Martins Guedes, Pedro Francisco Repossi Júnior, Rodrigo Ribeiro Inácio e Daniel Gualberto Albergaria. O resultado final de todos os leilões não tinha sido divulgado até o fechamento desta edição.

2º Leilão Girolando dos Vales

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Bobó de Frango

culinária

Fonte: Site Delícias da Calu

Ingredientes

Imagem Ilustrativa

1 kg de peito de frango em cubos 1 kg de mandioca descascada e ralada 1,3 kg de cebola picada 1,3 kg de tomate maduro picado 3 pimentões verdes picados 1 maço pequeno de coentro picado 3/4 de xícara (chá) de azeite 4 vidros pequenos de leite de coco 2 litros de água 1 dente de alho picado 2 colheres de azeite-de-dendê Sal a gosto Modo de Preparo

Misture a mandioca ralada com 1 kg de cebola, 1 kg de tomate, 1 pimentão e 3/4 do coentro. Leve ao fogo e acrescente aos poucos metade do azeite, metade do leite de coco e metade da água. Tempere com o sal e mexa sem parar para não grudar no fundo da panela e evitar que talhe o leite de coco. Cozinhe até começar a soltar da panela. Reserve. Em uma panela, ponha o frango e o restante dos ingredientes. Cozinhe até o frango ficar macio e junte o creme de mandioca. Misture vigorosamente e cozinhe por mais 5 minutos. Sirva quente, acompanhado de arroz de limão. Dica: Se desejar, sirva polvilhado com castanha de caju.

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