15ª Edição Setembro- 11

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Ano 2

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N° 15 . Setembro 2011

ISSN 2179-6653

Um panorama do mercado do leite

Em entrevista com os presidentes de cooperativas e laticínios do Leste de Minas e Norte Capixaba, montamos para você um giro sobre o cenário da commodity


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Boa leitura!

Denner Esteves Farias

Editor-Chefe

índice

editorial

Diante da crescente demanda por alimentos no mundo inteiro, uma matéria-prima de grande riqueza protéica, não poderia ficar de fora. O consumo interno, do leite e seus derivados, aumenta a cada ano com o poder de compra do brasileiro. Porém, atualmente essa demanda vem sido suprida através das importações desses produtos. Um benefício para o consumo interno, mas um prejuízo para a produção láctea e a indústria do setor. Segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de janeiro a julho deste ano foram importados 85,13 mil toneladas, equivalente a US$ 316.717 mil dólares. Em contrapartida, a exportação de lácteos foi de 22,60 mil toneladas, um valor de US$ 66.026 dólares. Com isso, o saldo foi negativo de -62,53. É por isso e outros motivos que nesta edição trazemos para você leitor, que irá acompanhar não através de perguntas e respostas, mas em uma reportagem, o panorama do mercado do leite no Leste de Minas e Norte Capixaba, sob a visão de alguns responsáveis pelo setor de captação e produção da commodity. Veja também a parte dois, na seção Mão na Massa, que nos ensina a fazer um biodigestor. Na seção Grandes Criatórios, a Fazenda Porto Alegre abre suas portas e nos mostra a criação de Campolina. Já em Dia de Campo, falamos sobre a suinocultura. Aprenda a fazer um pão de beterraba na nossa página de culinária. Em setembro dois profissionais ganham nosso destaque: os Médicos Veterinários (09) e os fazendeiros (21) de todo o país. Parabenizamos vocês pelas datas.

4 Giro no Campo 6 Entrevista 10 Entidade de Classe 12

Grandes Criatórios

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Dia de Campo

18 Saúde Animal 20 Caderno Técnico 23 Forragicultura 26 Agrovisão 28 Sustentabilidade 30 Perfil Profissional 31 Meteorologia 32 Mercado 34 Cotações 35 Mão na Massa 36 Emater | IMA | Idaf | Adab 40 Aconteceu 42 Culinária

Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

Editor-Chefe Denner Esteves Farias Zootecnista - CRMV-MG 1010/Z Jornalista Responsável / Redação Lidiane Dias - MG 15.898 (em formação) Jornalistas Colaboradoras Alessandra Alves - MG 14.298 JP Diagramação Finotrato Design Contato Publicitário Thiago Lauar Scofield Eng. Agrônomo - CREA/MG 111396 D (33) 3271.9738 comercial@revistaagrominas.com.br

Colaboração - Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo - AgriPoint e MilkPoint - Emater/IMA/Idaf/Adab - Hyberville Neto - SCOT Consultoria - Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista - Leila Fernandes - Manoel Eduardo Rozalino S. e Dilermando Miranda da Fonseca - Marcelo Conde Cabral - Médico Veterinário - Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo - Projeto Tunas para Todos - Waldir Francese Filho - Eng. Agrônomo - Coocafé Distribuição Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba.

Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: CGB Artes Gráficas A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo. As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores. Administração/Redação - Revista AgroMinas Rua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro 35.010-230 | Governador Valadares-MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: jornalismo@revistaagrominas.com.br

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Nota enviada pela JBS sobre o remanejamento de seis unidades da empresa: A JBS S.A. comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que colocará em prática a partir de 1° de setembro mais uma etapa de sua estratégia de integração operacional, de forma a buscar maior geração de valor aos seus acionistas, melhores produtos e preços mais competitivos por meio de reduções de custos e ganhos de eficiência. Isso será alcançado com o remanejamento dos trabalhos de seis unidades, em razão de fatores como ineficiência fiscal, decorrente da legislação tributária de alguns Estados, a proximidade entre unidades e a busca por um portfólio de produtos mais eficiente, ampliando sua presença no mercado doméstico.

Esta etapa da estratégia da companhia consiste em: Suspender integralmente as atividades da unidade em Presidente Epitácio (SP) devido à ineficiência fiscal no Estado. A produção da planta paulista será transferida para as unidades da companhia em Mato Grosso do Sul; Transferir o abate e desossa de Teófilo Otoni (MG) para as unidades de Iturama e Ituiutaba, ambas em Minas Gerais; Remanejar o abate e desossa de Maringá (PR) para Naviraí (MS); Transferir as atividades de desossa de Água Boa (MT) e Alta Floresta (MT) para Barra do Garças (MT) e Diamantino (MT), sendo que, nesta última, o abate será duplicado, passando das atuais 1.000 cabeças para 2.000 cabeças por dia; Remanejar a desossa de Pimenta Bueno (RO) para a unidade de Vilhena (RO). (Fonte: JBS)

Balança tem o melhor agosto desde 2006

Exportação de café registra redução de 7,7% em agosto ante mesmo mês de 2010

Agosto foi o melhor mês para o comércio exterior brasileiro em 2011, com recordes tanto nas exportações, quanto nas importações. O bom desempenho levou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) a elevar a meta de exportação do ano de US$ 245 bilhões para US$ 257 bilhões. O ministério também anunciou no dia 01, pela primeira vez, a previsão de superávit comercial este ano de US$ 27 bilhões, acima das estimativas do mercado e do BC. As vendas externas somaram em agosto US$ 26,2 bilhões e as importações, US$ 22,3 bilhões, os melhores resultados mensais da história. O saldo comercial no mês passado ficou positivo em US$ 3,9 bilhões, o maior valor para agosto desde 2006, quando foi de US$ 4,6 bilhões. No acumulado do ano, o superávit chegou a US$ 19,96 bilhões, o maior dos últimos três anos para o período e, muito próximo ao valor alcançado em todo o ano passado, de US$ 20,2 bilhões. (Fonte: O Estado de S. Paulo) 4

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Imagem Ilustrativas

Giro no Campo

JBS faz remanejamento de seis unidades no país

A exportação de café em agosto (23 dias úteis) alcançou 2,593 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa redução de 7,7% em relação ao mesmo mês do ano passado (2,808 milhões de sacas). Em termos de receita cambial, houve aumento de 49,5% no período, para US$ 722,8 milhões em comparação com US$ 483,6 milhões em agosto de 2010. Os dados foram divulgados nessa quinta, dia 1º, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Quando comparada com o mês anterior, a exportação de café em agosto apresenta elevação de 43,1% em termos de volume, pois em julho passado o país embarcou 1,812 mi de sacas. A receita cambial foi 48,4% maior, considerando faturamento de US$ 487,1 milhões em julho passado. (Fonte: Agência Estado)


Imagem Ilustrativas

Indústria de ração cresce 4,1% no semestre A produção da indústria de alimentação animal no Brasil registrou incremento de 4,1% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O volume produzido alcançou 31,4 milhões de toneladas de janeiro a junho deste ano, contra 30 milhões de igual período de 2010. Os dados são do balanço do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). De acordo com Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo da entidade, a mola propulsora do crescimento mais uma vez foi o setor de avicultura industrial, que demandou praticamente metade de toda produção do semestre, apesar de o preço do milho, principal insumo utilizado na alimentação animal, ter valorizado 60% desde junho do ano passado. (Fonte: Agrolink em Suino.com)

Noroeste de Minas tem a maior produção de grãos do Estado O Noroeste de Minas liderou a produção de grãos no Estado em 2011. A região foi responsável por 25,4% da safra estadual, com 2,7 milhões de toneladas. Houve um crescimento de 13,9% em relação à produção colhida em 2010. A safra do Noroeste contribuiu para uma colheita recorde no Estado de 10,6 milhões de toneladas. Entre os municípios, Unaí (Noroeste) aparece como o principal produtor de grãos em Minas Gerais, com uma safra de 798,5 mil toneladas. Em seguida ficou Uberaba (Triângulo), com 577,6 mil toneladas. Completam a lista dos cinco maiores produtores os municípios de Buritis, Paracatu (ambos no Noroeste) e Perdizes (Alto Paranaíba). (Fonte: ASCOM SEAPA)

Projeto aumenta preços mínimos do setor agropecuário A Câmara analisa o Projeto de Lei 1008/11, do deputado Sandro Alex (PPS-PR), que inclui na política de preços mínimos dos produtos agropecuários e extrativistas o ressarcimento das despesas com limpeza e secagem. Atualmente, o preço mínimo cobre as despesas com sobretaxa e tarifa de armazenamento, classificação, reclassificação, análise, embalagem e ICMS incidente sobre a produção. “O projeto beneficia duplamente os

produtores rurais: tanto por fixar em lei os serviços cujos custos terão direito ao ressarcimento – atualmente fixados por decreto – quanto por ampliar o rol desses serviços, incluindo o ressarcimento das despesas de limpeza e secagem, que são indispensáveis à sua atividade”, afirma Sandro Alex. O projeto altera o Decreto-Lei 79/66, que institui normas para a fixação de preços mínimos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) define anualmente os

preços mínimos dos produtos agrícolas, pecuários e da atividade extrativista, com base em proposta encaminhada ao Ministério da Fazenda pelo Ministério da Agricultura. A Política de Garantia de Preços Mínimos visa proteger a rentabilidade do produtor rural no período de excedente de oferta agrícola. (Fonte: Agência Câmara em DCI)

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entrevista

O mercado do leite Com o consumo em crescimento, o mercado interno vem sendo abastecido pelas importações dos produtos lácteos. Um benefício ou prejuízo? O marketing ao entorno do leite é tamanho, no que diz respeito tanto aos benefícios que ele traz a saúde quanto no fato de que ele está presente na vida de todos, desde o nascimento até a morte. Vendo a cadeia láctea como uma das pontas importantes do agronegócio, o mercado do leite necessitou ser

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destrinchado. Sabendo da importância do produto e das discussões nos setores responsáveis pelo mercado do leite, que comissões, subcomissões e fóruns foram criados a pouco para dar um caminho para a produção nacional. Lemos, ouvimos e vemos diariamente que o mercado interno está sendo abastecido por produtos importados. Mas o país não havia se tornado auto-suficiente e havia sobras do leite no mercado? Mas porque importar? Segundo especialistas o consumo interno vem aumentando e o fornecimento vem sendo abastecido com os produtos importados, o que para o consumo é bom, mas para a indústria é um ponto negativo. Segundo dados da MilkPoint extraídos do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), a Argentina exportou, de janeiro a julho de 2011, 63.402 toneladas de derivados do leite. O Brasil é um dos principais mercados da Argentina, comprando nesse período 9.620 toneladas de so-

ros do leite e do queijo, proteínas do soro e proteínas lácteas. O IBGE aponta que no primeiro trimestre de 2011, um total de 5.466.305 mil litros de leite cru ou resfriado foram industrializados. No ano passado, o volume de leite adquirido pelas indústrias foi de 20.966.730 litros. Em relação ao PIB Agropecuário, o segundo trimestre deste ano teve uma variação negativa de -0,1%, se comparado ao primeiro trimestre. Mas o primeiro semestre de 2011, se comparado ao mesmo período do ano passado, o setor agropecuário teve um crescimento de 1,4%. Para tentar entender esse mercado, procuramos saber dos gestores de algumas cooperativas e laticínios, para acompanharmos o mercado da região em que estes atuam e o panorama do mercado do leite. A entressafra de algumas regiões no país é apontada como o ponto crucial por esses gestores, como um dos motivos para a diminuição do volume do leite nesse período da seca. Outra questão apontada pelo presidente da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, Guilherme Olinto, o clima frio na região,


“Nós estamos hoje com a produção em torno de 30% menor do que mesmo período do ano passado. Na minha visão isso é em função dos preços dos insumos, que tiveram uma alta significativa de 2010 para 2011, e o clima na região” Guilherme Olinto

mesmo com o preço estável, diminuiu a captação. “Nós estamos hoje com a produção em torno de 30% menor do que mesmo período do ano passado. Na minha visão isso é em função dos preços dos insumos, que tiveram uma alta significativa de 2010 para 2011, e o clima na região. Nós nunca tínhamos visto em Governador Valadares um ano com um agosto tão frio. Isso não é normal para nós e tem afetado diretamente a produção”, aponta Olinto. O presidente informa ainda que o mercado não está desabastecido, isso porque os índices de importação está maior do que nos últimos cinco anos. Mesmo causando um desequilíbrio na balança interna se não fossem essas importações o consumo interno estaria em dificuldade, pois vem crescendo 5% ao ano e a produção está estagnada em 2,3%. Em relação à estabilidade no preço pago ao produtor, Carolino Brito, presidente da Cooperativa de Laticínios Teófilo Otoni LTDA, pontua que isso irá depender do mercado externo. “O preço do leite tem sido

corrigido quase que men- com dados da Cepea, o preço pago ao salmente a nível de produ- produtor em Agosto foi de R$ 0,8698 tor. A gente vê hoje para o por litro, na média nacional. “A partir de novembro o quadro produtor um bom negócio porque ele vem aferindo muda totalmente porque ai nós vamos um bom preço, diferente para um período chamado de safra. Vai de quatro meses atrás. De aumentar a oferta e consequentemente uns dois anos para cá o o preço para o consumidor será de queBrasil, de onde éramos ex- da. Antes disso não vejo como baixar o portadores, está importan- preço nem para o produtor e nem para do. Tem sido prejudicial o consumidor. O que pode nesses dias, para nós produtores do Brasil. O leite se tivermos entrada de produtos exterque entra da Argentina e Uruguai, e nos, trazer uma consequência para os via de regra da União Europeia, tem produtos do mercado interno”, acreditrazido uma competição desigual no ta o presidente da Veneza Cooperativa Agropecuária do Norte do Espírito Sanpreço”, acrescenta Brito. Na entrevista que fizemos com o to, José Carnielli. Para Carnielli o discurso atual é presidente da Subcomissão do Leite, Deputado Domingos Sávio, na que há excedentes, mas na prática é 13º edição, ele levantou a questão outra história. O mercado externo está de que o país precisa criar estoques abastecendo o consumo interno. “Não reguladores para que no período da temos excedente. Eu acho que a curto entressafra não tenha a necessidade prazo a tendência do leite é de mercado de importação, para suprir o mercado firme e não de preço baixo, mas alto”, interno e reaproveitar o excedente do complementa. O presidente da Cooperativa período de safra. Sobre o preço pago ao produtor ele apontou que para se Agropecuária de Resplendor (Capel), chegar a um preço justo é necessário Marcos Campos, acredita que o merum monitoramento do custo de pro- cado é viável e sendo assim a Capel vem ampliando sua fábrica e passará a dução e dos insumos. A lei básica da economia: pouca fabricar mais dois produtos. “São váoferta e muita demanda elevam os preços dos pro“A gente tem que formar uma dutos. Com o leite não tem posição governamental, do sido diferente. Com a falta do produto no mercado in- setor de produção primária e do terno, a tendência é que ele setor industrial, para definirmos para onde nós vamos” aumente o preço pago pelo Luiz Fernando Esteves Martins consumidor. De acordo setembro 2011

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rias empresas, mas todo mundo tem de produtos informais representou ficção, não sendo um problema para mercado. Nós estamos ampliando 23,9% desse total comercializado. eles, pois a população já questiona esse a fábrica para 450 mil litros de leite Uma preocupação recorrente, pelo tipo de comércio. Entretanto, a fabricação de queijo é apontada como um e estamos procurando uma parceria menos para alguns gestores. Olinto pontua que esse mercado problema. “Porque na informalidade com outras cooperativas da região para atingir esse objetivo”, constata. é altamente nocivo para o país. Essa não se paga imposto nenhum, não tem A diferença de preços entre os produção láctea poderia ser uma das inspeção e eles concorrem no mesmo produtos internos e os importados foi alternativas para diminuir a importa- nível de mercado que o nosso. Só que o questionamento de Luiz Fernando ção. Segundo o presidente, na região eles têm o ganho maior de 20 e 25% Esteves Martins, diretor da Barbosa e há uma incidência grande desse mer- porque não pagam impostos. Precisava Marques S.A. Ele destaca que o setor cado. “Isso vale um esclarecimento de uma fiscalização maior dos órgãos é o que mais gera empregos diretos muito grande por parte do produtor. responsáveis, pela vigilância sanitária no país. Com a moeda e o leite brasi- Ele é um dos responsáveis por esse e inspeção federal. Porque esses queijeiros que existem contribuem leiros valorizados, o que está primeiro, na disseminação de em jogo hoje é a identidade do setor lácteo brasileiro. “A “Esses queijeiros que existem doenças, e segundo, prejudigente tem que formar uma pocontribuem primeiro, na dis- cam as empresas que geram sição governamental, do setor seminação de doenças, e se- empregos, renda e pagam imde produção primária e do se- gundo, prejudicam as empresas postos”, avalia. Martins aponta que “a detor industrial, para definirmos que geram empregos, renda e soneração tributária que foi para onde nós vamos. Nós pagam impostos” conseguida pelas entidades temos primeiro que definir Carolino Brito de classe facilitou a formalinós Brasil, enquanto país, enzação do setor e tirou grande quanto mercado de laticínios mercado informal do leite. A partir parte da vantagem que o informal nacional”. do momento que ele começa a abas- tinha em relação ao formal. O setor tecer com a matéria-prima dele, um formal padece de uma dificuldade O Mercado Informal Dados da Leite Brasil (Associa- laticínio que não é cadastrado, que muito grande de trâmites, de proção Brasileira dos Produtores de não é legalizado, ele está se predis- cessos, de autorização de rótulos, de Leite) apontam que em 2010 houve pondo a fomentar uma atividade ile- reformas no Ministério da Agriculum aumento de 17,1% em relação gal e altamente prejudicial”, alerta. tura. É um gargalo que o setor forCampos informa que o mercado mal enfrenta. Fora isso não há mais a 2009 no faturamento do mercado interno de leite e derivados. No ano informal é bem mais tímido na área vantagens expressivas para o setor passado R$ 44,5 bilhões foram fatu- de atuação da Capel e, portanto, não informal como havia no passado”. rados. Porém, o segmento de produ- tem atrapalhado, prevalecendo a sutos informais foi o que mais cresceu premacia da cooperativa. Já Brito no país: 35,1% em 2010. Segundo acrescenta que a informalidade na a pesquisa da associação, a venda venda do leite líquido é quase uma

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conheça o Sindicato dos Produtores Rurais Fotos: Dagoberto César Oliveira

entidade de classe

Em Jequitinhonha um incentivo para a classe:

Parte da diretoria do sindicato

Mesmo diante da pouca filiação na cidade, o sindicato busca melhorias para os associados e para a adesão de outros novos O ano era 1967 e o motivo foi para dar assistência aos produtores rurais com a transformação da cooperativa dos produtores em sindicato. Foi assim que começou o Sindicato dos Produtores Rurais de Jequitinhonha. Naquela época, segundo informações de Valdivino Guimarães, um dos primeiros funcionários do sindicato, a sede era alugada, situada na área central de Jequitinhonha (MG). Hoje, com uma sede própria, os associados são atendidos em um local com estrutura ampla e confortável, atendendo as necessidades deles e dos funcionários. Empenhado na defesa dos interesses da classe, a entidade atua nesses 44 anos de existência, nas vendas de produtos veterinários, assistência odontológica aos trabalhadores rurais, assistência jurídica e contábil, orientações trabalhistas, emissão de notas fiscais, cursos profissionali10

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zantes oferecidos pelo SENAR-MG, realização de eventos como leilões, feiras, cavalgadas e festas. Esses eventos são realizados no Parque de Exposições de Epaminondas Cunha Melo, área própria, doada pelos cotistas em 2004. Na presidência do sindicato, antes do atual presidente Santos Tinum dos Santos, nove nomes já passaram pela gestão: o fundador da entidade João Germano Botelho que permaneceu três anos no cargo, Adalberto Sena, Antônio Justino da Cunha Pereira, Lincoln da Cunha Peixoto, Hamilton Saraiva de Almeida, Francisco Antônio Medeiros, Aurício Gomes Barreto, Geraldo Magela de Almeida e José Ildenio Costa Mendes. Treze pessoas compõem a diretoria: Leonardo Teixeira Martins Lage (vice-presidente); Ana Paula Almeida Pires (secretária); Geraldo


Magela de Almeida (tesoureiro); José Ildênio Costa Mendes, Francisco de Paulo Magalhães, Abenildo Quaresma de Mattos e Andréia Teixeira Martins Lage (suplentes da diretoria); José Bonfim Borges de Andrade, Márcio Pereira de Aguilar e Deraldo Leandro Mendes (conselho fiscal); Geraldo Advinculas Ruas, Juveles Antônio e Sávio da Cunha Lage (suplentes do conselho fiscal). Ainda, mais dois funcionários fazem parte da equipe, a secretária Olinda Cares Santos e o mobilizador do SENAR Yuri Francisco da Silva Pereira. A cidade fica localizada em Nordeste do Estado de Minas Gerais e a pecuária de corte em regime de pasto é o que predomina. Para se associar, o produtor rural precisa comprovar a atividade junto ao sindicato. Convênios são firmados para preparar o homem do campo nas atividades diárias. Os associados contribuem com uma mensalidade para poderem usufruir desses benefícios. Inicialmente eram 70 associados, mas hoje o sindicato só conta com 53. Porque, segundo o presidente, alguns já morreram. O presidente

Registrado como Santos Tinum dos Santos, o presidente é conhecido e gosta de ser chamado de “Vei tinum”. Aos 39 anos e com quatro filhos, ganhou esse apelido quando criança pela avó. Está à frente da presidência desde o dia 24 de julho de 2010 e o mandato ter-

mina em 2013. Primeira vez na presidência de uma entidade, já fazia parte da vida política, sendo eleito para vereador da cidade por dois mandatos. Produtor rural há 15 anos, trabalha com gado de corte, da raça Nelore. Filho da terra, é afiliado ao sindicato há dez anos, ainda não decidiu se irá concorrer a um novo mandato, que tem duração de três anos. No mandato anterior exerceu o cargo de vice-presidente da entidade, período em que o sindicato conseguiu passar de pouco mais de 30 associados, para 56. De acordo com Vei Tinum, a falta de motivação de alguns produtores é o que impossibilita que o número aumente. Um dos destaques da gestão para o presidente é a recuperação do parque de exposições e da sede do sindicato. Além disso, a busca por mais associados é um ponto, pois é uma das dificuldades encontradas pela atual diretoria, juntamente com a arrecadação mensal. Vei Tinum lembra ainda que quando assumiu a presidência em caixa tinha apenas R$ 500,00, devendo o salário da funcionário e mais algumas pendências. Para isso, a forma de estimular a pecuária de corte, o forte da cidade, é através de leilões, proporcionando preços melhores nos produtos.

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Fotos: Lidiane Dias

grandes criatórios

Campolina: uma paixão multiplicada

Garanhão: o cavalo reprodutor da Fazenda Porto Alegre

Não se sabe ao certo quando a paixão de Álvaro Lopes da Silva começou pelos equinos. A criação do cavalo Campolina, um animal dócil e com andamento marchado, foi idealizada por seu irmão Antônio Lopes, mais conhecido como Totó, em 1977 quando adquiriu uma tropa com 15 animais. Devido sua formação em Agronomia, especializado em Zootecnia em 1968, na época Álvaro Lopes ficava por conta do manejo e do contato direto com os animais, já Totó era quem comercializava. Em 1995, com a morte de Totó, Álvaro Lopes assumiu a criação de cavalos, dando continuidade ao projeto do irmão que acabou se tornando seu projeto também. A história da propriedade começa bem antes. Por volta de 1930, João Lopes da Silva, pai de Álvaro e Antônio Lopes, adquiriu a propriedade localizada em Governador Valadares, com 1200 hectares. Fez daquele local uma fazenda na qual começaria a mexer com pecuária. Em 1952, com a morte de João Lopes, a esposa Dirce Ribeiro Lopes herdou a propriedade que depois passaria a mão de seus filhos. Desde então, o local chamado Fazenda Porto Alegre, passou também a criação dos equinos. Álvaro Lopes e Totó foram uns dos responsáveis de que um evento nacional da raça acontecesse na cidade, visto a importância que a Fazenda Porto Alegre tinha e ainda tem na criação do Campolina. 12

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Criador a moda antiga, Álvaro Lopes acredita que a morfologia do animal não deve ser alterada, permanecendo com a criação de animais altos como a origem da raça. Cerca de dez animais são comercializados por ano, mas só são vendidos aqueles animais mais comerciais porque ele é criador por hobby e não vê seu plantel como um negócio. Álvaro Lopes diz que está ajeitando o plantel antes de partir para vendas maiores. Aos 67 anos, casado com Celina Maria Casquel Lopes e pai de Simone e Heloisa Casquel Lopes, Álvaro Lopes da Silva, é natural de Governador Valadares. Voltando ao título desse texto, a paixão pela raça foi repassada por seu irmão Totó e multiplicada para ele e a família. As filhas ajudam o pai e pretendem continuar com a criação na fazenda. Não se sabe ao certo quando começou, mas é daquelas paixões que não tem fim. A criação

Quando sua mãe recebeu a propriedade, Álvaro Lopes conta que não tinham muito dinheiro, por isso só a mantiveram como seu pai havia deixado. Atualmente, a preocupação com a genética dos animais, tanto dos bovinos, quanto dos equinos, é constante. Para manter uma boa genética, a Transferência de Embriões (TE) é aplicada ao


plantel de Campolina. Com 100 animais, sendo 45 fêmeas, essa foi à alternativa encontrada para que multiplicassem a linhagem das doadoras e dos garanhões, mas usando também as éguas de genética inferior como receptoras. A Fazenda Porto Alegre conta com sete éguas, as cabeceiras ou doadoras. Depois de sete dias das éguas prenhas, o óvulo é retirado e transferido para a receptora. “Nós fazemos a Transferência de Embriões porque é o que existe de mais moderno no Campolina. Assim as cabeceiras podem estar livres, mas ao mesmo tempo produzindo”, informa Álvaro Lopes. Os semens utilizados são tanto dos animais da propriedade quanto adquiridos de outros reprodutores. A partir da biotecnologia, os partos que aconteciam com 30 meses, ocorrem aos 24 meses. A base do plantel é formada pelas tropas do Passatempo e Gas, dois grandes garanhões da raça. O primeiro garanhão da propriedade foi o Garboso de Passatempo. Já a pelagem é 100% baia e baia palha, raramente tendo outras ocorrências. Mesmo fazendo inseminação artificial, a estação de monta acontece de novembro a março. A alimentação é de ração, capim, proteínas e carboidratos. Três funcionários ficam na lida diária: Wilson Neres de Souza (Coco) que há 20 anos trabalha na fazenda, Adriano Gomes (Loló) há sete anos e Carlos Alexandre. Fora a assistência técnica de uma Médica Veterinária. O manejo sanitário, segundo o criador, segue

Álvaro Lopes e a doadora Vitória

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Justiça de Porto Alegre

as regras de vacinação, como leptospirose, raiva e outras. Sua esposa e sua filha, Simone Casquel, contam que antigamente em época de concurso o criador ficava tão nervoso que ninguém podia chegar perto dele. Agora em setembro irá participar com seis animais na Exposição Nacional da raça em Belo Horizonte. Menciona que já ganhou alguns concursos nas exposições, mas para isso dá uma dica: “no fim é muito fácil criar cavalos. Mas para isso tem que gostar, estar junto dele. O Campolina me trouxe alegrias e muitas amizades. A paixão do meu irmão foi transferida para mim”. Um dos pontos levantados por Álvaro Lopes e a família, é a questão da falta de interesse de alguns criadores da região em prestigiar outros criadores e eventos da raça. Questionado quanto ao futuro da raça, ele aponta que no Brasil o Campolina só tem a crescer, mas na região só tem a diminuir pela desunião dos criadores. “Isso coincidiu com o falecimento do meu irmão, pois todos foram acabando com a criação da raça. Hoje nós temos poucos que estão dando continuidade”, finaliza.

Álvaro Lopes, Celina Casquel e Simone Casquel, com Vitória

Em 1983, Valadares foi sede da Exposição Nacional do Cavalo Campolina, promovida pela Associação Brasileira. Dentre outros motivos, um de grande relevância foi à credibilidade dos irmãos Lopes para que tal evento acontecesse na cidade. Como lembra os fascinados pela raça, muitos criadores vieram à cidade para competir e prestigiar a Fazenda Porto Alegre, confirmando a qualidade do plantel e a amizade dos criadores pelo trabalho de Álvaro Lopes e Totó. Já na década de 90, a crise econômica no país atingiu a região e os criadores. Com isso, o núcleo foi enfraquecendo sua representatividade e o setor perdeu sua força. Para Álvaro Lopes o desejo dele enquanto criador é que os antigos criadores da raça passem a paixão aos seus filhos assim como ele o fez. Fazendo com que Valadares possa voltar a ter grandes exposições do Campolina.

Contexto

Na década de 80, a explosão do Campolina marcou o Leste de Minas. O núcleo dos criadores da raça em Governador Valadares tinha 72 membros na época. Com o Campolina em ascensão nacional, Júpiter de Passatempo, grande campeão da raça, foi base de plantéis de muitos criadores, inclusive de Álvaro Lopes.

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Na oportunidade, um negócio Dizem por ai que a oportunidade é a gente quem faz. Isso não foi diferente para o suinocultor e empresário Rodrigo Manoel Gusmão, 38 anos. De uma família originária da pecuária, começou a mexer com a suinocultura por uma chance que apareceu depois que começou a comercializar ração de uma empresa do Mato Grosso. Uma granja que estava em processo de desativação, localizada no distrito de Santo Antônio do Pontal, em Governador Valadares, foi adquirida por Gusmão. Além disso, a propriedade tinha uma pequena fábrica de ração para atender o consumo da granja. Foi ai que tudo começou: o interesse de ampliar os negócios para venda de ração produzida por ele e a granja foi uma aposta da época. Desde a aquisição, a fábrica foi ampliada para atender a demanda comercial e da granja, que passou a ocupar a lotação. Quando o empreendimento foi adquirido, 70 matrizes compunham o plantel. Hoje, com capacidade para 270 matrizes, a granja tem 250. Sem contar os leitões, cevados e porcos adultos. A propriedade tem 20 hectares e há seis galpões na granja. Devido à desativação, foi preciso reformar praticamente tudo, como conta o suinocultor. Investimentos no aumento do plantel, comedouros, sendo parte deles automáticos, e passou a ser feita inseminação artificial no lugar de estação de monta natural. Segundo Gusmão, na região a suinocultura não é muita empreendida e do porte da granja dele tem mais duas em Mantena. As vendas da produção dessas matrizes são feitas na microrregião de Governador Valadares, totalizando dez municípios, com clientela específica e fidelizada. De 100 a 120 animais são comercializados por semana, com idade em torno de 150 dias e com peso de 95 a 100 quilos. Os animais são transportados em caminhões próprios da empresa.

Fotos: Lidiane Dias

dia de campo

Suinocultura:

Galpão de Gestação

Gusmão e sua equipe, investimento em genética é o foco. Assim que passou a gerir a granja, o suinocultor implantou a inseminação artificial. As matrizes e os machos são comprados de granjas multiplicadoras e reprodutoras de genética. As matrizes não são comercializadas, pois são utilizadas para produzir animais de qualidade. Elas são compradas com 150 dias e com 230 dias as matrizes começam a ser inseminadas. Depois dos 114 dias de gestação, a desmama é feita com 24 dias. Em torno de cinco dias de retorno das fêmeas da desmama, elas são inseminadas novamente. A partir dos quatro machos específicos para inseminação, que ficam na própria granja, onde são feitas as coletas de sêmen, que só podem ficar armazenados por 36 horas após a retirada, de acordo com o produtor, e em uma temperatura de 15 a 17º. Esse sêmen vai para o laboratório e depois é inseminado. “A vantagem de ter inseminação na suinocultura é que, em um sistema de monta você trabalha numa média de 25 a 30 fêmeas por macho. Na inseminação você consegue trabalhar de 90 a 100 por macho. Então numa granja de 300 matrizes em que você teria que ter de 10 a 12 machos, na inseminação, de três a quatro machos atendem a granja”, aponta Gusmão. Estratégias A alimentação é ração com base de milho e soja. O trabalho é voltado para a produção e engorda, Núcleos vitamínicos e minerais são acrescentados. Os sendo vendidos os animais vivos para o abate. Para que a produção alcance as metas estipuladas por galpões são divididos de acordo com a fase: gestação, maternidade, recria, creche e terminação. Na creche, setembro 2011

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Creche

recria e gestação, os comedouros são automáticos. Na parte de terminação e maternidade são comedouros convencionais. Um médico veterinário atende a granja e mais dez funcionários trabalham no local, sendo duas mulheres que ficam exclusivamente na maternidade, uma estratégia para diminuir a mortalidade nessa fase que é crítica na produção. “Hoje eu estou trabalhando com duas mulheres na maternidade devido à atenção, mais cuidado, mais habilidade para mexer com leitão. A parte de higiene é muito importante também na maternidade”, informa o produtor. A rotina na granja segue uma sequência de atividades. Na gestação são feitos dois tratos em horários definidos; a inseminação é feita de manhã e à tarde; toda quinta-feira de manhã são feitas as desmamas; na maternidade a vacinação dos leitões são feitas, aplicação de ferro, corte de rabo e dentes. No manejo sanitário, além da maternidade, as matrizes são vacinadas na gestação para imunizar também o leitão e na creche, são adicionados medicamentos na ração e na água. Quanto ao índice de mortalidade, as maiores ocorrências são na maternidade como morte por esmagamento, baixa viabilidade, diarreia e fraqueza. Mas a granja conseguiu baixar esses números, deixando-os abaixo da média determinada por eles. O controle da mortalidade é feito todo mês. “Tem algumas coisas para melhorar, que é o número de animais nascidos, que nós não estamos alcançando a meta”, lem-

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bra. Outras metas de resultado na repetição de cio e peso de desmama precisam ser alcançados para projetos futuros de concorrer a premiações do setor. “No final do ano vamos fazer uma revisão para ver o que conseguimos e o que não conseguimos, para que no ano que vem a gente comece a adotar esse sistema de bonificação”, complementa Gusmão. Dificuldades

Para o produtor, a falta de acesso às novidades, informação e de mão-de-obra são algumas dificuldades. Os funcionários da granja precisaram ser treinados pelo técnico agrícola, gerente da granja, pois não têm experiência com o manejo na suinocultura. Outra questão, segundo Gusmão, é que a suinocultura passa por algumas dificuldades nos últimos três anos. Os custos da produção estão


elevados e o retorno não está sendo obtido. As altas nos preços do milho, da soja e de insumos são um dos pontos. Diante de um aumento pela demanda por alimentos, Gusmão acredita que o problema é que o produtor está sem força no mercado. “Sem contar nesses problemas de exportação, os embargos da Rússia, que vão dificultando e aumentam a oferta no país. O consumo per capita está aumentando, mas o preço não está acompanhando. O preço de mercado não firma para condições de trabalhar. Começa dando uma melhorada e depois despenca. O que a gente vê é que não existe mais suinocultura independente. Os suinocultores independentes praticamente foram extintos na região Sul do país. Hoje o que resta são os suinocultores em integração”, diagnostica.

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saúde animal

InimigoClostridioses Oculto Marcelo Cabral

Médico Veterinário

Introdução

É a denominação dada a um grupo de processos infecciosos e de intoxicações, causados por bactérias anaeróbias esporuladas do gênero Clostridium spp, que acometem os bovinos, ovinos e caprinos. São microorganismos saprófitas de vida livre, amplamente distribuídos no solo, com algumas espécies ocorrendo no trato gastrintestinal dos animais. São altamente contagiosos e perigosos para os animais e humanos e as Clostridioses geralmente fatais estão distribuídas por todo o Brasil. Um fator de importância nas clostridioses são as toxinas, que podem ser produzidas de duas formas: pela multiplicação dos microorganismos no organismo animal e ao serem ingeridas pré-formadas. As toxinas produzidas no organismo animal causam sérios danos, como por exemplo casos toxêmicos na musculatura, cujas lesões musculares podem levar o animal ao óbito. Etiologia

Classificação das Clostridioses (Sterne)

As clostridioses são classificadas em três grupos: 1 - MIONECROSES - Neste grupo estão às doenças do grupo das gangrenas gasosas, que são o Carbúnculo Sintomático e o Edema Malígno. Carbúnculo Sintomático ou Manqueira

É uma mionecrose, conhecida também como quarto inchado ou mal do ano, que ocorre em animais jovens com idade entre 3 meses e 2 anos e a sua patogenia está relacionada com a invasão dos tecidos e a produção de toxinas. Ao ser ingerido com o alimento, o C. chauvoei se localiza no trato digestivo, no baço e no fígado, sendo carreado logo após pela corrente sanguinea para a musculatura onde permanece latente; ocorrendo um trauma tecidual a nível de musculatura por queda, injeções, cortes de arame etc. com comprometimento da circulação sanguínea para o local lesionado, há como consequencia, a falta de oxigênio. Com isto, o local traumatizado evolui para uma necrose e produção de ambiente anaeróbico, criando assim condições para que a bactéria inicie a sua multiplicação, produzindo o inchaço característico da doença. Os esporos do C. chauvoei podem viver durante anos no solo e nas pastagens.

Existem na natureza centenas de bactérias do genero Clostridium, sendo que muitas delas fazem parte da constituição biótica intestinal e do fígado de animais sadios, onde vivem saprofiticamente sem causar-lhes danos. O Instituto Biológico publicou em 1995, uma pesquisa sobre o índice de bactérias presentes nos quadros de clostridioses no Brasil, onde o C. perfringens aparece com uma frequência maior que 66,1%, o C. chauvoei Gangrena Gasosa ou Edema Maligno associado com C. septicum com uma frequência maior ou Septicemia Gangrenosa do que 14,3% e o C. chauvoei isoladamente com uma São patologias de evolução muito rápida com cerca de frequencia menor do que 1,8%. 2 a 3 dias, que afetam as musculaturas, sendo os principais causadores o C. septicum (o que mais acomete os bovinos), o C. sordellii e em menor frequência e o C. novyi, Mecanismo de ação dos clostrídios As doenças causadas por estas bactérias patogênicas com multiplicação e produção de toxinas, resultando em se desenvolvem ou chegam nos animais por dois me- lesão muscular e toxemia. É uma mionecrose que aparece canismos: O primeiro, por uma invasão dos tecidos na em qualquer idade e a morte do animal ocorre pela ação forma esporulada, através de alimentos e água contami- de uma alfa toxina de grande poder necrosante e letal. É uma mionecrose que está muito associada às feridas innados, de ferimentos de várias origens e por inalação de esporos, os quais são aspirados junto com a poeira, prin- feccionadas, principalmente aquelas decorrentes de castração, cipalmente nos animais com baixa imunidade e/ou por descorna, cirurgias, injeções com aparelhagem sem serem dedebilidade orgânica; O segundo, pela ação das toxinas sinfetadas, ferimentos causados por arame, ferrões etc. 2 - DOENÇAS NEUROTRÓPICAS - As patologias produzidas pelos microorganismos no organismo animal ou por toxinas pré-formadas, como nos casos de uma in- ocorrem no Sistema Nervoso Central, sendo os principais causadores o C. botulinum (botulismo) e o C. tetani (tétano). toxicação por C. botulinum. Vários fatores podem desencadear estas infecções, tais como: Intervenções cirúrgicas sem assepsia, como BOTULISMO orelha para marcação; Cortes de cordão umbilical; TrauÉ uma doença que acomete animais de todas as idades, matismos diversos, com ferimentos; Isquemias vascula- porém é mais comum em animais adultos, com alto índice res; Necroses teciduais; Abcessos; Aplicação de injeções de mortalidade. Podem ocorrer intoxicações pela ingestão e vacinações sem assepsia; Infecções por bactérias aeró- de toxinas em suplementos alimentares mantidos em baibias e anaeróbias. xas condições higiênico-sanitárias, como também através 18

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da ingestão de águas contaminadas por fezes ou animais mor- febre, anorexia, apatia, evoluindo para um quadro de contos existentes dentro de poços com água parada. Em bovinos vulsões espasmódicas, coma e morte súbita. o botulismo leva ao quadro clínico de paralisia flácida. HEPATITE NECRÓTICA INFECCIOSA

TÉTANO

É uma doença de evolução rápida, com um período de incubação variando de 1 a 3 semanas e dependendo da condição de anaerobiose encontrada e da quantidade de toxina liberada, este período pode ser encurtado. A contaminação dos animais ocorre através dos ferimentos traumáticos ou cirúrgicos causados por castração, descorna, partos distócitos com intervenção de equipamentos sem assepsia, cortes de arames, ferrões, farpas de madeira, pregos etc.. 3 - ENTEROTOXEMIAS São as patologias determinadas pela multiplicação das bactérias anaeróbias do genero Clostridium, no trato intestinal e órgãos abdominais. É amplamente distribuída em nosso País, sendo as toxinas responsáveis pelo aparecimento dos quadros clínicos de mortalidade de animais jovens ou um retardo no crescimento e desenvolvimento dos animais que sobrevivam à infecção. Dentro deste grupo estão várias espécies de Clostridios, determinando o aparecimento de diversos quadros enterotoxêmicos, cujos agentes foram isolados e divididos em grupos, como: Enterotoxemias intestinais hemorrágicas

• Enterite necrótica hemorrágica C. perfringens tipo B e C E C. sordellii • Struck ou Enterotoxemia C. perfringens tipo C • Disenteria dos Cordeiros C. perfringens tipo B Ocorre tanto em animais adultos como em bezerros, sendo que nos bezerros pode levar à morte, principalmente aqueles filhos de vacas não vacinadas. Pode aparecer uma diarreia nos casos agudos, sem alteração do psiquismo do animal. Qualquer alteração nutricional, como sobrecarga alimentar ou alterações bruscas de dietas alimentares como o fornecimento de alimentos facilmente fermentáveis durante o início do período de confinamento ou semi-confinamento, podem determinar uma alteração metabólica. HEMOGLOBINÚRIA BACILAR

A passagem de larvas da Fasciola hepatica pelo tecido hepático determina danos que permitem a multiplicação da bactéria e consequente produção de toxinas, levando à destruição de eritrócitos com liberação da hemoglobina. É uma doença que tem a sua distribuição limitada, estando presente em áreas úmidas e em regiões onde exista a presença da fasciolose. DOENÇA DO RIM POLPOSO

O C. perfringens tipo D, é o principal causador de uma enterotoxemia em bovinos; Helwig, (1967), denominada Doença do Rim Polposo. É uma doença de evolução rápida, com cerca de 2 a 36 horas, com o animal apresentando

É chamada de Morte Súbita, sendo uma infecção de caráter agudo, com evolução rápida de no máximo 2 dias, pois os esporos são ingeridos durante o pastoreio, acomete tanto animais jovens como também adultos, com idade entre 1,5 e 3 anos. As vacas também podem infectar-se nas primeiras semanas pós-parto. É uma doença que parece estar associada à presença da Fasciola hepatica e Cisticercus, pois a passagem das larvas destes parasitos pelo fígado causam lesões, criando uma condição de anaerobiose, a qual predispõem à multiplicação do patógeno e produção de toxinas. Existe um quadro de hepatite necrótica e hemoglobinúria bacilar, que são causadas pelos C. novyi tipo B e C. haemolyticum, conhecido como doença da morte súbita. Diagnóstico

O diagnóstico das clostridioses é através da observação dos sintomas e pelo histórico da propriedade, como por exemplo se fornece sal mineral, se os animais são vacinados, etc. Entretanto, o diagnóstico somente na observação visual é muito difícil, pois doenças diferentes têm o mesmos sintomas e sintomas diferentes para uma mesma doença. Profilaxia

Como o grande problema para o controle de uma clostridiose é o diagnóstico, que na maioria das vezes é difícil, levando a uma grande margem de erros, o primeiro passo é a tomada de medidas higiênico-sanitárias e de manejo corretas, as quais evitarão a disseminação da doença, ou seja: Eliminação imediata dos cadáveres das pastagens; Medidas de Manejo com suplementação mineral adequada; Calendário Sanitário com vacinações contra Clostridioses. Tratamento

Como os clostrídios são bactérias produtoras de esporos, que se espalham pelo meio ambiente, estando presentes normalmente no solo e no tubo digestivo dos animais, dificultando o seu controle, a melhor alternativa é a adoção de medidas higiênico-sanitárias e a instalação de um programa de vacinação, utilizando-se vacinas combinadas com várias espécies de clostrídeos. O uso de vacinas polivalentes é essencial para um correto manejo de prevenção destas doenças, já que várias doenças são causadas pelo mesmo agente e um mesmo agente pode causar várias doenças. Fonte: World Wide Web / Manual técnico ISPAH

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caderno técnico

Diferimento de Pastagens Manoel Eduardo Rozalino Santos

Professor Adjunto da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Uberlândia.

Dilermando Miranda da Fonseca

Professor Associado do Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa.

introdução

verdes no pasto (Santos et al., 2010). O tombamento das plantas é outra característica comum em pastos diferidos, comumente chamados de “acamados”. Esta condição está associada a pastagens que tiveram longo período de diferimento e, consequentemente, possuem grande quantidade de forragem de baixa qualidade (Foto 1).

O Diferimento da pastagem

Foto 1- Pasto diferido de Brachiaria decumbens com baixa qualidade e com plantas tombadas: uma situação que pode e deve ser evitada com o manejo adequado.

Na utilização de pastagens como principal fonte de alimento para o rebanho é uma das principais características dos sistemas pecuários brasileiros. Nestas pastagens, devido às variações do clima, a produção das plantas forrageiras tropicais é desuniforme ao longo do ano. Com isso, observam-se dois períodos distintos durante o ano: o “período das águas” e o “período de seca”. Os efeitos negativos da baixa produção de forragem durante o “período de seca” podem e devem ser contornados por meio de ações de manejo condizentes com o perfil do sistema de produção. Nesse contexto, o diferimento da pastagem é estratégia relativamente fácil, de baixo custo e apropriada. O significado do verbo diferir é “adiar”. Desse modo, o diferimento da pastagem, também denominado de pastejo protelado, pastejo diferido, “vedação” da pastagem e “produção de feno em pé”, pode ser entendido como o adiamento do uso do pasto pelo animal. Com o diferimento da pastagem, selecionam-se determinadas áreas da propriedade e as excluem do pastejo, geralmente no fim do “período das águas”, como forma de garantir produção de forragem para ser pastejada durante o “período de seca”.

Essas características do pasto diferido provocam redução do consumo e do desempenho animal. Assim, em pastagens diferidas, o fator qualitativo é, provavelmente, o mais limitante à produtividade animal. Por isso, os animais mais indicados para utilização da pastagem diferida são aqueles de menor produtividade, tais como vacas no final da lactação ou vacas secas. Porém esse conceito não deve ser generalizado, porque ações de manejo podem ser Características do pasto diferido Normalmente, pastos diferidos possuem grande adotadas para melhorar as características do pasto diferido. quantidade de forragem, porém de baixa qualidade, que Ações de manejo em pastagens diferidas é denominada popularmente como “macega”. Contudo, a Existem inúmeras possibilidades de interferência, via produtividade de forragem em pastagens diferidas varia em função das ações de manejo empregadas antes do pe- manejo, para melhorar a produção animal em pastagens ríodo de diferimento. As variações climáticas entre anos diferidas, dentre as quais destacam-se: para uma mesma região também provocam diferenças • escolha da espécie ou cultivar de planta forrageira; significativas em produção de forragem. Durante período de diferimento, grande parte dos per- • altura do pasto no início do período de diferimento; filhos vegetativos (sem inflorescência) desenvolve-se em • adubação nitrogenada; perfilhos reprodutivos (com inflorescência) e estes, pas- • duração do período de diferimento; sam à categoria de perfilhos mortos. Neste período, tam- • subdivisão da área a ser diferida (diferimento parcial ou bém há redução da quantidade de folha verde, bem como escalonado); aumento das massas de folhas secas, talos secos e talos • suplementação do pasto. 20

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Escolha da espécie forrageira

Recomenda-se usar gramíneas de porte baixo, pois estas possuem, em geral, colmos mais finos, o que favorece o aumento da relação folha/talo no pasto diferido. Maior relação folha/talo é desejável pelo fato da folha ser o órgão do pasto de melhor valor nutritivo e preferencialmente consumido pelo animal. As plantas forrageiras indicadas para o diferimento também devem possuir bom potencial de produção de forragem durante o outono, época em que normalmente os pastos permanecem diferidos. As gramíneas do gênero Brachiaria (B. decumbens, B. brizantha cv. Marandu), Cynodon (capins-estrela, coastcross e tifton) e Digitaria (capim-pangola) são boas opções para o diferimento. Euclides (2001) fez outras considerações: Brachiaria humidicola tem grande capacidade de acúmulo de forragem, porém, seu valor nutritivo é baixo em comparação ao das outras espécies de Brachiaria; as gramíneas de crescimento cespitoso, como as do gênero Panicum, Pennisetum e Andropogon, quando diferidas por períodos longos (acima de 90 dias), apresentam acúmulo de colmos grossos e baixa relação folha/colmo, portanto, não são indicadas para o diferimento. Também não se recomenda diferir áreas de B. decumbens com histórico de infestação de cigarrinhas-das-pastagens, pois no pasto diferido há formação de microclima mais favorável ao desenvolvimento desses insetos.

Figura 1 - Desempenho de bovinos, durante o inverno, em pastos diferidos de B. decumbens cv. Basilisk em função da altura inicial dos pastos (A) no início do período de diferimento. Fonte: Adaptado de Gomes (dados não publicados). Adubação nitrogenada

A adubação nitrogenada permite maior flexibilização quanto à determinação do início do diferimento da pastagem, porque altera a taxa de crescimento da gramínea e, consequentemente, a quantidade da forragem produzida. Esse benefício foi constatado por Santos et al. (2009), ao avaliarem a produção de forragem em pastos de B. decumbens cv. Basilisk na região de Viçosa, MG. Esses autores verificaram, por exemplo, que o pasto diferido por maior período (116 dias) e sem adubação nitrogenada produziu semelhante massa de forragem (4.979 kg/ha) quando comparado àquele diferido por menor período (73 dias) e adubado com 80 kg/ha de N, que produziu 4.901 kg/ha de massa seca. Dessa forma, pode-se obter produção de forragem seAltura do pasto no início do diferimento melhante, mesmo adotando-se distintos períodos de A realização de pastejo intenso, com animais me- diferimento (Figura 2). nos produtivos, imediatamente antes do início do diferimento da pastagem, é recomendada, porque reduz a altura do pasto, remove as partes velhas e de baixa qualidade da planta, e melhora a rebrotação subsequente. Com o pasto mais baixo, há penetração de luz até a superfície do solo e estímulo ao aparecimento de novos perfilhos vegetativos (brotos) com melhor qualidade. Como exemplo, Gomes (dados não publicados) avaliaram pastos de B. decumbens cv. Basilisk diferidos com quatro alturas iniciais em Viçosa, MG. O autor verificou que o rebaixamento do pasto para 10 cm resultou em aumento do desempenho dos bovinos em recria mantidos, durante o inverno, nesses pastos diferidos (Figura 1). Nesse experimento, os bovinos consumiram cerca de 300 gramas de concentrado por Figura 2 – Esquema demonstrando a possibilidade dia. Com base nos resultados, recomenda-se o rebaixa- de obtenção de semelhante produção de forragem por mento dos pastos de B. decumbens para alturas entre meio das variações nas épocas de diferimento e doses 10 e 20 cm antes do início do período de diferimento. de nitrogênio. setembro 2011

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Duração do período de diferimento

A duração do período de diferimento é um dos aspectos de manejo de maior efeito sobre as características do pasto diferido (Foto 2) e, consequentemente, sobre a produção do animal. As principais desvantagens da utilização de períodos de diferimento longos são o baixo valor nutritivo da forragem, comprometendo o desempenho animal. Por outro lado, períodos de diferimentos curtos resultam em baixa produção de forragem, que pode ser insuficiente para alimentação dos animais, mas com melhores características qualitativas (Fonseca & Santos, 2009).

Foto 2 - Pastos de Brachiaria decumbens, no início de julho, em Viçosa, MG, diferidos por diferentes períodos. De modo geral, recomenda-se o diferimento da pastagem no período de dezembro a abril e sua utilização entre junho e setembro (Santos & Bernardi, 2005). Ressalta-se que as recomendações de épocas de diferimento e de utilização da pastagem diferida não devem ser generalizadas, uma vez que cada região e propriedade possuem clima, solo e planta forrageira específicos. Diferimento parcial ou escalonado

Com essa estratégia, ao invés de diferir toda a área da pastagem em uma única época e utilizá-la também em uma só data, realizam-se diferimentos em épocas diferentes e, da mesma forma, utilizam-se as áreas diferidas em épocas distintas durante o período de escassez de forragem. Dessa forma, os animais têm acesso à forragem diferida de melhor qualidade por mais tempo e de forma menos heterogênea durante o período de utilização dos pastos. Quando o pasto diferido tornar-se muito limitante ao consumo e desempenho animal, os animais serão manejados para outra área diferida mais tardiamente. Esta, por sua vez, apresenta forragem de melhor qualidade, o que, em princípio, poderia resultar em melhor desempenho dos animais a partir desse período. Com base nesta proposta, para a região Centro-Oeste, recomenda-se o diferimento das pastagens da seguinte forma: difere-se 40% da área da pastagem no início de fevereiro para consumo de maio 22

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a fins de julho; e diferem-se os 60% restantes no início de março para utilização em agosto a meados de outubro (Euclides & Queiroz, 2000). Suplementação do pasto diferido

Bovinos mantidos em pastagem diferida expressam desempenho moderado ou simplesmente mantêm seu peso corporal. Portanto, quando se deseja obter maior desempenho animal em pastagens diferidas, adota-se a estratégia de suplementação do pasto para atender às exigências dos animais e complementar o valor nutritivo da forragem disponível e, ou, melhorar a conversão alimentar para atingir o desempenho desejado. Para isso, é necessário caracterizar o pasto diferido, bem como qualidade da dieta dele proveniente para definir a quantidade e o tipo de suplemento a ser fornecido aos animais (Fonseca & Santos, 2009). Uma estratégia para manter ou aumentar o desempenho de bovinos durante o período de uso do pasto diferido é a alteração da quantidade e, ou, qualidade do concentrado a ser fornecido aos animais. Como exemplo, pode-se aumentar a quantidade ou ofertar um suplemento mais concentrado em nutrientes nos meses finais de utilização da pastagem diferida com o objetivo de manter ou elevar o ganho de peso dos animais nesse período (Fonseca & Santos, 2009). Vale ressaltar que, nesse caso, o custo de produção se elevaria e, portanto, uma análise econômica criteriosa da suplementação seria conveniente.

Referências bibliográficas EUCLIDES, V.P.B.; QUEIROZ, H.P. Manejo da pastagem para produção de feno-em-pé. Publicações não seriadas. EMBRAPA GADO DE CORTE, 2000, 30-MAIO-2000. FONSECA, D.M. ; SANTOS, M.E.R. Diferimento de pastagens: estratégias e ações de manejo. In: Flávio Faria de Souza; Antônio Ricardo Evangelista; Jalilson Lopes et al. (Org.). VII Simpósio e III Congresso de Forragicultura e Pastagens. 1 ed. Lavras: UFLA, 2009. p.65-88. SANTOS, M.E.R.; FONSECA, D.M.; BALBINO, E.M. et al. Capim-braquiária diferido e adubado com nitrogênio: produção e características da forragem. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.4, p.650-656, 2009. SANTOS, M.E.R.; FONSECA, D.M.F.; GOMES, V.M. et al. Estrutura do capim-braquiária durante o diferimento da pastagem. Acta Scientiarum. Animal Sciences. v.32, n.2, p. 193-145, 2010. SANTOS, P.M.; BERNARDI, A.C.C. Diferimento do uso de pastagens. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 22., 2005, Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 2005. p.95-118.


Humberto Luiz Wernersbach Filho

Zootecnista MSc / Supervisor de Pesquisa Fertilizantes Heringer S/A

Imagem ilustrativa

forragicultura

Amostragem de solo: a base da intensificação da produção

A amostragem de solo é o primeiro passo para o sucesso na utilização de corretivos e fertilizantes. A análise correta é a melhor maneira de se conhecer o solo e quais são suas atribuições e limitações físico/químicas. O solo é a base de qualquer sistema de produção, seja ele, pecuário ou agrícola, por isso, conhecer o quanto esse componente interfere na produtividade agropecuária é peça chave no processo de produção. Contudo, ainda podem-se encontrar diversos produtores rurais que não dão a devida atenção a essa ferramenta.

Para isso, sugerem-se alguns passos para a análise de solo, que são: Divisão dos Talhões

• Dividir a área em talhões uniformes levando em consideração a topografia, cor do solo, histórico da área, por exemplo. Essa divisão é de suma importância, pois, uma área pobre pode afetar o resultado de uma área rica em fertilidade de solo e vice-versa, ver

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figura 01.

Qual ferramenta?

• A amostragem poderá ser feita com, enxadão, sonda ou trado, a uma profundidade de 20 cm. Colocar as subamostras num balde de plástico limpo e misturá-las. Após isso coletar uma amostra da mistura com aproximadamente 250 g de solo e colocá-la dentro de um saco plástico identificado com o nome do produtor, nome da fazenda, local de coleta, data e tipo da amostra desejada. Escolher um laboratório de confiança para as análises. Época:

• Época: para sistemas pecuários a amostragem pode ser feita no início do período seco. Caso o produtor já esteja perto do período das chuvas é importante que se faça o quanto antes para se ter tempo hábil para as devidas correções. A partir de maio, por exemplo. Figura 01 - Esquema de divisão de talhões numa pro• Periodicidade: anualmente para sistemas intensivos de produção, ou bi-anual para sistemas semi intensivos ou priedade, para realização da amostragem de solo. extensivos com correções estratégicas. Subamostras:

• Depois da área dividida, coletar de 15 a 20 subamostras. Esse número é de suma importância, pois garante que a análise seja representativa do talhão avaliado. A pesquisa mostra que em torno de 15 a 20 pontos como subamostras, obtém-se a menor e constante variação dos resultados analisados. Ou seja, 10 pontos de subamostras não representam a área e 40 pontos como subamostras não diferem na interpretação de uma área com 20, desde que a divisão do talhão seja feita de forma correta (Figura 02).

Figura 02 – Quantidade de subamostras e erro permitido na amostragem de solo, a partir da faixa de 15 a 20 pontos, o erro passa a ser constante. (Fonte: RAIJ, B. VAN)

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agrovisão

O Impacto Ambiental do Eucalipto Alexandre Sylvio Vieira da Costa

Fotos: Alexandre Sylvio

Engenheiro Agrônomo; DSc. Em Produção Vegetal; Professor Titular/Solos e Meio Ambiente - Universidade Vale do Rio Doce asylvio@univale.br

As plantas necessitam de água para a sua sobrevivência. Esta água é retirada do solo pelas raízes em um fluxo contínuo que só termina quando a planta morre. A absorção de água é necessária por várias razões: os nutrientes do solo, por exemplo, são absorvidos pelas raízes das plantas apenas quando estão dissolvidos na água. Sem água as plantas não conseguem aproveitar o Nitrogênio, Fósforo, Potássio e outros nutrientes. A água das plantas transporta os nutrientes das raízes para as folhas, local onde ocorre a fotossíntese. Nas folhas, a água é transpirada evitando o seu aquecimento nos dias de muito sol e calor. A água também sustenta muitas plantas mantendo-as eretas. Quando estão com pouca água elas murcham e tombam. Como pode26

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mos observar, a água é fundamental para as plantas. Nos períodos de seca, parte da água é armazenada no solo nas partes mais profundas onde apenas as raízes das árvores conseguem chegar. Podemos verificar este fato onde a grande maioria das árvores permanece com as folhas verdes, diferentes das plantas chamadas de herbáceas, que ficam totalmente secas porque as suas raízes não conseguem atingir grandes profundidades no solo e retirar água. O eucalipto é uma espécie arbórea que consegue, assim como outras árvores, retirar água do solo com eficiência, sobrevivendo nos períodos secos. Mas, porque apenas ela é vilã, acusada de secar lagos e nascentes e outras atrocidades? Não

podemos observá-la como uma espécie maléfica que foi trazida da Austrália, seu centro de origem. A grande maioria de nossas culturas agrícolas também não tem origem em nosso país como o feijão, milho, soja, café... Estas culturas já foram alteradas geneticamente e estão totalmente adaptadas ao nosso clima e solo. O grande problema se chama sistemas de produção. Em primeiro lugar observe como as mudas de eucalipto são plantadas. Devido principalmente à forma de manejo das máquinas, as mudas são plantadas “morro abaixo”. Este sistema é um convite para o escorrimento superficial das águas e consequentemente, a formação de sulcos de erosão ao longo do tempo, carregando para as partes baixas e para dentro de


rios e lagos a camada superficial dos solos e a mais fértil. Geralmente, o eucalipto para celulose é cortado após sete anos, realizando-se três cortes ao longo do seu ciclo produtivo, totalizando 21 anos. Durante todo este tempo apenas a matéria orgânica originada das plantas de eucalipto é depositada no solo. Este manejo cria um efeito negativo nos microrganismos do solo causando desequilíbrio, inibindo-os, prejudicando a decomposição do material e a produção de húmus, elemento importante na ciclagem de nutrientes e estruturação do solo. Como a superfície dos solos nas áreas cultivadas com eucalipto fica exposta durante um período, as gotas de chuva atingem

diretamente e com muita força este solo descoberto. O impacto quebra os agregados do solo liberando suas pequenas partículas minerais. Estas partículas entram pelos poros entupindo e impedindo que o restante das águas das chuvas infiltre no solo e caminhe para o subsolo, alimentando o lençol freático e as nascentes. Desta forma podemos concluir que o efeito das plantas de eucalipto na redução dos níveis dos lagos e seca das nascentes é indireto não ocorrendo devido à retirada excessiva de água do solo pelas suas raízes, mas pela desestruturação do solo que impede a entrada da água e a manutenção do lençol freático, das nascentes e dos lagos. Apesar dos prejuízos ambientais,

estes fatos não são exclusividade da cultura do eucalipto. Pastagens mal manejadas, aração e gradagem realizadas de forma errada e outros manejos inadequados, também causam redução na infiltração de água no solo e aumento do processo erosivo. A tendência do cultivo do eucalipto no Brasil é aumentar cada vez mais, principalmente devido as nossas excelentes condições de clima e o aumento das exigências do mercado internacional em celulose, mas as empresas devem estar comprometidas com a conservação ambiental local, nas diversas propriedades onde o eucalipto é explorado.

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uma alternativa simples, econômica e sustentável Desenvolvido pelo Instituto Arayara, no Paraná, o projeto Tunas para Todos proporcionou aos alunos de uma escola estadual uma educação ambiental, conscientizando-os para uma ação sustentável. Segue ai um exemplo a ser seguido. Fica a dica!

O projeto de desenvolvimento local participativo “Tunas para Todos”, realizado em Tunas do Paraná (Região Metropolitana de Curitiba no vale do Ribeira) promoveu neste primeiro semestre de 2011 entre os meses de maio e julho, uma atividade extra curricular de educação ambiental com os alunos do Colégio Estadual São Francisco de Assis, localizado na Colônia Marquês de Abrantes, Zona Rural de Tunas do Paraná. A atividade de educação ambiental teve como objetivo a construção participativa de um aquecedor de água elaborado com garrafas PET, Embalagens Tetrapak® e tubos de PVC, uma tecnologia alternativa. Também foram administrados e avaliados conceitos fundamentais no âmbito ambiental, tais como: materiais recicláveis, diferenças entre reuso e reciclagem, ciclo de vida de plásticos, disposição de resíduos no município, aterros sanitários, modelos de tecnologias limpas e viáveis. A campanha de arrecadação das garrafas e embalagens na Escola foi o ponta pé inicial da ação, trabalhando com os alunos o ciclo de vida destes materiais e as conseqüências do inde28

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Seleção e lavagem de materiais

Pintura das embalagens

vido destino destes no meio ambiente e na saúde. Após esta campanha, rodas de discussão e exibição de vídeos educativos, sobre os aspectos regionais e conceituação ambiental, fizeram parte essencial do andamento da ação. Neste sentido, os alunos selecionaram os materiais e deram inicio às atividades de confecção, sendo a primeira etapa

Felipe Pires de Moraes

Tecnólogo em Química Ambiental Coordenação e execução da atividade

a elaboração de moldes, lavagem, corte das garrafas e caixas. Nas etapas seguintes, as caixas e tubulações foram pintadas e dobradas. Assim surgiu a montagem do primeiro painel. Este equipamento tem como fonte energética os raios solares, dispensa bombas ou energia elétrica e foi instalado próximo à caixa d’água da cozinha da escola. Após o acabamento final, o ajuste das amarras e do retoque nas pinturas, foi montado um protótipo do aquecedor, isto é, um painel finalizado foi acoplado e ligado em uma caixa de isopor de 100 l. Este, por sua vez, foi exposto no jardim da escola, para todas as turmas e professores, evidenciando-se seu funcionamento. Após uma semana de exposição ao sol, durante uma semana de muito frio na região, o primeiro resultado foi evidenciado pelos próprios alunos e as usuárias da cozinha os quais puderam comprovar que a água estava morna. Tendo em vista a participação e a formação de agentes locais de sustentabilidade como as principais premisFotos: Arquivo Projeto Tunas para Todos

sustentabilidade

Construção de um aquecedor solar:


Montagem dos módulos

Módulo Finalizado

Disposição no Telhado

sas deste Projeto, esta comunidade escolar tem um papel fundamental de multiplicar ações como esta em todo o município. Realização Projeto Tunas para Todos: SESI/PR, Instituto Arayara de Educação para Sustentabilidade e a Empresa Frequência Ambiental Consultoria e Pesquisa. Projeto e Patente INPI do Aquecedor Solar: José Alcino Alano e família – Tubarão/ SC. Maiores informações pelo e-mail tunasparatodos@gmail.com ou telefone (41) 3271 7595. Acesse: http://tunasparatodos.blogspot.com.

Análise do Protótipo

Esquema de funcionamento

Instalação das caixas de armazenamento

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perfil profissional

09 de Setembro: Dia do Médico Veterinário Como homenagem, o perfil fala um pouco da profissão Homenagear as profissões que permeiam o fazer do agronegócio é contribuir para uma melhor valorização desses profissionais. No mês de setembro, mais precisamente no dia 09, as atenções do setor se voltam para parabenizar os médicos veterinários. Comemorado nesse dia, nós da Revista Agrominas parabenizamos nessa edição os médicos veterinários, falando nesse espaço sobre as atividades e o mercado da área. Para exercer a profissão, é necessário que tais profissionais sejam registrados no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) de seu Estado. A profissão é a ciência que trata, estuda, previne e erradica as enfermidades dos animais, sem contar no cuidado e controle dos produtos de origem animal. As atividades desempenhadas pelo Médico Veterinário são divididas em quatro grandes áreas: medicina e cirurgia, atendimento cirúrgico de animais de pequeno e grande porte em hospitais e clínicas veterinárias; inspeção de estabelecimentos industriais que tenham produtos de origem animal para consumo humano; medicina veterinária preventiva, onde são feitos estudos para o combate de doenças provocadas por animais; produção de animais para corte e derivados de suas produções. No curso de graduação, algumas disciplinas como

O bastão (primitivamente um galho de árvore com algumas folhas) significa os segredos da vida terrena, poder da ressurreição, o auxílio e o suporte da assistência dada pelo médico aos seus pacientes; sua origem vegetal representa as forças da natureza e as virtudes curativas das plantas. Cor: Verde Bandeira 70% e Verde Bandeira 40% A letra “V” tem a função de identificar a Medicina perante o público leigo e diferenciá-la de outras profissões biomédicas. Cor: Verde Bandeira 70% 30

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anatomia animal, biofísica, histologia animal, bioquímica, deontologia e legislação médica, bioestatística, genética, embriologia, fisiologia, imunologia veterinária, bacteriologia veterinária, dentre outras, são as iniciais na formação do profissional.

Um pouco de história

Segundo o site do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), a palavra veterinária surgiu em 1748, quando foi traduzido o livro de “Vegesius Renatus” que tinha o título “Artis Veterinariae”. A primeira regulamentação da profissão no Brasil aconteceu em 09 de setembro de 1933, pelo Decreto nº 23.133, motivo esse para a comemoração do profissional dessa data. As duas primeiras faculdades com o ensino da Veterinária no país foram criadas no Rio de Janeiro em 1910: a Escola de Veterinária do Exército, do Decreto nº 2.232, de 06 de janeiro e a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, Decreto nº 8.919 de 20 de outubro, que só veio a ser aberta em 04/07/1913. No dia 13 de novembro de 1915 o primeiro Médico Veterinário formado e diplomado no Brasil, Dionysio Meilli, recebeu grau. Nair Eugênia Lobo, em 1929, foi à primeira mulher na profissão.

A serpente representa a prudência, a vigilância, sabedoria, a vitalidade, o poder de regenerescência e preservação da saúde Cor: Verde Bandeira 100% A figura usada tem um formato hexagonal Cor: Verde Bandeira 100% Fonte: CFMV


meteorologia

Previsão do tempo para a primavera Prof. Ruibran dos Reis

Foto: Gabriel - Muriqui Esportes de Aventura

Coordenador do Minas tempo e prof. da PUC Minas

A primavera começa no dia 23 de setembro, as 06h04, e termina no dia 22 de dezembro, as 01h30. Historicamente as temperaturas durante a primavera são as mais altas observadas no Estado de Minas Gerais, devido a grande disponibilidade de radiação solar e a ausência de umidade que possa organizar chuvas significativas. O inverno termina com calor em todas as regiões do Estado, principalmente nas regiões Leste e Nordeste. As frentes frias que passaram pelo litoral da região Sudeste deixaram o tempo nublado durante alguns dias de inverno, entretanto, houve somente chuva de fraca intensidade em alguns municípios. O fenômeno La Niña, que atuou na última estação chuvosa, já não atua mais desde o mês de maio. A ausência do La Niña dificulta a chegada de massas de ar frio neste final de inverno e, consequente à probabilidade de ocorrer chuva de granizo é baixa. Assim, a previsão do tempo para o mês de setembro é de ondas de calor deixar as temperaturas entre 2 a 3 graus acima do normal, favorecendo a formação de pancadas de chuvas isoladas no final da tarde. No ano passado as chuvas chegaram mais cedo, entretanto, neste ano, a tendência é do período chuvoso atrasar e as primeiras chuvas não deverão ser significativas para a agricultura. Os agricultores deverão esperar chuvas mais frequentes a partir da segunda quinzena de outubro, quando há uma tendência das frentes frias ficarem estacionadas em Minas Gerais.

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mercado

Efeitos do câmbio no uso de genética importada por Hyberville Paulo D´Athayde Neto

Médico Veterinário | Scot Consultoria

Os efeitos do câmbio apreciado sobre as exportações têm sido evidentes. Analisaram-se os efeitos do real valorizado sobre as vendas de sêmen importado nos últimos anos. O dólar barato deixa os produtos importados mais acessíveis no mercado interno. Isto se estende ao mercado de sêmen, tanto aos produtos importados relacionados à reprodução, quanto ao próprio sêmen comprado fora. Segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), foram comercializadas 4,34 milhões de doses de sêmen importado no último ano. Isto representou 41,7% das 10,41 milhões de doses totais vendidas em 2010. Na figura 1 estão às evoluções das vendas de sêmen importado e nacional e da taxa de câmbio.

Observe como o dólar em alta diminuiu as vendas de sêmen importado entre 2000 e 2004, devido ao encarecimento do produto, em relação ao nacional. A correlação entre a evolução da participação do sêmen importado no total e a cotação do dólar é -0,93. Valores mais próximos a 1 ou -1 indicam forte relação entre as séries. No caso, o valor negativo indica que a participação de sêmen importado no total tende a diminuir com o dólar valorizado. As projeções do Banco Central não apontam grandes mudanças cambiais até o final do ano. Isto pode aumentar as importações de genética. Vale ressaltar que em 2010, apesar da apreciação do real, a participação de sêmen importado caiu, de 42,2% em 2009, para 41,7% em 2010, o que contrariou a tendência dos últimos anos.

Figura 1. Evolução das vendas de sêmen nacional e importado (em mil doses, eixo da esquerda) e câmbio (R$/US$, eixo da direita). Fonte: ASBIA / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

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Mercado se apresenta favorável para produtor e indústria Marcelo Pereira de Carvalho - Diretor Executivo da AgriPoint Rodolfo Tramontina de Oliveira e Castro - Analista de Mercado do MilkPoint

O mercado encontra-se firme, estável e em melhores condições que há um mês. As geadas ocorridas na região Sul prejudicaram a produção de forragem, limitando a produção e reduzindo a expectativa de que teríamos leite em quantidade suficiente para pressionar o mercado para baixo. Pelo contrário, com a contínua redução das safras no Sudeste e Centro-Oeste, e retorno das aulas, o mercado chegou a agosto apresentando uma situação favorável de preços. Nesse cenário de menor oferta e retomada da demanda com o fim das férias, o mercado sinalizou uma elevação dos preços. Segundo agentes de mercado consultados pelo MilkPoint, o preço do leite longa vida no atacado subiu cerca de 10 centavos dos valores praticados em meados de julho, ficando entre R$ 1,85-1,95/litro em São Paulo e entre R$ 1,65-1,82/litro em outras regiões. O mercado de leite spot (comercializado entre as indústrias) apresentou um acréscimo de 3 centavos na primeira quinzena de agosto, sendo encontrado a R$ 0,85-0,97/litro. O preço ao produtor deve seguir esse movimento: leve alta nas regiões que encontram-se em entressafra, sofrendo algum recuo no Sul do país, já com expectativas para a safra e devido às importações, que tem maior impacto na região. O impacto disso no mercado lácteo nacional é um possível aumento das importações. Com preços internacionais menores, o dólar perdendo força e o custo da matéria-prima sob elevados patamares para as indústrias nacionais, observamos um importante incremento nas importações no mês de agosto, tornando a situação da balança comercial

de lácteos em 2011 ainda mais preocupante. Vale lembrar que a diferença de preços do mercado interno e externo já é tal que a importação de leite dos Estados Unidos, mesmo pagando imposto de 27%, já é marginalmente viável (cerca de R$ 0,90/litro). Em curto prazo, a expectativa é de que o mercado permaneça firme e sob favoráveis patamares de preços, curiosamente, para todos os elos da cadeia. Uma possível mudança desse positivo cenário só deverá ocorrer em meados de setembro, caso o início da safra no Sudeste e Centro-Oeste coincidam com o pico do Sul. Mesmo assim, é prever um cenário negativo quando as coisas estão indo muito bem, obrigado. Gráfico 1. Índice de Captação de Leite (ICAP-L/Cepea) - junho/11.

Economia global afeta o movimento de investidores Waldir Francese Filho

Eng. Agr. Gerente Comercial Coocafé

Após o final da safra em nossas regiões e em período de pré-florada, o mercado de café entra em novo ciclo de preços. Nestes últimos meses assistimos uma volatilidade alta nos preços, o que mostra que o mercado não depende somente das expectativas em fundamentos como estoque, produção e consumo. A economia global afetou significativamente o mercado de café com as crises nos EUA e Europa, em um momento em que a cafeicultura brasileira estava sofrendo com notícias de geadas e quebra na expectativa de safra nos cafezais do Sul de Minas. As incertezas sobre a economia global esfriaram os preços e somente agora com a expectativa de melhora na política mo-

netária americana, pelo pronunciamento do FED (Banco Central Americano), que o mercado sinaliza novos preços. No mercado interno os produtores estão cautelosos na comercialização da safra o que torna o mercado lento e nas últimas semanas de agosto o preço das commodities acumularam altas significativas. Neste período de pós-colheita e pré-florada os produtores fazem o balanço final de safra e iniciam os trabalhos para o novo ciclo de produção. Os investimentos em insumos estão bastante favoráveis em relações de troca, o que leva, juntamente com boas expectativas de preços do café, ao investimento nos tratos culturais de nossas lavouras.

Cotação Agosto/11

Arábica | Duro tipo 6 | R$ 465,00 Cereja | Descascado Fino | R$ 515,00 Conilon | Tipo 8 | R$setembro 214,00 2011

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cotações

Boi Gordo

mercado futuro (BM&FBovespa) 01/09

(R$/@) Indicadores Eslaq / BM&F Bovespa boi Gordo

vencimento

fechamento

Diferença do dia anterior

Set/11

100,76

-1,44

data

à vista

A prazo

Out/11

102,73

-1,49

01/09

99,72

100,86

Nov/11

103,00

-1,43

31/08

100,05

101,13

30/08

100,32

101,31

Fonte: BeefPoint

Fonte: BeefPoint

preços do leite

(R$/L)

cotações do leite cru preços pagos ao produtor

R$/litro

MG

RS

SP

PR

GO

BA

SC

Mar/11

0,7604

0,7142

0,7963

0,7495

0,7749

0,6516

0,7599

Abr/11

0,8002

0,7583

0,8253

0,7727

0,8099

0,6973

0,8105

Mai/11

0,8379

0,8113

0,8680

0,8510

0,8458

0,7174

0,8456

Jun/10

0,8646

0,8243

0,8996

0,8710

0,8802

0,7291

0,8483

0,8712

0,7924

0,9247

0,8630

0,8880

0,7337

0,8223

0,7929

0,9244

0,8554

Jul/11 Ago/11

0,8827

0,8955

0,7492

0,8599

Fonte: Cepea - Esalq/USP

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setembro Agosto 2011 2011


Como fazer um biodigestor? Parte 2

Na última edição publicamos os materiais ne- Para fazer isso é preciso dobrar o plástico como um cobercessários para se fazer um biodigestor. Agora, tor em torno de duas vezes. (O resultado será um plástico que é de quatro peças de espessura). Fazer o corte na parensinaremos como fazê-lo. Construção Cave um buraco com 1,5 metros de largura, por 3 metros de comprimento e 1,3 metros de profundidade. Depois escave duas valas, uma para a entrada e outra para a saída. A entrada deve ser uma vala cavada com ângulo de 45°, o mais próximo possível do fundo, não deixando mais de 30 centímetros entre o ponto de entrada e o fundo do biodigestor. O tubo de saída deve ser cavado em um ângulo de 30° para que a vala entre no tanque não superior a 40 centímetros. O topo do tubo de entrada deve ser, pelo menos, 70 centímetros acima do topo do tanque. Quando as paredes estiverem prontas, você poderá colar as linhas do bloco na borda do tanque. Na primeira linha é um pino para cada dois blocos na metade superior do bloco. Os pinos devem ter cerca de 2-3 polegadas, a fim de segurar o plástico, no caso de baixar o nível do conteúdo da cisterna. Enquanto coloca a primeira linha, você pode colocar os tubos corda abaixo dos blocos no meio de cada um dos lados mais curtos do tanque. Na segunda fila de bloco, colocar um gancho em cada espaço entre blocos de cada lado do tanque. Após colocar a terceira linha do bloco, utilize a mesma mistura das paredes para vedar o piso do reservatório, aproximadamente um saco de cimento. Agora que o tanque está pronto, você pode fazer a cobertura que vai proteger o biogás, a cobertura pode ser feita do modo que seja mais acessível. Essa cobertura é importante para que o plástico que envolve o biodigestor não sofra avaria pelas condições climáticas. É necessário algo que vede a entrada do tubo utilizado para inserir a mistura de água e materiais orgânicos. É recomendado que se utilize uma tampa de rosca para suportar a pressão e ao mesmo tempo ser removível para injeção dos materiais orgânicos e água. Primeiro, temos que colocar o plástico sobre uma superfície plana e limpa (pedras e outros materiais podem danificar o plástico). Quando o plástico está no chão é cortado à medida 5,5 metros por 2,8 metros. Em seguida, retire quatro pentágonos em cada um dos quatro ângulos de 90º. Cada lado do pentágono deve medir cerca de 10 centímetros. Salvar estas peças para uso posterior. Em seguida, use cola para colar tubo de PVC nas borda do plástico uniformemente com uma linha de 20 polegadas. Depois, faça um pequeno buraco no meio do plástico.

te com a ponta única. Desdobrando o plástico irá aparecer um pequeno buraco no meio Plástico. Então, pegue dois dos Pentágonos recortados e antes de cortá-los para formar dois quadrados com lados de 10 centímetros, faça um buraco no meio de cada pentágono. Em seguida, utilizando cola de PVC, colar os quadrados, um em cada superfície, no meio do plástico, deixando paralelos os furos dos pentágonos e do plástico maior. Estas peças evitarão que se rompa o plástico neste ponto mais vulnerável. Depois, coloque uma anilha na extremidade do plástico que ficará virada para dentro do biodigestor e, em seguida, um adaptador fêmea. Por outro lado, no topo, coloque outra trava e um adaptador macho que irá se conectar com o feminino e, por outro lado, o tubo de PVC 1/2” dentro do biogás. Agora você pode preparar o quadro de tubo de PVC 1/2”. Para fazer isto, você precisa ter cortado todos os quatro lados da moldura para caber dentro das fileiras do bloco. Os quatro lados conectarão a quatro cotovelos para um único fotograma. Quando cortados, os tubos podem ser colocados nos bolsos e nas margens do plástico. Então, é necessário ligar o cotovelos para os quatro cantos para terminar moldura. Agora você pode encaixar nos anzóis internos do biodigestor. Se você precisar, você pode colocar uma mão para guiar o biogás em uma direção desejada. Agora, a uma curta distância a partir do biodigestor, mas ainda dentro da casa de biodigestor, você deve colocar um selo de água dentro de uma garrafa de Pet, para acompanhar a pressão dentro do biodigestor. Após essa garrafa, utilize um registro para abrir ou interromper o fluxo do gás, para que o mesmo não seja desperdiçado e também possa ser liberado caso ocorra um acumulo de pressão.

Foto divulgação

mão na massa

Fonte: http://www.ruralcostarica.com/biodigestor-portugues.html

setembro 2011

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Kelyene Sued Leite Rabelo

Extensionista Agropecuária - Escritório Local Frei Inocêncio

Foto: Arquivo Esloc Frei Inocêncio

emater

Cultivo de hortaliças em estufa possibilita colheita o ano todo

Atualmente existem várias atividades agrícolas que dependem da cobertura de plástico transparente, chamado de estufas. Este ambiente protegido começou a ser utilizado a pouco no Brasil e vem apresentando grande expansão. Esse tipo de cultivo viabiliza a produção de hortaliças trazendo importantes vantagens, como facilitar no controle de pragas e doenças, a padronização da produção, a melhoria da qualidade do produto obtido, permitindo colheita fora de época, com maior produtividade, permitindo assim ao produtor obter melhor remuneração na atividade. Portanto, muitas vezes, o fator que limita o início ou a expansão dessas atividades é o alto custo das estufas. Além disso, muitas estufas comerciais não são adaptadas às condições climáticas de regiões tropicais, sendo necessário planejamento e acompanhamento técnico, para o cultivo em ambiente protegido.

São vários os modelos de estufas, mas como alternativa utiliza-se muito a estufa tipo arco túnel médio por várias qualidades como: redução do custo, adaptação a clima de regiões tropicais, fácil construção, não necessitando de mão-de-obra qualificada, dimensões flexíveis, materiais facilmente encontrados. Esse modelo consiste basicamente em uma estrutura de arcos de cano PVC sustentadas por esteios laterais de madeira, postinhos de concreto, ou tubos de ferro. Sua vida útil, no entanto é inferior a dos modelos comerciais, variando conforme a madeira utilizada e os cuidados com a manutenção. É importante ressaltar que para se cultivar hortaliças em ambiente protegido, são necessárias, antes de tudo, conhecer muito bem as espécies que serão cultivadas, principalmente quanto às exigências ambientais e nutricionais, ou seja, conhecer as necessidades fisiológicas das hortaliças.

Materiais necessários para montagem de “estufa” tipo túnel médio - (21,0m x 3,3m)

• 8 tubos ¾” de PVC • 16 barras de ferro 3/8” com 1m de comprimento (estacas); • 8 barras de ferro 3/8” com 6m de comprimento; • 130 m corda tipo algodão acetinado com 6 ou 8 mm; • 3 postes de eucalipto com 2,7m de comprimento e com 6 a 8 cm de diâmetro; • 2 estacas de eucalipto com 1m de comprimento; • 27 m de filme plástico de 100 micras e com 6 m de largura; • 16 raios de bicicleta ou 16 pedaços de arame liso; • 16 pedacinhos de arame recozido. 36

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ima

Projeto Sanitaristas Mirins Adriana Maia de Aguiar

Rep. Reg. Educação Sanitária - CRGV/IMA

Maria Elizabeth Rios de Resende

Foto Adriana Maia de Aguiar

Ger. Projeto Sanitaristas Mirins - GEA/IMA

O Projeto Sanitaristas Mirins, executado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), faz parte de um programa do Governo de Minas para despertar nas crianças a importância da agropecuária. Tem como objetivo fornecer aos alunos e professores, principalmente do meio rural, informações referentes à defesa sanitária e proporcionar novos conhecimentos referentes à saúde animal, vegetal, ambiental e segurança alimentar. O projeto é realizado em parceria com as Prefeituras Municipais, Secretarias Municipais de Educação e Escolas Estaduais dos municípios interessados em participarem das atividades propostas pelo IMA. Para executar o Sanitaristas Mirins, o IMA editou o livro “A Educação Sanitária no dia-a-dia dos Alunos Descobrindo a Agropecuária na Escola”, que mostra às crianças o valor da atividade rural, conscientizando-os sobre a importância de adotar corretamente as medidas sanitárias recomendadas no programa de governo, bem como despertá-los para o consumo com qualidade. A área de abrangência do Sanitaristas Mirins cresce a cada ano. Em 2008, atuava apenas em 18 municípios, em 2009 esse número subiu para 43, já em 2010 atingiu 99 municípios. Em 2011, está presente em todas as Coordenadorias Regionais do IMA, em mais de 400 escolas. A meta para 2011 é atingir mais 18.673 jovens e professores do ensino fundamental I e II das escolas estaduais e municipais. De acordo com a gerente do Sanitaristas Mirins, Maria Elisabeth Rios de Resende, um universo de 58.513 pes-

soas, entre alunos e professores já foram contemplados desde 2003, quando o Projeto começou de forma pioneira, na região de Curvelo. “As atividades dos Sanitaristas Mirins promovem o desenvolvimento e a participação efetiva dos alunos do meio rural. O projeto possibilita a mudança de conhecimento, atitude e comportamento desses jovens, contribuindo assim, para introduzir novos hábitos em suas comunidades e valorizando o meio em que vivem”, explica. A Coordenadoria Regional de Governador Valadares participa intensamente do projeto desde 2008, sendo executores atualmente os escritórios seccionais de Caratinga, Ipanema, Cel. Fabriciano, Governador Valadares, Conselheiro Pena, Tarumirim e Mantena, que educam neste ano 1141 escolares, sendo 68 professores e 1073 alunos de 27 escolas. “Com esta iniciativa, pode-se perceber a mudança de conduta dos produtores rurais dos quais os filhos estão inseridos no projeto, sendo estes mais ativos e responsáveis na defesa agropecuária, pois o projeto causa um efeito cascata, o que o aluno aprende na escola é aplicado em casa”, explica Adriana Maia de Aguiar, responsável pela Educação Sanitária da Coordenadoria Regional de Governador Valadares. A partir do Sanitaristas Mirins também surgiu a demanda para novos projetos como o Sanitarista Juvenil que vem sendo executado em Araxá com alunos do ensino fundamental II, e o PES na Terra que abrange os alunos do EJA – Educação de Jovens e Adultos e que está sendo realizado em Caratinga – MG. setembro 2011

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idaf

Idaf e Ministério discutem projeto de foto-cadastro para regularização fundiária no Espírito Santo Jória Motta Scolforo

Foto: ASCOM Idaf

Assessoria de Comunicação/Idaf Texto: Francine Castro

Técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) reuniram-se no mês de agosto, em Vitória, para discutir a implantação de um projeto de foto-cadastro de imóveis rurais para fins de regularização fundiária em todo o Espírito Santo. O projeto piloto foi desenvolvido em Água Doce do Norte em 2007, quando as propriedades rurais foram medidas e cadastradas gratuitamente. A iniciativa capixaba chamou a atenção do MDA, que estabeleceu parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para promover melhorias no programa utilizado para registro das propriedades e, assim, estender a atuação do projeto para outros Estados. Representantes da Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA) da Bahia e da Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e de Apoio à Reforma Agrária (Sea38

setembro 2011

“Estamos orgulhosos com a realização da oficina de trabalho programada pela Secretaria de Reordenamento Agrário (SRA/ MDA) aqui no Estado, pois esse encontro representa a continuidade e o fortalecimento da parceria iniciada com o convênio de regularização fundiária em Água Doce do Norte“, comentou. Robson explica, ainda, que o projeto “contribuirá para o cumprimento das metas do Governo do Espírito Santo, estabelecidas Plano Estratégico 2011-2014 ‘Nora) do Rio Grande do Norte, tam- vos Caminhos’ no eixo estratébém participam da reunião técnica gico ‘Distribuição dos Frutos do para conhecerem o trabalho. Progresso’, que prevê a entrega de dois mil títulos aos posseiros de Regularização fundiária terras devolutas rurais, com foco O objetivo principal desta ação na agricultura de base familiar”. é a regularização fundiária dos posseiros rurais que ainda não O projeto piloto detêm a documentação oficial da O projeto piloto, que deveterra, o que dificulta o acesso a rá ser implantado em outros loprojetos sociais como o Programa cais, consistiu no preenchimento Nacional de Fortalecimento da de ficha cadastral pelos técnicos Agricultura Familiar (Pronaf) e a do Idaf por meio do trabalho em financiamentos bancários. campo em Água Doce do Norte. O chefe do Departamento de Nessa ficha foram coletadas inforTerras e Cartografia do Idaf, Ro- mações do proprietário rural, locabson de Almeida Britto, destaca lização e identificação do imóvel, que por meio desta atividade será documentação e situação jurídica, possível potencializar a identifi- características da propriedade e cação e regularização dos terre- infraestrutura. As informações nos devolutos, que são as terras levantadas resultaram na identifipúblicas, sem nenhuma utilização cação das terras devolutas, e as leespecífica. O fato de não haver re- gítimas existentes no município, e gistro da terra não caracteriza que integrarão um banco de dados que sejam devolutas, devendo o poder contribuirá para o planejamento público comprovar a existência e territorial dos governos Federal, propriedade das mesmas. Estadual e Municipal.


Ascom Adab Foto: Ascom Adab

Adab

Adab disponibiliza laboratório para exames em defesa agropecuária

Com o objetivo de ampliar a capacidade de realização de exames e diagnóstico contra enfermidades na agropecuária do Estado, o Laboratório de Sanidade Animal (Ladesa) da Secretaria da Agricultura vem aumentando seu âmbito de atuação. Criado através de convênio entre Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), a unidade oferece suporte às ações dos programas de sanidade animal do Estado, ao Médico Veterinário oficiais e da iniciativa privada, realizando exames laboratoriais com qualidade, segurança e rapidez, sem a necessidade do envio de material para outros Estados. No último mês, o Ladesa incluiu a análise de material para diagnóstico de Ectima Contagioso, doença que acomete os caprinos e ovinos. “Como não precisamos enviar material para fora do Estado, o diagnóstico se torna mais ágil, viabilizando a consolidação de um sistema de defesa agropecuária mais eficiente”, enfatiza o diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres. O Ladesa funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h na Avenida Ademar de Barros, 967, Ondina, na Central de Laboratórios da Agropecuária (CLA). Entre os diagnósticos laboratoriais de rotina

processados pelo Ladesa estão: Anemia Infecciosa Equina (AIE), Brucelose Ovina, Caprino Artrite-Encefalite (CAE), Leucose Enzoótica Bovina, sorologia para Babesia SP através de ELISA, além de pesquisa de salmonella e coliformes totais em sangue, fezes e leite, e parasitas intestinais de ruminantes. “Também pretendemos implementar diagnóstico microbiológico e parasitológico de patologias apícolas e das principais enfermidades do camarão através de técnicas de biologia molecular”, adianta o coordenador do Ladesa, Jorge Ribas. A Adab pretende ainda este ano ampliar o credencimento do Ladesa, junto ao Ministério da Agricultura para os diagnósticos de Brucelose Bovina e Mormo dos Equídeos. Ainda na área de defesa, o laboratório de sanidade vegetal contempla as culturas do Abacaxi, Citros, Maracujá, Palma, Manga, Lichia, Palmeira, Banana, Manona, gramíneas, roseira, fícus e helicônia. Também são realizados outros diagnósticos de resíduos de agrotóxicos no mamão e na manga, além de análise laboratorial através de drip teste para avaliar o teor de umidade na carne e no frango. Mais informações sobre o Ladesa podem ser obtidas pelo telefone (73) 3116-8432 ou 8452, ou através do email: laboratorio.adab@adab.ba.gov.br. setembro 2011

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Foto: AICS Câmara Municipal GV

aconteceu

Saul Vilela é reconhecido como cidadão valadarense

No dia 08 de agosto uma homenagem foi estendida a um importante ruralista da região Vale do Rio Doce. O pecuarista Saul Vilela, aos 96 anos, foi reconhecido como cidadão valadarense, um título de iniciativa do vereador Maurício Moraes (PSDB). Em seu discurso, o vereador lembrou da participação que o homenageado teve em instituições e movimentos voltados para a classe rural, desde a chegada do produtor a Governador Valadares em 1948. Visto como um dos maiores criadores do Gir Leiteiro, Saul Vilela já recebeu vários prêmios, em feiras e exposições, pela qualidade de seus animais. (com informações da câmara municipal gv)

CBH-Doce aprova Agência de Água da Bacia da água, a indicação da Entidade e a minuta do Contrato de Gestão serão encaminhados para aprovação na Câmara Técnica de Assuntos Legais e Institucionais, CTIL, e na Plenária do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, CNRH, em reuniões que serão realizadas em Brasília no mês de setembro. Após a aprovação do IBIO, foram apresentados aos membros do comitê os profissionais que atuarão na Agência da Bacia do Rio Doce, AGB-Doce. A previsão de implementação da cobrança e início das atividades da AGB-Doce, é a partir de outubro, logo após a assinatura do Contrato de Gestão. (Fonte: Juliana Vilela Pinto / UAR/ANA – CBH DOCE)

Silemg elege nova diretoria Dia 11 de agosto foi realizada eleição de diretoria do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg). A nova gestão 2011/2014 tem como Guilherme Olinto, novo presidente do Silemg. presidente, Guilherme Olinto Abreu Lima Resende, da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce e como vice-presidente, Paulo Bartholdy Gribel, dos Laticínios São Vicente de Minas. A posse está marcada para o dia 16 de setembro. A nova diretoria executiva é composta ainda por: João Lúcio Barreto Carneiro (diretor administrativo), Guilherme Silva Costa Abrantes (diretor financeiro) e Alessandro José Rios de Carvalho (diretor tecnológico). (Com informações de Camila Nunes / Assessoria Silemg).

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Foto: Leandro Bifano

Foi aprovada na 15ª Reunião Extraordinária do CBH-Doce, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, a indicação do Instituto BioAtlântica, IBIO, para desempenhar as funções de Agência de Água, de acordo com o Edital Conjunto Nº 01/2011. A reunião aconteceu no dia 24 de agosto em Governador Valadares – MG e também aprovou a minuta do Contrato de Gestão, que será celebrado entre a Entidade e a ANA, Agência Nacional de Águas. Esta plenária representou a culminância de um longo trabalho, envolvendo oficinas, seminários e reuniões com intensa participação dos membros e apoio das câmaras técnicas. Agora, assim como no processo em que foram definidos os mecanismos e valores de cobrança pelo uso

Ministro Mendes Ribeiro Filho toma posse O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, tomou posse no dia 23 de agosto. Mendes Ribeiro Filho foi nomeado ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pela presidenta Dilma Rousseff. A nomeação foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União na quinta-feira, 18 de agosto. Natural de Porto Alegre (RS), o advogado Jorge Alberto Portanova Mendes Ribeiro Filho tem 57 anos e é deputado federal pelo PMDB gaúcho pela quinta legislatura. Desde 1º de julho deste ano exercia a função de líder do governo no Congresso Nacional. (Fonte: MAPA)


7º Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil A edição 2011 do maior evento sobre pesquisa em café, o Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, realizado pelo Consórcio Pesquisa Café, com organização da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Universidade Federal de Viçosa (UFV) e co-organização da Embrapa Café, reuniu 813 participantes entre os dias 22 e 25 de agosto, no Tauá Grande Hotel Termas e Convention, em Araxá (MG). O público do 7º Simpósio superou a última edição que contou com a participação de 650 participantes. O evento ocorre a cada dois anos e busca aumentar a competitividade do café e a sustentabilidade do agronegócio no país. De acordo com a organização do evento, o local para a realização do próximo Simpósio será definido nos próximos 30 dias, podendo o evento acontecer na Bahia ou no Paraná. Segundo o presidente da comissão organizadora do Simpósio e coordenador do Núcleo Tecnológico Epamig Café, Gladyston Rodrigues Carvalho, estiveram presentes participantes que têm influência sob cerca de 70% do parque cafeeiro nacional. “A contribuição desta edição está atrelada à participação de lideranças nacionais da área técnica do café que poderão dar aplicabilidade imediata às inovações apresentadas”, conclui. Os vídeos e palestras do evento estão disponíveis em: www.consorciopesquisacafe.com.br. (Fonte: ASCOM EPAMIG)

Produção agrícola com respeito ao meio ambiente

O secretário da Agricultura representou o governador Jaques Wagner na abertura do Seminário de Sensibilização e Difusão do Programa Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC) no Estado da Bahia, que aconteceu no dia 25 de agosto. Segundo ele, é fundamental a importância do financiamento - com recursos a juros interessantes e com prazo de carência - para produtos “linkados” com o meio ambiente, visando conseguir uma produção agrícola que respeite os compromissos ambientais. O programa tem o objetivo de aliar a produção de alimentos e bionergia com a redução dos gases de efeito estufa. Suas ações estão inseridas no Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 e preveem aplicação, em todo o Brasil, de R$ 3,1 bilhões em técnicas que garantem eficiência no campo, com balanço positivo entre sequestro e emissão de dióxido de carbono (CO2). A mesa do seminário foi composta pelo secretário Eduardo Salles, Maria Delian, representante do Ministério da Agricultura; Eduardo Vasconcelos, prefeito de Brumado e tesoureiro da UPB; Nilo Meira Filho, superintendente do BNB; Paulo Hashimoto, gerente de mercado e agronegócios do BB; Aldo Vilar, representando a Embrapa; Adelaide Lima (Desenbahia); Mauro Silveira (OCEB); José Márcio Carozo (Faeb); Paulo Valente, da secretaria de Educação; e Sérgio Murilo, da Ceplac. (Fonte: ASCOM SEAGRI)

O governador Antonio Anastasia lançou, no dia 17 de agosto, o Fórum da Cadeia Produtiva do Leite de Minas Gerais – o Fórum do Leite –, cujo objetivo é discutir, em caráter permanente, os assuntos de interesse do setor, dando suporte à elaboração de políticas públicas e privadas voltadas para o segmento. O fórum será coordenado pelo governador e contará com a participação de representantes dos diversos segmentos ligados à cadeia leiteira. Anastasia disse, em entrevista, que o Fórum do Leite vai analisar as necessidades da cadeia produtiva do leite, e ressaltou a preocupação em agregar valor aos produtos como forma de alavancar o setor. “Vamos apresentar sugestões e soluções para a questão do leite. Isso significa também agregar valor ao produto feito em Minas, ou seja, não só exportar o leite in natura, mas aproveitar aqui as fábricas de laticínios para fazer iogurtes, queijos sofisticados, o que representa uma renda muito maior para os produtores, fabricantes e para o Estado como um todo, ou seja, mais riqueza e empregos de melhor qualidade”, completou. “A criação do Leite corresponde a um dos deveres do governo, que é o de incentivar a produção”, disse o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento. De acordo com o secretário, o Fórum do Lei-

Foto: Omar Freire - Imprensa MG

Minas lança Fórum do Leite para estimular a cadeia produtiva

te valoriza o homem do campo e deve beneficiar todos os mineiros, porque os debates e estudos do grupo vão resultar em aprimoramento da qualidade do produto, além de fortalecer a atividade. Após o lançamento do Fórum do Leite, a Secretaria da Agricultura realizou também o Seminário Minas Leite, no Auditório JK. Foram apresentadas para os produtores e técnicos de diversas regiões de Minas palestras sobre produção de leite com vacas mestiças, gestão da atividade leiteira, além de uma palestra sobre a indústria de laticínios em Minas Gerais. (Fonte: ASCOM SEAPA)

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Pão de Beterraba culinária

Esta é uma das receitas preparadas pelo grupo de mulheres Ouro do Vale da Associação de Produtores Rurais de Tunas do Paraná (APROTUNAS). Enviada pela Nutricionista Keyla Preuss CRN8 6983.

Ingredientes

Foto APROTUNAS

1 beterraba média 1/2 xícara (chá) de água 2 ovos 15 g de fermento fresco (biológico) 1 pitada de sal 2 colheres (sopa) de açúcar 50 g de margarina 500 g de farinha de trigo Gema para pincelar

Modo de Preparo

Corte a beterraba em pedaços e bata no liquidificador com a água. Acrescente os ovos, o fermento, o sal, o açúcar e a margarina. Bata até ficar bem misturado. Coloque em uma tigela e acrescente a farinha aos poucos. Amasse até formar uma massa que desgrude das mãos. Deixe crescer até dobrar de volume por cerca de 30 minutos. Modele o pão (ou os pães) e coloque em uma assadeira untada com óleo. Deixe crescer por mais 30 minutos. Pincele com a gema e leve para assar em forno moderado (170°), por 30 a 35 minutos.

Tempo de Preparo: 1h30 min Rendimento: de 15 a 18 fatias Dica da nutricionista: Sempre prefi-

ra comer a beterraba crua, pois assim todos estes nutrientes serão absorvidos melhor pelo seu corpo. Evite adicionar sal e ou azeite na preparação.

Envie a sua receita para a Revista Agrominas jornalismo@revistaagrominas.com.br

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Classificados

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