4ª Edição Julho

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DIA DE CAMPO: Marcelo Cerqueira abre as portas da Fazenda São Francisco

Ano 1 l N° 4 l Julho 2010

Grandes Criatórios Fazenda Ariranha revela qualidade genética de bovinos

Perfil Profissional Conheça o trabalho do zootecnista Renato Miglio Martin

Entidade de Classe Sindicato Rural de Valadares revela sua história

ENTREVISTA

Código Ambiental Brasileiro O Deputado Federal Valdir Colatto esclaresce a polêmica que gira em torno do projeto de lei que defende a mudança na legislação ambiental brasileira Julho 2010

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EDITORIAL A Revista AgroMinas chega em sua 4ª edição reiterando o compromisso assumido desde a primeira edição de levar ao leitor informações de qualidade, com um conteúdo veemente e atualizado sobre o agronegócio, sem se esquecer do fomento às atividades agropecuárias locais. Repensando conceitos e acompanhando as inovações de mercado, a Revista AgroMinas reformulou o seu projeto gráfico de modo a proporcionar maior leveza à leitura, valorizar a fotografia e a parte visual de suas páginas e explorar as peculiaridades das tipografias ao longo dos textos, sem perder de vista a qualidade estética. Além disso, a cada três meses, estaremos adicionando à revista mais quatro páginas para trazer um conteúdo cada vez mais abrangente e diversificado. Nesta edição, trazemos a você uma entrevista com o Deputado Federal Valdir Colatto, que defende a aprovação do projeto de lei para a criação do Código Ambiental Brasileiro, cuja votação tem provocado polêmica. No Dia de Campo, a Fazenda São Francisco mostra as novas tecnologias adotadas pela propriedade, que têm impulsionado o aumento da produção de leite, sem perder de vista o crescimento aliado ao desenvolvimento sustentável. A Fazenda Ariranha revela todo o seu empreendedorismo com investimentos em gado de qualidade e melhoramento genético. Conheça também nesta edição o trabalho desenvolvido pelo zootecnista Renato Miglio Martin, no Perfil Profissional, e a história do Sindicato Rural de Governador Valadares, em Entidade de Classe. Vale lembrar que nossas matérias não são pagas e todas as pessoas e fazendas são convidadas a participar de nossas edições por merecimento e em reconhecimento ao trabalho desenvolvido. A equipe da Revista AgroMinas esteve presente em um dos maiores eventos de agronegócio do Brasil, a SuperAgro, e revela no Aconteceu as principais atrações do evento, deste ano. Esses são alguns destaques da edição de Julho, que veio recheada de novidades. Infelizmente, em detrimento de restrições relativas ao período eleitoral, a Emater não poderá contribuir com esta e as próximas edições. Reiteramos nossos agradecimentos a fiel contribuição de nossos colaboradores e em especial à fotógrafa e jornalista Raquel Paixão pela colaboração e suporte dado na elaboração da revista deste mês. A Revista AgroMinas acredita que a disseminação de boas ideias gera bons resultados, por isso desejamos que se deliciem com mais esta edição.

Denner Esteves Farias Editor-Chefe Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

Editor-Chefe Denner Esteves Farias Zootecnista – CRMV-MG 1010/Z Jornalista Responsável: Diagramação / Redação Andressa Tameirão - MG 14.994 JP Jornalista Colaboradora Alessandra Alves - MG 14.298 JP Maria Júlia Mendes- MG 14.848 JP Edição de Texto Raquel Paixão Maria das Mercês P. Rebouças Heloísa Scatena Ferraz Esteves Farias Fotografia Bruno Diniz e Raquel Paixão

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ndice 4 Giro do Campo 6 Entrevista

Dep. Fed. Valdir Colatto

10 Grandes Criatórios

Fazenda Ariranha

14 Dia de Campo

Fazenda São Francisco

18 Sustentabilidade

Conversor eletrônico

19 Perfil Profissional

Renato Miglio Martin

20 Entidade de Classe 23 Caderno Técnico 26 Meteorologia 28 Mercado 30 Cotações 32 Artigos IMA//IEF/Senar 35 Aconteceu 36 Agenda e Resultados 38 Culinária

Colaboração Alexandre Sylvio – Eng. Agrônomo IMA - IEF - SENAR Gustavo Adolpho Aguiar-Zootecnista Hyberville Neto- médico veterinário SCOT Consultoria Waldir Francese Filho-Eng. Agrônomo- Coocafé Prof. Ruibran Reis - Minas Tempo Marcelo Conde Cabral- Médico Veterinário Denis Cabral M. Júnior - Ger. Com. Minas Leilões Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce – Governador Valadares Contato Publicitário Otávio Monteiro de Castro (33) 9199-6599 / (33) 3271-9738 otaviomcastro@hotmail.com revista@minasleiloes.com.br

Distribuição Gratuita nos Vales: Rio Doce, Mucuri, Jequitinhonha, Aço e no Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba. Impressão: Gráfica Arco Íris Tiragem: 5.000 exemplares Projeto Gráfico: Andressa Tameirão As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores. Administração/Redação Minas Leilões e Eventos Rua Ribeiro Junqueira, 383 – Loja - Centro 35.210-000 / Governador Valadares/MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: revista@minasleiloes.com.br Website: www.minasleiloes.com.br Julho 2010

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Giro do Campo

Pimenta longa: novos caminhos para a agroindústria O safrol é um óleo muito importante para alguns setores da indústria química do país, principalmente para a perfumaria e para o desenvolvimento de inseticidas biodegradáveis. Este óleo era extraído da canela de sassafrás, mas esta extração foi proibida pelo Ibama, na década de 90, por ser um sistema predatório que estava acabando com a planta sassafrás no Brasil. Desde então, o país passou a importar o safrol da China e do Vietnã. Para acabar com a dependência e voltar a produzir safrol brasileiro, a Embrapa Acre está incentivando o cultivo da pimenta longa, que é uma ótima fonte de safrol. A pimenta longa é pimenta, mas não é comestível. Ela é nativa do Vale do Juruá, que fica na Região norte do país. O teor de safrol encontrado na pimenta longa chega a 97% e o exigido pela indústria química é um mínimo de 90%. Nas folhas e ramos mais finos da planta é extraído o óleo essencial, que é rico em safrol. O uso da pimenta longa para a extração do óleo traz dois grandes benefícios. O primeiro é o econômico, já que o Brasil não vai mais precisar depender do óleo im-

portado da China e Vietnã e vai passar a produzir o próprio safrol que pode não só suprir a demanda da indústria brasileira como também vai poder servir para exportação. Já existem pequenos produtores que estão trabalhando em parceria com a Embrapa Acre para testar o cultivo da pimenta longa em algumas regiões do país como CentroOeste e Sudeste. Hoje, existem Foto: Portal do Agronegócio alguns produtores no Estado de Goiás, Rio de Janeiro e Mato Grosso trabalhando na extração deste óleo. Mas a perspectiva de aumento da produção para os próximos anos é muito positiva porque a China e o Vietnã utilizam o sistema predatório de corte para a extração do safrol, então, a tendência é aumentar o cultivo da pimenta longa. A segunda grande vantagem do cultivo é o fator ambiental, porque ela tem capacidade de rebrota, após 12 meses, e pode ser usada várias vezes ao longo de anos. Desde que a cultura seja bem manejada, é possível fazer vários cortes de extração sem degradar a planta, como acontecia com a canela de sassafrás. (Fonte: Portal Dia de Campo)

Brasil será o maior produtor agrícola do mundo O Brasil terá a maior produção agrícola do mundo na próxima década. É o que prevê o relatório anual Perspectivas Agrícolas 2010- 2019, publicado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). De acordo com a publicação, a produção agrícola brasileira aumentará 40% de 2010 a 2019 - crescimento superior ao da Rússia, Ucrânia, China e Índia, que devem registrar percentual médio superior a 20% no mesmo período. O informe aponta os setores de etanol e oleaginosas como alguns dos destaques da agricultura brasileira. A produção de álcool combustível deve crescer 7,5% ao ano até 2019, segundo a agência de notícias da BBC. No setor das oleaginosas, o Brasil deve se tornar o maior exportador mundial em 2018, superando os Estados Unidos. A tendência é de que a produção brasileira passe dos atuais 26% da produção mundial este ano para 35% em 2019. Para a FAO e a OCDE, o ritmo do crescimento agrícola será mais lento na próxima década em relação aos últimos dez anos, mas atingirá a meta de 70% de aumento estimada para atender a demanda mundial por alimentos prevista para 2050. (Fonte: Agência Brasil)

Suco de laranja: exportações de Minas alcançam maior valor desde 2006 No período de janeiro a maio de 2010, Minas Gerais obteve uma receita de 10,3 mil dólares com exportações de suco de laranja in natura (não congelado), informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA), esse valor é expressivo porque, no mesmo período de 2009, não foram registrados embarques do produ-

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to mineiro para o exterior. O principal destino das exportações de suco de laranja in natura, de janeiro a maio deste ano, foi a Guiana Francesa, que recebeu 96% das exportações mineiras do produto, referentes a 9,9 mil dólares. O Paraguai assumiu a parcela restante. As exportações mineiras de suco de laranja ainda representam pequena parcela das exportações brasileiras do

produto, mas as expectativas do segmento são positivas. De acordo com os dados do MDIC, Minas Gerais apresenta uma evolução mais significativa que a registrada pelo conjunto dos Estados brasileiros. Comparando com o mesmo período de 2009, as exportações do produto brasileiro apresentaram decréscimo de 8,3%, passando de 125,2 milhões para 114,7 milhões de dólares. (Fonte: SEAPA)


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Entrevista

Código Ambiental Brasileiro

O Projeto de Lei 5367/2009, que trata do Código Ambiental Brasileiro, tem provocado muitas discussões e gerado polêmica. A proposta é substituir o atual Código Florestal Nacional, em vigor desde 1965. Sem o apoio de ambientalistas, o código objetiva a viabilização da produção no campo aliada à preservação do meio ambiente. O projeto, de 45 páginas, propõe um pacto federativo ambiental com autonomia para que cada Estado implemente o Zoneamento Econômico Ecológico. A reunião para discussão e votação do projeto na Comissão Especial está prevista para antes do recesso parlamentar. Diante disso, até o fechamento desta edição, o projeto ainda estava em processo de tramitação. O presidente da Comissão Especial do projeto, o Deputado Federal Valdir Colatto (PMDB/SC) concedeu uma entrevista para a Revista AgroMinas e revelou as propostas do novo Código, os impasses e o que muda com a aprovação desse projeto. Revista AgroMinas- Qual viés o Código Ambiental Brasileiro se propõe a seguir: atentar para as peculiaridades de cada região do país, no intuito de obedecer às características de cada território, ou a proposta se faz de um modo mais amplo? Com certeza a Proposta do Código Ambiental Brasileiro é de respeitar as peculiaridades de cada região, estado e município do país. A principal mudança que nós estamos propondo é que as normas gerais no Código Ambiental Brasileiro sejam feitas pela União e as

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normas específicas por cada estado, município e que considerem até cada propriedade. Nós temos que fazer com que as diferenças encontradas no norte, sul, leste, oeste, possam ser levantadas tecnicamente, e não através de uma norma geral para o Brasil todo. Ou seja, os estados vão fazer uma legislação específica de acordo com suas realidades e necessidades. Isto será melhor para o meio ambiente inclusive. Temos que respeitar as normas e fazer uma legislação limpa. Normas gerais para a União, normas peculiares e características para cada estado e assim poderemos definir exatamente o que queremos para a água, ar, solo, para os animais, plantas e para a sociedade humana. Nós temos que dar responsabilidades para todos, e que cada um faça a sua parte. Revista AgroMinas-Como foi verificada a demanda para a criação de um Código que atentasse para as questões do meio ambiente e beneficiasse o produtor rural? Quando o projeto começou a ser pensado? Esta não é uma preocupação nova. O problema é que sempre houve um certo monopólio das questões ambientais pelos ambientalistas, o que é um erro, pois este é um tema que tem relações profundas com diversos segmentos, principalmente agropecuária e mineração. Infelizmente, os Ministérios de Minas e Energia ou da Agricultura não participavam ou sequer eram informados das políticas ambientais adotadas. Depois da edição da MP 2166, que alterou as porcentagens de reserva legal, a situação começou a ficar mais

grave. Quando assumi a presidência da Frente Parlamentar da Agropecuária, há dois anos, assumi como missão organizar as coisas e propor um Código Ambiental Brasileiro que fosse feito por todos e não apenas por ambientalistas. Fomos primeiramente ao Ministro Minc e ele prometeu em Audiência Pública que iria formar conosco um grupo de trabalho para reformar a legislação ambiental. Isto foi em meados de 2008 quando foi publicado o Decreto 6514. Ocorre que este grupo não caminhou, as ONGs tumultuaram e os trabalhos cessaram. Não desisti e formei com a ajuda de diversas entidades um grupo multidisciplinar para escrever um projeto. O resultado foi o PL 5.367 que apensado a outros do mesmo tema deu origem à Comissão Especial. O início de tudo foi a aprovação do Código Ambiental Catarinense, levando em conta o artigo 24 da Constituição Federal, que delega aos estados o poder concorrente de legislar sobre o meio ambiente. Revista AgroMinas- Como foi elaborado o Código Ambiental Brasileiro? O relatório apresentado foi resultado das demandas apresentadas em mais de 60 audiências públicas, realizadas em Brasília e nos estados. Os problemas foram apresentados pela população em geral e por segmentos específicos, como transportes, mineração, agricultura, construção civil, florestas, energia e outros, além das ONGs que foram chamadas em audiência específica, em Brasília. Com essas informações, a Consultoria Legislativa da Câmara iniciou o esboço


do substitutivo e o produto final foi resultado da discussão entre os unidades científicas, Embrapa e membros da comissão. Os maiores especialistas na área ambiental foram ouvidos e diversas entidades de pesquisa e instituições de ensino encaminharam teses e estudos pertinentes. É por isso que as críticas precisam ser muito fundamentadas, pois a sociedade não vai mais aceitar simplesmente “não destruam nossas florestas”. Esta comissão não aceita ideologias e nem achismos. Revista AgroMinas- Como foi organizada a Comissão Especial instituída para discutir o Código Ambiental Brasileiro? A comissão especial foi criada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, com 18 deputados titulares e 18 suplentes, proporcional ao número de cada partido indicado pelos lideres. Elegeram por voto os presiden-

tes e os três vices. O presidente eleito, o deputado federal Moacir Micheletto, indicou o deputado Aldo Rebelo em consenso para relator. Revista AgroMinas - Com base em quais argumentos o projeto de lei foi levado para a votação? Como se encontra esse processo? Não podemos aceitar 90% dos produtores rurais na ilegalidade, pela lei atual que não leva em conta a ciência e a realidade. Por que a questão ambiental é só rural? E as cidades, a poluição das águas e do ar, como é que fica? Revista AgroMinas- A proposta da Comissão Especial é instituir o Código Ambiental Brasileiro com o Pacto Federativo Ambiental Descentralizado. Como isso se traduz para a sociedade? O que isso representa em termos de ações nos estados? Descentralizar a política ambiental

é tirar das mãos da União o monopólio sobre as regras a serem seguidas, que na maioria das vezes não condizem com a realidade. Uma gestão de partes é mais eficiente que a gestão do todo. O pacto federativo é exatamente a liberdade de deixar para os estados e municípios, entes federados, a possibilidade de gerenciarem seus territórios sob a baliza de normas gerais, mas com respeito à sua cultura, história, necessidades e fragilidades. É muito mais inteligente, porém a maioria do movimento ambientalista é contra porque dominaram o centro de decisões em Brasília. Se descentralizar, vai ficar mais difícil de controlar e de enganar a sociedade. Revista AgroMinas- Para a elaboração do Código, a sociedade civil e os produtores rurais foram ouvidos? Como se deu essa participação? Houve um trabalho muito forte de

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vários deputados que buscaram ouvir a sociedade brasileira, em todos os estados, com audiências públicas. A Comissão Especial foi criada pelo Congresso Nacional, agora nós temos o Aldo Rebelo que é o relator, o Micheletto, presidente da comissão já está encerrando os trabalhos, já apresentou à sociedade e aos deputados o resultado do que colheram nas audiências públicas, e vamos fazer tudo o que for possível para viabilizar uma legislação mais clara e justa para o Brasil. O relatório, inclusive, levanta as principais reivindicações da população, colhidas nas 24 audiências públicas, nos 18 estados brasileiros. Entre as reivindicações estão a falta de estrutura dos órgãos ambientais e de um plano nacional de ordenamento territorial, a compensação por serviços ambientais e a necessidade de se descentralizar as competências e as responsabilidades ambientais. Todas elas foram ponderadas e incluídas no relatório, a fim de atender às necessidades da sociedade brasileira e assim fazer uma lei que seja compatível com as realidades do nosso país. Revista AgroMinas-Quais os principais pontos que devem ser ressaltados no pro-

jeto de lei que institui a criação do Código Ambiental Brasileiro? O respeito ao federalismo. A União deve limitar-se a editar normas gerais, diz a Constituição. Portanto, os estados devem respeitar suas peculiaridades e legislar suas políticas ambientais. É preciso ainda fazer política ambiental de verdade neste País. A reserva legal é uma farsa. Um fragmento de floresta no meio de uma lavoura não é a salvação do meio ambiente e sim uma forma de barrar o crescimento da agricultura. As reservas ambientais coletivas são a cargo do Estado e não do produtor, pois a proteção dos biomas é um bem para toda a sociedade inclusive para os 80% da população que mora nas cidades. Revista AgroMinas-De que forma o Código Ambiental Brasileiro irá beneficiar os produtores rurais? Primeiramente vai beneficiar de verdade o meio ambiente e assim melhorar a vida não só dos produtores, mas de todos. O produtor rural vai enfim poder sair da ilegalidade e ter segurança pra trabalhar e produzir. O produtor rural não só produz alimentos, também produz água limpa que a cidades poluem com os esgotos. Foto: ACS Valdir Colatto

O Dep. Fed. Valdir Colatto, à esquerda, é membro da Comissão Especial em defesa do Código Ambiental

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Revista AgroMinas-De que maneira o Código irá contribuir e atuar na preservação ambiental, de modo a não interferir negativamente no desenvolvimento econômico de cada região do país? Uma vez identificadas pelo Estado as regiões mais sensíveis e importantes ambientalmente, as áreas produtivas podem ser utilizadas sem restrições para a produção. Temos que fazer o planejamento de ocupação territorial através do Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE), colocar as florestas no lugar que deve estar e agricultura e pecuária nas terras férteis e produtivas. Revista AgroMinas- Caso o Código Ambiental Brasileiro seja aprovado, como se dará a sua aplicação? Até que os estados concluam seus estudos e regras, as normas atuais é que valem, depois, progressivamente a descentralização vai acontecer. Revista AgroMinas-E caso o Código não seja aprovado, como você pensa que vai ficar a situação do país, principalmente no que diz respeito aos produtores rurais e ao meio-ambiente? Será o caos. Ou o governo terá que adiar novamente a data limite para averbação de reserva legal e Área de Proteção Permanente (APP) ou teremos o maior desastre socioeconômico que este país já viu. Bilhões de reais serão utilizados para converter áreas produtivas em reserva. Haverá desemprego e êxodo rural. Para o meio ambiente também será ruim, pois as taxas de desmatamento poderiam diminuir muito caso houvesse a legalização das áreas produtivas e liberação de manejos sustentáveis, mas com o abandono de áreas que ficarão economicamente inviáveis as invasões serão inevitáveis e não há estrutura para conter esse avanço sobre as florestas, além da produção cair em torno de 40%. O Brasil literalmente quebraria. Revista AgroMinas -Quais são os pontos mais polêmicos desse projeto de lei que têm causado impasse na votação? Infelizmente os ambientalistas radicais não têm pontos específicos a atacar,


sempre falam de artigos isolados com interpretação falsa, que noticiam para enganar a sociedade brasileira. Dizem que não querem qualquer mudança, que o projeto vai permitir desmatamentos, o que não é verdade. São contra também qualquer delegação de competência aos estados, mas isto é fácil saber o motivo: como vão controlar 27 estados de mais de 5,5 mil municípios e 5,5 milhões de propriedades rurais em todo o país? Revista AgroMinas- As resistências e protestos contra a aprovação do Código Ambiental Brasileiro se concentram no argumento de que a mudança no Código Florestal é um retrocesso, pois as novas propostas levariam a uma flexibilização da legislação ambiental e, consequentemente, isso poderia aumentar os índices de desmatamento no país. Qual o contraargumento da Comissão em relação a essas acusações? As mudanças não podem ser um retrocesso se a lei que se pretende modificar além de não ser real nas áreas rurais brasileiras não considera a maioria dos avanços ocorridos. A produção brasileira cresceu mais de 120% enquanto a área ocupada cresceu pouco mais de 30%. Isto se deve à aplicação de tecnologias e métodos mais eficientes, de aprimoramento de técnicas e modos de produção. A lei de 1965, remendada tantas vezes e ainda não aplicada, não pode ser considerada moderna. A produção brasileira não consegue mais se manter com a atual legislação. São mais de 16 mil atos que regulamentam o meio ambiente no país. A legislação não respeita a realidade e a realidade não consegue respeitar a lei.

Revista AgroMinas- O Código Ambiental Brasileiro visa à dispensa da reserva legal para os pequenos agricultores? Caso isso seja afirmativo, a Comissão não está prevendo que vários hectares de terra deixarão de ser preservados? Propriedades de até 4 módulos ficarão dispensadas da obrigatoriedade de instituição de reserva legal, mas a porcentagem a ser preservada dentro daquele estado não irá diminuir. Isto gera um efeito positivo, pois a sustentabilidade econômica da propriedade irá incentivar o pequeno produtor a recuperar suas APPs para não ficar na ilegalidade e com isto os corredores entre maciços florestais maiores podem ser implementados. O que é preciso destacar é que nada deixará de ser preservado. O atual Código Florestal nunca foi respeitado, não há 20, 35 % ou 80% de reserva legal nas propriedades. Há a letra da lei, mas lá no campo, o que há são áreas produtivas na ilegalidade, sem floresta. A propriedade deve preservar as áreas frágeis, água e solo, o estado de cada bacia hidrográfica, as reservas florestais. A reserva legal na propriedade só existe no Brasil e no Paraguai, porque não tem os recursos florestais em grandes parques. Estudos científicos concluíram que para ter viabilidade de uma cadeia alimentar para um leão é preciso uma reserva florestal de 25 mil hectares. Onde no Brasil, com cobertura florestal de 60%, teriam áreas para criar estas biodiversidades, num país de 200 milhões de brasileiros? Tem gente que acredita que ainda é possível criar parques jurássicos.

Saiba o que pode mudar com a aprovação do Código Ambiental Brasileiro Legislação atual

Novo Código

União legisla amplamente sobre meio ambiente, estabelecendo metragens e porcentagens de áreas protegidas indiscriminadamente para todos os estados independentemente de suas peculiaridades, desrespeitando a Constituição Federal.

Indica os bens ambientais a serem protegidos, e os estados, através de seus zoneamentos, determinarão o melhor local e forma de proteção de suas áreas, observando o direito adquirido e a orientação científica. Respeito ao art. 24 da Constituição Federal.

A porcentagem necessária de reserva legal dentro da propriedade desconsidera APPs ou qualquer outra forma de vegetação preservada.

A porcentagem necessária para proteção de um bioma ou área frágil considera todas as áreas vegetadas (APPs, reservas legais existentes, unidades de conservação, etc).

Unidades de conservação criadas há anos e sem pagamento de qualquer indenização deixam os proprietários em total desamparo e insegurança.

Estabelece prazo de um ano para início das indenizações, caso contrário, o ato de criação perde a eficácia.

Aqueles que preservaram são punidos com o engessamento econômico, com a guarda e responsabilidade das áreas ambientalmente importantes dentro da propriedade.

Determina a remuneração por serviços ambientais que compensa a limitação econômica gerada pela proteção dos recursos e viabiliza a conservação.

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Grandes Criatórios

Foto: Bruno Franca

Os veterinários Antônio Leite Júnior e Patrícia Vieira Bossi Leite são proprietários da Fazenda Ariranha

Fazenda Ariranha Investimentos em melhoramento genético se traduzem em qualidade de rebanho As exigências do mercado e as possibilidades de crescimento dos negócios têm motivado os proprietários da Fazenda Ariranha a investir em qualidade de gado e na constante busca pelo melhoramento genético do rebanho. Com a popularização das técnicas de fertilização de bovinos em laboratório, os veterinários Patrícia Vieira Bossi Leite, de 49 anos e Antônio Leite Júnior, de 48 anos, se atêm ao potencial da fazenda, visando a maximização dos lucros da propriedade. História da fazenda A história da Fazenda Ariranha se

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entremeia com a trajetória do primeiro dono da propriedade, Máximo Agostinho Bossi, pai de Patrícia Leite. “O meu pai adquiriu a fazenda em 1970. Ele possuía outras propriedades: uma em Malacacheta e outra no Município de Água Boa. Quando eu me formei, trabalhei aqui com meus irmãos, e o meu pai ainda era dono de todas as fazendas. Nós trabalhávamos em conjunto, mas meu pai resolveu doar as propriedades para os filhos. Somos quatro irmãos e cada um ficou com uma parte. Isso foi em 2000 e nessa época eu já era casada. Casei com Antônio em 1986. Ele foi o meu colega de sala na universidade e logo que nos

casamos, viemos para cá e começamos a trabalhar. Cada um de meus irmãos passou a trabalhar de forma independente e acabaram escolhendo uma direção”, explica Patrícia. As pastagens da fazenda são formadas, na sua grande maioria por braquiarão (Brachiaria brizanta), havendo ainda pastos com as outras braquiárias e também com colonião (B. decumbens, B. humidicula e Panicum maximum). Algumas áreas são utilizadas para o plantio de cana de açúcar, sorgo, milho ou capim elefante, para suplementação dos animais com volumoso no período da seca. Na propriedade utilizam-se ainda áreas


Franca

de pastejo rotacionado visando aumentar a capacidade de suporte da área. Criação e aprimoramento de raças A influência paterna não se deu apenas na lida com a terra. A escolha das raças da Fazenda Ariranha se justifica nas raízes do trabalho de Máximo Agostinho Bossi. “Meu pai sempre tirou leite de vacas mestiças e tinha um rebanho azebuado. “Assim que nos formamos na UFMG e assumimos a direção da fazenda, o objetivo econômico principal era a produção de leite aliado à engorda de bezerros, mas isso foi ficando para trás quando as fêmeas nascidas na fazenda, mestiças de Holandês, passaram a ser comercializadas, dando bons resultados financeiros para quem as adquiria. Logo, a fazenda começou a disponibilizar genética com animais que produziam leite a baixo custo. O que mudou, hoje, na fazenda foi em relação a suas divisões, benfeitorias e principalmente ao suporte e à qualidade dos animais produzidos e criados aqui”, esclarece a proprietária. Casados há 24 anos e pais de três filhos, o casal se dedica à criação das raças Gir, Girolando e Tabapuã, em uma área de 1280 hectares de terra. A propriedade investe na venda de animais e possui, atualmente, um plantel com cerca de 1300 cabeças de gado. “O sistema de cria e recria predomina na fazenda, sendo que as novilhas zebuínas entram em serviço aos 24 meses e as novilhas da raça Girolando aos 16-18 meses, com peso em torno de 350 quilos”, destaca Patrícia.

Além disso, já é prática comum o uso da Transferência de Embriões (TE) e também, mais recentemente, da Fertilização in vitro (FIV). A estação de monta tem início no dia 1° de dezembro e termina em 28 de fevereiro, com resultados satisfatórios utilizando sêmen convencional e também sexado, mas sempre de touros geneticamente provados. Às fêmeas Gir, pelo seu alto valor agregado, que não emprenharam neste período, dá-se uma segunda chance nos meses de julho e agosto”, explica Antônio Leite.

o animal não ficar apenas no pasto. O rebanho Girolando, assim como os animais da raça Gir, são suplementados com cana de açúcar, uréia, enxofre e concentrado, de acordo com a estação do ano e com a condição das pastagens, sempre visando uma condição corporal desejável já que os animais estão à venda durante todo o ano. As fêmeas zebuínas são suplementadas com sal mineral proteinado no período da seca (época que antecede o parto) e no restante do ano é usado o sal mineralizado com 80 a 100 gramas de fósforo”, afirma Patrícia.

Alimentação Manejo dos bezerros Na Fazenda Ariranha, os proprietários entendem que para produzir mais é preciso investir em uma alimentação diferenciada e de qualidade para o rebanho. Quem confirma isso é a veterinária Patrícia Leite. “Praticamente durante o ano inteiro temos animais sendo tratados no cocho. Fazemos a suplementação com volumoso e concentrado visando o desenvolvimento dos animais e a diminuição da idade ao primeiro cio, assim como o aumento da produção de leite. Essa é uma forma, também, de melhorar o suporte da fazenda. A gente tem que fazer essa suplementação para

Segundo Antônio Leite, os bezerros da Fazenda Ariranha passam por um processo de doma e assim são vendidos mansos. “Tiramos leite da maioria das vacas, inclusive das Gir, mesmo daquelas que não estão no controle Leiteiro Oficial da ABCZ, portanto as crias já são bem mais tranquilas. No entanto, nós temos também alguns animais, que são criados soltos com as receptoras, que são produtos de TE e de FIV. Esses animais, em torno dos quatros meses, são manejados dentro do curral e começam a ser apartados das mães nos períodos entre Foto: Bruno Franca

Melhoramento genético Com a introdução do método convencional de reprodução, através das técnicas de Inseminação Artificial (IA), antes mesmo de assumirem a gestão da Fazenda Ariranha, os proprietários não perderam de vista o foco na busca por uma melhor genética na fazenda. Assim, deram continuidade a esse processo adotando, inclusive, novas técnicas. “A Inseminação Artificial (IA) é utilizada em 100% do rebanho e atualmente faz-se a IATF em praticamente todas as fêmeas.

Os animais da fazenda são tratados no cocho com uma alimentação balanceada, visando o aumento da produção de leite

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as ordenhas. Eles são mantidos no curral pela manhã e começam a comer um pouco de volumoso e de concentrado. Depois, coloca-se um cabresto com uma ponta de corda longa. Os bezerros ficam pelo menos uma semana acostumando com o cabresto e após este período, os funcionários começam a puxá-los, a escovar e amarrar em mourões. Então, o primeiro passo é o bezerro aprender a ficar longe da mãe; o segundo é o contato com as pessoas e, assim com 20 dias eles já estão acostumados. Já o terceiro passo é aprender a obedecer ao comando do cabresto e nisso vai mais ou menos duas semanas. No caso dos animais que participam de exposições, eles começam a ser escovados, banhados, até ser repassado para o tratador, que prepara esses animais para a pista de julgamento”, esclarece Antônio.

Foto: Bruno Franca

Os bezerros são apartados da mãe ainda novos, para depois passarem por um processo de amansação

Perspectivas da fazenda A necessidade de acompanhar a evolução das novas tecnologias no cenário da pecuária e de implementar as inovações para o aumento da produtividade da fazenda foram aditivos que impulsionaram mudanças na estrutura da Fazenda Ariranha. “Com o tempo, vimos a necessidade de melhorar a pastagem e de aumentar o suporte da fazenda. Dividimos mais a propriedade e colocamos algumas áreas de pastejo rotacionado. Passamos a utilizar mais a alimentação de volumoso, capim, sorgo, silagem, tudo tentando melhorar o suporte da fazenda e tentando também valorizar os animais, com o uso de tecnologia e genética de melhor qualidade. O nosso propósito agora é aumentar a produção de leite, que eu considero uma renda interessante, apesar das dificuldades do setor. Compramos outro resfriador, recentemente. A ideia é, em futuro próximo, podermos optar pela ordenha mecânica, objetivando melhorar ainda mais a qualidade do leite produzido”, salientou a veterinária. Segundo Antônio Leite, o trabalho na Fazenda Ariranha com o Gir existe, mas é muito pequeno em relação ao peso que

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Foto: Bruno Franca

O objetivo da Fazenda Ariranha é aumentar a produção de leite e já conta com dois tanques de resfriamento

o Girolando ocupa nos negócio da propriedade. “Tanto a raça Tabapuã quanto a Gir Leiteiro são importantes para a fazenda, devido à venda de matrizes e principalmente de tourinhos, cuja procura tem aumentado a cada ano. Mas a propriedade já é considerada referência

na produção do Girolando. Temos usado o sêmen dos melhores touros holandeses da atualidade em nossas melhores doadoras Gir, tanto na TE como na FIV, para produzir fêmeas que atendam aos criadores mais exigentes”, explica o proprietário da fazenda.


Com alta qualidade genética, o rebanho da Fazenda Ariranha entra em produção a partir dos 18 meses e é destaque em exposições e leilões. O investimento em animais de qualidade rendeu aos proprietários diversos prêmios, que se revelam pelos mais variados troféus e faixas que eles colecionam. “Comercializamos nossos animais tanto aqui na fazenda como em leilões, que ocorrem principalmente nessa época do ano. Participamos também de exposições, onde temos a oportunidade de mostrar os nossos produtos. Já participamos algumas vezes de torneio leiteiro, mas isso não é constante. A Julita Santa Edwiges, por exemplo, é uma vaca que pretendemos levar em torneios. Ela é um animal qu compramos em um leilão de Uberaba, em 2005, e que, para mim, é a nossa melhor vaca Gir Leiteiro. É uma vaca Gir que já participou de torneios leiteiros e fechou a segunda lactação com quase 11 mil quilos de leite. A Julita é excepcional e é uma vaca extremamente fértil. Já nos deu muitos embriões, tanto de TE quanto de FIV”, afirma Patrícia Leite. Investimento em animais de qualidade se traduz em bons resultados e na Fazenda Ariranha, agregar valor ao rebanho é um dos grandes objetivos a serem alcançados. “Nós temos qualidade de animais e não temos interesse em aumentar a área física da fazenda, mas queremos melhorar o suporte dela conseguindo colocar uma quantidade maior de animais com alto valor agregado. Com as técnicas utilizadas de inseminação, TE e de FIV, temos realmente conseguido melhorar a qualidade genética desses animais e conseguido um valor agregado maior”, enfatiza Patrícia. Neste mês de julho, durante a 41ª EXPOAGRO em Governador Valadares, o casal de proprietários da Fazenda Ariranha estará ofertando animais no Leilão União Girolando, que acontece no dia 10, às 12 horas. O leilão será transmitido ao vivo pelo Novo Canal. Essa é uma oportunidade de se conferir o trabalho desenvolvido por esses veterinários, cuja dedicação resultou em produtividade e aumento de lucro para a fazenda.

Foto: Arquivo Pessoal

A Fazenda Ariranha é referência na produção de Girolandos

Foto: Bruno Franca

A vaca Ducha foi campeã da Expovales 2009, em Teófilo Otoni, com o melhor ubre e campeão do Torneio Leiteiro de Teófilo Otoni Foto: Bruno Franca

Julita é a maior produtora de leite da Fazenda Ariranha e, segundo a sua proprietária, é uma vaca de grande fertilidade

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Dia de Campo

Foto: Raquel Paixão

Fazenda São Francisco Desenvolvimento Sustentável e emprego de tecnologias impulsionam a produção de leite e refletem na qualidade do rebanho A preservação ambiental atrelada a tecnificação têm sido fortes aliadas para o desenvolvimento sustentável da Fazenda São Francisco. Localizada no Município de Frei Gaspar, aproximadamente a 15km de Itambacuri e a 30 km de Teófilo Otoni, a fazenda tem investido em novas tecnologias, melhoramento genético e nutrição animal, o que vem garantindo um retorno positivo. O proprietário, Marcelo Dornelas Cerqueira, de 58 anos, comemora os bons resultados que se justificam pelo amor ao campo que o acompanha desde a infância. Filho de produtores rurais, Marcelo e a família deixaram Muriaé (MG) em 1959 e partiram para a

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região de Itambacuri, onde adquiriram uma fazenda e ali se fixaram. Há aproximadamente 30 anos, Marcelo Cerqueira comprou os seus primeiros pedaços de terra e conseguiu ampliar a fazenda, mediante a compra de terrenos vizinhos, até chegar a atual disposição da Fazenda São Francisco. “Quando comprei a fazenda, não tinha um pé de capim, não tinha estrada, não tinha casa, não tinha nada. Fui ajeitando tudo aos poucos e, naquela época, procurei o IBAMA. Eles me orientaram quanto à maneira de formação da fazenda e hoje, tenho mais de 20% de reserva legal, de mata virgem. Desmatei de acordo

com as orientações do IBAMA, no sentido de preservar as áreas mais altas e perto de córregos. Hoje, o trabalho de preservação continua e todas as nossas lavouras são feitas em plantio direto. Assim, garantimos a preservação do solo”, explica. Com uma área total de 395 alqueires, a fazenda se encontra dividida em setores. Segundo o proprietário, o setor São Francisco é dedicado exclusivamente ao gado de leite. O setor Papagaio é voltado para a engorda, reprodução e é onde se produz o gado leiteiro. “Nesse setor, temos vacas azebuadas, onde se fazem as mestiças para atender ao São Francisco”, salienta Marcelo.


Já o setor denominado Córrego da Areia é dedicado à recria, onde se faz a engorda de bezerros para a produção de gado de corte. O setor São Francisco possui sozinho 140 alqueires de terra e garante uma produção média de 3 mil litros de leite por dia para a fazenda. O gado leiteiro é meio-sangue, 5/8 e 3/4. “Nessa região, antigamente, não se tirava leite. O leite era de aproveitamento e só tinha gado de corte. Não é por menos que Carlos Chagas é a capital do gado de corte. Quem tirava 100 litros de leite, tirava muito. Até há pouco tempo, falavam que gado de leite aqui era só até meio-sangue, porque não havia clima bom para 3/4. Mas isso não é verdade. Estamos tendo resultados muito bons com a 3/4. O que faz sentido é criar estrutura e, principalmente oferecer boa alimentação para o gado. Se você oferece uma boa alimentação, esse gado mais puro vai responder mais do que uma vaca meio-sangue”. O plantel da Fazenda São Francisco é de aproximadamente 300 vacas, além das crias, e possui uma média de 180 vacas paridas durante o ano. A meta do proprietário é colocar uma média de 240 vacas em lactação e trabalhar com uma produção em torno de 4mil a 5 mil litros de leite. “Nós consideramos que mais de 90% da estrutura está montada para isso. No Papagaio, estamos produzindo o gado leiteiro, então, estão vindo novilhas para o setor São Francisco. Assim, a gente tem condição de tirar as vacas mais velhas, vacas de menor produção. A nossa meta agora é produzir de 15 a 20 litros de leite por vaca/dia.”. Dentista por formação, Marcelo Cerqueira é casado há 31 anos com a dentista Dores Guimarães Cerqueira, com quem teve quatro filhos. O casal é parceiro na administração da fazenda. “A gente começou com a criação do gado Zebu. Era feito a estação de monta e colocava-se o holandês. Fazíamos o meio-sangue e vendíamos todo esse gado. Depois, a gente começou a segurar essas crias, começamos a tirar leite e a partir daí, fomos nos entusiasmando com o leite e em cima das meio- sangue, colocamos outra vez o gado holandês. Fizemos também as 3/4; nessas 3/4a gente volta para o zebu, nesse caso o Gir”, explica. Ele e a esposa raramente vão à fazenda durante a semana e ficam por conta da par-

te de informatização da propriedade. Todos os dados da fazenda são lançados pela esposa no programa Ideagri, um programa de controle zootécnico, sanitário e financeiro. Hoje, o controle financeiro da fazenda não é feito pelo programa, mas, segundo Marcelo, em breve será implantado. Mão-de-obra e Assistência Técnica O crescimento de uma fazenda tecnificada vai além da aspiração de seu proprietário. Por isso é que a Fazenda São Francisco conta com o suporte de vários funcionários e uma assistência técnica especializada, que atuam de forma complementar para o fomento das atividades desenvolvidas no local. Na área do campo, a fazenda conta com a assistência técnica do médico veterinário Claudionor Ramos de Figueiredo, que assiste na parte reprodutiva, sanitária e financeira, através de um programa do Sebrae, o Educampo. Já o médico veterinário Percival Firmato de Almeida Júnior presta assistência à fazenda de 15 em 15 dias, na parte de nutrição, manejo e planejamento. Além da Fazenda São Francisco, Percival também presta assistência a mais 11 fazendas na região. Nesse cenário, Marcelo Cerqueira explica que seria impossível para qualquer pessoa entrar nesse ramo sem ter uma boa assistência. “A fazenda é como uma empresa, se não tiver uma boa assistência técnica,

não tem como desenvolver o trabalho e isso tem que funcionar em conjunto com o proprietário e a mão-de-obra empregada. Por isso é que sempre procuramos profissionalizar os nossos funcionários, pois, assim, a qualidade do funcionário se traduz em qualidade de leite”. Tecnologias Em meio ao desenvolvimento e ao emprego de novas tecnologias na fazenda, a ordenha mecânica constituiu um verdadeiro divisor de águas na propriedade. “Em relação há um ano atrás, quando não se tinha a ordenha mecânica, podemos afirmar que a fazenda mudou completamente e com isso veio a necessidade de se fazer o treinamento da mão-de-obra, que até então nunca tinha trabalhado com a ordenha mecânica. Fiz o acompanhamento dos funcionários no início para impulsionar o processo de treinamento e depois trouxemos um técnico do Senar, que permaneceu uma semana na fazenda, realizando treinamento com os funcionários. Isso foi de fundamental importância. Com isso, veio a necessidade de tirar os bezerros das vacas, o que implicou em um outro processo. Tivemos que implantar um sistema para a criação de bezerros fora da mãe. Tudo isso veio acompanhado de uma gama de tecnologia e de manejo o qual a fazenda não estava acostumada a lidar”, explica Percival. Foto: Raquel Paixão

A utilização da ordenha mecânica foi um marco para a tecnificação da Fazenda São Francisco

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Próximo ao espaço destinado à ordenha, a fazenda conta com um lava-pés, que é mantido cheio de água. As vacas, obrigatoriamente, passam por essa estrutura e a cada instante que a vaca molha as patas, o animal é estimulado a defecar. O objetivo, segundo Percival, é que o estrume se concentre na sala de espera, de modo a evitar que a vaca defeque durante a ordenha. O veterinário Percival Firmato salienta que a água é um componente de fundamental importância na sala de espera. “87% do leite é composto por água, e por isto não pode faltar água limpa e de boa qualidade para as vacas de forma alguma, sendo um dos elementos essenciais para a boa produção dos animais. Por isso, uma outra preocupação é que na saída da sala de ordenha, elas também tenham acesso à água. Existem, inclusive, pesquisas que apontam que, em torno de 40% da água que a vaca ingere durante o dia é ingerida após a ordenha”, comenta. A Fazenda São Francisco conta também com um tanque de resfriamento e todo o leite é vendido para a Cooperativa dos Produtores Rurais de Itambacuri (Copril). Após a ordenha, o leite passa por canos e é lançado diretamente no tanque que comporta 6 mil litros. Esse leite é recolhido a cada dois dias. Logo após cada ordenha, as tubulações são lavadas com água, a uma temperatura de 70° C. Para isso, contam com um sistema de aquecimento solar aliado a energia elétrica. A fazenda também possui um sistema de aquecimento a gás, mas é pouco utilizado. O proprietário garante que, para a segurança de todo esse processo, um gerador de energia é indispensável. O período padrão de lactação das vacas é de 305 dias, mas na Fazenda São Francisco faz-se o uso de tecnologias como a Somatotropina bovina (BST), um hormônio que permite estender a lactação das vacas. Assim, Percival esclarece que com esse mecanismo, as vacas conseguem produzir mais, por um período maior. Segundo ele, a fazenda possui vacas com 300 dias de paridas produzindo de 27 a 28 litros de leite, o que reflete um aumento na média de produção da fazenda. Com a tecnologia da ordenha mecânica, a criação dos bezerros também sofreu modificações. Marcelo Cerqueira esclarece que, quando a vaca pare, o

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Foto: Raquel Paixão

Marcelo Cerqueira, proprietário da Fazenda São Francisco, mostra tanque de resfriamento de 6 mil litros Foto: Raquel Paixão

Na Fazenda São Francisco, os bezerros são apartados após o nascimento e são criados em regime de baias

bezerro é apartado da mãe no mesmo dia. Nos primeiros cinco dias de vida, o bezerro é alimentado com o colostro e após esse período, fornece-se ao animal, sucedâneo lácteo, mais conhecido como leite em pó, que é manipulado com um pouco de leite de vaca. Após 15 dias de nascimento, o animal passa a receber só

o leite em pó, que possui um custo menor que o leite da vaca. Os bezerros são criados em baias e dispostos nos piquetes conforme a idade. “Esses animais são manejados em lotes pequenos, para facilitar a detecção de doenças e para uma melhor observação por parte do tratador, mas queremos implantar aqui o sistema


l Paixão

de bezerreiro argentino. Nesse caso, temse uma faixa de sombra, onde os bezerros ficam amarrados numa correntinha e correm pelo arame, sem o contato um com o outro. Quando a gente individualiza esses animais, a transmissão de doença é menor, e assim temos um acompanhamento melhor. Essa seria uma evolução do sistema que a gente aplica aqui. Algumas fazendas já estão adotando esse sistema argentino, como na região de Teófilo Otoni e Nova Módica, que já estão dando bons resultados”. A preocupação do proprietário da fazenda com o meio-ambiente vai além da preservação das matas. O próximo investimento da fazenda está focado na proposta de se dar um fim adequado aos dejetos dos animais. Segundo o veterinário Percival Firmato, os dejetos mal manejados podem provocar danos ao meio ambiente, principalmente em cursos d´água. Por outro lado, quando se dá um destino correto aos excrementos, eles podem se transformar em adubo e serem aproveitados dentro da própria fazenda. Não é por menos que a Fazenda São Francisco está estudando a implantação de um sistema de tratamento de dejetos no local, em breve. Nutrição de animais Além de ser cortada por muitas nascentes, o que garante água em abundância para o gado, um ponto de destaque da Fazenda São Francisco é a produção de volumoso. “É uma fazenda que a gente não passa aperto de volumoso. Na época das águas deste ano, foi a primeira vez que a gente teve condição de trabalhar com o semi-confinamento, nesse período. Os lotes de maior produção, ou seja, as vacas que produzem mais leite recebiam uma suplementação volumosa no cocho, nos intervalos de ordenha. Isso possibilitou um ganho de produtividade muito grande na fazenda. Conseguimos aumentar a produção de leite, já que a média por vaca/ dia caía bastante nessa época, em relação à seca, período em que as vacas são confinadas. Neste ano, o gado foi semi-confinado nas águas e agora estamos no período de transição,

Foto: Raquel Paixão

O veterinário Percival Fimando é o responsável pela dieta do rebanho da Fazenda São Francisco

então vamos confinar as vacas. Um confinamento total. Para isso, temos que ter uma estrutura de produção de volumoso grande. A base do sucesso de uma fazenda de leite é um volumoso de qualidade, pois reduz o custo alimentar e garante uma melhor produção”, explica Percival. Percival Firmato é o responsável pela dieta do gado e tem demonstrado, através do seu trabalho, que o importante numa fazenda é dar condições para as vacas produzirem o leite. A prova disso são os diversos troféus de campeão de torneios leiteiros espalhados pelo escritório da fazenda. No período das águas, a propriedade emprega na alimentação a silagem de milho, silagem de sorgo e pasto, além de contar com a alimentação concentrada que é feita na própria fazenda. Cada lote de produção recebe uma dieta específica, levando em conta o volumoso, produção das vacas, estágio da lactação e situação reprodutiva. Calcula-se a exigência nutricional e balanceia-se um concentrado. Já na época da seca, trabalha-se, basicamente, com silagem de milho ou silagem de sorgo, sem se esquecer da cana, que é bastante empregada nessa época. Nesse caso, não há pastejo e as vacas permanecem praticamente confinadas.

Melhoramento Genético O melhoramento genético na Fazenda São Francisco é constante. Todo o gado da fazenda é inseminado artificialmente e utiliza-se, de acordo com a necessidade, a técnica de inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Além disso, o veterinário Percival Firmato garante que essa é a melhor época para se enxertar as vacas, principalmente as vacas de leite, já que o clima se encontra mais fresco e dessa forma tem-se uma taxa de concepção melhor. Nessa perspectiva, as vacas irão parir no final das águas e início da seca, no próximo ano. Diante disso, o proprietário poderá intensificar o manejo reprodutivo. Em 2009, outras ações também foram adotadas pela fazenda, no sentido de melhorar a genética dos animais. “No final do ano passado foi feito um acasalamento geral do rebanho, uma classificação vaca por vaca, e que touro seria indicado para cada uma delas. Essa classificação foi feita encima das vacas mestiças, levando em conta qual touro holandês se encaixaria para consertar algum possível defeito que aquela vaca teria. Para isso, contamos com o suporte de um técnico de uma empresa de genética bovina”, afirmou Percival.

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Sustentabilidade

Alternativa renovável

Aparelho nacional converte energia solar em eletricidade

Em tempos de busca por alternativas energéticas renováveis e limpas, a luz do sol pode ser considerada uma das melhores opções, por ser gratuita e inesgotável. No Brasil, porém, o aproveitamento desse recurso ainda é pequeno e caro. Pensando em uma forma de ampliar a utilização da energia solar no país, cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) construíram o primeiro conversor eletrônico nacional, equipamento necessário para transformar a energia produzida por painéis solares e distribuí-la na rede elétrica. Para os cientistas envolvidos no projeto, o desenvolvimento de uma tecnologia nacional para esse fim, pode baratear e popularizar o uso da eletricidade proveniente da luz natural. “Este é um começo de uma nova etapa no aproveitamento da energia solar no Brasil”, diz o professor de engenharia elétrica da Unicamp, que supervisionou o estudo, Ernesto Ruppert Filho. A pesquisa começou quando a Unicamp construiu uma usina de geração solar para fazer experiências com essa tecnologia. “Fiquei me perguntando por que precisávamos comprar os conversores de outros países se nós tínhamos competência para fazê-los aqui?”, conta. Foram quatro anos até construir um protótipo de laboratório. O conversor eletrônico de potência trifásico tem um grau de eficiência de 85%. Os primeiros testes, realizados entre dezembro e janeiro passados, tiveram êxito numa instalação de painéis solares com capacidade de 7,5KW. Ruppert explica que os painéis solares fotovoltaicos geram energia elétrica na forma de corrente contínua, diferente da utilizada na rede elétrica que abastece as cidades, que é de corrente alternada. Por isso,

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a energia elétrica gerada por esses painéis não pode ser imediatamente aproveitada para o uso convencional, sendo necessária a utilização do conversor para transformar o que é contínuo em alternado. De acordo com o professor, o efeito fotovoltaico é a geração de corrente elétrica em materiais semicondutores expostos à luz. “Os fótons luminosos incidem nos átomos do material semicondutor e arrancam elétrons das camadas externas, originando um fluxo de elétrons”, explica. Porém, as células fotovoltaicas produzem pouca energia. Cada painel, portanto, é composto por várias delas. “Normalmente, esses painéis possuem potências entre 100 e 200W. Mas eles também podem ser associados, dando origem a usinas de geração solar fotovoltaica de várias dezenas de megawatts”, esclarece o cientista.

Ruppert esclarece como funcionará o conversor em propriedades rurais. “As propriedades rurais que estão distante da rede elétrica vão precisar ter painéis fotovoltaicos para gerar energia para consumo próprio e, também, ter baterias para armazenar essa energia. Se a propriedade estiver próxima a rede elétrica, ela poderá ter geradores fotovoltaicos e poderá gerar tanto para consumo próprio quanto para vender o excesso de energia a uma companhia elétrica. Mas tudo isso ainda precisa ser regulamentado e estudado”, enfatiza o professor. “O que fizemos foi dar um passo em favor da geração de energia limpa e renovável. Agora sabemos como ligar um painel fotovoltaico na rede, temos meios para isso. Acreditamos que logo todo o processo será regulamentado e o Brasil poderá usufruir do sol como meio alternativo de energia e de renda com menor custo”. Foto: Portal EcoDebate


Perfil Profissional

Foto: Arquivo Pessoal

Renato

Miglio Martin O trabalho de um zootecnista empreendedor que acredita na profissão

Os oito anos de atuação do zootecnista Renato Miglio Martin reafirmam a sua capacidade e dedicação na prática da profissão escolhida. Natural de Belo Horizonte (MG), Renato se mudou com a família, ainda aos dois anos, para Teófilo Otoni (MG). O ingresso na universidade se deu em 1996, mas a paixão pelo campo o acompanha desde a infância. “Desde criança tive muito contato com o campo. Meus pais são produtores rurais e meus avós, que já faleceram, também eram, por isso sofri certa influência deles. Devido ao meu interesse precoce pela área rural, sabia que no fim das contas iria trabalhar com a produção animal”. Em 2000, o zootecnista se formou pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Nesse período, Renato obteve uma bolsa de iniciação científica pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), onde desenvolveu diversas pesquisas. Em 2001, logo após a sua formação, especializou-se em Produção e Nutrição de Ruminantes, também

pela UFV. O primeiro trabalho como profissional despontou em 2002, com o consequente retorno de Renato Miglio a Teófilo Otoni. “Comecei a trabalhar como consultor e logo depois abri um escritório, a Zoopec, onde presto consultoria até hoje, na área de planejamento e produção animal”, explica. A região onde o zootecnista concentra o seu trabalho também favorece o seu crescimento dentro da profissão. Segundo Renato Miglio, Teófilo Otoni possui uma posição estratégica. “Estar locado nesta cidade, facilita o meu acesso às propriedades as quais acompanho. A maior parte da demanda dessas propriedades se concentra na área do planejamento econômico. Essa inclusive foi a área que me deu a oportunidade de trabalhar e prosperar”, afirma. Através da Zoopec, o zootecnista atende de maneira regular a mais de 30 propriedades

rurais em Minas Gerais, Extremo Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo. Com atuação na área de extensão e difusão de novas tecnologias, Renato, aos 33 anos, acredita no potencial da profissão escolhida e investe constantemente em sua qualificação com a participação em cursos, congressos e seminários, além de ministrar palestras em encontros e simpósios realizados na região. “Atualmente, o mercado está carente de profissionais com o perfil de zootecnista. O médico veterinário se volta para a parte sanitária, o engenheiro agrônomo para a produção vegetal e o zootecnista ocupa a lacuna entre os dois, ao se voltar para a produção animal, com ênfase na parte econômica do processo. Posso dizer que me sinto bem inserido no mercado”, afirma.

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Entidade de Classe

Sindicato Rural de Governador Valadares Uma trajetória marcada por conquistas em prol do produtor rural Foto: Raquel Paixão

O presidente do Sindicato Rural de Governador Valadares mostra quadros com fotográfias dos ex-presidentes que fizeram história no Sindicato

Aos 60 anos, o Sindicato Rural de Governador Valadares revela uma caminhada que inclui uma série de serviços prestados aos produtores rurais de pequeno, médio e grande porte. A história do Sindicato teve início em 20 de agosto de 1950, quando um grupo de fazendeiros deu os primeiros passos para a criação da Associação Rural do Vale do Rio Doce. A associação foi criada nas dependências do Minas Clube de Governador Valadares, e quem marcou essa trajetória como primeiro presidente foi o agrônomo Darwin Rezende Alwin.

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Em 1956, a Associação Rural do Vale do Rio Doce passou a se chamar Associação Rural de Governador Valadares e em 1963, foi investida de funções e prerrogativas de Sindicato, adquirindo a denominação de Sindicato Rural Patronal de Governador Valadares. Mas foi em 1966 que os produtores rurais decidiram pela criação da União Ruralista Rio Doce, no intuito de preservar o patrimônio da Associação Rural. No dia 31 de agosto desse mesmo ano, o Estatuto do atual Sindicato Rural de Governador Valadares foi aprovado em Assembleia, e no dia

2 de novembro foi eleita a primeira diretoria, tendo como presidente Mário Moreira Murta. Em 8 de abril de 1974, foi decidida em Assembleia Extraordinária a compra de um terreno para a construção da sede do Sindicato, e em 10 de junho do mesmo ano, foi votada em Assembleia Ordinária a construção de um stand, no Parque de Exposições José Tavares Pereira, para a apresentação dos serviços prestados pelo Sindicato. Em 11 de junho de 1984, ficou determinada em Assembléia Ordinária a transferên-


cia da sede do Sindicato para a Rua São João, bem como a instalação da telefonia rural. O novo estatuto do Sindicato Rural só foi aprovado em 1988. A reforma desse estatuto se deu durante a gestão do então presidente Sem Gonçalves Glória, que cumpriu o mandato de 1991 a 1994. A reforma promoveu a inclusão em seu texto das comissões técnicas de pecuária de leite, de corte, avicultura e agricultura, aprovou a reforma e ampliação da sede do Sindicato, além das primeiras gestões junto a FAEMG e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), com a promoção dos primeiros cursos de capacitação profissional no meio rural. Ao longo das gestões, diversas ações foram promovidas e várias parcerias foram estabelecidas, como a ampliação do prédio do Sindicato e a implantação do Café Rural, com o objetivo de compartilhar com os produtores rurais as últimas notícias da classe. A cada período de três anos, a administração se renova e os presidentes deixam a sua marca. Desde a fundação, já passaram pela entidade 22 presidentes. Para o atual presidente, Afonso Luís Bretas, a expressão que define melhor o Sindicato é “o braço político do produtor rural”. E é com essa convicção que o então presidente conduz a sua gestão, que teve início em abril do ano passado e segue até abril de 2012. Trajetória do presidente Em seu primeiro mandato, Afonso Bretas revela o seu respeito pelo campo e

Foto: Raquel Paixão

Através do Programa do CNA, o Sindicato está realizando a inclusão digital e já conta com uma Estação Digital

acredita no fortalecimento da classe dos produtores rurais, mediante uma gestão profícua. Natural de Governador Valadares, Afonso se formou em Engenharia Mecânica e atuou durante vários anos na área. Realizou diversos cursos paralelos e trabalhou, inclusive, no asfaltamento da BR BelémBrasília. Atuou de quatro a cinco anos numa faculdade de expansão, período em que se especializou. Com o tempo, o engenheiro deixou a profissão de lado, para se dedicar ao campo. Afonso passou a trabalhar com o pai, que já é falecido, e ao longo dos 33 anos de trabalho em fazenda participou ativamente dos movimentos de classe. “Sempre esteve no meu espírito a vontade de

participar e com isso chegou, naturalmente, o momento de me candidatar à presidência do Sindicato. Formamos uma chapa de consenso com representantes das demais entidades de classe do setor, desde a União Ruralista Rio Doce, a Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce e as associações, para que eu não viesse a tomar decisões sem ouvir os pares, de modo a ampliar, assim, a nossa visão”, explica. Casado e pai de dois filhos, Afonso Bretas já fez parte do conselho fiscal da Cooperativa por diversas vezes, foi tesoureiro no Sindicato Rural entre 1982 e 1985, depois, ao longo de nove anos, atuou no Sindicato na área do meio ambiente. “Aprendi muito

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durante este tempo, porque isso me levou a pesquisar a história da agropecuária na região e a ação da mesma no meio ambiente. Ressalto que, entre outros conselhos, presidi diversos órgãos ligados ao meio ambiente e, inclusive, fui vice-presidente do Sindicato no mandato anterior”. Gestão Em pouco tempo de gestão, Afonso Bretas criou o projeto do 1 + 1, cujo objetivo se atém na proposta de estimular cada produtor a trazer mais um associado para o Sindicato, que se configura num abatimento de 20% na anuidade do ano seguinte. “Se o produtor trouxer cinco associados, ele já abate a sua anuidade. A meta era de crescer o número de associados em 10% e nós já batemos este número. Em nosso primeiro ano de mandato, tínhamos cerca de 300 associados, e hoje, já temos uma média de 500. Quase 150 novos associados em números redondos. Assim, conseguimos quitar algumas dívidas que estavam pendentes. No momento, não temos uma anuidade fixa, igual para todos. O valor depende do tamanho da propriedade”, esclarece o presidente. Outro ponto que está sendo defendido pela atual gestão é a contratação de uma pessoa para estabelecer um contato direto com os produtores rurais. “Nós já constatamos que o produtor ainda tem pouca participação no Sindicato, assim, estamos tentando mudar isso. Temos que ir até eles e motivá-los. Por isso queremos preparar essa pessoa para conseguir trazer mais produtores para a entidade.”. O presidente salienta ainda a importância da inclusão digital para a informatização dos produtores rurais, através do Sindicato. “Conseguimos para a nossa Estação Digital 10 computadores, através do Programa Inclusão Digital Rural da Conferência Nacional da Agricultura (CNA), além da doação de mesas. Já existem duas turmas na fila para fazer o curso.”, afirma Afonso Bretas. Obstáculos da administração Segundo Afonso Bretas, o Senar oferece aos presidentes de Sindicato, o Programa Gestão com Qualidade no Campo (GQC),

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uma maneira de ajudá-los a pensar a administração do sindicato. Mas uma das principais dificuldades da administração é conseguir estreitar os laços com os associados. “Uma preocupação minha e que também é uma preocupação da maioria dos presidentes é o fato do produtor rural estar sempre ausente, sempre afastado do sindicato, sem saber nem para que ele existe. Ele desconhece os objetivos da entidade e é difícil você fazer o produtor entender que o papel do Sindicato é representá-lo, é ser uma

entidade classista, com uma função política. Então, você precisa dar transparência ao Sindicato para que o produtor possa saber o que ele faz. Mas a gente insiste, e assim estamos tentando vender essa ideia durante o café rural. A inovação do nosso projeto é a criação do café itinerante, para que possamos ir até as nossas bases. Nesse ponto, a nossa dificuldade se concentra no fato de que esbarramos na questão financeira, porque a nossa receita é fraca e a despesa sempre aumenta”.

Confira o nome dos prresidentes que construíram a história do Sindicato Rural de Governador Valadares De 1950 a 1953

Darwin Rezende de Alwin

De 1953 a 1956

Lyrio Cabral

De 1956 a 1958

Ladislau Salles

De 1958 a 1959

Omar Andrade

De 1959 a 1961

José Cantídio Ferreira

De 1961 a 1962

Saul Vilela

De 1962 a 1964

Otávio Teixeira Abrantes

De 1964 a 1966

José de Oliveira Patto

De 1966 a 1971

Mário Moreira Murta

De 1971 a 1973

José de Oliveira Patto

De 1973 a 1976

Elysio José Ferreira

De 1976 a 1979

João Ferreira

De 1979 a 1980

Elysio José Ferreira

De 1980 a 1981

Álvaro Lopes

De 1981 a 1982

Elysio José Ferreira

De 1982 a 1985

José Ivair Ferreira Mattos

De 1985 a 1991

José Lucca

De 1991 a 1994

Sem Gonçalves Glória

De 1994 a 2000

João Augusto Miranda

De 2000 a 2003

João Marques Pereira Neto

De 2003 a 2009

Roberto Cezar de Almeida


Caderno Técnico

Alterações químicas do solo em função da incorporação de material orgânico proviniente da ETE de uma fábrica de laticínios e da cinza de caldeira Alexandre Sylvio Vieira da Costa Engenheiro Agrônomo, DSc. em Produção Vegetal e Professor da Área de Solos e Meio Ambiente da Universidade Vale do Rio Doce, Governador Valadares, MG, Brasil asylvio@univale.br http://agriculturaecologiaesaude.zip.net Introdução O sucesso de um sistema de tratamento de resíduo sólido baseia-se em uma forma não agressiva ambientalmente e sua adequada utilização na natureza. As características físico-químicas dos lodos os tornam excelentes condicionadores de solo, auxiliando na melhoria das práticas agrícolas. A reciclagem na agricultura exige a produção de um insumo de qualidade, que garanta a adequação do produto ao uso agrícola, definindo manejos e restrições de uso nos solos visando à maior produtividade do produtor e garantindo a produção de um alimento saudável. Os esgotos industriais são extremamente diversos, provém de qualquer utilização da água para fins industriais e adquirem

características próprias em função do tipo de indústria, do sistema de tratamento utilizado, do processo industrial, dentre outros fatores. Desta forma, as indústrias devem ser avaliadas separadamente, pois os seus efluentes diferem até mesmo em processos industriais similares. A reciclagem agrícola dos resíduos orgânicos oriundos das estações de tratamento associa baixo custo e impacto ambiental favorável quando realizado considerando-se todos os critérios de segurança (Prosab, 1999). Ambientalmente é a solução mais correta, promovendo o retorno dos nutrientes no solo, atuando positivamente nos ciclos biogeoquímicos dos elementos. As reciclagens destes materiais orgânicos devem estar associadas a regras que definam as exigências de

qualidade do material que será reciclado e aos cuidados exigidos na estabilização e desinfecção e restrições de uso. Evans (1998) cita que mais de 50.000 artigos científicos sobre reciclagem agrícolas de lodos já foram publicados e praticamente nenhum efeito adverso do uso controlado do insumo foi encontrado. Em alguns casos, dependendo da forma em que os nutrientes se encontram no material orgânico, principalmente o nitrogênio, o lodo pode ser tão eficiente quanto diversas formas de nutrientes minerais. O uso dos lodos na recuperação de solos degradados tem também apresentado resultados promissores devido principalmente aos seguintes fatores: correção do pH, proporcionando uma rápida reação de neutralização no solo; fornecimento de

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diversos nutrientes minerais, principalmente o nitrogênio e o fósforo nas formas orgânicas com prolongado efeito residual, condicionando os solos, melhorando a sua estrutura e influenciando positivamente na sua estruturação, facilitando a drenagem, retenção de água e penetração das raízes. Materiais e métodos Este ensaio teve como objetivo verificar o potencial do resíduo orgânico e da cinza originárias da indústria de laticínios e incorporadas no solo em diferentes granulometrias e quantidades na alteração das características químicas do solo. O material orgânico foi coletado na indústria de laticínios Barbosa e Marques localizada em Governador Valadares, secado e moído em moinho de martelos em diferentes granulometrias (tamanhos). Esta determinação do material é importante, pois está associada a sua reatividade no solo e liberação dos nutrientes. As cinzas foram coletadas nas caldeiras que utilizam madeira como fonte de energia. As cinzas são tradicionalmente ricas em nutrientes, principalmente cálcio, fósforo, magnésio e potássio. Dependendo do material de origem. Os tratamentos utilizados corresponderam à incorporação do material orgânico no solo em três granulometrias (pó, agregado e grânulos). Foi utilizado o solo B textural, secado e peneirado. Os materiais orgânicos e as cinzas foram incorporados no solo nas seguintes proporções: 2, 4, 6, 8, 10 e 12 ton/ha, além do tratamento testemunha, sem incorporação. Após a incorporação, os solos foram acondicionados

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em vasos com capacidade de 200 ml, umedecidos e mantidos em ambiente controlado durante seis dias a 30º C. Após este período o solo foi coletado, secado a sombra, peneirado e preparado para a realização das análises químicas. Foram avaliadas as seguintes variáveis: pH, saturação de alumínio e acidez potencial. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições. Resultado e Discussão No Gráfico 1, verificamos o desempenho do pH dos solos submetidos aos diferentes materiais. Verificamos que o material orgânico na forma de pó alterou o pH do solo de forma intensa até a dose de 8,0 ton/ha onde o pH atingiu valores próximos a 8,0. A partir deste ponto, o acréscimo do resíduo orgânico praticamente não promoveu mais interferências nesta variável, até a dose máxima testada (12,0 ton/ha). A incorporação da cinza promoveu o desenvolvimento de uma curva semelhante a do tratamento com pó, mas de menor intensidade. A estabilidade da curva foi atingida com a incorporação de aproximadamente 9,0 ton/ ha de cinza e o pH em torno de 7,4.

Apesar do menor acréscimo quando comparado ao tratamento anterior, os valores atingiram uma elevação de praticamente uma unidade de pH. No tratamento com os agregados (partículas orgânicas de tamanho intermediário), as menores quantidades praticamente não promoveram alterações no pH do solo até a dose de 4,0 ton/ha. A partir desta dose as respostas foram crescentes atingindo pH máximo de 7,4 com a dose mais elevada (12,0 ton/ha). Em relação à utilização dos grânulos, praticamente não foram obtidas respostas de pH até a dose máxima testada. Em relação à saturação de alumínio (Gráfico 2), o comportamento dos materiais foi semelhante ao previsto. O tratamento com material orgânico na forma de pó reduziu a porcentagem de alumínio de forma intensa nas primeiras doses, até a utilização de 8,0 ton/ha. A partir deste ponto ocorreu uma estabilização até a maior dose testada, onde o valor permaneceu em 4%. Esta redução gradual também foi observada com a utilização de cinza incorporada, apesar de atingir valores de saturação de alumínio superiores ao tratamento com pó (7%). O Gráfico 3 mostra a reatividade química dos materiais no solo na redução da acidez potencial. Verifica-se


que todos os tratamentos testados reduziram a acidez potencial dos solos, mas com intensidades diferentes. A redução inicial foi mais intensa no tratamento com material orgânico na forma de pó com redução de 35% até a quantidade aplicada de 8,0 ton/ha. A partir deste ponto ocorreu uma estabilidade no processo químico. O tratamento com cinza também apresentou esta reatividade no solo reduzindo a sua acidez potencial, mas de forma gradual e menos intensa. Na dose de 12,0 ton/ ha esta redução foi de 22%, atingindo valor de 0,9 cmolc/ dm3. O tratamento com grânulo apresentou a mesma tendência da curva com cinza, mas com menor intensidade. Conclusão Com os resultados obtidos neste ensaio verifica-se que a maior reatividade do material orgânico no solo ocorreu quando o mesmo foi incorporado na forma de pó. Em relação à cinza, apesar da maior quantidade de elementos minerais em sua composição, a disponibilidade também não ocorreu de forma rápida e intensa no período de incubação testado. Diversos resíduos industriais apresentam excelente potencial para serem utilizados como insumos na agricultura, mas deve-se atentar para o caráter técnico e de legislação. Muitos resíduos

devem ser preparados antes de sua utilização e com determinação prévia de seu manejo pois utilizados de forma inadequada podem prejudicar o desenvolvimento das plantas e promover a contaminação do meio ambiente. A legislação ambiental também não permite o uso de resíduos industriais sem os devidos estudos prévios realizados por instituições de pesquisa e desenvolvimento.

Referências EVANS, Acessing the risks of recycling. Water & Environmental International, 2730. England, 1998. PROSAB, Programa de pesqisa em Saneamento Básico. Uso e manejo do lodo de esgoto na agricultura. Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, 1999, 97p.

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Meteorologiaa

Previsão de inverno moderado * Prof. Ruibran dos Reis- Minas Tempo

Para quem aposta que o inverno será frio como a estação do outono, os modelos de previsão climática mostram outro cenário. O fenômeno El Niño que atuou durante o verão, causando temperaturas elevadas na região Leste e a sequência de dias sem chuva, mudou rapidamente para o La Niña. Portanto, as temperaturas da água do mar, na Costa do Peru e do Equador, que estavam acima da média histórica no início do ano, hoje se encontram abaixo da média histórica. Esta mudança rápida de um fenômeno para o outro foi o principal fator responsável pelo outono atípico. O outono, deste ano, foi frio e úmido, e não fazia frio em Minas Gerais, principalmente na região Leste, desde o ano de 1985. É muito comum escutar as pessoas dizerem que não faz frio no inverno

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como antigamente. E isto está correto, pois se analisarmos os dados históricos, pode-se observar que as temperaturas mínimas na região Leste são hoje muito acima do que as observadas nas décadas de 70 e 80. Atualmente, a temperatura mínima média é de 15ºC e a média das máximas de 28ªC. Em agosto de 1974, a temperatura mínima em Governador Valadares foi de 3,3ºC. Para este ano, como agora o fenômeno La Niña já se estabilizou, as massas de ar polar vão chegar até a região, porém, não com a intensidade do outono. A previsão é de inverno em torno da média, um pouco mais seco. A umidade relativa do ar poderá atingir valores baixos nos meses de julho e agosto, favorecendo a formação e propagação de focos de incêndios. Portanto, o principal fator que

influencia no clima da região nos meses de inverno é o aquecimento global. Quando se fala de aquecimento as pessoas tem a noção de que as temperaturas irão sempre subir. De certa forma estão corretas, porém, o mais importante é entender que mudança climática é o mesmo que variabilidade climática. O inverno de um ano poderá ser frio e até mesmo úmido, mas o normal é de termos invernos quentes e secos de agora em diante. A boa notícia é que a estação chuvosa poderá começar mais cedo neste ano. Os modelos mostram que as chuvas poderão começar no mês de setembro, durante a estação de inverno, e se continuar o fenômeno La Niña atuando até a próxima estação chuvosa, o período chuvoso 2010/2011 poderá ter precipitações ligeiramente acima da média histórica.


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Mercado

Primeiro semestre de 2010 em números

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Gustavo Aguiar - zootecnista Hyberville Neto – médico veterinário Scot Consultoria

O primeiro semestre de 2010 foi de preços firmes Tabela 1 para o boi gordo. Contudo, os animais de reposição se Variação dos preços do bezerro (7@), boi magro (12@) e boi valorizaram mais que os gordo, em R$/@, e índice de custo Scot para pecuária de corte animais terminados. de alta (AT) e baixa tecnologia (BT), em São Paulo. Observe, na tabela 1, a evolução dos preços do bezerro, boi magro, boi Item Janeiro Junho Variação gordo e também dos índices de custo para a pecuBezerro (R$/@) 90,00 +19,0% 107,14 ária de corte, calculados pela Scot Consultoria (alta e baixa tecnologia). Veja 87,50 +14,1% 76,67 Boi magro (R$/@) que os maiores aumentos foram registrados no merBoi gordo (R$/@) 76,21 81,00 +6,3% cado de reposição. Para o boi gordo, apesar da valorização menor +3,5% 539,71 Índice de custo AT(adimensional)* 558,79 em comparação às outras categorias, o resultado 647,60 Índice de custo BT(adimensional)* -1,95% 634,97 está favorável em relação ao ano passado, quando Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br neste mesmo período a *janeiro-maio/10 variação acumulada era de -6,9%. Com relação aos índices de custos, o de alta tecnologia foi valorização, de 1% em relação ao início do ano. impactado principalmente pelo aumento dos fertilizantes e Para os preços da vaca gorda, no mesmo período, a resuplementos minerais, utilizados em menores proporções no gião de Cuiabá apresentou o maior aumento. Em meados sistema de baixa tecnologia. de junho, a fêmea valia 13,6% mais que no começo do ano. Focando a análise nos preços do boi gordo, dentre as No Espírito Santo o preço da fêmea estava no mesmo pata31 praças pesquisadas diariamente pela Scot Consultoria, mar do início de janeiro. do início do ano até o dia 16 de junho, a maior variação Em todas as praças pesquisadas os preços em 16 de junho ocorreu no Sudoeste do Mato Grosso, com alta de 14,4%. estavam acima dos encontrados no início de 2010, tanto para No Sul de Minas, o preço do boi gordo registrou a menor o boi como para a vaca gorda.

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Mercado do Leite em Minas Gerais está em Queda O mercado do leite sinaliza uma pequena queda nos preços. No pagamento de maio, referente à produção de abril, foi registrada a menor alta desde que os preços começaram a subir, em Janeiro de 2010. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, a média nacional ponderada ficou em R$ 0,751/litro, aumento de 4,4% em relação ao pagamento do mês passado. Mas, considerando a média de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, os preços caíram em maio, ficando em R$0,84/litro (preço bruto sem o ICMS), queda de 8,1% em relação a Abril. Um dos fatores que contribuíram para que isso acontecesse foi a oferta sendo maior que a procura e a baixa da cotação do dólar. A Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce sentiu um pouco essas modificações do mercado, mas continua mantendo melhores condições de pagamento do que a média nacional. Neste mês de Maio, o Preço Médio Bruto pago pela Cooperativa foi de R$0,87 e o preço médio líquido foi de R$0,81. A captação do leite, por sua vez, ficou

um pouco abaixo da média em aproximadamente 50% das empresas pesquisadas pela Scot Consultoria. Em 15% dos laticínios o volume de leite captado aumentou pouca coisa, mas, a qualidade é uma questão que precisa ser vista. No Sul do país, as pastagens de inverno colaboram para a retomada gradual da produção. No Sudeste e Centro-Oeste, o menor custo da alimentação permite a suplementação dos animais à medida que os pastos começam a secar. Diante disso, os produtores não devem esperar o período da seca chegar para começarem a preparar a alimentação com volumosos e concentrados. Dessa forma, para o pagamento a ser realizado em meados de junho (produção de maio), 62% das empresas pesquisadas apontam para queda, enquanto 9% apontam para manutenção de preços de acordo com dados da Scot Consultoria. Depois do grande aumento de preços no início do ano, o mercado parece ter perdido a força. Ao que parece, o pico de preço do leite para este ano está próximo.

*Por Assessoria de Imprensa da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce Governador Valadares comunicação@coaperiodoce.com.br

O importante é estar preparado O mês de junho foi marcado pela retomada nos preços dos cafés mais finos. Os produtores que conseguiram fazer a melhor bebida de café nesta safra terão a oportunidade de melhorar a receita e amenizar as dificulda-

des encontradas nesta colheita. Várias notícias estão agitando o mercado do café neste mês, que influenciaram as cotações nas bolsas de Nova York e Londres para uma valorização da commoditie: a possibilidade de oferta abaixo da demanda no Brasil, o fato do café brasileiro ainda não ter entrado no mercado internacional, as preocupações quanto à safra na Colômbia, a qualidade na América Central e os boletins climatológicos indicando frio intenso com riscos de geada estão entre os motivos para a alta. A

oferta apertada do conilon aliado a Operação Broca realizada pela Polícia Federal também deram sinais de melhoria nas cotações do robusta, que tiveram melhores preços no último ano. Cotação junho/10. Mercado Arábica – Duro tipo 6 – R$ 275,00 e Cereja Descascado Fino – R$ 320,00. Mercado do Robusta - Conilon – Tipo 8 – R$ 167,00.

*Eng. Agr. Gerente Comercial Coocafé Waldir Francese Filho

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Cotações

Boi Gordo (R$/@)

Mercado Futuro (BM&F) - 23/06 Venc.

Ajuste (R$/@)

Var. (R$)

C.A.

Jun/10

83,19

0,16

2.203

Jul/10

83,99

0,12

2.723

Ago/10

84,18

0,03

855

Esalq/BM&F Boi Gordo Data

Vista

Prazo

21/06

82,49

83,31

22/06

82,82

83,76

23/06

82,87

83,74

Fonte: BeefPoint, IEA, CentroBoi, Faeg, Deral/Seab/PR, Minas Bolsa, Banco Central e BM&F

Preços do Leite (R$/L) Cotações do leite cru - preços pagos ao produtor

MG

RS

SP

PR

GO

BA

SC

Mar/10

0,7002

0,6503

0,6656

0,6767

0,6832

0,6105

0,6871

Abr/10

0,7840

0,7274

0,7524

0,7494

0,7676

0,6616

0,7455

Mai/10

0,8138

0,7371

0,8020

0,8067

0,8219

0,6958

0,7936

R$/litro

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Fonte: Cepea - Esalq/USP (Milk Point)


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IMA

Mosca Negra dos Citros: nova ameaça para a fruticultura brasileira

A mosca negra dos citros (Aleurocanthus Woglumi), é um inseto picador – sugador. O dano causado pela mosca ocorre quando ela suga as folhas tanto na fase jovem como na adulta, alimentandose de grandes quantidades de seiva da planta e causando definhamento lento até sua morte. Além disso, ela excreta gotículas açucaradas sobre as folhas, local excelente para o desenvolvimento do fungo chamado fumagina, que recobre a folha inibindo sua respiração e a fotossíntese. A alta concentração da fumagina interfere na formação dos frutos, prejudicando a produção e diminuindo o valor comercial do produto entre 20% a 80%. O inseto pode ser encontrado durante todo o ano, entretanto a sua reprodução é baixa nos meses mais frios. Os ovos são depositados em espiral sobre as folhas, em grupos de 35 a 50. A eclosão se dá em quatro a doze dias, dependendo do clima. As fêmeas podem gerar 100 ovos durante a vida. As ninfas são ativas de coloração negra, achatadas e com seis pernas. Elas se movem por um curto período de tempo, principalmente na face inferior das folhas para evitar a radiação solar. Em pouco tempo inserem seu aparato bucal nas folhas e começam a succionar a seiva. Elas perdem as pernas no processo de mudança de pele. Após três estágios de ninfa, transformam-se em adultos. Fêmeas e machos têm asas. No Brasil foi encontrada em meados de julho de 2001, na região metropolitana de Belém, no Estado do Pará. Não há registro da ocorrência da praga em MG.

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A disseminação da praga pode ocorrer por transporte de material vegetal, principalmente de plantas ornamentais, realizada pelo homem e/ou carregada pelo vento. Uma vez introduzida em novas regiões, a disseminação pode ocorrer pelo vôo do adulto, que é capaz de voar até 187m em 24 horas. A mosca está presente nos estados do Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás e São Paulo. Com base na Portaria IMA nº 936, de 02 de Outubro de 2008, na Lei Federal 10.711/2003 e no Decreto Federal 5.153/2004, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA )no ato do transporte exige documento sanitário chamado PTV (Permissão de Trânsito Vegetal) que é obrigatório para a entrada, o trânsito e o comércio de frutas, flores de corte e mudas.

As espécies ou cultivares que necessitam da documentação sanitária relacionada acima são: abacate, álamo, amora, ardísia, bananeira, buxinho, café, caju, carambola, cherimóia, citros, dama da noite, gengibre, goiaba, graviola, grumixama, hibisco, jasmim manga, lichia, louro, mamão, manga, maracujá, marmelo, pêra, pinha, romã, rosa, sapoti e uva. O IMA alerta que esta proibida a produção, o comércio e o trânsito de mudas e plantas de MURTA em Minas Gerais, de acordo com a Portaria IMA nº 937, de 02 de outubro de 2008, pois a mosca negra se hospeda nesta planta. Ao constatar algum sintoma da praga, o produtor deve procurar o escritório do IMA mais próximo de sua propriedade, para que um técnico do Instituto faça a inspeção da lavoura. Foto: G1


to: G1

Com critérios objetivos e inclusivos, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) dá início ao recebimento de propostas de produtores rurais para participação do Programa Bolsa Verde, que concede incentivo financeiro para proprietários e posseiros que promovam a conservação da cobertura vegetal nativa em Minas Gerais. A Portaria 106/2010, publicada nesta quinta-feira (17), normatiza a entrega das propostas. O prazo para recebimento dos projetos começa em junho e termina em outubro deste ano e devem ser entregues nos escritórios do IEF. O programa, em 2010, prevê a implantação do mecanismo na modalidade de apoio à manutenção da vegetação nativa existente, e em 2011 terá início a segunda fase; o apoio a ações de recomposição, restauração e recomposição florestal. “É uma questão de justiça. Primeiro serão atendidas as pessoas que apesar de toda a pressão exercida, preservaram áreas significativas em suas propriedades, às vezes acima daquilo que é exigido por lei”, explica o diretor de desenvolvimento e conservação florestal do instituto Luiz Carlos Cardoso Vale, referindo-se à exigência da manutenção de 20% da propriedade como Reserva Legal. A meta do IEF para 2010 é alcançar a conservação e manutenção de 25 mil hectares com vegetação nativa. O Bolsa Verde vai conceder o pagamento de R$ 200 reais por hectare conservado, por ano. O pagamento é anual e o primeiro deve ser efetuado nos dois últimos meses de 2010.

Podem se candidatar produtores de qualquer região do estado. As propostas podem ser individuais ou coletivas e passarão por uma validação dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), nos municípios que estes conselhos estiverem já instituídos. Este procedimento vai permitir integrar o Programa Bolsa Verde na elaboração de planos municipais com ações de apoio e fomento à produção e comercialização de produtos da agricultura familiar. E é exatamente este segmento, o da agricultura familiar, que tem prioridade reconhecida na Lei 17.727/2008, que criou o programa. A lei reconhece ainda como prioritários, na concessão do benefício, os proprietários ou posseiros com área de até quatro módulos fiscais. Em território mineiro, o módulo fiscal varia de 7 hectares, em municípios como Contagem e Esmeraldas na RMBH, até 70 hectares em Buritizeiro, no Norte de Minas. Critérios de análise Luiz Carlos Vale explica que por meio de critérios objetivos e de caráter inclusivo, as propostas serão pontuadas, e aquelas que tiverem a maior pontuação serão contempladas. A análise técnica é responsabilidade da Secretaria Executiva do Bolsa Verde e a aprovação final cabe ao Comitê Executivo do programa. As duas instituições foram estabelecidas pelo Dec. 45.113, que regulamentou a Lei 17.727/2008 .

IEF

Bolsa Verde abre prazo para recebimento de propostas

As propostas coletivas recebem uma pontuação crescente: três pontos para aquelas que envolvem de duas a 10 propriedades, seis e oito pontos para as propostas que envolvam de 11 a 20 propriedades e de 21 a 30 propriedades, respectivamente. Desta forma, a capacidade de atendimento e execução do programa é ampliada. “Por esta mesma razão, vamos também credenciar e capacitar organizações públicas e privadas”, explica Vale. Estas organizações, a exemplo do que acontece no Programa de Conservação da Mata Atlântica em Minas Gerais (Promata-MG), coordenarão ações no campo, promovendo a organização dos produtores rurais, ampliando desta forma a capacidade operacional do IEF e o alcance do programa. O pagamento por serviços ambientais prestados por proprietários rurais foi desenvolvido no âmbito do Promata e permitiu, entre 2004 e 2008, o início da recuperação de 8,6 mil hectares da Mata Atlântica, beneficiando 851 agricultores em 45 municípios. A iniciativa serviu de base para a lei que criou o programa Bolsa Verde. Os critérios prevêem ainda pontuação para as propriedades que estão de acordo com as exigências da legislação ambiental, como por exemplo a existência da Reserva Legal, e também para as boas práticas ambientais, como a não utilização de agrotóxicos e o uso de controles biológicos ou agroecológicos no combate a pragas. *Ascom/Sisema

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Cursos: Senar

Assoc.C.R.Morad. Córregos Água Preta e Barreirão (Campanário) Trab. na Doma Racional de Equídeos/ Pintura em Tecido/ Cerqueiro Associação Apícola de Belo Horiente Artesanato de Tecidos Associação Balde Cheio de Inhapim e região Pintura em Tecido Sind. P.R. de Águas Formosas Trab. na Doma Racional de Equídeos/ Trab. na Fabricação de Cachaça Sind. P.R. de Aimorés Trab. na Bovinocultura de Leite/ Pintura em Tecido Sind. P.R. de Ataléia Artesanato de Fibras Naturais/ Trab. na Operação e na Manutenção de Motosserra/ Trab. na Operação e na Manutenção de Ordenhadeira Mecânica/ Trab. na Inseminação Artificial de Bovinos Sind. P. R. de Caratinga Trab. no Cult. de Plantas Industriais (Café)/ Produção Artesanal de Alimentos

Programe-se para os eventos de Julh o! Sind. P.R. de Malacacheta Trab. na Inseminação Artificial de Bovinos/ Artesanato em Argila e Congêneres/ Trab. na Operação e na Manutenção de Tratores Agrícolas/ Cerqueiro Sind. P.R. de Mantena Artesanato de Rendas, Bordados e Congêneres/ Trab. na Doma Racional de Equídeos Sind. P.R. de Nanuque Trab. na Operação e na Manutenção de Tratores Agrícolas/ Trab. na Administração de Empresas Agrossilvipastoris Sind. P.R. de Pavão Trab. na Inseminação Artificial de Bovinos

Sind. P.R. de Carlos Chagas Trab. na Operação e na Manutenção de Motosserra/ Trab. na Sind. P. R. de Resplendor Bovinocultura de Leite Pintura em Tecido Sind. P.R.de Conselheiro Pena Trab. na Adm. de Prop. em Regime de Economia Familiar/ Trab. na Equideocultura/ Artesanato de Tecidos/ Trab. na Bovinocultura de Leite Sind. P.R. de Dom Cavati Trab. na Inseminação Artificial de Bovinos

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Sind. P.R. de Sobrália Pintura em Tecido Sind. P.R. de Tarumirim Saúde na Infância e na Adolescência/ Trab. na Prod. de Cons. Vegetais, Compotas, Frutos Crist. e Desid./ Trab. na Operação e na Manutenção de Motosserra/ Trab. na Operação e na Manutenção de Roçadora

Sind. P.R. de Governador Valadares Organização para Atividades Coletivas/ Trab. na Bovinocultura de Leite/ Trab. na Bovinocultura de Leite

Sind. P.R. de Teófilo Otoni Trab. na Inseminação Artificial de Bovinos/ Artesanato de Fibras Naturais/ Trab. na Bovinocultura de Corte/ Trab. na Operação e na Manutenção de Roçadora e Podadora

Sind. P.R. de Ipatinga Artesanato de Tecidos/ Trab. na Olericultura Básica

Sind. dos Trabalhadores Rurais de Ubaporanga Pintura em Tecido/ Trab. na Prod. de Cons. Vegetais, Compotas, Frutos Crist. e Desid.

Sind. P.R. de Itambacuri Trab. na Operação e na Manutenção de Ordenhadeira Mecânica/ Trab. na Inseminação Artificial de Bovinos

Sind. dos Trabalhadores Rurais de Vargem Alegre Planejamento de Cardápios com Aproveitamento de Alimentos/ Trab. na Administração de Associações e Sindicatos Rurais

Sind. P.R. de Machacalis Organização para Atividades Coletivas/ Trab. na Operação e na Manutenção de Tratores Agrícolas/ Trab. na Fabricação de Cachaça

Sind. Trab. Rurais de São Domingos da Dores Trab. na Aplicação de Agrotóxicos/ Artesanato de Fibras Naturais/ Trab. na Operação e na Manutenção de Tratores Agrícolas

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A II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária foi a grande atração desta edição

Do dia 26 de maio a 6 de junho, Belo Horizonte foi palco de um dos maiores eventos de agronegócio do país. A Superagro Minas 2010 reuniu no complexo Parque de Exposições da Gameleira/Expominas diversos criadores e produtores rurais, empresários, expositores e agentes do setor, que puderam conferir de perto as novidades e diversidades de produtos, compartilhar conhecimentos e realizar bons negócios. A Superagro é uma iniciativa do Governo de Minas, através da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG). Em sua 6ª edição, o evento comemorou o jubileu de ouro da Exposição Estadual Agropecuária e, dentre as grandes novidades deste ano estavam a II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária e a Feira de Negócios, Serviços e Produtos Pet e Veterinários (Expovet). Durante a conferência, foram promovidos palestras, workshops, mesasredondas e debates que contaram com a presença de mais de 1600 visitantes, num total de 80 sessões de mais de 140h de programação. A Expovet também registrou sucesso e a expectativa dos organizadores, segundo a Assessoria de Imprensa da Superagro, é que a feira se consolide no calendário de eventos de Belo Hori-

Cerca de 75 mil pessoas marcaram presença na sexta edição da maior feira do agronegócio de Minas Gerais

zonte. Os participantes também puderam conferir ao longo dos 12 dias de evento, Ciclo de Palestras, mostra dos produtos da Apicultura, 7º Encontro Mineiro de Lideranças da Fruticultura, III Encontro da Cadeia Produtiva de Florestas Plantadas, além do Ciclo de Aulas Técnicas. O saldo do evento para este ano foi considerado positivo. Entre os 12 leilões realizados, foram comercializados 380 animais em 12 pregões, o que gerou uma receita de 6,1 milhões de reais. Entre os bovinos arrematados estão os das raças guzerá e braman, equídeos (mangalarga marchador e paulista, árabe, campolina, pônei e jumento pêga) e ovinos. A 13ª edição da Expocachaça também garantiu bons lucros. Considerada a maior feira do agronegócio de cachaça do Brasil, os organizadores acreditam que o evento teve uma alta de 20 a 30% maior que na edição anterior, no que diz respeito à movimentação dos negócios. A cada edição da Superagro, o evento torna-se mais abrangente e vem priorizando a realização de palestras, no intuito de oferecer mais conhecimento aos participantes. Nessa edição, o público teve acesso a um ciclo de palestras de aulas técnicas, além de palestras promovidas pelo Sebrae nas áreas de apicultura, fruticultura e florestas plantadas. Uma oportunidade de conhecer melhor as atividades agrícolas e pecuárias no cenário de Minas e do Brasil.

Aconteceu

Superagro

Nanuque promove a 20ª edição da Exposição Agropecuária da cidade De 2 a 6 de junho, a 20ª edição da Exposição Agropecuária de Nanuque trouxe diversas atrações para o Parque de Exposições da cidade e movimentou a economia do município. Além dos shows que animaram o público durante os cinco dias de evento, e a mini-fazenda, projeto voltado para o público infantil, a exposição promoveu leilões, concursos e ofereceu diversos prêmios. A quarta-feira (2) foi marcada pela solenidade de abertura. De quinta-feira a sábado, a exposição promoveu o Julgamento de equinos e bovinos, além de rodeio e leilões, e de sexta a domingo, o público pôde conferir as provas funcionais de tambor, baliza, laço em dupla e laço de bezerro. O domingo foi marcado pela final das provas funcionais, que ofereceu uma premiação de R$ 20 mil, o Concurso de Marcha de Muares que ofereceu um prêmio de R$5mil, além do show de prêmios beneficente. A 20ª Exposição Agropecuária de Nanuque é uma realização do Sindicato dos Produtores Rurais de Nanuque. O evento foi ranqueado de nelore e também ofereceu a XII Especializada do Mangalarga Marchador. Julho 2010

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Agenda e resultados

Rasultados Evento: 3° Leilão Águas do Rio Doce Promoção: União Ruralista Rio Doce Número de animais: 45 Valores movimentados: R$549.640,00 Maior comprador: José Miguel Merlo Maior vendedor: André Luiz Coelho Merlo 36

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Leilões e Eventos “Bons resultados passam por aqui” Rua Ribeiro Junqueira, 383- Loja / Centro CEP: 35.010-230 Governador Valadares / MG Tel.: (33) 3271.9738 / 8844.9738 www.minasleiloes.com.br Julho 2010

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Culinária

Carne na cerveja preta A receita desta edição foi enviada pela leitora Maria da Conceição Andrade e Lopes Rendimento: 10 porções Ingedientes: 1.200 kg de patim (bife fininho) 1 lata peq. de massa de tomate 1 pacote de creme de cebola 2 cubos de caldo de carne 2 garafas de cerveja preta Modo de preparo: Corte a carne no tamanho que desejar. Coloque numa

panela de pressão e, por cima, jogue os cubinhos de caldo de carne picadinhos, a massa de tomate, o creme de cebola e ,finalmente, a cerveja preta. Dê uma leve e rápida mexida e leve ao fogo.Quando soltar pressão, abaixe o fogo e deixe por mais 30 a 40 min. Isso vai depender do fogo e da panela. Ao final desse processo, a carne deve ficar bem cozida com um caldo grosso e saboroso. Sirva acompanhado com arroz ou se optar em cortar a carne em tiras, sirva como tira gosto.

Envie a sua receita para a Revista AgroMinas revista@minasleiloes.com.br ou jornalismo.revagrominas.com.br

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Classificados

Nelson Cereais

ComĂŠrcio, Ind. e Transporte de Cereais Telefone.:(0**33) 3355-1110

RUA ASTOLFO M.VIEIRA, 95- IAPU-MG

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