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GRANDES CRIATÓRIOS: BRAHMAN IC REVELA PORQUE A CRIAÇÃO DA RAÇA É SUCESSO

Ano 1 I N° 8 l Dezembro 2010

Agora é lei!

Distribuição Gratuita

A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada e, a partir de agora, toda sociedade deve ser responsabilizada pela geração de lixo. O projeto de lei ainda aguarda a regulamentação, que estava prevista para acontecer em novembro, mas representa, desde já, um marco regulatório na área de resíduos sólidos.

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EDITORIAL Caros Leitores, Atentos às principais notícias e informações que afetam direta e indiretamente a vida dos produtores rurais, destacamos na Revista Agrominas do mês de dezembro a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O tema é polêmico e traz grandes avanços para o país ao posicionar toda a sociedade como responsável pela destinação adequada do lixo. E isso inclui todo o ciclo de produção das propriedades rurais também, cujos produtores, mais do que nunca, devem se conscientizar sobre a questão. Para aqueles que não conhecem a raça Brahman e têm interesse em descobrir porque a raça tem conquistado tantos pecuaristas, a Revista Agrominas traz na seção Grandes Criatórios a marca Brahman IC, de propriedade de Isaac Persiano e de sua esposa Mônica Persiano. A raça Girolando também está em pauta, na seção Dia de Campo. O pecuarista e engenheiro civil Wellington Braga abre as portas da Fazenda Alvorada e explica porque a raça é tão bem aceita na região. Em Sustentabilidade, você poderá aprender a construir uma cerca ecológica em sua propriedade, através de uma alternativa de baixo custo. A partir dessa edição, trazemos na seção Entidade de Classe a história das Federações da Agricultura e Pecuária dos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. Na edição de dezembro, confira a trajetória da FAES. Além disso, a Revista Agrominas recebe novamente em suas páginas o colaboradores do IMA, Emater e Senar, e apresenta os seus novos parceiros: o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Agradecemos a todos os nossos colaboradores, mais uma vez, pela parceria e também a você leitor pela confiança depositada em nosso trabalho ao longo deste ano de 2010. Contamos com o seu apoio neste ano que se inicia certos de que a promoção da agropecuária de nossa região e a preocupação com as questões ambientais nos coloca como uma publicação cada vez mais bem posicionada nesse cenário, diante da credibilidade e retorno que recebemos por parte de nossos leitores. Boas festas e boa leitura!

Denner Esteves Farias Editor-Chefe

Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda. Editor-Chefe Denner Esteves Farias Zootecnista – CRMV-MG 1010/Z Jornalista Responsável: Diagramação / Redação Andressa Tameirão - MG 14.994 JP Jornalista Colaboradora Alessandra Alves - MG 14.298 JP Tiragem: 5.000 exemplares Projeto Gráfico: Andressa Tameirão A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo.

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ndice

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Giro no Campo

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Entrevista

9 Grandes Criatórios 14

Dia de Campo

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Sustentabilidade

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Perfil Profissional

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Entidade de Classe

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Caderno Técnico

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Meteorologia

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Mão na Massa

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Agrovisão

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Emater/IMA/Idaf/Adab/Senar

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Mercado

38 Cotações 39 Aconteceu 41 Agenda e Resultados 42 Culinária

Contato Publicitário (33) 3271.9738 comercial@revistaagrominas.com.br Colaboração Alex Santos Lopes da Silva- SCOT Consultoria Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce Emater/IMA/Idaf/Adab/Senar Marcelo Conde Cabral - Médico Veterinário Pesquisadores da Embrapa Gado de Leite Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo Waldir Francese Filho - Eng. Agrônomo - Coocafé

Impressão: CGB Artes Gráficas As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores. Administração/Redação Revista AgroMinas Rua Ribeiro Junqueira, 383 – Loja - Centro 35.010-230 / Governador Valadares/MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: jornalismo@revistaagrominas.com.br

Distribuição Gratuita: Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba. Dezembro 2010

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Giro no Campo

Bellman lança dois novos produtos que contribuem para aumentar a produção leiteira

A Bellman Nutrição Animal acaba de ampliar a linha de leite com o lançamento de BellMilk TS e BellMilk TS Ureia, dois núcleos para a dieta de vacas leiteiras de média-alta produção. Resultado de um projeto iniciado há um ano, tratam-se de dois produtos tecnológicos com aditivos para o incremento da produção leiteira. BellMilk TS e BellMilk TS Ureia possuem tamponantes (bicarbonato de sódio e óxido de magnésio) na sua formulação, que ajudam a manter o pH ruminal em valores adequados (entre 6,5 e 6,8), evitando que as vacas entrem em acidose. Segundo o sócio-diretor e responsável pela área de desenvolvimento de produto da empresa, Marco Balsalobre, os tamponantes contribuem para melhorar a saúde do animal, evitando a ocorrência de laminite, além de garantir a qualidade do leite (teor adequado de gordura e de sólidos totais). Outro ingrediente dos produtos é a monensina, que estimula a produção de leite e propicia melhor conversão alimentar. (Fonte: Belman)

Nova variedade de mamão representa economia para produtores rurais do ES O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, apresentou no dia 12 de novembro uma novidade que pretende melhorar a vida dos agricultores familiares capixabas. Trata-se do lançamento de uma nova variedade de mamão desenvolvida pelo Instituto Capixaba

Prazo para regulamentação de orgânicos termina em dezembro O setor de orgânicos terá regulamentação do governo federal a partir do próximo ano. Os produtores têm até 31 de dezembro para se adaptar às normas previstas pelo Decreto nº 7.048/2009, específicas para produção e comercialização de orgânicos, que incluem armazenamento, rotulagem, transporte, certificação e fiscalização. O produtor que cumprir as novas regras receberá o selo do Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica. Vale lembrar que os produtos e ingredientes orgânicos devem receber cuidados para assegurar sua qualidade. (Fonte: MAPA)

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de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) após 12 anos de pesquisas: o mamão “Rubi Incaper 511”, que tem como principal característica a possibilidade de reutilização de suas sementes. O grande diferencial do mamão “Rubi Incaper 511” é a possibilidade de reutiliza-

ção das sementes da própria lavoura em até três novos plantios. Essa vantagem dispensa a necessidade de despesa com a aquisição do material e também reduz a dependência de utilização de sementes importadas, em sua maioria provenientes da China. (Fonte: Agrolink)

Receita das exportações do agronegócio de Minas Gerais aumentam 30,3% A receita das exportações do agronegócio mineiro alcançou US$ 5,3 bilhões nos nove primeiros meses deste ano. O valor é 30,3% maior que o registrado no mesmo período de 2009, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), João Ricardo Albanez, o valor obtido com a comercialização dos produtos do agrone-

gócio mineiro equivale a 24,2% do registrado pelas exportações totais do estado nos nove primeiros meses deste ano. Ele destaca os resultados obtidos com a venda do café, principal produto de exportação do agronegócio mineiro e segundo no quadro das exportações totais do Estado, atrás do minério de ferro. Já o volume do produto mineiro colocado no mercado internacional entre janeiro e setembro de 2010 foi de 957,2 mil toneladas, um aumento de 7,7% em relação ao registrado no mesmo período de 2009. (Fonte: Agência Minas)

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IMA altera documentação para o transporte de animais em eventos pecuários O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) alterou a obtenção de Guia de Trânsito Animal (GTA) para permitir a saída de animais de feiras pecuárias. Para o produtor que vai transportar o animal em território mineiro, não há taxa. Porém, a GTA emitida para transporte para fora do estado terá taxa, de acordo com a espécie do animal. O novo procedimento está contido na Portaria n 1.091, de 4 de outubro. Antes, para a liberação dos animais em eventos

pecuários para trânsito dentro do estado era obrigatório apenas o carimbo de retorno na GTA de entrada e para fora de Minas Gerais era necessário a emissão de nova GTA, isenta de taxa. A documentação sanitária continua sendo emitida pelo responsável técnico pelo evento, exceto para bovinos e bubalinos. A emissão de GTA para bovinos e bubalinos é de competência exclusiva do IMA e, para isso, a propriedade deve ser cadastrada na Instituição. (Fonte: IMA)

Sistema registra exportações brasileiras na internet As exportações brasileiras passam, agora, a serem registradas na internet. Entrou em vigor no dia 17 de novembro o Novoex, que substitui o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), em vigor desde 1993. A principal diferença do novo sistema em relação ao Siscomex é o acesso direto pela internet, sem a necessidade de instalação de programas adicionais nos computadores. No Novoex, as transações de comércio exterior deixarão de ser armazenadas nos servidores do Banco Central e passarão para a plataforma do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Novoex proporciona registros de exportação mais ágeis. O novo sistema também permite a simulação de operações e a transmissão de registros em lotes. Em caso de dados incompatíveis, o próprio sistema

aponta as divergências depois da totalização online dos valores e das quantidades. De acordo com o MDIC, não haverá necessidade de recadastramento. Todos os usuários do Siscomex estão automaticamente habilitados a operar o Novoex, com a mesma senha. Assim como no sistema atual, somente são registradas as operações comerciais. Por meio do Novoex, os comerciantes podem gravar os registros de exportação (REs) e os registros de crédito (RCs), no caso de exportações financiadas com recursos privados ou públicos. Quem tiver feito o registro de crédito no sistema antigo deverá atualizar as informações no Novoex. Não será possível vincular os registros de exportação e de crédito criados em sistemas diferentes. Dessa forma, os RCs precisam ser refeitos para que o saldo restante possa ser usado. (Fonte: Agência Brasil)

Conab projeta safra de 2011 em 148,8 milhões de toneladas A safra de grãos 2010/2011, em fase de plantio, está projetada entre 146,26 milhões e 148,82 milhões de toneladas, com uma redução que vai de 487 mil a 2,48 milhões de toneladas sobre a safra passada, que alcançou recorde de 148,82 milhões de toneladas. A estimativa faz parte do segundo levantamento de intenção de plantio, divulgado no dia 10 de novembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em relação ao levantamento do mês passado, a produção prevista aumentou 0,5%. De acordo com comunicado da Conab, a área destinada ao plantio deve ficar entre 47,24 milhões (queda de 0,02%) e 48,01 milhões de hectares (alta de 1,3%), na comparação com a anterior (47,37 milhões de ha). Os técnicos da estatal ressaltam que a pesquisa considera intervalos de produção e de área para a intenção de plantio. O estudo se baseia na média de produtividade, obtida nas últimas cinco safras, excluídos os anos atípicos e agregado o ganho tecnológico. Um dos destaques entre os produtos cultivados nesta safra é o algodão em caroço. (Fonte: Agência Estado).

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Entrevista

Política Nacional de Resíduos Sólidos: A responsabilidade compartilhada entra em ação

Depois de mais de 20 anos de tramitação no Congresso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), enfim, foi aprovada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A aprovação foi acompanhada do anúncio de investimentos no valor de R$ 1,5 bilhão, em 2011, para o financiamento de soluções na área. O projeto traz inúmeros avanços e propõe uma responsabilidade compartilhada na destinação adequada do lixo. Assim, tanto o poder público, quanto os fabricantes e os consumidores finais são obrigados a fazer a sua parte. A lei estabelece ainda o fechamento de todos os lixões até 2014 e contempla a inclusão de catadores, de modo a garantir melhores condições de trabalho para a categoria. Um dos pontos mais discutidos é a questão da logística reversa, que determina a destinação ambiental correta para os produtos descartados por parte dos fornecedores. Além disso, o empresariado que não recolher aquilo que coloca no mercado, está sujeito a ser enquadrado em crime ambiental por descartar material de forma indevida. A lei foi aprovada no dia 07 de julho deste ano, mas a sua aplicação depende de regulamentação, que estava prevista para o mês de novembro. Segundo a Assessoria de Comunicação do Ministério do Meio Ambiente, a regulamentação da lei ainda não tem previsão de sair em decorrência do período eleitoral. Para tratar sobre o assunto, a Revista Agrominas entrevistou o diretor executivo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), André Vilhena. O Cempre é uma associação empresarial, fundada em 1992, que se dedica à promoção da reciclagem e gestão integrada do lixo

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e trabalha para conscientizar a sociedade sobre a importância da redução, reutilização e reciclagem de lixo, através de publicações, pesquisas técnicas, seminários e bancos de dados. Além de ser mantida por empresas privadas de diversos setores, a associação conta com diversas empresas, até mesmo multinacionais, associadas. Revista Agrominas - Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, toda sociedade se tornou responsável, direta ou indiretamente, pela geração e o gerenciamento dos resíduos sólidos. De que forma isso vai refletir, num primeiro momento, nas políticas de proteção ambiental? André Vilhena- A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu o conceito da responsabilidade compartilhada entre o Governo, as Empresas e a Sociedade pelo descarte correto dos resíduos urbanos. Dessa forma, cada um dos agentes desse tripé deverá contribuir para que a indústria da reciclagem brasileira se desenvolva e para que o consumo no Brasil seja realizado de forma cada vez mais consciente, sustentável e responsável. Acredito que, com o tempo, essa visão compartilhada vai levar a questão ambiental ao topo da lista de prioridades de quem compra (o consumidor vai preferir escolher produtos de empresas comprometidas com o meio ambiente), de quem vende (as empresas, em nome da competitividade, adotarão uma postura ambientalmente mais sustentável ), e de quem rege as leis (o governo, para dar suporte a um mercado mais limpo, deverá rever meios de incentivar as empresas que priorizam um processo

produtivo sustentável). Acredito que, em um segundo momento, as políticas de proteção ambiental poderão ser sim impactadas por essa nova postura. Revista Agrominas - O que muda para os setores de reciclagem com a regulamentação do projeto? André Vilhena - O governo ainda precisa regulamentar a PNRS de forma a fazer com que suas diretrizes sejam realmente cumpridas. A aprovação da PNRS não significou o fim dos desafios e dos debates. Agora, temos o desafio de fazer com que tudo o que está no papel seja exequível. A regulamentação do projeto traz a formalização do trabalho do catador de lixo, um agente que é fundamental para a coleta seletiva e para a reciclagem de embalagens pós-consumo; integra esse profissional ao ciclo produtivo sustentável; vai exigir das cooperativas mais organização administrativa e de logística; e o parque de reciclagem no Brasil deverá ser aumentado, para absorver a alta demanda. Revista Agrominas - Com a regulamentação dessa política, o mercado de reciclagem no Brasil será, consequentemente, impulsionado. Diante desse cenário, o Cempre já está preparada para o aumento de sua demanda? É possível que mais empresas procurem se associar à Cempre? André Vilhena - Sim, o Cempre pode, claro, receber novos associados. Revista Agrominas - Um dos empecilhos para a aprovação do projeto, que perdurou por mais de 20 anos, foi o inte-

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resse de algumas indústrias que preferem se eximir da responsabilidade em dar uma destinação correta aos resíduos que gera. O Cempre lida diretamente com empresas de grande porte e é mantida por empresas privadas de diferentes setores. Com tanto apelo para as questões voltadas para a proteção ambiental e a sustentabilidade, porque você acha que ainda existem indústrias e empresas que relutam em contribuir por um ambiente melhor de se viver? André Vilhena - A PNRS criou a possibilidade dos acordos setoriais, por meio dos quais as empresas poderão dialogar com o governo e com o mercado sobre como colocarem em prática as diretrizes da lei, sem prejudicar seu potencial econômico, ou seja, aliando economia e responsabilidade sociambiental. Acredito que esse tenha sido o principal entrave da aprovação de uma política nacional no campo da reciclagem. Acredito que com a prática dos acordos setoriais muitas empresas poderão “mudar de lado” e adotarem uma postura mais responsável em relação ao meio ambiente. Revista Agrominas - Com a instituição

da responsabilidade compartilhada, através desse projeto, qual é a melhor forma de se atuar, no sentido de conscientizar sobre a redução da geração de resíduos sólidos e de incentivar as boas práticas sustentáveis? André Vilhena - A educação ambiental é fundamental para esse processo. Tanto que na PNRS ela é tema de um capítulo inteiro. No âmbito da sociedade, a melhor forma de atuar é disponibilizar informação sobre a importância da coleta seletiva e de como ela pode ser praticada. O Cempre faz isso por meio do seu site. No seio da família, acredito que pais e responsáveis devem cada vez mais embutir em seus filhos a educação ambiental. Isso também pode ser adotado nas escolas. Revista Agrominas - A PNRS contempla a inclusão dos catadores no sistema de gestão e o apoio a essa atividade, de forma a garantir melhores condições de trabalho para essa categoria. O CEMPRE desenvolve algum trabalho junto às cooperativas de catadores de lixo? Com a PNRS, é possível que a coletiva seletiva feita pelas cooperativas seja contemplada com novos investimentos? Foto: Divulgação

Diretor Executivo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), André Vilhena

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Foto: Arquivo Cempre

André Vilhena - O Cempre apóia atualmente cooperativas em todo o país, o que compreende em média 20 mil cooperados. O trabalho envolve consultorias nos campos técnico, jurídico e administrativo; repasse de informações sobre reciclagem de diversos materiais, conscientização e capacitação profissional, tudo fundamentado na premissa que divide a responsabilidade pelo descarte correto do lixo urbano entre cidadãos, governo e iniciativa privada - o tripé da reciclagem. O modelo das cooperativas do Cempre, que assegura aos catadores uma renda regular e os reintegra na sociedade, tem sido exportado com sucesso para outros países em desenvolvimento. Em 2008, por exemplo, a Tailândia inaugurou em Bangkok sua primeira cooperativa de lixo reciclado baseada na experiência brasileira do Cempre. A PNRS, com certeza, vai impulsionar as cooperativas uma vez que contempla o catador na cadeia produtiva da reciclagem de maneira mais formal. Revista Agrominas - Vocês possuem dados de quantos municípios do país já contam com a coletiva seletiva? André Vilhena - O número de municípios brasileiros que operam programas de coleta seletiva aumentou pouco mais de 9% desde a realização da última pesquisa Ciclosoft, em 2008. São, hoje, 443 contra 405, há dois anos. Revista Agrominas - Para você, quais foram os pontos do projeto que mais agradaram? Por qual motivo? André Vilhena - O Cempre discute a PNRS e sua aprovação há muito tempo. Estamos engajados nessa causa desde o início, e já trabalhamos com o conceito da responsabilidade compartilhada mesmo antes de a lei acontecer. Assim, estamos muito satisfeitos com a aprovação da política e, assim como trabalhamos para a sua aprovação no Congresso, queremos contribuir para que a sua regulamentação aconteça o quanto antes. Ela é um marco para o Brasil, no que diz respeito à gestão dos resíduos urbanos. Sabemos o quão árdua foi a tarefa de conciliar tantos interesses. Não consigo destacar nenhum ponto em específico da política, e sim o valor que toda ela tem para o nosso país.

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A PNRS fará a inclusão dos catadores de lixo, dando apoio e suporte às atividades da categoria Foto: Arquivo Cempre

Kit didático para catadores criado pela Cempre para a formação de cooperativas

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Brahman IC: a marca que se traduz em sucesso na criação da raça Brahman

Uma raça em crescente expansão pelo mundo vem conquistando há poucos anos um seleto número de criadores na região leste de Minas Gerais, que encontraram nessa raça as características ideais para quem vislumbra resultados positivos aliados à qualidade animal. Empresário e produtor rural, Isaac Cohen Persiano, 54 anos, é pioneiro na criação de Brahman em Governador Valadares e investe na raça há sete anos. Apesar de poucos anos de investimento, o interesse pela pecuária teve início ainda cedo. Natural de Governador Valadares, Isaac morou dos 8 aos 21 anos em Belo Horizonte, juntamente com a família. Caçula entre seis irmãos, Isaac Persiano retornou para Valadares após o falecimento do pai, onde sua fa-

mília era proprietária de uma loja. Uma das motivações do retorno foi o casamento com a então namorada, Mônica Vargas Ramos Persiano, cujo matrimônio já completa 31 anos. Nessa época, a parceria da família se estendeu para o âmbito da pecuária. “Quando meu pai morreu, tivemos o apoio do meu tio, Alberto Mirahy, que continuou como nosso sócio e nos encaminhou. A pecuária é uma paixão que eu tenho e iniciei minhas atividades na área na propriedade do meu irmão Vilson. Vilson é agrônomo, e quando se formou ele veio trabalhar na região e nós nos tornamos sócios, juntamente com o meu tio e meu irmão Nelson. Depois, a sociedade terminou e cada um seguiu o seu caminho e há aproximadamente cinco anos fiz o arrendamento de terra”, explica Isaac.

O arrendamento a que o produtor rural se refere constitui a atual propriedade na qual desenvolve o trabalho com a raça Brahman. A propriedade pertencente à senhora Maria Zita Botelho e está localizada há 5 km do anel rodoviário, sentido Ipatinga, e conta com 150 hectares de terra. Com a marca Brahman IC, Isaac Persiano desenvolve um trabalho focado na produção de tourinhos, fêmeas F1 Brahmolandas e venda de sêmen. Segundo Isaac, já foram comercializadas pela Brahman IC mais de 10 mil doses de sêmen. Com um plantel de mais de 150 animais, a estrutura da propriedade é simples, assim como a rotina das atividades. O gado da fazenda é criado a pasto, mas vale lembrar que o gado de pista também já

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Grandes Criatórios

Foto: Andressa Tameirão

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Fotos: Andressa Tameirão

Isaac Persiano e Mônica Persiano ao lado do touro IC 19 (acima) e ao lado da vaca IC 7 (ao lado)

foi um dos focos de trabalho do produtor rural. “A minha esposa Mônica está sempre comigo à frente dos negócios e, quando nós iniciamos, trabalhamos certo tempo com o gado de pista, até que sentimos que era hora de produzir tourinhos para servir a campo e também fazer meio sangue F1, que no caso são as Brahmolandas, o cruzamento de holandês com o Brahman. É a partir daí que tem início a nossa história com a produção de F1”, esclarece. De início, o que mais impressionou Isaac Persiano em relação à raça foi a qualidade de úbere das vacas. A partir disso é que surgiu o interesse de avaliar o leite de algumas vacas Brahmans, já que as mesmas seriam a base para os cruzamentos. ”Nós preparamos uma vaca e tiramos o leite dela com pesagem oficial da ABCZ. Fiz questão de que um técnico acompanhas-

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se todo o trabalho. Tiramos uma média de 17kg em uma novilha de primeira cria e depois tiramos 15kg de uma outra vaca. Posteriormente, nesses dois animais, resolvi fazer a lactação completa e acompanhamos 10 meses de lactação, aproximadamente. Elas produziram mais de 4 mil Kg de leite. Há três anos, durante a realização de uma Fecundação In Vitro, solicitei que usassem uma dose de sêmen de touro holandês, no caso o Towch Dow,

em uma de nossas vacas, a IC 7 que teve uma lactação de 4.200kg. Na época, isso pareceu aventura para muitos, mas hoje tem muitas pessoas fazendo o Brahmolando em volume”, argumenta Isaac. O Brahman conquistou Isaac Persiano por características peculiares à raça. Além da qualidade maternal, o Brahman produz leite com uma qualidade de úbere interessante e é um animal de natureza

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dócil, segundo Isaac. “O úbere tem bons ligamentos, boa distribuição de teta, além disso, a docilidade do Brahman é uma característica fantástica para se produzir gado leiteiro. O nosso país tem um clima tropical e o holandês puro não resiste a esse desconforto térmico. O zebu resiste, porém não dá o volume de leite que o produtor rural necessita. Então, a produção de Brahmolandas alia as características do zebu com o holandês, tendo a fêmea Brahman como base para esse cruzamento”, enfatiza o produtor. Como criador Isaac Persiano conhece bem o mercado de exportação de carne bovina, mesmo atuando fora desse contexto. Segundo o produtor rural, atualmente, a carne do Angus é a mais aceita mundialmente. Mas, o fato da raça Brahman estar presente em mais de 70 países tem contribuído muito para a aceitação da carne de animais dessa raça no mercado mundial. “Aqui em Governador Valadares, já se chegou a abater o animal com 34 meses, peso de 19 arrobas e acréscimo de 1 arroba no gancho. Mesmo na desossa, o rendimento da carne do Brahman é muito bom e é um animal que tanto na maciez quanto na cobertura de gordura possui os pontos ideais para a exportação. Em outras regiões, o abate é feito até mesmo antes dessa idade. O Brahman é precoce tanto em seu acabamento, quanto na questão da fertilidade. As fêmeas entram no cio cedo. A partir de 1 ano e meio algumas vacas começam a indicar cio a campo e se forem tratadas entram mais cedo. Os touros também entram em reprodução precocemente”, afirma. O Brahman IC faz a seleção de animais

Fotos: Andressa Tameirão

As terras do Brahman IC foram arrendadas por Isaac Persiano, onde faz a criação da raça

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desde o início de suas atividades e tem feito o uso do garrote IC 19 com maior frequência, diante dos bons resultados de produção apresentados pelo animal. Além de fazer uso da técnica de Fecundação In Vitro, a propriedade trabalha com a Inseminação Artificial. A técnica de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) tem sido usada com frequência também e o programa tem sido coordenado pelo médico veterinário Felipe Melo. O objetivo de Isaac Persiano, agora, se volta para a compra de embriões de Brahmolanda, e para a empreitada, o criador revela o interesse em parcerias. A estação de monta não é definida, mas os trabalhos de produção na propriedade são intensificados na época das águas, geralmente entre os meses de novembro e abril. A raça Brahman é uma das que mais crescem no Brasil e, acompanhando esse ritmo, Isaac Persiano realizou neste ano o 1º Leilão Brahman IC e Convidados, onde foram colocados 50 animais, durante a Expoagro de Governador Valadares. ”O leilão foi muito interessante, e nos ajudou a promover a raça. Em 2008 e 2009, o Brahman foi a raça que mais cresceu nesse período, percentualmente, no Brasil. Para se ter uma ideia, hoje, já são mais de 170 mil Brahmans registrados na ABCZ. Outro evento que foi de fundamental importância para os criadores foi o XV Congresso Mundial da Raça Brahman”, afirma o produtor. O referido congresso aconteceu entre os dias 17 e 24 de outubro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba. O evento foi realizado pela primeira vez no Brasil e a organização estima que tenha passado pelo Parque cerca de 30 mil pessoas. Durante o evento, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) realizou o primeiro registro de um animal fruto do cruzamento entre Brahman e Holandês. O primeiro registro foi justamente de uma fêmea do criatório Brahman IC. “Foi com muita satisfação que eu recebi o comunicado de que um animal nosso teria sido escolhido para ser registrado. Esse primeiro registro foi de uma das filhas da IC 7 com o Towch Dow, que está com 32 meses de idade. Eu sempre acreditei muito nesse trabalho de cruzamento porque a F1 está em falta no Brasil e eu acredito que o Brahman vem a ser essa

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base que vai fazer a F1”, destaca o produtor. Na Seção Pôster do XV Congresso Mundial da Raça Brahman, dos 58 trabalhos inscritos, dentre científicos e técnicos, Isaac Cohen Persiano apresentou o trabalho com o tema ‘Simulação de um cenário leiteiro utilizando fêmeas F1 Brahmolanda IC’ e faturou o segundo lugar na categoria técnica. O prêmio foi mais uma prova para o criador de que o investimento na raça é satisfatório e vem revelando bons resultados. “Dos trabalhos apresentados, nós entramos com o trabalho técnico e fomos os únicos a apresentar um produto. Foi nos reservada uma área para que pudéssemos apresentar uma F1 Brahmolanda. Em nosso trabalho, falamos tanto dessa reprodução quanto do Brahman como a base desse cruzamento. Para nós foi importantíssimo, pois além de sermos premiados, participamos de um momento único e histórico do registro da número 1 com a arquibancada cheia. O resultado do Congresso em si foi fantástico.

Muitas pessoas de outras raças entraram para o Brahman e com o Congresso isso se intensificou. Nós tivemos a oportunidade de compartilhar ideias com os criadores e também de apresentar e ouvir trabalhos de outras pessoas. Foi uma interação muito grande e saímos muito motivados. O Brahman, que já estava crescendo muito, agora vai ter um impulso maior”. Mas todo esse esforço e dedicação vem acompanhado de pessoas que fazem de Isaac Persiano um criador de sucesso. “O mais importante que eu acho disso tudo são as pessoas que tem contribuído. Eu sempre tive muito apoio de amigos, mas há duas pessoas, em especial, que foram fundamentais em meu trabalho: Luciano Márcio Dias, que foi um rapaz que nos deixou muito cedo e é um grande amigo e minha esposa Mônica, que tem me incentivado e motivado sempre. Além de ser o amor da minha vida, ela tem sido meu braço direito”, declara o criador. Foto: Andressa Tameirão

O rebanho do Brahman IC é criado a pasto e recebe suplementação em períodos de seca

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Dia de Campo

Girolando: a raça que conquistou o pecuarista Wellington Braga

Foto: Bruno Franca

O sonho de adquirir um pedaço de terra é comum a muitos profissionais, mas são poucos que, com trabalho e dedicação, destacam-se nesse cenário. Natural de Peçanha, o engenheiro civil Wellington Silveira de Oliveira Braga, 58 anos, veio para Governador Valadares em 1961. Valadarense de coração, Wellington se destacou na região como pecuarista. Após anos de trabalho na construção de estradas, Wellington Braga foi presidente da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce por 18 anos, diretor da Parmalat por dois anos, além de assumir outros cargos ao longo da vida. Hoje, um de seus prazeres é administrar a Fazenda Alvorada, uma propriedade de 193 hectares, localizada no Município de Marilac,

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há aproximadamente 60 km de Governador Valadares. Há 24 anos, o pecuarista adquiriu a propriedade, onde se dedica à criação da raça Girolando. Segundo o proprietário, o Girolando é a raça é a que mais traz retorno na região. “A Fazenda Alvorada é um sonho para mim, em primeiro lugar porque meu pai e meu avô eram fazendeiros, então, fui criado nesse ambiente. Em segundo, porque todo engenheiro civil, na minha época, tinha o sonho de conseguir juntar um dinheiro e comprar um pedaço de terra. E começou assim. Eu ganhei um pouco de dinheiro, assim pude comprar o meu pedaço de terra. Em 1991, eu já comecei com o gado cruzado. Hoje, tenho um gado Girolando de boa qualidade,

boa genética, e isso é sinônimo de bons resultados”, explica o pecuarista. Com dedicação exclusiva à raça, Wellington Braga possui um plantel de vacas em torno de 300 animais, incluindo vacas e novilhas, e uma média de 500 cabeças de gado num total. De início, a fazenda contava com pouca estrutura e todo investimento em tecnologias mudou a rotina da fazenda ao longo dos anos. “Quando adquiri a fazenda, primeiro comprei a parte de baixo da estrada e depois comprei a parte de cima. A parte de cima ficou mais em conta porque não tinha água. Depois que comecei a trabalhar na propriedade, a parte de cima passou a ter mais água do que na parte de baixo,

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além disso, consegui recuperar quatro nascentes, que tinham secado. Quando comecei, fiz um galpão para trato, em que o funcionário fazia o trato com as vacas de frente, através de um corredor. Utilizávamos milho e capineira nova para tratar as vacas. Depois veio a silagem. Fazíamos as primeiras silagens com uma compactação feita a cavalo. Passamos a fazer o uso de trator, ordenha mecânica, depois implantamos os piquetes rotacionados, irrigação, trato de cana com ureia, além do melhoramento genético animal”, destaca Wellington Hoje, o pecuarista investe em tecnologias como a Inseminação Artificial, Transferência de Embriões, Fertilização In Vitro e há aproximadamente seis meses trabalha com ração total. O produto consiste em uma mistura de volumoso e concentrado (milho, soja, silagem), que é administrada com uma quantidade determinada por lote de vaca. Segundo o pecuarista, em pouco tempo de uso, o produto rendeu à propriedade um ganho médio de 4 litros de leite por vaca. Dentre todas as evoluções ao longo da história da fazenda, essa é que está dando o maior resultado hoje, de acordo com Wellington. Com o tempo, a estrutura da fazenda adquriu ainda uma sede, galpão para trato, fábrica de ração, piquetes de

tifton, sem se esquecer de uma área destinada à reserva legal. Características do rebanho e alimentação Com diversas premiações em torneios leiteiros, o pecuarista afirma já ter conquistado prêmios com vacas com produção de 19 litros de leite. Hoje, dentre as mais de 140 vacas em lactação na fazenda, o produtor rural consegue obter uma média de 18 litros por vaca, sendo que alguns de seus animais já chegaram a produzir 30 litros. Mas ele ressalta que a alimentação é fundamental para uma produção eficiente. “Trabalhamos com o regime de semi-confinamento e uma dieta préparto, assim, com 30 dias antes de as vacas parirem é que tem início o trato. As vacas ficam presas durante o dia e, durante a noite, são soltas nos piquetes de tifton rotacionado. Todos os dias são realizadas duas ordenhas. A alimentação é à base de silagem de milho e sorgo, além dos sistemas de ração total, uma mistura de soja, milho, caroço de algodão, e outros. Cada lote de vaca recebe a alimentação conforme a sua necessidade, assim, a quantidade é variável. Eu tenho uma outra propriedade onde produzo o alimento do gado, Foto: Bruno Franca

Os bezerros resultantes de FIV revelam que melhoramento genético é constante na fazenda

com o plantio de milho, sorgo, cana, e depois levo para a Alvorada para ensilar. Essa propriedade também recebe o gado de corte. Há uma outra propriedade ainda onde ficam as novilhas e as vacas amojando, e é na Alvorada que se tira o leite. Em uma outra, próxima à Alvorada, que chamamos de Gameleira, é onde se faz a inseminação”, esclarece Wellington. Como o pecuarista não realiza estação de monta na fazenda, a vaca é inseminada com até 90 dias e é feito o protocolo. Com 60 dias para parir, o produtor rural seca o animal. O pecuarista Welligton Braga se centra em uma constante renovação do plantel e, segundo ele, quando a vaca chega a sua 4ª cria o animal é vendido. As vacas Girolando da fazenda entram em produção com 30 meses e chegam a dar de 8 a 10 crias. A produção diária da fazenda se concentra em torno de 2100 litros, mas já alcançou produções de 3 mil litros ao longo de sua história. “Eu tenho várias vacas que se destacam quanto á lactação. Existe um lote na propriedade que produz 30 kg de leite no curral. Mas eu já tive vacas em exposição com pico de 50 Kg. Há muitas, em meu controle leiteiro, que passaram de 7 mil kg de lactação. Como eu comercializo muito, gosto de vender os melhores, e com isso muitas das minhas melhores vacas já foram embora. Eu quero o melhor para oferecer para os outros”, argumenta o pecuarista. Com predominância de branquiária, a Fazenda Alvorada já fez em suas terras o uso da irrigação, mas o sistema não perdurou até hoje em decorrência dos custos. “De início, fui incentivado a investir em pastos irrigados, até porque eu já tinha o sistema de irrigação, pois já havia sido sócio do meu irmão no plantio de quiabo e de jiló. Hoje, devido aos altos custos com energia, cheguei a conclusão de que se tratar o gado com cana e ureia na época da seca é economicamente mais viável do que usar irrigação em pastagem. Mas eu conheço várias pessoas que utilizam piquetes irrigados e que têm ótimos resultados. A evolução da minha estrutura me permitiu deixar de usar esse sistema”, afirma.

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O preço pela qualidade Apesar do retorno, os custos para uma criação de Girolando de qualidade ainda é alto, principalmente se considerado as oscilações do preço do leite. “Eu não sei se as despesas são muito altas ou se o produto que a gente vende tem um valor baixo, o fato é que além de ser pecuarista, temos que ter um pouco de agricultor para fazer a alimentação do gado, além disso é importante fazer a correção do solo para se ter uma boa pastagem,

sem se esquecer do meio ambiente, e tudo isso é necessário. Sem contar os custos com a energia e funcionários. O que a gente tem que fazer é ter produtividade com redução máxima da mão de obra e buscar tecnologias. Mas dentro de um valor, você tem despesas que não estão ligadas ao custo do leite e que tem que ser computadas. É necessário que se tenha produtividade, aliado a um gerenciamento básico de custo, além de ter uma boa assistência técnica e saber controlar o desperdício”, afirma o pecuarista. Foto: Bruno Franca

Nessa perspectiva, Wellington Braga não dispensa profissionais no cuidado com a alimentação dos animais, ordenha, sistema de manejo, limpeza e qualidade do leite, como a médica veterinária Ana Cristina Tolomelli S. Paes, sem contar a assistência de outros profissionais. O pecuarista acredita que o contato com pesquisadores da área é uma grande fonte para se manter atualizado sobre as novidades do setor. Atualmente, a Fazenda Alvorada conta com 12 pessoas envolvidas diretamente com a criação do Girolando, todos legalizados. Outra preocupação do produtor rural é com a preservação ambiental. “Procuro tomar cuidado com o uso de agrotóxicos, cercamento das nascentes e matas e o recolhimento de plásticos. Além disso, a fazenda conta com reserva legal, outorga d’água, tudo de acordo com a legislação em vigor”, garante Wellington.

A ordenhadeira mecânica foi uma das tecnologias empregadas que facilitou o manejo do animais. Hoje, a fazenda produz uma média de 2100 litros de leite por dia.

Foto: Bruno Franca

A estrutura da fazenda foi modificada ao longo dos anos para atender à necessidade de emprego de novas tecnologias, visando o aumento da produção.

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Foto: Bruno Franca

A ração total é a mais nova tecnologia empregada na Fazenda Alvorada, pelo proprietário Wellington Braga (último, ao fundo da foto). A ração já tem revelado bons resultados ao produtor.

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Sustentabilidade

Cerca ecológica: Agora, a construção de cercas também pode ser uma atitude sustentável

Uma alternativa barata e ambientalmente correta criada por um produtor rural de Tupã (SP) veio para confirmar a tendência do emprego de alternativas sustentáveis no meio rural. A cerca ecológica é de invenção do produtor rural João Luiz Alves de Andrade, 57 anos. Criador de gado de leite da raça Jersey, João Luiz trocou a vida agitada da capital paulista, em 2008, pela tranquilidade da Estância Santa Mônica, há 3km da cidade de Tupã (SP). Com uma produção média de 80 litros de leite/dia, o produtor rural recorreu a órgãos do setor, como a Secretaria de Agricultura local, Sindicato Rural e Sebrae, para obter mais informações sobre a atividade que passou a desenvolver ao optar pela vida no campo. A partir de uma necessidade econômica, veio então uma solução que com segurança e funcionalidade lhe despertou uma consciência sustentável. “As direções indicavam que a produção de leite na agricultura familiar em pequenas propriedades teria que ser de baixo custo, de qualidade, com uma produção a pasto de média para alta e que a tecnologia mais indicada seria o pastejo rotacionado, com pastagens adubadas e

irrigadas. Isso tudo tem um custo elevado, e consequentemente, surgiram dificuldades para implantar o sistema, então a Cerca Ecológica surgiu por instinto, devido uma dificuldade econômica”, afirma. Segundo João Luiz, a Cerca Ecológica foi construída a partir de materiais retirados da própria estância onde vive. Os materiais foram escolhidos pelo produtor mediante a facilidade destes serem encontrados na natureza. A grande vantagem é a facilidade de reposição desses itens para a manutenção. Dentre os materiais utilizados para a construção da cerca está o bambu, garrafas PET, sobras de mangueira, pedaços de arame, cimento, pára-raios, dentre outros. E como toda invenção sofre modificações e evolui ao longo do processo, o protótipo só foi concluído após seis meses. “Como o eucalipto tratado estava caro optei pelo bambu, que estava disponível em minha propriedade. Para protegê-los da chuva, sol e umidade do solo, plastifiquei os bambus com garrafas PETs. Para dar mais resistência e garantia, rompi os nós internos do bambu e preenchi os espaços vazios com calda de solo e cimento. Hoje, a Estância

Passo a Passo A produção da cerca pode ser dividida em duas partes: 1ª Parte: Bambu Balancinho – 40 mm de diâmetro e 1,15 m de comprimento Mourão – 100 mm de diâmetro e 2 m de comprimento, aproximadamente

Santa Mônica possui 22 piquetes e todos são ecológicos”, afirma o produtor. A Cerca Ecológica não é totalmente sustentável em decorrência de alguns itens de origem industrial, que são necessários na confecção da cerca, como caixa energizadora, arames, alguns isoladores, catracas, dentre outros itens. Mesmo com a compra de alguns materiais, a cerca ecológica é uma opção barata e viável. “Levando em conta apenas os materiais industrializados, o custo de 22 piquetes fica em torno de R$650,00. O custo da mão de obra para a confecção seria calculado pelo tempo gasto no total do projeto, que leva mais ou menos sete dias úteis. Não levei em conta este custo, partindo do princípio que na agricultura sustentável, para a produção familiar, tempo não é dinheiro, é vida”, argumenta João Luiz. Agora, a proposta do produtor rural é disseminar o projeto, de modo a facilitar o acesso da Cerca Ecológica aos produtores, principalmente, da agricultura familiar. Para obter mais informações sobre a construção da cerca, acesse o blog de João Luiz: http://sustentabilidadedocampo.blogspot.com/.

Passo1: Para tratar o bambu, coloque-o de molho na água durante 18 dias, em média, e depois deixe-o no sol para secar.

Para a produção, serão necessários os seguintes materiais: -Bambu largo -Bambu fino -Garrafas PET de 2 litros -Garrafas PET (tipo de detergente) -Mangeira (tipo de chuveiro)

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Passos 2 e 3: Romper os nós do bambu. Ficará oco como um tubo. Depois, faça 4 furos em cada bambu de um tamanho que possa passar a mangueira por dentro. Por aqui, passará o arame da cerca. Lembre-se de fazer os furos em quatro lados do bambu e que os dois de um lado fiquem um pouco acima do outro para os arames não encostarem dentro do bambu. As mangueiras ainda não serão passadas dentro dos furos. Passo 4: Corte as partes de cima e baixo das garrafas PETs que serão utilizadas para cobrir o bambu do balancinho e mourão. Deixe uma garrafa com a parte de baixo e uma com a parte de cima para cada bambu a ser utilizado.

Passo 5: Depois de ter cortado garrafas suficientes para cobrir todos os bambus necessários para sua cerca, leve o plástico ao fogo para moldar, onde foram feitos os furos para passar a mangueira. Corte a mangueira do tamanho correto para passar dentro dos buracos. Esquente as pontas da mangueira e pressione para moldar ao bambu. Se ao moldar, o plástico não tiver furado no local do buraco, recorte com uma faca.

Obs.: Para 1,15 m, utiliza-se em média 7 garrafas de detergente, refrigente ou água (500 a 600 ml).

Passo 6: Plastificar os bambus. Lembre-se de começar com a garrafa que tem a parte de baixo e terminar com a garrafa que tem a parte de cima – plastificar pelo fundo, da base ao topo. Preencher o bambu com solo, cimento e água. Cada um na proporção de 7 pra 1 ou 6 pra 1. Coloque uma garrafa de cada vez, molde no fogo e depois coloque a próxima, sempre sobrepondo uma na outra para não deixar espaço para infiltração. Ela molda muito rápido, então, não precisa deixar por muito tempo. Se o plástico furar, simplesmente coloque outro por cima e faça de novo.

2ª Parte: Porteira Para a produção, precisará dos seguintes materiais: -1 tubo de mangueira de irrigação preto ¾ -1 tubo de mangueira de irrigação preto 1 polegada -Boca que sobra das garrafas do mourão -Arame de cerca paraguaia para fazer a mola e o gancho da porteira -Tesoura, faca, canivete para cortar

Utilize todos os materiais para montar o gancho da porteira. Corte os tubos de irrigação pretos. Faça um furo na tampinha da garrafa PET para prender o gancho, arame com parafuso e arruela. Prenda o tubo de ¾ na boca da garrafa cortada. Passe o tubo de 1 polegada por cima.

Passo 1: Corte a tampa de uma garrafa PET de 2 litros e molde para ficar conforme o desenho acima. Para virar a garrafa e moldar, use qualquer tipo de cano em que se possa fazer o formato desejado. Passo 2: Como o gancho do balancinho precisa ser furado para passar arames, é necessário fazer os cortes conforme imagem abaixo. Para isto, corte a tampa da garrafa no formato desejado. Serre o bico da tampa para que possa passar o arame. Agora é só construir os piquetes!

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Perfil Profissional

Um veterinário à frente dos negócios da família

O mercado é bem amplo para o profissional veterinário qualificado, com excelentes perspectivas para crescimento na área.

Seguindo a tradição da família na criação de jumentos e muares, Nelmar Alves Araújo Filho formou-se em Medicina Veterinária pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e se dedica, hoje, aos negócios da família. Natural de Belo Horizonte, Nelmar ingressou na universidade em 2001, aos 21 anos. O primeiro emprego despontou logo após o término do curso. O destino foi Rubim, no nordeste de Minas Gerais, onde passou a administrar as propriedades do Haras Recanto. Com experiência em animais de grande porte, o veterinário encontrou o embasamento de suas atividades através da prática dos estágios. “Em 2003, realizei um estágio na área de nutrição animal, na Embrapa Gado de Corte, Campo Grande (MS). Em 2004, também realizei um estágio monitorado na área de forragicultura, na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). Já em 2006, fiz um estágio monitorado na Agropecuária Lagoa Grande com o mestre Dr. Armando Leal do Norte, em Medeiros Neto (BA). Esse estágio foi na área de produção, reprodução e cirurgia de bovino de corte”, afirma o veterinário. Há quatro anos em Rubim, hoje, Nelmar é o responsável pela administração do Haras Recanto, onde a família se dedica à criação de jumentos e muares Pêga. “O criatório foi iniciado, em 1988, pelo meu pai Dr. Nelmar Alves de Araújo, médico dermatologista, que reside na cidade de Patos de Minas (MG). Também cuido da administração

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das fazendas de gado de corte, onde fazemos cria e recria de bovinos”, explica Nelmar. O criatório se dedica às linhagens Campo Novo, Maab, Passatempo e Varjão. Como administrador rural e responsável técnico pela criação de bovinos e equinos, Nelmar acredita que o mercado para o profissional na área da Medicina Veterinária está em alta. “O mer-

cado é bem amplo para o profissional veterinário qualificado, com excelentes perspectivas para crescimento na área, visto a importância do mesmo na produção agropecuária”. E para aqueles que têm interesse pela área, o médico veterinário dá a dica. “É preciso ter muita dedicação e responsabilidade com o trabalho, mas principalmente, é preciso gostar do que faz”, argumenta. Foto: Arquivo Pessoal

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Entidade de Classe

Foto: ACS FAES

Uma entidade em defesa dos produtores capixabas A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES) teve ao longo de sua história o compromisso de defender os direitos e interesses da categoria de produtores rurais capixabas, além de promover o desenvolvimento e a representação da categoria perante os poderes públicos Federal, Estadual e Municipal. A FAES é uma instituição privada que faz parte do Sistema Patronal Rural, liderado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A história da entidade teve início em 1956, quando foi fundada a Federação das Associações Rurais do Espírito Santo (Fares), tendo Benvindo Novais como presidente. Só em 1965 é que a Fares veio a se transformar na atual entidade que conhecemos, momento este em que obteve a sua carta sindical, passando a denominar-se Federação da Agricultura do Estado do Espírito Santo. Ao longo de sua história, já passaram pela entidade 10 presidentes. O primeiro deles foi Napoleão Fontenelle da Silveira, que permaneceu no cargo por 12 anos. Hoje, a diretoria da FAES conta com 11 diretores, sendo um Presidente, seis vice Presidentes, dois Secretários e dois Tesoureiros. A atuação da entidade se baseia na busca por parcerias junto aos Sindicatos, incentivando os mesmos a desenvolverem trabalhos de forma precisa e contínua, além de oferecer aos produtores rurais serviços e consultorias em sua sede de forma permanente. Atualmente, a Federação conta com a parceria do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), da Secretaria de Estado da Agricultura, Abas-

tecimento, Aquicultura e Pesca (SEAG) e do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos (IEMA). Além disso, a FAES possui também diversos convênios como o Convênio SEAG/FAES, no combate à brucelose; o Acordo de Cooperação Técnica FAES/SESP; o Termo de Cooperação Técnica FAES/SENAR CENTRAL para o Programa Secretaria Eficiente; o Convênio de Cooperação Técnico-Financeiro FAES/FIBRIA de Fomento Florestal, todos com a finalidade de garantir assistência aos produtores rurais. Outro ponto de destaque em sua atuação é a realização de cursos de formação profissional e promoção social dos produtores e trabalhadores rurais e seus familiares, em parceria como o Senar. Hoje, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo representa 56 Sindicatos Rurais, num universo de 86.400 produtores rurais de pequeno, médio e grande porte. Para suprir toda essa demanda, a Federação conta com 10 funcionários, sendo uma Secretária Geral, um Secretário Executivo, um responsável pela Arrecadação da Contribuição Sindical, duas Assessoras Jurídicas, um Engenheiro Agrônomo (Meio Ambiente) e quatro pessoas no Departamento Sindical. Durante a sua caminhada, a FAES realizou diversas ações como a defesa do Direito de Propriedade; alcance das Liminares de Reintegração de Posse; regularização trabalhista da categoria; criação do seu Conselho de Meio Ambiente e Recursos Hídricos; ajuste, com o apoio do INCAPER, da Tabela dos valores da Terra Nua de todos os municípios, fator determinante para cálculo do ITR; ação para re-

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gularização fundiária das terras devolutas; combate às ações criminosas do MST; proteção das incursões políticas que ameaçam legítimos produtores em questões indígenas e quilombolas; criação e administração do Fundo de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, além do Programa de Controle da Brucelose bovina. Segundo o atual presidente da Federação, Júlio da Silva Rocha Júnior, a FAES sobrevive, principalmente, da Contribuição Sindical Rural (CSR). “Somos 84.211 produtores rurais no Estado, dos quais cerca de 53 mil são associados da FAES. A arrecadação do CSR é distribuída da seguinte maneira: 60% vai para o Sindicato Rural do Município de sua propriedade, 15% é da FAES, 5% pertence ao CNA e 20% vai para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Assim, a principal fonte de renda da FAES consiste nos 15% da Arrecadação da Contribuição Sindical Rural (CSR), contando também com os convênios e contratos de locações de auditório e salas comerciais pertencentes a mesma”, explica o presidente. A FAES conta com 56.000 produtores associados indiretamente, já que estes pertencem aos Sindicatos Rurais filiados à Federação. Para se associar, é cobrada uma mensalidade social através do Sindicato Rural. A partir do momento em que o produtor se associa, ele passa a ter acesso ao seu legítimo órgão de representação e defesa.

nais; descentralização das ações; criação e organização do grupo das Mulheres Rurais; reoorganização das Comissões Técnicas e a criação do Conselho de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da FAES”. Segundo o presidente, o ponto forte do Espírito Santo no que diz respeito à agropecuária é o caráter e a garra dos produtores rurais. Mas destaca ainda a posição geográfica estratégica do estado, o desempenho do órgão de pesquisa, o nível de tecnologia usada, bem como a disseminação e socialização de conhecimentos, principalmente pelo SENAR. Júnior ressalta ainda que, como em toda gestão, há dificuldades diversas, mas é necessário que se busque a superação de tais obstáculos. “A gente se depara com toda a sorte de óbices para a categoria, que resultam na falta de renda para o produtor. Por isso, incentivamos a efetiva participação dos produtores em todos os fóruns de representação da FAES com técnicos, diretores e sindicatos. Temos 90 fóruns de representação”. Em relação à sua reeleição, o atual presidente afirma ser cedo para que haja uma definição a respeito da questão. “Restando dois anos de mandato, é cedo para definir. A cate-

goria tem que decidir o que mais lhe convém”, argumenta.

Fique por dentro de alguns dos principais objetivos da FAES - Interceder junto às autoridades competentes no sentido do rápido andamento e da solução de tudo que diga respeito aos interesses da classe; - Colaborar com o Estado, como órgão técnico e consultivo, no estudo e soluções dos problemas que se relacionem com a categoria econômica representada; - Criar, organizar e manter serviços de consultoria técnica e jurídica, de utilidade para os Sindicatos filiados; - Promover estudos que visem orientar e aperfeiçoar os métodos de trabalho e de produtividade; - Colaborar com as demais entidades congêneres no sentido de manter a paz social; - Receber as cotas que, legalmente, lhe correspondem na partilha da Contribuição Sindical; Foto: ACS FAES

Atual gestão Aos seus 64 anos, Júlio da Silva Rocha Júnior está há 20 anos filiado à FAES, através do Sindicato Rural de Presidente Kennedy. Assumiu um ‘mandato tampão’ como vice-presidente de novembro de 2005 a julho de 2006, exercendo dois mandatos na história da entidade. O primeiro foi de agosto de 2006 a julho de 2009, e o atual mandato teve início em 14 de setembro de 2009, com término previsto para 14 de setembro de 2012. Júnior também já exerceu o cargo de diretor finaceiro da entidade de 2000 a 2003. Natural de Cachoeiro de Itapemirim, Júnior trabalha com a pecuária de leite desde agosto de 1990. Dentre as ações desenvolvidas em sua gestão, o presidente destaca o “fortalecimento das ações interinstitucio-

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Júlio da Silva Rocha Júnior é o atual presidente da FAES, com mandato até 2012

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Caderno Técnico

Sombra natural em pastagens: vantagem apenas para os animais?

Maria de Fátima Ávila Pires - Med. Vet., pesquisadora da Embrapa Gado de Leite Margarida Mesquita Carvalho - Eng. Agron., pesq. aposentada da Embrapa Gado de Leite Domingos Campos Paciullo - pesquisador da Embrapa Gado de leite Daise Ferreira Xavier - pesquisador da Embrapa Gado de leite Importância da sombra para gado de leite Nos meses quentes do ano, durante grande parte dos dias, o ambiente é considerado estressante para os animais, uma vez que as variáveis climatológicas (temperatura, radiação solar, umidade, etc.) apresentam níveis acima da zona de conforto para vacas em lactação. A primeira medida para amenizar esse problema é proteger os animais da ação direta do sol. Numerosos estudos, em diferentes regiões do mundo, têm demonstrado os benefícios da sombra, reportando aumentos entre 12 a 15% na produção de leite, 20% na taxa de concepção, e uma redução de quase 50% no número de serviço/concepção dos animais que tiveram acesso à sombra. Esses trabalhos mostram também que o ambiente é sensivelmente menos estressante sob sombra que a céu aberto, indicando uma diferença de 10°C entre os dois ambientes. Há uma melhora considerável no conforto dos animais, evidenciada por um menor aumento na temperatura retal e no ritmo respiratório entre a manhã e a tarde. Naturalmente, os benefícios obtidos vão depender do tipo de sombra utilizado, da raça dos animais, da alimentação disponível e do estágio da lactação, entre outros fatores. Sombra de árvores é a mais adequada As árvores são uma fonte excelente de

sombra, e, em condições de livre escolha, os animais geralmente procuram a sombra das árvores em lugar de estruturas artificiais feitas pelo homem. É um modo eficiente de proteger as vacas da radiação solar direta e, assim, a arborização das pastagens deveria estar incluída no planejamento do manejo das fazendas. A sombra natural, fornecida pelas árvores, é uma alternativa das mais efetivas, não só porque diminui a incidência de radiação solar, como também reduz a temperatura do ar através da evaporação de suas folhas. Além disso, permite uma movimentação adequada do ar sob sua copa. Outra vantagem na utilização desse tipo de sombra é que o animal recebe pouca radiação térmica se comparado com a cobertura de metal. Como consequência, quando a sensação térmica a céu aberto estiver entre 36 a 40ºC, sob sombra natural, a temperatura será reduzida para 26 a 32°C. Para se conseguir a máxima eficiência na utilização da sombra, considerando que os animais não irão se aventurar em abandonar o conforto da sombra das árvores durante as horas de calor intenso, o bebedouro e os cochos de alimentação devem estar sob a sombra, ou o mais próximo possível. Apesar de não haver dúvidas com relação às vantagens de uma boa arborização das pastagens, como este é geralmente um processo lento, muitas vezes é necessário lançar mão do sombreamento artificial, enquanto as árvores crescem.

Como proceder para fornecer sombra artificial Sombrite: As estruturas baseadas na utilização de redes plásticas são adequadas para regiões onde ocorre uma estação quente definida, podendo-se adotar manejo estratégico ou semi-estabulação. Atualmente, tem-se utilizado redes plásticas que produzem diferentes porcentagens de sombra. Podem ser armadas sobre diversos materiais, como postes metálicos, de madeira ou tubos de alumínio. A altura mínima deve ser de 3 m e é conveniente que tenha uma inclinação para evitar o acúmulo da água de chuva sobre a rede. Este acúmulo, apesar de não danificar a rede, produz umidecimento excessivo do solo, uma vez que a água se filtra na forma de pequenas gotas. Em alguns casos, o peso da água pode danificar certos tipos de estruturas mais frágeis, como os tubos de alumínio. Entretanto, esse tipo de material tem a vantagem de permitir a utilização de sombras móveis, que podem ser deslocadas de acordo com as necessidades, por exemplo, quando houver formação de lama e (ou) buracos no piso. Tipos: Existem no mercado vários tipos de redes com diferentes porcentagens de sombreado. A rede com 80% é recomendada para regiões onde a carga radioativa é elevada. As redes com 90% de sombreado, por possuírem a malha muito fechada, dificultam a ventilação, e as de 60% deixam passar muita radiação. As redes que

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fornecem menos de 60% de sombreado não têm muita utilidade para sistemas de produção de leite. Orientação: A orientação da estrutura vai depender do tipo de sombra que se deseja, isto é, se a preferência for por uma sombra mais estável, o eixo longitudinal deverá obedecer ao sentido leste-oeste. Uma sombra mais variável ao longo do dia se consegue com o eixo longitudinal no sentido norte-sul. A vantagem deste movimento da sombra projetada é manter o piso mais seco, apesar de ser menos fresca. A decisão sobre a orientação da estrutura vai depender, especialmente, da distribuição das chuvas. Se o verão for muito chuvoso, é preferível a orientação norte-sul. Tamanho: A disponibilidade de sombra/ animal recomendada varia entre 3 a 5 m²/ vaca. Se as dimensões do piquete permitirem, é recomendada uma estrutura de 4 m de largura (Figura 1), com o comprimento em função do número de animais que serão alojados. Outra opção, associada também ao tamanho do piquete, seria a construção de vários módulos estrategicamente localizados. Qualquer que seja o tipo de fixação, a rede deve ficar bem esticada. Com manutenção adequada, sua durabilidade poderá ser superior a cinco anos.

Figura 1

Conforto animal não é a única vantagem das árvores em pastagens A preferência pela sombra natural das árvores pode trazer diversas outras vantagens para a propriedade rural, desde que algumas condições básicas sejam atendidas. As principais vantagens a serem obtidas são: a) Controle de erosão e melhoramento da fertilidade do solo: serão conseguidos, se árvores de características favoráveis forem introduzidas na pastagem, em número suficiente e em disposição adequada. Árvores com raízes profundas, e as que têm capacidade de fixar o nitrogê-

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nio do ar atmosférico (leguminosas) são as mais indicadas. O plantio de poucas árvores, visando apenas ao fornecimento de sombra para os animais, terá pouco efeito no controle de erosão e melhoramento da fertilidade do solo. É necessário que as árvores sejam plantadas em toda a área da pastagem, isoladas, aos pares ou em renques (faixas). Os dois últimos sistemas são apropriados para funcionar também como quebra-vento, e para locais de topografia acidentada. b) Melhor aproveitamento da água das chuvas: é uma das consequências de uma boa cobertura vegetal do solo. As pastagens de gramíneas, se bem formadas e bem manejadas, são um dos principais meios de se conseguir boa cobertura vegetal do solo. Com as árvores, além de melhorar a cobertura vegetal, o solo ficará mais poroso. c) Produção e valor nutritivo da forragem: uma das principais vantagens da arborização de pastagens é o aumento na disponibilidade de nitrogênio no solo. Esse efeito ocorre mais em pastagens cultivadas do que em pastagens nativas, algumas vezes resulta em maior produção de forragem, e em geral aumenta a quantidade de proteína bruta nas áreas sombreadas, principalmente em épocas de poucas chuvas. d) Controle de geada: em regiões sujeitas a geadas, a arborização protege a pastagem, reduzindo os danos nas forrageiras sob as suas copas. Portanto, a arborização de toda a pastagem pode resultar em importantes benefícios, que, além de garantir o conforto dos animais, melhora a qualidade da forragem, e valoriza a propriedade. As principais condições para se obter essas vantagens das árvores são: I) usar forrageiras tolerantes ao sombreamento; II) usar árvores que tenham características favoráveis; e III) adotar sombreamento apenas moderado.

características de crescimento adequadas. As características desejáveis das espécies arbóreas incluem: a) facilidade de estabelecimento; b) crescimento rápido; c) capacidade para fornecer nitrogênio e outros nutrientes à pastagem; d) adaptação ao ambiente e tolerância à seca, à geada ou ao encharcamento do solo; e) capacidade para fornecer forragem palatável; f) tolerância ao ataque de insetos e doenças; g) ausência de efeitos tóxicos para os animais; h) capacidade para fornecer sombra, abrigo e controle de erosão; e i) apresentar fuste alto e copa pouco densa. Espécies adequadas para arborização - No Brasil, há numerosas espécies nativas com potencial para fornecer sombra para os animais e oferecer as outras vantagens enumeradas para as pastagens. Em cada região, deve-se dar preferência às espécies locais, desde que preencham os requisitos necessários. Há também espécies introduzidas de outros países (exóticas), que são adaptadas a alguns dos nossos ecossistemas, como as leguminosas de usos múltiplos, algumas apresentando valor forrageiro. É desejável o plantio de várias espécies na mesma pastagem, para favorecer o desenvolvimento da fauna e também de inimigos naturais de eventuais pragas de pastagem. A arborização das pastagens pode também ser feita por regeneração natural de espécies nativas, as quais são muitas vezes eliminadas por ocasião das limpezas de pastagens, adotadas pelos produtores em algumas regiões. Algumas das espécies nativas e exóticas recomendadas para a Região Sudeste são: I) Nativas – angico-vermelho, angico-branco, angico-mirim, jacarandá-branco, jacaré, orelha-de-macaco, sibipiruna, vinhático. II) Exóticas – Acacia mangium, Acacia auriculiformis, Gliricidia sepium. Considerações finais

Espécies arbóreas recomendadas Características das árvores - Um dos fatores que influenciam na obtenção das vantagens da arborização de pastagens é a escolha das espécies arbóreas, que devem ser adaptadas, e apresentar arquitetura e

Se a sombra das árvores pode promover conforto para os animais, contribuir para conservação e melhoramento da fertilidade do solo, aumentar a produção e melhorar a qualidade das pastagens, entre outras vantagens, porque não arborizar?

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Meteorologiaa

Natal com chuvas * Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo

O período chuvoso, neste ano, começou na data certa nas regiões sul e Triângulo, no início de outubro; nas regiões central e Zona da Mata, em meados do mês de outubro e, no final do mês nas regiões leste e norte do estado. O fenômeno La Niña está atuando com intensidade moderada, mas o suficiente pra deixar o mês de novembro com temperaturas abaixo da média histórica em todas as regiões do estado. Segundo o Centro Americano de Meteorologia, o La Niña deverá atuar até o final da estação chuvosa, mês de abril. Se continuar a influência em Minas Gerais, como se tem observado desde o outono, pode-se esperar um verão com temperaturas elevadas e formação de temporais isolados. Os temporais causam normalmente inundações nas cidades e as rajadas de ventos destelhamentos e quedas de árvores. As chuvas ocorridas em Belo Horizonte no final de 2008 e no mês de janeiro de 2009, e em São Luiz do Paraitinga (SP) e em Angra dos Reis (RJ), no início deste ano, são sinais de alertas de que o clima do planeta está mudando. Quatro grandes temporais, perdas matérias enormes, e infelizmente também de vidas. Precisamos entrar em estado de alerta este ano na região leste do estado, pois nos últimos anos as chuvas ocorridas nos meses de dezembro e janeiro ficaram muito abaixo da média histórica. Portanto, a previsão é de chuvas intermitentes entre os dias 10 e 20 de dezembro e depois com o aquecimento, a formação de temporais isolados. A porcentagem de água disponível no solo começa o mês entre 70 a 80% no Vale do Rio Doce, entre 60 e 70% no Vale do Mucuri e, entre 50 e 60% no Vale do Jequitinhonha e na região norte do Espírito Santo.

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Mão na Massa

Aprenda a utilizar os insumos agroecológicos

Para serem considerados como insumos alternativos e serem aceitos na agricultura agroecológica, todos os produtos e substâncias ( químicos, orgânicos, biológicos ou naturais) devem atender aos seguintes requisitos: - Terem mínima ou nenhuma toxicidade (pertencentes ao grupo toxicológico IV); - Terem eficiência no combate a insetos ou microorganismos nocivos às plantas; - Terem custo reduzido para sua aquisição e emprego no campo; - Serem de manejo e aplicação simples; - Serem fáceis de se obter. A seguir, são apresentados os mais conhecidos insumos agroecológicos: 1. Plantas Defensivas O emprego de extratos, chás ou sucos de plantas é uma alternativa viável para o combate de muitas pragas e doenças. Alho O extrato de alho tem ação fungicida, combatendo doenças como o míldio e ferrugens, e ação bactericida. É utilizado também como repelente de insetos nocivos como a lagarta da maçã e o pulgão. Chá de Cavalinha (Equisetum arvense ou Equisetum giganteum) Indicado e empregado na horticultura; aumenta a resistência da planta contra insetos nocivos em geral. Cravo de Defunto Combate pulgões, ácaros e algumas lagartas. Fumo (Nicotina) A nicotina contida no fumo é um excelente inseticida, tendo ação de contato contra pulgões, tripes e outras pragas. Quando aplicada como cobertura do solo, pode prevenir o ataque de lesmas, caracóis e lagartas cortadeiras. Neem ou nim (Azaridachta indica) Tem como príncipio ativo a azadiractina. Encontrada nas folhas e nos frutos, é indicada no combate a traças, lagartas, pulgões, gafanhotos, agindo como inseticida e repelente de pragas em geral. Pimenta Tem boa eficiência quando concentrada e misturada com outros defensivos naturais no combate aos pulgões, vaquinhas, grilos e lagartas. Primavera ou Maravilha (Bougainvillea spectabilis ou Mirabilis jalapa) Resultante da extração do suco das folhas destas plantas, torna-se um método eficiente para imunizar mudas de tomate contra o “vira-cabeça do tomateiro”. Urtiga Planta empregada principalmente na horticultura. Ela é útil no combate aos pulgões e para aumentar a resistência natural. 2. Produtos Orgânicos como Agentes Defensivos

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Cinzas A cinza de madeira é um material rico em potássio, recomendado no controle de pragas e até de algumas doenças, podendo ser aplicado na mistura com outros produtos naturais. Farinha de Trigo A farinha de trigo de uso doméstico pode ser efetiva no controle de ácaros, pulgões e lagartas em hortas domésticas e comunitárias. Pulverizando-se de manhã as folhas atacadas, a farinha seca ao sol, formando uma película que envolve as pragas e fazendo com que estas caiam com o vento. Leite O leite em sua forma natural ou como soro é indicado para o controle de ácaros e ovos de diversas lagartas, assim como no combate a várias doenças fúngicas e viróticas. Sabão e suas Misturas O sabão (não detergente) tem efeito inseticida e quando acrescentado a outros defensivos naturais pode aumentar a sua efetividade. Sozinho, tem bom efeito sobre muitos insetos de corpo mole como o pulgão, as lagartas e moscas brancas. A emulsão de sabão e querosene transforma-se em um inseticida de contato, bastante indicado para o combate a insetos sugadores. 3. Fertilizantes Agrícolas Alternativos Utilizados como adubos foliares, estes fertilizantes têm como principal função a manutenção de uma nutrição equilibrada da planta, levando-a desta forma a um aumento de sua resistência natural contra pragas e moléstias. Calda Biofertilizante É preparada com estercos animais, restos de culturas, capins e resíduos orgânicos em um processo de fermentação anaeróbica ou aeróbica. Existem vários produtos que podem ser utilizados para enriquecerem o biofertilizante. Supermagro Indicado como fonte suplementar às plantas, o supermagro consiste em um biofertilizante enriquecido com micronutrientes. É importante que a diluição correta seja respeitada na aplicação. (Fonte: Site Planeta Orgânico)

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AgroVisão

Fertilizando o solo O processo de adubação das plantas é fundamental para se garantir uma boa produtividade, mas é preciso que se tenha alguns critérios na escolha do fertilizante mais adequado para a sua necessidade * Por Alexandre Sylvio Foto: www.sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br

Imagem que exemplifica a adubação de cobertura

Os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas têm origem na degradação das rochas, com exceção do nitrogênio. Este processo é lento, mas atende às exigências das plantas nas matas e florestas. Nesses ambientes reina um equilíbrio onde os nutrientes que são absorvidos pelas plantas retornam para o solo com a queda das folhas e galhos e a decomposição destes feita pelos microrganismos. Estes sistemas são ricos em nutrientes e matéria orgânica que sustentam a floresta. Nos cultivos agropecuários, o sistema muda e tem inicio um intenso processo de exportação de nutrientes através da colheita das plantas, frutos e grãos. Por exemplo, a colheita de 10 toneladas de grãos de milho por hectare gera a exportação de aproximadamente 150 Kg de nitrogênio e 100 Kg de fósforo. Quando as plantas de milho são colhidas para silagem (plantas inteiras) a exportação de nutrientes aumenta significativamente. Em áreas

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irrigadas onde o cultivo é contínuo, com duas a três safras por ano, a exportação de nutrientes também é elevada. Desta forma, em sistemas agrícolas de alto rendimento, o agricultor não pode contar apenas com os nutrientes existentes no solo ou com a utilização de matéria orgânica, tornando-se extremamente necessária a aplicação de fertilizantes químicos. Os corretivos e fertilizantes agrícolas fazem parte do custo de produção, sendo responsáveis por aproximadamente 20% dos gastos do produtor. Mas, será que o produtor sabe utilizá-los corretamente? Antes da utilização dos corretivos e fertilizantes algumas perguntas devem ser respondidas: Por que utilizar? Quanto utilizar? Quando utilizar? Como utilizar? Onde utilizar? Quais produtos utilizar? Essas perguntas são fundamentais, pois o objetivo geral dos sistemas agrícolas é a obtenção do máximo de produtividade com o mínimo de investimento em insu-

mos, ou seja, o máximo de eficiência dos fertilizantes no sistema solo-planta. Quando utilizamos o fertilizante temos como objetivo fornecer nutrientes para as plantas, principalmente, através das raízes que irão absorvê-los do solo e utilizálos em seu desenvolvimento e produção. Apesar da dinâmica, parte desses nutrientes não serão absorvidos pelas plantas, mas utilizados por microrganismos e perdidos por diversos processos do solo como a lixiviação, onde o nutriente mineral é lavado pela água das chuvas e levado para as camadas profundas do solo, local onde as raízes não atingem. Vamos analisar o nitrogênio, por exemplo. É um elemento muito dinâmico no solo, sofrendo transformações químicas a todo tempo. Os fertilizantes nitrogenados são de grande solubilidade. Isto quer dizer que, com a presença da água, eles se dissolvem rapidamente movimentando -se junto à água. Desta forma, as raízes das

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utide-

plantas devem absorver o nitrogênio rapidamente antes que a água das chuvas o leve para outro lugar do solo, longe do seu alcance. Essa característica é importante para quem vai plantar café, por exemplo. Quando se planta uma muda de café na cova, as suas raízes demoram a se estabelecer, iniciar o crescimento e a absorção de nutrientes minerais. Imaginem, então, as perdas que o agricultor teria se colocasse nitrogênio na cova de plantio do café? Quando as raízes estivessem prontas para absorver o nitrogênio, ele já estaria perdido há muito tempo. Diante disso, recomendamos a aplicação do nitrogênio apenas quando as raízes das plantas estão em desenvolvimento, quando as plantas já se encontram estabelecidas. Neste caso, a adubação com nitrogênio é realizada em cobertura, na superfície do solo. O nitrogênio é dissolvido pela água das chuvas ou de irrigação e penetra no solo atingindo as raízes, que já estão desenvolvidas, favorecendo a absorção. Nas culturas classificadas como anuais como o feijão e o milho, o sistema muda. Uma pequena parte do nitrogênio é aplicada durante a semeadura, junto aos grãos. Isto pode ser feito porque estas sementes germinam rapidamente assim como o crescimento de suas raízes. Durante o crescimento, encontram o nitrogênio absorvendo-o e fortalecendo o seu crescimento inicial, o que os profissionais da área chamam de arranque. Durante o seu crescimento, novas doses de nitrogênio são aplicadas, mas agora em cobertura. O nitrogênio também não pode ser aplicado no solo, misturado com qualquer insumo. Os calcários, por exemplo, apresentam pH elevado. Quando os fertilizantes nitrogenados entram em contato com estes produtos, tendem a reagir quimicamente e volatilizar (transformar em gás) e ser perdido na atmosfera, juntamente com o dinheiro do produtor. Existem outros problemas como as sub adubações, onde o fertilizante é utilizado em quantidades inferiores às necessidades das plantas, prejudicando o seu desenvolvimento; e as super adubações onde o produtor aplica fertilizante em excesso, acima das necessidades das plantas, aumentando as perdas dos elementos

no solo e dinheiro, além, é claro, dos riscos de contaminação ambiental que aumentam significativamente. É importante que, antes de se tomar qualquer decisão, o produtor consulte um profissional das Ciências Agrárias para a obtenção das informações necessárias para condução de sua lavoura, pastagem ou silvicultura. Evitar erros nas diversas etapas de condução das culturas é fun-

damental na rentabilidade da atividade e remuneração do produtor rural. * Engenheiro Agrônomo; DSc. Em Produção Vegetal; Professor Titular/Solos e Meio ambiente; Coordenador do Curso de Agronomia da Universidade Vale do Rio Doce asylvio@univale.br Foto: www.tudofacil.rs.gov.br

Processo de adubação no sulco de plantio

Foto: http://www.mpzflorestal.com.br

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Emater

Cultura do maracujá é destaque na região Leste de Minas Gerais

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grande aliado à cultura no período da seca, pois favorece a produção de frutos ao longo do ano. Além da colheita na entressafra, o preço da fruta atinge um valor de expressão no mercado. O número de plantas por hectare é entorno de 666, obedecendo a um espaçamento de 5 m entre pés e 3 m de largura entre ruas. Cerca de 15 dias após o plantio iniciase a operação de poda, eliminando-se todos os brotos laterais, deixando apenas o ramo mais vigoroso, que será conduzido por um tutor até o final do arame. No pe-

ríodo de entressafra deve ser feita uma poda de limpeza, retirando-se todos os ramos secos e/ou doentes, proporcionando melhor arejamento à folhagem do maracujazeiro e diminuição do risco de contaminação das novas brotações. O maracujá apresenta seu lado calmante e relaxante. Contém potássio, ferro, fósforo, cálcio, carboidratos e vitaminas A, B2 e C. *Marília Aparecida Martins Silva Extensionista Agropecuária I. Lotada no Escritório Local de São José do Divino. Foto: Divulgação

A cultura do maracujá vem ganhando notoriedade na região do Vale do Rio Doce. Alguns municípios apostam nesta nova vertente para agregar valor à atividade agropecuária. O plantio vem trazendo grande expectativa aos agricultores familiares de São José do Divino (MG), que apostam em uma safra promissora para o final de 2010. A cultivar explorada hoje no município é a FB200. Encontrada em sacolões e mercados, a espécie é pouco exigente em termos de adubação e tratos culturais. O maracujazeiro pode ser cultivado na maioria das regiões tropicais e subtropicais. O solo deve ser profundo, arenoso ou levemente arenoso e bem drenado, pois o encharcamento favorece a ocorrência de doenças do sistema radicular. Após a escolha da área, devem ser feitas amostragens do solo para análise química. A adubação orgânica é uma prática importante para manter o solo produtivo. Vale lembrar que o sucesso da adubação depende tanto da quantidade adequada aplicada, quanto da época e localização do corretivo e dos fertilizantes. O maracujá é uma planta de clima tropical com ampla distribuição geográfica. A cultura do maracujá está em franca expansão tanto para a produção de frutos para consumo “in natura” como para a produção de suco. O Brasil é o primeiro produtor mundial de maracujá. O processo de irrigação tem sido um

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No caso das sementes de gramíneas forrageiras, citaremos alguns exemplos de espécies que deverão ser produzidas e comercializadas com padrão mínimo de pureza e germinação. *Brachiaria Brizantha (Braquiarão): 80% de pureza e 60% de germinação . *Brachiaria Decumbens: 80% de pureza e 60% de germinação. *Paspalum Atratum (Capim Pojuca): 60% de pureza e 50% de germinação. *Andropogon Gayanus (Andropogon): 40% de pureza e 25 de germinação. *Brachiaria Humidicola: 80% de pure-

za e 40% de germinação. *Cenchrus Ciliares L. (Capim Buffel): 40% de pureza e 30% de germinação. Todas as demais espécies de sementes terão seus valores mínimos de pureza e germinação. Os comerciantes e produtores rurais que tiverem dúvidas sobre o novo padrão oficial de sementes e mudas deverão procurar o escritório do IMA de sua região.

*Marcelo de Aquino Brito Lima Auditor Fiscal Estadual – IMA Foto: Divulgação

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado de Minas Gerais está fiscalizando o comércio de sementes e mudas nas revendas de todo território mineiro. O trabalho está amparado pela Lei Nº 10.711, de 05 de Agosto de 2003, Decreto Nº 5.153, de 23 de Julho de 2004, que dispõe sobre o sistema nacional de sementes e mudas. Todas as lojas veterinárias e revendedores de sementes e mudas em geral deverão ser registrados no IMA com o Registro Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM). A loja que estiver comercializando sem o registro poderá ser penalizada pelo Instituto. É importante salientar também que no caso das sementes, o comerciante deve adquiri- las somente com número de registro do RENASEM no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), órgão este que registra e fiscaliza a produção e beneficiamento das sementes. No ato da fiscalização nas lojas, as sementes devem estar armazenadas fora do contato com umidade, não podem ser comercializadas fracionadas e devem estar dentro do prazo de validade, o lojista deve estar com nota fiscal e termo de conformidade em mãos. É importante que os lojistas e consumidores de sementes também fiquem atentos para os novos padrões de produção e comercialização das mesmas.

As sementes da Brachiaria Brizantha deverão ser produzidas e comercializadas com padrão mínimo de pureza e germinação

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IMA

IMA fiscaliza comércio de sementes e mudas

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Idaf

Monitoramento de resíduos de agrotóxicos proporciona alimentos de melhor qualidade para o consumidor

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cultura do morango apresentou uma queda de 55,5% nos resultados insatisfatórios. O Secretário de Estado da Agricultura, Ênio Bergoli destaca que o morango reverteu uma situação ruim, na qual era considerado um produto com elevadas quantidades de resíduos. “Hoje, podemos afirmar que o morango capixaba é um dos melhores do Brasil, pelos índices apresentados” afirma ele. Outro vegetal com bons resultados é o tomate, que apresentou uma queda de 66,7% nos índices irregulares. A partir dos resultados das análises é programada pelo Idaf, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), uma agenda de treinamentos junto aos produtores rurais. Nestes encontros, os participantes recebem orientações quanto à correção de erros na dosagem, à limpeza e manutenção dos equipamentos e à forma de aplicação dos produtos. Desde a implantação do programa têm sido realizados

aproximadamente 55 treinamentos anuais em tecnologia de aplicação de agrotóxicos. Além disso, os responsáveis pelas propriedades com irregularidades recebem informações dos técnicos do Instituto sobre os procedimentos corretos. Detectada a necessidade, a lavoura é interditada e o comércio do produto interrompido. Em alguns casos, pode ser realizada até mesmo a destruição do plantio. “Estas ações são importantes para coibir irregularidades no uso de agrotóxicos. Nelas, buscamos aliar cursos, assistência técnica e atividades educativas para que cada vez mais o consumidor capixaba tenha em suas casas produtos saudáveis e de boa procedência” ressalta Ênio Bergoli. *Assessoria de Comunicação/Idaf Jória Motta Scolforo Tels: (27) 3636-3651 / 8821-9500 Foto: Divulgação

Desde 2003, são feitas no Espírito Santo, pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), análises de resíduos de agrotóxicos nas principais culturas vegetais do estado. Em 2010, foram analisadas 273 amostras, sendo que produtos como o morango e o tomate têm apresentado queda nos resultados insatisfatórios. O estado é o único do Brasil que adota a metodologia de coleta das amostras direto na lavoura, possibilitando, com isso, constatar as irregularidades no sistema de produção e adotar as medidas preventivas. Após a coleta das amostras pelos técnicos do Instituto, as mesmas são encaminhadas ao laboratório credenciado no qual são feitas as análises para averiguar os Limites Máximos de Resíduos permitidos - concentração máxima de resíduo de agrotóxico que pode estar presente em um determinado alimento sem trazer danos à saúde - e os produtos não autorizados. Os dados obtidos pelos exames possibilitam verificar a qualidade e a segurança dos alimentos, detectar as fontes de contaminação e proporcionar uma avaliação quanto ao uso inadequado e não autorizado de agrotóxicos. O objetivo é a prevenção e controle dos riscos decorrentes do consumo de alimentos com excedente e também a proteção da saúde do produtor rural, que trabalha na aplicação dos produtos nas propriedades. Entre os anos de 2004 e 2009 foram feitas análises em uma média anual de 500 amostras. De janeiro a julho de 2010 foram feitos exames em 273 produtos. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, a

Hoje, pode-se afirmar que o morango capixaba é um dos melhores do Brasil

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Melão A mosca-das-frutas é a principal praga da fruticultura, promovendo grandes prejuízos na produção, sendo responsável por perdas econômicas superiores a US$ 80 milhões, além de ser o principal entrave às exportações de fruta in natura (frutas frescas). O melão é um hospedeiro potencial da praga, contudo sua presença não foi detectada nas regiões produtoras no nordeste do Brasil. Mercados importadores, a exemplo dos Estados Unidos, exigem que os frutos de melão sejam oriundos de Áreas Livres de A. grandis. Já países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, aceitam o Sistema de Mitigação de Risco. O cultivo, em escala comercial no Brasil, teve início na década de 60. Até então, o mercado brasileiro desta fruta era abastecido por melões importados, oriundos, principalmente, do Chile e da Espanha. A cultura estabeleceu-se primeiramente nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul mas, por motivo de melhor adaptação climático-fisiológica, começou a transferir-se para o nordeste do Brasil, no início dos anos 80, hoje principal região produtora. A produção brasileira de melão corresponde a apenas 2% da mundial que é estimada em 27,5 milhões de toneladas. Contudo, nas últimas duas décadas, enquanto a produção mundial triplicou, a brasileira aumentou 20 vezes. A Bahia ocupa o terceiro lugar no ranking nacional na produção de melão. Segundo dados da Secretária da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, no ano

de 2007, o Estado produziu 51.886 toneladas numa área colhida com 2.964 ha. Este cultivo está distribuído nos municípios dos territórios de identidade Sertão do São Francisco (Casa Nova, Curaçá, Sobradinho, Sento-Sé, e Juazeiro), Semi-Árido Nordeste II (Ribeira do Amparo) e no território de identidade de Itaparica, que compreende municípios dos Estados da Bahia (Abaré, Gloria e Rodelas) e Pernambuco. Dados do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que no ano de 2007, foram colhidas 495.323 t de melão. Os estados com maior produção são: o Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Em 2008, pela primeira vez, o Ceará assumiu o topo na lista dos exportadores de melão do Brasil. O estado exportou 116 mil toneladas, deixando o Rio Grande do Norte na segunda posição com 92 mil toneladas. * Ascom/Adab Diogo Vasconcelos 3116-8461/8418 Foto: Divulgação

A Bahia poderá ter delimitada uma Área Livre da praga Anastrepha grandis, principal praga da cultura do melão. A proposta foi elaborada pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), em conjunto com a Biofábrica Moscamed Brasil (BMB). O projeto está pronto e será encaminhado para o Ministério da Agricultura (Mapa), no próximo mês. Dentre as frutas produzidas no país, o melão merece destaque por ser a segunda fruta fresca mais exportada na balança comercial brasileira, acompanhando a uva. “A partir deste projeto, poderemos reduzir a utilização de agrotóxicos, aplicar tecnologias de ponta e ter o controle de pragas em área ampla, ou seja, contemplando desde o pequeno ao grande produtor” explicou o diretor geral da Adab, Cássio Peixoto. A implementação da Área Livre de A. grandis segue as Normas Internacionais de Medidas Fitossanitárias – NIMFs nº s. 4, 10 e 26 da IPPC/FAO. A criação desta área, além de proporcionar abertura de novos mercados, gera emprego e renda para a região. Oficialmente, o MAPA já reconhece a Área Livre de Anastrepha grandis nos Vales do Assu (RN) e Jaguaribe (CE). Sendo esta a única área livre de pragas de moscas-das-frutas do país. Dados do programa de monitoramento de pragas realizado pela Moscamed nos estados da Bahia e Piauí, apontam para a ausência da A. Grandis há dois anos. A partir deste trabalho, fiscalizado pela Adab, Adapi e pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), a zona poderá ser criada.

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Adab

Adab analisa projeto para área livre de pragas do melão

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06/12 a 11/12: Sind. P.R. de Ataleia:

Cursos de De

Saúde Reprodutiva Saúde na 3ª Idade

Sind. P.R. de Governador Valadares Trab. na Prod. Derivados do Leite Saúde na 3ª Idade

Assoc. Balde Cheio de Inhapim e região: Trab. na Oper. Manut. Motosserra Trab. na Admin. Prop. Regime Econ. Familiar

Sind. P.R. de Ipatinga Artesanato de Tecidos

Sind. P.R. de Itambacuri Trab. na Oper. Manut. Ordenhadeira Mecânica

Sind. P.R. de Itueta Trab. na Doma Racional de Equídeos

Sind. P.R. de Machacalis Cerqueiro Trab. na Oper. Manut. Motosserra

Sind. P.R. de Pavão Artesanato Materiais Recicláveis

Sind. P. R. de Resplendor Trab. na Inseminação Artificial em Bovinos

Sind. Trab. Rurais de São Domingos das Dores Trab. na Oper. Manut. Tratores Agrícolas

Sind. P.R. de Tarumirim Trab. na Piscicultura

Sind. P.R. de Teofilo Otoni Trab. na Equideocultura / Equitação 34

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Dezembro Senar

13/12 a 18/12:

Progr am event e-se para Para m os deste m os ês! ais entre informaç ões e m co com n o Sen ar pel tato o (33) 3271. telefone 6536

Sind. P.R. de Águas Formosas: Trab. na Oper. Ordenhadeira Mecânica

Sind. P.R. de Aimorés: Trab. na Inseminação Artificial

Sind. P.R. de Ataleia: Trab. na Equideocultura / Equitação

Sind. P. R. de Caratinga: Trab. na Aplicação de Agrotóxicos

20/12 a 23/12:

Sind. P.R. de Governador Valadares Trab. na Oper. Manut. Tratores Agrícolas

Assoc. Balde Cheio de Inhapim e região: Artesanato Fibras Naturais

Sind. P.R. de Itambacuri Trab na administração empresas

Sind. P.R. de Itueta Pintura em Tecidos Noções Básicas de Nutrição

Sind. P.R. de Mantena

Sind. P.R. de Ataleia: Trab. na Doma Racional

Sind. P. R. de Caratinga: Trab. na Aplicação de Agrotóxicos

Sind. P.R. de Carlos Chagas Trab. na Equideocultura / Equitação

Sind. P.R. de Teofilo Otoni Trab. na Bovinocultura / Casqueamento

Artesanato de Tecidos

Sind. Trab. Rurais de São Domingos das Dores Trab. na Oper. e na Manut. de Roçadora

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Mercado

Falta matéria prima para os frigoríficos Alex Santos Lopes da Silva- Zootecnista e Consultor da Scot Consultoria

O mercado do boi gordo trabalhou em ambiente firme no início de novembro. De 31 praças pesquisadas pela Scot Consultoria, 23 delas já registram cotação acima dos R$100,00/@, a prazo, livre de Funrural. Em São Paulo, a arroba cotada em R$115,00 (no dia 12/11), a prazo, acumulou aumento de R$5,00 somente nos dez primeiros dias do mês, ainda com relatos de negócios ocorrendo

Figura 1

por até R$3,00/@ a mais. Observe o movimento de alta na Figura 1. A dificuldade na compra é grande e o mercado está praticamente sem referência de preços. Tendo boiadas, tem negócio. Porém, começam a surgir frigoríficos tentando imprimir pressão de baixa. A venda de carne já começa a sentir os reflexos do significativo aumento de preços dos últimos meses. O consumo sofreu

ligeira redução. A carne com osso, que possui maior liquidez, embora ainda trabalhe em cotações nunca registradas em anos anteriores, já perdeu sustentação. O fator que pode segurar os preços da carne em patamares elevados e, consequentemente, a arroba do boi gordo, é o pagamento de 13º salário e bonificações, que normalmente conferem ânimo à demanda desse tipo de produto. Fonte: Scot Consultoria

Preço do boi gordo, em São Paulo, em R$/@, a prazo, livre do imposto

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Mercado do Leite encontra-se estável e produtores rurais comemoram O setor leiteiro começa a se recuperar e produtores rurais já podem ficar um pouco aliviados com a situação. Depois de três meses de baixa no preço do leite, veio a estabilidade. O preço médio bruto pago ao produtor em outubro (referente à produção entregue em setembro) registrou novamente um equilíbrio, com o leite a R$ 0,6974/ litro - leve aumento de 0,76% frente a setembro, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Podemos perceber que a Cooperativa Agropecuária do Vale do Rio Doce manteve os mesmos preços pagos ao produtor em setembro e outubro, mas teve um pequeno aumento no preço médio bruto se comparado com o preço da média nacional, R$ 0,70/litro. A estabilidade do mercado deve-se, principalmente, à estiagem observada em grande parte das regiões. Estamos

entrando no período de safra. O volume de chuvas aumentou em parte do Sudeste e Centro-Oeste. Mas isso ainda não foi suficiente para alavancar a oferta. Nem tudo são flores. Enquanto os produtores rurais comemoram, os consumidores reclamam. O preço do leite nas gôndolas dos supermercados está alto. O leite UHT varia de R$ 1,80 a R$ 2,00. Segundo o diretor da cooperativa, Guilherme Olinto, o preço está normal. “O problema é que as pessoas só remetem a lembrança delas para as promoções no preço do leite, mas, este é o valor normal. Ele sempre vai variar entre R$1,80 a R$ 2,20”, explica Olinto. Para o pagamento de novembro (referente ao leite entregue em outubro), agentes do setor apostam em estabilidade ou alta de preços. Segundo levantamento do Cepea, 51,7% dos representantes de laticínios/cooperativas (que respondem por 49,4% do volume

amostrado) acreditam em estabilidade de preços; para 46,7% dos entrevistados (responsáveis por 49,4% do volume da amostra), deve haver alta nos preços no próximo pagamento. Apenas 1,7% dos agentes de mercado (que respondem por 1,1% da amostra) apostam em desvalorização do leite ao produtor. A Cooperativa Agropecuária do Vale do Rio Doce está com os preços estáveis neste mês de novembro: o preço médio bruto R$ 0,70, mesmo valor do mês de outubro. Mas vale lembrar que o mercado de leite oscila muito e não quer dizer que a estabilidade do preço do leite vai se manter. As condições climáticas e as temperaturas podem vir a desfavorecer a produção de pastagens nos próximos meses, se não for feito um manejo adequado. *Por Assessoria de Imprensa da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce comunicação@coaperiodoce.com.br

A Florada do Café: Momento de Otimismo Os meses de outubro e início de novembro foram marcados pelas floradas nos cafezais da Zona da Mata, Leste de Minas e Montanhas do Espírito Santo. Este é o momento de maior expectativa por parte dos produtores e do próprio mercado. Expectativa esta explicada pela importância do Brasil no mercado nacional e internacional do café como o maior produtor mundial e o segundo maior consumidor da bebida. A bianuidade na safra brasileira diferencia um ano com alta produção e outro com baixa. A Safra 2011/2012 a nível nacional será o ano de baixa. Em nossa região, devido à quebra de produção da última colheita, devemos manter ou ter uma quebra de 10 %. Mesmo com estas floradas favoráveis, o mercado tende a permanecer aquecido. Os estoques mundiais estão em níveis baixos. Diversos analistas de mercado indicam bons sinais para a cafeicultura nos próximos anos. Precisamos, agora, fazer a lição de casa em termos de qualidade, logística, câmbio favorável á exportação, para que a cafeicultura nacional seja competitiva e rentável ao setor cafeeiro.

Cotação Novembro/10. Arábica – Duro tipo 6 – R$ 325,00 e Cereja Descascado Fino – R$ 390,00. Conilon – Tipo 8 – R$ 173,00.

*Eng. Agr. Gerente Comercial Coocafé Waldir Francese Filho

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Cotações

Boi Gordo

(R$/@)

Mercado Futuro (BM&F) - 06/12

Esalq/BM&F Boi Gordo

Ajuste (R$/@)

Var. (R$)

C.A.

Dez/10

99,92

2,29

Jan/11

94,92

Fev/11

94,00

Venc.

Data

Vista

Prazo

8.501

02/12

104,63

105,02

2,28

1.779

03/12

102,87

103,72

1,53

32

06/12

104,41

106,37

Fonte: BeefPoint

Preços do Leite (R$/L) Cotações do leite cru - preços pagos ao produtor MG

RS

SP

PR

GO

BA

SC

Jul/10

0,7550

0,6378

0,7524

0,7198

0,7141

0,6829

0,7291

Ago/10

0,7051

0,6169

0,7391

0,6985

0,6790

0,6719

0,6919

Set/10

0,7181

0,6097

0,7500

0,6828

0,6900

0,6723

0,6595

Out/10

0,7164

0,6060

0,7506

0,7065

0,7033

0,6745

0,6868

Nov/10

0,7256

0,6323

0,7581

0,7373

0,7284

0,6698

0,7075

R$/litro

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Fonte: Cepea - Esalq/USP (Milk Point)

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)

FEILEITE realiza sua 4ª edição em São Paulo responsáveis por mais de 90% da produção de leite do País estiveram presentes, um time de primeira que inclui Girolando, Gir Leiteiro, Simental, Jersey, Holandês, Guzerá, além de búfalos, que participaram pela primeira vez da Feileite. A presença de empresas de genética, nutrição, saúde animal, equipamentos e maquinários, novas tecnologias, entre outras, também cresceu de 80 para 100. A FEILEITE contou com uma extensa programação oferecendo o VII Curso de Noções

Coordenadores do projeto Balde Cheio reúnem-se em Minas A Embrapa Pecuária Sudeste e o SISTEMA FAEMG SENAR (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) promoveram de 18 a 20 de novembro, em Caeté (Hotel Tauá), o 2º Encontro Nacional de Coordenadores do Balde Cheio – Projeto de Desenvolvimento Integrado da Pecuária Leiteira. O objetivo do evento foi dar continuidade ao trabalho de fortalecimento do projeto, com a troca de informações sobre os resultados nos estados. Estiveram presentes cerca de 200 pessoas, de 20 estados. O Balde Cheio é desenvolvido em Minas desde 2007. Com tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, o projeto leva novos conceitos aos produtores de leite ao unir pesquisa e extensão para aumentar a produtividade e gerar mais lucro. O trabalho consiste na adoção de técnicas de manejo de pastagem do gado, controle zootécnico e gestão da propriedade, introduzindo a tecnologia na rotina pecuária. Em Minas, já são contemplados 130 municípios, atendendo aproximadamente 1,2 mil produtores rurais, a maioria de pequeno porte. (Fonte: ACS FAEMG)

Perspectivas Econômicas e Ambientais para a área do entorno da UHE Baguari foi tema de Seminário O Seminário Perspectivas Econômicas e Ambientais para a área do entorno da Usina Hidrelétrica (UHE) Baguari, realizado no dia 25 de novembro, apresentou alternativas de diversificação e potencialização das atividades rurais, implementação de novas tecnologias, visando à prospecção ambiental, produtiva e econômica nas propriedades do entorno da usina. O evento foi uma realização do Consórcio UHE Baguari e da Emater-MG, com o apoio do Sindicato Rural de Governador Valadares e

União Ruralista Rio Doce. A proposta do seminário foi desenvolver uma consciência favorável ao processo de preservação ambiental e criar condições que facilitassem o desenvolvimento de atividades e tecnologias que promovessem impactos positivos nas áreas de produção agrícola da região. Produtores, empresários, agricultores, técnicos, lideranças técnicas, setoriais e políticas e demais interessados no tema foram o público alvo do seminário. (Fonte: Emater)

em Morfologia e Julgamento de Zebuínos com Aptidão Leiteira; palestra com a senadora Kátia Abreu; o Workshop Feileite 2010, com a exposição de diversos painéis; Julgamento de animais das raças Gir Leiteiro, Girolando, Jersey, Holandês, Simental, além de caprinos; leilões; Torneio Leiteiro das raças Guzerá, Holandês, Gir Leiteiro e Simental e cerca de 100 eventos paralelos. (Fonte: Site Feileite)

Aconteceu

De 9 a 13 de novembro, o Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, sediou a 4ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite, a Feileite. A Feileite 2010 registrou recorde de animais inscritos, de público e de empresas participantes. Este ano, o Centro de Exposições Imigrantes recebeu 22 mil visitantes nos cinco dias de evento, ante 20 mil em 2009. Os pavilhões da feira abrigaram 2.200 animais, 200 a mais que a edição anterior da feira. Nos pavilhões, as principais raças leiteiras,

Potencial agrícola baiano empolga empresários neozelandeses Encontros com empresários neozelandeses renderam bons resultados para a Bahia. Após reunião com o governador Jaques Wagner e comitiva, no dia 16 de novembro, representantes da instituição Employers and Manufacturers Association (EMA) mostraram interesse em investir no estado e firmar novas parcerias no segmento de gado leiteiro. “A Bahia poderá produzir mais leite que a Nova Zelândia”, disse o empresário David Wallace, da fazenda Wallace Pastrol, onde a comitiva baiana conferiu as técnicas inovadoras que podem ser utilizadas para incrementar a produção de leite no estado. O governador também foi recebido na sede da Fonterra, maior cooperativa de leite do mundo, pelos diretores David Broad, Kevin Murray, e Mark Robins. A Fonterra, com 10,5 mil fazendeiros associados, é a maior processadora de leite do mundo. Possui US$ 9,4 bilhões em ativos, registra vendas da ordem de US$ 10,7 bilhões, detém 25% das exportações da Nova Zelândia e representa 8% do PIB. Em outra reunião comercial, a comitiva baiana ouviu dos representantes da Gallagher Industries, empresa familiar que atua nos setores de cercas elétricas, manejo de rebanhos e segurança, o interesse também em se instalar no Brasil. (Fonte: Agrolink)

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ABCZ anuncia registro de primeiros clones da raça Gir A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) informou no dia 18 de novembro que foram registrados, ou seja, documentados, os dois primeiros animais da raça Gir obtidos por meio da transferência nuclear, popularmente conhecida como clonagem. Os registros, realizados no final de outubro na fazenda Brasília, em São Pedro dos Ferros (MG), foram de duas bezerras, com pouco mais de 60 dias de idade, clones da vaca Luzíada, campeã em pista e em torneios leiteiros. As bezerras foram batizadas Luzíada de Brasília TN1 e Luzíada de Brasília TN2. Segundo Flávio Lisboa Perez, diretor administrativo da Fazenda Brasília, a matriz Luzíada foi escolhida para dar origem

aos clones por ser “um dos maiores valores genéticos da propriedade, pela excelente produção e pelo fato de os descendentes terem superado as qualidades da matriz. Esperamos que estes dois animais transmitam a seus descendentes as mesmas qualidades da Luzíada. Esta vaca é mãe de grandes matrizes Gir leiteiro todas campeãs”, informou Perez. Os critérios para a concessão do registro foram definidos em 2007 por uma comissão técnica formada por pesquisadores de várias universidades e centros de estudo. Entre as exigências está a obrigatoriedade de o doador nuclear ser portador de registro genealógico de nascimento ou definitivo. (Fonte: Agência Estado)

Reunião em Montes Claros discute questões relativas à pecuária de corte Foto: Ricardo Guimarães

O superintendente técnico da FAEMG, Affonso Damásio, o presidente da Comissão de Pecuária de Corte, José Geraldo Pedra Sá, e o presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Ricardo Laughton.

Em Montes Claros, no dia 24 de novembro, aconteceu a última reunião do ano da Comissão Técnica de Pecuária de Corte da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais). Os pecuaristas apresentaram uma série de preocupações que incluem a reativação do Frigorífico Independência, em Janaúba; a erradicação da febre aftosa, as emissões de gases de efeito estufa pela pecuária e a evolução do custo da arroba. De acordo com o analista em agronegócios da FAEMG, Rodrigo Padovani, o custo de produção da arroba cresceu acima da inflação, diminuindo a renda dos produtores. “Além da descapitalização dos produtores, os índices que mais pesam no bolso dos pecuaristas para a produção do boi gordo são: a relação de troca por bezerros e o custo da mão de obra.” (ACS FAEMG)

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Ipatinga recebe palestra sobre importância da carne suína na alimentação humana No dia 29 de novembro, a Asemg (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais) realizou na cidade de Ipatinga, em parceria com o Sebrae, Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (Assuvap), Faculdade Pitágoras – Curso de Nutrição – e Frigorífico Saudali, como parte das ações do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) em Minas, a palestra “A importância da Carne Suína na Alimentação Humana”. A palestra tratou de maneira clara e abrangente, com uma base científica sólida, todas as situações relacionadas ao consumo da carne suína, derrubando de maneira evidente todos os mitos referentes a este hábito. Na oportunidade, foram expostas todas as vantagens desta carne sobre as demais. Além de mostrar aos profissionais da área de saúde de Ipatinga os benefícios do consumo da carne suína, os parceiros proporcionaram aos presentes uma Apresentação de Cortes Suínos, onde o consultor de cortes Daniel Furtado mostrou a diversidade de cortes que podem ser retirados a partir da carcaça suína. Após a palestra, os convidados participaram de um coquetel temático. O evento teve como palestrante o renomado médico Arnaldo Ganc, professor da USP e chefe do serviço de endoscopia do Hospital Albert Einstein.

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Agenda e resultados

Fique por dentro dos próximos leilões

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Rosca Natalina A receita desta edição foi enviada pela leitora Izabel de Oliveira Prates, de Teófilo Otoni

Culinária

Foto: Divulgação

Rendimento: 10 fatias Massa 1 tablete de fermento biológico para pães 1/2 xícara (chá) de açúcar 1 xícara (chá) de leite morno 5 xícaras (chá) de farinha de trigo 100 g de manteiga 2 ovos grandes Modo de preparo da massa Coloque o fermento e o açúcar em uma tigela média e misture para que o fermento fique líquido. Depois, adicione o leite, a manteiga e os ovos e mexa. Acrescente a farinha de trigo aos poucos para obter uma massa firme. Sove bem até que ela se desprenda das mãos. Cubra com um guardanapo e deixe fermentar por cerca de 1 hora ou até que dobre de volume Recheio: 1 caixa de aveia em flocos finos (250 g) 1 xícara (chá) de chocolate em pó

Envie a sua receita para a Revista AgroMinas jornalismo@revistaagrominas.com.br

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1 xícara (chá) de leite 2 xícaras (chá) de açúcar 3 colheres (sopa) de manteiga Manteiga para untar as duas fôrmas redondas de 22cm Modo de preparo do recheio Junte todos os ingredientes numa panela de tamanho médio e misture bem. Leve ao fogo brando, mexendo sempre para formar um doce de aveia. Deixe esfriar. Montagem da rosca Sobre uma superfície lisa e enfarinhada, abra a massa fermentada no formato de um retângulo de 40 X 60 cm. Espalhe o doce de aveia na metade deste retângulo e depois dobre por duas vezes para formar duas camadas de recheio intercaladas por três de massa. Corte no sentido do comprimento, em 3 tiras iguais e, depois, corte-as ao meio. Monte duas tranças para formar as roscas. Coloque cada uma delas nas assadeiras untadas. Cubra com o guardanapo e deixe fermentar até que fiquem crescidas. Leve ao forno pré-aquecido a uma temperatura média (180°C) e asse as duas roscas por cerca de 45 minutos.

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