18ª Edição Dez 11 / Jan 12

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N° 18 . Dez 2011 / Jan 2012

ISSN 2179-6653

Em expansão na região, o mercado sucroalcooleiro em destaque Conheça o contexto desse mercado, as tendências e o futuro que ele reserva

50 anos de história:

A Cooperativa de Laticínios Teófilo Otoni completou cinco décadas e você é nosso convidado para saber um pouco dessa trajetória página 10


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Denner Esteves Farias

Editor-Chefe

índice

editorial

Mais um ano se finda e outro se inicia. O Agronegócio em 2011, mesmo com seus altos e baixos, em um ano de variações climáticas “estranhas”, apareceu na balança comercial de forma positiva. Segundo o ministério da Agricultura, de janeiro a novembro de 2011 houve uma variação positiva de 29,24% se comparado com o mesmo período do ano anterior. Um total de US$ 233.912.371,00. Em toneladas a variação foi de 5,16%, alcançando 493.118.112 toneladas. Investimentos em tecnologia, genética e na melhoria de produção fizeram parte do mercado em 2011 e o mesmo desejo acompanha esse novo ano. Na Agricultura, dados da Companhia Nacional de Abastecimento, de dezembro de 2011, apontam uma área estimada no Brasil de 50.447,2 hectares. Já o mercado de carnes, apontado pelo MAPA, mostram que de janeiro a novembro do ano passado, a produção teve uma variação de 14,74%, em relação ao mesmo período de 2010. Já nessa primeira edição do ano, trazemos para você leitor, uma reportagem sobre o mercado sucroalcooleiro. Em crescimento na região e com a inauguração de mais duas usinas no sul baiano, resolvemos destrinchar o tema com o auxílio dos especialistas no setor. Em Grandes Criatórios, o melhoramento genético aplicado à raça Brahman nas propriedades Arrojo e Esperança. Na seção Dia de Campo, a caprinocultura de leite é o investimento adotado em Governador Valadares como alternativa à pecuária. A Entidade de Classe dessa edição é especial: a Cooperativa de Laticínios Teófilo Otoni (CLTO) completou 50 anos em dezembro. Conheça a história da CLTO que há cinco décadas vem transformando a produção leiteira da região daquela cidade. Nossos parabéns a cooperativa e a todos os Engenheiros de Pesca pela comemoração de seu dia. Desejamos que este ano que se inicia seja um ano de realizações e bons negócios. Feliz 2012 e boa leitura!

4 Giro no Campo 6 Entrevista 10 Entidade de Classe 16

Grandes Criatórios

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Dia de Campo

22 Saúde Animal 24 Caderno Técnico 27 Forragicultura 29 Agrovisão 31 Sustentabilidade 34 Perfil Profissional 35 Meteorologia 36 Mercado 38 Cotações 39 Mão na Massa 40 Emater | IMA | Idaf | Adab 44 Aconteceu 46 Culinária

Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

Editor-Chefe Denner Esteves Farias Zootecnista - CRMV-MG 1010/Z Jornalista Responsável / Redação Lidiane Dias - MG 15.898 Jornalistas Colaboradoras Alessandra Alves - MG 14.298 JP Diagramação Finotrato Design Contato Publicitário (33) 3271.9738 comercial@revistaagrominas.com.br

Revista On-Line:

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Colaboração - Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo - Emater/IMA/Idaf/Adab - Gleison Nicco Oliveira - Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista - Manoel Eduardo Rozalino S. - Marcelo Conde Cabral - Médico Veterinário - Marcelo Coutinho - Orismário Lúcio Rodrigues - Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo - SCOT Consultoria Distribuição Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba.

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Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: CGB Artes Gráficas A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo. As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores. Administração/Redação - Revista AgroMinas Rua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro 35.010-230 | Governador Valadares-MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: jornalismo@revistaagrominas.com.br Siga-nos: twitter.com/RevistAgrominas

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Giro no Campo

Novo Código Florestal é aprovado e volta à Câmara dos Deputados

Depois de mais de seis horas de debate, o Plenário aprovou o novo Código Florestal (PLC 30/2011), na forma de substitutivo dos senadores Luiz Henrique (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC) para o texto do então deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), hoje ministro do Esporte. O texto, que traça os limites entre a preservação de vegetação nativa e as diversas atividades econômicas, tanto no campo quanto nas cidades, volta agora à Câmara dos Deputados e será votado em março de 2012. O texto-base de Luiz Henrique e Jorge Viana foi aprovado em primeiro turno com 59 votos a favor e 7 contrários. Em turno suplementar, de um total de 78 emendas, Jorge Viana acolheu 26, a maioria referente a mudanças de redação. As demais foram rejeitadas em bloco. Quatro destaques, votados separadamente, também foram rejeitados. (Fonte: Com informações da Redação / Agência Senado)

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Produção brasileira deve crescer 6% em 2011/12

SAFRAS projeta um aumento de 10% na produção de cereais, somando 87,886 milhões de toneladas, contra 79,898 milhões da temporada anterior. Destaque para o crescimento de 17% na safra de milho. A safra de arroz deverá recuar 8%, mesmo percentual de queda esperado para o feijão. Para as oleaginosas, o aumento projetado é de 2%, com a produção pulando de 77,555 milhões para 78,797 milhões de toneladas. O destaque é o aumento de 1% na safra de soja, que totalizaria 75,347 milhões de toneladas. “Grande parte desse avanço da safra vem pelos preços médios parciais melhores em algumas culturas fundamentais, como soja, algodão e milho. Limitada pelos preços mais fracos de arroz e feijão, e pela dificuldade de liquidez do trigo”, informa o analista sênior de SAFRAS, Flávio França Júnior. (Fonte: Assessoria de Imprensa Gueratto Press) 4

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Valor bruto da produção agrícola é recorde O Valor Bruto da Produção (VBP), que corresponde ao faturamento agrícola obtido nas 20 principais lavouras, atingiu o recorde de R$ 205,8 bilhões em 2011, trata-se do maior valor registrado desde 1997. Com o ano encerrado, o número é 11,7 % maior em relação a 2010. Os produtos que mais colaboraram para obter esse resultado foram o algodão, com aumento real do valor de 124,7%, café (36,4%), laranja (10,5%), milho (30,7%), tomate (12,1%) e uva (41,17%). Os dados regionais de 2011 destacam a liderança do valor da produção no Sudeste, Sul e Centro-Oeste, respectivamente. Essas três regiões representam quase 80% do valor gerado em 2011. Os números obtidos neste ano são recorde também para o Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país. Os maiores aumentos observados no valor da produção ocorreram, principalmente, em Mato Grosso e no Ceará. O coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Gasques, destaca que as previsões para 2012 são otimistas. “O valor da produção esperado é de R$ 212,3 bilhões, 3% superior ao registrado em 2011”, destaca o coordenador do Mapa, responsável pelo estudo. Se essa tendência se confirmar será possível registrar um aumento do valor, sem interrupção, desde 2009. (Fonte: Ascom SEAPA)

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IN orienta a produção de sementes e mudas Imagem Ilustrativa

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), publicou no Diário Oficial da União (DOU) do dia 9 de dezembro, a Instrução Normativa Nº 56, que regulamenta a produção, comercialização e a utilização de sementes e mudas das espécies florestais nativas e exóticas. Este grupo de plantas é utilizado para silvicultura, reflorestamento ou recomposição de áreas de interesse ambiental, contrapondo-se as espécies ditas “agrícolas”, como soja, milho, forrageiras, olerícolas, café e frutíferas em geral. As espécies nativas são aquelas pertencentes à flora dos biomas brasileiros, como mogno, ipês, jatobá, peroba, paricá ou

guapuruvú e jequitibá rosa. As exóticas, são aquelas que foram introduzidas no Brasil como eucaliptos, pinheiros e teca. O texto da norma, elaborada a partir da Lei nº 10.711/2003, estabelece as mesmas regras e procedimentos para a produção e comercialização de ambos os grupos da espécie. As exigências entraram em vigor em janeiro, mas o prazo para os produtores declararem sua produção vai até o final de abril de 2012. A Coordenação de Sementes e Mudas programa fazer um trabalho de divulgação e orientação de todos os envolvidos com o segmento florestal durante este período de transição. (Fonte: Ascom MAPA)

Exportações do setor chegam a US$ 87,57 bi te dois dos cinco principais setores: complexo soja (+8,0%) e café (+1,4%). Isso coloca o complexo soja como principal setor das exportações, com US$ 22,95 bilhões e elevação de 38,9% no ano. Em segundo lugar nas receitas está o complexo sucroalcooleiro, com registro de vendas de US$ 14,99 (+18,9%). As carnes continuaram na terceira posição dentre os principais setores exportadores, totalizando US$ 14,35 bilhões (+14,8%). Em quarto lugar, os produtos florestais, com vendas de US$ 8,82 bilhões ou 5% acima do registrado de janeiro a novembro de 2010. Logo após aparece o café na quinta posição, com valor exportado de US$ 7,89 bilhões (+55,7%). (Fonte: Ascom MAPA)

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As exportações brasileiras do agronegócio registraram novo recorde. Com a divulgação dos números de novembro da Balança Comercial do Agronegócio no dia 9 de dezembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ultrapassou a meta prevista para fechar 2011, que era de US$ 85 bilhões. Segundo o levantamento, o valor acumulado de janeiro a novembro de 2011 foi de US$ 87,57 bilhões, 24,4% superior ao registrado no mesmo período de 2010. A expansão se deve, principalmente, à elevação do preço médio de exportação, que subiu em todos os principais setores exportadores do agronegócio. A quantidade exportada teve elevação em somen-

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a modalidade do século XXI A produção de açúcar e etanol em foco

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entrevista

O mercado sucroalcooleiro:

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transformação é algo oleiro, seja só para a produção do dução do etanol se consolidou, bom, desde que seja açúcar ou do álcool, é uma ativi- correspondendo a 18,2% de oferta para melhor. A cana-de-açúcar dade em crescimento que ganha interna, perdendo somente para o que o diga. A produção sucroalco- amplo destaque no país. petróleo. O uso do etanol é uma oleira é o foco desta edição, que Segundo o Ministério de Agri- forma de combate ao aquecimensignifica nada mais do que to global, devido à redução das “Combustível do século a transformação da canaemissões do Gás Carbônico XXI e de modo sustentável, -de-açúcar em álcool ou (CO2). Ainda de acordo com o mercado sucroalcooleiro, açúcar. É a partir desse o MAPA, dois tipos de etanol seja só para a produção do processo, cada vez mais combustível são utilizados no açúcar ou do álcool, é em busca de uma atividapaís: o hidratado (para os mouma atividade em de com o cultivo e benetores desenvolvidos para essa crescimento que ganha ficiamento que não agrida finalidade) e o anidro (misturaamplo destaque no país” o meio ambiente, que vedo à gasolina). mos surgir o bioetanol. A Entretanto, de acordo com produção de combustíveis limpos, cultura, Pecuária e Abastecimento dados divulgados pela Compaalinhados com as preocupações (MAPA), o Brasil é líder mundial nhia Nacional de Abastecimento atuais é uma forma de agir cons- na produção de agroenergia, com (CONAB) e pelo MAPA em deciente dentro de uma responsabi- cerca de 32% de energia no país zembro, a safra 2011/2012 da prolidade ambiental e social. Com- advinda de fontes renováveis. O dução de cana-de-açúcar para ser bustível do século XXI e de modo etanol é uma das fontes mais uti- moída pela indústria sucroalcoosustentável, o mercado sucroalco- lizadas. A cana-de-açúcar na pro- leira teve uma redução de 8,4%, 6

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Foto: Arquivo MAPA

tria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que em dezembro do ano passado, foram exportados 877,5 milhões de dólares de açúcar bruto, uma variação de -37,1% se comparado à novembro. Já o Etanol, que também teve uma variação negativa de 23,3%, faturou 174,8 milhões de dólares em dezembro. O Mercado regional Um dos principais biocombustíveis líquidos usados no Brasil é o etanol extraído da cana-de-açúcar

chegando a 571,471 milhões de toneladas, sendo que a safra anterior atingiu 623,905 milhões de toneladas. As causas climáticas são os principais fatores que resultaram na queda da produção. A CONAB e o MAPA publicaram ainda que desse total de cana a ser utilizada, 287,564 milhões de toneladas (50,7%) são destinados à produção de 22,857 bilhões de litros de etanol: 13,788 bilhões de litros de hidratado e 9,069 bilhões de anidro. O restante, 283,906 milhões de toneladas (49,3%) serão esmagados para a produção de açúcar. Mesmo com a produtividade menor, os órgãos apontam que a área de cultivo da safra aumentou 3,9% se comparada com a anterior, o equivalente a 8,368 milhões de hectares destinados para a plantação da matéria-prima. Minas Gerais fica em segundo lugar com 0,742 milhões hectares, perdendo só para São Paulo que possui 4,37 milhões de hectares para o setor. Um dos destaques do Plano Agrícola 2011/2012 são as novas medidas de apoio à cana-de-açúcar. Os investimentos no setor da cana-de-açúcar e dos biocombustíveis estão voltados para financiamentos para expansão e renovação dos canaviais. Assim, haverá um aumento da produção da matéria-prima e uma estabilização da oferta do etanol. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indús-

Com grande potencial na região do Sul baiano, Norte capixaba e em Minas Gerais, o mercado sucroalcooleiro ganha mais duas novas usinas: uma em Ibirapuã e outra em Lajedão, ambas na Bahia. A empresa Infinity Bio Energy, com capacidade de moagem de 8,5 milhões de toneladas / ano, tem filiais em grande parte do país. Entre elas, Cridasa em Pedro Canário (ES), Disa em Conceição da Barra (ES) e a usina recém inaugurada, a Ibirálcool em Ibirapuã (BA). O Controller Regional da Infinity, Décio Terrezo informa que a empresa exporta 99% de açúcar devido à proximidade com o porto de Vitória, significando uma vantagem competitiva com as usinas de outros estados. “Como o mercado internacional tem remunerado melhor que o doméstico, a empresa assinou contratos de exportação com grandes tradings. A Infinity detém hoje quase 50% do segmento de álcool nos nortes do ES, de MG e Sul da Bahia, onde atende através de contratos firmados com distribuidores, atestando que há espaço para o desenvolvimento do setor nesta região”, exemplifica Terrezo. Dados da CEPEA “A CONAB e o apontaram que em São Paulo, nos últimos me- MAPA publicaram que a área de ses do ano passado, o secultivo da safra tor foi caracterizado pela aumentou 3,9% baixa oferta do açúcar no mercado spot. Isso se se comparada com a anterior” deu devido à quebra de

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safra, o aumento do número de usinas que encerraram topográficas, climáticas e de localização, considera as atividades de moagem e os fatores climáticos. Já o ainda que esta região tem disponibilidade de mãoetanol que se tornou competitivo em relação à gaso- -de-obra qualificada, o que favorece mais o mercado lina C em algumas regiões do Brasil (hidratado) e o sul baiano e norte capixaba. ritmo lento de negociações Terrezo finaliza que o se(anidro), fez com que os pretor sucroalcooleiro apresen“Com os investimentos ços aumentassem. Terrezo tou um comportamento muito anunciados, o setor de aponta que o mercado regio- etanol e açúcar estará mais particular em 2011, por isso nal não foi diferente seguina Infinity optou por oferecer bem preparado para do as mesmas tendências de a totalidade da produção do responder à demanda elevação de preços. interna e satisfazer boa etanol para o mercado interQuanto às expectativas parcela de exportações” no e quase todo o açúcar foi do setor, o controller inforexportado. “Há ajustes que Décio Terrezo ma que a Infinity destinará estão sendo conduzidos pelas grandes investimentos no norte do Espírito Santo e autoridades governamentais com o objetivo de eviSul da Bahia. “Estamos projetando uma moagem tar, ou reduzir, importações como as de etanol que na unidade de Ibirapuã de 6 milhões de toneladas o Brasil teve que fazer no ano passado. Com os inaté 2015. A região oferece excelente produtivida- vestimentos anunciados, o setor de etanol e açúcar de agrícola, bons índices pluviométricos (microcli- estará mais bem preparado para responder à demanma apropriado para a cana), solo plano (mecaniza- da interna e satisfazer boa parcela de exportações”, ção de aproximadamente 95%), terras disponíveis complementa. para grandes plantios, incentivos fiscais favoráveis, Outras empresas foram procuradas pela redação demanda para 100% da produção de etanol e pro- da Revista Agrominas para responder sobre o assunximidade com portos e centros distribuidores para to, mas até o fechamento desta edição elas não pudeaçúcar”, frisa Terrezo. Além destas características ram se pronunciar.

Pesquisa MAPA e CONAB sobre as áreas de cultivo na safra Estado

Área (Hectare)

São Paulo Minas Gerais Goiás Paraná Mato Grosso do Sul Alagoas Pernambuco

4,37 milhões 0,742 milhões 0,678 milhões 0,611 milhões 0,481 milhões 0,463 milhões 0,326 milhões Fonte: Plano Agrícola, mapa e conab 2011/2012

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entidade de classe

Cooperativa de Laticínios Teófilo Otoni: Fotos: Arquivo CLTO

Na história uma forte ligação

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azer parte da construção de uma história justifica as lágrimas nos olhos. O impulso que Teófilo Otoni e região tiveram com a abertura da Cooperativa de Laticínios, a CLTO, mostra que o projeto que antes era sonhador há 50 anos, hoje está consolidado e atendendo aos produtores de forma representativa e satisfatória. A CLTO foi inaugurada no dia 16 de dezembro de 1961 e no auge dos seus 50 anos recém completados tem muita história para contar. Voltando um pouco antes no tempo, seis anos para ser mais exata, no dia 26 de junho de 1955, foi inaugurado o Laticínios Teófilo Otoni Ltda. A fábrica nasceu pela união de dez pecuaristas da cidade: Romeu Gazzinelli Júnior (Meuzinho), João Feliciano Gazzinelli, Sebastião Peroba Gazzinelli, Rosini Gazzinelli, Geraldo Ottoni Porto, Heitor Bamberg, Gustavo Bamberg, Antônio Ribeiro Lorentz, Luiz Gonzaga Lorentz e Adolfo Lorentz. A finalidade inicial era a produção de manteiga que foi registrada com o nome Papagaio. A justificativa do nome é porque devido à burocracia para se fazer o registro, 10

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outra empresa já estava em andamento com o registro desse nome e devido à falência da mesma, o nome foi repassado para o Laticínios Teófilo Otoni para não haver mais demora. Oito lotes foram comprados para a construção do laticínio, como conta Sebastião Peroba Gazzinelli, 84 anos, um dos fundadores da empresa de laticínios e primeiro presidente da CLTO. No final de 1955 a empresa tinha uma produção entre 8 mil e 10 mil litros de leite diários. Peroba conta que os habitantes de Teófilo Otoni compravam o leite da empresa vendido através das cinco carrocinhas chamadas “vacas leiteiras”. Os litros dos leites eram de vidro e não de garrafa pet. O produtor informa que na época foi à Belo Horizonte e comprou um pasteurizador para a empresa. Pressionados por outros pecuaristas e para ampliar o capital, mais dez fornecedores começaram a


fazer parte do laticínio e pouco tempo depois mais dez. O Laticínios Teófilo Otoni possuiu 30 fornecedores até 1959. Foi nesse ano que o Dr. Tristão da Cunha, até então Deputado Federal, foi convidado para a Secretaria de Agricultura do Estado de Minas Gerais. Amigo de Meuzinho, um dos sócios, ele sugeriu a transformação do laticínio em cooperativa porque a ideia da Secretaria era a de cooperativismo. Cunha enviou Dr. Moacir Lobato, especialista em cooperativismo para conhecer a empresa e apresentar o tema aos sócios do laticínio. A proposta foi recusada pelos sócios porque a empresa tinha um desenvolvimento econômico muito bom e não havia necessidade dessa transformação. O representante da Secretaria de Agricultura propôs então a criação de uma Cooperativa de Consumo sem nenhuma dependência à empresa. Um local foi alugado para a instalação da cooperativa. Dezessete produtores participaram da reunião e a diretoria foi eleita para a implantação da cooperativa: Jacques Laender, Sebastião Cata Preta e Osmane Junqueira. Esse foi o primeiro passo para a mudança de opinião dos sócios do laticínio, pois eles passaram a entender melhor como

se dava na prática a questão do cooperativismo. A transformação

Um ano depois da implantação da cooperativa de consumo, Lobato voltou a Teófilo Otoni com um estatuto para apresentar aos sócios. A reunião solene realizada no dia 16 de dezembro de 1961 foi um marco para a pecuária do Vale do Mucuri: a transformação da empresa privada, Laticínios Teófilo Otoni LTDA, em Cooperativa de Laticínios Teófilo Otoni LTDA, a CLTO, que em 2011 completou 50 anos. A empresa passou de sócios a cooperados. A primeira diretoria foi eleita na oportunidade. Sebastião Peroba Gazzinelli (Presidente), Zacarias Ramalho (Diretor Comercial) e Carlos Martins de Sá (Diretor Secretário) compunham a diretoria. Peroba lembra que todos os produtores queriam se associar e acreditaram no projeto. A CLTO até 1980 funcionou separada da cooperativa de Consumo, quando se deu a fusão. Dois anos depois da inauguração da cooperativa, em 1963, devido ao período de recessão do país, 70 toneladas de manteiga ficaram estocadas no depósito da entidade. Em visita a Teófilo Otoni, o então Governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda, ficou sabendo do produto e resolveu comprar para o

estado. Cinquenta toneladas foram adquiridas, aliviando assim o estoque do produto e saldando 80% das dívidas da cooperativa. A compra feita a vista, foi transportada para o Rio de Janeiro em cinco caminhões. O leite continuava sendo vendido por intermédio das carrocinhas. Logo depois, em 64, o presidente Peroba foi procurado por uma empresa do Rio de Janeiro para exportar leite para eles. O produto era enviado diariamente para o Rio de Janeiro, acrescido do leite da região de Governador Valadares. Um caminhão de leite, com um motorista e um dos membros da diretoria, saía de Teófilo Otoni todos os dias até Governador Valadares para juntar-se a produção do Vale do Rio Doce, para irem para a empresa na capital carioca. Cem latões de 50 litros de leite eram a produção do laticínio na época e que iam todos os dias para o Rio de Janeiro, unidos à mesma quantidade de Governador Valadares. Quando a cooperativa conseguiu produzir os próprios 10 mil litros de leite, a empresa do Rio de JaneiDez 11 / jan 12

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ro passou a buscar a commodity no município. “Assim o trabalho foi desenvolvendo e o produtor confiando. Nós recebemos uma adesão muito grande de classe produtora. Quando eu deixei a cooperativa eu a deixei com mais de mil associados”, avalia Peroba que ficou a frente da instituição até 1968. A marca Cisne, que hoje nomeia a produção da CLTO, foi adotada antes da saída de Peroba da diretoria. Para que a empresa de laticínios pudesse existir, um terreno localizado na Rua Padre Virgolino foi comprado. Com o crescimento da demanda houve a necessidade de realocação da empresa para outro terreno, onde hoje se encontram o escritório e a indústria de laticínios. Em 1966 Peroba e Zacarias deram início à procura do terreno auxiliados por uma especialista de Brasília para a transferência das instalações, para atender as exigências legais e o volume de leite que chegava à plataforma. Uma área localizada na Vila Santa Clara foi comprada de Bennô Hollerbach para a mudança da empresa. Em 1968 com a saída de Peroba e Zacarias da direção da CLTO, dois nomes que marcaram a história da cooperativa, Romeu Bamberg deu início a construção das instalações. Atualmente a CLTO é composta pela indústria de laticínios, fábrica de sal mineralizado e rações (atendendo aos cooperados e produtores da região), o parque de exposições, lojas veterinárias (filial em Novo Cruzeiro) e uma frota de veículos, que foi transformada em empresa de transporte, utilizada para escoamento da própria produção, captação do leite e transporte de mercadorias terceirizadas. Atualmente 146 funcionários fazem parte do conjunto do empreendimento, espalhados em todos os setores da estrutura da cooperativa. O Parque de Exposições, nomeado de Parque Escola Antônio Correa Marques, conhecido como Pampulhinha, teve sua área adquirida em 1954 pela Associação Rural, que na década de 70 transformou-se em 12

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Sociedade Rural do Nordeste Mineiro. As primeiras exposições agropecuárias foram realizadas nesse período. Em 73, devido as dificuldades financeiras da Sociedade Rural, ela transferiu o imóvel para a cooperativa. Para o atual presidente da CLTO, Carolino da Silva Brito Neto, 61 anos, era preciso efetuar a transformação da empresa de laticínios em uma cooperativa. “A transformação foi necessária para o crescimento dos produtores e da produção. Essa transformação viabilizaria não só a ampliação porque viriam recursos do governo, mas também para aumentar a produção”, pontua Brito. Quando a CLTO começou eram 118 cooperados. Com a construção da nova indústria, aumentou o número de associados para 400. “Ela chegou a ter 4800. Eu quando fui presidente eram 4800 produtores. Nós fizemos uma assembleia com 2000 produtores. Na época do frigorífico só podia abater quem era sócio da cooperativa e também só existia ela nessa época. O raio de ação da cooperativa atingia 42 cidades. Eu como presidente cheguei a receber 180 mil litros de leite”, informa Brito. A CLTO

Com uma captação girando em torno de 50 mil litros de leite por dia e uma produção média de 75 mil litros de leite por dia em decorrência do leite adquirido do mercado spot, a Cooperativa apresenta um mix de produtos. Atualmente no quadro de fornecedores, 416 produtores compõem a cooperativa. Junto à manteiga e ao leite, que deram origem ao laticínio, outros 14 produtos nas linhas de queijo, mussarela, iogurte, bebida láctea, requeijão e doce, compõem o catálogo de produtos da marca Cisne. A marca Papagaio usada na época do laticínio, continua sendo adotada somente na manteiga. Carolino Brito aponta que a Cooperativa se destaca na introdução para a produção de leite que hoje a região tem e que a levou a se tornar uma bacia leiteira. “Isso ai deve-se a cooperativa porque além

do incentivo para o escoamento da produção, ela trouxe um incentivo através de melhoria genética do gado, de tourinhos vendidos na época”, avalia Brito. A transformação do parque que era da Associação Rural também movimentou o início dos eventos promovidos pela cooperativa. A Exposição Agropecuária dos Vales é uma realização da cooperativa todos os anos. Outra questão foi à introdução de um frigorífico pela cooperativa na cidade, hoje já fechado. Isso fez com que a CLTO absorvesse a parte da pecuária de corte no período. Segundo o presidente hoje a cooperativa trabalha com o pé no chão, tentando ampliar a produção na parte de laticínios, visando à concorrência. Informa que fizeram a ampliação na indústria com a aquisição de maquinário novo, câmeras frias com capacidade maior e mais econômica. O sistema de caldeiras foi transformado para sustentar a produção que cresceu. “A cooperativa vem crescendo dentro desse mercado na amplitude que temos na produção de leite, disputando o mercado que hoje tem uma concorrência muito pesada. Não é desleal, mas é pesada”, avalia. Quanto à estrutura, Brito informa que é bem pesada porque foi feita e planejada para uma produção em torno de 180 mil litros de leite/dia. O que obriga ter um custo adicional para ter um número de funcionários maior. Por conta disso os setores da cooperativa foram separados em departamentos, onde a loja veterinária, a indústria, a fábrica de sal mineralizado e o parque de exposições, cada um tem uma vida autônoma. Assim, o trabalho é viabilizado, com um foco maior no laticínios. Os cooperados possuem assistência técnica veterinária, manutenção em tanques de resfriamento e já tiveram um trabalho de melhoria genética através de inseminação artificial em grupos de comunidades, ministrando palestras para que o produtor e com assistência, melhore a produção em nível de fazenda. O que, para Brito, só acontece com melhoria genética. Uma parceria com o Instituto Estadual

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Fotos: Lidiane Dias

Sebastião Peroba Gazzinelli e esposa Maria Lúcia Gazzinelli

de Florestas para fornecimento de mudas comerciais e frutíferas, localizado dentro da área da cooperativa, também foi firmada. Responsabilidade social e ambiental na CLTO. Os programas Balde Cheio e Minas Leite são dois programas incorporados pela cooperativa para levar conhecimento ao homem do campo e melhorar a qualidade do leite nas propriedades. Brito justifica que as vantagens em ser cooperado são as de entregar o leite para uma empresa que é deles. “Uma empresa cinquentenária da região e que ao longo do tempo tem dado todo esse apoio para os produtores da região. O fortalecimento do produtor se dá através de associações que ele faz em grupo. Uma cooperativa não só para o escoamento da produção do produtor, quanto também para representação de uma classe ativa”. O presidente

A diretoria é composta por nove conselheiros, sendo um deles o presidente num mandato de três anos. Carolino Brito que se encontra em seu terceiro mandato, segundo consecutivo, assumiu pela primeira vez a presidência da CLTO de 1985 até 1986. Na época era diretor administrativo financeiro e foi o presidente mais novo a assumir a gestão da cooperativa, aos 29 anos. “Boa parte da experiência que tenho veio da convivência que tive naquela época com as pessoas que ajudaram a criar a empresa de laticínios e a cooperati14

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Presidente da CLTO Carolino Brito

va. A gente sabe a história da cooperativa pelo o que ela foi, pelo o que ela é da vivência nossa aqui no dia-a-dia”, garante. Em 2007, foi eleito novamente como presidente e se reelegeu em 2010. Cooperado desde 1980 e filho de produtor rural é natural de Pedra Azul e morou em Teófilo Otoni por seis meses quando criança. Seu pai, com prioridade nos estudos de seus filhos, vendeu a propriedade e mudou-se para Belo Horizonte com a família. Formado em Administração de Empresas e em Direito, voltou para Teófilo Otoni em 1978 porque sua noiva era da cidade. Hoje, casado, dois filhos e uma neta, lembra que cuidava de sua propriedade e de outra que herdara em Teófilo Otoni que havia sido de seu sogro, ficando entre a cidade e a capital. Mais tarde foi convidado por um Deputado Estadual para gerir a cooperativa e por determinação do governador ele assumiu a presidência da CLTO em 85. Brito informa que no início do seu segundo mandato, em 2007, as dificuldades financeiras da CLTO foram um grande desafio. Outra dificuldade foi o enfrentamento do período de crise que o sistema financeiro a nível mundial passou nesses primeiros anos. Isso resultou numa retração do crédito, dificultando negociações e pactos com os Bancos. A diminuição na produção


também foi grande. “A gente chegou a 100 mil litros de leite e de repente a gente se viu com 40 mil litros. Isso em decorrência da saída de produtores para outras empresas. A concorrência aumentou demais”, pontua. Salienta, porém, que é uma responsabilidade grande poder representar uma empresa do porte da CLTO. “Quando você se dispõe a isso você termina renunciando muita coisa na sua vida pessoal porque a dedicação é quase que exclusiva. Mas isso é gratificante. Porque você sente na fisionomia do produtor a satisfação dele em participar de uma família tão grande como é a cooperativa. Em saber que ele é dono de todo esse patrimônio. Uma empresa que produz não só alimentos, mas eventos e conhecimento. Você sabe da importância da cooperativa quando você vai nessas comunidades menores e vê que aquelas famílias vivem exclusivamente da produção de leite. A cooperativa é quem faz escoar a produção”, finaliza Brito.

Missão A CLTO, tem como objetivo disseminar os princípios cooperativistas de produção, absorvendo e transformando produtos agropecuários de seus associados em bens de consumo, de forma a satisfazer exigências de mercado, realizando obras que possam viabilizar o crescimento e desenvolvimento sócio-econômico próprio e de seus cooperados, dotando-lhes de estímulos a cultura, ao uso de novas tecnologias e da consciência de cidadão de um novo tempo.

DIRETORIA EXECUTIVA PRESIDENTE

Carolino da Silva Brito Neto SUPERINTENDENTE

Eduardo Lameiras

CONSELHO ADMINISTRATIVO Carolino da Silva Brito Neto Alberto José Ganem Martin Ubiratan Penedo Gazel Breno Burmann Newman Demerval Alves Keller Geraldo Alberto T. Lages Geraldo Timo Pena Luciano Alves de Oliveira Valdete Doheler

CONSELHO FISCAL Geraldo Elias Barbosa Silva Patrício da A. Lima Reis

Presidentes

Mandato

Sebastião Peroba Gazzinelli 16/12/61 - 21/12/67 Fernando Antonio Haueisen 28/12/67 - 19/02/68 Heitor Bamberg 20/02/68 - 08/03/68 Romeu Bamberg 09/03/68 - 21/03/85 Augusto Sérgio Marx 22/03/85 - 26/05/85 Silvio José Schuffner 27/05/85 - 01/07/85 Osmar Urbano de Carvalho 02/07/85 - 16/07/85 Carolino da Silva Brito Neto 17/07/85 - 31/03/86 Gladston Tadeu V. Abrantes 01/04/86 - 06/01/88 Antonio Costa Galvão 07/01/88 - 31/03/92 Ivan José Santana Figueira 01/04/92 - 31/03/94 Almir Ramos de Castro 01/04/94 - 20/08/95 João Carlos Corrêa 21/08/95 - 31/03/98 Estevalves Nascimento 01/04/98 - 01/02/07 Carolino da S. B. Neto 02/02/07 até o momento

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Fotos: Arquivo Pessoal

grandes criatórios

O condomínio Arrojo na criação da raça Brahman

M

esmo não tendo décadas de existência como outros grandes criatórios, a dedicação à criação da raça Brahman não deixa a desejar. Com início das atividades em 2009, a propriedade Arrojo, localizada em Esmeraldas (MG), já foi palco da criação de Nelore PO pelo proprietário anterior. O condomínio Arrojo trabalha com um plantel de quase mil animais numa área de 1300 hectares. A fazenda Esperança, também parte do condomínio, fica localizada em Teófilo Otoni (MG). O Engenheiro Metalúrgico Olídio Blanc Gomes, 52 anos, e o Administrador de Empresas, Luiz Amaral, 64 anos, são sócios na criação do Brahman Arrojo. Naturais de Teófilo Otoni e Divinópolis, respectivamente, tomaram a decisão de dar início a esse 16

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projeto dentro da pecuária pouco tempo depois de conhecerem as virtudes da raça Brahman. A Fazenda Arrojo foi adquirida em 2009 e precisou de apenas algumas melhorias quanto à estrutura. Para a extensão do projeto, em 2011 a Fazenda Esperança foi reestruturada e incorporada ao condomínio. Docilidade, precocidade, rendimento, volume de carcaça, habilidade materna e a referência mundial foram algumas das características que levaram os criadores a escolherem a raça Brahman. Segundo informações do diretor do condomínio Arrojo João Cervoni, as duas propriedades possuem uma estrutura ideal para a criação de animais PO. Pastos pequenos com água de boa qualidade, corredores para manejo, curral anti-stress, compõem parte da estrutura do condomínio que

assegura o atendimento às necessidades de manejo e conforto do plantel. Técnicas de gestão

A propriedade utiliza, além do gerenciamento de rotina, uma ferramenta de gestão denominada 5 “S”, que tem como objetivo alcançar a máxima eficiência do trabalho. Essa técnica japonesa segue, nessa ordem, cinco regras: “Seiton” (organização), “Seiri” (seleção), “Seiso” (limpeza), “Seiketsu” (higiene) e “Shitsuke” (disciplina). Com uma programação já determinada e planejada com antecedência, a rotina da fazenda evita sobrecarga de serviço, diminuindo ao máximo as ocorrências não desejáveis. Esse manejo habitual e técnico, aliado a uma estrutura bem equipada, à gestão adequada e a busca por uma genética de


ponta são considerados pelos proprietários os artifícios para garantir uma boa produção. Na propriedade há 2 tipos de criação: intensivo (baia) e extensivo (campo). Os animais de baia compõem uma pequena fração do rebanho. São animais para competições da raça e recebem tratamento especial, com dieta balanceada e manejo diferenciado. O restante dos animais compõe o plantel de campo, criado em pastagem predominantemente formada por capim Brachiaria Brizantha. A suplementação, quando necessária, é feita com cana-de-açúcar e complemento protéico. O acompanhamento nutricional é feito em todo o rebanho. Para Cervoni, o foco em biotecnologias é o que garante a alta capacidade de multiplicação do plantel. Mais de 90% dos nascimentos resultam de Fertilização In Vitro (FIV) e, em 2010, a propriedade registrou mais de 300 partos. Inseminação Artificial (IA), Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e Transferência de Embriões (TE) também são ferramentas de melhoramento genético empregadas no plantel. A idade média da prenhez das novilhas gira em torno de

18 a 20 meses, levando o primeiro parto para uma média de 28 meses. A época da estação de monta, apenas para os animais de campo, dependerá da disponibilidade de forragem. Em geral, a monta é realizada entre outubro e janeiro, não excedendo quatro meses.

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ao peso de abate com idade média de 22 meses. “O aumento populacional no mundo impõe uma crescente demanda por alimentos. A carne é uma das principiais fontes nutricionais, razão pela qual a exigência de eficiência na sua produção é cada vez maior. Foi com consciência dessa necessidade que optamos pela raça Brahman, que oferece animais altamente produtivos e adaptados”, explica Olídio Blanc. A Fazenda Arrojo abriga a central genética, enquanto a Fazenda Esperança concentra a cria e recria dos produtos. O condomínio também realiza a venda de animais, embriões, sêmens e aspirações. A assistência técnica é prestada por profissionais das áreas de genética, agronomia e medicina veterinária. O condomínio Arrojo, composto pelas duas propriedades, possui 22 funcionários, sendo 15 na Fazenda Arrojo e sete na Fazenda Esperança. Quatro encarregados ficam por conta do manejo com o gado das baias. Lá eles cuidam da alimentação, limpeza e doma dos animais de julgamento. Mais três funcionários em cada uma das propriedades ficam encarregados do manejo dos animais de campo; dois em cada uma para a manutenção de cercas, pasto e toda a estrutura; três na Arrojo e um na Esperança são responsáveis pela alimentação e limpeza; três na Arrojo e um na Esperança ficam por conta do jardim. Os animais que não são aprovados nas avaliações de desempenho e biótipo da propriedade e nos critérios da ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu), são destinados ao abate. Esses animais considerados “descarte” chegam

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Mais de 50 premiações foram atribuídas ao Brahman Arrojo. Alguns destaques:

Grande Campeã Expozebu 2010 Campeã Vaca Adulta Expozebu 2010 Melhor Vaca Adulta do ranking 2009/2010 Reservado Campeão Macho Adulto do Ranking mineiro 2009 Campeã Baby do Congresso Mundial da raça Brahman 2010 Grande Campeã ExpoAgro (Gov. Valadares) 2011 Melhor Criador e expositor ExpoAgro 2011 Campeã novilha Maior DivinoExpo (Divinópolis) 2011 Campeão Bezerro DivinoExpo (Divinópolis) 2011 Terceira melhor bezerra ExpoLondrina (Paraná) 2011 Terceira Melhor novilha menor Expozebu 2011 Terceira Melhor novilha maior ExpoBrahman 2011 Segunda Melhor fêmea jovem do ranking mineiro 2011


dia de campo

Caprinocultura de leite: Fotos: Lidiane Dias

um propósito e muitos ideais

Jenifer e Jordani com um dos produtos

O

leite de cabra é considerado, em função das suas características físicas e químicas, um dos alimentos mais próprios ao consumo humano. Ele vem se destacando como complemento alimentar de idosos, convalescentes, crianças alérgicas, bem como dos adeptos à alimentação natural. É considerado o principal sucedâneo do leite materno. O leite de cabra apresenta várias vantagens para o consumidor, comparado ao leite de vaca. Possui alta digestibilidade, tem menos colesterol e causa menos alergia. Na confecção de produtos advindos do leite de seu Capril em Governador Valadares, Jordani Ferreira, 35 anos e sua mulher Jenifer Carvalho, 25 anos, pretendem melhorar seu plantel geneticamente e investem para isso. Com apenas três anos, o empreendimento tem a meta de alcançar novos rumos. Formado em Técnico em Agropecuária, Jordani começou seu plantel com animais pé duro, adquiridos na região. A ideia de começar com a caprinocultura de leite foi pelo fato de sua esposa, Jenifer, ser farmacêutica bioquímica e trabalhar em um laboratório. Pelas constantes ocorrências de crianças com alergia a leite

de vaca, acharam prudente investir em um empreendimento que seria uma alternativa para a região. Entretanto, os investimentos não pararam por ai. De acordo com Jordani, com o aumento da demanda os animais que deram início ao criatório não davam mais conta da produção. Assim, há dois anos trocaram os animais por um plantel de linhagem francesa, das raças Saanen e Alpina, comprados de um capril tradicional em Belo Horizonte, sendo todos registrados. A aposta nessas raças foi inicialmente por serem raças leiteiras e pelo volume de leite que elas produzem. O foco que antes era somente na produção de leite e seus derivados, hoje se amplia para uma finalidade genética. Na propriedade é feito todo o processo desde a aliDez 11 / jan 12

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mentação, passando pela ordenha, até o produto final. Entre os produtos comercializados, além do leite pasteurizado em saquinhos, estão o doce, o queijo e o iogurte. Na propriedade de 3200 metros, localizada no bairro Santos Dumont II, o plantel apresenta 32 animais, sendo 24 fêmeas e oito machos. Rotina

As atividades começam às 7h da manhã no Capril Perfeita. A limpeza das baias e bebedouros é feita todos os dias. Às 8h começa a ordenha, onde as tetas são lavadas com água clorada. Durante a ordenha é feita a pesagem do leite para controle do desempenho produtivo de cada animal. O beneficiamento do leite é feito em seguida, pela pasteurização lenta elevando o leite à 65ºC durante meia hora. Uma parte do leite é embalada e o restante é utilizado para se fazer queijo e iogurte. O leite pasteurizado também é usado para tratar dos filho-

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tes. Todo esse processo é feito novamente no período da tarde, a partir das 16h. No início os produtos eram vendidos para conhecidos. Com o aumento da demanda, hoje as vendas são feitas também para os supermercados na cidade. A produção gira em torno de 25 litros de leite por dia e em um período de 305 dias a lactação de alguns animais é superior a 1000 litros. Assim que o animal nasce é apartado da mãe, o filhote não tem contato com as tetas da mãe nem na sua primeira amamentação, devido ao controle da Artrite-Encefalite Caprina (CAE) que é feito na propriedade. Segundo Jordani, as cabras aos oito meses já podem apresentar cio e serem cobertas ou inseminadas. Atualmente, os machos são vendidos, mas as fêmeas não, devido ao foco no melhoramento genético do plantel. O investimento em Inseminação Artificial com sêmens comprados de empresas do setor é a forma de biotecnologia empregada. A inseminação é feita de acordo com a ne-


cessidade do Capril. A estação de monta natural vai de março a maio, porem é feito um controle para que a quantidade de leite se mantenha a mesma o ano inteiro intercalando as cabras no leite e secas. Futuramente o criador pretende começar a realizar Transferência de Embriões para o melhor aproveitamento da linhagem dos animais do seu plantel. A alimentação é feita com capim, concentrado e feno de aveia. A captação de água é feita de um poço artesiano para os animais e a produção no laticínio é feita com água tratada. Mesmo com os altos custos, os proprietários sabem que os investimentos de agora darão resultado no futuro. Afiliados à Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Caprileite), têm consciência que o melhoramento genético dos animais e o bom manejo é que criarão as oportunidades de vendas para criadores de outras regiões. O casal aponta que entre as dificuldades da caprinocultura está a mão-de-obra especializada, tanto na parte técnica

quanto de funcionários, sendo que esses últimos demandam um mês de treinamento. A falta de conhecimento da população em relação aos benefícios do leite de cabra é outro impedimento. “Quando a divulgação dos produtos era feita no mercado tinha gente que cuspia ao falar que era leite de cabra. Isso porque existe aquele pré-conceito de animal de beira de estrada, sem nenhuma higiene, o que resulta em leite de má qualidade. Muitas pessoas não conhecem o processo sanitário, por isso há resistência”, afirma Jordani. A falta de uma legislação municipal específica que auxilie a produção artesanal é outro fator lembrado por Jenifer. Para produção de leite de qualidade, um bom manejo é fundamental. Criar uma rotina com os animais, ter higiene e conforto para o rebanho. “Quanto à meta a gente trabalha com seriedade para um reconhecimento a nível nacional por causa da genética”, afirma o casal. Esses são os objetivos para o sucesso que o Capril Perfeita pretende atingir.

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saúde animal

Noções de Exame Clínico do Animal Lucia Helena Salvetti De Cicco Editora Chefe e Diretora de Conteúdo Retirado do portal SAÚDE ANIMAL www.saudeanimal.com.br

Q

uando o assunto é saúde, prevenir é muito importante. Mantenha seu animal saudável, com vacinas, vermífugos, higiene, exercícios e uma dieta apropriada. Esteja preparado para problemas em potencial desde o início. Tenha à mão telefones de emergência e de hospitais veterinários. Antes de adquirir um animal seria conveniente aprender os primeiros socorros porque, nem sempre o médico veterinário pode estar presente e, em caso de emergência, o proprietário do animal pode adotar algumas medidas adequadas até a chegada do profissional, ou se comunicar sobre o caso com ele, podendo salvar muitas vidas animais e até rebanhos. Fique conhecendo, a seguir, noções básicas de um exame clínico dos animais e aprenda a identificar quando um animal não estiver bem clinicamente. Você deve notar se os olhos são brilhantes ou apagados e se a cabeça está normalmente erguida. A cabeça e a cauda caídas, assim como as asas nas aves, costumam ser sinais de certas enfermidades. Nos animais de grande porte que não se sentem bem, mostram tendência para afastar-se do rebanho, no pasto e no curral, sempre que o espaço o permitir. Não se preocupa com a comida ou aceita de má vontade; a falta de apetite e o vômito após a refeição podem ser os primeiros sinais de uma doença. O aspecto geral da pelagem deve ser sadio, atraente, limpo e brilhante, com pêlos cerrados, lisos e sem falhas e não formando placas. Os animais novos são vivos e brincalhões, salvo nos momentos de comer e de descansar. Os movimentos anormais, diferentes dos costumeiros, podem indicar dor, como acontece nos casos de manqueira, de cólicas, etc. Um dos dados mais importantes do exame do estado de saúde de um animal é a tomada de tempe22

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ratura por meio de um termômetro inserido no reto. O aparelho deve ser cuidadosamente introduzido, às vezes com uso de vaselina, de modo que o depósito de mercúrio fique em contato com a mucosa do intestino (o reto). Como muitos animais oferecem resistência à tomada de temperatura é conveniente que a operação dure pouco tempo, com o emprego de termômetros clínicos que em trinta segundos marcam a temperatura corretamente. É preciso que a coluna do mercúrio seja previamente baixada de pelo menos um grau abaixo da temperatura normal do animal em exame. Para facilitar a colocação, o termômetro deve ser lubrificado com vaselina, óleo ou mesmo água. A introdução jamais deve ser forçada a fim de que o animal não se assuste e quebre o aparelho com movimentos violentos. Em geral, a temperatura é mais elevada nos indivíduos mais novos ou após um exercício violento, nas horas mais quentes do dia e nas vacas de alta produção leiteira. É mais baixa nos animais muito velhos e nos que se apresentam em estado de coma e de caquexia. Temperaturas normais nas espécies domésticas Animal

Temperatura em ºC

Cavalo Potro Boi Vaca Bezerro de seis meses Ovelha e Cabra Porco Cão grande Galo e galinha

37,5 - 38,5 37,5 - 39,0 38,5 - 39,5 37,5 - 39,5 39,0 - 40,0 39,0 - 40,5 38,0 - 40,0 37,4 - 39,0 41,5 - 42,5


A elevação de temperatura acima do normal indica febre, geralmente caracterizada por outras perturbações, como aceleração do pulso, dos movimentos repertórios e calafrios. O pulso de um animal indica os movimentos de seu coração. As contrações cardíacas produzem ondas de pressão que avançam pelos vasos sanguíneos e que podem ser sentidas pelo observador que ponha os dedos sobre o ponto em que o vaso cruza a superfície dura do osso. Os movimentos do próprio coração podem ser auscultados com a colocação do ouvido ou do estetoscópio sobre o costado do animal, na área cardíaca. O pulso de um animal é bastante regular quando tem saúde, mais rápido nos indivíduos muito jovens ou muito velhos e acelerado depois de um exercício. Dentro de uma mesma espécie, o pulso é tanto mais rápido quanto menor o porte e mais novo o animal. A debilidade retarda a pulsação, enquanto a febre acelera. O número de pulsações deve ser contado pelo menos durante meio minuto, da seguinte maneira: no cavalo, no maxilar inferior, no ponto em que a artéria maxilar externa passa sobre o bordo da mandíbula, ou então na parte interna da articulação do jarrete; no boi, na face externa do maxilar inferior; no carneiro, cabra, cão e gato, sobre a artéria femural, acima do jarrete; no porco e nas aves, devem ser contados batimentos cardíacos na região axilar anterior esquerda, pouco atrás do cotovelo. O ritmo respiratório, que também deve ser regular, é verificado por meio da contagem do número de modos dos movimentos do flanco ou do tórax, por minuto. O número de movimentos respiratórios aumenta muito após um exercício ou esforço pesado, assim como em consequência do susto, do medo e da excitação e quando o frio ou o calor são extremos, em

lugares de atmosfera confinada e durante um ataque de febre. Nos grandes animais, a respiração pode ser examinada colocando-se a mão aberta em frente às narinas do indivíduo. OUTRAS OBSERVAÇÕES

As mucosas, isto é, as membranas que recobrem o interior das aberturas naturais, como as da boca, narinas, ânus, vagina e da conjuntiva dos olhos, devem ser examinadas para verificação da normalidade da coloração. A mão do examinador deve ser passada sobre os membros do animal para a descoberta de qualquer local mais quente que, então, deverá ser examinado com atenção. Também devem ser observados corrimentos anormais pelas narinas, boca e outras aberturas. A presença de sangue nas dejeções e a emissão de urina de coloração anormal, assim como a secreção de leite com aspecto estranho, devem ter suas causas investigadas. Em situações de emergência, procure imediatamente a ajuda de um profissional. Não dê a seu animal álcool, aspirina ou qualquer outra droga sem orientação médica. Sangramentos devem ser pressionados firmemente com uma bandagem esterilizada, mas nunca fechados ou estancados com torniquete. Limpe mordidas de outros animais com água e sabão. Mantenha produtos tóxicos fora do alcance de seus animais, mas no caso de suspeita de contaminação, chame o veterinário, somente ele é capaz de reconhecer com certeza a doença e realizar o tratamento correto. Bibliografia Millen, Eduardo - Guia do Técnico Agropecuário “Veterinária e Zootecnia” Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1984.

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caderno técnico

O básico da produção animal em pastagem Parte II Manoel Eduardo Rozalino Santos

Professor Adjunto da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Uberlândia

Introdução

Do rebanho bovino total brasileiro, estima-se que 99,6% têm como principal fonte de alimentação a forragem das áreas de pastagens, e os outros 0,4% são criados em pastagens com algum período de alimentação concentrada dentro do ciclo produtivo (Bürgi & Pagotto, 2002). Como consequência, a maior parte da produção de carne e leite produzida no Brasil é oriunda de rebanhos mantidos exclusivamente em pastagens. A utilização das pastagens confere alto potencial competitivo para o sistema de produção animal, devido, dentre outros fatores, ao baixo custo de produção possível de ser obtido nessas condições. Entretanto, para que os benefícios potenciais do uso de pastagens se tornem realidade, faz-se necessário entender como ocorre a produção animal em pastagem. Em um primeiro momento, parece simples e desnecessário discutir a forma como ocorre a produção animal em pastagem, tendo em vista que o Brasil é um País de tradição na criação de ruminantes em pastejo e, portanto, os pecuaristas brasileiros já têm experiência de longo tempo na utilização das pastagens. Com isso, o senso comum pode nos direcionar para a desconsideração de aspectos básicos da produção animal em pastagens, pois estes já seriam bastante conhecidos em nosso meio. Certamente, os pecuaristas e técnicos brasileiros possuem valiosos conhecimentos, sobretudo práticos, sobre a produção animal em pastagens, que devem ser levados em consideração. Porém, não é exagero e perda de tempo chamar a atenção para alguns aspectos fundamentais da produção em pastagens. A partir desse entendimento será possível estabelecer e identificar as práticas de manejo capazes de tornar a produção animal em pastagens eficiente, tanto do ponto de vista biológico quanto econômico. 24

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Etapas da produção animal em pastagem

A produção animal em pastagens pode ser entendida, do ponto de vista do funcionamento, como resultado de três etapas interdependentes: crescimento, utilização e conversão (Hodgson, 1990) (Figura 1). Os processos pelos quais a planta forrageira intercepta e fixa a energia proveniente do sol e, através de reações bioquímicas, transforma essa energia em tecido vegetal são responsáveis pela produção de forragem na pastagem e correspondem à etapa de crescimento. Essa etapa é afetada pela disponibilidade de luz, água, temperatura, nutrientes, radiação solar, bem como pelo potencial genético da planta forrageira. É importante ressaltar que o homem pode lançar mão de várias estratégias de manejo capazes de modificar a etapa de crescimento. O uso de adubos e corretivos, o emprego de irrigação, a escolha de plantas forrageiras com maior potencial genético para produção de forragem são alguns exemplos de possibilidades de interferência que o homem pode realizar. Como o pecuarista não comercializa a forragem produzida, esta ainda precisa ser transformada em produto animal comercializável. Para isso, a forragem produzida na pastagem precisa passar por mais duas etapas produtivas, quais sejam: utilização e conversão. A colheita da forragem produzida na pastagem pelo animal através do pastejo corresponde à etapa de utilização. Esta etapa é que garante os baixos custos, normalmente, associados aos sistemas de produção animal em pastagens, porque, com o pastejo, não há a necessidade de gastos com mão-de-obra e combustível para as atividades relacionadas à alimentação dos animais, como ocorre em sistemas de confinamento. Para melhorar a utilização do pasto, o pecuarista pode modificar a taxa de lotação na pastagem, alterar os


Figura 1 – Representação da produção animal em pastagem. Adaptado de Hodgson (1990). períodos de descanso e de ocupação dos pastos e subdividir as áreas de pastagens na propriedade. Infelizmente, a etapa de utilização dos pastos tropicais não tem recebido a merecida atenção nos sistemas pecuários brasileiros. Uma consequência disso é que, em termos médios, as perdas de forragem nas pastagens brasileiras atingem níveis de 40 a 65% (Barioni et al., 2011), valores inaceitáveis para qualquer cultura agrícola, e que caracterizam a baixa eficiência da etapa de utilização dos nossos pastos. Finalmente, a forragem consumida pelo animal contém nutrientes (proteína, fibra, minerais, vitaminas, etc) que serão usados para a formação dos tecidos e dos produtos de interesse humano. Isso ocorre através de reações químicas e fisiológicas no organismo do animal. Esta última etapa corresponde à conversão da forragem consumida em produto animal (carne, leite, lã, trabalho, etc). Dentre os fatores que influenciam a etapa de conversão, pode-se citar o mérito genético do animal, o valor nutritivo da forragem e a estrutura do pasto. Esta última corresponde à forma da planta na pastagem, ou seja, significa a maneira como os órgãos da parte aérea da planta estão dispostos no pasto. Assim, por exemplo, se o pasto tem mais quantidade de folha em relação ao colmo (talo), melhor será o potencial de sua transformação em produto animal. Para melhorar a eficiência da produção animal em pastagem é preciso melhorar as eficiências de cada etapa produtiva. Para facilitar a compreensão, imaginemos que cada etapa da produção seja uma engrenagem e que o movimento de uma engrenagem desencadeie o movimento da outra (Figura 2). Nesse caso, para se ter conversão de forragem, é necessário ocorrer a utilização do pasto, que, por sua vez, só acontece quando se tem a planta forrageira crescendo bem na pastagem.

Já foram feitas pesquisas, cujos resultados permitem afirmar que a eficiência da etapa de crescimento apresenta apenas 2 a 4% de eficiência energética. A conversão também possui baixa eficiência energética (7 a 15%). Por outro lado, a etapa de utilização possui maior eficiência (40 a 80 %). Verifica-se que, dentre as etapas da produção animal em pastagem, a utilização é aquela que apresenta maior participação/contribuição para a eficiência total do sistema produtivo. Isso ocorre porque o homem tem maior controle sobre os fatores que afetam a utilização do pasto, em comparação aos fatores que determinam o crescimento do pasto e a sua conversão em produto animal. Assim, as ações de manejo devem, prioritariamente, ser empregadas na etapa de utilização da forragem produzida, através do controle e monitoramento do processo de pastejo, para resultar em aumento da produtividade do sistema.

Figura 2 – Representação das etapas da produção animal em pastagens. Cada etapa (crescimento, utilização e conversão) pode ser considerada uma engrenagem. O movimento de uma engrenagem desencadeia o movimento da outra. Se uma engrenagem para de funcionar ou não funciona adequadamente, a produção animal para ou é comprometida. Dez 11 / jan 12

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Na prática, esse conceito, infelizmente, não é aplicado em muitos sistemas produtivos. Ainda é comum, por exemplo, o investimento inicial em adubação ou irrigação das pastagens, que são caros e tem efeitos positivos principalmente sobre a etapa de crescimento. Somente depois se investe na etapa de utilização, isto é, a colheita eficiente do pasto fica em segundo plano. E quando isso acontece, o pecuarista não alcança os seus objetivos. Portanto, essa lógica precisa ser invertida: primeiro deve-se colher muito bem o pasto, para depois pensar em estimular o crescimento da planta forrageira. Em razão disso, atualmente, o estudo de estratégias de manejo do pastejo para gramíneas tropicais tem sido aumentado, motivado pelo reconhecimento de que a etapa de utilização da forragem produzida é a que possui maior potencial para alterar a eficiência e, portanto, constitui o ponto de partida para qualquer intervenção no sistema produtivo (Da Silva & Corsi, 2003). Outro exemplo que demonstra a falta de conhecimento sobre as etapas da produção animal em pastagem ocorre quando o pecuarista prioriza o melhoramento genético dos animais em detrimento da colheita do pasto de qualidade. Com os exemplos apresentados, não quero dizer que as estratégias de manejo não possam e devam ser implementadas para melhorar as etapas de crescimento e de conversão. Ao contrário, essas ações de manejo podem ser adotadas, porém o adequado é que elas ocorram após a adoção de melhorias no manejo da utilização do pasto. É importante esclarecer também que o processo produtivo em pastagens permite enormes possibilidades de melhorias. Entretanto, a ação de manejo realizada de forma isolada sobre única etapa limita ou diminui seu potencial de impacto no sistema. É o que ocorre quando o produtor estabelece uma planta forrageira com alto potencial produtivo (melhoria na etapa de crescimento), mas não colhe eficientemente a forragem produzida (descuido com a etapa de utilização). Ou quando o pecuarista cria animais de alto potencial genético (melhoria na etapa de conversão), porém não produz alimento em quantidade e em qualidade (descuido com a etapa de crescimento). Da mesma forma, ações de manejo que exercem efeito marcante em determinada etapa do processo produtivo também geram consequências nas demais etapas, o que torna necessária alteração no manejo geral do sistema de produção animal em pastagem. Por exemplo: a escolha da espécie ou cultivar de planta forrageira a ser utilizada influencia diretamente a etapa de 26

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crescimento, porque cada planta possui um potencial de produção determinado geneticamente e que, em função das condições do ambiente, pode ser expresso em escalas variáveis. Porém a decisão sobre o tipo de planta forrageira a ser utilizada não interfere apenas na etapa de crescimento. O tipo de forrageira também influencia as ações de manejo do pastejo empregadas durante a etapa de utilização. Parece haver um consenso de que plantas eretas, de porte alto e com taxa de crescimento acelerado, como os capins Tanzânia, Mombaça e Elefante, são mais indicadas para a utilização sob pastejo rotativo, enquanto que as forrageiras de porte mais baixo, para uso em lotação contínua (Rodrigues & Reis, 1999). Considerações finais

Não existe produção animal em pastagem sem: - adequado crescimento da planta forrageira; - correta utilização da forragem produzida; - e conversão da forragem consumida em produto animal comercializável. Dentre as etapas da produção animal em pastagem (crescimento, utilização e conversão), a etapa de utilização possui a maior eficiência energética e, portanto, as ações de manejo devem ser adotadas prioritariamente nessa etapa. Referências bibliográficas BARIONI, L.G.; TONATO, F.; ALBERTINI, T.Z. Orçamentação forrageira: revisando os conceitos e atualizando as ferramentas. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 26. Anais... Piracicaba: FEALQ, 2011, p.71-96. BÜRGI, R.; PAGOTTO, D.S. Aspectos mercadológicos dos sistemas de produção animal em pastagens. In: SIMPÓSIO SOBRE O MANEJO DA PASTAGEM, 19. Piracicaba, 2002. Anais... Piracicaba, Ed: Peixoto, A. M.; Moura, J. C.; Pedreira, C. G. S.; Faria, V. P., 2002. p. 217-231. DA SILVA, S.C.; CORSI, M. Manejo do pastejo. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 20., 2003. Anais... Piracicaba: FEALQ, 2003, p.155-186. HODGSON, J. Herbage production and utilization. In: Grazing management – science into practice. New York: John Wiley & Sons. 1990. p. 38-54. RODRIGUES, L.R.A; REIS, R.A . Conceituação e modalidades de sistemas intensivos de pastejo rotacionado. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM. 14, Piracicaba, 1997. Anais... Piracicaba: FEALQ, Piracicaba, 1997. p. 1-23.


maior desempenho, melhor produtividade

Humberto Luiz Wernersbach Filho

Zootecnista MSc / Supervisor de Pesquisa Fertilizantes Heringer S/A

A

pastagem é como uma caixa d´água, os animais representam a vazão desse sistema e o acúmulo de forragem, que é a quantidade de pasto que cresceu num determinado período, representa o abastecimento da caixa d´água. Quando a vazão é maior que o abastecimento nossa caixa esvazia, ou melhor dizendo, nossa pastagem degrada. Por outro lado, água acumulada na caixa perde qualidade, da mesma maneira, pasto com excesso de perdas, reduz o desempenho animal. Manejar de forma adequada a pastagem é sempre um ponto de grande atenção para técnicos e produtores. O superpastejo é uma taxa de lotação superior a capacidade de suporte do pasto. O estresse causado na planta forrageira pelo excesso de animais, aliado a baixa fertilidade do solo diminui drasticamente a capacidade de rebrota, durabilidade e qualidade da pastagem, causando degradação do pasto e redução no desempenho animal. Além disso, o superpastejo também extrai grandes quantidades de nutrientes do solo. Já o subpastejo, que se caracteriza por lotações baixas e perdas de forragem, também é problema, pois diminui a produtividade e dificulta o manejo de pastagens. É de grande importância que o produtor faça ajustes na lotação das pastagens, dentro de um planejamento para exploração do potencial de ganho em peso dos animais manejados em pastagens na época das águas e suplementações estratégicas para a época seca do ano. Para isso, a estimativa da produção de forragem torna-se ferramenta fundamental para auxiliar o pecuarista em sua tomada de decisão.

Imagem ilustrativa

forragicultura

Ajuste de lotação da pastagem:

tificar o volume de massa verde disponível por unidade de área (Kg MS/ha). O técnico, de posse desse número, pode calcular a quantidade de forragem disponível e, em função do período de ocupação da pastagem, ajustar a carga animal (UA/ha), sem a ocorrência de excesso ou falta de animais. A amostragem de pastagens possui grandes particularidades, principalmente no tocante a identificação dos locais para coleta de forragem e o número de sub amostras. Penati et al. (2005), com o objetivo de determinar a melhor dimensão de forma e número de sub amostras para amostragem em pastagens cespitosas (como as Brachiarias sp.) concluíram que, para essas espécies, a avaliação da massa de forragem em pastagens poderá ser feita com 4 amostras por pasto, colhendo a forragem dentro de uma moldura de 1 metro quadrado (1m x 1m). Contudo, existem vários passos para a coleta de forragem, por isso, o produtor deverá buscar a orientação de um técnico no processo de amostragem. Ajuste de lotação

Cada espécie de pasto tem suas características que Estimativa da produção de forragem devem ser entendidas e respeitadas através do manejo. A estimativa na produção de forragem permite iden- Em solos com maior fertilidade ou que foram aduba-

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dos, as pastagens podem ser utilizadas mais intensamente. Outra questão é o manejo nas águas e na seca. A pastagem não deverá entrar na seca degradada, pois nessa condição, ocorre degradação das raízes e assim a pastagem não tolerará o período de seca que estar por vir. Nesse sentido, a vedação de pastagem no terço final das águas e o manejo correto no período de maior crescimento, são as melhores alternativas para manter a pastagem sempre vigorosa. Nas fases de recria, engorda e pós-parto os animais necessitam de maior oferta de forragem para que tenham bom desempenho. Vacas prenhes têm menor exigência nutricional em termos de qualidade de forragem, desde que a condição corporal esteja adequada. Esse entendimento é fundamental para ajustar o tipo de pasto que iremos ofertar para cada categoria animal. Métodos de ajuste

O produtor juntamente com seu técnico irá escolher qual método é o mais indicado para ajuste da lotação. O ajuste já começa com a formação da pastagem. Não se recomenda esperar a maturação da semente, prática preconi-

zada no passado quando a formação era feita por mudas. Hoje, a quantidade de semente utilizada no momento da semeadura é suficiente para uma boa formação. Existem vários métodos de ajustes de lotação nas pastagens. A observação da altura ideal é uma ferramenta prática que pode ser utilizada em qualquer sistema de produção. Onde, no momento da saída dos animais, a altura do resíduo (o que sobrou do pastejo) estiver abaixo da preconizada, indicará um super pastejo e acima desse valor, poderá indicar falta de animais com sobras excessivas. A tabela 01 ilustra as alturas de entrada e saída dos animais em função de diferentes espécies. Referências Bibliográficas DA SILVA, S. C.; CORSI, M. Manejo do Pastejo. In: 20º Simpósio sobre Manejo da Pastagem. Anais... Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz. Piracicaba – SP. 2003. MACHADO, L. A. Z.; KICHEL, A. N. Ajuste de Lotação no Manejo de Pastagens. In: Documentos 62. Embrapa Agropecuária Oeste. Campo Grande – MS. 55 p. 2004. PENATI, M. A.; CORSI, M.; LIMA, C. G. de; MARTHA JÚNIOR, G. B.; Et. al. Número de Amostras e Relação Dimensão:Formato da Moldura de Amostragem para Determinação da Massa de Forragem de Gramíneas Cespitosas. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 1, p. 36 – 43, 2005.

Tabela 01 – Recomendação de altura de entrada e saída de diversas gramíneas tropicais Altura (cm) Espécie

Entrada

Saída

Marandu

251 – 452

151 – 252

Xaraes

30

15

Tanzânia

70

30-50

Mombaça

90

30-50

Coast cross

25

10-15

Tifton 85

25

10-15

Elefante

100

40-50 Nota: 1- altura para sistema intensivo / 2 – altura para sistema de média a baixa intensificação.

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agrovisão

A farmácia na floresta Alexandre Sylvio Vieira da Costa

Imagem ilustrativa

Engenheiro Agrônomo; DSc. Em Produção Vegetal; Professor Titular/Solos e Meio Ambiente - Universidade Vale do Rio Doce asylvio@univale.br

C

omo descrito na letra da música do nosso grande compositor e interprete Jorge Benjor: “Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza...”. O Brasil é um país extremamente rico em recursos naturais. O país possui uma das maiores áreas agricultáveis do mundo além da maior reserva de água doce tanto superficial quanto subterrânea, petróleo, minérios, número de aves, maior floresta tropical e por ai vai. A nossa grande diversidade de plantas existentes nas matas tem escondido inúmeras moléculas e compostos orgânicos capazes de resolver os mais variados problemas de saúde apresentados pelo homem moderno. O nosso grande desafio é descobrir estes compostos

orgânicos, como eles funcionam e torná-los viáveis e acessíveis para a população. Os pesquisadores estrangeiros também conhecem muito bem o potencial de nossas plantas na produção de remédios naturais. Muitos destes pesquisadores veem ao Brasil e se instalam durante anos, convivendo com comunidades indígenas ou povoados rurais isolados pois sabem que, nestes locais, não existem farmácias ou os remédios industriais como conhecemos sendo necessário o uso das plantas das matas e florestas. Com o passar dos anos e das gerações os índios e os caboclos foram aprendendo sobre o poder de cura das plantas fazendo da floresta uma verdadeira farmácia natural. Eles sabem que determinada planta

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Site Saúde Alternativa

cura certa doença, mas não sabem qual o composto químico, ou compostos químicos, que estão atuando na cura. Desta forma os gringos se infiltram pelas nossas matas sem que o governo saiba e coletam as plantas que apresentam potencial de cura de várias doenças. Amostras destas plantas são coletadas, assim como as informações dos índios e caboclos sobre o preparo e uso destas plantas. Em seguida as informações são transferidas e as amostras das plantas são enviadas para fora do país, muitas vezes de forma ilegal. No exterior, com laboratórios e equipamentos de última geração os pesquisadores procuram identificar as moléculas orgânicas que atuam no processo de cura da doença. Se

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fosse só isso e o trabalho fosse em conjunto não teria tanto problema, mas na maioria dos casos não é isto que acontece. Após as moléculas serem identificadas nos centros de pesquisa das grandes empresas, os grandes grupos farmacêuticos fazem à patente garantindo os ganhos financeiros sobre o produto que foi tirado do Brasil. Infelizmente o país possui poucos pesquisadores nessa área o que dá margem aos estrangeiros furtarem nossa diversidade vegetal comprometendo até mesmo a soberania nacional. Outro aspecto negativo é a intensa destruição das nossas matas e florestas de forma indiscriminada levando a extinção diversas plantas com grande potencial de cura de diversas doenças. Se nada for feito, em breve estaremos totalmente dependentes das grandes industriais farmacêuticas sem direito a usar produtos e plantas que pertencem ao Brasil e ao povo brasileiro.


sustentabilidade

Desenvolvimento Sustentável Integração pecuária e Meio Ambiente Gleison Nicco Oliveira

Imagem Ilustrativa

Pós-graduando em Botânica das Plantas Ornamentais e Paisagismo, Gestor Ambiental e Técnico em Agropecuária.

O

conceito de sustentabilidade é muitas vezes confundido com a renovação de recursos naturais, a qual constitui apenas um dos aspectos do desenvolvimento sustentável. Sustentabilidade é um conceito dinâmico, que busca melhores condições de vida para a geração atual e para as gerações futuras, de forma transparente e rentável de seus negócios, respeitando o meio ambiente e agindo com responsabilidade social. Desta maneira, em essência, significa sustentar todas as formas de capital, físico, humano, financeiro e ambiental. Esse conceito de sustentabilidade não demanda apenas a preocupação com a preservação de todo e qualquer recurso natural, espécies, ou ambientes, mas na sua forma atual de exploração dos recursos e na forma de produzir. A cada dia o progresso tecnológico visa à integração do desenvolvimento, Ciência e tecnologia Ambiental, os quais muitas pessoas desconhecem o uso de certas tecnologias aplicáveis ao dia-a-dia com menor

impacto possível o meio ambiente, como a integração da pecuária e Meio Ambiente mais sustentável. Como exemplo típico de sustentabilidade, pode-se citar os experimentos da EMBRAPA (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), cujos atuais sistemas de produção em monocultura provocam um manejo inadequado do solo, baixa produtividade e custo de produção elevado para os produtores. Para mim uns dos objetivos destes sistemas é associar Bem Estar + Renda + Preservação, além de Recuperar ou reformar pastagens degradadas, reduzir degradação do solo e quebrar ciclo da monocultura, reduzir o ataque de pragas e doenças, diminuir a dependência por insumos externos, aumentar a estabilidade de renda do produtor, reduzir os custos tanto da atividade agrícola quanto da pecuária, ter produção de madeira ecologicamente correta, arborização de pastagens, melhora do microclima e reduzir os custos com a manutenção da propriedade. A sustentabilidade tem assumido cada vez mais,

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um papel fundamental nas empresas que querem de forma responsável, prosperar em seu mercado, aonde não podem ser diferente ao meio rural, com os produtores de alimentos, pecuaristas, dentre outros, os quais devem tratar as suas propriedades como uma empresa, que visa lucro, obtenção de matéria prima, permanência de mercado e etc. De fato o produtor rural, seja ele (a) pecuarista, cafeicultor, ou qual seja sua produção, deve pensar que uma das fontes e recursos mais preciosos em uma propriedade é a produção de água, os quais dependem do meio ambiente. Pode-se perguntar: Quem gostaria de comprar uma propriedade em água?

Paiva (2006) relata que as raízes, caule e folha das plantas herbáceas possuem cerca de 70/90% de água, enquanto que caules lenhosos 50%, além disso, enfatiza que à H2O exerce funções variadas e essenciais para a manutenção do metabolismo dos vegetais. Sendo assim, é notável que a água seja o principal elemento no processo fotossintético das plantas, pois os vegetais necessitam de H2O e CO2 para realização de fotossíntese, e caso ocorra à falta de água no início das rebrotas para recompor as moléculas de clorofilas das folhas, o que de fato implica na necessidade de água para recompor ou revitalizar 32

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as pastagens das propriedades rurais, pois em caso da falta de água ocorre o secamento das folhas e consequentemente à morte das ponteiras, gemas de brotações e até mesmo perda da planta (gramíneas). Um dos vilões na atualidade que afligem principalmente os donos de propriedades rurais é o comprimento das leis ambientais, devido ao fato de recompor as reservas legais, recuperação das APPs – Áreas de Preservação Permanentes, como topo de morro, margens de cursos d’água, nascentes e dentre outras. Mas ao meio ver os donos de propriedades rurais é as pessoas mais importantes para o meio ambiente, pois eles (as) não são apenas produtores de alimentos e sim de água, o que de fato implica na preservação e conservação destas áreas. Uma ótima saída para o produtor rural é o SAF sistemas agros florestais, na integração de madeira com a pecuária, aonde podem aproveitar melhor os recursos e espaços, como a arborização de estrada, divisão de pasto, nas divisas de propriedade, com a produção de madeira para futuro, não penas como beleza cênica, captação de CO2, promover sombra nos dias ensolarados, contribuem para a purificação do ar, retenção de umidade do solo e do ar, diminuir a evapo-transpiração, e/ou até mesmo no comprimento das leis, mas deve-se mudar essa concepção e pensarmos em plantio de madeira como uma fonte de reserva, economia na hora da revitalização das cercas, currais, telhados de casas, dentre outros. Analisando a pecuária atual é notável vermos


propriedades parcialmente ou totalmente degradadas devido à forma de manejo extensivo e intensivo das pastagens, sem áreas de reserva legal, topo de morro, nascente, dentre outros, não sendo propriedades altamente sustentáveis, além do descumprimento do código florestal brasileiro. O Código Florestal (Lei n.° 4.777/65) desde 1965 inclui as matas ciliares na categoria de áreas de preservação permanente. Assim toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatórios deve ser preservada. De acordo com o artigo 2° desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está relacionada com a largura do curso d’água, onde esse deveria ter 50m de mata ciliar, para lagos ou reservatórios com área menor que 20ha e 30 m de cada lado de rios com menos de 10 metros de largura, além dos topos de morros, nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45° equivalente a 100% na linha de maior declive. Desta forma a região do Vale do Rio Doce e ao longo de afluentes do Rio Doce, como Suassuí Pequeno e Grande é notável as margens destes cursos d’água sem vegetação, assoreamento e degradação até mesmo em estágio médio a avançada, fato esse devido o sistema de produção empregado no passado e até mesmo nos dias de hoje. Mas, a meu ver esse cenário é devido ao não comprimento das leis ambientais, principalmente em relação as encostas íngremes e topo de morro, aonde essas áreas são as mais responsáveis por assegurar ou diminuir a degradação ambiental, como erosão, lixiviação, voçoroca e o carreamento de solo para os leitos dos cursos d’água. Mas, por outro lado encontramos exemplos diferentes de propriedades sustentáveis, havendo a integração de pecuária com florestas, como na região

de Timóteo aonde os topos de morros e encostas são preservados, sendo notável uma maior incidência de chuvas e pastos verdes durante boa parte do ano, sem presença de erosão, voçoroca e outros níveis de degradação, fato esse que é passível para o produtor integrar o pasto com as florestas, pensando na sustentabilidade da sua empresa. Uma das técnicas muito utilizada e adotada é o florestamento das margens de estradas, divisas de pastos e limites de propriedades com plantio de Eucaliptos e outras madeiras nobres como Cedro, Teka Japonesa, dentre outras, que é considerado uma poupança verde de futuro para o produtor. Sendo assim, estamos muito preocupados em plantio de árvores para comprimentos das leis, seja ela, reserva legal, APPs e/ou compensação florestal, mas deve-se mudar essa consciência e pensar em madeira como uma opção de sustentabilidade, de renda e de economia. Sou filho e neto de produtores rurais e posso salientar que a cada 05 anos que passa as cercas de nossas propriedades devem ser revitalizadas, fato esse que estamos dependendo do mercado para aquisição de matéria-prima. Então, porque ao invés de comprarmos madeira, passarmos a produzir madeira, assim, estamos contribuindo para um meio ambiente mais sustentável. Pense, você pode fazer parte desta história, de mudança, na sua vida e dos outros. Referências Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965. PAIVA, R. Fisiologia vegetal. Lavras: UFLA/PAEPE, 2006. José Roberto Rodrigues PERES e Luiz Carlos BALBINO, Palestra de Agricultura Sustentável; Embrapa Transferência de Tecnologia- Brasília, 20 de Maio de 2008.

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perfil profissional

A vida na água:

Imagem ilustrativa

O profissional da Engenharia de Pesca na aplicação de tecnologias para a vida debaixo d’água

R

esponsável pela aplicação de tecnologias para captação e beneficiamento dos peixes, crustáceos e frutos do mar, a Engenharia de Pesca e Aquicultura é o perfil desta edição. Comemorando o dia do profissional no dia 14 de dezembro, falamos um pouco das atividades desempenhadas por este profissional. Vão os nossos parabéns! Basicamente suas funções estão voltadas para essas atividades pesqueiras, de modo a planejar e gerenciar os trabalhos para industrialização e comercialização. Atua também na parte de reprodução e criação dos pescados para que o setor tenha uma qualidade na comercialização, criação, beneficiamento e processamento dos organismos aquáticos. Mesmo tendo pouca mão-de-obra, é um ramo com boas perspectivas devido à potencialidade de exploração e desenvolvimento das atividades no Brasil, pois o país apresenta uma costa extensa. De acordo com o Guia de Carreiras do G1, no Pantanal a atividade deve crescer para frear a degradação das espécies provocadas pela pesca. Na Bahia e no Ceará há vagas para maricultura (aquicultura no mar), já nas regiões do Norte, Sul e Sudeste a criação de peixes de água doce é que estão em crescimento. O curso apresenta disciplinas das áreas de ciên34

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cias exatas e biológicas. Com duração média de cinco anos, o profissional precisa estudar: cálculo, estatística, zoologia, bioquímica, tecnologia de pesca, administração pesqueira, aquicultura, ecologia, outros. Os nomes variam entre Aquacultura, Aquicultura, Engenharia de Aquicultura ou Engenharia de Pesca. Dentro das áreas e setores que pode seguir, o engenheiro de Pesca tem a possibilidade ainda de atuar na ecologia aquática; em projetos e viveiros para desenvolver técnicas na criação desses organismos; na administração e economia de pesca; aquicultura; na criação de técnicas para localização e captura desses animais aquáticos; manejo sanitário e inspeção do pescado para desenvolver produtos, dentre outras. A Comissão de Educação e Atribuição Profissional do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) apurou em 2009/2010 que havia 56 cursos de Engenharia e Pesca no Brasil e dois de Aquicultura. Atualmente no país há 1393 engenheiros de Pesca e 139 engenheiros de Aquicultura registrados no Sistema Confea/Crea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia / Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), porque para exercer a profissão o Engenheiro de Pesca precisa ser registrado no Conselho de seu estado.


meteorologia

Janeiro chuvoso no leste do estado Prof. Ruibran dos Reis

Imagem ilustrativa

Coordenador do Minas Tempo e prof. da PUC Minas

A

s frentes frias que atuam em Minas Gerais desde o final de novembro vão continuar na primeira quinzena de janeiro. O sistema meteorológico conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul será o principal fator responsável pela organização e por intensificar as chuvas nos primeiros dias. O sistema provoca transporte de umidade da Amazônia no sentido do oceano Atlântico em baixos níveis da atmosfera. Sempre que ocorre este sistema, as chuvas são intensas e há possibilidade de ocorrência de desastres. Para a segunda quinzena do mês a massa de ar quente, que predomina entre o Brasil e a África, deverá predominar e dificultar a chegada de frentes frias e a organização de chuvas típicas da época do ano. As chuvas todos os anos tem encontro marcado em Minas Gerais, elas começam a chegar em outubro e vão embora em abril. Desastres naturais podem acontecer em virtude do alto volume de precipitação ou devido à baixa pluviosidade. Existe uma média histórica de precipitação em Minas Gerais, os meses mais chuvosos são dezembro e janeiro, mas a chuva pode ficar acima ou a abaixo da média. Para os meses de fevereiro os modelos mostram que a maior probabilidade é das chuvas ficarem abaixo da média, principalmente nas regiões leste e nordeste do estado.

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mercado 36

Crescimento do rebanho bovino entre 2009 e 2010 por Hyberville Neto

Zootecnista | Scot Consultoria

S

egundo a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM 2010), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho bovino brasileiro chegou a 209,54 milhões de cabeças ao final de 2010, crescimento de 2,1% em relação a 2009. Entre as grandes regiões, o maior incremento absoluto ocorreu no Centro-Oeste, 1,90 milhão de cabeças (2,7%). A região abriga 72,56 milhões de bovinos. Deste crescimento, o Mato Grosso foi responsável por 1,40 milhão de animais, o que equivale a 5,1% do rebanho do estado. Em termos relativos, o maior crescimento foi na região Norte. O aumento de 4,1% equivale a 1,66 milhão de animais. Apenas no Sul do país houve ligeiro recuo (-0,1%) no efetivo bovino entre 2009 e 2010. Tanto a manutenção nos estados do Sul, como o aumento menor do rebanho na região Sudeste podem ser atribuídos, em boa medida, à pressão de outras atividades agrícolas. O custo de oportunidade imposto pela agricultura e arrendamentos acaba deslocando a pecuária, cuja rentabilidade normalmente é menor, para outras áreas. Na figura 1 está à distribuição do rebanho por região. Os maiores efetivos estão no Norte e Centro-Oeste. Juntas, tais regiões compõem 54,7% do rebanho total. Nos últimos anos o rebanho nacional tem aumentado, devido à retenção de fêmeas, que vem ocorrendo desde 2007.

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A maior participação de vacas e novilhas nos abates do primeiro semestre poderia indicar uma inversão na tendência de crescimento. No entanto, em 2003 ocorreu aumento na participação de fêmeas nas escalas dos frigoríficos em relação a 2002 e ainda assim, o rebanho cresceu 4,6% em 2004 e 1,3% em 2005, na comparação com os anos anteriores. Embora a disponibilidade atual de animais para abate não reflita aumento de rebanho, o mercado de reprodução aquecido corrobora com um efetivo maior de fêmeas. Figura 1. Distribuição do rebanho bovino.

Fonte: IBGE / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


Captação em novembro aumenta 3,2% e leite tem nova queda CEPEA/LEITE

O

preço médio do leite pago ao produtor em dezembro (referente à produção entregue em novembro) foi de R$ 0,8458/litro, recuo de quase 1% (menos de 1 centavo por litro) frente ao pagamento do mês anterior, segundo pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Esse valor representa a média dos estados do RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA ponderada com base na produção de cada um segundo apontado pelo IBGE/ Pesquisa da Pecuária Municipal. Houve maiores quedas de preços nos estados do Sudeste e Centro-Oeste, onde a produção aumentou com as chuvas. Em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ao contrário, com a diminuição da captação de leite devido ao fim da safra de inverno, o produto valorizou. Dados do Cepea mostram que, na média dos 12 meses de 2011, o preço do leite foi de R$ 0,8445/litro, já considerando a inflação até novembro (IPCA). Esse valor representa aumento real de 10% em relação à média de 2010. Porém, em boa parte de 2011, os custos de produção de leite estiveram em índices mais elevados que os de 2010 devido, principalmente, aos preços do farelo de soja e do milho. Com isso, a margem do produtor acabou diminuindo, principalmente no primeiro semestre, destacam pesquisadores do Cepea. Quanto à produção de leite, o Índice de Captação calcula-

do pelo Cepea (Icap-Leite) aponta aumento de 3,2% entre outubro e novembro, puxado basicamente pela safra no Sudeste e Centro-Oeste. Em São Paulo e Minas Gerais, o acréscimo do índice foi entre 6% e 7%. Em Minas Gerais, houve redução para o produtor de 2,4% (2,1 centavos por litro), com média de R$ 0,84/litro. Na Bahia, o acréscimo foi de 1,8% (1,3 centavo por litro), e o litro teve média bruta de R$ 0,7566, a menor dos sete estados desta pesquisa. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Exportação brasileira de café em dezembro alcançou 2,629 milhões de sacas, queda de 12,4% Fonte: Site Revista Cafeicultura

A

exportação de café em dezembro passado (22 dias úteis) alcançou 2,629 milhões de sacas, o que representa redução de 12,4% em relação ao mesmo mês de 2010 (3,001 milhões de sacas). Em termos de receita cambial, no entanto, houve aumento de 18% no período, para US$ 744,7 milhões em comparação com US$ 631,1 milhões em dezembro de 2010. Os dados foram divulgados no dia 02 de janeiro pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Quando comparada com o mês anterior, a exportação de café em de-

zembro apresenta queda de 5,6% em termos de volume, pois em novembro passado o País embarcou 2,783 milhões de sacas. A receita cambial foi 7,3% menor, considerando faturamento de US$ 803,6 milhões em novembro.

Cotações Janeiro 2011 / Coocafé Arábica

Bebida Dura Tipo 6 | R$ 485,00 Conilon | Tipo 6 | R$ 510,00 Dez 11 / jan 12

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cotações

Boi Gordo

mercado futuro (BM&FBovespa) 29/12

(R$/@) Indicadores Eslaq / BM&F Bovespa boi Gordo

vencimento

fechamento

Diferença do dia anterior

Dez/11

101,23

0,00

data

à vista

A prazo

Jan/12

98,77

0,00

28/12

101,13

102,35

Fev/12

98,30

0,00

29/12

101,55

101,33

30/12

101,55

101,33

Fonte: BeefPoint

Fonte: BeefPoint

preços do leite

(R$/L)

cotações do leite cru preços pagos ao produtor

R$/litro Jul/11

MG 0,8712

RS

SP

PR

GO

0,7924

0,9247

0,8630

0,7929

0,9244

0,8554

0,8955

0,7492

0,8599

0,8880

BA 0,7337

SC 0,8223

Ago/11

0,8827

Set/11

0,9065

0,8201

0,9395

0,8770

0,9240

0,7615

0,8747

Out/11

0,8962

0,8225

0,9397

0,8692

0,9326

0,7482

0,8812

Nov/11

0,8606

0,7665

0,9208

0,8594

0,8769

0,7431

0,8354

Dez/11

0,8400

0,8037

0,8969

0,8430

0,8565

0,7566

0,8435

Fonte: Cepea - Esalq/USP

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Dez 11 /2011 Agosto jan 12


Prof. Orismário Lúcio Rodrigues

Eng. Agrônomo Doutor em Fitotecnia / UNIVÉRTIX-Matipó

Prof. Marcelo Coutinho Picanço

Eng Agrônomo Doutor em entomologia / UFV

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broca-do-café, Hypothenemus hampei (Coleoptera: Scolytidae) é a principal praga do café no Brasil e no Mundo. Ela causa perdas na produtividade, perda na qualidade da bebida, serve de porta de entrada para microrganismos e causa queda de frutos. Seu ciclo ocorre no interior do fruto, onde é difícil a ação de inseticidas. Outra limitação no seu controle é o fato do controle biológico desta praga ser ineficiente. O ciclo de vida desta praga dura cerca de 30 dias ocorrendo até nove gerações por ano no Brasil. As fêmeas adultas desta praga saem de frutos a procura de outros frutos onde colocarão novos ovos. Cada fêmea desta praga pode colocar até 119 ovos. Os machos não são capazes de voar e nunca deixam os frutos onde se desenvolvem. Infelizmente o cafeicultor pouco avalia o ataque da broca do café cujas perdas em lavouras comerciais estão hoje em dia em torno de 40%. Até o momento o controle desta praga é basicamente realizado pelo uso do inseticida endosulfan. Porém o uso deste produto está com os dias contados. Segundo cronograma definido pelo governo, a partir de julho deste ano está proibido a importação deste produto. Já a produção nacional terá que sofrer uma redução gradual e em julho de 2013 o uso e a venda do produto serão totalmente proibidos, fazendo com que o produtor já comece a pensar em alternativas para o controle da broca-do-café. Com isso armadilhas com atraentes têm sido uti-

lizadas com sucesso como alternativa para amostragem e controle de insetos-praga por permitirem uma tomada de decisão e serem de rápido e de fácil uso. As armadilhas devem ser confeccionadas com garrafas de refrigerante tipo “Pet” de 2L, com abertura lateral retangular (20 x 15 cm) e pintadas com tinta a óleo vermelha, que é a mais atrativa para a broca. As garrafas devem ser presas às plantas a uma altura de 1,5 metros com arame galvanizado, e no interior da armadilha deve ser fixado o frasco de vidro de 10 mL contendo o atrativo. O frasco deve ser vedado com tampa de borracha com duas perfurações, onde serão inseridas duas anilhas com o objetivo de permitir a liberação do atrativo. No fundo da armadilha deve ser colocado 120 mL de água contendo 5% de detergente, com o objetivo de aprisionar os insetos que são atraídos. O atraente é composto da mistura 1:3 de etanol:metanol mais 1% de ácido benzóico. Para amostragem desta praga são utilizadas 14 armadilhas para cada 10 ha (Cerca de 1 armadilha/ha). O nível de dano para o cafeeiro em floração, frutos em fase de chumbinho e frutos em expansão é de 430, 86 e 29 adultos/armadilha respectivamente. Este tipo de armadilha pode ainda ser utilizado como alternativa para controle da broca-do-café com muita eficiência. A diferença que para utilização no controle deve-se colocar um número maior de armadilhas por hectare, que neste caso é de 20 armadilhas/ha. Foto: Arquivo

mão na massa

Armadilhas da broca-do-café

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emater

Abacaxi é alternativa de diversificação e renda em Nova Módica

Informações sobre o cultivo

Temperaturas adequadas à produção de frutos de boa qualidade situam-se entre 21 e 23ºC, sendo exigentes em luz e preferindo solos de textura média ou arenosa, levemente inclinados, sendo a boa aeração e drenagem, fatores importantes a serem usados na seleção da área. Precipitações ideais situam-se entre 1.200 a 1.500 mm de chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Sugere-se o plantio em fileiras duplas, com 0,40 x 0,40 m nas linhas duplas e 1,0 m entre as linhas duplas (nas 40

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Extensionista Agropecuário II/EMATER MG Escritório de Nova Módica

Imagem ilustrativa

Foto: Gilmar G. de Oliveira

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lanta de clima tropical, o abacaxizeiro encontrou em Nova Módica condições agroclimáticas favoráveis ao seu cultivo, apresentando como resultado ótima qualidade dos frutos. Atualmente trabalha com a cultura no município o Agricultor José Nunes Sobrinho e sua família, com uma área aproximada de 2,5 hectares ocupados com 70 mil pés. Com a assistência técnica da EMATER MG, iniciaram o cultivo por volta de 1998, e, segundo o Sr. José Nunes, o retorno econômico obtido com a cultura é o principal motivo da permanência da família com a produtividade. Além dos aspectos climáticos, outros fatores tornam-se essenciais para obtenção de bons resultados com o cultivo, como saber escolher o local de plantio, selecionar as mudas e adotar práticas culturais compatíveis com sua exigência. As cultivares mais recomendadas são Smooth Cayenne e Pérola. Esta família trabalha com a cultivar Pérola, cujos frutos apresentam casca amarelada, polpa branca, pouco ácida, suculenta, saborosa e peso médio dos frutos entre 1,0 e 1,5kg. A pouca acidez da polpa determina a preferência desta cultivar para o consumo in natura e apresenta-se como vantagem, quando comparada a cultivar Smooth Cayenne; também é menos suscetível à fusariose e a cochonilha.

Eng.º Agrônomo Gilmar G. de Oliveira

ruas). As mudas devem ser rigorosamente selecionadas e preparadas, devendo ser retiradas de plantas sadias e vigorosas que já produziram frutos. O solo deve ser corrigido e adubado conforme resultado de análise. Dentre as práticas culturais utilizadas no manejo, destacam-se: a indução artificial da floração, adotada com o objetivo de antecipar e homogeneizar a época de produção e colheita; o controle preventivo de pragas e doenças, acompanhando sistematicamente o desenvolvimento da lavoura; e a proteção dos frutos contra a queima solar, realizada durante a maturação dos frutos, períodos em que são muito sensíveis ao sol, podendo ser queimados quando expostos a altas temperaturas. A época de colheita varia entre 15 e 24 meses após o plantio. Utilizando-se as práticas culturais de maneira correta, estima-se que o aproveitamento dos frutos atinja 80% do número de mudas plantadas. Detalhamentos das informações técnicas podem ser adquiridos nos escritórios da EMATER MG.


ima

Anemia Infecciosa Equina Marcelo de Aquino Brito Lima

Fiscal Estadual Agropecuário Coordenadoria Regional do IMA – Governador Valadares

É importante salientar que a maioria dos animais infectados pelo vírus da AIE não apresenta sintomas. No entanto, alguns podem apresentar febre não contínua de 40 a 41,1ºC, hemorragia embaixo da língua e nasal, fraqueza, anemia, inchaço na região ventral do abdômen, redução ou perda de apetite e depressão. Como prevenir a AIE:

Imagem ilustrativa

• Exigir o atestado de exame laboratorial negativo de AIE antes de comprar um cavalo, burro, mula ou jumento. Ele comprovará que o animal está livre da doença. • Fazer exames em todo o rebanho, no mínimo, a cada seis meses, pois os animais infectados são os principais transmissores da doença. • Esterilizar todo material que entrar em contato com sangue antes de reutilizá-lo. Usar somente agulhas e seringas descartáveis. • Participar apenas de eventos com concentração de equídeos (leilões, feiras, exposições, rodeios, cavalgadas etc.) que exijam o atestado negativo de AIE e que possuam um médico veterinário para conferir a documentação apresentada. Fique atento: a validade deste exame é de 60 dias. O que fazer com o animal infectado:

nemia Infecciosa Equina (AIE) é uma doença de ocorrência mundial causada por um vírus que afeta somente os equídeos (cavalos, jumentos, burros e mulas). Até o momento, não existe cura nem vacina comprovada cientificamente contra esta infecção. Por isso, a prevenção é a melhor maneira de combater a AIE. A transmissão da AIE ocorre através da transferência de sangue do animal infectado para o sadio. Isso pode ocorrer por meio de picada de mutucas e moscas de estábulo e, principalmente, objetos contaminados com sangue infectado, tais como: agulhas, arreios, esporas, groza dentária, entre outros. A transmissão também é possível através da placenta, do colostro e do acasalamento.

A comprovação da existência de qualquer equídeo com AIE deve ser comunicada às instituições de Defesa Sanitária Animal, representadas, em Minas Gerais, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Após a comprovação, por meio de teste em laboratório (Teste de Imunodifusão em Gel de Ágar-IDGA) de que o animal está infectado pelo vírus da AIE, o mesmo deverá ser marcado, impedido de transitar e, posteriormente, sacrificado, pois é um disseminador da doença. A propriedade que tiver um animal infectado pelo vírus da AIE será interditada até que sejam apresentados dois novos testes laboratoriais negativos consecutivos do rebanho restante, em um intervalo de 30 dias, após o sacrifício do animal positivo.

Sintomas:

A Anemia Infecciosa Equina não tem cura:

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O período entre a entrada do vírus no organismo e O animal, uma vez infectado, torna-se portador o aparecimento dos primeiros sintomas da doença pode permanente da doença, transformando-se em uma variar de 06 a 70 dias, porém a média é de 15 a 20 dias. fonte de infecção.

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idaf

Idaf investe R$ 1,3 milhão em aplicativo para fortalecimento das políticas ambientais Jória Motta Scolforo / Texto: Francine Castro Assessoria de Comunicação/Idaf

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Imagem Divulgação

Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) apresentou uma nova ferramenta que será utilizada em sua estrutura: o Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental (Simlam). O sistema foi detalhado, no dia 28 de novembro, durante encontro que reuniu representantes do Ministério Público, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). O aplicativo, customizado pela empresa Tecnomapas, é modelo no Brasil no que se refere à política florestal e será fundamental para administrar informações sobre os processos de licenciamento ambiental, fornecer ferramentas para o monitoramento e gestão das atividades licenciadas e dos procedimentos relacionados à área florestal. A ferramenta também vai permitir o acesso a uma base cartográfica consorciada com o Geobases, que irá subsidiar os processos de regularização de terras devolutas bem como averbação de reserva legal. Cerca de R$ 1,3 milhão foi investido no aplicativo e sua customização para adaptá-lo à realidade do Espírito Santo. O Simlam possibilitará a conferência online da documentação, com a geração de relatório imediato 42

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quanto às pendências; o acesso via internet da tramitação de processos; controle do vencimento de documentos, como licenças ambientais; emissão de relatórios técnicos e gerenciais; centralização de dados de pessoas físicas e jurídicas, agilizando a entrega de certidões negativas de débitos; cadastro de informações sobre empreendimentos, indústrias, propriedades rurais e projetos; dentre outros benefícios. Segundo a diretora-presidente do Idaf, Lenise Menezes Loureiro, a aquisição do sistema foi uma conquista importante para o Estado. “O cadastro ambiental georreferenciado das propriedades rurais capixabas permitirá uma tomada de decisão mais consciente diante das características regionalizadas do Estado. Além disso, o Simlam virá ao encontro da nossa necessidade de fortalecer as ações de averbação de reserva legal, em cumprimento à legislação florestal”, diz a diretora. A analista de sistemas da Tecnomapas, Amanda Queiroz do Nascimento, explica que a premissa básica do sistema é a integração dos departamentos técnicos do Idaf. “Uma base de dados única facilitará e agilizará os procedimentos, além de permitir o controle efetivo da tramitação e localização de processos. O Idaf ofertará um trabalho ainda mais transparente, já que as informações são disponibilizadas a todos, e garantirá mais qualidade às informações emitidas, uma vez que a base de dados estará integrada, reduzindo a possibilidade de equívocos”, diz.


Adab

Seagri lança projeto inovador para a avicultura na Bahia

Imagem Divulgação

Ascom Adab

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Secretaria da Agricultura (Seagri), por meio da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), lançou em 24 de novembro o Projeto de Implantação de Unidades Frigoríficas de Abate simplificadas. O evento aconteceu às 11h, no auditório da Seagri, reunindo autoridades, associações e demais elos da cadeia produtiva da avicultura. O novo projeto da Seagri tem como objetivos, modernizar o parque industrial de aves já existente no Estado, aumentar o abate inspecionado do produto na Bahia e, principalmente, promover a inserção dos pequenos agricultores familiares no mercado, com destaque para a produção de aves caipiras. “Com a utilização dessa estratégia o Estado fortalece a cadeia produtiva da avicultura e contribui para o desenvolvimento econômico regional, gerando emprego e renda para a população, além de proporcionar um forte instrumento de inclusão social para a nossa gente”, destaca o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, lembrando que o segmento da avicultura na Bahia gera 80 mil empregos. O Estado da Bahia é o segundo maior produtor de frangos do Nordeste e o 10º no ranking nacional, com uma produção de 100 milhões de frangos/ano, correspondendo a 240 mil toneladas anuais. A produção baiana representa 60% do consumo em todo o Estado, caracterizando o grande potencial de crescimento deste setor produtivo. Atualmente o parque avícola é composto por

dois frigoríficos com inspeção federal (S.I.F), sete com inspeção estadual (S.I.E) e quatro com inspeção municipal (S.I.M), totalizando 13 matadouros. Municípios que possuam atividades avícolas e visam ampliar o parque de industrial da Bahia também podem integrar o projeto, assim como aqueles localizados distantes das áreas de abrangência dos polos regionais de abate, promovendo, desta forma a criação de novos polos para a avicultura no Estado. O projeto disponibiliza um modelo de planta frigorífica padrão com capacidade diária de 5 mil aves para implantação nas diversas regiões produtivas do Estado. As unidades piloto funcionarão em Irará e Conceição da Feira, com recursos alocados pelo Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Funcep). “A realização de um projeto específico para o segmento avícola vem contemplar ainda uma demanda do setor, atendendo à legislação sanitária, proporcionando um destino correto à produção de frango na Bahia e impactando, direta e positivamente, a qualidade do alimento que chega à mesa dos baianos”, explica o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres. Outro grande impacto considerável é o desenvolvimento de cadeias produtivas correlacionadas, a exemplo do milho e da soja que produziram para o segmento avícola, respectivamente, 350 mil toneladas e 107 mil toneladas em 2010.

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1º Seminário Café CCCMG Foram dois dias de amplo debate e profundo conhecimento em toda extensão da cadeia na cafeicultura. Isso é que foi definido com a finalização do I Seminário de Café do CCCMG (Centro do Comércio do Café do Estado de Minas Gerais), que aconteceu em Varginha, no Sul de Minas. O evento, que foi realizado no Theatro Capitólio nos dias 24 e 25 de novembro, contou com a presença de mais de 250 pessoas dentre elas produtores rurais, exportadores, torradores, representantes de cooperativas, etc. As palestras foram ministradas por: Guilherme Braga, Diretor Geral CECAFÉ; Michael Robert August Timm, Stockler/Neumann Kaffee Gruppe; Nathan Herskowicz, Presidente da Abic; Fabiana D’Atri, Economista do Bradesco; Juliano Tarabal, Diretor de Marketing da Federação dos Cafeicultores do Cerrado; Carlos Paulino, Presidente Cooxupé; Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro, Presidente Minasul; Fernando Romeiro de Cerqueira, Cooperativa de Lajinha; Frederico Daher, CETCAF/ES. (Com informações Notícias Agrícolas) 44

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1º Encontro da Agropecuária do Leste de Minas

Aconteceu nos dias 16, 17 e 18 de dezembro o 1º Encontro da Agropecuária do Leste de Minas, no Parque de Exposições em Governador Valadares. O encontro foi uma promoção da União Ruralista Rio Doce (URRD), da Cooperativa Vale do Rio Doce (Coaperiodoce), Sindicato dos Produtores Rurais de Governador Valadares e Sicoob Crediriodoce. “O foco do evento é primeiro trazer a oportunidade de negócios que são os leilões e as palestras para trazer conhecimento para os ruralistas da nossa região. É o primeiro e a gente espera ser o primeiro de muitos. Valadares é um polo comercial e precisa se primar também em ser um polo do agronegócio. Esse é o nosso grande objetivo”, aponta o presidente da URRD, André Merlo. Uma feira de touros e leilões também fizeram parte do evento que reuniu representantes de entidades, órgãos, estudantes e interessados no setor. No sábado (17) cinco temas foram discutidos e debatidos no seminário que fazia parte do evento. O representante da ABCZ, Lauro Fraga de Almeida ministrou a palestra sobre o Pró-genética e a importância do touro melhorador; o médico cardiologista e pecuarista, Dr. Carlos Arêas falou sobre os benefícios do consumo da carne e do leite para os seres humanos; o presidente da comissão de pecuária de corte da FAEMG, José Geraldo de Sá explanou sobre o desafio da carne na demanda futura, juntamente com os mediadores da mesa debateu também sobre os desafios do meio ambiente. Encerrando o ciclo de palestras, o presidente da Coaperiodoce e presidente da Silemg, Guilherme Olinto, ministrou sobre o leite e o mercado futuro.

Foto Divulgação

A Agroecologia e a Produção Orgânica estiveram na pauta das discussões do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), de 12 a 16 de dezembro, em Fortaleza, no Ceará. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento participou dos debates do evento promovido pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA). “É o maior fórum que temos para discutir a Agroecologia pela visão acadêmica. É uma possibilidade enorme de conversar e ampliar a discussão com todo o setor”, afirma Rogério Dias, coordenador de Agroecologia do Ministério. Durante a programação do evento, representantes de vários ministérios debateram as estratégias para a construção de uma política para envolver o setor público e privado. Além disso, foi colocada em pauta a necessidade de se incluir a Agroecologia na grade das instituições de ensino. Temas como “Sociedade e Segurança Alimentar: desafios para a Agroecologia”, “Políticas Públicas para a Agroecologia” e “Economia ecológica e ecologia política: contribuições para a Agroecologia” foram tratados nos painéis. (Fonte: Ascom MAPA)

Foto: Lidiane Dias

aconteceu

Congresso Brasileiro debate Agroecologia


Foto: Ignácio Costa

Sistema FAEMG

O Sistema FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) trabalhará pela implementação de uma nova política agrícola que contemple a incorporação de tecnologias e a capacitação do homem do campo, permitindo o aumento da produção e, consequentemente, a melhoria da renda do produtor. Esta é uma das metas da diretoria empossada na noite de terça-feira (29/11). Sempre ressaltando a robustez do setor rural, que responde

por 33% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, o presidente do Sistema FAEMG, Roberto Simões, citou outras prioridades, como as negociações junto ao governo para a adoção de uma política ambiental que harmonize a produção agropecuária e a preservação do meio ambiente. “Também vamos exigir maior participação do governo federal nos investimentos em Minas.” (Fonte: Assessoria de Comunicação FAEMG)

Seminário Código Florestal Brasileiro e Responsabilidade Territorial e Urbana Aconteceu nos dias 28 e 29 de novembro de 2011 o Seminário Código Florestal Brasileiro e Responsabilidade Territorial e Urbana. Foram debatidos no evento os seguintes temas: “Impactos da aplicação do Código Florestal Brasileiro no território de Minas Gerais”, “A dimensão da Água”, “Impactos da aplicação do Código Florestal Brasileiro e os Conflitos ambientais em Minas Gerais”, “Preservação ambiental em APPs urbanas versus desenvolvimento”, “Aspectos polêmicos introduzidos pelo novo Código Florestal Brasileiro”, “Impacto do novo Código Florestal Brasileiro na atividade agropecuária em Minas Gerais”, “Princípios técnico-científicos que fomentaram a elaboração do novo Código Florestal Brasileiro” e a “Visão parlamentar do novo Código Florestal Brasileiro”. (Fonte: Com informações do CREA-MG)

NR 31 – Alteração do item 12 Foi publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira, dia 16 de dezembro de 2011, a Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego 2.546, que alterou o item 12, que trata das máquinas e implementos agrícolas, da Norma Regulamentadora 31 – NR 31. Na nova redação são mais de 80 subitens sendo que a redação original da NR-31, no item 12, continha apenas 20 itens. Uma das correções contidas no novo texto diz respeito à obrigação do fabricante de vender máquinas e equipamentos já atendendo à norma. Pelo texto anterior, a obrigação recaía apenas sobre o produtor rural, que era obrigado a fazer adequações, mesmo em máquinas novas, o que fazia com que perdesse a garantia de fábrica. Outros itens estão sendo analisados pela CPNR (Comissão Permanente Nacional Rural). A íntegra da Portaria está no site www.faemg.org. br, clicando em Plantão Jurídico: NR 31 – Item 12 – Nova Redação. (Fonte: FAEMG)

Foto: Divulgação do evento

COOLVAM realiza o II Simpósio de Produção de Leite do Vale do Mucuri em Carlos Chagas

A COOLVAM em parceria com o SEBRAE através do projeto Educampo promoveu no dia 25 de Novembro no Clube Carlos Chagas o II Segundo Sim-

pósio de Produção de Leite do Vale do Mucuri com o propósito de trazer para os produtores maiores conhecimentos que contribuam para o aumento de sua produtividade e rentabilidade. O evento contou com a participação de mais 120 participantes e teve como programação: Milk Break, palestras voltadas para fatores que favorecem uma maior produção e melhor administração da atividade leiteira e sorteios de prêmios para os participantes. A primeira palestra foi ministrada pela Maria de Fátima Ávila, pesquisadora da Embrapa no ramo de gado e leite. Esta palestra teve como tema “Ambiência como

fator de aumento da produção de leite”. A segunda palestra foi sobre “Manejo, Formação e Adubação de Pastagens” com o Henrique Mayer Subgerente da Unidade de Manhuaçu, pertencente à Heringer . A última palestra abordou como tema “Manejo do Canavial, para altas produções”, ministrada pelo Dr. Luiz Gustavo Nussio, professor da ESALQ/ USP. Para finalizar o evento houve sorteios de prêmios. A COOLVAM agradece aos patrocinadores e as instituições parceiras. (Fonte: Marciano Adalberto de Jesus/COOLVAM)

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Panetone caseiro Imagem ilustrativa

culinária

Receita enviada por Reh Cháviñón ao site Tudo Gostoso da Uol

Modo de Preparo

Ingredientes

7 tabletes de fermento para pão (105 g) 1/2 xícara de água morna 7 xícaras de farinha de trigo 6 ovos 3/4 de xícara de manteiga derretida 1 xícara de açúcar 1/2 colher (sopa) de sal 1 colher (sopa) de casca de laranja ralada Farinha de trigo para polvilhar 250 g de frutas cristalizadas picadas 250 g de passas sem sementes 1 gema 1 colher (chá) de leite meio e deixe as pontas para baixo. Com as mãos forme uma bola. Coloque em uma forma de papel para panetone de 1 kg, untada com manteiga. Faça o mesmo com a massa e frutas restantes. Deixe crescer mais 2 horas ou até dobrar de volume. Com uma tesoura, faça um corte profundo em forma de cruz. Pincele com a gema diluída no leite. Asse em forno pré-aquecido, a 150°, por cerca de 1 hora. Depois de uns 45 minutos, a superfície já deve estar dourada. Cubra o panetone com papel alumínio e termine de assar.

Dissolva o fermento em 1/2 xícara de água morna. Misture com 3/4 xícara de farinha de trigo. Despeje em um recipiente grande, cubra e reserve por 2 horas aproximadamente. Após esse tempo, acrescente mais 3/4 xícara de farinha de trigo e deixe crescer por mais 2 horas. Passado esse tempo adicione os ovos, a manteiga, o açúcar, o sal, a casca de laranja e, aos poucos, o restante da farinha de trigo. Inicialmente mexa com colher de pau, depois com a mão. Polvilhe uma superfície lisa e limpa com farinha de trigo e coloque a massa, amasse fazenInformações Adicionais do movimentos, com as mãos fechadas de dentro para fora e de Pode substituir as passas e as frutas por 500 g de gotas de fora para dentro. Divida a massa em dois. Abra um retângulo de 40x35 cm. Em uma vasilha coloque as frutas cristalizadas chocolate. e as passas, misture e passe ligeiramente na farinha de trigo. Envie a sua receita para a Revista Agrominas Espalhe metade das frutas sobre a massa. Enrole no sentido jornalismo@revistaagrominas.com.br do comprimento e dobre as bordas para o centro. Dobre ao

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Classificados

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