Ano 3
.
N° 19 . Fevereiro / Março 2012
ISSN 2179-6653
O que nos aguarda em 2012? Uma perspectiva para as commodities ao longo deste ano. Após quatro edições falando dos mercados do leite, carne, café e sucroalcooleiro, saiba as expectativas para 2012.
CONSTRUINDO LAÇOS Há 35 anos no mercado, a Gráfica Nacional agora oferece o que há de melhor no mundo em termos de tecnologia gráfica, uma moderna impressora japonesa RYOBI GE 524. A RYOBI GE 524 possui recursos tecnológicos de última geração, garantindo precisão, rapidez e uniformidade das cores desde as primeiras folhas impressas. Gráfica Nacional, inovando para melhor atendê-los.
2
Rua Marechal Deodoro, 856 - Centro - Gov. Valadares - MG | 33 3272-1414 Rua Caetés, 35 - Lj. 04 - Iguaçu - Ipatinga - MG | 31 3822-8828 Fev / Mar 12
ntre matérias, entrevistas, análises de mercado e dados estatísticos, fazemos mais um aniversário. É uma conquista para nós da Revista Agrominas festejar dois anos em março e entrar em nosso terceiro ano editorial. Muitos amigos foram feitos, histórias foram compartilhadas, conhecimento estendido e a sensação de que estamos cumprindo nosso papel: o agronegócio da sua região em nossas mãos, de modo a fomentar o setor e valorizar os produtores do sul baiano, norte capixaba e de Minas Gerais. Agradecemos aos nossos colaboradores por fazerem parte desta família. Sabemos que a importância de divulgar tecnologia, novidades e notícias do agronegócio, pelas mãos desses conhecedores técnicos, engrandece a nossa publicação. A vocês que dedicam um tempo de seu mês para nos ajudar a produzir a Revista Agrominas, nosso muito obrigado. Agradecemos também aos nossos leitores: produtores rurais, estudantes, professores e profissionais do setor que veem na Agrominas um veículo educativo e de potencial dentro do agronegócio. Desta forma, nos preocupamos em fazer um conteúdo cada vez mais antenado nas novidades do setor e uma revista sempre em crescimento. Neste ritmo de mudanças, para melhor é claro, estamos preparando mais dois cadernos técnicos para as próximas edições. Mas as novidades não param por aí. Procurando a ampliação do nosso objetivo, o nosso leitor terá outra novidade: o que antes ficava só impresso no papel ou online, será digitalizado para a TV: vem ai o Programa Agrominas. Ficou curioso? Pois então aguarde os próximos capítulos. Boa leitura! Denner Esteves Farias
Editor-Chefe
índice
editorial
E
4 Giro no Campo 6 Entrevista 10 Entidade de Classe 12
Grandes Criatórios
15
Dia de Campo
18 Saúde Animal 20 Caderno Técnico 23 Forragicultura 26 Agrovisão 28 Sustentabilidade 30 Perfil Profissional 31 Meteorologia 32 Mercado 34 Cotações 35 Mão na Massa 36 Emater | IMA | Idaf | Adab 40 Aconteceu 42 Culinária
Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.
Editor-Chefe Denner Esteves Farias Zootecnista - CRMV-MG 1010/Z Jornalista Responsável / Redação Lidiane Dias - MG 15.898 Jornalistas Colaboradoras Alessandra Alves - MG 14.298 JP Diagramação Finotrato Design Contato Publicitário Elisa Nunes - (33) 3271.9738 comercial@revistaagrominas.com.br
Revista On-Line:
www.minasleiloes.com.br
Colaboração - Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo - Emater/IMA/Idaf/Adab - Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista - Mariana de Aragão Pereira - Prof. Ruibran dos Reis - Climatempo - SCOT Consultoria Distribuição Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba.
A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo. As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores. Administração/Redação - Revista AgroMinas Rua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro 35.010-230 | Governador Valadares-MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: jornalismo@revistaagrominas.com.br
Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Gráfica Nacional
http://www.facebook.com/revistaagrominas
Siga-nos: twitter.com/RevistAgrominas
Fev / Mar 12
3
Giro no Campo
Agropecuária tem o melhor índice do PIB O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária, que é a soma das riquezas geradas pelo setor, cresceu 3,9% em 2011 sobre o mesmo período do ano anterior. Em valores correntes, chegou a R$ 192,7 bilhões. O percentual ficou acima do PIB da economia que, em igual período, cresceu 2,7%, segundo dados do IBGE divulgados na terça-feira, 6 de março. Os dados mostram ainda que no período, a indústria cresceu 1,6% e os serviços 2,7%. Na avaliação do coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, o bom desempenho do PIB da Agropecuária reflete os resultados positivo de
produtos como o algodão, café, cana-de-açúcar, milho e soja. Também deve ser considerada a evolução dos preços agrícolas que foram favoráveis no ano passado. O quarto trimestre de 2011 foi o melhor do ano, com crescimento do PIB Agropecuário de 8,4%, ante 1,4% do PIB brasileiro. A variação da indústria foi negativa (0,4%) e do segmento de serviços o crescimento foi pequeno (1,4%). Para Gasques, o aumento da produtividade na agricultura e os bons desempenhos de produções específicas, como laranja, mandioca, fumo e feijão foram preponderantes para esse desempenho no trimestre. (Fonte: Assessoria de Imprensa MAPA)
2009
2010
2011
-3,1%
6,3%
3,9%
As exportações das cooperativas brasileiras apresentaram crescimento de 21% em janeiro de 2012, quando comparadas ao mesmo período do ano passado. No primeiro mês do ano, foram exportados US$ 352,9 milhões. Este foi o melhor resultado alcançado desde a série em 2006. Historicamente, a balança comercial das cooperativas apresenta saldo positivo e alcançou US$ 329,9 milhões em janeiro, resultado também recorde para o período. Hoje, 93 países importam produtos de cooperativas brasileiras. Em janeiro passado, eram 11 destinos a menos. O levantamento das operações de exportação e importação das cooperativas brasileiras é elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Entre os principais produtos exportados pelas cooperativas destacam-se os do agronegócio. O mais vendido foi o café e representou 20,3% do total exportado, com montante de US$ 71,7 milhões. O farelo de soja movimentou 60,1 milhões (17%). Em seguida aparecem: açúcar refinado, pedaços e miudezas comestíveis de frango e etanol. (Fonte: ASCOM MAPA)
Fev / Mar 12
Exportação de mel cresce em Minas Gerais Imagem Ilustrativa
Exportações de cooperativas têm novo recorde
4
MAPA
Variação do PIB da Agropecuária
Café, açúcar, carne e soja não foram os únicos produtos que se destacaram no cenário das exportações do agronegócio de Minas Gerais em 2011. De acordo com informações da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com base nos dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (MDIC), as exportações do mel vêm se destacando em Minas Gerais e somaram US$ 1,7 milhão em 2011, apontando um crescimento de 18% em relação ao ano anterior. O volume de exportações também cresceu: foram 559 toneladas, o maior volume desde 2004, quando 290 toneladas do produto deixaram o país. Minas Gerais é o quinto maior produtor de mel do Brasil. A região que mais produz é Jequitinhonha/Mucuri, representando 22,7%, seguido por Central (15,2%), Sul de Minas (14,5%), Rio Doce (12,8%), Zona da Mata (11,3%), Norte de Minas (9,3%), Centro Oeste (6,4%), Triângulo (4,2%), Alto Paranaíba (2,3%) e Noroeste (1,2%). O mel brasileiro teve como principal destino o Estados Unidos. As compras americanas aumentaram 66,4% entre 2010 e 2011. O país comprou, em 2011, US$ 1 milhão, correspondendo 58,7% da produção exportada, totalizando 327,2 toneladas. (Fonte: SEAPA)
SAFRAS & Mercado divulgou na última semana de fevereiro as projeções das exportações do complexo soja brasileiro em 2012, após a contabilização parcial das perdas de safra em função da estiagem e depois de ter fechado o ano passado com recordes históricos de volume e de valor. O novo relatório apontou volume total a ser embarcado no complexo de 48,6 milhões de toneladas, perto de 1% inferior aos 49,08 mls de t registrados em 2011.
Restrição dos EUA à carne suína pode ser revista As restrições dos norte-americanos à carne bovina brasileira devem sofrer alterações depois da visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, nos Estados Unidos, em abril. Ela visitará o país entre os dias 9 e 11 do próximo mês. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, disse que está confiante na abertura do mercado norte-americano ao produto brasileiro. “Já me acenaram com a liberação [da carne bovina] em 13 estados, além de Santa Catarina, onde a carne suína já foi liberada [em janeiro], e eu saí bem otimista do encontro. Agora, temos uma viagem aos Estados Unidos da presidenta Dilma. Eu quero, inclusive, acompanhá-la e trazer alguma coisa mais objetiva de lá”, disse o ministro. Apesar de importarem grande quantidade de carne suína, os Estados Unidos também exportam, o que dificulta aos produtores brasileiros a venda de grandes volumes para o país. Em janeiro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (cuja sigla em inglês é USDA) comunicou o reconhecimento de equivalência do serviço de inspeção de carne suína do Brasil. (Fonte: Agência Brasil)
Imagem Ilustrativa
Imagem Ilustrativa
Depois de recordes, exportações de soja devem recuar em volume e valor em 2012 Por conta da combinação de menor volume com preços médios mais baixos, a receita total das exportações do setor deve ter uma forte queda de quase 10%, passando de US$ 24.15 bilhões para US$ 21.75 bls. Dessa maneira, a participação do setor na pauta geral de exportações deve recuar para apenas 7,8%, depois do salto até 9,4% ocorrido no ano que passou. (Fonte: Fabrizio Gueratto)
Preço dos alimentos no mundo sobe mais uma vez Pelo segundo mês consecutivo, os preços de alimentos no mundo subiram, trazendo de volta temores com a inflação. Segundo dados divulgados em 08 de março pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), parte do problema foi o aumento do preço do açúcar por conta das condições climáticas no Brasil, maior exportador mundial. Cereais também registraram altas. A nova elevação vem com a previsão da FAO de que este ano a produção de trigo atingirá níveis próximos ao do recorde de 2011. No total serão produzidos 690 milhões de toneladas. O volume é apenas 1,4% abaixo do recorde de 2011, mas bem acima da média dos últimos cinco anos. Mas isso não foi suficiente para frear os preços. Em fevereiro, a inflação nos alimentos no mundo foi de 1,0% em comparação ao ano passado. Em relação a janeiro, a alta foi de 2,4%. (Fonte: Jamil Chade / O Estado de São Paulo)
Fev / Mar 12
5
entrevista
Desafios, certezas e incertezas
Ano novo traz novas expectativas para o agronegócio brasileiro Para muitos 2012 é um ano profético que acabará no dia 21 de dezembro. Para outros é apenas uma história. Bom, se o mundo irá acabar ou não, ai já não é com a gente. Isso é outro assunto. Porém, esse ano reserva expectativas para o agronegócio. Positivo ou não, é um novo ano e investimentos em tecnologias, mão de obra e conhecimento, são alternativas para uma busca de bons resultados em 2012. Nas edições de números 15, 16, 17 e 18, abordamos os mercados do leite, carne, café e sucroalcooleiro, respectivamente. Agora, em perspectiva, abordamos os quatro mercados para esse ano. O café
Os desafios para 2012 são muitos. Na produção de café, por exemplo, o custo de mão de obra especializada será o maior desafio, segundo enquete lançada pela CaféPoint aos leitores. Entre os desafios expostos aos leitores, estavam também as incertezas climáticas e a importância da gestão de custos. O custo de mão de obra especializada ficou em primeiro lugar com 18,79% dos votos. Segundo o site de consultoria, os trabalhadores veem mais estabilidade em seus empregos fixos e com a contratação burocrática, há dificuldade em se conseguir mão de obra para a época de safra, o que eleva o preço dos trabalhadores. Preocupação para os produtores na época da colheita, pois isso gera outro contraponto: a escassez de trabalhadores especializados. Embora os desafios tenham seu espaço, como em qualquer commodity, o panorama para o mercado do café ao longo desse ano é bom. É o que acredita o ex-Secretário de Pro6
Fev / Mar 12
dução e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Manoel Vicente Fernandes Bertone. “Os estoques internacionais são baixos, inclusive e principalmente nos países produtores e o Brasil produzirá uma safra de ciclo alto que apesar de ser nossa maior safra de todos os tempos será apenas suficiente para manter o equilíbrio de um mercado crescente e com produção estagnada em nossos principais concorrentes. Será uma safra em que o Brasil terá excelentes condições de se aproveitar de oportunidades de crescimento no mercado internacional de café”, aponta Bertone. No primeiro levantamento feito em janeiro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou-se uma safra entre 48,97 e 52,27 milhões de sacas beneficiadas. O crescimento entre 12 e 20% se comparado à safra anterior. Minas Gerais, maior produtor do café Arábica, tem uma fatia significativa, girando em torno dos 25 e 27 milhões de sacas. O gerente de Cultura Café da Bayer CropScience, José Frugis, informa que o cenário deve continuar positivo para a cafeicultura brasileira. “Para 2012, tudo indica que o setor permanecerá com estoques apertados, visto que a produção se mantém estável e o consumo prossegue em alta, o que ajuda na manutenção dos bons preços da commodity”. Em 2011 o consumo interno de café não ficou para trás. Houve um crescimento de 3,11%, como informou os indicadores da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). O levantamento per capita feito pela entidade apontou que o consumo do grão cru foi de 6,10 kg,
quase 82 litros por brasileiro no ano. Para esse ano a ABIC cogita um aumento de 3,5% em volume, elevando o consumo para 20,41 milhões de sacas. “O Brasil é um dos maiores produtores de café do mundo e o consumo interno vem crescendo consideravelmente com o maior valor agregado dos grãos, colocando o Brasil nos mesmos níveis de países tradicionalmente consumidores na Europa, como França e Itália”, salienta Frugis. Bertone informa que a cafeicultura brasileira é grande e diversificada, o que resulta em regiões com problemas e outras nem tanto. A diferença dessas safras, de ciclo alto e de ciclo baixo estão melhores. “Pensando globalmente isso não é ruim, pois podemos manter certa estabilidade de oferta no mercado e atender bem nossos clientes, sem os traumas de antigamente, quando sofríamos secas ou geadas intensas. A situação atual é média e isso é bom para o comportamento favorável dos preços”. Frugis lembra ainda que o clima influenciou negativamente a safra 2011/12, pois no período de florada houve estiagem nas principais regiões produtoras do país. Porém, os cafezais apresentaram uma melhora significativa na qualidade dos grãos e em produtividade devido aos investimentos dos produtores nos últimos anos em tecnologias, boas práticas agrícolas, prevenção e manejo adequado de pragas e doenças. O resultado: maior competitividade nos mercados interno e externo. Bertone alerta que é preciso ter cuidado nesse mercado. É preciso considerar que os produtores tiveram um período longo de preços baixos, o que ainda terá que se recuperar em uma ou duas safras. “As
perspectivas são boas, a médio e longo prazo o Brasil melhorará ainda mais sua posição de grande protagonista do setor no mundo, aumentará sua participação nos blends internacionais, alcançará em dois ou três anos a primeira posição no mercado consumidor. Mas temos que dosar nosso crescimento ao crescimento do mercado, sob o risco de evoluirmos novamente para uma situação de desequilíbrio que, no caso do café, demora anos para se ajustar”, considera o secretário. O Leite
Já para o lado dos produtores de leite, o maior desafio apontado pelos leitores na enquete da MilkPoint foi o custo de produção. Na pesquisa 36% dos internautas acreditam que o custo de produção será o grande impasse ao longo deste ano, superando até mesmo o preço do leite, que ficou em terceiro lugar com 12% das respostas. Clima, mão de obra, adequação da qualidade do leite e outros, estiveram entre os desafios citados na enquete. O diretor executivo, Marcelo Pereira de Carvalho e a Coordenadora de Conteúdo e analista de mercado do Portal MilkPoint, Maria Beatriz Tassinari Ortolani, informam que em 2012 o mercado do leite continue estável em bons patamares de preços ao produtor. “A oferta de leite já no início de 2012 foi marcada por uma acentuada estiagem na região sul e chuvas na região Sudeste. Por outro lado, o produtor está estimulado pelos longos meses de relativa estabilidade de preços em 2011, em patamares interessantes. Esses dois fatores com efeitos opostos estão hoje em equilíbrio, que pode ser alterado caso a seca seja mais longa ou caso a política de preços favoreça a produção: se houver forte estímulo à produção, ainda mais em um cenário de custos relativamente controlados, o resultado poderá ser o de elevação mais significativa na oferta e consequente redução de preços no segundo semestre, fazendo com que os preços em janeiro de 2013 se assemelhem mais ao comportamento verificado em anos como 2008/07, 2009/08 e 2010/09 do que nos últimos dois anos”, conjectura Ortolani. O zootecnista e consultor da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho, aponta que a taxa de crescimento deve aumentar e a demanda do leite deve continuar firme. Segundo o consultor, os investimentos em alta tecnologia deram ao leite uma boa rentabilidade em 2011. “Ganhamos em escala e produtividade. A produção interna atende a demanda brasileira e deve crescer nos próximos anos. Para o produtor será mais um ano bom pago pelo leite. Em relação ao custo ainda é incerto, mas a gente trabalha com um número menor que 2011”. Quanto aos desafios, Filho vê que o produtor terá uma dificuldade quanto à qualidade do leite devido às mudanças na nova contagem bacteriana que entraram em vigor em janeiro deste ano. Ortolani analisa que o país é um dos mercados com maior crescimento de consumo do mundo. De 2006 até 2010 houve um
R$
4.634.742,00
Sobras distribuídas na Assembleia
4.634.742,00 00 1.317.601,
R$ R$
Bônus Fidelidade Sobras distribuídas na Assembleia
00 00 1.317.601, 7.428.427, Bônus Fidelidade Impostos recuperados
R$ R$
00 00 7.428.427, 3.279.000, Impostos recuperados 17 novos caminhões na frota
R$ R$
0000 3.279.000, 44.361.864, 17 novos caminhões na frota
R$ R$
Patrimônio Líquido
R$
44.361.864,00 Patrimônio Líquido
Venha ser nosso cooperado e faça parte da família cooperativista. (33) 3202.8300
Venha ser nosso cooperado e faça parte da família cooperativista. (33) 3202.8300
Melhorar a qualidade do leite e do rebanho. Essa é a nossa vocação.
7 Melhorar a qualidade do leite e do rebanho. FevEssa / Maré a12nossa vocação.
crescimento de 1,3 bilhão de litros/ano. Os preços pagos ao produtor estão entre os mais elevados. “Porém, mesmo com essa condição, nos últimos anos nossa produção não acompanhou o consumo e aumentamos as importações, que só não foram maiores em função de acordos com a Argentina e tarifas de importação de outros países. O que explica um setor comparativamente bem remunerado não conseguir manter uma taxa de crescimento que mantenha sua condição de auto-suficiência? Além da questão cambial, que dificulta nossa competitividade, há a eficiência dos sistemas de produção e a elevação dos custos, que nos colocam em uma posição desfavorável. Nossa perspectiva de médio/longo prazo vai depender da forma com que solucionaremos essas questões”. Carne
Entre demanda e oferta, no cenário da carne estima-se que em 2012 a produção nacional cresça mais que o consumo. De acordo com dados da Cepea, a taxa de crescimento da produção interna nos últimos 10 anos é de 3,57%. O zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria, Alex Santos Lopes da Silva diz que 21% da pecuária cresceu no ano passado. Para o consultor, é preciso pesar fatores como a instabilidade econômica mundial, o que gera uma insegurança na população, e o valor do dólar, que perdeu a sustentação e fez com que a carne brasileira perdesse competitividade no mercado externo. Mesmo diante de tais fatores, o poder aquisitivo do brasileiro tem aumentado e consigo o consumo de carne. 2011 teve um número menor que 2010 em relação ao consumo interno, porém Silva ressalta que o consumo ainda foi bom e deu vazão para a produção que poderia ser exportada. “Em 2012 acredito que devemos continuar com esse consumo. A economia nos permite que a gente tenha um consumo suficiente de carne bovina. Tem uma equação entre carne bovina e renda da população: 8
Fev / Mar 12
se a população aumenta 1% sua renda, ela aumenta em 0,5% o consumo de carne bovina”, compara Silva. Salienta ainda que o momento que estamos vivendo hoje é de baixo ciclo pecuário. Desde 2007 está havendo retenção de fêmeas, para a produção de bezerros, posteriores bois gordos, para o abate. Mas quando os preços abaixam demais, o produtor faz o sentido inverso: começa abater as fêmeas para aumentar a escala de ganhos. O índice FAO aponta que nos últimos dez anos a carne foi o produto menos valorizado. O produtor precisa ficar alerta para a importância dos investimentos tecnológicos no gado para que se tenha produtos de alta competição no mercado. Os maiores desafios para 2012, vendo a atual situação do mercado para a carne, segundo o consultor da Scot, são o aumento da produtividade, a diminuição nos custos, a profissionalização, a pressão do mercado e a tecnologia. “Haverá um crescimento gradual. Porém é preciso trabalhar custos, ficar de olho na crise econômica e ter mais competitividade. Precisamos evoluir muito na pecuária”. Sucroalcooleiro
A palavra do século XXI é bioenergia. Buscar alternativas e fazer investimentos em tal setor têm seu mercado garantido no Brasil. Entretanto, um fator preocupa: conseguir suprir a demanda do etanol. A safra 2011/2012 teve uma produção menor, perdeu competitividade em relação à gasolina e pressionou a inflação. Se o mercado interno não está sendo suprido, quem dirá as exportações. No início desse ano, uma notícia boa direto dos Estados Unidos foi de que a sobretaxa de US$ 0,54 sobre o galão de etanol de cana-de-açúcar exportado pelo Brasil, foi eliminada. A informação seria melhor se o mercado não estivesse nessa situação. Escassez de chuvas, as pragas nas lavouras, solo compactado foram alguns dos empecilhos. Mesmo diante desse cenário, a expectativa é de que
neste ano haja uma melhora nos investimentos no setor. O gerente comercial de etanol do Grupo Delta Energia, Alexandre Astacio diz que uma série de fatores contribuiu para esse cenário: “Começamos com a crise de crédito no mercado financeiro, gerando falta de caixa e investimentos em tratos culturais pelas unidades produtoras, a safra de 2009 extremamente chuvosa e estiagem em 2010. Esta soma de problemas impactou drasticamente a safra 2011, que após 10 anos de crescimento contínuo, teve uma quebra de 12%. Com isso, houve aumento do preço do etanol hidratado, que se manteve próximo ao nível de 70% de paridade sobre a gasolina C. Em contrapartida, ocorreu a queda do consumo de etanol anidro devido à redução de mistura imposta pelo governo de 25% para 20%, somada ao alto índice de etanol anidro importado dos EUA. No mercado regional, precisamos de mecanismos como incentivos e exoneração de impostos que tornem nosso produto mais competitivo, pois o Espírito Santo paga hoje uma das maiores taxas de impostos na cadeia sucroalcooleira”, ressalta. Para Josil Júnior, superintendente do Grupo Delta Energia, a região do norte capixaba teve uma situação diferente das outras regiões, onde a safra 2011/12 foi consideravelmente produtiva e, em função dos problemas regionais, houve uma sobra de cana-de-açúcar. “Na última safra, houve diminuição da capacidade de moagem, o que desestimula o produtor a investir na cultura. A médio prazo devemos ter diminuição da produção por falta de investimentos no plantio e tratos”, informa o superintendente. Esse ano, diante dessa estagnação, a expansão deverá ser menor que no ano passado. Porém, é de extrema importância que são necessários investimentos em todos os setores. Só assim o Brasil poderá ter um destaque no agronegócio em todas as cadeias produtivas.
Fev / Mar 12
9
entidade de classe
Sindicato dos Produtores Rurais de Mucuri
Foto: Pedro Correia
O que é que a Bahia tem?
A
A sede do sindicato
hh... A Bahia! Terra de um povo alegre e festeiro. Porém, que também trabalha e tem seu espaço no agronegócio brasileiro. E a preguiça brincada em muitos programas de humor? Característica que dá lugar a lutas constantes no nordeste do país. Os investimentos em tecnologias e no avanço do estado, mostram o que é que o baiano tem, como já cantou Carmen Miranda. Entre os desafios da Bahia desse Brasilzão de meu Deus, estão as entidades do setor agropecuário, que são à base dos produtores rurais. O Sindicato dos Produtores Rurais de Mucuri que o diga. Criado pela necessidade de se resolver a crise da cacauicultura na
10
Fev / Mar 12
cidade, tanto no valor da cultura, quanto de tecnologia, hoje com quase 42 anos de existência, a entidade luta pela organização do produtor, deixando mais fortes as lutas desse setor. Os produtores rurais de Mucuri, cidade situada no extremo sul baiano, não tinham representação. Com o apoio da CEPLAC, entidade federal promotora da Assistência Técnica Rural, por meio dos técnicos da mesma, o Sindicato dos Produtores Rurais de Mucuri foi fundado no dia 07 de outubro de 1970. O primeiro presidente foi André Silva Castro, que permaneceu no cargo durante 08 anos, e atualmente o sindicato tem como presidente Pedro Correia Leite.
Cinco presidentes já estiveram à frente do sindicato: André Silva Castro (1970 a 1978), Firmino Griffo Ribeiro (1978 a 1990), Wilson Costa Oliveira (1991 a 1996), Frederido Najar Castro (1997 a 2003) e Pedro Correia Leite (2003 até hoje). A diretoria é composta por 12 membros: Aloysio de Souza (vice-presidente), Achiles Eduardo Guerra Ramos (1º secretário), Osmando Miranda Azevedo (2º secretário), Manuel Loures Alves (1º Tesoureiro), Ruy de Souza Neves (2º Tesoureiro), Marciano da Conceição, Pedro Giuberti e Jorge Ricardo Zon Prando (conselheiros fiscais efetivos), José Salgado Neto, Ramalho Coelho Xavier e Ranolfo Alves dos Santos (suplentes). Um (01) funcionário, auxiliar de administração, faz parte da equipe da entidade. O sindicato, que tem sede própria desde a sua fundação, localizado na Rua Ruy Barbosa, atende as necessidades dos associados, segundo o presidente Pedro Correia. Junto aos produtores, o sindicato atua na promoção de cursos de capacitação e assistência técnica no campo, apoio jurídico, representatividade e estabelecendo parcerias no município para melhor atender os produtores rurais. O presidente destaca que trabalham “promovendo a adoção de novas tecnologias, como o Balde Cheio, pagando parte da consultoria, estabelecendo novos empreendimentos rurais,
como Apicultura. Parceiro na criação do Entreposto de Mel”, aponta. Os dois programas citados acima é destaque para o presidente devido à promoção junto à pecuária de leite e a apicultura. As parcerias são citadas por Correia como parte de ações que além de ajudar a promoção do homem do campo, melhoram a qualidade de vida dos associados. Na criação do sindicato, 35 produtores rurais de Mucuri se filiaram à entidade. Atualmente, o sindicato possui 136 associados. No passado, o presidente informa que já chegaram a atender 600 produtores. Porém, com a aquisição das terras, de parte desses produtores, pelas empresas de celulose, o número caiu bastante. Os associados contribuem com uma mensalidade no valor de 2% do salário mínimo. O sindicato complementa sua renda com aluguéis e a contribuição sindical repassada pela CNA. Mesmo não possuindo área própria para eventos, o sindicato de Mucuri investe na realização de eventos como Simpósio do Leite, exposições e feiras agropecuárias. Para se filiar à entidade, é necessário ser produtor rural e possuir uma propriedade dentro do município. A expressão popular, a união faz a força, só justifica o trabalho desses sindicatos. O produtor rural fica representado e a agropecuária mais forte em todos os cantos do país.
Fev / Mar 12
11
grandes criatórios
Quarto de Milha:
Fotos: Lidiane Dias
Beleza, robustez e agilidade na prática de esportes
Pista de treinamento
Conheça um pouco da Fazenda Nossa Senhora de Fátima e a criação da raça
A
emoção da velocidade, a beleza dos músculos e a habilidade. Características condizentes com a raça Quarto de Milha. Um animal forte e versátil, que vira alvo de admiração onde quer que passe. A raça teve origem nos Estados Unidos por volta de 1600, resultado do cruzamento dos garanhões trazidos da Arábia e Turquia com as éguas da Inglaterra. Assim, surgiu cavalos compactos, musculosos e com velocidade em corridas curtas. O nome tem origem nessas corridas promovi12
Fev / Mar 12
das nas ruas e estradas do país, com distância de um quarto de milha, ou 402 metros. Essas características não seriam diferentes com o plantel da Fazenda Nossa Senhora de Fátima, pertencente ao produtor rural valadarense, Lorenzo Benetti. A propriedade está situada no município de Governador Valadares, às margens da linha férrea no Km 300, sentido à Tumiritinga. Com 166 alqueires a propriedade é dividida em dez piquetes. Na estrutura, uma pista de treino de 100
x 40 metros proporciona aos animais de prova um local de treinos diários durante 1h. Cinquenta e um animais compõem o criatório, entre eles éguas, garanhões, animais sendo treinados para provas e potros. Os três garanhões da propriedade, Fishes To Fly, Fishes Daring e El Palomino, são criados nas baias. As éguas e as potras são soltas a pasto, recebem ração nos piquetes e a gramínea que reveste a fazenda é a Aruana. Objetivando a venda de animais, os mes-
Foto: Fernando Ulhoa
mos estão sendo treinados para proporcionar aos criadores interessados no plantel, Quartos de Milha geneticamente qualificados e aptos para competições como Team Penning (Team = equipe e Pen = curral. Uma prova onde é preciso separar uma quantidade de reses, do restante do gado e levar até o curral), provas de tambor, vaquejada, dentre outras. A estação de monta acontece de novembro a janeiro. A partir dos
Carol
seis meses os potros são apartados da mãe para a venda. Vendas de sêmen também fazem parte do criatório. Até janeiro, por exemplo, com seis meses depois de ter comprado Fishes To Fly, 17 sê-
Fev / Mar 12
13
O garanhão Fishes To Fly
mens do garanhão tinham sido vendidos. Dois médicos veterinários dão assistência técnica na propriedade: um na parte de reprodução e o outro no manejo sanitário, dinamizando e cuidando da saúde dos produtos da fazenda. O manejo sanitário por sua vez, segue o calendário de vacinação. A preocupação com a anemia equina, influenza e o aborto são constantes. O produtor informa ainda que é vinculado à Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM). Um dos funcionários da propriedade, Sisnando Carlos Dias da Silva, 22 anos, trabalha há um pouco mais de dez meses na fazenda, lidando com o manejo dos cavalos, treino e doma. “Gosto de mexer com cavalos. É um trabalho muito importante e de grande responsabilidade. Tem que ter dedicação no treino dos animais para que eles se saiam bem nas provas”. O investimento na alimentação é um auxílio. Benetti informa que a alimentação dos animais de corrida é balanceada o ano todo, principalmente em época de competição. Alfafa super balanceada, além de vitaminas. O plantel se alimenta durante três vezes ao dia: às 6h, às 11h e às 15h. Dois funcionários trabalham no manejo com os animais. O produtor aponta que a versatilidade do Quarto de Milha é que chamou a sua atenção. O foco da propriedade é criar animais para prova através do melhoramento 14
Fev / Mar 12
genético, na venda de animais bem treinados e alimentados, além dos sêmens dos garanhões. O investimento em biotecnologia é alto, mas é o que garante a qualidade do plantel, segundo Benetti. As matrizes são inseminadas com sêmens de cavalo de corrida. “Eu gosto de velocidade e o Quarto de Milha é uma raça que se enquadra nessa característica. Antes de qualquer escolha, é preciso ter consciência que é necessário fazer investimentos. Os custos são altos, tem que se fazer um bom trabalho, criar animais de qualidade genética e gostar da raça. Só assim é que se alcança resultados”, salienta.
uma cidade pequena do Vale do Rio Doce, com um pouco mais de 4.000 habitantes, o gosto pela terra e a criação do gado de leite, é típica da região. O defensor do gado Girolando 5/8 Holandês, resistente ao clima e com boa produção, foi o alvo desse Dia de Campo. A cidade é Marilac, a localização da propriedade é no Km 3, da MG 451. A fazenda Amsterdã, onde o rebanho Holandês, Gir e Girolando compõem o plantel, pertence há 20 anos ao produtor rural Marco Antônio de Souza Braga, 54 anos. Casado com a professora Maria Renildes Bicalho Braga, 50 anos, é natural de Peçanha, mas mora em Marilac desde o nascimento. Numa área de 9 alqueires, o plantel é composto por 50 vacas e dois reprodutores: um Nelore e um Holandês. A reprodução dos animais, já feita através de inseminação artificial, hoje é feita com monta natural. Com o reprodutor Nelore é feito o cruzamento com as matrizes 5/8 e com o Holandês é feito a monta com as fêmeas 3/4. Durante todo o ano acontecem cruzamentos, porém, como o pico do cio das vacas ocorre em agosto e setembro, a estação de monta é feita nesse período. Dessa forma, entre maio e junho é o período de pa-
Foto: Liliane Dias
dia de campo
N
Fazenda Amsterdã e a produção leiteira
rição. As fêmeas entram em produção em torno dos 30 a 32 meses, com um intervalo de 12 meses entre os partos. A alimentação dos animais é feita a pasto e a pastagem predominante é a Braquiária. A alimentação é complementada diariamente com volumoso no cocho. Essa silagem é feita na própria fazenda com sorgo ou milho plantados na área que é irrigada. Na época da seca os animais recebem suplementação de concentrado. O sistema de água é através de um poço artesiano e de um lago que passa na propriedade. No curral há caixas d’água, destinadas aos bebedouros. Dividida em piquetes, há separação para os animais: dois piquetes são destinados aos bezerros e cinco para as vacas. O pastejo é rotacionado, só que de forma semanal. Três funcionários ficam por conta do manejo: ordenha, irrigação, limpeza dos currais que é feita todos os dias, dentre outros. O plantio do sorgo é feito em novembro, a colheita em janeiro e fevereiro, torna a colher em maio e no mesmo lugar que planta o sorgo, planta o milho em maio e junho. Um médico veterinário dá assistência técnica na propriedade, cuidando da sanidade dos animais. O curral também apresenta a mesma Fev / Mar 12
15
Fotos: Lidiane Dias
Plantação de Sorgo
Uma das matrizes da propriedade, Brasileira tem uma produção média de 30 kg por dia
Ordenhadeiras mecânicas
16
Fev / Mar 12
divisão, onde dois espaços são para os bezerros e cinco são para as fêmeas, sendo que um (01) destes tem sombrite. Um tanque de resfriamento com capacidade total de 1870 litros é utilizado para o armazenamento do leite. Em média por dia, a produção leiteira do rebanho gira em torno de 13,5 Kg. Duas vacas hoje se destacam quanto à lactação: a Brasileira e a Jangada, que dão em média 30 Kg/ dia. A ordenha é feita com ordenhadeiras, duas vezes ao dia: às 5h da manhã e as 14h30. Mesmo com os custos altos, Braga informa que nas pequenas propriedades a produção leiteira é o que dá retorno hoje. Mas acrescenta que a venda de animais, também feita na fazenda, complementa a renda e aumenta os lucros. Os animais 5/8 são destinados para as vendas, feitas de forma direta. Para garantir uma boa produção, o produtor aponta que é preciso ter animais de boa qualidade e uma boa alimentação. Já participou de quatro concursos leiteiros a nível de fazenda quando fornecia para outro laticínio. Desses concursos, ganhou três e ficou em segundo lugar no outro. Quanto à raça, aposta no Girolando como a melhor opção. “Eu sou um defensor do 5/8. Eu trabalho fazendo o 5/8 porque eu acho que é o melhor gado para a região, para o nosso clima. De experiência eu tenho uns dias. Todo o meu gado é nascido na propriedade. Não compro animal, só vendo. O que é importante na produção porque assim eu conheço meu plantel, tenho todos os dados da história dos animais. Mas o mais importante para produzir gado de leite é gostar, se não gostar não adianta”, pontua.
Fev / Mar 12
17
saúde animal
Bernes Dr. Carmello Liberato Thadei
Imagem Ilustrativa
Médico Veterinário CRMV-SP-0442 Retirado do site Saúde Animal
S
ão tanto os bernes quanto as miíases, causadas por larvas de algumas espécies de moscas, que pelo fato de serem carnívoras necessitam penetrar na pele de algum animal, para se nutrirem da sua carne, e assim cumprirem seu ciclo biológico, transformando-se em seguida em insetos adultos. Diferenciam-se os bernes das miíases cutâneas, além do fato de serem as larvas de espécies de moscas diferentes, pela particularidade biológica dos bernes serem encontrados sempre isolados - uma única larva em determinado lugar - nunca mais de uma larva num mesmo loco, a não ser quando pelas suas proximidades, poderem vir a se unirem os locais de ambos pelo desenvolvimento posterior das larvas. Já nas miíases cutâneas, além das larvas serem menores que as das larvas de moscas do berne, são encontradas larvas em número em geral grande, que chega até algumas centenas, todas em comum no mesmo local da penetração, formando verdadeiras crateras na superfície do corpo de suas vítimas. São várias as famílias à que pertencem tais moscas, porém sob o ponto de vista clínico-parasitológico, são as mesmas agrupadas em dois grandes grupos: 18
Fev / Mar 12
l - Larvas que se nutrem de tecido vivo - Larvas biontófagas; 2 - Larvas que se nutrem de tecido morto - Larvas necrobiontófagas. Como ressaltado anteriormente, são encontradas as larvas de moscas que constituem a doença com o nome de BERNE, sempre isoladas, em lócus individuais, por isso denominadas também de furunculosas e pertencentes às seguintes espécies de insetos: Dermatobia hominis - Constitue-se a espécie tipo, que recebe no Brasil o nome de berne e na região Amazônica o nome de Ura. Mede o inseto quando adulto, de 14 até 17 mm e chama a atenção o colorido metálico de cor azulada da sua região abdominal; O tórax castanho escuro com tonalidade azulada manchada de negro, apresentando as bochechas de cor amarelo escura e brilhante. Como todo inseto, seu ciclo evolutivo passa por fases: Os insetos adultos alados, acasalando-se entre si dão origem a ovos que são postos pelas fêmeas, e destes em seguida nascem larvas, que no caso por serem carnívoras necessitam se alimentar de tecido vivo de outros animais, vindo então a parasitarem suas vítimas, constituindo-se
essa fase propriamente o que é chamado de berne. Completado seu desenvolvimento no local em que se instalaram, essas larvas abandonam o local para continuarem seu desenvolvimento, transformando-se então em pupa, para darem em seguida origem ao nascimento de novos insetos adultos. Vinte e quatro horas após a mosca ter abandonado o invólucro pupal, efetua-se a primeira cópula, iniciando-se a postura no sétimo dia; Os ovos são depositados diretamente sobre a parte lateral do abdome de outros dípteros (insetos com duas asas), como moscas silvestres e mesmo a mosca doméstica (Musca doméstica). Daí o fato da Dermatobia procurar animais visitados assiduamente pelas moscas silvestres e por culicíneos (família a que pertencem os pernilongos). A Dermatobia põe em geral somente 15 a 20 ovos pôr vez, e pôr inseto que apreende, porém pode chegar sua postura até a 400 ovos. Estes outros insetos, e não a própria Dermatóbia, são os veículos pelos quais a mesma se serve para levar seus ovos, e com eles, as larvas que vão em seguida, tendo contato com outros animais, e mesmo o homem, penetrar na sua pele, constituindo o que é denominado BÉRNE. No local em que se alojam referidas larvas após a penetração na pele, à custa da própria carne de suas vítimas vão se desenvolvendo, pois é o tecido vivo seu alimento; Ao cabo de 40 dias completado seu desenvolvimento, o que em alguns casos pode chegar a 70 dias, deixam o local em que estavam alojadas, e caindo no solo, transformam-se em pupas, as quais ao cabo de alguns dias dão nascimento ao inseto adulto, para novamente repetirem um novo e idêntico ciclo. A larva desta mosca é facilmente identificável pelo seu tamanho, por ser das maiores que se conhece, em torno de até 10 mm e outras características só visíveis ao exame com lupa ou microscópio entomológico. Outras espécies de insetos parecidos com a Dermatobia, como as abaixo nome-
adas, determinam doenças agora no aparelho digestivo de animais, com ciclo próprio de desenvolvimento: Gastrophilus veterinus e G. intestinalis - Ambos, em suas fases de larvas, têm localização no aparelho digestino de animais da espécie bovina. Gasterophilus haemorrhoidalis e G. nasalis - Os hospedeiros habituais são cavalos e outros equídeos. Quando adultos não se alimentam e por isso têm vida curta. As fêmeas põem os ovos nos pêlos dos animais e destes, as larvas que eclodem vão ter à boca, vivendo em túneis cavados no tecido sub-epitelial da mucosa bucal e da língua. Seu desenvolvimento larval completa-se no estômago ou nos intestinos, onde penetram na mucosa desses órgãos, provocando escaras que algumas vezes podem inclusive provocar perfurações com complicações graves pela associação com germes patogênicos contidos no interior do aparelho digestivo. Ambas podem provocar no homem, ainda que raramente, miíase do tipo larva migrans (Dermatose linear serpiginosa). Hypoderma bovis - H.lineatum - As larvas desses insetos muito se assemelham às da Dermatobia, com a diferença de serem parasitas habituais de animais, principalmente bovinos. Causam prejuízos consideráveis ao couro dos animais explorados na produção de carne, pelo fato de seus couros ficarem danificados quando não imprestáveis ao aproveitamento na indústria do couro. Oestrus ovis - Estes insetos têm a particularidade de serem parasitas habituais de animais das espécies ovina e caprina, e com localização nasal em sua fase de larva. Já assinalado como hóspede do homem, porém sem haver chegado a sua fase adulta. Em ovelhas, têm localização sempre nasal, ou nos seios frontais e maxilares, causando forte irritação e excitação em seus hospedeiros, com sintomatologia que pode ser confundida com outras doenças.
Fev / Mar 12
19
caderno técnico 20
Habilidade gerencial: um fator crucial no desempenho de sistemas pecuários Mariana de Aragão Pereira
Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte Campo Grande, MS
P
or que não raro observamos tantas diferenças no desempenho econômico de sistemas de produção pecuários, mesmo em condições de clima e solo semelhantes? Certamente há diferenças nos objetivos de pecuaristas individuais, assim como em suas capacidades de investimento. Mas o que realmente chama a atenção é o estilo gerencial destes gestores rurais e suas habilidades em administrar o negócio pecuário. Sabe-se que a maioria dos pecuaristas brasileiros toma decisões e as implementa com base na intuição. A intuição, segundo Nuthall (2011), reflete os anos de observações práticas e experiências, tanto próprias quanto aprendidas com terceiros, podendo incluir as influências familiares. Até certo ponto, o uso da intuição é importante, pois economiza tempo e evita desgastes mentais com análises desnecessárias, principalmente em situações rotineiras. Apesar de essencial na gestão da propriedade rural, o uso da intuição por si só pode ser insuficiente para que pecuaristas consigam responder a tempo, e eficientemente, às demandas de mercado, às mudanças tecnológicas e às exigências legais. E é ai que outras habilidades gerenciais ganham importância. Habilidade gerencial é um conjunto de fatores técnicos, psicológicos e sociais que determina a capacidade dos indivíduos em resolver problemas. O sucesso de um gestor, portanto, depende essencialmente de como ele identifica os pontos de estrangulamento da produção, aplica os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo para solucionar os problemas e monitora o resultado de suas ações. Nesse processo, diversos aspectos são relevantes entre eles: inteligência, nível educacional, personalidade, experiência, estilo gerencial (ex. centralizador, consultivo etc.) além dos objetivos pessoais. As influências sociais, isto é, de pessoas e instituições com as quais os pecuaristas interagem, também colaboram na definição de suas habilidades gerenciais. Tendo em vista que normalmente pecuaristas procuram minimizar os riscos envolvidos em suas decisões, Fev / Mar 12
uma habilidade gerencial importante é a capacidade de estimar o efeito de uma ação proposta. Em geral, quanto menor a diferença entre o estimado e o realizado, melhor é a habilidade do pecuarista nesse quesito. Por exemplo, um pecuarista analisando a possibilidade de suplementar a recria na seca, calcula que o resultado será um ganho diário de 250g a um custo “X”. Depois de implementada a suplementação de seca e acompanhados os resultados reais, ele nota que a média diária de ganho de peso foi 255g. Essa informação fica armazenada em sua memória e indica que o planejado superou levemente o realizado. Quando, do contrário, o realizado é inferior ao estimado a primeira pergunta que ele se faz é: “Por quê?”. Na busca por respostas, ele analisa a situação e encontra o que limitou o resultado, se comprometendo a superá-lo em um outro momento (ou a mudar a estratégia). Ao longo dos anos, esse processo se repete, gerando uma série histórica de ação/resultado (seja mental ou formalmente registrada). Com isso, o pecuarista aprimora cada vez mais sua capacidade de estimar os resultados, aprendendo com resultados anteriores. Assim sendo, o papel do aprendizado no aprimoramento das habilidades gerenciais é um fator que merece destaque, visto que o processo da aprendizagem permite que o pecuarista se torne cada vez mais preciso em suas previsões de resultados. Existem diversos meios de aprendizado, tanto formal quanto informal. O aprendizado formal ocorre principalmente nas escolas e universidades, incluindo cursos de nível técnico, universitário, pós-graduação ou treinamentos específicos na área agropecuária. O aprendizado informal engloba as múltiplas interações com atores da sociedade (conhecido como “network”) incluindo familiares, amigos, outros pecuaristas e produtores rurais, consultores, pesquisadores e diversas instituições. Já o aprendizado informal ocorre no dia-a-dia, através das observações de campo e das experiências práticas na fazenda. Embora boa parte do aprendizado informal fique ‘registrado’ na memória do
Fev / Mar 12
Arquivo Pessoal
pecuarista, é possível fazer uso das diversas ferramentas de sistema de produção tem se tornado crucial. A área de organização da empresa rural define a orgagestão disponíveis e potencializar esse processo de aprendizagem, com impacto nas habilidades gerenciais como um nização dos recursos produtivos, incluindo o uso da terra, todo. Algumas dessas ferramentas são discutidas a seguir. os níveis de insumos a serem utilizados, as atribuições da mão-de-obra assim como o fluxo de serviço diário, mensal e anual. Tudo isso deve estar devidamente registrado e claUso de ferramentas de gestão no ro para todos os envolvidos no processo produtivo. Uma desenvolvimento de habilidades gerenciais Diversas ferramentas de gestão podem, e devem, ser ferramenta simples, barata e muito útil na organização das usadas no suporte ao aprendizado informal de modo a ‘for- atividades é o mural de atividades (foto). malizá-lo’ dentro da propriedade rural, e assim contribuir no aprimoramento global das habilidades gerenciais dos pecuaristas. Tais ferramentas aplicam-se às principais áreas de concentração gerencial, ou seja, organização, planejamento e controle, assim como as subáreas de produção, comercialização/marketing, financeiro/econômico e recursos humanos. O uso dessas ferramentas permite o registro de informações que se tornam disponíveis para consulta a qualquer momento e, teoricamente, por qualquer pessoa. Dadas as atuais exigências de mercado, em especial a rastreabilidade, essa disponibilidade de informações sobre o
21
Neste mural, usado por um pecuarista da Nova Zelândia, são registradas a lista de atividades a serem executadas nas próximas duas semanas e os responsáveis (‘Schedule’), depois o planejamento diário, seguido de uma lista com ‘atividades pendentes’ e um mapa da fazenda com a identificação de cada piquete, sua área e utilização. A última coluna, cujo detalhe não aparece na foto, ilustra um calendário anual onde as principais atividades de manejo (ex. estação de monta) são anotadas para fim de planejamento de pessoal, maquinário e recursos financeiros. Os itens a serem inclusos no mural variam caso a caso e cabe ao pecuarista definir que tipo de informação é pertinente e útil. O uso dessa ferramenta portanto permite a visualização do fluxo de serviço no curto e médio prazo, favorecendo o desenvolvimento de habilidades ligadas a comunicação e ao planejamento da produção. Na área de planejamento, também são várias as ferramentas de gestão disponíveis atualmente. Em geral, elas visam criar a oportunidade de o pecuarista analisar criticamente o futuro, estabelecendo as ações que no presente o conduzirão ao cumprimento de suas metas, habilidade essa de extrema importância para a gestão estratégica do negócio. Alternativamente, a área de planejamento e suas ferramentas de suporte a decisão podem ajudar o pecuarista a criar diversos cenários para seu sistema de produção e escolher o mais vantajoso. Esse é o caso dos programas Gerenpec® e Embrapec®, desenvolvidos pela Embrapa Gado de Corte e disponibilizados gratuitamente em sua página na internet (http://www.cnpgc.embrapa.br). Ambos permitem que o pecuarista simule mudanças nos indicadores ou no manejo da propriedade e observe o impacto de longo prazo nas pastagens, ganho de peso, margens econômicas entre outros. O Embrapec® (Embrapa, [n.d.]), porém, por ser mais sofisticado que o Gerenpec® (Costa et al., 2006), requer maior capacitação de quem o estiver manuseando. Há ainda o Embrapa Invernada®, disponível gratuitamente no site http://www.invernada.cnptia.embrapa.br. Este software incorpora dados climáticos e de alimentos e simula o crescimento de pastagem e de animais, permitindo a análise de cenários, além da formulação de rações. Já na área de controle, as ferramentas disponíveis visam o registro de dados técnico-econômicos do sistema de produção, tanto para fins de auditoria (nos casos de rastreabi22
Fev / Mar 12
lidade e certificação) quanto para a geração de informações qualificadas para a tomada de decisão gerencial. O controle técnico consiste na anotação de dados relativos à produção, incluindo registros genealógicos, estoque de rebanho, ganho de peso, consumo de concentrados, uso de medicamentos, vacinação e outras práticas sanitárias, controle de máquinas, consumo de combustíveis, esquemas de adubação/ irrigação, uso de herbicida/pesticida entre muitos outros. Na área de controle financeiro, o objetivo é registrar receitas e despesas para o cálculo de margens econômicas. Os controles podem ser feitos através de anotação em cadernos, agendas e planilhas eletrônicas ou ainda de softwares específicos para esse fim. A Embrapa Gado de Corte disponibiliza gratuitamente algumas dessas ferramentas de controle gerencial como por exemplo fichas de controle zootécnico (Corrêa et al., 2002) e o Controlpec® (Costa & Corrêa, 2006), software de controle financeiro para pecuária de corte. Outras unidades da Embrapa, assim como empresas privadas, também oferecem diversas opções de ferramentas de gestão que podem ser utilizadas pelos pecuaristas. O uso contínuo das ferramentas de gestão, como as citadas anteriormente, promove o aprimoramento da tomada de decisão por parte do pecuarista, e por consequência, um incremento em suas habilidades gerenciais. Acredita-se que, no longo prazo, a melhoria dessas habilidades acarrete em sistemas de produção mais eficientes, competitivos, sustentáveis e com melhor retorno econômico. Referências bibliográficas Corrêa, E. S., Costa, F. P., Amaral, T. B., Cezar, I. M. Fichas para controle zootécnico de bovinos de corte. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 2002. 30 p. (Documentos,132). Costa, F. P., Corrêa, E. S. Controlpec 1.0: controle financeiro simplificado para a fazenda de pecuária de corte. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 2006. 23 p. (Documentos,162). Costa, F. P., Corrêa, E. S., Feijó, G. L. D. Gerenpec®: aplicativo para planejamento da fazenda de gado de corte. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 2006. 33 p. (Documentos,143). Embrapa. [n.d.] Modelo bioeconômico de pecuária de corte. Disponível em: http://www.cnpgc.embrapa.br/produtoseservicos/embrapec/. Acesso em 03 Novembro 2011. Nuthall, P. Understanding managerial ability critical factors and their improvement. In: International Farm Management Association Congress, 18, Methven, New Zealand, 2011. Vol.1, p. 324-334.
forragicultura
Como anda a saúde do seu pasto? Humberto Luiz Wernersbach Filho
Imagens Ilustrativas
Zootecnista MSc / Supervisor de Pesquisa Fertilizantes Heringer S/A
C
erta vez a Brachiaria sp estava com alguns problemas de saúde e resolveu ir ao médico. Chegando lá, o doutor perguntou por que ela achava que estava doente. Então a pastagem respondeu que já não comportava a mesma quantidade de gado, sua capacidade de rebrota já não era mais a mesma, que plantas invasoras estavam infestando sua área e uma parte do seu solo estava sendo perdida quando chovia muito. Após esse relato, concluiu-se que a pastagem estava com uma doença séria, a síndrome da degradação do pasto. Após o diagnóstico, o médico disse que havia cura, mas que eram vários tratamentos, e se fossem feitos às escuras, o custo poderia ser muito alto, e pasto não tem plano de saúde. Então o doutor fez mais uma séria de perguntas a paciente para ver onde estava o problema. A primeira pergunta que o médico fez foi se ela compor-
tava a quantidade de gado que estava alojada naquele momento, e ela disse que já comportara uma lotação bem maior, mas que, em função da doença, sua capacidade de suporte estava menor e que não suportava a carga animal atual. Então, o médico disse que a primeira medida de tratamento era diminuir a lotação e permitir um repouso ao pasto, para que ele pudesse se recuperar. Por isso, recomendou um descanso após uma boa chuva e que em noventa dias retornasse ao seu consultório para que fosse feita uma nova avaliação. Chegando a nova consulta, a Brachiaria sp menos ofegante, com melhor aspecto disse que o descanso ajudara muito, mas que ocorreram dois problemas nesse período. O primeiro, era onde colocar os animais que foram retirados de sua área; o outro era que, apesar da melhora da rebrota, a mesma fora muito lenta e que, se fosse maior, poderia Fev / Mar 12
23
ser utilizada novamente de forma mais rápida, ou suportar maiores lotações. Esse problema era previsto, pois o gado era quem pagava os custos do tratamento e também manutenção de toda estrutura, por isso, não se podia trabalhar de qualquer maneira com o rebanho, pois corria-se o risco de não conseguir arcar com os custos. Por isso, o doutor disse que a próxima etapa do tratamento era fazer com que parte da pastagem seja capaz de receber o excesso do gado retirado da área que fora para descanso; e que a área descansada teria sua capacidade de crescimento aumentada para se ter uma lotação maior na época seca, que era uma das preocupações. A próxima etapa do tratamento era fazer correções e adubações estratégicas da pastagem. Nessa nova situação que surgiu, o médico preocupado com o custo, lembrando que o pasto não tinha plano de saúde, solicitou um exame muito importante, uma análise de solo. Subitamente, o pasto perguntou a ele qual importância daquele exame, então o doutor respondeu que ele necessitava de 16 nutrientes essenciais, mas que as quantidades de cada um variavam. Carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), que correspondiam a 95 % do seu peso eram assimilados via luz, sol, ar e água os quais a natureza se encarregava de fornecer. Mas os outros 13 nutrientes restantes que são: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), zinco (Zn), boro (B), cobre (Cu), manganês (Mn), ferro (Fe), molibdênio (Mo) e cloro (Cl), que correspondiam por 5 a 10 % do seu peso, eram retirados do solo. Por isso, era necessário verificar se ele estava sendo capaz de suprir suas necessidades nutricionais e se não suprisse, quais nutrientes estavam limitando. Pois se somente um limitasse, bastava corrigi-lo sem a necessidade de corrigir o restante, reduzindo assim o custo do tratamento. Feita a análise, numa nova consulta, o diagnóstico. Segundo o médico, o solo apresentava acidez, excesso de alumínio, que era tóxico as raízes do pasto, baixos níveis de fósforo e alguns micronutrientes, potássio em níveis médios e baixos teores de matéria orgânica, que era uma das fontes de nitrogênio para as plantas. Nesse cenário, havia-se 24
Fev / Mar 12
a necessidade de se corrigir a acidez permitindo uma melhor absorção de grande parte dos nutrientes, além de neutralizar o alumínio tóxico que inibia o crescimento das raízes. Para isso, o tratamento era uma calagem, feita dentro dos critérios recomendados pela ciência, de forma econômica, de preferência no final das chuvas, pois assim teria umidade para ir solubilizando e tempo para reação antes das adubações subsequentes. A outra etapa é fazer adubações corrigindo fósforo que estimula o crescimento de raízes, micronutrientes que ajustam o crescimento da planta e nitrogênio, que é um dos responsáveis pelo aumento na capacidade de rebrota da pastagem. Nesse caso, não seria necessário aplicar potássio, haja vista que os teores no solo estão adequados e a maior reciclagem desse nutriente no sistema. Então, aguardaram o período chuvoso, que era a época indicada para os tratamentos, realizaram a aplicação dos nutrientes. Nesse momento, a Brachiaria sp indagou o doutor se a aplicação dos nutrientes poderia ser em cobertura, ou se haveria a necessidade de incorporação, mas ele respondeu que não, pois o sistema radicular e a palhada morta por cima da pastagem faria com que as pequenas raízes, que estão muito próximas a superfície do solo, absorveriam os insumos aplicados. Atualmente, a paciente só faz consulta de rotina. Mas segue cheia de obrigações, como: ajuste na lotação, reserva para seca, suplementação volumosa quando necessária e adubação de manutenção. Hoje, está vigorosa e produtiva e, acima de tudo, com maior capacidade de suporte e melhores ganhos em peso.
ERRATA Na última edição (18ª) foi veiculada uma tabela de Recomendação de altura de entrada e saída de diversas gramíneas tropicais. Na referida tabela 1, desta seção, na linha da espécie Marandu, consta 251-452 de entrada e 151-252 de saída. Porém, os números 1 e 2 deveriam estar sobrescritos como nota (as notas vêm logo abaixo da tabela). Portanto, o correto seria 25 – 45 de entrada, correspondente a nota 1; 15 – 25 de saída, correspondente a nota 2.
Fev / Mar 12
25
agrovisão
Agropecuária de Baixo Carbono Alexandre Sylvio Vieira da Costa
Imagem Ilustrativa
Engenheiro Agrônomo; DSc. Em Produção Vegetal; Professor Titular/Solos e Meio Ambiente - Universidade Vale do Rio Doce asylvio@univale.br
A
nova ordem mundial é clara: redução da emissão de carbono para atmosfera visando reduzir o processo de aquecimento global conforme preconizam muitos pesquisadores pelo mundo afora. Apesar de muito sensacionalismo e controvérsias não podemos desconsiderar que noventa milhões de barris de petróleo extraídos das profundezas da terra e queimados diariamente não causem qualquer tipo de alteração no clima. E o carvão mineral? E as queimadas que consomem nossas matas e a de outros países? Analisando todos estes eventos não podemos atualmente enxergar o homem explorando o planeta e seus recursos naturais sem ter como um dos seus princípios a sustentabilidade. Vamos imaginar o ciclo das águas que depende da evapotranspiração das florestas para a manutenção das chuvas alimentando continuamente os lençóis de água, as nascentes e os rios. Sabemos que sem água não existe a agricultura nem a pecuária. O homem desmata tudo para plantar; compromete o ciclo das águas, reduz as chuvas tornando a região, ao longo do tempo, árida sem condições de cultivo de espécies vegetais de alto rendimento, e a pergunta que fica é: onde está a lógica do processo? Para sustentar os sete bilhões de habitantes do planeta não necessitamos 26
Fev / Mar 12
mais desmatar novas áreas, principalmente no Brasil. As tecnologias desenvolvidas pela pesquisa agropecuária comprovam isto com significativos aumentos de produtividade das culturas na mesma área. Por conta da pesquisa e do investimento em tecnologia somos o país com maior produtividade média de soja do mundo. E a cana-de-açúcar? Nossa média de produtividade já supera as 80 toneladas por hectare. Mas agora vivemos um novo desafio: compensar a grande liberação de CO2 para a atmosfera causada pelo desmatamento que foi realizado para implantação da agricultura e das pastagens, ou seja, retirar o CO2 da atmosfera e mantê-lo no solo na forma orgânica, processo chamado de sequestro de carbono. Além de beneficiar a atmosfera retirando o CO2, o carbono orgânico do solo melhora sua estrutura, aeração, retenção de água e drenagem, fatores que beneficiam o crescimento das raízes das plantas além de liberar nutrientes minerais que favorecem a sua produtividade. Durante a colheita dos grãos as palhadas como caules, folhas e raízes ficam no campo, mas com o excesso de preparo do solo estes restos vegetais são rapidamente degradados pelos micróbios do solo liberando o CO2 para a atmosfera e acabando com a matéria orgânica do solo. Uma
técnica simples, mas muito eficiente, em que o produtor não mexe com o solo chamado plantio direto, reduz a ação dos micróbios sobre a palha, mantendo-a no campo por mais tempo. Além do beneficio de sequestrar o carbono, mantendo-o na forma orgânica, esta prática de manter os restos da colheita sobre o solo, reduz os processos de erosão que degradam intensamente os solos. Em muitos casos a quantidade de restos de cultura que são mantidos no solo equivale à presença de uma mata quando se trata da quantidade de carbono sequestrado. Outro grande benefício desta prática é indireta: a redução da utilização de máquinas no preparo do solo reduz o consumo de combustíveis fósseis como o óleo combustível, reduzindo a emissão de CO2.
Atualmente temos outro desafio: possuímos o segundo maior rebanho bovino do mundo com cerca de 220 milhões de cabeças. Animais que, devido às características de seu sistema digestivo, liberam constantemente gases decorrentes de fermentações dos alimentos. Parte destes gases produzidos é o gás metano (CH4), muito mais danoso a atmosfera em termos de aquecimento do que o CO2. A agricultura e a pecuária, se manejadas de forma adequada e sustentável tendem a contribuir para a redução da quantidade de gases do efeito estufa da atmosfera e melhorar o rendimento da própria agropecuária deixando de lado o rótulo de vilão, entrando para o rol das atividades que interagem de forma positiva com o meio ambiente.
Fev / Mar 12
27
sustentabilidade
Dia da Água:
tempo de comemorar... e reivindicar Édison Carlos
Imagem Ilustrativa
Instituto Trata Brasil Publicado em Planeta Sustentável
D
e maneira geral, a sociedade tem muita dificuldade em manter o foco no uso consciente da água... e o desperdício vai se perpetuando, principalmente nas grandes cidades. É certo também que o uso da água pelo ser humano representa uma fatia pequena do consumo total, uma vez que cerca de 70% do uso vai para a agricultura, 20% para uso na indústria (nos produtos e processos) e apenas 10% da água serve ao ser humano de forma direta. Isso significa que seria necessário rever várias das atividades humanas, se realmente queremos obter um maior impacto no uso mais racional deste recurso natural. É um grande desafio, sem dúvida. Acho importante chamar a atenção para outro problema grave e que está “matando” nossa água, principalmente de que quem vive nos grandes aglomerados urbanos – a falta de coleta e tratamento dos esgotos. É mesmo um desastre ambiental diário e silencioso. Menos de 44% da população está ligada a uma rede de esgotos e menos de 30% do esgoto é tratado, segundo dados do Ministério das Cidades Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) 28
Fev / Mar 12
2008 -, então são bilhões e bilhões de litros de esgotos jogados in natura todos os dias nos nossos rios, lagos, bacias e mar. Isso significa um impacto ambiental grave que deve ser ferozmente combatido, se realmente queremos um país sustentável, econômica, social e ambientalmente. Poluída, a água passa de grande aliada do ser humano a seu um inimigo mais poderoso ao transmitir várias doenças, como mostrado pelo Instituto Trata Brasil em seu último estudo “Esgotamento Sanitários Inadequados e Impactos na Saúde da População”. Este estudo, realizado com dados das 81 maiores cidades do País (acima de 300 mil habitantes), mostra que as diarreias respondem atualmente por mais de 50% das doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado, e o pior de tudo, que o grupo mais vulnerável dessa tragédia são as crianças de até 5 anos de idade - em 2008 foram 67,3 mil crianças dessa faixa etária internadas por diarreias, número que representou 61% de todas essas hospitalizações. Outro tema que beira o absurdo é o nível médio de perda de água no Brasil que é de 40%, um número assustador
quando pensamos que de cada 100 litros de água coletada da natureza e tratada para envio à população, 40 litros em média são perdidos, seja por vazamentos, seja por roubo ou outros fatores. Há cidades no país aonde as perdas de água chegam a 70% ou até mais... o que dizer? É certo que há também bons exemplos de empresas com fortes investimentos e que estão reduzindo as perdas para atingir níveis abaixo de 20%, mas o desafio é grande e tem que ser perseguido diariamente. Cabe aos gestores públicos responsáveis, ou seja, Governo Federal, Governadores e Prefeitos, olharem atentamente a gestão das empresas operadoras em sua cidade ou Estado e cobrar estas melhorias, cobrar metas de avanço em coleta e tratamento, cobrar transparência dos dados à sociedade, etc.
Só assim, com fiscalização, com investimentos constantes na solução dos esgotos, com amplas campanhas de informação à sociedade e comprometimento dos governantes conseguiremos ver nossos cursos d´água melhorarem trazendo de volta o ecossistema natural do oceano, dos lagos, rios e das bacias hidrográficas, tão importantes para o equilíbrio da vida, para o abastecimento de água das cidades, para o lazer e tantas outras coisas importantes ao ser humano. É tempo de comemorar o Dia Mundial da Água (22 de março), mas também de usar toda nossa energia na cobrança das autoridades e na mobilização da sociedade.
Fev / Mar 12
29
perfil profissional
A vocação aliada à experiência: Um breve relato de um produtor rural
P
ara exercer qualquer função ou atividade é necessário esforço, dedicação e conhecimento. Com o tempo e a prática, todo trabalho é aperfeiçoado. Com a rotina do produtor rural não seria diferente. Um trabalho instável, dependente de fatores como o clima, o solo ou os animais, a atividade exige do profissional um trabalho árduo. Vendo como a base da manutenção das mesas no sustento diário, conto agora um pouco da história de um produtor rural. Aos 69 anos, natural de Santa Tereza (ES), o produtor rural, José Miguel Merlo, mora em Governador Valadares (MG) há 55 anos e trocou a vida de comerciante pela pecuária de corte. Em 1967 comprou a primeira propriedade rural, onde exerceu simultaneamente ao comércio. Em 1980, com a evolução dentro da atividade, preferiu se dedicar exclusivamente à pecuária. Adquiriu outras propriedades ao longo dos anos e hoje possui cinco. Miguel Merlo trabalha com recria e engorda. Escolheu o foco pela falta de tempo de se dedicar integralmente, do que se fosse escolher a pecuária de leite, por exemplo. Com fornecimento da produção durante todo o ano, informa que procura vendê-la para as empresas da cidade, movimentando a economia de Governador Valadares. Para ele, é preciso manter a credibilidade, dedicação e gostar do negócio para ser um bom produtor rural. “Se você é proprietário de terra e não gosta, não adianta ser. É fundamental que você se dedique de corpo e alma. Depois, é preciso ter a capacidade administrativa para gerenciar o seu negócio”. 30
Fev / Mar 12
Frisa que os gargalos da atividade são a falta de investimento, crédito em larga escala e o mercado final para a venda do gado de corte. “O camarada para ser produtor rural no Brasil ele tem que ser artista porque não tem garantia de nada. Ele só tem garantia das despesas que aumentam todo o mês. Você tem que jogar com a sorte. Nós temos que trabalhar com muita segurança, acompanhar o nosso negócio, tomar conta das nossas propriedades, porque senão fica difícil. É preciso conscientizar o produtor de melhorar o rebanho, fazer aplicação de tecnologia para se ter um gado de qualidade”. Totalmente integrado ao setor, procura sempre unir os setores do agronegócio. Porque, para Merlo, só através da união é que se ultrapassa as dificuldades. Filiado às entidades do setor, gosta de fazer parte da liderança destas: foi presidente e diretor comercial da Cooperativa Agropecuária do Vale do Rio Doce durante nove anos, é sócio-fundador da União Ruralista Rio Doce (URRD) e do Sicoob Crediriodoce, fez parte da diretoria do Sindicato dos Produtores Rurais de Governador Valadares e da URRD. “Toda a experiência profissional que tenho hoje aos 69 anos eu agradeço de coração a essas entidades que eu pude e estou participando delas. Sou um vencedor. Tudo o que pretendia e almejava, eu estou conseguindo ao longo desses 45 anos de atividade e só tenho a agradecer tudo o que Governador Valadares me proporcionou até hoje”.
Prof. Ruibran dos Reis
Prof. da PUC Minas Diretor Regional da Climatempo - Minas Gerais
Imagem ilustrativa
meteorologia
Termina o período chuvoso
O
período chuvoso em Minas Gerais começa em outubro e termina em abril. Entretanto, nas regiões norte, nordeste e leste do estado o período chuvoso termina em março. São “as águas de março fechando o verão”, conforme disse Tom Jobim, e a presença da massa de ar seco vão dando características no final do mês de outono no estado. Neste ano, o fenômeno La Niña está atuando, e isto sedia, significa a temperatura da água do mar na costa do Peru e do Equador estão abaixo da média, há pouca evaporação e, consequentemente as massas de ar frio vão chegar mais cedo. A presença de frentes frias durante o outono e inverno em Minas Gerais causam chuvas de fraca intensidade nas regiões da Zona da Mata, leste e nordeste. As chuvas do mês de março são tradicionalmente na forma de pancadas de final de tarde, devido ao calor e a disponibilidade de umidade. Os temporais ocorrem de forma isolada. Há previsão da presença de pelo menos uma frente fria em Minas Gerais, que deverá causar chuvas abaixo da média histórica, com atuação entre os dias 8 a 15 de março. Não se deve comparar o que está acontecendo neste período chuvoso com o do ano anterior, pois neste ano as chuvas foram muito atípicas, e apesar do mês de março do ano anterior ter sido chuvoso, os modelos mostram que as chuvas deverão ficar entre 30 a 40% abaixo do valor esperado nas regiões leste e nordeste do estado.
Fev / Mar 12
31
por Hyberville Neto
Zootecnista | Scot Consultoria
S
egundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os abates de bovinos no terceiro trimestre de 2011 somaram 7,28 milhões de cabeças, resultado 1,5% inferior ao do mesmo período de 2010, quando foram abatidos 7,39 milhões de animais. Vale destacar que estes abates se referem àqueles sob algum tipo de inspeção, municipal, estadual ou federal. A informalidade não é estimada. Em julho foram abatidas 2,39 milhões de cabeças, quantidade 6,8% inferior à do mesmo período em 2010. Em agosto os abates superaram os do mesmo mês de 2010 em 4,0%. Foi o único no trimestre com abates maiores que em 2010. O resultado em setembro foi 1,3% menor que no mesmo período do ano anterior. A participação de fêmeas nos abates, considerando a relação entre vacas e a soma de bois e vacas, ficou em 36,1%, ante 31,9% no mesmo trimestre de 2010. No acumulado dos primeiros nove meses de 2011 foram abatidos 21,45 milhões de bovinos, quantidade 2,8% menor que no mesmo intervalo de 2010.
32
Fev / Mar 12
Foram 7,40 milhões de vacas e 11,20 milhões de bois. Novilhos, novilhas, vitelos e vitelas somaram 2,85 milhões. Enquanto os abates de bois caíram 9,4%, houve aumento de 12,1% na quantidade de vacas que foram para o gancho, na comparação com 2010. A relação entre vacas e o total de bois e vacas ficou em 39,8% nos primeiros nove meses do ano passado. Esta foi à maior participação desde 2008, quando as vacas compuseram 40,2% desse total. Em 2009 a relação foi de 37,4% e em 2010 ficou em 34,8%. Apesar dos resultados ruins da última estação de monta terem influenciado um abate maior de fêmeas no início de 2010, a manutenção de níveis maiores de participação desta categoria merece atenção quanto à alteração de tendência nos preços. A oferta modesta de bois ao longo do ano acaba influenciando a demanda dos frigoríficos por vacas, para comporem as escalas, na falta de bois. Os preços da reposição, embora firmes, não tiveram valorizações expressivas ano passado, o que pode ter pesado na opção do pecuarista pela venda, considerando os preços atrativos das fêmeas.
Imagem Ilustrativa
mercado
As vacas continuam indo para o gancho
Imagem Ilustrativa
Rentabilidade da pecuária leiteira em 2011 por Jéssyca Guerra
Scot Consultoria
S
egundo levantamento da Scot Consultoria, em 2011 o pecuarista recebeu mais pelo litro de leite do que em 2010. Na média ponderada no Brasil o preço pago ao produtor foi de R$0,80/litro, 13,4% maior que em 2010. Entretanto o custo de produção também subiu. Este foi puxado principalmente pela alta nos preços dos alimentos (milho e soja), fertilizantes, defensivos e sementes. Em 2011 o custo da pecuária leiteira ficou 32,9% maior que em 2010. Na figura 1 pode-se observar que a rentabilidade média da atividade leiteira de alta tecnologia em 2011 foi menor que a de 2010, mas mesmo assim é maior do que a rentabilidade da maioria das atividades agropecuárias. Também rendeu mais que a poupança e ficou acima da inflação no ano. Figura 1. A diferença da rentabilidade da pecuária leiteira de alta tecnologia para a de baixa tecnologia é de 7,1 pontos percentuais. Isso mostra a necessidade do pecuarista investir na atividade. Não necessariamente adquirindo máquinas e equipamentos caros, mas investindo na nutrição do rebanho para que a produtividade seja constante durante todo o ano, fazendo manejo e adubação do pasto, selecionando os melhores animais e descartando os piores, cuidando da saúde dos animais e fazendo um manejo preventivo.
Para 2012 espera-se que os preços do leite ao produtor continuem em patamares elevados e que o custo de produção seja ligeiramente menor que em 2011. Entretanto, este cenário vai depender principalmente do comportamento do mercado do milho. Ainda há muitas incertezas quanto à oferta e demanda do produto nesta temporada. Figura 1. Rentabilidade média da atividade leiteira – alta e baixa tecnologia.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br Imagem Ilustrativa
Análise Conjuntural ARÁBICA e CONILLON Análise do mercado cafeeiro elaborada pelo Cepea. Equipe: Dra. Margarete Boteon, Caroline Lorenzi e Mayra Viana
A
gentes do setor cafeeiro iniciaram 2012 otimistas. A produção na temporada 2012/13, tanto brasileira quanto mundial, pode não ser suficiente para acompanhar o crescimento da demanda global e recompor os estoques em âmbitos brasileiro e mundial a volumes que tragam alívio ao setor. Esse cenário, por sua vez, pode fazer com que os preços sigam atrativos. As demandas nacional e mundial têm sido crescentes. Estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicam que, entre 2002/03 e 2011/12, o consumo mundial cresceu 16%, totalizando 133,85 milhões de sacas de 60 kg na atual temporada. Para o Brasil, o consumo interno aumentou 46% no mesmo período, alcançando cerca de 19,8 milhões de sacas de 60 kg na temporada 2011/12, segundo dados do USDA. De modo geral, previsões de consultorias internacionais apontam que o consumo global deve se manter no mesmo patamar indicado pelo USDA, caso a crise econômica nos países ricos não se acentue.
Em contrapartida, a oferta não tem acompanhado o mesmo ritmo. Segundo a série histórica do USDA, desde a safra 1977/78, o maior volume já produzido no mundo foi de 136,377 milhões de sacas, na temporada 2010/11. Para a safra 2011/12, de bienalidade negativa, o USDA estima produção de 133,8 milhões de sacas – volume bastante similar ao consumo mundial. Com o consumo mundial praticamente igual à produção global, não foi possível elevar os estoques nesta temporada. Assim, o estoque de passagem da temporada atual deve ser um dos menores dos últimos 10 anos, totalizando apenas 24 milhões de sacas (USDA).
Cotações Março 2012 / Coocafé Arábica Bebida Dura Tipo 6 | R$ 390,00 Rio Tipo 7 | R$ 310,00 Cereja Descascado Fino |Fev R$/ Mar 400,00 12
33
cotações
Boi Gordo
mercado futuro (BM&FBovespa) 03/12
(R$/@) Indicadores Eslaq / BM&F Bovespa boi Gordo
vencimento
fechamento
Diferença do dia anterior
Mar/12
93,65
-0,80
data
à vista
A prazo
Abr/12
93,00
-1,00
02/03
94,97
96,00
Mai/12
93,02
-0,61
05/03
94,81
95,69
06/03
94,41
95,64
Fonte: BeefPoint
Fonte: BeefPoint
preços do leite
(R$/L)
cotações do leite cru preços pagos ao produtor SP
PR
0,8201
0,9395
0,8770
0,8962
0,8225
0,9397
Nov/11
0,8606
0,7665
Dez/11
0,8400
Jan /12 Fev / 12
GO
BA
SC
0,9240
0,7615
0,8747
0,8692
0,9326
0,7482
0,8812
0,9208
0,8594
0,8769
0,7431
0,8354
0,8037
0,8969
0,8430
0,8565
0,7566
0,8435
0,8220
0,8083
0,8733
0,8385
0,8396
0,7408
0,8269
0,8388
0,8286
0,8681
0,8355
0,8480
0,7353
0,8338
R$/litro
MG
Set/11
0,9065
Out/11
RS
Fonte: Cepea - Esalq/USP
34
Fev / Mar Agosto 2011 12
mão na massa
Hidroponia pode ser solução para cultivo em ambientes pequenos Projeto do Dr Jorge Barcelos
Foto: Lab Hidro
da LabHidro da Universidade Federal de Santa Catarina - Retirado do Site Ciclo Vivo
Preparo da solução: Colocar um pouco de água potável
nas cinco garrafas PET e adicionar um saquinho de adubo em cada uma delas. Para dissolver completamente, feche a garrafa e agite bem. A seguir, complete todas as garrafas com água potável (5L no total). As garrafas devem ser armazenadas em local totalmente protegido da luz.
A
hidroponia é a ciência que cultiva plantas sem a necessidade de solo (substrato). As raízes ficam embebidas em água da qual recebe uma solução com nutrientes essenciais, em quantidade necessária para o desenvolvimento saudável do vegetal. Material:
- 1 pote de sorvete de dois litros (com tampa); - 6 garrafas PET de cinco litros (uma para recortar e cinco para dissolver os nutrientes); - 1 rolo de fita adesiva aluminada, bem reflexiva; - 1 medidor de 10 mL; - 1 kit de adubo; - 1 muda de alface (adquirida em agropecuária. Mas, é possível comprar a semente de alface e fazer a própria muda em casa).
Como adicionar a solução nutritiva e a muda: Encha o pote de sorvete até a metade com água potável. Retire com o medidor 10 mL de cada garrafa (solução) e adicione no pote de sorvete. Lembrando que o medidor deverá ser lavado antes de retirar do próximo. Feche o pote e em seguida pegue o funil com tampa, coloque a muda no orifício e encaixe o bico da garrafa na tampa do pote. Complete com água potável até que encoste na base da tampa do funil, o ideal é que ultrapasse a base da tampa cerca de 2 mm. Mantenha a planta protegida da chuva e sempre exposta ao sol. Elas precisam de horas de exposição, se isso não acontecer ou ficar a meia sombra a muda poderá atrofiar e não se desenvolver. Manutenção da muda: Cerca de seis dias depois o nível
da solução com nutrientes começa a baixar, então é necessário fazer a reposição (adicionar mais solução), para isso a maneira mais prática de fazer é deixar preparada e misturada em um balde com tampa e protegido da luz. Retire Método: Faça uma abertura na tampa do pote de sorvete do ta- com uma caneca a quantidade de solução suficiente para manho da tampinha da garrafa de cinco litros. Em seguida pegue completar o nível do pote de sorvete. uma garrafa PET e recorte a parte superior, para fazer um funil de 4 cm de altura. Na tampinha faça duas aberturas, deixando uma *Exemplo de preparo da mistura: em um balde 20L parte intacta no meio para que a raiz não caia. Envolva todo o complete 19,5L de água + 100 mL de cada adubo = 20 L pote de sorvete, inclusive a tampa, com a fita adesiva aluminada. de mistura. Feche o pote de sorvete e encaixe o funil na abertura. Fev / Mar 12
35
emater
Instrução Normativa 62 IN62, do mapa entra em vigor O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento revisou a IN51 de 2002, que contém as normas de produção, qualidade e transporte do leite, através da publicação da IN62
A
IN51 implantada em 2002, constitui a legislação sanitária do Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite, vem de maneira gradual implantando padrões para a redução dos limites permitidos de Contagem Bacteriano Total – CBT e da Contagem de Células Somáticas - CCS. Nos nove anos de sua implantação, foram alcançados resultados muito positivos nestes parâmetros, mas devido principalmente a falta de infraestrutura, tais como: energia elétrica nas propriedades e estradas rurais para o escoamento da produção e também na capacitação dos produtores nas boas práticas de manejo e de controle sanitário, os produtores não alcançaram os padrões de qualidade definidos nesta IN. Devido estes acontecimentos e com base em estudos da EMBRAPA Gado de Leite e no histórico dos programas de qualidade dos laticínios, foi publicada no Diário Oficial da União a Instrução Normativa 62 – IN62, no dia 30 de dezembro de 2011, onde sua principal regra já começa a ter validade à partir o dia 1º de janeiro de 2012, quando os
Índice Medido
(por propriedade ou por tanque comunitário)
Marcelo Bomfim
Coordenador Regional de Bovinocultura – UREGI Guanhães – EMATER MG Eng° Agrônomo Especialista em Bovinocultura de Leite
produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão novos limites para a Contagem Bacteriana Total – CBT e Contagem de Células Somáticas – CCS. Todos estes estudos e análises históricas chegam à conclusão, que reflete um consenso de toda a cadeia produtiva do leite, levando em consideração o pedido de produtores que não conseguiram cumprir o prazo para a redução dos limites previstos na IN51, mesmo com o esforço dos produtores, laticínios e as empresas de extensão públicas e particulares. Os novos índices e prazos determinados pela IN62 estão descritos na tabela abaixo. Esta normativa também incrementa o texto original, complementando o controle sanitário de brucelose e tuberculose, além de normatizar itens não esclarecidos no texto original, como a obrigatoriedade da realização de análise para pesquisa de resíduos de inibidores e antibióticos no leite e outras lacunas observadas nestes nove anos de execução da legislação.
A partir de 01.7.08 Até 31.12. 2011 Regiões: S / SE / CO
A partir de 01.01.12 até 30.6.2014 Regiões: S / SE/ CO
A partir de 01.7.14 até 30.6.16 Regiões: S / SE / CO
A partir de 01.7.16 Regiões: S / SE / CO
A partir de 01.7.10 até 31.12.12 Regiões: N / NE
A partir de 01.01.13 até 30.6.15 Regiões: N / NE
A partir de 01.7.15 a 30.6.2017 Regiões: N / NE
A partir de 01.7.17 Regiões: N / NE
750.000
600.000
300.000
100.000
750.000
600.000
500.000
400.000
CBT
Contagem Padrão em Placas (CPP), expressa em UFC/mL (mínimo de 01 análise mensal, com média geométrica sobre período de 03 meses)
CCS
Contagem de Células Somáticas (CCS), expressa em CS/mL (mínimo de 01 análise mensal, com média geométrica sobre período de 03 meses)
36
Fev / Mar 12
ima
Mosca Negra dos Citros nova ameaça para a fruticultura brasileira
Marcelo de Aquino Brito Lima
Imagem Ilustrativa
Fiscal Estadual Agropecuário Coordenadoria Regional do IMA – Governador Valadares
A
mosca negra dos citros (Aleurocanthus Woglumi) é um inseto picador – sugador. O dano causado pela mosca ocorre quando ela suga as folhas tanto na fase jovem como na adulta, alimentando-se de grandes quantidades de seiva da planta e causando definhamento lento até sua morte. Além disso, ela excreta gotículas açucaradas sobre as folhas, local excelente para o desenvolvimento do fungo, chamado fumagina, que recobre a folha inibindo sua respiração e a fotossíntese, a alta concentração da fumagina interfere na formação dos frutos, prejudicando a produção e diminuindo o valor comercial do produto entre 20% a 80%. O inseto pode ser encontrado durante todo o ano, entretanto a sua reprodução é baixa nos meses mais frios. Os ovos são depositados em espiral sobre as folhas, em grupos de 35 a 50. A eclosão se dá em quatro a doze dias, dependendo do clima. As fêmeas podem gerar 100 ovos durante a vida. As ninfas são ativas de coloração negra, achatadas e com seis pernas. Elas se movem por um curto período de tempo, principalmente na face inferior das folhas para evitar a radiação solar. Em pouco tempo inserem seu aparato bucal nas folhas e começam a succionar a seiva. Elas perdem as pernas no processo de mudança de pele. Após três estágios de ninfa, transformam se em adultos. Fêmeas e machos têm asas. No Brasil foi encontrada em meados de julho de 2001, na região metropolitana de Belém, no Estado do Pará. Há registro da praga no Norte de Minas Gerais.
A disseminação da praga pode ocorrer por transporte de material vegetal, principalmente de plantas ornamentais, realizada pelo homem e/ou carregada pelo vento. Uma vez introduzida em novas regiões, a disseminação pode ocorrer pelo voo do adulto, que é capaz de voar até 187 m em 24 horas. A mosca está presente nos estados do Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás e São Paulo. Com base na Portaria IMA nº 936, de 02 de Outubro de 2008, na Lei Federal 10.711/2003 e no Decreto Federal 5.153/2004, o Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA no ato do transporte exige documento sanitário chamado PTV (Permissão de Trânsito Vegetal) que é obrigatório para a entrada, o trânsito e o comércio de frutas, flores de corte e mudas. As espécies ou cultivares que necessitam da documentação sanitária relacionada acima são: abacate, álamo, amora, ardísia, bananeira, buxinho, café, caju, carambola, cherimóia, citros, dama da noite, gengibre, goiaba, graviola, grumixama, hibisco, jasmim manga, lichia, louro, mamão, manga, maracujá, marmelo, pêra, pinha, romã, rosa, sapoti e uva. O IMA alerta que está proibida a produção, o comércio e o trânsito de mudas e plantas de MURTA em Minas Gerais, de acordo com a Portaria IMA nº 937, de 02 de outubro de 2008, pois a mosca negra se hospeda nesta planta. Ao constatar algum sintoma da praga o produtor deve procurar o escritório do IMA, mais próximo de sua propriedade, para que um técnico do Instituto faça a inspeção da lavoura.
Fev / Mar 12
37
idaf
Idaf orienta sobre obrigatoriedade da Guia de Trânsito Animal Francine Castro
Assessoria de Comunicação/Idaf
O
Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) alerta para a necessidade Guia de Trânsito Animal (GTA), sempre que for necessário transportar animais nas estradas que cortam o Estado. O controle dessa movimentação é fundamental para a manutenção da sanidade animal no território capixaba. Segundo o médico veterinário Fabiano Fiuza Rangel, chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal do Idaf, o trânsito de animais é um dos grandes responsáveis pelo surgimento de doenças nos rebanhos. “A GTA permite efetuarmos esse controle, evitando a introdução de doenças que coloquem em risco a população ou causem prejuízos aos produtores e aos demais segmentos econômicos”, diz. O trânsito de animais sem a GTA implica na apreensão dos veículos transportadores, que são liberados após cumpridas todas as medidas administrativas. Os produtos e subprodutos de origem animal, como leite e derivados, pescado, entre outros, são destruídos e os animais encaminhados para abate ou sacrifício sanitário, não cabendo indenização ao proprietário, estabelecimento ou condutor, conforme prevê o Decreto Estadual nº 4.495, de 1999. Esse procedimento impede que doenças sejam disseminadas em caso de animais contaminados, tendo em vista que a ausência do documento compromete a identificação da origem desses animais. O transporte até o local de destruição dos produtos, abate ou sacrifício sanitário é de responsabilidade de seus condutores ou proprietários. O médico veterinário explica, ainda, que em caso de focos de doenças de notificação obrigatória, como febre aftosa e influenza aviária, é necessária a adoção de medidas de proteção, como a restrição de trânsito – não apenas de animais, mas também de pessoas e produtos, o que levaria a um grande impacto econômico e social no Estado. “O Espírito Santo é um dos poucos habilitados a exportar para a União Europeia. Caso o Estado seja atingido por alguma doença, pode ocorrer a restrição da exportação de produtos agrícolas 38
Fev / Mar 12
e minerais, que tem representação significativa para a economia estadual”, conclui Fabiano Fiuza. Para obter a GTA, os proprietários devem procurar o escritório do Idaf em seu município, munido do documento de identificação e da ficha de produtor. O documento é obrigatório para todas as espécies animais, com exceção de cães e gatos. Guia de Trânsito Animal (GTA)
A GTA é o documento oficial e obrigatório que autoriza o trânsito intra e interestadual de animais destinados a cria, engorda, reprodução, abate e participação em eventos. A movimentação de bovinos, bufalinos, suídeos, ovinos, caprinos, equídeos, aves e outros animais domésticos, ornamentais ou domesticados com finalidade comercial ou não, no território do Espírito Santo, só é permitida mediante apresentação de Guia de Trânsito Animal. A GTA também é utilizada na rastreabilidade de animais vivos, por isso, deve ser emitida uma guia para cada origem e para cada destino. O documento deve ser arquivado durante cinco anos, pois, em caso de problemas sanitários que exijam a comprovação de origem dos animais adquiridos, o produtor poderá sofrer restrições no que diz respeito a futuras indenizações. Fique atento
• Só transporte animais com documento sanitário – GTA; • Para emitir a GTA, tanto o vendedor quanto o comprador devem estar devidamente cadastrados no Idaf; • Mantenha atualizada a população de animais de sua propriedade, evitando o bloqueio automático pelo sistema na emissão de GTA por falta de saldo; • Lembre-se: todo animal transportado com documentação sanitária atualizada representa lucro para o seu proprietário, credibilidade para quem transporta ou compra e segurança para todos.
Adab
Ação de carrapaticidas sobre boophilus microplus no município de Lauro de Freitas - Bahia F. S. Julião - Bolsista FAPESB L. S. Pinto - UNIME/IUNI S. A. F. Guimarães - Bolsista CNPq A. R. P. L. Bautista - EBDA F. M. Rodrigues - EBDA J. R. L. Ribas - UNIME/IUNI; ADAB R. P. Noronha - ADAB Contato: juliaofs@yahoo.com.br
Resultados
Introdução
Apenas no grupo controle e no testado com Amitraz houve postura, que foi recolhida em tubos de ensaio vedado com algodão, após 20 dias de observação. A eclosão só ocorreu no grupo controle e pode ser observada a partir do vigésimo sexto dia do ensaio. Os produtos testados são comumente usados nesta região no controle de carrapatos através de banhos/imersão, no entanto, pode-se observar longevidade inesperada nos espécimes testados com Amitraz, que aliado a capacidade de postura, parcial e infértil, nos indica a diminuição do efeito Objetivo Avaliar a ação de carrapaticidas comerciais co- esperado destes produtos no controle de carrapatos B. mumente usados no município de Lauro de Freitas, microplus, mesmo usando uma concentração duas vezes Bahia, no controle do carrapato Boophilus microplus maior que a recomendada pelo fabricante. nas criações de bovinos deste município. Imagens Ilustrativas
O Boophilus microplus é o principal carrapato que parasita os bovinos causando grandes perdas econômicas como mortalidade, diminuição da produção de leite, baixa qualidade do couro, aumento do custo de produção, além de poderem transmitir a Tristeza Parasitária Bovina. O uso de carrapaticidas no controle de carrapatos no Brasil é frequente e devido ao uso inadequado tem sido evidenciado o aparecimento de resistência.
Metodologia
Postura de Teleóginas
Conclusão
A associação comercial (Cipermetrina, Clorpirifóse Citronela), utilizada na concentração recomendada pelo fabricante demonstrou excelente efeito sobre os carrapatos estudados. Apoio Financeiro
Teleóginas de Boophilus Microplus
Teleóginas imersas em solução carrapaticida
CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) Fapesb (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia) Fev / Mar 12
39
aconteceu
Desenvolvimento sustentável torna-se tema principal em Conferência A promoção do desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, através da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), e o respeito à diversidade social receberam atenção especial, nos grupos de trabalho, durante a I Conferência Territorial de Ater do Semiárido Nordeste II, realizada no dia 29 de fevereiro. Representantes do poder público e da sociedade civil reuniram-se no Centro Diocesano, em Cícero Dantas, para construir propostas que serão apresentadas por representantes do Território na I Conferência Estadual de Ater (Ceater), marcada para acontecer entre 14 e 16 março, em Salvador.
A conferência foi promovida pela gerência de Ribeira do Pombal da EBDA, órgão vinculado à Secretaria da Agricultura (Seagri), junto com a Comissão Territorial e entidades de prestação de Ater do Território. Participaram representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), dos poderes executivo e legislativo dos municípios, dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STRs), da Pastoral Rural, de associações e cooperativas agrícolas, além de agricultores familiares, quilombolas e indígenas. (Fonte: EBDA/Assimp)
Foto: Lidiane Dias
Programa Agrominas
Denner Esteves Farias apresenta a novidade para os produtores rurais
No dia 06 de fevereiro houve a apresentação do Programa Agrominas durante o Café Rural que aconteceu no Sindicato dos Produtores Rurais de Governador Valadares. O momento foi promovido pela Minas Leilões e Eventos, Revista Agrominas e TV Leste / Record. A Revista Agrominas, que no mês de março completa dois anos, lança no próximo mês um programa televisivo, onde os nossos leitores poderão conferir na TV os assuntos que antes só estavam impressos na revista. Os produtores rurais da cidade puderam conhecer um pouco mais da novidade lançada pelo diretor da Minas Leilões e Revista Agrominas, Denner Esteves Farias. “O programa é extremamente importante. Mais uma forma de divulgação e com uma abrangência muito maior”, acredita o produtor rural e vice-presidente da União Ruralista Rio Doce, Reginaldo Vilela. Para o produtor rural e Presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Leste Mineiro, José Oton Prata de Castro, “é preciso divulgar o agronegócio e essa é uma ótima oportunidade. Infelizmente pouca gente lê e na televisão você pode ver e ouvir”. 40
Fev / Mar 12
Accoba e Governo do Estado lançam Programa de Melhoramento Genético dos Rebanhos Caprinos e Ovinos da Bahia A Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia (Accoba), junto com o Governo do Estado, lançaram, no dia 05 de março, o Programa de Melhoramento Genético dos Rebanhos Caprinos e Ovinos da Bahia (Pró-Berro). A cerimônia ocorreu em Salvador, com a presença de diversos criadores, além de autoridades como o Secretário de Agricultura, Eduardo Salles e do Diretor de Desenvolvimento da Pecuária, Luiz Miranda. Também estiveram presentes superintendentes do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste, além de diretores da Accoba. O programa tem o objetivo de financiar, nos próximos quatro anos, a aquisição de 10 mil reprodutores geneticamente melhorados. O prazo de financiamento será de 24 meses, incluindo a carência de até seis meses e juros de 6% ao ano, com deferimento de ICMS para aquisição de reprodutores. A aquisição dos animais ocorrerá durante as exposições ranqueadas pela Accoba, (como ExpoCoité, ExpoIrecê e Fenagro) e em outros eventos chancelados pela entidade. (Fonte: Viva Comunicação Interativa)
Reunido no dia 28 de fevereiro em Porto Velho, Rondônia, o Conselho Nacional dos Secretários de Agricultura, Conseagri, decidiu encaminhar ofício aos Ministérios da Justiça, Defesa, Agricultura e Casa Civil, solicitando a inclusão da defesa agropecuária nas operações das Forças Armadas, e Sentinela, realizadas pela PF, com o objetivo de reforçar a defesa sanitária nas fronteiras. Os estados do Acre, Rondônia, Amapá, Roraima, Amazonas e Pará fazem fronteira com o Peru, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, países onde existem mais de uma centena de pragas que podem migrar para o Brasil, estando entre elas doenças graves como a Monilíase do Cacaueiro, mais devastadora que a vassoura-de-bruxa; a Mosca da Carambola, uma das mais destrutivas dos frutos carnosos, atacando mais de 30 espécies de fruteiras de importância econômica; o Acaro Vermelho das Palmeiras, que agride o coco, banana, dendê e Palmito, e a Sigatoka Negra, que pode prejudicar muito a cultura da banana, dentre outras. Em recente declaração à imprensa, o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, anunciou que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica terão como prioridade, nos próximos 20 anos, a defesa da Amazônia, das fronteiras brasileiras e da chamada Amazônia Azul (águas jurisdicionais brasileiras). “Nós desejamos a participação das Forças Armadas na construção desse escudo protetor que estamos articulando com os secretários dos Estados do Norte de País, visando evitar que o Brasil sofra incalculáveis prejuízos econômicos e sociais”, afirma o presidente do Conseagri, o engenheiro agrônomo Eduardo Salles. (Fonte: Ascom Seagri)
Sob novas direções O médico veterinário e fiscal federal agropecuário aposentado Ênio Antônio Marques Pereira foi nomeado para conduzir a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A nomeação do dirigente foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), do dia 2 de março. Paulistano, Marques – com mais de 40 anos de dedicação profissional ao Mapa –, já ocupava o cargo de secretário substituto desde a exoneração de Francisco Sérgio Ferreira Jardim, nomeado como assessor especial do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, no dia 15 de fevereiro. Antes de assumir a pasta, ele atuava como diretor de Programas da SDA e tinha exercido a função de secretário de Defesa Agropecuária em duas ocasiões: de 1992 a 1993, e de 1995 a 1999. Já no dia 7 de março, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro Filho, deu posse ao novo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos. O ministro salientou durante a solenidade que cobrará da Conab parâmetros de excelência. Mendes Ribeiro Filho lembrou que o contrato de gestão da empresa foi assinado para alcançar o fortalecimento da agricultura brasileira. (Fonte: Com informações da ASCOM MAPA)
Arranjos produtivos na tríplice fronteira serão debatidos em 2013 Foto Divulgação
Secretários de Agricultura querem Forças Armadas, PF e Funai como parceiras na defesa agropecuária
Ênio Bergoli (Secretário da Agricultura do Estado do Espírito Santo), Nabih El Aouar, Marília Coser, Otacílio Coser e Carlos Alberto Macedo.
Representantes do poder público, terceiro setor e iniciativa privada acreditam na criação de uma “zona produtiva distinta” para fortalecer atividade agrícola, florestal e pecuária emergente. A 2ª edição do Simpósio Integração Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia de Pecuária Bovina (SIPB) deu mais um passo na direção de criar uma política agrossilvipastoril regional da tripla fronteira. Realizado no Lions Clube em Nova Venécia (ES), entre os dias 2 e 3 de março, teve a participação de 700 simposiastas. Três aspectos foram destacados durante o evento: a importância da produção pecuária bovina nas três fronteiras, a implantação de sistemas silvipastoris como alternativa de negócio e a aplicação do Plano ABC do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) visando perspectivas de remuneração por serviços ambientais. Ficou para 2013 a discussão sobre o formato ideal para esse arranjo produtivo na tríplice fronteira. Criado para ser itinerante – o próximo encontro ano que vem acontecerá na Bahia – o SIPB é considerado o embrião de uma espécie de “PAC” regional para fortalecer o setor. Até o momento cinco cidades baianas já fizeram solicitação oficial para sediarem o 3º Simpósio Integração: Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Itamarajú, Itanhém e Mucuri. Para Nabih Amin El Aouar, presidente no 1º e 2º SIPB, existe uma grande expectativa de avançar o debate para aspectos econômicos práticos. “Nosso desafio para o próximo simpósio é aproximar o discurso técnico-científico na prática e na realização de negócios na ponta produtiva”, avalia Nabih. (Fonte: ContatoCom)
Fev / Mar 12
41
Cascudinho com Purê de Bananas culinária
por Beto Madalosso no site Chef TV
Imagem ilustrativa
Ingredientes
• 500 g de Cascudinho • 6 bananas da terra • 50 ml de Leite de coco • 1 ovo • Farinha de trigo • Farinha de rosca • 50 g de Manteiga • 100 g de Amêndoas laminadas La Violetera • 1 Limão tahiti • Sal e Pimenta do reino (a gosto) • Óleo de soja
Em uma frigideira derreta a manteiga e acrescente as amêndoas até dourarem. Inicie o preparo assando as bananas da terra (com as cascas) em forno médio por 15 minutos. Tempere o peixe com Montagem limão, sal e pimenta do reino a gosto. Empane o Cascudinho Sirva uma porção de Purê de Banana com dois Cascudiseguindo a sequência: farinha de trigo/ovo/farinha de rosca, renhos empanados, regados com as amêndoas torradas e raspetindo o ovo/farinha de rosca. Frite os peixes em imersão até dourarem e leve ao forno por 5 minutos para terminar de assar. pas de limão Tahiti. Purê de banana: retire a casca das bananas assadas, bata Tempo de Preparo: 45 minutos em um mixer junto com o leite de coco, caso não tenha um Dificuldade: Média mixer, amassar as bananas com um garfo. Modo de Preparo
Envie a sua receita para a Revista Agrominas jornalismo@revistaagrominas.com.br
42
Fev / Mar 12
Classificados
Fev / Mar 12
43
44
Fev / Mar 12