Pará+ 257

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DA AMAZÔNIA EDIÇÃO 257 BELÉM-PARÁ WWW.PARAMAIS.COM.BR R$ 19,99 ISSN 16776968 7 71677 69 6 124 97 5200
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ÍNDICE

EDITORA CÍRIOS

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Carol Menezes, Denise Soares, Evaldo Júnior, Joyce Assunção, Luciana Constantino, Pedro Peduzzi, Ronaldo G. Hühn, Siang Kim Chia, Victor Miranda, Yi Wang; FOTOGRAFIAS: Ascom Comus, Ascom Semma, Bruno Cecim / Ag.Pará, Camila Dias/ Agência BelemTur, Connected Smart Cities, Goddard, Institute for Space Studies, Janaina Arrielo/Agencia BelemTur, JoyceFerreira/Agência Belém, João Gomes/NIS Comus, Mácio Ferreira/Agência Belém, Marco Santos/Agência Pará, NASA Earth Observatory por Lauren Dauphin, NASA Goddard, OMM, Pedro Guerreiro / Ag.Pará, PlaneMad, Ricardo Stuckert/PR, Universidade de York, Unsplash, Wikipedia Commons; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios

* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

CAPA

PARÁ É EXEMPLO DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE CACAU

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USANDO O SOLO PARA FAZER ARTE

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Declaração de Belém 06

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Coalizão Verde para o desenvolvimento sustentável e econômico da Amazônia

Gestores de países da Pan-Amazônia destacam o potencial de Belém para grandes 14

Portos da Região Norte conquistam reconhecimento em premiação 22

Plásticos reciclados tornam o asfalto mais durável 32

Fórum das

Ilha do Combú. Foto: Osmarino Souza

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EDIÇÃO 257 - AGOSTO - 2023
NESTA
POR FAVOR RECICLE
ESTAREVISTA
Cidades se encerrou com divulgação da Carta de Belém 07 Belém selecionada para nova fase do programa de Transformação Digital de Cidades Brasileiras 15 Grupos de Trabalho e debates ambientais iniciaram ‘Diálogos Amazônicos’ em Belém 13 Abraçando a mentalidade verde para combater a mudança climática 28 Julho de 2023 foi o mês mais quente já registrado 34 16 08 05 EM BUSCA DO MAIOR PEIXE DE ÁGUA DOCE DO MUNDO “DIÁLOGOS” COMEÇARAM A LEVAR A VOZ E AS DEMANDAS DA AMAZÔNIA ALÉM DE SUAS FRONTEIRAS FÓRUM DAS CIDADES AMAZÔNICAS INICIA EM BELÉM PARA DAR VOZ AOS POVOS DA REGIÃO Para receber edições da Pará+ gratuitamente é só entrar no grupo bit.ly/ParaMaisAssinatura ou aponte para o QR Code

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Declaração de Belém

Os presidentes dos países amazônicos divulgaram o documento que consolida a agenda comum entre os oito países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a região

Adeclaração, assinada durante o primeiro dia da Cúpula Amazônica, apresenta os pontos consensuais de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, tendo por base “aportes da sociedade civil” destacados durante o Seminário sobre Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, que ocorreu no mês de maio em Brasília, e de órgãos do governo federal.

A Declaração de Belém contém 113 objetivos e princípios transversais, compromissados pelos países signatários. A OTCA exercerá papel central na execução da nova agenda de cooperação amazônica. Coube ao governo brasileiro, na condição de anfitrião da Cúpula, apresentar um texto-base, posteriormente analisado e ajustado pelos demais países.

Compromissos

Entre os compromissos apresentados, está a adoção de princípios transversais para a implementação da Declaração, “os quais incluem proteção e promoção dos direitos humanos; participação ativa e promoção dos direitos dos povos indígenas e das comunidades locais e tradicionais; igualdade de gênero; combate a toda forma de discriminação; com base em abordagem intercultural e intergeracional”.

O documento expressou também a necessidade urgente de conscientização e cooperação regional para evitar o chamado “ponto de não retorno” na Amazônia – termo usado por especialistas para se referir ao ponto em que a floresta perde sua capacidade de se autorregenerar, em função do desmatamento, da degradação e do aquecimento global.

Os oito presidentes assumiram o compromisso de lançar a Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento, a partir das metas nacionais, como a de desmatamento zero até 2030. A Declaração de Belém prevê, ainda, a criação de “mecanismos financeiros de fomento do desenvolvimento sustentável, com destaque à Coalizão Verde,

O governo brasileiro se comprometeu a instalar o Centro de Cooperação Policial Internacional em Manaus para a integração entre as polícias dos oito países. Está previsto também o estabelecimento de um Sistema Integrado de Controle de Tráfego Aéreo para combate ao tráfego aéreo ilícito, o narcotráfico e outros crimes na região.

No âmbito da OTCA, está prevista a criação de algumas instâncias. Entre elas, o Mecanismo Amazônico de Povos Indígenas; o Painel Técnico-Científico Intergovernamental da Amazônia, que contará com as participações governamentais, de pesquisadores, da sociedade civil, bem como dos povos indígenas e de comunidades locais e tradicionais.

Ainda entre as instituições criadas está um observatório da situação de defensores de direitos humanos, do meio ambiente e de povos indígenas, para identificar

financiamento e melhores práticas de proteção dos defensores; o Observatório de Mulheres Rurais para a Amazônia, para fortalecer a mulher empreendedora rural; o Foro de Cidades Amazônicas; a Rede de Inovação e Difusão Tecnológica da Amazônia, com foco no desenvolvimento regional sustentável; e a Rede de Autoridades de Águas, para aperfeiçoar a gestão dos recursos hídricos entre os países.

Leia a íntegra da Declaração divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro www.bit.ly/47qkEAp

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(*) Agência Brasil << Texto *Pedro Peduzzi Fotos Ricardo Stuckert/PR que congrega bancos de desenvolvimento da região”. Presidente Lula durante reunião com a Secretária-Geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), María Alexandra Moreira López

Fórum das Cidades se encerrou com divulgação da Carta de Belém

Fundada em 2008, a Portal Agro é fruto do sonho e da experiência de quem sempre viveu no campo. Com um profundo amor pela agricultura e uma visão clara do potencial produtivo da região Norte do país, os irmãos, Gilberto (47) e Gilson Maraschin (41), nascidos e criados na cidade de Medianeira, no Paraná, embarcaram juntos em uma jornada que, desde o início, tem como objetivo oferecer serviços agropecuários e soluções tecnológicas para pequenos, médios e grandes produtores do Pará, possibilitando a eles o acesso fácil e confiável aos melhores insumos disponíveis no mercado.

A carta foi assinada pelos gestores participantes do Fórum e a leitura do documento foi feita pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues. Ele destacou os principais pontos, que têm o objetivo de criar um fórum permanente entre os prefeitos da região, dentro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), para debaterem de forma livre o desenvolvimento da Amazônia.

Destaques

O conteúdo da carta destaca também, as peculiaridades da região, a participação ativa dos governos locais e da população para o crescimento sócio econômico e sustentável da Amazônia. “Amazônia é povo, são 30 milhões de pessoas. É uma região rica em biodiversidade. A criação de fórum permanente dentro da estrutura da OTCA é a principal proposta do documento, para que os prefeitos da Amazônia brasileira e

internacional possam dialogar e debater livremente políticas sustentáveis”, afirmou o prefeito Edmilson Rodrigues.

Além disso, o prefeito de Belém também entregará a carta aos presidentes dos oitos países da amazônicos, que participarão da Cúpula da Amazônia, nos próximos dias 8 e 9, na capital paraense.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva e o secretário Especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal, André Ceciliano, também participaram do segundo dia do Fórum das Cidades Amazônicas.

“O intuito que é nossas cidades da Amazônia possam ser ouvidas.

É muito importante discutimos o clima, o desmatamento e biodiversidade, mas não devemos esquecer que a grande população da região vive em áreas urbanas. Precisamos ouvir os prefeitos e, a partir da carta, fazer com que o Fórum se fortaleça e suas decisões sejam levadas à frente para implementação de políticas públicas”, explicou o ministro das Cidades, Jader Filho.

Construção

A Carta de Belém foi construída por mais de 20 prefeitos e prefeitas de cidades da Amazônia brasileira e internacional durante o Fórum das Cidades, que tratou da estruturação e organização urbana em cidades com especificidades amazônicas, desenvolvimento sustentável, bioeconomia, fronteiras, gestão territorial e financiamento para projetos.

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Texto *Victor Miranda Fotos Camila Dias/ Agência BelemTur, João
Gomes/NIS Comus
O Fórum das Cidades Amazônicas se encerrou com a assinatura da Carta de Belém, construída pelos prefeitos e prefeitas da Amazônia brasileira e internacional, que é composta por Brasil, Bolívia, Peru, Guiana, Equador, Peru, Venezuela e Suriname
Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, lendo a Carta de Belém, elaborada pelos prefeitos da Amazônia brasileira e internacional O documento foi entregue pelo prefeito Edmilson Rodrigues aos ministros das Relações Institucionais, Alexandre Padilha e das Cidades, Jader Filho A Carta de Belém propõe o crescimento socioeconômico e sustentável da Amazônia e a criação de um fórum permanente entre os prefeitos para integrar a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica

Fórum das Cidades Amazônicas inicia em Belém para dar voz aos povos da região

Prefeitos, prefeitas e outras autoridades de cidades da Amazônia Legal estiveram reunidos no Centro de Convenções e Feiras da Amazônia (Hangar), no Fórum das Cidades Amazônicas, para realizar um debate amplo sobre a região e propor políticas públicas para a maior floresta tropica l do mundo

Mais de 15 instituições estão envolvidas na organização do evento, entre elas, a Prefeitura de Belém. Durante coletiva de imprensa, o prefeito da capital

Anfitrião do Fórum das Cidades, que aconteceu no Hangar, o prefeito Edmilson Rodrigues informa que do evento vai sair a Carta de Belém, para ser apresentada na Cúpula da Amazônia

paraense, Edmilson Rodrigues, destacou o que significa o encontro ao povo amazônida.

“A Amazônia, que é floresta, é uma biodiversidade, também é o povo. Somos ainda uma região urbanizada, que necessita de políticas públicas específicas.

Então, este evento vai mostrar isso, na expectativa do encerramento dos debates ser redigida a Carta de Belém, onde vão estar os anseios das cidades amazônicas para que seja apresentada à Cúpula da Amazônia”, destacou o prefeito Edmilson Rodrigues.

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Fotos Mácio Ferreira/Agência Belém

A iniciativa do evento é da Prefeitura de Belém, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), e em coordenação com o Governo do Estado do Pará, a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SRI/PR), Ministério das Cidades (MCID), Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima (MMA), Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará (Famep) e Governos Locais pela Sustentabilidade (Iclei).

Prefeitos,

No evento, prefeitos da Amazônia Brasileira estão presentes para somarem com a elaboração das políticas públicas, com apoio da Frente Nacional de Prefeitos, uma das articuladoras da participação das cidades que compõem a região amazônica, que conta com prefeitos e seus representantes unidos para o desenvolvimento local.

O Governo Federal, que também faz parte da organização do evento, acompanha os debates no Fórum representado pelo Ministério das Cidades, com o secretário Nacional do Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, Carlos Tomé; e pelo titular da Secretaria de Assuntos Federativos da Presidência da República, André Luiz Ceciliano.

“O mundo está olhando para a Amazônia e a gente precisa ouvir os prefeitos da região, para apresentar soluções de políticas públicas adequadas. A Amazônia não é o problema, é a solução”, enfatizou Ceciliano.

Ao todo, oito países da América Latina participam do evento. A prefeita de Artures, na Venezuela, Mirabal Yamilet, ressaltou a diversidade de povos que acompanham os debates realizados no encontro, principalmente os dos indígenas, que, segundo ela, só enriquecem por apresentarem outros olhares para soluções de problemáticas da região.

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A abertura do Fórum das Cidades da Amazônia, no Hangar, ocorreu com a participação de representantes do governo federal, de cidades brasileiras e de países que fazem parte da região A prefeita de Artures, na Venezuela, Mirabal Yamilet, ressaltou a diversidade de povos que acompanham os debates realizados no Fórum e destaca a participação dos indígenas Carlos Lazary diz que a OTCA foi criada para juntar os oito países no esforço de cooperação, para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia em todas as suas vertentes: meio ambiente, saúde, recursos hídricos e povos indígenas prefeitas e outras autoridades de cidades da Amazônia Legal estiveram reunidos no Centro de Convenções e Feiras da Amazônia (Hangar) no Fórum das Cidades Amazônicas

“Diálogos” começaram a levar a voz e as demandas da Amazônia além de suas fronteiras

O evento foi o início da preparação para a COP 30, a conferência sobre mudanças climáticas, e coloca o bioma amazônico e sua população no centro dos debates

Belém sediou a programação

“Diálogos Amazônicos”, o primeiro grande evento internacional na capital paraense nos últimos 14 anos, desde a última reunião da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). O evento reúne iniciativas da sociedade civil com o objetivo de formular novas estratégias para a região. As atividades, que ocorrem no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, foram abertas oficialmente diante de autoridades dos governos federal e estadual, e milhares de participantes. O evento é preparatório à 30ª Conferência das Partes (COP 30), que trata sobre mudanças climáticas, e será realizada na capital paraense em 2025.

“Diálogos Amazônicos” é um evento que integra a programação da Cúpula da Amazônia, que ocorrerá nos dias 8 e 9, também no Hangar, e seus resultados serão apresentados por representantes da sociedade civil aos líderes reunidos na Cúpula. São esperados todos os presidentes dos países que compõem a OTCA - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. A atriz e cineasta paraense Dira Paes falou na abertura, em meio a danças apresentadas por povos tradicionais.

Ainda na solenidade de abertura, o governador Helder Barbalho (MDB) recebeu de duas indígenas uma pintura.

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Governador Helder Barbalho: é preciso “ouvir as vozes do nosso povo” Durante a abertura dos “Diálogos Amazônicos” Autoridades presentes à abertura solene do evento, primeiro grande evento internacional na região após 14 anos Texto *Carol Menezes Fotos Marco Santos/Agência Pará

Ele estava acompanhado da vice-governadora Hana Ghassan; do ministro das Cidades, Jader Filho; do ministro do Turismo, Celso Sabino; do senador Beto Faro; da deputada federal Elcione Barbalho; do presidente da Assembleia Legislativa do Pará, deputado Francisco Melo (Chicão) e da primeira-dama do Estado, Daniela Barbalho.

O governador ressaltou que é motivo de orgulho Belém ser, em 2025, a capital do mundo nas discussões sobre mudanças climáticas.

“A partir do ‘Diálogos Amazônicos’ chamamos a todos aqueles que debatem a Amazônia e falam sobre nós para que possam, com os pés no chão, ouvir as vozes do nosso povo, conhecer um povo lutador e que deseja ser escutado na construção de

uma sociedade melhor; uma região sustentável, próspera a partir da integração do maior bioma tropical do planeta aos seus 30 milhões de habitantes. Que tenhamos propostas e ideias que cheguem a todo o planeta”, afirmou Helder Barbalho.

Esperança

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva agradeceu ao governador pela recepção e por propiciar o espaço para um encontro tão importante.

“Faz 14 anos que os países que compõem a OTCA não se reuniam. Agora, estamos aqui após tempos de ameaça à democracia, às políticas públicas e tudo o mais que permite a defesa da justiça social, do meio ambiente e dos direitos humanos, para que todos os segmentos possam fazer esse diálogo e apresentar aos presidentes da República quais são as expectativas da sociedade brasileira para aqueles que vão compor a Cúpula da Amazônia. Daqui teremos uma declaração, e há uma expectativa muito grande que seja uma declaração de esperança”, disse a ministra.

No Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, autoridades dos governos federal e estadual, e milhares de participantes Dita Paes e representantes de etnias do Pará Ministra Marina Silva: expectativas da sociedade serão apresentadas aos participantes da Cúpula da Amazônia (*) SECOM <<

Coalizão Verde para o desenvolvimento sustentável e econômico da Amazônia

Trabalhar de forma integrada e conjunta para o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico da região amazônica. Este foi o principal objetivo do Encontro Coalizão Verde, realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e bancos de desenvolvimento dos países da Bacia Amazônica, reunindo 18 instituições financeiras que atuam na região

Aabertura do evento teve a participação dos presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e do Banco de Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, representando os bancos proponentes do aglomerado financeiro.

“Hoje, unindo forças aqui, temos uma grande oportunidade de melhorar a vida das pessoas aqui, contribuindo para o desenvolvimento sustentável de toda a região. Não há forma de proteger a Amazônia sem o seu próprio desenvolvimento”, pontuou o presidente do BID, Ilan Goldfajn. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, em seu discurso afirmou que “precisamos de financiamentos dos bancos, mas também precisamos de doações dos países desenvolvidos para desenvolver a Amazônia. Queremos desmatamento zero já”.

Na cerimônia de abertura do encontro das instituições financeiras, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, sugere a criação de um escritório da

Proposta

Presente à cerimônia de abertura do evento, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, destacou a importância de ser criado em Belém um escritório da Coalizão Verde: “Diante do protagonismo da nossa cidade levantar vários debates nacionais e internacionais e

sediar em 2025 a COP-30, apresento como sugestão a criação de um escritório da Coalizão Verde para intensificarmos ações para o desenvolvimento econômico e sustentável da Amazônia”.

O encontro financeiro encerrou com a assinatura do termo de cooperação entre as 18 instituições financeiras nacionais e internacionais que integram a coalizão.

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Fotos Mácio Ferreira/Agência Belém Coalizão Verde na capital paraense O presidente do BID, Ilan Goldfajn, o encontro é uma união de forças, oferecendo oportunidade para melhorar a vida das pessoas na Amazônia Ministro Aloizio Mercadante durante a assinatura do termo de cooperação entre as 18 instituições financeiras nacionais e internacionais que participaram do encontro Coalizão Verde

Grupos de Trabalho e debates ambientais iniciaram ‘Diálogos Amazônicos’ em Belém

Participam do encontro os ministros Jader Filho, das Cidades; Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais; entre outros

Foram estabelecidos, na manhã desta sexta-feira (4), os Grupos de Trabalho “Amazônia” e “Restauração de Áreas Degradadas” para a promoção de maior cooperação em prol da urbanização sustentável da Amazônia. O governador e presidente do Consórcio Amazônia Legal, Helder Barbalho, participou da mesa do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), ponto de partida para os “Diálogos Amazônicos”, com atividades preparatórias para a Cúpula da Amazônia, nos próximos 8 e 9 em Belém

“Festejo a escuta da diversidade. Que a nossa sociedade possa estar retratada nos anseios, expectativas e soluções que possam ser aplicadas por parte do governo federal e também dos estados que compõem a Amazônia Brasileira. Este é o pontapé inicial de um conjunto de agendas que estarão acontecendo nos próximos dias em Belém e que os “Diálogos pela Amazônia” seja um palco absolutamente fundamental de envolvimento da sociedade na construção para a nossa região, de soluções sociais e ambientais”, enfatizou o governador Helder Barbalho.

Governador Helder Barbalho ao lado de autoridades públicas dos governos federal, estadual e municipal, em Belém

Governador: “os ’Diálogos pela Amazônia’ devem ser um palco de envolvimento da sociedade na construção de soluções”

O encontro contou com a presença dos ministros Jader Filho, das Cidades, Alexandre Padilha da Secretaria de Relações Institucionais, Paulo Teixeira do Desenvolvimento

Acompanhado de perto por membros da sociedade civil e autoridades

Agrário, Wellington Dias do Desenvolvimento Social e Marina Silva do Meio Ambiente.

“Esse é um desafio que o Brasil colocou para si mesmo, de sediar um dos eventos mais importantes, de uma das políticas mais desafiadoras do mundo, que é o enfrentamento da mudança do clima, que nós temos que ter ações para evitar que a temperatura se eleve acima de 1,5 graus de temperatura média da terra. Evitando eventos extremos em todo o mundo, particularmente em nosso pais”, ponderou a ministra Marina Silva.

Participação popular

O diálogo entre as autoridades foi acompanhado de perto por membros da sociedade civil e autoridades locais. Hildete Costa, moradora da capital paraense, acompanhou toda a programação. Contou que é uma grande conquista esse tipo de debate ser feito na região berço do clima mundial.

“Debater a Amazônia é extremamente importante. O mundo precisa conhecer todas as nossas problemáticas. Todo o planeta fala de carbono, mas esquecem que há pessoas morando aqui. Temos comunidades tradicionais, rios, florestas e uma enorme biodiversidade. Eu acho que é importante ouvir o que as autoridades pensam e o que elas irão fazer sobre o tema”, concluiu a historiadora.

(*) SECOM << Texto *Evaldo Júnior Fotos Bruno Cecim No Hangar Centro de Convenções & Feiras da Amazônia

Gestores de países da Pan-Amazônia destacam o potencial de Belém para grandes

A cidade de Belém foi o centro da Pan-Amazônia nos seis dias que reuniram chefes de estados, movimentos sociais, representantes dos povos tradicionais, estudiosos e ambientalistas dos países que compõem a região, nos três eventos: Fórum das Cidades Amazônicas, Diálogos Amazônicos e Cúpula da Amazônia

Representantes da Colômbia, Venezuela, Guiana, Peru, Equador e Bolívia estiveram em Belém para debater, buscar políticas públicas conjuntas para a região e conhecer a cidade, que será sede da Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas (COP-30), em 2025.

A prefeita da cidade de Artures, na Venezuela, Yamilet Mirabal, está na capital paraense para participar do Fórum da Cidades. Ela ressalta a importância de Belém chamar outras cidade para debater temas que envolvem toda a região amazônica.

“Temos o mesmo objetivo, a mesma luta para o povo originário da Amazônia. Daí a importância desses encontros e de Belém vir à frente e reunir nossas cidades”, comentou.

Preparação integrada

A Prefeitura de Belém prepara a cidade para COP-30 com eventos testes, como o Fórum das Cidades Amazônicas, que iniciou nesta quinta-feira, 3, reunindo prefeitos e prefeitas de oito países amazônicos. Em cooperação com o governo estadual e governo federal, a gestão municipal atua no planejamento e em ações para tornar Belém a cidade da Conferência do Clima, em 2025.

O prefeito Ciriaco Rodríguez, da cidade Riberalta, na Bolívia, destacou o potencial de Belém para os eventos. “ A cidade é muito bonita e bem receptiva. É minha primeira vez na cidade irmã da Amazônia. Achei ela muito parecida com Riberalta, uma típica cidade da Amazônia e com um grande potencial turístico”, detalhou o boliviano.

Referência no debate ambiental

Belém se configura como referência em eventos que viabilizam o debate socioambiental da região amazônica, se tornando o centro das discussões sobre a maior floresta tropical do mundo.

A vice-prefeita Yadira Kasent, da cidade de Macas, localizada na província de Morana-Santiago, no Equador, visita Belém pela primeira vez e é uma das participantes do Fórum das Cidades. A gestora destacou o potencial da cidade para receber grandes eventos.

“Esta é primeira vez que conheço Belém e gostei bastante. O que posso citar daqui é que achei importante a grande vegetação da cidade. Na minha cidade não temos árvores nos parques.

O Fórum das Cidades Amazônicas é uma iniciativa da Prefeitura de Belém, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), e em coordenação com o Governo do Estado do Pará, a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SRI/ PR), Ministério das Cidades (MCID), Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima (MMA), Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará (Famep) e Governos Locais pela Sustentabilidade (Iclei).

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Prefeita de Artures, na Venezuela, Yamilet Mirabal destaca a importância das cidades da Amazônia debaterem seus problemas e soluções O debate sobre a Amazônia e sua dimensão urbana feito por amazônidas foi o objetivo do Fórum das Cidades Amazônicas Prefeito de Riberalta, na Bolívia, Ciriaco Rodríguez, afirma que Belém é muito bonita e uma cidade receptiva Prefeita de Artures, na Venezuela, Yamilet Mirabal destaca a importância das cidades da Amazônia debaterem seus problemas e soluções Ressalto que Belém é bastante ecológica e entendo o motivo dela ser a sede da COP-30 daqui a dois anos”, explicou.

Investimentos em soluções de conectividade e inovação são fundamentais para a construção de cidades mais inteligentes, humanas e sustentáveis

Belém selecionada para nova fase do programa de Transformação Digital de Cidades Brasileiras

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas: Gestão Inovadora, Economia Inovadora e Criativa e Territórios Verdes.

Oresultado foi divulgado recentemente, na quarta-feira, 16/08, no site do Connected Smart Cities (CSC). O objetivo do programa é incentivar e expandir o desenvolvimento tecnológico em cidades que já promovem iniciativas de transformação digital. Belém se junta às cidades de Boa Vista (PR) e Caxias do Sul (RS) que também foram selecionadas e que na nova fase do programa vão receber um serviço de consultoria para elaboração e planejamento de projetos, de acordo com o diagnóstico produzido pelo consconsórcio de empresas especializadas em soluções de conectividade e inovação, formado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e Consórcio Latina América Smart Cities, Plataforma Connected Smart Cities.

Como funciona o programa

O programa, uma iniciativa das empresas CAF e CSC, foi iniciado em março deste ano e está dividido em duas partes: num primeiro momento, realiza um trabalho de diagnóstico sobre cenários e análise de cidades brasileiras, por meio de dados e indicadores do consórcio. A segunda fase contou com a participação de oito municípios, Belém (PA), Boa Vista (RR), Rondonópolis (MT), Palmas (TO), Vitória da Conquista (BA), Foz do Iguaçu (PR), Guarapuava (PR) e Caxias do Sul (RS) fornecendo informações e planos de trabalho.

Belém no caminho para uma cidade inteligente

A Prefeitura de Belém,por meio da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão (Segep), já desenvolve iniciativas de tecnologia direcionada à justiça social com equilíbrio ecológico. “O programa ‘Belém Inteligente’ é a tecnologia voltada à produção da justiça social, do desenvolvimento com equilíbrio ecológico, com respeito à natureza e participação social”, afirmou o prefeito de Belém Edmilson Rodrigues. Segundo ele, a tecnologia é importante, “mas perde totalmente a sua importância se for apenas um instrumento tecnológico, sem substrato social. E essa é a riqueza do nosso projeto”. O programa Belém Inteligente Metrópole Amazônica é vinculado às estratégias dos

Sobre a Gestão Inovadora, a Prefeitura se destaca a partir de um processo modernização e de política de participação popular, o “Tá Selado”. Nesse projeto, mais 25 mil moradores dos 73 bairros e ilhas da capital paraense participaram da gestão municipal apresentando propostas de obras e melhorias, por meio das plenárias on-line, presenciais e plataforma on-line “Tá Selado”. No processo de tecnologia e justiça social, a Prefeitura de Belém desenvolve cadastro multifinalitário, revisão do plano diretor, plano mobilidade, wi-fi aberto e livre, novos principais logradouros de Belém, mobilidade inovadora, plataformas de serviços, atendimento, participação e informação.

Sobre a seleção das cidades, a diretora-executiva e idealizadora da Plataforma Connected Smart Cities, Paula Faria, explica que “atendendo as premissas fundamentais para o incremento de smart cities, os municípios selecionados são reconhecidos como propulsores à promoção de ações relevantes e comprometidas com o desenvolvimento da governança digital em prol de melhorias para a prestação de serviços à comunidade”.

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A capital paraense foi selecionada para a segunda fase do programa de Transformação Digital de Cidades Brasileiras, que trabalha a cooperação técnica de transformação digital dos municípios (*)Texto com informações site Connected Smart Cities. << Texto * Joyce Assunção Fotos Connected Smart Cities, Joyce Ferreira/Comus O prefeito Edmilson Rodrigues destaca que “o programa ‘Belém Inteligente’ é a tecnologia voltada à produção da justiça social, do desenvolvimento com equilíbrio ecológico” Belém é selecionada para a segunda fase do programa de Transformação Digital de Cidades Brasileiras, que trabalha a cooperação técnica de transformação digital dos municípios

Em busca do maior peixe de água doce do mundo

Embora saibamos que o maior animal do oceano é a baleia azul e o maior peixe marinho é o tubarão-baleia, a identidade da maior espécie de peixe de água doce do mundo permaneceu um mistério. Até 2022, isto é, quando pescadores no Camboja pegaram uma arraia gigante de água doce nas remotas extensões do rio Mekong.

Pesando surpreendentes 661 libras, a arraia ultrapassou em 15 libras um bagre gigante capturado na Tailândia em 2005, que anteriormente havia sido considerado o detentor do recorde não oficial.

Nossa missão é compartilhar conhecimento e informar decisões.

Sobre nós

A descoberta marcou um marco na jornada de mais de duas décadas do biólogo de peixes Zeb Hogan para estudar e proteger peixes gigantes de água doce. Como um grupo, esses megafish estão entre os animais mais ameaçados do planeta.

Antes de liberar a arraia fêmea de volta ao rio, a equipe de pesquisa de Hogan colocou um rastreador acústico nela. Ela tem enviado pistas sobre o comportamento esquivo das arraias desde então.

Peixe-gato colossal e gars gigantescos

Em um novo livro, “Chasing Giants: In Search of the World’s Largest Freshwater Fish”, Hogan e eu contamos a história preocupante das cerca de 30 espécies de peixes que vivem exclusivamente em rios e lagos e podem crescer até mais de 200 libras ou pelo menos 6 pés (1,8 metros) de comprimento.

Encontrados em todos os continentes, exceto na Antártica, eles são um bando de criaturas maravilhosamente estranhas, de bagres e carpas colossais a gars gigantescos.

16 www.paramais.com.br Pará+
Os rios têm sido a força vital da civilização humana ao longo da história, mas sabemos surpreendentemente pouco sobre o que vive em muitos deles – incluindo as criaturas gigantes que rondam suas profundezas –maravilhosamente estranhos que espreitam nos rios da Terra
O jacaré pode atingir tamanhos gigantescos O bagre gigante do Mekong pode atingir comprimentos e pesos muito maiores do que os humanos que os capturam O maior peixe de água doce do mundo confirmado até agora, capturada no rio Mekong. Assista o vídeo: www.youtu.be/FprTA4lOMOk Fotos Calliston3/Wikimedia Commons , CC BY-SA, Suthep Kritsanavarin, Zeb Hogan

Mas as populações de vertebrados de água doce diminuíram nas últimas cinco décadas em uma taxa duas vezes maior do que a experimentada por espécies em ecossistemas terrestres ou marinhos. Os números de megafish em particular caíram chocantes 94%, de acordo com um estudo de mais de 200 grandes espécies de água doce. Acredita-se que uma das maiores espécies, o paddlefish chinês, tenha sido extinto em algum momento da década de 2000. “Este é um peixe que esteve na Terra por mais de 100 milhões de anos antes de desaparecer em um piscar de olhos”, diz Hogan, que costumava apresentar o programa de televisão “ Monster Fish ” da National Geographic e agora lidera um projeto de pesquisa da Universidade de Nevada, Reno. Estou envolvido com o chamado Wonders of the Mekong , apoiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.

A importância de peixes muito grandes para os ecossistemas de água doce tem sido pouco estudada. Muitos peixes gigantes de água doce são predadores de ponta que podem ter efeitos profundos nos ecossistemas em que vivem, mantendo suas populações de presas sob controle e mantendo a biodiversidade.

O que está matando o megafish

O declínio dos peixes gigantes de água doce se deve a impactos humanos, como pesca predatória, construção de barragens e mudanças climáticas. Peixes grandes são desproporcionalmente visados pela pesca. Como muitas dessas espécies demoram a amadurecer, elas podem nunca atingir a idade de se reproduzir.

A construção de barragens é outra grande ameaça , porque peixes grandes muitas vezes precisam fazer longas migrações para completar seus ciclos de vida, e uma nova barragem pode bloquear seus caminhos de migração.

No Mekong, onde se encontram mais espécies de peixes gigantes do que em qualquer outro rio , a mudança climática está causando secas mais severas e interrompendo as estações das monções que governam o regime de cheias essencial do rio. Há sinais de que o interesse em espécies de água doce está ganhando força, incluindo apelos crescentes para incluir explicitamente os ecossistemas de água doce na iniciativa 30x30 , um esforço global para reservar 30% da área terrestre e marítima para conservação até 2030.

Até agora, porém, os esforços de conservação para proteger as espécies de peixes gigantes de água doce em perigo de extinção são principalmente regionais.

Embora as perspectivas para a maioria dos peixes gigantes permaneçam sombrias, algumas espécies, como o pirarucu na América do Sul, podem estar contrariando a tendência. O pirarucu, um gigante em forma de torpedo que pode atingir comprimentos de mais de 3,6 metros, há muito tempo é pescado em excesso por pescadores na Amazônia, onde é conhecido como bacalhau amazônico. Mas regulamentos de pesca mais rígidos introduzidos por comunidades indígenas parecem ter levado à recuperação das populações em muitos lugares.

Nos Estados Unidos, o jacaré , outro megapeixe que respira ar, já foi amplamente considerado um “peixe lixo” pensado para devorar peixes de caça, por isso foi sistematicamente exterminado de grande parte de sua distribuição ao sul. Mas então os cientistas começaram a estudar as espécies e descobriram que era um importante contribuinte para as funções do ecossistema.

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Um espécime de paddlefish chinês, Psephurus gladius (topo), com outros tipos de peixes no Museu de História Natural de Tianjin Este peixe-gato gigante do Mekong de 646 libras foi capturado em 2005 Gars jacaré

Hoje, as populações de jacarés se recuperaram em rios como o Trinity, no Texas. Um caso semelhante envolve o esturjão do lago , um dos poucos verdadeiros esturjões de água doce, cujas populações em Wisconsin se beneficiaram de esforços de conservação de longo prazo e manejo orientado pela ciência que inclui pesca recreativa sazonal estritamente regulamentada.

Protegendo os gigantes do Mekong

De volta ao Camboja, nosso projeto Maravilhas do Mekong está aumentando a conscientização pública sobre a situação do megafish, e estamos trabalhando em estreita colaboração com os pescadores locais para incentivá-los a proteger as espécies ameaçadas. Em um exemplo de como esses esforços valeram a pena, os pescadores no início de 2023 pegaram um bagre gigante do Mekong pesando mais de 200 libras. Em vez de matá-lo e vender a carne com um lucro considerável, os pescadores decidiram soltar o peixe em uma elaborada cerimônia na qual ele foi salpicado de flores antes de ser solto.

Nos últimos meses, nosso projeto também reintroduziu no Mekong raros bagres gigantes que foram capturados como peixes jovens e criados no Camboja, e farpas gigantes, outra espécie de megafish criticamente ameaçada que historicamente cresceu para 600 libras.

Embora o número de arraias gigantes de água doce tenha despencado em outras partes de sua distribuição nativa no Sudeste Asiático, a população parece ser relativamente robusta nos trechos superiores do rio Mekong, no Camboja, onde a raia recorde foi descoberta. Os dados coletados dessa fêmea e relatados em um estudo de minha coautoria mostram que ela permanece praticamente no mesmo local, levando os pesquisadores a acreditar que a área pode ser um refúgio importante para as arraias e possivelmente outros megafish. Planos de longa data do governo do Camboja para construir duas grandes barragens nesta seção do rio parecem ter sido descartados, pelo menos por enquanto. No final de 2022, o governo apresentou uma proposta para transformar o trecho biodiverso do rio, que também abriga uma população criticamente ameaçada de golfinhos do rio Irrawaddy, em um Patrimônio Mundial da UNESCO.

Embora a arraia recorde seja grande, pode não ser a maior dessa espécie de arraia no Mekong. Os pescadores locais falam de raias crescendo até 200 libras mais pesadas. Também é possível que a arraia gigante não seja a maior espécie de peixe de água doce. Pesquisas sobre o pirarucu, por exemplo, sugerem que ele pode crescer tanto, ou até mais , em lugares como a Guiana. Mas, como diz Hogan, “não se trata de encontrar o maior peixe. Trata-se de aprender mais sobre essas criaturas incríveis para descobrir como melhor protegê-las”.

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O bagre gigante lançado no rio Mekong com uma cerimônia no início de 2023. Maravilhas do Mekong Uma arraia gigante de água doce como esta pode respirar ar. Stefan Lovgren Pirarucu - Arapaima, encontrado na América do Sul, geralmente pesa mais de 200 libras e pode crescer muito mais

Pará é exemplo de produção sustentável de cacau

Éde um sítio na rodovia Transamazônica, no município de Brasil Novo, na região de integração do Xingu, no sudoeste paraense, que sai uma das melhores amêndoas de cacau do Brasil. A produção é da agricultora e chocolatier Verônica Preuss, catarinense que chegou ao Pará em 2009 com a família. Nos últimos 14 anos, a plantação saiu de três para dez mil pés do fruto.

“Nossa produção foi desde o início com a preocupação com a conservação do solo e das matas. Pois recuperamos uma área de pastagem já degradada plantando o cacau. Em seguida não usamos a queimada para outra área. Inclusive, mantivemos muitas árvores nativas tendo essa área como SAFs”, explica Verônica.

SAFs é a sigla para sistemas agroflorestais. Os SAFs otimizam o uso da terra, conciliando a preservação ambiental com a produção de alimentos, conservando o solo e diminuindo a pressão pelo uso da terra para a produção agrícola. Os sistemas têm vantagens ecológicas e econômicas e podem ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas.

Expansão sustentável da propriedade da Verônica é um exemplo de como o cultivo da principal matéria-prima do chocolate tem integrado geração de emprego e renda à preservação da floresta.

A cultura feita em plantação de áreas degradadas, por agricultores familiares e em sistemas agroflorestais, tem como resultado a recuperação dessas áreas, com a redução do fogo e do desmatamento na região.

Números do cacau paraense

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2020 e 2021, o Brasil produziu 270 toneladas de amêndoas de cacau, sendo 150 mil produzidas na região norte. O Pará é o maior produtor nacional, responsável por 96% do total regional. O fruto movimentou cerca de 2 bilhões de reais no Estado, em 2020.

Segundo nota técnica da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa) sobre a produção cacaueira paraense, no contexto das Unidades Federativas do país, apenas 9 Estados são produtores de cacau (amêndoa), sendo o Pará o detentor de quase 145 mil toneladas o que corresponde a mais de 53% de toda produção nacional.

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Texto *Denise Soares Fotos Pedro Guerreiro / Ag.Pará
Como o maior produtor do fruto no Brasil integra geração de emprego e renda à preservação da floresta
O Pará é o maior produtor nacional, responsável por 96% do total regional Uma das melhores amêndoas de cacau do Brasil

“O Pará tem uma terra boa para esse tipo de plantio. Por ser um cultivo que depende de mão de obra, ela faz girar a economia local e da região, e agora está também despontando como um potencial produtor de

chocolates finos, com várias pequenas empresas já se estabelecendo e gerando empregos e renda. Com isso ganha o produtor, que tem valor na matéria-prima e verticalizando a sua produção, e ganha o consumidor, pois

terá um produto de qualidade, o chocolate artesanal fino”, reforça a agricultora e chocolatier Verônica Preuss, premiada nacionalmente tanto pela produção de amêndoas, quanto pelo chocolate produzido no sítio da família.

Potencial produtor de chocolates finos

De onde vem o cacau paraense

Natural das áreas de várzea, especialmente da região de integração do Baixo Tocantins, mas foi na região da Transamazônica, com os plantios em terra firme, que o cultivo do cacau ganhou maior expressão no Pará.

Ainda segundo estudo da Fapespa, no contexto dos 10 municípios brasileiros que mais produzem cacau, observa-se forte dominância daqueles que compõe a região de integração do Xingu, com destaque para os municípios de Medicilândia, Uruará, Anapu e Placas, os quatro maiores produtores do país. Há ainda as cidades de Brasil Novo e Altamira. Juntos, os municípios do Xingu representaram quase 40% de toda produção nacional, em 2020. Medicilândia, o maior produtor nacional, correspondeu a 18,6%.

Incentivo e proteção da floresta

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap) desenvolve um projeto de internacionalização de amêndoas que incentivo o beneficiamento primário de cacau, com o objetivo de melhorar a qualidade das amêndoas e assim conseguir melhores preços nos mercados nacional e internacional.

“Este incentivo é concedido às instituições públicas e privadas através de recursos financeiros do Funcacau – Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura Paraense, proporcionando que produtores conquistem prêmios de melhor amêndoa tanto a nível nacional quanto internacional”, explica o engenheiro agrônomo e coordenador do projeto Procacau, Ivaldo Santana.

Outra etapa do projeto é a promoção, divulgação, identificação de mercados através de missões nacionais e internacionais, comercialização de amêndoas em feiras e rodadas de negócios, com a execução de dois festivais internacionais de cacau no Estado. Há ainda um projeto de Indicação Geográfica que está em execução nas regiões da Transamazônica e Baixo Tocantins.

Ainda segundo o engenheiro agrônomo, o Estado atua como promotor da expansão sustentável do cacau em diferentes eixos, como a produção de sementes híbridas, que são distribuídas gratuitamente aos produtores, na recuperação de áreas degradadas com o plantio de cacau em SAF’s, tendo a cultura do cacau como o componente principal, e outros serviços.

“Hoje o cacau é utilizado para recomposição de áreas de reserva legal (Instrução Normativa Semas/Ideflor-Bio) mediante plantio de cacau (Theobrama cacao L.) em Sistemas Agroflorestais, e também as ações voltadas para a captura/sequestro de carbono, objetivando incrementar a renda da propriedade com a comercialização de CO2”, complementa Ivaldo Santana.

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Proporcionando que produtores conquistem prêmios de melhor amêndoa tanto a nível nacional quanto internacional Hoje o cacau é utilizado para recomposição de áreas de reserva legal (Instrução Normativa Semas/Ideflor-Bio) Em plantios em terra firme, na região da Transamazônica, que o cultivo do cacau ganhou maior expressão no Pará

Portos da Região Norte conquistam reconhecimento em premiação

Oevento reconheceu os avanços do setor em diversas categorias e destacou a atuação dos Portos da Região Norte do Brasil.

A alta capacidade de gerência dos portos da região foi um tema amplamente valorizado na premiação, que faz parte da Agenda Ambiental e de Segurança Aquaviária Bienal da ANTAQ 2023/2024 e valida as iniciativas que se destacam pelas melhorias na prestação de serviços de transporte aquaviários à sociedade, fomento à pesquisa e produção técnico-científica, e disseminação de boas práticas ESG e Inovação na operação e gestão no setor.

O prêmio levou em conta índices financeiros, contábeis, eficiência operacional, transparência administrativa, estrutura organizacional, regularidade tributária e trabalhista, além

da manutenção dos acessos aquaviários. Para o presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (AMPORT), Flávio Acatauassu, entidade que representa inúmeras empresas do norte brasileiro, a celebração reflete o empenho e os investimentos em implantação de novos projetos, portos, terminais e estações de transbordo de cargas para entregar uma gestão de alta performance e oferecer serviços de excelência.

“Somos a região brasileira que mais utiliza a navegação interior para movimentação de cargas, commodities ou passageiros e este reconhecimento chancela as práticas de nossas associadas e também evidencia a força do nosso Estado, não apenas para a economia local e nacional, por meio da geração de

emprego e renda, mas também pelo alto volume que conseguimos exportar e importar. É, sem dúvida, a coroação de um trabalho dedicado, eficaz e produtivo”, observou. Na premiação ocorrida recentemente), em Brasília – DF, as associadas Hidrovias do Brasil – Vila do Conde e Terminal de Grãos Ponta da Montanha – TGPM venceram o 1 º e 2º lugares, respectivamente, nas categorias Crescimento da Movimentação Total dos TUPs e Crescimento da Movimentação de Granel Sólido Agrícola, por suas operações em Vila do Conde, Barcarena (PA). Na 3º Edição da premiação, realizada em 2022, a associada Unitapajós – Navegação Unidas Tapajós venceu a categoria Crescimento da movimentação TUP - Granel Sólido Agrícola, por sua operação no TUP de Vila do Conde (PA).

O sucesso da gestão portuária brasileira foi celebrado no Prêmio Portos + Brasil em cerimônia promovida pelo Ministério de Portos e Aeroportos esta semana, em Brasília
Márcio França, Ministro de Portos; Rodrigo Abreu, diretor geral da TGPM; e Eduardo Nery,diretor geral da Antaq

Usando o Solo para fazer Arte

Geólogos na Califórnia e em Wyoming usam paletas exclusivas para ensinar ciências

Enquanto ocorria um incêndio florestal na Floresta Nacional Medicine Bow, Karen Vaughan viu a fumaça subir no céu sufocado do Wyoming. O sol foi reduzido a um disco rosa neon fosco por trás da névoa, e Vaughan se preocupou com seu local de pesquisa nas montanhas em chamas. Um de seus alunos de pós-graduação ainda tinha mais um dia de trabalho de campo para concluir e as estradas logo seriam fechadas, se ainda não estivessem. A família de Vaughan - o marido e os dois filhos - também estava do lado de fora, observando uma camada cinza-clara de cinzas sopradas pelo vento se estabelecer na paisagem. As cinzas e as cores vivas despertaram algo em Vaughan, que buscou continuamente uma nova inspiração para a tinta que faz. Ela começou a correr, raspando o sedimento de cada superfície plana e encorajando seus filhos a ajudar a coletar o pó fino.

Ela decidiu incorporar aquela cinza aos pigmentos aquarela com matizes que refletem o fogo, preservando o momento de forma indelével. O pequeno lote de tintas, distribuído para amigos e artistas locais, seria usado para criar representações das forças destrutivas que permitiram sua criação em primeiro lugar. “Você está respirando aquele ar, mesmo em sua casa, e olha para fora e vê aquele brilho laranja estranho”, diz Vaughan. “Você não pode evitar ser parte disso”.

Cientista do solo e professor da Universidade de Wyoming, Vaughan vê muito mais solos do que a pessoa comum e certamente os conhece mais intimamente.

Ao longo de muitos anos examinando-os, ela passou a apreciar sua beleza natural e imensa variabilidade. Dois anos atrás, ela começou a canalizar essa apreciação para um produto que poderia compartilhar com o mundo, transformando os solos que amava em pigmentos de aquarela. Agora, ela e sua colaboradora, Yamina Pressler , uma cientista do solo na California Polytechnic University, usam solos para fazer pigmentos e pinturas, fazendo a ponte entre a ciência e a arte. Compartilhando seus processos criativos e conhecimento científico nas redes sociais e conectando-se com artistas, cientistas e o público, eles visam tornar a educação do solo divertida.

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Amostras de solo coletadas em todo o oeste dos Estados Unidos mostram uma grande variedade de minerais e cores abaixo do solo Texto *Luciana Constantino Fotos Bethann Merkle, Karen Vaughan, Tina Pressler, Yamina Pressler

A pesquisa de Vaughan é em pedologia, o que significa que ela estuda mudanças minuciosas e sutis em um solo. O tamanho dos grãos muda? As cores se misturam ou são cortadas abruptamente? Quais microrganismos estão presentes em diferentes níveis do solo? A própria natureza de seu campo, diz ela, é subjetiva. “É uma forma de arte”, diz ela. “É preciso ter uma visão diferenciada para realmente ser capaz de ver as mudanças dentro de um solo”.

Seu trabalho exige que ela pule em um buraco profundo, mapeie pequenas mudanças que poucas pessoas notam e interprete a história do solo. Sua especialidade é estudar a água nos solos: quanto há? Quando está presente? Como isso muda a química do solo? Quais recursos ele deixa para trás? Seu trabalho nos ajuda a entender como os solos se formam em ambientes únicos, como pântanos nas montanhas áridas do Wyoming, e como solos frágeis como o permafrost podem responder às mudanças climáticas.

Para os não iniciados, a paisagem de Wyoming pode parecer um trecho monótono de terra bronzeada.

Mas essa ideia é exatamente o que Vauhgan tenta mudar com sua arte. Ao explicar a artistas e leigos curiosos como as miríades de tons nos solos surgem e compartilhá-los visualmente por meio de seus próprios trabalhos criativos e de outros artistas, ela espera dar às pessoas a capacidade de ver o solo como mais do que “apenas sujeira”.

“Às vezes, a arte abre a porta para pessoas que desejam aprender sobre ciência”, diz Laura Guertin, professora de geologia no estado da Pensilvânia - Brandywine. Guertin também trouxe a arte em ciência, tanto para suas salas de aula e suas comunidades, por crochê registros de temperatura e quilting histórias de mudanças climáticas. “Usar diferentes perspectivas para introduzir um tópico, como solo, pode ajudar as pessoas a entender e se conectar com ele um pouco mais”. O solo costuma ser esquecido nas aulas básicas de geologia, diz Guertin, e entender como ele funciona e de onde vem é importante. “Sem solo, você não tem o resto dos sistemas da Terra”, diz ela. “É um material tão fundamental, é a base de nossos sistemas alimentares.” E a indiferença da sociedade ao solo levou ao Dust Bowl, um

dos maiores desastres ambientais da história dos Estados Unidos. “Com meus alunos, falo sobre o Dust Bowl e como foi uma perda de solo que desencadeou uma reação em cadeia, impactando uma ampla seção transversal da sociedade”, diz Guertin. Vaughan começou a fazer pigmentos como uma forma divertida de interagir com seus filhos, agora com 7 e 9 anos, e mantê-los longe das telas. Eles vêm coletando sujeira com ela e, ocasionalmente, ajudam a misturar os pigmentos e a tinta. Mas a principal razão pela qual ela faz pigmentos agora é para compartilhar sua perspectiva sobre a beleza inerente dos solos com o público. “Encontrei todas essas cores de solo incríveis”, diz Vaughan, “e queria fazer algo mais com elas. Eu queria que eles persistissem por mais tempo”.Ela reconheceu que, ao fazer tintas, poderia compartilhar ciência com pessoas que não tinham seu treinamento especializado. “Passando todo aquele tempo como pedóloga olhando a formação do solo e pensando no quanto as cores do solo podem nos contar sobre a história natural daquela área, queria deixar as pessoas entrarem, abrir um pouco os olhos”, diz ela.

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Solos, tintas e amostras de amostras coletadas em Wyoming e Utah permitem um vislumbre da beleza natural subterrânea do oeste dos Estados Unidos

Vaughan coleta solos para pigmentos em quase todos os lugares que ela vai, desde a sujeira coletada em um local de estudo em um pântano no alto das montanhas até o carvão desenterrado em seu quintal. Em uma viagem com a família para a Flórida em um trailer, por exemplo, ela pegava um pequeno saco de terra de cada parada, com a intenção de criar uma paleta que refletisse essa memória. Em um dia enfadonho de pandemia, ela e seus filhos pegaram suas bicicletas em uma caça ao tesouro perto de sua casa, procurando quantas cores do arco-íris pudessem encontrar. Foi uma mudança de ritmo para Vaughan, que normalmente é mais oportunista do que intencional em sua coleta de solo. Ela fez uma paleta de vermelho, marrom, laranja, branco, amarelo e roxo para representar esse esforço. E, claro, ela tem a paleta de três tons do incêndio florestal de setembro, cujos cantos ainda estavam queimando quando falamos em novembro.

Como era apenas um pequeno lote, Vaughan distribuiu os pigmentos com infusão de cinzas para artistas locais e alguns clientes selecionados para criar obras que refletissem os incêndios florestais. A artista californiana

Tina Pressler , mãe de Yamina, pintou um bisão americano patchwork, a megafauna outrora onipresente do Ocidente, e Bethann Merkle, uma artista e comunicadora científica de Wyoming, criou uma série de três pinturas abstratas de texturas florestais forjadas

antigo pigmento laranja do solo coletado no Deserto Vermelho de Wyoming

de fogo. Os pigmentos com infusão de cinzas eram fluidos e pesados, diz Tina. “A adição de cinzas fez com que parecesse muito tátil, de certa forma, e eu adorei”.

“Há muito que apaixono por pedras - minhas janelas ficam amontoadas com elas em casa e no trabalho - mas o trabalho e os pigmentos [de Vaughan] me ajudaram a expandir essa curiosidade e apreciação pelo solo”, diz Merkle. Antes de Vaughan começar a compartilhar seus pigmentos com artistas, ela teve que passar algum tempo reduzindo o processo de fabricação de pigmentos de um dia inteiro. Ela precisou de algumas tentativas: “Meus primeiros pigmentos”, diz ela com uma risada, “eram grossos e terríveis. Mas eu os dei com uma isenção de responsabilidade”.

Na primeira etapa de seu processo, Vaughan remove as porções arenosas do solo, deixando apenas sedimentos finos e argilas misturadas na água, que ela despeja em

uma assadeira e leva ao forno por algumas horas. Depois que toda a água evapora, o solo parece rachado e ressecado, como um lamaçal depois de uma longa seca de verão. “Olha, mãe, é todo enrugado como você”, disse a filha certa vez, para ajudar. Vaughan transforma o lodo cozido em um pó fino e homogêneo. Em seguida, vem o passo mais meditativo de Vaughan: meditandoou combinando o solo com o meio aquarela - uma mistura de água, goma arábica, mel e glicerina vegetal. Só então ela tem uma noção de qual será o matiz final. “Você pode começar com um solo verde incrível que, de repente, se torna este branco esverdeado e opaco. E tudo bem ”, diz Vaughan. “É sempre uma cor que nunca fiz antes, por isso estou emocionado”.

As cores da tinta vêm diretamente do passado geológico do solo: vermelhos e laranjas brilhantes significam que os solos foram expostos aos efeitos oxidantes de climas intensos, longos períodos de tempo ou ambos. Marrom escuro e preto representam rica matéria orgânica, refletindo o ciclo de vida e morte na superfície da Terra. Tons mais brilhantes resultam de minerais com elementos específicos; a presença do cobre empresta cores azul-esverdeadas aos minerais, o enxofre cria amarelos vibrantes e o manganês se apresenta como roxo desbotado. O branco puro pode significar ácido uma vez escorrido de um bosque de pinheiros pelo solo, ou as cinzas que caíram sobre a paisagem, como a que Vaughan coletou em setembro.

“Tudo tem uma história”, diz Guertin. “O que esteve aqui no passado? De onde vêm essas cores? De onde vêm

Pró-Eletrônica

esses materiais que nos dão essas cores? A artista Tina Pressler usou pigmentos feitos de solos antigos do Wyoming e cinzas recentes para pintar este bisão, que ela diz “representa um amálgama visual da flora e da fauna ao longo do tempo”
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Depois que Vaughan coze o pigmento, aparecem rachaduras que refletem os padrões vistos por toda a natureza - como neste
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Eu amo que [Vaughan está] pegando a ciência do solo e mostrando como você pode quebrá-la em materiais, nesses pigmentos que têm significado cultural e na pintura, com a qual as pessoas já estão familiarizadas”.

Vaughan descreve sua coleta de solo, seu processo artístico e a ciência de cada solo no Instagram , onde responde a perguntas sobre química, localização e geologia. Às vezes, os artistas enviam perguntas sobre a própria ciência da fabricação de pigmentos, mas muitos estão apenas interessados em aprender mais sobre o mundo natural.

Dependendo de quantos detalhes as pessoas desejam, ela até envia alguns artigos científicos em uma mensagem privada. Como muitos de seus clientes estão interessados em aprender sobre os solos, Vaughan está planejando começar a incluir uma “história do solo” com cada paleta enviada.

As conexões de Vaughan com artistas às vezes crescem do mundo virtual para trabalhar juntos pessoalmente. Diana Baumbach , uma artista do Wyoming com quem Vaughan colaborou alguns anos atrás, adorava ir a campo com o cientista para buscar materiais naturais, incluindo solo. “Eu realmente não tinha pensado sobre o solo ou considerado um material antes”, disse Baumbach. “Olhar os perfis do solo com [Vaughan] foi totalmente novo para mim. Nós dois puxamos um ao outro para nossos mundos, que eu achei que eram bem diferentes.

Criada durante uma transmissão ao vivo de arte do solo no Instagram, esta obra de Yamina Pressler é pintada em papel cartão-postal como um lembrete de que a beleza dos solos deve ser compartilhada por toda parte

No final, foi surpreendente quantas interseções realmente existiam entre o meu trabalho e o dela”. Embora Vaughan pinte com seus pigmentos, ela normalmente não compartilha seu trabalho; ela deixa isso para o jovem Pressler, para quem pintar se tornou um assunto público. Crescer com uma mãe artista, diz Pressler, significou que a arte sempre esteve em segundo plano. “Mas foi só quando comecei a pintar solos que comecei a incorporar o ser um artista como parte da minha identidade”.

Pressler também se conecta com um público interessado por meio das redes sociais. Ela hospeda sessões de pintura ao vivo em seu ‘estúdio virtual de arte do solo’ no Instagram , convidando participantes de todas as origens para criar arte focada no solo inspirada em onde vivem. Essas sessões públicas de duas horas são abertas a crianças e adultos, cientistas e leigos. Tatiana Prestininzi, que se formou em ciências agrícolas, mas nunca se importou muito com ciência do solo, agora traz sua sobrinha e sobrinho para as sessões de pintura de Pressler. “Não é apenas do lado artístico, mas também estamos recebendo o lado educacional das coisas”, diz ela. “Não são apenas as pessoas de 15 a 30 anos no Instagram, ela tem crianças de 7 e 5 anos aprendendo sobre perfis de solo ... então agora posso fazer uma caminhada por San Diego com minha sobrinha de 8 anos e ter uma conversa sobre os solos que ela vê. Ela vai pedir para pintar e mandar para o ‘médico do solo’”.

Por meio do alcance da arte de Vaughan e do alcance educacional de Pressler, os cientistas pretendem inspirar no público os sentimentos que as crianças têm enquanto cavam a terra e se perguntam sobre o mundo ao seu redor. O processo de Vaughan de encontrar solos para pigmentos tem um sentido de jogo realmente contagioso, diz Baumbach. E embora Pressler desenhe solos de forma realista, ela é mais atraída por rabiscos caprichosos que refletem seus sentimentos em relação ao solo, que ela compartilha em suas sessões no Instagram, junto com as histórias científicas por trás deles.

Explorar seu lado artístico ajudou Vaughan a repensar o que podem ser as aulas de ciências do solo na faculdade. Ela faz com que os alunos desenhem com frequência e ocasionalmente os faz pintar com terra. Sua colaboração com Baumbach levou a dupla a fazer uma polinização cruzada entre arte e ciência, com Baumbach trazendo seus alunos de arte aos laboratórios de ciências de Vaughan para falar sobre cores e Vaughan dando palestras em cursos de materiais de arte de Baumbach. “Na verdade, coisas básicas como observação e análise estão no cerne do que nós dois fazemos e estamos nos comunicando por meio de materiais e formas visuais”, diz Baumbach. “Os alunos estão apenas começando a pensar amplamente sobre os materiais, então ouvir Karen falar sobre os solos como matéria-prima é muito interessante para eles”.

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Além de dar palestras sobre a ciência do solo e a vida como pesquisador em escolas e museus de ensino fundamental e médio, Pressler trabalha diretamente com os professores, levando-os a campo e laboratório para que tenham experiência em primeira mão com os solos. “Eles podem então voltar para seus alunos e falar sobre solos e ecologia, e o processo da ciência, de sua perspectiva”, diz Pressler. “É mais significativo para os alunos dessa forma”. Michelle Bartholomew, professora de ciências do ensino fundamental e médio, aproveitou a chance de entrar em campo com Pressler no Colorado e no Alasca. Eles desenvolveram aulas de ciências do solo juntos, fizeram alguns desenhos e estudaram solos. “Esse foi o ponto alto do meu tempo com ela, trabalhando nos solos de tundra”, diz Bartholomew. “Está fazendo ciência, sabe? Mesmo sendo professores de ciências, não podemos fazer isso. Isso me rejuvenesceu ... e me deu novas maneiras de ensinar velhos conceitos”.

Pressler e Vaughan também acreditam na importância de serem modelos que rompem a compartimentalização tão comum na ciência hoje. “Trata-se de mostrar aos jovens que existem muitas maneiras diferentes de ser um cientista”, diz Pressler, “que você pode ser colorido e explorar diferentes partes de sua curiosidade e ainda ser um cientista”. “Éramos pessoas da Renascença”, diz Vaughan. “Agora é, ‘Você precisa ficar em sua caixa para que você possa fazer bem isso.’ Eu sinto que quase deixamos tudo bem ser artístico ao mesmo tempo que somos cientistas”.

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A pintura “Mojave Dreaming 28” de Yamina Pressler foi inspirada nos inesperados tons de inverno do deserto de Mojave O artista Bethann Merkle, que trabalhou com a cientista Karen Vaughan por dois anos, usou pigmentos de solo criados a partir de uma área queimada para pintar cenas da paisagem carbonizada (*) Em Smithsonianmag.Com <<

Abraçando a mentalidade verde para combater a mudança climática

Secas, inundações, reduções de safras e mortes relacionadas a doenças – pessoas em todo o mundo estão experimentando profundamente os impactos cada vez mais generalizados das mudanças climáticas, e ninguém pode permanecer inalterado. Muitos são forçados a se mudar, deixando para trás suas casas e entes queridos

No entanto, o novo lugar onde eles chegam é realmente uma Terra Prometida? Ou talvez, um dia, eles possam ser deslocados novamente, embarcando em um caminho sem volta.

Desde o início do verão deste ano, o hemisfério norte tem testemunhado ondas de calor extremas. Da Península Arábica ao norte da África, do sul da Europa ao Uzbequistão, Turcomenistão, Índia, Tailândia, Vietnã, China, centro e oeste dos Estados Unidos e norte do México, ondas de calor escaldantes varreram várias regiões. No período de 3 a 6 de julho, por quatro dias consecutivos, a temperatura média global atingiu recordes.

Um mundo cada vez mais quente

Dados do Centro Nacional de Previsão Ambiental dos EUA (NCEP) mostram que em 3 de julho a temperatura média global foi de 17,01°C (62,62°F), atingindo uma média de 17,18°C (62,92°F) em 4 e 5 de julho, e subindo para 17,23°C (63,01°F) em 6 de julho. Desde que os registros começaram em 1979, a temperatura média global nunca ultrapassou 17°C. O A Organização Meteorológica Mundial emitiu um alerta: “o início do El Niño aumentará muito a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e provocar mais calor extremo em muitas partes do mundo e no oceano”. O efeito provavelmente continuará no próximo ano de 2024.

Desde a década de 1990, ondas de calor causadas pelo aquecimento global resultaram em trilhões de dólares em perdas em todo o mundo.

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Chuvas de monção e inundações em Mumbai, na Índia Texto *Yi Wang e Siang Kim Chia Fotos OMM, PlaneMad, Universidade de York, Unsplash, Wikipedia Commons

Incidência de insolação aumenta significativamente, especialmente quando as temperaturas sobem acima de 35°C, o sol excede 12 horas e a umidade ultrapassa 80%

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê que, até 2030, o calor extremo reduzirá as horas de trabalho globais em mais de 2%, o equivalente à perda de 80 milhões de empregos em tempo integral e custos de US$ 2,4 trilhões.

No início de julho, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, visitou a China para o Quarto Diálogo Ambiental e Climático de Alto Nível China-UE.

O diretor da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, também visitou a China. Além disso, John Kerry, o enviado presidencial especial americano para o clima, chegou a Pequim, e o ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, também viajou ao país.

Essas figuras influentes, enfrentando o calor escaldante, vieram juntas de lugares distantes, e isso não requer apenas sua própria saúde física, mas também coragem e determinação para trabalhar juntos para melhorar o bem-estar de todas as pessoas.

Os impactos das mudanças climáticas nas atividades econômicas são mais facilmente percebidos, mas seu impacto nos sistemas sociais é muito mais severo. Estimar com precisão os custos sociais diretos e indiretos da crise climática continua sendo um desafio.

Vulnerabilidade à saúde causada pelas mudanças climáticas

As espécies na Terra estão em constante evolução e a humanidade trava uma batalha contínua contra doenças e desastres. Durante essa batalha, a vida continua se adaptando e evoluindo. As atividades humanas têm contribuído para o aquecimento global, resultando

na proliferação de eventos climáticos extremos, tornando os ambientes naturais e sociais mais vulneráveis e intensificando as consequências das mudanças climáticas na saúde humana.

Em meio à variedade de doenças, uma tendência preocupante surge com o aumento da “insolação emocional” nos últimos tempos. Este termo denota um problema de saúde psicológica desencadeado pela interrupção da função de regulação da temperatura do corpo.

Notavelmente, especialistas médicos observaram que a incidência de insolação emocional aumenta significativamente, especialmente quando as temperaturas sobem acima de 35°C, o sol excede 12 horas e a umidade ultrapassa 80%. A exposição prolongada a altas temperaturas, umidade ou ambientes escaldantes pode levar os indivíduos a experimentar turbulência emocional, irritabilidade aumentada, distúrbios cognitivos, comportamentos anormais, sentimentos de pessimismo e desespero e, em casos extremos, morte súbita ou suicídio impulsivo.

O início do El Niño aumentará muito a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e provocar mais calor extremo em muitas partes do mundo e no oceano”, disse o Secretário-Geral da OMM, Prof. Petteri Taalas

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Durante as condições sufocantes do verão, até mesmo as disposições dos animais tornam-se irritáveis, resultando em aumento da agressividade. As organizações de saúde dedicadas à prevenção de doenças infecciosas têm instado repetidamente os donos de animais de estimação a permanecerem vigilantes em relação a possíveis mordidas de cães.

Em um estudo convincente pelo MIT Media Lab, foi revelada uma estreita correlação entre as condições meteorológicas e a saúde psicológica humana. Os pesquisadores realizaram uma extensa análise quantitativa, extraindo amostras aleatórias de quase dois milhões de residentes nos Estados Unidos, de 2002 a 2012.

As descobertas revelaram que, quando a temperatura média mensal subia de 25°C para 30°C em um período de 30 dias, a probabilidade de deterioração da saúde mental aumentou 0,5% (extrapolando isso para toda a população dos EUA, cerca de 2 milhões de pessoas enfrentaram problemas de saúde mental durante esse período).

Ao longo de cinco anos, a cada 1°C de aumento na temperatura média, a incidência de problemas de saúde mental aumentou 2%. Notavelmente, o furacão Katrina levou a um aumento de 4% nos distúrbios psicológicos.

Além disso, a pesquisa indica que os eventos de inundação têm impactos significativos na saúde mental. Em 2017, seis meses após um grave desastre de inundação nas áreas rurais da bacia norte de New South Wales, na Austrália, pesquisadores médicos locais realizaram uma pesquisa em larga escala envolvendo 745 empresários.

Com base nesse grupo amostral, a prevalência estimada de depressão foi de 17,0%, destacando a influência substancial dos riscos de inundação e fatores financeiros relacionados no bem-estar mental dos empresários. Em 2020, a Universidade de York, no Reino Unido, publicou um trabalho de pesquisa que revisou sistematicamente problemas comuns de saúde mental dentro de 12 meses após eventos climáticos extremos no país. O estudo revelou que a saúde mental da população britânica afetada por tempestades ou inundações era notavelmente pior. Entre os impactados pelas enchentes, a incidência de ansiedade foi de 19,8%, depressão chegou a 21,35% e TEPT chegou a 30,36%.

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Eventos de inundação têm impactos significativos na saúde mental Estreita correlação entre as condições meteorológicas e a saúde psicológica humana Os eventos do El Niño causam aumento das chuvas em partes do sul da América do Sul, sul dos Estados Unidos, Chifre da África e Ásia central. Pode causar secas severas na Austrália, Indonésia, partes do sul da Ásia, América Central e norte da América do Sul.

Essas taxas foram tão altas que até superaram a prevalência ao longo da vida de problemas de saúde mental na população em geral. Além disso, mesmo anos após o desastre da enchente, os afetados ainda sentiam ansiedade durante os períodos de chuvas fortes.A influência do clima nas emoções humanas é um assunto de interesse de pesquisadores e cientistas. Uma teoria proeminente é o transtorno afetivo sazonal (SAD), que sugere que as mudanças nas condições meteorológicas não apenas afetam nosso bem-estar físico, mas também influenciam significativamente

nosso estado psicológico. Notavelmente, estudos mostraram uma correlação entre os níveis humanos de serotonina e transtornos de humor como a depressão. A serotonina, um neurotransmissor encontrado no cérebro, está ligada a emoções positivas e sentimentos de felicidade. Curiosamente, descobriu-se que seus níveis são mais baixos em dias nublados em comparação com os ensolarados. Esses problemas de saúde mental destacam o aumento da vulnerabilidade dos humanos expostos a condições climáticas extremas. Isso serve não apenas

como um lembrete para que as agências nacionais de saúde pública prestem atenção, mas também enfatiza a necessidade de maior apoio na prevenção e mitigação de desastres no âmbito dos serviços sociais. O planejamento e a implementação de soluções sistemáticas para enfrentar os riscos climáticos devem envolver a integração de capital social, infraestrutura básica e esforços coordenados nos setores médico e educacional.

O homem planeja e Deus ri

Há um velho ditado iídiche que diz “Der Mensch Tracht, un Gott Lacht”, que significa “O homem planeja e Deus ri”. A máxima postula incerteza no mundo, e soa mais verdadeira hoje considerando as perturbações experimentadas pela sociedade humana devido às mudanças climáticas. Se isso não for tratado de forma eficaz, não apenas causará danos físicos e traumas psicológicos aos indivíduos, mas também causará ansiedade coletiva, transtornos mentais e agitação social generalizada. A carga sobre os sistemas de saúde, educação e bem-estar social aumentará significativamente, o que levará ao mau funcionamento da infraestrutura social. Esse seria o grande teste para a capacidade de governança em todos os lugares.

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Os efeitos do aquecimento global serão amplos e muitas vezes devastadores, alertaram os cientistas Crianças, mulheres grávidas e idosos correm maior risco de clima e calor extremos, mas o impacto já está sendo sentido em todas as especialidades da medicina

Plásticos reciclados tornam o asfalto mais durável

Investigadores do Mizzou Asphalt Pavement and Innovation Lab (MAPIL) projetaram uma estrada de teste do mundo real usando materiais reciclados, como sucata de pneus e resíduos de plástico ao longo de uma parte da Interestadual 155 no Missouri Bootheel, em colaboração com o Departamento de Transporte do Missouri (MoDOT). De acordo com Bill Buttlar, diretor da MAPIL, esse processo inovador pode reduzir o número de itens que acabam em aterros sanitários ou vazam para o meio ambiente, aumentando a sustentabilidade das misturas asfálticas.

Missouri é o estado Show-Me, então temos uma visão muito pragmática. A ciência pode ser espinhosa e difícil, mas estamos à altura da tarefa. Estamos entusiasmados porque, embora nossa abordagem seja complicada no laboratório, é simples de executar no campo, tornando-a facilmente adaptável, escalável e econômica para incorporar em muitos tipos de ambientes rodoviários. O projeto I-155 se expande na estrada de teste anterior do grupo, instalada ao longo de um trecho do Stadium Boulevard em Columbia, Missouri. Em vez de testar apenas quatro tipos diferentes de materiais reciclados, o projeto I-155 avaliará a eficácia real de nove tipos diferentes de materiais reciclados na produção de pavimento asfáltico.

Isso inclui três tipos de polietileno (PE) –um material frequentemente visto em sacolas plásticas de supermercado – bem como borracha moída de pneus, um método mais recente de descarte de pneus inservíveis.

Esses projetos nos dão a oportunidade de construir intencionalmente a próxima geração de estradas com esses materiais, não como um tipo de aterro sanitário linear, mas também para ajudar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, fazer com que o valor dos dólares gastos em infraestrutura de transporte como esse se estenda mais para o futuro.

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Fotos Samantha Novak, Universidade do Missouri
O pavimento asfáltico, usado para construir milhões de estradas nos Estados Unidos, se deteriora com o tempo. Para consertar o sistema rodoviário em colapso da América, os investigadores da Universidade de Missouri agora estão usando materiais recicláveis, incluindo resíduos de plástico
Uma amostra de mistura de teste de pavimento asfáltico projetada pelo Mizzou Asphalt Pavement and Innovation Lab está pronta para mais testes de laboratório para determinar sua resistência e durabilidade Uma mistura de pavimento usando plástico reciclado é aplicada a uma seção do Stadium Boulevard em Columbia perto da US Highway 63 em 2021 Plásticos reciclados tornam o asfalto mais durável

Como o grupo resolveu a maioria das questões de pesquisa translacional, como durabilidade e segurança, que poderiam dissuadir um empreiteiro geral ou departamento de transporte de adotar essa estratégia inovadora, a MU está na vanguarda desse tipo de trabalho nos Estados Unidos.

“ Não vivemos apenas no laboratório. No campo da pesquisa de materiais de transporte, precisamos ver como todos os vários materiais usados para construir uma estrada – a rocha, o asfalto e os materiais reciclados – se comportam no mundo real e se unem para construir uma estrada ”, observa Buttlar.

O asfalto é liquefeito com o calor, e quando você coloca um aditivo como um material de plástico ou borracha, você deve fazer com que tudo se una com boa adesão. Mas só saberemos se isso acontece com sucesso quando o produzirmos em escala real e depois o expormos a elementos, como diferentes condições climáticas e tráfego intenso.

A MAPIL é especializada em um processo seco, que permite aos cientistas incorporar facilmente recicláveis na mistura antes da aplicação na superfície da estrada.

A forma, a forma e o tamanho dos plásticos trazem diferentes desafios em como o material flui, como se comporta e como se mistura. Então, fizemos testes extensivos em pequena escala por quase um ano inteiro antes de passarmos para uma escala maior

no campo com empreiteiros ”, acrescenta Punya Rath, professor assistente de pesquisa no Departamento de Engenharia Civil e Ambiental que trabalha na MAPIL.

Os investigadores podem avaliar as misturas no campo com a ajuda de um laboratório de pesquisa móvel, que eles estabeleceram e usaram para os projetos Stadium Boulevard e I-155.

“ Ajuda imensamente o Departamento de Transportes do Missouri (MoDOT) ter um laboratório de pesquisa móvel no local com a capacidade de testar amostras rapidamente e fornecer resultados em 24 a 48 horas para informar melhor o processo”, acrescenta Rath . Buttlar, citando preocupações ambientais, afirmou que a equipe garante que tudo o que fazem esteja dentro dos limites vigentes da Agência de Proteção Ambiental (EPA).

Buttlar conclui: “ Estamos projetando o material para ser capaz de reter ou capturar os subprodutos ambientais na maior porcentagem pelo maior período de tempo. Não vai ser uma contenção a 100%. Tudo construído em um ambiente natural irá se degradar com o tempo, então é por isso que a EPA tem padrões para tudo, e nos certificamos de que estamos dentro desses padrões com segurança”.

A equipe de laboratório do Mizzou Asphalt Pavement and Innovation Lab mostra as partículas de resíduos plásticos que estão sendo adicionadas à mistura do pavimento. O laboratório está localizado dentro da Faculdade de Engenharia da Universidade de Missouri Impulsionando soluções inovadoras para promover o uso de estradas de “plástico”. Assista o Video: www.vimeo.com/845105678

Julho de 2023 foi o mês mais quente já registrado

Julho de 2023 foi mais quente do que qualquer outro mês no registro de temperatura global, de acordo com uma análise de cientistas do Goddard Institute for Space Studies (GISS) da NASA

E de acordo com os dados de anomalias de temperatura do GISS, os cinco julhos mais quentes desde 1880 aconteceram nos últimos cinco anos. O calor extremo contribuiu para incêndios florestais devastadores e ondas de calor intensas no Hemisfério Norte.

Este julho foi massivamente mais quente do que qualquer julho anterior e qualquer mês anterior registrado, que remonta a 1880”, disse o diretor do GISS, Gavin Schmidt.

“Isso continua a tendência de longo prazo no aquecimento dramático que vimos nas últimas quatro décadas”.

O mapa acima mostra as anomalias de temperatura global para julho de 2023. Ele mostra o quanto a Terra estava mais quente ou mais fria em comparação com a média da linha de base de 1951 a 1980. Observe que os vermelhos mais profundos estão pelo menos 4° Celsius (7° Fahrenheit) acima do mês significar.

Partes da América do Sul, Norte da África, América do Norte e Península Antártica foram especialmente quentes e experimentaram anomalias de temperatura em torno de 4°C. Mas não estava excepcionalmente quente em todos os lugares. Partes do meio-oeste dos EUA e do norte da Europa registraram temperaturas mais próximas da média. No geral, julho de 2023 foi 1,18°C (2,12°F) mais quente que a média de julho entre 1951 e 1980.

“Essas mudanças que estamos vendo nas temperaturas globais estão sendo refletidas em extremos de calor reais que as pessoas estão experimentando localmente”, disse Schmidt. “Podemos dizer com alguma confiança agora que as ondas de calor que estamos vendo no norte da África, Oriente Médio, sudoeste dos EUA, China e sul da Europa estão sendo diretamente impactadas pelo fato de que todo o planeta está aquecendo”. A equipe GISS monta sua análise de temperatura a partir de dados de temperatura do ar da superfície de dezenas de milhares de estações metrológicas e dados de temperatura da superfície do mar adquiridos por instrumentos baseados em navios e bóias. Esses dados brutos são analisados usando métodos que levam em consideração o espaçamento variado das estações de temperatura em todo o mundo e os efeitos do aquecimento urbano que podem distorcer os cálculos.

O julho mais quente do que o normal continua uma tendência de aquecimento de longo prazo, impulsionada principalmente pelas emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem.

Julho de 2023 foi 0,24°C (0,43°F) mais quente do que qualquer julho anterior no registro da NASA.

As altas temperaturas da superfície do mar contribuíram para o calor recorde de julho. O mapa mostra temperaturas oceânicas especialmente quentes no Pacífico tropical oriental, evidência do El Niño que começou a se desenvolver em maio de 2023 . Fenômenos como El Niño ou La Niña, que aquecem ou esfriam o Oceano Pacífico tropical, podem contribuir com uma pequena quantidade de variabilidade ano a ano nas temperaturas globais. Mas essas contribuições normalmente não são sentidas quando o El Niño começa a se desenvolver durante o verão do Hemisfério Norte.

“Uma das razões pelas quais esse registro é preocupante é que os efeitos do El Niño nas temperaturas globais normalmente têm vários meses de atraso e são sentidos no inverno e na primavera”, disse Schmidt. “Embora tenhamos um El Niño se desenvolvendo agora, o calor recorde que estamos vendo ainda não está relacionado a isso de maneira significativa. Esperamos ver os maiores impactos do desenvolvimento do El Niño em fevereiro, março e abril de 2024.”

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Fotos NASA Earth Observatory por Lauren Dauphin, com base em dados do NASA Goddard Institute for Space Studies
1 a 31 de julho de 2023 Temperatura Julho de 1880 - julho de 2023 Assista o Gif: www.bit.ly/45QEdQT Calor excepcional e incêndios florestais marcam o verão de extremos
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