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No Dia da Natureza, Pará comemora redução de 56% em alertas de desmatamento

“Em relação à análise trimestral, nós já tivemos um desempenho muito bom no segundo semestre e extraordinário no terceiro semestre. Isso porque, para além dos números de redução percentual de 56%, em área foram quase mil quilômetros a menos em relação ao ano passado. A importância maior está no fato de que esses três mesesjulho, agosto e setembro - são os meses mais críticos quando a gente analisa os alertas de desmatamento”, diz o titular da Semas.

No primeiro trimestre (janeiro-fevereiro-março) de 2023, o Pará manteve a mesma área recoberta por alertas de desmatamento em comparação com 2022, 160 km². No 2° trimestre (abril-maio-junho), a redução em relação a 2022 foi de 361 km², o que equivale a um percentual de 38%. No 3° trimestre (julho-agosto-setembro), o estado alcançou o melhor resultado até agora em 2023, com redução de 56% em relação a 2022, o que corresponde a uma área de 957 km².

OPará comemora o Dia da Natureza, 4 de outubro, com mais uma boa notícia para o meio ambiente: o Estado atingiu, em setembro, o melhor trimestre do ano em redução dos alertas de desmatamento, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nos meses de julho, agosto e setembro, houve queda de 56% em relação a 2022, o que corresponde a 957 km² de área preservada.

Segundo o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), Mauro O’de Almeida, os dados positivos apresentados no terceiro trimestre do ano são ainda mais relevantes considerando que, historicamente, esses três meses costumam apresentar grandes áreas recobertas por alertas de desmatamento.

Redução em setembro

O Pará reduziu em 41% as áreas recobertas por alertas de desmatamento em setembro deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em números absolutos, este índice corresponde a uma área preservada de 216 km². Em setembro foram registrados 315 km² de área recoberta por alertas de desmatamento, enquanto em 2022 no mesmo mês foram registrados 531 km². De acordo com a assessora técnica da Semas, Andréa Coelho, a redução no desmatamento em setembro segue o padrão de queda registrado no decorrer do ano de 2023. “A diminuição no mês de setembro em relação ao ano passado mostra uma tendência real de queda do desmatamento no estado do Pará, verificada desde o início do ano. O único mês em que foi registrado aumento em relação a 2022 foi março, mas geralmente março é um mês em que as áreas desmatadas são menores.

Nos demais meses, nós conseguimos reduções expressivas. Em agosto houve uma redução significativa e em setembro - que costuma ser um mês muito crítico também, assim como agosto -, nós mantivemos a redução e alcançamos a marca de 41% e isso precisa ser valorizado.

Trata-se de um processo de tendência na redução do desmatamento”. Com esta performance, o Pará dá início ao Ano Prodes 2024 já em vantagem no combate ao desflorestamento, completa a assessora. “É importante frisar que agosto e setembro já são os dois primeiros meses do Ano Prodes de 2024. Então, iniciamos este ciclo com redução nos dois primeiros meses, que costumam ser muito críticos, mas felizmente nós temos logrado êxito.”

Na Amazônia Legal, foram registrados 630 km² de alertas de desmatamento no mês de setembro de 2023, uma queda de 57% em relação ao mesmo período de 2022, quando a área foi de 1.455 km². A redução em área equivale a 825 km².

Entre os estados da região que mais contribuíram para essa redução em área absoluta, destaca-se o Pará, com apenas três quilômetros quadrados a menos que Mato Grosso, 216 km2.

Redução de 57% em 15 municípios

Nos 15 municípios atingidos pelo Decreto Estadual nº 2.887, de 7/02/2023, que declara Estado de Emergência Ambiental, houve redução em 57% do desmatamento em setembro de 2023, de acordo com os dados do Inpe, em relação a 2022. Nos municípios de Altamira, Anapu, São Félix do Xingu, Pacajá, Novo Progresso, Itaituba, Portel, Senador José Porfírio, Novo Repartimento, Uruará, Rurópolis, Placas, Trairão, Jacareacanga e Medicilândia, a área recoberta por alertas de desmatamento foi de 169 km², uma redução de 228 km² em relação a 2022.

A maior redução percentual foi em Novo Progresso, com 95% de alertas de desmatamento a menos que no mesmo período de 2022, o que equivale a 44 km² em área absoluta. Portel apresenta a maior área reduzida em números absolutos, com 53 km².

Em setembro de 2022, estes 15 municípios foram responsáveis por 75% de todo o desmatamento registrado no Pará, que foi de 531 km². Este ano, a contribuição deles foi de 54%, e no estado o desmatamento foi de 315 km².

Com as ações de comando e controle implementadas pelo Governo do Estado para combater os ilícitos ambientais em diversas regiões, o Pará também alcançou uma redução no desmatamento equivalente a uma área de 1.317 km² de janeiro a setembro deste ano.

Mauro O’de Almeida destaca que a redução prova que o Governo do Estado foi certeiro ao tomar a decisão de decretar estado de emergência ambiental nos 15 municípios.

“Apesar do histórico relacionado a prática do desmatamento ilegal ocorrer nestes três meses, que coincidem com o tempo mais seco, aqui na região amazônica, os resultados positivos estão diretamente ligados com os esforços que têm sido empreendidos pelo governo do estado, através da força estadual de desmatamento, em especial agora com a estratégia focada nos municípios mais críticos do desmatamento do Pará, que são os 15 municípios que estão no decreto. E isso é tão verdade que é revelado pelos números. A gente vem obtendo redução nestes 15 municípios, tanto em termos de área quanto em relação a participação deles no desmatamento do estado como um todo. Isso é uma prova, é um resultado que vem ratificar a tomada de decisão acertada do governo ao decretar o estado de emergência nestes 15 municípios. A estratégia é tão eficiente que mantém a redução apesar da prática do desmatamento ilegal ser histórico nos meses do trimestre julho-agosto-setembro”, completa o secretário.

Olhando para o futuro

Para impedir o aumento das temperaturas, os investigadores citam décadas de investigação que indicam que os seres humanos devem reduzir a emissão de gases com efeito de estufa, especialmente o dióxido de carbono emitido pela queima de combustíveis fósseis. Se não forem feitas mudanças, os países de rendimento médio e baixo serão os que mais sofrerão, disse Vecellio. Como exemplo, os investigadores apontaram Al Hudaydah, no Iémen, uma cidade portuária com mais de 700 mil habitantes no Mar Vermelho. Os resultados do estudo indicaram que se o planeta aquecer 4°C, esta cidade pode esperar mais de 300 dias em que as temperaturas excedam os limites da tolerância humana todos os anos, tornando-a quase inabitável. “O pior stress térmico ocorrerá em regiões que não são ricas e que deverão registar um rápido crescimento populacional nas próximas décadas”, disse Huber. “Isto é verdade apesar de estas nações gerarem muito menos emissões de gases com efeito de estufa do que as nações ricas. Como resultado, milhares de milhões de pessoas pobres sofrerão e muitas poderão morrer. Mas as nações ricas também sofrerão com este calor e, neste mundo interligado, todos podem esperar ser afetados negativamente de alguma forma”.

(*) SEMAS <<

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