28 BELÉM-PARÁ
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ISSN 16776968
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EDIÇÃO 262
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2 ANOS DE USINA DA PAZ PALÁCIO ANTÔNIO LEMOS REVITALIZADO 12
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AGRICULTURA URBANA CONTRA A CRISE CLIMATICA www.paramais.com.br
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N E S TA E D I Ç Ã O 262 - JANEIRO - 2024
NOVOS BENEFICIÁRIOS DO BORA BELÉM E ENTREGA DE EQUIPAMENTOS MARCAM O ANIVERSÁRIO DE BELÉM
06 PALÁCIO ANTÔNIO LEMOS É REABERTO AO PÚBLICO RESTAURADO COMO PRESENTE DE ANIVERSÁRIO PARA BELÉM
08 DURANTE PROGRAMAÇÃO DE ANIVERSÁRIO, USIPAZ CABANAGEM CERTIFICA MAIS DE 500 ALUNOS
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PUBLICAÇÃO Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br
EDITORA CÍRIOS
ÍNDICE DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Aline Seabra, Assessoria de Comunicação/PMP, Daryl Van Tongeren, Jefferson S. Salão, Joyce Assunção, José Tadeu Arantes, Katherine Sinacore, Keith Diaz, Michiel van Breugel, Ronaldo G. Hühn, Rose Barbosa, SEDAP, The Conversation, Universidade de Auburn, Victor Miranda; FOTOGRAFIAS: Adan Costa (Nucom/Seac), Agência Pará / Arquivo-Rodolfo Oliveira, Água Salud/Instituição Smithsonian, Amarilis Marisa/Comus, Andres Hernandez/Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian, Ascom Seurb, Autonomous, Bruno Cecim / Ag.Pará, Cecília Bastos/USP Imagens, Divulgação, Fundação Compassionate Eye/Gary Burchell/DigitalVision Morsa/DigitalVision via Getty Images via Getty Images, Fundação Compassionate Eye/Gary Burchell/DigitalVision via Getty Images, Internet, Instituto de Recursos Mundiais, Harvard Health, Joyce Ferreire/ Agência Belém, Jorge Aleman/Instituto Smithsonian de Pesquisas Tropicais, Mácio Ferreira/ Ag. Pará, Marcos Guerra/ Instituto Smithsonian, Mihtiander/iStock via Getty Images Plus,National Museum of African American, Neuroscience News, Orion Lima, Paulo Sérgio Zembruski, Pyrosky/Getty Images, Raoni Figueiredo / Ag Pará, Schon/Momento via Getty Images, Sidney Oliveira/Ag. Pará, TEDx, Universidade de Auburn, Unsplasch, Yale Medicine; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios
* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
DURANTE PROGRAMAÇÃO DE ANIVERSÁRIO, USIPAZ CABANAGEM CERTIFICA MAIS DE 500 ALUNOS
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14 PARAUAPEBAS CONSTRÓI O AMANHÃ: MAIS DE 2800 FAMÍLIAS BENEFICIADAS COM PROGRAMAS E AÇÕES HABITACIONAIS
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Estudo inovador revela o notável sistema de reciclagem do cérebro! A comida como remédio
Agricultura urbana pode ser resposta criativa à crise climática Resiliência. Ajudando pessoas a controlar o estresse Cinco fatores para explicar o calor recorde em 2023
Vista aérea da Cidade de Belém com destaque ao Complexo do Ver - o - Peso. Foto: Osmarino Souza Para receber edições da Pará+ gratuitamente é só entrar no grupo bit.ly/ParaMaisAssinatura ou aponte para o QR Code FAVOR POR
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Trabalho social do Promaben é apresentado em simpósio internacional
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Políticas de incentivo fiscal do Governo do Pará fortalecem a atividade industrial
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Palácio Antônio Lemos é reaberto ao público restaurado como presente de aniversário para Belém
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Novos beneficiários do Bora Belém e entrega de equipamentos marcam o aniversário de Belém As descobertas de um novo estudo sugerem que tomar um probiótico pode ajudar a prevenir o declínio da memória e do pensamento que pode acompanhar o envelhecimento. Esta pesquisa pode abrir caminho para novos tratamentos não invasivos que alavancam o microbioma intestinal para mitigar o declínio cognitivo na população idosa Texto *Joyce Assunção Fotos Amarilis Marisa, Comus
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inclusão de 500 novos beneficiários do programa de Renda Cidadã Bora Belém foi um dos marcos da comemoração dos 408 aniversário da capital paraense nesta sexta-feira, 12. No estacionamento do Ver-o-Peso, a Prefeitura de Belém fez a entrega simbólica do cartão do benefício para as novas beneficiárias: Lucineide da Costa, Jéssica Alves e Elder Bentes. “A situação não tá fácil e esse benefício vai ajudar a comprar alimento. Eu tenho quatro filhos, dois ainda são menores de idade, então, esse valor veio em boa hora. É uma boa ajuda, vou ter dinheiro pra comprar alimentação e cuidar da saúde deles”, disse agradecida Maria Edilene Vasconcelos, de 39 anos, que acabou de ser incluída no programa.
A Prefeitura de Belém entrega também equipamentos para melhorar o atendimento às pessoas que procuram os Cras
O Renda Cidadã Bora Belém, criado em janeiro de 2021, já alcançou 18 mil famílias inscritas, porque se encontram em situação de vulnerabilidade social. “Este é um momento de conquistas e vitórias. Mais 500 novas famílias estão inscritas para receber uma ajuda de até R$ 500,00 do Programa Bora Belém, feito em parceria com o Governo do Estado. Belém iniciou o programa em janeiro 2021 e hoje conta 18 mil famílias beneficiadas. E quando inclui os filhos, chegamoso a 80 mil pessoas beneficiadas. Isso é uma vitória”, enfatizou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.
Bora Belém
A Prefeitura de Belém entrega também equipamentos para melhorar o atendimento às pessoas que procuram os Cras
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É um programa de assistência da Prefeitura de Belém, coordenado pela Fundação Papa João XXIII (Funpapa).
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A missão é oferecer renda mínima para famílias que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade social, insegurança alimentar ou fome. Por meio de um trabalho de busca ativa da Funpapa, a Prefeitura consegue mapear as famílias que necessitam do auxílio financeiro municipal, o qual é mensal e pode chegar até o valor de R$ 500,00.
Melhoria de atendimento nos Cras Durante a comemoração dedicada a Belém, houve também a entrega de equipamentos para a melhoria do atendimento voltado às pessoas de baixo poder aquisitivo que procuram os 12 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de Belém. Nesta sexta-feira, houve a entrega de kits de equipamentos para melhorar o atendimento das pessoas que procuram o serviço realizados nos Cras. Cadeira de rodas, computador e máquina de scanner são alguns dos equipamentos que fazem parte dos kits, que foram entregues, simbolicamente, aos representantes do Cras de Icoaraci e Barreiro, Emanulle Valles e Cristiano Amorim, rescpectivamente.
Os equipamentos são um reforço para a rede de Assistência Social do município que já possui 46 CRAS e 18 CREAS. A meta é expandir o número destes equipamentos ao longo do ano. A idéia é que a cidade possa ter pelo menos um CRAS por distrito
Sinalização turística A festa dos 408 anos da capital paraense também foi o momento para assinatura do Termo de Cooperação Técnica para a sinalização turística do município de Belém. A sinalização será em placas verticais, que vão apontar a localização dos equipamentos turísticos. Essa sinalização deve ser realizada em dois anos, dentro de um período dividido em quatro fases, e
Durante a assinatura do Termo de Cooperação Técnica para a sinalização turística do município de Belém
consiste: no levantamento das necessidades de sinalização turística no município; na elaboração de documentos técnicos,
como projetos; na fiscalização do processo de instalação da sinalização; e realização de vistorias para manutenção dos equipamentos turísticos implantados. O termo foi assinado pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, governador Helder Barbalho e titulares das Secretaria Municipal de Turismo (Belemtur), Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e Secretaria Estadual de Turismo (Setur).
Novos equipamentos para GMB
Por meio de parceria com o Governo do Pará foram entregues coletes de segurança à Guarda Municipal de Belém
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Ainda no estacionamento do Ver-o-Peso, a Prefeitura de Belém recebeu 206 novos coletes balísticos destinados para a Guarda Municipal de Belém (GMB), resultado de parceria com o Governo do Estado. Os novos equipamentos vão oferecer mais segurança aos agentes da GMB, que muitas vezes atuam de forma integrada com os agentes de segurança dos órgãos estaduais.
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Palácio Antônio Lemos é reaberto ao público restaurado como presente de aniversário para Belém Texto *Victor Miranda Fotos Ascom Seurb, Joyce Ferreire/Agência Belém
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Palácio Antônio Lemos reabre as portas, completamente restaurado e entregue a população de Belém, na noite desta sexta-feira, 12, dentro da programação de comemoração dos 408 anos da capital paraense, organizada pela Prefeitura de Belém. A cerimônia iniciou com o descerramento da placa na entrada do Palácio pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, e demais autoridades. Após o ato, o prefeito também reabriu o Museu de Artes de Belém (MABE), que integra a arquitetura interna do Palácio Antônio Lemos.
Cerimônia de reabertura do Palácio Antônio Lemos ocorreu no começo da noite desta sexta-feira, 12, em homenagem aos 408 anos de Belém
Após uma restauração completa, que durou cerca de 18 meses, o Palácio Antônio Lemos é entregue à população durante programação de aniversário de Belém
Arte
O Palácio Antônio Lemos possui salões coloridos e luxuosos que abrigam diversas obras de arte
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Palácio Antônio Lemos é reaberto ao público restaurado como presente de aniversário para Belém.indd 12
O MABE completa 30 anos neste ano de 2024 e também passou por uma reforma e de restauração completa. Duas exposições estão à disposição do público, gratuitamente: “Belém no acervo Mabe” e “Arte na obra”, que ficarão abertas até o dia 1° de março. O Mabe funcionará entre terça e sexta-feira, das 9h às 16h30. “O Palácio Antônio Lemos é o símbolo do executivo municipal e junto com o Museu de Arte de Belém são de grande importância histórica e cultural para a cidade”, ressaltou o prefeito Edmilson Rodrigues.
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Patrimônio histórico Tombando em 1942 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Palácio Antônio Lemos é uma obra construída por José da Gama Abreu, que detinha o título de “Barão do Marajó”, no ciclo da borracha, em 1860. O prédio passou por um restauração completa, que iniciou em junho de 2022. Foram cerca de 18 meses de obras, com um investimento municipal de R$ 26 milhões. O espaço recebeu inúmeros serviços de restauro e recuperação, assim como a modernização dos sistemas de segurança, elétrico e contra incêndios.
Compromisso A reforma do imóvel histórico foi decidida, logo após o prefeito Edmilson Rodrigues assumir a gestão, em janeiro de 2021, e visitar o Palácio Antônio Lemos, que estava fechado, em estado de deterioração e sem condições de receber o gabinete
Prefeitura de Belém restaurou o Palácio Antônio Lemos e modernizou suas instalações elétrica e hidráulica e reabriu as portas do imóvel na sexta-feira, 12
do executivo municipal. “Aqui volta a ser gabinete do prefeito. As salas estão restauradas à altura da riqueza que é Palácio”,
avisou Edmilson Rodrigues. Ele enfatizou, que o imóvel histórico será bem cuidado e aberto à população para visitação.
Palácio Antônio Lemos passou por uma restauração completa durante 18 meses e foi reaberto durante as festividades do aniversário de Belém, na sexta-feira, 12
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Durante programação de aniversário, UsiPaz Cabanagem certifica mais de 500 alunos
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Texto *Aline Seabra Fotos Adan Costa (Nucom/Seac)
lunos dos cursos de Gastronomia, Corte e Costura, Auxiliar em Administração e Tecnologia, ofertados na Usina da Paz Cabanagem, em Belém, receberam seus certificados na noite desta sexta-feira (12), durante a programação de aniversário do complexo. A iniciativa é da Secretaria de Articulação da Cidadania, em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet) e com a Fundação ParáPaz. “Cada certificação representa meses dedicados, esforço e superação. É a realização de sonhos que abrem caminhos para um futuro promissor, onde os alunos adquirem habilidades cruciais para prosperar em suas carreiras e comunidades. Além dos certificados, eles ganham confiança e autoestima, certos de que podem atingir seus objetivos. Essas cerimônias não são apenas formais, mas celebrações de conquistas individuais que, juntas, fortalecem e conscientizam nossa sociedade”, disse o Secretário de Cidadania, Igor Normando. A coordenadora-geral da Usina da Paz Cabanagem, Ivanilda Vieira, ressaltou a importância dessas conquistas para a comunidade. “Os cursos trouxeram mudanças significativas, proporcionando oportunidades e transformando vidas. Isso impactou positivamente todos os residentes da região, representando uma nova perspectiva para o bairro. A presença do governo do Estado impulsionou o reconhecimento e a valorização crescente desse território. Contribuir para a comunidade, sendo moradora da Cabanagem, é motivo de grande satisfação. A administração deste espaço, junto com a equipe dedicada, busca beneficiar continuamente a beneficiar todos”, afirmou Ivanilda.
Alunos receberam seus certificados na sexta-feira (12), durante a programação de aniversário do complexo na Usina da Paz Cabanagem
Mudanças significativas, proporcionarão oportunidades e transformarão vidas
Comemoração
Realização de sonhos que abrem caminhos para um futuro promissor
A noite foi encerrada com dois grandes shows das cantoras paraenses Mell Pinheiro e Valéria Paiva, da banda Fruto Sensual. “Para mim, participar deste evento é uma grande alegria e honra. A Usina da Paz é um projeto lindo, que traz muitas coisas boas para a periferia, que sempre são muito re-
ceptivos. Agradeço a oportunidade de fazer parte desta festa”, disse Mell Pinheiro. A Usina da Paz é um projeto lindo, que traz muitas coisas boas para a periferia, que sempre são muito receptivos
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Belém celebra o aniversário de 2 anos de implantação da Usina da Paz da Cabanagem
2º ano da Usina da Paz da Cabanagem A UsiPaz Cabanagem já realizou mais de 747 mil beneficiamentos à população do bairro Belém celebra 408 anos e, a cidade também comemora 2º ano de implantação da Usina da Paz da Cabanagem. O complexo foi responsável por diversas iniciativas de inclusão social, promovendo uma transformação nos bairros da capital do Estado Fotos Bruno Cecim / Ag.Pará, Raoni Figueiredo / Ag Pará
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programação comemorativa iniciativa da Secretaria de Articulação da Cidadania (Seac), incluiu emissão de documentos como: RG, certidão de nascimento e óbito, CPF, título eleitoral, carteira de trabalho digital, assessoria jurídica e muito mais. Além disso, o espaço realizou atendimento de saúde, como consultas com clínico geral, pediatra e odontológica.
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2º ano da Usina da Paz da Cabanagem.indd 12
O secretário de cidadania, Igor Normando, enfatizou o compromisso das Usinas da Paz com os moradores da Cabanagem. “Nesta programação destacamos nossa dedicação à comunidade, oferecendo oportunidades para fortalecer a cidadania, promover o desenvolvimento pessoal e criar um ambiente harmonioso. Ao celebrar o aniversário da Usina da Paz Cabanagem, celebramos as vidas e aspirações
da nossa comunidade, tornando esse aniversário um evento significativo, cheio de alegria”, frisou o titular da Seac. Os serviços foram oferecidos em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa), Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), Policia Civil (PC), Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE) e Universidade da Amazônia (Unama). A população também ficou animada com os serviços de estética, como corte de cabelo, design de sobrancelha e massagem. “Temos que ficar bonitas para a festa mais tarde, pois sabemos que vai ter show, e venho junto com as minhas amigas”, disse a estudante Heloisa Oliveira. A coordenadora-geral da UsiPaz Cabanagem, Ivanilda Vieira, fez um comparativo do bairro nestes dois anos de atuação da UsiPaz. “Nos últimos dois anos, observamos uma notável transformação social neste território, que antes era associado, predominantemente, à criminalidade. Hoje, as pessoas na Cabanagem vivem em um lugar onde a paz e a tranquilidade prevalecem, resultado do esforço contínuo na construção da Usina da Paz. Esse projeto impactou positivamente a vida de todos, independentemente da idade. Esse período é marcado por uma jornada especial de mudança e presença da cidadania”, disse a gestora.
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Políticas de incentivo fiscal do Governo do Pará fortalecem a atividade industrial O território paraense abriga 183 empresas incentivadas, em 53 municípios, que projetam a geração de 43 mil empregos diretos Texto *Aldirene Gama Fotos Divulgação
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Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), executa políticas públicas de incentivo fiscal para atração de novos empreendimentos, com ênfase no desenvolvimento econômico sustentável, geração de emprego e renda e verticalização do segmento industrial do Estado. O Pará conta com 183 empresas incentivadas, distribuídas em 53 municípios, nas 12 Regiões de Integração, com projeção de geração de 43 mil empregos diretos e faturamento acima de R$ 110 bilhões, segundo dados estatísticos obtidos dos processos aprovados pela Secretaria Operacional de Incentivos Fiscais (Secop).
Empreendimentos que recebem incentivos impulsionam a geração de empregos no Estado
O Pará conta com 183 empresas incentivadas, distribuídas em 53 municípios
Políticas públicas de incentivos fiscais voltadas ao setor produtivo, contribuindo com a geração de emprego, renda e com a verticalização do segmento industrial paraense
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As modalidades de concessão de incentivos fiscais abrangem subsídios para implantação de novos empreendimentos, ampliação, diversificação e aquisição de imobilizado para o processo industrial de empresas já instaladas. Quanto aos benefícios tributários relativos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), as empresas são contempladas com as modalidades: crédito presumido, redução da base de cálculo, diferimento ou isenção. No Pará, essa Política se destina às indústrias do pescado, agropecuária, agroindústrias e indústrias em geral, favorecendo a verticalização das cadeias produtivas. As empresas que aderem ao Programa recebem incentivo fiscal de 50% a 95%, tendo como prazo de fruição no mínimo sete e no máximo 15 anos, podendo ser prorrogado até o limite de mais 15 anos, totalizando 30 anos. No ranking dos municípios com empresas incentivadas o destaque é Belém, com o maior número (25 empresas), seguida por Castanhal (15), Ananindeua (14), Benevides (12), Barcarena (9), Paragominas (8), Santa Izabel do Pará (5), Marabá (5) e Santarém (4).
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Coordenação A Secop, abrigada na estrutura da Sedeme, por meio do Decreto nº 1.277/2015, é responsável pela gestão das políticas de incentivo, e coordena a análise, sugestão de aprovação e concessão dos benefícios fiscais, com o devido encaminhamento para a Comissão da Política de Incentivos ao Desenvolvimento Socioeconômico do Pará. “As empresas interessadas no incentivo devem protocolar Projeto de Viabilidade Técnica, Econômica e Financeira à Sedeme, que submeterá à Comissão da Política de Incentivos para análise”, informa Ricardo Leitão, secretário Operacional da Secop.
As empresas interessadas no incentivo devem protocolar Projeto de Viabilidade Técnica, Econômica e Financeira à Sedeme...
A partir da concessão, as empresas beneficiadas são permanentemente avaliadas e monitoradas pelo Grupo de Acompanhamento de Projetos Incentivados (Gapi
Ele acrescentou que a análise dos projetos terá como parâmetro a avaliação da pontuação alcançada na proposta, de acordo com o Decreto nº 990/2020, que definirá as modalidades, os percentuais e o prazo de fruição dos incentivos.O titular da Sedeme, Paulo Bengtson, ressaltou que, “a partir da concessão, as empresas beneficiadas são permanentemente avaliadas e monitoradas pelo Grupo de Acompanhamento de Projetos Incentivados (Gapi), composto por diversas instituições do governo do Estado, que avaliam as atividades e contribuições para o desenvolvimento da economia do paraense”. De janeiro a outubro de 2023, o Gapi visitou 71 empresas beneficiadas e elaborou 58 relatórios. Parcerias para impulsionar o cenário econômico do Pará
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Pará fecha 2023 como líder absoluto na produção de açaí e dendê além de mais três importantes culturas agrícolas Estado se mantém, como mostra o levantamento do IBGE, como o maior produtor de cacau, mandioca e abacaxi
Texto *Rose Barbosa Fotos Agência Pará / Arquivo-Rodolfo Oliveira, Divulgação, MÁCIO FERREIRA/ AG. PARÁ, , Sidney Oliveira/Ag. Pará
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Pará fecha o ano de 2023 como líder na produção nacional de cinco importantes culturas: abacaxi, açaí, cacau, dendê e mandioca. O Estado aparece em destaque também na produção de pimenta-do-reino atingindo o segundo lugar no ranking nacional. Também está entre os maiores produtores do Brasil em coco-da-baía e limão (ambas em 3º lugar). Os dados fazem parte da Produção Agrícola Municipal (PAM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)/2023. Regionalmente, os dados foram sistematizados pelo Núcleo de Planejamento e Estatísticas da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). Entre as culturas agrícolas, cujo Pará aparece no topo, duas se destacam com uma produção bem superior quando comparado com outras unidades federativas do Brasil, como ratifica o levantamento. É o caso do açaí – com 93,87% da produção e do dendê cuja produção nacional é quase toda registrada em solo paraense - 98,27%.
No caso do açaí, como avalia o responsável pelo trabalho da Sedap junto
Pará é líder absoluto na produção de açaí
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ao IBGE, o estatístico e professor João Ulisses Silva, a tradição é tão arraigada no Pará que 114 de seus municípios produzem o fruto. “A produção está presente em todos eles, registrando uma quantidade produzida de 1,6 milhões de toneladas em 224,04 mil hectares e produtividade de 7,12 toneladas por hectare, gerando um valor de produção de 5,93 bilhões de reais em 2022”, observou o estatístico. Ele destacou que o principal município produtor é Igarapé-Miri com o registro de 420,7 mil toneladas (26,4%da produção paraense). Produzido em 30 municípios, de acordo com o levantamento do IBGE, o dendê está presente em 30 municípios. A quantidade produzida foi 2,9 milhões de toneladas em 185,96 mil hectares e produtividade de 15,6 toneladas por hectare, gerando um valor de produção de 1,20 bilhões de reais em 2022.
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Conforme o estatístico repassou, o principal município produtor é Tailândia (942,08 mil toneladas), com 32,47% da produção paraense. Quanto ao abacaxi, conforme observou Ulisses Silva, a produção está presente em 92 municípios do estado, registrando uma quantidade produzida de 350 milhões de frutos em 14,18 mil hectares com produtividade de 24,7 mil frutos por hectare, gerando um valor de produção de 520 milhões de reais em 2022. “O principal município produtor é Floresta do Araguaia com 258 milhões de frutos, isso representa 74% da produção paraense”, explanou o estatístico.
Outros destaques
A produção de abacaxi está presente em 92 municípios do estado
O Pará é o maior produtor de cacau do Brasil. De acordo com o levantamento da Sedap junto ao IBGE, a produção está presente em 65 municípios do estado, registrando uma quantidade produzida de 145,99 mil toneladas, em 152,84 mil hectares e produtividade de aproximadamente uma tonelada por hectare (0,96 kg/ha), gerando um valor de produção de 1,90 bilhões de reais em 2022. O município de Medicilândia, como informou Silva, fecha o calendário agrícola de 2023 com o município de Medicilândia, no sudoste do Pará, se mantendo como líder na produção de cacau paraense
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Outra tradicional cultura, a mandioca, também é destaque no estado. Segundo levantamento do IBGE, a produção está presente em 138 municípios do estado, registrando uma quantidade produzida de 4,16 milhões de toneladas em 277,1 mil hectares e produtividade de 15 toneladas por hectare, gerando um valor de produção de 3,17 bilhões de reais em 2022. O principal município produtor é Acará (326 mil toneladas), com 7,8% da produção paraense, conforme explicou o estatístico.
Produção agrícola O calendário agrícola do IBGE toma por base o ano de 2022, conforme informou a coordenadora de planejamento da Sedap, Maria de Lourdes Minssen. No que se refere à produção agrícola, o Pará atingiu 2,31 mil hectares de área cultivada, resultando uma produção de aproximadamente de 15,04 milhões de toneladas (referentes a 35 mensuradas em toneladas) e 525,40 milhões de frutos (referente as culturas do abacaxi e coco-da-baía), com valor produção estimado em torno de R$ 24,38 bilhões. “Com relação ao Valor de Produção dos produtos agrícolas no ano de 2022, o Estado do Pará ocupa a nona posição dentre as 27 unidades da federação, com participação de 2,76% do valor de produção nacional e apresentando um incremento de 11%, com relação ao ano anterior (ano de 2021)”, esmiuçou Maria de Lourdes Minssen. A coordenadora de planejamento ressaltou que embora o Pará não esteja como o primeiro lugar na produção de pimenta do reino e do coco-da-baía, se destaca entre os três maiores produtores dessa cultura no Brasil.
A mandioca, também é destaque no estado do Pará
Apesar de estiagem, Brasil teve safra recorde
“No que tange à pimenta do reino, ela está presente em 79 municípios do estado, registrando uma quantidade produzida de 42,1 mil toneladas em 18,06 mil hectares e produtividade de 2,33 toneladas por hectare, gerando um valor de produção de 470,7 milhões de reais em 2022. O principal município produtor é Tomé-açu (4,8 mil toneladas), com 11,40% da produção paraense”, detalhou a coordenadora. Já com relação ao coco-da-baía, como explicou Minssen, a produção está presente em 30 municípios do estado, registrando uma quantidade produzida de 175,02 milhões de frutos, em 17,42 mil hectares e produtividade de 10,04 mil frutos por hectare, gerando um valor de produção de 215,7 milhões de reais em 2022. O principal município produtor é Moju (79,5 milhões de frutos), com 45,42% da produção paraense. O Pará atingiu 2,31 mil hectares de área cultivada, resultando uma produção de aproximadamente de 15,04 milhões de toneladas
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A participação popular na gestão pública por meio das Cofis, desenvolvida a partir do trabalho social do Promaben foi tema do artigo apresentado em um simpósio internacional do NAEA, da UFPA
Trabalho social do Promaben é apresentado em simpósio internacional Texto Raimundo Sena Fotos Mácio Ferreira/Ag. Belém
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participação popular na gestão pública por meio das Comissões de Fiscalização de Obras e Serviços (Cofis), desenvolvida a partir do trabalho social do Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova (Promaben), da Prefeitura de Belém, foi o tema do artigo apresentado em um simpósio internacional promovido pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), da Universidade Federal do Pará (UFPA). Intitulado “Gestão Pública e Participação Popular: a experiência das Comissões de Fiscalização de Obras e Serviços (Cofis) no Promaben, em Belém-PA”, o artigo analisa o papel dessa instância participativa da gestão compartilhada de obras de saneamento e urbanização que estão sendo realizadas pela Prefeitura por meio do Promaben, nos bairros do Jurunas, Condor e Cremação. O “3º Simpósio Internacional Interdisciplinaridade e Desenvolvimento – Pesquisa, Ensino e Extensão na Amazônia para um Desenvolvimento Regional com Responsabilidade Global”, foi encerrado nesta quarta-feira. O artigo foi assinado pelos técnicos do Promaben: assistentes sociais Lidiane Maria Siqueira David, Gizele Cristina Carvalho dos Santos e Taynáh de Nazaré Argolo; e pelo sociólogo Helber da Silva Borges. A apresentação do artigo foi feita na última terça-feira, dia 21.
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Parauapebas constrói o amanhã: mais de 2800 famílias beneficiadas com programas e ações habitacionais A prefeitura de Parauapebas entregou ao longo de 2023, mais de 2800 documentos de lotes urbanizados e títulos de propriedades, beneficiando mais de 11 mil pessoas. Muitos sonhos se transformaram em realidade no Ginásio Islander Souza Texto *Assessoria de Comunicação/PMP Fotos Orion Lima
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o coração da transformação social, o compromisso da prefeitura de Parauapebas com o desenvolvimento comunitário ganha força. Mais de 800 títulos definitivos e 2000 lotes urbanizados foram entregues por meio de programas e ações habitacionais sólidos como o Lar da Nossa Gente e o Titula Parauapebas, verdadeiros catalisadores de mudanças positivas e estabilidade. Na busca por construir não apenas moradias, mas futuros promissores, a prefeitura de Parauapebas entregou ao longo de 2023, mais de 2800 documentos de lotes urbanizados e títulos de propriedades, beneficiando mais de 11 mil pessoas. As famílias beneficiadas participaram de programas municipais como o Titula Parauapebas e Lar da Nossa Gente, políticas que estão moldando não apenas residências, mas histórias e laços duradouros. Além da conquista de lares definitivos, Parauapebas investiu significativamente em desenvolvimento social. Projetos educacionais, oportunidades de emprego e eventos culturais tornaram-se fundamentais para a construção de uma comunidade que prospera em conjunto. A entrega dos títulos é, portanto, um capítulo emocionante em uma narrativa maior de crescimento e progresso.
Durante solenidade de entrega dos títulos definitivos que garantem segurança habitacional – um dos principais compromissos da gestão municipal
Moradia para todos Os cadastros habitacionais de Parauapebas redefiniram os horizontes da moradia acessível e do desenvolvimento urbano e mais de 2000 famílias foram contempladas com terrenos urbanizados. Com o programa Lar da Nossa Gente, da Secretaria de Habitação, as pessoas beneficiadas comemoram agora o ponto de partida para o sonho da casa própria. A entrega dos 2000 terrenos urbanizados é um compromisso tangível com a expansão do sonho residencial.
Cada lote representa não apenas um espaço para construir, mas uma oportunidade para indivíduos e famílias moldarem seus lares e construírem um futuro sólido. A auxiliar de serviços gerais Rozilene Conceição, felicíssima com o título em mãos. “Cheguei aqui em 2007, lutei, lutei, lutei, consegui. Minha casa, tá vendo?”, mostrava orgulhosa
Na esteira desse processo, o programa Morar Feliz, segue fazendo o cadastramento de famílias para receberem o kit construção, um subsídio destinado para a aquisição de materiais que vai beneficiar mais famílias ainda em 2024. 18
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Mais de duas mil famílias foram beneficiadas com títulos do Lar da Nossa Gente e subsídios financeiros no no Ginásio Islander Souza
Não é apenas sobre tijolos e argamassa; é sobre construir um amanhã sustentável, baseado na segurança e no crescimento. Com esses sentimentos também vivem agora os beneficiados pelo programa Titula Parauapebas que garantiu o título de propriedade para mais de 800 famílias e acabou com uma espera de anos. O título do imóvel legitima a verdadeira posse ao morador, garantindo segurança jurídica e moradia digna. Com ele, o titular ainda pode, por exemplo, ser contemplado com programas de habitação que contribuem para a melhoria do imóvel. O programa, executado pelo Prosap (Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas), atuou
Todo o processo foi acompanhado pelo Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social
Quem tiver interesse estar aqui no próximo sorteio e em participar dos programas habitacionais, pode ir ao Setor de Cadastro, localizado na rua Cristo Rei, nº 9, bairro Rio Verde, portando todos os documentos pessoais
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durante todo o ano de 2023 e realizou um sonho antigo das famílias beneficiadas. “Isso é um alívio para todos nós”, afirma Domingos Pereira, beneficiado pelo Titula Parauapebas. Com a entrega de todos estes benefícios, cada lar ganha uma narrativa de conquista, estabilidade e a promessa de um futuro mais seguro. Este não é apenas um marco para as famílias, mas para toda a comunidade que compartilha essas experiências únicas. Para o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, estes marcos são apenas o começo de um novo tempo. “Estamos comprometidos em continuar essa jornada, expandindo nossa visão de moradia acessível e desenvolvimento urbano sustentável”, afirma o gestor municipal. Pará+
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Agricultura urbana pode ser resposta criativa à crise climática Estudo comparou soluções desenvolvidas em São Paulo e em Melbourne, na Austrália. E destaca o grande potencial de expansão na capital paulista Texto *José Tadeu Arantes Fotos Cecília Bastos/USP Imagens, Paulo Sérgio Zembruski
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quela que, décadas atrás, seria considerada uma proposta utópica passou a ser reconhecida, agora, como uma necessidade urgente: ocupar o espaço urbano com hortas e pomares, aumentando a cobertura vegetal da cidade e o aporte de alimento saudável para a população. “Há hoje uma consciência da necessidade de fortalecer a agricultura local e a segurança alimentar, diante das incertezas geradas pela crise climática global”, diz o engenheiro ambiental Luís Fernando Amato-Lourenço, doutor em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e pós-doutor pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA – USP) e pela Freie Universität, de Berlim, Alemanha. Lourenço é o primeiro autor do artigo “Building knowledge in urban agriculture: the challenges of local food production in São Paulo and Melbourne”, publicado no periódico Environment, Development and Sustainability. O estudo foi apoiado pela FAPESP por meio de Bolsa, concedida a Lourenço, e de um Auxílio à Pesquisa, no âmbito do Projeto SPRINT (São Paulo Researchers
Horta comunitária na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Horta da Faculdade de Medicina da USP. Cultivo feito na laje de um dos prédios da faculdade em bombonas de plástico e vasos de isopor. Professores, alunos, funcionários e voluntários da comunidade se revezam para cuidar da horta.
Alguns dos alimentos produzidos na horta Faculdade de Medicina
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in International Collaboration), coordenado por Thais Mauad, ex-orientadora de Lourenço e também autora do artigo. “Nós comparamos a agricultura urbana desenvolvida em duas situações muito diferentes: na cidade de São Paulo e na cidade de Melbourne, na Austrália. Em Melbourne, a agricultura urbana é articulada com estratégias de saúde pública, como a promoção de exercícios físicos e outras atividades destinadas ao controle do sobrepeso e ao combate à obesidade. Em São Paulo, existem predominantemente dois modos: um de caráter socioeducativo, baseado em trabalho voluntário e princípios agroecológicos, como o desenvolvido no
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Parque das Corujas, na Vila Madalena; outro voltado para a geração de renda, principalmente em áreas periféricas das regiões Sul e Leste”, diz Lourenço. O pesquisador informa que, em Melbourne, a atividade agrícola urbana, que pode ser coletiva, em espaços comuns, ou particular, em propriedades privadas, é regulamentada por políticas públicas, que definem as áreas para a implantação das hortas e fazem a testagem do solo. Nos espaços comuns, os beneficiários das hortas pagam uma taxa por mês. É um modelo que ainda não existe em São Paulo. “Uma forte característica da agricultura urbana em São Paulo é que as iniciativas aparecem e desaparecem muito rapidamente. Como se baseiam em trabalho voluntário, são mais fáceis de começar do que continuar. As exceções ocorrem quando há uma pessoa muito empenhada na liderança. É o caso da nutricionista, consultora gastronômica e influenciadora Neide
O espaço também serve de discussão para vários assuntos, como o das práticas integrativas junto à medicina tradicional
Rigo, que mantém o blog ‘Come-se’ e cuida de uma horta de muito sucesso na City Lapa. Uma de suas contribuições é a valorização das chamadas ‘Plantas Alimentícias Não Convencio-
nais’ (PANCs), que apresentam grande resiliência diante de intempéries e constituem importantes opções nutricionais em tempos de mudanças climáticas”, exemplifica Lourenço.
Hortaliças não convencionais encontradas nas hortas comunitárias de São Paulo.A Tropaeolum majus L., B feijão bóer (Cajanus cajan), C roselle (Hibiscus sabdariffa L.), D azeda (Rumex acetosa L.), E Stachys byzantina K. Koch, F espinafre Malabar (Basella alba L.), G Malvaviscus (Malvaviscus arboreus Cav.), H Goiaba Cattley (Psidium Cattleyanum), eu Dente-de-leão (Taraxacum officinale)
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O pesquisador ressalta, a propósito, que a criatividade é um diferencial que conta pontoa favor de São Paulo. Se em Melbourne as coisas são mais organizadas, em São Paulo as soluções inovadoras predominam. “Os pesquisadores australianos ficaram muito interessados em conhecer as iniciativas de agricultura orgânica desenvolvidas aqui”, conta. Há uma crescente disposição de parte da população para a agricultura urbana. Se as iniciativas voluntárias são mais difíceis de quantificar, os números dos empreendimentos voltados para a geração de renda são mais bem conhecidos. “Sabemos que o município de São Paulo possuía, no período 2017 – 2028, 323 unidades de produção agropecuária, em sua maior parte com propriedades menores que 10 hectares e com culturas temporárias, totalizando uma área de cerca de 4.388 hectares. Entre proprietários, familiares e mensalistas, 802 pessoas estavam envolvidas diretamente na produção”, afirma Lourenço. Segundo o pesquisador, na região Sul, onde a produção é mais expressiva, a agricultura é tipicamente familiar. “Nessa região, 64% da população ocupada na atividade são constituídos por proprietários e 78% moram nas propriedades. No total, 65% das propriedades contam com mão de obra exclusivamente familiar. E produzem uma grande diversidade de itens, entre legumes, verduras, raízes, ervas e frutas”, contabiliza. Um subtema cada vez mais comentado é o das hortas verticais, estabelecidas nos topos ou mesmo em andares dos edifícios. Essa solução, na qual Barcelona se destaca em primeiro lugar no
Uma forte característica da agricultura urbana em São Paulo é que as iniciativas aparecem e desaparecem muito rapidamente
mundo, também tem sido adotada em Berlim e São Paulo. Por exemplo, uma horta cultivada no topo do Shopping Eldorado fornece legumes, verduras e ervas livres de defensivos agrícolas aos funcionários e suas famílias. “São Paulo tem um enorme potencial para a implantação de hortas nos topos dos edifícios. Além de possibilitar a produção de alimentos muito perto dos consumidores finais e de constituir espaços de socialização e educação ambiental, essas áreas verdes elevadas são também uma alternativa para a mitigação das ilhas de calor. Falta implantar políticas públicas duradouras que contribuam para isso”, pondera Lourenço. Considerando a agricultura urbana como um todo, a professora Thais Mauad comenta: “Frente ao cenário das mudanças climáticas, produzir ali-
mentos na cidade traz vários benefícios. A expansão da cobertura vegetal, a permeabilidade do solo, o aumento da umidade do ar, a promoção da biodiversidade, o enriquecimento do solo por matéria orgânica e por compostagem, aliados a métodos agroecológicos, são certamente elementos mitigadores de caráter local das mudanças climáticas. Além disso, a produção de alimentos a curtas distâncias também traz vantagens na menor emissão de CO2 pelo transporte veicular. E, em situações extremas de inundações, queimadas e outras, que podem interromper o fluxo de alimentos para a cidade, as hortas urbanas constituem alternativas para garantir a segurança alimentar”. (*) Agência FAPESP
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A Horta Comunitária “Horta das Corujas”, primeira ocupação de espaço público para cultivo de alimentos.B Horta comunitária da FMUSP localizada na cobertura da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.C Horta para geração de renda na zona leste de São Paulo. D Horta comunitária “Cidade Lapa”, conhecida pelo cultivo de espécies não convencionais. E “Horta dos ciclistas” localizada numa das principais avenidas da cidade.F Atividade educativa promovida na horta comunitária da FMUSP
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Pagar às pessoas para replantar florestas tropicais - e deixá-las colher a madeira - pode compensar o clima, a justiça e o meio ambiente As paisagens florestais tropicais são o lar de milhões de povos indígenas e pequenos agricultores. Quase todos os metros quadrados de terreno estão reivindicados, mesmo que as reivindicações não sejam formalmente reconhecidas pelos governos Texto *Jefferson S. Salão **Katherine Sinacore ***Michiel van Breugel Fotos Água Salud/Instituição Smithsonian, CC BY-ND, Andres Hernandez/Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian, Instituto de Recursos Mundiais, Jorge Aleman/ Instituto Smithsonian de Pesquisas Tropicais, Marcos Guerra/Instituto Smithsonian de Pesquisas Tropicais
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stes proprietários locais detêm a chave para uma solução valiosa à medida que o mundo tenta abrandar as alterações climáticas – restaurar paisagens tropicais desmatadas para um futuro mais saudável. As florestas tropicais são vitais para o clima e a biodiversidade da Terra, mas hoje em dia uma área de floresta tropical madura do tamanho de um campo de futebol é queimada ou derrubada a cada 5 segundos para abrir espaço para culturas e gado. Embora essas árvores possam ter sido perdidas, a terra ainda tem potencial. A combinação de sol durante todo o ano e chuvas intensas nas florestas tropicais pode levar a altas taxas de crescimento, sugerindo que as áreas onde antes cresciam as florestas tropicais poderiam ser locais valiosos para reflorestamento. Na verdade,
Plantando árvores em terras desmatadas no Panamá
uma série de acordos e declarações internacionais preveem exatamente isso.
O World Resources Institute mapeou áreas desmatadas que oferecem oportunidades para restauração florestal. Os verdes escuros são áreas maduras para restauração em larga escala. Áreas verdes claras poderiam ser restauradas em um mosaico de manchas. Os cinzas são florestas atuais
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Contudo, para que os projetos de reflorestação tenham impacto nas alterações climáticas, têm de trabalhar com e para as pessoas que ali vivem. Como ecologistas florestais envolvidos na restauração de florestas tropicais, temos estudado formas eficazes de compensar as pessoas pelos serviços ecossistêmicos que fluem das suas terras. Num novo estudo, mostramos como a compensação que também permite aos proprietários colher e vender algumas das árvores pode proporcionar incentivos poderosos e, em última análise, beneficiar a todos. O extraordinário valor dos serviços ecossistêmicos As florestas tropicais são celebradas pela sua extraordinária biodiversidade, sendo a sua preservação considerada essencial para proteger a vida na Terra. São reservatórios de vastos stocks de
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carbono, retardando as alterações climáticas. No entanto, quando as florestas tropicais são desmatadas e queimadas, libertam grandes quantidades de dióxido de carbono, um gás com efeito de estufa que impulsiona as alterações climáticas. Os programas que oferecem pagamentos por serviços ecossistêmicos são concebidos para ajudar a manter essas florestas e outros ecossistemas saudáveis, compensando os proprietários de terras por bens e serviços produzidos pela natureza que muitas vezes são tidos como garantidos. Por exemplo, as florestas moderam os fluxos dos rios e reduzem os riscos de inundações, apoiam as abelhas e outros polinizadores que beneficiam as terras agrícolas vizinhas e ajudam a regular o clima. Nos últimos anos, cresceu uma indústria artesanal em torno do pagamento de pessoas para reflorestarem terras em troca do carbono que elas podem reter. Tem sido impulsionado, em parte, por empresas e outras instituições que procuram formas de cumprir os seus compromissos de redução das emissões de gases com efeito de estufa, pagando projetos para reduzir ou prevenir emissões noutros locais. As primeiras iterações de projetos que pagam aos proprietários de terras pelos serviços ecossistémicos foram criticadas por se concentrarem demasiado na eficiência económica, por vezes à custa de preocupações sociais e ambientais. As soluções vantajosas para todos – onde as preocupações ambientais e sociais são tidas em conta – podem não ser as mais eficientes do ponto de vista económico a curto prazo, mas podem levar à sustentabilidade a longo prazo, uma vez que os participantes sentem orgulho e responsabilidade pelo sucesso do projecto. Essa sustentabilidade a longo prazo é essen-
Plantação de Dalbergia retusa, uma madeira artesanal altamente valiosa, no sub-bosque de uma plantação de teca de baixo crescimento em Agua Salud, Panamá
Benefícios ambientais, econômicos e sociais
cial para o armazenamento de carbono das árvores, porque são necessárias muitas décadas de crescimento para acumular carbono armazenado e combater as alterações climáticas.
Por que a madeira pode ser uma vitória tripla No estudo, procurámos formas de maximizar as três prioridades – benefícios ambientais, económicos e sociais – na restauração florestal, com foco em terras inférteis.Pode ser uma surpresa, mas a maioria dos solos nos trópicos
Espécies como a Terminalia amazonia, valiosa para a exploração madeireira comercial, podem crescer rapidamente, armazenando carbono na sua madeira à medida que crescem
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são extraordinariamente inférteis, com concentrações de fósforo e outros nutrientes essenciais uma ordem de grandeza ou mais inferiores às das áreas de produção agrícola do hemisfério norte. Isto torna a restauração das florestas tropicais através do reflorestamento mais complexa do que simplesmente plantar árvores – estas áreas também requerem manutenção. No nosso estudo utilizámos cerca de 1,4 milhões de medições de árvores realizadas ao longo de 15 anos nas instalações de Aqua Salud do Smithsonian Tropical Research Institute, no Panamá, para projetar o sequestro de carbono e potenciais receitas madeireiras. Analisamos florestas em crescimento natural, plantações de espécies de árvores nativas e um esforço para reabilitar uma plantação de teca fracassada, plantando árvores nativas de alto valor conhecidas por crescerem em solos de baixa fertilidade para testar rotas para a lucratividade. Um conjunto de soluções destacou-se: descobrimos que dar aos proprietários de terras tanto pagamentos pelo armazenamento de carbono como a capacidade de gerar receitas através da produção de madeira na terra poderia levar a florestas vibrantes e a ganhos financeiros para o proprietário da terra.
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Pode parecer contraintuitivo sugerir a colheita de madeira quando o objetivo é restaurar florestas, mas permitir que os proprietários de terras gerem receitas provenientes da madeira pode dar-lhes um incentivo para proteger e gerir as florestas plantadas ao longo do tempo. A regeneração de árvores numa paisagem desmatada, seja ela natural ou plantações, é uma vitória líquida para as alterações climáticas, uma vez que as árvores retiram grandes quantidades de carbono da atmosfera. Novas florestas que sejam exploradas seletivamente ou plantações que sejam colhidas dentro de 30 a 80 anos podem ajudar a abrandar as alterações climáticas, enquanto o mundo reduz as emissões e expande as tecnologias de captura de carbono.
Pagamentos confiáveis são importantes A estrutura dos pagamentos também é importante. Descobrimos que pagamentos anuais fiáveis de carbono aos proprietários rurais para regenerar florestas poderiam igualar ou ultrapassar o rendimento que de outra forma ob-
Bacia Hidrográfica do Canal do Panamá, onde funciona o projeto Agua Salud do Smithsonian Institution.
teriam com o desmatamento de terras para o gado, tornando assim possível a transição para a criação de árvores. Quando os pagamentos em dinheiro se baseiam em medições do crescimento das árvores, podem variar amplamente de ano para ano e entre estratégias de plantação. Com os custos envolvidos, isso pode impedir uma gestão eficaz dos solos para combater as alterações climáticas. Em vez disso, a utilização de pagamentos anuais fixos garante um ren-
Um gráfico de três tipos diferentes de restauração florestal mostra como seriam os pagamentos variáveis pelo armazenamento de carbono se fossem baseados no crescimento medido e não no crescimento médio ao longo de 30 anos. Quando os pagamentos diminuem ao longo do tempo, o incentivo para cultivar e proteger essas florestas desaparece. A linha azul representa um pagamento fixo de US$ 130 por hectare
dimento estável e ajudará a incentivar mais proprietários a inscreverem-se. Agora estamos usando esse método na Comarca Indígena Ngäbe-Buglé, no Panamá. O projeto paga aos moradores para plantar e cultivar árvores nativas ao longo de 20 anos. Transferindo o risco para os compradores de compensações de carbono. De uma perspectiva prática, os pagamentos anuais fixos de carbono e outras estratégias de partilha de custos para plantar árvores transferem o fardo do risco dos participantes para os compradores de carbono, muitas vezes empresas de países ricos. Os proprietários de terras são pagos mesmo que o crescimento real das árvores seja insuficiente e todos beneficiam dos serviços ecossistêmicos prestados. Embora as soluções vantajosas para todos possam inicialmente não parecer economicamente eficientes, o nosso trabalho ajuda a ilustrar um caminho viável a seguir – onde os objetivos ambientais, sociais e económicos podem ser alcançados. (*)Cientista e Diretor do Projeto Agua Salud, Smithsonian Institution, (**) Pós-doutorado, Projeto Agua Salud, Smithsonian Tropical Research Institute, Smithsonian Institution, (***)Professor Associado de Ciências Ambientais, Universidade Nacional de Cingapura
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Estudo inovador revela o notável sistema de reciclagem do cérebro! Pesquisadores da Universidade de Auburn fizeram uma descoberta inovadora que esclarece como nossas células cerebrais conseguem substituir com eficiência as proteínas mais antigas Fotos Departamento de Física da Universidade de Auburn
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ste processo é crucial para manter uma comunicação neural eficaz e garantir uma função cognitiva ideal. Publicado na Frontiers in Cell Development and Biology, o estudo intitulado “Vesículas sinápticas recentemente recicladas usam transporte multicitosquelético e probabilidade diferencial de captura pré-sináptica para estabelecer um fluxo líquido retrógrado durante ISVE em neurônios centrais”, detalha como as proteínas mais antigas em as células cerebrais são transportadas para reciclagem. Michael W. Gramlich, professor assistente de física na Universidade de Auburn, explica: “As células do cérebro substituem regularmente as proteínas mais antigas para manter o pensamento eficiente. No entanto, o mecanismo exato de como as proteínas mais antigas são transportadas para onde precisam ser recicladas permaneceu uma questão em aberto até agora. Nossa pesquisa mostra que uma via específica regula como as proteínas mais antigas são transportadas para o corpo celular, onde são recicladas, permitindo que novas proteínas tomem seu lugar”. Esta descoberta tem implicações profundas para a compreensão da saúde do cérebro. Sem uma substituição eficiente
Esta descoberta tem implicações profundas para a compreensão da saúde do cérebro
de proteínas, os neurônios do cérebro se degradariam com o tempo e se tornariam menos eficientes. Dr. Gramlich acrescenta: “Nosso trabalho revela uma via regulável que pode ser modulada para acomodar o aumento ou diminuição da função cerebral. Isso evita a degradação dos neurônios ao longo do tempo”. O estudo foi um esforço colaborativo envolvendo o estudante de graduação Mason Parkes e o estudante de graduação Nathan Landers. Impressionantemente,
Esta descoberta tem implicações profundas para a compreensão da saúde do cérebro
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como estudante de graduação, Nathan Landers realizou programação computacional avançada que foi fundamental para a compreensão dos resultados desta pesquisa. “Ficámos surpreendidos ao descobrir que um mecanismo único, simples e regulável, determina quando as proteínas mais antigas são escolhidas para serem recicladas”, observa o Dr. Gramlich, enfatizando a importância das suas descobertas. Esta publicação faz parte de uma coleção focada em tráfico, plasticidade neural e aprendizagem. Os pesquisadores utilizaram uma combinação de técnicas, incluindo microscopia de fluorescência, culturas de células do hipocampo e análises computacionais, para determinar os mecanismos que medeiam o tráfego de vesículas sinápticas mais antigas de volta ao corpo celular. A equipe de pesquisa da Universidade de Auburn está entusiasmada com as aplicações potenciais de suas descobertas na promoção da nossa compreensão da saúde do cérebro e das condições neurológicas degenerativas. Seu trabalho inovador é uma prova da pesquisa inovadora conduzida na instituição.
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Resiliência. Ajudando pessoas a controlar o estresse A palavra resiliência pode ser desconcertante. Significa manter a calma diante do estresse? Recuperando-se rapidamente? Crescendo com a adversidade? A resiliência é uma atitude, um traço de caráter ou um conjunto de habilidades? E as percepções erradas sobre a resiliência podem prejudicar as pessoas, em vez de ajudar? Fotos Autonomous, Mihtiander/iStock via Getty Images Plus, Unsplash, TEDx, Internet
Tal como aprender habilidades para escalar uma montanha – ou qualquer outra forma de atividade física – a resiliência pode ser desenvolvida
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esumindo numa frase: Resiliência é a capacidade de gerir o stress de forma eficaz . Não é uma qualidade ou atributo estático com o qual você nasceu, ou uma escolha de atitude. Em vez disso, é um conjunto de habilidades que podem ser desenvolvidas através da repetição de comportamentos específicos. Como psicóloga clínica , pesquisadora e educadora especializada em treinar pessoas para lidar com o estresse de forma mais eficaz, sei que a resiliência pode ser desenvolvida. Mas, assim como acontece com o condicionamento físico, você não pode obter abdominais mais fortes apenas querendo-os. Em vez disso, você deve repetir exercícios específicos que fortalecem seus abdominais; a intenção por si só não resolverá isso. Cultivar a resiliência é praticamente a mesma coisa. Tal como a aptidão física, a resiliência não é uma qualidade única, mas sim muitos ingredientes que contribuem de forma diferente para uma série de pontos fortes e situações. Por exemplo, alguém pode lidar muito bem com questões de relacionamento, mas ser incapaz de lidar com o estresse de um engarrafamento. www.paramais.com.br
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Alguns alicerces da resiliência são fatores que estão em grande parte fora do controlo de uma pessoa, como o aumento dos rendimentos e da educação e a existência de ambientes de apoio . Algumas são coisas que você pode fazer em sua vida diária, como exercícios , hobbies e atividades , além de dormir o suficiente . Outras facetas podem levar mais tempo para se desenvolverem, como nutrir relacionamentos de apoio , desenvolver habilidades para tolerar angústia e regular emoções , meditação , incorporar espiritualidade ou religião e praticar menos autocrítica e mais autocompaixão.
Muitos ingredientes contribuem de forma diferente para uma série de pontos fortes
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A resiliência pode ser cultivada Conotações confusas sobre resiliência permeiam não apenas a literatura científica e as abordagens de saúde mental, mas também a cultura popular. A ideia de que experiências difíceis tornam alguém resiliente é incorreta, ou pelo menos incompleta. Durante o primeiro ano da pandemia da COVID-19, ouvi pessoas afirmarem que “as crianças são resilientes”. No entanto, uma das maiores investigações sobre experiências difíceis na infância, o estudo Adverse Childhood Experiences, realizado na década de 1990 na Kaiser Permanente com mais de 17.000 adultos, estabeleceu que os fatores de stress cumulativos vividos na infância prejudicam tanto a saúde mental como a física. Descobriu também que mais stress prevê piores resultados . O que realmente ajudou as pessoas a serem mais resilientes durante a pandemia da COVID-19? Estudos mostram que os mesmos alicerces mencionados acima ajudaram as pessoas a enfrentarem a pandemia com maior bem-estar. Muitos destes mesmos alicerces também melhoram os resultados das pessoas após outras experiências estressantes, como desemprego , câncer , divórcio e exposição à violência . Tudo isto diz que a resiliência pode florescer através da incorporação de comportamentos específicos e da criação de ambientes saudáveis. As pessoas muitas vezes assumem que é ideal permanecer relativamente imune ao estresse – isto é, “superá-lo” rapidamente. Em muitos casos, esse pode ser o caso. Se você esquecer uma reunião importante, por exemplo, uma resposta de “Ah, não! Preciso me desculpar imediatamente e
Construindo resiliência. Você pode começar a construir resiliência imediatamente. Aqui estão algumas dicas: Assista o Video: www.youtu.be/GLAdRgft7pU
Alcançe de forma mais eficaz seus objetivos de longo prazo.
reagendar” é provavelmente mais saudável do que dar um soco na parede ou concluir que você é uma pessoa terrível. Mas e se um relacionamento termi-
Muitas vezes a resiliência melhora após experiências estressantes, como desemprego, câncer , divórcio e exposição à violência...
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nar? É sempre melhor superar isso rapidamente ou um processo mais longo de reflexão e cura poderia levar a um aprendizado e crescimento mais profundos? O que parece ser resiliência pode, em vez disso, ser supressão, entorpecimento ou ocultação de sentimentos. Essas tendências estão associadas a uma pior saúde mental. É por isso que o conceito de resiliência tem algumas nuances; algumas pessoas que parecem resilientes estão apenas a encobrir ou a lidar com a situação de uma forma pouco saudável – como, por exemplo, usando álcool para lidar com sentimentos difíceis. Às vezes, sentimentos ou experiências dolorosas contribuem para o desenvolvimento pessoal. O crescimento pós-traumático refere-se às mudanças positivas que algumas pessoas relatam
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após o trauma, especialmente quando incorporam alguns dos “blocos de construção” da resiliência listados acima. Isto inclui melhores relacionamentos, uma maior apreciação da vida e uma maior compreensão espiritual ou filosófica. Em vez de esperar que sempre se sinta bem ou que se recupere rapidamente, em algumas situações pode ser sensato permitir-se experimentar sentimentos profundamente desafiadores e o crescimento pessoal que pode resultar.
Resiliência nem sempre é a resposta A resiliência é mais complexa do que ser mentalmente forte ou não deixar as coisas afetarem você. Pressionar-se para parecer bem quando não está – também conhecido como perfeição emocional – pode piorar as coisas e impedi-lo de procurar apoio. Às vezes, mudar ambientes estressantes, como um trabalho ou uma situação de vida, em vez de apenas se adaptar a eles é uma escolha mais saudável . É por isso que resiliência pode ser um termo carregado. Embora lidar com os
Melhores relacionamentos, uma maior apreciação da vida
máticas , e muitos outros , a resiliência cai por terra. A palavra parece aceitar tacitamente o status quo, em vez de exigir responsabilização daqueles que causaram danos ou trabalharam para reduzir as fontes de stress. Enfatizar excessivamente a resiliência pode reforçar a injustiça racial , sugerindo que as pessoas que estão sujeitas a ela são
A especialista em trauma racial Maya B. Galathe expõe os desafios do trauma e como a resiliência pode nem sempre ser a melhor solução
desafios tenha o seu lugar, para os sobreviventes de traumas , as pessoas que sofreram racismo ou homofobia , ou aqueles que vivem em regiões especialmente afetadas pelas alterações cli-
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suficientemente resilientes para lidar com ela. Ter de usar uma máscara de resiliência ou sorrir pode aumentar o fardo do racismo, tornando a resiliência exaustiva. Ter de se adaptar continuamente às micro agressões e outras formas de racismo tem um custo mental e físico , de tal forma que a resiliência ao racismo tem um custo. Uma abordagem única para a resiliência não funciona para todas as pessoas e problemas. Mas a maioria de nós pode beneficiar da nutrição de alguns dos alicerces da resiliência, como o cultivo de relações de apoio, exercício físico e autocompaixão. Tornar-se mais resiliente é um processo. Podemos beneficiar do trabalho nos alicerces da nossa própria resiliência individual e de iniciativas em escolas, locais de trabalho e outros ambientes que promovam a resiliência de forma mais ampla. O número de fatores que afetam a resiliência pode parecer assustador. A vantagem é que você pode escolher entre muitas maneiras eficazes de desenvolver resiliência para determinar a abordagem mais adequada para você.
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A comida como remédio Efeito de um programa intensivo de alimentação como medicamento na saúde e no uso de cuidados de saúde. O estudo de ensaios rigorosos mostra resultados mistos e sugere a necessidade de continuar a examinar como a nutrição pode combater uma doença generalizada Fotos MIT Sloan School of Management, Nataliya Vaitkevich da Pexels, stokkete, Adobe Stock), Unsplash
Q
uanto a alimentação saudável pode melhorar um caso de diabetes? Um novo programa de cuidados de saúde que tenta tratar a diabetes através de uma melhor nutrição apresenta um impacto muito modesto, de acordo com o primeiro ensaio clínico totalmente randomizado sobre o assunto. O estudo, de coautoria do economista de saúde do MIT, Joseph Doyle, da MIT Sloan School of Management, acompanha os participantes de um programa inovador que oferece refeições saudáveis, a fim de abordar ao mesmo tempo o diabetes e a insegurança alimentar. O experimento se concentrou no diabetes tipo 2, a forma mais comum.
Comida como remédio
por idade em adultos (20–79 anos) em 2021 ( só tende a aumentar)
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O programa envolveu pessoas com níveis elevados de açúcar no sangue, neste caso um nível de hemoglobina HbA1c de 8,0 ou mais. Os participantes do ensaio clínico que receberam alimentos para fazer 10 refeições nutritivas por semana viram os seus níveis de hemoglobina A1c cair 1,5 pontos percentuais ao longo de seis meses. No entanto, os participantes do ensaio que não receberam qualquer alimento tiveram os seus níveis de HbA1c diminuídos em 1,3 pontos percentuais ao longo do mesmo tempo. Isto sugere que os efeitos relativos do programa foram limitados e que os prestadores precisam de continuar a aperfeiçoar tais intervenções.
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“Descobrimos que quando as pessoas obtiveram acesso [aos alimentos] do programa, o nível de açúcar no sangue caiu, mas o grupo de controlo teve uma queda quase idêntica”, diz Doyle, professor de gestão Erwin H. Schell no MIT Sloan. Dado que estes tipos de esforços mal foram estudados através de ensaios clínicos, acrescenta Doyle, ele não quer que um estudo seja a última palavra, e espera que isso estimule mais investigação para encontrar métodos que tenham um grande impacto. Além disso, programas como este também ajudam as pessoas que não têm acesso a alimentos saudáveis, lidando com a sua insegurança alimentar. “Sabemos que a insegurança alimentar é problemática para as pessoas, portanto, abordar esta questão por si só tem os seus próprios benefícios, mas ainda precisamos de descobrir a melhor forma de melhorar a saúde ao mesmo tempo, se for para ser abordada através do sistema de saúde”, acrescenta Doyle. O artigo, “O efeito de um programa intensivo de alimentação como medicamento na saúde e no uso de cuidados de saúde: um ensaio clínico randomizado”, foi publicado recentemente na JAMA Internal Medicine. Os autores são Doyle; Marcella Alsan, professora de políticas públicas na Harvard Kennedy School; Nicholas Skelley, pesquisador associado de pré-doutorado na MIT Sloan Health Systems Initiative; Yutong Lu, associado técnico de pré-doutorado da MIT Sloan Health Systems Initiative; e John Cawley, professor do Departamento de Economia e do Departamento de Análise e Gestão de Políticas da Universidade Cornell e codiretor do Instituto Cornell de Economia da Saúde, Comportamentos de Saúde e Disparidades.
Analisando os benefícios mensuráveis dos programas de comida como medicamento
Para conduzir o estudo, os investigadores fizeram parceria com um grande prestador de cuidados de saúde na região Médio-Atlântica dos EUA, que desenvolveu programas de alimentação como medicamento. Tais programas tornaram-se cada vez mais populares nos cuidados de saúde e podem aplicar-se ao tratamento da diabetes, que envolve níveis elevados de açúcar no sangue e pode criar complicações graves ou mesmo fatais. O diabetes afeta cerca de 10% da população adulta. O estudo consistiu em um ensaio clínico randomizado com 465 adultos com diabetes tipo 2, centrado em dois locais da rede do prestador de cuidados de saúde. Um local fazia parte de uma área urbana e o outro era rural. O estudo ocorreu de 2019 a 2022, com um ano de testes de acompanhamento além disso. As pessoas no grupo de tratamento do estudo receberam alimentos para 10 refeições saudáveis por semana para suas famílias durante um período de seis meses,
O estudo de ensaios rigorosos mostra resultados mistos e sugere a necessidade de continuar a examinar como a nutrição pode combater uma doença generalizada
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e tiveram a oportunidade de consultar um nutricionista e enfermeiras. Os participantes dos grupos de tratamento e controle foram submetidos a exames de sangue periódicos. A adesão ao programa foi muito elevada. Em última análise, porém, a redução nos níveis de açúcar no sangue experimentada pelas pessoas no grupo de tratamento foi apenas marginalmente maior do que a das pessoas no grupo de controlo. Estima-se que 537 milhões de adultos com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos vivam atualmente com diabetes. Isso representa 10,5% da população mundial nesta faixa etária
Esses resultados deixam Doyle e seus coautores tentando explicar por que a intervenção alimentar não teve um impacto relativo maior.
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Nosso estudo definitivamente levanta questões e nos dá algumas novas respostas que não vimos antes
E embora o programa fornecesse alimentos, deixava aos participantes a tarefa de preparar as refeições, o que poderia ser um obstáculo para o cumprimento do programa. Potencialmente, as refeições pré-preparadas podem ter um impacto maior.
Joseph Doyle, da MIT Sloan School of Management, enfatiza que gostaria de ver mais pesquisas sobre programas de alimentação como medicamento voltados para o diabetes
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“Experimentar fornecer essas refeições pré-preparadas parece ser o próximo passo natural”, diz Doyle, que enfatiza que gostaria de ver mais pesquisas sobre programas de alimentação como medicamento voltados para o diabetes, especialmente se tais programas evoluírem e tentarem alguns formatos diferentes. e recursos. “Quando você descobre que uma determinada intervenção não melhora o açúcar no sangue, não dizemos apenas que não deveríamos tentar de jeito nenhum”, diz Doyle. “Nosso estudo definitivamente levanta questões e nos dá algumas novas respostas que não vimos antes.” O apoio para o estudo veio da Fundação Robert Wood Johnson; o Laboratório de Ação contra a Pobreza Abdul Latif Jameel (J-PAL); e a Iniciativa de Sistemas de Saúde Sloan do MIT. Fora do trabalho submetido, Cawley relatou ter recebido honorários pessoais da Novo Nordisk, Inc, uma empresa farmacêutica que fabrica medicamentos para diabetes e outros tratamentos. *valor sujeito a correção
Em primeiro lugar, observa ele, poderia haver alguma reversão básica à média em jogo – algumas pessoas no grupo de controle com níveis elevados de açúcar no sangue provavelmente melhorariam mesmo sem estarem inscritas no programa. “Se você examinar pessoas com uma trajetória de saúde ruim, muitas melhorarão naturalmente à medida que tomarem medidas para se afastarem dessa zona de perigo, como mudanças moderadas na dieta e exercícios”, diz Doyle. Além disso, como o programa de alimentação saudável foi desenvolvido por um prestador de cuidados de saúde que manteve o envolvimento com todos os participantes, as pessoas do grupo de controlo ainda podem ter beneficiado do envolvimento médico e, portanto, tiveram melhores resultados do que um grupo de controlo sem esse acesso a cuidados de saúde. Também é possível que a pandemia de Covid-19, que se desenvolveu durante o período da experiência, tenha afetado os resultados de alguma forma, embora os resultados tenham sido semelhantes quando examinaram os resultados anteriores à pandemia. Ou pode acontecer que os efeitos da intervenção apareçam num período de tempo ainda mais longo.
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Cinco fatores para explicar o calor recorde em 2023 O que fez com que o ano fosse tão quente? Aqui está uma análise dos principais fatores que os cientistas consideraram Texto *Angela Colbert **Sally Younger Video Helen-Nicole Kostis Fotos Cortesia da NOAA, Estúdio de Visualização Científica da NASA, Lauren Dauphin, National Environmental Satellite, Data, and Information Service (NESDIS)
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NASA anunciou que 2023 foi o ano mais quente já registrado , de acordo com uma análise das temperaturas médias globais anuais feita pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais. Os cientistas que mantêm o registo da temperatura, que começa em 1880, calculam uma anomalia da temperatura global todos os anos para determinar o quanto as temperaturas mudaram em comparação com as temperaturas de 1951-1980. Todos os meses, de junho a dezembro de 2023, foram considerados o mês mais quente já registrado. Julho foi classificado como o mês mais quente alguma vez registado . Mas o que fez com que 2023, especialmente a segunda metade dele, fosse tão quente? Os cientistas se perguntaram a mesma pergunta. Aqui está uma análise dos principais fatores que os cientistas consideraram para explicar o calor recorde.O aumento a longo prazo dos gases com efeito de estufa é o principal fator.Há mais de 100 anos, os humanos queimam combustíveis fósseis, como carvão, gás e petróleo, para abastecer tudo, desde lâmpadas e carros até fábricas e cidades. Estas ações, juntamente com as mudanças no uso da terra, levaram a um aumento dos gases com efeito de estufa na atmosfera. Os gases de efeito estufa agem como um cobertor que retém o calor ao redor do planeta. Quanto mais você adiciona, mais espesso o cobertor se torna, aquecendo ainda mais a Terra.Em maio de 2023, as concen1 a 10 de trações de dióxido de carbono na atmosfera junho de 2023 atingiram um pico de 424 partes por milhão no Observatório Mauna Loa da NOAA, no Havaí. O pico anual tem aumentado constantemente desde que as medições começaram em 1958.
Imagem do dia 13 de janeiro de 2024. Instrumentos: Aqua - AMSR-E, Aqua — MODIS
(Outros projectos globais de medição de carbono mostraram números igualmente elevados.) Estendendo o registo ainda mais para trás com núcleos de gelo, as concentrações de dióxido de carbono são as mais elevadas dos últimos 800.000 anos. “Continuaremos a ter recordes quebrados porque a temperatura basal está subindo o tempo todo”, disse Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, na cidade de Nova York. “A causa dessa tendência de aquecimento ao longo dos últimos 50 a 60 anos é dominada pelas nossas mudanças nos gases com efeito de estufa, particularmente no dióxido de carbono e no metano”.
O retorno do El Niño aumentou o calor
O Pacífico viu três anos de condições de La Niña
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No topo da tendência de aquecimento global a longo prazo estão as variações naturais do clima. Uma das maiores fontes dessa variabilidade anual é o El Niño Oscilação Sul (ENSO), que ocorre no Pacífico tropical. O ENSO transita entre três fases: El Niño, La Niña e neutra ou média. Durante o El Niño, os ventos alísios enfraquecem; isto é, os ventos que normalmente sopram de leste a oeste no Pacífico tropical enfraquecem. A superfície do mar ao redor do equador, no Pacífico central e oriental, perto da América do Sul, também se torna mais quente (e mais alta) do que o normal. O El Niño coincide frequentemente com os anos mais quentes da média global.
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Durante o La Niña, acontece o oposto: os ventos alísios fortalecem-se e as temperaturas da superfície do mar no Pacífico oriental são mais frias do que o normal. Isto pode ajudar a compensar parte do aumento das temperaturas devido ao aquecimento global a longo prazo. De 2020 a 2022, o Pacífico viu três anos de condições de La Niña. Depois, o El Niño regressou a partir de Maio de 2023. Este El Niño ainda não foi tão forte como os de 2015–2016 ou 1997–1998, tendo ambos causado grandes picos de temperatura média global. No entanto, quando se adiciona este aquecimento dos oceanos à tendência de aquecimento a longo prazo dos gases com efeito de estufa, o início do El Niño ajudou as temperaturas a subirem o suficiente para criar um novo recorde de calor.
aprovaram regulamentos para reduzir a poluição atmosférica e melhorar a qualidade do ar, a abundância de aerossóis tem diminuído na maioria das áreas. Muitas dessas partículas produzidas pelo homem são do tipo que esfriam ligeiramente o clima, portanto, com menos partículas no ar, o resultado é um leve efeito de aquecimento. Mas esta contribuição é bastante pequena em comparação com 21 de agosto de 2023 o aquecimento muito maior causado pelo aumento dos gases com efeito de estufa. Cientistas da NASA e de todo o mundo estão investigando como a redução de aerossóis resultante de novas regulamentações marítimas pode alterar a quantidade de energia solar refletida de volta ao espaço. Embora estas mudanças possam ser notáveis à escala regional, o impacto global é provavelmente pequeno, disse Schmidt. Os cientistas descobriram que a erupção vulcânica de Hunga Tonga-Hunga Ha’apai não aumentou substancialmente o calor recorde.Em janeiro de 2022, a erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai lançou uma quantidade sem precedentes de vapor de água e partículas finas, ou aerossóis, na estratosfera. O vapor de água, um gás de efeito estufa, pode produzir um efeito de aquecimento na atmosfera, por isso os cientistas investigaram o impacto da erupção na temperatura global. Os aerossóis de sulfato das erupções, por outro lado, às vezes levaram a alguns eventos de resfriamento global. Um estudo recente descobriu que os aerossóis de sulfato vulcânicos
15 de janeiro de 2022 Assistir Video: www.go.nasa.gov/3ObhjND
“Na maior parte, somos nós e o El Niño”, disse Josh Willis, cientista climático do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. “No final das contas, os humanos estão aquecendo o planeta e o El Niño está dançando sobre nossas cabeças.” Globalmente, o aquecimento dos oceanos a longo prazo e as temperaturas da superfície do mar acima do normal desempenharam um papel importante. Olhando de forma mais ampla, o Pacífico tropical não foi a única parte do oceano que esteve mais quente do que o normal este ano. A temperatura global da superfície do mar estabeleceu novos recordes em 2023 , com o Atlântico Norte e outras partes do oceano a sofrerem várias ondas de calor marinho.“Tal como as temperaturas globais, as temperaturas dos oceanos estão a aumentar”, disse Willis. “Eles têm aumentado durante o último século ou mais e não estão a abrandar. Na verdade, eles estão acelerando.” O que está por trás do aumento da temperatura dos oceanos? Gases de efeito estufa aquecendo o planeta. Cerca de 90% do calor retido pelo aumento dos gases com efeito de estufa é absorvido pelo oceano. Isso significa que, à medida que os gases com efeito de estufa continuam a aumentar, também aumentam as temperaturas dos oceanos, o que aumenta as temperaturas em todo o mundo. Os aerossóis estão diminuindo, por isso não retardam mais o aumento das temperaturas.Outra tendência global que os cientistas estão monitorando é a mudança nos aerossóis na atmosfera. Os aerossóis são pequenas partículas no ar – como fumaça, poeira, gases vulcânicos, maresia, poluição do ar ou fuligem – que podem impactar o clima . As partículas transportadas pelo ar podem refletir a luz solar, causando um leve resfriamento do ar, ou absorver a luz solar, causando um leve aquecimento. À medida que os governos
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refletiram alguma luz solar para longe da superfície da Terra, levando a um ligeiro arrefecimento de menos de 0,1 graus no hemisfério sul após a erupção. Essencialmente, o aquecimento ocorrido com o aumento do vapor d’água na estratosfera foi compensado pelo resfriamento causado pelos aerossóis de sulfato vulcânico, levando a um ligeiro resfriamento na parte inferior da atmosfera. Isto significa que a erupção provavelmente não aumentou o calor recorde em 2023. “Estamos muito interessados no clima e nos extremos de qualquer ano em particular porque são essas coisas que nos impactam”, disse Schmidt. “Mas a principal diferença entre esta década e as anteriores é que as temperaturas continuam a subir devido às nossas atividades, principalmente a queima de combustíveis fósseis”. (*) e (**) NASA JPL
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