Aracaju Magazine 142

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ANO XV - Nº 142 - Ago / Set / 2011 - R$ 6,00

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TV Sergipe 40 anos

Sociedade Semear

10 anos

A valorização da cachaça

Luiz Eduardo Costa

Fenômeno mesmo é o Alex!

Adalberto Goulart

Presença Judaica em Sergipe

Marcos Cardoso

Jenner O talento eterno de uma vida

Orlando Vieira O homem que brinca de atuar

home life

Museu da Gente Sergipana


cultura

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editorial

Publisher Hugo Julião hugojuliao@uol.com.br

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enner Augusto, consagrado pintor sergipano, com obras espalhadas em museus de todo o mundo, foi a nossa inspiração para esta edição. Em matéria de capa, assinada por Mário Britto, um dos autores do livro Jenner Augusto, vida e obra, mostra como o genial pintor retratou o sertanejo, o nordestino e como ele sempre manteve a sergipanidade em sua alma. Mas não foi só este talento que nos inspirou. Outro sergipano, o encantador Orlando Vieira, que comemora 80 anos de vida, nos deu a honra de sua presença em nossas páginas. Uma trajetória de vida que difere da grande maioria dos mortais e dos famosos. Nunca largou o emprego, nem Aracaju, mas atuou em 12 filmes, três novelas e inúmeros curtas metragens. Ele recebeu a Aracaju Magazine, para uma entrevista sem reservas. O tempo passa, talentos vêm e vão, costumes surgem e desaparecem, mas a memória deve permanecer. Num encontro de tradição e tecnologia, Sergipe foi presenteado com o Museu da Gente Sergipana, cujo intuito é documentar os sons, os cheiros, a literatura, a dança, o folclore e a cultura do nosso povo. O objetivo da matéria é o de instigar a sua visita a esse verdadeiro templo vivo de memórias. Nas próximas páginas você ainda terá artigos especiais, resgates jornalísticos, histórias que merecem ser contadas, como as dos quarenta anos da TV Sergipe, dos quinze anos do Portal Infonet e dos dez anos da Sociedade Semear. Vamos embarcar nesta edição, juntos, com os nossos respeitados colaboradores Marcos Cardoso, Luiz Eduardo Costa, Adalberto Goulart e Wilton Fonseca; com as reportagens de Theo Alves e a batuta de nossa editora, Thaïs Bezerra; e com os nossos imprescindíveis patrocinadores. Enfim, com toda a nossa equipe, que faz da Aracaju Magazine um sucesso editorial há dezesseis anos. Boa leitura.

Hugo Julião hugojuliao@uol.com.br

Diretores Hugo Julião Mel Almeida

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Publisher Hugo Julião Editora-Chefe Thaïs Bezerra Reportagem Theo Alves Comercial Mel Almeida mel.almeida@uol.com.br (79) 9924-0339 Produção Juliano Azuma Marcel Azuma Diretor de Arte Marcos Ribas Fotógrafo Alexandre Ribas Revisão Juliano Azuma João Afonso Mamoré Colaboradores Adalberto Goulart, Allan Renato, Álvaro Villela, Amâncio Cardoso, Anderson Adler, Benjamin Teixeira, Carlos França, Cláudio Nunes, Francisco Carlos, Gilfrancisco, Ilma Fontes, Jaime Santana Neto, Lindolfo Amaral, Lineu Lins, Luís Eduardo Costa, Marco Cavalcanti, Rodrigo Gama Goulart, Rosângela Dória, Tanit Bezerra, Wilton Fonseca Diretor de Relações Institucionais Diego da Costa Administração Alcenira Andrade Barreto Cristina Souza Arruda Impressão Centauro Gráfica Jornalista Responsável Thaïs Bezerra - DRT-SE 364. Esta edição da revista ARACAJU Magazine é uma publicação da Cultura Editora e Gráfica Ltda-ME, CNPJ 01.101.741/0001-21, com sede à rua B, 37, Jardim Mar Azul, Farolândia, escritório comercial à rua Ananias Azevedo, 184, Sala 62, bairro 13 de julho, Aracaju/SE. Distribuição através de assinaturas e em bancas de Aracaju, Salvador e Brasília. Sugestões e cartas para a redação, enviar para endereço, fax ou e-mail acima. Não nos responsabilizamos por conceitos emitidos em artigos assinados. Novembro/Dezembro/2011. Tiragem: 12.000 exemplares ISSN 1517-9036

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Panorama - Por Mel Almeida e Hugo Julião Consumo Aracaju Magazine Indica - para ler Aracaju Magazine Indica - para ouvir Por aí Entrevista - Orlando Vieira Educação - Ipaese Webjornalismo - Portal Infonet Matéria de Capa - Jenner Augusto Cidadania - Aracaju Sem Miséria Gestão - Torre Empreendimentos Abrindo caminhos para o desenvolvimento Cidadania - Cartão Mais Aracaju Responsabilidade Social - Semear História - TV Sergipe - 40 anos Evento - Título de Cidadão - Frei Rosivaldo

66 Sociedade Semear - 10 anos

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sumário 78 Evento - Casamento de Mariana e Daniel 80 Evento - Aniversário de Julia Bezerra Cruz 82 TB - Gente 88 Evento - Casamento de Alice e Gabriel 89 Beleza 90 Evento - Hábyto 92 Moda - Ela 96 Moda - Ele 100 A gente viaja - Canindé 104 Na Poltrona 106 Em Cena - Cia. O Mínimo 110 RG - Ana Paula Araújo 112 Artigo - Marcos Cardoso 118 Artigo - Adalberto Goulart 120 Artigo - Luiz Eduardo Costa 123 Home Life

32 O ator Orlando Vieira e sua família


Nossas Capas

Capa - Autorretrato de Jenner Augusto, aos 24 anos, em1948

Casa Mais Design traz para Aracaju a marca Italsofa

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Hotel Matiz Salvador Com a consciência focada na sustentabilidade social, ambiental e ecológica, o Hotel Matiz Salvador, implanta conceitos ainda não experimentados pela hotelaria baiana, dentre eles o de oferecer aos seus futuros hóspedes novidades como: Aquecimento solar; Tratamento e reuso de águas cinzas; Lâmpadas LED (baixo consumo de energia); Difusores com uso máximo de luz natural; Hidrômetros com reguladores de entrada de ar; Eficiente sistema de climatização e iluminação fotovoltaica nas áreas externas; Automação predial com controlo remoto e on-line em elevadores, acessos, iluminação, Climatização, geradores; Sensores de presença; Aparelhos sanitários com vazão regulada; Aeradores nas torneiras; Redutores de pressão em chuveiros e duchas


A mais nova combinação entre o bem-estar, tecnologia de ponta e consciência ecológica

O Hotel Matiz Salvador está localizado no novo coração financeiro e empresarial da capital baiana. Foi especialmente planejado para atender à grande necessidade dos tempos modernos: o uso racional dos recursos naturais. Interligado em duas torres de 178 e 126 apartamentos cada, o hotel conta com toda a infra-estrutura para oferecer total conforto aos hóspedes, além de detalhes que fazem toda diferença.

Rua Dr. José Peroba, 244 - Costa Azul - Salvador - Bahia Reservas: (71) 3617-3300 / 0800-7700212 E-mail: matizsalvador@matizsalvador.com.br


Panorama

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lançamento da Agenda TB 2012, no Iate Clube, contou com a ilustre presença do governador de Sergipe, Marcelo Déda, que falou à seleta platéia referendando esse trabalho vitorioso e pioneiro da jornalista Thaïs Bezerra, que está na sua décima oitava edição, em parceria com a EBGE. O governador ainda deu uma palhinha cantando e encantando os convidados, ao lado da cantora argentina Mimi Kozlowski, no momento em que cantava uma música de Cartola. Déda foi aplaudidíssimo! Um flash do Studio Osmar, do governador Déda em momento de carinho com a amiga TB.

Abav Sergipe tem nova diretoria oi empossada no

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vice-governador Jackson Barreto, em momento descontraído com o vice-presidente Michel Temer, quando de sua visita a Sergipe. Neste momento, ambos estavam investidos como titulares dos mais altos cargos, em suas respectivas esferas: Jackson Barreto como governador de Sergipe e Michel Temer como presidente do Brasil. Fica o registro. 10 aracaju

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último dia 04 de novembro, em solenidade realizada no Hotel Parque dos Coqueiros, a nova diretoria da Abav Sergipe para o biênio 2012/2013, tendo à frente, como presidente, o empresário Sérgio Lima Oliveira, da Top Tur e, atualmente, diretor de Operações da Emsetur.


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Panorama

O diretor presidente da Valor, Aroldo Franca, recepciona os clientes no stand da empresa

Flávio Franca, diretor Administrativo/Financeiro da Valor, ao lado das recepcionistas, no stand da empresa

Salão Imobiliário A Valor Negócios Imobiliários foi uma das empresas mais prestigiadas no Salão Imobiliário. Foi um sucesso total de vendas dos imóveis. A movimentação de clientes no stand era constante, desde a abertura até o fechamento do Salão. O bom atendimento da Valor continua, tanto em sua sede, na avenida Augusto Maynard, 163, Bairro São José, quanto nos stands do Supermercado Extra e do Shopping Rio Mar, 2º piso. É por isso, que, cada vez mais, a Valor é referência no mercado imobiliário de Sergipe. Contatos pelo telefone - (079) 3226-4222 – ou através do site www.valorimobiliaria.com.br

Defensoria Pública A Defensoria Pública de Sergipe homenageou autoridades e personalidades que contribuíram para o fortalecimento da instituição. Num evento, realizado no Auditório do Tribunal de Justiça, no final de outubro, foram agraciados, com o Colar de Honra ao Mérito, o governador Marcelo Déda e os senadores Eduardo Amorim e Antônio Carlos Valadares. Por relevantes serviços prestados à Defensoria, foram homenageados a psicóloga do Centro Integrado de Atendimento Psicossocial, Juliana Andrade Passos e o presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos, André Luiz Machado de Castro. Na mesma ocasião, foi lançado o selo comemorativo alusivo aos 30 anos da instituição. Na foto, os defensores Juscelino Pinheiro Britto e Emília Correa.

Nativa SPA Inspirada nas mulheres que têm prazer em se cuidar e que desejam curtir as deliciosas sensações de estar num SPA, em qualquer lugar ou momento do dia, O Boticário traz novidades à linha Nativa SPA. Cinco fragrâncias de perfumaria fina, visual de todos os produtos remodelado, novos acessórios e itens faciais chegaram às mais de três mil lojas no país. As fragrâncias nas versões Ameixa, Guaraná, Açaí, Blueberry e Verbena são de famílias olfativas floral, frutal gourmand, cítrica e oriental frutal, com ingredientes diferenciados na saída, corpo e fundo. A embalagem foi inspirada no movimento da água e lembra uma gota alongada. A cor do frasco, em degradê, confere delicadeza e sofisticação ao produto. 12 aracaju

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Panorama Lauro Antônio Menezes no Senado Federal

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Lauro Antônio com o pai, José Lauro Menezes Silva

Com o empresário Edvam Amorim

Com os filhos, Gustavo Faro e Lauro Filho

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auro Antônio Menezes, ao tomar posse no Senado Federal, no dia 06 de dezembro, realizou um sonho do seu avô, Oviêdo Teixeira. Mas também, segundo Laurinho – como ele é conhecido por todos – esse também foi um sonho dele próprio que se concretizou. Toda a sua família esteve presente: seus pais, José Lauro Menezes Silva e Gilza Maria Teixeira Menezes, a esposa, Hulda Menezes, e os filhos Lauro Filho, Gustavo Faro, Guilherme Menezes e Ana Carolina Menezes. Lauro Antônio é o primeiro suplente do senador Eduardo Amorim, que se afastou para tratamento de saúde – será submetido a uma cirurgia no joelho. Depois de seu discurso de posse, ele foi parabenizado por diversos senadores, dentre os quais o presidente do Senado, José Sarney, Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, Wellington Dias, ex-governador do Piauí, pelo seu companheiro de partido, Magno Malta, e pelo conterrâneo, Antônio Carlos Valadares. Lauro Antônio é filiado ao Partido da República (PR) e permanecerá no cargo por 120 dias.

Com o senador Antônio Carlos Valadares Com o senador Aécio Neves e Gilton Garcia

Com o administrador Jair Araújo

Com Emanuel Nascimento, presidente da Câmera de Vereadores de Aracaju, e a presidente da Assembleia Legislativa, Angélica Guimarães


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Panorama Microcontos, de Célio Nunes

Microcontos, escrito pelo saudoso jornalista Célio Nunes já está nas livrarias. O livro foi lançado no início de dezembro, em evento realizado na Sociedade Semear. Lançado pela Editora Diário Oficial, órgão suplementar da Empresa Pública de Serviços Gráficos de Sergipe (Segrase), o livro reúne pequenos contos publicados por Célio Nunes na internet e em uma revista literária de São Paulo, ao longo dos últimos quatro anos antes do seu falecimento, ocorrido em agosto de 2009.

Jornalista renomado e grande conhecedor da história sergipana, Célio Nunes trabalhou no Jornal da Manhã, Gazeta de Sergipe, Jornal da Cidade e, por alguns meses, foi colunista do Portal Infonet. Fundou o Sindicato dos Jornalistas de Sergipe, dirigiu a Federação Nacional dos Jornalistas, foi presidente da Associação Sergipana de Imprensa, chefe da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Sergipe, membro do Conselho Estadual de Cultura e Diretor Administrativo e Financeiro da Segrase, onde também exerceu a presidência, na década de 90. Livros publicados (contos): Contos, Itagraf, Itabuna, 1963; Trajetória para a Ilha dos Encantados, edições Desacato, 1980, Aracaju; Réquiem para José Eleutério, editado pela Funcaju, 2000; O diário de W.J. e outras histórias, editado pela Secretaria da Cultura do Estado, 2005.

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Em recente atividade cultural da Procuradoria Geral do Estado (PGE), Zéq Oliver interpretou canções de sua autoria. O projeto que levou à realização de uma manhã Cultural na PGE foi uma iniciativa do procurador-chefe do Cejur, o Centro de Estudos da Procuradoria, Arthur Borba. Fica o registro, na foto, de Zéq ladeado por Arthur, por Dênison Sant´Ana, assessor-geral de Comunicação, e Marcos Nazareno, secretário geral da PGE.

Galeria Álvaro Santos A exposição 3ª Panorâmica das Artes Plásticas em Sergipe se estenderá até o dia 25 de fevereiro de 2012, na galeria Álvaro Santos, com a curadoria de Luiz Adelmo. São 40 obras de mais de 30 artistas sergipanos, dentre os quais figuram Zeus, Eurico Luiz, Ismael Pereira e Edidelson. Nesse período de alta estação, com a presença de milhares de turistas em Aracaju, sem dúvida é uma importante contribuição da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Funcaju) para aqueles visitantes cujos interesses que não se restringem ao sol, praia e folia. A Galeria de Artes Álvaro Santos funciona de segunda à sexta, das 8h às 18h, e aos sábados, das 9h às 13h. Fica na Praça Olímpio Campos, a praça da Catedral, no Centro de Aracaju. Mais informações podem ser obtidas através do telefone: (79) 3179-130.


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O ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, e Albano Franco

Os acionistas da TV Sergipe, Lourdes Maria Franco e Albano Franco

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TV Sergipe realizou no dia 11 de novembro, no Espaço Sobre as Ondas, uma comemoração digna de suas quatro décadas de vida e liderança (veja matéria especial a partir da página 70). Albano Franco e Lourdes Franco, acionistas da empresa, receberam os convidados em uma noite inesquecível. Quem teve a oportunidade de conferir o evento, não se arrependeu. Políticos de várias gerações e siglas, autoridades do judiciário, grandes empresários, publicitários, jornalistas, gestores e colaboradores, assistiram a vídeos especiais sobre os 40 anos, que mostraram a força da primeira TV criada no estado.

Senador Antonio Carlos Valadares, Albano Franco e Lourdes Maria

O ex-governador João Alves Filho e Albano Franco

Angélica Guimarães, presidente da Assembleia Legislativa, Albano Franco, Lourdes Maria e a deputada Estadual Maria Mendonça

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Albano Franco com as aparesentadoras da TV Sergipe, jornalistas Susane Vidal e Sayonara Hygia MAGAZINE


Panorama

Albano Franco com Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju, o empresário João Carlos Paes Mendonça e Marcelo Déda, governador de Sergipe

Angélica Guimarães, presidente da Assembleia Legislativa, e o senador Eduardo Amorim A promotora de Justiça Wilma Amorim, o empresário Edvam Amorim e a psicóloga Eliana Rocha

O diretor Comercial da TV Sergipe, Victor Amaral, e o publicitário Diogo Peres, diretor da Link Propaganda

Lourdes Maria e Carolina Franco aracaju

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consumo

Joias para ler A Maria Bonitinha se juntou à designer de joias infantis Fabi Malavazi e lançou uma coleção super fofa, inspirada em historinhas clássicas, como João e Maria e Cinderela. O toque especial da linha “Joias para ler” é que cada peça vem em uma embalagem em forma de livrinho, com suas respectivas histórias. www.joiasparaler.com.br.

Reversible A linha Reversible, da JanSport, é uma boa novidade para quem enjoa fácil das coisas. Fabricada em poliéster, o modelo é dois em um: de um lado tem uma estampa mais clean e, ao virar a mochila pelo avesso, ela ganha uma versão mais chamativa. www.jansportbrasil.com.br.

Blacklight Com a proximidade do verão, a Oakley lançou uma nova linha dos seus famosos Frogskins. Os óculos que fizeram o sucesso da marca nos anos 90 retornaram com tudo e não pararam mais de agradar. A coleção chamada Blacklight traz o modelo em cores vibrantes, misturadas e com algumas opções de lentes espelhadas. www.oakley.com.

iPhone 4S Visualmente, o iPhone 4S é praticamente igual ao seu antecessor, o iPhone 4. Mas, internamente, a versão mais atualizada do gadget da Apple faz toda a diferença: o processador foi substituído pelo A5 Dual Core, e a câmera agora tem 8 megapixels, gravando vídeos em Full HD 1080P. Sem falar no iOS 5, que entre as novidades traz a integração total do Twitter no sistema. www.apple.com.

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consumo

Tablet S A japonesa Sony já tem um tablet para chamar de seu. Com formato arredondado e compatível com Android Honeycomb, o Tablet S tem tela de 9.4 polegadas, câmera de 5 megapixels e processador Tegra 2 Dual Core. Por enquanto, o aparelho ainda não é compatível com redes 3G, mas traz aplicativos que se conectam a outros aparelhos Sony, como televisão e DVD, por meio de conexão Wi-Fi. www.sony.com.br.

Samsung 9 Series Na tentativa de competir com o Macbook Air, da Apple, a Samsung lançou um notebook ultrafino e elegante. Com tela de 13 polegadas, o Samsung 9 Series possui conectores Ethernet e HDMI, processador Intel Core i5 2537M e várias portas USB, para diversos periféricos. www.samsung.com.br.

Swatch Touch Batizado de Swatch Touch, o mais novo relógio da Swatch se destaca pelo uso de tela LCD touchscreen. Ou seja, nada de botões, apenas um visor de vidro curvo. Primeiro dispositivo da empresa em que tudo é controlado por toque, o modelo conta com seis funções e trabalha com dois fusos horários diferentes. O relógio está disponível em seis cores, incluindo branco, preto, rosa e roxo. www.swatch.com.

Nikon CoolPix S1200pj A Nikon CoolPix S1200pj é uma câmera digital com 14.1 megapixels, zoom ótico de 5x, tela LCD de 3 polegadas e captura de vídeo HD (720p). Mas, seu grande diferencial é o pequeno e poderoso projetor 20-lumen, que não só projeta as fotos e vídeos numa tela de até 60 polegadas, como também é capaz de projetar conteúdo armazenado em iPhones, iPads, iPods ou em computadores. www.nikon.com.

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Paulo Roosewelt e Rosemeire Mont

eiro (Proprietários)

Loja recém-inaugurada

Paulo Roosewelt, Carlos Monteiro, e José Monteiro

Rosemeire

Rosemeire e Maria Amélia

Modas lla Lima,

a, Maria Geodete, Isabe Cleonice Menezes, Nathália Souz Auxiliadora Dultra e Suzaneide

oja fundada em Itabaiana, há 21 anos, a Camilinha Modas cresceu e se expandiu para a capital. Em 2003, inaugurou a sua primeira filial em Aracaju e, agora, no mês de novembro de 2011, abriu mais um endereço para atender à sua clientela. Em todas as suas lojas, a Camilinha Modas tem profissionais preparados para lhe dar um atendimento nos melhores padrões do país. Faça-nos uma visita em qualquer um dos endereços abaixo e confira a qualidade e o preço dos nossos produtos: Itabaiana: Rua São Paulo, 01 - Centro - Fone: 3431-4125 Aracaju: Rua Ananias Azevedo, 401 - 13 de Julho - Fone: 3246-6944 Nova loja Aracaju: Rua Péricles Muniz Barreto, 48 - 13 de Julho Fone: 3246-1203 aracaju MAGAZINE 25

Equipe de vendas


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indicam para ler..

INFINITO - Editora Intrínseca Após derrotarem seus inimigos mais temidos, Ever e Damen começam uma nova jornada para que ele se livre do veneno em seu corpo. Se encontrarem o antídoto, finalmente serão capazes de viver a paixão pela qual anseiam há séculos. A busca, porém, leva-os a um terreno desconhecido e pavoroso – as profundezas de summerland. Lá, eles descobrirão a origem obscura e inimaginável de seu relacionamento e serão obrigados a encarar uma dolorosa verdade: o destino tem motivos para mantê-los separados. Agora, o futuro irá depender de uma única decisão, que poderá pôr em risco tudo o que eles têm. Inclusive a eternidade.

Tony e Susan - Editora Intrínseca Há vinte e cinco anos, Susan Morrow deixou Edward Sheffield, seu primeiro marido. Certo dia, em sua nova casa, no subúrbio, onde mora com o segundo marido e os três filhos, ela recebe, pelo correio, um embrulho que contém o manuscrito do primeiro romance de Edward. Ele lhe pede que leia seu livro: Susan sempre foi sua melhor crítica, justifica. Ao iniciar a leitura, Susan é arrastada para dentro da vida do personagem Tony Hastings, um professor de matemática que leva a família de carro para a casa de veraneio no Maine. Quando a vida comum e civilizada dos Hastings é desviada de seu curso de forma violenta e desastrosa, Susan se vê às voltas com seu passado, obrigada a encarar a própria escuridão e a dar um nome para o medo que corrói seu futuro e que vai mudar sua vida.

4 de Julho - Editora Arqueiro A tenente Lindsay Boxer não podia vacilar: era matar ou morrer. Ela estava na mira de uma arma. Se não puxasse o gatilho da sua pistola, a Polícia de São Francisco perderia um dos seus melhores oficiais. Lindsay não teve dúvida, afinal era legítima defesa. O resultado: uma adolescente morta, uma cidade dividida e a tenente no banco dos réus. Antes de ser levada a júri, Lindsay resolve descansar na pitoresca Half Moon Bay. Mas não é exatamente descanso o que ela encontra. Uma série de crimes vem assustando a pequena cidade. Não há pistas nem testemunhas. Porém um detalhe intriga a tenente e pode ter ligação com um caso jamais resolvido.

As Mais Belas Palavras de Todos os Tempos Editora Sextante

Você já desejou poder perguntar o que quisesse a Jesus e contar com a sabedoria dele para enfrentar seus problemas? Com As mais belas palavras de todos os tempos, agora você pode realizar seu desejo. Pela primeira vez, as declarações de Jesus contidas no Novo Testamento foram organizadas em 200 tópicos de fácil consulta. Assim, se você quiser saber o que Jesus pensava sobre determinado assunto, se estiver buscando respostas para uma questão complicada ou precisar de alento e incentivo num momento de desespero, este livro será seu companheiro ideal.

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indicam para ver e ouvir...

NIRVANA - Live At Paramount Como parte das comemorações do aniversário de 20 anos do histórico album Nevermind, está sendo lançado um show totalmente inédito que fez parte da tour do disco. Filmado no Teatro Paramount em Seattle, no Halloween de 1991, o show inclui muitas canções de Nevermind, incluindo Breed, Lithium e Polly, além de músicas como Sliver, Aneurysm e uma cover de Jesus Doesn’t Want Me for a Sunbean, do Vaselines (registrada posteriormente pela banda no Unplugged MTV, em 1994, pouco antes do suicídio de Kurt Cobain). O concerto do Paramount, transferido de filme de 16mm e multi-trilha de áudio, é o único concerto do Nirvana filmado em película, portanto estará disponível em imagem de alta definição de 1080p e som surround 5.1 descompressado.

LADY GAGA - The Monter Ball Tour Este é o primeiro DVD do maior fenômeno da música pop mundial. Lady Gaga lança o DVD da turnê Monster Ball at Madison Square Garden, aclamado especial da HBO e vencedor do Emmy Award, com imagens inéditas e exclusivas. Born This Way, terceiro álbum de estúdio de Lady Gaga, bateu o recorde do iTunes pela subida mais rápida ao 1º lugar no dia do lançamento. Os singles do álbum incluindo Born This Way, Judas, The Edge Of Glory e You and I já venderam, juntos, mais de 7 milhões de cópias somente nos Estados Unidos. Em menos de três anos, Lady Gaga já ganhou cinco Grammy Awards.

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MARISA MONTE - O que você quer saber de verdade O novo disco de músicas inéditas da Marisa Monte chegou com novidades surpreendentes: o nome do álbum, a capa do disco e as músicas foram um verdadeiro mistério para os fãs até a data de lançamento. Quem comprou o CD teve de aguardar até o dia 31/10 para entender do que se tratava o novo trabalho e quais suas novidades. A pedido da própria artista assim foi lançado seu novo disco de inéditas. Enquanto a expectativa e dúvida sobre o CD habitavam a cabeça dos fãs, uma certeza também esteve em evidência: o novo disco dela só pode ser um sucesso, afinal trata-se do novo trabalho de Marisa Monte.

REBELDES A versão brasileira de Rebelde, telenovela inspirada na mexicana homônima, estreou no Brasil com toda força. Fruto da parceria formada entre a Rede Record e a Televisa (México), Rebelde chegou a atingir a audiência de 12 pontos de média. Direto da ficção para a realidade Micael Borges, Sophia Abrahão, Arthur Aguiar, Lua Blanco, Mel Fronckowiak e Chay Sued gravaram o CD de estreia do grupo com produção do midas Rick Bonadio. Di Ferreiro e Gee Rocha (ambos do NX Zero) também tiveram significante participação no processo criativo e musical do álbum.

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evento POR AÍ

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á cerca de um ano, a universitária Joice Dias se mudou de mala e cuia para o Rio de Janeiro. Pelas bandas de lá, a sergipana trabalha com moda e continua seus estudos em Geologia, curso que iniciou quando ainda morava em Aracaju. Hoje, Joice já é quase uma carioca da gema, sabe como ninguém o que fazer para aproveitar ao máximo as delícias e belezas da cidade maravilhosa. Duvida? Então confira as dicas que a moça preparou para esta edição da Aracaju Magazine...

Parque Lage Zazá Bistrô Tropical O Zazá Bistrô Tropical é um restaurante exótico, com um ambiente super agradável e uma comida deliciosa. Com uma forte influência tailandesa, o local por si só já vale a visita. Do cardápio, eu indico o frango ao curry. É simplesmente divino! Rua Joana Angélica, 40 - Ipanema. Tel: (21) 2247-9101 / 2247-9102. Mais informações: www.zazabistro.com.br

Um dos grandes atrativos do Parque Lage, sem dúvida, é o lindo casarão que pertencia à família Lage, onde hoje funciona a Escola de Artes Visuais (EAV). O local é excelente para tomar café da manhã ou fazer um piquenique, tudo isso com uma vista maravilhosa e muito verde. Vale lembrar que a entrada é franca! Rua Jardim Botânico, 414 - Jardim Botânico. Tel: (21) 3257 1800. Mais informações: www.eavparquelage.rj.gov.br

00 Se você quiser curtir uma balada num lugar aberto, com gente bonita e música de qualidade, a minha sugestão é 00, um bar/restaurante localizado dentro do planetário da Gávea. Por lá, rola uma festa chamada Noon, que começa no finalzinho da tarde e sempre traz bons DJ’s. Avenida Padre Leonel Franca, 240 - Gávea. Tel: (21) 2540-8041 / 2540-8042. Mais informações: www.00site.com.br 30 aracaju

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Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) é sempre uma boa pedida. Com uma estrutura incrível, o local recebe exposições, filmes, peças de teatro, shows musicais e tudo mais relacionado às artes. Quando vier ao Rio, vale a pena ficar de olho na programação de lá. A entrada é franca. Rua Primeiro de Março, 66 - Centro. Tel: (21) 3808-2323. Mais informações: www.bb.com.br


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“ Um dos maiores atores

sergipanos comemora oito décadas de existência e avisa: “Ainda posso atuar, é só me chamar!”

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O homem que brinca de atuar Por Theo Alves - Colaboração Junior Matos

o auge dos seus bem-vividos 80 anos, Orlando Vieira é, sem exageros, um dos verdadeiros baluartes da cultura sergipana. Com 12 filmes, três novelas, inúmeros curtas-metragens e algumas peças de teatro no currículo, o ator capelense nunca teve pretensões de se tornar um ícone ou mesmo de ser reverenciado como tal. Quase sem querer, ele foi galgando uma trajetória que, pelo visto, ainda não tem prazo para acabar. Apesar dos seus cabelos brancos, o octogenário Orlando Vieira dispensa o “senhor” com o bom humor que lhe é tão característico. Sentando no sofá da casa onde vive com a sua esposa e três dos seus quatro filhos, o homem que brinca de ser ator (e está dando certo!) recebeu a Aracaju Magazine para um bate-papo informal e sem muitas delongas, do jeito que ele prefere.

Aracaju Magazine - Como tudo começou? Orlando Vieira - Eu saí de Capela e vim morar em Aracaju, aos 15 anos, para ser padre. Quando deixei o seminário, em 1948, ingressei no Ministério dos Transportes e comecei a trabalhar em construções de estradas, inclusive fora de Sergipe. Então, para me especializar na área, fui a Recife fazer um curso técnico de desenho, na escola de Belas Artes. Lá, por insistência de alguns

colegas que faziam teatro, resolvi entrar no elenco de uma peça que iria se apresentar em um festival nacional em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A minha idéia era unir o útil ao agradável: além de participar do evento, eu ia passear sem gastar nada. Mas, para a minha surpresa, fui premiado como ator revelação do festival. Daí por diante, logo que eu voltei a Recife, comecei a atuar em outras peças e a participar de outros festivais, o que

me rendeu mais alguns prêmios. AM - Depois dessa sua experiência com o teatro, você parou de atuar. Por quê? OV - Assim que eu terminei o meu curso em Recife e voltei para Aracaju, ainda atuei em algumas produções daqui. Em 1967, por exemplo, participei da peça Recital sem Opus, que levamos ao Festival Nacional de Guanabara (o Rio de Janeiro da época), no qual fiquei entre os dez

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Teatro da Escola de Belas Artes, em Recife

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melhores atores. Enfim, mesmo dando certo, eu resolvi parar de atuar e continuar me dedicado ao meu trabalho com estradas. Era um coisa mais segura... AM - E por que você voltou a atuar? OV - Em 1979, o diretor Ipojuca Pontes veio a Sergipe filmar A Volta do Filho Pródigo e me convidou para interpretar um caminhoneiro. Aí eu pensei: “Quer saber de uma, eu vou fazer esse diacho”. Poucos anos depois, em 1983, quando eu já estava aposentado, veio Hermano Penna e me chamou para participar do filme

Sargento Getúlio, com Lima Duarte no papel principal. Mais uma vez, meus amigos me incentivaram, eu criei coragem e aceitei o convite. Interpretei o Amálio, o braço direito do Sargento Getúlio. O filme levou seis prêmios no Festival de Gramado e advinha quem ganhou o de melhor ator coadjuvante? O Orlando Vieira aqui. Então, uma coisa foi levando a outra e, quando eu me dei conta, já estava atuando novamente. AM - Então, mesmo sem querer, você foi consolidando uma carreira de ator...

Cartoon de Orlando Vieira (1962)

OV - Profissionalmente, eu não podia exercer essa profissão. Não tinha campo aqui, em Sergipe, e eu precisava pensar em minha família. Tudo foi acontecendo como você disse, sem querer. Eu era desenhista técni-

Teatro de Arena - Município de São Silvestre - Recife

A Família do Colecionador - Escola de Belas Artes - Recife (1962)

Vereda da Salvação - Teatro da Escola de Belas Artes (UFPE) Recife - Prêmio de melhor ator do ano - 1963

Teatro de Arena - Recife A derradeira Ceia - Teatro Santa Izabel - Recife

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entrevista

A última semana de Lampião - 1985

Novela Irmãos Coragem - 1995

Prêmio melhor ator coadjuvante, no XI Festival do Cinema Brasileiro - Gramado - 1983

1963

Fronteira das Almas - 1987

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Com J Inácio

Eu sou o Servo - 2001

Sargento Getúlio - 1983

Com os amigos

Uma Mulher Vestida de Sol - 1987


Filmografia: 1979 – A Volta do Filho Pródigo (Ipojuca Pontes) 1983 – Sargento Getúlio (Hermano Pena) 1985 – A Última Semana de Lampião (Ilma Fontes) 1986 – Fronteira das Almas (Hermano Penna) 1987 – O Beijo (Walter Rogério) 1992 – Capitão Carlos Lamarca (Sérgio Rezende) 1995 – Quem Matou Pixote? (José Joffily) 1996 – Guerra de Canudos (Sérgio Rezende) 1998 – Orfeu (Cacá Diegues) 2001 – Narradores de Javé (Eliane Caffé) 2006 – Orquestra dos Meninos (Paulo Thiago) 2011 – Aos Ventos que Virão (Hermano Penna)

Cartaz do filme Lamarca - 1994

Guerra de Canudos - 1996

Brasília - 1963

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entrevista

Matéria do Jornal da Cidade - 2002

AM - Você se arrepende de não ter ido embora para investir em sua carreira de ator? OV - Muito pelo contrário! Mesmo sem sair de Aracaju, eu continuava sendo chamado para atuar. Eu viajava, fazia a minha parte e voltava

para minha casa. Sempre fui muito bem tratado pela Globo, pelas produtoras. Conheci muita gente e visitei vários lugares. Nunca sonhei em ser artista de cinema, de televisão, mas as coisas foram acontecendo. Até hoje, quando me convidam para

fazer alguma coisa, eu vou. Ano passado, por exemplo, atuei em outro filme de Hermano Penna, o Aos Ventos que Virão. E se precisarem de alguém para interpretar um personagem com oitenta anos, estamos aí (Risos).

Fotos: Alexandre Ribas

co do antigo DNER e atuava de vez em quando. Depois que ganhei o prêmio em Gramado, passei a frequentar os eventos de cinema e os diretores começaram a me chamar para trabalhar em suas produções. Me ofereceram o céu e a terra para que eu fosse embora, pro eixo Rio/ São Paulo, fazer cinema e televisão. Mas isso seria difícil, eu já estava com 54 anos e tinha a minha vida em Aracaju, meu escritório e meu emprego. Mesmo assim, meu nome continuou na agenda dos produtores.

O Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, parte do Programa Olhar Brasil, traz esse nome em homenagem ao ator sergipano. Administrado pela Prefeitura de Aracaju (PMA), através da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Funcaju), o Núcleo tem como objetivo principal capacitar mão-de-obra e fomentar a produção audiovisual independente de Sergipe.

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cidadania

Ipaese

O Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe (Ipaese), fundado em 21 de dezembro de 2000, é considerado a primeira escola especializada no ensino especial de Sergipe

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Qualidade de vida para os surdos de Sergipe

O tradutor Áquila Barbosa de Jesus e Breno Nunes, um dos estudantes mais engajados do Ipaese, durante entrevista à Aracaju Magazine

C

riada por um grupo de pais de surdos, a instituição tem como objetivo principal ser um agente provocador de mudanças na sociedade, quebrando preconceitos e resgatando a cidadania dos seus alunos. Reconhecido como de utilidade pública (através de leis municipal, estadual e fede-

ral), o Ipaese busca a inclusão social através da educação bilíngüe. Para conhecer melhor o trabalho desenvolvido pelo Instituto, a Aracaju Magazine esteve na sua sede e foi recebida pelo jovem Breno Nunes, um dos estudantes mais engajados de lá. Auxiliado pelo tradutor Áquila Barbosa de Jesus, ele


Profissionais capacitados ministrando aulas...

...espaços adequados para o aprendizado...

Fotos: Alexandre Ribas

apresentou a escola e conversou sobre questões relacionadas aos surdos. “Apesar de existirem instituições de ensino inclusivas, onde surdos e ouvintes estudam juntos, eu prefiro escolas como o Ipaese. Acredito que as pessoas ainda não estão preparadas para lidar com os surdos, ainda há preconceito e os professores não sabem como agir com essa situação”, explica Breno, que também já estudou em escolas consideradas “normais”. No Ipaese, todos os profissionais são capacitados para melhor atenderem às necessidades dos surdos. Segundo Breno, suas possibilidades aumentaram ainda mais desde que ingressou na escola. “Nas escolas inclusivas, os professores não utilizam a metodologia correta para que o surdo possa se desenvolver. Normalmente, eles não conseguem interagir com os intérpretes ou vice-versa. E isso acaba prejudicando o nosso aprendizado”, disse. Apesar de parecer agressivo ou indelicado, o termo “surdo” não é equivocado. E Breno explica o porquê: “Nós, os surdos, já nascemos sem escutar. Nós nunca conhecemos o som. Já os deficientes auditivos, como as pessoas costumam nos chamar, são aqueles que perderam a audição em uma determinada fase da vida. Por exemplo, alguém que aos 12 anos de idade, por alguma razão, deixou de escutar”. Mesmo como tanta informação acerca da realidade dos surdos, o preconceito, infelizmente, ainda existe. Para Fábio Nunes, irmão de Breno, que também recebeu a equipe da Aracaju Magazine durante a visita ao Ipaese, algumas pessoas não acreditam que é possível levar uma vida normal sem escutar. “Eles não são inválidos e nem estão impossibilitados de desenvolver qual-

...e determinação por parte dos alunos: eis a fórmula do sucesso do Ipaese

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cidadania

Dentre as atividades desenvolvidas pelo Ipaese, uma em especial chama bastante atenção. O projeto “Mães de Garra”, uma proposta inovadora do Instituto, objetiva capacitar mães de alunos em diversas modalidades de corte e costura. Através dessa iniciativa, essas mães ainda podem trabalhar em um ateliê montado na sede da própria escola, melhorando a renda mensal e, conseqüentemente, o sustento das suas famílias.

quer tipo de atividade. O meu irmão, por exemplo, faz o que todo adolescente costuma fazer. Usa o computador, viaja, namora etc. Além disso, ele já é professor de um curso de libras no Senac. Inclusive, o Áquila, que hoje está aqui como intérprete, já foi seu aluno”, disse. Assim como Breno, outros surdos também podem aprender a conviver com as suas limitações. Para isso, o Ipaese está sempre de portas abertas, recebendo a todos que necessitem dos seus serviços. “O Instituto é uma entidade sem fins lucrativos, que sobrevive de doações e das taxas que são pagas pelos pais dos alunos. Mas, em alguns casos, as famílias não têm como pagar e colaboram de outra forma”, explica Fábio, que é voluntário do Ipaese.

Os surdos brasileiros utilizam a Língua Brasileira de Sinais - Libras, de modalidade visual-especial, que apresenta todas as propriedades específicas das línguas humanas

Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe Av. Mario Jorge Menezes Vieira, 3172, bairro Coroa do Meio Contatos: (79) 3211-0938 / 8121-4050 / 8854-598 - www.ipaese.org.br 42 aracaju

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Apesar de parecer agressivo ou indelicado, o termo “surdo” não é equivocado. E Breno explica o porquê: “Nós, os surdos, já nascemos sem escutar. Nós nunca conhecemos o som. Já os deficientes auditivos, como as pessoas costumam nos chamar, são aqueles que perderam a audição em uma determinada fase da vida.”



WEBJORNALISMO

Portal Infonet

Imagens e conteúdo ganham mais destaque na nova home page do Portal, que comemora 15 anos com uma média de 278 mil visitas únicas/dia*

O

Portal Infonet (www. infonet.com.br) é referência no webjornalismo sergipano e traz um projeto com mais destaque para seu conteúdo e publicidade. O novo design, além de também dar ênfase aos serviços, realça as seções de entretenimento. A mudança foi pensada para deixar o conteúdo mais democrático e interativo. Agora, os comentários são autorizados automaticamente e os próprios leitores poderão decidir se suas postagens devem permanecer ou não. A página ainda amplia a interatividade com os seus leitores por meio dos ‘concordo’ e ‘discordo’ nos comentários e das redes sociais. Também houve uma otimização para uso em celulares, tablets e demais aparelhos móveis. “Sempre procuramos atender as necessidades atuais do mercado e as demandas dos nossos clientes. Estamos felizes com mais um marco do nosso trabalho ao longo destes anos. Para chegar aqui foi imprescindível a cooperação de todos os colaboradores e do apoio dos nossos clientes”, ressalta Nivaldo Almeida, diretor-executivo da Infonet. Foi ampliado o número de desta-

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A redação trabalha 16 horas ao dia para manter o leitor bem informado

ques do Portal, melhorando a visualização do conteúdo, com uma edição preocupada em atender ao leitor. Atualmente, as matérias jornalísticas e de entretenimento são facilmente distinguidas. “Visando atender igualitariamente aos vários tipos de perfis de usuários que acessam o Portal Infonet, as informações serão postadas no mesmo ‘nível’ que os principais eventos culturais da semana”, conta o designer Alberto Luiz, um dos responsáveis pelo projeto.

Diversão As abas que divulgam promoções, eventos, agenda e cinema possibilitam ao leitor ficar por dentro das novidades da semana e participar dos últimos eventos e promoções. Já os classificados, que continuam gratuitos, receberam maior destaque atendendo à demanda comercial. “Por intermédio de pesquisa, percebemos que a grande maioria do nosso público leitor gosta de se manter informado com matérias


jornalísticas, mas também temos aquele que quer informações sobre festas e horários de cinema, com isso veio a inovação do espaço Diversão”, explica Alberto.

Jornalismo Participativo e Social Muitos leitores do Portal Infonet contribuem com o jornalismo enviando algum vídeo e/ou foto de fatos importantes ou através de comentários, sugestões e pedidos de matérias. Com isso, o Portal virou canal aberto para ajudar a sociedade na busca da soluções de problemas, dos mais simples aos mais complexos. A credibilidade e a ética de noticiar os fatos vêm ampliando o número de leitores a cada ano e a equipe de jornalistas que faz o portal de notícias sabe desta responsabilidade. Por isso, está sempre preocupada em trazer o melhor. “Nós queremos ser lembrados como uma fonte de informação se-

Novo layout do Portal Infonet : mais leve e dinâmico

gura. Queremos que o leitor saiba que pode encontrar tudo ou o máximo de informações do seu estado. E que pode contar com o portal para denunciar, divulgar, comprar, vender, participar de promoções e conhecer os serviços de web que a empresa oferta”, diz a editora do Portal Infonet, Raquel Almeida. No jornalismo, o Portal Infonet reúne conteúdo próprio, sempre

Alberto Luiz explica as mudanças no novo layout

preocupado com a veracidade e a rapidez na divulgação das notícias. “A proposta do jornalismo do Portal Infonet é trazer notícias com responsabilidade. Já o furo jornalístico é consequência de um bom trabalho”, completa.

Nossos primeiros “cliques” Em 1996 surgia a Infonet, uma empresa que se dedicava inicialmente à produção de softwares, mas que logo depois, resolveu trabalhar como provedor de acessos e portal de notícias. Nesta época, a internet era novidade para muitos empresários da região sudeste e, em Sergipe, essa situação não era diferente. Como a empresa trabalhava essencialmente como provedora, a proposta era comercializar o produto, mas boa parte das empresas, das institui-

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WEBJORNALISMO

ções e da sociedade desconhecia a internet. Assim, a Infonet ofereceu cursos gratuitos para seus clientes. Como um complemento de serviços, foi surgindo o Portal de Notícias. A equipe inicial era composta por dois jornalistas e um webdesigner. Na época, as atualizações não eram tão frequentes se comparadas à instantaneidade de hoje. Com o tempo, a equipe foi aumentando para atender à demanda dos fatos diários. Hoje, são seis jornalistas, dois designers e um estagiário, realidade que mudou e foi visível na produção de todo o conteúdo, como também na cobertura de eventos a exemplo do Pré-Caju, dos festejos juninos na capital e nas principais cidades que promoviam a festa. Em 2006, o crescimento da equipe e a realização de estratégias exclusivamente voltadas para a produção de texto para a internet repercutiram em um conteúdo diferenciado dos anos anteriores. Já havia na redação manuais, apropriação da

Legislação, postagens de alguns vídeos e novos blogueiros. Diante desses avanços no cenário sergipano, a editora do portal, Raquel Almeida, explica que a utilização de recursos como vídeo também foi ampliada, já que a proposta do portal é sempre se atualizar. “Percebemos que em algumas matérias os recursos como vídeo e tabelas ajudam no entendimento do leitor. Fazemos esta postagem de vídeo a depender do conteúdo”, diz. O layout do Portal Infonet é totalmente modificado, em 2008, para atender às novas tendências de mercado. Com ele, as editorias são enxugadas e fortalecidas, os espaços publicitários aumentam e os comentários e classificados são lançados. Neste momento também são inseridos os infográficos. Mantendo a preocupação em trazer o máximo de informações diárias com qualidade para o leitor, o crescimento do reconhecimento do Portal Infonet como um meio

Os projetos anuais, São João e Verão, são alguns dos destaques do conteúdo

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A editora Raquel Almeida destaca a preocupação com a credibilidade da notícia

de comunicação seguro e imparcial vem refletindo cada vez mais em acessos e publicidades. *Fonte: Google Analytics


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Mais Aracaju

Idosos e pessoas com deficiência recebem cartão eletrônico em domicílio Mais Aracaju amplia o direito de ir e vir oferecendo rapidez no embarque e maior conforto durante o trajeto

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Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp) realizou a postagem, via Correios, dos cartões Mais Aracaju Gratuidade e Especial para quase 15 mil usuários do transporte coletivo. Desse total, um pouco mais de nove mil foram endereçados a idosos a partir de 65 anos e mais de cinco mil a pessoas com deficiência. Ao receberem os cartões eletrônicos em domicílio, os titulares ganham, automaticamente, uma nova e mais cômoda forma de fazer uso do transporte coletivo. Isso porque o Mais Aracaju, dos tipos Gratuidade e Especial, permite o embarque no ônibus sem a necessidade de identificação ao motorista, assim como a passagem pela catraca com a apresentação da digital cadastrada e a acomodação em qualquer espaço do veículo. Com isso, os idosos que têm a partir de 65 anos e as pessoas com

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Mais Aracaju - conforto e qualidade para o usuário do transporte público

deficiência ganham a opção de escolher onde sentar, não mais ficando restritos à parte dianteira do ônibus. A tecnologia também contribui para a redução da evasão de receita do sistema de transporte, pois somente quem de fato é detentor do direito da gratuidade pode fazer uso do benefício. “O cartão e a identificação biométrica proporcionam conforto, ampliam a mobilidade e combatem a gratuidade indevida que tanto onera o serviço”, frisa o superintendente do Setransp, José Carlos Amâncio.

Desse modo, em respeito a tais usuários do transporte coletivo e pensando em facilitar a aquisição do cartão, o Setransp adotou a medida de efetuar a entrega em domicílio. “O sindicato reconhece a importância dos idosos para a sociedade. Eles são exemplo de vida para todos. Esse sentimento também motiva a realização de campanhas como Gentileza gera Gentileza e Pratique Cidadania que propagam o respeito e a prioridade de idosos, pessoas com deficiência e demais usuários vulneráveis, a exemplo de


gestantes e crianças, no transporte coletivo”, analisa Amâncio. Entendendo os benefícios do novo sistema, quem faz uso do ônibus em seus deslocamentos diários afirma que a iniciativa chegou em excelente momento. “Não é sempre que encontramos assentos na parte da frente. Algumas pessoas até cedem o lugar, mas o problema é que cada vez mais aumenta o número de idosos usando o ônibus. E nós, idosos acima de 65 anos, mesmo tendo direito à gratuidade, éramos discriminados, não podíamos sentar nos bancos da parte traseira já que entrar pelas portas do meio e do fundo é perigoso. Agora, com o cartão, a gente passa o dedo na maquininha e tem a liberdade de sentar onde quiser”, declara Everaldo Santos, 65 anos, um dos usuários que já recebeu, em sua residência, o cartão eletrônico.

Cartões devolvidos Cartões devolvidos pelos Correios devem ser retirados na sede do Setransp. Para isso, os usuários são informados, via telefone, pelo Serviço de Atendimento ao Cliente – SAC – do Setransp para que compareçam à sede do sindicato a fim de realizar a retirada desses cartões. Caso o usuário esteja na dúvida

Cartão Mais Aracaju. Gratuidade confere cidadania aos idosos que utilizam o transporte público

sobre o motivo do não recebimento do seu cartão e deseje verificar se seu Mais Aracaju Gratuidade encontra-se disponível na sede do Setransp ou seguindo via Correio, pode entrar em contato com o SAC através do telefone 3045-2550 e obter informações.

Uso liberado Os usuários que já receberam os cartões estão devidamente habilitados a usar o sistema de identificação biométrica, passando pela catraca e se acomodando em qualquer espaço do ônibus. No entanto, os usuários que apresentam dificuldade de locomoção não são obrigados a passar pela catraca, podendo permanecer na parte dianteira do veículo e desembarcando pela porta da frente, após a

identificação ao motorista. Já os idosos que ainda não se cadastraram, são provenientes de outras cidades ou ainda não receberam o cartão eletrônico, continuam fazendo uso da gratuidade no transporte público mediante a apresentação a carteira de identidade ao motorista.

Cadastramento continua Os idosos e as pessoas com deficiência que ainda não passaram pelo cadastramento biométrico podem procurar atendimento nas escolas municipais (os endereços são divulgados semanalmente via imprensa, Portal Setransp (www.setransp-aju. com.br) e redes sociais – www.facebook.com.br/setransp-aju e www. twitter.com/setranspaju). O cadastramento também é realizado na sede do Setransp. São distribuídas 100 senhas diariamente a partir das 8h.

O cadastramento pode ser feito na sede do Setransp (foto) ou nas escolas municipais, cujos endereços são divulgados semanalmente

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Índios e pássaros

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* Jenner Augusto, vida e obra Por Mário Britto biografia de Jenner Augusto da Silveira mostra uma história de vida, que é a tradução do talento e da determinação como sinônimos de sucesso e superação. Jenner Augusto nasceu em Aracaju, no dia 11 de novembro de 1924, filho de Augusto Esteves da Silveira e Maria Catarina Mendes da Silveira. Aos seis meses de idade ficou órfão de pai, restando-lhe apenas a mãe e um irmão, Junot Silveira. Jenner Augusto e sua família moraram em diversas cidades sergipanas, dentre as quais Rosário do Catete, São Cristóvão, Itabaianinha, Lagarto e Laranjeiras. Essa mudança constante de endereços tinha uma razão de ser: a mãe, Maria Catarina, uma professora de escola pública, era perseguida continuadamente, pelos prepotentes da época, devido ao seu pensamento político vanguardista. Apesar da origem humilde e das adversidades de uma vida difícil, Jenner Augusto nunca abriu mão da vocação para a pintura. Desde tenra idade, seus muitos rabiscos escolares e desenhos já demonstravam que ali estava um artista nato. Foi questão de tempo, até mais do que de oportunidade, para que seu talento nato fosse revelado. Em 1949, em artigo intitulado Jenner Augusto, Espelho do Tempo, o poeta sergipano Mário Cabral dizia “que se tratava de uma nítida vocação de pintor e que haveria de conquistar um lugar de relevo na pintura contemporânea”.

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Jenner Augusto, ainda criança, percebeu a necessidade de trabalhar para contribuir com as despesas do lar e custear os seus próprios estudos. Foi engraxate de sapatos, pintor de paredes e de letreiros de propaganda para filmes, empregado de loja, condutor de asnos, vendedor de lenha, oficial de alfaiate, cantor de cabaré, e, em tempos melhores, revisor do jornal Correio de Aracaju, onde o seu irmão Junot Silveira trabalhava como redator-chefe. A pintura de Jenner, cuja matéria-prima original era a sua alma, retratou o desespero provocado pelas cheias e, com igual intensidade, a dor e a angústia dos sertanejos nas constantes secas, fenômenos

climáticos antagônicos, mas que se revezam no sofrido sertão nordestino. No entanto, se em um momento pintava o nordestino frágil, flagelado, em outro, exibia-o heróico e retumbante nas figuras de Antônio Conselheiro e de Lampião. E, assim, pintou o sol escaldante do Nordeste e, também, o céu de chumbo das suas tempestades. Foi completo e único! Por toda a vida, ainda que influenciado pela dominante e absoluta cultura baiana, Jenner manteve-se fiel às suas raízes, já que levava Sergipe dentro de si, e Lagarto em seu coração. Mesmo com a insistência de sua zelosa mulher, Luiza Silveira, que o advertia sobre a necessidade de aprender outros idio-

mas para expandir a sua arte, dizia: “Lu, não tem jeito, eu só sei falar uma língua, o sergipanês”. Sergipe inteiro era muito importante na vida de Jenner. O sertanejo, a paisagem seca do Nordeste, o caráter do homem sergipano, tudo isso o emocionava muito. Sua Luiza testemunhava: “era um negócio impressionante a sergipanidade de Jenner; quanto mais ele se distanciava de Sergipe, mais ele ficava sergipano”. Os cenários de sua infância e de sua adolescência no agreste solo sergipano sempre povoaram as suas memórias. De Rosário, as suas paisagens líricas; de São Cristóvão, seus velhos casarões, suas seculares igrejas, a Praça do

Fundo de casa - 1985

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Chafariz, onde empinava arraias e papagaios, o pastinho onde jogava bola; de Itabaianinha, o mirante da torre de sua Matriz e o seu solo seco, compensado pelos muitos açudes, à beira dos quais costumava armar as suas arapucas para pegar passarinhos. O seu coração pulsava diferentemente quando se recordava de Lagarto, de suas “bolas de fumo” às portas das casas simples caiadas de branco; das suas coloridas feiras, tão retratadas em seus quadros; das serenatas de porta em porta; dos arrasta-pés nas redondezas e da liberdade de correr solto no Campo da Vila, que para ele “era a maior planície do mundo, composta de um céu imenso e de vasto tabuleiro cortado ao longe por serras azuis”. Jenner Augusto nunca esqueceu o verde sem fim dos canaviais de Laranjeiras que tantas vezes o ins-

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“Sua Luiza testemunhava:

‘era um negócio impressionante a

sergipanidade de Jenner; quanto mais ele se distanciava de Sergipe, mais ele ficava sergipano’.”

pirou; de suas ruas cheias de glória e cultura; dos passeios à Igreja de Comandaroba, à Pedra Furada, à Casa Laranjeiras, inaugurada festivamente na gestão de Doutor Chico Bragança, cujas paredes, motivo de muito orgulho, foram pintadas pelo próprio Jenner. De Aracaju, sempre se lembrava do sabor dos seus beijus molhados, dos mal-casados, dos sarolhos... Foi a visão de Aracaju, a partir da Barra dos Coqueiros, que lhe deu a

sua linha do horizonte, magistralmente usada em muitas de suas telas. Foi, também, o céu de Aracaju, segundo ele “único no mundo”, que lhe deu o azul imortalizado em seus trabalhos. Jenner Augusto também gostava de gente, de sua boa e simples gente. Jamais esqueceu as pessoas que habitaram o seu coração de menino em Lagarto, como Pequena de Martins Coelho, querida companheira de travessura e incluída em todas as suas brincadeiras; o seu compadre Euclides e o seu amigo de boemia e serenata, Mané de Dona Zulmira. Na adolescência, em Laranjeiras, dos bate-papos com João Sapateiro, com quem, depois, trocou muitas cartas; das conversas “fiadas” no cartório de Antônio Henrique; e das “intelectuais”, sobre Horácio Hora, no balcão da farmácia de Doutor Chico Bragança. Mais adulto, eram recorrentes as suas lembranças de amigos como Freire Ribeiro, que lhe fez a primeira crítica sobre o seu trabalho, José Augusto Garcez, o poeta Garcia Moreno, Núbia Marques, os irmãos Álvaro e Florival Santos, Jordão de Oliveira, J. Inácio, Leonardo de Alencar, Ana Medina, os escritores Walter e Aluysio Sampaio, Santos Souza, Hernani Libório Prata, Austregésilo Porto


Santo Antônio da Barra - 1988

e tantos outros conterrâneos. Em Lagarto, porém, cidade que depois confessara que, se dependesse dele, “nunca teria saído de lá”, foi onde Jenner, autodidata, descobre-se pintor, fazendo letreiros de propaganda e cartazes de filmes de caubóis para o cinema de Mané Dentista. “Aprendi a juntar óleo e pigmentos, adicionar a medida exata do secante, corrigir cor suja substituindo o preto pelo azul”. Foi assim, tendo como lição a vida e professores os pintores de parede, que Jenner Augusto, então, aprendeu o seu ofício. Durante o período em que viveu em Laranjeiras, de suma importância para a sua formação artística, conheceu o trabalho de seu primeiro ídolo, Horácio Hora, laureado artista sergipano, nascido nessa cidade em 1853 e, prematuramente, falecido em Paris, em 1890. Sem dú-

vida, foi Horácio Hora o seu grande inspirador. Estudou dedicada e exaustivamente a sua obra. Como ressaltou José Dionísio Nóbrega: “a casa Laranjeiras passa a ser o seu laboratório e, Horácio Hora, o seu ídolo”. Para homenageá-lo, deu ao seu quarto filho o nome de Horácio. Jenner Augusto foi aluno sem “escola”. O incontido desejo de aprender e a sede de aprimorar o seu desenho, em busca da excelência, foram os “seus livros”. Copiou e recopiou inúmeras vezes os quadros de seu mestre Horácio Hora. “À noite, desapareço pelos cantos da casa fazendo e refazendo desenhos, retratando barbudos num labor feroz que me ajuda a achar a técnica e as feições”. Em 1949, já morando em Aracaju, sob forte influência do modernista Portinari, seu segundo mestre, de-

corou, graciosamente, as paredes do Cacique Bar com murais baseados no folclore, nos costumes de Sergipe e em cenas históricas. Esse trabalho é considerado como o marco da estética moderna em Sergipe. “Se Horácio lhe servira de primeiro espelho e alvo, no romântico sonho tranquilo de Laranjeiras, Portinari passa a valer para Jenner, na efervescência intelectual da capital sergipana, como um novo padrão a atingir.”, disse Roberto Pontual. Ainda em 1949, aconselhado por Portinari a estudar mais o desenho, transfere-se para a Bahia, levado pelos ventos da modernidade que por lá sopravam e em busca de novos horizontes. Sergipe tornarase pequeno para a grandiosidade do seu imenso talento. Seu único irmão, Junot Silveira, já então conhecido jornalista, conseguira-lhe

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um emprego, o que facilitaria a sua vida. Jenner Augusto foi para a Bahia, mas levou junto com os seus parcos pertences as cores e o cheiro de sua terra-ventre, Aracaju. Chegando a Salvador, em oposição à Escola Acadêmica, participou do polêmico núcleo renovador da arte baiana, constituído por Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos, Genaro de Carvalho, Rubem Valentim e Lygia Sampaio. A estes, juntaramse, depois, dentre tantos outros, Raimundo Oliveira, Pancetti e Carybé, grande amigo que conhecera ainda quando morava em Lagarto. Em 1950, realizou-se a Mostra Novos Artistas Baianos, organizada e patrocinada pelo Caderno da Bahia, no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia. Participaram Mário Cravo Junior, Lygia Sampaio, Rubem Valentim e Jenner Augusto. Este fato é considerado como marco inicial da arte moderna na Bahia. A grandeza de Jenner não se re-

Cangaceiros

velava apenas em sua pintura, tinha também grandeza de caráter, como dizia Jorge Amado: “temperado na pobreza de Sergipe”. Jenner Augusto fez de sua vida a sua própria obra e, de sua obra a sua vida; sereno e conciliador, conquistou gran-

Painel de cerâmica criado por Jenner Augusto, no ano de 1957, localizado na fachada do edifício Walter Franco, situado na esquina do calçadão da rua João Pessoa e Praça Fausto Cardoso. Atualmente, o edifício abriga uma agência do Banese e a sede do Ministério Público Estadual (MPE)

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des amizades no cenário artístico, dentre tantas, com o próprio Jorge e o seu irmão James Amado, Adolfo Bloch, Portinari, Di Cavalcante, Carlos Drummond de Andrade e Érico Veríssimo, que chegou a confessar ser um pintor frustrado. “Se me perguntassem como quem eu gostaria de pintar, responderia sem hesitação: como Jenner Augusto”. Além dos cenários sergipanos, sempre recorrentes em seus trabalhos, Jenner Augusto pintou cenas da ensolarada e multifacetada Bahia: suas paisagens rurais e urbanas, como as do Dique do Tororó, da Baixa do Sapateiro, do Jardim de Alah, do Largo da Mariquita com os seus pescadores; o mar idolatrado nas canções de Dorival Caymmi, com os seus barcos perdidos no horizonte e, no dizer de Jorge Amado, com os seus saveiros “mortos”. Assim fez, também, com as lavadeiras do Abaeté, lavando roupa na “lagoa escura arrodeada de areia branca”. Nas magníficas paisagens de Jenner Augusto, de um colorido


poético e suave, estão quase sempre presentes: o céu, cheio de emoção e lirismo; o brilho da terra-mãe e a leveza do ar, tudo refletido em uma água, impressionadamente cristalina, em uma explosão de luz e sombra, denunciando o seu absoluto domínio de técnica. Compôs, ainda, com mestria ímpar, belas naturezas-mortas; camponeses e meninos de engenhos em cenas com animais livremente pastando nos campos. Retratou amigos, como a obra de 1956, intitulada Grupo de Amigos em referência a Raimundo de Oliveira, Mário Cravo Junior, Carybé e Mirabeau Sampaio, nela incluído. Fez, ainda, inúmeras telas, retratando a sua família numa demonstração inequívoca de ternura pela sua onipresente esposa Luiza e pelos seus amados filhos Georgina Kátia,

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“...Jenner Augusto, em seu extraordinário processo criativo, pintou de tudo e, como disse Jorge Amado, que o conhecia como poucos, ‘pintou com as cores de sua terra’, e, por essa razão, ‘há em cada um de nós alguma coisa da luz, da emoção, da beleza que ele criou’.”

Jenner Augusto Filho (Guel), Luíza Augusta, Horácio, Ana Leonor e Augusto (Guto). Em 1966, já consagrado no Brasil, Jenner Augusto inicia uma brilhante carreira internacional. Esteve, a convite do governo americano, nos Estados Unidos. Depois, sempre como convidado, participou de Exposições Coletivas na Itália, na Holanda, na Inglaterra, na Espanha

e em Portugal. Fez, com grande sucesso, Exposições Individuais na Bélgica e na França. A aceitação do seu trabalho no exterior foi fenomenal. O costume era mostrar na Europa o que de lá era copiado. Ele, no entanto, diferentemente da maioria, apresentou imagens inéditas, genuinamente brasileiras, enriquecidas com as cores tropicais do Nordeste. Ele

Alagados - 1983

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MATÉRIA DE CAPA

dizia: “Eu não procuro copiar o povo de lá. Eu quero mostrar o que nós temos aqui”. Em “seu Alagados”, como definido por Adonias Filho, “criador e criatura se fundiram em uma só pessoa”. Através desse importante momento em sua iconografia, que teve início com a descoberta do pobre bairro baiano, em 1963, alertou a subvida dos seus habitantes, que usando as palavras poéticas de Carlos Drummond de Andrade, nos Alagados “morrem sem viver”. Alagados, um de seus temas preferidos, era intrigante e questionador, pois, como poderia Jenner Augusto expressar poesia e extrair o belo em situação de tamanha penúria e adversidade, transformando paisagens tristes em quadros bonitos? Só havia uma resposta: genialidade! Jenner Augusto fez uma pintura singular ainda que plural nos temas. À exceção de Horácio Hora e, depois, Portinari, pouca influência recebeu de outros artistas. Ele sempre buscou uma linguagem própria e a encontrou, a partir de 1963, em seu Alagados, depois de ter passado por uma fase abstrata, em 1958, na qual sentiu necessidade de pesquisar e estudar novas formas e cores. Excursionou, igualmente, por temas religiosos, especialmente, entre 1964 a 1967. Para orgulho do Brasil, e, em especial, para o povo sergipano, o menino que, outrora, na década de 40, pintava cartazes de propaganda para filmes na cidade de Lagarto, tem, hoje, oficialmente, obras espalhadas em museus de todo o mundo, dentre outros: no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro; no Museu de Arte Moderna de São Paulo; no Museu de São Cristóvão, em Sergipe; no Museu de Dallas, nos Estados Unidos; na Fundação Calouste Gulbenkian e no Museu de Arte Contemporânea, ambos em Lisboa; no Museu do Vaticano e no Museu Hermitage, em Saint Petersbourg, na Rússia. Na verdade, Jenner Augusto, em seu extraordinário processo criativo, pintou de tudo e, como disse Jorge Amado, que o conhecia como poucos, “pintou com as cores de sua terra”, e, por essa razão, “há em cada um de nós alguma coisa da luz, da emoção, da beleza que ele criou”.

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Capa do Livro

Ficha Técnica * Jenner Augusto, vida e obra Autores: Mário Britto, responsável pelo planejamento e coordenação editorial, e Zeca Fernandes - neto de Jenner Augusto -, responsável pelo planejamento e coordenação gráfica do projeto. Características do livro: Capa dura, 320m páginas, português e inglês. Textos de Mário Britto, Zeca Fernandes, Carlos Britto Aragão, Cezar Britto, Marcelo Déda, Eloisa Galdino, Carlos Cauê, Ana Medina, Aglaé Fontes, Leonardo Alencar, os filhos de Jenner, Guel Silveira e Ana Leonor, Jorge Amado, Érico Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade etc. Realização: Sociedade Semear Patrocínios: Boa Luz; Catabas Empreendimentos Imobiliários; Celi Decorações; Cezar Britto & Advogados Associados; Energisa; Fasouto Distribuidor; Grupo Maratá; Grupo Multiserv; Miguel Britto Advogados Associados; Petrobras; Rio Marine; Secretaria do Estado da Cultura - Governo de Sergipe; Spaço Sob Medida; TV Atalaia; Zeca Fernandes – Escritório de Artes.


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cidadania

Aracaju Sem Miséria Mãe de sete filhos, a doméstica Andreza Pereira dos Santos, 29 anos, hoje consegue sorrir com mais facilidade que há dois anos. As dificuldades para manter a casa e garantir o mínino às crianças passaram. Antes, o salário que ela recebia mal dava para pagar o aluguel de um barraco no bairro Santa Maria, de onde ela teve que sair por causa das fortes chuvas que caíram na capital em 2009.

Por Diógenes de Souza

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Foto: Lizia Martins

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ecebendo o Auxílio-Moradia e o Bolsa Família, Andreza não se furta em dizer que a vida mudou. “Passei bastante necessidade. Não recebia quase nada e tudo ia para pagar o aluguel. Hoje, consigo proporcionar conforto aos meus filhos. Mesmo que seja o mínimo, pois a família é grande, mas atualmente é mais fácil comprar as coisas para eles”, relata a doméstica, na sala da casa onde vive há um ano e seis meses. O novo lar, de alvenaria e com dois quartos, está abrigando a família de forma segura, graças ao benefício concedido pela Prefeitura de Aracaju. São R$ 300 mensais para o pagamento do aluguel. Isso até que ela receba a casa própria, pois Andreza também já foi incluída no cadastro habitacional onde

Andreza comemora o auxílio oferecido pela PMA à sua família

estão inscritas mais duas mil pessoas. “Se não fosse a Prefeitura, eu não teria condição alguma para comprar uma casa. Tenho cinco filhos e o que ganho é pouco. Esse benefício é importante demais para todos que recebem”, comemora a doméstica. O Auxílio-Moradia é apenas uma das políticas centrais contidas no Plano Municipal de Enfrentamento à Pobreza, nomeado Aracaju Sem Miséria, uma ação construída

por diversas secretarias e que tem como objetivo possibilitar a redução da miséria na capital. O documento tem como meta agir junto às famílias de baixa renda. Outros eixos do Aracaju Sem Miséria são transferência de renda, inclusão produtiva e a busca ativa.

Fim dos galpões Histórias como a de Andreza Pereira são cada vez mais comuns. Nos últimos anos, mais de mil famí-


Erradicação da Miséria A porta de entrada para todos os benefícios concedidos ou repassados pela Prefeitura de Aracaju é o Cadastro Único (CadÚnico). Até setembro, foram cadastradas 2.356 pessoas. Com a atualização do cadastro solicitada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o que é feito a cada dois anos, o total de inscritos chega a 5.475 pessoas. Esse cadastramento é feito pelas 15 unidades dos Centros de Referência em Assistência Social (Cras), em qualquer época do ano. Além das sedes físicas, a Secretaria Municipal de Assistência So-

Foto: André Moreira

lias que residiam em áreas de risco, na capital, foram removidas para um lar seguro. A Prefeitura investe mensalmente, com recursos próprios, R$ 600 mil na concessão de auxíliomoradia, enquanto essas famílias aguardam a entrega das casas onde morarão de forma definitiva. Quase duas mil famílias recebem o benefício e não há mais nenhuma morando temporariamente em galpões. Os últimos três espaços, que abrigavam 54 famílias, foram fechados no mês de outubro, com a realocação dessas pessoas em casas cujo aluguel é custeado pela PMA. De acordo com o secretário Municipal de Assistência Social e Cidadania, Bosco Rolemberg, mais do que atender a essa população é necessário garantir que não haja retrocesso no momento de ascensão social que o Brasil vive: “Nós temos esse esforço como algo primordial. Já passou o tempo de os benefícios sociais serem considerados benesses. Hoje, eles são um direito irrevogável da população e nós queremos assegurar esses benefícios a qualquer cidadão. É nossa obrigação”.

Em abril deste ano, moradores do Arrozal sairam da invasão para moradias dignas

cial (Semasc) dispõe de equipes que fazem a “busca ativa”, ou seja, localizam os possíveis beneficiários onde eles estão – em localidades como o bairro Santa Maria, a Ponta da Asa, o Jardim Recreio, o Vale do Amanhecer etc. Em apenas um final de semana se consegue atender a 400 pessoas. O trabalho de busca ativa é mais uma linha de ação do Aracaju sem Miséria para habilitar as famílias a ter acesso a programas como o Bolsa Família, Auxílio Moradia, Benefício de Prestação Continuada (um salário mínimo para idosos e pessoas com deficiência), à Tarifa Social de Energia Elétrica, Carteira do Idoso e outros. Com o CadÚnico, a Prefeitura pretende, por exemplo, atingir a meta de 54 mil famílias recebendo o Bolsa Família, benefício concedido pelo Governo Federal e repassado pela administração municipal. Atualmente, 34 mil famílias recebem o benefício na capital.

sionalizantes e o encaminhamento dos beneficiados ao mercado de trabalho. Atualmente, através da Fundação Municipal de Trabalho (Fundat), são oferecidos cursos de pedreiro, azulejista, instalador hidráulico, pintor predial e gesseiro. As primeiras turmas formaram 104 pessoas. A Prefeitura firmou convênio com algumas empresas da área de construção civil, o que permitiu a contratação imediata

Inclusão Produtiva A política de inclusão produtiva consiste na oferta de cursos profis-

Busca Ativa

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cidadania

desses novos profissionais. As aulas ocorrem em unidades do Cras ou em associações de moradores, em parceria com o Serviço Nacional da Indústria (Senai). A maioria dos alunos - cerca de 80% - é de mulheres. Na entrega dos certificados, o prefeito da capital, Edvaldo Nogueira, destacou o resultado desses cursos, que proporcionou 100% de empregabilidade, mostrando a importância da parceria entre a PMA e o setor privado como um forte instrumento de desenvolvimento de políticas sociais.

grande valia para que chegasse à Universidade Federal de Sergipe (UFS). “O Peti me ajudou muito. A maior contribuição são os valores que os educadores nos passavam. Os educadores são um exemplo diferente do que vemos na comunidade. Muitas vezes os jovens ficam sem perspectiva”, diz Gicélia Barreto, que está prestes a se formar. O fato de ela ter participado do programa aos 14 anos por quatro anos, ajuda na condução das ativi-

dades, mas ela diz que ainda assim o trabalho com os adolescentes - na faixa de 12 a 15 anos - é desafiador. “Muitos não aceitam as atividades de primeira, mas a gente vai articulando, mostrando o que é, e eles aderem. O trabalho é gratificante. A gente consegue se colocar como referência. É um peso grande, mas nós temos que passar os valores, o que é certo e errado. Educar é uma missão importante, mas muito séria”, reconhece a educadora.

Mapeamento

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Cadastradores

Equipe de trabalho mobilizada para a campanha

Faixa informava ao público sobre a campanha

Foto: Ascom / Semasc

Além da qualificação, as equipes da Semasc também desenvolvem o trabalho de abordagem à população de rua, fazendo o mapeamento e também cadastrando esses cidadãos para os benefícios concedidos pelo poder público. A depender do caso, a pessoa atendida pode ser matriculada em uma escola ou ser encaminhada a uma das oficinas da Fundat, por exemplo. No caso das crianças em situação de risco, a Prefeitura pode encaminhá-las ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti); os de idade maior, para o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem). Foi com a ajuda do Peti que a estudante de Fonoaudiologia Gicélia Barreto teve a base de que precisava para melhorar de vida. Moradora do Povoado Aloque, no bairro Santa Lúcia, zona oeste da capital, ela saiu da condição de educanda para a de educadora social. Hoje, ela faz parte da equipe do Cras Porto D’Anta, trabalhando com 15 adolescentes também integrantes do Peti. Ela acrescenta que o Programa, junto ao incentivo dos pais, foi de


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gestão

Torre, abrindo caminhos para o desenvolvimento Estrada Ipirá - Pintadas

“Governar é abrir estradas” o lema do presidente Washington Luís, que governou o Brasil na década de 1920, destacando a importância das rodovias no desenvolvimento econômico e social do país, continua sendo válido nos dias de hoje.

A

s estradas encurtam distâncias, aproximando as pessoas, facilitando o comércio e melhorando as condições de vida de todos. Ciente desta importância, a Torre Empreendimentos se credenciou para transformar obstáculos em

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Estrada Paulo Afonso - Barragem de Itaparica


novos caminhos. A empresa está capacitada para realizar a implantação e restauração de rodovias – incluindo serviços de terraplanagem, pavimentação, drenagem, sinalização e construção de obras de arte especiais, utilizando geralmente como revestimento o concreto betuminoso usinado à quente. A construção e recuperação asfáltica também é realizada em áreas urbanas. Para atingir os objetivos a que se propôs, a Torre investiu em duas recicladoras de pavimento Wirtgen, importada da Alemanha, que atualmente representa a mais alta tecnologia de reciclagem de pavimento, incorporando o revestimento antigo existente à base, homogeneizando numa única camada de pavimento. Além disto, apresenta grande economia de tempo de montagem, oferecendo maior rapidez à obra e aumento na qualidade do processo. Também foram utilizados diversos equipamentos rodoviários convencionais tais como motoniveladoras, escavadeiras hidráulicas, tratores e

rolos compactadores. O resultado destes investimentos pode ser observado em diversas obras já realizadas, das quais destacamos duas, na Bahia: a rodovia BA-210 e BA-414, com 32 e 44 quilômetros de extensão, respectivamente. Elas foram inauguradas no mês de agosto: a primeira, ligando a cidade de Paulo Afonso a Barragem de Itaparica – na divi-

sa com o estado de Pernambuco e acesso às cidades de Quixaba e Glória nas margens do rio São Francisco; a segunda, ligando a cidade de Ipirá a Pintadas. Nesta última, também foram executadas seis pontes, sendo cinco com vão de 45 m e uma de 15 m. As obras foram contratadas pelo Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba).

Recicladora de pavimento Wirtgen, importada da Alemanha

O empresário José Antônio, diretor da Torre Empreendimentos, e o governador da Bahia, Jaques Wagner

TORRE EMPREENDIMENTOS

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Responsabilidade Social

Sociedade Semear Fundada em 08 de dezembro de 2001, a Sociedade Semear vem atuando no fortalecimento da cidadania, contribuindo para um mundo onde prevaleçam a ética, a solidariedade, a igualdade de oportunidades e o compromisso social, ambiental e cultural.

H

oje, a Semear, é uma instituição de referência no Norte e Nordeste Brasileiro, pretendendo ser, até 2020, referência latino-americana na execução dos seus projetos. A Sociedade Semear é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Oscip, título concedido pelo Ministério da Justiça do Brasil. Sua principal finalidade é o fortalecimento da cidadania, estimulando a participação ativa, livre e consciente de cada pessoa na construção coletiva do social; do cuidado com o meio ambiente, conservando a vitalidade e diversidade do ecossistema; e da promoção da cultura, em suas múltiplas manifestações, de forma que todos tenham acesso às informações e aos benefícios dela decorrente. A Semear desenvolve programas e atividades educacionais, participando, direta ou indiretamente, de projetos e movimentos que visam elevar ao nível de consciência crítica do cidadão, tornando-o agente ativo nas decisões da sociedade. Para

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Projeto Preservando Nascentes e Municípios - Diretoria de Meio Ambiente

tanto, foram criadas três diretorias operacionais: Estudos Múltiplos, Meio Ambiente e Cultura e Artes, que foram divididas em diversas coordenadorias de projetos. Para dar suporte à execução dos projetos estão as diretorias Administrativa, de Entidades Colaboradoras e Orientação Programática (voluntários) e a Assessoria de Comunicação.

Diretoria Administrativa Cabe a esta diretoria a supervisão do Setor de Pessoal e Contabilidade e acompanhamento dos trabalhos de eventuais auditores externos. A sede da instituição conta com um grande espaço funcional, com salas de aula, auditório, espaço multieventos, galeria de artes, laborató-

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rio de informática, além de espaços para abrigar a parte administrativa de todos os projetos.

Diretoria de Estudos Múltiplos É a responsável por desenvolver atividades que busquem a cidadania, sustentabilidade, participação e justiça social, criando direitos e oportunidades por meio da educação e capacitação das populações excluídas. Para tanto, trabalha com colaboradores com formações nas áreas mais diversas: administração, arquitetura, biologia, contabilidade, direito, economia, geografia, letras, pedagogia, psicologia, engenharia civil, comunicação, sociologia e serviço social, dentre outras.

“ Trabalhar na Semear é participar de um projeto vencedor” Liliam Santana, diretora Administrativa


Eis alguns projetos desta Diretoria: Programa Petrobras Jovem Aprendiz; Fertilizando Vidas; Unidos para Crescer; Tênis Sacada Cidadã; Planejamento Participativo do Estado de Sergipe; Regularização Fundiária; Projovem Urbano/ Educação; Sábado Solidário; Escola de Conselhos de Sergipe; e Balcão de Direitos Velho Chico.

Diretoria de Meio Ambiente Atua na difusão de ações ambientais focadas na gestão participativa em Educação Ambiental, Restauração Florestal, Unidades de Conservação da Natureza e apoio às cooperativas de catadores de materiais recicláveis e utilizáveis. Todas as ações buscam o envolvimento das comunidades, com o foco no empoderamento e na troca de saberes entre as pessoas. Sempre com o objetivo da realização coletiva de demandas comunitárias. As atividades possuem um caráter articulador com várias organizações e instâncias de deliberações nacionais e internacionais, a exemplo do Pacto Nacional de Restauração da Mata Atlântica, do Corredor de Biodiversidade da Mata Atlântica do Nordeste e da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Ao longo dos últimos dez anos, a Diretoria de Meio Ambiente realizou

Sede da Semear - Diretoria Administrativa

vários projetos, com destaque para os seguintes: Preservando Nascentes e Municípios; Adote um Manancial; De Olho No Ambiente; Ainda Existe Vida no Deserto; Programa Cata Ação; e Planos Diretores.

Diretoria de Cultura e Artes Esta diretoria tem como objetivos: fortalecer, através de ações compartilhadas, um espaço de promoção da cultura de Sergipe e, por

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Abertura do I Salão Semear de Arte Contemporânea Diretoria de Cultura e Artes

extensão, do Nordeste e do Brasil; gerar discussões e informações, disponibilizando o espaço para debates de temas de relevância social; incentivar as manifestações culturais em suas várias formas; mostrar a importância das manifestações culturais na geração de emprego e renda e na sustentabilidade econômica local; formar público, sobretudo crianças e adolescente, com interesse nos aspectos da cultura

Nosso desafio para os próximos anos é continuar captando recursos com instituições nacionais e internacionais; lutar pela adaptação da legislação trabalhista e da Lei de Diretrizes orçamentárias à realidade das Oscips; manter nossa equipe técnica em projetos e na gestão da instituição

Danielle Dutra, diretora de Estudos Múltiplos

Programa Petrobras Jovem Aprendiz - Diretoria de Estudos Múltiplos

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Responsabilidade Social

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“ Trabalhar na Semear é aprender, vivenciar, partilhar, aliar o prazer ao trabalho” Cita Domingos, diretora de Cultura e Artes Projeto Fertilizando Vidas - Diretoria de Estudos Múltiplos

2001, 76 exposições e mostras, além da confecção de 22 catálogos e seis livros publicados. Além disso, o espaço cultural da Semear foi cedido para a realização de mais de 600 eventos. Vale destacar os projetos I Salão Semear de Arte Contemporânea e o Projeto Conexões Artes Visuais, edições de 2008 e 2010. regional; apoiar iniciativas e promover eventos como exposições, feiras, apresentações, lançamentos de livros e CDs, seminários, oficinas de trabalho etc. Sob os cuidados desta diretoria foram realizadas, desde

Entrevista Carlos Roberto Britto Aragão, diretor-presidente da Sociedade Semear. Quais os maiores desafios da Semear? Manter e captar novos projetos e parceiros, para atingir a sustentabilidade, ampliar a comunicação das suas atividades e consolidar o processo de prestação de contas. A propósito, como é feita a prestação de contas e a fiscalização de suas atividades? Além de prestar contas (física e financeira) para os seus parceiros, a Sociedade Semear também encaminha, anualmente, a sua pres-

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Projeto Adote um Manancial - Diretoria de Meio ambiente

“Não basta o desejo, a presença de um homem bem intencionado ou mesmo uma grande ideia para que um projeto se torne vencedor. É preciso mais, é necessário que todos participem dos mesmos sonhos e das mesmas ideias, ainda que com dedicação diferenciada” Cezar Britto (idealizador da Sociedade Semear).

“ Trabalhar na Semear é ter certeza que os desafios podem ser vencidos com união, profissionalismo e muito respeito ao próximo e ao meio ambiente” Waldson Costa, diretor de Meio Ambiente

tação de contas para o Ministério da Justiça e para o Ministério Público de Sergipe. Do mesmo modo, tudo é submetido à auditoria interna e externa e divulgado no site www.sociedadesemear.org.br: as atividades realizadas; os dados contábeis; o parecer da auditoria; e a prestação de contas, referida anteriormente. Vale ressaltar a importância da imprensa em todo esse processo, com a divulgação de todas as atividades desenvolvidas pela entidade. Qual o balanço que o senhor faz desses 10 anos da Semear? Nos seus 10 anos de existência, a Sociedade Semear tem orgulho do trabalho que desenvolveu, tornandose referência nacional e mostrando

que Sergipe pode ser pequeno na sua territorialidade, mas é muito grande na força e na capacidade de trabalho dos seus técnicos. Demonstramos que é possível, sim, termos grandes instituições, não apenas no tamanho, mas sobretudo no compromisso com o fortalecimento da cidadania. Quais são os diferenciais da Semear? Acho que o principal diferencial é ter a plena consciência de que as coisas devem ser feitas sempre em parceria: cada um fazendo sua parte, juntos, nunca de forma isolada. Além desta atuação compartilhada, outro diferencial é a crença no potencial humano.


Rua JosĂŠ Ramos da Silva - 176 - Bairro Treze de Julho - Aracaju/SE - Fone: (79) 3246-3213


história

Susane Vidal, apresentadora do SETV 1ª Edição, e Ricardo Marques, apresentador do SETV 2ª Edição, no estúdio da emissora

N TV Sergipe

40 anos

Quem vê, atualmente, a programação de qualidade da TV Sergipe chegar, com imagem e som nítidos, a uma população de quase dois milhões de pessoas, talvez não imagine o quanto foi difícil fazer o sonho de uma emissora de televisão virar realidade em nosso estado.

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aquele fim de 1971, a força de vontade era grande, mas gigantesca também eram a inexperiência e a limitação técnica para colocar no ar um canal de TV local, identificado com os anseios da população. Para que o projeto saísse do papel, foi preciso o esforço de muitos. Os empresários sergipanos Francisco Pimentel Franco, Josias Passos, Getúlio Passos, José Alves, Hélio Leão, Augusto Santana, Paulo Vasconcelos, Lauro Menezes e Luciano Nascimento se juntam e, contagiados pelo idealismo de Nairson Menezes, o homem que idealizou a TV em Sergipe, decidem investir no negócio. Em um gesto de muita grandeza, os empresários decidem trazer o povo para participar daquele momento histórico. A participação popular foi fundamental: 900 ações foram vendidas em pouco tempo.


Reprodução de uma imagem de televisão mostrando a faixada principal do prédio da emissora, no início da década de 70

da emissora. Para brindar os telespectadores, é exibido um show especial do cantor americano Johnny Mathis. Um presente patrocinado pelo primeiro parceiro comercial da emissora, as lojas Huteba. A emissora iniciou suas operações como afiliada da Rede Tupi de Televisão. Entrava no ar no final da tarde e encerrava as transmissões por volta da meia-noite. Além dos programas locais, eram exibidos noticiários e filmes. Apesar do esforço de toda a equipe, a emissora ainda trabalhava de forma ama-

Para se manter na liderança, a emissora oferece, periodicamente, cursos de atualização profissional para seus colaboradores

dora, com antigos equipamentos. Diante das dificuldades financeiras, a Sociedade Anônima, núcleo fundador da televisão, foi desfeita e a TV Sergipe foi vendida para o grupo Aratu, da Bahia. A compra da emissora fazia parte de um projeto audacioso: formar uma rede de televisão no Nordeste, agora como afiliada à Rede Globo. No entanto, o projeto para a formação da rede, com sede em Salvador, não se concretizou e a TV Sergipe é, então, vendida à família Franco. Com a nova gestão, a emis-

Fotos: TV Sergipe - Divulgação

A TV Sergipe foi a primeira empresa de televisão montada com equipamentos produzidos no Brasil. Na fase de montagem, a emissora recebeu o apoio da Maxwel, empresa nacional que trouxe toda a estrutura necessária para o funcionamento da TV, desde a torre até a câmera de estúdio. E, como não existia mão-de-obra especializada, a saída foi buscar operadores com experiência no rádio e no cinema. Em 1967 é feita a primeira transmissão. No ano de 1968, uma autorização de três meses libera a transmissão do sinal da TV Sergipe. No ano seguinte, os sergipanos podem ver, ao vivo, a chegada do primeiro astronauta à lua. O tricampeonato de futebol conquistado pela seleção brasileira em 1970, no México, é também acompanhado ao vivo pelos sergipanos graças a outra autorização temporária. Com o final da copa, mais uma vez sai do ar, retornando apenas no ano seguinte, mas já em fase experimental. Finalmente, no dia 15 de novembro de 1971, entra no ar, agora para valer, o sinal da TV Sergipe, a emissora que mudou definitivamente a vida do povo sergipano. Acival Gomes apresenta o primeiro telejornal

Os acionistas, Albano Franco e Lourdes Franco

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história

Victor Amaral, dir. Comercial

Maria Evaldina, dir. Administrativo-Financeiro

sora não para de crescer. O parque técnico se moderniza e a programação se encaixa, a cada dia, na grade da Rede Globo. O programa TV Mulher ganha uma versão local, apresentado por Fátima Botto. A TV Globo inaugura o Bom Dia Brasil e a TV Sergipe segue o mesmo caminho: cria o Bom Dia Sergipe. Também ganham espaço na programação a edição noturna do Sergipe Notícias e o Bom Dia Interior, que conta histórias dos municípios. Nas manhãs de domingo, Mel Almeida apresenta o Sergipe Rural, o primeiro programa da televisão local dedicado ao homem e às coisas do campo. Às sextas-feiras, no jornal do meio-dia, o telespectador conhece o roteiro cultural do fim de semana na Agenda da Capital, com Nivaldo Menezes. O intercâmbio com a Rede Globo permite a qualificação dos profissionais e proporciona momentos inesquecíveis, como a ida do apresentador do Globo Esporte, Hermínio Matos, para cobrir um jogo no Maracanã. Na gestão do superintendente Augusto César Franco, equipamentos modernos são incorporados ao parque eletrônico. O núcleo de Rede

é montado e o estado passa a frequentar os noticiários da TV Globo, com a contratação da repórter Aline Hungria. O núcleo começa a revelar Sergipe para todo o país. Em 2001, o esporte também ganha mais espaço com a estreia do programa Viva Esporte, aos sábados. Para manter o padrão Globo de qualidade, a TV Sergipe passou por um processo acelerado de modernização ao custo de R$ 11 milhões. Em 2010, por exemplo, a emissora foi a primeira no estado a produzir, editar e exibir um programa em HDTV, a sigla em inglês que significa “TV de Alta Definição”. Em fevereiro de 2010 os sergipanos puderam assistir ao programa Terra Serigy sobre o cânion do rio São Francisco. No dia 1º de março do mesmo ano, dia oficial do início das transmissões em HDTV, os programas da Rede Globo no mesmo formato também começaram a chegar às casas dos sergipanos, com qualidade seis vezes superior ao período analógico, sem os inconvenientes dos “fantasmas”.

Unidades Móveis A TV Sergipe tem hoje duas Unidades Móveis (UM), totalmente preparadas para transmissões de

Roberto Gonçalves, dir. de Jornalismo

Desde o ano passado, a emissora funciona transmitindo sinal em alta definição João Roberto, dir. Engenharia 72 aracaju

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notícias e eventos, de qualquer parte do estado. O investimento nestas “mini-tvs” é garantia de qualidade na produção, na transmissão e geração. A primeira delas, conhecida na emissora como Unidade Móvel Terrestre (UMT), chegou em 2008 para substituir a UM anterior. Com equipamentos de transmissão digital, a UMT possui espaço operacional muito maior, o que garante maior conforto e possibilidade de operação com mais câmeras. No início de 2011, a TV Sergipe passou a contar também com uma segunda UM, ainda mais moderna.

Jornalismo Reconhecida pela Rede Globo como uma das afiliadas mais bem equipadas da região Nordeste, a empresa está investindo na atualização tecnológica do seu Departamento de Jornalismo. A redação foi completamente reformada, tanto na parte de instalações civis, quanto elétricas. Os profissionais do esporte também ganharam uma redação só deles, com o que há de mais moderno em equipamentos. As ilhas de edição foram reformadas, ampliadas e ganharam novos equipamentos, que tornaram ainda mais ágil o desafio de colo-

O ator global Thiago Fragoso, que esteve em Aracaju para a divulgação da novela Araguaia

car no ar três telejornais diários, além da versão local do Globo Esporte. A mudança na forma de produzir, editar e gerar conteúdo vai modificar também o atual formato do arquivo da emissora. O setor será reformulado na parte física e tecnológica. Todo o material será digitalizado e novos softwares vão organizar e dar melhor desempenho à administração do acervo de quatro décadas. A TV Sergipe tem hoje quase 80 pessoas que, diariamente, inclusive nos feriados e fins de semana, estão em busca da notícia, esteja ela onde estiver. A agilidade e a postura aos códigos de conduta e ética fazem do seu jornalismo sinônimo de credibilidade. O bom trabalho também pode ser avaliado pelos

prêmios conquistados periodicamente pelos profissionais da emissora. Entre eles, o Prêmio Petrobras de Jornalismo, nas categorias Reportagem e Imagem, o Prêmio Direitos Humanos de Reportagem, nas categorias Reportagem e Imagem, o Prêmio Regional da Associação dos Magistrados Brasileiros e o Prêmio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec). A TV Sergipe é uma das mais modernas e avançadas emissoras do Nordeste e está presente em 92% dos lares sergipanos. Nessas quatro décadas de vida, esta afiliada da Rede Globo é o veículo de comunicação com maior penetração do mercado e líder absoluta de audiência no estado.

Gestores e colaboradores da TV Sergipe posam para a foto histórica dos 40 anos

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Frei Rosivaldo Torres Cidadão Aracajuano

Ao lado do prefeito de Riachuelo, Antônio Carlos Franco Sobrinho, do vice-governador, Jackson Barreto, do diretor da Norcon, Tarcísio Teixeira e de Marco Antônio Galrão de Almeida, diretor do Colégio do Salvador

R

econhecendo o trabalho pastoral desenvolvido em Aracaju, com seu carisma e o dom da Teologia e da Filosofia, Frei Rosivaldo, natural de Camocim de São Félix, Pernambuco, recebeu, em 21 de setembro, em solenidade concorrida e prestigiada por autoridades, empresários, religiosos e muitos amigos, o título de Cidadão Aracajuano, concedido pela Câmara Municipal de Aracaju, através do seu presidente, vereador Emmanuel Nascimento (PT). “Este título é muito significativo e importante para mim. Vim para Aracaju fazendo a vontade de Deus e a escolhi como minha terra, meu lugar. Este momento representa uma realidade que já existia em meu coração”, agradeceu emocionado, o Frei. Lupércio Santos, amigo do Frei, assinou o cerimonial, com as precedências: eclesiásticas e públicas. Parabéns!

Com Nair Almeida Franco (1ª dama do município de Riachuelo)

Zoila Rabanal e Frei Rosivaldo

Frei Rosivaldo e Sr. André

Gina Galrão Almeida e Augusta Andrade

Fábio, Frei Rosivaldo e Sílvia

Frei Severino, Frei Rosivaldo e Frei Alberto

Frei Rosivaldo e Carolina Teixeira 76 aracaju

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Edina, Frei Rosivaldo e Luís Celentano

Daurea, Frei Rosivaldo e Teresa



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Mariana e Daniel

Mariana e Daniel

Cortejo

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o dia 26 de Novembro de 2011, realizou-se na Igreja Nossa Senhora do Carmo o emocionante casamento de Mariana Leite Lucena de Abreu e Daniel Rezende Campos Silva. Ela, filha de Cledison Lucena e Marleide Leite; e ele, filho de Wellington Campos e Dinorá Maria de Resende. A noiva estava belíssima no vestido Divina Sposa e produção Beto Jô, acompanhada de suas daminhas e demoisseles by Silvana Costa. Após a cerimônia os convidados foram recepcionados numa big festa no Spaço Nobre, com o Buffet de Marta Prado. A animação da festa foi por conta da Banda Só Lamento e do Dj Nilo. Tudo isso capitaneado pela competente cerimonialista Rose Cabral. Fica aqui o registro fotográfico by Accioly Studio.

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Mariana e Cledison (pai) Daniel e Dinorá Maria (mãe)

Pais do noivo: Wellington e Dinorá Maria

Pais da noiva: Cledison e Marleide

Padrinhos do Noivo: Esquerda: Marcó e Maria Lucia, Antonio Carlos e Nair, Direita: Edson e Sheilla e Edson, Marcelo e Adriana


Padrinhos do noivo. Esquerda: Fred e Juliana, Jo찾o e Carol, Direita: Daniel e Bianca, Rosemberg e Carla

Tios da noiva

Padrinhos da noiva. Esquerda: J창nio e Taciana, Caio e Ayana Direita: Victor e Renata, Jean e Marlange

Padrinhos da noiva. Esquerda: Artur e Liana, Felipe e Mayara Direita: Zequinha e Gabriela, Gustavo e Ana Luiza

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evento

Julia Bezerra Cruz 15 anos de harmonia, alto astral e alegria!

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embro do momento em que senti que estava grávida, uma emoção diferente, desconhecida, incrível! Tudo que uma mulher vive durante a gravidez até parir é inexplicável, só quem vive sabe. Estava meio “crucificada” na sala de parto, braços presos por fios, mas acordada. Pedi que colocassem o meu bebê no meu peito, queria sentir na pele a energia da vida que chegava, como um presente pra mim, sensação maravilhosa, inesquecível. O tempo passa e “bebê” Julia se transforma numa moça linda, centrada, amada, amiga, alto astral. Sua festa de 15 anos refletiu o seu ser, a sua alegria de viver. Família, amigos de hoje, de ontem, de sempre. Carinho por todos os lados, tia Thais abre sua casa pra receber os convidados, dinda Tânia presenteia Ju com o DJ Luquinhas que embalou a galera até os primeiros raios do sol, seu Augusto com a Serigy Estruturas fez a bela pista de dança sobre a piscina, Álvaro Déda protegeu todos com seus toldos, Augusto da MCM proporcionou a surpresa do vídeo-homenagem em suas TVs de led, Marta Villas Boas encantou com seu décor e arranjos florais, Acácia e Renata Barbosa deliciaram os convidados com seus saborosos quitutes e um bolo de dar água na boca, regados às maravilhas da Fasouto apresentadas por Juliano César e o Studio Osmar, com o talento de Sérgio Matos registrou os melhores momentos da bela festa. E eu ao lado do pai Cláudio Rosa

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Cruz, da família e dos amigos da Ju, curtimos com muita alegria essa data especial. Saúde, vida longa e fartura! E como diz a minha amiga irmã Tatiana Cobbett, beijares Julia Maria do Mar.

Tanit Bezerra e Julia

Tanit Álvares Bezerra (mãe de Julia)

Mariana Gomes e Carol Mangieiri

A prima Tharcysa e tia Tamar Bezerra

Fernanda Figueiredo e Larissa Vasconcelos

Thamara, Lucas e Rodrigo Corrêa

Christiane e Chico Lebre

Marina Reginato e Júlia Lima


Erick, Danilo, Igor, Vitor, Pedro, Rafael e Enrico Tia TB, mami Tanit, Julia e dinda Tânia Bezerra

Melzinha Almeida, Gabriela Valença, Ju e Rafaela Machado

Tanit, Julia e tia de coração Alícia Rodriguez

Com o tio Marcos Fábio Dias

Ana Cláudia e Maurício Todt, as filhas Carol e Alice e Eduardo Barreto

A prima Thassya Bezerra Silveira

Maria Eduarda, Constance Denise e Henrique Garcia

Charles Tavares e Thaysa Silveira

A amiga Letícia Dórea

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TB Gente gente

PrĂŞmio Setransp de Jornalismo

Pablo Marcel

Maria Luiza e Silvestre Frittole Coutinho

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Fone: (79) 3214-3249

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Fone: (79) 3217-4524


TB Gente gente

Vandira, TB , Ieda e Dedé Marília e Eduardo

Cristina Alves e a filha, Camilla Adan

Jonas, esposa e filho

Gilson Dias e Débora

Raimundo Conceição e Reynaldo Carvalho

Foto: Edgar de Souza

Rodrigo, Rilton Morais, Alice e Gina Franco

Hermes Fonseca e Edna Amorim

Hudson Mauad , Vandira e Márcio Lyncoln

Timbalada

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PrĂŞmio Setransp de Jornalismo

Pablo Marcel

Maria Luiza e Silvestre Frittole Coutinho

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evento

Alice Cardoso e Gabriel Magalhães

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ealizou-se em 24 de setembro, na igreja São José, a cerimônia religiosa que firmou o elance matrimonial de Alice Caroline e Gabriel Magalhães. Em uma cerimônia muito bonita os noivos estavam emocionados ao lodo de familiares e amigos. A igreja estava linda, toda decorada nos cristais Lico Cardozo. Em seguida eles receberam os convidados para um fino brinde no salão da igreja, com o Buffet de Valdisse, bolo de Quezia e cerimonial de Marcos Vinicius. Parabéns aos noivos por esta união!

Brindando a União

Com os pais: Luiz Henrique, Cássia Maria, Osmário Brito e Telma Cardoso Com os padrinhos: Fabiano Oliveira, Raquel Nogueira, Silvana Oliveira e Gilton Ozório

As lindas Daminhas: Maria Eduarda, Ane Caroline e Julia Delfina

Família do noivo: Rogério, Ricardo, Cássia Maria, Luiz Henrique, Sérgio, Maria e João Paulo

Família da noiva: Alan Cardoso, Amanda Cristiane, Telma Cardoso, Osmário Brito, Alessandra Carla e João Vitor

O momento do Sim Entrada do noivo com a mãe, Cássia Maria 88 aracaju

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Entrada da noiva com o pai, Osmário Brito


By Onodera Estética

BELEZA

Peeling Regéner O Regéner é um conceito inovador de peeling, baseado na sobreposição de ácidos orgânicos concentrados sobre a pele, reposição por células sadias e ação prolongada. É indicado para o rejuvenescimento da face além de potencializar o tratamento de acne e o clareamento de manchas.

Manthus O Manthus trabalha com as chamadas terapias combinadas, constituídas por um potente emissor de ultrassom, associado a um gerador de estímulos elétricos estereodinâmicos. As correntes polarizadas permitem com que o aparelho realize a introdução de princípios ativos (melanges) específicos para redução de gordura localizada, celulite e flacidez de pele.

Thermoderm O Thermoderm consiste em bandas térmicas que aumentam a temperatura superficial local, ativando o metabolismo. Essas bandas são colocadas no corpo do paciente, juntamente com gel enzimático, estimulando a circulação sanguínea e auxiliando na eliminação de toxinas.

Powershape O Powershape é um equipamento que associa três tecnologias: sistema de sucção, laser e radiofrequência. Ele ativa a circulação sanguínea e estimula a produção de colágeno e fibras elásticas, dando efeito tensor na pele e diminuindo as células de gordura, promovendo a redução de medidas.

A Onodera Estética está localizada na rua Euclides Paes Mendonça, 260, bairro Treze de Julho. Para mais informações, ligue para (79) 3246-4156.

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evento

Hábyto

Apresenta coleção Alto Verão/2012

A empresária Edilamar Carvalho e o jornalista Márcio Lyncoln A equipe Hábyto espera você com muito carinho

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ara lançar a coleção Alto Verão/2012, a loja Hábyto abriu suas portas, num dos pontos mais nobre de Aracaju (Av. Jorge Amado, 861), no início de novembro, e montou um mega desfile, belíssimo, apresentando o que é tendência forte nessa estação, sempre com um toque conceitual e de muita sofisticação - marca re-

gistrada da loja. O evento contou com a participação de vários clientes, blogueiros e personalidades da sociedade sergipana, todos embalados numa noite de muita moda e boa música nas pick -ups comandada pelo DJ Marquinhos (Lagarto), além de coquetéis tropicais para refrescar o verão. Fotos: Alexandre Ribas e Ana Ribas.

Clientes e amigos prestigiaram o desfile

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moda

Para elas

Branco total!

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pesar da febre do color blocking, o look branco total vai ser uma das tendências mais usadas no próximo verão. Por total, entenda-se: dos pés à cabeça. Não se assuste se o resultado lhe remeter ao Réveillon. A proposta é chique, atual e bastante adequada para a estação mais quente do ano. Se quiser quebrar um pouco da brancura do visual, carregue nos acessórios coloridos.

Animale

Harper’s Bazaar americana

Blake Lively

Vogue Brasil

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Kate Moss

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De cordas...

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ntre as tendências de sapatos para o verão 2012, um modelo vem ganhando muito destaque. Estamos falando das espadrilles! Com os seus solados de corda, a peça tem um “q” de rústico, mas sem descartar a elegância. As espadrilles são ótimas para usar com vestidos, shorts, saias e até calças. O look fica bem leve, com a cara da estação.

Dita Von Teese

Nas ruas

Cássia Ávila

Arezzo

Santa Lolla

Kate Middletone o seu modelo

Alexa Chung aracaju

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moda

Aposta setentista

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it da década de 70, a calça pantalona vem ensaiando, há algumas estações, o seu retorno definitivo ao guarda-roupas feminino. Para o próximo verão, por exemplo, a peça está entre as principais apostas dos fashionistas. Sóbrias ou mais despojadas, as pantalonas deixam o look requintado sem perder a jovialidade. Esse tipo de calça também tem sido bastante procurado pelo conforto que oferece.

Auslander

A atriz Leighton Meester

Editorial para Vogue inglesa

Nas ruas Celine 94 aracaju

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Olivia Palermo



moda

Para eles Pé quente!

U

m calçado perfeito para a rapazeada usar nos dias quentes de verão é o dockside. Além de extremamente confortável, o modelo tem um ar sofisticado e ao mesmo tempo despojado. A depender da ocasião, você pode combiná-lo com bermuda, jeans ou calça de sarja. Com certeza, o resultado vai ser um look moderno e super adequado para a estação do sol.

O rapper Pharrell

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Converse

Lacoste Nas ruas

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moda

Encurtou...

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ara o próximo verão, uma das tendências mais fortes no guardaroupas masculino é a calça curta. Seja de alfaiataria ou jeans, com a barra dobrada ou não, a peça diminuiu o seu comprimento e aparece quase na altura da canela. Combine esse tipo de calça com docksides ou espadrilles, fica chique e despretensioso.

2ndfloor

Herchcovitch

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Canindé além Cânions

para dias de sol (e chuva também)

Rodrigo Rocha meditando diante da Cachoeira do Lajedão

Por Rodrigo Rocha e Carol Portugal - @agenteviaja

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uando você pensa no que há para fazer em Canindé de São Francisco, município localizado no sertão sergipano, a 213 km da capital, qual a primeira coisa que vem à cabeça? Você pro-

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vavelmente pensou nos Cânions de Xingó, certo? Sim, eles são lindos e compõem um dos cenários mais bonitos de Sergipe. Mas há muito mais para se fazer em Canindé e nós vamos mostrar aqui duas opções.

A primeira delas é para quem gosta de aventura e contato com a natureza: a Cachoeira do Lajedão. Fora de todos os roteiros tradicionalmente explorados, a cachoeira não é um lugar de acesso muito fácil, mas os percalços valem a pena. Um aviso: Se você não tem um guia, é praticamente impossível encontrá-la, já que ela não tem acesso sinalizado. Para chegar até o local - paradisíaco, diga-se de passagem -, é preciso ir na direção da Hidrelétrica de Xingó e fazer o retorno no posto de informações turísticas, voltando no sentido da cidade. Depois da terceira curva, pare o carro no ‘quase’ acostamento. A entrada da trilha ainda não oficializada é uma cerca de arame sob a qual é bom passar com bastante cuidado. De acordo com o guia Marcelo Pereira, bombeiro que atualmente trabalha na prefeitura de Canindé, mas também é um dos fundadores do grupo Trilheiros do Sertão, o percurso até a queda d’água tem, em média, 450 metros de descida considerada de nível intermediário a avançado. Para começar, cuidado com a ‘faveleira’, uma planta da região que, em contato com a pela, provoca uma coceira intensa, que demora bastante a passar. Para os inexperientes em trilhas, um aviso: vá de calça para evitar cortes e arranhões nas pernas, leve água, protetor solar, chapéu/boné, barra de cereal e até rapadura para dar energia.


A trilha tem declives de nivel intermediário a avançado

Rodrigo, durante o percurso

recolha seu lixo, ajude a preservar a natureza!

E se chover?

A dica é ir ao MAX!

Carol Portugal atravessando o riacho rumo à cachoeira

Descer e subir por caminhos estreitos no meio do mato e também entre pedras é um exercício cansativo, mas muito divertido e prazeroso. Quando se avista a água, começa-se a entender porque vale a pena. No final do percurso a gente se depara com uma linda cachoeira de 15 metros de altura, de água deliciosa. Toda a correnteza passa por cima do quartzo rosa e é por causa dessa grande formação rochosa que a cachoeira foi apelidada de Lajedão. Com cuidado é possível chegar até

debaixo da queda d’água. A sensação é única e inesquecível. O guia Marcelo explicou que é possível acampar por ali e que, às vezes, ele e seu grupo de amigos fazem isso. Apesar do enorme calor diurno, à noite pode fazer muito frio. Um problema: embora o destino não seja sinalizado nem muito explorado, algumas pessoas que passam por lá deixam rastros de sua visita. É possível encontrar pedaços de plástico e até pacotinhos de camisinha. Nada contra o amor, mas fica a dica:

Uma excelente opção de passeio para dias de chuva na região é fazer uma visita ao Museu Arqueológico de Xingó, o MAX. Para quem não sabe, em Canindé de São Francisco há um grande sítio arqueológico com centenas de inscrições feitas por nossos ancestrais. O museu foi inaugurado em abril de 2000 e é mantido pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Tratase de um amplo registro da pesquisa arqueológica de Xingó, que guarda parte do acervo das mais de 55 mil peças retiradas nas escavações de 1988, envolvendo a Bahia, Sergipe e Alagoas. O museu possibilita o salvamento arqueológico e é um espaço de apoio para a continuidade da pesquisa na região. No MAX a gente fica cara a cara com esqueletos humanos, ferramentas feitas de pedra, panelas, artefatos de cerâmica, registros rupestres, escritos com ocri (óxido extraído da própria pedra), tudo com uma média

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a gente viaja

de nove mil anos de existência. Lá é possível ter uma verdadeira aula de história, vendo de forma concreta a importância de estudar os períodos paleolítico (idade da pedra lascada), neolítico (idade da pedra polida) e idade dos metais. A arqueologia não é uma ciência exata e todos os vestígios são datados a partir da técnica do carbono 14. No museu o visitante não encontra peças datadas com marcas de A.C (antes de Cristo) e D.C (depois de Cristo) como referência cronológica, mas ‘Anos AP’, que se referem a 1950, considerado o ano presente para a arqueologia. O MAX recebe gente do mundo inteiro, uma média de 1.000 visitantes por mês, realiza numerosas exposições e mantém viva a memória dos primeiros povos de Xingó, dando continuidade à pesquisa arqueológica e promovendo ações educativas.

Reproduções de pinturas rupestres

Carol Portugal colhendo informações com uma das guias do museu

Peças originais expostas à visitação

Imagem retrata ritual de enterro de um morto - abaixo o esqueleto original

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O Museu está aberto de quarta a domingo, das 9 às 16h30, e cobra preços simbólicos em seus ingressos, variando de R$ 1 a apenas R$ 3. Para mais informações, ligue (79) 2105-6448 ou mande um e-mail para max@ufs.br


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na poltrona

Por Wendell Barbosa

Histórias Cruzadas A temporada de ouro está aberta nos cinemas. Depois dos filmes-pipoca, chegou a vez das produções que são lançadas na temporada de caça aos prêmios da indústria do cinema – Globo de Ouro, Sindicatos e Oscar. E entre os virtuais candidatos, Histórias Cruzadas (The Help, EUA/2011), já começa a freqüentar listas de premiáveis. A produção que é ambientada nos anos 60, conta a história de Eugenia “Skeeter” Phelan, uma jovem branca escritora que resolve escrever sobre o ponto de vista das empregadas negras que criam os filhos brancos da sociedade extremamente racista da época – todas as casas de brancos deveriam ter um banheiro para as “pessoas de cor”. Basedo no romance The Help, da escritora norte-americana Kathryn Stockett, que o escreveu em homenagem a empregada negra que a criou – ela tinha pais ausentes e separados – o livro foi rejeitado por mais de uma dezena de editores. Histórias Cruzadas tem estreia prevista no Brasil entre o final de 2011 e começo de 2012.

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Meu País Rodrigo Santoro segue firme em sua carreira internacional. Quando estreou no mercado internacional, há oito anos, em As Panteras Detonando foi criticado e ridicularizado por não ter falas. De lá para cá, o ator apareceu e falou mais que qualquer outro interprete brasileiro, ora atuando ao lado de atores consagrados em Hollywood como Jim Carrey, em o Golpista do Ano, ora participando de super produções como 300. Seus mais recentes projetos internacionais confirmam essa tendência. Em 2012, estreia a comédia romântica What to Expect When You’re Expecting, fazendo par romântico com Jennifer Lopez. Atualmente, ele filma o aguardado The Last Stand, projeto que traz Arnold Schwarzenegger às telas do cinema, após seu mandato como governador da Califórnia. Ao lado de Santoro e do eterno Exterminador, completam o elenco o oscarizado Forest Whitaker, de O Último Rei da Escócia, e Johnny “Jackaas” Knoxville. No Brasil, Santoro pode ser visto no drama Meu País, ao lado de Débora Falabella e Cauã Reymond.

Contágio Em Hollywood, poucos diretores têm o cacife de Steven Soderbergh (Onze Homens e um Segredo). Mesmo em seus filmes mais comerciais, ele consegue imprimir seu tom autoral. Por isso, ele consegue sempre o que os diretores costumam chamar de “elenco do sonhos” (atores reconhecidos pelo talento em atuar e conhecidos pelo grande público). Em sua mais nova produção, em cartaz no Brasil, Contágio (Contagious, EUA/2011), o premiado diretor reuniu Kate Winslet (O Leitor), Matt Damom (Trilogia Bourne), Jude Law (Closer), Marion Cotillard (Piaf), Laurence Fishburne (Matrix) e Gwyneth Paltrow (Homem de Ferro) para contar a história de um vírus que se espalha mortalmente em todos os continentes. Mais que um filme alarmista sobre o fim do mundo, Contágio centra sua força na interpretação visceral do elenco de estrelas e talvez por isso, o diretor optou por mostrar o processo que antecipa o caos.

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em cena

Colores no espetáculo “Palhaços Mágicos”

O encontro de dois palhaços Por Theo Alves Fotos: Arquivo Cia. O Mínimo

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onge da ribalta, os palhaços Íris Fiorelli e Robert Clarck (mais conhecido como Colores) formam um casal bicho-grilo e quase pacato, com um dia a dia sossegado e sem muito obaoba. Em uma casa no bucólico povoado de Areia Branca, no Mosqueiro, eles concebem seus personagens e

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desenvolvem projetos, tudo na mais santa paz que os fizeram se encantar pela região. Mas, quando as luzes se acendem, já caracterizados com figurinos irreverentes e maquiagens extravagantes, a dupla fundadora da Cia. O Mínimo se transforma no que bem entender para fazer até os mais mal-humorados caírem na gargalhada.


“Eu e Colores fazíamos parte da Caravana Arco-iris pela Paz, um projeto itinerante que viajou 17 países durante 12 anos. Em Aracaju, paramos para a prestação de contas e nova liberação de recursos. Nessa pausa, tivemos a sorte de conhecer Areia Branca, que nos deu a tranqüilidade necessária para organizar um sonho: criar a Cia. O Mínimo”, explica a paulistana Íris. A ideia de se unirem com um só propósito surgiu quando ainda integravam a caravana. Na época, Íris e Colores tiveram a oportunidade de apresentar algumas cenas do que viria a ser um espetáculo, testando junto ao público as ideias que fervilhavam em suas cabeças. “Ao parar em Aracaju, depois de quase dois anos na estrada, começamos a ensaiar nosso primeiro projeto, intitulado Sim Salabim. Logo em seguida, criamos a companhia”, completa Íris. Segundo o casal de artistas, a Cia. O Mínimo foi gerada assim que se conhecerem, mas só veio nascer em

Colores no Dia de Todas as Crianças, em 2008

2007, quando eles já moravam em Aracaju. Para batizar a companhia, Íris e Colores pensaram muito até encontrarem um nome que expressasse um pouco das suas ideias: “Cada vez mais, fica bastante claro que somos uma dupla de palhaços. Um encontro de dois palhaços, na verdade. E ‘O Mínimo’ representa bem aquilo que acreditamos, nossos sonhos e conceitos”. Mesmo antes de criarem uma companhia e se profissionalizarem na

Íris em cena com o espetáculo Sim Salabim

arte de fazer rir, o casal Íris e Colores já flertava com o universo circense. “O mundo do circo, em especial a figura do palhaço, nos fascina! Sua humanidade, a possibilidade do erro ser bem-vindo... Enfim, trabalhar com a improvisação, com o riso. Há muito tempo, ambos pesquisamos sobre o circo tradicional, e Sergipe tem nos dado muito nesse sentido”, afirma Íris, em consenso com o seu parceiro. Além de auxiliar a dupla de palha-

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em cena

dência artística em São Paulo, mais especificamente no Lume - Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais (Universidade de Campinas); promoção de oficinas, onde vamos repassar todo o conhecimento adquirido; e, por fim, vem a montagem e circulação do espetáculo”, fala uma esfuziante Íris. Pelo visto, respeitável público, os palhaços da Cia. O Mínimo vieram para ficar. A cada dia mais enraizados em terras sergipanas, Íris e Colores não podem mais ser considerados apenas exóticos forasteiros em busca de novos ares ou coisa do tipo. Acreditando e, principalmente, investindo na cultura do estado, eles já fazem parte da cena artística de Sergipe. Com gargalhadas ou não, a gente só tem a agradecer por isso. Apresentação no projeto “Aldeia Sesc Guerreiro das Alagoas”

ços em sua constante jornada pela atmosfera circense, Sergipe também vem inspirando novos projetos para a Cia. O Mínimo. Desde junho deste ano, Íris e Colores deram início a uma pesquisa sobre as diversas manifestações folclóricas do estado, mais especificamente o São Gonçalo, o Cacumbi, o Samba de Coco e o Bacamarteiros. Intitulado Retalhos Populares, o novo espetáculo da companhia propõe articular uma construção poética acerca das raízes culturais sergipanas. “É um projeto intenso e extenso, com duração de dois anos. Para isso, fomos contemplados com a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), do Ministério da Cultura, através do Programa Petrobras Cultural 2008/2009. Além da pesquisa das quatro manifestações folclóricas locais, o Retalhos Populares ainda tem outras três etapas: resi-

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“Cada vez mais, fica bastante claro que

somos uma dupla de palhaços. Um encontro de dois palhaços, na verdade...” Íris Fiorelli

Íris durante a pesquisa para o projeto “Retalhos Populares”


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AÚJO NOME: ANA PAULA AR IDADE: 31 anos ju/SE Naturalidade: Araca ia PROFISSÃO: Empresár

empre com um sorriso estampado no rosto, Ana Paula Araújo é daquele tipo de pessoa que emana boas energias. Filha única de Pedro Oliveira de Araújo e Izabel Reis da Silva Gonçales, a empresária foi criada (e muito bem, diga-se de passagem) pelos avós José Rodriguês de Araújo e Beatriz Oliveira de Araújo. Formada em pedagogia e designer de interiores, hoje, ela está à frente da Provence, empresa responsável pela distribuição da conceituada marca Senscience em Sergipe. Apesar das inúmeras atribuições que já administra, Ana Paula tem mil e um planos para ampliar ainda mais o seu currículo. Hiperativa do jeito que só ela consegue ser, a empresária fala esfuziante sobre a sua vida profissional: “Além de cuidar da minha empresa, também estou me dedicando à parte social do Aracaju Fashion Square. Fora isso, estou tocando o projeto de um evento de beleza que deve acontecer no começo do próximo ano”. Mesmo com uma agenda tão apertada, Ana Paula ainda arranja tempo para os seus incontáveis amigos. Entre um cliente e outro, por

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exemplo, ela está sempre disposta a organizar um encontro, um jantar ou até mesmo uma viagem. Tudo para unir suas turmas (sim, ela tem mais de uma) e dar muitas risadas, o que ela faz com maestria. “Para mim, essencial é estar feliz e em paz. É claro que rodeada de quem eu amo, aproveitando a vida da maneira mais intensa o possível”, diz. Assumidamente vaidosa, a empresária tem um closet repleto de vestidos. Segundo ela, uma boa aparência é essencial. “Amo moda! Gosto de ler a respeito, de visitar os blogs e acompanhar as tendências. Moda está totalmente ligada ao meu trabalho, tenho que estar sempre antenada. Para ser bem sincera, uma mulher com os cabelos bem tratados e uma bela roupa já é meio caminho andado (risos)”, brinca. Atualmente, Ana Paula está namorando o advogado Maurício Soares, filho de Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju, e Tânia Soares, secretária municipal de Governo. Escorpiana nata, como ela própria diz, um dos programas preferidos do casal é viajar: “Cada viagem tem sempre alguma coisa especial... Uma paisagem fantástica, um paladar novo ou uma música que marca. Enfim,

são inúmeras as lembranças que trazemos na bagagem”. Em Aracaju, Ana Paula Araújo é um nome que circula entre as mais distintas rodas. Mesmo aqueles que não a conhecem, sem dúvida, já ouviram falar sobre ela. Sem medo de trabalho e sempre disposta a encarar novos desafios, a empresária tem um futuro promissor pela frente. Bom, de uma coisa ela pode ter certeza: a torcida é grande! E, pelo visto, se multiplica a cada dia que passa.

“Amo moda! Gosto de ler a respeito, de visitar os blogs e acompanhar as tendências. Moda está totalmente ligada ao meu trabalho, tenho que estar sempre antenada. Para ser bem sincera, uma mulher com os cabelos bem tratados e uma bela roupa já é meio caminho andado (risos)”


Foto: Anderson Adler

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Por Marcos Cardoso www.infonet.com.br/marcoscardoso

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Presença judaica

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em Sergipe

ergipe é um dos poucos Estados brasileiros onde não há uma sinagoga. Este é o sinal mais evidente de como é diminuta a colônia judaica no Estado. O templo israelita é um sinal definitivo da presença dos filhos de Israel. Embora muitos judeus estrangeiros tenham imigrado para cá no Século 20, poucos ficaram. Três, pelo menos, fincaram raízes, constituíram família e tornaram perenes seus sobrenomes: Chapermann, Schuster e Milstein. Foram homens que chegaram pobres, trabalharam de sol a sol e conseguiram erguer patrimônios respeitados, principalmente no ramo do comércio. Se não chegaram a ter influência direta na formação política do Estado, conseguiram contribuir substancialmente na sua constituição econômica. Povo nômade, pois não tinham pátria, os judeus intensificaram o êxodo após a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e a Revolução Russa (1917). Sofrido o holocausto nazista durante a 2ª Guerra, tiveram onde se fixar depois da fundação do Estado de Israel, em 1948, quando passaram a emigrar para lá. Em 1914, chegaram os primei-

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ros judeus contemporâneos a Sergipe: José Chapermann Natal e Salomão Kipermann (conhecido entre seus pares como “Zé Olhinho”). José veio e, em 1918,

mandou buscar a mulher, Clara, e os dois filhos, Abrahão e Isaac Chapermann. Abrahão viria a ser o dono da Mobiliária Chic, que marcou época em Aracaju. Eles

Tempos sombrios na Europa: sobreviventes judeus do campo de concentração nazista de Buchenwald, alguns ainda em suas roupas de acampamento


“...mesmo rarefeita,

enfrentaram dificuldades na saída da Ucrânia, já anexada à União Soviética. Na década de 20, fugiram muitos judeus para o continente americano, destacando-se como países receptores na América do Sul o Brasil e, principalmente, a Argentina. A maioria era askenazi, judeus da região compreendida entre a Alemanha e a Rússia, que falavam a língua iídiche. No dia 26 de novembro de 1926, chegaram ao Brasil Isaac Schuster e mais 11 colegas. Ele chegou com 16 anos, oriundo da Romênia, no período de efervescência em que vivia a Europa entre as duas guerras. O pai de Isaac Schuster havia sido fuzilado pelos alemães na 1ª Guerra. A maioria dos 11 companheiros ficou no Rio de Janeiro, onde desembarcaram. Eles vieram dentro de sacos de carvão, no porão de um navio. “O dinheiro que meu pai possuía quando desembarcou no Brasil dava apenas para comprar um ovo cozido e uma xícara de café. Além disso, ele não falava nada em português”, recorda o empresário Lion Schuster, filho de Isaac, o sergipano mais preocupado em resgatar a memória do povo judeu no Estado. Ele planeja escrever um livro a respeito da saga dessas famílias.

a sociedade sergipana da segunda década do século XVII seria atingida pelo olho da Inquisição, alcançando, em primeiro plano, os cristãos-novos nela estabelecidos.”

Maria Thétis Nunes, no livro Sergipe Colonial I

baú. Logo passou a ser conhecido como Isaac “Gringo”. Vendia os produtos a prestação, recebendo por semana. Em Lagarto, conheceu a futura esposa, Maria Rodrigues do Nascimento, que depois incorporou o sobrenome Schuster. Casaram-se

em 1929. Os filhos mais velhos dos 11 que tiveram, Abraão e Elza, são lagartenses. Naquela cidade do interior, Isaac teria vivenciado um episódio inusitado, lembrado por Lion: “Foi o único judeu russo que se escondeu de Lampião”. Sete filhos são vivos, dentre eles a desembargadora Geni Silveira Schuster. Na 2ª Guerra, durante o governo de Getúlio Vargas, Isaac dava discursos políticos no Ponto Chic, na esquina das ruas João Pessoa e Laranjeiras, contra os integralistas. Foi preso junto com Brabeck. Saíram da penitenciária após exigirem tratamento de presos políticos, mas tinham medo que Getúlio Vargas os mandasse de volta, entregando-os aos alemães, como havia feito com Olga

Isaac “gringo” Pouco depois, Isaac Schuster também veio para Sergipe, junto com José Zuckmann, Brabeck, Elias Reutman e Isaac Schinitmann. Começou vendendo confecções em Lagarto para Zé Olhinho, que já estava instalado por aqui. Depois, por conta própria, passou a vender santos, sombrinhas e tecidos. Ele saía pela rua com os produtos dentro de um

Joanita Milstein, no casamento, com Paulo Silva

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Isaac Chapermann

Benário, mulher do comunista Luiz Carlos Prestes. O regime usava seus livros russos como prova. Dos 11 que vieram, um retornou com saudade e acabou sendo fuzilado. Ele finalmente pôde comprar a primeira loja em 1953, na rua Laranjeiras. Era uma das filiais das Casas Isaac Schuster. No início, vendia apenas móveis de vime. No outro lado da rua, em frente à sua loja, havia a fábrica de colchões de capim de outro judeu, Manoel Milstein, pai de Joanita Milstein Silva, mulher de Paulo Silva, os fundadores do Café Sul Americano. Lion começou a trabalhar com o pai ainda criança, quando saíam pelas ruas vendendo e recebendo pagamentos. “O dia certo do pagamento das prestações era o domingo. Por isso eu raramente podia ir à praia, que era a coisa que eu mais gostava”, recorda, com uma ponta de frustração, mas orgulhoso em demonstrar o quanto o pai era trabalhador. Ele recebia de comerciantes do Mercado Municipal e dos bairros Industrial,

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Santo Antônio, 18 do Forte e Siqueira Campos. “Na época que eu saía junto com meu pai, nós improvisávamos o almoço na rua São João, onde comíamos pão acompanhado de sardinha com tomate e cebola, além de jenipapada”. Isaac Schuster morreu sem realizar o sonho de rever os familiares que havia deixado na Romênia. “Muita gente humilde chorou com a morte de Isaac Gringo”, recorda Lion, o quarto dos irmãos, que assumiu os negócios quando o pai morreu. “Meu pai nos ensinou a viver dignamente e a ganhar dinheiro”. Ele estava se preparando para viajar até a Romênia, para ver

a mãe que estava doente. Mas só viajaria se conseguisse a cidadania brasileira, para garantir que poderia voltar ao país onde havia constituído a sua família. Antes que a burocracia o liberasse, contudo, recebeu uma carta, com quatro meses de atraso comunicando-o que a mãe havia morrido. Isaac Schuster faleceu poucos anos depois, em 1964, aos 57 anos, vítima de trombose cerebrall.

Perseguidos pelos cristãos Após a destruição de Jerusalém, no ano 70 da era cristã, a história dos judeus é a de um povo disper-

A Torá, que significa instrução, apontamento, lei. Constitui o texto central do judaísmo. Contém os relatos sobre a criação do mundo, da origem da humanidade, do pacto de Deus com Abraão e seus filhos...

...e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de quarenta anos até a terra prometida. Inclui também os mandamentos e leis que teriam sido dadas a Moisés para que entregasse e ensinasse ao povo de Israel.

“ Das três famílias

que se fixaram em Sergipe (Schuster, Chaperman e Milstein), Schuster é a mais numerosa, hoje com cerca de 80 remanescentes.”

so, que conservou sua religião. Instalados a princípio em Jabreh, depois na Babilônia, ali fizeram florescer grandes escolas, a Torá foi atentamente estudada e deuse prosseguimento à elaboração do Talmude (doutrina e jurisprudência da lei mosaica). Por outro lado, no Império Romano, e mais tarde no Império Bizantino, onde predominava o cristianismo, a sorte não lhes foi tão propícia. Na


José e Clara Chapermann, pais de Abrão, e Dora, sua esposa

Espanha muçulmana, do século VII ao século XIII, o gênio judaico pode florescer nas artes, na literatura e na filosofia. Foi por esta época que floresceu a Cabala (tratado filosófico-religioso hebraico, que pretende resumir uma religião secreta que se supõe haver coexistido com religião popular dos hebreus). Após a reconquista cristã da península Ibérica, verificou-se terrível perseguição aos judeus, cujo instrumento maior foi a Inquisição. Esta obrigou os judeus a se converterem, ao menos na aparência (os “marranos”), ou a fugir da península: estes “espanhóis”, ou sefarditas, se instalaram nos

países da bacia do Mediterrâneo, nos Países Baixos ou na Inglaterra. No restante do Ocidente cristão, a perseguição aos judeus foi sistemática, gerando o que mais tarde se chamaria de anti-semitismo. Periodicamente, os judeus sofreram expulsões, discriminações e massacres: a caricatura preconceituosa do judeu deicida e usurário fixou-se por muitos séculos. Somente na Itália, havia certa tolerância. Nos países não-cristãos, especialmente o Império Otomano, nos Países Baixos protestantes, sobretudo nos séculos XVI e XVII, e posteriormente na França, graças à proteção real, as comuni-

dades judaicas foram toleradas. Na Polônia, a população judaica a princípio cresceu com a chegada de perseguidos da Alemanha e, a partir do século XVIII, com os judeus que fugiam dos pogroms russos. Mas no Século das Luzes, enraizou-se a idéia de uma emancipação dos judeus, cujos partidários triunfaram na Revolução Francesa. Napoleão I estabeleceu na França uma legislação consistorial, que ainda está em vigor. Por toda a Europa ocidental e também nos Estados Unidos – onde, em 1914, já existiam 3,5 milhões de judeus vindos da Europa Central e Oriental – os judeus emancipados se europeizaram, integrando-se ao desenvolvimento intelectual, econômico e social de suas nações. Na Europa oriental, os judeus permaneciam como suspeitos. Essa emancipação rápida provocou, após 1880, a ressurreição do anti-semitismo, que intelectuais reacionários erigiram como doutrina. O caso Dreyfus, na França, atiçou um desprezo e até um ódio racial que se encontravam por toda parte, mas sobretudo na Alemanha, entre as duas guerras. O sionismo, originado com Theodor Herzl (O Estado Judeu, 1896), alimentou as esperanças dos judeus europeus perseguidos, mas foi também um elemento que fomentou o anti-semitismo. Misturado com teorias racistas falsamente científicas, o preconceito atingiu seu paroxismo com o nazismo, que levou Adolf Hitler e seus correligionários a preconizarem a “solução final”, ou seja, o massacre do povo judeu: ao fim do conflito, seis milhões de judeus haviam sido assassinado nos campos de extermínio nazistas. Depois da

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Paulo Silva e Joanita Milstein, com três dos seus seis filhos

guerra, as comunidades israelitas se reconstituíram. Enquanto a idéia sionista se concretizava com a criação do Estado de Israel, o anti-semitismo, às vezes sob a forma de anti-sionismo, reapareceria em vários países.

Três sobrenomes mestiçados Das três famílias que se fixaram em Sergipe (Schuster, Cha-

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perman e Milstein), Schuster é a mais numerosa, hoje com cerca de 80 remanescentes. Mas Joanita Milstein e os seus seis filhos são os únicos legítimos judeus vivos. Além de ser filha de Manoel Milstein e Sônia Koifman, Joanita é considerada de “raça pura” porque a mãe era judia. O mesmo acontece com seus filhos. “O valor da raça judaica está em ser filho de mulher judia”, explica Luciano

Milstein Silva, quarto filho de Joanita, e um apaixonado por Israel, onde morou. “Considero tanto minha pátria quanto o Brasil”, diz, orgulhoso. Manoel e Sônia Koifman Milstein, ucranianos de Kamnipadovskaia (antiga Bessarábia) que coincidentemente encontraramse no Brasil, após passarem pela Argentina, casaram-se em Natal (RN) e depois se mudaram para Aracaju. Tiveram três filhos, sendo que Anita e Samuel mudaram-se, junto com a mãe, para Israel logo após a fundação do Estado judeu, onde constituíram família. Anita casou-se com Fritz Guggenheim, judeu de uma abastada família alemã que fugiu do holocausto nazista com 10 anos, deixando para trás os pais, que acabaram sendo assassinados. Fritz viveu na Argentina e em Goiás, no Brasil, mas conheceu Anita em Israel. Sônia Koifman morreu em 1984. Joanita e Paulo Silva casaramse, na década de 50, contra a vontade dos pais dela, que rejeitavam a união com um não-judeu. Eles tiveram seis filhos: Olga, Paulo Filho, Manoel, Luciano, Marcos e Ana Paula. “Meu pai foi um lutador, que construiu um grande patrimônio. Mas sem minha mãe, ele não chegaria aonde chegou. Dona Joanita é uma leoa para trabalhar”, reconhece Luciano. Ele próprio viveu na pele a pressão da importância que o povo judeu dá à questão da perpetuação da raça: “Algumas vezes, preparam mulheres judias com quem eu deveria casar”, admite Luciano, que acabou casando com uma sergipana. “É a maior miscigenação de raças do mundo e isso aumenta a preocupação com a perpetuação”, ob-


Alunos de uma escola judaica que se situava na rua São Cristóvão

serva, lembrando que o êxodo espalhou judeus pelos quatro cantos do planeta. Há judeus orientais e ocidentais, assim como há judeus árabes, argentinos, russos e americanos. “Há judeus oriundos da Somália, negros, que foram aceitos em Israel”, observa.

trada de cristãos-novos, que aí poderiam passar despercebidos”. Mas, “mesmo rarefeita, a sociedade sergipana da segunda década

do século XVII seria atingida pelo olho da Inquisição, alcançando, em primeiro plano, os cristãosnovos nela estabelecidos”. A perseguição aos judeus, representantes da burguesia comercial em ascensão e que aqui chegaram até ser fidalgos e senhores de engenho, prosseguiu por cerca de dois séculos. Os cristãos-novos, judeus convertidos à fé cristã, ou que descendiam de pais ou avós convertidos, quase sempre foram forçados à conversão, por fanatismo religioso e oportunismo cristão: ao mesmo tempo em que, na península ibérica, notadamente em Portugal, se lhes impunha a conversão, impedia-se ou dificultava-se sua saída do país e criavam-se pretextos para espoliações. No Brasil, muitos cristãos-novos foram perseguidos pela Inquisição sob a acusação de praticar sua fé às escondidas. Não raramente tinham seus bens confiscados e, muitas vezes, eram enviados a Portugal para serem julgados pelo Tribunal do Santo Ofício.

Primeiros judeus chegaram no século XVII A história registra a presença de judeus em Sergipe desde o século XVII, quando aqui desembarcavam como cristãos-novos. Segundo conta a historiadora Maria Thétis Nunes, no livro Sergipe Colonial I, a recém-criada “Capitania de Sergipe Del Rei, em pleno desenvolvimento, atraía, na dispersão da população rarefeita que ocupava seu território, a en-

Casal de judeus de camponeses pobres, na região de Dubromil, hoje Ucrânia. Registro feito por um fotógrafo ambulante, anos 1920

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Por Adalberto Goulart

crônica

Médico Psiquiatra e Psicanalista da International Psychoanalytical Association

Fenômeno V

mesmo é o Alex!

ocê já reparou? Claro que sim. Pois existem pessoas que são mais para falar e outras que são mais para ouvir, não é verdade? É evidente, assim se fazem os diálogos. Um ouve um pouco, o outro fala muito. Existem ainda aqueles que falam muito e nunca ouvem, são os piores. Até acreditam que falam, mas na realidade despejam palavras que muitas vezes nem eles mesmos ouvem, pode perguntar. Existem também aqueles que nunca falam, o que não quer dizer que estejam pensando. Podem até pensar que pensam, mas se nunca falam, este é um enigma que nunca será desvendado. Dizem que temos dois ouvidos e uma só boca para ouvirmos mais e falarmos menos. A natureza é sábia, os mutantes humanos nem tanto. Mutantes porque um dia fomos animais, bichos como Boris, o Pug. Hoje não sabemos ao certo o que somos, além da mutação

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que nos trouxe a consciência e nos roubou tanto da nossa intuição primitiva. Eu sonho com este paraíso em que as pessoas ouviriam mais e falariam menos, quase como Boris. Pura utopia. Vivemos num mundo em que o pensar criativo parece estar proibido e o que se vê são descargas de palavras para aliviar uma tensão que nunca alivia. Dia desses observava um casalzinho em uma mesa de bar. Conversavam naturalmente sobre coisas banais na descontração e

“ No Grande Prêmio

Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, antes da corrida começar, um repórter da TV inglesa perguntou a Ronaldo Fenômeno se seu filho Alex gostava de Fórmula 1. O próprio garoto respondeu: “A gente pode ir embora agora?”

espontaneidade de uma mesa de bar. Num dado momento se fez alguns segundos de silêncio e a mocinha desferiu o golpe fatal: “Fale alguma coisa...” - disse ela, deixando o rapaz desnorteado como desnorteado eu ficaria se Boris deslanchasse a falar desembestadamente. Existe coisa mais irritante do que isso? Certamente você já passou por esta experiência irritante, todos nós já passamos. O silêncio angustiou a mocinha que não sabendo o que dizer achou que estaria sendo esperta passando a batata-quente para o rapaz. Quase me levando e digo: “Fala você, menina irritante!” Contive-me elegantemente. Os gregos antigos diziam que só se deve falar quando não se pode calar, acho perfeito isso. Eu, o Boris e o Alex. No Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, antes da corrida começar, um repórter da TV inglesa perguntou a Ronaldo


Fenômeno se seu filho Alex gostava de Fórmula 1. O próprio garoto respondeu: “A gente pode ir embora agora?” Insistente o repórter perguntou diretamente a ele, Alex, se estava animado para a corrida. Fazendo sinal de negativo com a cabeça, Alex nem precisou de palavras. Fenômeno mesmo é o Alex! Beleza de menino! Pois era isso que o rapaz deveria ter dito para a mocinha na mesa do bar: “A gente pode ir embo-

ra agora?” E se ela insistisse? Sinal de negativo com a cabeça, ora, ora... Sábio esse Alex! Rubinho não se decide entre parar, se aposentar ou pedir para sair. Enquanto isso continua correndo. Correndo? Massa se esforça, mas não empolga. Também, depois que o carro do Rubinho lhe atingiu com uma peça bem na testa... Ah, o Rubinho... Schummacher bate em Bruno e Bruno é punido. Esses humanos adultos... Todo mundo viu, até Boris, só não os juízes da FIA e o sábio Alex. Mas o Alex não precisava ver, lógico, prá quê? Conserva ainda a intuição da criança. Bem que avisou. Mas você, mocinha mutante, que não tem mais a intuição dos bichos e das crianças, pode aprender. Nunca diga ao seu namorado para falar alguma coisa, ele poderá fazer como o Alex e dizer: Vou embora! Fenômeno mesmo é o Alex! Beleza de menino!

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home Um estilo de vida

Casa Mais Design traz para Aracaju a marca

Casa Cor Rio

Museu da Gente Sergipana

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home life | tradição e modernidade

Comemorando 50 anos, o Banese inaugura o Museu da Gente Sergipana e inclui Sergipe no roteiro da cultura latino-americana como uma casa da gente do povo e ao mesmo tempo multimídia e tecnológica

Por Hugo Julião e João Afonso Mamoré (*) Fotos: Márcio Garcez

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home life | tradição e modernidade

As esperanças, sedentárias, deixam-se viajar pelas coisas e pelos homens, e são como as estátuas, que é preciso ir vê-las, porque elas não vêm até nós”. Esta frase, retirada do livro Histórias de Cronópios e de Famas, do escritor argentino Júlio Cortázar, reflete o que representará, a partir de ago-

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ra, o Museu da Gente Sergipana para os sergipanos: todos, orgulhosos iremos vê-lo, sentir e apreciá-lo, pois estático não poderá vir até nós. Mas estará sempre com as portas abertas e seus túneis virtuais prontos a nos receber e oferecer o âmago da cultura sergipana. Ele foi construído a partir de vasta pesquisa, com a participação de curadores locais e de registros em todo o estado. Trata-se de um centro cultural dinâmico, núcleo interpretativo da cultura de Sergipe e um portal de aproximação com

o meio artístico local, nacional e internacional, através do intercâmbio de exposições. O Museu da Gente Sergipana está inserido no circuito cultural do Centro Histórico de Aracaju, onde se concentram outros atrativos como os centenários prédios do Palácio-Museu Olímpio Campos e da Catedral Metropolitana, a Rua do Turista e o Centro de Turismo, locais de concentração de visitantes nacionais e internacionais, e os calçadões das ruas João Pessoa, São Cristóvão e Laranjeiras que


atraem, diariamente, um enorme fluxo de pessoas. O Museu possui infraestrutura com acessibilidade universal, através da inserção de rampas, elevadores, pisos táteis e toaletes especiais; estacionamento privativo, com disponibilidade para mais de 100 vagas para veículos utilitários; e, somando-se a tudo isto, a vista privilegiada do estuário do rio Sergipe e da Ilha de Santa Luzia. Há muito simbolismo na inauguração deste museu no prédio onde outrora funcionou o Atheneu Dom

Pedro II, o Atheneuzinho, agora revivido, depois de 15 anos desativado. Num lugar que, ao longo de mais de 80 anos, foi palco da vida de muitos professores e estudantes, que fizeram e fazem parte da história de Sergipe; que abrigou o Arquivo Público, a Secretaria de Educação, a Empresa Sergipana de Turismo; e que teve, em sua origem, as proféticas palavras do então presidente do Estado de Sergipe, Graccho Cardoso, em mensagem à Assembleia Legislativa, em setembro de 1925: “O Atheneu Pe-

dro II é, portanto, um prédio capaz de corresponder aos seus fins por mais de um século”. Outro simbolismo é a presença do Banese, que completa 50 anos de fundação, um banco sergipano que sobreviveu a todos os ataques especulativos de uma era marcada por fusões e grandes incorporações no setor financeiro brasileiro e que, por isso mesmo, aponta para uma vida secular. O projeto surgiu junto com a criação do Instituto Banese, em 2009 - uma idéia compartilhada pelo governador

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Marcelo Déda e pelo ex-presidente do banco, João Andrade. O Museu da Gente Sergipana vem reforçar o papel do banco como grande incentivador e mecenas da cultura no estado e servirá para ancorar as ações do Instituto Banese - em parcerias com outros órgãos públicos e privados - na busca do fortalecimento da cultura sergipana. O Banese e os mantenedores (Banese Card e Banese Corretora de Seguros) investiram cerca de R$ 22 milhões de reais no projeto.

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O Museu da Gente Sergipana apresenta aquilo que Sergipe tem de mais essencial e perene usando tecnologias e linguagens inovadoras. Esse encontro entre a tradição e as novas linguagens tem o poder multiplicador de criar consciência e afetividade sobre identidade para as próximas gerações. Esse vínculo afetivo é o grande preservador de memória e patrimônio. O que mais me orgulha nesse museu é que ele não mumifica uma cultura mas, ao contrário, celebra sua vitalidade e sua latência na realidade. Tudo que está aqui é cultura viva, e ainda bastante pulsante nas ruas de Sergipe.

Marcello Dantas - Designer e diretor da Empresa Magnetoscópio, que assina a curadoria do Museu. Dentre seus principais trabalhos está o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (SP).


O projeto do Museu da Gente Sergipana, que funcionará de terça a domingo, das 10 às 19h, com acesso gratuito, contempla os seguintes espaços: Térreo: • Bilheteria • Foyer-hall de acesso • Loja da Gente - Com souvenirs temáticos sobre a cultura sergipana e acervo do museu. • Espaço de Exposições Temporárias - Local para intercâmbio de exposições. A primeira exposição é sobre os “50 Anos do Banese” . • Auditório - com capacidade para 100 lugares. • Átrium / Mapa da Gente - Instalação com depoimentos de moradores de cada território do estado. • Café da Gente - Espaço gastronômico voltado para a culinária com ingredientes da cozinha sergipana. • Espaço de Serviços 1º Andar: • Midiateca/Renda do Tempo - Espaço com Acervo Físico e iPads para consultas interativas • Nossas Histórias - Labirinto de Espelhos apresentando artesanato, modos de vida, aspectos da economia do estado, causos e lendas. • Nossas Praças - Instalação interativa, acessada através de um carrossel, apresentando as praças de Sergipe • Nossos Cabras - Instalação interativa com personalidades sergipanas • Nossas Coisinhas - Jogo da Memória • Nossas Festas - Jogos interativa com vídeos sobre as festas de Sergipe • Nossos Marcos - Instalação interativa apresentando os principais monumentos arquitetônicos do Estado • Nossos Trajes - Instalação interativa com espelho revelando a diversidade da indumentária do folclore sergipano. • Josevende - A Feira - Instalação interativa que apresenta um feirante virtual típico das feiras de Sergipe com cenografia física. • Cabines Interativas (Seu Cordel, Seu Repente) - Instalações interativas com terminais de gravação de cordel e repente - as gravações podem ser enviadas ao youtube pelos autores, em tempo real. • Nossos Leitos - Túnel com projeção em 360º apresentando a diversidade da fauna e flora sergipana. Nesta instalação é possível uma imersão nos ecossistemas do estado através de um barco com tração mecânica. • Nossos Pratos - Mesa interativa gastronômica apresentando os principais ingredientes e pratos da culinária sergipana. • Nossas Roças - Jogo interativo voltado para o cultivo da agricultura familiar e pecuária.

O Atheneuzinho Construído em 1926, pelo então Presidente da Província de Sergipe Del Rei, Graccho Cardoso, o prédio tem arquitetura eclética, influenciada pela Escola Nacional de Belas Artes, e é um dos poucos exemplares desta tendência em Sergipe. O estilo arquitetônico é caracterizado pela combinação de elementos de outras escolas, como a arquitetura clássica, medieval, renascentista e barroca. Tombado pelo Governo do Estado em 28 de janeiro de 1985, o prédio esteve desativado por 15 anos. Começou o processo de restauro, em 2008, com projeto arquitetônico do escritório sergipano Ágora Arquitetos Associados, para abrigar o Museu da Gente Sergipana.

(*) Texto editado com informações do briefing distribuído pelo Instituto Banese. O jornalista João Mamoré é diretor-secretário da Abrajet/SE, do AC&VB e assessor da Setur.

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contem poranei dade...


...nas linhas retas e objetivas C

om vista para o mar de Aracaju, no Gileno Lima, criei esse projeto que faz um mix de linhas retas, formas geométricas, texturas, brilho e sofisticação, envolvendo móveis clássicos e modernos, e objetos de arte garimpados na nossa city. A iluminação faz com que o cliente brinque com a atmosfera do espaço e torne o living muito mais charmoso. As cores neutras fazem contraste com o azul, que surge na mesa em laca, uma peça de arte que emoldura a sala de jantar e faz uma viagem do clássico ao moderno.

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home life | estilo morar mais por menos

O charme reina em cada canto desse apartamento: desde vasos pintados à mão até o original murano de Veneza, passando pelo toque moderno do puff de MIzzone e indo até o revestimento em mica do painel do home. Um local onde a contemplação se faz presente.

Arquiteto WIlton Fonseca

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home life | morar Opiniãomais por menos

O que me chama

a atenção?

A arte de Thomas Hoffmann Quem responde são os arquitetos Rodrigo Fonseca e Vera Carvalho. Na foto, com uma mesa assinada pelo artista plástico alemão

Celi Decorações traz para Aracaju o alegre e excêntrico trabalho do artista plástico alemão Thomas Hoffmann. Acaba de chegar à loja algumas peças da sua coleção Tom’s Drag, com criativos e multicoloridos objetos de decoração, inspirados ludicamente nas divertidas e diferentes experiências do dia a dia. Ambientadas em cenários de luxo pelo mundo, as esculturas apresentam personalidade própria. Impossível ficar indife-

Tom’s Drag, de Thomas Hoffmann, em Aracaju

rente ao surrealismo, à irreverência e particula-

ouro 24 quilates dão um toque de sofisticação.

ridade de cada uma delas.

O cobiçado e mundialmente conhecido designer Tho-

Com um colorido eclético e bem-humorado, as

mas Hoffmann é um dos fundadores da Tom’s Company,

peças da coleção Tom’s Drag são feitas a partir

que surgiu em 1988 na cidade alemã de Sulzbach. Suas

de resina e porcelana fina e, em seguida, pinta-

criações, sempre marcantes e bastante comentadas,

das à mão. Brilhantes e até mesmo folhas de

são sinônimo de felicidade, originalidade e bom gosto.

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home life | morar projeto mais por menos

Morar

Bem

om ar blasé e de forma despojada, Rodrigo Fonseca e Vera Carvalho desenvolveram esse projeto misturando arte design e a seriedade nos tons da madeira e na concepção das cores. Num

segundo, a irreverência dos detalhes brinca com a imaginação e nos faz pensar na forma que se dilui nos objetos, leve, clean e, ao mesmo tempo, sofisticado e cheio de detalhes, que nos faz passear por esse apartamento.

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Rodrigo Fonseca e Vera Carvalho

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Casa Mais Design ue

o

design

italiano é referência mundo afora, você já deve estar cansado de saber. A novidade é que, de uns tempos para cá, muitas empresas italianas tem visto no Brasil um grande potencial de consumo destas peças de luxo. Não é à toa que muitas delas já adquiriram endereços por aqui. Em 2010, por exemplo, o Grupo Natuzzi trouxe a Italsofa para o Brasil. Agora, a Casa Mais Design traz a marca para Aracaju, com todo o glamour e sofisticação que ela merece. Vale a pena conferir!

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Gisele Taranto

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Casa Cor Rio

N

o Palacete Linneo de Paula Machado, cheio de história e arte, foi lançada a Casa Cor Rio, com o glamour da cidade que lhe recebe de braços abertos. A mostra traz a delicadeza das formas, a inovação dos ambientes e o cuidado em passar pra o espectador que conceito e arte não são coisas opostas no mundo da decoração. Com seu ar brejeiro, mas não simples, o Rio se mostra em 54 ambientes. “O tempo do Rio é o futuro. E o presente da Casa Cor para os cariocas é símbolo de outra época de apogeu. O palacete Linneo de Paula Machado abriu suas portas, renovado, para uma cidade maravilhada” (Casa Cor Rio).

Caco Borges

Jairo Sander

Isabela Araujo e João Meireles aracaju

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Widimar Ligeiro

Roberta Moura, Paula Faria e Luciana Mambrini

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Mรกrio Santos, Eliane Amarante e Denise Niemeyer


Seu melhor restaurante organiza e faz o seu evento. Nos consulte para orรงamentos e festeje sua data


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Nagila Andrade Home theater

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Casa Cor Salvador À

s margens do mar azul, dando as boas vindas a todos que chegam a Salvador, a Casa Cor ancorou num imóvel ícone da cidade nos anos 70, o Salvador Praia Hotel. Cheio de bossa, como todo bom baiano, deixou bem claro o que a Bahia tem em talento e competência. Fui visitar essa mostra a convite do Circuito D Mais e vi a mistura do quase Versalhes de Sidney Quintela, o másculo e moderno ambiente de Natália Velame, a charmosa pizzaria de Cátia Bacelar e o luxuoso loft de Flávio Moura. Tudo me surpreendeu muito positivamente: a beleza, a sofisticação e a inovação na releitura do décor baiano.

Marlon Gama - Loft do Bon Vivant

Natalia Velame - SuÍte de um Jovem Cosmopolita

Flávio Moura - Loft do Marchand aracaju

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RogĂŠrio Menezes - Living

Sidney Quintela - Loft Master

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CĂĄtia Bacelar - Pizzaria


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