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ANO XIV - Nยบ 135 - 2010 - R$ 6,00

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Infraestrutura

Cultura

Ensaio

Ponte Jornalista Joel Silveira

Luiz Gonzaga canta Sergipe

Aninha Galrรฃo Figueiredo 12.05.10 01:30:00




S U M Á R I O

42 11 Panorama - Por Hugo Julião

54 Lançamento - Ézio Déda lança livro

14 Consumo

56 Evento - Casamento de Sara e Thiago

16 Aracaju Magazine indica - Nas locadoras 18 Aracaju Magazine indica - para ler 20 Aracaju Magazine indica - para ouvir 22 Consumo 24 Aracaju 155 anos 30 Cultura - Luiz Gonzaga canta Sergipe 38 Investimento Petrobras: parceira no desenvolvimento de Sergipe 42 Infraestrutura - Ponte Jornalista Joel Silveira 48 Turismo - Destinos indutores

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60 Posse do desembargador Ricardo Múcio 62 Ensaio - Aninha Galrão Figueiredo

68 Moda: para elas 70 RG - Ticiana Moraes

74 Artigo - Dr. Luis Guilherme 76 Artigo - Rosângela Dórea

52 Posse do presidente e do vice-presidente do STF

80 Artigo - Adalberto Goulart

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Capa: Aninha Galrão Figueiredo Foto: Anderson Adler

72 Perfil - Danielle Reis

78 Gastronomia - Rodrigo Gama Goulart

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66 Moda: para eles

50 TB - Gente

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58 Espaço múltiplo Buana Restaurante & eventos

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editorial

À

s vésperas de comemorar 15 anos de sucesso no mercado editorial sergipano, a revista Aracaju Magazine traz para você, mais uma vez, um conteúdo rico e extremamente di-

versificado.

Publisher Hugo Julião hugojuliao@uol.com.br

Para começar, ilustramos a nossa capa com a beleza da jovem Ana Galrão Figueiredo, que ainda protagoniza um ensaio assinado pelo fotógrafo Anderson Adler. Registramos também como foi o aniversário de 155 anos de Aracaju, festejados com toda pompa e circunstância durante o mês de março. O nosso colaborador Amâncio Cardoso fala de como Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, homenageou Sergipe através das suas canções. No campo econômico, quem anunciou grandes investimentos em nosso estado foi o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli. Falando em investimentos, não poderíamos deixar de destacar a inauguração da ponte Jornalista Joel Silveira, um grandioso empreendimento que promete movimentar o turismo em Sergipe. Thais Bezerra acompanhou, em Brasília, a posse dos ministros Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto, no Supremo Tribunal Federal, e a posse do desembargador Ricardo Múcio no Tribunal de Justiça de Sergipe. Também fizemos o registro do lançamento do livro do arquiteto Ézio Deda, ocorrido no Teatro Tobias Barreto. Além de uma receita saborosa, Rodrigo Gama Goulart descreve algumas curiosidades sobre a história da gastronomia mundial. Rosângela Dória, Adalberto Goulart, Tanit Bezerra e Luiz Guilherme Martins Maia foram outros colaboradores que enriqueceram ainda mais esta edição. Mostrando quem faz a diferença e com a chancela de nossos parceiros, realizamos mais esta edição da Aracaju Magazine, a revista top de Sergipe. Boa leitura.

Hugo Julião hugojuliao@uol.com.br

Diretores Hugo Julião Mel Almeida

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Publisher Hugo Julião Editora-Chefe Thaïs Bezerra Editor Theo Alves Comercial Mel Almeida Produção Juliano Azuma Marcel Azuma Diretor de Arte Josue Jackson Editoração Eletrônica Marcos Ribas Revisão Juliano Azuma Fotógrafo Alexandre Ribas Colaboradores Adalberto Goulart, Allan Renato, Álvaro Villela, Anderson Adler, Benjamin Teixeira, Carlos França, Cláudio Nunes, Francisco Carlos, Ilma Fontes, Jaime Santana Neto, Lindolfo Amaral, Lúcio Telles, Luís Eduardo Costa, Marco Cavalcanti, Rosângela Dória, Tanit Bezerra Diretor de Relações Institucionais Diego da Costa Administração Alcenira Andrade Barreto Cristina Souza Arruda Impressão Gráfica Santa Marta Jornalista Responsável Thaïs Bezerra - DRT-SE 364. Esta edição da revista ARACAJU Magazine é uma publicação da Cultura Editora e Gráfica Ltda-ME, CNPJ 01.101.741/0001-21, com sede à rua B, 37, Jardim Mar Azul, Farolândia, escritório comercial à rua Capitão Benedito Teófilo Otoni, 477, bairro 13 de julho, Aracaju/ SE, e da Imagens Publicidade e Produções Ltda, CNPJ 08.533.141/0001-81, com sede à rua Dep. Carlos Correia, 402, sala 105, bairro Siqueira Campos, Aracaju/SE. Distribuição através de assinaturas e em bancas de Aracaju, Salvador e Brasília. Sugestões e cartas para a redação, enviar para endereço, fax ou e-mail acima. Não nos responsabilizamos por conceitos emitidos em artigos assinados. Abril/Maio/2010. Tiragem: 12.000 exemplares ISSN 1517-9036

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Secretário de Estado da Comunicação, Carlos Cauê, e o diretor de Jornalismo da Secom, José Sales Neto

ASN de cara nova No início de maio, o secretário de Estado da Comunicação, Carlos Cauê, promoveu o lançamento da nova configuração da Agência Sergipe de Notícias (ASN). Reformulada e com mais recursos de navegação, a ASN pretende aprimorar o seu papel de principal interlocutor

entre a administração estadual e os cidadãos sergipanos. Segundo Cauê, a nova configuração melhora os espaços de notícias e das mídias de vídeo e de áudio. “A Agência está se adequando cada vez mais à modernidade e à velocidade com que a internet e o meio digital atualizam

os seus formatos. O novo portal vai permitir mais comodidade, conforto e mais facilidade de uso da nossa página para que toda a imprensa e a sociedade acessem da melhor maneira possível”. Portal da Agência Sergipe de Notícias: www.agencia.se.gov.br

Empreendedorismo em Sergipe Criada nos Estados Unidos, em 1919, por Horace Moses e Theodore Vail, a Junior Achievement é uma associação educativa, sem fins lucrativos e mantida pela iniciativa privada. Atualmente, mais de 100 países aplicam seus programas, beneficiando 7 milhões de jovens ao ano. Fundada em 2005, a Junior Achievement Sergipe (Jase) é gerida pelos empresários Robson Pereira e Diego da Costa, que ocupam os cargos de presidência nos Conselhos Consultivo e Diretor, respectivamente. Até 2009, a Jase beneficiou mais de 6.000 alunos em todo o Estado, contando com o trabalho de 81 voluntários. Mais informações, através dos contatos 3205 9767/9971 2865. Falar com Joelba.

Jorge Gerdau, Junior Achievement Brasil e Diego da Costa, Junior Achievement Sergipe

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PANORAMA Café Pequeno na Cidade Luz O grupo sergipano Café Pequeno começou a alçar voos mais longos. Durante a primeira semana de maio, os músicos Guga Montalvão (violão), Julio Rêgo (gaita) e Pedrinho Mendonça (percussão) fizeram três shows na Cité Universitaire, a convite do departamento de música da Universidade de Paris. Para que o Café Pequeno pudesse viajar à capital francesa, as passagens dos três integrantes foram custeadas pelo Governo do Estado de Sergipe.

O arraiá que já virou tradição Já está no ar o hotsite São João Infonet. Através do endereço eletrônico www.infonet.com. br/saojoao, o internauta pode se interar sobre tudo o que acontece no Estado durante os festejos juninos. Tem Correio Elegante, dicas de festas, culinária, moda e até um Dicionário Caipirês. O projeto é um dos mais tradicionais do Portal Infonet, considerado um dos mais importantes veículos de comunicação de Sergipe.

Quem será? Com o pedido de aposentadoria do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Manoel de Carvalho Dantas, que estava previsto para o dia 3 de julho, começam a surgir especulações quanto ao seu substituto na Corte. Especula-se que o conselheiro Clóvis Barbosa permaneceria no cargo antes ocupado por Flávio Conceição, que continua afastado. Já o deputado Ulices Andrade é um dos candidatos à vaga, que será anunciada no final dos trâmites da aposentadoria de Antonio Manoel, protocolada no dia 30 de abril. Com informações do Portal Infonet

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Balaio Cultural Com o objetivo de valorizar ainda mais a cultura sergipana, o Governo do Estado de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Banese, a Empresa Sergipana de Turismo (Emsetur) e a Secretaria de Estado da Inclusão e do Desenvolvimento Social (Seides), vem promovendo o projeto Balaio Cultural. Até o dia 5 de junho, bandas de pífano, repentistas, cordelistas e quadrilhas juninas se apresentarão na Praça de Eventos da Orla de Atalaia. Confira a programação completa através do endereço eletrônico www.divirta.se.gov.br.

Dança das cadeiras no secretariado No dia 29 de abril, o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, empossou o novo superintendente de Transporte e Trânsito (SMTT). O engenheiro civil Osvaldo Nascimento assumiu o lugar do médico sanitarista Antônio Samarone, que desde o dia 12 de abril está no comando da Secretaria Municipal de Saúde. A mudança de secretariado se deu em função da saída repentina do ex-secretário de Saúde do município, o cardiologista Marcos Ramos.

Stone Bonker A grife Stone Bonker, criada em 2007 pelo designer sergipano João Henrique Correia, firmou sociedade com o grupo dos empresários Esber Hajli e Mauricio Saade, que também administram a Diesel no Brasil. Em Aracaju, a Stone Bonker é vendida com exclusividade na Heaven, pilotada pelo empresário José Rios Junior.

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CONSUMO

De volta... A Lacoste comemora o aniversário do seu primeiro óculos aviador, batizado há 30 anos de “101”, com releitura do modelo original em edição limitada (www.lacoste.com.br).

Adeus, olheiras! O kit Confessions of a Concealaholic , da Benefit, traz cinco itens para combater olheiras, manchas e a aparência de cansaço (www.benefitcosmetics.com).

Ed Hardy nos pés! Tênis Ed Hardy Lowrise Shoes exclusivo para a loja Vírus (www.lojavirus.com.br).

Quase um objeto de decoração... Produzido por Gary Baseman, famoso ilustrador e cartunista norte- americano, o Pendrive Mimoco Modman tem capacidade de 2G e pode ser usado em diversos tipos de computadores (www.lojaimaginarium.com.br).

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evento

ARACAJU MAGAZINE indica NAS LOCADORAS...

Tempos de Paz

Dirigido por Daniel Filho, o filme Tempos de Paz é uma adaptação da peça Novas Diretrizes em Tempos de Paz, escrita por Bosco Brasil. Assim como no teatro, Tony Ramos e Dan Stulbach interpretam Segismundo e Clauswitz, respectivamente, no cinema. Além do tortuoso diálogo entre os personagens, um chefe de imigração do Rio de Janeiro do final da Segunda Guerra Mundial e um imigrante polonês, Tempos de Paz chama atenção pela reconstituição da época, resultado de um belíssimo trabalho da direção de arte.

Se Beber, Não Case

Com um sucesso de público surpreendente nos cinemas, Se Beber, Não Case arrecadou US$ 467 milhões nas bilheterias de todo o mundo. Vencedor do Globo de Ouro na categoria comédia ou musical, o filme já bateu o recorde do gênero nas vídeolocadoras de todo o mundo. Com um elenco de atores pouco conhecidos, Se Beber, Não Case conta a história de um jovem certinho que desaparece em sua despedida de solteiros ao ser levado por três amigos para uma noitada em Las Vegas.

Up - Altas Aventuras

Up - Altas Aventuras conta a história de um velhinho que viaja pelo mundo com sua casa presa a balões. Na trama, Carl Fredricksen, um senhor de 78 anos, perde sua mulher e resolve voar pelo mundo, visitando paisagens belíssimas mundo à fora. Os detalhes desses lugares, mais que fruto da imaginação dos profissionais da Disney/Pixar, foram vistos de perto pelo diretor Pete Doctor e sua equipe, como mostra um dos materiais do bônus do DVD. O material inclui a “expedição” pelas florestas tropicais da Venezuela e do Brasil, incluindo a subida aos tepuis, montanhas de topo chato que aparecem com frequência no filme.

O Grande Desafio

Mais um ótimo filme de Denzel Washington, onde ele dirige e atua, assim como fez em Voltando a Viver. Drama baseado em fatos reais sobre o professor Melvin B. Tolson, de uma modesta universidade do Texas, a Wiley College Texas. Em 1935, Tolson, usando métodos não tão convencionais, influenciou seus alunos a formarem o primeiro time de debatedores para desafiar a tradicional Harvard numa competição nacional de conhecimentos. Muito bom para ser passado nas escolas para alunos e professores. Vale a pena conferir!

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ARACAJU MAGAZINE indica PARA LER...

Feia - Constance Briscoe

Feia é uma autobiografia da escritora Constance Briscoe. Ao longo de quase 400 páginas, o leitor passa a conhecer a vida de uma menina que conviveu com uma mãe cruel, um pai ausente e irmãs omissas, enfrentando tudo e todos para alcançar seu maior sonho: ser advogada. De simples puxões de cabelo e xingamentos a chutes na barriga, socos na cara e queimaduras com ponta de cigarro e ferro quente, a autora mostra como agüentou firme por mais de uma década a convivência com sua mãe, até ser abandonada em uma casa antiga, sem luz, água e comida.

O Pau - Fernanda Young

Em O Pau, Fernanda Young fala do tema ao contar a história de Adriana, uma bela designer de joias que ao descobrir sinais da traição do namorado, 14 anos mais novo, monta um elaborado plano de vingança, com o objetivo de destruir o que acredita ser a única coisa com a qual seu parceiro se importa: o próprio pênis. Ao longo das páginas, a polêmica escritora usa o humor ácido que a consagrou para derrubar a teoria freudiana de que as mulheres sentem inveja da genitália masculina.

Conversas com Almodóvar - Frédéric Strauss

Não há freqüentador de salas de cinemas no mundo que não conheça Pedro Almodóvar. Desde a escrita do roteiro até a escolha dos menores detalhes, ele é autor completo de seus filmes e trouxe para a sétima arte um estilo inconfundível, marcado por temas polêmicos e uma estética kitsch. Neste livro, construído a partir de uma série de entrevistas que o crítico de cinema Frédéric Strauss fez com o cineasta ao longo de mais de vinte anos, Almodóvar nos revela como compõe cenários e figurinos e tira proveito de músicas para realçar situações dramáticas.

Confidencial: Segredos de Moda, Estilo e Bem-Viver Costanza Pascolato

Em Confidencial: Segredos de Moda, Estilo e Bem- Viver, Costanza Pascolato passa suas experiências de fashionista e ensina como construir uma imagem própria. De mãos dadas com as inseguranças de cada um, a autora guia o leitor rumo a uma singular imagem de estilo, transformando imperfeições em personalidade e potencializando o que se tem de melhor. Além disso, Costanza ainda relata sobre o que aprendeu com seus amores e suas andanças pelo mundo.

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ARACAJU MAGAZINE indica PARA OUVIR...

Canibália

Em Canibália, 13º álbum de sua carreira, Daniela Mercury mostra mais vez que pretende fugir um pouco do axé music. A primeira experiência da cantora em outros ares foi em 2001, com o CD Sou de Qualquer Lugar. Para seu mais recente trabalho, a diva baiana recrutou o rapper norte-americano Wyclef Jean para compor e cantar com ela um R&B bilíngue, intitulado This Life Is Beautiful. Outras participações ilustres, como a de Seu Jorge, completam a atmosfera cosmopolita de Canibália.

Phrazes for the Young

Intitulado Phrazes for the Young, o primeiro trabalho solo de Julian Casablancas, vocalista dos Strokes, traz um repertório oitentista em suas míseras oito faixas. Como não podia ser diferente, algumas músicas nos remete ao estilo indefectível da sua banda de origem, como na faixa Out of Blue, que abre o disco. O clima electro-new wave permeia as novas experimentações de Casablancas, o que fica mais audível nas músicas Ludlow St. e The Tourist. A produção é assinada por Jason Lader.

Singular

Mesmo sem se desvencilhar de sua fórmula própria, Lulu Santos está cada vez mais familiarizado com a música eletrônica. Em Singular, 22º álbum de Lulu Santos, sem contar as coletâneas, traz uma atmosfera mais complexa, onde o samba também aparece. O álbum abre e fecha de maneira bem peculiar: com as faixas instrumentais SpyderMonkey e Restinga. Destaque também para a música Zazueira, de Jorge Ben, que vem com um arranjo completamente diferente do original.

Reality Killed the Video Star

Depois de três anos sem nenhum lançamento, Robbie Williams retoma sua carreira com Reality Killed the Video Star. O disco de “retorno” do cantor britânico foi produzido pelo aclamado Trevor Horn e faz referências ao classic rock. Mesmo carregado de ironia e autoparódia, o novo trabalho de Robbie Williams traz boas músicas, como a balada Morning Sun e a dançante The Last Days of Disco.

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consumo

Pra qualquer lugar... Compacto e fácil de transportar, o novo VAIO W210 oferece um design único e sofisticado (www.sonystyle.com.br).

Sem perder o estilo... O BlackBerry Bold é arrojado e elegante, sem sacrificar a funcionalidade e recursos esperados de um smartphone (br.blackberry.com).

Must have! Os relógios coloridos Toy Watch são indispensáveis nos closets dos modernos (www.toywatch. com.br).

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Evento

Eventos marcam mês de aniversário de Aracaju

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rte, cultura, esporte, lazer e ações de cidadania tomaram as ruas da cidade durante todo o mês de março. A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) preparou uma extensa programação, com atividades em vários bairros para festejar os 155 anos da ca-

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pital sergipana. O primeiro grande evento comemorativo foi o Canta Colina, que contou com a as apresentações do renomado pianista Arthur Moreira Lima e da Orquestra Sanfônica de Aracaju. O show - gratuito e aberto ao público - foi realizado no dia 12,

na Colina do Santo Antônio, símbolo do início da fundação da capital sergipana. No dia seguinte, 13, no Bairro América, ocorreu outro importante evento das comemorações: o projeto Arte em Toda Parte. Durante o dia inteiro, oficinas de instrumentos

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do Santo Antônio até a Passarela do Caranguejo, na praia de Atalaia. Durante o agradável trajeto os participantes passaram pelos principais pontos históricos e turísticos de Aracaju.

17 de março

musicais, de dança - como capoeira e hip hop, apresentações artísticas e muitas outras atividades recreativas atraíram os moradores da região. A programação foi encerrada à noite com os shows da Orquestra Sanfônica de Aracaju, da banda Kadência do Samba e do grupo Forte Desejo. O 3° Passeio Ciclístico da Cidade foi a atração do domingo, 14. Entre crianças, jovens e adultos, reuniu mais de cinco mil pessoas que percorreram ruas e avenidas da capital - desde o seu início na Colina

No exato dia do aniversário, realizou-se a 27ª Corrida Cidade de Aracaju, que reuniu mais de 800 atletas, entre iniciantes e grandes nomes do atletismo nacional e internacional. A largada da prova – cujo percurso é de 25km – foi na cidade de São Cristóvão, no Largo São Francisco, e a chegada na Praça do Mini- Golfe, em Aracaju. O primeiro lugar na categoria geral masculina ficou com o mineiro Frank Caldeira, que terminou a prova em 1h17min30s e recebeu como prêmio um cheque de R$ 6.300. A primeira colocada na categoria geral feminina ficou com a paulista Adriana Aparecida da Silva, que concluiu o percurso em 1h30min e recebeu o mesmo prêmio. Depois de muitas comemorações – que incluíram missa em ação de graças e também o tradicional passeio ecológico Aracaju de Tototó –, o dia do aniversário de 155 anos de Aracaju foi encerrado com um grande show na praça de eventos que fica entre os dois grandes mercados municipais da cidade. A noite começou com o som da consagrada dupla sergipana Chiko Queiroga e Antônio Rogério. Em seguida foi a vez de Zeca Pagodinho fazer a multidão cair no samba. Fechando a programação, subiu ao palco a banda de forró Calcinha Preta, que cantou seus grandes sucessos junto com o público.

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Evento

Virada Cultural Foi preciso pique para acompanhar as 24 horas de programação da 1ª Virada Cultural de Aracaju, realizada no dia 20. Durante todo o dia, atividades artísticas, culturais, recreativas e esportivas, espalhadas em 28 pontos da cidade, fizeram a alegria da população. A iniciativa da Prefeitura foi um marco na história da capital. Foram mais de 30 apresentações de teatro e dança que aconteceram nas ruas e em salas de espetáculo; seis horas de apresentação de filmes na Ponte do Imperador; cinco pólos com shows de atrações locais, como Gladston Rosa, Mingo

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Evento

Santana, Cartel de Bali e Amorosa, além de nomes conhecidos nacionalmente, como Chico César, MV Bill e João Bosco. A programação da Virada Cultural contou ainda com o projeto Rua Viva, que foi realizado com o objetivo de promover a reflexão sobre a reocupação do espaço urbano. Parte da avenida Beira Mar foi fechada no sentido praia/Centro para a realização de atividades gratuitas, como oficinas, aulas de ginástica, recreação, distribuição de mudas e competições esportivas.

Obras Também em homenagem aos 155 anos de Aracaju, a Prefeitura de Aracaju definiu um extenso calendário de inaugurações de obras, entre elas a creche do bairro América; empreendimentos habitacionais no bairro Novo, com cerca de 500 residências; o deck do Banho Doce, na praia de Aruana; a reforma e ampliação da Escola Municipal de Ensino Fundamental Tenisson Ribeiro; e a complementação da infraestrutura e da urbanização da Orla Por do Sol, no Mosqueiro.

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CULTURA

* POR AMÂNCIO CARDOSO

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música popular brasileira teve em Luiz Gonzaga (1912-1989) um de seus mais significativos representantes no século XX. É unanimidade dizer que ele foi o maior cantador do Nordeste. Em Pernambuco, seu estado natal, é considerado um ídolo. Enfim, o velho “Lua”, apelido carinhosamente atribuído por um amigo em 1941, foi um daqueles poucos artistas incontornáveis quanto a sua contribuição para a cultura nacional. Suas canções são patrimônios incontestes. Por seu legado, ele recebeu várias homenagens pelo país: estátuas, bustos, títulos, museu, memorial, parque, ruas, praças e sites. Em Aracaju, por exemplo, temos o Gonzagão; um freqüentado espaço cultural da cidade. Mas o “rei do Baião”, título que conquistou no auge do sucesso, além de ser homenageado por sua obra, também fez homenagens, a exemplo de Sergipe. Assim, personagens, lugares e costumes de nosso estado estão representados em algumas de suas músicas. Talvez,

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isto tenha sido uma forma de agradecer o carinho com que era aqui recepcionado; ou ainda se configure um indício das boas lembranças que nosso estado lhe deixara. Vejamos, então, como Sergipe comparece no cancioneiro do mestre de Exu. Aqui, nas terras sergipenses, Luiz Gonzaga mantinha algumas amizades. Dentre elas, a de Pedro Chaves, ex-prefeito de Propriá. Para seu amigo, ele compôs “Forró de Pedro Chaves” (Luiz Gonzaga,

1967, RCA Victor). A letra narra uma festa, de “parar o comércio” com fogueira, ronqueira (arma com pólvora que detona com estrondo), zabumba, bebidas e forró na casa do Sr. Chaves, na cidade ribeirinha. Anuncia-se um típico forrobodó, baile popular, comum na zona rural do Nordeste e, especificamente, de Sergipe. Desse modo, a lembrança que traz do Pedro Chaves é seu espírito festeiro; o que muito agradava ao rei do baião que já cantara e tocara na fazenda Cabo Verde, em

Luiz Gonzaga e o seu filho Gonzaguinha

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Evento

Canindé do São Francisco, um dos municípios sergipanos homenageados por Luiz Gonzaga

Própria, do seu amigo e então prefeito da cidade. Além do político propriaense, Gonzagão – outra alcunha por ele utilizada – cantou também em ritmo de baião “Propriá” (Guio de Morais e Luiz Gonzaga, 1951, RCA Victor). Nesta música, Gonzaga manifesta a intensa saudade e o desejo de retorno à cidade. Lá, conforme a letra, ele deixara tudo de que dependia: a família, o roçado e a amada. Por isso, o baião termina assim: “a minha vida tá todinha em Propriá”. Em meados do século XX, época em que foi composto o baião, Propriá era uma das principais cidades de Sergipe. Centro regional do Baixo São Francisco, cujo comércio, rizicultura e indústria têxtil dinamizavam a economia local. Luiz Gonzaga, por sua vez, fazia várias apresentações na “princesa do São Francisco”. Em 1955, quatro anos após gravar “Propriá”, mestre Lua emprestou seu nome a uma praça da cidade. Homenagem, evi-

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dentemente, do então prefeito e fã Pedro Chaves. Durante esse período, eram freqüentes as visitas à fazenda do líder político, de onde Luiz Gonzaga se dirigia para shows em praças e cinemas de Propriá. Outra cidade sergipana, na região sob influência de Propriá, também foi cantada por mestre Lua: “Malhada dos Bois” (Luiz Gonzaga e Amâncio Cardoso, 1957, RCA Victor). Malhada fica a 82 Km de Aracaju e se tornara cidade em 1953. Segundo se sabe, Luiz Gonzaga começou a escrever sobre o pequeno povoado ainda na fazenda do já referido amigo Pedro Chaves, na zona rural de Propriá. A letra discorre sobre um convite de um enamorado à sua amada: “vamos fugir, meu amor/ para Malhada dos Bois”, lá o personagem pretendia casar e “ter filhinhos depois”. A fuga de casais era costume praticado pelo nordestino, cujo namoro era impedido pela família

da pretendida. Fugir era o primeiro passo para consumação do casamento contrariado. Certamente, a única atração da então pequena povoação sergipana seria o abrigo bucólico, próprio para casais em fuga, onde hoje ainda existem os refúgios da fonte de Itapicuru e de pontos da Mata Atlântica, cuja pastagem ou malhada para o gado bovino ainda não as extinguiu. Além de Própria e Malhada dos Bois, mais uma cidade sergipana foi evocada pelo sanfoneiro do Araripe. Trata-se de Canindé de São Francisco. A música “São Francisco de Canindé” (Julinho e Luiz Bandeira, 1977, RCA) alude à proteção do

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O Rei do Baião, Catamilho no zabumba e Zequinha no triângulo - Acervo MLG

santo que, enchendo o rio, acaba com a seca no sertão, tema caro na musicografia gonzagueana. Na canção, o povo de Canindé ora com fé a pedir chuva, pois o rio virara “um deserto de pedra e pó/ a noite se avermelhou/ de tão quente o céu e o chão”. Cena tradicional nos diversos ciclos de seca por que

passou o Nordeste. Mas os pedidos fervorosos de chuva aos santos são eficazes na cultura católica sertaneja. Assim, portanto, finaliza a toada: “De repente choveu bonito/ O rio encheu de fazer maré (...). Fazer bem é seu poder/ São Francisco em Canindé”. Porém, mais do que a irregularidade do tempo ou força da

Seu Januário, pai de Luiz Gonzaga

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CULTURA

São Francisco de Canindé

Composição: (Julinho e Luiz Bandeira)

Eu vi terra fumaçar Vi graveto aestalando ao sol Eu vi o rio virar Um deserto de pedra e pó A noite se avermelhou De tão quente o céu e o chão Meu povo se encomendou Esperando o fim do sertão Dê um jeito meu São Francisco Foi assim que pedi com fé De repente choveu bonito O rio encheu de fazer maré … triste se acompanhar O sertão secar e morrer Compensa a graça de Deus O milagre do renascer Só pode mesmo julgar Que não é exagero meu Pessoa de boa fé Ou então quem por lá viveu Obrigado meu São Francisco Louvo a Deus sua sagração Tenha sempre ao seu cuidado O povo humilde do meu sertão Não precisa prometer Ele ajuda a quem tem fé Fazer bem é seu poder São Francisco em Canindé

“... a Canindé recitada por Luiz Gonzaga não existe mais. Ela foi inundada em decorrência da construção da Usina Hidrelétrica de Xingó, em fins da década de 1980.”

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intervenção divina, sabe-se que a população nordestina amargou sucessivos desgovernos de órgãos e autoridades públicas que se ocuparam da seca ao longo do século XX. As três cidades sergipanas homenageadas no cancioneiro de Gonzagão ficam na região do Baixo São Francisco. Canindé, no entanto, é a mais distante da capital, a 200 Km, na micro-região do sertão sanfranciscano. Contudo, a Canindé recitada por Luiz Gonzaga não existe mais. Ela foi inundada em decorrência da construção da Usina Hidrelétrica de Xingó, em fins da década de 1980. Uma nova Canindé foi construída noutra área mais elevada, a quatro quilômetros da sede anterior. Atualmente, o município é um dos atrativos tu-

rísticos de Sergipe, justamente por oferecer, entre outras coisas, culinária ribeirinha, banhos e passeios pelos cânions e lago formado pela barragem da usina. Entretanto, se antes a região vivia o dilema das secas, como expressa a música cantada pelo rei do baião, hoje o tema que também atormenta o Baixo São Francisco é a transposição fluvial para irrigar e abastecer zonas do Nordeste setentrional. Caso isto ocorra, conforme os adversários do projeto, nem com reza forte o rio voltará a ser vital para as populações ribeirinhas e cidades por ele abastecidas, como Aracaju. Além do amigo e cidades sergipanas, Luiz Gonzaga também cantou lugares e monumentos de nosso estado, tais como a praia de

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Atalaia Velha e o estádio de futebol Batistão. A praia de Atalaia, um dos nossos pontos turísticos mais importantes, foi homenageada na música “Adeus Iracema” (Zé Dantas e Luiz Gonzaga, 1962, RCA Victor). A toada menciona as principais praias do Nordeste e sobre a nossa diz: “Navega [oh! Jangada]/ No Nordeste pela praia/ (...)/ Quero ver minha Atalaia”. O narrador se identifica com nosso cartão postal, tomando-o para si e demonstrando intensa saudade do paraíso sergipano. Em meados do século XX, quando a música foi escrita, a Atalaia se anunciava como a mais nova e atraente opção de lazer e veraneio de Aracaju. Pois, desde a construção da ponte velha sobre o rio Poxim em 1937, ligando a capital ao então povoado de pescadores, os aracajuanos substituíram, paulatinamente, o banho ribeirinho pelo oceânico. Isto se acentuou após a inauguração, em 1957, de uma nova ponte sobre o Poxim para ligar o balneário de Atalaia e o aeroporto Santa Maria (1958) ao centro da cidade, facilitando o acesso dos turistas que aqui aportavam. Desde então, a velha Atalaia com casas de palha, coqueirais, areias alvas, mar aberto, além de bares e restaurantes com comidas típicas sempre foi o éden de poetas e cantadores, como Luiz Gonzaga. Quanto ao Batistão – Estádio Estadual Governador Lourival Baptista –, principal praça de esportes de Sergipe e a mais moderna do Norte/ Nordeste, à época, o velho sanfoneiro gravou seu hino. Na segunda estrofe, o rei do baião entoa: “No gramado do Batistão/ Enquanto o

craque chuta a bola/ As crianças dão lição/ Nosso estádio tem escola/ O estádio de Sergipe/ É o mais completo da nação/ Dá ao povo futebol/ E à infância educação”. (Hugo Costa e Luiz Gonzaga, 1969). Além do esporte bretão, o Batistão possuía dez salas de aula para atender 1.200 (mil e duzentos) alunos em três turnos, ou seja, educação e esporte estavam presentes no mesmo sítio como atividades complementares. Hoje, as salas são ocupadas por sedes de federações de esportes. Inaugurado em 09 de julho de 1969, um ano antes da conquista do tri-campeonato pelo Brasil da copa mundial de futebol no México, o Batistão é um marco na história do desporto sergipano. A seleção brasileira de futebol, inclusive, participou do jogo inaugural e venceu a seleção sergipana por 8x2. Na abertura oficial da solenidade, Luiz Gonzaga, cantou o hino do estádio, momento inesquecível para quem participou da festa. Como se viu, o mestre forrozeiro homenageou amigo, cidades e lugares de nosso pequeno estado. Diante disso, será que já não seria oportuno agradecermos ao rei do baião, após vinte anos de sua “Triste Partida”, gravando um Cd com músicas exclusivas sobre nossa terra e, de preferência, cantadas por pratas da casa? Se isto ocorresse, seria um ponto positivo para divulgar Sergipe, aumentar nossa auto-estima e revigorar a “sergipanidade”.

Propriá (Luiz Gonzaga e Guio de Moraes)

Tudo que eu tinha Deixei lá, não trouxe não Deixei o meu roçado Plantadinho de feijão Deixei a minha mãe Com o meu pai e meus irmãos E com a Rosinha eu deixei meu coração Por isso eu vou voltar pra lá Não posso mais ficar Rosinha ficou lá em Propriá Aiai, uiui, eu tenho que voltar Aiai, uiui, a minha vida tá todinha em Propriá

O autor do presente trabalhou encaminhou todas as fontes de referências e citações que ele utilizou para produzi-lo, de forma clara e bem catalogada. A seguir o nome de todos os autores, cujas obras serviram de base para esta matéria

DREYFUS, Dominique. Vida do viajante: a saga de Luiz Gonzaga. São Paulo: Editora 34, 2000. p. 196. ARAGÃO, Carlos R. Britto; PRATA, W. Luiz. Propriá 200 anos: notas e fotos do bicentenário. Aracaju: Sociedade Semear, 2002. p. 66. CRUZ e SILVA, Maria Lúcia Marques & MENDONÇA, J. Uchoa de. Sergipe panorâmico. 2. ed. Aracaju: Unit, 2009. p. 299-300. VILLA, Marco Antonio. Vida e morte no sertão: história das secas no Nordeste nos séculos XIX e XX. São Paulo: Ática, 2000.

* Professor e coordenador dos cursos de Turismo do Instituto Federal de Sergipe. E-mail: acneto@infonet.com.br

Melins, Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi: anos 40 e 50. 3. ed. Aracaju: Unit, 2007. p. 267-274.

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Petrobras: parceira no desenvolvimento de Sergipe

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presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, e os diretores de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, e de Gás e Energia, Graça Foster, estiveram em Sergipe durante o mês de março para anunciar três importantes ações: a realização de uma

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grande campanha de perfuração exploratória em águas profundas da Bacia de Sergipe-Alagoas em 2010, a execução de obras em rodovias do estado e a ampliação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe (Fafen). Os investimentos da Petrobras na área de

Exploração e Produção em Sergipe somam R$ 1,5 bilhão. Na Fafen, serão US$ 131 milhões. As ações foram apresentadas em solenidade no Centro de Convenções e contou com a presença do governador Marcelo Déda, empresários e lideranças locais.

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Campanha de perfuração exploratória O presidente da Petrobras apresentou a campanha de perfuração exploratória em águas profundas da Bacia de Sergipe-Alagoas no ano de 2010. Além da campanha exploratória, a Petrobras investirá R$ 1,5 bilhão em águas rasas e nos campos terrestres de Sergipe. Em exploração, serão investidos R$ 415 milhões. A bacia de Sergipe-Alagoas produz em diferentes reservatórios há cerca de 50 anos. Apesar do grande número de poços perfurados na porção terrestre e mesmo na área de águas rasas, a seção de águas profundas permanece praticamente inexplorada. Além de cumprir os compromissos assumidos nos contratos com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a campanha de 2010 tem como objetivo pesquisar diferentes alvos geológicos e em diferentes porções da Bacia, nos quais os geólogos e geofísicos identificaram boas oportunida-

Plataforma de Piranema

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artigo INVESTIMENTO

des de perfuração. Os resultados obtidos, além da perspectiva de incorporação de volumes importantes de óleo e gás na carteira da Petrobras, irão também contribuir para ampliar o conhecimento geológico e reduzir as incertezas para eventuais participações nos futuros leilões da ANP. Em águas profundas, estão programadas as perfurações de oito poços, sendo dois no Campo de Piranema e seis situados em diferentes áreas dos blocos exploratórios,

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todos operados pela Petrobras. Em águas rasas e nos campos terrestres, estão programadas ações como a injeção de água e revitalização do Campo de Carmópolis (US$ 700 milhões), as ampliações de injeção de água e revitalização dos campos Siririzinho (US$ 260 milhões), Riachuelo (US$ 200 milhões), em novas zonas no Campo de Piranema (US$ 280 milhões), e na injeção de água e revitalização dos Campos de Camorim e Dourado (US$ 1 bilhão), ambos em

águas rasas. Os projetos de águas rasas dependem da emissão da licença ambiental. Na história da Petrobras, é a primeira campanha exploratória desta magnitude no nordeste brasileiro.

Infraestrutura O convênio para execução de obras de implantação, pavimentação, drenagem e sinalização de rodovias sergipanas, no valor de R$ 35.789.044,27, foi assinado com

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Foto: Joel Luiz

o Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária (DER-SE) e a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra. Serão restauradas as rodovias SE-160 (antiga SE-102), no trecho entre os municípios de Divina Pastora e Siriri (R$ 6.434.872,00); SE-343 (antiga SE-426), no trecho entre os municípios de Rosário do Catete e General Maynard, e a restauração do acesso ao município de Rosário do Catete, no trecho da BR-101 (R$ 4.100.000,00); SE-240, nos trechos, entre a SE-100 (Jatobá) e o acesso a Santo Amaro das Brotas, entre o acesso a Santo Amaro das Brotas e a SE-341 (Maruim), entre a SE-431 e a BR-101 (Maruim), no valor de R$ 17.000.000,00; construção de ponte e reconfiguração geométrica da SE-160, no trecho do entroncamento com a SE-245 e a entrada da cidade de Riachuelo (R$ 4.2000.000,00); rejuvenescimento da pavimentação, sinalização e iluminação da rodovia SE100, no trecho entre os municípios de Barra dos Coqueiros e Pirambu (R$ 4.054.172,27).

US$ 131 milhões para a Fafen-SE A Fafen-SE, que produz 1.250 toneladas/dia de amônia e 1800 toneladas/dia de uréia, passará a produzir também sulfato de amônio para atendimento ao mercado do Nordeste. A nova unidade será instalada dentro da Fafen-SE, em Laranjeiras, e demandará investimentos de US$ 131 milhões. A decisão de produzir sulfato de amônio na fábrica de fertilizantes de Sergipe foi tomada após estudos técnicos indicarem a viabilidade

O Governador do Estado de Sergipe Marcelo Déda e o Presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli de Azevedo no momento da assinatura do convênio

do negócio. O Nordeste é grande consumidor de sulfato de amônio, mas importa aproximadamente 70% das cerca de 400 mil toneladas/ano que usa. O sulfato de amônio é produzido a partir da reação de amônia com ácido sulfúrico. Das 1.250 toneladas de amônia produzidas unidade de Sergipe, 1.024 toneladas são transformadas em uréia e 226 toneladas são excedentes. Atualmente, o excedente de amônia que não é absorvido pelo mercado da região Nordeste é vendido a consumidores do Sudeste. O objetivo da Petrobras é processar matérias-primas disponíveis no Nordeste para serem consumidas na própria região. O ácido sulfúrico – produzido a partir do enxofre – virá de refinarias da Petrobras instaladas no Nordeste. O excedente de 226 toneladas/ dia de amônia, combinadas com o ácido sulfúrico, podem produzir

303 mil toneladas/ano de sulfato de amônio. Isso representará um acréscimo importante para reduzir a dependência do Brasil da importação do produto. O sulfato de amônio é usado como fertilizante, por exemplo, em culturas de canade-açúcar, milho e algodão.

Destaque internacional O anúncio das novas descobertas de petróleo em Sergipe, além de ter sido destaque na imprensa nacional, também foi alvo de notas em jornais internacionais, a exemplo do Diário de Noticias, de Portugal, do Gulf News, dos Emirados Árabes, e de sites como Wall Street Journal, MacauHub (site da China com notícias em português e inglês) e Business Week.

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Foto: Marco Vieira

A ponte Joel Silveira foi entregue à população no dia 30 de março de 2010. Uma obra que vai ficar na história de Sergipe como uma das mais estratégicas já realizadas por um governo: une a importância para a infraestrutura logística de amplos setores da economia e aponta para uma nova era no setor de turismo do estado. A ponte passa sobre o rio Vaza Barris, ligando a capital ao município de Itaporanga D’Ajuda e contribuirá para diminuir em 70 km a distância entre Aracaju e Salvador.

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O governador do Estado de Sergipe Marcelo Déda, o prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira, o ministro do turismo Luiz Barretto, a sobrinha de Joel silveira, Ana Maria Silveira Santana e o deputado federal Jackson Barreto

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ponte é o resultado de R$ 67.677.068,34 de investimentos, dos quais R$ 37.677.068,34 provenientes do Governo do Estado e os demais R$ 30.000.000,00 aplicados pelo Governo Federal, através do Ministério do Turismo. Além da estrutura principal ocorreram intervenções de iluminação, melhoramentos e urbanização nos acessos de ambos os lados da obra. Ao lado da ponte que ligará Estância a Indiaroba (em construção) contribuirá para interligar plenamente, através da Linha Verde, o litoral sul de Sergipe ao litoral norte da Bahia. Essa nova rota beneficiará empreendimentos turísticos, hoteleiros e imobiliários já existentes e ampliará a perspectiva de surgimento de outros. A obra também se constitui em um dos principais

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passos dados pelo Governo de Sergipe dentro da preparação infraestrutural do estado para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.

Inauguração Antes da inauguração da ponte Joel Silveira, foi entregue ao públi-

“Essa nova rota beneficiará empreendimentos turísticos, hoteleiros e imobiliários já existentes e ampliará a perspectiva de surgimento de outros.”

co a Praça dos Jornalistas, espaço de lazer localizado a cerca de 500 metros da estrutura, com área total de 5.270 m2. Para a urbanização do local foi destinado o valor de R$ 335.077,05, quantia que se inclui no montante total aplicado para a ponte. A praça também traz um monumento em homenagem ao jornalista sergipano Joel Silveira. Após descerrar a placa inaugural da praça, o governador lançou o monumento ao lado da sobrinha do homenageado, Ana Maria Silveira Santana. Em seguida foram descerradas as placas de inauguração da ponte em suas respectivas extremidades, no Mosqueiro e na Caueira. Durante a solenidade, o governador exaltou a importância da obra: “Vocês não têm ideia da alegria

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À direita, maquete que ilustrou o material de divulgação da ponte Joel Silveira

Abaixo, momento da assinatura do convênio com o Governo Federal, que contou com a presença da então ministra do turismo Marta Suplicy

que um governante tem no dia em que pode entregar ao povo de sua terra uma obra como esta. E não tenho medo nenhum de afirmar que ela, na verdade, foi iniciada na administração estadual passada.

Mas todos sabem que, quando entrei para o Governo, havia somente duas estacas em cada cabeceira. Não houve tempo de se fazer nenhuma estrutura e nem havia recursos pra fazê-la. Mas tive a felici-

dade de concluí-la. E concluí uma obra que, além de bonita de se ver e de se usar, é uma ação estruturante. Essa ponte, portanto, não liga apenas Aracaju a Itaporanga. Ela liga, sobretudo, o turismo ao desenvolvimento econômico de Sergipe”. O governador também destacou iniciativas que urbanizam e potencializam o entorno da ponte como fundamentais para a estratégia

Joel Silveira

Em plena Segunda Guerra Mundial, o jornalista foi escolhido por Assis Chateaubriand, proprietário dos Diários Associados, para ser correspondente, na Europa, junto às Forças Armadas do país. Apesar de parecer contrário do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), do General Eurico Gaspar Dutra, então Ministro da Guerra, e do assédio à vaga de lendas do jornalismo nacional como David Nasser, Edmar Morel e Carlos Lacerda, a ida do sergipano foi mantida. Na Itália, ele começou uma grande amizade com Rubem Braga, correspondente do Diário Carioca, considerado por muitos como o

maior cronista brasileiro. Também é reconhecido por ser um dos precursores do jornalismo internacional e do jornalismo literário no Brasil. Por seu estilo ferino e impactante, ganhou de Assis Chateaubriand o apelido de “víbora”. Autor de cerca de 40 livros, o jornalista foi agraciado em 1998 com o prêmio Machado de Assis, o mais importante da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. Faleceu em 2007 no Rio de Janeiro.

Considerado uma das sumidades do jornalismo nacional, o sergipano Joel Silveira nasceu em 19l8, em Lagarto. Em 1937, mudou-se para o Rio de Janeiro onde, ao lado de jornalistas como David Nasser, Edmar Morel e Samuel Wainer - que também seriam consagrados - alcançou notabilidade nacional por meio da grande reportagem, forma encontrada pelos jornais de então para sobreviver à censura imposta pela ditadura do Estado Novo. Seus mais de 60 anos de carreira contabilizaram passagens por diversas redações do país, nas quais ocupou inúmeros cargos.

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de alavancar o turismo estadual. “Do lado de Aracaju, a prefeitura está fazendo a Orla Pôr do Sol em parceria com o Governo Federal. O turista já vai ver a beleza da obra de cima da ponte. Do lado de Itaporanga, o turista encontrará uma Caueira muito mais bonita. Foram R$ 6 milhões aplicados para deixála completamente drenada e pavimentada, de modo que o turista possa entrar, parar e aproveitar a cidade. É assim que se faz desenvolvimento” . Fazemos a ponte, mas sobretudo trazemos progresso, infraestrutura e crescimento econômico e social para um lado e para o outro”, afirmou. Presente à solenidade, o ministro do Turismo, Luiz Barretto, também fez questão de destacar a realização: “Essa ponte representa um fundamental passo para o governo brasileiro. Não apenas pelo desenvolvimento de Sergipe, mas

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também pelo do Nordeste. Com essa obra, criamos uma grande abertura para a região e Sergipe está dando um passo extremamente importante nessa fase de preparação do país para a Copa de 2014. Integrando o litoral norte da Bahia ao litoral sul sergipano, a ponte Joel Silveira representa um grande salto de qualidade nesse processo”, disse o ministro. Segundo o prefeito Edvaldo Nogueira, a ponte Joel Silveira encurta uma inconveniente e histórica distância física entre dois municípios, Aracaju e Itaporanga, que eram apenas separados por um rio. Ele também afirmou que não “é apenas cimento, ferro e engenharia”, mas uma obra que “une o norte e o sul do estado, que integra Sergipe”. O prefeito de Itaporanga, César Mandarino, também expressou sua satisfação e gratidão com a obra. “Acabaram-se as filas e

as balsas, e o povo sergipano vai poder transitar com muito mais conforto e agilidade. E o município estará ainda mais pronto para receber visitantes, uma vez que as obras de drenagem e pavimentação que o Governo e a prefeitura estão tocando na Caueira estão, aos poucos, fazendo com que a região tenha a mais bela praia do estado”.

Estrutura A ponte Joel Silveira tem 1.080 metros de comprimento de vão sobre a lâmina d’água, 11 metros de largura e um total de 420 metros nas cabeceiras. Constituída por duas pistas de rolamento de 3,5 metros cada, a via integra ainda ciclovia, área de passeio e duas áreas para acostamento parcial de dois metros. Seu projeto foi desenvolvido para permitir a passagem de quaisquer embarcações sob sua estrutura, uma vez que a distância da água em maré cheia até a base do trecho mais alto é de 17 metros. A ponte Joel Silveira também é a primeira do estado erguida de forma mista, isto é, constituída por concreto e aço. Além da construção da estrutura física da ponte, o Governo do Estado instalou a iluminação e executou obras de construção, pavimentação e urbanização do anel viário. Para a iluminação, constituída por 350 postes no acesso e 78 postes na própria ponte. Já as obras realizadas no acesso incluem restaurações e melhoramento na pavimentação de um total de 5 km de pistas existentes no entorno da ponte, tanto do lado de Aracaju quanto de Itaporanga.

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Mesa de trabalho

Destinos indutores Ministério do turismo confirma recursos para plano de marketing dos destinos indutores

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Implantação do Plano de Marketing dos 65 Destinos Indutores contará com o patrocínio do Ministério do Turismo. Foi o que anunciou o secretário nacional de Políticas do Turismo, do Ministério do Turismo - MTur, Carlos Silva, na 4º reunião ordinária da Associação Nacional dos Secretários e Dirigentes de Turismo das Capitais e Destinos Indutores (Anseditur), ocorrida nos dias 08 e 09 de abril, em São Luís, Maranhão. Aracaju, destino indutor do desenvolvimento do turismo em Sergipe, participou do encontro por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes

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– FUNCAJU, com a presença do presidente, Waldoílson Leite, e da diretora de Turismo, Tanit Bezerra. De acordo com o presidente da Anseditur, Marco Antonio Castello Branco, o trabalho será iniciado no primeiro semestre deste ano. Até o final de abril, o MTur deve

definir o total dos recursos que destinará para o projeto. A proposta de convênio com o órgão federal para implementação do Plano de Marketing dos Destinos Indutores foi encaminhado pela Anseditur em 2009 ao então titular da Secretaria Nacional de Polí-

A secretária adjunta do Turismo do Maranhão, Socorro Araújo, prestigiou o segundo dia da reunião. Na mesa, ao lado de Luiz Fernando Moraes (Porto Alegre), Carlos Silva (MTur), Castello Branco (São Paulo/Anseditur) e Liviomar Macatrão (São Luís).

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ticas de Turismo, Airton Pereira, e agora ratificado por Carlos Silva. Com o secretário nacional ficou definido também que a associação terá um espaço próprio no 5º Salão Brasileiro do Turismo, que se realizará de 26 a 30 de maio no parque Anhembi, em São Paulo (SP). A entidade aproveitará o evento para realizar, durante o salão, uma reunião extra, focalizando as capitais e destinos indutores da região Sudeste, e que deverá contar com a participação do

ministro do turismo, Luiz Barreto. Cooperação - Outro resultado positivo da reunião da Anseditur foi a definição de uma parceria entre a entidade e a Trip Linhas Aéreas, que durante o Salão Brasileiro irão assinar um termo de cooperação pelo qual a empresa apoiará a divulgação e a promoção dos 65 destinos indutores nas rotas que opera no país. A Funcaju aproveitou a oportunidade para distribuir entre os presentes o Mapa Turístico de

Aracaju, lançado em março, com o patrocínio da Caixa Econômica Federal. O secretário Carlos Silva e a coordenadora do Programa de Regionalização Ana Clévia Guerreiro, do MTur, aprovaram a iniciativa, visto que o mapa de uma localidade é o item mais procurado pelos turistas quando chegam a uma cidade. A próxima reunião ordinária da entidade está agendada para os dias 29 e 30 de julho, em Goiânia, abrangendo a região Centro-Oeste.

Waldoílson Leite, presidente da Funcaju, Luiz Fernando Moraes, secretário de Turismo de Porto Alegre, Tanit Bezerra, diretora de Turismo da Funcaju, Castello Branco, presidente da Anseditur, e Liviomar Macatrão, secretário de Turismo de São Luís

Registro dos secretários e dirigentes de turismo presentes à reunião

Luiz Fernando Moraes, secretário de Turismo de Porto Alegre, Waldoílson Leite, presidente da Funcaju, Castello Branco, presidente da Anseditur, e Liviomar Macatrão, secretário de Turismo de São Luís

O presidente da Anseditur, Castello Branco, e o secretário Nacional de Políticas do Turismo, Carlos Silva, elogiam o Mapa Turístico de Aracaju para a diretora de Turismo da Funcaju, Tanit Bezerra

Ana Clévia Guerreiro, coordenadora geral de Regionalização do MTur, parabeniza a Prefeitura de Aracaju/ Funcaju pelo Mapa Turístico. Na foto, ao lado de Tanit Bezerra

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Por Thaïs Bezerra

Foto: Maurício Barreto

A festa de aniversário de 15 anos de Laís Britto Aragão Andrade, filha de Rosa Helena Britto Aragão Andrade e Henri Clay Andrade, foi “uma noite mágica, de sonhos e de realizações”, como ela própria definiu. Laís estava linda, feliz e vibrante ao lado da família e de muitos amigos que foram parabenizá-la. Na foto com os pais e com o charmoso tio, Mário Britto. Geovana, filha do casal Clóvis e Ivone Munaretto, ao completar 10 anos de idade.`

Os recém-casados, Itamar Amaral e Anaires Góes, em clima romântico.

Celi entrega Mansão Luciano Barreto Júnior No dia 01 de maio, a Construtora Celi entregou o Mansão Luciano Barreto Júnior, primeiro empreendimento inteligente de Sergipe e do Nordeste. Este Celi de altíssimo luxo ficou magnífico, sofisticado e impecável graças a todo o majestoso projeto arquitetônico de Caramelo Vasquez, o paisagismo de Benedito Abud, a elegância da ambientação das áreas comuns, elaborada por Marlon Gama, além de toda a tecnologia de ponta do exclusivo e avançado sistema de automação predial. A noite foi marcada pela belíssima apresentação dos músicos da Orquestra Sinfônica de Sergipe, além de uma encantadora queima de fogos. Sem dúvida, toda magnitude do edifício mesclada à indiscutível qualidade Celi deixam o Mansão Luciano Barreto Júnior insuperável!

O sorriso da empresária Dora Menezes Melo, da Maison Cherry, é a marca registrada desta guerreira, que faz sucesso há trinta e quatro anos no mundo da moda em Sergipe. Com energia e alto astral, Dora está comemorando um ano da sede própria da Maison Cherry na Coroa do Meio. Na foto com a amiga TB.

Família Barreto em noite especial

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Shopping Jardins - Aracaju (79) 3217-3935 / Shopping Iguatemi - Macei贸

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posse

Posse do presidente e do vice-presidente do STF N

o dia 23 de abril, sexta-feira, em sessão solene, tomaram posse os ministros Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto, nos cargos de presidente e vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), respectivamente, para o biênio 2010/2012. Participaram da cerimônia o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer; o presidente do Senado e do Congresso Nacional, José Sarney; o presidente do Superior Tribunal de Justiça, César Asfor Rocha; além de ex-minis-

O ministro Carlos Britto assina o Termo de Posse

Mesa que compunha a direção da prestigiada solenidade

Ministro Carlos Britto e a mulher Rita com o irmão dele, Paulo Britto, prefeito de Propriá, e a esposa Tina Cabral

Com o Conselheiro do TCE-SE, Carlos Pinna de Assis, e Thiers Montebello, Presidente do TCE-RJ

Foto: Igo Estrela

Hugo Julião, TB, e os queridos amigos Rita e Carlos Britto

tros do próprio STF, governadores e representantes de associações de magistrados. De Sergipe, registramos as presenças do governador Marcelo Déda, do prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira, dos Desembargadores Luis Mendonça e Marilza Maynard, dos Conselheiros do TCE Carlos Pinna e Clovis Barbosa, familiares e amigos. Após a solenidade, houve um jantar de adesão no Clube Naval, que ficou lotado. TB esteve lá e fez um registro especial dos sergipanos presentes. Uma noite memorável!

Carlos Britto e Rita, a filha Nara, e os amigos Beatriz, Solange e Pedro Américo Andrade

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Ulices Andrade, presidente da Assembleia Legislativa, e o governador Marcelo Déda

O abraço do Presidente Lula ao amigo Carlos Britto

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Carlos Britto, o Presidente do STF Cezar Peluzo e o Prefeito de Propriá Paulo Britto

Os Ministros Carlos Britto e Marco Aurélio de Mello

Tina, Rita, Fátima Britto e o marido Jocélio Araújo, Antônio Carlos Ayres e o Ministro Carlos Britto

Lúcia e José Américo Paes Mendonça, Carlos Britto e Rita, a desembargadora Marilza Maynard e Edmundo Oliveira

Carlos Britto com o casal Mariângela e o jornalista Fernando Rodrigues da Folha de São Paulo

Bryan e Nara Britto com os irmãos Tainan, Adriele e o marido Adriano

Ministro Carlos Britto e Rita com a Procuradora da República Adriana Franco Melo Machado e o marido, advogado Marcelo Machado

O Ex-presidente da OAB nacional César Britto com os tios, ministro Carlos Britto e prefeito Paulo Britto, e Hugo Julião

Carlos Britto e Rita com Carlos Augusto Alcântara Machado

O Ministro Carlos Britto com seu assessor sergipano Francisco Alves Junior e a esposa Fabíola

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lançamento

Ézio Déda lança livro Armandina Déda, Ézio, Fernando Faro e Tereza Rachel

Com os pais Armandina e Neto

Ézio com o primo e governador Marcelo Déda

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m uma requintada solenidade no Teatro Tobias Barreto, realizada no mês de março, o arquiteto sergipano Ézio Déda lançou o livro de poesias de sua autoria A Casa das Ausências, com ilustrações de Germana de Araújo. Acompanha o livro um DVD, produzido por Luzia Moraes, com trilha sonora composta por J. Velloso e Luciano Salvador Bahia. A interpretação foi realizada por Zélia Duncan e as imagens e edição foram feitas por Paulinho Oliveira. Há depoimentos e declamações de poemas com personalidades como Dona Canô, Mabel Velloso, Jorge Mautner, Antonio Abujamra, Tereza Rachel, Zélia Duncan, Clifton Davis, Jorge Vercillo, Maitê Proença e o governador Marcelo Déda. A edição foi patrocinada pelo Banese Card e o Instituto Banese. Além disto, contou com

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o apoio cultural do Ágora Arquitetos Associados e da Universidade Tiradentes (Unit). A publicação foi da Editora 7 Letras. Na ocasião, o governador Marcelo Déda externou sua gratidão pelo convite para integrar o DVD. “Quando Ézio me chamou para participar, minha primeira reação foi de estranheza. Mas em seguida interpretei como um desafio e quase como que um retorno aos meus tempos de juventude. Fico feliz em ter recitado um belíssimo poema e ter ajudado modestamente a construir um projeto que, de tão bonito, mobilizou artistas do Brasil inteiro. E eles se colocaram à disposição de um poeta sergipano, que além de falar de sua vida, também reuniu no trabalho sua experiência como arquiteto. É um belo projeto”, disse. Confira alguns flashes do lançamento:

Tereza Rachel, Ézio Déda e Eloísa Galdino

Ézio Déda Natural de Simão Dias, Ézio Déda é arquiteto e foi coordenador dos Cursos de Arquitetura, Urbanismo e Design de Interiores da Unit entre os anos de 2004 e 2009. Em 2008, fundou o Ágora Arquitetos Associados. Atualmente, ocupa na Unit a cátedra de Projetos de Arquitetura e é diretor de Programas e Projetos do Instituto Banese. Anteriormente, já havia lançado seu primeiro livro, chamado ‘Árvore de Folhas Caducas’.

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Ézio, Marcelo Déda e Armandina

Ézio e Fernando Faro

Com Valença Sotero, editora chefe da revista CARAS

Ézio e família

Na chegada da atriz Tereza Rachel (momento descontraido)

Durante a apresentação do DVD no teatro Tobias Barreto

Jota Veloso, Tereza Rachel e equipe

Ézio e Adriana Uchôa

Com Denison Déda (prefeito de Simão Dias e esposa) e Armandina Déda

Ézio, Marcus Chou e Dayse Araújo (sócios)

Brinde ao final com Jota Veloso e amigos

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EVENTO

Sara e Thiago O

s belos e jovens Sara de Melo Santana Macedo e Thiago Araújo Mendonça, filhos de João Antônio Macedo Santana e Gilza Melo Macedo Santana e Jairo Mendonça e Abigail Araújo Mendonça, respectivamente, reuniram familiares e amigos para celebrar o amor. A cerimônia de casamento aconteceu na Igreja São José, com recepção super badalada no Selma Duarte Eventos. A animação foi a tônica da festa. O casal reuniu amigos sergipanos e cariocas que testemunharam a felicidade de Sara e Thiago e dos seus familiares. O registro do evento foi feito pelas lentes do fotógrafo Marcos Goes. Confiram!

A noiva momentos antes de entrar na igreja

Fotos: Marcos Goes / Decoração: Gil Apolinário / Buffet: Selma Duarte / Bolo: Maritza Bolos Artísticos / Cabelo: Beto Jô / Make-up: Cacau Sam / Banda: Banda Baile / Dj: DJ Cafu / Filmagem: Claudionor Santos.

Com os padrinhos do noivo

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Os pais dos noivos

Com os padrinhos da noiva

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Chez Ivan no Hair Brasil 2010

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onsiderada uma das feiras mais importantes no segmento de beleza do país, a Hair Brasil encerrou a sua 9ª edição, que aconteceu entre os dias 27 e 30 de março, com um saldo bastante positivo: cerca de 69.000 pessoas passaram pelos pavilhões do Expo Center Norte, em São Paulo, durante todo o evento. De Sergipe, um dos profissionais presentes na Feira foi Ivan Fonseca, que há mais de 25 anos dirige o Centro de Beleza e Estética Chez Ivan. De lá, o hair stylist voltou ainda mais antenado para atender ao público sergipano.

Rua Terêncio Sampaio, 291 - Jardins Fone: (79) 3217-1131 atendimento@chezivan.com.br - www.chezivan.com.br

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espaço múltiplo

Buana Restaurante & Eventos A

lém da sua requintada gastronomia, o Buana Restaurante & Eventos também é conhecido como um dos locais mais badalados da cidade. Por lá, formadores de opinião, socialites e pessoas de bom-gosto circulam semanalmente. O espaço aconchegante oferece estrutura para eventos de pequeno e médio porte, a exemplo de aniversários, reuniões empresariais e confraternizações em geral. Sem esquecer dos tradicionais eventos promovidos pela restauratrice Madalena Sá, como o Forró do Buana, a Feijoada da Madá e muitos outros.

A anestesiologista Lílian Albuquerque com a cantora Simone

Gente bonita nunca falta: as tops Anne Karine Arroxelas e Renata Alves

Alan Santiago e Maysa Reis cantam e encantam no Buana

Madalena Sá entre Alex Carvalho e Ruyzinho Vieira e uma turmona

Paulinha Prudente, à direita, festeja o niver com o pai Jorge Prudente e a amiga Carla Vanessa

Os médicos Juvenal Torres e Marcelo Franco brincam e são os chefs do dia

Na Feijoada da Madá, os habitués Falcão e Marta Cardoso

O procurador Jeferson Fonseca, no centro, com o advogado Said Shoucair e os colegas Aerton Silva João Garcez e Alcides Vasconcelos

A ex-deputada Lila Moura entre os atores globais Rachel Ripani e Rafael Almeida

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Os casais Marta e Artur Campos com Ivani e Beto Oliveira

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POSSE

posse do desembargador

Ricardo Múcio magistrado para chegar ao ápice da carreira, empossado desembargador. Entre os que prestigiaram a posse, a procuradora Geral de Justiça, Cristina Foz Mendonça, o vice-prefeito de Aracaju, Silvio Santos, os ex-governadores João Alves Filho e Paulo Barreto, conselheiros do TCE, juízes, advogados, políticos, empresários e muitos amigos. Ricardo Múcio estava muito feliz e emocionado. Aos 48 anos, terá uma longa trajetória no TJ e está preparado para a nobre missão. Parabéns! TB esteve lá e registra algumas presenças.

Fotos: Cesar de Oliveira

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om a ilustre presença do governador do Estado, Marcelo Déda, aconteceu a solenidade de posse do novo desembargador do Tribunal de Justiça de Sergipe, o juiz Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima. Ele foi empossado no final de abril, na vaga da desembargadora Célia Pinheiro, que se aposentou. Ricardo Múcio foi escolhido em lista tríplice, através do critério de merecimento, pelo desembargador Roberto Porto, presidente do TJ. Em seu discurso, forte, verdadeiro e breve, ele não esqueceu a palavra gratidão e relatou a sua longa caminhada como

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Ricardo Múcio e o conselheiro Clóvis Barbosa

O vice-prefeito de Aracaju, Silvio Santos, e o governador Marcelo Déda

Izabel e Pascoal Nabuco prestigiaram a solenidade

A procuradora Geral de Justiça Cristina Mendonça

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apricorniana com ascendência em capricórnio faz de Aninha Galrão Figueiredo, uma garota disciplinada, boa aluna, cuidadosa com o corpo e vaidosa na medida certa. Bem educada e sofisticada, a jovem bem nascida tem energia inesgotável, sabe cultivar as suas amizades e é extremamente bonita. É filha do empresário Gilson Figueiredo e da professora herdeira do Colégio Salvador, Bete Galrão Figueiredo. Como toda jovem, adora navegar na internet, dançar, brincar o Pré-Caju com a sua turma e viver intensamente. Decidida, Aninha já sabe o que quer. Pretende seguir a carreira jurídica e fazer intercâmbio em Londres. Estilosa e de personalidade forte, é a alegria dos pais. Aninha está deslumbrante como uma top model, neste ensaio assinado pelo craque Anderson Adler.

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MODA

Lacoste

Para eles

Do vovô ao netinho...

Muito mais que um agasalho, o cardigan é uma peça coringa

O personagem Chuck Bass, da série Gossip Girl

Sabe aqueles casaquinhos que os vovôs tanto adoram? Pois eles já não são mais privilégio da terceira idade. Tanto para os moderninhos quanto para os mais tradicionais, o cardigan é uma excelente opção para invernos mais amenos, como o nosso.

Ralph Lauren

GAP

David Beckham

Arezzo

Na passarela da Reserva

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Marc by Marc Jacobs

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MODA

Christian Louboutin

Para elas

Estranha, eu? A moda das botinhas esquisitas pegou e não larga mais...

Na passarela da Ellus

Elas surgiram timidamente, quase desacreditadas e sem nenhuma popularidade. Hoje, as ankle boots são consideradas indispensáveis no closet de qualquer mulher, principalmente quando a temperatura cai e o inverno dá as caras.

Christian Louboutin

Schutz

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A atriz Mary Kate Olsen

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Schutz

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Nome: Ticiana Moraes e Cerimonialista iz Ju de a or ss se Profissão: As Signo: Câncer aju-SE Naturalidade: Arac

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uito além de um closet bem recheado, Ticiana Moraes foge do estereótipo de patricinha logo nos primeiros minutos de conversa. Formada em direito, há quatro anos ela começou a atuar como cerimonialista, profissão na qual vem crescendo a passos largos. “Numa época em que as pessoas respiram trabalho e, conseqüentemente, independência, nada mais justo do que ocupar o meu tempo fazendo duas coisas que gosto”. Engana-se quem resolve julgála por sua baixa estatura. Quando o assunto é profissional, essa canceriana de riso frouxo assume uma forma colossal e não se melindra em arregaçar as mangas. “Comecei a trabalhar com cerimonial por incentivo do meu pai, ele visualizou desde a minha infância que eu tinha vocação para organizar eventos. Eu lembro que sempre ficava à frente das festinhas de colégio, das gincanas, etc”. Tici, como é conhecida pelos mais íntimos, adora o que faz. Mas, quando a agenda lhe permite, quebra o protocolo e sai em

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busca de diversão. Na companhia dos seus amigos, ela não dispensa um bom restaurante. “Não faltam almoços no La Távola, o caranguejo do Corno Velho ou um cafezinho em um ambiente agradável”. Dona de um passaporte bastante carimbado, Tici Moraes aproveita suas viagens para revigorar as energias e renovar sua bagagem cultural. Sempre aberta a descobrir novos lugares, para ela não importa se o destino escolhido for o Marrocos ou Trancoso, desde que esteja bem acompanhada. “Sem dúvida, uma das minhas melhores viagens foi uma que fiz com os meus pais para a região da Toscana, na Itália”. Como quase toda mulher, Tici também costuma extrapolar nas compras, principalmente quando esbarra em um belo par de sapatos. Fashionista assumida, ela é considerada uma das It Girls de Aracaju. Não é para menos, já que o seu guarda-roupas é um dos mais bem produzidos da cidade. Lá, entre bolsas Chanel e looks TalieNK, não falta espaço

para o duo jeans e t-shirt branca, indispensável em seu acervo grifado. Dividida entre duas profissões, a também cerimonialista ocupa o pouco tempo livre que lhe sobra com filmes e livros, sem esquecer das viagens e jantares em bons restaurantes, é claro. Mesmo com toda essa predileção para o requintado, sabe o que Ticiana considera essencial em sua vida? “Paz interior, boas energias e fazer o bem”.

“Sempre aberta a descobrir novos lugares, para ela não importa se o destino escolhido for o Marrocos ou Trancoso, desde que esteja bem acompanhada. “

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Foto: Anderson Adler

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ARTIGO PERFIL

Danielle Reis conta que seu principal sonho profissional era ter independência financeira acompanhada da satisfação em desenvolver uma atividade que lhe desse prazer. A Mary Kay tornou isso possível. á pouco mais de quatro anos, a administradora de empresa Danielle Reis de Macedo Silveira estava em busca de um trabalho que lhe permitisse flexibilidade de horários, pois queria acompanhar de perto o crescimento de sua filha Laysa, na época com três anos de idade. Nascida em Porto Seguro, na Bahia, e morando em Aracaju havia seis anos, Danielle conheceu a Mary Kay por intermédio de Paulo, seu marido. “É até inusitado, mas ele se encontrou com a empresa e acreditou que ela poderia mudar minha vida. Eu hesitei, mas depois de conviver um pouco mais com Fabiana

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Cunha, a incrível e admirável mulher que começou um trabalho da Mary Kay pautado em muita dedicação, tive a certeza que a empresa era o que eu estava realmente procurando”, conta Danielle. Ela entrou na empresa em 08 de março de 2006, e organizou sua primeira Sessão de Cuidados com a pele poucos dias depois para sete vizinhas do condomínio onde morava. E elas adoraram os produtos, indicaram novos nomes e, de maneira muito rápida e positiva, a carreira passou a ser uma realidade. No início, Danielle focava sua atividade unicamente nas vendas, apesar dos conselhos recebidos sobre a importância do desenvolvimento da carreira na empresa. Três meses após iniciar na Mary Kay, Danielle foi chamada para trabalhar na Secretaria de Administração do Estado de Sergipe em regime de meio período. “Acabei aceitando para ampliar minha rede de amizades e desenvolver Mary Kay”, conta. Durante algum tempo, conseguiu conciliar as duas atividades, porém, em função do trabalho, não pôde participar do Seminário Brasil 2007, no qual receberia uma homenagem especial da empresa, fazendo parte da Corte de Vendas Pessoais das Consultoras, e isso a deixou frustrada. No mesmo período, recebeu seu primeiro bônus pelas

iniciadas, e não teve dúvida: era hora de desligar-se da Secretaria e focar a Carreira May Kay. Na celebração do Programa Passo a Passo para o Diretorado, em Campinas, Danielle conviveu com muitas mulheres de sucesso e pôde compartilhar experiências. Foi então que percebeu que estava superando sua timidez. “Até hoje tenho dificuldade de me expor em público. Tenho evoluído, mas é um ponto que preciso trabalhar continuamente”, reconhece Danielle. “Mary Kay além dos ganhos, me propiciou uma melhor qualidade de vida e também me enriqueceu como mulher”. Ganhadora das viagens das Diretoras Top´s, Danielle viajou para Austrália e Nova Zelândia no ano passado e há dois anos desfila pelas ruas de Aracaju com seu trofeu sobre rodas, o ASTRA ROSA.

Entusiasmo, determinação e vontade de enriquecer a sua vida e de outras mulheres são considerados pela mesma como os pontos principais para o sucesso na Mary Kay, além do comprometimento com a Regra de Ouro (faça aos outros o que gostaria que fizessem com você) e as filosofias da Companhia (Deus, Família e Carreira). Desta forma, ela encontra inspiração e força para conquistar seus sonhos. Atualmente, Danielle está no caminho das viagens internacionais para Madri e Lisboa e tem como meta para este ano, além das viagens, tornar-se Diretora Executiva Elite de Vendas Independente. “Eu vou concretizar esta meta para presentear aquele que foi, e continua sendo, o meu maior incentivador, meu marido”, diz entusiasmada.

“Se a quatro anos atrás alguém comentasse comigo que eu estaria vivendo minha atual vida hoje, com certeza eu duvidaria, por alguns motivos bem obvio para mim naquela época: nunca foi meu forte liderar (e hoje eu lidero); nunca foi minha vocação vender (e hoje eu vendo); nunca foi meu objetivo trabalhar com cosmético (e hoje eu trabalho); nunca foi minha pretensão trabalhar com metas, preferia sempre ficar sentadinha em um escritório (e hoje eu me realizo); nunca foi minha possibilidade enriquecer vida de mulheres ao meu lado (e hoje eu enriqueço); nunca foi meu sonho viajar pelo Brasil e pelo mundo (e hoje eu viajo); nunca foi minha realização ser independente (e hoje eu sou); nunca foi esta minha vida (e hoje é).” Danielle Reis

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artigo

Por Dr. Luiz Guilherme

Aparelho ortod ô convencional, com a vantagem fundamental de ficar o aparelho totalmente invisível. As mulheres, os artistas, políticos e jornalistas são os grandes apreciadores dessa alternativa porque a preocupação com a beleza e impacto social é maior e, às vezes, há necessidade de esconder um aparelho convencional.

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ecentemente, aumentou muito o número de adultos à procura de tratamento para as suas maloclusões dentárias nos consultórios dos ortodontistas1. Proporcionalmente, aumentou também a busca por aparelhos ortodônticos mais estéticos. Assim, a indústria tecnológica nessa especialidade se empenhou em oferecer acessórios eficientes para suprir as exigências desse “novo” tipo de cliente. Até pouco tempo, o aparelho de porcelana era a única alternativa estética, porém deixava a desejar por causa do escurecimento dos acessórios e do alto índice de quebra. Surgiu, então, um aparelho completamente in-

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visível aos olhos daqueles que estão diante do usuário, dando origem à ”ortodontia invisível”! Este novo aparelho, denominado “aparelho lingual”, confeccionado em aço, assim como o convencional, porém com design modificado, permite ser colado atrás e não na face anterior dos dentes. Surgido na década de 70, no Japão e Estados Unidos, o aparelho, a princípio, ocasionou problemas técnicos na sua utilização e os resultados clínicos não eram tão eficazes como no uso do convencional. Com o passar do tempo e o aprimoramento tecnológico, esta alternativa se faz tão eficiente quanto a técnica

Outro motivo pelo interesse no aparelho lingual é na hora das refeições. Quem já usou aparelho ortodôntico sabe da dificuldade ou do constrangimento de almoçar em locais públicos e ter que se preocupar com os resíduos alimentares nos bráquetes convencionais. Com o aparelho lingual essa preocupação deixa de existir pelo simples fato dele estar instalado atrás dos dentes, ficando o resíduo alimentar escondido atrás do sorriso. Uma das desvantagens do aparelho lingual é com relação ao custo, que é mais elevado em relação ao aparelho convencio-

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ôntico invisível nal. Esse fato se explica, principalmente, pela pouca oferta de fabricantes comercializando este acessório, por isso o seu preço continua elevado. Outro ponto a considerar é com relação às consultas de atendimento que são mais demoradas, porque o profissional tem de trabalhar com uma visão indireta na manutenção e ativação do aparelho lingual. Contudo, as consultas podem se tornar mais agradáveis, pois o aparelho não

está colado na face anterior dos dentes e o cliente tem uma boa visão da evolução do tratamento e pode opinar ou sugerir melhoras no mesmo. Desta forma, o tratamento ortodôntico utilizando o aparelho lingual veio para ficar, beneficiando a todos aqueles que ainda não realizaram esse tipo de correção funcional de seus dentes por causa do desconforto estético causado pelos aparelhos convencionais aos mais exigentes.

Dr. Luiz Guilherme Martins MaiaCROSE1678 Especialista e Mestre em Ortodontia, Unesp-SP Doutorando em Ortodontia-Unesp-SP Contatos: Tel. consultório: (79) 32170192: Email: orthomaia2003@yahoo.com.br A ortodontia é a especialidade da odontologia responsável pela prevenção e tratamento das maloclusões dentárias, isto é, das desarmonias no engrenamento entre os dentes, resultando em defeitos na aparência e mastigação.

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ARTIGO

Por Rosângela Dória

“A dor e a delícia Em um futuro não muito distante...

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um final de semana recheado de atividades que foram de um campeonato de judô a uma missa de Eucaristia, não foi difícil garantir um olhar mais distante e perceber que a intolerância não é mais pano de fundo nas relações entre

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as crianças nas escolas. Hoje ela é vista em primeiríssimo plano. Longe de ser saudosista e dizer que na minha época de criança e adolescente, apelidos, agressões e xingamentos não existiam. Mas fora das discussões acadêmicas

e dos estudos de psicologia e psiquiatria, o comportamento agressivo de meninos e meninas há uns 30, 40 anos não costumava passar da sala de casa. As coisas eram resolvidas ali mesmo, ou ainda na rua ou na porta da escola (quem brigasse de uniforme era suspenso, por isso era comum haver brigas na saída). Meninos e meninas cresceram com apelidos horríveis que fizeram um monte de gente viver traumas insuperáveis para o resto da vida. E ninguém escapa porque as pessoas não podem ser altas demais, baixas demais, magras demais, gordas demais, nada e nada demais. Tudo tem que estar exatamente como mandam as regras. A escola nunca foi chamada a pensar e os pais pior ainda! Mas hoje, não! Tudo se volta aos estudos e as teses sobre o comportamento maldoso de certas crianças. Vi numa disputa entre duas meninas numa partida de judô, o comportamento de um pai e de uma mãe que sinceramente me assustou. Os dois gesticulavam aos gritos e com palavras fortes, tentavam fazer a filha, de pouco mais de oito anos, derrubar a adversária. Parecia rinha de galo! Fiquei assustada! Não era nada de incentivo, eram coisas do tipo: Acaba com ela! Derruba! Não deixa ganhar! Pense na medalha! O absurdo foi tão grande que a

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de ser o que é” aluna foi chamada a atenção pelos professores. Onde termina o incentivo e começa a violência? Quem educa sabe que há mais perguntas que respostas, mais dúvidas que certezas! Enquanto isso eu trocava idéias com a mãe de um amigo de meu filho. Dizia ela que estava com problemas porque o menino já tinha recebido apelidos por causa do tamanho da testa e dos óculos que carregava para atenuar a precoce miopia. Eu cá, me queixava

dos apelidos que o meu teimava em receber por estar acima do peso. Os dois ficaram fora do modelo padrão determinado pela nossa sociedade. E fico pensando que tipo de educação certas crianças recebem em casa quando reproduzem determinados comportamentos. Como consolar um terceiro lugar se é do primeiro o maior e melhor prêmio? Como dizer ao filho que o que vale é competir se todas as festas são para os vencedores? Como garan-

tir que os nossos filhos também não apelidem os outros? Como dizer que o modelo de beleza foi inventado pelo cinema e televisão? Como convencer os outros das qualidades se muitas vezes elas não aparecem? Fiquei ali, encostada na parede com aquela mãe que se consolava com uma futura cirurgia de miopia para o filho. Mas do jeito que a coisa vai, logo, logo, arranjam outro apelido bem cruel para o filho dela!

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CINEMA gastronomia

*por Rodrigo Gama Goulart

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ia desses, me surgiu uma pergunta à mente, mais por curiosidade histórica que por qualquer outro fato: onde surgiu o primeiro restaurante? O que serviam naquela época? Bem, leitor, tecnologia é sempre bem vinda quando o seu uso é voltado para o conhecimento, certo? Alguns links e “www’s” depois, vi que o restaurante mais antigo do mundo é o Sobrino de Botín, localizado em Madrid, Espanha, fundado em 1725 pelo cozinheiro francês Jean Botín. Faz muito tempo e o mais impressionante, encontra-se

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em funcionamento até hoje! (Guiness Book, 2009). Nos primórdios de seu funcionamento, não era um restaurante como nós o conhecemos hoje. Tratava-se de um lugar de passagem, onde tropeiros, viajantes e mercadores instalavamse para se alimentar – em serviço estilo buffet self-service – repousar e logo após seguir viagem ao seu destino proposto. As pousadas e tavernas são conhecidas desde a antiguidade, apesar de serem destinadas à viajantes e o povo de sua cidade

raramente se alimentar por lá (de um modo geral, nem tomavam conhecimento de sua existência). O restaurante, como o conhecemos hoje, instalou-se na França logo após a Revolução Francesa privar os aristocratas de sua autoridade, o que fez surgir um grande número de serviçais com considerável destreza no trato com os alimentos, ao mesmo tempo em que chegavam muitos provincianos na cidade, necessitados de pessoas que lhes preparassem a refeição. A junção desses dois fatos deu

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origem ao hábito de fazer refeições fora de casa. Nesta época, o chef Marie-Antoine Carême se destacou, ficando conhecido como “o chef dos reis e o rei dos chefs”, comumente associado ao primeiro chef “celebridade”, tendo ocupado o cargo de chef de cuisine para personalidades históricas, como Napoleão Bonaparte. A abordagem habitual, nessa época, era do serviço à francesa, onde a refeição era partilhada à mesa e os clientes ou convidados serviam-se eles próprios. O estilo que conhecemos hoje, no qual a

refeição é servida já porcionada num prato, é conhecido como serviço à russa, pois consta ter sido introduzido na França pelo príncipe russo Kurakin por volta de 1810, espalhando-se rapidamente para a Inglaterra e outros países. Atualmente, os restaurantes não são apenas mais um lugar onde realizar refeições. trata-se de um lugar onde os clientes procuram satisfazer alguns prazeres, como a boa comida, preparada com ingredientes de qualidade e priorizando seu frescor, e comumente acompanhada da boa bebida. Convenha-

mos: o momento em que se está num lugar aconchegante, degustando vinhos de ótima safra, saboreando uma boa conversa (boas conversas também devem ser saboreadas) e desfrutando de uma ótima comida realmente não tem preço! (a propaganda de cartões de crédito tem absoluta razão). Bem, vamos à receita. para esta edição, vou contar para você como se prepara um surpreendente Aspic de Frutos do Mar, que deve ser servido ainda gelado. prato muito saboroso e com a cara do nosso verão.

Aspic de Abacate e Frutos do Mar com Molho de Manjericão • 100 gramas de camarões médios • 100 gramas de lulas em anéis • 50 gramas de filé de salmão em cubinhos • 100 gramas de catado de siri • 1 tomate médio cortado em cubos (sem pele e sem semente) • 1/2 abacate firme cortado em cubos

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dissolva a gelatina no caldo de camarão aquecido, tomando cuidado para que não ferva. Adicione delicadamente os frutos do mar, o abacate, o tomate e adicione a gelatina já dissolvida. leve à geladeira em uma forma untada com azeite extra-virgem por volta de 4 horas. para o molho, leve as folhas de manjericão ao liquidificador, adicionando azeite a gosto e o iogurte. Adicione sal e pimenta a gosto. desenforme o aspic ainda frio, deposite o molho de manjericão suavemente por cima, decore

ara fazer o caldo de camarão, coloque as cascas dos camarões em uma panela funda, adicione aproximadamente 500ml de água, uma cenoura pequena, meia cebola roxa, um talo de aipo e sal a gosto, cozinhando até o líquido reduzir por volta de 150ml. Espere esfriar e passe o resultado numa peneira. refogue a cebola no azeite até dourar. Adicione o siri, sal e a pimenta branca. reserve. Cozinhe ligeiramente os camarões e o salmão no vapor com um pouco de sal e também reserve. Cozinhe por volta de 15 minutos as lulas no caldo de camarão e reserve.

1/2 cebola média picada pimenta branca moída Sal a gosto Azeite extra-virgem 1 pacote de gelatina branca em pó sem sabor • 150 ml de caldo de camarão (obtido com a redução das cascas dos camarões utilizados,

1 cenoura pequena, 1 talo de aipo e 1/2 cebola roxa)

• Molho: • • • • •

1 Copo de iogurte natural 1/2 molho de manjericão Azeite extra-virgem Vinagre balsâmico Sal a gosto

com vinagre balsâmico e sirva. Bon Appétit! ____________________________ *Estudante de psicologia e Chef de Criação do Château Blanc restaurant

Chef Rodrigo Gama

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ARTIGO

O sósia, o médico e * Por Adalberto Goulart

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ou eu mesmo, não parece? Como passa rápido este tal de tempo… Eu tinha dezesseis anos quando tirei a minha carteira de identidade. Sim, é verdade, faz trinta e quatro anos. Mas e daí? Está mais conservada que a de muitos garotos por aí. Nem precisa ser um fisionomista tão bom para saber que sou eu mesmo, não é? Precisa. Humm... Pior do que isso, agora é lei, no máximo dez anos! Pra viajar então, nem adianta discutir. Fala sério leitor, que tanta lei é essa? Não pode fumar, não pode beber, criança

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não pode comer doce, RG expira com dez anos, máximo de 60km/h, câmeras caça-multas, câmeras de vigilância espalhadas pela cidade (Orwell tinha razão), mas eu não quero participar do Big Brother! Parafernália dos diabos, vivia-se melhor sem tudo isso... Desabafo a parte, vou ao shopping fazer nova carteira de identidade - já tinha feito outra há uns dez anos, mas me roubaram no Pré-caju e nenhuma câmera de vigilância viu, lembram? Vá bem cedinho que você é liberado logo, me disse um amigo no Château Blanc Restaurant. Fui. Cheguei lá supercedão, já tinha uns quatro na minha frente e olha que apertei o passo para chegar na frente daquele que estacionou o carro junto comigo. Achei que não precisaria Certidão de Casamento, afinal homem não muda de nome. Precisava. Voltei pra casa rapidinho, peguei e retornei. Chegou a minha vez e a atendente me disse que eu precisaria ir ao Instituto de Identificação, porque a minha carteira era de São Paulo e a de Sergipe haviam me roubado no Pré-caju, e me deu um papelzinho com o endereço. Não é ali na Rua Duque de Caxias? Não, agora é na Adélia Franco, continuação da Hermes Fontes, do lado direito, depois do Íbis. Perfeito, mas hoje não dá mais. Agora já sei, é fácil. Noutro dia, saí cedo de casa e

lá fui em busca de me identificar. Procurei, encontrei, mas não tinha onde estacionar o carro, parei numa ruazinha atrás. Já suando, em frente ao Instituto, fui abordado por uma moça: Foto, Senhor? Obrigado, disse. Dessa vez fui mais esperto, levei as fotos. Quando entrei no prédio havia centenas de pessoas! Dei meia-volta, mas antes perguntei a que horas fechava. Às 13h. Meio-dia e pouco passei por lá, enfrentando um trânsito horrível e um sol de rachar. Agora vai ser tranqüilo, todo mundo já foi embora, pensei. Estaciono o carro na ruazinha, vou suando, chego e... a mesma multidão! Já sei, che-

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e o RG garei antes de abrir, umas 6h30 da manhã, quero só ver... Atrasei-me um pouco, mas cheguei as 7h, imagine a multidão! Não é possível, deve haver mais de cem digitadoras para atender tanta gente, melhor esperar, tenho duas horas. Nunca vi ninguém mais parecido com o Pedro Paulo Rangel do que o oficial que me atendeu, até a voz, incrível! Ficou com minha certidão de casamento e minha carteira de motorista, com foto, que ele solicitou. O Sr. que tem experiência, quanto tempo acha que demora? 1h30, mais ou menos, disse. Vou esperar. Mergulhei, então, na aventura de observar (alguém já disse que se nasce psicanalista, talvez...). Imagine um prédio público em Bagdá, Bangladesh, Paquistão, Etiópia, foi como me senti, apesar do Pedro Paulo Rangel. Cadeiras quebradas, ventiladores quebrados, moscas a chocar-se com o meu nariz, pingos de suor, camisa empapada, gente, gente, gente, baratas, sujeira. Mocinhas adolescentes tatuadas, com trajes mínimos e piercing no umbigo caminhavam para cá e para lá, assediando clientes para tirarem fotos no trailer em frente e a dar informações sobre o Instituto, conduzir pessoas, excessivamente à vontade como se estivessem num churrasco com pagode. E era quase isso, tamanho calor! Abriram

buracos nas paredes para passar a fiação dos computadores e eis que senta-se ao meu lado uma senhora que começou a embalar o seu bebê. As cadeiras, ligadas por uma barra de ferro, começaram todas a balançar. Haiti, Chile, Taiwan, Sergipe? Não era um terremoto, felizmente, mas era quase. Só faltava o menino golfar em cima de mim, agüentei firme. Faltavam 30 minutos para o meu paciente chegar, pensei: não vai dar tempo de novo! Fui até o Pedro Paulo Rangel e pedi de volta a minha carteira de motorista para ir embora. Muito gentil como só o Pedro Paulo Rangel conseguiria num ambiente daqueles, me indagou, porque? Disse que era médico e tinha um compromisso. Ah, mas porque não disse logo? Médicos e policiais a serviço têm prioridade! Acompanhe este senhor, ordenou. Como poderia fazer uma desfeita ao Pedro Paulo Rangel? Arrisquei a meia hora que dispunha. Um sujeito bem sorridente me conduziu. Dez computadores e umas seis atendentes. Sentei-me ao lado de uma senhora falante, dessas que ficam pegando na gente, mas simpática. Ainda bem que aqui tem ar condicionado, e tinha mesmo! Contei dez aparelhos pequenos. Mas porque dez pequenos e não um grandão? Deve ser um para cada digitadora, para evitar brigas por ciúmes... A senhora simpática passou a me dar orientações, depois vai ali, faz isso, faz aquilo... Com as ordens do Pedro Paulo Rangel, fui passando na frente de todo mundo, gestantes, idosos, adolescentes de bermudas e chinelos... Que constrangimento!

Mas fazer o que? Desfeita ao Pedro Paulo Rangel? Nem pensar! Em meia hora tentava limpar os dedos com umas esponjas embebidas em gasolina que pareciam aumentar a sujeira. Acho que precisarei de uns 10 dias para a limpeza completa. Enquanto isso, a senhora simpática estava pagando a sua taxa e a minha, para adiantar. Fecha às 12h45, me disse o Pedro Paulo Rangel, e após atender meus pacientes, retornei ao Instituto. Trânsito infernal, calor infernal, ruazinha, gente como o quê e a minha RG estava pronta, me aguardando dentro de uma caixa de sapatos, juntamente com um montão de outras, sobre o balcão de atendimento. Que felicidade, já tenho uma carteira de identidade novinha! Mas se não fosse o Pedro Paulo Rangel... Pense! * Médico Psiquiatra e Psicanalista da International Psychoanalytical Association

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Foto: Alexandre Ribas

RETRATOS DA CIDADE

Farol da Atalaia

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