Revista Bicicleta - Edição 133

EXPEDIENTE

Revista Bicicleta, com periodicidade mensal, é publicada pela Ecco Editora

Sede / Correspondência

Rua Tuiuti, 300 - Bairro Cruzeiro Rio do Campo - SC 89198-000 bicicleta@revistabicicleta.com.br

Fone: (47) 3564-0001

Impressão IdealizaGraf Distribuição EDICASE

Jornalistas / Repórteres / Redatores e Colaboradores

Antônio Olinto; Carlos Menezes; Paulo de Tarso; Pedro Cury; Pietro Petris; Roberto Furtado; Therbio Felipe.

Revisão

R. O. Petris

Depto. de Arte / Web

Vanderlei Vargas

Marteus Junior

Adriano dos Santos

Lucas Fernandes

Editor

E. B. Petris

42 BOOM DO CICLOTURISMO

ENTREVISTA

A rainha do cicloturismo na Itália

ROLÊ

20

BICICLETA 100%

RECICLÁVEL

NUNCA ENFERRUJA, NUNCA PRECISA DE ÓLEO NEM DE LIMPEZA TUDO DE PLÁSTICO

Os artigos fornecidos e autorizados por colaboradores e terceiros são de responsabilidade dos mesmos, bem como os anúncios de patrocinadores. Os conceitos e sugestões de tais artigos e anúncios não necessariamente refletem o editorial da Revista. Não é permitido reproduzir matérias e/ou fotos da revista sem autorização da mesma. Revista Bicicleta se manterá política e religiosamente neutra.

30 Cabras usadas na preparação do Paris Roubaix 2023

ROLÊ

50 BICICLETAS PÚBLICAS AINDA SÃO RARAS NO BRASIL

MOBILIDADE URBANA

14 INICIATIVAS DE PAÍSES EUROPEUS PARA INCENTIVAR O USO DE BICICLETAS

36 O INFERNO DO NORTE

56 ACER LANÇA MESA DE TRABALHO COM BICICLETA QUE PRODUZ ENERGIA

68 UMA BICICLETA EXCÊNTRICA, INCLUSIVE NO PREÇO

66 SHIMANO PATENTEIA UM SISTEMA DE CARREGAMENTO POR INDUÇÃO

24 CHALLENGE CHAOYANG DE MOUNTAIN BIKE 2023

A E-BIKE DA ACER

AAcer, conhecida por seus computadores, portáteis e acessórios eletrônicos, anunciou sua entrada no mercado de e-bikes com a ebii e-bike, que conta com funções de Inteligência Artificial. Segundo a Acer, a ebii foi projetada especialmente para a circulação em áreas urbanas e é capaz de registrar as preferências dos ciclistas, adaptando a troca de marchas de acordo com as condições da estrada. Com design minimalista e motor de 250W ou 350W, a ebii deve atingir 32km/h, com autonomia até 112km com uma única carga. A bike tem um assistente de IA (ebiiAssist) que se adapta automaticamente às condições de rota. Assim, o veículo ajusta a potência das pedaladas e outras preferências do condutor, garantindo o transporte seguro e com menor emissão de carbono. A Acer traz uma arquitetura modular que reúne a bateria, o motor e o sistema de controle em um único quadro de alumínio. Além do ebiiAssist, tem dois apps complementares: ebiiGO e ebiiRide. O primei-

ro traz os dados do veículo (duração de bateria e status de recarga), enquanto o segundo realiza ajustes nas configurações da bicicleta.

NÚMERO DE VIAGENS DE BICICLETA QUADRUPLICA EM NITERÓI

Olevantamento realizado pela Coordenadoria Niterói de Bicicleta, em parceria com a ONG Transporte Ativo, constatou que o número de bicicletas na cidade quadruplicou. Nas Avenidas Roberto Silveira e Amaral Peixoto, por exemplo, onde em 2015 passavam, respectivamente, 1.084 e 880 ciclistas por dia, registrou-se a marca de 4.273 e 3.099 ciclistas em 2022. A cidade já conta com 65 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, e mais de 14 mil usuários cadastrados no Bicicletário Araribóia - primeira unidade pública e gratuita deste porte no país, junto à Estação das Barcas.

De acordo com o prefeito Axel Grael, com relação às obras de ampliação da malha, “é importante notar que são ciclovias de ligação entre bairros, ou seja, a maioria das pessoas usa para se deslocar para os seus compromissos, utilizando a bicicleta como uma solução efetiva para a mobilidade urbana”. Ainda segundo o prefeito, a ampliação da malha cicloviária é parte do planejamento para tornar a mobilidade urbana cada vez mais democrática, inclusiva e sustentável, tanto para população local, quanto para os turistas e visitantes.

©DIVULGAÇÃO / PREFEITURA DE NITERÓI

EUROPEU PUBLICA RESOLUÇÃO PARA DOBRAR O NÚMERO DE KM PEDALADOS ATÉ 2030

AResolução do Parlamento Europeu, adotada em 16.02.23, quase por unanimidade em Estrasburgo, estabelece um plano de ação de 17 pontos que encarrega a Comissão Europeia de dobrar o número de quilômetros pedalados na Europa até 2030. A resolução de hoje é a primeira exclusivamente dedicada à mobilidade por bicicleta. O Parlamento destaca a falta de estacionamento seguro, de medidas para prevenir roubos e a falta de ciclovias como os principais obstáculos para o aumento do uso de bicicletas na Europa. E busca encorajar as autoridades locais a aumentar os investimentos na construção de infraestruturas segregada para bicicletas. As associações europeias do setor de bicicletas esperam que a nova resolução encoraje os governos nacionais a tomar medidas adicionais, como reduzir as taxas de IVA, multiplicar iniciativas para promover o uso entre a população e replicar o caso de sucesso de reindustrialização do 'Portugal Bike Valley' em outras regiões da Europa, com o apoio específico de programas de financiamento.

INICIATIVAS DE PAÍSES EUROPEUS PARA INCENTIVAR O USO DE BICICLETAS

Incentivo ao uso da bicicleta

Com o objetivo de reduzir as emissões de poluentes e promover saúde e qualidade de vida, países europeus estão incentivando financeiramente o uso de bikes em suas cidades. As iniciativas vão desde subsídios para compra de bicicletas e bicicletas elétricas, até uma remuneração extra no salário no fim do mês para quem decide pedalar de casa ao trabalho.

Na Holanda, atualmente o governo paga 0,21 euro

(1,14 real) por km para quem pedala de casa ao trabalho; e a ideia é aumentar esse incentivo para 0,23 euro em 2024.

O mesmo ocorre na Bélgica, onde são pagos 0,24 euro (cerca de R$ 1,31) por cada km pedalado para quem troca o carro e/ou o transporte público pela bicicleta.

Na Inglaterra, o programa Cycle2work (Pedale ao trabalho) oferece subsídios para trabalhadores e

pessoas jurídicas. A empresa se inscreve no projeto e os funcionários recebem descontos na compra de bicicletas ou itens para a bike. Descontos podem chegar a 39%, como é o caso das bikes elétricas.

Já na França, o governo subsidia com até 4 mil euros (cerca de R$ 22 mil) quem vender seu carro e comprar uma e-bike. Quanto menor for a renda da pessoa, maior é o subsídio ofertado.

Outros exemplos vêm das grandes capitais, como Madri e Londres, que têm implementado políticas efetivas para a troca do carro pela bicicleta. Em Londres, o congestion charge (pedágio urbano) já cobra 15 libras por dia (cerca de R$ 92) para quem queira entrar dirigindo na região central.

As iniciativas servem de inspiração tanto para o governo federal, quanto para governos estaduais e municipais em todo o Brasil.

Por: Aliança Bike

CON TATO:

NOORDUNG: BICICLETA ELÉTRICA COM CAIXA DE SOM E SENSOR DE POLUIÇÃO

A Noordung, fabricante de bicicletas elétricas com sede na Eslovênia, lançou uma bicicleta elétrica com caixa de som Bluetooth e sensores para detectar a qualidade do ar. Contando com quadro de fibra de carbono, rodas de cinco raios e 27,5 polegadas, transmissão de 10 velocidades e sistema de freios de última geração, a Noordung e-bike Boombox é uma

e-bike urbana, com assistência de pedal. O mecanismo possui bateria de 300 Wh para alimentar o motor elétrico de 250 W, que fornece autonomia de 60 km, segundo a marca. A recarga completa demora em torno de três horas, utilizando o carregador de 100 W fornecido pela empresa. São quatro alto-falantes com som de alta fidelidade direcionados para o piloto,

que põe sua playlist para tocar conectando o celular ao equipamento, via Bluetooth. Esse boombox também é equipado com sensores de partículas PM 2,5 e PM 10, que monitoram a qualidade do ar e enviam os dados em tempo real ao app da fabricante. Conforme a empresa, a ideia é que o ciclista utilize as informações para traçar rotas com menos poluição.

BICICLETA 100% RECICLÁVEL

NUNCA ENFERRUJA, NUNCA

PRECISA DE ÓLEO NEM DE LIMPEZA TUDO DE PLÁSTICO

Uma bicicleta reciclada e reciclável que nunca enferruja, nunca precisa de óleo e nunca precisa de limpeza. Essa é promessa dos irmãos Johannes e Benjamin Baas, da Holanda, junto com a Igus.

Mobilidade de amanhã a partir do lixo de ontem. Mas vai além disso. Não se trata apenas de uma bi-

cicleta feita de plástico reciclado, trata-se de um conceito, como uma forma de fazer uma bicicleta urbana mais duradoura. Nada para enferrujar, nem mesmo uma corrente ou rolamentos – já que tudo é feito de plástico.

Segundo os irmãos Bass, a mtrl bike é totalmente reciclável e circular. As unidades são produzidas com energia reciclável, para manter a pegada de CO2 no mínimo patamar possível. Eles afirmam que as bicicletas foram testadas quanto à segurança e aprovadas de acordo com as diretrizes europeias. Para produzir a mtrl bike, os irmãos fizeram uma parceria com a Igus, especialista em motion plastics para produtos como rolamentos, e-chains, engrenagens e impressão 3D.

Rolamentos de roda convencionais, porém, com esferas de plástico superdimensionadas em pistas de plástico. As pedivelas giram em mancais lisos de plástico (buchas). Os pedais também giram em buchas de plástico, mas otimizados para eixos de pedais de alumínio. Engrenagens, cassete, correia... todo o conjunto de plástico. O som produzido por esse sistema deve ser interessante.

Além de ser um produto que, como os irmãos dizem, “nunca enferruja, nunca precisa de óleo e nunca precisa de limpeza”, imagine que você poderia fazer uma bicicleta totalmente nova a partir da sua antiga. Vamos aguardar os próximos capítulos. 

Detalhes: https://www.mtrl.bike/

LIBERDADE SOBRE RODAS

Afabricação de cadeiras de rodas com mão de obra de detentos está ajudando a levar inclusão dentro e fora do Estabelecimento Penal Masculino de Regime Fechado de Ivinhema, que iniciou no último mês a transformação de bicicletas velhas apreendidas pela Justiça em possibilidade de maior acessibilidade para quem necessita desse instrumento de auxílio na locomoção.

O objetivo é atender pessoas com deficiência que não têm condições de pagar pelo equipamento - o custo de uma cadeira de rodas, do modelo fabricado industrialmente, é de cerca de R$ 800. A iniciativa assim tem reflexo na qualidade de vida das pessoas, já que a meta é a de fabricar 400 cadeiras de rodas.

CALOI É A NOVA EQUIPE DE AVANCINI

Obom filho a casa torna. Após 8 temporadas, um dos maiores atletas do MTB mundial, Henrique Avancini, anunciou seu retorno à Caloi. O principal objetivo agora é construir um time brasileiro forte no cenário do mountain bike mundial. A equipe Caloi Henrique Avancini Racing participará, nos próximos anos, de todas as grandes competições do MTB.

Challenge Chaoyang de Mountain Bike 2023

Pedra Branca Palhoça SC

OChallenge Mountain Bike é um evento ciclístico que percorre todo estado de Santa Catarina e já acontece a 5 anos em Palhoça, recebe cerca de 800 participantes por etapa, divididos em categorias e faixas etárias.

O município de Palhoça localizado na Grande Florianópolis, faz divisa com São José, São Pedro de Alcântara, Santo Amaro da Imperatriz e Paulo Lopes.

O município é recheado de atrações naturais, paisagens de tirar o fôlego e a estrutura da Pedra Branca e Unisul contribuíram

para acomodar os atletas e seus familiares.

Os trajetos percorreram trilhas e estradas da região, sendo dividido em nível técnico para atletas iniciantes e experientes. Essa mistura é uma forma pra quem está iniciando no esporte de aprender com demais atletas que já estão habituados a competição.

O Challenge Mountain bike, também é uma opção para toda a família, pois conta além das categorias habituais, com categorias kids para as crianças, bem como estrutura de brinquedos enquanto seus pais competem.

Dentro desse cenário aconteceu um verdadeiro desafio de mountain bike, 63km para as categorias Pro, 45 para as categorias Sport e Amadores completaram 25 kilometros.

Na Pro o mais rápido foi André Gohr, com tempo de 2h e 24 minutos, seguido de Wellinton Bertoldi e Arthur Damasceno Torquato.

“Muito feliz em iniciar mais um ano a temporada de mtb no Challenge Chaoyang de Mountain bike, e melhor ainda podendo vencer. A organização mais uma vez deu show, evento impecável, o novo percurso está sensacional,

todas as trilhas limpas, percurso sinalizado, pontos de apoio, uma verdadeira prova de mtb. Somente agradecer e parabenizar ao Borges e toda a sua equipe, e seguimos já pensando na próxima etapa.” Declarou André Gohr.

Na categoria feminina Pro Tamires Radatz, foi a primeira com 2h e 55 minutos, Jessica Ribeiro em segun-

do e Bruna Souza na sequência.

A prova teve grande participação nas categorias Pro e Sport, atraídos por um trajeto muito seletivo, o que resolveu dificultar a tarefa dos bikers foi o calor forte, exigindo ainda mais a concentração e habilidade dos atletas. A hidratação em uma situação de prova como essa é primordial para que

consiga finalizar a prova. A organização caprichou nesse ponto.

Os atletas mais rápidos da Sport foram Axel Kruger com 1h e 56minutos, no masculino. No feminino a atleta mais rápida foi Alessandra Carvalho Salvadori com 2h e 34 minutos.

Categorias amadores onde a

maioria curte a prova e o visual, pois se trata na grande maioria de atletas iniciantes, dando seus primeiros passos nas competições. Os primeiros colocados foram definidos nos últimos centímetros de disputa. Samuel Gonçalves levou a melhor sobre Pablo de Souza no tempo de 58 minutos de prova o terceiro colocado foi Anderson Varella completando em 59 minutos o trajeto.

No feminino a primeira colocada foi Isabella

Pinheiro,seguida de Luisa Wurmb e Franciny Moisés da Silva.

O Challenge Chaoyang de Mountain Bike, tem mostrado ser um evento muito familiar, impecável em detalhes. Para atender não só os atletas, mas toda a estrutura que envolve o atleta e seus acompanhantes.

“Temos crescido a cada etapa, e isso envolve também o emocional, tem pessoas vindo de 

diversos municípios e estados diferentes. Fico muito feliz e realizado, por que gera uma enorme expectativa em cada participante e estamos atingindo essa responsabilidade a cada etapa entregue.” Flávio Borges, organizador.

A próxima etapa já está marcada para dia 21 de maio em Garopaba.

Agradecimentos a Chaoyang Tires, Sunn Bikes, Free Force, Bodyaction, Solifes, RP bikes elétricas, Altmayer, Tuff, Pedra Bikes, Pedra Branca, Passeio Pedra Bran-

ca, Unisul, Amo, Prefeitura Municipal de Palhoça.

Maiores informações:

www.challengemtb.com.br

www.instagram.com/challengemountainbike 

Cabras usadas na preparação do Paris Roubaix 2023

As cabras no Paris Roubaix

Aorganização da Paris-Roubaix decidiu contratar os serviços de quarenta cabras da região para comer a grama que cresce entre os paralelepípedos. As obras são realizadas na famosa floresta de Arenberg e vão até a semana anterior à corrida.

A Paris-Roubaix é um dos clássicos mais esperados do ano. Um dos monumentos do ciclismo, que conta hoje com cerca de quarenta cabras entre os seus colaboradores.

A ASO, organizadora da competição, lhes confiou a tarefa de comer a grama que cresce entre os paralelepípedos da floresta de Arenberg para que esta seção esteja em perfeitas condições nos dias 8 e 9 de abril, quando a corrida é realizada. “Esta é a primeira vez que usamos esse método”, disse o designer de corrida da ASO, Thierry Gouvenou, à Cycling Weekly. Assim, as cabras são uma forma ecológica de fazer um trabalho muitas vezes reservado para herbicidas e cortadores de grama.

A iniciativa também visa apoiar a

tradição e a economia da região. Para isso, são utilizadas as cabras Poitou pertencentes à instituição Espoir Avenir, que dá trabalho a desempregados. Entre as suas fileiras, contam também com a ajuda de algumas ovelhas Boulonnais. As cabras comem a grama do Arenberg desde fevereiro. No momento, o rebanho está localizado nos primeiros 900 metros dos 2.300 que este trecho possui.

A escolha de Arenberg como campo de trabalho não é por acaso. A verdade é que aqui a relva cresce mais rápido porque o local está fechado ao trânsito e “também é muito escuro e úmido”, como explica François Doulcier, presidente da Les Amis de Paris-Roubaix (responsável pela manutenção das calçadas). Além disso, “o pastor diz que as cabras ficam encantadas em fazer suas excursões diárias ao Arenberg”, diz Gouvenou.

A iniciativa começou há mais de um ano, quando a ASO realizou uma reunião no início de 2022

com representantes locais, a comissão florestal e Les Amis de Paris-Roubaix. Da reunião surgiram várias ideias para manejar a grama que crescia livremente ao longo dos trechos de paralelepípedos. “Tentamos varrer, usar fogo para queimar a grama e arrastar uma escova gigante atrás de um trator”, disse Gouvenou em comunicado à mídia britânica.

A organização não descarta voltar a recorrer às cabras durante o ano. Tudo vai depender de quanto a grama cresce nos próximos meses. Por isso, Gouvenou aponta que elas poderão ter de regressar “mais uma, duas ou três vezes”. 

Paris Roubaix 2021 – A.S.O.

O processo químico da felicidade

A química da Felicidade

Felicidade é um processo químico que começa no cérebro, saiba como.

Para celebrar o Dia Internacional da Felicidade, comemorado no dia 20 de março, o Conselho Federal de Química (CFQ) chamou atenção para a impor-

tância de o ser humano manter o bem-estar em dia.

Para isso, a Autarquia disponibiliza a cartilha “A Química das Emoções”, que informa o que são e como atuam os neurotransmissores liberados no cérebro.

Uma vez desregulados, esses mensageiros químicos fazem com que o corpo reaja com mau-humor, irritação, ansiedade, insônia, estresse, falta de disposição, tristeza e até depressão.

Ter uma vida equilibrada, com alimentação saudável, prática regular de atividade física, momentos de lazer e sono regulado ajuda a manter esses hormônios em quantidade ideal no corpo, garantindo, assim, uma boa qualidade de vida.

Confira cartilha “A Química das Emoções”.

CLÁSSICA

BOOM DO CICLOTURISMO

A RAINHA DO CICLOTURISMO NA ITÁLIA

O cicloturismo na Itália com um toque Brasileiro. Sim, isso mesmo!

Ela é a Cecília, mas para os amigos somente Ceci. Não há ciclista que ao pensar em pedalar na Europa não tenha escutado o nome dela.

Já muito conhecida no Brasil, o seu profissionalismo está brilhando na Europa. Nos últimos anos seu trabalho foi reconhecido por importantes jornalistas europeus, sendo citada na coleção de livros “Italia in bicicletta” da editora La Repubblica e National Geografic, além de revistas de setor e blogs especializados.

Claro que a gente não podia perder a oportunidade de entrevistar.

P: Sabemos que você fez muita estrada, mas continua sendo a Ceci de sempre. Estamos curiosos em saber como vc fez essa escalada na Europa.

R: Simples, como se diz no gergo italiano da bicicleta: testa bassa e menare, ou seja, cabeça baixa e dar duro. Muito trabalho, muita dedicação e muito amor pelo que faço, isso é essencial.

Como cheguei até aqui é uma long história, daria para escrever um livro (risadas). São mais de 20 anos de estudo, trabalho, cursos e experiências; tudo isso me formou e me deu grandes possibilidades.

P: Mas você começou com a agência de turismo aqui no Brasil, certo?

R: Sim! Organizo viagens de bike para brasileiros desde 2013, o primeiro grupo que fiz foi com o Clube do cicloturismo; 98 ciclistas! Loucura, mas nunca tive medo de nada, pelo contrário, o difícil me desafia; exatamente como um ciclista que quer conquistar uma montanha. A Italybiketour continua crescendo cada vez mais, mas abertura de um local na Italia deu um grande impulso na minha vida profissional. Inicialmente foi como uma vitrine e hoje é um verdadeiro sucesso.

P: Na sua opinião, qual foi o fator que te levou ao sucesso?

R: Acho que seria melhor fazer essa pergunta aos meus clientes (risadas). Fazendo uma análise posso dizer que alguns pontos influenciaram muito.

Na época que comecei, não existia uma oferta específica para o mercado brasileiro.

Por um lado, o fato de ser brasileira, conhecer o mercado, a cultura e as necessidades dos brasileiros, foi fundamental para idear as viagens dos sonhos.

Por outro lado, o fato de ser italiana, conhecer muito bem este país, me deu a vantagem de combinar os dois aspectos e filtrar aquilo que realmente o brasileiro espera de ver, experimentar e viver por aqui.

A Itália é linda, com certeza, mas nem tudo é interessante para a gente.

Vou te dar um exemplo: uma vez fui convidada para conhecer um novo território, e “perdi” uma tarde inteira visitando uma casa feita de barro. A casinha era uma gracinha, sem dúvida, mas não é algo que possa interessar ao público brasileiro.

Toda essa atenção em selecionar, em trazer sempre o melhor ao cliente, nos tornou uma agência com um altíssimo nível de fidelização. Temos clientes que fazem até 4 viagens ao ano conosco.

Amo fazer as pessoas felizes, e isto está dentro de mim, muito acima de aspectos financeiros!

P: É com certeza um grande propósito de vida, e poder conciliar o que

se ama com o próprio trabalho é o sonho de muitos.

R: Sim, com certeza, mas nem tudo é fácil como parece.

Nosso trabalho não termina quando os ciclistas apoiam a bike. Gerenciar imprevistos é o nosso pão cotidiano.

Da troca de aeroporto no último minuto, a bagagem que não chega, à bike que chegou quebrada, ao resfriado, ao passaporte esquecido no cofre do hotel, etc. Temos que resolver problemas quotidianamente e a rapidez em resolver é fundamental.

Uma vez o cliente chegou com a bike quebrada. Então de um lado corre para encontrar uma substituta, do outro já contatamos nossos parceiros que entraram

com pedido de garantia de crash refund.

Nosso trabalho vai muito além do que prometemos, é empatia, é se colocar no lugar do outro, é ajudar; vai além de serviços turísticos.

P: Isso é realmente um diferencial. Você acha que essa forma de trabalhar tenha ajudado também no seu sucesso na Europa?

R: Com certeza! Na Europa o conceito de servir não é tão enraizado como no Brasil. Sabemos quanto o brasileiro gosta de ser bem recebido e tratado. Esse modo de trabalhar abriu o coração dos italianos e conquistar este mercado foi somente questão de oportunidade de mostrar a primeira vez. 

P: Qual serão os planos para o futuro?

R: Eu nunca fico parada (risadas) e com certeza em breve já estarei com novidades.

Vou te dar de antemão: uma cycling house!

Uma belíssima Villa, perfeita para um grupo de ciclistas que querem serviços de excelência, privacy, atividade física, bem-estar e turismo. Tudo em uma única casa.

Agora, Cecília, falando aos brasileiros que querem pedalar na Europa:

P: Que épocas do ano você recomenda aos brasileiros pedalarem na Europa?

R: A Europa tem lugares para se pedalar 365 dias ao ano! Desta forma é somente balancear alguns aspectos como estação do ano e condicionamento físico. Vou dar alguns exemplos: janeiro é um mês de inverno na Europa, mas na nas Ilhas Canárias, são ilhas espanholas localizadas na costa da África, que oferecem um ótimo clima, exatamente por isso é considerada a Meca dos profissionais no início do ano. Mas atenção: é uma ilha vulcânica, então somente sobe e desce e requer uma boa preparação física!

Se você é um cicloturista, gosta de curtir os lugares pedalando, e a performance não é o seu objetivo; meu conselho é pedalar entre março e junho, e entre setembro e outubro. Já se você é amante de desafios, adora uma montanha; então seu período ideal vai da metade de

junho a metade de setembro. Mas atenção com o mês de agosto, na Europa é alta temporada do verão, preços caros e muito movimento nas estradas!

P: Que regiões e roteiros você sugere aos brasileiros na Itália e demais países da Europa?

R: A Europa tem uma oferta enorme, é o melhor lugar para se pedalar no mundo! A primeira coisa a se fazer, para aconselhar alguém a escolher sua viagem, é entender o perfil do ciclista e o objetivo da viagem. Alguns roteiros mesclam bem turismo, gastronomia, história e bike, outros têm mais natureza e performance. Existem regiões, como por exemplo a Emilia Romagna e Marche, que oferecem uma variedade enorme de pedais. Aqui você consegue atender, seja o perfil do ciclista leisure que do ciclista

de performance; além de oferecer várias atrações para os acompanhantes, transformando uma viagem de bike para uma viagem da família toda. Já na Espanha você pode encontrar essa variedade na Costa Brava. Na França, posso sugerir ficar nas proximidades de Avignon, ou na bela região da Alsácia.

P: Quantos dias são ideais à uma viagem assim?

R: Nós recomendamos sempre 5 dias de atividade de bike, mas sabemos que muitos preferem até mais dias. Isso realmente depende de cada um, depende do período de férias, se está com a família ou somente com amigos, etc. O ideal é sempre um mínimo de 3 dias para poder saborear mais essa experiência. Muitas vezes o primeiro dia pode suscitar ânsia, preocupação, adaptação à bike; e desta forma acabam não aproveitando o máximo do benefício de se pedalar. Com o passar dos dias, estes sentimentos evaporam e começa a verdadeira curtição!

P: Que tipo de estrutura, acomodações e logística o brasileiro pode esperar ao contratar a Ceci?

R: O nosso único objetivo é fazer as pessoas felizes, e isso não seria possível se não tivesse uma correlação 

entre expectativa e realidade. Nosso ponto forte é com certeza nosso Staff que tem uma disponibilidade única com os clientes, sempre disponíveis em ajudar, auxiliar, resolver problemas, e isso vai muito além dos serviços prestados como agência; isso é pessoal, é caráter! Para mim o lado humano é extremamente importante, está em primeiro lugar. Já em relação às acomodações, buscamos sempre as melhores opções entre localização, tradição e charme. Buscamos oferecer diversas experiências dentro da mesma viagem, para que a memória do que foi vivido seja relembrado quase como um sonho. 

SHIMANO PATENTEIA UM SISTEMA DE CARREGAMENTO POR INDUÇÃO

Fotos Patente Shimano

Carregamento por indução que funciona em movimento

Agigante japonesa patenteou um sistema de carregamento de diferentes componentes eletrônicos por indução eletromagnética. Os dispositivos seriam alimentados por uma bateria central, de modo que não precisariam mais ser carregados separadamente. Esta novidade é pensada para e-bikes, embora possa ser transferida para outras bicicletas.

O sistema idealizado pela empresa japonesa permitiria que a maioria dos componentes eletrônicos de uma e-bike fossem carregados por indução eletromagnética da bateria central. Vamos por partes para entender como funcionaria e que implicações teria.

Com essa tecnologia, portanto, as baterias de componentes, como o câmbio traseiro eletrônico ou o espigão do selim, seriam carregadas sem fio por indução. Os engenheiros da Shimano projetaram este carregamento por indução eletromagnética - que é realizado em movimento - para funcionar com uma frequência entre 100 e 200 kHz.

Desta forma, não será necessário carregar antecipadamente tudo o que funciona com a bateria. Com o sistema que a Shimano propõe, bastará carregar a bateria central e, a partir desta, a carga será distribuída para o restante dos componentes.

O único componente que não poderá receber energia por indução é o câmbio traseiro (além, é claro, da bateria central, que também não pode ser carregada por esse método).

Outro benefício seria a leveza dos componentes. Como suas baterias

podem ser constantemente alimentadas, elas podem ser menores em tamanho do que são hoje.

O sistema foi pensado para MTB e estrada, embora seja fácil supor que não será difícil adaptá-lo a outros tipos de bicicletas, como gravel ou cargueiras. Para bicicletas de estrada, a Shimano explica que os componentes que poderiam se beneficiar desse método de carregamento seriam o câmbio

direcionar a energia ao componente correspondente. A invenção japonesa acabaria com a tarefa de carregá-los todos separadamente, mas usar mais cabos do que o necessário agora poderia causar outros problemas: o roteamento interno seria mais complicado e complexo.

No entanto, a Shimano esclarece na patente que o sistema permitiria que os componentes fossem

dianteiro e uma luz. Em relação ao MTB, o horizonte de possibilidades está se ampliando e seria possível carregar com a indução o canote ajustável eletrônico, uma luz e as suspensões dianteira e traseira.

Indução à distância

A Shimano tem que lidar com uma das desvantagens do carregamento por indução, que exige que os dois dispositivos (o que carrega e o que recebe a carga) estejam próximos. Ou seja, uma distância bem menor do que a que separa a bateria de uma bicicleta, localizada no tubo inferior, com a luz, a suspensão ou o desviador.

Para contornar essa dificuldade, seria necessário um cabo para

carregados entre um e dois metros de distância. Algo bem ambicioso, mas que resolveria o problema.

Parece provável que essa novidade possa ser incorporada em bicicletas não elétricas sem muita dificuldade. Para fazer isso, eles teriam que ter uma bateria, embora fosse muito mais leve e menor do que em uma e-bike, pois só precisaria alimentar os componentes. 

Link para documento: https://image-ppubs.uspto.gov/ dirsearch-public/print/downloadPdf/20230021733

UMA BICICLETA EXCÊNTRICA, INCLUSIVE NO PREÇO

Fotos

A extravagante Festka Kafka

Abike customizada, que custa uma bagatela, vem de Praga, e foi encomendado por um comprador apaixonado pelas obras do autor austríaco Franz Kafka

A Festka é uma fabricante de bicicletas sediada na República Tcheca que ficou famosa no mercado de veículos de duas rodas por seus modelos excêntricos e caros. Sua lista de clientes inclui milionários de todo o mundo e celebridades como o ator Orlando Bloom, por exemplo. Indo além, a marca costuma fechar parcerias com artistas e designers renomados para agregar ainda mais valor aos seus produtos, que já custam dezenas de milhares de dólares. A novidade mais recente da empresa, a Festka Kafka, se aproveita dessa estratégia.

A bicicleta totalmente personalizada foi encomendada por um consultor de aquisições corporativas de Nova York apaixonado pelas obras do autor austríaco Franz Kafka, considerado um dos escritores mais influentes do século XX.

Quem assumiu o projeto de customização foi o designer Michal Bacak. O artista sugeriu que a bike fosse pintada com ilustrações e frases que remetem as obras do autor. O comprador aprovou a ideia e deu sinal verde.

Por fim, uma obra de arte sobre rodas! Valor do brinquedinho de luxo? Cerca de R$ 160 mil

PERSONAGENS