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Secovi e Abadi apresentam indicadores habitacionais

imobiliário que, por conta de informações mais concretas e assertivas, reduz o cenário de incerteza nesse segmento. A margem de erro está em torno de 3%, um índice confortável para as análises. “A pesquisa tem caráter estatístico e serve como base representativa no Rio de Janeiro. Fatores como o home office são novos; o mercado não tinha essas informações, que estamos trazendo para que possamos também ter um novo perfil desse consumidor”, analisa Eiras.

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inadiMPlência Maior

Com o objetivo de apresentar um retrato mais apurado do mercado imobiliário no Rio de Janeiro no período pós-pandemia, o Sindicato da habitação do Rio de Janeiro (Secovi Rio), a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) e o Centro de Pesquisa e Análise da Informação (Cepai) divulgaram em coletiva de imprensa realizada em 16 março os indicadores habitacionais da cidade para 2023.

O resultado do estudo é fruto de uma iniciativa conjunta de dez administradoras de imóveis que operam em diferentes regiões da cidade e que contribuíram com dados importantes para que a pesquisa pudesse, efetivamente, trazer um panorama real da expectativa do setor no que tange a condomínios e locação.

Os dados, coletados ao longo dos últimos meses, têm como base o ano de 2022 e prospectam os indicadores para venda e locação nas diferentes regiões. As informações são referência em um programa de confidencialidade voltado diretamente para que empresários e a sociedade em geral adotem uma postura mais firme no momento de decidir sobre seus investimentos no segmento.

Conforme Maurício Eiras, coordenador do Cepai, a pesquisa facilita um mapeamento mais objetivo do mercado

Tomando como base o período pós-pandêmico, os reflexos se dão na inadimplência condominial, sendo as unidades de pequeno porte as mais atingidas. Na categoria de imóveis residenciais, o bairro do Méier é o que mais sofre com as dívidas, seguido por Copacabana e Centro, enquanto Madureira e Tijuca, bairros com alto índice de imóveis comerciais, são líderes de inadimplência do setor. Na parte de baixo da tabela, Flamengo, com 5,7%, e Jardim Botânico, com taxa de 6,3%, são os bairros com os menores índices.

Segundo Rafael Thomé, presidente da Abadi, fatores como a alta taxa de desemprego e o endividamento recorde das famílias contribuíram sensivelmente para que os números percentuais chegassem a 11% entre os condomínios residenciais e 18% entre os comerciais. Para configurar o resultado da pesquisa, foram levantados dados de 5.268 condomínios, cerca de 254.127 unidades.

Outro fator a ser destacado é o número de ações judiciais, que atingiu o patamar de 15 mil processos, a maioria deles por inadimplência. Em 2020, a média de ações foi de 300; já no primeiro trimestre de 2023, o fluxo de processos ajuizados está na ordem de mil.

Ainda com dados fornecidos para a pesquisa, os modelos tradicionais para locação de imóveis seguem tendo a figura do fiador como a principal garantia locatícia.

“Como consequência da pandemia, as administradoras tiveram de negociar muito sua carteira de imóveis e, ainda assim, adaptar-se à nova realidade é um processo. A figura do fiador segue sendo a garantia mais pedida, até mesmo nos imóveis comerciais”, diz Thomé.

De acordo com a pesquisa, o Centro do Rio de Janeiro é um dos polos com maior tendência de aumento nas locações residenciais e comerciais. O aquecimento de negócios nessa região é reflexo do projeto Reviver Centro, que visa mostrar uma área que oferece melhor qualidade de vida para quem trabalha no local.

“Outro reflexo da pandemia são hábitos que foram incutidos no dia a dia do carioca, entre eles a mobilidade. O que vemos na região do Centro do Rio são investidores atentos a esse cenário e à incerteza econômica, especialmente no que se refere aos ativos. Logo, o mercado imobiliário passou a ser uma boa opção para quem quer investir, por isso vemos empreendimentos ganhando força, seja para uso próprio, seja para quem está de olho nos executivos que vêm à cidade por curto espaço de tempo a trabalho, impulsionando também o segmento de locação por temporada”, ressalta Rafael.

Sob esta óptica, além dos empreendimentos familiares, ganham força os espaços menores, de até 40 m², pensados especialmente para o público que trabalha na região.

Pedro Wähmann, presidente do Secovi Rio, acredita que a pesquisa é uma importante base de dados, tanto para a imprensa quanto para os investidores, que terão a oportunidade de acesso a informações mais precisas sobre o segmento.

“Saber como o mercado vem se comportando e acompanhar os indicadores habitacionais é uma forma de analisar o presente para prospectar os próximos passos. Quando temos essa análise de forma mais precisa e consistente, feita com isenção, qualidade e credibilidade, a possibilidade de tomar decisões assertivas no segmento aumenta”, afirma o gestor do sindicato, que está completando 80 anos.

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