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Síndicas de sucesso
LD – Infelizmente, ainda sofremos preconceito na área condominial, assim como em outras áreas. No entanto, é importante ressaltar que a discriminação de gênero não deve ser tolerada em nenhum ambiente, incluindo os condomínios.
É essencial que haja uma cultura de igualdade e respeito mútuo, independentemente do gênero.
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Cetc. – Enfrentou muitas dificuldades?
LD – Minha experiência no mundo corporativo ajudou a abrir portas na área condominial; hoje em dia, a maioria de nossos clientes nos procura por indicação.
Cetc. – Você se considera uma síndica digital ou analógica? Dá para conciliar essas preferências nos condomínios?
LD – Atualmente, existem muitas ferramentas digitais que podem facilitar a comunicação entre os moradores, realizar a gestão financeira do condomínio e organizar a manutenção, entre outras atividades. No entanto, é importante lembrar que nem todos os moradores se sentem confortáveis com a tecnologia e algumas pessoas podem preferir métodos mais tradicionais de comunicação, como o papel ou o telefone. É fundamental conciliar essas opções para garantir que todos os moradores sejam atendidos de forma eficaz e justa.
Por isso, acredito que a combinação de métodos digitais e analógicos pode ser uma boa opção para a gestão condominial, permitindo que os moradores escolham o que melhor atenda às suas necessidades e preferências. O importante é buscar eficiência e praticidade, sem deixar de lado o respeito às diferentes formas de comunicação e trabalho.
Cetc. – Entre os condomínios que você atende, a maioria dos moradores tem preferência digital ou analógica?
LD – A pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo no uso de ferramentas digitais na gestão condominial. Com a necessidade de manter o distanciamento social e evitar aglomerações, tivemos de recorrer a soluções digitais para nos comunicar com os moradores e a administração do condomínio. Ferramentas como aplicativos de comunicação, sistemas de gestão financeira on-line e reuniões virtuais se tornaram mais comuns. Com isso, muitos moradores tiveram de se adaptar ao uso desses recursos, e aqueles que já eram adeptos da tecnologia tiveram ainda mais incentivo para utilizá-la.
A adaptação e preferência pela utilização de ferramentas digitais têm sido a escolha da maioria dos condomínios que atendemos.
Cetc. – Em tempos de assembleias ordinárias, qual modalidade seus condomínios têm adotado? Presenciais, digitais ou híbridas?
LD – houve um aumento significativo na opção por assembleias digitais em condomínios de pequeno e médio portes.
Já em condomínios maiores, a assembleia presencial ainda é a escolha que funciona melhor.
Cetc. – Qual a importância de uma administradora para uma boa gestão?
LD – A administradora é uma parceira fundamental na gestão do condomínio, que nos ajuda a desempenhar nossas funções com eficiência, transparência e em conformidade com a legislação e as normas do condomínio.
Cetc. – Dá para agradar a todos os moradores? Como você lida com as diferenças?
LD – É praticamente impossível agradar a todos, principalmente em condomínios com muitos moradores e diferentes perfis. Cada pessoa tem suas expectativas e necessidades, por isso é importante que o síndico saiba lidar com as diferenças de forma diplomática e justa.
É preciso:
1. Ouvir as demandas dos moradores, entender suas necessidades e buscar soluções que atendam à maioria;
2. Ser transparente: manter uma comunicação com clareza e objetividade é essencial para garantir a confiança e o respeito dos moradores. Assim, eles se sentirão mais confortáveis em apresentar suas demandas e sugestões;
3. Ser imparcial: o síndico deve sempre tomar decisões impar- ciais, baseadas em critérios objetivos e em conformidade com a legislação. Isso ajuda a minimizar possíveis conflitos e promover um ambiente mais harmonioso;
4. Estabelecer normas claras: é importante que o síndico defina normas claras e objetivas, que todos os moradores possam entender e respeitar;
5. Buscar o consenso: em casos em que haja divergências entre os moradores, o síndico pode tentar buscar o consenso entre as partes. Para tanto, convém realizar reuniões, assembleias, solicitar mediadores ou outras ações que visem promover o diálogo e a negociação entre as partes envolvidas.
Assim, com uma atuação transparente, objetiva e imparcial, é possível minimizar os conflitos e promover uma gestão mais eficiente e harmoniosa do condomínio.
Cetc. – Algum comentário sobre como é ser síndica nos dias atuais?
LD – Ter empatia e muita inteligência emocional é essencial para ser uma boa síndica.
Cetc. – Você teve algum grande desafio até agora? Qual foi e como resolveu ou lidou com isso?
LD – Em um condomínio da zona oeste, fui obrigada a tomar a decisão impopular de fechar temporariamente uma piscina que havia sido construída ilegalmente e fora das normas, que representava risco de vida para os moradores. Foi um desafio significativo convencer os residentes a esperar o término das obras necessárias antes de reabrir a área.