Revista Conecte

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R E V I S TA

A NO I

E DIÇ Ã O I

M A RÇ O DE 2 0 15

N. 0 1

DI S T RIB UIÇ Ã O GR AT UI TA

INF ORM A Ç Ã O & AT I T UDE

Guilherme Schelb

RE V I S TA C ONE C T E

M A RÇ O 2 0 15

Combate a corrupção e a violência contra crianças

Deu positivo? O que fazer diante de uma gravidez inesperada

Christiane Yared Uma chance para a mudança

QUE FAZ A

FALTA ÁGUA?

Prepare-se para o furacão gerado pela má gestão pública do nosso bem mais precioso 1

EDIÇÃO ESPECI A L DE L A NÇA MENTO


2 MAR. 15

EDIÇÃO 1


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STAFF Sérgio A. de Oliveira Diretor executivo Idealizador da Revista Conecte. Traz na bagagem a experiência de ter vivido 17 anos fora do Brasil, sendo os últimos 13 nas cidades de Londres e Madri.

EXPEDIENTE

Lucimara R. S. de Oliveira Diretora financeira e revisora

EDITORA CONECTE LTDA - ME

A experiência de ter vivido 17 anos fora do Brasil, sendo os últimos 13 nas cidades de Londres e Madri, ao lado de seu esposo, compõe seu perfil profissional.

CNPJ 21.447.821/0001-40

Redação (41) 3075-0019 contato@revistaconecte.com.br www.revistaconecte.com.br Publicidade comercial@revistaconecte.com.br Diretor executivo Sérgio A. de Oliveira sergio@revistaconecte.com.br Editora-chefe Amália Dornellas editora@revistaconecte.com.br Textos Simone Mota Evandro Augusto Kathulin Tanan Projeto Gráfico & Diagramação Victória Romano

Amália Dornellas Editora-chefe Jornalista por paixão e formação. Já editou publicações segmentadas na área de segurança e tecnologia. Foi repórter dos cadernos especiais da Gazeta do Povo, escrevendo principalmente sobre gastronomia, educação e saúde. Também é formada em Letras, pela UFPR.

Simone Mota Repórter Jornalista formada pela PUCPR, já mergulhou no empreendedorismo e na área educacional, na produção de conteúdos profissionalizantes e para crianças.

Evandro Augusto Colaborador Estudante de Jornalismo na UFPR.

Revisão Mara Oliveira Fotos especiais João Cavalheiro Junior Make up (staff e Christiane Yared) Samara Dornellas

Kathulin Tanan Colaboradora

Colunistas convidados Adeildo Nascimento Ana Paula Mota Luciano Subirá Paschoal Piragine Paulo Afonso Nunes Nassif

Estudante de Jornalismo na Universidade Positivo. Traz a experiência de trabalhar na Rede Massa de Televisão como estagiária de jornalismo.

Impressão Hellograf

Victória Romano Designer gráfica

Tiragem 5.000 exemplares Ano I | Edição I | Março de 2015

Responsável por dar vida aos textos da revista. Formada em Tecnologia em Artes Gráficas, pela UTFPR, e em Design Gráfico pela UFPR.

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EDIÇÃO 1


EDITORIAL

T

odo ano que começa pede novidades. A partir de agora, a Revista Conecte chegará às suas mãos, todo mês, trazendo informação e atitude. Nosso slogan reflete a linha editorial que conduzirá cada edição. Desejamos que você, caro leitor, desfrute de conteúdo de qualidade e de opiniões com coerência. Os assuntos do cotidiano não precisam ser chatos. Embora a rotina faça parte da nossa vida, muitos detalhes passam despercebidos e interferem na nossa qualidade de vida e bem-estar. Com informação de qualidade podemos viver melhor e alcançar a plenitude de uma vida feliz. Nosso objetivo é tornar seu dia a dia especial! Essa é nossa edição inaugural e as próximas já estão sendo preparadas e estarão disponíveis sempre no 1º dia de cada mês. Acompanhe também pelo nosso site e pela nossa Fan Page no Facebook todas as novidades! A Conecte chegou para te deixar em ótima companhia. Nesta edição especial de lançamento, conheça o outro lado da crise da água e confira uma matéria exclusiva com a deputada federal, Christiane Yared. O eleitor apostou e deu uma nova chance para a mudança. Descubra por que ela decidiu encarar o Congresso Nacional. Especialmente para as mulheres, trazemos uma abordagem diferente sobre as surpresas de uma gestação inesperada e, para os homens, como encarar a paternidade. Afinal, ser pai não é tão complicado assim. Para quem pretende aproveitar um final de semana diferente, mostramos as surpresas que um destino bem pertinho de Curitiba oferece. Descubra qual é! Não deixe de ler também a entrevista com o procurador da república, Guilherme Schelb, que revela com exclusividade a Conecte os bastidores das famosas operações contra corrupção do início dos anos 2000. Ainda, Luciano Subirá, articulista convidado, fala sobre o futuro da política no Brasil. Também esperam por você artigos e matérias falando sobre romantismo, o poder da influência, solidariedade, carreira, esporte e muito mais! Boa leitura!

Amália Dornellas Editora-chefe

W W W.RE V I S TA C ONE C T E . C OM.B R

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W W W.F A C E B OOK .C OM.BR / RE V I S TA C ONE C T E

Espaço do leitor Você é muito especial para nós e por isso também terá seu cantinho reservado todos os meses. Na próxima edição o Espaço do leitor já estará ativo e você poderá aparecer nele! Envie suas sugestões, comentários, elogios e críticas. Sua participação é fundamental para que a cada edição possamos preparar um conteúdo do jeitinho que você espera. ;)

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QUER QUE SEUS FILHOS E NETOS TENHAM UMA VIDA DIGNA? Conheça o que está por trás da crise da água e faça sua parte. pg.

Í N DICE

28 12

O futuro da política no Brasil

Um futuro de esperança É possível fazer sua parte para um amanhã melhor

pg.

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Guaraqueçaba Quer curtir um final de semana diferente? Apesar de não ser muito conhecida, é um ótimo destino para quem quer um bom descanso em contato com a natureza.

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Do combate ao crime à proteção da criança e do adolescente Guilherme Schelb ganhou notoriedade ao desencadear uma série de investigações de combate ao crime organizado

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Direito. Por que não?

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Conheça um pouco mais das possibilidades da profissão com o desembargador do TJ-PR, Gamaliel Scaff.

Raça em extinção iminente

Uma chance para a mudança

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A expressiva votação de christiane é a resposta de uma sociedade cansada de corrupção e impunidade.

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Grávida. E agora? Como lidar com as incertezas de uma gestação

Cirurgia bariátrica Tire suas dúvidas com o Dr. Paulo Nassif

Pai de verdade. A jornada paterna começa na gravidez

Romantismo é bom. E todo mundo quer um pouco.

Conecte-se Confira dicas de cultura

As Olimpíadas estão aí!

Você quer ir rápido ou longe?

As baixinhas também podem

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P E RF IL

DO COMBATE AO CRIME à proteção da criança e do adolescente

Texto

Amália Dornellas Fotos

João Cavalheiro

G

uilherme Schelb é brasiliense, marido, pai de dois filhos e procurador da república. Responsável por investigações que ficaram famosas no início dos anos 2000. Hoje, exerce forte influência pelo país na orientação para prevenção à violência contra crianças através do Programa Proteger (Programa Nacional de Prevenção da Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil), criado por ele em 2004. Seu nome ganhou notoriedade ao desencadear uma série de investigações de combate ao crime organizado, lavagem de dinheiro e corrupção em órgãos públicos federais, atuando em investigações criminais na Europa, Estados Unidos e América do Sul. Coordenou investigações como a “Operação Anaconda”, “Operação Vampiro”, “Guerrilha do Araguaia”, “Operação dos Bingos”(na qual estavam envolvidas as máfias italiana e espanhola), escândalo do Banco Marka e escândalo dos aviões da FAB. É autor de diversos livros, como “Violência e criminalidade infanto-juvenil”, e também da coleção em quadrinhos “Crianças e Adolescentes”, que orienta profissionais e pais a prevenir a violência infanto-juvenil. Realiza palestras em escolas, universidades, hospitais, setores policiais, igrejas, empresas, abrigos e tribunais voltadas à prevenção da violência contra a criança e o adolescente. Schelb concedeu entrevista à Revista Conecte enquanto participava de um evento do Proteger em Curitiba, promovido pelo Centro de Educação Cristã Ceduca, em novembro.

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C - Qual é a sensação de ter feito parte de operações tão importantes no Brasil? GS - Eu tive uma vocação de sair da esteira burocrática e buscar aquilo que especialmente a justiça não era capaz de trazer à luz, os grandes esquemas de corrupção no Brasil, especialmente em Brasília, no jogo de poder contaminado pelo toma lá dá cá. Comecei a agir assim em 1999. Todas as esferas do poder tiveram uma reação profunda. O poder não quer ser investigado. As leis que eu utilizei já estavam vigendo há anos, mas os procuradores não colocavam em prática ou não tiveram eficácia. Utilizei muito a imprensa, televisões e rádios. Meus trabalhos sempre foram focados em coleta de boa prova para levar à justiça o crime organizado e os grandes esquemas que uniam políticos corruptos e redes externas. O poder político ficou atônito, foram 60 ações só em dois anos. Lembro até hoje que o então presidente quis fazer uma operação nas Ilhas Cayman. Não era algo errado, mas usou o mecanismo incorreto. Quando ele anunciou, a imprensa veio até nós. Em dois dias elaboramos uma petição e propusemos uma ação. O governo desistiu dois dias depois. A ação surtiu efeito sem sentença, não teve liminar, não teve nada. Isso é muito salutar. O governo ficou com raiva, o PSDB odiava a atuação dos procuradores. O que eu fiz de errado, entre aspas, foi propor ações contra senadores, ministros, filho do presidente. Nesse último, ele cometeu equívocos graves na direção de um evento internacional. Investiguei e propus a ação. Foram devolvidos 10 milhões de dólares. Isso é um caso de centenas. Até hoje respondo ações judiciais de membros do PSDB. A quantidade de deputados e senadores que foram envolvidos em situações de ilícito é enorme. Mas, tenho um orgulho natural. Se eu

paro para olhar, não sei se faria de novo. Às vezes me vejo como uma criança que mata um grande jacaré, mas só percebe o risco que correu depois que matou. Se visse o tamanho dos dentes e soubesse do risco, saía correndo, mas agora já matou. Agora tem os filhotes do jacaré que perseguem a criança. C - Como foi sua trajetória de vida para chegar à carreira de procurador da república? GS - Fiz um único vestibular para Direito, na UnB. Aos 20 anos, formado, refleti sobre que caminho deveria tomar. Poderia ser um advogado e aos 30 ser muito bem sucedido ou poderia ter uma carreira pública e iniciar um trabalho de cunho social. Eu optei pela carreira do MP porque era a forma que eu via de retribuir à sociedade o benefício de quatro anos de estudo gratuito. Meu objetivo era tornar-me promotor da área da infância. Antes de me formar já era funcionário concursado do Senado. Depois passei no concurso para analista legislativo. Meu salário era igual de promotor, saí do Senado para o MP com o objetivo de servir à sociedade. Hoje, meus colegas do Senado ganham mais do que eu. Foi uma vocação mesmo. Atuei quatro anos como promotor de justiça da infância, no Distrito Federal, e então ingressei no MP. Em 1998 vim para Curitiba, fiz um mestrado. Até então eu era um procurador normal, fazia o que me mandavam, resolvia os processos que vinham da justiça. Quando voltei do mestrado senti que precisava mudar algumas coisas. Foi uma mudança de atitude. Havia as mesmas leis, e o mesmo procurador. Mas veio a vontade de fazer algo novo, estando em Brasília, descobrir quais eram os esquemas, o que estava acontecendo. 9


P E RF IL

Casado há oito anos, Schelb atribui a sua esposa, Ellen, a chance que teve de conhecer a Deus. “Ela foi a ponte entre Cristo e eu, e isso foi fundamental na minha vida”. Juntos trabalham na área da família em uma igreja evangélica, em Brasília. Eles são pais de dois filhos.

C - Como nasceu o Proteger? GS - Em 1999 iniciei a ideia, ministrei muitos cursos, mas o projeto com essa formatação e expansão nacional surgiu mesmo em 2004. Ainda quando promotor comecei a ir a escolas, instituições policiais e igrejas dar orientações. Comecei a sentir a necessidade de agir na sociedade. Depois de algumas viagens, percebi que não bastava evento, era preciso algo mais. O Proteger tem a ideia de inspirar pessoas. Não é focado em concentrar a força em uma instituição, mas em dar força para as pessoas, inspirá-las a serem fortes onde estão, nas escolas, igrejas, ruas. Todo material didático que produzimos tem como objetivo ser utilizado sem precisar de treinamento. As pessoas utilizam e difundem o conhecimento. São livros simples, com conteúdo acessível, linguagem cotidiana, casos reais. C - Um procurador promove ações para a efetivação de direitos relacionados ao interesse da coletividade. Quais ações suas contribuíram para a criação do projeto Proteger?

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GS - Ainda como promotor de justiça atuei muito com jovens violentos. De certa forma me transformei num psicólogo, entrevistava os jovens e as famílias. Vendo esse cenário comecei a investigar a história deles. Aí veio o estalo. O histórico desses jovens influenciava na violência. Assim começou a semente do Proteger.

C - Qual livro não falta na sua cabeceira? GS - A Bíblia, sem dúvida. Agora estou lendo também a Obra Bíblica, da National Geographic, que relata as descobertas arqueológicas na região do oriente médio.

C - Lazer? Pratica algum esporte? GS - Por causa das crianças não pratico mais. Chego em casa e vou cuidar do meu filho, que é muito arteiro. E não temos babá, somos nós quem cuidamos. Mas, costumava jogar tênis. Também sou campeão recordista brasileiro de natação.


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P ON T O DE V I S TA

O FUTURO DA POLÍTICA

no Brasil

Por Luciano Subirá

Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa. É líder da Comunidade Alcance, em Curitiba.

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stou certo de que o futuro da política no Brasil está relacionado com a mentalidade do próprio povo, que é responsável por eleger seus representantes. Não podemos sonhar com a mudança política como se ela dependesse apenas de novos candidatos. Depende de nós. Depende de pensarmos além das nossas necessidades pessoais e momentâneas e construirmos o país de nossos filhos, netos e bisnetos. Fala-se de reforma política, e sei que ela é necessária, mas acredito que ainda mais necessária é a mudança de mentalidade do povo que escolhe seus governantes: os eleitores. A despreocupação com as questões ambientais, com a educação, e mesmo com a importância do crescimento econômico, tem a ver com o fato de pensarmos só em nós e não nas futuras gerações. Penso ser essa a razão de que a maior preocupação atual seja com os setores da saúde e controle da violência, pois isso diz respeito ao agora, não ao amanhã. Os brasileiros, em sua maioria, parecem viver o hoje e ir empurrando o amanhã com a barriga. Precisamos mudar nossos valores! A indiferença de uma nação que assistiu o maior desfile de corrupção governamental de sua história e optou

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por não mudar me assusta. Parece que a maioria dos brasileiros não olha para a nação como um todo, só para seu próprio umbigo. Se a passagem de ônibus está cara, vão para as ruas protestar. Mas se os governantes estão pilhando a Petrobrás, usando o BNDES para investir fora do país em empréstimos de contratos secretos e sem garantia de retorno, não tem problema! Porque a passagem de ônibus sai diretamente do bolso do eleitor e ele, equivocadamente, acha que o dinheiro desviado dos impostos não lhe diz respeito. Somos egoístas por natureza e, se não nos educarmos a pensar como povo, como nação, e não somente como indivíduos, não chegaremos a lugar nenhum! Ezequias, quando soube de todo juízo que atingiria seus filhos, achou boa a palavra liberada por Isaías. Porque, pensava ele, o importante é que o problema não ocorreria em seus dias, conforme demonstra o livro de Segundo Reis (20.17-19). Assim tem sido nossa geração. O que me assusta é que o futuro da política está em nossas mãos. Mas, se não acordarmos logo, as mudanças só serão para pior. Faça a sua parte! E mobilize outros! Quem sabe assim poderemos construir algo melhor para as próximas gerações.


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F A I T H & W ORK S As meninas acolhidas têm aula de balé com uma professora voluntária. É o sonho desenhado em passo novo aprendido.

UM FUTURO DE ESPERANÇA É possível sonhar com um amanhã bem melhor Texto

Amália Dornellas

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nosso objetivo”, afirma Gustavo Brandão, diretor executivo da Acridas. Com uma área de 19 mil metros quadrados, é um cantinho com amor e carinho. “É um bosque, um local de refúgio no meio da cidade. Lá procuramos dar condições para que a passagem pela casa seja tranquila. E isso faz uma diferença incrível na formação dessa criança, que é fruto de situações de sofrimento e abandono”, explica.

Uma luz no fim do túnel Ouvir depoimentos motivadores de jovens, agora maiores de idade, que passaram pela casa em algum momento da infância ou adolescência não é raro. São muitos que hoje se tornaram cidadãos, pais de família, trabalhadores com a vida encaminhada, motivados por planos e sonhos que voltaram a nascer dentro de uma das casas de acolhimento da Acridas.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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riança é sinônimo de imaginação. Mas é difícil sonhar quando se está em situação de vulnerabilidade. Para crescer saudável e ter perspectiva de vida é preciso um lar estruturado, um cantinho que proporcione amor, atenção e respeito. A Associação Cristã de Assistência Social (Acridas) há trinta anos desempenha papel de pai e mãe na vida de crianças e adolescentes em situação de risco. Instituição respeitada por sua excelência no acolhimento institucional e como casa de passagem, o atendimento integral é o objetivo central, dando uma resposta cristã à sociedade para as situações de risco pessoal e social que fazem com que pessoas sejam retiradas de seus lares ou sofram abandono. “Acolhemos pessoas que foram vítimas de violência e abuso em suas casas. Elas têm tudo para se tornarem completamente perdidas na sociedade. Dar uma nova chance enquanto estiver acolhida é


Das crianças acolhidas, 33% são adotadas. Outras 30% retornam para os lares com a devida reposição do núcleo familiar. Outro terço fica na casa até completar a maioridade. Com 14 anos já podem ingressar no mercado de trabalho através dos programas de inclusão de menores aprendizes. Inicia-se a preparação para que possam sair da instituição desenvolvendo uma profissão. Empresas parceiras auxiliam nessa empreitada. Os instrumentistas da Acridas fazem parte da orquestra de um projeto do HSBC. Outras crianças também participam do coral de Natal todos os anos.

ACRIDAS: MINHA INFÂNCIA, MEUS MELHORES DIAS abrir novos caminhos para a fase adulta”. A vontade de vencer que nasceu lá dentro foi suficiente para seguir em frente. Hoje, formada em Ciências Contábeis pela Universidade Positivo, atua na área e continua buscando conhecimento. “Tenho grandes expectativas, planos e projetos para a construção de uma boa base profissional”, explica.

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

“Na minha história teve gigantes para eu derrubar, momentos de céu totalmente escuro e outros de céu ensolarado igual aos dias de verão. Lembro-me desses dias muito mais do que dos dias de tempestade. Meus melhores dias aconteceram na minha infância. Não foram na casa de meus pais ou avós porque eu não sabia onde eles estavam! Foram no Acridas, aonde eu cheguei tão pequena, sem saber de minha própria história, um pouco assustada, com medo, mas muito curiosa com tudo. Lá conheci pessoas que se tornaram meus irmãos de coração”, conta Ale Rosa, que chegou à instituição com seis anos. Hoje, aos 33, fala que guardará para sempre a experiência. “Contarei a meus filhos e meus netos, falarei a eles que tudo é possível nessa vida quando conseguimos enxergar as coisas com outra perspectiva, falarei a eles que não podemos mudar o passado, pois não está em nossas mãos, mas o futuro depende exclusivamente de nós mesmos. Agradeço a todos que se movem e se preocupam de verdade com crianças órfãs, abandonadas, maltratadas. Eu fui uma delas e porque houve a melhor intenção e disposi­ção dessas pessoas, graças a Deus eu venci”, afirma. Sem dúvida o cenário no Acridas foi determinante para a vida adulta de Ale, afetando positivamente seu potencial e equilíbrio emocional. Ao sair do lar, aos 19 anos, enfrentou dificuldades. “Nesse tempo compreendi que meu futuro dependia exclusivamente de mim, da minha força, dedicação e trabalho. E vi que todos os ensinamentos que recebi na instituição me fariam

“Acredito que o cuidado de Deus sempre esteve sobre mim. Tenho muitos sonhos, meu maior projeto de vida é ter uma família, quero me casar, ter filhos, construir um lar, com a ajuda de Deus irei alcançar”. Aos 22 anos converteu-se em uma comunidade evangélica, onde atua hoje na área de música.

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F A I T H & W ORK S

DESEJA COLABORAR?

Incentivo Fiscal

Voluntariado Se você tem disposição e compromisso para doar seu tempo e exercer atividades de acordo com seu interesse, experiência e disponibilidade pode ser um voluntário. Informe-se pelo telefone (41) 3322-8076 ou pelo site http://acaovoluntaria.org.br.

Doações Se tiver itens em bom estado que possam ser usados ou revertidos em recursos faça sua doação. A instituição pode ir até você ou a entrega pode ser feita no local. Doe, por exemplo: • Biscoito recheado e outras delícias que as crianças gostam; • Material escolar ou para escritório; • Móveis e utensílios domésticos, • Roupas de cama, mesa e banho; • Alimentos não perecíveis e/ou cestas básicas; • Fraldas descartáveis infantis (M, G e XG); • Leite integral, em pó e NAN; • Material de limpeza e higiene pessoal.

Parte do seu Imposto de Renda pode ser revertida para a Acridas. Siga os passos abaixo: 1. Entre no site http://www.criancaquerfuturo. curitiba.pr.gov.br/geral/Doacao.aspx 2. Em “dados da doação” defina o valor, o tipo de pessoa (física ou jurídica) e o vencimento do boleto. 3. Em “receptor”, marque “entidades / relação dos projetos aprovados” e busque “Associação Cristã de Assistência Social”. 4. Em “projetos”, escolha “acolhimento Seguro 2″. 5. Preencha seus dados pessoais ou jurídicos e gere sua guia de recolhimento. Pessoas Físicas deduzem até 6% do imposto devido. Pessoas Jurídicas deduzem até 1%.

Conta de luz Se você mora no Paraná também pode contribuir a partir de R$ 5,00 através de sua conta de energia elétrica. Para isso, preencha o cadastro o site da Acridas (http://www.acridas.org.br/como-participar).

Doação em R$

Loja Solidária e Outros

Se preferir, contribua com qualquer valor diretamente na conta da instituição. Banco do Brasil, agência 1622-5, conta corrente 209.925-X. Informe sua doação e solicite seu recibo.

A Acridas conta com uma Loja Solidária (bazar) dentro da unidade Aldeia, no Bacacheri, que atende os acolhidos e a comunidade com produtos novos e usados a preços diferenciados. Se desejar ser um parceiro da loja, você pode criar em seu ambiente (comércio, indústria, associações, igrejas, etc.) um espaço da instituição, vendendo produtos para reverter o ganho ou parte dele para a Acridas.

Podemos dizer que nos importamos com os órfãos, mas somente nossas palavras não serão suficientes para demonstrá-lo. Por isso, a Revista Conecte disponibilizou esse espaço chamado Faith & Works (Fé & Obras) para que em todos os meses sejam destacados trabalhos de ação social que carecem de ajuda, seja ela através de voluntariado, doações de objetos em bom e excelente estado, como também em dinheiro. Essas doações serão feitas diretamente às instituições, nada passará por nossas mãos. Nos resignaremos apenas a sermos um veiculo de divulgação dos trabalhos abnegados que são realizados em nossa cidade, estado e nação, e que por muitas vezes caem no esquecimento. “Se você tem fé, demonstre-a através das obras”. 16 MAR. 15

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URBI E T ORBI

Raça em extinção

IMINENTE

N Por Sérgio A. de Oliveira

Urbi et Orbi é uma expressão proveniente do latin e significa “à cidade de Roma e ao universo”. Era usada pelos romanos precedendo declarações públicas. Usaremos essa expressão para comunicar à cidade de Curitiba e ao mundo informação relevante e atitude.

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ão creio que ninguém em sã consciência possa esperar uma catástrofe, uma hecatombe em um ano que acaba de começar. Acredito que todos buscam agarrar-se a fatores e expectativas positivas. Salomão disse que aquilo que o homem pensa de si mesmo em seu coração, isso ele é, por isso descarto a possibilidade de que, outra vez, em sã consciência, estejamos começando o ano de 2015 pensando em fracassar. Observando o mundo, vejo que existe uma classe de ser humano cuja existência esta ameaçada de extinção. A extinção dessa classe não se dá devido ao aquecimento global ou ao degelo de nossos polos. Não é o pouco caso que damos a nossa Amazônia, conhecida como “pulmão do mundo”, que ameaça essa classe de extinção. Também não é a crise na economia mundial em que se encontram as nações, não é a fome, nem mesmo a má distribuição social. Ela esta ameaçada por si mesma, pela ignorância, pela falta de habilidade de pensar. Outro dia li um artigo que dizia que há séculos não surge um pensamento novo. Hoje, nas universidades mais famosas de todo mundo, como Cambridge, Oxford, Salamanca, Harvard, Yale ou


MAURO CURONA

PARECE-ME QUE O SER HUMANO ESTA SENDO DISSIMUL ADAMENTE DOMESTICADO PARA TER UM PENSAMENTO PRECONCEBIDO SOBRE TUDO E TODOS. E ISSO SE DÁ PORQUE NOSSA GERAÇÃO BUSCA DESENFRE ADAMENTE A COMODIDADE, AUTOSSATISFAÇÃO E O PRA ZER, E ACREDITE, PENSAR DÓI, CRESCER DÓI.

USP, seguimos concatenando nossos pensamentos em cima das palavras de filósofos que viveram a milhares de anos antes de nós, como Sócrates, Aristóteles e Platão. Parece-me que o ser humano esta sendo dissimuladamente domesticado para ter um pensamento preconcebido sobre tudo e todos. E isso se dá porque nossa geração busca desenfreadamente a comodidade, autossatisfação e o prazer, e acredite, pensar dói, crescer dói. No entanto, existe uma minoria que simplesmente se rebela contra esse sistema fatídico e decide pensar, eles decidem agir. Existe um grupo de seres humanos que vai além daquilo que está sendo dito, que apura os fatos, que investiga exaustivamente se for necessário. Eles não se dão por satisfeitos até que não restem mais dúvidas, até que tudo esteja claro. Não importa se o sistema é propositalmente lento com o afã de cansá-los, eles são incansáveis. Esse grupo pensa pra frente, não se lamenta, busca possibilidades, mesmo com medo de errar, eles avançam, quando erram e caem, eles se levantam e continuam por outro caminho. Acreditam em si mesmos e nos dons e habilidades

que receberam ao serem concebidos neste mundo. Simplesmente são visionários. A “sorte” não existe no vocabulário deles, para estes quase extintos seres humanos o sucesso representa 10% de inspiração e 90% de transpiração. Para evitar a extinção dessa classe é necessário, como em todas as outras raças ameaçadas de extinção, que ela se multiplique. Que ela se prolifere pelas redes sociais, pelos blogs, pelas revistas e jornais, pelos meios de comunicação de uma maneira geral. Para isso, também precisa de gente pudente que a financie, que acredite nas metas e ideias de uma nação livre, séria e comprometida com a verdade. Na maioria dos casos, essa gente não é possuidora de riquezas, tem um estilo de vida simples porque continua acreditando que o “ser” é mais valioso do que o “ter”. Eles simplesmente desprezam a teoria da “aquisição”. O legado que eles querem deixar para seus filhos e netos não se resume a bens, imóveis, ou dinheiro, o legado dessa gente é um mundo melhor, mais justo, um mundo íntegro. Bertolt Brecht disse: “Não basta ter sido bom quando deixar o mundo. É preciso deixar um mundo melhor”. Qual das duas opções você prefere? . 19


GRÁVID

V E R S ÁT IL

GRÁVIDA!

E agora? Dependendo do contexto, a gravidez pode ser um momento de pânico na vida de uma mulher

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em sempre a notícia de uma gestação chega com muitas comemorações. As situações financeira, social, do relacionamento e de saúde podem tornar esse momento nebuloso. Foi o que aconteceu com Talita Frisoli, que aos 29 anos, iniciando o próprio negócio e em um relacionamento não oficial, descobriu que estava grávida. Ela já estava de oito semanas quando confirmou. O pai da criança estava nos Estados Unidos passando férias. Além da questão financeira, existia a reação do pai do bebê e a reação do próprio pai. Logo no início dividiu a questão com a irmã e com a mãe, que ficaram decepcionadas pelas condições em que a gravidez se deu, mas a acolheram. Ainda faltava o pai. O medo e a insegurança foram tão grandes que, apesar de já se sentir mãe, a ideia do aborto chegou a passar pela cabeça, que buscou apoio nos amigos e, antes de qualquer decisão, conversou com muitas pessoas cujas opiniões considerava importantes. Ela descartou a hipótese e recebeu o apoio do pai MAR. 15

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da criança na decisão. Entraram em acordo e todos os custos envolvendo o pré-natal e o parto foram divididos entre os dois. Com quase três meses tomou coragem e escreveu uma pequena carta para o pai, contando sobre o bebê. Não foi fácil para ele encarar a situação, mas prometeu dar todo o apoio nesse processo. Foi só na 19ª semana da gestação que a mamãe passou a curtir cada momento da maternidade. “Eu mandei mensagem para todos os meus amigos dizendo: o Arthur está vindo aí!”, comemorou ao descobrir que traria ao mundo um menino.

Ouça o seu coração A psicóloga Silvana Calixto explica que nesse momento aflitivo a mulher deve se ouvir. A primeira atitude deve ser entrar em contato consigo mesma e sentir todas as emoções. Logo em seguida é preciso buscar as respostas racionais possíveis e só depois disso tomar decisões.

FOTO: CHARLIE DAVIDSON / FLICKR.COM

Texto Simone Mota


DA! Silvana avisa que o aborto não é uma opção, afinal, é proibido por lei. “A doação, no entanto, por mais condenada que seja pelo círculo social, pode ser uma generosa atitude de uma mulher que não se encontra em condições de exercer a maternidade, mas que pensa nos benefícios de entregar essa criança a uma família disposta a oferecer a ela boas condições de crescimento e desenvolvimento”, comenta. Dentre os aspectos racionais, é preciso lembrar que existem muitos subterfúgios sociais para apoio da mãe, como as creches, casas lares para mães solteiras, grupos de igreja de apoio psicológico e financeiro e até a garantia jurídica de pensão alimentícia e teste de DNA, no caso de o pai não assumir a criança espontaneamente.

Casamento e filho: duas coisas distintas Ainda é um tabu a questão do casamento por causa da gravidez. Em alguns casos, quando é inesperada, pode funcionar como acelerador de um processo natural a que chegaria o casal, mas é preciso cuidado. A criança não deve ser o argumento para o casamento e sim a afinidade e os sentimentos da mulher em relação ao homem e vice e versa. Se o homem desistir do relacionamento por causa do bebê, a mãe também não pode culpar a criança por seu fracasso pessoal. Casar por uma obrigação gerada pela gestação surpresa não deveria ser uma opção. Casamento deve ser uma escolha, não um dever.

APOIO PARA MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM O MOPS Internacional (Mothers of Pre Schoolers ou Mães de Crianças em Idade Pré-Escolar) existe há 41 anos e está no Brasil há apenas cinco. Trata-se de um grupo com o objetivo de encorajar toda mãe de crianças de berço à idade escolar a descobrir seu potencial como mulher, mãe e líder. As reuniões são um momento para elas encontrarem apoio, novas amizades e discutirem tópicos importantes sobre a dinâmica da sua família. Em Curitiba, são três grupos: Primeira Igreja Batista de Curitiba (PIB) Data: todo terceiro sábado de cada mês Horário: das 9 às 11h Local: Rua Bento Viana, 1200, Batel. Igreja Batista do Bacacheri Data: às quintas-feiras Horário: das 14h30 às 16h30 Local: Rua Amazonas de Souza Azevedo, 134, Bacacheri. Calvary Church Data: aos sábados Horário: de tarde Local: Rua Costa Rica, 53, Bacacheri.

FOTO: NEY MIRANDA

Descobrindo o lado bom A psicóloga Silvana sugere que a mãe de uma gravidez inesperada aproveite a oportunidade para reeditar experiências, ou seja, tirar os olhos dos aspectos negativos que envolvem o momento e observar quais experiências boas e positivas é possível tirar da fase. Essa foi a atitude que Talita tomou depois de descobrir que seu mundo era azul. O relacionamento amoroso chegou ao fim e ela agora se divide entre os cuidados com o pequeno Arthur e os desafios profissionais, com espaço para alguns encontros com amigos e idas regulares à igreja. Ainda arranja tempo para dividir conhecimento e experiências com mães de todo o Brasil no grupo que criou no Facebook, Mães de Primeira. O projeto futuro é fazer um blog e ampliar o alcance desse trabalho, ajudando outras mães que se encontram na mesma situação.

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V E R S ÁT IL

Pegadinha com final feliz

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de tanto chorar e prestes a encontrar o médico. Ela contou rápido o que estava acontecendo e Emily foi a única que comemorou. O médico conscientizou o casal de que testes de farmácia positivos praticamente não falham! Ele parabenizou o casal. E a mamãe caiu no choro ainda mais. O caminho de volta para a escola foi em silêncio, quebrado apenas pelo soluço e por muitas lágrimas. Quando parou em frente à escola, o marido, bastante preciso, explicou: “Emilene, Deus sabe que eu nunca considerei ter outro filho. Se Ele mandou, é porque podemos ter e criar essa criança. Para com esse choro agora e vamos curtir essa gravidez!”. Ela não parou. A mãe da Emily e, depois de alguns meses, da pequena Maely, chorou incansavelmente por duas longas semanas. Aos 37 anos e um pouco acima do peso, ela temia por complicações na gravidez e por engordar ainda mais. Depois de duas semanas ela mudou de postura e teve uma gravidez tranquila. E não engordou nenhum grama. A Maely nasceu linda e saudável. A família teve que repensar o apartamento de apenas dois quartos e procurar um espaço mais adequado. Neste ano o desafio do casal será pagar a festa de um ano da pequena e uma inesquecível festa de 15 anos para a primogênita.

FOTO: ANDREY HELLON

milene é professora em um colégio perto da sua casa. Em uma manhã ensolarada, perdeu o ônibus e decidiu que iria a pé ao trabalho. Era uma atividade rotineira, mas chegou extremamente cansada no serviço e uma amiga, ao encontrá-la, comentou que ela estava “horrível”. Admitiu não se sentir bem e a amiga perguntou se ela não estaria grávida. Não havia a possibilidade! Com uma filha de quase 14 anos, anticoncepcional em uso e um marido convicto de que jamais teria outro filho, não concebia a ideia de uma nova gestação. Mas a insistência da amiga durante toda a manhã, com direito a outras mulheres se manifestando com torcidas a favor e muito palpite, deram uma ideia para a professora brincalhona: ela decidiu ir até a farmácia comprar um teste baratinho e causar um tumulto na escola entre as amigas, dizendo que estava grávida. A possibilidade era tão remota, que Emilene esqueceu o recipiente com o reagente no banheiro e foi trabalhar. As amigas correram avisar que os cinco minutos já tinham passado. Quando pegou a tirinha com duas tarjas, soltou a pérola: “Deu duvidoso!”. Uma amiga lembrou que não existe resultado duvidoso, ou é positivo ou é negativo. Entrou em pânico. O susto foi grande e o choro também. Emilene não se convencia e as mulheres em sua volta não conseguiam escolher palavras para lhe consolar. Foi a amiga palpiteira que sugeriu fazer logo o exame de sangue. Mas como chegar em casa e dizer para um marido desavisado que ela já tinha até um exame de sangue comprovando a notícia? Emilene voltou para o colégio e ligou para o marido. Depois de ouvir a frase “eu estou grávida” ele ficou mudo. E ela desabou a chorar novamente! Resolveram se encontrar em frente à clínica onde seria o teste. O marido chegou com a filha mais velha, que não sabia ainda porque a mãe estava inchada


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P OL Í T IC A

Uma chance para a MUDANÇA Texto

Simone Mota Fotos

João Cavalheiro

EM TEMPOS DE CONSCIENTIZAÇÃO POLÍTICA, A EXPRESSIVA VOTAÇÃO DE CHRISTIANE É A RESPOSTA DE UMA SOCIEDADE CANSADA DE CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE.

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té abril de 2014 a política não era uma opção para Christiane Yared, mãe de Rafael Gilmar Yared – morto em um trágico acidente de trânsito em 2009 – e, até então, presidente de duas ONGs que trabalham por um trânsito mais seguro. Ao ouvir o desabafo de uma mãe, tomou consciência de que algo precisava ser feito também na esfera política. A mulher perdeu o filho em um acidente automobilístico causado por um motorista bêbado e cujo julgamento final afirmou

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que não houve intenção de matar. A pena aplicada foi de R$ 900 reais divididos em dez parcelas. Ao decidir pela candidatura, Christiane concluiu que trabalhar pelo Paraná apenas não resolveria o problema. “Os nossos filhos pegam a estrada e se deslocam para outros estados. Não adianta estarem seguros aqui e inseguros após as divisas”, reflete. Candidatou-se então ao cargo de deputada federal e foi eleita com incontestáveis 200.144 votos.


Projetos Christiane sabe que seus eleitores votaram por uma política mais honesta e engajada. No início do ano ingressou numa gestão de quatro anos, mas deixa claro que sua luta será pela segurança no trânsito. Garante que não vai se omitir. Vai votar e tomar partido em todos os projetos apresentados na casa, mas entende que se “cada macaco ficar no seu galho” todos os temas relevantes para a sociedade serão corretamente tratados. “Não adianta eu abraçar o mundo e não conseguir realizar nada”, afirma. Os números que ela apresenta também justificam sua preocupação. Não se trata de uma causa pessoal e restrita. Em 2012 foram mais de 46 mil mortes no trânsito no Brasil. Os acidentados de trânsito ocupam sete de cada 10 leitos de hospital. De acordo com o Ministério da Saúde, um paciente que fica em torno de seis meses internado custa aos cofres públicos cerca de 300 mil reais. Considerando o engarrafamento e degradação da saúde pública, diminuir esse índice é realmente um alvo muito importante. Christiane lembra também do congestionamento de processos no judiciário por conta do alto número de acidentes em julgamento. A questão é muito mais ampla do que parece e ela quer expandir para todo o Brasil projetos que deram certo nas ONGs, como a parceria entre o Tribunal de Delitos no Trânsito e o Instituto Paz no Trânsito, que atende famílias que foram vítimas de acidente de

trânsito e faz um trabalho de conscientização de infratores, transformando-os em educadores. Enquanto oferece auxílio jurídico, psicológico e até financeiro para pagamento de remédios ou custos funerários, o programa trata do infrator, que participa do processo de atendimento para entender o drama das famílias e em seguida cumpre 20 horas de terapia com psicóloga especializada. Após essas etapas, realiza alguns minicursos, como direção defensiva, e trabalha como maqueiro em um hospital de traumas. Em dois anos, mais de 450 infratores passaram pelo programa e nenhum se tornou reincidente. A questão central dos projetos de Christiane não se restringe apenas a redução do número de mortes e acidentes, impacta a saúde pública, condições das rodovias, sistema judiciário, entre outras áreas.

Como tudo começou No dia 7 de maio de 2009, uma visita inesperada às duas e meia da manhã mudou radicalmente a vida de Christiane. A notícia da morte do filho em um acidente de carro surpreendeu e entristeceu o coração de uma mãe que, naquele instante, fez uma única pergunta a Deus: “Pai, meu filho estava afastado dos seus caminhos. Como vou passar a eternidade longe dele?”. Um dia depois de enterrar o filho, um rapaz chegou à sua casa e contou que quatro horas antes do acidente esteve com Rafael na igreja. O rapaz,

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P OL Í T IC A

que sempre convidava Rafael para ir à igreja, naquela ocasião foi convidado pelo filho de Christiane que disse precisar ir a um culto naquele dia. O pastor que pregava fez o convite para os que queriam voltar e lembrou que para alguém, talvez, aquela fosse a última oportunidade. Rafael foi à frente chorando e quando retornou disse ao amigo: “Hoje Jesus me resgatou. Domingo é dia das mães e eu estou voltando para a igreja”. Ao ouvir o relato, Christiane se sentiu consolada, ouviu a resposta que pedia e teve certeza de que Deus tinha um propósito. No domingo, dia das mães, ela decidiu ir à empresa confeitar os bolos encomendados. Quando chegou, o rapaz que cuida dos carros comentou: “meu Deus, dona Chris, que morte mais violenta do Rafael. A cabeça ser encontrada 40 metros longe do corpo”. Ela entrou em choque. Até aquele momento não sabia os detalhes da tragédia que vitimou seu filho e um amigo. Todo o velório foi feito com o caixão lacrado e durante aquele período ela ficou distante de jornais, televisão e internet. Desesperada e chorando muito, ouviu uma voz muito mansa e segura que disse: “filha, acalma o teu coração! A joia está comigo, a caixa não tem importância”. Seu coração foi confortado como “alguém que toma um copo de água fresca em um dia de muito calor” e entendeu que seu filho não era vítima de um acidente, mas de um crime. Hoje, a história que serviu de palanque para que ela fosse eleita, também serve como bandeira. A causa é a vida dos filhos de outras mães. Sua luta é pela vida. A preferência é da vida.

26 MAR. 15

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HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK NO PARANÁ Uma das propostas de Yared é trazer para o Paraná o hospital de traumas Sarah Kubitschek, especializado em sequelas de acidentes de trânsito e que atende pelo SUS. Hoje, os núcleos do hospital espalhados pelos estados não são suficientes para atender a demanda e pacientes do sul do país e de São Paulo se deslocam até Brasília para receber atendimento. A proposta pretende concentrar os atendimentos dos quatro estados no Paraná e aliviar a carga da sede, em Brasília, e também dos hospitais da região metropolitana de Curitiba. O projeto prevê estrategicamente a construção do hospital em São José dos Pinhais por conta da proximidade ao aeroporto.

BANCADA EVANGÉLICA O discurso central de Christiane Yared é a vida. O fato de ser cristã automaticamente a coloca dentro da bancada evangélica, mas ela não se sente presa ao título e ao grupo. “Fui eleita pelo povo paranaense, crentes e não crentes, e quero legislar para todos”, afirma.


S A ÚDE & BE M-E S TA R

Tire suas dúvidas sobre

CIRURGIA BARIÁTRICA

A

obesidade é uma enfermidade grave e complexa que atinge uma grande parte da população, podendo provocar morte ou acelerar o desenvolvimento de doenças, complicações sociais, psicológicas, físicas e econômicas. No caso da obesidade mórbida, muitas vezes os tratamentos clínicos convencionais, como dietas, exercícios físicos e medicamentos, não têm sucesso, necessitando de intervenção cirúrgica. Para entender melhor sobre o assunto, confira as perguntas mais comuns.

C - O que é obesidade e quando a cirurgia é indicada? PN - A obesidade é o excesso de acúmulo de gordura no corpo. Há indicação cirúrgica para índice de massa corpórea (IMC) maior ou igual a 40 ou maior ou igual a 35 com comorbidades (associação de duas ou mais doenças). Para saber o IMC é preciso calcular: divida seu peso por sua altura ao quadrado. (fazer em ilustração: IMC = peso ÷ altura²) C - O que são comorbidades? PN - São as doenças comumente associadas à obesidade que, em geral, são controladas com a perda de peso. São exemplos hipertensão arterial, diabetes tipo 2, apnéia do sono, depressão, entre outras. São doenças que prejudicam as tarefas do dia a dia, dificultando, e muitas vezes encurtando, a vida do obeso.

C - Depois de operar é possível voltar a engordar? PN - Todos os operados devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar que lhe orientará novos hábitos de vida, evitando o reganho de peso. Mas, se o paciente voltar aos hábitos alimentares e ao sedentarismo, isso pode acontecer. Por isso, é muito importante nunca abandonar a orientação dessa equipe. C - Quais são os riscos da cirurgia? PN - São semelhantes ao de qualquer outra cirurgia de grande porte. Mas vale lembrar que a obesidade mórbida em si já é causadora de muitos riscos e, geralmente, o risco cirúrgico é menor do que permanecer obeso. C - O que a pessoa que precisa de cirurgia deve fazer? PN - É importante que toda pessoa que esteja fora do seu peso ideal procure tratamento médico. No caso de obesidade mórbida e/ou se houver comorbidades é necessário agir rápido para que não se agrave ainda mais. Portanto, deverá procurar um médico capacitado que o encaminhará para uma avaliação completa de profissionais de diversas áreas da saúde que, em conjunto, concluirão se o tratamento indicado é a cirurgia. Apesar de grave, a obesidade mórbida tem tratamento com resultados positivos e importantes para a saúde geral do paciente.

Por Paulo Afonso Nunes Nassif

Cirurgião do aparelho digestivo e coordenador de equipe multidisciplinar de tratamento cirúrgico da obesidade. 27








HOME M DE V E RD A DE

Pai

DE VERDADE Texto Evandro Augusto

A jornada paterna começa na gravidez, não é somente no nascimento do bebê

34 MAR. 15

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U

ma das maiores alegrias na vida de um homem está presente na notícia de que irá ser pai. O amor pelo filho já começa a irromper, mesmo antes de poder vê-lo ou senti-lo. Junto à alegria e ao amor, surgem também outros sentimentos, como o de ansiedade e insegurança. Como administrar uma nova rotina, garantir os melhores cuidados e qual é o exato papel de pai são alguns dos questionamentos que causam essa inquietação. Hoje em dia é muito comum encontrar famílias com modelos diferenciados do padrão antigo – pai, mãe e filhos. Mas isso não muda o papel crucial que a figura paterna exerce no meio familiar. O Dr. Lorean Mosher, do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, analisou os números do censo nacional e descobriu que a ausência do pai é um fator mais preponderante na delinquência juvenil do que a pobreza e a condição social. Outras pesquisas também já comprovaram a importância da figura paterna presente para o desenvolvimento saudável dos filhos.

Homens de dupla jornada

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Para muitos homens a paternidade se concretiza de fato com o nascimento do bebê. Porém, a jornada paterna começa com a gravidez. A psicóloga e terapeuta familiar Clarice Ebert fala que, apesar das divergências quanto à percepção do bebê sobre vozes externas, é certo que recebe estímulos positivos quando a mãe recebe afeto, assim como recebe estímulos negativos com seu estresse. Um bom cuidado da mamãe, um carinho na barriga e

PROCURE AJUDA É comum os pais repetirem o estilo de criação que tiveram em seus lares, ainda que inconscientemente. Essa criação, porém, possui lados positivos e negativos, além das adequações que devem ser feitas de acordo com as características específicas de cada criança. Sendo assim, o ideal é realizar autocríticas com frequência e buscar mais conhecimento através de literaturas, acompanhamento de pessoas especializadas e cursos. A Universidade da Família (www.udf.org.br) e a Associação Eirene (www.eirene.com.br) são algumas instituições que disponibilizam cursos voltados à família, incluindo cursos de paternidade. Vale a pena investir tempo no desenvolvimento saudável daquilo que é mais importante na vida, a família. uma conversa com o filho são ótimas maneiras de se investir tempo no papel de bom pai nesse período. E quem disse que homem não tem jornada dupla? O diretor nacional dos cursos de paternidade da Universidade da Família, Dinart Barradas, ressalta que as atividades domésticas devem ser divididas entre o casal, especialmente após certo período da gestação. “Tarefas comuns do dia a dia se tornam verdadeiros desafios quando se carrega uma barriga de sete meses. Esta parceria revela amor, comprometimento e a assimilação do papel de marido e pai.” Após a chegada do bebê, a divisão de tarefas continua. Trocar a fralda, fazer o bebê arrotar, dar banho, colocá-lo para dormir e entretê-lo são algumas atividades que, além de ajudar a mãe, intensificam o vínculo entre pai e filho. O contato físico é muito importante. Todas essas responsabilidades, porém, não devem assustar quem está prestes a ter um filho, pois não se comparam ao encanto de ser pai. Rafael Coitino, pai da Aysha, de um ano e três meses, conta um pouco da sua experiência. “É indescritível a emoção de agarrar um filho em seus braços e sentir parte de você em outro serzinho que precisa de toda sua proteção. E quando ela dormia no meu peito, incrível como passa tão depressa, dá uma saudade. Às vezes ficamos de cabelo em pé de preocupação, mas eu confesso, não há nada melhor no mundo do que um filho”, afirma. 35


HOME M DE V E RD A DE

FOCO NO CASAL Mesmo com toda a atenção que o filho precisa ter, o relacionamento conjugal não deve ser abandonado. A terapeuta familiar Clarice Ebert ressalta que os filhos são uma responsabilidade a mais para o casal, e o papel de pais deve se somar ao de cônjuge, jamais o substituir. Com o passar do tempo o bebê vai crescendo e os pais se desconectando. Isso acaba sendo negativo para a própria criança. É importante não somente que uma criança seja amada, mas que ela cresça em um ambiente amoroso. “Um clima emocional negativo é ruim para todos, e as crianças que estão em uma fase de constituição da sua identidade recebem um impacto negativo”, comenta Clarice. A especialista ainda ressalta a necessidade de o pai e a mãe terem momentos de exclusividade em seu relacionamento conjugal para a resolução de conflitos e para a intimidade. Segundo a terapeuta, esses cuidados criam um ambiente agradável e de confiança para o crescimento do bebê, dando a ele liberdade para crescer e se desenvolver como uma pessoa feliz e realizada.

36 MAR. 15

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NA PATERNIDADE, O CONTATO FÍSICO É MUITO IMPORTANTE. Pesquisam comprovam Diversas pesquisas ressaltam a importância da figura paterna no desenvolvimento da criança e as consequências de sua ausência. % Pesquisadores da Universidade John Hopkins descobriram que adolescentes brancas, jovens, que viviam em famílias sem o pai, tinham 60% mais probabilidade de praticar relação sexual pré-conjugal do que as que tinham os dois progenitores. % Grupo de cientistas comportamentais da Universidade de Yale, também nos Estados Unidos, estudou 48 culturas e constatou que o índice de criminalidade era maior entre crianças e adultos que haviam sido criados apenas por mulheres. % Pesquisa do Dr. Armand Nicholi, psiquiatra e professor em Harvard, revelou que um pai emocional ou fisicamente ausente contribui para baixa motivação e desempenho da criança; incapacidade de adiar a gratificação imediata para obter recompensas posteriores; autoestima debilitada; e susceptibilidade à influência da delinquência juvenil. % Estudo feito nos EUA e publicado no periódico Cerebral Cortex foi o primeiro a revelar influência neurobiológica em situações de falta de uma figura paterna. Segundo a pesquisa, foi observada uma perda no desenvolvimento do córtex pré-frontal (sede do controle de impulsividade).


E N T RE NÓ S

ROMANTISMO É BOM e todo mundo quer um pouco

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ntes de dizer “esse texto não é pra mim, não sou romântico(a), não faz meu estilo”, esqueça disso por um momento e tenha em mente que uma vida a dois é muito mais interessante com uma dose de romantismo. E isso não é brega e não te transforma no tal parceiro chiclete. E meninas, antes de tentarem lembrar a última vez em que seu companheiro fez um gesto romântico, saibam que eles também se interessam pelo assunto e gostam de ser surpreendidos. Tempos atrás estava em uma livraria e esbarrei na estante de cartões. Um chamou minha atenção, não tinha vínculo a uma data específica, apenas uma mensagem especial, para um dia especial. Comprei. Escrevi um recado ao meu marido dizendo o quanto ele era importante na minha vida e enaltecendo algumas qualidades. Era uma segunda-feira qualquer. Deixei ao lado da cama. Quando ele chegou, eu estava na sala, trabalhando concentrada no computador. Horas depois foi até mim com os olhos marejados, agradecendo, impactado por aquela mensagem, por aquele gesto. Era apenas uma segunda-feira qualquer. O cartão e aquelas palavras foram tão profundos ao coração dele de forma que, realmente, eu não

imaginava. Vi mais uma vez a importância de um gesto simples, indolor, de baixo custo, mas especial, pois todo dia é especial. Romantismo não faz bem somente às esposas, noivas e namoradas, faz bem aos maridos, noivos e namorados também. Romantismo faz feliz, quebra a rotina, nutre o sentimento com o gostinho da novidade, da expectativa. O gesto romântico desperta o primeiro amor adormecido pelo passar dos anos, pelo desgaste do dia a dia. Gera sonhos e o desejo de estar junto, deixa o amor mais colorido, mais vibrante. Aquele jantar especial não precisa esperar o aniversário de casamento. Aquelas flores que ela gosta não precisam esperar o Dia da Mulher. O gesto romântico convida para um momento a dois, uma conversa gostosa, um carinho, um abraço apertado, uma troca de palavras saudáveis. Mas é importante lembrar que não deve ser usado como uma moeda de troca para o sexo. Se acontecer, ótimo! Mas não deve ser pensado como uma recompensa, como um ato de ação e reação, pois amor não se resume a sexo. O romantismo é fundamental para o fortalecimento da relação em meio ao rolo compressor da rotina. Essa deve ser a motivação. Ser feliz é simples!

Por Amália Dornellas

Jornalista por formação. Ministra curso de noivos para casais que desejam ingressar no casamento sabendo lidar com os problemas antes mesmo de aparecerem. A cada edição a coluna Entre nós irá abordar temas que fazem bem para o amor. 37


C ONE C T E -SE

CULTURA Sebastião Salgado no MON Terça a domingo, das 10h às 18h R$6 e R$3 (meia-entrada) Entrada franca para menores de 12 anos e maiores de 60 anos O Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico) traz uma oportunidade ímpar de conhecer o trabalho de um dos fotógrafos mais renomados e premiados do mundo. A exposição Genesis é composta por 245 imagens. A mostra é resultado de oito anos de trabalho e mais de 30 viagens, realizadas de 2004 a 2012. Dividida em cinco seções

geográficas, apresenta temas ainda não atingidos pela vida moderna, como montanhas, tribos, desertos, aldeias, florestas e animais. Sebastião Salgado tem como cenário a Antártica, Ilhas Galápagos, Madagascar, África, Alasca, Canadá, Rússia, Amazônia, Pantanal, entre outros. A mostra está aberta ao público até 15 de março. Corra para não perder!

TEATRO Abram as cortinas R$ 60 Para quem curte ou para quem quer experimentar, no dia 24 desse mês começa um dos maiores festivais do país. Mas não durma no ponto. As apresentações acontecem até o dia 5 de abril e os ingressos já estão disponíveis. São 29 peças em cartaz, sendo cinco produções internacionais e sete estreias nacionais na mostra principal. A entrada custa R$ 60 (a meia é R$ 30), com taxa de R$ 6 nos teatros administrados pelo Disk Ingressos. Vendas no shoppings Palladium, Mueller e ParkShopping Barigui ou pelo site www.festivaldecuritiba.com.br.

38 MAR. 15

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LIVROS A Experiência da Mesa - o segredo para criar relacionamentos profundos Devi Titus Editora Mundo Cristão | R$ 29,90 A correria do dia a dia e uma agenda cheia de atividades têm interferido em um dos momentos mais importantes que se pode ter em família: a hora das refeições. A questão não é a alimentação em si, mas o compartilhar entre as pessoas, o investimento nos relacionamentos que a mesa nos proporciona. Devi Titus desvenda a importância da mesa e compartilha o benefício de se investir nesses momentos em família, com amigos e pessoas queridas na construção de relacionamentos mais fortes e sadios.

Raízes do Brasil Sérgio Buarque de Holanda Companhia das Letras | R$ 39,50 O consagrado historiador brasileiro aborda aspectos centrais da história da cultura brasileira. É uma obra indispensável para entender a formação da sociedade brasileira. O clássico foi publicado originalmente em 1936 e já foi traduzido em italiano, espanhol, japonês, alemão e francês.

CINEMA

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A Boa Mentira Paris Filmes 2014 | Drama | 1h52min Guerra civil no Sudão, 1986. Milhares de pessoas morrem e crianças ficam órfãs. Em meio ao caos muitas conseguem atravessar o país para encontrar abrigo em um campo de refugiados. Depois de muitos anos, alguns conseguem visto para ir para os EUA. Começa a trajetória de 4 jovens por uma vida melhor na América. Reese Whiterspoon entra em cena, coadjuvante de uma história tocante e verídica. Antes de resistir ao enredo, sangue pra todo lado não é o foco. Pelo contrário, mostra que somos todos iguais e como ajudar o próximo torna a vida muito mais feliz. O porquê do nome do filme não podemos contar, estraga a surpresa.

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Está mais perto do que você imagina

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Entre os dias cinco e 21 de agosto de 2016, o mundo voltará os olhos para a cidade do Rio de Janeiro, que vai sediar o maior evento esportivo do planeta. Serão 204 países representados por 10.500 atletas distribuídos em 42 esportes. Destaque para o retorno do golfe, após 112 anos, e do Rugby, que volta aos jogos depois de 92 anos.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

BE M B OL A DO


CURIOSIDADES

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Os primeiros jogos olímpicos foram realizados em 776 a.C, em Olímpia, na Grécia. A competição foi suspensa em 392 d.C. Foi em 1896, lá em Atenas, no mesmo país, que aconteceram os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna. Nesta era já foram realizadas 28 edições dos Jogos Olímpicos de Verão. Seis na América do Norte, 17 na Europa, três na Ásia e dois na Oceania. Essa será a primeira Olimpíada na América do Sul. A tocha olímpica representa a união entre os Jogos Olímpicos da Antiguidade e os Jogos Olímpicos da Era Moderna.

INGRESSOS Vai ser mais fácil participar das Olimpíadas do que da Copa! São 7,5 milhões de ingressos e 3,8 milhões terão custo máximo de R$ 70 reais. Fique ligado! O portal de vendas já está no ar. Neste mês acontece a 1ª fase de sorteio de ingresso. Cadastre-se no site www.rio2016.compara participar e ficar por dentro das próximas etapas.

AQUECIMENTO

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Os cinco aros olímpicos representam a união entre os continentes. “Citius, altius, fortius” não é uma expressão do “Seu Crayson”, mas é o lema olímpico em grego, que significa “mais rápido, mais alto, mais forte”. Olimpíada é o período de quatro anos de intervalo entre duas edições dos jogos.

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Para avaliar os locais de competição, serão realizados 39 eventos testes até maio de 2016. Acesse o site www. aquecerio.com para mais informações. Apesar de o evento acontecer no Rio de Janeiro, foram escolhidos locais de treinamento por todo o Brasil. No Paraná são 12 espaços disponíveis. Em Curitiba, a Hípica, o Centro de Educação Física e Desportos da UFPR e a Universidade Positivo estão de portas abertas para receber atletas de qualquer parte do mundo. O mais popular dos esportes entre os brasileiros é o único que terá algumas partidas fora da cidade do Rio de Janeiro. As arenas de Belo Horizonte, Brasília, Salvador e São Paulo receberão jogos de futebol.

Fonte: www.rio2016.com

Por Simone Mota

Jornalista apaixonada por todos os esportes. Acompanhe mensalmente nesta coluna um pouco sobre esse universo.

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RE F E RÊ NCI A

DIREITO.

Por que não? Para quem gosta de estudar e busca uma área com diversidade de atuação, Direito é um caminho interessante. Conheça as possibilidades da profissão com o desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná Gamaliel Scaff.

Texto

Amália Dornellas Fotos

João Cavalheiro

42 MAR. 15

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Conecte - Em questão de satisfação profissional, o que o Direito pode oferecer? Gamaliel Scaff - Ele abrange não só o estudo do sistema de leis, como também filosofia, sociologia, psicologia forense e até medicina legal. Abre a possibilidade de o jurista estudar tudo o que for necessário à comprovação de sua tese. Atende também um leque amplo de oportunidades no mercado, desde o exercício da advocacia geral ou especializada até a prestação de concursos públicos em diversas áreas. É bastante comum pessoas já realizadas profissionalmente ou aposentadas estudarem direito apenas pela realização pessoal, sem intenção de praticá-lo. O direito tem tudo para oferecer elevado grau de satisfação intelectual, pessoal e profissional. C - Qual é a diferença entre atuar no direito privado e no direito público? G - O jurista deverá ter em mente a regra básica que distingue esses dois ramos. No privado, o profissional deverá lembrar que as relações jurídicas são livres e lícitas em tudo o que a lei não proíba. Já no direito público, o operador do direito deverá lembrar que os atos jurídicos são vinculados à lei, guardando estrita validade apenas no que as normas expressa e previamente permitam e estabeleçam. C - Quais são as características essenciais para seguir na carreira jurídica pública? G - Nas carreiras como as da magistratura (juiz), ministério público (promotor), procuradoria (advogado do Estado), entre outras, o perfil dessa pessoa deva ser compatível com a função que o cargo exige. Se uma pessoa deseja ser juiz, deve se perguntar se está disposto a renunciar a vários aspectos de sua vida privada, pois um juiz não pode agir como um cidadão comum, deve procurar resignar-se em suas condutas, pois a “casa” do juiz passa a ser de vidro, ou seja, transparente aos olhos de todos os jurisdicionados e deve ser exemplar. É comparado a um sacerdócio. Se pretende seguir a carreira do ministério público, deve ter um perfil mais proativo, voltado a promover ações (tomar iniciativa) em defesa da sociedade. Se quiser ser um advogado do Estado,

DIREITO TEM TUDO PARA OFERECER ELE VADO GRAU DE SATISFAÇÃO INTELECTUAL, PESSOAL E PROFISSIONAL. deve ter a mente aguçada para pensar o bem do Estado contra as armadilhas que particulares inescrupulosos e a União lhe promovem. C - Como você definiria ser um desembargador de justiça? G - A origem do título desembargador é lusitana. Em Portugal os juízes das cortes de apelação apreciavam esse recurso que lá era nominado de embargos. A função deles era “desembargar” os embargos, daí veio o título desembargador. Recebemos esse nome como herança. Ser um desembargador é continuar sendo juiz, mas no Tribunal. A diferença é que o juiz decide e sentencia sozinho. O desembargador decide em conjunto com outros dois desembargadores o mesmo processo. Os três discutem e confirmam ou não a sentença. Ser desembargador, nesse aspecto, exige um pouco mais de humildade, porque sua posição não pode ser imposta, tem de ser compartilhada com o pensamento dos colegas. Além disso, passa a participar da vida administrativa do Poder Judiciário no Estado, aumentando tremendamente sua responsabilidade. C - Almejar o topo de uma carreira jurídica é um sonho (quase) impossível? G - Almejar é fácil, difícil é alcançar, mas não diria impossível. Almejar é o primeiro passo. Nem todos pensam da mesma forma, mas acredito que o mais importante é o processo, é o “durante” da carreira, é a forma como se caminha nessa estrada. Alcançar o topo da carreira poderá ser mera consequência de uma vida de trabalho e dedicação. Sonhar por sonhar com a chegada ao topo de uma carreira jurídica como um fim em si mesmo pode não ser um bom indicativo, pois em tese denotaria uma ambição de alcançar o poder apenas pelo poder. 43


RE F E RÊ NCI A

SE OS BONS NÃO O FIZEREM, CERTAMENTE OUTROS O FARÃO. OS TRONOS DO PODER NUNCA FICAM VA ZIOS.

C - O que é preciso fazer para chegar lá, além de estudar muito? G - Trabalhar muito, perseverar muito, resignar-se muito, suportar injúrias por parte de setores ideologicamente contrários à existência de um judiciário livre e aprender a reagir como magistrado, sem perder a

dignidade nem a compostura. Além disso, é essencial aprender a manter o equilíbrio entre as diversas áreas da vida, pois a magistratura tende a absorvê-lo pelo volume absurdo de trabalho, retirando-o do convívio familiar. O profissional do direito deverá lembrar que o tempo não se repete e não trará de volta a oportunidade perdida de desfrutar da vida familiar com qualidade de tempo. É muito difícil manter esse equilíbrio e quando não se consegue o custo costuma ser altíssimo. Isto é muito significativo, pois de que adianta conseguir chegar ao topo, deixando todos aqueles que você ama para trás? Parafraseando o texto paulino, de nada valerá ganhar o mundo inteiro e perder a sua família ou seja, a si mesmo. Que credibilidade alguém terá chegando ao topo não como um líder, mas como um sobrevivente de um naufrágio? Equilíbrio integral. Desafio tremendo, mas necessário.

Além de desembargador do TJ-PR, Gamaliel Scaff é músico. Guitarra é uma de suas paixões. Dá a dica de que para conciliar carreira e família é preciso autodisciplina e correta administração do tempo.

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FOTO: SAMUEL MELO / FLICKR PIB CURITIBA

E nada pode ser mais pernicioso do que um agente público cheio de ambição apenas pelo poder como um fim e não um meio de realização do bem comum. Todos os agentes públicos devem antes de tudo ter um espírito de servir à sociedade. Mas, para quem procede condignamente, não somente é lícito almejar o topo da carreira (para servir mais e melhor), como também desejável que assim ocorra, pois se os bons não o fizerem, certamente outros o farão. Os tronos do poder nunca ficam vazios.


C OMP OR TA ME N T O & DE SE N V OLV IME N T O HUM A NO

Primeiro se mudam as mentes, depois os processos.

Você quer ir rápido OU LONGE?

“S

e quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá em grupo”. Interessante como o provérbio africano resume em pouquíssimas palavras uma escolha simples, mas que pode fazer toda a diferença na sua vida e na sua carreira profissional. Vivemos dias de corredores solitários que anseiam pelo sucesso de forma rápida e intensa. Mas o que muitos não se dão conta é que a rapidez do sucesso, na maioria dos casos, produz consigo a solidão. Os pronomes possessivos mais utilizados na atualidade são os da primeira pessoa do singular: “minha” carreira, “minha” vida, “meu” sucesso e “meus” interesses. Nem mesmo a sociedade mais antiga da história, o casamento, tem conseguido sair incólume de gerações que anseiam avançar rápido. O “um é pouco e dois é bom” passa por uma revisão histórica. Três então, impensável, ter filhos já é um atraso para muita gente. O mundo tem saído de suas crises modernas com visões de urgência, de acumulação e de egoísmo cada vez mais acirradas. O medo de repetir fracassos passados divide o coletivo humano em pedaços cada

vez menores, até o ponto onde tudo e todos parecem nos atrapalhar em nossos caminhos rumo ao topo. A individualidade é reforçada em todos os lugares e situações. O “personalizado” tem sempre mais valor que a produção em série. De capas de celulares a roupas, todos nós desejamos ser únicos. O que não podemos jamais esquecer é que a vida se assemelha muito mais a uma maratona do que a uma corrida de 100 metros rasos. Os fundistas são treinados para uma explosão intensa de velocidade num curto espaço de tempo, já os maratonistas são treinados para resistir o longo trajeto. A vida é um longo trajeto! Então melhor treinarmos para irmos longe e não rápido. Devemos colocar em perspectiva tanto o sucesso quanto a longevidade. De que adianta correr tanto e tão rápido, não ver ninguém a sua frente, mas também não ver ninguém ao seu lado? O pódio é um lugar solitário, cuidado para não ir rápido demais e no fim não ter ninguém com quem possa comemorar a vitória.

Por Adeildo Nascimento

Consultor, professor e palestrante em temas de desenvolvimento humano e organizacional com ampla vivência no mundo corporativo. Para ele, nenhuma das atividades que realiza é mais prazerosa do que ser esposo da Josélia e pai do João. Economista pela UFPR e pós-graduado em Liderança e Gestão de Pessoas pela UP/PR. Instrutor de programas de desenvolvimento de líderes como Volvo, ALL, Grupo Boticário, Renault, ITAIPU, Petrobrás, Grupo Positivo, entre outras.

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E MB A R QUE

Guaraqueçaba Um paraíso natural, a 170 km de Curitiba

U

ma pequena cidade, com menos de oito mil habitantes, se esconde na intocável área mais bem preservada de Mata Atlântica do Brasil. Apesar de não muito conhecida por viajantes, Guaraqueçaba é um ótimo destino para quem quer um bom descanso em contato com a natureza. Guaraqueçaba é rodeada por espaços de preservação ambiental e traz consigo inúmeros atrativos ao ecoturismo. A cachoeira do Rio Morato, com 100 metros de altura, é um dos mais famosos cartões postais da cidade. Situado na Reserva Salto Morato, de propriedade da Fundação O Boticário, a trilha até a queda é autoguiada e de baixa dificuldade. A reserva cobra taxa de visitação e possui área para camping, quiosques com churrasqueiras e duas trilhas abertas ao público.

Texto e fotos

Evandro Augusto

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Vista marcante proporcionada pelo luar na baia de Guaraqueçaba.

A região merece alguns dias para ser explorada. Assim como a Reserva de Salto Morato, os passeios de barco não podem ficar de fora do roteiro do viajante. A saída para a Ilha de Superagui é a mais cotada. Pertencente ao Parque Nacional de Superagui, declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, possui pousadas e restaurantes. As atividades mais comuns por lá são passeio de bicicleta pelos 38 quilômetros de orla da Praia Deserta e a observação de botos na margem da baia.

Saíra sete cores (Tangara seledon). A biodiversidade da reserva atrai turistas do mundo inteiro, especialmente para a prática do birdwatching (observação de aves). 47


E MB A R QUE

Os barqueiros costumam fazer paradas em meio à baía para que os botos se aproximem do barco.

Se for apenas passar o dia, não se esqueça de agendar seu almoço quando chegar. Devido ao pequeno fluxo de turistas, os restaurantes só fazem refeições com horário marcado. Tanto para esse como para outros possíveis passeios de barco (Ilha do Mel, Reserva Ecológica do Sebuí, dentre outros), não há transporte marítimo regular. São roteiros variados realizados com barcos fretados, geralmente contratados nas próprias pousadas de estadia. Na época de verão e outono, principalmente, é oportuno adicionar ao roteiro uma passagem pela Ilha do Pinheiro. Lá é possível assistir mais um espetáculo da natureza: a revoada dos papagaios-de-cara-roxa, aves ameaçadas de extinção que todos os anos nidificam no local. Aproveite que estamos bem na época e programe-se.

Cultura Para quem está interessado em história e cultura, a região também é um prato cheio. As ilhas ainda abrigam comunidades caiçaras, fruto da miscigenação entre índios e colonizadores. Essas comuni48 MAR. 15

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dades ainda vivem uma íntima relação com a natureza, em um ritmo muito mais tranquilo do que na cidade. O fandango – dança típica do litoral paranaense – embalado por rabecas e violas caiçaras, é, junto à culinária, uma das manifestações culturais que podem ser observadas no município. O casario colonial, datado do século XIX, também é uma atração, tendo como destaque a diminuta igreja “Nosso Senhor Jesus do Perdão”, construção mais antiga da cidade, erguida em 1838.

Acesso É possível chegar a Guaraqueçaba por meio de barcos que saem diariamente de Paranaguá às 9h. De segunda a sábado também tem barco às 13h30. O trajeto inteiro é feito por dentro da baía, e o viajante já deve estar com a câmera preparada para as belas paisagens. A volta é realizada regularmente às 14h e, de segunda a sábado, também às 7h. Uma opção para quem deseja partir em outros horários é o fretamento de barcos, geralmente realizado pelas próprias pousadas locais.


Por do sol visto da Praça Central.

A vida na cidade gira em torno da baía. O único posto do município é mais frequentado por barcos do que por carros.

Outra alternativa é a rodovia PR 405. Saindo de Antonina são quase 100 km de distância, sendo 78 deles por rodovia não pavimentada. É possível fazer o trajeto tranquilamente com um carro popular, ainda que debaixo de chuva, mas sobre terra e pedras esses quilômetros parecem se multiplicar. Reserve de duas a três horas para essa parte da viagem. Na vila de Tagaçaba, na metade do caminho, há restaurantes e pousadas com lindas paisagens. Um ótimo lugar para se fazer uma pausa, relaxar e seguir viagem.

O translado de barco é realizado em meio ao manguezal, com uma deslumbrante vista da serra paranaense. 49


C OMO E U V OU HO JE ?

Baixinhas

AS

TAMBÉM PODEM

A

vida é uma linda, mas, às vezes, um pouco injusta, (só acho). O que fazer quando se é brasileira por padrão e uma das tendências mais elegantes do momento não te favorece? Vamos por partes.

Linda e geralmente encontrada em modelos clássicos, como a saia godê ou lápis, o modelo também tem o poder de te deixar super elegante. Porém, se mal combinada, realmente achata a sua silhueta. Um exemplo de como não usar este modelo de saia, (a não ser que você realmente não se importe de parecer menor), é usá-la com sapatos baixos, de cores muito contrastantes ou com algum acessório que corte a visão do seu corpo, como meias e botas de canos curtos. 50 MAR. 15

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CLARABELLEBLOG.COM

Qual tendência? Como assim “brasileira padrão”?! Bom, eu quis te chamar de baixinha. Perdão, não foi por mal! O tamanho médio das brasileiras é de 1,61m, (e olha que já melhorou na última década, antes era 1,60m!). Também não me sinto muito melhor com isso, já que tenho cravados 1,61, snif. Afinal, qual é a tal tendência pouco gentil? A trend em questão é a saia midi ou comprimento midi. Provavelmente você já a viu, desejou, mas ficou com receio de usar, pois se sentiu “diminuída” quando experimentou alguma. Vamos desmistificar o uso do modelo?


O ideal para fugir do erro e ficar dentro de uma zona de conforto, já que estamos explorando algo novo, como o comprimento da saia, é usar sapatos altos, clássicos e que, de preferência, mantenham uma continuidade de tom. Como assim?! Simples. Quando você preserva a visão da sua pele em um scarpin que deixa o peito do seu pé em destaque ou em um sapato no tom da pele, o famoso nude, dá uma sensação de continuidade visual que cria o efeito alongado que estamos procurando aqui. Também mantenha a cintura sempre bem marcada, isso dá amplitude a parte inferior do seu corpo.

À esquerda, exemplo do que NÃO fazer.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Agora aproveite essas dicas e não perca a oportunidade de se jogar nessa tendência linda, inclusive para nós, brasileiras baixinhas por natureza!

Por Ana Paula Mota

Ana Paula Mota é designer de moda, formada pela Universidade Paranaense. Atua na área desde 2005 desenvolvendo coleções voltadas para o público feminino para marcas do sul do Brasil. De bem com a vida, adora jogar conversa fora. Em todas as edições você acompanhará nesta coluna as tendências de moda e feminilidade. 51





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