Revista Correios 4ª edição

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Correios e MPEs

Gestão Ambiental

Parceria gera fomento e competitividade

Responsabilidade para o amadurecimento sustentável

Edição n°4 jan/fev 2015

Correios no Publicação produzida por

Rio 2016 Esporte, desafios e negócios A gente joga junto

Publicação produzida por

jan/fev 2015 - Revista Correios 1


Identidade Corporativa

NEGÓCIO

Soluções que aproximam.

MISSÃO

Fornecer soluções acessíveis e confiáveis para conectar pessoas, instituições e negócios, no Brasil e no mundo.

VISÃO

Ser uma empresa de classe mundial.

VALORES

Ética Meritocracia Respeito às pessoas Compromisso com o cliente Sustentabilidade

Fale com os Correios • correios.com.br/ouvidoria • correios.com.br/acessoainformacao • 3003 0100 (capitais e regiões metropolitanas) • 0800 725 7282 (demais localidades) • Sugestões: 0800 725 0100

2 Revista Correios - jan/fev 2015


Índice 04 Entrevista

Vice-presidentes falam das áreas de administração e de gestão de pessoas

12 Bastidores dos Correios

Central fortalece a comunicação dos clientes com a empresa

18 Gigante pela própria natureza

18

Saiba tudo sobre a participação dos Correios no Rio 2016

30 Toda a beleza dos Campos Gerais

30

Paisagens únicas encantam visitantes no Paraná

34 Nascido para saltar Conheça a história de César Castro, destaque dos Saltos Ornamentais

34 Seções 02 03 08 10

Temas por cores

Editorial Fica a dica Eu, Correios Nosso negócio

14 16

Empregado

Patrocínio

Negócio

Institucional

Sustentabilidade Cultura e sociedade

Capa e Entrevista

jan/fev 2015 - Revista Correios 3


Editorial

Time Brasil, time dos Correios, Time Correios do Brasil

O

"Time Correios do Brasil" se une, faz a força, cria novas oportunidades de negócios, gera visibilidade e aumenta a sua competitividade como patrocinador e operador logístico oficial dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Confira a matéria de capa e, ao folhear a Revista, você verá que, além de ser o palco do maior evento esportivo do planeta, o Rio é muito mais. Lá você também consegue desfrutar de história, arquitetura e arte nos centros culturais da cidade maravilhosa. Por falar em bastidores, essa edição mostra como a Central de Atendimento dos Correios trabalha incessantemente em prol da qualidade e melhoria dos serviços prestados pela empresa aos seus parceiros comerciais e ao cidadão. Pé no chão, mão na massa, mente alerta e ativa sempre foram sinônimo do trabalho dos nossos empregados, que não medem esforços desde a contribuição de formiguinha com hábitos diários sustentáveis às

maravilhosas idas e vindas de uma história de emoções e vida contada por quem já foi carteiro. Ufa! Haja coração! Está tudo aqui, nas próximas páginas. E não para por aí! Você lerá também sobre o comprometimento da instituição mais confiável do país na área de gestão de pessoas, o que está sendo feito, quais são as perspectivas para a área de saúde, sustentabilidade, inclusão social, bancária e de que forma uma gestão estratégica voltada para resultados e a melhoria dos processos contribuem para o avanço dos Correios na fala de dois de nossos vice-presidentes. Informe-se. Saiba um pouco mais sobre a sua empresa nestas linhas. Você também faz parte do timaço dos Correios, seu trabalho contribui integralmente para o sucesso de todos e para consolidação de novas conquistas. A gente joga junto!

Equipe da Revista Correios

Expediente Revista Correios - Ano I - nº 4 - jan/fev 2015

Diretoria Executiva

Presidente: Wagner Pinheiro de Oliveira • Vice-presidente de Administração: Célia Corrêa • Vice-presidente de Negócios: Morgana Cristina Santos • Vice-presidente de Clientes e Operações: Glória Guimarães • Vice-presidente de Tecnologia e Infraestrutura: Antônio Luiz Fuschino • Vice-presidente Econômico Financeiro: Luís Mário Lepka • Vicepresidente de Gestão de Pessoas: Nelson Luiz Oliveira de Freitas • Vice-presidente de Logística e Encomendas: José Furian Filho • Vice-presidente Jurídico: Cleucio Santos Nunes • Chefe de gabinete da Presidência: Adeílson Telles

Expediente Revista

Chefe do DERIN: Alexandre Case • Coordenação-geral: Waldenice Preusse Reis Textos: Amanda Madureira, Andréia Nobre, Caio Nantes, Flávia Drummond, Marcos Nunes e Priscilla Audi Colaboração: Leonel dos Santos Rosa, ASCOM/PR, ASCOM/RJ • Projeto Gráfico: Manoela Marcuzzo Diagramação: Hisla Sena e Manoela Marcuzzo • Ilustração: Leonel dos Santos Rosa Tiragem: 150.000 exemplares 4 Revista Correios - jan/fev 2015


Fica a dica

Informação: melhor arma contra o golpe “Os criminosos não buscam desafios, e sim oportunidades. Se você der chance, será uma vítima". Ex-fraudador americano Frank Abagnale Jr

A

lguns podem afirmar que só os mais ingênuos e desavisados são vítimas de golpes ou fraudes, dada a quantidade de informações disponíveis facilmente. Na internet, por exemplo, a praticidade oferecida é diretamente proporcional à facilidade para se cair em um golpe. Mas pesquisas mostram que, ampliando a lista de vítimas, estão os espertos e os leigos e, nessa hora, a justificativa da ingenuidade parece não fazer mais sentido. Usando de oportunismo e criatividade, fraudadores criam as situações mais inusitadas, e, em sua maioria, compatíveis com a realidade. São casos que levam até os mais céticos a acreditar que estão diante de um fato real. Por essa razão, é muito importante ficar atento e sempre conferir a autenticidade do que é apresentado.

Compras na web: fuja das armadilhas De acordo com uma pesquisa sobre segurança em transações eletrônicas, realizada em 20 países, é mais seguro comprar pela internet no Brasil do que nos Estados Unidos. Ainda assim, 30% dos consumidores brasileiros

1 em cada 4 brasileiros já foi vítima de fraude com cartão de crédito na web ainda são vítimas dos golpistas. Para se ter ideia, 1 em cada 4 brasileiros já foi vítima de fraude com cartão de crédito na web. Havendo suspeita de fraude, a primeira medida a ser tomada é tentar contato com o site envolvido para esclarecer se trata-se ou não de uma fraude. Constatada a armadilha, é hora de contatar os órgãos de defesa do consumidor, tal como PROCON, e procurar o apoio dessas instituições. Se ainda assim não houver solução, deve-se procurar a polícia, preferencialmente as delegacias especializadas em crimes eletrônicos. Verifique se há evidências da compra tais como: comprovantes de pagamento, e-mails de cadastro e de confirmação das compras, uma vez que eles serão importantes para o trabalho de investigação no intuito de identificar os responsáveis.

Práticas para evitar fraudes na internet Proteja seu computador

Utilize alguns programas que irão formar uma camada de proteção contra algumas ameaças: Antivírus, Firewall pessoal e Anti-Spam.

Barra de endereços do navegador: seu aliado

Durante a navegação, verifique se o endereço digitado não mudou. Caso seja uma conexão segura (aquela conexão com endereços iniciados em https:// e com o cadeado ativado), clique no cadeado e verifique se a informação do certificado corresponde com o endereço na barra de endereços do navegador.

Pagamento

Uma das formas rotineiras de aplicação de golpes é a exigência de pagamentos antecipados. Certifique-se sobre a procedência do site e em caso de dúvida, contate a empresa através do atendimento online ou telefone fixo. Ao sentir qualquer desconfiança, não efetue o pagamento.

Participação de sorteios

Todo sorteio deve estar devidamente regularizado através da Caixa Econômica Federal, do SEAE (Secretária de Acompanhamento Econômico) ou SUSEP (Superintendência de Seguros Privados).

Emails

Não abrir, em hipótese alguma, anexos de emails vindos de desconhecidos ou mesmo de conhecidos mas com texto suspeito. Fonte: http://www.internetsegura.org jan/fev 2015 - Revista Correios 5


Entre aspas

Administrando a casa O objetivo de Célia Correa, a vice-presidente de Administração dos Correios, é a melhoria dos processos da área e fazer uma gestão voltada para resultados. Veja nesta entrevista como ela pretende fazer isso

Quais são as áreas da Administração dos Correios?

E o que temos de avanço?

A Vice-Presidência de Administração é muito importante para a empresa, porque se ela não funcionar toda a área finalística fica comprometida. Na Administração somos responsáveis pelos segmentos de contratações e gestão de contratos, que está sob a responsabilidade da Central de Compras; pelo planejamento e gestão de estoques de todo material que é encaminhado tanto para Administração Central quanto para as Regionais, de responsabilidade da Central de Suprimentos. Tratamos também dos assuntos relacionados a veículos, patrimônio, passagem aérea, serviços de copa, jardinagem, administração predial, coordenado pela Central de Serviços Gerais. Somos responsáveis ainda pela normatização de serviços e de patrimônio; pela coordenação dos trabalhos de BTS e das ações estratégicas do Transporte Aéreo e do HUB Campinas, projetos estruturantes para nossa logística, que são administrados pela Assessoria. Quando participei do Conselho de Administração (Célia já foi membro do CA dos Correios), tinha uma percepção macro da empresa. Com a minha chegada à vice-presidência pude ter uma visão do que realmente acontece no dia a dia dos Correios. A primeira providência foi ouvir e registrar todas as observações da equipe. A partir daí, realizamos um primeiro encontro com todos os gerentes, chefes de departamentos e assessores para discutirmos os rumos que iríamos tomar em 2014, ou seja, elaboramos nosso planejamento estratégico. A partir do Plano Estratégico 2020, e dentro das nossas

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competências como administração, definimos nossa missão, visão e objetivos. Instituímos uma rede de administração onde são feitas videoconferências com as regionais, visando ao cumprimento do que está previsto no planejamento estratégico. Também instituímos o Fórum de Boas Práticas, em que trazemos todo mês experiências bem sucedidas nas áreas de gestão e administração. Com isso, criamos o Prêmio de Boas Práticas, onde premiamos trabalhos dos nossos empregados, que podem ser úteis para toda a empresa. Quais são os planos para 2015?

Vamos consolidar as conquistas de 2014. Na parte de contratação, nossa preocupação é com os prazos. A contratação não é uma responsabilidade isolada da vice-presidência de administração, só depois de sermos demandados é que começamos o processo. Uma das evoluções na área foi dividir a responsabilidade com todos os superintendentes executivos, a fim de montar uma matriz de responsabilidade para saber o que cada um vai fazer para tentar diminuir esses prazos. Melhoramos muito, mas nossa meta é contratar em 90 dias, incluindo a pesquisa de preço. Hoje, sem a pesquisa, nossa média já é de 109 dias. Há algumas dificuldades internas, assim como externas, onde podemos citar fornecedores que não apresentam os documentos que a legislação exige, licitação deserta, entre outras situações. Precisa haver mudança de comportamento. Percebemos uma integração maior das equipes, buscando o aprimoramento dos processos. Não podemos desistir na busca do que chamamos gestão por resultado.


Caio Nantes - Correios

Quais são os projetos em andamento?

Na área de patrimônio, estamos trabalhando na construção de uma política de controle. É preciso ter algo que oriente as regionais, seja para alienação de imóvel, condições para locação, entre outras. Em 2014, realizamos 38 leilões e arrecadamos R$ 16 milhões só no desfazimento de bens inservíveis. Vamos insistir nesse processo, com isso desocupa espaço, desonera a empresa e arrecada receita. Vamos continuar no desafio diário de conter despesas, estipulando limite de passagem e hospedagem, estimulando a redução do uso de papel e incentivando as videoconferências, assim, contribuindo para a sustentabilidade. São ganhos que no dia a dia vão agregando valor aos resultados da empresa. Vamos continuar apostando na melhoria da área documental, com a redução da quantidade de papel estocado, visando à liberação de grande parte das nossas estantes. Estamos elaborando a integração dos sistemas para controlar a área de suprimentos, a fim de remanejar adequadamente os produtos. Com a integração é possível ter um controle melhor sobre os produtos que são distribuídos para as DRs.

Como os empregados podem contribuir para a administração?

Se tem algo que o empregado perceba, no dia a dia, pode entrar em contato por e-mail para expor sua crítica e/ou sugestão. O capital da empresa é feito de pessoas, e o grande desafio é manter o empregado integrado. Por isso ele tem que ter a liberdade de reclamar, de propor melhorias, pois essa atitude colabora para o trabalho da diretoria da empresa. Quem está na área de administração tem que ter a sensibilidade de perceber os mínimos detalhes que podem estar travando o bom funcionamento da empresa. A autoavaliação feita com toda a equipe da VIPAD, além de todas as outras vice-presidências, permitiu perceber onde podemos melhorar nossos processos. Quando você ouve, esse eco emite o tom que você deve caminhar. Temos hoje uma facilidade enorme de ouvir críticas e estamos crescendo com elas.

Célia Correa – vice-presidente da VIPAD jan/fev 2015 - Revista Correios 7


Entre aspas

Sustentabilidade e comprometimento

Ser a instituição pública com a melhor avaliação de confiança do país exige da empresa um olhar especial sobre as pessoas. Conheça as perspectivas da área de Gestão de Pessoas, comandada pelo vice-presidente Nelson Luiz Oliveira de Freitas Como a área se insere no plano estratégico 2020?

Como o empregado pode contribuir para a área atingir seus objetivos?

Tornar-se uma empresa de Classe Mundial é o nosso principal objetivo com o Plano Estratégico Correios 2020. Para isso, as pessoas — nosso principal patrimônio — devem ser estimuladas para se envolver e abraçar esse desafio. A área de Gestão de Pessoas contribui fortemente ao refinar o seu olhar para os processos internos da empresa, valorizando a meritocracia, o diálogo e a negociação permanente entre as partes interessadas. Com isso, estimula-se o crescimento e o desenvolvimento pessoal por meio da capacitação sistemática, especialmente das áreas finalísticas e das lideranças. Também estamos aprimorando e fortalecendo as ações de saúde ocupacional pela utilização do novo modelo de gestão, moderno e dinâmico, incorporado na Postal Saúde. O empregado é o nosso maior ativo. Nossa empresa, uma das maiores empregadoras do país, valoriza e respeita seus colaboradores colocando toda a estrutura da área de Gestão de Pessoas em função do desenvolvimento, do apoio e prevenção à saúde e do diálogo e negociação permanente com a sua força de trabalho. Diante dessas condições básicas e do acesso ao aparato tecnológico cada vez mais amplo e moderno, nossos empregados terão contribuição imensurável no resgate da credibilidade e do aumento da receita e lucros da empresa. É por meio da melhoria da qualidade que se opera uma nova relação de confiança, condição preponderante para sermos uma empresa de classe mundial.

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Descreva as perspectivas para os próximos anos.

Para os próximos anos, a área de Gestão de Pessoas atuará na consolidação da liderança no mercado brasileiro de encomendas expressas. Além disso, atuará como agente de inclusão social, digital e bancária no Brasil, além da constante busca da hegemonia em outras modalidades do comércio de encomendas e logística. Tudo isso encaminha-nos para o nosso maior desafio: transformar os Correios numa empresa que aprende. Esse aprendizado organizacional inclui a busca do conhecimento permanente e a capacitação constante de suas lideranças e será o vetor capaz de romper com os velhos dogmas e apontar para as transformações e para os novos paradigmas na gestão estratégica de pessoas.

Quais foram os avanços na área de Gestão de Pessoas ao longo desta gestão?

A área de Gestão de Pessoas avançou em diversas frentes. Como destaque, foi definido um Modelo de Meritocracia e Gestão por Competências, articulado com um Modelo de Sistema de Liderança, que valoriza os méritos requeridos dos empregados e atribui recompensas àqueles que se destacam na empresa ao vincular suas competências e valores aos objetivos estratégicos. Diante disso, o aprimoramento do PCCS, no escopo do Projeto de Remuneração e Carreira, permitirá ampliar o grau de aderência do sistema de remuneração da empresa às práticas salariais do mercado e a elevação do nível de atração e retenção de capital intelectual. Visando a captação de pessoas, estamos preparando o concurso público para efetivo e analisando a


Caio Nantes - Correios

possibilidade de realização de concurso para contratação temporária. Outro avanço importante está na sintonia do programa de bolsas de estudos com as necessidades da empresa. A cooperação com as diversas entidades parceiras dos Correios nos permite oferecer ao empregado a oportunidade de crescimento e aprimoramento profissional e satisfação pessoal. Também, recentemente, implantamos o Sistema Nacional de Negociação Permanente, com a premissa do diálogo entre os representantes da empresa e dos empregados, minimizando os conflitos nas questões trabalhistas e sindicais. Esse diálogo contínuo com as entidades sindicais permitiu a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2015, com 14 novas cláusulas em relação ao Acórdão anterior. E o que está sendo feito na área de saúde?

A criação da Postal Saúde surgiu diante das preocupações com a saúde ocupacional e a melhoria do atendimento aos empregados, visando à modernização dos serviços prestados e a redução de custos. Com nova filosofia de gestão (autogestão pessoa jurídica vinculada), a Postal Saúde promoveu diversas ações de melhoria, como a negociação de preços de serviços/ materiais médicos com a rede credenciada para reduzir custos; a melhoria dos processos de auditoria médica e de processamento de contas médicas; o faturamento centralizado; as facilidades para a marcação de consultas e atendimento pelas empresas conveniadas e especialmente a redução da burocracia para o empregado com o uso do Cartão de Identificação do Beneficiário-CIB. Ainda, demonstrando respeito aos empregados, foi instituído o Comitê Paritário de Qualidade do Plano de Saúde, composto por quatro representantes da empresa e quatro representantes dos trabalhadores, com a finalidade de resolver questões atinentes ao cumprimento das cláusulas de acordo coletivo relativas ao Plano de Saúde.

Nelson Freitas – vice-presidente da VIGEP jan/fev 2015 - Revista Correios 9


Eu, Correios

Vida de Carteiro A Revista Correios convidou o Leonel, que trabalha na Universidade dos Correios, para escrever uma crônica sobre suas andanças na época que era carteiro. E ele ainda nos presenteou com a ilustração

Ilustração: Leonel dos Santos Rosa

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Francisco de Assis - Correios

Escrito por Leonel dos Santos Rosa Analista da Universidade dos Correios

C

onvidaram-me a escrever uma crônica, algo sobre o Dia do Carteiro. Ainda há o que falar? A cada 25 de janeiro ele é extensamente homenageado, isso por quase meio século. Será que sobrou alguma nesga de assunto pra mim? Sempre sobra. Estava no espelho, na minha própria vida. Resolvi falar de quando fui carteiro, por que não? Afinal, ex-carteiro também tem história. Tive um encontro casual comigo mesmo; comecei a crônica como se fosse estafeta. Nossa, soou arcaico algo que aconteceu no início dos anos 90. Verdade é que quem já foi estafeta, mensageiro, entregador de cartas, distribuidor de correspondência postal, carteiro, acaba impregnado. Não pelo nome ou cargo, mas pela magia que está por trás, as lembranças da profissão, que marcam e persistem ao longo dos anos. Todo dia eu acordava às seis da manhã, tomava banho, um café simples, escovava os dentes. Então, beijava a patroa e as crianças e ia para o ponto de ônibus, vestindo azul e amarelo, pronto para o trabalho. Não lia jornal, fazia-o nos intervalos, no Centro de Distribuição Domiciliária. Entrava às oito da manhã e saía às cinco da tarde. No trabalho, sempre a mesma rotina. Ajudava a descarregar as Kombis. Caixetas, malotes, contêineres lotados, correspondências, que em breve estariam nas caixas de correio das casas da região que o centro cobria, em torno de 24 distritos. Eu tinha o apelido de Ligeirinho. Rápido para triar, colecionar, separar, entregar. Na disputa de velocidade: César, Ronaldo, Nivaldo e outros, que já nem lembro os nomes. A correria era grande. Por mãos ágeis passavam

milhares de nomes, CEPs, números, logradouros. Alguns já não eram apenas nomes, eram amigos que fiz ao longo do caminho, um percurso de 12 a 15 quilômetros diários. Pessoas que acompanhei boa parte da vida, de quem conheci as histórias. Vidas desfiadas por clientes confidentes de portão. Lembro-me o dia em que eu, mais esperado que navio em porto, fora cercado inúmeras vezes pela senhora polonesa, ainda na rua. Por um mês inteiro, todos os dias, ela me abordara. “Carteiro, hoje tem carta pra mim?”, perguntava se havia carta da irmã, que morava na Polônia. “Hoje, não”, eu respondia e ela ficava triste, os olhos aguados. “E hoje, tem?”, ela insistia a cada vez que me via. “Sim, hoje tem”, um dia finalmente respondi. Ela abriu a carta ali mesmo, leu naquela língua que eu não entendia patavinas e começou a chorar na minha frente. O que eu poderia fazer? Era uma senhora de oitenta anos, poxa vida, fiquei sem jeito. Depois, me agradeceu e traduziu toda a carta pra mim. O teor? Não posso contar. Segredo de carteiro. Esses anos todos, apesar das mudanças, as duas setinhas de vai e vem continuam lá, na marca, firmes como os carteiros que vão e vêm com as emoções nas sacolas. Creio que as vivências dos carteiros atuais não são diferentes da minha vida de carteiro. Tudo é similar e cada um faz a sua própria história. Bons tempos em que eu conhecia cada casa do meu distrito, as ruas pelo CEP, as pessoas pelo olhar. Ah, essa gente que precisa tanto! Ah, esses carteiros que fazem tanto! E por aí vou contando.

"Alguns já não eram apenas nomes, eram amigos que fiz ao longo do caminho. (...) Pessoas que acompanhei boa parte da vida, de quem conheci as histórias"

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Nosso negócio

Mais próximo das micro e pequenas empresas

De olho em um mercado em crescimento, os Correios estão construindo parcerias e garantindo ganhos com novas soluções de serviços para cada negócio O Programa para Micro e Pequenas Empresas dos Correios foi lançado em dezembro de 2014 com a premissa de valorizar ainda mais as empresas em crescimento. Ao facilitar o acesso aos seus serviços, a empresa explora este mercado que só aumenta e ajuda no desenvolvimento do país

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O

s Correios têm papel fundamental na fomentação do mercado brasileiro. Ao facilitar as relações comerciais, fazendo a logística de entrega das empresas, estimula a venda para outros lugares, sejam eles próximos ou longínquos, ainda mais neste momento histórico em que a internet alavancou o mercado. Neste contexto, as micro e pequenas empresas (MPEs) também ganharam mais força. Desde a empresa que produz imãs de geladeiras customizados até o artesão que trabalha com a manufatura em larga escala de vasos de barro, passando pelo poeta que vende poemas em adesivos e pelo escritor que imprime os seus livros, todos buscam melhorar as suas vendas e satisfazer seus clientes. Dentro desse cenário, os Correios buscam estar cada vez mais próximos desses empresários. Essa parceria só traz ganhos: diminui a

dependência da empresa dos grandes clientes, estimula o mercado, fomenta o desenvolvimento do país e das pequenas empresas. Com essa premissa, a empresa revisou sua segmentação de clientes em 2014, direcionando esforços para atender às micro e pequenas empresas.

Programa de apoio à MPE No dia 10 de dezembro de 2014 foi lançado, em Brasília, o Programa para Micro e Pequenas Empresas. Na oportunidade, foram assinados acordos de cooperação técnica entre Correios, Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República e Movimento Brasil Competitivo. Houve ainda lançamento de selo personalizado alusivo ao programa e a entrega do primeiro Cartão Correios Fácil a uma empresa de Brasília/DF. O Cartão Correios Fácil merece especial atenção: trata-se da revitalização do antigo cartão de postagem,


Maribel Santos - Correios

Proprietários da Legacy Agência Digital recebem o primeiro Cartão Correios Fácil

Francisco de Assis - Correios

com layout mais moderno e a facilidade para que os clientes possam ter acesso às soluções dos Correios, com tabelas diferenciadas, rede de atendimento e crédito mensal para pagamento a prazo. Os Correios também estão simplificando a análise de crédito para os clientes e facilitando a forma de contratação. No evento também foi lançada a revista “Correios para Micro e Pequenas Empresas”. A proposta é divulgar informações úteis sobre as soluções dos Correios, além de demonstrar histórias de sucesso. Os interessados podem se cadastrar no site dos Correios para receber gratuitamente a revista. E as novidades não param por ai. Ao longo de 2015, as agências dos Correios receberão os Ciclos de Atendimento Permanente. Nestes encontros, serão tratados assuntos importantes sobre mercado, negócios, empreendedorismo e troca de experiências.

Campanha publicitária Dada a importância do assunto, pela primeira vez uma campanha de publicidade de massa dos Correios foi feita para um segmento de clientes. Com o tema “Correios, parceria que fortalece as micro e pequenas empresas”, foram produzidas várias peças para TV, rádio, revistas e web, com o intuito de estimular estes empresários a utilizar os serviços dos Correios para conseguir mais proximidade com seus clientes e garantir sua competitividade. A campanha foi ao ar entre 21 de novembro e 12 de dezembro de 2014. Os desafios dos micro e pequenos empresários são grandes, mas os Correios estarão ainda mais próximos para fortalecer e incentivar esse mercado tão próspero.

O lançamento do programa ocorreu em Brasília Para saber mais, acesse: www.correiosparceria.com.br jan/fev 2015 - Revista Correios 13


Bastidores

O que você tem a dizer é muito importante para os Correios A frase, retirada do site da empresa, define a importância da opinião dos clientes para a estratégia e a eficiência dos serviços prestados pela organização

A Central de Relacionamento com o Cliente dos Correios tem como objetivo a melhoria da qualidade da relação pós-venda com os parceiros comerciais e o cidadão. Conheça suas atividades na empresa

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P

or trás de uma chamada telefônica ou de um acesso à internet, há uma equipe de trabalho empenhada em filtrar informações, desenvolver um diálogo entre a empresa e o cliente e, ainda, dar solução a um problema. Para dar suporte ao cliente, os Correios oferecem diferentes meios de atendimento, separados por canal ou pela natureza da motivação. São eles: o Fale Conosco (via internet), a Central de Atendimento aos Correios (via telefone), a Ouvidoria e os Atendimentos Comerciais. Para receber as manifestações externas relacionadas à área negocial da empresa, os Correios aprimoraram o antigo Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) e implantaram, em 2012, a Central de Relacionamento com o Cliente (CEREL).

Mas o que é a CEREL A CEREL é uma das áreas responsáveis pelo Relacionamento com o Cliente e, dentre outras atividades, coordena a Central de Atendimento dos Correios. Ela estabelece os fluxos dos serviços, a forma e o conteúdo com os quais o cliente deve ser atendido. “A CEREL padroniza a forma de atendimento e as informações que serão passadas para o público. Por exemplo, o horário de funcionamento de uma agência, as características de um produto ou a resposta a uma dúvida”, define Luiz Cláudio Almeida, gerente corporativo, há 3 anos na central. Das quatro gerências que formam a estrutura da Central, duas são responsáveis por receber as manifestações diretamente dos clientes: a Gerência de Processo de


Arquivo Correios

Central de Atendimento dos Correios de São Paulo

Suporte à Central de Atendimento dos Correios (GCAC) e a Gerência de Processo de Manifestação dos Clientes (GMAN). As atividades são executadas conforme a origem das demandas, isto é, os contatos telefônicos são atendidos pela Central de Atendimento dos Correios (CAC) e o site de relacionamento, conhecido por Fale Conosco, recebe, registra as manifestações pela internet. “Responsável pelos atendimentos telefônicos (contact center), a CAC possui dois sites, sendo um localizado na capital de São Paulo e outra na cidade mineira de Barbacena”, explica a Chefe da Central, Rosangela Alves. As instalações da CEREL, localizada em Brasília, não recebem ligações diretamente dos clientes. Ela figura como reguladora dos

processos que são realizados dentro das Centrais de Atendimento. “Nós realizamos trabalhos como a criação dos scripts disponibilizados no sistema de informações utilizado pelos atendentes para consultas e respostas uniformes aos clientes. Isso possibilita padronizar o atendimento telefônico ofertado pela CAC”, acrescenta Luiz Cláudio.

Estatísticas Entre as reclamações dos clientes, as mais constantes estão relacionadas a atrasos, extravio e/ou roubo. Do total de indenizações, 80% referem-se ao atraso de objetos. Apesar de extravio e roubo representarem somente 5% ou 6% do total de indenizações, considerando a questão financeira, o percentual para extravio representa em torno 51% e para roubo uma média de 39%. Atualmente,

novos métodos de segurança têm melhorado significativamente as incidências dessas reclamações, principalmente as de extravio. A partir da CAC, os Correios tomam conhecimento de um novo assunto via cliente. Com isso, a área responsável é sinalizada para em seguida formatar um novo script. São em média 25 mil ligações por dia e 600 mil por mês de manifestações registradas no Fale Conosco. “Apesar de o volume maior ser de reclamações ou críticas, a Central também recebe elogios”, destaca Luiz Cláudio de Almeida. Mensagens de elogio são recebidas, analisadas e respondidas diariamente pelos atendentes da CAC. A Central também tem uma ferramenta que mede a satisfação com o cliente. Acima de 80% o atendimento é considerado satisfatório. jan/fev 2015 - Revista Correios 15


Sustentabilidade

Pé no chão e mão na massa Modificar hábitos e atitudes dos empregados é o grande desafio da gestão ambiental

Ser uma empresa sustentável está longe de ser modismo. Apesar de o lucro ser o atrativo inicial, empresas têm compreendido que planejar ações ambientalmente corretas contribui para a preservação da vida humana e para o fortalecimento da instituição

E

m tempos de pensamento verde, sustentabilidade é palavra inevitável. O termo representa a exploração de áreas ou o uso de recursos, naturais ou não, de forma a prejudicar o mínimo possível o equilíbrio do planeta. Ser sustentável é o ato de usufruir com responsabilidade o que o meio ambiente nos oferece, sempre considerando as necessidades das futuras gerações. Dentro das organizações o termo sustentabilidade é o equilíbrio entre três vertentes: ambiental, social e financeira. Das conversas descompromissadas aos discursos engajados, a sustentabilidade foi parar no planejamento estratégico das empresas. A motivação para colocar a gestão ambiental no nível mais estratégico das empresas é variada e vinculada a retorno financeiro a médio e longo prazos, mas a principal é a preservação da vida. A emissão de gases na atmosfera causa milhões de mortes devido a dois grandes perigos para a

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Você sabia? Papéis, quando em contato com alimentos ou outros resíduos, devem ser descartados na lixeira de “Orgânicos”. espécie humana — poluição atmosférica e mudança climática. A defesa da existência humana mobiliza o mundo e gera impactos nas organizações. Clientes, sociedade, órgãos de controle, entidades internacionais e outros entes cobram respostas. As empresas que aceitam o desafio ficam mais fortes e lucrativas. Para se ter uma ideia, no ano de 1995, a maior fabricante de carpetes modulares comerciais do mundo, a InterfaceFlor, incluiu o desperdício zero no seu planejamento, inovou em processos e design e, até o ano de 2013, havia reduzido os seus resíduos em 94%, economizando US$ 400 milhões e dobrando seu lucro.

Os Correios estão fazendo sua parte para a melhoria do ar que respiramos ao aderir ao Programa da International Post Corporation, que visa reduzir as emissões de gás carbônico do setor postal no mundo. A meta dos Correios é reduzir, até 2020, em torno 11% na emissão de gás carbônico (CO2) — gerada na execução de suas atividades postais — com redução anual de 1,8%. Todavia, trabalhar a vertente ambiental da sustentabilidade em instituições de grande porte, como os Correios, é uma decisão que envolve, além de mudanças desafiadoras, o engajamento dos gestores e toda a força de trabalho. Isto é, a conscientização deve ocorrer em todos os níveis da empresa. Nesse sentido, os Correios têm trabalhado para desenvolver a conscientização e a responsabilidade pela preservação da vida humana. “A atuação ambiental correta dos Correios vai além da ética e da responsabilidade que temos como


Trabalho de formiguinha •  Traga uma caneca para o ambiente de trabalho. Isso reduz o uso de copos descartáveis; •  Privilegie sempre a iluminação do ambiente com luz natural; •  Quando possível, utilize as escadas em vez do elevador; •  Reutilize papéis. Anote recados, faça a lista de trabalhos do dia, imprima no verso da folha. Use a imaginação; •  Utilize as lixeiras de separação de resíduos. Aquelas que se encontram nas estações de trabalho são destinadas somente para papéis sem resíduos de alimentos.

empresa pública e alcança a esfera da sobrevivência mercadológica. Anualmente, respondemos questionamentos formais sobre nossas práticas aos grandes clientes, órgãos de controle como CGU e imprensa. Além disso, a sustentabilidade, nas três vertentes, é condição para entrarmos em mercados internacionais como o americano e o europeu”, aponta Alexandre Case, chefe do Departamento de Relacionamento Institucional (DERIN).

Legislação A Constituição Federal de 1988 prevê, no artigo 225, capítulo VI, que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Além da lei maior, legislações específicas com a temática socioambiental, como as

Leis 12.349/2010 e 12.305/2010 e os Decretos 5.940/2006 e 7.404/2010, também obrigam a empresa à prática de ações ambientais. Nos Correios, o lançamento do Plano de Ações Ambientais Corporativas (PAAC), do Sistema de Gestão Ambiental dos Correios (SGAC) e a criação do Comitê de Sustentabilidade — que criará a política de sustentabilidade da empresa — são impulsionadores da mudança pela qual passa a empresa. “O SGAC e PAAC estão alinhados às diretrizes nacionais e internacionais de responsabilidade ambiental e ao Modelo de Excelência em Gestão (MEG). Além disso, eles foram construídos com a participação de todas as vice-presidências e sob a coordenação da presidência”, pontua Fátima Gomes, gerente de responsabilidade social dos Correios.

Case de sucesso Ser uma empresa sustentável demanda gestão, determinação e

consciência por parte de todos empregados da instituição. Atualmente, os Correios possuem diversas ações que geram retorno ambientalmente positivo. O programa “Eficiência energética em microcomputadores e emissão de gás carbônico (CO2)” merece atenção pelos resultados eficazes apresentados em menos de um ano de implementação. A ação é relativamente simples: os computadores, configurados por um sistema central, entram em estado de hibernação em horários previamente planejados, porém o estado das atividades (programas e arquivos abertos) fica armazenado em disco. Ao retomar o uso da máquina por meio do botão liga/ desliga, todos os aplicativos são restaurados ao estado anterior à hibernação. Esta ação conjunta resulta em gestão mais inteligente de energia e aumento da disponibilidade do sistema, uma vez que menos tempo é requerido para a retomada das atividades do usuário. Com essa ação, os Correios deixaram de emitir 2.405 toneladas de CO2 entre os meses de janeiro a novembro de 2014. Além disso, houve a economia de mais de R$ 1,3 milhão com energia elétrica. Contabilizando, são mais de 50 mil computadores operando em sistema de economia de energia, considerando a Administração Central, as diretorias regionais e as áreas operacionais. Demonstrar interesse e realizar ações no âmbito da sustentabilidade gera, estrategicamente, saldo positivo para a imagem da empresa. Porém ser sustentável ultrapassa esse entendimento, ou seja, o tema é uma prática que visa a harmonia, a qualidade de vida e o bem estar do homem no meio em que vive. jan/fev 2015 - Revista Correios 17


Cultura e sociedade

Arquitetura, história e arte no Rio de Janeiro Mais do que apenas espaços para as artes, os centros culturais do Rio de Janeiro fazem parte da história da antiga capital do país

A travessia da Baia de Guanabara é a distância entre dois belos patrimônios arquitetônicos e duas importantes unidades culturais dos Correios no Rio de Janeiro. Na Cidade Maravilhosa, o prédio em estilo eclético oferece ao público, há mais de 21 anos, uma programação diversificada nos vários segmentos de artes; em Niterói, o centenário Palácio dos Correios, em estilo art nouveau, começou a escrever a sua história na área cultural em 2014

A

inauguração oficial da sua primeira unidade cultural do Rio de Janeiro, em 3 de agosto de 1993, foi um divisor de águas para os Correios. Hoje, com mais de 350 anos de história, os Correios têm o marketing cultural incorporado à sua atuação essencial de integração nacional, fortalecendo a imagem da empresa ao difundir arte entre diferentes públicos de capitais e cidades do país em oito unidades. O Espaço Cultural Correios Niterói, inaugurado em 14 de novembro em 2014, é o mais recente presente dos Correios àquela cidade e à população. O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro fechou 2014 com um público estimado em quase 400 mil visitantes. No período, a programação reuniu cerca de 50 eventos, destacando grandes nomes das artes visuais, da dança, música, literatura, do teatro e cinema.

18 Revista Correios - jan/fev 2015

Exposições e eventos Muitas pessoas visitaram as exposições “Rembrantd e a Figura Bíblica” e “Kimi Nii — nas Nuvens”, especialmente visitantes estrangeiros, em consequência do intenso turismo na cidade. No teatro, o espetáculo “Agnaldo Rayol — A Alma do Brasil” encerrou sua temporada no final de 2014 e, na sequência, o ator Paulo Betti protagoniza o espetáculo “Autobiografia Autorizada”. Em 2015, a programação do Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro começa em março, com a exposição “O Rio de Janeiro de Debret”. A mostra, que homenageia os 450 anos da Cidade Maravilhosa, prestigia o público com 120 obras reveladoras da profunda relação pessoal e emocional entre o pintor e a cidade. Debret, neoclássico pintor e desenhista francês, viveu no Brasil durante 15 anos, entre 1816 a 1831.

No Palácio dos Correios de Niterói está instalado o mais novo Espaço Cultural da empresa, inaugurado no dia do centenário do prédio. A inauguração foi marcada com a abertura da exposição “Djanira — cronista de ritos, pintora de costumes”. Os visitantes puderam apreciar fotografias da mostra “Aqui mesmo, Niterói vista pelas lentes de Pedro Vasquez”. As cinquenta peças, que apresentam pontos pitorescos da cidade, foram vistas por mais de 10 mil pessoas. Como parte das comemorações do centenário do Palácio dos Correios Niterói, o Espaço Cultural realizou, no final de 2014, o evento “Natal da Cidade”. A promoção inédita reuniu cerca de 5 mil pessoas na frente do prédio. A fachada foi o palco do evento, que trouxe uma orquestra, uma banda musical, os corais dos Correios, da Companhia de Limpeza e do Centro Educacional de Niterói.


Correios – Divulgação

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Correios – Divulgação

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José Carlos Julião - Correios

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1 - Fachada noturna iluminada do Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro; 2 - Obras de Rembrantd expostas no centro cultural; 3 - Fachada noturna do Palácio de Niterói

Na ocasião, também se apresentaram os cantores Toni Garrido, Elba Ramalho, Altay Veloso, Lorena Lessa e o músico Sérgio Chiavazzolli, trazendo sucessos da MPB e canções tradicionais de Natal.

Um pouco de história Em 1992, no Rio de Janeiro, o antigo prédio administrativo e operacional da Rua Visconde de Itaboraí nº 20, à época em obra de restauração e adaptação da estrutura, ganhava título de Espaço Cultural dos Correios com a realização da RIO 92. Mas a definitiva inauguração ocorreu em 3 de agosto do ano seguinte, quando sediou a exposição Mundial de Filatelia: Brasiliana 93. Hoje, denominado Centro Cultural Correios, tem sua área de 3.750m² distribuída em três pavimentos interligados pelo elevador panorâmico original. São 11 salas de exposição, um

teatro de 200 lugares, um bistrô e uma Agência de Correios. Esse belo conjunto arquitetônico, localizado no coração do corredor cultural da cidade, é complementado por uma praça, com área de 1.200m², utilizada para eventos ao ar livre. Já o Palácio dos Correios de Niterói foi inaugurado em 14 de novembro de 1914, pelo presidente da República Hermes da Fonseca. A construção do prédio resultou de uma iniciativa da população de Niterói que levou ao presidente um abaixo-assinado pedindo que o correio da cidade tivesse um imóvel em melhores condições de funcionamento. Na capital federal, Rio de Janeiro, o presidente recebeu a representação niteroiense e determinou que a União comprasse um terreno próximo à estação das barcas e nele construísse um prédio digno para ser correio. O arquiteto responsável foi Antônio Vannine. A imponência do

prédio e a exuberância de sua arquitetura deram-lhe, à época, o título de Palácio dos Correios. A sua inauguração foi o último ato do presidente Hermes da Fonseca, pois no dia seguinte Venceslau Brás assumia a Presidência da República. Cem anos depois, no dia 21 de março, as portas do Palácio dos Correios foram reabertas à população de Niterói. Além da reforma completa da estrutura do prédio, houve a restauração de toda a fachada e de vários elementos dos ambientes internos. No imóvel, que sempre pertenceu aos Correios, funcionava a sede da antiga Diretoria Regional de Niterói. Atualmente o prédio abriga a Agência de Correios Niterói, a sede da Região de Vendas 8 (unidade administrativa dos Correios) e o Espaço Cultural – com seis salas expositivas, sala histórica, auditório, sala para oficina de arte e área para livraria e bistrô. jan/fev 2015 - Revista Correios 19


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GIGANTE PELA PRÓ O time Correios, a maior empresa de logística da América Latina, entra em campo como patrocinador e operador logístico do maior evento esportivo do planeta


TM Rio 2016.

ÓPRIA NATUREZA Em 5 de agosto de 2016, os olhos do mundo inteiro estarão voltados para o Brasil, mais precisamente, para o Rio de Janeiro. Serão mais de 25 mil jornalistas nos Jogos Olímpicos e cerca de 7 mil nos Jogos Paralímpicos. Será um momento em que a marca Correios será amplamente exibida. Mas a grandiosidade da empresa no evento não estará só nas telas de TV. Nos bastidores, os Correios terão participação fundamental em cada etapa, infraestrutura e detalhes cruciais para a realização do evento jan/fev 2015 - Revista Correios 21


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ara os Correios, o Rio 2016 já começou. Em 24 de janeiro de 2014, durante cerimônia de encerramento dos 350 anos da empresa, a instituição foi escolhida como Operador Logístico Oficial dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 e Patrocinador Oficial do evento. Pesou na escolha a expertise da empresa em megaoperações logísticas, como a distribuição de urnas eletrônicas nas eleições, a entrega e coleta de provas do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) e, principalmente, a bem sucedida operação logística dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, quando, pela primeira vez, uma empresa de correios ficou encarregada de todo o transporte e montagem de uma competição do tipo.

“Será a primeira vez no mundo em que um correio público fará a logística dos Jogos Olímpicos” A operação, pioneira no Brasil, é um grande desafio para os Correios, ressalta o presidente da empresa, Wagner Pinheiro de Oliveira. “É um fato histórico: será a primeira vez no mundo em que um correio público fará a logística dos Jogos. Também é bom lembrarmos que, para tudo isso, participamos de uma seleção internacional, disputada por grandes multinacionais. Essa já foi a nossa primeira vitória”, celebra. Além disso, os Correios, que são patrocinadores oficiais do Time Brasil e de modalidades olímpicas como esportes aquáticos, tênis e handebol, fomentam o crescimento do esporte brasileiro há mais de 20 anos. De acordo com o diretor executivo comercial do Comitê Rio 2016, Renato 22 Revista Correios - jan/fev 2015

Ciuchini, nada mais pertinente que associar as marcas. “Acreditamos que os Correios são não apenas uma marca de referência no Brasil, destacando-se em pilares como reconhecimento e credibilidade, como também uma das marcas mais lembradas quando o tema é logística. Unir marcas tão valiosas como as dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e a dos Correios, que tanto apoiam o esporte brasileiro, faz todo o sentido. Estamos muito felizes com essa parceria”, destaca. E tamanha exposição da marca é positiva para os Correios. “O objetivo é reforçar nosso posicionamento de empresa pública moderna, capaz de realizar com êxito não apenas as megaoperações logísticas do Brasil, mas também o maior evento esportivo do planeta. Com esse trabalho, vamos também fortalecer o reconhecimento dos Correios como incentivadores do desenvolvimento do esporte brasileiro, um caminho que a empresa já trilha há mais de 20 anos”, afirma Pinheiro.

Oportunidade de negócio Sediar o maior evento esportivo do mundo, que ocorrerá pela primeira vez na América do Sul, já está colocando o Brasil na vitrine mundial. Do ponto de vista econômico, muda-se a percepção global sobre a capacidade do país e suas empresas. É a chance que os Correios têm de demonstrar seu potencial, confirmando que estão no mesmo nível de grandes empresas brasileiras, como Bradesco e Embratel. De acordo com a gerente de Marketing Esportivo do Departamento de Comunicação Estratégica dos Correios (DECOE), Luciana Ramos da Silva, o Rio 2016 é mais que uma questão de visibilidade para a marca, é uma grande oportunidade de negócios. “Seremos os responsáveis pela entrega dos ingressos comprados online, fazemos isso com outros eventos que patrocinamos, então já é


“Unir marcas tão valiosas como as dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e a dos Correios, que tanto apoiam o esporte brasileiro, faz todo o sentido” parte de nossa estratégia de negociação. Além disso, vamos ter a chance de criar negócios com outros patrocinadores, como algumas empresas chinesas que estão vindo para o país. É a ocasião ideal também para não deixarmos que a concorrência se fortaleça por aqui”, afirma. Mas, para que isso ocorra, Luciana lembra que esse é um projeto da empresa como um todo. “O contrato permeia várias áreas da empresa, como logística, negócios, filatelia, promoções, e necessita do envolvimento de todos os empregados”, conta a gerente.

Reposicionamento da marca De acordo com a Consultoria CSM Brasil, pesquisas em nível mundial revelam um alto crescimento das ações de patrocínio. No mercado atual, cerca de 40% dos patrocinadores

pretende aumentar o gasto com a atividade. Na América do Norte, por exemplo, calcula-se que o mercado de patrocínio represente US$ 19 bilhões, com crescimento de 4,4 %, em 2012. Exposição da marca é a primeira razão que vem em mente quando se pensa em patrocínio. Mas a atividade também é uma possibilidade única de transmitir valores corporativos. “Os valores olímpicos — amizade, respeito e excelência — e os paralímpicos — coragem, determinação, inspiração e igualdade — têm muito a ver com os valores organizacionais dos Correios. A questão da excelência é algo intrínseco à visão da nossa empresa.”, diz Luciana. “Além disso, o fato de uma modalidade olímpica ter tempo definido, trabalho em equipe, isso também diz muito a respeito da rotina da empresa”, completa.

Mascotes Com a missão de encantar e envolver o público, os mascotes do Rio 2016 foram inspirados na fauna e flora brasileiras. O voto popular, em 14 de dezembro, decidiu que os representantes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 seriam batizados com os principais nomes da bossa nova. O mascote olímpico — que representa a diversidade dos animais do país — ganhou o nome de Vinícius. Já o mascote paralímpico, que representa a mistura da flora brasileira, recebeu o nome de Tom.

Outra vantagem do patrocínio é a oportunidade de fidelizar clientes, de criar um diferencial competitivo a partir dessas ações. “Como o nível de conhecimento e educação está aumentando, os consumidores começam a levar em consideração outros valores, não só o preço. O que leva um cliente a optar entre dois produtos iguais? Se a empresa tem projetos fortes, uma imagem legal, o cliente pensa em investir nos produtos e serviços dela, pensando que a organização vai reverter esses lucros em ações”, argumenta Luciana. Ser escolhida como patrocinadora do Rio 2016 já influencia positivamente a reputação da empresa. “A partir do momento em que nós nos tornamos um dos patrocinadores dos Jogos, o nível de empresas que procuraram os Correios, em busca de parceria, mudou. Então, quando a empresa se apresenta, já há um respeito, uma imagem diferente. Nossa marca já ganhou esse reposicionamento, percebemos isso em convites para participar de algumas ações e de novos projetos”, destaca a gerente.

O apoio começa em casa Ao associar a marca Correios ao esporte é comum lembrar-se de consagrados atletas patrocinados pela empresa, como César Cielo, jan/fev 2015 - Revista Correios 23


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Arquivo pessoal

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Hermano Pereira - Correios

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24 Revista Correios - jan/fev 2015

Gustavo Borges, Fernando Scherer, o Xuxa, e Gustavo Kuerten, o Guga. Mas o apoio a modalidades esportivas ocorre dentro da própria instituição, nos vários campeonatos internos que ocorrem há mais de vinte anos. As competições, que às vezes começam de forma inovadora, lúdica, e despretensiosa, impulsionam talentos, proporcionam diferentes experiências ou trazem oportunidades de mudança de vida, que talvez não fossem possíveis sem o patrocínio. João Antônio Augusto Teubner Neto, analista de sistemas da diretoria regional do Espírito Santo, foi um dos beneficiados pela iniciativa da empresa. O empregado participa do Campeonato Interno de Natação desde o começo da competição, que está agora na 23ª edição. Sendo um dos destaques do torneio, João — que foi o ganhador da primeira edição do evento — e os outros quatro primeiros colocados tiveram a oportunidade de participar da 1ª Clínica Internacional de Natação, nos Estados Unidos, como contrapartida oferecida pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) ao patrocínio dos Correios. “Treinamos com um profissional que tinha sido técnico da equipe americana de natação, em um centro aquático com estrutura de treinamento. Com os conhecimentos da clínica, voltei motivado a participar de mais campeonatos. A gente estava nadando e, na raia ao lado, podia estar um campeão olímpico. Foi a primeira viagem que fiz ao exterior. Então foi tudo novidade: viagem, treinamento,

Rio 2016

em números Jogos Olímpicos (de 5 a 21 de agosto)

10.500 atletas de 205 países 17 dias de evento 306 provas com medalhas 42 modalidades esportivas 33 locais de competição em 4 regiões da cidade

7,5 milhões de ingressos 45 mil voluntários 85 mil terceirizados 8 mil funcionários

Jogos Paralímpicos (de 7 a 18 de setembro)

4.350 atletas de 176 países 12 dias de evento 528 provas com medalhas 23 modalidades esportivas 21 locais de competição em 4 regiões da cidade

1,8 milhão de ingressos 25 mil voluntários 45 mil terceirizados 5 mil funcionários


Francisco de Assis - Correios

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1 - João Teubner e o filho na Fase Estadual do Campeonato Nacional de Natação dos Correios 2014; 2 - Matheus Santana, premiado como melhor nadador do país, no Prêmio Brasil Olímpico 2014; 3 - O medalhista olímpico Fernando Scherer, o Xuxa, com o presidente dos Correios,Wagner Pinheiro conhecimento de outra cultura, essa troca de experiências foi fantástica”, conta o analista. O empregado, que continua praticando natação e esteve novamente em 2013 na Clínica dos EUA, voltou inspirado a superar novas metas. “Consegui ganhar os Jogos Nacionais do Sesi. Ganhei a etapa estadual e regional e depois fui disputar a final em Belém, onde conquistei o primeiro lugar nos 50m”, revela João, que ainda considera a importância da iniciativa em outros setores de sua vida. “Trago muito do esporte — a disciplina, o foco — para a profissão. Sem contar a questão da saúde e qualidade de vida, além da chance de conhecer

pessoas, novos lugares e fazer amigos e contatos”, completa. Também foram as piscinas do Campeonato Interno de Natação dos Correios que influenciaram a vida profissional das irmãs Karla e Kelly de Jesus. Filhas do carteiro Hélio de Jesus, empregado dos Correios há mais de 30 anos, as duas começaram a participar do Campeonato Interno de Natação quando eram ainda crianças. “Participei de seis Clínicas Internacionais de Natação nos Estados Unidos com a seleção dos Correios e posso dizer que a experiência adquirida foi tanto como atleta como profissional. Hoje estou no último ano do meu doutorado em

Portugal — na área de biofísica da natação — e ainda aplico muitos conhecimentos nos meus artigos científicos baseados em experiências adquiridas nessas clínicas”, relata Kelly. “As clínicas permitiram que nos abrissem as portas para a continuação dos estudos no exterior”, acrescenta Karla.

Dos Correios para o pódio Mais do que proporcionar momentos de descontração e interação entre empregados da empresa e seus dependentes, os campeonatos internos também revelam talentos. Entre as braçadas do Campeonato de Natação dos Correios, surgiu o jovem Matheus Santana, filho da atendente comercial aposentada dos Correios do Rio de Janeiro, Maria das Graças Batista Paulo. Com apenas 18 anos, o atleta, apesar da pouca idade, já é considerado uma das principais revelações da natação nacional. Depois de conquistar três medalhas nos Jogos Olímpicos da Juventude em Nanquim e bater o recorde mundial júnior na prova dos 100m livre, o nadador já é chamado de “o novo Cielo” e avaliado como promessa para 2016. Os bons resultados foram premiados no final de 2014, quando jan/fev 2015 - Revista Correios 25


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Time Brasil

Curiosidade olímpica Duas novidades nos Jogos Olímpicos Rio 2016: o Rugby, que ficou afastado do evento por 92 anos, e o Golfe, que esteve fora por 102 anos. Já nos Jogos Paralímpicos estreiam a Paracanoagem e o Paratriatlo.

Matheus foi eleito o melhor nadador do Brasil no Prêmio Brasil Olímpico 2014, realizado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Maior evento do esporte nacional, o prêmio consagra os melhores atletas olímpicos do ano e os melhores atletas de cada modalidade. Para o atleta, os Correios têm papel fundamental na natação do Brasil. “Por ser o patrocinador oficial da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), ele viabiliza viagens, treinamento e competições aos atletas da seleção.”, afirma. Matheus, assim como César Cielo, faz parte de uma geração formada sob o patrocínio dos Correios aos esportes aquáticos brasileiros, iniciado em 1991. Além do apoio aos atletas de ponta, o patrocínio beneficia crianças e adolescentes, por meio da manutenção de escolinhas nas modalidades patrocinadas em diversas partes do Brasil.

Década olímpica Quem acompanhou o esporte nacional durante os anos 90, sobretudo a natação, não esquece dois gigantes brasileiros: Gustavo Borges e Fernando Scherer, o Xuxa. Os dois, junto com Gustavo Kuerten, o Guga, estão, provavelmente, entre os principais atletas olímpicos de destaque já patrocinados pelos Correios, em um período em que 26 Revista Correios - jan/fev 2015

patrocínio era algo muito mais raro que nos dias de hoje. Levando o nome da empresa pelo mundo, Xuxa, ganhador de duas medalhas olímpicas, lembra-se da importância do apoio que teve na sua carreira. “A coisa mais importante para o atleta é poder ter calma e segurança para viajar e, para isso, o patrocínio é fundamental, significa tranquilidade. A partir desse momento você vira realmente profissional e transforma paixão em carreira futura, pois todos nós, no final do mês, temos contas a pagar. Podemos investir em médicos, nutricionista, psicólogos e massagens, entre tantas coisas necessárias para o melhor desempenho do atleta”, argumenta Xuxa. Para a gerente de Marketing Esportivo dos Correios, esses bons resultados ajudam a fomentar a prática do esporte nacional e a inspirar o surgimento de novos atletas. “Quando o Guga foi campeão mundial, a quantidade de pessoas, o número de adeptos e praticantes de tênis aumentou. Se a gente tem um resultado melhor, aumenta a procura. Se o Cielo ganha uma medalha, aumenta o número de inscrições nas escolinhas de natação. Então há essa relação, a exposição na mídia divulga as diversas modalidades, o que é importante para o desenvolvimento do esporte também”, reforça Luciana.

É a delegação brasileira em Jogos Olímpicos, da Juventude, Panamericanos, Sul-americanos e da Lusofonia. Nesse tipo de competição, não existe uma ou outra modalidade em destaque. Todas se unem para integrar o mesmo time, o Time Brasil. Para o cantor Toni Garrido, um dos dezesseis padrinhos do Time, a marca Time Brasil pretende popularizar o esporte olímpico, aproximando os atletas da população brasileira. O músico foi escolhido como compositor do hino oficial e curador artístico do Time Brasil, com a função de intermediar, fazer o contato e a ponte entre os artistas e o Comitê Olímpico. “Veio como uma surpresa. Os padrinhos escolhidos são pessoas que representam uma coletividade, cada um faz um trabalho popular e nós temos uma relação principalmente com a mídia espontânea, inclusive no âmbito da internet. O objetivo do Time Brasil é popularizar o esporte nas redes sociais, as modalidades e os desportistas, aproximando os atletas da nossa realidade, da população brasileira que não tem necessariamente contato com eles. Às vezes a gente conhece o esporte, mas não sabemos quem está praticando e é muito importante fazer essa aproximação”, conta.


Voluntários no Rio 2016 Além do patrocínio de modalidades esportivas e de toda a logística do Rio 2016, a equipe Correios também vai ser encontrada no trabalho voluntário do evento. Cerca de 500 empregados da empresa, de norte a sul do país, vão colaborar com a realização do maior evento esportivo do planeta. Os inscritos, que poderão ser selecionados para trabalhar com atendimento ao público, serviços de saúde, esportes, transportes, produção de cerimônias e outras áreas, já criam expectativas em relação aos Jogos.

Créditos das fotos - coluna da esquerda: Francisco Emir Teixeira Ferreira - Correios, Arquivo Pessoal, Celeste Vidigal - Correios. Créditos das fotos - coluna da direita: Francisco de Assis - Correios, Arquivo Pessoal, Felipe Santos - Correios

Quem: Sônia Azevedo, 61 anos O que faz: Auxiliar de Enfermagem De onde: Rio Grande do Sul Por quê: “Fui voluntária da Copa do Mundo e gostei muito de participar, por conta da interação. Você conhece pessoas de todo o mundo, convive com pessoas de todas as faixas etárias. O esporte, assim como a educação, pode promover essa interação e dar oportunidades. Se puder, gostaria de trabalhar na área de atendimento ao espectador no Rio 2016."

Quem: Dalice Gomes da Silva, 41 anos O que faz: Administradora De onde: Brasília Por quê: “Oportunidade de fazer a diferença? Talvez. Oportunidade de estar junto dos melhores, dos campeões? Quem sabe. O trabalho voluntário, principalmente representando os Correios, é a opção de conectar pessoas, de aproximar diferentes povos. Trabalhar como voluntária é dizer: Obrigada atletas, por me permitir partilhar da vitória de vocês."

Quem: Alemir Mulin, 50 anos O que faz: Agente de Correios — Suporte De onde: Rio Grande do Norte Por quê: “Além do evento ser de muita importância, quero auxiliar as pessoas que estão participando. Espero conhecer culturas diferentes e pessoas de outras nacionalidades.”

Quem: Waldomiro de Almeida, 37 anos O que faz: Contador De onde: Goiás Por quê: “Gosto de atividades esportivas (sou árbitro da Federação Goiana de Futebol há 13 anos) e vejo a oportunidade de viver novas experiências e poder ter contato com várias pessoas de outros países, culturas e idiomas."

Quem: Francisco Rabelo, 21 anos O que faz: Estagiário De onde: Pará Por quê: “Ótima oportunidade de aperfeiçoar meus idiomas estrangeiros. Além disso, é uma chance de participar do maior evento esportivo, estar perto dos meus ídolos, pois sou ex-atleta de judô. Também já participei de campeonatos sul-americanos, estaduais e brasileiros."

Quem: Thaise Ferreira da Silva, 32 anos O que faz: Coordenadora de atendimento De onde: Minas Gerais Por quê: “Já participei de alguns voluntariados, mas nenhum desse porte. Gostaria de auxiliar, para o evento ocorrer da melhor forma possível, porque sei que a demanda é grande. Mas espero que, com o sucesso dele, a imagem do país fique cada vez melhor." jan/fev 2015 - Revista Correios 27


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Os Jogos Rio 2016 já começaram! Correios trabalham para fazer tudo dar certo

Grandes eventos são sempre processos logísticos complexos. É preciso assegurar toda a infraestrutura para satisfazer as necessidades de milhares de pessoas e fazer com que tudo funcione em sintonia com o programa proposto que, afinal, é o motivo que reúne todas elas EOM/AECOM

Maquete virtual do Parque Olímpico da Barra da Tijuca

À

s 10h do dia 5 de agosto de 2016, quando os primeiros atletas olímpicos no Rio de Janeiro abrirem os Jogos com a competição de ginástica rítmica, uma série de providências terão sido tomadas muito antes para garantir que tudo dê certo. E os Correios são responsáveis pela maioria delas.

28 Revista Correios - jan/fev 2015

Para garantir que o tablado dessa apresentação esteja no chão da Arena Olímpica do Rio, um cruzamento de informações terá levado em conta desde sua compra pelo Comitê Rio 2016 até o seu armazenamento; as condições de deslocamento para levá-lo e o tempo para instalá-lo.

A dimensão é tão grande que, embora os Jogos sejam realizados em 2016, o planejamento está sendo trabalhado desde o início de 2014. “É uma operação que envolve o recebimento, a armazenagem e a entrega de 30 milhões de itens. Precisamos estar preparados”, destaca o presidente Wagner.


“Lidamos com contingências todos os dias. Elas acontecem. Isso faz parte do negócio. E esse conhecimento nos é favorável” Fora dos olhos do público nas arenas ou da grande maioria que assistirá aos Jogos pelas telas do mundo todo, até lá 2,3 mil pessoas estarão preocupadas somente em fazer com que tudo chegue aos locais certos, no momento esperado.

Milhões de objetos, infinitos usos Desde que a empresa assumiu a incumbência de ser o operador logístico do maior evento esportivo do mundo, até o transporte do tablado da ginástica virou tarefa dos

Correios, entre tantos milhões de itens. Mas a quantidade de objetos pode ser o menor dos problemas. José Furian Filho, vice-presidente de Logística da empresa, atribui a grande complexidade dessa operação à enorme diversidade de objetos: “Uma coisa é o nosso transporte diário. Outra coisa é transportar tantos equipamentos de tipos diferentes, com uma infinidade de fins”. Durante a Copa do Mundo no ano passado, aqui mesmo no Brasil, apenas um esporte masculino era disputado por 736 atletas de 32 países. Durante os 17 dias dos Jogos Olímpicos e os 13 dias dos Jogos Paralímpicos, essa razão será multiplicada. “Será como se, de 5 a 21 de agosto, 42 campeonatos mundiais de várias modalidades diferentes, aconteçam na cidade. Às vezes em vários lugares ao mesmo tempo, juntando cerca de 10,5 mil atletas (homens e mulheres), de 205 países”, enumera Furian. As atividades serão retomadas com os Jogos Paralímpicos, do dia 7 até 18

de setembro, com outros 23 campeonatos do mesmo porte e mais 4.350 atletas de 176 países. O processo para participação dos Correios na operação logística começou em janeiro de 2013, com a apresentação das propostas da concorrência internacional vencida pelos Correios. Um ano e meio depois, em julho de 2014, a Vice-Presidência de Logística (VILOG) reuniu profissionais de todas as áreas da empresa numa força-tarefa com dedicação exclusiva, que àquela altura já começava a planejar a logística para o Rio 2016. Em janeiro deste ano (2015), o contrato de prestação de serviços para a operação logística foi assinado. É um trabalho que se estenderá até dezembro de 2017.

A operação logística Carlos Henrique de Luca Ribeiro, coordenador-geral desta força-tarefa, explica que será papel dos Correios receber e armazenar os itens que virão de várias partes do mundo para equipar a Vila Olímpica

EOM/AECOM

Maquete virtual do Velódromo do Rio 2016 jan/fev 2015 - Revista Correios 29


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na Barra, a outra em Deodoro e todas as 98 instalações — 37 esportivas (arenas), 20 para treino e 41 instalações que não serão usadas para competições. As unidades estarão espalhadas por quatro regiões do Rio de Janeiro, além de estádios com sedes em Brasília, Salvador, Belo Horizonte e São Paulo (onde será disputado parte do Torneio Olímpico de Futebol); e ainda ser responsável por todo o pessoal necessário para fazer essa operação. A logística é vital para o sucesso do evento. Para garantir que todas as arenas e instalações dos Jogos estejam em condições de receber as competições, os atletas e as comissões técnicas, além do público, a empresa garante entregar as coisas certas, no lugar certo, na hora certa. Os Correios cuidarão do mobiliário e equipamentos das instalações onde haverá e onde não haverá competição; de uma infinidade de equipamentos esportivos; equipamentos eletrônicos e de TI — como as câmeras que equiparão os centros de mídia e materiais que exigem rígido controle de temperatura — além de 36 mil bagagens dos próprios atletas. O transporte e distribuição de tudo isso aos seus destinos também é competência da empresa. O que inclui, por exemplo, 135 mil cadeiras, 18 mil sofás, 46 mil mesas e a custódia de mais de 8,6 mil amostras de testes antidoping dos atletas, realizados ao longo dos Jogos. O que obriga considerar o pacote de obras de mobilidade e urbanísticas pelas quais o Rio passa e que poderão, até lá, interferir no processo de transferência de carga. A estrutura da gerência no Rio de Janeiro montada para o Rio 2016 conta com 180 supervisores e coordenadores que ficarão direto nas arenas. Mas a partir de abril, os Correios já começam a operação propriamente dita. 30 Revista Correios - jan/fev 2015

EOM/AECOM

EOM/AECOM

Maquetes virtuais das arenas de basquete (acima) e de handebol (abaixo), onde haverá participação ativa dos Correios com sua operação logística Quase duas mil pessoas serão contratadas para a execução indireta desses serviços. No auge dessa tarefa, cerca de 2,3 mil pessoas estarão envolvidas na logística dos Jogos. Para atender a essa estrutura serão usados três armazéns primários: um maior, que será alugado pelos Correios, de 75 mil metros quadrados de área, e que servirá como Centro de Distribuição Principal; um temporário, na Barra da

Tijuca, de 12 mil metros quadrados e dois hangares no bairro de Deodoro, com 2 mil metros quadrados cada um, cedidos pela Aeronáutica para o Comitê Rio 2016. Todos os materiais comprados pelo Comitê Rio 2016 de fornecedores de qualquer parte do mundo e levados para o porto do Rio serão trazidos ao Centro de Distribuição Principal. Fornecedores nacionais levarão sua carga direto para lá.


Outros armazéns menores espalhados pela cidade funcionarão como entrepostos para abastecer as arenas onde ocorrerão os Jogos.

A Vila A Vila Olímpica que vem sendo construída pela iniciativa privada na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio, será recebida pelo Comitê Olímpico em 1º de março de 2016. O trabalho de adaptação dos 3.604 apartamentos e 12 mil quartos (cada um compartilhado por duas pessoas, em apartamentos de dois, três e quatro quartos: 40 mil camas e 40 mil colchões) para receber os 10,5 mil atletas e 7 mil integrantes de comissões técnicas começa no segundo semestre deste ano. Lá também serão erguidas instalações provisórias, como restaurantes, cozinha e almoxarifado, espaços administrativos, igrejas e discoteca. Todo o equipamento (camas, TVs, armários) será transportado, distribuído e montado pelos Correios. Esta é uma diferença da operação realizada nas arenas, onde a etapa de montagem será de responsabilidade do próprio Comitê Rio 2016.

As Arenas No momento que o Comitê Olímpico começar a montar a arena de basquete, por exemplo, a tabela, a base, o aro e a cesta recebem um código-pai e uma série de códigos associados, que serão pedidos pela organização e serão fornecidos pelos Correios. Um atleta de salto com vara, por exemplo, só não carrega seu equipamento porque ele é muito grande e não cabe no apartamento. Peças grandes como barco e vara, entre outras coisas que o atleta não consiga carregar, serão de responsabilidade do operador logístico. Para cada peso, para cada disco usado na prática do esporte, haverá um código homologado. Tudo

“Uma coisa é o nosso transporte diário. Outra coisa é transportar tantos equipamentos de tipos diferentes” controlado por um sistema, com troca de informações o tempo inteiro, para que a bola esteja no meio do campo para ser chutada no início de uma partida de futebol, por exemplo.

Esperar o inesperado Em uma cidade grande como o Rio, não basta colocar todo esse equipamento dentro de um caminhão e cruzar os dedos para tudo dar certo. O Ministério do Turismo calcula que só no período dos Jogos Rio 2016, 500 mil turistas estarão circulando pela capital fluminense. No mínimo é preciso antecipar problemas nas vias e envolver na negociação, além do departamento de trânsito da cidade, as polícias Civil e Militar, entre outras variáveis. Para os imprevistos, ter planos de contingência capaz de resolvê-los é uma das vantagens dos Correios. “Lidamos com contingências todos os dias. Elas acontecem. Isso faz parte do negócio. E esse conhecimento nos é favorável”, explica Carlos Henrique de Luca. Com planos de armazenagem e de transporte muito bem desenhados, ele conta que entre uma série de variáveis, há arenas, por exemplo, que ainda podem ser mudadas de lugar. Tudo isso dificulta o planejamento. Nem por isso os Correios deixam de ter que seguir prazos e regras do Comitê Olímpico para a

operação das arenas, como períodos para a entrega dos equipamentos e revistas de segurança, até o momento em que a arena for devolvida ao Estado do Rio de Janeiro, depois que os Jogos terminam. Até o início dos Jogos, ainda estão programados 55 eventos-teste entre o início deste ano e o primeiro semestre de 2016. Além de testes para os esportes, esses eventos são a oportunidade para verificar toda a estrutura de apoio ao redor. E é o principal teste para a logística. “Os testes são muito importantes. É quando a gente aprimora todo o processo”, atesta De Luca.

Bons negócios a vista Maior operador logístico do país, os Correios serão a primeira empresa pública de correios no mundo a realizar uma operação do porte dos Jogos Olímpicos, para ajudar o país na imensa tarefa de realizar os Jogos. E creem no legado que eles deixarão para todos na forma de infraestrutura e conhecimento. Mas só boa vontade não paga as contas. O trabalho bem feito que a empresa vai apresentar nesse evento tem capacidade de gerar maior visibilidade que as outras operações. Além de reconhecidos pelo mundo inteiro, os Jogos Olímpicos são a maior operação logística não militar do mundo. E o reconhecimento dos Correios como operador logístico pode trazer novas oportunidades de negócios. Furian lembra que, para os Correios, “os Jogos Rio 2016 já começaram”. “A VILOG é coordenadora da operação logística, mas ela é de toda a empresa, esse sentimento precisa ser de todos e todas as áreas devem se engajar no projeto. Quando os Jogos começarem, são os Correios que serão enxergados ali, representando o Brasil. E com certeza, o mundo inteiro estará de olho em nós”. jan/fev 2015 - Revista Correios 31


Destinos Marcelo Ceccon - Correios

A cada ano a região dos Campos Gerais, no Paraná, atrai mais pessoas que buscam, em suas inúmeras trilhas e cachoeiras, a possibilidade de estar próximo à natureza e admirar belas paisagens. Os dois parques estaduais mais conhecidos da região, o de Vila Velha e do Guartelá, registram, juntos, mais de 90 mil visitantes anualmente

Explore a natureza dos Campos Gerais A Arenitos e cânion e formam paisagens únicas que encantam visitantes no Paraná

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1 - A Taça – Parque Estadual de Vila Velha; 2 - Arenitos – Parque Estadual de Vila Velha; 3 - Cacheira da Ponte de Pedra – Guartelá; 4 - Furnas – Vila Velha; 5 - Elevador desativado das furnas – Vila Velha 32 Revista Correios - jan/fev 2015

s rochas avermelhadas de Vila Velha chamam a atenção daqueles que passam pela BR-376. Com 3,2 mil hectares, o parque é uma ilha verde em meio à ocupação humana e serve de refúgio para animais como a onça parda e o lobo guará, além de inúmeras espécies de pássaros e répteis. Situada em Ponta Grossa, Vila Velha tem três pontos de visitação: os arenitos, as furnas e a Lagoa Dourada. Formados há 300 milhões de anos, com o derretimento de geleiras, os arenitos são verdadeiras esculturas naturais. A trilha até a taça, cartão-postal do parque, tem 1,1 quilômetro de extensão. Em todo o percurso, é possível identificar nas rochas formas como gorila, dinossauro, rinoceronte e garrafa. Placas indicativas auxiliam os visitantes nessa visualização, além de oferecer informações sobre geologia, fauna e flora do local. A alta concentração de ferro confere a cor vermelha aos arenitos. A visita às furnas e à Lagoa Dourada é limitada. São apenas três os horários em que os ônibus do parque fazem o transporte ao início das trilhas. Formadas por desabamento de rocha, as furnas são enormes crateras circulares. Duas das que estão abertas à visitação possuem 110 metros de profundidade, sendo a metade coberta por água. Um elevador desperta a curiosidade de quem passa. Até ser desativado, em 2001, por questões ambientais e de segurança, ele levou os visitantes ao fundo da furna. A Lagoa Dourada – que também é uma furna, mas assoreada


Fotos: Marcelo Ceccon - Correios

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– recebeu esse nome por causa do reflexo da luz do sol no final da tarde. Em 2013, no aniversário de 60 anos da criação do parque de Vila Velha, os visitantes ganharam duas novas maneiras para aproveitá-lo: o passeio noturno, que percorre o caminho dos arenitos até a taça e é ideal para quem quer observar e fotografar estrelas; e a trilha da Fortaleza, um trajeto de 16 quilômetros que passa por uma área de acesso restrito. Os passeios são feitos aos finais de semana e necessitam de agendamento prévio.

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Cânions Localizado no município de Tibagi, a cerca de 200 quilômetros de Curitiba, o Parque Estadual do Guartelá abriga um dos maiores cânions do Brasil. Formado pelo rio Iapó, o cânion do Guartelá tem mais de 30 quilômetros de extensão. Os visitantes têm duas opções: a trilha básica, com 5,5 quilômetros, leva aos principais pontos e é autoguiada. Uma passarela de madeira conduz até o mirante e os panelões – pequenas piscinas naturais formadas no leito do Córrego do Pedregulho e único ponto de banho do parque. Chegar ao mirante da cachoeira da Ponte de Pedra exige fôlego e um certo preparo físico, pois o trajeto é feito de várias subidas e descidas sobre as pedras. Já a trilha completa, além de passar pelos mesmos pontos da trilha básica, também dá acesso ao sítio arqueológico, onde podem ser vistas pinturas rupestres datadas de 10 mil anos. Mas atenção: o limite é de 40 pessoas por dia e ela só pode ser feita acompanhada de guia certificado, que pode ser contratado em uma das agências de turismo de Tibagi. O parque estadual ocupa apenas uma pequena área do cânion. Propriedades particulares no entorno também se dedicam ao turismo e oferecem mais opções aos visitantes, como campings, mirantes e cachoeiras.

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Marcelo Ceccon - Correios

Destinos

Quando ir

Os parques ficam abertos durante todo o ano. O período mais procurado é de novembro a março, quando dias mais quentes e com sol permitem aproveitar cachoeiras e rios.

Como chegar

O carro é a melhor opção para se chegar aos dois parques. Para Vila Velha, há ônibus que saem de Curitiba ou de Ponta Grossa. Já para o Guartelá, os ônibus saem de Tibagi, Castro ou Ponta Grossa.

Onde se hospedar

Vila Velha: pela proximidade com a capital, normalmente os turistas se hospedam em Curitiba e fazem passeios de um dia para o local. Guartelá: há áreas de camping próximas ao parque. Quem prefere opção mais confortável deve procurar pousadas e hotéis em Tibagi (a 20 quilômetros do parque) ou em Castro (a 40 quilômetros). A história conta que o Buraco do Padre é o local onde os jesuítas meditavam, sendo observados por indígenas ou caboclos.

Um tesouro escondido Quem visita Vila Velha pode aproveitar para dar uma esticada e ir até a cachoeira do Buraco do Padre, que fica no distrito de Itaicoca, em Ponta Grossa. A origem do nome está ligada a padres jesuítas que frequentavam o local para meditar. De acordo com o geólogo Antônio Liccardo, do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa, a visita é um complemento para quem gostou de observar as formações geológicas das furnas e se perguntou como é estar dentro de uma. O acesso é pela PR-513 e depois por uma estrada não pavimentada de 6 quilômetros. A chegada ao local é,

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no mínimo, inusitada: para acessar o estacionamento é necessário desviar do gado que pasta por ali. A trilha até a cachoeira está razoavelmente demarcada e não exige preparo físico, apenas atenção para não escorregar e um pouco de persistência – não há placas indicativas no caminho e uma bifurcação da trilha leva a um enorme paredão de pedra. A chegada ao Buraco do Padre é de tirar o fôlego. A água rasa e gelada, a cascata de 30 metros de altura que brota do paredão e as aves entrando e saindo de reentrâncias das rochas são elementos do cenário que mais parece uma dimensão paralela.

Quanto custa

O ingresso para Vila Velha custa de R$ 10 (arenitos) a R$ 18 (arenitos, furnas e Lagoa Dourada). A trilha básica no Guartelá é gratuita, mas a completa precisa de acompanhamento de guia turístico, que deve ser contratado em Tibagi e custa entre R$25 e 30 por pessoa.

O que levar

Protetor solar, repelente, chapéu, tênis confortável, roupa de banho e toalha. Quem visita o Guartelá deve levar sua própria água e seu lanche. Já em Vila Velha há lanchonete dentro do parque.

Como enviar seus postais Em Ponta Grossa: Rua Augusto Ribas, 802, Centro Em Tibagi: Rua Guatacara Borba Carneiro, 295


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Satiro Sodré

Esporte O nadador brasiliense no Mundial da FINA 2013, em Barcelona

Voando de plataformas Por duas vezes, César Castro foi considerado o melhor atleta da história dos Saltos Ornamentais do país De passagem por Brasília, o atleta relembrou o tempo em que morou na cidade e ainda fez a alegria de um fã, que pratica o esporte inspirando-se em César Castro

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ara muitos, era uma sexta-feira qualquer, mas Deivid Samuel Matias Brito, 16 anos, andava pela casa, descendo e subindo as escadas como uma criança que aguarda por um presente prometido. Apesar do dia quente e abafado, as mãos do estudante estavam frias e o corpo parecia não se conter dentro de si. “Sabe aquela sensação de quando você desce da montanha russa? Pois é. Estou sentindo isso agora”, dizia o rapaz. Sem pretensão, Deivid curtiu um post no Facebook e, por um

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desses caminhos que a vida traça, teve a chance de conhecer, pessoalmente, o seu ídolo, César Castro, atleta dos saltos ornamentais do Brasil. “É um dia especial para o meu menino”, dizia o pai, Derinaldo de Oliveira Brito. César treinava em uma escola da cidade. Da borda da piscina, Deivid olhava, admirado, as manobras do saltador olímpico. Praticante da modalidade há alguns meses, o garoto faz saltos ornamentais na Defer, em Brasília, mesma escola em que César Castro começou, em meados de 1991. Após as apresentações, Deivid aceitou o desafio de César e fez alguns saltos. “Achei que, por estar ao lado de quem eu sempre me espelhei, foi fácil. Me senti mais determinado ainda. Até porque, foi por motivação e orientação dele que fiz um salto que eu tinha muito medo, o de cinco metros”, derrete-se o garoto.

Nascido para saltar César nasceu e cresceu na capital federal. Aos 6 anos, o garoto, naturalmente, transbordava energia. Foi quando os pais decidiram matricular ele e o irmão nas aulas de judô para ver se diminuíam o ritmo. Aos 9 anos, o atleta começou a fazer natação e, por brincadeira, promovia competições de saltos nos trampolins com o colegas da turma. “Não era nada profissional, não tinha técnica, claro. O desafio era saber quem pulava mais alto”, relembra César. O professor, Giovani Casilo – mesmo professor de Deivid -, percebeu que César tinha potencial e o convidou para praticar saltos ornamentais. Dalí, começaram a surgir as participações em alguns torneios e competições. Aos 15 anos, César deparou-se com as dúvidas comuns da idade: “Será que isso vai dar certo?”, “É isso


Tiago Frechiani

um processo muito bacana. É uma boa lembrança”, conta, orgulhoso. Contrariando toda dificuldade ainda encontrada pelos atletas de Saltos Ornamentais no Brasil, César Castro exibe um histórico invejável. Duas vezes considerado o melhor atleta da história dos saltos ornamentais do país, o atleta esteve, nos últimos dez anos, quase sempre entre os dez primeiros colocados do ranking mundial. Chegou a ficar em 3º lugar, em 2009. Em 2002, foi o primeiro brasileiro a subir ao pódio em uma etapa do Grand Prix. César também competiu nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 (9º), Pequim 2008 (24º) e Londres 2012 (17º).

Futuro que se constrói Deivid Samuel ouve com atenção as orientações do ídolo

mesmo que quero para mim?”, “Estou fazendo a escolha certa?”. Para ele, nessa idade o jovem tem muita referências e isso acaba confundindo. “Mas eu tive muita sorte. Tinha o apoio dos meus pais e dos amigos. No momento certo eu resolvi levar a sério. Abracei a causa junto com o Ricardo (Moreira, técnico). A gente falou: nós vamos fazer, seremos bom nisso. Começou na teoria e colocamos em prática”, afirma César. Da determinação, veio a participação no primeiro campeonato sul-americano, na Colômbia. Depois de muito caminho percorrido, milhares de saltos realizados e dezenas de medalhas conquistadas, hoje César é um veterano que sabe de onde veio. Por isso, é capaz de compreender a ansiedade do jovem Deivid ao encontrá-lo. Aos 18 anos, o saltador olímpico começou a competir na categoria profissional.

“Eu estou muito satisfeito com minha carreira” Ao lado de nomes consagrados, o brasiliense ficava nervoso. “Eu não tinha saltos complexos. Isso me causava insegurança. Mas essa experiência é boa para quem está começando, porque te dá uma referência para buscar ser melhor”, comenta. César lembra de ficar observando outros atletas como o saltador brasileiro Cassius Duran e pensar: “um dia eu vou ser assim. Não vou ficar para trás”. De espírito competitivo, César foi aprimorando suas técnicas ao longo dos anos. A distância com seus ídolos começava a ficar cada vez menor. Quatro anos depois, o atleta estava competindo de igual para igual. “Foi

César é do tipo de atleta que se preocupa com a pós-carreira. Formado em Educação Física, o brasiliense enfrentou tempos complicados na época da faculdade. A rotina cansativa e cheia de compromissos, todavia, não tiraram do aleta, à época com 17 anos, o foco dos Saltos Ornamentais. “Levei o esporte muito a sério, passei a estudar a noite para poder buscar o melhor que eu pudesse ser no esporte. Quatro anos depois eu estava na Olimpíada de Atenas, na primeira final olímpica de que participei”, relembra. “Eu recomendo os estudos para qualquer atleta”, completa. Morando atualmente nos Estados Unidos, César treina em tempo quase integral e aproveita a oportunidade para aprender inglês. “O estudo tem que estar presente. Não pretendo parar jamais. Sempre aproveito para associar algumas coisas e nunca ficar parado”, argumenta. Mas César não traz “boas notícias” para os fãs brasileiros. Isso porque o atleta pretende finalizar a carreira após as Olímpiadas do Rio 2016. Satisfeito com a carreira, o saltador considera que é bom para um atleta saber a hora de parar para não carregar algo que não seja jan/fev 2015 - Revista Correios 37


Satiro Sodré

Esporte

necessário. “Eu acho que já contribui muito no esporte. Tenho isso muito claro. Penso que acabará como atleta, mas quero estar próximo de outra forma: como professor, como consultor ou qualquer outra coisa que eu possa contribuir para os Saltos Ornamentais”, analisa com serenidade.

Apoio de longa data

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Atualmente morando nos EUA, César treina em média seis horas por dia

Satiro Sodré

Atleta ligado à Confederação Brasileira dos Desportos Aquáticos (CBDA), César Castro sabe a importância do patrocínio na vida de uma atleta. Em entrevista, César relembrou a primeira vez que conseguiu um apoio profissional. Junto com o técnico Ricardo Moreira, conseguiram passagens de ônibus para competir em Goiânia, cidade a 210 km de Brasília - DF, pelo Troféu Brasil. “Tínhamos entre 18/19 anos. Nós vibramos bastante quando conseguimos. Isso mostra a importância de ter humildade para começar de baixo e que, o incentivo é um pilar na carreira do atleta”, argumenta. Desde 1997, os Correios estão presentes da vida de César Castro, mas, por volta de 2001/2002, o incentivo foi intensificado. “Os Correios sempre me apoiam, onde quer que eu esteja. Isso é muito legal: seja em Brasília, seja no Rio de Janeiro, onde eu fiquei 5 anos, e agora nos Estados Unidos, os Correios me apoiam. Para onde vou, os eles estão comigo. Acho que esse é o diferencial”, assegura. Para o brasiliense, a singularidade dos Correios é a liberdade oferecida ao atleta. Enquanto alguns profissionais temem a mudança, César argumenta que a empresa sempre deu a segurança necessária para tomar a melhor decisão em sua carreira esportiva. “Os Correios falam: vai, escolha o seu melhor e a gente vai estar atrás de você, dando suporte. Eu tenho um carinho muito grande e reconheço todo o esforço e empenho que os Correios me dão ao longo desses 13 anos”, agradece.

César foi medalha de ouro no X Jogos sul-americanos Santiago 2014

Origem dos saltos ornamentais Engana-se quem imagina que a arte de saltar de várias alturas rumo à água nasceu recentemente. A prática que deu origem aos saltos ornamentais está registrada em murais pintados há cerca de 4 mil anos. Essas pinturas mostram povos babilônicos, caldeus e os antigos egípcios mergulhando de pontos elevados, com o objetivo de alcançar comida ou buscar tesouros no fundo do mar. Fonte: Portal oficial do Governo Federal sobre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016


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