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GESTÃO CIA
Geniomar Pereira
} Diretor Comercial da Rede Lojacorr
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} Graduado em Ciências Administrativas e Contábeis, pós-graduado pela UFMG, UFJF e FGV, com especializações em Negócios, Marketing e Finanças.
ENQUANTO UNS CHORAM A CRISE, OUTROS VENDEM LENÇOS
NIZAN GUANAES
VOCÊ SABE SE COMPORTAR
em tempos de crise?
Trago um tema bastante contemporâneo ao momento em que vivemos. Tenho utilizado sistematicamente com nossas equipes a frase do publicitário Nizan Guanaes para enfrentar esses tempos difíceis: “Enquanto uns choram a crise, outros vendem lenços”.
Mas afinal, qual é o significado de crise? Em chinês, a palavra CRISE é representada por dois ideogramas: perigo e oportunidade. Para enfrentar uma crise é preciso entender o ambiente de negócios e ter ações planejadas para reagir. Mas como fazer isso na prática?
Existe uma falsa crença de que se um modelo de negócio funcionou tão bem até aquele momento ele deve seguir sem alterações. São exatamente esses momentos de crise que ajudam a questionar todo o trabalho executado (os quais já dominamos tão bem) e o que ainda precisa ser feito. Se observarmos com um pouco de atenção, veremos que muitas empresas consideradas sólidas não mudaram em tempos de crise e perderam mercado. Mudar é mais do que necessário para garantir a sobrevivência, mas a mudança deve ser feita com processos bem definidos.
Primeiro deve ser reavaliado o plano de negócios. Verifique em que situação a empresa está hoje de fato e para onde o negócio pode e quer ir. Desenhe objetivos para esse novo cenário. Crie metas de curto e médio prazos. O grande ponto é aproveitarse das oportunidades e tirar delas o melhor.
Em resumo, a saída não é apenas uma redução de custos operacionais e financeiros, mas pensar diferente e fazer mais e de forma melhor com os recursos que se tem. Para ter sucesso na crise e passar por ela de forma saudável, precisamos ter algumas competências específicas:
Capacidade Analítica: temos que ser capazes de entender como a crise nos afeta especificamente. Ter atenção e capacidade analítica para entender quando ela vai começar, quanto tempo ela vai durar, entender se está melhorando ou piorando etc. Quanto mais formos capazes de antecipar o que vai acontecer, mais cedo poderemos tomar as decisões que nos permitirão sair da crise bem-sucedidos.
Imunidade: temos que ser capazes de ficar imunes ao mau humor que toma conta do ambiente. Há uma certa fala turbulenta e assustadora que alimenta e é alimentada pela mídia (é a oportunidade dela na crise), mas que, no fundo, pode não fazer nenhum sentido para o nosso setor ou o nosso negócio em especial. Quanto mais formos capazes de ficar frios e tranquilos, melhores serão nossas análises e nossas decisões. A crise bate mais forte nos covardes!
Agilidade: temos que ser capazes de tomar boas decisões e colocá-las em movimento rápido. A crise tem um tempo. O seu bolso também. Agir no tempo certo é essencial. Agir com inteligência também é essencial. Só tem uma coisa que não funciona de jeito nenhum na crise: continuar fazendo o que você vinha fazendo antes da crise.
Contudo, mostrar-se capaz de superar as adversidades e as incertezas do mercado faz de qualquer gestor um verdadeiro líder para sua equipe. Por isso, estimule seus colaboradores a buscarem alternativas de executar processos, seja na linha produtiva ou seja em vendas. Estimule-os a enfrentar este cenário e reconheça as melhores opiniões. Assim, sua empresa vai se manter competitiva e se sobressair no mercado.
Uma coisa é certa: não há como tomar decisões acertadas sem contar com informações precisas e confiáveis sobre o seu negócio. É importante analisar cada setor da empresa, a fim de verificar se o negócio é rentável, se há algo a melhorar, se há como economizar em determinados processos e como a empresa está reagindo às exigências do mercado. Em suma: você precisa conhecer os seus números.
Mesmo que na prática não seja preciso tomar decisões drásticas, muitas empresas agem imediatamente cortando investimentos, reduzindo a produção e cortando postos de trabalho. Acontece que tudo isto também tem um custo.
Portanto, antes de tomar qualquer atitude, vale a pena analisar com cuidado cada ação a ser implantada. Fique atento aos dados financeiros, verifique a posição da carteira de negócios, evite o excesso de horas extras e cuide bem da contabilidade, não misturando as contas pessoais com as da empresa.
Para finalizar, gostaria de citar Winston Churchill, grande estrategista e político britânico: “Um pessimista vê dificuldade em toda oportunidade; um otimista vê oportunidade em toda dificuldade”.
A CEO, ERIKA MEDICI, FAZ O SÍMBOLO DO EACH FOR EQUAL, O QUAL REPRESENTA O COMPROMISSO DA COMPANHIA COM A IGUALDADE DE GÊNERO
Diversidade é fundamental para uma grande empresa
A Revista Corretora do Futuro realizou uma entrevista exclusiva com a CEO da AXA do Brasil, Erika Medici, abordando sua nova trajetória dentro da empresa, estratégias, desafios e realizações, não apenas profissionais, mas também pessoais, além da equidade de gênero e da diversidade.
Revista Corretora do Futuro: Sua formação acadêmica é em Estatística, Economia, além de Administração e Negócios. Conte-nos sobre sua trajetória profissional e como sua formação foi importante para se tornar essa grande líder?
Erika Medici: Quem trabalha comigo sabe que acompanho os números da operação de perto e sempre pauto minhas decisões levando-os em consideração. Eu sou muito disciplinada neste acompanhamento e na depuração das métricas. Isso com certeza está intimamente ligado com minha formação e, na verdade, com o meu modelo mental. Só tem uma coisa mais importante que os números na minha opinião: as pessoas – colaboradores, corretores, parceiros. São elas que estão à frente de tudo, inclusive dos números e da maneira como olhamos para eles.
RCF: Durante sua trajetória profissional, você atuou nas mais variadas frentes, como: análise de negócios; pesquisa de mercado; inteligência de mercado; produtos; relacionamento; comercial; marketing e comunicação. Como essa pluralidade de experiências foi um diferencial para o seu desenvolvimento profissional?
E.M.: Eu acredito que essa diversidade é fundamental para a formação de um líder. Além de me ajudar a entender todas as partes do negócio do ponto de vista técnico, isso me permitiu vivenciar os desafios de cada área. Pensando em liderança, isso é um insumo importante para ter mais empatia com quem está na posição que você já esteve um dia.
RCF: Há quatro anos você faz parte da AXA Seguros, quais foram os desafios e aprendizados até chegar à presidência?
E.M.: Tem sido um período muito intenso. Em 2020, completamos cinco anos de Brasil. Somos uma operação jovem e isso é muito desafiador. Você olha e tem muito a construir, e sou muito grata pelas oportunidades que tenho tido na AXA. Quando fui promovida à CEO, em fevereiro, o meu chefe, responsável pelo desenvolvimento de negócio em mercados internacionais, me disse: ‘sua missão é acelerar o crescimento da companhia e fazer com que a AXA seja reconhecida pelos corretores com uma empresa com a qual é fácil de se trabalhar’. Um mês depois, veio a pandemia e pensei: ‘vamos ter de acelerar muito mais para atingir a meta do ano’ e é o que estamos fazendo. Além disso, diante das contingências, o processo de digitalização da companhia, que já tinha as bases muito estruturadas, se acelerou e isso tem tudo a ver com oferecer uma experiência simples, rápida e ágil, que é o que todo mundo quer no fim do dia!
RCF: Sabemos que são poucas as mulheres que alcançam cargos de liderança em todo o mercado. Você é um exemplo. Poderia nos contar quais foram as suas estratégias para crescer e desenvolver sua carreira?
E.M.: Tem um dito popular que diz ‘quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho’. Eu acredito nisso de verdade. Na minha opinião, para subir tem que trabalhar muito, se dedicar mesmo. Mais: a sua agenda de ascensão profissional não pode ser maior do que a agenda da companhia e do todo. Você sobe porque é importante numa perspectiva mais ampla, porque consegue impulsionar as pessoas e não porque você sozinho é brilhante.
Sobre a questão de ser mulher, temos políticas muito claras em prol da equidade de gênero, da diversidade como um todo, e isso é muito sério para o Grupo AXA. Precisamos garantir que as pessoas tenham igualdade de oportunidades e que a decisão tenha a ver com competência e com o perfil mais adequado para a posição.
Então, acrescentaria que além de trabalhar muito é preciso entender o contexto, analisar se o projeto onde você deposita suas energias está alinhado ao que você acredita. Caso contrário, pense melhor.
RCF: Estamos vivendo momentos jamais imaginados e o seguro se faz ainda mais necessário. Quais são os entraves que você vê no mercado brasileiro por ainda não ter desenvolvido a cultura do seguro e a diversificação dos produtos empresariais?
E.M.: Temos a questão cultural sem dúvida, mas acredito que tenhamos uma missão mais árdua, que é tangibilizar o benefício de ter um
seguro empresarial. Levando em consideração pesquisas sobre os desejos de consumo do brasileiro, plano de saúde é o terceiro mais citado, atrás da casa própria e da formação universitária. Em saúde, o risco é muito tangível (ficar doente) e o benefício também.
Então, em relação aos seguros empresariais, acredito que o corretor tem um papel ainda mais fundamental em ajudar o cliente a perceber o risco e tangibilizar o benefício. Também penso que o cenário de negócios está abrindo novas oportunidades. Temos acompanhado uma explosão de startups e pequenos negócios. Para as novas gerações, empreender hoje é muito mais tangível do que há 10, 20 anos. Adolescentes já dizem que preferem não ter carro no futuro, porque estar conectado é mais importante, porque dirigir é perda de tempo... Então, o nosso mercado tem de olhar para isso e se mover para atender a esse consumidor. Isso é uma oportunidade imensa.
RCF: No mês de março, empresas e profissionais de todas as áreas do País tiveram que se adaptar rapidamente ao avanço do coronavírus no Brasil e transformar sua maneira de trabalhar. Como você imagina que será o novo normal após esse período?
E.M.: Esse novo normal está em construção. Mas o que tenho pensado muito é que temos de acumular conhecimento e não trocar um pelo outro. Não faz muito tempo, vivemos uma crise hídrica em nível nacional, que nos ensinou sobre o uso racional da água, reutilização e nos fez pensar na diversificação da matriz energética, entre muitas outras coisas.
Agora, nosso foco está nos hábitos de higiene e isolamento social para achatar a curva de contágio e isso tem implicações no jeito que nos organizamos como sociedade. O home office é um excelente exemplo. Está provado: funciona! Mas a gente não pode esquecer isso daqui um ano, da mesma forma que não podemos abandonar os projetos de reutilização de água.
Precisamos entender que esses aprendizados fazem parte de um reequilíbrio do nosso modo de vida e que se não mudarmos os hábitos de verdade seremos acometidos pelos mesmos males do passado.
RCF: Com tantas transformações na economia e a busca por novas fontes de renda, para você, qual a importância de termos cada vez mais empreendedores no mercado segurador brasileiro?
E.M.: O empreendedorismo é uma tendência. O emprego como conhecemos hoje vai se modificar cada vez mais. O mercado de seguros, especialmente a corretagem, é uma grande oportunidade. Ainda há muito espaço para profissionalização, modelos de negócios mais inovadores. Quem estiver atento a isso sai na frente.
PERFIL
Mais de 18 anos de experiência no mercado de seguros, já tendo atuado em diversas frentes – comercial, distribuição de negócios digitais, produtos, pricing, processos, resseguros, marketing e M&A. Liderança em projetos estratégicos, tais como: segmentação de corretores, planejamento e estratégia comercial; reposicionamento de marca e lançamento de produtos. Liderança do processo de M&A das carteiras de ramos elementares da SulAmérica e gestão da migração das carteiras para a AXA. Mestre em Estatística pela UFRJ e com MBA Executivo pela Fundação Dom Cabral, lecionou as disciplinas de Modelos de Análise Multivariado aplicados à Inteligência de Mercado e Econometria em cursos de graduação e mestrado de economia do IBMEC-RJ. Graduada em Estatística pela UFRJ e Ciências Econômicas pela UFF.
ERIKA MEDICI EM EVENTOS DA EMPRESA, COM PROFISSIONAIS DE SUA EQUIPE
RCF: O que a AXA está fazendo nesse momento para ajudar os pequenos empresários?
E.M.: Agimos muito rápido em várias frentes. Em tempo recorde, fizemos uma adaptação no produto empresarial e colocamos no mercado o ‘Empresa Slim’, mais compacto, com vigência a partir de seis meses e condições facilitadas de pagamento. Essa solução pode ajudar numa renovação ou o cliente pode optar por trocar temporariamente o seguro mais completo pelo mais básico e garantir o essencial até o fluxo de caixa se normalizar. Também preparamos um material de gerenciamento de risco especial para esse público, sem tecnicismos, e prontos para o corretor enviar diretamente para o cliente.
RCF: Ainda falando em iniciativas de aceleração de pequenos e médios negócios, que dica você pode dar ao empreendedor que tem medo de ousar e alavancar seus negócios?
E.M.: Nesse caso, a ousadia tem de ser muito bem planejada e não um impulso. É preciso entender o que está em jogo e fazer um planejamento. Mas, sem dúvida, fazer mais do mesmo não é a melhor opção. Então a minha dica é estude, planeje e faça diferente, tenha uma proposta de valor clara para quem paga a conta.
RCF: Que dica você pode dar aos profissionais da Rede Lojacorr, para que continuem a buscar sua evolução profissional e ascensão?
E.M.: Trabalhar duro e ter um propósito são fundamentais para ser bem sucedido. Trabalhar com estratégia, entender o cenário e as tendências. Temos sempre que nos antecipar, estudar, aprimorar competências. O momento que estamos vivendo traz ensinamentos importantes como, por exemplo, a necessidade de ser digital.
RCF: Desde que assumiu a presidência da AXA, como tem sido esse eixo Rio-São Paulo?
E.M.: Embora o escritório principal da companhia fique em São Paulo, eu e minha família entendemos que o melhor era não mexer em nossa estrutura naquele momento. Além disso, eu sou muito tecnológica. Então, eu trabalho onde eu estiver. Com a pandemia e a necessidade do home office em larga escala, entendo que todos nós vamos repensar a quantidade de viagens corporativas que realizamos. Estar junto fisicamente é fundamental
em algumas circunstâncias, mas acho que o mundo vai repensar isso. Podemos economizar recursos e diminuir nossa pegada ecológica viajando menos. Novamente, isso faz parte da construção do novo normal, dos aprendizados que temos de acumular.
RCF: Como você consegue equilibrar a vida profissional e pessoal?
E.M.: Esse é um desafio constante, mas faço questão de preservar os fins de semana e sempre que entro em casa procuro deixar o celular longe.
RCF: Você poderia nos contar o que faz nas horas vagas e se possui algum passatempo?
E.M.: Gosto de assistir a séries, me exercitar e gosto de fazer patchwork (ajuda a limpar minha cabeça).
RCF: Durante a pandemia, quais as atividades em família para aproveitar os momentos de lazer?
E.M.: Tem sido muito bacana acompanhar as aulas on-line de taekwondo do meu filho, mesmo fazendo duas coisas ao mesmo tempo, às vezes. Ele trocou de faixa à distância… (risos).
SOBRE A AXA
No Brasil desde 2014, a AXA tem uma linha completa de seguros para empresas. A AXA Seguros está focada no médio mercado e varejo, com seguros nos ramos Empresarial, Condomínio, Property, Engenharia, Responsabilidade Civil, Transportes e Vida. A companhia também tem uma linha de seguros para pessoas físicas, comercializados através de parcerias com grandes varejistas e instituições financeiras com seguros de Garantia Estendida, Roubo e Quebra de Celulares, Acidentes Pessoais e Proteção Financeira. A divisão AXA XL está focada em grandes riscos e riscos especiais. A AXA no Brasil mantém escritórios-sede em São Paulo e no Rio de Janeiro, e conta com 10 filiais comerciais para atendimento às cinco regiões do País.