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EMPREENDEDORISMO

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Regional Conectada

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Allan Costa

} É pai do Lucca e da Mariana. Motociclista, palestrante internacional, investidor-anjo, escritor e mentor de startups. É cofundador da plataforma AAA Inovação, ocupou a superintendência e a diretoria Técnica do SEBRAE/PR e a presidência da Celepar - Companhia de Tecnologia do Estado.

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QUAIS SERÃO AS CONSEQUÊNCIAS NÃO-ÓBVIAS TRAZIDAS PELA ATUAL CRISE QUE ESTAMOS VIVENDO? QUAIS NEGÓCIOS REVOLUCIONÁRIOS NASCERÃO A PARTIR DESSE MOMENTO TÃO DELICADO?

CONSEQUÊNCIAS

não-óbvias da crise

Você provavelmente se deparou com diversos artigos e matérias relatando como as relações de trabalho vêm mudando nas últimas semanas em decorrência da crise provocada pelo novo coronavírus.

De um dia para o outro, milhões de empresas e profissionais tiveram que se adaptar ao home office. Relações de trabalho foram modificadas e novos processos tiveram de ser implementados quase que do dia para a noite.

É razoavelmente seguro dizer que muitas dessas mudanças irão perdurar para além da crise. O home office? É inevitável que irá ganhar cada vez mais espaço e tornar-se mais importante na estratégia das empresas. O que gostaria de chamar atenção hoje é para um lado “não-óbvio” da crise: as oportunidades escondidas.

Trazendo como exemplo, lembremos da crise do subprime, de 2008, nos Estados Unidos. Depois do que aconteceu, as consequências óbvias eram: mais cuidado de instituições financeiras em termos de critérios para empréstimos, maior responsabilização para recomendações de investimento feitas por agentes e diminuição da euforia e do efeito manada no mundo dos investimentos. Você pode argumentar que muitas dessas consequências nem chegaram a acontecer, mas isso é assunto para outro dia.

Uma das consequências que ninguém era capaz de prever sobre a crise de 2008, por exemplo, foi o surgimento de alguns dos negócios mais presentes em nossas vidas na atualidade. Uber e Airbnb surgiram e ganharam tração justamente em um momento pós-crise nos Estados Unidos, quando milhões de pessoas precisavam de uma renda extra e começaram a utilizar ativos que já tinham (seus carros ou quartos em suas casas) para suprir essa necessidade.

Da mesma forma, outras crises trouxeram consequências não-óbvias.

Na Itália pós Segunda Guerra, os campos de cacau estavam devastados. Esse foi o gatilho para que um confeiteiro chamado Pietro Ferrero produzisse um creme mais barato, feito com menos cacau e com a adição de avelã e açúcar. Aquele produto acabou se transformando na Nutella, uma

das marcas mais conhecidas do mundo e um dos produtos mais emblemáticos do Grupo Ferrero.

A Vespa, outro produto italiano mundialmente conhecido, também surgiu no período pós-crise provocada pela Segunda Guerra. A Piaggio, empresa italiana que fez fortuna produzindo aviões, viu seu faturamento praticamente desaparecer no período pós-guerra. A companhia resolveu então apostar em um meio de transporte que estivesse de acordo com as condições econômicas e o estilo de vida dos italianos naquele momento. Utilizando boa parte do maquinário que era usado para a produção dos aviões, a Piaggio desenvolveu a Vespa, motoneta que se tornou um símbolo italiano mundialmente conhecido e um sucesso de mercado.

Fica então a pergunta no ar: Quais serão as consequências não-óbvias trazidas pela atual crise que estamos vivendo? Quais negócios revolucionários nascerão a partir desse momento tão delicado?

Ter essa visualização neste momento é praticamente impossível. Mas é interessante imaginar que em 10 anos estaremos lendo artigos ou reportagens do tipo “10 empresas que surgiram por causa da crise do coronavírus”.

É esperar para ver.

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