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Autoconhecimento
TODOS NO MESMO RIO
Autoconhecimento e solidariedade transformam a realidade
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Todos estamos no mesmo rio, mas em embarcações diferentes”. A frase usada por Carolina Quintino (CRP 08/13621), psicóloga da Rede Lojacorr, elucida numa metáfora o momento da pandemia. Devido aos acontecimentos mundiais, sociais e econômicos, a pandemia vem mexendo com as pessoas de diferentes formas e em variadas proporções.
Segundo a psicóloga, é natural as pessoas se desorganizarem ou fugirem de situações desafiantes, e buscar na observação do outro (redes sociais e comparações), maneiras de administrar a dificuldade. “Aprender por exemplos e instruções pode ser uma opção, mas antes dela tem o autoconhecimento”, diz.
Com o objetivo de auxiliar neste processo, a Lojacorr oferece a seus colaboradores psicoterapia como benefício e acrescentou, em período de pandemia, um acolhimento psicológico para auxiliar nesta travessia. O primeiro passo, de acordo com Carolina, é conhecer a estrutura da sua embarcação e as ferramentas que a pessoa tem, ou seja, olhar para a sua vida e observar como é possível enfrentar mares revoltos ou amenos tomando conhecimento das suas habilidades e de quem se é verdadeiramente. Independente da embarcação, se é apenas um colete salva-vidas ou um grandioso navio, é necessário e primordial reconhecer e identificar
a sua própria realidade. “Quando são identificadas as suas características, é mais simples respeitar suas emoções e agir assertivamente. Por isso, olhar para si é o que dá o ritmo das braçadas e da sua navegação, e inibe expectativas frustradas, que não cabem comparações e críticas”, explica.
O autoconhecimento também auxilia na proporção e percepção da solidariedade. “Olhar para o outro será produtivo se for para ajudar ou receber ajuda, se eu tiver um barco, colete, alimento, conhecimento e puder oferecê-lo. Do contrário, olhar para o outro para me comparar, corro o risco de me perder”, exemplifica a especialista.
Todavia, cada um sabe quais transformações está vivendo e se a adaptação é mais simples ou complexa. Para reduzir os efeitos dos impactos dessas mudanças e auxiliar a desbloquear alguns impasses, seguem dicas para essa travessia: - Para o barco do idoso, que conseguia navegar em água mansa, agora precisa de ajuda, pois não é possível atravessar em água revolta. Então, muitas pessoas estão remando mais de um barco ao mesmo tempo (o seu e de um familiar vulnerável). Neste caso, reduzir a autocrítica, rever prioridades e fazer revezamento/pedir ajuda, pode auxiliar a proporcionar mais qualidade de vida a ambos;
- O barco de quem está sozinho e sente falta de estar com pessoas tem mais disponibilidade de doar seu tempo; - Tem também aquela embarcação do casal que não estava acostumado a ficar 24 horas juntos e a nova rotina tem interferido na relação. Para esse, talvez dê para parar um pouco e relembrar como se conheceram. Se os valores são compatíveis, amor e respeito existem, o restante são questões práticas, passíveis de serem ajustadas; - O barco das crianças, que iam para escola enquanto os pais trabalhavam, agora dá lugar a um barco único, em que todos estão juntos. Com tantas demandas, é possível negociar mudanças. Quem sabe perguntar para professora se é possível adaptar o conteúdo das aulas a realidade da família?
Como essa geração nunca havia experimentado tantas mudanças de marés ao mesmo tempo, estas são possibilidades de adaptar a seu momento. Se estiver difícil, a pessoa pode buscar ajuda profissional. “O autoconhecimento é individual, mas não precisa ser solitário”, fala Carolina, acrescentando que o psicólogo Skinner dizia que “O autoconhecimento tem um valor especial para o próprio indivíduo. Uma pessoa que se ‘tornou consciente de si mesma’, por meio de perguntas que lhe foram feitas, está em melhor posição de prever e controlar seu próprio comportamento”, finaliza.