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Telemedicina

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EMPREENDEDORISMO

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TELEMEDICINA: modernização acelerada no seguro saúde

A pandemia regulamentou a ferramenta que vem se mostrando importantíssima durante o confinamento para o combate à Covid-19 e veio para ficar

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Oramo de seguro saúde foi diretamente impactado pela Covid-19, em razão do aumento de atendimentos de casos, da ocupação de leitos, e da contratação de novos planos. Se por um lado os hospitais receberam mais pacientes com casos de coronavírus, também registraram queda de pacientes por outras doenças, principalmente tratamentos e cirurgias eletivos, com a intenção de postergar ao máximo a ida ao hospital.

Nesse sentido, a medicina é uma das áreas que mais se beneficia com os avanços tecnológicos. A discussão em torno da regulamentação da telemedicina – o atendimento ao paciente por vias digitais – há muito era tida como caminho para o futuro. Já vinha sendo aplicada em alguns casos para ampliar a atenção primária, incentivar e promover a prevenção e aprimorar diagnósticos. Por isso, as empresas voltadas para serviços digitais no setor de saúde, as chamadas healthtechs, vinham chamando a atenção de investidores e usuários.

Mas a pandemia acelerou tudo e a ferramenta foi autorizada pelos órgãos competentes, entre eles o Conselho Federal de Medicina e o próprio governo federal. Publicada em fevereiro de 2019, a Resolução 2.227/18 aprovava a realização de consultas entre médico e paciente a distância. Entretanto, a norma causou polêmica e respostas de várias entidades médicas, que desejavam contribuir com seu conteúdo. No fim, a medida acabou sendo revogada. Contudo, após a OMS (Organização Mundial da Saúde) ter declarado estado de pandemia devido à rápida disseminação do coronavírus, o Conselho Federal de Medicina (CFM)

Depositphotos.com/ Syda_Productions/ Lev Dolgachov

regulamentou provisoriamente o uso da telemedicina no Brasil. A decisão, tomada com urgência a pedido do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi um desfecho para a medida que estava sob análise há mais de um ano.

A Amil lançou o atendimento por meio da telemedicina em março e no mês seguinte estendeu para os seus 3,6 milhões de beneficiários, em todo o País. Com a tecnologia, a operadora de planos de saúde expandiu sua capacidade para atender 6 mil pessoas por dia. Inicialmente, 360 enfermeiros e médicos foram disponibilizados para orientações emergenciais de saúde 24 horas por dia. Em seguida a empresa disponibilizou consultas com hora marcada, por vídeo, com médicos e outros profissionais de saúde de sua rede própria e credenciada, também para 100% de seus usuários.

Para Daniel Coudry, CEO da Amil, essa tecnologia já é uma realidade. “As evidências de nossa própria experiência e de diversos países demonstram claramente que a telemedicina estimula o acesso correto aos serviços de saúde, melhorando sua organização e eficiência e, ainda, evitando desperdícios. Tudo isso gera benefícios aos clientes, com melhor desfecho e satisfação. Neste momento que estamos atravessando, tornou-se uma ferramenta fundamental”. O diretor Clínico da Amil, Fernando Pedro, reitera que o atendimento virtual amplia o acesso ao sistema de saúde e traz grande conveniência ao cliente, evitando deslocamentos e esclarecendo dúvidas de forma pessoal e imediata. “Capacitamos nossas equipes para garantir um alinhamento entre conhecimento técnico e atendimento humanizado. Investimos em capital humano e tecnologia

DANIEL COUDRY, DA AMIL

LUÍS FERNANDO ROLIM SAMPAIO, DA SEGUROS UNIMED

LEONARDO PEREIRA DE FREITAS, DA BRADESCO

AS EVIDÊNCIAS DA EXPERIÊNCIA DEMONSTRAM QUE A TELEMEDICINA ESTIMULA O ACESSO CORRETO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE, MELHORANDO SUA ORGANIZAÇÃO E EFICIÊNCIA E, AINDA, EVITANDO DESPERDÍCIOS

para garantir diagnósticos precoces, orientações e encaminhamento correto de várias condições clínicas, de maneira a contribuir para evitar aglomerações e idas desnecessárias a unidades hospitalares”, conta Fernando Pedro.

Luís Fernando Rolim Sampaio, superintendente de Provimentos na Seguros Unimed, afirma que vivemos um momento em que a pandemia tornou urgente a necessidade de preservar a estrutura hospitalar para casos graves da Covid-19. “Nesse contexto, notamos a abertura de um espaço para experimentação em larga escala de diferentes modelos de atendimento, tal como chatbot e telemedicina. Essa é, inclusive, uma característica de situações de emergência: a criação de condições para acelerarmos projetos que tenham caráter de inovação/ transformação”.

Segundo ele, a Seguros Unimed aposta na inovação digital como âncora da estratégia assistencial na pandemia. “Por isso, em março, passamos a oferecer aos nossos clientes a teleorientação médica 24h, disponível pelo aplicativo da Seguros Unimed e, também, pela central de atendimento. A plataforma está à disposição para casos de suspeita ou de diagnóstico confirmado de Covid-19”, conta.

No aplicativo da Seguros Unimed também há uma plataforma para realizar consultas médicas por videochamadas, para necessidades não relacionadas ao coronavírus. O atendimento está ativo das 8h às 22h, sete dias por semana. Neste caso, o cliente é avaliado por um médico de família ou um clínico geral. Tudo isso evita a circulação de pessoas saudáveis nos hospitais e ambulatórios, onde ficam expostas a riscos, além de sobrecarregar o sistema de saúde.

Durante uma teleconsulta, o médico pode solicitar exames e prescrever tratamentos e medicamentos assim como numa consulta presencial. Essa tecnologia tem tudo para continuar a acontecer e evoluir, mesmo depois do fim da pandemia. Especialmente para retornos, quando a pessoa já foi avaliada presencialmente num primeiro encontro presencial, ou sempre que não houver necessidade de uma nova avaliação minuciosa.

Para o diretor Comercial da Bradesco Seguros, Leonardo Pereira de Freitas, a telemedicina é uma ferramenta complementar para a manutenção da assistência à saúde durante a pandemia do novo coronavírus e também deve ser mantida após. “Antecipo que a Bradesco Saúde deve lançar nos próximos dias uma plataforma de Telemedicina, tanto para atendimentos 24h por dia para os casos suspeitos de coronavírus quanto para acesso aos médicos da rede referenciada, cujo elevado padrão de qualidade é conhecido dos clientes”, anuncia.

Atuando no atendimento médico virtual há quase um mês, o médico de família Leonardo Abreu revela que se surpreendeu com a adesão positiva dos pacientes, inclusive dos mais idosos. “A telemedicina ajuda a evitar as idas ao pronto-socorro em casos de baixa complexidade, reduzindo o risco de exposição a doenças como a Covid-19. Se o paciente precisar, posso enviar um atestado de afastamento por e-mail e até mandar uma receita médica diretamente para as maiores redes de farmácias para que ele compre seu medicamento, informando seu CPF. É tudo muito simples e tenho recebido muitos retornos positivos, inclusive dos idosos. A maioria já está habituada a conversar por vídeo do celular, então se relacionam bem com esse modelo de atendimento”, explica.

Essa é uma prova de que podemos reinventar num momento de crise para sairmos melhores e mais fortalecidos. As consultas médicas por meio de um aplicativo de vídeo no computador, ou no smartphone, seguem aumentando, especialmente as de clínica geral, cujos profissionais enfrentaram em muitos países uma escassez de material de proteção.

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