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Regulamentação

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Homenagem

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Sinal verde para a INOVAÇÃO E FLEXIBILIZAÇÃO DOS SEGUROS

Novo regramento deve fomentar a competitividade e a criatividade das seguradoras em termos de coberturas e serviços, é preciso se preparar para as mudanças

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ACircular Susep nº 621/2021 foi publicada em 12 de fevereiro prometendo dar início à modernização e simplificação no regime de produtos de danos, fomentar a concorrência entre as seguradoras e a melhoria da experiência do consumidor na contratação desses seguros. A Circular 621 faz parte do chamado “Novo Marco Regulatório do Setor de Seguros”, que corresponde a um conjunto de ações coordenadas pela Susep com o objetivo de reduzir as restrições e amarras regulatórias do mercado.

Antonio Trindade, presidente da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), acredita se tratar de um modelo inovador, que traz benefícios significativos para o consumidor e para o mercado de seguros como um todo. “A Circular 621/2021 modifica a estruturação e a comercialização de contratos de seguros de danos massificados. A nova regulamentação amplia a flexibilidade na contratação das coberturas, de modo que um mesmo produto possa atender diferentes necessidades do segurado. Ela contribui ainda para tornar as relações de consumo mais transparentes, sem perder de vista a fiscalização das autoridades”.

A padronização de produtos deixa de ser a forma clássica de atuação das seguradoras. “A normativa estimula a criação de novos produtos, com ganho de eficiência. O resultado é o aumento da competitividade neste segmento – o que abre caminho para reduzir os preços ao consumidor”, avalia. “As palavras de ordem no mercado são qualidade e eficiência. Daí os investimentos das empresas seguradoras em processos e tecnologias que facilitem a vida dos segurados, o que inclui novos aplicativos e operações online. A oferta de produtos e serviços ajustados às demandas do consumidor é um desafio permanente do setor”, explica o presidente da FenSeg.

A circular reúne propostas técnicas ancoradas nas melhores práticas de uma supervisão principiológica baseada em risco. “O que se observa é o aperfeiçoamento do arcabouço regulatório e não a simples eliminação de exigências. Em cenário de grandes desafios, como o atual, essa iniciativa contribui para engrandecer o setor de seguros, que é peça-chave para o desenvolvimento do País”, acrescenta Trindade.

As mudanças foram precedidas de consulta pública, que contou com a participação da FenSeg e de entidades representativas do setor, bem como da

sociedade. O avanço na regulação de seguros massificados, de acordo com a Susep, se traduz em mais simplicidade e clareza para os produtos. As sugestões da maior parte dos interessados reforçaram o objetivo de simplificação, mais flexibilidade e menos burocracia. “Há muito espaço para o crescimento do mercado de seguros massificados. Ficou claro que os mais diversos participantes do setor desejam um ambiente mais livre", aponta Trindade.

Para o corretor de seguros, o desafio está lançado: como será possível conhecer especificamente as cláusulas de cada companhia e alertar o cliente sobre as coberturas? Essa mudança poderá levar a categoria a reduzir o número de seguradoras parceiras para gerenciar melhor as apólices? Ficará mais perceptível para o consumidor a necessidade de consultoria do corretor? Já é possível perceber que se trata do início de uma série de atualizações que estão por vir e que os corretores precisarão atuar cada vez mais em uma venda consultiva.

O presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, vê a normativa com ressalvas. “Tenho dúvidas com relação à intenção da Susep, em meio a tantas circulares e propostas que tem trazido. Ninguém é contra avanços e modernidade, mas entendo que essas mudanças todas têm sido trazidas de maneira afobada, com pouco tempo de avaliação, é difícil prever o resultado”, argumenta. “Claro que é muito bem-vindo poder flexibilizar produtos para os consumidores, trazer soluções mais modernas e mais adequados aos tempos atuais, oferecer uma somatória de coberturas numa única apólice e transparência para o consumidor. Mas temos acompanhando todos esses movimentos da Susep, tentando entender motivações e também e o porquê dessa pressa em lançar tantas circulares, em promover tantas mudanças em meio à pandemia, quando estamos dedicados a atender o consumidor nesse momento já naturalmente de tanta transformação”.

Para Camillo, os corretores de seguros devem ter entendimento muito claro dos produtos desenvolvidos pelas seguradoras sob o novo regramento, para levar a melhor consultoria possível ao consumidor. “É preciso se manter informado diante deste novo cenário, o que há de novo no mercado, as possibilidades de coberturas, para que se adeque e atenda às necessidades específicas de seguros dos clientes. Surge a oportunidade para o corretor de seguros expandir oferta diante desse produto atual, moderno e transparente, e consolidar a importância de sua profissão, ao levar essa mensagem de inovação e flexibilização ao consumidor”. A NOVA REGULAMENTAÇÃO AMPLIA A FLEXIBILIDADE NA CONTRATAÇÃO DAS COBERTURAS, DE MODO QUE UM MESMO PRODUTO POSSA ATENDER DIFERENTES NECESSIDADES DO SEGURADO. ELA CONTRIBUI AINDA PARA TORNAR AS RELAÇÕES DE CONSUMO MAIS TRANSPARENTES, SEM PERDER DE VISTA A FISCALIZAÇÃO DAS AUTORIDADES

ANTONIO TRINDADE, PRESIDENTE DA FENSEG

SURGE A OPORTUNIDADE PARA O CORRETOR DE SEGUROS EXPANDIR OFERTA DIANTE DESSE PRODUTO ATUAL, MODERNO E TRANSPARENTE, E CONSOLIDAR A IMPORTÂNCIA DE SUA PROFISSÃO, AO LEVAR ESSA MENSAGEM DE INOVAÇÃO EFLEXIBILIZAÇÃO AO CONSUMIDOR

ALEXANDRE CAMILLO, PRESIDENTE DO SINCOR-SP

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