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NOTAS DO MERCADO
Há diversas plataformas pelas quais um artista pode lançar uma obra de criptoarte, a maior parte delas ligadas ao blockchain Ethereum. Algumas, como Rarible, são abertas a qualquer criativo, enquanto outras aceitam artistas por convite ou indicação. Estas plataformas permitem que o artista "deposite" sua obra e gere para ela um NFT.
Porque, em menos de um mês, obras de criptoarte de artistas até então desconhecidos passaram a valer milhões de dólares. Apenas em fevereiro, a Nifty Gateway vendeu US$6 milhões em obras de arte da cantora Grimes. Atenta a este movimento, a Christie's anunciou o leilão da obra de Beeple e, no dia seguinte, obras de Beeple apareceram na Nifty Gateway e os valores dispararam. O lance inicial de era US$100. Em 11 de março, ela foi arrematada por US$69 milhões, colocando Beeple entre os artistas vivos mais caros do mundo.
Primeiro, é necessário entender que já existia uma comunidade de usuários de blockchains negociando criptomoedas e outros tipos de tokens e que, nos últimos anos, muitos fizeram fortuna com estas transações. Por exemplo, alguém que recebeu US$10 em bitcoins em 2010 hoje teria US$50 milhões. Outros colecionáveis e criptomoedas tiveram valorizações repentinas, o que trouxe muitos investidores para este universo. Nos últimos meses, este mercado começou a negociar obras de arte, que são ativos únicos, com valor subjetivo e que, no mundo físico, já tem uma tradição em transações milionárias, somando mais força a este boom.
Seguindo a lógica do mercado de arte, temos artistas desconhecidos, que nunca expuseram em um museu ou galeria e que, no espaço de um mês, passam a valer mais que artistas de importância histórica. Quando olhamos para a estética de gosto duvidoso de algumas das obras, a desconfiança é ainda maior. No entanto, pela ótica dos NFTs, os parâmetros para avaliar os investimentos são outros, muito complexos e ainda em definição.
Obra de Grimes.
Beeple, Everydays, 2021.
Livros,
O Itaú Cultural lança , do sociólogo e professor alemão Georg Simmel (1858-1918), o mais novo volume da coleção . Em uma realização do Itaú Cultural e a Iluminuras, ela é composta por edições voltadas a reflexões sobre gestão, economia, políticas culturais e aos impactos da tecnologia na sociedade.
GEORG SIMMEL: A TRAGÉDIA DA CULTURA • Editora Iluminuras • Gratuito nas livrarias digitais.
A publicação parte de obras emblemáticas da artista gravurista Maria Bonomi para discutir a gravura de forma expandida, mostrando o pioneirismo de Bonomi em diversos aspectos. A artista nascida na Itália e radicada no Brasil desde criança transgrediu diversas tradições estabelecidas nas artes, como o aumento das dimensões da gravura, criando obras em tamanhos monumentais.
MARIA BONOMI COM A GRAVURA • Texto: Patricia Pedrosa • Editora Rio Books • 140 pg • R$ 75
O novo livro de Hal Foster traz uma análise ácida e urgente do contexto social, político e cultural desta segunda década do século 21, implicando toda a rede de atores do mundo da arte: artistas, curadores, museus e instituições e críticos. Os ensaios reunidos no livro discorrem sobre mudanças na arte e na crítica diante do atual regime de terror e vigilância, desigualdade extrema, desastre climático e disrupção midiática.
HAL FOSTER: O QUE VEM DEPOIS DA FARSA? • Ubu Editora • 224 pg. • R$ 59,90
Lançada em 2008, a Dasartes é a primeira revista de artes visuais do Brasil desde os anos 1990. Em 2015, passou a ser digital, disponível mensalmente para tablets e celulares no site dasartes.com.br, o portal de artes visuais mais visitado do Brasil.
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