Edição 100 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2015

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MÁQUINAS

Termina em maio o prazo para o cadastro no CAR

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No dia 05 de maio encerra o prazo para que os proprietários rurais do País registrem suas propriedades no CAR - Cadastro Ambiental Rural. O registro consiste no fornecimento de informações, como limites, remanescentes de vegetação nativa, áreas de preservação permanente (APP), áreas de uso restrito, áreas consolidadas e reserva legal (RL). Quem não se cadastrar até esta data pode ter a propriedade embargada, ser processado por crime ambiental e pagar multa de até R$ 5 mil por hectare, além de perder a concessão de créditos agrícolas.

Implementos: solução para a mecanização agrícola

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A intensificação do manejo mecanizado nas lavouras de café levou os cafeicultores a estabelecer a busca por máquinas e implementos que lhes forneçam o melhor rendimento produtivo.

A intensificação dos sistemas de produção de leite

LEITE

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Um sistema eficiente de produção de leite tem-se como objetivo vacas dando uma cria a cada 12 meses, produzindo leite durante 10 meses. Vaca em, produção pelo menos 83% dos dias do ano.

Alternativa: sistema de irrigação por gotejamento

HORTALIÇAS CAFÉ

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título deste Editorial ‘resgata’, em parte, o tema abordado pelo Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, em sua coluna do mês passado (Edição nº 99, janeiro/2015) da Revista Attalea Agronegócios. O secretário foi extremamente feliz na sua abordagem e, associado ao início das festividades do Dia Mundial da Água (comemorado no dia 21 de março), fez com que nossa Editoria organizasse nesta edição uma série de artigos e matérias relacionadas a dois temas importantes: a) - A importância do registro no CAR - Cadastro Ambiental Rural, cujo prazo se encerra no dia 05 de maio de 2015; b) - Apresentar dados e números suficientes para que seja desmistificada a “imagem de vilã” da Agricultura Brasileira. Ambos, porém, comprovam a importância da Preservação Ambiental, seja nas Zonas Rurais como nas Zonas Urbanas. Na cafeicultura, destaque para matérias e artigos que retratam a real situação da atividade nas principais regiões produtoras do país. Mesmo com preços altos, o clima vai ser o principal responsável pela queda na produção do café nesta próxima safra. Publicamos, também, artigo interessante da Fundação Procafé sobre uma nova doença - ainda não detectada no Brasil: a Traqueomicose, observada em cafeeiros robusta no município de Pirapora (MG). Na cultura da cana de açúcar, a Embrapa apresenta artigo interessante, que ressalta que até o ano de 2017, cerca de 3,6 mil quilômetros quadrados de áreas agrícolas do Estado de São Paulo terão de receber uma nova cultura ou destinação. Trata-se de áreas declivosas atualmente ocupadas com cana-de-açúcar. Na produção de hortaliças, destaque para o Dia de Campo realizado pela Olearys na propriedade de Roberto Bergamasco, município de Perdizes (MG), em que foi apresentada uma nova tecnologia que o uso de água e agroquímicos na produção de batata. Completamos neste mês a 100ª edição da Revista Attalea Agronegócios. Gostariamos de agradecer a todas as empresas parceiras e o nosso público leitor. Obrigado por estarem conosco. Boa leitura a todos!!!

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A economia de água proporcionada pelas novas técnicas de irrigação tem estimulado os investimentos por parte dos agricultores, principalmente após o longo período de estiagem.

Commodities dificultam controle da mosca-branca

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Estudo da Embrapa comprovam que o cultivo da soja e do algodão no Brasil Central servem de hospedeiras da praga e possivelmente como fonte de vírus na entressafra do tomate.

ESPECIAL: Escassez de Água na Agricultura

ÁGUA

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Água e a Regularização Ambiental da Propriedade Rural

DESTAQUE: Meio Ambiente

EDITORIAL

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Três artigos - incluindo o de Arnaldo Jardim, Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo -, apresentam números e realidades sobre o uso da água na agricultura brasileira.


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FOTO: LS Tractor

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s preços mais baixos das commodities e as taxas de juros para financiamentos deixam a indústria de máquinas agrícolas cautelosa em relação ao desempenho do setor em 2015. O interesse em investir se mantém, principalmente pela necessidade de aumento de produtividade, mas o ritmo da renovação do maquinário tende a cair, segundo representantes do setor. “Não se espera que os produtores parem de comprar, apenas cautela nas decisões – resumiu o coordenador econômico da CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Renato Conchon. De acordo com a ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, as vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias no atacado atingiram 3.245 unidades em janeiro de 2015, queda de 21,6% na comparação com dezembro e recuo de 13,9% ante janeiro de 2014. Já a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias chegou a 4.608 unidades em janeiro, alta de 22,9% na comparação com dezembro, mas recuo de 11,3% ante mesmo mês do ano passado. As exportações de máquinas agrícolas em valores totalizaram US$ 172,373 milhões em janeiro, queda de 16,8% na comparação com dezembro e recuo de 19,1% ante janeiro de 2014. O total de máquinas agrícolas exportadas chegou a 483 unidades janeiro, queda de 39,7% na comparação com dezembro e recuo de 13,3% ante o mesmo mês do ano passado. Para todo o ano de 2015, a expectativa é de vendas ainda abaixo de 70 mil unidades em 2014, resultado próximo ao de 2012. A Tendências Consultoria, por exemplo, trabalha com uma queda de 14,9% nas vendas no ano que terminou, e estabilidade em 2015. Ao longo de 2014 a indústria reclamou do atraso na regulamentação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que ocorreu apenas no fim de janeiro passado, FOTO: Yanmar Agritech

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Indústria de máquinas agrícolas começa 2015 cautelosa

retardando o fechamento dos negócios com máquinas. Para 2015, foi confirmada em 19 de dezembro a manutenção da linha de crédito, mas a taxas mais altas e prazo de pagamento e total financiável menor. Os juros no financiamento de máquinas agrícolas serão de 7% a 9,5%, ante os 4,5% a 6% até o fim de 2014. No início de dezembro a vice-presidente da ANFAVEA, Ana Helena de Andrade, amenizava o possível impacto que a demora na definição do PSI poderia ter sobre as vendas de máquinas. Ela destacou o fato de que há agora o MODERFROTA - Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras, retomado no último Plano Safra, que assegura linha de financiamento em todo o período 2014/15 e não apenas no ano civil, caso do PSI. “Não teremos uma crise de transição. É um cenário diferente do ano passado”, afirmou. O governo manteve as taxas de juros do MODERFROTA em 4,5% a 6% até o fim do ano safra atual, em 30 de junho de 2015. O Conselho Monetário Nacional assegurou a taxa de 4,5% ao ano e 6,0% ao ano, respectivamente, para o produtor rural cuja renda anual é de até R$ 90 milhões e superior a R$ 90 milhões. Os prazos de reembolso mantiveram-se em até oito anos para aquisição de itens novos e em até quatro anos para os usados. A ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, por outro lado, ainda teme o efeito do esperado ajuste nos juros das linhas de financiamento. No começo de dezembro, o vice-presidente da entidade, João Carlos Marchesan, afirmou esperar um “solavanco” nas vendas com o aumento do custo do crédito. Apesar da preocupação com o custo do financiamento, Marchesan acredita que o movimento de renovação do maquinário persiste, lembrando que a frota tem 15 anos, em média. Segundo ele, dadas a necessidade de produtividade, de adoção de novas tecnologias e a agricultura de precisão, o ideal seria que a máquina no campo tivesse idade média de cinco a seis anos.


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Implementos: solução para a mecanização agrícola na cultura do café

8 FOTO: Editora Attalea

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contatos VANESSA BARROS (www.contextualcomunicacao.com.br) Agência de Comunicação - Rio de Janeiro (RJ). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. DANIELE ALVES PEREIRA (daniele611@hotmail.com) Gestora em Agronegócios - Monte Carmelo (MG). “Gostaria de fazer o cadastro e receber a Revista Attalea Agronegócios”. BRUNO CANUTO (canutto_bruno@hotmail.com) Analista de Dados - São Paulo (SP). “Mudei de endereço. Gostaria de atualizá-lo e continuar recebendo a Revista Attalea Agronegócios”. JOSÉ MARIO TANGA (jomt@uol.com.br) Produtor Rural de Cereais, Cana de Açugar e Pecuária de Corte - Fazenda Aliança - Sales Oliveira (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. FILIPE PRATES REGATTIERI (filiperegat@yahoo.com.br) Fiscal Agropecuário e Engº Agrônomo Itajubá (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.

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movimento dos cafeicultores para mecanização de suas lavouras começa a se redesenhar. O que antes era o caminho para a mecanização, hoje é o seu aperfeiçoamento. A intensificação do manejo mecanizado nas lavouras de café levou os cafeicultores a estabelecer, entre as demandas prioritárias, a busca por máquinas e implementos que lhes forneçam o melhor rendimento produtivo com o menor custo operacional. Dessa forma, empresas fabricantes de implementos hoje olham a cafeicultura com outros olhos e investem cada vez mais no aperfeiçoamento e fabricação de novos equipamentos. Alinhado com esse movimento, a Colorado Máquinas - que é concessionário autorizado John Deere - se engaja na busca por novos produtos que tragam soluções eficientes e completas para os cafeicultores. Em parceria com vários fabricantes de implementos, a Colorado procura sair na frente para apresentar ao setor soluções de mecanização que ajude o produtor dia a dia no campo. Com um departamento bem estruturado, voltado para setor de implementos, a empresa consegue negociações diferenciadas juntos aos fabricantes com a intenção de também oferecer condições de negócios com diferenciais aos seus clientes. Uma boa amostra são os pacotes de oportunidade de negócios apresentados durante os meses de março e abril que antecedem a safra 2015. Durante esse período, a empresa comercializa um combo que envolve o trator cafeeiro 5075 EF e um implemento, por exemplo a máquina de varrição Miac, que juntamente com o trator saem em condições jamais vistas no mercado. O objetivo é garantir o melhor negócio e satisfação sempre. Venha fazer uma visita: Colorado Máquinas, Av. Wilson Sábio de Mello, 2261, Distrito Industrial, Franca (SP). Telefone (16)3707-7100.

GABRIEL CARDOZO ALMEIDA LARA (gabriel@viaverde.agr.br) Consultoria Agropecuária Via Verde - São Gonçalo do Rio Abaixo (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. FÁBIO BAIN JUNIOR (fabiobainjunior@outlook.com) Estudante em Gestão do Agronegócios Batatais (SP). “Trabalho na Marispan, empresa de implementos agrícolas e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. LUCAS MATHEUS DIAS IGNÁCIO (lucasmatheus201164@hotmail.com) Estudante de Agronegócios - Franca (SP). “Estudo na Unifran - Universidade Cruzeiro do Sul e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.

QUER ASSINAR? Para assinar a Revista Attalea Agronegócios, acesse o nosso site: www.revistadeagronegocios.com.br e preencha corretamente as informações na aba Fale Conosco.


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Termina em maio de 2015 o prazo para fazer o CAR - Cadastro Ambiental Rural

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FOTO: Ministério do Meio Ambiente

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CAR - Cadastro Ambiental Rural é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem por finalidade integrar informações ambientais criando assim um banco de dados a nível nacional para planejamento ambiental e econômico. Ao realizar o CAR o produtor rural consegue identificar os remanescentes de vegetação nativa (Reserva Legal), as áreas de uso restrito e as áreas consolidadas das propriedades e posses rurais. O CAR foi criado pela Lei nº 12.651 de 2012, no âmbito do SINIMA - Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente, e regulamentado pelos Decretos Federais nº 7.830 de 2012 e o nº 8.235 de 05 de maio de 2014. Segundo dados oficiais do final do mês de janeiro de 2015 emitidos pelo Ministério do Meio Ambiente, apenas 10% dos imóveis rurais foram cadastrados, em um universo de 5,2 milhões imóveis. A região norte lidera o número de cadastramentos, com 174.093 registros, seguida pelas regiões centro-oeste (166.954), sudeste (71.756), sul (48.850) e nordeste (38.460). O prazo para fazer o CAR vai até o dia 06 de maio de 2015, podendo ser estendido por mais um ano através de um decreto presidencial. Mas o Governo Federal nega, por enquanto, qualquer alteração no prazo estabelecido. Os produtores que não se cadastrarem até esta data irão perder o benefício de conversão de multas (imóveis que não aderirem ao PRA – Programa de Recuperação Ambiental). Além disto as atividades podem ser embargadas, o proprietário pode ser processado por crime ambiental, e deverá

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pagar uma multa de R$5mil por hectare. Por fim os bancos não concederão crédito agrícola para proprietários que não fizerem o CAR. Segundo Leonel Mello, Engenheiro Florestal da Bolsa de Valores Ambientais – BVRio, “o CAR é o primeiro passo para o produtor rural iniciar o processo de regularização ambiental de seu imóvel. Além de integrar informações das propriedades e servir como base de dados para o planejamento ambiental e econômico, o CAR é uma oportunidade para produtores rurais que desejam ingressar no mercado brasileiro de ativos ambientais”. Proprietários que fizerem o CAR e tiverem excedente de reserva legal, poderão ser remunerados pela sua “floresta em pé”, promovendo assim a preservação dos recursos naturais, e em última análise apoiar a transição para uma economia de baixo carbono. O próprio agricultor pode realizar a inscrição de sua propriedade. Basta acessar o site www. car.gov.br , seguir as orientações e preencher corretamente os campos solicitados. Caso o agricultor não tenham as informações necessárias ou não se sintam seguros para realizar o cadastro, recomenda-se que seja procurada um profissional ou uma empresa capacitada para tal atividade. (FONTE: modificado de Mundo Geo)


MEIO AMBIENTE

Fique por dentro das normas para se fazer o registro no CAR - Cadastro Ambiental Rural

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FOTO: Ministério do Meio Ambiente

Código Florestal, Lei Federal 12.651/2012, positiva sobre a regulamentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que se caracteriza por um cadastro obrigatório, por meio eletrônico, com a finalidade de compor uma base de dados, das informações ambientais de propriedades e posses rurais. O CAR foi regulamentado através do Decreto Federal 7.830/2012, onde se definiu o SICAR - Sistema de Cadastro Ambiental Rural, o próprio CAR e algumas normas gerais sobre o PRA - Programa de Regularização Ambiental. A Instrução Normativa nº 2/MMA/2014 veio definir os procedimentos gerais do CAR e os procedimentos para a integração, execução e compatibilização do SICAR. Ficou estabelecido, ainda, que cada um dos Estados da Federação seria responsável por publicar suas respectivas normatizações, com orientações técnicas e jurídicas, além de definir quais os órgãos ambientais responsáveis pelo gerenciamento do sistema, envolvendo a solicitação de documentação complementar, realização de vistorias e acompanhamento dos compromissos ambientais assumidos. Para a realização do cadastro, o cadastrante deve seguir uma série de etapas em um programa específico, desenhar o polígono da propriedade, especificando a área total, as áreas de preservação permanente, áreas de uso restrito e a reserva legal. Em seguida deve proceder ao envio digital para o órgão ambiental competente em cada Estado. Após o cadastramento digital e o envio do formulário pela internet, o documento fica aguardando a análise do órgão ambiental e, enquanto esta análise não for feita, constará a condição de “ativo” no cadastro. Durante o procedimento de análise, o órgão ambiental determinará a aprovação, correção ou regularização de pendências ambientais. Desta forma, o cadastro da propriedade ficará “Ativo”, “Pendente” ou “Cancelado”. Se for constatado algum passivo ambiental no imóvel, o registro se altera de “Ativo” para “Pendente”, e o proprietário/possuidor deverá corrigir a pendência. Após a adesão ao PRA - Programa de Regularização Ambiental ou a assinatura do TAC - Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público, o status do cadastro volta a ficar “Ativo”. O CAR deve ser atualizado sempre que houver qual-

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quer alteração de propriedade, possessória ou de reserva legal no imóvel. Caso alguma alteração seja realizada sem a devida atualização do CAR, o proprietário ou possuidor de posse do imóvel poderá sofrer sanções legais que podem variar de infração ambiental a responsabilização civil e criminal. A implantação do SICAR suspende a obrigatoriedade de realizar a averbação da reserva legal na matrícula do imóvel rural. Deixa de existir a necessidade de anuência do órgão ambiental para transações imobiliárias, sendo a mesma substituída pelo status “Ativo” no CAR. Os licenciamentos ambientais de imóveis rurais, podem ser feitos com a informação de que o imóvel está sendo registrado no SICAR até 05 de maio de 2015. Após esta data, o CAR com status “Ativo”, será exigido para a liberação dos licenciamentos. Desde 26 de maio de 2014, para o licenciamento de atividades florestais é exigido o demonstrativo do CAR “Ativo”. A partir do dia 06 de maio de 2015 não serão emitidos novos licenciamentos ambientais para imóveis rurais sem a apresentação do demonstrativo do CAR com o status “Ativo”. As inscrições no CAR devem ser realizadas por meio do endereço eletrônico www.car.gov.br. O proprietário/posseiro rural pode realizar o registro pessoalmente, ou solicitar auxílio para alguma entidade parceira que atue como facilitador do CAR, como Emater, cooperativas, federações e sindicatos rurais, empresas ou profissionais especializados. (Fonte: modificado de IAP)


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esde sua criação, em 2012, o CAR - Cadastro Ambiental Rural é exigido para qualquer movimentação econômica que envolva a propriedade rural, inclusive a obtenção de crédito, fato que prejudica justamente a parcela que ainda não regularizou os imóveis e que mais precisa de financiamento: o pequeno produtor. Já contabilizando o mês de fevereiro, entidades ambientais responsáveis pelo sistema em todo o país estimam que pouco mais de 30% das propriedades foram registradas no CAR. Com pouco mais de três meses para o final do prazo de cadastramento - que termina em 06 de maio de 2015 - estas entidades acreditam que a maior parte das propriedades que ainda não foram registradas pertença a agricultores de menor porte, em função, principalmente, dos custos para levantar as informações sobre a área. ENTRAVES - De acordo com o MAPA - Ministério

Bancos usarão dados de satélite e CAR em operações D

esde agosto de 2014, bancos adotaram um sistema inédito no Brasil para operações de crédito rural. As instituições financeiras acompanharão o desenvolvimento das lavouras via satélite para saber quando será necessário pagar o seguro nos casos de perdas na produção. Para quem pretender investir no agronegócio, o sistema dará mais garantia de retorno do investimento. Com a tecnologia, será possível realizar operações de financiamento das plantações longe das lavouras, basta acessar as imagens do satélite pelo sistema. Como o monitoramento é caro e o recurso ainda não é muito utilizado, a FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos está desenvolvendo uma tecnologia para ficar à disposição das instituições financeiras. “O cliente, ao chegar no banco, vai fornecer as coordenadas da área que pretende plantar. Será emitido um relatório com todas as características e informações daquela área, para efeito de seguro, de Proagro, de crédito e riscos ambientais. Isso é novidade, uma quebra de paradigma, e é o que vai pautar as políticas agrícolas nos próximos anos”, pontua o diretor da Febraban, Ademiro Vian. “Ele não só avalia as condições da produção, do desenvolvimento da atividade produtiva, quanto a questão de ordem ambiental. Observando se todos os compromissos assumidos pelo setor produtivo rural estão sendo cumpridos em face, agora, de uma nova legislação, que está em vigor desde maio, em que o sistema financeiro terá a responsabilidade de desenvolver esta política socioambiental” afirma o presidente da IBDAgro, Flávio Palagi Siqueira. (Fonte: CanalRural)

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Pequeno Produtor é o mais prejudicado pela ausência de Cadastro Ambiental Rural

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no momento da inscrição no SICAR - Sistema de Cadastro Ambiental Rural plataforma eletrônica que comporta todas as informações do imóvel -, o produtor identifica a localidade e as delimitações da propriedade e deve fornecer ainda imagens por satélite. Por isso, agricultores que não tiverem as informações necessárias para realizarem o cadastro devem procurar a ajuda de um técnico. “Esses analistas não existem ao alcance do produtor ou são caros e, com a proximidade do prazo final, os serviços de consultoria foram ainda mais onerados”, conta o pecuarista e advogado do escritório Bueno, Mesquita e Advogados, Francisco Bueno. Para o presidente da SRB - Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Diniz Junqueira, é importante ressaltar que este tipo de medida nunca foi implementada no Brasil, o que dificulta a adequação por parte dos produtores rurais. “É um desafio logístico. São pelo menos cinco milhões de propriedades com áreas pequenas, onde não há recurso,nem conhecimento. As cooperativas estão se articulando para ajudar estes indivíduos”, diz. Francisco Bueno, que também é vice-presidente da SRB, conta que um outro grande entrave é a falta de segurança jurídica sobre as informações que serão declaradas no CAR. Em determinado momento é necessário declarar a área que precisa ser reflorestada dentro da propriedade rural, os chamados ‘passivos ambientais’. Bueno destaca que, de acordo com estimativas da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, cerca de 40 milhões de hectares se enquadram nesta categoria. “O custo para saneamento ambiental gira em torno de R$ 10 mil por hectare, ou seja, temos uma conta de R$ 400 bilhões no País. Cumprindo esta medida, que está prevista no Código Florestal, uma parte da renda do produtor estaria comprometida. O problema é que o produtor fica inseguro por não saber qual é o tratamento que o governo vai dar para esses passivos”, explica o advogado, ao esclarecer que faltam instrumentos econômicos para a recomposição das áreas agrícolas.


MEIO AMBIENTE

Cadastro Ambiental Rural (CAR): já fez o seu?

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Tatiana Parreiras Martins 1

Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais brasileiros, que tem por finalidade integrar informações ambientais a fim de realizar o controle, monitoramento, combate ao desmatamento, planejamento ambiental e econômico do espaço rural do país. O CAR foi instituído pela Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, e regulamentado pelo Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012. O registro consiste no fornecimento de informações gerais sobre a propriedade e no georreferenciamento de atributos do imóvel como limite, remanescentes de vegetação nativa, áreas de preservação permanente (APP), áreas de uso restrito, áreas consolidadas e reserva legal (RL). A inscrição no CAR, além de conferir legalidade à propriedade, também proporciona benefícios para obtenção de crédito agrícola e financiamentos, suspensão de sanções

AUTORA 1 - Bacharel e licenciada em Ciências Biológicas e Mestre em Ciências da Engenharia Ambiental pela USP.

(como infrações ambientais), crédito tributário (redução do ITR) e isenção de impostos para insumos e equipamentos. Até a data de 5 de fevereiro de 2015, cerca de 40% do território estimado para inscrição realizou o CAR. Enquanto a região Norte conta com aproximadamente 80% da área cadastrada, no Sudeste, menos de 20% da área foi registrada. O prazo para realização do CAR vai até o dia 6 de maio de 2015. A legislação coloca a possibilidade de prorrogação por até um ano, mas não há certezas quanto à concretização ou não dessa prorrogação e, caso aconteça, qual será o prazo adicional (que pode ser de poucos meses a um ano). A própria ministra Kátia Abreu (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) disse não ser necessário o prazo de mais um ano, acreditando que alguns meses adicionais seriam suficientes para efetivação dos cadastros pelos Estados. Embora os brasileiros tenham o costume de deixar tudo para última hora e estejam contando com a prorrogação, diante das incertezas sobre esse prazo, quanto antes os produtores realizarem o CAR de suas propriedades, asseguração a tranquilidade (e até a economia) no processo e sua conformidade com a legislação ambiental vigente.

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FERTILIZANTES

Estimativa foi feita em coletiva de imprensa para detalhar o 6º Fórum e Exposição ABISOLO

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mercado brasileiro de fertilizantes especiais, cuja movimentação em 2014 girou em torno de R$ 3,5 bilhões, deverá apresentar, neste ano, um crescimento aproximado de 6%, ou seja, 50% inferior à média anual de crescimento de 12% registrada no último quinquênio, e decorre da redução do crescimento previsto para agricultura, como um todo. A avaliação foi feita por dirigentes da ABISOLO - Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal durante Clorialdo Roberto Levrero, presidente da Abisolo, analisa as perspectivas do setor de fertilizantes especiais coletiva de imprensa realizada nesta em entrevista coletiva. terça-feira, em São Paulo, para divulgação do 6º Fórum e Exposição ABISOLO, marcados para entação e até de convencimento do produtor rural sobre as os dias 15 e 16 de abril, em Ribeirão Preto (SP), cujo tema potencialidades de aumento na produtividade que eles reserá “Fertilizantes Especiais: um Novo Patamar de Produtivi- presentam para as diferentes lavouras”, relata. dade na Agricultura”. “Teremos um crescimento menor em razão dos pro6º FÓRUM E EXPOSIÇÃO ABISOLO – Toda cadeia blemas enfrentados por toda a cadeia agrícola, que está so- comercial, técnica e institucional do agronegócio, inclusive frendo com o fraco desempenho da economia do País e tam- representantes de governos, debaterá formas de aumentar a bém do segundo ano consecutivo de uma crise hídrica sem produtividade agrícola com o uso de fertilizantes especiais precedentes”, disse Clorialdo Roberto Levrero, presidente durante o 6º Fórum e Exposição ABISOLO. Além das pada ABISOLO. Ele acrescentou ainda que o ano de 2015 se lestras, o evento, realizado a cada dois anos, inclui ainda a mostra com uma grande interrogação. “Corremos o risco de 2ª Exposição Nacional e Internacional da Indústria de Tecobter uma redução na safrinha do milho”, complementa. nologia em Nutrição Vegetal, que contará com dezenas de Em sua apresentação, Levrero detalhou o perfil das de empresas e entidades ligadas à área de nutrição vegetal. empresas do setor, salientando o importante papel dos ferti- A expectativa é de que o 6º Fórum e Exposição ABISOLO lizantes especiais nos ganhos de produtividade do agronegó- atraiam um público de aproximadamente 1.500 visitantes. cio brasileiro. “Os fertilizantes especiais fazem parte de Considerado o maior evento da indústria de tecnologia um conjunto de insumos e fatores, responsáveis pela maior agrícola de nutrição vegetal da América Latina, o encontro produtividade agrícola conseguida nos últimos anos e que é uma iniciativa da ABISOLO - Associação Brasileira das incluem: escolhas de sementes selecionadas, trato correto Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal e representa do solo, maquinários e equipamentos adequados à cultura, uma grande oportunidade para que todos os envolvidos com uso de modernas técnicas de medição, além de pessoal capa- o segmento se atualizem sobre as novidades e também reforcitado para aplicação dos insumos”, observa o presidente da cem o network com parceiros, fornecedores e clientes. ABISOLO. Prova disso é que na edição anterior, nada menos que Na avaliação de Levrero, a disseminação maior de fer- 68% dos participantes eram formados por executivos, téctilizantes especiais pela agricultura brasileira depende de um nicos, vendedores e distribuidores das empresas ligadas ao esforço de assistência técnica e de serviço de pós-venda, que segmento de fertilizantes. Em razão dessa frequência qualitem merecido atenção especial das empresas associadas da ficada, o 6º Fórum e Exposição ABISOLO também possibiliABISOLO. tam a divulgação dos principais avanços tecnológicos em “A venda de fertilizantes especiais requer engenheiros, termos de produtos e serviços para os diversos públicos do técnicos e químicos capacitados para um trabalho de ori- agronegócio. FOTO: Meccanica da Comunicação

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Indústria de fertilizantes especiais projeta crescimento de 6% para 2015


GRÃOS

Microquimica apresenta aplicativo de celular para interpretação de análise foliar de soja CheckFolha® Mobile identifica deficiências de nutrientes no início do ciclo da soja

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LEITE

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lguns dos requisitos básicos para atingir eficiência elevada em sistemas de produção de leite são: a) - explorar vacas especializadas; b) - ter um manejo sanitário adequado; c) - ter bom manejo reprodutivo; d) - ter bom manejo nutricional, e e) - oferecer condições adequadas de conforto para os animais. O conceito de vaca especializada não está relacionado à raça, pureza racial, tipo ou aparência do animal, mas sim a aspectos produtivos como potencial genético, persistência de lactação, eficiência reprodutiva, longevidade e outros. No Brasil, a difusão do conceito de animal rústico em detrimento do animal especificado resultou em uma pecuária leiteira baseada em vacas com alto grau de sangue zebuíno, de baixo potencial genético e baixa persistência de lactação. Em um sistema eficiente de produção de leite, tem-se como objetivo vacas dando uma cria a cada 12 meses, produzindo leite durante 10 meses. Isso significa que a vaca deve estar em, produção pelo menos 83% dos dias do ano. Transferindo esse valor para o rebanho, o produtor deve ter em média 83% das vacas do rebanho em lactação e apenas 17% das vacas secas ao longo do ano. Para isso, o fator mais importante é trabalhar com animal de alta persistência aquela que apresenta queda de produção após o pico de lactação de no máximo 10% a cada 30 dias. MANEJO REPRODUTIVO - Alguns dos principais objetivos de um manejo reprodutivo eficiente são: estabelecer ou restabelecer a lactação, manter percentagem elevada de vacas em lactação, minimizar os custos com animais improdutivos, maximizar a produção de leite por vaca/ano, gerar fêmeas de reposição geneticamente superiores e em número adequado para permitir descarte de vacas entre 25 a 30% ao ano e reduzir os ricos da disseminação de doenças sexualmente transmissíveis dentro do rebanho. Entende-se por reprodução eficiente a obtenção de um intervalo médio entre partos ao redor de 12 meses com boa taxa de concepção no rebanho. O efeito negativo de um intervalo entre partos prolongado na produção média de leite de uma vaca ou de um rebanho é muito mais intenso quan-

FOTOS: Alta Genetics

Intensificação de sistemas de produção

do se explora animais com baixa persistência de lactação. A combinação de vacas não especializadas e reprodução ineficiente resulta em uma perda de leite vultosa para o produtor. Os prejuízos não se restringem apenas à quantidade de leite produzido. O número de fêmeas de reposição geradas durante o no também é afetado, diminuindo a chance do produtor fazer descarte de vacas inferiores ou com problemas como infertilidade, mastite crônica, casco etc. É verdade que não é fácil atingir valores de intervalo entre partos ao redor de 12 meses. Entretanto, fazendas bem produzidas tanto em sistemas de confinamento total como em sistemas que exploram pastagens conseguem obter intervalos médios de 12 a 13 meses entre partos. MANEJO NUTRICIONAL - Quando se fala em manejo nutricional, estamos nos referindo a práticas que vão muito além da simples formulação de dietas. Apesar da essencial, a formulação de dietas bem balanceadas, utilizando alimentos volumosos e concentrados de boa qualidade, é apenas o primeiro de uma série de passos necessários para que se tenha um bom manejo nutricional em rebanhos leiteiros. Para o animal apresentar a produção esperada, além de receber uma dieta bem balanceada, é necessário que a vaca atinja o consumo adequado. Caso o consumo esteja abaixo do exigido, a produção esperada de leite só será atingida às custas do uso de reservas corporais. Inúmeros fatores relacionados ao manejo diário da propriedade terão reflexo direto na ingestão de alimento pela vaca, tais como manejo pré-parto, condição corporal ao parto,, qualidade da forragem, manejo da silagem, disponibilidade de água de boa qualidade, problemas de casco, manejo de cocho – incluindo limpeza e área de cocho por animal - , disponibilidade de alimento para o animal para maior parte do dia, horário de alimentação, separação de vacas primíparas das vacas de segunda lactação ou mais, uso de ração completa, número de ordenhas, horário de ordenha e conforto visando reduzir ao máximo o nível de estresse do animal (térmico, local para descanso, piso etc.).


EVENTOS

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GRÃOS

Manejo de pragas iniciais no Milho Safrinha

O

ataque de pragas iniciais é um fator muito importante a ser considerado em função de sua capacidade de prejudicar o bom estabelecimento da lavoura, retardar o desenvolvimento inicial, reduzir o estande de plantas e, consequentemente, causar queda nas produtividades do milho safrinha. A gama de insetos-praga que podem atacar o milho na fase inicial é bastante ampla, compreendendo pragas de solo e pragas de parte aérea, que são sugadoras ou mastigadoras. Podemos descrever como pragas da fase inicial: Cigarrinhas das Pastagens (Deois flavopicta), Tripes (Frankliniella williamsi), Percevejo Castanho (Scaptocoris spp), Lagarta Rosca (Agrotis ípsilon) e Cigarrinha do Milho (Daubulus maidis). Porém, vamos relatar somente as que têm sido mais frequentes nas lavouras. Dentre as pragas consideradas de solo temos a Larva Angorá (Astylus variegatus) e os Corós do Milho (Liogenys sutural, Diloboderus abderus, Phyllophaga cuyabana). Estas pragas podem atacar as sementes do milho logo após a semeadura ou as raízes após a emergência das plantas, com ocorrência mais expressiva em plantios com baixa umidade no solo. Nas condições de safrinha nem sempre conseguimos a semeadura com boa umidade para rápida germinação e emergência, assim, o tratamento de sementes se torna indispensável para auxiliar no controle dessas pragas. A Larva Alfinete (Diabrotica speciosa) alimenta-se das raízes do milho. A estratégia mais viável é o controle preventivo do adulto (Vaquinha). Em área com histórico da praga, aplicações de inseticidas no sulco de plantio a base de Clorpirifós ou Fipronil têm ajudado no controle. A ocorrência da lagarta elasmo (Elasmopalpus ligno-

AUTOR 1 - Coordenador de Agronomia da DuPont Pioneer. Site: www.pioneersementes.com.br

FOTOS: DuPont Pioneer

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Ronaldo Luiz Gonzaga Freitas1

Coró-do-Milho (Liogenys sutural, Diloboderus abderus, Phyllophaga cuyabana).

sellus) na safrinha está intimamente ligada a solos arenosos ou ocorrência de estiagem. O plantio de híbridos com proteínas Bt é uma importante ferramenta no manejo desta praga. Aliado a isso, o tratamento de sementes com inseticidas a base de Thiodicarb ou Fipronil é uma medida preventiva que constitui e complementa o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Em situações de alta incidência da praga, pulverizações a base de Clorpirifós podem ser feitas a noite com alto volume de calda. Nas pragas de parte aérea, temos um dos maiores causadores de prejuízos observados nas últimas safras, os percevejos. Estes merecem atenção especial dos técnicos e produtores, pois têm se adaptado muito bem à sucessão soja/ milho safrinha. Altas densidades de percevejos no final do ciclo da soja coincidem com a fase de implantação das lavouras de milho. O Percevejo Barriga-Verde (Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus) é o que causa os maiores e mais irreversíveis danos. Devido a sua agressividade, trabalhos da Embrapa apontam que o nível de dano para o controle do percevejo barriga-verde no milho safrinha é inferior a 1 inseto para cada 5 plantas de milho na lavoura. Já o PercevejoMarrom (Euschistos heros) têm seus sintomas de ataque

Vaquinha (Diabrotica speciosa)


FOTOS: DuPont Pioneer

GRÃOS

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Lagarta-Elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

Percevejo-Barriga-Verde (Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus)

menos visíveis, pois seu estilete é mais curto e dificilmente provoca danos severos com perfilhamento ou até mesmo a morte da planta. O controle de percevejos está intimamente ligado à adoção do MIP - Manejo Integrado de Pragas no sistema produtivo como um todo. Ele se inicia com um efetivo controle e redução dos percevejos na soja, o que ajuda a reduzir as populações que migram para o milho safrinha ao fim do ciclo da soja. O monitoramento na área antes do plantio do milho, conforme sugerido por Rodolfo Bianco, visa encontrar presença de percevejos para tomada de decisão de uma pulverização com inseticida sobre a palhada ou logo após a emergência. O monitoramento pode ser feito através de iscas de grãos de soja (500 gramas) embebidos em água por 10 a 15 minutos, adicionando uma colher de sal de cozinha. As iscas devem ser distribuídas em 10 partes na lavoura no final da tarde e a contagem realizada na manhã seguinte, se forem encontradas mais de 3 iscas com presença de percevejos, a pulverização pós-emergência é justificada. O tratamento de sementes com neonicotinóides também deve ser adotado como parte do MIP e se constitui em um eficiente método de proteção na fase inicial da lavoura, podendo ou não ser associado a pulverizações de inseticidas. Importante sempre ter em mente que faz parte do MIP/ MIR, a rotação de modos de ação dos inseticidas, porém, em contrapartida, hoje temos no mercado poucas opções de grupos químicos para percevejos e não há noticias de novos grupos químicos para lançamento em curto prazo. Basicamente os neonicotinóides, piretróides e alguns poucos organofosforados. Temos observado um uso muito massivo e sem critério de produtos a base de neonicotinoides e, com isso, há o risco eminente de seleção de populações resistentes. A Lagarta-do-Cartucho (Spodoptera frugiperda) pode ser considerada a principal praga da cultura do milho por sua ocorrência generalizada e por atacar todos os estágios de desenvolvimento da cultura. O surgimento das proteínas Bt, adicionou mais uma ferramenta para controle da lagarta des-

ta praga, porém essa ferramenta não deve ser usada de forma isolada e jamais a responsabilidade de controle ser delegada unicamente à proteína Bt. As características da praga, tais como, alto potencial reprodutivo, ciclo curto e polifagia associadas a situação de sucessão de cultivos hospedeiros (soja, milho, feijão, sorgo) coloca a praga sob uma enorme pressão de seleção e em risco a durabilidade das proteínas Bt, fazendo necessária a adoção do MIP/MIR. Além do plantio de híbridos com tecnologia Bt,outras ações do MIP/MIR devem ser associadas, como manejo das plantas daninhas em pós-emergência;controle de milho voluntário; utilização do tratamento de sementes; monitoramento do nível de dano; rotação de culturas; e a adoção do refúgio. O controle químico via pulverização deve ser usado em complemento às demais ações do MIP/MIR, quando 10% das plantas atingirem nível de dano 3 na Escala Davis. Usando este nível de dano, o controle via inseticidas se torna mais efetivo, pois as lagartas estarão em instares menores (<1 cm). Atualmente existem mais de 100 produtos registrados para o controle de S. frugiperda em milho, mas os principais grupos de inseticidas que têm sido usados são os carbamatos (carbaril, metomil e thiodicarbe), os “fisiológicos” (lufenuron, diflubenzuron, triflumuron, novaluron e clorfuazuron), espinosinas (espinosade) e as diamidas (clorantraniliprole, flubendiamida). Lembrando que esses grupos devem ser alternados a cada aplicação para evitar seleção de populações resistentes.Nas condições de cultivo como no Brasil, onde há sobreposição de cultivos que hospedam a mesma praga e fazem a “ponte verde”, há um grande risco de seleção de populações resistentes, seja às proteínas Bt ou a produtos inseticidas. Diante desse contexto, o conhecimento e a conscientização do produtor, técnicos e empresas sobre a necessidade da correta adoção do MIP/MIR se traduz na mais importante ação conjunta da cadeia produtiva para retardar a evolução da resistência e longevidade dessas tecnologias e produtos que em parte têm proporcionado maiores produtividades de milho ao produtor brasileiro nos últimos anos.


CAFÉ

S

amba é pé e café é na Fenicafé. O carnaval está chegando. É hora de se divertir. Mas depois de passados os dias da festa do Rei Momo é hora de pensar no ‘ouro negro’ brasileiro, o café. Para isto, não há lugar melhor que a FENICAFÉ - Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura, que será realizada de 03 a 05 de março, em Araguari no Triangulo Mineiro. Promovida pela ACA - Associação dos Cafeicultores de Araguari, a FENICAFÉ congrega simultaneamente três eventos, o 20º Encontro Nacional de Irrigação da Cafeicultura no Cerrado, a 18º Feira de Irrigação em Café do Brasil e o 17º Simpósio de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada. Em 2015, nos 20 anos do evento, a organização espera um público médio de 25 mil pessoas vindas de todas as regiões produtoras de café do Brasil. Com cerca de 60 expositores, que ocupam mais de 90 estandes, a Feira espera um volume de negócios superiores a 30 milhões de reais. Uma das grandes preocupações da organização é mostrar para os produtores que é possível sim irrigar, mesmo no período de poucas chuvas, e também como transformar a propriedade em uma produtora de água. As inscrições para o evento variam de R$35,00 (estudantes) à R$120,00 e podem ser feitas pela internet, no site da feira (www.fenicafe.com.br), mas não se esqueça: é obrigatório a apresentação do boleto pago no dia da feira. As caravanas de cooperativas, associações e universidades com mais de 20 pessoas contam com um bônus extra de mais 10 entradas nas palestras para ou um ou para os três dias de evento. Já as caravanas com mais de 50 pessoas contam com bônus extra de 30 entradas. PROGRAMAÇÃO TERÇA-FEIRA (03 de Março de 2015) 10h30 = Solenidade de abertura 14h às 15h = “Importância dos recursos hídricos para a produção de alimentos”. Dr. Mário Cicarelli Pinheiro - Prof. UFMG. 15h às 16h = “Doenças do Cafeeiro: Desafios para Diagnóstico e Controle”. Dra. Flávia Patrício – Instituto Biológico de Campinas 16h30 às 17h30 = “Tecnologia para produção de mudas de café: sacolas plásticas, tubetes e mudas enxertadas”. Enivaldo Marinho Pereira (Pioi) - Cafeicultor e Viveirista QUARTA-FEIRA (04 de Março de 2015) 08h30 às 09h = “Abertura do 17º Simpósio Brasileiro de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada”. 9h às 10h = “Nutrição do cafeeiro: Resultados Conclusivos de Fertirrigação para lavouras de alta tecnologia” - Adolfo Moura, Engº Agrº Especialista em Nutrição e Fertirrigação, Consultor SEBRAE. 10h às 11h = “Gotejamento: Tecnologia do gotejamento enterrado na irrigação localizada do cafeeiro: Prós e Contras”. Dr. André Luís Teixeira Fernandes – Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação Extensão da Universidade de Uberaba (MG). 11h às 12h = “Cenários climáticos no Brasil e no mundo e suas implicações para a agricultura”. Prof. Dr. Luís Carlos Molion - Uni-

FOTOS: Divulgação FENICAFÉ 2014

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FENICAFÉ 2015 reúne os maiores nomes da cafeicultura irrigada em Araguari (MG)

versidade Federal de Alagoas. 14h às 17h30 = “WORKSHOP: COMO O CAFEICULTOR BRASILEIRO PODE SE TORNAR UM PRODUTOR DE ÁGUA? 1º) - 14h às 15h- “Reservação de água para a agricultura irriga da: o caso americano” Dr. Steve Deverel - Hydrofocus/Cali fornia Department of Water Resources 2º) - 15h às 16h = “A função das veredas na hidrologia regional e os impactos da implantação de barramentos”. Dr. Antônio Giacomini Ribeiro - Coord. Regional Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari. 3º) - 16h30 às 17h30 = “Programa Produtor de Água no Brasil”. Dr. Devanir Garcia dos Santos – Agência Nacional de Águas (ANA) QUINTA-FEIRA (05 de Março de 2015) 08h30 às 12h = WORKSHOP: FERTILIZANTES NA CAFEICULTURA 1º) - 8h30 às 9h30 = “Qual a diferença entre Fertilidade do Solo e Nutrição de Planta?” Dr. José Laércio Favarim (Esalq/USP) 2º) - 09h30 às 10h30 = “Uso Sustentável de Fertilizantes na Cafeicultura”. Dr.Valter Casarin – IPNI Brasil 3º) - 11h às 12h = “Uso eficiente de fertilizantes: Otimização da adubação do cafeeiro”. Eng. Agrº Hélio Casale – Consultor 13h30h às 14h30h = “PAINEL: Selo de Origem e Qualidade Região Cerrado Mineiro como oportunidade de Negócios e Diferenciação 14h30h às 15h30 = “Cafeicultura de Precisão: Resultados e custo benefício da amostragem georeferenciada do solo”. - Roberto Santinato – Engº Agrº Procafé e MAPA. 15h30 às 16h30 = “Manejo nutricional do programa de podas”. Eng. Agrº Alysson Vilela Fagundes – Fundação Procafé. 17h às 18h = “Palestra Motivacional – Cérebro e Qualidade de Vida: Como o cérebro pode ajudar a melhorar a nossa qualidade de vida com o estresse diário que vivemos?” Dr. Ariovaldo Alberto da Silva Junior – MD, PHD em Neurociências. 18h = ENCERRAMENTO


CAFÉ

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ARTIGO

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A IMPORTÂNCIA DA ALTA MOGIANA IDENTIFICAR SEUS MELHORES CAFÉS

O

André Luis da Cunha - Cafeicultor, diretor presidente da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana [altamogiana@amsc.com.br]

s ganhos com a produção dos cafés especiais

para buscar fornecer o produto exigido e manter-se com-

vão além da agregação de valor no mercado.

petitivo na atividade.

Envolve o conhecimento de como as variáveis

A condução da lavoura de café é uma atividade de risco

climáticas, a altitude, as variedades de café, o

que exige muito do cafeicultor. Então, porque não buscar

manejo pós-colheita, entre outros, interferem na qualidade

um melhor reconhecimento para o seu produto final, para

da bebida a ser atingida pelo grão. Essa compreensão exige

o seu trabalho? E para isto, é fundamental que se conheça a

do cafeicultor desafiar a si mesmo quanto às técnicas produ-

qualidade do café produzido e que esta seja comunicada ao

tivas tradicionalmente adotadas e a procurar alternativas

consumidor final.

tecnológicas, muitas vezes simples, que permitirão ao seu café atingir o potencial qualitativo. A produção do café especial começa com o trabalho de reconhecimento dos talhões da propriedade para identificar

As informações sobre a qualidade do café da Alta Mogiana e as características de sua bebida precisam ser repassadas ao longo de todos os elos da cadeia de produção e referenciadas à sua origem.

aqueles com maior aptidão para produzir um café com be-

É preciso divulgar ao público geral os valores intrínse-

bida melhor; e fazer neste lote um manejo pós-colheita mais

cos ao café da região para que os mesmos passem a ser valo-

adequado. Uma tarefa importante, que deveria ser realizada

rizados e reconhecidos.

pelo menos uma vez na propriedade, e que otimiza os recursos investidos na lavoura.

E uma das formas de se fazer isso é chamar para a Alta Mogiana eventos da agenda internacional do café e assumir

Há sempre pequenas atitudes a serem mudadas que po-

a responsabilidade e o compromisso, entre seus cafeicul-

dem vir a melhorar a bebida do café. O potencial de quali-

tores, de um evento bem executado e, principalmente, da

dade é determinado com o grão no pé, mas a manutenção

sua participação digna de excelentes profissionais que são.

da qualidade do grão à xícara depende do adequado proces-

Em 2015, ano em que a Alta Mogiana sediará a fase

samento ao longo da cadeia, finalizando com o profissional

internacional do Cup of Excellence, na categoria de café

ou consumidor que irá preparar a bebida.

natural, é importante que seus cafeicultores se mobilizem

Café especial e bebida de qualidade, com origem e

na produção de lotes com qualidade diferenciada. Trata-se

procedência, são tendências de consumo, reflexo de con-

de um momento único para a Alta Mogiana apresentar à co-

sumidores mais qualificados e exigentes quanto ao produto

munidade internacional o café que tem competência para

adquirido. O mercado demanda cafés com características

entregar ao mercado; e não se pode desperdiçar esta opor-

únicas e marcantes; e o produtor deve estar atento à mesma

tunidade.


Produtor, garanta a origem e a qualidade do seu café

CAFÉ

P

or sete anos, a AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana – ao lado de entidades e instituições parceiras, batalhou pela conquista da Indicação Geográfica do Café da Alta Mogiana. Em setembro de 2013, a Indicação de Procedência do Café da Alta Mogiana foi concedida à região e desde então, a AMSC, junto ao Conselho Regulador, trabalha para garantir que tenha credibilidade junto aos produtores e ao mercado consumidor. Atualmente, o selo é uma realidade e já começa a circular junto a sacarias de café provenientes da Alta Mogiana. Seu uso é importante para identificar ao consumidor final a origem do café que consome e para divulgar a Alta Mogiana como região produtora, valorizando seus cafeicultores. O próximo passo será a inclusão de oito municípios mineiros à IG da Alta Mogiana. São eles Cássia, Capetinga, Claraval, Ibiraci, Itamogi, Sacramento, São Tomas de Aquino e São Sebastião do Paraíso. A AMSC, como entidade gestora e responsável pela concessão e emissão dos selos, em conjunto com Conselho Regulador de Uso da Indicação de Procedência do Café da Alta Mogiana, definiram as orientações aos produtores para a solicitação e uso do selo da Indicação de Procedência. Para solicitar o selo a ser costurado na sacaria de café o produtor deverá seguir as seguintes orientações. Veja abaixo: • Estar dentro dos 15 municípios que compõem a região da Alta Mogiana; • Ter propriedade acima de 800 m de altitude; • Ter café com pontuação acima de 75 pontos na tabela da SCAA (amostra deverá ter laudo de classificação e avaliação emitido pela AMSC); • O produtor deverá fornecer informações específicas sobre o lote; • O produtor/propriedade no qual o lote foi produzido deverá estar cadastrada na AMSC;

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• Assinar termo de responsabilidade socioambiental; • Assinar documento de responsabilidade sobre as informações fornecidas. A análise sensorial para determinar a pontuação do café e seu respectivo laudo técnico deverá ser realizada pelo controle de qualidade da AMSC. A Indicação Geográfica é um selo que identifica e protege os cafés da Alta Mogiana, por suas características únicas, preservando sua cultura, sua história e sua gente. A Indicação de Procedência é um signo distintivo que tem como objetivo diferenciar um produto e seu produtor, apontando sua origem geográfica e suas condições de produção. Interessados entrar em contato com a AMSC através do e-mail altamogiana@amsc.com.br ou pelo telefone (16) 3017 0705.


Valor Econômico Carine Ferreira

CAFÉ

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À

primeira vista, as lavouras de café de Altinópolis (SP), no tradicional polo da Alta Mogiana Paulista, parecem saudáveis. Com as chuvas recentes, estão bem verdes e bonitas. Olhando mais de perto, contudo, é possível ver que as plantas, por mais resistentes que sejam, acusam os efeitos da seca de 2014 e de janeiro. Os ramos estão pequenos e as folhas, queimadas. A produtividade será mais baixa nesta safra, e o potencial da próxima colheita, no ano que vem, já está comprometido. Ainda que chova nas próximas semanas, já não é mais possível evitar o legado deixado pela falta de água e pelo forte calor. Em maior ou menor escala, cafezais de outras regiões produtoras de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo enfrentam o mesmo tipo de problema. E, como observa o engenheiro agrônomo Marcelo Laurenti, da COOPARAÍSO - Cooperativa Regional dos Cafeicultores em São Sebastião do Paraíso – cuja área de atuação compreende o sul e o sudoeste de Minas e a Alta Mogiana Paulista -, o cenário pode piorar. Se faltar chuva até o mês que vem, a maturação dos grãos para a colheita deste ano será ainda mais prejudicada, e menos gemas se transformarão em flores e frutos para o ciclo 2016/17.

FOTO: Anna Carolina Negri

Crônica de uma quebra de safra anunciada

Emerson Tinoco, coordenador do departamento técnico da COOPARAÍSO.

Para a próxima temporada, estima-se perdas por conta do menor crescimento das plantas e de distúrbios fisiológicos, como o aparecimento de flores fora de época e ramos laterais. Em períodos inadequados, as flores não se transformam em grãos, explica Laurenti. E os ramos na haste

Dívidas sobrevivem à altas de preços P equenos produtores de café que dependem exclusivamente da atividade na região de São Sebastião do Paraíso (MG), no sudoeste mineiro dizem amargar prejuízos há anos. Apesar de os preços da commodity terem registrado alta expressiva desde o ano passado em razão da estiagem no Centro-Sul do país, eles garantem que não conseguiram lucrar por conta dos menores volumes colhidos. Douglas de Oliveira Iza é um dos que reclamam dessa situação. Ele colheu 2,5 mil sacas de café em 2013 em seus 150 hectares entre terras próprias e arrendadas. Em 2014, a estiagem e o calor contribuíram para reduzir a colheita para 2 mil sacas. “Gastamos 50% a mais de frutos colhidos para fazer uma saca de café”, diz. Neste ano, ele estima que vai colher em torno de 3 mil sacas. Não fossem as intempéries, suas lavouras teriam potencial para 4,5 mil sacas. Iza, que também é engenheiro agrônomo, afirma que as plantações estão com grãos chochos, mas que ainda não é possível saber o tamanho das perdas nesta temporada (2015/16). E afirma que sua conta não fecha. Em 2012, diz, uma saca de 60 quilos valia de R$ 240 a R$ 250, para um custo de produção de R$ 350. Em 2014, o preço aumentou, mas não havia produto suficiente para aproveitar a bonança. Em 2013, ele vendeu no mercado futuro 50% de sua safra a R$ 350 para entrega em 2014. As cotações superaram esse valor, e o produtor lamenta que perdeu rentabilidade e teve que carregar o prejuízo da safra anterior. “Se o mercado não mantiver o nível atual [cerca de R$ 500 a saca], o produtor não atravessa 2015, não terá rentabilidade”, afirma Iza. Ele calcula que seu endividamento está em R$ 3 milhões e amarga dificuldades para ob-

ter crédito rural com juros reduzidos. “Quando tinha café na mão, não tinha preço. Quando teve preço, não tinha café”, concorda Antonio Jacinto Caetano, presidente do Sindicato Rural de São Sebastião do Paraíso e também cafeicultor na região. De acordo com análise da Cooparaiso, o preço médio do café arábica entre 1994 e 2014 não compensou o aumento de custos como salário mínimo, óleo diesel, adubo, energia e calcário. Além disso, aponta o levantamento, o preço médio de venda nesses 20 anos foi inferior ao custo médio de produção, o que provocou o endividamento. No intervalo, o salário mínimo teve aumento de 1.247,8%, o óleo diesel de 765,1% e o adubo subiu 652,5%. Já o preço do café tipo 6 bebida dura aumentou 245,9%. O café é a principal atividade econômica de São Sebastião do Paraíso. As usinas sucroalcooleiras da região fecharam suas portas há cerca de três anos, inviabilizadas pela crise no segmento. Apesar dessa equação e dos recentes problemas climáticos, a situação podia ser pior. Caetano observa que na região de São Sebastião do Paraíso a seca não foi implacável como em algumas áreas do Sul de Minas. “Estamos no céu, naquela região tem muitas pessoas que estão entregando suas propriedades aos bancos”. Alguns têm deixado o campo em busca de emprego na cidade”. “A cada dia que passa estamos morrendo”, diz Iza. Mas ele afirma que deixar a atividade não é algo fácil. Por ser uma cultura perene e com alto custo de implantação, é difícil simplesmente abandonar o café. “E se eu não plantar lavouras novas, como vou pagar minha dívida?”, concorda Caetano. (Fonte: CNC e Valor)


CAFÉ ARTE FINAL ; Valor Econômico

principal do pé de café acabam competindo com outros ramos produtivos, puxando mais energia da planta, mas sem produzir. Isso sem contar os ramos secos. Também engenheiro agrônomo, Emerson Tinoco, coordenador do departamento técnico da COOPARAÍSO, afirma que, em 2014, a seca em São Sebastião do Paraíso, no sudoeste mineiro, não foi tão intensa quanto no sul do Estado, por exemplo. As chuvas deste mês estão mais volumosas que em fevereiro do ano passado, mas em janeiro as precipitações foram baixas. Segundo dados coletados pelas estações meteorológicas da Cooparaiso, em janeiro a média das precipitações em sua área de atuação foi de 79 milímetros, ante os pífios 58,6 mm do mesmo mês de 2014 e os 348,1 mm de janeiro de 2013. Desde 1973, a média anual das precipitações para o período alcança 296,9 milímetros. Mas o problema maior são as altas temperaturas, observa Tinoco. Acima de 32 graus Celsius, o metabolismo da planta é afetado. Em 15 de outubro de 2014, por exemplo, a temperatura chegou a 35,4 graus, o que já foi um problema, enquanto a mínima foi de 20,6 graus. Para lavouras novas, a combinação entre frio noturno e seca gera 65% de desfolha. Como as chuvas foram escassas em setembro e outubro do ano passado, época das floradas, já foram perdidos três meses do período em que a planta desenvolve os ramos para a produção do ano seguinte (de setembro a março). Neste momento, nas plantações de São Sebastião do Paraíso (MG) e Altinópolis (SP), as plantas têm menos ramos que o desejado, como nesta mesma época de 2014. O ideal é que fossem encontrados de oito a 12 internódios (gemas de crescimento do caule dos cafeeiros para a formação dos grãos), mas, em geral, há entre quatro e oito. Grãos chochos também podem ser encontrados nos cafezais, mas, nesse caso, a situação não é tão grave como era em 2014. A planta não apresenta deficiência nutricional, mas não cresce. Os pés de café deveriam formar um paredão, com os ramos crescendo e encostando na planta vizinha. Mas os paredões não estão homogêneos. “Se tudo correr bem, teremos uma lavoura bonita em 2017 para produzir bem em 2018″, afirma Tinoco. Não bastasse esse triste roteiro, a seca também favoreceu a ocorrência de pragas. Há tempos o bicho mineiro, uma larva que mata as folhas das plantas, não se divertia tanto na região. Tinoco estima que a safra a ser colhida neste ano (2015/16) na região de atuação da COOPARAÍSO deverá ser entre 10% e 15% menor que o volume previsto em dezembro – 2,6 milhões de sacas, ante 3,1 milhões em 2014/15. Mesmo em lavouras irrigadas, como a do produtor Daniel de Figueiredo Felippe, em Altinópolis (SP), o forte calor causou a escaldadura (queimadura) das folhas. E observando os cafeeiros, uma linha plantada está mais afetada que outra. “Mesmo molhada, a planta não aguenta”, diz. Felippe, que tem áreas próprias e arrendadas na região de Altinópolis, enfrentou menor disponibilidade de água para irrigar. Ele tem outorga para usar a água de nascentes localizadas em suas propriedades e que alimentam uma represa. Há dois anos, no fim de janeiro o produtor contava com uma vazão de 30 mil litros por hora, mas hoje tem que

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se contentar com entre 4 mil e 5 mil litros. No auge da seca, ficou com mil litros. “Imaginei que fosse secar. Não consegui irrigar direito”. Na média, Felippe diz que jogou nas lavouras 40% menos água do que o ideal. Nos últimos anos, a produtividade média dos cafezais de Felippe ficou em torno de 35 sacas por hectare – acima da média no município entre 25 e 28 sacas, graças à irrigação. De 190 hectares totais, o produtor irriga 80, com sistema de gotejamento. No mês passado, ele precisou irrigar as lavouras por cerca de 15 dias. Uma situação atípica, já que em janeiro normalmente chove o suficiente. Felippe acredita que, em virtude da atual crise hídrica, haverá restrições para novos financiamentos para irrigação e maior dificuldade para a obtenção de outorga para o uso da água. Ele conta que começou a irrigar seus cafezais para aumentar a produtividade, pois nunca havia registrado problema sério de falta de água para as lavouras. Nos últimos anos, investiu cerca de R$ 400 mil em irrigação e mais R$ 400 mil na aquisição de uma colhedora e de um trator. Se o mercado permitir, tem planos para continuar renovando suas plantações. (Extraído e Modificado de: Valor Econômico)


CAFÉ

N

o dia 23 de Janeiro de 2015 ocorreu o anúncio dos vencedores do maior concurso de cafés naturais do planeta, o 2014 Brazil Late Harvest Cup of Excellence® Competition. Mantendo ininterrupta a tradição iniciada em 2012, a Mantiqueira de Minas foi mais uma vez a grande vencedora, com nada menos que 12 lotes entre os 23 campeões, dentre os quais estão os seis primeiros colocados do certame. O lote consagrado com o primeiro lugar obteve 95,18 pontos de acordo com a metodologia da SCAA (Specialty Coffee Association of America). O evento foi organizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Alliance for Coffee Excellence (ACE) e o Sebrae. Na primeira etapa do concurso, um corpo de juízes Brasileiros selecionou amostras de café de 44 produtores. Na etapa final do certame realizada de 19 a 23 de janeiro, no Centro Universitário de Araxá (MG), essas amostras foram submetidas a um júri internacional comFOTO: Divulgação BSCA

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Mantendo a tradição, Mantiqueira de Minas vence o 2014 Brazil Late Harvest Cup of Excellence®

posto por representantes dos Estados Unidos, Europa, Ásia, América do Sul e Oceania. Antônio José Junqueira Villela, presidente da APROCAM - Associação dos Produtores de Café da Mantiqueira, entidade que controla e promove a Mantiqueira de Minas – IP comemora a conquista: “somos uma região produtora de cafés raros e surpreendentes. Em 2011, obtivemos nossa Indicação de Procedência, resultado de um RESULTADO FINAL DA FASE INTERNACIONAL DO longo trabalho que realizamos para identificar e valorizar os elementos únicos que CUP OF EXCELLENCE NATURALS 2014 constituem o terroir Mantiqueira de Minas. Nº Nota Produtor Município (MG) Região Ele reflete a tradição de uma cafeicultura 1 95,18 Antônio Márcio da Silva Cristina Mantiqueira de Minas que encontrou seu lar na encosta de belas 2 93,82 Elson Benedito Daniel Cristina Mantiqueira de Minas e ensolaradas montanhas, agraciadas com 3 93,00 Edmo Junqueira Villela Carmo de Minas Mantiqueira de Minas um clima ameno, gentil, perfeito para ca4 92,11 Antônio José Junqueira Villela Carmo de Minas Mantiqueira de Minas fés de altíssima qualidade. Reflete o amor 5 88,75 Márcio Ribeiro Rocha Cristina Mantiqueira de Minas que temos pela nossa identidade cultural e 6A 88,71 Elenise Marcia Santana Berges Araponga Matas de Minas pela tradição de nossos antepassados, ainda 6B 88,71 Jacques Pereira Carneiro Cristina Mantiqueira de Minas tão viva em pequenas e seculares fazendas 8 88,61 Ruvaldo Delarisse Patrocínio Cerrado Mineiro nas quais o café é colhido manualmente. 9 88,50 José Roberto Vidigal Santana Araponga Matas de Minas Reflete também o entusiasmo que compar10 88,36 Josdair Vicente Sandi Conceição das Pedras Mantiqueira de Minas tilhamos, o nosso espírito de vanguarda, 11 87,75 Severino Breno Pereira Junqueira Carmo de Minas Mantiqueira de Minas 12 87,61 Ipanema Agrícola S/A Conceição do Rio Verde Sul de Minas sempre aprimorando nossos processos para 13 87,11 José Bernardes Santana Araponga Matas de Minas valorizar o melhor do nosso café. A Man14 86,75 Demétrio Flaviano de Oliveira Pedralva Mantiqueira de Minas tiqueira de Minas é única, artesanal, uma 15 86,57 Simone Aparecida Dias Sampaio Araponga Matas de Minas pedra preciosa no Brasil”. 16 86,39 Fal Holdings Participações Carmo de Minas Mantiqueira de Minas Os lotes vencedores do concurso es17 86,25 João Andrade de Miranda Araponga Matas de Minas tarão disponíveis para leilão online que 18 86,00 [Espólio] Arthur José Hofig Jr. Unaí Cerrado Mineiro ocorrerá no dia 10 de Março de 2015. Maio19 85,71 AC Café S/A Perdizes Cerrado Mineiro res informações pelo site da BSCA: www. 20 85,36 Henrique Dias Cambraia Santo Antônio do Amparo Sul de Minas bsca.com.br


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COOPFAM vai fornecer café orgânico para consumo no Ministério do Desenvolvimento Social (MDS)

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FOTO: Divulgação CCCMG

COOPFAM - Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo (MG) e Região foi selecionada em chamada pública para fornecer café orgânico da agricultura familiar ao MDS - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Serão adquiridos 680 quilos de café para atender à demanda de consumo do produto no edifício sede do Ministério, em Brasília, durante quatro meses. O produto será adquirido na modalidade Compra Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A modalidade permite que órgãos dos governos federal, distrital, estaduais e municipais comprem, com recursos próprios, por meio de chamada pública, alimentos da agricultura fami- Sede da COOPFAM em Poço Fundo, sul de Minas Gerais. liar para o atendimento de demandas próprias de abastecimento. lias de pequenos cafeicultores que já conquistaram benefíA COOPFAM é referência em agricultura orgânica, cios por meio do cooperativismo em municípios do sul de solidária e agroecológica. Atualmente são mais de 320 famí- Minas Gerais. (Fonte: CCCMG)

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J.B. Matiello1, Gabriel R. Lacerda1 e Rodrigo N. Paiva1

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FOTO: Fundação Procafe

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Controle da Ferrugem Tardia em cafeeiros exige época de aplicação de fungicidas terminando mais tarde evolução da ferrugem em cafeeiros depende das condições climáticas e da susceptibilidade das plantas, esta muito afetada pela carga pendente das plantas. O período infectivo normal do fungo ocorre na época mais chuvosa e quente, entre novembro e abril. No controle químico da ferrugem, pela via foliar, têm usadas formulações fungicidas combinando triazóis mais estrobilurinas, em 2-3 aplicações no ciclo, buscando cobrir o período infectivo da doença. No entanto, nos últimos anos, por efeito de inverno mais quente e chuvoso, a infecção pela ferrugem tem ocorrido mais tardiamente. Especialmente em programas com 2 aplicações foliares, iniciadas e terminadas mais cedo no período, tem ocorrido um maior nível final de infecção e desfolha das plantas, mesmo As infecções tardias da ferrugem promovem desfolhas severas nos ramos e prejudicam a produção do ano seguinte. diante do controle praticado. Foi conduzido um ensaio, no ciclo 2013-14, na Fa- pico da infecção, encontram-se resumidos na Tabela 1. zenda Experimental, da Fundação Procafé, em Varginha Por efeito da boa carga pendente e, apesar de ter ocor(MG), para estudar programas de épocas de controle da fer- rido um veranico em jan-fev/14, a ferrugem evoluiu bastante rugem, usando combinações de aplicações em épocas mais nos cafeeiros da parcela testemunha, sem controle, atingindo, cedo, com outras intermediárias e mais tardias, visando al- em julho de 2014, o nível de 62% de infecção. Nos tratados cançar níveis finais de infecção mais baixos. Foi incluída, com Ópera, em diferentes épocas, o nível variou de 2,4 a 27,6 ainda, a modalidade de aplicação única em dose concen- %, mostrando controle diferenciado. trada. A formulação usada foi do produto comercial Ópera. Verificou-se que as aplicações combinando épocas mais Os resultados da amostragem de ferrugem nos cafe- tardias da formulação fungicida foram mais eficientes na eiros, sob efeito dos tratamentos, realizada em julho, no redução da infecção final da ferrugem, ou seja, diminuiram Tabela 1 - Tratamentos do ensaio e infecção em cafeeiros, a evolução da ferrugem tardia. Quanto ao efeito da aplicação sob efeito de diferentes épocas de controle da ferrugem, em concentrada, ela foi efetiva quando usada numa época interprogramas com o uso de formulação do fungicida Ópera mediária, que possibilitou reduzir, drasticamente, o inoculo (Eepoxiconazol +Piraclostrobina), Varginha-MG, 2014. e, assim, manteve residual adequado de controle da infecção Infecção por Ferrugem final. Tratamentos no pico da doença Os resultados obtidos permitiram concluir que:Produtos e Doses Época Pulverizações (% fls infectadas, jul/2014) a) - A redução da infecção tardia da ferrugem é efetiva 14,0 ab 10/dez e 10/fev 1. Opera (1,5 L/ha) com uso de aplicações coincidindo mais tarde no ciclo infec6,0 a 10/dez, 10/fev e 25/mar 2. Opera (1,0 L/ha) tivo da doença, ou usar 3 aplicações cobrindo todo o período. 2,4 a 15/jan e 25/mar 3. Opera (1,5 L/ha) 27,6 b 15/jan 4. Opera (3,5 L/ha) b) - Um programa de 2 aplicações, na dose cheia, inici8,0 a 25/fev 5. Opera (3,5 L/ha) ando em meados de janeiro e a segunda em fins de março ou 62,0 c 6. Testemunha inicio de abril também se mostra adequado. c) - Quando necessário, usando doses mais elevadas da AUTORES formulação fungicida, o controle pode ser obtido, ainda, com 1 - Engenheiro Agrônomo do MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária aplicação única e em época intermediária do período infece Abastecimento e da Fundação Procafé. Tel. (35) 3214-1411 - Site = www. fundacaoprocafe.com.br tivo.


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FOTO: Fundação Procafe

Controle de pragas puxa alta no custo de produção

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Broca atacando frutos ainda verdes do café

em um princípio ativo para controlar a incidência da broca-de-café nas lavouras do setor, produtores paulistas e capixabas foram atendidos no pleito que solicitava a entrada dos dois estados em situação de emergência. Agora, um novo defensivo foi liberado, porém, o preço da operação vai onerar os custos de produção. Alguns dos casos mais graves foram encontrados nos cafezais do maior produtor do grão tipo conilon. O presidente da FAES - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo, Júlio Rocha, conta que, por um déficit de mão de obra na colheita, muitos grãos maduros caem no chão e ajudam na disseminação da broca. O chefe da Divisão de Prevenção, Vigilância e Controle de Pragas da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eriko Tadashi, explica que este tipo de doença danifica os grãos e prejudica o rendimento da planta, o que gera, consequentemente, perda na produtividade. “Quando é declarado o estado de emergência, a região tem um ano para implantar as medidas sanitárias. Após este período, o Ministério avalia se a situação é suspensa ou não”, diz. A principal medida foi a permissão do controle químico da praga com inseticida a base de Ciantraniliprole a ser realizado em talhões da lavoura - áreas específicas onde encontram-se plantas da mesma idade - por meio do monitoramento. Rocha destaca que, em algumas regiões, o custo de produção se aproxima muito dos preços de venda da saca. A entrada do novo defensivo, que é importado, deve aumentar ainda mais os gastos. Soma-se a isso a distinção de valores entre o tipo conilon e o arábica, que pode chegar a R$ 178. “Já estamos pleiteando o reajuste do preço mínimo e a diminuição dessa disparidade”. De acordo com o executivo da Faes, pelo menos 5% de cada saca é perdida em função da broca. Entre os paulistas, o chefe do departamento econômico da FAESP - Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, Cláudio

Silveira Brisolara, afirma que a praga afetava entre 3% e 5% das áreas no último levantamento. Diferentemente dos capixabas, os cafeicultores de São Paulo comemoram o estado de emergência declarado pelo MAPA, uma vez que as perdas de produção na lavoura pela incidência da doença podem ser muito maiores do que os gastos com o controle fitossanitário. “Minas Gerais já tinha acesso ao princípio ativo para contenção da broca. Para que o mesmo ocorresse em São Paulo, o presidente da FAESP, Fábio Meirelles, entregou um ofício ao governo estadual contendo o levantamento dos danos causados pela praga, que seguiria para a esfera federal e fomos atendidos”, conta. No estado, regiões próximas do sul de Minas Gerais foram afetadas pela doença, em municípios como Serra Negra (SP) e São Sebastião da Gama (SP). A partir de agora, segundo Brisolara, deve ser feito um novo levantamento em contato com os sindicatos regionais para verificar quantos litros precisarão ser importados para a aplicação nas lavouras e, em seguida, fazer a solicitação do defensivo, da Dupont. “A questão do custo, neste momento, é secundária. A gente entende que foi uma conquista. Vai aumentar o gasto, mas pelo menos temos um mecanismo de controle”, completa. (Fonte: DCI)

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Cocapec e a Syngenta, através da plataforma Nucoffee, reconheceram a qualidade superior de cerca de 20% dos participantes do programa. Cada um recebeu um bônus por saca em meados de janeiro, valorizando assim a entrega de grãos de excelência na operação de troca de café por insumos. O programa aplicado é baseado em 3 pilares: oferta agronômica (troca), entrega de serviços (assistência técnica, treinamentos e palestras) e reconhecimento sobre a qualidade. O primeiro acontece quando os produtores utilizam a sua própria moeda, ou seja, o café para adquirir, através da operação de troca, um portfólio de produtos como fungicidas, inseticidas e herbicidas. O segundo são

FOTOS: Cocapec

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COCAPEC e Syngenta valorizam cafés de qualidade de cooperados

Marina Celi Coelho, cooperada de Cristais Paulista (SP), recebe o cheque do seu bônus.

5 países receberam 44% das exportações do Brasil

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hina, Estados Unidos, Países Baixos, Rússia e Alemanha foram os cinco países que mais importaram produtos agropecuários brasileiros em 2014, segundo o MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Dados do AGROSTAT - Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro mostraram que juntos os países compraram US$ 42,32 bilhões nos 12 meses, ou 43,7% do total exportado. A China ocupou a primeira colocação com US$ 22,07 bilhões, sendo US$ 17,01 bilhões de produtos do complexo soja. Os Estados Unidos compraram US$ 7 bilhões, sendo US$ 2,15 bilhões em produtos florestais. A importação de café do Brasil pelos norte-americanos somou US$ 1,30 bilhão no ano. Os Países Baixos ocuparam a terceira posição no ranking, com US$ 6,13 bilhões em importações, sendo US$ 2,90 bilhões de produtos do complexo soja. A Rússia importou US$ 3,65 bilhões do Brasil, sendo US$ 2,44 bilhões em carnes. Por fim, a Alemanha adquiriu US$ 3,48 bilhões, sendo a maior parte (US$ 1,3 bilhão) em café. (FONTE: Globo Rural)

visitas técnicas da cooperativa, treinamentos e palestras oferecidos aos participantes durante o ano, para auxiliá-los nas diversas fases do manejo da cultura. Já o terceiro e último é a valorização dos cooperados que esmeram pela qualidade dos cafés entregues. Isto permite que os produtores busquem mercados mais exigentes, e que possuem uma remuneração diferenciada por conta da qualidade. Desta maneira o ganho é de toda a cadeia, em especial dos associados da Cocapec, que elevam ainda mais o nome da Alta Mogiana no exterior, oferecendo bons produtos ao consumidor final, permitindo assim, por conta do programa, saber sua procedência e ter a certeza de que foi produzido através de práticas agrícolas adequadas.

O cooperado de Ibiraci (MG), Evaldo Carrijo, recebe o cheque do seu bônus.


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Planta resistente à ferrugem dá esperança aos cafeicultores da Guatemala

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m uma fazenda chamada “Majadas del Tesoro”, localizada no município de Camotán, no departamento de Chiquimula, a 238 quilômetros a leste do centro da Guatemala, na fronteira com Honduras América Central, um grupo de cafeicultores vem dando uma nova esperança ao setor no país com a descoberta de uma variedade da planta de café resistente à ferrugem, um fungo muito destrutivo. A fazenda conta com cafezais resistentes à ferrugem, fungo que tem prejudicado as plantações em pelo menos 14 das 22 províncias do país e causou em 2013 perdas de quase US$ 250 milhões. A parte onde se cultiva a nova variedade tem uma extensão de quase 7.000 metros quadrados em que se espera uma colheita de cerca de 5.000 plantas de café imune à doença, ainda que o processo de crescimento dela possa demorar até três anos. Apareceu na Guatemala em 1980, mas um ressurgimento da doença tem afetado 70% dos cafezais em 2012 e 40% em 2013. A nova variedade imune à doença foi encontrada pelo proprietário após o cruzamento natural das plan-

tas em 1984. “Encontramos uma mina de ouro”. O resultado do cruzamento natural produziu uma planta “muito produtiva e vigorosa” que, por cada rama dá quase uma libra de café, disse ele. A nova planta, denominada “Anacafé-14”, foi apresentada durante o 25º Congresso Nacional de Café na Guatemala. Os frutos do “Anacafé-14” têm a “forma ovalada” e são “maiores” em comparação com o grão médio. Também tem ramificações “abundantes”. O coordenador regional da Anacafé, Manuel Quiñónez, explicou que, depois de seis anos de pesquisa de solo, clima e outros fatores, a planta tem “excelentes” características que “a tornam um bom café”. A Anacafé realiza atualmente estudos de adaptabilidade da planta em outras zonas da Guatemala e que até agora tem permitido que 120 cafeicultores estejam cultivando a nova variedade. O objetivo é que esse número cresça progressivamente. A Guatemala é o sétimo exportador desse produto a nível mundial, que, além disso, é fonte de trabalho de 1,1 milhão de guatemaltecos, 18% da população economicamente ativa, segundo dados oficiais. (FONTE: EFE)

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s cotações do café arábica no mercado internacional registraram grandes oscilações em janeiro de 2015, influenciadas pelas condições climáticas adversas e incertezas quanto ao tamanho e à qualidade da safra cafeeira de 2015 do Brasil. Notícias sobre a chegada de frente fria e chuvas acabaram pressionando as cotações no último mês, contudo, as chuvas têm sido pontuais, em pequenos volumes e consideradas insuficientes para recuperação das lavouras ou reversão dos prejuízos já observados, como: abortamento de flores, não vingamento de chumbinho, comprometimento no desenvolvimento dos internódios das plantas e má granação (enchimento de grãos). Fase crítica para o desenvolvimento dos internódios das plantas e granação (enchimento de grãos), dezembro e janeiro registraram precipitações abaixo da média histórica e temperaturas elevadas em importantes regiões produtoras, assim como ocorreu também na safra anterior. MINAS GERAIS - Segundo a Fundação Procafé, em Varginha, município do Sul de Minas, a precipitação foi 37% abaixo da média histórica (de 1974 a 2013), em dezembro de 2014. Em relação ao acumulado de chuvas em 2014, foi registrado 698,4 mm, muito inferior a média histórica que é de 1.472,3 mm. Esse volume de chuvas representou apenas 47% da média. Como resultado do déficit hídrico de 2014, a disponibilidade de água no solo tem se mantido significativamente abaixo da média histórica em regiões como Varginha (MG), Carmo de Minas (MG), Boa Esperança (MG), também no Sul de Minas Essas condições atípicas geraram também infestações de Bicho Mineiro (Leucoptera coffeella) acima da média em janeiro de 2014, e o problema voltou a aparecer após o veranico observado em janeiro de 2015, no sul de Minas Gerais. O alerta é do pesquisador da EPAMIG, Júlio César Souza, que sugere aos cafeicultores que façam o monitoramento dos talhões e, se necessário, o controle químico via

FOTOS: Fundação Procafé

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O impacto das adversidades climáticas na safra cafeeira

pulverização com um inseticida eficiente. No Cerrado Mineiro, mesmo em lavouras irrigadas, as plantas estão sentindo os efeitos da falta de chuva. As altas temperaturas estão ocasionando escaldaduras nos cafezais, causando lesões nas folhas e favorecendo a entrada de fungos e bactérias, segundo a ACARPA - Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio. ESPÍRITO SANTO - Para o Espírito Santo, segundo maior estado produtor de café, o INCAPER - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural estima uma produção de conilon em 2015 de apenas 8,5 milhões. Em 2014 a produção bateu recorde com 9,9 milhões de sacas colhidas. De acordo com INCAPER, mais da metade do conilon plantado no Espírito Santo é irrigado, mas os reservatórios baixaram muito e o produtor não consegue disponibilizar a quantidade de água exigida pela planta. Depoimentos ainda mais assustadores foram feitos por presidentes de Sindicatos Rurais do Estado, que relataram a possibilidade de perdas de 50% da produção, com grandes prejuízos à qualidade em virtude da má formação de grãos “chumbinhos”. PARANÁ - Mesmo a recuperação dos preços do café no mercado físico durante o ano de 2014, não foi suficiente para evitar a erradicação de mais 4,7% da área após a colheita da última safra no estado do Paraná. Os dados são do DERAL - Departamento de Economia Rural. Levantamento realizado pelo Departamento em dezembro de 2014, projeta uma produção para 2015 de até 1,1 milhões de sacas, sem considerar as adversidades climáticas que também atingiram as regiões produtoras do estado em janeiro de 2015. Além disso, o relatório informa que a prolongada


CAFÉ FOTO: NS Café

estiagem e as altas temperaturas registradas nos primeiros nove meses de 2014 prejudicaram o crescimento dos ramos produtivos, que aliados aos danos causados pelas geadas de 2013, onde cerca de 15% da área precisou ser recepada (poda baixa), contribuíram para que a próxima safra ainda não atinja o potencial normal de produção. Segundo a FAEP - Federação de Agricultura e Pecuária do Paraná, o levantamento a ser feito pelo DERAL em abril de 2015 poderá confirmar melhor os prejuízos à safra paranaense de café. CONSIDERAÇÕES FINAIS - Vale ressaltar que o tempo seco impediu que os cafeicultores procedessem ao calendário de adubações recomendado, assim como ocorreu na safra anterior. A maior parte deles realizou apenas a adubação de novembro, alguns poucos a de dezembro e pouquíssimos deles a de janeiro. A má nutrição das plantas poderá agravar os problemas de granação mencionados. Mesmo sem considerar às condições adversas de janeiro/15, a Fundação Procafé reduziu a estimativa de 2015 para entre 38,7 e 43,6 milhões de sacas (arábica e conilon), ante projeção inicial de 43 a 44 milhões de sacas.

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Em 13 de janeiro, a CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento divulgou a primeira estimativa para safra 2015, projetando uma colheita de 44,11 milhões a 46,61 milhões sacas. Essas informações se referem aos trabalhos realizados pela Companhia no período de 01 a 12 de dezembro/2014, também sem considerar as ocorrências de janeiro último. Frente à perspectiva de redução na produção e na renda do beneficiamento do café, os custos de produção devem ser elevados, já que a maioria dos tratos culturais deve ser realizada normalmente, inclusive a colheita. Os preços da commodity devem se manter firmes em 2015, principalmente ao passo em que as perdas forem sendo confirmadas. (Fonte: CNA)


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Sistema de irrigação por gotejamento poderá ser alternativa na agricultura

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FOTO: André Fernandes

FOTO: Divulgação Netafim

economia de água proporcionada pelas novas técnicas de irrigação tem estimulado os investimentos por parte dos agricultores, principalmente após o longo período de estiagem observado em 2014. Uma das empresas que vem expandindo a atuação em no Estado de Minas Gerais é a Netafim. De origem israelense, a indústria especializada em irrigação pretende ampliar, significativamente, a atuação no Estado, principalmente na cultura do café, onde a demanda pelos sistemas de irrigação por gotejamento está em pleno crescimento. A economia no volume de água proporcionada pelo gotejamento varia entre 30% e 50% quando comparada com a irrigação por aspersão. O saldo de economia de água para consumo humano com o gotejamento pode variar de 20% a 40%. De acordo com o gerente agronômico da Netafim, Carlos Sanches, muitos produtores têm investido no sistema e a tendência é de manutenção do crescimento, já que grande parte do país vem enfrentando períodos mais longos de estiagem e perdas na produção agrícola. A maior exigência dos consumidores em relação a

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produtos gerados de forma sustentável, o que agrega maior valor quando se tem certificação, também serve de estímulo para investimentos em sistemas mais eficientes. “A economia do recurso hídrico na irrigação por gotejamento acontece através da disponibilização de água junto ao sistema radicular da planta, enquanto no sistema mais utilizado no país, por aspersão, a água é distribuída por toda a extensão da planta, necessitando de um maior volume de água para atender a demanda da cultura. Além de utilizar um menor volume de água, é possível reduzir os custos e ampliar a produtividade, já que a planta receberá o volume necessário do recurso hídrico para se desenvolver”, explica.. DEMANDA - Ainda segundo Sanches, a maior demanda em Minas Gerais é proveniente dos cafeicultores, principalmente das regiões Sul e Cerrado, as maiores produtoras do Estado. “O ganho em produtividade e a economia proporcionados são bem vantajosos, o que torna o investimento no sistema interessante para o produtor”, ressalta. Para se ter idéia, a planta do café necessita de cerca de 5 litros de água por dia para ter pleno desenvolvimento. No método tradicional de aspersão são gastos entre 7,5 litros e 8 litros para que a planta absorva os cinco necessários. De acordo com Sanches, quando se usa o gotejamento, a irrigação no sistema radicular consegue atender a necessidade da planta com apenas 5,3 litros, uma economia de 33%. Além da economia de água, com os equipamentos de gotejamento é possível fazer a fertirrigação, técnica que disponibilizar no sistema radicular da planta nutrientes para que a produtividade seja ampliada.


FOTO: Divulgação Netafim

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Segundo ele, o produtor que investe no sistema pode adicionar na água da irrigação os nutrientes que cada cultura necessita, como nitrogênio, fósforo, magnésio, entre outros. Por ser depositado junto ao sistema radicular, a absorção é maior o que pode ampliar a produtividade em até 200%. “No café, por exemplo, enquanto em uma cultura tradicional o rendimento varia de 19 a 20 sacas por hectare, com a fertirrigação já registramos casos em que o cafeicultor colheu volume acima de 55 sacas por hectare. Com isso, o produtor consegue ter retorno do investimento já na primeira safra, somente pelo aumento da produtividade”, enfatiza. CRISE HÍDRICA - Em tempos de crise hídrica, demanda cresce no Estado. De acordo com o gerente Agronômico da Netafim, Carlos Sanches, a expectativa em relação ao mercado de irrigação por gotejamento é muito positiva. Em 2014, após o longo período de estiagem, a demanda pelos produtos da Netafim cresceu entre 25% e 30%, índices que deve ser repetidos em 2015, devido ao novo período de escassez hídrica registrado em janeiro. “Nosso crescimento vem sendo estimulado pela crise hídrica vivenciada, principalmente, na região Sudeste do país e pela maior preocupação dos produtores em investir em equipamentos que promovam o uso racional dos recursos

naturais”, avalia. Minas Gerais, segundo Sanches, possui um mercado de irrigação muito amplo, além do café, a empresa atua no setor de soja, milho, citros, cana-de-açúcar e frutas. Ainda segundo Sanches, no país o uso da irrigação por gotejamento ainda é pequeno, mas a tendência é de crescimento contínuo devido aos bons resultados proporcionados pela técnica. A estimativa da Netafim mostra que entre 70% e 80% das áreas irrigadas no país utilizam o sistema de aspersão. De acordo com as informações da EMATER- Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, no Estado, a área com uso de irrigação é de 600 mil hectares. A maior parte das áreas irrigadas está no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste, com as lavouras de grãos e café. No Norte de Minas, destaca-se a produção de frutas e hortaliças, principalmente nos projetos Jaíba e Gorutuba, onde a irrigação localizada (gotejamento e microaspersão) é a mais utilizada. Já no Sul de Minas, a produção de morango é irrigada por gotejamento. Nos municípios do entorno de Belo Horizonte, há uma grande produção de hortaliças. Boa parte dos agricultores utiliza a irrigação localizada. (Fonte: Diário do Comércio)


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José Braz Matiello1 e V. Josino2

raqueomicose significa uma doença, causada por fungos, que atinge os vasos da planta. Aqui no Brasil não temos tido problemas sérios com este tipo de doença em cafeeiros. Temos observado, apenas, uma Fusariose branda, que ocorre em plantas bem velhas e que progride lentamente, sem apresentar problemas de natureza econômica significativa. Nos 3 últimos anos, no entanto, temos visto problemas em cafeeiros conillon, que levam à morte de parte ou de um todo de plantas, cujos sintomas são semelhantes àqueles causados pela temível doença Traqueomicose ou Murcha -Vascular ou CWD (coffee Wilt disease) . Esta doença causa severos prejuízos na cafeicultura de robusta, em diversos países africanos, como na Republica Democrática do Congo, em Uganda e Ruanda, sendo causada pelo fungo Fusa-

FOTOS: Fundação Procafé

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Provável “Traqueomicose” é detectada em cafeeiros robusta em Pirapora (MG)

Morte parcial de cafeeiro Robusta pela Traqueomicose CWD, em Uganda, na África.

Morte parcial de cafeeiro Robusta, por uma Traqueomicose, município de Pirapora (MG)

AUTORES 1 - Engenheiro Agrônomo do MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Fundação Procafé. Tel. (35) 3214-1411 - Site = www. fundacaoprocafe.com.br 2 - Engenheiro Agrônomos e Consultor da Agropecuária São Thomé.

Morte total de cafeeiro Robusta, por uma Traqueomicose, município de Pirapora (MG).


FOTOS: Fundação Procafé

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Morte das brotações abaixo do corte com facão, usado na poda de hastes de cafeeiro Robusta, no município de Pirapora (MG).

rium xylarioides e se transmite pelos utensílios de poda, como facões, de uma planta a outra. A constatação de sintomas de traqueomicose em cafezal conillon foi feita em lavoura de 8 anos de idade, situada em Pirapora-MG, a 520 m de altitude, sendo que a morte de hastes e de plantas foi observada a partir de 2012, depois de trabalhos de poda nas plantas. As hastes podadas começavam a amarelar e murchar a folhagem e logo iniciava a morte do todos os brotos delas emitidos. Em alguns casos

Aspecto interno do tronco com cor marron avermelhada dos vasos, típica de fusariose.

Acima, entrada da traqueomicose também por lesão de tronco por colhedeira

foi verificada a morte total da planta e, ainda, constatouse que lesões deixadas no tronco, pela colhedeira mecânica, também propiciaram a evolução da doença. A observação, através de corte, em hastes afetadas, mostrou vasos com a cor marron avermelhada, típica de fusariose. No entanto, até o momento não foi possível isolar e classificar a espécie do fungo. A presente nota tem o objetivo de alertar aos técnicos para passarem a observar o problema também em outras regiões, torcendo para que a doença, aqui detectada, não seja provocada pela espécie ou raça que fungo que causou, recentemente, severos danos na África, chegando, em 7 anos ( 2000-2006) a reduzir pela metade a produção de robusta em Uganda.


CANA DE AÇÚCAR

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ais de 3,6 mil quilômetros quadrados de áreas agrícolas paulistas terão de receber uma nova cultura ou destinação até 2017. Trata-se de áreas declivosas atualmente ocupadas com cana-de-açúcar. Com a eliminação total da queimada no Estado a partir de 2017, a colheita da cultura deverá ser completamente mecanizada, método difícil de ser aplicado em plantações com declives superiores a 12%. Com isso, uma nova fronteira agrícola de tamanho equivalente a mais da metade do Distrito Federal será aberta no interior de São Paulo. O trabalho de pesquisa “Impacto da mecanização da colheita da cana-de-açúcar nas áreas declivosas do Estado de São Paulo”, realizado pelo GITE - Grupo de Inteligência Territorial Estratégica da Embrapa, em parceria com o DEAGRO - Departamento do Agronegócio da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, cruzou imagens de satélites do relevo paulista e mapas digitais de suas culturas, indicando onde estão as lavouras de cana que ocupam esses declives acentuados. Além disso, o grupo relacionou esses dados ao tamanho da área agrícola de cada município, apontando aqueles que sofrerão maior impacto com as mudanças na colheita da cana. Para chegar aos resultados, o estudo utilizou conjuntos de dados temáticos e softwares para análises de geoprocessamento. “Antes desse trabalho, havia apenas estimativas imprecisas que se mostraram subestimadas”, conta o pesquisador do GITE, Evaristo de Miranda, coordenador do trabalho. “Algumas pessoas acreditavam que as áreas afetadas corresponderiam a menos de 3% da área de cana-de-açúcar no Estado. No entanto, ficou demonstrado que as lavouras a serem liberadas representam 6,7%”, compara. O resultado foi apresentado em um mapa detalhado do Estado, com municípios e áreas administrativas, o qual

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São Paulo terá 369 mil hectares disponíveis para “novas culturas” até 2017

destaca as principais áreas afetadas com o fim da colheita manual da cana. Dos 645 municípios paulistas, 482 perderão áreas de plantio de cana-de-açúcar. “Claro que essa distribuição não é homogênea, há municípios que terão uma área muito pequena afetada e outros que ficarão com muita terra a ser destinada a outras culturas”, detalha Miranda. Dos municípios afetados, 110 possuem mais de mil hectares de cana em aclives acentuados. Em números absolutos, o que perderá mais áreas será Piracicaba (SP), na região de Campinas, que soma 8,6 mil hectares de cana plantada em morros. Porém, o impacto também diz respeito ao que esse número representa em relação ao total de cana produzida no local. No caso de Piracicaba, por exemplo, a parcela afetada equivale a pouco mais de 17% do total da cultura plantada no município. Na vizinha São Pedro, por sua vez, os 3,5 mil hectares que deverão ter outra destinação respondem por quase 30% da produção canavieira de lá. “A participação dessas áreas no total produzido de cana pode representar um impacto considerável na economia do município, mas também abre novas oportunidades de negócios”, aponta Miranda. Por essa razão, o estudo separou os municípios que apresentam mais de 20% da cultura de cana-de-açúcar em áreas declivosas acentuadas e cruzou essa relação com a lista daqueles que perderiam grandes áreas da cultura em números absolutos. Quatro cidades figuraram nas duas listas: os municípios de São Manuel (SP), Descalvado (SP), Santa Rita do Passa Quatro (SP) e São Pedro (SP) são os mais afetados nessas condições. “Trata-se de um forte impacto na economia agrícola desses municípios que precisa ser trabalhado com antecedência”, analisa Miranda. Para o pesquisador, o trabalho é um poderoso sub-


DIVERSIFICAÇÃO DE CULTURAS - As áreas deixadas pelos canaviais em morros acentuados deverão ser ocupadas por culturas diferentes, respeitando-se a vocação agropecuária de cada região, segundo Miranda. Na região de Franca (SP) e no leste do Estado, próximo à divisa com Minas Gerais, o café e a pecuária intensiva bovina são fortes candidatos a ocupar essas áreas. Já os municípios de Araraquara (SP) e São Carlos (SP) possuem vocação para a citricultura e os canaviais em aclives da região de Sorocaba têm grandes chances de se transformar em florestas de eucaliptos

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sídio para tomadas de decisão que servirão a todos os atores interessados, como gestores públicos, proprietários de terras e empreendedores privados interessados nesse rearranjo da área agrícola paulista.

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com o estímulo da indústria de papel e celulose lá instalada. “São apenas conjecturas baseadas nas vocações regionais, o importante é perceber que a agricultura paulista tenderá à diversificação,” argumenta o pesquisador. Outra pergunta premente trazida pelas mudanças é: para onde irá essa cana dos aclives? “Isso dependerá dos arranjos do setor sucroalcooleiro e do poder de articulação de cada usina”, responde Miranda, frisando que a movimentação também poderá provocar a inserção da cana em áreas hoje ocupadas por outras culturas. Contudo, ganhos de produtividade poderão suplantar essa perda de área. “O apoio da FIESP teve como objetivo auxiliar produtores e motivar grupos empresariais a avaliar novas oportunidades de negócios tanto na cana-de-açúcar como nas demais culturas”, informa.


HORTALIÇAS

Olearys apresentou a nova tecnologia em Dia de Campo realizado na região de Perdizes (MG)

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forte estiagem que o Brasil vem enfrentando nos últimos meses causa sérios problemas não só nas cidades como também na atividade agrícola. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 70% de toda a água disponível no mundo é utilizada para a irrigação, uma das principais atividades para a sobrevivência das plantações. No Brasil, esse índice chega a 72%. E com a crise da água, agricultores de várias regiões do país buscam alternativas para não prejudicar a produção. No Triângulo Mineiro, uma ferramenta comprovadamente eficaz e que adota técnicas de agricultura de precisão foi adquirida pelo bataticultor Roberto Bergamasso em uma área de 36 hectares de batata irrigada em sua fazenda em Perdizes. Em apenas 35 dias de implantada, a tecnologia Hemisphere Pro alcançou resultados satisfatórios e promissores e que foram apresentados em um Dia de Campo realizado no dia 30/01 para produtores líderes que cultivam batata nas regiões de Perdizes, Patrocínio e Araxá, entre eles: Grupo nascente, Agro Beloni, Grupo Montesa, Irmãos Bergamasco, Grupo Maeda, Terra Viva, Alex Mussi, Sérgio Petrachi, Irmãos Varaldo, Iço Cereais, Carlos Cantelle. Os produtores visitaram a área de plantação, na qual foi implantada a tecnologia Hemisphere Pro, desenvolvida pela empresa brasileira Olearys, que visa a racionalizar com inteligência e de forma integrada o uso da água da irrigação e do agroquímico na lavoura, permitindo assim um melhor resultado econômico através da diminuição dos custos de produção. Os resultados mostram que o número de aplicações de agroquímicos e de irrigação da lavoura foi reduzido, assim como houve uma economia de quase R$ 10 mil em investi-

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Tecnologia para racionalizar água e agroquímicos apresenta bons resultados em plantação de batata

mento. “Inicialmente tivemos receio de diminuir as aplicações que fazíamos praticamente de 5 em e 5 dias. Hoje já estamos há 16 dias sem aplicação de fungicida, o que significa que deixamos de gastar cerca de R$ 9 mil com a entrada de avião. A assertividade e a precisão do monitoramento impressionam. Com essa eficiência técnica conseguimos atuar com um calendário equilibrado e ainda evitamos perdas e danos seja na área ambiental ou econômica”, afirma Tiago Santos Rocha, gerente agrícola responsável pela lavoura. “As informações coletadas indicando que as condições não estão favoráveis para as doenças nos deixa mais seguros. Não tenha dúvida que o projeto segue com 100% de aprovação interna”, completa. A TECNOLOGIA - Neste período de estiagem da


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água e imprevisibilidade cada vez maior do clima, faz-se necessário o uso do monitoramento do micro clima das lavouras para se alcançar uma maior eficiência técnica, econômica e ambiental. “Instalamos equipamentos de precisão que possuem sensores com alta exatidão para monitorar a umidade do solo e do ar, além da temperatura, da chuva e dos orvalhos nas lavouras. Tanto usamos a água para a irrigação de maneira mais racional quanto os agroquímicos na dose certa e no momento correto, promovendo um maior desenvolvimento sustentável da propriedade agrícola”, explica Vitor Balbi, coordenador da Olearys. Segundo ele, ao planejar melhor a irrigação, além de reduzir o consumo da água sem afetar o desenvolvimento das plantas, é possível diminuir o tempo em que as folhas permanecem molhadas no campo, reduzindo a infecção e a proliferação das doenças que provocam grandes perdas econômicas na cultura da batata. Para irrigar a lavoura, a plataforma indica, em tempo real, dados sobre a umidade de solo em faixas de 10cm até 60cm de profundidade, apontando com precisão a quantidade e frequência das irrigações. “Já para aplicar o agroquímico, índices de severidade são disponibilizados, indicando a favorabilidade climática para a ocorrência das doenças. Por exemplo, nos primeiros 22 dias de janeiro, a plataforma Hemisphere Pro indicou total ausência de

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condições favoráveis para a infecção de fungos como o da Requeima, o que propiciou uma enorme segurança ao agricultor em não pulverizar produtos neste período”, informa Balbi, completando que tanto o momento de irrigar quanto o de pulverizar agroquímicos são adotados de forma precisa e segura. A HEMISPHERE - Por meio do monitoramento do micro clima presente nas lavouras, a plataforma Hemisphere Pro transforma dados meteorológicos em conhecimento científico, ou seja, informações que de forma integrada fazem a diferença para o agricultor, trazendo benefícios como redução do uso de agroquímicos, economia de água e energia e aumento da produtividade. Na prática esta plataforma através de técnica de Big Data, processa um vasto banco de dados ambientais e gera conteúdos personalizados para os agricultores tomarem decisão de forma mais assertiva e com maior segurança. “Como o cenário da agricultura brasileira é fortemente influenciado pelas mudanças climáticas globais, é essencial que o agricultor brasileiro comece a monitorar o micro clima de suas lavouras visando uma melhor gestão da propriedade agrícola. É somente dessa maneira que será possível alcançar altas produtividades sem destruir nosso planeta”, finaliza Vitor Balbi.


HORTALIÇAS

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á mais de quatro anos, um grupo de pesquisadores da Embrapa vem realizando um trabalho de monitoramento da mosca-branca em lavouras de tomate, na região do Brasil Central, e os resultados preliminares indicam que commodities como soja e algodão, cujos cultivos estão próximos ao tomateiro, servem como hospedeiras da praga e, possivelmente, como fonte de vírus na entressafra desta hortaliça. Os danos que o inseto causa nesses cultivos, por meio da sucção da seiva, são secundários diante dos prejuízos da ferrugem e do bicudo, principais pragas da soja e do algodão, respectivamente. Contudo, em relação ao tomateiro, a mosca-branca atua como transmissora de begomovírus, que causa uma doença que compromete o desenvolvimento da planta e, por isso, reduz sobremaneira a produtividade. “A pesquisa busca responder se as plantas que contribuem para a multiplicação da mosca-branca também são suscetíveis ao vírus. Na cultura da soja, por exemplo, os begomovírus não causam grandes problemas, apesar de estarem presentes”, esclarece a pesquisadora Alice Nagata, especialista em virologia, ao pontuar que o manejo em escala macrorregional é indispensável para eficiência no controle do inseto-vetor e para redução da incidência de viroses. Assim, o manejo da mosca-branca realizado em uma única cultura ou em apenas algumas lavouras não alcança o efeito necessário para manter a população da praga dentro de níveis toleráveis. Por isso, o desafio da pesquisa, e também das políticas públicas, consiste em integrar as cadeias produtivas afetadas pelo inseto para que os prejuízos ocasionados sejam reduzidos a ponto de trazer ganhos para todas as culturas. Nessa conta, além de algodão e soja, é preciso incluir o feijão que, assim como o tomate, é muito suscetível aos vírus transmitidos pela mosca-branca. De acordo com a pesquisadora, o manejo da praga visando o controle da virose deve ser feito com base em uma visão macro de toda paisagem agrícola. “O agricultor não pode ficar alheio às propriedades vizinhas. Por isso, seria desejável que, em um futuro próximo, houvesse uma asso-

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Commodities podem dificultar o controle da Mosca-Branca no tomateiro

ciação das cadeias produtivas em prol da sustentabilidade do agroecossistema”, recomenda. Para isso, é necessária uma mobilização de todos os elos da cadeia, inclusive dos produtores e indústrias processadoras. O gerente agrícola da Agropecuária Sorgatto, Maurício Bakalarczyk, responsável por mais de 1.200 hectares de tomateiro da empresa, aponta a ampla variedade de hospedeiros como o principal fator limitante para o controle da mosca-branca. “Na região de Cristalina e Luziânia, em Goiás, encontramos diversas culturas que hospedam a praga, inclusive plantas daninhas e, por isso, fica praticamente inviável diminuir a população do inseto”, explica. DISSEMINAÇÃO DA PRAGA E VAZIO SANITÁRIO - Acredita-se que a mosca-branca originou-se no Oriente Médio e disseminou-se para regiões da África e da Europa até cruzar o oceano e chegar às Américas no início da década de 1990. A explosão populacional da praga foi praticamente simultânea nos Estados Unidos e no Brasil e, no nosso país, encontrou condições muito favoráveis ao seu desenvol-


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volimento. Os vírus transmitidos pelo inseto para o tomateiro, por exemplo, são oriundos da flora brasileira. “A Mosca-Branca facilitou a transferência de vírus nativos que antes eram restritos às plantas daninhas ou silvestres. Antes não havia um inseto-vetor que fosse eficiente em adquirir o vírus da planta daninha e transmiti-lo para o tomate”, explica o pesquisador Miguel Michereff Filho, da área de Entomologia. Por isso, as áreas do entorno do cultivo devem merecer atenção especial quanto ao manejo adequado para retardar a entrada da praga e, consequentemente, do vírus na lavoura. Produzir tomates em áreas distantes de outras plantas hospedeiras, bem como criar barreiras físicas que dificultem a entrada do inseto no campo de produção, são medidas simples que vão permitir que as plantas ultrapassem a fase inicial de desenvolvimento sem serem infectadas. “Sabemos que não é necessário uma alta população do inseto para que 100% das plantas sejam infectadas, e que uma alta taxa de plantas infectadas não condiz necessariamente com grandes perdas. Prejuízos da ordem de 70% podem ocorrer em infecções precoces. Quanto mais cedo a época de infecção, maior será o prejuízo”, relata Nagata. Foi o que aconteceu com a tomaticultura no polo agrícola de Petrolina (PE). Devido ao manejo inadequado de pragas, em meados da década de 1990, a região foi muito prejudicada pela mosca-branca e, com isso, as indústrias processadoras tiveram que migrar a produção para o CentroOeste. Atualmente, Goiás é o maior produtor de tomate do País, com mais de 30% da produção nacional do fruto, e para evitar que a praga comprometa a sustentabilidade do sistema produtivo na região, assim como aconteceu no Nordeste, o órgão de defesa agropecuária estadual acatou a Instrução Normativa SDA nº 024/2003, do Ministério da Agricultura, que prevê a implantação do vazio sanitário do tomateiro, definido como um período mínimo de 60 dias consecutivos livres de cultivo de tomate para processamento industrial. Segundo o agrônomo Samuel Pereira, responsável pelo Programa de Prevenção e Controle de Pragas em Tomate da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o calendário de plantio para o tomate industrial obriga os produtores a plantarem entre 1º de fevereiro e 30 de junho. Desse modo, existe um vazio sanitário entre os meses de novembro a janeiro. “Esse período do ano é problemático por causa da presença de outras plantas hospedeiras. Por isso, quanto mais o produtor de tomate atrasar o plantio para não coincidir

com o período de colheita da soja, por exemplo, quando a praga se desloca em busca de outras plantas, menores serão as chances de haver uma alta população de insetos no início da lavoura de tomateiro. As plantas mais novas são mais vulneráveis à doença”, analisa o pesquisador Michereff que recomenda os meses de março e abril para início do plantio. Na opinião de Bakalarczyk, se Goiás não tivesse regulamentado o vazio sanitário, os próprios agricultores teriam que implantar para garantir a viabilidade do cultivo de tomate. “O cenário é tão alarmante que eu arrisco dizer que o plantio em fevereiro de tomate para processamento industrial está com os dias contados. Quem plantar antes de


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março vai correr o risco de não colher nada”, sinaliza. Para garantir a efetividade do vazio sanitário, os órgãos de defesa supervisionam os viveiros de produção de mudas, que devem apresentar relatórios com informações sobre os compradores, volume comercializado e época da venda. Outro aspecto da fiscalização é a amostragem de polos de produção para verificar se, na entressafra, há cultivo de tomate no campo ou tigueras, ou seja, novas plantas provenientes de sementes de frutos não colhidos. A presença dessas plantas preocupa porque elas podem servir como fonte de vírus e prejudicar a quebra no ciclo da doença, que é o principal objetivo do vazio sanitário. “Após a implantação do vazio sanitário, a incidência de viroses no tomateiro diminuiu significativamente, haja vista as perdas de até 100% nas áreas do município de Morrinhos, em 2004, época em que surgiu o programa no estado de Goiás”, exemplifica Pereira, que complementa: “apesar da prática não causar reduções elevadas na população do inseto, que é atraído por outras culturas hospedeiras, a eficiência na transmissão de vírus entre as plantas dessas espécies é menor do que entre plantas de tomate”. OS BENEFÍCIOS DO MANEJO INTEGRADO - Durante os meses de plantio, o método utilizado pelos agricultores para manter baixo o nível da população da praga é o controle químico que, se feito de forma equivocada e sem outros controles simultâneos, perde eficiência com o tempo. Os erros mais comuns são misturas de produtos e dosagens exageradas, que causam uma pressão muito grande nas pragas, resultando na seleção de populações resistentes aos produtos. “Há uma linha de pesquisa com objetivo de detectar quais são os focos de resistência a inseticidas e também estabelecer a relação da eficiência entre o controle da praga e a redução da incidência de viroses na lavoura, que são fatores diretamente proporcionais”, esclarece Michereff. Outra opção para reduzir os danos ocasionados pelas viroses é utilizar cultivares com algum grau de resistência ao vírus para que, assim, a necessidade de utilizar produtos químicos seja reduzida e, por consequência, o custo de produção e a contaminação ambiental. Com isso, mesmo infectadas, as cultivares tolerantes conseguem se desenvolver e permitir um nível de produção satisfatório. O monitoramento da praga

dentro da lavoura ao longo do ano também é ponto-chave para obtenção de bons resultados no controle, visto que vai gerar informações que vão subsidiar as decisões do agricultor. “O monitoramento vai permitir que o produtor organize o calendário de plantio de modo que o início da lavoura não coincida com os períodos críticos de maior infestação por mosca-branca”, pontua o pesquisador, ao explicar que a inspeção periódica permite identificar a fase de desenvolvimento da praga predominante naquele momento e, assim, otimizar o uso de inseticidas específicos voltados para ovos, ninfas ou adultos. Com enfoque diferente, a pesquisa utiliza o monitoramento para gerar informações que aperfeiçoem o Manejo Integrado da Praga (MIP), mas há também o propósito de refinar as técnicas de monitoramento para que elas possam ser utilizadas em grande escala pelos produtores que cultivam em vastas áreas. Estima-se que um monitoramento bem feito pode reduzir em até 40% a frequência de aplicação de inseticidas, o que tem impacto positivo no custo de produção e na preservação ambiental. “Se, por um lado, os agricultores reduzem os gastos com insumos, por outro, os consumidores são beneficiados com frutos de menor preço e melhor qualidade”, esclarece Michereff. Quanto maior a área de adoção do manejo integrado da mosca-branca, melhor o retorno quanto à redução da incidência do inseto-vetor e dos vírus. Para isso, pesquisa, extensão rural, órgãos públicos, indústrias processadoras e a-gricultores têm que estar sensibilizados para o problema que, em situações extremas, pode ocasionar quebra de safra e desabastecimento. “Há necessidade de mobilização de todos os elos da cadeia produtiva para que a atuação conjunta resulte em seleção de produtos mais efetivos, desenvolvimento de cultivares resistentes às viroses, detecção e manejo da resistência aos inseticidas e controle eficiente dos insetos e doenças. Assim, desta forma, poderemos vencer o desafio que a mosca-branca impõe à tomaticultura nacional e às grandes commodities”, conclui o pesquisador. Os estudos de monitoramento da Mosca-Branca conduzidos pelos pesquisadores fazem parte do edital REPENSA - Redes Nacionais de Pesquisa em Agrobiodiversidade e Sustentabilidade Agropecuária, do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em parceria com outras instituições de pesquisa. (FONTE: Embrapa Hortaliças)


AGRICULTURA ORGÂNICA

Em nova formulação, Fert Bokashi® promove ação mais rápida e um custo muito menor

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Pesquisador da CPMO analisando a qualidade do produto.

FOTOS: Divulgação Korin

esenvolvido pela empresa Korin Agropecuária Ltda,pioneira de produtos orgânicos no Brasil, e pelo Centro de Pesquisa Mokiti Okada-CPMO, em Ipeúna (SP), o novo FertBokashi® Premium é um produto líquido e concentrado que traz em sua formulação os conhecidos benefícios que a linha Bokashi® promove para o solo, além da facilidade na aplicação, transporte e armazenamento. O produto vem se destacando também por apresentar um custo 75% menor em relação à versão farelada. O Bokashi® promove o equilíbrio biológico do solo que, por sua vez, melhorará suas condições físicas e químicas, proporcionando a formação de agregados, aumentando a capacidade do solo de armazenar água e drenar o excesso. Desta forma, minimiza os riscos de erosão, diminui as perdas por lixiviação e libera os nutrientes a partir da Polo industrial da Korin Agropecuária e CPMO fermentação da matéria orgânica disponibilizada. ® O FertBokashi Premium é um produto concentrado que rende até cuperação de solos degradados, restaurando o 10 vezes mais. Aplicado ao solo, promove o equilíbrio biológico, auxilia equilíbrio perdido pela má exploração do solo. no controle de doenças, diminui a pressão de pragas e estimula o desen- Todos os produtos são registrados no MAPA volvimento radicular. Aplicado via foliar, auxilia no controle de doenças Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastee pragas e estimula a produção de fito hormônios de proteção. cimento. Pelo incentivo da colonização de microrganismos benéficos, proOs produtos da linha Bokashi®, na região move o controle de doenças através da pressão competitiva dos micror- de Franca (SP), são encontrados na Lemdax, ganismos benéficos sobre os patógenos. Além disso, por meio de reações Casa das Sementes e na Cocapec. químicas e físicas, os microrganismos fixam e solubilizam compostos antes não disponíveis e criam um equilíbrio nutricional em toda planta. Os insumos da linha Bokashi® não causam impacto ambiental pois não contém resíduos tóxicos em sua formulação, trabalham para a re-

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MEIO AMBIENTE

“Aquonegócio”

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FOTO: Divulgação APTA

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Eduardo Pires Castanho Filho1

alta d’água. Crise hídrica. A recente e crescente escassez do líquido, seja para abastecer as populações urbanas, seja para produzir energia ou até mesmo alimentos está na ordem do dia. Praticamente todas as análises e especulações sobre esse fenômeno colocam a agricultura como uma das grandes responsáveis, já que é apontada como a mais voraz “consumidora” de água da sociedade. Mas por que está “faltando água”? A agricultura tem, de fato, culpa disso? Será possível produzir alimentos sem “consumir” água? Essa preocupação parece perpassar uma série de articulistas2 que publicam sistematicamente libelos contra o “agronegócio” brasileiro, como se este tivesse uma existência física e não se tratasse de uma categoria de análise econômica. Agronegócio é uma relação de produção, referente à cadeia produtiva agropecuária e florestal, e não as grandes empresas desses setores, alvo preferencial desses analistas. Destacam a destruição do cerrado que, já ocupado em 40%, “acabaria” nos próximos 20 anos. Longe de ser sinônimo de destruição, esse uso do cerrado tem gerado alimentos, empregos, rendas, divisas e, portanto, desenvolvimento para o Brasil. Diriam que essa é uma forma ufanista e simplista de analisar a questão. Ora, a Lei n. 12.651/2012 vigente permite que esse bioma seja explorado entre 65% a 80%! A “culpa” no caso é do Congresso Nacional, que aprovou a lei que autoriza essa utilização e não do “agronegócio”, como querem esses artigos. Os percentuais estipulados na lei são bons ou ruins? Só uma análise técnica das condições locais poderia dizer.O cerrado como manancial de grandes bacias hidrográficas brasileiras3 ainda está longe de assumir a importância estratégica que tem e, por isso, merece uma atenção especial quanto aos seus usos, sob a ótica de serviços ecossistêmicos. Argumenta-se também que a produção advinda desses locais é exportada como comida (soja) para engordar porcos na China. É óbvio que se deveria engordá-los aqui e exportar a carne do porco, se possível, já preparada. Assim, a partir dessa premissa, se conclui por uma pretensa inviabilidade do agronegócio brasileiro. No entanto, as contas que estão supostas por danos ambientais irreversíveis, subsídios e rolagem de dívidas, perpetrados e obtidos por parte dos grandes empresários do setor são impossíveis de ser analisadas, porque os dados utilizados são desconhecidos. Daí a se

AUTOR 1 - Pesquisador do IEA - Instituto de Economia Agrícola, Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. Email: castanho@iea.sp.gov.br

concluir que esse “modelo” é insustentável, além de calcado numa cultura de desperdício, e que jamais será capaz de contribuir para abastecer o mundo dos alimentos necessários ao crescimento da população global, vai uma enorme distância. A agropecuária representa no Brasil de 8% a 10% do PIB4 que, com o multiplicador do agronegócio, conservadoramente igual a três, leva a produção setorial a representar de 25% a 30% do PIB brasileiro5. No comércio exterior, que tanto parece preocupar os articulistas, as cadeias produtivas brasileiras ligadas ao agronegócio exportaram em 2013, perto de US$100 bilhões e importaram US$17 bilhões, incluindo até feijão, gerando um saldo de US$83 bilhões. Claro que é um contrassenso vender matéria-prima para ração animal a preços baixos e carne oriunda de pecuária de baixa produtividade. Mas, se carne bovina e alimento para animais fossem exportados com alto valor agregado, permitindo a importação de feijão e melhorando a balança comercial, não seria isso que tornaria o modelo insustentável. Ao abordarem a questão da água, o desastre, então, se completa. Há uma ignorância total e absoluta sobre o que seja o ciclo hidrológico: a água que cai com as chuvas, a que corre, a que infiltra e penetra no solo, a que as plantas e o solo evaporam após utilizá-las, e aquela que mantém as reservas subterrâneas. Esse processo é totalmente influenciado pela energia do sol e pela gravidade, além dos grandes movimentos climáticos regidos pelos oceanos. Numa situação primitiva, com o terreno recoberto por florestas nativas, ao ocorrer uma precipitação, parte da água é retida nas folhas das copas. Uma porção dela é evaporada e outra é fornecida lentamente ao solo através dos galhos, troncos e raízes, indo se acumular no lençol freático que, por sua vez, vai alimentar as nascentes, e criar, manter ou aumentar as reservas. Uma fração dessa água da precipitação também vai, por “deflúvio superficial”, ou seja, pelo escorrimento, para os cursos d’água. Esse quadro é produto de um demorado processo de formação do subsolo, dos solos e da vegetação. A maior parcela dessa água é utilizada pelas árvores e acaba evaporando para atmosfera, fechando o ciclo. Quando há uma interferência humana nesse deli-


MEIO AMBIENTE FOTO: Embrapa

cado equilíbrio, por exemplo, suprimindo a vegetação nativa e introduzindo culturas agrícolas, pastagens, ou mesmo florestas, várias modificações acontecem. Em primeiro lugar, há um aumento do deflúvio superficial, fazendo com que parte da água, que era antes captada pelas copas florestais, passe a ir mais rapidamente para os cursos d’água e, consequentemente, alimentando com menores quantidades o lençol freático existente. Isso tenderá a reduzir, em longo prazo, o volume total de água disponível nas reservas subterrâneas. Quaisquer culturas agrícolas, implantadas nessas áreas, em função de suas altas produtividades, são bastante exigentes em água e nutrientes. Dessa forma, vão paulatinamente reduzindo cada vez mais o estoque de água existente nas reservas, se não houver o uso de técnicas de conservação como plantio direto, curvas de nível, rotação de culturas, consorciação, controle integrado de pragas, proteção de cursos d’água, quebra ventos, manutenção de áreas de vegetação nativa. Essa perda hídrica já existe no Nordeste, no Sudeste e no Sul do Brasil, notadamente na faixa litorânea, há quase 500 anos. São cinco séculos de retirada de água, sem a reposição equivalente, em face das modificações provocadas pelo desmatamento. Nessas condições, qualquer cultura acaba provocando reflexos na “produção” de água das bacias. Assim, culturas conduzidas de maneira inadequada podem de fato levar a uma relativa escassez de água, o que, no entanto, não é exclusividade de uma determinada espécie, seja ela florestal ou agrícola6. É um problema do manejo agroflorestal e não da espécie cultivada. Os reflorestamentos, por seu turno, acabam por diminuir a quantidade de água de deflúvio, o que leva a concluir que a importância das florestas não está nos fluxos imediatos de água, porém, no controle do armazenamento de água no solo. Dessa forma, as florestas não estão ligadas apenas a um aumento dessa estocagem, mas ao efeito regulador que exercem sobre esses mananciais. Atualmente, existem teorias que vão além dessa função reguladora. Por intermédio da “evapotranspiração”, as grandes florestas, como a amazônica, mandariam para a atmosfera verdadeiros rios formados pela evaporação do Atlântico que “bate” nos Andes e volta. Esses “rios aéreos”7 alimentariam chuvas em outras regiões, como o Centro-Sul do país. Um desmatamento expressivo naquela região causaria problemas de seca nesta última. Essa teoria, no entanto, não tem unanimidade, havendo cientistas que afirmam que o processo é exatamente o inverso. É uma grande polêmica entre os meteorologistas. De qualquer modo é fundamental, ao se pretender estabelecer uma cultura agrícola qualquer, mesmo as florestais com finalidades ambientais, levar em consideração o “balanço hídrico”, para que não se venha a ter problemas de escassez de água em função da relação entre o requerimento associado às altas produtividades inerentes a essas culturas, e o nível de precipitação anual médio do local. A fórmula básica do ciclo relaciona a evapotranspiração,ou seja, a água que sai evaporada do solo e mais a que a planta utiliza e transpira e devolvida para a atmosfera e que é maior parte do processo, com os outros destinos da água no solo. Evapotranspiração é, portanto, a quantidade de água

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necessária para as culturas crescerem de forma otimizada, ou seja, o que elas vão consumir sem comprometer o nível das reservas subterrâneas. A água “disponível” para utilização, fora a evapotranspiração, é de aproximadamente 10% da precipitação local, e ela é liberada no prazo de alguns dias. Ora, afirmar, como tem sido feito, em algumas publicações contra o agronegócio, que, sem suas atividades, a produção de água seria igual à precipitação, deve ser considerado como uma desonestidade intelectual. A menos que toda água precipitada ocorresse sobre uma imensa laje de concreto ou asfalto. Retomando, o consumo de água pelas plantas é igual à evapotranspiração e varia de espécie para espécie vegetal, assim como a quantidade de água necessária para produzir determinada quantidade do produto que se queira analisar. Note-se que a evapotranspiração é responsável por 6070%, em média, da quantidade total do destino da água que cai pelas precipitações. É essa água que erroneamente é considerada como “consumo” das culturas agrícolas. E aquilo que se chama de “água aproveitável” (escorrimento superficial) é de cerca de 1%, sendo de fato muito pouco! Mas afinal, porque existe falta d’água na região metropolitana de São Paulo?


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Porque há um consumo maior do que a quantidade disponibilizada pelas chuvas nas bacias que fornecem água para a região, além de, como é óbvio, não se conseguir aproveitar toda a água que não é evapotranspirada e infiltrada, para abastecer a demanda. Com a urbanização, a distribuição do consumo não acompanhou a distribuição física das precipitações, e a água que cai sobre o Estado não consegue ser aproveitada em todo seu potencial. Mas, na agropecuária, isso se inverte, e cerca de 9% da precipitação, que é detida na superfície do solo, gera muita água, que acaba “sobrando” para outros usos, como abastecimento urbano, geração de energia e uso industrial. Outro parâmetro que se utiliza para “medir” a água na agricultura é a eficiência no uso da água, ou seja, de quanto é o consumo de água para se obter um quilograma de um produto. É eficiência da transformação da água em produto. Tudo que é irrigado tem um consumo de água muito grande. O que não é irrigado possui um consumo relativamente baixo de água. Isso, entretanto, não quer dizer que essa água “fique” no produto. Toda planta precisa de água, como os humanos, porém, essa água é utilizada e volta para o ciclo. Quem lê aqueles artigos, sem prestar-lhes muita atenção, acaba “vendo” a água sendo consumida pela agropecuária e “desaparecendo” nas “regas” da soja ou na sede inigualável dos bovinos. A soja não é “regada”, a água da chuva “passa” pela planta, onde 18% dela fica retida nos grãos na hora da colheita. O restante retorna ao ciclo novamente. Assim, apenas cerca de 640 litros ficam embutidos na produção anual de soja, ou 0,00005%! O mesmo se passa com o gado. A pecuária bovina em São Paulo, a mais evoluída do país, é a atividade que mais produz água para a população paulista. Ouve-se muito que para se produzir carne bovina se gasta muita água. É verdade. Para produzir um quilograma de carne, são consumidos cerca de 8 mil litros de água, que, entretanto, é continuamente reciclada. Não fosse assim, o boi teria no abate cerca de 2 mil toneladas! Pelo mesmo raciocínio, um ser humano, adulto aos 15 anos, pesaria 16 toneladas. Ao considerar a água para a sua sobrevivência, ele pesaria 600 toneladas. Mas, como nas terras paulistas se produzem, em média, 120 quilogramas de carne (com 70% de água) bovina por hectare por ano, a pecuária acaba sendo a atividade de menor extração de água da agropecuária paulista. Portanto, para se verificar a disponibilidade de água, tem-se que usar o consumo de água por hectare/ano das culturas multiplicado pela área que cada uma delas ocupa, levando em conta as precipitações locais. Dez por cento desse montante é a “oferta” de água do estado, que deve ser confrontada com o consumo: urbano, industrial, doméstico, energético. A precipitação média no Estado de São Paulo gira ao redor de 1.200/1.300 mm, ou seja, 12 a 13 milhões de litros de água por hectare por ano. As diversas culturas, umas mais, outras menos, “produzem” por hectare e por ano os milhões de litros de água que vão para outros usos. Destes totais, cerca de 10% vão diretamente para os cursos d’água e o restante é liberado paulatinamente para alimentação dos lençóis freáticos, e depois para os usos correntes. Grosso modo, o escorrimento superficial no Estado de São Paulo é de cerca de 3 bilhões de metros cúbicos por ano, suficientes para abastecer uma população de 45 milhões de pessoas com

FOTO: APTA Nova Odessa

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um consumo médio de 200 litros por dia (a ONU propõe um consumo diário de 110 litros por pessoa). Note-se que esses 3 bilhões de litros são apenas 10% da água que é infiltrada (oferta de água) e que será disponibilizada para consumo ao longo do ano. Verifica-se, portanto, que, longe de ser a vilã na questão da água, a agropecuária é perfeitamente sustentável do ponto de vista hídrico, e é a grande produtora de água para outros usos sociais, não sendo, de modo algum, fator de escassez de água É um verdadeiro “aquonegócio”, pelo qual não existe nenhuma remuneração! BIBLIOGRAFIA 1 - O autor agradece os comentários e as sugestões da Pesquisadora Científica do IEA, Silene Maria de Freitas. 2 - Versão complementada de CASTANHO FILHO, E. P. Um olhar sobre dois “a”: água e alimento. Sisflor, São Paulo, nov. 2014. Disponível em: <http://www.sisflor.org.br/noticia/MostraNoticiaDet.asp?par=999>. Acesso em: jan. 2015. 3 - SERVA, L. Agronegócio e a morte da Amazônia. Folha de S. Paulo, São Paulo, 24 nov. 2014. Disponível em: <http://www1. folha.uol.com.br/colunas/leaoserva/2014/11/1552073-agronegocio-e-a-morte-da-amazonia.shtml>. Acesso em: jan. 2015. 4 - A seca em São Paulo e o “fantástico” modo de falsear os fatos. Alerta em Rede, Rio de Janeiro, 16 set. 2014. Disponível em: <http://www.alerta.inf.br/a-seca-em-sao-paulo-e-o-fantasticomodo-de-falsear-os-fatos/>. Acesso em: jan. 2015. 5MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Valor bruto da produção. Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/ministerio/gestaoestrategica/valor-bruto-da-producao>. Acesso em: jan. 2015. 6 - PIB brasileiro cresce 20,3% em 2013 e chega a R$ 4,8 trilhões. Economia Terra, São Paulo, 27 fe. 2014. Disponível em: <http://economia.terra.com.br/pib-brasileiro-cresce23-em-2013-e-chega-a-r-48-trilhoes9629af8624274410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html>. Acesso em: jan. 2015. 7 - Op. cit. nota 1. 8 - CARVALHO, E. Novo estudo liga desmatamento da Amazônia a seca no país. G1, São Paulo, 20 out. 2014. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/10/novo-estudoliga-desmatamento-da-amazonia-seca-no-pais.html>. Acesso em: jan. 2015.


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A responsabilidade da agricultura na escassez de água Edmar José Scaloppi1

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ma das implicações motivadas pela escassez hídrica consiste em identificar possíveis vilões que estariam comprometendo a disponibilidade desse recurso natural insubstituível para seus múltiplos usuários. Nesse contexto, a agricultura, reconhecida como o maior usuário de água doce do planeta, pode estar sendo injustamente qualificada por uma opinião pública mal informada. Discordamos de Arlindo Falco Junior, em seu artigo publicado no jornal Folha de SP (“Nova praga”, 17/12/2014), identificando o consumo de água pela agricultura como uma “nova praga”. Na verdade, a deficiência hídrica revelada em seu artigo para a produção de cana-de-açúcar não foi retirada do solo, ou do lençol freático, ou dos rios, pelo fato dessa cultura não ser extensivamente irrigada. Assim, a deficiência hídrica provocou um reconhecido decréscimo na produtividade, que acabou reduzindo o período operacional das usinas. A limitada extensão do sistema radicular dessa cultura impede uma significativa absorção de água abaixo de, provavelmente, 50 cm de profundidade no solo. Por outro lado, é considerada uma das culturas mais eficientes na conservação do solo, praticamente, eliminando o escoamento superficial. Não se deve ignorar que, ao eliminarmos as culturas agrícolas, a vegetação natural deverá prevalecer, consumindo quantidades semelhantes de água, que serão integradas ao ciclo hidrológico, além de proteger o solo e favorecer a infiltração. Um esclarecimento que se faz necessário seria identificar o que realmente se caracteriza como “consumo” de água pelas culturas agrícolas. Assim, torna-se imprescindível considerar que apenas a quantidade vaporizada da água aplicada, através dos processos de evaporação e, principalmente, transpiração, pode ser contabilizada como “uso consuntivo”, ou seja, efetivamente subtraída da quantidade precipitada. Por outro lado, o processo de transpiração vegetal é uma condição necessária para permitir a entrada de gás carbônico no ambiente celular, fornecendo um ingrediente indispensável ao processo fotossintético que assegura a produção de alimentos, fibras e bioenergia renovável às populações. As populações urbanas não devem ignorar

AUTOR 1 - Engenheiro Agrônomo e Professor Titular da UNESP, Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu (SP).

que toda água que chega às suas torneiras são captadas em áreas rurais e, portanto, deveriam valorizar as iniciativas dos proprietários rurais em promover a ampliação da quantidade e da qualidade dos recursos hídricos nas áreas de captação. O Programa Produtor de Água instituído pela Agência Nacional de Águas do Ministério do Meio Ambiente congrega uma tendência mundial de pagamento por serviços ambientais na gestão de recursos hídricos, que transcendem os limites da propriedade rural e beneficiam toda a bacia hidrográfica e a população dela dependente. A sociedade deve se conscientizar que, apesar de não merecer prioridade em situações de escassez emergencial, a interrupção do fornecimento de água às culturas pode determinar, também, a escassez de alimentos, principalmente as hortaliças e frutas tradicionalmente irrigadas. Este cenário pode ainda ser agravado pelo desestímulo dos agricultores, que sequer são indenizados pela interrupção forçada de suas atividades produtivas, ignorando suas responsabilidades frente aos compromissos financeiros assumidos para custear o processo produtivo, além de comprometer as condições necessárias para assegurar a manutenção da qualidade de vida no meio rural. Portanto, espera-se que em cenários de escassez hídrica, seja assimilada a lição de racionalizar o consumo em todas as suas formas, reduzindo o desperdício irresponsável que atinge, em média, cerca de 40% do volume proveniente das estações de tratamento. Caso este volume tivesse sido reduzido pela metade, certamente não estaríamos atravessando os cenários de insegurança no abastecimento, que tem aterrorizado as populações em inúmeras regiões do país.

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A AGRICULTURA DE SÃO PAULO E A CRISE HÍDRICA Arnaldo Jardim - Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo e Dep. Federal licenciado. [www.arnaldojardim.com.br ]

Brasil e o estado São Paulo, particularmente a região Sudeste, vivem uma grave crise hídrica. Os indicadores da escassez de água, a pior em 80 anos, são alarmantes. O nível do Sistema Cantareira, o maior reservatório de água da região metropolitana de São Paulo – abastece aproximadamente seis milhões de pessoas – está pouco acima de 5%. Se o volume de chuvas não aumentar no Cantareira, a Sabesb poderá ter que adotar o sistema de rodízio. Além de comprometer o abastecimento humano, a crise afeta diretamente a geração de energia elétrica, que também ficou mais cara pelo intervencionismo do governo no setor e sacrifica a atividade agrícola. Levantamento preliminar do IEA/Apta (Instituto de Economia Agrícola) e da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), órgãos subordinados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, aponta que a safra 2013/14 teve redução da área cultivada e da produtividade de grãos e de outras culturas, como a canade-açúcar e laranja. Em São Paulo, a escassez hídrica tem sido enfrentada de diferentes formas. O governador Geraldo Alckmin tem feito apelos à diminuição do consumo de água, buscando estimular a economia com a concessão de descontos ou bônus, e de outras formas de motivação para se evitar o desperdício. A população vem respondendo de uma forma bastante significativa aos esforços, seja por meio do debate de alternativas e da mobilização e conscientização da gravidade do problema. Com os efeitos das mudanças climáticas se tornando cada vez mais latentes pelo aumento do período de seca, do calor e do baixo regime de chuvas, o padrão de consumo de água e de energia elétrica deve necessariamente ser repensado. A adoção de medidas para aumentar a eficiência energética serão inevitáveis para evitarmos um racionamento mais drástico de eletricidade. Do ponto de vista da agricultura esse desafio também está presente. Além das questões emergenciais que temos tratado, e sabemos que dificilmente escaparemos de algum nível de restrição da oferta de agua, há questões estruturais a serem enfrentadas. Afinal de contas, a crise hídrica é um debate mundial e poucas providências foram adotadas para combater as mudanças climáticas. A consequência dessa inércia exige urgência na mudança dos padrões de transporte e de geração de energia para deixarmos definitivamente no museu da história as fontes de combustíveis fósseis, substituindo-as pelas renováveis e

sustentáveis, como é o caso do nosso etanol, e intensificando a geração elétrica a partir da biomassa. O caminho para a sustentabilidade é a mudança das atuais formas de transportes para o coletivo e o hidroviário, alterando radicalmente o perfil hoje existente. Quanto aos efeitos da crise hídrica na agricultura, orientado pelo governador Alckmin, tenho dialogado com as entidades e produtores rurais para alertar sobre a necessidade de encontrarmos soluções conjuntas de médio e longo prazo. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento busca novas alternativas e procedimentos para fazer frente à escassez de água e orientar nossos produtores neste sentido. Junto aos fabricantes de equipamentos de irrigação estamos estimulando tanto a busca da inovação tecnológica, como avanços tecnológicos nos equipamentos e melhorar aferição e o controle dos maquinários disponíveis no mercado. Aceleramos ainda o processo de implantação do Programa de Mata Ciliar. Se o programa não produz um aumento substancial da reserva e a disponibilidade de água, pelo menos garante a sua qualidade e evita o assoreamento de rios e mananciais. São medidas que se somam a sanção pelo governador Alckmin do PRA (Plano de Regularização Ambiental), programa que determinará maior ritmo no processo de recomposição de Reservas Legais e de recuperação de Áreas de Preservação Permanente. Um terceiro caminho a ser trilhado é a articulação em curso com os prefeitos para a recuperação e a proteção das nascentes – Programa Nascentes Vivas – afetadas pelo longo período de estiagem. A Secretaria de Agricultura também está priorizando ações visando à proteção do solo, sobretudo no que diz respeito ao assoreamento de cursos d’água, além da ampliação de alternativas para a reservação e o aproveitamento da água da chuva. Os institutos de pesquisas agrícolas também estão orientados para o desenvolvimento de cultivares com maior capacidade de resistir ao estresse hídrico. As pesquisas já apresentam bons resultados em algumas variedades de cana, milho e feijão. Essa, portanto, é a resposta do governo paulista a crise hídrica que não assola apenas a agricultura, mas interfere na produção de energia e nos hábitos e comportamentos de consumo. É uma oportunidade para reformularmos paradigmas e trabalharmos em prol da preservação, do aumento da oferta e da qualidade da água.


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