Edição nº 113 Abril 2016

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PECUÁRIA

AGRISHOW 2016 apresentará lançamentos e inovações tecnológicas

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Em um ano marcado por desafios econômicos, o Agronegócio continuará a ter um papel fundamental para levar a nação a uma retomada do crescimento econômico, com resultados positivos no cenário político e social. A Agrishow 2016 acontecerá de 25 a 29 de abril, em Ribeirão Preto (SP). Serão mais de 800 estandes de expositores nacionais e estrangeiros, para um público esperado de 160 mil visitantes.

Pecuaristas querem fim da vacinação contra aftosa

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Durante encontro da Comissão Sulamericana, a maior parte dos pecuaristas brasileiros acredita que o País deve diminuir progressivamente a vacinação contra a febre aftosa até o ano de 2020.

MILHO

Manejo do Complexo da Mancha Branca no Milho

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O atual sistema de produção brasileiro tem propiciado a manutenção de patógenos no campo, criando uma ponte verde durante todo o ano. O artigo orienta sobre a Mancha Branca no milho.

CAFÉ

Organizado pela COCAPEC, 8º SIMCAFÉ foi um sucesso.

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Com mais de 70 estandes de expositores de vários setores, o 8º SIMCAFÉ - Simpósio do Agronegócio Café da Alta Mogiana foi um sucesso de público e de negócios.

AMSC realiza o 2º Fórum de Qualidade Alta Mogiana

CAFÉ

A

organização da AGRISHOW, maior feira de tecnologia agrícola da América do Sul que acontece entre os dias 25 e 29 de abril em Ribeirão Preto (SP), está confiante para a edição de 2016, quando espera repetir o desempenho do ano passado, quando registrou faturamento de R$ 1,9 bilhão, cerca de 30% a menos que a edição de 2014. Apesar de desempenho bem abaixo de anos anteriores, manter as vendas no mesmo patamar de 2015 está “de bom tamanho” no atual momento de crise. A positividade se baseia em pilares como o crescimento do PIB do agronegócio de 2015, sendo o único setor a crescer; e também a situação obsoleta do maquinário dos produtores brasileiros. Boas expectativas de todos, principalmente dos agricultores e pecuaristas, que buscam na AGRISHOW a solução para suas necessidades, seja na aquisição de máquinas, implementos, equipamentos, insumos em geral e também tecnologia. A Revista Attalea Agronegócios estará presente, com estande próprio. Estaremos novamente no Pavilhão Coberto, na Rua J-029. Visitem-nos. Nesta edição, na cadeia produtiva da pecuária de corte, destaque para a sugestão dos pecuaristas em redução progressiva da vacinação contra a Febre Aftosa, bem como do lançamento da linha de carne orgânica certificada da Korin Agropecuária. Uma forma de organizar a sua empresa rural, a CHB Sistemas oferece softwares de gestão que, através do acesso pela internet, permite coletar informações de precisão sobre a atividade do campo com o objetivo de melhorar a produtividade e evitar o desperdício de insumos na propriedade. Na cultura do milho, destaque também para o trabalho da Casa do Café, revenda de produtos sediada em Franca (SP) especializada em projetos de médio a alto rendimento, utilizando-se híbridos e da tecnologia da KWS. Na cultura do café, esta edição está “recheada” de assuntos importantes. Como a indicação da Electro Plastic para a condução da lavoura com Mulching e do novo método de detecção de fraudes no café; Entre os eventos da cadeia produtiva do café, destaque para o 8º SIMCAFÉ, organizado pela COCAPEC, com mais de 70 expositores e um excelente público visitante nos três dias. Ressaltamos o lançamento das novas cápsulas Senhor Café. Também em Franca (SP), aconteceu o 2º Fórum de Qualidade da Região da Mogiana, organizado pela FAESP, Senar e Sebrae-SP, com o apoio da AMSC. O tema abordado foi “Do Campo à Xícara”. Já em Coromandel (MG), região do Cerrado, aconteceu a 1ª Feira de Máquinas e Implementos Agrícolas da COOXUPÉ. Outro assunto muito interessante é o uso da AgroHomeopatia na agricultura e, em especial, na cafeicultura. Destaque para o trabalho da Homeopatia Brasil. Boa leitura a todos!!!!

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Com o tema “Do Campo à Xícara”, aconteceu no auditório do Café Terreiro, o 2º Fórum de Qualidade da Região da Alta Mogiana, com abordagens técnicas e de mercado dos cafés especiais.

Mecanização chega a 98% em Ribeirão Preto (SP) FOTO DE CAPA AGRISHOW Vista aérea da AGRISHOW, em Ribeirão Preto (SP) Foto: Divulgação Agrishow

CANA

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O Mundo e a economia brasileira de olho na AGRISHOW 2016.

DESTAQUE: AGRISHOW

EDITORIAL

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A colheita da cana de açúcar avança no Brasil. De acordo com Manoel Ortolan, presidente da CANAOESTE, na região de Ribeirão Preto a colheita mecanizada atinge 98%.


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contatos

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LARA DA SILVA VERÍSSIMO (laraverissimo@yahoo.com.br) Técnica em Agropecuária - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”.

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NELSON LAMOUNIER FRIAÇA (nelsonfriaca@hotmail.com) Cafeicultor e Pecuarista - Camacho (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. SUELI APARECIDA TERRA SILVA (suaterra@hotmail.com) Agricultora - Bom Jesus da Penha (MG). “Sou pequena produtora rural e gostaria muito de receber a Revista Attalea”. Suas publicações são muito interessantes ao meio rural, ajudando muito o pequeno produtor e o desenvolvimento da agricultura familiar. ADRIANO JOSÉ DOS SANTOS (adriano.josa@bol.com.br) Empresário - São Paulo (SP). “Trabalho com logística e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. SERGIO SIDINEY STRIPOLI (sergiostripoli@tecplanplanejamentos. com.br) - Engº Agrônomor - Catanduva (SP). “Trabalho com a elaboração de projetos agropecuários e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. ROSILAINE ALVES DE MELO (rodorrica.balsas@gmail.com) Gerente de Logística de Grãos - Balsas (MA). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. MATEUS SGAMBATO LIMA (mateuss52@hotmail.com) Estudante - Brasília (DF). “Faço Gestão do Agronegócio na UNB e queria receber a Revista Attalea”.

DIEGO MARI (diego.mari@2montagens.com.br) Empresário - Caxias do Sul (RS). “Sou especialista na montagem de silos secadores e transportadores e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. PEDRO AUGUSTO N. SAMPAIO (apedro980@yahoo.com.br) Estudante - Machado (MG). “Sou graduando em Zootecnia pelo Instituto Federal Campos de Machado e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. LIDIANE APARECIDA DA SILVA (lidiane_apcarreiras@hotmail.com) Estudante - Franca (SP). “Estou cursando Medicina Veterinária e queria assinar a Revista Attalea Agronegócios”. RAFAEL JOSÉ GRAS (rafa_rf2005@hotmail.com) Técnico em Agropecuária - Caxias do Sul (RS). “Gostaria de receber a Revista Attalea”. ANA PAULA BRAIDO PINHEIRO (anabraidop@gmail.com) Técnica Agrícola - Colatina (ES). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. RAFAEL MOTTIN (comercial@irmaosmottin.com.br) Empresário - Boicininga (PR). “Fabricamos cal virgem, cal hidratada, cal para pintura e calcário dolomítico. Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. JOÃO MOURA (joaomoura.com@gmail.com) Empresário de Eventos - Taguatinga (DF). “Gostaria de receber a Revista Attalea”. HILDSON SILVA SOUZA (hildsonai@hotmail.com) Técnico em Agropecuária - Guanambi (BA). “Gostaria de receber a Revista Attalea”.

BRUNO FALEIROS NOCERA (bruno_faleirosn@hotmail.com) Zootecnista - Campo Grande (MS). “Solicito alteração do meu enredeço”. RUIZ COFFEES ARMAZ. GERAIS (qualidade@ruizcoffees.com.br) Armazém e Comércio da Cafés - Piumhi (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. DENILSON ANTONIO CANAVEZI (dcr.log@gmail.com) Friforífico Bovino, Suíno e Peixes - São José do Rio Pardo (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. DANIEL FERREIRA FIGUEIREDO (daniel.figueiredo@rabobank.com) Gerente de Relacionamentos Rabobank - Uberlândia (MG). “Gostaria de alterar o endereço para receber a Revista Attalea”. TMP AGRICOLA (tmp.agricola@hotmail.com) Produção de Grãos - Pirassununga (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. CARLOS MALAGODI (carlos.malagodi@hotmail.com) Técnico em Agropecuária - Serra Negra (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. ACÁCIO BIANCHI (bianchiacacio@ig.com.br) Gestor em Agronegócios - Serrana (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. ODORICO CINTRA (odoricocintra@gmail.com) Engº Agrônomo - Campinas (SP). “Trabalho como Perito do IMAGRO - Instituto de Mediação e Arbitragem em Agronegócios e quero assinar a Revista Attalea”.


AGRISHOW 2016

AGRISHOW 2016 apresentará lançamentos e inovações tecnológicas

Feira abrigará as 800 principais empresas do agronegócio brasileiro e do exterior

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FOTOS: Divulgação - Agrishow

m um ano marcado por desafios econômicos e pelo acentuado debate político-social, o agronegócio continuará a ter um papel fundamental para levar a nação a uma retomada do crescimento econômico, com resultados positivos no cenário político e social. Ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário registrou uma alta de 1,8% ante 2014, cuja soma de toda a riqueza produzida pelo setor chegou ao patamar de R$ 263,6 bilhões, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com essa expectativa positiva em relação às atribuições do agronegócio para o desenvolvimento do Brasil é que será promovida a 23ª AGRISHOW – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, entre os dias 25 e 29 de abril, em Ribeirão Preto (SP), uma iniciativa das principais entidades do segmento no país: ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos), FAESP (Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo) e SRB (Sociedade Rural Brasileira). O evento é organizado pela Informa Exhibitions, integrante do Grupo Informa, um dos maiores promotores de feiras, conferências e treinamento do mundo com capital aberto. “Não há dúvida de que a Agrishow 2016 terá grande êxito. A agricultura continua em um bom momento e a feira é reconhecidamente um ambiente que proporciona evolução tecnológica e que permite fortalecer toda a cadeia do setor”, disse Fabio Meirelles, um dos fundadores da Agrishow e seu atual presidente e presidente da FAESP, durante coletiva de imprensa, em São Paulo (SP). Segundo Carlos Pastoriza, presidente da ABIMAQ, o agronegócio é um dos poucos pilares da economia que continua crescendo. “Assim, estamos confiantes que a Agrishow 2016 vai repetir os bons números de visitantes e de resultados alcançados ano passado”. Reconhecida como palco de tendências, lançamentos e inovações tecnológicos para o produtor rural, a feira contará com a participação das principais empresas que compõe a cadeia do agronegócio brasileiro e internacional. São mais de 800 marcas confirmadas, que levarão uma série de novidades em máquinas, implementos agrícolas, sistemas de irrigação, insumos, sistemas para agricultura de precisão, soluções de monitoramento e automação, acessórios, peças, serviços e outros produtos, com reais benefícios para o pequeno, médio e grande agricultor e pecuarista, como por exemplo, o aumento da produtividade, o crescimento da rentabilidade, a redução de custos, a economia de recursos naturais e de insumos, a melhoria da operação de equipamentos no campo,

mais eficiência na plantação e mais assertividade no cultivo das culturas. Entre as áreas da Agrishow 2016 estão: agricultura de precisão, agricultura familiar, armazenagem (silos e armazéns), corretivos, fertilizantes, defensivos, equipamentos de segurança (EPI), equipamentos de irrigação, ferramentas, implementos e máquinas agrícolas, máquinas para construção, peças, autopeças, pneus, pecuária, produção de biodiesel, sacarias e embalagens, seguros, sementes, software e hardware, telas, arames, cercas, válvulas, bombas, motores e veículos (pick ups, caminhões e utilitários, além de aviões agrícolas). São esperados 160 mil visitantes do Brasil e do exterior, um público qualificado e interessado em conhecer as

Fábio de Salles Meirelles, presidente da AGRISHOW e também presidente da FAESP - Federação da Agricultura do Estado de São Paulo.

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mais avançadas tecnologias para o campo. A organização do evento sempre realiza um planejamento minucioso para dispor os estandes de maneira assertiva, o que significa que as empresas de um mesmo segmento de negócios estão localizadas em regiões próximas, como por exemplo, as montadoras de automóveis, que apresentam seus lançamentos em pick-ups e SUVs (Utilitários Esportivos) e que estão situadas na Rua G, ou as soluções de irrigação, que ficam na Rua 20, entre as Ruas B e C entre outros setores que podem ser visualizados na planta da feira. Ao longo dos mais de 20 anos de trajetória bem-sucedida, a Agrishow 2016 é considerada um motor para o agronegócio nacional, uma vez que passou por diversos cenários econômicos, políticos e sociais, sempre proporcionando um ambiente ideal para a realização de negócios, para a apresentação de tendências que contribuíram para o desenvolvimento do setor e da economia do País, para a divulgação de conhecimento e de novas técnicas para manejo no campo, para a difusão de tecnologias voltadas para sustentabilidade e para a produtividade, bem como uma plataforma para anúncios de investimentos e de créditos públicos e privados para o setor. Além disso, tradicionalmente, por sua importância e por seu protagonismo, a exposição deve receber as principais lideranças do segmento e de representantes das três esferas do governo – municipal, estadual e federal. ATRAÇÕES - Uma das atividades paralelas que mais atraem os visitantes da Agrishow 2016 é o Núcleo de Tecnologia e Demonstração de Campo. Essas demonstrações abrangem diferentes perfis dos produtores rurais, do pequeno ao grande. Os visitantes terão a oportunidade de ver e observar produtos no campo que possam aperfeiçoar suas atividades. As apresentações vão desde máquinas e implementos, até exposições de insumos, genética, serviços e tecnologia, envolvendo diversas fases das cadeias produtivas. As demonstrações serão realizadas em uma área, onde estão plantados culturas de cana, milho forrageiro, coastcross, mombaça, milho e soja. As demonstrações de máquinas, implementos e equipamentos ocorrerão em diferentes módulos, de acordo com o objetivo e tipo de operação que realizam dentro da Agricultura e Pecuária. Esse ano, as máquinas forrageiras de milho, vagões e máquinas para ensilagem terão ênfase com apresentações no período da manhã e tarde. Nos PLOT´S - parcelas de demonstrações - haverá

FOTOS: Divulgação AGRISHOW

AGRISHOW 2016

apresentações de insumos e tecnologias. No projeto de ILPF, será apresentado o sistema Santa Fé, além da produção de silos e também palestras que serão proferidas pelos especialistas da APTA, EMBRAPA e IZ (empresas participantes do projeto de ILPF). As demonstrações começam no segundo dia do evento, 26 de abril. Durante a feira, os empresários brasileiros terão a oportunidade de se inscrever para participar da 17ª Rodada Internacional de Negócios, promovido pelo Programa Brazil Machinery Solutions (BMS), parceria entre a ABIMAQ e a APEX-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). A rodada reunirá empresários brasileiros e compradores internacionais, estimulando, dessa maneira, as exportações brasileiras de máquinas e equipamentos, e fortalecendo a imagem do Brasil como fabricante de bens de capital mecânico.

A Revista Attalea Agronegócios estará com estande próprio, no Pavilhão Coberto Agrishow, Rua J, estande 029. Visitem-nos.


FENICAFÉ 2015

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AGRISHOW 2016 LS TRACTOR

MASSEY FERGUSON

NETAFIM

A LS Tractor vai apresentar na Agrishow 2016 o novo trator R60 C, cuja novidade é uma cabine que oferece um padrão de ergonomia de nível internacional, além de um baixo índice de ruído e fácil acesso a todos os comandos. Equipado com motor LS Tractor Tier III que lhe confere grande economia de combustível e reduzida emissão de gases poluentes, tem como diferencias tecnológicos a tomada de força independente operada a partir do painel, direção hidrostática, controle remoto independente, transmissão 32x16 com super-redutor, eixo frontal blindado, entre outros. Ainda na feira, a empresa preparou um sistema pioneiro e diferenciado de financiamento para cafeicultores e uma mega-assembleia de consórcio.

A Massey Ferguson lançará na Agrishow 2015 a MF 9695 Trident, nova colheitadeira classe 6 da marca, que é equipada com um motor seis cilindros turbo intercooler de 8.4 litros, posicionado lateralmente à máquina e alinhado com o rotor, capaz de entregar até 380 cv em reserva. Com todo esse conjunto, em condições ideais de uso, a MF 9695 reduz em até 30% o consumo de combustível se comparado ao modelo anterior. Esta edição do evento marca a chegada de mais um produto inovador, que promove a renovação de todo o portfólio de colheitadeiras axiais – classe 6, 7 e 8 -, disponibilizando, assim, aos pequenos, médios e grandes produtores rurais máquinas modernas e muito mais econômicas.

A Netafim apresenta durante a Agrishow 2016 o novo sistema de irrigação por gotejamento com controle e gestão automatizados, e monitoramento em tempo real, garantindo economia de água, fertilizantes e mão de obra. O lançamento é acessível para todos os produtores, utilizando tubos flexíveis que otimizam o projeto de irrigação e facilitam as atividades operacionais e de armazenamento. O produtor rural poderá controlar à distância todo o processo de irrigação e nutrirrigação – que é a técnica de levar a solução nutritiva junto da água, na mesma tecnologia gota a gota. Essa tecnologia é uma das mais modernas em automação e nutrição das plantas tornando assim todo o processo mais sustentável para o produtor rural.

AGRITECH

PINHALENSE

HUSQVARNA

Os equipamentos para mecanização de solo, colheita, benefício e rebenefício de café, feijão e cereais da Pinhalense estarão em exposição na Agrishow 2016. Uma dessas máquinas é a colheitadeira tracionada P1000 TR, que possui um sistema de acionamento eletrohidráulico, derriçador com sistema de anel duplo, ajuste de direcionamento automático e ajuste superior e inferior nos derriçadores. Com capacidade total de 3.000l, a P1000 TR ainda conta com varetas em polímero de alta resistência, depósito duplo com sensor de carga e radiador autolimpante. O objetivo das máquinas da empresa é beneficiar o produtor com o aumento de produtividade aliado ao baixo custo.

A Husqvarna promoverá na Agrishow 2016 o Trator Cortador de Grama Giro Zero Z248F oferece excelente dirigibilidade e eficiência e aumento da produtividade no trabalho. Ele tem capacidade de corte de 6.000 m²/hora. O modelo possui um novo painel de controle ergonômico, que disponibiliza todas as funções em um único local, além de contar com trilho lateral mais robusto e a parte frontal com antiderrapante, para tornar a operação mais fácil e segura. A versão Z248F também chega com aperfeiçoamento no freio, que pode ser acionado por uma única alavanca, e conta com cobertura de borracha para proteger o sistema de controle. A Husqvarna conta ainda com o novo Trator Cortador de Grama LTA18538, único modelo do mercado que possui câmbio automático. É compacto, fácil de manobrar e ideal para trabalhos em gramados, jardins.

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A Agritech irá lançar na Agrishow 2016 o trator 1185 S Turbo Cabinado. Desenvolvido para atuar com culturas que exigem máquinas mais potentes e implementos mais robustos, possui cabines equipadas com estruturas (monobloco) de proteção contra capotamento, a porta traseira é ampla e de grande abertura, os controles do ar condicionado possuem botões de comandos com fácil acesso, com os sistemas de ar quente e ar frio e a renovação do ar da cabine ocorre por meio de um sistema eletrônico, que funciona com um simples toque em um botão. O operador também tem à sua disposição todo o acionamento das alavancas lateralmente, resultando em mais conforto e praticidade.


FEMAGRI

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PRODUTOS ORGÂNICOS

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Korin Agropecuária lança linha de carne bovina orgânica certificada

Iniciativa conta com o apoio da EMBRAPA Pantanal, GTPS, Naturafrig, ABPO e WWF-Brasil

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portfólio da Korin Agropecuária está cada vez mais completo para atender o público que busca alternativas para uma alimentação mais saudável e com responsabilidade ambiental. A empresa, pioneira na produção de frangos e ovos livres de antibióticos e com certificação de bem-estar animal, acaba de disponibilizar no mercado sua primeira linha de carne bovina orgânica, em parceria com a ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica) e a Naturafrig, com apoio do WWFBrasil, GTPS (Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável), EMBRAPA-Pantanal (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e IBD (Instituto Biodinâmico). A Carne Bovina Orgânica Korin é proveniente de novilhos (machos) criados no coração do Pantanal sul-matogrossense. Assim como a Carne Sustentável da marca, que vem conquistando cada vez mais o paladar dos consumidores, o rebanho é criado sem o uso de antibióticos, hormônios, quimioterápicos e sem acréscimo de ureia, porém, no caso, os novilhos da linha Orgânica possuem alimentação certificada orgânica de pastagens nativas e ração composta por grãos orgânicos nos últimos 4 meses. A convivência em harmonia com animais nativos da região remete a saborosas carnes de caça. “Nossos bovinos comem mais de 500 espécies de capins

nativos do Pantanal, que conferem maior nível de Ômega 3 à carne. Além disso, a carne bovina produzida na região, traz benefícios à saúde, ao meio ambiente e às tradições da cultura do homem pantaneiro, presente na agropecuária há mais de 250 anos em convívio harmonioso com a natureza. Este trabalho é realizado com apoio do WWF-Brasil, Naturafrig, ABPO, GTPS e EMBRAPA-Pantanal. Mais do que um produto diferenciado, a linha também visa informar o consumidor sobre a origem da carne bovina, validando os benefícios à saúde e ao meio ambiente e, ainda, as tradições da cultura pantaneira. Os produtos já estão disponíveis nos principais mercados do Brasil. Segundo o coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil, Júlio Cesar Sampaio, o Pantanal é a maior área continental úmida do planeta e este bioma, também conhecido como ‘reino das águas’, é importante para o suprimento de água e para o equilíbrio climático do planeta. “É nesta região que a pecuária bovina vem se desenvolvendo como atividade econômica tradicional há mais de 250 anos, alicerçada na cultura do ‘homem pantaneiro’. A criação de gado sempre se baseou na dinâmica natural da região, respeitando e convivendo em harmonia com o ‘ciclo das águas’, com a fauna e a flora, onde os animais são livres para se alimentar em extensas áreas de pastagens nativas”, ressalta. Linha Carne Bovina Orgânica Korin: congelado com osso (costela em tiras, costela traseiro); congelado sem osso (acém, capa de file, musculo dianteiro, peito, peixinho); resfriado sem osso (alcatra, bananinha, contra-filé, coxão duro, coxão mole, filé mignon, file (noix), fraldinha, lagarto, maminha, músculo, patinho, picanha, raquete).


FEMAGRI

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TECNOLOGIA

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Gestão precisa da informação traz benefícios ao produtor rural

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om as inúmeras rotinas administrativas incorporadas ao planejamento e execução das atividades do agronegócio, a utilização de sistemas informatizados por produtores rurais e prestadores de serviços desse segmento contribui para a gestão da informação que abrange etapas essenciais, como o fornecimento e a aquisição de insumos, o plantio, a colheita, a armazenagem e a distribuição das safras agrícolas. Atenta a essa evolução do mercado de agronegócio, a CHB Sistemas, empresa que há 30 anos atua na criação de programas para o controle operacional da indústria e agricultura, possui expertise para desenvolver soluções ao empreendimento no campo que, com ferramentas de programação avançadas, elabora aplicações para áreas específicas destinadas, em seu conjunto, ao monitoramento das operações de custos. Para oferecer ao agronegócio novos recursos tecnológicos em softwares que se propõem a disseminar o conceito de “agricultura de precisão”, a CHB Sistemas procura colaborar para um momento atual de amadurecimento da gestão das fazendas. “Ao percebermos que o foco de todos os agricultores é a busca da estabilidade ou aumento da produtividade, concluímos que a maioria das fazendas se tornavam empresas agrícolas”, ressalta Mário Arias Martinez, diretor comercial

da CHB, uma das razões para priorizar a oferta de sistemas para gerenciar com precisão a informação da produção agrícola. “Hoje, essa atitude se espalha em todo o tipo de cultura, principalmente entre os cafeicultores e o setor sucroalcooleiro, que possuem uma cadeia produtiva bastante complexa”, afirma Martinez, sobre dois focos de atendimento dos programas da CHB. PLENO CONTROLE - Uma das inovações criada pela CHB voltada ao dia a dia do agronegócio é o CHBAgro, um software de gestão que ganha espaço entre produtores rurais de pequeno, médio e grande porte. “Em resumo, o CHBAgro é um sistema acessado pela internet que permite coletar informações de precisão sobre a atividade do campo com o objetivo de melhorar a produtividade e evitar o desperdício de insumos”, explica Martinez. Quanto a operação do CHBAgro, de acordo com Martinez, não há dificuldade em sua implantação, e a compatibilidade com outros dispositivos móveis, como smartphones e tablets facilita em muito a checagem de dados e a comunicação entre os administradores e supervisores da propriedades agrícolas. Entre as informações, estão, por exemplo, desde o aviso de recebimentos e contas a pagar a alertas de manutenção na frota. “O que podemos também apurar e confirmar ao produtor que utiliza o CHBAgro são as vantagens que o sistema traz, como controle de gastos que consequentemente traz melhorias na eficiência produtividade e, claro aumento da lucratividade”, enfatiza Martinez, os benefícios reais de adotar o CHBAgro que, ao proporcionar o manuseio das informações de forma clara e precisa, permite a tomada de decisões de maneira rápida e segura, o que é fundamental no ramo de agronegócios.


PECUÁRIA DE CORTE

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PECUÁRIA

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ExpoZebu Dinâmica – “A Feira que Alimenta a Pecuária” acontecerá em Uberaba (MG), de 04 a 06 de maio, na Estância Orestes Prata Tibery Jr. Neste ano, a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) participa como correalizadora deste evento, que é promovido pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). A feira está em sua terceira edição e tem a missão de aproximar os produtores rurais de soluções tecnológicas para aumento da produtividade. Para isso, a feira terá como destaques sistemas produtivos sustentáveis como os sistemas de Integração Lavoura, Pecuária-Floresta (ILPF) nas suas diferentes modalidades, além da apresentação de novos cultivares, insumos, máquinas, equipamentos, serviços, visando ampliação da produtividade da pecuária e da agricultura, importantes elos da cadeia do agronegócio da região. Para representar a EMBRAPA, as Unidades Milho e Sorgo, Cerrados, Trigo e Pecuária Sudeste apresentarão tecnologias relacionadas aos sistemas de produção ILPF e Integração Lavoura-Pecuária (ILP), além da apresentação de novos cultivares de soja, milho, trigo, sorgo, milheto e espécies forrageiras. Serão aproximadamente 5 hectares para exposição dos cultivares e das tecnologias em sistemas de cultivo de grãos consorciados com forrageiras em ILP, além de 13 hectares em sistema ILPF implantados desde o ano de 2013 com diferentes espécies exóticas. Segundo o pesquisador Emerson Borghi, da EMBRAPA Milho e Sorgo, o objetivo da apresentação destes sistemas é demonstrar estratégias de recuperação e renovação de pastagens pelo uso do ILP, tanto para produção de grãos e silagem, quanto para a produção de pastagens. “Os produtores buscam informações sobre a viabilidade técnica e econômica para a recuperação de pastagens usando a ILP. Além disso, há uma procura por novos materiais tanto para pastagem quanto para produção de silagem e grãos, motivo pelo qual a Embrapa resolveu ampliar a quantidade de plots demonstrativos com a apresentação de materiais, em 2016. Assim, produtores, pecuaristas, técnicos, estudantes e profissionais do agronegócio poderão encontrar informações técnicas atuais e buscar coeficientes técnicos que auxiliarão na tomada de decisão sobre tecnologias nos mais diferentes segmentos do agronegócio regional”, diz o pesquisador. Para demonstração de espécies forrageiras, estarão expostas espécies gramíneas e leguminosas para a produção pecuária, tanto em cultivo solteiro como em consórcio. Além de espécies de Brachiaria e Panicum tradicionais, há ainda leguminosas com o amendoim forrageiro (Arachis pintoi), feijão guandu, estilosantes (Stylosanthes spp). Entre as culturas produtoras de grãos, materiais de trigo, soja, milho, sorgo e milheto estarão apresentados como opções de cultivo para as mais diferentes condições de cultivo.

FOTO: Emerson Borghi

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Recuperação e renovação de pastagens para garantia de produtividade na lavoura

Em áreas maiores, destinadas à demonstração de sistemas em ILP, a Embrapa simulou diversas opções de cultivos consorciados, visando a produção de grãos e forragem. Serão apresentadas áreas com milheto consorciado com capim-Paiaguás, sorgo para corte e pastejo consorciado com o capim-Paiaguás, sorgo BRS 655 consorciado com o capimPaiaguás e o milho consorciado com o capim-Paiaguás. “São opções técnicas já validadas em outras regiões e que podem ser adotadas tanto por produtores quanto por pecuaristas. A dimensão destas áreas permitirá aos visitantes a visualização de forma mais evidente dos benefícios do sistema, assim como os pesquisadores estarão disponíveis para demonstrar os resultados e esclarecer as dúvidas”, esclarece Borghi. A EMBRAPA preparou plots com as espécies de sorgo, milheto, milho, soja e trigo. Dentre eles estão alguns cultivares novos, como o sorgo granífero BRS 373. O novo cultivar de sorgo granífero, BRS 373, é recomendado para plantio no sistema sucessão (safrinha), nas regiões Sul, Sudeste, Centro Oeste e Oeste Baiano. Segundo o pesquisador Cícero Beserra de Menezes, o BRS 373 alia produtividade com precocidade. “Este cultivar possui alta estabilidade de produção, resistência ao acamamento e também apresenta boa tolerância à seca e à toxicidade de alumínio no solo”, ressalta o pesquisador. Está sendo apresentada, também, a BRS Tamani, híbrido do capim Panicum maximum, para pastagem. Este cultivar tem porte baixo e alta produção de folhas de alto valor nutritivo (elevados teores de proteína bruta e digesti-bilidade), produtividade e vigor. O CRPBZ (Centro de Referência da Pecuária Brasileira) produziu vídeos com entrevistas sobre as tecnologias em sistemas produtivos, que serão apresentadas na ExpoZebu Dinâmica 2016:


PECUÁRIA

Pecuaristas brasileiros querem fim da vacinação contra aftosa até 2020

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FOTO: Campo Grande News

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maior parte dos pecuaristas brasileiros acredita que o país deve diminuir progressivamente a vacinação contra a febre aftosa até 2020. A informação está em pesquisa feita pelo CNPC (Conselho Nacional da Pecuária de Corte), durante o encontro da Comissão Sulamericana de Luta contra a Afotsa, no Uruguai. O trabalho será divulgado pelo vice-presidente do CNPC, Sebastião Guedes, que também preside o Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa (GIEFA). No levantamento, 90% do consultados apoiou a ideia de eliminar até 2020 a vacinação contra a doença, feita em duas etapas anuais no Brasil. O argumento do CNPC é o de que 84% do rebanho brasileiro estão em localidades onde não há registros de aftosa por períodos que variam de 10 a 22 anos. O status de livre da doença sem vacinação facilitaria o acesso a mercados importantes para a carne bovina brasileira. “Os pecuaristas poderão expandir as receitas com seus rebanhos e fazer com que se tornem mais competitivos no mercado mundial de carne bovina, no chamado ‘segmento ou circuito não-aftósi-

co’”, diz a nota divulgada pelo CNPC. De acordo com o Conselho, esse mercado é avaliado em U$ 12 bilhões. A pecuária bovina fica de fora, informa a entidade, devido à “insegurança dos países importadores” – como Japão, Coréia do Sul, Cingapura, México, Estados Unidos e Canadá entre outros. (FONTE: Globo Rural)


LEITE

Manejo e alimentação de vacas de alto potencial genético 18

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Glayk H. Vilela Barbosa1 e Vânia Mirele F. Carrijo2

U

m sistema de alimentação para vacas em lactação, para ser implementado, é necessário considerar o nível de produção, o estágio da lactação, a idade da vaca, o consumo esperado de matéria seca, a condição corporal, tipos e valor nutritivo dos alimentos a serem utilizados. O estágio da lactação afeta a produção e composição do leite, o consumo de alimentos e mudanças no peso vivo do animal. Nas duas primeiras lactações da vida de uma vaca leiteira, devem-se fornecer alimentos em quantidades superiores àquelas que deveriam estar recebendo em função da produção de leite, pois estes animais ainda continuam em crescimento, com necessidades nutricionais bastante elevadas. Assim, recomenda-se que aos requerimentos de mantença sejam adicionados 20% a mais para novilhas de primeira cria e 10% para vacas de segunda cria. Recomenda-se alimentar as vacas primíparas separadas das vacas mais velhas. Este procedimento evita a dominância, aumentando o consumo de matéria seca. As vacas não devem parir nem excessivamente magras nem gordas. Vacas que ganham muito peso antes do parto apresentam apetite reduzido, menores produções de leite, distúrbios metabólicos como cetose, fígado gorduroso e, deslocamento do abomaso, além de baixa resistência aos agentes de doenças. Um plano de alimentação para vacas em lactação deve considerar os três estádios da curva de lactação, pois as exigências nutricionais dos animais são distintas para cada um deles. A alimentação de vacas em lactação representa cerca de 50% ou mais dos custos de produção de leite. À medida que se eleva o potencial de produção dos rebanhos leiteiros, os ajustes necessários no manejo e a alimentação tornam-se mais complexos. Uma série de adaptações fisiológicas ocorre no início da lactação para atender à grande demanda por nutrientes pela glândula mamária. Infelizmente, o início da lactação, os incrementos, tanto da capacidade do trato digestivo quanto do consumo de alimentos, ocorre de forma mais lenta do que o aumento gradativo da produção de leite. Isso faz com que o animal passe por um período de déficit energético, que acarreta na mobilização de reservas corporais, principalmente de tecido adiposo e em menor extensão, de proteínas musculares e minerais dos ossos.

AUTORES 1 - Zootecnista, B.Sc. Mestrando em Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Jurado Efetivo de Raças Zebuínas e Assessor de Pecuária Leiteira. Email: glaykhumbertovilela@yahoo.com.br 2 - Médica Veterinária, M.Sc. Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Docente do Centro Paula Souza. Atua na área de sanidade, escrituração zootécnica e biotecnologia da reprodução.

ALIMENTAÇÃO NOS PERÍODOS PRÉ E PÓS-PARTO - Logo após o parto, as vacas não conseguem consumir alimentos em quantidade suficiente para suprir a grande demanda de nutrientes, causada pela iniciação de lactação. Qualquer outro fator que afete negativamente o consumo de alimentos pode desencadear uma série de distúrbios metabólicos, bastante comuns nessa fase da lactação. Toda atenção deve ser dispensada à formulação de dietas para vacas recém-paridas, para que essas possam maximizar a ingestão de alimentos, evitando perda excessiva de peso, o que pode prejudicar a eficiência reprodutiva do rebanho. O estado nutricional da vaca ao parto e a dieta fornecida pós-parto irão determinar o consumo voluntário, a magnitude de mobilização de reservas corporais (perda de peso) e os problemas metabólicos e reprodutivos que podem ocorrer no início da lactação. Vacas que parem mais gordas tendem a consumir menos alimento, precisando assim mobilizar mais reservas corporais. Dessa forma, ficam mais sujeitas a problemas metabólicos, com prejuízos na produção de leite e no período de serviço. Animais que recebem dieta muito rica em energia no período pré-parto, ou recebem reforço alimentar nesse período, tornam-se mais susceptíveis a febre do leite, cetose, partos distócicos, metrites, retenção de placenta, deslocamento de abomaso e problemas reprodutivos. A ocorrência de um desses distúrbios provoca uma redução ainda maior no consumo de alimentos, predispondo os animais aos outros problemas listados acima. Desde que uma dieta de boa qualidade esteja disponível, à vontade, para vacas em início de lactação, seus escores de condição corporal ao parto entre 2 e 4 (escores variando de 1 para vacas muito magras até 5 para aquelas muito gordas) não afetam a produção de leite. CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO NO FINAL DA GESTAÇÃO - A manipulação do balanço iônico da dieta oferecida antes do parto pode reduzir distúrbios, como edemas de úbere, febre do leite e problemas reprodutivos pósparto. Dietas aniônicas pré-parto e catiônicas pós-parto têm mostrado efeitos benéficos, incluindo redução dos pro-


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LEITE

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blemas causados por estresse por calor. Para se evitar problemas ao parto e no período inicial da lactação, devem-se tomar os seguintes cuidados, no período final da gestação: evitar que as vacas ganhem peso em excesso, analisar os alimentos oferecidos nessa fase para sódio, potássio, cloro e sódio, além do cálcio, fósforo e magnésio, substituir os alimentos com teores de potássio elevado, remover as fontes de cátions (bicarbonato de sódio e sal comum, principalmente), adicionar cloreto de amônia para reduzir a diferença cátionânion, manter a ingestão de fósforo entre 30 e 60 g/dia, cuidados especiais com vacas que apresentam urina com pH acima de 8, uma a duas semanas antes do parto (com esses cuidados, o pH da urina deverá cair para 6 a 7,3). DIETA PÓS-PARTO - A dieta das vacas deve conter volumoso de boa qualidade e estar adequadamente balanceada para permitir maximizar o consumo de matéria seca (MS) o mais rapidamente possível depois do parto. Alguns lembretes para essa fase crítica da vida produtiva das vacas são resumidas a seguir: as vacas devem atingir o pico de consumo de matéria seca até a décima semana após o parto, no pico de consumo, devem estar ingerindo 4% do peso vivo de matéria seca, para cada incremento de 1 kg no consumo de matéria seca, consegue-se uma resposta de cerca de 2 kg de leite, manter sempre dieta fresca no cocho, o teor de matéria seca da dieta total deve estar entre 50 e 75%, isto é, teores de umidade (água) entre 25 e 50%, teores de

umidade acima de 50% reduzem o consumo de alimentos, a dieta deve conter no mínimo de 1,7 Mcal/kg de matéria seca de energia líquida, que equivale a 73% de NDT na matéria seca, sem entretanto deixar o nível de fibra (FDN) ficar abaixo de 28% da matéria seca, o nível de proteína bruta da dieta deve ser de 18 a 19% na matéria seca, dos quais 35 a 40% devem ser sobrepassante (by pass ou não-degradáveis no rúmen), vacas com produções acima de 35 kg/dia devem passar a receber alguma fonte de gordura a partir da quinta semana pós-parto. Como ruminante, a vaca de leite é capaz de transformar alimentos não essenciais aos não-ruminantes (forragens e forrageiras), em produtos de valor econômico. Entretanto, à medida que se busca maior produtividade por animal, os volumosos (pasto, silagem e feno) por si sós não são suficientes para manter esta maior produtividade. Neste caso, além de volumosos, a alimentação do gado de leite deve ser acrescida de uma mistura de concentrados, minerais e algumas vitaminas. Um sistema de alimentação eficaz é baseado nos requerimentos nutricionais (proteína, energia, minerais e vitaminas) para cada categoria animal do rebanho e na composição química dos alimentos utilizados. Na prática, para realizar a combinação dos requerimentos nutricionais de cada categoria animal com a composição química dos alimentos, utilizam-se de dados de tabelas.(National Research Council - NRC, ou Agricultural Research Council - ARC e Tabela Brasileira de Alimentos). Parte do progresso alcançado pelo setor produtivo de leite do País foi consequência do melhoramento genético dos rebanhos. As pressões de mercado e de competitividade impostas sobre o setor continuam a exigir melhorias do potencial genético dos animais e sua adequação ao ambiente e ao manejo. A caracterização das raças e dos cruzamentos entre raças nos vários tipos de ambiente e de manejo deve fornecer subsídios para que o produtor possa adequar o ambiente ao tipo de animal ou vice-versa. A definição mais clara de objetivos de seleção facilitará o desenvolvimento de critérios de seleção mais adequados aos sistemas de produção. As informações disponibilizadas por marcadores genéticos serão incorporadas aos programas de avaliação genética dentro das raças ou multirraciais e biotecnologias da reprodução poderão contribuir para aumentar a intensidade de seleção.


GRÃOS

Manejo do Complexo da Mancha Branca na cultura do milho atual sistema de produção brasileiro tem propiciado a manutenção de patógenos no campo criando uma ponte verde durante todo o ano, aumentando o desafio de manejar doenças para preservar a produtividade. O complexo da mancha branca é uma destas doenças e tem aumentado significativamente a sua ocorrência em lavouras de milho, causando severas diminuições de produtividade quando não manejada adequadamente. Manchas aquosas de aspecto encharcado são o sintoma inicial da mancha branca no campo. Na fase seguinte, estas típicas lesões bacterianas tornam-se necróticas de coloração esbranquiçada e espalhadas pela superfície foliar. Nas fases tardias da doença, pequenos pontos escuros, chamados de estruturas reprodutivas fúngicas (peritécios e picnídios) podem se desenvolver dentro das lesões necróticas. Normalmente a mancha branca se desenvolvia apenas nas folhas inferiores e, geralmente, o surgimento dos sintomas ocorria após a época do florescimento ou no final do ciclo da planta. Porém, nas últimas safras foi constatada a ocorrência da doença de forma mais agressiva em lavouras que ainda estavam na fase vegetativa, e tiveram toda a sua área foliar tomada facilmente, causando sérios prejuízos ao processo de enchimento de grãos, levando a planta à seca prematura, com redução do ciclo e diminuição no tamanho e peso dos grãos (nos casos em que o manejo não foi reali-

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FOTO: Ronaldo Freitas

O

Ronaldo Luiz Gonzaga Freitas¹

AUTOR 1 - Agrônomo de Campo da DuPont Pioneer. Aspecto de lesão encharcada, no início da doença.

zado adequadamente). A severidade da doença depende de condições favoráveis ao seu desenvolvimento, como temperatura próxima aos 25°C, umidade relativa acima de 70%, a suscetibilidade do híbrido e a presença do patógeno, que freTabela 1: Tratamentos testados na safra 14/15 em São Miguel Arcanjo/SP, ambiente de alta pressão de mancha branca no híbrido P1630H. Para todos os tratamentos foi adicionado 9,5% v.v do adjuvante recomendado. Tratam. T01

Dose Composição Concentração (L/ha ou kg/ha) 1,0 L + 0,4 L (Trifloxistrobina + Tebuconazol) + (100 + 200g/L) amônio quaternário

T02

0,2 kg

Azoxistrobina + Benzovindiflupyr 300 + 150 g/kg

T03

0,35 L

Piraclostrobina + Fluxapiroxade

333 + 167 g/L

T04

0,8 L

Piraclostrobina + Fluxapiroxade

81 + 50 +

+ Epoxiconazole

50 g/L

T05

(1,0 L + 2,5 kg (Trifloxistrobina + Tebuconazol) + (100 + 200 g/L) + 0,8 L)

mancozebe + fosfito de potássio

+ 750 g/kg


GRÃOS FOTO: Ronaldo Freitas

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quentemente está presente nos restos culturais na maioria das localidades onde há duas safras por ano. O agente etiológico causador desta importante doença tem sido assunto de muita controvérsia e polêmica nos meios de pesquisa. A pesquisa mais recente sobre a etiologia da doença aponta a bactéria P. ananatis como o único agente causal envolvido e que os fungos eventualmente encontrados nas lesões são meramente oportunistas. Porém, esta afirmação deixa uma dúvida: Por que a maioria dos produtos bactericidas não tem controle sobre esta doença? É importante ressaltar também que o manejo somente com fungicidas tradicionais (triazol + estrubilurina) não tem sido efetivo o suficiente. Para buscar alternativas para o controle químico desta doença, na safra 14/15 foram testados 5 tratamentos. Pontos escuros ao centro das lesões (estruturas reprodutivas). Nos tratamentos 2, 3 e 4 foram utilizados produtos contendo lhas baixeiras (aplicações preventivas ou na fase inicial dos o grupo das carboxamidas. As aplicações ocorreram em três sintomas são mais efetivas). Houve grande diferença de controle da doença entre fases da lavoura: V8, VT e VT + 15 dias. No momento da alguns tratamentos a partir da segunda aplicação em préaplicação praticamente não havia lesões da doença nas fopendão (VT). Nos tratamentos 1 e 2 havia presença de mancha branca no baixeiro e nos tratamentos 4 e 5 ainda não. Na avaliação 15 dias após a aplicação de pré-pendão, nos tratamentos 1 e 2 boa parte da área foliar encontrava-se lesionada e com a presença de E. Turcicum nas folhas baixeiras, enquanto que os tratamentos 4 e 5 continuaram mantendo um bom controle. Durante todas as avaliações, os melhores tratamentos foram o 4 e o 5, enquanto que o 1 e o 2 foram bem inferiores em todas as fases de avaliação. Já o tratamento 3 ficou classificado como intermediário. Com este trabalho ficou evidente que o período residual foi de no máximo 18 dias para a condição de alta pressão e produtos utilizados. Comparando a produtividade dos tratamentos 1 e 2 em relação ao 4 e 5 (Tabela 2), são quase 90 sc/ha de prejuízo com perda de área foliar antecipada por mancha branca. Com a saca de milho em torno de R$ 40,00 esta perda representa R$ 3.600,00 por hectare. O melhor controle para a mancha branca é a tolerância genética de cada híbrido, porém, é importante respeitar o posicionamento de época de plantio do híbrido, não delegando responsabilidades unicamente aos fungicidas, que são apenas mais uma forma de controle da doença. Tabela 2: Produtividade dos tratamentos testados na safra 14/15 em São Miguel Arcanjo/SP, híbrido P1630H. Kg/ha

U (13%)

Sc/ha

Dif (sc/ha)

1

9.964

16,6

166,1

-88,1

2

9.890

18,2

164,8

-89,4

3

13.898

23,6

231,6

-22,6

4

15.058

24,7

251,0

-3,2

5

15.250

24,5

254,2

0

Tratam.


GRテグS

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GRÃOS

Casa do Café atua também na produção de cereais

N

FOTOS: Casa do Café

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a fazenda Bebedouro, propriedade situada no município de Franca (SP), foram plantados milho e soja para utilização no confinamento de bois na propriedade. Os resultados obtidos na colheita da lavoura de milho foram considerados muito bons pelo produtor, sobretudo na escolha dos híbridos e no manejo nutricional. Na colheita da lavoura, o híbrido RB 9110 PRO2 da KWS obteve a média de produção de 209 sacas por hectare, em área de sequeiro. Trata-se de um híbrido superprecoce e com elevado potencial produtivo. O material genético é muito estável, ou seja, mantém boas respostas, mesmo com diferenças significativas de clima ou solo, Destaque para a profundidade dos grãos na espiga do híbrido RB-9110 PRO2, da KWS. tanto que sua janela de plantio é bem ampla, tendo recomendação para a primeira e para a segunda tas duas aplicações de fungicidas. O próprio Polyblen auxilia safra. Seu ciclo é considerado rápido e o porte é baixo. Ainda nessa melhor sanidade, uma vez que em adubações convené um milho com acentuado “stay green” (o colmo continua cionais há picos de N nas plantas, o que aumenta sua exverde, com os grão já secos) e rápido “dry down” (quando a posição aos patógenos. E ainda evita-se os danos por amasperda de água após a maturidade fisiológica dos grãos é rápida). samento dos tratores na cobertura e as lesões nas folhas pela Dadas essas características, o RB 9110 PRO2 é um hí- salinidade dos fertilizantes convencionais, quando aplicados brido considerado de alto investimento, e deve ser plantado a lanço em cobertura. Essas medidas garantiram uma copor agricultores com boa tecnologia empregada na lavoura, lheita do milho já bastante seco (14% de umidade) e sem como é o caso da fazenda Bebedouro. Neste ano-safra, op- acamamento. tou-se ainda por utilizar tecnologia de fertilizantes de libeO que garante o sucesso da fazenda na produção de ração controlada, o Polyblen. Com isso, todo o nitrogênio grãos é o manejo realizado pelo produtor como um todo. (N) e potássio (K) foram aplicados a lanço, em pré plantio, Na fazenda Bebedouro, o plantio direto tem todos os seus o que permite grandes ganhos operacionais, sobretudo na princípios respeitados, sendo que não há revolvimento de ocasião do plantio, quando os reabastecimentos da planta- solo, é feita a rotação de culturas e há cobertura do solo o deira são menos frequentes. Na caixa de adubo da planta- ano todo, inclusive com uso de adubos verdes ou braquiária. deira, procurou-se trabalhar com fórmulas de fertilizantes As tecnologias empregadas apenas possibilitam explorar o com altos níveis de fósforo e micronutrientes. potencial da terra bem manejada de forma eficiente, melhoPara a manutenção da sanidade da cultura, foram fei- rando os resultados.


CAFÉ

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CAFÉ

Uso do Mulching no plantio do cafeeiro

I

mpulsionado pelo recente período de falta d’água, dificuldades com mão de obra e a busca pelo aumento de produtividade e qualidade, o uso do mulching vem ganhando espaço também em culturas de ciclo longo, como o café. O uso do Agroplás Eco Mulching Preto e Branco (EMPB) no plantio do cafeeiro vem chamando a atenção, pela economia proporcionada de insumos e mão de obra, pelo vigor vegetativo apresentado, menor replante de mudas, economia de água e aumento de produtividade. Resultados recentes comprovam que a técnica é uma ferramenta promissora para auxiliar os cafeicultores, que mesmo passando por longos períodos de déficit hídrico, responderam com significativo aumento de crescimento de planta, ramos produtivos maiores e consequente melhor preparo para a próxima safra; por conseguir manter a umidade destacou se por segurar as floradas, muitas vezes abortadas no sistema convencional nessa situação. Isso consequentemente levou a um expressivo aumento de produção na área. Tanto em culturas de sequeiro, como nas culturas irrigadas, tem demonstrado ser uma nova e ótima alternativa

AUTOR

1 - Engº Agrônomo, Gerente Técnico Comercial Electro Plastic S.A.

FOTOS: Edson L. Damaglio

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Edson L. Damaglio1

À esquerda, plantio convencional (sequeiro). À direita, plantio com Eco Mulching MPB (sequeiro)

na formação dos cafezais. O Agroplás EMPB se destaca nesse seguimento pela sua durabilidade superior, se tornando desta forma o único indicado para culturas de ciclo longo.

Área de sequeiro com Eco MPB.

Área de sequeiro com Eco MPB.

Café irrigado com Eco Mulching MPB

Café irrigado com Eco Mulching MPB


FRUTICULTURA

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MEIO AMBIENTE

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Atenção, Proprietários Rurais: prazo para regularização do CAR termina em 5 de maio

Sem cadastramento, produtor não terá acesso a crédito, seguro rural e vários outros itens

R

estam menos de um mês para o encerramento do prazo para regularização do CAR (Cadastro Ambiental Rural). O produtor tem até o dia 5 de maio de 2016 para registrar seu imóvel. O CAR é obrigatório, gratuito e imprescindível para o produtor que pretenda aderir ao PRA (Programa de Regularização Ambiental) e se credenciar para obter o recolhimento de ativos ambientais; continuar as atividades agropecuárias, de turismo rural e de ecoturismo existentes até 22 de julho de 2008 e ter até 20 anos para recuperar APP (Áreas de Proteção Permanente). Além disso, o cadastramento é necessário para acessar crédito e seguro rural; obter licenças e autorizações e usufruir de isenções de impostos e deduzir as APPs do ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural). Criado pelo novo Código Florestal com o objetivo de acabar com a burocracia e facilitar a regularização ambiental das propriedades e posses agrícolas, o CAR é um conjunto de informações georreferenciadas, com delimitação das APP, Reserva Legal, remanescentes de vegetação nativa, área

rural consolidada, áreas de interesse social e de utilidade pública, que servirão para calcular os valores das áreas para diagnóstico ambiental. O CAR é auto declaratório; ou seja, o próprio agricultor fornece as informações. Para preenchê-lo é necessário ter um computador com acesso à internet. Para facilitar, os técnicos da Secretaria de Agricultura em cada Estado do Brasil estão aptos a orientar os agricultores. O Cadastro Ambiental Rural exige que o agricultor conheça a fundo a sua propriedade. Não basta, por exemplo, saber apenas se tem morro ou não na sua área. É preciso saber a declividade, quantas nascentes tem na terra e a largura dos rios. É preciso informar como a produção está dividida, se tem gado, agricultura ou alguma floresta. Por todas essas questões, o CAR vem sendo considerado uma espécie de raio-x da propriedade rural. Em Guariba, São Paulo, Bruno Martins foi um dos primeiros a aderir ao CAR, ainda no ano passado teve apoio da Associação dos Fornecedores de Cana do Município


MEIO AMBIENTE (Socicana), que vem fazendo uma intensa campanha para deixar em dia a documentação dos seus produtores. “No CAR da propriedade apareceu que nós temos uma situação de mata ciliar preservada, não recuperada. Hoje nós não temos os 20% de Reserva Legal”, conta Bruno Rangel Geraldo Martins, agricultor. No município de Guatapará, o agricultor Manoel Carlos Azevedo está despreocupado com a situação da sua propriedade. Além de estar em dia com o CAR, sua área de floresta sempre representou uma exceção entre as propriedades rurais da região. “48% é cana de açúcar, 52% é área de reserva. Estou perfeitamente dentro da lei. Até acima do que me pedem. Isso é um patrimônio. Do país, inclusive. Nós temos que conservar esse solo. O que nós vamos deixar aí para os nossos filhos? Não os meus, mas os de todos. Do brasil, seus, todos”, declara Manoel Carlos Azevedo, agricultor. No Estado de São Paulo, os profissionais da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) estão a postos para auxiliar os proprietários no preenchimento do Cadastro, é só procurar o escritório mais próximo. “A Pasta organizou uma verdadeira força tarefa para acelerar o preenchimento em todo o Estado. Convocou todas as suas equipes e articulou parcerias com sindicatos e entidades rurais importantes para que todo o apoio seja oferecido ao produtor rural”, afirmou o secretário Arnaldo Jardim. Os escritórios da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA), Prefeituras Municipais e Sindicatos Rurais tam-

bém estão disponíveis para tirar eventuais dúvidas. Somente com a inscrição no CAR será possível aderir ao Programa de Regularização Ambiental. PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL O Programa de Regularização Ambiental, no Estado de São Paulo, possibilitará a restauração de mais de um milhão de hectares de áreas degradadas ou alteradas, ampliando a área de vegetação nativa existente nas propriedades e imóveis rurais paulistas, de acordo com as regras estabelecidas pelo novo Código Florestal. O programa se insere em um dos paradigmas escolhidos por Arnaldo Jardim para estruturar sua gestão: a interface da Agricultura com o Meio Ambiente. “Produzir sem preservar se tornou algo impensável em território paulista, seguimos a tendência mundial de cuidar do planeta em que vivemos e nos preocupar com o impacto que geramos na Terra”, comentou o secretário. Começando o preenchimento: tenha em mãos os documentos pessoais (CPF e RG) e o registro de matrícula do imóvel. Caso não seja o mesmo, será necessário informar, também o endereço e CEP da residência. O cadastramento demora, em média, 30 minutos, mas não precisa ser concluído de uma única vez. É possível entrar, se cadastrar, inserir algumas informações, salvar e retornar posteriormente para concluir. A sessão é expirada quando o usuário fica mais de 60 minutos sem interagir com a aplicação.

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CAFÉ

E

stá cada vez mais difícil para o produtor de café se manter na atividade sem fazer um minucioso gerenciamento dos gastos e dos lucros em suas lavouras. Com o aumento dos preços da mão de obra especializada e as incertezas no cenário político e econômico do Brasil, que impactam diretamente no câmbio e, consequentemente, no valor dos insumos agrícolas utilizados no cuidado das lavouras, os custos de produção na safra 2015/16, no Sul de Minas Gerais, já se aproximam de R$ 640,00 a saca. Mesmo com as recentes altas nos preços externos do café arábica, que favoreceram as cotações internas nas praças de comercialização do Brasil nas últimas semanas, os custos já superam os valores de negociação e preocupam o setor. “Os custos totais de produção aqui na região de Guaxupé (MG) estão em cerca de R$ 640,00 a saca de 60 kg. Levando esse valor em consideração, R$ 500,00 a saca não é um bom patamar para o cafeicultor. Essa situação é generalizada”, pondera o presidente do Sindicato Rural de Guaxupé (MG), Mario Guilherme do Valle. Segundo ele, os valores investidos pelo produtor de café com mão de obra correspondem a mais de 40% da composição dos custos de produção. Em fevereiro deste ano, os gastos totais do produtor de Guaxupé (MG) (levando em conta mão de obra com colheita e pós-colheita, insumos, gastos gerais e depreciação), totalizaram R$ 638,64 a saca. O que representa uma alta de R$ 74,05 de um ano para o outro. Já o preço de venda ficou em R$ 451,50 a saca, em média. Para Valle, os preços externos do café só deve esboçar reação diante de novas variáveis que possam impactar a oferta da commodity, uma vez que o mercado está bem equilibrado. “No pico da seca em 2014, o café lá fora chegou a US$ 2,70 por libra-peso e agora está de 30% a 40% mais baixo”. A CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta a colheita da safra 2015/16 do Brasil em 43,24 milhões de sacas. Já para este ano, a produção está estimada entre 49,13 e 51,94 milhões de sacas de arábica e robusta. O levantamento dos custos de produção da safra 2015/16 faz parte do Programa Campo Futuro, da UFLA (Universidade Federal de Lavras), realizado em parceria com

FOTOS: Divulgação CNA

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Custos de produção têm alta de quase R$ 75 em um ano no Sul de Minas

a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e tem o objetivo de aliar a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, de custos e de produção na propriedade rural. A pesquisa ainda pode sofrer alterações e é realizada mensalmente em fazendas ‘modais’ de 12 cidades produtoras de café dos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rondônia, Roraima e São Paulo. A consulta pode ser feita pelo site Canal do Produtor, da CNA: http://www.canaldoprodutor.com.br/ De acordo com superintendente comercial da COCAPEC (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas), em Franca (SP), Ricardo Lima de Andrade, a forte alta do dólar no ano passado também acabou tendo impacto nos custos de produção. “No segundo semestre de 2015, os fertilizantes e defensivos tiveram uma forte alta. O Brasil é muito dependente da importação desses produtos”, afirma. Na cidade paulista, eles correspondem a 31% da composição dos custos totais (R$ 557,51 a saca), segundo o relatório do projeto. “Diante desses custos tão altos, o produtor deve sempre estar atento ao tripé: redução de custos, aumento de produtividade e melhora da qualidade, uma vez que o mercado pede isso. Tendo essas questões em mente, o produtor terá sucesso e rentabilidade sempre”, finaliza Mário Guilherme do Valle, presidente do Sindicato Rural de Guaxupé (MG). (FONTE: Notícias Agrícolas)


CAFÉ

Novas cultivares mais produtivas a partir da caracterização de genótipo de cafés resistentes

O

aumento do consumo, as exigências relacionadas a qualidade da bebida café e a busca de plantas tolerantes a doenças, estão se tornando tema de pesquisas científicas para atender os novos padrões dos consumidores. Diante disso e com o objetivo de caracterizar progênies e cultivares superiores de café, pertencentes ao grupo das resistentes à ferrugem com base em características anatômicas, a estudante de graduação, Harianna Paula Alves de Azevedo, defendeu a sua monografia no curso de Agronomia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) apresentando trabalho sobre o tema “caracterização anatômica e agronômica de genótipos resistentes à ferrugem implantados no município de Lavras (MG)”. De acordo com a pesquisa, a grande ameaça à produtividade do café atualmente, é uma doença que ataca a planta que é a ferrugem, causada pelo fungo Hemileia vastatrix. Essa doença que devasta os cafezais foi observada no Brasil em 1970, podendo provocar perdas na produção que variam de 35 a 50% em média de biênio, dependendo da susceti-

bilidade da cultivar, umidade do ambiente, carga pendente e estado nutricional da planta. Com isso tem-se procurado tecnologias para livrar os cafezais da doença ou ao menos conviver com ela desde que não cause danos econômicos. “Por meio do estudo foram avaliadas em 18 progênies e duas cultivares de café, 12 características anatômicas foliares e quatro agronômicas. Os resultados demonstraram a existência de variabilidade genética entre as progênies/cultivares, existindo a possibilidade de seleção de progênies/cultivares superiores em relação as características anatômicas”, explicou a estudante. O orientador da aluna e professor titular da UFLA, Rubens José Guimarães, comenta: “essa linha de pesquisa coordenada pela pesquisadora e doutora em Agronomia e Fitotecnia da UFLA, Janine Magalhães Guedes, é de grande interesse na cafeicultura pois, atualmente a forma mais eficiente de controle da doença é através da utilização de cultivares resistentes, além de ser o meio mais econômico”. (FONTE: InovaCafé)

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MUNICÍPIOS

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alto alcança 1.063 metros. Associado à altitude, as condições climáticas de precipitação e temperatura adequadas às diferentes fases da cultura. E, por fim, o conhecimento técnico adquirido nos mais de cem anos de cultivo do café, sempre com a adoção de tecnologias adequadas (como variedades mais produtivas, espaçamentos adequados para a colheita mecanizada, renovação de talhões e o emprego de insumos e a gestão da informação no cultivo do café). Nas últimas décadas, o município de Pedregulho se posicionou no seleto roteiro de cafés especiais e vem conquistando expressivas premiações nos mais importantes concursos de qualidade do país. Neste contexto, a diretoria do Sindicato Rural de Pedregulho sempre se posicionou a favor do produtor rural e atua de forma a contribuir para com todos os tipos de atividades agropecuárias. Seja como o representante da classe agropecuária em todas as instâncias da sociedade brasileira; seja na prestação dos vários tipos de serviços. Mas há de ressaltar, acima de tudo, que a cafeicultura é o foco maior do Município e desde sempre recebeu o apoio incondicional da diretoria. E foi graças a este apoio que a atividade cafeeira em Pedregulho é hoje reconhecida nacionalmente. Por ser a cidade pioneira na realização de concursos de qualidade de café, como também por produzir um café de excelente qualidade, elevando o nome do Município e da região.

FOTO: Egali Alimentos

cidade de Pedregulho (SP) foi fundada em 15 de agosto de 1897, pelos fazendeiros Major Antônio Cândido Branquinho, Capitão Elias Moreira e Tenente Salviano que eram donos das terras onde se instalaria uma estação ferroviária da Companhia Mogiana. E desde os primórdios de sua fundação, a vocação econômica do município baseia-se fortemente na agropecuária, tendo como produto principais produtos a pecuária e o café. A área total do município supera os 72 mil hectares, com destaque para as áreas de matas nativas, florestas, APP (áreas de preservação permanente) e RL (reservas legais) que superam 33% da área do município. Atualmente, da área total de 72 mil hectares, mais de 26 mil hectares são utilizados na pecuária de corte e de leite. Outros 10 mil hectares são trabalhados na cultura da cana de açúcar, milho, soja, laranja, entre outras. Já o café ocupa área superior a 12 mil hectares e tem uma produtividade estimada para esse ano 2016 em mais de 600.000 sacas, com média anual de 450.000 sacas. É a principal atividade econômica do município, pois é a que promove a maior arrecadação e uma maior geração de renda, seja na geração de empregos nas diversas etapas da cadeia produtiva, seja no estímulo às atividades de industrialização (indústrias de máquinas e implementos), serviços (retifica de motores, mecânica leve e pesada, pneus) e comércio (revendas de insumos agropecuários) De acordo com o LUPA (Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária), da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, a atividade cafeeira é praticada em metade das 720 UPAs do município, com maior incidência de pequenas propriedades agrícolas, de 1/2 a 340 hectares. A qualidade do café produzido no município de Pedregulho (SP) deve-se principalmente a três fatores. O primeiro, a altitude favorável à cultura, que em seu ponto mais

FOTO: Revista Attalea

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Café, pecuária e culturas diversificadas são os grandes destaques de Pedregulho (SP)


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esquisadores italianos da Segunda Universidade de Nápoles desenvolveram um novo método de identificar o café falsificado, avaliando a presença e a quantidade de um composto químico de uma planta específica, conhecido como homostaquidrina. O novo método utiliza técnicas existentes e acessíveis de análise química, mas vai um passo além, isolando um composto vegetal que tem concentrações específicas nas diferentes variedades de grãos de café comercialmente disponíveis. Apesar das centenas de espécies de café no mundo, somente duas delas são comercializadas em uma escala global, Coffea arabica (café Arábica) e Coffea canephora (café Robusta). O café Arabica representa 70 por cento da produção mundial, e tem um alto valor comercial por causa de seu sabor superior. Entretanto, o café Robusta, que é mais rico em cafeína e mais amargo no sabor, é mais produtivo e resistente à doenças. O contínuo aumento global no consumo de café, estimado em 9 milhões de toneladas apenas em 2014, assim como a recente tendência de especialidades de café, tem colocado uma crescente pressão nos produtores para suprir a demanda. Isso também incentiva as fraudes, como jogar alguns grãos de robusta em misturas de café arábica para reduzir os custos. Por exemplo, um estudo de 2009 conduzido pela Associação Brasileira de Indústrias de Café (ABIC) re-

FOTO: Mila Bozhkova

Novo método facilita detecção de fraude no café

velou que 583 das marcas nacionais, ou 25 por cento, exportaram café adulterado. O novo método desenvolvido pelos cientistas italianos testa o percentual de Arábica e Robusta em uma mistura. É mais rápido, mais fácil de ser realizado, e utiliza equipamentos relativamente baratos para medir os compostos em um líquido, semelhante aos utilizados em testes de doping. Ele envolve misturar o café moído em uma solução de água e ácido metanoico, e colocar o líquido em um instrumento de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) para identificar as quantidades de homostaquidrina do café. Os resultados mostram que o teor médio de homostaquidrina é de 1,5 ± 0,5 miligramas por quilograma de grãos Arábica e 31,0 ± 10,0 nos grãos Robusta. Estes valores são uma base na identificação do café adulterado. Outra vantagem da homostaquidrina é a sua elevada estabilidade ao calor, pois é extremamente difícil de rastrear a fraude do café quando os grãos foram torrados. Um teste semelhante baseado em um composto vegetal diferente, encontrado nos grãos da café Robusta, já foi certificado pelo Instituto Alemão de Padronização, contudo, ainda é complicado e menos correto. Embora este novo método seja certamente bastante promissor, ele não abrange todas as adulterações da café possíveis. Elas podem envolver a qualidade do grão em si, como a adição de grãos defeituosos, ou a mistura com outras substâncias, tais como cascas e talos, açúcar mascavo, milho, sêmea de trigo, cevada, soja, chicória, centeio e sementes de açaí. Enquanto a adição de açúcar mascavo possa não ser tão nociva, a adição de grãos defeituosos pode espalhar uma substância tóxica produtora de fungos, chamada ocratoxina A (OTA) que é comumente associada a tumores e doenças nos rins. O Conselho Internacional do Café (ICC) iniciou um Programa de Melhoria da Qualidade do Café (CQP) em 2001 para os seus 45 países membros, estabelecendo um limite máximo de defeitos por 300 gramas de amostra. O Brasil, maior produtor de café do mundo, também tem ajustado suas políticas para garantir a pureza de seu café. Porém, depois de torrado e moído, a adição de tais materiais somente podia, até agora, ser detectada por meios de análises laboratoriais elaboradas. (FONTE: Food Chemistry Journal and International Coffee Organisation)


EMPRESAS

Café Truville - Sabor a Todo Momento

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Adriana Dias

Fazenda Petrópolis é uma tradicional fazenda produtora de cafés na região da Alta Mogiana. Está situada no município de Franca (SP) e é exportadora de cafés desde 1988, seguindo um padrão de grãos selecionados tipo Arábica, com qualidade e sabor único. Como forma de ampliar a competitividade, aproveitando todo o conhecimento já adquirido em anos de produção cafeeira, a “Família Petrópolis” decidiu construir uma nova marca. Agora no mercado de consumo direto. E a idéia surgiu há mais ou menos três anos com os irmãos Túlio e Vinícius Pádua de Paula, que levaram em consideração a forte demanda por cafés no Brasil e no Mundo e o aumento do interesse do consumidor por cafés diferenciados (espresso, capuccino, gourmet, descafeinado, etc.). Os irmãos visitaram tradicionais empresas produtoras de cafés na região da Alta Mogiana, conheceram as técnicas e os procedimentos necessários e decidiram abrir uma torrefação própria.

Utilizando-se exclusivamente de matéria prima proveniente da Fazenda Petrópolis, Túlio e Vinicius lançaram o café Truville. Um café diferenciado, com qualidade, sendo que o blend é cuidadosamente selecionado por José Edson Silva, diretor da Cafeeira Silva & Diniz. O café Truville está no mercado há dois anos, se consolidando a cada dia como um café de excelente qualidade. Além do café torrado e moído, nas embalagens de 500 gramas, contam também com o café espresso. Atende Franca (SP) e região. A produção média é de 10 toneladas mensais com distribuição em mais de 1.000 pontos de distribuição. Futuramente, com a consolidação da marca Truville, está nos planos dos empresários o lançamento das linhas cappuccino e o filtro. A origem do nome Truville vem da junção das iniciais dos nomes dos familiares (Túlio, Renato, Vinicius, Leonardo, Laura e Leise) e na empresa, Túlio é o responsável pela administração geral, enquanto seu irmão, Vinícius, administra a produção. Maiores informações: (16) 3017-0250. Site: www.cafetruville.com.br - Email: cafetruville@hotmail.com

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1º Dia de Campo da Fundação Procafé em Franca (SP) acontece dia 18 de maio

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Fazenda Experimental da Fundação Experimental do Café da Alta Mogiana, em Franca (SP), receberá o 1º Dia de Campo da Fundação Procafé, entidade responsável pela condução das pesquisas atualmente no local. O evento será realizado no dia 18 de maio, com a correalização do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e apoio da COCAPEC (Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas) e da Prefeitura de Franca. “Neste momento em que a atividade cafeeira, no campo, defronta-se perante novos desafios, dadas as condições econômicas adversas e a elevação dos custos de produção, torna-se essencial buscar informação e conhecer novas tecnologias a fim de que, no meio de tantas dificuldades, oportunidades sejam encontradas”, afirma Marcelo Jordão, Engenheiro Agrônomo da Fundação Procafé. Combinando estações de campo para demonstrações tecnológicas de pesquisas desenvolvidas juntamente com a exposição das principais empresas ligadas à cafeicultura. Esta é uma chance única em que os participantes terão acesso às principais inovações e tendências do setor. Apresentação ao público dos resultados obtidos através

da pesquisa realizada, além de inovações demonstradas na prática dos seguintes ensaios: Comportamento de Novas Variedades; Espaçamentos x Variedades; Poda e Condução de Brotos; Manejo do Mato; e Melhoramento Genético do IAC. Através da visitação aos ensaios de pesquisa, o participante terá a oportunidade de receber mais conhecimento, além de se inteirar com novas tecnologias e informações práticas. O evento terá início a partir das 13 horas, na Fazenda Experimental, situada na Av. Doutor Sidney Romeu Andrade, s/n, Jardim Marambaia, em Franca (SP). A ESTAÇÃO EXPERIMENTAL - A Fazenda Experimental da Alta Mogiana foi fundada em 2000 e é uma conquista dos cafeicultores da região, que se uniram e, em parceria com a Prefeitura de Franca, instalaram a primeira unidade de pesquisa oficial em toda a Alta Mogiana, em busca de informações sobre variedades, clima, solo, bem como ensaios de adubações, controle de pragas e doenças, etc. A COCAPEC foi a entidade responsável por manter as pesquisas até o ano passado, quando firmou um convênio com a Fundação Procafé. A partir de então, a equipe do Engº Agrº Marcelo Jordão passou a gerenciar as pesquisas. Na fazenda estão plantados ensaios com inúmeras variedades de todas as regiões cafeeiras do Brasil: IAC (São Paulo), Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Paraná e Espírito Santo. “Temos ensaios com as variedades tradicionalmente conhecidas, como Mundo Novo, Catuaí e Catucaí. Mas também temos ensaios com variedades resistentes, como a Acauã, Acaiá e também de variedades antigas, como: Sumatra, Bourbon, Caturra, Nacional Typica, San Ramon, Maragogipe, Goiaba, Laurina, São Bernardo, Vila Lobos, Vila Sarchi. INFORMAÇÕES - www.fundacaoprocafe.com.br ou rosiana@fundacaoprocafe.com.br – Tel. (35) 3214-1411.


FEMAGRI

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8º SIMCAFÉ supera todas as expectativas FOTOS: Revista Attalea

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esmo em um ano muito conturbado na economia e na política brasileira, a Cadeia Produtiva do Café comprova mais uma vez que o setor é um dos mais importantes da economia brasileira. O 8º SIMCAFÉ (Simpósio do Agronegócio Café da Alta Mogiana), criado em 2009 pela COCAPEC (Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca e Região) com o objetivo de difundir conhecimento e trazer novas oportunidades aos agricultores da região, foi novamente um sucesso de público e de negócios. O evento foi realizado no espaço Villa Ventura, entre os dias 12 e 14 de abril, em Franca (SP). Com um dia a mais de visitação, o público superou todas as edições anteriores e os cafeicultores puderam conferir, entre os mais de 70 estandes expositores, as últimas novidades em insumos agrícolas, criação animal, tecnologia para gestão e adequações ambientais. Como sempre, o setor de máquinas e implementos foi o mais visitado e foi onde aconteceram as principais e mais vultosas transações comerciais. Dentre as palestras, destaque para Alexandre Mendonça de Barros e César de Castro Alves, que abordaram o tema “Panorama Macroeconômico e os Efeitos na CafeiculFOTO: Divulgação COCAPEC

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Mais de 2 mil produtores visitaram o evento que é organizado pela COCAPEC

Mauricio Miarelli, presidente da COCAPEC, discursa na solenidade de abertura do 8º SIMCAFÉ.

tura” e para Silas Brasileiro, presidente executivo do CNC (Conselho Nacional do Café), que abordou o tema “Políticas Públicas para Defesa e Desenvolvimento da Cafeicultura Promovidas pelo CNC”. Falando especificamente sobre o lado técnico da cultura, o Engº Agrônomo do Procafé, André Luiz Alvarenga Gárcia, abordou o tema “Novos Manejos de Poda para uma Lavoura mais Produtiva”. Entrando no mercado de cafés especiais, a COCAPEC promoveu o lançamento de novo produto da cooperativa: as “Cápsulas Senhor Café”.

No estande da Associação Florestal, mudas de espécies nativas foram doadas

Negócios e orientações técnicas no estande da BASF.

André Cunha e a equipe da Monte Alegre Sementes e Mudas de Café.

Lançamento da nova Pick-up Fiat Toro, no estande da Cofrana.


FOTOS: Revista Attalea

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A Cafeteria Senhor Café, local de lançamento das novas cápsulas.

Público participativo na abertura e nas palestras técnicas e setoriais.

Muitos negócios no estande da KO Máquinas Agrícolas.

Estande da Palini & Alves, com muitas novidades para os cafeicultores.


ARTIGO

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OS EVENTOS COMO FORMA DE COMUNICAR AS NOVIDADES DO SETOR

André Luis da Cunha - Cafeicultor, diretor-presidente da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana [ altamogiana@amsc.com.br ]

ão é raro escutar de um produtor a frase “o que sei fazer bem é plantar e produzir café”. E ele não está errado. Eu mesmo confesso que, como cafeicultor que sou, já devo ter usado essas mesmas palavras em algum discurso. Mas, também é preciso reconhecer que a atividade produtiva pode se tornar um tanto quanto solitária, em meio a lavoura e um mar sem fim de pés de café diante de nossos olhos. E que o envolvimento com a cultura, seu manejo e sua colheita, pode ser tamanho e com tal profundidade que nos esquecemos - às vezes por anos a fio - de pararmos e olharmos um pouco ao redor para ver o que há de novo, de interessante e de inovador que poderá, inclusive, ajudar a ser mais eficiente e competitivo no mercado. Pode até soar como um clichê, mas as mudanças atualmente vêm com uma velocidade de tirar o fôlego. A notícia da manhã já nasce velha. E as tecnologias e tendências de mercado chegam com maior freqüência e mais acessíveis. Neste momento, a interação com demais cafeicultores e profissionais do setor, mais do que nunca, se torna aliada do produtor. Conhecer o que há de novo e discutir suas características e pormenores faz parte do processo de tomada de decisão para adotar ou não um novo equipamento ou mudança no manejo produtivo. Quanto mais informações com qualidade - melhor a chance de acerto na decisão. Dai a necessidade e importância das entidades e empresas referência do setor em estruturar eventos nos quais as palavras de especialistas e, em alguns casos, o contato e

visualização do produto, são fundamentais para munir o produtor com conhecimento e informação. São oportunidades que não devem ser desperdiçadas, seja por aprofundar um tema de interesse, pela apresentação de resultados conquistados, novidades e tendências, ou pelas discussões que podem surgir e pelos contatos profissionais que poderão ser estabelecidos. Nessas ocasiões, muitas vezes, os temas abordados poderão parecer mais distantes ou mais próximos da realidade individual de cada propriedade ou produtor. Mas vale ter em mente que, se não naquele exato momento, o que está sendo apresentado poderá auxiliar no futuro ou com algum problema paralelo. Ou até despertar para um investimento ainda não pensado. As possibilidades são inúmeras. Os eventos são uma ferramenta de comunicação com os cafeicultores e a sociedade no geral. Cada ação, seja organizado por entidades de classe ou empresas privadas, tem um objetivo específico e proveito a ser tirado. As diferentes modalidades estruturadas também contribuem para o crescimento: fóruns, simpósios, workshops, dias de campo, cursos, treinamentos e concursos, pois cada uma sensibiliza de forma diferente mas todas tem o intuito que o participante veja, conheça, debata ou reflita sobre o assunto e utilize o aprendizado adquirido para aprimorar seu planejamento futuro. Ao longo do ano, diversos encontros são realizados na Região da Alta Mogiana cujos públicos-alvo são os cafeicultores. Há o investimento do tempo e a dedicação para estruturar o evento com sucesso e, em muitos casos, palestrantes viajam milhares de quilômetros para compartilhar seu conhecimento fruto, muitas vezes, de anos de dedicação e muitas horas de pesquisa e estudo. Assim, é importante estar atento ao que acontece no setor e aproveitar para participar desses eventos. Alguns serão maiores e outros menores, mas todos fundamentais para apoiar sua atividade e melhorar aquilo que você já faz com excelência: plantar e produzir café. Busque se aproximar daquilo que desconhece e aprofundar o que é de interesse. Mas tenha em mente que, nesses momentos, quem mais ganha, é você.


CAFÉ

2º Fórum de Qualidade da Região da Alta Mogiana

André Cunha (presidente da AMSC) discursa na abertura do evento.

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FOTOS: Revista Attalea

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o Campo à Xícara. Com este tema, o 2º Fórum de Qualidade da Região da Alta Mogiana reuniu mais de 110 pessoas no anfiteatro do Café Terreiro, em Franca (SP), no último dia 30 de março para apreciarem palestras que abordaram questões técnicas e de mercado referentes aos cafés especiais. O evento – uma realização da FAESP Senar e Sebrae-SP com o apoio da AMSC, Casa do Café, Lucca Cafés Especiais, Via Verde e Sindicatos Rurais da Região da Alta Mogiana – contou ainda com a presença do Sr. Alexandre Ferreira, Prefeito de Franca, na abertura. Guilherme Rosa, sócio-diretor da Via Verde, abriu o ciclo de apresentações ao abordar a “Nutrição do café para a produção de grãos especiais”. Sua fala destacou a relação dos nutrientes com o tamanho dos grãos, os açúcares e a qualidade da bebida. Na sequênica, os sócios-proprietários da Cafeteria Lucca Cafés Especiais de Curitiba (PR), trouxeram relatos sobre suas experiências, respectivamente, com a gestão da empresa e como provadora internacional de café especial. Luiz Ota-

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André Cunha (presidente da AMSC) com os palestrantes do fórum: Guilherme Rosa, Luiz Otávio e Geórgia Franco.

vio trouxe de forma clara e concisa a “visão do comprador do Brasil”, com um panorama da cadeia com reflexões acerca do entendimento dos consumidores sobre cafés especiais até sobre as margens de ganho dos elos e dos cafeicultores que vendem seu produto com ágio pela qualidade diferenciada. Georgia Franco, com graça, delicadeza e um conhecimento extenso, debateu com a platéia o tema “Origens de cafés especiais no Brasil e no mundo” ao discutir as mudanças no padrão de consumo; a percepção sobre qualidade de bebida; as diferentes origens do grão e a importância do consumidor conhecê-la e a história do produtor. A segunda edição do Fórum reforçou a importância do diálogo entre produtores e especialistas do setor de cafés especiais e mostrou que o conhecimento é a base para o desenvolvimento contínuo da Região da Alta Mogiana.


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Importância dos adjuvantes e qualidade das águas nas pulverizações Maickon Ribeiro Balator1 e Renato Passos Brandão2

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om o intuito de garantir a segurança alimentar da população mundial nas próximas décadas, a utilização e o aperfeiçoamento de tecnologias de aplicação na agricultura são de fundamental importância. Nas aplicações dos fertilizantes foliares e defensivos agrícolas, é necessário o emprego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a correta colocação do produto biologicamente ativo no alvo em quantidade necessária, de forma econômica e com o mínimo de contaminação do meio ambiente (MATUO, 2001).

QUALIDADE DA ÁGUA PARA PULVERIZAÇÃO Neste artigo serão abordados os principais gargalos na utilização dos adjuvantes nas pulverizações agrícolas. Porém, antes de comentar sobre este assunto, é de suma importância abordar a qualidade da água nas pulverizações dos fertili-

AUTORES 1 - Coordenador Técnico da Bio Soja. 2 - Gestor Agronômico da Bio Soja.

zantes foliares e defensivos agrícolas. A qualidade da água pode ser classificada em dois grupos: físico e químico. QUALIDADE FÍSICA DA ÁGUA - Uma água de baixa qualidade física é aquela contaminada por argila e/ou matéria orgânica em suspensão, podendo influenciar negativamente nas pulverizações e comprometer a eficiência agronômica dos defensivos agrícolas. Além disso, ocorre redução no rendimento operacional pelas paradas frequentes para a limpeza do sistema filtrante dos pulverizadores e redução da vida útil dos componentes dos equipamentos de pulverização. A melhor solução ainda é a escolha de uma fonte de água isenta destes materiais em suspensão. Uma segunda alternativa é a filtragem da água antes da sua utilização nas pulverizações. Entretanto, pode ocorrer redução no rendimento operacional quando do abastecimento do tanque do pulverizador. QUALIDADE QUÍMICA DA ÁGUA - Um dos principais parâmetros para a avaliação da qualidade química da água é a dureza. Este parâmetro é definido como a concentração de cátions alcalino-terrosos [cálcio (Ca+2), magnésio (Mg+2), estrôncio (Sr+2) e bário (Ba+2)] na água, expressa na forma de ppm (partes por milhões) de CaCO3. Normalmente, a dureza das águas é representada pelos íons Ca+2 e Mg+2 originados dos carbonatos, bicarbonatos, cloretos e sulfatos. A dureza da água possui grande interferência na eficiência dos defensivos agrícolas, dentre os quais, o glifosato. Para amenizar os efeitos negativos destes cátions na eficiência agronômica dos glifosatos, é necessária a utilização de adjuvantes com capacidade sequestrante destes elementos químicos. Além do Ca+2 e Mg+2, há outros cátions que também interferem negativamente na eficiência do glifosato, destacando-se, o alumínio (Al+3), cobre (Cu+2), ferro (Fe+3 e Fe+2), manganês (Mn+2) e zinco (Zn+2). Realizar a análise química das águas a serem utilizadas nas pulverizações foliares. Caso seja necessário, utilizar também adjuvantes sequestrantes de cátions com o intuito de eliminar a interferência destes elementos químicos na eficiência dos glifosatos. ADJUVANTES - Define-se adjuvante como qualquer substância ou composto sem propriedades fitossanitárias, exceto a água, adicionado à calda de pulverização para facilitar a aplicação, aumentar a eficiência ou diminuir os riscos das pulverizações (KISSMANN, 1998). O pesquisador Hamilton Ramos, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), propõe uma classifica-


CAFÉ ção funcional dos adjuvantes, dividindo-os em dois grupos: adjuvantes utilitários e potencializadores. Os adjuvantes utilitários são empregados na melhoria do processo de pulverização, enquanto os potencializadores otimizam o desempenho da gota quando atinge o alvo. As funções dos adjuvantes potencializadores e utilitários estão especificadas a seguir: • Adjuvantes potencializadores: Espalhante, adesivo, umectante e penetrante; • Adjuvantes utilitários: Tamponante ou acidificante, redutor de espuma, quelatizante e compatibilizante. QUAL É O MELHOR ADJUVANTE? - Atualmente, há um número relativamente grande de adjuvantes a disposição dos produtores rurais. Os fabricantes argumentam que os adjuvantes realizam inúmeras funções melhorando a eficiência das pulverizações agrícolas. Entretanto, é impossível um adjuvante possuir todas as funções comentadas anteriormente. Porém, é possível um adjuvante ser multifuncional, tendo duas ou mais funções. Na escolha do adjuvante é necessário verificar as necessidades dos produtores rurais, conhecer o alvo biológico, o comportamento do produto comercial (defensivos agrícolas e fertilizantes), a arquitetura da planta, as condições climáticas, entre outras informações relevantes. GLIFOSATO - SITUAÇÃO PRÁTICA - O glifosato (Nfosfonometil glicina) é o herbicida mais utilizado no Brasil e no mundo. O produto foi lançado em 1974 e atualmente, está registrado em mais de 130 países para o uso em mais de 100 culturas. É um herbicida utilizado em pós-emergência das plantas daninhas, sistêmico, não-seletivo e com largo espectro

de ação (YAMADA & CASTRO, 2007). Na soja Roundup Ready e demais culturas RR, o glifosato também é aplicado em pós-emergência na fase vegetativa das culturas (LYDON & DUKE, 1989). O glifosato é um herbicida sistêmico com grande capacidade de redistribuição nas plantas. Portanto, não é necessário que ele atinja toda a planta daninha, bastando apenas que atinja o terço superior das plantas daninhas para que ocorra a sua absorção e o posterior controle, desde que a dose do herbicida seja adequada. Neste caso, o produtor rural pode utilizar uma ponta de pulverização que produza gotas com tamanhos medianos a grossa. Desta forma, ocorrerá redução na deriva e evaporação das gotas. Nesta aplicação, não há necessidade da utilização de um adjuvante com funções de redutor de deriva e umectante. Em contrapartida, teremos maior possibilidade de sucesso com a utilização de um adjuvante com funções de sequestrante de cátions e redutor de espuma. As águas com cátions podem interferir negativamente na eficiência do glifosato no controle das plantas daninhas. Além disso, a maioria das formulações do glifosato forma muita espuma no tanque de pulverização por ocasião do abastecimento. “Uma água com baixa qualidade física é aquela contaminada com argila e/ou matéria orgânica em suspensão” Em geral, os glifosatos são formulados com surfactantes e não necessitam de adjuvantes. Contudo, a mistura com outros herbicidas nos tanques de pulverização é

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uma prática comum. Por exemplo, na mistura com um concentrado emulsionável, pode ocorrer floculação ou cristalização devido a uma condição desfavorável de pH. Tais situações requerem a utilização de adjuvantes para aumentar a compatibilidade no tanque de pulverização (AZEVEDO, 2011). O PARAQUAT - O Paraquat é um herbicida com baixa redistribuição nas plantas (pouco móvel). É um produto de contato. Neste caso, é importante utilizar pontas de pulverização que produzam gotas médias a finas para atingir integralmente a planta, obtendo uma melhor cobertura das plantas daninhas e proporcionando um controle satisfatório. Entretanto, as gotas finas são mais susceptíveis às perdas por deriva, fazendo-se necessário o uso de um adjuvante com a função de redução da deriva. É importante mencionar que quanto maior o tamanho das gotas de pulverização, menor será a cobertura no alvo e menor a penetração das gotas no terço inferior da planta. Porém, menor será também o risco de perdas por deriva. Em contrapartida, quanto menor o tamanho das gotas, maior a cobertura do alvo, maior a penetração no terço inferior da planta e maior será o risco de perdas por deriva. Em resumo, não podemos utilizar um mesmo adjuvante para os herbicidas Paraquat e Glyphosate, por possuírem diferentes modos de redistribuição nas plantas. ESPALHABILIDADE vs. ESPÉCIE VEGETAL O principal objetivo de um adjuvante com função espalhante é melhorar a distribuição das gotas na superfície do alvo: folhas, caules e frutos das culturas. Os espalhantes adesivos a base de nonilfenol são utilizados em larga escala. Porém, temos que nos atentar quanto à sua função principal e ao objetivo da aplicação. O nonilfenol tem como função a quebra da tensão superficial das gotas, aumentando o espalhamento nas folhas e, por consequência, a área de cobertura. Entretanto, há trabalhos na literatura indicando que este surfactante diminui o DMV (diâmetro mediano volumétrico) das gotas. Assim, dependendo do espectro do tamanho das gotas pode aumentar a deriva. Ainda sobre a espalhabilidade, há muitas diferenças entre os adjuvantes e também entre as superfícies vegetais (qualidade e quantidade de cera). Pesquisa

Figura 1. - Efeito de três adjuvantes na espalhabilidade (área de cobertura em mm2) nas folhas de algodão e feijão.

Fonte: RAMOS, 2015 (dados não publicados).

realizada pelo Hamilton Ramos (dados não publicados), ilustra muito bem a diferença da espalhabilidade de três adjuvantes em duas culturas (Figura 1). Para a cultura do algodoeiro, o melhor produto foi o adjuvante A, enquanto na cultura do feijoeiro, o melhor produto foi o adjuvante C. Teoricamente, para cada cultura é necessário um adjuvante específico que lhe proporcione a melhor cobertura. Um bom espalhante proporciona uma excelente cobertura nas folhas da cultura, sendo possível reduzir o volume da calda de pulverização sem prejuízos no controle do alvo biológico. Portanto, é possível obter um maior rendimento operacional sem redução da eficiência agronômica dos defensivos agrícolas e fertilizantes foliares. Entretanto, esta decisão deve ser tomada caso a caso. Para avaliar a espalhabilidade de um adjuvante é essencial que o teste seja realizado na folha da cultura, e não no cartão hidrossensível, que tem por objetivo avaliar somente a deposição de gotas. CONSIDERAÇÕES FINAIS - Os produtores rurais devem melhorar a eficiência das operações agrícolas, dentre as quais, as pulverizações com o intuito de reduzir os custos e melhorar a performance dos defensivos agrícolas e fertilizantes foliares. Os adjuvantes, quando bem utilizados, facilitam as pulverizações, aumentam a sua eficiência e reduzem os riscos nas aplicações. Entretanto, no mercado nacional, há um grande número de adjuvantes e o produtor rural sob a orientação de um profissional qualificado, deve verificar qual o produto que melhor atende as suas necessidades.


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Giovani Belutti Voltolini1, Dalyse Toledo Castanheira2, Thales Lenzi Costa Nascimento3 e Ricardo Nascimento Lutfala Paulino4

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cafeicultura possui grande importância na agricultura nacional, possuindo influência direta nas relações socioeconômicas do país. Sobretudo, os manejos realizados na lavoura cafeeira são determinantes para a viabilidade de cultivo, assim como para elevada produção e qualidade dos frutos. Dentre os manejos realizados, as atividades de pré e pós – colheita vêm se destacando na obtenção de cafés de qualidade, principalmente, quando relacionadas com assepsia da planta e dos frutos, visando a menor incidência de fungos e bactérias. IMPORTÂNCIA DO MANEJO PRÉ-COLHEITA - As atividades que antecedem a colheita do café são de grande importância no decorrer da safra, visto que as mesmas garantem a sanidade da lavoura, assim como a eficiência na realização desta prática. Normalmente, estas práticas começam a ser realizadas nos meses de abril e maio, dependendo da cultivar utilizada, pois algumas possuem maior precocidade na maturação. Sobretudo, o início da colheita também é uma decisão que pode influenciar na qualidade do grão, pois se a colheita for iniciada muito cedo, a incidência de grãos verdes será grande, assim com a de grãos secos, se o café for colhido muito tarde. Portanto, cabe atenção especial por parte dos cafeicultores para que não haja prejuízos na qualidade do café. Atualmente, algumas técnicas vêm sendo empregadas na cafeicultura visando à realização do manejo pré – colheita, sendo a arruação, o controle de plantas daninhas, assim como a realização de pulverizações foliares a base de fungicidas ou produtos que atuem como preventivos no aparecimento destes patógenos.

AUTORES 1 – Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA, membro do Núcleo de Estudos em Cafeicultura – NECAF e Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD. Email:giovanibelutti77@hotmail.com 2 – Doutoranda em Fitotecnia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA, membro associado ao Núcleo de Estudos em Cafeicultura – NECAF e Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD. Email:- dalysecastanheira@hotmail.com 3 – Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA; membro do NECAF e GHPD. Email:- thaleslenzic@gmail.com 4 – Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA; membro do NECAF e GHPD. Email:- ricardo.lutfalap@gmail.com

FOTO: Diego Egídio Ribeiro

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A colheita de café se aproxima: é hora de tomar alguns cuidados

PRODUTOS UTILIZADOS NA PRÉ-COLHEITA Alguns produtos são utilizados via pulverização foliar no cafeeiro buscando a eliminação de possíveis fontes de disseminação de fungos e bactérias. Neste sentido, a utilização de produtos a base de cloro e cobre ganham destaque devido a assepsia que os mesmos proporcionam a planta. Estes tipos de microorganismos prejudicam a qualidade dos frutos devido aos processos fermentativos que os mesmos desencadeiam. É por meio desta fermentação que surgem os principais tipos de grãos que afetam a qualidade sensorial do café, sendo os grãos ardidos e os grãos pretos. Os resultados obtidos por meio da pulverização com estes produtos no cafeeiro são muito positivos, onde a ocorrência de grãos prejudiciais a qualidade do fruto é muito pequena. Entretanto, as condições climáticas podem interferir na eficácia do controle, sendo que temperaturas medianas associadas com umidade elevada fazem com que o produto seja menos eficiente. Neste caso, a dosagem pode ser alterada, buscando a potencialização no controle pelo uso destes produtos. MANEJO DA LAVOURA NA PÓS-COLHEITA DO CAFÉ - Sem sombra de dúvidas a colheita do café, sendo esta manual ou mecanizada, acarreta diversas injúrias às plantas do cafeeiro. Estas injúrias são realizadas tanto nas folhas como nos ramos, e são provenientes do atrito tanto das hastes das colhedoras como das mãos dos trabalhadores, no caso de colheita manual. Tais injúrias servem como porta de entrada para diversos microrganismos que podem ou não ser prejudiciais fitopatogenicamente ao cafeeiro, em outras palavras, podem contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças, tais como, podridão da phoma, antracnose e bacterioses. Além deste dano direto a sanidade das plantas, os microrganismos podem ainda se aproveitar de restos de cultura, como


folhas e frutos de café, que persistiram no solo após a varrição, contribuindo também para o desenvolvimento de pragas, como por exemplo, a Hypothenemus hampei (brocado-café). PRODUTOS UTILIZADOS NA PÓS-COLHEITA Para prevenir tais problemas sanitários, algumas técnicas vêm sido utilizadas pelos cafeicultores, como a aplicação de defensivos agrícolas a base de cobre, ditiocarbamatos, anilidas, dicarboximidas e estrobilurinas, entre outros. É importante ressaltar a necessidade de se alternar o princípio ativo a fim de aumentar a eficiência. Com relação a aplicação de cobre, este tem sido bastante citado nesta etapa da produção, uma vez que o efeito cicatrizante associado ao efeito tônico promove uma maior retenção foliar, promovendo a recuperação da planta e reduzindo os inóculos de ferrugem e cercosporiose. O cobre pode estar disponível na forma de calda bordalesa, óxido, hidróxido, oxicloreto, óxido cuproso, sendo formulados como pó molhável (WP), suspensão concentrada (SG) ou granulado dispersível (WG). Independentemente da formulação é recomentado a aplicação 800 gramas de cobre metálico por hectare, variando a dosagem do produto comercial de acordo com a sua concentração. MODO DE APLICAÇÃO - Os defensivos cúpricos são poucos solúveis em pH 7,0, o qual é recomendado para

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Figura 1. Esquema da solução de hipoclorito para desinfecção em equipamentos e terreiros.

sua aplicação, por este motivo deve-se evitar a mistura com produtos que promovam a queda do pH, uma vez que a solução se torna mais ácida a solubilidade do cobre, o que pode acarretar a intoxicação das plantas. No caso do café, essa toxidez não é muito observada devido a sua elevada tolerância a este elemento. As aplicações devem ser realizadas imediatamente após a colheita, quanto mais rápida a aplicação, maior


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a eficiência. Como os produtos à base de cobre são de ação de contato, os equipamentos devem estar bem regulados e promover uma distribuição uniforme do produto por toda área foliar. Tais cuidados estão diretamente ligados com a eficiência no controle dos patógenos. A utilização de tal técnica tem propiciado uma menor incidência de doenças, principalmente a ferrugem do café, causada pelo fungo Hemilia vastatrix. Com a adoção deste manejo a incidência desta doença em específico tem sido facilitado, devido a menor incidência no início do período chuvoso. VANTAGENS DO USO DE CLORO ESTABILIZADO - A finalidade da utilização do cloro estabilizado é para a assepsia dos equipamentos ou locais por onde o café passará, visando a não contaminação do mesmo durante as etapas pré e da pós-colheita do café. A utilização do cloro estabilizado é fundamental na medida de controle e prevenção da contaminação microbiana, pois este atua como fungicida e bactericida de contato, largamente utilizado no seguimento de hortifruti e também para a desinfecção em pós-colheita. Pode substituir com vantagens os produtos comumente usados no controle de fungos, bactérias e vírus. Essa descontaminação é realizada, pois, os microrganismos contaminantes que causam danos originados pela infestação nos grãos, podem afetar de forma severa a qualidade fisiológica e a qualidade sanitária, ainda em alguns casos, inibindo por completo ou reduzindo a capacidade de germinação, que indiretamente relaciona com a qualidade dos grãos e um produto de pior qualidade no final do processamento. A infestação por microrganismos está sujeita à ação de

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alguns fatores externos os quais podem reduzir as chances de sua transmissão, como por exemplo, o tratamento com agentes desinfetantes. Por isso é recomendado o tratamento dos grãos com agentes químicos que auxiliam na redução do número de fungos. USO DO HIPOCLORITO DE SÓDIO - O hipoclorito de sódio constitui uma das fontes de cloro com possibilidade de utilização como esterilizante químico. É um produto químico muito empregado para esterilização. Sua utilização em larga escala é devido ao seu vasto espectro, além de ser um produto de fácil aquisição e de baixo custo. A utilização na pós-colheita do café é muito importante, sendo que o cloro pode ser utilizado em vários setores. Para os produtores que utilizam os lavadores mecânicos e ainda os descascadores com desmucilador, ou seja, para aqueles que utilizam o processamento via úmida é recomendado à utilização a cada quinze (15) dias de uma solução de hipoclorito a dez por cento (10%) para a desinfecção de todo o equipamento. Então, conforme a Figura 1, para uma bomba costal de vinte (20) litros é recomendado colocar dois (2) litros de água sanitária dentro da bomba costal e posteriormente completar com água o volume total da bomba costal de capacidade de vinte (20) litros. Essa solução faz a desinfecção dos microrganismos que possivelmente podem se alojar nos equipamentos e contaminar os grãos de café possibilitando cafés de pior qualidade. Ainda, a utilização desta solução no terreiro pode ser de grande utilidade, sendo aplicada antes da esparramação do café para a etapa de secagem.


CAFÉ

Projeto propõe avaliação de impactos econômicos na produção cafeeira

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ma parceria entre a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), coordenado pelo professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior, vai propiciar a avaliação dos impactos econômicos e de produtividade das cultivares de café desenvolvidas pela Empresa em parceria com as universidades federais de Viçosa e Lavras. Pela proposta, a EPAMIG será responsável pela coleta e registro das informações sobre custos de produção e o CIM/UFLA processará os dados por meio do software SIGES, que realiza o armazenamento de dados dos produtores, a geração de indicadores individuais, comparações e a construção de análises e relatórios. O projeto tem vigência até 2018. O programa vai possibilitar a emissão de relatórios de custos, receitas e indicadores de cada cultivar, o que permitirá a realização das avaliações com maior precisão. “Esse software de gestão de custos específico para a cafeicultura soluciona um grande desafio desse trabalho, que é reunir dados de custos de produção de café de um número signifi-

cativo de propriedades”, explica o pesquisador da EPAMIG Djalma Ferreira Pelegrini. Na fase inicial do projeto, serão acompanhadas 40 propriedades cafeeiras na microrregião de São Sebastião do Paraíso (Sul de Minas) e outras 40 da microrregião de Patrocínio (Alto Paranaíba), que plantam ou já plantaram cultivares desenvolvidas pela EPAMIG. O desempenho das cultivares da EPAMIG será comparado ao das cultivares tradicionais para o apontamento das principais diferenças entre elas. Para tanto, serão emitidos relatórios anuais com informações agregadas - níveis tecnológicos regionais, custos médios dos fatores de produção, mapeamento de deficiências, entre outros. Esses relatórios fornecerão informações e benchmarking internos que servirão de base para as decisões estratégicas de interesse da EPAMIG. Djalma destaca que os relatórios tendem a ser bastante precisos e gerar benefícios também para os produtores que receberão informes de custos e receitas de suas unidades de produção. (FONTE: CIM/UFLA)

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CAFÉ

1ª Feira de Máquinas da COOXUPÉ no Cerrado gera mais de R$ 30 milhões em negócios

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COOXUPÉ - Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (MG) superou as expectativas da 1ª Feira de Máquinas e Implementos Agrícolas do Cerrado, realizada na cidade de Coromandel, no Cerrado Mineiro, entre os dias 06 e 07 de abril. A Feira do Cerrado contou com 63 estandes e 50 expositores, além de praça de alimentação. O número de visitantes/compradores alcançou 3.084 pessoas e a geração de volume de negócios fechou em R$ 30,1 milhões. O Superintendente de Desenvolvimento do Cooperado da COOXUPÉ, José Eduardo Santos Júnior, afirma que os resultados demonstram que o produtor está consciente da importância em levar tecnologias e insumos modernos para suas lavouras, com objetivo de qualificar ainda mais a produtividade. “Estávamos aguardando 3 mil pessoas e R$ 24 milhões em negócios, mas esta primeira edição da feira nos surpreendeu. Certamente é um projeto que a cada ano vai ganhar mais força aqui no Cerrado mineiro”, acredita. O presidente da COOXUPÉ, Carlos Paulino, agradeceu a confiança dos cooperados e o trabalho de todos os colaboradores da cooperativa. “O comprometimento de todos nos permitiu mais uma conquista. Agradecemos o empenho

de cada um e comemoramos este resultado que demonstra que acertamos em promover este evento”, disse. O Cerrado mineiro é atualmente responsável por 12,7% da produção de café no país e 25,4% em Minas Gerais. A região se destaca pela produção de café com qualidade diferenciada, registrando uma área de 102 mil hectares de café certificado. De acordo com José Eduardo Santos Júnior, Superintendente de Desenvolvimento do Cooperado da Cooxupé, a “Feira do Cerrado” nasceu de uma antiga demanda da região por um projeto parecido com o da FEMAGRI (Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas), realizada no Sul de Minas pela cooperativa. “Esta feira em Coromandel vem atender às necessidades dos nossos cooperados dessa região. Os equipamentos utilizados por produtores do Cerrado e do Sul de Minas possuem características diferentes. No Cerrado, a grande maioria das máquinas e equipamentos é destinada a áreas com maior extensão e com 100% de mecanização. No Sul de Minas, podemos dizer que são máquinas para áreas parcialmente mecanizadas e ou mecanizáveis. Hoje temos experiência e conhecimentos necessários para tornar verdadeiro esse desejo nosso e de nossos cooperados em realizar duas feiras de negócios consecutivas”, revela.

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AGROHOMEOPATIA

A importância da Agrohomeopatia na agricultura

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ediada em Franca (SP), a Homeopatia Brasil é uma empresa de capital nacional, criada com a missão de pesquisar, desenvolver, produzir e fornecer tecnologia sustentável para diversas culturas. Inovar e contribuir com a preservação do meio ambiente, com a segurança alimentar e com a saúde coletiva fazem parte da visão que orienta a filosofia da empresa, com o desejo de garantir mais frutos para os clientes, sem abrir mão da qualidade e da responsabilidade ambiental. As soluções surgem sempre da necessidade específica dos produtores, esteja ela no solo ou na planta. “Sabemos que uma plantação bem cuidada apresenta uma série de resultados positivos, como ganho de produtividade e maior tolerância a situações adversas. Solucionar problemas do campo, sejam eles econômicos, sociais ou ambientais, é o que move o nosso trabalho”, afirma Alexandre Leonel, diretor da Homeopatia Brasil. De acordo com a filosofia da empresa, a saúde das águas, do solo, das plantas, dos animais e do homem é resultado de um processo integrado e dinâmico. A Homeopatia Brasil procura, com isto, atender as necessidades de cada produtor e de cada cultura respeitando, acima de tudo, o meio ambiente e as questões sociais, mas apresentando soluções econômicas e viáveis para o produtor rural. “São várias as vantagens da Agrohomeopatia, como por exemplo: Redução da necessidade de uso de agroquímicos convencionais; Diminuição dos danos provocados por pragas e doenças de difícil controle; Produção isenta de resíduos de agroquímicos; Preservação do meio ambiente e recuperação do solo e dos inimigos naturais; Preservação da qualidade da água de nascentes, córregos e rios; Proteção da saúde do trabalhador; e o Cumprimento das normas de certificação”, explica Leonel. A empresa oferece produtos Revitalizadores de Solo, para o Controle de Nematóides, para o Controle de Pragas, Cicatrizantes e Revitalizadores Vegetais. Além disto,

SOLUÇÕES PROPOSTAS PELA HOMEOPATIA BRASIL SOLUÇÕES AMBIENTAIS • Estimular os mecanismos de defesa natural das plantas, reduzindo a sua vulnerabilidade ao ataque de pragas e doenças. • Favorecer o equilíbrio ecológico, através da preservação do ecossistema e dos recursos hídricos; • Recuperar o potencial produtivo de áreas degradadas por manejos inadequados; • Prevenir a degradação do solo, por meio de estímulos à sua vitalidade, melhorando o seu potencial; • Melhorar a relação solo/planta e o equilíbrio dos nutrientes disponíveis; • Viabilizar o equilíbrio dinâmico dos microrganismos responsáveis pela saúde e vitalidade do solo. SOLUÇÕES SOCIAIS • Proteger a saúde do trabalhador, das comunidades de entorno e dos consumidores, com a utilização de soluções naturais e não tóxicas para o manejo de pragas e doenças; • Capacitar o produtor e sua equipe a realizar ações de manejo integrado de pragas e doenças. SOLUÇÕES ECONÔMICAS • Melhorar a rentabilidade através da redução dos danos provocados por pragas e doenças; • Promover a produção de alimentos isentos de resíduos tóxicos; • Possibilitar o acesso a mercados consumidores diferenciados. a Homeopatia Brasil oferece ainda, além da venda assistida de produtos, os serviços de Desenvolvimento e Acompanhamento de Planos de Redução do Uso de Agroquímicos (PRA), bem como a Elaboração de Documentação Técnica.

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CANA DE AÇÚCAR

FOTO: Cana OnLine

Começa a colheita da cana no Centro-Sul. Mecanização chega a 98% em Ribeirão Preto.

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colheita da cana-de-açúcar avança no País e tem início na região de Ribeirão Preto (SP). De acordo com Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, presidente da CANAOESTE (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), 98% das colheitas na região de Ribeirão são feitas com máquinas agrícolas. Segundo o pesquisador Carlos Eduardo Fredo, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), em 2007, o município de Ribeirão tinha apenas 52,3% da cana-de-açúcar colhida por máquinas. A proibição da queimada dos canaviais foi um fator que acelerou o processo de mecanização da colheita. Em 2007, os produtores rurais e o governo do Estado de São Paulo firmaram um acordo que antecipou o fim da queima da cana. Contudo, a implantação da colheita mecanizada gerou polêmica desde o início. Apesar de o corte manual dos canaviais ser um trabalho degradante, segundo Silvio Palviqueres, presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Ribeirão, “entre 80% e 90% dos boias frias perderam o emprego e tiveram que buscar uma nova atividade na construção civil ou voltaram para suas regiões de origem”. Segundo o pesquisador Carlos Eduardo Fredo, entre 2007 e 2015 foram fechados 5,4 mil postos de trabalho ligados ao corte da cana-de-açúcar no município de Ribeirão. “É um grande impacto e é difícil mensurar o número dos que conseguiram se requalificar para outras ocupações seja no setor sucroalcooleiro, seja em outras atividades ligadas ao setor agropecuário”, comentou o pesquisador. Silvio Palviqueres afirmou que as usinas chegaram a realizar programas de incentivo à capacitação profissional dos boias-frias, porém, com a longa jornada de trabalho,

muitos operários desistiram. “As usinas até incentivavam os estudos, mas os trabalhadores desanimavam, pois tinham que trabalhar o dia inteiro no sol cortando toneladas de cana e à noite assistir aulas”, explicou Palviqueres. A mecanização do corte nas lavouras de cana-de-açúcar é um fator crucial no aumento da produtividade. Apesar dos efeitos que gera na redução do emprego, é dessa forma que as sociedades conseguem avançar e se tornarem mais produtivas. Em outras palavras, apesar de alguns custos sociais de curto prazo, o crescimento da produtividade é a base da evolução econômica. Nesse ponto, o governo possui um papel importante em oferecer treinamento para mão de obra que acaba sendo liberada das lavouras, para adequá-la em outras atividades. Por exemplos, as atividades relacionadas ao setor de serviços carecem de mão de obra qualificada para o aumento de produtividade. A mão de obra liberada pela mecanização do corte da cana foi muito absorvida pela construção civil, sendo que esta se encontra dificuldades pelo cenário recessivo atual. No entanto, isso já é mais uma questão conjuntural da economia brasileira. (Fonte: FEA/USP e A Cidade)

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