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FOTO DE CAPA COLHEDEIRA DE CAFÉ JACTO. Colhedeira De Café Jacto K3500 Foto: Raphael Salomão
Modalidades diferenciadas diversificam a aquisição de máquinas agrícolas
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A Jacto inicia em 2016 a comercialização de colhedoras de café com Opção de Compra pela operação Barter, abrindo mais uma possibilidade para a compra de máquinas e equipamentos e oferecendo condições de pagamento variadas para o produtor rural. A modalidade consiste em permitir o pagamento em produto, no caso de sacas de café, como alternativa na aquisição de modelos de colhedoras da empresa.
INOVASHOW LEITE
Interpretação de prova genética de bovinos leiteiros
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A seleção é um método de melhoramento genético que consiste em escolher os melhores animais. O sucesso da seleção vai proporcionar o ganho genético para o rebanho leiteiro.
Ma Shou Tao realiza com sucesso o 1º INOVASHOW
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Um evento que reflete a confiança de um grupo de produtores rurais no agronegócio brasileiro. Assim foi o 1º INOVASHOW Ma Shou Tao, em Conquista (MG), com mais de 2.400 visitantes.
Selo de Origem e Qualidade na Região da Alta Mogiana
CAFÉ
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Lançado em maio de 2015, o Selo de Origem e Qualidade na Região da Alta Mogiana ganhou o mundo. Teve entre os lotes da safra 2015/2016 os primeiros embarques internacionais.
Certificado Fair Trade: conheça os caminhos
CAFÉ
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os últimos anos, muitos produtores rurais passaram a rever seus conceitos gerenciais, especialmente ao que tange a aquisição de insumos de produção. Justamente nesta questão que vem ganhando força a adoção das Operações de Troca de Barter, uma estratégia comercial que visa a troca de insumos por produção, principalmente por possibilitar o travamento de preços, mecanismo muito reivindicado pelos agropecuaristas em função da segurança negocial. “Barter” consiste na troca de insumos (como fertilizantes, sementes, defensivos e agora máquinas e implementos), por produtos agropecuários (como soja, milho, algodão, café, açúcar e outros) após a colheita. Na prática, a operação de barter implica na antecipação da venda de insumos para os produtores rurais, que emitem uma Cédula de Produto Rural (CPR) comprometendo-se a entregar determinado volume de produção correspondente aos valores de insumos recebidos. Contudo, como forma de garantir o racionalidade financeira da safra colhida durante todo o ano, o produtor rural precisa ficar atento ao assumir um valor alto numa operação como esta. Nesta edição, destaque para a Jacto que inicia a comercialização de colhedoras de café pela operação Barter. Entre os principais eventos realizados no mês, destaque para a FEMAGRI, em Guaxupé (MG). Sucesso absoluto em negócios, visitação, organização, limpeza e receptividade. Parabéns a toda a diretoria da COOXUPÉ e, em especial, à equipe de marketing. Destacamos, também, para o 1º INOVASHOW MA SHOU TAO, realizado no final de fevereiro em Conquista (MG). O evento foi planejado para reunir todos os elos da cadeia produtiva da bovinocultura leiteira, da produção de soja e milho. Parabéns ao organizador, empresário Jônadan Má, diretor executivo do Grupo Boa Fé. Na bovinocultura leiteira, publicamos um novo artigo dos especialistas Glayk Humberto Vilela Barbosa e Vânia Mirele Ferreira Carrijo, onde abordam a importância de saber interpretar as provas genéticas em bonivos leiteiros. Já a cafeicultura é destaque nesta edição em várias matérias e artigos. Pesquisadores do NECAF-UFLA orientam sobre a viabilidade do uso de maturadores. Já os pesquisadores da Fundação Procafé apresentam informações de que mudinhas de café, que nascem sob as saias dos cafeeiros, sinalizam a presença de nematóides. Os chinenes continuam assombrando a Cadeia Produtiva do Café. Por um lado, a mudança no perfil comprador da China estimulou a exportação dos cafés de Minas Gerais. Por outro lado, também pela mudança no perfil consumidor da China, empresários chineses estão se dirigindo à Argentina para cultivar grãos de café e utilizarão tecnologia de torra do Brasil para criar uma marca de café chinesa. O Selo de Origem e Qualidade na Região da Alta Mogiana também é destaque no quesito exportação. Vários cafeicultores iniciaram a comercialização de cafés especiais para outros países. Boa leitura a todos!!!!
HORTALIÇAS
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Produtor Rural precisa aprender melhor a comercializar sua safra
DESTAQUE: MÁQUINAS
EDITORIAL
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Presente em mais de 94 países, a Certificação Fair Trade é uma parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior eqüidade no comércio internacional.
Pesquisador do INCAPER descobre novo vírus em Jiló
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Hélcio Costa, pesquisador do INCAPER, diagnosticou um novo vírus em lavouras de jiló, denominado Tomato Chlorosis Virus (TOCV), do gênero Crinivirus, transmitido pela Mosca-Branca.
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contatos
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JOSÉ SALOMÃO DE SOUZA (Carvalhópolis / MG)
JOÃO PAULO DOS SANTOS ALMEIDA (joaopaulo.ufsj@gmail.com) Engenheiro Agrônomo - Sete Lagoas (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. EDUARDO CARRARO ROCHA (carraro.rocha@hotmail.com) Advogado - Franca (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.
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CLAUDIO ANDRE DOS PASSOS (passos.c.a@hotmail.com) Engenheiro Agrônomo - Muzambinho (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. EUZÉBIO FERREIRA DA SILVA (euzebioferreira@yahoo.com.br) Agricultor - Monte Azul (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. EDUARDO DE SOUZA BARCA (edulibanes@outlook.com) Fruticultor - Aguaí (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. MATHEUS DE SOUSA RIBEIRO (mattheus.ribeiro@hotmail.com) Graduando em Engenharia Agronômica Bom Jesus (PI). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. ROBSON PIRES CARDOSO (robson_barril@hotmail.com) Técnico Agrícola - Sumaré (SP). “Trabalho numa distribuidora e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. CÁSSIO BATISTA (agriabastecimento@tupaciguara.mg.gov.br) Funcionário Público - Tupaciguara (MG). “Trabalho na Secretaria Municipal de Agricultura e gostaria que fosse alterado o endereço de entrega da Revista Attalea Agronegócios”.
EVANDRO GAIAD FISCHER (evandro.fischer@gmail.com) Produtor Rural - Ribeirão Preto (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea”. NIRCEU PEREIRA LIMA (nirceupl@gmail.com) Engenheiro Agrônomo - Franca (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea”.
LILIAN HELENA TEODORO (lilianteodoro@live.com) Gestora Ambiental - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. PAULO HENRIQUE AVELINO BORGES (paulohenriqueavelinoborges@gmail.com) Cafeicultor - Patrocínio Paulista (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. WAGNER LOSKAR (wagner-loskar@hotmail.com) Engenheiro Agrônomo - Camaquã (RS). “Gostaria de receber a Revista Attalea”. DANILO MACHADO (danilotecnicoagricola@gmail.com) Técnico em Agropecuária - Itamogi (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea”. WELLINGTON R. CHUERI TEIXEIRA (arquitetochueri@netsite.com.br) Agricultor - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. MATHEUS CAMILO ALVES (matheusletocamilo@gmail.com) Estudante em Agronegócios - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. MILTON CÉSAR ANJOLETTO (joyce.anjoletto@gmail.com) Técnico em Agropecuária - Ipuã (SP). “Solicito alteração de endereço para continuar recebendo a Revista Attalea”.
ALEXANDRE POZZA (alexandre.pozza@yahoo.com.br) Cafeicultor - Ibiraci (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea”.
MURILO MARQUES (marquesmurilo@terra.com.br) Agricultor - São João Batista do Glória (MG). “Pecuarista de leite e produtor de milho e soja e quero assinar a Revista Attalea”.
PEDRO AUGUSTO N. SAMPAIO (pedro17augusto@hotmail.com) Graduando em Zootecnia - Franca (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea”.
JOÃO PEDRO SILVA MARTINS (joao_pedrosm@hotmail.com) Administrativo - Passos (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.
LEITE
Interpretação de prova genética de bovinos leiteiros seleção é um método de melhoramento genético que consiste em escolher os melhores animais numa população para serem pais da geração seguinte. Isso é um conceito que todo criador deve ter em mente. O sucesso da seleção dos melhores animais, machos e fêmeas, vai proporcionar o ganho genético para o rebanho ou para uma população de animais, ganho esse que é dependente de variabilidade genética da população para determinada característica, da quantidade de animais disponíveis para serem selecionados e de vários outros conceitos que não daria para serem abordados, sem nos tornarmos muito extensos. O ganho genético obtido por meio da seleção deve trazer o lucro tão almejado na atividade e, para isso temos de ter em mente perguntas a serem respondidas, após um planejamento: o que selecionar, para qual ambiente, para que selecionar e como selecionar. O valor que medimos em um determinado animal,
AUTORES 1 - Zootecnista, B.Sc. Mestrando em Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Jurado Efetivo de Raças Zebuínas e Assessor de Pecuária Leiteira. Email: glaykhumbertovilela@yahoo.com.br 2 - Médica Veterinária, M.Sc. Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Docente do Centro Paula Souza. Atua na área de sanidade, escrituração zootécnica e biotecnologia da reprodução.
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FOTO: ABS Pecplan
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Glayk Humberto Vilela Barbosa1 e Vânia Mirele Ferreira Carrijo2
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chamado valor fenotípico (por exemplo, kg de leite, gordura e proteína numa lactação, kg de peso ao desmame ou ao sobreano, kg de ganho de um animal de corte), é composto por um valor genotípico. É na parte genotípica que o melhorista se baseia no momento de identificar se um animal é superior para determinada característica, mais especificamente, numa parte do genótipo que é determinada por efeitos genéticos aditivos. Pode parecer muita teoria, mas na prática tem funcionado muito bem, que o digam os criadores de bovinos
leiteiros e de corte, quando pedem sêmen de um animal avaliado geneticamente. O planejamento dos acasalamentos determina o sucesso de qualquer programa de melhoramento genético. Ao se estabelecer objetivos dentro do seu sistema de criação, o produtor necessita de informações confiáveis dos touros utilizados nesses acasalamentos. Em bovinos de leite, podem ser destacadas, por exemplo, as produções de leite, gordura e proteína como as principais, mas outras relacionadas à saúde animal, como por exemplo, mastite ou contagem de células somáticas; as relacionadas à conformação e manejo, como por exemplo, capacidade corporal, força, pernas e pés, características de úbere, entre outras. Tem-se falado muito em países europeus, da persistência da lactação, sabendo-se que ela relaciona-se com doenças metabólicas e com a duração da lactação. A escolha do touro a ser utilizado hoje determina o tipo de vacas que estarão em produção em 3 anos. A escolha do touro deve se basear nas seguintes considerações: • Priorize as características consideradas na seleção e coloque um valor de importância para cada característicacaracterísticas de produção devem ser de 3 a 5 vezes maiores que características de conformação; • Utilize um método de seleção-um método independente de seleção ou preferencialmente um índice de seleçãopara escolher um touro baseado no seu PTA (Habilidade de Transmissão Predita); • Não utilize a confiabilidade para escolher um tourouse a confiabilidade para decidir o quanto você vai utilizar este touro.
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FOTO: ABCZ
Usando o PTA para decisões de seleção, o propósito básico da Habilidade de Transmissão Predita é classificar os touros através de seus valores para características de produção, manejo e tipo. Se um touro têm um PTA de +1.000 kg de leite, isto não significa que suas filhas irão produzir 1.000 kg a mais que suas companheiras de rebanho. Isto significa que, as filhas deste touro terão a média de produção 1.000 kg maior que as filhas dos touros usados na mesma base genética de uma população de vacas. A seleção deve ser baseada no PTA do touro. Um erro comum é usar a confiabilidade como critério de seleção. A confiabilidade indica a acurácia das avaliações genéticas. Muitas vezes os produtores utilizam a confiabilidade como um critério de seleção. Na verdade, a confiabilidade nunca deve ser usada como critério de seleção de touros;
FOTO: Gir Villefort
LEITE
porém, depois da seleção dos touros a serem utilizados, a confiabilidade deve ser utilizada para a intensidade de uso desses touros (ex: quantidade de sêmen comprado). O número de touros a disposição é muito grande e tendemos a rejeitar touros que têm uma confiabilidade de PTA baixa. Porém, usar a confiabilidade como critério de seleção pode diminuir o ganho genético. As magnitudes consideradas satisfatórias são superiores a 0,7 ou 70% de confiabilidade, com isso reduzem-se os riscos de insucesso nos programas de melhoramento. Quando touros jovens são selecionados, a compra de sêmen devem se limitar a apenas alguns palhetes de sêmen por touro. Quando a confiabilidade do touro aumenta, pode-se aumentar o número de palhetes de sêmen a serem comprados de um determinado touro. Não é aconselhável inseminar mais de 15 a 20% de um rebanho com um mesmo touro, mesmo que o touro tenha o PTA com alta confiabilidade. Em outras palavras o mínimo aconselhável é de pelo menos 3 touros para cada 50 vacas do rebanho. A diversificação é um tipo de segurança contra qualquer problema inesperado que podem aparecer decorrentes do uso de um touro no rebanho. Atualmente devido à implementação da seleção genômica aumentou-se muito a confiabilidade no valor genético estimado de touros jovens, permitindo assim maior ganho genéticos em menor tempo. A seleção genômica é usada para acelerar o progresso genético dos bovinos leiteiros e mostrou que em bovinos leiteiros a seleção genômica pode incrementar a mudança genética em aproximadamente três vezes, com redução significativa dos custos atuais dos programas convencionais de teste de progênie. Normalmente o PTA de produção de leite é apresentado em libras ou quilogramas. A seleção para volume de leite produzido não necessita basicamente de touros com alto potencial de produção, pois exemplo a maioria dos touros apresentados nos sumários de raças européia possuem média superior a 20.000 libras/leite/ano, sendo que a produtividade média dos rebanhos brasileiros é de 1.374kg de leite/vaca/ ano conforme mostra os dados da Embrapa Gado de Leite. Partindo do princípio que a produção média do rebanho nacional não é alta, o uso de touros com valores negativos para a produção de leite, não significa que estes sejam ruins, mas sim que sua produção média é menor que os demais touros de sua população. O PTA de gordura é um dos componentes de maior variabilidade no leite. De um modo geral, a gordura po-
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de variar de 2,2% a 4,0% (CORRÊA, 2010). Almeida (2004) citou que a gordura possui maior amplitude na variação dos percentuais do que os de proteína que podem variar entre 3,0 a 3,4%, e ainda mostrou que a produção de gordura e de proteína apresentam herdabilidade entre 0,25 a 0,30, enquanto as porcentagens de gordura apresentam 0,45 a 0,50. Os valores para produção devem ser sempre analisados através do valor genético dos animais e não pelos níveis de produção de filhas ou parentes, pois a quantidade produzida é um valor fenotípico e pode ter alta influência ambiental. A maioria dos sumários fornecem PTA para Tipo, ou seja, a habilidade do touro de transmitir conformação funcional. No PTA Tipo se dá mais atenção para composto de úbere e composto de pernas e pés. Pode ser definida uma pontuação específica dentro desta categoria, o qual pode ser distribuído um percentual para cada característica que compõe este PTA (altura do animal, força leiteira, composto de úbere e composto de pernas e pés). A longevidade (vida produtiva) das vacas de um rebanho é uma característica que afeta consideravelmente os resultados. Quando a longevidade é aumentada, geralmente há uma tendência de aumento da produção de leite, pois se proporciona a oportunidade de maior descarte das vacas de baixa produção, e consequentemente, possibilita maior quantidade de vacas adultas, cuja produção é maior que dos animais jovens (SEWALEN, 2006). Os problemas como o de fertilidade e doenças refletem na redução da vida útil dos animais, e assim aumentam a taxa de descarte, bem como o aumento da mortalidade (MADALENA, 2008). A vida produtiva das vacas é obtida pelo número de dias entre o primeiro parto até o descarte dos animais. Quanto maior for este período, maior será o tempo para o animal recuperar os custos do período de criação (bezerra/ novilha) e também dará maior retorno financeiro à propriedade (RIBEIRO et al., 2003). Pode ser avaliada saúde do úbere pela CCS (contagem de células somáticas). Nos dados sobre a saúde do úbere, a qual a mastite é o maior problema para bovinos leiteiros, os animais de maiores pontuações possuem úberes mais saudáveis, podendo assim reduzir a incidência de mastite no rebanho. Por exemplo, na raça Holandês é encontrado um
FOTO: ABCZ
LEITE
maior número de vacas com problemas de saúde do úbere do que em vacas da raça Jersey (WOLFF et al., 2004). Para os produtores, altas CCS significam menor retorno econômico, em decorrência da redução na produção, gastos com medicamentos e também das penalidades aplicadas pelos laticínios. Para a indústria, significam problemas no processamento do leite e redução no rendimento, em razão dos teores inferiores de caseína, gordura e lactose, que resultam em produtos de baixa qualidade e estabilidade (BRITO, 1999). O objetivo dos produtores de leite em qualquer país do mundo deve ser de manter as células somáticas tão baixas quanto possível. Sobre as doenças genéticas são poucas as informações fornecidas nos sumários, as quais podem ter grande importância. Dentre essas doenças, destacam-se a DUMPS (Síndrome da Deficiência de Síntese de Uridina Monofosfatase, do inglês - Deficiency of Uridine Monophosphate Synthase), CVM (Malformação do Complexo Vertebral, do inglês Complex Vertebral Malformation) e BLAD (Deficiência de Adesão Leucocitária Bovina, do inglês Bovine Leukocyte Adhesion Deficiency). A identificação dos touros portadores de alelos dessas doenças é extremamente importante para que o produtor tome a decisão de adquirir ou não o sêmen deste animal, mesmo possuindo alto mérito genético para produção de leite. A identificação dos animais para outros problemas genéticos é interessante, como para Sindactilia (Mule foot) é uma anormalidade embriológica que resulta na visível união entre dois ou mais dedos das mãos ou dos pés, bem como na raça Holandês para touros portadores do gene vermelho. Poucos sumários disponibilizam algumas siglas juntamente com o nome do touro. Conclui-se que todas as características possuem importância para o melhoramento do rebanho e consequentemente para a produção leiteira. Para as características de produção sua avaliação deve-se dar através do valor genético do animal ou PTA dos touros e nem sempre valores extremamente altos serão desejáveis em nossas condições produtivas. Dentro dos grupos de características avaliadas, em geral buscam-se maiores valores para produção, morfologia e longevidade. Buscam-se valores inferiores para CCS. Maiores informações sobre as doenças genéticas deveriam ser fornecidas.
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Trator LS Tractor R60-C, cabinado, com motor Tier III
otente, versátil, econômico, Motor LS Tractor Tier III, Trator do Ano 2015 na categoria Especial e agora, com uma versão cabinada que tem um padrão internacional. O R60 C foi apresentado pela LS Tractor pela primeira vez na Expodireto Cotrijal 2016, a fim de proporcionar a oportunidade aos produtores da região, conhecerem este novo produto. “O lançamento foi na Expointer do ano passado, o mercado estava demandando que ampliássemos o portifólio desta categoria, pois já temos o modelo Rops, estreito e agora lançamos com cabine”, assinala o diretor comercial, André Rorato. Rorato destaca que a cabine oferece um padrão de ergonomia de nível internacional. Baixo índice de ruído, fácil acesso a todos os comandos. “É diferente do que tem no mercado brasileiro”, assegura o executivo. Para somar a esta tecnologia os tratores da LS apresentam ainda tomada de potência independente operada a partir do painel, direção hidrostática, controle remoto independente, transmissão 32x16 com super redutor, eixo frontal blindado e o menor raio de giro da categoria. “São diferenciais tecnológicos que já vêm de fábrica, tornado o R60 C e os outros modelos, excelentes equipamentos para o campo”, conclui. Também na Expodireto, a LS Tractor apresentou todos os modelos das linhas R, U e P.
FOTO: Divulgação Agritech
FOTO: Divulgação LS Mitron
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LS Tractor apresenta versão Trator da Agritech ganha cabinada do versátil R60C cabine e novos diferenciais
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Trator Agritech modelo 1185-S Turbo Cabinado
Expodireto Cotrijal, realizada em Não-Me-Toque (RS) no início de março, foi palco de mais um lançamento da Agritech, empresa fabricante dos tratores e cultivadores motorizados Yanmar-Agritech. O trator 1185 S Turbo Cabinado foi a novidade da empresa para este início de 2016. O modelo de 85 cv, além da cabine, conta com uma série de diferenciais de fábrica. As cabines são equipadas com estruturas (monobloco) de proteção contra capotamento (EPCC). A porta traseira é ampla e de grande abertura. Os controles do ar condicionado possuem botões de comandos com fácil acesso, com os sistemas de ar quente e ar frio e a renovação do ar da cabine ocorre por meio de um sistema eletrônico, que funciona com um simples toque em um botão. O operador também tem à sua disposição todo o acionamento das alavancas lateralmente, resultando em mais conforto e praticidade. Outro detalhe importante é que a cabine foi desenvolvida pela fabrica, ou seja, o trator já sai pronto para uso e não são necessárias adaptações., Cada detalhe do modelo foi minuciosamente projetado para a melhor experiência do operador, seja em segurança, conforto e até mesmo no seu design inovador. Além disso o trator é plataformado, oferecendo mais facilidade as operações. A manutenção do 1185 S Turbo Cabinado é facilitada, pois os componentes de manutenção são alocados na parte interna da cabine. “São diferenciais que se somam ao motor Yanmar Turbo de 85 cv, ao câmbio sincronizado, ao sistema de direção hidrostática, aos eixos robustos, ao sistema de refrigeração integrado, ao levantador hidráulico com Sistema Autolift entre tantas outras que o modelo oferece. Tudo isso faz deste trator um modelo diferenciado no mercado”, explica o Gerente da Divisão de Vendas da empresa Agritech, Nelson Watanabe.
MÁQUINAS
Modalidades diferenciadas de operações comerciais diversificam oportunidade de aquisição de máquinas agrícolas
Jacto inicia comercialização de colhedoras de café tendo como proposta a operação de barter
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FOTO: Odara Comunicação
Jacto inicia em 2016 a comercialização de colhedoras de café com opção de compra pela operação de barter, abrindo mais uma possibilidade para a compra de máquinas e equipamentos e oferecendo condições de pagamento variadas para o produtor. A modalidade consiste em permitir o pagamento em produto, no caso sacas de café, como alternativa na aquisição de modelos de colhedoras da empresa. Já é conhecida no mercado e está sendo adotada pela primeira vez pela Jacto como mais uma opção comercial. “Trata-se de uma operação triangular entre a Jacto, uma parceira que opera no mercado mundial de café e o cliente. É realizada uma análise financeira da operação, tendo como referência o potencial de produtividade da lavoura do cliente que deseja fazer essa negociação. Pela opção, o produtor poderá pagar em até 3 safras”, explica Walmir Gomes Martin, gerente de produto da linha de colhedoras da Jacto. O produtor que optar por essa modalidade pode entrar em contato com a empresa, bem como com as revendas
parceiras para saber de mais detalhes da operação. Também durante as feiras e eventos do setor cafeeiro, a equipe está preparada para esclarecer dúvidas sobre essa modalidade.
Novidades em pulverização da Jacto na Expodireto Cotrijal
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Jacto realizou grandes lançamentos e inovações na feira EXPODIRETO Cotrijal, realizada em Não-Me-Toque (RS), entre 7 e 11 de março. Entre as diversas novidades, na linha de pulverizadores tratorizados, o destaque é o Condor 800 AM 18. As barras de 18 metros, com acionamento hidráulico,
Uniport 4530: aumento do rendimento operacional em até 30% e redução do amassamento em até 17%.
proporcionam alta capacidade operacional, sendo 17% mais rápido no mesmo tempo de cobertura da área de atuação e reduzem perdas de amassamento dos cultivos em até 22%. “Os agricultores tem buscado cada vez mais tecnologias que visam aumentar a produtividade e, principalmente na agricultura familiar, também o aumento do conforto, segurança e praticidade das operações. Por isso, esse novo modelo e as condições especiais dos opcionais vêm ao encontro dessas necessidades”, explica Paulo Henrique Bueno, gerente de produtos da linha de pulverizadores tratorizados. Complementando a família dos pulverizadores automotrizes, a empresa apresentou dois grandes lançamentos: o Uniport 2530 e o Uniport 4530. “Os lançamentos aumentam a oferta aos clientes e tornam o portfólio da Jacto ainda mais completo. Foram desenvolvidos pensando em rendimento, economia e tecnologia, fatores muito importantes para o desempenho do trabalho no campo”, explica Marcus Portari, gerente de produto da linha de pulverizadores automotrizes e adubadoras.
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Mobilidade - O Olho do Dono. FOTO: Vitor Nogueira
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Mário Arias Martinez1
m um passado não muito distante, a maioria dos gestores ou proprietários rurais atuavam fisicamente nas propriedades, o que lhes proporcionava condições de acompanhar as atividades operacionais em tempo real, corrigindo pessoalmente os desvios e cuidando da qualidade. Daí vem o provérbio popular: “é o olho do dono que engorda o porco”. Atualmente, com as novas gerações de gestores e proprietários entrando no cenário, percebemos mudanças significativas no perfil de administração. Estes profissionais, ao contrário das gerações anteriores, são essencialmente urbanos não se sujeitando, na maioria das vezes, viver em tempo integral no campo.
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AUTOR
FOTO: Neide Makiko Furukawa
1 - Diretor Comercial da CHB Sistemas, graduado na UNIFRAN - Universidade de Franca e pós-graduado na Uni-FACEF.
Somado a isso, temos ainda uma grande diversidade de atividades fora da propriedade, como cursos, tarefas administrativas, políticas e de relacionamentos com entidades, como bancos, fornecedores, cooperativas, associações etc. Surge então uma geração de gestores que necessitam administrar seus negócios a uma distância maior que a de seus antecessores, gerando assim a demanda por instrumentos que viabilizem esta empreitada. Para resolver esta equação, temos que nos aproximar das duas mais novas tecnologias disponíveis na área da informática: a internet e os dispositivos móveis. O termo Mobilidade ou Mobile é normalmente utilizado para identificar dispositivos móveis que podem ser operados à distância. Os mais comuns são os tablets e smartphones. Os sistemas de gestão agrícola tem se movimentado neste sentido podendo ser acessados diretamente via internet e, principalmente, pelos dispositivos móveis, permitindo assim que o gestor tenha acesso às informações em tempo real e de qualquer lugar do planeta, sendo necessário para isto apenas uma conexão com a web. Assim, com as informações em tempo real “na palma da mão” e com o apoio da comunicação com a propriedade de maneira ágil através de aplicativos como WhatsApp e Facebook, o gestor moderno atua remotamente controlando a eficiência e qualidade de suas operações sem abrir mão de suas atividades extra campo. Esta é a forma moderna de continuar “engordando os porcos”.
PECUÁRIA DE CORTE
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Participação efetiva de produtores rurais demonstra o interesse em tornar seu agronegócio mais competitivo e rentável
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FOTO: Berrante Comunicação
m evento que reflete a confiança de um grupo de produtores rurais no agronegócio brasileiro. O Inovashow Ma Shou Tao, realizado nos dias 16 e 17 de fevereiro, logo após o carnaval, reuniu, na sede da Fazenda Boa Fé, em Conquista (MG), mais de 2.400 pessoas e 52 empresas para uma saudável discussão acerca de tecnologias e inovações aplicadas à agricultura e pecuária. Planejado para reunir todos os elos da cadeia produtiva, o Inovashow recebeu um público diversificado, formado por produtores e empresários rurais, profissionais liberais, pesquisadores, consulVista aérea da sede do Grupo Boa Fé, tendo à esquerda, abaixo o Pavilhão Central com os estandes. tores e estudantes, que tiveram acesso, através de palestras com especialistas de cada atividade, as empresas especializadas nesse tipo de atividade e também informações e técnicas práticas para melhorar a gestão e o buscar mais informações com o Grupo Boa Fé, para que posdesempenho de uma fazenda. Caravanas de diversas regiões, sa integrar a atividade ao meu negócio”, conclui. além de comitivas da Suíça, Zâmbia, África do Sul, Paraguai Destaque para o alto nível do público participante e e Equador, engrandeceram ainda mais o evento. das palestras, ministradas por 13 especialistas, nas estações divididas para agricultura e pecuária. MODELO DE TRABALHO - O agropecuarista Heliton Na Pecuária, os temas abordados foram:- “Avanços Devoz, produtor de soja e milho, além de explorar a pecuária Tecnológicos na Cria e Recria de Bezerras”; “Compost Barn leiteira em Sacramento (MG), leva do evento novas ideias - Praticas Técnicas e Econômicas no Alojamento de Vacas para o seu projeto. “Aqui nós tivemos acesso à informação e Leiteiras”; “Convertendo Dejetos Bovinos e Chorume em Ferverificamos in loco os resultados da aplicação de tecnologias tilizante Organomineral na Fazenda”; “Indicadores de sucesso na fazenda”, comenta, acrescentando que a possibilidade de nas inovações zootécnicas - período de transição, garantindo integrar lavoura, pecuária e floresta é o que mais lhe desper- sanidade e produtividade”; “Requisitos Básicos de Conforto tou o interesse no evento. “Vou entrar em contato com as Animal para Alta Produção de Leite”; e “Tecnologia Genômica como ferramenta de Seleção Genética de Girolando”. Já na Agricultura, os temas abordados foram: “Alta Tecnologia gerando resultados nas Culturas de Soja e Milho”; “Aumento da Rentabilidade via Integração Lavoura Pecuária - Floresta”; “Biotecnologia e a Resistência de Plantas Daninhas, Pragas e Doenças”; “Desafios na Cultura do Milho para Altas Produtividades com Rentabilidade”; FOTO: Revista Attalea Agronegócios
FOTO: Berrante Comunicação
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Sucesso do Inovashow Ma Shou Tao reflete a confiança no setor agropecuário
O empresário e pecuarista Jônadan Ma, diretor executivo do Grupo Boa Fé
Uma das seis estações de pecuária no evento.
MA SHOU TAO FOTO: Berrante Comunicação
“Nova Geração de Cultivares de Soja para Altas Produtividades”; “Resgate do Sistema de Plantio Direto na Palha através da Bioativação do Sistema”; e “Viabilidade do Biocontrole de Pragas e Doenças nas Culturas da Soja e Milho”. As visitas aconteceram no período da manhã, apresentando ao público novas possibilidades para superar os desafios de produzir de maneira competitiva e permanecer na atividade com rentabilidade. Na parte da tarde, as 52 empresas patrocinadoras do Inovashow negociavam em condições diferenciadas com os participantes. Ademir Callegari, especialista em plantio direto, plantas de cobertura e bioativação de solo, foi um dos palestrantes do evento. Callegari ressalta o como o Inovashow consegue motivar os participantes a praticar uma agricultura mais inteligente e equilibrada, utilizando menos insumos. “É produzir mais com menos. Trouxemos vários exemplos de produtores de diversas regiões do País, com dados e resultados de cada cultura, mostrando ao público o que o “vizinho” dele está fazendo, com o objetivo de mostrar que as inovações estão totalmente ao alcance de produtores de todos os tamanhos”, pondera. Henrique Vieira, gerente de produtos da Agener União, destaca a parte técnica do evento como um canal de informação e acesso a tecnologias. “O Grupo Boa Fé não só é um laboratório de pesquisa e aplicação de tecnologia, como também uma vitrine de demonstração de como elas funcionam na prática”. Para o coordenador técnico da Bio Soja, Maickon Balator, o Inovashow é uma oportunidade para as empresas apresentarem seus produtos. “Durante os dois dias de evento, a empresa esteve em contato direto com o produtores, consultores, pesquisadores e formadores de opinião, possibilitando-nos estreitar relacionamentos e apresentar as novidades da nossa linha de produtos para 2016”, finaliza.
FOTO: Berrante Comunicação
A PRÓXIMA EDIÇÃO - O Inovashow coroa o retorno dos eventos do Grupo Boa Fé ao calendário anual de grandes feiras agropecuárias. O sucesso do evento é o reflexo do compromisso do Grupo de estar sempre na vanguarda das atividades em que atua, compartilhando conhecimento e experiências com produtores rurais de todas as regiões, contribuindo para que o setor do agronegócio seja mais competitivo e que as pessoas nele inseridas possam ter maior rentabilidade. As apresentações do Inovashow, em total harmonia
Mesa redonda e debate com os palestrantes da Estações de Campo.
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FOTO: Revista Attalea Agronegócios
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com o nome do evento, foram 100% focadas em inovação. A expectativa para 2017 é de um evento ainda maior. “O que o público e as empresas podem esperar é um show de inovações, recheado de qualidade e excelência no atendimento aos visitantes. Com a certeza de que causaremos impactos positivos no agronegócio regional e nacional”, pontua Jônadan Ma, diretor executivo do Grupo Boa Fé, organizador do evento. Todas as palestras realizadas nesta edição do INOVASHOW estão disponíveis no site do evento: www. inovashow. agr.br
FOTOS: Revista Attalea Agronegócios
MA SHOU TAO
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Estação da Biomatrix no Inovashow Ma Shou Tao 2016.
Estande da Penergetic no Pavilhão Principal do Inovashow Ma Shou Tao
Estação da Piraí Sementes, no setor Agricultura.
Mostra de ILPF, outro grande destaque do Inovashow Ma Shou Tao 2016
Estação da Arysta LifeScience, no setor Agricultura.
O bem-estar animal é destaque da criação do Grupo Boa Fé.
CAFÉ
Laboratório de análises da COCAPEC é conceito “A” com vantagens aos cooperados
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FOTO: Divulgação COCAPEC
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laboratório da COCAPEC é um dos mais renomados do país, atestado pelas entidades Esalq/USP Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz (Folha) e IAC – Instituto Agronômico de Campinas (Solo), conquistando o conceito “A” pela excelência do seu trabalho. Essa chancela é renovada anualmente após rigorosos testes de avaliação, todos coordenados pelo IAC e Esalq/USP, que avaliam a consistência e precisão dos resultados obtidos pelo laboratório . Desta maneira, os resultados emitidos são de extrema confiança para o produtor rural. Com equipamentos modernos e profissionais capacitados, o setor realiza milhares de análises com precisão e rapidez para que o cooperado possa utilizar dos resultados de forma mais técnica possível. Pensando em viabilizar ainda mais esse serviço aos seus associados, a COCAPEC realizou durante o ano de 2015 a promoção para análise de solo. Os descontos chegaram a 97% dos preços pagos pelo serviço. O sucesso foi total e a adesão ao benefício foi enorme. Com o resultado em mãos, mais o auxílio dos serviços dos agrônomos da cooperativa, os produtores puderam fazer as aquisições de fertilizantes com antecedência, reduzir custo e colaborar para uma melhora
Com equipamentos modernos e profissionais capacitados, os resultados são de extrema confiança.
na qualidade e aumento na produtividade. Vale lembrar que um resultado fiel começa com a retirada das amostras, seguindo a metodologia orientada pelo técnico. Todos estes serviços do laboratório de folha e solo também estão à disposição dos agricultores da região, independente de ser cooperado ou não. Por estar localizado na matriz da COCAPEC em Franca (SP), facilita a entrega das amostras e agiliza o recebimento dos laudos om os resultados das análises.
FEMAGRI
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FEMAGRI - Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas, promovida pela COOXUPÉ - Cooperativa Regional de Cafeicultores da Região de Guaxupé (MG), encerrou a 15ª edição no dia 18 de março, superando todas as expectativas. Segundo a Comissão Organizadora, durante três dias, 35.025 visitantes/compradores passaram pelo evento. O volume de negócios (ainda parcial) cresceu 25% ante aos R$ 120 milhões gerados em 2015. A expectativa da organização era crescer 16% neste ano. Com 110 expositores em uma área superior a 100 mil metros quadrados, a FEMAGRI recepcionou público de todas as regiões cafeei- Portal de Entrada da FEMAGRI, em Guaxupé (MG) ras do Brasil, atendendo famílias cafeicultoras dores e dos fornecedores e, principalmente, a confiança dos interessadas em tecnologia e conhecimento. O superintendente de Desenvolvimento dos Coopera- nossos cooperados que, cada vez mais, estão conscientes da dos da Cooxupé, José Eduardo Santos Júnior, apontou que importância de levar tecnologias para suas propriedades, são os valores estabelecidos à saca de café para a troca naquele os fatores que colocam a FEMAGRI no patamar que se enmomento (R$ 520,00 para 2016; R$ 555,00 para 2017; e contra hoje. Estamos muito contentes com mais este desafio R$ 585,00 para 2018) incentivaram os cafeicultores a in- superado”, comenta. vestirem em tecnologias para melhorar a produtividade de suas lavouras. “O crescimento de 25% refere-se ao faturaCOMO FOI A FEIRA - Com uma organização primomento de produtos por parte da cooperativa, não conside- rosa, onde ressaltamos a presteza e educação de todos os funrando tratores e veículos. Acreditamos que as negociações cionários da COOXUPÉ, bem como a limpeza em todos os ainda podem ser maiores”, explica. pontos da feira, a feira contou com estandes das principais O presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da empresas de máquinas e implementos agrícolas, ferramenCosta, destacou os fatores que impulsionam os resultados do tas, fertilizantes, agrotóxicos e irrigação. evento. “A dedicação de toda a nossa equipe de colaboraMas os organizadores ofereceram muito mais. O espaço da Fazendinha apresentou, em 17 estandes, todas as orientações necessárias para que o cafeicultor possa cultivar o seu café de maneira sustentável e dentro das normas legais. Já o Espaço Gourmet foi criado especialmente para FOTOS: Revista Attalea Agronegócios
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Organizada pela Cooxupé, FEMAGRI recebe mais de 35 mil visitantes e cresce 25% em negócios
Uma participação maciça de produtores rurais e visitantes durante a cerimônia de abertura da 15ª FEMAGRI.
Carlos Alberto Paulino (presidente da COOXUPÉ), Carlos Augusto Rodrigues de Melo (vice-presidente da COOXUPÉ), José Eduardo Santos Júnior (superintendente de desenvolvimento dos cooperados COOXUPÉ) e Antônio Carlos Arantes (deputado estadual) respondem perguntas de jornalistas na Coletiva Oficial de Imprensa.
FOTOS: Revista Attalea Agronegócios
FEMAGRI
Trator R60 cabinado, lançamento da LS Tractor.
Estande da Palini & Alves, recordista em visitação na FEMAGRI 2016.
orientar os visitantes sobre todos os segredos do preparo do café na cozinha, como o café espresso, o capuccino, shakes e frapês. No Centro de Negócios, o cafeicultor recebeu todas as orientações sobre troca de café, linhas de crédito, negócios via internet, bônus nas campanhas de insumos, laboratórios de análise de solo e folhas, negócios futuros, etc.
gonomia de nível internacional, além de um baixo índice de ruído e fácil acesso a todos os comandos. “É diferente do que tem no mercado brasileiro”, assegura o diretor comercial da fábrica, André Rorato. A Jacto apresentou a sua nova colhedora de café, a K-3500, que traz um novo conceito para mecanização das lavouras cafeeiras. O equipamento é um veículo automotriz no qual é possível acoplar individualmente os sistemas de colheita, pulverização, poda e outros que poderão ser desenvolvidos. Ao se encerrar o ciclo de colheita, o produtor poderá trocar o sistema de colheita pelo sistema de pulverização, por exemplo. “A K 3500 foi desenvolvida para trabalhar em plantios tradicionais e também nos plantios adensados com até 2,50 metros entre linhas, garantindo o trabalho do equipamento durante todo o ano”, explica Valdir
DESTAQUES - O trator modelo R60 da LS Tractor já vem sendo um dos mais destacados na comercialização de tratores da empresa para o setor cafeeiro. Pensando neste mercado, a LS Tractor apresentou para os visitantes a versão cabinada deste modelo, o R60 C. Potente, versártil, econômico, motor LS Tractor Tier III, Trator do Ano 2015 na categoria Especial e agora, com a versão cabinada o R60 C tem como destaque a cabine que oferece um padrão de er-
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FOTOS: Revista Attalea Agronegócios
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Recolhedora de Café 15G, da MIAC Colombo (Pindorama/SP).
Martins, diretor comercial da Jacto. O estande da Palini & Alves foi um dos mais visitados em todo o evento, com a apresentação de todo o seu portifólio de máquinas voltados à cafeicultura, tendo como destaque a Caldeira Horizontal, com baixo consumo e alto rendimento térmico na secagem de café e outros grãos. Além da sua linha completa máquinas e equipamentos para todas as etapas de colheita, pós-colheita e beneficiamento de café, a Pinhalense Máquinas Agrícolas lançou a
Pulverizador KO A 2000 TC, lançamento da KO Máquinas Agrícolas.
colheitadeira tracionada P1000 TR, voltada principalmente para pequenos e médios produtores. Com design mais robusto e compacto, a P1000 TR apresenta sistema de acionamento eletro-hidráulico; derriçador com sistema de anel duplo; ajuste superior e inferior nos derriçadores; varetas em polímero de alta resistência; depósito duplo com sensor de carga; capacidade total de 3.000 litros; e ajuste de direcionamento automático. A MIAC Colombo (Pindorama/SP) levou toda a sua linha de máquinas e implementos para a cultura do café, como arruadores e sopradores, recolhedora e trilhadora e carreta transbordo. Já a Agroleite Cabinas Agrícolas, de Ibirá (SP), que
Colheitadeiras de café da TDI Máquinas Agricolas, de Araguari (MG)
Um dos modelos de cabinas para tratores, da Agroleite Cabinas.
Colhedora Coffee Express 100, da CaseIh
FOTOS: Revista Attalea Agronegócios
FEMAGRI
Grandes negociações no estande da Yanmar-Agritech.
Colheitadeira P100 TR, lançamento da Pinhalense (Espírito Santo Pinhal/SP)
desenvolve cabina para tratores e máquinas agrícolas de todas as marcas e modelos existentes no País (Agrale, Case, John Deere, Komatsu, Massey Ferguson, New Holland, Valtra, Yanmar e Caterpillar), apresentou o seu mais novo portifólio de produtos. A DuPont Proteção de Cultivos anunciou o registro oficial dos órgãos reguladores para a aplicação do inseticida Benevia® no controle da Broca-do-Café e do Bicho-Mineiro. O registro foi autorizado também para o manejo de diferentes pragas em 30 culturas agrícolas brasileiras. “O inseticida Benevia® é um agroquímico de classe IV (faixa verde), de baixa toxicidade, alta potência inseticida e seletivo aos ini-
migos naturais da broca e do bicho-mineiro e de outras pragas. Foi desenvolvido com base numa molécula química de última geração, cujo ingrediente ativo é o Ciantraniliprole”, explica gerente de marketing da DuPont, Ademilson Villela. Já a KO Máquinas Agrícolas (Jaboticabal/SP) teve como destaque o Pulverizador KO A 2000 TC, indicado para as culturas do café, tomate e fruticultura. Apresenta turbina centrífuga de 480mm, 8 saídas de ar com 16 bicos duplex antigotejo, permitindo adequar as saídas de ar de acordo com o porte da planta. Apresenta, ainda, 2 agitadores; bomba de 3 pistões com vazão de 100 litros/minuto; e cambão esterçado que permite a máquina acompanhar o trator nas ma-
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Adubadeira M535 B, da Minami (Biritiba-Mirim/SP)
Cafeeira MC 1100, com sistema inteiramente elétrico, da MakReis (Varginha/MG)
nobras de entrada e saída das ruas de plantio. Para os pequenos produtores, o destaque ficou por conta da César Implementos para Motocicletas, de Nova Resende (MG). Com idéias que ainda não ganharam o mercado, mas que apresenta melhor custo benefício, a empresa apresentou o Moto-Pulverizador, Moto-Carreta, Moto-Adubadeira, Moto-Roçadeira e o Moto-Amontoador.
Distribuidor de Calcário DFH-3000, da Asus Implementos (Batatais/SP).
Moto-Debulhadeira de milho e Triciclo com Adubadeira, invenções da César Implementos para Motocicletas (Nova Resende/MG) Pulverizador Turbo 200 - Linha Café, da FMCopling (Araraquara/SP)
Adubadeira Fertinox 500, da Marispan (Batatais/SP).
FOTOS: Revista Attalea Agronegócios
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Recolhedora e Abanadora Gafanhoto B90, da SWZ (S.Sebastião Paraíso/MG) Trator Invictus K-400 R, da BCS Group (Sorocaba/SP)
Geraldo Magela e a equipe da Terra de Cultivo (Machado/MG)
Colhedora de Café Tornado, da Matão Equipamentos (Matão/SP)
CAFÉ
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produtor de café Mauricio Giolo tem sua propriedade localizada em Pedregulho (SP) e vem obtendo incrementos de produtividade e de qualidade com auxilio da assistência técnica e do portifólio da Casa do Café, revenda agropecuária especializada e sediada na cidade de Franca (SP). O Engenheiro Agrônomo Ricardo Ferreira Queiroz é quem dá o suporte técnico ao agricultor, e juntos têm conseguido ótimos resultados. Mauricio tem aplicado em suas lavouras o manejo de adubação baseado em fertilizantes de liberação controlada da Produquimica (Polyblen e Producote), manejo de braquiária e a correção do solo com base em óxidos de cálcio e magnésio (Agro-Oxi), quando possível. Desta forma, o equilíbrio nutricional da lavoura é aprimorado e há uma evidente melhora na sanidade das lavouras. Maurício tem se destacado também na qualidade do café produzido. No último ano, os cafés do produtor ficaram em primeiro lugar no 14° Concurso de Qualidade do Café de São Paulo (categoria microlote); e segundo lugar no 12° FOTOS: Casa do Café
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Cafeicultor de Pedregulho (SP) obtém destaque em produtividade e qualidade com parceria da Casa do Café Concurso Nacional ABIC de Qualidade de Café. O que contribui muito para esse desempenho em qualidade é a localização da propriedade, excelente altitude, manejo pós colheita e nutrição equilibrada, principalmente no que tange ao suprimento de enxofre, suplementação de micronutrientes em doses equilibradas, incluindo níquel, cobalto e molibdênio. De acordo com Rafael Giolo, engenheiro agrônomo, filho de Mauricio, a Casa do Café sempre teve total disponibilidade no atendimento técnico, trazendo o que há de melhor em termos de tecnologia para a produção, de maneira sustentável e com parceria. Nas fotos, o produtor Mauricio Giolo aparece ao lado de uma lavoura de catuaí 99 com a primeira safra na árvore, com estimativa de 48 sacos por hectare. É importante ressaltar que para obtenção destes resultados, não se aumenta o custo de produção. Para maiores esclarecimentos ou para colocar em prática esse tipo de manejo em sua propriedade, contate a equipe técnica da Casa do Café.
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ARTIGO
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A INDICAÇÃO GEOGRÁFICA DO CAFÉ E O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO DA ALTA MOGIANA
André Luis da Cunha - Cafeicultor, diretor-presidente da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana [ altamogiana@amsc.com.br ]
inho do porto (Portugal), queijo Roquefort (França), whisky Escocês (Escócia), batatas de Idaho (Estados Unidos), chá de Darjeeling (Índia). O que têm em comum? São todos produtos com Indicação Geográfica, reconhecidos por sua qualidade e reputação diferenciada que está relacionada com as características da região que representam e com o conhecimento humano das pessoas que vivem e trabalham ali. Seus selos, ao longo dos anos, proporcionaram além da agregação de valor ao produto, a divulgação do nome das regiões em escala mundial, permitindo que as mesmas sejam percebidas por consumidores com uma imagem extremamente positiva, atraindo novos negócios aos municípios que representam. Com a vinda da Indicação Geográfica do Café, a Região da Alta Mogiana inicia o processo de divulgação da sua marca território com o objetivo do reconhecimento internacional de seus valores: uma origem de cafés especiais com excelência no processo produtivo e com cafeicultores autênticos e orgulhosos de sua atividade. O processo da divulgação envolve um plano coletivo de comunicação estratégica que virá a complementar as ações de marketing individuais das empresas inseridas no movimento. Ele vem para criar valor para todos os elos da cadeia em relação ao café ao explicar o diferencial dos grãos através da rastreabilidade; elevar o poder de barganha dos produtores ao atestar a origem e dar credibilidade com o sistema de controle para acessar o Selo de Origem e Qualidade; e facilitar o acesso a nichos de mercado, dada a oportunidade. As ferramentas do Selo de Qualidade, da rastreabilidade, aliada a coordenação entre produtores e demais integrantes da cadeia – todas ações inerentes ao desenvolvimento da Indicação Geográfica - podem ser utilizadas como apoio para cumprimento de exigências de compradores e fator de agregação de valor nas vendas. Isso evidencia que os benefícios advindos do cresci-
mento da marca território Região da Alta Mogiana terão impacto positivo sobre os diversos agentes produtivos, o que pode ser considerado o grande diferencial promovido pelo reconhecimento da Indicação Geográfica para a cafeicultura regional. E, portanto, todos os seus acionistas devem prezar pelo seu maior ativo: sua reputação e credibilidade. Cafeicultores terão a oportunidade de acessar novos nichos de mercado e suas propriedades serão apresentadas aos consumidores finais, que são ávidos por informações das características da bebida e dos processos produtivos. Compradores encontrarão uma cadeia produtiva com melhor organização e motivada em investir para a
melhoria contínua da qualidade de seu produto. E, a cadeia como um todo, ganhará com a garantia da origem e qualidade, inclusive com a prevenção contra fraudes, possibilitando a atração de novos negócios e fortalecimento da economia regional como um todo. O fortalecimento da economia regional vai desde uma maior atração para o turismo de negócios, com potencial para o de lazer também, que movimenta, principalmente, o setor de serviços como hotéis, restaurantes e transporte; até a abertura de novas oportunidades para as empresas que amparam a cafeicultura, como bancos, tradings, comercial exportadoras, armazéns, transportadores, entre outros. A Indicação Geográfica do Café da Região da Alta Mogiana veio para proporcionar uma perspectiva de futuro melhor a todos; e a Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Região da Alta Mogiana - idealizadora e gestora do movimento – irá concentrar seus esforços e recursos para o sucesso do seu desenvolvimento.
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Selo de Origem e Qualidade na Região da Alta Mogiana ganha o Mundo
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FOTO: Divulgação AMSC
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Selo de Origem e Qualidade já é uma realidade para os cafeicultores inseridos na Indicação Geográfica do Café da Região da Alta Mogiana. Lançado em maio do último ano, a safra de 2015/16 teve entre seus lotes os primeiros embarques de cafés especiais da Região da Alta Mogiana com o selo acompanhando a sacaria do grão cru ou a embalagem do grão torrado. Um marco na história da Região. “Foi uma inovação e uma satisfação grande colocar o Selo de Origem e Qualidade porque o produtor, a fazenda e a nossa Região estão sendo reconhecidos no exterior”, comenta Luiz Gustavo Guimarães Correa, o Zecão, de Ibiraci (MG), que exportou para o município de Dallas, no Texas, Estados Unidos. “O selo agregou nos cafés torrados embarcados para a Inglaterra porque permitiu levar a rastreabilidade que apresentou a Fazenda Terra Preta e sua história para os consumidores. Isso é um diferencial em relação às outras marcas e permitiu que os ingleses conhecessem a Região da Alta Mogiana através de um produto de alta qualidade”, conta Fernanda Maciel, do café Terra Preta, de Pedregulho (SP). Essa realidade só é possível devido ao trabalho da Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana de identificar os lotes de cafés especiais de seus membros; aliado ao esforço conjunto da AMSC com apoiadores e integrantes do Conselho Regulador da Indicação Geográfica que participaram das discussões para estruturar o selo. “Desde que entrei na AMSC tenho conseguido rastrear a qualidade dos lotes de café da propriedade com as analises sensoriais feitas pelo Julio na Associação. Isso ajuda na hora
de apresentar e divulgar o meu café com o nome da minha fazenda para os compradores” complementa Zecão. Outros países que também já receberam os cafés especiais com o Selo de Origem e Qualidade da Região da Alta Mogiana foram Canadá e Chile.
CERTIFICAÇÕES
A
certificação FairTrade é um movimento organizado pela FairTrade International (FLO), com sede na Alemanha e, presente em mais de 94 países produtores e consumidores. A FLO é a responsável pelos critérios da certificação e também pelo controle do uso da marca, porém não é responsável pela certificação. O Fair Trade (Comércio Justo) contribui para o desenvolvimento sustentável É uma parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado, principalmente no Hemisfério Sul.
FOTO: COOPFAM
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Conheça a importância e os caminhos para conquistar o certificado Fair Trade
PRINCÍPIOS - O Fair Trade tem como objetivo principal estabelecer contato direto entre o produtor e o comprador, desburocratizando o comércio e poupando-os da dependência de atravessadores e das instabilidades do mercado global de commodities. Os princípios que devem reger uma relação comercial considerada justa são: 1º) - Transparência e corresponsabilidade na gestão da cadeia produtiva e comercial; 2º) - Relação de longo prazo que ofereça treinamento e apoio aos produtores e acesso às informações do mercado; 3º) - Pagamento de preço justo no recebimento do produto, além de um bônus que deve beneficiar toda a comunidade, e de financiamento da produção ou do plantio, ou a antecipação do pagamento da safra, quando necessário; 4º) - Organização democrática dos produtores em cooperativas ou associações; 5º) - Respeito à legislação e às normas (por exemplo, trabalhistas) nacionais e internacionais; 6º) - O ambiente de trabalho deve ser seguro e as crianças devem frequentar a escola; 7º) - O meio ambiente deve ser respeitado. QUEM PODE CERTIFICAR - Os principais personagens do Comércio Justo no mercado internacional são os produtores rurais, os importadores, os licenciados e as world shops, sendo que os importadores não cuidam somente da importação e da distribuição dos produtos para as world shops – muitos mantêm lojas próprias ou sites e ajudam ativamente a promover todo o movimento. Somente produtores rurais organizados em associações ou cooperativas podem obter a certificação FairTrade. É importante saber que não é possível a certificação da proprie-
dade individual. A organização deve garantir que mais de 50% de seus associados são da Agricultura Familiar (nesse caso os critérios entendem por agricultura empresarial aquele produtor que tem um ou mais funcionários permanentes - se contratar safristas, mas não tiver funcionário permanente é considerado agricultura familiar). A organização deve ser democrática, transparente e legalmente constituída. Os licenciados são empresas que têm o direito de usar o selo de Fair Trade mediante o pagamento de licenças, concedidas pelas iniciativas nacionais (movimentos organizados que mantêm entidades de certificação e promovem as empresas e produtos) ou pela Fairtrade Labelling Organizations International (FLO). O licenciado também dá apoio de marketing às lojas e paga o importador. A CERTIFICAÇÃO - A certificação e o processo de auditoria são gerenciados pela FLO-Cert, sendo esse o primeiro órgão de contato para a certificação. Respeitados todos os princípios do Fair Trade, a organização de produtores rurais deve demonstrar que realmente tem mercado para seus produtos com certificação FairTrade, ou seja, um comprador FairTrade deve declarar que tem interesse em comprar os produtos daquela organização de produtores. Só assim é possível dar prosseguimento à certificação. Isso para evitar que produtores invistam dinheiro na certificação e depois não tenham para quem comercializar o produto com o selo. Com a carta de compromisso de um comprador e um cadastro de todos os seus associados, além de documentações diversas da organização é a hora de entrar em contato com a FLO-Cert e solicitar o início do processo de certificação. Os documentos serão analisados e, caso realmente
CERTIFICAÇÕES atinjam os critérios inicias, é emitido um boleto para o pagamento da taxa inicial e, ai sim, a organização pode dar início à adequação da propriedade e da sua gestão para cumprir com os demais itens da norma. Vale ressaltar que, antes de procurar uma certificação, o grupo de produtores rurais pode buscar parcerias com outras associações e cooperativas já certificadas, fortalecendo as já existentes e evitando a criação de muitas instituições na mesma região, pois quem ganha com isso são os compradores e não os produtores. No caso específico do café, destacamos algumas organizações de produtores já certificadas, como a COOPFAM Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo (MG) e a Associação de Produtores Rurais de Jeriquara (SP). OS PRODUTOS - A gama de produtos certificados pela FLO inclui café, chá, arroz, cacau, mel, açúcar, frutas frescas e até produtos manufaturados, tais como bolas de futebol. Eles são vendidos em 18 países, com 70 a 90 mil pontos de venda convencionais. Além dos produtos certificados pela FLO, são comercializados, em vários países, frutas secas, nozes e castanhas, produtos de confecção, flores e, principalmente, artesanato.
A banana e o café movimentam o maior volume de produto comercializados. PERSPECTIVAS FUTURAS - O Comércio Justo é uma alternativa concreta e viável frente ao sistema tradicional de comércio. Ele recebe atenção dos governos em todos os países em que existem iniciativas nacionais (movimentos organizados que mantêm entidades de certificação e promovem as empresas e produtos), inclusive de organizações supranacionais, tais como a União Europeia e a Organização Mundial do Comércio. A expectativa é que o mercado continue apresentando grande potencial de crescimento, com taxas de 20% a 25%. Vale lembrar, contudo, que a certificação Fair Trade não é a salvação da lavoura. “É preciso investir em qualidade, gestão, associativismo, abertura de mercado, marketing, redução de custos, tecnologias e tantas outras ferramentas que são mais facilmente alcançadas pela agricultura familiar se estiverem organizados em uma boa associação”, adverte Ulisses Ferreira de Oliveira, Administrador especialista em cafeicultura sustentável, coordenador de Fomento Agropecuário na Prefeitura de Poços de Caldas (MG) e consultor de associações e certificações agrícolas. (FONTE: modificado de CafePoint, Sebrae e FairTrade Brasil)
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EMPRESAS
Com mais de 25 anos de atuação, Campagro torna-se player do mercado de grãos
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undada em 1990, a Campagro tem se destacado como referência no fornecimento de insumos agrícolas nas regiões de atuação. Contando atualmente com 12 unidades distribuídas estrategicamente entre as regiões da Alta Mogiana, Triângulo Mineiro e Sudoeste mineiro, a Campagro passa a oferecer também um novo modelo de atendimento aos seus clientes. Em funcionamento desde 2014, a nova plataforma de negócios da Campagro tem obtido grande sucesso, permitindo a atuação como player do mercado de grãos. O objetivo principal desse modelo de negócio é levar aos produtores de grãos maior acesso ao crédito, maior segurança na mitigação de riscos de preço, melhor custo benefício, além de poder contar com mais uma FOTOS: Divulgação Campagro
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Campagro consolida ainda mais sua participação no agronegócio brasileiro
Zé Beto Freitas (Sócio Diretor) e Andriel Silva (Gerente de Originação de Grãos) com convidados.
Vlamir Brandalizze (Brandalizze Consulting), Andriel Silva (Gerente de Originação de Grãos), Kiko Freitas (Sócio) e Tota Freitas (Sócio Diretor).
Andriel Silva (Gerente de Originação de Grãos), Fernando Magario (Agricultor), Raul Bordonale (Consultor de Vendas) e Sergio Spina (Agricultor).
Palestra com Vlamir Brandalize (Brandalizze Consulting)
FOTOS: Divulgação Campagro
EMPRESAS
Renato Duarte (Basf) e Fernando Lago (Gerente Comercial).
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Zé Beto (Sócio Diretor), Luiz Fernando (Coordenador Comercial), Vlamir Brandalizze (Brandalizze Consulting), Kiko Freitas (Sócio) e Tota Freitas (Sócio Diretor).
opção de comprador para sua produção. Com seu corpo técnico em plena atuação no campo, em contato constante com seus clientes, oferecendo excelência no atendimento e suporte técnico na condução das lavouras, a Campagro, desde 2014 tem alavancado consideravelmente sua participação no mercado de grãos, tanto na compra como também nos pacotes de troca com os produtores (Barter). SOBRE A CAMPAGRO – A Campagro é uma empresa especializada na comercialização e distribuição de insumos e sementes com a mais alta qualidade para várias culturas, tais como cana-de-açúcar, milho, feijão, café, HF (Horti-Fruti) e soja. Com sede no município de Orlândia (SP), a empresa cresceu baseada no bom atendimento, na maior proximidade com o produtor rural e disponibilizando apenas produtos comprados diretamente dos fabricantes, trabalhando assim com melhor preço e maior qualidade. A Campagro com suas filiais de vendas de insumos agrícolas localizadas em Batatais (SP), Guaíra (SP), Morro Agudo (SP), Franca (SP), Passos (MG), Uberaba (MG), Sacra-
Kiko Freitas (Sócio), Tota Freitas (Sócio Diretor), Renato Duarte (BASF), Fernando Lago (Gerente Comercial) e Zé Beto (Sócio Diretor).
mento (MG), Ibiraci (MG), Piumhí (MG), Bambuí (MG) e São Sebastião do Paraíso (MG), essa última inaugurada recentemente, passou a contar desde fevereiro último, com mais uma instalação que prestará atendimento aos seus clientes. A nova instalação foi inaugurada em Orlândia (SP) juntamente com a sede e terá a função de atender as demandas por comercialização de grãos (soja, milho e sorgo), comprando, vendendo, estruturando logística e parcerias estruturais de recepção e armazenamento.
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s raças do fungo Hemileia vastatrix que afetam o cafeeiro estão evoluindo no mundo todo; atualmente são conhecidas em torno de cinquenta raças, porém pesquisadores acreditam na existência de mais raças. Entre os dias 09 e 11 de março, o Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café), professor do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Mário Lúcio Vilela de Resende, participou de reuniões técnicas na cidade de Newark, em Delaware (EUA), para dar andamento ao projeto que vem sendo desenvolvido entre a Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e Universidade de Delaware, que resultará na publicação do genoma completo de raças de fungo da ferrugem do cafeeiro, a principal doença que afeta este cultivo no Brasil. As raças do fungo Hemileia vastatrix que afetam o cafeeiro estão evoluindo no mundo todo; atualmente são conhecidas em torno de cinquenta raças, porém pesquisadores acreditam na existência de mais raças. Algumas, estão quebrando a resistência de materiais genéticos em campo, devido à pressão de seleção exercida sobre as mesmas. Por meio da interação com o Delaware Biotechnology Institute, o estudo busca chegar a detecção de raças por meio de marcadores moleculares, como explica o professor Mário Lúcio, “esse procedimento já vem sendo utilizado para o fungo da ferrugem do trigo e esperamos aplicar para a ferrugem do café, o que será muito menos trabalhoso em relação a série de plantas diferenciadoras que precisamos manter para diferenciar as raças do fungo. “Queremos conhecer melhor o patógeno para podermos melhor combatê-lo. Uma vez que teremos conhecimento genômico sobre as raças do patógeno, vamos poder inferir sobre a resistência de cultivares, sobre a durabilidade
FOTO: Wikimedia
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Sequenciamento de raças de fungo da Ferrugem do Cafeeiro apresenta resultados promissores
da resistência das cultivares, e também sobre a durabilidade dos produtos químicos que estamos utilizando no campo”, explica o coordenador do INCT Café. SIMPÓSIO NA FLÓRIDA - O professor Mario Lucio também participou nos dias 08 e 09 de março do “Simpósio Internacional sobre Ferrugens”, na cidade de Pensacola, Flórida (EUA). Três trabalhos científicos foram apresentados durante o evento, desenvolvidos em conjunto com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e Universidade de Delaware. Dois estudantes bolsistas do INCT Café, por meio do programa Ciências sem Fronteiras, participaram do projeto de sequenciamento e análise do genoma funcional de raças do fungo da ferrugem no ‘Delaware Biotechnology Institute’, sendo eles a doutora em Biotecnologia Vegetal pela UFLA, Brenda Neves Porto, e o Pós-doutor em Fitopatologia pela UFV, Thiago Andrade Maia. (FONTE: Agência de Inovação do Café - Inovacafé)
CAFÉ
Uso de polímero hidroretentor em cafeeiros é alternativa para aumento da produtividade
Estudo levou em consideração o efeito do gel no desenvolvimento inicial dos cafeeiros
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FOTO: Divulgação INOVACAFÉ
polímero hidroretentor – tecnologia que vem sendo pesquisada na Universidade Federal de Lavras (UFLA) – como alternativa para o plantio de café em períodos de estiagem ou tardio, ganhou mais uma etapa de validação de sua eficácia. Desta vez, o estudo levou em consideração o efeito do gel no desenvolvimento e na produtividade inicial dos cafeeiros. “O uso de polímeros já é bem consolidado na eucaliptocultura, pois absorvem água e a liberam de forma gradual, proporcionando melhores condições à planta nos períodos de estresse hídrico, além de possibilitar a otimização e economia de água. Diante dessa aplicação e benefícios, o estudo analisou o uso do polímero na cultura do café, levando-se em consideração que ao antecipar a época de plantio é possível conseguir maior produtividade inicial, o que resulta em menor tempo de recuperação do capital investido pelo cafeicultor”, explicou o integrante do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), Felipe Guimarães Viana, que defendeu monografia sobre o “Desenvolvimento inicial de cafeeiros plantados em diferentes épocas com Polímero Hidroretentor” para obtenção do título de Bacharel em Agronomia da Universidade Federal de Lavras (UFLA). O estudo buscou compreender o efeito do polímero hidroretentor hidratado para plantas jovens em diferentes épocas de plantio. Os resultados desse e de outros estudos realizados na UFLA têm apontado para a possibilidade de diminuir as perdas de mudas no campo em períodos de estiagens com a utilização dessa nova tecnologia para a cultura do café. Nesse trabalho também ficou evidente que o plantio antecipado (outubro) promove maior crescimento das plantas em campo, com possibilidade de aumento das primei-
Medição do caule do cafeeiro durante o experimento
ras produções em relação as lavouras plantadas tardiamente (março). REFERÊNCIA NA ÁREA - A tecnologia conhecida como gel hidroretentor é tema de estudos desenvolvidos na UFLA, desde 2012, e as pesquisas desenvolvidas apresentam resultados positivos no plantio do café e na economia hídrica. De acordo com o professor da UFLA e orientador do estudo, Rubens José Guimarães, “a adaptação da tecnologia de aplicação do gel na cafeicultura poderá, a médio prazo, proporcionar aumentos significativos em produtividade das lavouras além de contribuir para um maior aproveitamento da água das chuvas e economia significativa de água nos plantios irrigados. É a pesquisa contribuindo mais uma vez para a solução de problemas que afligem a humanidade, como é o caso da escassez de água”. (FONTE: Agência de Inovação do Café - Inovacafé)
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J.B. Matiello1 e Marcelo Jordão Filho1
FOTO: Fundação Procafé
Mudinhas em cafezal sinalizam presença de nematóide
iz um ditado que onde tem fumaça tem fogo. Assim ocorre com as mudinhas de café, que nascem sob a saia dos cafeeiros. Ao arrancá-las, com as mãos, e verificar suas raízes, pode-se saber, com certeza e facilidade, se a lavoura está ou não infestada pelo nematóide Exígua. Meloidogyne exigua é o nematóide mais disseminado na cafeicultura brasileira. As raízes finas atacadas apresentam galhas (nódulos), que se formam pela presença das fêmeas dentro dos tecidos das raízes. Mudinhas de café no estágio orelha de onça, com raizes altamente infestadas por nematóide M. Provavelmente pela presença de exigua, mostrando galhas nas raizes laterais e, até, na primária, no pião.Franca-SP, jan 2016. raízes tenras nas mudinhas e pelo ambiente, arejado e úmido, adequado ao desenvolvimento do Tabela 1- Crescimento de mudas da cultivar Catuai Vermelho em nematóide, ali próximo à superfície do solo, sob a saia dos condições com e sem inoculação de Meloidogyne exigua, Martins cafeeiros, a infestação das mudinhas de café, acontece e Soares (MG), 1998. PESO MÉDIO DAS MUDAS aparece já nos estágios iniciais das plantinhas, nas fases de CONDIÇÃO
AUTORES 1 - Engenheiro Agrônomo da Fundação Procafé. Varginha (MG) e Franca (SP). Site = www.fundacaoprocafe.com.br
DAS MUDAS Catuaí/44 sem inoculação
(em gramas, aos 8 meses) RAÍZES PARTE AÉREA 5,6 17,5
Catuaí/44 com inoculação
12,2
3,9
Tabela 2- Efeito da enxertia e de variedade tolerante na produtividade inicial de cafeeiros, em área com o nematóide Meloidogyne exigua - Martins Soares – MG, 2003. PRODUÇÃO MÉDIA (3 primeiras safras) (sc/ha)
ACRÉSCIMO (%)
Catuaí enxertado
66,7
+20%
Catuaí sem enxertia
53,7
-
Acauã
85,5
+60%
TRATAMENTOS
Fonte: Matiello et alli – Anais 29ºCBPC, Mapa/Procafé, 2003, p. 85-6.
palito-de-fósforo e de orelha-de-onça. O exame do sistema radicular das mudinhas mostra a presença de grande numero de galhas, nas pequenas raízes laterais e, até, na ponta da raiz principal, no pião. Essa situação reflete a gravidade do problema do nematoide quando na renovação de cafezais em áreas infestadas, mesmo sendo a espécie Meloidogyne exigua um nematóide com o qual se pode conviver, com nutrição e tratos adequados, em lavouras adultas. Pesquisas com mudas (Tabela 1) e em cafeeiros implantados sobre áreas de cafezais velhos (Tabela 2), infestados por Meloidogyne exigua, na comparação de mudas de variedades resistentes ou enxertadas sobre porta-enxertos resistentes, com aquelas susceptíveis, de pé franco, mostram que – no desenvolvimento inicial das mudas ocorrem perdas de crescimento de cerca de 30% e na produtividade das plantas com resistência(enxertadas ou resistentes) no campo, ocorre um ganho produtivo na faixa de 20-60%.
EMPRESAS
Bio Soja lança fertilizante foliar líquido Thiomax®, rico em enxofre.
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Grupo Bio Soja lançou no Brasil o fertilizante foliar líquido Thiomax®, que fornece nutrição com enxofre e proteção das plantas durante as fases de crescimento e maturação. De acordo com a fabricante, o produto contribui para a “produção de alimentos de melhor qualidade nutricional, com maiores teores de aminoácidos e proteínas”. Ainda segundo o Grupo Bio Soja, essa nutrição balanceada com enxofre torna as plantas mais resistentes às pragas e doenças. “O uso do enxofre nas culturas garante um balanceamento nutricional mais adequado visando altas produtividades e alimentos de melhor qualidade”, explica Renato Passos Brandão, Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja. A recomendação da empresa é de que o Thiomax® seja aplicado duas vezes nas fases de crescimento e maturação das plantas. Nas culturas perenes, recomenda realizar de 2
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a 4 aplicações iniciando antes do florescimento e as demais com intervalos de 30 a 45 dias. O Thiomax® está sendo comercializado em embalagens de 5 e 25 litros. O Grupo Bio Soja anuncia ainda que “disponibiliza consultores técnicos em todas as regiões agrícolas do Brasil para a orientação dos clientes sobre o uso do produto nos mais diversos cultivos”.
CAFÉ
Fundação Procafé realizará quatro Dias de Campo
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FRANCA - A Fundação Procafé assumiu recentemente (em convênio) os diversos experimentos em café da Fazenda Experimental do Café da Alta Mogiana, instituição formalizada entre Prefeitura de Franca (SP), COCAPEC, Sindicato Rural de Franca (SP), Uni-Facef e CrediCOCAPEC. O Engº Agrº Marcelo Jordão Filho é o responsável pela Unidade de Franca e informa que são vários os experimentos conduzidos no local, desde inúmeras variedades de praticamente todas as regiões cafeeiras do País (uma exclusividade de Franca), até doses de fertilizantes, agrotóxicos para o controle de pragas e doenças, bem como o manejo de braquiária.
FOTOS: Marcelo Jordão Filho
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Fundação Procafé anunciou este mês o calendário de Dias de Campo que a entidade organizará neste primeiro semestre de 2016 em suas Fazendas Experimentais. O primeiro acontecerá em Patos de Minas (MG) no dia 23 de abril. Já em 04 de maio será a vez de Boa Esperança (MG) receber o evento. No dia 18 de maio será em Franca (SP), na Alta Mogiana Paulista, que recepcionará o evento pela primeira vez. E, entre os dias 1º e 02 de junho, a Fundação Experimental de Varginha (MG) encerrará o ciclo. O encontro é destinado aos profissionais e técnicos do setor, bem como produtores de café, com o objetivo de divulgar de forma prática os principais resultados obtidos através de novas técnicas de pesquisa cafeeira.
“Conilon”, bem adaptado, na Fazenda “IBC-Palma II”, também adaptado na Experimental de Franca (SP). Fazenda Experimental de Franca (SP).
Variedade “Acauã”, com 70 dias de Teste de adubação em cobertura com plantio, na Unidade de Franca (SP). Nitrato, na Unidade de Franca (SP).
CAFÉ
BRS Ouro Preto renova esperanças em Rondônia
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ma oportunidade para poder recomeçar. Assim a agricultora Maria Lúcia Fraga, de Jaci-Paraná (RO), vislumbra o PROCAF - Programa de Revitalização da Cafeicultura, desenvolvido pela Prefeitura de Porto Velho (RO), em parceria com a EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia. Dona Maria Fraga estava na lista dos produtores rurais que trabalham com a agricultura fami-liar, beneficiados pelo programa. No distrito, a Se-cretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento fará a entrega de 60 mil mudas do café Conilon “BRS Ouro Preto”. As primeiras 2,5 mil mudas começaram a ser entregues nesta semana. Ao todo, nessa primeira etapa, 24 produtores rurais do distrito serão contemplados com mudas do café que é uma cultivar nova na região. A “Conilon BRS Ouro Preto” é uma cultivar clonal, composta de 15 clones com ciclo de maturação intermediária, tole-rantes aos principais estresses climáticos observados nos polos de cafeicultura em Rondônia. O produto consegue uma fácil adaptação às altas temperaturas, elevada umidade do ar e déficit hídrico moderado. Com manejo adequado, apresenta potencial de produtividade de 70 sacas beneficiadas por hectare em lavouras de sequeiro. Possui grãos com maior uniformidade de matu-
ração e peneira média acima de 14, além de apresentar rendimento no beneficiamento acima de 52%. “É uma espécie que apresenta uma alta produtividade, mesmo em espaço pequeno. É sem dúvida, uma grande alternativa econômica para alavancar o desenvolvimento do município. E o mais importante, é uma cultura perene e um ciclo econômico. A vantagem de se trabalhar com essa espécie são muito maiores do que a piscicultura ou a pecuária, por exemplo”, afirmou o secretário Leonel Bertolin As declarações do secretário Bertolin tem suas razões. Pesquisas mostram que adaptada às condições de solo e clima da Amazônia, a produtividade de 70 sacas/hectare se dá em condições de cultivo sem irrigação. Com irrigação a produtividade, em alguns casos, chega a ser de 110 sacas/hectare, o que significa um salto de produtividade onde a média atual em Porto Velho é de 14 sacas por hectare. Estudos realizados pela Embrapa Rondônia, também mostram que os sistemas de produção intensivos, como é o caso do café clonal, podem aumentar a renda de quem trabalha com a agricultura familiar de meio salário mínimo mensal para até quatro salários. Esse lucros é possível já a partir do terceiro anos de cultivo. E, além de ser mais rentável e mais competitiva, existe ainda um ganho maior para o meio ambiente por ser uma produção sustentável.
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oscilação de preços das commodities no mercado internacional está causando alterações significativas na balança comercial mineira. Em janeiro, a exportação do café em grãos superou em US$ 5,4 milhões a exportação do minério de ferro. Um dado incomum já que, durante décadas, o minério foi líder absoluto na pauta de exportações do Estado. Apesar de ainda não ser classificada como uma tendência, a predominância do café nas exportações de janeiro está ligada à mudança no perfil dos principais mercados compradores e as alterações climáticas que prejudicaram a agricultura brasileira em 2015. Para especialistas, se a alta do dólar se mantiver pelos próximos meses e o preço internacional do minério continuar baixo, o café pode se tornar a commodity mais importante de toda a pauta de exportações do Estado. Projeções da COCCAMIG - Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais Ltda apontam que as novas safras trarão bons resultados para o setor cafeeiro no Estado. “Em 2016 e 2017, vamos colher 55 milhões de sacas. Se tivermos manutenção da taxa câmbio, continuaremos a ver esse movimento acontecer. Vamos mandar cada vez mais café para o exterior e isso vai impactar a balança. A safra está
FOTO: Marketing to China
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Mudança no perfil comprador da China impulsiona exportações do café mineiro
definida em termos de volume, mas em termos de dólares não dá pra prever”, explica o analista de mercado da COCCAMIG, Leandro Gomes Ribeiro Costa. Para o professor de economia da faculdade IBMEC, Felipe Leroy, a competitividade é um fator crucial para se compreender o que está acontecendo com as duas principais commodities da balança comercial de Minas. “Por que a alta do dólar favorece o café, mas não favorece, também, o minério? Porque para o café, além de termos investido em tecnologia, não temos tantos concorrentes. Já para o minério temos a Austrália ganhando cada vez mais espaço com um investimento muito maior em tecnologia. Isso sem falar na China que reduz cada vez mais seus investimentos que demandam minério como matéria prima”, analisa. OFERTA - A mudança no perfil comprador da China é outro ponto favorável para o café na comparação com o minério, avaliam especialistas. Com a tendência de aumento no consumo interno chinês as perspectivas dos cafeicultores se mantêm elevadas. “Fomos assolados pela crise hídrica e Minas, que produz mais da metade do café do país, sentiu muito. Os estoques caíram muito tanto no país quanto no exterior. Isso ajuda na manutenção de preço. O nosso produto cresce muito na China e está sendo absorvido por novas culturas. A variável que vai interferir muito é o câmbio”, destaca Costa. AVANÇOS NO CULTIVO CONTRIBUIRAM - Os avanços obtidos nas técnicas de cultivo também acabaram contribuindo para garantir espaço para o café produzido em Minas no mercado mundial. Dados da CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento estimam que a variação da produtividade dos cafezais no Estado crescerá 19,8% em 2016. Na prática, isso significa que o número de sacas por hectare por ano saltará de 23 para 28 em 2016. Uma indicação de que, ao contrário da atividade minerária, o setor cafeeiro pode crescer em 2016. (FONTE: Hoje em Dia)
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Cafeicultores da China cultivarão café na Argentina e pretendem criar marca de café chinesa
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ontes da Federação da Indústria e Socialização do Café da província de Heilongjiang, no nordeste da China, anunciaram que seis unidades associadas à federação irão à Argentina para cultivar grãos de café e utilizarão tecnologia de torra do Brasil para criar uma marca de café chinesa. De acordo com o presidente dessa federação, Di Guochen, “com a chegada das cafeterias dos EUA, Europa e Coréia à Harbin, capital da província de Heilongjiang, a cidade se converteu nos últimos anos em uma cidade de cultura de café”. Durante os últimos três anos, mais de 400 cafeterias se estabeleceram em Harbin e o volume de consumo de café alcançou 60 toneladas no mês. “Atualmente, a maioria dos grãos de café no mercado nacional provém das províncias de Yunnan e Hainan, ambas localizadas no sul da China, enquanto que há falta de grãos de café de alta qualidade. Normalmente, o melhor período para provar café é mais ou menos sete dias após a torra e se a Federação cultiva café na
América Latina e torra em Harbin, os cidadãos chineses não somente poderão provar o café mais original e barato com uma melhor qualidade, mas também, converterá Harbin em um centro de negócios de grãos de café na China após as províncias de Yunnan e Hainan”. Até o momento, a Federação chegou a um acordo de intenção de inspeção com uma fazenda de 400 hectares na província argentina de Río Negro, segundo o qual cultivarão grãos de café na Argentina e se estabelecerá uma fábrica de torra em Harbin, onde se introduzirá a tecnologia brasileira para criar a marca de café chinesa. Tomar café constitui uma tradição para a Rússia, Japão e Coreia, países vizinhos com a China. No entanto, esses países não cultivam café e, por isso, a cidade de Harbin aproveitará a oportunidade para fomentar a exportação de café nesses países com o fim de impulsionar o desenvolvimento do setor na China. (FONTE: Xinhua/Tradução Juliana Santin | Café Point)
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Desuniformidade de maturação: é viável o uso de maturadores Giovani Belutti Voltolini1, Pedro Menicucci Netto2, Dalyse Toledo Castanheira3 e Larissa Cocato da Silva4
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cultivo cafeeiro vem se mostrando cada vez mais rentável, visto que as tecnologias empregadas na produção do café têm sido aprimoradas, aumentando assim sua rentabilidade. Um fator que contribui de maneira direta no aumento da lucratividade do cafeicultor é a opção da produção de um café com qualidade superior. A qualidade do café está diretamente relacionada com o momento adequado de se iniciar a colheita, assim como os manejos corretos na pós-colheita. Sendo assim, quanto maior a quantidade de grãos cerejas no café colhido, possivelmente, maior será a qualidade final, visto que, os grãos cereja estão no mais completo estádio de desenvolvimento e de constituintes do fruto. Sabe-se que devido às condições climáticas do Brasil, a florada do cafeeiro é desuniforme, ocorrendo de quatro a cinco floradas, sendo frequentes entre os meses de setembro e novembro. Neste sentido, o uso de maturadores antecedendo a colheita do café, é uma prática que vem sendo muito utilizada, visando o aumento na quantidade de grãos cerejas, assim como maior uniformidade dos frutos, favorecendo assim a obtenção de cafés de maior qualidade e com menor incidência dos conhecidos defeitos PVA (pretos, verdes e ardidos).
AUTORES
1 – Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA, membro do Núcleo de Estudos em Cafeicultura – NECAF e Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD. Email:giovanibelutti77@hotmail.com 2 – Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA, Membro do Grupo de estudos em Herbicidas, Plantas daninhas e Alelopatia – GHPD. Email:- pedromenicucci2010@hotmail.com 3 – Doutoranda em Fitotecnia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA, membro associado ao Núcleo de Estudos em Cafeicultura – NECAF e Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD. Email:- dalysecastanheira@hotmail.com 4 – Graduanda em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA, membro associado ao Núcleo de Estudos em Cafeicultura – NECAF. Email:- lari.cocato@hotmail.com
IMPORTÂNCIA DA COLHEITA ANTECIPADA Devido à desuniformidade das floradas, a antecipação da colheita é algo muito difícil de ser feito, visto que, a planta possuirá tanto grãos verdes, como cerejas e secos nos seus ramos. A colheita antecipada é uma forma de “liberar” a lavoura mais cedo, ou seja, colhendo os frutos, que são os drenos mais fortes da planta. Esta prática é de grande importância, pois a resposta vegetativa posterior ao período de metabolismo mais baixo, ou seja, de abril a setembro, que coincide com a colheita, será bem maior devido ao acúmulo de reservas. UTILIZAÇÃO DE MATURADORES - A utilização de maturadores na cultura do café, na maioria das vezes, se dá pela aplicação do ingrediente ativo etephon. Sua ação está diretamente relacionada com a biossíntese de etileno, que é um gás que induz a senescência na planta. No caso da cultura do café, sua ação se dá, principalmente, na aceleração da maturação dos frutos. Entretanto, a aplicação deve ser feita no momento adequado, pois, se realizado sem que 90 % dos grãos do terço inferior da planta cafeeira estiverem maduros fisiologicamente, ou seja, “granados”, pode haver grande perda na qualidade e quantidade do café. Isto porque o mesmo não teria sua composição completa (granação), perdendo em peso e também na qualidade devido à adstringência oriunda dos grãos imaturos. Geralmente os maturadores são aplicados no fim do mês de maio, podendo variar de acordo com a cultivar escolhida e/ou do ambiente em que a lavoura está implantada. É importante que o cafeicultor se atente às corretas tecnologias de aplicação para empregar este produto em suas lavouras, visto que o modo de ação do mesmo é de contato, ou seja, somente onde o produto incidir que sua ação será desempenhada. Neste sentido, práticas como o aumento do volume de calda, a opção por bicos com maior vazão e sob maior pressão é imprescindível para que a aplicação seja realizada de modo uniforme, e que todos os frutos recebam a mesma quantidade do produto, implicando assim no resultado almejado, que é a maior uniformidade dos frutos na planta no momento da colheita. DOSAGEM RECOMENDADA - A dosagem recomendada para a aplicação do produto é de 468g i.a.ha-1 ou 650 ml.ha-1. Entretanto, isto pode variar de acordo com o fabricante, sendo correta a busca por um engenheiro agrônomo para correta recomendação. A aplicação deverá ser realizada quando 90% dos frutos da “saia” das plantas de café estiverem fisiologicamente maduros. Isso pode ser percebido cortando-se os frutos
com o auxílio de um material cortante, se o interior estiver duro, com o grão formado, indica que os frutos estão fisiologicamente maduros. A maturação ocorrerá após 15 dias da aplicação do produto, onde recomenda-se a colheita entre 20 a 30 dias. Não se deve exceder o limite de uma aplicação por safra.
CAFÉ
RESULTADOS EM CAMPO - Ensaios de campo evidenciaram, na maioria das vezes, aumento significativo na quantidade de grãos cereja nas plantas que foram submetidas à aplicação do maturador, sendo este aumento em torno de Figura 1. Resultados da aplicação do maturador nos frutos de café. 60%. O uso deste produto diminui o número de grãos verdes e consequentemente, reduzem a vinilglicina), que age como um retardador de amadureciadstringência na bebida do café. A colheita mecanizada também se torna mais fácil, mento uniformizando a maturação dos frutos do cafeeiro e visto que a força de desprendimento do fruto é bem menor com isso aumentando o vo-lume de frutos cereja na colheita. Atua somente nos frutos no estádio cereja, proveniquando cerejas. Isto favorece a colheita seletiva, que proentes das primeiras floradas, diminuindo sua velocidade de vavelmente acarretará em cafés de maior qualidade. Alguns ensaios apontam para maiores quantidades de amadurecimento para o estádio seco. Isto faz com que os frufolhas senescentes nas plantas que receberam o maturador. tos das floradas mais tardias, que ainda estão verdes, tenham Sabe-se, que os maturadores induzem a biossíntese de etile- tempo para amadurecer para o ponto ideal de colheita. Sua aplicação deve ser feita entre os meses de março no na planta, e consequentemente, fazem com que o fruto amadureça. Entretanto, isto pode acontecer com as folhas e abril, sendo uma aplicação única. Essa uniformização dos também, induzindo-as à senescência, ou seja, a queda das frutos gera ao produtor de café um maior retorno econômico e redução de fatores que possam afetar a qualidade do café, folhas. ou seja, grãos verdes e secos na planta, dessa forma podendo COMO A COLHEITA SE TORNA MAIS FÁCIL - Mui- satisfazer as exigências dos mercados interno e externo. tos trabalhos foram realizados para testar a eficiência do uso dos maturadores na cultura do café. Os resultados mostram o adiantamento da maturação dos grãos pela liberação do etileno na forma gasosa estimulando a ação desse hormônio, acelerando o processo de maturação do fruto. Em grãos verdes a força de desprendimento do grão chega ser duas vezes maior que em grãos no estádio cereja. Por isso a importância da maturação uniforme dos frutos, para se obter uma colheita uniforme com menos passadas de máquinas (arrasto ou automotriz) ou colhedoras manuais. CUSTOS - Os custos dos maturadores são variáveis, porém acessíveis ao produtor, não ultrapassando R$ 15,00 por hectare. Este custo é somente oriundo da aquisição do produto, estando ausente o custo de operacional da aplicação. Os benefícios obtidos pela aplicação dos maturadores são inúmeros, desde que aplicados no momento correto, como o escalonamento da colheita, maior uniformidade de maturação. Portanto, o investimento nesta tecnologia é valido, sendo necessário, porém, a procura de um engenheiro agrônomo para determinação do momento correto de se realizar o manejo da aplicação. RETARDADORES DA MATURAÇÃO - De maneira contrária ao uso de maturadores, os retardadores da maturação também são comercializados, porém com o mesmo objetivo, uniformizar a maturação. Estes produtos funcionam como inibidores da biossíntese do etileno nos frutos, denominado AVG (amino-etoxi-
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FENICAFÉ
FOTO: Henrique Damião Filmes
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Vista aérea do Pica Pau Club, em Araguari (MG), onde se realiza a FENICAFÉ.
FOTO: Divulgação ACA
21ª edição da Fenicafé – Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura fecha com balanço positivo. A organização do evento, realizado de 08 a 10 de março, em Araguari, no Triangulo Mineiro, acredita que o volume de negócio possa ultrapassar a casa dos 32 milhões de negócios. “É claro que a feira é o primeiro contato entre empresários e produtores. A negociação se dá ao longo dos meses e este número pode mudar”, adianta superintende da ACA, Maria Cecília, que coordena a Fenicafé. O número de empresas expositoras também surpreendeu a organização. “Mesmo com as condições não favoráveis à realização do evento, juntamos parcerias e conseguimos promover novamente a Fenicafé. Este ano, o número de empresas expositoras foi maior que a do ano passado, mas é, no momento de crise econômica, que os produtores mostram a necessidade de se adequar”, avalia, dizendo que “outro fator de grande importância e que contribui para o crescimento do evento são os anuários e as pesquisas realizados pela Associação dos Cafeicultores de Araguari no Campo Experimental Izidoro Bronze”.
Imagem superior dos estandes internos da 21ª FENICAFÉ.
FOTO: Revista Attalea Agronegócios
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Comissão Organizadora da 21ª FENICAFÉ prevê um volume de negócios superior a R$ 30 milhões
O Auditório que recebeu as 12 palestras da 21ª FENICAFÉ sempre lotado.
Ainda, segundo a superintendente da ACA, Maria Cecília, o feedback dos participantes e palestrantes que aqui estiveram garantem a credibilidade do evento, já na sua 21ª edição, faz com que as pessoas se agendem para a próxima Fenicafé. Entre agradecimentos, Maria Cecília destacou o apoio da prefeitura municipal de Araguari, entre outros parceiros. O presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) disse que a associação, entidade promotora do evento só tem a comemorar. “A Fenicafé foi um sucesso. Enfrentamos um período de crise e podemos ver uma feira cheia e expositores satisfeitos. Portanto, a realização deste evento já demonstrou os resultados que dele se esperam, pois a cada ano vem aumentando consideravelmente a produtividade com a redução nos custos de produção”, explica Claudio Garcia. Visita ilustre – Entre as autoridades presentes na solenidade de abertura, a Fenicafé recebeu a visita do vicegovernador do estado de Minas Gerais Antônio Andrade (PMDB). Andrade, que foi ministro da Agricultura entre os anos de 2013 e 2014, cumprimentou presidente da ACA, Cláudio Morales Garcia, “pela coragem de realizar a Fenicafé neste momento. Atravessamos uma crise econômica, mas ela não afeta de forma alguma o setor do agronegócio”, enfatizou. Reivindicação – Em seu discurso, o prefeito de Araguari, Raul José Belém, disse ter muito orgulho de ter visto seu pai ser um dos precursores da cafeicultura aragurarina. “Nossos produtores são guerreiros. Hoje Araguari é a cidade que mais produz café por hectare, já podemos nos considerar líderes no setor; líderes em tecnologia”. O prefeito Raul Belém aproveitou a oportunidade para entregar ao vice
FOTO: Revista Attalea Agronegócios
FOTO: Revista Attalea Agronegócios
FENICAFÉ
Estande da Penergetic na 21ª FENICAFÉ.
Estande da Syngenta na 21ª FENICAFÉ.
governador um oficio que reivindica a retomada das obras de duplicação LMG-748, que liga Araguari à Indionópolis.
ser mais fácil trabalhar com ele do que com os democratas”, revelou. Segundo o presidente do CNC, a ação da entidade no momento está voltada para “conter essas informações”. Brasileiro disse que procurou representante do Itamaraty que é responsável pelos produtos de base. “Enviamos a ele nossa nota de repúdio, assim como mandamos para todas as embaixadas do Brasil no exterior e também para a Organização Mundial do Comércio e adidos agrícolas internacionais, para que esses agentes possam defender nossos interesses”. O evento é promovido pela Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) e a Federação dos Cafeicultores do Cerrado com apoio do Ministério de Agricultura e Pecuária (MAPA), Embrapa Café, Prefeitura e Câmara Municipal de Araguari.
DISCURSOS E POLÊMICAS - O presidente do Conselho Nacional do Café, deputado Silas Brasileiro, afirmou que a semana tem sido difícil para a cafeicultura brasileira. “Depois do relatório da organização não governamental dinamarquesa Danwatch, agora quem aprontou para nós foi o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ele assinou um ato de facilitação de trocas comerciais de 2015. São 115 produtos, entre os quais 18 são brasileiros, e o café está listado como um que utiliza ‘as piores formas de trabalho infantil do mundo’. Imagina, de repente então temos que torcer pelo republicano na eleição, pois achamos que vai
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DuPont Proteção de Cultivos anunciou na 21ª FENICAFÉ - Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura, realizada em Araguari (MG), que obteve o registro oficial dos órgãos reguladores para a aplicação do inseticida Benevia® no controle da Broca-doCafé e do Bicho-Mineiro. O registro foi autorizado também para o manejo de diferentes pragas em 30 culturas agrícolas. Segundo a DuPont, o inseticida Benevia® foi desenvolvido com base numa molécula química de última geração, cujo ingrediente ativo é o Ciantraniliprole. “Trata-se de um produto de classe toxicológica IV, faixa verde, com alta potência inseticida e também seletivo aos inimigos naturais das pragas que controla”, acrescenta o gerente de marketing da DuPont, Ademilson Villela.
FOTOS: Revista Attalea Agronegócios
Inseticida Benevia® é o destaque da DuPont
Netafim lançou na feira o Sistema UManage
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Netafim promoveu na 21ª FENICAFÉ - Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura o lançamento do Sistema UManage, que permite ao produtor rural monitorar a irrigação da lavoura em tempo real, garantindo eficiência no manejo da água e da nutrirrigação – técnica que consiste em aplicar os nutrientes por meio da água irrigada. “Assim é possível chegar diretamente nas raízes fazendo com que ela cresça mais rápido que as demais, ou seja, o produtor não desperdiça água, insumos, tempo e ainda essa técnica ajuda no aumento expressivo da produtividade”, declara Carlos Sanches, gerente agronômico da Netafim. Segundo ele, há casos na ordem de até 200% de aumento de produção em relação a outros métodos na cultura do café.
Negociações no estande da ACA, organizadora da 21ª FENICAFÉ.
Negociações no estande da Biocross, na 21ª FENICAFÉ.
FOTOS: Revista Attalea Agronegócios
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Estande da Yara na 21ª FENICAFÉ.
Estande da FMC Agrícola.
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Equipe da Biocross na 21ª FENICAFÉ.
Estande da TDI Máquinas Agrícolas
Negociações no estande da MIAC Colombo, na 21ª FENICAFÉ.
Estande da Rivulis Plastro Irrigação.
Negociações no estande da Jacto, na 21ª FENICAFÉ.
CAFÉ
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oi realizado um dia de campo na Fazenda Santa Terezinha, município de Jeriquara (SP), em parceria com as empresas Samaritá, Syngenta e Kühn, para demonstração de ótimos resultados de produção no cafeeiro no que se refere ao tratamento de nutrição equilibrada. Nos setores de nutrição foliar, foi utilizado o portifólio da empresa Samaritá como: “Millenium”, “Aminomax Supra”, “Biopower”, “BMZ” e “Humussan”, sendo estes fontes equilibradas de nutrientes, resultando numa otima produtividade, maior pegamento e uniformidade de enchimento de grãos. Outra parceria de resultado, a Syngenta, também apresentou seu portifólio visando controle de pragas, doenças e vigor de plantas, oferecido pelo programa Café Forte Extra. Para maximizar o resultado de eficiência do produto é essencial um equipamento de alta tecnologia e desempenho. Por isso, foi apresentado o pulverizado “Twister Mãozinha”, da marca Kühn, que é extremamente robusto por seu diferencial, no alto poder de penetração, atingindo o centro da planta, que possibilita uma redução no volume de calda e minimizando o desperdício por deriva, por ser uma máquina 100% ajustável, que permite o trabalho em lavoura desde a fase do plantio até a fase adulta. Trata-se de uma tecnologia exclusiva da marca Kühn. O “Twister Mãozinha” possui vários diferenciais, como: isenta de polias, correias e rolamentos; tanque em fibra de vidro com quebra onda; bomba membrana; cardan homocinético; turbina centrífuga 550 mm, com caixa de transmisão com duas velocidades e indução de ar individual para cada mãozinha. Aos agricultores da Alta Mogiana e Sudoeste Mineiro, a representação e assistência técnica é exclusividade da Casa das Sementes.
FOTOS: Divulgação Casa das Sementes
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Casa das Sementes realiza Dia de Campo em nutrição equilibrada em café
Fabiano Marcos Gomes apresenta o pulverizador Twister Mãozinha.
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m um trabalho de pesquisa desenvolvido pelo engenheiro agrônomo e pesquisador do INCAPER - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, Hélcio Costa, foi diagnosticado um novo vírus em lavouras de jiló, denominado Tomato Chlorosis Virus (TOCV) do gênero Crinivirus. O vírus é transmitido das plantas doentes para as sadias principalmente pelas Moscas-Brancas (Bemisia tabaci - biótipo b e Trialeurodes vaporariorum) que ocorrem no Estado, com alta infestação. De acordo com o pesquisador, o vírus foi descoberto
EUA aprovam batata transgênica U
ma batata transgênica acaba de ser aprovada nos Estados Unidos e poderá estar disponível para consumidores daquele país em 2017. A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de alimentos e medicamentos dos EUA, avaliou o organismo geneticamente modificado (OGM) como tão seguro quanto qualquer outra variedade da planta já disponível. O OGM é a segunda geração de um produto já cultivado nos EUA. A nova batata, entretanto, combina quatro características: é menos suscetível a danos e à doença da pinta preta, tem menor teor de asparagina (aminoácido que, se aquecido a altas temperaturas, pode causar mal à saúde), maior capacidade de resistir ao frio quando armazenada e resistência ao fungo Phytophthora infestans, causador da Requeima da Batata. A doença, de rápida disseminação e elevado potencial destrutivo, provocou a famosa ‘Grande Fome da Irlanda’ em meados do século XIX. Nesta época, a requeima da batata chegou à Europa e devastou as plantações de todo continente. Na Irlanda, os danos foram ainda maiores porque uma parcela expressiva da população dependia exclusivamente da cultura para sobreviver. Em virtude desse evento, aproximadamente 25% dos irlandeses morreram ou imigraram. Os benefícios do tubérculo GM foram obtidos combinando genes de variedades selvagens e cultivadas de batatas. A resistência à requeima, por exemplo, veio de uma espécie argentina da planta, que naturalmente expressa a característica. De acordo com a desenvolvedora, com o vegetal transgênico, será possível reduzir as aplicações de defensivos químicos em até 45%. (FONTE: CIB - Conselho de Informações sobre Biotecnologia)
FOTO: Divulgação INCAPER
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Pesquisador do Incaper descobre novo vírus em lavouras de jiló
em 2013 em pesquisas de campo realizadas em algumas propriedades no município de Venda Nova do Imigrante (ES), mas a confirmação ocorreu em junho de 2015. E em janeiro de 2016 o trabalho foi aceito na revista Plant Disease, que é referência mundial em fitopatologia. “Nas reuniões de olericultura e dias de campo, o Incaper levará informações aos técnicos e produtores para que o vírus não se dissemine em áreas onde ele ainda não ocorre”, contou Hélcio. Ele ressaltou que, ainda não existem ainda híbridos ou cultivares comerciais de jiló resistentes para este vírus. O vírus já ocorre no Espírito Santo no plantio de tomate, cujo folder pode ser encontrado na página do Incaper. SINTOMAS - Os sintomas característicos da doença ocorrem nas folhas que apresentam uma clorose generalizada, iniciando pelas folhas baixas e, posteriormente, alcançado toda a planta, a qual se apresenta com aspecto de um amarelão generalizado. Nestas condições, ocorre uma perda de produção devido à redução da taxa fotossintética nas folhas das plantas doentes. As folhas mais velhas podem ficar enroladas, tornando-se grossas e quebradiças, com manchas de cor púrpura. As folhas da parte mediana da planta apresentam uma clorose bem acentuada. Os frutos das plantas com infecção severa apresentam alterações na sua maturação. Geralmente, a doença começa pelas plantas que estão no início da fileira. Segundo Hélcio Costa, como os sintomas podem confundir os agricultores, muitas vezes o diagnóstico é feito de maneira equivocada e atribuído a deficiências nutricionais, fitotoxidez ou mesmo senescência natural da planta. “É importante que os técnicos fiquem atentos, e em caso de dúvida, procurem um laboratório de fitopatologia para esclarecer o diagnóstico”, completou.
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