Revista de Agronegócios - Edição 103

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Solução natural para o controle das formigas cortadeiras

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CANA

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Na safra 2012/13, do total de área em produção, ou área de corte com cana de açúcar no Estado de São Paulo, 84,8% encontrase mecanizada, correspondendo a 4.659.684,0 hectares.

A arte de julgar bovinos

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Artigo do Zootecnista Glayk Humberto Vilela Barbosa e da Médica Veterinária Vânia Mirele Ferreira Carrijo retratam a importância do julgamento dos animais, onde os atributos morfológicos externos indicam a tendência do animal para uma determinada produção.

Atlântica Brazilian Coffee Origin abre filial em Franca (SP)

CAFÉ

FOTO DE CAPA

Formigas Cortadeiras “atacando” o sachê da Bioisca/Cocapec, em Cristais Paulista (SP). Foto: Divulgação COCAPEC.

Tida como uma das principais pragas agrícolas, as Formigas Cortadeiras causam grandes danos econômicos em praticamente em todas as culturas, inclusive no café. Seu controle químico, até então a principal opção, não se mostra completamente eficiente devido ao sistema organizacional das formigas, e por isso não elimina os insetos totalmente, além de prejudicar o meio ambiente por conta dos componentes de sua fórmula. Neste contexto, após 10 anos de trabalho, a COCAPEC lançou a Bioisca, formicida 100% natural.

Mecanização na colheita da cana de açúcar atinge 84,8%

LEITE

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Empresa reconhecida mundialmente no mercado de cafés, a Atlântica passa agora a ter um escritório em Franca (SP): a Cinco Grãos, do empresário Airton Costa.

DEDEAGRO e AGROPEC CP realizam Dia de Campo

CAFÉ

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e 17 a 19 de junho, em Holambra (SP), acontecerá a 22ª HORTITEC - Exposição de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas. O evento acontecerá no Pavilhão da Expoflora e vai reunir o que há de mais inovador em tecnologia para todos os elos das cadeias produtivas de hortaliças, frutas, flores, florestais e demais culturas intensivas. A Revista Attalea Agronegócios participará, mais uma vez do evento, com estande próprio. Visitem-nos. Nesta edição apresentamos como destaque a Bioisca/Cocapec, um formicida 100% natural, desenvolvida pela COCAPEC - Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca (SP). O produto vem revolucionando todo o mercado agropecuário do país por controlar efetivamente o ataque de formigas cortadeiras, mas também com o diferencial da certificação do IBD - Instituto Biodinâmico, atestando o seu uso na Agricultura Orgânica. A Bioisca/Cocapec estará presente na 22ª HORTITEC. Na cultura do café, vários assuntos são destaques nesta edição. Como os dados da CNA/Brasil mostram elevação de 6,37% nos custos com colheita e pós-colheita; Dia de Campo da Bio Soja e Campagro, em Ibiraci (MG); o Dia de Campo da Casa das Sementes em Franca (SP); o 6º Intercâmbio de Café - Etapa Alta Mogiana; e a inauguração do Escritório da Atlântica Brazilian Coffee Origins em Franca (SP). Destaque também para o artigo do consultor Marco Antônio Jacob, onde retrata a “Importância do Levantamento dos Estoques Privados e Dados Corretos”. Boa Leitura!

HORTITEC

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Expectativa de bons negócios na 22ª HORTITEC, em Holambra (SP)

DESTAQUE: Bioisca/Cocapec

EDITORIAL

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O 6º Dia de Campo da Distribuição Bayer CropScience foi realizado na Fazenda Água Limpa, município de Jeriquara (SP). O objetivo foi o de apresentar a performance do portifólio Bayer.

Agristar lança variedades de frutas e hortaliças

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A empresa apresentará aos agricultores variedades de hortaliças e frutas resistentes às principais pragas e viroses existentes e desenvolvidas para conquistar o paladar do consumidor brasileiro.


AGRISHOW 2015

AGRISHOW estima queda de cerca de 30% no volume de negócios em relação ao 2014

Expectativa é que Plano Safra possa reequilibrar a situação do setor no ano

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ela primeira vez em 22 edições, a AGRISHOW, maior feira do agronegócio da América Latina, estima queda no volume de negócios em relação ao ano anterior, que foi de R$ 2,7 bilhões. De acordo com as entidades realizadoras (ABAG, ABIMAQ, ANDA, FAESP e SRB), a alta dos juros e a incerteza política econômica foram as principais responsáveis pela grande queda na realização de negócios. O Brasil vive hoje uma crise de confiança generalizada

Arnaldo Jardim, Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e Márcio França, vice-governador de São Paulo.

e sentida também pelo produtor rural. A esperança dos realizadores da feira é que o Plano Safra, anunciado no dia 19 de maio, possa voltar a fornecer as condições necessárias para a retomada dos investimentos. A Agrishow 2015 recebeu um grande público, dentro da média dos anos anteriores, provenientes de vários estados brasileiros e do exterior. Estiverem presentes na feira o vice-presidente Michel Temer, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Kátia Abreu, da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, da Secretaria de Portos, Edinho Araújo, das Cidades, Gilberto Kassab, e os secretários estaduais de Agricultura, Arnaldo Jardim, e de Logística e Transportes, Duarte Nogueira.

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DISCOVERY SPORT FOI O SOFTWARES DA CHB AGRO MIAC INOVA E LANÇA DESTAQUE DA LAND ROVER PARA PRODUTORES RURAIS TRÊS NOVAS MÁQUINAS

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A Jaguar Land Rover, empresa britânica com duas marcas automotivas icônicas de luxo e representada na região pela Eurobike participou da AGRISHOW 2015 com um estande de 600 m2 que abrigou, inclusive, uma pista para teste off road. O agronegócio é um setor muito relevante para a Jaguar Land Rover, visto que cerca de um terço do total das vendas é proveniente de praças onde o agronegócio é importante. Neste ano, o grande destaque da marca foi o Discovery Sport, veículo utilitário esportivo compacto recém-lançado no mercado brasileiro. O veículo entrega desempenho sem paralelos graças ao sistema Terrain Response®, que adapta todas as configurações de tração, aceleração e torque de acordo com o tipo de terreno em que se trafega: normal, grama/neve/cascalho, lama e sulcos, areia. INF.: www.eurobike.com.br

Especializada no desenvolvimento de softwares que monitora operações de custo agrícola detalhado por fazenda, talhão e cultura, além de controlar despesas com veículos, a CHB Sistemas aproveitou sua participação na AGRISHOW 2015 para demonstrar as possibilidades do “CHBAGRO”. Desenvolvido para produtores rurais de pequeno, médio e de grande porte, o software é voltado para gerenciar, especialmente, as atividades dos produtores rurais de cana de açúcar, grãos e prestadores de serviço em diversas atividades rurais, com a proposta de aumentar a lucratividade. O programa é de fácil utilização e com baixo custo de implantação. Por ser totalmente ambientado na internet, proporciona consulta rápida e objetiva, podendo ser acessado por celular, tablet ou notebooks. INF.: www.chbagro.com.br

A MIAC Máquinas Agrícolas levou para AGRISHOW 2015 três novos modelos inovadores de equipamentos para colheita de mandioca, amendoim e feijão. A colhedora de mandioca atende a principal necessidade do produtor de mandioca: eliminar mecanicamente a cepa da mandioca. O equipamento foi projetado para colher duas linhas de mandioca utilizando um trator de 80 cv, com tração 4x4, super-redução e com duas válvulas de controle remoto. Além do exclusivo eliminador de cepa da mandioca a colhedora possui rodas esterçantes para facilitar os acabamentos de colheita e dispositivo para ensacar em sacos tipo BAG. A colhedora possui sistema hidráulico independente do trator para acionar os mecanismos de colheita e de eliminação da cepa. INF.: www.industriascolombo.com.br

A Serimac, empresa sediada em Auriflama (SP), apresentou na AGRISHOW 2015 um produto inovador no setor agropecuário: um implemento que faz, em poucos segundos, a abertura das covas e coroamento para o plantio das mudas de seringueira, coqueiros, reflorestamentos e frutíferas em geral, possibilitando até 380 covas por hora. Possui um inovador sistema de perfuração de solo, fazendo inclusive as duas coroas em volta da muda, sendo uma interna menor para o reservatório de água, e uma maior para o mesmo processo. Substitui o serviço braçal pelo mecanizado, reduzindo os gastos com mão-deobra e, conseqüentemente, o custo total de plantio, buscando aumento da produção..”. INF.: www.serimac.com.br

A KBM Máquinas Agrícolas, empresa de Dumont (SP) - criada da fusão das empresas BM DUMONT e da americana KMC (Kelley Manufacturing Company) -, lançou na AGRISHOW 2015 o equipamento mais esperado desta parceria: as Colhedoras de Amendoim modelo KBM3384BR, que colhe quatro linhas, e modelo KBM3386BR, que colhe seis linhas. A máquina já está consolidada há vários anos no mercado norte-americano e em outros países, sendo que suas principais características são o alto rendimento e o baixíssimo índice de perdas. A Colhedora de Amendoim é ainda muito robusta, com excelente disponibilidade mecânica e com baixíssimo custo de manutenção. INF.: www. bmdumont.com.br

A Case IH apresentou durante a AGRISHOW 2015, sua mais nova linha de plantadeiras com tanque central de sementes, a Easy Riser, com seis opções: 11, 13, 15, 17, 19 e 24 linhas. Focada em alto rendimento operacional, ou seja, plantio com menor número de paradas para reabastecimento, o equipamento possui um sistema exclusivo de reservatórios com capacidade aproximada de até 2,1 toneladas para sementes e 6 toneladas para adubo. Os tanques de armazenagem suportam um big-bag completo de sementes por tanque, o que potencializa a logística e o planejamento da safra. A nova Easy Riser de 24 linhas chega a fazer até 36 hectares de plantio de soja por carga.. INF.: www.caseih. com.br // www.tracan.com.br

SERIMAC APRESENTA NA FEIRA KBM LANÇA COLHEDORAS DE ‘EASY RISER’: NOVA LINHA DE MÁQUINA PARA ABRIR COVAS AMENDOIM NA AGRISHOW PLANTADEIRAS DA CASE IH


AGRISHOW 2015

HUSQVARNA LANÇA 1º DAF CAMINHÕES LANÇOU FAESP RECEPCIONA 15 MIL CORTADOR DE GRAMA 4x4 CABINE ‘SUPER SPACE CAB’ PRODUTORES NA FEIRA 7

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A Husqvarna lançou na AGRISHOW o primeiro cortador de grama com potência simultânea nas quatros rodas. O modelo HU725AWDH oferece ao operador o máximo de controle e facilidade de manuseio em áreas inclinadas, em gramas densas ou em terrenos difíceis. Outra vantagem é que o equipamento conta com rodas traseiras mais altas, aumentando a capacidade de manobra nos mais diferentes espaços. Ele também pode atingir a velocidade de até 4,9km/h, conta com plataforma de corte em aço de 55,9 cm, alça ajustável na altura do operador e possui o exclusivo sistema TrioClip®, capaz de coletar, descartar ou reciclar a grama. Ainda em maio, a Husqvarna lança os cortadores de grama HU550FH e 5521P, modelos contam com alças dobráveis para facilitar o transporte e armazenamento INF.: www.husqvarna.com

A DAF Caminhões lançou na AGRISHOW 2015 a cabine “Super Space Cab”, a mais alta do mercado, com 2,10m de altura interna, que proporciona muito conforto para o motorista. A empresa holandesa, fundada em 1929 e pertencente ao grupo norte-americana Paccar desde 1996, começou suas operações no Brasil em 2013. Reconhecido no mercado pelo baixo custo de operação, força e robustez, o caminhão DAF possui capacidade de carga de até 74 toneladas. Atualmente, é comercializado nas versões 6x4 e 6x2, com duas opções de motorização, 410 cv e 460 cv, muito voltados ao agronegócio, envolvendo o transporte de grãos, café e leite, além dos insumos. No cronograma de lançamentos da empresa para o ano de 2015 está ainda o motor de 510 cv. INF.: www. dafcaminhoes.com.br

Com o apoio de 150 sindicatos rurais de todo o Estado, a FAESP – Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo recepcionou em seu estande na AGRISHOW 2015 cerca de 15 mil produtores e trabalhadores rurais. Dr. Fábio de Salles Meirelles, presidente da FAESP e também presidente da AGRISHOW 2015, destacou o protagonismo do agronegócio brasileiro apesar da desaceleração geral ocorrida na economia. Segundo ele, o Agronegócio seguirá como o principal protagonista de sustentação para o crescimento do País. “Ele tem colaborado de duas formas: no fornecimento de alimentos a preços competitivos, que colabora para atenuar os efeitos da inflação em aceleração, e na garantia de exportações consideráveis, que ajuda para que o declínio na balança não seja profundo”. INF.: www.faespsenar.com.br

O governador Geraldo Alckmin anunciou, na coletiva de abertura da AGRISHOW 2015, recursos da ordem de R$ 207 milhões para investimentos na agricultura paulista. O Programa Pró-Trator (que alcançou a marca de 5.000 tratores financiados neste ano), será ampliado. Serão liberados R$ 85 milhões para novos financiamentos e R$ 35 milhões para o Pró-Implemento. O prazo de financiamento passará de seis para oito anos, com carência de até três anos, juros zero e correção monetária zero para pequenos e médios produtores. Além da solenidade de abertura, Alckmin prestigiou a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo “vestindo a camisa da entidade”. INF.: www. agricultura.sp.gov.br

Na AGRISHOW 2015, a Jacto revolucionou novamente - após 36 anos do lançamento da primeira colheitadeira de café - e deu início a uma nova fase para a cafeicutura ao lançar a nova colhedora de café: a K 3500, que vem com o conceito de trabalhar o ano todo nas operações da cultura cafeeira (colheita, pulverização e poda) em espaçamentos tradicionais e adensados, oferecendo ao produtor maior competitividade. O equipamento é um veículo automotriz no qual é possível acoplar individualmente os sistemas de colheita (já disponivel e sendo comercializado), pulverização (que será disponibilizado a partir de 2016), poda (a partir de 2017) e outros que poderão ser desenvolvidos. INF.: www.jacto. com.br

A Titan Pneus - detentora da marca GoodYear Farm Tires - apresentou na AGRISHOW 2015 várias novidades em pneus para maquinários agrícolas. A tecnologia LSW, presente no pneu IF 800/55R46, e que ajuda na diminuição da deformação da lateral do costado do pneu (causa principal de desconforto ou balanço), além de deixar o equipamento adaptado ao regime de trabalho intenso da agroindústria da cana-de-açúcar. Destaque também para os pneus IF320/90R42 e IF380/90R46 - Ultra Sprayer, para uso em Pulverizadores Autopropelidos; o pneu 18.426 LOGGER LUG II de fabricação cem por cento nacional, com cintas de aço e desenho exclusivo para a aplicação florestal. INF.: www.titanlat.com.

ALCKMIN ANUNCIA R$ 207 JACTO LANÇA COLHEITADEIRA NOVAS TECNOLOGIAS NO MILHÕES PARA AGRICULTURA DE CAFÉ K 3500 ESTANDE DA TITAN PNEUS


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Arnaldo Jardim e Márcio França visitaram o estande da Pinhalense

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visita do vicegovernador Márcio França e do Secretário da Agricultura Arnaldo Jardim coroou a participação da Pinhalense na AGRISHOW 2015. O estande da Pinhalense foi um dos poucos visitados pelas autoridades no dia do encerramento do evento, 1º. de maio. Recebidos pelo presidente Reymar de Andrade, Jardim e França tiveram a oportunidade de verificar os produtos que a Pinhalense colocou no mercado recentemente: a colheitadeira de café tracionada P1000 TR, lançada na AGRISHOW 2015, a colheitadeira autopropelida P1000, cujas primeiras unidades funcionarão nesta safra, e a balança para big-bag SMARTBAG já vendida a grandes armazéns de café no país e em operação-demonstração no estande. Ambos os secretários, ligados a áreas afins – agricultura, tecnologia e inovação —, ficaram particularmente interessados nas colheitadeiras pelo papel crítico que tem para tornar a cafeicultura brasileira mais competitiva. As colheitadeiras P1000 e P1000 TR incorporam tecnologia de última geração, como explicou Reymar, salientando que a P1000 é a única máquina no mercado compatível com cafezais com inclinação de até 30% além de outros atributos exclusivos. Mais barata, pois arrastada por trator, a P1000 TR oferece quase todas as vantagens da P1000. O Secretário Arnaldo Jardim reiterou que conta com a participação da

contatos LUCIENE DE PAULA (luciene.pitarelo@gmail.com) Estudante - Andradas (MG). “Sou estudante de Engenharia Agronômicas e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. ERIK MELIATO (judominguetti_nutry@yahoo.com.br) Cafeicultor - Varginha (MG). “Gostaria de fazer o meu cadastro e passar a receber a Revista Attalea Agronegócios”. PATRICIA MARIA BIGARAM (patriciabigaram.44@hotmail.com) Pecuarista - São Simão (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. FREDERICO ONOFRE DO PRADO (cristianeribeiroprado@gmail.com) Cafeicultor - Perdizes (MG). “Sou produtor de café em Perdizes (MG) e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. GUSTAVO ALVES BATISTA (gustavobatizta@hotmail.com) Pecuarista - Sacramento (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. LEVI CEREGATO JUNIOR (leviceregatojunior@gmail.com) Silvicultor - Ribeirão Preto (SP). “Sou produtor de Eucalipto e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. KEMILLY ANTONIA SILVA (kemilly_gatinha97@hotmail.com) Técnica em Agropecuária - Cravinhos (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. ROBERTO DE SOUZA LOPES (roberto@caqui.com.br) Fruticultor e Horticultor - Rio de Janeiro (RJ). “Sou produtor de caquis e de olerícolas no Estado do Rio de Janeiro. Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.

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A colheitadeira de café P1000.


AGRISHOW 2015 Pinhalense no evento “Sabor da Colheita”, a ocorrer no Instituto Biológico em São Paulo (SP), no dia 21 de maio, quando o Governador Geraldo Alckmin dará partida à colheita no maior cafezal urbano do mundo. A Pinhalense é parceira do evento há anos e é fornecedora de despolpador usado para processar o café ali colhido. Jardim aproveitou para agradecer Carlos Brando, da P&A, que gerencia as exportações da Pinhalense para mais de 90 países e também presente no estande, pela sua contribuição para a Câmara Setorial do Café de São Paulo, ora sendo reestruturada e dinamizada. Ao contrário da maioria dos expositores, que reclamaram que em 2015 a feira foi mais fraca que no ano anterior, a Pinhalense considerou sua participação um sucesso. Com a venda de equipamentos com tecnologia inovadora para processar café Conilon no Espírito Santo, negócios na área de produtos exóticos e a venda de produtos convencionais, a Pinhalense se surpreendeu com a diversidade dos visitantes: atividades diferentes do agronegócio, tipos de produto e regiões geográficas. Além de empresários e técnicos brasileiros de todas as regiões produtoras — fronteiras agrícolas e regiões tradicionais — o estande foi visitado por estrangeiros provenientes de 11 países e representantes de um banco pan-africano de desenvolvimento interessado em financiar seus clientes. O atendimento no estande da Pinhalense foi regionalizado, com supervisores de vendas e representantes para a-

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tender os clientes dos diferentes estados e produtos. A equipe da P&A esteve presente diariamente para receber os clientes estrangeiros. Além de ser palco para o desenvolvimento de negócios, o estande serviu para a troca de experiências entre produtores brasileiros e também entre eles e visitantes estrangeiros, com a facilitação de vendedores e traders. Ao lado dos produtos já citados, o estande da Pinhalense apresentou várias trinchas para limpeza de solo, inclusive o modelo super pesado TSP-160 lançado no evento e também o mais vendido na feira, o levantador de café do solo Arábica, lavador mecânico, despolpador e descascador combinado de café e máquinas para processar feijão: secador, pré-limpeza e mesa densimétrica.


EMPRESAS

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Grupo Bio Soja inaugura nova linha de produção em São Joaquim da Barra (SP) FOTOS: Murilo Corte

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O diretor superintendente Wilson Romanini inaugura nova planta industrial em São Joaquim da Barra

o dia 14 de maio, o Grupo Bio Soja inaugurou uma nova planta industrial na matriz de São Joaquim da Barra para a produção completa da linha NHT (produtos à base de suspensão concentrada). A empresa investiu mais de dois milhões de reais na montagem da nova fábrica, que começou a ser construída em julho de 2014. Com equipamentos de última geração e automatizados, a linha foi projetada e montada pela empresa Netzsch, líder mundial no segmento de dispersão e moagem. “O mercado de fertilizantes modificou muito nos últimos anos e a Bio Soja entende que é necessário se modernizar para atender a um mercado cada vez mais dinâmico, sempre com a máxima qualidade e oferecendo as melhores e mais modernas soluções para nossos clientes”, explica a gerente de produção Izabela Diniz e Souza Callegari. Com esta nova planta fabril, o Grupo Bio Soja poderá produzir até 20 mil litros desta linha de produtos por dia. Antes eles eram fabricados na unidade da Bio Soja localizada na cidade de Serrana (SP). Os produtos NHT® fazem parte de uma linha de fertilizantes fluidos com alta concentração de nutrientes e carbono orgânico com alta performance na nutrição das plantas. Os nutrientes do NHT® são provenientes dos óxidos, carbonatos e hidróxidos. Suas matérias-primas são submetidas a um processo industrial diferenciado de última geração na qual são convertidas em nanopartículas.

O GRUPO BIO SOJA - Criado em 1971, o Grupo Bio Soja possui seis unidades industriais: sendo duas em São Joaquim da Barra (SP), duas em Serrana (SP), uma em Ituverava (SP) e uma em Artur Nogueira (SP). A empresa possui cerca de 500 colaboradores e vendas anuais na ordem de R$ 400 milhões. Dedicado à produção de insumos de alta tecnologia para a agricultura moderna, conta com dezenas de produtos nas linhas de fertilizantes fluidos, inoculantes, sais, acaricidas, adjuvantes, condicionadores de solo e fertilizantes organominerais, entre outros. O Grupo conta com moderno e completo laboratório próprio e certificados de qualidade, bem como equipe de agrônomos e assistentes técnicos integrados com clientes e a cadeia do setor. Mais informações: www.biosoja.com.br


AGRICULTURA ORGÂNICA

Fert Bokashi® promove redução de mais de 80% na população de nematóides

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CANA DE AÇÚCAR

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Mecanização na colheita da cana de açúcar atinge 84,8% na Safra Agrícola 2013/2014

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Instituto de Economia Agrícola (IEA), em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), estimou o percentual de área colhida por máquinas na colheita da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo na safra agrícola2 2013/14. Do total de área em produção, ou área de corte (5.497.118 hectares), 84,8% encontra-se mecanizada, correspondendo a 4.659.684,0 hectares, aumento de 3,5 pontos percentuais em relação à safra 2012/133. Consequentemente, o restante da área em produção ainda demanda trabalhadores para a colheita manual, como será visto adiante. Esta pesquisa é realizada no mês de novembro de cada ano por meio do levantamento “Previsão e Estimativas de Safra do Estado de São Paulo”, aplicado em todos os municípios paulistas e informado por técnicos das Casas de Agricultura da CATI. Na pesquisa, cada responsável deve informar o percentual de área colhida por máquinas, sendo possível calcular tanto o índice de mecanização por Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR), bem como o índice para o estado (ou qualquer outra abrangência geográfica de interesse). O resultado informado aponta que, entre as safras 2012/13 e 2013/14, a área mecanizada apresenta uma variação positiva de 5,2%, enquanto a área em produção de cana-de-açúcar basicamente não se alterou, um recuo de 0,09%. Isto significa que houve avanço da mecanização sobre áreas que antes eram colhidas ainda manualmente. A partir desse índice de mecanização é possível acompanhar a evolução da mecanização da colheita de cana-de-açúcar e avaliar o cumprimento de dois marcos regulatórios com fins de proteção ambiental e erradicação da queima da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo: Lei n. 11.241 de 2002 do governo do Estado de São Paulo4 e Protocolo Agroambiental de 2007 (acordo de intenções entre o setor público e privado)5. Pela Lei n. 11.241/2002, a erradicação da queima da cana-de-açúcar está prevista em áreas mecanizáveis para o ano de 2021 e em áreas não mecanizáveis para 2031. Dessa maneira, a mecanização na colheita está bem adiantada, inclusive nas metas intermediárias: 80% para o ano de 2016 em áreas mecanizáveis e 20% em áreas não mecanizáveis

para o mesmo ano. As diretivas técnicas estabelecidas pelo Protocolo Agroambiental estipularam para usinas e fornecedores a erradicação total da queima da cana-de-açúcar para o ano de 2014 em áreas mecanizáveis (áreas cultivadas superiores a 150 hectares e declividade inferior de 12%) com metas intermediárias: 70% de mecanização a partir de 2010 para usinas e 60% para os fornecedores de cana-de-açúcar no mesmo ano6. Para áreas não mecanizáveis (áreas cultivadas inferiores a 150 hectares e declividade superior a 12%), o prazo é maior. Tanto para usinas como para fornecedores com


CANA DE AÇÚCAR FOTO: Divulgação Colorado

áreas não mecanizáveis a erradicação será até 2017 e com metas intermediárias: a partir de 2010, 30% de mecanização para usinas e 20% para fornecedores. Apesar do levantamento realizado não identificar as áreas em produção pertencentes às usinas ou aos fornecedores, ou mesmo se são áreas mecanizáveis ou não, é possível constatar que o índice de mecanização para o total do estado está em uma posição intermediária para as metas estabelecidas. Analisando o índice de mecanização entre as regiões produtoras de canade-açúcar dos EDRs, observou-se que há uma heterogeneidade entre as várias regiões produtoras do estado aqui analisadas em termos de abrangência geográfica dos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs). Observa-se a partir da Tabela 1 que 15 EDRs estão com seus índices de mecanização acima da média estadual (84,8%) e que juntos representam 50,5% do total de área em produção da cana-de-açúcar. Ressalta-se ainda que 8 dessas regiões encontram-se com mais de 90% mecanizadas, tais como Araçatuba, Andradina e Assis, regionais que contêm menos de 5,0% da área de corte estadual. Por outro lado, regionais como Orlândia (SP) e Ribeirão Preto (SP), que participam com aproximadamente 6,5% da área de corte esta-dual, apresentam pouco mais de 70,0% de mecanização. Tais resultados talvez tenham como justificativa as características de relevo. Entretanto, algumas regiões, como Piracicaba (SP), encontram-se abaixo da média (72,7%) e apresentam dificuldades para aumentar a mecanização por conta de dois fatores: a declividade do solo que impede o uso de colhedoras e a presença de fornecedores de cana-de-açúcar com áreas inferiores a 150 hectares. Tais fatores dificultam o cumprimento do Protocolo Agroambiental nos prazos estabelecidos, porém, ainda possuem uma margem de tempo para a mecanização por meio da Lei nº 11.241 de 2002. Cabe ressaltar que, em algumas regiões, pequenos produtores estão arrendando suas terras ou migrando para outras culturas em decorrência da proibição da queima da cana, pois a baixa remuneração do setor e a desvantagem econômica em fazer a colheita mecanizada em pequenas áreas acaba excluindo esses produtores na produção da canade-açúcar7. Por fim, o índice de mecanização permite também mensurar o impacto da colheita mecânica sobre o emprego de cortadores de cana-de-açúcar. Na safra 2013/14, a demanda por trabalhadores na colheita foi estimada em 51,7 mil cortadores, cerca de 18 mil a menos em relação à safra 2012/13. Destaca-se o EDR de Orlândia (SP), segundo maior EDR em área em produção, que apresentou nessa safra 77,3% de sua área já mecanizada, mas que ainda é responsável por aproximadamente 6 mil cortadores. Outros EDRs, como Barretos (SP), Catanduva (SP) e Presidente Prudente (SP) demandam juntos cerca de 10 mil cortadores na colheita manual. Essas regiões, bem como outras em que o processo de mecanização se intensifica e é irreversível, ainda merecem

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atenção pelas questões sociais que os marcos regulatórios impuseram a essa classe trabalhista. Reforça-se aqui sempre a preocupação de políticas voltadas para esses cortadores seja no processo de requalificação ou no controle ao desemprego, questões essas deixadas de lado na formulação de tais marcos regulatórios. 1 - O artigo é produto do projeto “Avaliação da mecanização na colheita da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo entre 2007 a 2013”, cadastrado no SIGA, NRP-4720. 2 - Entende-se por safra agrícola o período compreendido entre setembro de 2013 a novembro de 2014. Para a cultura da cana-de-açúcar, nestes meses foram realizados 5 levantamentos de campo – fevereiro, abril, junho, setembro e novembro de 2014. A pesquisa de novembro confere a estimativa da safra 2013/14 e as demais as previsões. 3 - Informações sobre o índice de mecanização na colheita da cana-de-açúcar referentes à safra de 2012/2013, consultar FREDO, C. E et. al. Mecanização na colheita da cana-de-açúcar paulista supera 80% na safra 2012/13. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 9, n. 7, jul. 2014. Disponível em: <http://www. iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=13463>. Acesso em: fev. 2015. 4 - SÃO PAULO (Estado). Lei n. 11.241, de 19 de setembro de 2002. Dispõe sobre a eliminação gradativa da queima da palha da cana-de-açúcar e dá providências correlatas. Diário Oficial do Estado, 20 set. 2002. 5______. Secretaria do Meio Ambiente. O protocolo. Protocolo Agroambiental, São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www. ambiente.sp.gov.br/etanolverde/protocolo-agroambiental/o-protocolo/>. Acesso em: out. 2014. 6____.Secretaria do Meio Ambiente. Protocolo agroambiental do setor sucroenergético paulista: dados consolidados das safras 2007/08 a 2013/14. São Paulo: ÚNICA/ORPLANA, 58 p. Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/etanolverde/files/2014/12/Protocolo-Agroambiental-do-SetorSucroenerg%C3%A9tico-Relat%C3%B3rio-consolidado.pdf>. Acesso em: jan. 2015. 7AMORIM, F. Fim da queima da cana ‘exclui’ produtores. Folha de S. Paulo, São Paulo, 11 mar. 2014. Disponível em: <http:// www1.folha.uol.com.br/fsp/ribeirao/155787-fim-da-queima-dacana-exclui-produtores.shtml>. Acesso em: fev. 2015.


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Paulo de Tarso Veloso de Menezes Brando1 e Arejacy Antônio Sobral Silva2

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FOTO: Paulo de Tarso V.M.Brando

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Utilização de aveias em diversos sistemas de produção

s aveias, semelhante a algumas culturas de clima temperado ou de inverno, são usualmente cultivadas no sul do Brasil, pois lá encontraram condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento. Assim como algumas outras culturas que a princípio eram cultivadas apenas nas regiões mais frias, as aveias têm sido cultivadas na região Sudeste no outono, em sequeiro, após a safra de verão e até mesmo durante o inverno, desde que haja Vista parcial do experimento disponibilidade de irrigação. O uso de aveias, tanto para a alimentação animal quanto para adubação verde e mesmo para a produção de grãos (aveia branca), vem despertando o interesse de produtores e técnicos das regiões do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, em Minas Gerais. Em sistemas de produção animal, a utilização de forrageiras de inverno é uma alternativa para suprir a escassez de pastagens tropicais que, no período de outono-inverno, sofrem quedas drásticas na produção, mesmo quando irrigadas, devido principalmente à diminuição da temperatura, resultando em queda na capacidade de suporte dos pastos. As aveias branca e preta podem contribuir para minimizar a baixa produção de alimentos no período de seca, quando há disponibilidade de irrigação, por se desenvolver bem em períodos de baixa temperatura como os que ocorrem no inverno da região Sudeste. Com auxilio de programas de melhoramento genético e uso adequado de irrigação, a região Sudeste do Brasil, está conseguindo obter bons resultados na produção de aveias. Entretanto, é de fundamental importância identificar cultivares que apresentem desempenho satisfatório nessa região. Devido à importância da aveia e a necessidade de informações pra região, foi desenvolvida em 2013, uma pesquisa para avaliar o desempenho de 12 cultivares (BRANDO et al., 2014; SILVA et al., 2014;) com o objetivo de avaliar

AUTORES

1 - Graduando em Agronomia - Centro Universitário do Planalto, Araxá (MG). Email: paulodetarso92@hotmail.com 2 - Professor - Área de Agrárias - Instituto Federal de São Paulo, campus Avaré (SP).

a produtividade de cultivares ou genótipos de aveia branca (Avena sativa L.) e aveia preta (Avena strigosa Schreb) na região de Araxá (MG). O experimento foi realizado no campo experimental do Centro Universitário do Planalto de Araxá – UNIARAXÁ, em Araxá (MG), que fica a 960 metros de altitude, em solo cultivado de textura média. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com nove tratamentos e três repetições para as cultivares de aveia branca: “IPR 126”, “IPR Suprema”, “IPR Esmeralda”, “Fapa 43”, “URS Guapa”, “Torena”, “Corona”, “Guara” e “Taura”. O mesmo delineamento experimental, porém com três tratamentos e três repetições, foi usado para a avaliação de cultivares de aveia preta: “Embrapa 140”, “BRS 139” e “Iapar 61”. A semeadura foi realizada manualmente no dia 28 de abril de 2013, em sulcos, a uma profundidade de 3 cm, com densidade de 350 sementes aptas por m². As parcelas possuíam 10 linhas, espaçadas de 0,20 m e suas dimensões eram de 2 metros de largura e 2 m de comprimento (4m²). A adubação de plantio foi feita com 300 kg ha-1 de 0828-16. A adubação de cobertura foi realizada aplicando-se, 35 kg ha-1 de cloreto de potássio mais 20 kg ha-1 de sulfato de amônio na fase de perfilhamento. Após cada corte foi aplicado 20 kg ha-1 de sulfato de amônio. A irrigação foi realizada com intervalos de 10 dias, de acordo com as condições climatológicas, aplicando uma lâmina de 25 mm de água em cada irrigação, descontando as chuvas. (BACCHI e GODOY, 1997). Os cortes foram realizados quando as plantas atin-


EVENTOS

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giam 30 a 35 cm de altura, deixando resíduo de 7 cm para que houvesse rápida rebrota. O último corte foi realizado quando 50% das plantas estavam no estádio de emborrachamento. Foi realizada a avaliação do hábito de crescimento das aveias através de uma escala de notas variando de um a nove, sendo que a nota um refere-se a planta com hábito de crescimento vertical e nota nove, a planta com crescimento prostrado (tombado). Notas de dois a oito indicam hábito de crescimento de semi-ereto a semi-prostrado, respectivamente. No momento de cada corte, para determinação da massa de forragem, foram colhidas três amostras de forragem, em cada tratamento, utilizando-se uma moldura de vergalhão de 0,50 m x 0,50 m, colocada ao acaso, em ponto representativo da condição do relvado nas parcelas. Os perfilhos contidos no interior da moldura foram colhidos Adaptado de: Brando et al.,2014; Silva et al.,2014 rente ao solo, com o auxílio de uma tesoura de poda e acondicionados em sacos plásticos, devidamente mento na estação outono-inverno. identificados. Em seguida, essas amostras foram transportaPara o uso na alimentação animal, destacaram-se as das para o laboratório, onde os componentes da planta foram aveias brancas “IPR 126” e “IPR Suprema” e a aveia preta pesados e secos em forno micro-ondas de acordo com Santos “Iapar 61”, devido à maior produção e número de colheitas et al. (2004), calculando-se assim, o percentual de matéria que proporcionaram. seca. Se o objetivo for o uso como adubo verde ou rotação Os dados de hábito de crescimento e produção de mas- de culturas a fim de fornecer massa (palhada) para o solo, sa seca por corte e total estão apresentados na Tabela 1. podem-se considerar aquelas cultivares que produziram As cultivares de aveia branca com hábito de cresci- mais no primeiro corte, já que nesse caso, não há interesse mento mais prostrado foram “IPR Suprema” e “IPR 126”. na rebrota das plantas. As cultivares mais produtivas foram “IPR 126” com 7.936 kg ha-1 em seis cortes e “IPR Suprema” com 7.334 kg ha-1em REFERÊNCIAS cinco cortes, ambos com ciclo tardio (Tabela 1). BACCHI, O. O. S.; GODOY, R. Demanda hídrica de Todos as cultivares de aveia preta avaliadas mostraram aveia forrageira na região de São Carlos, SP. In: REUNIÃO hábito de crescimento semi-ereto. DA COMISSÃO BRASILEIRA DE AVEIA, 17.,1997, PasA cultivar de aveia preta com menor produção foi so Fundo. Resultados Experimentais.Passo Fundo, CSB“Embrapa 140”, uma vez que encerrou seu ciclo após o ter- PA,1997. p.388.390. ceiro corte. “Iapar 61” foi mais produtiva que “Embrapa 140” e não se diferiu estatisticamente da cultivar “BRS 139”. As BRANDO, P.T.V.M; SILVA, A.A.S.; RIBEIRO, J.V.C.; aveias pretas “Iapar 61” e “BRS 139” produziram um corte a PAIVA, M.J.A.; GERVÁSIO, G.R.; INÁCIO, P.K. Commais que “Embrapa 140” (Tabela 1). petiçãodegenótipos de aveia preta, Araxá, MG, 2013. Anais A produtividade, tanto para aveia branca, quanto da XXXIV Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de para aveia preta, se correlacionou com o hábito de cresci- Aveia.CASTRO-Pr, 2014. mento, sendo que as mais produtivas apresentaram hábito de crescimento semi-prostrado. Mas, cultivares de hábito SANTOS, P. M.; SOUZA, G. B.; NOGUEIRA, A. R. A.; de crescimento excessivamente prostrado podem dificultar BALSALOBRE, M. A. A. Determinação de teor de matéria a colheita da forragem pelos animais, ou mesmo a colheita seca na fazenda: método utilizando forno demicroondas domecanizada. Isso, aliado ao maior sombreamento das folhas méstico. Beefpoint, 2004. mais velhas, localizadas na base da planta, pode implicar em perdas da forragem produzida. SILVA, A.A.S.; BRANDO, P.T.V.M.; RIBEIRO, J.V.C.; PAIVA, M.J.A.; CARNEIRO FILHO, A.J.; INÁCIO, P.K. EnCONSIDERAÇÕES FINAIS - A maior estabilidade e saio de genótipos de aveia branca, Araxá, MG, 2013. Anais o maior período de produção da aveia favorece a disponibi- da XXXIV Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de lidade de alimento durante esse período de escassez de ali- Aveia.CASTRO-Pr, 2014.


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Alta Genetics conquista vários campeonatos nas raças leiteiras e de corte na EXPOZEBU 2015

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Alta Genetics fecha a Expozebu 2015 com chave de ouro, conquistando diversas categorias nas raças: Gir Leiteiro e Guzerá Leite / Nelore e Tabapuã. A Alta comprovou mais uma vez sua eficiência através do melhoramento genético. No gado de corte, o destaque em Nelore foi “Bitelo da SS” – Campeão – Progênie de Pai e Progênie Jovem de Pai. Um dos reprodutores mais usados no rebanho nacional. “Duda FIV da Sabia” (filha de Jeru FIV do Brumado) foi consagrada campeã Bezerra 2015. Na raça Tabapuã, “Candado FIV da LIAB” foi o grande destaque conquistando o primeiro lugar como Progênie de Pai. É um touro que tem expressividade em sua carcaça, devido ao comprimento e volume e com seu posterior repleto de carne. Pedigree de muita consistência, filho de “Industrial de Tabapuã”, touro consagrado por produzir animais de muita carcaça e excelente acabamento. Suas progênies também foram consagradas como: Campeã Bezerra (“Sapeca FIV de Tabapuã”); Reservada Campeã Bezerra (“Sanca FIV de Tabapuã”) e Reservada Campeã Novilha Maior (“Recuca FIV de Tabapuã”). Na raça Guzerá Leiteiro, o touro “Escoteiro FIV Unibe” conquistou o primeiro lugar como Progênie de Pai; Grande Campeão e Campeão Touro Adulto da Expozebu deste ano. Suas progênies também se evidenciaram como:

“Encanto 4 Meninos” (touro Reservado Grande Campeão e Campeão Júnior Maior) e “Edipo 4 Meninos” conquistou o título de Reservado Campeão Júnior Maior. A medalha de Campeão Júnior Menor ficou para “Blog FIV da Meta” (pai Hidrante FIV NF). No Gir Leiteiro, touro “Akel FIV DP” conquistou o troféu de Grande Campeão e Campeão Touro Adulto (progênie de Vaidoso da Silvania). Os touros “Figo Edon” foi Reservado Campeão Jovem e “Figo Bahadur”, Reservado Campeão Touro Adulto. O título de Reservado Campeão e Campeão Touro Jovem ficou para “Nito Paritins do JOA”. “Filho Provado Paritins TE Cal” consagrou-se como Grande Campeão na 41ª Exposição Agropecuária de Araxá 2015. “Nito” é um touro em Programa de Melhoramento Genético ABCGIL/Embrapa, tem muita beleza e equilíbrio em todas as partes. Agrega muito leite, excelente temperamento e com bons úberes em seu pedigree. “Facho TE Kubera” é o pai do Campeão Bezerro, “Belur Bar”, e do Reservado Campeão Bezerro, “Fergus Bar”. “Facho” é um touro que possui todos os atributos de um líder de vendas de sêmen. Touro que possui um pedigree de muita consistência genética e de fácil uso na raça Gir Leiteiro. Este touro possui uma maior segurança e lucratividade quando comparado aos investimentos na área financeira.

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Glayk Humberto Vilela Barbosa1 e Vânia Mirele Ferreira Carrijo2

Ezoognósia ou Exterior é o ramo da Zootecnia que estuda a conformação externa dos animais domésticos, apreciando as belezas e defeitos, para a conseqüente avaliação do mérito de cada indivíduo. O termo Ezoognósia vem do grego: ex = fora; zoo = animal; gnosia = conhecimento. Alguns autores preferem definir a Ezoognósia como o estudo da morfologia externa dos animais em função de suas atividades econômicas. De qualquer forma, a Ezoognósia está intimamente relacionada à arte de julgar ou apreciar os animais. Ela confere ao criador as bases indispensáveis para o julgamento. O julgamento dos animais com base no exterior se apóia principalmente na existência de uma associação entre a forma do indivíduo e a função por ele desempenhada. Esta correlação entre forma do indivíduo e função resulta em última análise no tipo. Em Zootecnia, quando se menciona apenas o tipo, subtende-se a soma dos atributos morfológicos externos que indicam a tendência do animal para uma determinada produção. Desde milênios o homem tem revelado essa preocupação de colocar num mesmo indivíduo as boas qualidades de conformação aliadas às de elevada produção. A História relata que as observações dos primeiros criadores levaram à dedução de que certas características morfológicas externas eram desejáveis nos animais realizando funções específicas, como a de produzir leite, carne, trabalho ou lã. O julgamento pelo exterior se baseia principalmente no exame de conformação, e deve incluir não somente as características raciais, mas também aqueles que acusam o tipo. Justamente neste particular, isto é, quando leva em consideração o tipo, é que a apreciação pelo exterior adquire importância como prática de melhoramento. Em algumas categorias, a associação entre tipo e produção é mais nítida, como por exemplo, no gado de corte. Muitas características de importância econômica para a produção de carne podem ser observadas tanto no macho como na fêmea, e alguns deles, até muito antes dos animais atingirem a maturidade sexual. Para outras características ainda, como a qualidade da carcaça, por exemplo, a aparência externa do animal oferece

AUTORES

1 - Zootecnista, B.Sc. Mestrando em Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Jurado Efetivo de Raças Zebuínas e Assessor de Pecuária Leiteira. 2 - Médica Veterinária, M.Sc. Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Docente do Centro Paula Souza. Atua na área de sanidade, escrituração zootécnica e biotecnologia da reprodução.

FOTOS: Glayk H.V. Barbosa

A arte de julgar bovinos

muitos bons indícios de avaliação. Já no gado leiteiro, a associação é menos definida. Mas, o grosso das investigações relatadas mostra que há uma tendência para que os animais de tipo mais desejado produzam maiores quantidades de leite. O julgamento é uma arte cuja perfeição depende das aptidões e dos conhecimentos de quem a exerce. Poder-se-ia definir mais precisamente o julgamento como sendo “a arte de determinar as qualidades de um animal, comparando-as ao tipo ideal ou a um padrão reconhecido” (Isidore, 1934). Sendo uma arte, os seus rudimentos podem ser adquiridos pelo estudo e treino. Porém, grande eficiência de julgamento somente é alcançada por aqueles que possuem um Dom Especial, quase que intuitivo, para a apreciação dos animais. Um adágio muito conhecido diz que “os bons jurados já nascem feitos, não se fazem”. Apesar disso, a observação cuidadosa e metódica, a prática constante por vários anos podem conduzir à formação de bons jurados. O jurado eficiente é um constante estudioso da forma e função dos animais. A eficiência do julgamento tende a aumentar com a observação e o estudo que se adquire pela prática cons-


PECUÁRIA FOTOS: Glayk H.V. Barbosa

tante de observar animais. Por essa razão, para aqueles que desejam se aperfeiçoar nessa arte, o contato freqüente com animais bem caracterizados quanto à raça, e bem definidos quanto ao tipo, é um meio seguro de alcançar maior proficiência. Os seguintes elementos são considerados essenciais para bem julgar: conhecimento aprofundado da raça em julgamento; observação acurada; bom senso e coragem e honestidade. A importância da avaliação dos animais para julgamento é direcionar o melhoramento genético, selecionar os animais que serão mantidos no rebanho e os que serão descartados, aumentar o tempo de permanência dos animais no rebanho e reduzir a taxa de descarte involuntário, selecionar os animais de exposição, auxiliar na aquisição de novos animais. Os métodos de avaliação dos animais são individual ou escala de pontos, classificação Linear, prova zootécnica e comparativo. O objetivo da maioria dos criadores é o retorno econômico da atividade. Assim, a conformação funcional é indispensável, influenciando a vida produtiva e reprodutiva dos animais, com reflexos no aumento do tempo de permanência no rebanho e diminuição na taxa de descarte involuntário. Para avaliação desta conformação funcional, é preciso se definir, inicialmente o que é “TIPO ZOOTÉCNICO”. Tipo zootécnico é a conformação que torna o animal altamente utilizável, em determinado gênero de exploração (DOMINGUES, 1961). Por exemplo, o Tipo zootécnico para leite ocupa lugar de destaque, pela importância de sua produção. Uma exploração leiteira tem como base de sucesso o conhecimento de cada animal, especialmente a sua produção, sendo uma base segura na formação de um rebanho de elevada produtividade. Há casos, em que o animal apresenta toda a aparência de aptidão para leite, mas sua produção não corresponde. O contrário também ocorre, animais cuja conformação não corresponde a do gado de leite, mas sua produção é excelente. Entretanto, algumas características exteriores são in-

Figura 4 - Conformação de um bovino leiteiro

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dispensáveis, pois, embora o leite seja produzido pelas glândulas mamárias, essa função está intimamente relacionada a outros sistemas do organismo, por exemplo, a capacidade digestiva, pois se não houver grande transformação de alimento, não há grande produção de leite. A conformação, que caracteriza um bom animal leiteiro (temperamento leiteiro), corresponde à forma de uma cunha, facilmente verificada observando-se o animal de três ângulos: de lado, de cima e de frente, demonstrado na Figura 4. A conformação de um bom animal leiteiro lembra a forma de um triângulo, que tem como base o trem posterior, como lado todas as costelas e espáduas, e como vértice, a cabeça. E finalizo com uma frase do mestre Otávio Dominguez “O aspecto exterior de um animal mostra o que parece ser a sua genealogia indica o que ele deve ser, mas somente a sua descendência prova o que realmente ele é...”


EVENTO

Evento acontecerá de 1º a 03 de julho e programação inclui feira e dinâmicas de campo

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maior evento do agronegócio café no Brasil chega à sua maioridade este ano reunindo em Três Pontas, no Sul de Minas, integrantes de todos os elos da cadeia produtiva, do plantio à colheita. Entre os próximos dias 1 e 3 de julho, produtores, técnicos, empresários e demais interessados participam da 18ª EXPOCAFÉ com o objetivo de democratizar o conhecimento e apresentar as mais recentes tecnologias para a produção cafeeira. O público é variado e chega de diferentes partes do Brasil, além de países da América Latina, América do Norte e Europa. “A EXPOCAFÉ representa a melhor oportunidade de se conhecer o que há de mais novo em termos de tecnologia e maquinário disponíveis para todos os elos da cadeia produtiva de café no Brasil”, diz Francisco Miranda de Figueiredo Filho, diretor-presidente da COCATREL Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas. A programação inclui feira com exposição de produtos e serviços focados no agronegócio café (maquinário em geral, secadores, tratores, guinchos hidráulicos, roçadeiras, adubadeiras, plantadeiras, podadeiras, motoserras, sopradores, pulverizadores, lavadores e derriçadeiras, entre outros), além de dinâmicas de campo, coordenadas pela equipe técnica da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG - que oferecem aos visitantes a oportunidade de acompanhar o funcionamento de máquinas e implementos. “Nas estações de campo é possível saber mais sobre as máquinas e conhecer novas cultivares de café, além de materiais genéticos que estão em fase experimental e são resultantes do Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro da Epamig”, explica o presidente da EPAMIG, Rui da Silva Verneque. Em sua 17ª edição, em 2014, a EXPOCAFÉ reuniu 140 expositores e recebeu 22 mil visitantes, gerando negócios no valor de aproximadamente R$ 200 milhões. A Expocafé acontece na Fazenda Experimental da EPAMIG, em Três Pontas. É realizada pela Cocatrel,EPAMIG e Universidade Federal de Lavras (Ufla), com apoio da Prefeitura Municipal de Três Pontas. A promoção é da Café Editora, empresa com mais de 10 anos de atuação e especializada no mercado de cafés. O objetivo dos organizadores é contribuir para a promoção da melhoria de renda e da qualidade de vida do produtor rural, a geração de empregos e a fixação FOTO: Link Comunicação

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EXPOCAFÉ 2015 reúne todos os elos da cadeia produtiva em Três Pontas (MG)

do homem no campo. SIMPÓSIO DE MECANIZAÇÃO - Antecedendo a EXPOCAFÉ 2015, a Fazenda Experimental da EPAMIG recebe em sua tenda de eventos, no dia 30 de junho, o “6º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira”, que reúne pesquisadores, professores universitários, técnicos e cafeicultores de diversos estados brasileiros e representa oportunidade para intercâmbio de informações sobre tecnologia e produção mecanizada. NÚMEROS - O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café e o segundo maior consumidor do produto. Há cerca de 1.900 produtores divididos em 15 Estados: Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo. A variedade de climas, relevos, altitudes e latitudes permite que o país produza uma ampla gama de tipos e qualidades de cafés. Na safra 2015/16, o país deve colher 48,05 milhões de sacas de 60 kg de café, número superior aos 47,5 milhões da última safra. O café é o quinto item mais exportado do agronegócio brasileiro, atrás de soja, carnes, produtos florestais e itens do complexo sucroalcooleiro. Os principais importadores do café brasileiro são Alemanha, Estados Unidos, Itália, Bélgica e Japão. As exportações de café no Brasil alcançaram valor de US$ 1,7 bilhões nos três primeiros meses de 2015, número 36,18% superior ao registrado em igual período de 2014.


GRテグS

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CAFÉ

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A importância do levantamento dos estoques privados e dados corretos

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Marco Antonio Jacob1

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Governo Brasileiro iniciou em principio de Abril a pesquisa para o levantamento de estoques privados de café em 31 de Março de 2015, referente à safra brasileira de 2014/2015. Saibam que este levantamento de estoques é exigência legal, conforme determina a legislação brasileira, pelo qual a responsabilidade é do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, através da CONAB, abaixo transcrevo parte da ordenação legal: 1991

LEI Nº 8.171, DE 17 DE JANEIRO DE

A) Estoques Iniciais = públicos e privados B) Venda de Estoques Públicos C) Desaparecimento = exportações + consumo interno D) Estoques Finais = público e privados Sabendo que:- (*) Produção derivada corresponde aos estoques iniciais + vendas do governo - (desaparecimento + estoques finais apurados). Abaixo um exemplo de uma tabela, demonstrando a PRODUÇÂO DERIVADA DE CAFÉ, para a safra de 2014/2015.

Art. 30. O Ministério da Agricultura e Reforma Agrária (Mara), integrado com os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, manterá um sistema de informação agrícola ampla para divulgação de: I - previsão de safras por Estado, Distrito Federal e Território, incluindo estimativas de área cultivada ou colhida, produção e produtividade; VI - volume dos estoques públicos e privados, reguladores e estratégicos, discriminados por produtos, tipos e localização DECRETO Nº 3.855, DE 3 DE JULHO DE 2001 Art. 9º As pessoas jurídicas de que trata o art. 1º deste Decreto ficam obrigadas a fornecer ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento: II - informações sobre os estoques próprios e de terceiros mantidos sob sua guarda. Parágrafo único. Caberá aos responsáveis legais pelas unidades armazenadoras providenciar o fornecimento das informações mencionadas neste artigo.

Assim sendo, é de suma importância que os dados pesquisados e coletados sejam apurados dentro do maior rigor possível. Sabemos que fazer previsão de safra de café com razoável acertividade num país continental como o Brasil é extremamente difícil, diante disto, creio que mais importante que a previsão de safra é o levantamento de estoques, pois deste levantamento de estoques pode-se apurar a real safra brasileira de café, chamada de Produção Derivada, isto é:-

AUTOR

1 - Produtor, consultor e corretor. Trabalha no mercado de café desde 1980. Gerente geral de torrefação (1980/83); corretor de café verde (1985/1992); gerente de exportação de café verde (1993/2007). Pós-Graduação em Economia do Sistema Alimentar, pelo CeFAS (Centro di Formazione e Assitenza allo Svillupo), Viterbo - Itália (1983/1984).

Assim sendo, são necessários apenas 4 (quatro) variáveis para se encontrar a real safra brasileira, lembrando que os dados devem ser fidedignos. i) Estoque Público ii) Estoque Privado iii) Exportações iv) Consumo Interno Entretanto, como é notório no mercado cafeeiro, existe uma enorme divergência de dados quando o assunto é os números do café, pois o setor privado trabalha com números diversos aos publicados pelos órgãos governamentais. Para um efeito comparativo, abaixo segue uma tabela em quanto está a divergência.


CAFÉ Observem que a diferença entre os dados oficias do GOVERNO BRASILEIRO, no qual a CONAB é encarregada de fazer estes levantamentos, apontam para uma divergência de 8,78 milhões de sacas com o setor privado. Não é o objetivo nesta singela exposição apontar quem está usando dados errôneos, o intuito é demonstrar que há uma enorme divergência que não é aceitável em termos estatísticos, pois é além da margem de erro aceitável. Se projetarmos os dados para os próximos 12 meses , isto é, até 31 de Março de 2016 , considerando os dados do CNC/PROCAFÉ com estimativa de safra para 2015/2016 mediana de 41,775 milhões de sacas, teremos o quadro acima. CONCLUSÃO - Após alguns exercícios matemáticos, podemos notar a vulnerabilidade de dados que a cafeicultura brasileira convive, pois a disponibilidade de exportação brasileira de café para os próximos 12 meses, findando em 31 de março de 2016, será dentro de um intervalo de 26,55 milhões de sacas até 35,34 milhões, com o agravante que os estoques chegarão a ZERO , e a necessidade para o consumo interno e exportações a partir de abril de 2016, só seriam supridas pela safra de 2016/2017, que começara a estar disponível a partir de maio de 2016.

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Assim sendo, para dirimir as dúvidas que pairam no ar e podem impactar em todo o comércio mundial de café, é urgente e necessário que o levantamento de estoques que está em curso pela CONAB tenha confiabilidade e seja acompanhado e auditado por empresas de reconhecido saber. É necessário alertar que caso os dados governamentais brasileiros estejam corretos, as cotações de café arábicas brasileiro no mercado internacional poderão ultrapassar os níveis de US$ 2,00 per/lb, estando atualmente em US$ 1,30 per/lb, o que acrescentaria um ingresso de divisas no país na ordem de mais de 2,5 bilhões de dólares, que beneficiaria todo o setor cafeeiro brasileiro , trazendo bem estar e gerando riquezas e desenvolvimento nas regiões cafeeiras da nossa Nação. Finalizando, o FUNCAFÉ tem recursos suficientes para contratar esta auditoria.


CAFÉ

Cinco Grãos representará a Atlântica na Alta Mogiana e em todas as demais regiões cafeeiras de SP

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m um evento descontraído, mas com a participação das principais lideranças e profissionais do agronegócio café da Alta Mogiana, foi inaugurado no início de maio a filial da Atlântica Brazilian Coffee Origins na cidade de Franca (SP). O escritório será comandado por Airton Costa, profissional altamente especializado no setor e bastante conhecido em todos os elos da cadeia produtiva do café na Alta Mogiana e está sediado na Rua Elias Nassif Sobrinho, 241, no bairro São Joaquim. Rogério Azevedo Schiavo, diretor da Atlântica Brazilian Coffee Origins, veio de Belo Horizonte (MG) para a solenidade de inauguração do escritório e confirmou que a de Franca (SP) será a única filial da empresa em todo o Estado de São Paulo. “Não temos interesse em abrir mais nenhuma filial no Estado de São Paulo. Entendemos que, com esta unidade em Franca, temos capacidade de atender o Estado inteiro, através da formalização de cooperações com outros agentes de todo o Estado”, afirmou Rogério Azevedo. A Atlântica possui uma atuação efetiva nos mercados de café de Minas Gerais e Espírito Santo. Mas, segundo Rogério, a inexistência de um escritório na Alta Mogiana dificultava as operações de cafés do Estado de São Paulo, principalmente no que se refere à logística da comercialização. “Há dois anos visitamos a região e manifestamos o interesse em instalar uma escritório aqui. Faltava-nos, apenas, encontrar o profissional certo para gerenciá-lo. E encontramos agora com a parceria formalizada com o Airton Costa, profissional reconhecido e altamente capacitado para a atividade”, disse.

FOTOS: Editora Attalea

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Atlântica Brazilian Coffee Origins inaugura escritório em Franca (SP)

Airton Costa (Cinco Grãos) e Rogério Azevedo Schiavo (Atlântica Brazilian Coffee Origins)


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“Meus filhos: Júlia, Flávia, Pedro, Alice e Laís são os ‘Cinco Grãos’, que me incentivam ao trabalho. Agradeço a confiança e o crédito moral e técnico que esta empresa está depositando em minha pessoa. Só tenho a agradecer os diretores da Atlântica”, afirmou Airton Costa. Para Rogério Azevedo Schiavo, a empresa apresenta uma filosofia muito clara. “Não temos interesse em ser o maior, mas sim o melhor e sempre entender a abrangência de nossa atuação de mercado”. A Atlântica já trabalha com café há muito

tempo. Na verdade, a história da empresa começa na indústria em 1980, onde o maior acionista era o proprietário do Café Três Corações. Com a venda do Café Três Corações para uma multinacional em 2000, a Atlântica passou a atuar em diversos outros setores da cadeia produtiva, incluindo uma produção própria de café no Norte de Minas Gerais, divisa com a Bahia; operações de exportação de cafés; além de operações logísticas e transporte. “Com certeza, hoje, a Atlântica possui a maior cadeia em armazéns gerais do Brasil”, ressaltou. O principal diferencial da Atlântica é que ela sempre focou na comercialização de cafés comerciais finos. O principal interesse não é o maior volume, mas sim trabalhar com melhor qualidade. “Assim, orientados por esta visão, afirmo que um dos motivos pelos quais decidimos montar um escritório em Franca, com presença mais efetiva, é que a região da Alta Mogiana é reconhecidamente a região que produz um dos melhores cafés do Brasil, em termos de qualidade”, afirmou Rogério.

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RR Consultoria realiza o 6º Intercâmbio do Café - Etapa Alta Mogiana

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“Além dos produtores e consultores do Sul de Minas e da Mogiana, este ano contaremos com a participação de consultores e cafeicultores do Oeste da Bahia e do Cerrado Mineiro. Aguardamos, ainda, possíveis confirmações de produtores e consultores de Rondônia e Espirito Santo, bem como da Colômbia”, afirmou Régis Ricco Alves, diretor da RR Consultoria e o idealizador do projeto. A proposta é de se percorrer, anualmente, as regiões cafeeiras do Sul de Minas e Mogiana Paulista, promovendo a interação entre Produtores e Consultores, com visitas técnicas em lavouras de alta tecnologia, com ênfase em casos específicos, como manejos diferenciados, mecanização e utilização de produtos. “Considero o Intercâmbio extremamente importante exatamente por fazer com que os cafeicultores das diferentes regiões possam visualizar e apren-

FOTO: RR Consultoria

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a segunda quinzena de abril começou o 6º Intercâmbio do Café, evento realizado pela RR Consultoria e que recebe a participação de vários outros consultores especialistas em café e muitos cafeicultores de outras regiões cafeeiras do País. Os custos com deslocamento dos cafeicultores corre por conta de cada um deles, mas os encontros recebem o apoio (almoço e jantar) de empresas do agronegócio interessadas em difundir o nome da empresa, bem como os produtos (fertilizantes, químicos, etc.) utilizados nas lavouras.

O consultor Régis Ricco Alves, diretor da RR Consultoria e idealizador do Intercâmbio do Café.

Visita na Fazenda Represa de Furnas-1, com ênfase no conceito da “capação com alta produtividade” na cafeicultura.


FOTO: RR Consultoria

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Visita na Fazenda Eldorado-II, com ênfase em lavouras irrigadas 1ª e 2ª Safra, com fertilização e gotejamento superficial e enterrado.

Visita na Fazenda Santa Cruz, com ênfase em irrigação e formação de lavouras em sequeiro com estratégias para mitigação de umidade de solo.

der novas técnicas, fazendo com que estas técnicas sejam levadas para suas lavouras”, disse Ricco. O 6º Intercâmbio do Café continua neste mês de maio com a Etapa Sul de Minas. “Contaremos com a participação de cafeicultores, técnicos e consultores da Baixa Mogiana, Cerrado Mineiro, Norte de Minas, Oeste da Bahia, Espírito Santo e até mesmo na Colômbia”, detalhou o consultor.

três dias percorreram várias lavouras do Sudoeste Mineiro e Alta Mogiana. A primeira visita aconteceu na Fazenda Represa de Furnas-1, região de Piumhi (MG), com a difusão da técnica de poda sob conceito de “capação com alta produtividade”. Contou com o apoio da Agrolagazzi e Heringer Fertilizantes. Logo após, o grupo visitou a Fazenda Pindaíbas, com a apresentações de controle de broca com ênfase no produto Benevia, da DuPont e uma palestra do Dr. Julio Cesar de Souza, da EPAMIG. Após almoço, visita à Fazenda Santa Júlia, do cafeicultor Roldão Soares. Conduzido pelo consultor Tárcio Fi-

FOTO: RR Consultoria

ETAPA ALTA MOGIANA - Participaram do encontro cerca de 70 cafeicultores em 26 veículos, representando mais de 14.000 hectares de café em produção, que durante

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Visita na propriedade de Rodrigo Freitas, em Jeriquara (SP), com ênfase na adoção de alta tecnologia em formação de mudas de café.

Rodrigo Chiarelli, consultor Bio Soja apresenta portifólio da empresa utilizado na propriedade e no viveiro de Rodrigo Freitas, em Jeriquara (SP).


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Visita na Fazenda Santa Julia, de Roldão Soares, com ênfase em lavouras em franca recuperação, degradadas pela falta de desbrotas por vários anos.

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Visita na Fazenda Pindaíbas, com uma Dinâmica de Campo e apresentação do portifólio da DuPont para o controle da broca (Benevia).

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gueiredo, a proposta foi a de mostrar uma lavoura em franca recuperação, degradadas pela falta de desbrotas por vários anos. A visita contou ainda com apresentações da Bayer, através da Revenda Grão de Ouro, e da Ipanema Coffees. No segundo dia de visitas, já no Estado de São Paulo, o grupo visitou as propriedades de Rodrigo de Freitas Silva e Irineu Rodrigues Pereira Jr., região de Jeriquara (SP), com

O consultor Tárcio Figueiredo apresenta os resultados do trabalho de recuperação de lavouras na Fazenda Santa Júlia.

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Dr. Julio Cesar de Souza, pesquisador da EPAMIG, apresenta orientações da entidade para o controle da Broca, na Fazenda Pindaíbas.

O consultor Régis Ricco apresenta aos participantes os resultados dos três dias de visita na Etapa Alta Mogiana do 6º Intercâmbio do Café.

ênfase na alta tecnologia em formação de mudas de café e apresentação da Syngenta e Revenda Geagro. O grupo visitou, também, o SIMCAFÉ - Simpósio de Café da Alta Mogiana, organizado pela COCAPEC na cidade de Franca (SP), onde puderam participaram da palestra de Marcus Magalhães sobre o mercado do café. À noite, Silvio Libardi e Eduardo Botelho, da Gota Certa, apresentaram sistemas de irrigação da Rivulis Pastro. No terceiro dia, o grupo visitou a Fazenda Eldorado II, do cafeicultor Jean Vilhena Faleiros, com ênfase em lavouras irrigadas de 1ª e 2ª safra, com o sistema de gotejamento superficial e enterrado e sistema avançado de fertirrigação. Antes do almoço, Rodrigo Chiarelli, consultor da Bio Soja, apresentou o portifólio da empresa para a lavoura e viveiros de café. À tarde, o grupo visitou a Fazenda Santa Cruz, em Pedregulho (SP), do cafeicultor Niwaldo Rodrigues e irmãos. O consultor Eder Sandy apresentou aos visitantes lavouras irrigadas e formação de lavouras em sequeiro, com estratégias para mitigação de umidade de solo. O consultor da BASF Pedro Mendonça apresentou o portifólio da empresa. Na próxima edição apresentaremos os resultados da Etapa Sul de Minas do 6º Intercâmbio do Café.


ARTIGO

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE MUDAS CERTIFICADAS NA FORMAÇÃO DE LAVOURAS DE CAFÉ

Ricardo Alves Vieira - Engº Agrº graduado pela FAFRAM

- Ituverava (SP) e pós-graduado pela UFV - Universidade Federal de Viçosa (MG). [ ricardoalvesvieira@yahoo.com.br ]

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cafeicultura nacional representa importante segmento do agronegócio brasileiro. Como toda commodity sofre influência do mercado externo e o grau de competitividade aumenta a cada safra. É de suma importância a observação, por parte dos produtores, das oscilações mercadológicas que influenciam seu custo de produção e o preço do produto final. Todavia, é preciso também que o cafeicultor esteja atento à produção “dentro da porteira”, sendo o planejamento fundamental. Neste contexto, a etapa de plantio significa importante fase no sucesso da produção, e em especial, a indispensável aquisição de mudas certificadas. No Estado de São Paulo, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento realiza, através de seu corpo técnico, o acompanhamento dessa certificação. Baseada na legislação vigente, e seguindo determinações de órgãos internacionais e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), a CDA certifica todo o processo de produção de mudas de café. Esse processo de certificação não visa apenas um registro burocrático da produção de mudas, composto de um “amontoado de papéis”, mas a garantia de sanidade, genética, confiabilidade e rastreabilidade ao cafeicultor que ini-

cia sua lavoura. Esse rigor traduz o papel da CDA na manutenção da competitividade da cafeicultura paulista. Pragas como nematóides dos gêneros Meloidogyne spp e Pratylenchus spp são limitantes à produção de mudas de café por serem consideradas pragas A2*. Também as plantas invasoras, como tiririca (Cyperus spp.) e grama seda (Cynodon dactylon), não devem utilizar-se das mudas como veículo para sua disseminação. Na fase de aclimatação, o viveiro de mudas é submetido a uma amostragem representativa. Nesta ocasião é coletado o sistema radicular das mudas para envio ao laboratório oficial visando à detecção de pragas A2. A atual legislação em vigor, Portaria CDA nº 4, de 28/01/2011, especifica em seu conteúdo essas preocupações. Descumpri-las, colocaria em risco a cafeicultura paulista, visto a dificuldade de controle dessas pragas. Desta forma, para manter sua competitividade no globalizado mercado de café, o cafeicultor deve adquirir mudas certificadas. Assim estará construindo com bases sólidas o sucesso de sua lavoura. OBS = (*) São pragas de importância econômica potencial, já presentes no país, porém apresentando disseminação localizada e, submetidas a programa oficial de controle.

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Fazenda Cruzeiro, propriedade do cafeicultor Ademir Demarchi Costa, município de Ibiraci (MG), foi escolhida pela equipe da Campagro e Grupo Bio Soja para a realização de um Dia de Campo onde foi abordado o tema “Manejo Nutricional do Cafeeiro em Sistemas de Alta Produtividade” e apresentando todos os benefícios do portifólio do Grupo Bio Soja para a cultura do café. O evento reuniu cerca de 50 cafeicultores da região e contou com a participação de toda a equipe técnica das Unidades da Campagro em Franca (SP) e Ibiraci (MG), coordenadas por José de Alencar, bem como da equipe técnica do Grupo Bio Soja, desde os RTV - Representantes Técnicos de Vendas, como da Coordenadora Técnica Drª Daniela Vitti e do Diretor-Presidente do Grupo Bio Soja, Wilson Romanini.

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Bio Soja e Campagro realizam Dia de Campo em Ibiraci (MG)

Ao centro, Drª Daniela Vitti (Coordenadora Técnica do Grupo Bio Soja), Wilson Romanini, (Diretor-Presidente do Grupo Bio Soja) e José de Alencar (Coordenador de Vendas das Unidades Franca/SP e Ibiraci/MG da Campagro)

Alexandre Demarchi e Lucas de Andrade, consultor da Campagro Ibiraci/MG Engº Agrº Rodrigo Chiarelli, RTV do Grupo Bio Soja

Drª Daniela Vitti (Coordenadora Técnica do Grupo Bio Soja)


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Drª Daniela Vitti (Coordenadora Técnica do Grupo Bio Soja) e o Engº Agrº Rodrigo Chiarelli (RTV do Grupo Bio Soja)

Wilson Romanini, (Diretor-Presidente do Grupo Bio Soja) e José de Alencar (Coordenador de Vendas das Unidades Franca/SP e Ibiraci/MG da Campagro)


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ida como uma das principais pragas agrícolas, as formigas cortadeiras, espécie presente em todo o continente americano, causam grandes danos econômicos em praticamente em todas as culturas, inclusive no café. Seu controle químico, até então a principal opção, não se mostra completamente eficiente devido ao sistema organizacional das formigas, e por isso não elimina os insetos totalmente, além de prejudicar o meio ambiente por conta dos componentes de sua fórmula. Neste contexto, a COCAPEC trabalhou por mais de 10 anos em um projeto que solucionasse estes dois problemas, eliminar as formigas cortadeiras, mas de maneira sustentável sem impacto ambiental. Foi assim que a cooperativa lançou no final de 2014 a Bioisca. O formicida 100% natural, único aprovado para a agricultura orgânica, produzido a partir de extratos naturais, extermina o formigueiro por completo, sem nenhum dano ecológico. Já na primeira aplicação acontece a paralisação dos danos econômicos, e em poucos dias os carreiros são abandonados. Para comprovar sua eficácia, o produto foi submetido a vários testes em institutos como a Embrapa de Goiânia (GO), renomadas reflorestadoras e clientes da agricultura orgânica. Em todos os casos os resultados foram positivos e satisfizeram as exigências para conquistar gradativamente o mercado. O projeto foi apresentado aos cooperados da COCAPEC durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO) de 2009 e aprovado pelo plenário. Na fase experimental, alguns asso-

FOTOS: Divulgação COCAPEC

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Bioisca/Cocapec: a solução natural para o controle das formigas cortadeiras

Os sachês de Bioisca são cortados totalmente pelas formigas.

ciados utilizaram em suas lavouras e gostaram bastante do que viram. É o caso de Ismar Coelho de Oliveira, cafeicultor do município de Cristais Paulista (SP), ele diz que “o produto é espetacular, ele erradica o formigueiro por completo. Coloquei ele em diversos lugares como o pomar, lavoura e bosque, e o produto eliminou tudo. Eu tinha formigueiros de gerações passadas e agora finalmente o problema acabou. Recomendo que todos experimente”. Giane Bisco, pro-

Veja os principais benefícios e vantagens • 100% composto por extrato vegetal/natural (princípio ativo) + polpa cítrica; • Certificado para agricultura orgânica; • Atratividade garantida sem rejeição das corta deiras; • Carregamento total; • Sem devolução; • Controle efetivo por saturação; • Não é tóxica ao aplicador; • Não contamina o meio ambiente; • Pode ser reaplicado sem intervalo de tempo; • Utiliza em qualquer período do ano; • Embalagem sachê impermeável, ideal para períodos chuvosos; • Depois de aplicados os sachês que sobram podem ser redistribuídos evitando desperdícios. Mas para conseguir todos estes atributos é preciso seguir corretamente as recomendações em relação às etapas de aplicações. Ao todo são 5 passos, conheça:-


CAFÉ FOTO: Divulgação COCAPEC

dutora de Franca (SP), utiliza a Bioisca em sua propriedade, como teste, desde 2008. “Já no início percebemos os resultados positivos. A Bioisca é completamente diferente do que existe no mercado, percebemos que resolve de forma definitiva.” Desde o seu lançamento, os profissionais responsáveis pela Bioisca estão percorrendo todo o país, participando dos principais eventos em que a Bioisca esteja relacionada. É o Caso do SIMCAFÉ, Simpósio do Agronegócio Café da Alta Mogiana, organizado pela COCAPEC, que aconteceu nos dias 15 e 16 de abril, em que a Bioisca teve papel de destaque. Em um local especial, os visitantes conheceram um pouco mais sobre o produto e puderam tirar suas dúvidas diretamente com os técnicos. Uma conquista recente do produto foi o selo As formigas cortadeiras estão presentes em todas as culturas incluindo o café, provocando sérios danos na lavoura. do IBD, importante certificadora que segue diretrizes comerciais de diversos países europeus, além de EUA, é assistida. Os agrônomos de campo e colaboradores foram Canadá, Japão e também o Brasil, atestando este insumo ade- capacitados para dar todo o suporte aos clientes. quado para agricultura orgânica. A instituição estará preNovamente a COCAPEC se empenhou para solucionar sente na 22ª Hortitec, Exposição Técnica de Horticultura, mais um problema de seus cooperados, no caso as formigas Cultivo Protegido e Culturas Intensivas, juntamente com a cortadeiras, que tanto prejudicam as lavouras cafeeiras. A Bioisca apresentando o produto aos visitantes. persistência e dedicação dos envolvidos tornaram a Bioisca A Bioisca já está disponível nas lojas COCAPEC, mas uma realidade e com certeza será um grande sucesso. por conta das características técnicas do produto a sua venda Saiba mais: www.bioisca.com.br

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Diego Egídio Ribeiro1 e Giovani Belutti Voltolini2

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lém de fatores genéticos, ambientais e de outros relacionados ao manejo da lavoura cafeeira, as diferenças encontradas no sabor e aroma da bebida do café estão diretamente associadas com as etapas de processamento dos frutos colhidos. O lote de café recém-colhido pode constituir-se de frutos em diferentes estádios de maturação, além de impurezas e materiais estranhos, fatores que dificultam as operações posteriores e comprometem a qualidade final do produto. Sendo assim, o nível de desuniformidade do lote dependerá inicialmente do tipo de colheita. A colheita seletiva é a primeira operação realizada para conferir uniformidade ao lote, pois são colhidos somente frutos maduros. Além disso, com esse tipo de colheita é possível explorar o máximo potencial de expressão de qualidade de bebida que o café pode apresentar. Isso porque frutos colhidos neste estádio de maturação apresentam sementes com a composição química completamente desenvolvida e equilibrada. Por outro lado, a colheita por derriça completa ou não seletiva depende de operações posteriores para atribuir uniformidade ao lote, limitando assim a exploração da qualidade sensorial do café. Os processos pós-colheita representam as demais operações, cuja finalidade é eliminar impurezas e materiais estranhos do café colhido, e separá-lo em lotes com características semelhantes baseados no teor de água, tamanho e maturação dos frutos. As operações de processamento do café iniciam-se na recepção. O café recém-colhido é recepcionado em moegas e direcionado para a retirada de folhas e gravetos através da abanação. Essa operação pode ser realizada de forma manual durante a colheita ou mecânica através de equipamentos localizados na linha de processamento. Posteriormente, com base na diferença de tamanho, os frutos de café podem ser separados de pedras e torrões por meio de peneiras vibratórias, podendo em seguida ser formados lotes em função da densidade e tamanho dos frutos. A separação hidráulica dos frutos é uma operação essencial para o produtor que busca produzir cafés com qualidade superior. Nessa operação, um dos lotes gerados é formado por frutos maduros (cerejas) e imaturos (verdes) e, portanto, com maior densidade quando comparada com a densidade da água. Já o outro lote é composto por frutos secos, mal granados, chochos ou danificados por insetos e assim apresentando menor densidade. Por vezes, frutos que secam na planta podem apresentar na bebida o defeito denominado de “riado”. Esse tipo de depreciação na qualidade ocorre com maior frequência em

AUTORES

1 - Engenheiro agrônomo e doutorando em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Email: giovanibelutti77@hotmail.com 2 - Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA)

FOTO: Pós-Café

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Aspectos gerais do processamento do café relacionados com a qualidade de bebida

regiões em que durante a colheita a umidade relativa do ar é alta. Essas condições favorecem o desenvolvimento de microrganismos que intensificam os processos deteriorativos do café. Contudo, a separação hidráulica garante a ausência desse e de outros defeitos relacionados à deterioração do grão, no lote composto por frutos com maior potencial para a qualidade de bebida. A separação hidráulica pode ser realizada através de lavadores mecânicos, existindo no mercado diferentes modelos e capacidades, ou de alvenaria. No caso de pequenos produtores ou descapitalizados, simples adaptações como caixas d’água e tanques podem ser utilizadas para esse tipo de operação pós-colheita. Além da separação hidráulica existe a separação por tamanho, que é feita por peneiras cilíndricas (peneirão) localizadas após as saídas do lavador. Essas peneiras realizam a separação do café de menor densidade em dois lotes: café passa e café seco. A separação é realizada como base nas diferenças de tamanho que os frutos apresentam em função do teor de água. Já a separação por tamanho que ocorre no lote de café composto por frutos de maior densidade (cerejas e verdes) é realizada com a finalidade de eliminar a presença de frutos que se encontram nos estádios iniciais de maturação (chumbinho). De modo geral, a limpeza e as separações do café colhido, principalmente de forma não seletiva, aumenta a eficiência das demais operações ao longo do processamento favorecendo a qualidade do produto. Como é o exemplo da secagem, que será mais eficiente e oferecerá menores riscos à qualidade final da bebida, quanto mais uniforme for o tamanho dos frutos e o teor de água dos grãos. Os principais métodos utilizados para o processamento do café são via seca e via úmida. As terminologias que definem o modo de processaro café sofrem a influência de valores culturais e regionais.No entanto, independente da terminologia adotada, ao final de cada processamento e secagem, o café deverá ser armazenamento em três formas distintas: com todas as partes constituintes do fruto, portanto como fruto seco; com partes remanescentes do fruto,


FOTO: Pós-Café

CAFÉ FOTO: Pós-Café

portanto em pergaminho; ou sem qualquer parte constituinte do fruto, portanto como semente. O processamento por via seca é o método em que os frutos são secados na sua forma integral, ou seja, com a presença do exocarpo (casca), mesocarpo (mucilagem) e endocarpo (pergaminho), originando o café natural. Já o processamento por via úmida pode ser realizado de diferentes formas: removendo-se a casca e parte da mucilagem mecanicamente (descascador), dando origem ao café descascado; removendo-se a casca mecanicamente e a mucilagem por fermentação biológica (descascador e tanques de despolpamento), originando o café despolpado; ou removendo-se a casca e a mucilagem mecanicamente (descascador e desmucilador), dando origem ao café desmucilado. O processamento via seca é considerado o método mais simples e o de menor impacto ao ambiente, pois se consume menos água e energia, além de gerar menos resíduos sólidos e líquidos. A qualidade do café natural dependerá de diversos fatores, especialmente do clima e dos cuidados durante a secagem. Isso porque a presença da casca e da mucilagem com elevados teores de água e de açúcares aumenta os riscos da ocorrência de fermentações indesejáveis durante a secagem dos frutos e grãos. O processamento por via úmida apresenta como vantagem a redução do tempo de secagem devido à remoção da casca e da mucilagem. Com isso, a secagem do café tornase um processo mais barato em função do menor consumo de energia elétrica e combustível. Além disso, a redução do tempo de secagem aliada à remoção da mucilagem rica em açúcar reduz significativamente os riscos relacionados à ocorrência de fermentações indesejáveis e a consequente perda de qualidade da bebida. Por outro lado, o processamento por via úmida apresenta como desvantagem a grande quantidade de água consumida para o funcionamento ideal dos equipamentos envolvidos nessa operação, bem como a produção de um grande volume de efluente com elevado potencial poluidor. Os descascadores e desmuciladores mecânicos mais antigos geravam de três a cinco litros de água residuária para cada litro de café processado. Entretanto, algumas empresas já oferecem equipamentos com menor consumo de água, os quais estão disponíveis no mercado com a garantia de consumo máximo de 200 mL de água para descascar e desmucilar um litro café. Outra vantagem desses equipamentos é a capacidade, que varia entre 1.500 e 16.000 litros de café processados por hora, adaptando-se tanto à agricultura familiar quanto a grandes empresas agrícolas. Além disso, os equipamentos de menor capacidade são de pequeno porte e móveis, permitindo

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assim a instalação de unidades itinerantesde processamento. Em relação à qualidade final, é comumente aceito que os cafés obtidos a partir das diferentes formas de processamento apresentam bebidas com perfis sensoriais distintos. De modo geral, os cafés processados pela via seca apresentam mais corpo e doçura, enquanto que os cafés processados pela via úmida são considerados mais suaves e de acidez mais desejável. Ainda assim, são encontrados relatos que descrevem os cafés produzidos pela via seca com qualidade comparativamente inferior aos cafés produzidos por via úmida. No entanto, essa diferença não deve ser atribuída somente à forma de processamento, mas também à ocorrência de fermentações indesejáveis que, frequentemente, estão associadas ao processamento por via seca, bem como à ausência de cuidados no momento da colheita e secagem do café natural que levam á deterioração dos grãos. Portanto, a escolha da via de processamento do café dependerá de muitos fatores, sendo os principais: as condições climáticas da região, a disponibilidade de capital para investimento em estruturas pós-colheita, da outorga para o uso de água e de tecnologias para o tratamento de resíduos gerados no processamento,assim como opadrão de qualidadede bebida que o produtor busca alcançar em sua produção.


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Custos com colheita e pós-colheita de café sobem 6,37% em um ano

Produção de Arábica com manejo manual tem COT 34% superior ao manejo mecanizado

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s custos com a colheita e a póscolheita na cafeicultura brasileira aumentaram 6,37% no período de abril de 2014 e março deste ano. No mês passado, estas etapas do processo produtivo custaram aproximadamente, em média, R$119,42/saca para o produtor de café arábica. Nos municípios que realizam a colheita manualmente, Manhumirim (MG) teve o maior custo, de R$221,64/ saca, o que correspondeu a 51,33% do Custo Operacional Efetivo (COE) da atividade na região. Em seguida, aparece o município de Abatiá (PR), com um custo de R$214,69/ saca, o equivalente a 53,75% do COE. Entre as regiões com colheita mecanizada, Capelinha (MG) apresentou

Participação da colheita e pós-colheita no COE

Elaboração: CIM/UFLA

Defensivos influenciam alta no COT do café Conilon no primeiro trimestre N

o primeiro trimestre de 2015, o Custo Operacional Total (COT) nos municípios produtores de café conilon teve alta de 5,18%, em média. Em Itabela (BA), o COT ficou em R$220,14/saca. Em Cacoal (RO) e Jaguaré (ES), R$234,55/saca e R$243,21/saca, respectivamente. As elevações nos custos dos defensivos agrícolas e fertilizantes, além do reajuste salarial, contribuíram para este cenário. Em média, os defensivos apresentaram custos 5,89% mais altos em março/2015. Em Cacoal (RO), ficaram 25,97% mais caros. Em Itabela (BA) e Jaguaré (ES), subiram 6,98% e 2,48%, respectivamente. No primeiro município, este grupo contribuiu com R$3,58/ saca no COE. Os demais contribuíram com Elaboração: CIM/UFLA R$9,69/saca e R$18,31/saca. Assim, estes valores represenComparando os custos com defensivos e ferti lizantes taram, respectivamente, 1,74%, 5,18% e 8,95% do COE em entre abril/2014 e março/2015, entretanto, observa-se cada município. redução em Cacoal e Jaguaré. Onde os defensivos caíram Os fertilizantes ficaram 0,38% mais caros, em média. 3,53% e 4,34%, respecti vamente. No Espírito Santo, o aumento foi de 0,06%. Em Rondônia, Também os fertilizantes tiveram retração de 9,31% e a alta foi de 0,75%, e na Bahia, de 3,23%. Os custos com 10,92%, nas duas regiões. Apenas no município de Itabela fertilizantes contribuíram com R$ 30,36/saca em Jaguaré, houve aumento destes custos neste período. Os defensivos fiR$ 32,59/saca em Cacoal e R$ 47,21/saca em Itabela. caram 8,45% mais caros, e os fertilizantes subiram 2,97%.


CAFÉ os maiores custos. No município, a co- COT da cafeicultura de acordo com o tipo de manejo lheita e a pós-colheita contribuíram com R$98,54/ saca em março/2015. O município de Franca (SP) veio em seguida, com um custo de R$83,48/saca. Estes valores representaram 32,68% e 28,49% do COE nestas regiões, respectivamente. Na produção de café conilon, colheita e pós-colheita responderam por 39,79% do COE em março/2015. Em abril/2014, a participação era de 38,58%, em média, o que representava R$78,00/saca, aproximadamente. No mês passado, este valor subiu para R$84,00/saca. O maior custo com colheita e pós-colheita entre os produtores de conilon foi observado em Jaguaré Elaboração: CIM/UFLA (ES), onde a despesa com este grupo totalizou R$ 85,20/saca em março/2015. Em Cacoal (RO), o por saca. Entre as produções mecanizadas, o menor custo de valor observado foi de R$79,86/saca em março. Em Itabela produção foi verificado em Luís Eduardo Magalhães (BA), que (BA), o custo foi de R$73,27/saca. apresentou COT de R$238,04 por saca. O COT, em Franca (SP), Visto que muitos produtores já se preparam para colher foi de R$378,65 e, em Monte Carmelo (MG), R$356,21 por saca. seus cafés, ou já estão colhendo, no caso de algumas regiões Dos diferentes tipos de manejo, aqueles considerados produtoras de conilon, deve-se ter cautela no planejamento mecanizados fazem uso da mecanização (máquinas automoe na execução desta etapa produti va. Sua expressividade nos toras, por exemplo, trator e colhedoras) nas atividades de custos de produção influencia diretamente as margens de lu- condução da lavoura e nas de colheita. Nos semimecanizacro. A fim de gerenciar os custos gerados, o escalonamento dos, a mecanização é utilizada na condução da lavoura, mas da colheita deve ser minucioso. Além disso, os produtores não na colheita. No manual, não existem atividades realizadevem seguir boas práticas de pós-colheita, pois os diferen- das por máquinas automotoras. É importante lembrar que as ciais de preços para cafés melhores estão elevados. máquinas acopladas ao corpo humano (“costais”), neste caso, A dependência de trabalhos manuais na produção de não caracterizam um processo produtivo como mecanizado. café arábica interfere drasticamente no custo operacional (FONTE: CNA/Brasil) unitário. A topografia das diferentes regiões produtoras é decisiva para a determinação da tecnologia utilizada. Assim, em função desta característica, principalmente, algumas diferenças na composição do Custo Operacional Total (COT) podem ser justificadas. Em média, a diferença no COT entre o manejo manual e o mecanizado em janeiro deste ano era de 32%. Com o reajuste salarial de 2015, esta diferença subiu para 34% em fevereiro e março. Considerando o manejo semimecanizado, a diferença no COT em relação ao manejo manual nestes últi mos dois meses foi de 1%, aproximadamente. O COT médio da produção com manejo considerado manual em março/2015 foi de R$472,01 por saca, enquanto no mecanizado o custo total foi de R$353,54. No manejo semimecanizado, o COT foi de R$466,53 por saca. A maior participação no COT de regiões com produção manual é do grupo de colheita e pós-colheita. Em regiões mecanizadas, a maior participação é dos fertilizantes. Nestas últimas, as depreciações de máquinas, implementos e benfeitorias merecem destaque, pois são superiores quando comparadas às situações manuais. Desta forma, a queda do Custo Operacional Efetivo (COE) ocorre em maior proporção que o COT, quando comparadas ao manejo manual. Entre os municípios com produção manual, Guaxupé (MG) apresentou o maior COT em março/2015: R$501,28 por saca. Os municípios de Santa Rita do Sapucaí (MG) e Manhumirim (MG) aparecem em seguida, com R$473,71/ saca e R$469,97/ saca, respectivamente. A produção semimecanizada em Abatiá (PR) apresentou COT de R$466,53

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as últimas semanas, a AMSC tem concentrado esforços na difusão da Indicação Geográfica do Café da Alta Mogiana junto aos cafeicultores da região, buscando conscientizá-los quanto à importância deste reconhecimento para a Alta Mogiana e os benefícios que proporciona ao produtor. Representantes da Associação tem marcado presença em eventos - como no III Encontro de Cafeicultores em Batatais, no Dia de Campo da Casa do Café e do Viveiro Monte Alegre e no Dia de Campo da Dedeagro – apresentando o Selo de Origem e Qualidade e o processo de rastreabilidade, bem como as orientações para sua solicitação. Em complemento, foi disponibilizado o folheto “Qualidade Passo a Passo” com informações referentes a demanda por cafés especiais e a importância do produtor em adotar práticas e técnicas de manejo que focam a melhoria da qualidade do grão. Ademais, foi promovido no último dia 25 de abril, na sede da AMSC, o 1º Encontro de Classificadores da Alta Mogiana, com o objetivo de promover uma calibragem entre os

FOTOS: Divulgação AMSC

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AMSC difunde a Indicação Geográfica do Café da Alta Mogiana pela região

provadores de cafés especiais e passar as primeiras orientações para o 13º Concurso de Qualidade do Café da Alta Mogiana, Edição Dr. Lopes Márcio de Freitas; e para a 5ª edição do Cup of Excellence, categoria de cafés naturais. Reunir de forma consistente e com freqüência integrantes da cadeia do café da região tem sido um objetivo da AMSC, de forma que todos possam contribuir ativamente e construir em conjunto as estratégias de desenvolvimento e promoção da Alta Mogiana. Maiores informações sobre a Indicação Geográfica do Café da Alta Mogiana, Selo de Origem e Qualidade, folheto “Qualidade Passo a Passo” e concursos de qualidade citados, disponíveis em: www.amsc.com.br ou email: altamogiana@ amsc.com.br ou telefone: (16) 3017-0705. ASSEMBLÉIA ORDINÁRIA - Buscando apresentar os trabalhos desenvolvidos no período de abril de 2014 a março de 2015, a AMSC realizou em sua sede a Assembléia Geral Ordinária. A primeira etapa da gestão da Diretoria 2014-2015, sob a presidência do Sr. André Luis da Cunha, foi marcada pelo trabalho em equipe nos novos direcionamentos assumidos pela entidade, tanto na reestruturação da sua sede, como nas suas novas atividades. Foram tomados passos importantes e estratégicos para o fortalecimento da Associação que incluíram a estruturação do Controle de Qualidade do Café e a efetiva implantação das ações para o desenvolvimento da Indicação Geográfica do Café da Alta Mogiana. A ocasião também foi marcada pela palestra do Sr. Daniel Friedlander, da Ag1.Vida, que expôs as etapas percorridas até o momento do projeto de comunicação estratégica da marca território.


André Luis da Cunha - Cafeicultor, diretor-presidente da

AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana [ altamogiana@amsc.com.br ]

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Indicação Geográfica do Café da Alta Mogiana, desde seu reconhecimento em setembro de 2013, tem avançado em sua estruturação e hoje já é uma realidade para a região. Seu símbolo maior, que torna palpável este conceito, é o Selo de Origem e Qualidade que aproxima o cafeicultor e o processo produtivo do consumidor final através da rastreabilidade, ao apresentar a história do produtor e sua responsabilidade perante o café ofertado. A origem do café, a região em que o grão foi produzido - com suas características de terroir delimitadas por uma área geográfica – é, atualmente, o que diferencia a bebida, tornando única a experiência proporcionada pelo seu consumo. Observa-se nas cafeterias o resgate do rústico e das formas de preparo com processos metódicos em que os detalhes prevalecem. Ganha espaço o chamado “single origin”, em que a conexão com o produtor é um vivencia desejada. Há um envolvimento histórico da cafeicultura da Alta Mogiana com a evolução da Ferrovia da Mogiana que cortava a região, interligando os estados de São Paulo e Minas Gerais. O ramal da chamada Alta Mogiana começou a ser construído depois da chegada dos trilhos a Ribeirão Preto, em 1883, tendo chegado a Franca em 1887 e a Araguari em 1889, no ramal Rio Grande. E, pode-se dizer que Sacramento é uma cidade que se encontrava no prolongamento da Ferrovia Mogiana, para além do Rio Grande, neste mesmo ramal. A região viveu um ciclo de desenvolvimento, contribuindo para a sua projeção no mercado. Favorecida por suas características de clima e relevo, e movida pelo trabalho árduo

ARTIGO

NOS TRILHOS DO PROGRESSO

do cafeicultor, tornou-se sinônimo de progresso e qualidade. Entretanto, passados quase cento e quarenta anos e três ondas de consumo de café, a Alta Mogiana vivencia um processo de recalibragem com as tendências de mercado, em que procedência (localismo), qualidade e responsabilidade representam o tripé de direcionamento que proporcionam a agregação de valor. A cadeia comercial passa a exigir rastreabilidade, transparência e produtos éticos. E o cafeicultor é inserido neste processo por sua autenticidade, ao ser o protagonista central na construção da história da região, que o consumidor moderno está ávido por escutar. A Indicação de Procedência a protege e garante um produto exclusivo. Cria-se um novo posicionamento que leva adiante esta história, permitindo que o trabalho construído ao longo de gerações seja reconhecido e valorizado. A Indicação de Procedência do Café da Alta Mogiana permite que o trabalho conjunto de cafeicultores, sindicatos rurais, cooperativas, associações e demais entidades, alcance um propósito maior e seja visto de forma diferenciada pelo mercado. Fazer parte desta iniciativa é tornar-se mais competitivo e conectado ao mundo do café. Indicação Geográfica do Café da Alta Mogiana: um selo que identifica e protege o café da Alta Mogiana, por suas características únicas, preservando sua cultura, sua história e sua gente. A modalidade Indicação de Procedência: é um signo distintivo que tem como objetivo diferenciar um produto e seu produtor, apontando sua origem geográfica e suas condições de produção.

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J.B. Matiello1 e Sálvio Gonçalves2

deficiência de magnésio tem sido uma das carências nutricionais mais frequentes nas lavouras cafeeiras. O magnésio tem mostrado níveis baixos, no solo e nas folhas, conforme verificado pelos resultados das análises das amostras recebidas no Laboratório da Fundação Procafé. A deficiência de Mg aparece mais na fase de granação dos frutos, nas plantas com carga e nas variedades de porte alto e de maturação mais precoce, como o “Mundo Novo” e o “Bourbon”. Ela prejudica as plantas pela redução da fotossíntese, pela queda de folhas e pela seca dos ponteiros dos ramos produtivos, isto tudo resultando em redução na produtividade dos cafezais. O magnésio pode estar deficiente no solo ou, então, estar em desequilíbrio com as demais bases, sendo que, na prática, a falta é provocada, principalmente, pelas duas seguintes razões1 - FONTE E MODO DE APLICAÇÃO – A fonte mais usual de fornecimento de Mg, para a lavoura de café, tem sido o calcário. Porém, muitos calcários apresentam baixo teor de Mg e alguns, mesmo com teores altos, tem apresentado baixa solubilidade. Alem disso, nas lavouras adultas, o calcário e mesmo outras fontes de Mg só podem ser aplicadas em cobertura, sabendo-se que o seu caminhamento em profundidade é lento. No caso de necessidade de correções no curto prazo, tem sido obtidos bons resultados com fontes mais prontamente solúveis, como o sulfato e o óxido de magnésio (este em condições de pH mais baixos), a cal dolomitica e calcários calcinados. 2-DESEQUILÍBRIO EM RELAÇÃO AO Ca e K – Esta é a razão principal da falta de Mg nas lavouras de café. Ela ocorre devido ao maior uso de fontes de cálcio (calcário calcítico, superfosfato, gesso) e, ainda, do potássio, este através do uso continuado de fórmulas concentradas, tipo 20-0-20 ou 25-00-25, ou o do cloreto de potássio isolado.

FOTOS: Fundação Procafé

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Novamente o Magnésio muito deficiente e desfolhando os cafezais

Carência de magnésio, com amarelecimento entre nervuras das folhas velhas, em lavoura na região de Alfenas, Sul de MG.

Amarelecimento na faixa entre as nervuras principais das folhas velhas, que ocorre quando os frutos estão granando, indica carência de magnésio.

Uma vez detectado o problema, vamos à indicação. Na falta ou desequilíbrio do Mg, o técnico de campo deve, de posse das análises de solo e folhas, comparar os dados em relação aos padrões de interpretação. Havendo carência, ou seja, se no solo o nível for inferior a 15-20% da CTC e na folha inferior a 0,35%, o técnico deve indicar a suplementação de fontes adequadas de Mg (óxido, sulfato, sulfato duplo e cal dolomítica, tipo Geox), para suprir e reequilibrar novamente a relação entre Ca, Mg e K. Em casos de forte desequilíbrio entre K e Mg, com altos níveis de K, o técnico deve assumir que é preciso reduzir ou, mesmo, eliminar, temporariamente, a aplicação de fonte de K.

AUTORES

1 - Eng. Agrônomo da Fundação Procafé. www.fundacaoprocafe.com.br 2 - Eng. Agrônomo Consultor em Cafeicultura.

A evolução da deficiência de magnésio provoca desfolha e seca do ponteiro de ramos produtivos.


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Casa das Sementes realiza Dia de Campo Tarcísio Barbosa de Morais1 e Edimilson Bezerra2

1 - Eng. Agrônomo. 2 - Técnico Agrícola

AUTORES

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FOTO: Editora Attalea

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cafeicultura da Alta Mogiana, tem demonstrado nos últimos tempos grande evolução no aspecto de tecnologia de produção. Entretanto, com a inflação e a alta dos preços de insumos, somado ao reajuste ocorrido nos serviços operacionais, a viabilidade econômica da atividade tem dependido estritamente de um aumento ainda maior na produção dentro de uma mesma área. Esse é um desafio que tem sido encarado diariamente pelos profissionais de extensão rural, e objeto de grandes discussões no âmbito da cafeicultura. Em detrimento dessa necessidade de maior rendimento no campo, os consultores da Casa das Sementes têm driblado esse cenário através de criteriosas técnicas agronômicas empregadas nas lavouras, associadas a eficientes ferramentas de manejo, contribuindo, assim, de forma substancial no incremento de produtividade. É importante ressaltar que, o sucesso e alcance desse objetivo no campo, requer a revisão de muitas concepções tecnológicas e a de-

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O cafeicultor Antônio Carlos David

tenção grande conhecimento na área de fisiologia de plantas, fertilidade e adubação química do solo, comportamento e biologia de pragas e doenças, nutrição via tecido foliar, tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas e sobretudo o know how nos conceitos de manejo e tratos culturais. Motivada pela sólida parceria com os cafeicultores da Alta Mogiana, juntamente com o compromisso de levar a


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síveis. O bombeamento de água no sistema do pulverizador também é diferente dos tradicionais. Enquanto os equipamentos comuns utilizam bombas de pistão, o pulverizador “Mãozinha” exerce a exaustão de água no sistema de pulverização através de uma bomba de diafragma, com alta pressão disponível, baixa manutenção e funcionamento independente da presença de água no reservatório. O depoimento do sr. Antônio Carlos David, que adquiriu um pulverizador “Mãozinha” junto com outros 20 produtores da região, é de muita satisfação e confirmação FOTOS: Editora Attalea

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informação até o produtor rural, a Casa das Sementes promoveu um Dia de Campo no último dia 14 de maio, realizado na Sítio Santo Antônio, município de Franca (SP), propriedade do Sr. Antônio Carlos David. O evento contou com a participação de conceituados produtores de café da região, que atingiram o contingente de 150 pessoas, e também das empresas Syngenta, Yara Fertilizantes, Kuhn/Montana, Wolf Seeds, Belocal e Fertec. Na ocasião foram apresentados aos participantes o manejo adotado há mais de 10 anos pelo Sr. Antônio Carlos David, sob a orientação técnica do consultor Edimilson Bezerra (Consultor da Casa das Sementes). Na explanação ministrada pelo Edimilson, foram apresentados os dados de manejo do ano agrícola 2014/2015, o qual tem promovido uma média de produção de 54,8 sacas de café por hectare, entre os anos de 2012 a 2014, considerando também a expectativa de safra para 2015: Outra ferramenta apresentada no evento, provida de muita tecnologia e inovação, foi o novo pulverizador da Kuhn/Montana, conhecido por “Mãozinha” e de representação exclusiva da Casa das Sementes. O equipamento é totalmente versátil e flexível para ajuste na lavoura de café, em função de diferentes espaçamentos de plantio, alturas de plantas, grau de enfolhamento, declividade de terrenos e potência do trator. Isento de qualquer tipo de correias e movido apenas por eixo cardan, o pulverizador “Mãozinha” garante ótima autonomia, mobilidade e necessidade de manutenção bastante rara. Diferentemente dos pulverizadores convencionais, o equipamento da Kuhn/montana contém 32 pontas de pulverização, com indução de ar individual, a qual é produzida pela própria turbina da máquina (sem succionar impurezas do ambiente), com a opção de duas velocidades na geração do vento. Todas essas características, exclusivas e patenteadas para o equipamento em questão, permite a aplicação de defensivos agrícolas com volume de calda bem reduzido, na casa de 200 l/hectare, distribuição muito uniforme dos defensivos e fertilizantes, em virtude da tecnologia instalada, que pode ser observada pela indicação de papéis hidrosen-


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de eficiência do equipamento. Com todas essas tecnologias empregadas no sítio Santo Antônio, associadas ao cultivo de forrageiras do gênero Brachiaria nas entrelinhas do café, o sr. Antônio Carlos David tem alcançado a rentabilidade satisfatória da atividade cafeicultora, demonstrando a tamanha viabilidade econômica do segmento, num cenário onde as receitas superam os custos em mais de 100% dentro do panorama atual de preço da saca de café.


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rganizado pela AGROPEC CP, distribuidora sediada em Cristais Paulista (SP) e pela DEDEAGRO, distribuidora com matriz em Franca (SP) e filiais em Guaíra (SP), Ipuã (SP) e Uberlândia (MG), o 6º Dia de Campo da Distribuição Bayer CropScience foi realizado mais uma vez na Fazenda Água Limpa, do cafeicultor Renato Diniz, no município de Jeriquara (SP), e contou com a participação de cerca de 300 cafeicultores e consultores da região. O evento teve por objetivo apresentar os resultados e comprovar a performance do portifólio Bayer para a cultura do café. Nesta edição, entre os produtos de destaque, foram apresentados os resultados do novo herbicida Allium e apresentação dos resultados do Ethrel, produto único para a maturação uniforme e preparação para a colheita do café. Durante todo o dia, os participantes visitaram os estandes das empresas participantes e nas “estações fixas” na lavoura, onde puderam conferir os resultados in loco. João Dedemo, diretor da DEDEAGRO, Marcos Luchesi, diretor da AGROPEC CP, Márcio de Lima Freitas, RTV da Bayer CropScience conduziram as visitas nas estações do Dia de Campo, apresentando os resultados do portifólio da empresa na cultura do café. Posteriormente, os participantes do evento puderam

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AGROPEC CP e DEDEAGRO realizam o 6º Dia de Campo da Distribuição Bayer CropScience

Márcio Freitas apresenta os resultados dos produtos Bayer na lavoura.

conferir orientações atualizadas sobre “Poda do Cafeeiro” na palestra proferida pelo Engº Agrº Eder de Carvalho Sandy. A repercussão entre os participantes foi excelente. Várias empresas participaram do 6º Dia de Campo da Distribuição Bayer CropScience, com destaque para a A.Alves (implementos agrícolas New Holland), Mayor Ambiental (Assessoria em Gestão Ambiental), Liberfós (Fertilizante Fosfatado), Mercon (Trade de Café e Fechamento Futuros), Mitsubishi Motors, Viveiro Monte Alegre, Mosaic (Adubos), Samaritá (Nutrição Foliar) e Biolchim (Nutrição Foliar).

Lúcia Dedemo, Drielli Dedemo e João Dedemo, diretores da DEDEAGRO.


FOTOS: Editora Attalea

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João Dedemo (DEDEAGRO) e Marcos Luchesi (AGROPEC CP)

Eder Sandy (consultor), Paulo Correa (gerente regional de negócios Bayer), Márcio Freitas (RTV Bayer) e Paulo Sales (RTV São Sebastião do Paraíso)


EVENTOS

Feira reunirá expositores com alta tecnologia para horticultura, fruticultura e floricultura.

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e 17 a 19 junho, o Pavilhão da Expoflora, em Holambra (SP), reunirá o que há de mais inovador em tecnologia para as cadeias produtivas do setor de flores, frutas, hortaliças, florestais e demais culturas intensivas de todo o Brasil e também do exterior. A HORTITEC – Exposição de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas – chega à vigésima segunda edição plenamente consolidada como a maior e mais importante mostra do setor do Brasil e da América Latina. Mesmo em um cenário econômico nacional preocupante, a expectativa dos organizadores é superar o número de empresas expositoras e o número de visitantes da feira do ano passado. “Em uma área de 30 mil m2, a expectativa é de gerar um volume de negócios superior a R$ 80 milhões e um público superior a 30 mil visitantes. São expositores de sementes, bulbos, mudas, fertilizantes, irrigação, ferramentas, estufas, embalagens, vasos, telas, substratos, climatização, biotecnologia, assessoria técnica e em comércio exterior, literatura e produtos importados”, explicou Renato Opitz, diretor da Promoções e Eventos RBB, que coordena a mostra. Além da feira, o evento abrigará ainda minicursos, fórum e palestras voltadas para técnicos, produtores, investidores, professores e estudantes envolvidos na cadeia da horticultura nacional. PROGRAMAÇÃO TÉCNICA DIA 18/06 – Quinta-feira - 09h00 às 13h00 = “Mini Curso: Novas tecnologias para redução de perdas na póscolheita de produtos agrícolas” Medidas para mitigar perdas no pós-colheita e aumentar o shelf life dos produtos hortícolas, aliadas às técnicas de adubação e novas tecnologias, serão pontos a serem apresen-

FOTOS: Editora Attalea

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Holambra (SP) sedia a partir de 17 de junho a 22ª HORTITEC

tados e discutidos neste Mini Curso. PALESTRANTE = Eng. Agro. José Américo B Turri Jr. e HFO Consultoria, Dr. Walter Sérgio Pinto Pereira e Dr. Felipe Terra – Dow AgroSciences Latina América e Brasil. DIA 19/06 – Sexta-feira - 09h00 às 13h00 = “Mini Curso: Mogno Africano e florestas de alto valor agregado”. Por meio deste mini curso, o palestrante visa difundir e fortalecer o cultivo de madeiras nobres no Brasil, promovendo a interação entre profissionais, empreendedores, investidores, estudantes e instituições de pesquisa, com intuito de otimizar o processo da cadeia produtiva de espécies de alto valor agregado. PALESTRANTE = Higino Martins Aquino Jr – Instituto Brasileiro de Florestas (IBF). Investimento: R$ 100,00, por Mini Curso – Benefícios: Material de apoio (Bloco de anotações e caneta), coffee break e certificado.


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HORTICULTURA

E promove ainda o Open Field Day, apresentando os resultados no campo dos seus produtos

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Agristar, líder no mercado nacional de sementes para hortifruticultura, participa da 22ª edição da Hortitec, uma das mais importantes feiras de horticultura da América Latina, entre os dias 17 e 19 de junho, na cidade de Holambra (SP). Na oportunidade, a empresa irá apresentar aos agricultores variedade de hortaliças e frutas resistentes às principais pragas e viroses existentes e desenvolvidas para conquistar o paladar do consumidor brasileiro. Entre os lançamentos desenvolvidos para suas linhas profissionais de sementes destacam-se os tomates caqui “Itaipava F1” e “Tyson F1”, a melancia “Ranger F1” e a alface americana “Astra”, produtos que levam a marca Topseed Premiu. A linha Superseed apresentará a cebola híbrida “Celebra”, sua linha de flores profissionais e o substrato Sunshine. “Durante a 22ª Hortitec, estaremos com equipe técnica e comercial à disposição dos visitantes para esclarecer dúvidas sobre os produtos e o manejo das culturas. Faremos também a degustação de alguns produtos da linha Gourmet, como os tomates especialidades, e sucos de melancia Explorer”, explica o Gerente de Marketing da Agristar, Marcos Vieira. Este ano a linha Topseed Premium terá ainda uma mini hidroponia em seu estande, repetindo o sucesso de 2014, com a apresentação das principais variedades destinada ao segmento. Entre outras variedades que se destacam em seu portifólio, teremos os tomates híbridos “Dominador”, “Serato” e “Candieiro” e a melancia híbrida “Explorer”. Segundo Vieira, o principal atrativo para visitação ao estande da empresa na feira são os produtos e a confiança que o produtor, o revendedor e os parceiros têm na Agristar

FOTOS: Divulgação Agristar

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Agristar lança variedades de frutas e hortaliças na 22ª HORTITEC

Na Hortitec 2015, a Agristar estará localizada no Setor Azul - Estande 24.

Cebola híbrida da variedade “Celebra”.

e em suas linhas de sementes. “Eles sabem que serão bem recebidos e sairão do evento bem informados e com novidades para contar”, afirma.

Tomate caqui da variedade “Tyson F1”, da Agristar.

OPEN FIELD DAY - Além de expor na Hortitec, a Agristar promove, nos mesmos dias da feira, o tradicional Open Field Day (Dia de Campo), das 7h às 16h. Este ano o campo experimental será em uma área em Santo Antônio de Posse (SP), localizado a 8 km da Hortitec (Rod. SP 340, Km 147.2, sentido Campinas - Mogi Mirim). A empresa disponibilizará vans para o transporte dos participantes, com início às 8h30 e saídas a cada meia hora. O embarque e desembarque será no estacionamento da Hortitec, próximo ao pavilhão. “É uma grande oportunidade para que os visitan-


tes possam conferir no campo e nas estufas o resultado das principais cultivares das linhas Topseed Premium e Superseed e seus lançamentos, além de obter informações com a equipe técnica dos produtos que estarão expostos no estande da Agristar na feira”, garante Vieira. A empresa está preparando uma infraestrutura diferenciada para atender os visitantes, com visitas guiadas, priorizando a interação das pessoas com a equipe técnica no campo para esclarecimento de dúvidas e apresentação das novidades. “A cada ano temos recebido mais pessoas, tanto na Hortitec, que é hoje a principal feira do segmento, como no Open Field Day, nosso Dia de Campo. Os visitantes vêm para conhecer não apenas os produtos, mas também para ver que por trás de

FOTOS: Divulgação Agristar

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Grupo de horticultores participam do Open Field Day em 2014.

cada semente comercializada pelas linhas da Agristar existe uma equipe competente, que gosta do que faz, e uma empresa que investe em tecnologia e qualidade”, conclui Vieira. CAMPANHA #tamojunto - Durante os eventos, a Agristar promoverá ainda a campanha “#tamojunto”, para ressaltar a força e a importância de cada membro da cadeia produtiva, valorizando todos os elos que a compõem, desde o campo até a cidade, como o técnico, o produtor, o viveirista, o revendedor, o varejista e atacadista e o consumidor.

Alface americana da variedade “Astra”

Melancia da variedade “Ranger F1”.

SOBRE A AGRISTAR - Fundada em 1958, a Agristar é uma das maiores empresas do país na produção e comercialização de sementes de hortaliças, flores e frutas. Atua em diversos segmentos através de 5 linhas de produtos: Topseed Premium, Topseed, Topseed Garden, Superseed e Solaris. Está sediada em Santo Antônio de Posse (SP) e possui seis unidades de produção, com destaque para as 4 estações experimentais localizadas nos estados de SP, GO, SC e RN.


HORTALIÇAS

Mercado de brócolis é bastante promissor no Brasil

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FOTOS: Sakata Seed Sudamerica

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consumo de brócolis teve um aumento expressivo ao longo da última década devido às diversas propriedades nutricionais, com benefícios diretos para a saúde, como no auxílio à prevenção do câncer, e também devido ao seu sabor extremamente agradável, que conquistou o paladar de crianças e adultos. Esta excelente aceitação levou ao aumento na disseminação e oferta da hortaliça no cardápio de restaurantes e nos supermercados, com a venda crescente de brócolis tanto in natura, quanto congelado. “Trata-se de um alimento fácil de preparar, que se adapta ao estilo de vida moderno dos consumidores que buscam aliar conveniência e saúde para satisfazer suas necessidades nutricionais diárias”, acredita Paulo Koch, diretor de Marketing da Sakata Seed Sudamerica, empresa multinacional líder mundial no fornecimento de sementes de brócolis. Devido à alta demanda no consumo, o mercado de brócolis no Brasil apresenta-se bastante promissor. Nos dois últimos anos, as áreas e regiões de produção no país tiveram

um crescimento de aproximadamente 25%, resultado da maior procura por parte dos produtores que estão investindo mais neste segmento. Na América do Sul, o Brasil e o Equador estão entre os principais países produtores da hortaliça. O mercado nacional de brócolis movimenta anualmente R$ 1.270 bilhões apenas no varejo, segundo dados da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM). LIDERANÇA MUNDIAL - A Sakata detém atualmente a liderança mundial em sementes de brócolis. O destaque na América do Sul é a variedade “Avenger” – brócolis de cabeça única. Segundo Paulo Koch, para manter esta liderança e estimular ainda mais o crescimento deste mercado, “a empresa investe continuamente em pesquisa para o desenvolvimento de novas variedades com alto valor agregado, que permitam ao produtor produzir mais e melhor, oferecendo uma qualidade superior para o consumidor final”, pondera.

Brócoli da variedade “Avenger”, da Sakata Seed Sudamerica


HORTALIÇAS

Tomate resistente ao ‘Vira-Cabeça’ da Agristar Virose está entre as pragas e doenças de solo que mais preocupam os horticultores

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FOTOS: Agristar - Topseed Premium

O

s estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são conhecidos pelas grandes produções de tomate. Estima-se que entre as regiões serrana do Rio e Paty do Alferes, cerca de 5 mil pessoas sejam empregadas diretamente nas lavouras. Já no Sul, a tomaticultura envolve um dos maiores faturamentos de hortifruticultura do estado e é cultivada em sua maioria usando mão de obra familiar. Desde 2009, o tomate híbrido “Serato F1”, da linha Topseed Premium, vem se destacando nesses mercados. A variedade se mostrou diferenciada aos produtores pela resistência às principais doenças e pragas características da cultura, pela qualidade e sabor dos frutos. “No Rio de Janeiro, os produtores gostam do tomate Serato F1 pelo tamanho e coloração dos frutos, produtividade e resistência ao vírus Vira-cabeça, virose que vem aumentando na região. O produto também possibilita a colheita na época chuvosa, sem perdas significativas com frutos trincados e manchados”, explica Anderson Moreira, coordenador de vendas da Agristar e responsável pelo estado. Já no Rio Grande do Sul, Márcio Mota, Representante Técnico de Vendas da Agristar, ressalta que o mercado em geral prefere frutos de tamanho grande, com alto rendimento e boa tolerância a doenças e pragas. “Com sistema radicular agressivo, o “Serato” possui melhor tolerância às principais pragas e doenças de solo, como nematóides e murcha de Verticilium, proporcionando mais segurança ao produtor sulista”, explica. Entre as vantagens do cultivo do “Serato” está a aceitação do mercado consumidor. “Hoje, em seu segmento, o Serato é considerado um dos tomates com o melhor sabor do mercado, pois possui equilíbrio entre os açúcares e ácidos orgânicos do fruto, agradando ao paladar. Além disso, apresenta internamente pouca quantidade de água e ótima consistência nas fatias, favorecendo a preferência de sabor entre

as redes atacadistas e consumidores finais”, afirma Thiago Teodoro Alcantara, especialista em Tomates e Pimentões da Agristar. O plantio do “Serato” é recomendado para regiões que consigam ofertar o fruto a pequenas distâncias, sendo entregue em dois ou três dias para venda ao consumidor final.


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MAI/2015


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